Comunicações de Dezembro de 2019

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PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL

DEZEMBRO DE 2019 • ANO LXVII • N o 12

Santo Natal e abençoado 2020!


SUMÁRIO MENSAGEM DO GOVERNO PROVINCIAL

“2019: ano generoso em desafios e rico em esperança”................................................... Mensagem de solidariedade do Governo Geral....................................................................

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FORMAÇÃO PERMANENTE

“Jesus Cristo como expressão máxima do diálogo entre o divino e o humano”, texto de Frei João Reinert.................................................................. Província celebra Jubileus 2019.......................................................................................................

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SAV

“Enem Franciscano” reúne 29 jovens em Guaratinguetá.................................................. Missões Franciscanas da Juventude 2020 já têm logo e hino......................................

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FRATERNIDADES

Seminário Frei Galvão realiza 1º Encontro de Cantos Franciscanos.......................... 847 A devoção a Frei Galvão chega a Angola................................................................................... 848 Paróquia da Vila visita famílias durante Mês Missionário Extraordinário................. 849 Missão no Pari marca Mês Missionário Extraordinário....................................................... 850 SÉRIE NOSSOS FRADES: Frei Nilton Decker........................................................................ 852 Encontro Recreativo do Regional Serra-Baixada.................................................................... 856 Ministro Geral escreve sobre sua lenta recuperação............................................................857

EVANGELIZAÇÃO

Capela da USF: Um lugar de “Paz e Bem..................................................................................... 858 Universidade São Francisco realiza “Semana de Oração pela Paz............................... 862 Funcionários da USF celebram o Mês Franciscano.............................................................. 863 USF: Educação a Distância conquista nota máxima em avaliação do MEC.......... 864 Frente da Comunicação: Chamados à cultura do diálogo: ............................................ 865 Canarinhos: “Um sentimento humano de fé no descanso eterno”............................ 868 Notícias do Bom Jesus e da FAE....................................................................................................... 871 Imbariê: Dom Evaristo e Moema falam sobre o Sínodo para a Amazônia........... 875 ESPECIAL: Termina o Sínodo para a Amazônia .....................................................................876

DEFINITÓRIO PROVINCIAL

Notícias da reunião na Sede Provincial de 18 a 21 de novembro.................................898 Orientações para as crônicas das Casas........................................................................................909

CFFB

Família Franciscana do Interior de São Paulo celebra os 800 anos do encontro de Francisco com o Sultão.....................................................................................

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CFMB

Novo Governo Provincial no Rio Grande do Sul.................................................................... Capuchinhos de SP: Ministro Provincial é eleito aos 39 anos..................................... Frades da Custódia São Benedito da Amazônia elegem novo Conselho..............

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NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES

Petrópolis é a capital estadual do canto coral......................................................................... Falece o pai de Frei Rafael e avó de Frei Alvaci.......................................................................

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AGENDA .................................................................................................................................................. 916

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MENSAGEM

Atual Santuário Frei Galvão em Guaratinguetá

2019: ano generoso em desafios e rico em esperança Estimados irmãos, Paz e Bem!

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á algum tempo temos percebido com preocupação o fortalecimento de uma perigosa aliança entre poder político, poder econômico e discurso religioso. Este último, em sua versão fundamentalista e autoritária – inclusive no âmbito da Igreja Católica, tem servido de base para ações arbitrárias e violentas (do poder político) que ameaçam a democracia e os direitos dos mais pobres em detrimento dos interesses daqueles que possuem a força dos cifrões (poder econômico). Assim tem sido em nosso Brasil, onde o número de desempregados e subempregados já bate a casa dos 30 milhões, e em outros países da América Latina,

como no caso recente da Bolívia. Soma-se aos dolorosos dados da miséria um espírito de polarização e rivalidade que vem crescendo no interior das famílias e das comunidades. Enquanto as brigas avançam, cada vez mais temos dificuldade em perceber que estamos afundando juntos e, caso desejemos sair deste lamaçal, é juntos que devemos trabalhar. Diante de uma trama tão complexa, qual deve ser o nosso posicionamento enquanto irmãos menores, seguidores de Cristo ao modo de Francisco? Não temos dúvida que a resposta a esta inquietação se torna mais clara à medida que buscamos manter nosso olhar fixo Naquele que nos inspira e conduz: Jesus Cristo. Afinal, o Filho de Deus encarnado “passou por este mundo fazendo

o bem”, conforme anuncia o título da Oração Eucarística VI D (Jesus que passa fazendo o bem). E esta mesma prece resume em poucas palavras a atuação de Cristo quando afirma, dirigindo-se ao Pai: “Vós nos destes vosso filho, Jesus Cristo, nosso Senhor e Redentor. Ele sempre se mostrou cheio de misericórdia pelos pequenos e pobres, pelos doentes e pecadores, colocando-se ao lado dos perseguidos e marginalizados. Com a vida e a palavra anunciou ao mundo que sois Pai e cuidais de todos como filhos e filhas”. Não faz sentido, portanto, que um cristão católico (especialmente franciscano), que certamente já rezou diversas vezes esta oração, apoie, em nome de Jesus, qualquer ação que esteja fora deste programa evangélico e seja pautada DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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MENSAGEM

no autoritarismo, na violência e na exclusão. A postura esperada do discípulo, ao contrário, vem proposta na sequência do mesmo texto litúrgico, em forma de pedido ao Pai: “Dai-nos olhos para ver as necessidades e os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs; inspirai-nos palavras e ações para confortar os desanimados e oprimidos; fazei que, a exemplo de Cristo, e seguindo o seu mandamento, nos empenhemos lealmente no serviço a eles. Vossa Igreja seja testemunha viva da verdade e da liberdade, da justiça e da paz, para que toda a humanidade se abra à esperança de um mundo novo”. Se desejamos ser verdadeiros evangelizadores franciscanos, estas palavras, mais do que uma construção textual bem feita, recitada na assembleia litúrgica vez ou outra, devem ser um verdadeiro programa de vida. Que o Senhor nos abra bem os olhos para o discernimento evangélico diante de tantas contradições e ameaças. Sejamos sinais de esperança de um mundo novo! E, por falar nesta virtude teologal, tivemos um ano de 2019 generoso em desafios, mas também pleno de esperança. Nossa caminhada provincial se mostrou fecunda e passos importantes foram dados na efetivação dos desejos da fraternidade provincial assumidos a partir do último Capítulo. Dentro do tema do redimensionamento, entregamos aos cuidados das respectivas diocese nossas presenças em Agudos (Paróquia Santo Antônio) e São Sebastião (Paróquia e Convento Nossa Senhora do Amparo). Neste mês, no dia 28 de dezembro, está prevista a celebração de entrega da Paróquia São Benedito, em Amparo e, no início de 2020, esta-

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remos nos despedindo da Paróquia da Imaculada Conceição, em Mangueirinha, PR, e da Paróquia Santa Clara, em Bauru, SP. Um pouco mais à frente será a vez de Santos, Angelina e Lages (Paróquia Nossa Senhora Aparecida). Apesar de serem processos que envolvem certa dor, dado o bonito trabalho de nossos confrades nestas frentes e a generosidade do povo que nos acolhe e compartilha a nossa missão, cresce também na Província a consciência de que estes encaminhamentos não são estranhos à forma de vida itinerante que define nossa identidade. Em comunhão com este movimento de toda a Província, também a Sede Provincial passou por algumas reformulações, especialmente na realocação dos espaços e na distribuição das tarefas entre a equipe que nos auxilia em nossa missão. Chamo a atenção também para a mudança de endereço do escritório do Pró-Vocações que, após alguns ajustes, deixa de funcionar no Convento São Francisco e passa a se integrar à Sede Provincial. Todas estas modificações, além de mais agilidade e clareza nos processos, também representaram um enxugamento nas despesas da Sede. Além de entregas e readequações, recebemos com alegria a notícia do Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, anunciando que a Arquidiocese aprovou nossa presença na animação pastoral e na administração do Santuário de Santo Antônio Galvão, em Guaratinguetá, SP. As tratativas agora seguem em torno de questões contratuais e outros ajustes para que a presença possa se efetivar na metade do próximo ano ou até o início de 2021. Quanto à questão da

Fraternidade do Eremitério, tivemos considerável avanço na reflexão em torno do tema a partir da comissão designada para tal. Sigamos em frente neste caminho promissor. Na caminhada da Formação Permanente, avançamos na elaboração do Projeto Fraterno de Vida e Missão (quanto às fraternidades que ainda não o concluíram, ainda é tempo!) e, agora, como próximo passo, vamos nos debruçar na elaboração de um Projeto Pessoal consistente e que esteja em consonância com este primeiro. No mesmo espírito de conversão e corresponsabilidade fraterna, podemos também nos ocupar do exercício de uma revisão da caminhada do ano em nossas fraternidades e presenças evangelizadoras. Nesta última reunião do Definitório, acolhemos o pedido de renúncia ao ofício de Secretário Provincial do Frei Walter de Carvalho Júnior, depois de 20 anos de prestimoso serviço! Em nome do Definitório e de todos os irmãos da Província, expresso a nossa gratidão e os votos de frutuoso trabalho na etapa formativa do Postulantado! O Definitório elegeu a Frei Jeâ Paulo de Andrade para levar adiante este trabalho da Secretaria! Boas vindas ao irmão entre os irmãos que querem servir a toda a Província! Queremos, neste mês de dezembro, render graças e louvores ao Altíssimo pela vida de nossos jubilandos! No mais, que possamos celebrar o Mistério do Natal como fonte de renovação de nosso entusiasmo na consagração que abraçamos. Sobram-nos razões para nos mantermos firmes na esperança, afinal, “Aquele que nos chamou é fiel” (Cf. 1Ts 5,24). Que esta convicção guie nossos passos em 2020!

Frei César Külkamp

Frei Gustavo Medella

MINISTRO PROVINCIAL

VIGÁRIO PROVINCIAL

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MENSAGEM

Mensagem de solidariedade “O fruto da justiça será paz; seu efeito será tranquilidade e segurança para sempre”. (Is 32, 17)

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as últimas semanas, assistimos a uma série de eventos sociopolíticos que ocorreram na América Latina, particularmente no Equador, Chile e Bolívia e, também, no Líbano, entre outros países do Oriente Médio, que também estão passando por tempos difíceis. Tais eventos derivam do descontentamento de grande parte da população com o sistema político ou com o sistema econômico (Cf. Evangelii Gaudium n. 60) – ou ambos – nos respectivos países. Mas, junto ao descontentamento e à frustração somam-se a desigualdade, a iniquidade e a corrupção: o Papa Francisco chamou isso de “câncer social”. As pessoas – sem medo – foram às ruas para expressar publicamente seu descontentamento e exigir dignidade. Em algumas ocasiões, atos de violência foram desencadeados entre manifestantes e forças de segurança. Testemunhamos os saques e a destruição de lojas, órgãos públicos e religiosos, mas o que mais nos fere e nos preocupa é a violência perpetrada contra tantos homens e mulheres, violência que levou à perda de vidas. Estamos preocupados com a normalização da violência e repressão como forma de resolver conflitos. “A alegria de viver frequentemente se desvanece; crescem a falta

de respeito e a violência, a desigualdade social torna-se cada vez mais patente. É preciso lutar para viver, e muitas vezes viver com pouca dignidade. (Cf. EG n.52). Convidamos todos os envolvidos, especialmente os governos eleitos democraticamente, a se manifestarem, promovendo o diálogo e o encontro. Incentivamos nossos irmãos franciscanos e a Família Franciscana a orar e a se envolver ativamente com o povo em suas justas demandas, abrindo nossas paróquias, conventos, escolas e santuários à oração compartilhada, ao diálogo criativo e à busca sincera e desinteressada pela paz. Lembremo-nos de que “uma Igreja em saída” é uma Igreja cujas portas estão abertas” (Cf. EG n. 46). Nossa espiritualidade franciscana nos convida continuamente a ser pontes, promotoras e agentes do diálogo; construtores da humanidade. Temos notícias de como os frades do Chile e da Bolívia se envolveram nas questões sociais das últimas semanas. Nós os encorajamos a continuar acompanhando e apoiando os excluídos da sociedade. Como Definitório Geral, estamos com vocês e com todas as pessoas de boa vontade que buscam uma sociedade mais justa e fraterna. Roma, 11 de novembro de 2019.

Frei Julio César Bunader, OFM VIGÁRIO GERAL

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FORMAÇÃO PERMANENTE

O ENCONTRO DE FRANCISCO COM O SULTÃO

Jesus Cristo como expressão máxima do diálogo entre o divino e o humano

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uito já se teologizou sobre a essência do cristianismo. Amor, perdão, acolhida, misericórdia, dentre tantas outras realidades são apresentadas como centrais à vida cristã. Uma das dimensões pouco exploradas, como constitutiva do Deus de Jesus Cristo e, por conseguinte, do ser cristão e da fé cristã, é o diálogo. Em Jesus Cristo, o diálogo que Deus estabelece com a humanidade alcançou seu ponto mais alto. O Verbo se fez diálogo! Essa afirmação merece uma atenção maior. Em Jesus Cristo é o verbo que se fez diálogo não somente porque n’Ele Deus se comunicou com a humanidade, vivendo no meio dela, salvando-a, curando-a por dentro, mas sobretudo porque em Jesus Cristo, o Verbo divino se une hipostaticamente à humanidade, ou seja, assume em si a natureza humana. Jesus Cristo não é apenas um intermediário entre Deus e o homem, ou tão somente uma ponte que liga Deus e a humanidade. Ele mesmo é Deus e homem, divino e humano, por isso a fé cristã professa que Ele é o mediador, aquele que tem em si as duas naturezas, a divindade e a humanidade, o céu e a terra, o visível e o invisível, consubstancial a Deus na divindade, e a nós na humanidade. Jesus Cristo é a expressão máxima do diálogo entre o divino e o humano porque Ele é Deus e homem ao mesmo tempo. A partir do mistério da encarnação, divino e humano estão eternamente unidos, em diálogo permanente. Sem confusão, sem

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separação, Jesus Cristo é divino e humano, é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, na vida (história), e além da morte (na glória). Nem mesmo com a glorificação, ou seja, na volta do Verbo ao seio do Pai, a humanidade se separa da divindade. As duas naturezas, a divina e a humana, a partir da encarnação e com a ressurreição são inseparáveis também na eternidade. As duas naturezas, a divina e a humana glorificada na ressurreição, permanecem na realidade d’Aquele que subiu ao céu e está à direita do Pai. A ressurreição não abdicou da humanidade assumida pelo Filho. Jesus ressuscitado, exaltado, volta ao seio da Trindade e leva consigo a humanidade, agora glorificada. Portanto, Jesus Cristo é a mais alta expressão do diálogo entre divindade e humanidade, diálogo esse que permanece no céu, ou seja, na realidade mesma de Deus. Somente a partir dessa realidade teológico cristológica é possível entender a natureza do diálogo humano, social e eclesial, que consiste num permanente dar espaço ao outro e num permanente exercício de colocar-se no lugar do outro.

Implicações pastorais e eclesiológicas do diálogo divinohumano em Jesus Cristo Após refletir em que consiste a afirmação de ser Jesus Cristo a expressão máxima do diálogo entre o divino e o humano, interessa-nos a pergunta: o que essa realidade diz à conversão pastoral e estrutural, na busca de uma Igreja em saída, no es-

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forço de novos processos de sinodalidade e de novas relações eclesiais e religiosas? Na tentativa de resposta retomaremos a expressão consagrada pelo Papa Francisco: ‘por uma cultura do encontro’. Dentro e fora da Igreja o Papa Francisco convoca incansavelmente todos à cultura do encontro, cujos apelos são anteriores ao seu ministério papal. No documento de Aparecida, ‘encontro’ é um conceito chave. A marca de Francisco nesse documento, em que foi coordenador da equipe de redação, é inquestionável para que o termo tivesse lá tal centralidade e se convertesse em conceito teológico-pastoral. A palavra ‘encontro’ aparece mais de 65 vezes no documento da 5ª Conferência Episcopal Latino-americana. A ‘conversão pastoral’ que Aparecida promove pode ser sintetizada como o sair ao encontro do outro. Três são os níveis, as dimensões do encontro no pensamento do Papa Francisco: 1) o encontro com Jesus Cristo; 2) o encontro com os outros; 3) a formação para uma cultura marcada pela atitude de proximidade e encontro. “O Papa Francisco é, no mundo atual, um testemunho vivo da cultura do encontro com a qual quer marcar a sociedade e a Igreja do século XXI”1. Não é exagero asseverar que por séculos o paradigma das relações eclesiais, seja interno ou externo, não foi o do encontro e do diálogo. Se o Vaticano II tem como características principais o encontro e o diálogo com os sujeitos eclesiais da Igreja e os cidadãos da sociedade, vale lembrar que até as vésperas do Concílio a modernidade era, para a Igreja, inimiga, pecado


FORMAÇÃO PERMANENTE

Papa Francisco recebe Grande Imame Al-Tayeb no Vaticano. O cordial encontro foi realizado no dia 15 de novembro, quando foi recordada a recente viagem de Francisco aos Emirados Árabes Unidos.

a ser evitado. Em vários períodos da história da Igreja, as relações eclesiais foram marcadas por posturas dualistas, Igreja-mundo, clero-leigo, hierarquia-povo e tantos outros dualismos. Sabiamente, o Concílio Vaticano II redescobre a eclesiologia do Povo de Deus, a eclesiologia de comunhão, virando as páginas de longos capítulos de relações desiguais e dualistas. Há ainda um longo caminho a ser percorrido para a concretização da cultura do encontro, no rompimento do clericalismo, na superação dos dualismos eclesiais. A cultura do encontro e do diálogo diverge radicalmente da cultura clericalista, que é no momento o maior inimigo da eclesiologia do povo de Deus. A cultura clericalista produz relações de dependência, medo, insegurança, timidez eclesial, desconfiança de ambos os lados, de quem subordina e de quem é subordinado. No clericalismo prevalecem relações funcionais e autoritárias; nela não existe diálogo nem encontro. A cultura clericalista é a afirmação de um único sujeito 1 A WI MELLO, A. El papa Francisco y la cultura del encuentro. In: Medellín, vol. XLIII, n. 169, p. 743 2 CNBB. Cristãos leigos e leigas na Igreja e na

eclesial, que pretensiosamente assim se entende; o clericalista se sente autossuficiente, necessita de funcionários, não de parceiros na evangelização, de destinatários, não de interlocutores. Já na cultura do encontro, reflexo do encontro entre divino e humano em Jesus Cristo, “todos contribuem e recebem... Fora deste diálogo construtivo, todos perdem”2. As relações, a comunidade, o outro, a alteridade eclesial, o diálogo são espaços para que cada um seja ele mesmo. É no outro que nos descobrimos. É essa a grande proposta do cristianismo. “É necessário assinalar que nós, cristãos leigos e leigas e, com certeza também os demais sujeitos eclesiais (leigos e leigas, consagrados, religiosos e religiosas, diáconos, presbíteros e bispos), só entendemos, acolhemos e exercemos a nossa identidade, vocação, espiritualidade e missão, na ralação com os demais, como membros vivos do mesmo corpo (1 Cor 12,13)3”. Todos os batizados, para serem aquilo que são chamados a ser, sujeitos na sociedade. Sal da terra e luz do mundo. Documentos da CNBB 105. São Paulo: Paulinas, 2016, n. 183. 3 AZEVEDO, L. A. S. O Ano do Laicato e dos

Igreja e na sociedade, somente o serão na inter-relação, na comunhão pericorética. Afirmam-se como sujeitos no outro, com o outro e para o outro, o que significa que todo dualismo eclesial, toda oposição e qualquer espécie de competição devem se converter em complementariedade e em mútua cooperação. O clero, a vida religiosa serão plenamente sujeitos religiosos quanto mais se aproximarem do laicato, e vice-versa. O bispo será tanto mais sujeito quando mais estiver próximo dos presbíteros e do povo, e vice-versa. A cultura do encontro pode ser melhor sintetizada na expressão comunidade de comunidades, termo utilizado para definir a nova paróquia. Comunidade de comunidades quer ser a concretização institucional e pastoral da cultura do encontro. Comunidade de comunidades não é soma ou aglomeração de pessoas ou organismos eclesiológicos, mas relações teologais, encontros vitais entre pessoas, instâncias, organismos, comunidades, pastorais e movimentos. Em Jesus Cristo, expressão máxima do diálogo, o humano e o divino fazem comunidade de comunidades, comunidade de diferentes, unidos inseparavelmente. Promover a cultura do encontro, fazer comunidade de comunidades é um compromisso oriundo da profissão de fé naquele Deus que é Uno e Trino, que é pessoa e comunidade de pessoas divinas, tão intimamente interligados, tão divinamente envolvidos na dança pericorética da eterna comunhão amorosa, que são um só Deus. João Fernandes Reinert Graduado em Filosofia, mestre e doutor em Teologia pela PUC-Rio e professor do Instituto Teológico Franciscano, de Petrópolis, Frei João é autor do livro “Paróquia e Iniciação Cristã”. cristãos leigos e leigas do Brasil. In: Sujeitos eclesiais, sal da terra e luz do mundo: reflexões sobre o Documento 105. Grupo de reflexão da Comissão Episcopal de Pastoral para o laicato da CNBB. São Paulo: Paulinas, 2017, p. 17.

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FORMAÇÃO PERMANENTE

Província celebra Jubileus 2019

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Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis, RJ, receberá nos dias de 4 a 6 de dezembro os frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição que celebram seus jubileus neste ano. Ao todo, 36 frades celebram ação de graças pelos 25, 50, 60, 65 e 70, 71, 72 73, 75, 77 e 78 anos de Vida Religiosa ou Sacerdotal. No dia 9, às 10 horas, a celebração acontece em Bragança Paulista (SP), com os frades enfermos (ou mais idosos). Celebrar o jubileu é retomar toda a caminhada vocacional para atualizá-la no presente, em forma de ação de graças. No dia do Jubileu, o irmão também renova o compromisso assumido há 25, 50, 60, 65 e 70 anos, declarando o segredo mais profundo que o animou, tanto na vida religiosa como na vida sacerdotal: “Senhor, a minha vida está nas tuas mãos”. Na celebração dos jubileus, a Província agradece o dom da vocação de cada um desses irmãos. Em primeiro lugar, a vocação à vida religiosa franciscana. “O Senhor me concedeu viver esta forma e Regra de vida”, ensina São Francisco de Assis. Em segundo lugar, destaca-se a vocação presbiteral dos confrades que celebram seu jubileu sacerdotal. Para cada jubilando em particular, a celebração jubilar é uma ocasião singular que possibilita ao confrade fazer a releitura da sua vocação de frade menor ou a sua vocação de sacerdote do Altíssimo. A releitura implica numa parada. Parada para rever, discernir e retomar o “ponto de partida” da sua consagração a Deus na vida religiosa ou sacerdotal.

Os frades jubilandos 78 ANOS DE VIDA RELIGIOSA

75 ANOS DE VIDA RELIGIOSA

FREI OLAVO SEIFERT

É natural de Curitiba, PR. Nasceu no dia 4 de agosto de 1919 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 21 de dezembro de 1940. Fez a profissão solene no dia 22 de dezembro de 1944 e foi ordenado sacerdote no dia 3 de dezembro de 1946.

FREI CIRÍACO TOKARSKI

É natural de Contenda, PR. Nasceu no dia 28 de julho de 1922 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de dezembro de 1943. Fez a profissão solene no dia 21 de dezembro de 1947 e foi ordenado sacerdote no dia 26 de julho de 1951.

72 ANOS DE VIDA RELIGIOSA FREI ABEL SCHNEIDER

É natural de Selbach, RS. Nasceu no dia 19 de julho de 1921 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 14 de dezembro de 1946. Fez a profissão solene no dia 18 de dezembro de 1950 e foi ordenado sacerdote no dia 01 de julho de 1954.

77 ANOS DE VIDA RELIGIOSA FREI POLICARPO BERRI FREI CÁSSIO VIEIRA DE LIMA

É natural de São João da Boa Vista, SP. Nasceu no dia 22 de agosto de 1921 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de dezembro de 1941. Fez a profissão solene no dia 21 de dezembro de 1945 e foi ordenado sacerdote no dia 16 de julho de 1949.

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COMUNICAÇÕES – DEZEMBRO DE 2019

É natural de Rodeio, SC. Nasceu no dia 13 de julho de 1924 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de dezembro de 1943. Fez a profissão solene no dia 21 de dezembro de 1947 e foi ordenado sacerdote no dia 25 de julho de 1950.

FREI ERVINO GIRARDI

É natural de Santa Maria (Ben. Novo), SC. Nasceu no dia 09 de abril de 1925 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 14 de dezembro de 1946. Fez a profissão solene no dia 18 de dezembro de 1950 e foi ordenado sacerdote no dia 01 de julho de 1953.


71 ANOS DE VIDA RELIGIOSA FREI JUVENAL SANSÃO

Natural da cidade de Gaspar, em Santa Catarina, onde nasceu no dia 8 de maio de 1927. Vestibu o hábito franciscano no dia 19 de dezembro de 1947 e professou solenemente na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de dezembro de 1951. Foi ordenado presbítero no dia 1º de julho de 1954.

70 ANOS DE VIDA RELIGIOSA FREI ELISEU TAMBOSI

Natural de Rodeio, em Santa Catarina, onde nasceu no dia 24 de dezembro de 1926, Frei Eliseu vestiu o hábito franciscano no dia 19 de dezembro de 1948. Fez a profissão solene na Ordem dos Frades Menores em 20 de dezembro de 1952 e foi ordenado sacerdote no dia 30 de junho de 1955.

FREI FLORIANO SURIAN

É natural de São José do Rio Pardo, SP. Nasceu no dia 11 de novembro de 1927 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 19 de dezembro de 1948. Fez a profissão solene no dia 20 de dezembro de 1952 e foi ordenado sacerdote no dia 30 de junho de 1955.

65 ANOS DE VIDA RELIGIOSA FREI FELIPE GABRIEL ALVES

É natural de Santa Rita de Caldas, MG. Nasceu no dia 29 de abril de 1932 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 4 de janeiro de 1953. Fez a profissão solene no dia 5 de janeiro de 1957 e foi ordenado sacerdote no dia 3 de janeiro de 1959.

FREI GERALDO HAGEDORN

É natural de Liesborn, Alemanha. Nasceu no dia 10 de agosto de 1930. Chegou ao Brasil em 24 de outubro de 1953 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 17 de dezembro de 1953. Fez a profissão solene no dia 23 de dezembro de 1957 e foi ordenado sacerdote no dia 12 de dezembro de 1959.

60 ANOS DE VIDA RELIGIOSA FREI ALMIR RIBEIRO GUIMARÃES

É natural de Petrópolis, RJ. Nasceu no dia 6 de novembro de 1938 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 19 de dezembro de 1958. Fez a profissão solene no dia 2 de fevereiro de 1963 e foi ordenado sacerdote no dia 15 de dezembro de 1964.

FREI ARY ESTÊVÃO PINTARELLI

É natural de Rodeio, SC. Nasceu no dia 10 de abril de 1937 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 19 de dezembro de 1958. Fez a profissão solene no dia 2 de fevereiro de 1963 e foi ordenado sacerdote no dia 15 de dezembro de 1964.

25 ANOS DE VIDA RELIGIOSA FREI FÁBIO CESAR GOMES

É natural de Itajaí, SC. Nasceu no dia 27 de outubro de 1972 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 9 de janeiro de 1993. Fez a profissão solene no dia 1 de agosto de 1998 e foi ordenado sacerdote no dia 9 de junho de 2001.

FREI LUDOVICO GARMUS

É natural de Alto Irani, SC. Nasceu no dia 24 de agosto de 1939 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 19 de dezembro de 1958. Fez a profissão solene no dia 2 de fevereiro de 1963 e foi ordenado sacerdote no dia 4 de julho de 1965.

PEDRO DO NASCIMENTO VIANA É natural de Pouso Alto, MG. Nasceu no dia 4 de dezembro de 1960 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 9 de janeiro de 1993. Fez a profissão solene no dia 1 de agosto de 1998 e foi ordenado sacerdote no dia 1º de dezembro de 2001.

FREI NEYLOR JOSÉ TONIN

É natural de Luzerna, SC. Nasceu no dia 6 de junho de 1938 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 19 de dezembro de 1958. Fez a profissão solene no dia 2 de fevereiro de 1963 e foi ordenado sacerdote no dia 15 de dezembro de 1964.

50 ANOS DE VIDA RELIGIOSA

JOSÉ ANTONIO DOS SANTOS

É natural de Silva Jardim, RJ. Nasceu no dia 20 de maio de 1969 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 9 de janeiro de 1993. Fez a profissão solene no dia 1 de agosto de 1998 e foi ordenado sacerdote no dia 14 de abril de 2002.

JOSÉ MARTINS COELHO

FREI GUIDO MOACIR SCHEIDT

É natural de Gaspar, SC. Nasceu no dia 1º de junho de 1944 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 2 de fevereiro de 1968. Fez a profissão solene no dia 4 de agosto de 1972 e foi ordenado sacerdote no dia 15 de dezembro de 1973.

É natural de Santo Amaro da imperatriz, SC. Nasceu no dia 11 de setembro de 1971 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 9 de janeiro de 1993. Fez a profissão solene no dia 1 de agosto de 1998 e foi ordenado sacerdote no dia 18 de fevereiro de 2006.

FREI PAULO CESAR MAGALHÃES BORGES FREI JOSÉ ARIOVALDO DA SILVA

É natural de Canoinhas, SC. Nasceu no dia 1º de janeiro de 1945 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 2 de fevereiro de 1968. Fez a profissão solene no dia 4 de agosto de 1972 e foi ordenado sacerdote no dia 30 de dezembro de 1973.

É natural de Bom Jesus de Itabapoana, RJ. Nasceu no dia 8 de novembro de 1964 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 9 de janeiro de 1993. Fez a profissão solene no dia 12 de dezembro de 1998 e foi ordenado sacerdote no dia 12 de agosto de 2011.

73 ANOS DE SACERDÓCIO FREI LUIZ IAKOVACZ

É natural de Concórdia, SC. Nasceu no dia 23 de abril de 1946 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 2 de fevereiro de 1968. Fez a profissão solene no dia 4 de agosto de 1972 e foi ordenado sacerdote no dia 23 de dezembro de 1973.

FREI OLAVO SEIFERT

É natural de Curitiba, PR. Nasceu no dia 4 de agosto de 1919 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 21 de dezembro de 1940. Fez a profissão solene no dia 22 de dezembro de 1944 e foi ordenado sacerdote no dia 3 de dezembro de 1946.

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70 ANOS DE SACERDÓCIO

FREI GERALDO HAGEDORN

É natural de Liesborn, Alemanha. Nasceu no dia 10 de agosto de 1930. Chegou ao Brasil em 24 de outubro de 1953 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 17 de dezembro de 1953. Fez a profissão solene no dia 23 de dezembro de 1957 e foi ordenado sacerdote no dia 12 de dezembro de 1959.

FREI CÁSSIO VIEIRA DE LIMA

É natural de São João da Boa Vista, SP. Nasceu no dia 22 de agosto de 1921 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de dezembro de 1941. Fez a profissão solene no dia 21 de dezembro de 1945 e foi ordenado sacerdote no dia 16 de julho de 1949.

50 ANOS DE SACERDÓCIO

É natural de Schongau, Alemanha. Nasceu no dia 15 de novembro de 1942, chegou ao Brasil em 30 de janeiro de 1963 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 19 de dezembro de 1963. Fez a profissão solene no dia 3 de outubro de 1968 e foi ordenado sacerdote no dia 14 de dezembro de 1969.

FREI DOMINGOS BOING HELLMANN

65 ANOS DE SACERDÓCIO FREI CONRADO LINDMEIER FREI ABEL SCHNEIDER

É natural de Selbach, RS. Nasceu no dia 19 de julho de 2021 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 14 de dezembro de 1946. Fez a profissão solene no dia 18 de dezembro de 1950 e foi ordenado sacerdote no dia 1º de julho de 1954.

É natural de Pfenningbach, Alemanha, chegou ao Brasil em 1º de novembro de 1963. Nasceu no dia 19 de outubro de 1937 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 19 de dezembro de 1963. Fez a profissão solene no dia 3 de outubro de 1968 e foi ordenado sacerdote no dia 13 de dezembro de 1969.

FREI JUVENAL SANSÃO

FREI ESTÊVÃO OTTENBREIT

Natural da cidade de Gaspar, em Santa Catarina, onde nasceu no dia 8 de maio de 1927. Vestibu o hábito franciscano no dia 19 de dezembro de 1947 e professou solenemente na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de dezembro de 1951. Foi ordenado presbítero no dia 1º de julho de 1954.

FREI GÜNTHER MAX WALZER

É natural de Grosswallstadt, Alemanha. Nasceu no dia 6 de setembro de 1942, chegou ao Brasil em 30 de janeiro de 1963 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 19 de dezembro de 1963. Fez a profissão solene no dia 3 de outubro de 1968 e foi ordenado sacerdote no dia 13 de dezembro de 1969.

