Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
fevereiro 2018 – ANO LXVI • No 02
PRIMEIRA PROFISSÃO ADMISSÃO AO NOVICIADO ORDENAÇÃO PRESBITERAL DE FREI VANDERLEI
Mensagem do ministro provincial
“Vocação, missão e santidade”................................................................................................. 91
Formação permanente
“Ano Nacional do Laicato”, por Dom Severino Clasen ...........................................94
Formação e estudos Ordenação presbiteral de Frei Vanderlei: “Pastor segundo o coração do Bom Pastor”.............................................................................................................96 Primeira Profissão: Resposta de amor e fé a um chamado divino............104 Admissão: O grande exercício de Irmãos Menores..............................................112 Angolanos são admitidos ao Noviciado em São Paulo.....................................118 Fae-Rondinha: festa marca conclusão do curso de Filosofia........................120 Colação de grau no itf...............................................................................................................121
Fraternidades
Frei José Bertoldi: 60 anos de vida religiosa e 55 de sacerdócio.................122 Encontro recreativo do Regional Leste Catarinense............................................123 Notícias do nosso missionário em Marrakesh...........................................................124 Primeiros frades angolanos a se formarem no itf................................................125
Evangelização
Diocese de Joaçaba anuncia encerramento do processo diocesano da causa de Frei Bruno..............................................................126 “40 Anos no deserto”, artigo de Frei Luiz Iakovacz..................................................129 Notícias da Missão de Angola................................................................................................130 FIMDA: Formação nacional de juniores em Angola.............................................131 Frei Valdemiro toma posse como novo pároco de Viana...............................132 Formação no Sefras aborda o tema da violência...................................................133 Sefras: Curso de alfabetização no Recifran...................................................................133 Colégio Bom Jesus: “Cuidando da criação e educando para o amor”..........................................................................................................134
Cffb
Província de Santo Antônio elege novo governo..................................................137 Encontro de Natal com Paulo Machado......................................................................138 O histórico passeio das Clarissas em Vila Velha........................................................140
Falecimentos
Frei Faustino Tomelin....................................................................................................................142 Frei Perceval Canuto Carvalho...............................................................................................144
OFM
Franciscanos celebram o Natal com Igrejas Ortodoxas.............................................146
Agenda 2018 ........................................................................................................................148 Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil Rua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | São Paulo - SP | www.franciscanos.org.br ofmimac@franciscanos.org.br
Mensagem
Vocação, Missão e Santidade Caríssimos irmãos e irmãs, Que o Senhor vos dê a paz e todo o bem!
A
edição das Comunicações que você está recebendo deseja ser uma síntese dos fatos significativos que envolveram a vida da nossa Província ao longo do primeiro mês deste ano de 2018 e, ao mesmo tempo, provoca-nos a contemplar um horizonte mais amplo acerca da nossa Vocação, Missão e Santidade.
1. Vocação – Novos irmãos
O tema da Vocação, prioridade do sexênio, pelo qual nos comprome-
temos a fomentar nas fraternidades o testemunho de vida franciscana, bem como suscitar, acolher e acompanhar as vocações, está retratado nas celebrações da Admissão e da Primeira Profissão religiosa dos noviços e na Ordenação Presbiteral de Frei Vanderlei. Muito nos alegramos com a chegada dos novos irmãos para o ano do Noviciado e pela profissão dos Noviços que concluíram seu ano de provação. Rendamos graças ao Senhor pelos novos irmãos que Ele nos concedeu. A vocação de cada um desses jovens é um apelo vocacional para que, em fraternidade e como fraternidade, irradiemos a alegria da nossa própria vocação a fim de suscitar, pelo nosso
testemunho, novas e santas vocações. As novas vocações são o termômetro da qualidade da nossa própria vocação e da nossa missão evangelizadora. Penso que as nossas fraternidades podem e devem render mais no que se refere ao serviço de animação vocacional. No dia 14 de janeiro, ao término da encomendação do corpo de Frei Faustino Tomelin, fiz a seguinte pergunta aos confrades e à comunidade de Santo Amaro da Imperatriz: Quem irá substituir o confrade que agora vamos sepultar? E concluí, invocando a Virgem Mãe de Deus: é nesta hora, mais do que nunca, que nos sentimos no dever de orar e suplicar por novas e santas vocações. Comunicações Janeiro de 2018
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Mensagem Jesus”. E ainda: Como Igreja queremos “colocar os jovens no centro deste processo, pedindo que a ajudemos a identificar as modalidades mais eficazes de evangelização no mundo de hoje” (Introdução do documento preparatório do Sínodo).
3. Santidade – Frei Bruno Linden
2. Missão – Leigos e Jovens
Na nossa missão evangelizadora somos provocados a reforçar nossas ações em direção a uma Província em “saída” e articulada em suas cinco Frentes de Evangelização. Pois bem, diante da grandiosidade da messe do Senhor, ao nosso lado estão os leigos e as leigas com quem desejamos promover a evangelização partilhada, da forma como a Ordem já nos orientou no Capítulo de 2009: “O leigo é evangelizador por direito próprio...” (PDE nº 25). A Igreja no Brasil elegeu 2018 como “Ano do Laicato”. O tema escolhido para animar a mística deste ano é: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14), com este objetivo geral: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”. Nesta edição das Comunicações
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Comunicações Janeiro de 2018
apresentamos o primeiro artigo para a nossa Formação Permanente sobre o tema do “Ano do Laicato”. Quem nos escreve é Dom Frei Severino Clasen, OFM, Presidente da Comissão Especial para o Ano do Laicato. Agradecemos imensamente ao nosso confrade-bispo e desejamos a ele um frutuoso trabalho como presidente dessa Comissão. Falando ainda de missão, neste mês de janeiro, em Agudos e Bauru, SP, aconteceu mais uma edição da Missões Franciscanas da Juventude. Sobre estas missões, teremos uma edição especial nas Comunicações. Vi nesta missão uma resposta concreta à convocação do Sínodo dos Bispos de 2018, com o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. O Papa Francisco, ao convocar este Sínodo, afirmou: “Eu quis que vós estivésseis no centro da atenção, porque vos trago no coração”. Com a Igreja e como Igreja, também nós queremos interrogar-nos “sobre o modo de acompanhar os jovens no caminho de reconhecimento e acolhida ao chamado de amor de
Nesta edição das Comunicações, com júbilo e alegria, publicamos o anúncio do bispo de Joaçaba, D. Mário Marquez (OFMCap) que, no último dia 16 de janeiro de 2018, oficializou o dia do encerramento do processo diocesano da causa de Frei Bruno Linden. Este ato acontecerá na manhã do próximo dia 25 de fevereiro, exatamente no dia do 58º aniversário de sua morte. Depois disso, terá prosseguimento a Caminhada Penitencial e a Celebração Eucarística. A vida e as virtudes de Frei Bruno Linden, frade das primeiras gerações dos restauradores da nossa Província, também nos estimula à busca da santidade pessoal na nossa vida e missão. Frei Bruno Linden, o andarilho de Deus, nos provoca a refletirmos sobre a 5ª Admoestação de São Francisco de Assis, que trata da Imitação do Senhor: “Consideremos, irmãos todos, o bom pastor, que para salvar suas ovelhas sofreu a paixão da cruz. As ovelhas do Senhor seguiram-no na tribulação e perseguição, na vergonha e na fome, na enfermidade e na tentação e tudo o mais; e por isso receberam do Senhor a vida sempiterna. Por isso é grande vergonha para nós, servos de Deus, que os santos fizeram as obras e nós, lendo-as, queremos receber glória e honra”. Que o Senhor nos abençoe na vocação, na missão e no chamado à santidade! Fraternalmente, Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM Ministro Provincial
UMA TOCANTE DESPEDIDA O sacerdote, autor deste texto, havia tido sérios problemas cardíacos. Era safenado. Chamava-se Jean-Pierre Derrien. Viveu muito tempo depois da cirurgia, sempre exercendo o ministério de pastor. Durante seus dias de vida escreveu umas linhas de despedida que constituem um poema de partida. Estas linhas foram lidas por um de seus familiares no momento de seu sepultamento. Agradeço a todos, os membros de minha família, a meus amigos que descortinaram aos meus olhos horizontes insuspeitados.
Agradeço os tempos passados em que celebramos o Ausente e ao mesmo tempo tão próximo.
Muito obrigado pela amizade, pelo amor de vocês tão fiel ao longo dos meus anos de vida.
Obrigado pela oportunidade de tantos encontros tão caros.
Obrigado pelos filhos de vocês que constituem minha juventude e minha alegria.
Às crianças e jovens que não tiveram ainda que encarar a tristeza, as grandes despedidas e partidas, digo:
Grato por nossos encontros e nossas festas, que foram antecipações do mundo novo que esperamos. Obrigado pela lágrimas e pelos momentos de aflição que, nos maus dias, juntos vivemos. Agradeço nossas revoltas diante de tantas injustiças que presenciamos e também pela atenção sempre renovada que tivemos para com os oprimidos e pequenos. Agradeço a Esperança que, apesar de tudo, esteve enraizada em nossos corações como um pungente grito. Agradeço tantas eucaristias celebradas em nossas casas. O Senhor nos deu seu Pão e sua Palavra.
Viajei para mais longe que o outono e inverno rumo à primavera. Em minha mochila, bem no fundo, coloquei tudo o que recebi da vida; na parte de cima, bem ao alcance de minhas mãos, levo para a caminhada os risos e os desenhos de vocês, as cantigas e canções que cantaram. Parti no meio de campos em flores e povos em festa. Uma sinfonia de violões e flautas, gaitas-de-foles, saxofones e violoncelos, trombones, oboés e pianos; o acordeão concorrendo com o canto dos pássaros. No final do caminho, quando vi que me esperavam, coloquei minha mochila na pousada dos peregrinos. Sobre a mesa tudo preparado: pão, vinho, verdadeiro banquete. Aquele que tanto procurava, sem saber para onde ele me conduzia, tomou o pão e o partiu. Então meus olhos, maravilhados, o reconheceram.
Revista Prier, n. 96, p. 23 Tradução: Frei Almir Comunicações Ribeiro Guimarães Janeiro de 2018
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Formação Permanente
Ano Nacional do Laicato Cristãos leigos e leigas, que brilhe a vossa luz!
E
m todo o Brasil, na solenidade de Cristo Rei (26.11.2017), foi aberto o Ano Nacional do Laicato. Chegou a vez dos cristãos leigos e leigas! Toda a Igreja está em comunhão, e partilha as alegrias com os cristãos que vivem nos lares em família, em apartamentos, em alojamentos, em todo lugar, buscando caminhos para a felicidade. Inspirados no Evangelho para serem sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-14), os cristãos são a força geradora do bem que deve atingir todas as pessoas nesse ano dedicado aos cristãos leigos e leigas. Pelo Batismo fomos banhados nas águas da graça, enxertados na vida de Jesus Cristo que veio ao mundo para salvar toda a humanidade. O batismo nos confere esse compromisso de vida para sermos todos sujeitos de transformação e fermento do Evangelho em toda a sociedade. Em diversas ocasiões, Jesus Cristo se dirige a seus discípulos para serem mensageiros do Reino de Deus, e todos os batizados são convidados a anunciar esse Reino no dia a dia. Cabe aos cristãos leigos e leigas, a maioria absoluta dos batizados, a construírem um ambiente saudável, fecundo e gerador de harmonia e bem-estar em todo o lugar. A família se torna o primeiro espaço sagrado onde a vida nasce, cresce, busca a maturidade até o declínio natural para nascer definitivamente no Reino dos Céus. O Ano Nacional do Laicato é um tempo privilegiado para colocar em prática o Evangelho de Jesus Cristo. “O
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Espírito Santo, que inspirou a Palavra, é quem “hoje ainda, como no início da Igreja, age em cada um dos evangelizadores que se deixa possuir e conduzir por Ele, e põe na sua boca as palavras que ele sozinho não poderia encontrar” (EG 151b). Eis a luz que nos norteia e orienta para que possamos participar das reflexões em grupos, para tomarmos consciência que todos os batizados são sujeitos na Igreja e no mundo. O que temos para anunciar é Jesus Cristo e seu Reino. Este é o caminho que norteia a razão de sermos cristãos de fato e de verdade. O Ano Nacional do Laicato fomenta uma feliz e agradável expectativa para juntos escutarmos o que diz o Espírito Santo aos nossos corações e, juntos, assumirmos a ação transformadora na Igreja e no mundo. A missão é de todos nós.
Propostas para o Ano Nacional do Laicato: 1. A través do e-mail anodolaicato@ cnbb.org.br pode-se pedir a programação e material disponível; 2. Adquira o livreto com a proposta de celebração por ocasião da visita do estandarte da Sagrada Família na comunidade de fé; 3. Adquira o cartaz, o folder, a oração e o hino do Ano Nacional do Laicato no site www.edicoescnbb. com.br 4. A partir da proposta da programação oferecida pela Comissão especial para o Ano do Laicato, planeje seminários, retiros, palestras, romarias, encontros de formação para grupos afins; 5. Proponha palestras em escolas, universidades, associações, sin-
Formação Permanente dicatos, organizações sociais, entidades, com portas abertas, para refletir sobre o papel dos cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade, para serem “sal da terra e luz do mundo”. Na programação apresentamos algumas propostas temáticas para tais seminários e encontros de formação; 6. Estude e faça conhecer o Documento 105 da CNBB, sobre os cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade, sal da terra e luz do mundo (Mt 13,14); 7. Incentive debates nas mídias onde tem acesso para refletir sobre o papel dos cristãos leigos e leigas na participação da transformação da sociedade, como Igreja de Jesus Cristo. 8. Intensifique a meditação da Palavra de Deus e a oração para que seja fecundo o Ano Nacional do Laicato. Será importante: 9. Publicar reflexões e subsídios para as celebrações, catequese e comunicação; 10. Conclamar toda a Igreja no Brasil: regionais, dioceses, paróquias, comunidades, pastorais, movimentos, as diferentes expressões laicais e os organismos de comunhão do Povo de Deus, na realização desse Ano especial; 11. Dialogar com os diferentes sujeitos da sociedade, promovendo a cultura do encontro e o cuidado com a vida e o bem comum, na esperança de que outro mundo é possível; 12. Envolver os Meios de Comunicação Social nas atividades programadas para o Ano Nacional do Laicato. 13. Participar da semana missionária em todo o Brasil no mês de julho, ponto forte das atividades em conjunto no Ano Nacional do Laicato. Destacamos dois campos a serem considerados para o êxito do Ano do Laicato:
A) SOCIAL
Promover mecanismos de participação popular para o fortalecimento do controle social e da gestão participativa (conselhos de direitos, grupos de acompanhamento ao legislativo, iniciativas populares, audiências, referendos, plebiscitos, entre outros); Mobilizar a sociedade brasileira para a realização da auditoria cidadã da dívida pública.
B) ECLESIAL
Criar programas de formação de ministérios leigos de coordenação e animação de comunidades, pastorais e movimentos; Fortalecer a articulação das redes de comunidades (Doc. 100 da CNBB); “Criar e/ou fortalecer os Conselhos Regionais e Diocesanos de Leigos” como preconiza o Doc. 105 da CNBB, n. 275; Incentivamos todos os batizados a darem uma resposta concreta ao chamado de Jesus, atendendo à convocação do Papa Francisco para uma “Igreja em saída”. Acreditamos na força do testemunho dos cristãos leigos e leigas para renovar as estruturas da sociedade.
Na Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil 1. A Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, uma das entidades de maior destaque no Brasil, além de ter muitos frades, também assiste a centenas de comunidades religiosas franciscanas, Clarissas e Ordem Franciscana Secular. É possível programar ações em conjunto para superar o clericalismo e assumir uma “Igreja em saída” como preconiza o Papa Francisco. O clericalismo continua sendo um grande bloqueio para que os cristãos leigos e leigas se sintam sujeitos na Igreja e na sociedade. Os franciscanos e
franciscanas têm instrumentos suficientes para superar e contribuir para que a Igreja seja mais arejada, profética, ousada, como fermento do Evangelho na sociedade. “Queremos enfatizar a índole secular que caracteriza seu ser e agir, como propõe o Concílio Vaticano II: “O caráter secular caracteriza os leigos. A vocação própria dos leigos é administrar e ordenar as coisas temporais, em busca do Reino de Deus. Vivem, pois, no mundo, isto é, em todas as profissões e trabalhos, nas condições comuns da vida familiar e social, que constituem a trama da existência. São aí chamados por Deus, como leigos, a viver segundo o espírito do Evangelho, como fermento de santificação no seio do mundo, brilhando em sua própria vida pelo testemunho da fé, da esperança e do amor, de maneira a manifestar Cristo a todos os homens. Compete-lhes, pois, de modo especial, iluminar e organizar as coisas temporais a que estão vinculados, para que elas se orientem por Cristo e se desenvolvam em louvor do Criador e do Redentor” (Doc. CNBB 105,5). Este espaço deve ser mais ocupado e tomado pelos cristãos leigos e leigas na qualidade de fermento na massa, como nos convoca o Evangelho. As propostas no âmbito da sociedade têm alguns indicativos próprios e podemos contar com a Família Franciscana na animação do Ano Nacional do Laicato. Como filho e membro dessa amada Província Franciscana, desejo a todos os meus irmãos um grande Ano Nacional do Laicato e que possamos nos encontrar eventualmente em alguns desses momentos bonitos desse tempo especial. Dom Frei Severino Clasen, ofm Bispo Diocesano de Caçador Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral para o Laicato Comunicações Janeiro de 2018
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Formação e Estudos
ORDENAÇÃO PRESBITERAL
Foi a mensagem de João Bosco, bispo diocesano de Osasco, rei Vanderlei da Silva Neves foi ordenado presbítero pelo bispo diocesano de Osasco e seu confrade, Dom João Bosco Barbosa de Souza, durante Celebração Eucarística, às 18 horas do dia 16 de dezembro, no Santuário e Convento São Francisco, no centro de São Paulo. A celebração, que durou duas horas, foi sóbria, fraternal e bem franciscana. O histórico convento, que em 2017 celebrou 370 anos de fundação, não via uma ordenação presbiteral há muitos anos, se-
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ao seu confrade e ordenando Frei Vanderlei da Silva Neves.
