Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
a o c s á P z i l e F
| abril - 2017 | ANO LXIV • No 4 |
xxx Sumário
Mensagem do ministro provincial
“O Ressuscitado é mais forte que os nossos medos”.................................................................................... 207 Carta aberta contra a reforma da Previdência Social.................................................................................... 209
Formação permanente
“A Amazônia e o cuidado da Casa Comum”, texto de Frei Atílio Battistuz.................................... 210
Sav
Frei Vanderlei será ordenado diácono no dia 23.............................................................................................. 213 Encontro de animadores vocacionais...................................................................................................................... 215
Formação e estudos
itf: Entrevista com Frei Jefferson Max...................................................................................................................... 217 Alunos da Universidade Católica de Petrópolis visitam o itf................................................................ 217 Rondinha: início das atividades da Pastoral Universitária.......................................................................... 218 Noviços realizam experiência no Eremitério Frei Egidio............................................................................. 219
Fraternidades
Rodeio: Fraternidade São Francisco acolhe novo guardião ................................................................... 220 Encontro do Regional do Vale do Itajaí e festa do padroeiro do Noviciado............................... 221 Seminário Frei galvão: aberto jubileu de 75 anos........................................................................................... 222 Paróquia do Rosário reflete sobre cf ....................................................................................................................... 226 Festival de música sacra em Roma executa composição de Frei Ademir .................................. 227 27ª Romaria Penitencial: “Frei Bruno já foi canonizado pelo povo” ................................................... 228 Primeiro encontro do Regional Serra/Baixada no ano................................................................................ 239 Primeiro encontro do Regional do Espírito Santo ......................................................................................... 240 Encontro do Regional do Vale do Paraíba ............................................................................................................ 241 Regional São Paulo: encontro fraterno em Santos ........................................................................................ 242 Notas fraternas............................................................................................................................................................................ 243 Um ano da morte de Frei Antônio Moser............................................................................................................. 244 Frei Moser é lembrado como ‘mártir’ em Roma .............................................................................................. 245 Festa da Penha 2017 ............................................................................................................................................................. 246
Evangelização
Sefras: 17 anos de solidariedade franciscana .................................................................................................... 250 Imigrantes concluem curso time do emprego................................................................................................. 252 Palestra sobre hiv/aids aos imigrantes................................................................................................................. 252 22ª Caminhada Bragança - Pedra Bela..................................................................................................................... 253
Cffb
Encontro com os coordenadores dos núcleos da cffb Paraná ........................................................ 256
Ofm
Ministro Geral faz convite para Curso jpic.............................................................................................................257 Ordem estreia novo site.......................................................................................................................................................257 Ministros Gerais se reúnem em Madrid.................................................................................................................. 258 Entrevista: Frei Michael a. Perry..................................................................................................................................... 259 Eleito o novo governo da Fundação Russa-Cazaquistã.............................................................................. 265
Ofs
Capítulo avaliativo da ofs................................................................................................................................................. 266 Frei almir explica o encerramento de suas atividades como assistente nacional da OFS................................................................................................................................ 267
Falecimento
Frei Ascânio Sant’Ana............................................................................................................................................................. 268
Agenda ................................................................................................................................................................................. 272 Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil Rua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br | ofmimac@franciscanos.org.br
Mensagem
O Ressuscitado é mais forte que os nossos medos
Caríssimos irmãos e irmãs, A Paz do Cristo Ressuscitado esteja com vocês!
A
mensagem da Ressurreição do Senhor, segundo o Evangelho de São Lucas, inicia-se com um questionamento feito por “dois homens vestidos de branco” (Lc 24,3) a um grupo de mulheres que, bem de madrugada, foi ao encontro da sepultura de Jesus para aí chorar a morte e deixar aromas e bálsamos: “Por que procurais entre os mortos quem está vivo?” (Lc 24,5). Aquele que no Mistério da Encarnação “nasceu por nós à beira do caminho e deitado numa manjedoura” de uma gruta (cf. OfP 15,7), envolto
em panos pobres, adorado e agraciado pelos Reis Magos com ouro, incenso e mirra, agora, no Mistério da Paixão e Morte, foi envolto em linho fino, comprado por José de Arimateia no apressado sepultamento antes do repouso sabático, embalsamado por Nicodemos com uma mistura cara de mirra e aloés, e sepultado na silenciosa gruta da mansão dos mortos. Para esta gruta da morte, ainda na madrugada do “primeiro dia da semana” (Lc 24,1), acorreram algumas mulheres como naturalmente fazemos nós, os mortais, quando vamos chorar a morte diante das sepulturas das pessoas queridas que nos precederam nesta vida. Sem flores ou coroas, elas levaram consigo aromas e bálsamos e
se dirigiram à sepultura para chorar e recordar a morte do grande Amigo “que passou pela vida fazendo o bem” (At 10,38). E, se outrora a estrela-guia conduziu os Reis Magos para dentro do mistério da gruta de Belém, para que ali ofertassem ouro, incenso e mirra, e fizessem com que a Luz do recémnascido fosse uma verdadeira epifania para todos os que jaziam nas “sombras da morte” (cf. Lc 1,79), agora, naquela madrugada, estes “homens vestidos de branco”, quais novas estrelas-guia da Páscoa, interpelam as mulheres a buscarem o mistério da vida fora daquela gruta da morte: “Ele não está aqui! Ressuscitou”. Não adianta procurar enFevereiro / 2017 [Comunicações]
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Mensagem tre os mortos Aquele que está vivo e ressuscitado. Inicia-se, assim, o processo da busca do Ressuscitado. Se Ele não se encontra na mansão dos mortos, como e onde encontrá-lo entre os vivos? Qual seria a ‘chave’ de acesso a esse Mistério novo e tão profundo da Ressurreição? A indicação para encontrar o Ressuscitado procede dos mesmos “homens vestidos de branco”, estrelas-guia da Ressurreição: “Lembrai-vos do que vos falou, estando ainda na Galileia, dizendo que o Filho do homem haveria de ser entregue ao poder de pecadores e ser crucificado, mas ressuscitaria ao terceiro dia” (Lc 24, 6-7). Mas quem seria capaz de desvendar a mensagem dos “homens vestidos de branco” na afirmação “Ele não está aqui! Ressuscitou”? Quem ajudaria a cada um dos discípulos e discípulas a remover a pedra-obstáculo para o reencontro com Mestre ressuscitado e compreendê-lo a partir do ocular da Fé? Os temores e as incertezas geraram nesses homens “lentos em crer” tantas outras dúvidas: Seria a Ressureição uma “lorota” das mulheres que de madrugada foram à sepultura (Lc 24,11), mas a Ele não viram? Poderia o Ressuscitado ser confundido com o jardineiro do cemitério (Jo 20, 11-16)? Poderia o Ressuscitado, que por nós se fez peregrino neste mundo, se misturar entre tantos outros peregrinos que naqueles dias estavam em Jerusalém e retornavam às suas cidades e aldeias como os discípulos de Emaús (Lc 24,13-24)? Seria o Ressuscitado um “fantasma” ou um “espírito” amedrontador que surpreendeu os onze Apóstolos perturbados e trancados numa sala, com muitas “dúvidas no coração” (Lc 24,37-38)? Em meio às desconfianças, ao medo e à dureza de coração dos assustados discípulos pela crueldade da condenação e morte Daquele que
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para eles se apresentou como “caminho, verdade e vida”, “pão vivo descido do céu”, “bom pastor que dá a vida”, “ressurreição e vida”, não foi fácil fazer a transposição do choro da sepultura ao cântico do aleluia pascal. Parecia ser mais fácil chorar a morte do que cantar ou proclamar a vida. Existem sempre pedras pesadas a serem removidas das sepulturas e sinais de morte. E no caminhar pessoal de cada discípulo ou discípula, os “homens vestidos de branco” são fundamentais no reencontro com Aquele que disse: “Eu sou a Ressurreição e a Vida”. E nós? O que nos leva a chorar a morte ou a lamentar os diferentes sinais de morte? Humanamente choramos a morte dos confrades, familiares e amigos que nos precederam e, ao mesmo tempo, mesmo imersos no ofertório da dor, cantamos a certeza de que a vida deles ou delas não foi “passageira ilusão”. Preocupo-me com o choro diante de outros sinais de morte que, muitas vezes, são pedras enormes a serem removidas das nossas sepulturas diárias. • A pesada pedra do individualismo moderno, também presente na vida consagrada, que nos leva a caminhar solitários, impedindo-nos dos encontros fraternos onde se realiza a partilha do pão e da alegria no reencontro diário com o Ressuscitado. • A pesada pedra do ‘poder e do mando’ que impede o diálogo com o diferente, evitando que o Forasteiro de Jerusalém compartilhe o pão e se faça companheiro na vocação e missão da fraternidade, enquanto anunciadora da alegria pascal. • A pesada pedra da frieza e da descrença nos valores místicos do nosso carisma que nos transforma em “homens de pouca fé”, em outros ‘Tomés’ descrentes, calculistas e racionalistas.
• A pesada pedra do silêncio tácito que interrompe todos os canais de comunicação para a mensagem da “alegria do Evangelho” trazida pelo novo homem vestido de branco, o Papa Francisco, que nos interpela a buscar soluções comuns e fraternas diante dos nossos medos e dúvidas no coração. • A pesada pedra do poder do dinheiro que chantageia a verdade maior da Ressurreição da qual somos profetas pelo testemunho da pobreza e da minoridade. Hoje, na mesma certeza daqueles “homens vestido de branco”, renovo a boa-nova do mesmo anúncio: “Por que procurais entre os mortos quem está vivo? Ele não está aqui! Ressuscitou!”. Que esta alegria chegue a cada um de vocês, às nossas fraternidades e a todas as nossas Frentes de Evangelização e Formação. O Ressuscitado é mais forte que os nossos medos. Ele mesmo remove as pesadas pedras para soprar sobre nós seu hálito vital dizendo: “Recebei o Espírito Santo”. Ele mesmo, em fraternidade e como fraternidade, a nós se apresenta para dizer: “Não tenhais medo, sou eu mesmo”. Assim, no diálogo e na partilha da Palavra, na comunhão e na partilha do pão, no peregrinar atento e acolhedor, fazemos acontecer em nós aquilo que o amor de Deus realizou naquela manhã da Ressurreição. E com São Francisco de Assis nos irmanamos com todos os biomas vitais para proclamar: “Alegrem-se os céus, rejubile a terra, ressoe o mar com tudo o que contém, rejubilem-se os campos e o que neles existe” (OfP 7,4) para cantar o canto novo daquele que “deitou-se para dormir e levantou-se de novo” (OfP 6,11) na manhã da Ressurreição. Feliz e abençoada Páscoa! Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM Ministro Provincial
Mensagem
Carta aberta contra a Reforma da Previdência Social São Paulo, 15 de março de 2017.
“A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam”, Frei Betto. Neste dia 15 de março, em que diversas organizações brasileiras propõem uma greve geral em protesto contra a Reforma da Previdência, em nome de meus confrades e do Povo de Deus, junto a quem realizamos a missão evangelizadora em nosso território provincial, não me resta outra postura a não ser a de um posicionamento frontalmente contrário à Reforma da Previdência Social proposta pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC 287/2016), especialmente no que diz respeito ao aumento do tempo mínimo de contribuição para 49 anos e da idade mínima para 65 anos. Para sustentar meu posicionamento, não lanço mão de argumentos baseados na economia, na matemática e na administração, pois não tenho conhecimento o suficiente nestas áreas. No entanto, baseado na realidade que nossos confrades encontram nos ambientes onde vivem e convivem, e no compromisso com a Justiça, exigência irrenunciável do Evangelho, afirmo com convicção que esta proposta é um verdadeiro ato de covardia contra os mais pobres. Basta olharmos para a luta diária de nossos irmãos agricultores, especialmente nas áreas rurais em que estamos presentes nos estados do PR (especialmente a Re-
gião Sudoeste), SC (Alto Vale do Itajaí, Planalto Central e Oeste) e ES (especialmente a região de Colatina), ou para a dureza da vida dos operários nas periferias urbanas do Rio de Janeiro (Baixada Fluminense) e São Paulo para percebermos o grau de insanidade presente em exigir que estes trabalhadores braçais se desdobrem em quase 50 anos de trabalho para, depois, receberem migalhas que mal custeiam os remédios que se fazem necessários depois de uma vida de trabalho intenso e extenuante. A quem beneficia iniciativas dessa natureza? Por que não apostarmos em estratégias mais distributivas e justas? Por que, para uma minoria privilegiada um sem-número de privilégios e, para a grande massa da população, a dureza de argumentos frios e desumanos, baseados na aridez dos números? São perguntas a que nossos dirigentes não podem se furtar em responder. Permaneçamos firmes, cada um dentro de suas possibilidades, para lutarmos com todas as forças a fim de que nosso Brasil seja de fato um lugar de justiça e de paz para todos. Com estima fraterna, e com o apoio de meu Definitório Provincial, deixo minhas saudações, rogando a Deus por um tempo de maior senso de humanidade para nosso país. Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM
Ministro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
Formação Permanente
A Amazônia e o cuidado da casa comum
N
um encontro de família no sul do Brasil, como muitos que acontecem hoje, o recepcionista, nas boas vindas aos familiares vindos de outras cidades, referindo-se aos antepassados da família, disse: “Nossos antepassados foram desbravadores nesta região”. Ele queria dizer que os antepassados foram pessoas ousadas, corajosas, valentes por enfrentar o desconhecido, e que “quando aqui chegaram, estas terras eram puro mato”, uma realidade “selvagem” e eles foram desbravadores, trouxeram a civilização. Por ser uma família bem religiosa sempre faz parte da programação, a celebração dominical. Na homilia tentei esclarecer que já não é possível continuar com o “espírito desbravador” dos nossos antepassados. Até mesmo porque, na maioria dos lugares, já não tem onde desbravar. Na verdade, o espírito desbravador continua. E a bola da vez é a Amazônia. É o bioma brasileiro mais preservado até o momento, mas é o que está sendo mais desbravado no momento, acumulando conflitos e somando megaprojetos de ocupação e desenvolvimento.
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Existem várias maneiras de abordar o tema da Amazônia. Eu quero partir do macro, a partir da teoria de Gaia. A teoria de Gaia, que já não é apenas uma hipótese científica, que foi questionada por mais de vinte anos, mas é uma teoria científica, aceita e reconhecida por congressos internacionais de cientistas. A teoria de Gaia e a compreensão do planeta como uma grande unidade em equilíbrio e harmonia, nos ajudam a perceber a importância da Amazônia no contexto climático mundial atual, e na relação da Amazônia com os ecossistemas vizinhos. A teoria de Gaia nos diz que não apenas existe vida sobre a terra, mas a própria terra é um grande macroorganismo vivo. As mitologias antigas viam a terra como uma entidade, um ser dotado de sentimentos, relações e paixões, cheio de vida e dinamismo. O nome Gaia vem da mitologia grega, referindo-se à terra como uma divindade, mãe de muitos seres. Os povos originários da América viam a terra como uma grande mãe, com uma fecundidade indescritível, capaz de nutrir e sustentar todos os seus filhos. A ciência cada vez mais confirma isso.
O que é Gaia? É um sistema fisiológico dinâmico, que vem mantendo nosso planeta apto para a vida há mais de 3 bilhões de anos. Lovelock, cientista britânico, um dos criadores da teoria, define que é um “sistema fisiológico, porque parece dotado de objetivo de regular o clima e a química em estado confortável para a vida. Seus objetivos não são fixos, mas ajustáveis e adaptáveis às formas de vida que mantém”. Os fenômenos da natureza, tais como a chuva, o vento, o calor, o frio, as correntes marítimas, as marés, as tempestades, as secas, as estações do ano, as cachoeiras, as nuvens, são como sinais vitais de um ser vivo, como os batimentos cardíacos, a pressão sanguínea, a circulação do sangue, a respiração, a transpiração, a digestão. Tudo num grande equilíbrio e harmonia. Gaia parece ter um objetivo: criar e regular as condições da superfície do planeta, para sejam sempre as mais favoráveis para que a vida seja possível. O equilíbrio de Gaia funciona no limite. Toda forma de vida tem seu imite. Tem a temperatura máxima, mínima e ideal, assim como a acidez, a salinidade, o oxigê-
Formação Permanente nio, a água e outros fatores. Também o número de indivíduos de uma espécie num ambiente tem seu limite, de tal forma que tudo funciona em cooperação. As florestas, os mares, os desertos, as algas marinhas, as calotas polares, as geleiras, as rochas, os minerais, a atmosfera com os gases que a compõem, a biodiversidade, funcionam num grande sistema de cooperação, interdependência e solidariedade, num equilíbrio muito sutil. O sistema Gaia é um grande sistema de cooperação e interdependência. Os biomas, embora formem unidades com características próprias, estão todos interligados. As florestas são um fator importante em Gaia, para o equilíbrio dos climas, umidade, temperatura e das condições favoráveis a diversas formas de vida, entre elas a vida humana. Dizem os pais desta teoria, que Gaia precisa de pelo menos 50% de suas florestas nativas preservadas, para manter o clima favorável à vida humana. As florestas estão ameaçadas. Esse é um dos dramas ambientais que estamos vivendo. Gaia, hoje, só tem 22% das suas florestas originais preservadas, menos da metade do que o postulado como necessário pelos formuladores da teoria de Gaia. A América do Norte só tem 20% das suas florestas nativas, a Ásia continental só tem 6% e a Ásia insular tem 22%. A África, embora tenha a segunda maior floresta do planeta, só
tem 8% das suas florestas originárias, e a Europa, que há séculos tem o problema da preservação das florestas, já não tem florestas nativas, só tem menos de 1% das florestas originárias. A América do Sul, graças à Amazônia tem 44% das florestas originárias. A Amazônia representa hoje em torno de 1/3 de todas as florestas de Gaia. Por isso é enorme a importância da Amazônia no contexto atual. Na lista da ONU, divulgada por ocasião do Ano Internacional das Florestas, entre as 10 florestas mais ameaçadas, está a Mata Atlântica Brasileira, com menos de 8% da mata original. E a mais ameaçada de todas, em vias de extinção, está a Bacia do Mediterrâneo, com menos de 5% da mata nativa. Assim, a Amazônia é praticamente o último reduto da preservação das florestas, por isso sua capital importância e “todos” olham para a Amazônia com esperança. Mas a Amazônia também é o último reduto onde o capitalismo e o mercado encontram praticamente tudo o que precisam para manter um modelo de progresso linear, de crescimento constante, e tudo em abundância: água, floresta, madeira, minerais de todas as variedades, desde ouro, ferro até nióbio, biodiversidade, terra para agricultura, para pecuária, fronteira para o agronegócio e para gerar energia. Na minha opinião, o Governo Brasileiro, hoje, é o principal, ou o maior destruidor da floresta Amazônica, com seus grandes projetos de
hidroelétricas e de infraestrutura, ou de concessão e apoio às grandes companhias. Quem deveria ser o principal cuidador é a principal ameaça. Olhando de outro modo, a Amazônia ainda é muito desconhecida, principalmente do ponto de vista científico. E novamente são muitos os interesses sobre a Amazônia: desde particulares, ONGs, empresas, laboratórios, até grupos governamentais. Para desvendar os mistérios da Amazônia, diz-se que somente o exército brasileiro está financiando mais de 60 diferentes pesquisas científicas. Nos últimos dez anos, grandes mistérios foram desvendados, tais como o ciclo de reciclagem da água pelas florestas, e o intercâmbio de chuvas com os biomas vizinhos, através dos rios voadores. Explicando rapidamente: na Amazônia existe uma cumplicidade entre a floreta e a chuva. As árvores absorvem água por suas raízes, que sobe pelos seus tecidos vegetais e é transpirada pelas folhas para a atmosfera. Uma grande árvore pode transpirar mais de mil litros de água por dia. Calcula-se que a floresta, por esse processo de evotranspiração, emita para a atmosfera mais de 20 milhões de toneladas de água por dia, que retorna outra vez em forma de chuva. Assim, a floresta sustenta a chuva e a chuva sustenta a floresta. A floresta depende da chuva, e a chuva depende da floresta. Os desmatamentos da Amazônia comprometem esse casamento. Se diminui a floresta, di-
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Formação Permanente minui automaticamente a umidade e a chuva. Se diminuem as chuvas, fica comprometida a floresta. Não só a floresta Amazônica mas também biomas vizinhos. Pela conjugação de vários fatores, como a umidade da floresta, a direção dos ventos, que na linha do Equador vão de leste a oeste, do Atlântico para o Pacífico, e a cordilheira dos Andes, cria-se o fenômeno dos rios voadores, que exportam umidade e chuvas da Amazônia para o grande região da América do Sul, como MT, MS, SP, MG, PR, SC, além da Bolívia, Paraguai e Argentina. Em
que podemos fazer de concreto? Gostaria de apresentar algumas sugestões bem concretas que estão ao nosso alcance. - Uma das primeiras coisas é conhecer a Amazônia, estudar, ler, procurar informações sobre a Amazônia. Existem muitos mitos e tabus sobre a Amazônia. Não existe muita biografia sobre a Amazônia, e até mesmo em Manaus é difícil encontrar livros sobre a Amazônia, e cada país olha para o seu pedaço da Amazônia. Mais difícil ainda são publicações que veem a Amazônia no seu conjunto. Quero
Chapecó-SC, há mais de três mil quilômetros da Amazônia, foi identificada chuva com procedência da umidade da Amazônia. Tudo isso comprova a sutiliza e a sabedoria do sistema Gaia, e, ao mesmo tempo, a fragilidade do equilíbrio diante da capacidade de violência e agressão da ação humana. Diante dos muitos problemas da Amazônia, sócias, culturais, eclesiais, econômicos, questões indígenas, pessoalmente considero a questão ambiental a mais séria e a mais comprometedora de todas e a que exige mais conversão, pessoal e coletiva, no sentido da necessidade de mudança de padrão de consumo e de projeto econômico e de desenvolvimento. É possível cuidar da Amazônia? O
indicar duas publicações, que estão disponíveis e gratuitas na internet em PDF, “O futuro do clima na Amazônia” e um “Atlas Amazônia sob pressão”. - Visitar a Amazônia, conhecer pessoalmente a Amazônia, fazer experiências concretas na Amazônia, mesmo que seja de forma rápida e por poucos dias. Romper com mitos e preconceitos. Mais longe do que a distância física é a distância mental da Amazônia. Somos capazes de programar viagens, romarias ou anos sabáticos para a Europa, a Terra Santa ou passeios para a Disneilândia, e seguimos pensando que é muito caro e difícil ir para a Amazônia. - Comprar somente madeira certificada. É possível extrair madeira de modo ecológico e sustentável. Exis-
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tem muitos conhecimentos e legislações que garantem isso. - Nunca é demais repetir: consumir menos, menos energia elétrica (o Brasil precisa 6% a mais de energia elétrica a cada ano, para manter o crescimento econômico), menos combustível, menos ar condicionado, menos água, menos ferro, menos cimento, menos equipamentos, menos comida, ter uma vida mais sóbria e austera. Nunca vamos deixar de consumir, mas podemos consumir de maneira mais responsável. - Assumir e defender causas indígenas. Pesquisas mostram que reservas indígenas são melhores conservadas, e são economicamente rentáveis no Brasil, Colômbia, Peru e Bolívia, além de ser uma reparação histórica e social. - Falar da Amazônia, pôr a Amazônia em debate, promover seminários, cursos, mesas redondas, reportagens, concursos, gincanas, exposições, intercâmbios. Aceito convites... - Conhecer e divulgar a teoria de Gaia. Gaia ainda não chegou nas escolas, nos livros didáticos, na mídia, no conhecimento público... - Não comer carne. Sem entrar em debates de saúde e ideologias, esta não é somente uma questão pessoal, mas pode ser da fraternidade e da sociedade. Até o presidente do Greenpeace já propôs isso como uma alternativa global. A criação de gado e o plantio de soja (que por sua vez é para ração de animais) são as principais causas do desmatamento da Amazônia. - Fazer na Amazônia uma missão. O “Projeto Amazônia” não é de uma fraternidade, é da Ordem, e não é necessário estar na Amazônia para defender causas da Amazônia. As causas da Amazônia podem ser uma missão de todos os frades. Frei Atílio Battistuz
fratilio@yahoo.com.br
SAV Ordenação diaconal
C
Frei Vanderlei será ordenado diácono no dia 23
om o lema “Dei-vos o exemplo para que façais o mesmo que eu vos fiz”, Frei Vanderlei da Silva Neves será ordenado diácono no próximo dia 23 de abril, na Matriz São Luiz Gonzaga, em Xaxim.