60 ANOS DE SACERDÓCIO

É natural de Nova Trento, SC. Nasceu no dia 18 de julho de 1941 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 19 de dezembro de 1963. Fez a profissão solene no dia 3 de outubro de 1968 e foi ordenado sacerdote no dia 21 de dezembro de 1969.

25 ANOS DE SACERDÓCIO FREI WALTER FERREIRA JUNIOR É natural de Ivaiporã, PR. Nasceu no dia 3 de maio de 1962 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 10 de janeiro de de 1986. Fez a profissão solene no dia 17 de setembro de 1991 e foi ordenado sacerdote no dia 8 de janeiro de 1994.

FREI MARCOS HOLLMANN FREI FELIPE GABRIEL ALVES

É natural de Santa Rita de Caldas, MG. Nasceu no dia 29 de abril de 1932 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 4 de janeiro de 1953. Fez a profissão solene no dia 5 de janeiro de 1957 e foi ordenado sacerdote no dia 3 de janeiro de 1959.

É natural de Niederhof, Alemanha. Nasceu no dia 20 de novembro de 1943, chegou ao Brasil em 30 de janeiro de 1963 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 19 de dezembro de 1963. Fez a profissão solene no dia 3 de outubro de 1968 e foi ordenado sacerdote no dia 13 de dezembro de 1969.

FREI ALADIM UBER

É natural de Benedito Novo, SC. Nasceu no dia 31 de dezembro de 1967 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 10 de janeiro de 1986. Fez a profissão solene no dia 17 de setembro de 1991 e foi ordenado sacerdote no dia 22 de janeiro de 1994.

O Verbo se fez carne, aqui veio morar, E a terra – nossa Casa Comum – Sagrada, Santuário do Senhor, dela eu vou cuidar; Esta é minha missão, criatura batizada.

ENCARNAÇÃO DO VERBO

A Encarnação foi pra salvar a humanidade, Também, a gemer dores de parto, a Criação E Cristo em seu Mistério, em sua Verdade, Nele a Esperança de Vida, Libertação!... Sempre ouvi: - Só pra o ser humano, a Redenção; Mas, São Paulo vê gemer toda a Criação, A esperar, em Cristo Glorioso, a Liberdade. Percebi, então, porque Francisco de Assis, Desde a aurora essa Verdade pregou, feliz... E, hoje, é a Bandeira do nosso Papa Francisco.

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Frei Walter Hugo de Almeida


ESTÁGIO VOCACIONAL

“Enem Franciscano” de 29 jovens


SAV

E

nquanto a grande maioria da juventude brasileira encarava o maior desafio do ano no Enem, um grupo de 29 jovens passou três dias no Seminário Franciscano Frei Galvão, em Guaratinguetá, SP, para viver a experiência do “Enem Franciscano”, o estágio vocacional ou a porta de entrada para o seminário, como disse Frei Diego Melo, o coordenador provincial do Serviço de Animação Vocacional da Província da Imaculada Conceição. Frei Diego conduziu o estágio, que terminou no domingo, 3 de novembro, oferecendo momentos de oração, de formação, de trabalho, de esporte e de orientação. E o fez com extrema habilidade e conhecimento de causa. Já é o sétimo ano animando os jovens e agora também está na animação do Serviço de Justiça, Paz e

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Cuidado da Criação (JPIC). Enquanto Frei Diego deu um panorama geral da vida franciscana, mostrando os critérios que o jovem precisa seguir para ser admitido na Ordem Franciscana e na Província, uma equipe de frades entrevistou os candidatos para conhecê-los melhor. “A proposta do estágio é conhecerem um pouco qual é a rotina de um seminário, conhecerem um pouco a Ordem Franciscana, a Província e o nosso processo formativo. Toda a nossa dinâmica vai nessa linha. Além disso, o segundo objetivo é conhecermos a eles. Então, é feito um momento de conversa pessoal, chamado de entrevistas. Após a realização do estágio, a Animação Provincial, juntamente com os frades que estiveram aqui e com o parecer do animador vocacional local, teremos diferentes pontos de vista para chegarmos a

uma conclusão se o candidato pode entrar no próximo ano, se ele deve continuar no acompanhamento por mais um tempo ou se é orientado a buscar um outro modelo de vida que não seja a vida religiosa”, explicou Frei Diego. Após o estágio, esses jovens receberão uma carta com as orientações e o parecer dos frades. Essa experiência foi feita com os postulantes, participando com eles do trabalho externo, do esporte e de todos os momentos de orações e celebrações, como a Missa pelos Fiéis Defuntos no sábado de manhã, presidida pelo Secretário de Formação e Estudos, Frei João Francisco da Silva, ou a Missa de encerramento com comunidade, no domingo, às 9 horas, presidida por Frei Diego. “A liturgia de hoje nos dá a possibilidade de celebrarmos com muita solenidade a todos os Santos e Santas. A Igreja


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nos apresenta modelos referenciais, ideais, que nos ajudam a encarnar o Evangelho no nosso dia a dia. No entanto, é importante a gente purificar um pouco mais a imagem que nós temos de santidade. Se não cuidarmos, muito facilmente cairemos naquela ideia de pensar os santos como pessoas distantes de nossa realidade, onde vamos até eles somente para fazer pedidos. Depois, se alcançarmos uma graça, voltamos para agradecer. Os santos e santas foram pessoas plenamente humanas. Estavam com os pés bem plantados na terra, mas o coração sempre voltado para o céu”, ensinou o celebrante Frei Diego, que teve

como concelebrantes Frei Leandro Costa e Frei Ricardo Backes. Também acompanhou os candidatos Frei Felipe Carretta. Frei Diego explicou para o povo que lotou a capela do Seminário que no meio dele estavam 29 jovens que vieram de todo o território da Província, desde Santa Catarina até o Espírito Santo. “O que esses jovens buscam? Buscam o ideal de santidade, buscam um ideal nobre. Diante de tantos ídolos que nossa sociedade apresenta, eles descobriram um exemplo, um grande referencial, que é São Francisco de Assis, e que aponta o modo de vida para se chegar à

santidade, o modo de vida para trilhar o caminho de Jesus”, enfatizou o celebrante. “Essa juventude que está aqui hoje nos ensina também que nós devemos buscar respostas radicais para a nossa vida. Que não devemos nos contentar com aquela média 7. Devemos buscar o 10; devemos buscar viver com intensidade. Essa juventude que está aqui hoje é uma juventude que não quer passar na vida de um modo medíocre, leviano. É uma juventude que acredita que a vida só vale a pena quando ela é vivida com intensidade, quando é vivida pra valer! E as bem-aventuranças que vocês vão procurar viver como futuros seminaristas e religiosos, são também esse modelo de vida e santidade para todos nós”, acrescentou. Frei Diego lembrou que essa escolha nem sempre é compreendida pelas pessoas. Segundo ele, no bairro do Pari, onde mora, foi chamado para dar a extrema unção a uma senhora. “Quando entrei na casa, essa senhora disse assim: ‘Frei, o senhor é frei de verdade?’ Aí respondi: ‘Sim, eu sou!’. Ela olhou para o alto, e disse: ‘Que dó!’ Continuei rezando, no meio da oração, ela perguntou: ‘Frei, há quanDEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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SAV

to você é frade?’ Eu falei: ‘Olha, há 15 anos sou frei!’ Ela olhou bem para mim e disse: ‘Que dó!’. Eu pensei: tem algo errado comigo e perguntei: Por que a senhora está falando ‘que dó’? Ela disse: ‘Frei, sei lá. Você poderia estar fazendo tantas outras coisas. Podia ser feliz. Ter uma família, filhos e netos. Ter uma vida realizada. ‘Dona Maria, eu poderia ter outra vida realmente, mas eu escolhi esse caminho, respondi ao chamado de Deus e sou plenamente feliz nessa vida que abracei. A vida religiosa não me tira possibilidades de realização, pelo contrário, ela potencializa’. Enfim, não sei se ela aceitou muito, e continuei rezan-

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do. Terminei e, quando estava saindo, ela me chamou: ‘Frei Diego - nessa hora até me deu um frio na barriga o sr. pretende continuar frei até o fim da vida?’ Eu disse: ‘Olha, conto com graça de Deus, eu espero ser frei até o fim da vida’. Ela olhou para mim e disse: ‘Que dó!’. Eu pensei: o que se passa na cabeça de D. Maria? E de tantas outras pessoas quando pensam na vida de um religioso, de uma religiosa, de alguém que se dedica às coisas de Deus? Será que muitos de nossa sociedade não pensam assim?”, questionou o frade. “Sempre que encontrarmos um vocacionado, nunca devemos dizer

‘que dó’; sempre que encontrarmos alguém que está se dedicando a uma vida mais radical, cuidando das coisas de Deus, não vamos dizer ‘que dó!’ Mas vamos dizer: Que graça, que alegria! Portanto, irmãos e irmãs, que possamos sempre mais apoiar as vocações, rezar pelas vocações, incentivar as vocações e descobrir que essas vocações são sinônimo de uma vida beata, de uma vida feliz, de uma vida realizada. Dizer sim ao projeto de Jesus, dizer sim a uma vocação, seja ela qual for, de modo especial a vocação religiosa, é dizer sim a Deus, é descobrir a verdadeira e a perfeita alegria”, completou o frade.


SAV

Yuri de Oliveira Teles Sousa

Samuel Cavalcanti do Amaral

Marco Antônio de Morais

POR QUE QUERO SER FRADE

de uma maneira integral e efetiva. Estou mais perto de Cristo não só na sua dimensão divina, mas na sua dimensão humana. Quanto Ele esteve na terra, foi pobre e esteve ao lado dos pobres”, enfatizou. Aos 35 anos, Samuel Cavalcanti do Amaral amadureceu sua vocação nas Missões Franciscanas da Juventude. “Cheguei ao momento de minha vida em que encontrei a imagem de Francisco como o exemplo que me completava. A minha vocação, como eu falei para o Frei Diego, veio quando eu vi as pessoas fazendo missão e eu queria estar lá. Queria estar perto das pessoas. Queria conhecer as suas histórias. Queria ser um com eles. Essa inspiração de ser o homem do encontro é que me fez querer ser

franciscano. Quero me importar com aqueles que a sociedade esquece”, reforçou Samuel, que integra a Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Nilópolis. Ele já participou de três Missões da Juventude. Yuri de Oliveira Teles Sousa, de 24 anos, mora no Rio de Janeiro, mas nasceu em Volta Redonda. Segundo ele, seu chamado não foi muito linear. “Foi surgindo aos poucos. Nasci na Igreja Católica, depois me tornei espírita. Ali, as pessoas gostam muito de São Francisco e cultivam a dimensão da caridade. Acredito que a partir da vivência, dos estudos dentro do espiritismo, esses aspectos foram importantes para o retorno à Igreja Católica e para a minha vocação, que aconteceu quando me mudei para o

Alguns candidatos dizem por que querem ser frade, como Marco Antônio de Morais, natural de Lençóis Paulista e atualmente morando em Agudos. Filho único, cursando o último semestre de História, ele está bastante seguro depois de fazer dois anos de acompanhamento. “Quero ser frade basicamente porque é uma forma completa de serviço. Um serviço pé no chão, um serviço que já fazemos em casa e pode ser integral dentro da Igreja. Então, o que me encantou na Vida Religiosa Franciscana é uma mística de serviço muito sóbria. A gente tem condição de ter uma vida eclesial saudável, uma formação muito pé no chão e não ficar divagando. Segue a Cristo naqueles que precisam

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SAV

Rio de Janeiro. Ali voltei a frequentar a Igreja Católica. Depois, no Convento do Sagrado Coração, em Petrópolis, tive o primeiro contato com os frades e pude perceber a dimensão da fraternidade, da acolhida, do serviço, do trabalho, que me chamaram a atenção e me fizeram buscar um acompanhamento vocacional”, contou Yuri. Ainda neste domingo no final da manhã, Frei Diego reuniu o grupo para dar as últimas orientações visando o ano de Aspirantado no Seminário São Francisco de Assis, em Ituporanga, SC. Esta etapa é feita de duas formas: até julho, os seminaristas terão a formação conjunta em Ituporanga. Nos meses de agosto e setembro, eles terão uma experiência em algumas das Paróquias e Conventos da Província que são escolhidas como Fraternidades de Acolhi-

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mento Vocacional. No início de outubro, retornam para o Seminário, onde concluem esta etapa. O próximo passo é o Postulantado, o ano em que o candidato se prepara tendo em vista o ingresso no Noviciado.

Em Ituporanga, no ano 2020, estarão quatro seminaristas concluindo o Ensino Médio. Frei Diego tem boas expectativas com este estágio. Segundo ele, o Serviço de Animação tem insistido muito para que os frades que fazem acompanhamento local enviem somente aqueles jovens que já têm certeza do que querem. “De modo que a cada ano que passa tenho sentido que os estágios têm sido mais tranquilos, mais maduros. Então, isso é fruto do bom acompanhamento local”, confessou o frade. Nos últimos anos, uma média de 30 jovens fez o estágio, tendo uma média de ingresso no seminário de 20 a 25 candidatos. O encontro de Guaratinguetá terminou com um abraço coletivo, a oração final e o almoço de confraternização.

Moacir Beggo


SAV

Missões Franciscanas da Juventude 2020 já têm logo e hino

A

s Missões Franciscanas da Juventude (MFJ), que acontecem entre os dias 29 de janeiro e 2 de fevereiro de 2020, em Xaxim (SC), já têm sua identidade visual e musical definidas. Os jovens Víctor Ferretti Cheffer e Carlos Felipe Bezutti foram os vencedores do concurso do logotipo. Eles são da cidade de Curitibanos (SC) e fazem parte dos (Jovens Unidos em Cristo Encontristas – Juce, grupo de jovens local, fundado em abril de 1972). Frei Zilmar Augusto, da Custódia Franciscana do Sagrado Coração de Jesus, é o autor da letra e da música do Hino escolhido. O concurso foi lançado pelo Serviço de Animação Vocacional (SAV) da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. O coordenador do SAV, Frei Diego Melo, agradece o empenho e o interesse de toda a juventude em participar do concurso. “Essa foi a primeira vez que tivemos uma grande adesão e participação dos próprios jovens nesse concurso, mostrando o quanto eles estão realmente abraçando e vibrando com as Missões Franciscanas da Juventude”, comemorou Frei Diego. No total, foram enviados 12 logotipos. Já para o hino, foram duas inscrições. A escolha aconteceu ontem, dia 7 de novembro, na cidade de Xaxim (SC), onde mensalmente estão acontecendo reuniões com uma grande equipe que está preparando as Missões. Primeiramente, a Coordenação Geral das Missões, composta pelos coordenadores dos grupos de trabalho, fez uma pré-seleção e definiu

os 3 logos finalistas. Em seguida, a Comissão Central das Missões, que conta aproximadamente com 100 lideranças de toda a Paróquia, decidiu, em 2 escrutínios, qual seria a logo vencedora. Para tornar a escolha mais justa e imparcial, não foram reveladas a identidade e autoria de nenhum dos logos concorrentes.

Um desenho que retrata a cidade sede e a Laudato Si’

Segundo Víctor e Carlos, o logo apresenta os diferentes elementos

da natureza, expressos pelas diferentes texturas e cores. As cores perpassam seus próprios limites e se tocam mutuamente, mostrando que dentro da nossa Casa Comum, tudo está interligado. Todos os elementos estão presentes na folha de xaxim, planta nativa e que dá nome à cidade sede das Missões, mostrando que o cuidado com o meio ambiente será reafirmado a partir dessa cidade que acolherá os futuros guardiães das relações com Deus, com o ser humano e com a DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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SAV

Víctor Ferretti Cheffer

Casa Comum. O Tau, que perpassa todo o desenho, evidencia o modo franciscano de abraçar essa missão. A folha de xaxim, que ultrapassa os limites do tau em direção ao alto, remete à transcendência, a Deus, de quem recebemos o sagrado encargo de sermos cuidadores e zeladores de toda a obra da criação. Suas folhas voltadas para o alto lembram o louvor e a gratidão pelo dom da criação e por perceber que tudo o que foi criado por Deus realmente é muito bom e belo. Por fim, na base está a Paróquia São Luiz Gonzaga, composta pelos municípios de Xaxim, Lageado Grande, Marema e Entre Rios, revelando a grandiosidade dessa próxima Missão, que promete levar a “Paz e o Bem” para todos e todas. Víctor Ferretti Cheffer, de 26 anos, é arquiteto e urbanista, é também desenhista e criativo de berço, como se define. Ele é casado e pai da Ana Carolina, pertence à JUCE há 11 anos e é membro professo da OFS (Ordem Franciscana Secular) há 4 anos. Atualmente, Víctor é animador

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COMUNICAÇÕES – DEZEMBRO DE 2019

Carlos Felipe Bezutti

da Fraternidade Santa Maria dos Anjos. “Desde muito cedo descobri o carisma franciscano e decidi cada vez mais ser um humilde seguidor de Francisco, procurando ser sempre instrumento de Deus na vida de outros jovens”, afirma. Víctor já produziu desenhos e artes para a JUCE, por isso decidiu participar: “Nossa dupla sempre funcionou bem. Dou as ideias iniciais e rabiscos e aperfeiçoamos juntos. O Carlos sempre dá corpo e alma para as artes”. Carlos Felipe Bezutti, de 23 anos, é formado em Recursos Humanos, mas atualmente trabalha com sua paixão, o design. É Jucista há 8 anos e atualmente está como membro na coordenação do grupo. “Descobri a proximidade com a Igreja nos tempos de catequese e hoje sou participante ativo, procurando fazer com que os mais jovens busquem os ideais de Cristo e São Francisco de Assis, nosso Padroeiro”, afirma Carlos. O logotipo vencedor do concurso foi também o último a chegar na

caixa de e-mail do SAV. Os jovens enviaram a arte às 23h59 do dia 4 de novembro, data final da competição. “ Tivemos algumas dificuldades durante a elaboração do logotipo e, mesmo assim, não deixamos de participar, enviamos o resultado final no último minuto. Graças a Deus deu tudo certo e teremos o prazer de ter essa marca na primeira Missão Franciscana Internacional”, comemoram os ganhadores, que também terão a sua logo divulgada pela serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação da Ordem dos Frades Menores para o evento Serata Laudato Si’.

Hino

A proposta do hino foi elaborada sob um olhar eclesiológico, missionário, antropológico e estético. Toda a letra está fundamentada na mensagem da harmonia da criação, narrada em Gênesis. Os elementos rítmicos compõem um “vanerão”, ritmo musical muito comum no Oeste Catarinense.

Érika Augusto


FRATERNIDADES

Seminário Frei Galvão realiza 1º Encontro de Cantos Franciscanos

C

om a missão de contagiar as comunidades e evangelizar através dos cantos do carisma franciscano, Frei Ademir José Peixer e Frei Florival Mariano de Toledo estiveram no Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá, para coordenarem o 1º Encontro de Cantos Franciscanos, entre os dias 18 e 20 de outubro, tendo como tema “Francisco: Cantor do Evangelho”. Os participantes aprenderam, de forma descontraída, ao longo dos três dias: técnicas vocais de aquecimento vocal, ritmo, acentuação e afinação. Além, é claro, de algumas músicas do vasto repertório de cantos e hinos franciscanos. Deu-se, contudo, destaque às missas de São Francisco, Santa Clara e Nossa Senhora dos Anjos, para a festa da Porciúncula. A apostila contou também com a liturgia das supraditas missas, para se aprofundarem na espiritualidade, e textos do Papa Francisco. O tempo também foi propício para um aprofundamento da missão dos cantores e instrumentistas, que nas palavras do Papa Francisco “expressam a alegria, a confiança, o arrependimento e o amor… O canto é uma linguagem que leva à comunhão dos corações”. O espírito do texto levou-os à oração e reflexão. Para a Maria Aparecida da Silva, conhecida carinhosamente por “Fii-

nha”, o curso foi uma ótima oportunidade de conhecer e se aprofundar ainda mais na vida de Francisco de Assis. “Eu venho todos os dias na missa do Seminário Frei Galvão, os freis e os postulantes me ensinam muitas coisas. Eu fiz o curso para poder conhecer um pouco mais da vida de São Francisco de Assis, e também para cantar melhor na missa e nos ofícios do Seminário” disse entre risos. Elizabeth Monteiro Cesar con-

ta que o encontro foi muito intenso. “Uma ótima oportunidade de fazer novas amizades e de conhecer muito mais da vida dos santos de Assis”. Segundo ela, os freis souberam passar com clareza e humildade os conhecimentos musicais que têm, e que são muitos. Espera ansiosamente por “outros momentos como este: momentos de Francisco, de Clara, de oração, de descontração e de convivência com os frades e postulantes”. Encerrou-se o encontro de cantos com uma música que os participantes dedicaram aos frades. Esses se despediram com o enorme desejo de que cada participante se torne, como Frei Pacífico, um “Jogral do Senhor”, evangelizando e propagando os louvores a Cristo em suas realidades ao modo do Santo de Assis. DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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FRATERNIDADES

A devoção a Frei Galvão chega a Angola

A

ngola é o primeiro país africano a ter a devoção a Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, o primeiro santo brasileiro, que é celebrado liturgicamente no dia 25 de outubro. A chegada da imagem na Missão de Angola, durante as festividades deste ano, foi um momento de muita devoção e fé. Frei João Alberto Bunga, frade angolano que fez o Noviciado e os estudos de Teologia no Brasil e hoje é o reitor do Santuário Kimbo São Francisco, presidiu a celebração e contou aos fiéis, que acorreram em grande afluência para acolher a imagem, os diversos milagres que o santo homem de Deus alcançou ainda em vida e depois da morte. Frei Bunga conheceu a devoção

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a Frei Galvão mais de perto quando ainda era estudante e fez estágio no Postulantado Frei Galvão, que fica na terra natal do Santo, a cidade de Guaratinguetá. Ali, em contato com os romeiros que vêm de todo o país, ouviu os relatos de graças alcançadas. “Foi uma partilha de vida. A gente percebia no rosto das pessoas a esperança, principalmente das mulheres que não conseguiam engravidar”, disse. Muitas mulheres com dificuldades de conceber estavam na celebração do Kimbo e buscaram com grande fé e devoção pelas famosas pílulas de Frei Galvão. Segundo Frei Bunga, a Fundação Imaculada Mãe de Deus aguarda a chegada das pílulas do Brasil. Frei Bunga partilhou com o povo a sua “aventura” para levar a imagem.

“No aeroporto de São Paulo, a senhora que fazia o despacho não queria embarcar a imagem porque tinha receio de quebrar. Dizia que nem todos têm o cuidado com o objeto despachado. Insisti que despachasse e que a imagem chegaria inteira. Quando cheguei no aeroporto de Luanda, vendo as malas que, às vezes, caíam da esteira, pensei no pior. Mas, para minha surpresa e tranquilidade, a imagem chegou carregada, com todo o cuidado, por dois funcionários. Na mala que não despachei, trouxe também a imagem de Santa Dulce dos Pobres”, contou o frade. Na Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola é grande a expectativa dos frades que moram no convento São Francisco de Assis, no bairro de Palanca, pela difusão da devoção ao nosso Santo confrade brasileiro. Ao final da celebração, os muitos fiéis puderam tocar na imagem, e com grande fé já faziam seus pedidos. Em nenhuma outra parte de África tem-se esta devoção a São Frei Galvão. Tudo está se iniciando aqui no Kimbo São Francisco, e, com a graça de Deus, esperamos que ele alcance abundantes bênçãos do Senhor para o povo angolano.

Frei Jonas Ribeiro da Silva


FRATERNIDADES

Paróquia da Vila visita famílias durante Mês Missionário Extraordinário No mês de outubro, a comunidade da Paróquia São Francisco, na Vila Clementino (SP), saiu em missão e visitou diversas famílias em suas casas, levando a Palavra de Deus e as bênçãos da família, da casa e dos animais. Alcançamos cerca de 50 famílias nas mais de 10 visitas planejadas. As visitas aconteceram atendendo a uma exortação do Papa Francisco, que tem insistido desde o princípio de seu pontificado que é chegada a hora de convencer-nos de que missão é obra de todo cristão. Neste sentido, Francisco proclamou outubro de 2019 como Mês Missionário Extraordinário para despertarmos a consciência do dever missionário no clero e nos fiéis. A missão é um mandato de Jesus: “Ide”. Aderir a este mandato é uma obrigação, não apenas uma opção. Como proferiu o Papa Bento XVI em sua carta apostólica Maximum Illud “fomos chamados e somos enviados a anunciar o Evangelho com palavras e obras. Devemos ser modelo de uma humanidade renovada, imbuída de espírito fraterno, de amor, de sinceridade, de justiça e de paz”. Não podemos nos esquecer de que todos nós cristãos, por sermos batizados, somos missionários. E devemos ter em mente que ser missionário não é partir para um país distante, ou para um local exótico, como heróis. Podemos e devemos ser cristãos missionários em nossas famílias, em nossas paróquias, em nossa vida diária. Encaramos este mês missionário como uma oportunidade para assumirmos com renovado vigor a dimensão missionária de nossa vida cristã, pois somos ‘Igreja em saída’, ou seja, enviados para anunciar o Evangelho com obras e palavras. Para isso, urge a conversão missionária dos corações, das mentes, das consciências de todos os cristãos a serem discípulos missionários. Oxalá este movimento amplie, se multiplique, se espalhe e se torne permanente.

Pastoral da Comunicação DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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FRATERNIDADES

Missão no Pari marca Mês Missionário Extraordinário

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legria, solidariedade, partilha, amor e doação. Essas são algumas palavras que sintetizam o que foi a Missão Franciscana realizada no último final de semana, de 25 a 27, na Paróquia Santo Antônio do Pari, juntamente com o Sefras – Serviço Franciscano de Solidariedade e o Serviço de Animação Vocacional, marcando, assim, o Mês Missionário Extraordinário. Tudo começou com proposta da Pastoral Universitária da FAE, de Curitiba – PR, de realizar uma missão de solidariedade na cidade de São Paulo. No entanto, à medida que o tempo foi passando, nasceu também a possiblidade de ampliarmos o convite para os vocacionados de São Paulo, os universitários da USF (Universidade São Francisco), um grupo de jovens de São Bernardo do Campo e demais leigos

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e leigas da grande São Paulo. Ao todo, nosso grupo de missionários (as) passou de 130 pessoas. Para os jovens de Curitiba, que já chegaram na sexta-feira, houve uma manhã de partilha e aprofundamento sobre o trabalho social franciscano, conduzido por Frei Marx Rodrigues Reis e Frei José Francisco, Coordenadores do Sefras. À tarde, o grupo esteve presente ajudando no Chá do Padre, que trabalha com moradores em situação de rua. Além de música, animação

e mística, aconteceram oficinas de corte de cabelo, barbearia e cuidados com as unhas. Conscientes de que a maior violência que uma pessoa pode sofrer é a privação a direitos básicos de dignidade humana, esses pequenos gestos ajudaram na promoção da justiça e na restituição da paz. Em seguida, o grupo seguiu a pé para uma visita à Cracolândia, cujo objetivo era tocar uma realidade tão dolorida e ao mesmo tempo tão desprezada. Os jovens, de modo simples e despojado, aproximaram-se das pessoas para um momento de convivência, escuta, partilha e oração. Para a aluna de Biomedicina da USF – Campinas, essa experiência de conhecer a realidade da Cracolândia a ajudou a quebrar uma visão preconceituosa imposta por quem desconhece aquele universo: “A sociedade precisa parar de julgar uma pessoa sem saber o


FRATERNIDADES

que ela realmente passou para chegar onde está. Nenhum julgamento e humilhação irá mudar aquela realidade. Eles precisam de ajuda, precisam de Cristo. Fomos para levar o Evangelho e acabamos sendo evangelizados”, concluiu a jovem universitária. No sábado, juntamente com os demais missionários (as), o grande grupo foi dividido em inúmeras atividades, tais como: visitas às famílias e aos doentes, celebração com os migrantes, com os idosos, população em situação de rua, comunidade paraguaia, atividades na comunidade do Jardim Pery Alto etc. Foi um verdadeiro mutirão de evangelização e solidariedade, encerrado com uma belíssima noite cultural realizada no claustro do Convento Santo Antônio do Pari com os jovens e as famílias que os acolheram. No domingo, os missionários (as) se reuniram para a celebração da Eucaristia com toda a comunidade paroquial, presidida pelo pároco Frei Wilson Batista Simão e concelebrada por Frei Gustavo Wayand Medella, vigário provincial e Frei Diego Atalino de Melo, animador provincial do Serviço de Animação Vocacional. No momento da homilia, alguns jovens e famílias deram seus testemunhos, emocionando a todos os presentes.

Por fim, após um momento de partilha, a Missão encerrou-se com um delicioso almoço preparado por uma grande equipe de paroquianos. Segundo Mayara Corrêa, da FAE, falar de paz é falar também de identidade, ou melhor, de respeito às múltiplas identidades. E foi com esse apelo que as crianças, adolescentes, equipe, missionários e comunidade do Sefras Peri vivenciaram a Semana da Paz. Mais do que momentos de mística, o dia foi de colocar a mão na massa e na tinta. A proposta foi a revitalização da escadaria através da pintura em grafite. O envolvimento e alegria de todos, além de contagiante, foi o marco da possibilidade de fazer a paz através da garantia de espaços dignos de lazer e moradia. Juntos, enquanto sujeitos promotores da paz, somos capazes de nos sensibilizarmos pelo sofrimento humano, na busca de legitimidade de direitos, e de uma vida que promova justiça. Busquemos a paz e a justiça! Certos de que a Missão continua, concluímos essa Missão com o espírito renovado e o desejo de sermos cada vez mais uma Igreja em saída, atenta aos sinais dos tempos e sempre mais voltada para o grande mandamento do amor a Deus e ao próximo. DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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SÉRIE FREI NILTON DECKER

“Acredito naquele que um dia me chamou e enviou”

S

ou feliz como sou e naquilo que faço”. Sinceridade é uma palavra também que define bem Frei Nilton Decker, que aceitou falar um pouco de sua história de vida familiar e religiosa franciscana nesta série “Nossos Frades“. Natural de Ibicaré (SC), onde nasceu no dia 28 de janeiro de 1950, Frei Nilton Decker ingressou na Ordem dos Frades Menores quando vestiu o hábito franciscano em Rodeio, no dia 20 de janeiro de 1971. Sua profissão solene fez no dia de São

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Francisco de Assis, em 1975 e foi ordenado presbítero no dia 31 de dezembro de 1976. Para Frei Nilton, que em 2022 completará 50 anos de vida religiosa, não existe uma crise vocacional, mas de “santidade, testemunho e conversão”. “Para muitos jovens não é falta de Deus. Mas medo de abraçar algo, cujo caminho não é claro, correto e santo, como Deus exige de cada religioso ou sacerdote”, avalia o frade que trabalhou quase toda a sua vida na formação religiosa.


FRATERNIDADES

Comunicações – De onde é a sua

família? Frei Nilton - Eu nasci no dia 28 de janeiro de 1950. Meus pais eram naturais de Antônio Carlos, bem no interior, em Vila Doze, onde também moravam meus avós. Como era uma família numerosa, tiveram que procurar o sustento em Ibicaré-SC, juntamente com outros 4 irmãos, acompanhados do meu avô, na capela de Linha Triângulo. Fiz o primário na escola isolada de Linha Triângulo até o terceiro ano e depois ingressei no Seminário de Luzerna, aos 12 anos, em 1962. Foi o ano da inauguração do Seminário São João Batista. Fiz dois anos de admissão, partindo depois para Rio Negro, Agudos, Postulantado, Noviciado, Filosofia e Teologia em Petrópolis. Fui ordenado sacerdote no dia 31 de dezembro de 1976, por Dom Henrique Müller, OFM, e a primeira Missa na Linha Triângulo, no dia 2 de janeiro de 1977.

Comunicações – Fale um pouco mais de sua família. Frei Nilton - Nós somos 11 irmãos. Todos ajudávamos os pais na lida da roça, na luta para conseguir o pão de cada dia. Eram tempos difíceis, mas também de belas lembranças, onde vivíamos um verdadeiro espírito de família, um ajudando o outro no trabalho da roça, brincando juntos, rezando o terço todas as noites, etc. Cada filho aprendeu a ser responsável e a fazer um pouco de tudo, visto que éramos 9 homens e duas mulheres. Tenho uma irmã que é religiosa, das Irmãs de São José de

Chamberie e trabalha em Pacaraima, Boa Vista, com os imigrantes venezuelanos. Outros cinco irmãos fizeram pequenas experiências no seminário. Somente o Bruno foi até o final da Teologia, fez profissão solene e, após dois anos de pastoral na paróquia, desistiu, morando hoje em São José-SC. Nossa língua em casa

A questão vocacional não é somente uma questão de propaganda, de panfletos ou de palavras

era o alemão, por isso, quando entrei no seminário, mal sabia falar o português, trocando as letras em cada “torradinha”.