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Formação e Estudos gundo o seu pároco Frei Alvaci Mendes da Luz. Era visível a alegria nos rostos de seus confrades, familiares, e amigos, especialmente a caravana que veio de Xaxim, onde Frei Vanderlei reside. Não faltou emoção também. Frei Vanderlei disse que não choraria nos agradecimentos finais porque já o tinha feito durante a ordenação diaconal, em Xaxim, e que se manteria firme. Mas não segurou a emoção e, por tabela, emocionou a todos. É sempre assim. O rito da ordenação é muito intenso e poucos conseguem não se envolver, como os pais Maria do Socorro e Valdecy Pereira Neves e irmão Wagner. No altar com Dom Bosco, o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, o pároco Frei Alvaci Mendes e o diácono Frei Marcos Vinícius Motta Brugger. Muitos frades das cidades vizinhas e de toda a Província, como o Vigário Provincial, Frei César Külkamp, estiveram presentes, além dos familiares, paroquianos e amigos de Frei Vanderlei. Na sua homilia, Dom Bosco partiu das leituras bíblicas para ressaltar que o chamado, que a vocação à vida religiosa, não é fruto do esforço do consagrado, mas é, de fato, escolha de Deus. “Por isso, o profeta acentua muito essa expressão ‘desde o seio da mãe fomos escolhidos’. Quer dizer, não tínhamos condições nem de racionar e nem de escolher por nós mesmos. É presente de Deus. É dom de Deus”, enfatizou o bispo. Segundo Dom Bosco, esse presente foi muito cultivado durante a vida religiosa. “Com quanto gosto a gente esperou este momento da nossa escolha chegar, e, de fato, chegou. E a gente agradece a Deus porque nos deu esse dom. E no nosso caso, especialmente como religiosos, essa escolha é feita por caminhos tão bonitos. Primeiro, a escolha da vida religiosa franciscana. Fomos escolhidos para sermos franciscanos e passamos a viver dentro da fraternidade essa vocação especial que nos fez consagrados a Deus. Dentre os consa-
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Formação e Estudos grados, há aqueles que receberam esse chamado da escolha para o ministério ordenado. É capricho de Deus. É uma escolha feita com muito cuidado e que só podemos agradecer num dia como hoje, todos nós – com mais ou menos tempo como consagrados ou ordenados – devemos ir lá no fundo do coração e agradecer. Não é mérito nosso”, acrescentou o bispo. Mas ele também lembrou que esse chamado, certamente, não é para uma vida cômoda, mas é muito desafiador. “Não tenha medo, mas você vai enfrentar situações que são difíceis. ‘Eu vou estar contigo’, diz a Palavra, mas não significa que não tenha esses desafios. Ser chamado para ser profeta significa, de alguma maneira, estar pronto para encontrar situações diversas, como oposição, zombaria, perseguição, quem sabe a morte. Quem sabe, não! Está bem presente nesse chamado nosso morrer por Aquele que morreu por nós. A forma como isso deve acontecer na nossa vida nós não sabemos, mas é morrer. E para a gente ter certeza disso, o Evangelho vai dizer depois que ‘o bom pastor é aquele que dá a vida por suas ovelhas’ ou por seu rebanho. A regra que nós temos para seguir no nosso caminho, na nossa vida, no nosso chamado, é o martírio”, exortou Dom Bosco. O bispo franciscano lembrou que o ministério diaconal é a base, o fundamento da vida presbiteral e não apenas um estágio. “Servir é o fundamento do nosso ministério ordenado”, disse. “Que bonito sermos chamados entre as fileiras dos frades para servir à Igreja. São Francisco não chegou a esse ministério presbiteral, pois era diácono. Mas o seu amor à Igreja, o seu respeito pela Igreja – e uma Igreja numa época não tão recomendável, vamos dizer assim -, era absoluto e ele queria que os frades a servissem de toda a maneira”, destacou, lembrando grandes presbíteros da Ordem Franciscana como Santo Antônio e São Boaventura. “Eles e outros entenComunicações Janeiro de 2018
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deram que servir à Igreja era uma forma especialmente querida por São Francisco para se realizar a nossa vocação primordial, que é a nossa vocação religiosa, a vocação franciscana. E eu me sinto muito feliz de estar aqui como franciscano, de também ter tido essa graça, essa escolha para servir à Igreja, podendo estar exercendo esse ministério presbiteral como o nosso querido Frei Vanderlei. Nós servimos à Igreja como sacerdotes franciscanos”, ressaltou. Segundo o bispo, pelo fato de estar a serviço da Igreja, os sacerdotes não perdem o carisma franciscano. É uma marca que vai carregar sempre, como ele mesmo testemunha isso na sua Diocese de Osasco. “Pelo contrário, esse carisma se acentua também porque a consagração é uma forma de morrer, de se entregar, de sermos inteiramente de Deus, a serviço do povo, a quem devemos pastorear. E a imagem do bom pastor escolhida para o dia
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de hoje nos mostra isso de maneira muito delineada: Pastores segundo o coração do Bom Pastor”, explicou. Para o bispo, vivemos um momento no Brasil e no mundo carente de pastoreio, de verdade. “Acho que a gente pode repetir aquela mesma expressão que Jesus disse quando viu aquele povo desencontrado, abandonado, triste, doente, sequioso por ouvir sua Palavra, e ele teve aquela expressão de compaixão tão bonita, olhando para aquele povo: ‘Nossa, eles parecem ovelhas sem pastor!’. Olha, o tempo que a gente está vivendo hoje é muito parecido. E nós encontramos – vocês que estão aqui no centrão da cidade – essas ovelhas sem pastor o tempo todo e eu lá na periferia de Osasco. Imaginem aquela imensidão de gente que tem ali, uma diocese tão numerosa!”, disse, criticando o desmonte do Estado brasileiro, que sacrifica os mais pobres. “São
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ovelhas sem pastor. Então, a você especialmente, e aqueles entre nós que foi dado esse chamado para sermos religiosos franciscanos também ordenados, que imenso campo, que ministério bonito, que necessidade intensa de termos bons pastores segundo o coração do Bom Pastor”, disse, explicando que as ovelhas especialmente queridas por Cristo podem estar em São Paulo, em Santa Catarina ou qualquer outro lugar. “Vanderlei, que o Senhor lhe dê a clareza para perceber que o que temos não é nada nosso, mas é dom de Deus. Que esse dom foi caprichado por Deus através do carisma que cultivamos na nossa vida religiosa e que colocamos a serviço da Igreja; e que a gente saiba ter ‘faro’ do pastor para encontrar exatamente essas ovelhas que necessitam desse pastoreio. Que bonito! Vamos abraçar com carinho esse dom de Deus! Abraçar e viver essa nossa vida, esse nosso chamado, com paixão e alegria, aquela alegria que só um profundo encontro com Cristo, como
fez Francisco, pode nos dar”, convidou Dom Bosco. Após a homilia, o rito continuou com o propósito do eleito. Em seguida, foi cantada a Ladainha de todos os Santos, quando o ordenando prostrou-se, como sinal de sua total entrega a Deus. Veio, então, o momento central da ordenação com a imposição das mãos e a Prece de Ordenação. Na sequência, a última parte do rito: unção das mãos, vestição do eleito com a casula e a estola. Frei Nazareno Lüdke e Frei Antônio Mazzuco ajudaram o novo presbítero com as vestes sagradas. Depois, com a unção das mãos com o óleo do santo Crisma, D. Bosco atou as mãos de Frei Vanderlei e seus pais desataram a fita e receberam a primeira bênção do neopresbítero. Dois paroquianos de Xaxim carregaram em procissão o cálice e a patena para serem entregues a Frei Vanderlei. O rito terminou com o abraço do bispo, dos sacerdotes e religiosos e da família. Na sequência, teve início da liturgia eucarística. Comunicações Janeiro de 2018
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A caravana de Xaxim participou deste momento importante na vida de Frei Vanderlei
AGRADECIMENTOS
Frei Fidêncio, em nome de toda a Província, agradeceu ao seu confrade, Dom Frei João Bosco, que presidiu a celebração de “uma maneira franciscana, fraternal”. Agradeceu aos confrades do Regional, especialmente ao guardião Frei Mário Tagliari, e ao pároco Frei Alvaci. Destacou a presença da caravana de Xaxim e, recordou, que a mãe de Frei Vanderlei dizia, antes da celebração, que o tempo passou depressa enquanto ele esteve na formação e estudos. Agradeceu a família do neopresbítero: “Obrigado pelo irmão que vocês nos deram!”. Frei Alan Maia, em nome da turma dos anos de formação, deu um presente a Frei Vanderlei, que, por sua vez, agradeceu a todos pela dedicação, carinho e ajuda para realizar este momento tão importante na sua vida. Recordou especialmente a forma carinhosa com que foi acolhido no Convento São Francisco e que só reforçou a sua escolha.
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QUEM SEGURA A EMOÇÃO?
Formação e Estudos PRIMEIRA MISSA
o DOMINGO DA ALEGRIA DE FREI VANDERLEI Frei Vanderlei celebrou no 3º Domingo do Advento (17/12), chamado de Domingo da Alegria, a sua Primeira Missa, no Santuário e Convento São Francisco. Sereno e calmo como é próprio de sua personalidade, Frei Vanderlei deu início ao seu ministério sacerdotal, tendo ao seu lado confrades concelebrantes como o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, o guardião do Convento São Francisco, Frei Mário Tagliari, e o pároco Frei Alvaci Mendes da Luz. Na primeira fila estavam seus familiares e seus pais. A mãe se emocionou durante toda a celebração participando deste momento tão esperado. Frei Vanderlei escolheu o seu guardião e confrade Frei Alex Ciarnoski, da Fraternidade São Luís Gonzaga, em Xaxim (SC), para ser o pregador da sua primeira Missa. Frei Alex agradeceu ao “gesto carinhoso” e disse que ali estava representando seus confrades e a Paróquia de Xaxim. Ele centrou sua pregação na figura de João Batista e no testemunho que ele deu de Jesus, trazendo esse questionamento para a realidade que o novo sacerdote vai encontrar na sua Paróquia com o seu rebanho. “João se diz testemunha. Testemunha do quê? Testemunha da presença do Senhor”, responde o pregador. “Ele é muito claro em dizer que o Messias está presente nas diversas realidades. É preciso olhar para o nosso mundo
e reconhecer que Deus está presente, às vezes disfarçado e discretamente em tantos gestos de amor, bondade, solidariedade, gestos que contribuem e colaboram para a construção de um mundo melhor. Sim, Deus está presente nos corações, nas palavras e nas ações de tantas pessoas. Isso é ser testemunha dos sinais da presença de Deus. João Batista é um sinal da presença de Deus e ele nos convoca e, de modo especial, a você, Vanderlei, que
devemos ser sinais da presença de Deus na nossa realidade, no nosso mundo de hoje”, indicou o frade. Frei Alex lembrou o lema da ordenação de Frei Vanderlei que reflete esta presença: “Ninguém tem maior amor do que aquele dá a vida aos seus amigos”. Frei Alex deu a palavra para o neopresbítero explicar por que escolheu este lema para o seu ministério. Frei Vanderlei disse que nele está uma fonte para a vida cristã e a espiritualidade franciscana. “Esse amor é a capacidade de se doar, de se entregar a um irmão e, no seu rosto, reconhecer o rosto de Cristo. Amamos a Jesus, mas devemos demonstrar esse amor também para com nossos irmãos. O amor não é uma coisa extraordinária, mas se manifesta nas pequenas coisas, que, com certeza, vão marcar nossa vida e promover grandes transformações”, disse Frei Vanderlei, que no final da sua Primeira Missa voltou a agradecer a todos que proporcionaram este momento histórico na sua vida, especialmente o coordenador do Serviço de Animação Vocacional, Frei Diego Melo, que teve como ajudante Frei Gabriel Dellandrea. Frei Vanderlei ganhou a homenagem de Frei Odorico Decker, que com sua gaita, no Domingo da Alegria, cantou “Jesus alegria dos homens”. Moacir Beggo Comunicações Janeiro de 2018
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RODEIO – 8 DE JANEIRO
REsposta de amor e fé a um
chamado 104
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- PRIMEIRA PROFISSÃO
divino
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Frei Alberto
A
Frei António
profissão que hoje vocês proclamam aqui nesta igreja é, na verdade, uma resposta de amor e fé a uma escolha divina, a um chamado divino”. Foi assim que o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, animou e encorajou os treze jovens frades a emitirem os votos temporários de pobreza, obediência e castidade nas suas mãos durante a Celebração Eucarística no dia 8 de janeiro, na Igreja Matriz São Francisco de Assis, em Rodeio, pequena cidade catarinense no Vale do Itajaí. Depois de um “ano de provação”, os noviços e a Fraternidade Provincial aguardavam por este momento
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tão especial na vida do frade menor. A Celebração, que começou às 19 horas, teve como concelebrantes o Definidor Frei Evandro Balestrin, e o guardião da Fraternidade do Noviciado, Frei José Antônio Cruz Duarte. Frades de toda a Província Franciscana da Imaculada Conceição, familiares e a comunidade de Rodeio participaram deste momento histórico na vida dos treze jovens noviços (sete brasileiros e seis angolanos): Frei Alberto Capingala Martinho Sambei, Frei António Sacaputo Maimo, Frei Bruno Gonçalves Cezário, Frei Diego Martendal, Frei Eduardo José Cavita Camunha, Frei Inoc Joaquim João, Frei João Baptista
Frei João Manoel
Frei Bruno
Culiaquita, Frei João Manoel Zechinatto, Frei José Victor de Camargo Medeiros, Frei Marcelo Dias Soares, Frei Rodrigo José Silva, Frei Ruan Felipe Sguissardi e Frei Silvério Munga Cajonde. Frei Domingos Macuva Paulo (FIMDA) permanecerá como noviço por mais alguns meses por estar fazendo tratamento de saúde. A celebração ganhou mais intensidade litúrgica no dia da Festa do Batismo do Senhor. Frei Fidêncio destacou que quando Jesus sai das águas depois de ser batizado, começa a concretizar aquilo o Servo de Deus deve realizar. “A profissão religiosa que nós, hoje, celebramos tem seu fundamento exa-
Frei José Victor
Frei Marcelo
Formação e Estudos
Frei Diego
tamente neste Servo de Deus que foi batizado por João Batista no rio Jordão. A profissão religiosa que nós aqui celebramos, neste final de tarde na festa do Batismo do Senhor, tem seu fundamento no próprio sacramento do batismo. Assim como pela profissão religiosa nós consagramos a Deus iniciando uma vida nova enquanto religiosos, também cada cristão é chamado pelo batismo a viver esta vida nova. E nós vivemos esta vida nova de diferentes modos, de diferentes maneiras. Vivemos o nosso batismo nos doando como cristãos no serviço da evangelização, no anúncio da boa nova. Nós também somos esses Servos do Servo
Frei Rodrigo
Frei Eduardo
de Deus quando nos disponibilizamos à ação do Espírito Santo de Deus em nós para andar pelo mundo fazendo o bem”, ressaltou Frei Fidêncio. Dirigindo-se aos professandos, disse que esse chamado de Deus é para conduzir àquilo que o “batismo foi na história pessoal de cada um de vocês”. “Queridos noviços, professandos, a vocação de vocês é a vocação do Servo da Bíblia. A vocação de vocês não é uma escolha pessoal e tenho certeza que ao longo do ano do Noviciado, muitas e muitas vezes, vocês se perguntaram ou se colocaram diante de Deus como São Francisco se colocou na presença do Crucificado para rezar
Frei Ruan
Frei Inoc
pedindo discernimento. A profissão que hoje vocês proclamam aqui solenemente nesta igreja é, na verdade, uma resposta de amor e fé a uma escolha divina, a um chamado divino”, enfatizou. “Isso vocês nunca deveriam esquecer. Este chamado não pode se apagar. Este chamado não pode ficar numa data distante. Esta data: 8 de janeiro de 2018, uma segunda-feira à tarde, deve ser a data de todos os dias da vida consagrada de vocês. Deus assim vos escolheu, Deus assim vos chamou e eu tenho certeza também, meus caros professandos, que Deus, em muitos momentos ao longo do ano, tomou a
Frei Silvério Comunicações Janeiro de 2018
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cada um de vocês pela mão. Não com uma mão abstrata, uma mão invisível, mas com mãos concretas. As mãos concretas do Frei Abel, as mãos concretas do guardião Frei José Antônio, as mãos concretas do mestre Frei Samuel, as mãos concretas do Frei Rafael, as mãos concretas do Frei Rozântimo, as mãos concretas de Frei Pedro. Sim, Deus tomou vocês pelas mãos, exatamente para conduzir vocês na essência da nossa mística, na essência da nossa espiritualidade franciscana”, ensinou. Um dos momentos mais belos e centrais da profissão é quando os noviços colocam suas mãos nas mãos do Ministro Provincial. “São mãos humanas também, mãos muito humanas, mas é um ato de fé. É um ato de se colocar por inteiro nas mãos Deus para dizer: conduza-me, Senhor, qual servo para a missão profética que quero que vocês realizem. Por essas mãos todas, vocês foram formados, mas foram sobretudo chamados e constituídos para serem Servos, para levarem também, enquanto religiosos franciscanos, o seu batismo até as consequências maiores para, através dessa vida consagrada, através desse batismo, ser para o mundo de hoje luz e vida”, explicou. No final, lembrou que São Francisco insiste em seus textos que jamais deveríamos extinguir em nós o Espírito do Senhor e o seu santo modo de operar. “Portanto, esse espírito do Senhor que conduziu o profeta no Antigo Testamento, através de João Batista, esse Espírito do Senhor está agindo de uma maneira misteriosa, mas de uma maneira forte e intensa na vida pessoal de cada um de vocês. Portanto, meus
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irmãos, coragem! Não tenham medo de serem Servos de Deus com fidelidade, com humildade, como ensinam São Francisco e Santa Clara de Assis”, completou o Ministro Provincial.
