MINI DICIONÁRIO

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Palavras de origem africana

Além de Portugal e Brasil, seis países da África falam o português. (Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor). No entanto, nesses países africanos também se fala a língua local, os vários troncos linguísticos que compõe a herança cultural desses povos milenares. É errado, portanto, acreditar que a partir da colonização desses países da África pelos portugueses, os africanos tenham deixado de se comunicar em suas línguas maternas (nagô, iorubá, quicongo, umbundo e quimbundo). Conta-se que durante o tráfico de escravos negros para o Brasil, um dos cuidados que os colonizadores tinham era o de não transportar muitos negros que fossem da mesma etnia, ou seja, que falassem a mesma língua, pois acreditavam que assim eles não conseguiriam se comunicar e, portanto, não conseguiriam se rebelar contra a condição de escravidão. Chegando em terras do Brasil e por aqui ficando, a influência nos quase quatro séculos de escravidão (e cerca de cinco milhões de africanos) fez com que houvesse o inverso do que desejava o colonizador: os negros africanos agregaram palavras, expressões e sua cultura como um todo aos povos que aqui viviam: os índios e os europeus.


O resultado dessa contribuição rica dos negros para a cultura brasileira foi um vasto vocabulário de palavras originárias da África. Por isso, temos todos os motivos para nos orgulhar dessa maravilhosa contribuição, de riqueza cultural e sabedoria milenar trazida pelos africanos que se tornaram parte relevante da formação do que é hoje a nação Brasil. A linguagem é um dos pontos altos das coisas cotidianas que trazemos do continente-mãe. Esse minidicionário foi improvisado reunindo em diversos sites educacionais e culturais internet afora. Você vai notar que muitas dessas palavras, você está falando todos os dias e nem sabe que vêm de dialetos africanos. Muito interessante, pois somos acostumados a não buscarmos o passado, como se o jornal da TV já bastasse pra gente estar informado. Mas é pegar num livro, num artigo de internet e a gente voa no conhecimento. Veja aí que nem só dentro do samba e do candomblé estão palavras africanas da diáspora. Pesquisamos inúmeras palavras afro-brasileiras, para ajudar no desenvolvimento do projeto. Use e abuse você também e saia buscando suas palavras mais usadas e/ou preferidas, porque tem coisas muito interessantes nesse “dicionário”. As duas turmas do 2º Segmento do CEJA – Centro de Educação de Jovens e Adultos Dr. José Nilson Osterne de Oliveira montou o minidicionário na base do „cataqui/catali‟. Sob a orientação da Professora Lúcia Jacinta de Assis Azevedo.


Abadá – Túnica folgada e comprida. Atualmente, no Brasil, é o nome dado a uma camisa ou camiseta usada pelos integrantes de blocos e trios

elétricos

carnavalescos.

Abâ – Prato.

A

Abalaú-aiê – Orixá utilizado em cultos afro pelo mundo. Abará – Quitute semelhante ao acarajé. A massa feita de feijão fradinho e os temperos são os mesmos. Os bolinhos envoltos em folhas de bananeira são cozidos em banho-maria. Abatà – Chinelo. Abebé – Leque da deusa oxum quando de latão, e da deusa iemanjá, quando pintado de branco. O leque e de forma circular, tendo recortada no centro a figura de uma sereia. Aberém – Culinária Afro-brasileira. Bolo de milho ralado na pedra e cozido envolto em folhas de bananeira secas. Abiãs – Na escala de hierarquia feminina, no candomblé, a abiã e a pre-noviça nos ritos primeiros. indivíduo que ainda não passou pela cerimônia de iniciação, propriamente dita, mas que já "deu"(realizou) o bori pré-iniciático. Abrazô – Bolinho feito de farinha de milho ou de mandioca, apimentado, frito em azeite-de-dendê. Abuxó – Fava usada pelo pai-de-santo nas cerimônias do terreiro e tida pelos crentes como possuidora de várias virtudes curativas. Acaçá – Na cozinha Afro-brasileira, e um dos pratos indispensável ao paladar coletivo. Bolinho feito de milho amolecido em água fria e depois moído, cozido e envolvido, ainda morno em folhas verdes de bananeira. Acará – Peixe de esqueleto ósseo.


Acarajé – Bolinho feito de massa de feijão-fradinho frito no azeite de dendê e servido com camarões secos. Adè – Homossexual.

A

Ado – Doce feito de milho torrado e moído, misturado com azeite-de-dendê e mel. Afoxé – Dança semelhante a um cortejo real, que desfila durante o carnaval e em cerimônias religiosas. África – Deriva de AVRINGA ou AFRI, nome da tribo Berbere que na antiguidade habitava o Norte do continente. Agogô – Instrumento musical formado por duas campânulas ocas de ferro. Alá – Lençol. Aluá – Bebida feita de milho, arroz cozido ou com cascas de abacaxi fermentado com açúcar ou rapadura. Amuo – sm. Mau humor passageiro, revelado no aspecto, gestos ou silêncio; arrufo, calundu. Angola – Nome dado a uma das mais conhecidas modalidades do jogo de capoeira e, também, a um dos cinco países africanos de língua portuguesa. Angu – Massa de farinha de milho ou mandioca; angu-de-caroço; coisa complicada. Ayê – Terra. Axé – Saudação; força vital e espiritual. Axó – Roupa. Azoeira – Barulhada; zoeira e bagunça.


Babá – Ama-seca; pessoa que cuida de crianças em geral; pai-de -santo; a origem é controvertida sendo, para alguns estudiosos originária do quimbundo, e para outros do idioma iorubá.