Ele será ordenado pelo bispo diocesano de Chapecó Dom Odelir José Magri. Frei Vanderlei é natural de São Paulo (SP), onde nasceu em 20 de agosto de 1982, tendo agora 34 anos. É filho de Maria do Socorro e Valdecy Pereira Neve, pais também de Wagner da Silva Neves. “Na minha infância sempre fui incentivado, sobretudo pela minha mãe, a participar das missas. Na época tínhamos um padre que se destacava pelo seu jeito simples e acolhedor (Padre Nicolau), o que despertou minha admiração. Também tive a graça de ter dois catequistas que marcaram minha vida - sr. Geraldo e sr. Rafael -, que trabalhavam em equipe e falavam da Igreja e de Cristo de uma maneira que despertava o interesse dos catequizandos. Lembro-me que era muito difícil alguém faltar tamanha a capacidade destes dois de fomentar a fé”, explica Frei Vanderlei. São Francisco, contudo, entrou em sua vida pela fibra ótica. “Pesquisava na Internet livros e artigos, e, quanto mais eu lia, mais queria conhecer a vida deste santo”, conta, até que há dez anos tomou a decisão de ingressar na vida religiosa franciscana: “Lembro-me de que senti muito medo em abraçar definitivamente esta nova forma de vida. Tinha meu trabalho, que eu gostava muito”, confessa. E foi pela Internet que conseguiu o telefone do Convento São Francisco, em São Paulo, e pôde marcar uma conversa com o Frei Nazareno Lüdtke, promotor vocacional do Convento. “Após alguns dias, me atendeu alegremente. Conversamos por mais de uma hora”, recorda, iniciando o acompanhamento vocacional em 2006. “Em 14 de fevereiro de 2007 estava prevista a minha chegada ao seminário de Ituporanga, mas não consegui chegar nesta data por conta de forte dor gerada por um cálculo renal. Mas, Abril / 2017 [Comunicações]
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SAV uma semana depois lá estava”, revelou. Em 2008, Frei Vanderlei fez o Postulantado, em 2009, o Noviciado, fazendo os primeiros votos em 3 de janeiro de 2010. De 2010 a 2012 morou em Rondinha para cursar Filosofia. A Teologia cursou-a em Petrópolis, onde morou de 2013 a 2015 no Convento do Sagrado. Em 2016 foi transferido para Fraternidade São Francisco, em Campos Elíseos e professou solenemente na Ordem dos Frades Menores em 6 de dezembro de 2014. Após a conclusão do curso de Teologia, foi transferido para a Fraternidade São Luís Gonzaga, em Xaxim, SC, onde será ordenado diácono, um serviço de que ele fala, a seguir, como vai exercê-lo.
Frei Vanderlei - Estou muito feliz por dar este novo passo. Agradeço a Deus, à Província, a todos os meus formadores e a todos os frades que tive a oportunidade de conhecer. Com certeza neste novo passo somos chamados a servir de maneira muito mais profunda à Igreja, à Província e a todo Povo de Deus. Neste pouco tempo que estou morando na Fraternidade São Luiz Gonzaga, percebo que os frades são procurados diariamente por muitas pessoas para abençoá-las, mas sobretudo para ouvi-las contar seus sofrimentos e seus dramas existenciais. Por isso, vejo que este novo passo deve ser marcado pela disponibilidade e pela compaixão.
Comunicações – Como você vê esse novo passo na sua vida religiosa?
Comunicações – O que significa para você ser diácono da Igreja?
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Frei Vanderlei - Creio que ser um diácono da Igreja é assumir de maneira gratuita a postura de Jesus: “... O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20, 28). Daí podemos compreender que o ministério do Diácono é o chamado ao serviço a Deus, à Igreja e ao próximo. Tomar a postura daquele que serve é assumir a missão de cuidar: cuidar para que os serviços na celebração dos divinos mistérios sejam desempenhados da melhor maneira possível, mas sobretudo cuidar para que a Palavra de Deus possa sempre estar presente naquele que livremente assume a missão de diácono. A missão do diácono na Igreja é fazer com que as pessoas sintam o abraço acolhedor da Igreja e de Cristo. Moacir Beggo
SAV
ENCONTRO DE ANIMADORES VOCACIONAIS Encontro do Serviço de Animação Vocacional da Conferência dos Frades Menores do Brasil
A
Conferência dos Frades Menores do Brasil (CFMB) tem como uma de suas preocupações principais o cuidado pastoral das vocações. Este trabalho é mais conhecido como Serviço de Animação Vocacional (SAV). Desta forma, para uma melhor articulação desta frente de trabalhos da CFMB, é proposto que os irmãos coordenadores da Pastoral Vocacional das várias entidades franciscanas no Brasil se reúnam anualmente para partilharem suas atividades e se organizarem num trabalho conjunto. A partir deste enfoque, a cidade de Bacabal, no interior do estado do Maranhão, recebeu o Encontro Nacional dos Animadores Vocacionais, que contou com a presença de nove frades. Os mesmos estiveram reunidos de 14 a 16 de março de 2017, no Centro Franciscano de Animação Missionária (CEFRAM), da Província Franciscana Nossa Senhora da
Assunção. Da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil participaram do encontro Frei Diego Atalino de Melo, Animador do SAV Provincial e coordenador do SAV-CFMB, e Frei Gabriel Dellandrea, em ano missionário neste mesmo serviço. No primeiro dia, os animadores conheceram um pouco mais da província anfitriã, com algumas explicações e aspectos históricos oferecidos pelo Ministro Provincial local, Frei Bernardo de Souza Brandão Neto. Além disso, os frades refletiram o texto-base para o Sínodo dos Bispos que vai acontecer em outubro de 2018, com o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. O trabalho
de leitura e reflexão rendeu muitos comentários e partilhas acerca dos acenos oferecidos pelo documento sobre a juventude na Igreja hoje. Os participantes expuseram suas iniciativas frente aos apelos da juventude em suas entidades franciscanas e responderam o questionário proposto pelo documento, buscando oferecer luzes ao próprio Sínodo, com uma contribuição enquanto SAV-CFMB. Além desta apreciação do documento, os animadores tiveram a oportunidade de conhecer os jovens postulantes da Província anfitriã, visitando a casa onde acontece o Postulantado. Por fim, já no CEFRAM, os frades reunidos pensaram algumas
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SAV sugestões e propostas para o Encontro Nacional de Jovens Franciscanos, a acontecer em julho de 2018, na cidade de Vila Velha/ES. O segundo dia do encontro foi voltado para a continuidade das respostas frente ao questionário do Documento Preparatório do Sínodo. Além disso, houve um momento destinado às partilhas das realidades da animação vocacional nas diferentes fraternidades franciscanas. Cada confrade explanou suas atividades propostas aos jovens, suas alegrias e também alguns desafios enfrentados. Também houve momento oportuno para a partilha sobre os momentos fortes preparados para animação da juventude, como as Caminhadas Franciscanas, Marchas Franciscanas, Missões Franciscanas e Movimentos de Diálogo Ecumênico entre jovens, com a finalidade de implantar uma cultura de paz. Um fato marcante acontecido nesse dia de encontro foi a repercussão de uma foto nossa (abaixo). Como nesse dia estavam acontecendo protestos e paralisações por todo o Brasil contra a Reforma da Previdência, os animadores vocacionais também se fizeram solidários e postaram uma foto de hábito na qual se lia #nóssomoscontraareformadaprevidencia. Tal postagem, para surpresa de todos, foi ganhando repercussão ao longo do dia nas mais
diferentes mídias, alcançando jornais, sites, perfis de personalidades conhecidas e atingindo a um número inimaginável de pessoas. De modo geral, concluiu-se, mais uma vez, que nossa evangelização nunca pode estar desvinculada da realidade e do contexto em que estamos inseridos, pois acreditamos que tal empatia com a vida do povo é que gerará maior proximidade com as pessoas e, consequentemente, mais vocações. Neste contexto, para dar continuidade aos trabalhos, todos os frades animadores vocacionais tomaram conhecimento da agenda proposta para os próximos momentos de encontro,
experiências missionárias e reuniões. Além disso, os frades puderam celebrar junto com o povo a Eucaristia na Paróquia São Francisco das Chagas, em Bacabal. Por fim, a fraternidade local se reuniu em confraternização alegre pelo bom andamento do encontro. O último dia do encontro foi um momento de convivência e passeio preparado pelos frades da Província anfitriã. Frei Lucas Lisi Rodrigues, da Custódia do Sagrado Coração de Jesus, afirmou que “o encontro com os demais frades da conferência gera um desejo de continuidade, de coparticipação da vida e missão, de partilha e fraternidade, de alegria e troca de experiências acerca do grande desafio de ser luz, que ilumina a vida de todos os jovens que nos procuram”. Por fim, após esses dias de encontro, cada frade retornou para a sua realidade renovado no desejo de continuar realizando sua missão enquanto animador vocacional, fazendo da sua própria alegria em ser frade menor o melhor testemunho e anúncio vocacional. Frei Gabriel Dellandrea
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Formação e Estudos NOVOS TEÓLOGOS DO ITF
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Conheça Frei Jefferson Max
epois de passar um ano em Angola, quando fez a experiência do Ano Missionário logo depois do curso de Filosofia, Frei Jefferson Max Nunes Maciel iniciou neste ano o curso de Teologia no Instituto Teológico Franciscano (ITF) de Petrópolis. Natural de Curitiba, no Paraná, Frei Jefferson nasceu no dia 27 de janeiro de 1992 e é filho de Maria Enézia Nunes e Valódio Tibes Maciel e tem dois irmãos por parte de pai: João Vitor e Lessandro Maciel. Nessa entrevista ele conta um pouco sobre sua origem, como tomou a decisão de se tornar um homem de Deus, as primeiras impressões do ITF, a sua rotina de estudos e o que espera do curso de Teologia.
Site do ITF - Fale-nos um pouco sobre você, sua origem. Frei Jefferson - Desde pequeno costumava ir à Igreja com minha mãe para rezar e participar das celebrações. Ali eu comecei a amar a Jesus Cristo. Havia em mim uma forte intenção em me tornar um frade, porque eu tinha visto um cartaz numa igreja com fotos dos freis franciscanos rezando e ajudando outras pessoas na missão. Entrei em contato com os freis e fiz o acompanhamento vocacional e, com a graça de Deus, ingressei na Ordem dos Frades Menores. Em 2012 fiz meus primei-
ros votos e, no ano passado (2016), pude fazer a experiência missionária em Angola.
Site do ITF - Qual foi a sua primeira impressão sobre o ITF? Você foi bem recebido? Frei Jefferson - Logo que cheguei aqui já fui “evangelizado” e bem acolhido pelos meus confrades, por meus colegas estudantes, professores, por nossos irmãos e irmãs funcionários, por todos que fazem parte do ITF! E entre as aulas sempre tenho a oportunidade de acolher a Jesus Cristo em cada pessoa que encontro! Site do ITF - Você sempre usa o “hábito” no seu dia a dia? Frei Jefferson - O hábito franciscano é uma forma visual de expressar minha consagração a Deus. Por isso, através de minhas ações, palavras e pensamentos, devo a cada momento dar testemunho do amor e da compaixão que Jesus tem por cada ser humano! Site do ITF - Como é a sua rotina de estudos? Frei Jefferson - É a proposta para os frades franciscanos que estão no período da Teologia. Nossa vida de estudo é intercalada pela vida de oração, de trabalho e de descanso, isto é, nossa vida de estudos teológicos está inserida em uma rotina ha-
bitual, tendo como objetivo central a nossa formação humana, cristã e franciscana.
Site do ITF - O que você espera do curso de Teologia? Frei Jefferson - Agradeço ao Senhor pela oportunidade de poder fazer o curso de Teologia no ITF. Para mim, o tempo de estudo teológico nos oferece três grandes graças: poder alimentar o conteúdo da fé; poder conhecer mais profundamente os ensinamentos da Revelação; e promover um grande amor universal a Jesus Cristo, à Igreja, a todos os seres humanos e às criaturas!
Alunos da Universidade Católica de Petrópolis visitam o ITF Na manhã do dia 13 de março, o Instituto Teológico Franciscano recebeu a visita dos alunos do 1º e 2º anos do curso de Teologia da Universidade Católica de Petrópolis – UCP. Após um rápido passeio conduzido por Frei Leonardo Aureliano dos Santos, pelas dependências do ITF, os visitantes se concentraram na biblioteca. O professor Carlos Frederico Schlaepfer, que leciona nas duas instituições e é bom conhecedor do espaço, além de dar algumas breves explicações acerca do acervo da biblioteca, juntamente com a equipe, orientou os alunos no trabalho de pesquisa. As atenções ficaram centralizadas na área exegética. O Instituto Teológico Franciscano espera que todos tenham apreciado a visita e voltem sempre que desejarem.
Formação e Estudos rondinha
INÍCIO DAS ATIVIDADES DA PASTORAL UNIVERSITÁRIA
“Uma pastoral sem oração e contemplação jamais poderá atingir o coração das pessoas”.
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ma pastoral sem oração e contemplação jamais poderá atingir o coração das pessoas. Ela se deterá na superfície e não deixará a semente da Palavra de Deus morrer, germinar, crescer e produzir frutos. Não dispomos de uma varinha mágica para fazer tudo, mas dispomos da confiança no Senhor, que nos acompanha e jamais nos abandona” (Papa Francisco). Inspirados por este espírito, os Frades de Profissão Temporária da Fraternidade Franciscana São Boaventura de Campo Largo (PR),
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deram início às atividades junto à Pastoral Universitária da FAE Centro Universitário de Curitiba (PR), no dia 17 de fevereiro. Frei Erick de Araújo Lazaro e Frei Francisco Dalilson Cabral, juntamente com o Welington Minoru Kihara, que atua na pastoral, se dirigiram aos setores de trabalho da unidade da FAECentro, promovendo aos colaboradores um momento de espiritualidade, de encontro, partilhas de vida e também de oração, levando assim um pouco do carisma franciscano. “Em cada setor que passávamos, o acolhimento foi bem franciscano. Na sua grande maioria, demonstravam que estes momentos deveriam acontecer mais vezes.
E o mais empolgante era ver a receptividade e a disponibilidade de pararem um instante para recebernos e rezar conosco. Foi bonito de ver a integração entre todos, independente de seus credos”, destacam os jovens frades. No último sábado (04/03), aconteceu o “trote solidário”, projeto da Pastoral Universitária. Este projeto tem por finalidade trazer uma forma sadia e franciscana de realizar a recepção dos “calouros” de todos os cursos da FAE. Neste ano, o trote aconteceu com doação de livros arrecadados. Deu-se início com a oração, realizada pelos freis do Convento São Boaventura, motivada pelos confrades Erick de Araújo Lazaro e Francisco Dalilson Cabral. Foi refletido sobre a música “Tempo Perdido” do grupo musical Legião Urbana’ Em seguida chegou o momento das premiação dos ganhadores da arrecadação de livros. Terminada as premiações, todos foram encaminhados para a feira dos livros doados e foram realizadas as trocas. Cada pessoa tinha um ticket de vale-troca. Neste espírito de partilha e doação, o trote solidário aconteceu. A missão apenas deu o seu “pontapé inicial”, e, com certeza, os dois frades que estarão neste ano acompanhando o belíssimo trabalho da Pastoral Universitária, estão muito entusiasmados com este novo desafio que se inicia. Que Deus os conserve nesta linda missão! Frei Erick de Araújo Lazaro
Formação e Estudos
Noviços realizam experiência no Eremitério Frei Egídio
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ntre os dias 6 e 18 de março, os vinte frades que compõem a 116ª turma de noviços subiram as belas montanhas de Rodeio (SC) para a primeira experiência de Eremitério. Acompanhados pelo mestre Frei Samuel Ferreira de Lima e divididos em dois grupos, os noviços, como peregrinos, forasteiros e com mochilas nas costas, percorreram os 11 km que separam o Convento do Eremitério. Durante o percurso rezaram as estações da via sacra, em comunhão com o tempo quaresmal que estamos a viver. Os noviços puderam experimen-
tar de maneira mais intensa o carisma franciscano a partir da contemplação de Deus nas criaturas e na natureza. Nos dias de retiro, os frades partiam para suas grutas no meio do silêncio da mata e ali realizavam suas orações, refeições e refletiam sobre os ditos de Frei Egídio. Ao final do dia, todos voltavam ao Eremitério onde se dedicavam ao trabalho, oração e partilha do tema refletido. O ano do noviciado é um momento essencial de encontro pessoal com Deus. Desta maneira, a experiência de seis dias que cada grupo realizou como eremitas é essencial na formação espiritual dos noviços.
Além disso, a própria localização do lugar, em meio à natureza, contribui para a tão importante relação com o divino e consigo mesmo. “Foram dias de encontro com Deus no silêncio e na natureza”, disse Frei Willian Bernardi, noviço. Alimentados espiritualmente, os vinte novos frades, brasileiros e angolanos, após este tempo de encontro com o Sumo Bem, descem a montanha e tornam-se discípulos missionários de Jesus, da mesma maneira que o Poverello de Assis. Frei Paulo Ricardo
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Fraternidades rodeio
FRATERNIDADE SÃO FRANCISCO ACOLHE novo guardião
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a segunda feira, 27 de fevereiro, a Fraternidade São Francisco de Rodeio acolheu seu novo guardião. Frei José Antônio Cruz Duarte exercia o serviço, junto à Cúria Geral, de assistência à Ordem Franciscana Secular (OFS), em Roma. Os noviços e a Fraternidade permanente estavam na expectativa da chegada do novo guardião desde a publicação de sua transferência nas notícias da reunião do Definitório Provincial. Frei José exercerá o ofício de guardião, vice-mestre e ecônomo. Na noite da segunda-feira, Frei José chegou à sua nova fraternidade e foi acolhido pelo guardião em exercício, Frei Jorge Lázaro de Souza. Na manhã do dia 28, Frei José celebrou a Santa Missa na Paróquia São Francisco de Assis, junto com alguns paroquianos e noviços. O recreio festivo de boas vindas aconteceu na noite do dia 28. Brasi-
PREGANDO PRA MIM
Ariovaldo, não se envolva nestes roncos por aí... Longe destes homens e suas apneias. Mude de hábito, fuja ao mar. Sem tirar da terra os pés descalços. Pregue aos peixes tão somente, e, pregando, apenas ouça-os. Então, sem saber, sem poder, é a Sabedoria que o conduzirá pra ser sal da terra e do mar. Frei José Ariovaldo da Silva 220 [Comunicações]
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leiros e angolanos, com um jeito todo franciscano, saudaram o novo guardião: “Frei José, é com grande alegria que nós, noviços e frades da Fraternidade permanente, te acolhemos. Conta sempre conosco!”, disseram. Os noviços aproveitaram a oportunidade para agradecer a Frei Jorge
pela disponibilidade e dedicação neste período em que exerceu seu ofício de guardião e desejaram que, nesta nova missão em Marrocos, ele seja testemunha viva do Evangelho a exemplo de nosso Pai São Francisco. Frei Paulo Ricardo
Fraternidades
Encontro do Regional do Vale do Itajaí e Festa do padroeiro do Noviciado
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evido à solenidade de São José coincidir nesse ano de 2017 com o 3º Domingo da Quaresma, a Igreja celebrou no dia 20, segunda-feira, sua festa. Portanto, às 6 horas da manhã do dia 20 de março, os sinos da matriz anunciavam o início das comemorações de São José, padroeiro da fraternidade do Noviciado. A Santa Missa foi celebrada às 6h30, como de costume, presidida por Frei Rafael Spricigo e
concelebrada por Frei Samuel Ferreira de Lima, mestre dos noviços, e Frei Abel Schneider. Enquanto isso, abrilhantava a celebração como organista Frei Pedro da Silva, pároco da matriz São Francisco de Assis e vice-mestre do Noviciado. Frei Rafael, em sua homilia, destacou a figura de São José como homem justo, silencioso e que soube acolher Maria como esposa e Jesus como seu próprio filho, assegurando
desta maneira a linhagem davídica do menino. Neste mesmo dia, ocorreu o primeiro enconto do ano do Regional do Vale do Itajaí. Os frades que compõe o Regional celebraram com toda fraternidade o dia de São José, aproveitaram também para celebrar o aniversário natalício de Frei Lindolfo Jasper, da Fraternidade de Gaspar. Frei Paulo Ricardo
Fraternidades Seminário Frei Galvão
ABERTO JUBILEU DE 75 ANOS
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odas as fraternidades da Província Franciscana Imaculada Conceição do Brasil possuem características únicas de como viver e transmitir o carisma franciscano e foi exatamente isso que se pôde perceber neste domingo, 05 de março, no Seminário Frei Galvão, durante a abertura oficial do Jubileu em comemoração aos 75 anos de sua fundação. Inaugurado em 1942, o Seminário contribuiu para a formação de inúmeros jovens e adultos advindos de diversas partes do país que se preparam para ingressar na vida religiosa franciscana. É uma casa que esbanja religiosidade e carisma franciscano por todos os lados. Por conta disso, é também um ponto de referência na acolhida aos romeiros, devotos de Frei Galvão. A missa teve início às 9h30. Foi celebrada pelo Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel e contou a presença da Fraternidade do Seminário Frei Galvão, junto com os postulantes e toda a comunidade. Frei Fidêncio ressaltou a importância do Seminário para a Província: “Esta é uma casa muito significativa para a Província e para Guaratinguetá. Eu, inclusive, trabalhei por três anos aqui. Nesta casa os romeiros levam uma mensagem de paz, amor, tranquilidade e alegria”. Durante a homilia, fez diversas considerações sobre o Seminário, a respeito de sua história nestes 75 anos, que começou como um Seminário Menor, acolhendo as vocações de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Depois deu um passo novo para a Província, acolhendo jovens e adultos no SEVOA, permanecendo
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25 anos com esse trabalho. E agora já está completando 27 anos como postulantado. “Foram rostos diferentes de uma caminhada e história sem perder a sua missão de animar e formar vocações”. Falando da primeira missão do
Seminário de formar os jovens para a entrada no noviciado, Frei Fidêncio leu um trecho da carta de um seminarista que encontrou nos arquivos da Província: “Ser realmente um seminarista é ser um apóstolo antecipado da grande missão da igre-
Fraternidades
ja, ser um líder da sociedade! Do filho de Guaratinguetá, Dom Luiz Cappio. O Seminário cumpriu essa missão, formou apóstolos religiosos e também famílias para a sociedade. Temos tanta coisa bonita para louvar e agradecer”.
