Com cap 2016

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edição histórica

capítulo provincial 2016

Comunicações Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

“Os irmãos resolveram me devolver a jarra, a bacia e a toalha para continuar no exercício do lava-pés”. Frei Fidêncio Vanboemmel

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Sumário 4

ABERTURA

Frei Nestor abre o Capítulo Provincial em Agudos

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DIA DE RELATÓRIOS

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HAJA CORAÇÃO!

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PLANO DE EVANGELIZAÇÃO

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DIA DE ESTUDOS

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ELEIÇÕES

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VOTAÇÕES

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Visitador Geral e Ministro Provincial apresentam relatórios

Numa eleição acirrada, Frei Fidêncio é reeleito para mais 3 anos

Apresentação e encaminhamentos para os grupos sobre os apelos da Igreja e da Ordem

Dia intenso de trabalhos em grupos e plenário das Diretrizes da Evangelização

No 6º dia é eleito o Vigário Provincial e os Definidores para o novo triênio

Diretrizes e Plano de Evangelização são votados pelo plenário

ENCERRAMENTO

Últimas decisões do Capítulo e Frei Nestor dá por encerrado o Capítulo

EDIÇÃO HISTÓRICA Das comunicações Ministro Provincial: Frei Fidêncio Vanboemmel Vigário Provincial: Frei Evaristo Spengler Secretário: Frei Walter de Carvalho Júnior Equipe de Comunicação do Capítulo: Frei Clauzemir Makximovitz, Frei Gustavo Medella, Frei Roger Strapazzon e Moacir Beggo Logomarca: Frei Leandro Costa Diagramação: Jovenal Pereira

Email: comunicacao@franciscanos.org.br / www.franciscanos.org.br

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EDITORIAL

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hega às suas mãos esta edição especial de nossas “Comunicações”, desta vez trazendo a celebração do Capítulo Provincial 2016, marcado por novidades que se revelaram boas surpresas. A primeira delas foi a data, afinal na Província os Capítulos são celebrados no mês de novembro. Por conta de uma exigência da Ordem, desta vez o fizemos em janeiro e funcionou bem. Outro fato novo foi a possibilidade de participação aberta a todos os irmãos professos solenes que desejassem tomar parte na Assembleia Capitular. Mesmo sendo um mês normalmente dedicado às férias, logo depois das festas de fim de ano, a adesão dos irmãos se mostrou acima da expectativa. Outra surpresa, por conta das indicações das prévias eleitorais, foi a reeleição de Frei Fidêncio Vanboemmel, inesperada para ele próprio. Tanto que um dos momentos de maior emoção do Capí-

tulo foi quando Frei Fidêncio, ainda sob o calor da escolha, mais uma vez se dispôs a assumir o ofício a ele confiado. “Os irmãos me devolveram a jarra, a toalha e a bacia”, declarou Frei Fidêncio, em alusão à passagem do Lava-pés, retratada no Evangelho de São João (Jo 13, 1-15). Assim Frei Fidêncio, por coincidência e providência evocou o lema do Capítulo Provincial 2016: “Dei-vos o exemplo para que façais como vos fiz” (Jo 13,15), que trazia ainda como tema “Evangelizar como Irmãos e Menores”. Nossa ideia é promover um breve resgate cronológico, trazendo em textos e fotos um relato do que se viveu em Agudos nestes dias de Capítulo Provincial. É material para se ver, ler e reler. Ocasião de reviver um momento crucial na vida da fraternidade, valorizado sobremaneira por Francisco, que insistia no cultivo entre os irmãos da chamada Cultura do Encontro. Boa leitura! Equipe de Comunicação | ESPECIAL | Comunicações |

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1º DIA

19 DE JANEIRO

“DECLARO ABERTO O

CAPÍTULO PROVINCIAL 2016” A frase solene de Frei Nestor ecoou pela Capela do Seminário Santo Antônio dando início ao Capítulo Provincial. E o Presidente do Capítulo já fez o primeiro questionamento: Quais são os nossos medos?

“D

eclaro aberto o Capítulo Provincial desta Província da Imaculada Conceição no ano de 2016”. A declaração de Frei Nestor Inácio Schwerz ecoou pela bela capela do Seminário Santo Antônio de Agudos (SP) no encerramento da Celebração Eucarística

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na manhã da terça-feira (19/01), dando início ao Capítulo Provincial da Província da Imaculada Conceição. A celebração, que reuniu 147 frades, foi presidida por Frei Nestor e concelebrada por Frei Fidêncio Vanboemmel, o Ministro Provincial em exercício, que deu as boas vindas a todos; Frei Estêvão Ottenbreit, o

Vigário Provincial em exercício, e o diácono Frei Robson Scudela. Na sua homilia, ao se referir ao Evangelho escolhido para a celebração, Frei Nestor recordou que o tema do medo está muito presente no evangelho de João. “O medo dos judeus torna os discípulos paralisados, fechados, hesitantes, cegos,



capítulo provincial 2016 sem ação, sem iniciativa. Poderíamos nos perguntar, reunidos em Capítulo nesta casa tão grande, cercada de um maravilhoso ambiente natural e que marcou a vida de tantos capitulares, quais são os nossos medos no momento atual? Medo do mundo em profundas e rápidas mudanças? Medo desse tempo de crise? Medo de ter que rever e mudar aquilo que sempre estávamos acostumados a fazer? Medo de sair rumo às periferias? Medo diante da diminuição de número e forças da Província? Medo do redimensionamento, da reestruturação? Medo de transferências? Medo de que vai ser eleito o irmão que eu não gostaria ou que não vai ser eleito aquele confrade que um certo grupo quer? Medo de decisões que possam mexer com a nossa comodidade e segurança?”, questionou o presidente do Capítulo e da celebração. Segundo o celebrante, os discípulos tiveram de fazer um caminho de fé. “Alegraram-se com a presença do Senhor Ressuscitado e o reconheceram como aquele que foi pregado na cruz. Dele recebem a paz. A paz de Cristo é o contrário do medo”, ensinou. “Os discípulos se alegraram ao ver o Senhor. Nesta Eucaristia queremos com alegria acolher o Senhor crucificado e ressuscitado e nos tornar abertos para receber a paz. O Senhor estará conosco neste Capítulo”, animou, acrescentando: “A alegria e a paz, como dons do Cristo crucificado e ressuscitado, nos abrem e nos dispõem para a missão, para a evangelização como irmãos e menores”, disse, referindo-se ao tema deste Capítulo: “Evangelizar como Irmãos e Menores”. “O tema do nosso Capítulo, no espírito do Ano Santo da Misericórdia, nos convida a fixar o nosso olhar em Jesus e acolher o seu sopro que nos comunica o seu Espírito”, recordou Frei Nestor. “O VIII centenário do Perdão de Assis, neste ano de 2016, reforça em nós, Frades Menores, o convite para que nos perdoemos e nos reconciliemos e sejamos operadores de reconciliação, de perdão, de misericórdia, sob a ação do Espírito”, sugeriu. Referindo-se ao Ano da Vida Consagrada, que terminou em fevereiro, citou a

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tríplice atitude dos seus objetivos: olhar o passado com gratidão, acompanhada de conversão - olhar o passado da rica história desta Província e o passado que foi o último sexênio; viver o presente com paixão, pois é forte a crise que nos envolve nesse tempo, mas são muitas as possibilidades dentro das nossas cinco frentes de evangelização como irmãos e menores numa “Província em saída”; e abraçar com esperança o futuro, não confiando tanto nas nossas forças, mas na ação do Espírito que tudo renova, que é capaz de criar e recriar. Segundo Frei Nestor, muitos passos foram dados na preparação, muita energia, muitas reuniões, di-

ferentes formas de participação dos Irmãos e das Fraternidades, um bom grupo de frades se doou com admirável generosidade na coordenação do processo, muita oração dos capitulares e oração de muita gente para que este evento pudesse ser um momento de graça, de bênção, de novo sopro. “Entre nós, capitulares, há os que participam pela primeira vez, outros já são veteranos e experientes. Há os Irmãos que vêm com expectativa de algo novo e há os que pouco ou nada esperam de novidade. O importante é que participemos com fé e boa disposição”, pediu. No final não esqueceu de estar

em sintonia com o Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores: “Somos chamados a sair rumo às periferias, na direção dos que estão marginalizados, naqueles lugares onde as pessoas passam mais necessidades – seja muito longe, do outro lado do mundo – seja muito perto, quem sabe na mesma rua de nossa casa.” “O Espírito Santo nos conduza neste Capítulo, anime nossa convivência e nossos diálogos, acenda em nós o fogo do amor da Trindade, impulsione nossas buscas por uma Fraternidade Provincial evangelizadora nas várias frentes, nos torne cada vez mais Irmãos Menores”, concluiu. | ESPECIAL | Comunicações |

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Após a Missa de abertura, os capitulares se encontraram na Sala Capitular para o Rito de Abertura do Capítulo. Como na Missa de abertura, votiva do Espírito Santo, na Sala Capitular os capitulares invocaram o Espírito Santo com o “Veni Creator”, como era a vontade de São Francisco, verdadeiro Ministro Geral da Ordem. O Visitador Geral, Frei Nestor, pediu a Frei Fidêncio que fizesse a leitura do documento de sua nomeação, explicitando suas funções: Visitador, Presidente do Capítulo e do Congresso Capitular. Instaurado o Capítulo, o secretário da Província em exercício, Frei Walter de Carvalho Júnior, fez a chamada dos capitulares. Os que justificaram sua ausência foram citados por Frei Nestor. Alguns ainda apresentaram a necessidade de se ausentarem nesse primeiro dia ou chegarão atrasados. No final, 145 frades capitulares presentes. Dois frades professos temporários - Frei José Morais Cambolo e Frei Josemberg Cardozo Aranha só tinham voz consultiva. Um dos primeiros trabalhos deste primeiro dia foi a apresentação e aprovação do Regimento do Capítulo. Revisto pela Comissão Preparatória, Frei César foi o responsável pela apresentação em plenário, especialmente a alguns presentes que estavam no Capítulo pela primeira vez. Explicou também que este documento fora enviado previamente às fraternidades, a fim de que estas enviassem observações à Comissão Preparatória. Como não chegou nenhuma observação, com poucas alterações, todas de ordem prática, especialmente devido a esse Capítulo ser aberto a todos os frades que se inscreveram, o documento foi rapidamente aprovado. Para aprovação das emendas ao

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Regimento do Capítulo e do documento em si, Frei Nestor já havia nomeado ad hoc quatro escrutinadores: Frei José Pereira, Frei Olivo Marafon, Frei Jairo Ferrandin, Frei Vanderley Grassi. Posteriormente, os três primeiros foram confirmados pela assembleia capitular como escrutinadores do Capítulo. Em seguida, ocorreu a eleição (voto secreto) para moderador. Dos dez mais votados (Frei Alex Ciarnoscki, Frei Antônio Moser, Frei

César Külkamp, Frei Fernando Araújo, Frei Gustavo Medella, Frei José Idair, Frei Paulo Pereira, Frei Pascoal Fusinato, Frei José Idair, Frei Vitório Mazzuco e Frei Volney Berkenbrok), foram escolhidos em segundo turno: Frei César, Frei Volney e Frei Vitorio. Frei Sandro Roberto da Costa foi escolhido como secretário do Capítulo, tendo como subsecretários: Frei Antônio Joaquim e Frei Clauzemir Makximovitz.


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VISÃO GERAL DOS ASSUNTOS

CAPÍTULO E DA SUA DINÂMICA DO

Frei Antônio Michels, como presidente da Comissão Preparatória, apresentou um panorama geral dos trabalhos. Segundo ele, a Comissão pensou o Capítulo dentro da metodologia VER, JULGAR e AGIR, não numa ótica linear, mas circular e dialética, onde cada um dos processos se inter-relaciona com os outros. “Ao ver não vemos com olhos neutros, mas já julgando e agindo. Ao julgar estamos vendo e propondo caminhos. Assim, por exemplo, o relatório do Visitador e do Ministro, embora sejam um momento forte do VER, na verdade vão relatar a realidade com um JULGAR e já apostando em um AGIR”. VER: Apelos do contexto de mundo. Para auxiliar nesse ponto, a assessoria do Pe. França Miranda, teólogo e professor da PUC-RJ. O resumo constará no Plano de Evangelização. Também os relatórios do Visitador e do Provincial ajudarão nesse momento. Os capitulares deveriam ter em mente nesses três momentos a pergunta: “Quais as questões às quais este Capítulo não pode deixar de dar uma resposta?”. JULGAR: Com os pés fincados na realidade, queremos ir às fontes, buscar luzes. Para isso revisitar nossos princípios (Plano de Evangelização) e os apelos da Igreja e da Ordem. Entre o Julgar e o Agir, a Comissão colocou um bloco mais legislativo que também faz

parte dos trabalhos capitulares. Trata-se da apreciação e aprovação das diretrizes, estatutos etc. AGIR: As prioridades e linhas de ação do sexênio - núcleo central do Plano de Evangelização e das frentes de Evangelização. A Comissão elencou algumas prioridades, mas o Capítulo consolidou. Também as orientações sobre a Formação Permanente, pois é responsabilidade do Capítulo dar essas orientações. Ainda nesse momento do Agir são feitos encaminhamentos de questões específicas. Uma crítica que se fez é que tudo foi decidido antes. Mas Frei Toni ressaltou que não! “Sim, foi feito um trabalho para construir a pauta e trazer elementos que nos ajudem no discernimento. À Comissão Preparatória coube identificar consensos, sintetizar, fazer opções, acertadas ou não”, explicou. Ou seja, foram dados alguns passos, mas o processo estava aberto no Capítulo, especialmente nas questões mais importantes. “O regimento é para nós e não nós para o regimento. Discernir é ouvir o Espírito. E o Espírito não é um acessório. Nós é que precisamos nos colocar em suas mãos. Soltemos o que nos amarra para que o Espírito possa agir”, concluiu Frei Toni.

