Com fev2017

| fevereiro - 2017 | ANO LXIV • No 2 | Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

Curitiba

Missões Franciscanas da Juventude

jovens COM FRANCISCO E CLARA Rodeio

Primeira Profissão

xxx Sumário

Mensagem do ministro provincial

“Exigências e desafios da Ordem”...............................................................................................................67

FORMAÇÃO PERMANENTE

“Cuidado da Criação, uma urgência”, artigo de Frei James Girardi...................................70 Poemas de Frei José Ariovaldo e Frei Walter Hugo......................................................................73

FORMAÇÃO E ESTUDOS

Primeira Profissão em Rodeio........................................................................................................................74 Noviços brasileiros recebem as “vestes da provação”.................................................................82 ESPECIAL: Estágios pastorais de Rondinha......................................................................................85 Novos bacharéis em Filosofia........................................................................................................................95

FRATERNIDADES

Restaurada, igreja do Rosário está pronta para novas gerações........................................96 Igreja do Rosário: Santíssimo volta ao antigo tabernáculo................................................ 101 Empresa garante restauro em regime de urgência................................................................. 104 Frei Fidêncio celebra no Santuário do Divino Espírito Santo............................................ 106 Regional do Leste Catarinense no Morro dos Conventos.................................................. 107 Cruzeiro “muda” o Eremitério..................................................................................................................... 108 Frei Gentil de Lima Branco celebra seu jubileu de prata em Lages............................. 110 Frei Alamiro completa 50 anos de sacerdócio............................................................................. 110 Frei Odorico e Frei José Zanchet celebram jubileus em São Paulo............................. 111 Paróquia de Balneário Camboriú celebra 50 anos.................................................................... 112

SAV

ESPECIAL: Missões Franciscanas da Juventude em Curitiba......................................... 113

EVANGELIZAÇÃO

Semana de Formação no Sefras.............................................................................................................. 132 Serviços do Sefras celebram o Natal.................................................................................................... 133 USF se reúne para celebrar o Capítulo das Esteiras.................................................................. 134 Fundação Frei Rogério realiza campanha “Natal Solidário.................................................. 135

CFFB

Capítulo das Esteiras: Aparecida franciscana................................................................................ 136

FALECIMENTOS

João Luiz Ferreira Gomes, o irmão de Frei James...................................................................... 112 Frei João Batista de Araújo Campos..................................................................................................... 140 Frei Celso Francisco de Faria....................................................................................................................... 142

Agenda .......................................................................................................................................................... 144 Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil Rua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br | ofmimac@franciscanos.org.br

Mensagem

EXIGÊNCIAS E DESAFIOS DA ORDEM Caríssimos irmãos e irmãs, Que o Senhor vos dê a paz e todo o bem.

E

screvo esta mensagem mensal às nossas Comunicações a partir da Cúria Geral, em Roma. Aqui, de 16 a 26 de janeiro, participo do encontro do Ministro Geral e o seu Definitório com os novos Ministros Provinciais e Custódios eleitos ou reeleitos ao longo de 2016.

Antes de participar desse encontro, visitei os confrades que se encontram no Antonianum: Frei Gilberto da Silva, Frei Ademir J. Peixer e Frei Plínio Gandi da Silva.

Frei Plínio, como sempre, alegre no que faz, respondendo franciscanamente àquilo que São Francisco pede na Regra: “Trabalhem com fidelidade e devoção”. Na mesma dinâmica estão Frei Ademir e Frei Gilberto: empenhados no estudo, sabedores da responsabilidade que nasce do estudo, esperançosos e ansiosos para concluir o que lhes foi solicitado, seja no estudo da Música Sacra como na Teologia Espiritual. E finalmente, no dia 25 de janeiro, nos reunimos mais uma vez, agora contando com a presença de Frei Estêvão Ottenbreit, guardião do Anto-

nianum, para viver um momento de irmãos da Imaculada e de ‘brasilidade’ em Roma.

Também na noite do dia 20 nos reunimos, desta vez, com Frei José Antônio Cruz Duarte, que convidou-nos para celebrar sua despedida de Roma e retomar suas atividades na Província, conforme a proposição do próximo Definitório Provincial.

Na Cúria Geral estávamos reunidos 36 Ministros e Custódios provenientes de todos os Continentes. Foram dias de oração, formação, partilha, encontro fraterno e, acima de tudo, tempo de aprendizado e/ou reaprendizado da missão recebida nos Capítulos por parte dos irmãos das fraternidades provinciais ou custodiais. Também procuramos estar atentos à linguagem da Cúria Geral como um todo, pois ela reflete, nos seus diferentes serviços, quem somos e o que queremos ser como Frades e Menores no “mundo universo”, segundo a linguagem das Fontes Franciscanas. Foram muitos os assuntos tratados e estudados. A partir das colocações do Ministro Geral, que aqui compartilho sinteticamente, também elenco as demais questões apresentadas pelas secretarias e serviços da Cúria Geral: Fevereiro / 2017 [Comunicações]

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Mensagem 1. Ministro Geral

Frei Michael A. Perry partiu do Evangelho de São João (Jo 15-1-5.1215), e compartilhou sua reflexão com os demais Ministros e Custódios acerca da “Prática franciscana da autoridade: lavar os pés dos irmãos”. Recordou-nos que, para São Francisco de Assis, “todos somos irmãos”. Por isso o modelo franciscano do serviço da autoridade significa “compartilhar a mesma identidade com todos os irmãos” e viver, amar e cuidar de igual forma a cada irmão, sobretudo no que toca o viver em fraternidade, “o testemunho da simplicidade de vida e dos valores da justiça e da paz, e servir à permanente missão de Deus no mundo”. O ministro é acima de tudo ‘autoridade franciscana’ quando promove o Evangelho, a dignidade de cada irmão, a vida fraterna, uma vez que “a autoridade suprema da Fraternidade é o Evangelho”. Do Evangelho brota o seguimento de Cristo, a animação da vida, o serviço, o cuidado, o ser-irmão, a comum pertença com seus vínculos fraternos e o olhar misericordioso para com os pobres.

Apesar dos obstáculos, como, por exemplo, o medo do serviço da autoridade, a compreensão negativa de autoridade, a tendência ao isolamento, é necessário adquirir a confiança, de preferência com a ajuda de amigo conhecido por sua integridade, conscientes de que os “irmãos podem tolerar um líder disposto a admitir seus próprios erros”.

A obediência franciscana consiste em seguir os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo e escutar a voz do Senhor que fala pelo Evangelho. Nesse sentido toda a obediência,

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todas as decisões, todos os direcionamentos, toda a liberdade na fraternidade dependem dessa escuta recíproca do Evangelho.

O Ministro Geral apresentou-nos três dimensões de governo pelas quais somos responsáveis: 1º) Estruturas de organização exigidas pelas CCGG e EEGG (Definitório, secretariados, gestão ética da economia, as fraternidades).

Aqui, pensando na nossa realidade provincial, veio-me em mente a importância do nosso Plano de Evangelização e o Projeto Fraterno de Vida e Missão de cada fraternidade; 2ª) Administração temporal dos bens da Província. Também aqui lembrei-me da prática da Ratio Econômica da Ordem e da Província e a sabedoria que devemos ter para trabalhar em equipe e com transparência; 3ª) Relações positivas inspiradas no Evangelho seja com a Ordem, Conferências, com a Igreja local e com projetos sociais com a mística franciscana, e que possam ser instrumentos de evangelização missionária.

E Frei Michael Perry concluiu sua reflexão acenando para algumas qualidades que devem acompanhar o serviço do Ministro: vida de oração; escutar o coração do irmão; acompanhar e cuidar; ‘perder’ tempo e energias; oferecer misericórdia; acolher a novidade e deixar de lado o passado; promover o espírito de comunhão; tomar decisões fundamentadas e com o conselho do Vigário e Definitório; responsabilizar-se na vigilância dos assuntos econômicos e materiais em conformidade com as leis vigentes; aprofundar-se no carisma franciscano; comunicar-se frequentemente com os irmãos; corrigir com discernimento e honestidade; abertura dentro da Província e com as outras Entidades.

Mensagem 2. Secretarias e ofícios:

Na sequência dos dias, os Ministros e Custódios receberam orientações e esclarecimentos dos secretariados e demais escritórios da Cúria Geral: • Frei Ignacio Ceja, Definidor Geral, recordou-nos as decisões do Capítulo Geral e as Linhas-guia apresentadas pelo Definitório Geral para o biênio 2016-2017; • Do Secretário Geral, Frei Aidan, recebemos as orientações acerca da missão do Ministro Provincial e seu Definitório à luz da nossa legislação; • Pela Procuradoria Geral nos falaram Frei Lórát (Definidor Geral) e Frei Priamo Etzi, oferecendonos os procedimentos canônicos aos frades em dificuldade e os casos da Graviora Delicta.

• O Secretariado para a Formação e os Estudos (Frei Cesare Vaiani e Frei Sinisa) apresentou a estrutura do Secretariado e sua programação, especialmente os Congressos Continentais que envolverão os animadores vocacionais das Entidades.

• Frei John Poudziunas e Frei Franco Mirri detiveram-se no tema da economia e na importância da captação de recursos.

• Frei Luís Callardo e Frei Russel Murray apresentaram o Secretariado para as Missões e Evangelização.

• Na sexta-feira, dia 20 de janeiro, coordenado pelo Definidor Geral, Frei Antônio Scabio, a temática do acompanhamento dos frades em dificuldade e a questão das dinâmicas fraternas em busca de resolução dos conflitos na vida cotidiana, ocuparam o nosso dia.

• Da mesma forma, encontros se deram com os ofícios OFS, Pro-Monialibus e Postulação.

• Antonianum: Irmã Mary Melone e Frei Augustín apresentaram-nos os desafios, perspectivas e formação intelectual na Ordem.

•

E, finalmente, falaram-nos Frei Nicodème (Definidor Geral) e Frei Jaime Campos. O primeiro sobre o redimensionamento e reestruturação na Ordem e outro sobre o Cuidado sobre a Criação.

Em cada fala emergiram exigências e desafios! Não apenas para mim, enquanto Ministro de uma Província com suas riquezas e fragilidades humanas, mas para toda a nossa Província com suas Frentes de Evangelizadoras que suplicam de cada Irmão o profetismo e a alegria do Evangelho. Portanto, as interpelações feitas na Cúria Geral tocam a cada irmão da Fraternidade Provincial, logo, de toda a Ordem dos Frades Menores.

3. Jovens com Francisco e Clara

Finalizando, posso dizer que muito me alegrei ao receber em Roma o título e a capa desta edição das Comunicações: “Jovens com Francisco e Clara”. Sim, aí estão eles: os nossos jovens! Estão os jovens frades que professaram ou ingressaram no Noviciado, como os demais formandos, que batem às nossas portas para compreender a vida franciscana. Compreender não apenas aquilo que consta nos conteúdos programáticos desta ou daquela etapa formativa, mas sobremaneira o que nós, Professos Solenes e Fraternidades, espelhamos a partir da nossa vida e missão.

Está aí a nossa Juventude Franciscana em missão, e desta vez em Curitiba. Aos frades e jovens em missão escrevi de Roma dizendo: “Bela ocasião para o fortalecimento na fé e no testemunho de vida segundo o Santo Evangelho, ao modo de São Francisco de Assis. Certamente será (e assim foi!) uma ocasião de ‘esquentamento’ do sonhado Sínodo para os jovens, proclamado pelo Papa Francisco para o ano de 2018: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

Que o Senhor nos abençoe e nos guarde no seu Amor!

Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM Ministro Provincial

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Formação Permanente

Cuidado da Criação, uma urgência

C

om este pequeno artigo queremos inaugurar uma série de outros que virão ao longo do ano impressos em nossas “Comunicações”. Sugestão dada pela Formação Permanente. Artigos que versarão sobre a dimensão transversal Justiça, Paz e Integridade da Criação. Como nos alerta nosso Plano de Evangelização (2.4, p.

10): “Ser uma fraternidade solidária com os pobres e excluídos, e comprometida com os valores da reconciliação, justiça, paz e integridade da criação.

Esperamos, desta maneira, poder colaborar, disponibilizando este material a todos para ser usado nos retiros da fraternidade, nos estudos pessoais, nos Regionais e em outros momentos onde cada fraternidade se encontra para sua formação permanente. Que sejam de grande proveito.

Neste primeiro artigo faremos um apanhado histórico da caminhada da Igreja no Brasil em relação a esta temática, destacando, sobretudo as Campanhas da Fraternidade que trouxeram em seus temas assuntos referentes à criação. Também daremos uma introdução geral ao tema da Campanha da Fraternidade deste ano.

Estamos prestes a viver o tempo quaresmal. A quaresma nos provoca e convoca à conversão, a uma mudança de vida. Somos convocados a aprofundar os “chamados” exercícios quaresmais, a saber: jejum, oração e esmola. O jejum não significa tão somente a privação de algo, mas um exercício que nos leva a uma mudança de costumes e hábitos que empobrecem a vida humana. Superá-los, para criar em nós uma consciência de solidariedade. A oração, como luz que ilumina a vida, mais do que pessoas que rezam devemos nos tornar pessoas de oração. A esmola não é um simples gesto descomprometido, dar do supérfluo.

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Mas é engajar-se numa luta constante para que todos tenham vida. A sociedade ora estabelecida, embasada pelo paradigma tecnocientífico que prima pela lógica do crescimento contínuo, da espoliação dos recursos ambientais, lucrando a qualquer custo, nos encaminha para uma sociedade do

desperdício, do aumento de miseráveis e famintos em todo o mundo. Neste contexto precisamos buscar um novo estilo de vida, pois se insiste em manter um projeto civilizatório falido e em decomposição. O novo, ainda em gestação, precisa ser cuidado como uma flor indefesa. Assim a CNBB quer de

Formação Permanente novo nos apresentar a Campanha da Fraternidade como oportunidade de construirmos uma nova forma de morar nesta nossa casa comum, a terra.

Algo significativo acontece neste período na Igreja Católica no Brasil.

Por décadas a Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta a Campanha da Fraternidade como caminho de conversão quaresmal. Atenta à realidade que se passa em meio ao povo, suas angústias, cruzes, sofrimentos, apela a todas as consciências para um objetivo principal, que é a defesa da vida em plenitude. Ela, a campanha, quer ajudar a construir uma cultura de fraternidade que possa ajudar as pessoas a viverem mais felizes e integradas, denunciando o que viola os direitos de toda a criação.

Sobretudo dos mais pobres. Neste ano, temos como proposta de reflexão e ação para todas as comunidades eclesiais e todas as pessoas de boa vontade, o lema: “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15), e como tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”.

Não é surpresa ter como tema da Campanha da Fraternidade algo referente a questões ecológicas. A Igreja no Brasil já há muitos anos vem despertando a consciência das pessoas em relação às questões socioambientais.

Lembremos a Campanha da Fraternidade de 1979, cujo tema era: “Por um mundo mais humano” e seu lema: “Preserve o que é de todos”.

Campanhas posteriores irão aprofundar a reflexão e a prática de toda a

Igreja Católica no Brasil e também parte de outras Igrejas cristãs, realizando campanhas ecumênicas com a temática socioambiental. Citaremos aqui as que de fato têm diretamente tratado das questões socioambientais como: A campanha de 1986: Fraternidade e a terra - “Terra de Deus, terra de irmãos”. A campanha de 2004: Fraternidade e a água - “Água fonte de vida”. Em 2007: Fraternidade e Amazônia - “Vida e missão neste chão”.

Em 2011: Fraternidade e a vida no planeta - “A criação geme em dores de parto” e, em 2016: “Casa comum, nossa responsabilidade.” Tivemos outras campanhas que são parceiras destas que trataram da vida de nossos povos, como: Fraternidade e negro, fraternidade e os excluídos, fraternidade e os desempregados, fraternidade e os povos indígenas.

Outro momento importante desta caminhada da Igreja Católica em relação às questões socioambientais, e que não poderíamos deixar de mencionar, é por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1992, que ficou conhecida como Eco 92, reunindo representantes de 170 países. A CNBB, aproveitando deste tão importante acontecimento, realizou um seminário sobre “Ecologia e desenvolvimento” e o resultado das discussões do seminário foram publicadas num texto de Estudos da CNBB. Como podemos perceber, as questões socioambientais ocupam e ocuparam longos anos de reflexão e prática

da igreja Católica no Brasil. Este investimento não tem outro objetivo senão defender a vida. Para isso precisamos educar nosso olhar e perceber que de fato fazemos parte de uma grande fraternidade que vai além de uma fraternidade entre os seres humanos, mas como intuiu São Francisco de Assis, somos irmãos de todos os demais seres vivos do planeta. Assim nos recorda o Papa Francisco em sua encíclica Laudado Sí, referindo-se a São Francisco.

“Não quero prosseguir esta encíclica sem invocar um modelo belo e motivador. Tomei o seu nome por guia e inspiração, no momento da minha eleição para bispo de Roma. Acho que Francisco é o exemplo por excelência do cuidado pelo que é frágil e por uma ecologia integral, vivida com alegria e autenticidade. É o santo padroeiro de todos os que estudam e trabalham no campo da ecologia, amado também por muitos que não são cristãos. Manifestou uma atenção particular pela criação de Deus e pelos mais pobres e abandonados. Amava e era amado pela sua alegria, a sua dedicação generosa, o seu coração universal. Era um místico e um peregrino que vivia com simplicidade e em uma maravilhosa harmonia com Deus, como os outros, com a natureza e com si mesmo. Nele se nota até que ponto são inseparáveis a preocupação pela natureza, a justiça para com os pobres, o empenhamento na sociedade e a paz interior”.

O Papa Francisco nos recorda nestas breves linhas que o santo Padroeiro da Ecologia, por intuição divina, soube

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Formação Permanente respeitar e valorizar todas as criaturas.

Francisco soube ser justo e promover a justiça, soube ser fraterno com todos, sendo um exemplar amigo da natureza. Percebe-se isso nitidamente no Cântico das Criaturas, onde todos os seres são tratados como irmãos e irmãs, onde a própria morte é integrada e chamada de irmã. Para São Francisco, a criação não tem um valor utilitário, mas um valor simbólico e sacramental.

A Campanha da Fraternidade deste ano vai nos falar sobre os biomas brasileiros, sua importância, as grandes intervenções do ser humano sobre eles e o que cada um de nós pode hoje fazer em favor da defesa desses sistemas de vida.

Mas o que entendemos por bioma?

A expressão bioma vem de “bios”, que em grego quer dizer vida e “oma”, sufixo também grego que quer dizer massa, grupo ou estrutura de vida.

De uma forma muito simples, um bioma é definido como uma região, usualmente bem extensa, onde há certa homogeneidade ecológica, caracterizada principalmente por uma cobertura vegetacional típica. Além desta relativa homogeneidade florística, dentro de um mesmo bioma também é possível identificar a ocorrência de animais típicos, que configuram a fauna de maior ocorrência no bioma e, portanto, uma unidade ecológica.

Ainda que em biomas muito extensos seja possível discernir certas peculiaridades locais, variações florísticas, da fauna e geológicas em certas áreas, assume-se que, apesar destas pequenas variações locais, exista uma unidade funcional e paisagística quando se considera o bioma como um todo. Por exemplo, dentro do bioma amazônico há variações locais como matas de igapó, várzeas e campinarana, mas tais variações locais não desconfiguram a identificação de uma considerável homogeneidade paisagística e ecológica quando se considera a Amazônia em toda sua extensão, o que permite iden-

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tificar aquela grande região como um bioma com uma identidade particular.

Para classificarmos os biomas que ocorrem no Brasil, pois sabemos que existem diferentes abordagens e critérios adotados para defini-los, adotamos uma das definições bem aceitas pelos ecólogos brasileiros, que é aquela adotada pelo Ministério do Meio Ambiente, que identifica seis biomas no território nacional: Amazônia, cerrado, caatinga, pantanal, mata atlântica e pampa gaúcho.

O Brasil está entre os países que detêm alta diversidade biológica, chamados de países megadiversos, abrigando em seu território cerca de 20% das espécies vivas conhecidas em todo mundo. O país tem, portanto, papel decisivo e de vanguarda na geração de conhecimento sobre as espécies e os ecossistemas que possibilitam o uso sustentável e a conservação dessa imensa riqueza. Portanto, esperamos que todas nossas fraternidades possam aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade e, juntos, tomarmos decisões concretas em favor da vida.