O RITO
Depois da Liturgia da Palavra, o Mestre dos Noviços, Frei Samuel Ferreira de Lima, fez a chamada de cada um e os apresentou ao Ministro Provincial, que fizeram o pedido: “Pedimos humildemente, Frei Fidêncio Vanboemmel e a todos os confrades, que digneis admitir-nos à santa profissão na fraternidade dos Frades Menores”. Frei Fidêncio, então, respondeu: “Bendito seja Deus, que vos escolheu para conosco caminhardes em nova vida”. Os professandos se aproximaram do Ministro Provincial e foram interrogados se estavam preparados para se consagrarem a Deus e buscarem a perfeição da caridade segundo a Regra e as Constituições da Ordem Seráfica. Depois, ajoelhados, com as mãos nas mãos do Ministro Provin-
cial fizeram a profissão religiosa. Em seguida, cada professando assinou o documento da profissão, expressando com isso que a vida passa a ser colocada sobre os desígnios de Deus, e cada neoprofesso recebeu do Provincial a Regra e as Constituições da Ordem dos Frades Menores. O rito terminou com o abraço da paz dos frades aos neoprofessos num gesto de acolhida e comunhão à Fraternidade Provincial.
AGRADECIMENTOS
O Ministro Provincial agradeceu especialmente à Fraternidade formaComunicações Janeiro de 2018
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Frei João Manoel Zechinatto
Frei Domingos Macuva Paulo (FIMDA) permanecerá como noviço por mais alguns meses por estar fazendo tratamento de saúde.
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dora de Rodeio, assim como a comunidade e os familiares dos noviços. Frei João Manoel Zechinatto falou em nome dos noviços e começou agradecendo a Deus, aos familiares e amigos. “Se somos frutos é porque viemos de uma boa árvore. E se alguma honra hoje nos prestam, saibam que ela não nos pertence, dedicamo-la a vós que, com esmero, primaram, rezaram e ajudaram a sustentar está vocação dada pelo Senhor”, disse. Ele agradeceu à Província Franciscana da Imaculada Conceição e também à Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola na pessoa do Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel. “Obrigado por nos acolherdes na caridade como filhos desta Ordem. Não temos nem ouro e nem prata, mas temos nossa vida e, com a graça e o espírito do Senhor, queremos, reta e sinceramente, devotá-la ao serviço desta Fraternidade Provincial”, prometeu. A Fraternidade formadora do Noviciado ganhou um agradecimento especial. “Ao nosso querido Frei Abel que, em silêncio e oração, aponta o sentido pleno do ‘por toda a vida ser-te-ei fiel’; ao Frei Rozântimo pela presença fraterna e alegre entre nós; ao nosso vigário, Frei Rafael, sempre pronto no trabalho e no zelo por esta casa e por todos nós; ao nosso pároco e vice-mestre Frei Pedro que, com empenho, dedicação e esmero, nos acompanhou durante este ano na formação musical e litúrgica; ao nosso guardião, Frei José Antônio, por zelar, animar e cuidar de nossa Fraternidade; e o nosso agradecimento especial ao nosso mestre, Frei Samuel! Obrigado por toda a ternura e vigor que emana do seu ser frade e menor; por ser nosso amigo e irmão mais velho, que está junto acompanhando, direcionando e sendo exemplo. Obrigado a todos por serem História na nossa história”, detalhou, emendando agradecimentos à Comunidade e à Família Franciscana.
Falou, emocionado, dos irmãos que fizeram esta caminhada. “Gratidão é apenas uma palavra, mas a gratidão que transborda do nosso coração vai além das palavras. Eterna gratidão pela vida e vocação de cada irmão. Grandiosa gratidão a todos e tudo por hoje estarmos aqui”. E finalizou: “São Francisco, no final da vida, disse: ‘Recomecemos irmãos, pois pouco ou nada fizemos!’ Mas quem dirá que este pouco é realmente pouco? O que é nada aos olhos do mundo pode já ser o tudo aos olhos de Deus. Meus irmãos, o pouco desse tudo já começou aqui, sim, neste chão santo, neste ano santo iniciamos mais propriamente o nosso frade menor. Agora: Navegar é preciso! Não a sós, sempre juntos e como irmãos!” O guardião do Noviciado, Frei José Antônio agradeceu especialmente a todos os benfeitores do Noviciado, que, muitas vezes, silenciosamente, anonimamente, ajudam esta casa de formação. “A formação não é só um ato do mestre, do vice-mestre, do guardião ou da Fraternidade formadora, mas toda a Comunidade deve participar, seja através da oração, seja através da ajuda material, seja através de conselhos quando são oportunos. Isso tudo é um modo de estarmos juntos construindo aqueles que serão os futuros ministros e irmãos de todos nós”, disse Frei José, convidando a todos para participar de um coquetel no claustro. Os neoprofessos angolanos viajaram no dia 11 para Angola, onde vão cursar Filosofia por três anos e, depois, retornam ao Brasil para fazerem o Curso de Teologia no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis. Os frades brasileiros agora farão o Curso de Filosofia em Curitiba, mas residirão na Fraternidade São Boaventura de Campo Largo. Moacir Beggo e Frei Augusto Luiz Gabriel (fotos)
PREPARAÇÃO NO EREMITÉRIO No dia 20 de novembro de 2017, a turma de noviços iniciou o retiro para sua primeira profissão no Eremitério Beato Egídio de Assis, em Rodeio (SC), e teve como pregador Frei Raimundo Justiniano de O. Castro. Foram cinco dias intensos de orações, refle-
xões, provocações e partilhas sobre a fórmula da profissão, os três votos (obediência, pobreza e castidade) e a vida fraterna. Fr. Silvério Munga Cajonde
PEDIDO E NOVO HÁBITO No domingo (07/01), solenidade da Epifania do Senhor, os treze noviços receberam os novos hábitos que vão acompanhar suas vidas como frades menores. A celebração foi simples mas cheia de simbolismos durante a oração do Angelus que antecedeu o almoço festivo da Fraternidade e dos familiares dos professandos. “Estes serão os hábitos que vão usar daqui para frente em definitivo. Eles foram feitos sob medida para cada um. O hábito tem o formato da cruz de Cristo. Cada um tem uma cruz para carregar dentro de sua medida, de suas forças, de suas possibilidades”, disse Frei Samuel. Diante do guardião, os noviços fizeram o pedido à Profissão dos votos temporários, num ritual simbólico e próprio da Ordem Franciscana. Em seguida, Frei José Antônio e Frei Samuel abençoaram os hábitos. Frei José lembrou que este momento acontecia no dia da manifestação do Senhor, quando uma estrela guiou os Magos até Belém. “A vida religiosa franciscana é sempre estar a caminho. Nós somos peregrinos e viandantes, não podemos nos apropriarmos de nenhum lugar, de qualquer coisa. Por isso se querem perseverar nesta vida, lembrem sempre de que somos peregrinos e estamos, a cada dia, recomeçando como nosso Pai Francisco assim disse no final de sua vida”, aconselhou o guardião.
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RODEIO, 15 DE JANEIRO, ADMISSÃO DOS NOVIÇOS 2018
O GRANDE EXERCÍCIO DE
IrmÃOs menores
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N
ão existe fraternidade ideal. A fraternidade ideal é aquela que eu vou construir. Não é a de Vila Velha, a de Guaratinguetá, Kibala ou a Sede Provincial. A fraternidade ideal é a Fraternidade de Rodeio. Esta é a Fraternidade. É aqui que a gente começa a fazer o grande exercício de Irmãos Menores”. Tendo como base a leitura do Testamento de São Francisco de Assis, o Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel fez mais do que uma reflexão, na manhã de segunda-feira (15/01), aos treze jovens brasileiros que fizeram o tão sonhado pedido de admissão à Ordem dos Frades Menores: Frei Fidêncio traçou as linhas gerais básicas para viver um “ano de penitência” no Noviciado de Rodeio. Após um período de discernimento nas etapas do Aspirantado e do Postulantado, treze jovens brasileiros foram aceitos, com a graça de Deus, pelo Ministro Provincial, representando a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. Este rito foi feito durante a Oração das Laudes, às 7h15, no Noviciado São José de Rodeio (SC). Antes, às 6h30, Frei Samuel Ferreira de Lima presidiu a Celebração Eucarística. A celebração do rito de Admissão foi simples, de acordo com a programação litúrgica da casa, porém calorosa e repleta de símbolos de uma Ordem religiosa com mais de 800 anos. Junto com o pedido, o momento mais esperado pelo noviço é o de vestir o hábito de São Francisco de Assis, as vestes da provação como chama o santo. “Veste significa apenas um pano marrom qualquer. Aqui, para Francisco, o hábito tem um significado maior, como lembra Tomás Celano: um pano em forma de cruz. Nosso hábito lembra que mais do que revestir-se com um pano; revestimos-nos com a forma da cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, e essa Cruz de Jesus Cristo ele encontrou na vida do Santo Evangelho. Não importa se esse pano é remendado por fora e por dentro. Os remendos nada significam. Importa que esse pano tem o vigor de Deus, a força de Deus, a graça de Deus. Cada vez que nos revestimos com esse pano, lembramos que estamos nos revestindo com a graça, o vigor e a cruz de Cristo”, ensinou. Segundo o Ministro Provincial, no Testamento de São Francisco, feito quando já está enfermo no final de sua vida, ele reúne a Fraternidade para retomar aquilo que foi sagrado, aquilo que foi fundamental nas origens. “Vocês estão, hoje, iniciando o Noviciado como Frades Menores. E é bom ouvir aquilo que o Seráfico Pai Francisco prioriza como pontos essenciais, aquilo que sempre deve estar na origem de nossa vocação, não importa a etapa formativa que nós estamos vivendo. Pode ser noviciado, pode ser dentro da profissão temporária, pode ser ao longo dos anos da nossa vida religiosa, nunca podemos perder, como lembra Santa Clara, o ponto de partida. E Francisco aqui coloca nesse ponto de partida, em priComunicações Janeiro de 2018
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Formação e Estudos o PEDIDO
meiro lugar, o exercício do caminho penitencial”, explicou Frei Fidêncio, reforçando com a citação: “Foi assim que o Senhor me concedeu a mim, Frei Francisco, iniciar uma vida de penitência”. Toda a nossa vocação franciscana, toda nossa vida religiosa - enfatizou o celebrante - é um caminhar na penitência, é um caminhar como penitentes. E caminhar na penitência significa caminhar numa transfiguração total, que significa deixar aquilo que aparentemente pode parecer doce aos nossos olhos, para abraçar ‘o Amado’, mas talvez o amado da humanidade é o doce do olhar de Deus. Por isso, ele cita os leprosos. ‘Custava-me olhar para os leprosos, mas o Senhor mesmo me
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vestição
conduziu entre eles e eu tive misericórdia com eles’. A vida penitencial passa por esta experiência: da transformação, da transfiguração do nosso próprio ser, através da nossa vocação e através da nossa missão. Depois, Frei Fidêncio falou da importância da vida de oração para Francisco. “’O Senhor me deu tanta fé nas igrejas’. E fé nas Igrejas significa ter fé na Igreja Una, Santa e Católica. Fé nesta Igreja na qual nós devemos buscar sempre os elementos essenciais para crescermos na nossa vida orante. Fé naquilo que a Igreja professa na sua essência”, acrescentou. A fraternidade mereceu um grande destaque do Ministro Provincial. “Essa é uma experiência de
Formação e Estudos o hábito
Da esq. para dir.: Frei Thierry, Frei Roberto, Frei Lucas, Frei Guilherme, Frei Franklin e Frei Éverton
Da esq. para dir.: Frei Daniel, Frei Francisco, Frei Gabriel, Frei Josielio, Frei Marcelo, Frei Sérgio e Frei Yves
fé que nós fazemos: ‘o Senhor me deu irmãos’. Nenhum de nós fez a opção de viver uns com os outros. Mas Deus nos colocou, gratuitamente, no único caminho, no único projeto de vida, com histórias diferentes, famílias diferentes. Daqui a uns dias vão chegar os irmãos angolanos. História, vidas e culturas diferentes, mas nós vamos nos identificar num único projeto de Deus e esse projeto de Deus é vivido em todas as partes, mas como irmãos, como fraternidade”. “A nossa vida fraterna, a nossa vida penitencial é essa conversão ao Santo Evangelho, por isso, Francisco coloca esse versículo: ‘A vida e a Regra dos Frades Menores é essa: Viver o Santo Evangelho de Nosso Senhor
Jesus Cristo’”, recordou. Nesses pontos essenciais, Frei Fidêncio destacou também a pobreza. “Francisco lembra como gesto e sinal de pobreza, o trabalho. Para Francisco, o trabalho é uma dádiva. O trabalho nunca deve ser visto como obrigação, mas a expressão mais bonita da pobreza”, sublinhou. “Nós lembramos aqui valores, não somente para vocês, que estão ingressando neste ano de Noviciado, mas para todos nós, Frades Menores, no nosso dia a dia. Quando fiz a pergunta a vocês: ‘Irmãos caríssimos, o que desejais de nós?’, vocês responderam da seguinte forma: ‘Respondendo ao impulso do Espírito Santo, desejamos condividir a vida na Família Franciscana’. Aqui, entra o eleComunicações Janeiro de 2018
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Formação e Estudos mento da Fraternidade. Condividir a vida, a família. E a família começa numa fraternidade concreta. A Província é muito grande. A Província tem muitas fraternidades. Qual é a fraternidade ideal? Não existe fraternidade ideal. A fraternidade ideal é aquela que eu vou construir. Não é a de Vila Velha, não é a de Guaratinguetá, não é a de Kibala, não é a Sede Provincial. A Fraternidade ideal é a fraternidade de Rodeio. Esta é a fraternidade. É aqui que a gente começa a fazer o grande exercício de Irmãos Menores. Desejando viver a vida como frade menor numa fraternidade real e concreta. Não são os irmãos mais santos, não são os irmãos mais perfeitos, mas os ‘irmãos que o Senhor nos deu’ para estenderem as mãos e ajudá-los nesse discernimento de aprofundar esses valores franciscanos”, disse Frei Fidêncio, lembrando que toda a Fraternidade Provincial é responsável para ajudar a trilhar pelo caminho da penitência e viver segundo a forma do Santo Evangelho. “Desejo um bom e um abençoado ano de Noviciado. Que as palavras de São Francisco, no início do Testamento, possam motivá-los neste grande exercício!”, desejou.