B

Babá agbá – Avô. Babaca – Tolo; boboca. Bafafá – Confusão. Bagunça – Baderna; desordem. Balangandãs – Enfeites, originalmente de prata ou de ouro, usados em dias de festa. Bambambã ou Bamba – Maioral, bom em quase tudo o que faz. Bamberê – Cantiga de ninar entoada por negras velhas da Região Amazônica. Bambolê – Aro de plástico ou metal usado como brinquedo. Bancar – Fazer o papel de; fazer-se de. Bangüê – Padiola de cipós trançados na qual se leva o bagaço da cana. Banguela – Desdentado; os escravos trazidos do porto de Benguela, em Angola, costumavam limar ou arrancar os dentes superiores. Bangulê – Dança de negros ao som da puíta, palma e sapateados. Banto – Nome do grupo de idiomas africanos em que a flexão se faz por prefixos. Bantos – Povos trazidos do sul da África, principalmente de Angola e Moçambique, que espalharam sua cultura, idiomas e modos. Banzar – Meditar, Matutar. Banzé – Confusão.


Banzo – Tristeza fatal que abatia os escravizados com saudades de sua terra natal. Nostalgia mortal dos negros da África. Baobá – Árvore de tronco enorme, reverenciada por seus poderes má-

B

gicos. Batuque – Dança com sapateado e palmas, ao som de instrumentos de percussão. É uma variante das rodas de capoeira praticada pelos negros trazidos de Angola para o interior da Bahia. No sul do Brasil, é sinônimo de rituais religiosos e, no interior do Pará, é uma espécie de samba. Berberes – Descendentes dos antigos Númidas que habitavam a região chamada Numídia, entre o país de Cartago e atual Mauritânia. Berimbau – Instrumento de percussão com o qual se acompanha a capoeira. Composto de um arco de madeira com uma corda de arame vibrada por uma vareta, tendo uma cabaça oca como caixa de ressonância. Birita – Cachaça; gole de cachaça. Bitelo – Grande; de tamanho exagerado. Bobó – Um tipo de purê feito de aipim ou inhame. Banzo – Tristeza fatal que abatia os escravizados com saudades de sua terra natal. Nostalgia mortal dos negros da África. Baobá – Árvore de tronco enorme, reverenciada por seus poderes mágicos. Batuque – Dança com sapateado e palmas, ao som de instrumentos de percussão. É uma variante das rodas de capoeira praticada pelos negros trazidos de Angola para o interior da Bahia. No sul do Brasil, é sinônimo de rituais religiosos e, no interior do Pará, é uma espécie de samba. Berberes – Descendentes dos antigos Númidas que habitavam a região chamada Numídia, entre o país de Cartago e atual Mauritânia.


Berimbau – Instrumento de percussão com o qual se acompanha a capoeira. Composto de um arco de madeira com uma corda de arame vibrada por uma vareta, tendo uma cabaça oca como caixa de

B

ressonância. Birita – Cachaça; gole de cachaça. Bitelo – Grande; de tamanho exagerado. Bobó – Um tipo de purê feito de aipim ou inhame. Boca-de-Pito – Pitada; tragada em cigarro, charuto ou cachimbo; disposição para fumar provocada pela ingestão de café ou bebida alcoólica. Bolor – Vegetação que provoca decomposição em matérias orgânicas. Bomba – Certo doce de forma cilíndrica ou esférica feito de massa cozida e glaçado na parte superior. Borocoxô – Molenga. Entristecido. Bruaca – Espécie de mala ou sacola que se levava no lombo de animais. Bugiganga – Objeto de pouco ou nenhum valor ou utilidade. Bunda – Nádegas, na língua falada pelos Bundos de Angola (alguns escravos dos povos "bantos"que vieram para o Brasil, logo foram notados por terem a região glútea avantajada e o termo acabou pegando). Búzios – Conchas marinhas usadas antigamente na África como moedas e, em nossos dias, em cerimônias religiosas e em jogos de previsão


Caçamba – Balde para tirar água de um poço; local onde se depositam detritos. Cachaça – Bebida alcoólica; pinga; durante muito tempo, os negros escravizados, banhados em suor, giravam manualmente as rodas dos engenhos de açú-

C

car e, do vapor originário da fervura do caldo da cana, escorria pela parede e pingava do teto (daí o porque do nome “pinga”)a bebida de sabor clássico, que ardia nos olhos e foi batizada de “pinga”. Cachimbo – Tubo de fumar, com um lugar escavado na ponta para se colocar o tabaco. Cacimba – Poço ao ar livre, onde se retém a água da chuva para diversas finalidades. Caçula – O mais novo. Caculé – Cidade da Bahia. Cacunda – Corcunda; Corcova; Costas. Cafife – Diz-se de pessoa que dá azar. Cafofo – Lugar que serve para guardar objetos usados; nos dias atuais, serve também para designar moradia pequena, mas aconchegante. Cafuá – Esconderijo; Cova; Casebre. Cafuca – Centro; Esconderijo. Cafuche – Irmão do Zumbi. Cafuchi – Serra. Cafundó – Lugar distante e isolado; Lugar afastado, de acesso difícil. Cafuné – Coçar a cabeça de alguém; Fazer um carinho. Cafungá – Pastor de gado. Cafungar – Fungar; aspirar pelo nariz; Cheirar; Fuçar; Farejar; Focinhar; Procurar minuciosamente. Cafuzo – Mestiço de negro e índio. Calango – Tipo de lagarto do sertão; Dança afro-brasileira.


Calombo – Inchaço; Quisto; Doença. Calumbá – Planta Calundu – sm. Mau humor.

