| FEVEREIRO - 2015 | ANO LXII • No 02 |
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
RODEIO
14 noviços fazem a Primeira Profissão 18 noviços são admitidos em 2015
Sumário
Mensagem do Ministro Provincial
“Um novo ano provincial”........................................................................................................................................................ 67
FORMAÇÃO PERMANENTE
Carta do Ministro Geral por ocasião do Ano da Vida Consagrada........................................................... 70 “A comunicação nossa de cada dia”, de Frei Gustavo Medella.................................................................... 72 Encontro dos Irmãos Leigos da Província................................................................................................................... 75
FORMAÇÃO E ESTUDOS
Ordenação presbiteral de Frei Antenor Militão: um missionário para Angola............................... 76 Primeira Profissão em Rodeio............................................................................................................................................... 82 Dezoito noviços admitidos em Rodeio......................................................................................................................... 88 Postulantado de Kibala: 13 jovens admitidos.......................................................................................................... 91 Postulantado de Guaratinguetá: 14 jovens admitidos...................................................................................... 92 “Ser Padre”, de Frei Neylor Tonin.......................................................................................................................................... 95
SAV
FRATERNIDADES
Festa da juventude franciscana em Concórdia....................................................................................................... 96
Balneário Camboriú: jovens caminham pela paz..............................................................................................101 Jubileus de Frei Carlos e Frei Benjamim....................................................................................................................102 Frei Jacir celebra jubileu em Forquilhinha...............................................................................................................104 “Quando as máquinas param...”. Frei Antônio Moser escreve sobre seu acidente...................105 O Frei do “Stand up paddle”................................................................................................................................................106 Frei Walter Hugo recebe título de Cidadão Agudense.................................................................................106 Convento da Penha: reformas na secretaria para acolher melhor.......................................................107 Exposição Franciscana de Presépios: celebração dos 25 anos...............................................................108 Santuário do Valongo: 375 anos.....................................................................................................................................110 Bispos se encontram em Xaxim.....................................................................................................................................111 Novo livro de Frei Arcângelo Buzzi...............................................................................................................................111
EVANGELIZAÇÃO
Sefras: Temas da atualidade são abordados em semana de formação...........................................112 USF realiza gincana solidária e arrecada 8 toneladas em doações.....................................................113 Notícias do Colégio Bom Jesus.......................................................................................................................................114 Angola: Entrevista com Frei José Antônio dos Santos..................................................................................116 Cronologia da Missão de Angola...................................................................................................................................120 Pelo sétimo ano consecutivo, FAE é a melhor de Curitiba.........................................................................121
FFB
Rodeio: 100 anos de fundação das Catequistas Franciscanas................................................................122 Falece Frei José Carlos Pedroso.......................................................................................................................................126
AGENDA .....................................................................................................................................................................................128 Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil Rua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br | ofmimac@franciscanos.org.br
Mensagem
um novo ano provincial Caríssimos confrades, Paz e Bem! assadas as festas natalinas e as alegrias da virada de mais um ano, e para muitos também tempo de um merecido descanso, chegou a hora de retomarmos as nossas atividades e continuarmos o trabalho da nossa santificação no projeto fraterno de vida e missão de cada fraternidade. Este ano, apenas iniciado, promete e exige muito de todos nós! Ele solicita a nossa dedicação diária e permanente para continuarmos a responder ao chamado divino na nossa profissão religiosa franciscana; chama a nossa atenção para as grandes convocações da Igreja, da Ordem e da Província (ano da Vida Consagrada, ano do Capítulo Geral e ano de preparação para o Capítulo Provincial); e exige a nossa pronta obediência para darmos nossa valiosa contribuição, pessoal e fraterna, a tudo o que nos for solicitado em vista do crescimento e fortalecimento da qualidade da nossa vida evangélica e a consequente corresponsabilidade na missão evangelizadora. Se este ano promete muito, é porque o iniciamos muito bem! Destaco aqui a belíssima celebração de admissão à Profissão Temporária dos 14 noviços no último dia 05 de janeiro, em Rodeio. Os frades professandos, com voz forte e decidida, proclamaram o “aqui estou” para seguir mais de perto o Evangelho e os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo nesta nossa Fraternidade. Da mesma forma, também destaco a alegria que o Senhor nos
proporcionou na manhã do último dia 15 de janeiro, novamente em Rodeio, na leveza e na simplicidade da celebração da admissão dos 18 postulantes ao noviciado. A mesma esperança e alegria se reacende em todos nós na admissão dos nossos vocacionados aos Postulantados: 16 em Quibala e 14 em Guaratinguetá! O Papa Francisco, contudo, na ‘Carta Apostólica às Pes-
soas Consagradas, na proclamação do Ano da Vida Consagrada’, nos recorda que “abraçar com esperança o futuro” (3º objetivo deste Ano da Vida Consagrada) “não se funda sobre números ou obras, mas sobre Aquele em quem pusemos a nossa confiança e para ‘quem nada é impossível’. Esta é a esperança que não desilude e que permitirá à vida consagrada continuar a escrever uma grande história no fu| Comunicações | Fevereiro 2015 |
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turo, para o qual se deve voltar o nosso olhar, cientes de que é para ele que nos impele o Espírito Santo a fim de continuar a fazer, conosco, grandes coisas”. Nesse sentido, mais uma vez alerto a nossa Fraternidade Provincial a revigorarmos em nós mesmos a alma (o ânimo) da nossa própria vocação franciscana, sendo irmãos e fraternidades de real anúncio do Evangelho, de acolhimento e acompanhamento dos nossos jovens. Expresso aqui a minha gratidão a todos os Confrades que exercem este ministério tão sagrado, seja os que estão no Serviço da Animação Vocacional (SAV, PVF e FAVs), como os irmãos que estão no permanente serviço da evangelização em todas as
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nossas casas de formação e de estudos. Coragem, irmãos! Coragem formandos e formadores! Todos nós sonhamos e desejamos corresponder, como Frades Menores, às grandes expectativas do Papa Francisco para a Vida Consagrada: a alegria, o profetismo, a comunhão, a ousadia de sairmos da nossa autorreferencialidade e, finalmente, a resposta “sobre o que pedem Deus e a humanidade de hoje”, a partir do nosso Carisma: Irmãos e Menores em nosso tempo! Se começamos bem este ano, com o vigor dos nossos jovens que pediram para compartilhar e condividir conosco a forma de vida evangélica a nós confiada por Francisco de Assis (vocação e missão evangelizadora!),
no mesmo vigor e rigor convoco toda a Fraternidade Provincial para alguns acontecimentos e atividades de vital importância neste ano de 2015: Animação Vocacional e Pastoral de Juventude: Nosso Plano de Evangelização, quando pede que devemos “revigorar a animação vocacional”, também apresenta como estratégia “o investimento no trabalho com a juventude”. Passos concretos foram dados pelo SAV e PVF nas Missões dos Jovens (Ituporanga e Concórdia) e nas Caminhadas Franciscanas da Juventude (Guaratinguetá, Santo Amaro da Imperatriz e Angelina). Creio que podemos dar mais e investir com mais ousadia nos nossos jovens em todas as nossas Frentes de Evangelização (foto
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acima, a Caminhada de Concórdia). Ano da Vida Consagrada: Convido cada Irmão e cada Fraternidade a ter presente a Carta Apostólica do Papa Francisco às pessoas consagradas para a proclamação do ano da Vida Consagrada. Excelente temário para os nossos retiros, encontros formativos, revisão do projeto fraterno de vida e missão das fraternidades e redimensionamento do nosso ser-consagrado na missão evangelizadora da Igreja. Capítulo Geral da Ordem dos Frade Menores: Acontecerá de 10 de maio a 07 de junho, em Assis. Em breve enviaremos a todos os irmãos e fraternidades o ‘Instrumento de Trabalho’ do Capítulo Geral, cen-
trado em dois grandes temas: Viver como Irmãos e Viver como Menores. Secretariado da Evangelização: Que todos nos unamos ao Secretário e aos Coordenadores das cinco Frentes de Evangelização (Missão, Paróquias/ Santuários, Comunicação, Educação e Solidariedade). Sonhamos trabalhar com eficácia, num mutirão fraterno, a fim de darmos reais motivações evangélicas que justificam a nossa presença nesta ou naquela frente de evangelização, uma vez que ali devemos estar como Irmãos e Menores (tema do Capítulo Geral), homens apaixonados pelo Evangelho e pela causa do Reino de Deus. Desse trabalho deverá nascer o Plano de Evangelização da Província a ser aprovado no próximo Capítulo Provincial! Reunião de guardiães, coordenadores e párocos (Rondinha – 27 a 30 de abril): Além de ser a Assembleia anual e estatutária da Província, nesta reunião desejamos conversar mais seriamente sobre a nossa frente de Evangelização nas Paróquias. Um número significativo de confrades atuam nessa frente de evangelização. E nos perguntamos: como aí estamos enquanto frades e menores? Visitação Canônica: Passado o Capítulo Geral, no segundo semestre deste ano teremos a graça e a bênção da visitação canônica. A agenda da visitação já foi divulgada. Esta visita canônica requer desde já a nossa preparação. Peço encarecidamente que todas as fraternidades, preferencialmente no primeiro Capítulo Local deste ano, revisem e atualizem o Projeto Fraterno de Vida e Missão da Fraternidade e, por favor, enviem uma cópia à secretaria da Província (via e-mail). Peço ainda que deixem atualizado o Livro das Crônicas da Fraternidade, o Livro ‘Termo da Visita Canônica’, livro da celebração de missas. Os 25 anos de presença em Angola: A Fundação Imaculada Mãe
de Deus de Angola também merece uma atenção particular neste ano de 2015! Queremos olhar com gratidão os 25 anos de presença, celebrar com paixão o momento presente e abraçar com muita fé e esperança o futuro da Missão. Esta ação de graças exigirá de todos nós reflexão, discernimento, partilha e, principalmente, a paixão missionária tão própria do nosso carisma franciscano. Preparação do Capítulo Provincial (Janeiro de 2016): Convido cada confrade a dispor-se com generosidade aos trabalhos específicos que a comissão preparatória certamente irá encaminhar a todos, seja em nível pessoal, de fraternidade e de regional. Enfim, convido os irmãos guardiães e coordenadores das fraternidades a manter num lugar visível da casa/convento, a agenda da fraternidade provincial. Que as reuniões e os encontros formativos da Província sejam priorizados e, por favor, não nos esqueçamos de acrescentar nesta agenda o dever PRIORITÁRIO: as datas dos Capítulos Locais da Fraternidade! Obrigado a todos! Vamos recomeçar, meus irmãos! Recomeçar com o Evangelho, recomeçar de coração, recomeçar com perdão, recomeçar com entusiasmo, recomeçar com alegria, recomeçar na vontade de crescer, recomeçar no cuidado fraterno, recomeçar na transparência da pobreza, castidade e obediência, recomeçar no desejo de santificação e recomeçar com um ardente amor e paixão pela evangelização. Que o nosso recomeçar esteja sintonizado por este encorajamento do Papa Francisco: “Prossigamos, retomando sempre o nosso caminho com confiança no Senhor”. E que o Senhor nos abençoe e nos guarde! Fraternalmente, Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM Ministro Provincial | Comunicações | Fevereiro 2015 |
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Caríssimos confrades, O Senhor vos dê a Sua paz! próximo ano, 2015, como notório, será para a Igreja um Ano dedicado à Vida Consagrada. A fim de responder às expectativas do Santo Padre Francisco, esse ano desdobrar-se-á segundo um Itinerário, cujo início será no dia 29 de novembro próximo e concluir-se-á no dia 02 de fevereiro de 2016. Como Frades Menores, acolhamos com alegria o convite do “Senhor Papa” e seu desejo de que a celebração da vida consagrada se transforme em renovado testemunho de vida evangélica para cada um. Ao rendermos graças e louvores ao Senhor pelo dom de nossa vocação e consagração, manifestemos novamente o desejo e o propósito de interiorizar profundamente nossa identidade franciscana e vivê-la com sinceridade e alegria, tal como a Regra e as Constituições Gerais a propuseram a cada um de nós, ao abraçá-la por meio da profissão religiosa. Acolhamos, por isso, com especial gratidão e deixemo-nos interpelar e estimular pelo testemunho do Santo Padre, que a partir da escolha do nome programático Francisco, propõe à Igreja um estilo de vida e mensagens, próprias de nosso Seráfico Pai, a saber, a referência constante ao Evangelho – ou melhor, à “alegria do Evangelho”, que constitui a beleza intrínseca da vida consagrada – a proximidade, especialmente, aos pobres e excluídos, a misericórdia, a reconciliação, a fraternidade, a essencialidade, a simplicidade e o empenho pela paz e pelo cuidado da criação. Esses e outros são aspetos que nós - como já vos escrevi em sintonia
com os confrades do Definitório Geral, por ocasião da Solenidade de S. Francisco de Assis deste ano devemos, acima de tudo, «seguir o ensinamento e as pegadas de nosso Senhor Jesus Cristo» (Rnb 1,1) viver e, depois, mostrar à Igreja e ao mundo. O Papa Francisco, com a indicação do Ano da Vida Consagrada nos convida, mais uma vez e de maneira mais forte, a novamente consultarmos o núcleo mais profundo de nossa vida, exortandonos àquela santa “inquietude do coração”, pois só essa pode levar-nos a um renovado encontro pessoal com o Senhor Jesus. Queremos acolher a reflexão, o confronto, a experiência eclesial e a oração a respeito da Vida Consagrada, a fim de alimentar e enriquecer o caminho de preparação ao próximo Capítulo Geral que, como sabeis, terá como tema de fundo a vocação fundamental que o Pai S. Francisco nos deixou através do nome que nos deu, Frades Menores, ou seja, o convite de viver de maneira autêntica a Fraternidade e a Minoridade em nosso tempo, a fim de sermos verdadeiros irmãos e menores entre a gente e entre os povos de nossa humanidade, hoje. Há uma surpreendente convergência entre os temas centrais do Ano da Vida Consagrada e os que propusemos à nossa reflexão nos Lineamenta em preparação ao Capítulo Geral-2015 da Ordem dos Frades Menores. «Seguir o ensinamento e as pegadas de nosso Senhor Jesus Cristo» (Rnb 1,1). Essa é nossa Regra e nossa vida! A vida consagrada, de fato, é a «memória viva do modo de existir e agir de Jesus como Verbo encarnado diante do Pai e dos irmãos» (VC 22). Assim Francisco de Assis tor-
nou-se “alter Christus”! «O Seráfico Pai S. Francisco foi total transparência do Evangelho e viveu o primado de Deus e o primado da vida com o coração, a mente e o corpo voltados essencialmente ao Evangelho: por isso é considerado o Pobrezinho de Assis e o Irmão de todos. Se também nós, hoje, quisermos ser verdadeiros irmãos e autênticos menores, somos chamados a passar da aparência e da eficiência à pura e simples transparência evangélica» (Carta pela Solenidade de S. Francisco de Assis - 2014). Irmãos caríssimos, acolhamos com coração grato e disponível este Ano da Vida Consagrada, desejado pelo Papa Francisco para toda a Igreja. Unamo-nos de boa vontade às celebrações e a todas as iniciativas que serão tomadas em tal sentido em nossas comunidades locais, a fim de que tal evento da graça seja também expressão de comunhão eclesial. Vivamos na assídua e confiante oração o presente tempo de preparação ao Capítulo Geral, servindo ao Senhor em pobreza e humildade (cf. Rb 6, 1-3) e implorando sem cessar a graça de seguir fielmente as pegadas de seu Filho dileto e de querer sempre aquilo que Lhe agrada (cf. Ord 7, 50-51). Amados irmãos, «prometemos grandes coisas, maiores nos são prometidas; observemos aquelas e aspiremos por essas» (2Cel 144, 191), e restituamos tudo ao Senhor, do qual vem todo o bem (cf. Rnb, 17, 17). No Pai S. Francisco, a todos vós o abraço e a bênção. Roma, 29 de novembro de 2014 Festa de Todos os Santos da Ordem Franciscana | Comunicações | Fevereiro 2015 |
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A COMUNICAÇÃO NOSSA DE CADA DIA Frei Gustavo Wayand Medella
onsiderar a Comunicação como elemento transversal da Vocação Evangélica e Missão Evangelizadora que abraçamos tem seus benefícios e seus riscos. Como este é um texto que pretende motivar nossa Fraternidade Provincial a abraçar de maneira cada vez mais efetiva e apaixonada a Evangelização da Comunicação, falemos rapidamente dos riscos para depois nos determos com mais atenção e interesse nas potencialidades desta forma de compreensão. Três possíveis riscos de uma visão transversal 1) A generalização que desmobiliza – Se tudo o que se empreende no esforço evangelizador diz da co-
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municação (tudo é comunicação!), o tema acaba se pulverizando em meio às muitas preocupações e demandas que fazem parte da rotina da Evangelização. Por isso, em qualquer frente evangelizadora onde atuarmos, um olhar interessado e comprometido sobre o tema da comunicação e as práticas próprias a este universo vão conferir maior qualidade, credibilidade e abrangência a nosso serviço evangelizador. Preocupar-se com uma comunicação efetiva é compromisso de todo aquele que pretende ser um seguidor de Cristo e um servo do Evangelho. 2) A delegação a terceiros que descompromete – Esta atitude faz lembrar a sina do cachorro de muitos donos que acaba morrendo de inanição, pois cada um fica
esperando que o outro alimente o bichinho. “Comunicação?! Ah, isso não toca nossa vida aqui na Paróquia!”, “Eu não tenho nada a ver com esta história de comunicação, pois meu trabalho é na Formação!”, “Já existe uma equipe responsável para trabalhar nesta área! Isto é serviço deles!”, são expressões ouvidas com certa frequência e que denotam uma visão muito restrita que acaba privando o evangelizador de contemplar um horizonte mais amplo, de fazer chegar mais longe e com maior intensidade a mensagem de justiça, amor e paz proposta pelo próprio Deus encarnado. Comunicação é tarefa de todos nós. 3) A falta de comunhão que desorganiza – Este risco nasce do
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próprio significado do termo comunicação, que traz em si uma multiplicidade de significados. E quando nos fechamos no casulo de nossa própria compreensão, temos a dificuldade de vislumbrar um horizonte comum, na direção do qual poderíamos caminhar juntos, somando forças, aliando talentos e desbravando novas trilhas. Quanto mais organizada for a nossa comunicação, tanto mais longe teremos condições de chegar juntos. Seis potencialidades desta compreensão 1) A consciência que aproxima – Somos seres de comunicação. Fomos formados para o encontro, a relação. Desta forma, ter a consciência de que a comunicação faz parte de nossa vida, e investir em uma prática comunicativa de qualidade, nos tornam pessoas mais realizadas e plenas. O pedido expresso na oração atribuída a São Francisco, “Senhor, fazei que eu procure mais compreender que ser compreendido”, parece indicar a direção a ser buscada por quem deseja comu-
nicar-se bem: desarmar-se de preconceitos e ir ao encontro do outro, oferecendo o próprio coração manso e compreensivo. 2) A comunhão que compromete – A compreensão da comunicação em sua transversalidade não diminui a força e a importância dos trabalhos específicos que, enquanto Província, realizamos na área. Um olhar carinhoso, comprometido e interessado se faz urgente de nossa parte para as realidades sob nossos cuidados, a saber, as Comunicações, o portal franciscanos.org. br, as Fundações Celinauta (Pato Branco, PR) e Frei Rogério (Curitibanos, SC) a Editora Vozes, o Programa de Rádio Sala Franciscana, a WebTV Franciscanos. Todas são expressões específicas da comunicação enquanto área do fazer e do saber e, para levá-las à frente com bom êxito, não podemos abrir mão de uma parceria cada vez mais sólida e próxima com os leigos e, de nosso lado, também um sério e interessado processo de preparação e aprimoramento profissional. Os frades que se dedicam ao cuidado e
à condução destes veículos não são seus proprietários, mas, em nome da fraternidade, exercem a função de cultivar e produzir bons frutos na seara da comunicação. 3) A compreensão que abre novos caminhos – Historicamente, a Ordem Franciscana se destacou por conseguir encontrar caminhos alternativos quando os velhos métodos evangelizadores pareciam enfraquecer ou fracassar. No contexto atual, é quase consenso que a revolução que se espera em relação à vida e à missão da Igreja passa pelo viés da comunicação, especialmente no que diz respeito aos avanços tecnológicos, que têm diminuído distâncias, quebrado fronteiras, invertido a ordem social e operado uma verdadeira reviravolta no seio da humanidade. Mais do que buscar o domínio operacional de cada nova tecnologia que surge, nosso grande desafio é compreender e interagir com as mudanças que este novo cenário opera no coração humano, nos sonhos e projetos das pessoas, que continuam em busca de afeto, comunhão, compreensão, em busca | Comunicações | Fevereiro 2015 |
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de um sentido para a própria vida. Como partilharmos nossas escolhas e convicções e torná-las atraentes a nossos contemporâneos? 4) A profissionalização que qualifica – Não se espera que cada frade seja um perito em comunicação, um especialista em produzir textos, programas, sites e outros produtos do ramo. No entanto, é nossa tarefa irrenunciável buscar todos os meios disponíveis para sermos excelentes comunicadores do Evangelho, compreendendo o ambiente cultural do qual somos parte, falando e escrevendo com qualidade, expressando-nos com clareza e profundidade, primando por uma comunicação que perpasse o testemunho e a expressão da fé nas mais variadas linguagens. Outra ação necessária é a de buscarmos a assessoria e o contato com profissionais da área, que podem nos ajudar em temas que fogem à nossa área de conhecimento e atuação. Quando falamos em comunicação na Igreja, a boa vontade é elemento fundamental, mas somente ela não basta. Precisamos de profissionalização. 5) A partilha que fortalece – Uma das palavras de ordem da comunicação em nosso tempo é Compartilhar. O conceito está presente de maneira cotidiana nas redes sociais e demais ambientes da internet. Compartilhar é a lógica de Jesus Cristo, o Filho de Deus que se entrega no mistério da Eucaristia, da Cruz, das curas e milagres, do envio em missão. Em nossos trabalhos específicos e diários, em tudo o que fizermos, procuremos manter de antemão este espírito de partilha e cooperação. “Será que este trabalho de divulgação
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das virtudes franciscanas não renderia uma boa série de TV?”, “Que tal partilharmos este texto sobre a semana santa publicado em nosso site com os catequistas e lideranças de nossa paróquia?”, “Por que não divulgarmos em nossos colégios e universidades a matéria produzida
crescer. Diversos passos práticos já foram dados nesta direção, como os dois encontros provinciais da Frente da Comunicação, as reuniões mensais que deram origem a diferentes ações de mútua ajuda, a videoconferência para pensar e planejar o ano de 2015 no que diz
com o Frei de 78 anos que pratica stand up nas praias do Espírito Santo?” e muitas outras são perguntas que devem povoar a rotina de nossa comunicação. Quando partilhamos, nos tornamos mais fortes. 6) A prática que constrói – A missão encanta a vida! À medida que as ideias até aqui expostas forem tomando corpo em ações práticas, nosso entusiasmo pelo fecundo campo da comunicação tende a
respeito à comunicação, o reconhecimento da CNBB, concedendo o Prêmio Microfone de Prata ao programa de rádio Sala Franciscana, entre outros. Muito ainda temos por fazer. A certeza maior é que um grande horizonte de esperança se abre à nossa frente. Caminhemos, sem medo, para construirmos juntos uma comunicação que produza cada vez mais profundos laços de comunhão.