O mestre do Noviciado, Frei Samuel Ferreira de Lima
O RITO DE ADMISSÃO
Segundo os documentos da Ordem, esses jovens farão um “período de formação mais intensa” em Rodeio, tendo como objetivo “fazer com que os noviços conheçam e experimentem a forma de vida de São Francisco, impregnem mais profundamente a mente e o coração de seu espírito e, avaliando melhor o chamado do Senhor, comprovem seus propósitos e sua idoneidade” (Constituições Gerais da Ordem, art. 152). Após a leitura do Testamento de São Francisco, o Mestre do Postulantado, Frei Jeâ Paulo Andrade, que acompanhou esta turma durante o ano de 2017, em Guaratinguetá-SP, chamou diante do Provincial cada um dos noviços que, em seguida, foram acolhidos na Fraternidade Provincial. O rito da Vestição seguiu-se com a bênção e entrega dos hábitos. Desta forma, Frei Daniel Maciel, Frei Éverton Junior Goschel Broilo, Frei Francisco Teixeira Junior, Frei Franklin Matheus da Costa, Frei Gabriel Nogueira Alves, Guilherme Plotegher Neto, Frei Josielio da Silva Oliveira, Frei Lucas Moreira Almeida, Frei Marcelo Tadeu da Silva Cardoso, Frei Roberto Rocha da Silva, Frei Sérgio Hide Honna, Frei Thierry Melo de Paula, Frei Yves da Costa Bernardes Leite receberam o hábito franciscano das mãos do Ministro Provincial.
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O mestre do Postulantado, Frei Jeâ Andrade
Formação e Estudos
No final, os noviços assinaram o livro de atas de Admissão ao Noviciado da Ordem dos Frades Menores.
HISTÓRIA: O NOVICIADO DE RODEIO
A Ordem dos Frades Menores estabeleceu oficialmente sua primeira residência em Rodeio no dia 26 de fevereiro de 1895, quando aqui chegaram quatro frades, liderados por Frei Lucínio Korte. Poucos anos depois, “por ato do Ministro
Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Aloísio Lauer, a 15 de junho de 1900, a residência franciscana de Rodeio passou a Convento e Noviciado. A caminhada do Noviciado, em Rodeio, teve seu início em 3 de outubro de 1901, com a chegada do Pe. Mestre dos Noviços, Frei Modesto Bloeink e seus primeiros seis noviços: Frei Anselmo Boeckenholt, Frei Bonifácio Martinov, Frei Celestino Moldzianowski, Frei Elias Steinruecken, Frei
Gabriel Zimmer e Frei Timóteo Arens”. Na Província restaurada, o noviciado foi instituído antes, tendo funcionado, desde maio de 1897, no Convento de Blumenau. Mas desde 1901 permaneceu, quase ininterruptamente em Rodeio. “Quase ininterruptamente” porque, por ordem capitular, por dois anos, em 1911-12, o noviciado passou para o Convento de Curitiba. (…) O Noviciado voltou a Rodeio já nos inícios de 1913.
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Angolanos iniciam o Noviciado em São Paulo
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tempo de Noviciado de sete jovens angolanos teve início na terça-feira, dia 23 de janeiro, às 7h30, em São Paulo. Frei Abel Ndala Sahuma Nganji, Frei Clementino Samuel Miguel, Frei David Vicente da Conceição Gaeita, Frei Lucas Eduardo Maurício, Frei Luis António Gungo, Frei Silvano Kessongo Pinto Leitura, Frei Valódia João Manuel Baptista Domingos foram acolhidos pelo Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, durante a Oração das Laudes, na Paróquia São Francisco de Assis e Sede Provincial da Província da Imaculada Conceição do Brasil, na Vila Clementino, em São Paulo. Eles viajaram no dia 25 para para o Noviciado de Rodeio, em Santa Catarina, onde se juntaram aos treze noviços brasileiros que foram admitidos no último dia 15 de janeiro. As duas celebrações foram necessárias devido ao atraso na documentação dos postulantes angolanos. Antes, às 7h00, o Vigário Provin-
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cial, Frei César Külkamp, presidiu a Celebração Eucarística, tendo como concelebrantes Frei Fidêncio e Frei Raimundo Oliveira Castro. A exemplo de Rodeio, a celebração do rito de Admissão foi simples e muito simbólica, principalmente pelo momento em que o noviço recebe o hábito franciscano, ou “veste da provação” como dizia São Francisco. Frei Fidêncio fez sua reflexão e motivação aos jovens angolanos tendo como base o Testamento de São Francisco, como fez aos noviços brasileiros em Rodeio (pág. 112). “A nossa lei maior, as Constituições Gerais, nos dizem que o Noviciado é um período de formação mais intenso e tem objetivo fazer com que os noviços conheçam e experimentem a forma de vida de São Francisco. Ou seja, vocês não vão estar sozinhos. Vocês formarão a turma de 20 noviços que vão experimentar a forma de vida de São Francisco. Experimentar significa não apenas estar vestido com o hábito, mas experimentar aquilo que é o cotidiano nosso: a vida de oração, a vida de trabalho, a formação, a con-
Formação e Estudos vivência fraterna, as dificuldades que nós normalmente enfrentamos como pessoas humanas e as nossas inquietações”, enfatizou Frei Fidêncio. “Experimentar não significa uma experiência teórica. Experimentar significa colocar coração, emoção, colocar a vida dentro de uma fraternidade concreta, que tem Frei Samuel como mestre; Frei José como guardião; Frei Rafael; Frei Rozântimo; Frei Pedro da Silva, que vai ajudar vocês a cantar mais bonito do que já cantam; e que tem Frei Abel Schneider, um frade com mais de 90 anos. É uma graça ter um frade com mais de 90 anos porque essa é uma realidade das nossas famílias. As nossa famílias franciscanas são formadas por jovens franciscanos, por pessoas de meia idade, mas é formada também por pessoas que viveram e testemunharam o seu profetismo franciscano por longos e longos anos em sua vida religiosa. Frei Abel é um grande formador. No seu silêncio, quase não ouve, é um bênção de Deus”, incentivou Frei Fidêncio, falando da importância da vida em fraternidade que vão formar a partir de agora no Noviciado. O Mestre do Postulantado em Ango-
la, Frei Marco Antônio dos Santos, que acompanhou esta turma em 2017, chamou diante do Provincial cada um dos noviços para que recebessem o hábito franciscano, abençoado pelo Ministro Provincial. Frei Ivair Bueno de Carvalho, como vice-presidente, representou a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola. No final da celebração, Frei Fidêncio apresentou aos angolanos o Mestre Frei Samuel Ferreira de Lima. Disse que ele, como Ministro Provincial, é também formador, mas no dia a dia este serviço será feito pelo Mestre e a Fraternidade Formadora de Rodeio. A celebração terminou com a Bênção de São Francisco sobre os noviços. Frei Augusto Luiz Gabriel (fotos) e Moacir Beggo
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Formação e Estudos FAE-RONDINHA
Festa marca conclusão do curso de Filosofia
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o dia 15 de dezembro, Frei Augusto Luiz Gabriel, Frei Erick de Araújo Lázaro, Frei David Belinelli, Frei Douglas da Silva, Frei Heberti Senra Inácio e Frei Samuel Santos Soares celebraram, no anfiteatro da FAE-Centro Universitário, o encerramento do curso de Filosofia. Num clima de muita alegria e gratidão, os frades juntaram-se aos demais alunos formandos do curso de Filosofia para que, assim, após três anos de estudos filosóficos, pudessem finalizar com festa mais uma etapa de suas vidas! A celebração foi solene e de caráter simbólico, pois a colação de grau oficial da instituição será feita em março deste ano por questões legislativas. Porém, esse fator não tirou o brilhantismo da noite. Um a um, os formandos tomaram os seus lugares, aplaudidos calorosamente por seus familiares, professores, formadores e amigos que marcaram presença. Compuseram a mesa de honra o coordenador e professor do curso de Filosofia, Frei Jairo Ferrandin, e a paraninfa escolhida pela turma, professora doutora Luciana da Silva Teixeira. “Esta turma, como sempre disse
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é muito especial. Vocês sempre buscaram excelência em tudo. Todos dedicados e ávidos por um mesmo objetivo: sair daqui melhor do que chegaram. Com certeza, o objetivo foi alcançado. Vocês, além de terem se tornado profissionais dotados de conhecimento para assumir e honrar a Filosofia, são, acima de tudo, seres humanos de qualidade ímpar, e tenho certeza de que aprender, lutar, rir, perdoar, cair, levantar, sonhar... são ações que farão sempre parte da vida de cada um”, disse a professora Luciana. “Ao terminar esta etapa, cada um de vocês tem plena consciência da sua missão, como profissional, como ser humano, como religioso para desenvolvimento social, político e sustentável deste país”, continuou, emocionando a todos: “Agora, vão! Vocês já sabem ir sozinhos”. O orador da turma, José Madson
dos Reis, em seu discurso, relembrou a pergunta feita pelo professor Osmar Ponchirolli para cada aluno no primeiro dia de aula: “Por que estudar Filosofia?”, e recordou as mais variadas respostas dadas por cada um. “Se esta pergunta fosse feita novamente, certamente a resposta seria outra. Portanto, vivemos em uma constante transformação. Durante estes três anos vivenciamos inúmeras experiências. Viver significa a arte da transformação. A cada mês, a cada semestre, experimentamos sentimentos diferentes, conduzindo-nos a uma vida pautada na reflexão do pensamento, sobretudo, nas inúmeras possibilidades apresentadas no percurso da vida”, proferiu o orador. Grande emoção e gratidão foi o momento em que a discente Ana Maria agradeceu aos pais e professores.
CELEBRAÇÃO DE AÇÃO DE GRAÇAS
A celebração de Ação de Graças aconteceu na capela do Convento São Boaventura na manhã do mesmo dia (15/12), e contou com a presença de familiares e amigos dos frades formandos. Frei Rodrigo da Silva Santos, mestre dos Frades de Profissão Temporária, foi o celebrante. Frei Estevam Gomes Pereira, o Frei Estevinho, tomando a palavra no final de celebração, disse com voz firme: “Vocês são uma dádiva na patena de oferenda ao Senhor”.
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COLAÇÃO DE GRAU NO ITF
o dia 2 de dezembro de 2017 foi realizada a Colação de Grau dos estudantes do curso de Teologia do Instituto Teológico Franciscano. A cerimônia, às 9 horas, contou com a presença de colegas, amigos, professores e funcionários do ITF. Formaram a mesa de presidência: Frei Antônio Everaldo Palubiack Marinho (diretor do ITF); Frei Elói Dionísio Piva (vice-diretor do ITF); Pe. Medoro de Oliveira Souza Neto (paraninfo); Frei Osmar Antônio Ferreira (representante dos Agostinianos); Frei Luis Carlos Siqueira (ministro provincial dos Capuchinhos); e Frei Marcos Antônio de Andrade (mestre dos Franciscanos). Após os formandos tomarem seus lugares, Frei Antônio Everaldo abriu o ato acadêmico, saudando-os bem como os demais presentes. Convidou a todos à execução do Hino Nacional Brasileiro. Em seguida, o paraninfo, Pe. Medoro, dirigiu algumas palavras a seus afilhados: O trabalho teológico que o ITF oferece é um serviço à Igreja universal. “Sua missão é servir à Igreja, o que pressupõe não só capacidades intelectuais, mas também disposições espirituais. Entre estas últimas, queria chamar a atenção de vocês sobre a importância da escuta… O teólogo é, sobretudo, um crente que escuta a palavra de Deus vivo e a recebe no coração e na mente. Mas o teólogo tam-
bém deve ficar humildemente em escuta do que o Espírito diz às Igrejas’”. Também Frei Gabriel Vargas Dias Alves – orador da turma – discursou, relembrando alguns momentos marcantes de quatro anos de caminhada. A estudante Thereza Cristina Diehl homenageou os colegas com um pequeno e emocionado discurso, salientando a importância dos sonhos: “Somos o encontro de sonhos! Sonhamos com o Reino que Jesus sonhou para nós. Herdamos este sonho de uma ancestralidade que se comprometeu com o projeto de Jesus; e nestes últimos quatro anos tivemos ‘tempo’ de penetrar nas escrituras, na beleza da liturgia, na história dos diversos tempos e das diversas culturas. Fomos percebendo que toda verdade atravessa qual-
quer tempo, espaço ou dificuldade”. Na conclusão da cerimônia, Frei Antônio Everaldo ressaltou a agradável sensação do dever cumprido e deu um conselho aos formandos: “Por onde andarem, falem de Deus”. Concluída a sessão solene de Colação de Grau, os presentes foram convidados a participar de um coquetel comemorativo pela ocasião.
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Fraternidades FREI JOSÉ BERTOLDI
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60 ANOS DE VIDA RELIGIOSA E 55 DE SACERDÓCIO
rei José Bertoldi festejou seus 60 anos de vida religiosa e 55 anos de sacerdócio no dia 15 de dezembro no Santuário Nossa Senhora Aparecida - Blumenau, onde trabalha. Com uma Missa festiva, às 19 horas, Frei José rendeu graças pelos anos de testemunho do Evangelho como franciscano e sacerdote. A celebração contou com a presença dos seus confrades da Fraternidade, Frei Nelson e Frei Pascoal, do diácono Moacir, de suas irmãs, cunhado, sobrinhos, equipes de Nossa Senhora, Lareira, e demais lideranças, movimentos, pastorais e CPCs do Santuário e comunidades. Na homilia, Frei José destacou que a vocação é um chamado de Amor de Deus. “Nossa família era muito católica, simples. Aprendemos a rezar e a valorizar a fé em casa, por isso, desde criança eu queria ser padre. Como forma de avivar a vocação, eu ensaiava a missa, colocando o paletó do meu pai e, com hóstias de rodelas de bananas, procurava celebrar a missa. Fazia o sermão, dava algumas broncas, rezava e, no final, servia a comunhão para as minhas irmãs, que eram obrigadas a ouvir o sermão e rezar para receberem a comunhão”, disse. Destacou também os lugares onde trabalhou, fazendo referência especial aos 5 anos em que esteve em Israel e na Palestina. Disse ter feito muitos amigos por onde passou e que os frades sempre foram seus melhores e inesquecíveis amigos. Encerrou a homilia destacando a sua fé e paixão por Jesus Cristo e por Francisco. A vocação será sempre viva e a missão eficaz
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quando se ama o Evangelho e se vive como testemunha de Jesus e de Francisco, pobre, humilde e sereno. Ainda lembrou que, como apóstolo de Cristo nos dias de hoje, tem que gostar de pescar. E que ele herdou dos apóstolos essa forma de vida nos dias e tempos vagos, se possível mais de uma vez por semana vai pescar. Esse é um jeito muito bom de manter em
dia a vocação, a saúde e fazer muitos amigos. Após a Missa, a comunidade presente foi convidada a participar de um coquetel regado de muitas homenagens, agradecimentos e convivência. Parabéns Frei José pelo seu testemunho de vida e de fé! Frei Nelson José Hillesheim
Fraternidades
ENCONTRO RECREATIVO DO REGIONAL LESTE CATARINENSE O encontro recreativo do Regional Leste Catarinense aconteceu nos dias 18 e 19 de dezembro, no município de São Martinho-SC, na região denominada Vargem do Cedro. Sob a responsabilidade da Fraternidade de Santo Amaro foi escolhida a Pousada Hellmann para estadia durante esses dois dias. Além dos frades do Regional, participaram também dois frades estudantes do tempo da Filosofia que fizeram o estágio pastoral na Paróquia de Angelina. A estadia na Pousada proporcionou aos frades momentos de descanso e de convivência. Aproveitou-se o tempo para conhecer a bela região que preserva suas origens germânicas com casas no estilo enxaimel em meio às montanhas, cercadas de pastagens e jardins bem cuidados, além de produtos coloniais e de artesanato. Visitamos juntos vários lugares turísticos como a fábrica de bolachas artesanais Fluss Haus, que significa “Casa do Rio”,
nome dado pelo fato de um riacho passar entre as áreas da casa, a bela Igreja de São Sebastião e a Gruta de Nossa Senhora de Fátima, o restaurante Salto do Rio Capivara, onde almoçamos e, também, o Santuário da Beata Albertina Berkenbrock na pequena comunidade de São Luiz. Viajar juntos em fraternidade, conhe-
cer lugares novos e reencontrar os frades do Regional deram a tônica deste encontro recreativo. Gratidão a Deus por esses dois dias maravilhosos, gratidão também pelas atividades realizadas durante os encontros do Regional ao longo do ano de 2017. Frei Daniel Dellandrea
DESEJO FORTE Vou viver esse Ano Novo bem diferente, Acentuar mais o que vem do interior, Aquele sonho que em nós vive, ardentemente, Desejo forte de provar o mel do amor. Intensamente, vou viver o novo, e amar, E todas as coisas más do findo ano, esquecer, Somente o bem vou ver, o mal vou apagar, A Lei nos pede para todo o mal morrer!... Nos dias 11 e 12 de dezembro, frades dos Regionais do Contestado e Auto Vale do Itajaí se reuniram na Casa São José, na Vila Itoupava (Blumenau), durante o encontro recreativo de final de ano. Estiveram conosco os aspirantes e os confrades de Blumenau.