C

Calunga – O mar; Boneca carregada pelas damas do paço nos desfiles de reis e rainhas dos Maracatús de nação em Pernambuco; Símbolo da realeza e do poder dos ancestrais. Camundongo – Rato pequenino. Candomblé – Casas ou terreiros de diferentes nações – Angola, Congo, Jêje, Nagô, Ketu e Ijexá – onde são praticados os rituais trazidos da África. Esses cultos são dirigidos por um Babalorixá (pai-de-santo) ou por uma Ialorixá (mãe-de-santo). Um dos mais tradicionais é o de Gantois, em Salvador, na Bahia. No passado, o candomblé foi muito perseguido. Candonga – Intriga; Mexerico. Canga – Tecido com que se envolve o corpo. Peça de madeira colocada no lombo dos animais. Canjerê – Feitiço; Mandinga. Canjica – Papa de milho verde ralado. Capanga – Guarda-costas; Bolsa pequena que se leva a tiracolo. Capenga – Manco; Com andar de bêbado. Capoeira – Jogo de corpo, agilidade e arte, que usa técnicas de ataque e de defesa com os pés e as mãos. As rodas são acompanhadas por palmas, pandeiros, chocalhos, berimbaus e cânticos de marcação. Carimbo – Instrumento de borracha; Marca; Sinal. Carimbó – Tipo de dança afro-brasileira originária da região norte do Brasil. Carurú – Iguaria da culinária afro-brasileira, feita com folhas, quiabos e camarões secos. Cassangue – Grupo de negros da África. Catimba – Manha; Astúcia. Catimbau – Prática de feitiçaria


Catinga – Fedor; Mau cheiro. Catita – Pequeno; Baixo; Miúdo. No nordeste, é o nome dado a um ratinho novo.

C

Catunda – Sertão. Catupé – Cortejo afro-mineiro. As fardas de seus integrantes são enfeitadas de fitas, sendo que dançam e cantam acompanhados por instrumentos de percussão. Caxambú – Dança e nome de um tambor grande. ...Vamos todos na dança do Caxambú, saravá a todos saravá...(Almir Guineto) Caxangá – Jogo praticado em círculo. Os versos de uma velha cantiga baseada nessa brincadeira, são bem populares. (Escravos de Jó, jogavam caxangá....) Caxixí – Chocalho pequeno feito de palha. Caxumba – Inflamação das glândulas salivares. Cazumbá – Negro velho; personagem do Boi-Bumbá paraense. Cazumbí – Alma penada; Chilique – Desmaio; Ataque de nervos; “Ter um troço”. Chuchu – Fruto comestível. Cochilar – Breve soneca; Sono leve. Congadas ou Congos – Danças dramáticas com enredo e personagens característicos, como reis, rainhas, príncipes, princesas, embaixadores, chefes de guerra e guerreiros que se despedem no final das apresentações cantando: “quem tiver mulher e filho se despeça... Adeus que eu já me vou... Coque – Bater na cabeça de alguém com o nó dos dedos. Tipo de penteado onde o cabelo é todo preso num arranjo único no alto da cabeça; há uma corrente que acredita ser o nome proveniente do inglês “cock”, que significa galo, e outra que associa o nome a barulho que é feito e também ao “galo” na cabeça. Cubata – Choça de pretos; senzala; Palhoça. Cuíca – Instrumento musical que emite um ronco peculiar.


Dadá – Orixá sudanês, protetor dos vegetais. É o primeiro dos quinze filhos de lemanjá, saídos do seu ventre depois da violação de Orungã.

D

Dandalunda – É um dos nomes de lemanjá. O mesmo que Mãe Dandá. Delonga – Caneca. Dendê – Fruto da palmeira, de onde é extraído o azeite. Fruto do dendezeiro. Dengo – Gesto de carinho; Manha; Birra. Dengoso – Chorão; manhoso; enfeitado; deslambido; faceiro. Dengué – Milho branco, cozido com um pouco de açúcar. Despacho – Feitiço; macumba; coisa-feita. Diamba – Um tipo de erva alucinógena.


Ebó – Farinha de milho branca e sem sal. Depois de cozida, certas tribos africanas adicionavam azeite de dendê. Ebò – Oferenda feita aos orixás para resolver os mais diferentes desejos e problemas; Descarrego de más influências; Limpeza espiritual; Inclui o sacrifício

E

de um animal. Ecu – Bailado dos candomblés Afro-brasileiros. Ecuru – Farofa de massa de feijão-fradinho diluído em mel de abelhas ou azeite-de-dendê. Efó – Espécie de guisado de camarões e ervas, temperado com azeite de dendê e pimenta. Efum – É a cerimônia de pintar a cabeça de iauô, candidata ao posto de filha-de-santo. Egun – Morto; Balé. Egungun – O mesmo que Egum, cerimônia nas macumbas, onde são invocados os espíritos bons e protetores. Ekede - Ebomi do sexo feminino, que não entra em transe e tem funções de auxílio ao orixá (uma espécie de a" ia"deste), tendo como obrigações principais vesti-lo, cuidar de suas roupas, dançar com ele, estar permanentemente ao seu lado quando entra em transe , atendendo a seus pedidos, enxugando o suor do rosto de seu "filho"durante a dança. Embalar – Acalentar; Balançar; Fazer adormecer. Empacar – Não continuar; Não prosseguir; Diz-se quando o animal firma teimosamente as patas para não prosseguir viagem. Encabular – Envergonhar-se. Ficar vexado por algum motivo. Engabelar – Enganar; Iludir jeitosamente; Trapacear; Engodo; Embuste. Équédi – Na hierarquia feminina dos candomblés, são servas voluntárias das filhas-de-santo, ajudando-as, por devoção aos orixás, nos trabalhos de vestuário e ornamentos. Eran-Paterê – É um naco de carne verde, bem fresca, salgada e frita no azeite. Erê – Divindade ligada à infância. Criança em yorubá.- criança, no rito angola. Ere – É um orixá filho de Xangô. Entidade infantil, espírito menor, particular de cada iaô, que nasce durante a feitura de seu santo.


Escangalhar – Desordem; Confusão; Desmantelo; Dano causado por estrago. Espandongado – Desajeitado; Defeituoso; Arruinado; Desarruma-

E

do; Relaxado; Descomedido; Arreliado. Etu – Feitiço que se obtém com um punhado de terra do cemitério. Exu – Divindade que é considerada o intermediário entre o Céu e a Terra. Aquele que está em todos os lugares. Dono das encruzilhadas. Representa a ambivalência humana, os comportamentos e desejos contraditórios. Também conhecido por Elegbára (ele=dono; agbára=poder). É o representante das potências contrarias ao homem. Os africanos assimilam-no ao demônio dos católicos.