Na sequência, Frei Fidêncio comentou sobre a segunda missão da Casa: a acolhida aos romeiros. “Após a beatificação de Frei Galvão, o Seminário ganhou uma nova cara, acolhendo romeiros que vêm agradecer à Mãe de Deus
em Aparecida e pedir a Deus, pela intercessão de Frei Galvão, aqui em Guaratinguetá.” “Ao celebrar 75 anos temos que olhar pra frente com esperança e alegria. Oxalá essa casa nunca perca sua missão tão bonita, sagrada e importante”, concluiu Frei Fidêncio. Durante a apresentação das ofertas, Frei Soneca motivou a comunidade a, em silêncio, colocar no altar a sua intenção particular. Junto com os dons do pão e do vinho, postulantes e lideranças da comunidade apresentaram o livro de Crônicas e a relíquia de Frei Galvão. “O livro de Crônicas representa toda a história do Seminário e de todos os frades e postulantes que passaram por essa casa. E a relíquia de Frei Galvão é a representação de cada benfeitor que passou pelo Seminário e saiu renovado e em paz”, disse Frei Soneca. Outro momento emocionante foi após a Comunhão, quando Frei Walter Hugo leu um pequeno texto sobre como o Seminário foi importante para a sua vida, para inúmeros frades e para a cidade de Guaratinguetá. “Aqui é o meu primeiro amor e, como vocês sabem, nunca se esquece o primeiro amor. Esta casa está sempre presente nas minhas orações”. E a comunidade, representada pelo senhor Alceu, falou sobre a importância do seminário na vida de todo o povo. Após a celebração, foi inaugurada uma Exposição de Fotos do Seminário, em seus 75 anos. Ao longo do ano, inúmeras atividades irão acontecer no Seminário Frei Galvão e no seu entorno. Uma programação mensal que envolverá toda a comunidade está sendo preparada pela Fraternidade para a comemoração do Jubileu. Marcelo Tadeu e Franklin Matheus Abril / 2017 [Comunicações]
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Fraternidades
O QUERIDO E HISTÓRICO SEMINÁRIO DE GUARÁ
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Seminário Frei Galvão nasceu em 1942, com finalidade de preparar jovens candidatos à vida franciscana. Estabeleceu-se um curso preparatório para o ginásio (hoje Ensino Fundamental), espécie de admissão. Os candidatos procediam dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A ideia da fundação vinha desde 1937. Pensava-se em fundar um colégio para atender a esse objetivo, nessa zona da Província Franciscana da Imaculada. Frei Antonino Zimmermann agilizou a ideia. Apareceu um terreno, proprie-
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dade do professor Benedito Vieira Rodrigues, no bairro de São Bento, em Guaratinguetá (SP). Começaram as negociações; chegaram-se à conclusão. O Provincial, Frei Marcelo Baumeister assentiu. O tal terreno tinha oito alqueires, boas plantações: milho, mandioca, pomar, com 1.365 laranjeiras de qualidade, um bom estábulo. A essa altura, a compra já estava mais ou menos resolvida. Dependia do Governo Provincial, em 1939. Houve certos obstáculos… Mas, Frei Antonino colocou sob a proteção de São José, e a coisa andou. Em 14 de janeiro de 1939, veio a ordem do
governo provincial: Comprar o terreno. Em janeiro desse mesmo ano, passou-se a escritura em cartório. Em 1941, havia já a planta do Dr. José Arantes. A construção ficou a cargo do Frei Edgar Loers, guardião de Guaratinguetá. Na chácara havia uma cocheira do tipo antigo. Frei Bonifácio, em 1940, começou a construir alguns quartos ao lado, para abrigar frades que iriam cuidar da obra iniciada. Em um quarto acontecia diariamente a Celebração Eucarística. A primeira datou-se de 29 de abril de 1941, celebrada por Frei João Vianei Erdrich. Continuou até que a igreja tenha ficado pronta. Não se esquecia de nada: O pomar, os arredores eram cultivados e cuidados, com amor e carinho. Os serviços de escavações iniciaram-se em 22 de abril de 1941. Frei Edgar deu a bênção da pedra fundamental em 28 de abril. O Vigário do Sagrado Coração de Maria esteve presente. Em 1942, em janeiro, o Definidor Provincial, vindo do Pari (SP) resolve que se começasse a funcionar o Colégio Frei Galvão, como o chamavam; embora não pronto ainda. Como primeiro superior, Frei Antonino Zimmermann. Era discreto e reitor, prefeito e professor. Frei Câncio Berri, também como discreto, vice-prefeito e professor… E, assim, foram os primeiros dias do Seminário Frei Galvão. Era 1942 – 1º de fevereiro, chega Frei Dídimo Strunck, vindo de Rio Negro. Também, o primeiro aluno, Luís Ferreira Pinto. Tudo se movimentava em vista do novo empreendimento na Província… Às voltas com a construção do dormitório, cozinha, refeitório… Os confrades vinham para visi-
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programação Fraternidades do jubileu março
Dia 05: Missa de Abertura, 9h30, presidida pelo Ministro Provincial Dia 05: Início da Rifa da moto, 10h30. Dias 05 a 31: Exposição Fotográfica
abril
Dia 09: Retiro Franciscano para benfeitores, voluntários e comunidade. Pregador Frei Vitório Mazzuco Dia 23: Bingo, 14h. Frades e postulantes
maio
Dia 13: Exposição de Imagens de Nossa Senhora (13 a 31/05) Dia 13: Lual Mariano, 19h
junho agosto
tar, procedentes do Rio, Espírito Santo, São Paulo, etc. Traziam alegria e estímulo… E em 23 de fevereiro, chegaram do Rio de Janeiro, 10 alunos; de São Paulo, 09; do orfanato da cidade, 04. Grassava euforia em toda a Província pelo novo empreendimento. Em 1° de março de 1942, num domingo, inauguração. Oficial. Era o Ministro Provincial Frei Mateus Hoepers. Veio para a festa, em seu lugar, o Definidor Frei Ernesto, dado que o Provincial adoecera. Às 8h30, Frei Ernesto presidiu a Missa Solene: “Eu vos escolhi para que vades e recolhais frutos que permaneçam”, disse Jesus. Daí, a Igreja tem esse cuidado pelas vocações. E mais uma vez, lembrou São José, como Protetor do Seminário Frei Galvão. A essa altura, já havia a igreja, como é hoje, e no dia 20 de dezembro, nela foi celebrada uma Missa Solene. E assim, o Seminário fez história como espaço para cultivar vocações, preparando os jovens para as outras séries que se davam no Seminário Santo Antônio, em Agudos, como sendo o Primeiro Grau, como se falava então. Por esta Casa, muitos dos nossos confrades passaram e vivem saudades em seus corações. Eles foram seminaristas ou formadores daqueles tempos… depois, veio a fundação do SEVOA, Seminário de Vocações Adultas, a partir de 1965. E muitos viveram aqui, quando se passou a Postu-
2018
Primeira turma do Seminário Frei Galvão
Dia 15:
Procissão de Corpus Christi
Dias 07 até 13/08: Atividade vocacional nas escolas e grupos de jovens Dias 18/19 e 20: FESTA CAIPIRA
setembro
Dias 23 e 24: Acampadentro, acampamento de jovens
outubro
Dia 01: Lançamento do livro Dia 01: Bênção dos Animais Dia 02: Tríduo da Festa de S. Francisco Dia 03: Trânsito Dia 04: Missa Solene Dia 25: Frei Galvão, missa 9h30 Dia 25: Abertura da exposição de Presépios
novembro
Dia 11: Noite da pizza Dias 1 a 30: Exposição de Quadros da Missão em Angola
dezembro
Dia 02:
Apresentação de Corais (02/12)
janeiro fevereiro
DIAS 20 e 21:
Encontro de ex-alunos
Dia 24:
Lual Franciscano
março
DIA 04: Missa de Encerramento do Jubileu, 9h30 Sorteio da Rifa da Moto ou prêmio de 10.000,00 às 10h30
lantado, além do de Agudos. Hoje, é o único Postulantado da Província. Muitos desses nossos confrades ainda estão vivos pela Província, outros convivem entre os santos na eternidade e oram por todos nós!… “Recordar é viver, eu sempre sonhei com você!”, diz-nos uma marchinha. Assim, acreditamos, que muitos confrades que aqui
viveram, ou por aqui passaram, ficaram marcados por este querido e histórico Seminário! E hoje gostariam de saborear sua história, no coração e na vida! E render graças, por intercessão de São José e de Frei Galvão, ao Sumo e Altíssimo Senhor, o Doador de todos os Dons! Frei Walter Hugo de Almeida Abril / 2017 [Comunicações]
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Fraternidades
Paróquia do Rosário reflete sobre CF
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Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Vila Velha (ES), nas suas dez comunidades, reuniu-se para o Conselho Paroquial na quinta-feira, dia 16. Antecipando os encaminhamentos da vida paroquial, fomos motivados pelo Grupo Fraternidade e Vida do Planeta, a refletir a temática da Campanha da Fraternidade deste ano de 2017. Este grupo é inteiramente engajado na causa ambiental na região de Vila Velha e circunvizinhança. Seu nascimento deu-se por motivação de Frei Atílio Dalla Costa Battistuz - na época residente na Paróquia Nossa Senhora do Rosário. Hoje, Frei Atílio está em missão na Amazônia. Frei Atílio e este grupo tiveram como base a CF do ano de 2011. Esta foi a data do nascimento do grande profetismo ecológico destes nossos irmãos que conduzem missão ecológica. Integrada à luta deste grupo está a visão franciscana acerca da ecologia. Altamente criativos e munidos de
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uma reflexão ecológica concreta, este grupo trouxe aos paroquianos, antes mesmo do conselho, iniciativas já realizadas em nossa região. Tais como: sabão feito por óleo vegetal, vassouras feitas de garrafas pet e outras tantas formas recicláveis de lidar com o lixo descartado. Estes materiais descartados, nas mãos de quem recicla, torna-se um bem para a sociedade e para o ambiente, gerando também um sustento financeiro a elas. Na noite do conselho, estivemos diante da reflexão sistemática da CF 2017 acerca dos biomas de nosso país. Para cada bioma, sabiamente foram lembrados a cultura e os homens e mulheres que lá vivem, afirmando aquilo que a campanha tem como proposta: dar ênfase à diversidade de cada bioma e criar relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles habitam, à luz do Evangelho. Ao final da reflexão, uma paroquiana em diálogo com este grupo, trouxe quatro iniciativas que serão
realizadas como gesto de nossa paróquia: Primeiro, mutirão jovem de educação ambiental nas praias. Segundo, coleta de óleo vegetal usado. Terceiro, distribuição de 1000 mudas de árvores nativas da mata atlântica, frutíferas ou ornamentais (para serem colocadas nas calçadas). Como última ação, nas comunidades será reduzida significativamente a quantidade de material descartáveis. Desejamos ardentemente, como Paróquia Nossa Senhora do Rosário, estarmos afinado com o que nos disse o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, na abertura da CF 2017: “[...] que a CF nos leve à admiração, para que todo o cristão seja um cultivador e guardador da obra criada. “Tocados pela magnanimidade e bondade dos biomas, seremos conduzidos à conversão, isto é, a cultivar e a guardar”. Frei Leandro Costa
Fraternidades
Festival de música sacra em Roma executa composição de frei Ademir
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correu entre os dia 23 e 26 fevereiro de 2017, na sala acadêmica Santo Agostinho, o “Festival Concertando”, promovido pelo Pontifício Instituto de Música Sacra de Roma: um festival de apresentações vocais e instrumentais de câmera que tinha como subtítulo: “O encontro”. O festival deste ano foi organizado pelo Maestro Claudio Travajoli, pianista concertista com experiência internacional e professor no Instituto de Música Sacra. O festival tem como objetivo principal promover o encontro entre as personalidades artísticas, desenvolver os talentos instrumentais, promover a criatividade e as novas composições musicais. Na tarde do dia 26 o festival teve como tema: “Incontrare il talento”, encontrar o talento. Nesta ocasião foi executada pelo aluno Cesare Grassi a obra para piano: “Três Variações sobre um tema de W. A. Mozart”, composta por Frei Ademir José Peixer, que está fazendo o mestrado em Música Sacra na classe de composição deste Instituto. A obra executada é uma entre outros trabalhos realizados pelo nosso confrade neste tempo de estudo em Roma. Para a composição da obra, foi utilizado a metodologia chamada variação, no qual se parte de um “tema”, uma música já previamente composta, seja de autoria própria ou não, passando por várias repetições e reiterações, e também ocorrendo mudanças harmônicas, melódicas, contrapontísticas, rítmicas, e de timbre. A referida obra foi composta inicialmente com finalidades acadêmicas, para uma prova de composição na primeira sessão de exames do primeiro ano de mestrado o trabalho previa um tema dado pelo Instituto e
3 variações a serem escritas no arco de no máximo 14 horas. O tema referido é uma peça de W. A. Mozart, exatamente da sua obra KV 547a. A composição foi realizada no Instituto em regime de clausura. A obra foi escolhida pelo professor de composição de Frei Ademir, o maestro Silvano Presciuttini, para ser apresentada na ocasião ao público,
porque, segundo ele, representava o “encontro” entre a música de Mozart e a música de caráter brasileiro. De fato, a obra se compõe de variações, ditas características, em que a primeira variação é em estilo de samba, a segunda em estilo de bossa e a terceira em estilo de choro. O pianista executante, Cesare Grassi, aluno de mestrado da classe de piano é já premiado em numerosos concursos pianísticos na Itália e Europa. Com um repertório vasto que vai de Bach a compositores contemporâneos como Daniele Lombardi e John Cage, soma um currículo de vários concertos muito apreciados. Nesta ocasião, os frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, Frei Estevão, Frei Plínio e eu, estivemos presentes para prestigiar o trabalho de Frei Ademir, que foi muito elogiado por todos que se fizeram presentes. A composição está disponível no site: http://www.musicasacra.va/content/musicasacra/it/foto-e-video/festivalconcertando.html Frei Gilberto da Silva Abril / 2017 [Comunicações]
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“Frei Bruno já foi canonizado pelo povo” Frei Fidêncio Vanboemmel
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A 27ª Romaria Penitencial Frei Bruno marcou pelo anúncio do encerramento do processo diocesano da Causa do Servo de Deus: 30 de outubro deste ano, na Catedral de Joaçaba. Ou seja, depois de quatro anos de trabalhos, o processo diocesano está pronto para seguir a Roma.
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os 95 anos, José Francisco da Silva não tem dúvida: Frei Bruno já é santo. “Para mim não precisa provar nada, ele é santo”, fala com convicção o ex-tropeiro que conheceu Frei Bruno Linden desde os 9 anos de idade. Essa convicção é a de milhares de pessoas que foram às ruas de Joaçaba, em Santa Catarina, dia 12 de março, para dar outra demonstração de fé na Caminhada Penitencial Frei Bruno, ou melhor, mostrar nesta 27ª edição da Caminhada que o frade franciscano merece o reconhecimento da Igreja como santo. “Independentemente do processo canônico pela beatificação de Frei Bruno, creio que, de certa forma, o Servo de Deus já foi canonizado pelo povo”, acredita o Ministro Provincial dos Franciscanos, Frei Fidêncio Vanboemmel. O bispo diocesano Dom Mário
Marquez acrescenta: “Foi um homem de Deus exercendo seu ministério sacerdotal com obras de misericórdia: consolando pessoas, visitando enfermos nas casas e nos hospitais, instruindo e orientando pessoas e famílias, apaziguando e restaurando a paz entre pessoas em conflitos. Ele soube sentir o cheiro das ovelhas por ter ido ao encontro da dor e do sofrimento dos mais esquecidos e marginalizados do seu tempo”. Nesse clima de alegria e fé, Frei Fidêncio e o vice-postulador Frei Alex Ciarnoscki foram convidados por Dom Mário para fazerem o anúncio do encerramento do processo diocesano da Causa do Servo de Deus: será 30 de outubro deste ano, na Catedral de Joaçaba. Ou seja, depois de quatro anos de trabalhos, o processo diocesano está pronto para seguir a Roma. Cerca de 40 mil pessoas, vindas de
todo Estado em caravanas, como as de Xaxim, Rodeio e São José, juntaram-se ao povo de Joaçaba e Luzerna para percorrerem 3,5 quilômetros da Catedral Santa Terezinha até o Cemitério Frei Edgar e celebrarem este momento festivo. Neste ano, a tradicional Romaria teve início também com a Santa Missa, presidida por Dom Mário, concelebrada por Frei Fidêncio, pelo vice-postulador Frei Alex, pelo pároco da Catedral, Pe. Pedro Angelo Manchini, frades da Província, sacerdotes da Diocese, religiosos (as) e seminaristas. Nos últimos anos, a presença dos noviços de Rodeio, acompanhados pelo Mestre Frei Samuel Ferreira de Lima, encheu as ruas de Joaçaba com a “cor da mística franciscana”. Ao longo do percurso, foi rezada a Via-sacra com o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, além das manifestações de fé traduzidas em cartazes, Abril / 2017 [Comunicações]
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cantos, faixas e fotos do Servo de Deus Frei Bruno Linden. “Esta é a segunda vez que participo da Romaria Penitencial Frei Bruno e, tanto na primeira como nesta, o que me chama a atenção é a devoção popular que se criou em torno de Frei Bruno. Creio que hoje há esse reconhecimento da parte do povo por aquilo que Frei Bruno viveu com muita simplicidade na sua vocação franciscana, na sua vocação evangélica e missionária”, enfatizou Frei Fidêncio. “O que a gente viu hoje mais uma vez em Joaçaba, nesta Romaria Penitencial, também dentro do espírito da Campanha da Fraternidade, é essa mística franciscana que perpassa toda a vida de Frei Bruno e o povo vê nele verdadeiramente esse frade menor, exemplo de sacerdote, exemplo de religioso, de alguém que ofereceu toda a sua vida em favor do povo de Deus. Então, vamos rezar para que de fato esse processo canônico tenha, no final, bom êxito”, frisou Frei Fidêncio.
TRANSFIGURAR
Dom Mário lembrou, na sua homilia, a Campanha da Fraternidade, que tem como tema “Biomas brasileiro e defesa da vida”, e também disse que, neste tempo da Quaresma, celebra-se a Transfiguração do Senhor no Monte Tabor. “Um convite a contemplar, cuidar, preservar a nossa Casa Comum, protegendo a vida e toda a criação”, disse D. Mário, citando que Frei Bruno deu testemunho desse cuidado. “O nosso planeta, que é a nossa Casa Comum, necessita de atitudes individuais e coletivas no cuidado e no cultivo dos dons da Criação para que possamos, como São Francisco de Assis, cantar o ‘Cântico do Irmão Sol’: ‘Louvado sejas, meu Senhor, Altíssimo e Onipotente e Bom Senhor’”, lembrou o bispo, que é Frade Capuchinho.
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Segundo o bispo, a Transfiguração não é apenas e simplesmente mudança de figura, mas revelação da essência do que somos diante de Deus: Filhos (as) amados de Deus. “A mudança no rosto de Jesus se dá no momento em que ele reza. Na oração se faz a mudança do coração e da vida. Frei Bruno foi um homem de oração e, por isso, Deus o fez instrumento e bênção para nós”, ensinou.
A PRIMEIRA VEZ
O Definidor e coordenador da Frente de Evangelização da Comunicação da Província da Imaculada, Frei Gustavo Medella, participou pela primeira vez da Caminhada Penitencial Frei Bruno. “Já tinha ouvido falar e participar foi uma experiência muito importante. Dois aspectos me chamaram atenção. O primeiro é a força que possui uma vida quando ela é vivida conforme o Evangelho. Frei Bruno viveu há tanto tempo na simplicidade, na dedicação, na fidelidade do seguimento de Cristo, como franciscano, de pequena estatura, um homem simples, mas atencioso, por isso muito Abril / 2017 [Comunicações]
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amado e reconhecidamente com poder de santidade e intercessão junto a Deus conforme atesta a devoção do povo e as milhares de pessoas que fazem parte desta Romaria”, disse. O segundo aspecto que chamou atenção de Frei Gustavo é o volume de trabalho para se obter o reconhecimento oficial de uma pessoa que viveu santamente. “Fiquei admirado com a seriedade e a complexidade do processo até agora encaminhado, com mais de 5 mil páginas de depoimentos e dados históricos, tudo isso concluindo a etapa diocesana do processo e o quanto ainda há para caminhar. Mas tenho certeza que todos têm trabalhado com muita dedicação e por uma boa causa. Então, apesar de trabalhoso, vale a pena todo esse esforço, buscando o reconhecimento da Igreja, pela santidade de nosso confrade Frei Bruno”, explicou Frei Gustavo.
COM FREI BRUNO
O ex-tropeiro José Francisco da Silva é uma simpatia. Aos 95 anos, lúcido e disposto, “exigiu” que o trouxessem ao Cemitério Frei Edgar para participar da Santa Missa, como fazia quando estava mais próximo de Frei Bruno. “Via ele sempre nas Missas”, conta José, acompanhado do seu filho de 63 anos e da nora Altomila Borges do Amaral da Silva. “Mas também ajudei a ele na construção de duas igrejas, a do Bom Jesus e a de Santo Antônio do Herval Velho”, revelou. Outro momento que sempre era abordado pelo “santo”, como diz, acontecia quando levava as suas mulas para beber no rio em frente à igreja, onde hoje é o Bonatto. “Ele era uma pessoa simples, passasse quem passasse, ele daria atenção”, enfatiza, recordando do frade que sempre percorria a pé a região, inclusive visitando as pessoas que viviam mais distantes da cidade, especialmente os agricultores.
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devoção
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José Francisco, no centro, com o filho e a nora. Para ele, Frei Bruno é “santo”.