É meu sonhar, minha esperança pra o futuro, Dias melhores eu viver e anunciar, Para lograr um coração forte e seguro. Afirmo e creio: - Somente aquele que sonha, Constrói no mundo um castelo sobre o rochedo, E amanhã lá no Céu prêmio d’ ouro ganha. Frei Walter Hugo de Almeida Comunicações Janeiro de 2018
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Fraternidades
Notícias do nosso missionário em Marrakesh
F
rei Jorge Lázaro de Souza é missionário na Custódia do Marrocos, dependente do Ministro Geral desde 2010, presente em 7 cidades: Rabat, Meknés, Larache, Tetouán, Tânger, Alhoucemas e Marrakesh. No depoimento abaixo, ele escreve sobre a missão em Marrakesh, onde se encontra:
Somos três na Fraternidade: um belga, um de Guiné Bissau e eu. O frei belga, no momento, está fazendo um tratamento de saúde na Bélgica e não tem previsão de volta. Por enquanto, não temos freis disponíveis para recompor a Fraternidade. Fala-se de um mexicano que terá de estudar francês e um de Madagascar para fazer o seu ano missionário. Os dois já estão no Marrocos. São quatro de Madagascar que chegarão e estarão em outras fraternidades também. Nossa presença consiste em atender a uma Paróquia e duas comunidades religiosas. Todos os dias temos
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Comunicações Janeiro de 2018
uma Missa à tarde, de segunda a sábado, e aos domingos pela manhã. Entre os paroquianos temos: os que estão aqui desde antes da independência; alguns que chegaram um pouco depois; os estudantes subsaarianos com bolsa da Unesco e que permanecem aqui de 3 a 6 anos; e as duas comunidades religiosas: Franciscanas Missionarias de Maria e a outra de origem libanesa. As Franciscanas vão fechar a comunidade até julho. Estão cada vez mais reduzidas e com muitas idosas. Trabalho paroquial: temos mais movimento aos domingos quando vemos muitos turistas na Missa de todas as partes do mundo, inclusive do Brasil. No domingo é quando se tem a catequese e os estudantes aproveitam para se encontrar. A Missa é animada pelo coral de estudantes. Também temos as Pastorais da Saúde e dos Círculos Bíblicos nas casas. Os leigos estão bem engajados nas duas pastorais. Antes, havia a Pastoral carcerária, mas a mudança de local do presídio para
mais longe dificultou as visitas. Há muita procura para casamentos. Até de Hong Kong. Quando cheguei havia um grupo de imigrantes ilegais que se hospedavam numa igreja antiga, quase em ruínas. Foi uma obra social começada por um frei que partiu. Eles começaram a dar problemas. Então tivemos que pedir que deixassem o local. Foi um momento muito difícil porque tivemos que chamar a polícia. Mas, graças a Deus, quando a polícia chegou, abandonaram o local tranquilamente. Infelizmente, não tínhamos outra solução. O frei responsável por este trabalho deixou a missão e os que estavam aqui perderam o controle da situação. Foi a pior experiência que passei como frei aqui, pois estivemos, o pároco e eu, com a polícia diante deles tanto no dia da advertência como no dia de deixar o local. Eram mais ou menos 50 imigrantes de várias nacionalidades. Os mais difíceis e violentos eram os de Camarões. Trabalhos que faço: organizar a casa; responsável pelo colaborador da paróquia que cuida da manutenção e do jardim e uma cozinheira, colaboradora da casa; compras e contabilidade da paróquia e da casa. São contas separadas. A paróquia paga os gastos ordinários e do colaborador. A casa paga a cozinheira e outros gastos de manutenção. A partir deste ano também sou o ecônomo da Custódia. De vez em quando tenho que ir a Rabat porque lá está a sede. Estamos implantando um programa único para toda a Custódia. Estou utilizando o programa de contabilidade da Província, traduzido para o francês e o espanhol. No início foi complicado fazer
Fraternidades a contabilidade da casa e da paróquia. Estava uma confusão. Até pôr ordem em tudo, deu muita dor de cabeça. Enfim... melhor nem lembrar...rs Sou o delegado diocesano da Vida Religiosa e Consagrada da Região. Somos, por enquanto, 15 religiosos que nos reunimos duas vezes ao ano. E sou da equipe diocesana da Pastoral Vocacional. Somos 4 na equipe, uma vicentina, uma FMM, um salesiano e eu. O último encontro, reuniu 30 jovens. Praticamente todos subsaarianos. Tivemos a nomeação do novo bispo de Rabat. É um espanhol salesiano que já esteve trabalhando aqui de 2003 a 2010. Era provincial em Sevilha. Quebraram a tradição de ser sempre um francês. Será ordenado no dia 10 de março em Rabat. Ele vai ser uma bênção para a Diocese.
Quanto à minha saúde, estou bem, algum desconforto na visão, porém sem incômodos. Com tudo isto, não nos falta oportunidade para viver a minoridade e o que nos pede o capitulo 16 da Regra não Bulada. Tenho só a agradecer a Deus, ao Frei Fidêncio e ao Definitório pela oportunidade que me deram de poder voltar a esta missão. Termino louvando e agradecendo a Deus com esta oração franciscana: “Ó Glorioso Deus altíssimo, ilumina as trevas do meu coração, concede-me uma fé verdadeira, uma esperança firme, e um amor perfeito. Mostra-me, Senhor, o reto sentido e conhecimento, a fim de que possa cumprir o sagrado encargo que na verdade acabas de dar-me. Amém. Um grande e fraterno abraço!
PRIMEIROS FRADES ANGOLANOS A SE FORMAREM NO ITF Frei Canjenjenga
Natural de Huambo, em Angola, nasceu no dia 3 de janeiro de 1986. Vestiu o hábito franciscano no dia 11 de janeiro de 2009 em Rodeio (SC) e professou solenemente na Ordem dos Frades Menores no dia 27 de setembro de 2015.
Frei Bunga
Natural de Kilamba Kiaxi, província de Luanda, nasceu no dia 5 de abril de 1988. Vestiu o hábito franciscano no dia 2 de abril de 2012 e professou solenemente na Ordem dos Frades Menores no dia 24 de setembro de 2017
Frei Ermelindo
Frei João B. Canjenjenga, Frei João Alberto Bunga e Frei Ermelindo Bambi
Natural de Camabatela, Província do Kwanza Norte, nasceu no dia 1º de março de 1987. Vestiu o hábito franciscano no dia 12 de janeiro de 2013 e professou solenemente na Ordem dosComunicações Frades Menores no Janeiro de 2018 125 dia 24 de setembro de 2017.
Evangelização
Diocese de Joaçaba anuncia encerramento do processo diocesano da Causa de Frei Bruno
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epois de quase cinco anos de trabalhos, o bispo D. Mário Marquez (OFMCap), da Diocese de Joaçaba (SC), anunciou oficialmente no dia 16 de janeiro, o encerramento do processo diocesano da Causa de Frei Bruno Linden, frade franciscano que deixou suas marcas de santidade no estado de Santa Catarina, principalmente no Oeste e no Vale do Itajaí. Esse momento histórico poderá ser visto pela multidão, que participa todo ano da Caminhada Penitencial Frei Bruno, durante a última sessão solene do Tribunal Eclesiástico para a Causa de Frei Bruno em frente à Catedral Santa Terezinha de Joaçaba, no dia 25 de fevereiro, dia da morte de Frei Bruno, às 8 horas. Em seguida terá início a Caminhada Penitencial que terminará no Cemitério Frei Edgar com a Celebração Eucarística.
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Comunicações Janeiro de 2018
“É uma grande satisfação estar informando neste momento que estamos encerrando o processo diocesano da Causa de Frei Bruno. Há cinco anos criei o Tribunal eclesiástico e iniciei o processo para a beatificação de Frei Bruno. Graças a Deus, com o empenho do Tribunal que recolheu os depoimentos e testemunhos das pessoas e da Comissão Histórica, estamos concluindo esta fase para enviar o processo a Roma, entregando a documentação lacrada aos dois vice-postuladores, Frei Estêvão Ottenbreit e Frei Alex Ciarnoscki, que farão chegar a documentação às mãos do Postulador da Ordem Franciscana, Giuseppe Califano. Ele, por sua vez, entregará os documentos à Congregação para as Causas dos Santos no Vaticano”, adiantou D. Mário. Segundo o bispo, o coroamento
desta fase é resultado da demonstração de fé do povo através das caminhadas penitenciais e do amor a Frei Bruno. “Tudo isso veio fortalecer a nossa ação cristã, a nossa evangelização, a nossa missão como cristãos no mundo tendo em vista que Frei Bruno, como um bom franciscano, na sua humildade e seu jeito de ser, marcou tanto nossa região no Oeste Catarinense e toda Santa Catarina. Por isso, nos orgulhamos e esperamos que seja aprovado esse processo e que seja conhecido futuramente, além de sua beatificação, a sua canonização”, destacou o bispo franciscano capuchinho. O processo da Causa de Frei Bruno recebeu o “nihil obstat” (nada contrário) no dia 7 de maio de 2013, quando o Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, enviou documento a D. Mário Marquez informando não existir impe-
Evangelização
FREI BRUNO LINDEN * Dusseldorf, Alemanha, 08/09/1876 † J oaçaba, SC, 25/02/1960 (c/ 83 anos) 1 894 - Chegada ao Brasil 1898 - Profissão solene 1901 - Ordenação presbiteral Petrópolis 1902 - Petrópolis (RJ) - vigário paroquial 1904-1909 - Gaspar (SC) como superior e pároco e, a partir de 1906, como vigário paroquial. 1909 - São José (SC) como vigário paroquial e bibliotecário e, a partir de 1914, como superior e pároco. 1917 - Não-Me-Toque (RS), como superior e pároco. 1926 -1945 - Rodeio (SC), como guardião e pároco. 1945 - Esteves Júnior (SC) – apenas no mês de janeiro. 1945-1952 - Xaxim, como superior e pároco a partir de novembro. Em 1952, como vigário paroquial. 1956-1960 - Joaçaba, vigário cooperador, quando ficou no início de fevereiro alguns meses em Luzerna. Morreu em Joaçaba.
dimento para iniciar oficialmente o processo de beatificação do frade franciscano da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. No mesmo ano, no dia 30 de outubro, foi instalado o Tribunal Eclesiástico da Diocese, formado por: Pe. Davi Lenor Ribeiro dos Santos, delegado do bispo; Pe. Clair José Lovera, promotor de justiça; Michelle Selig, notária (secretária); e Cláudio Orço, notário auxiliar. Trabalhou neste processo também uma Comissão histórica formada por Frei Clarêncio Neotti e a historiadora Iraci Lopes, que teve a missão de recolher toda a documentação sobre Frei Bruno, tudo o que se escreveu sobre ele e todas as referências à vida e santidade de Frei Bruno. “Depois de quase 5 anos nos vimos cada vez mais como Frei Bruno viveu as virtudes cristãs em grau heroico. Podemos chegar à conclusão que Frei Bruno foi uma pessoa de Deus. Uma pessoa que viveu a sua vida cristã, a sua vocação cristã, de uma forma tão intensa, torna-se para nós modelo de vida consagrada e de vivência cristã. Para o povo da região do Oeste Catarinense e do Vale do Itajaí, celebrar este momento, esta caminhada, é motivo para agradecer a Deus que nos concedeu Frei Bruno como amigo e como intercessor junto ao povo de Deus”, celebra o vice-postulador Frei Alex Ciarnoscki. “Aqui merece ser feito um agradecimento a Dom Mário e aos membros do Tribunal Eclesiástico - Pe. Davi, Pe. Clair, Michelle, Cláudio) e à Comissão Histórica pelo grande trabalho feito”, enfatizou o frade. Segundo Frei Alex, a documentação será encaminhada para a Secretaria da Congregação da Causa dos Santos, em Roma, e depois se aguardará a avaliação po-
sitiva da Secretaria. “Depois desta fase, o Tribunal deverá agora começar a segunda próxima etapa, que se trata de recolher aqueles pretensos milagres realizados por intercessão de Frei Bruno. Essa etapa deverá começar em meados deste ano”, adiantou Frei Alex.
COMO FOI A ETAPA DIOCESANA
O primeiro passo para um pedido de beatificação é o clamor popular diante da fama de santidade. No caso de Frei Bruno, isso pôde ser visto intensamente há 28 anos na Caminhada Penitencial Frei Bruno. A partir dessa constatação, a Província Franciscana da Imaculada Conceição, através do seu Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, fez o pedido para abertura da causa, através do documento oficial “Libellum Supplicem” ao bispo diocesano D. Mário Marquez. De acordo com as regras da Santa Sé para a fase diocesana dos processos de canonização, é o bispo da diocese onde faleceu o candidato à santidade Comunicações Janeiro de 2018
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CAMINHADA PENITENCIAL A Caminhada Penitencial Frei Bruno acontece no domingo, 25 de fevereiro, na cidade de Joaçaba, em Santa Catarina. Além de ser uma demonstração de fé e conversão, sempre no segundo domingo da Quaresma, essa Caminhada tem a marca registrada da veneração (honrar uma
pessoa ou um objeto que nos remete a Deus) ao Servo de Deus Frei Bruno Linden, um “santo” para os catarinenses, especialmente das regiões que presenciaram as suas peregrinações no Oeste do Estado. Esta será a 28ª vez que a multidão vai tomar as ruas de Joaçaba
que abre o processo. Frei Bruno morreu em Joaçaba no dia 25 de fevereiro de 1960, aos 83 anos de idade. Com a acolhida do pedido feito pela Província, o bispo fez em seguida uma consulta aos bispos do Regional de Santa Catarina. Tendo o sinal verde dos bispos, ele encaminhou o pedido de abertura do processo ao responsável da Congregação da Causa dos Santos, em Roma, para pedir o “nihil obstat”, um decreto para mostrar que não existe um obstáculo que deponha contra a causa. Esse documento da Congregação foi enviado a D. Mário no dia 7 de maio de 2013. Com essas duas garantias, dos bispos do Regional e de Roma, o processo pôde caminhar e D. Mário nomeou e instalou o Tribunal Eclesiástico no dia 30 de outubro de 2013. Desde então, o Tribunal trabalhou na elaboração do processo, do qual constam os documentos oficiais necessários para a sua abertura; 33 depoi-
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Comunicações Janeiro de 2018
numa grande demonstração de fé. Ela terá início às 8h30 na Catedral Santa Terezinha, passando em seguida pela rua 15 de Novembro e seguindo pela rua Caetano Branco até chegar no Cemitério Municipal Frei Edgar, onde terminará com a Celebração Eucarística.
mentos de pessoas que conheceram e conviveram com Frei Bruno; uma biografia completa, acompanhada de documentos históricos; os escritos de Frei Bruno, acompanhados de uma avaliação teológica. No total, serão anexadas 5.000 folhas aos autos do processo. Terminadas as investigações, os autos serão enviados em duas cópias à Congregação para as Causas dos Santos e os originais ficarão em poder do bispo D. Mário.