Farofa – Mistura de farinha com água, azeite ou gordura. Feitiçaria – É o nome genérico para designar todas as práticas de magia popular.

F

Feito em pé – Diz-se do santo, nos candomblés Jejê-nagôs e bantos, que não mereceu cerimonial preparatório para assentar no seu sacerdote, babalaô, babalorixá, pai-de -santo. Filha-de-Santo – A sacerdotisa dos candomblés Afro-brasileira, mulher dedicada ao culto de um orixá, tendo essa posição religiosa depois de um verdadeiro curso no terreiro, aprendendo o rito, danças, cerimonial, fazer a indumentária do seu santo, as iguarias que lhe são oferecidas. Ferramentas – Insígnias que os orixás trazem nas mãos como símbolo de sua identidade mítica. Ogum traz uma espada, Oxóssi um arco e flecha etc. Fofoca – Intriga; Mexerico. Fuá – Briga; Rolo; Desordem; Intriga; Catinga; Cheiro desagradável; Diz-se também do equino arisco. Fubá – Farinha de milho. Fuleiro – Reles; Ordinário; Sem Valor; Farrista. Fulo – Irritado; Zangado; Nervoso. Funfun – Branco. Fungar – Fazer ruído com o nariz ao inspirar o ar; Assoar o nariz; Coriza na fossa Nasal; Fuçar. Fungador – Instrumento musical africano trazido pelos escravos para o Brasil. Furduncio e/ou Forduncio - Significa festança popular; Divertir-se com alarido; Barulho; Desordem. Futum – Mau cheiro; Fedor; Peixe morto na superfície da água. Fuxico – Falar mal dos outros; Artesanato popular feito com pedaços de panos; Costurar superficialmente; Alinhavar; Amarrotar. Fuzarca – Farra; Desordem; Bagunça.


Galalau – Pessoa muito alta. Gambé – Designação de um policial na gíria dos travestis, menores e delinquentes em geral.

G

Gandaia – Farra. Bagunça. Vadiagem. Ofício de trapeiro. Pessoa sem préstimo. Inerte. Ganga Zumba – Título dado aos chefes guerreiros. Um dos mais famosos líderes da

confederação

de

Quilombo

dos

Palmares,

na Serra da Barriga, em Alagoas. Ganzá – Espécie de chocalho. Garapa – Caldo da cana. Bebida formada pela mistura de mel-açúcar-água. Geringonça – Coisa malfeita e de duração precária. Objeto ou coisa estranha cujo nome e finalidade não se conhece. Ginga – Movimento corporal na capoeira, na dança e no futebol. Gogó – Pomo-de-Adão. Garganta. Laringe Gonguê – Instrumento musical semelhante ao agogô. Gororoba – Comida malfeita. Comida feita com restos de diversos alimentos. Dizse também do indivíduo lento, molengão ou covarde. Grigri – Amuleto que protege o seu possuidor. Guaiá – Chocalhos usados pelos Afro-descendentes. Guandu – O mesmo que andu (fruto do anduzeiro), ou arbusto de flores amarelas, tipo de feijão comestível. Guimba – Parte que resta do cigarro ou charuto depois de fumados.


Hã – Interjeição de surpresa, espanto ou de admiração entre os Iorubás; Manifestação de incompreensão; Não entendimento. Humulucu – Iguaria que se faz de feijão fradinho, temperado com azeite-de-dendê, cebola, sal e camarão.

H


Iaiá-Ioiô – Tratamentos de Senhora e Senhor dados pelos escravos aos meninos da casa-grande, os jovens amos. Também havia o hipocorístico iaiázinha e ioiôzinho. Tratamento dado às moças e meninas na época da escravidão. Na Luanda antiga, era o tratamento respeitoso que as filhas e netas dos escravos

I

davam às patroas. Iabá – Orixá feminino. Iabaim – Mãe da bexiga, varíola. Iabassê – Cozinheira do culto, responsável pelas comidas dos santos. Iakekerê e/ou Iaque-que-rê – Mãe-pequena, auxiliar direta da ialorixá. Iansã – Orixá sudanês dos ventos e da tempestade, uma das mulheres de Xangô. Iaôs – São as filhas-de-santo em preceito, cumprindo os dever e encargos do curso de iniciação ou recém-iniciadas. Iatebexê – Cargo feminino, geralmente dado a uma ekede, que tem como função cantar para os Indaka – Fofoca orixás, no barracão ou fora dele. Iemanjá – Deusa africana, a mãe d’água dos iorubanos. Iere – Semente semelhante a do coentro, usada na culinária afro como tempero do caruru, peixe e galinha. Ilê – casa; terreiro. Impala – Espécie de antílope africano; O nome batizou também um modelo de automóvel da Chevrolet. Implicar – Provocar; Amolar; Intrometer; Contender. Inâ – Fogo. Ingono – Tambor de macumba e candomblé para danças populares. Inhaca: Azar; Mau cheiro. Inhame – Planta medicinal e alimentícia com raiz parecida com o cará; Designação comum de um tipo de tubérculo comestível menor que a mandioca; homem de corpo defeituoso; Coisa ou objeto disforme e/ou deformada. Inkices – Deuses do rito angola.


