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Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

| janeiro - 2017 | ANO LXIV • No 01 |

Jubileus Renovação dos votos Primeira Profissão Vestição

dom da vocação


xx Sumário Mensagem do ministro provincial

“Recomecemos Irmãos!”.................................................................................................................. 3

Formação Permanente

Mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial da Paz .......................................... 6 Frei Michael Perry: Do escândalo econômico ao resgate na Ordem ........10

FORMAÇÃO E ESTUDOS

Rodeio: Vinte jovens vestem o hábito franciscano....................................................12 Primeira Profissão na vida religiosa: o “sim” de dezesseis noviços..................14 Noviços se preparam no Eremitério.....................................................................................16 ITF: Curso “A dinâmica do desenvolvimento afetivo”...............................................17 Festa no ITF com os novos bacharéis de Teologia.....................................................18 Sagrado: Estudantes do Tempo de Teologia renovam votos............................21 Encerramento das atividades em Rondinha..................................................................22

FRATERNIDADES

Celebração dos jubileus e renovação dos votos em Rondinha......................24 Jubileus e renovação dos votos em Bragança..............................................................30 Colatina: Renovação dos votos de Frei Alan Leal........................................................36 Renovação de votos em Angola.............................................................................................37 Província celebra a sua Padroeira............................................................................................40 Papa Francisco celebra a Imaculada.....................................................................................41 27ª edição da Mostra de Presépios no Convento São Francisco ..................44 Guaratinguetá: Maria é tema de Exposição de Presépios ..................................45 Paróquia do Rosário realiza Assembleia Paroquial.....................................................46 Regional Serra/Baixada realiza seu último encontro do ano.............................47 Rocinha: Um sabor doce no que era amargo...............................................................48 Fraternidade OFS do Pari tem encontro fraterno.......................................................50 Ano Santo da Misericórdia na USF.........................................................................................51

DEFINITÓRIO PROVINCIAL

Reunião do Definitório Provincial em Rondinha: de 29/11 a 1º/12.............52

Notícias e Informações

Mensagem do Ministro Geral para o Dia Mundial de Luta contra a Aids........................................................................................................................61 A tragédia da Chapecoense........................................................................................................62

Agenda ............................................................................................................................................64 Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil Rua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br | ofmimac@franciscanos.org.br


Mensagem

“recomecemos irmãos!” Caríssimos Irmãos e irmãs, Que o Senhor vos dê a paz e todo o bem!

O

Visitador Geral do nosso último Capítulo Provincial, Frei Nestor Inácio Schwerz, assim me desafiou na tarde do dia 21 de janeiro de 2016, após ser reconduzido para um novo triênio no serviço do lava-pés à Fraternidade Provincial: “É outro mandato. É um novo começo... Agora é um novo mandato. E os irmãos que você vai encontrar são outros”. E lembrou-me do ‘decálogo’ de atitudes e virtudes que deveriam acompanhar-me como Ministro e servo dos irmãos: ser homem de Deus; sentir-se em caminho; ser livre; ser homem de escuta e diálogo; ser homem misericordioso; ser apaixonado; ser custódio da esperança e sentinela da manhã; ser animador, sem descuidar do governo; cuidar e investir muito na Formação Permanente e Inicial; trabalhar incansavelmente pela vitalidade missionária. Na mesma ocasião, tendo presente a logomarca do Capítulo, falei que os irmãos me devolveram a jarra, a bacia e a toalha para continuar o exercício do lava-pés. Mas jamais imaginava que o “novo começo” fosse tão desafiador para entender que, na vontade dos irmãos, perpassa a nossa obediência franciscana. E assim, chegando ao término deste primeiro ano do “novo mandato”, dois olhares me provocam para recomeçarmos este novo ano de 2017.

O primeiro olhar é retrospectivo

Hoje, contemplando o ano de 2016 que findou, não desejo simplesmente me deter num espelho de um retrovisor sem a perspectiva de um horizonte repleto de Janeiro / 2017 [Comunicações]

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Mensagem esperanças. Fixando o olhar nesse retrovisor, nele identifico muitas imagens expressivas da nossa vida provincial. Destaco algumas: Concluído o Capítulo Provincial, realizamos as duas sessões do Congresso Capitular, na esperança de colocar em prática o Plano de Evangelização aprovado em Capítulo, e também organizar a vida nas nossas fraternidades com suas respectivas Frentes de Evangelização. No que se refere ao Plano de Evangelização, creio que iniciamos com o ‘pé direito’ quando, nos dias 12 e 13 de abril de 2016, foi realizada a reunião com todos os Conselhos dos Secretariados (Evangelização e Formação) para planejar e organizar nossas atividades em vista da dinamização do Plano de Evangelização. Assim, ao longo do ano, foram realizadas diferentes assembleias de cada uma das Frentes de Evangelização, como também a Formação, com o objetivo de clarear a resposta que devemos dar como Irmãos e Menores ao mundo de hoje. Vejo que houve muito esforço por parte da grande maioria dos confrades, mas também identifico que em alguns casos falta o sentido de pertença, a coragem missionária e o elã pastoral. Isso, infelizmente, leva alguns irmãos a se isolarem em universos pessoais e restritos. No mesmo retrovisor também contemplo o encontro dos guardiães e coordenadores das fraternidades que, nos dias 3 a 5 de maio, reuniram-se em Agudos para um tempo de formação, sobretudo no que toca ao cuidado para com a saúde em geral, mas especialmente dos idosos e enfermos, bem como o modo de exercer nossa liderança (serviço) e administrar nossos conflitos, muitas vezes naturais e/ou inevitáveis. A cada guardião e/ou coordenador, minha gratidão pelo empenho nesta

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diaconia tão fundamental para a vitalidade da Província e Fraternidades. No mesmo espelho, contemplo o esforço da grande maioria das Fraternidades que elaborou seu Projeto Fraterno de Vida e Missão. Mais do que apresentar um texto (o projeto), ouvi da boca de alguns irmãos a satisfação na elaboração deste projeto. Começando pelo valor do subsídio oferecido, o trabalho foi valioso e compensador porque os irmãos se reuniram em várias sessões para melhor definir a vida e a missão da fraternidade na realidade da vida das pessoas que vivem nas cercanias das nossas casas e fraternidades e às quais fomos chamados a servir e compartilhar a nossa vida de Irmãos e Menores. Neste projeto, algumas questões são inegociáveis para dar qualidade e visibilidade à nossa vida franciscana, como: vida de oração; vida fraterna; pobreza, minoridade e solidariedade; missão evangelizadora; formação permanente; animação vocacional e o cuidado da “casa comum”. O mesmo retrovisor nos diz, como foi avaliado no último Definitório, que “algumas lacunas se abriram, surpreenderam e demandaram adequações um tanto desgastantes por conta das nomeações” (Dom Evaristo Spengler, Frei Estêvão), das perdas (Frei Antônio Moser, Frei Antônio Rosolem, Frei Antônio Lopes R., Frei Vitalino Turcato, Frei Benjamim Ansolin, Frei Wilson Steiner, Frei Alécio Broering) e da dolorida falta dos irmãos que pediram licença, exclaustração e desligamento definitivo. Em algumas partes do mesmo espelho, constato situações ‘ofuscantes’ ou ‘embaraçadas’, seja por questões pessoais que inquietam e desgastam, seja pela indiferença de quem parou no tempo e no espaço, não permitindo em si o crescimento pessoal ou até mesmo o ‘deixar-se ajudar’.

Da mesma forma, no mesmo espelho, contemplo com orgulho a significativa presença de homens com cabelos brancos, dando o melhor de si em todas as Frentes de Evangelização e na Formação. Mas inquieta-me o número cada vez mais reduzido de jovens, bem como os desafios no investimento para uma formação mais qualificada em vista das exigências do mundo de hoje, seja na Formação e nos Estudos, como nas Frentes de Evangelização.

O segundo olhar é prospectivo

Pessoalmente gosto de uma feliz expressão que Santa Clara de Assis usa no seu Testamento, quando afirma: “O Filho de Deus fez-se para nós o Caminho, que o nosso bem-aventurado pai Francisco, que o amou e seguiu de verdade, nos mostrou e ensinou por palavra e exemplo” (TestC 5). No início de mais um ano, somos convidados a contemplar o horizonte da nossa vida com um olhar de fé e de esperança na certeza de que o “Filho de Deus fez-se para nós o Caminho”. Sim, devemos projetar neste horizonte os grandes sonhos que nos motivaram a elaborar o Plano de Evangelização. Por isso queremos dar novos passos no direcionamento e na concretização das prioridades e nas dimensões transversais da nossa vocação; queremos continuar muito atentos aos apelos da realidade, da Igreja e da Ordem para que cada irmão, na sua respectiva “Frente” evangelizadora, encontre sentido na sua vocação e responda profeticamente ao pacto comum celebrado no Capítulo Provincial. Também a Ordem nos interpela para que neste ano de 2017 caminhemos como Frades e Menores rumo à “Justiça, à Paz e à Integridade da Criação”. Que caminhemos juntos


Mensagem com a Igreja e com a Família Franciscana (cf. Linhas-Guia do Definitório Geral para a animação dos anos 2016-2017). Essa temática nos acompanhará na revista mensal das “Comunicações” da Província, coordenada pela Formação Permanente, Frente da Comunicação e JPIC. No que toca à Formação Permanente, convido cada irmão e todas as nossas fraternidades a nos debruçarmos com redobrado carinho sobre Projeto Fraterno de Vida e Missão da Fraternidade. Atendendo ao pedido do último Capítulo Geral, o Definitório Geral elaborou um subsídio para ajudar todos os frades a animar e avaliar regularmente quão honestamente vivemos como pobres e menores no meio dos pobres para assegurar que todas as Entidades e Fraternidades locais tornem-se comunidades de presença e solidariedade “com” e “no” serviço aos pobres (cf. Rumo às Periferias com a Alegria do Evangelho, Decisão n.8, p. 29). O Subsídio chama-se “Pobres e Menores: Onde estamos? Linhas-guia para a avaliação de nossa vida de Pobreza e Minoridade”. Este subsídio, já encaminhado a cada irmão da fraternidade, se fundamenta em textos das Fontes Franciscanas e das Constituições Gerais. Vamos orientar nossas fraternidades para

que ao longo do ano estes subsídios possam ser trabalhados nos nossos Capítulos locais, especialmente nas quatro “áreas temáticas” propostas nesta avaliação: ser menor; pobreza evangélica; pobres entre os pobres; trabalho com fidelidade e devoção.

Também a agenda de 2017 está repleta de programações relacionadas à vida dos nossos Regionais e às atividades das Frentes do Secretariado de Evangelização e do Secretariado para a Formação e os Estudos. Outros encontros importantes vão ocorrer em nível de Ordem, de CFMB e CFFB. Aqui, destaco o Capítulo das Esteiras da Conferência da Família Franciscana (Aparecida);

o encontro interobediencial dos Irmãos Leigos (Vila Velha); o Congresso Continental para a Formação e Estudos da Ordem (São Paulo) e o Congresso Continental JPIC (Anápolis). Mas, acima de tudo, que no nosso caminho, orientado e conduzido pelo “Filho de Deus que fez-se para nós o Caminho”, estejamos sempre atentos a estas três setas indicativas (prioridades) do nosso Plano de Evangelização: a) Revigorar a animação vocacional; b) Aprimorar o cultivo e a qualidade de vida pessoal e fraterna; c) Reforçar ações em direção a uma Província “em saída” e articulada em suas cinco Frentes de Evangelização. Enfim, olhar para o retrovisor da nossa história deve tornar-nos mais críticos e sábios para bem viver o presente e, com fé, projetar o futuro com esperança e alegria. Para isso, Clara novamente nos interpela: “Olhe para o céu que nos convida, tome a cruz e siga o Cristo que vai à nossa frente” (Carta a Ermentrudes, 9). Portanto, recomecemos irmãos... e que o Senhor nos abençoe e nos guarde no seu amor. Um feliz e abençoado Ano Novo! Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM Ministro Provincial

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Formação Permanente

A não-violência: estilo de uma política para a paz Mensagem do Papa Francisco para a celebração do 50º Dia Mundial da Paz: 1° de janeiro de 2017

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No início deste novo ano, formulo sinceros votos de paz aos povos e nações do mundo inteiro, aos chefes de Estado e de governo, bem como aos responsáveis das Comunidades Religiosas e das várias expressões da sociedade civil. Almejo paz a todo o homem, mulher, menino e menina, e rezo para que a imagem e semelhança de Deus em cada pessoa nos permitam reconhecer-nos mutuamente como dons sagrados com uma dignidade imensa. Sobretudo nas situações de conflito, respeitemos esta «dignidade mais profunda»[1] e façamos da não-violência ativa o nosso estilo de vida. Esta é a Mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz. Na primeira, o Beato Papa Paulo VI dirigiu-se a todos os

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povos – e não só aos católicos – com palavras inequívocas: «Finalmente resulta, de forma claríssima, que a paz é a única e verdadeira linha do progresso humano (não as tensões de nacionalismos ambiciosos, nem as conquistas violentas, nem as repressões geradoras de uma falsa ordem civil)». Advertia contra o «perigo de crer que as controvérsias internacionais não se possam resolver pelas vias da razão, isto é, das negociações baseadas no direito, na justiça, na equidade, mas apenas pelas vias dissuasivas e devastadoras». Ao contrário, citando a Pacem in terris do seu antecessor São João XXIII, exaltava «o sentido e o amor da paz baseada na verdade, na justiça, na liberdade, no amor».[2] É impressionante a atualidade destas

palavras, não menos importantes e prementes hoje do que há cinquenta anos. Nesta ocasião, desejo deter-me na não-violência como estilo duma política de paz, e peço a Deus que nos ajude, a todos nós, a inspirar na não-violência as profundezas dos nossos sentimentos e valores pessoais. Sejam a caridade e a não-violência a guiar o modo como nos tratamos uns aos outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais. Quando sabem resistir à tentação da vingança, as vítimas da violência podem ser os protagonistas mais credíveis de processos não-violentos de construção da paz. Do nível local e diário até ao nível da ordem mundial, possa a não-violência tornar-se o estilo caraterístico das nossas decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas ações, da política em todas as suas formas.

Um mundo dilacerado

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Enquanto o século passado foi arrasado por duas guerras mundiais devastadoras, conheceu a ameaça da guerra nuclear e um grande número de outros conflitos, hoje, infelizmente, encontramo-nos a braços com uma terrível guerra mundial aos pedaços. Não é fácil saber se o mundo de hoje seja mais ou menos violento que o de ontem, nem se os meios modernos de comunicação e a mobilidade que caracteriza a nossa época nos tornem mais conscientes da violência ou mais rendidos a ela.


Formação Permanente Seja como for, esta violência que se exerce «aos pedaços», de maneiras diferentes e em variados níveis, provoca enormes sofrimentos de que estamos bem cientes: guerras em diferentes países e continentes; terrorismo, criminalidade e ataques armados imprevisíveis; os abusos sofridos pelos migrantes e as vítimas de tráfico humano; a devastação ambiental. E para quê? Porventura a violência permite alcançar objetivos de valor duradouro? Tudo aquilo que obtém não é, antes, desencadear represálias e espirais de conflitos letais que beneficiam apenas a poucos «senhores da guerra»? A violência não é o remédio para o nosso mundo dilacerado. Responder à violência com a violência leva, na melhor das hipóteses, a migrações forçadas e a atrozes sofrimentos, porque grandes quantidades de recursos são destinadas a fins militares e subtraídas às exigências do dia a dia dos jovens, das famílias em dificuldade, dos idosos, dos doentes, da grande maioria dos habitantes da terra. No pior dos casos, pode levar à morte física e espiritual de muitos, se não mesmo de todos.

A Boa Nova

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O próprio Jesus viveu em tempos de violência. Ensinou que o verdadeiro campo de batalha, onde se defrontam a violência e a paz, é o coração humano: «Porque é do interior do coração dos homens que saem os maus pensamentos» (Marcos 7, 21). Mas, perante esta realidade, a resposta que oferece a mensagem de Cristo é radicalmente positiva: Ele pregou incansavelmente o amor incondicional de Deus, que acolhe e perdoa, e ensinou os seus discípulos a amarem os inimigos (cf. Mateus 5, 44) e a oferecerem a outra face (cf. Mateus 5, 39). Quando impediu, aqueles que acusavam a adúltera, de a lapidar (cf. João 8, 1-11) e na noite antes de mor-

rer, quando disse a Pedro para repor a espada na bainha (cf. Mateus 26, 52), Jesus traçou o caminho da não-violência que Ele percorreu até ao fim, até à cruz, tendo assim estabelecido a paz e destruído a hostilidade (cf. Efésios 2, 14-16). Por isso, quem acolhe a Boa Nova de Jesus, sabe reconhecer a violência que carrega dentro de si e deixa-se curar pela misericórdia de Deus, tornando-se assim, por sua vez, instrumento de reconciliação, como exortava São Francisco de Assis: «A paz que anunciais com os lábios, conservai-a ainda mais abundante nos vossos corações».[3] Hoje, ser verdadeiro discípulo de Jesus significa aderir também à sua proposta de não-violência. Esta, como afirmou o meu predecessor Bento XVI, «é realista pois considera que no mundo existe demasiada violência, demasiada injustiça e, portanto, não se pode superar esta situação, exceto se lhe contrapuser algo mais de amor, algo mais de bondade. Este “algo mais” vem de Deus».[4] E acrescentava sem hesitação: «a não-violência para os cristãos não é um mero comportamento tático, mas um modo de ser da pessoa, uma atitude de quem está tão convicto do amor de Deus e do seu poder que não tem medo de enfrentar o mal somente com as armas do amor e da verdade. O amor ao inimigo constitui o núcleo da “revolução cristã”».[5] A página evangélica – amai os vossos inimigos (cf. Lucas 6, 27) – é, justamente, considerada «a magna carta da não-violência cristã»: esta não consiste «em render-se ao mal (...), mas em responder ao mal com o bem (cf. Romanos 12, 17-21), quebrando dessa forma a corrente da injustiça».[6]

Mais poderosa que a violência

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Por vezes, entende-se a nãoviolência como rendição, negligência e passividade, mas, na realidade, não é isso. Quando a Madre Teresa recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1979, declarou claramente qual era a sua ideia de não-violência ativa: «Na nossa família, não temos necessidade de bombas e de armas, não precisamos destruir para edificar a paz, mas apenas estar juntos, nos amarmos uns aos outros (...). E poderemos superar todo o mal que há no mundo».[7] Com efeito, a força das armas é enganadora. «Enquanto os traficantes de armas fazem o seu trabalho, há pobres pacificadores que, só para ajudar uma pessoa, outra e outra, dão a vida»; para estes obreiros da paz, a Madre Teresa é «um símbolo, um ícone dos nossos tempos». [8] No passado mês de setembro, tive a grande alegria de a proclamar santa. Elogiei a sua disponibilidade para com todos «através do acolhimento e da defesa da vida humana, a dos nascituros e a dos abandonados e descartados. (...) Inclinou-se sobre as pessoas indefesas, deixadas moribundas à beira da estrada, reconhecendo a dignidade que Deus lhes dera; fez ouvir a sua voz aos poderosos da terra, para Janeiro / 2017 [Comunicações]

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Formação Permanente

que reconhecessem a sua culpa diante dos crimes – diante dos crimes! – da pobreza criada por eles mesmos». [9] Como resposta, a sua missão – e nisto representa milhares, antes, milhões de pessoas – é ir ao encontro das vítimas com generosidade e dedicação, tocando e vendando cada corpo ferido, curando cada vida dilacerada. A não-violência, praticada com decisão e coerência, produziu resultados impressionantes. Os sucessos alcançados por Mahatma Gandhi e Khan Abdul Ghaffar Khan, na libertação da Índia, e por Martin Luther King Jr contra a discriminação racial nunca serão esquecidos. As mulheres, em particular, são muitas vezes líderes de não-violência, como, por exemplo, Leymah Gbowee e milhares de mulheres liberianas, que organizaram encontros de oração e protesto não-violento (pray-ins), obtendo negociações de alto nível para a conclusão da segunda guerra civil na Libéria. E não podemos esquecer também aquela década epocal que terminou com a queda dos regimes comunistas na Europa. As comunidades cristãs deram a sua contribuição através da oração insistente e a ação corajosa. Especial influência exerceu São João Paulo II, com o seu ministério e magistério.