A título de conclusão, alguns possíveis passos para uma conversão ecológica. Em nossas igrejas existem inúmeras pastorais, muitas das quais voltadas mais ao interior da própria Igreja. Não queremos aqui desmerecer nenhuma pastoral, mas propor que, dentre estas, possamos também constituir uma que poderia, a partir da Campanha da Fraternidade, se chamar Pastoral Ecológica. Sabemos que existem iniciativas aqui e acolá, mas não de maneira mais generalizada, ou seja, em todas as dioceses. Para tanto, proporemos aqui um itinerário. Não queremos ter a última palavra, mas apenas propostas.

Romper com o muro institucional: O Papa Francisco insiste numa Igreja em saída, isto indica que vivemos ainda muito presos aos incontáveis compromissos paroquiais. Isto muitas vezes nos impede de ver o que está para além de nosso horizonte. Romper este

muro é muito mais difícil do que imaginamos. É necessária uma conversão continuada, largar um pouco a agenda paroquial, organizar seu tempo e ir para onde a vida está ameaçada.

Outro passo que vejo imprescindível é saber articular-se. No Brasil hoje existem muitos grupos organizados preocupados com a ecologia. É importante olhar ao nosso redor e ver quais grupos já estão atuando ou querendo atuar e articular-se com eles, formando uma rede colaborativa.

Fazer uma análise da realidade e perceber quem está de fato contribuindo com maior força para a destruição da vida. O Papa Francisco, na encíclica Laudato Sí, fala mais de quarenta vezes que a causa principal da destruição da vida é o atual paradigma tecnocientífico que desconsidera todas as condições específicas do bioma e impõem um sistema único de produção e consumo, sem qualquer preocupação com as consequências sociais e ecológicas. Deveríamos incluir na agenda de todas as pastorais e movimentos da Igreja, esta preocupação do conhecimento de nossa realidade. Onde o bioma em que vivem está mais ameaçado e quem o está ameaçando?

E, por fim, perceber que a fé cristã tem a ver com o ar que respiramos, com a flora e a fauna, as águas e o mar, dar-nos conta que tudo está interligado e que nós não somos proprietários, mas estamos aqui como cuidadores de toda a criação. Olhando para a realidade de crise ecológica atual, a pastoral ecológica será de grande importância. A Igreja que conquistou admiração e respeito, ao assumir a causa dos pobres, através das pastorais sociais, não pode ficar omissa diante da questão ecológica.

A questão ecológica poderá permear todas as ações pastorais. O ideal é que todas as ações de evangelização da Igreja tenham bem presente a preocupação com o meio ambiente. Paz e Bem! Frei James Luiz Girardi

SONHOS DE UMA CRISÁLIDA Este mundo é como um casulo protegido, cuidado, afagado, às vezes um tanto maltratado.

Nele sou como uma crisálida à espera do momento certo de voar como uma borboleta.

O casulo é também meu corpo cuja crisálida, apressadinha, louca por voar, antes do tempo, maltrata-o exigindo afagos, cuidado, proteção, passatempo.

E assim vivo nesse meio-tempo, entre a crisálida e a borboleta, sonhando o mais belo jardim que Deus preparou pra mim.

Frei Walter Hugo de Almeida

Frei José Ariovaldo da Silva

Vou eu mesmo por mundos viajar, pintar meu mundo como assim quiser, vou tomar meu barco e meu mar ferir, cortar as águas, amassar as ondas...

Capitão serei na branca viagem, Porto... mensagem... e a um tempo, bagagem, rumo da vida deste meu viver.

Gritos de esperança na amplidão das águas transmitirei – Profeta do equilíbrio.

Nas profundezas, jogarei pra sempre o peso-morto de todas angústias.

E cantarei canções nunca cantadas, E guardarei canções dentro de mim, para o amanhã da dor fazer raiar!...

E rindo, provarei o azul – setembro, - Vertical Netuno, face -mar.

São sempre azuis as noites do meu céu, nas minhas noites resplandecem luas, e estrelas nunca mudam de lugar, e nunca faltam nesse meu viver...

E vou partir!... Que Luz inextinguível!

Sempre partir nessa branca viagem, quem parte vive o verde de chegar, importa sim, sempre chegar – partindo.

Formação xxx e Estudos

PRIMEIRA PROFISSÃO EM RODEIO

O

A “aliança” de dezesseis neoprofessos com Deus

Noviciado São José de Rodeio (SC) viveu, na quinta-feira (05/01), um dia histórico com a Primeira Profissão Religiosa na Ordem Franciscana de dezesseis jovens que concluíram a etapa do no-

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viciado (também chamado “ano de provação”) na Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, sendo doze deles procedentes da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, a maior turma em 25 anos

de ação evangelizadora na África. O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, presidiu a celebração, tendo como concelebrantes Dom Onécimo Alberton, bispo da Diocese de Rio do Sul; Dom Severino Clasen,

Formação e Estudos

bispo da Diocese de Caçador; e Frei César Külkamp, Vigário Provincial.

Frades de toda a Província, paroquianos e familiares lotaram a Matriz de Rodeio para participar desta celebração franciscana que se repete em Rodeio há 116 anos. “Por isso, este rito da Profissão temporária, celebrado dentro da Eucaristia, significa a celebração de um pacto, uma aliança que vocês, caros noviços, contraem com Deus, com a Igreja e com a Ordem dos Frades Menores”, explicou o Ministro Provincial.

Durante duas horas, o rito intenso da profissão tomou conta dos professandos: Frei Antônio da Silva Manuel, Frei Bernardo João Cassinda, Frei Bernardo José Cayoya Kandangongo, Frei Daniel kahuvi Tchitumba Tchikeva, Frei Domingos Kakanda Soma, Frei Elias Hebo Luís, Frei Evaristo Seque Joaquim, Frei Feliciano Afonso Manuel, Frei Helder Josué Mateus Domingos, Frei Pedro Domingos Mugiba, Frei Pedro Isaías Luisa Vitangui, Frei Simão Cassua Horácio, Frei Francisco Dalilson Pereira CaFevereiro / 2017 [Comunicações]

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Formação xxx e Estudos

Frei Antônio da Silva Manuel

Frei Bernardo João Cassinda

Frei Bernardo José C. Kandangongo

Frei Daniel kahuvi T. Tchikeva

Frei Domingos Kakanda Soma

Frei Elias Hebo Luís

Frei Evaristo Seque Joaquim

Frei Feliciano Afonso Manuel

Frei Francisco Dalilson P. Cabral

Frei Helder Josué Mateus Domingos

Frei Jonas Ribeiro da Silva

Frei Lucas de Moura Justino Souza

Frei Odilon Voss

Frei Pedro Domingos Mugiba

Frei Pedro Isaías Luisa Vitangui

Frei Simão Cassua Horácio

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Formação e Estudos

bral, Frei Jonas Ribeiro da Silva, Frei Odilon Voss e Frei Lucas de Moura Justino Souza. Depois da Liturgia da Palavra, cada noviço foi chamado e apresentado ao Ministro Provincial.

Em seguida, um deles, em nome de todos, fez o pedido para que “digneis admitir-nos à santa profissão na Fraternidade dos Frades Menores”.

Frei Fidêncio respondeu: “Bendito seja Deus, que vos escolheu para conosco caminhardes em nova vida”. Segundo o Ministro Provincial, esses jovens são admitidos à Profissão Temporária para levar à maior plenitude a consagração batismal. “Eles se entregam totalmente a Deus pela profissão da obediência, da pobreza e da castidade, que deve ser vivida segundo o espírito de São Francisco”, situou.

Frei Fidêncio explicou que, nesta Igreja de São Francisco de Assis, acon-

tecia a celebração da vocação. “Deus se encontrou pessoalmente com cada um de vocês num determinado momento da vida para poderem fazer, aqui, em Rodeio, este ano de discernimento e/ou provação. Também cada um de vocês abriu seu coração para discernir a vontade de Deus. Neste encontro, vocês puderam falar, dialogar e questionar como fez Francisco de Assis: ‘Senhor, que queres que eu faça?’. Hoje, vocês estão respondendo, cada um em particular, para que o desígnio do Seu amor aconteça nesta forma de vida ‘segundo o Santo Evangelho’, vivida em fraternidade e como fraternidade, no serviço a Deus, à Igreja e à humanidade”, acrescentou o Ministro Provincial.

OS CONSELHOS EVANGÉLICOS

Para o celebrante, esses jovens aprenderam, ao longo do ano do

Noviciado, o que significa este seguimento radical a Cristo nos caminhos do Evangelho, a exemplo de São Francisco: “Aprenderam o que significa deixar-se conduzir pela ação do Espírito Santo de Deus e permitir que a sua santa operação os oriente a viver na liberdade os conselhos evangélicos: a Castidade, para mostrar ao mundo que vocês foram criados para amar e serem amados em Cristo e a partir de Cristo; a Obediência, enraizada na obediência a Cristo, na sua fidelidade ao Pai e amor aos homens; a Pobreza, que os obriga a depositar e a confiar na providência de Deus para serem mais solidários como pobres e entre os pobres”, esclareceu.

A partir das leituras bíblicas, Frei Fidêncio fez algumas admoestações.

Na primeira leitura, referindo-se ao chamado vocacional do jovem Samuel (1º Samuel 3,1-10), lembrou que Fevereiro / 2017 [Comunicações]

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xxx Formação e Estudos

é preciso estar atento ao chamado, saber discernir na caminhada a voz do Senhor. “Não apenas atento, mas pronto para atender. Saber medir-se a partir daquilo que se é: ‘servo’. Escutar, significa submissão, obediência; ouvir com fidelidade as ordens”, disse. Já na segunda Leitura (Rm 12, 1-13), quando Paulo expõe as linhas-mestras do comportamento cristão, Frei Fidêncio ressaltou que “a nossa riqueza maior será sempre a fraternidade formada a partir a diversidade e da riqueza pessoal (colocando os seus dons) para o bem comum, onde o vínculo mais sagrado é a caridade ou o amor fraterno.

‘Entrego-me de todo o coração a esta fraternidade’”, refletiu.

Por fim, tomando o Evangelho (Mt 11,225-30), alertou que o caminho do cristão tem exigências. “Também a nossa vida consagrada possui suas exigências. Existe o risco da acomodação,

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Formação e Estudos

do cansaço, do desencanto, da falta de motivação, da perda do referencial daquilo que hoje professamos. Aí Jesus nos diz: ‘Vinde a mim, vós todos... (pequenos e pobres)’. Colocar-se no seguimento é fazer o que Ele fez. ‘Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim...’. O repouso, o bem-estar, só pode vir Dele. Tudo o que não pertence a Ele causa estresse, enrijece, torna petrificado nosso coração, e perdemos a alegria de carregar com leveza a cruz do Senhor”, completou.

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A PROFISSÃO

Depois da homilia, os professandos se aproximaram do Ministro Provincial e foram interrogados se estavam preparados para se consagrarem a Deus e buscarem a perfeição da caridade segundo a Regra e as Constituições da Ordem Seráfica. Depois se ajoelharam e fizeram a profissão.

Terminado este momento, cada neoprofesso recebeu a Regra e as Constituições e entregou o documento assinado da Profissão.

O Ministro Provincial agradeceu especialmente à Fraternidade formadora de Rodeio, assim como à comunidade e aos familiares dos noviços. Frei Fidêncio agradeceu também a Dom Onécimo pela acolhida nesta Diocese e pediu que falasse algumas palavras como Igreja local. O bispo disse que “o testemunho e o carisma franciscano enriquecem a vida desta Diocese” e agradeceu a Deus pelos noviços terem feito parte de sua vida enquanto

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estiveram aqui. “E, com certeza, vão permanecer no meu coração, nas minhas orações, nas minhas preces”, prometeu.

O neoprofesso Frei Evaristo Seque Joaquim falou em nome da turma de noviços deste ano, agradecendo a Deus, à Província, aos formadores desta fraternidade, às Irmãs Catequistas, à Ordem Franciscana Secular, aos colegas noviços e aos paroquianos. “Caríssimo Frei Fidêncio e querida Fraternidade Provincial aqui presente, o nosso muito obrigado por nos acolherem na Ordem dos Frades Menores, e pelas orações feitas pela nossa perseverança”, agradeceu. “O noviciado canônico terminou. Agora, começa o noviciado infinito, que percorre toda a vida do frade menor”, disse. “Confiamos que, certamente, Maria estará junto de nós com seu amor materno, pois ‘onde tivermos uma cruz para carregar, ao nosso lado sempre estará ela, nossa Mãe’. Diziam-nos que,

quando se vai chegando à reta final do ano do noviciado, sempre se sente a sensação de que nada fizemos, e conosco não foi diferente. Em nossa vida, no entanto, encaixa-se a frase do Evangelho de São Lucas: ‘...nós trabalhamos a noite inteira sem nada pegar; mas confiando em tua palavra eu vou lançar as redes’ (Lc 5,5). E as redes, hoje, foram lançadas. Agora, pedimos a cada um que nos ajude a sermos fiéis a esse ideal de vida que abraçamos, seja na forma de oração, na amizade ou na caminhada formativa”, completou o neoprofesso.

OS FRUTOS DA MISSÃO

Em 25 anos de Missão em Angola, com esta turma de 12 neoprofessos, a Província da Imaculada colhe os frutos da presença evangelizadora além-mar. A Missão de Angola foi elevada à condição de Fundação, com o nome de Imaculada Mãe de Deus, no dia 26 de maio de 1998. Hoje, a Fundação tem cinco fraternidades: São Francis-

Formação e Estudos co de Assis, a casa-mãe que fica em Palanca, e onde os frades atendem a Paróquia de São Lucas (fundada em 2000); a Fraternidade Porciúncula, que fica em Viana. Em Malange – a 430 quilômetros da capital -, existem a Fraternidade do Seminário Monte Al-

verne e a Fraternidade São Damião, as duas no bairro de Katepa; e em Quibala está a Fraternidade Santo Antônio, que também é casa de formação da etapa do postulantado.

Os neoprofessos angolanos viajaram no dia 7 de janeiro, para sua

terra, onde vão cursar Filosofia por três anos e, depois, retornam ao Brasil para fazerem o Curso de Teologia no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis.

Moacir Beggo

O pedido dos noviços e o hábito novo Na véspera da celebração da Primeira Profissão no Noviciado São José de Rodeio (SC), os 16 noviços receberam o hábito franciscano que os acompanhará por anos na vida de frade menor, já que quando ingressaram no Noviciado eles vestiram um hábito que não era o definitivo. O momento é muito significativo, pois o noviço espera ansiosamente para receber este hábito novo, feito sob medida.

O guardião do Convento, Frei Jorge Lázaro, presidiu a celebração e perguntou aos noviços: “Caríssimos, qual o vosso desejo?”

E todos, num só coro, responderam: “Reverendo Irmão e caríssimos em Cristo, rogo-vos pelo amor de Deus, da Bem-aventurada Virgem Maria, de nosso Pai São Francisco e de todos os Santos, admitirem-me à Profissão dos votos temporários, para fazer penitência, emendar a minha vida, e servir a Deus com fidelidade até à morte. E ao mesmo tempo, peço perdão de todas as minha faltas que cometi durante o ano de noviciado. Declaro e protesto estar ciente das obrigações que me impõem os votos e a santa Regra, e prometo observá-los fielmente. Finalmente, solicito as orações desta Fraternidade, pela minha perseverança na vocação”.

Antes de entregar os hábitos, o mestre Frei Samuel Ferreira de Lima e o guardião Frei Jorge os abençoaram.

Após esse momento, Frei Jorge fez uma pequena reflexão ressaltando o significado marcante do hábito na vida do frade menor. Para enriquecer sua reflexão, fez memória de dois confrades

com quem ele conviveu, Frei Constantino Koser e Frei Odorico Durieux, e recordou o que diziam sobre o hábito franciscano.

Segundo Frei Jorge, em uma visita de Frei Constantino a uma província franciscana espanhola, na época do Concilio Vaticano II, foi questionado sobre o frei usar ou não o hábito. Ele respondeu dizendo que não via a obrigatoriedade de o frade usá-lo, mas que usasse um símbolo que o identificasse como religioso. Já Frei Odorico, por ocasião do seu jubileu de ouro, ao dar uma entrevista a um jornal, falou: “O hábito não faz o monge, mas ajuda”.

Com essas colocações, fez alguns questionamentos: “A partir destes pontos de vista destes nossos confrades, o que significa para vocês, quase professos simples, e nós de algum tempo de vida religiosa, o hábito franciscano? O hábito será um símbolo daquilo que vocês acreditam de fato? O hábito os ajudará a recordarem-se da profissão que estão prestes a fazer?”

Frei Jorge concluiu a reflexão pedindo que todos rezassem uma Ave Maria, fazendo menção à devoção que São Francisco tinha pela Mãe de Deus.

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Frei Francisco Dalilson Fevereiro / 2017 [Comunicações]

Formação e Estudos

Noviços brasileiros recebem as “Vestes da Provação”

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a manhã de sábado, 14 de janeiro de 2017, o Noviciado Franciscano São José, em Rodeio-SC, alegrou-se com a vestição de nove noviços brasileiros. O Rito de Iniciação na Vida Religiosa aconteceu às 7h00 durante a oração das Laudes e foi presidida pelo Vigário Provincial, Frei

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César Külkamp. A turma de 2017 dos noviços estará completa com a chegada dos angolanos, que ainda dependem da documentação para ingressar no país.

Após o canto dos salmos, o Mestre do Postulantado, Frei Jeâ Paulo Andrade, que acompanhou esta turma durante o ano de 2016, em

Guaratinguetá-SP, apresentou cada um dos candidatos que, em seguida, foram acolhidos na fraternidade.

Dando continuidade ao rito, todos ouviram atentamente a leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses, em que o apóstolo fala da necessidade de abandonar o homem velho e revestir-se do homem novo.

Formação e Estudos

Durante a homilia, Frei César recordou que neste caminho de seguimento é fundamental o encontro com Cristo e a entrega total a Ele: “Vocês já aprenderam, na preparação para chegar até aqui, que a vida consagrada franciscana tem seu fundamento no encontro pessoal com o Senhor. E inicia com o chamado de Deus e a decisão de seguir com São Francisco as pegadas de Cristo Pobre e Crucificado. Em algum momento da vida de vocês, Cristo se fez presente e bagunçou tudo. Sem este encontro, o projeto de vida é falso, é apenas projeção de vocês mesmos, de um

capricho pessoal… E São Francisco nos ajuda a perceber o rosto deste Cristo”.

“O Frade Menor se torna uma nova criatura em Cristo. E vai se

tornando, como fez Francisco, aos poucos numa oração de louvor, transformando-se na própria oração. Mas este processo dura uma vida inteira, ou nunca foi verdadeiro. Por isso eu disse: vocês estão começando um caminho!”, admoestou o celebrante.

Frei César também falou da importância da fraternidade como lugar privilegiado para crescer na pobreza, na humildade e na minoridade.

“Caros noviços, contem sempre com seus irmãos!

E a Província inteira se alegra com a chegada de vocês, agora nove, daqui a pouco mais dez”, disse, referindo-se aos noviços Fevereiro / 2017 [Comunicações]

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Formação e Estudos

angolanos que devem chegar nos próximos dias para compor a fraternidade do noviciado.

O rito da Vestição seguiu-se com a bênção e entrega dos hábitos.

Desta forma, Frei Bruno Gonçalves Cezário, Frei Diego Martendal, Frei João Manoel Zechinatto, Frei José Victor de Camargo Medeiros, Frei Marcelo Dias Soares, Frei Paulo Ricardo Aparecido, Frei Ruan Felipe

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Sguissardi, Frei Tiago da Silva Barbosa e Frei Willian Bernardi de Castro, receberam o hábito franciscano das mãos do Vigário Provincial, que proferiu a seguinte fórmula: “Dando início ao noviciado, ingressando na Ordem dos Frades Menores recebei, caros irmãos, as vestes da provação talhadas em forma de cruz, em sinal de vossa maior adesão ao seguimento de Cristo.”

Terminada a vestição e após a assinatura do livro de admissão ao noviciado, os noviços foram entregues ao Mestre, Frei Samuel Ferreira de Lima, e aos vice-mestres Frei Jorge Lázaro de Souza e Frei Pedro da Silva. A celebração encerrou-se com o abraço da paz, em um clima de grande alegria.