Por ocasião do Capítulo Provincial recebemos mensagens, impressas e on line, da Igreja, da Família Franciscana, de organismos públicos e privados, de uma infinidade de leigos, amigos e colaboradores. Não teríamos espaço para reproduzir tantas mensagens de carinho e gratidão. Por isso, neste espaço deixamos aqui o nosso agradecimento sincero e de coração:

MUITO OBRIGADO! | ESPECIAL | Comunicações |

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PE. FRANÇA MIRANDA

INQUIETAÇÕES AOS CAPITULARES

O

s capitulares tiveram à tarde e começo da noite do primeiro dia do Capítulo a assessoria do teólogo jesuíta Mario de França Miranda, que neste ano ganhou o Prêmio Ratzinger de Teologia e se tornou o primeiro brasileiro a receber este prêmio instituído em 2011. Aos 79 anos, França é doutor em Teologia pela Universidade

Gregoriana (Roma) e professor de Teologia na PUC-Rio. Fez parte da Comissão Teológica do Vaticano de 1992 a 2002. É autor de diversos artigos e livros de Teologia, entre eles “A existência cristã hoje” (São Paulo: Edições Loyola, 2005), “A Igreja numa sociedade fragmentada. Escritos eclesiológicos” (São Paulo: Edições Loyola, 2006) e “Aparecida: a hora da América La-

tina” (São Paulo: Edições Paulinas, 2006). Da palestra de França Miranda, os capitulares fizeram a seguinte reflexão em grupos: “Que inquietações a fala do Mário de França Miranda suscita em nós, aqui reunidos como irmãos e menores?” Desta reflexão, os capitulares colheram a seguinte síntese:

1. A realidade sócio-cultural desafia e oferece oportunidades Introdução

Tornou-se lugar-comum afirmar que não participamos de uma época de mudanças, mas sim, de uma mudança de época. Com efeito, nos últimos tempos, assistimos a profundas mudanças culturais em todos os

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níveis da sociedade. Nelas, valores e contra-valores se misturam. Trata-se de um tempo marcado por entusiasmos e perplexidades, às vezes gerando ingênuas ilusões, outras vezes, insegurança e pessimismo. Certo é, porém, que toda crise, se, por um lado, traz desafios a serem en-


capítulo provincial 2016 frentados, por outro, oferece oportunidades para novas descobertas. Nós nos encontramos nesta realidade que ajudamos a criar e que é altamente dinâmica. Somos esta realidade. Somos e estamos neste claustro. E, agora, talvez mais do que em outros tempos, faz-se necessário lucidez, discernimento e coragem profética. Pois, identificar nesta cultura elementos que preanunciam ou negam o Evangelho do Reino é constitutivo de uma evangelização encarnada. A seguir, elencam-se alguns desafios da nova cultura e, neles, tenta-se vislumbrar os apelos de Deus, particularmente para nós, franciscanos. 3 O fator econômico é predominante. Ele dá as cartas. Tudo é visto como mercadoria. Também elementos das religiões são avaliados a partir do prisma econômico. Para a maioria das pessoas, o ter virou sinônimo de ser. Tudo é funcional. Conscientemente ou não, pergunta-se: o que ganho com isso; que retomo terei? Tudo é programado em vista do fim econômico. Portanto, como fazer com que a fé se expresse em atividade de promoção social? Como propor e/ou desenvolver uma cultura da gratuidade? 3 A maioria das pessoas não valoriza o passado; e o futuro só em termos de planejamento. Mas, pensa-se, sim, em função do bem-estar material imediato, no aqui e agora. Prevalece o secularismo, ou seja, é pálido, senão inexistente um horizonte transcendente. Como despertar e viver de mística humano-cristã? Como encantar para sonhos maiores? 3 Com o econômico, acentua-se também o individual, de tal modo que se pode falar em individualismo. Consequentemente, desvaloriza-se o social, pois o outro se torna um concorrente ou alguém de quem posso tirar proveito. Que desafios representa a mentalidade individualista para a proclamação do amor ao próximo, para o valor do social, para projetos político-sociais? 3 O econômico propõe uma corrida ao ter, à acumulação, vendo nisso sinônimo de bem-estar, de segurança. Esta corrida, apesar de estar regularizada por tratados internacionais, faz do ser humano um senhor autocentrado e ganancioso. É ele que gera a crise ecológico-social, em relação à qual buscam-se, então, e penosamente, soluções. Que desafios e que oportunidades de colaboração para o bem dos pobres e da criação pode aportar o movimento franciscano?

3 A revolução tecnológica apresenta, a cada dia, admiráveis novidades. Despertam-se desejos, criam-se necessidades, potencializa-se o desejo de consumo. Fala-se, assim, em consumismo. Desponta uma sociedade caracterizada pelo descartável, pelo fluido, a tal ponto que se pode entender a seguinte observação: se alguém entrar num dos grandes supermercados do mundo e de lá sair tendo adquirido tão somente o que entende ser necessário, este é um asceta da atualidade. Eis um desafio para o desprendimento, para a sobriedade como estilo de vida, para a consciência da solidariedade social e ecológica, para se se guiar por outros e melhores valores! 3 A maravilha técnico-científica globalizou e tornou a informação quase em tempo real; encurtou distâncias; globalizou a produção e o mercado de bens materiais e simbólicos. Por um lado, uniformiza, por outro, também apresenta e reforça as individualidades, entre elas, as religiosas. Diante do pluralismo geral, como solidificar individualidades e desenvolver uma atitude de abertura à diversidade, de diálogo e busca do bem comum? 3 A sociedade que se nos apresenta é dinâmica: evolui na linguagem, na criação de mitos e simbolismos. Mesmo assim, ela percebe e valoriza certos sinais e gestos - como vários deles sinalizados pelo Papa Francisco. Seria, pois, um convite para, participando de sua linguagem, perceber o que ela mesma também percebe? 3 Em poucas décadas, a sociedade, particularmente a que se encontra no território em que se encontra a Província, passou de um contexto prevalentemente rural para um contexto urbano, física e culturalmente. E o contexto urbano cria uma nova cultura, decorrente das múltiplas formas de interação humana, onde se valoriza a liberdade, a individualidade, a autonomia, a eficiência, e, ao menos por ora, também cria áreas ou situações de exclusão, de degradação humana. Que desafios e possibilidades o contexto urbano apresenta para uma evangelização humanizadora? 3 As pessoas, hoje, fazem o que podem para estudar, para investir em formação profissional e permanente. É uma necessidade de sobrevivência, de permanente atualização, de possibilidade de entendimento e de integração social. A necessidade de formação representaria também para nós um desafio e um estímulo permanentes? E que lugar representam as fontes de uma boa e sã Tradição? | ESPECIAL | Comunicações |

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ENTREVISTA

Pe. Mario de França Miranda Nesta entrevista, concedida em Agudos, o teólogo jesuíta Mario de França Miranda abordou outros temas sobre a conjuntura atual da Igreja.

O que significou para o sr. ganhar este ano o Prêmio Ratzinger?

França Miranda - Para mim foi uma surpresa. Nunca pensei que, diante de tantos teólogos eminentes na Europa, Estados Unidos, na América Latina e na Ásia, onde conheço bons teólogos, pudesse ser lembrado. Deve ser, talvez, pelo tempo que ajudei na CNBB, quando ajudei em várias assembleias do Celam, como Santo Domingo e Aparecida, e pelo tempo em que ajudei na Comissão Teológica. O que eu acho positivo nesse prêmio é o fato de, pela primeira vez desde 2007, quando foi instituído, sair para um teólogo do Hemisfério Sul do Planeta. Até agora, só receberam esse prêmio Europa e EUA. Agora não. Também recebeu o prêmio um teólogo libanês, casado, que está traduzindo toda a obra de Ratzinger em libanês. Eu o conheci, é muito simpático. Para mim foi um reconhecimento à América Latina e mais especialmente ao Brasil. Eles veem que também estamos produzindo alguma coisa.

O Papa Francisco vem mudando a Igreja, mas ele vai ter forças para fazer as grandes mudanças teológicas e estruturais?

França Miranda - O Papa Francisco já pegou uma Igreja em mudança desde o Concílio Vaticano II. Houve uma marcha a ré: não se pode dizer totalmente, mas em parte foi. Nem tudo foi negativo! Primeiro, João Paulo II tem um mérito enorme com relação à inculturação da fé. Segundo, nós temos hoje uma sociedade que é diferente daquela de 50 anos atrás. Ele sabe que o que resta de pontificado para ele - ele já começou idoso - é para dar início. É importante dar passos, ter um apoio do pessoal mais capaz dentro da Igreja para que essa reforma vá adiante. Não com ele, porque não vai dar tempo. Mas que continue se fazendo. Nesse ponto, ele é profundamente esperto porque está colocando pessoas certas nos lugares certos. Por exemplo, na Igreja da Espanha (Madri e Barcelona), em Boston, pessoas que vão de fato resolver mais tarde. Dizem que, com mais três nomeações de cardeais, ele já teria maioria no Colégio Cardinalício. Isso é

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capítulo provincial 2016 muito importante, pois vão querer alguém que continue a linha dele, promovendo a descentralização, a participação maior das bases, encarando os problemas concretos, de frente, sem medo, como a questão dos descasados por exemplo. Então, ele sabe disso. Não vai ficar como João Paulo II, encostado, sem saber das coisas, e o pessoal dizendo que “o Papa mandou fazer isso, mandou fazer aquilo”. Isso nem o Ratzinger quis. Bento XVI, quando viu que estava assim, disse: “Não vou ficar de bobo” numa enfermaria dizendo que estou mandando sem saber o que se está passando. Então, nesse sentido, ele sai quando perceber que não domina mais. E ele vai sair mesmo. Podemos ter dois papas resignatários. Acho que a reforma dele vai adiante porque ele é mais latino, mais esperto. O Ratzinger é uma pessoa muito honesta, espiritual. Conheci de perto, mas não tem essa “malícia” que o latino tem... Bergoglio é filho de italiano!

O sr. não acha que a ditadura econômica já coloca em perigo a religiosidade popular?

França Miranda - Sem dúvida. Coloca em perigo qualquer tipo de cultura e, portanto, qualquer tipo de religiosidade popular. Atinge não só a classe alta, como está atingindo, mas a classe média, muito consumista, e aos poucos a classe pobre, que é talvez a mais desamparada diante desse bombardeio de consumismo. Então, eles têm que comprar coisas cada vez mais caras para parecer que, usando aquelas roupas de grife, tendo um iPhone de última geração, estão se equiparando aos mais ricos. É uma mera ilusão. Colocam no objeto o que não são. Com isso, eles se endividam. Mas também é a classe mais honesta para pagar. Os pobres pagam o que devem. Apesar de muito fortes, tais apelos não tiram, na minha opinião, a dimensão de religiosidade, a dimensão para o transcendente. Isso eles mantém. A fé do povo é muito mais forte do que se pensa. Em geral, os pobres continuam sofrendo; mesmo que queiram entrar numa linha de consumo, têm poucos recursos. Então, eles estão mais ligados com Deus. Deus está mais próximo do indigente, do pobre, isso toda a Bíblia mostra, porque quanto mais você tem, mais você confia em você e esquece de Deus.

O que o sr. achou da Encíclica Laudato Sí do Papa Francisco?

França Miranda - A Laudato Sí é a primeira encíclica dirigida à humanidade em toda a história da Igreja. Não uma encíclica só para a Igreja. Por quê? Porque o problema é do planeta e o planeta é da humanidade. Na minha opinião, é um dos documentos que deveriam nortear, diríamos assim, todos os documentos da Igreja. É um documento que escutou pessoas de dentro e de fora da Igreja, especialistas que são competentes em suas áreas. Escutando tudo isso você não vai fazer um discurso meramente moralista. Tem que fazer isso, tem que fazer aquilo. Esse Papa não suporta essa linha do “tem que fazer”. Então, pegando essa riqueza toda e sabendo elaborá-la à luz da

fé, Laudato Sí torna-se um documento que pode ser lido por qualquer um. Só que no final, ele fala: Aqui vou falar da fé. Então, a vantagem é que o pessoal que entende vai dizer “espera um pouco... quem escreveu esse negócio aqui sabia o que estava fazendo”. Eu só conheço um documento que fez isso, que é o documento sobre a justiça feito pelos bispos americanos anos atrás em que levaram cinco anos para produzir o texto. Mas eles consultaram todo mundo: capitalistas do Wall Street, banqueiros, sindicalistas, consultaram todo mundo. E dizem que quando o pessoal lia, falava: “Os bispos estão vendo que a coisa não é fácil. Não estão despejando em cima da gente uma porção de normas e obrigações que não vamos poder cumprir. Não, aqui eles estão mostrando que sabem”. E o documento teve uma influência tremenda. Estavam preparando um outro sobre a mulher. Consultaram freiras, prostitutas e todo mundo pôde falar. Quando estava sendo elaborado, o Vaticano mandou engavetar e saiu aquele do Papa João Paulo II, porque o movimento das freiras feministas é muito forte e queriam bagunçar um pouco. Numa encíclica deveria ser assim também: sondar. No caso de falar sobre a família, deixa todo mundo falar, não só casados católicos. Todo mundo. O que acham da situação? Aí sai uma coisa que cada um que lê vai dizer: “Esse Papa sabe o que está dizendo!”. A Laudato Sí tem essa vantagem. Tem essa riqueza de ser capaz de capitalizar diferentes leituras e dar uma unidade, sobretudo quando ele liga o ecológico com o social. Ele mostra como as duas coisas estão interligadas.

De que maneira novas formas de famílias desafiam a missão evangelizadora da Igreja?