Iorubano – Habitante ou natural de Ioruba (África). Iru - Fava usada pelos africanos como condimento. Iruquere e/ou Iruquerê – Cauda de boi, com um cabo de osso ou de

I

madeira, enfeitado de relevos. Pertence ao culto de Oxossi. Na África, entre sudaneses e bantos, é uma insígnia da realeza, enxota-moscas ou objeto privativo do rei ou dos primeiros príncipes. Todos os viajantes que atravessaram a África fazem menção do enxota moscas do rabo do boi na mão do soba ou dos seus privados. Era de use no Egito clássico. Iyalorixa e/ou Alourixá – Mãe-de-santo; Mãe-de-terreiro; Diretora do candomblé; Sacerdotisa de um candomblé; Sacerdotisa do culto Jejê-nagô; Iniciadora; Mentora e governadora absoluta do seu candomblé.


Já – Instrumento musical trazido pelos africanos para o Brasil. E uma sineta de metal utilizada na cerimônia de dar comida ao santo, orixá.

J

Jabá – Suborno oferecido a programador de emissora de rádio ou televisão para que inclua na programação determinada obra musical. Certo tipo de abóbora. Jabaculê – Gorgeta; Propina; Dinheiro. Jagunço – Capanga; Guerreiro; Combatente das forças de Antonio Conselheiro na Guerra de Canudos; Cangaceiro. Jegue – Jumento. Jeguedê – Dança negra. Jeguedé – Instrumento de percussão dos afro-brasileiros, popularizado no sul do Brasil, onde dominou a dança que se fazia ao som do mesmo. A dança Jeguedé era uma espécie de bambolê, ginástica, individual, com improvisações, embora dançada com muitos outros companheiros. Jejês – Negros do Daomé, vindos para o Brasil como escravos e que tiveram influencia folclórica e etnográfica. Jererê – Nome dado ao cigarro de maconha. Faísca. Centelha. Jeribata – Álcool; aguardente. Jiló – Fruto do jiloeiro. Fruto verde de gosto amargo. Jongo – Dança tradicional afro-brasileira; O mesmo que samba.


Kelê – Colar que se amarra ao pescoço do iaô durante a iniciação e que permanece assim por três meses, conhecidos como período de kelê; diz-se que ele "separa a cabeça do corpo". É chamado também de g" ravata do orixá".

K


Lambada – Golpe dado com o chicote, tabica ou rebenque. Copo ou gole de bebida alcoólica. Dança de salão de origem amazônica. Significa bater, castigar, ferir, atingir com golpe ou pancada.

L

Lambança – Desordem; Sujeira; Serviço malfeito; Embuste; Trapaça em conversa ou jogo. Lambão – Indivíduo que não sabe lidar com as coisas sem sujar-se. Lambuja – Vantagem que um jogador concede ao parceiro ou rival. Aquilo que se ganha ou dá além do combinado. Lapada – Lambada; Bofetada; Espécie de pá semelhante ao remo. Larica – Apetite desenfreado após a ingestão da maconha; Dificuldade; Aperto; Apuro. Lenga-lenga – Conversa fiada; Narrativa ou discurso enfadonho. Lero-lero – Conversa fiada; Palavreado vazio. Libambo – Bêbado (pessoas que se alteram por causa da bebida). Lógunéde – Erinlé teria tido com Oxum Yéyépondá, um filho chamado Lógunéde, cujo o culto se faz ainda, mas raramente em Ilexá. Lundu – Dança e canto de origem africana trazidos pelos negros escravos bantos, de Angola para o Brasil. A chula, o tango brasileiro, o fado, nasceram do som do lundu.


Maculelê – Folguedo popular de origem baiana, misto de jogo de dança com bastões ou facões. Máculo – Nódoa; Mancha.

M

Macumba – Nome pejorativo dado aos cultos afro-brasileiros; Religião afrobrasileira; Audaz; Ousado; Certo tipo de reco-reco; Cada uma das filhas de santo nos terreiros de origem Banta; Antigo jogo de azar; Antiga denominação que se dava à maconha. Macumbeiro – adj. sm. Diz-se de, ou praticante da macumba. Mãe-de-santo e/ou Mae-de-terreiro - Sacerdotisa do culto Jejê-nagô,dirigindo a educação sagrada das filhas-de-santo ou cavalo-de-santo. Mafuá – Lugar desorganizado. Malembe – Cânticos rogatórios nos candomblés de origem banto. Maluco – Alienado mental; Endoidecido. Malungo – Título que os escravos africanos davam aos que tinham vindo no mesmo navio; irmão de criação. Mamona – Fruto da família das esforbiáceas; Rícino. Mamulengo – Fantoche; Teatro de fantoches. Mangar – Zombar; Caçoar. Mangue – Comunidade geográfica localizada em áreas onde o solo é formado por uma lama escura e mole; Terreno lamacento. Mandinga – Bruxaria; Feitiço; Talismã; Despacho; Mau-olhado. Os negros mandingas eram tidos como feiticeiros incorrigíveis dos vales de Senegal e do Níger feitiçaria, bruxaria. Qualidade de jogo de capoeira. Mandraque – Bruxaria; Feitiçaria; Mandinga. Manha – Choro infantil sem causa; Birra; Malícia; Ardil; Artimanha; Habilidade manual. Mano – Tratamento respeitoso entre os antigos sambistas cariocas (“Mano” Elói, “mano” Décio etc.). Irmão.