Frei Willian Bernardi de Castro

Especial

Rondinha urante o recesso da faculdade de Filosofia, como já é de costume, os Frades de Profissão Temporária da Fraternidade Franciscana São Boaventura, de Campo Largo (PR), realizam seus estágios pastorais em diferentes localidades e fraternidades desta Província da Imaculada. Muitos foram as lições e experiências adquiridas

neste período e, por isso, decidimos partilhar, de forma muito simples, neste Especial. A Deus a nossa gratidão por numerosas bênçãos e graças, e, aos frades, que nos receberam com tanto carinho, o nosso muito obrigado.

Confira nas páginas seguintes!

Frei Augusto Luiz Gabriel

SANTOS

Fraternidade Santo Antônio do Valongo Estagiários: Frei Vitor da Silva Amâncio e Frei Douglas da Silva

os poucos, fui entrando no ritmo do trabalho de acolhida na Exposição dos Presépios, que já é uma tradição na cidade. Devido à localização do Santuário, situado nas ruas no Centro Histórico da cidade e próximo ao passeio de bonde e ao museu Pelé, houve um grande fluxo de pessoas nos corredores do convento que procuravam os presépios. Muitos que chegavam visitavam Santos pela primeira vez e era comum ouvi-los dizer o quanto estavam encantados com a beleza estonteante da igreja de 1640. No decorrer dos dias vinham visitar os presépios pessoas de todas as classes, dos mais simples até os mais abastados, os de perto e os que vinham da região Norte do país.

Comum era ver a emoção de outros quando a exposição lhes trazia à mente boas recordações. Muitos estrangeiros vieram para ver os presépios, pois logo após desembarcarem dos seus cruzeiros no porto de Santos já tomavam conhecimento da nossa exposição; chilenos, ingleses, colombianos, estadunidenses e, principalmente, argentinos chegavam procurando “la exposición de los padres”.

Destaco com grande gratidão a acolhida amiga da fraternidade local, que soube estar presente em cada momento seja no trabalho, na convivência, nas celebrações, nos passeios. Nos fins de semana, subíamos o morro São Bento para celebrar a Eucaristia junto ao povo simples. Encantadora experiência foi celebrar ali o Natal de Nosso Senhor, onde pude contemplar a rica tradição do Natal Lusitano, com músicas e comidas típicas. Tradição mantida pelos filhos dos portugueses que chegaram ali e foram os primeiros a habitarem o morro, que, segundo os portugueses que ali ainda moram, se parece com os morros da Ilha da

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Frei Vitor Madeira de onde eles imigraram. No dia de Natal foi grande a alegria em participar do almoço promovido pela Juventude Franciscana (Jufra) em parceria com a OFS. Eles promove-

[Comunicações] Especial | Rondinha -

ram uma ceia para os moradores em situação de rua do centro histórico da cidade.

Enfim, levo na bagagem muita história pra contar, muita gratidão pela acolhida deste povo querido e muita alegria em ter conhecido pessoas que nos encantam com sua simplicidade e carinho. Santos me surpreendeu pela sua beleza e por sua história, mas, mais importante que habitar sob um céu novo, me valeu a experiência de fazer habitar no meu coração e em minhas orações um novo povo, gente simples e humilde que me apontou o norte do seguimento do Cristo pobre, humilde e crucificado. Estou virando Santista. Não de time, mas de coração!”

Frei Vitor da Silva Amâncio

Estágios Vocacionais

Frei Douglas uando criança gostava de ler as histórias e feitos magníficos do Rei Arthur, desde a espada cravada na pedra, até os seus leais amigos. Mas, havia algo que me chamava a atenção mais que toda ‘magia’ que cercava este rei, e era a Távola Redonda. Mas o que uma mesa tinha de tão cativante se comparada com tantas outras mesas? O simples fato dela ser redonda. Não apenas a forma, mas o que havia por detrás e fazia desta Távola diferente de tantas outras era a sua hospitalidade para com os que se sentavam à sua volta. É com essa história da Távola Redonda que expresso como foi meu estágio no Santuário do Valongo.

Para o Rei Arthur e seus companheiros, a távola era um lugar de tomar decisões e, principalmente, de convivência, onde não há diferença de cargos ou de qualquer outra distinção. Na mesa todos são iguais. E foi isso que me chamou a atenção quando cheguei aqui no Santuário: a mesa redonda, onde partilhamos o café da manhã e todas as refeições do dia, lugar de convivência entre nós, os frades.

Se as histórias são marcadas de fatos acontecidos, minha história aqui começa na rodoviária

do Jabaquara, onde, nas escadarias, fui acolhido pelo Frei Valdevino e, desde aquele momento, até chegarmos a Santos fomos conversando sobre a cidade, o convento, os trabalhos pastorais e também sobre a praia.

Como nunca tinha visitado Santos, possuía uma imagem totalmente diferente da cidade. Imaginava apenas um grande porto e a famosa praia.

Mas me surpreendi ao ver quão magnífica é essa cidade. A cada esquina, no centro histórico há uma história para ser contada, prédios antigos, museus, ruas que pedem uma contemplação. E já ia me esquecendo do bondinho... É neste museu a céu aberto que

se encontra o nosso Santuário, e por isso, há um grande número de pessoas que chegam aqui em busca de oração, mas, principalmente nesses meses, buscam conhecer e apreciar os presépios expostos. E é este o meu principal trabalho: acolher essas pessoas, que de diferentes cidades e países querem contemplar, assim como os Reis Magos, este Menino Luz que nasceu.

Os freis aqui também atendem a Paróquia São Bento, que fica em um morro próximo, um lugar onde a arquitetura não tão diferente do restante da cidade, ganha forma por seus becos e ruas estreitas.

Santos é assim, lugar onde o antigo e o presente se entrelaçam nas relações das pessoas, onde o estrangeiro e o santista não se distanciam pelas diferenças, mas são acolhidos igualmente pela cidade.

E é em torno da nossa Távola Redonda que os frades continuam a anunciar o Cristo nessas terras santistas, convivendo com as dificuldades próprias de cada dia, mas com a mesma alegria. É isto que vou levar comigo, este espírito que só quem conhece Santos pode dizer...

Frei Douglas da Silva

Estágios Vocacionais - Rondinha

| Especial [Comunicações]

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RONDINHA

Fraternidade São Boaventura Estagiários: Frei Erick de Araujo Lazaro e Frei Natanael José Barboza

zelo pela casa, o convívio mais próximo com a Fraternidade Permanente, a participação nas celebrações das comunidades nos proporcionaram muitas experiências positivas.

O cuidado com a casa tem reafirmado em nós a importância do trabalho e do cultivo dos espaços exteriores. A convivência com os freis espelha em nós o jeito singular de ser frade, cada um de sua maneira. A participação nas celebrações das comunidades oferece essa presença junto às pessoas. Conhecendo novas comunidades, pudemos reavivar nossa fé pela fé do povo.

Contudo, continuamos nesse peregrinar sempre em missão, seja em tempos de estágio, ou em tempos de nossas atividades anuais, sempre com o desejo de descobrir a cada dia, onde estamos e no que fazemos, um jeito novo de ser frade menor, que faz vibrar os nossos corações e fortalece a nossa alma no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que o Senhor nos dê hoje e sempre a sua paz.

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[Comunicações] Especial | Rondinha -

Frei Erick

Estágios Vocacionais

Frei Natanael

RODEIO

Fraternidade São Francisco de Assis Estagiários: Frei Matheus José Borsoi e Frei Thiago Soares

Frei Matheus esta casa centenária da Província, pudemos realizar diversas atividades, como serviços internos e externos, formação para os noviços e visita às comunidades. Também a forte convivência com os confrades da Fraternidade Permanente e com os noviços caracterizam esse estágio.

Esta casa é muito significativa para os frades da Província, pois ela marca o início da caminhada religiosa franciscana de cada um e, “voltar para este lugar, é relembrar uma caminhada de intensa busca do Espírito do Senhor e seu santo modo de operar”. O noviciado é uma casa onde se respira intensamente o espírito de oração e de fraternidade.

No decorrer dos dias, participamos das atividades próprias desta etapa, tais como: serviço na horta, organização e cuidado com a casa, confecção das velas e formações. Um dos momentos mais marcantes do estágio foi a vestição dos confrades

Frei Thiago

noviços, pois recordou o dia em que o candidato à vida religiosa franciscana é revestido do hábito da provação, movimento este assumido por amor a Deus e que é expressão de serviço para com a humanidade.

Outro ponto que marcou o estágio foi a experiência de “irmão mais velho”.

Junto com os noviços, redescobrimos a casa e, na medida do possível, eles transmitiram sua experiência de noviciado e o comum que caracteriza esta

casa como, por exemplo, ensinar como se toca o sino, os devidos cuidados na sacristia, puxar lenha, etc.

Levamos como ensinamento deste mês a vigilância e a entrega pessoal em favor do Evangelho e do serviço à fraternidade e aos irmãos que o Senhor nos confia no decurso da caminhada religiosa, práticas estas que não se limitam aos frades noviços, mas àqueles que procuram corresponder ao amor do Altíssimo”.

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SÃO PAULO

Fraternidade São Francisco

Estagiários: Frei Danilo Santos Oliveira e Frei Heberti Senra Inácio Frei Heberti Frei Danilo

om o privilégio de conviver com os frades de São Paulo, pudemos realizar o trabalho pastoral de atender os visitantes da Exposição Franciscana de Presépios e ainda pudemos ajudar no Santuário São Francisco nos seus mais diversos trabalhos. A Exposição de Presépios, em sua 27ª edição, abordou o tema “A paz entre os povos” em 53

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conjuntos provenientes de vários países e culturas.

Outra experiência foi visitar irmãos e irmãs em situação de rua, acompanhados por Frei Diego Atalino de Melo. Também participamos ativamente das celebrações litúrgicas do Santuário, nos seus vários horários, para melhor atender o povo de Deus. Essa experiência proporcionou contato e afinidade com

[Comunicações] Especial | Rondinha -

Estágios Vocacionais

muitas pessoas de várias regiões e realidades, uma vez que o Convento é também Santuário e recebe fiéis de toda a Grande São Paulo. Certamente, a experiência deste estágio ultrapassa as palavras. A singularidade de cada homem e mulher encontrados no Santuário São Francisco é a expressão viva do amor do Senhor que nos convida à boa convivência fraterna”.

GUARATINGUETÁ

Fraternidade São José Estagiários: Frei Felipe Carreta e Frei Bruno Araújo

missão desta fraternidade não é desconhecida de nós, porém estar mais perto do povo é um grande dom de Deus. O meu apostolado junto ao Seminário Frei Galvão é a acolhida aos romeiros e devotos de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão que carinhosamente clamam de Frei Galvão. Romeiros estes que provém de diversas partes de nosso imenso Brasil.

Um dos principais objetivos desta casa é a propagação da vivência e dos elementos da Espiritualidade Franciscana, e promoção da fé e devoção do primeiro santo brasileiro.

O contato com estes devotos me traz uma verdadeira experiência do encontro. Experimento um pouco de diversas realidades que estão presentes em nossa Igreja. O que mais nos chama a atenção é a fé que nossos irmãos peregrinos trazem em seus corações. Uma experiência de vida que por vezes é marcada por situações não tão confortáveis, mas sempre estão de pé seguindo a Jesus Cristo com intensidade e sempre dispostos a caminhar rumo a uma plenitude de vida e de fé. Nestes simples exemplos vejo quão maravilhoso é Deus com os seus filhos e filhas, sua misericórdia nunca nos desampara. Outra característica que destaco é a alegria estampada nos rostos de todos que nos visitam, e esta alegria nos contagia. Um belo e sincero sorriso é capaz de mudar nosso dia. Assim nossos romeiros chegam e vão para seus destinos com esta certeza de uma fé renovada e revigorada.

Demos graças a Deus que nos proporciona belas experiências junto do seu povo”.

Frei Felipe Carretta

Frei Bruno

into-me muito grato a Deus por poder voltar a este convento, casa na qual conheci e adentrei na espiritualidade franciscana. O postulantado sempre guardou para os jovens, que aqui vem fazer seu discernimento vocacional, algumas surpresas que fazem o candidato amadurecer espiritualmente e humanamente! Voltar novamente aqui é

Frei Felipe

poder não só deslumbrar-se com os jardins, mas conviver com cada romeiro que aqui passa para deixar sua prece e oração. Isso me faz rezar também com mais fervor, me faz fazer aquilo que já fazia com grande amor e devoção. Afinal a casa é nossa! Estar com os frades e fazer fraternidade revigoram as energias.

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Frei Bruno Araujo Santos | Especial [Comunicações]

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CHOPINZINHO

Fraternidade São Francisco Estagiários: Frei Augusto Luiz Gabriel e Frei Tiago Gomes Elias

hopinzinho é uma cidade localizada no Sudoeste do Paraná, com aproximadamente 21 mil habitantes. A evangelização franciscana remonta à chegada dos frades alemães. A Paróquia São Francisco de Assis tem 54 anos de fundação. A cidade é tradicionalmente católica e faz questão de manter costumes como a visita dos freis às casas. Nas famílias se valorizam os pais, a bênção dos avós e a proteção dos padrinhos. Na medida do possível, tivemos a oportunidade de conviver com as famílias e colaboradores da comunidade paroquial. Diariamente, acompanhados por ministros, familiares ou vizinhos conhecidos de doentes, iniciávamos nossa jornada batendo de porta em porta. Pudemos também participar das novenas de Natal que já vinham acontecendo nas casas das famílias e comunidades. Um dos bairros da cidade promove anualmente, com muita simplicidade, a encenação do Presépio Vivo. Foi uma verdadeira celebração da chegada do Menino Deus, onde várias famílias puderam adorar o Menino com cantos natalinos.

Mas, alguns momentos foram mais significativos. Como a manhã que passamos na Reserva Indígena dos Caingangues, em Mangueirinha (PR). Foi curto o tempo, mas enriquecedor. Desde a chegada fomos recebidos pelos curumins que, sorridentes, vinham nos abraçar e nos saudar...

A juventude chopinzinhense tem suas singularidades. Jovens, um pouco tímidos, precisam encontrar uma Igreja que busque um diálogo e proximidade. Neste sentido, as Missões Franciscanas da Juventude estão fazendo essa aproximação.

A celebração da Palavra é um momento forte que se vive na semana de cada comunidade. As exéquias tocam

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Frei Augusto

profundamente o coração das pessoas que não deixam de sepultar seus entes queridos sem uma celebração.

Pudemos estar presentes em todos os momentos celebrativos. Ponto fundamental de nossa vocação franciscana é a convivência com nossos confra-

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Estágios Vocacionais

Frei Tiago

des. Além da convivência fraterna na Fraternidade, participamos do Regional de Pato Branco, que fez o encontro festivo de final de ano. Louvamos o Sumo Bem e agradecemos ao povo e aos frades por nos proporcionarem tamanha dádiva!”

ANGELINA

Fraternidade Nossa Senhora da Conceição Estagiários: Frei David Belinelli e Frei Leandro Ferreira Silva

Frei David o dia a dia da fraternidade fomos aos poucos sendo inseridos na realidade da Matriz Nossa Senhora da Imaculada Conceição, que atende 15 comunidades rurais, sendo elas: Comunidade Barra Clara, Betânia, Fortuna, Garcia, Invernadinha, Mato Francês, Morro Mineiro, Rancho de Tábuas, Rancho Queimado, Rio Bonito, Rio Engano, Rio Fortuna, Rio São João, Taquaras, Terceira linha. A paróquia também zela pela Gruta Nossa Senhora de Lourdes, que recebe diversos romeiros do Brasil e estrangeiros.

Neste período de estágio, exercemos as missões pastorais, que nos levaram a conhecer mais de perto as comunidades, e com isso realizamos visitas às famílias, aos doentes, idosos, bênção nas casas, comércios, hospitais, nas lavouras de verduras e nos animais. E para coroar os dias após intensas atividades, fizemos as celebrações da Palavra junto à comunidade.

Nessas missões pastorais, houve uma que mais nos desafiou. Foi o

programa “Voz do Santuário”, ao vivo, da Rádio Portal do Vale, transmitido de segunda a sábado, das 08h30 às 08h45. Pelas ondas do rádio, procuramos levar diariamente a reflexão do evangelho do dia. Depois de superar nossos medos, ganhamos confiança e percebemos que somos capazes de ir além dos nossos limites...

Todas as atividades pastorais, rea-

Frei Leandro

lizadas em Angelina, fizeram com que percebêssemos a mística mariana que envolve esta cidade. Com muita fé e devoção a Nossa Senhora de Lourdes, que muito nos revelou a intimidade com Maria, e nos preparou para o Ano Mariano que estamos vivendo agora, louvamos a Deus por mais este tempo forte de intensas experiências e aprendizados! Obrigado!”.

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| Especial [Comunicações]

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ITUPORANGA

Fraternidade Santo Estêvão Estagiário: Frei Samuel Santos Soares

Fraternidade Santo Estevão, que me acolheu nesse estagio, é composta pelos confrades Frei Evandro Balestrin, Frei Valdemar Schweitzer, Frei Marcos Prado, Frei Fabiano Kessin e Frei Bertolino Tholl. A convivência fraterna é bem expressiva e animada.

Nas celebrações eucarísticas, o que mais me chamou atenção foi a forma de celebrar. Os cantos são entoados com voz forte, devoção e respeito. Ao visitar as famílias e doentes, notei que quase sempre existe uma mesa para jogar canastra ou dominó. Nas sábias palavras do Frei Valdemar, ‘o que mais importa não é só jogar dominó ou canastra, mas ser a presença consoladora do Senhor Jesus na vida de tantas pessoas’.

Ituporanga é conhecida como a capital da cebola. A base econômica da região é a agricultura. É uma cidade abençoada, rica em água e verde, que cobre as serras e extensas plantações.

Temos uma forte presença, próxima a nós frades, das irmãs de São José que, com muita dedicação e cuidado com o povo, trabalham no Hospital Bom Jesus, gastando suas vidas no cuidado dos enfermos e doentes.

Com as celebrações natalinas, e encerramento das festas de finais de ano, abriu-se espaço para início de ano repleto de projetos de evangelização e missão junto ao povo ituporanguense. Pude participar também da confraternização de todos os colaboradores da Paróquia. Foi um momen-

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Frei Samuel to rico de familiaridade e companheirismo entre todos.

Entre as 48 comunidades que a Paróquia atende, tive a graça de participar das celebrações eucarísticas nas comunidades de Petrolândia, Braço do Perimbó, Alto Braço Perimbó e na Matriz. Uma das coisas que me chamaram bastante a aten-

[Comunicações] Especial | Rondinha -

Estágios Vocacionais

ção é a preocupação das lideranças em preparar bem as Missas. Sou grato pela acolhida e carinho que pude sentir convivendo com cada confrade e com o povo de Deus. Agradeço, em especial ao guardião e confrade Frei Evandro, que neste mês de estágio pastoral, fez-me sentir como um membro da Fraternidade”.

Formação e Estudos

NOVOS BACHARéis em FISOLOFIA

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a sexta-feira (16/12), os freis Gabriel Dellandrea, Hugo Câmara, Marcos Schwengber e Zilmar Augusto Moreira de Oliveira receberam o título de bacharéis em filosofia pela FAE Centro Universitário, em Curitiba-PR. Num clima de muita alegria e gratidão, os frades juntaram-se aos demais alunos concluintes do curso de Filosofia da instituição para os ritos finais do curso.

A sessão solene foi muito simples, com sábios discursos. Enfatizou-se a importância da filosofia em tempos de desmoralização

política, ética, humana e religiosa.

Além disso, foi destacado que durante os três anos do curso a turma dos concluintes pôde desenvolver uma capacidade bonita de diálogo e paz, uma vez que na mesma sala a amizade foi construída entre religiosos e agnósticos, crentes e não crentes em Deus.

Por isso, com certeza, três anos não poderiam ser resumidos em uma noite para estes jovens. Mas esta única noite fechou um ciclo de três anos, tempo em que cultivamos a busca pela sabedoria.

Além disso, para a obtenção do

título de bacharel em Filosofia os alunos foram incumbidos da missão de escreverem um trabalho de conclusão de curso. Estes foram apresentados na noite do dia primeiro de dezembro (01/12). Os frades concluintes apresentaram seus trabalhos e receberam as observações dos professores das bancas examinadoras que, com muito diálogo, expuseram questões para o crescimento dos alunos.