Comunicações – E a vocação, como surgiu? Frei Nilton - Hoje se fala muito que a vocação nasce na família, a primeira escola da fé e da vocação, o lugar onde Deus vai conduzindo os passos de cada um. Na realidade, eu não falava em ir para o Seminário. Um certo dia, como num piscar de olhos, veio o desejo de ir. Meu pai foi falar com os freis em Luzerna e já no

ano seguinte estava iniciando a caminhada. Meu pai sempre esteve ligado à Igreja, dava catequese, “puxava a reza” na Igreja, cantava e organizava tudo. A mãe, sempre ao lado dele, o ajudava muito, especialmente no canto, pois tinha voz boa para cantar. O ambiente religioso e o contato com os diversos freis presentes, seja na família como nas celebrações (Frei Abel Schneider, Frei Sérgio Hillesheim, Frei Jordão Buschoff e Frei Bruno Kreling), despertaram o desejo de ir para o seminário. Só lembro que para os pais foi muito difícil o filho mais velho sair de casa. Tanto assim que o pai pagava o seminário trazendo um saco de feijão, de arroz, ovos, frangos, etc. Dinheiro a gente quase nunca via.

Comunicações – Por onde você andou desde que se tornou presbítero? Frei Nilton - Eu nunca tinha grande desejo de trabalhar na formação. Mas, ainda em Petrópolis, antes de terminar os estudos, veio o pedido de ajuda no Seminário de Rio Brilhante-MS. Era minha última opção de escolha, mas ela se tornou a primeira e fui transferido, já em julho de 1977 para ser formador. Lá já estavam o Frei Maurílio Schelbauer, Frei Ari do Amaral Praxedes, Frei Sebastião Assis de Figueiredo, Frei João Jorge Ribeiro e Frei João Pflanzer, entre outros que vieram depois. O Seminário de Rio Brilhante, por ser a primeira transferência, me marcou bastante. Não tanto por estar distante de todos, seja da família e dos confrades da Província, mas pela convivência com a Custódia das Sete Alegrias, o trabaDEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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FRATERNIDADES

lho junto à comunidade, grupos de Vanboemmel. Durante seis anos me do para Santo Amaro da Imperatriz, jovens, formação, etc. Sempre me dediquei inteiramente ao noviciado, onde estou até hoje, quase complelembro de tudo e de todos e tenho na formação litúrgica, ensaios diá- tando sete anos de atividade, forsaudades de lá. rios de cantos, etc. Foram seis anos mando Fraternidade com Frei AngeNo final do Capítulo Provincial de formação e de crescimento para lo José Luiz e de Frei Gentil de Lima de 1984 veio o pedido de transferên- mim também. Branco. Depois disso pensava em fazer cia para Lages, onde havia a experiência de vocações adultas. Permane- uma experiência em paróquia. Mas Comunicações – Gostou deste ci aí por dois anos e depois tempo da formação? acompanhei uma parte da Frei Nilton - Se eu disturma até Luzerna, porque sesse que não estaria menestava terminando a experitindo. Eu acredito que o lugar em que a gente está é ência de Lages por diversos o lugar certo para darmos motivos. Em Luzerna pero melhor de nós mesmos. maneci por três anos (1986Sempre sou grato por todos 1988), depois nove anos em os confrades que conviveItuporanga (1989-1997), sempre como orientador e ram com a gente, na subliprofessor de algumas matéme tarefa da formação e adrias extracurriculares. Itumiro a todos os que ainda hoje continuam, com muiporanga foi um tempo de muita atividade junto aos tas dificuldades, marcan120 seminaristas. Sei que do presença silenciosa no poucos daqueles persevemeio destes jovens. Não me arrependo de nada. Fui feliz raram, mas não deixamos naquilo que fiz, dentro das de cumprir nossa missão de Todo jovem tem sonhos, minhas limitações. Sempre cada dia. Nos últimos três anseia por uma vida mais justa me perguntam se gostaria anos fui guardião, acomde voltar a trabalhar na forpanhando a construção do e fraterna, tem potencialidades ginásio, que ainda serve até mação. Não digo que seja mil para se doar e ser a hoje para jogos, festas e ouimpossível. Apenas penso diferença na família, na Igreja que os tempos são outros e tros eventos. e na sociedade. Por isso, teria muita dificuldade em A minha transferência coragem! Não tenha medo me adaptar novamente. para Agudos, em 1998, foi uma das mais difíceis, pela e saiba que Deus o ama e complexidade da casa, envolComunicações – Como é precisa de você. o Frei Nilton? Poderia favendo seminário, fazenda, encontros e reformas. Com a zer um autorretrato? ajuda da Fraternidade, fomos Frei Nilton - Eu me vencendo todos os obstáculos, nunca veio mais um pedido. Ser mestre em considero uma pessoa tranquila. Às nos omitindo do trabalho e da nossa Rondinha. Como sempre fui obe- vezes o meu jeito de falar é um tanto responsabilidade. Frei Marcos Antônio diente, aceitei o desafio e permaneci agressivo, o que tem causado certa de Andrade, Frei Raimundo J. de O. por seis anos. Iniciávamos o ano de dificuldade com alguns confrades Castro, Frei Walter Hugo de Almeida, 2007 com 74 estudantes. Ótimo para ao longo da caminhada. Mas sou feFrei Gregório Johnscher, Frei Osmar acompanhar cada um e, no final, fa- liz como sou e naquilo que faço. Já Dalazen, Frei José Lino Zimmermann, zer 74 relatórios para serem enviados vou completar 70 anos em janeiro e formávamos a equipe formadora. ao Definitório. cada vez mais preciso cuidar de mim No ano 2001 veio nova tarefa deFinalmente, após 36 anos, meu mesmo, reconhecer certas limitações safiadora: ser vice-mestre dos novi- desejo de trabalhar um pouco na e saber que nunca estamos sozinhos. ços, juntamente com Frei Fidêncio evangelização veio, sendo transferi- Sempre precisaremos de ajuda das

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FRATERNIDADES

Eu me considero uma pessoa tranquila. Às vezes o meu jeito de falar é um tanto agressivo, o que tem causado certa dificuldade com alguns confrades ao longo da caminhada. pessoas, dos confrades. Em 2022 irei fazer 50 anos de Vida Religiosa e espero cada dia poder renovar meu compromisso como religioso franciscano, como sacerdote. Acredito naquele que um dia me chamou e enviou, para ser testemunha, na humildade e na alegria, do Evangelho de Jesus.

Comunicações – Existe crise voca-

cional na Vida Religiosa? Frei Nilton - A questão vocacional não é somente uma questão de propaganda, de panfletos ou de palavras. Parece-me necessário refletir sobre as nossas famílias, primeira escola da fé e nossa vida como confrades menores. Por que o jovem não se decide a viver nosso jeito de viver

ou não se encanta pela nossa opção de seguir Jesus Cristo na Vida Religiosa? São Paulo diz: “Sede meus imitadores...” (Fl 3, 17). Nós podemos ser exemplo para os jovens que nos procuram? Não é tanto crise, mas santidade, testemunho e conversão. Para muitos jovens não é falta de Deus, mas medo de abraçar algo, cujo caminho não é claro, correto e santo, como Deus exige de cada religioso ou sacerdote.

Comunicações – O que você diria a um jovem que deseja seguir os passos de Francisco de Assis? Frei Nilton - Todo jovem tem sonhos, anseia por uma vida mais justa e fraterna, tem potencialidades mil para se doar e ser a diferença

na família, na Igreja e na sociedade. Por isso, coragem! Não tenha medo e saiba que Deus o ama e precisa de você. O caminho é estreito e, apesar das dificuldades que sempre existiram e existirão, poderão realizar os seus sonhos de serem discípulos e missionários do Senhor. Peça ao Senhor que mostre sua vocação e reze bastante. Ou como dizia Santo Ambrósio: “Devemos rezar como se tudo dependesse de Deus e agir como se tudo dependesse de nós”. Nunca desistam de seus sonhos. Ou como diz o Papa Francisco: “Não fiquem observando a vida da sacada. Não sejam como veículos estacionados. Não olhem o mundo como turista”. Ide sem medo e anunciai a alegria do Evangelho a toda criatura. DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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FRATERNIDADES

Encontro Recreativo do Regional Serra-Baixada

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Fraternidade Mãe Terra, em Imbariê, acolheu no dia 15 de novembro o último Regional do ano, no Sítio Taquara. Contou com a presença do Definidor Provincial, Frei João Francisco da Silva, e dos frades que compõem o Regional, vindos das fraternidades São Fran-

cisco de Assis (junto ao ITF), Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, São Francisco de Assis (Campos Elíseos) e Mãe Terra (Imbariê), na Baixada. Em dia de feriado nacional, Proclamação da República, o clima de chuva parecia não ajudar muito para o Regional recreativo. Entre-

tanto, conforme os confrades iam chegando, a convivência ia ficando mais intensa e os limites do tempo chuvoso deixavam de ser um problema. Ao sabor do bom churrasco, a alegria do encontro dos irmãos, os jogos, as conversas, os risos, as piadas, a piscina e a boa música marcaram o momento, deixando-o mais bonito e significativo. Em vista da proposta do redimensionamento dos Regionais, possivelmente no próximo ano o Regional Serra-Baixada tomará uma nova configuração, ao se unir ao regional Rio-Baixada, formando assim um único Regional. Vamos aguardar a decisão do Definitório que, segundo Frei João Francisco, vai se debruçar sobre esta questão na primeira reunião de 2020, junto com os coordenadores dos atuais Regionais.

Frei Canga Manuel Mazoa

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FRATERNIDADES

Ministro Geral escreve sobre sua lenta recuperação O Ministro Geral, Frei Michael Perry, que sofreu um acidente de bicicleta no dia 15 de agosto, dá notícias sobre sua lenta recuperação e pede orações. Meus queridos Irmãos da Ordem, Que o Senhor lhes dê paz!

É

com satisfação que, mais uma vez, tenho a oportunidade de escrever para fornecer uma atualização sobre o processo de reabilitação em que estou envolvido. Em 15 de outubro, visitei o cirurgião ortopédico que realizou a operação inicial para reconstruir parte da minha pelve, o acetábulo. De acordo com os raios X, o osso está lentamente se recompondo. Graças às suas orações e apoio, a um programa de repouso para não fazer força ou peso na perna esquerda e, é claro, aos 31 parafusos e 2 placas que ajudam a manter tudo unido. Devo continuar evitando peso na perna esquerda pelo menos até o final de novembro. Se tudo correr bem, devo conseguir aumentar lentamente o peso na perna esquerda até o mês de dezembro. Eu continuo fazendo fisioterapia três vezes por semana para trabalhar a força muscular e flexibilidade. Uma preocupação permanece: se existe cartilagem suficiente na articulação do quadril esquerdo para permitir o livre movimento da cabeça do fêmur na articulação pélvica. Não há testes para determinar isso. Isso será revelado quando eu colocar peso crescente na perna esquerda e recuperar lentamente a capacidade de andar sem a ajuda de um andador ou muleta. Existe a possibilidade de que, em algum momento, eu precise de uma segunda cirurgia para fazer o que é chamado de substituição total do quadril caso a cartilagem tenha sido severamente comprometida. Por favor, mantenha essa intenção especial em suas orações. Durante esse período de convalescença, recebi muitas mensagens de apoio

e carinho de vocês, meus queridos irmãos, da Primeira Ordem, de nossas queridas Pobres Senhoras da Segunda Ordem e de membros da Ordem dos Franciscanos Seculares. Sou muito grato a cada um de vocês e a outras pessoas que expressaram preocupação e ofereceram apoio espiritual para acompanhar minha reabilitação. Enquanto seguimos o Sínodo Especial dos Bispos na Amazônia, tenhamos sempre em mente as pessoas da região amazônica em nossas orações. É verdade que, embora a Igreja discuta questões vitais para a futura sobrevivência dos povos indígenas, o meio ambiente na região e as implicações globais de não cuidar e protegê-lo, e do futuro da evangelização e da missão da Igreja, os detratores continuam desafiando a ortodoxia do Papa Francisco, desafiando a Igreja local em nove países e desafiando o povo de Deus em geral. Apesar de todos os obstáculos que possam existir, somos chamados a permanecer fiéis aos ensinamentos de Jesus Cristo transmitidos a nós pelos apóstolos. Oramos para que Deus, que é todo misericordioso e gracioso, ajude todos os que professam a fé em Jesus Cristo, que são membros da Igreja, e outros cristãos a passar de uma mera profissão verbal de nossa fé para realmente colocá-la em prática em suas vidas. A encíclica do Papa Francisco sobre a ecologia integral, fundamentada em uma visão bíblica e teológica consistente e de acordo com os ensinamentos da Igreja, continua a inspirar, mesmo quando desafia. Isso é especialmente verdadeiro para aqueles que professam a fé em Jesus Cristo e seguem o exemplo de São Francisco de Assis, que reconheceu a interconexão de todas as coisas que

começam e são sustentadas por Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo. Uma relação de Trindade expressa, de acordo com nosso próprio São Boaventura, no e através do universo criado, continua a inspirar. Oremos também por nossos membros franciscanos, pela Igreja e pelo povo de Deus em países onde a agitação e o conflito civil dividem as pessoas, resultando na destruição da vida e da criação. Lembremos de maneira especial o Haiti, Peru, Equador, Venezuela, Sudão do Sul, Egito, Sudão, Benin, a Região Adminis-

trativa Especial de Hong Kong, Síria e outras partes do mundo que precisam de nossa oração e solidariedade. Que Deus continue abençoando cada um de vocês, meus queridos Irmãos da Ordem, e todos os membros da Família Franciscana. Oremos uns pelos outros e, juntos, nos esforçemos para colocar em prática nossa fé. Desejo expressar mais uma vez minha mais profunda gratidão ao irmão Julio Bunader, Vigário Geral que atua em meu lugar, aos membros do Definitório Geral, ao secretário geral e a todos os ministros (provinciais, custódios, presidentes) que diariamente dão a vida por seus irmãos. Desejo a você todas as bênçãos espirituais de Deus!

Frei Michael Perry Chicago, 18 de outubro de 2019

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EVANGELIZAÇÃO

Capela da USF:

Um lugar de “Paz e Bem”

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qui estaremos para agradecer o semestre vencido, a prova bem-feita, a nota expressiva, a convivência, a sapiência, o emprego, os sonhos realizados, o curso, a acolhida como calouro e a formatura; toda uma história construída no bom clima da USF, sob as bênçãos de seu Patrono! Aqui, Francisco de Assis nos mostrará sendas seguras para chegarmos ao Altíssimo e Glorioso Deus! Nesta Capela, um lugar de Paz e Bem!”. Com esta proposta, a Universidade São Francisco (USF), inaugurou no dia 21 de outubro, a

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Capela dedicada a São Francisco de Assis, patrono da entidade. Participaram da celebração de inauguração o Ministro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e Chanceler da USF, Frei César Külkamp; o Reitor da USF, Frei Gilberto Gonçalves Garcia; o Diretor Presidente da CNSP e Vice-Reitor da USF, Frei Thiago Alexandre Hayakawa; o Reitor da USF, Diretor Vice-presidente CNSP e coordenador da Pastoral Universitária, Frei Vitorio Mazzuco Filho; o Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão, professor Dilnei

Lorenzi; o Pró-Reitor de Administração e Planejamento, Adriel de Moura Cabral; o Administrador dos Câmpus, Rodrigo Ribeiro Paiva; a Diretora do Câmpus Bragança Paulista, professora Patrícia Teixeira Costa; Diretor do Câmpus Campinas - Unidades Swift e Cambuí, professor Geraldo Peres Caixeta; Diretor de Câmpus Itatiba, professor Volney Zamenhof de Oliveira Silva; o professor do Programa de Stricto Sensu do Programa de Educação, Frei Nilo Agostini. Além da presença do Reitor da FAE Centro Universitário e Diretor-geral


EVANGELIZAÇÃO

do Grupo Educacional Bom Jesus, Jorge Apóstolos Siarcos; a Assessora, Leila Pagnozzi; o bispo auxiliar de Brasília, Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM; o bispo Diocesano de Osasco, Dom João Bosco Barbosa de Sousa, OFM; o bispo-emérito da Diocese de Bauru, Dom Caetano Ferrari, OFM; o Definidor Frei Mário Tagliari; Frei Mário José Knapik, Frei José Francisco C. Santos, Pe. Luiz Henrique, de Atibaia e Pe. Emerson de Joanópolis. Dom Leonardo presidiu a celebração e, na homilia, disse que a capela será “a casa onde tantas pessoas virão da nossa Universidade, entrarão e saberão reconstruir a

própria existência. Porque aqui será a casa do encontro; encontro extraordinário porque quando achamos que estamos entrando na casa do encontro fomos encontrados; senão nela não entraríamos. Aqui, Ele sempre estará com sua palavra e sua presença no corpo do Senhor. Ele sempre aqui estará aguardando, para que cada um de nós entre, sente, espere, silencie e, com o passar do tempo, como Francisco de Assis, nós o ouviremos e teremos também a ousadia de reconstruir a casa da nossa existência. Mas não a nossa casa individual, aquela casa que na primeira leitura se chama a cidade, isto é, a sociedade”, disse Dom

Leonardo. “Nós não somos pessoas desligadas dos outros, nós pertencemos aos outros, nós nos damos aos outros e é por isso que ajudamos a reconstruir também a cidade, a casa dos nossos irmãos e irmãs, aqui será o lugar”, acrescentou. Segundo o bispo, o espaço da capela saberá “recolher, acolher”. “Saberá acolher as inquietações, as intempéries, as frustrações, as realizações, as alegrias, porque um espaço pequeno recolhe melhor. Quando o espaço é muito grande, nós nos perdermos dentro dele; quando ele é pequeno, ele é recolhido. É mais fácil de entrar, silenciar, esperar, aguardar. O pequeno, o pequeno, ele é extraor-

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EVANGELIZAÇÃO

dinário; o pequeno tem uma espécie de solidão, não uma solidão angustiante, mais uma solidão receptiva, daquilo que falava a segunda leitura. A solidão da Cruz. A cruz é extraordinária e única. A cruz, ela é nossa; como cristão, nos foi dada. É que a cruz é extremamente pequena; é que na cruz a vida humana se torna pequena; na cruz, a vida humana se torna nada; na cruz, a vida humana se torna absolutamente aberta. É que precisa estender os braços, deixar retorcer o corpo e permanecer na segurança de um coração voltado para o Pai”, ensinou.

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O espaço traz oito vitrais com iconografias franciscanas, como o Tau, o Cordão, a Porciúncula, Sandálias, entre outros. Frei Vitório destacou a importância do novo espaço. “Criamos uma capela para o nosso Patrono e ele nos ensina o que é ser um construtor de lugares sagrados. São Francisco de Assis fez de cada lugar e de todo o tempo um espaço templo para o louvor e adoração do Deus Altíssimo”, comentou Frei Vitorio. Frei Caetano também contou a trajetória da Universidade, sendo um dos pioneiros na implantação

da USF em 1976. “O primeiro projeto franciscano que desenvolvemos aqui foi o de Educação para Paz e que orientou nossa vida acadêmica desde então”, comentou o Frei. Foram homenageados o Administrador do Campus e idealizador da Capela, Rodrigo Ribeiro Paiva, e os representantes da Construtora Superenge, Paulo Fornel e Paulo Prado. O novo espaço irá atender toda a comunidade acadêmica do Campus e bragantina.

Ana Paula Moreira de Souza


EVANGELIZAÇÃO

Força espiritual da iconografia

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tradição franciscana e clariana tem uma riqueza inesgotável de sinais e símbolos, uma iconografia expressiva que se revela na Porciúncula, Sandálias, Tau, Cordão, Santa Clara e o Ostensório, o Espelho, o Hábito, o Crucifixo de São Damião, as mãos cruzadas revelando as Chagas, o rosto sereno de Clara, o lobo de Gubbio, e tantos outros. Os ícones franciscanos revelam uma força espiritual muito grande que marcou tantas vidas, uma energia vital silenciosa e inspiradora a mostrar criatividade. Eles são materiais, físicos, espirituais e psíquicos e espelham meditação, presença, harmonia, intuição, fantasia, emoção, caminho trilhado, funções rituais e experiências místicas. Mostram que o uso do símbolo é sempre benéfico; um código de mandato, unção, uma doutrina em forma de sinais. Simplicidade e arte como transformação de uma vida. Um ícone vale mais do que mil palavras! Os ícones estão sempre a evocar este jeito franciscano de se colocar de maneira evangélica, mística e profética. E como precisamos destas marcas e motivações franciscanas! Intuir e sentir profundamente e dar passos missionários. O fato é que estes ícones atravessam o tempo sempre de forma nova, nos corpos, nas paredes e nos altares, estão abertos para as surpresas do Espírito. Tudo isso significa o espaço sagrado da nossa capela dedicada a São Francisco de Assis. A capela do Câmpus da Universidade São Francisco em Bragança Paulista quer revelar esta força iconográfica e convidá-lo a contemplar, meditar e rezar uma espiritualidade expressiva visibilizada nos vitrais e em todos os seus detalhes.

Frei Vitório Mazzuco Filho DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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EVANGELIZAÇÃO

Universidade São Francisco realiza “Semana de Oração pela Paz”

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ecordando o “Espírito de Assis”, memorável encontro entre o Papa São João Paulo II e líderes religiosos na Basílica de São Francisco, realizado em 27 de outubro de 1986, a Pastoral Universitária da Universidade São Francisco (USF) realizou de 28 a 31 de outubro a “Semana da Oração pela Paz” em todos os Campus da Universidade. Neste ano, de modo especial, fizemos memória dos 800 anos do encontro entre Francisco de Assis e o Sultão Malik al-Kamil do Egito. São Boaventura, frade menor e biógrafo de São Francisco, relata no capítulo IX da Legenda Maior que durante a quinta cruzada no ano de 1219, o santo de Assis dirige-se à presença do sultão Al-Malik Al-Kamil. A tentativa era parar a guerra e as cruzadas e indicar que outras “armas” poderiam substitur as espadas: o diálogo e paz. Sem a violência de ambos os lados, para Francisco, era possível construir um mundo de paz. Neste caminho do diálogo e na busca da paz, a USF promove, todos os anos, estes momentos de encontro, de reflexão e da cultura do diálogo. Cada líder religioso, pode, a seu modo, transmitir uma mensagem, convidar para a oração e fazer nossos alunos refletirem sobre temas da atualidade. Neste ano, o pano de fundo das

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reflexões foi justamente o memorável encontro entre Francisco de Assis e o Sultão do Egito. Participaram do encontro os seguintes líderes religiosos: Babalorixá Ademilson de Oxossi, da Federação Afro Cultural Grupo Endara de Nazaré Paulista; Babalorixá Bil de Xangô, da Associação Bragantina de Umbanda e Candomblé de Bragança Paulista; Fernando Toledo, da Doutrina Espírita – CEIA; Ivany Peral Rodrigues, Seicho No Ie do Brasil; Janaína Assis, do Centro Espírita Nova Odessa/SP; Leandro dos Santos Liberato, da Igreja Assembléia de Deus Melquizedeque; Loyane Ferreira, da Associação Buda Darma; Marcos Lopes, da Associação Buda Darma; Maria Lúcia da Seicho-No-Ie do Brasil; Monja Budista Kelsang Chime, do Centro Budista Kadampa; Pai Marcello de Oxum, da Umbanda; Pastor Luiz Carlos Ramos, da Igreja Metodista; Pe. José Valério Lopes dos Santos, da Paróquia Ortodoxa de Campinas; Preletor Luciano de Paulo Fermino, da Seicho-No-Ie do Brasil; Samir Musa, da Sociedade Islâmica de Campinas; Sheik Hossein Khaliloo, da Comunidade Islâmica Xiita no Brasil; Sheik Rodrigo Jalloul, do Centro Islâmico Fátima Zahara da Penha/SP; Sheila Rizzo, do Espiritismo Casa do Caminho de Bragança Paulista.


EVANGELIZAÇÃO

Funcionários da USF celebram o mês Franciscano

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o mês de outubro, aconteceu na Universidade São Francisco (USF), nos Campus de Itatiba, Bragança Paulista e Campinas, a comemoração do Mês Franciscano para os colaboradores da Universidade. Todos os anos, no mês de outubro, conhecido como Mês Franciscano, os colaboradores da USF podem refletir e vivenciar a experiência fraterna, através de um momento de reflexão que busca o aprofundamento de uma temática do carisma em Francisco de Assis. O tema proposto para as reflexões deste ano foi “O Bom e o Belo”. Como de costume, os encontros foram conduzidos por Frei Vitorio Mazzuco, coordenador da Pastoral Universitária, que ressaltou em sua

fala: “O que faz a pessoa bonita é a bondade. A terra boa é o Coração Belo e Bom. Esta é a síntese da Perfeição. O Belo é a expressão perfeita do Bem. O Bom é a plenitude da Caridade. Francisco dá impulso a esta reflexão”. Continua ele: “A essência, a medula, a profundidade toma forma, quantidade, cor e qualidade. Ele sai de si e atinge o humano. O amor toma forma num corpo. Torna-se

figura como? Com o vigor da simplicidade, da transparência e da Palavra. Para o franciscanismo ver, falar e escrever é igual a pintar. É ser um artista que pinta o mais belo quadro da paisagem do humano e da paisagem do divino”. No Câmpus de Campinas, no Swift, houve também a reinauguração da gruta dedicada a Nossa Senhora de Lourdes. Frei Vitório convidou os colaboradores a fazerem com que o belo espaço se torne um lugar de oração, mas sobretudo um local de encontro com o divino. DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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EVANGELIZAÇÃO

USF: Educação a Distância conquista nota máxima em avaliação do MEC

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modalidade de Educação a Distância (EaD) da Universidade São Francisco (USF) conquistou a nota 5, máxima na Avaliação realizada pelo Ministério da Educação (MEC), no mês de outubro. A visita ocorreu nos dias 23, 24 e 25 deste mês. Durante a visita, foram analisados itens como: corpo docente, instalações físicas e projeto pedagógico. A nota máxima reafirma o compromisso da USF com a excelência no ensino superior brasileiro.

Educação a Distância (NEAD), Renato Adriano Pezenti, a nota máxima representa o reconhecimento de um trabalho sério e de uma equipe muito engajada. “A Educação a Distância na USF é uma modalidade recente que desde 2018 passa por um processo de expansão. A Universidade empenha-se em ofertar cursos de Educação a Distância com qualidade. O MEC avaliou as condições de infraestrutura, equipe e investimentos que a Universidade coloca à disposição para a oferta de EaD”, explicou o professor Renato.

na, Fisioterapia, Enfermagem, Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e Processos Gerenciais (EaD).

Para o Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão, professor Dilnei Lorenzi, a avaliação máxima ressalta a dedicação da Universidade em oferecer um ensino de qualidade. “Conquistar a nota 5 demonstra o comprometimento da USF em consolidar os cursos EAD com excelência, alinhada à missão franciscana. Temos polos de EAD com infraestrutura física invejável, além das próprias unidades, para receber o estudante e oferecer ensino a distância, mas também uma formação personalizada”, afirmou o Pró-Reitor. Para o coordenador do Núcleo de

O ensino a distância no Brasil passa por um processo de crescimento. A cada cinco estudantes de ensino superior no Brasil, um utiliza a modalidade a distância. Dados do Censo Superior, divulgado pelo Inep, indicam que 1,8 milhão de universitários estão no EAD. O ensino superior tem 8,3 milhões, segundo o último Censo, divulgado no ano passado. O reconhecimento da modalidade EaD reafirma o compromisso da Universidade com a educação brasileira. Recentemente, cursos da USF também receberam o conceito 5, como Medici-

Para o Vestibular 2020 estão com inscrições abertas os cursos: Administração, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Comércio Exterior, Educação Física, Filosofia, Gestão Comercial, Gestão da Produção Industrial, Gestão da Qualidade, Gestão de Agronegócio, Gestão de Recursos Humanos, Gestão Financeira, Gestão Hospitalar, Gestão Pública, História, Letras – Português e Inglês, Logística, Marketing, Pedagogia, Processos Gerenciais, Serviço Social e Teologia. Os interessados podem se inscrever em usf.edu.br/ead.

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Expansão

Neste cenário, a USF expandiu a oferta de cursos a distância e passou a ter mais de 20 cursos em diferentes áreas do conhecimento. Em novembro, inaugura novos polos nas cidades de Amparo, Paulínia e Cambuí (MG), além de já ter polos nas cidades de Bragança Paulista, Campinas, Itatiba, Atibaia e Petrópolis (RJ).


EVANGELIZAÇÃO

Chamados à cultura do diálogo: comunicadores reunidos em Encontro Provincial

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eunidos no Convento São Boaventura, em Rondinha (PR), 25 colaboradores participaram do VI Encontro da Frente de Evangelização da Comunicação, que aconteceu nos dias 17 e 18 de outubro. O tema escolhido para este ano foi a cultura do diálogo, baseando-se nas comemorações dos 800 anos do encontro de Francisco de Assis com o Sultão Al-Malik Al-Kamil em Damieta, no Egito. Participaram do encontro os frades ligados à Comunicação, funcionários e voluntários da Fundação Cultural Celinauta e Paróquia São Pedro Apóstolo (Pato Branco, PR); Grupo Educacional Bom Jesus e Paróquia Bom Jesus dos Perdões (Curitiba, PR); Fraternidade São Boaventura (Rondinha, PR); Fundação Frei Rogério (Curitibanos, SC); Editora

Vozes (Petrópolis, RJ); Convento da Penha (Vila Velha, ES); Universidade São Francisco (Bragança Paulista, SP); Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), Pró-Vocações e Missões Franciscanas (PVF), Serviço de Animação Vocacional (SAV) e Sede Provincial (São Paulo, SP). Para o Ministro Provincial, Frei César Külkamp, este encontro é importante pois promove o debate e a partilha de experiências existentes em cada lugar, incentivando um trabalho em rede, que é proposto no Plano de Evangelização da Província. “Conhecemos um pouco mais do que é feito em cada lugar, ampliando os horizontes. Além de ter uma consciência para além da realidade local, crescemos na consciência de Província e além da Província, como Ordem dos Frades Menores, como Igreja, em sintonia

com a proposta do Papa Francisco, que torna muito presente a nossa espiritualidade franciscana”, assegura o frade. Para ele, refletir e celebrar os 800 anos do encontro entre Francisco e o Sultão é uma convocação a termos uma nova postura diante das realidades que se apresentam. “Esta data não é apenas uma comemoração, mas uma provocação para nosso tempo. Temos refletido o quanto é necessária uma abertura maior para o diálogo com o diferente, a outra cultura, a outro modo de ser e outros credos. Por isso, as iniciativas evangelizadoras na comunicação querem trabalhar nessa dimensão do diálogo, num tempo muito marcado por fundamentalismos, ódio político, social, racial e no campo das manifestações religiosas. Algumas religiões têm enfrentado DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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muita discriminação, muito ódio e nós, como franciscanos, somos convocados a sermos instrumentos de paz”, afirmou Frei César. Para o coordenador da Frente da Comunicação, Frei Neuri Francisco Reinisch, são muitos os desafios apresentados. Além de romper com a cultura da indiferença, os comunicadores são chamados a exercer sua profissão com responsabilidade, mantendo uma postura ética, transmitindo valores e princípios morais e franciscanos. “Como comunicadores, podemos atuar em dois aspectos. Sobre a questão da indiferença, chamar a atenção de todos para sermos copartícipes dentro de um processo

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de construção da sociedade enquanto propagadores de uma boa notícia. Ajudar a articular as entidades, as pessoas, a Igreja, para que as coisas aconteçam dentro de uma perspectiva, respeitando o outro enquanto ser humano, filho de Deus e também como ser dentro do universo. Por outro lado, tomamos consciência de que vivemos numa sociedade onde todos falam e se declaram especialistas em todas as áreas e isso chama a atenção para aquilo que comunicamos. Devemos comunicar com credibilidade, fundamentação, ouvindo as diversas facetas da realidade que se apresenta e, sobretudo, chamando as pessoas para construirmos juntos uma in-

formação acertada, mais propositiva. Chamo nossos colaboradores a uma postura ética, dentro de valores e princípios morais e franciscanos”, ressaltou o diretor da Rede Celinauta de Comunicação.

