Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
abril de 2019 • ANO LXVII • N o 04
MAIS UM PASSO NA
CAUSA DE FREI BRUNO
SUMÁRIO MENSAGEM DO GOVERNO PROVINCIAL
“À espera de um milagre” ......................................................................................................................231
FORMAÇÃO PERMANENTE
“O encontro de Francisco com o sultão: a coragem da não conformidade, por causa do Evangelho”, de Frei Sandro R. da Costa.........................234
FORMAÇÃO E ESTUDOS
USF inaugura polo de educação a distância no ITF............................................................. Vinte jovens são admitidos no Aspirantado em Malange...............................................
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FRATERNIDADES
Bauru, Rodeio e Ituporanga: Novas recomposições das Fraternidades....................241 Celebração da Quarta-feira de Cinzas no Santuário Divino Espírito Santo.............242 Via-Sacra com São Francisco de Assis ao Convento da Penha.......................................243 O novo rosto da Fraternidade do Pari.............................................................................................244 Baixada e Serra Fluminense celebram o 1º Regional do ano..........................................247 Primeiro Encontro do Regional de São Paulo............................................................................248 Piratuba recebe o 1º Encontro do Regional do Contestado............................................250 Regional do Espírito Santo se reúne em Vila Velha................................................................251 Posse de Frei Jorge como pároco em Petrópolis....................................................................252 Seminário Franciscano Frei Galvão sedia evento de turismo e faz campanha para reforma ............................................................................................................254 Festa da Penha: dom de curar as feridas abertas pelo medo .........................................256 Encontro do Regional do Vale do Itajaí ........................................................................................258 Regional de Pato Branco faz primeira reunião .........................................................................259 7ª Festa de Frei Bruno reúne milhares em Xaxim ...................................................................260
EVANGELIZAÇÃO
Mais um passo na Causa de Frei Bruno ........................................................................................262 Coral dos Canarinhos de Petrópolis recebe novos integrantes ....................................269 Artigo de Dom Evaristo Spengler no Seminário Pré-Sinodal .........................................270 Trote solidário da FAE auxilia crianças carentes ......................................................................274 Encontro da Frente da Educação .....................................................................................................276 Editora Vozes – Cortella “Passei a ter amor pela filosofia” ..................................................279 Pedra Bela: 24ª Caminhada ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida ..................280 Jornalistas da Rede Celinauta são os mais lembrados pelo público .........................281 Frei Diego participa de Curso de JPIC, em Roma ...................................................................282 Retiro Quaresmal reúne Família Franciscana de Angola ...................................................285
OFM
Egito: O 8º centenário do encontro de São Francisco e o Sultão ................................286 Carta do Papa pelos 800 anos do encontro entre Francisco e o Sultão ..................288
CFFB
Jufra elege novo Secretariado Nacional ......................................................................................289 Paulo Machado: Um século dedicado ao carisma franciscano .....................................290 CRB: Núcleo de Petrópolis promove Encontro Formativo ...............................................294
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mensagem
À espera de um milagre
O
título em português do emocionante filme de 1999, dirigido e roteirizado por Frank Darabont, serve para definir a fase em que o processo de beatificação de nosso confrade Frei Bruno Linden está prestes a entrar. Durante a 29ª Caminhada Penitencial Frei Bruno, realizada em Joaçaba, SC, no 2º domingo da Quaresma, dia 17 de março, o vice-postulador da causa, Frei Estêvão Ottenbreit, anunciou a expectativa de que o processo, enviado ao Vaticano em maio do ano passado, receba o sinal verde de Roma para seguir em frente até meados deste ano. Depois, o próximo passo é o reconhecimento oficial pela Igreja de um milagre realizado por intercessão de Frei Bruno. Para acompanhar esta etapa, foi constituída a Comissão para investigação diocesana dos rela-
tos de milagres atribuídos à intercessão do Servo de Deus Frei Bruno Linden. Mais uma vez nossa gratidão à Diocese de Joaçaba, na pessoa do Bispo, nosso confrade capuchinho, Dom Frei Mário Marquez, e também aos confrades que, desde o início, estão na linha de frente desta empreitada, Frei Estêvão Ottenbreit e Frei Alex Sandro Ciarnoscki, vice-postuladores, além de Frei Clarêncio Neotti, no incansável trabalho redacional do processo. Permaneçamos firmes em oração e não deixemos de divulgar a devoção a Frei Bruno. Em 2020, serão 30 anos desta Caminhada Penitencial Frei Bruno. Até lá poderemos ter alguma boa notícia sobre o processo de beatificação. Esta Caminhada Penitencial é uma manifestação popular da devoção de nosso povo e de seu amor por este santo frade, mas também de reconhecimento ABRIL de 2019 – comunicações
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MENSAGEM
por tantos outros que, nestas terras, empenharam suas vidas na evangelização. Na Caminhada, são muitas dezenas de milhares de pessoas, provenientes dos mais diferentes lugares por onde Frei Bruno passou e onde sua devoção chegou. Tomara que nossas frentes de evangelização abracem também esta causa e promovam, desde já, sua participação no próximo ano! Além de fazer referência ao processo de Frei Bruno, “à espera de um milagre” também pode designar nossas expectativas diante da avalanche de notícias tristes, preocupantes e violentas que tem nos assolado desde o início do ano: o massacre na escola estadual em S u z a n o, S P, e também em outros lugares do mundo, passando pela onda de feminicídio, o primeiro ano do assassinato da vereadora Marielle Franco, o crime ambiental de Brumadinho, movimentações políticas marcadas por uma série de medidas desumanas e contrárias aos mais vulneráveis, com ameaças constantes à Amazônia etc. Todo este pesado noticiário tem nos deixado tristes, inconformados e quase “desesperançados”, praticamente “à espera de um milagre”, o que tem dado a esta Quaresma um “quê” de Advento para quem sonha com o alvorecer de dias melhores. Como Francisco, que enchia os bosques com
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seus lamentos e gemidos ao contemplar a Paixão do Senhor, também não podemos ficar insensíveis frente à Paixão de tantos irmãos e irmãs, como também da criação e, nela, a nossa mãe, a terra. No entanto, a sensibilidade diante da dor e do sofrimento de tantos não significa desânimo, mas sim desafio de amá-los e defendê-los ainda mais. Mesmo à espera de mudanças complexas e profundas na sociedade, somos permanentemente provocados a oferecer nossa contribuição de forma otimista e entusiasmada. A própria dinâmica da Semana Santa e do Tríduo Pascal que celebraremos neste mês de abril nos convoca a sermos “arqueólogos da esperança”, a encontrarmos, juntos com o Cristo, as razões para resistir e persistir na busca dos sinais de vida e ressurreição que, silenciosos, fermentam sob as pedras pesadas da violência, da ganância e da injustiça. É hora de manifestarmos mansidão e paciência, com firmeza e fé, conforme nos exorta Francisco: “O servo de Deus não pode conhecer em que medida possui a paciência e a humildade, enquanto se sentir satisfeito em tudo. Quando, porém, vier o tempo em que o contrariarem os que deveriam andar conforme os seus desejos, então, quanta paci-
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ência e humildade ele manifestar, tanta terá e nada mais” (Adm 13). Foi esta postura que levou Francisco a conseguir chegar diante do Sultão numa atitude de diálogo e acolhida mútua. Foi um verdadeiro milagre que Francisco em vida realizou sem, por isso, tornar-se soberbo, autossuficiente ou orgulhoso. Grande lição para que também sejamos ousados e corajosos diante dos diversos desafios que advêm da missão que o Senhor diariamente confia a cada um de nós. Frei Sandro Roberto da Costa, nesta edição, faz uma contextualização deste encontro memorável.
momento da vida da Igreja no Brasil e no mundo, recomendamos vivamente a leitura do texto de nosso confrade Dom Frei Evaristo Pascoal Spengler, Bispo da Prelazia do Marajó, PA, intitulado: “A Amazônia não precisa ser conquistada; precisa ser respeitada”. É o conteúdo de uma palestra que ele proferiu em Roma durante um Seminário preparatório para o Sínodo e que está à disposição nesta edição de nossas Comunicações. Certos de que temos um mútuo compromisso de nos animarmos na esperança, desejamos a
Temos de levar adiante a certeza de que há um vasto campo a ser fecundado pelas sementes do Evangelho e nossa missão é lançá-las. Precisamos nos aprofundar nas questões essenciais de nosso tempo para termos respostas evangélicas aos apelos constantes da realidade. No que diz respeito ao Sínodo da Amazônia, importante
todos um abençoado mês de abril. Que a celebração dos mistérios pascais irradie em nossas vidas a força do Ressuscitado. Recebam nosso fraterno abraço e, desde já, feliz e abençoada Páscoa!
Frei César Külkamp
Frei Gustavo Medella
Ministro Provincial
Vigário Provincial
São Paulo, 19 de março de 2019. Solenidade de São José.
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formação permanente
O encontro de Francisco com o sultão:
A coragem da não conformidade, por causa do Evangelho das Cruzadas. Os muçulmanos eram comandados pelo Sultão Al-Malik Al-Kamil, sobrinho do legendário Saladino. Nesta exposição vamos nos ocupar do contexto histórico, que marcou o encontro de Francisco com o sultão. Na celebração dos 800 anos deste célebre acontecimento, certamente seremos brindados com excelentes reflexões de especialistas na várias áreas do saber, da espiritualidade, do franciscanismo, da eclesiologia, da missão. O conhecimento do contexto histórico, das ideologias e interesses em jogo, pode nos ajudar a entender o quanto o gesto de Francisco foi ousado, revolucionário até, diante da mentalidade dominante de seu tempo.
A convivência possível entre cristãos e muçulmanos
E
m maio de 1218, mais de 30 mil soldados cristãos desembarcavam diante da “chave do Egito”, a cidade islâmica de Damieta. Um dos objetivos era econômico: Damieta era um importante entreposto comercial, bem mais importante do que a arruinada Jerusalém. Mas os cruzados queriam também atrair a atenção do Sultão e enfraquecer as tropas islâmicas que se ocupavam com a Síria, para poder retomar Jerusalém. Afinal este era, ao menos oficialmente, o objetivo
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A relação entre muçulmanos e cristãos que viviam nos seus territórios era muito mais complexa do que podemos imaginar. Nos combates, tropas cristãs e muçulmanas não se diferenciavam pela ferocidade e violência, principalmente nas celebrações das vitórias, em se tratando de destruição, saques, estupros, assassinatos de prisioneiros, mas também de inocentes, crianças, mulheres, idosos. Em tempos de trégua, no entanto, havia uma convivência possível. Aos cristãos era permitida a residência em terras muçulmanas, bem como aos judeus, desde que se respeitassem algumas regras: não fazer proselitismo, não expor símbolos cristãos externos nos edifícios, pagar regularmente uma taxa. Não era muito diferente do modo como os cristãos tratavam os muçulmanos que viviam em seus territórios. A visita aos lugares santos, mesmo em tempos de dominação islâmica, era permitida aos cristãos. Ao longo das oito cruzadas, interesses comerciais e econômicos foram se sobrepondo ao ódio. Cristãos e muçulmanos, nobres e plebeus encontraram meios possíveis de convivência pacífica. A imagem de cristãos sendo duramente perseguidos e torturados por terríveis infiéis, de um sultão sanguinário, a “besta fera”, o inimigo a ser destroçado, responsável por todas as mazelas da humanidade, não corresponde totalmente à realidade. Ao contrário, durante as Cruzadas encontramos histórias de mútuo respeito, colaboração e até entreajuda entre as partes adversárias. No desenrolarse do conflito, Tratados de Paz permitiam o comércio entre as partes em litígio. Em 1215, quando no IV Concílio do Latrão se convocava mais uma Cruzada, três mil mercadores italianos
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se encontravam no Egito, negociando com os muçulmanos. O Sultão Saladino (1174-1193) passou à história como um dos mais respeitosos líderes islâmicos deste período01. Quando soube que o Rei Ricardo Coração de Leão, seu adversário, havia sido ferido, ofereceu-lhe seu médico particular. Como o rei também perdera seu cavalo, Saladino enviou-lhe de presente dois cavalos árabes, além de comida e frutas frescas. O pai de Al-kamil (1218-1238), o Sultão Al-Adil (1200-1218), também manteve boas relações diplomáticas com Ricardo, que chegou a oferecer sua irmã como esposa ao Sultão. Quando tinha onze anos, o futuro Sultão do Egito, Al-Kamil, foi cingido como cavaleiro, em Acre, por Ricardo, com um cinto e uma espada, como sinal de boa vontade e respeito nas negociações de paz. Segundo os estudiosos, Al-Kamil era um homem culto, que admirava a cultura ocidental, tolerante para com os cristãos. Bernardo, o Tesoureiro, na sua Crônica das Cruzadas, relatando o encontro de Francisco com o Sultão, afirma que Al-Kamil era um homem “inclinado à doçura, e o escutou com bondade”02.
As fake news medievais sobre cristãos e muçulmanos
Para que a cruzada tivesse sucesso, para que as arrecadações fossem suficientes para bancar todos os custos, para que pessoas bem situadas na vida deixassem seu lar, sua família e se arriscassem na guerra, era preciso haver uma forte motivação. Fazendo uma comparação com um recurso muito utilizado na atualidade para espalhar notícias falsas e criar opinião, podemos dizer que, parte da propaganda para promover as cruzadas, eram verdadeiras fake news, em função de interesses e ideologias. A ignorância e o medo do desconhecido sempre foram instrumentos de dominação e controle. Essa mentalidade de terror, de medo, e, consequentemente, de necessidade urgente de eliminação do mal, representado pelo islã, foi sendo incrementada pelos teólogos medievais em defesa da “Guerra Santa”. Para São Bernardo de Claraval (1090-1153),
grande propagandista das Cruzadas, que escreveu a Regra dos Templários, a Cruzada era uma guerra contra a injustiça feita a Deus e à sua Igreja, pelos infiéis. O cruzado que matava em batalha não era culpado por seu pecado, pois estava combatendo a injustiça sob o comando de Deus, através de seu Vigário na terra, o Papa03. Também afirmava que a morte em batalha era um verdadeiro martírio, melhor do que a vitória. Para Bernardo, quem matava um muçulmano na guerra, “não matava um homem, mas o demônio”. Do mesmo modo, “não cometia um homicídio, mas um malecídio (non homicida, sed… malicida), e pode ser considerado um carrasco autorizado por Cristo contra o malvado: mata em plena consciência, e morre tranquilo; morrendo, se salva; matando, o faz por Cristo” 04. Papa Inocêncio III, numa de suas cartas convocando as Cruzadas, a Quia Maior, comparava o Islã à besta do Apocalipse: “Esperamos ver chegar em breve o fim desta besta, cujo número, segundo o Livro do Apocalipse de São João, corresponde a 666...”05. A manutenção e difusão desta imagem distorcida tinha um objetivo: as Cruzadas, surgidas para “libertar Jerusalém”, aos poucos foram se revelando uma verdadeira empresa comercial, lucrativa para alguns poucos poderosos, e uma forma de expansão de poder territorial e de status. O papa Inocêncio III, que convocara a IV e a V Cruzada, tinha como ideal para a Igreja a “Plenitudo Potestatis”, o máximo do poder. Ora, o islã, bem como os vários movimentos heréticos, contra os quais também foram organizadas Cruzadas, eram uma ameaça a este poder, principalmente na Terra Santa, onde o Senhor se encarnara e realizara a salvação. Imbuídos da urgência desta “Guerra Santa”, a maioria dos soldados empenhava-se devotamente, e, em nome de Deus, arriscava sua vida pelo “Negotium Crucis”. Para a realização da V Cruzada, o papa Inocêncio III criou uma das mais bem preparadas campanhas de propaganda de que se tem notícia na história da Idade Média. Os melhores pregadores eram enviados a todos os cantos da Europa. Nas ABRIL de 2019 – comunicações
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igrejas, nas feiras, nas vilas, nos torneios, nos castelos, os pregadores, bispos, monges, mendicantes (depois de 1230), eram engajados no anúncio da Cruzada, em sermões, procissões, missas. Menestréis compunham músicas e poemas, incitando os homens a demonstrar sua fé, coragem e virilidade para combater os infiéis06. Vários privilégios eram oferecidos a quem se dispunha a “abraçar a cruz”: a proteção de seus bens e propriedades, o perdão de dívidas, principalmente se devidas a judeus, a possibilidade de se desligar de votos, juramentos e promessas já feitos, o perdão dos pecados, a indulgência plenária. Estes privilégios eram estendidos a quem não podia ir às Cruzadas, mas ajudava os cruzados. Muitos eram motivados por verdadeira e sincera devoção, outros se engajavam por aventura, por falta de perspectiva de vida, por causa da pobreza, na ilusão de ganhos e riqueza.
Francisco e o sultão
Francisco de Assis havia tentado ir ao Oriente duas vezes, sem sucesso, em 1212 e entre 1213 e 1215. No dia 24 de junho de 1219, junto com frei Iluminado, finalmente embarcou para o Egito. As tropas da Quinta Cruzada estavam já há um ano nas areias do Delta do Nilo, assediando Damieta. Francisco chegou provavelmente em agosto de 1219. As tropas estavam se preparando para um grande ataque. Alguns cronistas relatam os fatos presenciados e vividos por Francisco a partir deste momento. Tomás de Celano descreve os preparativos e o envolvimento de Francisco07. Sabendo da batalha, Francisco disse a frei Iluminado que “o Senhor lhe havia revelado” que os cristãos não iriam se sair bem. Disse também que temia dizer isso abertamente aos cruzados e ser considerado louco. Mas também sentia que não podia se calar, em nome da própria consciência. O que fazer? Frei Iluminado lhe aconselhou dizer o que pensava. Francisco tentou alertar os cruzados, mas não foi ouvido. O ataque aconteceu, e o resultado foi trágico: os sarracenos levaram a melhor, com muitos cristãos mortos ou aprisionados. Seguiu-se um tempo de negociações. O sultão enviou uma proposta de paz: os muçulmanos entregariam a cidade de Jerusalém, que era o objetivo da Cruzada, com uma soma em dinheiro para sua reconstrução, além de outros castelos nas vizinhanças. Também entregariam a relíquia da verdadeira cruz, desaparecida desde a tomada de Jerusalém por Saladino08. Em troca, os cristãos abandonariam o Egito. Embora alguns achassem a proposta tentadora, esta foi rejeitada, principalmente pela oposição do Cardeal Pelágio, legado papal e primeiro responsável pela Cruzada, pelos italianos, que viam em Damieta muito mais possibilidades de lucro do que em Jerusalém, e a maior parte dos clérigos, os templários e os hospitaleiros. Foi provavelmente neste período de negociações que Francisco entrou no campo inimigo. Vários autores e cronistas, da Ordem e de fora dela, se ocu-
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param do encontro entre Francisco e Al-Kamil. Cada um acrescenta um detalhe, traz uma nova informação, que nos permite ter um quadro, se não exato, ao menos aproximado do que de fato aconteceu. Um dos textos mais confiáveis, segundo os especialistas, é um texto da Crônica de Ernoul, um cronista que viveu a maior parte de sua vida no Oriente09. Segundo este relato, dois clérigos chegados ao campo de batalha pediram permissão ao Cardeal Pelágio para atravessar a linha de combate e irem pregar ao Sultão. Diante da negativa do Cardeal, estes insistiram tanto que o prelado acabou cedendo, dizendo que eles podiam ir, mas sem a sua licença. No acampamento muçulmano, levados diante do Sultão, este perguntou se queriam se tornar muçulmanos ou se eram mensageiros. Responderam que jamais seriam muçulmanos, mas que iam como mensageiros de Deus, para levar a Deus a alma do Sultão. “E é por isso que viemos a vós. Se vós quiserdes ouvir-nos e escutar-nos, nós vos mostraremos com correta argumentação – diante dos mais sábios da vossa terra, se vós os mandardes (chamar) - que vossa lei é falsa”. Acrescentaram que, se diante dos sábios não pudessem mostrar que a lei do Sultão era falsa, este poderia mandar-lhes cortar a cabeça. Tendo chamado os sábios, eles se recusaram a discutir com os dois, ordenando ao Sultão que lhes cortasse a cabeça10. O Sultão se dirigiu aos dois, dizendo que, embora os sábios ordenassem que ele deveria lhes cortar a cabeça, ele não faria isso, “porque vos daria má recompensa pelo fato de que vós conscientemente vos aventurastes a morrer para entregar minha alma a Deus”. Depois os convidou a morar com eles. Os dois disseram que desejavam voltar ao acampamento. Antes de se despedir, o Sultão lhes ofereceu presentes, ouro, prata e grande quantidade de tecidos de seda. Os dois recusaram, dizendo que o que para eles era mais valioso era a alma do Sultão com o Senhor, que não podiam ter. Pediram apenas algo para comer, e alimentados retornaram são e salvos ao acampamento. A presença de Francisco em Damieta também foi testemunhada pelo bispo de Acre, Jacques de Vitry, personagem de destaque no cenário político e eclesial de então. Crítico dos abusos da Igreja, empenhado na reforma, conhecia bem os movimentos religiosos de seu tempo. Era um grande entusiasta da Cruzada, da qual era também pregador. Participou de toda a V Cruzada, desde a chegada a Damieta até a partida. Como testemunha qualificada, escreveu, em 1220, sobre a presença de Francisco no acampamento, e sua ida ao Sultão: “quando veio ao nosso exército inflamado pelo zelo da fé, não teve medo de ir ao exército dos nossos inimigos; e como durante muitos dias tivesse pregado a Palavra do Senhor aos sarracenos e tivesse tido pouco proveito, então o Sultão, rei do Egito, pediu-lhe que em segredo que suplicasse ao Senhor por ele para que, por inspiração divina, aderisse à Religião que mais agrada a Deus”11. Para Jacques de Vitry Francisco teve “pouco proveito” em sua missão.