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Refletindo sobre os acontecimentos de 1989, na Encíclica Centesimus annus (1991), o meu predecessor fazia ressaltar como uma mudança epocal na vida dos povos, nações e Estados se realizara «através de uma luta pacífica que lançou mão apenas das armas da verdade e da justiça». [10] Este percurso de transição política para a paz foi possível, em parte, «pelo empenho não-violento de homens que sempre se recusaram a ceder ao poder da força e, ao mesmo tempo, souberam encontrar aqui e ali formas eficazes para dar testemunho da verdade». E concluía: «Que os seres humanos aprendam a lutar pela justiça sem violência, renunciando tanto à luta de classes nas controvérsias internas, como à guerra nas internacionais».[11] A Igreja comprometeu-se na implementação de estratégias não-violentas para promover a paz em muitos países solicitando, inclusive aos intervenientes mais violentos, esforços para construir uma paz justa e duradoura. Este compromisso a favor das vítimas da injustiça e da violência não é um patrimônio exclusivo da Igreja Católica, mas pertence a muitas tradições religiosas, para quem «a compaixão e a não-violência são essenciais e indicam o caminho da vida». [12] Reitero-o aqui sem hesitação: «nenhuma religião é terrorista». [13] A violência é uma profanação do nome de Deus. [14] Nunca nos cansemos de repetir: «Jamais o nome de Deus pode justificar a violência. Só a paz é santa. Só a paz é santa, não a guerra». [15]

A raiz doméstica duma política não-violenta

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Se a origem donde brota a violência é o coração humano, então é fundamental começar por percorrer a senda da não-violência dentro da família. É um componente daquela alegria do amor que apresentei na Exortação Apostólica Amoris laetitia, em março passado, concluindo dois anos de reflexão por parte da Igreja sobre o matrimônio e a família. Esta constitui o cadinho indispensável no qual cônjuges, pais e filhos, irmãos e irmãs aprendem a comunicar e a cuidar uns dos outros desinteressadamente e onde os atritos, ou mesmo os conflitos, devem ser superados, não pela força, mas com o diálogo, o respeito, a busca do bem do outro, a misericórdia e o perdão. [16] A partir da família, a alegria do amor propaga-se pelo mundo, irradiando para toda a sociedade. [17] Aliás, uma ética de fraternidade e coexistência pacífica entre as pessoas e entre os povos não se pode basear na lógica do medo, da violência e do fechamento, mas na responsabilidade, no respeito e no diálogo sincero. Neste sentido, lanço um apelo a favor do desarmamento, bem como da proibição e abolição das armas nucleares: a dissuasão nuclear e a ameaça duma segura destruição recíproca não podem fundamentar este tipo de ética. [18] Com igual urgência, suplico que cessem a violência doméstica e os abusos sobre mulheres e crianças. O Jubileu da Misericórdia, que terminou em novembro passado, foi um convite a olhar para as profundezas do nosso coração e a deixar entrar nele a misericórdia de Deus. O ano jubilar fez-nos tomar consciência de como são numerosos e variados os indivíduos e os grupos sociais que são tratados com indiferença, que são vítimas de injustiça e sofrem violên-


Formação Permanente cia. Fazem parte da nossa «família», são nossos irmãos e irmãs. Por isso, as políticas de não-violência devem começar dentro das paredes de casa para, depois, se difundir por toda a família humana. «O exemplo de Santa Teresa de Lisieux convida-nos a pôr em prática o pequeno caminho do amor, a não perder a oportunidade duma palavra gentil, dum sorriso, de qualquer pequeno gesto que semeie paz e amizade. Uma ecologia integral é feita também de simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo». [19]

O meu convite

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A construção da paz por meio da não-violência ativa é um elemento necessário e coerente com os esforços contínuos da Igreja para limitar o uso da força através das normas morais, mediante a sua participação nos trabalhos das instituições internacionais e graças à competente contribuição de muitos cristãos para a elaboração da legislação em todos os níveis. O próprio Jesus nos oferece um «manual» desta estratégia de construção da paz no chamado Sermão da Montanha. As oito Bem-aventuranças (cf. Mateus 5, 3-10) traçam o perfil da pessoa que podemos definir feliz, boa e autêntica. Felizes os mansos – diz Jesus –, os misericordiosos, os pacificadores, os puros de coração, os que têm fome e sede de justiça. Este é um programa e um desafio também para os líderes políticos e religiosos, para os responsáveis das ins-

tituições internacionais e os dirigentes das empresas e dos meios de comunicação social de todo o mundo: aplicar as Bem-aventuranças na forma como exercem as suas responsabilidades. É um desafio a construir a sociedade, a comunidade ou a empresa de que são responsáveis com o estilo dos obreiros da paz; a dar provas de misericórdia, recusando-se a descartar as pessoas, danificar o meio ambiente e querer vencer a todo o custo. Isto requer a disponibilidade para «suportar o conflito, resolvê-lo e transformá-lo no elo de ligação de um novo processo». [20] Agir desta forma significa escolher a solidariedade como estilo para fazer a história e construir a amizade social. A não-violência ativa é uma forma de mostrar que a unidade é, verdadeiramente, mais forte e fecunda do que o conflito. No mundo, tudo está intimamente ligado.[21] Claro, é possível que as diferenças gerem atritos: enfrentemo-los de forma construtiva e não-violenta, de modo que «as tensões e os opostos possam alcançar uma unidade multifacetada que gera nova vida», conservando «as preciosas potencialidades das polaridades em contraste».[22] Asseguro que a Igreja Católica acompanhará toda a tentativa de construir a paz inclusive através da não-violência ativa e criativa. No dia 1º de janeiro de 2017, nasce o novo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, que ajudará a Igreja a promover, de modo cada vez mais eficaz, «os bens incomensuráveis da justiça, da paz e da salvaguarda da criação» e da solicitu-

[1] Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 228. [2] Mensagem para a celebração do 1º Dia Mundial da Paz, 1° de janeiro de 1968. [3] «Legenda dos três companheiros»: Fontes Franciscanas, n. 1469. [4] Angelus, 18 de fevereiro de 2007. [5] Ibidem. [6] Ibidem. [7] Discurso por ocasião da entrega do Prémio Nobel, 11 de dezembro de 1979. [8] Francisco, Meditação «O caminho da paz», Capela da Domus Sanctae Marthae, 19 de novembro de 2015. [9] Homilia na canonização da Beata Madre Teresa de

de pelos migrantes, «os necessitados, os doentes e os excluídos, os marginalizados e as vítimas dos conflitos armados e das catástrofes naturais, os reclusos, os desempregados e as vítimas de toda e qualquer forma de escravidão e de tortura».[23]Toda a ação nesta linha, ainda que modesta, contribui para construir um mundo livre da violência, o primeiro passo para a justiça e a paz.

Em conclusão

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Como é tradição, assino esta Mensagem no dia 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria. Nossa Senhora é a Rainha da Paz. No nascimento do seu Filho, os anjos glorificavam a Deus e almejavam paz na terra aos homens e mulheres de boa vontade (cf. Lucas 2, 14). Peçamos à Virgem Maria que nos sirva de guia. «Todos desejamos a paz; muitas pessoas a constroem todos os dias com pequenos gestos; muitos sofrem e suportam pacientemente a dificuldade de tantas tentativas para a construir». [24]No ano de 2017, comprometamo-nos, através da oração e da ação, a tornarmo-nos pessoas que baniram dos seus corações, palavras e gestos de violência, e a construirmos comunidades não-violentas, que cuidem da casa comum. «Nada é impossível, se nos dirigimos a Deus na oração. Todos podem ser artesãos de paz».[25]

Calcutá, 4 de setembro de 2016. [10] N. 23 [11] Ibidem. [12] Francisco, Discurso na Audiência inter-religiosa, 3 de novembro de 2016. [13] Idem, Discurso no III Encontro Mundial dos Movimentos Populares, 5 de novembro de 2016. [14] Cf. Idem, Discurso no Encontro com o Xeque dos Muçulmanos do Cáucaso e com Representantes das outras Comunidades Religiosas, Baku, 2 de outubro de 2016. [15] Idem, Discurso em Assis, 20 de setembro de 2016. [16] Cf. Exort. ap. pós-sinodal Amoris laetitia, 90-130.

Vaticano, 8 de dezembro de 2016. Francisco [17] Cf. ibid., 133.194.234. [18] Cf. Francisco, Mensagem à Conferência sobre o impacto humanitário das armas nucleares, 7 de dezembro de 2014. [19] Idem, Carta enc. Laudato si’, 230. [20] Idem, Exort. ap. Evangelii gaudium, 227. [21] Cf. Idem, Carta enc. Laudato si’, 16.117.138. [22] Idem, Exort. ap. Evangelii gaudium, 228. [23] Idem, Carta apostólica sob a forma de“Motu proprio”pela qual se institui o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, 17 de agosto de 2016. [24] Francisco, Regina Caeli, Belém, 25 de maio de 2014. [25] Apelo, Assis, 20 de setembro de 2016.


Formação Permanente

Do escândalo econômico ao resgate na Ordem

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ão 13.000 os membros da Ordem dos Frades Menores; 5.250 euros é a soma de dinheiro encontrada pelo Ministro Geral Frei Michael Anthony Perry, há poucos meses, em setembro de 2014. Uma estratégia especulativa errada havia desperdiçado cerca de 20 milhões de euros. A gestão corajosamente transparente de todo o caso, do qual a Ordem é essencialmente uma vítima, permitiu um testemunho valioso do Geral na última Assembleia da União dos Superiores Gerais (USG), de 23 a 25 de novembro. Retomamos algumas de suas passagens. O discurso foi publicado no site “Settimana News”, 01-12-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto, da Unisinos.

Eis o texto! Do protecionismo institucional à verdade

Um dos maiores desafios que a liderança da Igreja deve enfrentar hoje, também no âmbito da Vida Religiosa, é chegar a um acordo com o fracasso institucional. Pouco depois de ter sido eleito Ministro Geral, eu descobri graves incorreções na gestão econômica da nossa Cúria Geral. Refiro-me a cerca de 20 milhões de euros empregados em uma estratégia especulativa e, portanto, investidos em fundos de alto rendimento fora da Itália. Logo ficou claro que as pessoas envolvidas nessa estratégia não eram apenas externas à Ordem, mas também alguns dos nossos membros. A primeira tentação foi a de implementar o bem conhecido e experimen-

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tado método da simples cobertura dos delitos, recorrendo a fontes econômicas alternativas para enfrentar o déficit, e removendo dos seus cargos com discrição as pessoas envolvidas. Eu defino esse método como “lógica do protecionismo institucional” e foi usado por um longo tempo pela Igreja e pelos religiosos na Itália assim como em outros países. O objetivo é o de preservar a dignidade e a reputação da instituição “a todo o custo”, mesmo que isso signifique sacrificar a própria dignidade, identidade e autenticidade, assim como o chamado a ser uma voz profética perante o mundo. Enquanto tentávamos enfrentar o escândalo econômico, surgiu cada vez mais claramente a necessidade de escaparmos das garras da “lógica do protecionismo institucional” para abraçar uma nova lógica, radicada na convicção de que a verdade encerra um poder intrínseco, talvez escondido, e que somente buscando a verdade podemos reivindicar a natureza autenticamente carismática e profética da nossa vocação. Depois de rezar intensamente e discutir amplamente, o Definitório Geral chegou à decisão de se dirigir às autoridades italianas, ou seja, ao Ministério Público, para dar início a uma investigação acurada. Alguns frades

e um grupo excelente de advogados, dedicados a essa tarefa e que alimentavam um enorme respeito pela nossa Ordem, recolheram todo o material e os dados necessários.

Responsabilidade e gestão econômica

Duas preocupações emergiram imediatamente antes e imediatamente depois da publicação de uma carta que eu enderecei a todos os frades/ membros da Ordem, na qual eu explicava a situação (17 de dezembro de 2014). A primeira preocupação consis-


Formação Permanente

tia nos efeitos potencialmente negativos que o escândalo econômico poderia ter sobre a vida dos frades, especialmente dos mais jovens e dos candidatos. Durante as visitas que eu fiz às Entidades da Ordem após a publicação da carta, muitos frades expressaram a sua desconfiança e a sua raiva em relação ao escândalo. Ao mesmo tempo, porém, declararam também a sua gratidão pela decisão do Definitório Geral de prosseguir no caminho da verdade e da transparência. Apesar da má-fé de alguns jornalistas, as pessoas em contato com os frades e todos os devotos de São Francisco e de Santo Antônio entenderam que a Ordem tinha sido envolvida e feito vítima de uma fraude econômica, de acordo com o “Esquema Ponzi”, semelhante ao caso “Bernie Madoff” nos Estados Unidos (20082009) e a tantos outros em que outros Institutos e Congregações religiosas foram envolvidos. O fato de ter publicado o escândalo, na realidade, nos tornou ainda mais queridos por parte dos nossos benfeitores e pessoas em geral. Além disso, empreendemos um processo canônico para verificar a conduta dos membros da Ordem. E, tendo que levar em conta a necessidade de salvaguardar a fraternidade e a caridade, não foi fácil, mas decidimos prosseguir com a ação canônica em nome da verdade e da justiça, assim como para desencorajar tais comportamentos negativos no futuro. No entanto, depois de ter apresentado o exposto à Procuradoria da República, suspendemos o processo canônico à espera dos resultados do inquérito civil. Na trilha sonora do filme Cabaret, de 1972, há uma canção intitulada “O dinheiro faz o mundo girar”. Tenho certeza de que todos vocês reconhecem o poder que o dinheiro exerce sobre a vida dos membros dos nossos Institutos. Precisamente por causa do potencial poder que o dinheiro tem de corromper a vida dos nossos coirmãos, devemos assumir o papel claro para garantir a pobreza evangélica e a transparência econômica. Não podemos nos deixar oprimir pela complexidade da gestão econômica nem declinar das nossas responsabilidades. Caso contrário, colocaremos em risco a vida dos membros dos nossos Institutos, a dignidade deles e o nosso chamado a oferecermos um testemunho profético ao mundo.

BRILHAVA UMA ESTRELA... Brilhava uma estrela... Dos céus surgia o sinal Tudo então convergia À felicidade total

Brilhava uma estrela... Encantando mil corações Que noite tão iluminada De afetos e de emoções Brilhava uma estrela... Com seu rastro reluzente Vinham três humildes reis Trazendo seus presentes Brilhava uma estrela... Indicando o recém-nascido Pr’aquele simples lugar Corações foram conduzidos Brilhava uma estrela... Os anjos cantando o Hino Quem, pois, dirá que não Se afeiçoou por tal menino? Brilhava uma estrela... Epopeia de divina salvação Ali, em Belém, se fez história Ali, o Mistério da Encarnação Brilhava uma estrela... Bem mais brilhava Belém Ali todos se ajuntavam De mãos dadas, rezando: Amém. Frei Carlos Nunes Corrêa

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Formação e Estudos

VINTE JOVENS VESTEM O HÁBITO

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inte postulantes estão prontos para iniciar o ano de Noviciado na Província da Imaculada em 2017. No dia 14 de janeiro, dez jovens brasileiros e dez angolanos serão acolhidos em Rodeio pelo Vigário Provincial Frei César Külkamp durante a oração das Laudes, às 7 horas. Essa turma de noviços será a 116ª do Noviciado de Rodeio e será a maior do mestre dos noviços, Frei Samuel Ferreira de Lima. Antes de chegarem a Rodeio, os dois grupos fizeram o tempo do Postulantado. Os brasileiros no Postulantado Frei Galvão de Guaratinguetá (SP) e os angolanos no Postulantado Santo Antônio, de Quibala. “O postulantado é a etapa essencial para fazer a passagem da vida secular para a forma de vida franciscana. Essa turma teve a oportunidade de fazer essa passagem através do trabalho, do estudo, da oração, das atividades pastorais, no confronto com realidades de fratura social, etc; buscando, em tudo, o modo franciscano: na simplicidade e em fraternidade. Ao longo do ano, os postulantes deram sinais de crescimento e abertura para acolher as exigências da vida consagrada e franciscana”, explica o jovem Frei Jeâ Paulo Andrade, que completou o seu primeiro ano como mestre do Postulantado. “Os manuais que tratam

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sobre a formação na vida religiosa dizem que os formadores muito velhos devem ser evitados porque não conseguem falar a linguagem dos novos perfis; os formadores muito jovens devem ser evitados porque não possuem cultura religiosa e experiência necessária. Eu me encontro num desses casos e apesar disso procurei ser o mais correto possível. Penso que a intuição e o bom senso são bons companheiros nessa missão. Vi que é fundamental respeitar a história de vida e o processo de caminhada de cada formando. Aceitei que, por mais prudente e justo que busque ser, ainda não será o suficiente, uma vez que você trabalha com individualidades. Aprendi que sinceridade com misericórdia é a melhor maneira de ajudar o formando a crescer”, confessou o religioso ao falar desta missão e serviço a ele confiados no último Capítulo Provincial. Segundo os documentos da Ordem, esses jovens farão um “período de formação mais intensa” em Rodeio, tendo como objetivo “fazer com que os noviços conheçam e experimentem a forma de vida de São Francisco, impregnem mais profundamente a mente e o coração de seu espírito e, avaliando melhor o chamado do Senhor, comprovem seus propósitos e sua idoneidade” (Constituições Gerais da Ordem, art. 152). Um dos momentos mais belos e emocionantes da admissão dos noviços será a vestição. Cada candidato receberá o hábito franciscano das mãos do Vigário Provincial e do Mestre Frei Samuel Ferreira de Lima. Na sacristia,

ele se vestirá e retornará à celebração para assinar o documento de ingresso na Ordem dos Frades Menores. Durante o ano, os noviços intensificam a vida em comum, entre eles e com a Fraternidade Formadora da casa, e participam também de algumas atividades na própria comunidade eclesial e celebrações das outras casas franciscanas da região. Segundo Frei Samuel, mesmo tendo uma programação bem definida, cada ano é diferente no Noviciado, pois cada turma tem sua peculiaridade, suas próprias exigências e realidades. “Em cada ano se aprimora o que deu certo com a turma anterior e se busca aperfeiçoar os desafios. Procuro fazer uma avaliação com cada turma ao final do ano para sentir a evolução e os entraves no desenvolvimento da caminhada do religioso franciscano. O essencial do noviciado não muda, mas a forma de desenvolver e executar ganha o rosto de cada turma. Nisso a gente cresce e aprende muito, e supera o risco de se acomodar ao ver as coisas apenas do nosso ponto de vista. Cada ano é um novo recomeço, é uma nova busca de crescimento e superação”, ensina o mestre dos Noviços. Para ele, o segredo é não criar expectativas. “É no convívio que a gente vai sentindo a dinâmica da mesma e suas realidades concretas”, diz Frei Samuel, que terá a sua a maior turma desde que assumiu o serviço na formação dos noviços. “Vai ser uma graça, pois como nos diz São Francisco, “o Senhor me deu irmãos”. Cada irmão é uma graça para crescermos na caminhada franciscana e nos convertermos ao Amor de Deus”, observa, explicando que esse processo de formação que se inicia no Noviciado “só termina no dia do encontro definitivo com o Pai”. Moacir Beggo