Jaime Telles cedeu os direitos do hino de Frei Bruno à Paróquia Santa Terezinha
Altomila conta que José “está doutrinando todo mundo lá em casa com base nos ensinamentos de Frei Bruno”. Ela também diz que nem sempre o ex-tropeiro gozou de boa saúde. Há dois anos, precisou retirar um tumor do intestino. “Foi um susto, mas pedi a intercessão de Frei Bruno e ele não me abandonou”, disse. “O vô ficou novo de novo”, brincou Altomila. Os direitos autorais do hino “Frei Bruno de Deus” (veja abaixo), com letra de Jaime Telles e música de Roberto Garajo, foram cedidos pelos autores à Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, no final da celebração eucarística, segundo declaração feita “de forma irrestrita e irrevogável”. “Queremos humildemente aque esta pequena obra possa de alguma sorte encontrar guarida no coração daqueles que têm Frei Bruno como alguém especial, merecedor de santidade. Que a sua sonoridade possa de alguma sorte auxiliar no processo de sua beatificação e, por conseguinte, a sua canonização”, explicou Jaime Telles.
frei bruno de deus Ele é como um anjo de Deus Tantos anos de missão branquearam seus cabelos De amor e de fé foram sempre os dias seus Amparando seu rebanho e ouvindo seus apelos Na igreja, na rua ou lá no interior Um amigo sempre pronto a servir seu semelhante Pelos morros do vale deixou marcas de amor E por isso sua luz continua tão brilhante Nosso Frei Bruno de Deus, que Deus lhe bendiga E lhe tenha junto a Ele por ter sido tão fiel Que sua santa presença conosco aqui prossiga E em seu nome nos atenda com as graças do céu. Abril / 2017 lá[Comunicações] 233
AS ETAPAS CUMPRIDAS ATÉ AGORA
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A CAUSA DO SERVO DE DEUS FREI BRUNO Segundo Frei Estêvão, este é um momento especial para os devotos de Frei Bruno com a conclusão do processo diocesano. “Foi, e está sendo, muito trabalhosa esta etapa, que consiste em provar através de depoimentos que o candidato à beatificação praticou em grau heroico as virtudes cristãs. O mesmo aconteceu com o trabalho da comissão histórica, feito minuciosamente por Frei Clarêncio Neotti, que culminou na publicação
da biografia de Frei Bruno”, explica Frei Estêvão, revelando que a condução dos trabalhos foi elogiada pelo Postulador da Ordem Franciscana, Frei Giovangiuseppe Califano. “Agora devemos fazer o trabalho minucioso para finalizar esse processo diocesano: enumerar todas as páginas e cuidar para que toda a documentação esteja em ordem e cronologicamente correta”, explica Frei Estêvão, que é guardião na Fraternidade do Antonianum de Roma e virá
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ao Brasil em julho para acompanhar os trabalhos desta etapa. Segundo o vice-postulador, no encerramento solene, as caixas serão lacradas e entregues na Congregação para a Causa dos Santos, em Roma. “A Congregação, então, edita as folhas enviadas em um ou dois volumes e, aceitando a causa, declara Frei Bruno Venerável. Em seguida, é redigida a “Positio” e impressa como livro. Trata-se, no fundo, de um resumo de todas as folhas anteriores (depoimentos e história)”, esclarece o frade. Segundo Frei Estêvão, receber o título de Venerável é a parte mais importante de uma causa de canonização, a mais trabalhosa e exigente. É nesse processo que se estuda minuciosamente, até a exaustão, toda a vida da pessoa, ou, no caso de martírio, todas as circunstâncias do mesmo. Além da vida e das virtudes, analisa-se também se essa pessoa tem realmente ‘fama de santidade’. A partir do decreto de Venerável, a Congregação para a Causa dos Santos não vai mais examinar a vida e os atos de um Servo de Deus, se ele viveu realmente como um exemplo de cristão ou não, se pode ser Venerado pelos fiéis, ou se foi realmente um mártir pela fé em Cristo. Também o que ele escreveu ou ensinou não é mais objeto de estudo ou julgamento, frisa Frei Estêvão. A questão agora, reforça o frade, é o milagre pela intercessão de Frei Bruno, que traz de volta o processo em nível diocesano, recolhendo documentação do antes, durante e depois da cura. “Essa demonstração de fé e piedade do povo, que é vista todo ano na Caminhada, é muito importante neste momento para que Deus nos dê um sinal comprovando da santidade de Frei Bruno”, reforça Frei Estêvão, lembrando que na Congregação dos Santos há milhares de processos à espera
Desde a abertura do processo diocesano com a instalação do Tribunal Eclesiástico pelo bispo diocesano D. Mário Marquez, foram dados os seguintes passos:
1- D. Mario Marquez aceita o
pedido de abertura da Causa do Servo de Deus feito pela autora Província Franciscana da Imaculada Conceição (29/06/2011); 2 - A Província nomeia o Postulador da Causa Frei Giovangiuseppe Califano, e vice-postuladores Frei Estêvão Ottenbreit e Frei Alex Cianorscki; o postulador se surpreende com a multidão na Romaria Frei Bruno em 2012; 3 - Investigação sobre a vida do candidato, nomeando a comissão histórica sob a coordenação do Frei Clarencio Neotti em fevereiro de 2012; 4 - O Bispo solicita o nada obsta – nihil obstat – à Santa Sé. (8/12/2012); 5 - A Congregação para a Causa dos Santos concede o nada obsta e título Servo de Deus (7/5/2013); 6- Instituição do Tribunal da Vida e Virtudes do Servo de Deus, com nomeação do juiz delegado do bispo, promotor de justiça e notário atuário. (30/10/2013); 7 - Lançamento da biografia “Frei Bruno Linden, tudo para todos” – 02/2014); 8 - Encerramento do Processo de vida e virtudes (com previsão para outubro). de um milagre. “Devemos distinguir um verdadeiro milagre de graças alcançadas, que por sinal são muitas no caso de Frei Bruno”, observa o vice-postulador da causa. Quanto aos custos deste processo, Frei Estêvão explica, aliviado, que hoje o Papa Francisco publicou uma tabela de custos, tornando o processo menos oneroso e mais transparente para o povo.
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Entrevista
Frei Alex Sandro Ciarnoscki
SOB A INSPIRAÇÃO DE FREI BRUNO
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em a fortíssima festa do Carnaval brasileiro foi páreo para a Festa de Frei Bruno em Xaxim neste ano. A quinta edição foi realizada no último final de semana de fevereiro, coincidindo com os festejos carnavalescos. A princípio, o Conselho Paroquial da Paróquia São Luiz Gonzaga chegou a temer por sua realização, mas resolveu apostar na homenagem ao Servo de Deus que viveu dez anos de sua vida na cidade, e que faleceu no dia 25 de fevereiro, e deu certo. A principal celebração, presidida pelo pároco e Vice-postulador da causa de Frei Bruno, Frei Alex
de Esportes da cidade, que ficou lotado pelos paroquianos. Nesta entrevista, Frei Alex explica por que a devoção a Frei Bruno é forte na cidade, como nasceu a festa e fala do processo da Causa do Servo de Deus Frei Bruno Linden. Acompanhe!
Como nasceu esta festa?
Sandro Ciarnoscki, e concelebrada pelo vigário paroquial Frei Antônio Mazzucco, e o futuro diácono Frei Vanderlei, foi realizada no Ginásio
Frei Alex - Na verdade já havia uma tradição bastante antiga de celebrar a data da morte de Frei Bruno. A Comunidade de Xaxim, pelo menos há vinte anos, sempre teve um momento celebrativo forte por ocasião do aniversário de falecimento de Frei Bruno, no dia 25 de fevereiro. Com o início do processo
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de beatificação de Frei Bruno, o Conselho Paroquial de Pastoral e Evangelização achou que nós, como Paróquia, deveríamos investir ainda mais nesta celebração que já acontecia. Conhecendo melhor a vida de Frei Bruno e, junto a esse apelo do Papa Francisco para ir ao encontro das pessoas como ‘Igreja em saída’, despertando o espírito missionário, iniciamos uma programação missionária na paróquia antecedendo a Festa. Então, todo ano, o mês de fevereiro é um mês missionário na Paróquia, tendo como motivação e inspiração Frei Bruno, o grande missionário de nossa região. Não só a celebração do dia foi revitalizada, mas foram criadas diferentes atividades missionárias que antecedem a Festa. Esse ano, por exemplo, todas as nossas lideranças saíram em missão para visitar as pessoas. Foi preparado previamente um material de orientação e oração para acompanhar os missionários e missionárias. Algo assim sem muitas pretensões, simplesmente com a intenção de despertar no coração das pessoas a vontade e o desejo de ir ao encontro das famílias e rezar com elas. Praticamente conseguimos visitar mais ou menos 6 mil famílias.
O “TERÇO DE FREI BRUNO”
Todos os sábados, diante da imagem de Frei Bruno, os paroquianos de Xaxim se reúnem às 7 horas para rezar o Terço. Chova ou faça sol, o povo não esquece Na praça da Abril Matriz, 236a devoção. [Comunicações] / 2017
Essa experiência missionária culminou na grande Festa, ou seja, na grande celebração do dia 25, aniversário da morte de Frei Bruno. A gente quer que essa data se torne uma referência celebrativa não só para a nossa Paróquia, mas também para o processo de beatificação e canonização de Frei Bruno. Ou seja, que a gente já comece a marcar esta data como a data da celebração de Frei Bruno. Embora não seja ainda um santo reconhecido pela Igreja, a gente sempre se reúne em torno da vida e das virtudes de Frei Bruno. Costumamos dizer isso nas comunidades e nas celebrações que, conhecendo a vida de santidade de Frei Bruno, devemos despertar em nós o desejo de sermos mais santos e santas.
É uma grande motivação?
Frei Alex - Esta é a motivação: conhecer a vida de Frei Bruno, manter viva a sua memória e que esse conhecimento, essa aproximação da vida de Frei Bruno, ajude-nos a sermos cristãos melhores. Insistimos muito nisso durante as celebrações. Sempre temos as novenas de Frei Bruno e tomamos como referencial o livro redigido por Frei Clarêncio Neotti,
que leva o nome do Servo de Deus, além da imagem de Frei Bruno ao lado da igreja, há também o busto do frade com um velário no interior da praça. “Os devotos gostam de acender velas ali”, explica o pároco Frei Alex.
“Frei Bruno, tudo para todos”, a partir do qual procuramos trabalhar as virtudes do Servo de Deus. Também, no principal dia da Festa, tentamos envolver algum grupo como sinal ou símbolo nesta manifestação de fé. Neste ano convocamos as famílias para que viessem celebrar e receber a bênção de Frei Bruno. Isso é muito significativo, pois Frei Bruno é muito conhecido por ir ao encontro das famílias. Todo mundo relata isso nos depoimentos, citando-o como o grande conciliador das famílias. Então, convidamos as famílias para esse momento especial e todas as pessoas deveriam trazer de suas casas o terço. Fizemos a bênção dos terços lembrando justamente esse encontro pessoal e comunitário com Deus através da oração, como fazia Frei Bruno, sempre em oração pelas ruas e estradas. Este ano a Festa ou a data da morte de Frei Bruno coincidiu com o Carnaval. Inicialmente o Conselho teve um pouco de preocupação em realizar os festejos, mas tudo saiu além do esperado. Eu até brincava e dizia nas entrevistas aos nossos meios de comunicação que o problema era do
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UMA VIDA COM O SERVO DE DEUS
A viúva Paulina Moraes conheceu Frei Bruno quando ainda era pequena e o frade visitava sua família de agricultores fora da cidade de Xaxim. Durante os anos, sua veneração pelo Servo de Deus só aumentou. “Frei Bruno é um santo para nós. Além das graças alcançadas por tantas pessoas só na nossa cidade, ele era um testemunho para nossa fé cristã. Ele dava bons conselhos para nós”, diz dona Paulina, que mora só e, segundo ela, sempre pede a proteção de Frei Bruno quando vêm temporais. A parada na praça com o nome do frade para rezar diante do busto de Frei Bruno é uma rotina na sua vida. Carnaval que coincidiu com a data da morte de Frei Bruno.
Hoje, Frei Bruno tem a festa principal da Paróquia?
Frei Alex - Sim, mas mantemos as festas do Padroeiro, São Luiz de Gonzaga (21 de junho), e Nossa Senhora da Saúde (20 de novembro). Essas festas têm mais celebrações religiosas do que festivas. Mas a celebração que mobiliza todas as comunidades é a festa de Frei Bruno.
Com o processo você sentiu que a devoção a Frei Bruno aumentou?
Frei Alex - Antes era grande, mas
não era assumida publicamente pela Igreja. Ela era muito forte no aspecto individual, mas não no aspecto comunitário. E todas as pessoas que têm amor e devoção a Frei Bruno foram convidadas a manifestar isso publicamente. Então, posso afirmar que nós temos hoje uma expressão comunitária do carinho, do amor, da devoção a Frei Bruno.
Como está sendo para você a experiência de Vice-postulador da Causa de Frei Bruno?
Frei Alex - Considero dois pontos. Primeiro, como vice-postulador, levei um susto ao ver a complexidade de um processo de beatificação e canonização.
Não tinha consciência do quanto era trabalhoso e minucioso esse processo. E aqui já quero deixar registrado uma palavra de agradecimento à equipe que trabalha neste processo. Essa equipe é realmente muito dedicada, dispondo gratuitamente de muito tempo para esse trabalho. Se não fosse por essa equipe, não teríamos avançado tanto no processo de beatificação. E são todas pessoas generosas, trabalhando gratuitamente, porque têm um carinho e uma devoção muito grande por Frei Bruno. O segundo ponto é que tive o privilégio, como vice-postulador, de ter contato com as pessoas que conviveram e tiveram essa experiência bonita de estar perto de Frei Bruno. RealAbril / 2017 [Comunicações]
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mente, escutando as pessoas, lendo os relatos, pode-se afirmar categoricamente que Frei Bruno era uma pessoa extraordinária na sua vivência de fé. Então, isso desperta em nós o desejo de esforçar-nos mais para viver como Frei Bruno viveu a vocação cristã e a vocação franciscana. Por ser de Ibicaré, cidade vizinha de Joaçaba, conheci a vida de Frei Bruno contada pelos meus familiares. Porém, nunca havia tido essa experiência de proximidade com quem viveu com Frei Bruno. Enfim, com toda certeza posso afirmar que Frei Bruno viveu a fé de uma forma extraordinária e teve uma vida santa.
Quais as suas expectativas diante do processo?
Frei Alex - A nossa expectativa é realmente que até o final de outubro, no dia 30, na celebração dos quatro anos de abertura do processo, possamos finalizar a etapa diocesana. A nossa expectativa de imediato é essa. E a partir de julho, a equipe já começa a se debruçar na indicação de possíveis milagres para serem apresentados ao Postulador Geral. Em seguida, nomear um novo tribunal para acompanhar esta etapa.
A equipe tinha algum conhecimento no campo?
Frei Alex - Quando montamos a equipe de trabalho, não se tinha noção da complexidade de todo o processo.
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Ninguém fez parte de um trabalho de postulação e ninguém conhecia os seus mecanismos. Conforme o trabalho foi evoluindo, foi-se descobrindo o caminho. Mas dizíamos: não precisamos nos desesperar. Temos um compromisso de levar adiante o processo, mas não precisamos de uma hora para outra finalizá-lo. Mesmo porque a preocupação maior é fazer tudo da forma mais correta possível e dentro das normas para que não termos nenhum contratempo. Cabe, aqui, também, o agradecimento ao apoio do nosso Postulador Geral, Frei Giovangiuseppe Califano, e de Frei Estêvão Ottenbreit, ponte entre a equipe e Roma. Tivemos também a graça de encontrarmos com saúde e disposição Frei Clarêncio Neotti, que fez um trabalho muito grande. Praticamente a Fraternidade do Espírito Santo o liberou por um tempo para poder recolher a documentação histórica. Registramos nosso agradecimento à Fraternidade de Frei Clarêncio. E, claro, a nossa equipe encontrou uma acolhida muito grande em Dom Mário Marquez, Bispo de Joaçaba. Ele sempre foi muito solícito e acolhedor, nos acompanhou, nos dando liberdade na articulação dos trabalhos.
O que falta para os frades da Província e para a Conferência da Família Franciscana abraçarem a causa?
Frei Alex - Frei Bruno, entre muitos outros, é um dos frades que santamente evangelizaram Santa Catarina. Nosso Estado praticamente foi evangelizado no lombo das mulas por nossos freis. E muitos viveram de forma santa, não só Frei Bruno. A beatificação Frei Bruno vem como reconhecimento a todo o trabalho evangelizador feito pelos franciscanos em Santa Catarina. Frei Bruno não ganhou muita expressão fora de Santa Catarina, pois aqui foi seu campo de atuação, desde o litoral até o Oeste Catarinense. Por isso, as fraternidades mais ao Norte da Província não conheceram de perto a vida de Frei Bruno. Acredito que agora, com a edição do livro “Frei Bruno, tudo para todos”, de Frei Clarêncio, os frades possam conhecer melhor este confrade e, com a divulgação do processo de beatificação feito pela mídia, isso desperte na Província, e na Família Franciscana do Brasil, um desejo de conhecer melhor a vida de Frei Bruno. Positiva também se mostra a postura do Noviciado de Rodeio que resgata a figura e a memória de Frei Bruno. A presença dos noviços já como uma tradição nas Caminhadas Penitenciais em Joaçaba, com certeza, vai ajudar a despertar nas novas gerações o conhecimento e o interesse pela vida de santidade de Frei Bruno. Moacir Beggo
Fraternidades
Primeiro Encontro do Regional Serra/baixada de 2017
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os 03 e 04 dias do mês março do ano de 2017, realizou-se a primeira reunião do Regional Serra/Baixada no Convento Sagrado Coração de Jesus, no município de Petrópolis. O encontro contou com a presença do Vigário Provincial Frei Cesar Külkamp e dos definidores Frei João Francisco da Silva e Frei José Francisco de Cássia dos Santos. Vários foram os assuntos nesses dois produtivos dias de encontro. Formação e convivência foram os elementos que marcaram as atividades, bem como a temática do redimensionamento provincial. Na
formação fez-se o início do estudo do texto “O grito da terra e o grito dos pobres: um subsídio da Ordem para o cuidado da Criação”, que foi precedido de uma apresentação panorâmica, por Frei James Luiz Girardi. O Regional teve significativas mudanças de frades neste ano e um dos momentos foi a apresentação dos novos membros, sendo eles: Frei Alan Leal de Matos, Frei Jefferson Max Nunes Maciel, Frei Jhones Lucas Martins, Frei Josemberg Cardozo Aranha e Frei Junior Mendes, brasileiros da Província Imaculada; Frei Alfredo Epalanga Prego, Frei
Canga Manuel Mazoa, Frei Mario Sampaio Pelu e Frei Santana Sebastião Cafunda, angolanos da Fundação Imaculada Mãe de Deus; Frei Erisclei da Silva e Frei Rauol Antônio Azevedo Bentes, da Custódia São Benedito, e Frei André Luiz do Nascimento Souza, da Custódia das Sete Alegrias de Nossa Senhora. Definiram-se também as datas para os próximos encontros, sendo dia 16 e 17/06, em Petrópolis/Imbariê; dias 25 e 26/08, no ITF; e 15/11 encontro recreativo no sítio Taquara, em Imbariê. Frei Wagner José da Rosa
Capítulo das Esteiras 2017 Faça já sua inscrição! Último prazo: 3 de maio
Fraternidades
Primeiro Encontro do Regional do Espírito Santo
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a segunda-feira, seis de março, fizemos o primeiro encontro regional do Espírito Santo, numa das salas do Centro Pastoral do Santuário. Estiveram presentes todos os Frades do Convento, todos do Santuário. De Colatina faltou Frei Pedro do Nascimento Viana, que está de férias, e Frei Edvaldo Batista Soares, que tinha exercícios prévios para tirar a carteira de motorista. Logo após a Oração da Manhã, foram apresentados os novos componentes do Regional: Frei José Raimundo de Souza, paranaense, e Frei Leandro Costa Santos, paulista. Lembrou-se Frei Edvaldo Batista Soares, baiano. E foi feita a memória de Frei Vunibaldo Vogel, falecido no dia 16 de fevereiro à noite. Frei Clarêncio agradeceu aos confrades do Convento e de Colatina por sua presença solidária e fraterna na Missa de Corpo Presente e sepultamento no Cemitério Conventual do Campinho. E expressou ainda decepção pela ausência total dos padres diocesanos e religiosos de Vila Velha, onde Frei Vunibaldo trabalhou quase 22 anos seguidos. Frei Florival, após a leitura da Ata, comentou as Missões dos Jovens em Curitiba. Foram 18 jovens de Vila Velha e cinco de Colatina. Frei Florival elogiou a organização, a acolhida e o
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envio dos missionários, destacando a presença de confrades. Ainda referente à Ata, Frei Djalmo disse que Frei César, Vigário Provincial, lhe ligara para confirmar o encontro interfranciscano dos jovens de todo o Brasil, em Vila Velha, já com data marcada: 12 a 15 de julho de 2018. E disse que ele aprovara o nome do jovem Rafael Corrêa, vulgo Rafão, como intermediário do encontro e Rafael aceitara a tarefa. Frei Paulo confirmou a vinda por ocasião da festa da Penha do Frei Diego e de mais duas pessoas da comissão nacional para acertar aqui as grandes linhas do encontro. Passou-se a um giro de informações sobre as atividades de cada Fraternidade. Frei Gilson contou que no dia 29 de janeiro os confrades de Colatina haviam deixado de atender à paróquia vizinha, depois de 7 meses de atendimento. Comentou a exposição de presépios e suas lições pastorais e catequéticas. Mencionou a ida dos cinco jovens às missões de Curitiba e o desejo deles de aplicarem na paróquia o que viram e aprenderam. São ainda 20 as comunidades atendidas pelos Frades. Frei Djalmo, no início comentou a multidão que veio ao Santuário para a vacina contra a febre amarela na sexta, dia 3 de março e, sobretudo no sábado,
dia 4, quando cedemos o Santuário e o ar condicionado e suprimimos as catequeses e a Missa das 17h. As fotos do santuário cheio de gente passou no noticiário da TV Gazeta e correu o Brasil no noticiário da Globo News. Depois falou das 700 cestas básicas trazidas pelo povo por ocasião do Natal. Comentou o restauro da Igreja do Rosário e a reinauguração da igreja mãe de todo o Estado do Espírito Santo. Voltou-se a falar dos transtornos da greve da Polícia Militar e da febre amarela. Frei Clarêncio comunicou que fez uma visita ao Governador, após a terceira cirurgia grave por que passou. Frei Nazareno contou da cirurgia que fez, para a retirada da vesícula. Voltamos a falar da morte de Frei Vunibaldo, dos passos dados para conseguir a licença de sepultá-lo no Campinho e do vazio que a Fraternidade ainda sente, pela presença forte que Frei Vuni tinha na Casa. Frei Claudius Guski falou de seu jubileu de sessenta anos de vida religiosa, celebrado em Rondinha. Frei Ari Praxedes comentou os dois meses vividos em Bragança, a cirurgia por que passou e elogiou muito o acolhimento que teve da Fraternidade e o atendimento atencioso da equipe de médicos e de enfermeiros. Frei Pedro Engel historiou o assalto de que foi vítima, deu algumas explicações e mos-
Fraternidades trou bastante serenidade para continuar seu trabalho. Frei Pedro de Oliveira completou a história do assalto e falou das medidas que estão sendo tomadas, sobretudo a instalação de 16 câmeras, a troca de todas as chaves e a alteração dos horários da ida aos bancos. Frei Paulo Pereira, guardião, confirmou que todo o conjunto do Convento está bastante desprotegido. Mas lembrou o grande carinho que o povo manifestou aos Frades. Frei Pedro Oliveira confirmou que os ladrões deixaram muitas pistas, provando que são amadores, e que o caso continua sendo investigado pela polícia. Foi elogiado o comportamento dos Frades, que mantiveram a serenidade e continuaram a atender os romeiros com a mesma dedicação de sempre. Frei Pedro de Oliveira comentou também o mês que passou na Paraíba nas dioceses de Cajazeiras e Itapipoca em missões populares, em paróquias paupérrimas. Disse que de dois em dois anos faz essa missão já há 12 anos. Frei Paulo César e Frei Paulo Perei-
ra falaram da preparação para a festa da Penha. Neste ano com uma novidade: manifestações à noite, durante o oitavário, como concerto da Orquestra Sinfônica no Santuário, bandas do exército, um debate teológico em torno de Maria, corais. Ambos falaram das dificuldades. Frei Paulo Pereira disse que não é mais possível deixar a festa nas mãos de amadores. Precisamos de profissionais. Lembrou que quem determina tudo é a Cúria diocesana, mais especificamente, os assessores de imprensa do Sr. Arcebispo, embora os executores sejam os Frades. Para o povo os Frades são os responsáveis por tudo o que acontece. Voltou-se a conversar sobre a necessidade de os Frades marcarem presença ativa. Frei Paulo Ferreira comentou o SAV e os atuais possíveis candidatos. No momento, nem em Vila Velha nem em Colatina há candidatos decididos. Foram marcados os próximos Regionais: dia 12 de junho, em Colatina; dia 18 de setembro, com a celebração das Chagas, no Convento da Penha.