PRÓXIMA ETAPA - FASE ROMANA
A Congregação para as Causas dos Santos, presidida pelo Cardeal Prefeito Angelo Amato, vai receber o processo da Causa de Frei Bruno. Um relator desta Congregação dará parecer positivo ou negativo sobre a causa. Esse parecer é submetido a votações de uma comissão teológica e, depois, dos bispos e cardeais membros da Congregação. Se eles decidirem pela continuida-
de da causa, enviam ao Papa o pedido para um decreto de reconhecimento das virtudes heroicas. Se o Papa aceitar a solicitação, o candidato passará a ser chamado “venerável”. Para ser beato, ou bem-aventurado, que significa representar um modelo de vida para a comunidade, será necessário o reconhecimento de um milagre realizado por intercessão do Servo de Deus. No caso de Frei Bruno já existem relatos de graças e eventuais curas que serão analisadas pelo Tribunal a partir da metade deste ano. Deve-se, portanto, incentivar o povo cristão a pedir um milagre pela intercessão de Frei Bruno. Depois, ainda é preciso passar por mais uma fase: a canonização. Para ser proclamado santo é imprescindível a comprovação de outro milagre, que deve ocorrer após seu reconhecimento como beato. Moacir Beggo
Evangelização artigo
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“40 anos no deserto”
ara os que primam pela exatidão científica, especialmente os ocidentais, 40 anos são a sucessão matemática de dias, meses e anos. Para outros – como, por exemplo, o povo da Bíblia – 40 anos indicam a duração de uma geração, ou o tempo necessário para uma “mudança de mentalidade”. Quando o povo hebreu saiu do Egito, após longos anos de escravidão - 430 anos como narra Ex 12,40 -, sua cabeça estava “contaminada” pelos costumes daquele país. Era normal pensar que, na sociedade, alguns seriam ricos e mandavam, enquanto a maioria devia trabalhar em regime de escravidão. O politeísmo era uma prática religiosa comum, bem como venerar o Faraó como “deus” e obedecê-lo cegamente. Os que exerciam funções religiosas estavam a serviço e na defesa deste “status quo”. Outros costumes também foram sendo assimilados durante a escravidão egípcia. O projeto de Deus, fundamentado numa religião libertadora e na construção de uma sociedade justa e igualitária (cf. Ex 19,1 – 24,11), não combinava com a “cabeça” daqueles que saíram do Egito. Por isso, Deus os leva para o deserto e durante 40 anos, entre provações e gestos amorosos, procura “convertê-los” ao seu projeto. Não foi fácil porque murmurações e revoltas eram constantes (Ex 16,1-5; Nm 14,20-38) e, acima
de tudo, as tentativas de escolher um chefe que os fizesse “voltar ao Egito” (cf. Nm 14,1-4; Ex 16,1-3), isto é, viver no mesmo sistema anterior. Javé (= aquele que é presença libertadora no meio do povo), com a paciência histórica que lhe é própria, tenta educar seu povo dentro deste novo jeito de viver em sociedade. Mas também não deixa de chamá-lo de “cabeça dura” (Dt 9,13) e que todos morreriam no deserto (Nm 14,33-35). Ninguém entraria na Terra Prometida, nem mesmo seu líder Moisés (Dt 34,1-12). Este é um dos significados de “40 anos no deserto”. Um tempo de mudança de mentalidade que, na maioria das vezes, demora anos e – quem sabe! – até de gerações. O apóstolo Paulo assim se expressa: “Não vos conformeis com os esquemas deste mundo, mas transformai-vos pela renovação da mente para que pos-
sais conhecer qual é a vontade de Deus” (Rm 12,2). Quaresma (= 40 dias) é tempo propício de conversão. Normalmente, somos convidados a abandonarmos os vícios (fumo, bebida, prostituição, drogas), a não ficarmos indiferentes diante dos problemas sociais (corrupção, fome, tráfico humano, crimes ecológicos), ou de professarmos uma fé em sintonia com a vida. Tudo isso é válido, mas não deixemos de lado a “mudança de mentalidade”. Ela é mais difícil do que o abandono de vícios ou a prática do jejum, esmola e oração. “40 anos no deserto” significa, também, semear o projeto de Deus, cujos frutos só as próximas gerações colherão. “Quem perseverar até o fim será salvo” (Mt 10,22). Frei Luiz Iakovacz Comunicações Janeiro de 2018
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Evangelização
Notícias da missão de angola Juventude e a fé recebida”. Nele, mostra-se a realidade do jovem angolano, com suas luzes e trevas (p. 6 - 11), e propostas concretas de como conduzi-lo à fé em Cristo (p. 11 – 18). Nos anos seguintes, os subsídios refletirão “A Juventude e a fé celebrada” e “A Juventude e a fé testemunhada”. Resumindo, trata-se de um bom Plano Pastoral.
SEMINÁRIO
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oliticamente, Angola está dividida em 18 Províncias (o equivalente a Estados, no Brasil), cujas capitais são também as sedes diocesanas. Estas, porém, são 19 porque Luanda possui duas Dioceses. A Conferência Episcopal é formada por dois países, Angola e São Tomé. Por isso, o nome CEAST (Conferência Episcopal de Angola e São Tomé). Há um único Cardeal, emérito e em idade avançada. No dia 25 de novembro de 2017, a Arquidiocese de Malange celebrou 60 anos de existência. É composta por Paróquias e Missões. As que, em breve, serão paróquias – a expressão que se usa, aqui – é “Quase-Paróquia”. O mesmo sucede com Missão e “Quase-Missão”. A Arquidiocese possui cinco
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O Seminário Monte Alverne recebe, neste 29 de janeiro, 58 seminaristas que farão o Segundo Grau: 12 pertencem à 10ª classe; 27 à 11ª; e 19 à 12ª. Não há nenhum aluno externo. As aulas terão início dia 5 de fevereiro e o Conselho de Classe, dia 2. Temos a graça de contar com um angolano, o recém-professo solene Frei Ermelindo (foto ao lado) como orientador dos seminaristas. Nossa torcida e prece por ele! paróquias e três “Quase-Paróquias”, dez Missões e quatro “Quase-Missões”. Nela, trabalham 35 presbíteros, dos quais apenas nove são diocesanos. Há 20 Congregações religiosas, num total de 117 irmãs; destas, 18 são Clarissas. Entre os dias 9 e 11 de janeiro, foi realizada a Assembleia Arquidiocesana. Foram dois dias e meio de relatórios, tanto das paróquias como das missões, das pastorais e movimentos. Na última manhã, foram escolhidas algumas prioridades, das quais a principal é a Juventude. Isto porque a CEAST instituiu, a partir deste ano, um triênio sobre o tema “Jovem, quero ficar em tua casa” (cf. Lc 19,5) em referência ao pedido que Jesus fez a Zaqueu. Para cada ano, a Conferência oferece um subsídio. Neste ano é “A
QUARESMA
No Brasil, durante a Quaresma, realiza-se a Campanha da Fraternidade, culminando com a coleta, destinada a ações concretas ao referido tema. Em Angola, há a Renúncia Quaresmal. É uma “oferta pessoal e generosa, fruto da conversão quaresmal, de caráter espiritual, eclesial ou social, indicado pelo Bispo, na sua Diocese”. Em Malange, a Cúria recebeu dois grandes terrenos, visando a instauração de novas paróquias. Um deles está na Katepa, onde os frades atuam. Se não forem ocupados ou murados, corre-se o risco de perdê-los. A Renúncia Quaresmal/2018 terá este destino. Frutífera conversão quaresmal para angolanos e brasileiros! Frei Luiz Iakovacz
Evangelização
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FIMDA: FORMAÇÃO NACIONAL DE JUNIORES EM ANGOLA
e 11 a 15 de dezembro de 2017 foi realizado, em Luanda, o Encontro Formativo Nacional dos Religiosos de Profissão Temporária, no salão nobre do Seminário dos Capuchinhos. Padre Belmiro Tchissengueti, presidente da Conferência dos Superiores Maiores dos Institutos Religiosos de Angola (CSMIRA), abriu o evento e recordou na Missa que o “caminho formativo supõe disponibilidade, tempo e gosto pela missão”. Porque, em seu entender, “a Igreja Católica não precisa de religiosos medíocres, preguiçosos e pessimistas”. Padre Belmiro, que também é provincial dos Espiritanos em Angola, acrescentou que, como consagrados, “devemos dedicar a melhor e maior parte do nosso tempo à missão, porque ninguém se consagra para descansar. Quem quer descansar, e não se cansar mais, deve ir ao cemitério”, criticou. Participaram do evento os Pobres Servos da Divina Providência, as Pobres Servas; as Irmãs Beneditinas, Salesianas, Consoladoras de Jesus, Teresianas, Franciscanas da Visitação de Maria, Irmãs do Amor de
Deus, São José do Cluny, Franciscanas Missionárias de Maria, Santa Catarina de Sena, Ação Paroquial, Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora, Filhas de África, Jesus Maria José, Escravas do Divino Coração, Santíssimo Salvador, Missionárias Franciscanas do Verbo Encarnado, Missionárias do Coração Eucarístico de Jesus Cristo Rei, Fran-
ciscanas Hospitaleiras, Mensageiras do Amor Divino, Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor, Escravas da Eucaristia, Irmãs Canossianas, Irmãs de Nossa Senhora de Guadalupe, os Frades Capuchinhos e os Frades Menores. Frei Crisóstomo Pinto Ñgala
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Evangelização
POSSE DO NOVO PÁROCO DE VIANA
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á seis anos que a comunidade Nossa Senhora de Fátima foi elevada à condição de Paróquia. Desde então, esta comunidade foi assistida pelos Frades Menores da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola. Teve como o primeiro pároco Frei António Boaventura Zovo Baza. No domingo, dia 21 de janeiro, assistiu à tomada de posse do seu novo pároco, Frei Valdemiro Wastchuk. Esse momento importante na vida do povo de Deus aconteceu na sede paroquial, durante a solene Celebração Eucarística das 9 horas, presidida
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pelo bispo franciscano capuchinho, Dom Joaquim Ferreira Lopes, e contou com a presença de religiosos e religiosas, padres das paróquias vizinhas e o povo de todas as comunidades que constituem a Paróquia. Após
a saudação inicial do presidente da celebração, fez-se a leitura do decreto de nomeação, seguido da profissão de fé proferida pelo neopároco. Depois, seguiu-se o rito normal da Missa. Na homilia, o bispo começou agradecendo, de modo geral, aos Frades Menores, na pessoa do Frei António Boaventura Zovo Baza, e de outros confrades que compõem a Fraternidade Nossa Senhora da Porciúncula, pelo serviço que têm prestado à sua Diocese em favor do povo de Deus. E, em seguida, deu as boas-vindas ao novo pároco. E terminou falando da missão e do papel do Pároco dentro de uma determinada comunidade. Tudo isso à luz das leituras desse dia. Terminada a homilia, Frei Valdemiro renovou suas promessas sacerdotais, respondendo às questões a ele formuladas pelo presidente da celebração; e o mesmo o entregou as chaves da igreja, dizendo: “Recebe as chaves da Igreja e cuida da parte do povo de Deus que te é confiada. Desempenha com verdadeira caridade e contínua alegria a missão de Pároco, procurando agradar a Cristo, Bom Pastor, do qual foste constituído ministro”. O pároco proferiu a fórmula de juramento, prometendo fidelidade tanto à Igreja universal quanto à Igreja particular. E enfim, após a comunhão, foi empossado pelo Bispo como pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima. Frei Evaristo Seque Joaquim
Evangelização
FORMAÇÃO NO SEFRAS ABORDA O TEMA DA VIOLÊNCIA De 2 e 5 de janeiro, o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) promoveu uma Semana de Formação, que neste ano refletiu sobre os diversos tipos de violência, tendo como objetivo qualificar o trabalho social e também refletir sobre a prática e a atuação social nos campos da educação popular. No primeiro dia, a ativista do Movimento Mulheres em Luta e membro da Central Sindical Popular (CSP), Marcela Azevedo, fez uma análise da atual conjuntura política, social e econômica do país. Já no segundo dia, a coordenadora nacional do Movimento Sem Terra (MST), Kelli Mafort, falou sobre a violência no campo e criminalização dos movimentos sociais. No terceiro dia foi a vez da psicóloga social e professora universitária, Mariana Aaron, e do advogado, doutor em Direito Constitucional e presiden-
te do Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero, Paulo Iotti, abordarem o tema da violência de gênero. Em sua palestra, Mariana deu uma ideia do problema. “Às vezes,
a gente nem se da conta do quanto a violência contra a mulher é exercida no cotidiano”, lamentou. O quarto e último dia Marina de Martino falou sobre Comunicação não-Violenta.
Curso de alfabetização no Recifran O Sefras Reciclagem (Recifran) iniciou uma parceria com o Instituto Paulo Freire para alfabetização dos participantes que são atendidos pelo
serviço. A iniciativa, além de contribuir para superar os índices de analfabetismo que atinge a população em situação de rua, ao mesmo tempo
ajuda a elevar a autoestima, ampliar a consciência em relação à realidade e à cidadania. Os participantes receberam todo material didático patrocinado pela empresa Samsung, uma vez que o objetivo é também alfabetizá-los por meio da tecnologia, uma das maiores exigências do mundo moderno. “Os participantes têm demostrado paciência e cuidado com o processo educativo. Estão interessados em aprender e querem adquirir mais conhecimento para melhorarem sua condição de vida”, destacou a assistente social do serviço, Adriana Brito. Setor de Comunicação do Sefras Comunicações Janeiro de 2018
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Evangelização Tempo Franciscano - Colégio Bom Jesus
CUIDANDO DA CRIAÇÃO E EDUCANDO PARA O AMOR O tema escolhido – Durante os meses de setembro, outubro e início de novembro realizou-se nas Unidades do Colégio Bom Jesus o Projeto do Tempo Franciscano com o tema: Cuidando da Criação e ensinando para o amor” Os objetivos – Quatro foram os objetivos desse projeto: 1.º) refletir sobre a importância do cuidado com a Criação e a prática do amor a todas as criaturas como um dos principais ensinamentos de São Francisco de Assis, contemplado na proposta educacional do Grupo Educacional Bom Jesus; 2.º) identificar em São Francisco de Assis uma inspiração à convocação divina tanto para o cuidado com a Criação, quanto para a instauração de uma convivência fraterna e respeitosa no cotidiano educacional; 3.º) fazer do Tempo Franciscano (setembro e outubro de 2017) um momento propício para se aprender com os ensinamentos de São Francisco de Assis a cuidar da Criação e a bendizer a Deus com todas as suas criaturas; 4.º) prestar uma homenagem aos professores do Grupo Educacional Bom Jesus pelo seu dia (15/10), cujas virtudes deixam transparecer em sala de aula muito do amor e do cuidado de São Francisco de Assis a todas as criaturas. O embasamento teórico – O termo “Criação” encontrado na leitura das Narrativas Bíblicas e das Fontes Franciscanas remete a uma descoberta repleta de consolação: a Criação nos lembra de que algo em nós é divino e imortal e, por isso, nenhuma pessoa humana ou ser vivo deveria ser considerado desprezível ou insignificante. A Criação evoca em nós o reconheci-
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mento do amor e do cuidado divino a cada um dos seres vivos. O Criador não menospreza ninguém. Tal como uma criança, Ele quer brincar e interagir com cada uma de suas criaturas. As Fontes Franciscanas, a Carta Encíclica1 Laudato Sí e o documento
“O Grito da Terra e o Grito dos pobres”2 foram os textos a embasar por excelência cada uma das reflexões e das atividades desenvolvidas junto aos alunos. Por mais breve análise que se faça do atual contexto, constantemente nos deparamos com três desafios
Evangelização
inadiáveis: 1. avaliar o nosso estilo de vida. 2. discernir em Francisco de Assis um exemplo de estilo de vida. 3. viver segundo o estilo de vida inaugurado por Francisco de Assis. A avaliação do nosso estilo de vida possibilita identificar que “basta olhar a realidade com sinceridade para ver que há uma deterioração da nossa casa comum” e que “a humanidade frustrou a expectativa divina”3: a poluição em demasia e mudanças climáticas; a contaminação das fontes de água; a perda da biodiversidade; a deterioração da qualidade de vida e a degradação social; a corrupção, a ganância, a falta de ética, o ódio, a falsidade, a insensibilidade com os mais pobres e marginalizados, entre outros. A questão é: em quem identificar um exemplo de estilo de vida? Em Francisco de Assis. Sim, Francisco de Assis foi e continua sendo há mais de 800 anos o exemplo de um estilo de vida a ser seguido. Estilo de vida esse permeado pela gratidão ao Criador pela maravilhosa obra da Criação e pela Sua Divina Bondade para com todas as criaturas. Estilo de vida esse, enfim, fonte de inspiração à
humanidade de hoje, seja na instauração de relações mais fraternas, seja no cuidado da vida no conjunto de suas manifestações. “A fraternidade intuída e vivida por Francisco de Assis não é só humana, mas inclusive cósmica: ela se estende a todas as criaturas.”4. É com Francisco de Assis que precisamos aprender “a recuperar os distintos níveis do equilíbrio ecológico: o interior consigo mesmo, o solidário com os outros, o natural com todos os seres vivos, o espiritual com Deus.”5. Em outras palavras, para adotar o es-
tilo de vida inaugurado por Francisco de Assis faz-se necessário orientar-se objetivamente nestes quatro aspectos: 1. o interior consigo mesmo. 2. o solidário com os outros. 3. o fraternal com todos os seres vivos. 4. o espiritual com Deus. O amor e o cuidado são intrínsecos à natureza humana. É pelo amor à Criação e cuidado com Ela que o ser humano desvela o melhor de si, de suas intenções e de seus sentimen-
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tos. Cuidado e amor são mais do que virtudes. São atitudes que podem conduzir o ser humano a um estilo de vida sui generis. Cuidado e amor são, nesse sentido, uma necessária aprendizagem humana e religiosa a ser oportunizada a todas as pessoas de boa vontade. Pois, “Deus é o Criador de todas as coisas. Só Ele leva todas as coisas à existência. Deus amavelmente encaminha a Criação rumo à própria finalidade. Cada criatura tem o seu lugar estabelecido e a sua função em um complexo maravilhoso. A Criação é boa, de verdade muito boa, como previsto por Deus. Os seres humanos são originalmente criados para serem bons e responsáveis uns pelos outros e de toda a Criação.”6. Particularmente no relato bíblico do gênesis, a “Criação” é compreendida como uma iniciativa divina contra as potências do caos. Toda palavra diz muito de quem a enuncia. A “Criação” não é, de modo algum, uma tentativa de memória de um possível passado paradisíaco que se perdeu ou do qual se tem saudades. É, sim, uma possibi-
lidade ao encontro da qual precisamos caminhar e, por isso, permeado de esperança. Algumas das atividades desenvolvidas – O Projeto do Tempo Franciscano de 2017 abrangeu os alunos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio das Unidades do Colégio Bom Jesus. Atividades em sala de aula e celebrativas, tais como: 1. Celebração de abertura do Tempo Franciscano em que os alunos foram reunidos no pátio do Colégio para acompanhar a leitura do relato bíblico da Criação e a oração das principais citações das Fontes Franciscanas em que São Francisco dirigia-se ao Deus Criador com diversas atribuições: “Onipotente, Santíssimo, Altíssimo e Sumo Deus, Pai Santo e Justo, nós vos rendemos graças por causa de Vós mesmo... Santís-
1 - PAPA FRANCISCO. Carta Encíclica do Sumo Pontífice Francisco ‘Laudato si’ – sobre o cuidado da casa comum. Tradutor desconhecido. São Paulo: Paulus/Loyola, 2015.
grito dos pobres – um subsídio da Ordem para o cuidado da Criação. Tradutor desconhecido. Roma: OFM Communications Office, 2016. p. 20.