Formação e Estudos Bruno Gonçalves Cezário Nascimento: 20/07/1997 Naturalidade: Rio Pomba, MG

Diego Martendal Nascimento: 27/02/1990 Naturalidade: Santo Amaro da Imperatriz, SC

noviços 2017

Alberto Capingala Martinho Sambei Nascimento: 18/03/1992 Naturalidade: Lobito, Benguela (BA)

Angelino Socopia Sicaleta Nascimento: 04/01/1995 Naturalidade: Caimbambo, Benguela (BA)

João Manoel Zechinatto Nascimento: 15/12/1992 Naturalidade: Serra Negra, SP

António Sacaputo Maimo Nascimento: 25/12/1992 Naturalidade: Caimbambo, Benguela (BA)

José Victor de Camargo Medeiros Nascimento: 05/01/1998 Naturalidade: Botucatu, SP

Domingos Macuva Paulo Nascimento: 22/05/1992 Naturalidade: Caluquembe, Huila (HÁ)

Marcelo Dias Soares Nascimento: 27/01/1984 Naturalidade: Rio de Janeiro, RJ

Eduardo José Cavita Camunha Nascimento: 20/06/1992 Naturalidade: Sambizanga, Luanda (LA)

Paulo Ricardo Ap. dos Santos Silva Nascimento: 22/02/1993 Naturalidade: Taubaté, SP

Inoc Joaquim João Nascimento: 03/05/1993 Naturalidade: Bula-Atumba, Bengo (LA)

Rodrigo José Silva Nascimento: 02/04/1983 Naturalidade: Campo Largo, PR

João Baptista Culiaquita Nascimento: 15/07/1995 Naturalidade: Chongorói, Benguela (BA)

Ruan Felipe Sguissardi Nascimento: 19/01/1998 Naturalidade: Chopinzinho, PR

João Tchivandja Lino Nascimento: 26/09/1997 Naturalidade: Cubal, Benguela (BA)

Tiago da Silva Barboza Nascimento: 20/10/1989 Naturalidade: Serra, ES

Willian Bernardi de Castro Nascimento: 12/08/1995 Naturalidade: Curitiba, PR

José Francisco Inito Nascimento: 29/12/1993 Naturalidade: Quibala, Cuanza Sul

Silverio Munga Cajonde Nascimento: 01/01/1993 Naturalidade: Viana, Luanda


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PRIMEIRA PROFISSÃO NA VIDA RELIGIOSA

O “SIM” DE DEZESSEIS NOVIÇOS

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Noviciado São José de Rodeio, em Santa Catarina, estará em festa no dia 5 de janeiro de 2017 com a Primeira Profissão de dezesseis noviços na vida religiosa franciscana. Depois de viverem um ano intenso de oração, trabalho e estudos do modo de vida franciscano, o Definitório Provincial lhes deu o aval para fazerem a Profissão Temporária na Ordem dos Frades Menores durante a Celebração Eucarística, presidida pelo Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel, às 19 horas, na Igreja São Francisco de Assis. Na história do centenário Noviciado, esta turma registra o maior número de angolanos a fazer a Primeira Profissão. São eles: Frei Antônio da Silva Manuel, Frei Bernardo João Cassinda, Frei Bernanrdo José Cayoya Kandangongo, Frei Daniel kahuvi Tchitumba Tchikeva, Frei Domingos Kalanda Soma, Frei Elias Hebo Luís, Frei Evaristo Seque Joaquim, Frei Feliciano Afonso Manuel, Frei Helder Josué Mateus Domingos, Frei Pedro

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domingos Mugiba, Frei Pedro Isaías Luisa Vitangui e Frei Simão Cassua Horácio. Os brasileiros são Frei Francisco Dalilson Pereira Cabral, Frei Jonas Ribeiro da Silva, Frei Odilon Voss e Frei Lucas de Moura Justino Souza. Para o mestre dos noviços, Frei Samuel Ferreira de Lima, este ano no Noviciado foi atípico porque a Província da Imaculada realizou o Capítulo Provincial no final de janeiro. “Foi um ano de transição já nos primeiros meses, com mudança de parte da equipe formadora. Isso exigiu mais paciência, mais acompanhamento de perto, reestruturação de algumas coisas, porém não houve dificuldades para os noviços e a turma absorveu com tranquilidade as mudanças”, explicou Frei Samuel, destacando a evolução da turma no campo musical com a vinda do Frei Pedro da Silva. Outro aspecto positivo para o Mestre foi a boa integração e ‘leveza’ no convívio do grupo. “Vi nesta turma a humildade, alegria, vontade de aprender, docilidade no deixar-se conduzir e acolher as observações e

exigências. Mas também essa turma exigiu trabalho na busca de mais espírito de iniciativa, a superação do medo de errar e se lançar diante dos desafios e no acompanhamento na execução dos trabalhos externos”, revelou Frei Samuel. Segundo a Ordem dos Frades Menores, o tempo da profissão temporária é o “período durante o qual se completa a formação para viver de modo mais pleno a vida própria da Ordem e melhor cumprir sua missão”. Na Ordem Franciscana, os votos dos professos temporários são renovados anualmente até o momento da profissão solene. A profissão religiosa na Ordem Franciscana, emitida nas mãos do Ministro Provincial, faz-se nos seguintes termos: “Para louvor e glória da Santíssima Trindade. Eu, Frei N.N., tendo o Senhor me dado a graça de seguir mais de perto o Evangelho e os passos de nosso Senhor Jesus Cristo, em tuas mãos, Frei Fidêncio Vanboemmel, com firme fé e vontade, faço voto a Deus, Pai santo e todo-poderoso, de viver por um ano, em obediência, sem nada de próprio e em castidade. Ao mesmo tempo, professo a vida e a regra dos Frades Menores, confirmada pelo Papa Honório, e prometo observá-la fielmente segundo as Constituições da Ordem dos Frades Menores. Entrego-me, pois, de todo o coração a esta Fraternidade, para que, pela ação eficaz do Espírito Santo, guiado pelo exemplo de Maria Imaculada, por intercessão de nosso Pai Francisco e de todos os santos, e com a ajuda fraterna de todos, eu possa tender constantemente para a perfeita caridade, no serviço a Deus, à Igreja e aos homens”. Moacir Beggo


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professandos 2017 Frei Francisco Dalilson P. Cabral Nascimento: 04/07/1994 Naturalidade: Cariré – CE

Frei Jonas Ribeiro da Silva Nascimento: 19/01/1981 Naturalidade: Cruzeiro - SP

Frei Daniel Kahuvi Tchitumba Tchikeva Nascimento: 09/12/1994 Naturalidade: Lobito, Benguela

Frei Domingos Kakanda Soma Nascimento: 10/09/1992 Naturalidade: Benguela

Frei Lucas de Moura J. Souza Nascimento: 03/05/1996 Naturalidade: Jacareí - SP

Frei Elias Hebo Luís Nascimento: 22/11/1992 Naturalidade: Cangola

Frei Evaristo Seque Joaquim Nascimento: 12/01/1994 Naturalidade: Lobito, Benguela

Frei Feliciano Afonso Manuel Nascimento: 11/07/1992 Naturalidade: Cubal, Benguela

Frei Odilon Voss Nascimento: 12/08/1997 Naturalidade: Atalanta - SC

Frei Hélder Josué Mateus Domingos Nascimento: 03/11/1993 Naturalidade: Kilamba Kiaxi

Frei António da Silva Manuel Nascimento: 08/08/1995 Naturalidade: Cacuaco, Luanda (LA)

Frei Bernardo João Cassinda Nascimento: 16/01/1996 Naturalidade: Tchicala-Tcholoanga

Frei Bernardo José Cayoya Kandangongo Nascimento: 15/12/1992 Naturalidade: Huambo

Frei Pedro Domingos Mugiba Nascimento: 30/07/1993 Naturalidade: Malanje

Frei Pedro Isaías Luísa Vitangui Nascimento: 26/11/1994 Naturalidade: Cuito, Bié

Frei Simão Cassua Horácio Nascimento: 12/06/1993 Naturalidade: Cacuso, Malanje


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NOVIÇOS SE PREPARAM NO EREMITÉRIO

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o alto das montanhas de Rodeio, fica o Eremitério Beato Frei Egídio, que foi fundado em 1991. Local de retiros da Província, desta vez este espaço acolheu a turma de noviços para o retiro em preparação à Primeira Profissão. Chegamos ao local na segunda-feira, 21 de novembro, quando fizemos a oração canônica da noa. Frei Raimundo de Oliveira Castro, vice-ecônomo provincial, foi o nosso pregador e nos levou à reflexão tendo como base as Fontes Franciscanas, especialmente o “Sacrum Commercium”, onde o bem-aventurado Francisco pede informações sobre a pobreza. “Como verdadeiro imitador e discípulo do Salvador, no início de sua conversão, ele se dedicou com todo o empenho, com todo o desejo e com toda a resolução a procurar, encontrar e conservar a santa pobreza”. Frei Raimundo também colocou a seguinte questão: “Quem é o nosso amado?” O palestrante situou-nos nas Sagradas Escrituras e na Regra Fran-

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ciscana. Explicou-nos a fórmula da Profissão e a vivência dos conselhos evangélicos, manifestação do amor de Deus e, por conseguinte, “o farol que ilumina e o motor-guia que nos leva a compreender e descobrir a beleza da vida religiosa”. Depois de quatros dias intensos de reflexão, o encontro se encerrou na sexta-feira (25) com a celebração da Santa Missa, presidida pelo pregador. Com base no Evangelho de Lucas, que fala do desânimo e da frustração dos discípulos de Emaús, Frei Raimundo ressaltou que o “Senhor nos fala na caminhada”, e quando faltar a esperança, devemos recordar o nosso “ponto de partida”, o nosso primeiro chamado. A oração, numa postura de humildade, deve pedir: “Ficai conosco, Senhor!” Também essa força podemos buscar em São Francisco, que reza: “Senhor, iluminai as trevas do meu coração,

dai-me uma fé reta, uma esperança certa e caridade perfeita, sensibilidade e conhecimento, ó Senhor, a fim de que eu cumpra o vosso santo e veraz mandamento”. Com essa bela oração, Frei Raimundo nos animou a sermos perseverantes e a não nos esquecermos de quem amamos e de quem nos amou primeiro. Frei Elias Hebo Luís


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A dinâmica do desenvolvimento afetivo

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s participantes da última “Semana de Estudos” do Instituto Teológico Franciscano (ITF) em 2016 se debruçaram sobre a questão da dinâmica do desenvolvimento afetivo. O curso versou sobre os diferentes aspectos dos relacionamentos amorosos. As aulas abordaram as perspectivas teóricas do sentimento amoroso desde as primeiras formações afetivas do bebê até a interação conjugal. Esse enfoque psicológico das relações afetivas também se estendeu às relações de amizade e ao amor a Deus. Embora não nos damos conta, a afetividade e a inteligência se interrelacionam no cotidiano de cada pessoa. Para que o indivíduo tenha um desenvolvimento saudável em todos os aspetos – biológico, cognitivo e socioafetivo – é necessário que, desde a infância, ele se sinta seguro e acolhido. O professor Frei Fernando de Araújo Lima, psicólogo e sacerdote, enriqueceu o workshop

com variados exemplos de situações encontradas em expressões artísticas, como filmes e músicas. A seguir, exemplos dos temas que foram tratados durante a semana: – A importância da Comunicação no relacionamento humano; – A hierarquia das necessidades fundamentais segundo Abraham Harold Maslow (1908-1970); – O amor em Freud, Lacan e Michael Balint; – As expressões de amor e expressões de desejo; – O amor a Deus e o desejo de Deus; – O término dos relacionamentos; –O trabalho do luto. O Instituto Teológico Franciscano organiza, ao longo do ano, uma série de cursos enfocando diferentes assuntos de interesse para a comunidade. Neuci L. Silva


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Festa no ITF com os novos bacharéis de Teologia

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ia 9 de dezembro de 2016 ficará gravado na memória de dezesseis alunos do ITF. Essa manhã, revestiu-se de um aspecto solene graças à formatura do quarto ano do Curso de Teologia. Uma breve Oração de Ação de Graças precedeu à solenidade de Colação de Grau. Reunidos todos na Igreja do ITF, a oração foi marcada pelo louvor e agradecimento a Deus. Os concluintes pediram as bênçãos divinas sobre essa nova etapa de suas vidas. A Colação de Grau, iniciada por volta das 10 horas, foi realizada no Salão Acadêmico e contou com a presença da direção do Instituto, professores, funcionários, familiares e amigos dos formandos. A cerimoniária do ato acadêmico foi a secretária do ITF, Valéria Boynard Thomaz Alves de Paiva, que convidou os membros da mesa de presidência a tomarem seus lugares. Foram chamados: Frei Antônio Everaldo Palubiack Marinho, diretor do Instituto; Frei Fernando de Araújo Lima, professor do ITF (representando o Paraninfo, Frei Alberto Beckhäuser); Irmã Elione Salva-

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dor Nunes (superiora do Convento de Nossa Senhora do Amparo); Frei Marcos Antônio de Andrade (mestre dos estudantes franciscanos); e Frei Márcio dos Santos (mestre dos formandos agostinianos). A funcionária homenageada pela turma, Laís Célia Bento, que comporia a mesa, teve sua ausência justificada. Após os formandos tomarem seus lugares, Frei Antônio Everaldo deu as boas vindas aos presentes e declarou solenemente aberto o ato acadêmico. Em seguida, convidou-os à execução do Hino Nacional Brasileiro. Convidado pela cerimoniária, Frei Fernando de Araújo Lima proferiu o discurso redigido por Frei Alberto Beckhäuser, paraninfo da turma de 2016. Das palavras de Fr. Alberto: “O diploma de bacharelado é um ponto de chegada e um ponto de partida... A formatura constitui uma espécie de apoteose, um triunfo, celebração da vitória... Daqui surge um compromisso para vocês e para todos nós. Quem muito recebeu, sobretudo pela graça dos estudos, é chamado a partilhar este cabedal. Importa viver o que celebramos. ‘De graças recebestes, de graça dai’, diz o Senhor”. A colação de grau foi pontuada por momentos de regozijo e, também, de reflexão da somatória de vivências dos alunos nesta instituição de ensino. Os oradores da turma: Irmã Maria Aparecida Santana de Souza, CFA; e Frei Rafael Teixeira do Nascimento, OFM, condividiram o discurso. Os representantes de turma lembraram o início do curso de teologia, em 2013, coincidindo com o início do pontificado do Papa Francisco. Providencialmente a turma deveria estar ancorada “na verdade de Igreja sonhada pelos dois Franciscos: de Assis e de Roma”. FoJaneiro / 2017 [Comunicações]

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ram salientados alguns fatos importantes que tornaram 2016 um ano sui generis. Também foi salientada a importância daquele momento tão especial na vida dos bacharelandos: “Irmãs e irmãos, a recordação dessa caminhada não pode se reduzir a uma simples peça de retórica apresentada, como parte ritual de uma cerimônia formal... Chegou a hora de, efetivamente, ‘sermos’ a partir do que acreditamos, defendemos e aprendemos no decorrer desses quatro anos. Teologia não é o mesmo que poesia, mas traz, como matéria fundante, a vida”. Na sequência, os graduandos foram convidados a prestar o juramento. O juramentista foi Frei Leandro Costa Santos. Concluído o juramento, deu-se o momento central da Colação de Grau. Frei Antônio Everaldo, investido de sua função de representante da Instituição de Ensino Superior (IES) outorgou o grau de Bacharelado em Teologia aos seguintes estudantes: Alan Maia de França Victor, Evaldo Ludwig, Fábio José Gomes, João Paulo da Silva, José Raimundo de Souza, Leandro Costa Santos, Marcos Vinícius Motta Brugger, Maria Aparecida Santana de Souza, Rafael Chaves de Lima, Rafael Teixeira do Nascimento, Rodolfo dos Santos Pimentel Júnior, Serge Mpanga

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Kwanda, Vanderlei da Silva Neves e Wellington Clébio Faria Porfírio de Barros. Um a um os estudantes foram chamados à mesa para receber o diploma que atesta tal outorga. Dois estudantes receberam, na ocasião, o certificado de conclusão de Curso Livre em Teologia. A saber: Camilo Donizeti Evaristo Martins e Robson Fernandes Mendes. Como celebração desse momento, foi apresentado um vídeo com momentos importantes da turma. Depois, a palavra foi passada ao diretor do Instituto que dirigiu breve exortação aos presentes, de modo particular à turma de formandos. Em seu conciso discurso, Frei Everaldo agradeceu a Deus por proporcionar “este espaço do saber teológico. Espaço que nos ajuda a abrir os nossos olhos para uma dimensão

mais profunda da vida e da fé”. E frisou: “Não passamos pelo estudo da Teologia para ascender simplesmente a mais um grau, mas é ela que tem que passar por nós e em nós. Assim, você – Teólogo e Teóloga que cultiva a fé –, certamente será sensível aos apelos da vida, aos mais necessitados e à natureza que o cerca”. Fechando a sessão, o diretor convidou os presentes para um coquetel celebrativo. O Instituto Teológico Franciscano parabeniza os agora bacharéis pela conclusão desse longo período de estudos e formação. Que tal conquista os impulsione a outras buscas, abra novos horizontes e aponte para um futuro muito luminoso. Parabéns e muito sucesso! Texto: Neuci L. Silva Fotos: Igor Fernandes


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SAGRADO: TRÊS FRADES RENOVAM VOTOS

Frei João Alberto Bunga

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o dia 6 de dezembro, três frades estudantes do tempo da Teologia renovaram os votos de obediência, pobreza e castidade diante do Guardião do Convento da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis, Rio de Janeiro. A renovação de Frei João Alberto

Frei Ermelindo Francisco Bambi

Bunga, Frei Ermelindo Francisco Bambi e Frei José Raimundo de Souza aconteceu durante a Celebração Eucarística, às 18 horas, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis, e contou com a presença de toda a Fraternidade, assim como dos paroquianos. Ao término da Celebração, Frei Marcos Andrade, mestre dos frades

Frei José Raimundo de Souza

estudantes da Teologia, informou aos presentes a conclusão da formação teológica de dez frades que em 2017 irão assumir novas missões em diferentes Frentes de Evangelização da Província. Coube a Frei Evaldo Ludwig o discurso de despedida em nome do grupo. Fotos e texto: Michaell Grillo

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SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO MARCA ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES EM RONDINHA

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Solenidade da Imaculada Conceição de Maria marcou o encerramento de mais um ano de atividades na Fraternidade Franciscana São Boaventura, em Campo Largo (PR), no dia 8 de dezembro. Na alegria e na certeza de que a Mãe Imaculada intercederá pelos frades, os religiosos despedem-se de Rondinha, viajando para as férias e para os estágios pastorais, retornando em fevereiro de 2017. Como religiosos, nada melhor e mais bonito do que encerrarmos as atividades rezando e agradecendo ao Senhor pelo ano que passou e por tudo o que fizemos e ainda faremos nesse final de ano. O dia de hoje é muito caro para os franciscanos, pois celebramos a Solenidade da Imaculada Conceição de

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Maria, devoção nutrida há séculos pela Ordem dos Frades Menores, e especialmente também pela Província que tem a Imaculada como Padroeira.

