PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL
MAIO DE 2022 | ANO LXX | Nº 05
FOME BATE ÀS PORTAS DO SEFRAS
Lançada ‘Campanha Doe R$ 1’ para criar o ‘Chá do Padre’ no Rio de Janeiro
PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL
FRATERNIDADES
Rua Borges Lagoa, 1209 CEP 04038-033 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br ofmimac@franciscanos.org.br Ministro Provincial: Frei Paulo R. Pereira Vigário Provincial: Frei Gustavo W. Medella Secretário: Frei Rodrigo da Silva Santos
maio de 2022
MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL “Junho dos dias frios é também tempo da fartura das colheitas, e poderia voltar a ser tempo dos risos e das festas”
Convento da Penha vai sediar XXV Encontro Nacional de Santuários em 2024
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Frades do Espírito Santo se reúnem no primeiro Encontro Regional do ano
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Consagração dos homens a São José
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Frei Fábio lança novo livro de Espiritualidade Franciscana
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Bicentenário da Morte de São Frei Galvão (1822-2022)
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FORMAÇÃO PERMANENTE “Sinodalidade na Espiritualidade Franciscana”, de Frei Fidêncio Vanboemmel
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EVANGELIZAÇÃO
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Conselho das Juventudes se reúne e apresenta passos da retomada
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Canarinhos encantam Campo Grande
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Fome bate às portas do Sefras Convento e Paróquia do Sagrado investem em comunicação
ARTIGO “O nosso Pentecostes”, de Frei Luiz Iakovacz
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DEFINITÓRIO PROVINCIAL
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FORMAÇÃO E ESTUDOS
Reunião de 4 a 6 de maio de 2022
OFM
Frei Alan Leal de Matos será ordenado presbítero no dia 4 de junho
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Ordenação Presbiteral de Frei Josemberg Cardozo
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Ordenação Presbiteral de Frei Junior Mendes
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Frei Massimo: “Acreditamos que essa guerra é uma ferida para todos”
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Frei Ignacio Ceja Jiménez é o novo Vigário Geral
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312
Frei Paulo: “O leitor é aquele que instruiu e que junto caminha”
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“O tesouro de Francisco”, primeiro livro do Ministro Geral
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Novinter 2022: Esperançar a vida a partir de nós
O rescrito do Papa sobre os Irmãos Leigos que podem se tornar superiores maiores
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DO MINISTRO PROVINCIAL
Junho dos dias frios é também tempo da fartura das colheitas, e poderia voltar a ser tempo dos risos e das festas
C
risto, que é a tua vida, está pendurado diante de ti, para que tu olhes para a cruz como para um espelho (...). Se olhares bem, poderás dar-te conta de como são grandes a tua dignidade humana e o teu valor. Em nenhum outro lugar o homem pode aperceber-se melhor do seu valor, a não ser olhando para o espelho da cruz” (“Dos Sermões de Santo Antônio”).
Vinde Espírito Santo!
Nos últimos dias de maio e nos primeiros de junho, as bandeiras vermelhas pelas casas de Santo Amaro da Imperatriz (SC) e região anunciam e preparam a solene
celebração do Divino Espírito Santo. Também no Santuário de Vila Velha (ES), o Divino será saudado com alegres cânticos e celebrações. O Espírito do Ressuscitado, dom de Deus para a vida do Universo, traz alento e vigor às Comunidades Católicas espalhadas pelos quatro cantos da terra. Pentecostes, tempo novo, fraturas curadas, missão revigorada. Graça e gratidão se fundem num consórcio entre o céu, sempre generoso e solidário, e a terra ferida e em busca de consolação.
“Faz escuro, mas eu canto”
Junho dos dias frios é também tempo da fartura das colheitas, e poderia voltar a ser tempo dos risos e das comunicações
MAIO 2022
DO MINISTRO PROVINCIAL
festas. Como temos sentido falta das festas, espaço do encontro, da confraternização. O embrutecimento das relações entre as pessoas e com a natureza tem oferecido, em profusão, notícias que nos assustam e nos levam a descrer da capacidade humana de promover a paz e cultivar o bem. Multiplicam-se relatos de violência, de episódios de racismo, de condenações e punições impostas a partir de decisões particulares, que dispensam a mediação do Estado e abalam os alicerces do respeito e da dignidade que deveriam nortear a convivência na sociedade. Os festejos juninos, as ruas e praças enfeitadas de coloridas bandeirinhas e balões sustentem nossa alegria e esperança; as quadrilhas e danças nos façam gente de mãos dadas numa ciranda que congrega e inclui; as fogueiras em louvor a São João nos façam redescobrir a beleza e a alegria, mesmo nas noites mais escuras e que cada um possa, corajosamente, repetir: “Faz escuro, mas eu canto” ( Thiago de Mello, 1965).
Santo Antônio, amigo dos pobres
Junho é o tempo de recordar as maravilhas de Deus, operadas na vida de Santo Antônio. Tempo das rezas e das trezenas, das bênçãos e procissões, dos responsos e sermões. O santo do mundo inteiro tem lugar especial na devoção popular, especialmente entre os mais simples. Pode haver senões acerca da sua identidade com o jeito de ver o mundo inaugurado por Francisco e Clara, que o ainda Fernando de Bulhões quis experimentar há oitocentos (800) anos; mas unânimes são as vozes a exaltar sua identificação e cuidado com os mais sofridos do seu tempo. Identificação facilmente percebida nas promessas e pedidos, na certeza de socorro e amparo que leva tantas pessoas a buscar sua intercessão. Nossas Fraternidades possam reviver tal cuidado e possam promover, além das celebrações, ações que evidenciem aquelas características que aproximam Antônio de Francisco: a intimidade com o Senhor e sua Palavra e, sobretudo, o cuidado com o injustiçado e desvalido.
Fazer bonito com o chapéu alheio
O grande intercessor Santo Antônio deverá, como propõe a oração dos Santos registrada no Missal Romano, ser também exemplo para o povo fiel. Os santos são apresentados a nós como intercessores e a eles podemos confiar nossas dores e apresentar nossos rogos. Em igual grandeza, os que alcançaram a glória comunicações MAIO 2022
dos altares são colocados diante de nós como modelos a serem imitados, para que todos, seguindo seus exemplos, possamos participar com eles da plenitude da vida. Tal provocação me faz recordar o tempo em que, em dias alternados, as turmas do Seminário de Agudos (SP) eram autorizadas a irem ao centro da cidade para compras e lazer. A sujeição adolescente aos ditames da moda, aliada à busca de aceitação que condiciona alguns dos seus comportamentos, fazia com que os seminaristas buscassem se enfeitar a cada saída. Para tanto tomavam emprestado o boné mais novo ou até o tênis mais “invocado”. Desta maneira, alternavam-se os seminaristas, mas os adereços eram os mesmos. Ali se dava o que a sabedoria popular apresenta como comportamento a ser temido “fazer bonito com chapéu alheio”, de modo a evitar aquela desilusão provocada pelo invólucro que não corresponde ao conteúdo. Não seria essa a motivação da sexta Admoestação de São Francisco: “1. Consideremos, irmãos todos, o Bom Pastor, que para salvar suas ovelhas sofreu a paixão da cruz. 2. As ovelhas do Senhor seguiram-no na tribulação e perseguição, na vergonha e na fome, na enfermidade e na tentação e tudo o mais; e por isso receberam do Senhor a vida sempiterna. 3. Por isso é grande vergonha para nós, servos de Deus, que os santos fizeram as obras e nós, lendo-as, queremos receber glória e honra”. (“Sobre a Imitação do Senhor”, Ad 6). Mais do que exaltar os feitos de Santo Antônio, as trezenas e celebrações sejam estímulo e alerta para que nossa vida e escolhas nos levem a percorrer o itinerário da santidade. Aqui quero me valer das palavras do Papa Francisco em recente cerimônia de canonização: “Às vezes, insistindo muito sobre o nosso esforço para praticar boas obras, criamos um ideal de santidade demasiado fundado em nós mesmos, no heroísmo pessoal, na capacidade de renúncia, nos sacrifícios feitos para se conquistar um prêmio. Deste modo fizemos da santidade uma meta inacessível, separamo-la da vida de todos os dias, em vez de a procurar e abraçar na existência cotidiana, no pó da estrada, nas aflições da vida concreta e, como dizia Santa Teresa de Ávila às suas irmãs, ‘entre as panelas da cozinha’. Ser discípulo de Jesus e caminhar pela via da santidade é, primeiramente, deixar-se transfigurar pela força do amor de Deus. Não esqueçamos o primado de Deus sobre o próprio eu, do Espírito sobre a carne, da graça sobre as obras” (Papa Francisco 15/05/22).
São Francisco prega às aves, de Antonio Carnicero, Museu do Prado
DO MINISTRO PROVINCIAL
Laudato Si’
Ao terminar mais uma mensagem mensal recordo o sétimo aniversário de lançamento da Laudaro Si’, celebrado no último dia 24. Desde a escolha do nome que evidenciaria o matiz do seu pontificado, o Papa Francisco revela sua admiração pelo jeito de Francisco e Clara olharem o mundo e, repetidas vezes, convida o mundo a perseguir este mesmo olhar. Do conjunto de suas Encíclicas, tanto a Laudaro Si’ como a Fratelli Tutti exaltam a herança do movimento franciscano e sua relevância para que a humanidade, em comunhão inapelável com todo ser criado, possa resgatar a dignidade ofendida pela ganância, pela negação da fraternidade e toda sorte de violência. A expressão “cuidado com a Casa Comum” sintetiza o esforço de todos para que o mundo volte a ter a configuração de uma “Terra sem Males”. Convido os irmãos e Fraternidades a assumirem a dimensão da Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) como compromisso gerador de atitudes e escolhas que evidenciem a proposta de vida que livremente abraçamos. Infelizmente, nem todas as Fraternidades conseguiram identificar um dos irmãos para motivar os demais irmãos a promover a dimensão JPIC a partir das nossas presenças. A fim de equacionar tal dificuldade, convido a todos os irmãos que se dediquem ao estudo da Laudato Si’; as Fraternidades possam rezar através das motivações que ela exala; que suas letras inspirem nossa vida para que possamos louvar ao “Senhor por nossa irmã, a mãe
terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras”.
Oração pela nossa terra
Deus Onipotente, que estais presente em todo o universo e na mais pequenina das vossas criaturas, Vós que envolveis com a vossa ternura tudo o que existe, derramai em nós a força do vosso amor para cuidarmos da vida e da beleza. Inundai-nos de paz, para que vivamos como irmãos e irmãs sem prejudicar ninguém. Ó Deus dos pobres, ajudai-nos a resgatar os abandonados e esquecidos desta terra que valem tanto aos vossos olhos. Curai a nossa vida, para que protejamos o mundo e não o depredemos, para que semeemos beleza e não poluição nem destruição. Tocai os corações daqueles que buscam apenas benefícios à custa dos pobres e da terra. Ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa, a contemplar com encanto, a reconhecer que estamos profundamente unidos com todas as criaturas no nosso caminho para a vossa luz infinita. Obrigado porque estais conosco todos os dias. Sustentainos, por favor, na nossa luta pela justiça, o amor e a paz. Paz e Bem! Frei Paulo Roberto Pereira MINISTRO PROVINCIAL
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formação permanente Imagem: Piero Casentini
Sinodalidade na espiritualidade franciscana Frei Fidêncio Vanboemmel
A
Igreja está perfazendo um caminho sinodal, iniciado no dia 09 de outubro de 2021, que se concluirá em outubro de 2023. Na abertura do Sínodo que trata da “SINODALIDADE”, o Papa Francisco pediu uma Igreja “diferente”, uma Igreja que supere “visões verticalizadas, distorcidas e parciais”, e que “necessita de mudança estrutural para uma Igreja “sinodal”, como um lugar aberto, onde todos se sintam em casa e possam participar”. E ainda: “O Sínodo oferece-nos a oportunidade de nos tornarmos uma Igreja da escuta: uma Igreja da proximidade, que estabeleça, não só por palavras, mas com a presença, maiores laços de amizade com a sociedade e o mundo”. Por isso, a assembleia
comunicações MAIO 2022
convocada pelo Papa Francisco tem como tema: “Por uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e Missão”. Enfim, “fazer sínodo significa caminhar pela mesma estrada, caminhar em conjunto”. Neste caminhar ao encontro do Senhor e falando sobre o Sínodo, o Papa Francisco destacou três verbos: “encontrar, escutar, discernir”. Tendo presente as interpelações fundamentais do Papa Francisco, aqui pretendo lançar um breve olhar sobre São Francisco e Santa Clara de Assis e neles buscar alguns elementos-chave da forma como eles viveram a sinodalidade num contexto medieval, com a nobre missão de restaurar a Igreja de Deus, enraizados na forma de vida segundo o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. “Em Clara e Francisco, a nobre e o burguês, é o mundo feudal em crise que se encontra. Juntos vão lutar, e
lutar muito, por encontrar um caminho novo de consagração” (Frei José Antônio Correia Pereira, Santa Clara de Assis, época – carisma – espiritualidade, Ed. Franciscana, p. 76).
1. SINODALIDADE NO OLHAR DE SÃO FRANCISCO.
No ano de 1209, Francisco de Assis e seus primeiros companheiros se dirigiram a Roma para dialogar com o Papa Inocêncio III e apresentar-lhe um projeto de vida fundamentado principalmente no Santo Evangelho (cf. 1Cel 32). Em espírito de sinodalidade, o Santo de Assis apresentou à Igreja uma forma de vida que, por sua vez, também nasceu no espirito da “sinodalidade” entre os irmãos dados pelo Senhor que, na diversidade, se encontram, escutam a Palavra do Senhor e fazem dessa escuta o discernimento: “É isso
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formação permanente que queremos” (cf. 1Cel 22 e AP 10-11). Na medida que a fraternidade foi crescendo, os irmãos foram enviados em missão, mas com o compromisso de se encontrarem periodicamente nos “capítulos” para juntos “discutir a maneira como pudessem fielmente observar a Regra” (LTC 57). Capítulo é expressão da sinodalidade. Fazer ou celebrar o capítulo foi exigência vital para a vida e a missão da fraternidade. O capítulo, depois da alegria do encontro e do diálogo fraterno, da eleição dos respectivos ministros e servos, também faz o discernimento acerca dos elementos essenciais da vida: a recepção dos irmãos, a oração, o trabalho, a obediência, a pobreza, a mesa comum, o perdão, a missão e a itinerância. Após o discernimento capitular, os irmãos assumem a missão (direção) animada por uma autoridade chamada “ministro e servo”. A fraternidade é plena quando ela é capaz de viver e espelhar sua sinodalidade. Cada irmão (frade) para Francisco “é um homem de valor, um companheiro necessário e um amigo fiel” (1Cel 24). Esta fraternidade é a soma das virtudes que cada irmão coloca em comum (EP 85). Portanto, é uma fraternidade que cresce, floresce e amadurece na sinodalidade, atenta aos desafios e sinais dos tempos na qual ela se insere. A totalidade da linguagem de São Francisco é sinodal porque brota de Deus e volta para Deus. Ele se faz arauto deste Senhor e deseja construir a sua história em espírito sinodal, dialogando com todos e com tudo, cujo itinerário espiritual culminou no Cântico das Criaturas: “Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas”.
2. SINODALIDADE NO OLHAR DE SANTA CLARA.
Santa Clara compreende a vocação como um “caminhar juntas” com Cristo e em Cristo: “Entre outros benefícios que temos recebido e ainda recebemos diariamente da generosidade do Pai de toda a misericórdia e pelos quais mais
temos que agradecer ao glorioso Pai de Cristo, está a nossa vocação” (TestC 2). ... “Devemos observar o que foi mandado por Deus e por nosso pai, para restituir o talento multiplicado” (TestC 18). Os três verbos sinodais, “encontrar, escutar, discernir”, são perfeitamente conjugados na vida das Damas Pobres do Mosteiro de São Damião: “O Filho de Deus fez-se para nós o Caminho que o nosso bem-aventurado pai Francisco, que o amou e seguiu de verdade. Nos mostrou por palavra e exemplo” (TesC 5-6). “Com algumas irmãs que o Senhor me dera logo após a minha conversão (v. 25)... fomos morar junto à igreja de São Damião, onde em pouco tempo o Senhor nos multiplicou por sua misericórdia e graça (v.31). “O próprio Senhor colocou-nos não só como modelo, exemplo e espelho para os outros, mas também para as nossas irmãs que ele vai chamar para a nossa vocação, para que também elas sejam espelho e exemplo para os outros...” (TesC 19-22). Nas Cartas de Santa Clara a Inês de Praga, ela aponta a vocação sinodal de cada irmã: “Sois esposa, mãe e irmã do meu Senhor” (1Ct 12), e “outra metade da minha alma” (4Ct 1). Vocação que leva cada Irmã a caminhar com a Ordem e com a Igreja: “Não perca de vista seu ponto e partida...” (2Ct 11). “Nisso, para ir com mais segurança pelos caminhos dos mandamentos do Senhor, siga o conselho do nosso venerável Frei Elias, ministro geral. Prefira-o aos conselhos dos outros e tenha-o como o mais precioso dom. Se alguém lhe disser outra coisa, ou sugerir algo diferente, que impeça a sua perfeição ou parecer contrário ao chamado de Deus, mesmo que mereça sua veneração, não siga o seu conselho” (2Ct 15-17). A sinodalidade se faz presente no cotidiano da vida das Irmãs. O acolhimento é sinodal: “Aquela que por divina inspiração deseja abraçar esta forma e vida, deve pedir o consentimento de todas as Irmãs. E se a maioria concordar, poderá recebê-la, com a licença do
Cardeal protetor (RC 2,1ss). Os capítulos são sinodais, tanto os eletivos (RC 4,1-3) como os semanais: “Pelo menos uma vez por semana, a abadessa deve convocar suas Irmãs para um capítulo... aí tratem, de acordo com todas as irmãs, o que for necessário para a utilidade e o bem do mosteiro, porque muitas vezes o Senhor revela à menor o que é melhor” (RC 4,15). O caminho da sinodalidade atinge de forma decisiva toda a Vida Consagrada, particularmente a nossa vocação franciscana para a Fraternidade, expressão máxima da sinodalidade. E como Fraternidade sinodal comungamos com o Papa Francisco, que assim nos interpela: “Neste contexto, a sinodalidade representa a via mestra para a Igreja, chamada a renovar-se sob a ação do Espírito e graças à escuta da Palavra. A capacidade de imaginar um futuro diferente para a Igreja e para as suas instituições, à altura da missão recebida, depende em grande medida da escolha de encetar processos de escuta, diálogo e discernimento comunitário, em que todos e cada um possam participar e contribuir. Ao mesmo tempo, a escolha de “caminhar juntos” constitui um sinal profético para uma família humana que tem necessidade de um projeto comum, apto a perseguir o bem de todos. Uma Igreja capaz de comunhão e de fraternidade, de participação e de subsidiariedade, em fidelidade ao que anuncia, poderá colocar-se ao lado dos pobres e dos últimos, emprestando-lhes a própria voz. Para “caminhar juntos”, é necessário que nos deixemos educar pelo Espírito para uma mentalidade verdadeiramente sinodal, entrando com coragem e liberdade de coração num processo de conversão, sem o qual não será possível aquela «reforma perene da qual ela [a Igreja], como instituição humana e terrena, necessita perpetuamente”. FREI FIDÊNCIO VANBOEMMEL, ex-Ministro Provincial, é Definidor Provincial, moderador da Formação Permanente e assistente nacional da Federação das Clarissas.