França Miranda - A gente sempre partiu de um tipo de família que chamamos de patriarcal, à qual a própria vida moderna trouxe uma série de problemas. Por exemplo, isso era muito bonito, mas você sabe que o pobre não se casava antigamente. Aqui no Brasil, os africanos, os escravos eram proibidos de casar porque só iriam dar problemas. Os comerciantes de escravos não tinham interesse que se casassem porque o homem teria que sair junto com a mulher por serem casados. E o sujeito queria vender só o marido. Então, a luta dos padres para casar os negros era um problema. A tradição ficou: na favela ninguém se casa. O pessoal junta e não casa. Dizem: “Vou casar e vai dar azar”. Mas no fundo é uma tradição que vem de longe. Hoje, no Brasil, você tem famílias levadas só pela mulher, tem crianças que são filhas de uma mesma mãe mas de quatro pais diferentes. Toda hora está acontecendo isso. Você tem que se enquadrar nisso. Depois há toda a questão do homossexualismo. Hoje está mais ou menos provado que a porcentagem é constante - 10% para homens e 8% para mulheres - e que, portanto, até agora foi escamoteada, mas que ficamos sabendo por uma porção de nomes famosos aí na história, sem que a gente possa dizer que tenham sido pessoas más, ao contrário, são boas. Eu conheço pessoas que são exemplos de vida cristã | ESPECIAL | Comunicações |

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capítulo provincial 2016 e que dão um banho em muitos heterossexuais. Então, a coisa não está aí. A coisa está em o que você faz da sua liberdade. Se você vive o amor de fato e onde vive esse amor. Então, acho que a Igreja está mudando um pouco isso, mesmo que não reconheça o matrimônio, que tem como finalidade a procriação de filhos, ela vai ter que lidar com esse problema. E tem também a instabilidade que vem da sociedade. Eu costumo dizer que Deus está muito presente no mundo. Ele está vendo que não é má vontade nem dele nem dela. Eles casaram imaturamente. Então, é preciso deixar amadurecer um pouco mais. O casamento como contrato veio depois. Por que não ter uma compreensão maior, não é? A própria questão da fragilidade humana, que hoje está muito mais clara pelas ciências psicológicas, sociológicas, a gente sabe como é. A questão da maturidade está cada vez mais sendo postergada. O pessoal está se casando hoje com muito mais idade. Aparece então a questão das relações pré-matrimoniais que, na minha opinião, não sei se de fato estão em vista do casamento ou estão expressando o amor? É muito difícil a gente julgar, dizendo: “isso é uma pouca-vergonha”. Não, vamos devagar! Tem caso e caso. Além disso, a questão dos descasados, que muitas vezes a gente sabe que juridicamente não tem como você provar, porque até agora só colocaram problemas de impedimentos, formalidades, falta de testemunha, sei lá o quê, e imaturidade física. Agora, a imaturidade psicológica está aí cada vez mais. Será que o pessoal sabe o que é matrimônio? O rapaz está casando com a menina porque gosta da menina? O que adianta dizer para ele que é um matrimônio diante de Deus, se nem acredita em Deus direito? Essa é a tese de Kasper [Walter Kasper, teólogo].

O Lehmann [Karl Lehman, teólogo e cardeal] também falou sobre isso. O pessoal não sabe o que é sacramento. Por que a gente vai obrigar uma pessoa só porque foi batizado? Não foi evangelizado. Vê os outros e entra na fila para comungar. Que adianta? O sacramento supõe uma tomada de consciência sua, que você sabe o que está fazendo, o sacramento é sinal de alguma coisa. É, sobretudo, uma opção livre. No entanto, se o rapaz quer se casar com a menina, tudo o que você pedir ele faz. Ele quer a menina. Então, a pergunta é: será que a Igreja não pode rever e olhar esses casos? Então, você sai de uma Igreja que edita normais universais e começa a entrar numa Igreja que olha a pessoa. Isso também o clero deveria fazer: formar consciência. Na questão da pílula, eu não conheço seu marido, não sei sua situação em casa, não sei se vocês estão no limite. Eu não sei. Olha, você vai ali na capela, e resolve com Deus. Eles têm que assumir um pouco mais. O que você acha, padre? Não sei. Não tenho experiência de casado. Como vou dizer por você? Uma vez eu li um livro de um sueco sobre o casamento no mundo todo que me impressionou muito. As várias modalidades, a evolução que estava tendo, os procedimentos, tudo instável. A tese do livro era essa: o casamento patriarcal acabou. O pai, que era o chefão - a mulher já era submissa - mandava até nos filhos e nos genros. Então, qualquer dificuldade ele que arbitrava. Hoje, não dá mais para ser assim. Cada casal é uma mola solta. Nem os irmãos podem ajudar. Todo mundo já está nadando contra a corrente. É uma situação que eu acho que Deus leva em consideração. E, sobretudo, Deus olha muito o coração. Se a pessoa está fazendo isso com o coração.

Café, chá, prévias, frutas, biscoitos, desafios....


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2º DIA

20 DE JANEIRO

“MEU PAI ESTÁ NO COMANDO”

S

e o primeiro dia foi intenso para os capitulares, que encerraram os trabalhos às 22 horas, o segundo dia (20 de janeiro) começou também com intensidade e devoção. Primeiro com a Celebração Eucarística presidida pelo missionário em Angola, Frei Alisson Zanetti, que falou da gratidão à Fraternidade Provincial e ao povo de Deus por ajudar a Missão de Angola. Depois pela Mensagem do Ministro Geral Frei Michael Perry aos capitulares e pelas leituras dos dois principais relatórios: o do Visitador Geral Frei Nestor Schwerz e do Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel.

Frei Alisson Zanetti presidiu a Celebração Eucarística da quarta-feira, tendo como concelebrantes Frei Moacir Longo, da Fraternidade de Rodeio, e Frei Jorge Paulo Schiviani, da Fraternidade de Duque de Caxias. Frei Alisson lembrou o dia de São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro, e falou em nome dos frades da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola: “A primeira palavra é de muita gratidão, em nome dos confrades que trabalham em Angola, gratidão por todo o carinho, por todo o trabalho que toda a Fraternidade Provincial dispensa para conosco e para com o povo angolano. Que a

Imaculada Mãe de Deus de Angola possa recompensar a todos e a todo povo santo de Deus por tamanha generosidade e partilha, tanto materialmente, como espiritualmente. Nosso muito obrigado”, enfatizou. Referindo-se ao Evangelho do dia (a cura do paralítico), contou uma historieta. “Acredito que ela seja conhecida por muitos de nós, mas para tanto peço licença de contar de novo. Um avião estava nas alturas quando, de repente, começou uma forte turbulência e, claro, todos os passageiros e tripulantes ficaram aterrorizados. Uma criança, contudo, brincava serenamente e destemidamente. Isso levou uma | ESPECIAL | Comunicações |

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pessoa a perguntar a ela: ‘Nós estamos todos amedrontados e você, uma criança, está tão serena, tranquila’. A criança, na sua transparência, respondeu: ‘Estou tranquilo porque quem está na cabine do avião como piloto é o meu pai!’”. “Ontem, o Pe. França Miranda nos falava de uma experiência da fé cristã. Foi essa experiência que o paralítico fez ao estender as mãos para Jesus. Que nós também tenha-

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mos essa confiança em saber que no comando da nossa vida, no comando da nossa vocação está o Cristo, o Espírito Santo, a força da Santíssima Trindade e que nós também somos transformados a partir desta Epifania de Deus nas nossas vidas e nossas vocações, nos nossos sacerdócios e nas nossas consagrações. Que o Espírito Santo seja sempre o tudo em nós”, pediu o celebrante. Antes de se iniciarem os traba-

lhos na Sala Capitular, Frei Walter de Carvalho Júnior e Frei Leandro Costa Santos (foto ao lado) leram a mensagem do Ministro Geral, que saudou os capitulares e agradeceu ao Governo Provincial e Definidores que serviram à fraternidade no último triênio, ao Visitador Geral Frei Nestor, e desejou que a presença e a força do Espírito Santo inspirasse bons propósitos e decisões neste Capítulo.


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ÍNTEGRA DA MENSAGEM DO MINISTRO GERAL Roma, 15 de janeiro de 2016. Caríssimos confrades da Província da Imaculada Conceição do Brasil, O Senhor lhes dê a sua Paz! Através desta quero fazer-me presente com vocês neste momento importante da fraternidade provincial. Transmito minha saudação e agradecimento ao Frei Fidêncio Vanboemmel e ao Frei Estêvão Ottenbreit pelo serviço prestado nos últimos seis anos como Ministro e Vigário Provincial respectivamente, aos Freis definidores que serviram à fraternidade no último triênio, ao Frei Nestor Inácio Schwerz, Visitador Geral que dedicou-se à Visita Canônica com disponibilidade e de imediato, logo após seu retorno ao Brasil, a todos vocês confrades capitulares, desejando que a presença e a força do Espírito Santo os inspire a bons propósitos e decisões neste Capítulo. Mesmo estando distante de vocês, reunidos para a celebração do Capítulo Provincial, desejo animá-los no caminho de crescimento na vida religiosa franciscana. O Capítulo Geral celebrado em Assis no ano passado reconheceu que nossa Ordem está em processo de grandes mudanças (cf. Doc. Final n. 4). Isto indica o compromisso que temos em abraçar uma atitude de abertura e de saída rumo às periferias conforme nos sugere o título do Documento Final: “Rumo às periferias com a alegria do Evangelho”. Partilhei a alegria de vocês em celebrar o primeiro jubileu

da presença missionária em Angola na Fundação Imaculada Mãe de Deus. Agradeço a Deus pelos muitos frutos colhidos através do esforço e dedicação de muitos confrades missionários e pelas muitas vocações angolanas que vêm surgindo. Este é mais um sinal de que precisamos olhar para o futuro, muito mais do que ter saudades do passado. A Província hoje está passando por mudanças como toda nossa Ordem. Os dados indicam uma urgência de continuidade no processo de redimensionamento sem jamais descuidar da qualidade de vida religiosa franciscana, da animação vocacional atualizada e do acompanhamento personalizado dos confrades professos temporários e nos primeiros anos de profissão perpétua. Fico preocupado em ver que nos últimos anos tantos confrades abandonaram a Ordem ainda no período da Formação Inicial! Compartilho com vocês a importância de nos perguntarmos “por que estamos e como estamos em cada uma das Frentes de Evangelização”, pois somos chamados à consagração e à missão do jeito de Francisco de Assis e não podemos nos distanciar de suas intuições na vivência do Evangelho e de cada um dos aspectos do carisma recebido. Fico feliz em saber que passos organizativos dados pela Província nos últimos anos, especialmente no que se refere à administração de muitas estruturas como aquelas dos hospitais e das unidades educacionais. Também me alegro com sinais de vitalidade proporcionados por muitos confrades já com mais idade e ainda servindo à Ordem, à Igreja e ao povo de Deus | ESPECIAL | Comunicações |

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capítulo provincial 2016 com tanto empenho; ao mesmo tempo tantos confrades jovens se dedicando em serviços de grande responsabilidade. Por outro lado, me preocupo com algumas situações que podem comprometer a qualidade de vida religiosa franciscana para os próximos anos. Cito algumas que podem servir de “input” para reflexão e para planejamento futuro: 3 O fato de às vezes não sentir-se Província, como uma fraternidade com suas estruturas de animação, de evangelização e de missão; entendo que as múltiplas presenças e atuações dos confrades refletem também as várias dimensões de nosso carisma, o que não significa ser desnecessário o discernimento contínuo para que todos os confrades permaneçam no específico âmbito deste carisma; 3 Apesar dos muitos sinais da construção de Fraternidades evangelizadoras, nas quais os frades nutrem verdadeira estima, vivem e atuam como irmãos chamados ao mesmo seguimento de Jesus Cristo, ainda existem situações muito distantes da “comunhão de vida”, com dificuldades de integração na fraternidade, com projetos individuais, com indicações de falta de senso de pertença à fraternidade provincial e, em alguns casos, sem vivenciar a obediência; é fundamental que se continue promovendo a construção da fraternidade tanto em nível provincial como em nível local, iniciando já no primeiro ano de formação e seguindo durante todo o período da Formação Permanente; considero válida a iniciativa de realizar animação através de Regionais, especialmente levando em conta as distâncias territoriais; ao mesmo tempo peço que os confrades eleitos guardiães cumpram bem seu papel de animadores da fraternidade local; todos são concordes que a fraternidade cresceu com o Projeto Fraterno de Vida e Missão, por isso quero animá-los para que continuem desenvolvendo e observando tal projeto que ajuda, e muito, todos os confrades em sua caminhada como consagrados franciscanos; neste ano do “Jubileu da Misericórdia” vejo uma oportunidade para que todos os confrades lidem com as situações de conflito através da misericórdia; é uma oportunidade para curar as feridas, para pedir perdão e oferecê-lo aos confrades, para reanimar a construção de uma vida fraterna com mais comunhão de vida; 3 A vida de oração é o sustento de nossa consagração; muitos confrades já se dedicam assiduamente à oração pessoal e comunitária, mas todos sabemos como é essencial para o religioso ter uma vida de oração intensa, sem deixar que as atividades de evangelização, de trabalho ou de entretenimento ocupem todo o tempo em detrimento da oração, meditação, leitura orante e contemplação; São Francisco intuiu bem que os frades poderiam assumir muitos trabalhos, desde que não perdessem o espírito de oração e devoção (cf. Rb 5,2); peço a todos os confrades desta Província que não deixem de alimentar diariamente a comunhão com Jesus Cristo a quem seguimos e queremos ser fiéis;