Frei Jean Ajluni de Oliveira, guardião da fraternidade, foi o celebrante da santa Missa. Iniciou sua homilia com o seguinte questionamento: “O que falar de uma fes-


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ta tão importante como essa para nós?”. Continuou afirmando: “O dogma da Imaculada Conceição foi o resultado de muitos e muitos anos de estudos, de debates, e os franciscanos sempre se destacaram na defesa de que Maria nasceu Imaculada, ou seja, sem mancha. Duns Scotus tem uma frase que encerra toda a discussão acerca da

Imaculada Conceição de Maria: ‘Deus quis, Deus pôde e Deus a fez Imaculada”. Destacou ainda Frei Jean: “Maria é Imaculada, em previsão dos próprios méritos de Cristo”. E prosseguiu: “Maria é isenta do pecado original, pecado esse cometido por Adão e Eva que, por incitação da serpente, comeram do fruto proi-

bido, portanto, a raiz de todo o pecado sempre está na desobediência a Deus, e depois temos Maria, uma outra Mulher, essa obediente. Por isso, Deus, escolhendo Maria, e ela sendo obediente, foi possível a salvação”. Concluiu dizendo: “Nós, franciscanos, devemos ver em Maria a capacidade de vencer todo tipo de desobediência. Maria é portanto a nova Mãe, obediente, de toda a humanidade.” Ao final da celebração, Frei Jean rendeu graças a Deus por mais esse ano em que convivemos. Aos frades do terceiro ano, que partem para o ano missionário, desejou muitas bênçãos e desejou a todos boas férias e bons estágios pastorais. Que o Bom Deus e sua Santa Mãe intercedam pelos frades e nos deem coragem e perseverança para o ano vindouro. Maria sem pecado original, rogai por nós que recorremos a vós. Paz e Bem! Frei Mateus José Borsoi Janeiro / 2017 [Comunicações]

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Fraternidades xx

CELEBRAÇão DOS JUBILEUS

RONDINHA:

O DOM DA VOCAÇÃO DE DUAS

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Província da Imaculada Conceição, com suas diferentes expressões e rostos, se reuniu na Fraternidade Franciscana São Boaventura, em Campo Largo (PR), nos dias 1º e 2 de dezembro de 2016. Porém, alguns dias antes, o Definitório Provincial já marcava presença no Con-

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vento. A ‘tenda do Senhor’ acolheu os freis provenientes das mais diversas localidades. A festa foi grande e o motivo subiu aos céus com louvores de gratidão pelos frades que celebram os jubileus de vida religiosa e sacerdotal neste ano. Não bastasse isso, embalados pelos mais belos cânticos do coral dos Canarinhos

de Petrópolis (RJ), os jovens frades estudantes também renovaram seus votos de Profissão Temporária, por mais um ano de suas vidas. O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vamboemmel, foi o presidente da Celebração Eucarística, que ocorreu às 10 horas da manhã. Frei César Külkamp, Vigário Pro-


Fraternidades xx

E RENOVAÇÃO DOS VOTOS

GERAÇÕES DE FRADES vincial, e Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira, guardião da Fraternidade, foram os concelebrantes. “Há muitos anos, por ocasião da Solenidade da Imaculada Conceição, a Província celebra a festa dos jubileus, e celebrar os jubileus é celebrar o dom da vida e da vocação religiosa e sacerdotal dos nossos

confrades”, explicou Frei Fidêncio. Em seguida, o Ministro Provincial recordou a partilha de vida feita entre os frades jubilandos na tarde da quinta-feira (01/12), e afirmou: “Foi muito interessante quando os jubilandos, com a presença do Definitório Provincial compartilharam da própria vida e de como nasceu a

vocação de cada um, em seus mais diferentes lugares e situações”. E acrescentou: “Algumas coisas me chamaram muito a atenção. São valores que vocês, de uma maneira muito sútil, expuseram. Ao meu ver, são muito importantes para este dia de ação de graças. Como por exemplo, quando dois frades disseram Janeiro / 2017 [Comunicações]

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xx Fraternidades

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Fraternidades xx

que ao chegar em um convento estavam famintos, e foram acolhidos com o pão. Muito significativo e eucarístico este sinal, porque acolher com pão significa acolher aquele que se faz companheiro de caminhada, de vida, de vocação, de profissão... E, hoje quando nós rendemos graças a Deus pelo dom da vocação e da vida religiosa e sacerdotal, queremos agradecer ao Senhor Deus por que vocês, irmãos nossos, se fizeram companheiros dos demais”. E, com muita alegria, agradeceu aos frades por terem escolhido a Província, e especialmente por partilhar o pão, não apenas material, mas o pão da palavra, da vida e da vocação”, ressaltou Frei Fidêncio. O Ministro prosseguiu sua homilia destacando com ênfase a experiência partilhada por Dom Luiz Flávio Cappio, profeta do Rio São

Francisco, do interior da Bahia. Na partilha de sábado à tarde, afirmou o Bispo: “Depois de 23 anos, vivendo uma crise sem saber se eu estava na obediência ou desobediência, Deus me mostrou um sinal, dizendo que sim. É isso que Deus quer de mim naquela região, naquela terra...”. O Ministro Provincial acrescentou: “Às vezes queremos as coisas rápidas, para ontem, e essa experiência nos mostra que precisamos de tempo para amadurecer o querer de Deus”. Dirigindo-se aos frades de Profissão Temporária, acentuou: “Meus caros confrades, vocês são a nossa nova geração, com outra mentalidade e outros ‘chips’ na cabeça”, brincou. “Porém, vocês bateram à nossa porta e certamente estão aprendendo o que significa ser pão partilhado, sendo presença viva e atuante

em nossas frentes evangelizadoras”. Com base no Evangelho, falou da eleição de Maria, afirmando que todos foram chamados e escolhidos, e alertou: “Muitas vezes relutamos, brigamos, não entendemos, nos esquivamos... O importante é deixar o coração disponível para a mensagem do Mensageiro de Deus. Portanto, deixemos que a Palavra de Deus nos abençoe e ilumine”, conclui o frade.

JUBILEUS

Em seguida, Frei Rodrigo da Silva Santos, mestre dos frades de Profissão Temporária, convidou os freis jubilandos de Vida Religiosa franciscana a se aproximarem do altar. Assim, deu-se início ao rito de renovação, no qual os frades pediram ao Ministro Provincial: “Pedimos humildemente a ti e à nossa Ordem, Janeiro / 2017 [Comunicações]

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Fraternidades a graça do Jubileu, para agradecer a Deus por todas as graças recebidas ao longo dos anos de nossa consagração”. Prosseguindo o rito, destacou Frei Fidêncio: “Vocês em espírito de alegria e agradecimento celebram hoje 25, 50, 60 e até mais anos de vida consagrada a Deus. Ele tem sido generoso para com vocês. É graça sobre graça que vocês recebem…”. Depois prosseguiu-se com a recitação da fórmula de renovação dos votos. Posteriormente, Frei Rodrigo convidou os jubilandos de Ministério Sacerdotal a dirigirem-se até a frente do altar. Com as velas acessas, e com a disposição de continuar vivendo na fidelidade e entrega, renovaram os seus compromissos sacerdotais. “De Deus nos imploramos que os cubram de bênçãos para que possam crescer na doação total e generosa, e tornar-se Hóstia viva, para o louvor e glória de Deus”, desejou o Ministro.

RENOVAÇÃO DOS VOTOS

Inebriados por estes lindos momentos, foi a vez dos frades de Profissão Temporária louvarem e bendizerem a Deus por mais um ano de suas vidas, renovando suas promessas. Chamados pelo nome, e convidados pelo mestre a se aproximarem do altar, os freis se colocaram na disposição de começar tudo de novo, renovando os votos de pobreza, obediência e castidade. Renovaram seus votos: Frei Gabriel Dellandrea, Frei Hugo Câmara dos Santos, Frei Marcos Schwengber, Frei Augusto Luiz Gabriel, Frei David Belineli, Frei Douglas da Silva, Frei Erick de Araujo Lazaro, Frei Heberti Senra Inácio, Frei Leandro Ferreira Silva, Frei Samuel Santos Soares, Frei Bruno Araújo dos Santos, Frei Danilo Santos Oliveira, Frei Felipe Medeiros Carretta, Frei Jean

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Fraternidades Santos da Silva, Frei Matheus José Borsoi, Frei Natanael José Barbosa, Frei Thiago da Silva Soares, Frei Tiago Gomes Elias e Frei Vítor da Silva Amâncio. “O Senhor que lhes deu o bom começo, dê o crescimento e a perseverança até o fim! Obrigado!”, agradeceu o celebrante, concluindo o rito.

AGRADECIMENTOS

Em seguida, deu-se continuidade à Missa. Após a comunhão, no momento de Ação de Graças, Dom Cappio, como é conhecido, dirigiu algumas palavras à assembleia: “Nós já agradecemos ao Pai do céu, nós já dissemos o nosso muito obrigado à mãezinha do céu. Nós já agradecemos ao Pai Francisco. Agora, nos resta agradecer ao senhor, Frei Ministro Provincial e a toda a Província da Imaculada por nos proporcionar esta festa tão linda, que enche nosso coração de alegria. Muito obrigado! E agradecer de coração também ao caro Guardião, e a toda comunidade de Rondinha, por nos acolher assim de uma maneira tão amiga, tão fraterna, tão bonita. A todos o nosso muito obrigado. Que o nosso Deus lhes pague”, desejou o profeta do rio São Francisco. Frei Odorico Decker, presenteou a todos com a bela canção da Ave Maria, tocando a sua afinadíssima gaita. Ainda antes da bênção final, Frei Fidêncio agradeceu pela presença do coral dos Canarinhos de Petrópolis, ovacionado pela assembleia. A festa teve continuidade no refeitório do Convento, onde os frades e convidados puderam alimentar-se com o pão material. Este momento foi de gratidão pelo compromisso de vida religiosa assumida pelos frades mais experientes e renovada pelos frades estudantes. Frei Augusto Luiz Gabriel Janeiro / 2017 [Comunicações]

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Bragança Paulista:

O sim que gera o bem na vida

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festa dos Jubileus dos frades da Província da Imaculada Conceição, que começou na Fraternidade de Rondinha, no dia 2, estendeu-se para a Fraternidade de Bragança Paulista na segunda (5/12), quando os frades idosos e enfermos celebraram seus jubileus de vida religiosa e sacerdotal. A celebração simples e repleta de significados marcou pela renovação dos votos de Frei Roger Strapazzon

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e Frei Josemberg Aranha, que concluíram o Ano Missionário na Fraternidade Santo Antônio do Pari, tendo como mestre Frei Germano Guesser, coordenador do Regional São Paulo. O Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel presidiu a celebração, que contou com os frades do Regional São Paulo, entre eles o Vigário Provincial, Frei César Külkamp, e o bispo emérito de Cam-

panha, Dom Diamantino Prata, e a diretoria da Universidade São Francisco, representada pelo Professor e Reitor Joel Alves de Sousa Júnior, e a doutora Angela Maria Izzo, responsável pelos frades idosos e enfermos desta Fraternidade. Frei Carlos José Körber, o guardião da Fraternidade, acolheu a todos e falou da alegria de reuni-los na celebração e no almoço festivo encerrando as atividades do Regio-


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-mulher. Ela foi também visitada por Deus, não temeu a visita de Deus, ao contrário de Adão e Eva, que tiveram medo dos passos de Deus”, disse. Segundo o Ministro Provincial, Maria, no seu silêncio, acolhe o mensageiro de Deus. “Maria se inquieta mas não se fecha. Ela se coloca na escuta, quer compreender, quer entender o mistério mais pro-

e missão do frade nal São Paulo em 2016. O encontro também tinha outro significado pela importância da inauguração de mais cinco quartos na casa e um elevador que vai ajudar muito na locomoção dos idosos e enfermos. Frei Fidêncio abençoou as novas instalações e agradeceu pelo apoio da Fraternidade Provincial. A liturgia tomou a celebração da Imaculada Conceição de Maria, Padroeira da Província. Frei Fidêncio

lembrou que, no Gênesis, o homem se fecha à graça de Deus. “Mas, no fundo, a gente vê que a misericórdia de Deus não condena o ser humano, a misericórdia de Deus condena, sim, o mal. Bem diferente é o que nós ouvimos no Evangelho de Lucas: Maria escolhida, Maria preservada por Deus, Maria, como qualquer um de nós, chamada por Deus a viver a sua grandiosidade, a sua excelência enquanto meninaJaneiro / 2017 [Comunicações]

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fundo do amor de Deus”, acrescenta, até dizer o sim. “E assim Maria se coloca como servidora: eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa Palavra”, enfatiza. “Queridos irmãos, queridas irmãs, nós estamos aqui nesse dia para render graças, louvar a Deus e certamente Maria nos estimula, nos provoca a sermos também atentos, atentas à Palavra, e permitir que essa Palavra de Deus gere em nós a vida”, convidou, enfatizando o momento de gratidão pelos jubileus. “Que possamos agradecer a Deus por toda a vida que conseguimos

gerar a partir da escuta da própria Palavra de Deus, o bem que nós conseguimos realizar nas nossas diferentes missões, o bem que nós

realizamos a partir do sim que nós pronunciamos a favor da Palavra de Deus. E hoje, muito particularmente, queremos louvar e agradecer a Deus pelo sim desses nossos irmãos que durante tantos anos escutaram a Palavra de Deus e fizeram com que a Palavra de Deus também se transformasse no Verbo Encarnado, na vida e na missão deles”, completou. Frei Fidêncio olhou com carinho para os dois jovens frades que renovavam os votos e disse que era uma bênção particular para eles darem o sim tendo o testemunho de frades que repetiam este mesmo sim há 75


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anos, como Frei João Batista de Araújo Campos e Frei Olavo Seifert; há 72 anos, como Frei Ciríaco Tokarski; há 65 anos, como Frei Odorico Decker; há 60 anos, como Frei Aristides Luiz Pasquali, todos celebrando jubileus de vida religiosa; e 70 anos de sacerdócio (Frei Olavo); 65 anos de sacerdócio (Frei Ciríaco); e 60 anos de sacerdócio (Frei Celso Francisco de Faria). Para Frei Roger, esta celebração foi o mais marcante de todas neste tempo de Profissão Temporária. “O exemplo dos frades idosos me emocionou mais do que na Primeira Profissão em Rodeio”, confessou.

Frei Roger continua o Ano Missionário, mas agora em Angola: “Ouvindo os relatos dos confrades de minha turma que estão fazendo o

Ano Missionário em Angola (Freis Jhones, Jefferson e Junior) não tive dúvida de que Cristo continuava me convidando para ‘ir e ver’. Foi com essa motivação, que solicitei ao Definitório Provincial, e fui acolhido para a continuação do meu ano missionário em novas terras”, disse. Já Frei Josemberg segue para Petrópolis, onde inicia o primeiro ano de Teologia. Frei Germano não poupou elogios aos dois jovens frades pelo ano que fizeram no Pari. Para ele, a palavra “disponibilidade” resume Frei Roger e Frei Josemberg.


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DEPOIMENTOS

Frei Roger Strapazzon

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Ano Missionário foi para mim um tempo forte de vivência e fortalecimento vocacional. Quando recebi a notícia de minha transferência para a fraternidade Santo Antônio do Pari, para experimentar in loco o trabalho do Sefras, naturalmente foram surgindo boas expectativas. Isso porque durante o Postulantado já tinha realizado um estágio ali. Desde o primeiro dia, fomos recebidos com muito carinho. Porém foi um mundo completamente novo. Normalmente nas casas de formação somos introduzidos em uma rotina muito peculiar, com horários e tempo para fazer um pouco de tudo. O trabalho em uma frente de evangelização, por sua vez, nos provoca com responsabilidades diferentes. Somos desafiados a não perder a essência da vida religiosa diante dos clamores e da quantidade de trabalho a ser feito. Foram vários fatos que marcaram

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este ano. Entretanto, gostaria de partilhar minha experiência de pernoite com a população em situação de rua, assumida pelos frades durante o inverno no Chá do Padre, no Convento São Francisco. Recordo com facilidade das primeiras noites, onde o medo e a ansiedade misturavam-se. Hoje, olhando para esse pequeno percurso de minha história, percebo que a experiência missionária inicia-se de forma sutil, porém nos retira de uma zona muito confortável. Tive a oportunidade de sentir o coração palpitar de maneira diferente diante da nova realidade que me foi proposta. Recordei-me das palavras que certa vez Cristo falou aos discípulos quando o questionaram onde ele morava: “Venha e veja!” (Jo 1, 39). Cada vez que entrava na “casa” destes nossos irmãos em situação de rua sabia que precisava deixar muitas ideias e conceitos no lado de fora. E o

medo e a ansiedade, também de maneira sutil, foi se transformando. Tive a certeza de que o mesmo Cristo que fez o convite no passado aos dois discípulos estava comigo nesta experiência. A lógica de querer fazer algo pelos outros foi ganhando uma dimensão transformadora: uma fraternidade só pode ser construída quando as vidas são partilhadas em uma mesa comum. Neste sentido, sabendo que muitos dos nossos medos nos impedem de sentar-se à mesa, não tive hesitação em deixar que um desejo antigo tocasse minha motivação vocacional. Ouvindo os relatos dos confrades de minha turma que estão fazendo o ano missionário em Angola (Freis Jhones, Jefferson e Junior), não tive dúvida que Cristo continuava me convidando para “ir e ver”. Foi com essa motivação, que solicitei ao Definitório Provincial, e fui acolhido para continuar o meu Ano Missionário em novas terras.


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Frei Roger Strapazzon e Frei Josemberg Cardozo Aranha

tem como não lembrar os sentimentos diante do beijo do leproso; não pela repulsa à pessoa, mas pela amargura de nossas mesquinharias pessoais que se convertem diante da doçura da face do outro. Outra experiência foi a oportunidade de participar da Missão em vista da Ordenação de Frei Edvaldo Soares no Interior da Bahia. Fomos bem acolhidos por pessoas muito simples, mas de um coração generoso e abundante de Deus. Essas experiências são verdadeiras escolas de humildade evangélica, que as palavras não conseguem expressar. Saliento de forma muito carinhosa o quanto a Fraternidade Santo Antônio do Pari foi muito importante nesta etapa da formação. Como toda fraternidade, a nossa também é dotada de desafios, mas cada irmão foi o consolo e o refrigério necessário em meio aos conflitos por que cada um de nós passa em nossa existência. Penso que ao final, em uma avaliação pessoal, é sempre comum o sentimento de poder ter colaborado e se dedicado mais. Comigo não foi diferente. Porém, esta é uma visão da necessidade de ver trabalhos concluídos, mas, no fundo, a grande mudança aconteceu dentro de mim. Certamente, na hora certa, os frutos serão viçosos.