comunicações
MAIO 2022
artigo
O
nde começa?! Na caminhada histórica de Israel, Pentecostes é uma festa celebrada em três momentos específicos, mantendo, porém, seu significado etimológico de cinquenta dias depois
da Páscoa. Primeiramente, é uma festa agrária onde se ofereciam os ´primeiros feixes de trigo´, após o plantio primaveril (Lv 23,15-21; Nm 28,26). É a alegria de colher os frutos do ´”suor de seu rosto” (Gn 3,19). Desde então, “Israel não era mais sustentado com o maná do deserto” (Js 5,12). Segundo a Tradição Judaica, Pentecostes significa recordar a Promulgação da Aliança no Monte Sinai, pois, após cinquenta dias da saída do Egito, Israel acampou ao sopé desta montanha ((cf. Ex 19,1). Josué, já na posse da Terra Prometida, renovou a Aliança de Deus com o povo, em Siquém (cf. Js 24,1-28). Por fim, em Pentecostes é celebrada a descida do Espírito Santo sobre os “apóstolos e algumas mulheres, entre elas, Maria, mãe de Jesus e seus irmãos. Eram, ao todo, 120 pessoas” (At 1,14-15). Em Maria, o Evangelho de Lucas mostra uma harmonia esponsal entre o Espírito Santo e ela, desde a concepção de Jesus até o nascimento da Igreja, em Pentecostes. Na anunciação, reverentemente, pergunta como é possível ser mãe e virgem, ao mesmo tempo! O anjo lhe responde, “não tenhas medo, Maria! O Espírito Santo descerá sobre ti a força do Altíssimo e te cobrirá com sua sombra” (Lc 1,35) porque a “Deus nada é impossível” (1,37). Maria é uma judia que conhece a Torah e a pratica, circuncidando seu Filho, apresentando-O ao Templo e participando da festa pascal, em Jerusalém, a partir dos doze anos (cf. Lc 2,21-52). Mãe e Filho tinham o costume de irem à sinagoga todo o sábado (4,16), e Maria O acompanhou até a cruz. (Jo 19,25-27); igualmente, esteve presente em Pentecostes (At 1,14). Podemos dizer que seu ´pentecoscomunicações MAIO 2022
O NOSSO PENTECOSTES tes´ começa na concepção e termina no Cenáculo. Este itinerário mostra-nos que a nossa fé inicia no batismo, pois “é preciso nascer da água e do Espírito” (Jo 3,5), diz Jesus a Nicodemos, que O procurou para conhecê-lo pessoalmenter e sua doutrina. A exemplo deles (Maria e Nicodemos), quando procuramos inquirir as “razões da nossa fé” (1Pd 3,15), estamos iniciando o nosso ´pentecostes´, criando um espaço para que o Espírito Santo atue em nós. A mãe de João Batista, Isabel, em idade avançada e estéril, ao receber a visita de Maria – ficou cheia do Espírito Santo ao ponto da criança se agitar em seu seio e, num grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre” (Lc 1,39-45). Quem sabe...este desejo de mãe era alimentado desde jovem! Quem sabe... com profundo respeito inquiriu o próprio Deus. Quem sabe...neste percurso de fé, começou o seu ´pentecostes´! Os apóstolos, ao anunciarem o Evangelho às nações, se defrontaram com a candente situação da circuncisão/batismo, ao ponto de se reunirem em Assembleia para ´deliberarem a questão. E, após não pequena discussão, decidimos – o Espirito Santo e nós – não vos impor este fardo´ (cf. At 15, 1-29; 5,32). Tal decisão não teria iniciado no Pentecostes cristão em Atos 2,1-41?! O apóstolo Paulo, na sua segunda viagem missionária, estava obstinado em não evangelizar a Europa. Ao contrário, insistiu em permanecer na Ásia Menor. No entanto, ´o Espírito o impeliu´. E, após muita insistência, acolheu o apelo, atravessou a Macedônia e evangelizou Filipos, a primeira comunidade europeia (At 16,6-15). Esta se tornou a ´pupila dos olhos do apóstolo´ e, so-
mente dela, aceitava doações para o sustento de seu trabalho missionário (cf. Fl 4,10-20). São as agradáveis surpresas que o Espírito concede aos que lhe são dóceis. O Espirito Santo é parte integrante na vida de Jesus: no batismo (Lc 3,22), nas tentações (Mt 4,1-11), no início de sua missão na sinagoga de Nazaré (Lc 4,14-18). Jesus O transmite aos apóstolos para estes não se sentirem órfãos (Jo 14,18), para perdoarem os pecados (20,23), para serem testemunhas da Ressurreição (At
1,8). Ele, também, tem a tarefa de recordar tudo o que Jesus ensinou, inclusive, a doutrina que devia ensinar, mas eles (os apóstolos) não a compreenderiam, no momento (Jo 16,12-15). Concluindo, podemos dizer que o ser humano, tanto no corpo como na fé, é um ´homo in fieri´ e um ´homo viator´. Ao chegar o seu calvário, por ocasião da morte, Deus o possuirá por completo, sendo“tudo em todos”(1Cor 15,28). Cristo foi sepultado tão desfigurado que perdeu até sua ´aparência humana´ (cf. Is 52,13-15). Porém, “Deus O ressuscitou “ (At 2,32), glorioso e transfigurado. No percurso da vida, nós nos convertemos e nos renovamos – porém, o arremate final é, exclusivamente Dele, de Deus. Frei Luiz Iakovacz
formação e estudos
ENTREVISTA
FREI ALAN LEAL DE MATTOS
“Ser frade não vale somente a pena, mas vale a vida toda”
A
cidade de Petrópolis, que celebrou no ano passado 125 anos de presença franciscana, vai ver um dos seus filhos se tornar presbítero no próximo dia 4 de junho, Frei Alan Leal de Mattos será ordenado pelas mãos do bispo diocesano de Petrópolis, Dom Gregório Paixão, OSB, na Catedral São Pedro de Alcântara, às 10 horas. Frei Alan vai celebrar a Primeira Missa no dia seguinte, às 11 horas, na Paróquia São Judas Tadeu, na Mosela, em Petrópolis. Natural de Petrópolis (RJ), onde nasceu
no dia 19 de novembro de 1986, Frei Alan ingressou no Aspirantado São Francisco de Assis de Ituporanga (SC) em 2010 e vestiu o hábito franciscano no dia 12 de janeiro de 2012, em Rodeio (SC), onde fez a primeira Profissão no dia 3 de janeiro de 2013. Concluiu o curso de Filosofia em 2015. Fez o Ano Missionário no Convento da Penha, em Vila Velha (ES) e na Paróquia Santa Clara em Colatina (ES), em 2016. Concluiu o curso de Teologia em 2020. Em 19 de dezembro do mesmo ano foi ordenado diácono na Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Petrópolis (RJ). Em 2021 foi transferido para Pato Branco (PR) a serviço da evangelização junto à Paróquia São Pedro Apóstolo e às rádios e TV pertencentes a Fundação Cultural Celinauta. Desde 2022 reside em Curitibanos (SC), onde é comunicações
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formação e estudos
guardião da Fraternidade e auxilia na Paróquia Imaculada Conceição e nas rádios pertencentes à Fundação Frei Rogerio.
Comunicações – Frei Alan, conte
um pouco de sua história de vida? Frei Alan - Falar de si é sempre um desafio, mas vamos lá. Eu nasci em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Fui criado na casa de meus avós, Minervina e Pedro, junto com uma prima chamada Aline. Morávamos, nós e mais minha tia Tânia, mãe de minha prima e, de certo modo, minha mãe também. Minha mãe Sônia morava também em Petrópolis e não muito longe da casa de meus avós. O ambiente em casa era muito religioso. Até minha primeira Eucaristia me recordo de todos irmos à Missa dominical. Mas quando cheguei na adolescência, me afastei da fé. Algumas vezes participava no grupo de jovens por que era requisito para poder jogar bola na quadra da comunidade. Coisas de adolescente. O ambiente familiar passou a ser menos coeso com diversos parentes
comunicações MAIO 2022
passando a frequentar outras denominações cristãs. Mas o respeito e a convivência sempre se mantiveram. Uma das tradições que guardo com alegria no coração era a de toda a família se reunir no Natal para a ceia da véspera. Apesar das diferenças, nos reuníamos para celebrar e rezar como família o nascimento de Cristo, nosso Senhor. Eu era muito aplicado nos estudos e também gostava de jogar vídeogame com os amigos. Durante a juventude fiz alguns amigos que mantenho até hoje. Alguns eram bem participativos nas suas comunidades. Isso chamava minha atenção e contribuiu para o meu retorno à Igreja. Com a vida aparentemente encaminhada, afinal estava quase me formando na faculdade, trabalhando no setor de tecnologia da informação de uma faculdade, tudo parecia estar no seu curso normal. Mas, eu comecei a sentir que faltava algo e comecei a me perguntar o que seria. Após conversas com um amigo meu, chamado Felipe, que era ministro da Eucaristia,
eu percebi que era da vivência na comunidade de fé e resolvi retornar a participar das missas na Paróquia do Sagrado e também na minha comunidade de São Judas Tadeu. Um pouco depois, fiz o curso de catecumenato para receber o Sacramento da Confirmação. Foi durante esse curso que se iniciou meu discernimento vocacional.
Comunicações – Fale mais sobre
esse discernimento vocacional? Frei Alan - Eu nunca havia antes na minha vida pensado na Vida Religiosa Franciscana. Parecia algo distante das minhas capacidades. Mas, durante o curso do catecumenato um dos frades estudantes que acompanhavam o curso me perguntou se eu não gostaria de ser frade. Minha resposta imediata foi: ”Deus me livre! Essa vida não é para mim”. Mas, confesso que a pergunta permaneceu ali como uma possibilidade. Depois de um tempo, após ter recebido o Sacramento da Confirmação, numa Missa dominical, um frade estudante deu um testemunho
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formação e estudos
de sua história vocacional. Era meu conterrâneo, Frei Gustavo Medella. E, ao ouvir a sua história, decidi dar um passo adiante e conhecer melhor a vida de frade.
Comunicações – Ali você sentiu que queria ser frade franciscano? Frei Alan - Ser franciscano me encantou, em primeiro lugar, pela pessoa da São Francisco. Difícil achar alguém que não se encante com a história desse grande homem. Tudo que ele viveu e como ele viveu foram de uma intensidade tão grande que parece que nos arrasta para dentro desse mistério de Deus que ele queria conhecer e amar. Mas um outro aspecto me fez escolher a forma de vida franciscana: a vida fraterna. Recordo vivamente que durante o tempo de vocacionado participei das celebrações do Transitus de São Francisco na Paróquia do Sagrado e naqueles dias, nós, vocacionados, também participamos das celebrações internas dos frades. E eu fiquei encantado com a diversidade de frades, cada uma na sua singularidade, mas reunidos em torno de um mesmo propósito: viver a vida evangélica vivida por São Francisco. Isso para mim foi decisivo e muito marcante. E para essa vida é como o tesouro escondido do Evangelho. Deixamos tudo, vendemos tudo o que temos para possuir esse dom inestimável. Comunicações – Depois de tantos
anos de estudos, você está prestes a ser ordenado presbítero. Fale-nos como está essa expectativa. Frei Alan - Pra ser sincero, está uma mistura de sentimentos. Serenidade, calma, agitação, alegria, apreensão, etc. Acho que isso se dá devido à grandeza do que me é confiado pela Igreja. Como diz São João Crisóstomo, os sacerdotes são os oficiantes dos maiores dons de Deus e isso constitui uma grande responsabi-
lidade diante de Deus e da Igreja. Mas, ao mesmo tempo, sei que isso não depende da minha capacidade. Antes de tudo, Deus nos auxilia com a sua graça e, o que me deixa mais tranquilo, tenho a Fraternidade Provincial que me acompanha com as suas orações e conselhos para exercer esse ministério com a dignidade que ele exige.
Comunicações – O que é ser fra-
de presbítero para você? Frei Alan - Quando penso no presbítero franciscano, a primeira coisa que me vem à mente é a Carta a toda Ordem de São Francisco que diz aos irmãos sacerdotes que todo o querer deles deve ser ordenado para Deus. Buscar antes a vontade de Deus que a minha, dentro do ministério que me é confiado. E isso é difícil, porque é muito fácil confundirmos nossas necessidades, desejos e aspirações como “vontade de Deus”. São Francisco percebe isso e, mais à frente na carta, diz que nada se deve reter para si mesmo, mas deve-se fazer uma doação total de si mesmo a Deus para poder receber aquele que é doação sem limites. Creio que ser presbitério franciscano é permear sua vida com o esvaziamento, a exemplo de Cristo, para que o nosso amor, reverência e adoração estejam de acordo com o mistério que celebramos.
Comunicações – Há espaço para o carisma franciscano no mundo de hoje? Frei Alan - Creio que mais do que espaço, haja uma necessidade do nosso carisma hoje. As váris relações : família, trabalho, amizades etc. se tornaram frágeis por conta das diversas situações sociais e também devido aos anos de pandemia que vivemos. Dar espaço para conhecer as razões do outro, perdoar o outro, não fazer das distinções muros intransponíveis, mas aprender a lidar com elas de modo sereno, construindo pontes
é simplesmente viver a fraternidade como São Francisco a viveu. A contribuição do nosso carisma está nessa necessidade de nosso mundo de nos percebermos novamente como irmãos, de enxergamos o outro a partir do mistério de que somos irmanados em Cristo Jesus e reaprendermos a amar como nosso Senhor nos ama.
Comunicações – Vale a pena ser religioso franciscano? Deixe uma mensagem para os jovens que querem conhecer o carisma franciscano. Frei Alan - Uma coisa que eu sempre digo para mim e quando tenho a oportunidade para os demais é que ser frade não vale somente a pena, mas vale a vida toda. É uma vida pela qual eu sinto felicidade em “gastar” minha vida. Ser frade, viver a vida que o bem-aventurado Francisco viveu pode parecer difícil. Mas uma coisa eu tenho certeza é que os jovens não desejam uma vida fácil, cômoda, mas desejam o desafio. A vida Franciscana é o maior desafio que já tive na vida. Viver o Evangelho é uma aventura pela qual vale a pena se doar inteiramente. E mesmo que todo desafio tenha a sua dificuldade, suas lutas, eu posso dizer: se você, jovem, acha que é possível que Deus tenha te chamado a viver o carisma de Francisco, não tenha medo. Dúvidas, questionamentos, desânimo, todas essas coisas nós todos, frades, vivemos em algum momento. Isso é humano, faz parte de quem nós somos. Mas a graça do Deus Altíssimo nunca nos abandona. Em meio às nossas fragilidades resplandece a força do Altíssimo que brilhou e continua a brilhar em Francisco, Clara, Antônio e tantos outros e que nós também, hoje, desejamos levar essa luz ao nossos irmãos e irmãs. Venha viver essa vida Franciscana também conosco! Entrevista a Moacir Beggo comunicações
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ORDENAÇÃO PRESBITERAL
“O Cordeiro será o seu pastor, Frei Josemberg!”
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a tarde do dia 7 de maio, às 15h, na Catedral de Santo Antônio de Duque de Caxias, Frei Josemberg Cardozo Aranha foi ordenado presbítero pelas mãos de Dom Tarcísio Nascentes dos Santos, bispo desta Diocese. Na presença dos confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, o frade eleito ao ministério presbiteral foi ordenado. Entre os presentes estavam o Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira e o Vigário Provincial Frei Gustavo Wayand Medella, e muitos outros confrades das mais diversas Fraternidades, inclusive Frei Samuel Ferreira de Lima, mestre de noviços na Fraternidade de Frei Josemberg
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e que trouxe consigo dois noviços de Rodeio (SC). A celebração iniciou-se com um clima fresco na Baixada e uma leve garoa. O clima festivo dos frades logo preencheu o presbitério da Igreja Mãe da Diocese de Duque de Caxias, revivendo seus primeiros anos de história.
Dedicada a Santo Antônio, a Catedral na qual aconteceu a ordenação nasceu pelas mãos dos religiosos de nossa Província. As vozes dos Corais dos Canarinhos de Petrópolis se fizeram presentes cantando a liturgia. Logo no início da celebração, Dom Tarcísio acolheu ao Frei Josemberg, seus pais e familiares, e acolheu a todos os frades na pessoa do nosso Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira. O povo de Deus, que acompanha os frades nas Fraternidades locais, Imbariê e Campos Elíseos, e que acompanharam o nascer da vocação de Frei Josemberg, também marcaram presença nesta celebração. Após o Evangelho, Frei Jo-
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semberg se apresentou como candidato à ordenação e Dom Tarcísio prosseguiu. Em sua homilia, o bispo começou por destacar a missão do apóstolo Paulo entre os gentios, a salvação veio para todos e isso é “a superação de uma mentalidade exclusivista que queria reservá-la apenas a Israel, superação que não é fácil nem indolor”. Dito isso, salientou o pedido do Papa Francisco por uma Igreja em Saída. Ao refletir sobre a liturgia que remete à figura do Cristo Bom Pastor, Dom Tarcísio trouxe as imagens do Cordeiro e do Bom Pastor para o centro de sua reflexão: “Aos que se doaram por Cristo durante a sua vida, encontrarão consolo junto ao Cordeiro-Pastor da visão de João. E o Cordeiro será o seu pastor, Frei Josemberg, nessa missão”. Sobre o lema da ordenação, o bispo ainda refletiu: “Elevar as mãos para a oração é um gesto externo, estético, mas elevar o coração é uma atitude interior, não é um movimento de fora para dentro, mas de dentro para fora, e, por isso, de muita entrega”. E prosseguiu, aconselhando o eleito: “A oração alimenta a amizade com Cristo e o seu ministério. Por isso, é importante gastar tempo com a oração, gastar tempo em querer estar com Deus. É do dom total de nossa entrega a Deus que brota a nossa doação ao povo de Deus”. Falou
ainda sobre a dimensão do ministério presbiteral de ser mestre, pastor e guia. Após a homilia, Frei Josemberg foi admitido à Ordem dos Presbíteros da Igreja e deu sua primeira bênção aos pais, gesto de muita emoção! O neopresbítero foi acolhido, então, com um abraço pelos presbíteros, com quem dividirá o ministério e pelos confrades presentes, com quem ele divide a sua caminhada e vocação. Ao final da celebração, Frei Gustavo Medella agradeceu ao bispo local, as comunidades que incentivaram e nutriram a vocação de Frei Josemberg, aos familiares do confrade, aos animadores do SAV provincial, aos missionários e a todos os envolvidos. Muito emocionado, Frei Josemberg agradeceu ao bispo, à Província e aos demais. Porém, um agradecimento lhe embargou a voz: “Deus me deu a graça de pertencer a uma família temente a Deus, trabalhadora, que sempre enfrentou tantos problemas, mas que nunca deixou de se apegar a Deus e a Nossa Senhora. A maior herança, o maior tesouro, a maior fortuna que recebi na vida, foi a fé de meus pais. A vocês, pai e mãe, e a toda a minha família, muito obrigado!”. Os agradecimentos se estenderam também aos demais familiares e aos que de perto ou longe rezaram por sua missão. comunicações
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Primícias de Frei Josemberg
“Levar Deus às pessoas e as pessoas a Deus”, a sua missão O menino travesso da Baixada Fluminense foi acolhido de braços bem abertos pela sua Comunidade de origem, a capela dedicada a São Domingos, que viu-se cheia com a presença dos frades e do povo de Deus para celebrar, juntos com Frei Josemberg Cardozo, a sua Primeira Missa, às 9h, no dia 8/5. O clima solene e festivo foi marcado pela gratidão que toda a Comunidade sentia pelo ‘Sim’ de Frei Berg, como é conhecido: “Ele foi gerado não apenas pela sua mãe, mas por toda a comunidade e, hoje, toda a comunidade se alegra com ele!” Foi na ordenação de Frei Vanilton Aparecido Leme, dia 13 de maio de 2006, em Itu (SP), que Frei Josemberg sentiu-se atraído pela vida franciscana. E em sua primeira Missa, agora como presbítero, foi Frei Vanilton quem fez a pregação. “Hoje nos reunimos com um sentimento comum de Ação de Graças pela ordenação presbiteral de Frei Josemberg. E nada mais significativo do que
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fazer isso em torno à mesa Eucarística e quando a liturgia nos convida a celebrar tendo Jesus como o Bom Pastor”. Seguiu sua reflexão acerca da imagem do bom pastor, recordando as comunidades primitivas e o seu verdadeiro significado: “E quando os primeiros cristãos falam de Jesus como ‘Bom Pastor’, não o fazem, para apresentá-lo como chefe e comandante, mas para destacar sua preocupação pela vida das pessoas, a ponto de chegar a ‘dar sua vida’ por elas”. Seguindo a mesma linha de raciocínio, Frei Vanilton trouxe ainda uma reflexão do Papa Francisco muito pertinente à missão que Frei Josemberg acabara de assumir: “Repito a você, Frei Josemberg, as palavras de nosso Papa Francisco: ‘Que o alimento da sua vida seja alimento para o povo de Deus, sua doutrina, alegria e apoio aos fiéis de Cristo. Que você, pelo Ministério presbiteral, possa levar Deus às pessoas e as pessoas a Deus e, assim, que todos possam continuar construindo a Casa de Deus. Pois o
sacerdócio é a continuidade da obra de Cristo: a Igreja’”. Encerrou sua pregação lembrando o Dia Mundial das Vocações, pedindo ao Cristo Bom Pastor que continue a atrair mais vocações. E, sendo Dia das Mães, não poderia deixar de agradecer à mãe de Frei Josemberg, a senhora Maria Lúcia, pela vida e educação transmitidas ao filho. Num gesto fraterno, relembrando o que o seu pregador fizera contigo em sua primeira Missa, Frei Vanilton abençoou a Frei Josemberg com a bênção de São Francisco de Assis. “Que o Senhor te abençoe e te guarde, te mostre a sua face e se compadeça de ti e te proteja em todos os dias de tua vida, guardando-te fiel no seu amor; E que produzas muitos frutos para o bem da Igreja, da Ordem Franciscana, da tua família e de todas as criaturas Amém!”