Construtores de pontes

O moderador da Formação Permanente da Província, Frei Fidêncio Vanboemmel, foi o assessor do encontro. Ele falou sobre o encontro de Francisco de Assis com o Sultão e sobre a importância do diálogo na comunicação, sobretudo no diálogo que ajuda a superar preconceitos e que aproxima as pessoas. “Como franciscanos, somos impulsionados


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Evangelho, considerando todas as criaturas em sua grandeza. “Ser um comunicador exige ser plenamente verdadeiro. Sabemos que muita gente na mídia trabalha por dinheiro, vende a sua imagem, não a sua verdade. Para nós, como Província Franciscana, interessa a verdade do ser humano, aquilo que eu devo ser diante de Deus e reproduzir esta verdade”, aconselhou. pelo Evangelho a tomar a iniciativa de sair ao encontro dos irmãos a fim de construir o diálogo. Em nossos meios de comunicação onde atuamos, somos construtores do diálogo. Vamos ao encontro através dos meios que Deus nos proporcionou, para estabelecermos um diálogo e, através dele, queremos levar a Boa Nova. Somos pessoas que dialogam. Levamos a Palavra e, sobretudo, dialogamos com pessoas diferentes, mesmo aquelas que professam uma fé diferente da nossa”, afirmou o frade. Frei Fidêncio explicou que antes de abrir-se ao diálogo com o outro, Francisco abriu-se ao diálogo com Deus. “Francisco de Assis foi, acima de tudo, homem do diálogo. Assim como Cristo dialogou com o Pai, com um grupo restrito de discípulos, com as multidões, com indivíduos, vamos encontrar Francisco numa comunicação permanente com todas as pessoas. Em primeiro lugar, Francisco de Assis aprendeu a dialogar com Deus. Para ser o que ele foi, ele necessitou

aprimorar a sua vida. Deus é o referencial supremo da vida de Francisco. Para ser tudo aquilo que ele foi, um comunicador por excelência, o cantador, o arauto do Senhor, ele foi uma pessoa de Deus. A exemplo de Francisco, precisamos aprender a dialogar com o Senhor da história. Francisco se coloca diante do mistério de Deus e se pergunta: Senhor, que queres que eu faça? É uma pergunta que deveríamos fazer todos os dias”, aconselhou o assessor.

Fraternidade de comunicadores

Durante sua fala, Frei Fidêncio afirmou que os colaboradores, nas diversas entidades, são importantes pois são braço-direito no apoio aos frades. “Somos poucos frades, mas com vocês somos muitos”, afirmou. Para ele, os colaboradores formam a Fraternidade da Comunicação da Província, por isso é necessário atuar com ética e verdade, comunicando os verdadeiros valores do

Partilha e convivência

O encontro presencial da Frente de Evangelização da Comunicação é um momento de estudo, mas também de partilha de experiências e iniciativas. Durante o encontro, as diversas entidades puderam apresentar o trabalho realizado durante o ano. Destacou-se o quanto as iniciativas promovidas em parceria aumentaram ao longo dos anos, não só na produção de materiais, mas nos diversos trabalhos administrativos. Apesar do aumento, ainda há espaço para mais projetos em comum, otimizando recursos humanos e materiais. Para 2020, o grupo elegeu a Campanha da Fraternidade como um tema a ser trabalhado em conjunto por todas as entidades ligadas à Comunicação, além da continuidade dos encontros por videoconferência e um olhar mais cuidadoso com a Pastoral da Comunicação nas Paróquias, auxiliando na formação dos agentes de pastoral.

Érika Augusto

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CANARINHOS NO CONCERTO DE FINADOS

“Um sentimento humano de fé no descanso eterno”

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elo quarto ano consecutivo, o Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis (IMCP), em parceria com a Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, oferece ao público da Cidade Imperial e região o “Concerto Espiritual de Finados”. E no sábado (02/11), às 18h30, a Igreja do Sagrado ficou lotada mais uma vez para prestigiar os dois Corais dos

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Canarinhos e a Orquestra Filarmônica da cidade, que apresentaram um dos maiores clássicos da música: o réquiem do compositor francês Gabriel Fauré, versão em ré menor de 1893. O evento contou com a regência do maestro Marco Aurélio Lischt, além de solistas e músicos convidados. A leitura da Carta de São Bráulio de Saragoça, bispo do século VII,

deu logo de cara a tonalidade da noite contando com momentos de reflexão, oração e meditação. Lido por Frei José Ariovaldo da Silva, o texto retirado do Ofício dos fiéis defuntos apresenta a ideia de que Cristo ressuscitado é a esperança de todos os que creem. Segundo o diretor do IMCP, Frei Marcos Antônio de Andrade, este concerto faz parte da programação anual


EVANGELIZAÇÃO

do Instituto. Para ele, o evento superou as expectativas. Frei Marcos acredita que a importância de se realizar um Concerto Espiritual justamente no dia dos fiéis defuntos, faz parte de uma história de muitos anos. “Diariamente os frades participam deste momento difícil na vida das pessoas, fazendo as exéquias e rezando pelos falecidos. Então, realizar um concerto assim aqui em nossa Igreja e Convento, é oferecer para as pessoas aquilo que temos de melhor, que é estar próximos de Deus”, revelou o frade. João Gabriel Brusdzenschi, de 14 anos, participa do coral há quatro anos e foi um dos solistas da noite. Pare ele, foi muito bom e gratificante

ter cantado a obra de Fauré. Afirma com convicção que não foi difícil, mas sim desafiador. “Tive que ensaiar bastante em casa e com o coral. Já faço solo há algum tempo, mas faz toda diferença ser solista num evento como este, nem sei como explicar a sensação, eu fiquei muito nervoso”, disse aos risos. É a 1ª vez que Gabriel fez solo com acompanhamentos de uma orquestra. Manoela Carvalho de Barros tem 14 anos e participa do coral há cinco anos. Ela já cantou com a orquestra em outras apresentações tanto com os meninos como com as meninas do coro. Para ela, entoar o réquiem de Gabriel Fauré, foi emocionante e lindo. “É uma peça mais complicada para cantar por conta das nuances que as composições possuem. Por outro lado, atuar juntamente com a orquestra requer bastante atenção e empenho, mas no final deu tudo certo”. A canção que Manoela mais gostou de cantar é a “Libera me”, que quer dizer: “Livrai-me, Senhor”. O barítono Marcelo Coutinho participa do Concerto de Finados há alguns anos. No ano passado ele cantou o réquiem de Mozart e neste ano o de Gabriel Fauré. Segundo ele, são dois extremos e dois estilos. “O réquiem de Mozart está dentro do classicismo que possui uma forma própria e importante, onde a música fala por si só. É um pouco mais contido, e apresenta outra linha melódica, que é acompanhada por um trombone. Então, por si só já diz que é uma área mais séria, mais reta. Já o réquiem de Fauré é pura emoção e sentimento. Com uma melodia que remete à passagem da morte para outra dimensão.

Através de um lirismo de melodias muito bem feitas e de uma orquestração específica, a música de Fauré possui um som muito mais redondo e introspectivo. O réquiem de Mozart marca a força própria das melodias e o de Fauré retrata a introspecção. Mas, sem dúvidas, os dois são maravilhosos, são dois gênios”, explicou. Para ele, cantar com os Canarinhos, retrata a pureza. É algo angelical que ajuda a compor perfeitamente a proposta de Fauré. “Me sinto lisonjeado de ter participado”, destacou. Segundo o maestro Marco Aurélio

Lischt, reger um concerto sempre é um desafio, independentemente de ser com coro ou com orquestra. “Ao final de um trabalho como este, a gente se sente tão leve que vale a pena sempre enfrentar um desafio. Não importa qual seja, se tratando de música sempre é um desafio que tanto os meninos como as meninas gostam”, sublinhou. O maestro ressalta que a novidade deste evento foi trazer ao público vários instrumentos diferentes, como a arpa, por exemplo, além da orquestra. Segundo o músico, diferente do réquiem do ano passado, o deste ano é um vislumbre do paraíso. “Promete a passagem para uma vida melhor, como o próprio compositor descreve, DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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sendo uma obra que eleva o espírito e transcende para o eterno”, refletiu. Para ele, a importância da realização de um Concerto Espiritual de Finados no dia dos fiéis defuntos consiste na compreensão de que a vida não acaba com a morte. “Trazer a esperança e dizer para eles que a vida continua e nós estamos aqui para ajudar com a nossa música”, concluiu. Embora o concerto tenha sido gratuito, ao final das apresentações, o público presente pôde fazer contribuições que serão revertidas para a manutenção dos trabalhos do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis (IMCP). O próximo concerto dos Canarinhos será durante a abertura da exposição de presépios, no dia 06 de dezembro.

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Sobre a obra de Gabriel Fauré

Gabriel Fauré compôs seu réquiem no fim do século XVIII e foi uma de suas maiores obras. Formada por sete movimentos, a obra foi concebida para coro misto, solistas – soprano e barítono – orquestra e órgão. Segundo o próprio compositor, a obra seria dominada por um sentimento muito humano de fé no descanso eterno. O próprio compositor afirmou: “Dizem que meu Réquiem não expressa o medo da morte e alguns o chamaram canção de ninar da morte. Mas é assim que eu vejo a morte: uma alegre libertação, mais uma aspiração em direção à felicidade do que uma experiência dolorosa”. Para atingir seu intento, Fauré omitiu o segmento da Sequência,

que reporta à ira do Senhor e ao fogo do inferno e adicionou os textos Pie Jesu e In Paradisum, que, se não fazem parte do réquiem, têm como meta enfatizar a certeza do repouso eterno. Segundo Frei Marcos, a obra é descrita por muitos musicistas como uma canção de ninar da morte por conta de seu tom predominantemente suave. “Seu foco está no descanso eterno e consolo”. Disse Gabriel Fauré: “Toda minha compreensão de religião coloquei no meu réquiem que, além disso, é dominado do começo ao fim por um sentimento muito humano de fé no descanso eterno”.

Frei Augusto Luiz Gabriel


EVANGELIZAÇÃO

Bom Jesus promove debate inter-religioso para adolescentes Há 800 anos, Francisco de Assis realizou uma longa viagem ao Egito com um único objetivo: alcançar a paz entre cristãos e muçulmanos. Com esse gesto, Francisco inaugurou um novo período na História, marcado agora pelo diálogo e pelo respeito entre as Tradições Religiosas. Para celebrar os 800 anos de diálogo entre Francisco de Assis e o sultão Al-Malik, a área de Ensino Religioso do Colégio Bom Jesus realizou o evento “Mesa-Redonda de Ensino Religioso” em diferentes unidades de ensino da Instituição. A iniciativa abriu as portas para líderes religiosos do Islamismo, Judaísmo, Espiritismo, Umbanda, Hare Krishna, Candomblé, Budismo, Fé Baha’í, de Igrejas Evangélicas, dentre outras. Os líderes religiosos encontraram-se com alunos do 9.º ano do

Ensino Fundamental, que fizeram diversas perguntas sobre vida após a morte e outros assuntos pertinentes ao Universo Religioso. Foram momentos de profundo aprendizado, diálogo entre as Religiões e, principalmente, um exercício de paz, respeito e cidadania. De acordo com o coordenador do Ensino Religioso do Colégio Bom Jesus, Mario Renato Longen, a atividade teve início em 2008 na Unidade Centro do Colégio Bom Jesus, em Curitiba. “São vários anos ininterruptos de atividades que promovem momentos de diálogo, de aprendizagem e de convivência pacífica, em que contamos sempre com a presença e o apoio dos freis franciscanos. Todos os envolvidos na organização e na realização desses momentos inesquecíveis estão de parabéns!”, celebra.

Confira as Unidades que sediaram o evento, neste semestre, até o momento:

• Bom Jesus Externato - Pindamonhangaba - 05/09 • Bom Jesus São Vicente - Araucária - 12/09 • Bom Jesus Água Verde - Curitiba - 26/09 • Bom Jesus Internacional Alphaville - Colombo - 26/09 • Bom Jesus Nossa Senhora de Lourdes Curitiba - 01/10 • Bom Jesus Carlos Démia - Maringá - 09/10 • Bom Jesus Menino Jesus - Petrópolis 10/10 • Bom Jesus Centro - Curitiba - 11/10 • Bom Jesus Canarinhos - Petrópolis - 17/10 • Bom Jesus Vicente Pallotti - São Bernardo - 22/10 • Bom Jesus Divina Providência - Curitiba - 28/10

Juliano Zemuner DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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Conhecimento e inovação: Alunos Bom Jesus apresentam projetos de Iniciação Científica

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ais de 100 projetos foram apresentados na 5.ª edição da Feira de Iniciação Científica do Ensino Médio (Ficem) e na 1.ª edição da Feira de Iniciação Científica do Ensino Fundamental (Ficef). Durante os dias 31 de outubro e 1.º de novembro, estudantes de 30 Unidades do Bom Jesus, incluindo o Colégio Sesc São José, mostraram para o público o resultado de suas pesquisas científicas com ideias inovadoras e a resolução e auxílio a diversos problemas do dia a dia. “Iniciativas como essas possuem um grande potencial de crescimento a ser trabalhado, pois a cada ano temos mais alunos interessados e os trabalhos mostram-se cada vez mais densos e desenvolvidos. Acreditamos na inestimável relevância para a formação acadêmica e pessoal do aluno ao ser convidado para desenvolver pesquisas, pois há troca

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de experiências e conhecimentos e ampliam-se os espaços de aprendizagem”, comentam os professores responsáveis pelo evento Adalberto Scortegagna e Michely Tonett.

Reconhecimento

Todos os pesquisadores foram avaliados e tiveram seus trabalhos reconhecidos pela instituição de ensino superior FAE Centro Universitário e empresas parceiras do evento. A cerimônia de entrega das premiações abrangeu as categorias “Vida”, “Terra”, “Sociedade” e “Engenharias”.

Confira, a seguir, a lista dos projetos premiados Engenharia

DESTAQUE – Uma ideia sustentável de quatro patas - Ana Carolina Rocha e Gabriela Wenceslau – Aplicativo para correção postural -

Bruna Schmidt – Eficiência potencial automobilística de motores a combustão em relação à temperatura do ar - Guilherme Cordeiro – A mobilidade aérea e a tecnologia sustentável envolvidas no transporte de cargas por meio de drones autônomos - Giovana Voltolini 3.º LUGAR – Produção de garrafas térmicas autossuficientes para otimização do armazenamento de líquidos - Gabriela Krzesinski 2.º LUGAR – Construção de um protótipo de cadeiras de rodas para aumentar a mobilidade - Laura Bombardelli – Carregador aos esquecidos - Gabriel Goedert e Vicente Zawadzki 1.º LUGAR – Recup: uma alternativa aos copos


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plásticos com a utilização de amido - Elisa Santucci, Felipe Ávila e Bruna Andrade – Purificador peltier Túlio Bittencourt, Pedro Aguiar e Rafael Daher

Vida

Sociedade

DESTAQUE – Pressão psicológica no ambiente escolar - Gabriel Samoilenko – Pequenos estômagos salvando o planeta da catástrofe do meio ambiente - Júlia Cacera e Martina Vescovi – Lego para portadores de TEA: uma proposta para o desenvolvimento social para crianças de 4 a 10 anos - Giovani Baviloni – Análise sobre dados que inviabilizam a eficiência do reflorestamento do Cerrado - Ana Luisa Reis e Maria Luisa Damaceno 3.º LUGAR – Homologia científica - Vitor Faldão 2.º LUGAR – E-bin - Luis Felipe Wachholz, Milena Ellert e Nicole Goethel 1.º LUGAR – Mulheres cientistas e a sua (in)visibilidade em livros didáticos - Lahuama de Lima – Aplicativo sustentável “se livra” Fernanda Coelho, Isabela Fleury e Julia Lima

Terra

DESTAQUE – Embalagem biodegradável para alimentos - Júlia Pereira e Laura Fischer – Produção de polpa celulósica e papel a partir do sabugo de milho (Zea mays l.) - Carlos Safrany – Produção de biopesticida a partir dos tani-

nos presentes na casca do pinhão (Araucaria angustifolia) - João Veuldolin e Maísa Chuelong 3.º LUGAR – Glitter biodegradável - Shelly Klug – Detergente biodegradável à base de sabão caseiro e embalagem de bioplástico - Gabriel Nardelli, Vitória Chiaratti e Pedro Daguer 2.º LUGAR – Uso de infusão de lentilha no processo de aceleração da germinação de sementes - Amanda Hauagge 1.º LUGAR – Tecido a partir da fibra da casca da mexerica (Citrus reticulata) - Marianna Rabelo – Produção de bioplástico através do caroço de abacate (Persea americana) e casca de batata (Solanum tuberosum) - Dayane Romblesperger e Luiz Becker – Obtenção de etanol a partir de cascas de frutas - Camilla Silva, Emanuelle Koppe e Maria Paganini

DESTAQUE – A importância do uso de repelentes naturais para a prevenção das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti - Laura Paulsen, Luiza Martins e Mônica Kopp – Biossíntese do oxalato de cálcio nas plantas: a importância botânica dessa biomolécula Henrique Bianchini – Uma vida saudável: fármacos versus naturais - Larissa Barbosa – Levantamento de dados a respeito de consultas ginecológicas realizadas por alunas do Ensino Médio do município de São José dos Pinhais - Helena Dipp 3.º LUGAR – Canarinhos informa: parasitas na área! Uma análise em hortaliças comercializadas na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro, - Isabela de Silva – Formas mais alternativas e acessíveis de prevenção ao mosquito da dengue - Vitor Vieira 2.º LUGAR – Proposta de criação de um aplicativo para a detecção de câncer de pele utilizando Watson - Pedro Tricossi 1.º LUGAR – Goma de mascar: prevenção de seus prejuízos no meio ambiente por meio de sua reutilização e conscientizando a população em relação ao seu descarte - Alícia Miranda e Manuela Oliveira – Estado da arte: curativo alternativo utilizando compostos da flora da serra catarinense Emanuel Schumacher e Lucas Woehl

Juliano Zemuner DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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FAE: Criatividade, planejamento e empreendedorismo social

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esenvolver, a partir de calças jeans doadas, um produto de valor agregado, vendável e que pudesse contribuir com uma causa social. Esse foi o desafio que os alunos do curso de Administração receberam na disciplina Introdução de Marketing. Coordenadas pelos professores Alex Wolf e Edna Cicmanec, as três turmas envolvidas desenvolveram novos produtos e apresentaram suas ideias e todo o processo de criação,

concorrentes, produtos e divulgação. Para a estudante Lorena Pickert Striquer, a apresentação trouxe aprendizado e bagagem também para o currículo. “Todas as partes que envolviam o projeto foram muito boas para o meu desenvolvimento. Acredito que aprendemos mais fazendo projetos como esse do que em uma prova, por exemplo. A partir desse conteúdo, eu consegui criar um portfólio e agora apresento o meu

material para diversas empresas”.

O Projeto 146

A causa social escolhida para receber o suporte foi o “Projeto 146”, uma iniciativa do Troc, maior brechó on-line do Brasil, e da Badu Design, que busca produzir materiais de papelaria artesanal e bolsas com resíduo têxtil de indústrias. O 146 capacita mulheres de Curitiba e região metropolitana para reutilização de materiais a fim de evitar o desperdício.

Projeto sobre segurança pública

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studantes da FAE São José dos Pinhais desenvolvem projeto sobre redução da violência urbana que será entregue ao Governo Federal. Em agosto deste ano, o Governo Federal deu início a um projeto-piloto que visa acabar com a criminalidade. “Em Frente, Brasil”, como é chamado, é uma ação que escolheu cincos ci-

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dades com altos índices de violência, principalmente homicídios, de cada região do país para começar suas atividades. Equipes das Forças Armadas vão atuar juntamente com as forças locais em iniciativas de prevenção e medidas socioeducativas. Na região Sul, a cidade de São José dos Pinhais foi a selecionada para iniciar o projeto.


EVANGELIZAÇÃO

Em Imbariê, Dom Evaristo e Moema falam sobre o Sínodo para a Amazônia

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Paróquia Santa Clara de Assis, em Imbariê (RJ), foi presenteada com as presenças de Dom Evaristo Spengler, bispo da Prelazia do Marajó, e de Moema Miranda, antropóloga e franciscana secular, nesta semana (12/11), quando relataram suas experiências vividas nos 21 dias em que participaram do Sínodo para Amazônia. Ambos testemunharam fortemente a ação do Espírito Santo em todo o processo sinodal. Não há dúvida de que o Espírito Santo alcançou os sinodais em suas falas durante todo o Sínodo. Nas colocações de D. Evaristo e de Moema, chamou a atenção dos paroquianos de Imbariê cada detalhe sobre o Sínodo, durante as duas horas de palestra, como, por exemplo, um imenso pano levado com diversas bandeiras de cada povoado, nas quais havia os nomes de homens, mulheres e crianças dos povoados representados no Sínodo. Moema foi enfática ao falar da importância da presença das mulheres no Sínodo, que se fizeram presente como nunca em outros Sínodos. Frei Evaristo chamou a atenção para a sensibilidade e atenção do Papa Fran-

cisco quando as mulheres e os indígenas falavam. Foi emocionante, durante a palestra, quando Frei Evaristo relatou o testemunho da fala de uma indígena, chamada Yesica, que disse, em certo momento do Sínodo, que o Papa conhecia mais da Amazônia do que todos eles que estavam lá no Sínodo. A mesma jovem concluía sua fala, segundo o Frei, dizendo ao Papa: ‘Irmão Francisco, você não está sozinho. Nós estamos com você’. Yesica concluía, interpelando os bispos: ‘Bispos, peguem o remo; vamos remar juntos’. A partir desse momento, o Sínodo ganhou outra forma, segundo os palestrantes da noite. Foi-nos falado das principais propostas do documento final do Sínodo. Moema destacou um parágrafo do documento em que se fala de uma Igreja samaritana, discípula, acolhida e amada, anunciadora da ressurrei-

ção. Sejamos nós anunciadores da vida nova da mãe Terra, nossa Casa Comum. No final, foi aberto espaço a perguntas. Nossa Paróquia agradece profundamente a Dom Frei Evaristo e a Moema por tão grande presente a nós, da Paróquia Santa Clara de Assis.

Melry Coutinho DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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Papa encerra o Sínodo para a Amazônia 876

COMUNICAÇÕES – DEZEMBRO DE 2019


EVANGELIZAÇÃO

“Uma casa a ser guardada”

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Papa Francisco presidiu a missa de encerramento da Assembleia Especial do Sínodo para a Amazônia, no domingo, 27 de outubro, na Basílica de São Pedro. Segundo o Papa, neste Sínodo, teve-se a graça de escutar as vozes dos pobres e refletir sobre a precariedade das suas vidas, ameaçadas por modelos de progresso predatórios. “E, no entanto, precisamente nesta situação, muitos nos testemunharam que é possível olhar a realidade de modo diferente, acolhendo-a de mãos abertas como uma dádiva, habitando na criação, não

como meio a ser explorado, mas como casa a ser guardada, confiando em Deus. Ele é Pai e – diz ainda Ben Sirá – «ouvirá a oração do oprimido» (35, 13). E quantas vezes, mesmo na Igreja, as vozes dos pobres não são escutadas, acabando talvez vilipendiadas ou silenciadas porque incômodas. Rezemos pedindo a graça de saber escutar o clamor dos pobres: é o clamor de esperança da Igreja. O clamor dos pobres é o clamor de esperança da Igreja. Assumindo nós o seu clamor, também a nossa oração – temos a certeza – atravessará as nuvens”, disse. A Primeira Leitura, do Livro do

Eclesiástico, nos recordou o ponto de partida desse caminho: a oração do pobre que «atravessa as nuvens», pois «Deus escuta a oração do oprimido». O grito dos pobres, junto ao grito da terra, veio da Amazônia. Depois dessas três semanas não podemos fazer de conta de não tê-lo ouvido. As vozes dos pobres e a de tantos outros dentro e fora da Assembleia sinodal, pastores, jovens e cientistas nos impelem a não permanecermos indiferentes. Ouvimos muitas vezes a frase “depois é tarde demais”: esta frase não pode permanecer um slogan.” “O que foi o Sínodo?” Perguntou DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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o Papa. “Foi, como diz a palavra, um caminhar juntos, revigorados pela coragem e pelo consolo que vem do Senhor. Caminhamos, olhando-nos nos olhos e ouvindo-nos, com sinceridade, sem esconder as dificuldades, experimentando a beleza de caminhar unidos, para servir.” Francisco sublinhou que “na segunda leitura deste domingo, o apóstolo Paulo nos incentiva a isso: num momento dramático para ele, pois sabe que está para ser oferecido em sacrifício, ou seja, justiçado, e que chegou o momento de deixar esta vida, escreve naquele momento: «O Senhor esteve a meu lado e me deu forças. Ele fez com que o Evangelho fosse anunciado por mim integralmente e ouvido por todas as nações». Eis o último desejo de Paulo: não algo para si ou para alguns dos seus, mas para o Evangelho, para que seja anunciado a todos os povos. Isso vem antes de tudo e conta acima de tudo. Cada um de nós já se perguntou muitas vezes o que fazer de bom para a própria vida. Hoje é o momento. Perguntemo-nos: “O que eu posso fazer de bom pelo Evangelho?” “No Sínodo, nos fizemos essa pergunta com o desejo de abrir novas estradas ao anúncio do Evangelho. Anuncia-se somente o que se vive. Para viver de Jesus, para viver do Evangelho, é preciso sair de si mesmo.” “Sentimo-nos, então, impelidos a decolar”, frisou o Papa, “a deixar as costas confortáveis de nossos por-

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O pecado ecológico

tos seguros para penetrar nas águas profundas: não nas águas pantanosas das ideologias, mas no mar aberto, onde o Espírito nos convida a lançar as redes”. Francisco convidou a invocar a Virgem Maria, para o caminho que virá, “venerada e amada como Rainha da Amazônia”. Maria adquiriu esse título não como conquistadora, “mas inculturando-se. Com a coragem humilde de mãe, tornou-se a protetora de seus filhos, a defesa dos oprimidos. Sempre indo à cultura dos povos: não há uma cultura padrão, não há uma cultura pura que purifique os outros. Existe o Evangelho, puro, que se incultura. A ela, que cuidou de Jesus na casa pobre de Nazaré, confiamos os filhos mais pobres de nossa Casa comum”.

Segundo o cardeal Michael Czerny, um dos autores do documento, “as queimadas na Amazônia fizeram muita gente perceber que as coisas precisam mudar” na região. Por isso, “a palavra conversão é forte para falarmos de mudanças necessárias”. Todo o texto é delineado com essa palavra, em quatro eixos que apresentam “novos caminhos” para a Amazônia: pastoral, cultural, ecológico e sinodal. O texto final do Sínodo propõe a seguinte definição para o “pecado ecológico”: “uma ação ou omissão contra Deus, contra o próximo, a comunidade e o ambiente”. Diz, ainda, que se trata de um “pecado contra as futuras gerações”. A forma de praticar esse pecado seria a contaminação e a destruição do meio ambiente. Nesse sentido, os participantes do Sínodo pedem a criação de “ministérios especiais” para o cuidado do meio ambiente na Igreja. Seriam pessoas da Igreja com funções como a de cuidar do território e da água numa determinada região, além de promover a formação ecológica dos outros. “A crise ecológica é tão profunda que se não mudarmos, não vamos conseguir sobreviver”, comentou o cardeal Czerny, na apresentação do documento. “A Amazônia, se as coisas não mudarem, será um lugar amaldiçoado. As pessoas vão vir, levar tudo o que tem valor, e deixar só destruição. Vamos olhar para a Amazônia e não deixá-la se tornar uma maldição”, afirmou o arcebispo canadense.


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Pontos mais importantes do documento final: O conceito de “pecado ecológico” como uma “ação ou omissão contra Deus, contra o próximo, a comunidade e o ambiente” e o chamado à conversão e ao cuidado da “casa comum”, isto é, o planeta Terra.

O texto faz fortes denúncias dos crimes contra os direitos humanos na Amazônia, dizendo que há “impunidade na região com relação a violações” desses direitos e “obstáculos para obter justiça”.

Para isso, é preciso promover uma “ecologia integral como único caminho possível”. A ideia é não separar as questões ecológicas dos problemas sociais.

Proposta de ordenação de homens casados nas zonas remotas da Amazônia para suprir a falta de padres. O texto diz que algumas regiões passam meses e anos sem a missa. Embora continuem “apreciando o celibato como dom de Deus”, os bispos do Sínodo propõem “ordenar homens idôneos e reconhecidos da comunidade” que já sejam diáconos permanentes, mesmo que tenham uma família.

Proposta de criação de um observatório da Igreja para denunciar problemas ambientais e sociais, promovendo a “defesa da vida” e “defendendo os direitos dos mais vulneráveis”. Pedido de maior mobilização da comunidade internacional para destinar recursos econômicos para a proteção da floresta e para a promoção de “um modelo de desenvolvimento justo e solidário” na Amazônia.

Há menção sobre o reconhecimento do “papel fundamental das mulheres” nas comunidades da Amazônia e um pedido para que líderes da região possam participar da discussão sobre a implantação do diaconato feminino.

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PACTO DAS CATACUMBAS PELA CASA COMUM

Por uma Igreja com rosto amazônico, pobre e servidora, profética e samaritana

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as catacumbas de Santa Domitila, mesmo local que mudou os rumos da Igreja Católica há 54 anos, foi assinado no domingo (20 de outubro), o “Pacto das catacumbas pela Casa Comum: por uma Igreja com rosto amazônico, pobre, servidora e samaritana”. Cerca de 200 pessoas, entre padres sinodais, membros da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), lideranças indígenas e outros agentes de pastoral se comprometeram com os ideais propostos pelo Sínodo para a Amazônia. O ato foi celebrado no mesmo local que marcou a história da Igreja latino-americana na década de 60 e foi considerado um dos antecedentes da Teologia da Libertação. Após a celebração, os participantes assinaram

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o documento em memória ao documento de 1965, quando 42 bispos renunciaram, em ato público, aos bens materiais, privilégios de poder e assumiram uma opção preferencial pelos pobres. O texto de 1965, elaborado durante o Concílio Vaticano II, teve como um dos principais redatores o brasileiro Dom Helder Câmara e contou, nas semanas seguintes, com a assinatura de cerca de 500 prelados. Entre vários brasileiros que participaram da celebração do domingo, presidida pelo Cardeal Dom Claudio Hummes, estavam os bispos franciscanos Dom Evaristo Spengler, da Prelazia do Marajó (PA); Dom Bernardo Johannes Bahlmann, bispo da Diocese de Óbidos (PA); Dom Erwin

Kräutler, bispo emérito da Prelazia do Xingu (PA). Dom Cláudio vestiu a estola de Dom Hélder Câmara, fazendo memória do primeiro encontro. Segundo Dom Cláudio, a Igreja sempre está se reformando através dos tempos. Ao celebrar nas Catacumbas de Domitila, os padres sinodais buscaram inspiração na fé dos primeiros cristãos. “Deus escuta nossas orações. Será que Deus fará os povos indígenas esperarem? Deus não os fará esperar. Deus faz justiça bem depressa. Deus lhes fará justiça bem depressa”, disse o cardeal durante o sermão. Um ponto importante durante a celebração foi a leitura do “Pacto das Catacumbas pela Casa Comum”. Este documento faz uma defesa do cuidado


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da natureza e seus povos originários frente à prepotência de latifundiários e governos opressores, e reivindica o diaconato feminino: “Reconhecer os serviços e a real diaconia do grande número de mulheres que hoje dirigem comunidades na Amazônia e procurar consolidá-los com um ministério adequado de mulheres dirigentes de comunidade”. Em outro ponto no item 9, os bispos se comprometem a criar “uma Igreja

com rosto amazônico” que tenha bastante representatividade. Depois da celebração, todos os presentes assinaram o documento que deverá ganhar a adesão de

mais padres sinodais. Nas Catacumbas de Domitila, os túmulos dos mártires Nereu e Aquileu estão sob o altar da Basílica, ao lado da tumba de Santa Petrolinia. As galerias possuem 17 quilômetros de extensão, quatro andares e cerca de 150 sepulturas escavadas nas paredes dos corredores. Toda essa área foi doada pela nobre Flávia Domitila, neta do imperador Vespasiano.