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convite Encontro dos Irmãos Leigos da Província Caro confrade, Paz e Bem! Igreja cresce através do testemunho, não do proselitismo. O testemunho que pode, realmente, atrair é aquele associado a atitudes não habituais: generosidade, desapego, sacrifício, esquecimento de si próprio no intuito de ajudar os outros. Eis o testemunho, o “martírio” da Vida Religiosa. Para as pessoas isso “soa como um alerta”. Os religiosos falam às pessoas com sua vida: “O que está acontecendo? Estas pessoas estão me dizendo alguma coisa!” (...) A Vida Religiosa deve promover um crescimento na Igreja via atração. (Papa Francisco, diálogo sobre a Vida Religiosa, em 29 de novembro de 2013) De dois em dois anos vem ocorrendo o Encontro dos Irmãos Leigos da Conferência dos Frades Menores do Brasil (CFMB), dos quais tem
participado número significativo de Irmãos da Província. O último foi em Lagoa Seca, PB, de 31 de outubro a 3 de novembro de 2013. Na Província, pensa-se em realizar o Encontro de Irmãos também de dois e dois anos, justamente no ano subsequente ao encontro nacional. Porém, devido a contratempos, não foi possível realizar o encontro dos Irmãos da Província em 2014, que foi remarcado para os dias 12 (chegada) a 15 (almoço) de março deste ano, no seminário de Agudos, SP. Além dos costumeiros momentos de rica e alegre convivência e de oração, gostaríamos de nos ocupar com a reflexão do tema proposto para o Capítulo Geral da Ordem de maio próximo: Irmãos e menores em nosso tempo. Queremos, pois, através desta carta, convidá-lo não somente a participar do Encontro em março, mas
também a ajudar na preparação, caso você tenha alguma sugestão e contribuição que gostaria de fazer. Tente priorizar, por favor, o quanto possível, este importante encontro de nossa Formação Permanente. As inscrições deverão ser feitas até o dia 28 de fevereiro, através do e-mail freiwalter@franciscanos.org.br. Despertem o mundo! Sejam testemunhos de uma forma diferente de fazer as coisas, de agir, de viver! (...) Os religiosos seguem ao Senhor de forma especial, seguem-no profeticamente. É este testemunho que espero de vocês. Os religiosos e as religiosas deveriam ser pessoas capazes de despertar o mundo”. (Papa Francisco, diálogo sobre a Vida Religiosa, em 29 de novembro de 2013) Esperando sua inscrição e participação, com abraço fraterno. Frei Estêvão Ottenbreit moderador da Formação Permanente | Comunicações | Fevereiro 2015 |
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Ordenação presbiteral de Frei Antenor Camilo Militão
UM PRESBÍTERO MISSIONÁRIO
PARA ANGOLA
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MOACIR BEGGO
ão Lourenço (MG) - O mineiro Frei Antenor Camilo Militão foi ordenado presbítero pelo bispo franciscano Dom Diamantino Prata de Carvalho, da Diocese de Campanha, no dia 20 de dezembro de 2014, às 10 horas, na Paróquia Santíssima Trindade, em São Lourenço, no Sul de Minas Gerais. O novo presbítero da Província da Imaculada Conceição agora já poderá realizar um sonho que vem acalentando há muito tempo: ser
missionário na Missão Franciscana de Angola. Frei Antenor é mais um vocacionado do grupo de jovens vocacionados que foram preparados pelos frades franciscanos, entre eles o bispo Dom Diamantino, quando estiveram presentes na Paróquia São Lourenço desta cidade por cerca de 80 anos. Na celebração, estavam reunidos mais dois filhos da terra: Frei Rodrigo da Silva Santos, que preparou a ordenação durante a semana e foi o comentarista da celebração, e Frei Marcos Prado dos Santos, orde-
nado presbítero recentemente por D. Diamantino. Além do Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, confrades de Frei Antenor de toda a Província da Imaculada participaram da celebração, assim como sacerdotes e seminaristas da Diocese de Campanha. A Igreja no bairro de Nossa Senhora de Fátima ficou pequena para essa grande demonstração de carinho pelo ordenando, especialmente dos paroquianos de Amparo (SP) e Guaratinguetá (SP), que lotaram dois ônibus para participar da celebração.
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Isso porque, em Amparo, Frei Antenor residiu como diácono e atualmente reside no Seminário Frei Galvão de Guaratinguetá. Frei Antenor teve ao seu lado, na procissão de entrada, a mãe Maria Cândida e o pai Eurico, que permaneceram com ele até ser chamado para perto do bispo, depois da liturgia da Palavra, quando teve início o rito da ordenação. Frei Fidêncio apresentou Frei Camilo e deu seu testemunho, em nome da Província da Imaculada e do povo de Deus, que ele “era considerado digno” para o ministério sacerdotal. Na sua homilia, em seguida, Dom Diamantino partiu do evangelho da Anunciação (Lc 1,26-38) para falar do ‘sim’ generoso de Maria a Deus e do ‘sim’ que Frei Antenor estava dando como missionário. “Frei Antenor não se acomodou e se lança com coragem para realizar a obra evangelizadora que Jesus nos legou”, disse D. Diamantino, confessando ao povo que ele, antes de ser nomeado bispo, iria para Angola como missionário. “Mas veio a nomeação e
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acabei adiando esse desejo”, contou o bispo franciscano, que espera ainda ser missionário na África, já que deixará a Diocese de Campanha quando completar 75 anos em 2015. Após a homilia, o rito continuou com o propósito do eleito. Em seguida, foi cantada a Ladainha de Todos os Santos, quando Frei Antenor prostrou-se, como sinal de sua total entrega a Deus. Veio, então, o momento central da ordenação com a imposição das mãos e a Prece de Ordenação. Na sequência, a última parte do rito: unção das mãos, vestição de Frei Antenor com a casula e a estola - ele
teve a ajuda de Frei João Francisco, guardião da Fraternidade de Guaratinguetá, onde reside, e do Pe. Carlos - e a entrega do cálice e da patena. Num gesto fraterno, representando a acolhida do neo-sacerdote entre os presbíteros, Frei Antenor Camilo recebeu o abraço da paz de D. Diamantino, dos seus confrades e dos sacerdotes. Terminou assim o rito de ordenação e Frei Antenor passou a celebrar a Eucaristia pela primeira vez como presbítero. AGRADECIMENTOS Frei Fidêncio proporcionou um dos momentos mais emocionantes da celebração ao pedir licença ao novo presbítero para ler um trecho da carta que recebeu dele falando do desejo de ser missionário em Angola: “Neste tempo de graça em preparação para o ministério sacerdotal, venho com muita confiança em Deus e com humildade pedir ao Senhor Ministro Provincial a graça de liberar-me, abençoar-me e enviar-
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-me para as missões em terras angolanas. Confesso que é um desejo que carrego comigo há algum tempo”, revelou Frei Fidêncio. Segundo o Ministro Provincial, Frei Antenor ainda lhe escreveu: “Quero muito contribuir com a missão de Angola, porque sei e tenho plena convicção, não sou eu, pobre
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frade, que está contribuindo com a Missão de Angola, mas minha vocação é que vai ganhar muito e vai se enriquecer com essa nova experiência que Deus está me proporcionando”. Ainda disse ao Ministro Provincial que sua motivação para ser missionário aconteceu quando ainda era
estudante em Agudos e ouviu de um frade missionário a seguinte frase: “Não encontramos Deus na fartura, na abundância, mas encontramos o Senhor naqueles que são abandonados pela sociedade”. Frei Fidêncio agradeceu carinhosamente aos pais pelo “irmão fraterno” que os frades ganhavam e também a seu confrade Dom Diamantino, por ordenar Frei Antenor, ao pároco Pe. Ilídio Coelho, que acolheu os frades generosamente durante a preparação para a ordenação, e à comunidade de São Lourenço, sempre muito carinhosa com os frades. Frei Antenor também agradeceu a todos pelo momento inesquecível que estava vivendo. No final, pediu ao povo que rezasse com ele um Pai Nosso e uma Ave Maria pela família, onde nascem as vocações religiosas.
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PRIMÍCIAS DE FREI ANTENOR FREI RODRIGO DA SILVA SANTOS
manhã do dia 21 de dezembro chegou com o calor que marcou toda a semana de preparação para a ordenação de Frei Antenor Camilo Militão. Neste dia, às 9h30, teve início a Primeira Missa do neopresbítero, que reuniu muitos dos paroquianos que não puderam participar da ordenação e os visitantes que vieram para a ocasião. Frei Antenor demonstrou muita tranquilidade em sua primeira celebração, concelebrada por seus confrades, pelo pároco da Paróquia Santíssima Trindade, Pe. Elídio Coelho, e pelo Pe. Antônio Queiroz, convidado do neopresbítero para fazer a homilia da celebração.
Pe. Antônio ressaltou a importância da família na vocação daqueles que são escolhidos a serem presbíteros. “Nós conhecemos a árvore pelos seus frutos”, ele lembrou, afirmando que fiéis vocações surgem onde a família vive os valores cristãos e reza para que Deus lhes guie em sua vida. Esta mensagem também ficou evidente ao recordar a todos a história de São Pio X, que ao ser ordenado bispo, vai mostrar seu anel episcopal à sua simples mãe. Esta, em sua humilde fé, respondeu ao seu filho, mostrando seu anel de casamento: “Meu filho, sem este anel aqui, você não teria ganhado o seu”. Frei Camilo, em suas palavras finais, agradeceu mais uma vez a
acolhida que teve de Pe. Elídio e da paróquia para que ali pudesse se ordenar. Ressaltou o apoio à preparação para a ordenação no decorrer de toda a semana, e agradeceu pelas orações que as famílias e fiéis elevaram a Deus por sua própria vocação. Esta foi uma semana de muitas graças pedidas e alcançadas. A cidade de São Lourenço viu, com alegria, mais um de seus filhos oferecer-se ao serviço da Igreja como presbítero e, neste caso, também como missionário. Que Deus continue a suscitar novas vocações desta abençoada terra, que já envia, no ano de 2015, dois novos seminaristas à formação em nossa Província! Louvado seja Deus!
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RODEIO
PRIMEIRA PRO Aos neoprofessos no Noviciado São José de Rodeio, o deixou uma mensagem: “Abraçar com esperança o
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MOACIR BEGGO
FISSÃO Ministro Provincial futuro”
odeio (SC) – Todo ano é assim: a Primeira Profissão dos noviços na vida religiosa franciscana se torna uma grande e emocionante celebração. Difícil não se ‘contaminar’ pelo espírito de alegria e comunhão que toma conta do Noviciado São José, em Rodeio, na pequena cidade catarinense no Vale do Itajaí. E como lembrou o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, já são 114 anos vivendo este momento celebrativo nessa casa histórica da Província da Imaculada Conceição. Desta vez, para fugir um pouco do calor intenso no Vale, a celebração aconteceu às 20 horas na Matriz de São Francisco de Assis. Frades de toda a Província, familiares e a comunidade de Rodeio marcaram presença neste momento único na vida dos catorze jovens noviços – Frei Angelo Fernandes Baratella, Frei David Belineli, Frei Erick de Araújo Lazaro, Frei Heberti Senra Inácio, Frei Leandro Ferreira Silva, Frei Raoni Freitas da Silva, Frei Samuel Santos Soares, Frei Alberto André António, Frei Crisóstomo Pinto Ngala, Frei Diogo da Silva Filipe, Frei Gabriel Sapalo Chico, Frei Honorato Salvador Gaspar Gabriel, Frei Paulino Kamussamba Sopindi e Frei Victorino Chico Tchimuku – que concluíram o “ano de provação” na vida religiosa franciscana. Frei Fidêncio Vanboemmel presidiu a celebração, tendo como concelebrantes o presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, Frei José Antônio dos Santos, e o guardião da Fraternidade do Noviciado, Frei Valdir Laurentino. Recordando a mensagem do Papa Francisco para o Ano da Vida Consagrada, que está sendo celebrado em 2015, o Ministro Provincial destacou três grandes objetivos que deverão marcar a vida desses novos filhos de São Francisco: olhar com gratidão o passado, viver com paixão o presente; e abraçar com esperança o futuro. “Hoje à noite, aqui em Rodeio, nessa histórica casa da Província, nesta histórica casa de Rodeio, nós queremos render graças a Deus e olhar, sempre de novo, com gratidão para essa história de fé e experiência vocacional, de luta e discernimento pessoal, que tantos jovens fi| Comunicações | Fevereiro 2015 |
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PEDIDO À FRATERNIDADE Durante as orações antes do almoço, no domingo (14), os professandos fizeram o pedido à Fraternidade do Noviciado para emitir os votos temporários na Ordem dos Frades Menores. O guardião Frei Valdir Laurentino presidiu este momento celebrativo e também abençoou os hábitos que os noviços vestirão a partir de agora. Isso porque, quando o noviço ingressa no Noviciado, ele veste um hábito ‘provisório’, adaptado para este início na vida religiosa franciscana. Também estavam presentes o Definidor Frei Germano Guesser e o presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus, Frei José Antônio dos Santos.