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A liturgia seguiu solene, levando todos os presentes à oração. Após a comunhão, a comunidade fez a leitura da biografia de Frei Josemberg, relembrando a sua trajetória e suas histórias junto à Comunidade. Como um gesto de gratidão, a Comunidade colocou novas sandálias nos pés do frade. “Aqui você deu os primeiros passos na fé e aqui você começa uma nova caminhada, nós estamos com você!” Frei Paulo Roberto Pereira, nosso Ministro Provincial, dirigiu algumas palavras à Comunidade e a Frei Josemberg. “Ao chegar aqui ouvi muitos relatos da Irmã Terezinha, Irmã Catequista Franciscana, que muito fez por essa Comunidade. Quando me encontrei com ela, disse-me que estava diferente, ao que respondi que cresci em graça, em virtudes e em estatura para chegar ao céu. Ela me perguntou: ‘E onde é o céu, frei?’. Agora eu respondo: Aqui é o céu, Ir. Terezinha. Nós experimentamos o céu pelo acolhimento que recebemos, porque aqui Deus nos fala, a experiência de hoje é uma experiência de céu. E que o céu se multiplique em nossas realidades e em cada Missa presidida pelo Frei Josemberg”. Frei Paulo ainda refletiu sobre aquilo que Frei Berg disse em sua entrevista: “Você disse que estava calmo, tranquilo quanto à ordenação, mas com medo por reconhecer as suas fragilidades. Na insígnia “JHS” (Jesus Salvador dos Homens), presente nas mãos da imagem de São Domingos, nós reconhecemos o jeito humano de ser de Jesus Cristo, e esse jeito humano salva! Nesse jeito humano de ser do Cristo, nós não nos medimos pelas virtudes, nós nos medimos pelas limitações e nisso somos todos iguais. Obrigado, Frei Josemberg, pelo reconhecimento de suas fragilidades e por assumir essa missão!”. Seus agradecimentos se ampliaram também à Fraternidade local, que, no silêncio, trabalhou para que tudo isso pudesse acontecer. Frei Josemberg, mais uma vez, agradeceu à Província, na pessoa de Frei Paulo, Frei João Reinert e demais confrades. E, em uma homenagem ao Dia das Mães, presenteou a sua mãe com o manustérgio que amarrou as suas mãos em sua ordenação presbiteral. Símbolo de uma tradição já antiga na Igreja. E, como um gesto de reconhecimento da presença materna da mãe de Jesus em sua caminhada, Frei Josemberg consagrou à Virgem de Fátima o seu ministério. Frei Gilberto Silveira da Costa Junior (texto) e Frei Roger Strapazzon (fotos) comunicações
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ORDENAÇÃO PRESBITERAL
“Que você se encante com esse ministério”, pede D. Wilson a Frei Junior
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elas mãos Dom Wilson Tadeu Jönck, Arcebispo de Florianópolis, durante a Celebração Eucarística no dia 14/5, às 15h, Frei Junior Mendes recebeu o segundo grau do Sacramento da Ordem. “Você é ordenado sacerdote não porque quer. É porque Deus quer. Não foi você que escolheu, mas Deus o escolheu para isso. E todo dia você responderá com fidelidade a este chamado de Deus, que o enviou exatamente para uma função, um ministério dentro da igreja”, exortou o Arcebispo a Frei Junior. O pároco Frei Germano Guesser saudou e acolheu a todos em nome da Fraternidade Santo Amaro e Dom Wilson destacou que a ordenação de Frei Junior era um momento importante para a comunidade. “Temos um só sentimento: de alegria e gratidão. E isso que queremos expressar nesta celebração”, disse. Esse clima festivo e fraternal tomou conta dos paroquianos de Santo Amaro da Imperatriz (SC), dos frades da Província da Imaculada, entre eles o Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira, dos religiosos e religiosas, seminaristas, que se reuniram na bela Matriz de Santo Amaro para, juntos, celebrarem a ordenação presbiteral deste jovem santo-amarense. Presentes também os paroquianos da Paróquia São Francisco de Chopinzinho (PR), onde atualmente reside Frei Junior. O ordenando esteve acompanhado na procissão de entrada por seus pais Ganilton Mendes e Maria de Lourdes Mendes. Dom Wilson, em sua homilia, ressaltou que o presbiterado, “isto é, o tornar-se padre, nós entendemos quando olhamos aquilo que é mistério da encarnação. Cristo, que é Deus, se torna um ser humano para nos
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trazer uma grande mensagem: uma mensagem de salvação. Algo que dê sentido à nossa vida, que é algo novo para todos nós. É o que Cristo veio realizar neste mundo”. “Não há nada mais grandioso e mais realizador do que esse mistério da encarnação de Deus: se fazer homem, se fazer um de nós e nos salvar”, enfatizou. Para Dom Wilson, entre esses batizados alguns são chamados pelo próprio Deus para se dedicarem exclusivamente a esta missão, que foi a missão do próprio Cristo. “E estes são os sacerdotes, os padres, que estão a serviço de Deus como Cristo estava a serviço de Deus. Servem a Deus servindo à comunidade, colocando-se a serviço de todos. Cristo veio para todos. Aqueles que O Conhecem, aqueles que O aceitam e aqueles que O rejeitam. Veio para estes também. É para estes, diácono Junior, que que você se torna sacerdote para chegar a todos eles e fazer da sua vida aquilo que Cristo fez de sua vida
terrena: fazer o bem a todos e aproveitar cada minuto de sua vida para, com palavras, com testemunho, servir aos outros naquilo que Deus quer acontecer no coração de cada um. Essa será sua vida de padre”, ensinou o Arcebispo. “ E nos alegramos muito, Frei Junior, por sua generosidade e sua disponibilidade. E Pedimos que Deus fortaleça esta sua convicção, fortaleça esta sua generosidade por hoje e por todos os dias de sua vida”, concluiu.
O RITO
O rito da ordenação presbiteral começou antes da homilia de Dom Wilson, com a chamada do candidato. O guardião da Fraternidade São Francisco de Chopinzinho, Frei Olivo Marafon, fez o pedido ao bispo para que ordenasse Frei Junior. Segundo Frei Olivo, ouvindo os testemunhos dos paroquianos de Chopinzinho e dos formadores da Província, “dou testemunho que ele foi considerado digno para o ministério presbiteral”.
Depois, de joelhos, Frei Junior colocou suas mãos nas mãos do bispo e prometeu obediência a ele e ao seu legítimo superior. Em seguida, prostrado, em sinal de total dedicação a Deus, o eleito e toda a assembleia cantaram a “Ladainha de Todos os Santos”, pedindo assim a intercessão daqueles que nos precederam na fé. Veio, então, o momento central da ordenação: a imposição das mãos e a Prece da Ordenação. Terminado este momento, Frei Junior recebeu as vestes de presbítero (casula e estola), trazidas pela tia Luzia e o primo Paulo Sérgio. Frei Junior foi revestido dos paramentos próprios do presbítero com a ajuda de Frei Josemberg Cardozo Aranha, colega de turma, ordenado na semana passada. O bispo, agora, ungiu com o óleo da crisma a palma das mãos do novo presbítero e amarrou suas mãos, que foram desatadas pelos pais. Frei Junior, então, deu a sua primeira bênção aos pais, enquanto era saudado pela assembleia. Em seguida, seus pais
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carregaram em procissão o cálice e a patena e Frei Junior recebeu das mãos de Dom Wilson o cálice para trazer Cristo Eucarístico às pessoas. Terminado o rito, Frei Junior já pôde participar como concelebrante da Eucaristia.
AGRADECIMENTOS
Frei Jeâ Paulo, animador vocacional da Província, explicou que durante toda esta semana uma grande equipe de missionários esteve na Paróquia de Santo Amaro realizando uma Semana Vocacional. “Essa celebração é, então, todo o coroamento do trabalho que foi realizado. Aqui é o testemunho de vocações: a vocação matrimonial, a vocação religiosa e a vocação presbiteral”, disse, convidando os vocacionados e seminaristas para se colocarem no presbitério, lembrando com isso a necessidade de rezar pelas vocações. Em nome dos frades da Província da Imaculada Conceição, o Ministro
Provincial Frei Paulo Roberto Pereira resumiu esse momento: Gratidão. “Muito obrigado Dom Wilson, religioso que é de uma família religiosa também. O sr. sabe que pode contar com a Família Franciscana e nós temos a pretensão de servir à Igreja e oferecer aquilo que a gente tem que é a fraternidade. A palavra sinodalidade, traduzida no dia a dia das nossas casas, é fraternidade também. Então, muito obrigado por sua fraternal bondade em oferecer para o serviço da Igreja mais um irmão nosso agora no ministério presbiteral”, disse. Frei Paulo agradeceu à comunidade paroquial que gerou tantas vocações. “Muito obrigado pela vocação do Frei Junior, nascido aqui nesta comunidade. Vocação nascida na vivência com vocês. Então, é a comunidade que gera vocações. Rezemos para que nossas famílias e comunidades continuem a gerar vocações”, pediu.
“Obrigado ao Junior pela decisão de ser frade franciscano e de servir a Igreja a partir do ministério ordenado. E obrigado por nos trazer a Santo Amaro”, agradeceu. Nos seus agradecimentos, Frei Junior agradeceu a Deus, à comunidade e à família pela vocação. Ele agradeceu a Dom Wilson que o ordenou e ao Ministro Provincial Frei Paulo. E fez um agradecimento especial: “O meu abraço e respeito a todos os frades que me acompanharam nesses doze anos de caminhada formativa”. Dom Wilson, antes da bênção final, disse: “Gostaria de cumprimentar a Ordem Franciscana por esta festa, por mais um padre, e agradecer pela presença na nossa Arquidiocese: Muito, muito obrigado!” Moacir Beggo (texto) e João Augusto de Farias, PELA PASCOM DA PARÓQUIA DE SANTO AMARO (FOTOS)
Primícias de Frei Júnior
“Ame seu sacerdócio”: o convite a Frei Júnior na sua primeira Missa Numa bela manhã, entre os vales e montanhas de Santo Amaro da Imperatriz, ressoou uma nova voz presidindo uma Celebração Eucarística: era a de Frei Júnior Mendes, que no dia 15/05 presidiu sua primeira Missa em sua cidade natal. A celebração iniciou às 10h com um costume que, com certeza, ajudou muito Frei Junior em sua caminhada: comunicações MAIO 2022
a oração pelas vocações! Uma dezena pedindo a Deus santas e novas vocações nas comunidades. Em seguida, a procissão de entrada prefigurou uma garantia a Frei Junior: que nunca estará só em sua missão presbiteral, pois desde a primeira Missa contou com a presença de muitos frades. Frei Gabriel Dellandrea, do Serviço de Animação Vocacional, após o Evan-
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gelho lembrou a todos um costume: na primeira Missa de um novo presbítero, um irmão no presbiterado com mais experiência é convidado a pregar. E Frei Junior escolheu Frei Leandro Costa, que atualmente mora na fraternidade franciscana junto ao Santuário Frei Galvão, em Guaratinguetá/SP. O frade iniciou a reflexão afirmando que ficou surpreso com o convite. “Normalmente chamam alguém com muito mais experiência. E eu tenho apenas três anos de padre. Mas estou muito feliz por estar presente deste modo neste momento muito importante de sua vida, caro Frei Junior”. Em seguida, comentou sobre o lema de ordenação que o neo-presbítero escolheu: “Seu lema diz onde seu amor deve se endereçar. Nas pessoas. Em homens e mulheres ora chegarão a ti, sedentos de amor. Outros que você deverá levar o amor. ‘o amor não é amado!’ É por isso que os sacerdotes
são ungidos pelo Espírito Santo para serem ‘pessoas sacerdotais’, e não apenas para exercerem algumas funções sacerdotais. Este amor que você é chamado a viver é serviço. É missão! Não é tão somente um sentimento. É uma expressão amorosa que se dará nos sacramentos a serem administrados. Mas também naquela postura de lavar os pés. Assim seguiu este preceito. Depois atingiu seu auge. Quando Jesus Cristo se doou na cruz”. Sobre este sentimento, o frade continuou a sua fala convidando a todos para dizerem ao ordenando: “Frei Júnior, ame o seu sacerdócio!”. Ele finalizou a homilia convidando os pais de Frei Junior a entregarem a ele uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, afirmando: “Você foi ordenado próximo ao dia de Nossa Senhora de Fátima. Nessa imagem, a recordação dessa valorosa proteção. Que ela lhe acompanhe nesta missão. A ela, consa-
gre seu ministério. Que ela lhe encaminhe ao amor”. O povo confirmou a emoção deste momento com uma calorosa salva de palmas. A celebração continuou normalmente, num clima alegre e festivo. Após a comunhão Frei Gabriel lembrou que “Santo Amaro da Imperatriz não é só um lugar de vocações, mas um lugar de cultivo de vocações”, e por isso apresentou os dois aspirantes, Cristian Cavalcante Rodrigues de São Paulo (SP) e Lucas Rinaldi de Curitibanos (SC), que por alguns meses viverão na Fraternidade Franciscana a experiência de FAV (Fraternidade de Acolhimento Vocacional). Frei Paulo Roberto Pereira, Ministro Provincial, tomou a palavra e agradeceu a toda a Paróquia pelo empenho. Por fim, fazendo um agradecimento especial a todos os missionários que durante a semana realizaram atividades na missão vocacional, chamou-os à frente e pediu ao povo uma salva de palmas por esse grupo que, com carinho, preparou espiritualmente toda a Paróquia para este momento. Por fim, antes da bênção final, Frei Junior agradeceu a toda a Paróquia pelo carinho e empenho em sua ordenação, convidando a todos para que rezassem por ele. Frei Gabriel Dellandrea comunicações
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Leitor é o anunciador não de suas próprias palavras, mas da Palavra do Senhor que passou por este mundo fazendo o bem e anunciando o Reino”. Foi com esta motivação que o Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, acolheu sete novos leitores na Província da Imaculada Conceição durante a Oração da Liturgia das Horas, no dia 21 de maio, às 8h, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ). São eles, Frei António da Silva
Frei Paulo: “O leitor é aquele que instruiu e que caminha junto” Manuel, Frei Bernardo João Cassinda, Frei Daniel Kahuvi Tchitumba Tchikeva, Frei Domingos Cacanda Soma, Frei Elias Hebo Luís, Frei Evaristo Seque Joaquim e Frei João Manoel Zequinatto. Os novos leitores residem na Fraternidade do Sagrado e cursam o segundo ano de Teologia no Instituto Teológico Franciscano (ITF). Após a recitação dos salmos, Frei Paulo proclamou a leitura de Deuteronômio (6,3-9). Iniciou sua reflexão fazendo memória da participação dos frades na Ordenação Presbiteral de Frei Josemberg Cardozo Aranha. Segundo ele, na ocasião o bispo da Diocese de Duque de Caxias (RJ), Dom Tarcísio Nascentes dos Santos, fez uso de palavras para exortar e nos situar naquela celebração, mas também para motivar toda a Igreja a ser ministerial. O Ministro lembrou que depois do bispo usar as próprias palavras, ele então leu uma comunicações MAIO 2022
das homilias sugeridas no rito. “Eu vou imitá-lo”, disse, ressaltando que o ritual de Instituição do Leitorado oferece o teor de toda a celebração.
O LEITOR É A ‘TROMBETA DO EVANGELHO’
“O Ministério do Leitor nasce da missão do próprio Jesus Cristo. Após ter ensinado todas as coisas confiou a sua igreja o anúncio do Evangelho a toda criatura. A raiz do Ministério do Leitorado brota e vigora dos ensinamentos de Jesus. O Leitor é o anunciador não
de próprias palavras, mas da Palavra do Senhor, que passou por este mundo fazendo o bem e anunciando o Reino. Tornando-vos leitores ou proclamadores da Palavra de Deus, ireis colaborar na missão. É um ministério especial dentro do povo de Deus”, explicou. Para Frei Paulo, a especialidade não nos distingue e nos coloca acima de ninguém. “Quando se trata de povo de Deus a motivação que sustenta é a paridade, a igualdade, ou para nós, a fraternidade. Então, a especialidade que temos é para sermos ainda mais irmãos. Ser irmão, ainda que um irmão especial”, ensinou. Discorrendo sobre as funções do Leitorado, o Ministro Provincial destacou que os novos leitores deverão proclamar a Palavra de Deus na assembleia litúrgica. No entanto, lembrou que a função do ministro ordenado tem se restringido cada vez mais ao
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culto, sendo esta uma função destacada, porém, se faz necessário instruir as crianças e os adultos na fé, como também na preparação para receberem dignamente os sacramentos. “O leitor é por missão catequista daquilo que a palavra tem de mais precioso: aquele que instruiu e que junto caminha”, frisou. “Anunciareis a boa nova da salvação a todos os que ainda a ignoram. O proclamador da Palavra, o anunciador, o Leitor ele é trombeta do Evangelho, a exemplo de Santo Antônio. É alguém que destemidamente com profecia, sobretudo nestes tempos que vivemos, assume a profecia de anunciar a Palavra”, sublinhou.
“O HOMEM QUE ANUNCIA A PALAVRA É ANTES DE TUDO UM HOMEM QUE CRÊ”
Para Frei Paulo, quando nos dispomos a anunciar aos outros a Palavra, juntos, numa união indefectível, nós todos somos chamados a cultivar a docilidade do Espírito do Senhor. “O leitor, catequista, proclamador, profeta, que porta consigo a Palavra, ele é antes de tudo alguém que se abre a moção do espírito. Não falamos palavras
nossas, não são nossas por lavras, nós não as escrevemos, mas são palavras nossas porque nossa é a mesma fé. O homem que anuncia a palavra é antes de tudo um homem que crê”, revelou o Provincial. A exortação do Shemá, -texto do Deuteronômio que apresenta a tradição do povo judeu-, lembra de ouvir o Senhor, de obedecer. Segundo Frei Paulo, a partir de nossa fé nós cremos e levamos adiante a sua Palavra, o seu projeto de vida. “E onde estivermos, sentados, levantados, dentro de casa ou fora dela, como nos instrui o Deuteronômio, a partir de nossa fé, devemos falar, anunciar e proclamar a Palavra do Senhor. Seja esta a grande motivação que nós todos partilhamos com estes nossos irmãos que agora recebem o ministério do leitorado”, concluiu.
Na sequência, deu-se início ao rito da Instituição de Leitores. Chamados nominalmente pelo mestre e Definidor Provincial Frei Marcos Antônio de Andrade, os candidatos aproximaram-se do presbitério. O Ministro Provincial então rogou a Deus que derramasse a graça da sua bênção sobre estes seus servos, escolhidos para o ministério dos Leitores. “Concedei que meditando assiduamente a vossa Palavra, sejam nela instruídos e fielmente a anunciem aos seus irmãos”, pediu. Cada frade recebeu a Palavra de Deus com a recomendação de anunciá-la fielmente para que ela frutifique cada vez mais viva no coração dos homens. Com essa celebração, os sete frades tornaram-se leitores instituídos para proclamar e anunciar a Palavra de Deus junto às comunidades. A celebração que foi transmitida pelas redes digitais da Paróquia do Sagrado e Província Franciscana teve continuidade com a oração do cântico evangélico, preces e bênção final. Frei Andrei Nascimento dos Anjos (fotos) e Frei Augusto Luiz Gabriel (texto) comunicações
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Novinter 2022: Esperançar a vida a partir de nós
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pós 2 anos impedidos pela pandemia da Covid-19, ocorreu no Noviciado São José em Rodeio (SC) o primeiro Novinter de 2022. Nesse encontro estiveram presentes 41 noviços vindos da Ordem dos Frades Menores, Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, Dehonianos e das Irmãs da Divina Providência, oriundos de 5 países da América Latina e 1 país da África e de 17 Estados da Federação e contou com a assessoria do Frade Carmelita Frei Ivani Pinheiro Ribeiro. Com o tema “Esperançar a vida a partir de nós”, foram tradados assuntos que versavam desde o relacionamento interpessoal na vida consagrada, autoconhecimento, conflitos internos até a dimensão do Eu e da saúde mental. Houve também vários momentos de interação, como partilhas, testemunhos e encenações, em que cada grupo tra-
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balhou um aspecto da mente humana e comportamental. Apesar de os temas tratarem de assuntos sérios, houve muita descontração e sintonia entre os noviços das diversas Congregações e Ordens, a prática esportiva e o clima de amizade fortaleceram laços onde todos puderam experienciar que a vida consagrada é, sim, um caminho de alegria e de esperança. Na noite do dia 28/4, os noviços participaram de um animado recreio festivo, em que cada um pôde conhecer um pouco da história e origem das Congregações e Ordens, e nessa alegria partilhar um pouco de suas escolhas vocacionais. Na sexta-feira, dia 29 de abril de 2022, todos os participantes subiram até o Eremitério Beato Frei Egídio para um momento de deserto e reflexão pessoal sobre tudo o que foi vivido e, na Missa de encerramento, puderam partilhar as suas impressões
sobre os dias do Novinter. Após o almoço com um clima não de adeus, mas de um até logo, todos os participantes voltaram para suas casas de formação, já na expectativa do próximo Novinter a ser realizado em agosto, também na cidade de Rodeio.