Frei Josemberg Cardozo Aranha

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ertamente o Ano Missionário foi um grande desafio. Primeiramente, pelo fato de sair de uma casa de formação para pertencer a uma fraternidade com a missão paroquial e da solidariedade (Sefras). De início, há uma adaptação própria de uma transferência, porém sem o condicionamento formativo, exigindo do Frade Professo Temporário mais autonomia e responsabilidade. Foi um ano intenso com muitas atividades diferenciadas. Coincidentemente, o nosso Ano Missionário foi dentro do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Do início ao fim, Deus nos proporcionou muitas experiências de Misericórdia. Tivemos a oportunidade de peregrinar a pé 140 km com Frei Diego Melo, participar da caminhada franciscana de Bauru, estar com diferentes realidades de fratura social

através dos serviços do Sefras, etc. Também, estando no Regional de São Paulo, tivemos oportunidade de participar de todas as atividades, desde as celebrações, encontros, e até os funerais dos confrades falecidos. Porém, duas experiências foram muito marcantes. A primeira foi a oportunidade de estar com a população em situação de rua da cidade de São Paulo. Nós, frades, revezávamos o pernoite, dormindo junto à população de rua. Escutar a história de cada um, estar presente e se fazer misericórdia foi uma experiência que marcará toda minha vida. Em cada irmão sentia o abraço de Deus em meio aos medos e conflitos pessoais. Acredito que no decorrer de nossa vida religiosa franciscana, passamos por experiências parecidas, pelos quais São Francisco passou. Nesse caso, não

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COLATINA: FREI ALAN LEAL

A ALEGRIA DA RENOVAÇÃO DO SIM DEPOIMENTO Ano Missionário na Penha e em Colatina

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legrai-vos era a primeira palavra do profeta na liturgia desse domingo, e para nossa fraternidade foi um dia de alegria pela renovação dos votos de Frei Alan Leal. A Santa Missa ocorreu no Mosteiro Santíssima Trindade das irmãs Clarissas. A celebração foi num clima de muita simplicidade e serenidade e contou com a presença de alguns irmãos da fraternidade OFS, estando presentes, portanto, as três ordens. Frei Gilson Kammer, que presidiu a celebração, enfatizou em sua homilia a figura de João Batista como aquele que vai ao deserto preparar os caminhos do Senhor e colocou: “Quando estamos no deserto de nossa vida, o que buscamos? Quanto de espaço abrimos para o Senhor em nossos corações?”. Após a renovação, Frei Gilson agradeceu a generosidade do sim de Frei Alan e pediu que Deus o abençoe e o mantenha na alegria do sim em sua entrega a Deus.

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O Ano Missionário foi uma oportunidade de amadurecimento em vista das exigências da evangelização nos tempos atuais. Foi realmente desafiador, bem como muito animador no sentido vocacional. A vida numa fraternidade que não esteja inserida no âmbito formativo exige de nós atitude diante da vida. Assumir a vida sem ter alguém que te diga o que fazer. Isso é uma grande mudança de quando se está fora do âmbito da formação inicial. Em geral, somos acostumados a termos uma agenda bem definida, mas quando cheguei no Convento da Penha percebi que a agenda era “definida” pelo próprio curso da vida da fraternidade e aquilo que devia ser feito se apresentava a cada dia. E não foi diferente quando me mudei para Colatina. Nós nos programávamos, planejávamos bem as tarefas, mas a própria realidade trazia as suas novidades a cada dia, o que exigia muita flexibilidade. E isso foi uma grande escola para mim. Isso para mim foi um grande ponto positivo, de como a vida, vivida em fraternidade, me ensinou a viver o momento com uma atitude de quem recebe. Obviamente, nem tudo na vida são flores, mas mesmo o que poderíamos elencar como pontos negativos (as nossas limitações, dificuldade encontradas diante de algumas de situações estacionadas no tempo, etc.) fazem parte do próprio desafio de fazer coisas novas que continuem passando a mensagem do Evangelho com o mesmo vigor que São Francisco o fez. Com certeza esse ano foi marcante como um todo para mim, mas eu elencaria dois momentos fortes na vida de fé do povo do Es-

pírito Santo que pude compartilhar. O primeiro seria a Festa da Penha. Não somente pela grandiosidade dessa grande manifestação da piedade popular em relação à nossa Mãe Maria, mas em relação ao trabalho dos voluntários e aos testemunhos de fé do povo em geral. Igualmente os numerosos relatos dos peregrinos, pessoas vindo de perto e de longe, por motivos diversos mas todos motivados por aquela fé que confia, que se entrega, que é pura doação. Isso me mostrou a força evangelizadora da piedade popular e me fez respeitar ainda mais o povo capixaba. Uma outra coisa que me marcou profundamente foi a fé do povo diante da longa estiagem em Colatina. Quase três anos sem chover numa cidade que dependia de agricultura e pecuária era uma calamidade de deixar sem esperança qualquer um. Mas o povo das comunidades confiava que Deus haveria de mandar chuva. Tudo parecia indicar e dizer o contrário. E, ainda mais pelo principal rio aqui ser o Rio Doce que foi duramente atingido pela tragédia de Mariana. A situação era ainda mais dramática. E assim foi. Na semana em que se rezava a novena da padroeira da Diocese caíram as tão esperadas chuvas. Acho que tudo isso, no Ano Missionário, pode ser resumido numa frase de um outdoor em Vila Velha com a imagem do Convento: “Entrega, confia, espera, agradece!” Agora, morar em Petrópolis novamente depois de 7 anos, estar perto da família e amigos, será como retornar às origens. Espero que seja também um impulso a mais para conseguir dando meu “sim” a Deus de modo cada vez mais autêntico e assim poder mostrar ao mundo a beleza do Evangelho, ao modo de São Francisco.


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RENOVAÇÃO DOS VOTOS EM ANGOLA

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s três frades missionários de Profissão Temporária - Frei Jefferson Max Maciel, Frei Junior Mendes e Frei Jhones Lucas Martins -, que concluem neste mês o Ano Missionário na Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, renovaram os votos junto com os frades angolanos de Profissão Temporária que estão no segundo e no terceiro anos do tempo da Filosofia: Frei Alberto André António, Frei Canga Manuel Mazoa, Frei Crisóstomo Pinto Ngala, Frei Honorato Gaspar Gabriel, Frei Mário Sampaio Pelu, Frei Paulino Sopindi, Frei Alfredo Epalanga Prego e Frei Santana Sebastião Cafunda. No dia 8 de dezembro, solenidade da Padroeira da Província e da Fundação, às 11 horas, o presidente da Fundação, Frei José Antônio dos Santos, recebeu a renovação dos votos a Deus desses frades de segui-Lo mais de perto na pobreza, em obedi-

ência e castidade. A Celebração Eucarística foi feita juntamente com o povo de Deus no Santuário do Kimbo São Francisco. Para se preparar para este momento, os frades participaram de um retiro nos dias 6, 7 e 8. “Com isso, pudemos nos fortalecer uns aos outros para abraçarmos cada vez mais a vida e que, livre e espontaneamente, propusemos assumir. Os votos são fonte e força para sempre estarmos no caminho daquilo que é essencial a nós, o Cristo”, explicou Frei Jhones. No dia 15 de dezembro, devido ao calendário letivo, farão a renovação dos votos os frades que estão no primeiro ano de Filosofia: Frei Alberto Victorino, Frei André dos S. Minguas, Frei José João Ganga e Frei Miguel Filipe. Janeiro / 2017 [Comunicações]

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DEPOIMENTOS

ANO MISSIONÁRIO NA MISSÃO DE ANGOLA

Frei Junior Mendes (no destaque) é o segundo frade da direita para a esquerda na foto maior

FREI JUNIOR MENDES Fraternidade Franciscana São Damião Katepa - Malange

Não posso deixar de comentar que a princípio tive sensação de insegurança, pois partir para uma nova missão não é fácil, principalmente quando se sai de um modo de vida que é o da casa de formação para um contexto cultural e estrutural completamente novo. Mas graças ao Bom Deus não estava sozinho. Estava com minha família, minha Paróquia, meus confrades e amigos. Tudo isso, de certa forma, me deu coragem. Acredito na providência de Deus e também acredito que Deus coloca pessoas em nossas vidas como seus

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instrumentos. Minha missão foi em Malange, atividades no Seminário, na Paróquia e nas Aldeias. Simplesmente gratificante. Conheci outros confrades, irmãs, jovens e tantos outros que enriqueceram minha experiência humana e espiritual. Nos momentos de doença, a dependência me mostrou o quanto somos frágeis e o quanto necessitamos dos outros e, claro, de Deus. A doença, quando não nos faz ser ingratos, nos ensina a sermos mais humildes. Umas das experiências que me marcaram positivamente e profundamente foi a das aldeias mais isoladas e distantes. De modo especial quando

fomos convidados por uma aldeia que não pertencia à nossa missão, mas que queria a presença dos frades. No final da Santa Missa, o Soba (Rei) disse umas palavras e enfatizou que fazia mais de 50 anos que não havia a presença de missionários. O Soba pediu encarecidamente para participar da região missionária dos frades franciscanos. “Queremos ser de vocês!” Esta expressão me chamou a atenção. Pude perceber que a Igreja cresce de modo misterioso e que depende exclusivamente do Espírito de Deus. Por fim, só tenho a agradecer a Deus, Província, FIMDA, familiares, Paróquia, frades e amigos por tudo.


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FREI JEFFERSON MAX MACIEL Fraternidade Franciscana do Seminário Monte Alverne Katepa - Malange

Foi uma graça do Senhor. Neste estágio pude apreciar e vivenciar a alegria da missão ad gentes como peregrino, em terras angolanas e em fraternidade. Experimentei a alegria da missão visitando as aldeias, realizando atividades do Seminário Monte Alverne, estando junto com os queridos miúdos, jovens e mais velhos. Pude sentir o imenso acolhimento e hospitalidade do querido povo angolano e aprender junto com minha fraternidade a praticar os ensinamentos de Jesus Cristo na missão dada pelo Senhor. Agradeço a Deus por este lindo e abençoado Ano Missionário.

FREI JHONES LUCAS MARTINS Fraternidade Franciscana Santo Antônio Quibala

Durante essa ano que Deus me deu, pude vivenciar muitas coisas, muitas experiências. Quero destacar três: 1 - As crianças, que para mim são o que mais me marcou. Por onde vamos, encontramos muitas crianças, que sempre estão sorrindo. Sempre quando digo ‘Bom dia’, ou pergunto se elas estão bem, sempre me respondem com um sorriso largo: ‘Obrigado’! Isso me marcou muito nas experiências que eu tive com a catequese nesse ano, e com as visitas às famílias e nas missas. 2 - A segunda coisa que me marcou muito foi perceber que o espírito franciscano é livre, não tem cor, raça, etnia. Que São Francisco, com sua vida, nos congrega, nos

torna um corpo só, que faz caminhar para o Cristo... Nesse ano que passei aqui no Postulantado, pude vivenciar e perceber isso muito claramente, e isso é apaixonante. 3 - A experiência de fraternidade,

tanto na que eu moro quanto na fraternidade de Angola toda. Pois aqui pude ver a entreajuda que há entre os religiosos, e isso me marcou também.. Cada um no seu carisma, mas todos em comunhão por um único bem. Janeiro / 2017 [Comunicações]

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Província celebra a sua Padroeira

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solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi celebrada na quintafeira, 8 de dezembro, com Missa festiva no Convento São Francisco, no Centro de São Paulo. O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, presidiu a celebração, tendo como concelebrantes o guardião do Convento, Frei Mário Tagliari, e o pároco, Frei Alvaci Mendes da Luz. Além dos frades das três fraternidades da Província da Imaculada em São Paulo - Vila Clementino, Pari e Largo São Francisco -, a Cele-

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bração Eucarística reuniu religiosos, religiosas e fiéis da Paróquia e Santuário São Francisco. O Ministro Provincial recordou que era com muita alegria que celebrava a Padroeira da Ordem Franciscana e desta Província Franciscana. “E nesse tempo do Advento, a Virgem Maria nos é apresentada como uma das figuras bíblicas que nos ajudam a preparar a vinda do Filho de Deus, a preparar o mistério da Encarnação do Senhor”, lembrou Frei Fidêncio. Segundo Frei Fidêncio, Deus escolheu a Virgem Maria desde o

princípio para que, através dela, nós pudéssemos de novo resgatar a dignidade de filhos de Deus, que perdemos por causa do pecado. “E quando a gente pensa ou fala que Deus preservou Maria do pecado original, o que se passa no coração? O que é o pecado original? O que está na origem de todo pecado? Talvez podemos encontrar a resposta na 1ª leitura que nós hoje ouvimos do livro do Gênesis. O que está na origem de todo o pecado é a desobediência”, explicou o Ministro Provincial. Segundo ele, Adão e Eva se fecham para Deus. Com a desobedi-


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ência a Deus (o pecado), o homem perdeu a amizade de Deus, a plena harmonia com a mulher, com Deus e com a natureza. “Queridos irmãos, queridas irmãs, quando nós hoje rezamos que Deus preservou Maria do pecado original, significa que Deus preservou Maria de toda a desobediência. Como verificamos isso? Basta lermos o Evangelho, basta estarmos atentos ao Evangelho proclamado. Maria é visitada pelo anjo do Senhor, como Adão e Eva foram visitados. Maria se assustou mas não se fechou. Maria se abriu para os mistérios de Deus. Maria permitiu que na sua vida, na sua história, numa atitude de obediência, o Verbo de Deus tomasse conta dela. Essa atitude de obediência é bem diferente da de Adão e Eva, arrogantes e prepotentes. Maria se coloca numa atitude de humildade e diz: “Eis aqui a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra”’, detalhou. Segundo o Ministro Provincial, Maria é provocação para nós. “Maria é um chamado para nós. Maria é um modelo para nós. Maria é mo-

delo exatamente dessa Mãe maravilhosa, magnífica, que sonhamos também para nossa vida, até para a nossa própria mãe. E foi assim que Nosso Seráfico Pai Francisco olhou para a mãe de Deus e a saúda de uma maneira muito própria e próxima desse mistério que hoje celebramos na festa da Imaculada Conceição. Francisco se aproxima da mãe e diz: “Salve, ó Senhora Santa, Rainha Santíssima, Mãe de Deus, ó Maria”. Ela

tem um nome: “Maria, que sois Virgem feita Igreja”. Portanto, ela é um modelo de castidade, um modelo de pureza que todos nós cristãos devemos viver. Francisco diz: “Virgem feita Igreja, eleita pelo Santíssimo Pai celestial”, quer dizer, chamada, vocacionada para uma missão toda particular. E a missão é gerar para nós o Senhor da vida. E Francisco continua rezando: “Ele vós consagrou através do seu santíssimo e dileto Filho”. Não existe consagração mais bonita de uma mulher ou de cada um de nós quando nos deixamos consagrar pela Palavra de Deus, fazendo com que essa Palavra também se transforme em nós em vida, missão, apostolado, anúncio do reino de Deus. E nesta mesma oração, São Francisco diz: “Em vós residiu e reside toda plenitude da graça e todo o bem”. É isso que nós celebramos hoje: Imaculada Mãe de Deus, nela reside toda a plenitude da graça, nela reside todo o bem. E o bem maior é este amor de Deus que queremos celebrar com a Virgem Maria no Natal do Senhor, quando proclamamos: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Moacir Beggo

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PAPA FRANCISCO NA SOLENIDADE DA IMACULADA “O Senhor não deixa o homem à mercê do seu mal”

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o dia 8 de dezembro, o Papa Francisco celebrou a solenidade da Imaculada Conceição indo à tarde até a Praça de Espanha para renovar o tradicional ato

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de homenagem e de oração aos pés do monumento à Imaculada e depois à Basílica de Santa Maria Maior, para rezar diante da imagem de Nossa Senhora “Salus Populi Romani”. “O Senhor não deixa o homem à mercê do seu mal; imediatamente o procura e lhe faz uma pergunta cheia de apreensão: “Onde você está?”. É a pergunta de um pai ou de uma mãe que procura o filho perdido: “Onde você está? Em qual situação você se encontra?”. E tudo isso Deus o faz com tanta paciência, até preencher a distância criada nas origens”, disse o Papa durante a oração do Angelus ao comentar a passagem bíblica do pecado original. “O livro do Gênesis nos mostra o “não das origens”, quando o homem preferiu olhar para si mesmo, em vez do seu Criador, quis fazer por conta própria, escolheu ser autossuficiente. Mas, assim fazendo, saindo da comunhão com Deus, perdeu a si mesmo e começou a ter medo, a se esconder e

a acusar quem estava perto. Isto faz o pecado”. A segunda passagem comentada, narrada no Evangelho, - continuou o Papa - é quando Deus vem habitar entre nós, se faz homem como nós. E isso só foi possível por meio de um grande “Sim”, o de Maria no momento da Anunciação.

Imaculada Conceição segundo os grandes pintores

“A mulher vestida de sol”, com a lua debaixo de seus pés e a cabeça coroada com doze estrelas, a “Toda bela”, a nova Eva. São estas apenas algumas das imagens com as quais os pintores buscaram representar o tema da Imaculada Conceição. No decorrer dos séculos, o debate artístico acompanhou e foi um reflexo do debate teológico. Também os grandes mestres se confrontaram com o tema da Imaculada, bem antes da proclamação do dogma, ocorrida em 8 de


Fraternidades dezembro de 1854, pelo Papa Pio IX. É uma história fascinante, que envolveu os maiores artistas europeus no desafio de representar a pureza de Maria, concebida sem pecado original, “sem mácula”. Um conceito não simples de representar por meio de imagens. Na alta Idade Média os artistas, por exemplo, representaram os pais de Maria, Joaquim e Ana, que se encontram na Porta de Ouro de Jerusalém. Em seu abraço, em uma idade não mais fértil, é oferecida simbolicamente a ideia de uma concepção virginal, similar àquela de Cristo. E é uma das primeiras formas, mesmo que imperfeita, de representar a graça especial da Mãe de Jesus. Forte, depois, a inspiração no Apocalipse de João: a mulher vestida de sol, com a lua sob os pés e a coroa com doze estrelas. Fazendo-se, por outro lado, uma releitura mariana do Cântico dos Cânticos, que recita “és toda bela, amiga minha, em ti nenhuma mancha”, e fala da esposa escondida como uma pomba entre as fendas das rochas, Leonardo da Vinci dá a sua contribuição ao tema da Imaculada, com a sua célebre obra “A Virgem das rochas” (ou dos rochedos), pintada entre 1483–1485 e exposta no Louvre. Aqui Maria nasceria, segundo algumas interpretações, junto à terra, no próprio coração da criação, predestinada a ser a Mãe de Deus. O debate sobre o tema da Imaculada Conceição viu seu maior representante, no século XIII, em Giovanni Duns Scoto, o doctor subtilis, beatificado por João Paulo II justamente por ter aberto o caminho para o dogma. Desta forma, o tema da disputa teológica entrou plenamente na arte, como testemunha, entre outros, a pintura do século XVI de

Pordenone: “Disputa da Imaculada Conceição”, onde é possível observar doutores e santos debatendo sobre a questão. Pouco antes, no século XVI, Sixto IV havia tentado colocar fim às contínuas acusações de heresia entre “maculistas” e “imaculistas”. Foi ele que instituiu a Festa da Conceição, o 8 de dezembro de 1477, quase quatro séculos antes do dogma, e a dedicar à Imaculada uma Capela na antiga Basílica de São Pedro. No século XVI, a iconografia já está amadurecida e Cigoli dá uma prova disto na Capela Paulina na Basílica de Santa Maria Maior, enquanto no século XVII o mestre de Velázquez, Francisco Pacheco, pode até mesmo teorizar: “Se deve pintar esta Senhora no florescer de sua idade, dos 12 aos 13 anos, belíssima menina com belos olhos e olhar profundo, nariz e boca perfeitíssimos e faces rosadas, os belíssimos cabelos lisos, cor de ouro. Deve-se pintá-la com túnica branca e manto azul, vestida de sol”. E também ele contempla serafins e outros anjos, as doze estrelas, uma coroa imperial, a lua sob os pés. Tiraria ao menos o dragão, se possível. O pintor espanhol não fazia outra coisa senão registrar a visão pictórica da Imaculada Conceição que havia se imposto no tempo e que continuará pouco depois. Exemplos notáveis disto são as obras de Velázquez, de Bartolomé Esteban Murillo (“A Imaculada Conceição dos Veneráveis”, pintura de 1678), mas também de Pompeu Batoni, e sobretudo a obra-prima do século XVIII de Tiepolo: Maria, entre os anjos e as nuvens, vestida de branco, envolvida por panos celestes. O seu rosto jovem, com uma expressão profunda, é capaz de falar ainda hoje da graça e da pureza. Fonte Rádio Vaticano Janeiro / 2017 [Comunicações]

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CONVENTO SÃO FRANCISCO - são paulo

27ª EDIÇÃO DA MOSTRA DE PRESÉPIOS

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om a igreja lotada, foi aberta ao público, no sábado (3/12), a 27ª edição da Exposição Franciscana de Presépios do Santuário São Francisco de Assis. Tradicional no calendário das festividades natalinas da cidade de São Paulo, a mostra ficará disponível para visitação até 8 de janeiro. A abertura incluiu uma programação especial nesta grande casa franciscana. Na ocasião, houve um recital de flauta doce, às 14h30, e um recital de músicas natalinas, às 16h30, comandado pelo Coro Arkturos, em parceria com o Coro de Repertório da Fundação das Artes de São Caetano. A abertura oficial da exposição aconteceu no intervalo das duas apresentações, logo após a missa das 15h, celebrada pelo pároco Frei Alvaci Mendes da Luz. Ao final da missa, os fiéis foram convidados a percorrer os corredores do claustro do Convento para chegar ao Salão São Dâmaso, onde a mostra está montada. Frei Alvaci deu uma bênção especial e fez questão de ressaltar que a exposição ganha um destaque especial por acontecer jus-

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A famosa cena do Menino Jesus na manjedoura, ao lado de Maria e José, é retratada de diferentes maneiras nas mãos de artesãos do mundo inteiro. A exposição deste ano traz, por exemplo, presépios produzidos em papel machê, madeira, porcelana, biscuit, gesso, pedras e até mesmo barbante trançado. Sempre repleta de novidades, neste ano a exposição tem como tema “A paz entre os povos”, que será demonstrada inclusive pela diversidade das nacionalidades e dos materiais utilizados na confecção da cena que representa o nascimento de Jesus. Ao todo, 59 presépios, de 20 países, entre eles França, Bolívia, México, Rússia, Itália, Alemanha e Israel, poderão ser apreciados com entrada gratuita. Texto: Ana Machado (Pascom) Fotos: Ana Lucia A. (Pascom)

tamente numa igreja franciscana. Isso porque foi São Francisco de Assis o primeiro a montar um presépio tal qual conhecemos hoje.