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zeram neste espaço sagrado do Noviciado”, disse Frei Fidêncio. Para o ministro, o segundo objetivo – viver com paixão a data e a celebração de hoje -, é uma forma de todos os frades renovarem também, com paixão, a própria profissão religiosa. Mas Frei Fidêncio se concentrou no terceiro objetivo – abraçar com esperança o futuro – ao motivar os professandos. Segundo Frei Fidêncio, o Papa lembrou que a esperança não está nos números, ainda que para o mundo de hoje 14 noviços fazerem a Primeira Profissão é um número muito expressivo e importante. “A esperança que nós queremos viver é, sobretudo, o Espírito Santo de Deus que vai nos inspirar a viver com alegria, com paixão, com entusiasmo a nossa própria consagração”, disse o Ministro, lembrando que o Papa falou especialmente aos jovens consagrados, porque, em breve, “sereis chamados a tomar em vossas mãos a liderança da animação provincial, da formação, do serviço, da missão”. Segundo o Ministro Provincial, esses jovens neoprofessos são protagonistas do diálogo com a geração que vai à frente, como os frades
mais idosos da Província presentes na celebração, Frei Abel Schneider, Frei Cássio Vieira de Lima, Frei Anselmo München. “Podeis, em comunhão fraterna, enriquecerem-se com a experiência e a sabedoria. Mas, ao mesmo tempo, nos lembra o Papa Francisco, vocês nos provocam a repropor o ideal que conhecemos no início da vida religiosa e oferecem, a todos nós, esse ímpeto, essa alegria, essa coragem, esse entusiasmo, a fim de, juntos, construirmos uma vida evangélica”, acrescentou. Para isso, segundo o Ministro, a liturgia da Palavra do dia oferecia as orientações necessárias, como o seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo no Evangelho. Mas, lembrou Frei Fidêncio, torna-se necessário revestir-se de sentimentos que passam pela dimensão da cruz. “Nos suportarmos como irmãos, como fraternidade, celebrarmos, dia após dia, o perdão das nossas ofensas, das nossas faltas, das nossas omissões, amar, ser agradável um ao outro, nos deixarmos envolver pela Palavra de Deus. E como diz a segunda leitura, de Tomás de Celano, ‘renunciar a todo amor próprio’. O importante é estarmos atentos às necessidades da fraternidade, devemos estar sempre juntos, alimentando o projeto fraterno, vivendo o projeto fraterno de vida e missão”, admoestou. Segundo Frei Fidêncio, a profissão é estar sempre cheios da graça do Santo Evangelho. “Estar contentes quando podemos estar contentes, contentes quando podemos trabalhar com as nossas próprias mãos, estar contentes quando servirmos os leprosos da modernidade e estar contentes quando vamos às periferias existenciais. E assim, queridos confrades, irmãos e irmãs, nós estaremos correspondendo às gran| Comunicações | Fevereiro 2015 |
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os professandos des expectativas que o Papa Francisco alimenta para todos os religiosos neste ano dedicado à Vida Consagrada”. Ele finalizou convidando a todos a viverem essa consagração com alegria. “Nada de religiosos tristes, diz o Papa. Devemos ser religiosos felizes, alegres, satisfeitos, contentes. Viveremos, assim, a dimensão profética da nossa vocação de despertar o mundo para as coisas de Deus, despertar o mundo para o Santo Evangelho. Nós seremos peritos em criar comunhão, criar laços fraternos num mundo tão ferido, tão cheio de fraturas. Nós, assim, teremos a coragem de sairmos um pouco mais de nós mesmos e, de fato, irmos às periferias como nos pede o Papa Francisco. E sempre de novo devemos nos perguntar: o que Deus, o que o mundo pede de nós, frades menores, hoje? Queridos irmãos, irmãs, nós queremos celebrar com gratidão mais uma página da história do nosso noviciado em Rodeio. Queremos viver, com paixão, esse momento presente, a profissão de vocês, e todos juntos queremos, sim, abraçar com esperança o futuro”, concluiu. O RITO Depois da Liturgia da Palavra, o Mestre dos Noviços, Frei Samuel Ferreira de Lima, fez a chamada de cada um e os apresentou ao Ministro Provincial. Em seguida, Frei Gabriel se dirigiu ao Provincial em nome de todos os noviços: “Pedimos humildemente, Frei Fidêncio Vanboemmel e a todos os confrades, que digneis admitir-nos à santa profissão na fraternidade dos Frades Menores”. Frei Fidêncio, então, respondeu: “Bendito seja Deus, que vos escolheu para conosco caminhardes em nova vida”. Depois da homilia, os professandos se aproximaram do Ministro Provincial e foram interrogados se estavam preparados para se consagrarem a Deus e buscarem a perfeição da caridade segundo a Regra e as Constituições da Ordem Seráfica. Depois, ajoelhados, com as mãos nas mãos do Ministro Provincial fizeram a profissão religiosa. Em seguida, cada professando assinou o documento da profissão, expressando com isso que a vida passa a ser colocada sob os desígnios de Deus, e cada neoprofesso recebeu do Provincial a Regra e as Constituições da Ordem dos Frades Menores. O rito terminou com o abraço da paz dos frades aos neoprofessos num gesto de acolhida e comunhão com a Fraternidade Provincial. AGRADECIMENTOS Frei Fidêncio agradeceu enfaticamente ao guardião Frei Valdir Laurentino, na “retaguarda da casa”, e ao Mestre dos Noviços, Frei Samuel Ferreira de Lima. Também demonstrou gratidão pela presença dos confrades neste
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momento tão significativo da Provínca da Imaculada, especialmente dos Definidores Frei Evaristo Spengler e Frei Germano Guesser. E não esqueceu de uma “palavra de carinho” a Frei Diego de Atalino Melo, pelo trabalho como animador vocacional da Província. “Sem esse trabalho não teríamos irmãos nas etapas de formação”. Frei Fidêncio também falou com gratidão e carinho dos 25 anos da Missão em Angola, agradecendo pelo trabalho ao presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, Frei José Antônio dos Santos. “Os frutos estamos vendo aqui com esses sete noviços fazendo a Primeira Profissão”, lembrou. Por último, não esqueceu de agradecer aos familiares dos neoprofessos e à comunidade de Rodeio. Pelos noviços, falou Frei Crisóstomo: “Como neoprofessos sabemos da responsabilidade e da etapa que nos espera pela frente”, garantiu. E como já se tornou uma tradição no Noviciado, os noviços brasileiros e angolanos uniram suas vozes num canto em vários dialetos angolanos. Já passava das 22 horas, quando os noviços ainda se voltaram para a comunidade de Rodeio para agradecer com o canto “Como é bom esperar em ti”. Desta turma de noviços, Frei Adriano César foi o cerimoniário. Como noviço da Fundação Franciscana de Nossa Senhora de Fátima, com sede em Uberlândia (MG), ele fará a profissão temporária no dia 11 de janeiro, às 10 horas, na Igreja Nossa Senhora de Fátima, na sede da Fundação. Ele é o último noviço da Fundação a fazer o Noviciado em Rodeio, uma vez que a Fundação Mineira vai se juntar à Custódia do Sagrado Coração de Jesus, de São Paulo. O noviciado será feito, então, na cidade de Catalão (GO).
FREI ADRIANO PROFESSA EM UBERLÂNDIA Da turma de noviços de 2014 do Noviciado São José, só não fez em Rodeio a Primeira Profissão na Ordem dos Frades Menores Frei Adriano Cézar de Oliveira. O mineirinho de 23 anos é noviço da Fundação Franciscana de Nossa Senhora de Fátima e sua profissão aconteceu na sede da Fundação, em Uberlândia (MG), no dia 11 de janeiro, às 10 horas, e foi presidida pelo presidente da Funda-
ção, Frei Ezimar Alves Pereira. Frei Adriano é natural de Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais. Filho de uma família tradicionalmente católica, desde criança participa da Comunidade São Pedro, em Olaria (MG), na Arquidiocese de Mariana. “Tive uma infância e adolescência bastante inseridas na Comunidade. Por volta dos 15 anos, percebi o chamado e o desejo de seguir a Cristo mais de perto. Continuei em oração e buscando o discernimento”, conta Frei Adriano, que antes de ingressar nos franciscanos, conheceu a Congregação dos Missionários dos Operários, onde cursou o terceiro ano do Ensino Médio e fez o curso de Filosofia, concluído em 2012. “Em 2013, iniciei a minha preparação para ingressar na Ordem Franciscana fazendo o Postulantado Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP)”, explica Frei Adriano, que concluiu com a turma de noviços o “ano da provação e da graça” no último dia 5 de janeiro. Agora, a próxima etapa na formação de Frei Adriano será o curso de Teologia. | Comunicações | Fevereiro 2015 |
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dezoito NOVIÇOS admitidos em rodeio Dezoito jovens receberam o hábito franciscano das mãos do Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel para a experiência de um ano de graça e provação no Noviciado de Rodeio FREI KAYNAN CAPPUCCI
esta manhã (6h30) deste dia 15 de janeiro, em Rodeio, Santa Catarina, foram admitidos ao Noviciado São José dezoito noviços. Partindo de diferentes cida-
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des, onze brasileiros e sete angolanos condividiram durante a celebração eucarística o sonho de serem religiosos e deram o primeiro passo neste longo processo de conversão, chamado vida religiosa franciscana. Após um período de discernimento, os jovens fizeram o tão sonhado pedido de admissão à Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, representada pelo Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel e, com a graça de Deus, foram aceitos. A celebração foi simples, assim
como é a vida franciscana, mas cheia de significados, permeada de reverências e emocionante pela grandiosidade do passo dado. O assim chamado “Ano da Graça” é tempo onde o jovem cultiva, pouco a pouco, uma maior intimidade com Deus, fonte da Vida, e consigo mesmo. É um ano onde, acima de tudo, o noviço cria as bases, o elo entre a própria pessoa e a fonte do carisma, que será utilizado para se manter caminhando e perfazendo este itinerário durante todo o tempo que Deus, na sua imensa bondade, permitir. Frei Fidêncio, durante a homilia,
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ressaltou o fato de que estamos abraçando uma grande família, composta não somente dos frades de Rodeio, mas de irmãos que desenvolvem suas atividades ao redor do mundo. A família franciscana é agraciada por Deus, afinal, ano após ano, recebe novos membros, continuidade de uma história de mais de 800 anos,
que teve início com a profunda experiência de encontro com o Cristo vivida por São Francisco de Assis. Durante a celebração, os noviços receberam o hábito franciscano, símbolo de penitência da Cruz de Nosso Senhor. Quando se fala em vida franciscana não se pode esquecer do fato de que nenhum frade pode rea-
lizar algo ou caminhar se não possuir uma intensa vida de oração, se não observar os preceitos evangélicos e, sobretudo, não alimentar o amor fraterno. Sendo assim, o Ministro Provincial prometeu ajuda no que for preciso – somos uma grande família unida pelo ideal. Com a graça de Deus, a cele-
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bração contou com a participação de diversos confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e também da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, além do povo de Rodeio. Um fato curioso foi que estavam
quatro mestres
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presentes os quatro últimos mestres do noviciado – Dom Leonardo Steiner, Frei Valdir Laurentino, Frei Fidêncio Vanboemmel e Frei Samuel Ferreira de Lima - pessoas que ajudaram a manter viva esta família que os noviços aca-
baram de abraçar nesta manhã. Que Deus dê a perseverança, a alegria de viver o Evangelho e a coragem necessária a todos - o Reino precisa de cada um de nós. Louvado seja Deus por todas as maravilhas operadas.
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Angola
OS POSTULANTES DO JUBILEU FREI ALOÍSIO PAULO DOS SANTOS
o dia 25 de janeiro, na comunidade Nossa Senhora de Fátima, em Kibala, Frei José Antônio dos Santos presidiu a celebração onde 13 jovens postulantes - António Da Silva Manuel, António Monteiro Dos Santos, Bernardo José Cayoya Kandangongo, Bernardo João Cassinda, Daniel Kahuvi Tchitumba Tchikeva, Domingos Kakanda Soma, Elias Hebo Luís, Evaristo Seque Joaquim, Feliciano Afonso Manuel. Hélder Josué Mateus Domingos, Pedro Domingos Mugiba, Pedro Isaías Luísa Vitangui e Simão Cassua Horácio - foram admitidos para continuar sua caminhada formativa dentro da Ordem dos Frades Menores. A celebração foi alegre, regada pelo som dos batuques e cheia de significados para a Fundação Imaculada Mãe
de Deus, pois estamos celebrando os 25 anos de presença nestas terras. Após a proclamação do Evangelho, Frei Alisson Zanetti chamou nominalmente cada postulante. Sem rodeios, todos responderam “Eis-me aqui”. Frei José Antônio, como delegado provincial, os recebeu dando a bênção com as seguintes palavras “Olhai, Senhor, para estes jovens que iniciam hoje o postulantado. Abençoai o fervor e a disponibilidade com que se inserem em nossa Fraternidade. Concedei a eles, que vieram a nós, a graça de descobrirem os valores da Vida Religiosa Franciscana e a generosidade de responder ao vosso chamado de perfeição. Dai-lhes imitarem a vida de São Francisco, vosso fiel imitador, para experimentarem, na pobreza e humildade evangélica, a Vós que sois o Único Bem”. A fraternidade do Postulantado
prioriza a alegria da partilha tanto dos trabalhos manuais, como expressão de serviço aos irmãos, como da própria vida, através do diálogo fraterno entre os próprios postulantes e com os frades, além da formação específica para este tempo. E não falta o lazer e a espontaneidade, como gratuidade da própria vida doada por Deus, como passeios, recreios, esportes e encontros de convivência. A equipe formadora ainda não está totalmente composta, pois espera a chegada do mestre Frei Marco Antônio dos Santos, que generosamente aceitou o chamado de Deus e vem trabalhar nesta terra de missão. Frei Alisson, o mestre em exercício, foi transferido para a Fraternidade São Damião, em Malange. Desde já agradecemos o seu trabalho e generosidade de coração. E que seja abençoado em seu novo trabalho.
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guaratinguetá
Postulantes preparam o terreno para a graça de Deus moacir beggo
e bom grado vos acolhemos nesta casa de formação para o tempo do Postulantado. Aqui, podereis discernir com clareza a vossa vocação e fazer a experiência da nossa vida de fraternidade e minoridade a serviço da Igreja”. Nesta frase, o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, resumiu todo o significado da celebração de Admissão à etapa do Postulantado de catorze jovens realizada nesta quarta-feira (29/1), no Seminário
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Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP). O rito de admissão se deu dentro da Oração da Tarde, às 18h30, na presença da Fraternidade do Seminário, de frades da Província, entre eles o Definidor Frei Mário Tagliari, e religiosas. Os novos postulantes - André Lentis da Silva, Bruno Rodrigues da Silva, Cristian José de Souza, Francisco Dalilson Pereira Cabral, Jonas Ribeiro da Silva, Lucas Moura Justino, Marcos Paulo Bertoldi, Marlon Taxa Pereira Reis da Silva, Odilon Voss, Thiago Augusto dos Santos,
Valcir Brandão de Oliveira Júnior, Wagner da Silva Neves, Wagner Gomes Salomão e Willian Bernardi de Castro – foram chamados, um a um, pelo guardião da Fraternidade, Frei João Francisco da Silva, e apresentados ao Ministro Provincial. Em seguida, eles fizeram o pedido de admissão a esta etapa do Postulantado, rezaram a oração que São Francisco de Assis fez diante do Crucifixo de São Damião após a sua conversão e, por fim, receberam o Tau e a bênção do Ministro Provincial. Frei Fidêncio, então, confiou es-
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ses jovens ao novo mestre Frei Jorge Lázaro de Souza e ao vice-mestre e guardião da Fraternidade Frei João Francisco da Silva, que, juntos com a Fraternidade, ajudarão neste tempo de discernimento. Citando a parábola do Semeador, o Ministro Provincial disse que o Evangelho do dia era extremamente iluminador para aquele momento, onde esses jovens abririam o coração para Cristo depositar a boa semente. “O nosso esforço, empenho, será o de permitir que este terreno esteja sempre fértil. O mistério da germinação é a graça de Deus. É ela que vai germinar a Palavra. Nesse sentido convido a cada um de vocês, caríssimos postulantes, a fazer deste ano
um lugar onde Deus, através de seu Filho Jesus Cristo, vai depositar a boa semente”, disse o Ministro Provincial. Um desses desafios nesta etapa da formação é aprender a viver em fraternidade. “A nossa Província ideal não está lá em Santa Catarina, não está lá em Ituporanga. Deixemos isso lá para o Frei Marcos Melo e o Frei Rodrigo Santos. A Província ideal não está na casa Provincial, a Província ideal não está em Petrópolis, a Província ideal não está lá em Angola, mas a Província ideal, que vocês querem construir, está aqui em Guaratinguetá. É aqui que vocês vão construir esse espírito de fraternidade”, ensinou Frei Fidêncio. Ele lembrou aos novos pos-
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tulantes que esse processo não deverá ser feito com medo, insegurança ou desânimo, mas com muita alegria. “O Papa Francisco fala muito dessa dimensão da alegria. Temos de ser religiosos alegres, felizes, porque nós sabemos Quem estamos seguindo, quem nos chama, quem nos convoca. Viver esse Evangelho na disponibilidade, para estarmos sempre prontos e disponíveis. Às vezes precisamos recuar um pouco dos nossos princípios, dos nossos conceitos, para entender o que significa viver em comum. Jesus vai dizer que é se colocar em serviço, no seu seguimento. Vivendo o Evangelho no serviço é fazer bem todas as coisas de cada dia, todas as tarefas cotidianas de nossa casa. Se assim fizerem, vocês chegarão bem ao final do Postulantado”, acrescentou, explicando que esta etapa prioriza a formação humana, cristã e franciscana, que já havia se iniciado na etapa anterior: o Aspirantado. “Nesta etapa queremos nos aprimorar como seres humanos, não mais voltados para dentro de si mesmos, para projetos pessoais, mas em direção a uma formação humana que se dá fortemente no convívio da vida fraterna”, enfatizou. Ele também destacou que o crescimento do postulante se dará quando ele “crescer rezando em grupo”, seja com a fraternidade ou seja com o povo. Frei Fidêncio agradeceu a Frei Marcos Antônio dos Santos, que agora vai ser Mestre dos Postulantes em Angola. “Vocês vão com a graça de Deus”, disse, também se referindo a Frei Antenor Camilo Militão, que foi ordenado recentemente presbítero e vai ser missionário em Angola. No final, voltando-se para os postulantes, deixou uma mensagem de esperança. “Não desanimem diante do primeiro desafio. Não tenham medo das primeiras dificuldades.
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Resolvam sempre as questões de forma aberta. Vamos fazer com que a Palavra de Deus cresça sempre a partir de nossas potencialidades. E se olharmos ao nosso lado, vamos ver que temos muitas potencialidades. Nós, como Comunidade Provincial, estamos ao lado de vocês”, recomendou, lembrando que o Mestre e o Vice-Mestre estarão em
sintonia com toda a Fraternidade Frei Wilson Steiner, Frei Claudino Dal’Mago, Frei Airton da R. Oliveira e Frei José Clemente Schafaschek. “Não são os mais santos, graças a Deus. Não são os irmãos mais perfeitos, melhor ainda; porque eles também querem crescer com vocês. Vocês, certamente, vão crescer com eles”, completou.
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SER PADRE SER PADRE é participar de um sacerdócio que tem a Cristo como o Único e Sumo Sacerdote. O padre é apenas um convidado e é ordenado a ajudá-lo na missão de morrer na cruz e dar seu sangue para a redenção da humanidade. Santo Tomás diz que os padres são apenas ministros de Cristo. SER PADRE é ser chamado por um convite de Deus, é ser consagrado pela ação do Espírito Santo e ser enviado por Cristo para pregar o evangelho “a todas as nações, até ao fim do mundo”. Na expressão redonda de São João Crisóstomo, os padres são: “Chamados! Consagrados! Enviados!” SER PADRE é receber um poder sagrado que é o próprio poder de Cristo. Tal poder deve ser vivido em união com Cristo que assumiu os nossos sofrimentos e se fez servo de todos. SER PADRE é semear as promessas do amor de Deus, libertando os cativos, abrindo os olhos dos cegos e limpando a alma humana de suas lepras e imperfeições. SER PADRE é acolher, como Cristo, os pobres, os doentes e os pecadores, levando-lhes o perdão de Deus, a cura de suas enfermidades e avivando neles a chama da esperança num Deus Pai e Providência. SER PADRE é, mesmo indigno, consagrar o Pão e o Vinho, com a graça de oferecê-los aos que O buscam nas impurezas de suas vidas e na necessidade de suas doenças. Ainda segundo Santo Tomás: Na missa, o padre reza em nome da Igreja. Na consagração, age por ordem de Cristo: “Fazei isto em memória de mim!” SER PADRE é ser um Bom Pastor, que corre atrás das ovelhinhas perdidas, evitando fazer acepção das pessoas e agindo sempre com compaixão e repassada misericórdia.