Segue alguns testemunhos dos participantes: Leonardo Generali Lopez noviço Dehoniano “O Novinter 2022 foi um tempo de formação, vivência fraterna e de oração comum. Com temáticas intensas sobre o processo de autoconhecimento, descobrimos em ricas partilhas, as realidades de cada noviço e noviça em suas instituições e vida pessoal a respeito dos temas trabalhados, além da própria partilha de carismas. Para nós, Dehonianos, participar do Novinter com os irmãos OFM, OFM-
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Frei Patryck Moreira do Nascimento, noviço Capuchinho “Este primeiro Novinter realizado presencialmente depois de dois anos sem ser realizado, por conta da Covid, foi um momento muito fraterno. Ter este contato físico com as outras Congregações e Ordem é sempre um enriquecimento para mim e para todos, com certeza”. Os temas abordados pelo Frei Ivani foram de grandes aprendizados de aprofundamento e conhecimento pessoal. Temas sérios e, por vezes, polêmicos, mas muito reais em nossa vida religiosa. Por fim, foi uma semana de muita alegria e de muito aprendizado. A frase que fica para mim é, se conheça mais. Em Francisco e Clara, Paz e Bem! ” Cap, Irmãs da Divina Providência e com o assessor carmelita, foi, com toda a certeza, providencial tanto com o tema proposto, quanto com a troca
de experiências. Em síntese, foi um período de perceber a graça de Deus em nossa humanidade. Somos gratos ao Senhor por estes momentos.”
Frei Samuel Cavalcanti do Amaral (texto) e Noviços (fotos)
COMUNICADO DA PARÓQUIA DO SAGRADO Estimados paroquianos e sociedade de Petrópolis, venho por meio desta informar sobre o furto de dutos da tração pneumática que faz parte do centenário Órgão de Tubos da Igreja Sagrado Coração de Jesus. Foram furtados 130 tubos de chumbo e antimônio de 3,5 metros de comprimento, por 8mm de espessura, pesando aproximadamente 80kg. Não foram vistos os ladrões e até o momento não há suspeitos. No dia 26 de abril de 2022, a falta do material foi notada por Frei Lauro Both, o organeiro responsável pelo restauro do órgão. Foi feito boletim de ocorrência na Polícia Civil e faremos a comunicação oficial ao Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). Os tubos foram furtados do coro da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, situada na Rua Montecaseros, 95, bairro centro, Petrópolis.
Estamos encaminhando, com urgência, medidas para aumentar a segurança do coro da Igreja, onde está o órgão de Tubos. O órgão passa por um restauro geral, já que foi muito danificado pela ação de cupins. O restauro está caminhando para a fase final com a contribuição
generosa de muitos benfeitores e o furto dos dutos trouxe uma dificuldade adicional que vai gerar mais trabalho e mais custos. Frei Jorge Paulo Schiavini PÁROCO DA PARÓQUIA E GUARDIÃO DO CONVENTO DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
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Convento da Penha vai sediar XXV Encontro Nacional de Santuários em 2024
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Santuário de Nossa Senhora da Penha, em Vila Velha, vai sediar o XXV Encontro Nacional de Santuários em 2024. A escolha aconteceu no dia 19/05, durante o Encontro dos reitores dos principais santuários do Brasil, relizado em Florianópolis (SC). A Província Franciscana esteve representada pelos reitores Frei Walter Ferreira Junior (Santuário Santo Antônio, RJ), Frei Diego Atalino de Melo (Santuário Frei Galvão, Guaratinguetá, SP) e Frei Djalmo Fuck (Convento da Penha, ES). O evento já tem data para acontecer. Será entre os dias 19 e 23 de agosto de 2024 e o tema é: “Peregrinos na esperança”. A missão evangelizadora, sobretudo a evangelização nos veículos de
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comunicação; a importância da história da Igreja e seu papel junto aos fiéis capixabas; o destaque da Festa da Penha e de outros grandes eventos realizados no Estado, são alguns assuntos que devem nortear os trabalhos. O Reitor do Santuário da Penha afirmou que é uma grande alegria receber os reitores na cidade de Vila Velha em 2024. “Vamos recebê-los com muita alegria, com muita moqueca, com muita festa, muito sol, céu azul, praia e uma temperatura muito boa que dá para tomar um banho de mar gostoso, por isso, quero já desejar: sejam bem-vindos às terras capixabas!”,
animou Frei Djalmo. Ele ainda lembra que o encontro tem um motivo ainda mais especial, é que será a 25ª edição. “Esse encontro vai ser mais marcante ainda por ser o encontro jubilar, ou seja, o 25º encontro vai ter sua sede em terras capixabas, o que nos alegra de forma indescritível”, lembrou o frade. Frei Djalmo disse que recebeu o anúncio da escolha de forma surpreendente. “Para mim foi uma grande surpresa! Entre tantos Santuários de várias cidades do país, agora a atenção toda vai se voltar para o Espírito Santo, mais precisamente para o nosso Convento. Nós apresentamos um vídeo elaborado pela equipe de comunicação do Convento e assim que assistiram, escolheram nosso Convento. Eu tenho certeza que será um momento singular e inesquecível para a história da Igreja no Estado. Vamos ter muito trabalho pela frente para preparar todo o encontro. É como arrumar a casa para receber visita”, explicou. Assessoria do Convento da Penha
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Frades do Espírito Santo se reúnem no primeiro Encontro Regional do ano
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s frades do Espírito Santo se reuniram no dia 16 de maio para o primeiro Encontro Regional das três Fraternidades Franciscanas, compostas pela Paróquia Santa Clara (Colatina), pela Paróquia Nossa Senhora do Rosário (Vila Velha) e do Convento da Penha. O Regional aconteceu no Santuário do Divino Espírito Santo, no Centro da cidade canela-verde, e contou com a presença do Vigário Provincial Frei Gustavo Medella; do Definidor Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel e dos freis que trabalham onde a Província atua no Estado. O encontro é o primeiro deste triênio e também o primeiro em toda a Província. Nesta ocasião, os freis apresentaram as realidades de cada casa e os principais acontecimentos, sempre de acordo com os Estatutos Particulares da Província, que destaca seus artigos no intuito de planejar suas atividades comuns, celebrar os eventos da vida franciscana e do Regional e compartilhar documentos da Igreja, da Ordem e da Província. Segundo Frei Gustavo, o Encon-
tro Regional é um espaço muito apreciado e muito importante da vida provincial, da Formação Permanente, porque é uma ocasião de os frades se encontrarem, partilharem a vida, fazerem também um momento de estudo, a partir da região onde estão presentes. “Aqui, no Espírito Santo, temos a oportunidade de reunir os frades que atuam na missão evangelizadora de três Fraternidades, por dois ou três dias, com o objetivo de estudar aquilo que é próprio da nossa vida, da convivência fraterna, como Província que somos”, enfatiza. O Definidor Frei Fidêncio comentou sobre a importância de eleger, neste primeiro encontro, as funções do Regional, sendo elas de coordenador e secretário, com seus respectivos vices. Frei Djalmo Fuck, Guardião da Fraternidade da Penha, foi reeleito como Coordenador Regional; seu vice será Frei Vanderlei Neves, pároco da Paróquia do Rosário. O secretário continuará sendo o Frei Alessandro Dias e o vice, seu irmão, Frei Adriano Dias. “Estamos unindo todos os frades para rever nossa missão, as provocações que vieram do Capítulo Provin-
cial e nos planejando para as atividades deste ano”, afirma o Definidor. O objetivo do Encontro Regional é de partilhar as experiências bem como os desafios de cada Fraternidade, e especialmente, refletir sobre o Plano de Evangelização que vai nortear o trabalho dos frades na Província da Imaculada Conceição. “Esse encontro também vai trazer as diretrizes do plano de Evangelização da nossa Província, ou seja, aquilo que deve nortear o trabalho em nossas diferentes frentes, seja nas paróquias ou santuários, na educação, seja nos meios de comunicação, seja no serviço social, temos diretrizes comuns que orientam todas as nossas atividades e cada atividade, por sua vez, vai fazer o seu plano operacional”, explica Frei Fidêncio. Os freis também partilharam as celebrações dos centenários da Província e da Ordem. Os acontecimentos onde há presença franciscana no Estado e fizeram apontamentos com planejamentos comuns. O próximo regional será no segundo semestre. Assessoria de Imprensa do Convento comunicações
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Consagração dos homens a São José
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o domingo, 1º de maio, dia de São José Operário, Frei Ademir Sanquetti presidiu a celebração de consagração dos homens ao Santo Carpinteiro no Seminário Santo Antônio de Agudos. Também estiveram presentes neste momento de profunda espiritualidade, o Pe. Bruno A. de Oliveira e o diácono Marcos Arantes. Mais de 100 homens encheram os bancos da Igreja do Seminário, homens que participaram do 5° Encontro de Homens Católicos, acontecido no início do mês de abril e que regressaram, no início deste mês de maio, para se entregarem a São José, homem justo e virtuoso. Em sua homilia, Frei Ademir recordou a importância dos homens nutrirem uma espiritualidade a exemplo de São José. Disse também que o santo, patrono da Igreja, faz parte da devoção
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pessoal do Papa Francisco e que este já o ressaltou algumas vezes em suas homilias e Angelus. Na fórmula de sua consagração, os homens entregaram ao patrocínio de São José a sua vida espiritual, para que, auxiliados pelo santo, possam alcançar as maravilhas prometidas por Deus por toda a eternidade. Em sua Carta Apostólica Patris Corde, o Papa Francisco lembra a todos os fiéis a importância de uma vida pró-
xima aos santos e, de maneira especial, São José: “Os Santos ajudam todos os fiéis ‘a tender à santidade e perfeição do próprio estado’. A sua vida é uma prova concreta de que é possível viver o Evangelho. À semelhança de Jesus que disse: ‘Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração’ (Mt 11, 29), também os Santos são exemplos de vida que havemos de imitar. A isto nos exorta explicitamente São Paulo: ‘Rogo-vos, pois, que sejais meus imitadores’ (1 Cor 4, 16). O mesmo nos diz São José através do seu silêncio eloquente.” Que o Altíssimo, por intercessão do Patrono da Igreja, nos auxilie em nossa caminhada diária, a fim de que sejamos co-participantes da obra da criação através do nosso trabalho e empenho de ver o Reino acontecer. Frei Gilberto Silveira da Costa Junior
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Espiritualidade Franciscana mostra-se muito atual, sobretudo em virtude da grande popularidade e do irresistível fascínio que a figura de Francisco de Assis exerce sobre os mais diversos tipos de pessoas, mesmo entre os que não professam alguma fé religiosa. Prova disso foi o fato de o Papa João Paulo II, em 1979, ter proclamado o Poverello’ como o “celeste patrono dos cultores da ecologia”? e dele ter sido escolhido, numa enquete realizada pela revista Time, em 1992, como uma das dez mais importantes personalidades do segundo milênio’. Acrescente-se a isso, a inédita escolha que fez o cardeal Jorge Mario Bergoglio do nome de Francisco de Assis, quando foi eleito Papa, aos treze de março de 2013”. A constatação de Frei Fábio Cesar Gomes, mestre e doutor em Teologia Espiritual pela Pontifícia Universidade Antonianum de Roma, está no seu mais novo livro: “Introdução à Espiritualidade Franciscana - Textos, contextos, atualidade e testemunhos”, lançado pela Editora Vozes. Segundo o representante do Ministro Geral para as Irmãs Contemplativas Franciscanas ligadas à Ordem dos Frades Menores, a intenção precípua desta obra é iniciar no estudo da Espiritualidade Franciscana a tantos quantos se interessam pela mesma, oferecendo-lhes noções básicas e indicações fundamentais sobre esse campo específico da Teologia Cristã. “Desse modo, já se anuncia o que entendemos quando, no título, falamos de ‘Espiritualidade Franciscana’, quer dizer: a experiência espiritual cristã do Santo de Assis expressa, ainda que parcialmente, nos seus Escritos e nas primitivas Hagiografias Franciscanas’, em outras palavras, nas chamadas Fontes Franciscanas”, diz o autor do livro, também pela Vozes, “Perfeição Evangélica: a teologia dos conselhos evangélicos de São Boaventura”. Frei Fábio explica que se delimitou
Além das seções ‘Escritos de Francisco’ e ‘Contextos biográficos’, na seção ‘Atualidade’, informa Frei Fábio, foi selecionado sempre um autor ou uma autora de espiritualidade dos séculos XX e XXI que tenha se inspirado, direta ou indiretamente, na experiência espiritual do Santo de Assis e elaborado alguma sugestiva reflexão sobre o tema em questão. “Trata-se, portanto, de um trabalho escrito com a colaboração de várias pessoas, pelo que agradecemos de coração a tantos quantos se dispuseram a partilhar, através de um testemunho,
Frei Fábio lança novo livro de espiritualidade Franciscana a reflexão sobre a Espiritualidade Franciscana à pessoa de São Francisco, sem se estender às experiências realizadas e às doutrinas desenvolvidas posteriormente por aquela que, comumente, é chamada de Escola Franciscana de Espiritualidade. “Por outro, justificamos a presença das palavras ‘Textos e Contextos’ no nosso título. Os ‘Textos’ correspondem, fundamentalmente, à seção de cada capítulo intitulada ‘Escritos de Francisco’, vale dizer, os opúsculos cuja autoria é atribuída ao próprio Poverello e que, por isso, constituem a fonte primária; em outras palavras, a via por excelência de acesso à sua espiritualidade”, Os ‘Contextos’, por sua vez, correspondem à seção intitulada “Contextos biográficos”, na qual sempre destacaremos algum episódio significativo da vida de Francisco narrado pelos diversos textos hagiográficos franciscanos dos séculos XIII e XlV, uma vez que os mesmos nos ajudam a situar a Espiritualidade Franciscana dentro do percurso biográfico de Francisco e do ambiente histórico e cultural do seu tempo”, explica o frade desta Província da Imaculada.
um pouco do que compreendem sobre Francisco e sua espiritualidade e da própria experiência de vida. De um modo muito especial, agradecemos a Frei Celso Márcio Teixeira, da Ordem dos Frades Menores, grande estudioso de franciscanismo que, muito gentilmente, prontificou-se a apreciar as seções relativas às Fontes Franciscanas, contribuindo com preciosas sugestões. Tributamos também nossa gratidão aos irmãos Etienne e Charles-Eugêne, da comunidade de Taizé, na França, pelas importantes indicações sobre a vida e o pensamento do irmão Roger Schutz. O mesmo vale para Frei Adriano Cézar de Oliveira, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e grande estudioso de Thomas Merton, pelo compartilhamento dos seus estudos comparativos sobre Francisco de Assis e o monge trapista”, disse. “Este trabalho não tem a pretensão de apresentar-se como uma grande novidade, mas, simplesmente, como uma contribuição a mais a respeito de assuntos já estudados por outros autores, alguns dos quais nos serviremos e citaremos”, complementou Frei Fábio. comunicações
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Bicentenário da Morte de São Frei Galvão (1822-2022)
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m dezembro deste ano de 2022 teremos o bicentenário da morte de Frei Galvão. Fato que deve ser celebrado. Convido a todos os confrades da Província a celebrá-lo de muitas formas, usando a criatividade de cada Fraternidade. Celebrar é trazer para o presente um fato do passado. A vida de São Frei Galvão tem muito a nos ensinar, apesar dos duzentos anos que nos separam. A velha Província era de mentalidade alcantarina, com forte acento na pobreza, no carisma missionário, na piedade cristocêntrica e no serviço gratuito aos necessitados. Esta mentalidade produziu dezenas de frades que morreram em fama de santidade. Lembremos apenas dois, que são os mais citados entre nós hoje: Frei Fabiano de Cristo (1676-1747) e Frei Antônio Galvão (1739-1822). Os missionários alemães, que restauraram a velha Província, decaída não por falta de santidade, mas por proibição de receber noviços, tinham a mesma mentalidade e cultivavam com afinco os mesmos carismas: o desapego dos interesses pessoais; a evangelização do povo, não importando se rico se pobre; a oração primeiro vivida e só depois ensinada; a disponibilidade diurna e noturna de servir sem pensar em ser servido. Poderíamos lembrar dezenas de nomes, mas recordo só dois: Frei Bruno Linden (1876-1960) e Frei Rui Depiné (1942-2020). Estes carismas cabem inteiros dentro da palavra “caridade”, que Jesus disse ser o mandamento que engloba todos os outros, e São João disse que é a qualidade por excelência de Deus (1Jo 4,8). A caridade verdadeira, ou seja, a caridade evangélica, que só comunicações MAIO 2022
existe na gratuidade, brota de um chão onde prevalece o desapego, sinônimo de pobreza. E é a força propulsora da missionariedade. E tanto a caridade quanto o desapego florescem quando envolvidos na piedade, virtude que é para todos os serviços o que a carne é para nosso corpo. São Paulo escreveu aos coríntios que era a caridade que o impelia (2Cor 5,14). A caridade me impele para onde? Para o apostolado missionário. A celebração do bicentenário da morte de São Frei Galvão, a quem o Papa Bento XVI chamou de “apóstolo da caridade sem limites”, nos deve lembrar e levar a refletir sobre o exercício da caridade. Se o ambiente da caridade é o normal de todo batizado, tanto que todos deveriam em seu comportamento normal praticar a caridade, muito mais nós, que herdamos de São Francisco o carisma da caridade. De fato, se o franciscanismo só existe em fraternidade e nós sabemos que a fraternidade só é possível se enraizada e alimentada pela caridade, devemos sempre de novo olhar o tamanho e o âmbito da nossa caridade. A de Frei Galvão tinha duas dimensões nítidas: a sacramental (o Papa chamou a atenção sobre sua fama no confessionário e sua fama de frade eucarístico) e a prática de cada dia, que vem antes e segue a sacramental e dando-lhe sentido. Lembremos seu cuidado com as empregadas domésticas, que o levou a fundar o Mosteiro da Luz para protegê-las; para com os escravos, sem defesa jurídica, que ele visitava na prisão e defendia diante dos juízes; para com os doentes e precisados de cuidados médicos, para quem inventou e abençoou as famo-
sas pílulas; para com as famílias em crise, que ele costumava visitar em casa, levando com sua visita abençoada muitas vezes a pacificação tanto entre si, quanto com a vizinhança. Não precisamos exemplificar mais. Não importa se os tempos eram e são outros. A criatura humana dos nossos dias continua precisando de proteção, de defesa, de saúde, de pacificação, de segurança. Bendigo os confrades que em diferentes lugares, são protetores e defensores de minorias, de enfraquecidos, de periféricos, de perplexos, honrando o nome de Menores entre os pequenos, que trazemos aposto ao nosso nome de batismo. A humildade que cultivamos nos leva sermos pessoas do todo, da unidade, da comunhão. Somos portadores e praticantes da caridade ensinada pelo Evangelho, caridade que não divide, mas unifica; caridade que não olha o ter, mas o ser da pessoa, imagem e semelhança de Deus, mas sempre criatura, ou seja, necessitada de compreensão e amparo. Frei Galvão se santificou e santificou muita gente, vivendo este carisma da caridade, que não tem partidos. Desta caridade nasce o carisma missionário. O carisma missionário ja-
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mais nasce e vinga no terreno dos interesses. Se nascer, não é apostólico, mas proselitista. Que é mau, que sectariza, que impede a comunhão. Nenhum campo do apostolado é estranho a nós franciscanos. Mas é estranha qualquer iniciativa ou atividade que não crie comunhão. São Frei Galvão não tinha propriedades. Tinha qualidades, entre as quais a humildade, fundamento de todas as virtudes, e o desapego, só possível se enraizado na humildade. Nascemos apegados, e por isso interesseiros. O desapego aprendemos no exercício da humildade, ou seja, no serviço gratuito aos necessitados. Jesus nos deu o exemplo. São Francisco nos deu o exemplo. São Frei Galvão nos deu o exemplo. Sejamos nós exemplo aos que nos cercam. O Papa chamou Frei Galvão de “andarilho missionário”. São Francisco nos mandou na Regra viver como peregrinos. Jesus nos recomendou não levar vida afora nem sacola nem bastão de comando e não ter medo de crítica e aplauso. Vivemos num tempo de muita religião sectária. Quanto maior o sectarismo religioso, tanto menos o Evangelho está presente. A religião sectária é sempre interesseira. Não podemos cultivá-la. No centro da religião não pode estar nosso bem-estar. Não pode estar a solução de nossas dificuldades. Não pode estar nossa ideologia. Não podemos estar nós e nossas circunstâncias, mas o Cristo dos Evangelhos. Quanta seriedade na afirmação do apóstolo Paulo: “Não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim; vivo minha
vida presente no Cristo, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20). São Francisco pode repetir a frase de São Paulo. Tanto que o Papa Pio XI, em 1926, no sétimo centenário da morte do santo de Assis, escreveu numa encíclica: “Podemos afirmar que na face da terra em nenhum homem brilhou mais viva e mais parecida a imagem de Jesus Cristo que em Francisco. Podemos, portanto, saudá-lo como um outro Cristo por se apresentar aos contemporâneos e aos séculos futuros como um quase Cristo redivivo” (Rite expiatis). No processo de canonização de Frei Galvão se afirmou: “Pode-se dizer que sua vida foi uma verdadeira imitatio Christi, um esforço contínuo para reproduzir no seu corpo os mistérios de Cristo” (Vida Franciscana, dezembro de 1998, p. 63). São Francisco e São Frei Galvão nos aconselham o mesmo que São Paulo: “Tudo quanto fizerdes, em palavras e em atos, fazei-o em nome do Senhor Jesus” (Cl 3,17). Aliás, Jesus nos lembrou: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). Somos cristocêntricos, cristóforos. Podemos dizer: “Sem Jesus, nada devemos fazer”. Com Jesus queremos, ao celebrar o bicentenário da morte de Frei Galvão, refletir sobre nossos principais carismas herdados de São Francisco, os mesmos vividos por Frei Galvão, através da espiritualidade alcantarina e recoletina: o desapego, também chamado pobreza, que, para existir, precisa da humildade; a caridade, que me impulsiona para a missão, mas que antes exige de mim o desapego dos meus interesses e dos sectarismos, e um ativo, efetivo e cultivado espírito de
comunhão. O carisma do serviço, que caracteriza o franciscano, pressupõe a gratuidade, que faz conjunto com a caridade. Citei quatro confrades. Os quatro emblemáticos. Olhando a vida de Frei Fabiano e Frei Rui, podemos refazer o propósito de atender bem, em nome de Jesus, a quantos nos procuram. O acolhimento não tem horário. O acolhimento gera simpatia e comunhão. É sábio o conselho de São Francisco: “Não haja irmão no mundo que, após ver os teus olhos, se sinta obrigado a sair de tua presença sem obter misericórdia. Ama-o, procurando conquistá-lo para o Senhor” (Mn). Frei Bruno e Frei Galvão praticaram de forma clara e continuada uma pastoral, que nunca perdeu sua atualidade: a visita às famílias, em sua casa. Não só para celebrar aniversários ou batizados, ou para experimentar qualidades culinárias. Mas, principalmente, para abençoar, reconciliar, partilhar alegrias e dores, ser Cireneu (se preciso), ser anjo de Natal no campo de pastores (sempre). Para esta pastoral não precisamos de manuais de teologia, nem títulos acadêmicos, nem cargos na Fraternidade. Precisamos de humildade e desapego, que são excelentes carregadores de graça e de esperança. Precisamos de bom senso e gratuidade, que chamam confiança e não deixam nossa caridade ser interesseira. Em linguagem bem popular: precisamos vestir a camisa de Frei Galvão, que ganhou de São Francisco, que a recebeu do próprio Jesus no Lava-pés.