27ª EXPOSIÇÃO FRANCISCANA DE PRESÉPIOS

Período: 3 de dezembro a 8 de janeiro Horário de visitação: – de terça a sábado: das 9h às 17h – aos domingos: das 8h às 13h ENTRADA GRATUITA


GUARATINGUETÁ

MARIA É TEMA DE EXPOSIÇÃO DE PRESÉPIOS

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E xposição Franciscana de Presépios 2016/2017 foi inaugurada no dia 25 de outubro, dia de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão e nesta edição presta homenagem ao Jubileu dos 300 anos da Santíssima Mãe Aparecida, a padroeira do Brasil. Com o lema: “Eis aqui a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” – Lc 1,38 – “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” – Jo 1,14, a mostra ilustra o nascimento de Jesus, inserindo-o no contexto das diferentes realidades brasileiras, contemplando desde o pescador, o sertanejo, o indígena, o caipira, o romeiro, o retirante, figuras que compõem a riquíssima miscelânea cultural brasileira. Um povo sofrido, lutador, trabalhador e ao mesmo tempo criativo, festivo, alegre, religioso e esperançoso. Materiais como barro, grãos de café, madeira de demolição, carvão, cabaça, epóxi, lata, feltro, botões, cacos de vidro, escamas de peixe, palha de milho, papel kraft, pedra brita, serragem, buriti, jornais velhos, dentre tantos outros, tornam-se ricas matérias-primas nas mãos dos grandes mestres do artesanato e da cultura brasileira. Cada presépio é capaz de instigar, provocar a percepção e a reflexão do visitante, em composições que retratam temas polêmicos como: moradia e alimento (ou a falta deles), o desemprego, o preconceito, a miséria, a desestruturação familiar, os moradores de rua e crianças carentes, a falta de saneamento básico. A Exposição Franciscana de Presépios tem visitação gratuita e está aberta todos os dias das 8h30 às 11h30 da manhã e das 14h às 17h30 da tarde. Para a maior comodidade dos visitantes, para grandes romarias e caravanas aconselha-se o agendamento que pode ser feito aqui neste site no link “Fale Conosco” ou pelo fone (12) 3132.6233.

PÁTRIA AMADA

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Vejo-o mal. Sério. Sem mel. Face pesada. Sorriso contido. Ódio escondido. Feliz não o vejo. Pobre coitado, poderoso farsante, generoso hipócrita, ladrão de si mesmo, vazio de alegria, doente mental, depenou minha terra, invadiu o meu mar, entregou o pré-sal... Escravo do império, virei cemitério. Mas hei de um dia ressurgir, e a última palavra eu hei de dar: a da Liberdade, sem fel. Frei José Ariovaldo da Silva

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Paróquia do Rosário realiza Assembleia Paroquial

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epresentantes das 10 comunidades e pastorais da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Vila Velha/ES, estiveram reunidos no sábado, 3 de dezembro, em Assembleia Paroquial. Um dos principais pontos da pauta foi o planejamento, onde é preciso estabelecer um plano, traçar metas e trabalhá-las concretamente. Faz-se necessário um “monitoramento saudável” de nossas ações pastorais, para que não fiquem apenas no papel. Ana Maria Lemos, secretária do Departamento Pastoral da Arquidiocese de Vitória, esteve presente na Assembleia dando assessoria. Apresentou o Plano

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Pastoral da Arquidiocese e as experiências em sua construção. Ana Maria também falou sobre as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e o nosso papel fundamental como cristãos. Frei Djalmo Fuck, pároco do Rosário, ressaltou o trabalho concreto que deve ser posto em prática em nossas comunidades e que devemos estar sempre abertos para o novo, sem esquecer o passado como fonte de sabedoria e inspiração. Acima de tudo, de qualquer método ou projeto pastoral, deve estar a vivência comunitária e o desafio de construir o Reino de Deus. Em sintonia com toda a Igreja

em 2017, também foi tratado do Ano Mariano, com a celebração do Jubileu dos 300 anos da aparição da imagem da Mãe Aparecida e os 100 anos das aparições de Fátima. A Paróquia fará uma ampla programação, envolvendo todas as nossas comunidades eclesiais. Um momento de agradecer as bênçãos e graças derramadas pela Padroeira Nossa e Rainha. Por fim, Frei Djalmo anunciou a chegada de Frei Leandro Costa Santos, confrade saído da Teologia de Petrópolis, e que a partir do próximo ano vai morar e trabalhar conosco. Luan Coradini Massanti


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Regional Serra/baixada realiza seu último encontro do ano

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os 19 dias do mês de novembro do ano de 2016, realizou-se a quarta reunião do Regional Serra/Baixada na casa de Dona Alba Bernardes, bairro Barccelos, no município de Paty do Alferes, com a presença do Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel e também do Vigário Provincial Frei Cesar Külkamp. Em um primeiro momento, realizamos

uma partilha dos acontecimentos mais importantes das fraternidades, desde o último Regional. Frei José Ariovaldo recordou o translado dos restos mortais de Frei Aniceto do mausoléu para a Igreja matriz da paróquia São Judas Tadeu, na Mosela, onde o Frei teve uma importante presença; recordou também as festividades dos 120 anos da presença

dos frades no município de Petrópolis e região. Dentre as atividades, uma missa festiva no Sagrado e uma apresentação do Coral dos Canarinhos na Igreja do ITF, com músicas de frades e ex-frades. Terminada a partilha, tiramos uma foto em frente à pequena Capela da casa e depois, para convívio fraterno, um delicioso churrasco oferecido pela fraternidade de Paty.

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Rocinha: Um sabor doce no que era amargo

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Rocinha é atualmente a maior comunidade da América Latina e possui, segundo o IBGE, cerca de 70 mil habitantes, porém os moradores discordam desta informação, pois acreditam que o número é muito maior. O lugar, que recebeu título o de bairro apenas em 1993, apesar de ter sido fundado a partir de 1930, possui problemas comuns a muitos outros bairros do Rio de Janeiro, como a violência, a pobreza, a falta de saneamento básico e o tratamento de esgoto, problemas esses que na Rocinha ganham proporções muito maiores, justamente pelo seu tamanho, e torna o local com maior índice de tuberculose do país. Apesar de todos esses pontos negativos, a comunidade é muito notada por ONGs e projetos voluntários, como o serviço prestado pelos Franciscanos, a partir da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, localizada na Estrada da Gávea, em um ponto considerado o “coração” do lugar. A capela de Nossa Senhora da Boa Viagem foi inaugurada em 1938

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pelos Frades Menores, que, através do Convento Santo Antônio do Largo da Carioca, sempre deram assistência à comunidade desde 1930. Depois de um período sem essa presença franciscana (1985-2007), os frades retornaram para dar continuidade aos trabalhos pastorais que dão suporte ao bairro em alguns setores. Entre os trabalhos desenvolvidos pela Paróquia, com a ajuda dos franciscanos, estão a montagem e distribuição de cestas básicas para cerca de 100 famílias, a administração de um brechó feito com doações dos próprios moradores e que ajuda a manter os serviços prestados, o diálogo próximo com os jovens através do catecumenato, visitas aos enfermos, e a Paróquia também oferece seus espaços para a realização de aulas de inglês e artesanato totalmente gratuitas para a comunidade, encontro de grupo de mulheres, além das atividades religiosas. Apesar de os trabalhos paroquiais serem muito parecidos aos de outras localidades, a Rocinha tem um gosto especial para o serviço franciscano,

como nos conta Frei Sandro Costa, pároco responsável pelos serviços pastorais na comunidade: “Aqui, acredito que podemos viver o carisma de forma mais próxima. Existe essa ligação com a pobreza e ao mesmo tempo essa luta contra ela em busca de dignidade. Quando tive a oportunidade de escolher onde morar e trabalhar, não tive dúvidas: escolhi a Rocinha”, afirmou o religioso, que enfatiza também a diferença entre o trabalho voluntário e o trabalho pastoral desenvolvido por eles: “O trabalho voluntário é quando uma pessoa reserva parte de


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seu tempo para se dedicar a algo. O nosso serviço é constante. É mais que uma atividade voluntária, é um estilo de vida”. Quando questionado sobre a maior conquista dos Franciscanos para a Rocinha, Frei Sandro fala com orgulho da independência com que a comunidade tem conseguido desenvolver os serviços pastorais. O pároco reside sozinho na Rocinha, porém recebe ajuda de frades estudantes durante os fins de semana. Um deles, Frei Gabriel Alves, quando perguntei sobre ter medo da violência ao trabalhar na Rocinha, contou que sua vida já foi entregue pela fé: “Aqui nunca tive medo, porém minha vida já está entregue a Deus. Se eu me recusasse a trabalhar aqui ou em qualquer lugar é como se eu estivesse tomando minha vida de volta”, disse. Frei Gabriel mora em Petrópolis, é formado em Filosofia e atualmente é estudante de Teologia no Instituto Teológico Franciscano.

Os jovens também são muito ativos nos serviços pastorais e sociais da Paróquia e o estudante Nícolas Pereira se considera um assistente do trabalho franciscano na comunidade: “Acredito que eu seja mais colaborador. Talvez quando era criança eu fosse mais ajudado, mas hoje vejo famílias na Rocinha em situações mais complicadas que a minha e sinto que eu posso ajudar”. Ele fala também sobre a vivência com a violência na comunidade: “Já vi amigos se perderem nessa vida, aos poucos vamos ficando invisíveis, e eles ficam invisíveis também, por mais que a gente lute para que isso não aconteça”. Nícolas tem 15 anos e faz parte do grupo de catecumenato com outros jovens da Paróquia. O serviço com jovens do catecumenato é desenvolvido por Celina Gomes, moradora da Rocinha há 50 anos e voluntária na Paróquia. Ela conta sobre outra realidade: “Eu conheci uma Rocinha onde você plantava e colhia. Hoje você joga o lixo, entope; mata e morre”. A Rocinha tem inúmeros problemas, é uma comunidade imensa e também sofre com o descaso público, porém os serviços prestados tanto por diversas ONGs quanto pelos Franciscanos nutrem uma forte esperança na comunidade. Todos com quem tive a oportunidade de conversar falam com muita afeição pelo local e sonham em ver a Rocinha cada vez melhor. Há

uma percepção de realidades diferentes dentro da mesma comunidade, talvez pelo seu tamanho, talvez por estar localizada em uma região nobre do Rio de Janeiro, e talvez por isso ela se tornou um símbolo da desigualdade social no país. A Rocinha possui ritmo, mística, diversidade e um constante estado de alerta, mas é a crença em um futuro sempre melhor que move os becos tão particularmente estruturados: “O que me encanta na Rocinha é o povo, que não deixa de lutar, as pessoas saindo cedo para trabalhar, o choro das crianças quando os pais as deixam nas creches. É um povo acolhedor, um povo solidário. Os becos, as ruelas, as casas; costumo dizer que não há arquiteto no mundo que consiga desenvolver o que fizemos aqui”, conta Celina com orgulho. A respeito do estilo de vida apresentado por Francisco de Assis, que sentiu o amargo se tornar doce durante sua vida de entrega ao próximo e à pobreza, seus seguidores conseguem sentir este mesmo sabor ao trabalhar e viver na Rocinha: amarga em alguns aspectos para muitos, mas que se torna cada dia mais doce para quem decide se envolver verdadeiramente com suas histórias de luta, de esperança e de vida. Thaís de Oliveira Pereira

Estudante de jornalismo, pertence à Paróquia de Campos Elíseos, em Duque de Caxias (RJ). Janeiro / 2017 [Comunicações]

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FRATERNIDADE OFS DO PARI TEM ENCONTRO FRATERNO “Que alegria quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor!” Motivados pelo salmo do 1º domingo do Advento, a Fraternidade Santo Antônio do Pari, da Ordem Franciscana Secular (OFS), reuniu-se em Atibaia no dia 27 de novembro, na casa de campo do casal Luís e Maria Garcia, para celebrar um encontro fraterno do final de ano. Em um espaço propício à contemplação da beleza da natureza, com a oportunidade de vivenciar o amor do Pai, que acolhe e faz fraternidade.

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Frei Wilson Batista Simão, assistente desta Fraternidade, acompanhou-os, presidindo a Santa Missa e proporcionando um momento de reflexão e espiritualidade. Luís Garcia, responsável pela formação permanente da fraternidade, partilhou a Regra para os Eremitérios, escrita por São Francisco de Assis. O momento foi muito rico em partilhas e trocas de experiências. Após nutrir nossa espiritualidade, tivemos a oportunidade de estreitar nossas relações fraternas através de momentos de lazer e confraternização. Levamos para nossos lares marcas

significativas do sentido de família, ditado por São Francisco de Assis, para as fraternidades: sejamos mães e sejamos filhos; tratemos tudo e todos com zelo e cuidado; oremos, individualmente e juntos; coloquemos nossa individualidade à disposição de Deus, a serviço dos irmãos e de toda a criação. Louvemos a Deus por esse momento de encontro, e que possamos “com cuidado e solicitude” observar sempre os desejos de Deus. Nosso agradecimento à família Garcia pela disponibilidade do espaço e por todos os irmãos da Fraternidade Franciscana Secular do Pari.


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ANO SANTO DA MISERICÓRDIA NA USF

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iz São Francisco na Segunda Carta aos Fiéis: “Aquele a quem foi confiada a obediência e que é tido como maior seja o menor e servo dos outros irmãos. E faça e tenha misericórdia para com cada um dos irmãos, como gostaria que se lhe fizesse se estivesse em caso semelhante” (2Fi 42 e 43). Com estas palavras queremos dizer que mais do que celebrar procuramos, neste Ano Santo da Misericórdia, concretizar na Universidade São Francisco a vivência de valores que brotam da misericórdia: cuidado, atenção, solidariedade, solicitude, partilha, beneficência e reconciliação. Em todos os Campus, Bragança, Itatiba e nas duas Unidades de Campinas, fizemos acontecer a prática do Ano Santo que pediu que atravessásse-

mos a Porta da Misericórdia, isto é, que dássemos passos para um real amor a Deus, ao próximo e para consigo mesmo. A misericórdia é uma virtude moral e provoca novas posturas em nós. A Pastoral Universitária da USF propiciou uma celebração que levasse a uma grande prática. Adequamos a Confessio, uma celebração ritual inspirada na Igreja Primitiva e permitimos que coordenadores, diretores, colaboradores e estudantes olhassem para as suas luzes e sombras, examinassem a qualidade de sua vida, fizessem o Elogio das Virtudes e passassem pelo rito purificatório da água e do fogo, recebessem a absolvição individual, o perdão e o abraço da graça do Senhor. Foram momentos de muita emoção, unção, concentração e fé. A Misericórdia é o eixo central

da ação de Deus para com o ser humano. É envolvimento para tirar de alguma dificuldade e trazer de volta à felicidade. A Misericórdia comporta um grande amor que passa pela presença, aproximação, ternura, piedade, clemência, bondade e graça, que sempre aparecem quando mais precisa o limite humano. O ser humano é um receptor privilegiado do modo como Deus ama. O amor de Deus é revestido de misericórdia, porque ao ver as misérias humanas, torna-se um sentimento encarnado que acolhe cada um de nós. Podemos dizer que o Ano Santo da Misericórdia na USF foi celebrado e vivenciado, foi um momento iluminador das nossas práticas! Frei Vitório Mazzuco Coordenador da Pastoral Universitária

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NOTÍCIAS DA REUNIÃO DO DEFINITÓRIO PROVINCIAL Rondinha, 29 de novembro a 1º de dezembro de 2016

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colhidos benignamente pela Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, os Definidores reuniram-se na manhã do dia 29 de novembro de 2016 para a última reunião do Definitório no ano. Frei Fidêncio deu as boas-vindas, fez menção à extensa pauta, lembrou a importância da reunião com os coordenadores dos Regionais da Província, no dia 30, e também a celebração dos Jubileus dos confrades, nos dias 1º e 2 de dezembro. Os Definidores, então, invocaram as luzes do Espírito Santo e a intercessão dos santos todos da Ordem, celebrados na liturgia daquele primeiro dia de reunião. O moderador das sessões do Definitório foi Frei José Francisco de Cássia dos Santos, e grande parte dos assuntos nelas tratados segue abaixo.