Frei Gabriel Dellandrea (Texto) Frei Augusto Luiz Gabriel e Juliano Zemuner (Fotos)

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Fraternidades

RESTAURADA, IGREJA DO ROSÁRIO ESTÁ PRONTA PARA NOVAS GERAÇÕES

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o dia 18 de dezembro, a cidade de Vila Velha foi presenteada com a reinauguração de um dos seus marcos históricos mais significativos: a igreja do Rosário, localizada na Prainha.

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É a igreja mais antiga em funcionamento no Brasil. Foi construída em 1535, pelo donatário Vasco Fernandes Coutinho. Ali celebraram Padre Manoel da Nóbrega, fundador da cidade de São Paulo, e São José de

Anchieta, em 1597. O franciscano Frei Pedro Palácios também celebrou nesta igreja, que foi entregue à comunidade totalmente restaurada.

No ato de reinauguração participaram o Ministro Provincial, Frei

Fraternidades Fidêncio Vanboemmel, o pároco Frei Djalmo Fuck, o vigário paroquial Frei Clarêncio Neotti, e todos os frades das fraternidades de Vila Velha, Padre Paulo Régis, representante da Arquidiocese de Vitória, pároco da Catedral e vigário responsável pelo Departamento Patrimonial. Também estiveram presentes o governador do Estado, Paulo Hartung, o prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda, o prefeito eleito, Max Filho, os secretários, Fábio Brasileiro, diretor da empresa Vale, uma das patrocinadoras do restauro, e diversas autoridades.

A comunidade vilavelhense respondeu positivamente, lotando a Praça da Bandeira, onde fica localizada a igreja do Rosário.

O ato de reinauguração começou com a apresentação do Coral Jovem Música Vale, que encantou o público com músicas natalinas e obras de Música Popular Brasileira.

Na sequência, o governador cortou

a fita da porta principal da igreja do Rosário e o Ministro Provincial abençoou a igreja, e todos puderam entrar para conferir o restauro. O movimento foi intenso durante toda a noite. Todos queriam entrar para ver e registrar este momento tão importante para a comunidade local e a cidade de Vila Velha.

Uma das visitantes mais idosas no local era a Dona Marina. Aos 84 anos, ela fez questão de estar no ato de reinauguração da igreja. Ela afirmou que atualmente não mora mais tão perto do local e não participa com frequência, mas que sua família sempre vinha aqui.

Paroquiano há mais de 40 anos, Odílio Fernando de Abreu é membro do Conselho de Pastoral do Rosário e ajudou no processo de restauração, fazendo a ponte entre a comunidade e Instituto Modus Vivendi, responsável pelas obras de restauração. Odílio destacou o trabalho dos frades em todo o proces-

so, bem como o trabalho da equipe, a produtora e coordenadora de restauro Erika Kunkel e Raquel Diniz.

Para Frei Fidêncio, a igreja do Rosário é um marco histórico para a cidade, o estado e o país, mas também é um local de extrema importância para a igreja local. “Estamos diante de um monumento “sagrado” da história do povo capixaba; estamos diante de um monumento-berço que é sinal visível da história da evangelização que aconteceu a partir desta singela igreja do Rosário; estamos diante de um templo de Deus, ponto de referência da primitiva cidade de Vila Velha; enfim, estamos diante da pequena “igreja-mãe”, geradora de novas comunidades e paróquias nesta cidade de Vila Velha”, afirmou o Ministro Provincial.

O pároco, Frei Djalmo Fuck, destacou a importância do restauro para a comunidade local. “Hoje, nossa paróquia está em festa, a comunidade católica da Prainha está em festa,

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Fraternidades

o município de Vila Velha está em festa, o Estado do Espírito Santo está em festa. Junto à velha e agora restaurada igrejinha da Prainha pulsa o coração e alma dos capixabas, expressão grandiosa da fé de um povo, de sua fé viva, de suas celebrações, cânticos e preces. Marco da coloni-

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zação do solo espiritosantense, símbolo do povo capixaba e de seus monumentos históricos. Aqui nasceu o Estado do Espírito Santo. E agora, graças à parceira do poder público e a iniciativa privada, nossa igrejinha é devolvida novamente ao povo, seus verdadeiros donos, agora ainda mais

bela”, afirmou, agradecendo o empenho de toda a equipe que trabalhou no último ano no restauro.

O governador descerrou a placa que marcou a reinauguração da igreja e, em seguida, todos assistiram à apresentação da Orquestra Sinfônica do Estado, que fez um belíssimo con-

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certo, coroando assim este dia para a cidade de Vila Velha. A Casa da Memória e a comunidade do Rosário entregaram ao Ministro Provincial uma escultura com os principais pontos turísticos da cidade, entre eles a igreja do Rosário e o Convento da Penha. Foi entregue também ao

governador uma placa de agradecimento. A pedido de Paulo Hartung, a música de encerramento foi “O trem das Onze”, de Adoniran Barbosa.

O dia ainda foi marcado pelo aniversário do Definidor Provincial e Reitor do Convento da Penha, Frei Paulo Roberto Pereira. A Sinfônica

fez sua homenagem, tocando “Parabéns a você” ao aniversariante. Os frades terminaram a noite celebrando o aniversário de Frei Paulo numa pequena confraternização no Convento da Penha. Érika Augusto

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SANTÍSSIMO VOLTA AO ANTIGO TABERNÁCULO

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e o governador cortou a fita de reinauguração da Igreja do Rosário, na Prainha de Vila Velha, no domingo, 18, se a Orquestra Sinfônica do Espírito Santo saudou em sons e tons o restauro da igreja-mãe de todas as igrejas do Estado, foi na solene Missa concelebrada do dia 20 de dezembro à noite que o Santíssimo Sacramento voltou ao antigo tabernáculo e a comunidade em peso agradeceu a Deus o refazimento de todo o interior e o exterior da igreja levantada em 1535.

O trabalho foi executado pelo Instituto Modus Vivendi, financiado em grande parte pela Vale do Rio Doce.

“Vale e Modus Vivendi estavam conosco e simbolicamente depositaram na cesta das ofertas os instrumentos de que se serviram no restauro.

Alguns minúsculos, mas importantes, porque com eles, os (as) artistas, refizeram os pormenores dos enfeites do barroco singelo.”, disse Frei Clarêncio. Não havia espaço nos bancos. Não havia espaço nos corredores. Não havia espaço no coro. Não havia espaço nas escadarias. E todos cantaram o “Glória”

em pleno Advento e ouviram a encenação musicada da Anunciação, o evangelho da liturgia do dia. As donas de celulares se juntaram aos fotógrafos profissionais para registrar o fato histórico, que se anexava aos muitos momentos históricos vivi-

dos pela Prainha em seus 481 anos.

E a nova iluminação externa subia encosta da Penha acima, por sobre as árvores verdes, e se encontrava com a luz que descia do Convento.

De fato, a igreja da Prainha é

privilegiada. Nela rezava e se confessava Frei Pedro Palácios. Nela celebrou o Padre Nóbrega, mais tarde fundador de São Paulo. Nela celebrou, depois de ordenar-se padre, já homem maduro, na Bahia, São José de Anchieta. Ao lado dela moraram os Franciscanos desde 1942, quando Vila Velha tinha apenas quatro mil habitantes.

Hoje com 420 mil, a cidade inteira ainda ressuma o carisma de São Francisco.

A concelebração e a presença do povo deram ao pároco Frei Djalmo a ocasião de agradecer aos benfeitores e restauradores o trabalho executado com toda a técnica moderna e dentro dos prazos previstos. Fazendo a homilia, Frei Clarêncio, concluiu assim: “Tenho certeza de que Nossa Senhora do Rosário exultou de alegria ao voltar ao seu altar e à sua igreja. E que cada uma de nossas famílias seja uma conta do rosário, que passe e repasse muitas vezes por suas mãos maternais”.

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ÍNTEGRA DA HOMILIA DE FREI CLARÊNCIO

Esta é uma Missa de Ação de Graças pelo feliz restauro desta igreja.

Esta Igreja e todas as Igrejas têm sua razão de existir no fato narrado no evangelho de hoje, quando o Filho de Deus assumiu a humanidade e entrou no espaço e no tempo para criar a nova família de Deus na terra. A data, portanto, dentro da novena do Natal, cai bem e muito bem para o nosso agradecimento. Mais que bem, cai de forma perfeita e cabal, porque todos os textos litúrgicos de hoje nos falam do mistério da encarnação e do agradecimen-

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to que devemos por este mistério, do qual nasceram todos os outros mistérios, que contemplamos no rosário.

Nós agradecemos o renascimento desta igreja através do restauro que, no ano passado ainda era considerado difícil, se não impossível. O Instituto Modus Vivendi executou aqui um fato quase milagroso. E nós viemos hoje para agradecer o nascimento da nova igreja do Rosário.

Nossos olhos, nossos ouvidos, nosso coração, que andaram ansiosos por ver este dia, hoje se assemelham aos olhos, ouvidos e coração de Maria de Nazaré, que escuta a voz do céu: “Alegra-te, porque grandes coisas

fez por ti o Senhor!” Nossos olhos contemplam hoje nossa igreja restaurada. E nos alegramos e exultamos de alegria.

Como soa bem às vésperas do Natal a palavra ‘alegria’ e como cai bem em nosso coração o sentimento da alegria. O anjo falou de alegria na Anunciação. Isabel disse que a alegria dela era tanta que até João Batista no útero gritara de alegria. Os anjos anunciaram alegria aos pastores nos campos de Belém. Alegria divina por causa de acontecimentos divinos, como é o Natal. Alegria humana por causa de acontecimentos humanos, como é o caso do restauro desta casa, que é de Deus (e por isso

Fraternidades divina) e é nossa (e por isso humana). Como não cantar com Maria o magnificat da alegria?

Esta é a casa de Deus. Esta é a casa de sua Mãe Maria. Esta é a nossa casa. Entremos sempre com confiança nesta nossa casa, onde encontramos nossa Mãe pronta para levar a Deus nossos pedidos, para enxugar nossos lamentos, para nos ajudar a rezar nossa fé embebida na esperança e daqui sair sempre carregados de graças de caridade, de paz, de amor fraterno, de convivência na comunidade.

Vou usar esta oportunidade para saldar um dever de toda a Paróquia de Nossa Senhora do Rosário.

Como Deus sempre age através de seus anjos, o nosso anjo desta vez foi o vereador Joel Rangel, que não mediu esforço religioso e esforço político para conseguir o apoio unânime dos 17 vereadores para que Nossa Senhora do Rosário fosse, por decreto, a Padroeira do Município.

Nossa paróquia lhe estava devendo este agradecimento. Estamos felizes em poder expressá-lo nesta noite feita de alegria e ação de graças.

Ainda preciso fazer mais um agradecimento. Não estou pensando na Modus Vivendi. Não estou pensando nos arquitetos e pedreiros. Não estou pensando no governador e na Vale. Todos eles tiveram

nosso profundo e muito sincero agradecimento no domingo, ao som do coral e da sinfônica. Mas eu devo um agradecimento a vocês, moradores e comunidade do Rosário pela paciência durante este ano e pela oração que fizeram todos os domingos pelo êxito do restauro.

Um agradecimento ao Conselho, que acompanhou de perto o andamento dos trabalhos.

Tenho certeza de que Nossa Senhora do Rosário exultou de alegria ao voltar ao seu altar e à sua igreja.

E que cada uma das nossas famílias seja uma conta do rosário, que passe e repasse muitas vezes por suas mãos maternais. Amém!

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EMPRESA GARANTE O RESTAURO EM REGIME DE URGÊNCIA

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m estilo barroco singelo, a igreja original remonta a 1535, quando Vasco Fernandes Coutinho aportou para assumir sua capitania e dedicou a nova colônia ao Espírito Santo, por ser oitava de Pentecostes. Ainda não se tem plena certeza se a primitiva igreja foi consagrada a Santa Catarina (conforme promessa-juramento dos portugueses que se formavam em Coimbra, caso fossem fundadores de igreja) ou se a Nossa Senhora da Vitória (segundo a tradição dos reis de Portugal, desde a vitória de Aljubarrota, ao levantar a primeira capela aonde chegassem).

Quando o Papa São Pio V instituiu a

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festa de Nossa Senhora da Vitória e, ao mesmo tempo, difundiu por toda a Igreja a oração do Rosário em agradecimento à vitória de Lépanto no dia 7 de outubro de 1571, provavelmente o povo de Vila Velha passou a venerar Nossa Senhora da Vitória com o nome de Nossa Senhora do Rosário, prevalecendo este último nome já que se fundara nova cidade com o nome de Vitória. E com o nome de Nossa Senhora do Rosário, a igreja da Prainha chegou até os dias de hoje, sempre usada como ambiente de culto e recebendo o título de paróquia já em meados do século XVIII, sendo a mais antiga paróquia do Estado.

A igreja passou por várias reformas, ampliações, pinturas, deturpação do estilo, troca de altares, roubos de imagens. O Instituto Modus Vivendi, que restaurou a Catedral de Vitória, assumiu o restauro completo, acompanhado de perto pelo IPHAN, porque a igreja foi tombada em março de 1950. Trabalhou em regime de urgência ao longo de 2016, com as portas fechadas e andaimes ocupando todo o recinto, apesar de uma das portas da Igreja ser a Porta Santa da Misericórdia de Vila Velha no Ano Santo.

“O Restauro deve ser descrito como uma intervenção aplicada sobre

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um bem cultural que visa à conservação de sua autenticidade e integridade e que deve resultar na sua apropriação pela comunidade”. O Restauro deve garantir a transmissão do bem em questão às futuras gerações, através da proposição de usos adequados e de ações complementares (plano de gestão, conservação preventiva e outras) que garantam sua sustentabilidade.

O Restauro deve visar ao restabelecimento da unidade potencial do Monumento, desde que isso seja possível sem cometer um falso histórico e um falso artístico, e sem cancelar os traços da passagem do tempo na obra.

Obras realizadas:

– Paredes externas e internas: conservação, restauro e recuperação

da alvenaria, argamassa e pintura – Restauração e substituição parcial do telhado – SPDA – Sistema de segurança – Substituição das instalações elétricas.

– Adornos e elementos decorativos em alto relevo: Foram restaurados os adornos em alto relevo existentes em toda a capela mor, nave, arco do cruzeiro e fachada – Marcação do vão da porta – Restauração das esquadrias de madeira – Conservação do forro de madeira – Limpeza e restauro do guarda corpo e escada do coro – Forração de madeira de lei no coro – Restauração do piso em ladrilhos hidráulico – Restauração das pinturas parietais – Limpeza e higienização pontual dos altares – Sonorização – Iluminação interna e externa – Paisagismo externo.

Frei Clarêncio Neotti Fevereiro / 2017 [Comunicações]

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FREI FIDÊNCIO CELEBRA NO SANTUÁRIO DO ESPÍRITO SANTO

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a manhã do 4º domingo do Advento, o Santuário Divino Espírito Santo, em Vila Velha (ES), recebeu o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, que presidiu a celebração das 10 horas ao lado do pároco, Frei Djalmo Fuck, Frei Nazareno Lüdtke, Frei Vunibaldo Vogel. A Missa também marcou a chegada de Frei Leandro Costa, recém-transferido para Vila Velha após a conclusão dos estudos de Teologia, em Petrópolis. A apresentação oficial acontecerá no dia 2 de fevereiro, com a participação das 10 comunidades.

Em sua homilia, Frei Fidêncio destacou que o principal mistério do Natal é a encarnação de Jesus, e não os símbolos natalinos que estamos acostumados, como o Papai Noel. “O Natal que nós queremos celebrar é o nosso encontro pessoal com o Deus Salvador, não é o Papai Noel, que vai embora, mas o Emanuel, que significa Deus conosco. O Deus que quer per-

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manecer conosco ao longo de mais um ano, um Deus que se encarna na história, um Deus que entra na nossa história, um Deus que entra na nossa vida para nos estender a mão e dizer: ‘caminha comigo, porque sou o Teu Salvador’”, afirmou.

O frade destacou ainda a importância de Maria para o mistério da encarnação, e também a figura de São José, homem justo retratado no evangelho deste domingo.

“O sinal mais bonito desta presença

do Deus conosco é o sinal da Virgem que conceberá e dará à luz um Filho, que vai receber o nome de Emanuel”, afirmou Frei Fidêncio.

“Sonho não é fantasia, sonho, aqui na Bíblia, significa o sonho que Deus tem para toda a humanidade. E José, portanto, é convidado a penetrar no mistério do sonho de Deus, não é José que está sonhando, é Deus que sonha pela humanidade, é Deus que sonha pela alegria da humanidade, pela salvação da humanidade. José, que é justo, é chamado a mergulhar na história salvífica, no anúncio dos profetas.”, assinalou o Ministro Provincial, falando sobre o evangelho deste 4º domingo do Advento.

No momento dos avisos, o pároco, Frei Djalmo, deu uma boa notícia para a comunidade. Como gesto concreto para este Natal, foi pedido aos paroquianos para trazerem cestas básicas, que serão doadas para as famílias das comunidades. A resposta foi positiva e surpreendeu: mais de 300 cestas foram arrecadadas até o momento. E Frei Djalmo então, diante da resposta positiva da comunidade, estabeleceu uma nova meta a ser atingida: 500 cestas básicas. Érika Augusto

Fraternidades Regional recreativo do Leste Catarinense

NO MORRO DOS CONVENTOS

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Regional Leste Catarinense realizou seu encontro recreativo, como faz todos os Regionais da Província no encerramento do ano, na cidade de Araranguá (SC), na localidade denominada Morro dos Conventos. O encontro aconteceu em dezembro e contou com a presença do nosso Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel.

Além da convivência fraterna, os frades tiveram a oportunidade de admirar e interagir com deslumbrante natureza. O Hotel Morro dos Conventos, onde ficamos hospedados, possui vista para o mar, permeado por dunas, falésias, encostas de pedra de até 70m de altura e trilhas ecológicas. No deck da piscina era possível vislumbrar toda a extensão da praia, que se encontrava a 400 metros do hotel. Tudo isso favoreceu ainda mais a convivência que se fez em meio a caminhadas e boas refeições.

Quanto ao nome “Morro dos Conventos” existem algumas versões.

O local foi refúgio das comunidades indígenas que habitavam o litoral catarinense no período pré-cabralino,

a praia do Morro dos Conventos tem sua história ligada à época das missões jesuítas e do tropeirismo no Sul do Brasil. Segundo os registros da história, a origem do nome da praia do Morro dos Conventos está na formação rochosa, que à distância lembra um “mosteiro”. Outra versão indica que o local abrigou os padres jesuítas que fundaram uma comunidade religiosa no local. E foram os

missionários que incentivaram as primeiras atividades tropeiras na região, promovendo o transporte em lombos de mulas entre os vários povoados.

Bom, já que o morro lembra um mosteiro e os jesuítas possivelmente estiveram por lá... agora, os franciscanos também fizeram a sua visitinha ao Morro dos Conventos.

Frei Daniel Dellandrea

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Fraternidades

CRUZEIRO “MUDA” O EREMITÉRIO

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om o consentimento do Definitório Provincial (agosto 2016), a Fraternidade de Rodeio concluiu a mudança do Cruzeiro no Eremitério Frei Egídio de Assis, inserido nas montanhas do bairro Ipiranga, de Rodeio (SC). O Cruzeiro, que estava na entrada do bosque, com o Cristo esculpido em madeira pelo artista plástico Frei José Rochinski, foi colocado próximo da entrada do prédio, dentro do terreno cercado. Segundo a Fraternidade, essa mudança se fez necessária tendo em vista melhores cuidados (problemas de sombra e umidade) e questão de segurança.

O cruzeiro foi bento em 1988 pelo Ministro Geral Frei John Vaughn, que faleceu no ano passado. Ele mesmo fez a bênção do Eremitério no dia 15 de fevereiro de 1991. “Este eremitério

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é um marco histórico na celebração do centenário da chegada dos confrades (alemães) que vieram restaurar essa Província”. Naquele dia, disse: “Eremitério é lugar e tempo de recolhimento comprometido e obediente para compreender e buscar o reino de Deus e sua justiça. Eremitério é repetir a experiência de deserto de Je-

sus Cristo”, ensinou. O Eremitério foi inaugurado no dia 20 de fevereiro de 1994.