Frei Clarêncio Neotti, OFM
CELEBRAÇÕES DO BICENTENÁRIO DA MORTE DE FREI GALVÃO • 30/05: 16h30 - Caminhada do Convento São Francisco até o Mosteiro da Luz (São Paulo, SP); 17h30 - Celebração Eucarística com os Frades do Regional São Paulo, as Irmãs Concepcionistas e leigos de Guaratinguetá e São Paulo. • 05 a 08/09: Encontro dos Frades Under Ten, na Fraternidade São José (Guaratinguetá, SP) • 10 e 11/09: Caminhada da Juventude “Com Frei Galvão, a Frei Galvão” (Guaratinguetá, SP) comunicações • 22 a 25/10: Festa de Frei Galvão 2022 (Guaratinguetá, SP); MAIO 2022 • 07 a 10/11: Conclusão das celebrações no Conselho Plenário da Província (Agudos, SP).
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Conselho das Juventudes se reúne e apresenta passos da retomada
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lém do forte frio que atingiu praticamente todo o Brasil, para a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, os dias 21 e 22 de maio foram ocasião de celebrar a primeira reunião presencial do Conselho das Juventudes desde o início da pandemia. O encontro ocorreu no Convento São Boaventura, em Rondinha, Campo Largo (PR). O desafio da retomada das atividades e os meios e possibilidades de animar a evangelização com as juventudes neste contexto marcado pelas mudanças impostas pela pandemia estiveram entre os temas principais que foram tratados pelos conselheiros. Outro ponto de destaque foi a
necessidade de se continuar trabalhando com os jovens um sentido profundo de pertença à Província e à Igreja que se manifesta da adesão pessoal à missão evangelizadora no lugar onde cada um deles vive e testemunha sua fé. Os grandes eventos do itinerário das juventudes (Caminhadas, Missões etc.), que serão retomados a partir de setembro, com a 10ª edição da Caminhada, em Guaratinguetá, se confirmam como ocasião privilegiada de celebrar, estimular e animar os jovens para o engajamento em suas comunidades locais.
10ª Caminhada Franciscana das Juventudes – Com Frei Galvão a Frei Galvão
Conforme já foi noticiado, este evento marca a retomada das atividades do Itinerário Franciscano das Juventudes. Será nos dias 10 e 11 de setembro em Guaratinguetá, dentro do contexto da celebração dos 200 anos de morte de Santo Antônio de Santana Galvão, o primeiro Santo Brasileiro. O tema da Caminhada é “Com Frei Galvão a Frei Galvão”.
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Os últimos acertos sobre a programação e o itinerário estão sendo alinhados. Em nome da organização, Frei Gabriel Dellandrea adiantou que a caminhada terá diversos momentos de forte simbolismo que prometem ficar marcados na vida e no coração dos participantes. O conselho foi unânime em insistir na importância de que os grupos de todas as regiões da Província se organizem para uma participação empenhada neste evento de retomada. As informações mais detalhadas sobre as inscrições e outros encaminhamentos serão partilhadas em breve. Ainda dentro da temática da Caminhada, recordou-se que, em preparação para a 10ª Edição, as juventudes receberam o convite para se organizarem localmente e celebrarem iniciativas locais de menor porte, todas elas formando o conjunto da 9ª Caminhada. Algumas localidades, como Santo Amaro da Imperatriz e Balneário Camboriú (SC) já realizaram. Outros lugares estão se organizando. Para incentivar a mobilização, o Conselho das Juventudes
vai oferecer uma figura ilustrativa referente à Caminhada, que poderá ser reproduzida em um banner para nas iniciativas locais. Ainda há tempo para a mobilização e a indicação do Conselho é que o maior número possível de comunidades se envolvam com a proposta.
E as Missões?
Evento de destaque no itinerário das Juventudes, as Missões Franciscanas também foram assunto debatido e tratado no Conselho. Algumas ideias puderam ser apresentadas e discutidas. Novidades, certamente, irão surgir e serão anunciadas nos próximos meses. O Conselho pede aos jovens um pouco mais de paciência e perseverança.
A alegria do reencontro
Apesar de nem todos os componentes terem conseguido marcar presença, os conselheiros manifestaram o contentamento por novamente poderem estar juntos para refletir sobre a Evangelização da Juventude e planejar os próximos
passos deste serviço pelo qual os frades e a Província nutrem especial apreço e do qual reconhecem a importância. O encontro foi encerrado com a celebração da Missa do 6º Domingo da Páscoa, onde ao redor do altar de Cristo, os conselheiros se alimentaram do Pão da Palavra e da Eucaristia, recobrando as forças para seguirem em missão. Participaram do encontro, pelos frades, Frei Gabriel Dellandrea, Frei Gustavo Wayand Medella e Frei Roger Strapazzon, e pela juventude, os conselheiros Willian Bressan (Concórdia, SC), Thaynara Olba (FAE, Curitiba, PR), Vanessa Araújo (USF, Bragança Paulista, SP), Mateus Lohn (Santo Amaro da Imperatriz, SC), Fátima Bruck Zugman (Curitiba, PR) e Pamela Chiapetti (Campo Largo, PR). Agradecimento especial à Fraternidade Franciscana São Boaventura que, com generosidade, abriu as portas para a realização do encontro. Frei Gustavo Medella (texto) e Frei Roger Strapazzon (fotos)
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Canarinhos encantam Campo Grande Entre os dias 27 de abril a 2 de maio de 2022, as vozes que encantam o Brasil estiveram no Pantanal. Os Corais dos Canarinhos de Petrópolis aterrizaram pela primeira vez no Estado do Mato Grosso do Sul (MS) e encantaram o público. Dentre as atividades e compromissos, os coralistas também puderam conhecer a Capital dos Ipês. Em Campo Grande, um passeio pela história da cidade marcou a vida dos aspirantes à música. Já em Rio Brilhante, os jovens
O CONCERTO NA IGREJA SÃO FRANCISCO
Pela primeira vez no Estado do Mato Grosso do Sul, o Coral dos Canarinhos e o Coral das Meninas dos Canarinhos de Petrópolis (RJ), encantaram o público sul-mato-grossense no dia 29/04, às 20h, na Igreja São Francisco de Assis em Campo Grande. Depois comunicações MAIO 2022
cantores tiveram um dia de lazer em uma fazenda, espaço cedido gentilmente por familiares benfeitores amigos dos frades. No entanto, na bagagem constou um motivo especial: cantar na Ordenação Presbiteral e Primeira Missa de Frei Jorge Henrique Lisot Camargo, que por dois anos acompanhou os coralistas na Cidade Imperial. Além disso, os coralistas fizeram um Concerto na Igreja São Francisco de Assis em Campo Grande.
de dois anos de pandemia, os coralistas precisaram segurar a emoção para encarar o público que lotou a igreja dos frades franciscanos da Custódia das Sete Alegrias de Nossa Senhora. Com um repertório que contemplou músicas sacras e populares, os coralistas apresentaram o concerto por aproximadamente uma hora
com muita leveza e simplicidade. O diretor artístico e maestro do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis, Marco Aurélio Lischt, regeu os dois corais e com um sorriso largo no rosto não escondeu a alegria de poder voltar aos palcos e fazer o que de melhor os Canarinhos sabem fazer: cantar e encantar.
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O pároco Frei João Francisco Neto, que também acumula a função de vigário custodial e guardião, acolheu os presentes e logo de início agradeceu a presença dos coralistas. “Nós não temos palavras para louvar a Deus por este ato tão belo e tão grande na vida desta paróquia e na vida também de todos nós. Pela primeira vez os corais se fazem presentes no Mato Grosso do Sul, nesta cidade e nesta Paróquia. Então, quero acolher de coração a todos os presentes”. Na sequência deu as boas-vindas ao Arcebispo Metropolitano de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, e ao bispo auxiliar, Dom Mariano Danecki, OFMConv. “Que, juntos, nós possamos bem celebrar através da música, através da beleza”, disse. Frei Jorge Henrique também acolheu os presentes e manifestou sua gratidão pelo sonho que desde muitos anos é sonhado e que agora se realiza. “Desde quando o Frei João Francisco estudou Teologia em Petrópolis, nós já ouvíamos falar do trabalho dos Canarinhos, e este
sonho cresceu e se tornou possível porque vocês da nossa Paróquia e muitas outras pessoas colaboraram para que este evento acontecesse. É pela graça de Deus que hoje vamos poder apreciar este concerto por meio do qual vamos louvar a Deus e falar de Deus por meio da beleza e da arte. Com vocês, o Coral dos Canarinhos e das Meninas dos Canarinhos”, apresentou Frei Jorge e, na sequência, sob aplausos do público, os tão esperados coralistas adentraram à igreja franciscana. Tomando a palavra, Lischt, expressou em nome de toda equipe do IMCP a gratidão pelo convite e pela presença do público. Aproveitou a ocasião e contou brevemente a história do Coral dos Canarinhos que neste ano de 2022 completa 80 anos. Segundo ele, foi com Frei Leto Bienias, padre alemão, que o coro nasceu. “Em 1942, a pedido do guardião do Convento do Sagrado, Frei Leto selecionou um grupo de 50 meninos da Escola Gratuita São José, para cantar uma missa de 1°
comunhão e assim deu-se início ao Coral dos Canarinhos de Petrópolis”, explicou. Já sobre o Coral das Meninas dos Canarinhos, Lischt apresentou o regente que se fez presente no concerto, Marcelo Vizani, e disse que neste ano o coro completa 34 anos. “É um coro mais jovem fundado em 1988 por Frei José Luiz Prim, que também foi o segundo regente do Coral dos Canarinhos de Petrópolis”. Entre os presentes, Malvina Schimit se emocionou com a lembrança e a história dos corais e, no final, do concerto disse que Frei Prim, era sobrinho de seu falecido pai. Entre músicas sacras destaca-se as conhecidas canções “Ave Maria”, de Bach/Gounod; “Ave verum corpus”, de W. A. Mozart; “The Lord Bless you and keep you”, de John Rutter; e “Hallelujah”, de G. F. Haendel. Já entre as populares, os corais seguiram o seguinte programa: “Sabiá, coração de uma viola”, de Aylton Escobar; “All you need is love”, dos Beatles; “Vira virou”, de Kleiton & Kledir; “Correnteza”, de Tom Jobim/arr: Paulo Afonso F°; “Sa-
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pato velho”, de Paulinho Tapajós/Mu Carvalho; e “Conversa de Botequim”, de Noel Rosa e Vadico. “Andanças”,de Paulinho Tapajós, foi dada de presente ao público após longos aplausos e pedido de bis. Dom Dimas expressou sua gratidão por poder participar do concerto.
“Meu contato com os Canarinhos vem de longa data. Quando me tornei seminarista, Petrópolis se tornou uma referência particularmente pelo Instituto Teológico Franciscano e pela Editora Vozes. Depois como bispo, fui nomeado para trabalhar no Rio de Janeiro, e aí naturalmente os contatos
se estreitaram mais ainda. Queria agradecer muito ao nosso bom Deus por esta oportunidade de estar tendo este contato novamente. Que São Pedro de Alcântara – referência ao Padroeiro da Cidade Imperial - , possa abençoar a todos”, desejou, encerrando o concerto com a bênção final.
D. Mariano: “Os ipês de nosso Cerrado ficaram mais belos quando em seus galhos pousaram alegres Canarinhos”
As vozes dos meninos e meninas que encantam o Brasil e que compõem os Corais do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis, completaram o cenário da Ordenação Presbiteral e Primeira Missa de Frei Jorge Henrique Lisot Camargo, frade menor franciscano da Custódia das comunicações MAIO 2022
Sete Alegrias de Nossa Senhora, no último domingo, dia 1° de maio. No mesmo dia, os coralistas participaram das duas celebrações e cantaram a liturgia da Santa Missa, sob a regência do experiente maestro e diretor-artístico, Marco Aurélio Lischt. Durante os agradecimentos da
Celebração Eucarística das 10h, na Catedral de Dourados (MS), presidida pelo Dom Mariano Danecki, OFMConv, bispo auxiliar de Campo Grande, Frei Jorge não escondeu a alegria e a satisfação de trazer os corais pela primeira vez ao Estado sul-mato-grossense. Após manifestar
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sua gratidão às autoridades presentes, agradeceu a todos aqueles que se empenharam na realização da liturgia para que, através dos ritos, brilhe sempre a beleza e a verdade de Nosso Senhor. Dirigindo-se aos coralistas, emocionado, disse: “E, quando falo em beleza, não poderia deixar de fazer notar o fato de que os ipês de nosso Cerrado ficaram mais belos nestes últimos dias, quando em seus galhos pousaram alegres Canarinhos vindos de Petrópolis. Obrigado, Frei Marcos Andrade, Marco Aurélio Lischt, obrigado Rose de Mello, Marcelo Vizani e Frei Augusto, por meio dos quais agradeço ao Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis e cada um dos coralistas. A vossa presença confirma o amor de Deus na minha história, que sempre, onde quer que eu tenha ido, me presenteou com amizades sinceras, com as quais pude partilhar as dores e alegrias da vida. Vocês embelezaram esta Eucaristia com suas vozes, ou melhor, suas vozes são testemunho da beleza daquilo que celebramos hoje”. Logo após a Liturgia da Palavra,
deu-se início ao Rito de Ordenação Presbiteral com a eleição do candidato. Na sequência, Dom Mariano fez sua homilia. Iniciou saudando toda Família Franciscana de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, bem como às lideranças e autoridades. Cumprimentou também os Corais dos Canarinhos e em especial a Frei Jorge. “Meus amados irmãos, como comunidade da Igreja, nos reunimos neste 3° Domingo do Tempo Pascal, para celebrar o mistério da morte e ressurreição de Cristo”, disse. Citando o Coral dos Canarinhos, Dom Mariano lembrou que já são quase 80 anos de história do coro de meninos mais antigo do país e fez um paralelo com os 85 anos de presença franciscana no Mato Grosso do Sul. “Vejo nisso também uma ligação com o passado”, disse. Segundo ele, os frades levando a mensagem do Evangelho, imprimiram por onde passaram um jeito particular junto ao povo de Deus. “A vontade do seu fundador, São Francisco, era de mostrar o Cristo presente no meio do povo. O Cristo do presépio, da cruz, o Cristo do sacrífico do altar. As-
sim, nós celebramos de certa forma os frutos da vocação de Frei Jorge”, frisou. No final da missa, os corais roubaram a cena ao entoarem a música “Jesus Christ, You Are My Life”, de Marco Frisina.
Primeira Missa
Já às 19 horas, no distrito Santa Terezinha de Itaporã, cidade vizinha de Dourados, Frei Jorge Henrique presidiu sua primeira Celebração Eucarística. A pequena igreja da comunidade ficou pequena para acolher todos os presentes, por isso, um telão foi instalado ao lado de fora, onde reuniu centenas de pessoas. Dom Mariano novamente se fez presente e testemunhou de perto as primícias sacerdotais do neo-presbítero. Seus confrades da Custódia concelebraram a Santa Missa. Durante toda a celebração, Frei Jorge demonstrou segurança e simpatia com os ritos. A viagem dos Canarinhos terminou no dia 2 de maio quando, de Rio Brilhante, os coralistas retornaram a Petrópolis (RJ). Frei Augusto Luiz Gabriel comunicações
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FOME BATE ÀS PORTAS DO SEFRAS
Lançada ‘Campanha Doe R$ 1’ para criar o ‘Chá do Padre’ no Rio de Janeiro
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Tenda Franciscana, que atendeu especialmente a população de rua no Centro de São Paulo nos dois anos mais fortes da pandemia, deixou o Largo São Francisco para continuar distribuindo quentinhas atrás do Convento São Francisco, no conhecido Chá do Padre. De 300 refeições que servia antes da pandemia, agora este serviço oferece, no refeitório da Rua Riachuelo, mil refeições por dia. Não muito longe, na Baixada do Glicério, o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) conseguiu parceria com a iniciativa privada e o poder público para montar um refeitório que hoje atende diariamente com 800 refeições (almoço, janta e café). No Rio de Janeiro, a Tenda continua ativa na rua e vai completar, no próximo dia 2 de junho, dois anos distribuindo 400 refeições por dia. Frei José Francisco de Cássia dos Santos, diretor-presidente do Sefras, é categórico em dizer que a demanda é muito maior. Por conta disse, o Sefras lança no Rio de Janeiro a Campanha ‘Doe R$ 1’ para alavancar a compra de uma casa que vai abrigar o ‘Chá do Padre’ carioca e que também poderá atender até mil pessoas, ajudando a amenizar a fome que voltou a perse-
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recorrem aos serviços de assistência guir 19 milhões de pessoas no Brasil, sesocial, eles não estão na estatística gundo levantamento da Rede Brasileira do seguro-desemprego porque eles de Pesquisa em Soberania e Segurança estão no emprego formal e formam Alimentar e Nutricional (Rede Penssan). um grupo de gente muito grande que “O cenário que a gente tem hoje perdeu a renda. Eles viviam na fronteira foi intensificado pela pandemia. Mas entre a renda, a subsistência e a miséria. não é só da conta da pandemia como É o povo que trabalha na informalidaalgumas autoridades querem, sobrede: come à tarde o que ganhou cedo. tudo os defensores da atual economia Então, encolhendo os negócios e vindo neoliberal”, critica Frei José, frisando a inflação, eles perderam a capacidade que a pandemia apenas descortinou de subsistir e, rapidamente, saíram do esse cenário econômico, agravando o status de pessoas empregadas e caíproblema. “No atual contexto, falando ram na fila da fome”, explica Frei José. de pobreza e fome, o que nos toca enPara muitos, com a fome foram paquanto franciscanos no Sefras de uma forma muito direta, diríamos que um grande público não era percebido em nenhuma estatística dos governantes e nem estavam na mira de nenhuma política pública. No Sefras, a gente chama - não é um nome técnico necessariamente - pessoas que viviam na economia precária. Eles não estão na estatística do desemprego porque não estão procurando emprego, eles não estão nas estatísticas da assistência social porque não Arte produzida pelos assistidos do serviço
rar na rua. “Na pandemia, tivemos um crescimento absurdo de até 31% da população na rua, segundo censo da Prefeitura de São Paulo. É um cenário econômico que não nos mostra um horizonte promissor e tem nos preocupado porque as nossas filas todos os dias aumentam”, avalia o diretor do Sefras. Frei José lembra que no momento crucial da pandemia, no auge da grande campanha das autoridades sanitárias: “Fique em casa”, depararam-se com um grande questionamento: para muitas pessoas que atendemos, essa frase não vale, porque elas não têm casa! Uma grande parte que estava vindo para a rua e batendo à nossa porta, era de pessoas perdendo suas casas. Como ficar em casa?”, questiona o frade. Foi nesse contexto que o Sefras tomou uma decisão radical: as portas dos serviços do Sefras, sempre abertas, continuariam abertas. Para muitas pessoas, o Sefras era o único destino a que recorriam. “Se nós fechássemos as comunicações
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A fila no Cha do Padre
portas, onde receberiam algum tipo de apoio? Ponderamos que era um risco para nós, mas o risco seria maior ainda para aqueles que o pouco que tinham seria inviabilizado. Então, decidimos ficar com as portas abertas”, explicou Frei José, lembrando a criação da Tenda no Largo São Francisco e de um refeitório na Baixada do Glicério para atender pessoas, inclusive muitas crianças, que não tinham acesso a nenhuma comida. “Para se proteger, essas pessoas não circulam pela cidade, mas ficam em seus territórios”, explicou. Segundo dados do Censo da População em Situação de Rua da prefeitura de São Paulo, nos últimos 2 anos, a população em situação de rua na capital paulista subiu 31%. De acordo com o levantamento, 31.884 pessoas vivem nas ruas da cidade atualmente, sendo em 2019 eram 24.344. No Rio de Janeiro, fala-se num número de 7 mil. Para Frei José, acredita-se que esses números não refletem a realidade e em São Paulo estariam em 40 mil.