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3 A Formação Permanente todos sabem de seu papel fundamental em nossa vida consagrada; foi bom o percurso realizado no último sexênio, mas pode ser ainda melhor se todos os confrades se sentirem de fato protagonistas da própria formação e todos os guardiães assumirem o seu papel de animadores e promotores locais da formação; a Formação Inicial continua sendo um desafio para a Província e quero insistir na necessidade de avaliar o processo formativo, especialmente para o período do pós-noviciado de profissão temporária que precisa de um modelo bem definido e de formadores com tempo suficiente para o acompanhamento personalizado; também insisto que os formadores recebam formação para melhor exercerem sua função junto aos confrades a caminho da profissão perpétua; um cuidado especial deve-se ter em relação à mentalidade clericalista que não condiz com nossa vocação e carisma, mesmo aos confrades vocacionados ao sacerdócio; 3 Diante da grandíssima obra evangelizadora herdada e levada adiante por vocês em cinco estados brasileiros e em Angola, louvo a Deus e agradeço o empenho de cada um de vocês e de suas fraternidades e peço que não atuem isoladamente; hoje, no entanto, é preciso avaliar criteriosamente cada ação evangelizadora em cada uma das cinco Frentes; como já disse acima, compartilho a reflexão que estão fazendo a partir da pergunta: “Por que estamos e como estamos em cada uma das Frentes de Evangelização?”, pois não podemos acudir todas as necessidades e responder a todas as interpelações se comprometermos a qualidade de vida religiosa franciscana de nossos confrades e a vivência de nosso carisma; também não podemos deixar de lado o “movimento” realizado por Francisco indo às periferias de seu tempo e que nosso Capítulo Geral retomou e no qual o Papa Francisco está insistindo para toda a Igreja em nossos dias; o Sefras é um exemplo de ação em defesa dos direitos dos mais frágeis, dos pobres e excluídos que, sem dúvida, traduz em atos a dimensão da solidariedade franciscana, mas não pode ser a única expressão desta ação; é muito importante que haja uma mentalidade de empenho e proximidade com os pobres, mas também que os confrades estejam disponíveis a ir ao encontro deles, sem medo de ter o “cheiro das ovelhas” (cf. Papa Francisco, homilia Crisma 2013); 3 Também agradeço o empenho da fraternidade provincial pela missão em Angola, em particular a todos os confrades missionários que estão ou que passaram pela Fundação Imaculada Mãe de Deus; peço aos confrades reunidos em Capítulo e ao próximo Definitório Provincial que olhem para o futuro e não economizem energias e dedicação, especialmente no que diz respeito à formação dos vocacionados e confrades angolanos; certamente ajudará muito se houver mais etapas de formação em centros franciscanos lá mesmo em Angola ou em outro país da África e reforço de cada uma das fraternidades.


capítulo provincial 2016 3 Um movimento em ato desde muitos anos em nossa Ordem é o redimensionamento e, como citei acima, é necessário como processo na Província; mesmo sendo às vezes dolorido, é um processo que garante vitalidade do carisma como um todo e da consagração franciscana para cada confrade envolvido em tal processo; recomendo que vocês olhem para o futuro com esperança enquanto planejam este redimensionamento, escolhendo bem os critérios de discernimento; 3 Um grande desafio para todos nós está no campo da administração; não há como fugirmos dela, por isso peço que todos os confrades sigam critérios de transparência, desapego, responsabilidade, ética e honestidade na administração dos recursos pessoais (salários, aposentadorias, doações etc.) e aqueles da fraternidade e das várias instituições; é fundamental que não seja apenas um confrade a saber do movimento dos recursos; nossa Ordem está sofrendo as consequências de uma gestão questionável e que ainda não se sabe bem como foi feita e, infelizmente, é o que acontece em muitas entidades da Ordem e da Igreja; 3 A fraternidade de vocês conta com mais de 50 irmãos leigos; sabemos que a vocação do irmão leigo, que é a de seguir Jesus Cristo pobre e crucificado como o fez São Francisco, não pode ser sufocada pelo clericalismo; a propósito do mandato e decisão nº 2 do Capítulo Geral de 2015, já

enviamos uma missiva ao Santo Padre pedindo que nos atualize sobre a posição da Igreja que ficou de ser estudada por uma comissão referida em Vita Consecrata (VC 61) sobre os Institutos Mistos; no próximo mês de maio haverá um encontro dos Ministros Gerais das Ordens Mendicantes com a Santa Sé para tratar deste assunto; enquanto isso, é muito necessário que toda a fraternidade provincial se dedique sempre mais na solidificação da identidade do frade menor, seja ele sacerdote ou não. 3 Nossa missão de cuidar da “casa comum” ficou ainda mais evidente com o apelo do Santo Padre, o Papa Francisco, a toda a humanidade com sua encíclica “Laudato Si’. Nós franciscanos, não podemos nos esquivar da grande responsabilidade que nos cabe diante do que vemos acontecer de exploração e degradação da natureza, colocando em risco a vida humana, especialmente dos mais pobres. Por intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria Imaculada e de São Francisco, o Deus Altíssimo, o Sumo Bem, vos abençoe, vos conceda a graça de um Capítulo fraterno, fecundo, cheio do Espírito. Contem com minha comunhão fraterna e espiritual. Um abraço com calorosa estima.

“Os frades confabulavam”

Frei Michael A. Perry, OFM Ministro Geral e servo


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RELATÓRIO DO VISITADOR GERAL Na Sala Capitular, o segundo dia do Capítulo foi dedicado às leituras dos relatórios do Visitador Geral e do Ministro Provincial. O Visitador Geral comentou as impressões que colheu durante a visita canônica, ressaltando a boa acolhida por parte da Província, das fraternidades e do governo. Seu relatório conservou um tom bastante fraterno, exortando, apontando desafios e ressaltando conquistas e valores. Quanto à vida fraterna, pontuou a riqueza das diversas realidades. Há muita busca e boa vontade, mas também muitas dificuldades e fraquezas, especialmente quanto ao diálogo fraterno. Mas o Visitador destacou que encontrou muitos lugares em que os frades declaram a alegria de voltar para casa, tendo na fraternidade, mesmo com suas imperfeições, um referencial de vida fraterna. Reconheceu uma busca na vida de oração, mas pontuou desafios bem concretos em conservar uma rotina de oração bem como outras práticas além do mínimo da oração das horas. Assinalou a preocupação da Província em evangelizar pela solidariedade com os empobrecidos, destacando, além do Sefras, as diversas iniciativas organizadas nas fraternidades e a acolhida e visitação dos doentes e empobrecidos. Quanto à evangelização pela comunicação e educação demonstrou sua admiração pela amplitude das iniciativas, instituições e organizações, e pontuou valores e desafios a serem considerados.

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No tocante à evangelização nas paróquias e santuários demonstrou sua profunda alegria ao encontrar muitos testemunhos de trabalho em sintonia fraterna, reconhecido até pelo povo como evangelizar em fraternidade. Também acentuou o empenho que percebeu nas fraternidades pela acolhida dos que procuram os frades. Claro que o planejamento, organização, espírito eclesial, comunhão e unidade sempre precisam melhorar cada vez mais.

Sobre a missão e a formação mostrou-se otimista quanto às realizações da Província, sempre lembrando que os desafios são maiores, que devemos estar sempre atentos e com boa vontade. Nas considerações finais manteve um tom fraterno e animou a uma constante conversão, típicas do carisma franciscano. Alertou para alguns desafios que não podem ser negligenciados mas manteve um tom de esperança a alegria.

DESAFIOS APONTADOS NO RELATÓRIO DO VISITADOR

1. A Fraternidade local; 2. A espiritualidade; 3. O redimensionamento; 4. Diálogo, mútuo conhecimento, colaboração e interpelação recíproca entre as 5 Frentes; 5. Administração em âmbito pessoal; 6. A Missão na África exige reforço urgente na equipe de formadores e de agentes de evangelização; 7. A Província, por razões históricas, foi acumulando muitas estruturas e propriedades; 8. A questão das relações afetivas; 9. A Formação inicial.


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RELATÓRIO DO MINISTRO PROVINCIAL Frei Fidêncio apresentou seu relatório ressaltando que, na verdade, essa prestação de contas ao Capítulo deve ser feita de forma bastante natural. Acrescentou ainda que todos os frades deveriam ter esse sentimento de prestação de contas diante da Província em uma celebração tão importante como o Capítulo Provincial. Primeiro, o Ministro Provincial fez uma explanação geral, lançando um olhar sobre a Província em diversos aspectos e, na segunda parte, abordou as cinco frentes de Evangelização e, na sequência, foi a vez do Secretariado para a Formação e Estudos e a Administração Econômica e Patrimonial da Província. Com muita serenidade, Frei Fidêncio conduziu sua apresentação apoiando-se no texto que todos já haviam recebido. Um olhar bastante atento para os avanços de cada instância e muita consciência dos desafios que ainda persistem de muitas

e diversas maneiras. Destacaram-se o acento na consciência e fidelidade de vida dos frades, nas diversas realidades, e a necessidade urgente de o redimensionamento ser assumido concretamente neste Capítulo. Frei Antônio Michels, na segunda parte da tarde, conduziu a apresentação do relatório quanto ao Secretariado da Evangelização. Lembrou o grande passo do Capítulo anterior, ao assumir com clareza as cinco frentes de evangelização e recordou ainda que o grande desafio para esse triênio seria cada frente se articular numa organização efetiva diante dessa opção mais clara de trabalho evangelizador. Algumas frentes avançaram mais, mas todas deram passos significativos. Frei Michels passou a palavra a cada animador das frentes de evangelização e seus serviços: Paróquias e Santuários (Frei Valdecir Schwanbach); Comunicação (Frei Gustavo Medella); Educação (Frei Nilo Agostini); Missão (Frei Estêvão

Ottenbreit); Solidariedade com os empobrecidos (Frei José Francisco de Cássia dos Santos). Na sequência, deu a palavra ao ecônomo e ao vice-ecônomo da Província: Frei Mário Tagliari e Frei Raimundo Justiniano. Frei Mário abordou as modificações no âmbito jurídico da Província, que passou a ser reconhecida civilmente não mais simplesmente como uma associação, mas como uma organização religiosa, e explicou algumas facilidades que isso traria, como por exemplo o uso de termos próprios religiosos (capítulo, guardião) em documentação jurídica civil. Além disso expôs mais alguns pontos relativos à economia e aos bens da Província. Ao final da exposição, o moderador explicou que todas as apresentações dos secretários, animadores dos serviços, e mesmo da economia e administração ainda faziam parte do relatório do Ministro Provincial. Por isso devolveu a palavra a Frei Fidêncio que citou um texto motivacional presente no próprio relatório. Como conclusão voltou-se ao texto bíblico “presta contas de tua administração” e, em tom de meditação, agradeceu a Deus por tudo, e pediu perdão pelas limitações. Declarou sua gratidão ao Vigário Provincial, Frei Estêvão, aos dois Definitórios do sexênio e a todos os colaboradores. Encerrou com uma oração e o lema do Capítulo, dizendo um obrigado a todos. Frei César, o moderador, retomou a palavra e encaminhou os trabalhos em grupo, que dominaram todo o dia 21. Depois da pausa do café todos deveriam se dirigir diretamente para os grupos de trabalho, onde refletiriam sobre a questão: “A partir das reflexões da análise de conjuntura, da exposição dos relatórios, quais as questões que não podemos deixar de tratar nesse Capítulo, e por quê?” | ESPECIAL | Comunicações |

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3º DIA

21 DE JANEIRO

POR UMA PROVÍNCIA EM

O

terceiro dia do Capítulo Provincial (21/01) teve início com a Celebração Eucarística presidida por Frei João Mannes, e concelebrada por Frei Almir Guimarães e Frei Carlos Pierezan. Frei Mannes lembrou que a Igreja celebrava o martírio de Santa Inês e também convocou a assembleia a rezar pelos confrades da Província Santa Cruz, com sede em Belo Horizonte, que também estavam em Capítulo Provincial. Foi também uma celebração de ação de graças pelo aniversário de Frei Gilberto Garcia. Segundo o celebrante, Santa Inês, em sua vida, levou muito a sério as palavras de São Paulo aos Roma-

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nos: “Quem nos separará do amor de Cristo: Tribulação? Angústia? Perseguição? Fome? Nudez? Perigo?”. “Santa Inês lutou contra todos os apelos do mundo que poderiam comprometer a sua relação com o amado Jesus. Ela não quis outra coisa na vida senão corresponder ao amor infinito de Jesus por nós”, disse o professor e guardião da Fraternidade de Rondinha e que no último triênio também exerceu o serviço de Definidor. Para o celebrante, Santa Inês é inspiração para todos os frades, que “sentimos nos chamados a sermos uma Igreja em saída, uma Província em saída. Mais uma vez ouvimos a voz do Senhor que nos chama a sair da comodidade de nossas vidas. É

SAÍDA

o Senhor que nos chama. De modo que uma Província em saída nasce, cresce e se fortalece a partir do nosso encontro pessoal e amoroso com Jesus Cristo”, sugeriu. Dizia o Frei Fidêncio no seu relatório ontem - recordou Frei Mannes - que a formação franciscana tem o seu fundamento no encontro pessoal com o Senhor, encontro que é processo contínuo de crescimento e conversão. Caso contrário todas as nossas saídas às periferias geográficas e existenciais podem ser ótimas estratégias de ação porém destituídas do Espírito da minoridade e fraternidade ou desprovidas do Senhor e do seu santo modo de operar, como nos adverte São Francisco de Assis”.


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A equipe de síntese, formada pelos secretários de cada grupo de trabalho, reuniu-se após o almoço e antes da sessão da tarde para uma síntese dos trabalhos dos grupos. Elegeram como coordenador Frei Daniel Delandrea, e como relator Frei Diego Atalino de Melo, que fez a apresentação da síntese a que a equipe chegou quanto aos temas do Capítulo. Ressaltou os seguintes pontos: 1. Cuidado com os frades e a necessidade do moderador da Formação Permanente estar mais presente nas fraternidades; 2. A necessidade de melhorar a arti-

culação quanto à Frente das Paróquias e Santuários; 3. A necessidade de o Capítulo tomar algumas decisões quanto ao processo de redimensionamento; 4. Necessidade de mais esforços na Pastoral Vocacional, quem sabe com mais um frade; 5. A Missão em Angola, que tem cada vez mais vocações, merece uma atenção a mais e presença de frades; 6. Quanto ao serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) ressaltou-se que, em consonância com a Encíclica do Papa Francisco Laudato Sí, nós, como Província precisamos ter mais envolvimento com esse ideal.