Construído com pedras no estilo medieval, a construção lembra os antigos eremitérios italianos e está a 750 metros acima do nível do mar. A sua capela, no formato de uma gruta, é obra do artista plástico Lorenz Johannes Heilmar. A pedra do altar pousa sobre outra pedra de granito em formato rústico e o sacrário está no centro da capela na forma de uma redoma iluminada, revestida de pedacinhos de vidros coloridos com as cores litúrgicas: branco (amarelo), vermelho, verde e roxo. Essa redoma está incrustada em uma pedra de granito, lembrando o Cristo glorioso, ressurgindo do sepulcro.

A primeira fraternidade do eremitério era formada por Frei Celso Feldkircher, Frei Eduardo Schuster

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e Frei José Bertoldi. “Nada nos perturba: nem rádio, nem TV, nem telefone. Desse modo passamos o dia no eremitério”, escreviam os frades nas Comunicações (maio/junho de 1994). Hoje, a casa é usada pelos frades, religiosos e leigos para retiros e encontros. Segundo Frei Jorge Lázaro de Souza, depois da mudança do Cruzeiro, o telhado e o piso interno do claustro passarão por lavagem para tirar o escurecimento e mofo ocasionados pela umidade no local.

As pessoas podem visitar e participar da Missa do 3º domingo de

cada mês às 15 horas. Do Eremitério se pode visualizar a cidade de Rodeio e parte do Vale do Itajaí.

CAMINHO DOS ANJOS

O terreno do Eremitério foi doado à Província pelo sr. Paulo Notari, que por sua iniciativa vem deixando mais belo e encantador o Alto do Ipiranga.

Na metade dos 8 quilômetros de subida, o turista tem a oportunidade de entrar no clima contemplativo antes de chegar ao Eremitério, quando se depara com hortênsias por todos os lados e 62 estátuas de anjos colocadas

estrategicamente no percurso depois da imagem do Cristo Redentor. O projeto do agricultor ganhou forma por causa de uma cura alcançada. “A primeira coisa que Deus fez foi os anjos e a segunda fomos nós. Então aqui é um pequeno paraíso”, acredita este homem de fé, que tem como meta colocar neste trajeto 100 anjos.

O Caminho dos Anjos é um roteiro religioso que integra o Circuito de Cicloturismo do Vale Europeu. Só lembrando, o município de Rodeio é marco da colonização trentina no estado catarinense. Neste percurso, o turista também pode degustar os vinhos na Vinícola San Michele e fazer uma visita à Casa de Arte, onde estão expostas várias obras de artistas brasileiros e artesanato de várias regiões. Também faz parte deste roteiro a maior tirolesa da América Latina, localizada na divisa com a Liberdade (Benedito Novo). Os cabos possuem dois mil metros de extensão, superando a então maior tirolesa latino-americana, localizada na Argentina.

Moacir Beggo Fevereiro / 2017 [Comunicações]

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FREI GENTIL BRANCO CELEBRA 25 ANOS DE ORDENAÇÃO SACERDOTAL EM LAGES

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o dia 8 de janeiro último, Frei Gentil de Lima Branco celebrou o jubileu de prata de sua ordenação presbiteral com a comunidade de Lages (SC), na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, do Navio, durante a Missa das 19 horas. A celebração foi marcada pela emoção e agradecimento, tanto do povo de Lages, bem como de Frei Gentil.

O frade lembrou os anos que trabalhou na Paróquia, as amizades construídas e os sonhos realizados. Agradeceu pelo apoio durante os anos de trabalho (2010-2012) e pela missão cumprida com a união de muitas pessoas.

Estavam presentes na Missa de Ação de Graças, os frades do Convento São José do Patrocínio e os que exercem a missão na Paróquia do Navio e o pároco da Catedral de Lages, Padre Valdir Goedert, a quem Frei Gentil agradeceu pelos anos de ami-

zade e lembrou à comunidade presente que foi o mesmo padre que fez a homilia da sua primeira Missa no dia 5 de janeiro de 1992.

Durante a homilia, Frei Gentil fez uma bonita reflexão sobre a liturgia do dia, que tinha como pano de fundo a manifestação do Senhor.

Também expôs a sua caminhada vocacional e deixou clara a sua alegria de ser presbítero.

Logo depois aconteceu uma confraternização, onde se partilharam, mais uma vez, a amizade e os alimentos.

Frei Alamiro completa 50 anos de sacerdócio

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o domingo, 8 de janeiro, os fiéis da Paróquia Santo Antônio, na Vila Brasilândia, comemoraram os 50 anos de sacerdócio do Frei José Alamiro Andrade Silva, em missa por

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ele presidida e concelebrada por padres atuantes na Região, entre os quais o Cônego José Renato Ferreira, pároco.

A vida sacerdotal do Frei Alamiro, de serviço ao povo humilde e trabalha-

dor, e sua passagem pelas paróquias da Região Episcopal Brasilândia, foram recordadas ao longo da missa, com manifestações de gratidão e respeito pelo frade franciscano que viveu a essência do Evangelho, a exemplo de São Francisco, chegando até mesmo a morar em um barraco de favela.

Frei Alamiro destacou, na homilia, que nos dias de hoje são encontrados presépios vivos representados nas famílias que procuram abrigo, trabalho, alimento e uma vida mais digna, mas que, asim como Maria e José, não encontram quem lhes abra a porta e lhes dê acolhida.

Texto e Foto: Ernesto Dias Souza

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JUBILEUS DOS “MISSIONÁRIOS”

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ois frades que fazem parte das primeiras turmas de missionários em Angola Frei José Zanchet e Frei Odorico Decker - celebraram os seus jubileus de vida religiosa no Convento São Francisco de São Paulo, no domingo, 18 de dezembro último.

Muito emocionados, Frei José e Frei Odorico renovaram sua consagração religiosa diante do guardião do Convento, Frei Mário Tagliari, e foram aplaudidos de pé por todos os paroquianos.

Na homilia, o Pároco e Reitor do Santuário São Francisco, Frei Alvaci Mendes da Luz, ressaltou a importância desta promessa a Deus.

Frei Odorico Decker

Frei José Zanchet

Natural de Biguaçu, em Santa Catarina, Frei Odorico nasceu no dia 27 de abril de 1929. Vestiu o hábito franciscano no dia 17 de maio de 1950 e professou solenemente na Ordem dos Frades Menores no dia 13 de junho de 1958. “Com 16 anos de idade, vieram à minha comunidade os frades franciscanos para missões durante uma semana. Eram quatro missionários franciscanos. Encantou-me o hábito marrom, a simplicidade daqueles frades. Eram sempre alegres e felizes”, conta o frade, que na família tem um primo jesuíta.

Frei Odorico foi enviado em missão para Angola no dia 6 de outubro de 1991 e retornou no dia 12 de dezembro de 1999. Realizava sua tarefa na missão com muita alegria.

Ainda tem sua gaita de boca, que alegrava tanto as celebrações nas igrejas. Com o hábito, a gaita, visitava sempre os doentes: “As crianças, jovens andavam do meu lado na visita aos doentes por causa da gaita. Às vezes, havia umas trinta crianças atrás de mim. Chegando na casa do doente, fazia catequese e dava a comunhão. Assim, cada sábado visitava todos os doentes. Também era cozinheiro, cuidava da horta e, na falta de padre, fazia celebrações na Igreja”.

Natural de Três Arroios, Rio Grande do Sul, Frei José nasceu no dia 27 de outubro de 1935. Vestiu o hábito franciscano no dia 21 de dezembro de 1955 e fez a profissão solene no dia 22 de dezembro de 1959. Foi ordenado presbítero no dia 15 de dezembro de 1961.

Nesses 60 anos de vida religiosa, em dois períodos esteve na Missão de Angola. Fez parte do primeiro grupo enviado pela Província da Imaculada ao país africano, viveu em Malange e Quibala, em sua primeira passagem pela missão, que durou cinco anos (entre 1990 e 1995).

No segundo período, viveu em Viana (de dezembro de 2013 a 2016). Perguntado sobre o que o levou a querer retornar à missão às vésperas de completar 80 anos, Frei José aponta dois motivos: o carinho que ele adquiriu pela missão na primeira vez em que lá esteve e também a curiosidade sobre como estaria o país depois do fim da guerra. Frei José teve de retornar ao Brasil em 2016, para se tratar de um câncer na cabeça. A celebração deste jubileu foi especial depois de superar com valentia os desafios da doença.

65 anos de vida religiosa

60 anos de vida religiosa

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Fraternidades balneário camboriú

PARÓQUIA SANTA INÊS CELEBRA 50 ANOS

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Paróquia Santa Inês, localizada no centro de Balneário Camboriú, comemora neste ano 50 anos de fundação. A celebração jubilar aconteceu no último dia 20 de janeiro, às 19h30. “Por questões pastorais antecipamos um dia”, explicou o pároco Frei Ladi Antoniazzi. A Igreja hoje é um dos pontos turísticos do município. Sua arquitetura lembra uma tarrafa de pescador (rede de pesca) em queda, e foi elaborada na década de 1960, pelo arquiteto Rubens Meister.

Em 1933, quando ainda era uma praia quase deserta, foi construída

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uma “casa de recreio” para os alunos dos franciscanos, com uma capela para atender a pequena população local. Havia também uma pequena capela dedicada a Santa Inês, pertencente à Paróquia Divino Espírito Santo, de Camboriú. Em 21 de janeiro de 1067 a capela foi elevada a paróquia e entregue aos cuidados dos Freis Franciscanos. De lá para cá muita coisa mudou, e a Paróquia teve que acompanhar o crescimento tanto populacional como de estrutura física da cidade.

Surgiram várias comunidades. Houve então a necessidade de dividir a única Paróquia em três. Isto aconteceu aos poucos. Inicialmente, em 20 de outubro de 2002, foi constituída a Pa-

róquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Real. Com a nova Paróquia, além da Matriz Nossa Senhora Aparecida, foram anexadas as capelas de Santa Clara, Nossa Senhora da Esperança, Santo Antônio, Santo Amaro, São Judas Tadeu, São Pedro e recentemente Sagrado Coração de Jesus. Depois, em 27 de junho de 2004, foi constituída a Paróquia São Sebastião, no Bairro dos Pioneiros. Com a nova Paróquia, além da Matriz São Sebastião, foram anexadas as capelas São Francisco, Nossa Senhora de Fátima, São Roque e Santa Catarina de Alexandria. Esta última passou a pertencer à Paróquia Santa Inês, em vista de maior facilidade para o atendimento pastoral.

Fraternidades Atualmente a Paróquia Santa Inês é formada pela Matriz Santa Inês e a capela Santa Catarina de Alexandria, localizada na Avenida Santa Catarina, capela da Paz, localizada no rua 2300, e 26 pastorais e movimentos, equipes de serviço pastoral. Todos os grupos são muito atuantes e presentes.

Desde sua criação, a Igreja Santa Inês foi entregue aos cuidados dos Freis Franciscanos, tendo sido designado como primeiro Pároco, Frei Mário Guidarini, em 1967. O atual Pároco, Frei Ladí Antoniazzi, é o oitavo Pároco. A Paróquia conta ainda com dois vigários paroquiais: Frei Conrado Lindmeier, Frei Sebastião Agostinho Kremer, com dois diáconos, Romeu Junkes e Alberto Bussolaro, e com muitos leigos e leigas para fazer acontecer a vida cristã e a dinamização do Reino de Deus.

Frei Ladí Antoniazzi

FALECIMENTO

JOÃO LUIZ FERREIRA GOMES Dia 6 de dezembro, faleceu meu irmão, João Luiz Ferreira Gomes, terceiro dos filhos, com 54 anos, vítima de um câncer no pulmão, com duas metástases no cérebro. Vida normal até quando começou a sentir tonteiras, falta de memória e perder os movimentos do lado esquerdo. Foi internado no dia 15 de outubro. Feitos os exames iniciais, detectaram-se dois tumores no cérebro e, posteriormente, um do pulmão. Permaneceu 15 dias internado no Instituto Oncológico de Juiz de Fora. Teve alta para aguardar o tratamento com radioterapia. Em casa tomava remédios, nem sempre eficazes, para aliviar as dores e diminuir a pressão dos tumores no cérebro.

Em conversa com a família, o médico que o acompanhava tinha dúvidas quanto ao tratamento com radioterapia, pois, segundo ele, não iria mais surtir efeito e o sofrimento seria muito grande.

O melhor seria dar a ele uma qualidade de vida até o final.

Não teve tempo. Três dias antes de seu falecimento, perdeu a visão e, no-

vamente, os movimentos do lado esquerdo do corpo foram ficando difíceis, não conseguia mais engolir e foi preciso interná-lo novamente. Pouco depois de dar entrada no hospital teve uma parada cardio-respiratória e, entubado, foi para a UTI, vindo a falecer pouco depois.

Quando cheguei a Juiz de Fora no dia 6 de dezembro já o encontrei morto, mas tive a chance de estar com ele por uma semana, na sua primeira internação, quando ainda estava lúcido. Pude ajudar a cuidar dele no hospital e prepará-lo para esse momento.

Menos de dois meses se passaram do diagnóstico até a morte. Um sofrimento para nossa mãe com 83 anos, para os irmãos, cunhados e sobrinhos. Mas temos a certeza e o consolo de que Deus, em sua misericórdia, poupou meu irmão João do enorme sofrimento que a luta contra o câncer causa no doente e em toda a família, levando-o antes para junto de si.

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Ferreira Gomes Neto FevereiroFrei / 2017James [Comunicações]

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Acompanhe, por ordem cronolรณgica, o dia a dia das

SAV

MissĂľes Franciscanas da Juventude em Curitiba!

1º dia

Convento São Boaventura acolhe 500 missionários

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quinta-feira, 19 de janeiro, foi agitada no Convento São Boaventura, em Rondinha (PR). Ela foi a primeira parada da 4ª edição das Missões Franciscanas da Juventude. O evento é anual e acontece sempre no mês de janeiro, por causa do período de férias escolares.

Os jovens, através dos grupos de WhatsApp, iam partilhando ao longo da madrugada a ansiedade de chegar na capital paranaense. Em carro, ônibus, avião ou a pé, os jovens chegaram logo nas primeiras horas da manhã.

A cada ônibus que chegava, uma nova festa tinha início. Muita animação, muitos cantos, brincadeiras e

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muita alegria pelo reencontro. Às 10 horas teve início a programação oficial, com a acolhida dos participantes.

Frei Fidêncio Vanboemmel, Ministro Provincial, não pôde estar presente nas Missões, pois está em Roma, participando do Encontro dos Ministros e Custódios eleitos com o Ministro Geral e seu Definitório, mas fez questão de mandar ao Frei Diego Melo, coordenador do Serviço de Animação Vocacional (SAV), a seguinte mensagem: “Frei Diego, daqui de Roma o meu abraço a você, aos confrades e a todos os jovens presentes nessas Missões Franciscanas aí em Curitiba. Bela ocasião de fortalecimento na fé e do testemunho de vida segundo o Santo Evangelho ao modo de São Francisco de Assis. Certamente será uma ocasião de “esquentamento” do sonhado Sínodo para os jovens, proclamado pelo Papa Francisco.

Do frio de Roma um caloroso abraço de Paz e Bem a todos.”

Os jovens acolheram com muiFevereiro / 2017 [Comunicações]

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to carinho a mensagem do Ministro Provincial, seguida de uma calorosa salva de palmas. No final da tarde, os jovens gravaram um vídeo de agradecimento ao Ministro Provincial e ainda aproveitaram para mandar uma mensagem ao Ministro Geral, Frei Michael Perry.

Após o almoço, aconteceu o primeiro momento de formação destas Missões, conduzido pela irmã Anete Giordani, das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus. Ela partilhou com os jovens sua experiência no bairro do Vila Sabará, em Curitiba (PR), junto a um grupo de jovens carentes. Através do futebol, ela “ganhou o coração” da meninada, e deu início a um bonito projeto social.

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Quando perguntada sobre como os jovens podem fazer a diferença em sua realidade, ela respondeu: “Eu acredito sempre que o primeiro passo é ter este olhar atento, este olhar sensível para a realidade, não um olhar superficial, mas que chega, que olha para as realidades de uma forma mais aprofundada, e tenta ouvir o apelo porque o grito da humanidade se levanta. E perceber qual é o eco que isso gera dentro de si, qual é o apelo que brota de uma questão concreta. Eu posso fazer a diferença com gestos muito pequenos e concretos. Só a sensibilidade, só a gente se compadecer da situação é o primeiro passo, mas é muito pouco”, afirmou.

Após a formação, os jovens se dividiram nos grupos de experiências

e partilharam sobre quais os frutos de sua presença no mundo e quais os apelos que Jesus faz aos seus corações.

Reconciliar-se com a própria história

Após o jantar, os jovens participaram de um momento de espiritualidade construído a muitas mãos. Os jovens de Chopinzinho (PR) prepararam uma encenação, atualizando a passagem onde a pecadora lava os pés de Jesus com suas lágrimas e enxuga com os cabelos. Em seguida, Frei Gabriel Dellandrea, a serviço do SAV Provincial, fez uma breve homilia, dizendo que perguntou a um amigo sobre esta passagem bíblica, revelando no final que a resposta pertencia

a Frei Estevam Gomes Pereira, o Frei Estevinho, que faz parte da fraternidade local.

“A mulher pecadora parecia querer seduzir Jesus e percebe que naquele homem havia algo de diferente”, afirmou. E disse que o que tornou Jesus especial para aquela mulher foi o seu gesto de acolhida, pelo qual ela não esperava. “Jesus Cristo é especial na vida de cada um de nós, porque como Ele fez com a pecadora, ele não nos olha pelos nossos rótulos, mas a partir da dinâmica de Deus. E Deus, que muito perdoa, com certeza muito ama a cada um de nós. Por isso, antes de sermos missionários da reconciliação, e sermos especiais na vida de qualquer outra pessoa, nós precisamos

ter Jesus como alguém muito especial na nossa vida”, disse Frei Gabriel.

Em seguida, os jovens foram convidados para um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento. Frei Diego falou principalmente da questão do perdão e da reconciliação em todos os aspectos: pessoal, afetivo, familiar. Enquanto os jovens estavam em adoração do lado de fora da capela, os religiosos e religiosas de diversas congregações se preparavam na parte interna da capela para um momento muito emocionante: o lava-pés.

Aos poucos, os jovens foram entrando na capela, para terem os pés lavados pelos religiosos e religiosas.

Para muitos jovens, era difícil conter

as lágrimas. Após o lava-pés, cada jovem recebeu uma vela, que foi acesa no círio pascal, e voltaram para a Adoração ao Santíssimo, que seguiu por mais um momento, até a bênção final. A banda formada por jovens e frades animou com os cantos durante toda a oração. E também no final, com muitos cantos de louvor. Frei Diego destacou que este momento foi para que os jovens pudessem ter este encontro pessoal com Deus, para que, reconciliados com Ele e com a própria história, pudessem seguir mais leves ao encontro daqueles que mais necessitam.

A noite foi encerrada com uma festa brega, no Centro de Eventos Monte Alverne, do Colégio Bom Jesus.

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2º dia

“Sejam construtores de pontes”

A

sexta-feira, 20 amanheceu cinzenta na Fraternidade São Boaventura, em Rondinha (PR). Nem a fina garoa que insistiu em cair durante toda a manhã foi capaz de desanimar os mais de 500 jovens que participam da 4ª edição das Missões Franciscanas da Juventude.

Na oração da manhã, os jovens cantaram, rezaram e dançaram em ação de graças pelo novo dia que nascia. No encerramento, os 3 jovens de

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igrejas evangélicas fizeram as preces, pedindo pela paz e pelo diálogo.

Mas o momento mais marcante do dia estava por começar. Maysa Francener, da Pastoral da Diversidade da Paróquia Bom Jesus dos Perdões de Curitiba (PR), foi chamada para falar aos jovens sobre reconciliação. Em tempos de tanto ódio e crimes contra a população LGBT, a fala tocou em cheio o coração dos jovens. Ela contou que sempre teve uma caminhada atuante dentro da Igreja, mas que se

afastou após se assumir transexual e começar as terapias para a transição.

Este afastamento durou até a chegada do sucessor do Papa Bento XVI. “Na véspera da eleição do Papa Francisco eu pedi, na Catedral de Cascavel (PR), um novo Francisco para a nossa Igreja. E no dia seguinte ele veio”, afirmou.