Maracutaia – Trapaça; Embuste; Engodo; Golpe. Maracatú – sm. Oriundo da região do Estado de Pernambuco (PE), é um cortejo carnavalesco que segue uma mulher que, num bastão, leva uma bonequinha enfeitada, a calunga. 2. Certo tipo de dança afro-brasileira. Em Recife/PE,

M

os maracatus de nação representam embaixadas africanas com todo o séquito real. Marafa (o) – Vida desregrada; Licenciosa; Cachaça; Vinho; Diz-se também do tipo de vida, por exemplo: “Viver na marafa...”, viver entregue ao vício da bebida e da vadiagem. Marimba – Peixe do mar. 2. Artifício de amarrar uma linha a algum objeto (pedra, garrafa, etc) para resgatar pipas onde não se alcança com as próprias mãos (RJ). Marimbondo – Certo tipo de vespa. Martim-Pescador – É um orixá dos candomblés bantos, em Salvador, Bahia. O mais estranho dos orixás das águas o pássaro martim-pescador, também conhecido entre os negros por marujo, pássaro cuja missão consiste em ser leva-e-traz para o mar das suplicas dos mortais às divindades do mar. Massagana – Confluência; Junção de rios em Angola. Matuto – Indivíduo que vive no mato; Na roça; Pessoa ignorante e ingênua. Maxixe – Fruto do maxixeiro; Fruto verde; Certo tipo de chuchu espinhoso; Dança brasileira de salão. Miçanga – Conta de vidro miúda; Ornatos feitos com esse tipo de conta; Colar e Rosário. Milonga – Desculpas descabidas; Manhas; Dengues; Mexericos; Intrigas; Feitiço; Sortilégio Bruxedo; Música e dança de origem platina ao som de violão. Mingau – Papa de farinha de cereais com leite, açúcar e outros ingredientes. Em língua oeste-africana, era um tipo de milho cozido em água e sal. Na linguagem Banta, é o ato de molhar o pão no pirão ou molho.


Mochila – Alforge; Bornal que se leva às costas; Bolsa carregada à tiracolo. Mocambo – Cabana; Palhoça; Habitação miserável; Couto de escravos

M

fugidos na floresta. Mocorongo – Mulato escuro; Caipira; Indivíduo natural de Santarém/PA. Palhaço da folia de reis; Mosquito transmissor do impaludismo. Mocotó – Pata de bovino utilizada como alimento; Tornozelo. Moçambique – Dança africana, como explica a palavra. Foi conhecida e usada nos sertões pelos primeiros escravos mineiros trazidos para o trabalho da extração de ouro. Molambo – Trapo; Pano velho rasgado ou sujo; Roupa esfarrapada; Indivíduo fraco e sem caráter; Corpo velho; cansado; moído. Molenga – Mole; Indolente; Preguiçoso; Medroso e covarde. Moleque – Negrinho; Menino de pouca idade; Indivíduo irresponsável; Canalha; Patife. Mondongo – Indivíduo sujo e desmazelado; Boneco de pano sem governo. Mongo – Sujeito bobo; Moleirão; Débil mental. Moqueca – Guisado de carne ou peixe tradicional da culinária afro-brasileira. Moringa – Garrafão ou bilha de barro para conter e refrescar água potável; Cântaro. Muamba – Cesto ou canastra para transporte de mercadorias; Furto de mercadorias nos portos; Contrabando; Negócio escuso. Mucama – Escrava negra especial; Escrava doméstica; Concubina; Escrava que era amante do seu senhor. Mulunga – Árvore. Mungunzá – Iguaria feita de grãos de milho cozido, em caldo açucarado, às vezes com leite de coco ou de gado. O mesmo que canjica. .


Muquifo – Lugar sujo e em desordem; Palavra ligada ao Kicongo, significa também Latrina; Casebre; Choupana. Murundu – Montanha ou monte; montículo; o mesmo que montão.

M

Mutamba – Árvore. Mutreta – Trapaça; Confusão. Muvuca – Confusão; Algazarra. Muxiba – Pelanca; Pedaços de carne magra; Retalhos de carne que se dá aos cães; Mulher feia; Bruxa; Seios flácidos de mulher. Muxinga – Açoite; bordoada. Muxongo – Beijo; carícia.


Nação – Rito religioso identificado às práticas das etnias de origem africana que foram trazidas ao Brasil. Nagô – Nome por que se conhece o iorubano assim como todo negro

N

da Costa dos Escravos que falava ou entendia o ioruba. Nanã – A avó dos Orixas, também chamada de Nanã Buruku (Buru=espirito; Iku=morte). Nenê ou Nenem – Criança recém-nascida ou de poucos meses. Provém do Umbundo “nene”, que quer dizer pedacinho, cisco.


Obá – Rei; Orixá yoruba semelhante a Oya. Obag - Foram, na tradição dos iorubanos, os ministros do Rei Xangô, os mangbás, divulgadores, instituidores e defensores do culto, dando ao so-

O

berano tornado orixá os hábitos celestiais idênticos às predileções que possuía na terra. Obaluayiê - Omolú (xapanã) – Obalúayé; "Rei dono da Terra", Omolu "Filho do Senhor", Sapata "Dono da Terra"são os nomes dados a Sànpònná (um título ligado a grande calor – o sol - também é conhecido como Babá Igbona = pai da quentura) deus da varíola e das doenças contagiosas, é ligado simbolicamente ao mundo dos mortos. Obrigação - nome que se dá às confirmações da iniciação (de dois em dois anos, existindo obrigação de 1,3,5,7 anos e, depois, quando se tiver condições de dar). Obé – Faca. Obé faim – Tesoura. Obé xirê – Navalha. Odara – Bom; Bonito; Limpo; Branco; Alvo. Ogã – Ebomi do sexo masculino, que não entra em transe. Oguedê – E a banana denominada da terra, frita e servida como sobremesa. Ogum e/ou Ogundelê – Deus das lutas e das guerras; Orixá do ferro e das guerras filho de Yemanjar ou Oduá com Oxalá. Oiá – Deusa do rio Níger, mulher de Xangô. Omalá – E a comida do santo. Cada orixá possui seu omala. Omi – Água. Omó – Filho; Criança. Onilé – Chão. Opanijé – Um dos bailados no candomblé Jejê-nagô da Bahia.


Orixá – Divindade de religiões afro-brasileiras. Divindade secundária do culto jejênago, medianeira que transmite súplica dos devotos suprema; divindade desse culto; ídolo africano. Ori – Cabeça; Manteiga Vegetal.