Após a exposição o moderador, abriu-se a palavra para quem quisesse fazer perguntas ou esclarecimentos quanto aos Relatórios do Visitador e/ou do Provincial. Foram discutidas questões sobre os seguintes pontos: 3 As obras de restauro no Convento Santo Antônio; 3 A situação do Seminário Santo Antônio; 3 O relatório ressaltou como ponto positiva, mas ainda é necessária maior atenção à OFS e à Jufra; 3 Redimensionamento: pedido para ouvir do Frei Nestor como essa busca ocorre em âmbito de Ordem. | ESPECIAL | Comunicações |

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REELEITO O

que parecia ser uma eleição tranquila do Ministro Provincial, tornou-se um dos momentos mais emocionantes na história dos Capítulos Provinciais da Província da Imaculada Conceição. Frei Fidêncio Vanboemmel foi reeleito para um novo mandato - agora de três anos depois de quatro escrutínios: primeiro, abriu-se a urna para apuração dos

votos dos 272 frades que votaram antes de se iniciar o Capítulo Provincial. Sem obter a maioria de dois terços, a eleição precisou depois de mais três escrutínios acirrados para se chegar ao resultado final. Foram duas horas de deixar cardíacos em perigo! A eleição entre os cinco nomes homologados pela Cúria Geral - Frei César Külkamp, Frei Estêvão Ottenbreit, Frei Evaristo Spengler, Frei Fi-

os candidatos

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dêncio Vanboemmel e Frei Paulo Pereira - acabou no terceiro escrutínio, quando Frei Fidêncio somou 82 votos e Frei Evaristo, 61 (um voto foi nulo). Frei Fidêncio nem conseguia respirar quando foi perguntado pelo presidente do Capítulo, Frei Nestor Inácio Schwerz, se aceitava este serviço novamente. Frei Fidêncio, depois de uma pausa, respondeu: “Faça-se, como Maria!”.


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Haja coração!

QUEM É FREI FIDÊNCIO Catarinense, natural da cidade de Santo Amaro da Imperatriz, Frei Fidêncio tem 64 anos e há 43 anos ingressou na Ordem Franciscana, quando vestiu o hábito de São Francisco de Assis no dia 20 de janeiro de 1974. Professou solenemente na Ordem dos Frades Menores no dia 2 de agosto de 1978 e foi ordenado presbítero no dia 14 de dezembro de 1979. “Sou filho de agricultores, voltados para o árduo trabalho. Dos pais aprendi a disciplina, o rigor, a ternura e a fé. Depois, a minha vida foi se moldando dentro da Província, como seminarista e frade. Ao me formar dentro da Província, também adquiri o seu rosto, principalmente a formação que recebi dos meus mestres e irmãos”, define-se. Durante 23 anos, Frei Fidêncio trabalhou na formação franciscana até ser eleito Ministro Provincial no Capítulo Provincial de 2009. “Ao terminar a teologia em Petrópolis eu era candidato a trabalhar numa casa de formação da Província. Na época conversei com o Ministro Provincial, Frei Basílio Prim, suplicando para fazer uma experiência pastoral para ajudar a vencer a timidez. Fui então transferido para a Paróquia de Campos do Jordão, no início de 1981 e lá permaneci até 1985. Depois, a partir de 1986, começou minha trajetória como formador: meio ano em Lages, 1 ano e meio em Petrópolis, 2 anos de estudos em Roma em vista da formação, 7 anos em Rondinha, 3 anos em Guaratinguetá e 9 anos mestre em Rodeio”.

O seu sim foi ovacionado pelos confrades! Mas as emoções não ficaram na Sala Capitular. Os frades e o Ministro Provincial eleito se dirigiram, logo em seguida, para a Capela do Seminário, onde foi celebrada a tomada de posse do Ministro eleito. Depois de ouvir a leitura do Evangelho, Frei Nestor traduziu em poucas palavras a importância desta data história na vida da Província. “Esses aplausos no fim, por parte de toda a assembleia, significa que no final todos estão agora contentes e te acolhem como Ministro desta Fraternidade Provincial. Porque entre nós, na nossa fraternidade, não existe vencedores ou vencidos. Fizemos a eleição, uma eleição bem disputada, e no fim alguém recebeu a maioria dos votos. Terminada a eleição, todos nós somos de novo a fraternidade reunida em torno do Ministro Provincial que foi eleito e que traz com ele o seguimento de Jesus Cristo com a força e a luz do Espírito Santo”, admoestou. Frei Nestor, então, fez questão de enfatizar que não são simplesmente mais três anos. “É outro mandato. É um novo começo. Talvez você mude alguma coisa lá no seu escritório para mostrar que está recocontinua na página 28 | ESPECIAL | Comunicações |

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capítulo provincial 2016

EVANGELIZ

IRMÃOS CAPÍTULO 26

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capテュtulo provincial 2016

ZAR como

IRMテグS E MENORES PROVINCIAL 2016

| ESPECIAL | Comunicaテァテオes |

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capítulo provincial 2016 continuação da página 25

meçando... Não está simplesmente continuando, porque poderia se tornar um peso pensar que serão nove anos de governo a mais. Não. Agora é um novo mandato. E os irmãos que você vai encontrar são outros. Então, é bom ter essa perspectiva, essa visão do novo. Claro que existe uma continuidade, mas também é um momento novo na Fraternidade Provincial”, frisou.

“Em terceiro lugar - justificou-se o presidente do Capítulo -, quem sou eu para dizer a Frei Fidêncio o que São Francisco pensava sobre os ministros e os irmãos. Mas não custa relembrar. Na Regra, capítulo 10º, São Francisco diz assim: ‘Os irmãos que são ministros visitem e admoestem seus irmãos e corrijam-nos com humildade e caridade, não lhes ordenando nada que seja contra sua alma e a nossa Regra’. Então, o sr. sabe muito bem que São Francisco

O PROCESSO ELETIVO

Os capitulares escolheram no dia, 21 de janeiro, o Ministro Provincial através de um processo eletivo que seguiu os seguintes passos: 1) Abertura da urna que continha os votos devolvidos entre os 316 frades que receberam as cédulas com os cinco nomes homologados pela Cúria Geral da Ordem dos Frades Menores. 2) Para que esta votação fosse válida, a urna deveria conter no mínimo dois terços do total de votos dos frades com direito a voto (211). 3) Seria considerado eleito o candidato que obtivesse a maioria absoluta dos votos da urna (metade mais um). 4) Caso o Ministro Provincial não fosse eleito neste escrutínio, uma nova votação seria realizada entre os capitulares, tendo como candidatos os mesmos cinco homologados pela cúria. 5) Para ser eleito na segunda votação, o candidato deveria alcançar a maioria absoluta dos votos dos capitulares. 6) Caso nenhum candidato tivesse essa votação, seria realizado um terceiro escrutínio, sendo eleito aquele que tivesse maioria simples.

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pensou sempre no Ministro como alguém que é irmão, que é servo, que se faz o menor, aquele que lava os pés, aquele que está a serviço. Não se trata de um poder de dominação, mas é um poder de serviço”, reforçou. Depois, falando para todos os irmãos lembrou que, por amor de Deus, renunciaram às suas vontades. “Sabemos que a obediência não é muito fácil. E também naquela pesquisa que foi feita na Ordem, diz-se claramente assim: ‘Se nós perdermos a visão de fé, a nossa obediência vai ser mais difícil’. Então, nossa profissão e nossa forma de vida sempre exigem este olhar de fé, esta perspectiva mais profunda. Este obedecer ao Ministro é também, junto com ele, discernir aquilo que o Senhor quer de nós. Esta capacidade de renunciar à vontade própria para estar sempre à disposição do Senhor e que se expressa na fraternidade”, ensinou. No final de sua exortação, lembrou um decálogo do então Ministro Geral José Rodríguez Carbalho, com virtudes ou atitudes ou ainda qualidades de um Ministro: 1. Ser homem de Deus. Você já é, mas a gente está sempre a caminho. 2. Sentir-se em caminho, como Jesus Ressuscitado com os discípulos de Emaús. É preciso ajudar os irmãos a descobrir a novidade e a surpresa que Deus realiza. 3. Ser livre, servindo a todos, sem deixar-se manipular por grupos, tendo sempre o Evangelho, a Regra e o bem dos irmãos como critério maior. Ser tudo para todos, como diz São Paulo. 4. Ser homem de escuta e diálogo. Este é um dos ministérios mais importantes que o ministro pode e deve exercer. Muita coisa pode ser delegada, mas a visita,


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a proximidade e a escuta dos irmãos não é delegável. 5. Ser homem misericordioso. Você foi eleito no Ano da Misericórdia. E nosso seráfico Pai São Francisco, na sua carta a um Ministro, exorta: “Não haja no mundo irmão que pecar, o quanto puder pecar, que, após ter visto teus olhos, nunca se afaste sem a tua misericórdia”. 6. Ser apaixonado. Apaixonado pela vida franciscana e pela missão franciscana na Igreja e no mundo, lutando contra a mediocridade, a mundanidade e trabalhando pela revitalização do carisma em todas as suas manifestações e possibilidades.

7. Ser custódio da esperança e sentinela da manhã. Em tempos de crise, se faz necessário pessoas que sonham, que testemunham a esperança e apontam para os sinais de um novo alvorecer. 8. Ser animador, sem descuidar do governo. O capital mais importante da Fraternidade Provincial é a pessoa do Irmão, de cada Irmão. Animar é investir nos irmãos acima de tudo, sem descuidar das exigências de governo e administração. 9. Cuidar e investir muito na Formação Permanente e Inicial. Entre os vários meios, a Ordem insiste especialmente na importância do acompa-

nhamento (personalizado, em fraternidade). 10. Trabalhar incansavelmente pela vitalidade missionária na vida dos irmãos e da Fraternidade em vista de uma Província em saída, acreditando muito na interprovincialidade, internacionalidade etc. Então, Frei Fidêncio, “coragem, que Deus lhe dê forças. Você pode contar com a força e com o dom e também pode contar com os irmãos. E que você se sinta assim com novas forças e motivação para assumir este serviço e continuar, como fazia, com toda dedicação e com todo amor. Que Deus o abençoe!”, pediu Frei Nestor. | ESPECIAL | Comunicações |

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ENTREVISTA FREI FIDÊNCIO VANBOEMMEL

“Os irmãos me devolveram o serviço do lava-pés” A reeleição para o serviço de Ministro Provincial da Província da Imaculada Conceição pegou de surpresa Frei Fidêncio Vanboemmel na quinta-feira. Mais tranquilo no dia seguinte (22/1), Frei Fidêncio confessou que não esperava estar à frente da entidade por mais três anos. Nesta entrevista concedida à Equipe de Comunicação do Capítulo Províncial, ele conversou com Frei Gustavo Medella e contou que a forte aclamação de seus confrades no final da eleição o animou a dizer o ‘sim’ na condução desta Fraternidade Provincial. Equipe de Comunicação do Capítulo - O sr. acreditava nesta mudança, nesta virada e como o sr. se

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sente diante deste encargo que os irmãos voltam a entregar-lhe? Frei Fidêncio - Paz e bem a todos. Este processo eletivo foi, de fato, uma grande surpresa. Vim para este Capítulo desarmado, vim para entregar o cargo, vim de todo coração e de consciência tranquila. Estava tranquilo na medida em que o processo eletivo transcorria, pois imaginava voltar e já até sonhava com possíveis lugares que deveria trabalhar depois. Mas, como escrevi na página do Facebook, os irmãos resolveram me devolver a jarra, a bacia e a toalha para continuar no exercício do lava-pés. Nem sempre é fácil e não foi fácil dizer esse sim, repetir ‘faça-se em mim segundo a tua palavra’ e entender que, na vontade

dos irmãos, perpassa a nossa obediência franciscana. Esse ‘sim’ foi extremamente difícil por não estar preparado, mas a aclamação que os frades deram no final mexeu muito comigo e aceitei. ECC - Mesmo sendo um mandato novo, Frei Fidêncio, não há como negar que a experiência acumulada nesses seis anos como Ministro Provincial acaba lhe dando mais segurança neste governo. O sr. acredita nisso, acha que vão ser mais fáceis esses três anos? Que leitura o sr. faz de todo esse processo? Frei Fidêncio - Não sei se vão ser mais fáceis. Creio que o tempo que a gente permaneceu como Mi-


capítulo provincial 2016 nistro no serviço à Província e às fraternidades provinciais, como dizia em outra entrevista para a Revista “Comunicações”, foi um aprendizado, pois a Província é uma grande escola, é um lugar de muito aprendizado. Creio que nesses seis anos aprendi muito. Aliás, antes dos seis anos participei do Conselho ou Definitório da Província; portanto, estou há nove anos participando deste processo de condução da vida interna da Província. Então, ser reeleito - e Frei Nestor dizia isso muito bem - não é continuação, mas é um novo começo. Creio que esse novo é assustador, em primeiro lugar, porque também sei das nossas limitações e das nossas fragilidades. Sei que o cobertor, às vezes, é curto diante de tantos apelos da Igreja, da Fraternidade e da missão. Isso se manifestou muito claro nos relatórios do Capítulo. Muitos lugares necessitam de reforços e nós não podemos dividir os frades em dois. Então, penso que esse vai ser o grande desafio que teremos pela frente. A experiência ajuda, dá segurança, sim, mas espero que a Fraternidade Provincial me dê um Definitório que me ajude também a conduzir esse processo de animação da vida provincial. [Frei Fidêncio, agora o sr. me fez lembrar da frase de São Francisco pouco tempo antes de falecer, quando ele disse aos irmãos: “Vamos recomeçar porque até agora pouco ou nada fizemos” - Frei Gustavo] ECC - Frei Fidêncio, que Província o sr. sonha para o futuro? Frei Fidêncio - O futuro a gente começa a construir no presente. Eu acho que o presente é podermos trabalhar aqui, neste Capítulo, o nosso Plano de Evangelização, que é a construção da Província do amanhã, do futuro. Penso que hoje temos muitos apelos importantes. É muito significativo termos diante

de nós o Papa Francisco, que é uma provocação diária, é uma provocação constante a nós, franciscanos. Temos os apelos da Ordem para que nós, enquanto Província, também saiamos às periferias com a alegria do Evangelho. Então, penso que precisamos revigorar essa vocação no presente para construirmos juntos a Província do amanhã, uma Província com muita garra, muito entusiasmo, uma Província evangelizadora. ECC - Frei Fidêncio, e com relação a esse Capítulo, que leitura o sr. faz dele até este momento? Frei Fidêncio - Olha, o Capítulo Provincial está transcorrendo, a meu modo de ver, muito bem. Participei também das reuniões da Comissão Preparatória e havia assim um temor devido ao grande número de irmãos, já que estamos

aqui em quase 160 frades reunidos. Havia o temor de que o processo capitular não andasse. Os irmãos estão surpreendendo neste Capítulo. Vejo um ambiente leve, feliz, uma convivência fantástica. Creio que esse processo preparatório foi muito bom para isso. Espero que os irmãos, a partir de hoje, quando vamos amarrar as grandes questões do Capítulo, que cheguemos a proposições e conclusões muito boas. Estou muito entusiasmado com a forma pela qual o Capítulo está sendo conduzido: com muita objetividade, com muita clareza, sobretudo a vontade dos irmãos em querer uma Província que seja de fato um espelho para a Ordem. [Muito obrigado, Frei Fidêncio, e que Deus o ilumine nesta etapa de mais três anos neste serviço - Frei Gustavo] | ESPECIAL | Comunicações |