Maysa contou que se mudou para Curitiba após uma série de problemas em Cascavel, envolvendo agressões físicas e ameaças, e 4 meses após sua chegada, sentiu um apelo muito for-

te para voltar para a Igreja. “Eu entrei na igreja Bom Jesus e vi de um lado o quadro do Sacrifício de Abraão e Isaac e do outro lado um quadro enorme da Eucaristia. Eu estava fazendo esta reflexão naqueles dias e falei: aqui é o meu lugar. Mais algum tempo, fui convidada para participar de um grupo chamado Diversidade Católica do Paraná. Este grupo queria se organizar como pastoral dentro da igreja, mas a gente não tinha espaço para reuniões”, relatou.

Em janeiro de 2016, Maysa procurou o Frei Alexandre Magno, pároco da Paróquia Bom Jesus dos Perdões.

“Ele foi muito bom, ele foi um pai”, afirma. O pároco pediu então ao bispo a autorização para que o grupo se

reunisse e, em março de 2016, nascia a Pastoral da Diversidade, assessorada por Frei Benjamim Berticelli. “Não é um trabalho de doutrina, não é um trabalho de questionamentos, mas é um trabalho de acolhida, de amar as pessoas”, esclareceu.

VOLTAR-SE PARA O OUTRO

Maysa falou um pouco sobre uma das temáticas desta edição das Missões, a reconciliação. “O verbo conciliar significa harmonizar, colocar em harmonia, estar em sintonia, conciliação é conciliar, é voltar para o outro. Então se eu preciso de uma reconciliação é porque alguma coisa rompeu nessa harmonia entre mim e o meu irmão, entre mim e o meu pai,

minha mãe, entre mim e a Igreja, a comunidade, alguma coisa rompeu, o que é que rompeu? Nós carregamos dentro de nós, como se fosse um porta-retratos, de múltiplas faces, as pessoas que nos são caras, são importantes. Nós criamos dentro de nós uma imagem dessas pessoas. Essas pessoas passam a viver dentro de nós, mas por algum motivo este porta-retrato pode se quebrar. E esse processo começa dentro de mim. Às vezes, não estou em harmonia com o outro, mas o problema não é do outro, o problema está dentro de mim. Às vezes, o outro nem sabe que estou em conflito com a pessoa dele”, contou, afirmando que dentro da própria família este elo também se rompeu quando ela assumiu a transexualidade.

Como gesto simbólico, pedindo perdão para Maysa e para toda a comunidade LGBT, os organizadores e jovens prepararam um momento de lava-pés para a coordenadora da Pastoral da Diversidade que, incrédula e emocionada, aceitou receber.

Formou-se então uma fila de jovens e adultos que rememoraram o gesto de Jesus com seus apóstolos, lavando, enxugando e beijando carinhosamente os pés de Maysa, que em seguida afirmou que isto nunca havia sido feito com ela.

UNGIDOS PARA A MISSÃO NAS COMUNIDADES

No final da manhã, os jovens se reuniram para a Celebração Eucarística, que foi presidida por Frei Diego Melo e concelebrada por Frei Jean Ajluni, guardião da Fraternidade São Boaventura, Frei Rodrigo da Silva Santos, mestre dos frades de profissão temporária, diácono Osni Jasper, de Santo Amaro da Imperatriz (SC) e Frei Mario Stein, vigário paroquial em Colatina (ES).

Em sua homilia, Frei Diego pediu que os jovens sejam construtores Fevereiro / 2017 [Comunicações]

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de pontes nos locais visitados, fazendo uma ligação com o Evangelho do dia. “Vocês vão se encontrar com situações que quem sabe você nem sabia que isso existia, com dores, com dramas, com testemunhos, com realidades que vocês vão pensar assim: o que é que eu vou fazer agora, o que é que eu vou dizer, nem tenho palavras para dizer. Mas o Evangelho que nós ouvimos hoje vai se concretizar. Nós vamos com a autoridade e a força que vem de Deus, com a autoridade e a força que o próprio Espírito coloca no coração de cada um de nós. E lá, cada um ao seu jeito, alguns com palavras, outros com cantos, outros com um sorriso, outros com um abraço de acolhida.

Lá vocês irão expulsar tantos demônios, tantas coisas que impedem a vida dessas pessoas”, afirmou.

Ao final da Missa, Frei Diego apresentou os frades da fraternidade local e agradeceu pela acolhida e pelo trabalho nos dias que antecederam o encontro e durante o mesmo. Ele agradeceu também aos voluntários que ajudaram na limpeza e cozinha e aos funcionários do Bom Jesus, que auxiliaram na acolhida.

Em seguida, os religiosos e religiosas ungiram os jovens com óleo de narco, desejando que eles fizessem uma boa experiência. Cada jovem ganhou um boné, um “solidéu jovem”, para que eles não se esquecessem de que, acima deles, somente Deus.

MISSIONÁRIOS ESPALHAM AMOR, FESTA E RECONCILIAÇÃO

Após o almoço na Fraternidade São Boaventura, os jovens seguiram para Curitiba, para a Paróquia Bom Jesus dos Perdões. Frei Alexandre Magno deu as boas vindas e os jovens fizeram uma caminhada pelos principais pontos turísticos da cidade: Praça Rui Barbosa, Praça Osório, Praça Tiradentes, Catedral, Centro Histórico, Centro Cívico, Bosque do Papa e Museu do Olho. Mais do que caminhar, eles foram levando alegria e amor pelas ruas. Vestidos de colete amarelo, atraíram a atenção dos comerciantes e transeuntes, que registravam nos celulares a curiosa passagem do grupo pelas ruas de Curitiba.

Na Praça General Osório, também conhecida

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Maysa

como “Boca Maldita” a partir de 1956, por tornar-se um local livre para o debate e a manifestação de opiniões, os jovens fizeram a sua manifestação através da arte. Um jovem vocacionado, vestido com o hábito franciscano, fez uma encenação, enquanto Frei Florival Mariano de Toledo cantava “O amor não é amado”, de Frei Beraldo J. Hanlon.

Em seguida, eles começaram o flash mob, uma mobilização que é feita em locais públicos com uma coreografia ensaiada previamente.

O hino composto por Frei Zilmar

Augusto, da Custódia do Sagrado Coração de Jesus, especialmente para o evento, ecoou pela Boca Maldita, nos passos da coreografia criada pelo jovem Brener Pereira, da Paróquia Bom Jesus dos Perdões.

Após a Caminhada, os jovens foram para o Teatro Bom Jesus, onde assistiram à peça “Encruzilhada”, que foi adaptada e montada especialmente para as Missões Franciscanas. A peça, dirigida por Antonio Luciano Saraiva, foi baseada no filme “A Encruzilhada”, e conta como a vida pode ligar o caminho de pessoas tão diferentes, mas com um mesmo objetivo em comum: seguir o seu sonho. O elenco, formado por jovens da Paróquia Bom Jesus, ensaiou por 5 meses para se apresentar aos missionários. E o esforço foi recompensado! Ao final da encenação, os atores foram ovacionados pela platéia.

Os jovens seguiram então para seus grupos de missão, nas diversas comunidades espalhadas por Curitiba.

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3º dia

Dividir para multiplicar

N

o sábado, 21, terceiro dia das Missões Franciscanas da Juventude em Curitiba, os jovens já pernoitaram nas casas das famílias próximas aos seus locais de missão. A ideia era que, em pequenos grupos, eles fizessem uma experiência mais rica, de partilha, amizade e colaboração.

Os missionários da reconciliação visitaram os comércios da cidade, um local de prostituição conhecido como Casa Azul, a Santa Casa de Misericórdia, marcaram presença no Jardim Botânico, levaram a Alegria do

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Evangelho junto a uma APAE do município, e prepararam um delicioso almoço para os moradores em situação de rua. Em todos os cantos da cidade de Curitiba era bonito de ser ver que a presença dos jovens franciscanos, acompanhados dos frades, causava bastante impacto nas ruas da capital paranaense.

Uma das experiências aconteceu em Piraquara, no Hospital San Julian e na Capela São Roque, o antigo leprosário. Pela manhã, o grupo, que ficou hospedado nas famílias da Paróquia Bom Jesus dos Perdões saiu em

direção a Piraquara. O hospital São Julian foi fundado em 1968, e acolhe até 400 homens que desejam largar a dependência do álcool e das drogas.

Os missionários chegaram durante o horário de visita para alguns atendidos. Numa pequena lanchonete, os grupinhos se formavam. Pais, mães, esposas, amigos, filhos e filhas, todos visitando os parentes internados.

Os jovens foram acolhidos pela assistente social Eliane Aparecida Cruz e por uma equipe de funcionários e professores. Em seguida, eles apresentaram uma versão moderna

Jeferson para a parábola do Filho Pródigo, uma maneira simples de dizer àqueles homens internados que é sempre possível uma nova chance.

Enquanto a equipe cuidava da apresentação, outro grupo se dirigiu para a ala psiquiátrica, onde ficam internados os casos considerados mais graves. Eles apresentaram uma releitura do primeiro capítulo do Livro do Gênesis, que aborda a criação, através da arte. “Foi um momento intenso que prendeu a atenção e os missionários traçaram o sinal da cruz na testa dos internos com a argila, gesto que causou comoção. Podemos dizer que saímos agraciados pela oportunidade de poder interagir e conhecer a reali-

dade e o mundo em que vivem nossos irmãos com transtornos que muitas vezes excluímos. Deus nos envia e capacita para proclamar o seu amor. Impossível não se emocionar ao perceber o rosto misericordioso nos olhos desses irmãos”, afirmou Elisa Lima, de Lages (SC).

Depois do encontro com as famílias, foi momento de visitar os outros pacientes. Os missionários encontraram homens de diversas idades e lugares. Eles reapresentaram a parábola do Filho Pródigo e, em seguida, ouviram dois testemunhos, do Carlos Henrique e do Jeferson Santos. O Carlos Henrique é paciente do San Julian, mas está de malas prontas: deixa o

hospital na próxima terça-feira, após 4 meses de tratamento. Ele aproveitou a oportunidade para agradecer aos companheiros do hospital pelas partilhas e pela força que lhe deram.

“Em 4 meses eu fui me conhecendo, soube da minha doença, transtorno bipolar, e aprendi a escutar os outros.

Escutando eu vou estar me curando”, afirmou.

O outro testemunho foi do Jeferson, vindo de Forquilhinha (SC). Ele, mais que missionário, é um dependente químico em tratamento, e foi liberado pelos médicos para participar da experiência em Curitiba. Sua fala trouxe esperança para aqueles homens, e um novo olhar para os jovens Fevereiro / 2017 [Comunicações]

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missionários. “Não tenham vergonha da realidade de vocês”, pediu Jeferson.

E falou sobre os problemas que a dependência química gera, não somente para o usuário, mas para as pessoas que o cercam. O mais importante é desejar algo melhor. “Não desista dos sonhos de vocês. Após a tempestade tem algo melhor que se possa imaginar”, concluiu.

ALMOÇO E VISITA AO ANTIGO LEPROSÁRIO

Após as visitas, os jovens foram conhecer outro local muito especial, a antiga Colônia São Roque, que hoje é o Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná. No local vive Frei Rui Depiné, de cativantes olhos azuis e fala mansa, e algumas Irmãs Franciscanas de São José, que auxiliam nos trabalhos da comunidade e no cuidado de Frei Rui. Os jovens foram recebidos com muita alegria e entusiasmo e uma deliciosa feijoada. Após o almoço, Frei Rui contou um pouco sobre a história da Colônia São Roque e das dificuldades que eles enfrentaram. “Os doentes eram despejados no último vagão do trem, as irmãs chegavam a buscá-los em carrinho de mão para trazer até aqui”, partilhou.

Josy Ferraz, que ajudou na articulação do grupo e é, com as irmãs, braço direito de Frei Rui, também falou aos jovens sobre sua relação com a comunidade. Ela participa da Igreja Batista, mas afirma que o trabalho feito no São Roque é muito importante para ela, independente da confissão religiosa, e que brinca com o pastor de sua Igreja, quando questionada sobre sua ausência: “Eu não venho ao culto, mas participo todo sábado e domingo na missa no São Roque”.

Os missionários seguiram então para a segunda parte da experiência, onde puderam entregar os materiais escolares doados pelos jovens para as

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Frei Rui Depiné

crianças carentes de Piraquara. Quando chegaram, viram uma fila de mães e crianças, ansiosas pela chegada dos visitantes. Eles desembarcaram do ônibus com perucas, óculos coloridos, cantando e interagindo com as crian-

ças que, aos poucos, foram perdendo a timidez e entrando na brincadeira.

Com tintas, tiveram os rostos e mãos pintados, ganharam chocolate e ganharam, sobretudo, muito carinho e amor dos jovens. Depois formaram-se

duas filas: para as crianças menores, cadernos brochura com lápis de cor, para os mais velhos, cadernos universitários com caneta, lápis e borracha.

Certamente, o desejo dos missionários era ficar mais tempo com aquelas crianças e seus pais, mas eles tiveram que voltar para São Roque, onde celebraram a Eucaristia com a comunidade às 18h. A missa foi presidida por Frei Ângelo Vanazzi, que acompanhou o grupo dos missionários.

Na hora da despedida, Frei Gabriel Dellandrea agradeceu a calorosa aco-

lhida e, emocionado, falou a respeito do trabalho realizado no São Roque.

“Há pessoas que não fazem a Missão Franciscana da Juventude, mas que vivem a Missão, fazem das suas vidas uma Missão Franciscana”, afirmou. E concluiu: “O paraíso é aqui”, relatando da sua experiência pastoral no local enquanto era frade estudante de Filosofia em Rondinha.

Frei Rui dirigiu algumas palavras aos jovens missionários, afirmando que aquela presença era inexplicável e agradeceu, dizendo: “Por aqui ficam

as marcas, não as do sapato, mas as de Deus”, concluiu.

INDO AO ENCONTRO DAS FAMÍLIAS NA PARÓQUIA DA FERRARIA

Também um grupo de aproximadamente 50 jovens realizou durante todo o dia, na Paróquia Senhor Bom Jesus, de Campo Largo (PR), atividades voltadas à manutenção das igrejas, e especialmente visitas às famílias.

Três comunidades do bairro Ferraria foram presenteadas com a juventude missionária. No final do dia, as comunidades em procissão, acompanhadas com as imagens dos padroeiros das capelas, se encontraram em frente à Igreja Matriz, para juntos encerrarem as atividades com a Celebração Eucarística. Presidida por Frei Mário Stein, de Colatina (ES), e concelebrada por Frei Marcos Prado, de Ituporanga (SC), e pelo diácono Osni Jasper, da Paróquia de Santo Amaro da Imperatriz (SC). Após a homilia, o celebrante convidou alguns jovens a darem seus testemunhos. Foram unânimes ao afirmarem que a boa acolhida e a simplicidade das pessoas impactaram de forma ímpar a vida de cada um. Após a celebração, já no salão paroquial, os jovens da comunidade local conduziram um momento artístico muito bonito, por sinal. Em seguida, teve início uma confraternização com todos os presentes.

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4º DIA - ENCERRAMENTO

Abraçar e seguir o Projeto de Deus, pede Frei César

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o domingo, 22, os jovens missionários que estavam espalhados pela grande Curitiba voltaram a se reunir na igreja Bom Jesus dos Perdões, na região central da capital paranaense, para celebrar a Eucaristia de encerramento da 4ª edição das Missões Franciscanas da Juventude.

A missa foi presidida por Frei César Külkamp, Vigário Provincial, Frei João Mannes, Definidor Provincial e Presidente da Associação Bom Jesus, Frei Alexandre Magno, pároco da Bom Jesus, e outros frades, religiosos e religiosas que estiveram presentes

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em todos os momentos das Missões Franciscanas. A bonita igreja ficou tomada de jovens missionários, que dividiam espaço com as famílias acolhedoras e outros paroquianos. O clima era de festa!

Em sua homilia, Frei César destacou que eles estavam celebrando não apenas o encerramento de um evento.

“Nós não estamos reunidos em Curitiba apenas para um evento, apenas para um momento forte de emoções.

Nós estamos aqui para fazer brilhar mais forte em nossos corações a luz da qual a Palavra de Deus nos fala: ‘Para o povo que habitava nas trevas,

brilhou uma luz’”, afirmou.

O Evangelho deste 3º domingo do Tempo Comum, retirado de Mt 4, 12-23, fala do chamado dos primeiros discípulos, um tema muito tocante para a juventude. “Ele vai escolhendo os discípulos, começa a chamá-los, ali naquele lugar. E não eram as pessoas mais ilustres, não eram as pessoas mais influentes, poderosas. Ele escolhe homens simples, do povo, pescadores. Ali Ele chama Pedro e André”, acrescentou.

O Vigário Provincial recordou as palavras do Papa Francisco, ao criticar as pessoas que parecem

anestesiadas diante da realidade, insensíveis, por causa do consumismo, das tecnologias e de outras coisas, que quando usadas corretamente são boas, mas que distraem do foco principal e nos faz esquecer o mais importante: o nosso próximo.

“Cristo se apresenta como a luz que traz esperança, que traz um sentido novo para a nossa vida. Nós nos reunimos neste tempo para nos deixarmos iluminar, tocar por essa luz.

A luz da verdade, a luz da fé, a luz que torna a nossa vida totalmente diferente, dá um sentido totalmente novo”, disse Frei César.

“Hoje também Ele nos convida para sermos seus discípulos. E o que significa ser discípulo hoje? Significa escutar com muita atenção a sua Palavra, seus ensinamentos, descobrir no Evangelho esta luz da fé, esta luz da verdade, acrescentou Frei César, que disse ainda que durante as missões os jovens já puderam fazer esta experi-

ência, ao fazerem o gesto do lava-pés.

Frei César agradeceu aos jovens pela presença e, ao receber aplausos dos jovens, disse que não eram para ele, mas que estes aplausos eram para toda a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil.

Frei Diego chama os jovens a refletirem sobre a causa de tantos problemas

Após a missa, os jovens seguiram para o ginásio, onde voltaram a se encontrar com os grupos das experiências, para avaliarem as missões. Os grupos falaram no plenário sobre as experiências vividas.

Ao final, Frei Diego provocou os jovens a não ficarem somente no campo sentimental, mas se questionarem sobre o porquê dos problemas sociais. “Aquela ocupação é fruto de um sistema, que gera pobres, é fruto de um sistema que exclui as pessoas, a gente precisa se dar conta disso. Isso

não cai do dia pra noite, é importante a gente ter formação. A gente precisa ter essa leitura, essa visão, de que a missão nós podemos fazê-la com um alcance muito maior se a gente criar esse senso crítico”, acrescentou, falando sobre uma ocupação que os missionários visitaram.

O coordenador do SAV, que esteve na experiência no bairro Sabará, afirmou que uma das partilhas que ouviu o tocou muito, quando uma jovem dizia que estava saindo de lá angustiada. “Que a angústia se transforme no desejo de conhecer esta realidade, entender e procurar mudá-la, e aí assim a nossa missão vai ser maior ainda”, afirmou.

Frei Diego falou ainda sobre as dúvidas que nascem no coração e na cabeça dos jovens diante de tantas informações. “Quando vocês tiverem dúvidas, façam a opção pelos pobres e mais fracos, pelas minorias”, concluiu.

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A experiência ecumênica das Missões

Uma das características que tem se repetido nas atividades promovidas pelo SAV é a procura de participantes de outras confissões religiosas. Nestas Missões, 3 pessoas eram de igrejas evangélicas, e viveram intensamente a experiência, como foi o caso da Carina Costa, que foi participar a convite de seu

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irmão, Frei Leandro Costa, que agora reside em Vila Velha (ES). Ela é membro da Assembleia de Deus, do Ministério AD Promessa, e afirmou que foram dias inesquecíveis.

“Quando a gente fala de construção, a gente pensa sempre que precisamos de outros elementos e ferramentas. A gente tem o cimento, tem areia, parafuso, madeira. Eu vejo isso na missão, cada um com sua

função e sua importância”, afirmou.

Outra participação que teve destaque foi a do Alciney e do Maciel, de Chopinzinho. Alciney é deficiente visual, e participou de todos os momentos, com a valiosa ajuda do Maciel. Os dois foram chamados ao palco para receber o carinho dos participantes. Mariana Rogoski, da equipe de preparação das Missões, falou sobre o cuida-

do de Maciel com o amigo, sempre acompanhando-o. Em sua simplicidade, Maciel agradeceu e pediu que o Senhor retribuísse a todos.

Alciney partilhou sua experiência missionária, destacando que para ele foi fundamental ter ficado no centro, pois teve contato com uma realidade que não existe em Chopinzinho, as pessoas em situação de rua. “Eu, como cego, faço mui-

tas coisas de ruim. Eu reclamo por nada e ontem, eu ajudando a entregar as frutas, muitos, só pelo gesto de dar a mão, um sorriso, ficavam agradecidos”, afirmou o jovem, que conseguiu a última vaga na caravana que viria para as Missões.