SER PADRE é perdoar sempre, em nome de Deus, não importando o pecado de quem se confessa arrependido. SER PADRE é anunciar o evangelho e a Palavra de Deus, com alma e coração, vivenciando com emoção a proximidade de Deus nos fiéis. SER PADRE é bater no peito, reconhecendo a própria indignidade de representar o Deus Três Vezes Santo, mesmo sendo três vezes pecador. SER PADRE é fazer do altar o seu leito nupcial. Assim como os casados tem um quarto para suas intimidades, o padre tem, no altar, a sua graça maior e a fonte de sua felicidade. SER PADRE é uma graça imerecida e um privilégio sem par. Outros podem ser filhos de reis, o padre é seguidor encantado de Jesus, Rei dos reis. Por isso, não deve se envaidecer com os elogios nem se abater diante de críticas e fracassos. SER PADRE é estar a serviço e zelar pelas ovelhas, sem medo dos lobos. SER PADRE é bom, é muito bom, porque os grandes amores do padre são Jesus e o povo pelo qual Jesus deu a vida. Padre nenhum deve ter outra ambição nem desejar nada mais do que amar a Ele e ao povo que Ele lhe confiou. Qualquer padre deveria sempre pedir perdão por não ser um bom padre e um santo pastor. TERMINO COM UMA ORAÇÃO: “Ensinai-me, ó Deus, a vos procurar e mostrai-vos quando vos procuro; pois não posso procurar-vos se não me ensinais, nem encontrar-vos se não vos mostrais. Que desejando, eu vos procure, procurando vos deseje, amando vos encontre, e, encontrando, vos ame”. (Santo Anselmo, Arcebispo de Cantuária, Inglaterra, séc. XII) Frei Neylor J. Tonin (Reflexão por ocasião dos 50 anos de padre) | Comunicações | Fevereiro 2015 |
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Concórdia
FESTA DA JUVENTUDE ÉRIKA AUGUSTO
om o tema: “Vai, restaura a minha igreja”, mais de 215 jovens participaram da segunda edição das Missões Franciscanas da Juventude em Concórdia (SC), além dos integrantes de oito comunidades da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário e das pessoas que ajudaram na cozinha e no apoio destas Missões. As atividades começaram na quinta-feira de manhã (22/1), com a chegada dos jovens do Rio de Ja-
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neiro, São Paulo, Paraná e diversas cidades de Santa Catarina. O salão paroquial recebeu os missionários, com diversos ambientes, como um túnel com frases bíblicas, espaço com almofadas para descanso e dormitório. No palco, uma imagem de São Francisco, o Crucifixo de São Damião e o tau com a arte do Frei Dito, símbolo das Missões Franciscanas. No final da tarde, Frei Diego Atalino de Melo fez a abertura oficial e, já no final da noite, uma belíssima oração na igreja, orna-
mentada com velas e panos, quando a jovem Mariana Rogoski, de 27 anos, fez um depoimento sobre seu afastamento da Igreja num momento de sua vida. No final, Frei Diego fez a unção dos jovens com óleo, simbolizando o envio para as comunidades. Conhecendo o local No dia seguinte, após a oração da manhã, o pároco Frei Evandro Balestrin apresentou aos jovens a cidade de Concórdia. Já o Ministro Provincial da Província da Imacu-
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FRANCISCANA lada Conceição, Frei Fidêncio Vanboemmel, destacou a importância das Missões no carisma franciscano, citando o episódio da vida de São Francisco, quando Jesus fala através do crucifixo de São Damião “Vai, restaura a minha igreja”: “A Igreja de Deus não são pedras e tijolos. A Igreja de Deus é cada um de nós, e, juntos, formamos as pedras vivas”, ensinou, falando da importância do discernimento para descobrir o desejo de Deus na vida de cada um. “O sonho de Deus acontece onde a gente pisa, onde eu
vivo a minha história”, acrescentou, citando momentos do Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude. À tarde, os jovens ouviram o testemunho de uma jovem presidiária, Carol, que está cumprindo pena por tráfico de drogas há 4 anos. Seu depoimento serviu como alerta aos jovens. Essa realidade que Carol contou pôde ser vista por um grupo de jovens no Presídio Regional de Concórdia. Um outro grupo fez o plantio de 600 mudas de árvores
no entorno do Rio Queimados. Os responsáveis pela ONG Queimados Vivo contaram a história da ONG e a situação do rio hoje e sua importância para a cidade de Concórdia. No presídio, os jovens visitaram a ala feminina, os presos em regime semiaberto e em regime fechado. Foi um momento de emoção e descoberta. Ouvir os presos, suas histórias, levar uma palavra de carinho, conforto e perdão. Foi um momento simples mas transformador. A maior parte dos jovens | Comunicações | Fevereiro 2015 |
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nunca tinha entrado em uma carceragem e pôde perceber como um gesto simples pode transformar a vida de uma pessoa. Para Samuel Cavalcanti do Amaral, de Nilópolis (RJ), as Missões Franciscanas serviram para mostrar a alegria de se colocar à disposição daqueles que mais necessitam. Através de pequenos gestos, visitando os encarcerados, cuidando da natureza, reconstruindo uma igreja, entre tantas ações. “Foram dias de festa, acolhimento, alegria, dança, demonstrações de fé e sobretudo muito amor partilhado”, destacou o jovem. Para Renan Nilson Bacca, de Gaspar (SC), a experiência serviu para se desconectar de um mundo consumista e superficial. “Nestes quatro dias tive a oportunidade de sair deste fluxo e coloquei-me diante de uma experiência diferente, forte, que dia após dia foi ganhando forma, mostrando um rosto juvenil, alegre, persistente, que
levou Cristo nos corações de cada morador de Concórdia”, afirmou. Comunidades recebem os jovens missionários Apenas oito comunidades, das mais de 60 da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, foram escolhidas para acolherem os jovens. Frei Jeâ Paulo de Andrade, vigário paroquial, ajudou a coordenar e organizar as experiências nos bairros: Nova Brasília, Santa Rita, Nações, Catarina Fontana, Vista Alegre, Petrópolis, Natureza/ Poente do Sol e Fragosos. O bairro Natureza/ Poente do Sol recebeu os jovens com muito entusiasmo e uma queima de fogos. “Quando os jovens viram que havia um pessoal na entrada do bairro esperando por eles, ficaram muito felizes. Para nós foi uma recepção muito simples, mas o modo como eles reagiram, os sorrisos que eles deram, tornou o momento muito marcante”, afirmou Paula Eliana Gomes.
Os participantes seguiram a pé com a comunidade até o Centro Comunitário, onde foram recebidos com um risoto no tacho, um prato típico. Os ministros leigos falaram um pouco sobre a realidade local e o Santuário Santa Augusta, que está em construção há 4 anos. De Rossi, ministro leigo, explicou para os jovens sobre a vida de Santa Augusta. Este Santuário é a réplica do Santuário da Itália, a única existente no mundo. A igreja ainda não está terminada, e parte da missão dos jovens foi construir um pequeno jardim na entrada. No sábado de manhã, os jovens se dividiram em quatro grupos para visitar os enfermos, famílias e idosos. À tarde, reuniram-se com a comunidade para ajudar na construção do jardim. Os mais experientes judavam os iniciantes. O jardim ficou pronto com dois canteiros laterais e um coração com flores. A comunidade se reuniu para a celebração da Palavra à noi-
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te. Após a celebração, Frei Diego Melo abençoou o jardim, aprovado pelos paroquianos. Para Paula Gomes, essas Missões mudaram a comunidade. “As marcas que esses jovens deixaram vai muito além do jardim que foi feito; eles mudaram a cara da comunidade, eles fizeram reviver a esperança nos jovens daqui, eles fizeram muitas pessoas repensarem o modo como vivem, como agem e falam. Nós nos sentimos pessoas diferentes. Na primeira noite havia uma fogueira com brasas acesas. Os jovens missionários fizeram essa fogueira incendiar”, testemunhou a jovem.
cerramento, enquanto as pessoas se juntavam numa longa procissão, com cantos e orações. No caminho, uma parada em uma paróquia local para um encontro muito especial: com Cristo Eucarístico. Frei Daniel Dellandrea conduziu a breve adoração, onde os caminhantes puderam descansar e rezar. O grupo foi em seguida para o hospital São Francisco de Assis. Mais um momento de emoção. Pessoas internadas e seus familiares puderam receber carinho e palavras de conforto dos jovens missionários. Às 7h30, foram recebidos com alegria e uma calorosa queima de fogos na Matriz.
Nossa Senhora de Lourdes abençoou os missionários No domingo (25/1), oito grupos começaram a se dirigir para a gruta Nossa Senhora de Lourdes por volta das 4 horas da manhã. Com velas nas mãos, partiram em direção à matriz para a missa de en-
Missa marca o encerramento Após um tempo de descanso e o café da manhã, a comunidade e os jovens missionários celebraram juntos a Eucaristia. A missa foi presidida por Frei Fidêncio, que esteve presente durante todo o tempo das Missões, inclusive na caminhada.
Em sua homilia, o Ministro Provincial fez uma releitura da passagem do envio de Jonas à cidade de Nívive (Jn 3,1-5.10). “Levanta-te e vai para a cidade de Concórdia”, parafraseou Frei Fidêncio, afirmando que esta Paróquia e a maior da Província, com mais de 60 comunidades. “O foco deste encontro era a missão. Evangelizar do jeito de São Francisco e no apelo que Jesus fez a Francisco – Vai, reconstrói a minha igreja”. Frei Fidêncio destacou que esta Igreja, tanto para São Francisco como para os jovens missionários, não é o templo de pedra, mas a Igreja espiritual, sobretudo a mais sofrida. Ele citou a visita ao presídio e a visita ao hospital como locais de encontro com o Cristo naquele que sofre. “A palavra de Deus nos pede uma coisa muito importante: conversão. Conversão significa voltar-se para o Senhor, para Deus. Nós sempre precisamos ser pessoas convertidas. Conver-
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são significa viver a radicalidade do Evangelho, significa perguntar para o Senhor: que queres que eu faça?”, acrescentou Frei Fidêncio. O Ministro Provincial falou ainda sobre o chamado de Jesus aos apóstolos, e a cada um de nós. “Jesus convoca não apenas missionários, mas toda a Igreja. Somos chamados a sermos seguidores de Jesus Cristo!”, afirmou, lembrando que este chamado não é feito em sala de aula: o aprendizado do Evangelho se dá na ação, no decorrer da missão. E recordou o pedido do Papa Francisco de sermos uma Igreja em saída. “É no caminho que se faz com o Cristo que nós temos nosso aprendizado. Jesus cada dia nos surpreende. Quando vocês chegaram aqui nem imaginavam o que iria acontecer. E muitas vezes tivemos que nos dobrar diante das surpresas que Jesus foi nos oferecendo”, concluiu Frei Fidêncio. No momento de ação de graças, os jovens foram convidados a colocar dentro do Tau, símbolo das Missões Franciscanas, o seu nome,
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em um pedaço de papel. Este nome ficará para sempre dentro do Tau, como símbolo permanente desta missão. As Missões em 2016 No final da missa, Frei Diego informou que a cidade de Chopinzinho, no Paraná, receberá as Missões Franciscanas da Juventude em 2016. Então, os jovens de Concórdia entregaram o Tau para os jovens chopinzinhenses presentes, num momento de muita emoção. Frei Diego, coordenador do SAV e organizador das Missões Franciscanas, destacou quatro aspectos desta edição: adesão, entusiasmo, vocação missionária e doação. “O envolvimento das comunidades da Paróquia de Concórdia proporcionou o bom andamento desta missão. Os jovens deram novo fôlego a estas comunidades, que poderão ainda colher muitos frutos”, destacou Frei Diego, lembrando que no ano passado 100 jovens participaram e agora o número mais que dobrou. Segundo Frei Diego, a desco-
berta do jovem como missionário e evangelizador, a capacidade de doação, a criatividade, tudo isso torna o jovem protagonista. “Os jovens foram levados a conhecer realidades desafiadoras nas periferias”, disse, como a visita ao presídio, ao centro de detenção provisória para menores infratores. Houve também uma atenção especial aos jovens surdos da cidade, que através do trabalho de tradução do Frei Jhones Martins, puderam participar de alguns momentos das missões. A preocupação com o meio ambiente também foi um dos destaques, segundo o organizador, no plantio das mudas no entorno do Rio Queimados. “A reconstrução da Igreja se dá de diversas maneiras e existem muitas faces desta Igreja que precisa ser reconstruída, a Igreja da evangelização, a Igreja do ser humano, a Igreja do serviço social, do cuidado com o meio ambiente, entre outras”, concluiu Frei Diego. Para Frei Fidêncio, o caráter missionário deve estar sempre presente
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na vida cristã, mais ainda na vida franciscana, pois no espelhamos no exemplo de Francisco de Assis. “O espírito missionário deve ser a alma de toda a evangelização, e muito particularmente da nossa evangelização franciscana”, afirmou. Para os jovens, a presença do Ministro Provincial durante todo o encontro foi muito marcante. Para Frei Fidêncio, sua presença foi uma resposta à “feliz e grande aposta da Província”. E acrescentou: “Fiz-me presente porque acredito no segundo objetivo específico do nosso Plano de Evangelização que é: ‘Revigorar a animação vocacional’, tendo com uma das estratégias o ‘investimento no trabalho com a juventude’”.
“Vi jovens provenientes de diversas realidades e regiões da nossa Província (SC, PR, SP e RJ) e senti que todos estavam dispostos a responder ao apelo do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude na noite da Vigília na praia de Copacabana, ‘Vai, repara a minha casa’. Vi jovens atentos e senti que eles mesmos experimentaram a alegria do ‘vencer-se a si mesmo’ quando perceberam as diferentes facetas do mesmo Crucificado em tantas verdades nuas e cruas da vida humana: misérias, doenças, solidão, experiências de perdas, encarcerados, hospitalizados etc. Vi jovens acreditarem que a nossa Igreja deve ser uma ‘Igreja em sa-
ída’. Senti que eles perceberam que o verdadeiro discipulado não se faz em salas de aula, somente com reflexões de uma catequese abstrata, mas no caminhar com Cristo e ir com Ele a todas as periferias existenciais.” Frei Fidêncio Vanboemmel deixou uma mensagem aos participantes das Missões Franciscanas da Juventude: “Vocês, jovens, são os verdadeiros protagonistas da Igreja do futuro. Portanto, acreditem nas potencialidades que carregam no coração. Por favor, não tenham medo de insistir junto aos nossos frades por um espaço na comunidade de Fé. Que o Senhor nos abençoe e nos guarde!”
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JOVENS CAMINHAM PELA PAZ EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ Grupo de Jovens Franciscanos da Paróquia Santa Inês promoveu, na manhã do dia 4 de janeiro, na Praia Central de Balneário Camboriú, uma caminhada pela paz. Dezenas de jovens participaram. Os jovens fizeram neste dia a lembrança do Dia Mundial da Paz que aconteceu no dia 1°de janeiro. O Dia Mundial da Paz, inicialmente chamado simplesmente de Dia da Paz, foi criado pelo Papa Paulo VI, com uma mensagem datada do dia 8 de dezembro de 1967, para que o Dia Mundial da Paz fosse celebrado sempre no primeiro dia do ano civil, a partir de 1968, evento que acontece até hoje. No trajeto da caminhada, os jovens, com bandeiras da paz, entoavam cantos franciscanos e faziam
algumas reflexões sobre o sentindo da paz, recordando São Francisco de Assis, que é reconhecido até por outras religiões e mesmo por não-crentes como homem da paz e da fraternidade universal. Também durante o percurso, foi destacado que a paz acontece quando fazemos pequenas ações imbuídos do espírito da paz. Não precisamos fazer grandes coisas para testemunharmos a paz. Mas agir em paz. Esta caminhada também quis conscientizar as pessoas a construírem uma sociedade fundada sobre a igual dignidade de todos os seres humanos. Francisco de Assis, através da sua simplicidade, nos ensinou a construir uma sociedade que vive em harmonia e justo progresso. Francisco mesmo dizia: “A paz que
anunciais com a boca, deveis tê-la em vossos corações. Ninguém seja por vós provocado à ira ou ao escândalo, mas todos, por vossa mansidão, sejam levados à paz, a benignidade e à concórdia. Pois é para isso que fomos chamados: para curar os feridos, reanimar os abatidos e trazer de volta os que estão no erro” (cf LTC 58). Podemos dizer que este dia foi de muita inspiração e motivação, pois, como Francisco exortou seus frades, também nos exortou e nos impulsionou a anunciar a paz e a testemunhá-la com doçura, porque este é o único caminho de comunicação para atrair todos os homens e mulheres para a verdadeira paz, bondade e concórdia. Grupo de Jovens Franciscanos da Paróquia Santa Inês
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JUBILEUS DE FREI CARLOS E FREI BENJAMIM FREI JEÂ PAULO ANDRADE
o dia 20 de dezembro, Frei Carlos Pierezan e Frei Benjamim Ansolin celebraram, em Concórdia, o jubileu de ouro de ordenação sacerdotal. Filhos desta terra, há exatos cinquenta anos celebravam, no auge do Concílio Vaticano II, uma missa sincronizada em frente da Igreja Matriz de Concórdia com outros três companheiros de caminhada: Frei Luiz Dalmago (falecido), Frei Paulo Bonassi (capu-
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chinho) e Leonardo Boff (egresso). A Missa de jubileu foi presidida pelo Definidor do Regional Frei Evandro Balestrin. Na homilia frisou que o ‘sim’ dado por Maria é um exemplo para o ‘sim’ que o presbítero precisa dar todos os dias, para que se efetive o compromisso com o povo e com Deus. Esse compromisso sacerdotal foi, de joelhos, renovado pelos jubilandos. Nos agradecimentos, Frei Carlos lembrou das bases do seu ministério: A família onde recebeu a vocação e o exemplo de oração e a
Eucaristia que é a maior graça que o sacerdote pode conceder às pessoas. Frei Benjamim falou de seu lema de ordenação: “Por fundamento a fé, por ideal a perfeição e por objetivo a glória de Deus e o bem das almas”. O jubileu dos frades, com a presença do SAV, teve forte apelo vocacional, na esperança de fazer brotar no coração de mais jovens esse ardor pela vida religiosa e sacerdotal. No dia seguinte, ambos celebraram nas comunidades de origem juntamente com os amigos e familiares.
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Frei Benjamim celebra o Jubileu com a Fraternidade de Forquilhinha e Frei Alberto Beckhäuser
Deus Chama 1. Desde o início da criação do mundo Deus tem feito os seus chamados; Chamou Adão que se escondera por estar nu Para dar-lhe e a sua mulher os devidos recados.
5. A promessa de um misericordioso salvador Nós a encontramos no Profeta Isaías Vindo ao mundo Ele seria o “Deus conosco” Conforme uma das muitas profecias.
2. Foi a desobediência dos 2 que os fez conhecer o bem e o mal E foi também assim que a infelicidade entrou no mundo; E em consequência desta triste e infeliz atitude A humanidade toda mergulhou em um caos profundo.
6. Uma virgem conceberá e dará à luz um filho E Ele será chamado “Emanuel”; Era o que dizia a sábia profecia Para a alegria e esperança de Israel. 7. Um novo Reino seria, daí, implantado Contrapondo-se àquele que já existia; Havia, então, mais paz e justiça Porque seria esta a missão do prometido Messias.
10. Completado que foi o tempo de espera A luz anunciada, então, apareceu; E afugentando as densas trevas do mundo Da sempre Virgem Maria, o Messias, de fato, nasceu. 11. Foi lá em Belém de Judá Que a Graça de Deus se manifestou; Entre hosanas e hinos de glória Veio Aquele que desde sempre nos amou. 12. Tendo-se encarnado o Deus bendito Realizou, com fidelidade, a sua missão no mundo; E como não quisesse trabalhar sozinho Continuou chamando colaboradores com amor profundo.
3. Deus que havia se arrependido de ter criado o homem Voltando atrás não abandonou a obraprima de sua mão; 8. Sobre Ele repousará o Espírito do Senhor E na sua imensa e infinita misericórdia Espírito de Sabedoria e de 13. Chama Apóstolos e Discípulos para o de Pai Entendimento; seguirem Prometeu dar-lhe, ainda, uma E mais ainda o da Prudência e Coragem Prepara-os e encorajando-os, os envia; Para dar à Lei de Deus pleno Para ensinar, batizar, abençoar e curar oportunidade de salvação. E assim o número de fiéis sempre cumprimento. crescia. 4. Chamou Patriarcas, Profetas e Juízes Para reconduzir a Ele o povo afastado; 9. E não lhe faltariam também o da Ciência Pois não seria seguindo deuses 14. Eu também fui um desses por Ele amado e Temor de Deus Que viriam completar os dons do Messias; Para deixar pai, mãe, casa e irmão; estrangeiros Que o povo ingrato encontraria o E para não retê-los só para si E depois de refletir bem disse o meu “sim”, Aos que cressem n’Ele, Ele também os E aqui estou para cumprir a minha perdão de seu pecado. daria. missão.