ÍNTEGRA DO DOCUMENTO Por uma Igreja com rosto amazônico, pobre e servidora, profética e samaritana Nós, participantes do Sínodo Pan-amazônico, partilhamos a alegria de habitar em meio a numerosos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, migrantes, comunidades na periferia das cidades desse imenso território do Planeta. Com eles temos experimentado a força do Evangelho que atua nos pequenos. O encontro com esses povos nos interpela e nos convida a uma vida mais simples, de partilha e gratuidade. Marcados pela escuta dos seus clamores e lágrimas, acolhemos de coração as palavras do Papa Francisco: “Muitos irmãos e irmãs na Amazônia carregam cruzes pesadas e aguardam pela consolação libertadora do Evangelho, pela carícia de amor da Igreja. Por eles, com eles, caminhemos juntos”. Evocamos com gratidão aqueles bispos que, nas Catacumbas de Santa Domitila, ao término do Concílio Vaticano II, firmaram o Pacto por uma Igreja servidora e pobre. Recordamos com veneração todos os mártires membros das comunidades eclesiais de base, de pastorais e movimentos

populares; lideranças indígenas, missionárias e missionários, leigas e leigos, padres e bispos, que derramaram seu sangue, por causa desta opção pelos pobres, por defender a vida e lutar pela salvaguarda da nossa Casa Comum. À gratidão por seu heroísmo unimos nossa decisão de continuar sua luta com firmeza e coragem. É um sentimento de urgência que se impõe ante as agressões que hoje devastam o território amazônico, ameaçado pela violência de um sistema econômico predatório e consumista. Diante da Trindade Santa, de nossas Igrejas particulares, das Igrejas da América Latina e do Caribe e daquelas que nos são solidárias na África, Ásia, Oceania, Europa e no norte do continente americano, aos pés dos apóstolos Pedro e Paulo e da multidão dos mártires de Roma, da América Latina e em especial da nossa Amazônia, em profunda comunhão com o sucessor de Pedro, invocamos o Espírito Santo, e nos comprometemos pessoal e comunitariamente com o que se segue:

1. Assumir, diante da extrema ame-

aça do aquecimento global e da exaustão dos recursos naturais, o compromisso de defender em nossos territórios e com nossas atitudes a floresta amazônica em pé. Dela vêm as dádivas das águas para grande parte do território sul-americano, a contribuição para o ciclo do carbono e regulação do clima global, uma incalculável biodiversidade e rica socio diversidade para a humanidade e a Terra inteira. Reconhecer que não somos donos 2. da mãe terra, mas seus filhos e filhas, formados do pó da terra (Gn 2, 7-8), hóspedes e peregrinos (1 Pd 1, 17b e 1 Pd 2, 11), chamados a ser seus zelosos cuidadores e cuidadoras (Gn 1, 26). Para tanto, comprometemo-nos com uma ecologia integral, na qual tudo está interligado, o gênero humano e toda a criação porque a totalidade dos seres são as filhas e filhos da terra e sobre eles paira o Espírito de Deus (Gn 1, 2). DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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Acolher e renovar a cada dia a 3.

aliança de Deus com todo o criado: “De minha parte, vou estabelecer minha aliança convosco e com vossa descendência, com todos os seres vivos que estão convosco, aves, animais domésticos e selvagens, enfim, com todos os animais da terra que convosco saíram da arca (Gn 9, 9-10 e Gn 9, 12-17). 4. Renovar em nossas igrejas a opção preferencial pelos pobres, em especial pelos povos originários, e, junto com eles, garantir o direito de serem protagonistas na sociedade e na Igreja. Ajudá-los a preservar suas terras, culturas, línguas, histórias, identidades e espiritualidades. Crescer na consciência de que estas devem ser respeitadas local e globalmente e, consequentemente, favorecer, por todos os meios, ao nosso alcance, que sejam acolhidas em pé de igualdade no concerto mundial dos demais povos e culturas. 5. Abandonar, como decorrência, em nossas paróquias, dioceses e

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grupos toda espécie de mentalidade e postura colonialista, acolhendo e valorizando a diversidade cultural, étnica e linguística num diálogo respeitoso com todas as tradições espirituais. 6. Denunciar todas as formas de violência e agressão à autonomia e direitos dos povos originários, à sua identidade, aos seus territórios e às suas formas de vida. 7. Anunciar a novidade libertadora do Evangelho de Jesus Cristo, na acolhida ao outro e ao diferente, como sucedeu com Pedro na casa de Cornélio: “Vós bem sabeis que a um judeu é proibido relacionar-se com um estrangeiro ou entrar em sua casa. Ora, Deus me mostrou que não se deve dizer que algum homem é profano ou impuro” (At 10, 28). Caminhar ecumenicamente com 8. outras comunidades cristãs no anúncio inculturado e libertador do Evangelho, e com as outras religiões e pessoas de boa vontade, na solidariedade com os povos

originários, com os pobres e pequenos, na defesa dos seus direitos e na preservação da Casa Comum. 9. Instaurar em nossas Igrejas particulares um estilo de vida sinodal, onde representantes dos povos originários, missionários e missionárias, leigos e leigas, em razão do seu batismo, e em comunhão com seus pastores, tenham voz e voto nas assembleias diocesanas, nos conselhos pastorais e paroquiais, enfim em tudo que lhes compete no governo das comunidades. Empenhar-nos no urgente re10. conhecimento dos ministérios eclesiais já existentes nas comunidades, exercidos por agentes de pastoral, catequistas indígenas, ministras e ministros da Palavra, valorizando em especial seu cuidado em relação aos mais vulneráveis e excluídos. 11. Tornar efetiva nas comunidades a nós confiadas a passagem de uma pastoral de visita a uma pastoral


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de presença, assegurando que o direito à Mesa da Palavra e à Mesa de Eucaristia se torne efetivo em todas as comunidades. Reconhecer os serviços e a real 12. diaconia do grande número de mulheres que hoje dirigem comunidades na Amazônia e procurar consolidá-los com um ministério adequado de mulheres dirigentes de comunidade. 13. Buscar novos caminhos de ação pastoral nas cidades onde atuamos, com protagonismo de leigos e jovens, com atenção às suas periferias e aos migrantes, aos trabalhadores e aos desempregados, aos estudantes, educadores, pesquisadores e ao mundo da cultura e da comunicação. Assumir, diante da avalanche do 14. consumismo, um estilo de vida alegremente sóbrio, simples e solidário com os que pouco ou nada têm; reduzir a produção de lixo e o uso de plásticos, favorecer a produção e comercialização de produtos agroecológicos, utilizar sempre que possível o transporte público. 15. Colocar-nos ao lado dos que são

perseguidos pelo profético serviço de denúncia e reparação de injustiças, de defesa da terra e dos direitos dos pequenos, de acolhida e apoio a migrantes e refugiados. Cultivar amizades verdadeiras com os pobres, visitar as pessoas mais simples e os enfermos, exercitando o ministério da escuta, da consolação e do apoio que trazem alento e renovam a esperança. Conscientes de nossas fragilidades, de nossa pobreza e pequenez diante de tão grandes e graves desafios, confiamo-nos à oração da Igreja. Que sobretudo nossas Comunidades Eclesiais nos socorram com sua intercessão, afeto no Senhor e, sempre que necessário, com a caridade da correção fraterna. Acolhemos de coração aberto o convite do Cardeal Hummes para nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo nestes dias do Sínodo e no retorno às nossas igrejas: “Deixem-se envolver no manto da Mãe de Deus e Rainha da Amazônia. Não deixemos que nos vença a autorreferencialidade, mas sim a misericórdia diante do grito dos pobres e da terra. Será necessária muita

oração, meditação e discernimento, além de uma prática concreta de comunhão eclesial e espírito sinodal. Este sínodo é como uma mesa que Deus preparou para os seus pobres e nos pede a nós que sejamos aqueles que servem à mesa”. Celebramos esta Eucaristia do Pacto como “um ato de amor cósmico. Sim, cósmico! Porque mesmo quando tem lugar no pequeno altar duma igreja de aldeia, a Eucaristia é sempre celebrada, de certo modo, sobre o altar do mundo”. A Eucaristia une o céu e a terra, abraça e penetra toda a criação. O mundo saído das mãos de Deus volta a Ele em feliz e plena adoração: no Pão Eucarístico “a criação propende para a divinização, para as santas núpcias, para a unificação com o próprio Criador”. “Por isso, a Eucaristia é também fonte de luz e motivação para as nossas preocupações pelo meio ambiente, e leva-nos a ser guardiões da criação inteira”. Catacumbas de Santa Domitila Roma, 20 de outubro de 2019

Frei Gilberto da Silva

Graduação em Ecologia Integral: Gregoriana sedia iniciativa comum de universidades e faculdades pontifícias de Roma Trata-se de uma iniciativa que, pela primeira vez, reúne todas as universidades e faculdades pontifícias de Roma, com o objetivo de promover e divulgar a mensagem da encíclica Laudato Si’, educando para iniciar iniciativas virtuosas. Essa inédita “Aliança pela Casa Comum” representa algo único no panorama universitário pontifício que, no entanto, à luz da constituição apostólica Veritatis Gaudium, quer se propor como modelo para mais

colaborações, como o recente Joint Diploma sobre o pensamento de São Tomás de Aquino. “A Laudato Si’ – disse o cardeal Pedro Ricardo Jimeno Barreto, arcebispo de Huancayo e vice-presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) – nos ajuda a olhar a natureza com os olhos de Deus, para chegar a uma sinodalidade. Tudo está interligado, e todos devemos contribuir para melhorar este mundo, cada um com a sua própria contribuição.”

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XXX EVANGELIZAÇÃO

SIMPÓSIO SOBRE O SÍNODO PARA A AMAZÔNIA No Instituto Teológico Franciscano (ITF), de 11 a 14 de novembro | 1º DIA |

Estar do lado dos índios e dos pobres é estar em comunhão com a Igreja

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efender a Amazônia e a vida dos povos originários, trabalhar pela demarcação das terras, pelo cuidado com a Floresta e com as populações que vivem naquele solo é a posição oficial da Igreja. Neste aspecto, não há escolha: ou se caminha com a Igreja ou se rompe a comunhão com ela”. Para Dom Evaristo Spengler, fra-

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de franciscano e bispo da Prelazia do Marajó, no Estado do Pará, o Sínodo para a Amazônia, cuja assembleia se concluiu no último dia 27 de outubro, em Roma, vem deixar claro que, diante dos desafios e das muitas disputas que têm atingido o território amazônico nos últimos tempos, a Igreja possui um posicionamento claro e incisivo em favor dos mais frágeis. “Estar

do lado dos índios e dos pobres é estar em comunhão com a Igreja”, frisou. Dom Evaristo foi o conferencista que abriu o Simpósio sobre o Sínodo para a Amazônia, promovido pelo Instituto Teológico Franciscano, em Petrópolis, RJ, iniciado na segunda-feira, dia 11 de novembro. No início da exposição, o bispo aproveitou para agradecer ao Institu-


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to pelo convite e destacou o fato de o ITF ter tido importância fundamental em sua formação pessoal, cristã e ministerial. “Na qualidade de ex-aluno, reconheço que o ITF deu uma contribuição fundamental para que eu fosse quem hoje sou”, disse, em tom de gratidão. Na introdução de sua fala, que teve como tema “As disputas territoriais na Amazônia”, Dom Evaristo assinalou que o conceito de território diz respeito ao lugar onde a pessoa constrói sua vida, suas relações e sua história, e por isso trata-se de algo importante e até sagrado na vida do ser humano. Destacou ainda que, na Amazônia, são diversos os povos originários (indígenas), além de camponeses, quilombolas e ribeirinhos, que aprenderam a viver uma relação de reciprocidade e cumplicidade com a floresta, a que se convencionou chamar de “florestania”, em referência ao termo cidadania. “A relação com a floresta se transforma

de acordo com a experiência que se faz em relação a ela, sendo diferente para quem faz um rápido sobrevoo, para quem navega pelas águas dos rios e para quem vive no local. Necessariamente estas pessoas terão uma lógica diferente ao compreender a importância da preservação do local”, explicou. Em seguida, apresentou alguns dados que dão conta da dimensão continental do território, recordando que a Amazônia possui 3300 km de extensão Leste-Oeste e 2000 Km de Norte a Sul, com área que se espalha

sobre nove dos treze países da América do Sul. Também recordou que o Amazonas, principal Rio da Bacia Amazônia, é o maior do mundo em volume de água e também em extensão. Fazendo referência a uma descrição realizada pelo escritor e ativista Roberto Malvezzi, conhecido como “Gogó”, Dom Evaristo listou “cinco dádivas da Amazônia”, reforçando a importância deste bioma para a manutenção e o equilíbrio da vida no planeta. São elas: o ciclo das águas, que destaca o deslocamento de um verdadeiro “rio aéreo” proveniente da evaporação promovida pelas árvores e que é trazido pelos ventos, proporcionando chuvas e umidade para as regiões Sul e Sudeste; a retenção de milhões de toneladas de carbono; a regulação do clima; a riqueza da biodiversidade animal e vegetal e a cultura e a vida dos povos originários. “A Amazônia já foi considerada o ‘pulmão do mundo’. Hoje, a ciência DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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já deu um passo além, e a define como ‘coração biológico do mundo’, referindo-se ao dinamismo, à diversidade e à exuberância da vida que pulsa neste território”, explicou. O bispo ainda ressaltou a clareza que existe em se identificar, no território amazônico, a disputa entre dois modelos de desenvolvimento: o predatório e o socioambiental. O primeiro, das grandes corporações e do poder financeiro, parte do pressuposto da exploração exaustiva dos recursos da região em vista do lucro. Baseia-se na mineração, na pecuária, na monocultura, na extra-

há dúvidas de que a Igreja apoia, defende e promove o modelo socioambiental.

ção de madeira e em outras atividades que trazem consigo um rastro de destruição e morte da floresta, do meio ambiente e de diversos mártires que já tombaram na defesa da Amazônia. O segundo, que pressupõe uma convivência harmoniosa com a “floresta em pé”, beneficia os programas de origem comunitária e local, que buscam promover os povos originários e promover um desenvolvimento compatível com a preservação do bioma. Entre estes dois modelos, segundo o bispo, não

a preservação do meio ambiente sejam temas pertinentes à missão da Igreja. “Todas as questões trazem consigo uma ameaça global e, portanto, faz parte da “catolicidade” da Igreja ocupar-se desta preocupação comum, tendo em vista que ‘católico’ significa universal”, lembrou. A Professora Moema Miranda, que também faz parte da Ordem Franciscana Secular, destacou a importância de uma reflexão atenta sobre o que significa “evangelizar” no contexto da questão amazônica. Segundo ela, faz-

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A EVANGELIZAÇÃO E A MISSÃO DA IGREJA NA AMAZÔNIA

Logo após a exposição, houve momento para partilhas e perguntas, conduzido pelos professores Breno Herrera da Silva (doutor em Ecologia Social) e Moema Miranda (Mestra em Antropologia e participante do Sínodo). Para o Professor Breno, embora haja ainda certo questionamento entre alguns grupos, não há dúvida de que o cuidado com a Casa Comum e

-se necessário um espírito sincero de conversão, também pastoral, a fim de que se possam encontrar as respostas oportunas aos muitos desafios que se apresentam à Igreja na região. “Ao trabalhar pela defesa da vida na Amazônia, a Igreja está trabalhando pela defesa da vida do planeta e de toda a humanidade”, garantiu a professora. Recordando uma preocupação recorrente durante o Sínodo e que também foi mencionada pelo Papa Francisco, Dom Evaristo destacou que, um dos grandes desafios eclesiais na Amazônia é converter-se de uma pastoral de visitas para uma pastoral de presença.

“O primeiro modo, de visitar e oferecer esporadicamente os sacramentos às comunidades, é o que tem sido adotado atualmente. Importante seria pensarmos em modalidades que garantissem uma frequência mais efetiva e cotidiana da Igreja junto às comunidades”, frisou. À noite, às 19h30, houve a Noite Cultural com o Coral dos Canarinhos de Petrópolis e também uma exposição da Professora Moema Miranda.

Frei Gustavo Medella


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| 2º DIA |

Dom Johannes pede conversão baseada na sinodalidade

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omo franciscanos, talvez esse seja o maior desafio: novos caminhos de conversão pastoral. Devemos traçar novos caminhos de evangelização, mas que devem ser construídos a partir de um diálogo”. Foi o que disse o bispo franciscano Dom Bernardo Johannes Bahmann, da Diocese de Óbidos, no Pará, no segundo dia do Simpósio sobre o Sínodo para a Amazônia no Instituto Teológico Franciscano (ITF), de Petrópolis (RJ), na terça-feira, 12 de novembro. Logo no início da manhã, Frei Fábio César Gomes, professor de Teologia Espiritual do ITF, apresentou o palestrante dizendo que o religioso sempre se caracterizou com um homem do “sorriso largo”. Dom Bernardo é de nacionalidade alemã, mas está radicado no Brasil desde 1983. Sua formação religiosa se deu no caminho formativo da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, porém, em 2009 foi nomeado Bispo da Diocese de Óbidos pelo Papa Bento XVI, assumindo uma missão que vai ao encontro de todos os aspectos do Sínodo Pan-Amazônico. Frei Johannes, como é conhecido entre os frades, falou de quatro dimensões, apresentadas pelo Papa Francisco no início do Sínodo: pastoral, social, cultural e ecológica. Segundo ele, são nestes aspectos que se encontram os principais “desafios da Evangelização da Amazônia”, temática proposta pelo evento.

DESAFIOS PARA A EVANGELIZAÇÃO NA AMAZÔNIA

No início da explanação, o bispo fez memória dos momentos celebra-

tivos na Basílica de São Pedro em Roma. Para ele, a invocação do Espírito Santo não é uma brincadeira. “Precisamos nos dar conta de que o Espírito Santo é um ato de fé. Ele age em quem o invoca. E eu acredito que de fato o Espírito soprou neste Sínodo, da mesma forma que soprou no Vaticano II”, disse esperançoso. “A mesma coisa é em relação à Amazônia. Antes de tudo, precisamos compreender o que é a Amazônia. Também precisamos escutar e entender sem julgar e sem preconceitos. Ser livre diante da Amazônia. Nós temos muitas vozes, seja na Igreja, fora dela como também na humanidade. Muita gente fala sobre a Amazônia, mas muitas vezes falam de uma Amazônia que não conhecem”, ressalvou. Para ele, a infraestrutura básica, em quase todas as cidades da Amazônia nasceu por conta do esforço da Igreja Católica. “Por isso, é muito difícil entender hoje quando afirmam por aí que estamos questionando a soberania do Brasil. Nós lutamos pelos direitos de todos e também pelo direito da própria natureza, da ecologia e de toda criação. Em momento nenhum nós questionamos a soberania. Por isso, precisamos entender muito bem quando falamos de inculturação”, explicou. Dom Bernardo ressaltou outro

desafio muito grande que é o da comunicação. Segundo ele, são produzidas muitas verdades, mas também muitas mentiras. “Nós precisamos saber distinguir. Se faz julgamento do que é errado a partir do que é certo e vice-versa. Falam-se coisas que simplesmente não são verdades”, lamentou. “De Roma pude perceber dois Sínodos: um que foi verdadeiro e que estava acontecendo com os padres sinodais e os 300 participantes, e outro que foi o Sínodo na mídia”, disse Dom Bernardo, referindo-se aos exageros e fake news que a imprensa produziu. “Nós não tivemos pretensões de convencer o mundo inteiro com nossas propostas. Nós queremos resolver as coisas de nossa casa. O que atinge a todos será, sim, partilhado com o mundo todo, mas antes precisamos focar, olhar, escutar e ter consciência do que se trata de fato”, enfatizou. Dom Bernardo explicou ainda que o Sínodo não surgiu de uma hora para DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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outra. “É um caminho que nós estamos traçando há longa data”, revelou o franciscano, fazendo menção a um encontro dos Bispos da Amazônia brasileira, ocorrido em 1972, em Santarém, onde eles já conversavam sobre a situação. “E uma das coisas que surgiu desse encontro foram as Comunidades Eclesiais de Base (CEBS) por conta das preocupações dos bispos. Depois, a própria CNBB instituiu uma Comissão para a Amazônia e a REPAM. Foi um crescer, uma caminhada que nós fizemos todos juntos”, detalhou. Segundo ele, o Papa Francisco começou a falar de Sínodo já faz um tempo. Relatou que em 2016 esteve em Roma e aproveitou para levar uma carta ao Pontífice. Nela, relatou várias questões, como o desmatamento que ocorre na região, que naquele ano era mais forte do que é hoje. “Então, contei muitas situações ao Papa e ele me disse: ‘Olha, estou pensando em convocar um Sínodo, fala com o Cardeal Hummes’. Ou seja, o Papa Francisco já estava trabalhando um possível Sínodo faz tempo”, salientou. “A questão é como que nós poderemos hoje evangelizar de modo adequado e inculturado”, emendou.

TUDO ESTÁ INTERLIGADO

Para Dom Bernardo, o que interliga é a água, os ecossistemas, as culturas e desenvolvimentos de território. “Temos muitos povos diferentes, mas todos estão interligados. Nós temos várias culturas na Amazônia, mas todas estão interligadas”, explicou. Contou ainda que durante o Sínodo foram ressaltados aspectos da cultura do bem viver, sobretudo a for-

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a Amazônia só depois que ela morreu. Ele me disse assim: ‘A catedral da Dorothy era a Amazônia’. Isso que nós devemos entender quando falamos da dimensão mística e espiritual. Quando falamos de Igreja não é só de pedra, a nossa Catedral é a floresta, é a Amazônia, com tudo que nela existe”, ensinou.

O CRISTO APONTA PARA A AMAZÔNIA

ma de vida dos povos indígenas, que vivem em harmonia entre eles, com os outros, com a natureza e com Deus. “Como vamos viver isso em nossa sociedade atual?”, questionou. Para o bispo, se faz necessário traçar novos caminhos de evangelização que devem ser construídos a partir de um diálogo com conhecimento. “Gostaria de lembrar os missionários e missionárias, mas também os mártires. No Sínodo, encontramos o irmão da Irmã Dorothy, e ele disse que estava muito orgulhoso dela e que conheceu

Segundo Dom Johannes, a conversão ecológica deve ser uma espiritualidade mística no estilo de São Francisco de Assis. “O franciscanismo é mais atual do que nós imaginamos hoje. Francisco e Clara estão anos à nossa frente e precisamos resgatar isso. Uma conversão que seja baseada na sinodalidade. No entanto, a única conversão é sempre ao Evangelho vivo que é Jesus Cristo. Todas as coisas fazem parte da evangelização, do anúncio, do testemunho, da caridade. É interessante que não foi somente o Papa Francisco a falar da Amazônia. Paulo VI já falava: “O Cristo aponta para a Amazônia”. O cristão é um itinerante, assim define o Papa Francisco. Como franciscanos talvez esse seja o maior desafio: novos caminhos de conversão pastoral. “Muitas vezes falamos que o carisma de São Francisco é a pobreza, mas talvez poderíamos acrescentar a itinerância. Ser uma Igreja itinerante, em saída, uma Igreja que realmente se coloca como servidora, querigmática, educadora, samaritana, inculturada, misericordiosa e solidária”, sublinhou o bispo. Em relação aos jovens, o palestrante manifestou sua preocupação, perguntando: “Cadê os jovens? Onde eles


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estão hoje? Qual é de fato o futuro de nossos jovens? É suficiente o que estamos fazendo hoje? Para nós, em nossa Diocese, não foi suficiente. Talvez nós falamos muito pouco sobre os jovens”, revelou o franciscano. Outra questão abordada foram os novos caminhos de conversão cultural. Segundo o bispo, missionário deve ser aquele que vai para aprender, aquele que tem uma visão integradora da realidade e compreende as múltiplas conexões existentes entre tudo o que foi criado. “Essa é uma questão de suma importância, de reciprocidade, de solidariedade, de sentido de comunidade, de igualdade, de serviço. Nós vamos para buscar uma unidade e a visão do bem viver”, disse, lembrando que o mundo atu-

al apresenta muitas fragmentações. Frei Johannes fez memória ainda do relato da criação do Gênesis e alertou que faz parte da evangelização cuidar da Casa Comum. “Precisamos hoje apoiar projetos que proponham uma economia solidária, sustentável, circular e ecológica. Precisamos realmente ver o que acontece para reverter essa situação”, destacou. Ele fez referência ao movimento da ativista ambiental de apenas 16 anos, Greta Thunberg. “Para podermos caminhar juntos precisamos da experiência sinodal, fortalecendo sobretudo a cultura do diálogo: nós precisamos conversar! A nossa experiência no Sínodo foi de realmente escutar o que o outro pensa e superar sobretudo o clericalismo e as posições arbitrárias que temos hoje

na Igreja. Ou seja, descentralizar para termos um rosto amazônico com o devido reconhecimento daquilo que os leigos fazem. Que nós, de fato, entendamos que eles são atores privilegiados. Ampliar também os espaços e a participação do laicato”, propôs. E finalizou dizendo que é preciso ter coragem, pois muitos dos elementos que constam no documento final do Sínodo já podem ser colocados em prática. Após um rápido intervalo, a segunda parte da manhã foi dedicada a um debate em plenário com os participantes. A mesa contou com a moderação de Frei Sandro Roberto da Costa e Frei Fábio César Gomes.

Frei Augusto Luiz Gabriel

| 3º DIA |

A encarnação viva da Amazônia

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terceiro dia (13/11) do Simpósio Franciscano, no Instituto Teológico Franciscano (ITF), abordou a temática da realidade eclesial na Amazônia. Foi moderado por Frei Ludovico Garmus, representando os professores do ITF, que iniciou citando a fala do Papa Francisco dirigida aos Jesuítas em 8 novembro de 2019: “Abram o futuro, suscitem possibilidades, gerem alternativas, ajudem a pensar de modo diverso. Cuidem de sua relação diária com o Cristo ressuscitado e glorioso e sejam trabalhadores da caridade e semeadores de esperança”. É essa mística que a Igreja espera não só dos jesuítas mas de todos nós, indicou Frei Ludovico. Em seguida, fez a apresentação da palestrante, Dorismeire Vasconcelos, da Ordem Franciscana Secular (OFS), leiga consagrada, que trabalha na área pastoral do Xingu desde 1998. É secretária da Prelazia do Xingu desde 2000.

A palestra abordou o tema: “Realidade Eclesial na Amazônia”. Dorismeire, após saudar a todos, apresentou os pontos de sua fala baseados em duas realidades: Panorama Eclesial da Pan-Amazônia e Panorama da Realidade Eclesial da Amazônia Brasileira, região do Xingu. Sobre o Panorama Eclesial da Pan-Amazônia, sublinhou que “para ser Igreja na Amazônia é preciso comprometer-se com o índio, o desprezado e o explorado. É assumir firme sua caminhada, confiante num futuro certo que já vai se tornando presente nas pequenas lutas e vitórias e no reconhecimento dos próprios valores e direitos, na busca da união e da auto-

determinação. Não dá para anunciar sem viver a fé e a vida junto aos povos da Amazônia, sejam eles originários ou tradicionais. A justiça tem que estar na base de toda convivência humana e de todo anúncio do Evangelho”, disse. Continuando, salientou que falar da realidade da Igreja e sua missão na Amazônia exige que se olhe para a Amazônia vendo três interlocutores DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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dessa evangelização: em primeiro lugar, os indígenas - ribeirinhos nativos desse território que foram impactados desde o início pelo processo de colonização e até hoje não são reconhecidos como irmãos por uma minoria; em segundo, os missionários e missionárias que desde os tempos de ocupação dedicaram sua vida em favor da evangelização, conduziram sua convivência fraterna, viram suas missões roubadas e destruídas e seus catecúmenos raptados”, denunciou, referindo-se aos jesuítas, franciscanos, capuchinhos, carmelitas, consolatas e outras congregações que atuam na Amazônia. Em terceiro, os sem Deus, seringueiros, caboclos, migrantes, que vieram buscar soluções de sobrevivência na Amazônia para suas vidas, para suas famílias e foram jogados num ambiente insalubre”, explicou e concluiu: “Não há como fazer ecoar o Evangelho sem olhar essas três figuras importantes na Amazônia”. “Num primeiro momento da eclesiologia na Amazônia, junto aos três interlocutores, é preciso considerar também o tempo, espaço e fatos”, ressalvou. Segundo ela, os fatos ocorreram num determinado tempo, dentro de um espaço de ocupação e colonização e de evangelização inicial onde a Igreja estava ligada à Coroa (padroado), quer a portuguesa quer a espanhola. Era uma ligação Igreja-Estado (república), em que a Igreja foi utilizada para cumprir duas funções: 1 - tornar os indígenas cristãos; e 2 tornar os indígenas cidadãos, no sentido de mão de obra para exploração. Ela era vista como um armazém onde se podia explorar, retirar e ali deixar abandonada”. Dentro dessa ocupação existiam também os mitos que ajudaram os homens e mulheres da região a se guiarem e construírem seu imaginário, lendas e fatos que davam a eles o impulso ou para avançar e ocupar seus territórios ou para retrocederem para que não fossem prejudicados. “Isso gerou saberes que orientaram o indiví-

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duo ou grupo para resistir e viver naquela região até os tempos atuais”, contou. Num segundo momento – isso já no século XX, após o processo de expulsão dos jesuítas e retirada das missões –, a Igreja conseguiu rever sua caminhada e prestar um serviço à humanidade, frustrando a ideia da Coroa que queria usar a Igreja para criar fronteira e tomar posse dos territórios. “Liberto do corpo da Coroa e, mais tarde, do peso da república, os missionários começam a se posicionar na defesa dos indígenas e de seus territórios. A Igreja percebeu o abandono dos povos da Amazônia e começou a criar seus territórios, a ter a mesma compreensão do Evangelho de Jesus Cristo e alicerçar sua existência. Corrigiu seus rumos. Começou a atender os povos isolados, trazendo esperança e conhecimento, cuidando da união e saúde do povo, ajudando a encontrar o progresso e bem-estar até mesmo no interior. Até porque, no interior e na Amazônia, o Estado sempre está ausente. É a Igreja que faz esse papel social também”, explicou. Mesmo perante as diversidades pluriétnicas e religiosas, e também a biodiversidades, os missionários eram solidários ao povo. Comiam e dormiam de maneira semelhante ao povo, por isso, sofriam os mesmos males. Fizeram da Igreja o diferencial de outras igrejas. “É uma Igreja samaritana, que acolhe, que é profética, que denuncia a violação dos direitos humanos, é contemplativa e profundamente orante. É missionária, porque está sempre indo ao encontro dos povos, sejam eles isolados ou das cidades, comunitaria-

mente. Aprendeu que, para se decidir e avançar no campo da evangelização, é preciso escutar, acolher as ideias e iniciativas que os povos sentem e querem para sua Igreja local”, destacou. Segundo a palestrante, para o povo que reside no Xingu, o processo sinodal da Amazônia começou há muito tempo.

PANORAMA ECLESIAL DA AMAZÔNIA

Dorismeire apresentou um panorama da realidade Eclesial da Amazônia, sendo o Brasil com maior presença. Segundo ela, a realidade social é afetada pela violação dos direitos humanos dos povos e grupos que vivem em situação de vulnerabilidade. “Não que sejam pobres, ao contrário,


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é pela forma como o Estado se impõe na região, na exploração e implantação de grandes projetos agropecuários, minerais, hidrelétricos e nos avanços da exploração dos recursos naturais ilegais, que fazem com que os direitos dos indígenas sejam violados constantemente”, ressaltou. Segundo o mapeamento feito pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) em 2017 e 2018, abordando aspectos sobre o direito de vida digna, falta de políticas públicas de qualidade, direito à propriedade para a legalização dos terrenos, direito à liberdade, na Amazônia é como se fosse uma terra sem leis. “Para eles, a liberdade vai até onde querem alcançar mais ou tomar mais terras. Falta integridade e seguridade. Não há a integridade da

nossa vida nem há segurança de que hoje ou amanhã estarei viva”, denunciou. A conferencista falou também sobre o direito ao meio-ambiente sadio. Para ela, a usina hidrelétrica de Belo Monte não é uma energia boa para a Amazônia. “Está matando cada vez mais os rios e os povos”, mencionou. Em relação à superlotação dos presídios, lembrou a chacina ocorrida no final de julho em Altamira. “Muitos que morreram lá eram só de facções, eram detentos que nem tinham sido julgados para verdade da culpa ou não. Sem dizer da má construção dos presídios de Altamira”, esclareceu. Segundo ela, há um preconceito enorme contra os indígenas, negros e LGBT’s. “A escala de homicídios é crescente”. A mineração é ilegal e legal do alto e baixo Xingu. A questão do petróleo, desmatamento, hidrelétrica, queimadas, megaprojetos de infraestruturas, a falta de demarcação territorial, a não regularização da terra, ausência do direito de consulta prévia, são obras que foram feitas sem sequer os índios serem consultados. “Mesmo assim, o Ibama libera a licença”, frisou. Onde entra a Igreja nisso? Não é só celebrar missa. Mas é defender a vida. Defesa dos direitos humanos e ambientais. O trabalho ausente do Estado acaba sendo suprido pela Igreja, com suas 295 congregações masculinas e 663 congregações femininas, além de 421 instituições sociais, atuando conjuntamente com 1.191 civis. As pastorais existentes são feitas por padres, diáconos, religiosos e religio-

sos e a maioria leigos e leigas que cuida da vida comunitária e eclesial, onde a maior parte são mulheres, quase 90%. Para a franciscana secular, há sinais de esperança: missões e acompanhamento eclesiástico, fé, laicato, juventude, formação laical e pastoral, vocação. Segundo ela, é preciso investir na formação laical, especialmente na forte liderança feminina. “O missionário e missionária que vai à Amazônia tem que conhecer essa realidade. Pois, a gente só pode amar aquilo que conhece”, atesta.