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4º DIA

22 DE JANEIRO

Discípulos e missionários O quarto dia do Capítulo Provincial teve início com a Celebração Eucarística presidida por Frei Fábio César Gomes, e concelebrada pelo aniversariante do dia, Frei Raimundo de Oliveira Castro, e Frei Luiz Carlos Peloso. O Evangelho do chamado de Jesus aos doze apóstolos levou Frei Fábio a fazer uma belíssima reflexão. “Penso que todos nós, alguma vez, já nos perguntamos: por que justamente eu fui chamado? Talvez, entre os meus conterrâneos havia gente mais inteligente, mais capaz, mais santa do que eu. Então, por que eu, por que você, por que a mim? Trata-se, como sabemos, de uma pergunta que não tem uma resposta lógica, racional, pois, sendo o chamado uma iniciativa divina, pertence ao mistério insondável de Deus e, portanto, nunca poderá ser totalmente explicado por nós. Por isso, o máximo e o melhor que podemos dizer para respondermos a esta pergunta

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é aquilo que nos foi dito por Marcos no início do Evangelho: “Jesus chamou os que Ele quis”, ou seja, nos chamou simplesmente porque Ele assim o quis, assim o desejou. O chamado é expressão da liberdade divina e, portanto, manifestação máxima do seu amor por cada um de nós. Numa palavra, o Senhor nos chamou por que nos amou, com um amor de predileção”, ensinou. Segundo o celebrante, desta primeira pergunta, surge quase que naturalmente outra: para que o Senhor nos chamou? “Novamente é Marcos a nos ajudar: ‘Para que ficassem com Ele e para enviá-los a pregar’. Ou seja, o Senhor não nos chamou para fazermos muitas coisas, para necessariamente realizarmos grandes obras. O Senhor nos chamou simplesmente para vivermos a dinâmica do encontro e do envio, do vinde e do ide. Do vinde para sempre mais pertencermos a Ele, para nos colocarmos

na Sua presença, para deixá-Lo viver em nós, para aprendermos d’Ele a sermos mansos e humildes de coração, para sermos seus discípulos. Do ide, para sermos presença d’Ele no mundo de hoje como irmãos e menores, e para anunciá-lo com as palavras e a vida a fim de que, como nos recorda São Francisco no início da Carta a Toda Ordem, possamos dar testemunho da Sua voz e fazermos saber que não há Onipotente senão Ele (CTO 9). Em uma palavra, Jesus Cristo nos chamou para sermos seus discípulos/missionários”, sugeriu. Frei Fábio terminou agradecendo: “Irmãos, agradeçamos de coração pelo chamado que o Senhor nos fez, e sempre de novo nos faz, para sermos seus discípulos missionários por pura gratuidade do seu amor por nós. Jamais desesperemos, pois sua misericórdia nos dará sempre a graça de recomeçarmos a amá-Lo e segui-Lo”, animou.


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Frei Volney, moderador do dia, convidou Frei Estêvão para uma apresentação geral do Projeto do Plano de Evangelização da Província, que era propriamente o Instrumento de Trabalho do Capítulo. Frei Estêvão começou distinguindo este documento a ser trabalhado dos planos de pastoral das diversas dioceses, ressaltando que o Plano de Evangelização é o que deve iluminar nossas atividades evangelizadoras como um todo. Ressaltou também que os planos anteriores primavam pela eficiência de nossas ações e disse ainda que está crescendo a consciência de que não é possível falar de Evangelização sem falar de formação e vice-versa. Apresentou o documento com destaque para textos inspiracionais, diretrizes, para as cinco frentes de Evangelização, além da Formação Permanente e Formação Inicial. Motivando para os grupos, o

moderador apresentou as duas perguntas que conduziriam os trabalhos em grupos: Temos ainda alguma emenda a fazer a esses apelos da Igreja e da Ordem? Como reagimos e a que nos propomos a partir desses apelos? Após os trabalhos em grupo, já no final da manhã, os frades retornaram à sala capitular para as prévias para ofício de Vigário Paroquial e Definidores. Frei Nestor conduziu os trabalhos motivando às duas rodadas de prévias. Numa primeira promoveu

“Chamou a si os Doze e começou a enviálos dois a dois”... (Evangelho do dia)

somente o nome indicado para Vigário e em outra cédula a indicação de seis nomes para Definidores. Lembrou da consulta feita a toda a Província para esses serviços, mas ressaltou que cada um era livre para indicar quem achasse ser o mais adequado, independente das prévias anteriores. Após uma oração ao Espírito Santo, os escrutinadores fizeram a contagem de todos os presentes com direito a voto: 145 capitulares. Desta forma, chegou-se a este resultado: Prévias para Vigário Provincial: César, 58 votos; Evaristo, 58 votos. Prévia para Definidores: Frei João Mannes, 74; 2. Frei Walter de Carvalho Júnior, 66; 3. Frei Gustavo Medella, 65; 4. Frei José Francisco de Cássia dos Santos, 56; 6. Frei Valdecir Schwambach, 51; 7. Frei Paulo Pereira, 51; 8. Evaristo Spengler, 40; 9. Frei Germano Guesser, 37; e 10. Frei César Külkamp, 35.


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5º DIA

23 DE JANEIRO

MARIA MODELO E INSPIRAÇÃO O

Capítulo Provincial chegou à sua primeira semana de trabalhos. No sábado, 23 de janeiro, os trabalhos continuaram intensos e os 147 frades capitulares participaram da Celebração Eucarística pedindo à Maria Santíssima, Padroeira da Ordem Franciscana e desta Província, as bênçãos para uma boa conclusão desta assembleia capitular. Frei Leandro Costa, o autor da logomarca do Capítulo, lembrava no início da celebração que o sábado, na tradição franciscana, sem-

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pre foi dedicado à devoção mariana. “Francisco tinha uma devoção ardentíssima a Maria. São Boaventura afirma que ‘Francisco amava a Mãe do Senhor Jesus com um amor indizível, pois foi ela quem nos deu como irmão o Senhor de majestade e por ele obtivemos misericórdia. Fixou-se na Porciúncula por causa de seu amor pela Mãe de Cristo…’. O presidente da celebração, Frei Alexandre Magno C. Silva, que teve como concelebrantes Frei Valdecir Schwambach, reitor do Santuário da Penha (ES), e Frei João Pereira

da Silva, pároco em Amparo (SP), referindo-se ao Evangelho lido da Anunciação, disse que a presença de Deus na vida de Maria a fez uma pessoa muito atenciosa e preocupada com as pessoas. É assim quando descobre que Isabel está grávida e põe-se a caminho. “Temos em Maria a nossa inspiração para evangelizar como irmãos e menores”, disse Frei Alexandre. Segundo o celebrante, “Maria cuida, decide e age. Maria é comprometida e capaz de perceber o ‘querer de Deus’ diante dos fatos da vida”.


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Diversos textos das assim chamadas “Fontes Franciscanas” falam do sentido e do valor que a Porciúncula, ou Santa Maria dos Anjos, passou a ter na vida de São Francisco e, posteriormente, foi considerada “cabeça e mãe dos Frades Menores”. Frei Alexandre lembrou um texto do ‘Espelho da Perfeição’: ‘Neste tempo nasceu a Ordem dos Frades Menores, multidão de homens que, então, começou a seguir o exemplo do Seráfico Pai. Clara, esposa de Cristo, recebeu nesta igreja a tonsura, despojando-se das pompas do

mundo para seguir a Cristo. Aqui, para Cristo, a Santa Virgem Maria gerou os frades e as Pobres Damas, e, por meio deles, deu Cristo ao mundo”. O celebrante lembrou que estamos celebrando o Jubileu da Misericórdia, o 8º centenário do Perdão de Assis, os 30 anos da Oração Ecumênica pela Paz, o Ano dedicado à Vida Consagrada, a Campanha da Fraternidade sobre o Cuidado da Casa Comum e, por fim, este é o ano da Jornada Mundial da Juventude. “Dentro dessas realidades, nós somos chamados a evangelizar como

irmãos e menores. Agora, quando decidimos as prioridades da nossa Província, é o momento de sair e permitir que Jesus nasça de novo a partir do nosso testemunho e da nossa vivência fraterna”, disse. “Nós somos homens que vivem a misericórdia nessa casa da Porciúncula, em Santa Maria dos Anjos. Com a bênção de Maria, os frades saíam da Porciúncula e retornavam a ela para partilhar a alegria da missão de entregar Jesus ao mundo. Hoje também cada um de nós é convocado para esta tarefa e sabemos como fazê-la”, completou. | ESPECIAL | Comunicações |

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Como no dia anterior, o sábado foi dedicado principalmente a trabalho em grupos. Focando agora nas diretrizes de cada frente de evangelização, os grupos refletiram e discutiram a forma de viver a opção franciscana pela Evangelização. Frei Vitorio, moderador do dia, convidou Frei Antônio Michels, secretário da Evangelização, para uma apresentação do documento e para motivar os trabalhos do dia. Ele iniciou fazendo um histórico de como se chegou a essas diretrizes, lembrando inclusive como a Província chegou à sua op-

ção por essas cinco frentes de evangelização e da caminhada que cada frente conseguiu realizar, com seus animadores conseguindo articular com maior ou menor participação das bases um projeto de diretrizes. Lembrou ainda que houve uma consulta às fraternidades sobre o projeto de diretrizes de cada frente de evangelização. As contribuições das fraternidades foram remetidas ao animador de cada frente para que as considerasse na elaboração desse novo texto das diretrizes que também já fora remetido às fraternidades para reflexão. Motivou em seguida para a tarefa a ser realizada então no Capítulo: Primeiro, tomar

Celebração, revigoramento, fraternidade...

conhecimento de cada um dos textos; como não haveria tempo para leitura do texto todo, devia-se atentar para os dois primeiros pontos: por que queremos estar nessa frente e como queremos estar. Sugeriu ainda que metade dos grupos de trabalho iniciassem o estudo em ordem de apresentação, e a outra metade (grupos 7-12) que iniciassem partindo da última frente apresentada, a fim de que todas as frentes fossem refletidas mesmo que não desse tempo para que todos os grupos refletissem tudo. Num segundo momento, após se ter tomado conhecimento, fez-se uma avaliação e acréscimo de emendas.


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6º DIA

24 DE JANEIRO

ALEGRIA DE CELEBRAR

O

sexto dia do Capítulo Provincial começou com a Celebração Eucarística presidida por Frei Paulo Pereira e concelebrada por Frei Adriano Nascimento, Frei Ludovico Garmus e o diácono Frei Edvaldo Soares. Frei Ludovico, exegeta e professor do Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis, tornou sua homilia uma aula de exegese e de como deve ser feita uma celebração. “Se nós prestarmos atenção nesta primeira leitura teremos o verdadeiro rito da proclamação da Palavra de Deus”, disse. “Desta leitura e celebração da Palavra, podemos dizer que o povo teve uma experiência de Deus; saiu alegre e forte para enfrentar a vida no dia a dia”, acrescentou. “Liturgia faz parte da celebração da evangelização da nossa fé. É aí que se dá a experiência de Deus. Se nossas ce-

lebrações não ajudam o povo que vem a nós, que celebra conosco, a ter a experiência de Deus, o que é que estamos fazendo?”, perguntou. No Evangelho, temos partes da celebração, diz Frei Ludovico, pois se supõe um ambiente preparado na sinagoga. “Em vez de dizer o que os ouvintes deveriam fazer, Jesus se pergunta ‘o que Deus quer que eu faça’. Sua resposta ao Pai é adotar o texto lido como programa de sua missão: a) sente-se movido pelo Espírito do Senhor, que sobre ele repousou no batismo (3,21-22); b) sua missão é anunciar a boa-nova aos pobres; c) libertar os aprisionados; d) devolver a visão aos cegos; e) libertar os oprimidos; f) proclamar o ano da “graça” do Senhor, isto é, um ano do perdão de todas as dívidas, de modo que os insolventes aprisionados sejam libertados”. Frei Ludovico termina a sua homilia comentando a carta de São

Paulo aos Coríntios. “Paulo continua a falar sobre os dons do Espírito Santo. Agora dá o exemplo do corpo e seus membros. Batizados e alimentados pelo mesmo Espírito, fazemos o corpo de Cristo. É o Espírito que une judeus e gregos, escravos e livres para que vivam em harmonia neste mesmo corpo de Cristo. São Francisco de Assis exorta a seus irmãos a “não perder o Espírito do Senhor e seu santo modo de operar”’. Antes da bênção final, Frei Paulo lembrou que falar em Capítulo Provincial é fazer uma ligação com transferências e mudanças. “Mas o Capítulo é antes de tudo um momento de confraternização e revigoramento”, disse. Ele convidou os irmãos da Ordem Franciscana Secular para chegarem até o presbitério para a bênção final. A Fraternidade da OFS de Agudos está celebrando este ano 25 anos de sua fundação.