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FREI JACIR CELEBRA JUBILEU EM FORQUILHINHA FREI JOÃO P. S. DE ALMEIDA
“O Sacerdócio é um mistério! Somente a fé nos dá a certeza de sua existência e de sua grandeza. É dom que Cristo deixou à sua Igreja para que pudesse continuar a exercer sua missão sacerdotal, na história, até o fim dos tempos, mediante homens limitados e pecadores”. Estas foram algumas palavras que Frei Benjamim Ansolin dirigiu ao povo e ao homenageado da noite: Frei Jacir Antonio Zolet, que celebrou seus 30 anos de vida sacerdotal. Na noite do dia 20 de janeiro, a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Forquilhinha, celebrou com fé e devoção os 30 anos de Vida Sacerdotal de Frei Jacir. A cruz acompanhada de uma vela e um belíssimo arranjo de flores compuseram o singelo ornamento preparado para a solene celebração eucarística. Sob a presidência de Frei Jacir, a celebração eucarística revelou piedosamente o grande mistério da vocação sacerdotal, manifestando o amor de Deus para com os homens na consagração do Pão e do Vinho. Na homilia, Frei Benjamin assegurou que o chamado e a escolha é sempre de Deus, mas a resposta que deve ser livre, generosa, madura e responsável, é tão somente do homem! E o “Sim” deve ser para valer! “É sempre o Cristo que escolhe e chama seus sacerdotes, ainda que se utilize de pessoas que agem como seus instrumentos
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desta escolha, pois todo o pontífice é escolhido entre os homens e constituído a favor dos homens como mediador nas coisas que dizem respeito a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados (Hb 5,1), pelos seus e pelos do povo”, disse Frei Benjamin. O Sacerdote é chamado, preparado e enviado para pregar o Reino de Deus, para abençoar, perdoar e administrar os Sacramentos em favor do povo. É aquele que “recolhe o Sangue que Cristo derramou na cruz”, como diz Santa Terezinha do Menino Jesus. Sendo homenageado pelos seus confrades e por todos os paroquianos, Frei Jacir ouviu toda a assembléia entoar a Consagração a Nossa Senhora, suplicando as incessantes bênçãos e virtudes sobre a vocação deste presbítero. Agradecendo a todos pela organização e prestígio, Frei Jacir convidou as crianças para receberem as bênçãos de Santo Antônio e, em seguida, abençoou os pães e todos os fiéis com a água benta. A equipe de coordenação paroquial (CAEP) preparou um delicioso e caprichado coquetel com bolos, salgados e “cavaquinhos” (popularmente conhecido como “orelha de gato” ou “cueca virada”) a Frei Jacir, desejando-lhe paz, alegria e perseverança na caminhada! Que Deus continue derramando suas bênçãos e promovendo sempre o bem e a paz na vida deste nosso Irmão. E que Maria, Mãe das vocações, conceda-lhe sempre a graça da perseverança! Parabéns, Frei Jacir!
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QUANDO AS MÁQUINAS FALHAM... Frei Antônio Moser
empre pensei, erradamente, que só avião levantasse vôo e que as máquinas dificilmente falhavam. Pois, nesta quarta-feira, dia 14 de janeiro, descobri que certas máquinas falham e nisso “levantam voo por conta própria”. Dei a partida, cuidadosamente, para entrar na Rua Quissamã, em frente ao número 1.889, TV Canal 10, onde acabara de participar de um programa. Para minha surpresa, o Focus 2.0, hidramático, novo, resolveu dar um salto. Logo após a virada da chave, atravessou a rua e derrubou o muro do lado oposto. O mais incrível é que por “iniciativa própria”, não contente com a violenta batida, o carro engrenou marcha à ré e me deixou no mesmo local da partida. Tudo isso aconteceu apesar de eu haver pisado no freio e puxado o freio de mão tão logo percebi que havia algo de errado. Traduzindo: brutal falha mecânica na caixa de marcha e ainda por cima o célebre air bag não funcionou. Claro que caberá à montadora dar as devidas explicações e tomar as devidas providências. Nem sei como, mas a única coisa que consegui fazer foi desviar de um poste que ficava ao lado. Felizmente, saí-me com apenas algumas escoriações; tanto assim, que ao perceber fumaça no motor soltei o cinto de segurança e saí do carro. Certamente foi meu anjo da guarda que entrou em ação naqueles segundos que poderiam ter sido o ponto-final de minha vida, tal a violência do impacto. Perda total do carro e
apenas um susto do motorista e dos vizinhos. Após um acidente desse tipo pude constatar muitas outras coisas, além dessas de que carros também voam por iniciativa própria e as máquinas também falham, mesmo que novas. Primeira constatação: solidariedade imediata de um grande número de pessoas, inclusive os donos da
moto e do muro, que calmamente pediam para que eu não me preocupasse. Uns ofereciam água; outros pediam para que me sentasse; outros, se estava precisando de alguma coisa; outros, que eu não deixasse de fazer um check-up completo. Uma segunda constatação: meu pessoal da Editora chegou em poucos minutos e assumiu o comando das operações necessárias: um ficou no local e o outro me levou ao Hospital Unimed. E aqui aparece uma terceira constatação: a prestimosidade, tanto dos médicos quanto dos funcionários do hospital. O Dr. Mário Giorgette ficou me controlando o tempo todo até a liberação, depois de haver feito uma checagem completa de todos os exames. Aliás, não consegui encontrar minha carteira do plano de saúde; mas logo disseram para que eu não me preocupasse, que depois isso seria resolvido. Uma quarta constatação: nossa vida está sempre por um fio. Em vez de estar aqui ao computador, poderia estar sendo conduzido ao cemitério. E mais do que isto: como explicar que na movimentada Rua Quissamã, naquele momento, 10h30 da manhã, não estivesse passando nenhum carro e nenhum pedestre? Logo após o acidente o trânsito ficou intenso... Mais uma vez deve ter sido meu anjo protetor que entrou em ação, mandando os carros descerem mais devagar... Finalmente, só me resta agradecer a solidariedade de todos, inclusive da imprensa, que foi muito discreta. | Comunicações | Fevereiro 2015 |
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O FREI DO ‘STAND UP PADDLE’ uem visita o Convento da Penha, em Vila Velha, na Grande Vitória, e vê o Frei Pedro aos 78 anos de idade nas vestimentas tradicionais, não imagina que o representante da igreja tenha um espírito aventureiro e esportista. Responsável por cuidar da parte interna de uma das construções históricas mais conhecidas do estado, Frei Pedro descobriu há cerca de um mês, a paixão pelo Stand Up Paddle, popularmente conhecido como SUP, modalidade esportiva onde os praticantes utilizam um remo e uma prancha para se locomoverem sobre o mar. O religioso contou que já carregava esta disposição para a atividades físicas há anos e se apaixonou ao ver, nas praias da cidade, as pessoas que curtiam o litoral capixaba sobre a prancha. “A prática para mim é mais para a saúde, e como eu sou um tipo esportista também, sempre na vida fui, e também a criatividade de inovações, experimentar coisas diferentes, eu vi alguém andando assim, tranquilamente, remando e me deu uma vontade ‘doida’, e quis aprender”, explicou.
De acordo com ele, as atividades que desenvolve dentro do Convento, onde cuida da parte interna, dos equipamentos e dos instrumentos musicais, acabam ajudando na preparação do corpo. Ele explicou que, em alguns dias, chega a subir e descer as escadas do prédio até cinco vezes, característica que ele compara a uma academia. “E é uma boa. Isso faz muito bem. No dia que a gente não sai, que fica dentro de casa, como um dia de chuva que é ruim de sair, aí já sente a diferença”. A preparação começa antes de entrar no mar, com a colocação dos equipamentos de segurança necessários para garantir que tudo corra bem. E mesmo longe do local da trabalho, o Frei destaca que a fé e a religio-
sidade se fazem presentes, sem diminuir. “Quando estou indo pra água eu já faço minha oração, quando eu saio de casa também. A intenção é colocar nas mãos de Deus, pensamento positivo para de fato estar numa boa, porque você tem que praticar o esporte para ter mais saúde e bem estar na vida”, declarou. Do G1 ES, com informações da TV Gazeta ** Com colaboração de Jorge Félix, da TV Gazeta
FREI wALTER HUGO DE ALMEIDA
CIDADÃO AGUDENSE
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A Câmara Municipal Agudense concedeu a Frei Walter Hugo de Almeida o Título de Cidadão Agudense, no dia 28 de novembro. Na ocasião, a Sessão Solene inaugurava também o novo prédio da Câmara; foi uma sessão enriquecida... Multidão de gente amiga, Franciscanos da OFS, frades,
funcionários do Seminário. Vão ter um abalo, quando souberem de minha transferência! Aliás, depois do carnaval, estarei na nova Casa. Somando meu tempo de estudos, são 28 anos de convivência no Seminário e na cidade! Grato! Frei Walter Hugo de Almeida
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CONVENTO DA PENHA
REFORMAS NA SECRETARIA PARA ACOLHER MELHOR epois de um período funcionando em local improvisado, a secretaria do Convento voltou para seu espaço definitivo. Porém, com nova mobília, piso trocado e outras melhoras importantes realizadas no local. A secretaria está no andar superior da antiga “Casa dos Romeiros”, datada de 1651/52; edificação que abriga também o Museu e Sala dos Milagres no andar inferior. No dia 22 de janeiro, pelas 10h15 da manhã, o guardião do Convento, Frei Valdecir Schwambach, que estava com Frei Alberto, Frei Claudius e Frei Pedro, dirigiu algumas palavras aos fiéis e visitantes do Convento. Em suas palavras, o guardião agradeceu à fraternidade da Penha e aos fiéis pela compreensão em relação aos transtornos que toda obra de reforma traz para a rotina dos trabalhos, exigindo que todos, sem exceção, saibam se adaptar. Agradeceu à Associação dos Amigos do Conven-
to da Penha – AACP, pois a obra foi executada pelos colaboradores da mesma Associação e, como todos podem perceber, foi um trabalho muito bem feito. Agora reformada, a secretaria poderá desempenhar melhor sua vocação: acolher os fiéis e visitantes que vêm ao Convento, destacou o guardião. Feitos os agradecimentos, seguiu-se a bênção do local. Junto à secretaria, encontram-se os confessionários e uma pequena
capela. Esse espaço destina-se a todos que procuram neste Santuário o Sacramento da Reconciliação. Vale lembrar que o Convento da Penha é sempre muito procurado para confissões, praticamente uma referência em todo o Estado do Espírito Santo, recebendo, inclusive, muitas pessoas de outros Estados que com certa frequência, vem buscar o Sacramento neste santuário que é chamado de “Santuário do Perdão e da Graça”.
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EXPOSIÇÃO FRANCISCANA DE PRESÉPIOS
CELEBRAÇÃO DO JUBILEU DE PRATA FREI RÓGER BRUNORIO
elebrar o Jubileu de Prata da Exposição Franciscana de Presépios foi ter a certeza de que a missão iniciada no ano de 1989 continua atual e possui importância para a comunidade franciscana, a igreja local e principalmente para os visitantes. Foi em ambiente simples e decorado com muitas flores para celebrar a festividade que 68 conjuntos de presépios foram expostos na 25ª Exposição Franciscana de Presépios, do Convento São Francisco, no centro da cidade de São Paulo. Sessenta deles totalmente inéditos, oito conjuntos de edições anteriores foram expostos novamente e uma exposição virtual com fotografias das edições anteriores puderam ser contemplados pelos visitantes. Em cada edição sempre há conjuntos que marcam a mostra. Neste ano, marcou o presépio “Prediletos do Senhor”, onde entre a Sagrada Família estão representados os excluídos da sociedade. Houve uma instalação com material hospitalar e remédios que provocaram nas pessoas grandes reflexões. E um presépio numa tenda de circo e carros intitulado de Auto Móvel de Natal. Expor os presépios é, portanto, fazer o anúncio da boa nova de Cristo, seu imenso amor
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pela humanidade e também denunciar tudo aquilo que é contra a vida. A maioria das pessoas que visitou dizia que ao contemplar estes presépios sentiam o verdadeiro espírito do Natal. Na mostra era perceptível que através das belas obras de arte era possível reviver e sentir o Mistério da Encarnação. Esperada por todos, uma publicação comemorativa, que merecidamente seria justa para a ocasião jubilar, mesmo na versão de PDF, o que iria contribuir para democratizar a informação, também daria acesso e conhecimento para um número ainda maior de pessoas. Uma revista comemorativa impressa seria formalmente uma maneira de registrar este evento de tão grande importância no âmbito provincial, assim como tem sido feito em outras datas celebrativas, e principalmente importante para o tradicional convento e cidade. Porém, a festa não ficou sem o seu brilho. A exposição teve um público
recorde com mais de 7 mil visitantes, em vinte cinco dias de exposição. Número maior de visitantes que a edição anterior. Pessoas vindas da grande São Paulo, interior, cidade vizinhas, do Brasil e de outros países marcaram presença e prestigiaram a mostra. Pessoas que vieram pela vigésima quinta vez compartilharam a alegria de fazerem parte do evento religioso e cultural. Pessoas que estavam visitando pela primeira vez deixaram registrado que virão a todas as próximas edições. Tanto visitantes experientes como os de primeira viagem manifestaram sonhar em poder celebrar o próximo jubileu daqui a 25 anos. Este desejo revela a grandeza da importância de nunca deixar de ser realizada a mostra e o quanto ela contribui para o crescimento da religiosidade e da cultura. Para todos os visitantes sempre ficou clara a intenção da curadoria ao longo desses anos: dar a oportunidade para aqueles que queiram se pre-
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parar e vivenciar o verdadeiro sentido do Natal do Senhor e também dar a oportunidade de apreciar e conhecer diversas culturas manifestadas nos diversos presépios. Durante vinte cinco anos, estiveram à frente da organização da mostra os frades: Pedro Pinheiro, que trabalhou por anos, seguido por Frei Airton (Soneca) e Frei Marcos Melo e desde 2010, Frei Róger Brunorio. A grande maioria dos presépios expostos ao longo desses 25 anos é do acervo da Província que foi se formando ao longo dos anos com a colaboração de muitos frades e benfeitores. Muitos conjuntos expostos também eram de artistas e de colecionadores amigos dos frades. Com um acervo diversificado e significativo e, sobretudo com a experiência positiva da mostra realizada no Convento São Francisco, muitas exposições foram inspiradas nela. Algumas fraternidades da nossa Província realizaram e algumas ainda realizam exposições com o acervo da nossa co-
leção. Em Santos, no Valongo, já está na 21ª edição. A inspiração também foi para além do território provincial. Outras entidades franciscanas realizam exposições há mais de 10 anos. Paróquias diocesanas do Estado de São Paulo e Instituições Culturais (Acervo dos Palácios do Governo do Estado de SP, Secretaria de Cultura de Araraquara - SP, Museu de Arte Sacra de São Sebastião - SP, entre outras), também se inspiraram nesta tradição iniciada pelos frades do Largo São Francisco. Como sempre, os meios de comunicação não deixaram de anunciar e reportar sobre os presépios, suas belezas e curiosidades. A exposição foi notícia nas rádios e nos jornais das TVs Globo, Brasil, Canção Nova, Século XXI, Band e diversos jornais impressos. Notícia também internacional por meio da Revista dos Frades Conventuais do Sacro Convento de Assis, Itália. Na Radio 9 de Julho e na Bandeirantes, além de entrevista com a curadoria, teve
a sua divulgação por ambos veículos por diversos dias. Nas redes sociais também houve ótima repercussão, sobretudo no Facebook. Os visitantes, já que apreciavam com muito gosto, eram estimulados a fazerem a divulgação da mostra em suas redes sociais pessoais com a finalidade de compartilhar e convidar os amigos a visitarem a mostra. A exposição franciscana de presépios certamente tem o seu diferencial. O fato de ser realizada por frades que herdaram a tradição iniciada por São Francisco, em 1223, traz todo cuidado, delicadeza, arte, cultura e espiritualidade que fazem toda diferença, considerando as demais exposições do mesmo tipo realizadas na cidade no período natalino com motivação mais cultural. O ambiente do interior do claustro, a cenografia, os presépios diversificados, feitos de modo artesanal ou industrializado, o acolhimento e atenção dispensada pelos frades faz com que a arte belenista esteja inteiramente a serviço da evangelização. Oxalá, a exposição aconteça assiduamente nos próximos 25 anos para celebramos o Jubileu de Ouro. Deixamos também registrado o nosso profundo agradecimento a todos os confrades, parceiros e patrocinadores que, neste ano jubilar e também ao longo desses 25 anos, contribuíram para a realização e sucesso desse evento.
Retorno carinhoso dos visitantes Frei João Bunga OFM
Em virtude dos 25 anos da exposição de presépios nesta fraternidade conventual, criou-se um livro para que as pessoas pudessem expressar nele, o que sentiram, o que lhes chamou atenção e o que trouxe de novo para suas vidas ao visitarem a nossa exposição. Como testemunha ocular, diria que era notório em seus semblantes que a diversidade cultural dos presé-
pios aproximava-os daquela cultura neles expressa, bem como das diversas situações sociais que a sociedade enfrenta.
O sentimento de quem visitou os presépios ficou expresso em frases como as que estão acima nas imagens. | Comunicações | Fevereiro 2015 | 109
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SANTUÁRIO DO VALONGO
375 ANOS ELAINE OLIVEIRA RODRIGUES
m dos principais templos franciscanos do Brasil, o Santuário Santo Antônio do Valongo, em Santos, celebrou 375 anos de fundação no dia 26 de janeiro, data também do aniversário da Cidade. Em alusão à data foi celebrada Missa solene na noite de domingo (25), com a inauguração da nova iluminação da fachada, integrando as programaçãoes oficiais do aniversário de Santos. Como Santo Antônio é um dos mais populares do catolicismo, a fé depositada nele é celebrada no Valongo desde 26 de janeiro de 1640, quando os franciscanos fundaram o templo religioso. Segundo Frei Rozântimo Antunes Costa, chegar aos 375 anos é resultado de inúmeros sofrimentos e extraordinárias vitórias. “Nada se conquista sem luta, garra e sobretudo fé de todos aqueles que fizeram essa história, e que hoje são personagens de nossa mais sincera veneração, amizade e agradecimento”, acredita. “Assim, tendo em vista os 375 anos do Santuário Santo Antônio do Valongo, do qual muito me orgulho de fazer parte, cabe a todos nós tomar consciência desta verdade: as graças que seus filhos receberam têm sua origem no Coração do Senhor – Ele é poderoso; Ele é que demonstrou o poder de seu braço; Ele é que “de bens
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saciou os famintos” (Lc. 1,53)”, acrescenta Frei Rozântimo, pedindo que Santo Antônio continue abençoando e intercedendo por toda Baixada Santista e por esse “longo vale” Valongo. O Santuário Santo Antônio do Valongo integra o patrimônio histórico e cultural da Baixada Santista, compondo o Centro Histórico de Santos. O local é visitado por turistas de toda a parte e é bastante procurado por noivos porque Santo Antônio é conhecido como o santo casamenteiro. O bairro passa por um momento ímpar de revitalização, com a construção das torres da Petrobras atrás do Santuário e com a pujança do Museu Pelé, inaugurado no ano passado, à frente do templo religioso. Além disso, a igreja é um dos pontos do roteiro do bonde turístico de Santos. No Valongo há uma fraternidade composta por três frades da Ordem dos Frades Menores (OFM): Frei André Becker, o reitor, e os vigários Frei Rozântimo Antunes Costa e Frei Hipólito Martendal. Hoje o Valongo, como é carinhosamente conhecido, tem a Paróquia Nossa Senhora da Assunção, no Morro São Bento, como sua Matriz.