Não foi marcada a data do Regional festivo em dezembro. A possibilidade de fazermos o retiro anual no Regional foi afastada, porque há Frades que sentem necessidade de se encontrar com outros Confrades, já que nosso regional se situa na periferia da Província. Frei Paulo Pereira, na qualidade de definidor, lembrou o encontro da Família Franciscana em Aparecida, nos dias 3 a 6 de agosto. Lembrou ainda outros encontros como o dos guardiães e o dos párocos. A procissão noturna do Grande Perdão de Assis, ficou para a noite de 4 de agosto, uma sexta-feira. Às 12h40 todos os Frades foram encerrar o encontro no refeitório, para homenagear os três aniversariantes: Frei Gilson, Frei Pedro de Oliveira e Frei Leandro Costa Santos. Frei Clarêncio aproveitou a ocasião para comunicar que havia assinado o contrato para o lançamento do livro Santo Antônio, simpatia de Deus e do povo. São 26 sermões para as trezenas do nosso Santo. Frei Clarêncio Neotti
Encontro do Regional do Vale do Paraíba
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o dia 13 março, estiveram reunidos no Seminário Frei Galvão os frades que compõem o pequeno Regional do Vale do Paraíba (Seminário, Fazenda Esperança e São Sebastião; 12 frades). Foi o primeiro encontro do ano. Meditamos sobre trechos do sub-
sídio: “Grito da terra e o grito dos pobres”. Dele brotaram inquietações e desejos de mudança, para melhor, claro. Discutimos sobre a qualidade de nossa presença franciscana neste Regional e nos propusemos a ousar. Como Regional vemos que na terra do primeiro santo brasileiro, e da
Imaculada, nossa presença precisa ser ainda mais evidente e vamos fundamentar, a partir de critérios legítimos, uma proposta ao governo provincial sobre isso. Não custa tentar. Frei Jeâ Paulo Andrade
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Fraternidades xxx
REGIONAL SÃO PAULO
ENCONTRO FRATERNO EM SANTOS
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a segunda-feira (20/03), os frades do Regional de São Paulo - Capital, Amparo, Santos e Bragança Paulista -, reuniram-se para um encontro fraterno na Fraternidade Santo Antônio do Valongo, na Baixada Santista. Era visível a alegria dos confrades que chegavam para este encontro e dos que, dedicadamente, recebiam os irmãos e depois os conduziam a um café. No momento de oração, em seguida, os frades puderam exprimir a sua devoção a São José, por ocasião da memória inserida no calendário litúrgico brasileiro. Na partilha, alguns confrades falaram das realidades de suas fraternidades e os recém-chegados ao Regional também puderam se apresentar. Depois disso, os participantes leram e foram confortados pelos ape-
los e reflexões lançados pelo subsídio da Ordem dos Frades Menores sobre o cuidado da Criação, que tem por título: “Grito da Terra, o Grito dos Pobres - para o Cuidado da Criação” e foi um pedido do Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, para ser utilizado nos Regionais. Dizia Frei Fidêncio: “Recordo que a Ordem escolheu para este ano o tema “Frades e Menores rumo à Justiça, à Paz e à Integridade da Criação”. Esta temática vai ao encontro da proposta da Campanha da Fraternidade promovida pela CNBB: “Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida”. Todos os Coordenadores em seu respectivo Regional poderão fazer uso deste subsídio (já enviado às fraternidades!) como momento de formação comum, uma vez que “a Justiça, a Paz e a In-
tegridade da Criação” compõem uma dimensão transversal de toda nossa ação evangelizadora (Plano de Evangelização)”. Alguns confrades expuseram suas opiniões e a partilha foi bastante rica, trazendo elementos importantes da moral e da ética frente ao cuidado com a Casa Comum. E, para finalizar o encontro, a Fraternidade da Baixada Santista brindou os confrades com um delicioso almoço, onde todos puderam experimentar a culinária litorânea. Deus seja louvado pelo dia de partilha, oração e confraternização. Como deixa escrito o Papa Francisco, na Encíclica Evangelii Gaudium: “Não deixemos que nos roubem o ideal da fraternidade!”. Frei Roger Strapazzon
CAPÍTULO LOCAL NO CONVENTO SÃO FRANCISCO
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Dia 6 de março Os frades refletiram sobre o documento “Pobres e Menores: onde estamos? - Linhas-guia para a avaliação de nossa vida de pobreza e minoridade”.
Fraternidades NOVO SITE DA PARÓQUIA SANTA INÊS A capela de Santa Inês, que foi construída em 1957, e neste ano celebra 50 anos de fundação está com site novo. Não deixe de visitar: http:// www.igrejasantaines.com
OFS DE FLORIANÓPOLIS acolhe novos irmãos No dia 04 de março, primeiro sábado do mês, no encontro mensal da Ordem Franciscana Secular da Fraternidade São Francisco das Chagas, na Igreja São Francisco das Chagas, no Centro de Florianópolis, foi solenemente celebrado pelo Assistente Espiritual Frei Vanderley Grassi (OFM) e Ministro Local Jacinto Roque Carizzo (OFS), na presença da fraternidade, o Rito de Admissão à Ordem Franciscana Secular que, conforme as Constituições Gerais, introduz a segunda etapa do Tempo de Formação dos Noviciados. Quatro irmãos foram acolhidos: Ana Gondin Mafra, Benta Terezinha Somer, Fernando dos Passos de
Oliveira e Louri Medeiros Danielsky. Após a celebração do rito e da Santa Missa houve confraternização de boas-vindas. Paz e bem!
FALECIMENTO
FALECE PAI DE FREI JOÃO LOPES
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aime Pereira Lopes nasceu em Levinópolis, MG, aos 11 de novembro de 1936. Casou-se com Maria de Lourdes Pereira Pinto, natural de Virgínia, MG, aos 17 de setembro de 1963, em Rondonópolis-MT. Dessa união nasceram quatro filhos: Osvaldo, Marlene, João e Mauro. O meu pai sempre trabalhou muito para oferecer à sua família uma vida digna. Sempre incentivou os filhos a estudarem. Para ele, o estudo era chave para obter um salário melhor e investir no bem estar da família. Sempre foi um homem justo, ao mesmo tempo, severo. Não admitia erro, o errante tinha que se retratar, mudar de postura e recomeçar do jeito certo. Apesar da rígida educação que recebera, era um homem terno, um pai, um amigo que estimulava a cada filho a realizar o sonho que desejava. Entre muitas marcas do legado que deixou destaco: a fé e o trabalho; o trabalho o movia dia a dia a viver e interagir com a comunidade. Já aposentado, ainda
trabalhava. Só deixou o trabalho quando não teve mais forças para dar conta das tarefas que assumia em casa ou na empresa. Tudo o que fazia apresentava a Deus, e agradecia a ele a oportunidade de contribuir com a construção de um mundo melhor. Sempre atento às mudanças, não faltava assunto para conversar e debater. Diante dos problemas era otimista, esperançoso, um guerreiro que não desistiu de lutar pelo bem estar da família. Tinha muitos amigos, e, como bom mineiro que era, gostava de contar causos da sua infância e juventude na roça. Infelizmente foi acometido pelo AVC que o deixou bastante dependente da família. Há três anos, o pai já estava com a saúde debilitada. No ano passado, ficou totalmente dependente de cuidados médicos para ter um pouco de qualidade de vida. Neste período, a minha mãe e o meu irmão Mauro assumiram o “ofício” de enfermeiro(a) dele. Neste ano, o quadro clínico dele se agravou e
ele foi submetido a uma cirurgia no abdômen, para impedir que uma infecção se alastrasse por todo corpo. Foi em vão o esforço da equipe médica, e o meu pai foi a óbito, no dia 27 de fevereiro. Aos 80 anos partiu para a morada eterna. Deixa saudades, a esposa, os filhos, e dois netos. Deixa também um legado de fé, honestidade e solidariedade. Descanse em paz! Agradeço aos confrades pelas manifestações de solidariedade.
Fraternidades
UM ANO DA MORTE DE FREI ANTÔNIO MOSER
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m ano depois, o assassinato do Frei Antônio Moser, durante um assalto na Rodovia Washington Luiz, continua sem solução. As investigações estão sendo realizadas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. Entretanto, o caso não avançou. Apesar de o crime ter sido todo registrado por câmeras de segurança instaladas próximo ao local da ação, na altura do Km 107, da BR-040, apenas uma moto usada pelos bandidos foi apreendida pela polícia. O veículo estava abandonado na Favela Vai Quem Quer, em Campos Elíseos, em Duque de Caxias. Morto a tiros numa tentativa de assalto ocorrida na manhã do dia 9 de março, o franciscano seguia em seu carro na pista sentido Rio de Janeiro, quando foi interceptado pelos bandidos numa moto. Assustado, Moser tentou fugir, e acabou sendo baleado. Ele morreu na hora. “A ausência de Frei Antônio Moser é sentida diariamente na vida de todos os que tiveram a oportunidade de conviver com o frade, que além de grande teólogo, era um pastor de seus paroquianos e um excepcional administrador das obras da Igreja Católica”, lamenta o Frei Elói Piva, que substituiu Moser na Paróquia de Santa Clara. Deposição de coroa de flores, celebração de três missas e o lançamento da campanha “Transforme saudade em vida”, que tem como meta incentivar a doação de sangue, integram a progra-
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mação do aniversário de morte do Frei Antônio Moser. A programação em memória de Frei Antônio Moser é composta por múltiplas atividades. No dia 9, às 9h, uma coroa de flores será depositada no busto que o homenageia, no Centro Administrativo Frei Antônio Moser, na Avenida
Carla Coelho, jornalista que atuou na Assessoria de Imprensa de Moser por quase 15 anos. “A ideia de criar uma campanha social, que tem como meta primordial salvar vidas, nasceu no coração do Centro Educacional Terra Santa e de todos que trabalhavam com ele. Tem como meta ajudar a todos a transformar a saudade que sentimos em vida”, complementa. As homenagens se encerraram no dia 12, com a Missa solene, às 10h, na Paróquia de Santa Clara, no Valparaíso.
HOMENAGEM NA CÂMARA MUNICIPAL
Barão do Rio Branco. Para os que trabalhavam diretamente com Frei Antônio Moser, a passagem de um ano de sua ausência não poderia ser ignorada ou mesmo lembrada apenas de forma simbólica. “Era uma pessoa singular na sua forma de seguir os pedidos de Deus. Era prático, ágil e sempre trabalhou para salvar vidas, seja através da conversão na fé, pela educação ou através de programas sociais”, explica
A sessão solene, promovida pela Câmara Municipal (CMP) e pelo Instituto Histórico de Petrópolis (IHP), na noite de sexta-feira, dia 18, no Palácio do Quitandinha, foi marcada pela emoção e saudade, com a homenagem a Frei Antônio Moser, que nesta data receberia a Medalha Koeler Grau Cruz de Mérito. A Ordem dos Frades Menores (OFM), Centro Educacional Terra Santa e a Editora Vozes, foram representados por Valter Zanacoli Junior, que recebeu a medalha, entregue pela vereadora Gilda Beatriz, autora da homenagem. A resolução da Câmara Municipal, que concedeu a Medalha Koeler a Frei Moser, foi aprovada pelos vereadores, no dia 25 de fevereiro, 13 dias antes de sua morte, ocorrida no dia 9 de março. Durante a entrega da Medalha a Valter Zanacoli, foi passado um vídeo com várias imagens de Frei Moser e uma mensagem
Fraternidades destacando seu trabalho, sua vida e o legado deixado por ele. O Bispo de Petrópolis, Dom Gregório Paixão, OSB, também foi homenageado com a Medalha Koeler Grau Cruz de Mérito, entregue pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Igor. Dom Gregório falou em nome dos homenageados, assumindo o lugar de Frei Moser e destacou, entre várias virtudes do frei, o fato de ele ter sido vítima da violência que
tanto combateu, assim como outras personalidades mundiais, como Martin Luther King, que lutou contra o racismo e não teve a oportunidade de ver a eleição do primeiro negro para presidente dos Estados Unidos, e Mahatma Gandhi, que morreu sem ver a independência da Índia, ambos assassinados. Dom Gregório Paixão falou da importância de receber a Medalha e do título de Cidadão Petropolitano,
entregue a 45 homenageados, entre eles o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho. “Por trás desta medalha e destes títulos que acabamos de receber há uma história, a nossa história. Existe a luta de muitos homens e mulheres para construir esta civilização e por isso não podemos ter vergonha destes títulos, mas ter orgulho de sermos petropolitanos”, frisou o bispo.
FREI MOSER É LEMBRADO COMO MÁRTIR EM ROMA 25º Dia Mundial de Oração e Jejum pelos Missionários Mártires
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rei Antônio Moser foi lembrado como mártir pela Igreja Católica na sexta-feira, 24, durante o 25º Dia Mundial de Oração e Jejum pelos Missionários Mártires. O frade franciscano desta Província está no martirológio de 2016. Como acontece todos os anos, a data é celebrada no mesmo dia em que se celebra o aniversário de assassinato do arcebispo de El Salvador, dom Oscar Romero (24 de março de 1980). A iniciativa desde dia tem como objetivo lembrar, com oração e jejum, todos os missionários que foram mortos no mundo e todos os agentes pastorais que derramaram seu sangue por causa do Evangelho. O evento, que teve o tema “Não tenha medo”, começou a ser celebrado por iniciativa do Movimento Juvenil Missionário das Pontifícias Obras Missionárias da Itália, em 1993. “Não tenha medo’ é o convite que aparece em cada teofania e é a frase que o Ressuscitado repete muitas vezes quando aparece aos seus discípulos. É um convite que ajuda a lidar com momentos sombrios, difíceis, de perseguição, sabendo que o Senhor está sempre próximo de cada um de nós. ‘Não tenha medo’ para enfrentar a injustiça por causa do Evangelho”, explica Alex Zappalà, responsável pelo Movimento Missionário Italiano dos Jovens. De acordo com a Agência Fides, “o Dia é atualmente assinalado em muitas dioceses, realidades juvenis e missionárias e institutos religiosos dos vários continentes”. Nos últimos 36 anos, mais de 1200 agentes pastorais perderam a vida “de modo violento”. Abril / 2017 [Comunicações]
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Fraternidades
Festa da Penha
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segundo santuário mariano mais visitado no Brasil, o Convento da Penha, em Vila Velha (ES), começará no dia 16 de abril (domingo) as celebrações preparatórias para a grande festa de Nossa Senhora da Penha, que é realizada sempre na segunda-feira da oitava da Páscoa, ou seja, neste ano no dia 24 de abril. Neste ano, a festa acontecerá em meio a dois feriados prolongados, a Semana Santa e Tiradentes, e a expectativa é de que mais de 1 milhão de pessoas participem das celebrações e romarias durante este período, tendo em vista os anos anteriores. Segundo o guardião e reitor do Convento e Santuário da Penha, Frei Paulo Pereira, “ano a ano é notável o crescimento do número de pessoas que participam da programação, e na edição deste ano, com a graça de Deus, não será diferente”, espera. Para o guardião do Convento, o povo capixaba revela-se em diversas manifestações. “A Festa da Penha é, certamente, a mais destacada”, explica o frade. O frade destaca que, além de todo o momento de fé proporcionado pelo evento, o Convento da Penha é uma excelente opção de visita pela importância do monumento para a história e para a cultura do Espírito Santo. “O Convento, ao longo do tempo, foi convertido no ícone da identidade do povo capixaba”, acrescenta. Este ano, a Festa da Penha terá onze romarias, incluindo a tradicional Romaria dos Homens, que tem a maior participação de todo o oitavário. A Romaria dos Homens nasceu em 1958 e não tem similar no mundo, principal-
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Programação Oitavário
16 a 24 de abril às 14h30 no Campinho 16 de abril Bênção da Romaria dos Cavaleiros às 10h na Prainha 17 de abril Simpósio Mariano no Santuário de Vila Velha às 19h30. 18 de abril Celebração e bênção para casais no Campinho às 20h. 19 de abril Apresentação do Grupo de Teatro Shalom no Campinho do Convento às 19h30. 20 de abril Apresentação da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo no Santuário de Vila Velha às 19h30. 21 de abril Cantando com Maria (Frei Florival, Frei Paulo César e Jovens de Terra Vermelha) no Campinho às 19h30. 22 de abril Romaria da Diocese de São Mateus às 8h no Campinho. Romaria das pessoas com deficiência às 8h - Pça. Duque de Caxias. Missa da Romaria dos Adolescentes no Campinho às 11h - saída da imagem de Nossa Senhora da Penha para a Catedral Oitavário com missa (Diocese de Cachoeiro de Itapemirim) no Campinho às 14h30. Romaria dos homens com saída da catedral às 19h. Missa de encerramento da Romaria dos Homens na Prainha.
mente pelo expressivo número de mais de 500 mil participantes que percorrem 14 quilômetros, entoando cânticos e orações. É realizada no primeiro sábado após a Páscoa, à noite, saindo da praça da Catedral Metropolitana de Vitória até o Parque da Prainha, quando se dá a Celebração Eucarística por volta das 23h30. Por trás de todas as romarias e celebrações está um ‘exército’ de voluntários. “Pode-se afirmar que a alma da Festa da Penha tem a marca da boa vontade e do generoso serviço”, explica Frei Paulo.
A Festa da Penha é a maior manifestação religiosa do Espírito Santo e a terceira maior festa religiosa do país, atrás apenas da festa da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, no estado de São Paulo, e a do Círio de Nazaré, em Belém, no Pará. Ao contrário da palavra novena, muito comum na liturgia, a palavra oitavário não é muito conhecida. O oitavário acontece em vista da grande festa de Nossa Senhora das 7 Alegrias, que é celebrada na segunda-feira após a oitava da Páscoa.
23 de abril Missa da Diocese de Colatina no Campinho às 8h. Bênção da Romaria dos motociclistas na Prainha às 10h. Romaria das mulheres - saída do Santuário de Vila Velha às 16h. Apresentação do Coral da ArcelorMittal na Prainha às 19h. 24 de abril Missa da CRB e Seminário no Campinho às 7h. Romaria dos ciclistas com saída às 8h de Cobilândia. Apresentação das Bandas de Congo no Campinho às 9h Missa das pastorais sociais no Campinho às 10h.
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Missa[Comunicações] de encerramento na Prainha às 16h. Abril / 2017
Fraternidades entrevista
frei paulo pereira Todo capixaba tem uma parte do Convento no seu coração Comunicações - Durante todo o
tempo que esteve como guardião do Santuário do Divino Espírito Santo, o sr. participou de pelo menos um dia do Oitavário. Desta vez, terá o desafio de conduzir a sua primeira Festa da Penha. Quais são as suas expectativas? Frei Paulo Roberto Pereira - A Festa da Penha movimenta a cidade de Vila Velha, a Arquidiocese de Vitória, o Estado do Espírito Santo inteiro. Assim, nos seis anos que fiz parte da fraternidade franciscana a serviço da Paróquia do Rosário pude experimentar a grandiosidade deste evento. Sempre repito que, olhando à distância, o movimento do Convento da Penha é bem grande; estando diretamente envolvido na missão deste santuário, posso dizer que o movimento é um sem-número de vezes maior. A missão do Convento se estende para além do aspecto devocional, supera os espaços dos exercícios de piedade, amplifica a dimensão da penitência e da romaria. O Convento, ao longo do tempo, foi convertido no ícone da identidade do povo capixaba; não erra quem diz que todo capixaba tem uma parte do Convento no seu coração. Tais elementos justificam o
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gigantismo da Festa da Penha. A expectativa cresce à medida que a Festa se aproxima. Cresce também o envolvimento de todos, voluntários, poderes públicos, frades, amigos do Convento e do povo fiel. Ano a ano é notável o crescimento do número de pessoas que participam da programação, e na edição deste ano, com a graça de Deus, não será diferente. Num tempo marcado pela palavra crise, tendo vivido recentemente experiências traumáticas como a lama no Rio Doce, a seca que assola o Estado, a greve dos policiais, o povo capixaba sabe que vai encontrar no sorriso da Virgem das Alegrias o alento e o vigor ne-
cessários para seguir crendo, seguir cultivando o sonho de uma Terra Sem Males.
Comunicações - Como foi a pre-
paração da festa? Como se deu o envolvimento dos voluntários? Frei Paulo - Frei Valdecir, guardião do Convento até a última festa, quando perguntado sobre o número de voluntários dizia que era impossível afirmar com precisão. Afinal, àqueles mais de quatrocentos inscritos e identificados com camisetas especialmente confeccionadas para os dias da Festa, se somava uma enorme quantidade de gente anônima que, com dedicação e empenho, criativi-
Programação externa dade e devoção desenvolvia alguma atividade relacionada à Festa. Assim, pode-se afirmar que a alma da Festa da Penha tem a marca da boa vontade e do generoso serviço. Desde meados do ano passado uma equipe formada por agentes da Mitra Diocesana, da Associação dos Amigos do Convento da Penha e da Fraternidade Franciscana, tem se reunido para organizar a Festa. São muitas as dimensões a serem planejadas, afinal é uma festa das Igreja Locais do Espírito Santo. As Comunidades de Base, os Serviços e Pastorais de todas as Dioceses do Estado marcam presença. É uma festa religiosa que tem apelos culturais e turísticos. A comissão tem que estar atenta a tudo isso.
Comunicações - Como o sr. vê
essa forte manifestação de fé no Espírito Santo? Frei Paulo - Marcadamente religioso, o povo capixaba revela-se em diversas manifestações. A Festa da Penha é, certamente, a mais destacada. As romarias, o encontro com Deus no alto da montanha, a devoção mariana, na Festa estão unidas numa só expressão. Tal expressão, tão ao jeito do povo simples buscar a Deus e cultivar sua fé, garante a grandiosidade e beleza da Festa da Penha.