PANORAMA DA REALIDADE ECLESIAL DA AMAZÔNIA BRASILEIRA NO XINGU

“Quem é essa Igreja da Amazônia? É uma Igreja samaritana, orante, comunitária e missionária? Responder a essas perguntas para nós, amazônicos, só é possível a partir das partes para chegar ao todo. A partir dos três olhares da Amazônia: um olhar de amor do nosso quintal, um olhar esperançoso e um olhar cuidadoso”, responde a leiga franciscana. Para ela, interessante é a caminhada da sinodalidade entre as comunidades. As decisões são tomadas e decididas em assembleias. A Prelazia do Xingu atende hoje 13 municípios, com 28 padres, 11 seminaristas e 12 congregações religiosas. Para a conferencista, a experiência do processo sinodal foi um momento de alegria que pôde ver o retrato da Igreja Amazônica ser abraçado e impulsionado pelo Papa Francisco. Frei Ludovico, encerrando este momento, disse: “Ouvimos hoje a encarnação viva da Amazônia.” Na quinta-feira (14/11), o Simpósio apresentará o tema “Disputas territoriais, evangelização e eclesiologia”, com partilha de temáticas interdisciplinares, envolvendo alunos, professores e demais participantes do Simpósio.

Frei Canga Manuel Mazoa DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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ENTREVISTA:

MOEMA MIRANDA

“É muito importante que nós, franciscanos, assumamos a nossa responsabilidade neste momento”

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ecém-chegada de Roma, onde participou do Sínodo para a Amazônia, como auditora integralmente, Moema Miranda, atual professora da disciplina Conflitos Sócioambientais do Instituto Teológico Franciscano (ITF) de Petrópolis (RJ), fala nesta entrevista deste momento histórico para a Igreja, especialmente para a Igreja da América Latina. Com um sorriso largo no rosto e o sentimento de missão cumprida, Moema tem plena consciência de que o Sínodo foi um “ponto de chegada, mas também é um ponto de partida”. Moema se emociona ao falar do Papa Francisco, que para ela é uma pessoa iluminada pelo Espírito Santo! “É um homem lúcido e com uma força impressionante. [...] Pela sua humildade ele se faz um com o Pai”. Moema foi enfática ao afirmar que todo o caminho da Igreja na Amazônia é marcado pelo caminho ‘martirial’ que se faz em nome do Evangelho de Jesus Cristo. Segundo ela, o sangue dos mártires espalha as sementes. “Neste Sínodo para a Amazônia as barreiras não existiram, a presença de quem estava do lado de fora, acompanhando e rezando, criou de fato uma comunhão com a presença do Espírito Santo”.

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Franciscana, leiga, mulher e antropóloga, Moema acredita que o tempo de retomar o compromisso franciscano pela Casa Comum é agora. “Sejamos nós, a partir de nosso carisma, atores, atrizes, irmãos e irmãs neste grande pacto pela Amazônia e pela vida”, destacou. Moema fez mestrado e pós-graduação em Antropologia Social pelo Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi ministra da Fraternidade Santo Antônio (RJ) da Ordem Franciscana Secular e integra a secretaria da Rede “Igrejas e Mineração” da CNBB. Ela também faz parte da coordenação nacional do Sinfrajupe (Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia) e assessora a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), além de participar do grupo de estudos de Ecoteologia do ITF. Atuou até agosto de 2017 no Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase). Atualmente está fazendo o doutorado em questões ambientais pela PUC do Rio de Janeiro. Acompanhe a entrevista concedida a Frei Augusto Luiz Gabriel.


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Comunicações: Nós sabemos que a Igreja, desde o Concílio de Jerusalém (At 15), vivencia a sinodalidade em suas discussões. Como é para você reviver essa experiência que até os primeiros apóstolos viveram? Moema Miranda: Primeiro é uma experiência muito emocionante. Se teve uma coisa que em todo tempo da participação - tanto no processo de preparação como durante a realização do Sínodo - ficou muito clara é a presença forte de como a comunidade é comunhão. E comunhão só se faz em comunidade; ninguém comunga sozinho. O processo de sinodalidade na Igreja passou por diferentes momentos na história. De certa forma, o que o Papa Francisco está fazendo é a retomada de um processo que tinha sido vivificado por Paulo VI no Concílio Vaticano II. O Papa Francisco não só está revivendo a proposta que remonta ao início da nossa Igreja, como está aumentando e fortalecendo determinados aspectos que são essenciais para que o Sínodo de fato se tornasse um momento de escuta forte e de uma escuta que se torne proposta. Desde todo processo preparatório do Sínodo até durante o Sínodo, aberto já com a presença do Espírito Santo, foi muito forte a sensação e percepção de comunhão e comunidade: “Onde três ou mais estiverem reunidos em nome de Deus, Ele aí está”. Site Franciscanos: A seu ver, que im-

portância tem o Sínodo para Amazônia na Igreja, para os povos que lá residem e para nós, franciscanos? Moema Miranda: É um Sínodo fundamental porque busca novos caminhos para a Igreja e para a ecologia integral. A questão ecológica exponencializa os limites do sistema que nós estamos vivendo, que no documento final do Sínodo é re-

conhecido como um caminho indelével de morte se não for detido. A urgência da crise ambiental está no centro das preocupações de todo o Pontificado do Papa Francisco. Já com a Encíclica Laudato Si’ ele anteviu a necessidade de transformar as perspectivas que constam na encíclica em algo muito mais concreto. Nós, franciscanos, temos essa experiência e sabemos como a passagem da intuição para a instituição, muitas vezes, desidrata

Sejamos nós, a partir de nosso carisma, atores, atrizes, irmãos e irmãs, neste grande pacto pela Amazônia e pela vida o sentido forte do carisma e da primeira paixão. Então, voltar para esse ponto de origem, como nos dizia Santa Clara, é importante o todo tempo. O Papa Francisco, quando reconheceu a urgência das questões climáticas e lançou a Encíclica Laudato Si’, afirmou que a Amazônia seria um teste para a Encíclica. Se na Amazônia a Igreja conseguir consolidar a ideia de uma ecologia integral, a partir de uma longa história de luzes e sombras, mas com uma Igreja que é martirial, presente e forte, então nós passaremos neste teste que a Encíclica requer, fortalecendo a Igreja com um novo ar. Durante o en-

contro em Roma, na segunda semana de trabalhos, um bispo falou que ele sentia o Sínodo como um grande encontro do Rio Amazonas com o Tigre. Quer dizer, o rio da tradição encontrando com outro grande rio vivo que é o Amazonas. E esses encontros foram produtivos e proveitosos. Deixa para todos nós a sensação de que agora estamos começando de novo. Neste sentido, os jovens têm um papel essencial neste processo. Nós sabemos que em todo o planeta os jovens vêm desenvolvendo uma maior consciência da urgência da questão ambiental. E todos os movimentos da Europa, como o da Greta Ernman Thunberg e outros, mas também na Amazônia, temos uma força da juventude muito grande. Então, nutrimos uma grande expectativa de que essa comunhão se faça mais ainda porque as questões ligadas ao consumismo, ao desperdício e à desigualdade entre a juventude, são muito brutais. Nós, que moramos aqui no Rio de Janeiro, sabemos como o assassinato de jovens negros é crescente. Então, acredito que o Sínodo abre espaço para essa comunhão da juventude. Não é possível que os jovens frades, os jovens universitários, os jovens da cidade não se responsabilizem, não se corresponsabilizem por estes jovens que estão sendo assassinados ali, muitas vezes nas periferias de onde eles também moram. E o Sínodo abre essa grande possibilidade: a Amazônia é logo aqui. O que acontece na Amazônia, afeta nós aqui. Não foi à toa, dias antes do Sínodo, que o céu ficou negro em São Paulo por conta das queimadas na Amazônia, como para dizer: gente, o Papa tinha toda razão! Isso deu ao Sínodo mais visibilidade. Por isso, toda a nossa juventude tem um papel fundamental, porque são vocês que vão levar adiante esse grande projeto de uma Igreja comprometida com a terra e com a salvação do mundo.

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Site Franciscanos: Qual é a impor-

tância do Pacto das Catacumbas? Você também assinou? Como descreve este momento ímpar para toda Igreja? Moema Miranda: O Pacto das Catacumbas remonta ao Concílio Vaticano II. No processo de preparação do Sínodo, vimos que o Pacto das Catacumbas no Concílio Vaticano II foi essencial para o que depois a Igreja desdobrou do Concílio aqui na América Latina. Então, aqueles bispos que fizeram o Pacto das Catacumbas em Santa Domitilla voltaram para o Brasil com um compromisso de mudar a Igreja e fazer esse percurso. Venderam os palácios episcopais, foram para as comunidades do interior, criaram Comunidades Eclesiais de Base (CEBS), ou seja, ali foi a origem de um processo popular de luta por democracia em nosso país, de luta com e pelos pobres, de compreender que durante milênios nós nos preocupamos com a salvação das almas, no entanto, hoje nós continuamos a nos preocupar, mas sabemos que alma e corpo são integrados. Não é possível você esperar a salvação da alma na cidade de Deus, se na cidade dos homens se vive com tanta desigualdade, onde nós pecamos por omissão ou conivência. Esse compromisso com os direitos humanos, com uma vida digna para os pobres, já foi assumido fortemente a partir do Concílio Vaticano II. Mas agora é um passo a mais: nós precisamos salvar a matriz de toda a vida, as condições de possibilidade de toda vida, pois é a própria terra que está ameaçada, essa terra que também é viva e vivente. O Pacto das Catacumbas tentou ser esse momento forte de um compromisso pessoal com os temas que estavam sendo discutidos ali. Importante destacar que não foram somente os padres sinodais - é claro que eles tinham precedência -, mas todo o povo de Deus esteve presente e pôde se comprometer com essa causa nobre. O

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que a gente espera é que o pacto se desdobre em mais compromissos fortes com essa etapa fundamental em que a Igreja se torna, talvez, a instituição mais importante na defesa da Casa Comum. Por isso, faz todo sentido ter assinado o pacto dentro do Sínodo para a Amazônia, que a gente tenha voltado às Catacumbas de Santa Domitilla às sete da manhã, que a Missa tenha sido celebrada por Dom Cláudio Hummes, um franciscano que foi o re-

A crise ambiental revela com mais força a relevância dos povos indígenas, porque eles sabem cuidar. É um gesto de reconhecimento, de pedido de desculpa e de aliança, mas uma aliança que se faz com eles, os protagonistas lator do Sínodo e pediu para o Cardeal Bergoglio, ao assumir o nome de Francisco, para não se esquecer dos pobres, esse Dom Cláudio que hoje é uma figura profética em nossa Igreja, comprometido e próximo ao carisma franciscano. Outro elemento muito bonito é que Dom Cláudio usou durante a Celebração Eucarística nas Catacumbas a estola de Dom Helder Câmara. Depois, no final da missa, ele chamou Dom Erwin Kräutler, entre tantos padres sinodais, e entregou a ele a estola, dizendo que ele a merecia. Por isso, foi muito bonito o encontro dessa Igreja que se reconhece no caminho da

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Igreja comprometida com os pobres e com a terra, no longo caminho da Igreja na Amazônia.

Site Franciscanos: O que significa a

Amazônia para os povos indígenas? Moema Miranda: O documento final possui uma expressão muito bonita. Fala que na Amazônia tudo está entrelaçado, a floresta, os rios, os povos. Este entrelaçamento da vida, nas suas múltiplas formas, numa imensa floresta como é a Amazônia, é um elemento essencial. Para os povos indígenas, o território é a condição de vida deles. A Irmã Dorothy repetia uma frase famosa de um indígena que diz: ‘A morte da floresta é o fim das nossas vidas’. Na verdade, território e identidade, território e vida estão absolutamente interligados. Para os povos dali, a floresta é a fonte e a matriz da vida; é a vida mesmo que se faz e se refaz. Eles estão integrados e entrelaçados com esse grande bioma, em espaço, tempo, biosfera, fauna e flora. Essa conexão intensa é que a gente percebe. O território é fonte de vida e de identidade. Ao mesmo tempo, eles cuidam, enriquecem, ampliam as possibilidades de vida na Amazônia, como já fazem há milhares de anos. Essa conexão é um exemplo para todos nós de aprendizado, de outra forma de ser e estar no mundo. Por isso, no documento final fica muito claro que eles são os protagonistas na defesa do seu território e nós, como Igreja, devemos ser seus aliados, caminhando juntos. Na Carta que eles escreveram para o Papa, tendo em vista que na sala sinodal havia 22 indígenas participando do Sínodo - alguns convidados e outros são padres e irmãs - fazem defesa do território, dos direitos à terra, como também da cultura, de um modo de ser e estar. Ou seja, a Igreja precisa ser uma aliada dos povos no seu direito de autodeterminação.


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Site Franciscanos: Fale sobre as novi-

dades do Sínodo. Como era a rotina dos trabalhos? Superou suas expectativas? Moema Miranda: Ah, com certeza, sim! Esse Sínodo tem quatro elementos fundamentais. O primeiro é um processo de escuta anterior realmente feito com muita gente. Cada um de nós que esteve lá, trazia uma voz que nos transcendia. Nós sabíamos que éramos responsáveis por dar voz a muitas outras pessoas. Além disso, durante todo processo sinodal foram organizadas orações, celebrações, ritos dos mártires na tenda da Casa Comum da Amazônia, em que durante todo esse processo houve a permeabilidade entre o que a gente pode chamar de fora e de dentro. Em todo o Brasil foram organizados momentos de celebrações e tríduos, e tudo isso chegou de uma Igreja que esteve em comunhão, como se estivesse lá na sala sinodal. Podemos dizer que as orações chegaram ao Sínodo. E isso nos deu uma grande responsabilidade na volta, porque sabemos que o Sínodo foi um ponto de chegada, mas também é um ponto de partida. O segundo, a presença dos povos indígenas e uma mudança radical no reconhecimento do lugar deles. Depois que voltei de Roma, estava lendo sobre o trabalho realizado na Conferência de Santo Domingo, em que os temas da inculturação e interculturalidade foram tratados, e também sobre todas as disputas que ali ocorreram entres os bispos e a Cúria Romana. Sobre essa discussão, Dom Erwin dizia que eles escreveram em um documento que a evangelização deve ser feita a partir das culturas. Ou seja, nós queremos levar uma Boa Nova e uma evangelização que achata, nega e desconhece as culturas? Ou partimos das culturas? Elas já têm as sementes do Verbo e a presença viva do Cristo. A partir daí nós encontramos comunhão, e assim a Igreja se fortalece e se torna mais católica, pois

ela se enriquece com todo esse processo que sempre foi assim desde o começo. Isso não é uma novidade da Amazônia. Se Paulo não tivesse ido conversar com os gregos e não tivesse traduzido do aramaico para o grego, e do grego para o latim, hoje a gente seria uma seita do meio Oriente. Não existiria o cristianismo. Então, esse processo de diálogo, onde a cultura que recebe a Boa-Nova é o sujeito da inculturação, faz da Igreja Católica

Em todo tempo o Papa esteve presente, acompanhando, escutando, pensando e participando ativamente do processo de construção, mostrando-se com uma simplicidade e uma consciência de que ele é um instrumento nas mãos de Deus

uma Igreja Católica! Desde o Instrumentum Laboris, os povos indígenas já eram reconhecidos como protagonistas, e no documento final essa realidade foi concretizada. Então, a crise ambiental revela com mais força a relevância dos povos indígenas, porque eles sabem cuidar. É um gesto de reconhecimento, de pedido de desculpa e de aliança, mas uma aliança que se faz com eles, os protagonistas. A presença dos povos indígenas na sala sinodal foi marcante! Um líder da coordenação das entidades indígenas, que estava como convidado especial, disse ao Papa que eles estavam “empumados” (com pe-

nas) dentro do Vaticano. E o Papa com uma sensibilidade incrível, disse que ao ouvir comentários negativos sobre alguns indígenas que estavam usando as suas penas, ficou muito triste. ‘Que diferença tem isso e o chapéu que a guarda suíça usa?’, perguntou o Papa. Ele é uma pessoa fundamental nessa atitude do reconhecimento do protagonismo dos indígenas e de colocar a Igreja como aliada. O terceiro aspecto é a presença das mulheres, com sua relevância, voz e força nas questões que foram tratadas. É claro que o diaconato para as mulheres era uma reivindicação importante, que parte de um reconhecimento e de uma realidade a partir do que as mulheres já fazem na Amazônia. Não teve ninguém que trabalha na Amazônia que não tivesse falado sobre essa presença constante das mulheres. Embora esse ponto tenha ficado como indicação da retomada da comissão, a presença das mulheres na sala sinodal foi extremamente importante. E, por fim, destaco a possibilidade de um diálogo enriquecedor para todos entre a Cúria Romana, a tradição e esses povos múltiplos que chegaram com suas vozes a partir de seus territórios, incluindo seus bispos. Sabemos que nem sempre esse encontro é fácil, sem atrito e sem tensão. Mas o importante é que se tenha a presença do Espírito Santo, harmonizando essa voz para o bem maior da Igreja. E acho que isso nós vivemos como uma experiência sinodal da máxima importância.

Site Franciscanos: Quais são as três

primeiras palavras que lhe vêm à mente quando você lembra do Sínodo? Moema Miranda: Em primeiro lugar, gratidão por essa possibilidade de estar trilhando esse caminho. Em segundo lugar, resistência e existência. Temos dito para os povos indígenas que existir é resistir e é reexistir com

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“x”. Essa força que a morte não terá a última palavra. Experiência que nós, mulheres, já fizemos aos pés da cruz e que toda Igreja fez quando encontrou no Ressuscitado seu caminho, sua verdade e sua vida. E a terceira, talvez seja a alegria dessa possibilidade de, em um mundo difícil, ter a alegria da força que vem da fé, da confiança da presença de Deus, de saber que a gente não está sozinha. É essa força da alegria que transforma e empurra o mundo para frente.

gente tem nos movimentos sociais, na sala de aula, no parlamento, ali tivemos a presença de uma força espiritual que vem da promessa de Cristo que disse a Madalena depois de ressuscitado: ‘Vai e dize aos meus irmãos que me encontrem na Galileia”. Isso mostra uma Igreja que busca caminhos e que tem a humildade de se colocar como aliada da terra, dos povos. Fomos abençoados por termos participado de um momento tão forte.

Site Franciscanos: Como é o

trabalho de uma auditora do Sínodo? Moema Miranda: Todos que falavam na sala sinodal precisavam fazer previamente a inscrição de seus textos. Cada um só fala uma vez por quatro minutos. Eu, como auditora, ou um cardeal, ou um bispo, tem a palavra por uma vez durante É preciso qualificar a quatro minutos. Então, durante o debate na sala sinodal você esperança que nós temos, e não sabe quem vai falar antes transformá-la em um compromisso de você nem depois. E aí, após em defesa da vida, da floresta, dos os quatro minutos de sua exorpovos, tudo ao mesmo tempo, juntos tação, faz-se quatro minutos de e conectados. Defender os povos silêncio para que o próprio Ese as florestas para defender pírito Santo permita que aquelas a nossa própria vida falas sejam absorvidas e que a gente entre em um diálogo mais profundo. É um diálogo não só entre nós, mas também de cada um Site Franciscanos: Sobre o Papa Franconsigo mesmo. Já nos círculos (grupos) cisco, como foi estar pertinho dele? O que menores é onde os diálogos são inten- você acha dele? Moema Miranda: É uma pessoa sificados. Eram 12 círculos organizados por línguas onde também os auditores, iluminada pelo Espírito Santo! É um peritos e os convidados especiais tive- homem com uma lucidez e uma força ram a oportunidade de interagir com os impressionante. Ao mesmo tempo uma padres sinodais, embora só eles votas- consciência sensacional ao mostrar que sem. E puderam amadurecer a reflexão a comunicação não se faz do circuito do neste processo de comunhão. Partindo pensamento e da palavra, mas sim de de uma dinâmica que não foi confron- toda a sua presença, de todo o seu cortacional, mas sim acreditando que é um po. Ele tem poesia, suavidade. O Papa momento único com a presença do Es- Francisco recebe e acolhe todo mundo. pírito Santo e que é diferente de todas Todos que quiseram tirar fotos, ele aceias outras experiências de diálogo que a tou e, ao mesmo tempo, mostrou um

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compromisso com o todo do processo sinodal. Em todo tempo esteve presente, acompanhando, escutando, pensando e participando ativamente do processo de construção, mostrando-se com uma simplicidade e uma consciência de que ele é um instrumento nas mãos de Deus. É realmente comovente! Para nós que estivemos pertinho dele, acho que saímos mais fortalecidos na fé. Esse é o transbordamento da mensagem maravilhosa que pudemos ter. Pela sua humildade, ele se faz um com o Pai.

Site Franciscanos: E sobre o protagonismo da mulher na Igreja, o que você teria a nos falar tendo em vista que foi uma das 35 mulheres que participaram do Sínodo? Moema Miranda: O parágrafo 22 do documento final fala da Igreja samaritana e apresenta a ideia de que nós devemos ser uma Igreja Madalena e uma Igreja Mariana. Uma Igreja Madalena que foi acolhida e amada e a partir daí pode anunciar Jesus, morto e ressuscitado. Existe um longo percurso em que nós mulheres seguimos e servimos desde a Galileia. Jesus foi um com as mulheres. Ele acolheu, escutou, e muito do que Ele veio a ser depois, aprendeu com as mulheres. Mulheres que ajudaram que o próprio mistério fosse se revelando para Ele. Que foram parteiras - a parteira não é quem faz o filho - mas é quem ajuda o filho a se fazer na luz. Acredito que as mulheres na Igreja, em um contexto muito machista, como continua sendo, em um contexto patriarcal, é muito comovente que se promova esse espaço de abertura, reconquistado e conquistado a cada passo. Não é fácil, não é simples, ainda é uma Igreja atrasada, isso é indiscutível, mas nós precisamos assumir esse lado de sombra se queremos ir para a luz. As mulheres não foram chamadas para servir a Igreja e sim a Jesus. É a Ele que nós seguimos, e


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é com Ele que nós estamos comprometidas e sempre estivemos desde que saímos da Galileia. Nesse momento, em que o feminicídio aumenta, ver a presença das mulheres lutando pela defesa da terra e da Casa Comum é muito importante. Isso vai fazer da Igreja uma Igreja melhor. Isso precisa ser feito com cuidado e com carinho, porque eu sinto e vejo que esse é um diálogo muito delicado inclusive para as mulheres na Igreja. Por outro lado, todo novo começo carrega certo medo. Dom Cláudio afirmou que precisamos de novos caminhos e Jesus é sempre o mesmo. Ele é o novo. Então, quando tivermos medo do novo peçamos a Jesus que nos ajude a enfrentar esse medo para encontrarmos os novos caminhos necessários. A força das mulheres está sendo de imensa sabedoria, de afirmação e reconhecimento de trabalho em comunhão.

mais profundo. A Amazônia é este lugar. O sentido de urgência muito claro em todo o debate e na preparação do Sínodo está plasmado logo na introdução do documento final onde se apresenta a ideia de que nós não estamos vivendo em um tempo comum, mas sim em um tempo muito especial. Nesse tempo, uma das questões fundamentais é justamente a esperança e o futuro. Que esperança ter? E como não ter uma esperança que nos

Site Franciscanos: Para finali-

Site Franciscanos: Que espe-

rança você tem após o Sínodo para a Amazônia? Quais os principais resultados? Moema Miranda: Essa é uma questão fundamental. Nós estamos vivendo um momento muito sério em termos de risco para toda biosfera. Todo o debate no Sínodo já começou com este sentido de urgência. Na exortação inicial de Dom Cláudio Hummes, ele relembra que na Conferência das Nações Unidas (COP 25), na França, um ministro disse que ‘mais tarde pode ser tarde demais’ se não nos preocuparmos com as questões ambientais e climáticas. Este sentido de urgência, o Papa Francisco já tinha dito na Encíclica Laudato Si’, que foi retomado na convocação do Sínodo para a Amazônia. Então, Francisco, numa de suas falas, afirmou que a razão da convocação do Sínodo foi uma intuição profunda de que a Encíclica Laudato Si’ precisava ter como que um espaço de teste, de comprovação do seu sentido

ta. Um dos cientistas disse: ‘Não pensem que a destruição da Floresta Amazônica tem importância apenas para os povos amazônicos que vivem lá’. Hoje nós sabemos, pela ciência do clima, que a destruição de uma floresta como a amazônica representa um desequilíbrio para todo o Planeta. A esperança com que nós saímos do Sínodo é a esperança do compromisso, da aliança e da conversão. Conversão é a palavra central em todo documento. Se nós reconhecemos o erro, o pecado ecológico, nós temos a possibilidade de alterar o futuro e de nos comprometermos com um futuro diferente que estamos construindo agora. Hoje, o cuidado com a Amazônia é o cuidado com a vida no Planeta. Esse compromisso com o futuro da vida é a maior esperança que tivemos ao sairmos do Sínodo.

A esperança com que nós saímos do Sínodo é a esperança do compromisso, da aliança e da conversão iluda de que se nós ficarmos parados, deixando que tudo aconteça, como sempre aconteceu, as coisas terão um resultado diferente? Essas são esperanças que nós, cristãos, não podemos ter, pois são muito perigosas. E por isso, é preciso qualificar a esperança que nós temos, e transformá-la em um compromisso em defesa da vida, da floresta, dos povos, tudo ao mesmo tempo, juntos e conectados. Defender os povos e as florestas para defender a nossa própria vida. No documento também, por indicação dos cientistas presentes no Sínodo, aparece a ideia da Amazônia como um órgão vital para todo o Plane-

zar, deixe uma mensagem! Moema Miranda: Por primeiro, agradeço a vocês por essa entrevista. Gratidão também pelas iniciativas que estão sendo tomadas na divulgação do Sínodo, pela conexão e oração. Mas a minha palavra final seria a seguinte: retomemos a nossa aliança franciscana, retomemos o nosso compromisso e sejamos nós, a partir de nosso carisma tão importante nesse momento, atores, atrizes, irmãos e irmãs neste grande pacto pela Amazônia e pela vida. É muito importante que nós, franciscanos e franciscanas, assumamos a nossa responsabilidade neste momento. Particularmente, parabenizo a vocês da Província da Imaculada que são uma instituição muito importante em nosso país, com o protagonismo no compromisso, na conversão e na aliança com a Amazônia. Espero que nós avancemos em muitas outras iniciativas de compromisso com o Sínodo para a Amazônia, com seus resultados e com seus desdobramentos. Paz e Bem!

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Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil NOTÍCIAS DA REUNIÃO DO DEFINITÓRIO PROVINCIAL São Paulo, 19 a 21 de novembro de 2019

O

primeiro encontro dos Definidores na manhã do dia 19 foi em torno da mesa eucarística, às 8 horas, na capela interna da Fraternidade Imaculada Conceição. O evangelho de Zaqueu mostrava a festa e alegria que acontecem quando duas procuras se encontram: a de Deus e a do ser humano. Às 9 horas, na Sede Provincial, Frei César, abrindo a última reunião do Definitório no ano, propôs que, antes de tudo, ao final do primeiro ano do triênio, houvesse uma partilha entre os Definidores sobre como cada um se sente pessoalmente e em relação à tarefa que lhe foi confiada no último Capítulo Provincial. A partir de um diagnóstico da realidade, pediu também que fossem sugeridas políticas e ações que possam ajudar a animar a vida provincial nos próximos anos (leia-se o ponto 1 abaixo). Dessa vez, o moderador das sessões do Definitório foi Frei João Mannes. Grande parte dos assuntos nelas tratados segue abaixo.

1) Avaliação do 1º ano do triênio – ponderações e esperanças

Ao avaliarem como se sentem e como têm assumido a tarefa nos seus respectivos Regionais e também nos Secretariados, os Definidores acabaram fazendo um certo diagnóstico da situação geral da Província e também propuseram algumas ações para dinamizar e favorecer a vida fraterna e evangelizadora dos confrades. 1. Uma das dificuldades levantadas é o modo “autônomo” com que alguns confrades assumem a vida, seja em nível fraterno, seja em nível financeiro. Isso dificulta a tarefa da mediação, própria do Definitório, como também dos guardiães. Ao invés de propor, de orientar, de prospectar, os Definidores têm que empregar grande parte do tempo e de suas energias para remediar situações. A carta do Ministro Geral, no pós-Capítulo, já acenava para o problema das autonomias em nossa Província. 2. Há muito subjetivismo no modo de conduzir a vida e a própria missão. Há dificuldade de compreender os ofícios instituídos e nossas instâncias. Há pouco conhecimento e

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atenção aos textos normativos e inspiradores de nossa forma de vida: CCGG, Ratio Formationis, etc. Isso faz com que nem sempre se possam tratar os assuntos com os mesmos referenciais. 3. Há expectativas contrastantes quanto à postura dos Definidores: uns os querem “mais firmes”, mais resolutivos, outros reclamam justamente disso. 4. Muitas vezes, aquilo que para o governo provincial é dor e sofrimento, para alguns confrades é motivo de fofoca, de chacota, de banalização. Falta-nos a dor em comum (assim como a alegria em comum). 5. Grande parte dos problemas nas fraternidades se origina no modo de administrar os bens ou no apego ao dinheiro. Falta-nos deixar provocar pelos apelos recentes da Igreja (como o Sínodo para a Amazônia, por exemplo), por um estilo de vida mais frugal, sóbrio, desapegado. Os apelos do consumismo e do bem-estar têm incidência muito grande entre nós. Precisaríamos ter motivos mais simples para sermos felizes. 6. No trato com colaboradores e com os leigos(as), falta-nos, muitas vezes, conhecimento das leis civis referentes a assédio moral, por exemplo. Há ainda posturas autoritárias em nossas relações para dentro e para fora da fraternidade. 7. Por falta de comprometimento de alguns nos trabalhos fraternos e de evangelização, há confrades no limite das forças físicas e psíquicas. 8. Há sempre a preocupação em como ajudar os confrades doentes da alma e do espírito (cada um de nós, em certa medida, o é), os que se tornam difíceis nas fraternidades, e que não se abrem às ajudas oferecidas e propostas. Há os que se mostram sem norte, que perderam uma causa por que lutar, um sentido a iluminar os passos. 9. Em certas situações, a falta de abordagem e ajuda a confrades em dificuldades se dá ou devido ao medo de ferir (um certo pudor), ou devido a sentir-se com “telhado de vidro”, ou devido ao descrédito de que a “conversa” vá levar a alguma mudança. Falta a consciência de que somos todos pecadores, portanto, penitentes, e com a missão de ajudar-nos uns aos outros.


Definitório Provincial Esperanças Os Definidores também viram sinais de esperança em alguns gestos e propostas: 1. Os Regionais reduzidos em número e com tempo de encontro prolongado, com maior possibilidade de Formação Permanente e de convívio fraterno; 2. Insistência na reabertura do Eremitério, com o convite a que todos os confrades se disponham a lá fazer um período de retiro, de silêncio, de oração; a fazer um revigoramento espiritual. 3. O Projeto Pessoal de Vida e Missão, a ser compartilhado em fraternidade e a ser acompanhado pelo guardião. 4. Possibilidade de trabalhar nos encontros provinciais a relação de ajuda, com assessoria não somente psicológica, mas também antropológica e sociológica, em vista de qualificar a escuta e a administração de conflitos.