A comunidade eclesial conta com diversas pastorais e a Ordem Franciscana Secular (OFS), que realizam uma série de ações evangelizadoras e sociais, como o cursinho de pré-vestibular comunitário Educafro, a cooperativa de fábrica de vassouras a partir de garrafas pet, a Escola de Informática e Cidadania (EIC), o Roupeiro de Santa Clara, entre outros. A exposição de presépios internacionais do Valongo é conhecida por pessoas de diversos lugares e chegou a sua 21ª edição, uma verdadeira mostra do espírito franciscano de retratar aos povos a chegada de Menino Jesus ao mundo. Curiosamente, também em janeiro, dois frades do Santuário comemoram aniversário de ordenação. E no mesmo dia. Tanto para Frei André como para Frei Rozântimo, o dia 17 de janeiro ficou marcado como o início de suas vidas enquanto sacerdotes. Frei André completou 34 anos de sacerdócio e Frei Rozântimo, 28. Ainda na linha das comemorações, no próximo dia 4 de fevereiro é a vez da Juventude Franciscana do Valongo soprar velinhas pelo seu 42º aniversário.
Fraternidades
BISPOS SE ENCONTRAM EM XAXIM VALNEI BRUNETTO
a noite de ontem, dia 15, um delicioso jantar marcou a acolhida do novo bispo diocesano de Chapecó, Dom Odelir José Magri, junto aos Freis Franciscanos da Paróquia São Luiz Gonzaga de Xaxim (SC). Juntamente com Dom Odelir, marcaram presença o Bispo Diocesano de Erechim (RS), Dom José Gislon e o Bispo da Diocese de Caçador, Dom Severino Clasen. Além destes, também estiveram presentes o Vigário Provincial Frei Estêvão Ottenbreit, além de Frei Evandro Balestrin, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, de Concórdia (SC) e Definidor Provincial na região. Pe. Clair José Lovera, Vigário Geral da Diocese de Chapecó, e o Pe. Marlo Tessaro, Coordenador de Pastorais da Diocese, também estiveram presentes no jantar. Foi um momento de espírito fraterno e de acolhida deste que, em nome da Mãe Igreja, assumiu ser o nosso pastor, guia e condutor na fé. Que sua presença nos encha de novo ânimo e vigor, nos encorajando a abraçar e assumir ainda com maior disposição, fé e coragem, a vivência e o anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. Bem-vindo, Dom Odelir José Magri em nossa Diocese e Paróquia!
NOVO LIVRO DE FREI ARCÂNGELO BUZZI “Os textos elaborados neste livro, ‘A filosofia e o cuidado da vida’, não falam do cuidado, pois ele é essencialmente anterior a toda ocupação. Aqui nos atemos a algumas ocupações acionadas pelo próprio cuidado da vida, que nos põem na tarefa de não desviá-las de sua intencionalidade primordial, que é de sair, de ir rumo ao mundo, de não negligenciar seu fundamental
modo de ser existencial no mundo, ligado a outras vidas e à suprema, que tem o caráter de mistério porque em todas se vela e revela”, nos informa em sua introdução Frei Arcângelo. O livro é editado pela Vozes e foi dedicado à memória de Frei Hermógenes Harada, “confrade e amigo na aprendizagem de ver e pensar o cuidado da vida”, conta o autor.
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Evangelização
Os temas aprofundados nesta formação são apontados pelos próprios trabalhadores do Sefras, por meio de uma comissão que organiza este evento, três meses antes.
sefras
Temas da atualidade são abordados em Semana de Formação FABIANO VIANA
ara iniciar o ano de 2015, o Sefras promoveu uma semana de formação para os trabalhadores dos serviços de São Paulo. O curso também foi aberto para integrantes de outras organizações sociais, e neste ano, contou com um grande número de participantes. A Semana de Formação do Sefras aconteceu entre os dias 5 e 9 de janeiro e a cada dia os participantes estudaram um tema específico da atualidade, de relevância para o trabalho social. Esta proposta de formação anual está em sua 7ª edição e ocorreu no bairro do Belém, na Zona Leste de São Paulo. Histórico da formação Esta formação começou há sete anos e tinha a proposta de formar os educadores sociais do Sefras que atu-
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avam na área da infância. Com o passar do tempo esta atividade ganhou outros temas, abriu-se para outros trabalhadores, não só os técnicos, mas também os operacionais e atualmente conta com a participação de outras entidades e interessados no assunto. “O objetivo é de começar o ano com um processo formativo, a partir de temas que têm relação com o nosso cotidiano e que nos instigam a pensar sobre eles”, contou a supervisora técnica do Sefras, Rosângela Pezoti. Novos participantes Além dos trabalhadores do Sefras e de outras organizações sociais, este ano participaram também universitários que se interessaram pelo assunto. Foram temas exclusivos para cada dia, o que possibilitou que as pessoas pudessem escolher apenas um dia de formação, caso preferissem. Escolha coletiva
Temas da Semana O primeiro dia foi dedicado à análise de conjuntura. Contou com a presença de Gustavo Moura, militante e economista da Rede Extremo Sul de São Paulo. Ele fez uma análise a partir dos aspectos econômicos e políticos que o Brasil passa neste início de ano. Moura apontou os processos e a complexidade da crise. O segundo dia seguiu o tema da migração. Este período foi assessorado pela assistente social Carla Aguilar que também é coordenadora da Casa de Acolhida para Imigrantes, e do advogado, Cleyton Borges, assessor jurídico no mesmo serviço. Eles fizeram uma exposição a respeito da imigração, as causas e o porquê da solidariedade do Sefras para com este público. No período da tarde, os participantes fizeram uma visita monitorada ao museu do imigrante que é uma referência da imigração no estado de São Paulo. A educadora popular Carolina de Roing, da Rede Extremo Sul, apresentou os aspectos da educação popular que podem contribuir para a mudança da realidade dos atendimentos realizados nas organizações sociais. No penúltimo dia, o assessor Sergio Ricardo tratou da mediação de conflitos, por meio de conceitos e técnicas de como abordá-los no cotidiano com as pessoas que o Sefras atende e, também, nas relações estabelecidas no dia a dia. Para encerrar a semana, os participantes tiveram um dia de visita monitorada no Sistema Cantareira e puderam entender a crise hídrica na cidade de São Paulo, e ainda, como se envolver no debate político desta problemática urbana.
Evangelização
USF REALIZA GINCANA SOLIDÁRIA E ARRECADA 8 TONeladas EM DOAÇÕES radicionalmente, os colaboradores e professores da Universidade São Francisco (USF) celebram o espírito natalino brindando as conquistas do ano que termina, reunindo entusiasmo para o ano que vai chegar e praticando a solidariedade. Neste ano, a USF organizou a Gincana Solidária Paz e Bem que, além de integrar os participantes, também despertou em cada um o desejo de ajudar o próximo. Realizada nos quatro campi da Universidade e divididos em equipes, colaboradores e professores, arrecadaram cerca de 5 toneladas de alimentos não perecíveis, aproximadamente, 800 cobertores, além de roupas e produtos de limpeza e higiene. Todo o material arrecadado será destinado às entidades atendidas pelo Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), organização da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. Entidades da mesma Província Franciscana, USF e Sefras, estimularam mais que a solidariedade neste final de ano. A partir de uma reunião realizada em novembro, conheceram melhor as demandas e possibilidades de cada instituição para planejarem ações e criarem oportunidades que transcendam o assistencialismo das doações. Embora essencial para a sobrevivência dos projetos, as arrecadações resolvem uma parte dos problemas encontrados junto a estas
comunidades. “Para a comunidade acadêmica está sendo uma excelente oportunidade conhecer o trabalho realizado pelos frades junto aos diversos públicos beneficiados por suas ações. A mobilização para arrecadar e doar os produtos é apenas o ponto de partida para sensibilização e desenvolvimento de uma importante parceria que está começando. Para o próximo ano, pretendemos oferecer ao Sefras os nossos conhecimentos acadêmicos por meio da realização de projetos de extensão envolvendo alunos e docentes da universidade”, disse a Coordenadora do Núcleo de Extensão Universitária (NEXT) e Diretora do campus de Campinas, Profa. Luciana Rita Stracialano Parada. Para o reitor da USF, Prof. Hector Escobar, essa importante parceria com o Sefras soma-se à participação do Departamento de Marketing e Comunicação da USF, junto à Frente de Comunicação da Província, que vem realizando, desde o início de 2013, ações de esforço conjunto e integrado no âmbito da comunicação. “Dessa forma, fortalecemos o pedido do Chanceler da USF e Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, de estimular parcerias entre as diversas entidades da Província, com o objetivo de proporcionar maior coesão entre nossos trabalhos, fomentar o espírito de entreajuda e promover a partilha de experiências”, destacou o reitor. | Comunicações | Fevereiro 2015 |
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Evangelização
NOTÍCIAS DO colégio BOM JESUS
O trabalho docente em sala de aula: preparação, amor e coerência de vida Frei Claudino Gilz
conceito aula decorre de uma compreensão tradicional de educação e, até mesmo, de uma prática docente que historicamente veio predominando nos diferentes espaços escolares. Trata-se de uma compreensão de educação cujo principal papel da escola consiste na preparação intelectual e moral dos alunos. Nessa concepção de educação, identifica-se o predomínio da
autoridade do professor que, em sala, executa a função de expor aos alunos explicações de conteúdos a serem absorvidas como verdades absolutas. Explicações essas nem sempre contextualizadas e ainda a pressupor dos alunos atitudes dóceis, receptivas, desempenho exemplar na realização de exercícios e provas. Em síntese, aula é nessa concepção de educação sinônimo de exposição docente, recepção passiva da classe de alunos, memorização por meio de exercícios, seguidos de provas. Bem outra é a compreensão de
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aula em que se privilegiam: a adaptação gradativa do aluno ao espaço escolar; a compreensão da importância de um conjunto de rotinas diárias; os combinados; a contextualização dos conteúdos aos alunos; a proposição de desafios cognitivos (problemas a serem resolvidos via discussão, estudo em pequenos grupos, reflexão, associações e descobertas); e a mediação docente, seja na sondagem dos conhecimentos prévios dos alunos sobre o conteúdo a ser investigado, seja tanto no acompanhamento do processo de pesquisa, ou na consolidação da aprendizagem dos aspectos previstos no plano curricular em relação a cada conteúdo. Bem outra ainda é a compreensão de uma aula que, segundo o Papa Francisco, não pode prescindir do diálogo entre professor e aluno; de “uma proposta educativa que visa o desenvolvimento integral da pessoa e que responde ao direito de todos a ter acesso ao saber e ao conhecimento”; do “pleno
respeito à liberdade de cada indivíduo”; do “encontro de pessoas de diferentes raças, culturas e Religiões”; da “preparação qualificada dos Educadores”, a ponto de não improvisarem em nada, mas desenvolverem seu trabalho “com seriedade.” Porque, segundo o Papa, “a educação é um ato de amor, é dar vida. E o amor é exigente, pede o empenho dos melhores recursos, despertar a paixão e colocar-se a caminho junto com os jovens, com paciência. O educador nas escolas católicas deve ser, antes de tudo muito competente, qualificado, e ao mesmo tempo rico em humanidade, capaz de estar entre os jovens com estilo pedagógico, para promover o seu crescimento humano e espiritual. Os jovens precisam de uma educação de qualidade juntamente com valores, não só enunciados, mas testemunhados. A coerência é um fator indispensável na educação dos jovens. Coerência! Não se pode fazer crescer, não se pode educar sem coerência: coerência, testemunho.”
Colégio Bom Jesus conquista o melhor score no vestibular da UFPR Os alunos concluintes do Ensino Médio do Colégio Bom Jesus fizeram história na última edição do vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) cujo resultado final veio a ser divulgado em 9 de Janeiro de 2015. Dentre os resultados alcançados, vale destacar os dez primeiros lugares individuais, além de inúmeras outras aprovações dos alunos do Colégio Bom Jesus em diferentes Cursos de Ensino Superior no referido processo seletivo. A aluna da Unidade Bom Jesus
Centro (Curitiba), Letícia Chaffin Barbosa Peruffo, conquistou 834.850 pontos no curso de Medicina e obteve o melhor score entre todos os candidatos do concurso.
Evangelização Volta às aulas Depois das merecidas férias, estudantes e professores da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus retornam para mais um ano letivo de estudos, pesquisas e aprendizagens. Em 2015, o ano letivo terá início em três datas diferentes, a saber: 26 de janeiro: Unidades de São Paulo; 9 de fevereiro: Unidades do Paraná, de Santa Catarina e do Rio de Janeiro; e 12 de fevereiro: Unidades do Rio Grande do Sul. Tema da CF-2015
“Fraternidade: Igreja e Sociedade” é o tema da Campanha da Fraternidade de 2015, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). E “Eu vim para servir” (cf. Mc
10,45), o lema. A abordagem do tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” será já a partir das primeiras semanas de aula um dos conteúdos das aulas de Ensino Religioso e também das demais disciplinas escolares. Conteúdo esse que requer uma articulação ampla dos saberes docentes para, junto com os alunos, identificar as reflexões e aprendizagens que se mostram oportunas de serem desenvolvidas, tais como: − Vive-se uma verdadeira mudança de época e não só uma época de mudanças. − Identifica-se por um lado um agudo relativismo religioso e, por outro, uma tendência a fundamentalismos. − Constata-se que determinadas leis de mercado estão a regular as relações humanas, sociais, familiares e religiosas, levando os mais pobres a ficarem sem o mínimo necessário à
dignidade humana (quase metade da riqueza mundial em posse de apenas 1% da população). – Observa-se crescer a tendência de submissão do social ao econômico (uma economia de exclusão e desigualdade social); de facilitação ao capital especulativo internacional; de esfacelamento da soberania nacional em face à hegemonia dos blocos regionais; da evidência da terra urbana enquanto objeto de especulação financeira; da oneração tributária na folha de pagamento dos trabalhadores; de um gradativo aniquilamento de princípios de justiça social a ocasionar níveis de desigualdades inaceitáveis; da exploração midiática ideológica em relação à gravidade da situação ambiental etc. – Identifica-se que as necessidades mais elementares da população brasileira não estão mais sendo devidamente atendidas, a ponto de comprometer o alcance de uma educação pública de boa qualidade, de acesso à saúde pública, de uma resolução razoável de desafios, tais como mobilidade urbana, segurança, habitação, criminalidade, oferta de emprego etc. Segundo o Papa Francisco, “a educação católica é um dos desafios mais importantes para a Igreja. [...] Efetivamente, as escolas e universidades católicas são frequentadas por muitos estudantes não cristãos e inclusive não crentes. As instituições católicas oferecem a todos uma proposta educativa que tem como objetivo o desenvolvimento integral da pessoa, que responde ao direito de todo ser humano a ter acesso ao saber e ao conhecimento. Mas estão igualmente chamadas a oferecer a todos, com pleno respeito à liberdade de cada indivíduo e dos métodos próprios do entorno escolar, a proposta cristã, quer dizer, Jesus Cristo como sentido da vida, do universo e da história.
Estudante do Colégio Bom Jesus Canarinhos alcança “nota 1.000” na redação do Enem
Ana Paula Bittencourt Pfeiffer, aluna da Unidade Bom Jesus Canarinhos, em Petrópolis (RJ), é uma jovem de 17 anos, comunicativa e que adora ouvir música, ler e sair com os amigos. Esse é um breve perfil dessa aluna que no dia 13 de Janeiro descobriu que obteve a nota máxima na prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014. O feito adquire importância pelo fato de o nome de Ana Paula constar numa lista seleta de 250 estudantes, em um universo de 6,2 milhões de candidatos de todo o Brasil, que atingiu os 1.000 pontos possíveis na atividade específica de produção de texto. Ela disse que estava muito confiante quanto ao resultado da atividade, mas que a nota máxima obtida a surpreendeu. “Eu me preparei muito ao longo do Ensino Médio no Colégio Bom Jesus com simulados e tarefas textuais, por isso tive mais tranquilidade no momento de transcrever as ideias para o papel”, disse ela. Para os pais da aluna, Flavio Pfeiffer e Luci Carvalho Bittencourt, a conquista é motivo de orgulho para a família. “A Ana Paula é muito dedicada e tínhamos certeza de um bom desempenho no Enem. Agradecemos aos professores e gestores do Colégio Bom Jesus que a acompanharam nesse período de formação escolar”. | Comunicações | Fevereiro 2015 |
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ENTREVISTA: frei josé antônio dos santos
CONSOLIDAR
A PALAVRA QUE DESAFIA o presidente da fimda HOJE Moacir Beggo
O presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, Frei José Antônio dos Santos, hoje tem como palavra-chave de sua rotina o verbo CONSOLIDAR. É com esse pensamento que ele participa da consolidação do belo trabalho missionário da Fundação, ou seja, fazer com que o já foi realizado durante estes 25 anos de presença franciscana consiga produzir frutos em terras angolanas. Os frutos, contudo, são abundantes como se pode ver pelo celeiro vocacional que se tornou a Missão nos últimos anos. Nesta entrevista, Frei José Antônio fala do passado, do presente e do futuro da Missão. Acompanhe! Comunicações - Que cenário reli-
gioso, político e social o sr. encontrou em Angola quando chegou como missionário há 14 anos? Frei José Antônio dos Santos Todo o cenário politico, religioso e social era marcado pela guerra civil, que se estendia já por vários anos, com momentos de maior ou menor intensidade. A guerra destruiu, além
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das estruturas físicas, também muito das estruturas familiares, com o constante deslocamento das famílias e, dessa forma, muito das referências culturais. Os vários anos de guerra determinaram a realidade política fortemente marcada pela desconfiança que impedia qualquer tipo empreendimento e, portanto, dificultava o avanço econômico e social do país. As estradas eram precárias, impedindo a livre circulação de mercadorias, por vezes até mesmo os produtos mais básicos. O ambiente religioso era bastante intenso. Lembro-me de uma prece que era repetida ao final de todas as missas e celebrações litúrgicas. Era uma súplica pela paz. O povo repetia aquelas palavras em voz alta e forte. A vibração presente na oração demonstrava a esperança que todos tinham de que, um dia, a paz iria chegar. Comunicações - O que mudou nes-
te tempo? Frei José - Acredito que é possível afirmar que quase tudo mudou. Saímos de um período marcado pela guerra que destruiu todo o país, para um momento de grandes esperanças na reconstrução. Há um avanço muito grande na reforma e ampliação das cidades, construção de moradias populares, hospitais, escolas etc. Acredito que o grande desafio neste momento é a manutenção de tudo o que está sendo feito. Quando terminou a guerra, o governo sugeriu que a Igreja ajudasse no processo de reconstrução nacional, sobretudo no setor da educação e da saúde. A Igreja realmente tem procurado ajudar nestas duas áreas. Nossa missão franciscana tem se envolvido neste processo, sobretudo, através das escolas paroquiais, que acolhem as crianças e adolescentes mais carentes que, de outra forma, muito possivelmente, ficariam sem estudar.