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Eleição do VIGÁRIO PROVINCIAL

FREI EVARISTO SPENGLER Frei Evaristo Spengler foi eleito em primeiro escrutínio, com 74 votos, para o serviço de Vigário Provincial. Frei Evaristo é natural de Gaspar (SC), onde nasceu no bairro de Pocinho, no dia 29 de março de 1959. Vestiu o hábito franciscano no dia 20 de janeiro de 1977. Fez a profissão solene no dia 2 de agosto de 1982 e foi ordenado presbítero no dia 19 de maio de 1984. Sua experiência pastoral está toda concentrada em duas regiões de desigualdades e fraturas sociais: Baixada Fluminense e Angola (África) no final da guerra civil. Sua primeira transferência após a ordenação foi para Duque de Caxias, no bairro Campos Elíseos, como Vigário Paroquial e reponsável pela equipe biblíca. Na mesma cidade, em 17 de janeiro de 1992, foi transferido para a Fraternidade de Imbariê, uma casa de formação inclusiva, onde foi vigário e vice-mestre dos frades professos temporários. Nesse período, mais especificamente em 1990, Frei Evaristo Spengler criou o projeto Luar de Dança na igreja Nossa Senhora de Santana. Em 10 de janeiro de 1995 mudou-se para a vizinha Nilópolis como Vigário Paroquial e animador da Equipe Bíblica Urbana. De 30 de março de 1996 a 21 de janeiro de 1998 se dedicou aos estudos bíblicos em Jerusalém. No retorno ao Brasil, passou a residir no Convento Santo Antônio e continuou os estudos na PUC-Rio. Viajou no dia 31 de maio de 2001 para a sua primeira experiência missionária na jovem Missão de Ango-

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la. Três anos depois, no dia 25 de setembro de 2004, retornou ao Brasil para ser submetido a uma delicada cirurgia na coluna. Recuperado, retornou para a Missão e foi eleito no dia 20 de dezembro de 2006 Conselheiro da Fundação Imaculada Mãe de Deus. Em 2009, Frei Evaristo celebrou o seu jubileu de 25 anos de sacerdócio em Gaspar, com a comunidade e familiares. Nesse dia, dizia que retornava a Gaspar para comemorar as bodas de prata de sacerdócio com

30 malárias no corpo, mas com mais luz nos olhos. Em janeiro de 2010 encerrava essa etapa missionária e retornava para a conhecida Baixada Fluminense, na mesma Duque de Caxias e Imbariê, como Vigário Paroquial. Ali continuou até 2012 quando o Capítulo Provincial o elegeu Definidor e o manteve como coordenador da Fraternidade de Imbariê. Em 2013 também acumulou a função de vice-mestre dos frades de profissão temporária do tempo de Teologia.


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OS DEFINIDORES

FREI CÉSAR KÜLKAMP

Frei César é natural de Ituporanga (SC), onde nasceu no dia 26 de maio de 1969. Vestiu o hábito franciscano na Ordem dos Frades Menores em 11 de janeiro de 1988 e se tornou professo solene em 24 de setembro de 1993. Foi ordenado presbítero no dia 16 de dezembro de 1995. Além de Filosofia e Teologia, é graduado em Pedagogia (1995), mestrado em Educação pela UERJ (2000), e pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV. Definidor em três mandatos (2003, 2006 e 2009) e secretário para a Formação e Estudos (2004, 2006, 2009, 2012). Neste último mandato, além de secretário foi guardião da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus.

FREI JOÃO F. DA SILVA

É natural de São Paulo (SP), onde nasceu no dia 9 de julho de 1969. Vestiu o hábito franciscano no dia 8 de janeiro de 2006. Frei João Francisco ingressou na Ordem Franciscana ao fazer a primeira profissão religiosa no Noviciado de Rodeio em 2006. Como já tinha o curso universitário, ficou um ano em Rondinha (Filosofia) e cursou Teologia de 2008 a 2011. Foi ordenado diácono pelo Cardel Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, no dia 10 de março de 2012. Professou solenemente na Ordem no dia 7 de agosto de 2011 e foi ordenado presbítero no dia 6 de outubro de 2012. No ano de sua ordenação, foi transferido para a Fraternidade São José, em Guaratinguetá/SP, como guardião.

FREI JOÃO MANNES

FREI GUSTAVO MEDELLA

FREI PAULO PEREIRA

FREI JOSÉ F. DE C. SANTOS

É natural de Ibicaré, Santa Catarina, onde nasceu no dia 13 de dezembro de 1962. Vestiu o hábito franciscano no dia 20 de janeiro de 1982 e professou na Ordem dos Frades Menores no dia 8 de dezembro de 1985. Frei Mannes foi ordenado presbítero no dia 17 de fevereiro de 1990 pelas mãos de D. Quirino. Em 2015, ele comemorou o seu jubileu de prata de vida sacerdotal. Foi eleito Definidor no Capítulo Provincial de 2012. É professor de Filosofia no Instituto Filosófico São Boaventura e guardião da Fraternidade São Boaventura, em Rondinha.

Natural de Juiz de Fora (MG), nasceu no dia 18 de dezembro de 1967 e vestiu o hábito franciscano no dia 10 de janeiro de 1987. Professou solenemente na Ordem Franciscana no dia 25 de setembro de 1993. Foi ordenado presbítero no dia 19 de março de 1995. Em 1995 foi transferido para o Seminário Santo Antônio de Agudos como orientador e professor. Em 2000 foi eleito Definidor e reeleito em 2003. No Capítulo Provincial de 2009 foi transferido para a Fraternidade do Divino Espírito Santo de Vila Velha (ES), acumulando as funções de guardião, pároco e ecônomo da Fraternidade.

É natural de Petrópolis (RJ), onde nasceu no dia 19 de setembro de 1978. Vestiu o hábito franciscano no dia 8 de janeiro de 2004. Em 2002 ingressou no Seminário São Francisco de Assis, em Ituporanga; em 2003, fez o Postulantado em Guarantinguetá (SP); 2004, o Noviciado em Rodeio (SC); de 2005 a 2006 cursou Filosofia em Rondinha (PR); e de 2007 a 2009, Teologia, em Petrópolis (RJ). Fez a profissão solene no dia 2 de outubro de 2010 e foi ordenado presbítero no dia 2 de julho de 2011. Formado em Jornalismo, trabalhou na filiada da TV Globo em Juiz de Fora. Frei Medella comanda o programa Sala Franciscana e coordena a Frente de Evangelização na Comunicação.

É natural de Cachoeira de Minas (MG), onde nasceu no dia 9 de julho de 1971. Vestiu o hábito franciscano no dia 10 de janeiro de 2000 e fez a profissão solene na Ordem dos Frades Menores no dia 2 de agosto de 2005. Foi ordenado presbítero na sua terra natal no dia 26 de abril de 2008. Frei José Francisco é o coordenador geral do Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), função que exerce desde julho de 2007. Frei José foi eleito Defindor no Capítulo Provincial de 2012 e reside na Fraternidade Santo Antônio do Pari.


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posse do novo governo

PRONTOS PARA O SERVIÇO

À FRATERNIDADE PROVINCIAL

O

Capítulo Provincial eletivo da Província da Imaculada Conceição cumpriu mais uma etapa importante no domingo, 24 de janeiro, ao dar posse ao novo Vigário Provincial, Frei Evaristo Spengler, e aos Definidores eleitos - Frei César Külkamp, Frei João Mannes, Frei Gustavo Medella, Frei João Francisco da Silva, Frei Paulo Pereira e Frei José Francisco de Cássia dos Santos - na Capela do Seminário Santo Antônio, em Agudos (SP). O rito teve início com a chamada dos eleitos pelo secretário do Capítulo, Frei Sandro Roberto da Costa. Primeiro, ele chamou o Vigário Provincial, Frei Evaristo Spengler, que se aproximou do presidente do Capítulo, Frei Nestor Inácio Schwerz, e

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do Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel. Ajoelhado diante do presidente do Capítulo, ele foi confirmado como eleito e recitou a promessa de cumprir o dever do cargo. Depois, os Definidores repetiram a mesma promessa ajoelhados: “Com o auxílio da Santíssima Trindade, da Imaculada Virgem Maria, de nosso Patriarca São Francisco, de todos os Santos e Santas da nossa Ordem, prometo cumprir fiel e zelosamente os santos deveres do meu cargo, que, pela bondade de Deus, me foram confiados em santa obediência, nesta nossa Província Franciscana da Imaculada Conceição”. Para Frei Nestor, o título desta celebração, “tomada de posse...”, na verdade não quer dizer que os Definidores vão tomar posse. “Vocês

vão receber o Espírito do Senhor para prestar esse serviço a toda a Fraternidade. E é a Fraternidade que vai tomar posse de vocês para que ajudem o Ministro Provincial na animação dela. Ou seja, animar a vida e a missão desta Fraternidade, sobretudo segundo as orientações deste Capítulo”, enfatizou. Frei Nestor abordou também outro aspecto importante neste processo. “Vocês não vão ser simplesmente representantes de uma região ou de um grupo. Vocês vão ser Definidores e Vigário Provincial de toda a Fraternidade. Vão pensar e buscar o bem de toda a Fraternidade”, exortou. “Claro, que perto de sua atividade ou trabalho, poderão falar com mais propriedade, mais autoridade a partir dali, mas sempre


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pensando no bem de toda a Fraternidade”, insistiu. Terminou dizendo que o Vigário e os Definidores vão ser referência para a Fraternidade na medida em que crescerem como irmãos dentro desse serviço na Província e na Ordem. Na sua fala, Frei Fidêncio também insistiu na fraternidade que devera existir no governo provincial. “Uma fraternidade entre nós, onde saibamos, sobretudo, ouvir”, disse. “Dessa forma, saberemos amar e respeitar toda a Província”, ensinou. Frei Fidêncio agradeceu à Província por esses irmãos. “Quero agradecer esses irmãos que a Província me deu para, juntos, conduzirmos esta Província da Imaculada Conceição, em conformidade com aquilo que prometemos ao Senhor no dia da nossa profissão religiosa”, agradeceu. Frei Fidêncio lembrou um texto do Sacrum Commercium, onde Francisco reúne os irmãos para fa-

lar da Dama Pobreza. “Se nós quisermos atingir o cume onde mora a Senhora Dona Pobreza, é preciso fazer como Francisco ao dizer a seus cavaleiros: ‘Preparai-vos como homens fortes’. Acho que é isso que nós temos que ter presente em primeiro lugar: Devemos ser homens fortes. Mas para isso precisamos, como diz Francisco em outro texto, depor a canga da vontade própria: morrer para nossas vontades e colocar em nossos ombros as exigências evangélicas. Assim, juntos, serviremos bem à Província da Imaculada Conceição. Então, muito obrigado a todos e obrigado a vocês pelo sim generoso e a tudo aquilo que nós estamos propondo viver com o nosso Plano de Evangelização”, completou o Ministro Provincial. Em seguida, o presidente do Capítulo fez a oração final e o novo governo deu a bênção de São Francisco. | ESPECIAL | Comunicações |

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7º DIA

25 DE JANEIRO

ZELO PELA CAUSA DO SENHOR Os 147 capitulares, reunidos no belíssimo Seminário Santo Antônio de Agudos, começaram a segunda-feira (25/1) celebrando a Festa da Conversão de São Paulo. Tendo presente o testemunho do grande Apóstolo dos gentios, ouviram do celebrante, Frei Olivo Marafon, um convite para levarem adiante a missão evangelizadora da Província com zelo pela causa de Deus. “E o zelo nós encontramos e alimentamos naquilo que está perto de nós”, ensinou. “Por exemplo, na sexta-feira, nós recordamos que o espírito missionário é constitutivo da nossa vocação e da nossa missão. E hoje nós vamos trabalhar sobre isso novamente”, lembrou. Segundo Frei Olivo, nós temos hoje mais apelos. “Está aí o nosso

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Papa Francisco, que nos convida a imitar nosso Deus misericordioso, que nos convida a assumir o coração misericordioso de Nosso Senhor Jesus Cristo pelas obras de misericórdia corporais e espirituais. E tudo na ordem do Senhor. Ide pelo mundo inteiro e evangelizai”. “Que seja esse o Espírito a partir de hoje para os próximos dias, para o próximo ano e para a nossa vida: o zelo pela causa do Senhor. Mas um zelo que completa, que une, que reúne, que motiva, que constrói e aviva a vida do Caminho, Verdade e Vida. Que São Paulo nos inspire, que São Paulo nos socorra e nós realizemos a obra do Senhor!”, desejou. Frei Olivo presidiu a celebração tendo como concelebrantes Frei Nelson Hillesheim e o diáco-

no Frei Robson Scudela. O celebrante também pediu orações pelo aniversariante do dia Frei Daniel Dellandrea.


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Após um domingo repleto de trabalhos e celebração, com a eleição do novo governo provincial na parte da manhã, a segunda-feira começou cheia de gás para as comissões dedicadas à revisão dos textos a serem votados. Logo no início da sessão capitular, fez-se a indicação do Conselho Fiscal da Província. Em seguida iniciaram-se as votações do Plano de Evangelização, cujas diretrizes iluminam toda a ação evangelizadora da Província em suas diversas frentes. “Somos chamados por Deus a viver o Evangelho de Jesus Cristo, segundo a forma revelada por Deus a São Francisco de Assis e enviados a evangelizar pela vida, obras e palavras, como irmãos e menores”, afirma o Plano de Evangelização, logo no início, ao expor os princípio e a missão dos frades na evangelização. Essa ação é assumida de acordo

com dimensões transversais essenciais: Espírito de oração e devoção; Fraternidade e minoridade; Penitência, pobreza e espírito missionário; Justiça, paz e integridade da criação; Comunhão com a Igreja; Comunhão com a Ordem e a Família Franciscana; Comunhão com os leigos; Diálogo ecumênico, inter-religioso e intercultural. Todo o trabalho e discussões se empenharam em explicitar esses valores. Além da votação dos próprios princípios,

Mangia che ti fa bene

estratégias e meios, também foram discutidas as ações e a organização das frentes de Evangelização da Província, a saber: Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento; Educação; Comunicação; Missão; Solidariedade para com os Empobrecidos. O Plano de Evangelização também se ocupa da organização da Formação e Estudos na Província, sempre com a preocupação de bem formar para a vida fraterna e para a ação evangelizadora.