No encerramento, Frei Diego agradeceu a comissão que ajudou durante todo o processo de planejamento e preparação das Missões em

Curitiba. Emocionado, Frei Diego agradeceu também ao Frei Gabriel Dellandrea, que passou a integrar a equipe do SAV. Falando sobre as Missões, o coordenador destacou a abertura dos participantes ao abraçarem o que foi proposto pela comissão organizadora. “Sem medo, com muita disposição, com muita alegria, eles abraçaram de fato tudo o que era proposto”, afirmou.

Como muitos disseram, ao sair de Curitiba nasce uma nova missão e uma realidade desafiadora na realidade de cada um. “Um grande desafio para a juventude de hoje é redescobrir o seu protagonismo na sua própria comunidade, na evangelização, descobrir a importância que tem o seu modo de pensar, o seu jeito de ser Igreja. É um grande desafio para os jovens e também para as comunidades, de aceitá-los com as suas riquezas e com os seus questionamentos”, ponderou.

Um dos momentos mais aguardados foi o anúncio da sede das próximas missões. Os jovens curitibanos passaram o Tau da Juventude, símbolo das missões, para os jovens de Agudos e Bauru, as cidades que receberão as Missões Franciscanas da Juventude entre os dias 18 e 21 de janeiro de 2018.

EQUIPE DE COMUNICAÇÃO Érika Augusto (texto e fotos); Frei Leandro Costa, Frei Augusto Luiz Gabriel e Bruna Oliveira (fotos)

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Evangelização

SEMANA DE FORMAÇÃO NO SEFRAS

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ano começou com formação no Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras). Entre os dias 3 e 6 de janeiro aconteceu a 9ª edição da Semana de Formação, que este ano abordou os diversos tipos de resistência, com o objetivo de qualificar o trabalho social e também refletir sobre a atuação social em diversos campos da educação popular.

No primeiro dia, o professor de Filosofia do Instituto Federal de São Paulo, Christian Tadeu Gilioti, apontou a necessidade de se resgatar o trabalho de base, de formação humana e de opção pelos pobres. “Isso já é tradicional na Igreja Católica, principalmente na história da América Latina, e pode contribuir em outras iniciativas. Acredito que a gente vai passar por longos anos de resistência e com poucas possibilidades de reverter totalmente o processo político, mas penso que a esperança é um processo que se constrói coletivamente e o sentido dessa formação de hoje é reativar esse desejo e esse sentimento de esperança num futuro que dê uma redenção a todos os trabalhadores não só

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do Brasil como do mundo”, informou.

A assistente social do Sefras Dejupe, Adriana Brito, apresentou algumas reflexões sobre como se configura o pensamento conservador e como ele pode influenciar a sociedade.

“Resumidamente, o pensamento conservador resulta de uma cultura de violência e de negação das diferenças.

E o que temos percebido é que nossa sociedade caminha para esses extremismos. Se fizermos uma analogia histórica podemos ver como o pensamento conservador vem incidindo na vida cotidiana das pessoas. Por isso é de extrema importância pensar em medidas alternativas”, disse.

O militante de defesa dos Direitos

Humanos e do movimento popular, Givanildo Manoel da Silva, falou sobre formação política e trabalho de base. Segundo ele, o capitalismo vem destruindo as relações sociais do povo. “Para que a gente possa desenvolver as nossas potencialidades, é necessário construir um outro projeto de sociedade. Este projeto atende interesses de poucas pessoas”.

Leonardo Pinho, presidente da central de cooperativas Unisol Brasil e membro do Conselho Nacional de Direitos Humanos, falou sobre economia solidária. “Estamos vivendo um retrocesso em questões de direitos sociais, econômicos e trabalhistas”, constatou.

Evangelização

Serviços do Sefras celebram o Natal

O

Natal nos serviços dos Sefras foi celebrado em grande estilo. Com muita festa, comida, brincadeiras e apresentações artísticas, os participantes puderam

sentir o gostinho de uma data festiva em família. Além disso, por meio de diversas doações de empresas e voluntários, o Natal de muitas famílias ganhou um brilho especial. As comemorações

envolveram os serviços: Sefras Prevenção HIV/Aids (Cefran), Sefras Criança Jardim Peri, Sefras Criança Petrópolis, Sefras Idoso, Sefras Pop Rua Curitiba, Sefras Criança Tanguá, Sefras Reciclagem, Sefras Dejupe, Sefras Migrante, Sefras Pop Rua São Paulo.

Sefras amplia o espaço para população em situação de rua em São Paulo

O Sefras ampliou o espaço que atende a população em situação de rua na cidade de São Paulo. Faz parte da nova área uma dispensa, refrigeradores, um refeitório e banheiros destinados exclusivamente para os funcionários do serviço.

Também foi destinado um espaço para os assistidos neste serviço lavarem roupas. Para isso, foram instalados tanques e varais. Toda a água será captada da chuva e armazenada em três caixas d’agua.

Alan Costa Fevereiro / 2017 [Comunicações]

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Evangelização

USF se reúne para celebrar o Capítulo das Esteiras

P

rofissionais das diversas áreas dos campi da Universidade São Francisco (USF) se reuniram na segunda-feira, dia 19 de dezembro, para celebrar o Capítulo das Esteiras.

“O Capítulo das Esteiras é uma tradição franciscana. Trata-se de um encontro para celebrar a vida e a missão”, explicou Frei Thiago Alexandre Hayakawa, da CNSP-ASF, mantenedora da USF, na abertura do evento.

O evento marcou o encerramento do Ano Franciscano – ano comemorativo dos 40 anos da Instituição; além de comemorar o Natal e a passagem de ano. Na ocasião, a celebração aconteceu em torno à mesa, na partilha de um saboroso churrasco, ao som de música ao vivo, e nas opções de lazer e entretenimento da Fazenda Haras São Bento, em Bragança Paulista, onde a confraternização foi realizada.

“Sentimo-nos mais forte vendo essa presença de colaboradores. Colaboradores nessa tarefa primordial, que tanto a nossa Igreja quanto a Ordem Franciscana, nossa província, tomaram como prioridade: educar.

Nosso Papa, que também tem essa

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abertura para todas as manifestações culturais e religiosas, insistiu com os frades e religiosos que educar é uma tarefa central, é uma grande missão, que precisamos levar à frente como religiosos. E aqui, contando com essa colaboração – de vocês que estão na linha de frente desse trabalho na educação do dia a dia –, vocês tornam presente, tornam verdadeiro esse sonho, de uma educação realmente franciscana, que seja promotora da paz e do bem”, disse Frei César Külkamp, Vigário Provincial.

Frei César ressaltou ainda o desejo do Ministro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e Chanceler da USF, Frei Fidêncio Vanboemmel, de que “possamos crescer nessa colaboração mútua, que nós possamos crescer nessa rede franciscana de educar e de evangelizar, nas outras formas de evangelização”.

O ano de 2016 foi intenso, marcado por muitas atividades e conquistas.

O reitor da USF, Prof. Joel Alves de Sousa Júnior, agradeceu aos colaboradores e comentou o poder simbólico das comemorações de final de ano para o início de novas atividades.

“Esse momento, que reunimos a maior parte dos colaboradores, aqueles que puderam estar conosco, é muito importante para a instituição porque dessa forma estamos simbolicamente encerrando o ano de atividade e, simbolicamente, aguardando o início de uma nova etapa. Assim, temos como cumprida uma missão, mas uma missão que não termina; é apenas uma etapa. Daqui a pouco vamos iniciar uma nova etapa, relacionada à educação, à evangelização e ao nosso trabalho individual, que integra essa coletividade tão grande e que produz um significado maior”, afirmou o reitor.

Cerca de 700 profissionais participaram do evento. Além do Vigário Provincial, o evento contou ainda com a presença do Frei Nilo Agostini, Diretor Secretário CNSP-ASF e representantes da administração geral da CNSP-ASF e Grupo Bom Jesus: Jorge Apóstolos Siarcos, diretor-geral; Sérgio Santi, gerente de TI; Eros Pacheco Neto, gerente financeiro; Viviane Alves, gerente de Desenvolvimento Institucional; e Leila Pagnozzi, assessora da mantenedora.

Nádia Pêrego

Evangelização

Natal Solidário em curitibanos

A

emoção tomou conta dos colaboradores que participaram da entrega de mais de duas mil fraldas geriátricas ao Asilo de Curitibanos, no dia 19 de dezembro de 2016. A iniciativa da Fundação Frei Rogério mobilizou a população, através das Rádios Coroado AM e Movimento FM, para que colaborassem com a campanha, que foi considerada muito positiva pela direção.

Conforme destaca o diretor Frei Neuri Francisco Reinisch, através de iniciativas como essas, é possível propagar a solidariedade, o amor e a compaixão pelo próximo, especialmente se tratando dos idosos que em grande maioria carecem de atenção e cuidado. “Com essa campanha sentimos o quanto a comunidade é atenciosa com as rádios e o quanto se sensibiliza com atos de bondade.

Foi realmente um sucesso, tanto na quantidade que conseguimos arrecadar, quanto no empenho de todos em divulgar durante a programação esta ação que culminou em uma expressiva quantidade de fraldas geriátricas”, comentou.

Em conversa com irmã Maria, responsável pela direção da entidade, as fraldas eram um item de primeira necessidade, já que mais de 80% dos idosos fazem uso e, em alguns casos, chegam a realizar mais de seis trocas diárias. “Estamos muito felizes com essa atitude da Fundação Frei Rogério, será de grande ajuda essa entrega. Gostaríamos de agradecer também a toda comunidade que ajudou a tornar essa campanha realidade”, comentou a irmã.

No período em que estiveram no asilo, os colaboradores interagiram com os idosos e entregaram uma cesta de doces a cada um, que, mesmo

através da fala comprometida e das mentes um tanto confusas, expressaram a gratidão com gestos de carinho e palavras afetuosas, como foi o caso de dona Hortência da Silva, que aos 80 anos usa brincos e colares para demonstrar sua vaidade e ainda é ciente da realidade em que se encontra. “Minha filha me deixou aqui, estou muito feliz com a visita de vocês e agradeço pelos doces. Não sei como será meu Natal, acredito que ela não virá, então, vocês vieram trazer um pouco de alegria para nós”, reconheceu.

Durante a visita, a reportagem também encontrou o padre Laudovino Rossetto que atuou na vida religiosa por cerca de 40 anos. Há dois anos residindo no asilo, ele diz que sente falta de suas atividades. “É difícil acostumar depois de tantos anos atu-

ando com a comunidade. Hoje aqui é muito parado, mas fazer o que, Deus quis assim”, comentou.

Para finalizar, Frei Roberto Carlos Nunes, que acompanhou a visita, realizou uma bênção aos idosos e desejou feliz natal a todos. “É um momento onde nos deixamos levar pela emoção em poder fazer parte de uma campanha tão bonita, que gerou tantos frutos. Estamos muito contentes com o resultado e também com a reação dos idosos que tão bem nos acolheram. Somos gratos a toda comunidade curitibanense que tão prontamente aderiu à nossa campanha e nos permitiu levar a esses idosos dignidade e maior qualidade de vida”, concluiu.

Fabricia Borsatti (texto e fotos) Fevereiro / 2017 [Comunicações]

135

APARECIDA FRANCISCANA Capítulo das Esteiras celebra Jubileu de Ouro da Família Franciscana do Brasil 3 a 6 de agosto de 2017

Venha celebrar em Aparecida

Inscrições até 3 de maio!

Conferencistas

Frei Vitorio Mazzuco Filho, OFM Frei Carlos Susin, OFMCap Frei Rodrigo Peret, OFM Dom Luiz Cappio, OFM

CFFB

N

Moacir Beggo

o clima do Ano Mariano, a Conferência da Família Franciscana do Brasil celebra o seu Jubileu de Ouro no Capítulo das Esteiras, o grande evento que vai reunir em Aparecida frades, irmãs clarissas, irmãs e irmãos da Terceira Ordem Regular (TOR), da Ordem Franciscana Secular (OFS), da Juventude Franciscana (Jufra), dos Movimentos Francisclarianos e simpatizantes de Francisco e Clara, de 3 a 6 de agosto de 2017.

“Neste Capítulo das Esteiras, a Família Franciscana do Brasil retoma algo peculiar na espiritualidade franciscana que é o encontro de irmãos e irmãs, celebrando o Deus da vida e refontizando-se na experiência da fraternidade, como aconteceu com São Francisco”, explica Frei Éderson Queiroz, presidente da Conferência da Família Franciscana do Brasil - CFFB, referindo-se aos primórdios da Ordem quando os frades se reuniam em capítulo e, porque eram muitos e não havia hospedagem para todos, tinham que pernoitar nas esteiras. “Ali era o encontro de voltar às fontes, ao espírito das origens. E daquele capítulo, eles partiam renovados, fortalecidos e com um grande desejo de irradiar no mundo a experiência da fraternidade vivenciada na escuta do Evangelho na Porciúncula, junto a Santa Maria dos Anjos”, acrescenta Frei Éderson.

O tema que vai conduzir este Capítulo é “Levar ao mundo a misericórdia de Deus” e o lema convoca: “É preciso voltar a Assis!”. Frei Éderson explica a escolha: “Voltamos à experiência de oitocentos anos atrás - com a Igreja, a sociedade, com famílias profundamente machucadas, divididas por guerras em nome de Deus, de

pessoas morrendo e sendo esmagadas em nome de Deus -, quando Francisco tem uma profunda intuição: é preciso levar todos ao paraíso. Francisco queria criar paraísos na vida das pessoas, nas relações entre as pessoas, entre as religiões. Ele queria criar paraísos que pudessem ser experiências de fraternidade, de respeito e de alteridade”, explica Frei Éderson.

Sinais

Para o presidente da CFFB, esse Capítulo tem alguns sinais (significados): 1º) Queremos emitir para toda a so-

ciedade, para toda a Igreja, o valor da fraternidade minorítica. Irmãos e irmãs, que seguindo o Cristo pobre entre os pobres, querem levar para a nossa realidade social e eclesial o valor da fraternidade. Nós estamos vivendo numa sociedade cada vez mais esgarçada, cada vez mais fendida, machucada, com múltiplas divisões e intolerâncias, com esse neofascismo que vai permeando a realidade do mundo e temos muito o que propor. É possível ser irmãos. É possível criar uma realidade de irmãos. E isso nós temos muito forte no nosso carisma, que é a fraternidade.

2º) Perdão de Assis. Criar paraísos na vida das pessoas, criar paraísos na realidade social, criar paraísos na realidade eclesial. Trazendo para o hoje da nossa história com o Papa Francisco, permear todas as realidades desse sentimento profundo, desta experiência da misericórdia.

O Papa diz na Bula Misericordiae Vultus que a misericórdia é o coração pulsante do Evangelho. Portanto, se não há misericórdia, o Evangelho é uma letra morta. O que faz o Evangelho pulsar - pulsar de vida, pulsar de alegria, pulsar de senso de justiça, que faz o coração pulsar na solidariedade - é a misericórdia. Então, o Papa nos convoca à misericórdia e, com uma exortação apostólica Misericordia e Misera, chama-nos novamente para que possamos fazer aquilo que ele havia dito no Ano Santo.

Portanto, celebrar o perdão de Assis dentro do Capítulo das Esteiras é assumir no mais profundo do coração atitudes concretas de como viver a misericórdia no mundo de hoje. E nós, como herdeiros de São Francisco e Santa Clara, temos nesses dois uma escola de misericórdia. É possível misericordiar o mundo, as pessoas, com afeto e com ternura.

O presidente da CFFB convoca toda a Família Franciscana neste Ano Mariano, que ali vai beber na fonte da fraternidade e, num gesto profético, vai propor à sociedade, à humanidade, que é possível viver como irmãos, que é possível caminhar como irmãos. “É muito importante estar em Aparecida. Será um momento não só de congraçamento, será um momento de espiritualidade, será um momento de profundo compromisso em misericordiar o mundo de hoje”, propôs Frei Éderson.

Fevereiro / 2017 [Comunicações]

137

CFFB

VAMOS CELEBRAR NOSSA VOCAÇÃO!

É

com alegria que celebramos os 800 anos do Perdão de Assis. Celebramos esse acontecimento memorável no qual Francisco pede ao Papa a indulgência plenária para a Capela de Santa Maria dos Anjos, a Porciúncula.

Francisco deseja mandar a todos para o céu. Francisco deseja que a misericórdia de Deus esteja acessível a todos. E deseja que a pequena ermida, a pequena capela por ele reconstruída, seja um espaço de perdão e reconciliação. Deus habita o coração humano. É ali que ele faz morada. Por isso, Francisco deseja que todo homem e toda mulher possam experimentar a alegria dessa misericórdia e desse perdão.

Para nós, Família Franciscana do Brasil, celebrar os 800 anos do perdão de Assis é celebrar a nossa vocação de embaixadores da misericórdia, de sermos instrumentos de paz e de perdão neste mundo tão ferido. Hoje, mais do que nunca, nós somos chamados a fazer da nossa vida uma profecia. A fazer da nossa vida expressão da misericórdia e da ternura de Deus.

Venha participar conosco, venha se unir à Família Franciscana do Brasil nesse momento histórico. Neste Capítulo das Esteiras, mais do que nos mostrarmos ao mundo, é momento de sentirmo-nos uma única Família, um só coração, unidos no sonho, no ideal de Francisco e Clara de Assis. Um mundo sem fronteiras, um mundo solidário. Um mundo que na unidade se lembra dos pobres, dos feridos, por todo tipo de maldade. Um mundo onde a pessoa humana esteja em primeiro lugar. Venha participar conosco, meu irmão, minha irmã, da Primeira e da Segunda Ordem, de diversas congregações e institutos, também todos os irmãos e irmãs da Ordem Franciscana Secular e Jufra e todos os simpatizantes e amigos de São Francisco. As portas do perdão, as portas da misericórdia, as portas da nossa Porciúncula estão abertas. Participe conosco!

Frei Gilson Nunes, OFMConv

Conselheiro da CFFB e Ministro Provincial da Província São Francisco de Assis (SP)

138

[Comunicações] Fevereiro / 2017

RETOMAR O VIGOR EVANGÉLICO!

O

Capítulo Nacional das Esteiras da Conferência da Família Franciscana do Brasil (CFFB), que vai acontecer na cidade de Aparecida (SP), quer celebrar os 50 anos de caminhada e de comunhão dessa Família que busca em São Francisco e Santa Clara o elo comum na vivência do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Sabemos o quanto São Francisco de Assis amou celebrar os capítulos junto à igrejinha da Porciúncula, dedicada a Nossa Senhora dos Anjos, ou Àquela a quem ele recorria na sua mais profunda fé e devoção com esta saudação: “Salve, Senhora santa, Rainha santíssima, Mãe de Deus, ó Maria, que sois virgem feita Igreja”.

Assim, neste ano do jubileu dos 300 anos que a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada no rio Paraíba do Sul, também a grande Conferência da Família Franciscana do Brasil, no seu Jubileu de Ouro, se reúne junto à Mãe de Deus para retomar o vigor evangélico que a primitiva fraternidade franciscana encontrava nas cercanias da Porciúncula, sempre amparada por Aquela que se fez “palácio, tabernáculo, morada, manto, serva e Mãe do Senhor”.

Como nas origens dos capítulos franciscanos, que todos possamos dirigir-nos a este Capítulo Nacional das Esteiras como irmãos e irmãs desejosos de alcançar a graça do Senhor e também respondermos profeticamente, através da nossa vocação e missão franciscana, aos anseios da Igreja e da humanidade no nosso tempo.

Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM Ministro Provincial da Província da Imaculada Conceição do Brasil

PROGRAMAÇÃO 1º Dia - Quinta-feira - 03/08/2017

14h00 Acolhida e animação 14h30 Oração de abertura 15h00 Saudação dos Congressistas 15h30 Conferência de Abertura “Levar ao mundo a Misericórdia de Deus”, Frei Vitório Mazzucco 16h45 Intervalo 17h15 Apresentação do Capítulo 17h30 Continuação da Conferência 18h30 Recolhimento 19h00 Celebração Eucarística

E

FAÇAMOS A DIFERENÇA!

m agosto, a Família Franciscana do Brasil se reúne na casa da Mãe Aparecida. Estamos no Ano Mariano dos 300 anos do encontro da pequena imagem da Imaculada, sob o título de Aparecida. Não poderia exitir um lugar mais oportuno para celebrar o Perdão de Assis e os 50 anos de criação da Conferência da Família Franciscana do Brasil. É preciso voltar a Assis. Com esse lema somos chamados a contemplar a nossa história.