Comunicações - Que balanço o sr.
faz deste trabalho na missão? Frei José - O balanço é positivo. Inicialmente, havia muita expectativa em torno do que fazer e como fazer. Fui enviado para a fraternidade do Postulantado (Viana) para ajudar na formação, como vice-mestre dos postulantes. Ao chegar, já pelo meio do caminho, recebi a notícia de que o confrade que estava à frente da fraternidade e da formação, havia pedido para se retirar da missão e ir para outro projeto missionário da Ordem. Avaliando todo o meu itinerário na missão, acredito que foi o momento mais difícil de todos. Chegar a outro país, recém-saído da formação, e cair dentro desse tipo de situação totalmente inesperada. Ninguém sabia quem iria substituir o confrade. O processo formativo do grupo de postulantes já seguia avançado. A dúvida pairava no ar. No meu coração meditava e me perguntava: que pai é esse que abandona os filhos em meio ao vendaval. Havia muito boa vontade dos frades que permaneceram em ajudar a encontrar uma solução, dar apoio, ajudar, porém, durante quase dois anos, o que aconteceu foi uma sucessão de reajustamentos na fraternidade que a tornava inconstante. Mesmo recém-formado, percebia que esse ambiente não ajudava em nada a formação. Finalmente, as coisas foram se ajustando e, um novo confrade, já com experiência em formação chegou e ajudou a fazer a transição. Passei estes 6 anos iniciais na fraternidade de Viana. Durante esse tempo de missão, meu programa de trabalho tinha escrito em letras bem grandes sobre minha mesa: APRENDIZADO. Queria lembrar sempre que estava ali, naquele momento, mais para aprender do que para ensinar. Algumas coisas me ajudaram muito neste momento: a acolhida, a abertura e o espírito fraterno
por parte dos confrades que já estavam na missão; a partilha e a amizade dos confrades que foram junto comigo para a missão; o Curso para Missionários, oferecido pela Conferência Episcopal, que nos apresentava um pouco de tudo: oportunidade para conhecer um pouco da cultura, das línguas locais, da organização econômica, política e religiosa, mas, sobretudo, para conhecer outros missionários, recém-chegados de outras congregações e assim partilhar expectativas e experiências; a alegria dos nossos formandos e o seu entusiasmo e busca por cultivar a vocação franciscana; os tempos de trabalho pastoral junto às aldeias de Malange, com os frades estudantes, no período pós-guerra. Todas essas experiências ajudaram a conhecer um pouco da realidade de nossa missão. Hoje, a palavra-chave do meu trabalho tem sido CONSOLIDAR. Ou seja, tentar fazer com que o que já foi realizado durante estes 25 anos consiga produzir frutos e assim, aos poucos, a Fundação vá se consolidando, cada vez mais, em terras angolanas. Desde quando cheguei a Angola que procuro estudar um pouco da sua história. Comecei com o processo de chegada dos primeiros europeus até o processo de independência. Depois percebi a necessidade de descobrir um pouco o processo de fixação dos vários povos de origem bantu no território, pois isso nos ajuda a entender um pouco da cultura ou culturas locais. Atualmente tenho pesquisado sobre os outros momentos em que houve presença de frades menores ou de algum dos grupos de frades que depois se integraram à OFM. Foram vários os momentos, como podem comprovar algumas ruínas de antigos conventos ou a lista dos bispos da cidade de Luanda, pelo menos 6 eram franciscanos. Alguns vieram diretamente de Portugal, ou| Comunicações | Fevereiro 2015 |
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tros já eram missionários. Isso indica a presença dos frades. Porém, pouco dessa história foi conservada, mas, conhecê-la nos ajuda a entender o que é necessário fazer para que a presença atual seja realmente duradoura e produza frutos de verdadeira evangelização, de promoção da dignidade da pessoa humana. Comunicações - Hoje, como presi-
dente da Fundação, quais os principais desafios da missão? Frei José - No momento em que nos preparamos para celebrar os 25 anos da atual presença dos frades menores em Angola, podemos afirmar que passamos do período de “instalação e reconhecimento” do terreno. Assim, surge o grande desafio que é a consolidação do que foi instalado e reconhecido. Com isso, o maior desafio é ter frades em número suficiente para oferecermos um trabalho na área pastoral e formativa de qualidade para que o nosso serviço de evangelização possa realmente ser o lugar onde o frade menor e todos aqueles que com ele se encontram possam sempre sair realizados em sua missão. Sabemos
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que tudo é um construir constante, mas, nos encontramos no momento em que o maior desafio não é somente construir, mas manter o que já foi edificado. Não falamos apenas das construções de pedra e cimento, mas, sobretudo da construção espiritual da Fundação. Nossas paróquias cresceram, não em extensão territorial, mas, em número de pessoas, que passaram a residir nelas por causa do processo de deslocamento das populações que se iniciou logo nos primeiros anos do pós-guerra e vem se intensificando cada vez mais. A paroquia de Malange, por exemplo, há bem pouco tempo (três ou quatro anos) tinha poucas residências. Atualmente, para todo lado que se olha se vê uma nova construção. O mesmo pode ser dito das outras duas paróquias. O Kimbo São Francisco (em Luanda) vê o número de peregrinos aumentar todos os dias. Antes, recebíamos pessoas da grande Luanda, hoje há fiéis vindos mesmo de outras regiões. Na formação, o número de vocacionados tem aumentado. Isso nos ajuda a fazer uma melhor seleção inicial. Ou aproveitamos o bom
momento que a graça nos concede ou talvez nos arrependamos depois. Acrescenta-se a isso o fato de que o índice de perseverança tem sido bastante alto. Porém, a inconstância no número de formadores tem sido uma prática. Isso empobrece a nossa capacidade de acolher e ajudar no processo de discernimento e animação vocacional. Além disso, as constantes mudanças fazem com que não se gerem experiência e continuidade nos processos formativos. Muitas vezes acabamos por experimentar de novo aquilo que o passado já comprovou ser ineficiente. Comunicações - A Fundação vive
um bom momento vocacional, fale sobre esse “celeiro vocacional” na missão. Frei José - O atual bom momento vocacional é resultado do trabalho de todos os frades ao longo destes 25 anos. Outros fatores que também têm contribuído para tal foi o crescimento no número de escolas que possibilitam aos jovens terminar o ensino fundamental e, por vezes, o ensino médio e assim estarem aptos a entrar em um seminário ou casa de
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formação. No nosso caso específico, o apoio das religiosas nas regiões onde não temos presença tem sido fundamental. O material vocacional, sobretudo os subsídios impressos contribuem para que os jovens que nos procuram venham já com uma ideia geral sobre o que significa ser frade menor. A criação de uma coordenação mais centralizada da Pastoral Vocacional que ajuda na animação local também tem ajudado a promover mais visitas às famílias etc., algo muito importante na acolhida dos jovens vocacionados por aqui. Comunicações - Por que quis ser
missionário? Frei José - O desejo de ser missionário surgiu já no primeiro ano de formação, durante o aspirantado. Os primeiros frades tinham sido enviados para a missão em Angola havia pouco tempo. Os relatórios, as notícias falavam das primeiras experiências, das dificuldades e eram entusiasmantes. Então surgiu a primeira ideia de também ir para Angola. Essa ideia foi reforçada durante o tempo de noviciado com a leitura das biografias dos frades que chegaram para a reforma da Província. Durante os momentos de meditação líamos essas biografias e era um momento onde podíamos viajar até a missão e pensar como tudo tinha
sido e como tudo poderia vir a ser se tomássemos a decisão de seguir para a missão. No último ano da Teologia, conversei com o ministro provincial da época e ele disse que se eu quisesse realmente ir, que escrevesse uma carta. Em 8 de dezembro de 2000 recebi a transferência para a missão. Na verdade, quis ser missionário por acreditar que poderia aprender muito vivendo dentro de uma realidade e cultura diferentes, por acreditar que todos somos chamados a ser missionários e porque tenho claro que o carisma franciscano pode ajudar a construir uma sociedade mais justa e mais fraterna, sobretudo em um lugar onde a palavra guerra, no passado, era mais usada do que a palavra paz. Comunicações - Como se deu o seu
discernimento vocacional? Por que escolheu ser franciscano? Frei José - A descoberta da vocação religiosa como possibilidade de realização existencial se deu quando ainda era bem criança, no primeiro dia de catequese. A arquidiocese de Niterói, da qual sou originário, vivia um momento de trabalho vocacional bastante intenso, pois, na época, faltavam vocações. Havia um pequeno caderno vocacional e o catequista o usava nos primeiros encontros. Pois bem, o primeiro encontro falava sobre a vocação de Samuel, quando Deus chama Samuel pelo nome. Naquele dia senti que talvez esse poderia ser meu caminho. Passou muito tempo e uma religiosa catequista franciscana me questionou sobre a possibilidade de ser franciscano e me levou até
aos frades. No primeiro encontro com os frades tive a certeza de que queria mesmo ser franciscano. Muitos foram os que me ajudaram neste processo de descoberta. Hoje, cada vez que visto o hábito e o vejo cada vez mais velho, desgastado e surrado, lembro com carinho de todas essas pessoas e tenho clara a certeza de que foi a melhor e mais acertada decisão que já tomei na vida. Sobre por que escolhi ser franciscano poderia dizer muitas coisas, mas acho que posso resumir da seguinte maneira: nos momentos de alegria ou de dificuldade ser franciscano me realiza, me sustenta espiritualmente e me dá forças para continuar a caminhada. O modo de vida e o ideal de São Francisco, dos irmãos menores e itinerantes, me fez encontrar sentido para a caminhada. Comunicações - O que você diria
para os frades e leigos que querem se tornar missionários em Angola? Frei José - Cada um tem a sua própria medida, mas todos podemos doar um pouco de nosso tempo e de nossa vida como frades menores e como cristãos para a missão. Já tivemos irmãos que ficaram na missão durante dois anos ou até menos e fizeram muito. Até hoje as pessoas têm uma boa lembrança deles. Não importa o tempo que você pode oferecer: um ano, dois, três... a vida inteira. O que importa é ser capaz de fazer algo, sobretudo, neste momento em que a missão cresce. Esse tempo, se bem aproveitado, ajudará a consolidar nossa Fundação missionária. E depois teremos irmãos angolanos que, por si, tocarão a missão. É necessário ir sem a pretensão de que resolveremos tudo. Vamos para ajudar a regar as sementes já lançadas em terra boa e com a plena certeza de que fazer crescer é obra do próprio Deus. | Comunicações | Fevereiro 2015 |
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CRONOLOGIA DA MISSÃO EM ANGOLA (IV) 1997 23.01 - Retorno para Angola de Frei Dilson. 30.01 - Retorno para Angola de Frei Hermenegildo. - Viagem de Frei Estêvão – Retornou no dia 03.04 01-03.04 - 2º Encontro Regional, em Malange. Decisões: escolha dos padroeiros das fraternidades; locais para a formação distintos dos da missão; decisão do Postulantado em Kibala (outubro) e do Aspirantado em Malange. 04.06 - Envio missionário de Frei Antônio Mazzuco e Frei Dante Echegaray, em SP/São Francisco, durante a Trezena de Santo Antônio. 14.06 - Visita canônica de Frei Caetano às fraternidades de Angola. 23-25.06 - Capítulo da Missão. 25.06 - Dom Benedito Roberto aprova a residência futura das Pequenas Irmãs da Sagrada Família na missão de Kibala. 08.07 - Chegada de Frei Dante a Luanda, vindo do Brasil. 02.10 - Chegada de Frei Valdir Nunes Ribeiro a Kibala. 04.10 - Início oficial do Postulantado em Kibala. 03.11 - Dom Benedito Roberto aprova a residência das Irmãs Franciscanas da Santíssima Trindade na missão de Kibala. 27.11 - O Congresso Capitular (SP), aprovou a constituição da missão em “Fundação”, e nomeou Frei Valdir Nunes Ribeiro como presidente e Frei Hermenegildo Pereira como ecônomo. 1998 Janeiro - Início da construção da casa do Postulantado/Kibala. 01.03 - Viagem de Frei Carlos A. Guimarães. 26.04 - Retorno definitivo de Frei Plínio G. da Silva. 26.05 - O Definitório Provincial, reunido em Rondinha, promulgou o Decreto de ereção e constituição da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA). 14.06 - Retorno definitivo de Frei Antônio Mazzucco. - Viagem de Frei Estêvão. 18.08 - No Definitório, Frei Estêvão apresentou o relato da visita/viagem e as decisões tomadas com os missionários: 1. a concessão do terreno em Luanda, por parte do Cardeal; 2. levantamento de recursos junto à Cúria Geral da Ordem para a construção da casa em Luanda; 3. construção do muro em torno do terreno de Luanda;
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4. prolongamento – por mais um ano – do estágio de Frei Carlos A. Guimarães. - O Definitório nomeou conselheiros da Fundação: Frei Samuel, Frei Dilson e Frei Genildo. 24.08 - Viagem de Frei José Ariovaldo da Silva para ajuda missionária (cursos, aulas, retiros) até 22.11. 14.09 - Retorno/férias de Frei Samuel e Frei Hermenegildo. 04.10 - Admissão ao Postulantado, em Kibala, de mais quatro candidatos: Américo, Silva, Domingos e Agostinho. 26.10 a 08.11 - Visita de Frei Vitalino Piaia, Frei Ângelo José Luis, Frei Valdevino Negherbon e Diác. Pedro. Novembro - Decisão de enviar os três postulantes (Adão, Cândido e Nelson) para fazer o noviciado no Brasil. 13.11 - Atentado contra Frei Valdir N. Ribeiro, em Kibala. - Na manhã do 14.11, levado para Gabela, onde é feita a 1ª cirurgia. No dia 15.11, transportado de helicóptero para Luanda. Dia 17.11, é feita a 2ª cirurgia, permanecendo na UTI até 19.11. 29.11 - Carta de Frei Valdir N. Ribeiro ao Sr. Bispo de Sumbe, comunicando a decisão do Conselho da Fundação de retirar frades, postulantes e irmãs, temporariamente de Kibala (para Luanda). 16.12 - Frades, postulantes e irmãs transferem-se para Luanda. 1999 17.01 - Chegada de Frei Valdir Nunes com os três postulantes para admissão ao noviciado em Rodeio. Retorno definitivo de Frei Dante. 20.01 - Vestição/admissão dos três noviços angolanos, em Rodeio: Adão Gil de Melo, Cândido Gabriel F. Manuel e Nelson Jaime Cristóvão. 27-28.01 - O Definitório Provincial autorizou acolher o pedido para assumir a Paróquia de Luanda. 09.03 - Envio missionário de Frei Ângelo Vanazzi, em SP/São Francisco . 09-11.03 - O Definitório Provincial aprova projeto de construção em Luanda. 15.03 - Viagem de Frei Ângelo Vanazzi, Frei Márcio Terra e Frei Simão Laginski. 09.05 - Retorno definitivo de Frei Pedro Caron. 30.08 - Acidente com Frei Dilson A. Geremia, na construção em Luanda. 05.09 - Retorno de Frei Dilson para tratamento e cirurgia na VOT/RJ. 20.09 - Viagem para Angola: Frei Caetano, Frei Augusto e Frei Valdemiro Wastchuck.
Nesta ocasião foram tomadas algumas decisões: 1. assumir a nova paróquia no bairro de Palanca; 2. o aspirantado funcionará somente em Malange; 3. em 2000 se iniciará a construção, em Malange, da casa própria para o aspirantado; 4. os três confrades angolanos, após profissão retornam para Angola e irão cursar a filosofia em Zâmbia. 23.09 - Profissão solene de Frei Carlos A. Guimarães, no mosteiro das Clarissas, em Luanda. Outubro - Retorno definitivo de Frei Simão Laginski. 04-06.11 - O Definitório autoriza Frei Carlos A. Guimarães a cursar a teologia em Luanda. 12.12 - Retorno definitivo de Frei Odorico Decker. 2000 09.01 - Primeira profissão dos três confrades angolanos, em Rodeio. 17.01 - Retorno para Angola: Frei Dilson, Frei Carlos Guimarães e os confrades angolanos. Frei Hermógenes Harada segue com eles, para ajuda missionária em Malange (aulas no Seminário Diocesano) de fevereiro a maio. Janeiro Retorno/férias de Frei Genildo. 15.02 - Viagem dos três frades angolanos para Lusaka, na Zâmbia, a fim de iniciar os estudos. 25.03 - Ordenação presbiteral e envio missionário de Frei Mário Stein, em Porto União/SC. 17.04 - Viagem de Frei Mário Stein e retorno de Frei Genildo para Angola. 30.04 - Criação da nova paróquia São Lucas/Palanca e posse de Frei Márcio Terra, como 1º pároco. 08.05 - Viagem de Frei Basílio Resende para a visita canônica dos missionários em Angola, entre 08.05 e 21.05. 03.07 - Viagem de Frei Caetano, Frei José Clemente Müller e da voluntária de Gaspar, Sra. Claudete Bohn. 06-07.07 - Assembleia anual dos frades missionários em Angola. 10.07 - Retorno de Frei Hermógenes, com Frei Caetano e José Clemente. 11-02.09 - Frei Valdir e Frei Genildo, delegados da FIMDA no Capítulo Provincial em Agudos. * O Estatuto da FIMDA foi apresentado no Capítulo Provincial, que o encami-nhou para aprovação do Definitório Provincial. continua
Evangelização
PELO SÉTIMO ANO CONSECUTIVO, FAE É A MELHOR DE CURITIBA Com IGC 4, Centro Universitário está posicionado em primeiro lugar entre as instituições universitárias privadas, segundo a avaliação do MEC Ministério da Educação (MEC) divulgou, no dia 19 de dezembro de 2014, a classificação das instituições de ensino superior com base no Índice Geral de Cursos (IGC). Pelo sétimo ano consecutivo, a FAE Centro Universitário, que tem como mantenedora a AFESBJ, está com a melhor avaliação entre as instituições universitárias privadas da capital paranaense. O resultado baseia-se na somatória de um corpo docente altamente qualificado, ótima infraestrutura, rigor na aplicação dos projetos didático e pedagógico, além do conhecimento adquirido pelos alunos, retratado no Enade. Para o reitor da FAE, Frei Nelson José Hillesheim, a conquista é também reflexo de um projeto realizado ao longo dos últimos anos, chamado FAE 2020, que tem como meta tornar a Instituição referência em educação nacional e internacional até 2020. Os resultados já podem ser percebidos, especialmente com a criação de núcleos e serviços voltados aos alunos, como o FAE Incentiva e FAE Connect, e também no maior número de ações solidárias e celebrações incentivadas pela Pastoral Universitária. “O resultado dessas atividades e de todo o conjunto de ações do Ensino, aliadas à missão da Instituição, docen-
Centro universitário São José dos Pinhais
tes e colaboradores, são diferenciais tanto para a avaliação do MEC como para o reconhecimento empresarial e da sociedade”, afirma o reitor, com a certeza de que a FAE está no caminho certo. “A cada ano a Instituição tem contribuído mais para a sociedade, formando profissionais com virtudes e atitudes, gerando novas lideranças, novos profissionais para o mundo contemporâneo”, conclui. Entenda o Índice Geral de Cursos O IGC indica o nível de qualidade dos centros universitários, uni-
versidades e faculdades, públicas e privadas, a partir de um único indicador. A FAE ficou com IGC contínuo de 3,26, valor que corresponde ao IGC 4 de uma escala de 1 a 5, se aproximando do nível máximo de qualidade perante o MEC. O índice é resultado da média ponderada do Conceito Preliminar de Curso (CPC), em combinação com o resultado do Enade, que mede o desempenho dos estudantes. A avaliação divulgada é referente ao último triênio e compreende 2.020 instituições. | Comunicações | Fevereiro 2015 |
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100 anos de fundação da Congregação das Catequistas Franciscanas
D. LEONARDO ÀS IRMÃS: “SEJAM SEMEADORAS DA ESPERANÇA” MOACIR BEGGO
Há cem anos era lançada, na pequena Rodeio do Vale do Itajaí (SC), a semente da missão evangelizadora das Irmãs Catequistas Franciscanas. A planta que era para atender às necessidades locais, ganhou o mundo. O carisma das Catequistas Franciscanas atravessou fronteiras e mares e, agora, neste dia 14 de janeiro, retornou a Rodeio para celebrar a graça das origens. “Hoje, Rodeio não é lugar geográfico. É lugar de encontro, é lugar-fonte!”, disse D. Leonardo Steiner, Bispo Auxiliar de Brasília e Secretário Geral da CNBB, que presidiu a celebração eucarística do jubileu às 10 horas. A festa, contudo, começou logo cedo (8h30). Na localidade chamada
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Rodeio 50 (fora do centro) teve início a celebração do jubileu com uma carreata. Neste lugar, a Congregação deu os primeiros passos com três jovens: Amábile Avosani, Maria Avosani e Liduína Venturi. “A comunidade de Rodeio 50 nos acolheu como acolhera as primeiras fundadoras! Os sinos tocaram, como naquele 14 de janeiro de 1915, chamando o povo para missa! No entrada da Igreja, crianças, jovens,
colonos, irmãs e frades, reconstituíram o contexto e a cena do fundante ‘sim, para sempre!’”, escreveu Irmã Maria Fachini no site das Congregação. Após a bênção da placa do centenário, a carreata se dirigiu ao centro de Rodeio, tendo entre eles um carro recordando os fundadores e fundadoras, com a presença de parentes próximos das primeiras irmãs. No caminho, apenas uma breve pausa na casa da família Tambosi, que acolheu as ‘mestras’ Maria e Liduína. Na Casa-Mãe, de onde se expandiu o carisma da Congregação, a carreata cresceu para mostrar todo o alcance missionário das Catequistas no mundo. Na Vila Italiana, local da celebração, o povo recebeu com alegria o cortejo
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que veio de Rodeio 50. O grande momento no pavilhão principal não poderia ser diferente. Além do secretário Geral da CNBB, o Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel, representando a Província Franciscana da Imaculada Conceição, bispos de todo o Brasil, sacerdotes, religiosos, seminaristas se juntaram às irmãs para celebrar este momento histórico.