“Chá do Padre” carioca
O sonho de estar presente no Rio de Janeiro é antigo, diz Frei José. “A gente sempre sonhou em dar a mesma visibilidade que tem a ação social em São Paulo no Rio de Janeiro, tendo em vista que a nossa presença no Rio de Janeiro é tão longeva como a cidade. Só que os frades são vistos, no Rio de comunicações MAIO 2022
A espera na Casa do Glicério
Janeiro, mais no atendimento espiritual ligado ao Convento Santo Antônio, que também tem o socorro aos pobres, mas não de forma planejada como a gente tem hoje”, observou Frei José. Com a pandemia, os frades puderam iniciar essa presença no Rio até agora, em parceria com o Convento Santo Antônio, onde se pôde improvisar uma cozinha e distribuir comida na praça. “Mesmo com todos os conflitos e dificuldades, a gente não interrompeu esse atendimento até hoje porque a demanda não nos deu trégua”, diz o frade, lembrando que no início eram distribuídas 200 refeições e hoje chega-se a 400. “E não distribuímos mais porque não temos condições físicas nem financeiras. Mas eu penso que se a gente consegue, com essa campanha que estamos lançando no Rio, ter o espaço físico adequado para atender essa população que já estamos acolhendo e outras tantas que recorrem a nós, vamos realizar esse sonho”, acredita o frade, que desde 2009 está a serviço desse trabalho social na Província Franciscana da Imaculada Conceição. Para Frei José, o atendimento básico das pessoas, como água potável, alimentação, banho, é muito recorrente em qualquer lugar com a população de rua. “O trabalho social tem outros desafios também e a gente pretende fazer no Rio um trabalho de acordo com a realidade dali”, avalia, citando
que a região central do Rio de Janeiro, o grande centro histórico da cidade, não tem esse atendimento sendo feito. “Então, se nós abrirmos a porta, as pessoas vêm. O único trabalho que tem na região dos arcos da Lapa é o das Irmãs Filhas da Madre Teresa de Calcutá, que distribuem lá de 250 a 300 refeições no jantar. Nós distribuímos no almoço as refeições. Só que todo dia temos que distribuir senhas, porque nós não temos comida para o tamanho da fila. Uma média de 100 a 150 pessoas ficam sem almoço porque não temos estrutura para fazer”, lamenta. Apenas a Tenda Rio serviu 134.400 refeições entre 2020 e 2021 e doou 48.217 cestas básicas. A Campanha “Cidade Maravilhosa para Todos - Doe R$ 1”, objetivamente, tem a finalidade de comprar um prédio que dê condições de fazer a estruturação dos serviços como é feita em São paulo. “Montar uma cozinha industrial, refeitório, sanitários e chuveiros é um investimento muito alto. Para fazer investimento deste tamanho num prédio que não é nosso, chega a ser temerário porque o custo estaria em 1 milhão de reais. O Chá do Padre de São Paulo foi reformado em três anos: 2014, 2015 e 2016. Foram investidos ali só em tijolos e tinta 1 milhão e 200 reais. E olha que eu dou uma de engenheiro, arquiteto, pego o martelo e vou lá com a empreiteira. Por isso, nosso sonho é comprar
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uma casa. Agora, para comprar o prédio vai mais 1 milhão e pouco. Com o trabalho da Tenda do Rio, só com comida, estamos gastando em torno de 60 a 70 mil por mês. Agora, o Chá do Padre, a percapita é 7,58 reais/dia, com comida e tudo. O cardápio tem arroz, feijão, legumes, verdura e proteína, E não é salsicha”, informou. O serviço, como o Chá do Padre de São Paulo, funcionará de domingo a domingo e, para além do fornecimento de refeições e banhos, ainda contará com: acolhimento e articulação com a rede pública para encaminhamentos; atividades socioeducativas para inserção social e econômica; e reinserção familiar. Com o novo serviço, busca-se realizar 30 mil atendimentos por mês, sendo mil atendimentos todos os dias.
“Chá do Padre” de São Paulo
O chá do Padre, historicamente, nasce na Rua Riachuelo, uma rua que os frades, desde os primórdios, atendiam os mais necessitados, com o Pão dos Pobres ou o Pão de Santo Antônio. “Como serviço do Sefras, até 2015 recebíamos ali 250 a 300 pessoas para o chá
e o espaço, que era um teatro, tinha uma situação muito precária de conservação. E nós começamos a perceber que a demanda já era grande em 2015. Foi então que apareceu a possibilidade de instalar, através da Prefeitura, refeitórios para a população de rua. Fizemos um projeto de recuperação do espaço e ganhamos também mais espaços da Fraternidade do Convento São Francisco, que cedeu uma sala ao lado da padaria, na garagem, onde montamos uma cozinha industrial, o quintal atrás do convento, que era totalmente sem uso naquele momento e a gente montou lá depósitos. Também a antiga hospedaria, que ficava no térreo ao lado do teatro, também foi anexada ao Sefras como espaço de atendimento. Então, nós ampliamos significativamente a área. Nessa reforma foi construída uma cozinha industrial, para servir 300 refeições, foram montados 15 chuveiros com banhos quentes e reformados todos os sanitários”, explicou Frei José. “Com isso, a gente ampliou o atendimento do Chá, que em 2015 passou de 250 para 300 chás, além de 300 refeições. Com a pandemia, agora que
passou o auge, mais ou menos estável, lá no chá estamos atendendo em média de 1.000 pessoas por dia, com serviços diversos, desde apoio psicológico, serviço social, atividade sócio-educativa com os educadores, além de uma parceria com a Defensoria Pública. Os defensores públicos atendem lá com a gente, dando esse suporte jurídico. A grande maioria das pessoas recorre a serviços básicos, como água potável, sanitários, banho, alimentação etc”.
Referência no Centro de São Paulo
“Quando nós organizamos o trabalho, ele se chamava ‘Centro Franciscano de Reinserção Social’, um nome técnico e pouco carismático. E ali passou a ser um local de proteção das pessoas. Quando disse que não podíamos fechar as portas na pandemia, também quis dizer que as pessoas não recorrem ao nosso espaço só para acessar esses serviços básicos de dignidade humana. Eles sentem que é um ambiente seguro, onde podem recorrer para chorar as suas dores, as sus tristezas e também
A Casa Franciscna, criada no ano passado, já oferece 800 refeições na Baixada do Glicério
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se protegemem das violências que sofrem em outras locais da cidade. O ‘Chá do Padre’ é um centro de referência para a população de rua na cidade de Sao Paulo. Ele nasceu, evoluiu e se tornou esse espaço. E foram eles que, carinhosamente, referiam-se ao espaço como o ‘Chá do Padre.’ Foram eles que deram o nome e o nome ficou, porque expressa de fato aquilo que eles experimentam na rua e nessa relação conosco. A rua Riachuelo é histórica e chamada Ladeira da Misericórdia, espaço de atendimento aos pobres e hoje mais do que nunca. É um refeitório forte, mas não só porque a gente acolhe as pessoas na sua integridade. É um trabalho de porta aberta. As pessoas não são fichadas, cadastradas, para acessar os serviços básicos. É claro que existe um acompanhamento para serviços como apoio jurídico, psicológico etc. Para essas pessoas, a gente tem no banco de dados e planos de acompanhamento. Mas para a grande maioria, a gente não tem essas burocracias. E graças a Deus a gente tem uma experiência positiva e, nesses anos todos, nunca se usou da força para impor controle ou impor respeito. O próprio São Francisco é a maior autoridade ali. Quando alguém faz algazarra, o outro diz que ali é para ter respeito porque é a casa de São Francisco”, conclui Frei José.
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Chá do Padre
Casa Franciscna
“O Frio dói”: Sefras abre as portas nas noites de inverno Desde 2016, a Campanha Emergencial do Sefras durante os invernos não parou mais. Naquele ano, às vésperas do dia de Santo Antônio, a cidade de São Paulo foi destaque nos noticiários pelos 10 óbitos por frio naquele inverno. “Aí houve uma grande preocupação na cidade, e nós começamos a pensar o que poderíamos fazer além do que fazíamos para amenizar o impacto do frio nestas condições. Foi, então, que surgiu a ideia de usar o ‘Chá do Padre’, que tem um refeitório grande, para emergencialmente se se transformar num dormitório. Fazendo os cálculos, chegamos à conclusão que lá caberiam 100 camas e passamos a receber 100 pessoas para dormir. Isso foi recorrente nos anos seguintes”, lembra Frei José Francisco, explicando que esse pernoite de inverno dura quatro meses, que é o tempo do frio mais denso. Com isso, segundo o frade, com a Campanha o ‘Chá do Padre’ fica com
as portas abertas 24 horas. Com a Casa Franciscana, na Baixada do Glicério, foi possível ampliar esse atendimento em mais 50 vagas, em parceria com a Prefeitura de São Paulo. Segundo Frei José, as 150 pessoas têm acesso ao banho. “É muito importante a pessoa que chega da rua tomar o banho para usar uma cama limpa. O ritual do pernoite é: chegada, banho, janta, cama, levanta e café da manhã”, explica Frei José, informando que durante a pandemia, quando as pessoas estavam paradas, o Sefras recebeu 900 voluntários. Todos cadastrados. “Saindo da pandemia, esse número caiu, mas a gente tem em torno de 30 ou 40 voluntários que se revezam, fielmente e nos apoiam muito”, reconhece o frade. O Sefras também recebe doações de comida, cobertores, roupa de frio, sobretudo masculina, e kits de higiene.
COMO AJUDAR Os donativos podem ser entregues diretamente nos dois projetos de acolhimento: Chá do Padre - Rua Riachuelo, 268, Centro, São Paulo/SP Casa Franciscana - Rua Otto de Alencar, 270, Liberdade, São Paulo/SP Também é possível pedir a retirada das doações: WhatsApp e ligação: (11) 3795-5220 E-mail: doe@sefras.org.br Outra opção é comprar os cobertores diretamente no fornecedor do Sefras e deixar em nosso nome. Fazemos a retirada e encaminhamos para os locais necessários. Loja: Lepin Enxovais (@lepinenxovais) Endereço: Rua Oriente, 754, Brás, São Paulo/SP
Moacir Beggo comunicações
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Convento e Paróquia do Sagrado investem em comunicação
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transmitirem diariamente Celebrafim de semana (21 e 22/5) ções Eucarísticas e momentos deno Convento e Paróquia vocionais, como a bênção de Santo do Sagrado foi especial. Antônio e a Oração da Liturgia das Dentre os compromissos Horas, por exemplo. rotineiros e formativos, Com câmeras fixas, os paroquiacomo a Celebração de Insnos virtuais podem acompanhar tituição do Leitorado de com maior qualidade e dinâmica as sete frades do Tempo da Teologia no celebrações da centenária Igreja da dia 21/05, retiro para as crianças dos Rua Montecaseros. As novas câmeColégios Bom Jesus em preparação para a 1ª Eucaristia e Celebrações Eucarísticas, um motivo chamou atenção: a inauguração do novo sistema de transmissões da Fraternidade do Sagrado. Há meses se estudava um projeto que permitisse mais qualidade de som e imagem nas transmissões, visto que desde o início da pandemia os frades não mediram esforços para Vinheta das transmissões
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ras permitem mais proximidade, discrição e diversidade nos ângulos. Permitem também mais facilidade nos processos técnicos do qual depende uma boa evangelização dos ambientes digitais. Frei Jorge Paulo Schiavini, guardião e pároco, foi um dos responsáveis pela implementação do novo sistema e não esconde a alegria em saber que deu tudo certo. Todo processo de instalação foi feito pelos próprios frades e trabalhadores da Paróquia e Convento, evitando gastos. Durante a Celebração Eucarística do 6º Domingo da Páscoa (22/05), o Definidor Provincial e Mestre dos Frades do Tempo da Teologia, Frei Marcos Antônio de Andrade, falou sobre este
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novo passo. “Neste final de semana entrou em teste um novo sistema de transmissão das nossas celebrações do Sagrado. Já começamos no sábado, durante as Laudes e missa, e agora nesta manhã de domingo. Estamos com um novo modo de transmitir, agora sem o frei aqui com a câmera no meio da Igreja”, brincou. “Aqueles que nos acompanham fielmente certamente já perceberam esta diferença”, disse. “Graças a Deus estamos conseguindo também oferecer uma boa transmissão. Porém, a maior transmissão é a do Evangelho, do anúncio da Boa-Nova, de evangelizarmos também através das redes digitais e dos meios de comunicação”, ressaltou. Dentre as mudanças, uma vinheta com identidade visual para as missas, orações e bênçãos, também foi desenvolvida e marca sempre o início e término das celebrações. Além disso, o som analógico passou para o digital. Agora, as transmissões são realizadas do coro da Igreja, e não mais da sacristia, permitindo uma maior visualização do espaço litúrgico e das ações gestuais que se desempenham. O “Sagrado”, como popularmente é chamada a Igreja dos frades, caracteriza-se como um lugar onde acontecem importantes eventos da vida da Província da Imaculada Conceição do Brasil. Agora, conta com mais um importante instrumento de evangelização que para além de transmitir que deixar registrada a história de uma missão que já tem mais de 126 anos!
PANDEMIA ACELERA O PROCESSO Historicamente, a Paróquia do Sagrado deu seus primeiros passos na internet em maio de 2014, com a criação de uma página no Facebook. Por muito tempo, este foi o único meio de comunicação digital que caminhou ao lado do informativo impresso e mensal, o famoso “Laços e Passos”, que já existia há alguns anos. Em 2019, criou-se a logo da Paróquia. A conta no Instagram chegou em 2020, o canal no YouTube em maio de 2021. Já em junho do mesmo ano, a criação de um site institucional marcou a história da PASCOM e da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. Em março de 2020, com o início da pandemia no Brasil, houve a necessidade de dar novos e desafiadores passos. O fechamento de Igrejas em plena Semana Santa, ocasionou verdadeira reviravolta em nosso cotidiano. Os frades, com o apoio do pároco Frei Jorge e do mestre Frei Marcos, incentivaram o início das transmissões diárias das Celebrações Eucarísticas. No começo, foi tudo muito improvisado, pois não se tinha ainda o costume de transmitir missas. Os tripés usados eram colocados em cima de banquetas, por exemplo. E assim, aos poucos, entre erros e acertos, fomos nos aperfeiçoando e utilizando os meios disponíveis. Os
celulares passaram a levar a Palavra de Deus a todo povo, e não somente de Petrópolis, mas de todo Brasil. Vemos com alegria que o serviço evangelizador foi se profissionalizando, utilizando-se de equipamentos, programas e recursos necessários que expandiram mais ainda nossas ações, alcançando inúmeras pessoas levando palavras de ânimo e fé nos momentos difíceis que atravessamos. Ainda hoje, nota-se como são importantes as Celebrações Eucarísticas, orações, bênçãos e lives que também são transmitidas. Muitas pessoas que pelos mais diversos motivos, não podem comparecer presencialmente a Igreja, acompanham nossas transmissões, alimentando-se da Palavra, comungando espiritualmente, e recebendo conforto e paz. Em 2021, após um ano de transmissões de missas, orações e devoções, batemos a incrível marca de mais de 2 milhões de visualizações. De lá para cá, nossa fan page no Facebook acumula mais de 900 vídeos, entre transmissões e especiais com assuntos temáticos e pontuais. Frei Augusto Luiz Gabriel COORDENADOR DA PASCOM E CRONISTA DA FRATERNIDADE DO SAGRADO
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil NOTÍCIAS DA REUNIÃO DO DEFINITÓRIO PROVINCIAL Agudos, 04 a 06 de maio de 2022
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a sequência da Reunião dos Guardiães e Coordenadores de Fraternidade, na Fraternidade do Seminário Santo Antônio, de Agudos (SP), o Definitório Provincial esteve novamente reunido entre os dias 04 e 06 de maio para tratar de questões da animação e organização da Fraternidade Provincial. A primeira sessão da reunião aconteceu já na quarta-feira, a partir das 20h, na Sala Capitular da Fraternidade, sob a moderação do Definidor Provincial, Frei Daniel Dellandrea. Seguem os principais encaminhamentos decididos pelo Definitório Provincial:
1. Reunião do Definitório com os frades das Diretorias das Entidades Coligadas – Partilha Antes da Reunião dos Guardiães e Coordenadores de Fraternidade, o Definitório Provincial se reuniu com os frades que pertencem às Diretorias das Entidades Coligadas. O assunto principal foi o relatório produzido pela assessoria da AXIS, que visava analisar a organização jurídico-financeira da Província e das Entidades Coligadas e apontar possíveis caminhos para corrigir problemas detectados, simplificar estruturas e estreitar as relações desejadas pela Província com estas Entidades criadas por ela. Cada frade pôde apresentar sua opinião a respeito do relatório, foi possível esclarecer algumas das direções desejadas neste processo de redimensionamento e, por fim, estabelecer um prazo para que todas as Entidades respondam às proposições do relatório apresentando o modo de executá-las, seja seguindo as orientações propostas, ou apresentando alternativas possíveis a serem avaliadas pelo Definitório Provincial.
2. Reunião dos Guardiães e Coordenadores de Fraternidade – Partilha A Reunião dos Guardiães e Coordenadores de Fraternidade tem sido, já há muito tempo, um momento importan-
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te para a caminhada da Fraternidade Provincial, além de ter relevância em esfera civil. Mas, vale ressaltar, que a principal força deste encontro vem da Formação Permanente para os confrades que foram nomeados pelo Definitório Provincial para exercer o ministério da guardiania. Neste encontro, foram tratadas as diversas dimensões do serviço do Guardião, a partir do Subsídio da Ordem Manual para os Guardiães e a dimensão espiritual e carismática da economia e administração dos bens a partir do Documento Economia a serviço do Carisma e da Missão, da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Também foi rica a oportunidade de ouvir a partilha dos confrades de sua experiência pessoal neste serviço de animação da Fraternidade Local, mantendo a reunião sob o prisma espiritual-carismático que permeou até mesmo as prestações de contas e propostas de organização da economia e administração.
3. Conversa com a Fraternidade do Seminário Santo Antônio Como uma das atividades do Definitório Provincial, foi organizado um encontro deste com a Fraternidade do Seminário Santo Antônio, para um diálogo fraterno sobre a realidade vivida pelos confrades na convivência fraterna, na manutenção da enorme estrutura do Seminário e na evangelização através da acolhida de encontros e da Paróquia São Paulo Apóstolo. Um bom clima de confiança foi sentido e partilhado, o que sempre rende bons frutos para a caminhada cotidiana.
4. Centenário Franciscano 2022-2026 A Família Franciscana se propôs a celebrar com destaque o oitavo centenário de momentos importantes da vida de São Francisco de Assis e de nossa história franciscana. Uma comissão foi formada por nossa Província para propor uma programação de eventos, com o cunho
Notícias do Definitório Provincial de animação vocacional e divulgação do carisma. Segue a programação: Pressupostos C unho vocacional; A proveitar eventos e celebrações já programados; A nos temáticos; Fomentar a participação nas Fraternidades, Casas de Formação e Frentes de Evangelização; Materializar as datas e comemorações com gestos significativos; Valorizar as experiências. Celebrações 2022 – Bicentenário da morte de Frei Galvão 0 5 a 08/09: Encontro dos Frades Under Ten, na Fraternidade São José (Guaratinguetá, SP) 1 0 e 11/09: Caminhada da Juventude “Com Frei Galvão, a Frei Galvão” (Guaratinguetá, SP) 2 2 a 25/10: Festa de Frei Galvão 2022, com a participação do maior número de frades. Incentiva-se a participação dos frades formandos, especialmente os frades do Ano Missionário (Guaratinguetá, SP); 0 7 a 10/11: o Conselho Plenário da Província, seria o fechamento das comemorações do Bicentenário (Agudos, SP). 2023 – Aprovação da Regra Bulada e Natal de Greccio – Ano Vocacional 08/12/2022: Abertura do Ano Vocacional; Trabalhar com intensidade a expressão artística do Presépio nas exposições já tradicionais, outras novas e atividades nas Frentes de Evangelização; 0 8/12/2023: Encerramento do Ano Vocacional. 2024 – Impressão dos Estigmas de São Francisco de Assis Temática para Formação Permanente e Inicial: a Conformação com o Cristo; Dimensão contemplativa: “O Eremitério é nosso Alverne”; C apítulo das Esteiras atrelado ao Capítulo Provincial; A bre-se o Ano Laudato Sì. 2025 – Composição do Cântico das Criaturas Trabalhar a temática do JPIC e da Sinodalidade. 2026 – Trânsito de São Francisco de Assis Trabalhar o Testamento e o Legado de São Francisco de Assis.