O

Orô – Cerimônia. Orum – Céu. Òrúnmíla – Deus do destino, regente dos oráculos, Òrúnmíla é outro nome de Ifá Ossain e/ou Òsányn – Divindade das folhas medicinais e litúrgicas . Oxalá – O maior dos orixás; Entidade andrógina; A maior tradição religiosa como sobrevivência afro-brasileira. Orixalá ou Oxalá tem um caráter bissexual e simboliza as energias produtivas da natureza. Esse caráter andrógino de Oxalá e evidente nos seguintes cânticos do candomblé da Bahia: É representado por meio de conchas ou cauris, limão verde dentro de um circulo de chumbo. Pela convergência a força de aculturação, Oxalá identificou-se como o mais popular e prestigioso culto de toda a Bahia. O dia do culto especial de Oxalá e a sexta -feira. Ora, identificado como está com o Senhor do Bonfim (Santo de maior devoção entre o povo da Bahia), pode-se dizer que Oxalá tem, semanalmente, o culto mais ruidoso da Bahia. Todas as Sexta-feiras peregrinos dos subúrbios, da própria cidade e das circunvizinhanças vem em romaria visitá-la e implorar-Ihe proteção e auxílio. A falta de um deus supremo, por assim dizer palpável, os negros, Jejê-nagôs ou bantos, adoram Oxalá, um mito primitivo Mora no alto de um monte, como na África. Oxóssi – Orixá da caça e dos caçadores, também ligado à terra virgem. Oxum – Orixá dos rios e das Pontes, deusa do rio Oxum, na África. Oxumarê - Sua tradução, quer dizer: arco íris, bem como uma versão, essencialmente masculino, e outra, como fêmea ou macho ( Besèn e Frekuén). Besèn, a parte feminina de Oxumarè, que se transforma durante seis meses do ano (também evidenciado pela sua mudança de pele). Oyá – Iyá-mesan-órun, seu Oríki, mãe dos noves órun, Yásan.


Padê-de-Exu – Oferta de alimentos rituais feita ao orixá Exu, antes de qualquer cerimonia ou festa de candomblé afro-brasileira na Bahia. Pamonha – Certo tipo de iguaria derivada do milho; Diz-se também da

P

pessoa Molenga; Inerte; Desajeitada; Preguiçosa; Lenta. Pata de Coelho – Amuleto que se divulgou no Brasil. É de origem africana, dos negros sudaneses, onde o coelho é um motivo prestigioso de astúcia, esperteza e felicidade. Patota – Turma; Grupo. Peji – Altar armado e dedicado a um orixá nos candomblés Jejê- nagôs. Também é quarto onde ficam as representações materiais dos orixás, chamadas de ibás. Peji-Gan – Dono ou senhor do altar, sinônimo de pai-de-santo, mestre babalorixá nos candomblés Jejê-nagôs. Pendenga – Litígio; Rixa; Contenda. Perrengue – Dificuldade ou aperto financeiro. Diz-se também da pessoa fraca. Covarde. Animal imprestável. Pimba – Pênis de menino. Pindaíba – Falta de dinheiro; Miséria feia.. Pinga – Aguardente extraída do caldo da cana. Pirão – Papa grossa de farinha de mandioca. Pito – Cachimbo; Cigarro; Repreensão; Censura; Dar bronca. Pitoco – Objeto ou utensílio o qual já falta uma parte essencial. Parte amputada ou a restante no corpo humano. Povo-de-Santo – Conjunto de todos os adeptos do candomblé ou da religião dos orixás. Presente de lemanjá – Oferta ritual feita a rainha do mar, água de cheiro, flores etc. Puita – Corpo pesado usado nas embarcações de pesca em vez fateixa.


Queimana – Iguaria nordestina feita de gergelim. Quenga – Guisado de quiabo com galinha; Mulher prostituída; Meretriz; Vasilha feita da metade do coco.

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Quengo – Cabeça; Região próxima da nuca. Quiabo – Fruto de forma piramidal, verde e peludo. Quibebe – Prato típico do Nordeste, feito com carne-de-sol ou charque, refogado e cozido com abóbora. Tem a consistência de uma papa grossa e pode ser temperado com azeite-de-dendê e cheiro verde. Quibungo – Invocado nas cantigas de ninar, o mesmo que cuca, festa dançante dos negros. Quilombo – Aldeamento de escravos fugidos. Folguedo popular alagoano em forma de dança dramática. Quimbebé – Bebida de milho fermentado. Quimbembe – Casa rústica; Rancho de palha. Quimgombô – Quiabo. Quindim – Doce feito com a gema do ovo, côco e açúcar; Na Bahia significa também Meiguice; Dengo; Encanto; Carinho. Quitute – Comida fina; Iguaria delicada; Iguaria; Acepipe; Canapé. Quizila – Ojeriza; Aversão; Implicância. Quizília – Antipatia ou aborrecimento. Quizumba – Confusão; Briga.


Ranzinza – Rabugento; Teimoso. Requenguela – Engelhado; Encolhido; Tímido; Fraco; Sem substância.

R

Roda de Ebomi – Roda de santo formada apenas pelos ebomis, situando-se dentro da roda de santo, formando com esta, um círculo concêntrico. Roda de Santo – Círculo formado em ordem hierárquica para a dança no barracão e que o faz no sentido anti-horário. Roncó – Clausura; Espaço reservado ao recolhimento dos iniciados. Rum – O maior dos três atabaques; dança principal dos orixás; a saída, na iniciação, em que o orixá veste, pela primeira vez, suas roupas rituais e usa suas ferramentas.


Saída – Festa em que o iaô, após o período de recolhimento para a iniciação, sai pela primeira vez, apresentando-se publicamente à comunidade do povo-de-santo.