2 - ORDEM DOS FRADES MENORES. O grito da terra e o grito dos pobres – um subsídio da Ordem para o cuidado da Criação. Tradutor desconhecido. Roma: OFM Communications Office, 2016.
5 - PAPA FRANCISCO. Carta Encíclica do Sumo Pontífice Francisco ‘Laudato si’ – sobre o cuidado da casa comum. Tradutor desconhecido. São Paulo: Paulus/Loyola, 2015, n. 210.
3-P APA FRANCISCO. Carta Encíclica do Sumo Pontífice Francisco‘Laudatosi’–sobreocuidadodacasacomum.Tradutor desconhecido. São Paulo: Paulus/Loyola, 2015, n. 61. 4 - ORDEM DOS FRADES MENORES. O grito da terra e o
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6 - ORDEM DOS FRADES MENORES. O grito da terra e o grito dos pobres – um subsídio da Ordem para o cuidado da Criação. Tradutor desconhecido. Roma: OFM Communications Office, 2016. p. 13-14.
simo Pai, Criador, Redentor, Consolador, Luz, Amor, Sumo e Eterno Bem do qual procede todo o bem...”. 2. Montagem e decoração do Espaço Francisco com a colaboração dos alunos de todas as turmas. 3. Canções Franciscanas entoadas no início das aulas relacionadas ao tema da Criação e de São Francisco como o irmão de todas as criaturas. 4. Missas, celebrações e bênçãos em memória ao dia de São Francisco, 4 de outubro, entre outras. Nesse sentido, o projeto “Cuidando da Criação e educando para o amor” possibilitou aos alunos ampliar os conhecimentos sobre o legado de São Francisco para o mundo de hoje. Legado esse não de dominação7 ou de prepotência. Legado, sim, de amor e cuidado à vida no conjunto de suas manifestações. Fraternalmente, Frei Claudino Gilz
7 - O significado do verbo dominar no relato bíblico da Criação não corresponde ao que literalmente se atribui a ele: ter grande ascendência ou autoridade sobre; sujeitar, mandar, imperar, tiranizar ou domar. É necessário compreendê-lo como algo que nos reporta ao modo de ser do Senhor, ou seja, o Dominus. É próprio do Senhor (Dominus) o modo de ser do cuidado, do zelo, da bondade etc. E por ter sido criado à imagem e semelhança do zeloso Criador, ao ser humano foi dado viver no Jardim de Éden antes de tudo para cultivá-lo e guardá-lo, não para sentir-se dono dele e nem o ponto de referência às demais criaturas.
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PROVÍNCIA DE SANTO ANTÔNIO ELEGE NOVO GOVERNO
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a sessão capitular do dia 9 de janeiro, no Convento Santo Antônio, em Lagoa Seca (PB), foram eleitos os frades que comporão o Governo da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil. Para o serviço de Ministro Provincial, Frei João Amilton Santos e, para Vigário Provincial, Frei Sérgio Moura, foram reeleitos. Como Definidores foram eleitos: Frei Rogério Lopes, Frei Paulo Araújo, Wellington Jean Souza, Frei Jonaldo Adelino, Frei Pedro Junior Freitas e Frei Marcos Osmar Freire.
Invocando o Espírito Santo, os frades pediram a inspiração divina para a votação. Primeiro para Ministro Provincial, depois para Vigário Provincial e, por fim, para Definidores. Consultados por Frei Fabiano Aguilar se aceitavam prestar tais serviços à Fraternidade Provincial, todos os eleitos responderam positivamente. Na igreja Conventual foi realizado o rito de posse. O Ministro Provincial reeleito, Frei João Amilton, fez a profissão de fé diante do presidente do Capítulo e dos demais confrades. Como representante do Minis-
tro Geral, sucessor de São Francisco, Frei Fabiano Aguilar, investiu o novo Ministro Provincial em seu ofício, conferindo-lhe “a autoridade, o poder e o ministério pastoral de todos os Irmãos”, simbolizado através da entrega do selo da Província. Logo depois foram confirmados no cargo o Vigário Provincial e os Definidores. Ao final da Celebração, os confrades impuseram as mãos sobre os membros do novo Governo Provincial, cantando solenemente a Bênção de São Francisco, seguindo-se a saudação fraterna de paz aos recém-eleitos.
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ENCONTRO DE NATAL COM O LEIGO FRANCISCANO PAULO machado Felizes os que perseveram até o fim. São esperados para o banquete da vida!
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m Petrópolis as pessoas o conhecem como professor Paulo Machado. Os franciscanos seculares simplesmente o chamam de Irmão Paulo. Paulo Machado da Costa e Silva completou 100 anos em 17 de maio de 2017. Professor, advogado, casado, viúvo há muitos anos, pai de filhos e avô de netos, cristão desde criança, carinhoso amigo da Mãe de Jesus, franciscano até as vísceras. Numa quinta-feira antes do Natal de
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2017, pela manhã, acompanhei dois irmãos franciscanos seculares da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus para fazer-lhe uma visita. Paulo não mora mais no centro de Petrópolis, mas no próspero distrito de Itaipava, lugar de comércio sofisticado, de pousadas para gente graúda e restaurantes requintados com um monte de estrelas. O irmão Paulo mora num lar de idosos. Tem um pequeno e bem cuidado apartamento. Quarto e banheiro. Lar, casa de idosos... Espalhados pelo pátio estão eles, esses homens e mulheres com o olhar perdido no vazio, sentados em cadeiras de rodas, tendo à mão um copo de água ou de suco com um canudinho. Todos muito idosos. Lar...
esses lares por melhor que sejam são sempre espaços que causam impacto e que mexem com nosso interior. Vidas viçosas agora são plantas que fenecem... Paulo está muito fragilizado. Pudera... mais de cem anos. Agora precisa de cuidadores. Quando chegamos, encontramo-lo sentado numa poltrona reclinável. Cabelinho branco bem cuidado e penteado. Camisa azulada de mangas longas. Calça escura e pantufas cinzentas nos pés. A claridade forte ofusca-lhe as vistas. Um curativo num lado do rosto. Uma vista com olhos brilhantes e arregalados. O outro olho com as pálpebras caídas e seriamente prejudicado.
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Acolhida. Reconhecimento por parte de Paulo dos visitantes. Arrumam-se as cadeiras. Começamos a conversa. Nenhuma queixa. De nada e de ninguém. Nem da vida, nem da doença, nem da velhice. Tentamos colocar em dia os assuntos. Falamos da beleza de Petrópolis no tempo do Natal com praças e prédios feericamente iluminados. Novidades da família do irmão e coisas da rotina daquela casa. Propus a administrar-lhe uma vez mais o sacramento da unção. Era uma maneira de rezarmos juntos, de tocar no assunto do término da vida envoltos todos numa atmosfera de fé e num clima de esperança. Um sacramento dos vivos para vivos. Paulo acompanhou tudo atento, respondendo o ritual e acolhendo a unção com semblante de profunda paz e doce alegria. No final apertou-me fortemente as mãos. Emoção? Gratidão?
Na conversa lembramos que esse encontro se dava no tempo do Natal. De repente Paulo começou a falar. Parece que alguma coisa o impulsionava a falar do tema da acolhida do outro, da hospitalidade. Deixamos que ele falasse. Era como se estivesse ditando um testamento. Pena que não tenhamos gravado. Transcrevo o que posso me lembrar. Espero não falsear. “Esse tempo é muito importante. Tempo do menino do presépio. Apesar de todas as dificuldades, mesmo pessoas que não têm fé explícita ou não praticam parece que se tornam melhores. A atmosfera do Natal arredonda as arestas e o lado bom das pessoas parece vir à tona. As pessoas se aceitam melhor. Tudo leva a crer que o fundamental em nossos tempos é que aceitemos as pessoas como elas são. Não podemos querer que pensem como nós, que queiram as coisas que nós queremos. Temos que respeitar as diferenças”. Paulo repetiu essa ideia algumas vezes. Lembrei-me de todo o nosso empenho, empenho das pessoas retas que querem o diálogo entre as pessoas, entre os comandos criminosos e os que sofrem, entre as religiões para que haja entendimento, sempre acolhimento das diferenças. Lembrei-me dos pobres da África, dos “diferentes” que buscam a Europa ou dos venezuelanos que passam para o Brasil. Respeitando a verdade, mas achegando-se aos outros como eles são. Lembrei-me do espírito de Assis, dos encontros que se realizam periodicamente na cidade de Francisco unindo religiões diferentes. Esta tentativa de acolhimento do diferente precisa fazer com que se interrompa a violência terrorista que nos faz viver um clima de pavor. Aquele homem de mais cem anos nesse momento não falava de devoções, de feitos de sua vida, mas exprimia um anseio de alguém que
fazia um resumo do resumo: na diversidade construir uma unidade. Respeito ao ser humano. O Menino do Natal é que ensina tudo isso. Era o tema da solidariedade que aflorava nos lábios do professor. Num determinado momento, Paulo dizia que nunca se pode falar mal do outro, que é irmão. Insistiu no fato. Frisava que mesmo que o outro estivesse errado e fosse faltoso não se deveria falar mal. Repetiu-se. Tudo nos levou a crer que seu testamento era na linha do carinho fraterno e respeitoso. Lembrei de palavras e textos de São Francisco: “E não blasfemem contra ninguém; não murmurem, não difamem os outros, porque foi escrito: Os murmuradores e difamadores são odiáveis aos olhos de Deus. E sejam modestos mostrando toda mansidão para com todos os homens, não julguem, não condenem. E como diz o Senhor não considerem os mínimos pecados dos outros, meditem muito mais sobre os próprios na amargura de sua alma” (Regra não Bulada, XI). Paulo insistia: “Haveremos sempre de considerar o outro superior a nós. Não sou mais importante do que ninguém. Essa vontade de dominar e de ser superior é que leva à discórdia. Não esquecer que o outro é para mim um espelho. Ele me revela quem eu sou”. Não fez prelação sobre páginas dos evangelhos nem sobre tópicos da Regra da Ordem Franciscana Secular. Deixamos o irmão Paulo um pouco antes do almoço. A cuidadora haveria de cuidar do almoço. Entrou no quarto e colocou um copo com suco de laranja na geladeira. Com mais de cem anos ainda viçoso por dentro. Um santo aguardando que lhe seja aberta a porta do grande salão da Vida. Frei Almir Ribeiro Guimarães Comunicações Janeiro de 2018
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O HISTÓRICO PASSEIO DAS IRMÃS CLARISSAS EM VILA VELHA
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o dia 10 de janeiro, Vila Velha teve a feliz graça de receber por algumas horas as Irmãs Clarissas do Mosteiro da Santíssima Trindade de Colatina (ES). As irmãs, sob os cuidados de Frei Gilson Kammer e Frei Paulo Pereira, puderam fazer um pas-
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seio pelo Santuário do Divino Espírito Santo, Convento da Penha, Igreja da Prainha e, para fechar o dia, tiveram a oportunidade de molhar os pés nas águas de Itaparica. A vida de clausura e oração deu espaço, dentro de um extraordinário pedido, para a visita a seus irmãos franciscanos.
Do Santuário, as irmãs foram ao encontro de Nossa Senhora das Alegrias no Morro da Penha. Junto aos peregrinos, as irmãs participaram da Santa Missa. Lembrando Moisés que, numa passagem do Antigo Testamento fora descrito como aquele que, com as mãos firmes, garantiu a batalha de
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Josué (cf. Ex 17.8-13), Madre Agnes, superiora do Mosteiro, disse ao povo reunido que “as Clarissas permanecem com as mãos erguidas de modo a garantir a todos que, nos afazeres do dia a dia, sejam capazes de vencerem as suas batalhas”. A cada passo dado pelas irmãs no Convento da Penha, eram paradas pelos romeiros pedindo e recomendando mais e mais suas vidas às Damas Pobres, filhas de Santa Clara. Atentas e animadas, as irmãs foram atenciosas e acolhedoras. Depois de conhecer o claustro dos frades do Convento da Penha, as irmãs seguiram animadas para o almoço, preparado com carinho pelas volun-
tárias Valéria, Rosângela e Maria José do Santuário. Mas antes, conheceram a Igreja do Rosário, a famosa e antiga igreja da Prainha. Frei Clarêncio deu algumas informações sobre a sua construção. Depois do almoço, as irmãs conheceram o Farol de Santa Luzia, ponto turístico da cidade. Com o sol quente, as irmãs puderam molhar os pés nas águas geladas da Praia de Itaparica. E para driblar o calor, deliciaram-se com picolé, suco natural e água de coco. Essa última benesse, a água de coco, fora doada por um benfeitor do Convento da Penha, que tem um comércio à beira da praia. Pascom Paróquia do Rosário
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Falecimentos
FREI FAUSTINO TOMELlN 29.03.1937
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rei Faustino Tomelin (80 anos) faleceu no dia 13 de janeiro, às 10h40, no Hospital São José, Criciúma (SC), vítima de parada cardíaca. Ele se encontrava nesta cidade onde foi descansar por alguns dias com a família. No dia 5 de janeiro, Frei Faustino sofreu uma queda de sua cadeira de rodas quando foi fazer alguns exames no hospital por causa de uma gripe. Após exames de tomografia e raio X, constatou-
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-se sério problema na coluna. O seu quadro piorou devido a uma parada cardíaca, ocasião em que lhe foi implantado um marcapasso. Após esse procedimento, ele foi sedado e, durante esses últimos dias, permaneceu incomunicável, sem reação. Na manhã de sábado, Frei Faustino, então, veio a falecer. O velório aconteceu na Igreja Matriz de Santo Amaro da Imperatriz (SC), e a Missa de corpo presente foi presidida pelo Ministro
Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, às 9h30, no domingo dia 14 de janeiro. Frei Faustino nasceu no seio de uma família, que segundo ele, tinha “profunda religiosidade”: “Tudo era dirigido a Deus e vinha de Deus. As orações antes das refeições eram sagradas. Qualquer problema ou dificuldade fazia com que a família inteira se colocasse em oração, de joelhos”, dizia. “Sou o sétimo de uma família de 13 irmãos. Sou o do meio, porque depois de mim nasceram mais seis meninos. Assim tenho seis irmãs mais velhas do que eu e seis irmãos mais novos”, revelava em entrevista às Comunicações (2006). Para ele, um tio padre e quatro tias religiosas tiveram muita influência em sua vocação. “Quase todas as famílias daquela região tinham um ou mais filhos na vida religiosa. Minha primeira professora foi uma Irmã Catequista, que se interessava por todos que manifestassem vontade de seguir a vida religiosa ou sacerdotal. Mas, certamente, os padres que vinham celebrar na nossa capela também influenciaram minha vocação. Eram os padres franciscanos de Rodeio. Com as longas vestes, paciência com a mula que os trazia, o carinho do povo e, principalmente, com as crianças, tudo isso me impressionava”, recordava. “Desde pequeno, desde quando me lembro, sempre falava em ser padre... Antes mesmo de ir à escola, já falava em ser padre, pelas influências acima descritas: tio padre, tias freiras etc”. Em 1948, ingressou no Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Rodeio, para fazer as 3ª e 4ª séries. Passou depois por Rio Negro, onde concluiu o ensino fundamental e
Falecimentos Dados pessoais, formação e atividades
depois por Agudos, onde concluiu o Ensino Médio. Frei Faustino se definia como uma “pessoa calma” e que gostava de estudar todos os detalhes da sua ação. Procurava ser acolhedor, mas reconhecia que sua timidez, “marca que trago da infância”, não ajudava, principalmente quando tinha que ir a festas. “Deixava de fazer muitas coisas por timidez. Em parte superei isso, mas ficaram muitos resquícios que atrapalharam muito o meu trabalho”, revelou. Frei Faustino prezava pela pontualidade. “Procuro sempre ser compreensivo e condescendente com as falhas e limitações dos outros, mas não admito falta de empenho, de organização, de diálogo. Às vezes, ofendo pela sinceridade”, revelava. Frei Faustino gostava de trabalhar com o povo simples do meio rural.