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Certamente, o bispo de Acre, movendo-se no espírito de “guerra santa”, de submissão do inimigo a qualquer custo, não foi capaz de perceber, naquele momento, a grandeza e a originalidade do gesto de Francisco, e o alcance que tal gesto teria para a história. De qualquer modo, sua opinião muda, quando cita novamente Francisco e seus frades, na sua “Historia Occidentalis”, escrita entre 1223 e 122512. O prelado afirma que Francisco, “homem simples e iletrado”, levado a “tal excesso de ebriedade e fervor de espírito... dirigiu-se intrépido e munido com o escudo da fé” ao encontro do Sultão, que ele chama de “cruel animal”. Jacques afirma ainda que o Sultão, “por alguns dias o ouviu muito atentamente pregar a si e aos seus a fé em Cristo”. Mas, temendo que alguns de seu exército passassem ao exército dos cristãos, “convertidos ao Senhor pela eficácia da palavra dele”, o mandou “com segurança e reverência” de volta ao acampamento cruzado, com o seguinte pedido: “Reza por mim, para que Deus se digne revelar-me a lei e a fé que mais lhe agrada”13. Vitry conclui seu comentário sobre o evento afirmando: “Os sarracenos ouvem de bom grado os mencionados frades menores todo o tempo que pregam sobre a fé em Cristo e a doutrina evangélica”. O episódio é narrado muito sucintamente por Celano na primeira biografia de Francisco14. Na Segunda, como já acenamos, ele nos fornece informações preciosas, mas sem fazer nenhuma referência ao encontro com o Sultão. Boaventura e outros autores, no geral se mantêm na linha da hagiografia. Basta citar aqui o episódio em que relatam o ordálio (a prova de fogo), ou a crueldade dos sarracenos quando recebem Francisco15. Na verdade, na medida em que os fatos vão se distanciando nos anos, os detalhes vão se tornando cada vez mais ricos e sugestivos. Sem nos aprofundarmos na análise, podemos suscintamente dizer que Francisco foi recebido pelo Sultão, ficou alguns dias com ele, e foi mandado de volta são e salvo. Sobre o que conversaram? Não sabemos, mas certamente o Evangelho e a experiência religiosa de ambos esteve no centro das conversações. Tendo retornado do encontro, Francisco permaneceu até novembro de 1219 no acampamento, quando finalmente Damieta foi tomada. Francisco pode testemunhar, mais uma vez, toda a crueldade e violência da guerra. Segundo o cronista Eráclio, Francisco “vendo que o mal e o pecado começavam a crescer entre os cristãos, partiu muito amargurado”16. Depois de passar um tempo na Síria, tendo recebido notícias de que a Ordem estava em “grande confusão”, retornou à Itália. A viagem de Francisco ao Oriente marcou profundamente sua vida. Contra o senso comum, que considerava os mu-
çulmanos infiéis demoníacos, Francisco pouco ou nada podia fazer. Mas ele deixa transparecer, nos seus escritos e na organização da Ordem, alguns aspectos desta marcante experiência17. Em janeiro de 1220, cinco frades eram martirizados no Marrocos, pelos sarracenos. Na Regra Não Bulada, cuja elaboração chega a termo por volta de 1221, logo após o retorno de Francisco do Oriente, no Capítulo XVI, sobre “Os que vão para o meio dos Sarracenos e outros infiéis”, Francisco determina que “não litiguem nem porfiem, mas sejam submissos a toda criatura humana por causa de Deus”18. Não litigar, nem porfiar: evitar discussões e brigas. Tais determinações devem ser lidas à luz da experiência de Francisco, que respeitosamente foi ao sultão, e respeitosamente foi recebido por ele. Mas também se contrapõe ao relato do martírio dos cinco frades, que foram mortos depois de insistirem em desrespeitar o islamismo e insultar o próprio Maomé, em terras muçulmanas e na presença do próprio Sultão do Marrocos. Embora a atitude dos cinco frades estivesse em sintonia com o pensar da Igreja de então, e com o modo de se compreender a relação com o islã, não era este o tipo de missão em que Francisco acreditava e propunha para seus frades. Em dois escritos, redigidos quase imediatamente após sua volta do Egito (1220), Francisco faz um pedido que deixa clara a influência do costume islâmico de chamar os fiéis às cinco orações diárias, pelo muezim: na Carta aos Governantes dos PoABRIL de 2019 – comunicações
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vos: “E presteis tanta honra ao Senhor no meio do povo a vós confiado que, todas as tardes, seja anunciado por um pregoeiro ou por outro sinal, para que o povo renda louvores e graças ao Senhor Deus Onipotente”19; na Carta aos Custódios (Primeira Recensão): “E de tal modo anuncieis e pregueis a todas as pessoas sobre o louvor dele que, a toda hora e quando soarem os sinos, sempre sejam dados, por todo o povo, louvores e graças ao Deus onipotente por toda a terra”20.
Conclusão
Diante da mentalidade dominante no mundo cruzado, e da situação em que se encontravam os soldados em Damieta, o gesto de Francisco aparenta ser um gesto de loucura. Sem dúvida, ele e seu companheiro correram risco de vida. Os relatos mais verossímeis deixam claro que estiveram bem perto de ser decapitados. É evidente que Francisco não foi a Damieta com o intuito de opor-se à Cruzada. Seu objetivo era o mesmo dos cruzados. Como os cruzados, e como todo cristão medieval, Francisco queria liberar os lugares santos da presença islâmica. Mas sua estratégia era diferente. Como bem destacam os biógrafos, o martírio estava no horizonte de possibilidades de Francisco, mas não era a única alternativa. Para Francisco, mais importante do que o martírio, era o anúncio do Evangelho e a promoção da paz. Francisco não acreditava na guerra. Da juventude certamente lhe ficaram impressas na alma as terríveis imagens da batalha em Perúgia, onde acabara preso, e onde muitos de seus colegas foram mortos. Francisco era, sobretudo, o homem do Evangelho, da paz, do diálogo, da cortesia. Embora vivesse neste contexto de demonização do islamismo, e fosse fiel à Igreja, Francisco é capaz de pensar e agir diferente. E o faz mesmo correndo o risco de ser considerado louco e até herege. Mas o anúncio do Evangelho e a possibilidade da paz valem o risco. Por isso, ele rompe as barreiras e vai ao encontro do Sultão. O Sultão, por sua vez, por tradição familiar, era aberto ao diálogo, como já vimos. Francisco e o companheiro 01 Al-Adil (1200-1218), pai de Al-Kamil (1218-1238), Sultão do Egito, era irmão mais novo de Saladino. 02 h ttp://www.ofsliguria.it/wp-content/uploads/2017/09/ Cronache-e-altre-testimonianze-non-francescane-1.pdf. Acessado no dia 14 de março de 2019. Na avaliação dos fatos históricos todos os dados (e lados) precisam ser analisados nos seus prós e contras. E dentro de seu contexto. Ao lado deste possível comportamento benévolo para com os cristãos, a guerra exigia do Sultão que agisse com toda a ferocidade de um chefe militar. Basta dizer que, no auge do conflito, ele ofereceu uma moeda de ouro para quem lhe trouxesse uma cabeça de cristão. Diz-se que alguns trouxeram-lhe 50 cabeças de uma vez. 03 Gobry, Ivan, O século de Bernardo. Cîteaux e Clairvaux (secolo XII), Città Nuova, Roma 1998, 313-317. 04 https://thejosias.com/2015/03/17/st-bernard-and-the-theology-of-crusade/#_ftn46, acessado em 13 de março de 2019. 05 Infelizmente alguns acontecimentos recentes nos mostram que esta visão sobre os muçulmanos ainda persiste em alguns ambientes no Ocidente. Por outro lado, a visão que os muçulmanos tinham dos Ocidentais também não era das mais lisonjeiras: um povo exótico e distante, economicamente atrasado, fanáticos religiosos, dispostos a matar todos os que se opunham ao seu credo.
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só não foram decapitados por que ele, em sua benevolência, explicitamente se negou a seguir a lei islâmica. Francisco se dispõe a conhecê-lo pessoalmente, e ao mesmo tempo dá-se a conhecer por ele. Ao decidir encontrá-lo em seu território, Francisco arrisca a vida, mas também utiliza-se de um artifício infalível: faz-se hóspede do Sultão, colocando-se livremente em suas mãos, totalmente despojado de poder, como menor. E a hospitalidade é sagrada para um muçulmano. Francisco foi ao encontro do Sultão usando não as armas dos cruzados, mas a arma da palavra, da pregação e, principalmente, sua própria pessoa. Ele não entendia árabe, e o Sultão provavelmente entendesse pouco de italiano ou latim. Mas as palavras são o que menos importa aqui. Entre estes dois, tão diferentes culturalmente, dá-se um verdadeiro encontro, encontro de corações e almas nobres, que gera conhecimento e afinidade. Quando se conhecem pessoalmente, as barreiras e preconceitos são quebrados, os temores, fruto da ignorância, desaparecem. Deste breve encontro de poucos dias, baseado no respeito mútuo e na abertura ao diálogo, novas possibilidades de relacionamentos se abrem, novos horizontes se descortinam, e continuam a inspirar encontros e diálogos, oitocentos anos depois.
Frei Sandro Roberto da Costa, ofm Bibliografia Fontes Franciscanas e Clarianas, Tradução de Celso Márcio Teixeira, Vozes, Petrópolis 2004. Gobry, Ivan, O século de Bernardo. Cîteaux e Clairvaux (secolo XII), Città Nuova, Roma 1998. La Musica dei Crociati, Bettina Hoffmann, Modo Antiquo, Italia, 2000. Oliveira, Ênio Marcos de, Francisco de Assis e o Islã: a vida segundo a forma do Santo Evangelho e a Minoridade como caminho para o diálogo inter-religioso, Universidade Federal de Juiz de Fora, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião, Juiz de Fora, 2014. Rosset, Paul, História das Cruzadas, Zahar Editores, RJ 1980. Tyerman Christopher, A Guerra de Deus, Vol. II, Imago, RJ 2006. Vaiani, Cesare, Storia e teologia dell’esperienza spirituale di Francesco d’Assisi, Edizione Biblioteca Francescana, Milano 2015. Arquivos eletrônicos https://en.wikipedia.org/wiki/Al-Kamil#cite_note-14. Acessado no dia 14 de março de 2019. http://www.ofsliguria.it/wp-content/uploads/2017/09/Cronache-e-altre-testimonianze-nonfrancescane-1.pdf. Acessado no dia 14 de março de 2019. https://thejosias.com/2015/03/17/st-bernard-and-the-theology-of-crusade/#_ftn46, acessado em 13 de março de 2019.
06 Veja-se a exemplo a edição de dois cd’s, com músicas do tempo das Cruzadas: La Musica dei Crociati, Bettina Hoffmann, Modo Antiquo, Italia, 2000. 07 Fontes Franciscanas e Clarianas, Segunda Vida de Celano, IV, 30, p. 320-321, Tradução de Celso Márcio Teixeira, Vozes, Petrópolis 2004. Chama a atenção o fato de que Celano não faz nenhuma referência ao encontro com o Sultão. 08 Na verdade, o Sultão não ofereceu tudo de uma vez. A proposta de paz foi sendo aprimorada ao longo das negociações, mas sempre recusada pelos cristãos. 09 Fontes Franciscanas e Clarianas, Crônica de Ernoul, p. 1428-1431. O cronista não dá nome aos frades, e os identifica como “clérigos”. 10 Ter as cabeças cortadas era o destino de todos os prisioneiros, cristãos e muçulmanos. Os templários se divertiam, lançando as catapultas cheias de cabeças de muçulmanos através das muralhas de Damieta. Os muçulmanos faziam o mesmo com os cristãos. Este nível de violência que marcava a relação entre as partes em conflito mostra que o momento não era propício a conversas sobre conversão! 11 Fontes Franciscanas e Clarianas, Carta escrita de Damieta, em fevereiro ou março de 1220, p. 1423. Em 1216 Jacques de Vitry já havia escrito uma carta onde citava os frades menores.
12 I dem, 1423-1427. 13 Alguns estudiosos sugerem que Francisco teria sido confundido com uma espécie de “sufi”, típico místico islâmico, que se dedica à recitação, meditação e prática do corão. Al-Kamil apoiou a difusão de centros sufis durante seu sultanato. No Egito e na Síria, os muçulmanos conheciam a tradição religiosa dos monges e eremitas. 14 Fontes Franciscanas e Clarianas, Primeira Vida, XX, 57, 238-239. 15 No tempo em que ocorreram os fatos, a prática do ordálio era considerada heresia. 16 h ttp://www.ofsliguria.it/wp-content/uploads/2017/09/ Cronache-e-altre-testimonianze-non-francescane-1.pdf. Acessado no dia 14 de março de 2019. 17 Citaremos apenas alguns aspectos onde aparecem a influência do islã sobre Francisco. Sobre isto, veja-se a Tese de Doutorado: Francisco de Assis e o Islã: a vida segundo a forma do Santo Evangelho e a Minoridade como caminho para o diálogo inter-religioso, Ênio Marcos de Oliveira, Universidade Federal de Juiz de Fora, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião, Juiz de Fora, 2014. 18 Fontes Franciscanas e Clarianas, Regra não Bulada, 176. 19 Idem, Carta aos Governantes dos Povos, p. 126. 20 Ibidem, Carta aos Custódios (Primeira Recensão), p. 110.
formação e estudos
Universidade São Francisco inaugura polo de educação a distância no ITF
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Universidade São Francisco (USF), que está presente no Estado de São Paulo, nas cidades de Bragança Paulista, Atibaia, Campinas e Itatiba, expandiu seu alcance e instalou um polo de Educação a Distância (EAD) no Instituto Teológico Franciscano (ITF), em Petrópolis. A inauguração do polo ocorreu no dia 20 de fevereiro. Na ocasião, Frei Ivo Müller, que retorna à direção do Instituto e também é o coordenador do curso de Teologia, sinalizou uma possível mudança do curso presencial para o período noturno. Porém, ressaltou que essa possibilidade ainda está em fase de estudos. No decorrer da solenidade, o coordenador do Núcleo de Educação a Distância (NEAD), Renato Adriano Pezenti, fez uma breve explicação da dinâmica dos cursos oferecidos pela Universidade na modalidade EAD. O evento, aberto à comunidade, também marcou a abertura do ano letivo no ITF. A aula magna foi proferida pelo reitor da USF, Prof. Dr. Frei Gilberto Garcia, e teve como tema “Os desafios da educação superior”. O polo de Educação a Distância, em Petrópolis, conta atualmente com os seguintes cursos: Administração, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Comércio Exterior, Educação Física (Bacharelado e Licenciatura), Gestão Comercial, Gestão de Recursos Humanos, Gestão Financeira, Gestão Hospitalar, Gestão Pública, História, Letras (Português e Inglês), Logística, Marketing, Pedagogia, Processos Gerenciais, Serviço Social e Teologia. Os estudantes terão 50% de desconto no ato da matrícula. As inscrições podem ser feitas pelo site usf.edu.br/ ead. Os interessados em informações sobre cursos e matrículas devem procurar a gestora do polo, Lucimar da Silva Santos.
Equipe de Comunicação do ITF ABRIL de 2019 – comunicações
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formação e estudos
Vinte jovens são admitidos no Aspirantado em Malange
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ano de Aspirantado começou no dia 4 de março em Malange. A admissão de 20 jovens se deu durante a Celebração Eucarística na Capela do Seminário Monte Alverne e foi presidida pelo presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus (FIMDA), Frei José Antônio dos Santos, e concelebrada pelo reitor do Seminário e orientador, Frei Ermelindo F. Bambi, Frei André Luiz Henriques, Frei Valdemiro Wastchuk e Frei Laerte de Farias dos Santos. Na homilia, Frei José trouxe presente a metáfora da borboleta, onde disse: “A vocação é como uma borboleta nas mãos do homem, de forma que, se apertar em
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demasia, ela morre e, se largar demais, ela voa e se perde”. O frade concluiu dizendo que a vocação de cada um está em nossas próprias mãos. No dia 5, terça-feira de Carnaval, o Conselho se reuniu com os seminaristas e aspirantes para explicar como é feita uma Fraternidade, dar informações e tirar dúvidas. Em seguida foram apresentados os projetos da Fundação. Frei José também apresentou as cinco questões que o Papa Francisco deixa como reflexão aos seminaristas: a minha vida realmente tem sentido? Como me sinto no seminário, morador ou hóspede? Afinal quem sou eu? Eu sou uma pessoa integrada? No seminário, sou melhor do que antes? Frei Ivair terminou
a reunião lembrando aos seminaristas e aspirantes que há muito por fazer e citou o Pai Seráfico: “Irmãos comecemos porque até agora ou pouco ou nada fizemos”. Já o Seminário Franciscano Monte Alverne em Malange tem a graça de acolher, neste ano, 51 jovens que cursam o Ensino Médio e estão distribuídos do seguinte modo: 18 no 1º ano; 13 no 2º ano; e 20 no 3º ano. Os alunos do terceiro ano constituem, assim, a turma dos aspirantes que se prepara para o Postulando no próximo ano.
Valter, Edgar e Felisberto seminaristas
Fraternidades
Recomposição das Fraternidades POSSE DA NOVA FRATERNIDADE EM BAURU
O bispo diocesano de Bauru, Dom Rubens Sevilha, presidiu a Celebração de posse da nova Fraternidade Santo Antônio de Bauru, no dia 17 de fevereiro, às 19 horas, na Paróquia Santa Clara de Assis. A nova Fraternidade é composta por Frei Ademir Sanquetti, guardião e pároco da Santo Antônio e Santa Clara; Frei André Becker, vigário da casa e vigário paroquial; e Frei Ricardo Backes, vigário paroquial e animador do SAV local.
POSSE EM ITUPORANGA
No dia 16 de março, na Igreja Matriz Santo Estêvão, em Ituporanga, a comunidade participou da Celebração Eucarística presidida por Dom Onécimo Alberton. Na ocasião, aconteceu a posse do vigário paroquial de Ituporanga, Frei Rafael Spricigo, bem como a acolhida da Fraternidade Santo Estêvão - Frei Evandro Balestrin, Frei Fabiano Kessin, Frei Marcos Prado dos Santos e Frei Valdemar Schwitzer - e da Fraternidade do Seminário - Frei Alisson Zanetti, Frei Valdir Laurentino e Frei José Boeing.
A NOVA FRATERNIDADE DE RODEIO
Na Celebração Eucarística do dia 24 de fevereiro, em Rodeio, o bispo de Rio do Sul, Dom Onécimo Alberton, acolheu a nova Fraternidade de Rodeio e que estará a serviço na Paróquia São Francisco de Assis e do Noviciado São José. Junto com o pároco, Frei Pedro da Silva, que já estava no triênio anterior residindo no Noviciado, foram acolhidos os vigários paroquiais e vice-mestres Frei Marcos M. Brugger e Frei Mário Stein. A Fraternidade recebeu também o novo mestre dos noviços, Frei Rodrigo da Silva Santos, e Frei Elias D. Rosa, além dos noviços que foram acolhidos no início do ano. Frei Abel Scneider completa a Fraternidade. ABRIL de 2019 – comunicações
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fraternidades
santuário do divino espírito santo
Oração, jejum e esmola: conselhos para bem iniciarmos a Quaresma
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elebrar a Quarta-feira de Cinzas não é simplesmente buscar o arrependimento do Carnaval, nem mesmo ser magicamente curado e convertido. Antes de tudo, celebrar esta data é assumir, marcados pelas cinzas, que somos pecadores e buscamos a conversão. O jejum, a esmola e a oração são os exercícios que, no despercebido de nosso dia a dia, devem-se fazer percebidos por nós. Nestes quarenta dias, no escondido de nossa miséria, o Pai dos céus nos dará a recompensa. E foi nesta certeza de que, na noite da quarta-feira (06/03), no Santuário Divino Espírito Santo, em Vila Velha (ES), os fiéis se fizeram presentes nas celebrações da Quarta-feira de Cinzas, lotando as celebrações, seja no Santuário ou nas demais comunidades, para receberem, em sua fronte, as cinzas. Este sinal marca o início dos quarenta dias de conversão sincera e reconciliação com Deus e os irmãos. O pároco, Frei Djalmo Fuck, lembrou que o jejum, a esmola e oração têm um sentido amplo que transcende a Quaresma e deve ser levado por toda a vida. Lembrou também a Campanha de Fraternidade com o tema: “Fraternidade e Políticas Públicas”. Ressaltou que as Políticas Públicas não são um dever somente do governo, mas de cada cidadão, seja pelo cuidado do próximo ou do meio ambiente. “Fazer da Quaresma uma conversão, levando em conta as propostas da Campanha da Fraternidade, é um desafio de
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todo o cristão”, ressaltou o pároco. Recebida as cinzas, a assembleia católica é convidada a buscar uma mudança, muito mais interna que externa; e principalmente muito mais espiritual que material.
Pascom do Santuário
fraternidades
Via-Sacra com São Francisco de Assis ao Convento da Penha
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om o início da Quaresma, uma devoção desse tempo foi feita e representada pelos paroquianos (as) da Paróquia do Rosário, em Vila Velha (ES), na sexta-feira à noite (8/3). O local não poderia ser mais propício para rezar e meditar os passos de Jesus: o Morro que sobe ao Convento da Penha, onde os números das estações estão cravados nas árvores da subida. A concentração dos fiéis se deu às 19 horas no portão principal do Convento da Penha e, às 19h30, teve início a subida do Morro. Foi a primeira vez que a Paróquia celebrou a Via-sacra neste trajeto. Ao som do mantra Meu Deus e Meu Tudo, iniciou-se esta devoção. O texto que serviu de base para a reflexão é uma adaptação da Via-Sacra com São Francisco de Assis, do Devocionário Franciscano. Estação por estação, meditou-se sobre os passos de Jesus, tendo como pano de fundo a espiritualidade franciscana e a vida de Francisco de Assis. O caminho da cruz também contou com uma “atualização” dos passos de Jesus. Todas as pessoas presentes foram convidadas a olhar a Paixão de Cristo com o olhar franciscano e a refletir a própria caminhada como cristãos. Terminada as estações, que foram dirigidas pelos frades da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, todos os que estavam na Via-Sacra foram surpreendidos por uma encenação preparada pelos paroquianos. “Maria, de braços abertos, recebia Jesus; Francisco de Assis, no meio da cena, abraça Maria e chora a Paixão de Jesus, filho de Deus”. Ao final de tudo, Frei Matheus Borsoi fez uma pequena exortação a
todos os presentes: “Como Francisco de Assis, devemos chorar, mas não por tristeza, mas por amor. Amor este por quem primeiro nos amou”. “A Quaresma é tempo de conversão, de olharmos para dentro de nossos corações, reconhecer a nossa fragilidade como humanos, mas principalmente reconhecer que Deus é maior que tudo isso. Seu amor nos perdoa e nos salva”, recordou Frei Matheus. Ao final da celebração, alguns jo-
vens subiram ao palco e, representando Francisco, abraçaram a Cruz. “A cruz não é o fim, mas sim o início da salvação, do amor e da graça. A cruz de Cristo nos abraça, une a nossa humanidade com a divindade de Deus. Nos mostra que caímos, erramos e pecamos, porém somos convidados a levantar e a seguir o Reino de Deus por amor”, completou Frei Matheus.
Pascom da Paróquia do Rosário ABRIL de 2019 – comunicações
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fraternidades
O novo rosto da Fraternidade do Pari
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ão é só o centenário Convento Santo Antônio do Pari que está de cara nova depois de uma grande reforma, mas também a nova Fraternidade do Pari, que foi apresentada na manhã do domingo, 10 de março, durante a Celebração Eucarística às 9 horas. Frei José Francisco de Cássia dos Santos, Frei Marx Rodrigues dos Reis, Frei Wilson Batista Simão, Frei Diego Atalino de Melo, Frei Anacleto Gaspki, Frei José Alamiro Silva, Frei Aloísio dos Santos e Frei Vítor da Silva Amâncio foram acolhidos pelo povo e pelo bispo auxiliar da Região Episcopal Sé, Dom Eduardo Vieira dos Santos, que presidiu a Santa Missa e deu posse a Frei Wilson, o novo pároco, e Frei José Francisco, o vigário paroquial.
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Além da Fraternidade, confrades do Regional estiveram presentes na Celebração, como o Definidor Frei Mário Tagliari, representando o Ministro Provincial, Frei César Külkamp, o ex-Ministro Provincial, Frei Fidên-
cio Vanböemmel, sacerdotes, religiosos e religiosas. O povo completou a bela festa lotando a igreja. Pelo rito de posse, o comentarista Frei Vítor leu o documento de nomeação e provisão de pároco, aten-
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dendo ao pedido feito pelo Ministro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição, Frei César Külkamp, à Arquidiocese de São Paulo. O novo pároco fez a profissão de fé e o juramento de fidelidade diante de Dom Eduardo e de toda comunidade reunida. Na sua homilia, recordando que estamos no primeiro domingo da Quaresma, onde o Evangelho narra a tentação de Jesus no deserto, o bispo se dirigiu a Frei Wilson e Frei José Francisco pedindo que estejam atentos ao anúncio da Palavra de Deus. “Nesse tempo oportuno de conversão, nesse tempo de escuta, não se descuidem para que, como bons pastores, possam conduzir esse povo com segurança, como fez Moisés no deserto até a Terra Prometida”, exortou. “Hoje, nesta Paróquia Santo Antônio nos é dado novo pároco e novo vigário e, com aqueles que aqui já trabalham, colaborarão de modo muito próximo para que a Palavra que nós ouvimos no Evangelho esteja presen-
te nesta comunidade paroquial. Nós, queridos irmãos e irmãs, somos instruídos pela Igreja que sempre nos recorda para estarmos familiarizados, diria íntimos, com a Palavra de Deus. E numa Comunidade Paroquial, o pároco, o vigário, aqueles que com eles colaboram, os catequistas e outros, têm essa missão de nos recordar sempre da necessidade de estarmos familiarizados com a Palavra de
Deus. Ou seja, de termos sempre presentes na nossa vida os ensinamentos do Senhor”, insistiu. Dom Eduardo pediu que de modo especial os novos pastores olhem para os pobres, os doentes, os idosos, os que sofrem. “Que não lhes faltem os sacramentos, a graça da presença de Deus na Palavra, na Eucaristia, nos sacramentos. É a Palavra de Deus que nos fortalece”, frisou.
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Segundo o bispo, é justamente a Palavra de Deus que ilumina os nossos caminhos. “E quando falta a Palavra de Deus somos tentados. Facilmente trilhamos outros caminhos que não aqueles que o Senhor deseja para cada um, para cada uma”, ensinou. “Portanto, vocês paroquianos e paroquianas, estejam sempre solícitos ao novo pároco, ao novo vigário, para que sejam fiéis a Deus, fiéis ao cumprimento da missão que hoje estão recebendo. Que sejam fortalecidos e animados pela oração de vocês”, disse. Segundo o bispo, só a oração é um antídoto contra as tentações. “E quantas tentações são apresentadas a cada um, a cada uma, todos os dias! Uma delas de sermos individualistas, de fazermos o caminho sozinhos. Na Paróquia, o pároco, o vigário, não trabalham sozinhos. Eles trabalham com vocês. E da mesma forma, os leigos e leigas não trabalham sozinhos. Trabalham em comunhão com o padre, com o vigário, com aqueles que colaboram, com o bispo, mesmo que o bispo não esteja aqui todos os dias”, observou, citando outras tentações como o egoísmo e a soberba. Segundo ele, não há espaço para essas ten-
tações numa comunidade paroquial que reza. “Uma comunidade que reza é aberta ao diálogo, à fraternidade, a novos projetos. É aberta aos desafios propostos e enfrenta-os com coragem. Então, queridos frades, irmãos e irmãs, não deixem de rezar. Promovam momentos fortes de oração”, disse, pedindo que se coloque Deus em primeiro lugar. “Que o Espírito de Deus conduza os novos frades para que consigam viver e anunciar o Evangelho e que possamos cumprir bem a nossa missão de cristãos, filhos e filhas, muito amados de Deus”, completou. Na sequência do rito da celebração, Frei Wilson foi interrogado pelo bispo e se comprometeu a seguir Jesus como fiel pastor nesta Paróquia. Em seguida, recebeu do bispo a chave da Igreja, a estola e a chave do Sacrário. Frei Wilson, então, foi até a capela do Sacrário para um momento de oração. O bispo continuou a Celebração Eucarística que durou mais de 2 horas.
AGRADECIMENTOS
“Muito grato a todos vocês que acolhem com carinho nossos frades”, disse Frei Mário Tagliari, falando em nome de Frei César Külkamp. Agradeceu de modo especial Dom Eduardo pela presença “carinhosa e
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amiga”. Frei Mário lembrou que esta Fraternidade, além do trabalho pastoral, também está à frente do trabalho social com o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), com sua sede no Pari. O guardião Frei José Francisco apresentou todos os confrades que formarão a Fraternidade por mais três anos. Para ele, essa é uma Fraternidade em que a missão evangelizadora extrapola a região do Pari, mas contempla toda a Província, já que várias frentes partem do bairro: A Paróquia, o Serviço de Animação Vocacional, o Serviço de Solidariedade e o Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação. Frei Wilson enfatizou que assume esta Paróquia “como irmão que serve”. Segundo ele, o frade menor não tem outra forma de assumir trabalhos e responsabilidades senão na disposição do serviço. “Nossa referência é sempre o Cristo pobre, humilde e crucificado. Estarei nesse tempo a serviço para animar a mística da vida comunitária. Temos consciência que é urgente resgatar o sentido de Igreja, comunidade de fé, aqui nesta realidade diferenciada e desafiadora do Pari”, completou, recebendo muitas homenagens dos paroquianos.
Moacir Beggo
fraternidades
Baixada e Serra Fluminense celebram o 1º Regional do ano
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Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis (RJ), acolheu, nos dias 8 e 9 de março, o 1º encontro do Regional da Baixada e Serra Fluminense. O Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, e o Definidor Provincial, Frei João Francisco da Silva, estiveram presentes no evento, além dos frades que compõem o Regional. Durante esses dias de comunhão fraterna, oração e partilha da vida, alguns momentos marcaram o encontro, como por exemplo a explanação de Frei Gustavo sobre
o estado da Província. Segundo ele, a recomposição das Fraternidades depois do Capítulo Provincial, celebrado em novembro do ano passado, e o clima de esperança e comunhão entre os frades caminham em bom ritmo. Já Frei João Francisco falou sobre a importância e o valor do Regional, destacando alguns elementos importantes. A leitura e reflexão do texto “Frades menores rumo… ao diálogo – Francisco vai ao Sultão – Damieta” fez surgir várias sugestões que avançam para o diálogo inter-religioso.
Foram eleitos para a nova coordenação do Regional Frei Ivo Müller, coordenador; Frei Jorge Maoski, vice-coordenador; Frei Fabio César Gomes, secretário; Frei Canga Manuel Mazoa, vicesecretário. Frei João e Frei Fernando de Araújo Lima agradeceram o empenho da coordenação cessante e desejaram bom trabalho à nova coordenação. O próximo encontro acontece no dia 1º de junho na Fraternidade Mãe Terra de Imbariê.
Frei Canga Manuel Mazoa ABRIL de 2019 – comunicações
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fraternidades
Primeiro Encontro do Regional de São Paulo
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ão as águas de março fechando o verão...” e dificultando a chegada dos confrades das Fraternidades de Bragança Paulista, Amparo e Santos, para o 1º Encontro do Regional de São Paulo, no Convento São Francisco, no centro de São Paulo. Por fim, venceram a insistência e o entusiasmo. Todos chegaram a salvo ao Encontro! Precisamente às 9 horas da manhã, os irmãos foram acolhidos na
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capela interna do Convento São Francisco. Em conformidade com o período quaresmal, todos pediram a Deus a graça de um Espírito novo, segundo a confiança do profeta Ezequiel: “Porei em vós o meu espírito, para que vivais e vos colocarei em vossa terra. Então sabereis que eu, o Senhor, digo e faço” (cf. Ez 37, 14). Frei Mário Tagliari, guardião da Fraternidade e Definidor Provincial, coordenou esse primeiro Encontro.
Explicou, inicialmente, a agenda do dia e, em seguida, solicitou a palavra de Frei Fidêncio Vanboemmel, para que conduzisse o momento principal do Encontro, a saber, a leitura e reflexão sobre o artigo: “Uma atitude de abertura na verdade e no amor deve caracterizar o diálogo”. Este texto corresponde ao subsídio “Frades Menores rumo às periferias – Linhas-guia para 2019”. Antes da leitura do texto, no entanto, Frei Fi-
fraternidades
dêncio explanou, de forma ampla e objetiva, a experiência missionária dos primórdios da Ordem e a história pessoal de Francisco no diálogo com o mundo islâmico. Para nossa missão de Frades Menores, a experiência de diálogo deve acontecer, primeiramente, em nossos contextos internos, nos ambientes onde estamos e trabalhamos. A partir dessa vivência é que podemos construir um efetivo diálogo interreligioso, segundo a atitude própria de Francisco de Assis, diante do Sultão. Essas foram algumas palavras conclusivas do grupo, a partir das provocações emanadas da reflexão sobre o texto. O momento de reflexão ainda contou com o valioso testemunho de Frei Diego Atalino de Mello, animador provincial do Serviço de Justiça e Paz e Integridade da Criação (JPIC), em sua participação no curso sobre este serviço promovido pela Cúria Geral da Ordem dos Frades Menores, em Roma. À tarde houve o almoço fraterno e, em seguida, os confrades voltaram a se reunir para a escolha dos representantes dos diferentes cargos, funções e atividades internas do Regional para o triênio. Para os cargos de coordenador e vice-coordenador do Regional foram eleitos, respectivamente, Frei Gilberto Garcia, da Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista (SP); e Frei Diego Atalino de Melo, da Fraternidade de Santo Antônio do Pari, de São Paulo (SP). Para os cargos de secretário e de vice-Secretario, Frei Robson Luiz Scudela, da Fraternidade da Imaculada Conceição, e Frei Leandro Costa Santos, da Fraternidade São Francisco de Assis, do Largo São Francisco. Houve, ainda, indicações ao Definitório de nomes para a coordenação da Frente de
Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC). A última parte do Encontro do Regional se restringiu ao relato compartilhado da vida fraterna entre seis Fraternidades que compõem o Regional. Cada comunidade apresentou destaques atualizados sobre sua realidade de missão, com as suas especificidades e os novos desafios
para o triênio. Todas as Fraternidades se vislumbram animadas e encorajadas em suas missões respectivas e abertas aos novos tempos. Como o ano Capitular de 2018 foi seguido de transferências entre os irmãos, muitas delas foram renovadas com a chegada de novos confrades.
Frei Leandro Costa
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Piratuba recebe o 1º Encontro do Regional do Contestado
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os dias 11 e 12 de março foi realizado, em Piratuba (SC), o 1º Encontro do Regional do Contestado. Muita alegria marcou este encontro dos frades, que foram motivados para uma nova missão no ano que se inicia. O Definidor Frei Alexandre Magno da Silva coordenou o encontro, que foi recheado de animação, reflexão e boas conversas. É claro, sempre com boa comida. Logo no início, Frei Alexandre deu as boas vindas a todos, de modo especial aos novos frades que fazem parte do Regional (Freis Evaldo Ludwig, Gilson Kammer, Jacir Zolet e Luiz Iakovacz). Entre os assuntos da pauta, a eleição da nova coordenação do Regional, que ficou assim: Coordenador: Frei Moacir Longo; vicecoordenador: Frei José Idair Ferreira Augusto; secretário: Frei Evaldo Ludwig; e vice-secretário: Frei Vanderlei da Silva Neves. A reflexão foi feita segundo o texto proposto pelo Governo Provincial:
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“Frades Menores Rumo ao diálogo – Francisco vai ao Sultão”, texto esse que interrogou a todos e lançou pistas para uma mudança radical no modo de ler o presente para pensar diferen-
te. A convivência foi marcada com boas conversas e o sempre animado jogo de canastra.
Frei Evaldo Ludwig
fraternidades
Regional do Espírito Santo se reúne em Vila Velha
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a manhã da segundafeira (11/03), aconteceu o 1º Encontro Regional do Espírito Santo na Fraternidade do Divino Espírito Santo. O início se deu às 9h45, com a oração preparada pela Fraternidade anfitriã. Fizeram-se presentes os frades da Fraternidade de Colatina, do Convento da Penha e da Fraternidade local. O Definidor para este Regional, Frei Paulo Pereira, deu as boas vindas a todos. O Definidor convidou a todos para que se apresentassem, tanto os
que permaneceram no Regional como os recém-chegados. Após as devidas apresentações, foram dados os encaminhamentos práticos do encontro. Os trabalhos foram retomados, depois de uma pausa, com a escolha do coordenador e vice, secretário e vice, respectivamente: Frei Djalmo Fuck, Frei Adriano Nascimento, Frei Alessandro Nascimento e Frei Paulo Ferreira. Cabe destacar a presença fraternal de Dom Frei Dario Campos, Arcebispo de Vitória, que, como ele mesmo disse: “Não vim como bispo,
mas sim como confrade”. A manhã encerrou-se com um convívio e depois com um delicioso almoço. À tarde foram retomados os trabalhos e discutidos diversos assuntos. Entre eles, o retiro anual em nível Regional, as datas dos próximos Regionais e também a participação do Regional nas celebrações por ocasião da Festa da Penha. Com a graça de Deus, às 15 horas, o encontro terminou com a bênção do guardião local e coordenador do Regional, Frei Djalmo Fuck.
Frei Matheus José Borsoi
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fraternidades
paróquia do sagrado coração de jesus
D. Gregório a Frei Jorge: Você tem o poder transformador que nasce da humildade
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a terça-feira, 26 de fevereiro, Frei Jorge Paulo Schiavini não só recebeu as chaves da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, mas também as chaves do coração de muitos paroquianos, confrades, amigos e simpatizantes do carisma franciscano durante a Celebração Eucarística, às 18 horas, presidida pelo bispo da Diocese de Petrópolis (RJ), Dom Gregório Paixão, OSB. Natural de Concórdia (SC), Frei Jorge vestiu o hábito franciscano em 10 de janeiro de 2000 e fez sua profissão solene em 2 de agosto de 2003. Foi ordenado presbítero em 15 de novembro de 2008. Nos últimos anos foi o guardião da Fraternidade do Sagrado, serviço que agora acumula com o de pároco.
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Segundo o rito de posse, no início da Missa, Frei Fernando de Araújo Lima, professor do Instituto Teológico Franciscano (ITF) e vigário paroquial, leu o documento de nomeação e provisão de pároco, atendendo ao pedido feito pelo Ministro Provincial, Frei César Külkamp, à Diocese de Petrópolis. O novo pároco fez a profissão de fé e o juramento de fidelidade na presença do bispo Dom Gregório e de toda comunidade reunida. Em sua homilia, Dom Gregório destacou que Jesus se mostrou transparente diante de seus discípulos, revelando, inclusive, as dificuldades que iria passar. “Por mais que convivessem com Jesus, não entendiam quem era Jesus e o projeto que Ele estava desenhando. Enquanto Jesus falava do sofrimento, eles falavam de glória; en-
quanto Jesus falava de serviço, eles falavam de poder”, explicou, perguntando: “Realmente conhecemos Jesus?”. Segundo ele, uma atitude fundamental de todo cristão é viver o dia a dia com consciência e liberdade de que todos somos convidados a transformar a realidade que nos cerca. “Muitos falam de Deus, mas vivem como se Deus não existisse”, lamentou. “Hoje, essa Igreja recebe um irmão que será o proclamador da alegria de quem conhece Jesus. Quero pedir que vocês ouçam o que ele vai dizer pela Palavra. Mas, fundamentalmente, saibam ler os gestos que ele manifestará pela sua própria consagração. Vivam a beleza daquilo que ele vai desejar tocar no coração de vocês, mas ao mesmo tempo vejam pelos gestos concretos a verdade que
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se manifestará através de suas escolhas. Acolham este filho que veio de longe para trazer Aquele que nós conhecemos, mas que precisa ser revelado para que assim O amemos ainda mais profundamente. E, de modo especial, sejam irmãos deste irmão que deseja caminhar com vocês, para que, assim, juntos, como ovelhas do rebanho do grande Pastor, cheguemos exatamente onde Ele deseja que cheguemos. Esse é o projeto de vida de uma comunidade cristã!”, pediu Dom Gregório. “E a você, Frei Jorge, só posso te dizer para que abrace esses irmãos que Deus está lhe dando. É a alegria da continuidade da obra de Jesus. Pregue a Palavra com alegria. E, principalmente, meu irmão, saiba e tenha a consciência de que você carrega o poder do serviço, poder de chorar com aqueles que sofrem, poder de se alegrar com aqueles que riem, poder de revelar o sorriso e alegria de Deus para com os irmãos. Poder transformador que nos vem pela humildade. Seja muito bem-vindo, Frei Jorge, e seja profundamente feliz”, desejou o bispo. No rito da celebração, Frei Jorge foi interrogado publicamente e comprometeu-se a seguir com Jesus a caminhada de evangelização e fortalecimento da fé cristã. Em seguida, recebeu do bispo a chave da Igreja, os instrumentos para a celebração do sacramento do batismo e a chave do Sacrário. Dom Gregório conduziu o pároco até a capela da penitência, dedicada a Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, como sinal de serviço à comunidade e confiança à Igreja. Depois, o vigário paroquial, Frei Almir Guimarães, leu a ata de posse do novo pároco. Por fim, o bispo pediu uma grande salva de palmas ao pároco já empossado!
Frei Jorge agradeceu a Dom Gregório pela proximidade para com a Fraternidade e também com a Paróquia. Agradeceu de forma especial ao pároco anterior, Frei James, que animou a vida paroquial nos últimos três anos. E pediu que a comunidade rezasse por ele, pela Paróquia, pelos freis e lideranças. “Deus Trindade nos conduz e, por isso, carreguemos nossas cruzes e responsabilidades, com fé e esperança. Que possamos juntos viver e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo”, sublinhou. E, por fim, apresentou os frades que compõem a Fraternidade permanente e também os novos frades estudantes.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Frei Jorge Paulo Schiavini é o 18º frade pároco na centenária Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. Frei Ático Francisco Eyng foi o primeiro no período de 1946 a 1948. O segundo foi Frei Luiz Gonzaga Costa, de 1948 a1949. Depois vieram: 3º) Frei Lauro Ostermann (1949-1956); 4º) Frei Aniceto Krocker (1956-1967); 5º) Frei Jose Bertoldi (1967-1969); 6º) Frei Faustino Tomelin (1969-1979); 7º) Frei Clarêncio Neotti (1980-1982); 8º) Frei José Aussems (1983-1986); 9º) Frei Luis Dalmago (1986-1989); 10º) Frei Augusto Koenig (1989-1992); 11º) Frei Geraldo Freiberg (19921995); 12º) Frei Vitalino Turcato (1995-2000); 13º) Frei Vitalino Piaia (2000-2007); 14º) Frei Adriano Freixo Pinto (2007-2012); 15º) Frei Angelo José Luiz (2013-2016); 16º) Frei César Külkamp (2016). O antecessor de Frei Jorge foi Frei James Luiz Girardi (17º), que atuou como pároco entre os anos de 2016 a 2018.
Frei Augusto Luiz Gabriel ABRIL de 2019 – comunicações
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Guaratinguetá
Seminário Frei Galvão sedia cerimônia de entrega do Plano Regional de Turismo
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Seminário Franciscano Frei Galvão, em Guaratinguetá/SP, um dos símbolos da religiosidade na região, foi escolhido para sediar a cerimônia oficial de entrega do Plano Regional de Turismo, da Região Turística (RT) da Fé, aos prefeitos dos nove municípios que pertencem à RT. Realizado na quarta-feira (20/02), às 9h30, no auditório do Seminário, o evento contou com a presença de prefeitos, secretários de turismo, representantes de conselhos, associações e lideranças da sociedade civil, entre eles: o prefeito de Guaratinguetá – Marcus Soliva; o prefeito de Aparecida – Ernaldo César; a prefeita de Piquete – Teca Gouvêa; o prefeito de Cunha – Rolien Guarda; a prefeita de Potim – Érica Soler; e outros. O prefeito de Guaratinguetá iniciou a cerimônia agradecendo a presença de todos e, em especial, aos frades do Seminário Franciscano Frei Galvão pela disponibilização do espaço. “Pensamos neste local porque estamos tra-
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tando do turismo da fé e seus avanços para a região, por isso a escolha pelo seminário, um símbolo da cidade onde temos a história de Frei Galvão e toda essa religiosidade”, afirmou Marcus Soliva. A cerimônia oficial foi dividida em duas etapas – apresentação do Plano e entrega dos exemplares aos prefeitos. Segundo o representante do Senac, Anderson Henrique, um dos objetivos do plano é promover a união dos municípios para o desenvolvimento do Turismo Regional. “Hoje demos mais um grande passo para o fortalecimento do turismo regional. Agora o trabalho continua, com a aplicação do plano de ação para os projetos da região”. O Plano Regional de Turismo da Região da Fé foi elaborado por representantes de prefeituras e da iniciativa privada dos nove municípios que fazem parte da RT da fé (Aparecida, Cachoeira Paulista, Canas, Cunha, Guaratinguetá, Lorena, Piquete, Potim e Roseira). O documento reúne os princípios
orientadores para o desenvolvimento da atividade turística na região. Dados como avaliação e hierarquização dos atrativos turísticos, serviços de apoio ao turista, calendário regional de eventos, rotas turísticas regionais e identificação de potenciais circuitos ou rotas, dentre outras informações. As expectativas futuras é que esse documento sirva de ferramenta para o planejamento das ações, captação de recursos em órgãos públicos federais e estaduais, e apresentação para a iniciativa privada que busca informações confiáveis para o investimento na região da fé. Na hierarquização dos atrativos regionais consolidados, o Seminário Franciscano Frei Galvão ocupa a 1ª posição dentre os atrativos do município de Guaratinguetá. No ranking regional, em 1º está o Santuário Nacional de Aparecida, depois o Santuário Pai das Misericórdias e a Canção Nova, em Cachoeira Paulista, seguidos do Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá.
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Campanha para restauração do Seminário Neste ano, celebrando 77 anos de fundação, a Fraternidade do Seminário promove uma campanha para revitalização do espaço, que há décadas não passa por uma reforma profunda, surgindo a necessidade de restaurar a fachada e a área externa do prédio (paredes, colunas, portas e janelas, extremamente deterioradas). Por se tratar de uma obra de alto custo, os frades contam com a valiosa contribuição dos benfeitores, que desde o início ajudam no cultivo dessa
“Sementeira de Deus”. Toda partilha é muito importante para a manutenção dessa casa de formação dos futuros franciscanos. Considerado um dos símbolos da religiosidade na região, o Seminário Franciscano Frei Galvão possui duas grandes missões – a formação dos futuros franciscanos e o acolhimento aos devotos de Frei Galvão, que vêm de vários lugares do Brasil e do mundo para rezar e agradecer as graças alcançadas por intercessão de
Santo Antônio de Sant’Anna Galvão. A acolhida feita no Seminário é costumeiramente vista como exemplar pelo fato de ser personalizada, além da boa qualificação e identificação da equipe do Seminário com o ideal franciscano. Aberto diariamente, das 8h às 11h30 e das 14h às 17h30, o Convento está localizado na Avenida Integração, 151, bairro São Bento – Guaratinguetá/SP. Visitação gratuita!
Nicolas Nathan
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VILA VELHA
Festa da Penha: dom de curar as feridas abertas pelo medo
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Festa da Penha é convergência de boa vontade e isso nos dá a certeza de que faremos uma Festa bonita. Os tempos tão sombrios que vivemos exigem de nós o resgate do encantamento das coisas bonitas, feitas com o coração. A Festa da Penha terá o dom de curar as feridas abertas pelo medo, pela intolerância, pela desesperança. A Festa da Penha terá o dom de resgatar a alegria de estar na presença do Senhor, de promover a alegria de estar a serviço dos irmãos e das irmãs”. É com essa esperança que o guardião do Convento da Penha, Frei Paulo Pereira, prepara-se para mais uma gigantesca demonstração de fé do povo capixaba. Neste ano, o tema da Festa - “Eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1, 38) -, que é também a primeira das 7 Alegrias de Nossa Senhora, enfatiza o aspecto vocacional. “A experiência da jovem Maria, chamada por Deus para ser a Mãe do Salvador, trouxe a motivação da escolha do lema da Festa da Penha 2019: ‘Eis aqui a serva
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do Senhor’ (Lc 1, 58). A resposta livre e vigorosa de Maria se faz caminho para tantos que andam inquietos e, ao mesmo tempo, desejosos de servir ao Senhor”, explica Frei Paulo. O tema foi escolhido tendo em vista o Sínodo do Jovens no ano passado e a Jornada Mundial da Juventude, no Panamá, que escolheu como tema a resposta de Maria ao chamado de Deus: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38). Mais de 1,5 milhão de peregrinos é esperado no tradicional Convento da Penha, que foi erguido pelos franciscanos em 1558. “A cada ano é notável o crescimento da Festa da Penha. Cresce o número de participantes, cresce a qualidade de participação, cresce a abrangência do anúncio da alegre notícia da ressurreição de Jesus. Desde o encerramento da última edição, muitas pessoas já se mobilizaram para a organização da Festa deste ano. Esse é o grande dom da Festa da Penha; reunir, congregar pessoas. Voluntários, devotos, homens e mulheres movidos pela piedade e confiança
na materna proteção de Deus”, avalia Frei Paulo. Segundo o guardião, este ano a organização da Festa teve o cuidado de contemplar ações direcionadas à juventude. “A novidade da edição deste ano é a introdução da Vigília dos Jovens no Campinho do Convento. A Vigília acontecerá na véspera da Festa, domingo, dia 28, a partir das 21h30. As Pastorais das Juventudes, os Movimentos e Serviços desta dimensão vão propor atividades conforme o modelo das Vigílias que aconteceram nas recentes Jornadas Mundiais da Juventude”, explicou Frei Paulo, lembrando que a Festa é sempre ocasião para o revigoramento da ação evangelizadora da Igreja do estado do Espírito Santo. Frei Paulo lembra que a Festa da Penha é essencialmente franciscana. ‘Reunimos a Igreja, congregamos o povo de Deus para celebrar jubilosamente as alegrias de Nossa Senhora. A recordação das Sete Alegrias de Maria foi um jeito popular que a tradição franciscana encontrou para levar a todos o conhecimento da predileção de Deus por nós e sua proposta de vida e salvação. Esse patrimônio franciscano foi abraçado com carinho pelo povo capixaba. Desde o início deste ano a Arquidiocese de Vitória tem como pastor Dom Frei Dario Campos, franciscano da Província de Santa Cruz-MG. Certamente, por sua formação, por sua escolha vocacional, por seu apreço pelo Pobrezinho de Assis, Dom Dario ficará muito à vontade para destacar o matiz franciscano da Festa da Penha”, observa Frei Paulo. A Festa da Penha tem início no
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Brasil, Nossa Senhora Aparecida, no estado de São Paulo, a do Círio de Nazaré, em Belém, no Pará. O Oitavário acontece em vista a grande festa de Nossa Senhora das 7 Alegrias, que é celebrada na segundafeira após a oitava da Páscoa.
Moacir Beggo
domingo da Páscoa (21/4) com o Oitavário e termina no dia 29 de abril, Dia da Padroeira do Espírito Santo, Nossa Senhora da Penha. Este grande evento terá doze romarias, incluindo a tradicional Romaria dos Homens, que tem a maior participação de todo o oitavário. Ela nasceu em 1958 e não tem similar no mundo, principalmente pelo expressivo número de mais de 500 mil participantes que percorrem
14 quilômetros, entoando cânticos e orações. É realizada no primeiro sábado após a Páscoa, à noite, saindo da praça da Catedral Metropolitana de Vitória até o Parque da Prainha, quando se dá a Celebração Eucarística por volta das 23h30. A Festa da Penha é a maior manifestação religiosa do Espírito Santo e a terceira maior festa religiosa do país, atrás apenas da festa da Padroeira do
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Encontro do Regional do Vale do Itajaí
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e a casa do Noviciado São José, em Rodeio, enfrenta o desafio de se redimensionar para a turma de cinco noviços deste ano, ao receber os confrades do Regional correspondeu com a mesma acolhida fraterna e afetuosa, e transpareceu que está correspondendo ao desafio. A segunda-feira (18/03) foi de Encontro Regional, e as Fraternidades de Blumenau, Gaspar e Balneário Camboriú rumaram para esta que, de certa forma, também é a Casa-mãe da vida franciscana em nossa Província. A participação foi plena, todos os membros das Fraternidades já estavam lá para o café da manhã. A reunião que se seguiu foi leve, em tom fraterno, celebrativo, mesmo com as exigências de um início de triênio. Logo na oração inicial refletimos e partilhamos um texto
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da Vita Consecrata (n. 104), sobre o próprio e o sentido da Vida Religiosa. Em seguida, Frei Daniel Dellandrea, Definidor que também acompanha e anima nosso Regional, retomou as exortações do Provincial e da Formação Permanente sobre o valor e o sentido dos encontros regionais, e também dos serviços que o Regional precisava. As eleições aconteceram de forma tranquila, sendo eleito coordenador do Regional, Frei Paulijacson Pessoa de Moura, e do vice, Frei Rodrigo da Silva Santos. Para secretário, Frei Clauzemir Makximovitz, e vice, Frei Marcos Vinícius M. Brugger. Ainda foram elencados, por aclamação, três sugestões para a animação do JPIC no Regional, dentre os quais o Governo há de nomear um. A reflexão prosseguiu acerca do tema de estudo, voltado para o 8º cen-
tenário do encontro de Francisco com o Sultão em Damieta, e a inspiração acerca do diálogo que também assumimos como nossa vocação de franciscanos. A partilha das Fraternidades também foi muito enriquecedora, haja vista que as mudanças no Regional foram todas bem aceitas, os trabalhos reorganizados e reassumidos e a convivência fraterna está muito valorizada. Marcamos ainda as datas para os próximos encontros, a saber: 17 de junho, em Balneário Camboriú; 16 de setembro, em Gaspar; e o encontro recreativo em 2 de dezembro na Vila Itoupava, em Blumenau. No almoço festivo com a toda a Fraternidade do Noviciado ainda fizemos menção ao aniversário de Frei Lindolfo Jasper, no dia 20/03. À tarde, todos retornamos às nossas atividades.
Clauzemir Makximovitz
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Regional de Pato Branco faz primeira reunião
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os dias 13 e 14 de março foi realizada a primeira reunião dos frades do Regional de Pato Branco, na Casa Paroquial da Paróquia São Pedro Apóstolo com a presença de 12 frades. Às 15 horas, Frei Rubens deu as boas vindas a todos os participantes e fizemos, em seguida, um momento de oração. O Definidor Frei Alexandre M. Cordeiro presidiu a eleição da coordenação do Regional que ficou assim composta: Frei Alex Sandro Ciarnoscki, coordenador; Frei Gabriel Vargas Dias Alves, vice; Frei Angelo Vanazzi, secretário; e Frei Olivo Marafon, vicesecretário. Gastamos um bom tempo para ler, refletir e partilhar o texto “Frades Menores rumo ao diálogo – inspirado na comemoração dos 800 anos
do encontro de São Francisco com o sultão Al-Malik Al-Kamil”. Concluímos que Francisco vai ao encontro do sultão porque tem uma proposta de paz baseada na sua busca contínua de conversão. Encontros regionais em 2019 – Definimos também as datas de nossos próximos encontros: Dias 10 e 11 de julho, em Mangueirinha; dias 26 e 27 de julho, em Chopinzinho; e, dias 11 e 12 de dezembro, em local a ser definido. Ainda na tarde do dia 13 iniciamos a partilha da vida fraterna em nossas casas do Regional. Como último ponto da pauta deste dia, Frei Alexandre frisou a necessidade de cada Fraternidade reelaborar seu “Projeto Fraterno de Vida e Missão”. O prazo para isso será agosto próximo. Momento de festa e partilha – Encerramos os trabalhos às 18 horas e fizemos uma rápida visita aos es-
túdios da TV Sudoeste e Rádio Celinauta. Às 20 horas partilhamos um delicioso churrasco. No dia seguinte (14/3), iniciamos as atividades às 9 horas com um momento de oração. Saúde dos frades – A seguir fizemos uma partilha do estado de saúde de cada frade. Percebemos que cada um tem seus limites, mas todos levam uma vida normal de trabalho e serviço ao povo. Frei Policarpo, Frei Felipe e Frei João se encontram em situações que inspiram mais cuidados. A pedido do Governo Provincial, indicamos os nomes de Frei Diomedes Basi e Frei Gabriel Vargas Dias Alves para a escolha de representantes no serviço JPIC. Comunicados da Província – A parte final da reunião foi ocupada por comunicados da vida provincial até o encerramento do encontro às 11h20.
Frei Angelo Vanazzi ABRIL de 2019 – comunicações
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7ª Festa de Frei Bruno reúne milhares em Xaxim
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o domingo, 24 de fevereiro, a Paróquia São Luís Gonzaga de Xaxim (SC) realizou a 7ª edição da Festa de Frei Bruno, reunindo representantes de todas as comunidades da Paróquia. Muitos momentos simbólicos e significativos marcaram esse encontro de fé e de vida, sendo o primeiro deles a acolhida e a entrada processional dos coordenadores das comunidades, portando a vela, símbolo das Santas Missões Populares (SMP) da Diocese de Chapecó. Na sequência houve a acolhida e a apresentação dos frades que formarão a nova Fraternidade Franciscana na Paróquia. Outro momento celebrado foi a abertura da Novena de Frei Bruno, que, neste ano,
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acontecerá no último domingo de cada mês e terá o propósito de fazer memória da vida de santidade do Servo de Deus Frei Bruno, que está em processo de beatificação. O destaque da celebração foi o envio dos quase 800 missionários que vão estar diretamente a serviço das Santas Missões Populares em todas as comunidades da Paróquia neste ano jubilar. Como gesto de envio missionário, todos eles receberam uma sacola, na qual estava estampado o símbolo e o lema das SMP: “Deixemo-nos guiar pela luz do Senhor”, e a imagem de Frei Bruno, como modelo de missionário. Além disso, também foi entregue um Tau Franciscano, como marca do compromisso cristão ao discípulo missionário no seguimento fiel a Jesus Cristo e seu projeto. Por fim, a celebração marcou o envio de Frei Alex Ciarnoscki e Frei Antonio Mazzuco para a nova missão na Paróquia São Pedro Apóstolo da cidade de Pato Branco, no Sudoeste do Paraná. Como dizia o saudoso Dom Hélder Câmara: “Missão é sempre partir, mas não devorar quilômetros. É, sobretudo, abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los”. Ao meio-dia foi servida a tradicional churrascada, alimentando e alegrando a todos os presentes. À tarde ainda teve o sorteio do bingo. Em sua 7ª edição, a Festa de Frei Bruno já é o maior evento religioso e festivo da cidade e dos quatro municípios atendidos pela Paróquia São Luiz Gonzaga.
Valnei Brunetto
Mais um pas
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sso na Causa
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eVANGELIZAÇÃO
A
cidade de Joaçaba protagonizou no domingo, 17 de março, mais uma grande manifestação de fé e penitência durante a 29ª Caminhada Penitencial Frei Bruno, reunindo romeiros não só das cidades do Vale do Peixe, mas de toda a região e das cidades onde o frade franciscano da Província da Imaculada Conceição pisou o solo, como Rodeio, onde está o Noviciado Franciscano e que foi morada deste frade missionário. Dando outro passo, a Causa de Frei Bruno ganhou
Os irmãos Nélson e Roil da Rosa, que são fiéis devotos do frade franciscano
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neste final de semana a Comissão para investigação diocesana dos relatos de milagres atribuídos à intercessão deste frade, professo solene da Ordem dos Frades Menores e sacerdote. Já os romeiros deram os primeiros passos em frente à Catedral Santa Terezinha, de Joaçaba, de onde saíram em romaria até o Cemitério Frei Edgar numa manhã em que o sol apareceu pouco e deixou o clima agradável para encarar os 3,5 quilômetros do percurso. Dezenas de cruzes abriram o longo cortejo, tendo à frente o bispo da Dio-
cese de Joaçaba, D. Mario Marquez, o Ministro Provincial da Província da Imaculada Conceição, Frei César Külkamp, seus confrades na região e uma caravana dos frades estudantes de Filosofia de Rondinha (PR), que vieram com o mestre Frei Samuel Ferreira de Lima. Os noviços marcaram presença como fazem todos os anos, acompanhados pelo mestre Frei Rodrigo da Silva Santos. Sacerdotes, religiosos e religiosas, e seminaristas se juntaram aos fiéis romeiros. Manifestações de fé e pedidos
Filho de Roil é o primeiro à direita na estampa da sua camiseta
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pela beatificação de Frei Bruno marcaram o percurso como já é tradição. Muitos devotos preferem fazer o percurso descalços, como os irmãos Nélson e Roil da Rosa, que são fiéis devotos do frade franciscano. “Sou devoto de Frei Bruno porque meu filho se acidentou ao cair de uma altura de 5 metros quando tinha 5 anos. Fiz promessa a Frei Bruno e o ‘piá’ se recuperou bem. Por isso, a gente vem todo o ano participar e torcer para que ele fique santo logo, para continuar intercedendo ainda mais por nós”, contou Roil. A Celebração Eucarística teve início já na Caminhada com o Ato Penitencial. No Cemitério Frei Edgar, o povo se acomodou como pôde para participar da Santa Missa, mas milhares de pessoas preferiram visitar e rezar no túmulo de Frei Bruno, o franciscano que faleceu nesta cidade no dia 25 de fevereiro de 1960. Outra grande maioria de fiéis prefere só participar da Caminhada. Comentando o Evangelho deste domingo sobre a transfiguração de Jesus, Dom Mario lembrou que a oração leva à conversão, leva à mudança. “A oração que não traz transformação no nosso agir, não é a verdadeira oração”, citou. Segundo o bispo, o morro do bairro Flor da Serra, em Joaçaba, onde está o monumento Frei Bruno, também indica a busca das coisas do alto. “Olhando do alto, ele nos convida a descer e ir ao encontro das pessoas na planície. Ou seja, é um vaivém que deve fazer da nossa vida um encontro com Deus e com os irmãos”, disse. “Nós somos chamados também a viver a santidade como vemos em Frei Bruno. Por isso, estamos num processo para a beatificação dele e futuramente desejamos que se alcance a glória de Deus de ser canonizado santo”, destacou o bispo diocesano. “Que as nossas preces ABRIL de 2019 – comunicações
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possam se multiplicar e os milagres também possam ser bem concretos para que possamos, diante da nossa Igreja, conferir aquilo que já faz parte do nosso convívio, por reconhecermos os aspectos de santidade e dos valores cristãos que vivenciou e testemunhou ao passar entre nós. Ele deixou marcas de sua vida cristã e também da sua santidade para que também nós possamos contribuir para que o mundo seja melhor, para que possamos viver também a fé que ele viveu e testemunhou”, desejou o bispo franciscano.
REACENDER O ARDOR PELA CAUSA DO EVANGELHO
O Ministro Provincial, Frei César Külkamp, enfatizou a alegria dos franciscanos de participar desta Romaria. “Muitos franciscanos, com a mesma vestimenta de Frei Bruno, estão aí no meio do povo ou estão aqui sobre o altar. Nós queremos renovar nossa fé”, professou o Ministro Provincial, recordando que a ação
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evangelizadora dos frades em Santa Catarina começou no final do século 19 e se estendeu no século 20. “Um deles foi Frei Bruno. Outros tantos vieram com esse ardor tão forte pela causa do Evangelho. Andaram em lombo de mula, a cavalo, a pé, nas condições de cada época, levando às pessoas mais necessitadas, doentes e aflitas, a Palavra de Deus, com muito amor, com muito zelo e com muito entusiasmo. E, hoje, nós estamos aqui celebrando esta Romaria e todos somos herdeiros desta tradição, desta missão de levar o Evange-
lho adiante. Por isso, queremos cantar os louvores a Frei Bruno, mas queremos reacender no nosso coração esse mesmo entusiasmo de levar a todos a sua Palavra, levar a Palavra que ele transportava com tanto carinho, que era a Palavra de Deus. Que ela esteja viva no nosso coração, na nossa devoção a Frei Bruno e na nossa alegria de caminhar e de celebrar a fé no nosso Deus. Que ele nos abençoe a todos, toda essa Igreja de Joaçaba, e todas as Igrejas que vieram em romaria neste dia testemunhar, embora há tanto tempo junto de Deus, que Frei Bruno está vivo no nosso coração e quer continuar vivo nas nossas vidas, nas nossas famílias, na nossa ação em favor da Igreja e do Evangelho”, enfatizou Frei César.
PEDIR A INTERCESSÃO DE FREI BRUNO
O vice-postulador da causa, Frei Estêvão Ottenbreit, que atualmente reside em Roma, onde é guardião na Fraternidade do Antonianum, in-
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formou que a partir da entrega do processo em Roma, no ano passado, calcula-se o prazo de um ano para obter um parecer positivo e que esta notícia ainda pode ser dada neste primeiro semestre. “Essa declaração significa muito, pois reconhece a importância do processo e ele pode seguir os seus passos”, disse, informando que esse passo importante é apresentação de um milagre, para que, junto com o reconhecimento das virtudes e da santidade de Frei Bruno, possa-se encaminhar para beatificação. Frei Estêvão recordou que agora é importante pedir muita a intercessão de Frei Bruno. Segundo ele, em boa hora foi lançada a “Novena para pedir a beatificação de Frei Bruno Linden, OFM”, escrita por Frei Clarêncio Neotti. “O autor já é conhecido porque nos apresentou, tempos atrás, uma biografia muito bonita sobre Frei Bruno”, elogiou Frei Estêvão. “Esta Novena vai nos ajudar muito. Em nove dias ele destaca as principais virtudes que viveu e realizou, e a cada dia lembra um trecho da Palavra de Deus, que inspirou a vida de Frei Bruno. Traz um pequeno trecho da biografia de Frei Bruno para conhecê-lo e amá-lo cada vez mais e apresenta um relato de uma graça alcançada”, resumiu. Falando em graças alcançadas, Frei Estêvão insistiu para que elas sejam documentadas antes, durante e depois. Ele também explicou que a Comissão nomeada por Dom Mário será responsável para recolher e selecionar os relatos de milagres. “Quem sabe no próximo ano, durante a 30ª edição da Caminhada Penitencial, já poderemos ter uma notícia mais concreta para a causa de Frei Bruno, para que aquilo que nós sabemos no íntimo de nosso coração – que Frei Bruno é um santo – seja também reconhecido oficialmente por toda a Igreja. Vamos continuar a rezar para que esse milagre aconteça”, pediu o vice-postulador.
a comissão
Juramento de Pe. Clair, Pe. Davi, Cláudio e Michelle , integrantes da nova comissão pela Causa de Frei Bruno.
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INSTALAÇÃO DA NOVA COMISSÃO
No sábado, 16 de março, no Salão Paroquial da Paróquia Santa Terezinha, durante a sessão solene presidida por D. Mário, foi instalada a Comissão para Investigação Diocesana dos Relatos de Milagres Atribuídos à Intercessão do Servo de Deus Frei Bruno Linden. Depois de recordar todo o processo aberto para a beatificação de Frei Bruno, o vice-postulador Frei Alex Sandro Ciarnoscki, chamou os quatro escolhidos – Pe. Davi Lenor Ribeiro dos Santos, Pe. Clair José Lovera, Michelle Selig, e Cláudio Orço – para fazerem o juramento de fidelidade, colocando a mão sobre o Evangelho. “Em nome de Deus, juro desempenhar com fidelidade e diligência o ofício que me compete nesta investigação diocesana sobre os milagres
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atribuídos sobre a intercessão do Servo de Deus Frei Bruno Linden e sacerdote e professo da Ordem dos Frades Menores, e de manter o devido segredo. Que Deus me ajude neste santo ofício”, prometerem cada um dos integrantes da Comissão. Segundo Frei Estêvão, um outro trabalho a ser feito é a tradução dos depoimentos para a língua italiana. “Uma vez declarado que o processo está em ordem, ele é dado para um relator, que não é um franciscano. Se esse relator não fala português, muitas coisas boas do processo podem se perderem. Depois, os relatos dos milagres serão analisados por equipes de médicos no Brasil antes de ser escolhido o milagre que a medicina não explica. Isso porque o julgamento do milagre por uma Comissão de Médicos no Vaticano, inclusive tendo
alguns não-crentes, é muito severo”, explica Frei Estêvão, adiantando que essa fase do julgamento do milagre em Roma tem um custo de cerca de 18 mil euros. Paralelamente, deverá ser feita a Positio, que é um resumo de todos os dados que foram levantados no processo. Frei Estêvão faz questão de enfatizar muito que é necessário divulgar Frei Bruno. “É preciso uma divulgação porque se não recorrermos a Deus, através intercessão de Frei Bruno, não vamos ter milagres nunca”, diz, propondo que a Oração pela Beatificação de Frei Bruno seja divulgada maciçamente, principalmente nas Frentes de Evangelização da Província.
Moacir Beggo
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Coral dos Canarinhos de Petrópolis recebe novos integrantes
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domingo, 24 de fevereiro, marcou o início de um novo ciclo para o Coral dos Canarinhos de Petrópolis. Doze meninos participaram da cerimônia de Investidura e passaram a integrar o coro de meninos mais antigo do Brasil, que comemora neste ano, 77 anos de existência. A nova formação do coral passa a contar com 68 integrantes. Para entrar nos Canarinhos, os doze meninos participaram de um processo de seleção e, durante um ano, passaram por uma etapa preparatória no Curso de Aprendizes. Neste período, tiveram aulas de técnica vocal, teoria musical, solfejo, ritmo e flauta doce. A presença de coros na Igreja Católica é uma tradição milenar e o ritual de Investidura acontece anualmente, seguindo as normas da Federação dos Meninos Cantores do Brasil, filiada à Federação Internacional Pueri Cantores, com sede em Roma. “Durante a cerimônia, os meninos dizem sim para um ministério milenar dentro da Igreja. Por isso, é um rito tão importante. Eles aceitam, publicamente, o compromisso e assumem uma responsabilidade de louvarem a Deus através da música. Esta é uma missão grandiosa, que exige despojamento e renúncia”, afirmou Frei Marcos Andrade.
A cerimônia começa com a Celebração Eucarística. Cada novo integrante escolhe previamente um padrinho ou madrinha, que participa do evento segurando as novas vestes e ajudando a colocá-las. Após recebê-las, eles cantam sozinhos uma das estrofes da canção “Onde o Amor e a Caridade”, para depois se juntarem ao grupo vocal. A Missa foi encerrada pelo Coral com sua nova formação, apresentando “Magnificat”, de Hendrik Andriessen. Para o maestro do Coral dos Canarinhos e diretor artístico do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis (IMCP), Marco Aurélio Lischt, a investidura é um momento sempre
muito feliz: “Há 77 anos, levamos a missão de cantar e formar estes meninos para um mundo melhor. A música faz com que a gente se enobreça”. Ingressam no Coral dos Canarinhos de Petrópolis os sopranos Arthur Lopes dos Santos, Arthur Telle Silva de Paula, Bernard José F. de O. Moreira Mayworm, Caio Marques Pulga Gandara, Caique José de Oliveira Almeida, Cristian Correa Berlindo, Davi Nogueira Natario, Eric Carandina Vargas Freitas, Felipe Kronemberger Rodrigues, Gabriel Caetano Esteves, Guilherme Starck dos Santos, Rodolfo Muniz Walter.
Daniela Moreira
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Seminário Pré Sinodal
Ecologia, Economia e Política A Amazônia não precisa ser conquistada, nem desbravada, precisa ser respeitada
uero iniciar retomando as palavras do papa Francisco na Laudato Si: “A ecologia estuda as relações entre os organismos vivos e o meio ambiente onde se desenvolvem. E isso exige que se pare para pensar e discutir acerca das condições de vida e de sobrevivência de uma sociedade, com a honestidade de pôr em questão modelos de desenvolvimento, produção e consumo. Nunca é demais insistir que tudo está interligado” (n.
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138). É no âmbito deste paradigma, em que “tudo está interligado”, que vou considerar a relação entre ecologia, economia e política, visto que “a ecologia humana é inseparável da noção de bem comum” (LS, 156).
1. A política enredada nas malhas de uma “economia que mata”
“Essa economia mata”, afirma de maneira contundente o papa Francisco na Evangelii Gaudium n. 53. Trata-se de uma “economia da
exclusão” (n. 53-54), caracterizada pela “nova idolatria do dinheiro” (n. 55-56), criando uma situação em que o “dinheiro governa em vez de servir” (n. 57-58) e “a desigualdade social gera violência” (n. 59-60). A economia é aquela atividade humana pela qual, interagindo e utilizando racionalmente dos bens e serviços naturais, garantimos nossa sobrevivência, abertos à comunidade de vida e às gerações futuras. O drama da economia atual é que o sistema financeiro passou a ocu-
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par todos os espaços. De uma economia de mercado passamos para uma sociedade de mercado. Essa é a grande transformação, das maiores e mais perigosas da história. Passamos de uma sociedade com economia de mercado para uma sociedade dominada pelo mercado. Todas as atuais decisões políticas visam favorecer as demandas do Mercado. Nesse contexto, tudo virou mercadoria, desde os bens naturais, as relações humanas até as coisas mais sagradas da religião. De tudo se pode obter lucro, tudo pode ser levado ao mercado, e no mercado tudo é negociável. Esse tipo de economia, hoje mundializado, transformou o planeta Terra num grande mercado. Nele tudo está à venda. A Terra vem sendo submetida a uma exploração de todos os seus ecossistemas em função do enriquecimento de alguns e do empobrecimento de bilhões de pessoas. Segundo relato da ONG Oxfam 2019, 26 indivíduos possuem riqueza igual a 3,4 bilhões de pessoas. Por exemplo, algo pensado no Brasil para preservação ambiental, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), também passou a ser usado para fins comerciais. O chinês Lap Chang cadastrou um CAR sobre uma área de 58 mil hectares, no Marajó, território da minha Prelazia, onde vivem povos tradicionais. Em função disso, vendeu crédito de carbono para uma empresa inglesa, no valor de mais de 200 mil dólares. Essa economia em que tudo virou mercado produz duas funestas injustiças. Uma social, produzindo incomensurável pobreza e miséria; e outra, uma injustiça ecológica, dizimando os bens e serviços naturais, muitos deles não renováveis. Por esse motivo, tem razão o Papa Francisco quando afirma de maneira precisa: “Não há duas crises sepa-
radas: uma ambiental e outra social; mas uma única e complexa crise sócio-ambiental. As diretrizes para a solução requerem uma abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente, cuidar da natureza” (LS, 139). De fato, a economia atualmente é dominada pela economia de acumulação desenfreada e pelo mercado financeiro. Organizou-se de tal forma a economia que beneficia os mais ricos em detrimento dos mais pobres. Na esteira da doutrina social da Igreja somos desafiados a buscar uma política de participação de todos e para todos, e também para com a natureza. A ecopolítica tem por escopo organizar a sociedade e a distribuição do poder de forma a implementar estratégias de sustentabilidade para garantir a todos o suficiente e o decente para viver. Isso supõe pensar a política, no sentido dos documentos sociais da Igreja, como a busca comum do bem comum. Contudo é necessário incluir nesse bem comum não apenas os seres humanos, mas toda a comunidade de vida. Declarando que “o atual sistema mundial é insustentável” (n. 202), o Papa Francisco, por 35 vezes na Laudato Si’, conclama para “novos estilos de vida” (n. 163; 194 passim) e novas formas de consumo de sobriedade compartilhada. É necessário e urgente a construção de um paradigma de desenvolvimento alternativo ao atual modelo hegemônico. Trata-se de conversão do atual modelo de desenvolvimento global. O modelo alternativo de desenvolvimento global deverá considerar o meio ambiente como um bem coletivo, a defesa do trabalho e dos povos originários, entre eles os indígenas da Amazônia, o papel dos movimentos sociais e das
organizações da sociedade civil. Sem negar os avanços da tecnociência na melhoria das condições de vida e do bem-estar das pessoas, não podemos nos deixar dominar e ser controlados por ela. A ciência, a tecnologia, assim como a economia, devem estar a serviço da vida, e não impor o ritmo à vida.
2. Ecologia, economia e política na região amazônica brasileira Desde o período da invasão dos ibéricos, a Região Amazônica se encontra à mercê de políticas coloniais. Entre os séculos XVI e XIX, o colonialismo extrativista teve fortes incidências sobre povos autóctones e bens naturais mediante uma injusta expropriação. E nos séculos posteriores, com os Estados modernos, práticas e mentalidades colonialistas continuam mediante a exploração de populações, culturas e territórios dessa imensa região. Há séculos, distintas formas de exploração da Amazônia vêm sendo produzidas e, para a fatalidade das suas populações, todas elas com interesses colonizadores que se manifestam mediante dois expedientes: exploração de sua população e redução da região a mera reserva de “recursos” naturais, como território a ser conquistado, explorado e comercializado para a obtenção de lucros. A Amazônia já resistiu a grandes projetos, de monocultivos e de ocupação. Falando do Brasil, em 1926, Henry Ford comprou 3 milhões de hectares de terra ao longo do rio Tapajós, contratou mais de 3.000 operários, derrubou a mata e plantou 70 milhões de mudas de seringueira para extrair borracha. Um fungo invisível, com enorme capacidade de multiplicação, fez fracassar o projeto. O monocultivo, mesmo sendo ABRIL de 2019 – comunicações
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de uma espécie amazônica, foi rejeitado pela floresta. Em 1967, Daniel Keith Ludwig montou um projeto milionário junto ao rio Jari, numa área de 3,6 milhões de hectares para produção de celulose com espécies de outras regiões, e agropecuária. A floresta resistiu e novamente um fungo foi responsável pelo fracasso de 22 empresas envolvidas no projeto. Em 1975, a Volkswagen desmatou 55.000 hectares usando bombas de napalm e desfolhantes químicos. Teve grandes prejuízos e abandonou o projeto. A natureza amazônica resistiu e resiste incansavelmente. A prepotência humana teve que curvar-se e humilhar-se muitas vezes à grandeza e à força do bioma amazônico. Contudo, hoje, os ataques são mais graves, porque os ataques são muitos, simultâneos, de muitas frentes e com grandes tecnologias. São megaprojetos de mineração, energia, petróleo, agricultura, pecuária, madeireiras, infra-estrutura, como hidrovias, rodovias, ferrovias e portos. São projetos de governos e de grandes conglomerados econômicos e de diversos países. Trata-se a Amazônia como se fosse o celeiro do mundo, onde se pode retirar ou produzir o que quiser. Isso não é verdade. A Amazônia é um bioma frágil que tem seus próprios mecanismos internos de sobrevivência e resistência. Outros consideram ainda a Amazônia como o pulmão do mundo, como se fosse uma grande fábrica de oxigênio. Na verdade, a floresta é um grande equilíbrio dinâmico, no qual tudo é aproveitado e continuamente reciclado. O oxigênio que ela produz, ela mesmo consome. Mas ela funciona como um grande filtro que absorve dióxido de carbono, o principal gás do efeito estufa, um dos fatores responsáveis pelo aquecimento global e das mudan-
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ças climáticas. Caso a floresta seja derrubada, seriam liberados para a atmosfera cerca de 50 bilhões de toneladas de carbono por ano, que a floresta em pé mantém sequestrados. A derrubada provocaria uma dizimação em massa. Outro fator é que a floresta é importante para o equilíbrio da umidade e das chuvas, que sustentam a própria floresta. A floresta sustenta a chuva e a chuva sustenta a floresta. Além disso exporta umidade, via aérea, para outros biomas. Vigoram hoje na Amazônia dois modelos de desenvolvimento. Um é predatório, da extração de madeira, da mineração, do petróleo e energia, da pecuária, do monocultivo, que tem como consequências o desmatamento (20% da floresta já está desmatada), concentração de renda, trabalho escravo, envenenamentos do solo e das águas, diminuição das chuvas (nas áreas desmatadas a estação seca se prolonga num ritmo de seis dias a cada dez anos), conflitos de ocupação com a expulsão dos povos da floresta, desrespeito às leis, morte de lideranças, ambientalistas e agentes de pastoral. O outro modelo é o sócio-ambiental, ecológico, direcionado aos povos da floresta. Tem como consequência a redistribuição de renda, a preservação da floresta e da biodiversidade, a socialização da terra e dos recursos, a distribuição de renda, a preservação de populações tradicionais, a fixação do “homem” na floresta, e um mercado promissor de frutas, cocos, artesanatos, polpas, fitoterápicos, óleos, castanhas, ecoturismo, entre outros. Este modelo deve ser fortalecido pelos nossos projetos pastorais. Ainda é um desafio estudar e conhecer toda a biodiversidade e o bioma amazônico. Bem dizia Chico Mendes, o mártir por defender a floresta, assassinado em
22 de dezembro de 1988: “A floresta em pé é mais produtiva do que a floresta tombada”. Ou, como diziam os seringueiros da Amazônia, e tantas vezes repetiu a Ir. Dorothy Stang, também mártir, assassinada em 12 de fevereiro de 2005 por defender os povos da floresta: “A morte da floresta é o fim da nossa vida”. Para o modelo predatório, a Amazônia tem tudo o que o mercado precisa para manter um crescimento linear e constante, e tudo em abundância: biodiversidade, terras, água, floresta, petróleo, madeira, minérios, fontes de energia, que são de fácil acesso. E é assim que ouvimos falar da Amazônia como a última fronteira do agronegócio e da mineração. Essa economia predatória não poupa nem as pessoas. Tráfico de pessoas, exploração de mão de obra infantil, exploração sexual, são comuns na Amazônia. A economia transforma em mercadoria não apenas os corpos, mas explora e manipula sentimentos, sonhos, desejos, e a confiança das pessoas, seduzidas por falsas e enganosas promessas. Aqui, Vossa Eminência Cardeal Baldisseri, eu abro um parêntesis para dizer que trago um apelo de parte da Igreja da Amazônia, que junto com diversas organizações da sociedade civil organizada atuam na promoção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes. Eles solicitam ao Sínodo para a Amazônia um olhar especial e misericordioso para a problemática da violência sexual contra crianças e adolescentes, sobretudo nas áreas dos grandes projetos econômicos presentes na região. A Amazônia não precisa ser conquistada, nem desbravada, precisa ser respeitada. O sistema amazônico não funciona nos moldes de competição, funciona nos moldes de cooperação, como todo o sistema Terra.
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A questão não está em conquistar a Amazônia, mas em conviver com a Amazônia. A política deveria estar a serviço da boa convivência social e da boa convivência ambiental, mas ela prefere estar a serviço da economia. Podemos aprender das populações tradicionais da Amazônia. Há vestígios de presença humana na Amazônia há pelo menos 12.000 anos. Populações tradicionais desenvolveram grandes e complexas sociedades. Em períodos mais recentes chegaram outros habitantes, que também foram acolhidos pela floresta. Os povos da floresta não são ingênuos nem ignorantes. Como seres humanos eles interagiram com o seu meio. Têm uma sabedoria, uma cultura, convivem com a floresta, interferem na floresta, vivem da floresta e das águas. Povos tradicionais e floresta se condicionam mutuamente, criaram relações e desenvolveram uma florestania, numa teia intrincada de reciprocidade, intercâmbio e cumplicidade. Isso também é política, ou melhor, eco-política, eco-logia e eco-nomia. Eco do grego oikos lar, casa, como insiste o Papa Francisco, “nossa casa comum”. Os povos da floresta, a veem como algo vivo, um sujeito, parte da comunidade que deve ser respeitada. Ao contrário, a Cultura Ocidental Moderna, vê na floresta e no imenso território apenas um objeto, algo a ser conquistado, manipulado, transformado em matéria prima para ser explorada, negociada, consumida, usada e descartada. Já não podemos confiar na po-
lítica vigente. Ela é submissa e serviçal ao grande capital e aos megaprojetos para a Amazônia. Faz isso sem ética e sem escrúpulos. Já não podemos confiar na economia de mercado. Ela é insaciável e transforma tudo em mercadoria. Talvez tenhamos que ouvir mais a ciência, porque hoje são os cientistas que nos advertem sobre os riscos que corremos, inclusive de autodestruição, em consequência desse modelo de uma economia predatória. Mas antes dos cientistas, pela fé, cada cristão é convidado a assumir a defesa da casa comum, porque reconhece tudo como criatura de Deus. Há oito séculos, São Francisco de Assis cantava louvores a Deus, sentindo-se irmão de toda natureza criada. Louva a Deus pela Terra, “Irmã e Mãe, que nos sustenta e governa”. Essa percepção está em profunda comunhão com a cosmovisão de povos originários da América, que chamam a terra de “Pachamama”, a grande mãe. As florestas são um fator importante na terra, para o equilíbrio dos climas, temperatura e das condições favoráveis à vida, entre elas a vida humana. As florestas refrescam a terra. Os cientistas dizem que a Terra precisa conservar pelo menos 50% de suas florestas nativas para manter o clima e o ambiente favorável à vida humana. As florestas estão ameaçadas. Hoje só restam preservadas 22% das florestas; menos da metade do que o postulado como necessário. A Amazônia representa 1/3 de todas as florestas
que ainda existem. Daí a importância da Amazônia. É urgente respeitá -la, preservá-la e cuidá-la.
Conclusão: a utopia vencerá
A compreensão da Terra como Casa Comum deveria oferecer a base para políticas globais de controle do aquecimento global, das mudanças climáticas, da preservação das florestas, do cuidado da casa comum e o limite para a economia de mercado. Tenho suspeitas de que nem os economistas globais, nem os políticos nacionais serão capazes de fazer isso. Mas tenho certeza que os povos da floresta, os povos originários, com a proposta do “bem-viver” e as comunidades dos discípulos de Jesus, com a proposta do Reino de Deus, junto com outros aliados que sabem que a Amazônia é criação de Deus, serão capazes. Isso pode parecer um sonho, mas são os sonhos que alimentam as utopias. Nós sonhamos com a utopia do Reino anunciado por Jesus. Como diz uma canção de nossas Comunidades: “Sonho que se sonha só, pode ser pura ilusão. Sonho que se sonha juntos, é sinal de solução. Então, vamos sonhar, companheiros, sonhar ligeiro, sonhar em mutirão”. Paz e Bem! Obrigado!
Dom Evaristo Pascoal Spengler Bispo da Prelazia do Marajó Roma, 25 a 27 de fevereiro de 2019
Referências Bibliográficas • Francisco, Papa. Carta Encíclica Laudato Si, sobre o cuidado da casa comum. São Paulo, Paulus, 2015. • Boff, Leonardo. A Grande Transformação, na economia, na política e na ecologia. Petrópolis, Vozes, 2013. • Boff, Leonardo. Ecologia: Grito da Terra, Grito dos Pobres. Rio de Janeiro, Sextante, 2004. • Pillon, José Joaquim. Amazônia, último paraíso terrestre. Rondônia, 2002. • Pantoja, Carlos Augusto. Carta sobre Créditos de Carbono. Belém, 6 de
novembro de 2018, inédito. • Lovelock, James. A vingança de Gaia. Rio de Janeiro, Intrínseca, 2006. • Nobre, Carlos; A Amazônia se aproxima do ponto de ruptura, entrevista, 2019; (https://www.nationalgeographicbrasil.com/entrevista/2019/01/entrevista-carlos-nobre-clima-amazonia-bolsonaro-governo) • Moreira, Alberto da Silva; O tráfico humano e seu enfrentamento, um desafio radical às igrejas e ao cristianismo; in: Refúgio, Migrações e Cidadania, Caderno de Dabates 11, IMDH, UNHCR ACNUR, 2016
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fae
Trote solidário auxilia crianças carentes
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Calouros e veteranos arrecadaram doces e jogos pedagógicos que serão doados para instituições beneficentes
odos os anos, a FAE Centro Universitário promove o Trote Solidário, uma versão com apelo social do tradicional trote universitário. Neste primeiro semestre, calouros e veteranos da Instituição promoveram uma gincana para arrecadar donativos para crianças carentes atendidas por entidades beneficentes. Ao todo, foram quase 300 kg de doces e 279 jogos pedagógicos. A gincana solidária premiou as equipes de calouros
que mais arrecadaram donativos e também contou com uma grande confraternização, que marcou o encerramento do trote durante o evento IntegraCalouro. O Trote Solidário conta com a participação voluntária dos alunos e com a organização da Pastoral Universitária, incluindo os frades estudantes da FAE. As ações ocorrem dentro dos objetivos do Projeto FAE Social, que unifica os esforços da FAE na área social, envolvendo alunos, professores, funcionários e a comunidade externa.
Mulheres na arquitetura e nas cidades Curso de Arquitetura e Urbanismo da FAE lança projeto intercursos que busca discutir o papel das mulheres na profissão e no contexto urbano
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arion Mahony Griffin é considerada a primeira arquiteta, formada pelo MIT, em 1894. De Marion até os dias de hoje, a presença das mulheres na ar-
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quitetura cresceu. Segundo o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU-BR), o país possui 144.089 arquitetos e urbanistas ativos e registrados, dos quais 62% são mulheres. No entanto, o Pritzker,
considerado o Oscar da Arquitetura, tem em sua história apenas duas mulheres premiadas desde a sua criação, em 1979. Como entender e mudar esse cenário? Qual seria o papel das mu-
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direito à cidade”, explica a coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da FAE, Adriane Cordoni Savi. A atividade contou com uma roda de conversa entre a professora Adriane Savi, a arquiteta e urbanista e madrinha do projeto, Laís Leão, e a vereadora Maria Letícia Fagundes.
Uma cidade mais inclusiva
lheres na arquitetura? É com esse objetivo que o curso de Arquitetura e Urbanismo da FAE Centro Universitário lançou, na noite da quinta-feira (07), o projeto Mulheres na Arquitetura e na Cidade, que busca debater e trazer referências de mulheres que têm projetos sociais e ideias para valorizar a profissão e os profissionais. “A proposta é discutir o papel das
mulheres na arquitetura. Nos últimos anos, percebemos que desde que a mulher assumiu esse protagonismo na arquitetura, com uma maior quantidade de arquitetas no Brasil e no mundo, não verificamos esse mesmo número sendo representado em termos de prêmios, por exemplo. Vamos buscar fomentar entre nossos alunos esse debate, além de enfatizar também o papel social do arquiteto e o
O lançamento do evento foi programado para ocorrer na semana do Dia Internacional da Mulher como forma de homenagear nossas alunas, professoras e demais profissionais. E, para apadrinhar esse projeto, o curso convidou a arquiteta e urbanista Laís Leão, criadora do projeto Incities. Laís Leão foi a única brasileira selecionada pela Comissão Europeia para participar do Programa de Jovens Líderes do European Development Days e tratar de temas relacionados ao desenvolvimento mundial a partir da igualdade de gênero. Seu projeto Incities, que foi lançado durante o evento, é uma rede que busca cidades inclusivas e atua em várias frentes para tornar a cidade mais segura para todos. “Estou muito honrada e feliz de ter sido convidada para ser madrinha do projeto. Acredito que vai ser um momento muito importante para os alunos e para as alunas, principalmente, por se verem representadas em outros profissionais e perceberem que podemos ocupar todos os espaços possíveis com competência, inteligência e força de vontade”, comentou. Durante todo o ano, o projeto vai proporcionar palestras, eventos e atividades para a comunidade acadêmica e vai contar com os cursos de Direito, Psicologia e Engenharia Civil em atividades integradoras.
Juliano Franco Zemuner ABRIL de 2019 – comunicações
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ENCONTRO DA FRENTE DA EDUCAÇÃO
“A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.” (Sêneca)
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m 01 de março de 2019, ocorreu no novo prédio da FAE Centro Universitário (Curitiba – PR) o Encontro da Frente da Educação. Contou com a presença dos seguintes Frades: Frei César Külkamp, Ministro Provincial, Frei Gustavo W. Medella, Vigário-Provincial e secretário para a Evangelização, Frei João Mannes, Definidor, Frei Nilo Agostini, Frei Gilberto G. Garcia, Frei Thiago A. Hayakawa, Frei Mário Jose Knapik, Frei José Henrique Rosa, Frei Ivo Müller, Frei Antônio Joaquim Pinto, Frei Vagner Sassi, Frei Robson Luiz Scudela, Frei Marcos Antônio de Andrade e Frei Claudino Gilz. Com início às 9 horas, o Encontro da Frente da Educação teve, a princípio, três objetivos: 1.º) refletir sobre o
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que nós queremos, enquanto Frades, com a educação; 2.º) planejar as atividades do triênio da Frente da Educação; e 3.º) pensar nossa ajuda missionária-educacional à Missão na África. Na sequência, realizou-se um momento de oração, seguido da leitura da “Carta do Ministro Geral por ocasião do 800º aniversário do encontro de São Francisco e o Sultão Al-Malik Al-Kamil”. Após um momento de reflexão e partilha dos aspectos mais relevantes da referida Carta, Frei César fez menção de que já há uma caminhada a ser considerada enquanto Frente da Educação. Apontou que um dos principais desafios consiste em dispor de uma equipe de Frades a trabalhar como evangelizadores na educação. Enfatizou a importância de cada frade mostrar-se mais disponível
e aberto a pensar tanto o que se quer com a educação como o modo que se almeja estar a serviço da educação. Realçou a necessidade de se dar espaço para os educadores leigos participarem até mesmo da elaboração de uma pauta do Encontro da Frente da Educação. Pediu para que os frades que compõem a Frente da Educação colaborem com outros campos e Frentes de Evangelização da Província. Estejam abertos a interagir e a trabalhar com os leigos, bem como fortaleçam o sentimento de pertença à Província como pré-requisitos ao cultivo da identidade franciscana em qualquer atividade educacional. Frei Gustavo principiou a sua fala com duas perguntas: Qual é o nosso lugar na educação? E passou a lembrar a todos alguns aspectos
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importantes sobre o que ontem e hoje nos une: Sinalizou que o testemunho, a profecia, a questão relacional, a liderança, a transparência, a colaboração, o sentimento de pertença e o diálogo são dimensões transversais do carisma que nos une como frades evangelizadores na educação. Quatro são, segundo ele, os desafios à Frente da Educação para o triênio 2019-2021: 1.º) atuação da Frente da Educação para além dos limites da instituição; 2.º) estreitar a inter-relação com as demais frentes; 3.º) evangelização partilhada com os leigos e leigas; 4.º) trabalhar as outras dimensões transversais do carisma: espírito de oração e devoção; penitência, pobreza e espírito missionário; JPIC; Comunhão com a Igreja; comunhão com a Ordem e a CFFB; diálogo ecumênico, inter -religioso e intercultural. Enquanto exercícios diante de tais desafios, sugeriu a todos as seguintes disposições: perceber os passos que foram dados antes de nós; mapear o que temos vivido e feito; projetar corajosamente o que podemos viver e fazer de novo a curto, médio e longo prazo. Finalizou citando o texto de 1 Cel. 103: “Precisando moderar seu rigor antigo por causa da doença, dizia: - vamos começar a servir a Deus, meus irmãos, porque até agora
fizemos pouco ou nada. Não pensava que já tivesse conseguido dominar-se, mas, firme e incansável na busca da renovação espiritual, estava sempre pensando em começar. Queria voltar a servir os leprosos e ser desprezado como nos outros tempos. Queria fugir ao convívio das pessoas e ir para os lugares mais afastados, para se livrar de todos os cuidados e preocupações com as outras coisas, e ficar separado de Deus apenas pela parede provisória do corpo”. Frei João destacou na sua fala o número expressivo de frades a participar do primeiro Encontro da Frente da Educação do triênio 2019-2021. Lembrou a todos da relevância de sermos animadores do carisma franciscano nas atividades evangelizadoras e educacionais que desenvolvemos, buscando fazer mais e melhor as tarefas que nos foram confiadas. Com base nos Documentos Ide e Ensinai – Diretrizes para a Educação Franciscana e no Educar ao Humanismo Solidário – para construir uma “civilização do amor” 50 anos após a Populorum Progressio da Congregação para a Educação Católica, os frades presentes no Encontro se reuniram em três pequenos grupos com a finalidade de sugerir propostas para o triênio 2019-2021 à Frente da Educação. Foi motivo de alegria para todos as nove sugestões compartilhadas pelos confrades em plenário, a saber: 1. Buscar maior interação e partilha
das ações entre os Frades que compõem a Frente da Educação. 2. Dispor-se a trabalhar de forma conjunta e até mesmo virtualmente, dispondo de recursos tecnológicos necessários para isso. 3. Estreitar o diálogo com os educadores leigos. 4. Promover – via recursos tecnológicos disponíveis – formação contínua dos frades e leigos da Frente da Educação. 5. Viabilizar a educação a ponto de ela estar também permeando outras Frentes de Evangelização da Província, promovendo maior interação e colaboração entre as mesmas. 6. Ampliar a consciência da importância de um trabalho colegiado, um trabalho em rede (visão orgânica, serviços e materiais compartilhados, entre outros), aprimorando os processos já em curso entre as instituições de ensino, de cultura e de comunicação da Província. 7. Encontrar meios de integrar o ideário franciscano às políticas públicas brasileiras de educação em âmbito municipal, estadual e federal (MEC). 8. Informar – via e-mail – notícias de congressos educacionais promovidos pela Igreja, pela Ordem e pela Associação Nacional de Educação Católica (ANEC). 9. Compor uma Comissão de Membros Representativos de Frades e Leigos de diferentes instituições de
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ensino da Província com a finalidade de articular com maior pertinência as sugestões apresentadas, assim como contemplar os grandes temas propostos pela Ordem (diálogo inter-religioso, por exemplo) e pela Igreja (educar ao humanismo solidário, por exemplo) nas políticas institucionais. À sugestão n. 9, achou-se por bem que cada Mantenedora disponha até o final de março para indicar nomes de frades e leigos a compor a Comissão de Membros Representativos de Frades e Leigos de diferentes instituições de ensino da Província, juntamente com Frei Claudino (coordenador da Frente da Educação) e Frei Gustavo (Secretário de Evangelização). A última etapa do Encontro da Frente da Educação teve como objetivo pensar nossa ajuda missionária -educacional à Missão na África. Frei César expôs a necessidade imediata de uma colaboração em prol da viabilidade de uma autonomia financeira da Missão da Província na África. Chegou a sugerir que se produzisse – com o apoio e a assessoria das Mantenedoras de nossas instituições de ensino – materiais oportunos à
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sensibilização dos alunos e de suas famílias sobre a importância de serem benfeitores de uma forma ou de outra da Missão na África. Antes da oração final e bênção de envio na Capela do novo prédio da FAE Centro Universitário, os Frades participantes salientaram a importância de se agendar uma data no segundo semestre para um encontro ampliado da Frente da Educação, ficando definido os dias 19 e 20 de setembro no convento do Sagrado Coração de Jesus (Petrópolis – RJ) para tal finalidade. Aproveito a ocasião para agradecer mais uma vez a Frei César, a Frei Gustavo e a todos os demais Confrades pela presença e participação neste primeiro Encontro da Frente da Educação. Encontro que serviu para, principalmente com base no já mencionado documento Educar ao Humanismo Solidário, sensibilizar a todos da urgência de se ter um “olhar mais amplo” dos atuais desafios que incidem sobre os que trabalham como evangelizadores no contexto da educação. Olhar esse capaz de nos mobilizar “a abraçar parcelas cada vez maiores da humanidade, onde é preciso trabalhar pela paz, justiça e
solidariedade”, visto que o ser humano tem experimentado ultimamente “que o que acontece numa parte do mundo pode ter consequências noutras, e que ninguém pode, a priori, sentir-se seguro num mundo onde há sofrimento e miséria”. Eis porque “é necessário humanizar a educação, ou seja, [...] colocar a pessoa no centro da educação, num quadro de relações que compõem uma comunidade viva, interdependente, vinculada a um destino comum. É desta maneira que é caracterizado o humanismo solidário; perceber que é preciso renovar o pacto educativo entre as gerações. [...] Uma educação humanizada que, portanto, não se limita a fornecer um serviço de formação, mas cuida dos seus resultados no quadro geral das capacidades pessoais, morais e sociais dos participantes no processo educativo; não pede simplesmente ao professor para ensinar e ao aluno para aprender, mas exorta cada um a viver, estudar e agir de acordo com as premissas do humanismo solidário”. Fraternalmente,
Frei Claudino Gilz Coordenador da Frente da Educação
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editora vozes
Cortella: “Passei a ter amor pela Filosofia”
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o lançamento do livro “Filosofia: e nós com isso?”, o 13º pela Editora Vozes e o 40º de sua carreira, o escritor e filósofo Mario Sergio Cortella disse que a Filosofia não é a paixão de sua vida. Diante de um público que lotou o Teatro FAAP na noite desta segunda-feira (11/3), ele explicou melhor: “Pouco a pouco fui serenando a paixão pela Filosofia e passei a ter amor por ela. E o amor leva ao cuidado. A paixão leva ao descuidado. Se tivesse paixão pela Filosofia eu iria dela me descuidar. Então, nesse sentido, o amor cuida. E eu sempre lembro: quem ama não desiste. E eu amo a Filosofia”. O novo livro de Cortella foi apresentado pelo diretor presidente da Editora Vozes, Frei Gilberto Garcia, que manifestou a sua alegria por este momento. “Nós temos a felicidade, com o selo Nobilis da Vozes, de ter um autor que pode trazer ao mundo a Filosofia de uma forma bastante simplificada, o que não significa dizer banalizada. A base desta obra está em dizer que a Filosofia está presente em todo ordenamento da sociedade. Essa obra é acessível a todos os públicos, de todas as idades, de uma forma prazerosa e muito útil”, comemorou Frei Gilberto. O evento, em forma de talk show, foi transmitido pela Rádio CBN e teve como mediadora a jornalista Fabiola Cidral, que durante uma hora con-
versou com Cortella sobre os principais temas do seu novo livro. No final, o autor garantiu autógrafos para todos os participantes. Segundo Cortella, a Filosofia, quando sistemática e não dogmática, nos oferece algumas ferramentas mentais para procurar mais precisão no foco de uma existência que, mesmo que finita, não precisa ser vulgar e parasitária; ela implica aprofundar as “razões” e os “senões” daquilo que, ao mesmo tempo, se deseja e se percebe viável. Para o autor, a Filosofia explica e confunde. “A Filosofia deve funcionar como um alerta. Nessa hora, a Filosofia não é aquela que indica todos os caminhos. Há uma frase antiga na nossa área que diz que a Filosofia é como o farol no mar. Ele não diz para onde você vai, mas indica que tem perigos. Não dá a rota. Ele diz apenas que você precisa se acautelar. E, neste sentido, a Filosofia precisa, sim, criar obstáculos e vez ou outra confundir. Ou seja, não deixar que tudo pareça tão fácil. Ou de outro modo, que tudo pareça tão óbvio”, disse Cortella. Cortella disse que ama a Filosofia.
“Mas já tive paixão pela Filosofia. E é muito perigoso isso, porque a paixão é a suspensão temporária do juízo. Quando você está apaixonado (a) por algo ou por alguém, você perde o juízo. Quando você está apaixonado por uma ideia, por um projeto, por um objeto, por uma pessoa - claro que a paixão é deliciosa - essa paixão tem que ser transformada em amor. A paixão faz com que você perca a sua referência. A paixão suspende o tempo, ela suspende a sua noção de localização. A paixão consome. Por isso, quando uma pessoa diz: eu sou apaixonado por futebol, digo: ‘Tome cuidado!’ Ou diz: ‘Sou apaixonado por essa ideia’. Cautela!”, ensinou o paranaense.
Moacir Beggo
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24ª Caminhada ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida de Pedra Bela
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o dia 9 de março, às 21h30, saímos do Bairro Matadouro, em frente à Padaria Alterosa, rumo ao Santuário da Pedra, em Pedra Bela. Começamos a Caminhada com as bênçãos do sacerdote José Roberto e depois seguimos com a Oração do Terço. Cerca de 750 pessoas, entre idosos, jovens, adolescentes e crianças, caminharam durante a noite pela estrada de terra, completando os 32km com disposição, alegria e muita fé. Com um carro de som, fomos
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rezando o terço e animando os caminhantes com diversas músicas religiosas. Ao chegarmos na pedra foi oferecido um café para todos os participantes e, às 7 horas, iniciou-se a Missa celebrada pelo Padre Sebastião Aparício de Rezende, pároco de Pedra Bela. A USF, mais uma vez, se fez presente com a participação de alunos, professores, funcionários e também com o carro de som. A Pastoral Universitária agradece a participação de todos e parabeniza os fundadores e organizadores desta
Caminhada, Jayme Grasson Sanches e o José Aparecido Teixeira, que emocionados misturaram lágrimas entre aplausos, homenagens e procissão. É maravilhoso chegar na casa da Mãe Aparecida, subir os 360 degraus e chegar lá no alto da pedra, onde está a igreja, para fazer uma e poder admirar o encontro do céu e da terra. No próximo ano, a Caminhada será no dia 14 de março, comemorando o primeiro Jubileu da Caminhada! Não deixe de participar! Vale a pena!
Dalva Aparecida Leme
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Roberto Ivan Rossatti recebe a comenda das mãos do presidente da Rede Celinauta de Comunicação, Frei Neuri Reinsch
Juliano Mitrut recebe a comenda das mãos do presidente da Associação Empresarial, Ezaul Zillmer
Prêmio Destaque Empresarial “Profissionais”
Jornalistas da Rede Celinauta são os mais lembrados pelo público em Pato Branco
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evento, organizado pela Associação Empresarial de Pato Branco, neste ano foi dirigido aos profissionais. Foram 64 categorias contempladas pelo “Prêmio Destaque Empresarial”. Os profissionais foram escolhidos através do voto direto da população pelo site da entidade. A votação foi realizada entre o período de 1º de outubro e 15 de dezembro, totalizando mais de três mil participantes, que escolheram os 197 profissionais das categorias indicadas. Eram três profissionais por categoria, sendo o mais lembrado contemplado pela comenda “Destaque Empresarial 2018”. O coordenador do prêmio, vice-presidente da Associação Empresarial, Roberto Elias da Silva, disse que os profissionais são indicados a partir da pesquisa no site da entidade divididos em duas maneiras diferentes. “Os empresários com a pesquisa direcionada respondem ao questionário que tem um peso 9, e a comunidade,
por sua vez, pode votar, mas com um peso 1, de forma a dar ao método uma segurança ainda maior”. Segundo o presidente da Associação Empresarial, Ezaul Zillmer, o prêmio é uma forma justa de valorizar quem trabalha, pelo mérito, sem a necessidade de “pagar” por um título de reconhecimento. Na área de Comunicação Social, a Rede Celinauta de Comunicação foi quem teve o maior número de profissionais citados pelo público. Foram eles os cinegrafistas, Paulo Tessaro e Evadi Peroni, sendo o cinegrafista Paulo Tessaro o mais lembrado pelo público. Também foram citados pelo público os jornalistas Ari Ignácio de Lima e Juliano Mitrut, como apresentadores de Televisão, sendo Juliano Mitrut o mais lembrado pelo público. Também como jornalista foram novamente indicados três profissionais da casa, Roberto Ivan Rossatti, Ari Ignácio de Lima e Juliano Mitrut, sendo o mais lembrado pelo público Roberto Ivan Rossatti. Na categoria locutor de
Paulo Tessaro recebe a comenda como cinegrafista mais lembrado pelo público
Rádio também foram indicados entre os três mais lembrados, dois profissionais da casa, pela Rádio Celinauta, Celio Ruaro, e pela Movimento FM Baldoino Rec. Na categoria de repórter de Rádio, foram indicados entre os três dois profissionais da Rádio Celinauta, Edson Honaiser e Tiago Tessaro, sendo Tiago o mais lembrado pelo público. Para o Diretor Presidente da Rede Celinauta de Comunicação, Frei Neuri Reinsch, ter os profissionais da casa entre os mais lembrados pelo público, é “um indicativo de que estamos no caminho certo, com profissionais comprometidos com a ética na informação, refletindo a credibilidade história da TV Sudoeste, Rádio Celinauta e Movimento FM”. Temos orgulho por nossos profissionais, porque ter o reconhecimento do público na área de comunicação é muito importante e fundamental para o grupo, na visão de Frei Neuri.
Roberto Ivan Rossatti
Tiago Tessaro recebe a comenda das mãos do Diretor do Grupo Diário, Andre Guarienti de Almeida
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O Cuidado do Meio Ambiente e o Diálogo Ecumênico e inter-religioso
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elebrando os 800 anos do Encontro de São Francisco de Assis como Sultão Al -Malik Al-Kamil, o Curso de Justiça, Paz e integridade da Criação
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(JPIC), promovido pela Cúria Geral da Ordem dos Frades Menores, procurou aprofundar a questão do ecumenismo e do diálogo inter-reglioso como forma de unir forças no enfrentamento
das ameaças sofridas pela nossa Casa Comum. Realizado de 18 a 27 de fevereiro, na Pontifícia Universidade Antoniana, de Roma, o Curso contou com a presença de frades de diversos países: Japão, Taiwan, Paquistão, Índia, Vietnã, Marrocos, Espanha, Itália, Áustria, Israel, Eslováquia, Estados Unidos, México, El Salvador, Honduras, Brasil, Equador, Chile e Peru. De nossa Conferência Brasileira, estávamos somente eu, Frei Diego Melo, da Província da Imaculada, e Frei Irwin Couto, animador do JPIC da Província de Santa Cruz. Além dos frades, participaram alguns leigos (as) italianos. A primeira semana do curso foi dedicada ao aprofundamento teórico e bíblico da experiência criativa
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presente nos textos dos Gênesis, bem como dos textos franciscanos acerca do cuidado com a criação. Dentre os inúmeros conferencistas, vale destacar a importante reflexão feita por Frei Silvestro Bejan, OFMConv, Delegado Geral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso e que vive há anos no Sacro Convento de Assis. Partindo da sua experiência de longos anos em Assis, o frade conventual destacou alguns aspectos que tornam essa pequena cidade da Úmbria um verdadeiro símbolo universal de paz, diálogo, respeito e oração. Para ele, a maneira como São Francisco e Santa Clara viveram são ainda hoje o grande atrativo dessa cidade. “Embora cada pessoa tenha uma experiência espiritual diferente, cada um tenha um modo próprio de relacionar-se com Deus, em Francisco acontece algo de totalmente inusitado. A sua experiência de fé se tornou comunicável, compreensível por qualquer pessoa. Francisco, como místico, identifica-se com toda pessoa que tem essa sede de mística. E aqui está o segredo de Assis atrair tantas pessoas das mais diversas religiões. Através dessa linguagem universal e comum, Francisco consegue comu-
nicar-se com todos, pois quem atinge uma grande experiência com o divino consegue entender a experiência mística de qualquer pessoa e de qualquer religião”, destacou o assessor. Também foi dado destaque à visita do Papa Francisco ao Oriente, realizada há poucas semanas. Como forma de se construir um verdadeiro caminho de diálogo inter-religioso e ecumênico, foram pontuadas as três etapas apontadas pelo Papa Francisco em Abu-Dabi: 1) Estar seguro da própria identidade: para quem está empenhado no diálogo, não se deve esconder a própria identidade ou diminuir-se. 2) Coragem de alteridade, que se traduz na capacidade de entender que o outro é diferente e que deixa de lado qualquer sentimento de superioridade. 3) Sinceridade de intenção, que não é simplesmente uma estratégia para se alcançar os próprios ideais, mas o desafio de se transformar a competição em colaboração. Não obstante toda a reflexão acerca do ecumênico e diálogo-interreligioso, o Curso também proporcionou uma série de reflexões de São Boaventura sobre diferentes compreensões do homem como dominador, con-
sumidor ou administrador da criação. Temas como desenvolvimento, crescimento, economia, sociologia, sustentabilidade e ecologia integral também foram abordados a partir da ótica franciscana. Com intuito de facilitar a criação de laços e a aproximação com os parceiros do JPIC, também estiveram presentes os diretores e representantes da MissionsZentrale, da Franciscans International, da Fundraising e da Secretaria Geral para a Formação e os Estudos. Além disso, outro momento marcante foi a presença do Ministro Geral, Frei Michael Perry. De modo simples e interativo, Frei Michael destacou que o JPIC faz parte do ‘DNA’ da nossa identidade franciscana, lembrando que para Francisco existe uma intersecção entre o ‘espiritual’ e o ‘social’: “Crucifixo e lepra se tornam dois elementos fortes na conversão de Francisco. O seu encontro com Cristo crucificado – plena expressão da ‘caritas’ – é compreendido melhor quando Francisco faz o encontro com os feridos e putrefatos pela lepra. Francisco encontra o pleno significado da ‘caritas’ que pode ser realmente compreendido somente com quem se encontra em uma experiência inter-
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pessoal profundamente humana, de solidariedade, amor e justiça”, destacou o Ministro Geral. Após sua explanação, ele mesmo escolheu alguns confrades de diferentes países para partilhar um pouco dos próprios desafios e avanços no serviço do JPIC de suas Províncias. Por fim, retorno desse curso com a missão de transformar tudo o que
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foi vivenciado e aprendido em atitudes concretas em nossa realidade. Que possamos, como Fraternidade Provincial, composta pelos confrades, irmãs, leigos e leigas, jovens, formandos e vocacionados, assumir juntos uma sincera e profética conversão ecológica. Deixo aqui minha gratidão pela fraterna acolhida de toda a Fraterni-
dade do Antoniano, especialmente aos confrades brasileiros de nossa Província, Frei Gilberto Silva, Doutorando em Espiritualidade Franciscana, Frei Estêvão Ottenbreit, guardião, e Frei Plínio Gande, que está a serviço da Fraternidade.
Frei Diego Atalino de Melo Animador do JPIC
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Retiro quaresmal reúne Família Franciscana de Angola
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o 1º domingo da Quaresma (10/3), a Família Franciscana de Angola reuniu-se no Mosteiro Sagrado Coração de Jesus das Irmãs Clarissas para realizar o seu retiro quaresmal, que começou com a Missa dominical e teve como pregador Frei Afonso Teca, atual presidente da Família Franciscana de Angola e Ministro Provincial dos Frades Capuchinhos. O Retiro contou com a presença dos membros das três Ordens Franciscanas em Angola (1ª Ordem, Clarissas e Ordem Franciscana Secular), sendo que este retiro foi o primeiro a ter a participação das Irmãs Clarissas. O pregador centrou sua reflexão no tema da conversão, próprio para o tempo da Quaresma. E destacou que as práticas a cumprir são três: a oração, a luta contra o mal e o jejum. Sobre a oração, Frei Teca fez saber que “não se pode reduzi-la a uma monótona repetição de fórmulas, pedindo graças, milagres e favores”. Para o Ministro dos Capuchinhos, a oração é um ato incessante de conversão e crença em Deus. Ao mesmo tempo, chamou a atenção sobre as vaidades, o trabalho, o sucesso pastoral para que não nos escravizem, controlando as nossas ações, fazendo-nos esquecer do Senhor. Em alusão ao Evangelho do dia,
que falava das tentações de Jesus no deserto, o presidente da Família Franciscana lembrou que as paixões desregradas, o orgulho, o egoísmo, a avidez pelos bens temporais nos afastam de Deus. E frisou que “contra estes espíritos maus somos chamados a lutar durante toda a nossa vida”. Frei Teca explicou a finalidade do jejum, dizendo que não se trata de é um ato isolado, um ato mágico, mas pressupõe privações em favor de um objetivo. Segundo Frei Teca, o verdadeiro jejum leva sempre a gestos de amor. Os participantes, depois de dois momentos de reflexão, realizaram o
seu deserto no Kimbo São Francisco e no Pátio da Fraternidade São Francisco. Ao meio-dia, puderam soborear um delicioso almoço, partilhado no bosque da Fraternidade São Francisco, ocasião para se conhecerem melhor. O retiro terminou com a Oração das Vésperas e Adoração ao Santíssimo Sacramento. Frei José Antônio dos Santos, na condição de membro do Conselho da Família Franciscana como tesoureiro, agradeceu pela adesão, participação e representação de todos.
Frei Crisóstomo Pinto Ñgala
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Egito: O oitavo centenário do encontro de Francisco e o Sultão
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s celebrações dedicadas ao oitavo centenário do encontro entre São Francisco e o Sultão Al-Malik Al-Kamil, organizadas nas cidades de Damieta e no Cairo pelos franciscanos da Província da Sagrada Família, chegaram à conclusão no último dia 3 de março. O cenário egípcio evoca diretamente o encontro que aconteceu há 800 anos entre o santo e o sultão, encontro este que fala até os dias de hoje a todos aqueles que fazem do diálogo e da coexistência a sua vida diária. A cidade de Damieta acolheu a cerimônia de abertura, da qual participaram numerosas personalidades, incluindo o Governador de Damieta, Manal Awad Mikha, o Núncio Apostólico do Egito, Dom Bruno Musarò, o Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Michael Perry, o Custódio da Terra Santa, Frei Francesco Patton, o Ministro Provincial da Província da Sagrada Família, Frei Kamel Labib, embaixadores, autoridades locais, homens e mulheres religiosas de todo o Egi-
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to juntamente com delegações franciscanas de todo o mundo e leigos de todas as idades e línguas. A comemoração do encontro acontecido em 1219 aconteceu na área de Ras El-Bar , na parte da cidade de Damieta em que o rio Nilo desemboca no Mar Mediterrâneo. As autoridades presentes se revezaram em discursos acompanhados por performances de crianças cristãs e muçulmanas da cidade que sob a supervisão de religiosas francesas, encenaram o encontro entre o Santo e o Sultão. Nesta ocasião, Frei Kamel Labib, o Ministro Provincial no Egito, lembrou aos presentes o quão importante é colocar em prática as palavras ditas neste dia especial: começar de novo a cada dia a partir deste encon-
tro extraordinário, que por vezes é esquecido. A população de Damieta que esteve presente no evento em grande número se demonstrou imensamente agradecida. O enviado especial do Papa Francisco para a celebração, o Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, pediu pela paz em seu discurso, começando pelo cumprimento que os árabes costumam usar: “Assalamu Aleikum”, que significa, “A paz esteja sobre vós”; aquela paz que vem de Deus e que somente Ele é capaz de conceder ao coração do homem. “Hoje queremos acolher, disse o Cardeal, a paz que acreditamos firmemente, o Senhor deseja conceder aos corações de todos aqui reunidos e a toda a humanidade” repletos da mesma fé que fez São Francisco cruzar o mar para chegar a Damieta, “onde lados opostos se enfrentavam em guerra”. O evento terminou com a troca de alguns presentes e uma breve oração à luz de velas, preparada para a ocasião. “Este encontro significa tudo”, comentou Frei Michael Perry, pois
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representa o encontro de Deus, da dignidade humana e de toda a criação. É a ocasião de reviver a originalidade do Laudato Sí’ e do Cântico das Criaturas e redescobrir que Deus está presente em cada pessoa: não é uma questão religiosa, trata-se da identidade e do futuro da humanidade. “Assim nós descobrimos a única e real identidade para qual fomos chamados: a de sermos filhos de Deus”. No sábado, 2 de março, a Universidade de Al-Azhar, abriu suas portas para mais de 400 convidados, homens e mulheres, cristãos e muçulmanos, religiosos católicos e de outras denominações, para uma aula com a presença do Imam, Ahmad Al-Tayeb, o grande Sheikh de Al-Azhar, entre outras autoridades de dentro e de fora da Universidade. Os palestrantes desen-
volveram temas referentes à tradição islâmica e à declaração assinada em Abu Dhabi. Foi uma grande alegria reviver o encontro de 800 anos atrás em Damieta com o abraço entre o Grande Imam e o Papa Francisco no Cairo, o qual foi repetido em Roma e selado em Abu Dhabi. “À luz destes encontros”, comentou o Custódio Frei Francesco Patton, “penso que para o futuro seja fundamental criarmos ocasiões para o estudo da declaração conjunta de Abu Dhabi em seus pontos essenciais, em particular a fé em Deus criador e as dimensões da liberdade religiosa e proteção das minorias para que se possa desenvolver ações conjuntas para o bem de todos os povos”. A cerimônia de encerramento foi realizada na Catedral de São José, a sede provincial dos Frades Menores
no coração da capital do Egito. A Santa Missa Pontifical foi celebrada pelo Cardeal Leonardo Sandri, que concedeu aos presentes a benção apostólica em nome do Papa Francisco. “O encontro foi um sinal histórico-profético do mundo novo que esperamos entre todas as religiões”, concluiu o Cardeal Sandri, “feito de paz, diálogo, entendimento e fim da violência em especial da violência em nome de Deus; um mundo no qual não haja lugar para o terrorismo e o uso da força. E isso pedimos a Deus pela intercessão do Pobrezinho de Assis que aqui veio sem nada, somente com o seu corpo, unido ao corpo de Cristo.”
Giovanni Malaspina Fonte: www.custodia.org Tradução Fr. Jean Ajluni, ofm.
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Carta do Papa pelos 800 anos do encontro entre São Francisco e o Sultão
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a quinta-feira (28/02) foi publicada uma Carta (em latim) do Papa Francisco ao cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, seu enviado especial às celebrações dos 800 anos do encontro entre São Francisco de Assis e o Sultão Al-Malik Al-Kamel, que serão realizadas no Egito de 1º a 3 de março.
com espírito jubiloso e fervoroso, a notícia” do amor indizível de “Deus Todo Poderoso e Misericordioso”, que “quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,3-4). Por isso convidava o seus frades que se sentiam chamados por Deus a ir ao encontro dos sarracenos e dos não cristãos, apesar dos perigos.
Francisco, homem de paz
O próprio Francisco – recorda o Papa – junto com seu coirmão, Frei Iluminado, partiu para o Egito em 1219. Em Damieta, ao norte do Cairo, encontrou o Sultão. Diante das perguntas do chefe sarraceno, “o servo de Deus Francisco, respondeu com o coração intrépido que não tinha sido enviado pelos homens, mas por Deus Altíssimo, para mostrar a ele e ao seu povo o caminho da salvação e anunciar o Evangelho da verdade”. E o Sultão, ao ver o admi-
O Papa recorda o Pobrezinho de Assis como um “homem de paz” que encorajava os seus frades a saudar as pessoas como Jesus pedia: “O Senhor te conceda a paz”. São Francisco – escreve o Papa – “tinha entendido com o coração que todas as coisas tinham sido criadas por um só Criador, o único que é bom, e que “Ele é um Pai comum para todos os homens”. Portanto “desejava levar a todos os homens,
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São Francisco e o Sultão
rável fervor de espírito e a virtude do homem de Deus, o escutou de boa vontade” (São Boaventura, Legenda Maior, 7-8).
“Uma nação não levantará a espada contra outra”
O Papa encoraja o cardeal Sandri a levar a sua “saudação fraterna” a todos, cristãos e muçulmanos. Almeja que ninguém caia na tentação da violência, principalmente “sob algum pretexto religioso”, mas antes disso se realizem “projetos de diálogo, de reconciliação e de cooperação” que “levem os homens à comunhão fraterna” difundindo a paz e o bem segundo as palavras do profeta Isaías: “Uma nação não levantará a espada contra outra, e não se arrastarão mais para a guerra”. O Papa conclui a carta abençoando todos os participantes deste “memorável evento” e “todos os promotores do diálogo inter-religioso e da paz”.
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Jufra elege novo Secretariado Nacional
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Juventude Franciscana (Jufra) tem um novo Secretariado Nacional para o triênio 2019/2021. Foram eleitos Douglas Soares (Bom Conselho-PE), secretário fraterno nacional; Adrielly Alves (Santarém-PA), secretária nacional para a área Norte; Mayra Caroliny (Teresina-PI), secretário nacional para a área Nordeste A; Patrick Martins (Vitória da Conquista -BA), secretário nacional para a área
Nordeste B; Débora Patrícia (Anápolis-GO), secretária nacional para a Área Centro-Oeste; Mateus Garcia (Franca-SP), secretário nacional para a área Sudeste; e Gabriela Consolaro (Florianópolis-SC), secretária nacional de Formação. Também foram indicados nomes para a Animação Fraterna e Assistência Espiritual. A equipe nomeará os responsáveis pelas secretarias de DHJUPIC, Ação Evangelizadora, Finanças, Comunicação
Social/Registro/Arquivo e Infância, Micro e Mini Franciscanos. A eleição foi realizada no XVII Congresso Nacional Ordinário da Juventude Franciscana do Brasil, na primeira semana de março. Para este triênio, foram escolhidas as seguintes prioridades: Expansão e fortalecimento das fraternidades locais da Jufra e IMMF; serviço de Comunicação Social, Registro e Arquivo; e jubileu de Ouro da Jufra do Brasil.
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Paulo Machado: Um século dedicado ao carisma franciscano
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orreu na manhã do dia 18 de março, aos 101 anos, Paulo Machado da Costa e Silva, ex-Ministro Nacional da Ordem Franciscana Secular (OFS), em Petrópolis (RJ). O franciscano foi uma das figuras mais importantes e emblemáticas da OFS. Há alguns dias estava internado no Hospital da Unimed em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. As causas da morte não foram informadas. O advogado, professor e ex-vereador Paulo foi velado na Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, sede da OFS de Petrópolis. Frei Al-
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mir Ribeiro Guimarães, que durante muitos anos foi assistente nacional da OFS, presidiu a Missa de corpo presente, às 14 horas, seguida do sepultamento no Cemitério Municipal da cidade. A Câmara Municipal emitiu uma nota de pesar e decretou luto oficial de três dias na cidade. Em sua homilia, Frei Almir destacou que o irmão Paulo teve uma longa e bela existência. “Iria completar no próximo dia 17 de maio, 102 anos. Ele nunca poderia imaginar que chegaria ao centenário”, ressaltou, lembrando que sempre o via contente. Frei Almir destacou as virtudes
de um homem centenário: “Paulo, ser humano, esposo, companheiro, pai, professor, educador, estudioso, sereno, discreto, pessoa que falava com firmeza, pausadamente, sem alterar o tom da voz. Uma pessoa de bem, respeitada, sem ambições de poder, mesmo quando discordava mantinha a calma. Um século de existência, de labor, audácia, exatidão e justiça”. O frade ainda mencionou que o franciscano foi um cristão que lia, se atualizava, meditava, rezava o ofício e vivia a intimidade de um Deus próximo. Sempre preocupado em não parar. Fez menção aos tra-
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balhos que exerceu junto à sociedade e à política, lembrando que, em 2017, Paulo Machado foi condecorado com o grau máximo da Medalha Koeler, a Cruz de Honra, durante uma solenidade no Palácio Quitandinha. “Em sua trajetória marcante e irretocável como jurista e servidor público, soube honrar a cidade de Petrópolis, deixando um legado pela sua atuação técnica exemplar”, disse a nota da Câmara de Vereadores, publicada hoje. O celebrante também disse que o ex-ministro da OFS foi um renomado franciscano da década de 50. Lembrou de Frei Mateus Hoepers, ex-Ministro Provincial, grande amigo de Paulo. “Um incentivador das vocações franciscanas, um renovador da OFS no Brasil. Frei Mateus foi para ele um apresentador vivo de São Francisco de Assis, assim como foi para mim também”, enfatizou Frei Almir. “É uma chance nós termos convivido com uma pessoa assim”, acrescentou. Claudia Leite da Silva Costa é neta de Paulo e se sente muito orgulhosa dos familiares que tem, em especial seu avô Paulo. “Eu lembro que, durante a festa dos 100 anos, perguntaram qual era o motivo de tanta vitalidade. Lembro-me que respondeu que nunca havia abandonado os valores que tinha de Deus”, enfatizou. “Nós lembramos dele com muita felicidade”, completou. Maria Aparecida da Silva pertence a OFS há 28 anos. Ela recorda que, em 2012, quando foi eleita Ministra da Fraternidade de Petrópolis, contava muito com a orientação do
sr. Paulo. “Para mim, ele é um santo e esta no céu. Estou muito sentida com a morte dele. Se ele faltava nos encontros, logo percebíamos sua ausência. Ele era presente, sempre atuante e participante”, destacou. Regina Machado Costa e Silva é a irmã caçula de Paulo. Ele é o mais velho de dez irmãos. Para ela, ele foi um excelente irmão que sempre ofereceu muito apoio para toda a família. “Éramos dez irmãos muito unidos. Sentiremos muito a falta dele”, lamentou. Eva da Conceição trabalhou por muitos anos na Conferência da Família Franciscana do Brasil. Segundo ela, Paulo foi um ótimo conselheiro. “Para a minha vida, ele foi muito importante, foi e continuará sendo um santo. É um verdadeiro discípulo de São Francisco de Assis. Que ele esteja no céu”, desejou! “Apesar do pouco contato que tive com o Professor Paulo Machado, aprendi, no breve tempo de ca-
minhada Franciscana que possuo, a nutrir por ele imensa admiração. Primeiro, pelo belo legado que ele deixa à trajetória da Ordem Franciscana Secular, especialmente em sua atualização para o espírito do PósConcílio. Em segundo, pela reverência e proximidade que ele em toda sua vida cultivou para com os nossos confrades, especialmente em Petrópolis. Também aprendi a admirar sua lucidez e a simplicidade no trato com as pessoas, fazendo jus ao caminho do seguimento do Pobre de Assis que em vida procurou abraçar com entusiasmo e vibração. Nossa Província louva a Deus pela vida deste irmão que Ele nos concedeu e que hoje, mansa e amorosamente, retorna para o descanso eterno junto ao Pai”, disse o Vigário Provincial Frei Gustavo medella, em nome da Província da Imaculada Conceição do Brasil. Em nota, Silvia Diana, do Conselho Internacional da OFS, enviou um abraço a todos irmãos e recordou que Paulo Machado dedicou sua vida “nas pegadas franciscanas, lutando por nossos direitos, trabalhando em nossa Regra e Constituições Gerais, um homem cuja vida esteve sempre a serviço de nossa Ordem. Me encontro na reunião da Presidência do Conselho Internacional da Ordem Franciscana Secular (CIOFS) e rezamos pelo Dr. Paulo em fraternidade”, completou.
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Saudação ao irmão Paulo Machado “Louvado sejas, meu Senhor, por nossa Irmã a Morte corporal, da qual homem algum pode escapar. ...Felizes os que ela achar conforme à tua santíssima vontade, porque a morte segunda não lhes fará mal!” Foi dentro desta experiência que o nosso querido irmão, Paulo Machado da Costa e Silva, teve a iluminação e a certeza da plena libertação, partindo para a casa do Pai, no dia 18 de março de 2019. Alegra-te, irmão, e rejubila em meio a teus sofrimentos e tribulações, pois de hoje em diante vives em paz, no reino de Deus. Ninguém desconhece o desejo de São Francisco de ser cavalheiro. Inicialmente, dos nobres, dos senhores feudais, depois do Senhor: “Francisco, o que vale mais, servir ao Senhor ou ao vassalo? Então, porque estás correndo atrás do vassalo?” Então, Francisco resolve servir ao Senhor, e recomendava aos seus frades “considerar a vida como um serviço cavalheiresco ao Senhor, “sob o sinal da cruz”. O movimento da Cavalaria Medieval, que tanto encantava os jovens da época, não deixou Francisco indiferente a este fascínio, e como todo jovem, via no cavaleiro, nos ideais da cavalaria, um arquétipo do ideal humano, a descrição ideal de um modelo humano, caracterizado pela nobreza de alma, honradez, coragem e cortesia. Ideais estes, que não faltavam a Paulo Machado. Neste sentido podemos considerar a vida do nosso irmão Paulo Macha-
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do, nestes 102 anos existência entre nós, particularmente, na Ordem Franciscana Secular, um verdadeiro cavalheiro do Senhor, cumprindo perfeitamente o Código da Cavalaria que, a biógrafa franciscana Maria Sticco resume este código em cinco pontos, quais sejam. A Obediência ao Senhor. Obedecer é captar o desejo do Senhor. Fazer a Sua vontade. A Pobreza: é estar nu de corpo e de coração para revestir-se da única riqueza que é o Senhor. A Pureza de coração: ou seja, puro de coração. O interior do homem deve ser purificado de tudo o que é mau, sobretudo dos maus desejos e dos pecados. O artesanal: “E eu trabalhava com as minhas mãos e quero trabalhar. E quero firmemente que todos os outros irmãos se ocupem num trabalho honesto”. Neste sentido, a vida do Paulo foi exemplar, trabalhando e servindo a todos até os últimos dias. A jovialidade: alguém que consegue livrar-se da tirania dos sentidos, da escravidão do dinheiro, da dureza do poder, da ambição mundana... conquista a liberdade do espírito, e esta é a causa da mais pura alegria. Cumprindo e observando fielmente este código, Paulo foi um verdadeiro Cavaleiro do Senhor Jesus Cristo! Toda história do homem é uma história de uma inspiração, de superação, de edificação. O que não foi diferente para Fran-
cisco e Paulo Machado. Duas coisas são necessárias a um cavaleiro para este empreendimento: uma espada e uma harpa. A espada simboliza o uso drástico e agressivo do poder masculino. Com a espada o cavaleiro enfrenta o mundo, assume o controle da situação, posiciona-se firmemente, derrota o adversário. A espada corta os problemas. Todos nós precisamos do poder da espada. No caso, para Paulo Machado, a espada era a espada da Justiça, profissão que ele abraçou e cumpriu com galhardia sua missão nesta vida. A harpa é o lado lírico e sentimental do cavaleiro, que constrói os seus relacionamentos, demonstrando sentimento e amor. O que não faltou ao Paulo Machado para com a sua esposa, seus filhos e filhas, netos e bisnetos. E também à Ordem Franciscana Secular em todos os níveis em que serviu: local, regional, nacional e internacional. Este é o aspecto franciscano-cavalheiresco do Paulo Machado, que eu queria destacar: tinha a cortesia como virtude, a nobreza de atitudes, a benignidade, sabia acolher a grandeza do outro e o jeito materno do Amor. Parabéns, Paulo Machado pelo seu exemplo de vida! E que suas virtudes permaneçam vivas em seus queridos familiares, amigos e irmãos e irmãs da Ordem Franciscana Secular. Paz e Bem!
Rosalvo Mota, OFS
cffb
NOTA DE PESAR DA CFFB
“Feliz o homem que encontrou a sabedoria, o homem que encontrou a prudência!”Pr 3,13 Ainda sentíamos ressoar o Evangelho da Transfiguração de Jesus no Tabor, quando, ao acordar, recebemos a notícia da Páscoa do Dr. Paulo Machado, o Irmão Paulo. Logo veio à minha mente, agora, o nosso confrade, está plenamente transfigurado! Sua figura está intimamente unida a existência da Família Franciscana do Brasil. Todos que, de alguma maneira passaram pelo Centro de Espiritualidade, CEFEPAL, em Petrópolis, o conheceram ou ouviram seu nome. Paulo Machado, cristão, pai de família, franciscano secular, advogado! Tudo nele teve as marcas do Evangelho. Sereno, polido ao falar, olhar penetrante, sorriso recatado. De seu coração brotava uma bondade infinita, que abundantemente fazia jorrar sobre os que dele se aproximavam. Fez de São Francisco de Assis seu mestre na Escola do Evangelho. Homem profundamente eclesial, abraçou o Concílio Vaticano II, sobretudo no que concerne à missão
do laicato no mundo. Com o Poverello de Assis, compreendeu o que significa estar no mundo sem ser do mundo. Viveu franciscanamente seu cotidiano familiar e de mestre do Direito. Amou a Ordem Franciscana Secular e a ela serviu de forma exemplar. Tudo nele dizia de um homem que deixou-se trabalhar pela forma de vida de Francisco de Assis. Nele encontrávamos a essência do franciscano leigo, em meio às realidades socio-políticas. A Família Franciscana do Brasil, hoje, canta o TE DEUM, pois o Senhor fez maravilhas entre nós, na vida e missão deste querido irmão. Agora, fica o desafio, desafio de levar adiante um legado tão fecundo, onde o Evangelho e São Francisco de Assis, tornaram-se vida na vida de um homem, que carinhosamente aprendemos a chamar de Dr. Paulo, Irmão Paulo ou simplesmente Paulo! A Conferência da Família Franciscana do Brasil, CFFB, abraça a seus familiares e a sua Fraternidade Franciscana Secular, com fraternura.
Frei Éderson Queiroz, OFMCap Presidente da Conferência da Família Franciscana do Brasil
CRER EM JESUS “Quem viver e crer em mim, jamais verá morte”, Disse Jesus um dia em seu no Evangelho; Portanto, crer em Jesus traz-nos a sorte, Mister se faz crer nisso até ficar velho. Crer nesta verdade é questão de viver, Não só aqui, mas no porvir, sempre e além... Assim, pra nós:- Mentira é dizer “morrer”, Quando vivemos Jesus, no mundo, amém. Crer que Jesus ressuscitou é alegria, Base da vida, põe tudo em harmonia, Felicidade hoje e também no amanhã. Só louvor nos cabe, só glória ao Senhor, Porque ele nos salvou na cruz por amor, Morreu, ressuscitou: - Somos imortais!...
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ABRIL de 2019 Frei – comunicações Walter Hugo de Almeida
CRB
Núcleo de Petrópolis promove Encontro Formativo
A
Fraternidade Franciscana do Sagrado Coração de Jesus, acolheu no sábado (16/03), o 1º Encontro da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) do núcleo de Petrópolis (RJ). As diversas Congregações e Ordens refletiram sobre o tema: “Os desafios da Animação Vocacional para a Vida Religiosa Consagrada”, que contou com a assessoria do Irmão Cícero, Canossiano, que atualmente é responsável pelo ramo da caridade na Paróquia São Sebastião, em Piabetá (RJ). Refletiu-se sobre a grande necessidade de analisar, trabalhar e dar ênfase no
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comunicações – ABRIL de 2019
que diz respeito à questão vocacional. É preciso colaborar no discernimento dos jovens que desejam seguir a Cristo, mas que ainda não possuem clareza de sua vocação e missão. Os participantes puderam discutir, refletir e propor novos caminhos, tendo em vista os desafios que a atualidade apresenta, por meio de trabalhos em pequenos grupos. “Como dar um sim definitivo ao chamado de Deus, no meio de tantas incertezas e superficialidades?”, questionou Irmão Cícero. Os religiosos e religiosas são convocados pelo próprio Cristo a “ir pelo mundo e
anunciar o Evangelho a todas as criaturas” (Mc 16,15). Neste sentido, destacou-se que se faz necessário compreender que cada religioso e religiosa é animador e animadora vocacional, além de guardiães e propagadores do carisma de seus fundadores. Encerrou-se o encontro com um almoço partilhado entre as casas religiosas. O próximo evento será em agosto, na escola doméstica de Nossa Senhora do Amparo em Petrópolis, que sediara o Congresso Diocesano da Vida Religiosa.
Coordenação do núcleo da CRB de Petrópolis.
CAMPANHA:
Doe uma caminhonete para Frei André!
SELFIando...
OS PENSADORES
Frei Nolvi, Frei Gilson e Frei Gabriel
Frei José Antônio dos Santos
Frei José Ariovaldo
O SUSTO
Descubra o que Frei Osvaldo disse para Frei Nestor!
ESQUENTANDO OS PÉS Antes da Romaria Frei Bruno.
O PENITENTE
Frei Mangueirinha, o fiel discípulo de Frei Bruno!
O SEGREDO DE JOAÇABA Só Frei Bruno pode revelar...
FRATRumGRAM é um neologismo que nasce da palavra Frades mais a rede social Instagram. A ideia é publicar fotos curiosas, informais e descontraídas dos frades e das Fraternidades! Se você fez uma foto legal, envie-nos para o email: comunicacao@franciscanos.org.br!
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (*) As alterações e acréscimos estão destacados
ABRIL
JULHO
04
02 a 04 03
21 a 29 26 a 28 29 30 30 e 1º
Reunião do Conselho de Evangelização (Sede Provincial) Festa da Penha (Vila Velha) Retiro dos Benfeitores do PVF (Agudos) Reunião dos Formadores Formação para os Formadores e Animadores Vocacionais Encontro dos Animadores Vocacionais (Rondinha)
04 a 06 08 a 12 10 a 14
Reunião do Definitório Provincial Encontro com os coordenadores dos Regionais (Largo S. Francisco) Fórum Franciscano para o Sínodo Pan-Americano (CFFB) (Manaus) (indicação de participantes) Assembleias da CFMB (Sifem, Serfe) (Daltro Filho, RS) XXV Assembleia Geral Eletiva CRB (Brasília) Missões Franciscanas da Juventude (Rio de Janeiro) XVI Assembleia do Sefras - Tanguá (RJ) Retiro dos Formadores (Eremitério)
MAIO
17 a 21
01
Conselho da Formação Inicial e reunião dos Animadores Vocacionais 02 Reunião do Conselho de Formação e Estudos 02 a 04 V Encontro dos Centros Acadêmicos Franciscanos (CFFB) (Brasília) 07 e 08 Reunião dos Guardiães e Coordenadores (Agudos) 09 e 10 Reunião do Definitório Provincial (Agudos) 11 Ordenação presbiteral de Frei Marx Rodrigues dos Reis (Nilópolis) 13 a 25 Visita Canônica à FIMDA (Angola) 17 a 19 Encontro do Serviço de Animação Vocacional da CFFB (Brasília) 20 Encontro do Regional de Curitiba (Curitiba) 22 e 23 Encontro dos Frades da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento (Rondinha) 24 Encontro dos Frades da Frente da Comunicação (Curitiba) 27 e 28 Encontro do Regional do Contestado em Piratuba 27 a 31 Assembleia da FIMDA
22 a 26
JUnHO
DEZEMBRO
20 a 23 20 a 23
02
Retiro Sefras 2019 em Tanguá (RJ) I Encontro Nacional de Religiosas e Religiosos Franciscanos (Jorfran) (Aparecida)
22 a 26
agosto 22 a 25
XVIII Assembleia Geral Ordinária da CFFB (Brasília)
SETEMBRO 05 a 08
Encontro Nacional dos Irmãos Leigos (OFM, OFMCap, OFMConv e TOR) (Lagoa Seca, PB) 09 a 12 Reunião do Definitório Provincial (Petrópolis) 16 Encontro do Regional de Curitiba (S. Boaventura) 23 a 26 Encontro dos Frades Under Ten – Província (local a ser definido) 30 e 01 Encontro do Regional do Contestado em Piratuba
NOVEMBRO 26 a 28
02 e 03
Reunião do Definitório Provincial
Encontro do Regional de Curitiba (Caiobá) Encontro recreativo do Regional do Contestado