A Família Franciscana também publicou um subsídio com orientações para que as diferentes Obediências da Ordem Primeira e demais membros da Família pudessem planejar atividades em comum. A Comissão deverá estudar o documento e poderá, ainda, acrescentar novas atividades à programação.
5. Frei Gabriel Dellandrea – Aprovação à Ordenação Diaconal Tendo ouvido o parecer do Coetus Formatorum de Petrópolis, o último que acompanhou Frei Gabriel em seu itinerário na Formação Inicial, e dos confrades que conviveram com ele nos últimos na Fraternidade Nossa Senhora Mãe Terra, de Duque de Caxias (RJ), o Definitório deliberou sobre a disposição deste confrade para exercer o ministério diaconal e aprovou que a ordenação seja celebrada em dia e local a ser futuramente marcados.
6. Profissão Solene em Angola O Definitório Provincial reafirmou a orientação de que os frades formandos angolanos celebrem sua Profissão Solene em uma das Fraternidades da FIMDA como ocasião importante para promoção vocacional do frade franciscano distinta da realizada por ocasião das ordenações presbiterais, ressaltando o ser frade per si, enquanto religioso consagrado.
7. Frei João Pedro Pessoa e Frei Feliciano Afonso Manuel – Curso de Teologia para leigos e cursos profissionalizantes O Definitório Provincial aprovou a indicação do Conselho da FIMDA de que os formandos, Frei João Pedro e Frei Feliciano, venham ao Brasil para cursar algumas disciplinas do Curso de Teologia no Instituto Teológico Franciscano e, ainda, algum curso profissionalizante que ofereça relevante contribuição à vida e missão evangelizadora na Fundação.
8. Ano Missionário dos Formandos Angolanos O Definitório Provincial aprovou a indicação do Conselho da FIMDA de que os formandos angolanos que foram transferidos para a Fraternidade São Boaventura, de Campo Largo (PR) façam, após os três anos desta etapa formativa, o Ano Missionário em uma das Fraternidades de Angola, para depois retornar ao Brasil para o curso de Teologia. comunicações
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Notícias do Definitório Provincial 9. Tempo de Profissão Temporária em Angola O Definitório Provincial aprovou a indicação do Conselho da FIMDA de que os noviços que forem aprovados à Primeira Profissão no final deste ano sejam transferidos à Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda, para cursarem Filosofia, visto que haverá espaço suficiente na Fraternidade para acolhê-los.
10. Frei Pedro Isaías Luisa Vitangui – Aprovação à Primeira Profissão Frei Pedro retornou ao processo formativo em outubro do ano passado, tendo recebido a autorização do Ministro Geral para a dispensada necessidade de refazer o Noviciado, mas devendo cumprir, ao menos, seis meses de tempo de provação. Durante este período ele foi acompanhado por Frei Marco Antonio dos Santos, na Fraternidade Santo Antônio, de Kibala, Angola. No mês de abril, ele fez o pedido para celebrar a Primeira Profissão na Ordem, pedido que foi avaliado pelo Coetus Formatorum que o acompanhou, pelo Conselho da FIMDA e, por fim, aprovado pelo Definitório Provincial. A Profissão será celebrada no Capítulo da FIMDA em julho.
11. Noviciado Interprovincial – Processo gradual de implantação Neste ano, o Noviciado São José, de Rodeio (SC) recebeu uma nova turma de noviços sob a modalidade interprovincial, após uma série de reuniões entre cinco Entidades da Conferência Brasil e Cone Sul. Esta modalidade deve ser implantada em etapas, tendo sido iniciada pela acolhida de noviços de duas outras Entidades já neste ano. Em diferentes momentos, ainda neste ano, frades serão enviados destas Entidades para contribuir com a formação teórica dos noviços. Os próximos passos deverão contemplar a transferência de frades para integrar o Coetus Formatorum da etapa e outras modalidades de contribuição e integração no programa formativo estabelecido.
12. Egresso da Formação Inicial 20/03 – Gabriel de Paula Kuki (seminarista); 06/05 – Rafael Zanin (aspirante).
13. Conselho da Evangelização – Momento formativo O Conselho da Evangelização esteve reunido entre os
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dias 29 e 30 de abril, e tomou por reflexão as provocações do texto “Youtubers ou inquisidores, profetismo ou difamação: desafios para a evangelização no universo cultural das redes sociais”, do professor César Kuzma. A reflexão se ateve à constatação da qualidade de uso das redes sociais por haters e inquisidores, que alcançam grande visibilidade e se tornam obstáculo à saudável evangelização, tão necessária neste mundo virtual. Como Província, nós crescemos na produção e oferta de conteúdos diversificados, mas ainda precisamos aprimorar a qualidade e profissionalismo no material oferecido com a ajuda de assessoria especializada. Podemos e devemos somar forças em nossas diferentes presenças, vencendo a tentação do personalismo, para apresentarmos um rosto de uma Fraternidade que evangeliza e deseja abrir um diálogo com o usuário das redes.
14. Frentes de Evangelização – Encontros dos frades Entre os dias 05 e 08 de abril, os frades ligados às Frentes de Evangelização se reuniram na modalidade on-line para dar passos na elaboração dos Planos Operacionais a partir do Plano de Evangelização 2022-2027 da Província, que foi formulado para ser um texto-guia, com as conclusões do Capítulo Provincial, as indicações da Igreja e da Ordem e as diretrizes que deverão nortear as ações práticas definidas pelos Planos Operacionais. Cada uma das Frentes constituiu equipes para a formulação de seu Plano Operacional a ser apresentado e aprovado em data futura.
15. Fraternidade e Convento Santo Antônio – Revitalização O Definitório Provincial manifestou satisfação e apoio ao movimento de revitalização do Convento Santo Antônio com iniciativas que passam pela reorganização dos espaços, retomada e ampliação de atividades celebrativas e de assistência ao povo, além da busca por requalificar a vida fraterna, especialmente pensando nos confrades idosos que ali residem. Sente-se um bom ânimo de colaboração e trabalho conjunto por parte da Fraternidade.
16. Paróquia Santa Clara (Petrópolis, RJ) – Entrega Após uma série de conversas com o Bispo Local, Dom Gregório Paixão, com os frades da Fraternidade São Francisco de Assis e o pároco, Frei Elói Dionísio Piva, a entrega
Notícias do Definitório Provincial da Paróquia Santa Clara vai sendo encaminhada para que a Diocese de Petrópolis assuma seu cuidado. Definiu-se, então, que no dia 20/05, haverá um encontro com as lideranças da paróquia e, no dia 03/07, se dará a entrega e posse do novo pároco.
17. Presenças Fragilizadas O Definitório Provincial considerou o fato de que, mesmo tendo sido fechadas dez presenças evangelizadoras no triênio passado, todas elas paróquias e santuários, a Província ainda sente diversas Fraternidades muito fragilizadas, especialmente no campo da Evangelização. Considerando o fato que mais fechamentos provoca o recrudescimento, redução da inserção e missão, pensa-se em iniciar o diálogo com as Fraternidades Locais, Regionais e as Dioceses onde estamos, de modo a reavaliar nossa presença evangelizadora para além do celebrativo-sacramental. Esta revisão visa a sustentabilidade financeira e a qualificação evangelizadora da Província em cada um destes lugares onde escolhemos permanecer.
18. Nomeação de Ecônomos das Fraternidades O Definitório Provincial avaliou as indicações enviadas pelas Fraternidades para a função de Ecônomo e nomeou os confrades listados abaixo: 1. Fraternidade Santo Antônio (Bauru, SP): Frei Pedro do Nascimento Viana; 2. Fraternidade São Francisco (Chopinzinho, PR): Frei Junior Mendes; 3. Fraternidade Nossa Senhora Mãe Terra (Duque de Caxias): Frei Jorge Luiz Maoski; 4. Fraternidade São Francisco (Duque de Caxias, RJ): Frei Paulo Roberto Santos Santana; 5. Fraternidade Frei Leão (Itatiba, SP): Frei Thiago Alexandre Hayakawa; 6. Fraternidade Nossa Senhora Aparecida (Nilópolis, RJ): Frei Carlos Alberto Guimarães; 7. Fraternidade Nossa Senhora da Boa Viagem (Rio de Janeiro, RJ): Frei Sebastião Agostinho Kremer; 8. Fraternidade Santo Antônio (Rio de Janeiro, RJ): Frei Walter Ferreira Junior; 9. Fraternidade Santo Amaro (Santo Amaro da Imperatriz, SC): Frei Germano Guesser; 10. Fraternidade Divino Espírito Santo (Vila Velha, ES): Frei Vanderlei da Silva Neves.
19. Repasses das Dioceses e Entidades Coligadas às Fraternidades O Definitório Provincial definiu o mês de agosto como prazo para que as Paróquias transfiram o destinatário dos pagamentos pelos serviços prestados pelos frades (salários, côngruas, repasses...) ao CNPJ das Fraternidades e, não mais, aos CPFs dos frades. Da mesma forma, as Entidades Coligadas são instadas a, no mesmo prazo, alterarem os repasses referentes aos frades a seu serviço às Fraternidades das quais são membros. Se alguma Diocese ou Entidade encontrar dificuldade para esta alteração, solicita-se aos frades que notifiquem o Economato Provincial que, com o Jurídico da Província, assumirá a tratativa com as mesmas.
20. Nomeação dos Animadores do Serviço da JPIC nas Fraternidades O Definitório Provincial avaliou as indicações enviadas pelas Fraternidades para a função de Animador do JPIC Local e nomeou os confrades listados abaixo: 1. Fraternidade São Francisco de Assis (Bragança Paulista, SP): Frei James Ferreira Gomes Neto; 2. Fraternidade Bom Jesus da Aldeia (Campo Largo, PR): Frei Claudino Gilz; 3. Fraternidade São Francisco (Chopinzinho, PR): Frei Diomedes Basi; 4. Fraternidade Nossa Senhora do Rosário (Concórdia, SC): Frei Alex Sandro Ciarnoscki; 5. Fraternidade Frei Leão (Itatiba, SP): Frei Pedro da Silva Pinheiro; 6. Fraternidade Sagrado Coração de Jesus (Petrópolis, RJ): Frei Bruno Gonçalves Cezário; 7. Fraternidade São Francisco de Assis (Petrópolis, RJ): Frei Ludovico Garmus; 8. Fraternidade Santo Antônio e Fraternidade Nossa Senhora da Boa Viagem (Rio de Janeiro, RJ): Frei Antônio Michels; 9. Fraternidade Santo Antônio do Pari (São Paulo, SP): Frei Marx Rodrigues dos Reis; 10. Fraternidade Divino Espírito Santo (Vila Velha, ES): Frei Adriano Dias do Nascimento. O Conselho do JPIC incentiva às Fraternidades que ainda não o fizeram, que nomeiem seus Animadores Locais. O Conselho também indica aos Animadores a inscrição no Curso On-line Laudato Sì: leitura francisclariana para o mundo atual promovido pelo Instituto Teológico Franciscano. As inscrições podem ser feitas através do site www.itf.edu.br até o dia 01/06. comunicações
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Notícias do Definitório Provincial 21. Conselho do Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação – Nomeação
25. Frei Antenor Camilo Militão – Processo de Secularização
Ciente da importância de ter uma equipe junto ao Animador Provincial do JPIC, Frei Marx Rodrigues dos Reis, para pensar metodologias e ações próprias desta dimensão do carisma, o Definitório Provincial nomeou os seguintes frades para compor o Conselho do Serviço JPIC Provincial: Frei Marx Rodrigues dos Reis, Frei Santana Sebastião Cafunda (missão em Angola), Frei Thiago Alexandre Hayakawa (Educação) e solicitou ao Conselho da Formação e Estudos que indique um representante da Formação. Frei Atilio Dalla Costa Battistuz foi pensado como possível assessor consultivo, quando necessário, por sua experiência na Amazônia.
Frei Antenor está há 4 anos fazendo uma experiência junto à Diocese da Campanha (MG), com o indulto de Exclaustração recebido da Ordem. Sentindo-se realizado com a experiência vivida, ele solicita a Secularização para que possa ser incardinado imediatamente na referida Diocese. Aprovado, o processo segue os trâmites canônicos regulares.
22. Fraternidade Dom Paulo Evaristo Arns – Autorização para ereção canônica A Arquidiocese de São Paulo autorizou a Província que erija uma nova Fraternidade na cidade de São Paulo, com a missão de atender à Paróquia Santa Cruz, no Jardim Peri, onde a Província já possui um trabalho de assistência social sendo realizado através do SEFRAS. A ereção canônica será agendada para as próximas semanas.
23. Frei Alexandre Rohling – Revigoramento Franciscano O Definitório Provincial recebeu uma carta de Frei Alexandre Rohling, partilhando a experiência vivida no Revigoramento Franciscano que lhe foi proposto, uma atividade promovida pela Família Franciscana do Brasil, anualmente, na Fraternidade do Seminário Santo Antônio, de Agudos (SP). O Definitório acompanha com alegria e gratidão a experiência partilhada assim como a caminhada deste confrade.
24. Frei Paulijacson Pessoa de Moura – Retorno à Fraternidade Provincial Frei Paulijacson recebera a Licença para viver fora de uma Fraternidade da Ordem no dia 23/02. Esta licença é concedida pelo período de até um ano, sendo que o confrade que a recebe pode pedir o retorno em qualquer momento dentro deste período. Frei Paulijacson apresentou o pedido de retorno e recebera a permissão de retornar à Província, sendo-lhe solicitado que permaneça por um tempo na Fraternidade São Francisco de Assis, de Rodeio (SC), ainda sem o Uso de Ordens, para um período de refazimento vocacional.
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26. Frei Marcos Vinícius Motta Brugger – Processo de Secularização com tempo anterior de prova Frei Marcos Brugger está em período de Licença para viver fora de uma Fraternidade da Ordem e tem vivido este tempo exercendo o ministério presbiteral junto à Diocese de Blumenau (SC) que lhe confiou uma de suas paróquias. Ele manifesta a intenção de abertura do processo de Secularização, com um tempo anterior de prova na mesma diocese. Assim que oficializado o pedido, o processo deve seguir os trâmites canônicos regulares.
27. Claudinei Jair Lopes – Demissão Automática O Definitório Provincial, tendo a documentação que comprova o matrimônio civil contraído por Claudinei Jair Lopes em 2017, assinou o decreto de demissão automática da Ordem segundo as normas do Direito Universal e Próprio.
28. Processos de Separação da Fraternidade Tendo em vista os diferentes processos de separação de um frade da Fraternidade Provincial: licença, indulto de exclaustração, secularização, dispensa dos votos e do ministério... algumas balizas foram apresentadas para ajudar o confrade que tenha tal intenção a discernir em qual situação se encontra. Para tal, ele deve ter claros os motivos de sua decisão; o grau de certeza da mesma; se não for definitiva, quanto tempo ele acredita precisar para este processo de discernimento; se há intenção de continuar a exercer o ministério ordenado em alguma Diocese.
29. Ausências irregulares Diversos confrades permanecem ausentes da Fraternidade Provincial de modo irregular, ou seja, sem a devida
Notícias do Definitório Provincial licença ou com os prazos das permissões expirados. Eles serão notificados para que regularizem sua situação ou serão abertos os devidos processos canônicos de demissão por ausência irregular.
30. Processo de Beatificação de Frei Bruno O processo de Beatificação de Frei Bruno avança junto à Congregação para as Causas dos Santos. Decidiu-se abrir o diálogo com a Diocese de Joaçaba (SC) para que seja combinada a participação desta nos custos do processo e, da Província, no futuro santuário que será erigido.
31. Nomeação da Diretoria do Instituto dos Meninos Cantores O Definitório Provincial nomeou a nova Diretoria dos Meninos Cantores (IMC) para um mandato de três anos: Frei Marcos Antonio de Andrade (presidente), Frei João Mannes (vice-presidente), Frei Gustavo Wayand Medella (secretário) e Frei Jorge Paulo Schiavini (tesoureiro).
32. Eleição do Presidente da FIMDA – Apuração da primeira consulta Segundo o prescrito pelos Estatutos Particulares da FIMDA, uma primeira consulta foi feita entre os confrades professos solenes e temporários, de indicações de nomes para o serviço de Presidente da Fundação. Cada confrade podia indicar dois nomes: PROFESSOS SOLENES (20 frades) 1. Frei José Moraes Cambolo: 11 2. Frei André Luiz da Rocha Henriques: 7 3. Frei Afonso Katchekele Quissongo: 6 4. Frei Ivair Bueno de Carvalho: 6 5. Frei António Boaventura Zovo Baza: 5 6. Frei Marco Antonio dos Santos: 3 7. Frei Laurindo Lauro da Silva Junior: 2 PROFESSOS TEMPORÁRIOS (75 frades) 1. Frei Afonso Katchekele Quissongo: 33 2. Frei Marco Antonio dos Santos: 29 3. Frei André Luiz da Rocha Henriques: 22 4. Frei José Moraes Cambolo: 22 5. Frei Ivair Bueno de Carvalho: 11 6. Frei Laerte de Farias dos Santos: 1 7. Frei Laurindo Lauro da Silva Junior: 1 8. Frei Valdemiro Wastchuk: 1
33. Nomeações Diversas 1. Frei Almir Ribeiro Guimarães: assistente espiritual da Fraternidade da OFS Santo Antônio dos Pobres, de Volta Redonda (RJ); 2. Frei Athaylton Jorge Monteiro Belo: assistente espiritual da Fraternidade da OFS Nossa Senhora da Imaculada Conceição, de Nilópolis (RJ); 3. Frei James Luiz Girardi: assistente espiritual da Fraternidade da OFS Santa Clara de Assis, de Duque de Caxias (RJ); 4. Frei José Raimundo de Souza: assistente espiritual da Fraternidade da OFS Nossa Senhora Aparecida, de Sorocaba (SP).
34. Autorizações para Viagem 1. Frei Carlos José Körber: viagem à Alemanha para um período de férias; 2. Frei Conrado Lindmeier: viagem à Alemanha para um período de férias; 3. Frei José Lorenz Führ: viagem à Alemanha para um período de férias; 4. Frei Florival Mariano de Toledo: viagem à Itália para acompanhar a Fraternidade da OFS de Sorocaba (SP) em peregrinação à Roma e Assis. 5. Frei Ivo Müller: viagem à Itália e Terra Santa para acompanhar um grupo de peregrinos em viagem organizada pelo Comissariado da Terra Santa; 6. Frei Jean Ajluni de Oliveira: viagem ao Brasil para um período de férias. A reunião encerrou-se às 15h40, do dia 06 de maio, com o agradecimento do Ministro Provincial, Frei Paulo, a todos os membros do Definitório Provincial. Ele recordou que as diversas questões que são tratadas à mesa do Definitório podem e devem chegar a toda a Fraternidade Provincial para dividir o peso da responsabilidade e, como felizmente tem sido experimentado, para que seja suscitada a boa vontade dos confrades quanto ao compromisso por sua resolução. Há grandes expectativas pelos Encontros Regionais presenciais que se aproximam, de se encontrar uma Província feliz e que esta alegria por sermos frades possa ser transmitida por cada um. Por fim, Frei Daniel Dellandrea, Definidor Provincial, motivou a todos a uma oração por toda a Província sob as bênçãos da Virgem Mãe. Frei Rodrigo da Silva Santos, OFM SECRETÁRIO PROVINCIAL
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Frei Massimo: “Acreditamos que essa guerra é uma ferida para todos”
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e 10 a 16 de abril de 2022, o Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli, acompanhado por Frei Francesco Piloni, Provincial de Assis, fez uma visita à Romênia, Ucrânia e Polônia. Após esta visita, partilhou a sua peregrinação com a Oficina de Comunicações da Ordem.
Ministro, onde começou sua jornada?
Frei Massimo - Chegamos no Domingo de Ramos na Romênia, em Suceava, na fronteira com a Ucrânia. Tivemos que esperar até o dia seguinte para entrar, então aproveitamos para cumprimentar os frades da Transilvânia, visitar um santuário mariano e estar com o Provincial e os frades da fraternidade. Então, finalmente, entramos na Ucrânia. Cruzar a fronteira entre a Romênia e a Ucrânia foi como um espelho, porque nos mostrou um fluxo diário de pessoas: há refugiados retornando à Ucrânia (especialmente mulheres, crianças, idosos) e pessoas saindo do país. Entre a Polônia e a Ucrânia, até a semana passada, entre 25 e 30 mil pessoas por dia faziam essa transferência. Isso é muito e também nos mostra uma das consequências da guerra: esse deslocamento de pessoas. Vimos pessoas saindo do país com poucas malas, poucos pertences. Muito triste, mas realmente tocou nossos corações. Também pudemos conversar com alguns deles. No dia 11 de abril, na fronteira com a Ucrânia, nos encontramos com outros comunicações MAIO 2022
representantes de uma peregrinação inter-religiosa, cujo momento central seria o encontro do dia seguinte.