Comunicações - Quais as diferen-
ças de ser um guardião no Santuário do Divino Espírito Santo e ser guardião no Convento da Penha? Frei Paulo - Na forma franciscana de organizar a vida e a missão, ao Guardião é dada a tarefa de animar os irmãos; esta tarefa é igual em todas as casas da Província. Entretanto, no imaginário do povo do Espírito Santo, o guardião da Penha é aquele que guarda a casa de Nossa Senhora. Neste aspecto, é preciso ser mais cuidadoso. Sem
fugir das responsabilidades próprias, sobretudo no trato com as esferas de governo, o Guardião do Convento da Penha deve procurar revelar a dimensão da fraternidade, marca fundamental da evangelização franciscana.
17 de abril de 2017 19h30 Santuário de Vila Velha
Comunicações - A Festa deste
ano acontece em meio a dois feriados prolongados. O sr. acredita que isso possa aumentar a participação nas celebrações? Frei Paulo - A Semana Santa já é olhada por muitos como “Feriadão”; com esse nome abordada pela imprensa tradicional, com essa designação são elaborados esquemas especiais de atendimento nos bancos e serviços em geral e até a ação das polícias, sobretudo a rodoviária. Os cristãos católicos são chamados a viver este tempo com intensidade e fé. Neste espírito, entre os capixabas a Semana Santa é estendida até a Festa da Penha. O dia 21 de abril, feriado de Tiradentes e da Inconfidência Mineira, será numa sexta-feira e com a Festa da Penha na segunda seguinte, formará um conjunto de quatro dias feriados. É difícil imaginar o impacto destas folgas na participação dos romeiros e devotos. Se, de um lado, pode haver um esvaziamento por conta de viagens, de outro, mais pessoas terão tempo livre para virem participar da Festa. Esta é a expectativa. A proximidade da Festa da Penha, a ser celebrada entre os dias 16 a 24 de abril, sugere que sejam intensificadas as preces para que se converta em momento de revitalização da fé e da missão de cada um e de toda a Igreja. Virgem das Alegrias, rogai por nós! Moacir Beggo
18 de abril de 2017 20h Campinho do Convento
19 de abril de 2017 19h30 Campinho do Convento
20 de abril de 2017 19h30 Santuário de Vila Velha
21 de abril de 2017 19h30 Campinho do Convento
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Evangelização
Frei Mário Tagliari
Vice Presidente do Sefras
Frei Fidêncio Vanboemmel Ministro Provincial
Frei José Francisco dos Santos Presidente do Sefras
Sefras
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17 anos de solidariedade franciscana
este ano, o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) celebra 17 anos de serviços, já que foi criado pelo Capítulo Provincial de 2000, com o objetivo de integrar, qualificar e expandir os projetos sociais existentes na Província Franciscana da Imaculada Conceição. Nesta matéria, o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, fala do trabalho evangelizador dentro da mística franciscana; o vice-diretor presidente do Sefras, Frei Mario Tagliari, resgata a história; e o diretor presidente do Sefras, Frei José Francisco de Cássia dos Santos, avalia os desafios que o Sefras terá no futuro como uma das Frentes de Evangelização da Província. Ninguém melhor do que Frei Mário para falar do início dessa estruturação do Sefras a partir de
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três obras sociais que existiam no Convento São Francisco: o Centro Franciscano de Luta contra a Aids (Cefran), a Educação e Cidadania de Afrodescentes e Carentes (Educafro), a Comunidade Missionária, voltada para a população de rua. “A partir do Capítulo de 2000, os frades começaram a dar corpo a um trabalho de solidariedade estruturado, construindo o projeto e sua missão”, recorda Frei Mário, ressaltando, contudo, que o serviço aos empobrecidos acompanha os frades desde a fundação do Convento, há 370 anos. “Os frades partilhavam aquilo que cultivavam ou ganhavam com os mais pobres”, acrescenta o frade, que integrou o primeiro Conselho Diretor na criação do Serviço Franciscano de Solidariedade, que tinha ainda: Frei André Gurzynski, Frei David R.
dos Santos e Frei Severino Clasen e Frei Johannes Bahlmann, que hoje são bispos. Em 2004, Frei Mário assumiu o Sefras com a missão de “organizar em todas as fraternidades da Província as ações sociais que, por herança franciscana, já se faziam há séculos”, segundo o Plano de Evangelização aprovado para o triênio 2004/2006. Neste Plano, foi definida a missão do Sefras: “Promover ações e atitudes de solidariedade para com os empobrecidos e marginalizados, contribuindo para o exercício da cidadania e inclusão social, no modo franciscano de viver e anunciar o Evangelho”. Frei Mário lembra ainda que foram nesse período definidos os valores e a visão do Sefras. “Os valores do Sefras são os valores evangélicos, franciscanos e da solidariedade, justiça, cuidado, promoção da vida,
Evangelização respeito à questão de gênero e valorização da mulher. Nesse tempo começou a ser construído coletivamente, entre frades, colaboradores e voluntários, aquilo que temos hoje como Sefras. Esse planejamento fez o Sefras crescer e já em 2002 tinha novos projetos: Albergue e Casa de Convivência São Francisco (650 pessoas atendidas); Recifran - Serviço Franciscano de Apoio à Reciclagem); Moradia Provisória São Francisco; Fortalecendo a Família (360 famílias assistidas); Projeto Casa de Clara (saúde) e Grupo Franciscano de Apoio à Terceira Idade (GFati), além de projetos profissionalizantes e educacionais em Curitiba e Guaratinguetá. Em 2003, criou-se o Cefranzinho e, em 2004, inauguraram-se o Centro Infantil Clara de Assis e o Encantando a Vida, projetos voltados para o público infantil. A partir deste ano, novos projetos foram acolhidos no Sefras. Frei Mário enfatizava sempre: “Desde o trabalho mais simples da limpeza de um banheiro até o mais sofisticado na elaboração de um projeto, se não houver a mística franciscana, esse trabalho não será de solidariedade e, por isso mesmo, não será franciscano”. Em 2007, Frei José Francisco foi indicado pelo Governo Provincial para continuar a estruturação do Sefras. “Quando cheguei ao Sefras encontrei um projeto planejado já em andamento. A primeira grande sistematização foi o entendimento de um trabalho franciscano de solidariedade, porque o Sefras não é uma iniciativa só dos franciscanos, ele é também uma provocação da realidade social em que vivemos e também das conquistas das políticas públicas no Brasil”, explicou. No ano de 2009, com a lei nº 12.101/09, que regulamentava e exigia maior clareza do trabalho social,
o Sefras passou a ter personalidade jurídica própria e passou a fazer a gestão de toda ação solidária. “Por isso foi feita a migração de todos os trabalhos que estavam na instituição religiosa para a Associação Franciscana de Solidariedade. O trabalho não teve uma alteração na sua missão nem no caráter metodológico, mas assumiu nova personalidade jurídica, possibilitando, assim, dinamismo e maior transparência nas questões de prestações de contas à sociedade”, recorda Frei José. Outra mudança significativa aconteceu com o Capítulo Provincial de 2012, quando foram criadas as Frentes de Evangelização na Província, tornando o Sefras a Frente da Solidariedade para com os Empobrecidos. “São 17 anos de lutas e desafios. Toda essa rede de solidariedade sustenta o cenário do Sefras que conta com oito públicos diferentes, entre eles crianças, adolescentes, jovens, idosos, populações de rua, catadores de materiais recicláveis, portadores de HIV/Aids e imigrantes. E ainda estamos presentes em três estados da Federação: Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, com um volume diário de atendimento de 1.600 pessoas”, pontua Frei José. Nos últimos tempos, o apelo social e a qualificação dos serviços trouxeram novos desafios para o Sefras, onde foram realizadas ampliações do atendimento em vários serviços, sobretudo à população de rua.
“Além disso, tivemos o crescimento no atendimento aos idosos. Todas as estatísticas apontam que o trabalho com os idosos nos próximos anos será um desafio para nossa sociedade porque estamos em um processo de envelhecimento. Nós, do serviço social, já estamos preocupados e nos organizando para ir ao encontro dessas perspectivas futuras”, observa Frei José. Para ele, o trabalho social não fica imune ao cenário político-social e econômico. “Olhando um pouco para o futuro fica para nós o desafio de levar adiante e responder a tantos apelos que nos interpelam no dia a dia nesse cenário desafiador que nós vivemos no Brasil neste momento, que é um cenário de muita incerteza e insegurança. Por outro lado, é um tempo de esperança porque temos pessoas que estão bastante engajadas no trabalho e no apoio”, acredita Frei José. Para o Ministro Provincial, Frei Fidêncio, a grande missão do Sefras diante dos diferentes clamores das pessoas mais empobrecidas é tentar “integrar de uma forma justa e fraterna todos os irmãos que possuem direito à vida, vida em plenitude”. “Eu creio que todos os frades da Província sempre tiveram esse olhar e esse cuidado para com as pessoas mais empobrecidas e o Sefras, sem dúvida alguma, é a expressão desse trabalho. Então, quero parabenizar e pedir a bênção de Deus sobre esse trabalho para que estejamos cada vez mais em sintonia com o Papa Francisco, que nos pede para estar nas periferias existenciais, levando esperança, vida e alegria a todas as pessoas necessitadas. Deus abençoe o Sefras, os voluntários, os doadores, os colaboradores e sobretudo os pobres que mais necessitam da nossa presença”, finalizou Frei Fidêncio. Abril / 2017 [Comunicações]
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Evangelização sefras
Imigrantes concluem curso “Time do Emprego”
Os moradores do Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes (CRAI) concluíram o curso “Time do Emprego”, voltado para auxiliar na busca de uma oportunidade no mercado de trabalho. No decorrer do curso, 11 participantes conseguiram uma vaga de emprego e já estão trabalhando. O projeto é uma parceria entre o CRAI e a Secretaria
de Emprego e Relações do Trabalho (SERT). O projeto teve início no dia 24 de janeiro. Foram realizados 10 módulos em dois dias por semana, com duração de 3h cada aula. O curso tem como objetivo orientar e preparar os imigrantes para o mercado de trabalho brasileiro, além de encaminhá-los para cursos de qualificação e entre-
vistas de emprego. “O projeto ‘Time do Emprego’ utiliza metodologia que, por meio de atividades em grupos e troca de experiência entre os participantes, oferece aos imigrantes a oportunidade de reconhecer, aprimorar e adquirir novas habilidades, informações e conhecimentos”, comenta a psicóloga do Sefras Migrante, Cleide Regina Leite. O projeto foi concluído no dia 23 de fevereiro com a formação de 24 imigrantes e contou com a presença da coordenadora do Programa “Time do Emprego”, Sandra Império, juntamente com a facilitadora Layla Sueiro e a supervisora do PAT do Centro de Integração e Cidadania (CIC) do Imigrante, Thais Alcântara. O “Time do Emprego” existe há 16 anos no estado de São Paulo. Por ele já passaram mais de 25 mil pessoas durante todo o programa. Está presentes em mais de 230 municípios sendo 500 facilitadores na frente de atuação.
Palestra sobre HIV/Aids aos imigrantes
O Sefras Prevenção HIV/Aids realizou uma roda de conversa com os imigrantes participantes do serviço Sefras Migrante. O debate teve como objetivo informar as pessoas quanto à prevenção e cuidados com relação à doença. Além disso, o serviço está
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realizando no Recifran oficinas de formação e cuidados com os participantes da reciclagem. Segundo a coordenadora do Sefras Prevenção HIV/Aids, Márcia Elizabeth, a roda de conversa no serviço de imigrantes foi também um mo-
mento de reflexão. “Nossa proposta foi de refletir sobre o preconceito social, a política pública do Brasil para o HIV/Aids, formas e direitos ao tratamento”, destaca. Já no serviço de reciclagem, as oficinas que estão sendo realizadas, desde o dia 08 de fevereiro, fazem parte do projeto “Informando, Prevenindo e Cuidando: População em Situação de Rua e o HIV/AIDS”, em parceria com o Programa DST/Aids da Secretaria da Saúde do Município de São Paulo. “As oficinas falam sobre a diferença entre HIV e Aids, prevenção, formas de transmissão do HIV/Aids, tratamento, preconceito, direitos humanos”, afirma Márcia.
Evangelização
22ª Caminhada Bragança - Pedra Bela
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o dia 11 de março, às 21h30, saímos do Bairro Matadouro, em frente à Padaria Alterosa, rumo ao Santuário da Pedra, em Pedra Bela. Começamos a Caminhada com as bênçãos do sacerdote e com a oração bíblica própria dos peregrinos: o terço nas mãos. Quem não gosta de ir e voltar sempre à Casa da Mãe? E fomos à Casa da Mãe Divina de Aparecida, em seu Santuário sobre a imponência da montanha. Velhos, jovens, adolescentes e crianças, 874 pessoas (que assinaram o livro na chegada, mas mais de 100 não assinaram) que no ritmo de seus
passos, atravessaram a noite com perseverança e fé. Uma noite de milagres, de um milagre chamado amor, feito de gestos solidários, de ajuda e companheirismo. Cada hora da noite trazia uma emoção forte e muitos sinais de vivos sentimentos, que aparecendo ao longo do caminho, vêm para sempre. Na caminhada a conversa, a prece, as músicas, as meditações vindas do carro de som. No céu, a bela lua cheia que a noite revelava. Todos nos sentimos luas de Deus, pois deixamos passar a Luz do Grande Outro. A vida se fez Caminho nos
passos de cada peregrino. Unimos o corpo físico e o corpo espiritual. Subimos decididos para Pedra Bela. A ascensão física corresponde à uma ascensão espiritual. Acordamos a alma despertando a força das nossas energias físicas. Havia uma força de vontade em todos. Se tivermos pensamentos fortes, atividade física forte, conquistamos a saúde do corpo e da alma. Se tivermos a fé em nossos passos conquistamos o sadio da existência para sempre: a salvação! Caminhamos na noite um caminho com asas nos pés, as Asas do Espírito. Oramos e meditamos. Ouvimos Abril / 2017 [Comunicações]
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as canções que nos motivavam. O carro de som, o silêncio da noite, a paz da paisagem, tudo tinha a sua fala. Chegaríamos a pé na casa da Mãe Aparecida. Corpo e alma atravessando distância e proximidade. Alguns com os pés sangrando, outros pedindo ajuda nos carros de apoio, a maioria na superação dos quilômetros, sono, cansaço, chegaram inteiros. Fomos recebidos com
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o carinhoso café do caloroso acolhimento do povo de Pedra Bela, da Paróquia São Sebastião. Chegamos na madrugada do domingo, dia 12, às 4h15, e ficamos aguardando no descanso e na oração a missa das 7h celebrada pelo Padre Sebastião Aparício de Rezende e a pregação de Frei Vitório Mazzuco. A USF mais uma vez se fez presente com um bom e bonito número de alu-
nos, professores e funcionários. A USF também ofereceu um carro de apoio e o som, tudo muito necessário na caminhada e muito útil na hora da celebração da missa. A Pastoral Universitária, junto com todos os patrocinadores, deu muita força para os fundadores e organizadores desta Caminhada, o Sr. Jayme Grasson Sanches e o Sr. José Aparecido Teixeira que, emocionados, misturaram lágrimas entre aplausos,
Evangelização
homenagens, procissão, queima de fogos e orvalho da manhã. Soprava ali um forte vento, um sopro do Espírito! A noite passou, o dia amanheceu e nós sentimos que estávamos cheios de graça e fé, confiança e força, liderança e partilha, sustento e objetividade, espiritualidade e flexibilidade, uma sensibilidade suave e forte. Muitos gestos de ajuda e cuidado, sabedoria. Deus e a Senhora, Sua Mãe, bateram à porta de nossa vida, nos chamaram e disse-
ram: “Você é capaz de ir! Quanto mais alto o seu objetivo, mais forte o seu ser homem, o seu ser mulher, inspirados numa realidade divina!” A Caminhada nos levou a uma realidade muito próxima ao chão e ao céu. Uma experiência física, afetiva, espiritual, cósmica e caseira. Uma certeza nos trouxe de volta: felicidade é buscar Deus pelos caminhos da vida! A Mãe de Deus nos motivou muito os passos. É muito bom
ter Pai e Mãe na fé, porque família verdadeira é aquela que nos ajuda a atingir o espiritual. Foi muito bom ter ido lá! Para o próximo ano, quem foi vai voltar e trazer mais caminhantes. Quem não foi, venha caminhar conosco! Vai ser no dia 10 de março de 2018, a 23º Caminhada Bragança-Pedra Bela! Imperdível! Frei Vitório Mazzuco
Núcleo de Pastoral Universitária-USF
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Encontro com os Coordenadores dos Núcleos da CFFB Paraná
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o sábado, dia 11 de março, aconteceu em Curitiba o Encontro com os Coordenadores dos Núcleos da CFFB no Paraná. O encontro contou com a presença de representantes de 6 dos 8 núcleos existentes no Estado, com o objetivo de iniciar uma caminhada em comum nas regiões onde há presença franciscana. Eram ao todo 20 religiosos e membros da Ordem Franciscana Secular que, no período da manhã, participaram de uma formação sobre o tema do Capítulo Nacional das Esteiras da CFFB, que será celebrado nos dias 3 a 6 de agosto, a saber: o Perdão de Assis. Assim, foram apresentados o significado da Porciúncula para os franciscanos, e como ela representa para nós a guardiã do espírito originário do carisma franciscano; a partir deste princípio, a reflexão se voltou para a Indulgência do Perdão de Assis, e
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como ela foi pedida por São Francisco e como foi ganhando maior alcance no decorrer dos séculos. Tudo para ser fiel ao sentimento de Francisco que queria “salvar almas” tão simplesmente. Ainda de manhã, foram apresentadas as informações sobre o Capítulo das Esteiras, sobre como se inscrever e sua programação. E já foram levantadas ideias de como promover maior participação dos núcleos neste evento. A ideia é que toda a formação aqui oferecida pudesse ser repassada em cada Núcleo e onde se faria o convite para participar do Capítulo das Esteiras. No período da tarde, cada representante dos Núcleos pôde falar sobre sua caminhada como Família Franciscana, as atividades agendadas, desafios encontrados e as alegrias vividas. Foi um momento rico, de animação mútua e com a possibilidade de intuir novos caminhos para cada
região, conforme a realidade vivida pelos seus membros. Já no final do encontro, surgiu a ideia, um sonho que, com a vontade de Deus, poderá ser trazido à realidade: fazer encontros por Estado não somente com os coordenadores dos Núcleos, mas para todos os membros que desejarem participar. Vejamos para onde nos soprará o Espírito de Deus. O encontro encerrou-se com a Celebração Eucarística, na qual pudemos agradecer a Deus por este encontro fraterno e abençoar as Velas Comemorativas, que passarão por cada comunidade/fraternidade franciscana no Estado, como lembrete e convite para unirmos nossos corações em oração pelo Capítulo das Esteiras, por aqueles que o preparam ou dele participarão. Que Deus abençoe a nossa caminhada franciscana! Frei Rodrigo da Silva Santos
ofm
MINISTRO GERAL FAZ CONVITE PARA CURSO JPIC Queridos irmãos, Que o Senhor lhes dê a paz! omo parte do plano de formação da Ordem para todos os irmãos, tenho o prazer de informar que o Escritório de Justiça e Paz, em colaboração com a Pontifícia Universidade Antonianum de Roma (PUA), confirmou a realização do curso que - em sintonia com as diretrizes DO Definitório Geral “Irmãos e Menores às periferias ... Justiça, Paz e Integridade da Criação” - promove a formação dos nossos animadores JPIC (especialmente os novos animadores) em relação às exigências da nossa história e da necessidade de ofertaR formação permanente a todos os irmãos. O título do curso será: “As escravidões do século XXI, novas ameaças à dignidade humana” e será realizado nas três línguas oficiais da Ordem (Espanhol, Inglês e Italiano). Este ano o tema geral será: os direitos humanos e as questões de migração, tráfico de seres humanos, exploração sexual e laboral e a realidade dos refugiados. O curso está programado em duas partes. A primeira parte, de 8 a 12 de maio, busca construir uma visão para ajudar a atender às mudanças urgentes do mundo de hoje. A segunda parte, 13 e 14 de maio, será especificamente destinado a animadores de JPIC da Ordem.Vai oferecer a oportunidade de construir juntos - com base na experiência e graças à reflexão de cada um - para melhor acompanhar os processos de mudança de nosso espírito evangélico e francisclariano. Em resposta aos desafios da realidade em que estamos
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presentes no mundo e na fidelidade ao nosso modo de vida, peço de maneira fraterna, que incentivem a todos os animadores de JPIC a participar neste curso, especialmente aqueles que estão iniciando seu serviço. Também podemos estender aos leigos, homens e mulheres, o convite para participar deste curso, como uma oportunidade para fortalecer e aprofundar seu compromisso de viver o Evangelho no mundo de hoje e como uma forma de colaborar com eles em nossa missão comum evangélica. No site da Ordem, há o programa do curso e alguns outros detalhes. Para mais informações sobre o curso, entre em contato com o Escritório JPIC na Cúria Geral no seguinte endereço: pax@ofm.org Deus abençoe esta iniciativa! Frei Michael A. Perry, OFM
ORDEM ESTREIA NOVO SITE A Ordem dos Frades Menores está com um novo site no ar. A nova página vem com um desenho moderno e com a possibilidade de uma navegação mais rápida e simples. “Simplificamos o menu utilizando as últimas tecnologias para oferecer um melhor acesso à informação”, justifica a Cúria Geral. A Cúria Geral faz o seguinte convite: “Convidamos a explorar nossas diferentes seções e esperamos que sua visita ao nosso site seja uma experiência satisfatória. Procuramos manter em atividade todos os arquivos anteriores, mas, devido às mudanças consideráveis na estrutura da nova página, poderão enfrentar dificuldades durante a navegação. É aqui que necessitamos de sua colaboração. Assim que encontrarem alguns links que não estejam funcionando ou que achem que necessita de mudança, por favor, entrem em contato com a Ordem no seguinte email: comgen@ofm.org”.