1) Reunião com os coordenadores dos Regionais da Província - relato No dia 30 de novembro, os Definidores se reuniram com os Coordenadores dos 12 Regionais: Frei Salésio H., Frei Nélson H., Frei Rubens Carvalho, Frei Gilson Kammer, Frei Ivo Müller, Frei Alex Sandro, Frei Germano G., Frei Gilberto Piscitelli, Frei João Pereira da Silva, Frei Valdir Laurentino, Frei Miguel da Cruz e Frei Fernando Araújo. Frei Gustavo motivou para a oração inicial, lembrando o espírito de oração e devoção, a comunhão fraterna, os jubi-

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landos, e as notícias que nos cercam nestes dias, inclusive a tragédia com os jogadores da Chapecoense. Abriu com um trecho da carta apostólica Misericordia et misera, n. 16, do Papa Francisco, para o encerramento do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia: “A misericórdia renova e redime, porque é o encontro de dois corações: o de Deus que vem ao encontro do coração do homem. Este inflama-se e o primeiro cura-o: o coração de pedra fica transformado em coração de carne (cf. Ez 36, 26), capaz de amar, não obstante o seu pecado. Nisto se nota que somos verdadeiramente uma «nova criação» (Gal 6, 15): sou amado, logo existo; estou perdoado, por conseguinte renasço para uma vida nova; fui «misericordiado» e, consequentemente, feito instrumento da misericórdia”. Frei César apresentou a proposta de pauta para o encontro e abordou com os presentes a introdução do documento O grito da Terra e o grito dos Pobres – subsídio para o cuidado da Criação. Alguns comentários: 1. O grito da Terra e o grito dos Pobres não podem ser mais ser contidos. Há que se responder a estes gritos com urgência. Como franciscanos, somos chamados a


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colaborar, como instrumentos de Deus, no cuidado da Criação, de todos os modos possíveis; “A espiritualidade precisa ser traduzida em ação. Existe o chamado a uma conversão ecológica do coração que implica na gratidão e na gratuidade, na sobriedade e na moderação – a capacidade de ser feliz com pouco; para não sucumbir à tristeza por aquilo que nos falta. Este novo estilo de vida tem um bom aliado, conhecido de todos nós, que é a minoridade”; Precisamos de discernimento para este novo estilo de vida, pois a questão ecológica não é “dos outros”, mas deve ser interesse de todos nós. Não é problema de a ou b. É preciso romper a barreira deste preconceito, e assumir que os valores franciscanos são remédio para este mundo doente; Vivemos uma crise social, de relação equivocada do humano com o todo. É muito forte o desejo de dominar, usufruir, explorar. Daí a importância da conversão para o humano mais integrado com a Criação, que nos antecede, e que nos é dada gratuitamente; Nesta perspectiva, o pensamento franciscano mostra-se atual, profético, paradigmático. Ajuda a revermos nossa atitude fundamental de vida; No Brasil, temos uma imensidão de recursos naturais. Basta pensar na Amazônia, com sua infinita biodiversidade e grande profusão de águas. Porém, por outro lado, vemos uma imensidão de destruição e degradação, com os grandes desmatamentos, áreas de garimpo, que vão já criando espaços desérticos no país; Nossa presença não pode ser distraída, anestesiada, fechada. Precisamos marcar presença qualificadora e profética; Sempre esbarramos na dificuldade de passar das belas reflexões para a ação prática. Somos acostumados, nos nossos encontros, a refletir bem, mas não a agir tão bem assim no dia a dia. Que passos mais efetivos e eficazes poderíamos dar?; Vivemos uma degradação humana bastante grande. Isso interfere nos conceitos que usamos. Eles parecem não estar em sintonia com o que as pessoas pensam e com o modo pelo qual elas se expressam. Falamos, por exemplo, em valores, falamos muito de paz, mas as pessoas, grande parte delas, vivem em contextos de violência e agressão. Como adequar nossa linguagem?; A Igreja – e o Papa Francisco faz isso -, precisa tirar um pouco o foco dos pecados referentes ao sexto mandamento, e focar mais nas questões do humano hoje. Precisamos ser mais propositivos nesse sentido. Sairmos do intimismo e estarmos atentos às questões que realmente trazem sofrimento e dor às pessoas de nosso tempo;

11. As crianças e jovens têm atualmente uma consciência ecológica mais aprimorada do que aquela que tivemos nós. Daí a necessidade de nos atualizarmos, de prosseguirmos continuamente com nossa formação, de nos deixarmos atingir e provocar pela realidade; 12. Seria conveniente nossa capacitação para o diálogo à altura também com os “grandes”, os que cultivam outros valores e detêm diferentes poderes, que não levam em conta a preservação da natureza e a necessidade de inclusão de todos na sociedade, com qualidade de vida saudável. Num segundo momento, os coordenadores apresentaram, em traços gerais, a situação dos respectivos Regionais, destacando alguns desafios e dificuldades. E, no período da tarde, trataram do redimensionamento, sob vários aspectos. A seguir, algumas constatações, comentários e ideias-chave levantadas pelo grupo: 1. Grande parte dos Regionais se ressente do número exíguo de confrades nas fraternidades, em geral, bastante diminuídas; 2. Há também um número alto e crescente de confrades idosos, que inspiram e merecem nosso cuidado e atenção, muitos deles com saúde debilitada. 3. Acontece de se percorrer grande distância para os encontros regionais, empenhando considerável tempo para isso, e os encontros propriamente durarem duas ou três horas, até o almoço. E, negativamente, há, muitas vezes, denotada pressa para se voltar para casa, sem o cuidado de valorizar o tempo de convivência e de partilha. No entanto, há alguns Regionais que dedicam até dois dias para os encontros. 4. Há Regionais que partilham nos encontros o Projeto Fraterno de Vida e Missão das Fraternidades. Alguns acrescentam também a partilha dos planos pastorais paroquiais; 5. Há Regionais cujas fraternidades se entreajudam nas necessidades fraternas e pastorais; 6. Quanto ao Serviço de Animação Vocacional, alguns coordenadores relataram dificuldades, seja por parte dos animadores, não muito animados, seja pela questão do perfil dos candidatos que se apresentam; 7. Ao menos os confrades de um Regional se encontram mais amiúde, e têm iniciativas em parceria, como: missões com a juventude, estudo do Plano de Evangelização da Província, celebração comum das festas franciscanas e dos aniversários dos confrades, etc; 8. Alguns Regionais não conseguem desenvolver uma reflexão mais aprofundada a partir dos temas e subsídios propostos, pela Formação Permanente, para estudo e discussão; Janeiro / 2017 [Comunicações]

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Definitório Provincial 9. Continua sendo desafio articular melhor as várias Frentes de Evangelização presentes nos Regionais; 10. Há Regionais que têm se dedicado ao tema do redimensionamento, também em nível de “entrega” de algumas presenças e trabalhos; 11. Constata-se – e não é de hoje! – que cresce muito o número de frades idosos, e que diminui a olhos vistos o número de frades, em geral, da Província. Porém, cresce entre os frades a postura expressa em determinadas falas, como: “eu dou conta aqui sozinho”, “prefiro trabalhar sozinho”. E cresce o número de frades que não mais se integram na vida e missão das Fraternidades. Isso tudo é um somatório “explosivo”. Haverá um contingente de frades, num futuro talvez próximo, que não irá mais se incorporar à missão da Província. Nesse sentido, pensar em redimensionamento em termos de “fecha aqui, fecha ali” não resolverá o problema dos frades desencantados, desmotivados. Fechar algumas fraternidades e juntar mais frades em outras não trará, necessariamente, mais animação, mais qualidade de vida, mais força de trabalho, maior compromisso, maior atenção ao carisma e à missão. 12. É certo que alguns redimensionamentos “físicos” se darão por força das circunstâncias, por condicionamentos, compulsoriamente. Mas não podemos perder a chance de ainda mudar a partir de opções claras, de escolhas e com prospectivas. 13. É difícil abordar irmãos em dificuldade que não se abrem, não reconhecem a própria situação e não se deixam ajudar. 14. Entra a questão da alteridade. Do pensar no outro. De não considerar o outro como entrave. Do alargar a visão para além de si. 15. Ter o básico garantido para a sobrevivência (alimentação, vestuário, moradia, assistência médica), ao invés de libertar para o carisma e a missão, infelizmente, não raro, acomoda o frade. E ele acaba se frustrando com isso, torna-se intransigente, prescinde das pessoas, não trata com cortesia, etc. 16. Ocorrem também as decepções na vida de alguns confrades. Reclamam não terem sido ouvidos, compreendidos. Ressentem-se com a falta de diálogo. E, assim, reagem negativamente a tudo. 17. Não raro usamos palavras como minoridade, pobreza, etc., mas não estamos falando da mesma coisa. Nossas compreensões flutuam muito, de acordo com os interesses. Daí a necessidade de uma repactuação entre nós em torno dos elementos primordiais de nossa espiritualidade. Os nossos compromissos em relação à pobreza, à castidade, à obediência, à vida fraterna têm que ser mais evidentes, a partir de um entendimento comum.

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18. Parece ser crucial a equação: quantidade de casas X capacidade de trabalho. Temos muita gente, mas não temos capacidade de serviço. E alguns que têm capacidade de serviço, muitas vezes, ou acabam se anulando ou se acomodam no fazer o mínimo necessário. 19. Perguntou-se: qual a principal causa da desmotivação dos frades? É de ordem psicológica? Não será a falta de um sentido religioso na vida? Daí decorre a situação de isolamento e de “salve-se quem puder”. 20. Constata-se: falta espírito na nossa vida. E pergunta-se: a nossa vida fraterna consegue alimentar uma mística e espiritualidade que sustente a vocação que nos propusemos viver? 21. Em determinados casos, seria preciso insistir com o frade para que se dispusesse à psicoterapia. Alguns acertos e recomendações: 1. Na visita fraterna que Frei Fidêncio e Frei César farão às fraternidades no ano que vem, será importante a referência ao Projeto Fraterno de Vida e Missão; 2. Sugere-se que o subsídio “O grito da Terra, o grito dos pobres – para o cuidado da Criação” – seja utilizado nos Regionais; 3. A Formação Permanente pede que o texto oferecido pelo Definitório Geral “Pobres e menores: onde estamos? – linhas-guia para a avaliação de nossa vida de pobreza e minoridade” sirva como subsídio para os capítulos locais, e, inclusive, seja utilizado para a revisão do Projeto Fraterno de Vida e Missão; 4. Foi lembrada a possibilidade de os próprios Regionais programarem seu retiro anual em 2017; 5. Será ainda proposta uma pauta comum, ao menos em parte, para os encontros dos Regionais do ano que vem; 6. Na linha do redimensionamento, foi sugerido que um ou mais Regionais de um estado ou região possam reunir-se conjuntamente e mais demoradamente (2 dias completos). Os próprios coordenadores verão a possibilidade de datas. A ideia é fazer menos encontros mas com maior duração; 7. Quanto à reunião dos guardiães e coordenadores das Fraternidades, do início do próximo ano, sugere-se que continuem as assessorias para temas específicos, e que a questão da animação vocacional seja novamente abordada; 8. Mais frequentemente, o definidor e o coordenador poderiam visitar juntos as fraternidades de determinado Regional; 9. No que se refere à Formação Permanente, sugere-se a programação de uma semana, que não fosse obrigatória, mas que possibilitasse a atualização e aprofundamento dos confrades em temas da área da Teologia,


Definitório Provincial da Moral, da Pastoral: temas fortes e pertinentes à ação evangelizadora no mundo em que vivemos, com suas potencialidades, dificuldades e desafios; Ao final da reunião, os coordenadores fizeram uma avaliação do encontro, que foi considerado oportuno para estreitar a relações entre eles, para partilha, troca de experiências, e para o mútuo apoio. A duração foi suficiente. Em 2017, os Definidores encontrar-se-ão com os coordenadores dos Regionais em duas datas: 21 de junho e 29 de novembro, em São Paulo.

8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20.

Guilherme Plotegher Neto Josiélio da Silva Oliveira Lucas Moreira Almeida Lucas Saraiva Luiz Henrique Martinelli Marcelo Tadeu da Silva Cardoso Ramon Veloso da Silva Roberto Almeida de Jesus Roberto Rocha da Silva Samuel Schneider Pimentel Thierry Melo de Paula Sérgio Hide Honna Yves da Costa Bernardes

Da FIMDA: Foram aprovados para o Postulantado em Quibala: 1. Abel Ndala Sahuma Nganji 2. Clementino Samuel Miguel 3. David Vicente da Conceição Gaieta 4. Lucas Eduardo Maurício 5. Luís Antonio Gungo 6. Silvano Kessongo Pinto Leitura 7. Valódia João M. Baptista Domingos

3) Noviços 2017 - aprovados Foram aprovados pelos Definidores para iniciarem o Noviciado em Rodeio, no dia 14 de janeiro de 2017:

2) Postulantes 2017 - aprovados Os Definidores aprovaram que sejam admitidos ao Postulantado, no dia 1º de fevereiro de 2017, em Guaratinguetá, os atuais aspirantes: Da Província: Daniel Maciel Davi Santos Silva Éverton Junior Goschel Broilo Francisco Teixeira Júnior Franklin Matheus da Costa Gabriel Antônio Barão Gabriel Nogueira Alves

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Da Província: 1. Bruno Gonçalves Cezário 2. Diego Martendal - 3. João Manoel Zechinatto - 4. José Víctor de Camargo Medeiros - 5. Marcelo Dias Soares - 6. Paulo Ricardo A. dos Santos Silva - 7. Rodrigo José Silva - 8. Ruan Felipe Sguissardi - 9. Tiago da Silva Barboza - 10. Willian Bernardi de Castro -

20/07/1997 27/02/1990 15/12/1992 05/01/1998 27/01/1984 22/02/1993 02/04/1983 19/01/1998 20/10/1989 12/08/1995

Da FIMDA: 1. Alberto Capingala M. Sambei 2. Angelino Socopia Sicaleta 3. António Sacaputo Maimo 4. Domingos Macuva Paulo 5. Eduardo José Cavita Camunha 6. Inoc Joaquim João 7. João Baptista Culiaquita 8. João Tchivandja Lino 9. José Francisco Inito 10. Silverio Munga Cajonde

18/03/1992 04/01/1995 25/12/1992 22/05/1992 20/06/1992 03/05/1993 15/07/1995 26/09/1997 29/12/1993 01/01/1993

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Definitório Provincial 4) Primeira Profissão - aprovados Os Definidores aprovaram que, ao término do ano de Noviciado, façam a Primeira Profissão na Ordem, no dia 5 de janeiro de 2017, em Rodeio, os confrades noviços: Da Província: 1. Frei Francisco D. Pereira Cabral 2. Frei Jonas Ribeiro da Silva 3. Frei Odilon Voss 4. Frei Lucas de Moura Justino Souza Da FIMDA: 1. Frei António da Silva Manuel 2. Frei Bernardo João Cassinda 3. Frei Bernardo José C. Kandangongo 4. Frei Daniel K. Tchitumba Tchikeva 5. Frei Domingos Cacanda Soma 6. Frei Elias Hebo Luís 7. Frei Evaristo Seque Joaquim 8. Frei Feliciano Afonso Manuel 9. Frei Helder J. Mateus Domingos 10. Frei Pedro D. C. Mugiba 11. Frei Pedro Isaías L. Vitangui 12. Frei Simão Cassua Horácio

5) Renovação dos votos - aprovados Foram aprovados para fazer a renovação dos votos na Ordem, os confrades: Os que concluem o Ano Missionário: 1. Frei Alan Leal de Mattos 2. Frei Alfredo Epalanga Prego 3. Frei Jefferson Max Nunes Maciel 4. Frei Jhones Lucas Martins 5. Frei Josemberg Cardozo Aranha 6. Frei Junior Mendes 7. Frei Roger Strapazzon 8. Frei Santana Sebastião Cafunda Da FIMDA: Frei Alberto André António Frei Alberto Victorino Frei André dos S. S. Minguas Frei Canga Manuel Mazoa Frei Crisóstomo Pinto Ngala Frei Honorato S. Gaspar Gabriel Frei José João Ganga Frei Mário Sampaio Pelu Frei Miguel T. T. Filipe Frei Paulino K. Sopindi

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

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De Rondinha: 1º ano: 1. Frei Bruno Araújo dos Santos 2. Frei Danilo Santos Oliveira 3. Frei Felipe Medeiros Carretta 4. Frei Matheus José Borsoi 5. Frei Natanael José Barbosa 6. Frei Thiago da Silva Soares 7. Frei Tiago Gomes Elias 8. Frei Vitor da Silva Amâncio Do 2º ano: 1. Frei Augusto Luiz Gabriel 2. Frei David Belineli 3. Frei Douglas da Silva 4. Frei Erick de Araújo Lazaro 5. Frei Heberti Senra Inácio 6. Frei Leandro Ferreira Silva 7. Frei Samuel Santos Soares Do 3º ano: 1. Frei Gabriel Dellandrea 2. Frei Hugo Câmara dos Santos 3. Frei Marcos Schwengber Do tempo da Teologia: Do 3º ano: 1. Frei Ermelindo Francisco Bambi (FIMDA) 2. Frei João Alberto Bunga (FIMDA) Do 4º ano: 1. Frei José Raimundo de Souza

6) Diaconato - aprovados Os Definidores aprovaram que sejam ordenados diáconos: 1. Frei Alan Maia de França Victor 2. Frei Vanderlei da Silva Neves 7) Transferências dos noviços 1. Foram transferidos da Fraternidade São Francisco, Noviciado São José, de Rodeio, para a Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, os confrades que farão a Primeira Profissão: Frei Francisco D. Pereira Cabral, Frei Jonas Ribeiro da Silva, Frei Odilon Voss e Frei Lucas de Moura Justino Souza. 2. Foram transferidos da Fraternidade São Francisco, Noviciado São José, de Rodeio, para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda, Angola, os confrades que farão a Primeira Profissão: Frei António da Silva Manuel, Frei Bernardo João Cassinda, Frei Bernardo José C. Kandangongo, Frei Daniel K. Tchitumba Tchikeva, Frei Domingos Cacanda Soma, Frei Elias Hebo Luís, Frei Evaristo Seque Joaquim, Frei Feliciano Afonso Manuel, Frei Helder J. Mateus Domingos,


Definitório Provincial Frei Pedro D. C. Mugiba, Frei Pedro Isaías L. Vitangui e Frei Simão Cassua Horácio.