S

Samba – Dança cantada de origem africana de compasso binário (da língua de Luanda, semba = umbigada). Nome genérico de um ritmo de dança afrobrasileiro. Sapeca – Diz-se de moça muito namoradeira ou assanhada. Diz-se também da criança muito arteira. Sarapatel – Guisado feito com sangue e miúdos de certos animais, especialmente o porco. Sarará – Alourado; Arruivado. Saravá – Palavra usada como saudação nos cultos afro-brasileiros, significa “salve”. Serelepe – Vivo; Buliçoso; Astuto; Esperto. Senzala – Alojamento dos escravos. Sinhá – Corruptela de senhora. Termo originariamente usado pelos escravos africanos para chamarem as mulheres dos seus senhores , chamando , porem, as filhas de sinhazinha ou sinhá moça. Sinhá é gente de boa família , bem educada, gente fina. Sinhô – Corruptela de senhor. Termo originariamente usado pelos escravos africanos para chamarem os seus senhores, chamando, porem, os filhos de sinhozinho ou sinhô moço. Soba – Chefe de tribo africana. Songamonga – Pessoa dissimulada. Sonsa. Débil. Boba. Sova – Dar pancadas com a mão; Espancar. Sunga – Calção. Suspensão – Ato pelo qual o orixá "escolhe"alguém na assistência ou na casa de santo e lhe atribui um cargo.


Sudaneses – Compreende os iorubas da Nigéria ( nagô , ijexá, eubá , quêtu , ibadau , iobu ) os negros do Daomé ( Jejê, etc. ) , fantiashanti da Costa do Ouro , os grupos de outras regiões da Gâmbia ,

S

Serra Leoa,Nigéria , Sibéria , Costa do Marfim , da Malagueta, etc... Entende-se como influência sudanesa , as culturas guineano sudanesas que tiveram o credo muçulmano , fulas , mandingas , haussás e elementos de menor porção. A influência sudanesa no Brasil foi interessante na preeminência intelectual e social. Os Jejês teriam representado alforriados da Bahia para a África. Os nagôs fizeram, na Bahia, Capela dedicada ao Senhor Bom J esus da Redenção. As iguarias mais típicas da cozinha afro-brasileira são presenças nagô, como vatapá e caruru. O cerimonial religioso dos candomblés deve maior percentagem aos nagôs. São iorubas os instrumentos musicais dos candomblés em sua maioria, os ilus (tambores) o agogô, o adjá, o afofiê, o aguê.


Tagarela – Pessoa que fala muito e à toa. Tanga – Pano que cobre desde o ventre até as coxas. Tango – Dança argentina popularizada no Brasil, proveniente do es-

T

panhol “tango” e do Kimbundo “tangu” (pernada), que era uma forma de bailado de negros ao som de tambores e outros instrumentos. Tempero – Elementos que compõem o fundamento religioso, como folhas, pós, sementes etc. Tipóia – Rede usada como transporte; Tecido para descansar o braço. Trambique – Negócio fraudulento; Vigarice; Logro. Tribufú – Maltrapilho; Negro feio. Tú – Diz-se do negro tido como sendo bruto; Boçal; Grosseiro; Oposto ao negro bom e passivo; “...Este samba/que é misto de maracatú/é samba de preto velho/ samba de preto TÚ...”; Pode ser também uma redução de Bantú. Tunda – Surra; Sova; Crítica severa. Tutano – Substância mole e gordurosa no interior dos ossos. Tutú – Maioral; Manda-chuva; Indivíduo valente e brigão; Feijão cozido e refogado ao qual se vai adicionando farinha até dar a consistência de pirão; Dinheiro; Grana. Suborno. 2. Iguaria de carne de porco salgada, toicinho, feijão e farinha de mandioca.


Urucubaca – Azar; Má sorte; Diz-se também de uma praga rogada por pessoa inimiga. Urucungo e/ou Orocongo – sm. Berimbau (instrumento musical).

U

Instrumento de procedência africana, que consiste num arco de madeira, tendo um arame retesado, passado entre as pontas. Numa das extremidades, ou no centro do arame, a presa um pequeno catuto, de forma arredondada, com uma abertura circular. O som e obtido pela percussão da corda com os dedos ou com um vareta (tocado igual a violino) ou uma haste de metal.


Vatapá – sm. Da culinária (comida), iguaria de origem africana, à base de peixe ou galinha, com camarão seco, amendoim etc., temperada com azeite de dendê e pimenta. Virar no santo – Entrar em transe.

V


Xangô – Xangô teria sido o terceiro àlàáfín Òyó - Rei de Oyó filho de Oranian e Torosi Xará – Pessoa que tem o mesmo nome que outra.

X

Xendengue – Magro; Franzino. Xepa – As últimas mercadorias vendidas nas feiras livres, mais baratas e de qualidade inferior; Sobras; Coisa inferior. Xingar – Ofender. Xinxin – Iguaria tradicional da cozinha afro-brasileira. Xirê – Ordem sequencial de cantigas para o orixá; Cantada durante a festa; Em Jorubá significa dançar, brincar. Xodó – Namoro; Amor; Paixão; Sentimento profundo que se demonstra por algo ou alguém; Carinho.


Yá – Mãe Yá agbá – Avó Yemanjá – Ye omo eja = Mãe dos filhos peixe, e/ou ,Yéyé omo ejá ( mãe cujo os filhos são peixes)

Y


Zabumba – Tambor grande; Bumbo. Zambi ou Zambeta – Cambado; torto das pernas. Zanga – Pirraça; Antipatia.

Z

Zangar – Causar zanga (de zangado). Mau humor; Birra; Irritação; Diz-se também de coisa estragada ou azeda. Zanzar – Andar à toa; Sem destino. Ziquizira – Doença ou mal-estar cujo nome não se conhece. Zoeira – Conhece-se também por Azueira; Algazarra; Falatório. Zombar – Tratar com descaso; Escarnecer; Gracejar. Zonzo – Estonteado. Zumbi – sm. Fantasma que vaga pela noite, segundo lenda afro-brasileira. Nota: Nome do herói nacional Zumbi dos Palmares. Zunzum – Boatos; Cochichos; Mexericos.



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