“Nossa esperança está em que este site seja o começo de uma melhor comunicação na nossa Ordem e um melhor diálogo com todo o mundo. Estejam seguros que vamos fazer uma atualização constante das notícias. Mantenham-se em contato conosco, inclusive através de nossas páginas nas redes sociais”, pede a equipe de Comunicação da OFM. CONFIRA O NOVO SITE: www.ofm.org
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Os Ministros Gerais Frei Marco Tasca, da Ordem dos Frades Menores Conventuais; Frei Michael Perry, da Ordem dos Frades Menores; e Frei Mauro Jöhri, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos
um novo passo em madri Congresso franciscano em Madri discutirá unidade dos Frades Menores, Conventuais e Capuchinhos
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os dias 22, 23 e 24 de maio de 2017, os Ministros Gerais Frei Marco Tasca, da Ordem dos Frades Menores Conventuais; Frei Michael Perry, da Ordem dos Frades Menores; e Frei Mauro Jöhri, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos estarão reunidos em Madri, tendo como ponto principal da pauta a unidade da família franciscana. Neste ano, comemora-se o aniversário da Bula “Ite Vos” (1517), com a qual sancionou-se a divisão entre os Conventuais não-reformados e os Observantes. Jesús Torrecilla, que coordena a Comunidade acadêmica da Escola Superior de Estudos Franciscanos (ESEF) de Madri, explica que o encontro surgiu a partir de uma conversa com o Papa Francisco, que questionou os Ministros Gerais, em 4 de outubro de 2013, em Assis: “Por que vocês ainda não estão unidos?”. Os organizadores salientam que o clima atual favorece o diálogo interfranciscano e que o espírito de família franciscana cria, cada vez mais, iniciativas nesse sentido do diálogo. O congresso visa promover uma reflexão espiritual da realidade de grupos franciscanos que aspiram e
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querem construir uma história comum, da família e da humanidade. Os Ministros Gerais afirmam: “Queremos ser, de modo especial, os ministros irmãos que se ajudam. Isso nos torna realmente irmãos”. “Não sabemos o que se passou ao longo dos séculos, porém acreditamos que este evento trará à tona o que temos em comum, e será importante para criarmos perspectiva de uma caminhada comum”, aposta Torrecilla. Um marco nesse caminho será dado no início de 2018, com início a nova Pontifícia Universidade Franciscana, que surge a partir da união dos atuais centros acadêmicos franciscanos, em particular o Antonianum e o Seraphicum, com o objetivo de criar um verdadeiro pólo universitário de alta qualidade, capaz de atrair estudantes e pesquisadores. Para os Gerais, “nestes tempos de divisão e fragmentação somos chamados a fazer emergir a nossa identidade unitária devida ao nosso ser filhos de São Francisco, herdeiros de sua experiência e intuição de vida evangélica”. Na entrevista ao lado, Frei Michael Perry fala desse momento histórico da Ordem.
OFM ENTREVISTA
FREI MICHAEL A. PERRY Frei Michael Perry pede a volta às origens da Ordem, antes da divisão em Frades Menores, Conventuais e Capuchinhos. 2017 é um ano especial para os Franciscanos. Era de fato 29 de maio de 1517 quando o Papa Leão X, depois de séculos de controvérsias, produziu a bula “Ite et vos in vineam meam”, com a qual sancionou a divisão entre os Conventuais não-reformados e os Observantes. Esses últimos se tornaram a Ordem dos Frades Menores e ao superior deles, o Ministro Geral, foi devolvido o antigo selo da Ordem e foi-lhe dado o direito de precedência em relação ao superior dos Conventuais. Ao longo da história, os franciscanos se reagrupam em três famílias: os Frades Menores, os Conventuais e os Capuchinhos, unidos pela mesma Regra de São Francisco, mas cada um com suas próprias Constituições, tradições e características. Depois de quinhentos anos, no entanto, chegou talvez o momento de voltar às origens. “Iniciamos um caminho comum para redescobrir a essencialidade da nossa vida, da nossa identidade e da nossa missão. Juntamente com a Terceira Ordem Franciscana Secular, estamos nos encontrando para nos conhecer melhor uns aos outros. O ano de 2016 marcou também os 800 anos do perdão de Assis e nele se celebrou o Jubileu da Misericórdia. Foi uma ocasião
única de nos reconciliarmos internamente em cada Ordem e, depois, entre nós, colocando-nos juntos para superar as diferenças que levaram à separação”. Frei Michael Anthony Perry, Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, falou de uma mudança de época com a mesma simplicidade e clareza com que guia os outros 13 mil confrades presentes em mais de 113 países. Tem sessenta anos mas parece 10 anos mais jovem. Frei Michael é americano de terceira geração: dos avós irlandeses herdou a sociabilidade; da cultura yankee, o pragmatismo para enfrentar os problemas, sejam as lutas cotidianas dos frades ou o legado de séculos de divisão.
Tenho esperança que se realize a unidade Abril / 2017 [Comunicações]
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OFM A família franciscana novamente unificada? Frei Michael Perry - Durante 2017 temos intenção de fazer uma releitura da história para imaginar um futuro diferente. No ano seguinte, então, queremos começar algum projeto de convivência e de missão partilhada com os frades das outras Ordens. Entre as várias coisas, estamos trabalhando para ter uma única Universidade Franciscana em Roma em 2018. E ainda empreender outras formas de vida em comum. O caminho para a reunificação, portanto, foi iniciado... Frei Michael – Não chegamos ainda ao fim, mas o percurso começou. É importante testemunhar o carisma franciscano na sua integridade. Naturalmente, nem todos partilham esta impostação, mas os Ministros Gerais decidiram seguir o caminho do conhecimento e da reconciliação no sinal da misericórdia. E quem sabe, no futuro, não se chegue a um nível decisivo.
ço dos pobres. Durante meses que passei na sua companhia, construí as casas para os mais necessitados. Mas à noite lia a vida de São Francisco de Assis.
E assim começou tudo? Frei Michael - Quando voltei para casa, dois casais identificaram em mim uma vocação. E me desafiaram a fazer a experiência. Meu pai, embora estivesse convencido que saí cedo, sempre me apoiou como toda a família. Seis meses depois estava no Seminário da Universidade dos Franciscanos. No final de cada semestre, dizia ao diretor que ainda procuraria permanecer por mais seis meses. E hoje ainda estou aqui!
Mas por que os Frades Menores e não os Metodistas, que você encontrou por primeiro? Frei Michael - Metodistas, Franciscanos, pobres e leigos são os quatro elementos que me apoiaram na vocação. Os metodistas estavam interessados e atraídos pelo sacramento da Eucaristia. Está esperançoso? E isso foi um ponto de conFrei Michael - Tenho a vergência: Eucaristia e os mesma esperança que nupobres. Para eles, era claro tre a Igreja, que se realize a o significado da pobreza, unidade. Cristo que se tornou ali“Não só para nós, Frades Menores, mento para a vida e para mas para toda a Igreja, é fundamental Quando teve consciência ajudar os pobres a descobrirepensar o papel dos leigos”. de que se tornaria frade? rem a beleza da sua digniFrei Michael - Quando jodade. Mas quando conheci vem tive uma vida turbua história de São Francisco, lenta. Era empreendedor me senti atraído. E depois, desde quando tinha 10 anos, com duas pessoas que trabalha- em contato com os Frades Menores, descobri a sua sensibilidade vam para mim. Aos quinze anos comprei o primeiro carro. para o diálogo ecumênico: não era alguma coisa de acadêmico Tinha tudo aquilo que desejava, e os meus pais me susten- mas uma experiência de cotidianidade e partilha. tavam sob todos os pontos de vista, mas economicamente não queria nada deles porque devia fazer por mim mesmo. Por dez anos, você foi missionário na África... Depois, durante a escola secundária, participei de um retiro Frei Michael - A experiência missionária transformou comcom os jovens. E assim iniciei um caminho interior que, po- pletamente a minha vida e a perspectiva sobre o mundo, a tal rém, não era constante. Jogava futebol e trabalhava. Quando ponto que quando faço uma refeição, penso em quantos não chegou o momento de ir à universidade para me tornar ad- têm o que comer. E procuro estar atento. Inicialmente estive vogado, retardei os estudos para trabalhar como operário em em missão em Kassanji, em Angola, vivendo em meio a três tribos que falavam línguas diferentes. Cada dia ia pelos vilareuma fábrica que construía casas. jos encontrando pessoas e participando também dos ritos de Mas ainda não tinha entendido a sua verdadeira vocação... iniciação para compreender como as pessoas concebiam a vida Frei Michael - Um dia fui convidado pelos jovens metodistas e a religião. A missão era enorme, compreendia cerca de 13 mil a servir os pobres e os anciãos em Appalachia, na Virginia quilômetros quadrados de terra. E isso complicava as coisas, do Oeste. Ali encontrei os franciscanos que estavam a servi- além da linguagens faladas e e culturas diferentes. Dentro da
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OFM missão estavam presentes também três campos militares e três campos de refugiados da guerra em Angola que, naqueles tempos, eram ainda terríveis.
O sr. viveu situações dramáticas? Frei Michael - As pessoas que chegavam de Angola apresentavam todo tipo de trauma, das feridas do corpo aos problemas psicológicos. Nós, frades, participávamos também das atividades de um pequeno dispensário sob a responsabilidade de um grupo de cinco irmãs da Bélgica. Abrimos a missão, partilhamos o depósito de alimentos, colocamos à disposição as nossas estruturas para os projetos do Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados. Aquele período também mudou seus hábitos na relação com a criação? Frei Michael - A última encíclica do Papa Francisco Laudato Si’ coloca em evidência estes temas, mas já faz tempo que me esforço diariamente para não desperdiçar os recursos naturais. Quando me encontro em Roma, por exemplo, utilizo os meios públicos e evito o automóvel o quanto possível. É uma responsabilidade que temos como discípulos e Frades Menores.
Viajando tanto assim, encontra tempo para cultivar as amizades? Frei Michael - Os amigos são uma maravilha na minha vida. Tenho alguns aqui em Roma, na Itália, com os quais partilho a beleza mas também o sofrimento do ministério. Sobretudo tenho amigos dentro da Ordem, e isso é fundamental para mim. Penso no meu vigário, com o qual partilho as decisões, mas também nos outros frades da Cúria com os quais me sinto à vontade para falar. Encontra-se também com pessoas de outras confissões? Frei Michael - Tenho boas relações com alguns membros das outras Igrejas cristãs. E também com um querido amigo budista e dois muçulmanos. Graças ao fato de conhecer pessoas de países distantes, tenho a possibilidade de conhecer melhor o sofrimento destes povos. Nesse sentido, a amizade me favorece fazer a experiência do amor e da misericórdia de Deus. É uma consciência que me ajuda também na vida consagrada. Na África ainda tem contato com alguém? Frei Michael - Com algumas pessoas falo ao menos uma vez por semana. É um vínculo profundo e sincero que nunca se quebra. E depois temos amigos na Inglaterra, onde completei os estudos para o doutorado. Sem esquecer os americanos católicos negros e a centena de famílias que conheci durante os anos nos quais fui pároco.
“A nossa referência é Francisco de Assis, o exemplo de Cristo pobre. É uma orientação clara para a nossa identidade de frades, que deve ser enraizada em Cristo. Trata-se de uma lição que se deve redescobrir continuamente”.
A propósito de Roma. Desde que se tornou Ministro Geral, transferiu-se para a Itália mas frequentemente viaja pelo mundo... Frei Michael - Tenho a vantagem de viver com os frades em contextos bastante diferentes. Nós temos mais ou menos 13 mil frades em 113 países, sendo que o último em ordem cronológica é o Senegal. O que vejo é um grande empenho em cada latitude e longitude. No coração dos frades noto o desejo de um encontro profundo e diário com Cristo. A fraternidade que vivemos representa um modelo de existência que se contrapõe àquele individualista e que gera divisão. Esforçamo-nos em mostrar a beleza da solidariedade, anunciando que Cristo está presente sempre e em todo lugar, não obstante as situações de sofrimento e de guerra. Penso nos frades no Sudão, que estabeleceram uma presença fraterna entre os habitantes de Giuba, uma cidade mais ou menos com a metade católica. Os nossos frades são vizinhos aos refugiados e aos que tiveram de deixar suas casas para procurar um lugar onde possam viver.
Frequentemente anda de bicicleta em Roma... Frei Michael - É uma paixão. Quando não posso sair, treino com a bicicleta ergométrica. Mas andar pelas ruas de Roma é fantástico, ainda que talvez eu seja mais perigoso aos motoristas do que eles a mim. O sr. gosta de música? Frei Michael - Amo o jazz. Gosto da possibilidade de criar sempre alguma coisa de novo. Isto junta o jazz à vida consagrada. Por que o adjetivo “menores” no nome da Ordem? Frei Michael - A nossa referência é Francisco de Assis, o Abril / 2017 [Comunicações]
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OFM exemplo de Cristo pobre. É uma orientação clara para a nossa identidade de frades, que deve ser enraizada em Cristo. Trata-se de uma lição que se deve redescobrir continuamente. O Papa Francisco nos pede que reencontremos o significado da presença entre os pobres, de sermos pobres com os pobres. É um dos desafios maiores para nós, frades e menores. O fato que os meios de comunicação são invasivos, nos coloca no risco de nos tornarmos escravos de um mundo que não existe, distanciados da realidade. Ouvimos as histórias de guerras, conhecemos o sofrimento da humanidade, vemos as faces dos povos que fogem de seus países. Mas tudo isso não basta, devemos estar em meio a estas pessoas e viver na nossa própria pele o drama que experimentam quotidianamente. Caso contrário, nos limitaremos a dizer belas palavras, a sermos discípulos de Cristo e consagrados sem aderência à realidade.
Que diferença há entre um frade ordenado sacerdote e um religioso irmão? Frei Michael - Historicamente vivemos períodos nos quais esta divisão foi bastante acentuada. Também nos papéis, a diferença era clara e dizia respeito até a questões ligadas à dignidade e vocação. Em diversas províncias da Ordem, havia uma separação física dentro do espaço litúrgico, nos refeitórios e nos centros de estudo. Até mesmo eram previstos dois noviciados distintos: um para os frades que tinham intenção de se tornarem religiosos irmãos, e outro para aqueles que tinham disposição de seguir a estrada do ministério sacerdotal. Foi assim nos tempos de São Francisco? Frei Michael - Não, no início este problema não existia. Discute-se ainda se o próprio Francisco foi ou não um sacerdote, e há elementos convincentes seja num sentido seja no outro. A questão, porém, não é essa.
Como se pode realizar este encontro? Frei Michael - Saindo de E qual é? nós mesmos e das nossas Frei Michael - No curestruturas, que nos servem so dos séculos, a Ordem mas que não são o centro. mudou respondendo ao Já propus outras vezes que chamado da Igreja uni“Todos nós sabemos quais são os iniciássemos uma reflexão versal e à necessidade da lugares nos quais é maior o sofrimento dos séria nesta direção. Talvez Igreja local. Tornamo-nos homens, mas às vezes temos medo de ir lá. devêssemos sair também uma Ordem clericalizada. da atual Cúria Geral, consDisto também já falou o Também a nós, Frades Menores, amedrontam Papa Francisco: “É um dos truída quando os frades no certos ambientes. Mas, no batismo, males da Igreja, mas é um mundo eram 26 mil. Hoje, renunciamos ao direito de ter medo”. mal cúmplice, porque aos que somos a metade, é tempadres agrada a tentação de po de colocar em discussão todas as estruturas que temos, para dar-nos a possibilidade de clericalizar os leigos”. Não se pode fomentar a ideia de uma idenentrar na vida concreta das pessoas. Sobretudo daquelas mais tidade superior, como se o ser sacerdote conferisse uma dignidaisoladas, em todos os sentidos. de de outra condição em relação à condição da pessoa batizada. Naturalmente, não devemos fazer confusão entre os ministérios. O próprio Papa, na Evangelii Gaudium, diz preferir “uma Mas os Frades Menores sacerdotes não devem crer que são meIgreja acidentada, ferida e suja porque saiu às ruas, do que lhores que os religiosos irmãos. uma Igreja doente por estar fechada, acomodada e agarrada às próprias seguranças”. É um tema de grande atualidade. Como pensa que se pode Frei Michael - Todos nós sabemos quais são os lugares nos pôr fim a esta “vexata quaestio”? quais é maior o sofrimento dos homens, mas às vezes temos Frei Michael – Juntamente com os Capuchinhos e os Convenmedo de ir lá. Também a nós, Frades Menores, amedrontam cer- tuais, pedimos à Igreja que revisse a questão dos Institutos mistos tos ambientes. Mas, no batismo, renunciamos ao direito de ter que se encontra no ponto 61 (*) da Exortação apostólica pós-sinomedo: se Cristo é de fato o centro, então somos livres para ir. Se, dal Vita Consecrata. Até 1239, tivemos o privilégio de não sermos ao contrário, temos medo, e, portanto, permanecemos paralisa- considerados uma Ordem clerical. Depois houve uma solicitação dos, significa que não confiamos em Cristo. Isso não vale só para enérgica da parte dos frades já ordenados, no tempo do Ministro Geral Elias de Cortona, e a Igreja respondeu. Desde aquele moos religiosos, mas para todos os cristãos.
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OFM mento nos tornamos uma Ordem clericalizada. Hoje, estamos trabalhando para mudar essa postura: nós aceitamos o chamado de Cristo de nos tornarmos Frades Menores, não para sermos ordenados, mas para seguirmos o exemplo de São Francisco de Assis.
Igreja. São Francisco costumava levar com ele também os leigos - homens e mulheres -, que, com a permissão do bispo, faziam catequese e pregavam. Não via obstáculos em permitir a pregação das mulheres, que têm sensibilidade e perspectiva diferentes.
Se falta esta consciência, pode haver o risco de se deixar a Ordem? Frei Michael - Quando o núcleo da nossa identidade não existe, é possível uma crise em nível de fraternidade. Assim, os frades deixam a Ordem e entram nas dioceses como sacerdotes. Há cinco anos iniciamos um estudo sobre os que deixam a Ordem. Veio à tona um problema na formação inicial e permanente, cultivada num contexto que favoreceu o clericalismo. Devemos lutar contra estes comportamentos que não são evangélicos. É necessário distinguir entre a identidade do clero e o clericalismo.
Quanto ao posto das mulheres na Igreja, a que ponto estamos? Frei Michael - Tive a graça de trabalhar junto a tantas colaboradoras. Quando trabalhava para a Conferência Episcopal dos Estados Unidos da América, encontrei um grande número de mulheres que não tinham somente uma fé exemplar mas também competência especializada e um profundo senso de Igreja. As mulheres participam da missão evangelizadora e, para nós, isso é uma bênção. Passando para o tema das vocações: de quais países chegam mais pedidos de ingresso? Frei Michael - A África e, em particular, Madagascar. Também o Sudão, Zimbábue e a África do Sul, que é uma grande surpresa nos últimos tempos. E agora Moçambique, República Democrática do Congo, República do Congo, Togo e Costa do Marfim...
Portanto, dentro do povo de Deus, não há dignidade diferente entre os fiéis? Frei Michael - Absolutamente não, mas devemos nos empenhar para convencer a Igreja. E não falo tanto do Vaticano ou dos bispos, “Quando se é centrado e focado mas de todos os batizados. na pessoa de Cristo, então o projeto Contudo, é isso que nos pede a Evangelii Gaudium, de vida consagrada não pertence mas já antes a Lumen Genmais a nós”. tium, a Gaudium et Spes, o E a Ásia? decreto Ad Gentes e outros Frei Michael - Há muito documentos do Concílio Vaticano II. O Papa Francisco está interesse. Na Indonésia temos cerca de dez noviços cada ano, na abordando com decisão os temas da dignidade, do compromisso Birmânia, ao menos 15. Também em Singapura e na Malásia tee da essencialidade de todos os batizados. Eu aguardo o momen- mos vocações, como também no Timor Leste e na Papua-Nova to em que a Igreja esteja pronta a repensar o papel dos leigos: se Guiné. E, depois, penso na América Latina: do México, em parnão lhes pode consentir fazer a pregação, ao menos se poderia ticular na região Norte, chegam tantas vocações a cada ano. Os envolvê-los de uma maneira diferente no âmbito litúrgico, quan- Ministros Provinciais confirmam o crescente envolvimento dos do a Igreja se reúne para celebrar junto a morte e ressurreição de jovens mexicanos. Cristo. Espero com confiança o dia em que se poderá partilhar a fé na liturgia. A Itália contribui ainda para a difusão da Ordem? Frei Michael - No Sul temos sempre muitas vocações. No CenPortanto, os leigos são importantes para os Frades Meno- tro, com alguma dificuldade, enquanto no Norte estão em queres? da. Da Europa, contudo, chega uma contribuição consistente da Frei Michael - Para nós, Frades Menores, mas para toda a Igreja, Polônia. Também a Ucrânia faz a sua parte, tanto na Igreja grecoé fundamental repensar o papel dos leigos. Basta pensar na Or- -católica como na latina. Alguns sinais de esperança chegam da dem Franciscana Secular: os leigos não são pessoas de “segunda Irlanda e da Holanda. classe”, mas co-missionários, aos quais nos liga o mesmo carisma. Nas comunidades franciscanas dos santuários e das paróquias Em uma carta endereçada a todos os frades da Ordem, dadevemos preparar os leigos, cuja a importância é decisiva para a tada de 17 de dezembro de 2014, o sr. escrevia: “A Cúria Abril / 2017 [Comunicações]
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OFM Geral se encontra diante de graves - insisto, graves - difi- pobres, vós sempre os tereis convosco”. Penso que se Jesus tivesse culdades financeiras, com dívidas portentosas” e que “o tido todo tempo para acrescentar alguma coisa, talvez teria dito: sistema de vigilância e controle financeiro da gestão do “Porque vós não quereis mudar o vosso estilo de vida”. Para ser patrimônio da Ordem eram demasiadamente fracos, quan- Frades Menores devemos modificar os nossos comportamentos. do não comprometidos, com a inevitável consequência da O Papa Francisco esta retomando as ideias do cristianismo das sua falta de eficácia para a salvaguarda de uma gestão origens. A Igreja não deve ser uma presença forte mas, sim, huresponsável e transparente”. É difícil para um frade a milde. E a sua conduta é de ser exemplo para todos nós. gestão do dinheiro? Frei Michael - Nós, frades, crescemos em diversos ambientes A vida consagrada está em risco? culturais, no meio dos quais a concepção e o uso do dinheiro se Frei Michael - Quando se é centrado e focado na pessoa de diferenciam muito. E isso é um problema sério, sendo uma Or- Cristo, então o projeto de vida consagrada não pertence mais a dem internacional. Há, pois, o desafio de responder com a nossa nós. Por isso, não se deve temer os números em baixa: na hisvida ao ensinamento de São Francisco de Assis do Cristo pobre. tória do homem sempre existiram formas de vida que mostraÉ a dimensão do sine proprio, conduzir uma existência sem nada vam uma especial relação com Deus dentro da sociedade. A vida de próprio. O dinheiro não consagrada não depende nos pertence mas isso é dido homem, mas de Deus. fícil de interiorizar, sobrePor isto, há esperança. tudo diante do impacto da globalização e da cultura do Então, o sr. não se indesperdício. Somos influenquieta mesmo olhando ciados pela confluência das o número de vocações forças que determinam a dos Frades Menores? cultura dominante. Então, Frei Michael - Às vezes devemos viver, repensar e me preocupo quando vejo redescobrir a beleza do sine uma fraqueza numérica proprio: as coisas não são de em um país ou em uma “Eu aguardo o momento em nossa propriedade e somos cidade onde estamos preque a Igreja esteja pronta a repensar apenas gestores responsásentes por muito tempo e onde há ainda necessidaveis. O nosso empenho é o papel dos leigos”. entender como utilizar os de de anunciar o Evanrecursos econômicos para a gelho. Trata-se, pois, de missão da Igreja, para os pobres e os necessitados. apreensões circunscritas à uma situação concreta. Em oitocentos anos de vida franciscana, cometemos tantos erros: se estamos ainViver em uma tranquilidade burguesa é, portanto, um peri- da aqui não devemos isso às nossas decisões, mas à obra de Deus. go para a vida dos frades? Entrevista a Riccardo Benotti, “Viaggio nella Frei Michael - É um risco percebido pelos próprios frades, que vita religiosa. Interviste e incontri”, Libreria coloca em crise a identidade de nossa vocação. Somos chamados Editrice Vaticana, Città del Vaticano, 2016, pp. a tornar concreta a misericórdia de Deus com atos de justiça e 59-71. Reproduzida pela “Acta Ordinis”. caridade. Existem, pelo menos, dois remédios para curar esta doença. O primeiro é estar com os pobres, viver entre os sofredores. Os pobres não são uma entidade abstrata mas têm um nome, (*)61. Alguns Institutos religiosos, que, no projeto originário do fundador, se apresentavam como fraternidades, onde todos os membros — saproveem de uma família, têm filhos, procuram a cada dia tracerdotes e não sacerdotes — eram considerados iguais entre si, com o balhar para melhorar a qualidade de suas vidas. E nós devemos passar do tempo adquiriram uma fisionomia diversa. Importa que estes Institutos chamados « mistos » ponderem, na base de um aprofundaestar ali. Se estivermos acompanhados pelos pobres, redescobrimento do próprio carisma de fundação, se seria oportuno e possível volremos a beleza da vocação franciscana. Fraternidade para os potar à inspiração original. bres, fraternidade com os pobres, fraternidade entre os pobres. Os Padres sinodais formularam o voto de que, em tais Institutos, seja Em que modo se pode estar junto aos pobres? Frei Michael - A pobreza não é algo a ser valorizado mas os pobres existem. No Evangelho de Marcos está escrito: “Quanto aos
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reconhecida a todos os religiosos igualdade de direitos e deveres, exceto os que derivam da Ordem sacra. Para examinar e resolver os problemas conexos com esta matéria, foi instituída uma específica comissão, cujas conclusões convém esperar para se fazerem depois as opções convenientes segundo aquilo que for autenticamente estabelecido.