fonte inesgotável para uma Irmã Catequista Franciscana na celebração dos 100 anos do chamado que se fez caminho. Amábile, Maria e Líduína partiram para não mais voltar. Poderíamos repetir as palavras do Evangelho depois do convite de Jesus a Pedro, Tiago e João: deixando as redes elas seguiram a Jesus. Partiram e estiveram a caminho e colocaram a caminho tantas jovens tomadas pela generosidade de servir os pequenos”, disse D. Leonardo. Segundo o bispo, as irmãs também partiram apressadamente como Maria: com disponibilidade, generosidade. Havia nelas uma jovialidade: passos de mulheres da terra, mas com a suavidade de quem leva vida nova, esperança, consolo. Sim, eram mulheres admiravelmente joviais, gratuitas, como camponeses que vivem do trabalho de suas terras e do cultivo generoso de uma missão. Apressadamente, incansáveis, pródigas, generosas. Havia nelas uma agilidade própria de jovens que servem à mesa dos necessitados. “Colocaram-se a caminho de modo admirável: simples, pobre,
A CELEBRAÇÃO As leituras (Ef 1,3-14 e Lc 1,39-59) da celebração eucarística destacaram a vocação das Irmãs Catequistas e como disse D. Leonardo, “elas despertam as entranhas de nossa vocação e missão”. O bispo franciscano partiu do Evangelho, quando Maria se pôs a caminho apressadamente para visitar sua prima Isabel, e lembrou que o Papa Francisco não se cansa de pedir por uma Igreja ‘em saída’. “Pôr-se a caminho, partir, sair, tem sabor de | Comunicações | Fevereiro 2015 |
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despojadas, alegres, menores, gratuitas! Essa gratuidade as manteve a caminho! Que fonte extraordinária, queridas Irmãs Catequistas: serem impulsionadas, revigoradas, transformadas pela gratuidade de servir como catequistas. Poderíamos repetir as palavras do Apóstolo Paulo: “Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho vos dou: Cristo Jesus! Uma vida a serviço! Sim, oferecer Jesus, iniciar as pessoas na vida do Reino cordial e gratuitamente”, acrescentou o Secretário Geral da CNBB. Ele lembrou que elas foram servir os pequenos: “Ofereceram a vida do Evangelho e o pão da educação. Vivendo nas pequenas comunidades, no meio do povo, com o povo, como o povo, sempre a caminho, servindo. Nesse modo de vida, o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo as fez menores com os menores. Moraram com os menores na casa dos menores”. Nesta Ação de Graças, D. Leonar-
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do pediu que cada Irmã Catequista Franciscana seja tomada pela santidade da caridade, do serviço. “A graça e a vida do Evangelho fecunde e transforme sua vida. Sejam como Catequistas semeadoras da esperança que acreditam na força de uma só semente para que nenhum de nossos irmãos e irmãs pobres sinta-se só, abandonado. Eles possam encontrar na Irmã Catequista aconchego, proximidade, familiaridade, sabedoria, consolo, o caminho de Deus. Sejam terra boa e fértil onde a Palavra de Deus dará muito fruto. Frutos de amor-serviço!”, motivou D. Leonardo. No momento da profissão de fé, a Ministra Geral Ir. Izaura Souza Cordeiro chamou ao altar Irmã Maria Ossemer (representando o projeto com os indígenas Guarani-Kaiowá) e Irmã Ana Maria Cerqueira, jovem negra, representando o projeto de educação em Angola. Com este gesto, renovou a consagração, reafirmando o com-
promisso de viver o carisma e, como marco do centenário, o compromisso especial com estes dois projetos. Ao final da missa houve a entrega de uma lamparina confeccionada por mulheres indígenas do povo Tucano de São Gabriel da Cachoeira (AM), às províncias, representantes das famílias das fundadoras, aos frades e a outras pessoas que acompanharam de perto a Congregação, enquanto se ouvia o canto: “Não deixe a lamparina apagar!”. Também foi distribuída a recordação do centenário para todas as pessoas participantes da celebração e as comemorações continuaram com um almoço festivo e uma Tarde Cultural. PROXIMIDADE A Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas nasceu em 1915, por iniciativa de Frei Polycarpo Schuen, pároco de Rodeio, após ter conversado com Frei Modestino Oecktering, para responder à necessidade de educação e catequese nas escolas paroquiais, frequentadas pelos filhos e filhas dos imigrantes italianos. Por isso, a proximidade com a Província Franciscana da Imaculada Conceição marcou a vida de centenas de frades que passaram pelo Noviciado São José de Rodeio, entre eles o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, que representou a
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Província da Imaculada Conceição na celebração. “A proximidade geográfica entre nossas casas em Rodeio é sinal da proximidade afetiva de quem sonha o mesmo sonho de Vida Evangélica sonhado por Francisco e por tantos irmãos e irmãs que nos precederam. Permaneçamos juntos, corações unidos, agradecendo a Deus a graça deste centenário e pedindo forças para seguirmos em frente, sempre juntos”, observou Frei Fidêncio. “Desde 1973, quando cheguei em Rodeio para o Noviciado Franciscano as encontrei ali em sua Casa-Mãe e dali as vi, e silenciosamente acompanhei, por toda parte deste Brasil e do mundo e me encantei. Mulheres consagradas e engajadas. Abriram em mim a admiração pela Vida Religiosa Feminina e pelo feminino. Reencantaram em mim a missão e a inserção. Vejo Irmãs Catequistas na Pastoral, na Evangelização, na Missão, na Educação, na Formação, nas Políticas Públicas, na Saúde, nos Movimentos Populares, Além Fronteiras, entre os pobres, nas cidades e comunidades, nas Mídias, na Comunicação e nas mais diversas frentes de trabalho. Elas têm um jeito de viver a Vida Religiosa Consagrada com poesia e profecia, com alegria e exigência, com presença forte , com fala, escuta e ousadia. Modelos vivos para mim de uma Vida
Religiosa possível, de uma Humanidade possível, de um Deus possível”. agradecimento A Ministra Geral, Irmã Izaura Souza Cordeiro, não se cansou de agradecer a todos que caminharam com as Irmãs Catequistas neste centenário: “Obrigado ao povo de Rodeio e região, que foi a motivação para o nosso surgimento. A necessidade daquele momento histórico possibilitou-nos nascer, crescer e partilhar nossa história com outras regiões e povos. Obrigado ao povo de todos os lugares onde estivemos e estamos – aos pequeninos, aos mais fragilizados, aos preferidos de Deus, que são a razão da nossa Missão, da nossa opção de vida. Obrigado a todas as pessoas que são parte da nossa história por colaborarem no momento do nascimento, nos primeiros passos da Congregação e por cuidarem para que a Lamparina não se apagasse nas mãos de Amabile, Maria e Liduína e que elas fossem fiéis por toda a vida à missão para a qual foram chamadas e, com fé, partilhassem esta missão, confiando sua continuidade, ao logo deste centenário, a cada irmã catequista”, enfatizou Ir. Isaura. Em nome do povo de Rodeio, o Prefeito Paulo Roberto Weis agradeceu o trabalho das irmãs ao longo desses cem anos. “Quantas comunidades
receberam o trabalho, a ação das Irmãs Catequistas e tiveram a oportunidade de formar lideranças, as quais atuam nas comunidades mais necessitadas, nas Igrejas, nas Escolas, em diferentes frentes de trabalho. E mais: quantas pessoas na comunidade de Rodeio tiveram oportunidade de passar pelas mãos de muitas Irmãs Catequistas na sua trajetória escolar e catequética. E isso se repete em muitas partes do nosso país. A lamparina acesa há cem anos em Rodeio emite raios de luz que atingem horizontes cada vez mais distantes. Ela é posta cada vez mais alta para iluminar sempre mais além, como o próprio evangelho o pede, que a lâmpada seja colocada no candeeiro, no alto, a fim de que possa iluminar com uma amplitude maior. Por isso, não somente Rodeio, mas todo o estado de Santa Catarina; não somente o nosso estado, mas o Brasil, não somente o nosso país, mas a América Latina e a África”, completou. Hoje, as Irmãs Catequistas estão em seis províncias, com fraternidades em 22 Estados do Brasil e no Distrito Federal, e em nove países. Desde a década de 1940, as “Mestras” começaram a ser chamadas também de “Irmãs”. Em 1958, fazendo justiça à origem franciscana do grupo, o nome foi completado e reconhecido oficialmente: “Irmãs Catequistas Franciscanas”. | Comunicações | Fevereiro 2015 |
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FALECE O MESTRE DA ESPIRITULIDADE FRANCISCANA Moacir beggo
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s 23h30 do dia 9 de janeiro, a irmã morte visitou o estudioso e mestre da espiritualidade franciscana e clariana, Frei José Carlos Corrêa Pedroso. Seu corpo foi velado na Capela do Seminário São Fidelis no Centro de Espiritualidade de Piracicaba. Frei José Carlos vinha lutando contra um câncer e estava internado desde o último dia 30 de dezembro. Segundo o Provincial dos Capuchinhos, Frei Carlos Silva, ele lutou até o fim. “Eu o visitei recentemente e ele me disse: ‘ainda estou com esperança’”, contou Frei Carlos. Segundo o Provincial, Frei José Carlos doou sua vida pela espiritualidade franciscana: “Até o último minuto de sua vida, ele se dedicou a esta missão. Ele dormia, comia, respirava a mística franciscana clariana”, disse Frei Carlos. Para Frei Carlos, o céu ganha com a sua partida, mas nós ficamos com o legado que ele deixou. “Por onde ele passou, deixou essa marca, que é única. Viveu intensamente a vida que abraçou. É um exemplo para nós”, acrescentou Frei Carlos. Frei José Carlos é frade capuchinho da Província Imaculada Conceição dos Capuchinhos de São Paulo (OFMCap). Licenciado em Letras Clássicas pela Pontifícia Universidade de São Paulo, Frei José Carlos nasceu em São Paulo, no dia 14 de agosto de 1931. Fez a primeira profissão na Ordem Franciscana no dia 8 de janeiro de 1950, há 65 anos. Professou solenemente na Ordem no dia 11 de janeiro de 1953 e foi ordenado presbítero no dia 24 de junho de 1956. Frei José Carlos era diretor e um dos fundadores do Centro Franciscano de Espiritualidade, em Piracicaba, que foi criado em 1990. Além de grande escritor e palestrante, ele foi Definidor Geral da Ordem Franciscana para América Latina e Grécia por dois sexênios e foi Ministro Provincial também em dois mandatos. Na entrevista ao site Franciscanos, em 2011, Frei José Carlos Corrêa Pedroso confessou que ocupava grande parte de sua vida com São Francisco de Assis e Santa Clara. Além da série de livros publicados sobre es| Comunicações | Fevereiro 2015 |
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piritualidade franciscana, das palestras e aulas que ministrava, Frei José Carlos se dedicava com muita paixão ao Curso Franciscano de Verão, anualmente no mês de janeiro. Ele foi o idealizador do curso em 2008.
“É interessante porque sempre sonhei alto, mas neste caso (do curso), a realidade ultrapassou o sonho. Estou feliz com o andamento do curso como nem esperava”, dizia em 2011. Na sua ausência neste ano, Frei Vi-
tório Mazzuco está à frente do curso, que visa oferecer a todos os “amigos de São Francisco e Santa Clara”, religiosos e leigos, um aprofundamento do carisma francisclariano com consistência acadêmica.
Em Águas de São Pedro, Frei Vitório escreveu o seguinte texto sobre a morte de seu amigo “A Irmã Morte nos visitou para convidar Frei José Carlos Corrêa Pedroso, OFMCap, aos 83 anos, para entrar no Paraíso que ele brilhantemente conquistou! Frei José Carlos fez a sua travessia para a eternidade, às 23H30 da noite do dia 09 de Janeiro, no Hospital dos Plantadores de Cana, de Piracicaba, SP. Este frade de olhar profundo e paternal, sereno, amigo, fraterno e amável, foi sempre uma presença necessária na Família Franciscana e Clariana do Brasil. Fundou e organizou o Centro de Espiritualidade Franciscana de Piracicaba, hoje uma referência para os que querem conhecer a Espiritualidade, Mística, História e Vida Franciscana e Clariana. Amou profundamente as Fontes Franciscanas e Clarianas. Traduziu, comentou, divulgou. Foi o primeiro a lançar no Brasil as Fontes Clarianas. Dedicou toda sua vida à Espiritualidade Franciscana. Cuidou com carinho todo empenhado e particular, da Formação Contínua dos seus confrades Capuchinhos, das Irmãs Clarissas, das Congregações Femininas e de toda Família Franciscana do Brasil e da América Latina . Desde 1990 trabalhava com ele no Curso
de Mística Franciscana, no antigo CEFEPAL, em Petrópolis e no Curso Franciscano de Verão, em Piracicaba e São Pedro, SP, e estive com ele em muitas assessorias, encontros, congressos, jornadas e retiros. Um verdadeiro Mestre. Um apaixonado pela causa franciscana. Foi o primeiro a colocar “on line” a tradução das Fontes Franciscanas. Organizou com carinho a excelente Biblioteca Franciscana do Centro Franciscano de Espiritualidade de Piracicaba. Foi o maior orientador de Retiros Franciscanos do Brasil. Acompanhava Irmãos e Irmãs que se preparavam para os Votos. Fazia acompanhamento personalizado, capaz de orientar retiro para uma, duas, três e 100 pessoas com a mesma vibração. Memoráveis as Noites Franciscanas que criou em Piracicaba! Dezenas de livros e artigos publicados. Traduções e ensaios, legendou filmes e musicais, tudo para fazer São Francisco e Santa Clara mais conhecidos, mais amados e mais seguidos. Homem de sonhos e projetos. Vigor e ternura, segurança e leveza. Um dos pioneiros na reflexão sobre as relações de gênero, concretizou um natural encontro das
potencialidades femininas e masculinas à luz do franciscanismo. Foi Definidor Geral da Ordem dos Capuchinhos, Provincial, Guardião, Mestre e sempre um expressivo confrade. Fez a sua passagem para a eternidade em pleno Curso Franciscano de Verão, onde me encontro agora e vamos celebrar com os seus Confrades Capuchinhos, Irmãos e Irmãs das três Ordens, das Famílias Regulares, dos Leigos e Simpatizantes do Franciscanismo que a ele devem o acesso fácil e rápido às Fontes Franciscanas e Clarianas, mas sobretudo devem a ele o testemunho transparente de uma vida apaixonada pela causa de Clara e Francisco. Inteligente, poliglota, grande professor e pregador, nunca deixou de ser humilde e simples. Uma Presença para Sempre! Morreu durante o Curso de Verão que ele criou e incrementou, um dos seus grandes amores! Estamos aqui, emocionados, saudosos, porém não estamos tristes, pois sua vida conquistou a Eternidade no Amor! Vá em paz, Frei José Carlos Pedroso! Nós vamos continuar a sua Herança! Paz e Bem! (Frei Vitório Mazzuco)
FALECIMENTO DE D. ALZIRA Faleceu na noite do dia 11 de Ribeiro, aos 77 anos de idade. O Paz, de Vargem Grande Paulista janeiro, D. Alzira Morandi Ri- sepultamento foi no dia 12 de ja- - SP. Nossas preces por D. Alzira, e sua família! beiro, mãe de Frei Valdir Nunes neiro, no Cemitério Bosque da Frei Valdir | Comunicações | Fevereiro 2015 | 127
AGENDA 2015
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (*) As alterações e acréscimos estão destacados
Fevereiro
junho
09 a 11 24 a 26
16 a 18 Reunião do Definitório Provincial 22 a 26 Assembleia do SIFEM (Bacabal) 28 a 02/07 Congresso da Comissão Educativa da CFMB (Curitiba, FAE) 29 a 11 2ª etapa do curso de formadores Serfe - CFMB (Petrópolis)
Executiva do SIFEM (São Paulo, Pari) Reunião do Definitório Provincial
Março 02 e 03 04 e 05 09 09 e 10 09 a 20 09 a 21 10 10 e 11 12 a 15 16 16 16 16 23 24 24 a 27
Encontro do Regional do Alto Vale do Itajaí e Planalto Catarinense (Lages) Reunião do Conselho de Evangelização (S. Paulo - S. Francisco) Encontro do Regional São Paulo (Vila Clementino - SP) Encontro do Regional do Leste Catarinense (Forquilhinha) Tempo Forte do Definitório Geral 1ª etapa do curso de formadores Serfe - CFMB (Petrópolis) Conselho Diretor do Sefras ( Pari – SP) Assembleia do SAV (Rondinha) Encontro dos Irmãos Leigos (Agudos) Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Rodeio) Encontro do Regional do Vale do Paraíba (Guaratinguetá) Encontro do Regional Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Nilópolis-Aparecida) Encontro do Regional de Agudos (Bauru) Encontro do Regional do Espírito Santo (Projeto Santa Clara) Ordenação diaconal de Frei Douglas Paulo Machado (Concórdia)
Assembleia da CFMB (São José do Rio Preto-SP)
aBril 15 a 17 18 a 21 27 a 30
Reunião do Definitório Provincial; Encontro Provincial de Jovens (Guaratinguetá Fazenda Esperança) Reunião de guardiães e coordenadores e párocos (Rondinha)
julho 13 a 17
Agosto 17 a 21 24 a 28
Retiro e reunião do Definitório Provincial Encontro dos Ecônomos da CFMB, (São Luís, MA)
Setembro 01 a 04 04 a 09 14 15 e 16 25
Assembleia da CFMB (Manaus, AM) Encontro dos Irmãos Leigos OFM, OFMCap e OFMConv (Agudos) Reunião dos Mestres da Formação Conselho de Formação e Estudos (Petrópolis) Celebração dos 25 anos da Missão de Angola
Outubro 20 a 22 26 a 30
Reunião do Definitório Provincial Curso de Franciscanismo (Rondinha)
Dezembro 07 a 08 Jubileus; 14 a 17 Reunião do Definitório Provincial
Maio
2016
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Profissão solene de Frei Rafael Teixeira do Nascimento (Niterói – RJ) 04 Reunião dos Mestres da Formação 05 e 06 Conselho de Formação e Estudos (S. Paulo - S. Francisco) 10 a 07 (jun) Capítulo Geral (Assis) 21 e 22 Reunião do Conselho Gestor das Entidades da Província (Sede Provincial)
Retiro Provincial (Rondinha)
janeiro 18 a 26 Capítulo Provincial Maio 16 a 20
Reunião da UCLAF (Cochabamba, Bolívia)