2) Postulantado 2020 - aprovação

Os Definidores aprovaram que ingressem no Postulantado no dia 29 de janeiro de 2020, em Guaratinguetá, os atuais aspirantes: 1. Artur V. F. Ferreira 2. Caio Santos da Silva 3. Felipe Antonio Nascimento da Silva 4. Felipe Luiz Mendonça 5. Gabriel Henrique Signoratti 6. Guilherme Fernandes Ramos 7. João Pedro Paes Puglia 8. Leonardo Moreira Pacheco 9. Matheus Fernando Teixeira Porcatt 10. Pedro Henrique Barbosa Pinheiro 11. Raphael de Faria Costa 12. Ruan Ramiro Martins 13. Samuel Correa Ribeiro 14. Sandro Francisco Bedim da Silva 15. Thiago de Carvalho Pereira 16. Victor Coelho Santos Aparecido Em Angola Vindos do Seminário de Malange: 1. Benedito Cassoma 2. Benjamim Njele Songa 3. Bernardino Quessongo 4. Castro Domingos Gaspar 5. Custódio Sikaleta 6. Dâmaso Tchembeka Muhepe 7. Domingos Sapata Matias 8. Domingos Pedro Uquete 9. Francisco Fernando Kanhanga Tchingando 10. Manuel Sabino Anapaz Kassindula 11. Moisés Cachama Satula 12. Pio Cutopa Chongolola 13. Valter Muhongo Kimbundo

Vindos do Aspirantado de Viana: 14. Adriano Samatemba Jacob Teodoro 15. Afonso João Longa 16. David Avelino Damião Vicente 17. Francisco Mulimba Lino Tomás 18. José Cambanda Catimba 19. José Gregório Severino 20. Levi Lubaki Joaquim Afonso 21. Luís Domingos Katchilonda Sopite 22. Manuel Mbuta Chicunho 23. Miguel Armindo Caquarta

3) Noviços 2020 - aprovação

Os Definidores aprovaram que sejam admitidos ao Noviciado, no dia 8 de janeiro de 2020, em Rodeio, os atuais postulantes: 1. Bruno Almeida de Mello 2. Bruno Dias de Deus 3. Fábio Charleaux Luzia dos Santos 4. Fernando Góis da Costa 5. Gabriel Paz de Oliveira Silva 6. Gilberto Silveira da Costa Junior 7. Vinícius de Oliveira Betim E em Angola, em Quibala, no dia 11 de janeiro de 2020: 1. Abel Ernesto Nené 2. Alberto Joaquim Manuel Gamba 3. Bartolomeu Kapena Moisés 4. Borracha Raimundo Eduardo 5. Dionísio Kapitango Uyombo Muhele 6. Escovalo Gabriel Domingos 7. Fernando Camaxilo Victor 8. Francisco Pedro Kapapelo Chitacumula 9. Gualter Filipe João Pascoal 10. Hilário Kaleka Gonçalves Barros 11. Januário Mendonça Barreto de Carvalho 12. João Garcia Isaac Lucoqui 13. José Kapundi Rodrigues 14. Luís José Fernandes 15. Manuel Coloi Armando Camongua 16. Manuel Katchingangu Singue 17. Mário Catimba Dumbo Baptista 18. Paulino Salamba Candondo 19. Vicente Chocolate Barros 20. Tomás Gaspar Joaquim 21. Simeão Kapiñgala Jamba 22. Simão Albino Katenha Kaquinta 23. Silva Kawia Ngueve Tchimo 24. Raul Dumbo Bondua Muquinjina 25. Paulo Kapindali 26. Paulo Camuanguina Alexandre 27. Paulo Ngungu Ngumbe Gabriel DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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Definitório Provincial 4) Primeira Profissão – aprovação

Os Definidores aprovaram que façam a Primeira Profissão na Ordem, em Rodeio, no dia 6 de janeiro de 2020, os atuais noviços: 1. Frei Gabriel Ferreira Salinas 2. Frei Irven Gabriel de Jesus dos Santos E em Angola, em Quibala, no dia 11 de janeiro de 2020: 1. Frei Adriano Fernando Sumbelelo 2. Frei Daniel Carlos Teresa 3. Frei Fernando José Dange 4. Frei Francisco Luís Lupasso 5. Frei Herculano José Nuñgulo 6. Frei Hilário Kapiñgala Ngundja 7. Frei Inácio Filipe Puto 8. Frei Jerónimo Cheia Mário 9. Frei João Pedro Pessoa Lima 10. Frei Silvano Kessongo Pinto Leitura 11. Frei Venâncio Canombelo Candundo

5) Renovação dos votos – aprovação

Os Definidores aprovaram que renovem os votos na Ordem, em Rondinha, no dia 8 de dezembro de 2019, os confrades professos temporários: 3º ano de Profissão Temporária 1. Frei Odilon Voss 2. Frei Lucas de Moura Justino Souza 2º ano de Profissão Temporária 3. Frei Bruno Gonçalves Cezário 4. Frei João Manoel Zechinatto 5. Frei Ruan Felipe Sguissardi 1º ano de Profissão Temporária 6. Frei Daniel Maciel 7. Frei Franklin Matheus da Costa 8. Frei Gabriel Nogueira Alves 9. Frei Guilherme Plotegher Neto 10. Frei Josielio da Silva Oliveira 11. Frei Lucas Moreira Almeida 12. Frei Marcelo Tadeu da Silva Cardoso 13. Frei Roberto Rocha da Silva 14. Frei Sérgio Hide Honna Em Petrópolis, no dia 6 de dezembro de 2019: 6º ano de Profissão Temporária 1. Frei Marcos Schwengber 5º ano de Profissão Temporária 2. Frei Augusto Luiz Gabriel 3. Frei Crisóstomo Pinto Ngala (FIMDA) 4. Frei David Belineli 5. Frei Douglas da Silva 6. Frei Heberti Senra Inácio 7. Frei Honorato S. Gaspar Gabriel (FIMDA) 8. Frei Leandro Ferreira Silva

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4º ano de Profissão Temporária 9. Frei Tiago Gomes Elias Em Angola: 4º ano de Profissão Temporária 1. Frei André dos S. S. Mingas 2. Frei José João Ganga 3. Frei Miguel T. T. Filipe 3º ano de Profissão Temporária 4. Frei António da Silva Manuel 5. Frei Bernardo João Cassinda 6. Frei Daniel K. T. Tchikeva 7. Frei Domingos Cacanda Soma 8. Frei Elias Hebo Luís 9. Frei Evaristo Seque Joaquim 10. Frei Feliciano Afonso Manuel 11. Frei Helder J. Mateus Domingos 12. Frei Pedro D. Caiungue Mugiba 13. Frei Pedro Isaías Luisa Vitangui 14. Frei Simão Cassua Horácio 2º ano de Profissão Temporária 15. Frei Alberto C. Martinho Sambei 16. Frei António Sacaputo Maimo 17. Frei Eduardo J. Cavita Camunha 18. Frei Inoc Joaquim João 19. Frei João Baptista Culiaquita 20. Frei Silverio Munga Cajonde 1º ano de Profissão Temporária 21. Frei Abel Ndala Sahuma Nganji 22. Frei Clementino Samuel Miguel 23. Frei David V. da C. Gaeita 24. Frei Domingos Macuva Paulo 25. Frei Luís António Gungo 26. Frei Valódia J. M. B. Domingos Os que fizeram o Ano Missionário em 2019: 1. Frei Danilo Santos Oliveira 2. Frei Felipe Medeiros Carretta 3. Frei Jonas Ribeiro da Silva 4. Frei Thiago da Silva Soares Obs.: Frei Éverton Junior Goschel Broilo, que fez a Primeira Profissão no dia 2 de agosto deste ano, e é membro da Fraternidade do Seminário São Francisco de Assis, de Ituporanga, lá mesmo renovará seus votos.

6) Fraternidades formadoras do Tempo da Teologia Fraternidade S. Francisco - Campos Elíseos 1. Frei Josemberg Cardozo Aranha 2. Frei Hugo Câmara dos Santos Fraternidade Nossa Senhora Mãe Terra - Imbariê 1. Frei Alfredo Epalanga Prego (FIMDA) 2. Frei Gabriel Dellandrea


Definitório Provincial Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus 1. Frei Alan Leal de Mattos 2. Frei Canga Manuel Mazoa (FIMDA) 3. Frei Jefferson Max Nunes Maciel 4. Frei Jhones Lucas Martins 5. Frei Junior Mendes 6. Frei Mário Sampaio Pelu (FIMDA) 7. Frei Santana Sebastião Cafunda (FIMDA) 8. Frei André Luiz do Nascimento de Souza (7 Alegrias de N. Senhora) 9. Frei Raoul Bentes (S. Benedito da Amazônia) 10. Frei Marcos Schwengber 11. Frei Roger Strapazzon 12. Frei Jorge Henrique Lisot Camargo (7 Alegrias de N. Senhora) 13. Frei Pedro Renato Pereira da Silva (7 Alegrias de N. Senhora) 14. Frei Augusto Luiz Gabriel 15. Frei Crisóstomo Pinto Ñgala (FIMDA) 16. Frei David Belineli 17. Frei Douglas da Silva 18. Frei Heberti Senra Inácio 19. Frei Honorato S. Gaspar Gabriel (FIMDA) 20. Frei Leandro Ferreira Silva 21. Frei Tiago Gomes Elias 22. Frei Danilo Santos Oliveira 23. Frei Felipe Medeiros Carretta 24. Frei Jonas Ribeiro da Silva 25. Frei Thiago da Silva Soares 26. Frei André dos Santos Sungo Mingas (FIMDA) 27. Frei José João Ganga (FIMDA) 28. Frei Miguel Tchiteculo Tchindjombo Filipe (FIMDA) 29. Frei Andrei Nascimento dos Anjos (S. Benedito) 30. Frei Fábio Melo Vasconcelos (S. Benedito) 31. Frei Edson Roberto de Andrade (7 alegrias de N. Senhora) 32. Frei Matiel de Oliveira Bernabé (7 alegrias de N. Senhora)

7) Frades estudantes de Teologia 2020

1º ano de Teologia 1. Frei André dos S. S. Mingas (FIMDA) 2. Frei Andrei Nascimento dos Anjos (S. Benedito) 3. Frei Danilo Santos Oliveira 4. Frei Edson Roberto de Andrade (7 Alegrias N. S.) 5. Frei Fábio Melo Vasconcelos (S. Benedito) 6. Frei Felipe Medeiros Carretta 7. Frei Jonas Ribeiro da Silva 8. Frei José João Ganga (FIMDA) 9. Frei Matiel de Oliveira Bernabé (7 Alegrias N. S.) 10. Frei Miguel T. T. Filipe (FIMDA) 11. Frei Thiago da Silva Soares

2º ano de Teologia 12. Frei Augusto Luiz Gabriel 13. Frei Crisóstomo Pinto Ngala (FIMDA) 14. Frei David Belineli 15. Frei Douglas da Silva 16. Frei Heberti Senra Inácio 17. Frei Honorato S. Gaspar Gabriel (FIMDA) 18. Frei Leandro Ferreira Silva 19. Frei Tiago Gomes Elias 3º ano de Teologia 20. Frei Gabriel Dellandrea 21. Frei Hugo Câmara dos Santos 22. Frei Jorge H. L. Camargo (7 Alegrias N. Sra.) 23. Frei Marcos Schwengber 24. Frei Pedro R. P. da Silva (7 Alegrias N. Sra.) 25. Frei Roger Strapazzon 4º ano de Teologia 26. Frei Alan Leal de Mattos 27. Frei Alfredo Epalanga Prego (FIMDA) 28. Frei André L. do N. Souza (7 Alegrias N. Sra.) 29. Frei Canga Manoel Mazoa (FIMDA) 30. Frei Jefferson Max Nunes Maciel 31. Frei Jhones Lucas Martins 32. Frei Josemberg Cardozo Aranha 33. Frei Junior Mendes 34. Frei Mário Sampaio Pelu (FIMDA) 35. Frei Raoul A. Bentes (São Benedito Amazônia) 36. Frei Santana Sebastião Cafunda (FIMDA)

8) T ransferências de confrades da Formação Inicial – no Brasil e em Angola

1. Frei Adriano Fernando Sumbelelo - da Fraternidade Santo Antônio, de Quibala, para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda, como estudante; 2. Frei André dos S. Sungo Mingas – da Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, como estudante; 3. Frei Daniel Carlos Teresa - da Fraternidade Santo Antônio, de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, como estudante; 4. Frei Danilo Santos Oliveira – da Fraternidade Santo Antônio de Santana Galvão, de Colatina, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, como estudante; 5. Frei Éverton Junior Goschel Broilo – da Fraternidade do Seminário São Francisco de Assis, de Ituporanga, para a Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, como estudante; 6. Frei Felipe Medeiros Carretta – da Fraternidade Nossa Senhora da Boa Viagem, da Rocinha, no Rio de Janeiro, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, como estudante; DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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Definitório Provincial 7. F rei Fernando José Dange - da Fraternidade Santo Antônio, de Quibala, para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda, como estudante; 8. F rei Francisco Luís Lupasso - da Fraternidade Santo Antônio, de Quibala, para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda, como estudante; 9. Frei Gabriel Dellandrea – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, para a Fraternidade Nossa Senhora Mãe Terra, de Imbariê, Duque de Caxias, como estudante e animador do SAV local; 10. F rei Gabriel Ferreira Salinas – da Fraternidade São Francisco de Assis, Noviciado São José, de Rodeio, para a Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, como estudante; 11. F rei Herculano José Nuñgulo - da Fraternidade Santo Antônio, de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, como estudante; 12. F rei Hilário Kapiñgala Ngundja - da Fraternidade Santo Antônio, de Quibala, para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda, como estudante; 13. F rei Hugo Câmara dos Santos – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, para a Fraternidade São Francisco, de Campos Elíseos, Duque de Caxias, como estudante; 14. F rei Inácio Filipe Puto - da Fraternidade Santo Antônio, de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, como estudante; 15. F rei Irven Gabriel de Jesus dos Santos – da Fraternidade São Francisco de Assis, Noviciado São José, de Rodeio, para a Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, como estudante; 16. F rei Jefferson Max Nunes Maciel – da Fraternidade Nossa Senhora Mãe Terra, de Imbariê, Duque de Caxias, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, como estudante; 17. F rei Jerónimo Cheia Mário - da Fraternidade Santo Antônio, de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, como estudante; 18. F rei Jhones Lucas Martins – da Fraternidade São Francisco, de Campos Elíseos, Duque de Caxias, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, como estudante; 19. F rei João Manoel Zechinatto – da Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, para a Fraternidade da Porciúncula, em Viana, Angola, para o ano missionário; 20. F rei João Pedro Pessoa Lima - da Fraternidade Santo Antônio, de Quibala, para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda, como estudante; 21. F rei Jonas Ribeiro da Silva – da Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, como estudante; 22. F rei José João Ganga – da Fraternidade São Francisco de

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Assis, de Luanda, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, como estudante; 23. Frei Josemberg Cardozo Aranha – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, para a Fraternidade São Francisco, de Campos Elíseos, Duque de Caxias, como estudante; 24. Frei Lucas de Moura Justino Souza – da Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, para a Fraternidade do Seminário Monte Alverne, de Malange, para o ano missionário; 25. Frei Miguel Tchiteculo T. Filipe – da Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, como estudante; 26. Frei Odilon Voss – da Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, para a Fraternidade Santo Antônio do Pari, de São Paulo, para o ano missionário a serviço do SAV Provincial; 27. Frei Santana Sebastião Cafunda – da Fraternidade São Francisco, de Campos Elíseos, Duque de Caxias, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, como estudante; 28. Frei Silvano Kessongo Pinto Leitura - da Fraternidade Santo Antônio, de Quibala, para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda, como estudante; 29. Frei Thiago da Silva Soares – da Fraternidade do Seminário Monte Alverne, de Malange, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, como estudante e animador do SAV local; 30. Frei Venâncio Canombelo Candundo - da Fraternidade Santo Antônio, de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, como estudante; Obs.: Cinco noviços de Angola (confira acima), que farão a Primeira Profissão no dia 11 de janeiro de 2020, em Quibala, foram transferidos para Rondinha, como estudantes de Filosofia.

9) Ano Missionário – Frei Héricles

Frei Héricles Lima Gomes, da Província Santa Cruz, de Minas Gerais, fará o ano missionário junto ao Sefras, fazendo parte da Fraternidade Santo Antônio do Pari, em São Paulo. Seu mestre será Frei Marx Rodrigues dos Reis.

10) Ordenação presbiteral – aprovação

Lidos os diversos pareceres, o Definitório aprovou que sejam ordenados presbíteros os confrades: Frei Evaldo Ludwig e Frei Gabriel Vargas Dias Alves. Frei Evaldo faz parte da Fraternidade São Luís Gonzaga, de Xaxim, e Frei Gabriel, da Fraternidade São Pedro Apóstolo, de Pato Branco.

11) Temática para a Formação Permanente em 2020

Para 2020, o Definitório Geral, partindo do CPO de Nairóbi, em preparação ao Capítulo Geral 2021, propõe os seguintes temas para inspirar a vida e missão das Entidades: - Vida Fraterna e Identidade Carismática;


Definitório Provincial - Abertura aos jovens (alguma ação); - Cuidado da Casa Comum (pelo menos uma ação); O Definitório aprovou que se tome o primeiro tema (Vida Fraterna, Identidade e Carisma) pra ser trabalhado em 2020: nas Comunicações e nos diversos encontros.

12) Projeto Pessoal de Vida e Missão - composição

Após o exercício do Projeto Fraterno de Vida e Missão, o Definitório Provincial e a Formação Permanente propõem que cada confrade faça, como segundo passo, o seu Projeto Pessoal de Vida e Missão, que deverá estar em sintonia com o Projeto Fraterno. Recentemente, foram enviados aos confrades os exemplares do roteiro que traz questionamentos e textos da espiritualidade franciscana para auxiliar no processo de reflexão e elaboração. Pede-se que nos capítulos locais seja estudado o roteiro. Em breve, Frei Fidêncio, animador da Formação Permanente, enviará carta esclarecendo os passos e etapas da elaboração, propondo o exercício pessoal de diálogo consigo mesmo, com Deus e com a fraternidade. O prazo para a partilha comum é até da Páscoa de 2020. O Projeto auxiliará na conversa com o Ministro Provincial durante a visita canônica.

13) Retiros Provinciais - propostas

O Conselho de Formação e Estudos e o Definitório avaliaram que os retiros por Regionais não garantiram uma maior participação dos confrades. Também o modo como foram realizados foi questionado. Em 2020 serão oferecidos 4 retiros no Eremitério. Além da excelência do local, o intuito é fazer com que os confrades criem mais familiaridade com a casa. Outras possibilidades serão: Rondinha, Agudos, Guaratinguetá e Vila Velha. Será elaborada pela Formação Permanente uma proposta de retiros, segundo o que é previsto nos nossos EEGG. As datas serão divulgadas no início do ano.

14) Reconfiguração dos Regionais e redistribuição dos Definidores

Seguindo as indicações, o Definitório aprovou que se reduza o número de Regionais para 6. Serão eles: 1. Leste Catarinense e Vale do Itajaí (Florianópolis, Santo Amaro da Imperatriz, Angelina, Balneário Camboriú, Gaspar, Blumenau, Rodeio, Ituporanga); 2. Planalto e Oeste Catarinenses e Sudoeste do Paraná (Lages, Curitibanos, Luzerna, Concórdia, Xaxim, Coronel Freitas, Pato Branco e Chopinzinho); 3. Curitiba (Curitiba e Rondinha); 4. São Paulo (Agudos, Bauru, Sorocaba, São Paulo, Santos, Bragança Paulista e Guaratinguetá); 5. Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, Niterói, São João de Meriti, Nilópolis, Duque de Caxias e Petrópolis); 6. Espírito Santo (Vila Velha e Colatina); Uma reunião com os atuais coordenadores acontecerá junto à

primeira reunião do Definitório do ano que vem, em 12 de fevereiro. Nesse encontro se pensará a programação e agenda dos Regionais, visando à possibilidade de participação do Ministro Provincial e do Vigário. Quanto ao acompanhamento mais próximo aos Regionais, os Definidores assim se dividiram: 1. Leste Catarinense e Vale do Itajaí: Frei Daniel Dellandrea 2. Planalto e Oeste Catarinenses e Sudoeste do Paraná: Frei Alexandre Magno Cordeiro da Silva 3. Curitiba: Frei João Mannes 4. São Paulo: Frei Mário Luiz Tagliari 5. Rio de Janeiro: Frei João Francisco da Silva 6. Espírito Santo: Frei Paulo Roberto Pereira

15) Manual do Guardião - abordagem

A Cúria Geral publicou recentemente o Manual do Guardião. A secretaria provincial já o enviou às Fraternidades. Ele será abordado na reunião dos guardiães e coordenadores das Fraternidades, no início do próximo ano. Frei Fidêncio fará um apanhado dos pontos principais. Há sempre a preocupação de fazer com que as questões tratadas na reunião dos guardiães cheguem aos demais confrades.

16) Revista Vida Franciscana - redatores

Seguindo o que fora noticiado no Definitório de setembro, os Definidores nomearam um conselho editorial para a revista Vida Franciscana: Frei Gustavo W. Medella, Frei Jeâ Paulo Andrade e Frei Sandro Roberto da Costa.

17) I I CERNEF – prazo para inscrição e ajuda de Frei Aloísio Paulo

O prazo para o II CERNEF (Centro de Renovação da Espiritualidade Franciscana) foi estendido até 10 de fevereiro de 2020. Data e local: de 01 a 30 de março de 2020, no Seminário Santo Antônio – Agudos. Irmã Cleusa Nunes, presidente da CFFB, pediu um frade que possa assumir a coordenação da experiência (no sentido de dar um apoio na casa). No dia 8 de outubro, Frei César consultou Frei Aloísio Paulo Agostinho e ele aceitou a tarefa. Frei Tadeu Luiz Fernandes participará da experiência.

18) Jubileus 2019 - programação

Os Definidores reservaram tempo para programar a celebração dos Frades Jubilandos deste ano, em Petrópolis, de 4 a 6 de dezembro. A chegada no dia 4 deve ser até o meio-dia. A missa dos Jubileus, no dia 6, será às 10h00. Além dos momentos de partilha, é previsto também um passeio aos Canarinhos e ao ITF.

19) F rente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento - notícias

Frei Gustavo relatou aos Definidores: Encontro ampliado - A partir do encontro realizado entre os DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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Definitório Provincial frades desta Frente, no primeiro semestre, foi encaminhado que o encontro ampliado (entre frades e leigos) seria realizado por Regionais, permitindo, inclusive, a realização em parceria entre Regionais que estivessem próximos. Também foi designada uma equipe de animação da Frente, em colaboração a Frei Antônio Michels (animador da Frente escolhido pelo Definitório), composta por Frei André Becker e Frei Nelson Hillesheim. Os temas propostos foram: Diretrizes da ação evangelizadora da Igreja no Brasil (CNBB) e a evangelização da juventude. A iniciativa foi bem sucedida, em parte. Ocorreram encontros no Rio de Janeiro, articulando as presenças do Rio, Petrópolis e Baixada; em Sorocaba, unindo os Regionais de São Paulo, Vale do Paraíba e Agudos; e na Vila Itoupava (Blumenau), com participação dos Regionais do Leste Catarinense, Alto Vale do Itajaí, Planalto e Curitiba. Houve participação quase unânime das presenças envolvidas. Foram encontros bem organizados e renderam bons frutos, sendo também devidamente noticiados. A decepção ficou por conta dos Regionais do Espírito Santo, Pato Branco e Contestado, recordando que estes dois últimos haviam programado de realizar um encontro comum. Não aconteceu. Desencontros, certo desinteresse por parte de alguns envolvidos e outras dificuldades se somaram para que a iniciativa não prosperasse, pelo que lamentamos. Ficou a insistência de que se esforçassem para realizar o referido encontro no início do ano que vem. Aguardemos. Frei Bruno vem a nós... A proposta de marcar presença mais efetiva de nossas paróquias do Sul na Romaria Penitencial Frei Bruno, que será celebrada em sua 30ª edição em 8 de março de 2020, à primeira vista, tem recebido boa adesão. Banners e santinhos já foram confeccionados e agora serão enviados às paróquias para a devida animação. Também foi elaborada a proposta de estampa para uma camiseta alusiva à Peregrinação.

20) Frente da Educação - notícias

Relato de Frei Gustavo aos Definidores: O encontro ampliado da Frente realizou-se nos dias 19 e 20 de setembro, em Petrópolis, RJ. Foi preparado com ativa participação de leigos designados pelas instituições, em conjunto com os frades que animam a Frente. Para breve reflexão do Definitório, seguiram 4 expectativas da Província em relação à Frente, 8 proposições nascidas do encontro e 2 ações previstas para 2020. Expectativas Que seja em comunhão com a força leiga – Os leigos não são coadjuvantes, mas participantes ativos de nossa missão evangelizadora à medida que se dedicam em realizar com profissionalismo e competência a missão que possuem em suas diferentes áreas de atuação. Que promova a transformação do coração – Na linha de uma educação integral, queremos nos unir num esforço incansável na construção de um processo que seja transformador para nós e para nossos interlocutores e parceiros (alunos, familiares, comunidade acadêmica etc.). Nosso sonho é preparar seres hu-

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manos que vibrem pelos valores do Evangelho (independente do credo que professem ou não) e que busquem encarná-los em suas vidas: amor ao próximo, respeito, empatia, generosidade, espírito de partilha. Não podemos abrir mão de empregarmos todos os nossos instrumentais na construção deste sonho. Que tenha impregnados os elementos carismáticos em seu núcleo decisório – Em nossas entidades, o franciscanismo – assim como os valores e compromissos que dele decorrem – deve impregnar todo o discernimento das importantes decisões a serem tomadas em todos os níveis, sem exceção, do financeiro ao pedagógico, do pastoral ao social. Que busque posicionar-se de forma criativa e caritativa diante dos apelos e desafios do mercado – Infelizmente não é de hoje que temos notado um movimento predatório no mercado da educação particular. Aliado a este fenômeno, percebemos uma clara investida no desmonte das políticas de condução e aprimoramento da educação pública. Diante deste cenário, conciliar respostas eficientes e que estejam em consonância com os valores que desejamos ter na base de nossas iniciativas trata-se de tarefa heroica. Proposições 1. Continuar investindo na formação integral embasada nos valores franciscanos dos colaboradores e alunos em vista da construção de uma sociedade mais tolerante, pacífica e justa. 2. Fortalecer o trabalho em rede entre as instituições de ensino da Província. 3. Perceber o quanto a família está de certa forma acuada e fragilizada ante os inúmeros desvalores da sociedade tecnológica atual. 4. Privilegiar em termos de cuidado o contingente de alunos que tendem à prática do suicídio e/ ou à automutilação. 5. Participar mais direta e ativamente da elaboração e gestão das políticas públicas. 6. Atentar para a necessidade de não se furtar ao enfrentamento de fatos que atentam contra a vida e que acabam sendo ‘naturalizados’. 7. Disseminar conteúdos programáticos atrelados aos valores franciscanos, tais como o respeito ao próximo, o cuidado da natureza, a defesa dos direitos humanos, a prática do voluntariado, o empreendedorismo para a melhoria da qualidade de vida dos menos favorecidos. 8. Ajudar nossos alunos e colaboradores a construirem um projeto de vida alinhado ao carisma franciscano. Ações para 2020 1. Refletir e avançar com relação ao protagonismo dos leigos nas diversas atividades das instituições de ensino e, concomitantemente, 2. Iniciar as tratativas de atualização do Plano de Evangelização da Província no que diz respeito à Frente da Educação.

21) Frente da Comunicação – notícias

Frei Gustavo relatou aos Definidores: Encontro ampliado - Ocorreu nos dias 17 e 18 de outubro de 2019, em Rondinha, Campo Largo, PR. Teve como temática


Definitório Provincial principal a questão do diálogo, com inspiração na celebração dos 800 anos do encontro entre São Francisco e o Sultão. Alguns encaminhamentos: - Seguir com os projetos pautados na intercolaboração e no trabalho comum. - Os momentos formativos via videoconferência demonstram-se ocasiões de afinamento da linguagem e aprimoramento para uma atuação evangelizadora na comunicação. - É importante avançar na produção de conteúdos que levem em consideração novas modalidades de produção em tempos de redes (podcasts, material para redes sociais etc.) - A Campanha da Fraternidade 2020, com o tema Fraternidade e vida: dom e compromisso” e o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele será momento forte de produção de conteúdos e aprofundamento do tema. Missões Franciscanas da Juventude 2020 Dada a proximidade física do evento, que ocorre em Xaxim, SC, de 29 de janeiro a 2 de fevereiro, a Fundação Celinauta desde já está empenhada na divulgação e na cobertura das Missões.

22) Frente das Missões – notícias

Relato de Frei Gustavo aos Definidores: Seguem alguns passos da caminhada desta Frente em 2019. Apresentou propostas concretas e animou a Fraternidade Provincial para a participação do Mês Missionário Extraordinário. Animou a coleta em prol das missões, atuou na elaboração de uma edição especial das Comunicações com depoimentos escritos de vários missionários, sem contar a retomada do vínculo mais próximo entre o PVF, as Missões e o Serviço de Animação Vocacional com a nomeação de Frei Robson Scudela como coordenador de ambos trabalhos e a aproximação com Frei Diego Melo, do SAV. Também produz e apresenta uma participação semanal no programa de rádio “Manhã Franciscana”. Seguem como desafios o incentivo para que surjam em nossos quadros novos candidatos à Missão em Angola, e a questão da transversalidade da Frente em relação às outras.

23) Frente da Solidariedade para com os Empobrecidos – notícias

Relato de Frei Gustavo aos Definidores: Assim como a Frente das Missões, a Frente da Solidariedade ainda se vê diante do desafio da transversalidade. No entanto, também contribui com a caminhada provincial, especialmente na animação do JPIC, com pronunciamentos em tempos fortes, a elaboração do quadro a “Casa é nossa” no programa “Manhã Franciscana” e na articulação junto ao Serviço Franciscano de Solidariedade.

24) Sínodo para a Amazônia – notícias

O ITF realizou, entre os dias 11 e 14 de novembro, o Simpósio sobre o Sínodo para a Amazônia, momento rico de parti-

lha e comunhão com a Igreja. Foi noticiado em nossos meios e também o será nas Comunicações. Alguns pontos refletidos no Definitório: 1. Os quatro eixos da Evangelização na Amazônia (social, cultural, ecológico e pastoral); 2. De que forma o paradigma da Evangelização para aquela região pode iluminar nossa evangelização enquanto Província? (descolonização, processo empenhado de escuta, conversão da pastoral da visita para a pastoral da presença, crescer na consciência ecológica, buscar novo estilo de vida)? 3. Além de todas as iniciativas missionárias que já possuímos, há possibilidade de incrementarmos nossos esforços em relação à presença e missão da Igreja na Amazônia? 4. Como levar adiante as repercussões do Sínodo em nossas Frentes de Evangelização?

25) Redimensionamentos – previsões

Os Definidores se inteiraram de como vão as tratativas em vista dos redimensionamentos previstos. Há alguns prazos combinados para “entrega” de algumas paróquias. 1. Amparo: 28 de dezembro de 2019; 2. Lages: final de 2020; 3. Mangueirinha: final de janeiro de 2020; 4. Santa Clara - Bauru: final de janeiro de 2020; Quanto ao santuário Frei Galvão, a comissão diocesana, reunida no dia 25 de outubro, deu parecer favorável a que a Província o administre. Algumas decisões da Comissão: 1. A Província deve elaborar o quanto antes uma proposta de contrato, observando o atual Estatuto da Diocese; 2. O prazo do contrato entre Província e Diocese deve ser de 15 a 20 anos; 3. Será preciso enviar a proposta de contrato para Dom Orlando, interlocutor da Comissão; 4. Compor a comissão da Província para apresentar a proposta e dialogar com a comissão da Diocese que é composta por Dom Orlando, Padre Marcus Vinícius, Padre Luís Antônio – atual Reitor, e o advogado Sr. Dairo; 5. A data da próxima reunião está condicionada à entrega da proposta pela Província; 6. A data de início da atuação dos frades deve constar na proposta: julho de 2020 ou janeiro de 2021; 7. A casa paroquial estará à disposição; 8. Não alterar o projeto original da construção do novo Santuário. O Definitório nomeou a comissão da Província para as tratativas com a comissão da Diocese: Frei César, Frei Gustavo, Frei João Francisco e a Dra. Luana. Quanto à Fraternidade do Eremitério, possivelmente ela será composta no decorrer de 2020. DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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Definitório Provincial 26) Transferências diversas

1. F rei Alberto Eckel Junior – da Fraternidade São Benedito, de Amparo, para a Fraternidade São Francisco de Assis, Noviciado São José, de Rodeio, como vice-mestre, vigário paroquial e animador do SAV local. 2. Frei Alisson Luís Zanetti – da Fraternidade do Seminário São Francisco de Assis, de Ituporanga, para a Fraternidade Santo Antônio do Pari, em São Paulo, a serviço do SAV Provincial. 3. F rei Antônio Michels – da Fraternidade Nossa Senhora da Conceição, de Mangueirinha, para a Fraternidade Nossa Senhora da Boa Viagem, da Rocinha, no Rio de Janeiro, como pároco, animador do SAV local e ecônomo. 4. Frei Arlindo de Oliveira Campos - da Fraternidade Nossa Senhora da Conceição, de Mangueirinha, para a Fraternidade São Francisco, de Chopinzinho, a serviço da evangelização. 5. Frei Ary Estêvão Pintarelli – da Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, Campo Largo, para a Fraternidade Santo Antônio, de Blumenau, como tradutor e atendente conventual. 6. Frei Camilo D. Evaristo Martins – da Fraternidade São Francisco Solano, de Curitibanos, para a Fraternidade Santo Amaro, de Santo Amaro da Imperatriz, a serviço da evangelização; 7. Frei Jeâ Paulo Andrade – da Fraternidade São José, Postulantado Frei Galvão, de Guaratinguetá, para a Fraternidade Imaculada Conceição, Sede Provincial, em São Paulo. Ele foi eleito secretário provincial e foi nomeado a serviço do Pró-Vocações. 8. Frei José Antônio Cruz Duarte – da Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, Campo Largo, para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista, como vigário da casa e a serviço da Educação; 9. Frei José Lorenz Führ – da Fraternidade São Benedito, de Amparo, para a Fraternidade do Seminário São Francisco de Assis, de Ituporanga, atendente conventual; 10. F rei José Raimundo de Souza – da Fraternidade São José, Postulantado Frei Galvão, de Guaratinguetá, para a Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, Campo Largo, como vigário da casa e vice-mestre. 11. F rei Luiz Flavio Adami Loureiro - da Fraternidade São Francisco, do Largo São Francisco, em São Paulo, para a Fraternidade Nossa Senhora da Penha, de Vila Velha, como atendente conventual. 12. F rei Marcos Vinícius M. Brugger – da Fraternidade São Francisco de Assis, Noviciado São José, de Rodeio, para a Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, Campo Largo, como guardião e ecônomo. 13. Frei Pedro da Silva – da Fraternidade São Francisco de Assis, Noviciado São José, de Rodeio, para a Fraternidade do Seminário São Francisco de Assis, de Ituporanga, como guardião, orientador e animador do SAV local; 14. F rei Rubens Luiz de Carvalho – da Fraternidade Nossa Senhora da Conceição, de Mangueirinha, para a Fraternidade

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Patrocínio de São José, de Coronel Freitas, como vigário paroquial. 15. Frei Tadeu Luiz Fernandes – após experiência na Diocese de Campanha, MG, para a Fraternidade do Seminário Santo Antônio, de Agudos, como atendente conventual. 16. Frei Vanilton Aparecido Leme – da Fraternidade São Benedito, de Amparo, para a Fraternidade São Francisco de Assis, Noviciado São José, de Rodeio, como vigário da casa e pároco; 17. Frei Walter de Carvalho Júnior – da Fraternidade Imaculada Conceição, de São Paulo, para a Fraternidade São José, Postulantado Frei Galvão, de Guaratinguetá, como vigário da casa, mestre dos postulantes e vice-secretário do Secretariado da Formação e Estudos;

27) Nomeações diversas

1. Frei Alisson L. Zanetti – mestre de Frei Olidon Voss, que fará o ano missionário junto ao SAV Provincial, sendo membro da Fraternidade Santo Antônio do Pari, em São Paulo; 2. Frei Canga Manuel Mazoa – animador do SAV local da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis; 3. Frei Edvaldo Batista Soares – animador do SAV local da Fraternidade São José, Postulantado Frei Galvão, de Guaratinguetá; 4. Frei Gabriel Dellandrea – animador do SAV local da Fraternidade Nossa Senhora Mãe Terra, de Imbariê, Duque de Caxias; 5. Frei Luiz Toigo – vigário paroquial da Paróquia São João Batista, de Luzerna; 6. Frei Mário Stein – ecônomo da Fraternidade São Francisco de Assis, Noviciado São José, de Rodeio; 7. Frei Nolvi Dalla Costa – coordenador da fraternidade e pároco da Paróquia São João Batista, de Luzerna; 8. Frei Sebastião Kremer – coordenador da Fraternidade Nossa Senhora da Boa Viagem, da Rocinha, no Rio de Janeiro; 9. Frei Vanderlei da Silva Neves – ecônomo da Fraternidade São Luís Gonzaga, de Xaxim; 10. Frei Virgílio Pereira de Souza – assistente espiritual da Fraternidade OFS Santa Maria Francisca das Cinco Chagas, de São Sebastião;

28) FIMDA – assuntos vários

1. Os Definidores tomaram ciência da carta do secretário geral da Ordem Frei Giovanni Rinaldi, de 29 de outubro de 2019, informando que o Definitório Geral examinou a proposta de modificação do estatuto jurídico da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola para custódia dependente e explicou que para ocorrer tal mudança devem ser necessariamente cumpridas as condições previstas no Art. 121 §3 dos EEGG (pelo menos quinze frades professos solenes e três guardianatos). Portanto, é necessário esperar.