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JOVENS PROFESSOS CAPITULARES Pela primeira vez na Província da Imaculada Conceição, o Capítulo Provincial deu a oportunidade a todos de participarem. Bastava fazer a inscrição. Os jovens professos solenes não perderam a oportunidade de, no início da vida religiosa, conhecer como se desenvolve o principal processo decisório da vida provincial. Um bom grupo esteve em Agudos e a maioria aprovou a experiência. “Passamos a ter uma consciência de nossa realidade provincial a partir da palavra partilhada. Tenho fé, e assim aposto mais ainda minha vida diante das posturas novas, ou até mesmo dos reposicionamentos de nossa Ordem nessa realidade provincial. O clima que envolveu esses dias foi de reflexão madura. Por mais que algumas falas ou posições tenham sido precipitadas de nossa parte, tenho certeza de que a intenção é de acertar, pois diante disso

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tudo temos o projeto do Reino de Deus”, disse Frei Leandro Costa, autor da logomarca do Capítulo, ressaltando também que foi um tempo de revigoramento e graça. Frei Fábio José Gomes, através dos relatórios do Visitador e do Ministro Provincial, pôde conhecer melhor a estrutura da Província e a “a grande comunhão das diferenças que existe entre os irmãos e a dimensão celebrativa de nossa vida e missão”. “Sou muito grato à Fraternidade Provincial por ter dado a oportunidade de participação a todos os professos solenes e sou mais grato ainda por permitir que eu me faça presente nesse momento tão rico”, avalia Frei Marx Rodrigues dos Reis, considerando o Capítulo o momento propício para o crescimento fraterno, “seja pelo convívio harmonioso ou mesmo diante de confronto entre os irmãos, pois só

assim teremos amadurecimento”. Frei Josemberg Cardozo Aranha foi o representante dos estudantes professos temporários do tempo de Filosofia: “Agradeço a Deus por esta oportunidade e ao Frei Nestor por abrir a possibilidade de frades da Formação Inicial poderem colaborar com as reflexões e inspirar a assembleia capitular com o vigor e ousadia que são próprios de nosso tempo”, disse, acrescentando que o Capítulo é “graça condedida por Deus de revigorar a própria vocação”. “Foi um momento-síntese: Rever confrades que conheci ainda no início de minha formação, recordar com gratidão a caminhada até aqui e tomar parte na vida e na missão evangelizadora de nossa Província. Passado e futuro articulados pela certeza que somos e evangelizamos como família, ‘como irmãos e menores’”, completou Frei Rafael Teixeira do Nascimento.


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O CUIDADO DOS CONFRADES IDOSOS E ENFERMOS Este Capítulo Provincial, através de um documento da Fraternidade Franciscana da Bragança Paulista, tomou conhecimento do quadro preocupante do número de frades idosos e/ou enfermos na Província e o que Fraternidade Provincial pode fazer para enfrentar essa questão a médio e longo prazos. Na pauta do último dia, os capitulares votaram pela ampliação das instalações de Bragança Paulista. No documento redigido por Frei Régis Daher é importante neste tema não se descuidar de outra realidade mais abrangente: a da saúde preventiva. “Atualmente, tanto no âmbito da medicina como no da vida religiosa consagrada, o tema da “saúde preventiva” aparece como questão fundamental da Formação Permanente. Não se trata apenas de equacionar o cuidado dos idosos e enfermos, como fato consumado, mas antes o de considerar o cuidado da saúde como processo de toda a vida. Tratar e cuidar da saúde antes que ela se perca”.

Frei Aristides Luiz Pasquali e o seu zeloso cuidado com a Casa Comum

Quadro numérico das faixas de idade Frades de 60 e 70 anos 53 Frades de 71 a 80 anos 62 Frades de 81 a 90 anos 34 Frades com + 90 anos 11 Total 160

Frei Gaudêncio Sens, aos 83 anos, participou ativamente do Capítulo, tanto na preparação quanto na assembleia. Natural de Angelina (SC), ele é assistente espiritual do Projeto Casa do Amparo Pró-Vida São Frei Galvão de Nilópolis, fundada em 2007, para amparar mulheres gestantes vítimas de violência e risco social, cuja finalidade é a defesa da pessoa humana desde a sua concepção até a morte natural.

A “MARITACA” DEU O QUE FALAR O Mural “A Maratica”, com a assinatura de Frei Vitório Mazzuco e Frei James Girardi, fez tanto barulho como as conhecidas e fiéis aves do Seminário de Agudos. O editor transformou a criativa ideia do Facebook do Matheus Hoepers em coluna impressa. E como o mesmo humor e tiradas do frade que participa do Eterno Capítulo! Entre tantas criações, a do Estado Islâmico do Capítulo (foto abaixo) foi, sem dúvida, uma das melhores.

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8º DIA

26 DE JANEIRO

Missa do Envio:

TESTEMUNHAS

DA VOZ DO SENHOR 46

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O

Capítulo Provincial eletivo da Província Franciscana da Imaculada Conceição terminou na terça-feira, 26 de janeiro, com a Missa do Envio às 11h30. Depois de uma manhã ainda cheia de decisões e aprovações, os capitulares participaram da Celebração Eucarística presidida pelo Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, e concelebrada pelo Visitador Geral, Frei Nestor Inácio Schwerz; o Vigário Provincial, Frei Evaristo Spengler, e os Definidores: Frei César Külkamp, Frei João Mannes, Frei Gustavo Medella, Frei João Francisco da Silva, Frei Paulo Pereira e Frei José Francisco de Cássia dos Santos. Liturgicamente, a data não poderia ser mais propícia, já que a Igreja celebrava naquele dia os missionários Timóteo e Tito, colaboradores e amigos de São Paulo. “E neste sentido, a Palavra de Deus, ao término de nosso Capítulo Provincial foi extremamente iluminativa e coincidiu com os dois missionários Timóteo e Tito”, disse Frei Fidêncio,

que lembrou também que o Evangelho do dia abordou o envio dos Apóstolos por Jesus. “Dois a dois, os discípulos de Jesus deviam caminhar e anunciar pelos lugares onde o próprio Senhor deveria passar. Então, nós somos o

anúncio dessa presença do Senhor. O Senhor não passa invisivelmente. Ele passa pela vida, pela presença, pela pessoa, pelas palavras de cada um de nós”, observou o Ministro Provincial. Frei Fidêncio frisou a importância do testemunho e citou São Francisco: ‘Nós somos testemunhas da voz do Senhor’. Mesmo que faltem

operários para suprir todas as necessidades da Província, o Ministro Provincial exortou: “Em primeiro lugar, Jesus nos recorda: ‘Orai ao Senhor da Messe’. Não vamos pedir que outras pessoas rezem pelas vocações. Vamos nós, confrades, meus irmãos, rezar em primeiro lugar pelo testemunho da nossa fé, para que o Senhor envie operários a esta messe, que sejamos homens atraentes a partir da nossa fé”, disse. “Sim, somos enviados para a missão. Hoje, ao término deste Capítulo, Jesus nos diz: ‘Eis que vos envio como ovelhas entre lobos’. Somos enviados como portadores da paz num mundo onde existem lobos travestidos de mil formas. Em qualquer casa que entrarmos, em qualquer situação, que nós sejamos portadores da paz”, pediu. Para o Ministro Provincial, além de anunciadores da paz, “devemos ser homens que curam”. “Curar significa ter cuidado. Cuidado entre nós mesmos, cuidado com os irmãos e irmãs nos seus diferentes clamores, e cuidado com este mun-

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do para o qual somos chamados pelo Papa Francisco. Sim, queremos ser ungidos pela fé, ungidos pelo Evangelho para poder curar”, continuou. Referindo-se à primeira leitura da Missa, falou de atitudes fundamentais que precisamos ter quando ouvimos o apóstolo Paulo recordar a fé que existe em nós. “A condição primeira para entrarmos na vida religiosa foi a fé. ‘Que sejam examinados na fé católica’, nos recorda São Francisco. Precisamos alimentar essa fé, crescer na fé, nos nutrir mutuamente na fé, porque uma das grandes causas das crises pessoais muitas vezes, e até das desistências, é exatamente a falta da fé. E São Paulo elogia a fé presente no irmão. Que nós possamos reavivar em nós a chama do amor de Deus que recebemos não só no batismo, mas a chama do amor de Deus que professamos na vida consagrada e também na vida sacerdotal”, disse.

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“E São Paulo ainda nos pede que não nos envergonhemos do testemunho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta é a nossa missão: testemunhar no mundo Nosso Senhor Jesus Cristo, porque nesse testemunho está o nosso martírio, porque

os grandes mártires de todos os tempos morreram dando a sua vida e testemunhando Nosso Senhor Jesus Cristo. Que assim, meus irmãos, sejamos enviados para a nossa missão, para as nossas fraternidades,

para todos os anseios que a Província pede de cada um de nós”, completou, pedindo a bênção de Deus a todos na missão evangelizadora.

AGRADECIMENTOS

Depois da comunhão, o Secretário do Capítulo, Frei Sandro Roberto da Costa, ainda faria a leitura da última ata capitular. Mas Frei Nestor, dirigindo-se à assembleia propôs que o Definitório Provincial lesse e aprovasse. Sua proposta foi aceita. Frei Fidêncio, que foi reeleito neste Capítulo para o serviço de Ministro Provincial por mais três anos, agradeceu enfaticamente a seus confrades e a cada uma das Fraternidades que ajudaram a preparar este Capítulo. “Gostaria também de agradecer à Comissão Preparatória pelo trabalho para que tudo isso transcorresse de uma forma leve como nós ouvimos hoje no relatório.


capítulo provincial 2016 Mas não poderíamos deixar de agradecer aqui a esta Fraternidade. Frei Leo [Frei Leonir Ansolin), em nome de todos, queremos dizer muito obrigado a você, pelo seu trabalho, pelo carinho e cuidado como de um pai para com cada um de nós. Obrigado de coração”, enfatizou. Depois chamou Moacir [Beggo] à frente, no presbitério. “Eu queria através da pessoa do Moacir dizer muito obrigado a todos os leigos e leigas que trabalham nas nossas frentes de evangelização, mas também os que desempenham o trabalho nas nossas fraternidades. Leve esta saudação a todos os nossos colaboradores. Mas a você, Moacir, através da Comunicação, junto com a Equipe, é claro, o nosso muito obrigado, mas sobretudo o reconhecimento da Província porque você também é um elo de união, um elo de comunhão”, continuou. Por último, Frei Fidêncio deixou para agradecer a uma pessoa especial: Frei Nestor. “Eu às vezes até chegava a ficar confuso se

Frei Nestor era um frade da nossa Província ou da Província de São Francisco (RS). Ele se fez tão próximo, se fez tão irmão. Frei Nestor, saiu do ‘calor’ do Definitório Geral para entrar no ‘calor’ da nossa Província, com sua grandeza, com suas limitações e tensões. Nós, Fraternidade Provincial, queremos dizer a Frei Nestor muito obrigado! Você foi um condutor, um animador, um guia na visita fraterna a todas as nossas comunidades e fraternidades. E sempre com esse jeito fraternal, com muita firmeza, segurança, e transparência. Frei Nestor, no meu abraço, o abraço de toda a Fraternidade Provincial”.

O VISITADOR

Na sua palavra final, o Visitador Frei Nestor rendeu graças ao Pai das Misericórdias e não poupou elogios e agradecimentos a todos envolvidos na realização do Capítulo Provincial. E foi enfático: “Eu creio firmemente que o Espírito Santo atuou neste evento capitular desde a preparação até todos esses dias na realização do

Capítulo. Muita gente esteve em comunhão conosco, rezou por nós, e pediu ao Espírito Santo que nos conduzisse”, disse. Frei Nestor agradeceu pela confiança na indicação do seu nome e também pela acolhida fraterna em cada casa, em cada irmão. Agradeceu aos capitulares pela participação e, principalmente, pela paciência e perseverança, citando especialmente Frei Moser, que foi professor de pelo menos 90% dos capitulares, Frei Clarêncio, Frei Gaudêncio etc. “Obrigado por essa assiduidade”, disse, também se referindo aos jovens frades. Terminou com um pedido: “E resta agora, já que durante o Capítulo fomos dóceis ao Espírito Santo, sermos obedientes ao Capítulo. Não uma obediência cega, mas que todas essas orientações do Capítulo possam nos conduzir na evangelização da Fraternidade Provincial”. Assim como declarou aberto o Capítulo no dia 17 de janeiro, nesta terça-feira, 26, Frei Nestor declarou encerrado o Capítulo.

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O SEMPRE BELO

SEMINÁRIO DE AGUDOS

Depois das chuvas intensas na região, com enchentes, destruição de pontes e rompimento de barragens, os capitulares encontraram céu azul e muito sol em Agudos. O guardião Frei Leonir Ansolin deixou o Seminário Santo Antônio, que prima pela beleza natural e arquitetônica, impecável para receber a grande assembleia. Tanto que a fachada e as laterais

do Seminário foram pintadas. Durante oito dias, cerca de 170 pessoas - capitulares e equipe de apoio - estiveram reunidas no Seminário. “Não poderíamos deixar de agradecer aqui a esta Fraternidade. Frei Leo [Frei Leonir Ansolin), em nome de todos, queremos dizer muito obrigado a você, pelo seu trabalho, pelo carinho, como de um pai para cada um de nós.

Obrigado de coração”, agradeceu o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanbommel, na despedida. Com instalações modernas, o grande conjunto arquitetônico é ideal para retiros, congressos, conferências, cursos e encontros. O local, no meio rural, possui áreas de lazer que prezam, principalmente, pela paz e tranquilidade dos hóspedes.

exposições DO CAPÍTULO... formação permanente

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25 anos da MISSÃO DE ANGOLA


Pausa para celebrar


Província Franciscana da Imaculada Conceição do BrasiL

SEMINÁRIO SANTO ANTÔNIO - AGUDOS


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