O Papa Francisco recordava no Ano da Vida Consagrada que é preciso olhar o passado com gratidão. É preciso voltar a Assis. Voltar e contemplar com o coração agradecido, pois são tantos motivos, e vamos fazer como família esse agradecimento. Recordava também que é preciso viver o presente com paixão. A nossa família franciscana tem um DNA muito forte e em todo o Brasil há franciscano e franciscana testemunhando esse Deus apaixonado, exagerado, que entregou sua vida por nós. Lembrava ainda o Francisco de Roma que temos de abraçar o futuro com esperança. A esperança nos faz recomeçar tudo de novo, como dizia o Pai São Francisco. Temos uma herança espiritual forte e preciosa que nos foi dada e que espera ser atualizada e vivida por todos nós, franciscanos e franciscanas. O nosso Capítulo das Esteiras vai ser essa oportunidade única para fazer memória da vocação à vida fraterna, nosso diferencial na Igreja e no mundo. Disse o Papa Francisco aos superiores gerais reunidos: “Despertai o mundo. Sede testemunhas de um mundo diferente no fazer, no agir e viver”. É possível viver diversamente neste mundo. Portanto, façamos a diferença com nossa presença e a nossa participação no Capítulo das Esteiras e que testemunhemos o Evangelho vivo que Francisco viveu, e que é tão atual.

Frei Carlos Silva, OFMCap

Ministro Provincial da Província da Imaculada Conceição (SP)

2º Dia- Sexta-Feira - 04/08/17

08h00 Oração da Manhã 09h15 Conferência: “A Misericórdia na perspectiva franciscana”, Frei Luiz Carlos Susin 10h20 Intervalo 10h50 Celebração Eucarística 12h00 Almoço 13h45 Animação 14h00 Refrão Orante 14h15 Continuação da Conferência de Frei Luiz Carlos Susin 15h15 3 Testemunhos (Realidades de fronteira) 15h45 Intervalo 16h15 Continuação da Conferência

de Frei Luiz Carlos Susin 17h15 Partilha 17h45 Jantar 19h30 Celebração Penitencial na Basílica 21h30 Encerramento do dia

3º Dia -Sábado - 05/08/2017

09h00 Missa na Basílica 10h30 Intervalo 11h00 Conferência: “Laudato Sí, Cuidado da

Casa Comum, relação da Misericórdia

com a Criação...”, Frei Rodrigo Peret, OFM 12h15 Almoço 14h00 Animação 14h30 Continuação da Conferência

de Frei Rodrigo Peret 15h30 Intervalo 16h00 Oficinas 18h00 Jantar 19h30 Testemunho - Dom Luiz Flávio Cappio, OFM 20h00 Confraternização

4º Dia -Domingo - 06/08/2017

08h30 Oração da Manhã (“Estacionamento de Caminhões”) 09h00 Caminhada ao Centro de Eventos 10h00 Intervalo 10h30 Retrospectiva do Capítulo das Esteiras 11h00 Missa Fevereiro de Encerramento / 2017 [Comunicações] 139

Falecimentos

Frei João Batista de Araújo Campos 02/09/1922

+ 30/12/2016

Dados pessoais: formação, transferências, trabalhos

C

omunicamos o falecimento de Frei João Batista, que o Senhor chamou a si na tarde do dia 30 de dezembro, às 16h00, em Bragança Paulista.

No dia 13, Frei Carlos Körber, guardião, informara sobre o estado de saúde de Frei João, que no dia 5 havia celebrado seus 75 anos de vida consagrada franciscana.

O corpo de Frei João Batista foi velado na Fraternidade São Francisco, de Bragança Paulista, de onde foi transladado no dia (31/12) para o Cemitério do Santíssimo Sacramento, em

140

São Paulo. A Missa de exéquias, na capela do cemitério, foi às 15h00, seguida do sepultamento.

Na última frase da ficha autobiográfica, assinada por Frei João em julho de 1982, ele afirma que “o Religioso morre, mas a Vida Religiosa Franciscana perdura”. Nós, que damos prosseguimento a esta Vida, guardemos a memória deste confrade fiel e dedicado, e procuremos, ao recomendá-lo ao Senhor, seguir seu exemplo de vida simples e operosa.

R.I.P.

[Comunicações] Fevereiro / 2017

ascimento: 02.09.1922 (94 anos de idade) .

N Natural de Pinhalzinho (Fazenda Velha)-SP. Pais: Beraldo de Araújo Campos e Maria Alves de Freitas.

O casal teve 8 filhos (3 homens e 5 mulheres – Fr. João é o 4º na ordem de nascimento) Família de agricultores e profundamente religiosa.

Os frades da cidade de Amparo davam assistência religiosa em Pinhalzinho e, daí veio o seu contato com os franciscanos.

Do missionário Frei Antônio Schäfer (Amparo), recebeu o acompanhamento vocacional e o encaminhamento para o seminário.

26.11.1940 – vestição e início do noviciado como Terceiro Franciscano, em Rio Negro-PR. 27.11.1941 – Primeira profissão como Irmão Terceiro, em Rio Negro. (75 anos de Vida Franciscana).

Permaneceu em Rio Negro até agosto de 1942, onde aprendeu os ofícios de alfaiate e cozinheiro.

1943 a março de 1946 – cozinheiro, em RodeioSC. 07.05.1945 – vestição e início do noviciado na Ordem Iª, em Rodeio.

08.05.1946 – Primeira profissão na Ordem Primeira, Rodeio.

1946-1948 – cozinheiro, no Seminário S. Luís de Tolosa, em Rio Negro-PR. 08.05.1949 – profissão solene dos votos perpétuos na Ordem Franciscana.

1949-1950 – cozinheiro, no Seminário Santo Antônio, em Agudos-SP. 1951-1952 – cozinheiro, no Seminário S. Luís de Tolosa, em Rio Negro-PR. 1953-1957 (julho) – porteiro do Convento Bom Jesus, em Curitiba-PR 1957 (agosto)-1967 – porteiro do Convento do Sagrado C. Jesus, em Petrópolis-RJ. 1967 (agosto)-1968 – porteiro do Convento São Francisco, em Rodeio-SC. 1968-1979 – porteiro do Convento Bom Jesus, em Curitiba-PR. Em Curitiba cursou estudos de Contabilidade 23.11.1976 – eleito Definidor Provincial para o triênio 1977-1979.

1980-1997 – ecônomo – Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá-SP. 1986-1988 – guardião do convento.

1998-2000 – serviços gerais no Convento da Penha, em Vila Velha-ES. 22.11.2000 – serviços gerais no Convento do Sagrado C. Jesus, em Petrópolis-RJ. 17.12.2009 – São Paulo – convento São Francisco – tratamento de saúde.

27.11.2004 – transferência para Bragança Paulista, para tratamento, mas já estava residindo lá.

Falecimentos

Um frade paulista com traços mineiros e germânicos

F

rei João Batista nasceu no interior de São Paulo. No entanto, pelo que pude perceber nos anos em que convivi com ele em Petrópolis – no Convento do Sagrado Coração de Jesus –, em São Paulo, no Largo São Francisco –, embora paulista de nascimento, sua personalidade apresentava cores muito fortes nos traços da discrição mineira, às vezes até da desconfiança, e da precisão germânica.

Os traços das Minas Gerais talvez sejam fruto da proximidade de sua cidade natal à terra da Inconfidência. Frei João, extremamente tímido, “dava uma boiada” para não estar em evidência. Sempre discreto, não apreciava muito que dele se falasse em público. Também não era de muitas palavras, embora no contato direto, uma vez que o interlocutor lhe tivesse conquistado a simpatia, mostrava um fino senso de humor e gostava muito de recordar as histórias pitorescas vivenciadas nas fraternidades por onde passou. Lembrava-se com bastante gosto dos confrades com quem convivera no passado e também às vezes se queixava de alguns espinhos que

encontrara na convivência fraterna.

Nada que lhe tirasse o sono. Também tinha apreço pelo silêncio. Gostava de leitura e possuía um conhecimento geral amplo e sólido.

A influência no modo se ser alemão certamente tenha sido um legado de sua convivência desde o ingresso na Vida Franciscana, em Rio Negro, com diversos confrades de origem germânica. Percebia-se em Frei João um carinho especial pela língua alemã, manifesto no esforço que fazia para pronunciar com precisão os sobrenomes repletos de consoantes e também os ditos e passagens que conhecia. Também chamavam a atenção sua absoluta pontualidade, um profundo senso de organização e um raciocínio lógico e matemático que saltava aos olhos diante de sua habilidade nas partidas de xadrez que gostava de disputar com os confrades. Quase nunca perdia.

A lucidez também foi uma de suas marcas. Temia demais perdê-la e, diante das limitações próprias da idade, possuía certa tendência à negatividade, considerando que o declínio da audição e da visão, as dificuldades

com o equilíbrio, os acessos de tosse e outros achaques próprios do avançar da idade indicavam que ele estaria próximo do fim. No entanto, mesmo com todos os limites, Frei João teve a graça de alcançar os 94 anos, praticamente lúcido até o fim.

A última vez em que o vi foi na celebração de seu jubileu de 75 anos de vida religiosa franciscana, realizada em Bragança Paulista, SP, no dia 5 de dezembro de 2016. Estava debilitado, na cadeira de rodas. Manifestou-se muito emotivo durante a celebração.

No almoço, acompanhado de alguns de seus familiares, demonstrou-se um tanto enfraquecido. A impressão é que estava em clima de despedida.

Desta vez, Frei João tinha razão. Sua partida se aproximava. No dia 30 de dezembro de 2016, praticamente junto ao ano que findava, o confrade despediu-se de sua vida terrena, na discrição que sempre lhe fora própria.

Agora, junto de Deus, participa do convívio eterno d’Aquele a quem escolheu consagrar a sua vida.

Frei Gustavo Medella Fevereiro / 2017 [Comunicações]

141

Falecimentos

Frei Celso Francisco de Faria 21/02/1928

+ 13/01/2017

Dados pessoais, formação e atividades

F

aleceu na tarde do dia 13 de janeiro, às 17h00, na Fraternidade de Bragança Paulista.

Há alguns dias ele reclamava de dor. No início de novembro passado fora-lhe implantado marca-passo cardíaco. No laudo médico, consta como causa mortis: parada cardiorrespiratória, arritmia e insuficiência cardíaca.

O corpo de Frei Celso foi velado na Fraternidade São Francisco, de Bragança Paulista, de onde foi transladado no dia (14/01) para o Cemitério do Santíssimo Sacramento, em São Paulo. A missa de exéquias, na capela do cemitério, foi às 15h00, seguida do sepultamento.

O frade menor

(Parte de entrevista feita em Ampa-

142

[Comunicações] Fevereiro / 2017

ro em 2011) Durante a formação religiosa franciscana, Frei Celso Francisco de Faria não tinha dúvida: queria ser missionário e “trabalhar no meio do povo simples”. Em 66 anos de vida religiosa franciscana, Frei Celso trabalhou de um extremo ao outro, de Norte a Sul do território da Província da Imaculada Conceição, ou seja, de Vila Velha (ES) até Forquilhinha (SC).

Este florianopolitano nasceu no dia 21 de fevereiro de 1928, em meio ao carinho dos pais Heitor e Maria Júlia Veiga de Faria, açorianos e fervorosos católicos, como conta. Foi neste ambiente religioso que ele despertou para a vocação religiosa. “Para se ter uma ideia, meu pai, irmãos e irmãs, minha avó paterna eram ligados diretamente à Cúria e à Catedral. Uma tia era minha madrinha e foi diretora

ascimento: 21.02.1928 (88 anos N de idade).

Natural de Florianópolis, SC. Vestição: 19.12.1949 - Rodeio Primeira Profissão: 20.12.1950 (66 anos de Vida Franciscana) Profissão Solene: 20.12.1953 Ordenação Presbiteral: 02.07.1956 (60 anos de Sacerdócio) 1951 – 1952 – Curitiba – estudos de Filosofia; 1953 – 1957 – Petrópolis – estudos de Teologia; Agosto de 1957 – Rio de Janeiro – Santo Antônio – curso de Pastoral; 10.01.1958 – São João de Meriti; 19.01.1962 – Rio de Janeiro – Ipanema – vigário paroquial, procurador vocacional; 11.02.1963 – São José do Rio Preto – vigário paroquial; 16.09.1963 – Santos – vigário paroquial, procurador vocacional; 15.01.1965 – São Francisco do Sul – coordenador da fraternidade; 15.07.1966 – Vila Velha – Nossa Senhora do Rosário – vigário paroquial e discreto; 28.01.1968 – São João de Meriti – coordenador da fraternidade e vigário paroquial; 15.01.1971 – Amparo – coordenador da fraternidade e pároco; 28.01.1974 – Porto União – vigário paroquial; 08.01.1975 – Santos – vigário paroquial; 12.12.1980 – Forquilhinha – vigário paroquial; 25.11.1983 – Ituporanga – vigário paroquial; 08.12.1984 – Florianópolis – vigário paroquial; 21.01.1986 – Balneário Camboriú – vigário paroquial e vigário da casa; 08.10.1987 – Santo Amaro da Imperatriz – pároco em São José; 30.01.1991 – Florianópolis – capelão da Colônia Santana; 29.11.1997 – Guaratinguetá – Graças – atendente conventual; 19.08.1999 – Amparo – vigário paroquial; 01.12.2016 – Bragança Paulista – tratamento de saúde

Falecimentos

do Colégio Diocesano e outra tia era a escriturária da Catedral (livros de batismo e casamento); meu tio era secretário do Sr. Arcebispo D. Joaquim Domingos de Oliveira. Papai dirigia as procissões, organizava festas de Natal, Semana Santa, Páscoa e preparou, junto com meus irmãos, o presépio da catedral durante 50 anos. Desde pequenos carregávamos as imagens para a montagem. Foi um ambiente muito bom”, recorda Frei Celso.

Segundo Frei Celso, o sonho de sua mãe era ter um filho padre: “Ela chegou a confessar para o Frei Tadeu, nosso prefeito em Rio Negro, que daria a vida para ter um filho padre”.

Dos cinco filhos homens - tinha mais três mulheres -, pelo menos quatro estiveram no Seminário de Rio Negro, mas somente ele seguiu a vida religiosa. Sua mãe, contudo, faleceu aos 49 anos, antes de ver o seu sonho realizado.

A escolha pela vida religiosa franciscana também não foi difícil. “Os frades visitavam a casa da avó materna, que era vizinha à nossa, e celebravam na Capelinha de Nossa Senhora da Conceição (hoje não existe mais),

a cem metros de nossa casa. E ela era vice-ministra da OFS junto com sua filha, minha madrinha. Além das visitas dos missionários franciscanos, eu fui coroinha de Frei Norberto Tambosi”, acrescenta Frei Celso, que manifestou cedo sua vocação. “Dizia para o meu pai: ‘Papai, quero ser frade de barba’.

Aliás, por iniciativa minha, com dez anos, eu me consagrei a Nossa Senhora da Conceição”, conta o frade.

Depois de cursar Filosofia em Curitiba e Teologia em Petrópolis, Frei Celso iniciou o seu ministério presbiteral na Baixada Fluminense.

“Nesses anos tive momentos difíceis e momentos de muita felicidade. Por exemplo, fui o pároco em São Francisco do Sul (SC) e celebrei, em 1956, 300 anos da Paróquia mais antiga de todo o Sul do Brasil. Acho que os momentos difíceis foram os meus primeiros 16 anos”, avalia. Outro trabalho desafiador na sua vida religiosa foi dar assistência aos internos do Hospital Colônia Sant’Ana, que em 1963 chegou a abrigar 1.213 doentes mentais, presidiários em tratamento e alcoólatras. “As celebrações eram feitas fora da colônia, na Capela de Sant’Ana,

pertencente à nossa Paróquia de São José, situada em frente ao portão principal do Hospital”.

Para ele, viver em fraternidade é sempre um desafio. Cada frade tem suas características. “Eu, às vezes, falo demais e falta-me a prudência para saber calar”, reconhece. Ele, contudo, destaca uma virtude sua: a sinceridade.

“Chego a ser ingênuo na vontade de fazer o bem e ajudar as pessoas”, acrescenta, destacando que gosta da música, especialmente do canto, e de esportes.

Para ele, com tantos anos de caminhada franciscana, não há segredo: “A vida religiosa franciscana, como toda a vida consagrada, cresce e é sustentada na medida em que vivo através da oração, da meditação, dos encontros e participação comunitária. Ela deve ser alimentada e revigorada constantemente”, ensina. Outro ensinamento é cultivar a mentalidade de escutar o confrade. “Normalmente, a mentalidade é partir de si para o frade. Esse é o erro. A gente não tem paciência na hora de aceitar”, acredita.

Rezemos por nosso confrade falecido!

R.I.P. Fevereiro / 2017 [Comunicações]

143

Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (*) As alterações e acréscimos estão destacados

FEVEREIRO

julho

01 14 a 16 21 e 22

04 a 05

Admissão ao Postulantado; Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); Reunião do Conselho do Secretariado de

10

Evangelização (Vila Clementino)

Março 06

Encontro do Regional do Espírito Santo (V. Velha –

06 a 11

SIFEM: Encontro de párocos e reitores de

AGOSTO 03 a 06

Santuário) santuários e centros de acolhimento (Belo Horizonte);

13

Encontro do Regional de Pato Branco (Chopinzinho);

13

Encontro do Regional do Leste Catarinense Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Rodeio); Encontro do Regional São Paulo (Santos); Ordenação diaconal de Frei Alan Maia de França Vitor (Rocinha RJ)

27 27 27

Encontro do Regional de Agudos (Agudos)

27 a 31 28 a 29

CFMB: Assembleia (Recife/Ipojuca);

Conselho da Formação Inicial; Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (S. Antônio); Reunião do Conselho e Assembleia do SAV (Rondinha);

28

Conselho da Formação e Estudos;

ABRIL 20 a 23 25 e 26

Retiro Anual dos Benfeitores Franciscanos (Agudos) Reunião dos guardiães e coordenadores das Fraternidades;

27 e 28

Reunião do Definitório Provincial;

Reunião do CAD e SIFEM (Campo Grande); Último dia para a Inscrição no Capítulo das Esteiras da CFFB;

29

28

01 01 a 09 02 e 03 03 a 10 04 07 a 10 11 a 13 18 a 22 25

Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação; Encontro Continental JPIC (Anápolis); Coleta anual pela evangelização na Amazônia; Congresso Continental para a Formação e os Estudos (São Paulo); Dia da Amazônia; Encontro Interobediencial do Irmãos Leigos Franciscanos (Vila Velha) Reunião da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento (Agudos); CFMB: assembleia (São Luís – MA); Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Gaspar);

OUTUBRO 09 a 13 17 a 19

Curso de Franciscanismo (Rondinha); Reunião do Definitório Provincial;

NOVEMBRO 13

28 a 30 21 e 22 29

Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (S. João de Meriti);

Capítulo das Esteiras da CFFB: por ocasião dos 800 anos do Perdão de Assis, 50 anos da Criação da Conferência da Família Franciscana do Brasil – CFFB; Retiro e reunião do Definitório Provincial; CFMB: encontro de ecônomos (Caldas Novas – GO); Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Rocinha);

SETEMBRO

20

MAIO 01 a 05 03

14 a 18 22 a 25

Encontro do Regional do Vale do Paraíba (Guaratinguetá – Seminário)

13 e 14 20 20 25

Reunião do Conselho do Secretariado de Evangelização (Vila Clementino) Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Balneário Camboriú);

Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Niterói); Encontro do Regional do Vale do Itajaí - recreativo (Vila Itoupava); Reunião do Definitório Provincial; Reunião do Conselho do Secretariado de Evangelização (Vila Clementino) Reunião do Definitório com os coordenadores dos Regionais;

DEZEMBRO

JUNHO

01 e 02

20 a 22 21

Reunião do Definitório com os coordenadores dos

JULHO 2018

Regionais (São Paulo);

12 a 15

Reunião do Definitório Provincial (São Paulo);

Celebração dos Jubileus;

Encontro Nacional de Juventude (Vila Velha).