A participação nesta peregrinação inter-religiosa foi um dos motivos importantes da sua viagem?
Frei Massimo - Sim, ali tive a oportunidade de encontrar os diferentes participantes desta peregrinação: o Arcebispo Emérito de Cantuária dos Anglicanos, Rowan Williams, o Arcebispo Metropolitano Ortodoxo Grego do Patriarcado de Constantinopla na Inglaterra, também Bispo ucraniano da Igreja Ortodoxa de kiev, bem como representantes do mundo islâmico (antigo Grande Mufti da Bósnia), representantes do judaísmo, hindus e budistas. Éramos doze no total e compartilhamos a preparação para a reunião do dia seguinte. Na manhã de 12 de abril, divididos em três pequenos grupos, visitamos
o centro de refugiados e um orfanato. Acho que esta foi a etapa mais dolorosa e forte da minha peregrinação. Neste centro encontravam-se 200 crianças e jovens, dos quais cerca de 80 órfãos ou abandonados devido à dispersão dos pais pela guerra. Alguns deles sofreram violência psicológica e outros abusos. Confesso que chorei ao sair. Também pedi ao Senhor: “Senhor, ajuda-me, Senhor, manifesta-te. Dê-se a conhecer, porque o sofrimento das crianças é terrível”. Mas devo dizer que, junto a este sofrimento, além dos adolescentes entendiados que você vê em outros centros de refugiados, encontrei a alegria e a festa das crianças. Uma característica da viagem de visita aos refugiados sempre foi esta: dor e esperança, chorar e rir juntos. Realmente me fez pensar que esta é a Páscoa: morte e vida. À tarde, aconteceu o encontro inter-religioso, ponto central da peregrinação, que foi muito intensa. O teatro estava cheio de gente: foi o primeiro
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ato público desde o início da guerra na Ucrânia. Então também foi importante e um belo momento para compartilhar. Na carta do Santo Padre, lida em 12 de abril em Černivci, o Papa escreve: “O sofrimento causado a tantas pessoas fracas e indefesas; os numerosos massacres de civis e jovens vítimas inocentes; a fuga desesperada de mulheres e crianças... Tudo isso abala nossas consciências e nos obriga a não nos calar, a não ficar indiferentes à violência de Caim e ao grito de Abel, mas a levantar nossas vozes com força para pedir, em nome de Deus, o fim de tais ações abomináveis”.
O sr. falou de São Francisco de Assis durante a oração? Como podemos levantar nossa voz hoje?
Frei Massimo - O Papa levanta a voz. Ele fala muito contra a guerra, como nenhum outro líder. No entanto, para alguns isso não é suficiente, porque eles gostariam que o Papa tomasse uma posição. Levantar a voz não é apenas apontar um culpado, é denunciar a iniquidade da guerra, não permanecer neutro, dizer que a guerra de hoje pode degenerar em um conflito nuclear. Nenhuma guerra pode ser chamada de justa, ainda que o homem tenha direito à autodefesa. Levantar a voz me parece fazer isso, o que faz o Papa. Ao ir lá, quis dizer também aos frades e a todos os cristãos que estão lá, que não somos indiferentes ao que está acontecendo. Então, levantar a voz em nível político internacional significa adotar uma postura mais clara? Definitivamente. Isso significa fazer a pergunta, você realmente quer acabar com esta guerra? Já que muitas pessoas na Ucrânia se fazem essa pergunta. Ou essa situação finalmente beneficia algumas pessoas? Aqui entramos em questões muito delicadas e sensíveis.
Como estão os Frades Menores nas comunidades que o
sr. visitou e como lidam com essa situação?
Frei Massimo - Encontrei os frades em diversas casas. Em cada um dos conventos conheci também refugiados: pessoas que fugiram do leste do país. Devo dizer que cinco dias depois da minha viagem caíram bombas em Leopoli, por onde havíamos passado, e 7 civis morreram. Portanto, sabemos hoje que nenhuma área é segura na Ucrânia, porque a guerra afeta subitamente o mundo inteiro. No Oeste do país tive o encontro mais significativo com as pessoas de nossas igrejas e com os administradores locais. Vi tanta solidariedade, tanto envolvimento e isso me deu muita esperança. Até agora, nenhum de nossos frades foi afetado fisicamente e nem os conventos. Os frades estão com o povo: é sua vocação o que eles realmente vivem. Certamente, durante a minha visita, vi também as feridas dos frades, a tensão, o medo. Eles têm suas famílias e entes queridos sob bombardeio. Eles sentem, como todo mundo, uma sensação de insegurança, então eles também precisam de apoio. Eles ficaram felizes com a minha visita, porque os tirou de um sentimento de opressão, de fechamento. Dos irmãos da Ordem recebem não só solidariedade material, mas também proximidade por meio de um telefonema, um e-mail. Isso faz com que eles se sintam parte de uma família maior e isso é muito importante.
O que as pessoas que o sr. conheceu precisam?
Frei Massimo - No momento os frades estão recebendo, graças a Deus, o que precisam para o povo. Embora muita ajuda esteja vindo de muitas partes do mundo, o dinheiro que está sendo arrecadado será muito útil quando a guerra chegar ao fim. Será necessário reconstruir e ajudar as pessoas a voltarem para suas casas. Muitas pessoas na
Europa, na Itália, Alemanha e Polônia, estão ajudando generosamente. Já vi lojas com alimentos, remédios, objetos para idosos, doentes e crianças.
Ministro, que mensagem deixaria aos irmãos e ao mundo depois de sua peregrinação?
Frei Massimo - A mensagem é o que disse o Papa: não fiquemos indiferentes. A gente se acostuma com a guerra. Acreditamos que essa guerra é uma ferida para todos. Há um agressor e há um agredido. Mas sabemos que carregamos dentro de nós a semente da violência que pode explodir a qualquer momento. Então temos que ter muito cuidado com isso. Queremos paz, não vamos alimentar esta guerra. Ser a favor ou contra alguém não é nossa vocação, especialmente como irmãos, como cristãos. E trabalhamos pela reconciliação, pela paz. Devemos ajudar as pessoas a superar as feridas desta guerra.
O que significa falar de paz hoje?
Frei Massimo - Algo mudou profundamente: a Europa e o mundo inteiro não são mais o que eram antes da guerra. Estávamos numa ilusão, numa paz um tanto artificial. Hoje vemos que a paz é muito frágil e que é necessário um maior empenho para salvaguardá-la e promovê-la. Como crente, como cristão, eu diria: o que a Providência de Deus quer que vejamos nesta guerra? Eu vejo isso como um grande chamado à conversão; um grande chamado para redescobrir a fé e uma profunda compreensão do coração da vida. Creio que o Papa, ao pedir que nos consagremos à Virgem Maria, quis indicar esta chave de interpretação. Guerra é uma palavra para nossa conversão. Eu, pessoalmente, senti muito este aspecto nesta peregrinação. Os frades me convidaram para ir à parte oriental da Ucrânia. Assim que possível continuarei esta viagem, esta peregrinação. comunicações
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Frei Ignacio Ceja Jiménez é o novo Vigário Geral Em 13 de maio de 2022, o Definitório Geral da Ordem, reunido na Cúria Geral em Roma, elegeu Frei Ignacio Ceja Jiménez para o cargo de Vigário Geral da Ordem dos Frades Menores, de acordo com o artigo 208 das Constituições Gerais da Ordem. Ignacio, frade da Província Franciscana de São Francisco e São Tiago, nasceu em Guadalajara, no México, em 1961. Foi noviço de 1985 a 1986, fez a primeira Profissão em 1986, a Profissão Solene em 1988 e foi ordenado presbítero em 23 de maio de 1992. Anteriormente foi Definidor Geral para a América Latina, Ministro Provincial da Província de São Francisco e São Tiago no México, Vigário Provincial da mesma, Mestre de Teologia, Mestre de Noviços e Guardião. Fray Ignacio sucede Frei Isauro Ulises Covili Linfati, que foi nomeado bispo de Iquique, Chile, em 23 de abril de 2022, pelo Papa Francisco
“O tesouro de Francisco”, primeiro livro do Ministro Geral
“Il Tesoro di Francesco” (O Tesouro de Francisco) é um livro que recompila alguns dos escritos de Frei Massimo Fussarelli, Ministro Geral dos Frades Menores desde julho de 2021, publicado pela TS Edizioni e também disponível em e-book. São mais de vinte discursos compostos ao longo do último ano, e em diferentes ocasiões, desde que iniciou seu novo serviço e que, em muitos aspectos, aludem a Francisco de Assis e à visão franciscana do mundo, argumento obviamente central no
ministério de quem dirige a Ordem dos Frades Menores. “O que mais chama a atenção nesses escritos é a abordagem profunda que conjuga fé e ser no mundo, com uma visão não íntimista da fé e uma visão crente do mundo”, escreve Pe. Cesare Vaiani, OFM, no prefácio. Surge uma experiência pessoal, claramente apreendida e humildemente oferecida aos irmãos, como um indício que não está arraigada na teoria, mas na experiência concreta. Essa característica testemunhal permite uma leitura convincente desses textos, que combinam doutrina e lucidez crítica com uma fé encarnada e, por que não, com um toque de paixão. Esta intersecção entre fé e mundo, entre teoria e prática, entre mente e coração, distingue a experiência espiritual cristã, que encontra sua referência essencial na humanidade abençoada do Verbo Encarnado. As reflexões espirituais de Frei Fusarelli se caracterizam também pela referência a algumas circunstâncias precisas, muitas vezes indicadas numa breve nota no início dos textos.
A ligação entre contextos e situações concretas é enriquecida pela experiência vivida, sem impedir que falem com cada leitor. Deste vínculo com a vida emerge também no caráter testemunhal que caracteriza muitos desses textos, pois há elementos significativos sobre o santo de Assis, bem como indicações de quem fala dele. Esta forma de propor um tema, no âmbito cristão, chama-se testemunho e é típico do anúncio do Evangelho. Quando falo de Cristo (parece que o Ministro Geral assim o diz) também revelo pouco ou muito de mim mesmo, nem que seja pelo fogo e paixão com que falo dele, e quando falo de mim não posso deixar de referir-me a Cristo, pelo lugar central que ocupa na minha vida. Em outubro de 2021, Frei Massimo Fusarelli foi a Jerusalém como peregrino, escolhendo a Terra Santa como seu primeiro destino em sua nova responsabilidade como Ministro Geral. Suas reflexões no Cenáculo e no Santo Sepulcro, no final do livro, sublinham o profundo significado que a Custódia tem para toda a Ordem dos Frades Menores.
O TEXTO DA SANTA SÉ
O rescrito do Papa sobre os Irmãos Leigos que podem se tornar superiores maiores
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om um rescrito de 18 de maio de 2022, o Papa Francisco revogou o cân. 588 §2 da CIC e as normas relativas ao acesso de religiosos não clericais pertencentes a Institutos clericais de direito pontifício, como a nossa Ordem, a cargos de governo em todos os níveis. Para o cargo de Guardião, basta o decreto de nomeação do Ministro geral com o consentimento de seu Definitório; para a nomeação do Ministro provincial ou da Custódia, é necessário o Rescrito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, solicitado pelo Ministro Geral com o consentimento de seu Definitório. Para a eleição como Ministro Geral, o Capítulo Geral deve solicitar autorização por escrito da própria Congregação. Nos dois últimos casos, a resposta da Congregação se baseia na avaliação de cada caso particular e nas razões apresentadas pelos solicitantes. Solicitado ao Santo Padre por oito Superiores Gerais, entre eles os
Ministros Gerais das Famílias Franciscanas, este Rescrito completa um longo caminho de muitos anos para que se reconheça a real igualdade de todos os frades de uma mesma fraternidade. A Igreja reconhece assim que a participação de todos os frades na vida, governo e missão da Fraternidade de nossa Ordem é determinada pelo carisma. Estamos muito felizes com esta decisão do Santo Padre e a recebemos como um grande impulso para aprofundar nossa identidade carismática e renovar nossa vontade de nos formar, viver e estar em missão como irmãos e menores. Na reunião de Presidentes de Conferências que se encerrou no dia 20/5, essa vontade foi fortemente renovada. Isto requer uma adesão renovada à vocação e missão comuns por parte de todos. Vamos aprofundá-la em todos os níveis, para responder ao dom e à responsabilidade que a Igreja nos confiou. Frei Massimo Fusarelli, OFM MINISTRO GERAL
A Santa Sé publicou dia 18 de maio de 2022, um rescrito do cânon 588, §2, (Código de Direito Canônico), que versa sobre a identidade dos institutos clericais de Direito Pontifício, entre os quais a Ordem dos Frades Menores está inclusa, concedendo à Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica a faculdade de autorizar que os superiores destes institutos possam ser religiosos não-clérigos. Dita o referido cânone que“denomina-se instituto clerical aquele que, em razão do fim ou objetivo pretendido pelo fundador ou em virtude de legítima tradição, está sob a direção de clérigos, assume o exercício de ordem sagrada e é reconhecido como tal pela autoridade da Igreja”. Assim, até então, só poderiam exercer a função de Ministros Provinciais e Gerais, frades ordenados. Em linguagem própria da Ordem dos Frades Menores, o rescrito estabelece que: 1. Um frade irmão leigo pode ser nomeado Guardião pelo Ministro Provincial com o consentimento de seu Definitório. 2. Um frade irmão leigo pode ser nomeado Ministro Provincial, após a licença escrita da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, solicitada pelo Ministro Geral com o consentimento de seu Definitório. 3. Um frade irmão leigo que é eleito Ministro Geral ou Provincial, de acordo com o estabelecido na lei própria da Ordem, requer confirmação – por licença escrita – da Congregação para os Institutos de Vida Consagrado e Sociedades de Vida Apostólica. 4. À Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica se reserva o direito de avaliar cada caso individualmente e as razões apresentadas pelo Ministro Geral ou pelo Capítulo Geral. Este se torna um importante passo na conquista de igualdade entre todos os frades, independentemente se são ministros ordenados ou não, reforçando que comunicações somos tomos irmãos em comum vocação. MAIO 2022
MÊS ABENÇOADO Junho! Canto Anchieta, Antônio do Brasil, João Batista, Pedro, da Igreja, Grande Pastor, No Céu rogam por nós, cantam louvores mil, Rendendo Glória ao Deus, Uno e Trino, o Senhor, Eu canto também o Sagrado Coração De Jesus, Médico que nos cura as feridas, Do corpo e da alma e nos traz consolação, Em dias e noites, às vezes, tão sofridas...
De tudo isso, em nosso junho de inverno bruto, A nossa alma vive verão - fogo do amor Ardentes labaredas, do Espírito, o Fruto... Junho é época, onde não vinga o grão lançado, À terra, mas eu insisto sempre em esperar, Pois para mim, junho é o meu mês abençoado. Frei Walter Hugo de Almeida, ofm. Imagem: “Santo Antônio de Pádua”, de Raffaello_Sanzio (Wikimedia Commons, um acervo de conteúdo livre)
ODE À FRATERNIDADE
Frei Osvaldo Lino Luiz
Quisera eu ser poeta pra poder poetizar E fazer uns lindos versos que pudessem retratar A nossa fraternidade de Pato Branco, Paraná
Frei Gabriel é bem jovem, mas é o nosso guardião Tem estatura de um menino e cabeça de ancião Sabe discernir o que é certo em cada situação
Eu sei que eu exagero quando quero elogiar Mas saibam que sou sincero no meu modo de falar Elogiar é preciso, bem melhor que criticar
Frei Evandro é o pároco desta Paróquia querida Homem forte, destemido que não tem medo da vida Tocando o seu violão a todos ele convida A tocar o barco a frente sem medo de qualquer ferida
Somos sete irmãos unidos vivendo em fraternidade Cada um tem o seu jeito e suas capacidades Mas apesar dos defeitos nenhum de nós tem maldades
Frei Neuri é o braço forte de toda a comunicação Com coragem e ousadia cumpre bem sua missão De levar a toda gente mensagens de salvação Frei Antonio é tranquilo, de muito bom coração Preguiça ele não tem para ajudar o irmão É um frade bem querido por toda a população Frei Jonas e Frei Marcelo são dois jovens de visão Vieram pra Pato Branco trazendo no coração A vontade de viver a mais sincera união Colaborando em tudo com a nossa nobre missão E eu que faço esses versos sem nenhuma pretensão Agradeço ao Deus da vida, pelo dom da vocação De viver fraternidade na minha congregação Louvado seja o Deus vivo que me deu um coração Para amar e ser amado nos anos que ainda virão Amém!
Aggenda 2022
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
AS ALTERAÇÕES E ACRÉSCIMOS ESTÃO DESTACADOS EM VERMELHO.
JUNHO
21 a 23
Reunião dos Mestres de Formação (Petrópolis, RJ)
25
02 03
Reunião da Coordenação da Formação Inicial (Petrópolis, RJ)
04
Ordenação Presbiteral de Frei Alan Leal de Mattos (Petrópolis, RJ)
07
Reunião do Conselho da Formação e Estudos (on-line)
11 e 12
Encontro Vocacional Regional (Petrópolis, RJ)
18 e 19
SETEMBRO
Reunião do Definitório Provincial
Encontro Vocacional Regional (Ituporanga, SC)
05 a 08
Dia com Maria e Frei Galvão (Aparecida/ Guaratinguetá, SP)
25 e 26
Encontro Vocacional Regional (Guaratinguetá, SP)
Retiro e Encontro Under Ten (Guaratinguetá, SP)
15 a 30
Encontros ampliados das Frentes de Evangelização (presencial ou on-line)
26 e 27
JULHO
Encontro do Regional Frei Bruno em Treze Tílias (local provisório)
18 a 21
NOVEMBRO
Retiro Provincial (Rodeio, SC)
25 a 27
Assembleia da FIMDA
07 a 10
Conselho Plenário Provincial (Agudos, SP)
11 a 14
AGOSTO
Reunião do Definitório Provincial (Agudos, SP)
30 a 01.09
28 e 29
Reunião do Definitório Provincial
Regional Recreativo (local a ser definido)
Centenário Franciscano 01 de janeiro de 2022 A todos os Irmãos das nossas Ordens À Família Franciscana Caros Irmãos da Primeira Ordem, Irmãs Clarissas, Irmãos e Irmãs da TOR e da OFS e JuFra, O Senhor vos dê a paz! Há algumas semanas anunciámo-vos, com uma carta de 02 de outubro de 2021, a criação de uma Coordenação para o Centenário Franciscano. Instituímo-la para preparar bem o Centenário Franciscano, no qual recordaremos os 800 anos da Regra Bulada, do Natal de Greccio (2023), dos Estigmas (2024), do Cântico das Criaturas (2025) e, no seu auge, da Páscoa de Francisco (2026). Será “um Centenário articulado e celebrado em vários centenários”. Hoje temos o prazer de poder entregar-vos o texto preparado pelo grupo dos nossos irmãos e irmãs, e que fizemos nosso. Temos diante de nós um texto que se presta a um uso multifacetado e que nos ajuda a viver este caminho em comunhão. Ele oferece: orientações para a organização dos vários centenários em nível local, um esquema para preparar os nossos cursos de formação, um instrumento ágil e qualificado para poderem trabalhar sobre as temáticas
dos diferentes centenários que articulam este único centenário 2023-2026, coroado pela celebração dos 800 anos da Páscoa do Pai Seráfico. Confiando-vos este instrumento, desejamo-vos uma boa leitura, bom trabalho, bom Centenário! Fraternamente vossos Deborah Lockwood – Presidente IFC-TOR OSF Tibor Kauser OFS – Ministro Geral Massimo Fusarelli OFM – Ministro Geral Roberto Genuin OFM Cap – Ministro Geral Carlos AlbertoTrovarelli OFM Conv – Ministro Geral Amando Trujillo Cano TOR – Ministro Geral Acesse o QR CODE e confira o subsídio
Inédita é a oração de Francisco de Assis apresentada no número de “Frate Francesco. Rivista di cultura francescana” (88 do ano 2022, pp. 7-35 – Frate Francesco – rivista · Centro Culturale Aracoeli) pelo Padre Aleksander Horowski do Instituto Histórico dos Capuchinhos. A informação é do Pe. Pietro Messa, OFM, publicada por Il Cattolico, 11-05-2022.
Vós, filhos dos homens, louvai o Senhor da glória sobre todas as coisas, magnificai-o e exaltai-o grandemente! E glorificai-o para todo o sempre, para que toda honra e glória nas alturas seja para Deus, o criador todo-poderoso,
e na terra haja paz para os homens de boa vontade! Magnífico é este Rei pacífico, acima de todos os reis De todo o universo, Senhor Deus, nosso Criador, Redentor e Salvador, Conselheiro e nosso admirável Legislador
Imagem: “Francisco”, Cigoli (domínio público, Wikipedia)
Esta oração, que aqui apresentamos um trecho, é uma invocação ao Rei pacífico, mas também uma exortação aos homens de boa vontade para serem pacificadores, como se pode ver abaixo: