RE V IS TA
PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL
AGOSTO DE 2021 | ANO LXIX | Nº 08
Frei Fidêncio Vanboemmel De volta ao serviço de Ministro Provincial
Dom Frei Paulo Evaristo Arns Abertura do Ano Jubilar do Centenário de Nascimento
SUMÁRIO
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Dom Paulo Evaristo Arns Abertura do Ano Jubilar do Centenário de Nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns
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ara celebrar o 1º Centenário de Nascimento (1921-2016) de Dom Frei Paulo Evaristo Arns, tem início no próximo dia 14 de setembro o Ano Jubilar na Arquidiocese de São Paulo e na Província Franciscana da Imaculada Conceição. Esse momento histórico será vivido, às 10 horas, com a Missa de abertura na Catedral de São Paulo. No mesmo dia, às 20 horas, esse momento terá continuidade com uma live: “Paulo, Profeta e Pastor” pelas mídias da Arquidiocese.
Dom Paulo Evaristo Arns
histórico para resgatar, conhecer e reconhecer o profetismo deste incansável Homem da Esperança. Dom Paulo, numa celebração festiva na Província, disse aos confrades que a história da sua vida pode ser resumida em três partes: a família, a vida franciscana e o pastoreio de bispo a serviço da Igreja”, disse. Segundo Frei Fidêncio, celebrar o Centenário do nascimento de Dom Paulo é trazer para a realidade de hoje o desdobramento destes três eixos fundamentais da sua vida: 1º) Recordar a vida familiar deste 5º filho dentre 13 irmãos do casal Gabriel Arns e Helena Steiner Arns. Família que zelou pela vida cristã e procurou dar aos filhos aquilo que deve ser o direito de todas as famílias: oferecer qualidade de formação e estudos. 2º) Celebrar a vocação franciscana e a caminhada formativa de Frei Paulo Evaristo Arns na Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, da Ordem dos Frades Menores, desde a sua entrada no seminário de Rio Negro
(PR) 1934, o seu Noviciado em 1940, a sua formação filosófica-teológica e os seus estudos de pós-graduação na França, bem como os diferentes serviços prestados à Fraternidade Provincial: professor em Rio Negro, Agudos e Petrópolis, Mestre dos Clérigos e Vigário provincial, quando, em 1966 quando foi nomeado bispo auxiliar da cidade de São Paulo. 3º) Rememorar o pastoreio profético de Dom Paulo como bispo da Arquidiocese de São Paulo numa Igreja que, desde a sua nomeação como Bispo, começou a respirar os novos ares e as grandes transformações provindas do Concílio do Vaticano II. Um pastoreio e profetismo que, como fiel filho de São Francisco, fundado na radicalidade da vivência do santo Evangelho, foi voz dos sem voz em tempos difíceis de um regime de “Brasil nunca mais”. Segundo o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, um vídeo neste dia abre a série durante todo o Ano Jubilar para falar da vida deste frade franciscano. Um banner comemorativo será
Um folheto litúrgico especial facilitará a participação na celebração. Haverá, ainda, uma edição especial do jornal “O São Paulo”, destacando a vida, a obra e o legado deixados por Dom Paulo para o presente e o futuro da Igreja na cidade. Entre os eventos programados estão debates, reflexões, a obra literária de Dom Paulo e as iniciativas pastorais que ele e seus colaboradores tomaram e que ainda hoje existem. Além disso, ao longo do ano, a Arquidiocese marcará presença em tantas outras iniciativas programadas pela Província Franciscana da Imaculada Conceição e de entidades ligadas aos direitos humanos. Frei Fidêncio Vanboemmel, que participou da Comissão do 1º Centenário da Arquidiocese de São Paulo, lembra que a Província se une à iniciativa da Arquidiocese, junto com outras entidades e organizações sociais. “Juntos queremos celebrar este momento
entronizado no dia 14 de setembro de 2021 para ser utilizado em todas as instituições da Província (Paróquias, Santuários, Colégios, Universidade, Rádios, Obras Sociais, Casas de Formação, etc.). Ao mesmo tempo, será aberta a Exposição Itinerante “Dom Paulo, o Irmão Menor”, apresentando o frade menor e suas provocações. Promover seminários, mesa-redonda, conversas, programas locais, etc., (nos locais da exposição). Na Arquidiocese será dado destaque à obra literária de Dom Paulo, com a possível reedição de um de seus livros, e uma exposição fotográfica mostrará momentos marcantes do seu pastoreio. Até mesmo um concerto musical na Sala São Paulo foi programado, faltando apenas confirmar a data. Esses momentos celebrativos também já mobilizam entidades religiosas e civis da sociedade brasileira. O senador Flávio Arns enviou convite à Província informando que o Senado Federal promoverá, no dia 13 de setembro de 2021, às 10h, Sessão Especial em alusão ao centenário de nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns. “A iniciativa vem se somar às diversas homenagens programadas para lembrar a vida, a trajetória, as obras e o belo legado deixado por Dom Paulo, que completaria 100 anos no dia 14 de setembro deste ano”, destaca o convite, lembrando que em decorrência das medidas restritivas de acesso ao Senado Federal em função da pandemia, não será possível o acesso presencial de convidados ao Plenário da Casa. Todavia, a Sessão Especial poderá ser acompanhada de modo virtual, ao vivo, pelo canal da TV Senado no YouTube no link https:// www.youtube.com/c/tvsenado. “Desta forma, convidamos a todos para prestigiarem o evento e agradecemos o apoio na divulgação do convite para os membros desta entidade que tanto contribui para a defesa dos prin-
ESPECIAL DOM PAULO 496
comunicações
AGOSTO | 2021
MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL duas vezes”, 447 “FreiGratidão Fidêncio Vanboemmel
FORMAÇÃO PERMANENTE Ministro Geral 450 CparaartaadoSolenidade de Santa Clara
que educar ao Humanismo Solidário?”, 452 “Por artigo de Frei Claudino Gils dos Apóstolos e o Espírito Santo”, 453 “Atos artigo de Frei Luiz Iakovacz
SAV
vocacional reúne 454 Encontro 27 jovens em Guaratinguetá ive dos frades do tempo de Teologia 456 Lencerra Mês Vocacional
GOVERNO PROVINCIAL
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Frei Fidêncio toma posse com mensagem de esperança
FORMAÇÃO E ESTUDOS
Admissão da nova turma 461 Angola: de postulantes na Fraternidade da Porciúncula
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462 Encontro dos Frades Estudantes FRATERNIDADES
Celebração do Perdão de Assis 469 Pnorimeira Santuário Frei Galvão 470 ESPECIAL SANTA CLARA DE ASSIS Frei Paulo: “Mais do que nunca 480 Péenha: hora de celebrar o Perdão de Assis” se reúnem para o Encontro 482 Frades Regional do Rio de Janeiro dos colonos e motoristas é 483 Padroeiro homenageado em Xaxim orocaba: Paróquia Bom Jesus dos Aflitos 484 Scelebra 95 anos de fundação e 85 anos da presença franciscana dos Canarinhos celebra 79 anos e ganha 486 Cdeoralpresente a volta aos ensaios presenciais rades do Espírito Santo se reúnem no 488 Fencontro do Regional etrópolis: Celebração do Ano Jubilar 490 Precorda a história das imagens que adornam a Igreja do Sagrado
EVANGELIZAÇÃO
da Frente de Evangelização 492 MdaeetEducação em 30 de julho 495 Notícias da Rede Celinauta de Pato Branco Centenário de Nascimento 496 AdenoDomJubilarPaulodoEvaristo Arns
CFMB
franciscana 502 Adapresença Custódia São Benedito
FALECIMENTO
504 Frei Abel Schneider NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES nos caminhos do 506 Dominicanos Evangelho e do mundo há oito séculos Laudato si’: uma realidade 506 Movimento consolidada que se renova 507 AGENDA
Capa: Foto Dom Paulo/Luciney Martins/O São Paulo
Gratidão duas vezes
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o último dia 4 de agosto, encontrava-me concelebrando a Missa na Igreja do Convento e Santuário São Francisco, SP, quando recebi uma insistente chamada telefônica do Vigário Provincial, com este apelo: “Frei Fidêncio, você foi eleito para o serviço de Ministro Provincial”. Indaguei: “Frei, dá para pensar um pouco ou dizer um ‘não’”? A resposta que recebi foi esta: “Você já foi eleito por unanimidade, venha até aqui, à sala do Definitório, onde lhe aguardamos para a celebração de posse”. Mesmo tendo recebido uma sondagem anterior, após consulta às bases, no meu íntimo negava terminantemente reassumir este serviço já prestado por 9 anos. Nessa hora, além do temor, uma crise silenciosa tomou conta do meu coração. Afinal, gostava do trabalho que realizava em comunhão com a Fraternidade do Convento São Francisco. Coube-me, portanto, reassumir na obediência o serviço de Ministro para conduzir o processo eletivo do Capítulo Provincial, em substituição a Frei César Külkamp, eleito Definidor Geral no último Capítulo da Ordem dos Frades Menores.
1. Frei César Külkamp, muito obrigado!
Na mensagem desta edição das Comunicações e em nome da Fraternidade Provincial, quero expressar o nosso agradecimento a Deus pelo serviço de Ministro Provincial tão bem exercido e conduzido por Frei César Külkamp. Mesmo não tendo completado o primeiro triênio, você foi muito importante para todos nós, frades e pessoas das nossas Frentes de Evangelização, porque, mesmo atravessando os tempos turbulentos da pandemia provocada pela Covid-19, inclusive com perdas de vidas de confrades, familiares e colaboradores e colaboradoras, você soube conduzir a Província com maestria, clareza e espírito de serviço, da forma como São Francisco nos interpela na Regra: “Os irmãos que são ministros e servos dos demais irmãos visitem e admoestem a seus irmãos e corrijam-nos com humildade e caridade...” (RB 10,1). Sabemos o quanto lhe custou pronunciar seu “SIM” em pleno Capítulo Geral para assumir com generosidade o serviço de Definidor Geral na Ordem dos Frades Menores. Perdemos? Sim! Mas também temos consciência de que a nossa Profissão religiosa é a de viver a vocação evangélica e a missão evangelizadora na Ordem dos
Frades Menores, deixando-nos conduzir pela obediência ao Espírito do Senhor e o seu santo modo de operar. Por isso, nas nossas orações, nos unimos a você para bem desempenhar este novo serviço em favor de toda a Ordem dos Frades Menores, com particular atenção à nossa realidade franciscana na América Latina.
MENSAGEM
Além do serviço de Ministro Provincial, também somos gratos a Deus pelos diferentes serviços prestados à nossa Fraternidade Provincial, destacando o Colégio dos Canarinhos de Petrópolis, o Seminário Santo Antônio, as guardianias nas casas de formação de Rondinha e Petrópolis, o Secretariado para a Formação e os Estudos, a formação dos professos temporários, o Definitório e Vigário Provincial. E, juntos, “rendamos graças ao Altíssimo e sumo Deus eterno” (Rnb 23,32).
2. Dom Paulo Evaristo Arns, o frade profeta e pastor A partir do próximo dia 14 de setembro, festa da Exaltação da Santa
Cruz e já nos preparativos da festa de São Francisco das Chagas, queremos unir-nos à Arquidiocese de São Paulo para dar início às celebrações do primeiro Centenário do Nascimento de Dom Frei Paulo Evaristo Arns. Para muitos de nós, frades da Província, talvez Dom Paulo Evaristo é o lendário Bispo da Arquidiocese de São Paulo com
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quem pouco convivemos fora das fraternidades de São Paulo. Muitos de nós nem éramos nascidos ou brincávamos como crianças quando este frade professor de Petrópolis foi nomeado Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo (1966). Outros de nós tiveram a graça de tê-lo como professor e de trabalhar na Arquidiocese de São Paulo quando ele foi Bispo e Cardeal da Igreja. Muitos de nós que passamos pelo Convento São Francisco sabemos o quanto ele amava aquele convento e que na porta do Santuário plantou um ipê branco, símbolo da paz pela qual lutou como fiel filho de São Francisco. Gostava de entoar com alegria e convicção o canto “Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz”. Celebrar o Centenário de Nascimento de Dom Paulo é resgatar os valores franciscanos que inspiram o pastoreio de Dom Frei Paulo Evaristo e que encontram eco e sintonia na voz do Papa Francisco quando este usa expressões como “pastores com cheiro de ovelhas” e “Igreja em saída”. Celebrar o Centenário do Nascimento de Dom Paulo é dar “graças ao Senhor por ter dado à Igreja tão generoso pastor” (Papa Francisco): pastor que esteve à frente da Igreja alimentando o seu povo de “esperança em esperança”; pastor sendo voz profética dos que eram calados pela violência, particularmente nos tenebrosos tempos de um “Brasil nunca mais”; pastor e profeta da paz a todos os injustiçados; pastor e profeta que, ao lado de Dom Helder, Dom Luciano Mendes e outros bispos, apresentaram à Igreja de São Paulo e do Brasil as novas luzes emanadas do Concílio Vaticano II. Que nós, frades, possamos concretizar em nós este pensamento de Dom Frei Paulo Evaristo Arns: “São Francisco de Assis, o encanto de toda a minha vida”. Frei Fidêncio Vanboemmel, ofm MINISTRO PROVINCIAL
MENSAGEM
CARTA À FRATERNIDADE PROVINCIAL
ELEIÇÃO DO NOVO MINISTRO São Paulo, 04 de agosto de 2021. Caros confrades, Paz e Bem! No dia 04 de agosto estivemos reunidos em Definitório para eleger o Ministro Provincial que assume o serviço até o nosso Capítulo, previsto para novembro deste ano. A necessidade surgiu a partir da eleição de Frei César Külkamp para o ofício de Definidor Geral da Ordem, ocorrida no dia 15 de julho, em Roma. Atendendo ao que prescrevem nossos Estatutos Gerais (EEGG art. 188) e Particulares (EEPP art. 61), a eleição foi precedida por uma consulta às fraternidades, realizada pelos Definidores. Dado o pouco tempo disponível, tal consulta ficou restrita às fraternidades do Brasil. Além do resultado da consulta, o Definitório avaliou as circunstâncias da Província e, levando em consideração diversos pontos, elegeu por unanimidade Frei Fidêncio Vanboemmel. Dentre os aspectos que motivaram esta eleição, estão:
O Ministro Provincial seria eleito para um mandato com pouco mais de três meses. Desta maneira, sua tarefa principal seria a de dar os encaminhamentos necessários, junto com o visitador e a Comissão Preparatória, à boa realização do Capítulo Provincial que, diante do novo cenário, passa a ser eletivo. Como Vigário Provincial, acumulo as funções de Secretário para a Evangelização, Secretário Provincial e Visitador para a Província do Santíssimo Nome de Goiás. De maneira semelhante, os Definidores também possuem diferentes atribuições em suas frentes de trabalho. A eleição de qualquer um deles provocaria um número considerável de mudanças na configuração das fraternidades, o que não seria produtivo para um período de tempo tão curto. Frei Fidêncio, que por nove anos exerceu
este ofício, conhece bem a Província, goza de credibilidade e aceitação junto aos frades e tem condições de oferecer uma excelente contribuição neste tempo de discernimento. Consultado sobre a possibilidade e com espírito de generosidade e amor à Província, Frei Fidêncio respondeu positivamente à convocação dos irmãos do Definitório e, mais uma vez, colocou-se com coragem à disposição de nossa Fraternidade. Desta maneira, em nome do Definitório, expresso minha imensa gratidão a Frei Fidêncio e, junto com os demais irmãos, coloco-me à sua disposição a fim de que bem realize o ofício para o qual foi escolhido. Com estima fraterna e gratidão, em nome do Definitório, Frei Gustavo Wayand Medella VIGÁRIO PROVINCIAL
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FORMAÇÃO PERMANENTE
CARTA DO MINISTRO GERAL PARA A SOLENIDADE DE SANTA CLARA
Vivamos segundo a perfeição do Santo Evangelho
E
m 2021, recordamos os 800 anos da Regra não bulada, um precioso texto que ainda nos fala, em maneira extraordinária, da inspiração evangélica de São Francisco e, ao mesmo tempo, nos faz olhar para Santa Clara. No prólogo lemos (RnB Prólogo 2):
Esta é a vida, que Frei Francisco pediu do Senhor Papa lhe fosse concedida e confirmada; e ele a concedeu e a confirmou para ele e para os seus irmãos presentes e futuros. E na conclusão escutamos: Peço a todos os irmãos que aprendam a carta e o significado das coisas que nesta vida foram escritas para a salvação de nossa alma, e de chamá-la frequentemente à memória. São Francisco fala de uma vida, a qual entrega aos seus irmãos e que encontra sua fonte e inspiração no seguir o ensinamento e os rastros do Senhor nosso Jesus Cristo (RnB 1,1). A ligação que, na Regra não bulada amarra o Evangelho à vida e a vida ao Evangelho, é constante em Francisco, que o propõe também a Clara e às suas irmãs em dois breves e intensos escritos:
Pois, por divina inspiração ... tendes escolhido viver segundo a perfeição do santo Evangelho, quero e prometo de sempre ter a vós como meus irmãos, por meio meu e por meio deles, cuidado diligente e solicitude especial (Forma de vida 1-2). Eu, Frei Francisco pequenino, quero seguir a vida e a pobreza do altíssimo Senhor nosso Jesus Cristo e de sua santíssima Mãe e per-
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severar nela até o fim. E vos peço, minhas senhoras, e vos aconselho que vivais sempre nessa santíssima vida e pobreza (Última vontade 1-2). É um conselho que Francisco dirige àquelas que ele chama de minhas senhoras e junto está o núcleo carismático que une numa mesma forma de vida – vivida em modalidades e condições diferentes – os irmãos e as irmãs. O Pobre promete ter cuidado diligente e soli-
FORMAÇÃO PERMANENTE
citude especial pelas irmãs exatamente dentro dessa comunhão no carisma, que une irmãos e irmãs no sentido mais genuíno.
dem buscar juntos aquilo que verdadeiramente nos une e de ser, com a vida, palavra profética para nosso tempo.
Se na Regra não bulada tem confluído o percurso dos primeiros anos de experiência evangélica dos frades, sedimentando-se naquele texto através de um contínuo confronto entre a vida, que é movimento por definição, e a regra, que lhe fixa os fundamentos, Francisco sabe que Clara intui e vive essa circularidade de vida e Evangelho e a propõe sem medo.
Percebo profundamente que essa é nossa comum vocação na Igreja de hoje para o mundo, que Deus ama: escutar e acolher a palavra evangélica, para que a vida seja transformada e permita exprimir a força do Espírito que nela habita e a deseja levar rumo à sua plenitude que é a vida eterna, o amor do Pai e do Filho e do Espírito Santo, eterna dança aberta a todas as criaturas. E essa plenitude tem o nome de vidas libertadas e remidas, capazes por isso de tornar-se verdadeiramente fraternas e fermento de Fraternidade para muitas e muitos, hoje.
Aquilo que nos une é, então, exatamente essa ligação entre vida e Evangelho, onde uma ilumina o outro e dele recebe inspiração contínua. Se for verdadeiro, de fato, que o Evangelho orienta a vida à conversão, é também verdadeiro que a vida nos ajuda a escutar a palavra evangélica no caminho sempre novo da existência, imersa na mudança da história. A palavra evangélica ilumina e transforma a vida e é, por vez, iluminada pela palavra da vida dos varões e mulheres que encontramos, os pequenos e os pobres de nosso tempo, da criação e também de todos os que encontramos no caminho de busca do sentido e da verdade. Temos necessidade de um pouco mais de vida verdadeiramente acolhida, vivida, amada, doada, partilhada a fim de acolher a palavra evangélica, sem a qual o livro de nossa existência permanece selado. Não nos podemos embrulhar a nós mesmos na busca de nossa identidade franciscana clariana, sem o confronto e o diálogo contínuo com o caminho na vida, nosso e de muitos outros, neste tempo único. O Evangelho nos chama à conversão e acende em nós o chamado à radicalidade da fé, feito de busca da face do Senhor no seguimento de Jesus; o dom da vida chamanos à radicalidade do dom de si mesmo como cifra decisiva para uma existência plena. O seguimento radical de Cristo pobre e crucificado associou Francisco e Clara, no espaço de uma fraternidade vivida na minoridade e na pobreza, como a de quem renuncia a apoios e garantias. O claustro de Clara vivido com suas irmãs em São Damião e aquele de Francisco vivido com os seus irmãos nas estradas do mundo, nos pe-
Caras Irmãs Pobres! Nesta primeira mensagem que a vós dirijo com simplicidade, peço-vos de fazermos juntos esse percurso entre a vida e o Evangelho e custodiar-nos como irmãos menores, vossos irmãos, na confiança que é possível ainda hoje de viver nossa vocação, tão bonita e carregada de esperança para este tempo. Empenhar-me-ei em ter para convosco, em nome de São Francisco, aquele cuidado e solicitude que estão fundados na vida segundo o Evangelho, nossa comum e extraordinária vocação. Sejamos memória uns para com as outras desse fogo. Enquanto confio à vossa fiel intercessão o caminho de nossa Ordem, que no recente Capítulo Geral encontrou um ponto importante de inspiração e novo recomeço, prometo-vos recordar cada dia ao Senhor, para que nossas vidas sejam evangelizadas e transformadas pela potência do Espírito do Senhor e se tornem muita transparência de Sua Misericórdia. A Virgem feita Igreja nos acompanhe neste caminho. Com minha fraterna saudação e abraço a todas vós, com a ênção de São Francisco e o cuidado de Santa Clara. Roma, 11 de agosto de 2021
Solenidade de Santa Clara Frei Massimo Fusarelli, ofm Ministro Geral e Servo AGOSTO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 451
FORMAÇÃO PERMANENTE
POR QUE EDUCAR AO HUMANISMO SOLIDÁRIO?
O
humilde intento de procurar responder à pergunta tema “Por que educar ao humanismo solidário?” parte da constante necessidade de considerarmos alguns pressupostos já conhecidos de todos nós, tais como: a ideia de que o ser humano1 está à mercê de constante desenvolvimento; a compreensão cristã e franciscana2 da criação; a finalidade da educação conforme a LDB/963, entre outros. A expressão humanismo solidário remonta, do ponto de vista histórico, à educação grega4, cujo objetivo visava oportunizar processos não só em termos de aprendizagem da leitura, da escrita, da hermenêutica crítica, do cálculo e da retórica aos cidadãos. Este princípio também contemplava o desenvolvimento de qualidades humanas mais apuradas, por exemplo, a bravura e a lealdade. Em 16 de abril de 2017, durante a solenidade da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Congregação para a Educação Católica lançou o documento “Educar ao Humanismo Solidário – para construir uma civilização do amor”5. De acordo com o referido documento, é relevante educar ao humanismo solidário para, ao menos, 1 - se alcançar um olhar mais amplo em relação a instauração de “um novo modelo ético-social, capaz de abraçar parcelas cada vez maiores da humanidade, onde se faz necessário trabalhar pela paz, justiça e solidariedade.” (n. 1). 2 - se contrapor ao cenários atual, multifacetado e em constante mudança, atravessado por intolerâncias de naturezas diversas, por múltiplas crises (econômicas, financeiras, políticas, democráticas, ambientais, demográficas e migratórias), pelo terrorismo, pelo aumento da miséria, do desemprego e das desigualdades sociais, por ataques irracionais a provocar instabilidades emocionais e sentimentos de ódio etc. (cf. n. 3, n. 4 e n. 5). 3 - se alavancar o desenvolvimento de atividades educativas voltadas à promoção de redes de cooperação, à instauração de uma cultura solidária junto às atuais gerações escolares e universitárias, de modo a contrapor ao individualismo, à ideologia 1 “[...] um ser histórico, um ser que está se fazendo continuamente. [...] Estamos sempre nos projetando para fora (ex), construindo nosso ser. Nós não o ganhamos pronto. Nós o moldamos mediante a nossa liberdade, mediante os enfrentamentos e intimidações do real. Ao reagir, assumir, rejeitar e modelar, vamos construindo a nossa ex-istência.” (BOFF, Leonardo. Tempo de transcendência: o ser humano como um projeto infinito. Rio de Janeiro: Sextante/ Lumensana Publicações Eletrônicas, 2000, p. 6). 2 “Se nos aproximarmos da natureza e do meio ambiente sem esta abertura para a admiração e o encanto, se deixarmos de falar a língua da fraternidade e da beleza na nossa relação com o mundo, então as nossas atitudes serão as do dominador, do consumidor ou de um mero explorador dos recursos naturais, incapaz de pôr um limite aos seus interesses imediatos.” (PAPA FRANCISCO. Carta Encíclica Laudato Si: sobre o cuidado da casa comum, maio de 2015, n. 11. Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/ encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.pdf>. Acesso em: 16/8/2021). 3 “[...] A educação [...], inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL, n.º 9394 de 20/12/1996. Disponível em: <https://legislacao.presidencia. gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=9394&ano=1996&ato=3f5o3Y61UMJpWT25a>. Acesso em: 16/08/2021. 4 Cf. GAUTHIER, Clermont e TARDIF, Maurice. A pedagogia: teorias e práticas da antiguida-
do conflito e à relativização dos princípios religiosos (cf. n. 25). 4 - se educar tendo em vista o alcance de uma convivência fraterna, alimentada pela cultura do diálogo, pela globalização da esperança, pela viabilidade da inclusão, por “relações que compõem uma comunidade viva, interdependente, vinculada a um destino comum.” (n. 8). Embora a busca pelo cumprimento da missão na educação leve a constantes desassossegos e inquietações, é louvável todo e qualquer esforço para se educar ao humanismo solidário. O Projeto Virtudes (lançado em 2002), o Projeto Bom Jesus Social6 (implantado em 2016) e o Projeto FAE Social7 (proposto em 2018) têm sido algumas das iniciativas a corroborar para o alcance de tão desafiadora finalidade. Finalidade essa capaz de tornar cada vez mais viável tanto a sensibilização para o verdadeiro, o bom e o belo8 como o desenvolvimento integral da pessoa humana9. Nesse sentido, educar ao humanismo solidário é um propósito muito digno e sagrado que – constituído de motivações existenciais, religiosas e profissionais – renova todos os dias em nós a disposição para contribuir com a formação acadêmica das atuais gerações escolares e universitárias. Porque trabalhar na educação exige presença impregnada de alma, de amor, de sensibilidade, de comprometimento, de humildade, de espírito criativo, de ousadia empreendedora, de prudência, de sabedoria, de atitude dialógica e de doação (cf. João 15,13). Fraternalmente, Frei Claudino Gilz de aos nossos dias. Tradução de Lucy Magalhães. Petrópolis: Vozes, 2010. CAMBI, Franco. História da Pedagogia. Tradução de Álvaro Lorencini. São Paulo: Ed. da UNESP, 1999, p. 41138; GADOTTI, Moacir. História das Ideias Pedagógicas. São Paulo: Ática, 1995, p. 21-50. MONROE, Paul. História da educação. 6.ª ed. São Paulo: Nacional, 1983. 5 CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA. Educar ao humanismo solidário - para construir uma ‘civilização do amor’: 50 anos após a Populorum Progressio. Roma: Institutos de Estudo, 2017. Disponível em: <https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccatheduc/ documents/rc_con_ccatheduc_doc_20170416_educare-umanesimo-solidale_po.html>. Acesso em: 16/08/2021. 6 Cf. RELATÓRIO BOM JESUS SOCIAL 2020. Disponível em: <https://bomjesus.br/relatorio-2020/index.html>. Acesso em: 16/08/2021. 7 Cf. RELATÓRIO FAE SOCIAL 2020. Disponível em: <https://fae.edu/relatorio-2020/index. html>. Acesso em: 16/08/2021. 8 DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS ESTUDANTES E PROFESSORES DAS ESCOLAS ITALIANAS – Praça de São Pedro, 10/5/2014. Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/ francesco/pt/speeches/2014/may/documents/papa-francesco_20140510_mondo-della-scuola. html>. Acesso em: 16/08/2021. 9 DISCURSO DO PAPA FRANCISCO NA PLENÁRIA DA CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA – Sala Clementina, 13/2/2014. Disponível em: <https://w2.vatican.va/content/ francesco/pt/speeches/2014/february/documents/papa-francesco_20140213_congregazione-educazione-cattolica.html>. Acesso em: 16/08/2021.
FORMAÇÃO PERMANENTE
Atos dos Apóstolos e o Espírito Santo
N
a história da Igreja, até meados do Século II, o livro Atos dos Apóstolos teve vários nomes, entre eles, o de “Evangelho do Espírito Santo”. De fato, ele é citado 55 vezes, ora animando missionários e comunidades, ora iluminando os passos a serem dados e, outras vezes, tomando decisões com eles. Logo após Pentecostes, membros do Sinédrio, intrigados com a cura de um coxo, prendem os apóstolos Pedro e João, questionando-os em ‘nome de quem realizaram o milagre’ (cf. 3,1-11). Respondem que foi em nome de Jesus e, ‘cheios do Espírito Santo’, os acusam de serem os autores da morte de Jesus, mas “Deus O ressuscitou e disso nós somos testemunhas” (Cf. 4,5-10). Vendo a firmeza de suas palavras e a estima que o povo lhes tinha (cf. 4,13ss), o Sinédrio, mediante severa ameaça, os proíbe de “ensinarem em nome de Jesus. Eles, porém, respondem: julgai-o vós mesmos se é justo obedecer mais aos homens que a Deus. Nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (cf. 4,1322). Quando este fato foi contado à comunidade que estava em oração “tremeu o lugar onde estavam reunidos, ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam, com firmeza, a Palavra de Deus” (4,31). Assim, a comunidade inteira toma consciência de que ela é uma prolongação do Pentecostes das 120 pessoas (1,15; 2,4). Por desacatarem a proibição de pregar, os apóstolos são, novamente, presos e a decisão do Sinédrio é de matá-los. Ouvindo, porém, o conselho de Gamaliel, deram-lhes a liberdade, mas, antes, os açoitaram. Saíram “contentes por sofrerem afrontas em nome de Jesus. E não cessavam de anunciar a Boa Nova no Templo e nas casas” (5,33-42). Na escolha dos Sete Diáconos, o principal critério é que sejam “cheios do Espirito Santo e de sabedoria” (6,3). Estevão era um “homem cheio
tudo e concluiu: “Quem sou eu para me opor a Deus, uma vez que o Espírito Santo desceu sobre eles, da mesma forma que a nós em Pentecostes” (11,15-17)? A comunidade, ouvindo isso, “aquietou-se e glorificava a Deus dizendo: Deus concedeu, também, aos gentios a penitência a fim de que tenham vida” (11,18). É o Pentecostes pagão! O Espírito Santo também desperta a comunidade de Antioquia para a missão: ‘Separai-me Barnabé e Paulo para a obra que os destinei’ (13,1-3). Este último realizou quatro grandes viagens missionárias, sendo que na segunda o Espírito insistia Apóstolo Paulo, Rembrandt (Domínio público) para que, através da Macedônia, começasse a evangelizar o Ocidente. Paulo preferia de fé e do Espírito Santo (6,5). As lideranças da ficar nas regiões da Ásia e, obstinadamente, sinagoga não resistiam “à sabedoria e ao Espírito resistia. Após muita insistência, consentiu (16,1que inspiravam suas palavras”. Por isso, levaram10). Para aqueles que lhe obedecem, o Espírito -no ao Sinédrio. Estevão não se intimidou e acusou Santo os aguarda com surpresas. Filipos, a priseus membros de “cerviz dura, incircuncisos de meira cidade evangelizada do Ocidente, tornoucoração e ouvidos. Vós sempre resistis ao Espíri-se a comunidade preferida de Paulo e só dela to” (7,51). A estas palavras “rangeram os dentes, e de Tessalônica aceitava doações para prover taparam os ouvidos, levaram-no para fora da cisuas necessidades (Fp 2,25; 4,15-18). Por opção dade e o apedrejaram”. Estêvão, cheio do Espírito pessoal, trabalhava com “suas mãos” (18,1-3) e Santo os perdoou e entregou seu espírito ao Pai não queria ser “pesado a ninguém” (2 Cor 11,9). (cf. 7,54-58), assim como Jesus fez, na cruz. Por fim, no Concílio de Jerusalém (15,1-34), o O Espírito Santo, também, ilumina as etapas Espirito Santo e todas as lideranças decidem que, da missão. É ele que impele Felipe a se aproximar para batizar os pagãos, não lhes será exigido a do etíope que voltava de Jerusalém e, em seu circuncisão e, consequentemente, a observância carro, lia as Sagradas Escrituras. Após as explicada Torá e suas tradições (613 preceitos). Porém, ções, pede e recebe o batismo (8,26-40). para uma melhor convivência entre os cristãos O mesmo sucede com o centurião Cornélio judeus e cristãos pagãos, propõem que estes se e sua família, descrito pormenorizadamente nos abstenham das carnes imoladas aos ídolos, dos capítulos 10 e 11. casamentos ilegítimos e das carnes sufocadas Após os sonhos de Cornélio e Pedro, é o Es(cf. 15,20). Na carta dirigida à comunidade de pírito Santo que impele este último dizendo: “EsAntioquia e, automaticamente, às demais, escretão à porta três homens enviados por Cornélio. vem: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não Levanta-te, vá com eles, sem duvidar, porque fui vos impor nenhuma outra exigência, além destas Eu que os enviei” (10,20). Cornélio “reunira parenindispensáveis” (15.28). tes e amigos íntimos” (10,24), recepcionou Pedro O Espírito Santo sopra onde quer, quando e e pediu-lhe que lhes anunciasse ‘o que o Senhor como quer (cf. Jo 3,8). Umas vezes sopra com ralhe ordenara´ (v.34). Estando a pregar, “eis que o jadas fortes como fez no Monte Sinai e em PenteEspírito Santo desceu sobre eles. Os fiéis circuncostes (Ex 19,16; At 2,2). Outras, como brisa suave, cisos, que tinham ido com Pedro, admiravam-se como aconteceu com Elias (1Rs 19,12). Urge estarde ver que a graça do Espírito Santo também foi mos atentos, pois Santo Agostinho adverte-se a si difundida sobre os gentios. E Pedro mandou que mesmo e a nós: “Tenho medo que a graça de Deus fossem batizados” (vv. 44-47). passe por mim e eu não a perceba”. Quando retornaram a Jerusalém, a comunidade os questionou severamente. Pedro relatou-lhe Frei Luiz Iakovacz
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Encontro vocacional reúne 27 jovens em Guaratinguetá
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ntre os dias 13 a 15 de agosto, o Serviço de Animação Vocacional (SAV) organizou o encontro vocacional franciscano, em Guaratinguetá – SP, no Convento Nossa Senhora das Graças, com a participação de 27 candidatos à vida religiosa, residentes nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. O encontro foi coordenado por Frei Diego Atalino de Melo e Frei Leandro Costa, do Serviço de Animação Vocacional Provincial; Frei Jhones Lucas Martin, animador vocacional do Convento São Francisco, em São Pau-
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lo - SP; Frei Ruan Felipe Sguissardi, fazendo o Ano Missionário no Seminário Frei Galvão e Frei Alisson Luís Zanetti. Foi o primeiro encontro presencial desde a pandemia do coronavírus e seguiu os protocolos sanitários de distanciamento social. À tarde do dia 13 de agosto, os vocacionados foram acolhidos no local do Encontro e participaram da Pastoral de Rua, organizada pelo Santuário Frei Galvão, para levar quentinhas às pessoas em situação de rua, nas cidades de Guaratinguetá e Aparecida. O segundo dia foi itenso para os voca-
cionados: reflexões, orações e atividades. Os trabalhos foram abertos com a Santa Missa, seguida de momentos de reflexão, deserto e partilha. Entre as temáticas trabalhadas, aprofundou-se a vocação de São Francisco de Assis e conheceram mais sobre o processo de conversão do Seráfico Pai. Frei Leandro apresentou um vídeo sobre a Província da Imaculada, destacando as diversas Frentes de Evangelização. À tarde, os vocacionados conheceram a Igreja Matriz de Guaratinguetá e também a casa de Frei Galvão e, nesses dois lugares, foi apresentada a vida de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão.
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Ao retornarem ao Convento, os candidatos à vida religiosa fizeram trabalhos externos de manutenção da casa de encontro. À noite, houve a reza do terço vocacional no claustro do convento e um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento. O encerramento deu-se no domingo, 15 de agosto, com a oração da manhã e a Santa Missa no Santuário Frei Galvão, pre-
sidida por Frei Diego Atalino de Melo. Após a Celebração Eucarística, os vocacionados avaliaram o encontro, conheceram o Parque Laudato Si’ (onde será construído o novo Santuário Frei Galvão). Nos dias 20, 21 e 22 de agosto, haverá o Encontro Vocacional Franciscano no Seminário São Francisco de Assis, em Ituporanga – SC, onde funciona as etapas do Ensino Mé-
dio e do Aspirantado, para os vocacionados dos estados do Paraná e Santa Catarina. Que o Senhor que os chamou continue lhes dando perseverança e coragem para corresponderem com generosidade a essa tão bela proposta de vida. Frei Leandro Costa e Lucas A. Santos
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SAV
Live dos frades do tempo de Teologia encerra Mês Vocacional ANO JUBILAR
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ma noite franciscana. Assim foi a 3ª edição da Live Vocacional promovida pelo Serviço de Animação Vocacional da Província da Imaculada Conceição do Brasil, que desta vez contou com o apoio e a força dos jovens frades do Tempo da Teologia. Com muita espontaneidade, os internautas puderam conhecer mais sobre a vida e a regra dos Frades Menores e sobre a vida e missão evangelizadora dos religiosos franciscanos. Com transmissão pelas redes sociais da Paróquia do Sagrado, Santuário Frei Galvão e pela TvFranciscanos no YouTube, o evento que aconteceu no dia 21 de agosto, às 20h30, congregou espiritualidade, fraternidade e músicas franciscanas. A live começou do lado de fora do Convento do Sagrado Coração de Jesus, quando os apresentadores Frei Gabriel Dellandrea e
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Frei Felipe Medeiros Carretta acolheram a todos os internautas com a conhecida saudação franciscana de “Paz e Bem”. Eles caminharam até o interior da Igreja do Sagrado, enquanto isso, conduziram um momento reflexivo sobre a realidade vocacional de cada um, com perguntas próprias de jovens. “Teve um jovem que há muito tempo já se fez essas perguntas”, lembrou Frei Gabriel. “Esse jovem foi Francisco de Assis”, completou Frei Felipe. Com velas acessas, já no interior da igreja, os apresentadores dirigiram-se até o presbitério onde o coral dos Frades Estudantes estava a postos para entoar a música, Salve Sancte Pater, uma antífona tradicional dos franciscanos, cantada no trânsito de São Francisco. O maestro do Instituto dos Meninos Cantores, Marco Aurélio Lischt, fez-se presente e regeu o coro.
Em seguida, já no intervalo, foi exibido um vídeo institucional da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, que neste ano completa 125 anos de presença franciscana em terras imperiais. “Francisco, vai e restaura a minha Igreja”, assim começa o vídeo, que faz memória dos primórdios da Ordem Franciscana. Foi também com esse apelo que, no final do século XIX, os missionários alemães vieram restaurar a Província da Imaculada Conceição. “Assim, há 125 anos, chegava à cidade de Petrópolis três frades, nesta que seria uma das mais belas páginas da história franciscana de nossa Província. Eles se instalaram na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, comunidade de fé que atendia, em especial, os colonos alemães que aqui já residiam”, narrou Frei João Manoel Zechinatto.
Interatividade Interatividade também fez parte da Live Vocacional. Com a pergunta: “Que tipo de frei/irmã você seria?”, Frei Felipe e Frei Gabriel lançaram o primeiro filtro da Província Franciscana no Instagram. Nele, os internautas puderam brincar sobre a vocação de ser um frade ou irmã. As respostas são bem variadas e engraçadas, visto que a inspiração nasceu de Frei Junípero, um santo homem do tempo de Francisco de Assis. A canção, Cristo quero
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ser instrumento, de Frei Fabretti, coroou esse momento.
Momento formativo Os importantes passos que os frades dão no Tempo da Teologia, como por exemplo a Profissão Solene na Ordem dos Frades Menores e a formação para os ministérios ordenados, foram abordados neste momento formativo. Os frades também explicaram como funcionam os estudos, trabalhos fraternos internos, bem como sobre a atuação junto às Frentes de Evangelização da Província, dado que a fraternidade contempla grande parte destes trabalhos evangelizadores. Este espaço contou com a presença de Frei Evaristo, Frei Jonas, Frei João Manoel e Frei Thiago. Já Frei Fábio Vasconcelos conduziu, durante toda a live, o quadro das interações em frente de um painel de leterring, com frases franciscanas, fazendo a leitura de comentários e respondendo perguntas dos que acompanhavam a live.
A Missão de Angola Os frades da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA) abrilhantaram
a noite com duas apresentações sobre a vida e a missão dos franciscanos em terras angolanas. Além disso, Frei André Mingas contou resumidamente a história da FIMDA, que em 2020 completou 30 anos. Segundo ele, foi em 1990 que chegaram os primeiros frades brasileiros para fazer missão em Angola. “Hoje, os frades estão situados em três províncias (estados), distribuídos entre cinco fraternidades”, explicou, lembrando que só no Brasil, entre as etapas da Filosofia e Teologia, 30 frades estão fazendo o processo formativo. Siomara de Azevedo escreveu: “Que saudades dos freis que passaram por aqui, e que agora estão nesta linda missão em nossa mãe África”.
Vem e segue-me Já se encaminhando para o final da live, o animador vocacional local, Frei Thiago da Silva Soares, fez um apelo aos jovens e adolescentes que desejam ser frades franciscanos e como devem fazer para encontrar orientações vocacionais: “Ser franciscano é uma resposta de amor dado ao Nosso Senhor Jesus Cristo”. Segundo ele, os candidatos que desejam ser frades podem escrever para os endereços oficiais da Província e do
Serviço de Animação Vocacional: “Você que tem esse desejo de seguir a Jesus Cristo, ao modo de Francisco de Assis, procure a nossa fraternidade provincial”. “Linda e emocionante live. De arrepiar. Parabéns a todos vocês por trazer música, oração e paz aos nossos corações”, disse Conceição Costa. “Está sendo muito gratificante assistir está live de orientação sobre a vocação franciscana”, afirmou Griselda Eyng. “Sou mãe de três filhos e dois escolheram ser freis franciscanos. Sou muito grata a Deus por essa escolha deles”, revelou Terezinha Dellandrea, mãe de Frei Gabriel e Daniel. “Parabéns, confrades. Uma megaprodução à altura da importância desse tema vocacional”, parabenizou Frei Diego Melo. A Live Vocacional encerrou com a música “Quando o fogo do amor”, de Pe. Geraldo e Pe. Joãozinho, SCJ. O refrão expressa a alegria e certeza de que se pode ser sim muito mais feliz, seguindo o exemplo de Francisco de Assis. Frei Augusto Luiz Gabriel (texto) Frei Andrei Nascimento dos Anjos (fotos)
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GOVERNO PROVINCIAL
Frei Fidêncio toma posse com mensagem de esperança
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inistro Provincial por nove anos, Frei Fidêncio Vanboemmel está de volta a este serviço da Província da Imaculada Conceição do Brasil. Ele foi escolhido por unanimidade durante a reunião, no dia 4 de agosto, memória de São João Maria Vianney e Dia do Padre, do Definitório Provincial com o Vigário Provincial Frei Gustavo Medella e o Definidor e Visitador Geral Frei César Külkamp. Junto com Frei Gustavo, ele estará à frente do serviço de animar a vida e missão da Fraternidade Provincial, pelo período necessário para completar o triênio 2019-2021, quando será celebrado o próximo Capítulo ordinário, em novembro. A escolha do novo Governo foi necessária
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devido à eleição do então Ministro Provincial, Frei César Külkamp, para o serviço de Definidor Geral para a América Latina, no último dia 15 de julho, durante o Capítulo Geral em Roma. Na mesma reunião, na Sede Provincial em São Paulo, foi realizada a celebração de posse de Frei Fidêncio como Ministro Provincial. Este momento simples e histórico para a Província terminou com a bênção de Frei Fidêncio a todos os frades. Esta é a terceira vez que os seus confrades o escolhem para este serviço. Na primeira vez cumpriu um mandato de seis anos, de 2010 a 2015, e quando já estava de ‘malas prontas’, novamente seus confrades o elegeram para mais três anos: de 2016 a 2018. O terceiro chamado veio no dia 4, quando celebrava a Missa
das 10 horas no Convento São Francisco. “Não esperava essa eleição, embora fui consultado se poderia prestar colaboração nessa fase de transição. Havia dito que pela experiência vivida nesses nove anos como Ministro Provincial me colocava à disposição para auxiliar naquilo que fosse necessário”, contou Frei Fidêncio, revelando que no mesmo dia de manhã havia partilhado com Frei Mário Tagliari, que é Definidor, que se pudesse evitar, ele preferia. “Quando Frei Gustavo (Medella) me ligou, senti um frio na barriga. Eu até cheguei a falar: ‘Posso pensar um pouco?’ Ele disse: ‘Não, já está eleito. Foi unanimidade no Definitório’. Naquele momento, minhas pernas ficaram moles. Eu pensei que ainda perguntariam se poderia aceitar ou não”, confessou.
GOVERNO PROVINCIAL
Perguntado se essa confiança dada pelos frades o deixava feliz, disse que ela é recíproca. “Então, se depositam confiança em mim, devo transmitir isso à Fraternidade Provincial e que eles sintam isso para trabalharmos juntos. Eu tenho minhas limitações, e são muitas, tudo mundo sabe disso, mas no meio de tudo isso é importante a gente ter clareza do nosso projeto evangélico como uma missão que a Província tem nas casas e nas diferentes Frentes de Evangelização”, explicou Frei Fidêncio. Segundo ele, não esperava por esse momento e sua busca foi se lançar integralmente na missão que lhe foi confiada depois que encerrou os nove anos como Ministro Provincial. “Esse tempo fora do governo procurei, de fato, voltar a ser frade na Fraternidade. Sinto muito deixar o Convento São Francisco, que agora é uma casa de encontros e retiros. Tinha uma paixão pelo local, pelo trabalho, pela presen-
Ministro Provincial: “Abraçar com coragem e fé o serviço que a Fraternidade lhe confia; Acreditar que nunca se está sozinho: o Espírito Santo é conselheiro maior que age em comunhão com o corpo dos definidores; Confiar em Deus e nunca tomar decisões precipitadas. Mesmo quando se perde um pouco do sono, Deus sempre aponta uma saída; Guardar os segredos necessários, e quando não mais houver espaço no seu coração, depositá-los no coração misericordioso do Senhor”. Agora, perguntado se continua valendo esses conselhos para ele, disse que sem dúvida alguma tem a mesma validade. “São princípios. A questão é acreditar e me lançar naquilo que Deus me propõe. Então, esses verbos continuam atuais e vou ter que conjugá-los, quem sabe, de uma nova forma, mesmo que seja por uma mandato-tampão”, observou. Para o Ministro Provincial, esse pouco tempo à frente do governo não pode ser uma
Frei Fidêncio recebe o carimbo da Província, usado para selar documentos e cartas oficiais
ça, pelas confissões, pela OFS”, declarou. Frei Fidêncio era Vigário da Casa no Convento São Francisco e Moderador da Formação Permanente. Na entrevista quando encerrava o seu último mandato, usou quatro verbos para responder à pergunta que conselhos daria ao novo
“procrastinação”. “O Capítulo vem aí e é importante preparar bem a Fraternidade Provincial para a eleição do novo provincial, do novo governo, das propostas que vêm da Ordem, do nosso Plano de Evangelização com seus desafios, e daquilo que a Comissão Preparatória está trabalhando e que veio das bases”,
acredita, lembrando a importância de Frei César Külkamp como Visitador da Província, para dar continuidade à Visita Canônica que já tinha iniciado: “Então, de certa forma, as decisões serão tomadas com Frei César, que está aqui em nome do Ministro Geral”. Neste tempo de pandemia e discernimento, Frei Fidêncio deixou a seguinte mensagem aos frades: “A minha mensagem, em primeiro lugar, é de esperança porque nós vivemos, praticamente nesses dois últimos anos, todas as problemáticas da pandemia. Perdemos frades, perdemos paroquianos, pessoas próximas de nós. Então, acho que temos de renascer de novo. Vejo muito isso e até coloquei esse tema na Novena de Santa Clara do Largo São Francisco, pensando em Santa Clara como luz para a nova humanidade. Acho que temos de retomar aquele projeto originário “O Dom da Vocação” e sermos novamente uma nova luz e esperança para que haja uma nova humanidade. Em primeiro lugar entre nós mesmos, como irmãos em fraternidade, reanimar a própria vocação e sermos esperança de uma nova humanidade. Acho que o Papa Francisco tem falado muito isso. Não podemos sair dessa pandemia do jeito que estávamos, quer dizer, ou vamos sair piores ou melhores. A minha mensagem é que a gente abrace, juntos, o nosso projeto evangélico para construirmos uma nova humanidade na Província, com coragem profética, com ousadia, com paixão pelo Evangelho, com paixão pela evangelização. Temos muitos enfermos e doentes, mesmo assim não podemos desanimar, não podemos perder a força, perder a alegria de viver. Pelo contrário, temos que abraçar ainda com mais paixão essa humanidade. Eu me lembro que citava, num momento de formação permanente, que uma secretária na Conferência Episcopal Italiana falou que se continuássemos a usar o mesmo discurso de antes, o povo não iria mais nos escutar. Isso foi muito forte e me chamou a atenção. Então temos que ter uma resposta, principalmente para essa humanidade diante dos grandes desafios sociais, políticos, econômicos, religiosos e diante de tanto radicalismos”, completou. AGOSTO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 459
GOVERNO PROVINCIAL
No teu imenso amor, Francisco, um dia, Quiseste em ti o amor e a dor da Cruz, Provar a Paixão que sofreu Jesus, Diante de sua Mãe e tua Mãe Maria. Esse dom te concedeu teu Senhor, Gravar-te em teu corpo viva ferida, Chagas que curam a dor desse mundo, Mistério da Redenção, tão profundo!... Pra ser contemplado por toda a vida. Francisco de Assis, da Chagas agora, Mas, pra nós, é sempre o mesmo de outrora, São Francisco, o Poverello de Assis. Nosso Francisco também dos leprosos, Da esperança e da paz de dias gloriosos, Para o amanhã desse mundo sofrido. Frei Walter Hugo de Almeida
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Crucifixo | COMUNICAÇÕES no refeitório do | AGOSTO Convento | 2021 Santo Antônio, RJ
14 DE SETEMBRO EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ
FORMAÇÃO E ESTUDOS
Angola: Admissão da nova turma de postulantes na Fraternidade da Porciúncula
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sempre um momento de alegria cada vez que recebemos um novo irmão em nossa casa, pois, é mais um irmão para conviver”, saudou Frei António B. Zovo Baza, presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA), a nova turma de postulantes que foi acolhida na Fraternidade de Viana (Postulantado): Amilton Ambrósio, João da Costa, João kahamba, Lucas Mununga, Moises Satula, Pedro José e Turíbio Da Cruz. Eles farão o ano de Postulantado junto com outros setes postulantes que já iniciaram esta etapa nesta Fraternidade. A admissão oconteceu dentro da Celebração Eucarística, no final de julho, presidida pelo Frei António B. Zovo Baza e concelebrada pelo mestre do Postulantado, Frei Laurindo Lauro da Silva Júnior. À luz do Evangelho de São Mateus no seu capítulo 13, Frei António ressaltou as palavras “tesouro” e “pérola”, exortou os neopostulantes a preservarem e procurarem, diariamente, estes dois elementos. “São elementos que simbolizam a nossa vocaçao. Do mesmo modo que se cuida da pérola e do tesouro, assim devemos cuidar da vocação pessoal”, orientou o presidente da FIMDA. Frei Antonio também mostrou-se satisfeito com o trabalho dos formadores e com o crescimento de vocações na Província e, em particular na Fundação, pois, para ele é mais um motivo de ação de graças. Terminando a Celebração Eucarística, fez-se um pequeno convívio no pátio da Fraternidade. AGOSTO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 461
FORMAÇÃO E ESTUDOS
ENCONTRO DOS FRADES ESTUDANTES
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ela primeira vez na Província da Imaculada Conceição, o Encontro dos Frades Estudantes do Tempo da Teologia, Ano Missionário e Filosofia aconteceu de forma virtual. Entre os dias 28 a 31 de julho, os frades que estão no processo de formação refletiram sobre a temática
escolhida para Capítulo Provincial, previsto para acontecer em novembro, que tem como tema: “Fraternidade contemplativa em missão: nossa regra é o Evangelho, nosso claustro é o mundo” e lema: “Juntos se constroem os sonhos”. O Encontrou contou com dias de
retiro, oração, partilhas, formações, lazer e também com momentos de encontro presencial entre os frades que residem na mesma fraternidade. No final, todas as sugestões e propostas foram encaminhadas à Comissão Preparatória do Capítulo Provincial 2021.
RETIRO E PARTILHAS MARCAM O 1º DIA O Encontro dos Frades Estudantes da Província teve início no dia 28 de julho, envolvendo os frades do tempo da Filosofia, do Ano Missionário e da Teologia, de forma remota e virtual, para estreitarem os laços fraternos e se aprofundarem
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na espiritualidade e missão franciscana. Após um momento de oração, Frei César Külkamp, Definidor e Visitador Geral, e Frei Gustavo Wayand Medella, Vigário Provincial, motivaram os confrades a usufruírem deste tempo de encontro para se entenderem como
membros ativos da Fraternidade Provincial, a fortalecerem os laços fraternos entre si, bem como analisarem em profundidade a Regra franciscana na missão provincial. A partir do tema e lema do Capítulo Provincial deste ano, os frades tiveram a
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oportunidade de abordar e aprofundar as dimensões próprias da vida de um frade menor, com um dia inteiro de reflexão, deserto e partilha. Tendo como pregador o Definidor Provincial, Frei Daniel Dellandrea, e valendo-se do Evangelho segundo Marcos 6, 7-13, que narra o envio dos discípulos dois a dois, de um trecho dos textos de São Boaventura e das Mensagens do Papa Francisco, em especial, a destinada aos frades do Capítulo Geral – ocorrido de 3 a 18 deste mês no Colégio Internacional São Lourenço de Brindisi, em Roma -, Frei Daniel destacou a importância da dimensão contemplativa na vocação de cada frade menor. O pregador também refletiu sobre o tema e o lema do Capítulo Provincial. Segundo ele, o tempo em que vivemos nos chama a recuperar nossas forças, o âni-
mo e a esperança. “E é neste sentido que devemos sonhar juntos. É um sonho que deverá novamente desafiar a nossa Província a buscar esse encantamento pela contemplação mas também pela missão”, ressaltou. “É preciso renovar nosso compromisso de irmãos em fraternidade. E isso acontece concretamente em nossos trabalhos evangelizadores, mas também em nossa vida contemplativa e missionária”, destacou, acrescentando: “É preciso colocarmos nossa vida em missão”. Para o Definidor Provincial, é necessário zelar por um ambiente fraterno que propicie viver no “espírito da santa oração e devoção”. “Colocar a oração no centro da vida da Fraternidade, sobretudo, através da Eucaristia e da Liturgia das Horas. Valorizar, preparar bem, celebrar bem”, mencionou. “Que a nossa vida possa ser uma resposta ao Evangelho
do Senhor nos dias de hoje. Mas não sozinhos, e sim em fraternidade. Nos sintamos juntos e queiramos sempre buscar o sonho de Francisco, que também é de cada um de nós hoje”, concluiu Frei Daniel. Frei Vinícius de Oliveira Betim, frade do Tempo da Filosofia, afirmou que, mesmo de forma virtual, “reencontrarmo-nos é sempre uma alegria e meditarmos sobre a nossa própria vida é sempre uma oportunidade de convivência franciscana que, tal como afirmou Frei Daniel, nos ajuda a acendermos nossa chama buscando no outro essa alegria e fé que em alguns momentos nos falta”. Para Frei Josielio da Silva Oliveira, um dos frades organizadores do encontro, um dos pontos principais é pensarmos como Província, como fraternidade em si, e não apenas como frades estudantes. À tarde, após um tempo de recolhimento e deserto, os frades se reuniram novamente, mas em pequenos grupos virtuais para partilharem suas experiências, percepções e impressões a respeito da vida de oração pessoal e comunitária, bem como a partir das interpelações feitas pelo pregador. Além disso, apresentaram sugestões concretas que visam uma melhor qualificação da vida contemplativa e da missão em fraternidade. O dia encerrou-se com a oração em fraternidade das Vésperas e da Celebração Eucarística. AGOSTO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 463
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FREI CÉSAR FALA AOS FRADES ESTUDANTES NO 2º DIA Neste segundo dia (29/7), que teve início com a oração da manhã conduzida pelos frades da Teologia, as reflexões ficaram sob a responsabilidade do Visitador e Definidor Geral, Frei César Külkamp, do Guardião da Fraternidade São Boaventura, Frei Jêa Paulo Andrade, e do Coordenador da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento, Frei Antônio Michels. Frei César, recém-chegado do Capítulo Geral que aconteceu em Roma, começou explicando o que é um Capítulo e fez um resgate histórico desde os tempos de São Francisco. Para Frei César, Capítulo é um encontro sempre em busca de mais fidelidade à própria forma de vida e à própria Regra. “Nós conhecemos aquele famoso Capítulo das Esteiras em Assis, onde participaram mais de cinco mil frades, que não tinham lugar e por isso estenderam ‘esteiras’ no chão para que eles se acomodassem”, lembrou. Explicitou que desde o início a Ordem chamava essas reuniões de Capítulo de Pentecostes, tendo em vista que é o próprio Espírito Santo o Ministro Geral da Ordem. “É no encontro que o Espírito se manifesta”, frisou, lembrando que o próprio Cristo pede isso no Evangelho e que depois se torna uma característica da comunidade cristã. “Sempre que a Igreja precisa tomar uma decisão convoca um Sínodo onde quem fala é o próprio Espírito Santo”, mencionou. Segundo ele, essa é a motivação também para os capítulos gerais, provinciais e locais. Sobre o Capítulo Geral, Frei César lembrou que teve como tema: “Renovemos nossa visão. Abracemos nosso futuro” e lema: “Desperta… e Cristo te iluminará” (Ef 5,14), e destacou que foi um evento muito importante. Disse que neste tempo de pandemia, a Ordem dos Frades Menores foi a primeira a conseguir fazer uma reunião desse porte e que os próprios capitulares atribuem isso como um sinal do próprio Espírito. “Procu-
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ramos olhar a partir da temática que foi escolhida para o futuro de nossa vida, como Ordem dos Frades Menores. Nosso carisma continua atual, ele pode dar respostas muito mais vigorosas ao mundo de hoje apesar dos desafios que cada instituição tem”, disse, observando que o discipulado do Papa Francisco colocou em evidência, nos últimos tempos, nosso carisma franciscano através de Documentos e Encíclicas.
Segundo Frei César, dois grandes elementos foram trabalhados no Capítulo Ge-
ceu a expressão: ‘Ecologia Fraterna e Integral’”, partilhou Frei César, afirmando que o próprio Papa Francisco já fala de uma ecologia integral em seus documentos, onde tudo está interligado. Frei César destacou ainda que o novo Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli, insistiu na necessidade de se pensar sempre em nível de Ordem. “Nós dependemos uns dos outros”, citou, lembrando da dimensão da interdependência como irmãos e também com a criação. O Visitador Geral abordou alguns desafios como a tendência ao individualis-
ral: “A força da identidade franciscana e a necessidade de resgatar essa identidade para o nosso tempo, bem como a dimensão da fraternidade a luz da própria Fratelli Tutti”. O Definidor Geral lembrou que na abertura do Capítulo, o ex-Ministro Geral, Frei Michael Perry, pediu para que os frades se reconhecessem como irmãos da única fraternidade universal da Ordem. “Essa necessidade apareceu em vários relatórios da Ordem. E este é um convite para irmos além e fazermos a experiência com o outro que é nosso irmão”, ressaltou. “A partir disso nas-
mo, personalismos, clericalismo, o uso de funções de forma autoritária, a perda da identidade e da força do carisma franciscano, o fechamento às realidades locais e o peso das estruturas. “A Ordem pede de nós coragem”, destacou. “O grande convite do Capítulo é este: abraçar o futuro da Ordem, com coragem, abertura e com a identidade forte de nosso carisma”, revelou, lembrando que a Ordem passa por um realidade mundial de diminuição de frades. “Hoje, somos 12.500 frades e se faz necessário renovar o próprio entu-
Força da identidade Franciscana
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siasmo, a nossa visão e disposição, para que assim possamos responder a este futuro com novas vocações. Esse é um grande apelo e empenho que deverá ser feito por todos os frades, principalmente por vocês jovens”, indicou. Dentro das propostas que apareceram, Frei César mencionou que somos uma fraternidade a serviço da Igreja. Com relação à formação e estudos, as indicações que o capítulo fez são diversas, informou Frei César, como por exemplo a reformulação e revisão da Ratio Formationis. Por fim, os frades estudantes puderam fazer perguntas para Frei César que, no final, agradeceu a todos pela oportunidade. “Que vocês continuem com um encontro muito profícuo para refletirem sobre a nossa realidade”, desejou.
“Entre fidelidades e abandonos” Frei Jeâ Paulo Andrade abriu o segundo momento da manhã com reflexões sobre o Documento “Entre fidelidades e abandonos”, bem como sobre as perspectivas a partir desse documento. Segundo o frade,
este tema já vem sendo estudado por toda a Ordem. Neste sentido, informou que existem dois documentos com essa temática, o da Ordem, lançado em 2015, e o da Província em 2019. Fazendo um resgate dessa reflexão na Ordem, Frei Jeâ informou que para a redação do subsídio, teve-se presente o caminho que foi desenvolvido no sexênio de 2009-2015, sendo apresentado no Relatório do Capítulo Geral de 2015, onde se mostrou algumas hipóteses de interpretações destes fenômenos dos abandonos e algumas sugestões para reagir de modo construtivo. “Esse subsídio tem o objetivo de refletir sobre o fenômeno dos frades que decidem abandonar a Ordem e sobretudo as motivações dessa decisão”, salientou. Sobre o Documento da Província, Frei Jeâ, que escreveu enquanto exerceu o serviço de Secretário Provincial em 2019, destacou que o mesmo foi pensado a partir da carta pós-conciliar, de Frei Michel Perry, escrita em maio de 2019, sobre o movimento considerável de diminuição de frades. Assim sendo, segundo Frei Jeâ, em uma
das reuniões do Conselho de Formação e Estudos, o então Ministro Provincial, Frei César Külkamp, pediu que a Província fizesse um estudo e reflexão para identificar fatores que contribuem para a perda da vocação franciscana, tanto na formação inicial como permanente. Frei Jeâ frisou que esta é também uma realidade na Igreja, apresentando o documento “O dom da fidelidade, a alegria da perseverança”, da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica”. Citando a introdução, disse que é decisivo pôr-se em atitude de escuta e de discernimento, implorando, com confiança, à luz do Espírito Santo, para que nos ajude a ler a realidade com seriedade e serenidade.
Partilha e reflexões sobre o Capítulo Provincial À tarde, os frades se reuniram novamente com a presença de Frei Antônio Michels, presidente da Comissão Preparatória Capitular e coordenador da Frente de Evangelização das Paróquias e Santuários, para um momento de partilha e reflexões sobre o Capítulo Provincial – que será realizado em novembro deste ano. Frei Toni, como é conhecido, compartilhou as análises e os processos de maturação de pensamentos, propostas e execuções que a organização para o Capítulo está fazendo, como o levantamento de algumas situações, percepções e questionamento que surgiram da consulta individual dos frades da Província. Em clima interativo, os frades partilharam suas ideias e impressões entre si, bem como suas dúvidas. Aproveitando a presença de Frei Toni, os frades sanaram algumas questões a respeito da reelaboração do Plano de Evangelização, o espaço que a Formação – tanto inicial quanto permanente dos frades – e a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola têm no Capítulo. Tanto de manhã como à tarde, os frades foram divididos em grupos para partilhas, reflexões e indicações. AGOSTO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 465
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PARTILHAS E TROCA DE EXPERIÊNCIAS NO 3º DIA Após um momento de oração, conduzido pelos religiosos franciscanos de Petrópolis (RJ), todos os frades partilharam a vida e caminhada de suas fraternidades e suas experiências pessoais nestes anos da formação inicial. As conclusões foram enviadas depois para Comissão Preparatória do Capítulo. A programação do dia contou também com momentos de lazer e descanso. No período da manhã, Frei Gabriel Dellandrea, secretário, membro da organização do encontro e representante dos frades estudantes na Comissão Preparatória, fomentou um momento interativo e fraterno onde foram expressos e ouvidos os pensamentos, sentimentos e desafios na vivência do carisma franciscano nas variadas etapas da formação dos frades. A respeito disso, Frei Januário de Carvalho, frade do Tempo da Filosofia, disse: “Sobre estes momentos de partilhas das caminhadas de cada frade e fraternidade, digo que está sendo boa. Cada um de nós tem seus pontos de vista e há uma grande base sólida de ideias das diversas fraternidades que podem vir a ser suporte para a formação em geral”. Frei Januário é frade da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola e chegou ao Brasil há um mês para cursar Filosofia, compondo a Fraternidade São Boaventura de Rondinha (PR).
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Os frades do Ano Missionário e em período de estudos relataram o cotidiano de cada fraternidade, os desafios e beleza da etapa formativa de cada um e os pilares do carisma como o espírito de oração e devoção e o próprio da vida fraterna. Emergiram diversas experiências ricas de responsabilidade, fé e esperança, dentre elas, Frei Hugo Câmara dos Santos, frade do 4º ano do Tempo da Teologia, que compartilhou: “Deus me encantou com a vida franciscana e é Deus que me faz continuar. Acho que todas as dificuldades e limitações que encontro no caminho são uma prova que a perseverança vem de Deus. E que também há muita alegria quando a reconhecemos nos irmãos, na missão, na nossa vida”.
Frei Hugo compõe a Fraternidade São Francisco, de Duque de Caxias (RJ). Compartilhando o Ano Missionário, Frei Ruan Felipe Sguissardi, que faz sua experiência no Seminário Frei Galvão de Guaratinguetá (SP), disse: “Estar nessa experiência, para mim, é algo que nos ajuda e nos impulsiona, pois, a mesma nos amadurece como frade menor. Estar nessa etapa do Ano Missionário é alimentar o nosso chamado vivenciando a cada dia o nosso sim com mais convicção e, sem dúvida, nos dá ainda mais motivações para a nossa vida consagrada franciscana”. Em clima de gratidão por este encontro que desvela a vida fraterna, Frei Gabriel
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comentou: “Um aspecto que me salta aos olhos dentro do nosso carisma e que ainda me conduz e me embala muito é a capacidade de vivermos em fraternidade. Fraternidade entendida como Fraternidade-Casa dos Frades, com o seu andamento, com sua estrutura, mas também a fraternidade numa visão maior, a fraternidade enquanto Igreja, enquanto criaturas, partilhando a vida com os demais membros da Casa Comum. E isso me faz refletir sobre valores franciscanos que nós temos como muito caros e que são atuais hoje e, talvez, sejam uma grande resposta do carisma franciscano para as inquietações do ser humano de hoje que é o respeito, o diálogo, a tolerância, a capacidade de se colocar no lugar do outro”.
Este terceiro dia do encontro entre os confrades contou com uma análise sobre a caminhada formativa em geral: o que está bom, o que pode ser melhorado e o que está dificultando a realização da missão de cada fraternidade. Tal atitude, recordou Frei Gabriel, é uma postura muito incentivada pelo atual governo da Ordem dos Frades Menores – constituído há poucos dias no Capítulo Geral - de se entenderem todos os frades como membros vivos e ativos da caminhada e vida da Província e da Ordem, como foi ressaltado por Frei César Külkamp, Definidor e Visitador Geral. O testemunho de Frei Gabriel Nogueira Alves, do 3º ano de Filosofia, ilustra um sentimento positivo dos confrades: “A for-
ma como estamos caminhando é sempre de progresso, em alguns aspectos os passos são bem lentos, mas os apontamentos são cada vez mais postos sob a luz de nossas discussões. O que me deixa muito animado. Sendo assim, não fica difícil imaginar no futuro uma caminhada que nos leve à uma formação que integre todos os confrades, com seus dons, em benefício do carisma”. A programação da manhã encerrou-se com as felicitações dos confrades ao Frei Pedro Domingos Caiungue Mugiba, frade do 1º ano da Teologia, que completou 28 anos de idade. À tarde, os frades, em suas fraternidades, reuniram-se para um momento de lazer e esporte. À noite, rezaram as Vésperas e celebraram a Eucaristia.
ENCERRAMENTO COM BOAS PERSPECTIVAS
No encerramento do Encontro virtual dos Frades Estudantes, foram revisadas e encaminhadas as propostas à Comissão Preparatória do Capítulo Provincial. Além disso, o dia contou com a presença e par-
tilha do Definidor Provincial e Secretário para a Formação e Estudos, Frei João Francisco da Silva, e de uma breve avaliação do encontro. Com a oração da manhã, preparada pe-
los frades de Rondinha (PR), deu-se início à revisão das propostas, bem como a leitura das atas de todos os dias do evento. Frei Gabriel Dellandrea, informou que, após aprovação dos estudantes, enviaria o texAGOSTO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 467
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da formação inicial dedicar um tempo para to final para quem é de direito. Dentre as os estudos. Então, essa identidade só vai reflexões, destaca-se uma preocupação acontecer quando cada um de nós tiver dos estudantes com o baixo número de consciência de que o nosso papel fundaformandos. Assim sendo, deu-se pistas para aprimoramento na animação vocaciomental, dentro das questões prementes da nossa espiritualidade e do nosso carisma, nal, tarefa de todos os frades e fraternidaserá vivenciado no dia a dia de nossas vides. Além disso, evidenciou-se a assertiva busca da Província e de seus formadores das”. Para Frei João, as pessoas olham para em oferecer uma formação franciscana nós como homens de Deus, como pessoas aberta às necessidades atuais e aos ‘sinais que amenizam a dor dos irmãos. “E, se as dos tempos’. pessoas nos identificam assim é porque Frei João Francisco expressou a alegria nos veem como filhos de São Francisco e de estar presente e de saber que, mesmo percebem essa identidade franciscana”, em meio aos desafios dos tempos atuais, os observou. formandos se encontraram e refletiram sobre a vida e missão da Província. “Isso enriquece muito para nós que acompanhamos a formação”, declarou, lembrando que os estudantes fazem parte de todo o processo de formação da Província. “O Capítulo Provincial é uma motivação para este encontro, que O aniversariante Frei Bruno Dias de Deus acontece a cada três anos, mas o que con“Essa maturidade que vocês já deta mesmo são as reflexões e partilhas que aconteceram nestes dias. Vejo uma disposimonstram agora é a mesma maturidade que nós precisamos depois para que ção muito bonita para aquilo que é a nossa possamos responder às questões da realidade de Província e vocês conseguiram Província, da Ordem, como um todo”, tocar, perceber e acolher”, avaliou. “É uma explicou Frei João. Ele lembrou que, após alegria saber que no futuro teremos pessoa formação inicial, todos farão parte da as que também vão dar respostas às quesformação permanente. “Lá na frente, tões da Província. Todas as inquietações, no depois, não poderão esquecer do que que tange à revisão e avaliação de cada frarefletimos hoje. Essa mesma pertinênternidade, merecem uma atenção maior”, acrescentou. cia não pode secar, ser diminuída, nem Sobre o tema da identidade francisdeixar de existir”, ensinou. Sobre a diminuição dos formandos, Frei cana, abordado por Frei César no segundo João afirma que cada vez mais teremos dia do encontro, Frei João comentou que frades mais adultos e com certa formação ela acontece nos meandros do cotidiano: acadêmica, o que pressupõem outras exi“Nossa Província ainda tem esse privilégio
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gências de formação e novas modalidades de se fazer o acompanhamento. “Perfil do formando muda, logo o perfil do formador também deve mudar”, ressaltou. Por fim, Frei João agradeceu aos estudantes pelo trabalho destes dias. “Me parece que o resultado foi exitoso e penso que esse encontro pode ser repetido, com momentos intermediários, no triênio. As questões apontadas que devem ir para a Comissão Preparatória do Capítulo são bastantes pertinentes e elas espelham também aquilo que nós desejamos e esperamos da parte de vocês: uma participa-
ção massiva dos formandos no que tange à vida da Província como um todo. De bom grado acolhemos”, concluiu. O Encontro dos Frades Estudantes encerrou com os agradecimentos da equipe organizadora e com a oração e bênção de Frei João Francisco. Antes, os formandos congratularam-se com o aniversariante Frei Bruno Dias de Deus, nascido em 2000. Também fizeram uma avaliação do encontro e deram destaque ao bom aproveitamento das reflexões, partilhas e troca de experiências. Frei Augusto Luiz Gabriel e Frei Bruno de Deus
FRATERNIDADES
Primeira Celebração do Perdão de Assis no Santuário Frei Galvão
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Sol nascente nos veio visitar” (Lc 1, 67-79). Foi com o nascer do sol que os frades e os devotos de Frei Galvão reuniram-se na manhã de 2 de agosto para o início das celebrações do Perdão de Assis. A missa começou na parte interna do Santuário. Após os ritos iniciais, como motivações e cantos, todos se dirigiram ao terreno onde será construído o novo Santuário. Antes da Proclamação do Evangelho, as costas do celebrante, aos olhos do povo, o Sol despontava radiante. O astro luminoso não fez outra coisa senão um convite para uma louvação. Em meio aos fiéis, encontravam-se parentes de Frei Galvão. Estes trouxeram as cinzas do Senhor Edson Galvão, também parente do Santo. Edson Galvão foi quem pôde receber
os frades neste Santuário, no ano passado. Grande incentivador da vida e devoção a Frei Galvão. Frei Diego Atalino de Melo, reitor, esteve por alguns meses em contato direto com o senhor Edson Galvão. Pôde acompanhá-lo até os últimos dias de sua vida. Na celebração das exéquias do sr. Edson, a família expressou o desejo de poder deixar as cinzas no Santuário. A fraternidade, consentindo e reconhecendo o grande valor deste gesto, concordou. Contudo, fizeram um pedido à família: que construísse uma capela dedicada a São José. E, nesta mesma capela, seria depositada as cinzas do seu parente. E foi nessa missa que o Filho Fernando e Frei Diego confirmaram o surgimento desta capela provisória dedicada a São José, enquanto não surge o Santuário. A capela será simples,
em vista do seu tempo provisório. O dia do Perdão de Assis foi celebrado também no Santuário do Pai das Misericórdias, em Cachoeira Paulista, na Canção Nova. Ao meio-dia, os frades Diego e Leandro celebraram para todo o Brasil, por meio da emissora do Santuário. Frei Diego, ao seu modo, fez a pregação; e Frei Leandro Costa, com o violino, ao seu modo, contribuiu durante a pregação. Ainda na Canção Nova, Frei Leandro participou do programa “Juntos somos mais”, refletindo acerca da temática do Perdão de Assis. Um dos maiores e exigentes serviços do Santuário Frei Galvão são as confissões. Na celebração das 15h, propositalmente neste dia do Perdão, foram inauguradas três capelas penitenciais (confessionários). Esteve presente Dom Diamantino de Prata de Carvalho, OFM, bispo emérito da diocese de São Lourenço - MG. Para finalizar o dia, foi celebrado o Perdão de Assis com a temática da Esperança. Todas as primeiras segundas-feiras de cada mês, o Santuário recorda os falecidos, juntamente com as famílias enlutadas. Essa celebração nasceu neste contexto de pandemia, ao perceber as dores e tristezas das pessoas que acorriam ao Santuário. Celebração ideal, que veio ao encontro do Perdão de Assis. Uma vez que a indulgência plenária pode ser destinada aos falecidos. Por essas e tantas outras coisas ocorridas na vida deste Santuário, somos tomados pela ideia de que aqui, a seu modo, é uma pequena Porção, onde Deus e sua Bem-Aventurada Mãe comunica-se com o seu povo. Texto: Comunicação Santuário Frei Galvão Fotos: Tv Web Frei Galvão
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Santa Clara de Assis São Paulo
Frei Fidêncio: Santa Clara é exemplo e inspiração para uma nova humanidade
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rei Fidêncio Vanboemmel presidiu, no dia 11 de agosto, a sua primeira solenidade franciscana como Ministro Provincial. “Nós necessitamos, sim, de uma humanidade reconciliada e pacificada. Quantas discórdias, quantas divisões, quantos radicalismos! Necessitamos de uma humanidade transfigurada, mais transparente, mais nítida, mais clara, mais justa, mais fraterna. Necessitamos de uma humanidade compadecida como Santa Clara tantas vezes se compadeceu diante da dor”, disse Frei Fidêncio na Missa solene de Santa Clara de Assis, às 10 horas, no Convento São Francisco, no centro de São Paulo, que teve como concelebrantes o Vigário Provincial Frei Gustavo Medella e o guardião da Fraternidade São Francisco, Frei Mário Tagliari. Na sua acolhida, Frei Mário falou da
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eleição de Frei Fidêncio e lembrou que ele e Frei Medella residiram neste tradicional Convento. “É com uma alegria muito grande que nós os acolhemos”, saudou, pedindo uma salva de palmas. Frei Fidêncio saudou os fiéis paroquianos, de forma presencial ou virtual através das mídias sociais do Convento e também dirigiu sua saudação à
Ministra da Fraternidade das Chagas da Ordem Franciscana Secular, Maria Aparecida Crepaldi. Falou às Irmãs Clarissas, especialmente as que estão no território da Província: “Que Deus as abençoe e as santifique para que possam, a partir de seus respectivos mosteiros, serem luz para a humanidade de hoje”. A festa de Santa Clara, no Convento do Largo São Francisco, foi preparada com uma Novena, tendo como tema: “Santa Clara, luz para uma nova humanidade”. “Além das invocações que fazíamos ao longo da novena, a partir da Ladainha dedicada a Santa Clara, procuramos também, inspirados na Palavra de Deus, meditar aspectos da vida de Santa Clara para dizer do quanto o brilho de Santa Clara continua a clarear os nossos dias”, explicou o celebrante. Para o Ministro Provincial, como
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Santa Clara de Assis
vimos muito de perto, através das redes sociais, as grandes queimadas da Amazônia, do Pantanal e de outras regiões. Ninguém pode negar essa realidade”, lamentou.
no seu tempo, na Idade Média, Clara de Assis continua a ser para nós luz e inspiração, tanto para os homens como para as mulheres, “para juntos construirmos uma nova humanidade”. “Por que uma nova humanidade?”, perguntou. “Todos nós sabemos do grande estrago causado pela pandemia Covid-19 com suas variantes. Além das perdas humanas, essa pandemia também mexeu com todas as nossas estruturas sociais, econômicas e até religiosas. Doeu muito ver as igrejas vazias e a pouca presença de fiéis, exatamente pelo cuidado, pelo respeito, que nós devemos ter uns aos outros. Então, essa pandemia, além das grandes perdas humanas, mexeu
com todos. E muitas das feridas, já presentes na vida da humanidade, agravaram-se, especialmente as feridas das pessoas mais pobres, mais vulneráveis, que perderam o seu trabalho ou faliram nos seus empreendimentos. Basta olhar a Rua São Bento aqui na nossa frente”, avaliou o celebrante. “Também não podemos negar, justamente nesse tempo da pandemia, o gemido da nossa Mãe Terra, que no mundo inteiro acolheu mais de 4 milhões e 300 mil vidas, sendo só no Brasil mais de 565 mil vidas”, ressaltou, lamentando que mesmo assim essa Mãe Terra continuou sendo agredida, ferida e machucada com as grandes queimadas dos biomas naturais. “Nós
Segundo Frei Fidêncio, em meio a muita desesperança e tristeza, Santa Clara é fonte de inspiração para uma nova humanidade. Para isso, tomou como referência a carta de Santa Clara para Santa Inês de Praga: “Não se deixe envolver pela amargura e o desânimo, senhora amada em Cristo”. “Essa expressão, ‘amargura e desânimo’, que havia na Idade Média, também existe no nosso tempo. E Clara de Assis vem ao nosso encontro como luz, para dizer aos homens e mulheres de hoje que não nos deixemos envolver por esse discurso, muitas vezes, negacionista, discurso de pessoas derrotadas e desanimadas. Não se deixem envolver pela amargura e desânimo. E ela diz nesta mesma carta: ‘Devemos ser sustentáculos para os membros vacilantes no seu corpo inefável’. Clara se entende assim dentro da Igreja e no mundo, mesmo vivendo recolhida no claustro. Ser sustentáculo dos corpos vacilantes. É a nossa realidade, é o nosso tempo, a nossa história, a nossa vida. É a vida de tantas famílias”, observou Frei Fidêncio. Frei Fidêncio descreveu a história de Santa Clara a partir do próprio nome, que é caracterizado pela luz. Citou a bula de canonização que confirma essa luminosidade. “Clara, preclara por seus claros méritos, clareia claramente no céu pela claridade da grande glória, e na terra pelo esplendor dos milagres sublimes”. E na mesma bula se diz: “O mundo recebeu de Clara um claro espelho de exemplo: Brilhou no século, brilhou na vida, irradia depois da morte. Foi clara na terra e reluz no céu!”. Para Frei Fidêncio, uma nova humanidade só é possível de ser construída quando o coração humacomunicações
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no se deixa transformar a partir das virtudes que podemos ler em Nosso Senhor Jesus Cristo. “Foi isso que fez Clara de Assis. Nós necessitamos, sim, de uma humanidade reconciliada e pacificada. Quantas discórdias, quantas divisões, quantos radicalismos! Necessitamos de uma humanidade transfigurada, mais transparente, mais nítida, mais clara, mais justa, mais fraterna. Necessitamos de uma humanidade compadecida como Clara tantas vezes se compadeceu
diante da dor, seja das irmãs internamente no mosteiro seja dos homens e das mulheres do lado de fora do mosteiro. Basta de violências, de agressividades, de guerras malucas, de interesses. Sim, precisamos de uma humanidade mais compadecida com as dores dos irmãos, das irmãs e de toda a criação”, pediu. “Meus irmãos e irmãs, que Santa Clara nos ajude, nos inspire e, se pudermos, vamos procurar nos aprofundar um pouco mais na mística
de Santa Clara, creio que ela tem palavras, assim como São Francisco, para cada um de nós. Ela é exemplo, ela é inspiração, mesmo vivendo recolhida num mosteiro. Ela resplandeceu para fora. Ela foi aquela árvore frondosa que estendeu seus ramos através de novos mosteiros pelo mundo afora. Ela é essa luz que brilha para nós e ilumina nossas vidas e nossos corações”, completou. A Celebração Eucarística terminou com a bênção do pão de Santa Clara.
Duque de Caxias
Paróquia Santa Clara de Imbariê celebra a sua Padroeira
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Paróquia Santa Clara de Imbariê, bairro da cidade fluminense de Duque de Caxias, realizou uma intensa preparação e uma bonita festa para a sua Padroeira. O tema da festa desse ano foi: “Santa Clara e a vocação de cada um de nós”.
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O lema, por sua vez, foi tirado do Testamento de Santa Clara: “Entre os benefícios que recebemos diariamente do Pai das misericórdias, está a nossa vocação, que quando maior, mais a Ele é devida”. Ambos surgem para reafirmarem a importância da reflexão vocacional neste mês de agosto, bem como também para recordar os grandes dons que Deus concedeu à comunida-
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Santa Clara de Assis
de entrada que representavam a vida de Santa Clara. Também alguns artistas da Paróquia expuseram suas artes sobre a Padroeira na exposição: “Santa Clara por nossos olhos”.
de paroquial com a vida e vocação de cada pessoa. E para bem vivenciar essa festa foram realizadas algumas ações de preparação. Uma delas foi a Trezena on-line de Santa Clara, com vídeos publicados na página do Facebook da Paróquia. Foram 13 vídeos com mulheres da Paróquia para exaltar ainda mais o protagonismo feminino, inspirado em Clara de Assis. Nesses vídeos, uma mulher da comunidade partilhava um trecho da vida de Santa Clara e outra partilhava um pouco de sua vocação. Foram mães, enfermeiras, catequistas, lideranças leigas que contaram um pouco do
seu sim a Deus. No último dia da Trezena, a Irmã Catequista Franciscana Terezinha Boni completou o ciclo de partilhas vocacionais, contando a sua trajetória de vida como consagrada. Uma outra ação, desta vez presencial, foi o tríduo nas comunidades. No primeiro dia, em comunhão com a comunidade São Domingos, que celebrou nessa data o seu Padroeiro, cada comunidade confeccionou um “Presente para Santa Clara”: uma cesta de materiais de higiene e alimentos que serão enviados às Irmãs Clarissas de Nova Iguaçu. No segundo dia, cada comunidade rezou um terço vocacional. E no último dia houve uma celebração de ação de graças pelas vocações presentes na comunidade. Tudo isso envolto num clima simples, alegre e fraterno. Por fim, no dia de Santa Clara (11/08), a comunidade paroquial se reuniu por representantes (para respeitar os protocolos da pandemia) no centro paroquial, às 19h30. Numa linda missa festiva, aos embalos de cantos franciscanos, os paroquianos puderam observar uma linda ornamentação, compondo ela com símbolos levados na procissão
Na homilia, o pároco, Frei João Reinert ressaltou algumas características fortes da espiritualidade Clariana: a) Clara manifesta marcas de santidade: por isso nossas comunidades devem realçar esse modo de ser através da amizade, do cuidado, da determinação para aquilo que é certo; b) Clara ilumina as trevas: a sua clareza estava em seu caráter, na sua visão de mundo. Diante de tanta “escuridão” hoje, somos convidados com Clara a iluminar as situações tenebrosas e que nos envolvem, como o negacionismo, o egoísmo, o discurso de ódio… c) São Damião não é só lugar geográfico mas indica uma postura de vida: é uma espiritualidade, uma forma de ser. São Damião é cada comunidade nos seus espaços de trabalho e pastorais. São Damião é cada casa. São Damião são os espaços onde acontece a transformação do mundo, pois essa transformação vem dos pequenos espaços e não dos palácios. Ao final da celebração, Frei João conduziu um breve momento de bênção da imagem de Santa Clara, introduzida na celebração, e que agora vai compor o espaço do centro paroquial. A imagem foi uma doação da família de Frei João em gratidão pelas orações da comunidade como apoio durante o tempo em que a mãe do frade, D. Beatriz, esteve hospitalizada por conta da Covid-19. Hoje, graças a Deus, ela se encontra bem e com a família. Em seguida, como de costume, as Irmãs Catequistas Franciscana cantaram a Bênção de Santa Clara de Assis. Frei Gabriel Dellandrea comunicações
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Santa Clara de Assis
Guaratinguetá
Santa Clara de Assis celebrada no Santuário Frei Galvão
“A
ssumir a missão evangelizadora seguindo a grandeza do carisma franciscano”, esse é o objetivo deste Santuário. E são as recordações das grandes festas litúrgicas da Família Franciscana, que farão deste espaço sagrado um grande centro de propagação do Evangelho, conforme a intuição carismática de Francisco, Clara e Frei Galvão. Santa Clara de Assis, a “plantinha de São Francisco”, ganha espaço pela primeira vez neste Santuário. A vida e
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de Assis. O repertório com muitas canções, arranjadas pela própria banda. Dentro da programação da live, houve alguns depoimentos e testemunhos de irmãos e irmãs que, tributavam à vida de Santa Clara louvores e reconhecimento a partir de sua claríssima vida e santidade. Dentre alguns depoimentos, tivemos a fala de uma clarissa, Irmã Maristela, que naquela noite fazia seus votos perpétuos. Esse depoimento foi gravado antecipadamente e transmitido dentro da live.
ensinamentos de Santa Clara passarão a ser sinais aos devotos e peregrinos deste Santuário de Frei Galvão. Frei Diego Melo, durante a missa solene das quinze horas, pôde dizer: “Ao lado de Francisco de Assis estava uma grande mulher, Clara. Dela, a força de uma mulher na vivência desta nova forma de vida”. São os dois, Clara e Francisco, que darão sentido e direção à vida e Pastoral deste Santuário. O Tríduo em preparação à festa teve os temas: “Santa Clara e a Eucaristia’’, “Santa Clara e o Espelho” e “Santa Clara e a pobreza”. No primeiro dia do Tríduo, estiveram presentes as Irmãs Clarissas, do mosteiro “Mater Christi”, de Guaratinguetá. Existem muitas coisas atreladas à história e tradição dos santos. Daí dependendo do santo poderão existir costumes, devoções, cultura e até mesmo culinária. Sim, culinária.
Ligado ao nome de Santa Clara, temos os “pastéis de Santa Clara”, que nasceu num mosteiro de Clarissas, em Portugal. Numa aventura junto aos voluntários, os frades buscaram essa receita e fizeram chegar às pessoas esse docinho durante a festa deste ano. As pessoas que celebravam o Tríduo, eram convidadas a experimentar esse docinho. Foi um sucesso de primeira, confirmam os frades. Para o coroamento desta festividade, após a Missa solene, houve uma live dedicada a Santa Clara de Assis: “Noite Clara”, foi o nome. Uma iniciativa da Conferência da Família Franciscana do Brasil, região de São Paulo, com produção e transmissão da TV Web Frei Galvão, do Santuário. Frei Florival Mariano e banda puderam cantar e tocar canções que exaltavam a vida de Santa Clara
Com abertura para o povo, algumas pessoas que frequentam o Santuário fizeram-se presente. Pela primeira vez muitos tiveram contato com a espiritualidade de Santa Clara de Assis. Como foi uma live, a transmissão teve grande adesão. Mais uma vez percebe-se a criatividade neste período de pandemia. Assim como Clara de Assis, que no final de sua vida, limitada pela doença, impossibilitada de sair de casa para celebrar a missa junto às irmãs e irmãos; os fiéis, simpatizantes e religiosos da Família Franciscana, mesmo que a distância, participaram de suas casas desta “noite clara’’! Rogamos a Deus pedindo-lhe bênçãos e graças pela valorosa intercessão Santa Clara de Assis, fiel serva de Cristo. Que sua vida, delicada e vigorosa, seja um sinal eloquente às nossas vidas. Que as noites de nossas vidas sejam iluminadas segundo à luz do Santo Evangelho. Santa Clara de Assis, rogai a Deus por todos nós. Em especial por este Santuário de São Frei Galvão. Que “o Senhor que deu o bom começo, nos dê a graça do crescimento e da perseverança até o fim”. Texto: Comunicação Santuário Frei Galvão Fotos: Tv Web Frei Galvão comunicações
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Vila Velha
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Santa Clara é celebrada em Comunidade da Paróquia Nossa Senhora do Rosário
om muita alegria, a Comunidade Santa Clara se reuniu na noite da quarta-feira (11/8) para celebrar a Solenidade de sua Padroeira. Como bem lembrou o pároco, Frei Djalmo Fuck, que presidiu a celebração, é uma alegria encontrar a comunidade reunida, já que no ano passado não foi possível. Este ano, graças às flexibilizações das normas sanitárias e ao avanço da vacinação contra a Covid-19, foi possível celebrar de forma presencial, respeitando o distanciamento e o uso de máscara e álcool, mas também no formato virtual, com transmissão ao vivo pelo Canal do YouTube da Paróquia Nossa Senhora do Rosário. Em sua homilia, Frei Djalmo destacou a feliz coincidência de celebrar a Festa de Santa Clara na Semana Nacional da Família, já que Clara sempre procurou viver em comunidade. O pároco lembrou que, além da nossa família de sangue, temos também a família espiritual que é chamada de Igreja, dada a Deus por nós, e que, em ambas as famílias, passamos por tribulações, mas não podemos jamais perder a esperança. Esta Comunidade, amparada por sua Padroeira, jamais perdeu a esperança. ‘Podem nos tirar tudo, só não podem nos tirar a esperança’. […] É como olhar para Santa Clara com o Ostensório na mão: podem lhe tirar tudo, menos aquilo que ela carrega de mais importante, que é Jesus no Santíssimo Sacramento. Dando continuidade à sua reflexão,
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o frade recordou que Santa Clara sempre encontrou na comunidade e em Jesus forças para permanecer firme e fez um importante lembrete aos fiéis: “Ninguém pode viver longe da família ou da comunidade. Na família encontramos o alimento necessário para existirmos enquanto seres humanos e, na comunidade, o espaço para vivermos nossa fé. Ainda não conseguimos nos reunir plenamente, mas sabemos da necessidade de viver em comunidade. Estamos habituados a acompanhar tudo pelas redes sociais, mas o grande desafio que permanece assim que tudo isso for passando é resgatar a vida em comunidade que se faz no encontro, para rezar, receber a Eucaristia, ouvir a Palavra, festejar. Não existe uma realidade que substitua o encontro por mais belo que seja participar
das celebrações em casa. Isso não é suficiente, pois os discípulos de Jesus precisam uma hora se encontrar, não podemos viver uma fé ‘delivery’, pois uma hora precisamos ir para o fogão. Olhando para Santa Clara, precisamos recuperar a alegria do encontro!” Ao final da Missa foram sorteados terços e uma bicicleta para os paroquianos que participaram dos dias de festejo na Comunidade. A cada dia, ao chegar para a celebração, eles receberam um número para concorrer aos prêmios no dia Solene. Além dos brindes, ao sair da Igreja, eles também puderam receber um delicioso bolo preparado por voluntários da Comunidade, o bolo de Santa Clara. PASCOM - Paróquia Nossa Senhora do Rosário
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“É impossível pensar o franciscanismo sem essa dupla face: Francisco e Clara”
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anta Clara de Assis foi celebrada na Paróquia Bom Jesus dos Perdões, em Curitiba, na Missa das 18 horas, presidida pelo pároco Frei Alexandre Magno. Na sua homilia, recordou a história da fundadora da segunda Ordem e mostrou que a imagem dela ocupa lugar de destaque no interior da igreja, ao lado de São Francisco em Santa Maria dos Anjos (foto acima). Frei Alexandre ressaltou a humildade e pobreza de Clara, que não queria exercer a função de mando. Segundo ele, ela agia como mãe. “Outra exigência que queria era viver com o trabalho das próprias mãos e com as esmolas. Esse estilo de vida
não existia na Igreja, e os mosteiros viviam de suas posses. Por isso, a Igreja tinha dificuldade de aceitar esse projeto”, recordou o frade. “Mas ela lutou muito por isso e foi a primeira a escrever uma Regra própria, onde queria que fosse mantido o privilégio da santa pobreza. A Igreja aprovou sua regra de vida um pouco antes de sua morte”, lembrou. “Clara, como diz alguns biógrafos, foi muito determinante na vida e nas escolhas de Francisco. Clara tinha um cuidado com os mais necessitados e com a dor do outro. Essa atitude influenciou São Francisco”, contou, acrescentando: “É impossível pensar o franciscanismo sem essa dupla face: Francisco e Clara”. comunicações
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Santa Clara de Assis
Colatina
Com as Irmãs Clarissas
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Fraternidade da Paróquia Santa Clara de Colatina, constituída pelo guardião Frei Jeferson Palandi Broca, pelo pároco Frei Roberto Aparecido Pereira e Frei João Lopes da Silva, celebrou com as Irmãs Clarissas do Mosteiro da Santíssima Trindade no dia de Santa Clara de Assis, às 7 horas. Mais tarde, às 16 horas, na Comunidade São Vicente de Paulo. Residem atualmente no Mosteiro Santíssima Trindade 22 Irmãs
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Clarissas, que se dedicam totalmente à vida de oração e contemplação, trabalho e vida fraterna. Vivendo a mesma inspiração divina que viveu Clara de Assis, como “guardiãs do carisma Clariano, sendo sentinelas da manhã, faróis na noite escura da humanidade, raios de luz do Coração da Trindade”. A comunidade das Irmãs Clarissas do Mosteiro Santíssima Trindade teve início no ano 1991, através de um pedido do então Bispo Diocesano da cidade de Colatina – ES, Dom
Geraldo Lyrio Rocha, que em sua carta/pedido dizia: “Julgo uma grande bênção de Deus poder contar, desde o início da Diocese, com a presença orante de uma comunidade contemplativa. A meu ver uma Igreja local está incompleta se nela não houver uma comunidade contemplativa, sinal luminoso do Reino e convite permanente à oração e à penitencia”. A Paróquia de Santa Clara celebrou sua Padroeira com o tríduo nos dias 12, 13 e 14 de agosto.
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Santa Clara de Assis
Papa Francisco
Papa: exemplo de Santa Clara nos ensina a responder ao chamado do Senhor Imitar o exemplo de Santa Clara de Assis para responder fielmente ao chamado do Senhor. Este foi o convite do Santo Padre dirigido a todos nós na Audiência Geral deste dia 11 de agosto, quando é celebrada a memória litúrgica da fundadora das Clarissas e Padroeira da televisão:
caminho da humanidade de Jesus Cristo: sempre com Jesus, Deus-homem”: “Sempre com Jesus Cristo, sempre. A humanidade de Jesus Cristo! Porque o Verbo veio na car-
buís para fazer deles bons Pastores do Povo de Deus”.
ne, Deus fez-se carne por nós, e isto dar-nos-á uma santidade humana, grandiosa, bonita e madura, uma santidade de mãe. E a Igreja quer que vós sejais assim: mães, mães, mães! Deveis dar vida. Quando vós orais, por exemplo, pelos sacerdotes, pelos seminaristas, mantendes com eles uma relação de maternidade; mediante a oração vós contri-
orações e falam dos seus problemas pessoais. Talvez a religiosa nada diga de extraordinário, mas uma palavra que lhe brota precisamente da contemplação de Jesus Cristo, porque a religiosa – como a Igreja – percorre o caminho que a leva a tornar-se perita em humanidade.”
É muito bonito – disse ainda Francisco – “quando as pessoas vão ao locutório dos mosteiros, pedem
Hoje celebramos a memória de Santa Clara de Assis, modelo luminoso de quem soube viver com coragem e generosidade a sua adesão a Cristo. Imitem seu exemplo para que possam, como ela, responder fielmente ao chamado do Senhor. A primeira mulher a escrever uma Regra era forte e determinada; ela obteve a aprovação, por parte de Gregório IX - sigilada em 1253 com a Bula de Inocêncio IV - do “privilégio da pobreza” e do ardente desejo de “observar o Evangelho”. Santa Clara faleceu no dia 11 de agosto de 1253 no chão nu do Mosteiro de São Damião. Seus lábios sussurram a última oração de ação de graças: “Senhor, vós que me criastes, sede bendito”. Dois anos mais tarde foi proclamada Santa por Alexandre IV. Ao visitar a Basílica de Santa Clara em Assis, em 4 de outubro de 2013, o Papa Francisco dirigiu-se às monjas de clausura afirmando que a contemplação das religiosas é “a realidade de Jesus Cristo. Não ideias abstratas, porque elas tornam a cabeça árida. A contemplação das chagas de Jesus Cristo! E levou-as para o Céu, sim, levou-as! Este é o
Vatican Media comunicações
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FRATERNIDADES
PENHA
Frei Paulo: “Mais do que nunca é hora de celebrar o Perdão de Assis”
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erca de quinhentos fiéis subiram ao Convento da Penha para a Celebração do Perdão de Assis que teve início às 19h do dia 30 de julho. Apesar do frio, todos foram convidados a alargar os ouvidos para acolher o desejo expresso por Francisco de Assis há mais de 800 anos: “Irmãos, quero levar-vos ao Paraíso”.
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Tudo foi preparado por uma equipe de voluntários do Convento e da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Vila Velha. Desde o portão principal de acesso até o Campinho, os fiéis eram orientados sobre a necessidade de utilização de máscara de proteção facial sobre o nariz e a boca, bem como a não utilizar velas, por conta do risco de incêndio.
Na chegada ao Campinho eram acolhidos com os cantos “Doce é Sentir”, “Onde Reina o Amor” e “Ó Luz do Senhor”. A voluntária Valéria Tanure e o guardião da Penha, Frei Paulo Roberto, fizeram a apresentação, abertura e motivações iniciais. “A celebração do Perdão de Assis, que normalmente acontece na sexta-feira que antecede o dia 02 de agosto, tornou-se tradicional para uma multidão de fiéis que anualmente se dispõe a rezar conosco”, lembrou Frei Paulo. A encenação preparada pelos jovens paroquianos do Rosário deu sequência à celebração. O jovem Mateus Maretto, interpretando São Francisco, encenou o encontro com Santa Clara (interpretada pela jovem Luana Ferreira Reis) diante da Cruz de São Damião. Em seguida, em quatro cenas, os dois encontraram uma pessoa esfomeada e
FRATERNIDADES
Francisco lhe entrega um prato de comida; um enfermo pelo caminho foi acalentado pelo abraço sincero do Pobrezinho de Assis. A terceira cena ilustrou jovens abandonados e marginalizados sendo abraçados por Clara e Francisco. Por fim, a última cena da primeira parte da encenação foi um momento marcante num contexto que se fala tanto de armas, violência, “justiça armamentista”. Francisco entregou flores para dois rapazes armados, ou seja, a paz sempre prevalece sobre a guerra. Logo após a primeira encenação, ao som de “Ninguém Te Ama Como Eu”, teve início a parte litúrgica com a proclamação da Palavra de Deus (Evangelho das Bem-Aventuranças) e a exortação feita pelo Frei Paulo Roberto. “Os tempos que vivemos exigem que nossos relacionamentos sejam regidos por maior lucidez, fraternidade, perdão. A pandemia do novo coronavírus trouxe doença física que, só no Brasil, levou à morte quase seiscentas mil pessoas. Uma tragédia que a todos entristece. A pandemia não trouxe só a morte, ela também desencadeou processos de dissensão que aprofundaram as distâncias entre pessoas, famílias e comunidades. Além disso, o medo, a insegurança, o sentimento de impotência e de abandono
corroeram o equilíbrio das pessoas. Por isso, mais do que nunca, é necessário a reconciliação. Mais do que nunca é hora de celebrar o Perdão de Assis”, disse Frei Paulo no início da reflexão. O frade enfatizou bastante a importância de perdoar, assim como o próprio Cristo manda. “As páginas do Evangelho estão recheadas de experiências do acolhimento e do perdão. Através das suas palavras e de seus gestos Jesus vai desvelando o rosto misericordioso do Pai. Quem acolhe o perdão de Jesus se faz discípulo dele: quantas vezes devemos perdoar? 70 x 7”, e completou: “O perdão dado ao outro é gesto de grandeza sem par. No entanto, o perdão dado a si mesmo é incomparavelmente mais transformador. Não se trata de mera aceitação fatalista ou aquele sentimento de satisfação consigo mesmo que anula a capacidade de conversão. O autoperdão é encontro com as fragilidades e limitações da própria vida, não para morar nelas, mas encontro capaz de gerar compreensão, entendimento, oferecimento, dádiva. Por vezes somos cruéis conosco mesmos, nos cobramos além das nossas forças, não nos permitimos o fracasso, não acolhemos nossa fraqueza, nossa carência”.
Ainda durante a exortação, Frei Paulo pediu: “Hoje é dia de um aceno de reconciliação àquele que me ofendeu ou foi ofendido por mim. Hoje é dia de dizer, por favor, me desculpe, ou, por amor eu desculpo você. Hoje é dia de deixarmos de lado rixas cultivadas ao longo desses últimos anos. Hoje é dia dos casais rezarem cantando assim: ‘que ninguém vá dormir sem pedir ou sem dar seu perdão’”, concluiu. Após a exortação, Valéria e Frei Paulo leram alguns versículos bíblicos que contêm a experiência do perdão em diferentes situações. A celebração se fez também litúrgica e não apenas representação, afinal aos que rezaram no Campinho e na internet, estava reservada a Reconciliação. Assim que Frei Pedro de Oliveira convidou os fiéis a professarem publicamente a fé na oração do Credo, o rito de perdão foi iniciado. Frei Pedro conduziu a Renovação das Promessas Batismais, abençoou a água (que no final foi aspergida sobre os devotos) e concluiu a oração. Antes da bênção final devotos foram convidados a espalhar a alegria desta notícia: reconciliados e enviados a gerar reconciliação. Cristian Oliveira
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FRATERNIDADES
Frades se reúnem para o Encontro Regional do Rio de Janeiro
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a tarde do dia 19 de agosto, realizou-se o Encontro do Regional do Estado do Rio de Janeiro (RJ). Os frades das Fraternidades de Petrópolis, São João do Meriti, Rocinha, Rio de Janeiro, Niterói e de Duque de Caxias estiveram presentes no evento que aconteceu de forma virtual e com momentos de encontro entre as próprias fraternidades. O Ministro Provincial e Moderador da Formação Permanente, Frei Fidêncio Vamboemmel, e o
alizou-se entre os frades das fraternidades, de modo presencial, uma partilha acerca dos pontos apresentados pelo texto. A pergunta que norteou as reflexões foi: A síntese proposta espelha os anseios de todos os frades da Província? Sendo assim, após a partilha por residências, cada frade representante de sua respectiva fraternidade pôde apresentar para todos os presentes as sugestões, reflexões, desafios e alegrias que envolvem o todo da missão evangelizadora da Província.
Definidor Provincial e Secretário para a Formação e Estudos, Frei João Francisco da Silva, também marcaram presença na reunião. Em clima de alegria, os frades foram acolhidos pelo coordenador Frei Ivo Müller, que após as boas vindas explicou a dinâmica dos trabalhos do dia, evidenciando que as reflexões seriam em torno da síntese apresentada aos frades, pela Comissão Preparatória do Capítulo Provincial, previsto para acontecer em novembro. O texto final foi elaborado a partir das consultas às bases, realizadas no primeiro semestre deste ano. Já no segundo momento do encontro, re-
O Ministro Provincial começou sua reflexão a partir do artigo 188 das Constituições Gerais, da Ordem dos Frades Menores, afirmando que o Capítulo deve ser o primeiro sinal de comunhão fraterna. “Comunhão fraterna porque nos unimos a partir das forças que nós temos, daquilo que nos somos, daquilo que cada um pessoalmente vive, bem como a partir de nossas fraternidades nas suas diferentes missões e trabalhos evangelizadores”, ressaltou. Para Frei Fidêncio, no Capítulo se quer fortalecer aquilo que une os frades e ao mesmo tempo encontrar uma saída nos caminhos de diferenças e desafios. “Esse é o trabalho
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que está sendo feito a partir da leitura da síntese apresentada pela Comissão Preparatória”, garantiu. “Creio que essa é uma forma concreta onde nós queremos de fato nos fortalecer naquilo que nos une e buscar um caminho novo, a partir do que nos diferencia e que precisa ser solucionado”. Explicou que a previsão era que o Capítulo fosse intermediário, mas que se transformou em um Capítulo Eletivo, após a eleição de Frei César Külkamp para Definidor Geral da Ordem e Visitador para a Província da Imaculada. Fez menção dos trabalhos que vêm sendo realizados na organização do Capítulo, bem como a visita canônica de Frei César às fraternidades. Para Frei João Francisco é importante fazer o exercício de olhar para a Província com esperança. “Temos muito vigor para isso. E isso nos enobrece enquanto Província. É preciso pensarmos adiante e tecermos um novo caminho”, frisou. “Vemos que o horizonte é bastante positivo entre os frades. Por isso, é preciso nos debruçarmos sobre certas questões e nos envolvermos na discussão daquilo que é próprio nosso. Vamos crescendo juntos enquanto Província”, afirmou. No final, apresentou-se um vídeo do Coral dos Canarinhos de Petrópolis, que no último dia 15 de agosto completou 79 anos. A bênção final do Ministro Provincial encerrou o encontro. Frei Augusto Luiz Gabriel
FRATERNIDADES
Padroeiro dos colonos e motoristas é homenageado em Xaxim
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Paróquia São Luiz Gonzaga celebrou, no dia 25 de julho, São Cristóvão, o santo Padroeiro dos colonos e motoristas. Em carreata, os veículos saíram de frente da igreja Matriz de Xaxim, SC, e seguiram até o bairro Ari Lunardi, na Comunidade de São Cristóvão. O pároco Frei Gilson Kammer presidiu a celebração em frente à igreja da Comunidade. A 38ª Festa de São Cristóvão teve início no dia 21 de julho com o Tríduo. A cada dia, um tema era refletido. As celebrações foram na igreja do bairro Ari Lunardi, às 19h, com transmissão pela página do Facebook da Comunidade. Xaxim possui muitas empresas de transporte rodoviário e deixam as carreatas mais belas. E neste ano a tradição não foi diferente! Os veículos seguiram em procissão atrás da imagem de São Cristóvão levada por um trator até o bairro, onde receberam a bênção. A Santa Missa teve início às 10h30. Em cima da carroceria do caminhão foi montado o altar para a celebração. A comentarista iniciou apresentando o tema: “São Cristóvão e a Comunidade”. Depois, os jovens apresentaram um breve histórico desses anos de festa. Em sua homilia, Frei Gilson, agradeceu a todos que estavam presentes pela bonita festa. “Hoje, além de São Cris-
tóvão, Padroeiro do colono e motorista, também vamos celebrar o Dia dos Avós”, disse o pároco. Conforme o frade, o Evangelho do dia é bastante atual ao falar da partilha do pão e do cuidado que temos para com a nossa família. “As maneiras como produzimos o pão, que é o pão da alegria. Lembramos que no evangelho de hoje Jesus usa o pão como sinal de partilha no milagre da multiplicação, como cuidado”, afirmou Frei Gilson. Para o celebrante, Deus nos pede para que partilhemos o pouco que temos, o que somos. “Quando falamos de pão lembramos da hóstia,
da Eucaristia de Cristo, que lembra a vida, a fé, o cuidado e a paciência. Devemos valorizar o que temos e o que somos”, disse. E seguiu: “Hoje, também lembramos de nossos avós, que partilham seus ensinamentos para que possamos ser melhores netos e filhos. Eles cuidam de nós e nos protegem. Quando falamos dos avós, lembramos de Sant’Ana e São Joaquim, avós de Jesus. São pessoas tão especiais na vida de todos nós, pois nos recordam amor e alegria em família. Que Deus abençoe a Comunidade, os motoristas, os colonos e os avós”. A 38ª Festa de São Cristóvão teve animação do Grupo de Jovens Missionários e da Pastoral da Juventude da Comunidade nas leituras. Pascom da Paróquia São Luiz Gonzaga
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FRATERNIDADES
SOROCABA
Paróquia Bom Jesus dos Aflitos celebra 95 anos de fundação e 85 anos da presença franciscana
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Arcebispo de Sorocaba, Dom Júlio Endi Akamine, SAC, presidiu a Missa Solene no dia 6 de agosto, festa do Padroeiro da Paróquia Bom Jesus dos Aflitos, que recordou também os 95 anos de fundação desta Paróquia e os 85 anos de presença dos Frades Menores nesta cidade, conhecida como a Manchester paulista em virtude das semelhanças com a inglesa Manchester, uma das pioneiras na implantação de extenso parque industrial. Presentes toda a Fraternidade Franciscana - Frei Benedito Gonçalves, pároco da Paróquia Bom Jesus, Frei Gilberto Piscitelli, guardião e pároco da Paróquia Santo Antônio, Frei Rozântimo Antunes Costa e Frei José Raimundo de Souza - e os fiéis paroquianos, que participaram observan-
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do as normas sanitárias. Quem não esteve presente, pôde acompanhar pela página do Youtube da Paróquia. Segundo o Arcebispo, hoje, em vários lugares se celebra a Festa do Bom Jesus. “É o caso desta Paróquia, no dia da Transfiguração do Senhor. E hoje também rendemos graças a Deus pelos 85 anos de presença dos frades franciscanos aqui na nossa Arquidiocese de Sorocaba. Queremos render graças a Deus por essa presença tão frutuosa, tão boa para esta Igreja particular. Rezemos ao bom Deus para que abençoe muito a Ordem dos Frades Menores, e tenha muitas e santas vocações, para que continue presente nesta Igreja particular de Sorocaba, de modo especial nestas duas paróquias aqui de Bom Jesus dos Aflitos e de Santo Antônio. Então, aos freis franciscanos, nos-
sa saudação e a nossa sentida e profunda gratidão em nome não só meu, mas de toda a Arquidiocese de Sorocaba ao longo desses 95 anos”, saudou Dom Júlio. Para o celebrante, a Transfiguração
FRATERNIDADES
do Senhor nos convida, principalmente, a repensar a nossa relação com Deus. Como é a nossa relação com Deus? Nos convida a rever os conceitos que a gente tem de Deus e também rever os modos como nós damos testemunhos de Deus aos outros. “Quem é Deus? Qual é a nossa relação com ele? Como nós damos testemunho de Deus? Muito frequentemente nós pensamos Deus segundo a nossa medida. O conceito que temos de Deus reflete o conceito que nós temos de nós mesmos e também dos nossos semelhantes. Ou seja, nós projetamos em Deus aquilo que nós somos ou aquilo que nós pensamos ser. O evangelho de hoje inverte as coisas: Deus se revela quem é para que se revele quem nós somos”, explicou. Para Dom Júlio, em relação a Jesus devemos ter duas importantes atitudes. ”É o Pai que diz: ‘meu Filho muito amado, escutai-O’. São duas atitudes importantes: amar
e ouvir. Jesus se revela como Filho porque ele, ao se revelar como Filho, nos insere nessa relação com o Pai. Nossa relação com Deus é filial. Não somos servos, escravos, somos filhos no Filho Jesus”, recordou. “Por isso a nossa atitude é esta de amar como o Pai e de ouvir porque o Pai nos manda ouvi-Lo. Sem amar e ouvir nunca teremos encontro pessoal com Jesus”, completou, convidando a todos a subir à montanha com os apóstolos.
Bom Jesus dos Aflitos A Paróquia instituiu o “Mês do Padroeiro” para festejar Bom Jesus dos Aflitos. Ela foi fundada por Dom José Carlos de Aguirre no dia 6 de agosto de 1926, na festa do Padroeiro. Já os primeiros franciscanos na cidade foram Frei Conrado Schiwiora e Frei Zeno Kohr, que chegaram por volta do Natal de 1936. Segundo o historiador Aluísio de Almeida, em artigo no “Diário de Sorocaba”, por ocasião do cinquentenário do Bom Jesus, Dom Aguirre deu-lhes todo o curato de Votorantim e a pequena capela de Santa Rita para exercerem o seu ministério. A sede da residência ficava em Santa Rita, numa chácara generosamente doada a eles pelo major Abílio Antunes Soares. Oficialmente, o
pároco de Votorantim era o próprio superior, Frei Conrado, mas quem residiu em Votorantim foi Frei Zeno, que viveu entre os operários das fábricas. A ida de Frei Conrado para o Bom Jesus é de 24 de dezembro de 1937. Em janeiro de 1941 chegou o vigário Frei Eugênio Becker. Ele resolveu, com a aprovação de Dom Aguire, construir a igreja definitiva num local melhor, mais central, na rua cel. Nogueira Padilha. A primeira pedra da nova igreja do Bom Jesus foi lançada a 9 de abril de 1942. Frei Eugênio Becker, que já tinha sido pároco antes, voltou para ficar de 1952 a 1959 e terminou as obras da Igreja, inclusive a torre inaugurada em 1956/57. Frei Eugênio, neste período, iniciou a construção das igrejas de São Francisco de Assis e de Santo Antônio, acompanhando o desenvolvimento respectivamente, da Vila Assis e da Vila Barcelona. A imagem do Bom Jesus é do século XVIII e também servia na Catedral para a tradicional procissão do fogaréu ou do Senhor preso, em que as pessoas, quase só homens, andavam correndo com a imagem no andor depois do lava-pés da Quinta-feira Santa, para imitar aquele gesto da Paixão. A Paróquia Santo Antônio começou a ser criada por iniciativa de Frei Eugênio Becker na década de 50, na antiga capelinha de Santo Antônio. Depois de muitas lutas, conseguiu-se a doação do terreno. No dia 11 de outubro de 1964 foi lançada a pedra fundamental e iniciada a construção da atual igreja matriz. AGOSTO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 485
FRATERNIDADES
Coral dos Canarinhos celebra 79 anos e ganha de presente a volta aos ensaios presenciais
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a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora e celebração de aniversário de 79 anos do Coral dos Canarinhos em Petrópolis (RJ), o presidente do Instituto dos Meninos Cantores (IMCP), Frei Marcos Antonio de Andrade, emocionado, surpreendeu a todos ao anunciar que, após um longo período de ‘portas fechadas’, o coro de meninos mais antigo do país retornará suas atividades, com todos os cuidados sanitários, nesta segunda-feira, 16 de agosto. “Queremos pedir a Deus para iluminar todos os profissionais que trabalham com os nossos meninos. O
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coro não é apenas de nossa Paróquia, Igreja, Província e da nossa cidade, mas sim, do Brasil e do mundo inteiro”, declarou. A celebração foi realizada às 10 horas, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, onde o Coral faz a maioria de suas apresentações. Atualmente, o Coral dos Frades do Tempo da Teologia anima as missas com a entoação de cânticos, antífonas e músicas litúrgicas. A regência ficou a cargo experiente maestro Marco Aurélio Liscth, que até então dividia sua rotina entre os ensaios do Coral dos Canarinhos, de modo remoto, e dos frades teólogos, presencialmente. Os estudantes
de Teologia também serviram na celebração como acólitos e na transmissão da celebração pelas redes sociais da Paróquia do Sagrado, do IMCP e da Rádio Imperial da cidade. Sobre a festa litúrgica do dia, Frei Marcos falou da importância da figura de Maria na fé cristã. Para o presidente da celebração, esta festa faz lembrar do Natal, da encarnação de Deus que se dá na Igreja, que se dá em nós. “Mas como faremos isso? Seguindo os passos de Maria, seguindo os passos de Jesus, seu filho”, ensinou. Para o presidente do IMCP, celebrar o aniversário do Coral dos Canarinhos no dia da Assunção de Maria faz lembrar a missão do coro, de que também na liturgia o coral ajuda a experimentar um pouquinho do céu, da glória. “Todos nós sabemos disso, a música tem esta força. A música na voz das crianças é muito mais forte. E Maria, nesta festa, com certeza, cuida e sempre cuidou dos nossos meninos, do nosso coro, para cumprir esta missão e este serviço de nos conduzir com ela até o Senhor”, observou. “Que Maria nos ajude a continuarmos o nosso caminho de serviço de vivência do Evangelho para, com ela, chegarmos um dia à glória da ressureição. Que no início das atividades e no retorno do nosso coro dos meninos, ela possa estar conduzindo, abençoando e protegendo todas as nossas crianças”, concluiu. A gestora do IMCP Rose Mello explica que sem poder fazer apresentações ao vivo, o que o coral faz com grande maestria, o aniversário de 79 anos não poderia deixar de ser comemorado, afinal, são muitas décadas de história. Segundo ela, em um momento tão difícil para a humanidade, o coro vai até à comunidade para
FRATERNIDADES
agradecer. “A intenção é agradecer diretamente a cada um que fez e faz parte desta história e, por isso, a instituição criou o projeto ‘Canarinhos na Caixa’, que levou a representantes desta história uma caixinha com um vídeo comemorativo e um mimo”, frisou.
No entanto, as comemorações e preparativos dos 79 anos do coral já começaram há muito tempo. A identidade visual do evento foi criada pelo voluntário e designer Alexandre Campos, que pensou na riqueza de detalhes como o número ‘79’ que está destacado em ouro, seguindo a tabela periódica. Já o número ‘9’ está representando uma nota musical, a semibreve. Além disso, imagens que representam os meninos cantando foram transformadas em deliciosos biscoitos pela Beatriz Ribeiro Eckhardt, da “Biscoitize”.
Especial dos 79 anos dos Canarinhos Já às 18 horas, foi ao ar pelo canal do YouTube do IMCP, o Especial de 79 anos do Coral dos Canarinhos. Com um repertório produzido pelo coro nestes últimos tempos, o vídeo fez uma homenagem, desde o início do mês agosto, a representações das quase oito gerações. Com participações de frades, pais, canarinhos, ex-canarinhos, colaboradores e voluntários, o especial mostrou que o Coral dos Canarinhos é feito de pessoas sensíveis que acreditam na arte, na música e na formação humana. Frei Cesar Külkamp, Definidor Geral da Ordem dos Frades Menores, também já foi presidente do IMCP, e escreveu: “Parabéns ao Coral dos Canarinhos e a todo o Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis! Vida longa a esta querida instituição que tanto bem leva através da música, do trabalho social e da evangelização franciscana.
Sinto muito orgulho por fazer parte desta história”. “Linda homenagem, lindas palavras do Frei Marcos e do maestro Lischt! Que repertório foi esse? Em minutos me peguei chorando também, junto com os homenageados. Tudo responsabilidade dessas doces vozes angelicais que possuem a chave de acesso à nossa sensibilidade! Parabéns! Que nas comemorações dos 80 anos possamos nos abraçar”, saudou Ana Maria Assunção Carneiro. Silvia Corrêa parabenizou o coro dos Canarinhos de Petrópolis pelos 79 anos. “Que todos que fazem e fizeram parte dessa história sejam abençoados. Tenham certeza que esse coro faz toda a diferença na vida não só dos meninos, mas de todos que estão aí fazendo acontecer”. Frei Augusto Luiz Gabriel e Frei Felipe Medeiros Carreta
“Dentro da caixinha ainda vai um QR code através do qual as pessoas assistem um vídeo de agradecimento, tendo como fundo musical a música Canção da América de Milton Nascimento, gravada pelos Canarinhos”, explicou Rose, destacando que alguns cartazes comemorativos também foram espalhados pela cidade. AGOSTO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 487
FRATERNIDADES
Frades do Espírito Santo se reúnem no encontro do Regional
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s Fraternidades de Colatina e Vila Velha (Convento da Penha e Santuário Divino Espírito Santo) se reuniram no dia 16 de agosto para mais um encontro do Regional Espírito Santo, que teve como sede o Santuário Divino Espírito Santo. Como os frades já estão imunizados, optaram por fazer as reuniões de um jeito próprio, em fraternidade. O tema principal do encontro foi o Capítulo Provincial que será realizado de 22 a 30 de novembro em Agudos, São Paulo. A presença de Frei Fidêncio Vanboemmel motivou as discussões e os encaminhamentos capitulares. “Eu vim em nome do Frei César e também como Ministro Provincial para conversar e motivar os frades para o próximo Capítulo Provincial que tem como tema: ‘Juntos nós construímos os nossos sonhos’. A minha presença junto
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aos confrades foi para motivá-los, orientá-los nesse processo eletivo, nesse processo capitular que já está em andamento desde o início do ano”, explicou. Frei Fidêncio comentou sobre a oportunidade de retornar ao Espírito Santo depois de alguns anos. “É uma alegria estar aqui no Espírito Santo, lugar que vim tantas vezes quando era Ministro Provincial durante os nove anos que exerci esse ministério. Esse Regional, de fato, é o único que conseguiu se reunir porque são três Fraternidades pequenas e estão se cuidando, embora a Fraternidade do Convento tenha passado por momentos dolorosos. Outros Regionais, maiores, ainda estão fazendo encontros de forma virtual”, disse. De acordo com o coordenador do Regional, Frei Djalmo Fuck, esse segundo encontro neste ano acontece numa ocasião oportuna de viver a fraternidade. “O
Regional é sempre um tempo de encontro, de partilha das nossas vidas, um tempo de oração e sobretudo, esse, foi especial pois recebemos a visita do Frei Fidêncio motivando para o Capítulo Provincial, explicando a forma da eleição de irmãos nossos para ocupar o Governo Provincial e o Definitório, as datas do Capítulo e depois também os protocolos que vamos precisar seguir porque a Ordem exige que esse encontro seja presencial, uma vez que será eletivo. Vamos tomar uma série de cuidados até o mês de novembro para que essa reunião possa acontecer com segurança”, detalhou Frei Djalmo. No início do Encontro Regional, os frades relataram intenções e experiências vivenciadas durante a Festa de Santa Clara de Assis. Os freis lembraram os confrades e padres da Arquidiocese que perderam a vida por conta da Covid, como Frei Luiz
FRATERNIDADES
Flávio Adami Loureiro (do Convento da Penha) e os jovens padres Kleber Júnior e Fernando Souza. Em seguida, partilharam acontecimentos em suas realidades e finalizaram a primeira parte da reunião com a leitura da ata do Capítulo anterior. Frei Fidêncio, na segunda parte, fez motivações espirituais e abordou assuntos capitulares. Em seguida, foram realizadas as comunicações, os avisos da vida e missão de cada Fraternidade. O Encontro Regional foi encerrado com uma oração final e um almoço festivo. Cristian Oliveira
O Espírito Santo Deus-em-nós Frei Volney na coleção “Iniciação à Teologia” A coleção “Iniciação à Teologia”, em sua nova reformulação, conta com volumes que tratam das Escrituras, da Teologia Sistemática, Teologia Histórica e Teologia Prática. “O Espírito Santo Deus-em-nós”, de Frei Volney J. Berkenbrock, é o lançamento deste projeto. Segundo a Vozes, uma coleção de teologia, escrita por autores brasileiros, leva-nos a pensar a função do teólogo no seio da Igreja. “Tal função só pode ser entendida como atitude daquele que busca entender a fé que professa, e, por isso, faz teologia. Esse teólogo assume, então, a postura de produzir um pensamento sobre determinados temas, estabelecendo um diálogo entre a realidade vivida e a teologia pensada ao longo da história, e se caracteriza por articular os temas relativos à fé e à vivência cristã a partir de seu contexto. Outra característica que o acompanha é a de ser filho da comunidade eclesial, e, como tal, deve fazer de seu ofício um serviço aos cristãos”, define a apresentação desta obra. O leitor, segundo a Vozes, encontrará
neste livro um manual de pneumatologia. “Volney J. Berkenbrock sintetiza as questões bíblicas, históricas e sistemáticas que formulam o estatuto da pneumatologia, mas também articula esses elementos com as motivações eclesiais e humanas, não se limitando a uma simples exposição dos elementos que formam o estatuto pneumatológico, mas busca introduzir o leitor na construção do raciocínio teológico. Assim, a pneumatologia possibilita-nos, aos cristãos ou à teologia, a consciência da dinâmica e do movimento que nos habita, seja no âmbito pessoal, na relação com os outros, na comunidade eclesial ou na sociedade, ou ainda no âmbito universal e cósmico”. “Vivei e convivei sempre alegres e em equilíbrio com todas as formas de vida emanadas pelo Deus-em-nós. Em todas as circunstâncias daí graças e espaço ao Reino de Deus e ao sopro do Espírito. Não extingais o Espírito, sua dinâmica e seus impulsos de vida. Não desprezeis as profecias e escutai sempre de novo a voz dos profetas. Examinai
tudo e ficai com o que é bom, com o que é belo, com o que é saudável, com o que é justo, com o que é amoroso. Abstende-vos de toda espécie de mal, de injustiça, de opressão, de morte”, convida Frei Volney, que é é doutor em Teologia pela Rheinische Friedrich-Wilhelms-Universität, Bonn, Alemanha.
FRATERNIDADES
PETRÓPOLIS
Celebração do Ano Jubilar recorda a história das imagens que adornam a Igreja do Sagrado
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a Festa da Transfiguração do Senhor (6/8), a comunidade do Sagrado celebrou o Jubileu de 125 anos de presença dos frades menores franciscanos, vindos da Alemanha para Petrópolis (RJ), e dos 75 anos de criação da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. A Santa Missa foi presidida pelo pároco Frei Jorge Paulo Schiavini e foi concelebrada por Frei Abílio Antunes do Amaral, às 18 horas. Com a presença de lideranças de movimentos e pastorais, bem como das Irmãs de Nossa Senhora do Amparo que animaram a missa com a condução dos cantos, a celebração mensal do Ano Jubilar, após uma bre-
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O pároco explicou que o Sagrado Coração de Jesus é representado, desde 1877, pela imagem do altar-mor, que foi reconduzida em nicho próprio, e, desde 1892, também pelo vitral do Sagrado, ao lado direito de quem entra pelo corredor central.
Maria, Mãe de Jesus e da Igreja
ve pausa no mês de julho, fez memória da história das imagens santas que adornam a Igreja, como o Sagrado Coração de Jesus, o Sagrado Coração de Maria, Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Antes, porém, Frei Jorge iniciou sua reflexão discorrendo sobre a Festa da Transfiguração do Senhor. Segundo o pároco, todos são convidados para este momento íntimo de oração com o Senhor. “Ele também se transfigura a nós através dos sacramentos, na eucaristia, nos momentos de oração em que nos colocamos de todo o coração diante de Deus”, acrescentou. Frei Jorge explicou que na 1ª sexta-feira de cada mês, a igreja celebra a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e em especial neste ano, a Fraternidade do Sagrado vive o Ano Jubilar: “Junto com a festa da Trans-
figuração, fazemos a memória da Igreja do Sagrado, onde o Senhor se transfigura para muitas pessoas. Nessa Igreja muitas pessoas fazem a experiência de Deus. Por isso, queremos render graças a Deus por este ‘monte’ que é a Igreja do Sagrado Coração de Jesus”.
O Sagrado Coração de Jesus Em seguida, Frei Jorge falou sobre a temática do dia fazendo memória da história das imagens que adornam a Igreja do Sagrado. Segundo o celebrante, o Sagrado remete ao Santo, à santidade; o Coração, à humanidade. “Ao coração que pulsa, existe um forte símbolo de vida, de amor, de atenção, zelo e de dedicação. A simbologia do Coração de Jesus indica, pois, proximidade, encontro entre Deus e a pessoa, entre o humano e o divino, entre divino e humano”, ressaltou.
Na Igreja do Sagrado, a devoção mariana está representada pelo vitral do Sagrado Coração de Maria, que desde 1892 ladeia o Sagrado Coração de Jesus. Antigamente, onde hoje é a capela do Santíssimo, havia a Capela de Nossa Senhora das Dores, com a cena alusiva à presença de Maria tendo nos braços o Senhor morto, motivo que na tradição da arte sacra ficou conhecido como Pietá. “A dor de Maria é também a dor das pessoas: a dor das pessoas é representada na dor de Maria”, lembrou Frei Jorge. Em uma das reformas na Igreja, decidiu-se pela colocação da imagem de Nossa Senhora das Dores na capela dedicada a Santo Antônio de Sant’Ana Galvão. “Essa imagem é muito expressiva, pois demonstra toda a proximidade de Deus e de Maria”. Também é centenária, explicou Frei Jorge, lembrando que a cada década se faz necessário restaurar a imagem, pelo fato de que as pessoas tocam na mesma. “Mas o importante é que as pessoas se sintam tocadas pelo amor de Deus, pela intercessão maternal de Maria”, enfatizou. “Que possamos sentir, nessa Eucaristia, que celebramos o amor do Sagrado Coração que nos sustenta. Que possamos praticar esse amor em nossa vida”, concluiu. A missa teve continuidade com as preces seguidamente da liturgia eucarística. Após a comunhão, Frei Jorge convidou a comunidade para rezar pelos falecidos. A bênção final de Frei Abílio encerrou a celebração que foi transmitida pelo Facebook e YouTube da Paróquia e pela Rádio Imperial da cidade. Frei Augusto Luiz Gabriel AGOSTO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 491
EVANGELIZAÇÃO
Meet da Frente de Evangelização da Educação em 30 de julho
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s confrades que atuam pela Frente de Evangelização da Educação estiveram reunidos na modalidade on-line em 30 de julho último. O referido meet teve a seguinte programação: 14h - oração e acolhida - Frei Claudino 1 4h05 - Mensagem do Definidor Geral, Frei César Külkamp, trazendo proposições oriundas do último Capítulo Geral à Frente da Educação. 14h25 - Mensagem do Vigário Provincial e Secretário para a Evangelização, Frei Gustavo W. Medella. 14h40 - Constituição dos Frades em três diferentes grupos visando identificar aspectos a serem atualizados no Plano de Evangelização 2016-2021 em relação à Frente da Educação (pág. 39 a 44), o que para tanto foi solicitado aos Confrades a realização de uma leitura prévia. 15h20 - Plenário 16h - Agradecimentos, Bênção e Encerramento.
Após uma breve memória da caminhada da Frente de Evangelização da Educação no triênio (2019-2021), Frei César alegrou-nos ao mencionar o esforço que temos feito para empreendermos uma “caminhada enquanto Frente da Educação nos últimos anos a partir das bases, numa comunhão fraterna cada vez mais convergente entre frades e leigos.”
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Lembrou-nos a relevância de que, durante âmbito de Capítulo Geral, os confrades participantes se ativeram à busca e ao resgate tanto da “identidade do carisma franciscano” como da “Fraternidade”, a partir da metodologia SWOT, ou seja, uma estratégia promissora utilizada por diferentes grupos de estudo com o objetivo de – em relação a uma determinado tema ou problemática – identificar/avaliar “ forças” (strengths), “fraquezas” (weakness), “oportunidades” (opportunities) e “ameaças” (threats). Segundo Frei César, “o Capítulo Geral de julho de 2021 foi muito rico em discussões fraternas e proposições em termos de evangelização e de renovação de sentido existencial e religioso (convite à conversão)... Em termos de forças, percebeu-se a disposição de, seja enquanto nossa Província, seja enquanto Frente da Educação, evidenciar cada vez mais a força da identidade do carisma franciscano nas diferentes atividades que temos procurado desenvolver: o cuidado da Criação, o diálogo inter-religioso, a solidariedade com os mais pobres, entre outras”. Convidou-nos também Frei César a dispormos – dentre vários aspectos relevantes compartilhados por ele enquanto ressonâncias do Capítulo Geral – de todos os recursos necessários para “promovermos uma formação de excelência alinhada à identidade do carisma franciscano em todas as nossas instituições de ensino, buscando uma integração maior com os quatro ramos da família franciscana... Não menos importante que a contribuição franciscana à formação intelectual, acadêmica e profissional estaria a necessidade de avaliarmos e revitalizarmos o sentido da Pastoral da Educação em nossos Colégios e Universidades como meio de evangelização de toda a Ordem”. As ressonâncias oriundas do último Capítulo Geral proferidas por Frei César aos participantes do Meet dos Frades da Frente da Educação em 30/07/2021 foram muito oportunas à identificação de aspectos a serem atualizados no Plano de Evangelização 2016-2021 em relação à Frente da Educação (pág. 39 a 44).
EVANGELIZAÇÃO
Dentre os vários aspectos identificados e sugeridos pelos confrades a serem atualizados ou mesmo complementados no Plano de Evangelização 2016-2021 em relação à Frente da Educação (pág. 39 a 44), destaco aqui alguns deles:
Antes mesmo de nos atermos a tal atividade durante o Meet, o Vigário Provincial e Secretário para a Evangelização Frei Gustavo W. Medella iniciou sua mensagem mobilizando-nos a considerar vários fatores do atual momento pandêmico como ponto de partida partida para uma revisão da nossa presença como evangelizadores franciscanos na educação. Disse-nos ele que não podemos deixar passar despercebido este período (tempo) pandêmico ainda em curso...; precisamos repensar a ideia de que o Plano de Evangelização vem a ser um processo por meio do qual queremos caminhar em e como Fraternidade a partir de um projeto de vida e missão, abrindo espaço para o protagonismo dos leigos...; precisamos retomar o propósito de uma maior integração entre as cinco Frentes de Evangelização da Província por meio de iniciativas práticas e atividades em comum; precisamos tornar mais visível o perfil de aluno a ser formado em nossas instituições de ensino, contemplando os sonhos e ideais desse aluno em vista de educarmos ao testemunho de vida alinhado ao carisma franciscano...”. precisamos, enfim, nos sentirmos os guardiões da alegria e da esperança por meio do diálogo e do respeito às diferenças nos diferentes setores de nossa instituições de ensino.
c ompreender a educação como um modo de conhecer, acolher, amar, sentir, servir e promover o desenvolvimento do ser humano em todas as duas dimensões, não obstante as complexidades e os mais diversos desafios inerentes a tal propósito. considerar o quanto a educação escolar e universitária sempre estiveram historicamente no centro da proposta de evangelização da Igreja Católica e da Ordem Franciscana. reafirmar a importância de estarmos em e como Fraternidade, a partir de um projeto fraterno de vida e missão, com espírito de proximidade1 e comunhão com os colaboradores leigos, trabalhando em rede2 e somando forças; educar em e como em Fraternidade com a força do nosso carisma, enquanto peritos, testemunhas e artífices de um projeto de comunhão em vista da consolidação do Reino de Deus no mundo; promover uma educação libertadora, sendo coerentes com os valores que verdadeiramente libertam e promovem a vida integral das pessoas e o cuidado da criação3; dar mais visibilidade ao carisma franciscano nas entidades de ensino, sendo o testemunho a melhor maneira de educar e ensinar; criar mais espaços de encontro e diálogo intercultural e inter-religioso, respeitando as crenças, valores, aptidões e vicissitudes de cada pessoa; compreender as novas tecnologias, provenientes das transformações da sociedade atual, como um ambiente cultural propício à inclusão4; fortalecer as atividades pastorais, promovendo em todas as unidades educacionais a familiaridade com a Palavra de Deus, por meio de encontros de reflexão, de retiros, de celebrações litúrgicas, da promoção vocacional5 franciscana, do diálogo, do respeito às diferentes confessionalidades religiosas e da promoção do ser humano; ampliar a presença missionária desta frente de evangelização para além das nossas entidades, comprometendo-se, por exemplo, em ajudar estudantes de instituições de ensino públicas e de lugares periféricos a superar lacunas6 em termos de aprendizagem, entre outras mazelas. AGOSTO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 493
EVANGELIZAÇÃO
Ao final, os confrades participantes foram lembrados de que no próximo dia 1º de setembro irá ocorrer o Encontro Ampliado da Frente da Educação das 14h às 17h com a presença e a participaçaõ signficativa de vários dos nossos colaboradores leigos. Por volta das 16h, tivemos o encerramento do Meet da Frente da Educação com a mensagem de Frei Gustavo, dando-nos a bênção de São Francisco. Aproveito para agradecer imensamente a todos os Confrades que não só no último dia 30 de julho, mas durante o triênio (2019-2021) estiveram presentes em cada um dos encontro e muito contribuíram 1 “A recente pandemia permitiu-nos [...] reconhecer como as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns que, sem dúvida, escreveram os acontecimentos decisivos da nossa história compartilhada: médicos, enfermeiros e enfermeiras, farmacêuticos, empregados dos supermercados, pessoal de limpeza, cuidadores, transportadores, homens e mulheres que trabalham para fornecer serviços essenciais e de segurança, voluntários, sacerdotes, religiosas... compreenderam que ninguém se salva sozinho.” (PAPA FRANCISCO. Carta Encíclica Fratelli Tutti – sobre a fraternidade e a amizade social (n. 54). Assis (Itália), 3 de outubro de 2020. Disponível em: <http://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/ papa-francesco_20201003_enciclica-fratelli-tutti.html>. Acesso em: 11/08/2021). 2 “Criar rede significa proporcionar lugares de encontro e diálogo no âmbito das instituições educativas e promovê-los externamente, com cidadãos provenientes de outras culturas, tradições, religiões diferentes.” (PAPA FRANCISCO. Discurso do Papa Francisco aos membros da fundação “Gravissimum Educationis”. Sala do Consistório, Roma, 25/6/2018. Disponível em:
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à caminhada da Frente da Educação, ajudando-nos a redescobrir a importância de nos unirmos sempre mais a um propósito comum: evangelizar/educar em e como em Fraternidade com a força do nosso carisma, enquanto testemunhas do Evangelho e disseminadores da esperança, da solidariedade e paz. Agradecido,
<http://w2.vatican.va/content/francesco/ pt/speeches/2018/june/documents/papa-francesco_20180625_gravissimum-educationis.html>. Acesso em: 11/08/2021). 3 “Francisco é o exemplo por excelência do cuidado pelo que é frágil e por uma ecologia integral, vivida com alegria e autenticidade. É o santo padroeiro de todos os que estudam e trabalham no campo da ecologia, amado também por muitos que não são cristãos.” (PAPA FRANCISCO. Carta Encíclica Laudato Si: sobre o cuidado da casa comum, maio de 2015. Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.pdf>. Acesso em: 11/08/2021). 4 “Dia a dia enfrentamos a opção de ser bons samaritanos ou viandantes indiferentes que passam ao largo.” (PAPA FRANCISCO. Carta Encíclica Fratelli Tutti – sobre a fraternidade e a amizade social (n. 69). Assis (Itália), 3 de outubro de 2020. Disponível em: <http://www.vatican.va/content/ francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20201003_enciclica-fratelli-tutti.html>. Acesso em: 11/08/2021). 5 “As instituições educativas e formativas não são apenas o lugar onde os jovens
Frei Claudino Gilz COORDENADOR DA FRENTE DE EVANGELIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO passam a maior parte do tempo, mas são, sobretudo, um espaço existencial que a sociedade coloca à disposição para o seu crescimento intelectual e humano e sua orientação vocacional.” (SÍNODO DOS BISPOS – XV Assembleia Geral Ordinária. Os jovens, a fé e o discernimento vocacional – Instrumentum laboris / Cidade do Vaticano – 2018 / n. 18. Disponível em: <http://www.vatican. va/roman_curia/synod/documents/rc_synod_doc_20180508_instrumentum-xvassemblea-giovani_po.html>. Acesso em: 12/08/2021). 6 “O ser humano contemporâneo experimentou que o que acontece numa parte do mundo pode ter consequências noutras, e que ninguém pode, a priori, sentir-se seguro num mundo onde há sofrimento e miséria.” (CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA. Educar ao humanismo solidário - para construir uma ‘civilização do amor’: 50 anos após a Populorum Progressio. Roma: Institutos de Estudo, 2017, n. 28-29. Disponível em: <http://www. vatican.va/roman_curia/congregations/ ccatheduc/documents/rc_con_ccatheduc_ doc_20170416_educare-umanesimo-solidale_po.html>. Acesso em: 11/08/2021).
EVANGELIZAÇÃO
Iniciativa da Rede Celinauta homenageia vítimas da Covid-19
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pandemia nos trouxe, além de muitos desafios que ainda enfrentamos, a dor para muitas famílias que perderam seus entes queridos seja pela Covid-19 ou por suas consequências. Sem poderem ter os devidos momentos para velarem seus familiares, muitas pessoas sentem que, para a sociedade, eles se tornaram somente números de uma grande tragédia. Como uma tentativa de resposta a esse desafio, a Rede Celinauta de Comunicação, elaborou uma homenagem às vitimas da Covid-19: o Memorial da Vida. Esse projeto foi pensado para dar visibilidade e um rosto a tantos irmãos e irmãs que deixaram nossas famílias e que não puderam receber, por causa dos protocolos sanitários, as devidas homenagens. Muitos são pais, filhos, avós, mães de alguém que sentem no coração a dor e saudade.
A proposta foi de que cada pessoa enviasse uma foto e uma descrição de seu ente querido que seriam usados na elaboração dessa homenagem, para que nossos telespectadores pudessem perceber que para além dos números existem histórias, pessoas concretas com sonhos e futuros
que foram prematuramente interrompidos. A Rede Celinauta deseja dessa forma se fazer solidária às famílias enlutadas, partilhar de nosso espaço de comunicação e também demonstrar que a pandemia não pode nos tirar a capacidade da empatia, do amor ao próximo e do cuidado com a vida.
Rádio Celinauta: 67 anos de história no Sudoeste do Paraná
Como pioneira da radiofusão no Sudoeste do Paraná, inicialmente com o nome de Rádio Colmeia, a Rádio Celinauta completou, no dia 31 de julho, 67 anos de história de democratização da informação. Numa
história que remete a nomes como Frei Policarpo Berri e Frei Nelson Rabelo pelos seus longos anos à frente da rádio, os passos de evolução e modernização deste veículo continuam a ser a marca do pioneirismo da Celinauta. A importância da comunicação radiofônica se dá por ela ser “um veículo que ajuda a mobilizar as comunidades, as pessoas. O rádio é uma grande referência para nossa comunidade quando se trata de informação, música, esporte e também espiritualidade como uma emissora franciscana”, afirma Frei Neuri Reinisch, presidente da Rede Celinauta de Comunicação. A partir desses quatro pilares - informação, esporte, música e espiritualidade -, a
Rádio Celinauta criou a sua identidade que é reconhecida como a marca da Celinauta, seja pelas autoridades seja pela comunidade do Sudoeste do Paraná. A Celinauta, dando continuidade à sua modernização, também se encontra em processo de migração de rádio AM para rádio FM. Mais um passo na direção de melhorar e qualificar ainda mais a comunicação da rádio-mãe do Sudoeste do Paraná, que buscou nesses 67 anos realizar um trabalho de qualidade e credibilidade, fazendo com que informação de qualidade e espiritualidade que edifica cheguem aos lares dos nossos ouvintes. Frei Alan Leal de Mattos AGOSTO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 495
Dom Paulo Evaristo Arns Abertura do Ano Jubilar do Centenário de Nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns
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ara celebrar o 1º Centenário de Nascimento (1921-2021) de Dom Frei Paulo Evaristo Arns, tem início no próximo dia 14 de setembro o Ano Jubilar na Arquidiocese de São Paulo e na Província Franciscana da Imaculada Conceição. Esse momento histórico será vivido, às 10 horas, com a Missa de abertura na Catedral da Sé. No mesmo dia, às 20 horas, esse momento terá continuidade com uma live: “Paulo, Profeta e Pastor” pelas mídias da Arquidiocese.
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Um folheto litúrgico especial facilitará a participação na celebração. Haverá, ainda, uma edição especial do jornal “O São Paulo”, destacando a vida, a obra e o legado deixados por Dom Paulo para o presente e o futuro da Igreja na cidade. Entre os eventos programados estão debates, reflexões, a obra literária de Dom Paulo e as iniciativas pastorais que ele e seus colaboradores tomaram e que ainda hoje existem. Além disso, ao longo do ano, a Arquidiocese marcará presença em tantas outras iniciativas programadas pela Província Franciscana da Imaculada Conceição e de entidades ligadas aos direitos humanos. Frei Fidêncio Vanboemmel, que participou da Comissão do 1º Centenário da Arquidiocese de São Paulo, lembra que a Província se une à iniciativa da Arquidiocese, junto com outras entidades e organizações sociais. “Juntos queremos celebrar este momento
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Dom Paulo Evaristo Arns
histórico para resgatar, conhecer e reconhecer o profetismo deste incansável Homem da Esperança. Dom Paulo, numa celebração festiva na Província, disse aos confrades que a história da sua vida pode ser resumida em três partes: a família, a vida franciscana e o pastoreio de bispo a serviço da Igreja”, disse. Segundo Frei Fidêncio, celebrar o Centenário do nascimento de Dom Paulo é trazer para a realidade de hoje o desdobramento destes três eixos fundamentais da sua vida: 1º) Recordar a vida familiar deste 5º filho dentre 13 irmãos do casal Gabriel Arns e Helena Steiner Arns. Família que zelou pela vida cristã e procurou dar aos filhos aquilo que deve ser o direito de todas as famílias: oferecer qualidade de formação e estudos. 2º) Celebrar a vocação franciscana e a caminhada formativa de Frei Paulo Evaristo Arns na Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, da Ordem dos Frades Menores, desde a sua entrada no seminário de Rio Negro
(PR) 1934, o seu Noviciado em 1940, a sua formação filosófica-teológica e os seus estudos de pós-graduação na França, bem como os diferentes serviços prestados à Fraternidade Provincial: professor em Rio Negro, Agudos e Petrópolis, Mestre dos Clérigos e Vigário provincial, quando, em 1966, foi nomeado bispo auxiliar da cidade de São Paulo. 3º) Rememorar o pastoreio profético de Dom Paulo como bispo da Arquidiocese de São Paulo numa Igreja que, desde a sua nomeação como Bispo, começou a respirar os novos ares e as grandes transformações provindas do Concílio do Vaticano II. Um pastoreio e profetismo que, como fiel filho de São Francisco, fundado na radicalidade da vivência do santo Evangelho, foi voz dos sem voz em tempos difíceis de um regime de “Brasil nunca mais”. Segundo o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, um vídeo neste dia abre a série durante todo o Ano Jubilar para falar da vida deste frade francis-
cano. Um banner comemorativo será entronizado no dia 14 de setembro de 2021 para ser utilizado em todas as instituições da Província (Paróquias, Santuários, Colégios, Universidade, Rádios, Obras Sociais, Casas de Formação, etc.). Outras iniciativas serão definidas durante o Ano Jubilar. Na Arquidiocese será dado destaque à obra literária de Dom Paulo, com a possível reedição de um de seus livros, e uma exposição fotográfica mostrará momentos marcantes do seu pastoreio. Até mesmo um concerto musical na Sala São Paulo foi programado, faltando apenas confirmar a data. Esses momentos celebrativos também já mobilizam entidades religiosas e civis da sociedade brasileira. O senador Flávio Arns enviou convite à Província informando que o Senado Federal promoverá, no dia 13 de setembro de 2021, às 10h, Sessão Especial em alusão ao centenário de nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns. “A iniciativa vem se somar às diversas homenagens programadas para lembrar a vida, a trajetória, as obras e o belo legado deixado por Dom Paulo, que completaria 100 anos no dia 14 de setembro deste ano”, destaca o convite, lembrando que em decorrência das medidas restritivas de acesso ao Senado Federal em função da pandemia, não será possível o acesso presencial de convidados ao Plenário da Casa. Todavia, a Sessão Especial poderá ser acompanhada de modo virtual, ao vivo, pelo canal da TV Senado no YouTube no link https:// www.youtube.com/c/tvsenado. “Desta forma, convidamos a todos para prestigiarem o evento e agradecemos o apoio na divulgação do convite para os membros desta entidade que tanto contribui para a defesa dos princípios que marcaram a vida de nosso querido e saudoso Dom Paulo”, convida o senador. comunicações
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Também a Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados aprovou, ainda em março, homenagem aos 100 anos de nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns por sugestão da deputada Luiza Erundina (PSOL/SP). No dia 10 de agosto o Encontro Virtual sobre Dom Paulo reuniu o ex-ministro e ex-secretário estadual (de São Paulo) de Justiça, José Carlos Dias, atual presidente da Comissão Arns, o jornalista Juca Kfouri, a ativista Margarida Genevois – que recentemente ganhou biografia, escrita pelo jornalista Camilo Vannuchi – e o presidente do Conselho do Instituto Vladimir Herzog (IVH), Ivo Herzog. No texto de Vitor Nuzzi, da Rede Brasil Atual, Dias lembrou da formação da Comissão Justiça e Paz (CJP), na Arquidiocese de São Paulo. Ele recebeu convite para participar de reunião na residência do cardeal – “Uma casa modesta na rua Mococa, no Sumaré” – com outros advogados, como Dalmo Dallari, Fabio Konder Comparato, Mári Simas, José Gregori, Hélio Bicudo. “Dom Paulo falou da necessidade de ter um grupo de pessoas que pudesse dar apoio a ele na defesa dos direitos humanos e protegendo aqueles perseguidos políticos”, recorda. “Foi uma conversa tensa, mas muito forte, que mexeu com cada um de nós.” Outra lembrança foi de uma viagem a Brasília, ao lado do cardeal-arcebispo, para uma reunião com várias famílias de presos políticos. Eles iriam se encontrar com o então poderoso ministro Golberi do Couto e Silva. “Chega Golberi, ele senta, aí dom Paulo fala: ‘Ministro, estas pessoas que aqui estão vão dar testemunho de violência praticada contra pessoas de sua família. Quero que o senhor ouça”. Então aconteceu um fato impressionante: o Golberi chorou. E disse: eu me comprometo a tentar achar essas pessoas. Claro que isso ficou só na promessa. Mas foi uma cena que eu comunicações AGOSTO | 2021
Acervo Província
Dom paulo Evaristo Arns
guardo presente na minha lembrança de uma forma indelével.” Ivo Herzog conheceu Dom Paulo quando criança, em circunstância triste: no ato ecumênico em memória de seu pai, morto sob tortura no DOI-Codi paulista em outubro de 1975. Lembra-se dele “acolhendo minha mãe, que tinha acabado de perder o marido, dois filhos pequenos… Sempre me senti muito acolhido por ele.” Quando surgiu a proposta de criar o IVH, Ivo foi com a mãe, Clarice, e com o jornalista Ricardo Carvalho visitar o já “aposentado” cardeal, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Dom Paulo, conta, já tinha ideias na cabeça sobre a futura entidade. “O instituto tinha que promover a paz, a liberdade, o respeito e a democracia. Essa é a nossa missão até hoje, contra essa cultura estabelecida de ódio e violência.” Margarida conta que conheceu Dom Paulo por meio de convite feito por Comparato, que a convidava para integrar a CJP. Ela não sabia do que se tratava, e foi com o jurista para uma reunião com o cardeal. “Uma casinha pequena, modesta, um piso só, um portãozinho mínimo…” A reunião foi na cozinha, um lugar mais discreto da casa. Durante duas horas, ouviu relatos de prisões, torturas, desaparecimentos. “Eu
nem desconfiava que aquilo fosse possível. Era proibido falar disso no jornal. A quem recorrer?” Depois de formada a comissão, “as pessoas contavam seus dramas, suas angústias, procurando as pessoas da família que tinham desaparecido”, recorda. Uma dessas famílias era do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. “Eu me lembro dele, pequenininho, devia ter uns 2 anos, nos braços da mãe.” O pai do advogado, Fernando Santa Cruz Oliveira, militante político, desapareceu durante a ditadura. Margarida lamenta que os jovens atualmente não se interessem tanto pelo assunto, pelas memórias desse tempo. “E isso me machuca muito, sabe? É preciso não esquecer essas dramas que vivemos”, pediu.
O FRADE MENOR Dom Paulo e Flávio são filhos do casal Gabriel Arns e Helena Steiner, pequenos agricultores descendentes de imigrantes provenientes da Alemanha (região de Rio Mosela), que tiveram treze filhos. O quinto filho foi Dom Paulo ao nasceu no dia 14 de setembro de 1921 em Forquilhinha, Criciúma, SC. Dom Paulo realizou seus estudos fundamentais em Forquilhinha e
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Dom Paulo Evaristo Arns
Vozes, onde Dom Paulo, na época comemorando 50 anos de vida religiosa, afirma que “foi a partir do momento que recebi como presente o texto completo do Novo Testamento. Gostei sempre da pessoa e da mensagem de Jesus Cristo, por isso afeiçoei-me com intensidade a todos acontecimentos que tanto empolgaram a São Francisco: o Natal de Jesus na vida terrena; a cruz como fonte de esperança; e a eucaristia como expressão plena de amor”.
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ingressou no Seminário Seráfico São Luís de Tolosa de Rio Negro (Paraná). Em 1940, entrou no noviciado, em Rodeio (Santa Catarina), onde fez os votos temporários na Ordem dos Frades Menores. Em seguida, cursou Filosofia em Curitiba e a Teologia em Petrópolis.
Foi ordenado presbítero no dia 30 de novembro de 1945, em Petrópolis, por Dom José Pereira Alves, arcebispo de Niterói. Por cerca de uma década exerceu seu ministério, assistindo a população desfavorecida da Baixada Fluminense e Petrópolis, onde também lecionou no Instituto Teológico Franciscano (ITF) de Petrópolis e na Universidade Católica de Petrópolis. Depois disto, foi para a França para cursar Letras na Sorbonne, onde se doutorou em 1952. Retornando ao Brasil, o então Frei Evaristo Paulo Arns trabalhou no interior de São Paulo, onde lecionou e cuidou da formação dos frades franciscanos no Seminário Menor de Agudos. Mas foi em Petrópolis (RJ) que, além de cuidar da formação dos teólogos, ele dedicou parte do seu tempo ao trabalho pastoral e “se apaixonou pelo povo humilde”, como afirma Maria Angela Borsoi, que por mais de 40 anos foi secretária de Dom Paulo. No pequeno livro “Um padre em sete morros abençoados”, de mais de 80 páginas, Dom Paulo conta como era o trabalho que realizava junto ao povo, desde o atendimento aos doentes, as catequeses para as crianças, a preocupação com a falta de escola e o alto índice de analfabetos da região. “O principal era a escola: de cem crianças, 91 não a frequentavam, como já contei. As escolinhas se resumiam a uma sala e a professora sacrificada, gritando entre as crianças sentada na terra batida. Preparei um projeto de reforma das escolas e fui apresentá-lo ao bispo local, homem de muita bon-
dade. Aceitou logo a proposta, pois reconhecia os estudos e a experiência de seu frade amigo. Em que consistia? As salas de aula passariam, por um comodato, à Igreja. O município nomearia os professores e os pagaria. Mas só poderiam nomear aqueles que figurassem na lista do povo que descobre, indica e controla”, contou o frade franciscano. Segundo recorda no livro, em 1966, quatro meses de chuvas provocaram uma calamidade na cidade. Rochas despencaram, rolando morro abaixo e por onde passaram, deixaram um rastro de morte, lama e destruição. Ao receber uma ligação pedindo socorro, Frei Evaristo convocou os estudantes. Todos trocaram os hábitos, por calças, camisas e botas. Os feridos foram encaminhados para o hospital, já os mais de 40 mortos foram velados no salão do convento franciscano. “Fizemos escala, e os frades, após o banho, trajando seus hábitos religiosos, passaram a noite ao lado dos mortos, no salão da Ordem Terceira. Rezaram e cantaram a noite inteira para evitar a confusão do choro e a reclamação contra Deus, que não havia evitado essa quase insuportável calamidade”. Nesse aspecto, ela cita uma entrevista dada por Dom Paulo, em 1989, para a revista Grande Sinal, da Editora
Na sua autobiografia, descreve-se assim: “Qualquer coisa que eu tenha feito em minha vida ou ainda chegue a realizar explica o fato de eu ser padre. Fui por longos anos professor, mas sempre padre-professor, ao ensinar Literatura, Teologia ou Didática. Escrevi livros e milhares de artigos mesmo antes da ordenação sacerdotal. Trazem a marca de padre. Amei muito na vida e passei por situações humilhantes, por calúnias graves e muito difundidas, mas sempre como padre, porque desejei cumprir a missão que Cristo me confiou. Meu lema de bispo, arcebispo e cardeal – ‘De esperança em esperança’ – foi escolhido na época eu que eu era um simples padre”. Em 2 de maio de 1966 foi eleito bispo titular de Respecta e auxiliar de São Paulo, aos 44 anos. Recebeu a ordenação episcopal em 3 de julho de 1966, na igreja matriz do Sagrado Coração de Jesus em Forquilhinha. Tinha início uma nova trajetória de vida na Igreja, sempre com as bases franciscanas: Profeta e pastor em defesa dos oprimidos e dos Direitos Humanos, contra a censura, a favor da liberdade, incentivando a organização do povo em comunidades de base, apoiando os movimentos sociais, denunciando a tortura e enfrentando militares, independentemente das patentes, oferecendo a Catedral da Sé para missas e cultos ecumênicos de repúdio à ditadura. comunicações
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Comemorando Dom Paulo omemorar significa, literalmente, trazer à memória juntos, lembrar juntos. Em 14 de setembro de 2021 estaremos comemorando o centenário do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, quinto arcebispo metropolitano de São Paulo. Nascido em 1921, em Forquilhinha (SC), Dom Paulo fez seus estudos preparatórios para a vida religiosa nos seminários da Ordem Franciscana dos Frades Menores, sobretudo em Petrópolis (RJ), e foi ordenado sacerdote em 30 de novembro de 1945. Em seguida, fez o doutorado em Letras na Universidade de Sorbonne, em Paris, com uma tese sobre “a arte do livro em São Jerônimo”, tornando-se especialista em literatura cristã antiga, ou patrística.
Luciney Martins/O SÃO PAULO
De volta ao Brasil, foi professor de Filosofia e Teologia em Petrópolis, até ser eleito bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, em 2 de maio de 1966, pelo papa Paulo VI. Trabalhou ao lado do cardeal Agnelo Rossi, arcebispo da época, até que, em 1970, Rossi foi chamado a Roma para assumir a condução da Congregação para a Evangelização dos Povos e acompanhar as frentes missionárias da Igreja Católica, sobretudo na África e na Ásia. Dom Paulo tornou-se, então, arcebispo de São Paulo, em 22 de outubro de 1970. Pouco tempo depois, em 5 de março de 1973, foi nomeado membro do Colégio Cardinalício pelo mesmo papa Paulo VI, com quem o cardeal Arns teve sempre grande proximidade e estreita sintonia.
comunicações AGOSTO | 2021
Como arcebispo, Dom Paulo procurou renovar a vida da Igreja e dinamizar o trabalho pastoral na Arquidiocese, atendendo às circunstâncias e necessidades da cidade de São Paulo, que crescia vertiginosamente e carecia de atenção especial às imensas periferias. Arns procurou traduzir em novas práticas organizativas e pastorais as orientações do Concílio Vaticano II no que se refere à participação do povo na vida e na missão da Igreja. Dedicou atenção especial aos pobres e desvalidos, estimulando
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Dom paulo Evaristo Arns
o surgimento de numerosas obras voltadas para a promoção da caridade e da dignidade humana. Sua atuação pastoral em São Paulo se deu em pleno regime militar, quando as liberdades democráticas, o respeito à dignidade humana e aos direitos fundamentais da pessoa foram desrespeitados de forma preocupante. Dom Paulo foi voz firme e respeitada na denúncia desses males e na defesa da dignidade da pessoa e de seus direitos fundamentais. Sua atuação se somou à de muitos que clamavam pelo retorno à normalidade democrática no Brasil.
profeta da esperança, conforme o seu lema episcopal, “Ex spe in spem” – de esperança em esperança. Ele nunca renunciou ao sonho de ver um Brasil melhor e um mundo melhor. Em 15 de abril de 1998, tendo já superando a idade canônica da renúncia ao seu encargo, tornou-se arcebispo emérito, retirando-se da cena pública. Viveu ainda longamente, vindo a falecer serenamente em 2016. Seu corpo repousa na cripta da catedral metropolitana.
derão ser promovidas para lembrar dom Paulo e valorizar o seu legado. A Igreja de São Paulo recordará o cardeal Arns no ano do seu centenário dando graças a Deus por sua vida e ação e para destacar novamente a herança espiritual que ele aqui deixou. Uma comissão da Arquidiocese de São Paulo está organizando a agenda de eventos e iniciativas para comemorar a efeméride ao longo de todo o ano. A abertura oficial será feita com uma solene celebração eucarística na Catedral da Sé no próximo dia 14 de Luciney Martins/O SÃO PAULO
Não deve ficar em segundo plano a figura de Dom Paulo como bispo e pastor dedicado à Igreja. Ele amava seu rebanho e tinha alegria em estar com o povo. Promoveu a evangelização e a organização pastoral, a formação do clero e dos religiosos, incentivou o protagonismo dos leigos para ocuparem com coragem seu lugar na Igreja e na sociedade. Dom Paulo queria a liturgia celebrada com esmero e dignidade, a palavra de Deus anunciada com dedicação e fervor e que o Evangelho de Cristo fosse força e transformação para uma sociedade melhor. Além da sua palavra fácil e calorosa, Dom Paulo escreveu numerosos livros e publicou frequentes artigos e entrevistas. Sua atuação em favor dos direitos humanos e das liberdades democráticas rendeu-lhe prêmios e reconhecimento nacionais e internacionais. Tendo permanecido por quase 28 anos à frente da Arquidiocese de São Paulo, o cardeal Arns marcou-a profundamente com seu carisma pessoal e suas diretrizes pastorais. Foi um
Dom Paulo Evaristo Arns é um ilustre personagem que honra a Igreja Católica. Mas também é uma personalidade pública que teve protagonismo singular no seu tempo. Ele agora pertence à História. Na iminência da celebração de seu centenário, estes brevíssimos traços de sua biografia e da trajetória de sua vida têm o propósito de convidar para fazermos juntos a sua memória, daquilo que fez e significou para São Paulo e o Brasil. Muitas iniciativas po-
setembro, às 10 horas, com a presença de representantes da Igreja, autoridades públicas, de outras instituições religiosas, sociais e culturais. É preciso recordar Dom Paulo porque ele ainda tem muito a dizer ao nosso tempo. Cardeal Odilo Pedro Scherer ARCEBISPO METROPOLITANO DE SÃO PAULO Publicado no jornal “O ESTADO DE S. PAULO” no dia 14/08/2021
comunicações
AGOSTO | 2021
CFMB
A presença franciscana da Custódia São Benedito na Amazônia
C
om uma presença centenária na Amazônia, os Frades Menores, seguem sua vocação no fluir dos rios desta abençoada região. Na história da Custódia se pode contar gerações de irmãos que, vindos de fora ou nativos, testemunham a mensagem do Evangelho no chão amazônico. Em março de 1990, o Ministro Geral Frei João Vaughn erigiu uma nova entidade franciscana autônoma na Amazônia, transformando a Custódia do Sagrado Coração
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de Jesus em vice-Província São Benedito da Amazônia. Frei Miguel Kellett foi eleito como primeiro Ministro Provincial da nova entidade e a dirigiu até o primeiro Capítulo Provincial, realizado em janeiro de 1993, quando foi eleito um novo governo para a vice-Província. O objetivo principal da ereção da nova vice-Província fazia parte da política do Governo Geral da Ordem dos Frades Menores, durante a década de oitenta e começo da década de noventa, de erigir novas entidades nas áreas de missão da Ordem, a
fim de incrementar a fundação e implantação da Ordem nestas áreas. E nesses 31 anos, a Custódia tem buscado ser fiel às suas raízes franciscanas e amazônicas. Do passado ao presente, o Pobrezinho de Assis e os povos dessa terra querida são a força e companhia para que os frades possam vencer os ‘banzeiros’ dos tempos. “E aqui estamos, para partilhar da nossa vida e missão. Contar e guardar com amor nossa memória é o que queremos comunicar”, revela Frei Fábio Melo Vasconcelos, frade da Custódia São Benedito que atualmente reside em Petrópolis e cursa o 2º ano de Teologia. A Amazônia não é só uma realidade, mas é uma multiplicidade de encontros, de cidades, de vilas. “E nos encontramos imersos nessa imensa diversidade. Os frades residem tanto no Oeste como no extremo Leste da região. Ao longo dos rios, nas capitais e cidade dos interiores podemos viver a vida franciscana”, explicou. As fraternidades da Custódia estão três estados da denominada Amazônia legal. Amazonas, Pará e Roraima. Pode-se encontrar os frades menores nos seguintes locais: Boa Vista,RR (Fraternidade interprovincial Conferência dos Frades Menores do Brasil CFMB); Itaituba, PA; Missão São Francisco do Rio Cururú (PA); Monte Alegre (PA); Óbidos (PA); Santarém (PA): Cúria Custodial e Postulantado Kabiará em Manaus (AM) – Juniorato e Frades em Estudos fora da Custódia em Petrópolis(RJ) e Chicago (Illinois, EUA). Em todos esses lugares onde os frades estão só desejam uma coisa: testemunhar o Evangelho em pobreza, obediência, sem nada de próprio e em castidade. “Que nesses caminhos da Amazônia nos acompanhe
sempre a força divina que une os povos e culturas para que vivamos como anunciadores da paz”, deseja Frei Fábio. Semear a espiritualidade franciscana é espalhar no mundo um outro modo de pensar e agir. A espiritualidade franciscana é itinerante, não está presa a um lugar somente. A história, o carisma e a força da figura de Francisco e de seus seguidores abraçam o mundo todo e dialogam com os mais diversos ambientes. Por sua vez, a Amazônia é um berço, uma mãe que acolhe tantos que aqui chegam, e São Francisco aqui se instalou por meio dos seus seguidores e seguidoras. Todas as marcas da espiritualidade franciscana brilham e refletem no profundo contexto amazônico. Uma sintonia entrelaça está imensa floresta com os vales da Úmbria. “A encarnação, a cruz e a ressurreição, eixos do carisma franciscano, resplandecem nas dores, alegrias e esperanças da nossa gente. É isso que queremos compartilhar com todos, uma espiritualidade franciscana enraizada no coração da irmã e mãe Amazônia”, destacou.
Custódia em números A Custódia São Benedito da Amazônia conta com 38 frades menores franciscanos. Desses 38 religiosos, 6 são de votos temporários, 2 noviços e 30 de votos solenes. Além desses 38, a Custódia tem 3 frades de outras entidades que moram em Roraima (RA) e conta ainda com 8 postulantes neste ano de 2021.
Frei Adriel e Frei Fábio, estudantes em Petrópolis
Novo site mostra o trabalho pastoral dos frades No dia 2 de agosto, festa franciscana da Porciúncula, os frades da Custódia São Benedito da Amazônia, entidade franciscana presente na região norte do país, apresentaram ao povo de Deus e as pessoas de boa vontade o seu novo site: franciscanosamazonia.org.br. O evento de lançamento aconteceu às 8h30 na sede custodial, Convento São Francisco, situado na cidade de Santarém (PA) com a oração das Liturgia das Horas. A celebração foi transmitida em tempo real pelo Facebook e Youtube da Custódia. Dentro da liturgia, presidida pelo custódio, Frei Edilson Rocha da Silva, OFM, evidenciou-se o Perdão de Assis comemorado hoje e a difusão do modo de ser franciscano no contexto amazônico por meio dessa nova plataforma digital. No site podem ser encontradas as páginas com conteúdo sobre a vida e missão dos frades menores na Amazônia brasileira. Além disso, apresenta conteúdos históricos, elementos do carisma franciscano e atualidades sobre a Custódia. Um Diferencial do site é que nele podem ser encontrados elementos de espiritualidade amazônica. Com esse material os frades esperam dispor de um espaço para evangelizar e interagir com seus parceiros e parceiras na missão de testemunhar Cristo na querida Amazônia. Com essa “repaginação” do site não se busca apenas uma “cara nova”, um layout mais moderno, mas um espaço que seja um Tapiri, isso é uma casa de conversa e de bom encontro com os frades menores na Amazônia. Com esse recurso se almeja também a promoção humana, social e cultural dos povos da floresta e das realidades urbanas. Assim, os frades da Custódia convidam a todos para embarcar com eles nessa canoa e navegar juntos na busca de um anúncio e vivência do evangelho com rosto amazônico. Equipe de Comunicação Custodial
FALECIMENTO
Frei Abel Schneider 19.07.1921
+ 28.07.2021
N
o último 19 de julho, Frei Abel Schneider celebrou cem anos, tornando-se o segundo frade centenário da Província. Ele e a Fraternidade do Noviciado de Rodeio, contudo, nem puderam celebrar a data, porque nesse dia Frei Abel foi internado no Hospital da cidade. Seu estado de saúde piorou muito com vômitos e dores muito fortes renais. Nesse tempo de internação, não apresentou melhoras e, no início da tarde do dia 28 de julho, ele veio a falecer. Seu velório foi realizado a partir das 6h30 do dia seguinte, na Igreja matriz da Paróquia São Francisco de Assis de Rodeio. Às 7 horas, a Fraternidade do Noviciado rezou as Laudes e, às 10 horas, a Missa de Exéquias. O corpo de Frei Abel foi sepultado, às 11 horas, no jazigo dos frades no Convento de Rodeio.
O Frade Menor Frei Abel nasceu em Selbach, RS, no dia 19 de julho de 1921. Era o filho mais velho do casal Fridolino e Agnes Schneider (falecidos) teve nove filhos (8 homens e 1 mulher). Agricultores, os pais eram, segundo o frade “profundamente” cristãos católicos. Seu discernimento vocacional, acreditava, começou desde criança, através da prática religiosa, do trabalho, da honestidade e da boa convivência. “Todos da minha pequena comunidade eram católicos praticantes e dali saíram muitas vocações. Para se ter uma ideia, até 1963, éramos 27 padres, 45 religiosos (as) e 1 bispo que nasceram ou moraram lá. O bom exemplo dos franciscanos e sua piedade também influenciaram na minha decisão”, contou em sua ficha autobiográfica. “Desde criança tive a ideia de ser padre e apresentei-a ao meu pai. Para a minha
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surpresa, ele gostou muito e me encaminhou para os franciscanos. A paróquia onde morávamos era dos frades; hoje não é mais. Em Selbach, no Rio Grande do Sul, havia muitos seminaristas, companheiros que eu conhecia e outros que não conhecia, mas quase todos da Diocese de Santa Maria. Então, pensei: vou lá para Santa Maria! Pensei que era a mesma coisa. Mas o pai me fez mudar de ideia e disse: ‘Não, você vai para os Franciscanos!’ Eu aceitei. No seminário, a gente aprendeu o que era ser franciscano e como ser frade menor. Nesse tempo, tinha 13 anos e ingressei na etapa do ensino fundamental. Mas aprendi pouca coisa, pois em casa só falávamos alemão. Fui para o seminário sem saber o português”, disse em entrevista a Frei Augusto Luiz Gabriel, em 2018. Frei Abel ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 14 de dezembro de 1946 e fez a profissão solene no dia 18 de dezembro de 1950, sendo ordenado sacerdote no dia 1° de julho de 1954. Sobre a sua longa caminhada como religioso, define: “Toda pessoa humana enfrenta provações. Passei também as minhas, e se até aqui venci, espero ser fiel até o fim”. Para ele, viver bem em fraternidade, é “aceitar a si mesmo e corrigir os erros, buscar a perfeição sempre, fazer penitência, saber que a renúncia faz parte da vida consagrada para não perder o objetivo maior que
FALECIMENTO
Dados pessoais, formação e atividades 1 9/07/1921 – Nascimento em Selbach, RS (100 anos) 14/12/1946 – Admissão na Ordem dos Frades Menores em Rodeio, SC (74 anos de Vida Religiosa) 18/12/1947 – Profissão simples na Ordem dos Frades Menores 18/12/1950 – Profissão Solene (70 anos) 1º/07/1954 – Ordenação presbiteral (67 anos) 1949-1950 - Filosofia (Curitiba) 1951-1955 - Teologia (Petrópolis)
Atividades na Evangelização 2 6/01/1956 – Luzerna 20/01/1959 – Duque de Caxias 27/11/1960 – São João de Meriti 30/07/1962 - Indaial, SC, vigário paroquial 16/02/1963 - Chopinzinho, PR, vigário paroquial 15/01/1965 – Porto União, SC 03/05/1966 – Xaxim, SC 15/07/1966 – Coronel Freitas, SC 17/12/1966 - Jaborá, SC 06/01/1970 – Abdon Batista, SC, vigário paroquial 30/08/1972 – Luzerna e Água Doce, SC, vigário paroquial 28/01/1974 - Major Vieira, Canoinhas, SC, vigário paroquial 07/12/1979 - Água Doce 15/12/1982 - Jaborá 31/01/1984 - Coronel Freitas, SC, vigário paroquial 04/04/1990 - Lages, Aparecida, SC, vigário paroquial 17/01/1992 - Atendimento Conventual em Lages, SC 22/03/2000 - Agudos, SP, tratamento de saúde 19/03/2001 - Rodeio, SC, atendente conventual 07/11/2003 - Balneário Camboriú, SC, atendente conventual 07/12/2004 - Rodeio, SC, atendente conventual
é seguir Jesus e, com isso, ser fiel ao chamado, ao plano de Deus, à vocação que ele nos deu”. Segundo ele, a fórmula para ser um bom frade menor é ser fiel ao ideal de vida. “Ser firme e convicto: eu quero ser isso, então persisto! Essa é a fórmula. Não se pode ficar na indecisão do ‘vou não vou, não vou, vou, não vou…’. Decida e seja firme! É claro que vai esbarrar em dificuldades, obstáculos, mas isso se encontra em qualquer situação de vida. Por isso é importante ter bem claro à nossa frente o que queremos”, ensina.
A longevidade Para ele não há segredo na longevidade: “A vida é um dom que Deus dá a cada criatura. Para uns, Deus deu a brevidade, para outros, a longevidade. Então, que cada um viva e respeite a vontade do Criador”. Para ele, não mudaria nada nessa caminhada centenária: “Não faria nada de novo! É melhor continuar caminhando do que repetir, voltar para trás não permitiria que se chegasse ao fim. Então, o que estava errado vou corrigir para o futuro ser melhor”. Nesses cem anos, um fato marcante para ele foi o Concílio Vaticano II: “O Concílio Vaticano trouxe muita euforia entre o clero, isso me lembro bem! Depois, quando as reformas começaram a ser implementadas, muitos largaram a batina precipitadamente. As reformas foram feitas lentamente e deram muito certo”. Mas sobre a vida de nossos governantes faz questionamentos: “O governo deveria orientar e dirigir a sociedade toda, mas segue os seus próprios interesses. Aí que está a nossa missão: anunciar o Evangelho perante isso tudo!” Nos 100 anos de vida, confessa estar realizado na Ordem Franciscana: “O ideal franciscano me basta. Não sou ‘topstar’! A Ordem é o nosso ideal para seguir a Palavra de Cristo. Sede santos como o nosso Pai é santo. Como ser santo? É uma boa pergunta! Então temos à nossa frente meios e caminhos para a santidade, que é a Ordem que São Francisco nos deixou. Nós o conhecemos e procuramos segui-lo. Tropeçamos muitas vezes, mas seguimos firmes, não olhando para trás”. Um conselho que deixou a um jovem que quer seguir a vida religiosa: “Questione-se bastante. O que quero e por que quero entrar na Ordem? Aliás, isso é para toda e qualquer forma de vida”. R.I.P Da Secretaria Provincial AGOSTO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 505
NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES
Dominicanos nos caminhos do Evangelho e do mundo há oito séculos Passaram-se, exatamente, 800 anos da morte de São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Pregadores. Frei Gerard Francisco Timoner, Mestre Geral da Ordem disse recentemente: “Na Carta que o Papa Francisco escreveu, de modo eloquente, à Ordem Dominicana, por ocasião do oitavo centenário do falecimento de São Domingos, destacou alguns títulos a ele atribuídos, entre os quais o de ‘Pregador gratiae’ (Pregador da graça), pela sua consonância com o carisma e a missão da Ordem que fundou. Eis o nosso dom à Igreja: a ‘graça da pregação’ e a ‘pregação da graça’, ou seja, o anúncio de Deus, Graça não criada, que se transmite à humanidade. Ao cultivar e compartilhar este carisma e missão, Domingos tornou-se uma verdadeira Luz da Igreja”. Nestes tempos difíceis, em que as pessoas parecem perder a esperança, São Domingos oferece a “spem miram”, uma maravilhosa esperança!
Angelo Lion/Domínio Público
Hoje, os Dominicanos são cerca de cinco mil, espalhados em 80 países do mundo. A família religiosa é composta também de monjas, que se dedicam à vida contemplativa, e religiosas engajadas apostolado. Entre os ilustres filhos de São Domingos destacam-se Santo Tomás de Aquino e Francisco de Vitória, um dos pais do Direito internacional. O caminho de São Domingos foi percorrido entre o Evangelho e o mundo: é o que ressalta Frei Gerard Francisco Timoner, em entrevista ao Vatican News, dizendo, entre outras coisas, que São Domingos é um santo “atemporal”. A Ordem dos Pregadores (Dominicanos) reunida em Capítulo Geral no Vietnam elegeu, em 13 de jul 2019, Frei Gerard Timoner como Mestre Geral da Ordem. Frei Gerard tem 51 anos e é de nacionalidade filipina e pertencente à Província das Filipinas. O novo Mestre Geral dos
dominicanos sucede a Frei Bruno Cadoré e é o terceiro frade dominicano não-europeu a ser eleito como Mestre Geral nos longos 800 anos de história da Ordem “Muitos pensam que São Domingos é um santo medieval, pelo contrário, é um santo “clássico”, atemporal, não porque vai para além das vicissitudes históricas, mas porque é um marco significativo, em cada momento da história. Há, precisamente, 300 anos da morte de São Domingos, Santo Inácio de Loyola, ao ler as biografias de São Francisco e São Domingos, obteve a graça da conversão. Se Domingos inspirou um homem, que viveu centenas de anos depois, a ser santo, então também pode ser fonte de inspiração para todos nós, hoje; tem muito a dizer também às pessoas do nosso tempo”, diz Frei Gerard. Vatican News
Movimento Laudato si’: uma realidade consolidada que se renova “Inspirar e mobilizar a comunidade católica para cuidar da nossa casa comum e alcançar a justiça climática e ecológica”. Estes são os objetivos da nova fase que se abre para o Movimento Católico Global pelo Clima, que muda seu nome para Movimento Laudato si’. Fundado em 2015 por um grupo de 17 organizações católicas e 12 líderes de realidades universitárias e sociais de todos os continentes, empenhados em ajudar os fiéis a responder às exortações da encíclica do Papa Francisco sobre os cuidados
da casa comum, publicada naquele mesmo ano, o Movimento conta hoje com mais de 800 organizações. Em tempos recentes, passou por “um caminho de discernimento que durou mais de 18 meses”, explica ao Vatican News Tomás Insua, co-fundador e diretor executivo
do Movimento: uma reflexão sobre identidade, missão, nome e estruturas. O nome anterior, continua, “além de ser longo era difícil de recordar. Pensando no trabalho de conversão ecológica e na ecologia integral que a Laudato si’ invoca e que catalisa nosso trabalho, em colaboração com vários parceiros eclesiais decidimos nos chamar de Movimento Laudato si’”, depois de examinar uma lista de 25 nomes possíveis. Do Papa Francisco, um incentivo constante para continuar o compromisso do Movimento.
Agenda 2021
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
AS ALTERAÇÕES E ACRÉSCIMOS ESTÃO DESTACADOS EM VERMELHO
SETEMBRO
15
01
Reunião do Conselho de Formação e Estudos
01
Reunião da Comissão Preparatória do Capítulo
Encontro on-line da Frente da Comunicação Encontro Ampliado on-line de Leigos e Frades da Frente da Educação.
14
Abertura do Ano Jubilar do Centenário de Nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns - 10h - Catedral da Sé
23 e 24 27 a 29
Reunião do Definitório Provincial
16 a 25 Novena e Festa no Santuário Frei Galvão Guaratinguetá
23 Live Vocacional – Ituporanga (SC) e Rodeio (SC)NOVEMBRO
OUTUBRO
NOVEMBRO
04
22 a 30
São Francisco de Assis
Capítulo Provincial em Agudos
Milícia da Imaculada no Brasil lança Escritos de São Maximiliano Há 80 anos, precisamente no dia 14 de agosto, São Maximiliano Kolbe morreu para salvar um pai de família. Em homenagem ao gesto heroico de Kolbe, está sendo publicado o livro “Escritos de São Maximiliano Kolbe”. Este livro servirá para estudantes e pesquisadores, bem como para quem deseja conhecer e aprofundar sobre a espiritualidade de São Maximiliano Kolbe. Para Matilde Luvistto que traduziu a obra, “trata-se de um material impressionante colocado à nossa disposição para podermos colher o pensamento do fundador da Milícia da Imaculada, as riquíssimas reflexões que permanecem muito atuais e nos estimulam; sua espiritualidade voltada para a santidade e sobretudo para a missão, sua paixão pela Imaculada e sua particular mariologia”. O livro contém mais de 2.500 páginas com tudo o que foi possível recolher daquilo que São Maximiliano escreveu. Há breve apresentação do livro por Frei Raffaele di Muro, OFM Conv., que é especialista em São Maximiliano Kolbe; também Frei Sebastião Benito Quaglio, OFM Conv., co-fundador do Instituto Missionários da Imaculada-Padre
Kolbe, deixa uma mensagem ao leitor. O Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores Conventuais, Frei Carlos Trovarelli, OFM Conv., e o Assistente Internacional da Milícia da Imaculada, Frei Gilson Miguel Nunes, OFM Conv., introduzem e incentivam a leitura. Para Frei Sebastião Benito Quaglio, “o seu modo de viver foi surpreendente e só pode ser entendido em profundidade, mergulhando no interior de seu coração. A publicação deste livro visa favorecer aos mílites de língua portuguesa esse ‘mergulho’ na alma do santo fundador da Milícia da Imaculada”. Os escritos de São Maximiliano foram traduzidos a partir de uma versão italiana que compilava o que Kolbe escreveu em diversas línguas como italiano, polonês e latim. Matilde Luvisotto e Sara Caneva se dedicaram por longo tempo para a tradução fiel; Frei Ari Pintarelli, OFM, que já havia revisado grandes obras, deu sua contribuição para a correta versão em português. “Aplaudimos esta obra extraordinária que pode agora estar à disposição da florescente Milícia da Imaculada do Brasil e também de toda a Igreja do Brasil, e, certamente, também em
outras nações de língua portuguesa em geral. Desejo sucesso a esta precisa obra que vai difundir admiravelmente a herança de São Maximiliano Kolbe e torná-lo ainda mais conhecido e apreciado”, diz Frei Raffaele di Muro, OFM Conv., Diretor da Pontifícia Faculdade São Boaventura, que também dirige a Cátedra Kolbiana na mesma instituição.
1º de setembro
DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELO CUIDADO DA CRIAÇÃO
ORAÇÃO PELA NOSSA TERRA Deus Onipotente, que estais presente em todo o universo e na mais pequenina das vossas criaturas, Vós que envolveis com a vossa ternura tudo o que existe, derramai em nós a força do vosso amor para cuidarmos da vida e da beleza. Inundai-nos de paz, para que vivamos como irmãos e irmãs sem prejudicar ninguém. Ó Deus dos pobres, ajudai-nos a resgatar os abandonados e esquecidos desta terra que valem tanto aos vossos olhos. Curai a nossa vida, para que protejamos o mundo e não o depredemos, para que semeemos beleza e não poluição nem destruição. Tocai os corações daqueles que buscam apenas benefícios à custa dos pobres e da terra. Ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa, a contemplar com encanto, a reconhecer que estamos profundamente unidos com todas as criaturas no nosso caminho para a vossa luz infinita. Obrigado porque estais connosco todos os dias. Sustentai-nos, por favor, na nossa luta pela justiça, o amor e a paz. Papa Francisco, Laudato si’