Definitório Provincial 2. Os Definidores também apreciaram as atas de dois conselhos da Fundação: de 7 e 8 de outubro e 14 e 15 de novembro. 3. Permanece o apelo para que mais confrades brasileiros se disponham a contribuir como missionários em Angola.

29) Economia de Francisco – participação de Frei Robson e jovem da Província

Frei Robson Scudela participará do encontro promovido pelo Papa Francisco sobre Economia, de 26 a 28 de março de 2020, em Assis, Itália. Com ele, participará também do encontro jovem atuante no movimento das juventudes e do Sefras, ligado à área da economia solidária, e também uma jovem da Paróquia Santa Inês, de Balneário Camboriú.

30) M arcia Francescana 2021 – participação de jovens ligados à Província

No ano de 2021 a Caminhada Franciscana da Juventude chegará à sua 10ª edição. Aquilo que foi um sonho iniciado com apenas 37 jovens, hoje já alcançou inúmeras pessoas, vocacionados, frades e irmãs, e já percorreu muitos quilômetros em diferentes estados e cidades dentro e fora da Província. Frei Diego Melo escreveu aos Definidores lembrando que “ao longo desse tempo, sempre tivemos como inspiração a Marcia Francescana que acontece anualmente na Itália, na qual jovens saem de diferentes regiões da Europa para, em peregrinação, chegarem juntos a Assis, no dia 2 de agosto, e celebrarem a Festa do Perdão, na solenidade da Porciúncula”. Assim, com o objetivo de bem celebrarmos essa atividade já consolidada em nossa Província, Frei Diego solicitou ao Definitório a autorização para começar a organizar um grupo de 15 jovens que se uniriam à Província Seráfica de Assis para, junto aos jovens e frades italianos, realizarem a Marcia Francescana nos dias 24 de julho a 4 de agosto de 2021. O Definitório deu aval à iniciativa. Agora, segundo as palavras do próprio Frei Diego, a proposta será lançada aos jovens durante as próximas Missões Franciscanas da Juventude, em Xaxim. Aqueles que corresponderem aos critérios de participação terão tempo hábil para se prepararem também economicamente. Em 2020, a 10ª Caminhada Franciscana da Juventude refará os passos da 1ª: de Taubaté a Guaratinguetá (Santuário Frei Galvão).

31) Serviço de Animação Vocacional – prioridade a ser relembrada

A terceira prioridade de nosso Plano de Evangelização para o sexênio é revigorar a animação vocacional. Os Definidores pedem que as fraternidades e os Regionais se comprometam mais com essa prioridade, empreendendo esforços e buscando meios de chamar jovens e adolescentes para o “vinde e vede” do anúncio vocacional. Estamos entrando numa situação crítica em termos de formandos para nossa forma de vida. O que podemos fazer para reverter essa situação?

32) Crônica das Casas – orientações

Os Definidores apreciaram as orientações para a redação da crônica das nossas casas, elaboradas primeiramente pelo ministro provincial Frei Celso Dreiling, em 1009, e depois retomadas e ampliadas por Frei Basílio Prim, nos anos 80. Essas orientações estão publicadas nas Comunicações à pag. 909 e também serão tratadas na reunião dos guardiães e coordenadores das fraternidades, no próximo ano. Eles, então, é que as repassarão aos respectivos cronistas locais. É importante que esse serviço fraterno seja assumido com mais empenho e cuidado.

33) E quipe do Economato – encontro com os Definidores

Seguindo a prática já consolidada, Frei Robson Scudela, Frei Raimundo Castro e a Dra. Luana Giosa se reuniram com os Definidores às 10h30 da manhã do dia 21 de novembro. Entre os assuntos tratados, destacamos: 1. Possibilidades de investimento imobiliário; 2. Notícias sobre a reunião do Economato com os guardiães das casas de Formação, ocorrida no dia 28 de outubro, para tratar do orçamento para o ano de 2020. A iniciativa foi elogiada pelos Definidores, e foi lembrado que as demais casas da Província também deveriam assumir a cultura de fazer anualmente o seu orçamento. É o que vem estabelecido na Ratio Oeconomica da Província. Assim como na Sede Provincial já houve redução de custos, também o orçamento para as casas de Formação, a partir da reunião realizada, ficou mais “enxuto”. 3. Necessidade de rever gastos de alguns Centros de Custos ligados à Sede Provincial. 4. Prestação de contas da campanha para a Missão de Angola, feita durante o mês de outubro passado: R$ 127.088,00 (das Fraternidades e entidades da Província) R$ 11.009,00 (doações pelo folder e outros) O valor arrecadado equivale a 60% do que é enviado mensalmente à Missão. 5. Aviso sobre pendências de algumas casas no que diz respeito a gastos sem nota fiscal válida, ou seja, sem comprovante contábil. Isso expõe as contas da Província a risco de bloqueio e mesmo de perda das imunidades fiscais. Nesse sentido, o Definitório faz um forte apelo às fraternidades em questão, que resolvam suas pendências contábeis o quanto antes. Os Definidores, ao final do encontro, agradeceram à equipe do Economato pelo suporte e pelo dedicado trabalho.

34) F rei Sebastião Kremer – visitador para Moçambique

Em carta de 23 de setembro, Frei Giovanni Rinaldi, secretário geral da Ordem, informa que Frei Sebastião Agostinho Kremer foi nomeado, pelo Definitório Geral, visitador geral para a Custódia de Santa Clara, de Moçambique. DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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Definitório Provincial 35) Frei Estêvão Ottenbreit – visitador no Latrão

Em decreto de 12 de novembro, o Vigário Geral da Ordem Frei Julio César Bunader nomeou a Frei Estêvão visitador geral da fraternidade da Casa dos Penitenciários em São João do Latrão, em Roma.

36) II Congresso Internacional dos Centros de Estudo OFM – participantes

A Secretaria Geral para a Formação e os Estudos convocou os centros de estudos superiores OFM a trabalharem temas da atualidade para a vida e missão da Ordem na Igreja, a partir de uma perspectiva cultural e teológica global. Destaca três centros em nossa Província, com seus respectivos reitores: USF (Frei Gilberto Garcia), Grupo Educacional Bom Jesus (Frei João Mannes) e ITF (Frei Ivo Müller). O encontro será de 12 a 18 de julho de 2020, em Roma. Frei Gilberto e Frei João já confirmaram participação. Frei Ivo não poderá participar por estar envolvido numa peregrinação à época. A Casa Nossa Senhora da Paz indicou que Frei Marcos Antonio de Andrade represente o ITF para uma ligação também com os aspectos formativos.

37) Vila Velha – 450ª Festa da Penha – convidados os frades capixabas

Para a celebração dos 450 anos da Festa da Penha, em 2020, são convidados, entre os confrades em geral, os frades capixabas (os da Província da Imaculada e também os da Santa Cruz, MG), e também os demais confrades capixabas da Conferência Brasileira.

38) Jubileu de Frei Pedro de Oliveira Rodrigues convite

No dia 5 de janeiro de 2020, às 19h00, na Comunidade Imaculada Conceição, em Cariacica, ES, o povo de Deus se reunirá para dar graças a Deus pelos 25 anos de ministério presbiteral de Frei Pedro. A Fraternidade do Convento da Penha convida os confrades para a celebração.

39) Indultos – Frei Gilmar e Frei Alan Maia

Em cartas de 26 de setembro de 2019, Dom José Rodríguez Carballo, da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, informa que o Santo Padre o Papa Francisco concedeu a Frei Gilmar José da Silva e a Frei Alan Maia de França Victor, o indulto para deixarem a Ordem e fazerem parte ad experimentum da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Durante ou ao término do período de prova, caso sejam acolhidos definitivamente pelo Ordinário, os dois se desligam da Ordem ipso facto, sendo incardinados na referida Arquidiocese.

40) Frei Luís Antonio Aliberti - licença

O Definitório concedeu a Frei Luís Aliberti licença para morar

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COMUNICAÇÕES – DEZEMBRO DE 2019

fora da Fraternidade Provincial por um ano. Até o presente ele integrava a Fraternidade São Boaventura, de Rondinha.

41) Egressos

Deixaram a Ordem: 1. Rodolpho Andreazza Marinho – noviço – Rodeio - em 03/11/2019; 2. Francisco Teixeira Junior – 1º ano de profissão temporária – Rondinha – em 25/10/2019; 3. Thierry Melo de Paula – 1º ano de profissão temporária – Rondinha – 09/11/2019; 4. Yves da Costa Bernardes Leite – 1º ano de profissão temporária – Rondinha; 5. Diego Martendal – 2º ano de profissão temporária – Rondinha – em 17/11/2019; 6. Bernardo J. C. Kandangongo - 3º ano de profissão temporária – Luanda; 7. Francisco Dalilson Pereira Cabral – 3º ano de profissão temporária – Rondinha - em 15/11/2019; 8. Samuel Santos Soares – 5º ano de profissão temporária – Petrópolis;

42) Agenda 2020 – acréscimos e alterações Veja na última página.

43) Autorizações de viagem

Por motivos diversos, receberam autorização para viajar ao Exterior: Frei Angelo Vanazzi, Frei Adriano Dias do Nascimento, Frei Alessandro Dias do Nascimento, Frei António Boaventura Zovo Baza, Frei Germano Guesser e Frei André Gurzynski.

Agradecimentos

Às 16h00 do dia 21, Frei César, Frei Gustavo e os Definidores, com palavras de que certamente não sou merecedor, agradeceram a mim, Frei Walter, pelo trabalho como secretário durante os últimos 20 anos. [De minha parte, agradeci a eles e agradeço a todos os confrades da Província e aos colaboradores da Sede Provincial pelo apoio e ajuda durante esses anos todos. E peço desculpas por algum desacerto ou displicência no meu trabalho, e por algum descuido e desatenção no trato fraterno]. Depois, Frei César manifestou sua gratidão aos Definidores pelo apoio e dedicação nas sessões do Definitório – algumas bastante cansativas e cheias de desafios –, no decorrer deste primeiro ano do triênio, e pelo serviço exercido com generosidade nos Regionais e nas fraternidades locais. Por fim, convidou à oração Ave-Maria, invocando a intercessão materna sobre as fraternidades da Província, e abençoou a todos.

Frei Walter de Carvalho Júnior SECRETÁRIO


Definitório Provincial

Orientações para as crônicas das Casas

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m 1909, o Ministro Provincial Frei Celso Dreiling escreveu normas que mais tarde foram retomadas, ampliadas e comunicadas. Recuperando a história, o texto abaixo tem ainda sua atualidade. Relembrando e ampliando as determinações da Circular publicada em 13 de março de 1909, pelo então Ministro Provincial Frei Celso Dreiling, pedimos que sem observadas, para a confecção do livro de Crônica, as seguintes normas: a) Na Crônica devem registrar-se: 1- As datas precisas e as circunstâncias da fundação, com os nomes dos fundadores, doadores, do arquiteto que fez a planta e de todos os que, de modo particular, cooperaram; as reformas da residência e da igreja, bem como as diversas fases de desenvolvimento da comunidade, com seus novos campos de ação. Quando houver paróquia anexa, à descrição dos limites e os sucessivos desmembramentos da mesma. 2- Os fatos relacionados à família religiosa, como por ex.: vestição, profissão, ordenação, jubileu, doença e falecimento, mudança de pessoal, visitas importantes. 3- Acontecimentos eclesiásticos como: visita pastoral do bispo diocesano, missões, congressos, festas extraordinárias. 4- O movimentos das escolas ou de importante instituição social, quando estiverem sob a direção de nossos frades. 5- Atos importantes de administração como: compras, vendas, doações. 6- Acontecimentos políticos que atingem a vida do convento, a saber: mudança de governo, visita de um estadista ou diplomata, artigos de jornal.

7- Fenômenos da natureza, observados no lugar. 8- Notícias várias, como: fatos interessantes da vida apostólica e da comunidade, lutas e dificuldades. 9- Observações oportunas sobre o meio em que trabalham os nossos frades. 10- No fim de cada ano, o relatório do movimento religioso. N.B. a) É supérfluo dizer que se deve considerar um lamentável abuso servir-se das páginas da Crônica para críticas pessoais e depreciativas de confrades, guardiães e até de disposições oficiais da Província. Uma tal crônica seria um triste documento da descaridade e da insubordinação do autor. b) Quando as crônicas não forem digitalizadas, guardem-se, em pasta especial, os documentos, fotografias, revistas e recortes de jornal, que digam respeito à Crônica da Casa, todos numerados e catalogados com indicação do assunto, da fonte e data. Na própria Crônica faça-se a indicação do número, no texto correspondente. Futuramente tais arquivos poderão ter grande valor histórico. c) As crônicas sejam apresentadas e aprovadas em Capítulo local. d) Seja indicado, na margem da Crônica, o assunto de cada trecho. Em Crônicas maiores, seria de grande valor prático organizar um fichário desses assuntos. e) Por ocasião das visitas canônicas, sempre se apresente a Crônica em dia. f) Destas normas far-se-á um impresso, em separado, que deverá ser inserido na primeira página do Livro de Crônica. DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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Família Franciscana do Interior de São Paulo celebra os 800 anos do encontro de Francisco com o Sultão

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o último dia 26 de outubro, o Núcleo Centro-Oeste Paulista da Família Franciscana se reuniu para celebrar os 800 Anos do Encontro de São Francisco de Assis com o Sultão do Egito Al-Malik Al-Kamil. O encontro celebrativo aconteceu no grande Seminário Santo Antônio de Agudos e contou com a presença de muitos franciscanos e franciscanas do interior de São Paulo, e também de alguns irmãos de outras religiões. Todo o encontro contou com a assessoria de Frei Vitório Mazzuco Filho, que durante todo esse ano se dedicou à pesquisa deste evento ins-

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COMUNICAÇÕES – DEZEMBRO DE 2019

pirador da vida de Francisco de Assis. Durante a abertura do encontro, em nome da equipe de coordenação do núcleo, Frei Zilmar Augusto, recordou que este encontro celebrativo estava acontecendo “em nome de Deus”, que é fraternidade: “Hoje, neste grande Seminário, nos reunimos em ‘nome de Deus’. E, em seu nome, formamos uma fraternidade. Quem se reúne em ‘nome de Deus’ não pode se reunir de outro modo a não ser o modo fraterno. Não viemos aqui para fazer proselitismo ou para defender as nossas religiões. Mas, viemos aqui, simplesmente para nos encontrarmos; para celebrar a diversidade reli-

giosa, pautada na cultura do respeito, do diálogo e da cooperação. Viemos aqui para lançar as sementes de um florescimento e proximidade entre nós. Viemos aqui para falar e refletir sobre nossa caminhada, sobre o cuidado com a nossa Casa Comum, sobre o cuidado com os excluídos e marginalizados e sobre o diálogo entre nós”, apresentou o frade. Com alegria fraterna, foram acolhidos os líderes religiosos presentes: Cirineu Gomes Manduca, Sacerdote e representante da Umbanda, Bauru-SP; Carmem Baffi, representante da Igreja Secho-no-ie, Regional Bauru-SP; Dalton Morales Ribeiro,


CFFB

representante do Centro Espírita Kardecista, de Agudos-SP; Mameto Monâquissimbi de Ozambi, representante do Candomblé Congo Angola, de Marília-SP; Pastora Paula Trein, Pastora Evangélica de Confissão Luterana, de Marília-SP; João Guilherme, representante da Yoga, Agudos-SP. Após as palavras de acolhida, os jovens de Agudos preparam um emocionante momento de oração abrindo as atividades e introduzindo a todos no tema proposto para o encontro: “Franciscanos e Franciscanas: profetas do diálogo, do respeito e da paz”. O tema foi muito bem desenvolvido por Frei Vitório Mazzuco. Sempre chamando a atenção para a profecia franciscana de nosso tempo, abordou as dimensões do diálogo, do respeito e da paz na ótica do franciscanismo. A todo momento Frei Vitório lembrou os ensinamentos de São Francisco sobre o respeito às religiões e à recusa de determinados fundamentalismos presentes em nossos dias. “Francisco de Assis nos ensina que Deus é tão rico e expressivo e tão acima de determinações para poder ser esgotado na sua plenitude por determinada tradição de experiência religiosa, que, por ser determinada já é ,por si, muito limitada. Voltemos à ideia expressa na introdução desta reflexão: Há mais verdades religiosas em todas as religiões no seu conjunto do que numa

única religião; o que também vale para o cristianismo. Existem, pois, aspectos verdadeiros, bons, belos e surpreendentes nas múltiplas formas presentes na humanidade de compromisso e entendimento com Deus”, enfatizou.

Pontos comuns entre as religiões

Na parte da tarde, ainda com a moderação de Frei Vitório, aconteceu um painel, que ganhou o nome de “Patrulha da Paz e do Diálogo”, com o objetivo de ir atrás de iniciativas de diálogo inter-religioso, e também mostrar os pontos comuns das diversas crenças e religiões. Esse momento foi iluminado por três palavras iniciadas com a letra “P”: Paz, Pobre e Planeta. A partir delas, cada líder religioso apresentou suas iniciativas e preocupações na construção da paz, no cuidado com os pobres e na relação com a Casa Comum. Foi um momento rico de grandes partilhas, que propiciou o conhecimento das outras religiões. Terezinha, franciscana secular de Votuporanga, disse que foi um dia perfeito para a reconstrução interior: “Quantas coisas precisamos melhorar em nossas vidas... Estar à procura já é um bom começo”. O encontro encerrou-se com a Celebração Inter-religiosa pela paz

e pela terra, rezando em comunhão com todas as religiões e crenças. Ao final da celebração, os líderes religiosos receberam uma muda de Ipê para plantarem em seus lugares de oração. “Que essas mudas, plantadas nos terrenos dos seus templos ou igrejas, terreiros ou axés, casas de orações ou salas de reuniões fraternas relembrem que, em Agudos, durante a celebração do jubileu de 800 anos do Encontro de Francisco com o Sultão, nosso núcleo lançou as sementes do diálogo, do respeito e da paz entre as religiões. Que esses ipês nos lembrem o dia em que tiramos a paz, o diálogo e o respeito de nossos livros de formação e os vivenciamos de modo profético e fraterno. Que cada florescimento desses ipês nos lembre que sempre precisaremos fazer florescer os compromissos assumidos neste dia”, finalizou Frei Zilmar, agradecendo a participação de todos os irmãos e irmãs nesta celebração. Dalton Morales, do Centro Espírita Agudos, agradeceu o convite para participar de um momento tão importante para todos: “Sentir a harmonia entre as religiões, viver o respeito apesar das diferenças e perceber que todos temos objetivos comuns. Muito obrigado pela oportunidade”.

Texto e fotos: Equipe de Coordenação

DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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CFMB

Novo Governo Provincial no Rio Grande do Sul

N

o dia 16 de outubro de 2019, os Freis Franciscanos do Rio Grande do Sul, reunidos em Capítulo Provincial, no Convento São Boaventura, em Daltro Filho, município de Imigrante - RS, elegeram o seu novo Governo Provincial, a saber: Ministro Provincial - Frei Marino Pedro Rhoden; Vigário Provincial - Frei Arno Frelich e como Definidores: Frei Gastão Carlos Zart, Frei Rodrigo André Cichowicz, Frei Rinaldo Matter Eberle e Frei Armando Mariani. O Capítulo Provincial é um momento de reflexão sobre a vida e missão dos Freis Franciscanos do Rio Grande do Sul, tempo

Da esq. para dir: Frei Rodrigo, Frei Rinaldo, Frei Arno, Frei Marino, Frei Gastão e Frei Armando

de rever as atividades nas quais atuam e tomar decisões para os próximos seis anos. No Rio Grande do Sul atuam e vivem oitenta e um frades franciscanos. Estão presentes em dezessete (17) paróquias, em dez (10) dioceses. Realizam trabalho na área social, com destaque para o Centro de Promoção da Criança e Adolescente, na Lomba do Pinheiro,

Porto Alegre – RS. Além destes trabalhos, os freis estão presentes em Santuários, na Educação, na Pastoral com pessoas portadoras de deficiência; com movimentos sociais, na Terra Santa, na missão em Roraima, na CNBB, nas Missões Populares Franciscanas e nos diferentes serviços internos.

Site da Província São Francisco

FRADES CAPUCHINHOS DE SP

Novo Ministro Provincial é eleito aos 39 anos

A

os 39 anos, Frei Arcanjo de Sousa Soares foi eleito, em primeiro escrutínio, Ministro Provincial dos Frades Capuchinhos de São Paulo durante o Capítulo Provincial no dia 24 de outubro. Ele recebeu a missão dos capitulares de animar uma Província com quase 90 frades em um território que abrange

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COMUNICAÇÕES – DEZEMBRO DE 2019

todo o Estado de São Paulo. Pela segunda vez, os Capuchinhos de São Paulo têm como Ministro Provincial um frade que não é de origem paulista. A primeira aconteceu em 1953, com Frei Anselmo Moena, frade de origem trentina (Itália). A vida de Frei Arcanjo se assemelha com a de muitos migrantes que construíram a cidade de São Paulo. Natural da cidade Novo Oriente, no Piauí, há 17 anos, passou três dias em um ônibus e atravessou o país em busca de um futuro melhor. Chegou a Santo André, morando na comunidade do Tamarutaca, onde os frades desenvolviam trabalhos sociais

com os pobres. Na cidade trabalhava em uma metalúrgica. De origem humilde, filho de Maria das Graças e Joaquim dos Santos, tem perfil conciliador, mas também firme. Foi eleito em 2016 como um dos conselheiros dos frades capuchinhos e agora é o frade mais jovem eleito Ministro na história da Província. Atualmente é formador dos pós-noviços e guardião do Convento Santa Clara, em Taubaté. Ele fez a sua profissão perpétua em 17 de setembro de 2011. O Capítulo também elegeu o novo Governo: Frei Alonso Aparecido, Vigário Provincial; e os conselheiros Frei José Gomes de Sousa Junior, Frei José Carlos de Oliveira e Frei Everson Takaki.

Paulo Henrique CAPUCHINHOS DO BRASIL /CCB


CFMB

Frades da Custódia São Benedito da Amazônia elegem novo Conselho

N

os dias 21 a 26 de outubro de 2019, no Centro de Treinamento Emáus, em Santarém-PA, aconteceu o XI Capítulo Custodial Eletivo da Custódia São Benedito da Amazônia, com a participação de 36 frades, sendo 30 de profissão solene e 06 de profissão temporária, e mais 07 jovens postulantes. Frei Vicente Paulo presidiu o Capítulo. Os capitulares elegeram para o triênio 2020-2022 o seguinte Governo: Ministro Custodial, Frei Edilson Rocha; Vigário Custodial, Frei Elder Almeida; os Conselheiros são: Frei Manoel da Silva, Frei Marcos Bezerra, Frei Rômulo Canto e Frei Harodo Pimentel. Com o tema “Franciscanos na Amazônia: presença-diálogo-testemunho”, a liturgia proporcionou bons momentos de oração voltados para a história dos frades missionários aqui nesta região; ela ofereceu textos consonantes ao Sínodo para a Amazônia, e harmonizou gratidão-reza-cânticos ao Senhor Deus pelo bom êxito da vida fraterna e missionária dos fra-

des. O estudo dos relatórios sobre os vários serviços dos frades à frente da Custódia (missão, formação, economia, estudos, fraternidade e oração), felizmente, despertaram nos capitulares a importância da não perder a identidade viçosa dos franciscanos, que o povo tanto ama especialmente na simplicidade de viver a missão e a fraternidade. Provindos de várias cidades (Be-

lém, Monte Alegre, Santarém, Itaituba, Missão Cururu, Óbidos, Manaus e Boa Vista), os frades tiveram boa convivência a partir dos recreios, alegria e gracejos nos serviços de limpeza, degustaram – com prazer – as refeições e merendas suculentas, celebraram com espírito sereno, repousaram das jornadas de trabalho.

Custódia São Benedito

DEZEMBRO DE 2019 – COMUNICAÇÕES

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NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES

Falecimentos: Pai de Frei Rafael e avó de Frei Alvaci Augusto Spricigo

O pai de Frei Rafael Spricigo fez a sua passagem para casa do Pai no dia 9 de novembro. O velório foi realizado na residência de sua filha Maria Heloísa. Domingo, às 08h00 foi celebrada Missa de corpo presente na residência, presidida por Frei Rafael e concelebrada por Frei Daniel Dellandrea, Definidor da região. “A todos os confrades, familiares, amigos e, principalmente a minha Fraternidade, que partilharam comigo desta entrega a Deus, meu muito obrigado. Paz e Bem”. Frei Rafael.

Írma Maria Salvador da Luz

Faleceu no dia 26 de outubro, na cidade de Criciúma, SC, a se-

nhora Írma Maria Salvador da Luz, avó materna de Frei Alvaci Mendes da Luz. Há dois meses havia sofrido o terceiro AVC e estava

em coma domiciliar. Foi sepultada em Criciúma, no jazigo da família, junto a seu esposo Alvaci Tomé da Luz.

Petrópolis é capital estadual do canto coral

Petrópolis é, oficialmente, a Capital Estadual do Canto Coral. O setor é uma das principais vocações da Cidade Imperial tanto por sua história - temos o mais antigo coro de meninos em atividade no Brasil, os

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Canarinhos, por exemplo – quanto pela estimativa de mais de mil vozes atuantes hoje. Além dos Canarinhos de Petrópolis, a cidade abriga nomes igualmente de destaque no cenário inter-

nacional do canto coral: Meninas dos Canarinhos de Petrópolis, Coral da Universidade Católica de Petrópolis, Coral de Petrópolis, Jovens Princesas de Petrópolis, entre outros. “É ótimo esse reconhecimento. Petrópolis sempre teve um talento para o canto coral, visto o coral dos Canarinhos, que está há 77 anos em atividade. É notório esse reconhecimento”, frisa o maestro Marco Aurélio Lischt. A lei também resgata parte importante da história da cidade. A Sociedade Coral Concórdia, fundada em 1863, é a mais antiga agremiação do país e fundou o primeiro coro que fazia apresentações para Dom Pedro II e a corte e que se manteve em atividade até 1936. Vale lembrar que os corais estarão entre os destaques da programação do Natal Imperial, que começa no dia 14 de novembro e vai até 12 de janeiro.


81 do... Frei Almir aoo,s co m discurso e tu Festa no Sagrad

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DÚVIDA

Será que é piolho, Frei Carretta?

MAS MINHAS PERNAS...

NA ESCUTA

Frei Leandro atento...

Tava calor, né Frei Carretta?

Por Frei Yves Leite

VIDA DE PILOTO

Vinícius no fórmula 1 do Postulantado

JO” ECOTEOLOGIA NO “BRE ema e Breno, Frades estudantes, com Mo livros. dão um descanso para os

FRATRUMGRAM é um neologismo que nasce da palavra Frades mais a rede social Instagram. A ideia é publicar fotos curiosas, informais e descontraídas dos frades e das Fraternidades! Se você fez uma foto legal, envie-nos para o email: comunicacao@franciscanos.org.br!


Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (*) As alterações e acréscimos estão destacados

DEZEMBRO

MARÇO

02

08 20 e 21

02 02 e 03 02 e 03 04 a 06 06 08 09 09 09 e 10 09 e 10

Encontro do Regional de Curitiba (Caiobá) Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Blumenau) Encontro do Regional do Vale do Paraíba (São Sebastião) Encontro recreativo do Regional do Contestado Celebração provincial dos Jubileus (Petrópolis); Renovação dos votos em Petrópolis; Renovação dos votos em Rondinha; Jubileus em Bragança Paulista; Encontro do Regional São Paulo (Bragança Paulista) Encontro do Regional do Leste Catarinense – recreativo Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Blumenau)

JANEIRO 06 08 09 a 16 11 20 a 30 29

29 a 02 31 a 01

2020

Primeira Profissão dos noviços (Rodeio); Admissão dos noviços (Rodeio); Curso de Fé e Política do CESEEP (Espiritualidade nas cidades: religião e mídia) – São Paulo/SP Primeira Profissão dos noviços angolanos e admissão dos noviços angolanos 2020 (Quibala); Curso na Cúria Geral para novos Ministros Provinciais (Roma); Admissão dos Postulantes (Guaratinguetá); Missões Franciscanas da Juventude (JPIC) – Xaxim (SC) Encontro de Ex-seminaristas (Agudos);

30 a 03

30ª Romaria Frei Bruno (Joaçaba); Encontro da Frente da Educação frades (Bragança); Encontro da CFMB (Franca, SP);

ABRIL 18 a 25 20 27 e 28 28 e 29 28 e 29 30 e 01

Missão da Solidariedade dos Jovens – Sefras – São Paulo – SP; 450ª Festa de N. Sra. da Penha (Vila Velha); Encontro da Formação Inicial (Rondinha); Assembleia do SAV (Rondinha); Reunião dos guardiães e coordenadores (Agudos); Reunião do Definitório Provincial (Agudos);

JUNHO 30 a 02

Reunião do Definitório Provincial;

JULHO 31 a 02

Caminhada Franciscana da Juventude (CFJ) – Vila Velha (ES)

AGOSTO 17 a 21

Encontro da CFMB (Salvador, BA);

SETEMBRO 01 a 03 21 a 26

Reunião do Definitório Provincial; Assembleia da UCLAF (Divinópolis, MG);

OUTUBRO 15 a 18 31 a 01

Congresso de Evangelização da CFMB (São Paulo) Alverne – Concórdia (SC)

NOVEMBRO 16 a 18

Reunião do Definitório Provincial;

FEVEREIRO 11 a 13 12

Reunião do Definitório Provincial (Sede Provincial); Encontro com os coordenadores atuais dos Regionais (São Paulo – S. Francisco);

MAIO 01 a 29

2021

Capítulo Geral da Ordem (Manila – Filipinas);


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