OFM
Eleito o novo governo da Fundação Russa-Cazaquistã
D
e 13 a 17 de março deste ano, teve lugar o Capítulo da Fundação de São Francisco da Rússia-Cazaquistão em Roma, na Cúria Geral OFM. Depois da apresentação do programa e da metodologia do Capítulo, os capitulares tiveram a oportunidade de ouvir várias palestras e puderam ter um diálogo fraterno com todos os assessores e palestrantes. Durante todo o tempo, o Capítulo foi acompanhado pelo Definidor Geral Frei Ivan Sesar. O Capítulo se concluiu com a proclamação do novo governo da Fundação, eleito pelo Ministro Geral e seu Definitório: Frei Stefano Invernizzi, Presidente; conselheiros: Frei Eliot Marecki, Frei John Gibbons e Frei Bernardin Turmann. A Fundação na Rússia e Cazaquistão é uma entidade internacional da Ordem dos Frades Menores, instituída em 1997 e dependente diretamente do Ministro Geral. Os frades menores estão presentes em 5 comunidades, das quais três em território russo - San Pietroburgo, Novosibirsk, Ussurisk - e duas no Cazaquistão - Almaty e Taldykorgan -, num total de 14 frades de várias nacionalidades. Quase todas as fraternidades estão ocupadas tanto em serviços pastorais (em particular as paróquias confiadas aos cuidados dos frades), como em caridade ou social: em Novosibirsk na
escola primária católica “Nascimento de Cristo”; em Ussurisk na casa “Tau” de acolhida aos sem-teto; em Almaty, uma clínica e um refeitório para os pobres; em Taldykorgan, o apoio a projetos de famílias em dificuldades econômicas e sociais graves.
RECONSTRUÇÃO PÓS-UNIÃO SOVIÉTICA
O Cazaquistão é um dos países sucessores da antiga União Soviética e ainda está tentando construir a sua própria identidade, tanto em nível étnico como cultural e linguístico. Os soviéticos, de fato, estavam usando esta área como um lugar de deportação e os atuais habitantes são, em parte, descendentes de prisioneiros russos, poloneses, alemães, etc., ao passo que os cazaques nativos eram pastores nômades, portanto, com uma identidade difícil
de definir. É um país cheio de contrastes, onde a ocidentalização marca Almaty (antiga capital, que tem cerca de um milhão de habitantes) e junta-se aos espaços rurais intermináveis que caracterizam o resto do país. Do ponto de vista religioso, “tecnicamente” a maioria da população é muçulmana, mas convivem com ortodoxos, protestantes de vários tipos, e, finalmente, os católicos ... No entanto, a religião dominante continua a ser o xamanismo tradicional. Para dar uma ideia das proporções: em Almaty, a única igreja católica é a única dos Frades Menores, que é a Catedral, a paróquia ... Depois, há um “centro de juventude” implantado pelos italianos de Comunhão e Libertação, que estão presentes em uma comunidade masculina e feminina.
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OFS
CAPÍTULO AVALIATIVO DA OFS
O
Ministro Nacional, Vanderlei Suélio, abriu o XXXVI Capítulo Avaliativo da Ordem Franciscana Secular do Brasil, OFS, realizado Casa de Retiro São Francisco de Assis, em Campo Largo (PR), no dia 17. No domingo, 19 de março, no entanto, antes da palavra final do Ministro, Frei Almir Guimarães despediu-se da função de assistente espiritual nacional da OFS (veja carta ao lado). Uma moção de agradecimento e de reconhecimento pelos serviços prestados por Frei Almir à OFS do Brasil foi aprovada pelos capitulares. Entre as moções, também foi lembrado o Frei Alberto Beckhäu-
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ser, que se encontra enfermo, e o ex-ministro nacional, Paulo Machado, pela proximidade de seus 100 anos de vida, que será em maio. A mesa foi composta pelo Ministro Nacional, Vanderlei Suélio; o Ministro Regional anfitrião (Regional Paraná e Santa Catarina), Devanir Reis; o Coordenador Geral do Capítulo, André Carreiro Braga e do Assistente Nacional, Frei José Maria, representantes da Conferência dos Assistentes. Após as palavras de abertura, uma Celebração Eucarística foi presidida pelo presidente da Conferência dos Assistentes, Frei José Maia e concelebrada pelos demais assistentes. Estava presente o Secretário Nacional da JUFRA do Brasil, Washington Lima, que também é convocado para o Capítulo. O tema do Capítulo “Franciscano Secular: revisitar seu interior em vista da Missão” e o lema: “Uma formação que motive e reascenda a chama” foram trabalhados por Maria José (Mazé), do Regional de
Sergipe e Bahia. Ela chamou a atenção de todos para o revigoramento do carisma, destacando pontos que devem ajudar aos representantes regionais para que possam trabalhar no revigoramento das fraternidades. A palestrante destacou que devemos revisitar, como forma de reconstruir, recordar, reviver o nosso ponto de partida. “Revisitar em busca da missão permite refazer o caminho”, disse ela. Cada um deve despertar para o novo, na dinâmica do caminho. Ela destacou que essa dinâmica do caminho deve estar sempre em processo, não está pronta, acabada…, que exige meta, determinação, definição de rumo a seguir: saber de onde partir e aonde quer chegar. Ainda acrescentou a palestrante, “a importância de não se acomodar, não entregar os pontos, não parar de criar e recriar… que depende do movimento… Se não há movimento o caminho desaparece… Jesus é o caminho, a vida é caminhada. O seguimento de Jesus só é possível na dinâmica do caminho”, ressaltou. Além da reflexão sobre a palestra, foram apresentados os relatórios do Conselho Nacional, uma reflexão sobre a atuação da assistência espiritual e a contribuição que os assistentes podem dar para a visita fraterno-pastoral. Ao final, o Ministro Nacional da OFS do Brasil, Vanderlei Suélio, agradeceu a todos e ao Regional Sul 1, Paraná, pelo empenho para a realização do Capítulo e pela acolhida à todos os capitulares. Texto e fotos: Edmilson Brito
Coordenador de Comunicação da OFS
OFS
Frei Almir explica o encerramento de suas atividades como assistente nacional da OFS
O
cuidado espiritual e pastoral da OFS, confiado pela Igreja à Primeira Ordem Franciscana e à TOR, é, antes de tudo, dever de seus Ministros Gerais e Provinciais. A eles compete o “altius moderamen”, de que trata o cânon 303. O “altius moderamen” tem como objetivo assegurar a fidelidade da OFS ao carisma franciscano, a comunhão com a Igreja e a união com a Família Franciscana, valores que representam para os franciscanos seculares um compromisso de vida (CCGG OFS art. 85, § 2). Quando me disponho a escrever este comunicado chegam à minha mente figuras exponenciais de dois frades desta nossa Província da Imaculada: Frei Mateus Hoepers e Frei Egberto Pramgenberg. Frei Mateus, que conheci em Petrópolis, na segunda metade dos anos cinquenta, foi um confrade apaixonado pela Ordem Franciscana Secular, respeitado em todo o país. Junto com leigos, ele viveu a ventura da redação e publicação da Regra de Paulo VI. Frei Mateus, antigo Provincial e professor de exegese em Petrópolis, era incentivador e promotor de uma renovação da
Ordem Terceira Secular. Penso que o pouco de franciscanismo mais profundo que conheci devo a este frade alto, vigoroso, entusiasmado por Francisco. Frei Egberto, frade alemão de boa têmpera, ajudou a revigorar as fraternidades seculares no Estado do Rio. Muitas lideranças deste Estado foram formadas em seu vigor e ele acompanhou de perto a história do Regional do Rio. Escreveu páginas bonitas no livro da vida da OFS. Neste ano, neste mês de março de 2017, terminei meu trabalho como assistente da Ordem I por parte dos Menores. Penso que fiquei na função mesmo treze anos, quando o correto seria um período de doze anos. Há um tempo de começar e outro de acabar. Nestes anos todos tive sempre em mente a figura dos dois confrades acima mencionados. Eles foram minha claridade, mais do que textos jurídicos frios. Por ocasião do Capítulo Avaliativo da Ordem em Campo Largo (17 a 19 de março de 2017), senti-me na obrigação de notificar minha saída, respeitando os Estatutos, por meio
Ao Ministro Nacional da Ordem Franciscana Secular Vanderlei Suélio Gomes e seu Conselho Paz e toda estima, Através desta carta venho notificar ao Ministro e Conselho Nacional da Ordem Franciscana Secular que já expirou o tempo regulamentar de assistência espiritual à OFS nacional por minha parte, como membro da Ordem dos Frades Menores (OFM). A partir desta data, encerramento do Capítulo Avaliativo que se realizou em Campo Largo, termino minhas atividades em nível nacional na qualidade de assistente. Deverão ser tomadas, então, as providências para que a Conferência dos Menores nomeie outro frade. No término de minhas atividades exprimo minha gratidão a todos. Muito aprendi em muitas visitas fraterno-pastorais, ca-
de uma carta. Há ainda em meu coração um fogo que arde. Mas é preciso ser obediente. Não fiz uma declaração de renúncia. Esta palavra tem algo de pejorativo. Preferi usar o termo notificar. Anexo à presente o teor de tal notificação que li diante da assembleia capitular, procurando dominar a emoção. Continuo sendo assistente do Regional Rio e Espírito Santo com nomeação do nosso Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel. Faço votos que a OFS seja efetivamente um grupo de leigos que visita regularmente seu interior e parta em missão. Canto um canto novo de ação de graças. Coloquei-me nas esteira de frades empreendedores e dedicadíssimos. A lembrança deles serviu de estímulo para a atividade que exerci. Faço questão de ressaltar uma frase da carta de notificação que nada tinha de renúncia de cunho polêmico: “Durante todo esse tempo respirei OFS por todos os poros”. Esta é a verdade. Paz e todos os bens! Petrópolis, 22 de março de 2017 Frei Almir Ribeiro Guimarães
pítulos, encontros de formação e colaborando na confecção da revista Paz e Bem. Procurei dedicar-me ao trabalho com todo o coração nesses mais de doze anos. Durante todo esse tempo respirei OFS por todos os poros. Há fraternidades promissoras e outras cansadas, talvez desmotivadas. Sonho com uma renovação da OFS no Brasil através do surgimento de novas e vigorosas fraternidades integradas por um laicato santo e maduro. Penso ter feito minha parte. Que o Senhor Altíssimo tenha a bondade de completar o que faltou. Paz e todos os bens, Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM Campo Largo, 19 de março de 2017 3º domingo da Quaresma
Falecimento
FREI ASCÂNIO SANT’ANA 16/03/1919
+ 25/02/2017
N
a manhã do dia 25 de fevereiro de 2017, o Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel, comunicava aos frades a notícia de falecimento de Frei Ascânio Luiz Sant’Ana, o frade sênior da Província, que no mês de março completaria 98 anos de idade. Há mais tempo Frei Ascânio estava acamado, oscilando entre momentos de lucidez e esquecimento, por conta da enfermidade e idade. Assim, na manhã de sábado, na Fraternidade São Francisco de Assis de Bragança Paulista, de nós se despediu para habitar as mansões celestes. O corpo de Frei Ascânio foi transladado para o Postulantado Frei Galvão, em Guaratinguetá, onde foi sepultado no jazigo dos frades, como era seu desejo. Na lembrança da Profissão Solene, com a estampa de Nossa Senhora Aparecida, Frei Ascânio Sant’Ana imprimiu duas frases que certamente descrevem sua vida como frade menor: “Meu Deus e meu tudo!” e “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. E agradece a todos que, com
suas orações e sacrifícios, o ajudaram a alcançar tão grande graça. E nesta manhã, ao se despedir de nós, certamente a fé proclamada no dia da Profissão Solene, alcançou a plenitude da graça da jaculatória “Meu Deus e meu tudo”. Ao olhar sua ficha biográfica, nos trabalhos que exerceu como frade menor, percebemos uma característica na vida deste nosso bom mineiro de Itajubá: por onde passou, nas diferentes fraternidades, foi um cuidador da casa. E como sempre foi cuidador, nos últimos cinco anos mereceu a paciência, o cuidado e o carinho da Fraternidade e cuidadores/as da casa de Bragança Paulista. E como cuidador caseiro, só podia deixar que a irmã morte o visitasse onde gostava de estar: em casa. E assim partiu para a casa do Pai. Descanse em paz, Frei Ascânio! O Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel presidiu a Missa de Exéquias que foi celebrada na Capela do Postulantado. Em seguida, o sepultamento foi no Jazigo dos Frades, que lembra a Capela da Porciúncula.
Dados Biográficos: ascimento: 16 de março de N 1019, em Santana de Bicas, Itajubá, MG Nome de nascimento e batismo: Luiz Sant’Ana Ingressou no Noviciado como Terceiro: 02 de outubro de 1948 Primeira Profissão como Terceiro: 08 de outubro de 1949 Vestição na Primeira Ordem: 12 de junho de 1952 Profissão Simples: 13 de junho de 1753 Profissão Solene: 13 de junho de 1956
Atividades:
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1953-1971: Agudos, Fazenda do Seminário. 1971: São Paulo, Convento São Francisco. 1972: Campos do Jordão, serviço e manutenção da casa. 1972-1979: Guaratinguetá, SEVOA. 1979-1980: Porto União, trabalhos da casa. 1980-1988: Blumenau, trabalhos caseiros. 1988-1992: Rio de Janeiro, Convento Santo Antônio, sacristão. 1992-2012: Guaratinguetá, Seminário Frei Galvão, serviços gerais. 2012 - Bragança Paulista, tratamento de saúde.
Falecimento
REPERCUSSÃO NO FACEBOOK Mais de 31 mil pessoas viram a mensagem do falecimento de Frei Ascânio no Facebook da Província. Abaixo, selecionamos alguns comentários. uís Fernando Nunes Leite L Deus seja louvado pela vida de Frei Ascânio... Homem simples e humilde. Há 10 anos nessa época ele estava todo contente se preparando para completar seus 88 anos de vida... Ele não deixava ninguém esquecer que iria ser dia 16 de março. Toda manhã varrendo a praça do seminário... Aos domingos fazia questão de servir o altar do Senhor distribuindo a Sagrada Comunhão. De vez enquanto soava a sua voz : “Tudo culpa dos postulantes”...Kkkk... Mas no seu silêncio orante nos ensinava a simplicidade e a devoção... Mineiro bom, do trator de um pistão só... Que Deus acolha frei Ascânio, que sua voz que ressoava em todas as orações puxando “o nós vós adoramos” possa agora louvar o criador que tanto o senhor amou e serviu como irmão menor. Valcimar Araujo Exemplo de minoridade, quando me lembro do Postulantado Frei Galvão, a imagem de Frei Ascânio é a primeira que me vem à mente. O admirava muito. Os anjos o receberam com festa, tenho certeza assim como receberam tantos frades virtuosos a começar de nosso Pai Francisco. Descanse em paz, querido Frei.
arry Carlos Marchioro L As poucas vezes que estive com Frei Ascânio foram marcadas pela sua simplicidade e discrição, que ficou em minha alma. Frade que se transformou em referência de testemunho franciscano! oises Oliver M Eta Frei porreta esse! Sempre o tive e sempre o terei em meu coração! Lembro-me bem no seminário. .. aria Carolina Borelli Bovo M Que ao lado de nossos pais Francisco e Clara,o Senhor receba com alegria e afeto este servo bom e fiel. Paz e Bem!!!!! auricio Dina Guimarães M Nossos sentimentos a toda comunidade Franciscana. Agora, o filho foi se encontrar definitivamente com o Pai. rancisco Filho F Que Deus o receba no Reino do Céu, lugar para onde ele ensinou tanta gente a caminhar!
Mário Mattos Nosso «Sapateiro» em Agudos, de 1967 - 1971. Obrigado pelo exemplo de como ser franciscano, pela simplicidade. O sr. é eterno.
ânia Maria de Lima V Que Deus e nosso Seraphico São Francisco recebam Frei Ascânio conforte confrades, familiares e amigos, amém.
uciano Lam’s L Um frade admirável. De uma simplicidade ímpar e superbrincalhão. Conheci o frei em 1997 e morei na mesma fraternidade em 2000. Descanse em Paz e rogue por nós e por toda Ordem.
driana Maria Senter A Descanse em paz nos braços do Senhor e no colo de Maria. Meus sentimentos a família e amigos e que Jesus console o coração de todos!
ucas Fortunato Carneiro L Fiz fraternidade com ele em Guaratinguetá quando fui postulante! Deus o acolha em seu colo de amor !
anderlei Alves Ribeiro W Deus seja louvado pelo Frei! homem simples mas que ensinou com seu jeito simples e humilde de muitas coisas. Descanse em Paz.
runo Varriano B Frade menor, fraterno, obediente e de boa companhia ... descanse em paz, confrade querido!
Glauco Abreu Meus sentimentos, que Deus o tenha! Amém.
Maria Varela Frei Ascânio, verdadeiro missionário de Cristo.
Magna Silva Descanse em paz, frei!!
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Notícias e Informações
ÁLBUM DA PROVÍNCIA
VOCÊ SE RECONHECE NESTAS FOTOS OU CONHECE ALGUÉM?
Igreja da porciúncula de sant’ana O Facebook da Paróquia e Convento da Porciúncula de Niterói publicou uma imagem do projeto do Convento e Igreja da Porciúncula de Sant’Ana em Niterói, feita pelo arquiteto Prof. Adail Bento Costa, possivelmente em 1948. A imagem foi enviada pelo Centro de Memória Fluminense.
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Eu vivo mais uma paixão em minha vida, Do meu Senhor que quis morrer por nós um dia, Ele curou a nossa desgraça, ferida, No Altar da Cruz, e nos deixou graça e alegria. Cada Semana Santa, vivo essa verdade, O imenso amor de Deus que nos salvou na Cruz, Renovo, em mim, o dom, perdão, e a caridade, Louvor e glória ao Redentor, o meu Jesus. Agraciados todos somos nessa história, E assim nós vamos a cumprir nossa missão, Para selar o dom de Cristo para a glória. Amor com amor se paga e, então, pra responder, O grande amor que nos salvou no Altar da Cruz, Nossa missão é para o mal também morrer. Frei Walter Hugo de Almeida
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (*) As alterações e acréscimos estão destacados
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ABRIL 01 e 02 20 a 23 23 25 e 26 27 e 28
Caminhada Franciscana da Juventude (Rodeio); Retiro Anual dos Benfeitores Franciscanos (Agudos) Ordenação diaconal de Frei Vanderlei da Silva Neves (Xaxim); Reunião dos guardiães e coordenadores das Fraternidades; Reunião do Definitório Provincial;
MAIO 01 a 05 03 25 e 26 29 29
Reunião do CAD e SIFEM (Campo Grande); Último dia para a Inscrição no Capítulo das Esteiras da CFFB; Reunião dos Frades da Frente da Comunicação, em Pato Branco; Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (S. João de Meriti); Encontro do Regional de Pato Branco;
JUNHO 05 05 e 06 16 e 17 20 a 22 21 25 a 27 26 e 27
Encontro do Regional de Curitiba (Aldeia); Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Curitibanos); Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense (Petrópolis-Imbariê); Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); Reunião do Definitório com os coordenadores dos Regionais (São Paulo); Encontro Regional do Contestado; Encontro Regional do Leste Catarinense (Forquilhinha);
julho 04 a 05 10
Reunião do Conselho do Secretariado de Evangelização (Vila Clementino) Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Balneário Camboriú);
AGOSTO 03 a 06
14 a 18 22 a 25 25 e 26 28 28 e 29
Capítulo das Esteiras da CFFB: por ocasião dos 800 anos do Perdão de Assis, 50 anos da Criação da Conferência da Família Franciscana do Brasil – CFFB; Retiro e reunião do Definitório Provincial (Guaratinguetá); CFMB: encontro de ecônomos (Caldas Novas – GO); Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense (Petrópolis-ITF); Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Rocinha); Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Lages);
SETEMBRO 01 01 a 09 02 e 03
Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação; Encontro Continental JPIC (Anápolis); Coleta anual pela evangelização na Amazônia;
04 04 04 e 05 07 a 10 10 a 12 11 a 13 18 18 a 22 25
Congresso Continental para a Formação e os Estudos (São Paulo); Dia da Amazônia; Encontro do Regional de Pato Branco; Encontro Regional do Leste Catarinense (Florianópolis); Encontro Interobediencial do Irmãos Leigos Franciscanos (Vila Velha); Encontro Regional do Contestado; Reunião da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento (Agudos); Encontro do Regional de Curitiba (S. Boaventura); CFMB: assembleia (São Luís – MA); Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Gaspar);
OUTUBRO 09 a 13 16 a 19 17 a 19 23 e 24
Curso de Franciscanismo (Rondinha); Encontro Regional do Leste Catarinense (Retiro Anual, Angelina); Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); Encontro do Regional do Leste Catarinense (Florianópolis);
NOVEMBRO 13 15 20 28 a 30 21 e 22 29
Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Niterói); Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense (Taquara - Recreativo); Encontro do Regional do Vale do Itajaí - recreativo (Vila Itoupava); Reunião do Definitório Provincial; Reunião do Conselho do Secretariado de Evangelização (Vila Clementino) Reunião do Definitório com os coordenadores dos Regionais;
DEZEMBRO 01 e 02 04 e 05 04 e 05 13 18 e 19
Celebração dos Jubileus; Encontro do Regional de Pato Branco; Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí – recreativo; Encontro do Regional de Curitiba - recreativo (Caiobá); Encontro Regional do Leste Catarinense (recreativo, Sant Amaro da Imperatriz).
2018 Janeiro
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Profissão dos noviços; Vestição dos noviços; Missões Franciscanas da Juventude (Agudos e Bauru)
JULHO 12 a 15
Encontro Nacional de Juventude (Vila Velha).