Mas quando veio para Santo Amaro da Imperatriz, em 2001, esteve diante do seu maior pesadelo: amputar a perna direita devido a uma queda no canteiro do convento, que estourou veias e tendões. “Era domingo de Ramos. Eu fiquei ainda uma semana com a perna enfaixada até ser operado no sábado de aleluia. O médico chegou e me disse que se quisesse salvar a vida e a outra perna, precisava amputar. Eu sentia muita dor e gritava dia e noite. Depois da cirurgia, as dores passaram”, contou o frade nesta entrevista (2006). Segundo Frei Tomelin, naquele momento não deu para imaginar as consequências. “Lembro que me mandaram uma psicóloga para conversar comigo. Ela disse: ‘Mandaram-me aqui para falar com o sr’. Dsse-lhe: ‘Senta aí. Qual é o seu pro-
ascimento: 29.03.1937 (80 anos) N Natural de Santa Maria, Município de Benedito Novo (SC) Vestição: 19.12.1957 Primeira Profissão: 20.12.1958 Profissão Solene: 02.02.1962 Ordenação Presbiteral: 12.12.1963 1959-1960 - estudos de Filosofia 1961-1964 - estudos de Teologia 15.01.1965 - São Paulo (Sede Provincial e Paróquia São Francisco) - Estágio Pastoral e secretário do Ministro Provincial; vigário paroquial 28.01.1968 - São Lourenço - Vigário paroquial 31.12.1969 - Petrópolis - Pároco e Vigário paroquial 04.12.1979 - Florianópolis - Guardião e pároco 15.12.1982 - Santo Amaro da Imperatriz Guardião e pároco 18.01.1986 - Florianópolis - Definidor, guardião e pároco 18.01.1989 - Niterói - Guardião, vigário paroquial e Definidor 10.02.1990 - Rio/Ipanema - Definidor e Vigário paroquial 18.01.1992 - Forquilhinha - Guardião e pároco 29.11.1997 - Ituporanga (Paróquia) Vigário da casa e Vigário Paroquial 22.11.2000 - Santo Amaro da Imperatriz Vigário da casa e Vigário paroquial 19.03.2004 - Santo Amaro da Imperatriz Vigário da casa
blema?’ (risos)”, brincou o frade, reconhecendo: “Depois, quando gente vê as limitações, e, muitas vezes, a maneira de ser tratado, é duro…”. A partir de 2001, Frei Faustino foi orientador espiritual da Pastoral da Mãe Peregrina de Schöenstatt, quando esta se iniciou na Paróquia de Santo Amaro. Diariamente, Frei Tomelin celebrava a Santa Missa na residência dos frades, onde participavam fiéis da comunidade. Ele também celebrava na Matriz de Santo Amaro e nas suas comunidades. R.I.P Comunicações Janeiro de 2018
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Falecimentos
Frei Perceval Canuto carvalho 05.11.1950
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de janeiro, ele foi transferido para o Hospital São Francisco de Bragança Paulista. Internado na UTI, fez novos exames e a equipe médica, através de nova tomografia, percebeu que a hemorragia tinha parado e não haveria necessidade de intervenção cirúrgica. Embora não se lembrasse do ocorrido, Frei Perceval chegou a apresentar um quadro de melhora e recebeu alta do hospital. Na sexta-feira (19), de manhã, o guardião da Fraternidade de Amparo, Frei Cláudio Broca, foi visitá-lo e o encontrou relativamente bem. Mas, no final da tarde, Frei Perceval veio a falecer. Seu corpo voi velado em Amparo e, no domingo, às 12 horas, foi celebrada a Missa de Corpo Presente na Igreja Matriz São Benedito. Em seguida, seu corpo foi trasladado para o Convento Santo Antônio (RJ), onde foi sepultado, no dia 22, para facilitar a presença dos familiares que residem no Rio de Janeiro.
O FRADE
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aleceu na sexta-feira, dia 19 de janeiro, às 17h30, Frei Perceval Canuto Carvalho. Ele estava internado no Hospital São Francisco de Bragança Paulista (SP) devido a um acidente automobilístico que sofreu no dia 12 de janeiro em Amparo (SP), onde reside na Fraternidade São Benedito. Frei Perceval retornava da Comunidade da Boa Vereda quando perdeu o controle do veículo, saiu
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da pista e colidiu contra uma árvore. Foi socorrido no Hospital Santa Casa Ana Cintra de Amparo, onde passou por acompanhamento médico devido a um corte na testa e também para fazer exames. Constatou-se uma pequena hemorragia na cabeça após o laudo. O médico de plantão, então, pediu a transferência de Frei Perceval para outro hospital, onde fossem feito novos exames e se pudesse avaliar seu estado por um neurocirurgião. No sábado, 13
Natural de Triunfo, interior do Rio Grande do Norte, Frei Perceval nasceu no seio de uma família muito religiosa e simples. Segundo ele detalhou na sua ficha autobiográfica, seus pais eram agricultores e, para sustentar sete filhos, a mãe se desdobrava como costureira, bordadeira, fazia doces, bolos e trabalhos domésticos, principalmente no período da seca, que era muito forte nesta região. “Ela tinha grande atuação na comunidade. Era catequista, comandava o coral e a liturgia”, conta Frei Perceval. “Eu e meus irmãos acompanhávamos mamãe nas atividades pastorais, mas eu me destacava com mais ardor e sempre
Dados pessoais, formação 5.11.1950 (67 anos) - nascimento, 0 Triunfo, município de Campo Grande (RN) Filho de Josias Canuto da Silva e Antonia Maria de Carvalho O casal teve 7 filhos, sendo 5 homens e 2 mulheres. Ele é o 2° na ordem de nascimento. 20.01.1979 - Vestição e admissão ao Noviciado franciscano, em Rodeio, SC (39 anos de vida franciscana). 20.12.1980 - Primeira profissão religiosa dos votos temporários, em Rodeio. 02.08.1983 - Profissão solene dos votos perpétuos na Ordem Franciscana. 15.12.1985 - Ordenação sacerdotal (33 anos de ministério sacerdotal).
Atividades na Evangelização e Pastoral 8.01.1986 - vigário paroquial em 1 Santo Amaro da Imperatriz (SC) 15.08.1987 - Vigário paroquial em Sorocaba (Bom Jesus, SP) 21.01.1989 - Pároco e diretor da Rádio em Conceição de Macabu, Quissamã (RJ) 30.11.1989 - Vigário paroquial em Concórdia (SC) 20.01.1992 - Vigário paroquial em Petrópolis (RJ) 29.11.1997 - Vigário paroquial em São Lourenço (MG) 11.03.1999 - Vigário Paroquial em Duque de Caxias - Pilar (RJ) 07.01.2003 - Vigário paroquial em Sorocaba (Bom Jesus dos Aflitos, SP) 19.03.2004 - Assistente da Fraternidade OFS Bom Jesus dos Aflitos em Sorocaba (SP) 20.12.2006 - Vigário paroquial em Paty do Alferes (RJ) 17.12.2009 - Vigário da casa em Paty do Alferes (RJ) 12.12.2012 - Vigário Paroquial em Amparo (SP)
afirmava que queria ser padre. Meu pai queria que eu fosse militar”, revelou o frade. Seu discernimento vocacional, contudo, evidenciou-se quando participou das Santas Missões na sua cidade natal. Os missionários eram franciscanos. No Nordeste, era devoto de São Francisco das Chagas e quando veio
Falecimentos morar em Duque de Caxias, conheceu os Franciscanos desta Província da Imaculada. “Em Caxias, cantava no Coral Pio X, participava da Ordem Terceira, Congregação Mariana, participei da fundação da Jufra, onde pude aprender bastante para poder ingressar no seminário bem preparado, graças a Deus”, revelou.
Segundo seus confrades, Frei Perceval era uma pessoa alegre, humana, sensível e fraterna. Gostava da vida. Destacava-se pelo zelo pastoral e seu comprometimento com as pessoas mais simples e pobres, próprio de um discípulo de São Francisco de Assis. R.I.P
FALECE O FRANCISCANO D. CÉLIO EM SÃO JOÃO DEL-REI Os sinos da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, de São João del-Rei, tocaram diferente na sexta-feira, 19 de janeiro. Dom Célio de Oliveira Goulart, aos 73 anos, faleceu. Ele vinha lutando, desde dezembro de 2016, contra um câncer de pâncreas. O religioso tomou posse como bispo da Diocese de São João del-Rei no dia 17 de julho de 2010. Logo pela manhã, Pe. Dirceu de Oliveira Medeiros, Vigário Geral da Diocese, divulgou nota sobre o falecimento. O corpo do religioso chegou na Catedral Nossa Senhora do Pilar às 7 horas, onde permaneceu até a manhã do sábado, 20. Milhares de pessoas passaram pelo templo para manifestar carinho ao pastor diocesano. Pela manhã, duas missas foram realizadas, sendo a última, às 11h30, presidida pelo arcebispo metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira. “Este é um momento de fé. De expressar que a morte não tem poder sobre nós, pois acreditamos na ressurreição“, explicou o arcebispo durante a homilia. O corpo de Dom Célio foi sepultado no domingo, no Cemitério Central, no jazigo da família, junto de seus pais. Dom Célio é frade da Província Santa Cruz (MG), onde vestiu o hábito em 1963. Natural de Piracema, estudou Filosofia no Convento São Boaventura, em Daltro Filho (RS) e no Convento Santa Maria dos Anjos, em Betim (MG). O curso de Teologia foi feito no Convento Santo Antônio,
em Divinópolis (MG), e no Instituto de Teologia da PUC-Minas, em Belo Horizonte (MG). Em 12 de julho de 1969 foi ordenado presbítero. Em agosto de 1998 foi nomeado bispo da diocese de Leopoldina (MG). Em 2003, foi transferido para a diocese de Cachoeiro do Itapemirim. De 2003 a 2007, foi presidente do Regional Leste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de Minas Gerais e Espírito Santo e membro do Conselho Permanente da CNBB. Dom Célio tomou posse como bispo da Diocese de São João del-Rei Comunicações no dia 17 de julho de Janeiro de 2018 145 2010.
OFM
Franciscanos celebram o Natal com Igrejas ortodoxas
O
som das batidas dos Kawas (cajados) ressoa para anunciar a chegada da delegação franciscana. A guarda de honra da Custódia da Terra Santa precede os frades cada vez que realizam visitas oficiais. Aconteceu também este ano em Jerusalém para a tradicional troca de felicitações en-
tre os franciscanos da Terra Santa e os líderes das Igrejas Ortodoxas que celebraram o Natal em 7 de janeiro, por seguirem o Calendário Juliano. A delegação franciscana, guiada pelo padre custódio Frei Francesco Patton e pelo vigário, Frei Dobromir Jasztal, foi inicialmente ao Patriarcado greco-ortodoxo para os cumprimen-
tos “em um clima cordial e fraterno”. Durante o encontro, Frei Patton expressou “sentimentos de gratidão pela cooperação recíproca que permite a eles colaborar nos mais importantes santuários, como o Santo Sepulcro e a Igreja da Natividade em Belém”. O custódio também lamentou as manifestações contra o patriarca Teofilo III durante sua entrada em Belém para as celebrações do Natal. “Quero expressar a minha proximidade e solidariedade a Sua Beatitude o patriarca Teofilo. Nós rejeitamos, condenamos e não podemos aceitar nenhum tipo de violência contra a sua pessoa”, disse padre Patton. As difíceis condições dos cristãos no Egito, marcaram por sua vez o encontro com a comunidade copta. Foi o próprio patriarca copta-ortodoxo de Jerusalém, Anba Antonius, que falou sobre as perseguições contra os cristãos. O patriarca também refletiu sobre o significado do Natal.
MISSÕES FRANCISCANAS DA JUVENTUDE Agudos-Bauru
Em breve 146
Comunicações Janeiro de 2018
Edição
especial
CONTRATADOVictor arrumou emprego...
Nem bem terminou o “ano
de provação”, Frei
O COMO UM RELÂMPAG tão rápido
O baixinho Frei Eduardo subiu que sumiu da foto no badalo do sino...
AM DE MIM ESQUECER partiram e deixaram Os angolanos Frei Domingos...
TEM HISTÓRIAS
A velha mangueira já perdeu a conta de quantos noviços que acolheu....
SIM DESPEDIDA ÉuAS feliz.... Até o guardião fico
A PAUSA DO MESTRE
Depois eu penso na próxima turma de noviços....
UMA NOITE NO MUSEU
ler, mas os Não foi uma noite à Ben Stil Rodeio. noviços se divertiram em
VELHOS AMIGOS
Desde 77, quando foi noviço, ó órgão de tubos de Rodeio conhece as mãos de Frei Pedro
FRATRumGRAM é um neologismo que nasce da palavra Frades mais a rede social Instagram. Comunicações A ideia é publicar fotos curiosas, informais e descontraídas dos frades e das Fraternidades! Se você Janeiro de 2018 fez uma foto legal, envie-nos para o email: comunicacao@franciscanos.org.br! 147
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (*) As alterações e acréscimos estão destacados
FEVEREIRO 04 04 07 10 a 17 20 a 22 22 25
Celebração de entrega da Paróquia Nilópolis – Conceição; Ordenação Diaconal de Frei José Raimundo de Souza (Colatina); Ingresso no Postulantado (Guaratinguetá, SP); Reunião do Definitório Geral com a CFMB e Cone Sul (Largo São Francisco); Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); Primeira Reunião da Comissão Preparatória do Capítulo Provincial (São Paulo); Encerramento do processo diocesano de beatificação de Frei Bruno Linden (Joaçaba);
MARÇO 02 e 03 04 e 05 05 05 05 05 05 a 17 08 e 09 09 a 16 12 12 12 e 13 15 17 19 19 19 e 20 20
Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense; Encontro do Regional do Leste Catarinense (Angelina); Encontro do Regional de Pato Branco (Chopinzinho); Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Largo da Carioca); Encontro do Regional de São Paulo (Pari); Encontro do Regional do Espírito Santo (Penha); I etapa do curso para Formadores, animadores do SAV e guardiães pela CFMB (Petrópolis); Reunião da Frente da Solidariedade (frades) (Largo S. Francisco); Curso de JPIC (Guadalajara – México); Encontro do Regional do Vale do Paraíba; Encontro do Regional de Curitiba (Rondinha - São Boaventura); Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Curitibanos); Reunião do Conselho da Formação e Estudos (Rodeio); Ordenação diaconal de Frei Leandro Costa Santos (Vila Velha); Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Rodeio); Encontro dos frades da Frente da Educação (Bragança Paulista); Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Ituporanga); Conselho de Evangelização (São Paulo - Sede);
ABRIL 10 e 11 12 a 13 17 a 19 22 24 e 25
Reunião dos guardiães e coordenadores das Fraternidades (Agudos); Reunião do Definitório Provincial (Agudos); Assembleia da CFMB (Brasília); Celebração dos 25 anos da Missão da CFMB (Boa Vista, RR); Assembleia do SAV - Campo Largo (Rondinha)
MAIO 08 e 09 14 a 17 21 23 e 24
Reunião da Frente das Missões (frades) (Curitiba); Encontro anual do SIFEM (Salvador); Encontro do Regional de Curitiba (Rondinha Aldeia); Reunião da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhim. (frades) – início dia 23, às 14h (Rondinha);
28
Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Nilópolis);
JUNHO 19 a 21 25
Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Balneário Camboriú);
JULHO 02 e 03 02 a 13 19 a 22
Encontro do Regional do Leste Catarinense (Santo Amaro da Imperatriz); II etapa do curso para Formadores, animadores do SAV e guardiães pela CFMB (Petrópolis); Encontro Nacional da Juventude (Vila Velha - ES);
AGOSTO 01 a 05 13 14 a 16 21 e 22 27 a 30 28 e 29
Assembleia dos Frades Estudantes; Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Rocinha); Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); Encontro ampliado da Frente da Educação (Curitiba); II Congresso de Educadores Franciscanos (Anápolis, GO); Reunião da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento, com leigos(as);
SETEMBRO 03 e 04 06 10 11 17 17 e 18 24 a 28 25
Encontro do Regional do Leste Catarinense (Florianópolis); Reunião do Conselho de Formação e Estudos (Guaratinguetá); Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Gaspar); Frente das Missões (frades e leigos) (São Paulo Sede); Encontro do Regional de Curitiba (Bom Jesus); Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Lages); Assembleia da CFMB (Santarém); Conselho de Evangelização (São Paulo - Sede);
OUTUBRO 16 a 18 22 a 27 28 a 02
Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); III Congresso Franciscano para a AL (Guatemala); Reunião da UCLAF;
novembro 12 a 21 30 e 01
Capítulo Provincial; Celebração dos Jubileus;
DEZEMBRO 03 03 03 17 e 18
Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense – recreativo (Niterói); Encontro do Regional de Curitiba (Caiobá); Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Blumenau); Encontro do Regional do Leste Catarinense e, no dia 17, celebração de entrega da Paróquia à Diocese (Forquilhinha)