Foto: Hermes Júnior / HJ
CIDADE CRIATIVA DA GASTRONOMIA O TÍTULO FOI RECEBIDO EM 2015, MAS QUEM ATUA NA ÁREA EM PLENO CENTRO HISTÓRICO DE BELÉM DIZ QUE FALTA INVESTIMENTO E UMA VISÃO MAIS AMPLA PARA O SETOR.
Por WANDERSON LOBATO Fotos OTAVIO HENRIQUES E CLAUDIO FERREIRA
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abores e aromas únicos. Peixes de água doce, como o tucunaré, filhote e pescada. Tapioca, tucupi, jambu, queijo do Marajó. Cupuaçu, bacuri, taperebá e inúmeras outras frutas nativas. Já deu água na boca. Junte tudo isso à criatividade e inovação da mesa que une tradição e contemporaneidade; e já se pode vislumbrar a gastronomia da região. Não é à toa que a capital paraense integra a Rede Global de Cidades Criativas, da Unesco, na categoria Gastronomia. O título recebido há pouco mais de quatro anos faz parte de um investimento da Prefeitura na valorização do chamado Gastroturismo, quando o viajante, mais do que visitar pontos turísticos ou apenas conhecer bons restaurantes, tem como foco a gastronomia local, o que também diz muito sobre a cultura e a história de uma cidade. Segundo o site da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
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Cultura), a categoria foi criada em 2004 para promover “a cooperação internacional dentro e entre municípios de zonas urbanas que investem na cultura e na criatividade como aceleradoras do desenvolvimento sustentável, a fim de transformar as cidades em locais mais inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”. Claudia Sadalla, diretora de Negócios da Cia. de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (CODEM), explica que a biodiversidade da floresta amazônica e a nossa cozinha, fruto das influências europeia, indígena e africana, fortaleceram a candidatura da cidade, o que é comprovado em pesquisas. Ela afirma que Belém foi a cidade mais bem-avaliada pelo gastroturismo do país. “O que isso representa para Belém? É uma validação do que a gente já sabe. Somos criativos, empreendedores, trabalhamos com turismo e esse selo vem para validar tudo isso para o mundo. Abre uma janela para que outros países venham para Belém. Para conhecer toda essa gastronomia que estamos lá fora indo contar”, completa.