8) Transferências de confrades estudantes da FIMDA para Petrópolis Foram transferidos da FIMDA para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, para estudos de Teologia, os confrades: 1. Frei Alfredo Epalanga Prego – transferido da Fraternidade do Seminário Monte Alverne, de Malange; 2. Frei Canga Manuel Mazoa – transferido da Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda; 3. Frei Jefferson Max Nunes Maciel – transferido da Fraternidade do Seminário Monte Alverne, de Malange; 4. Frei Jhones Lucas Martins – transferido da Fraternidade Santo Antônio, de Quibala; 5. Frei Junior Mendes – transferido da Fraternidade São Damião, de Malange; 6. Frei Mário Sampaio Pelu – transferido da Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda; 7. Frei Santana Sebastião Cafunda – transferido da Fraternidade Santo Antônio, de Quibala; 9) Transferências dos quartanistas do Tempo da Teologia 1. Frei Alan Maia de França Victor – da Fraternidade Nossa Senhora de Guadalupe, de Petrópolis, para a Fraternidade Nossa Senhora da Boa Viagem, no Bairro Rocinha, do Rio de Janeiro, a serviço da evangelização, como animador do SAV local e animador do SAV do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense; 2. Frei Camilo Donizeti Evaristo Martins – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, para a Fraternidade São Francisco Solano, de Curitibanos, a serviço da evangelização; 3. Frei Evaldo Ludwig – da Fraternidade Nossa Senhora de Guadalupe, de Petrópolis, para a Fraternidade do Patrocínio de São José, de Lages, a serviço da evangelização; 4. Frei Fabio José Gomes – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda, Angola, a serviço da missão; 5. Frei José Raimundo de Souza – da Fraternidade Nossa Senhora Mãe Terra, de Imbariê, Duque de Caxias, para a Fraternidade Santo Antônio de Santana Galvão, de Colatina, a serviço da evangelização. Seu mestre será Frei Gilson kammer; 6. Frei Leandro Costa Santos – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, para a Fraternidade Divino Espírito Santo, de Vila Velha, a serviço da evangelização;

7. Frei Marcos Vinícius Motta Brugger – da Fraternidade Nossa Senhora de Guadalupe, de Petrópolis, para a Fraternidade São Pedro Apóstolo, de Pato Branco, a serviço da evangelização; 8. Frei Rafael Teixeira do Nascimento – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, para a Fraternidade Santo Antônio do Pari, em São Paulo, a serviço do Sefras; 9. Frei Vanderlei da Silva Neves – da Fraternidade São Francisco, de Campos Elíseos, Duque de Caxias, para a Fraternidade São Luís Gonzaga, de Xaxim, a serviço da evangelização;

10) Transferências diversas 1. Frei Aladim Uber – da Fraternidade Santo Antônio, de Florianópolis, para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista, para tratamento; 2. Frei Alan Leal de Mattos – concluindo o Ano Missionário, da Fraternidade Nossa Senhora da Penha, de Vila Velha, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, como estudante de Teologia; 3. Frei Aristides Luiz Pasquali – da Fraternidade do Seminário Santo Antônio, de Agudos, para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista, para tratamento; 4. Frei Celso Francisco de Faria – da Fraternidade São Benedito, de Amparo, para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista, para tratamento; 5. Frei Edvaldo Batista Soares – da Fraternidade São Francisco, do Largo São Francisco, em São Paulo, para a Fraternidade Santo Antônio de Santana Galvão, de Colatina, como vigário paroquial; 6. Frei Gabriel Dellandrea – da Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, para a Fraternidade São Francisco, no Largo São Francisco, em São Paulo, a serviço do SAV provincial; 7. Frei Gabriel Vargas Dias Alves – da Fraternidade Nossa Senhora de Guadalupe, de Petrópolis, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, também de Petrópolis, como estudante de Teologia e animador do SAV local; 8. Frei Gilmar José da Silva – da Fraternidade Nossa Senhora da Conceição, de Paty do Alferes, para a Fraternidade São Francisco, de Campos Elíseos, Duque de Caxias, como vigário da casa e vigário paroquial; 9. Frei Hugo Câmara dos Santos – da Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, para a Fraternidade Santo Antônio, de Quibala, para a experiência do Ano Missionário; 10. Frei Jorge Lazaro de Souza – recebeu licença para ser missionário no Marrocos, após tratativas a serem feiJaneiro / 2017 [Comunicações]

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Definitório Provincial tas com o Ministro Geral. Até julho do ano que vem, Frei Jorge permanecerá em Rodeio, como guardião; 11. Frei José Morais Cambolo – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, para a Fraternidade Nossa Senhora Mãe Terra, de Imbariê, Duque de Caxias, como estudante de Teologia; 12. Frei Josemberg Cardozo Aranha – concluindo o Ano Missionário, da Fraternidade Santo Antônio do Pari, de São Paulo, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, como estudante de Teologia; 13. Frei Márcio de Araújo Terra – da Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda, Angola, para a Fraternidade Nossa Senhora da Boa Viagem, do Bairro Rocinha, no Rio de Janeiro, como vigário paroquial; 14. Frei Marcos Estevam de Melo – da Fraternidade do Seminário São Francisco de Assis, em Ituporanga, para a Fraternidade São Francisco, no Largo São Francisco, em São Paulo, a serviço do Sefras e para serviços fraternos. Frei Marcos dará prosseguimento a tratamento de saúde. 15. Frei Marcos Schwengber – da Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, para a Fraternidade Santo Amaro, de Santo Amaro da Imperatriz, para a experiência do Ano Missionário; 16. Frei Mário Stein – da Fraternidade Santo Antônio de Santana Galvão, de Colatina, para a Fraternidade São José – Postulantado Frei Galvão, em Guaratinguetá, como vice-mestre; 17. Frei Roberto Aparecido Pereira – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, para a Fraternidade São Francisco, de Campos Elíseos, Duque de Caxias, como estudante de Teologia; 18. Frei Roger Strapazzon – da Fraternidade Santo Antônio do Pari, de São Paulo, para a Fraternidade Santo Antônio, de Quibala, para estágio missionário; 19. Frei Valdir Nunes Ribeiro – recebeu licença para ser missionário na Terra Santa, após tratativas a serem feitas com o Ministro Geral; 20. Frei Vanilton Aparecido Leme – da Fraternidade Bom Jesus dos Aflitos, de Sorocaba, para a Fraternidade São Francisco, no Largo São Francisco, em São Paulo, como atendente conventual e assistente regional da OFS; 21. Frei Walter Hugo de Almeida – após término do período sabático na Fazenda Esperança, em Guaratinguetá, para a Fraternidade São José, Postulantado Frei Galvão, de Guaratinguetá, como atendente conventual; 11) Composição das Fraternidades do Tempo da Teologia Fraternidade São Francisco (Campos Elíseos): Frei João Baptista C. Canjenjenga (FIMDA) - 4º ano

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Frei Roberto Aparecido Pereira - 4º ano Fraternidade Nossa Senhora Mãe Terra (Imbariê): Frei Marx Rodrigues dos Reis - 4º ano Frei José Morais Cambolo (FIMDA) - 3º ano Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus (Petrópolis): Frei Gabriel Vargas Dias Alves - 4º ano Frei Ermelindo Francisco Bambi (FIMDA) - 4º ano Frei João Alberto Bunga (FIMDA) - 4º ano Frei Alan Leal de Mattos - 1º ano Frei Alfredo Epalanga Prego (FIMDA) - 1º ano Frei Canga Manuel Mazoa (FIMDA) - 1º ano Frei Jefferson Max Nunes Maciel - 1º ano Frei Jhones Lucas Martins - 1º ano Frei Josemberg Cardozo Aranha - 1º ano Frei Junior Mendes - 1º ano Frei Mário Sampaio Pelu (FIMDA) - 1º ano Frei Santana Sebastião Cafunda (FIMDA) - 1º ano Frei Deoclécio Lira Corrêa (S. Benedito) - 2º ano Frei Wagner José da Rosa (7 alegrias N. Sra.) - 2º ano

12) Nomeações diversas 1. Frei Alberto Eckel Junior – eleito guardião da Fraternidade do Seminário São Francisco de Assis, de Ituporanga; 2. Frei André Becker – vigário da casa na Fraternidade Bom Jesus dos Aflitos, de Sorocaba; 3. Frei Benedito G. G. Gonçalves – animador do SAV local da Fraternidade Bom Jesus dos Aflitos, de Sorocaba; 4. Frei Benjamim Berticelli – assistente espiritual da Fraternidade OFS Senhor Bom Jesus, de Curitiba; 5. Frei James Luiz Girardi – membro do discretório da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis; 6. Frei João Baptista C. Canjenjenga – animador do SAV local da Fraternidade São Francisco, de Campos Elíseos, Duque de Caxias; 7. Frei Jorge Paulo Schiavini – vice-mestre dos frades estudantes do Tempo da Teologia e membro do coetus formatorum; 8. Frei Robson L. Scudela – ecônomo da Fraternidade do Seminário São Francisco de Assis, de Ituporanga; 9. Frei Sandro Roberto da Costa – coordenador e ecônomo da Fraternidade Nossa Senhora da Boa Viagem, no Bairro Rocinha, no Rio de Janeiro; 10. Frei Sílvio T. Werlingue – animador do SAV do Regional de Agudos; 13) Subsídio para a Formação Permanente Já foi enviado, por correio postal, para cada confrade, o subsídio fornecido pelo Definitório Geral: “Pobres e Menores:


Definitório Provincial onde estamos? – linhas-guia para a avaliação de nossa vida de pobreza e minoridade”, que será abordado no âmbito da Formação Permanente em 2017, sobretudo nos Capítulos Locais. Os Definidores se detiveram em refletir como dinamizar o uso do subsídio e a metodologia a ser adotada. Certo é que ele deverá ser visto em sintonia com o Projeto Fraterno de Vida e Missão das fraternidades.

14) Estatutos Peculiares do Secretariado para a Evangelização - ratificação Partindo das adequações requeridas pelo Capítulo Provincial, do início do ano, o Definitório ratificou os Estatutos Peculiares do Secretariado para a Evangelização, que, no mesmo Capítulo, haviam sido aprovados. 15) Experiência missionária na Amazônia – Frei Antenor Camilo Frei Antenor Camilo Militão, missionário em Angola, que estará de férias no início de 2017, recebeu do Definitório autorização para participar da experiência missionária na Amazônia, mais especificamente em Caballo Cocha, no Peru, de 9 de janeiro a 3 de fevereiro de 2017. Por quatro anos seguidos, no mês de janeiro, vem se realizando essa experiência missionária em diferentes lugares da Amazônia Peruana. 16) Convento do Pari – indicações da comissão A comissão provincial nomeada para rever e repensar a presença e trabalho dos frades no bairro do Pari, em São Paulo, reuniu-se, pela primeira vez, no dia 23 de novembro. De imediato, por conta de um déficit mensal crescente, expresso no demonstrativo de receitas e despesas da Fraternidade, o Definitório aprovou, seguindo orientação da comissão, que se libere o imóvel até agora usado pelo Sefras e pela paróquia (parte do antigo colégio) para que seja alugado. O Sefras, como já foi noticiado, está transferindo sua sede. Outra medida: A paróquia poderá usar os espaços do 1º andar do prédio que no passado abrigava o Comissariado da Terra Santa. A capela da fraternidade passará para o 3º andar do mesmo prédio. A sala de TV e de recreio serão no solarium. E a moradia dos frades será toda no 2º e 3º andares. 17) FIMDA – notícias do conselho Nos dias 28 a 30 de novembro, na Fraternidade Nossa Senhora da Porciúncula, de Viana, o conselho da FIMDA se reuniu. Alguns assuntos tratados: 1. Renovação dos votos – datas. Por dificuldades de datas do ano acadêmico, os frades do 1º ano de profissão temporária, renovarão os votos no dia 15 de dezembro. Ou outros confrades professos temporários reno-

varão na data costumeira: 8 de dezembro. 2. Ano Missionário. Em 2107, os frades que farão o Ano Missionário em Angola, vão entrar em contato com as várias realidades da Fundação. Passarão dois meses em cada fraternidade, tendo como base a Fraternidade de Viana. Frei Marco Antônio, mestre, acompanhará e avaliará o andamento do Ano a cada etapa concluída. 3. Plano de Evangelização. Como primeiro passo para a elaboração do Plano de Evangelização da FIMDA, Frei Laerte de F. dos Santos apresentou um esboço para ser revisado e complementado. Ele enviará o projeto, por e-mail, aos confrades que fazem parte da comissão. 4. Casa de retiro. A Fraternidade da Porciúncula, em Viana, passará por modificações e adaptação de seus espaços para se tornar casa de retiro. E assim gerar fundos para a Fundação. O projeto será executado pela Fundação e os confrades da fraternidade serão responsáveis pela administração da casa de retiro. 5. Voluntário. Após realizar seu tempo de voluntariado junto à Fraternidade São Damião e \o Seminário de Malange, o voluntário Bruno de Carvalho, de São Paulo, a partir do mês de janeiro, ficará 2 meses em cada fraternidade da Fundação, a fim de conhecer as várias realidades. Iniciará em Quibala e terminará em Luanda. 6. Encaminhamento de vistos. Há dificuldades no encaminhamento e obtenção dos vistos, devido à morosidade e à burocracia. Assim, sobretudo para futuros noviços angolanos, seria preciso certa mobilidade quanto às datas de início e de término do ano de provação. 7. Nomeações. Frei Jeferson Palandi Broca foi nomeado tesoureiro da Escola Santo Antônio, do Seminário Monte Alverne; Frei Roberto Ishara foi nomeado secretário da mesma escola. 8. Próxima reunião do conselho da FIMDA. Dias 20 e 21 de março, em Luanda.

18) Paty do Alferes – “entrega” da paróquia Depois de várias tratativas do governo provincial e da fraternidade local com o bispo diocesano e com a comunidade eclesial, a Fraternidade Nossa Senhora da Conceição, de Paty do Alferes, será desconstituída, e a paróquia será entregue aos cuidados pastorais da Diocese de Valença, RJ, no dia 15 de fevereiro de 2017. 19) Definitório Geral - ratificações No dia 8 de novembro, o Definitório Geral declarou válidas e ratificou as eleições para o ofício de guardião de Frei José Pereira (Fraternidade Santo Antônio, do Largo da Carioca, no Rio de Janeiro), Frei Jorge Paulo Schiavini (Fraternidade do Janeiro / 2017 [Comunicações]

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Definitório Provincial Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis) e Frei Fábio Cesar Gomes (Fraternidade São Francisco de Assis, de Petrópolis).

20) Licença Frei Vitalino Piaia e Frei Clauzemir Makximovitz receberam licença para morar fora da Fraternidade Provincial por um ano. 21) Egressos Por motivos diversos, deixaram ou deixarão a Província os confrades: 1. Frei Ananias P. M. Cauanda – estudante de Filosofia – Luanda; 2. Frei Angelo F. Baratella – 2º ano de Rondinha; 3. Frei Marlon T. Pereira Reis da Silva – noviço. 4. Frei Mateus M. Ukwahamba – estudante de Filosofia – Luanda; 5. Frei Zilmar Augusto Moreira de Oliveira – 3º ano de Rondinha; 22) Dispensa dos votos – Frei Reinaldo Meneses e Frei Valnei Brunetto No dia 19 de outubro, a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica concedeu a Frei Reinaldo Meneses da Silva e a Frei Valnei Brunetto o indulto de deixar a Ordem, com a dispensa dos votos e das demais obrigações derivadas da profissão religiosa. 23) Diocese de Campanha - MG – experiência de Frei Tadeu Em carta de 18 de outubro, Dom Pedro Cunha Cruz, bispo de Campanha, MG, comunica que Frei Tadeu Luiz Fernandes foi acolhido na referida diocese para experiência pastoral. Ele será vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Carmo de Cachoeira, MG. 24) Agenda 2017 Acréscimos e alterações na última página destas “Comunicações” 25) Avaliação do ano Na última sessão da reunião do Definitório, na tarde do dia 1º de dezembro, os Definidores se dedicaram a uma avaliação do ano que está por findar. Algumas colocações: 1. Lacunas se abriram, surpreenderam e demandaram adequações um tanto desgastantes: a nomeação de Frei Evaristo para bispo, a eleição de Frei Estêvão como guardião do Antonianum, a morte de vários confrades, entre outras. Assim, parte considerável do que havia sido planejado no Congresso Capitular teve de ser mudado. 2. A necessidade crescente de lidar com questões pessoais graves vai desestabilizando, minando forças e ma-

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chucando por dentro. O trabalho, esforço, cuidado e tempo empreendido em procurar ajudar os confrades em situações difíceis, muitas vezes esbarram na incompreensão, na indiferença, na falta de transparência e mesmo na pouca disposição ao “deixar-se ajudar”. 3. Constata-se que a matemática provincial não “fecha” mais: 2 + 2 resulta 3. 4. Houve esforço em transferir com cuidado os confrades que concluem a Formação Inicial. 5. Faltam condições para investir na capacitação de mais frades para as 5 Frentes de Evangelização e também para a Formação. 6. Quanto ao redimensionamento, para além do “fechamento de casas”, houve alguns passos, embora, talvez, ainda tímidos. 7. Foi possível dar um norte para as Frentes de Evangelização, sobretudo para a das paróquias e santuários, que estava mais desarticulada. 8. Há muita transparência e bom entrosamento entre os Definidores. Porém, o peso do serviço de governo ainda recai muito sobre o ministro e o vigário. 9. Alguns Definidores se sentem bastante cansados, sobrecarregados mesmo com o número de funções que se juntam ao nem sempre reconfortante serviço do Definitório. 10. Há séria preocupação com o reforço do quadro de formadores da Província.

26) Autorizações de viagem Por motivos diversos, receberam autorização para viajar ao Exterior: Frei Gilberto M. S. Piscitelli, Frei André Becker, Frei Benedito G. G. Gonçalves e Frei Marcos Hollmann. Encerramento Ao final da sessão vespertina do dia 1º de dezembro, Frei Fidêncio, encerrando a reunião do Definitório Provincial, agradeceu aos Definidores o trabalho desenvolvido, lembrou os grandes desafios enfrentados mas também a luz de Deus que sempre dá alento. Convidou os Definidores à oração Ave-Maria, pedindo à Mãe que nos ajude a todos da Província a caminharmos com generosidade ao encontro do Cristo que vem. Gostaríamos de externar o agradecimento à Fraternidade de Rondinha, professos solenes e temporários, pela acolhida fraterna, generosa e atenta, dispensada não apenas aos Definidores, mas também aos confrades coordenadores dos Regionais, aos Jubilandos e aos Canarinhos de Petrópolis. Frei Walter de Carvalho Júnior secretário


Notícias e Informações

Comemoração Franciscana do Dia Mundial de Luta contra a Aids 2016

DEVOLVER A ESPERANÇA E SUPERAR O ESTIGMA

E

stimados irmãos da Ordem, membros do Movimento Franciscano, e amigos dos Franciscanos. O Senhor vos dê a paz! Ao celebrarmos neste 1º de dezembro o Dia Mundial de Luta contra a Aids, fazemos memória de tantas pessoas que morreram por causa desta enfermidade e renovamos nosso compromisso para pôr fim a novas infecções pelo HIV. Segundo o informe “A Aids em números/2015”, preparado pela UNAIDS (ONU), o mundo deteve e reverteu a propagação do HIV. Conseguiu-se uma redução da epidemia. As novas infecções pelo vírus e as mortes relacionadas à Aids diminuíram sensivelmente desde o ponto máximo da epidemia. Agora, a resposta é para dar um passo mais adiante: pôr fim à epidemia até 2030. A redução da epidemia é um sinal que alimenta nossa esperança. Os franciscanos e as franciscanas são chamados a seguir trabalhando e promovendo esforços que nos conduzam à desejada meta para pôr fim às infecções pelo HIV, especialmente em crianças do nosso tempo. Para colaborar com esta causa, que une homens e mulheres de boa von-

tade, podemos começar informando-nos, para depois promover a prevenção, a compreensão, a inclusão e a empatia com os que padecem desta enfermidade. Na diversidade de presenças da Ordem existem fraternidades que há 20 anos trabalham fiel e devotamente neste campo; agradeço pela sensibilidade e compromisso. Também quero seguir animando toda Ordem para que, juntos, ofereçamos nosso compromisso de oração por todos os que foram infectados e vivem com HIV-Aids. Oremos juntos em nossas fraternidades, com nossas comunidades pastorais e com toda a família franciscana. Também quero incentivar os irmãos a seguir oferecendo nossos serviços através de centros de saúde e de serviço pastoral aos enfermos e a transformar nos-

ORAÇÃO PELOS ENFERMOS DE HIV-AIDS Ó Deus, Pai nosso, escuta nossa oração pelos que são afligidos pela Aids, pelos que estão em perigo de morte. Concede-lhes o consolo de tua presença; faz com que busquem o rosto e encontrem a força de Ti, que és a fonte da vida. Senhor Jesus, escuta nossa oração pelos que acabam de saber que estão infectados pelo vírus HIV mas que não estão todavia enfermos. Recorda-lhes que têm ainda uma vida diante deles. Faz com que encontrem em Ti a Vida, o Caminho e a Verdade. Espírito Santo de Deus, escuta as orações dos que se ocupam das pessoas enfermas com a Aids. Concede-lhes a certeza da presença do Pai e o amor de Jesus. Concede-lhes Teu conselho e dá-lhes Tua paz. Pai, te rogamos que todos escutemos teu chamado nestas circunstâncias, um

chamado de arrependimento, um chamado de ajuda aos outros. Ajuda-nos para que possamos viver de maneira responsável, não pensando somente em nós mesmos, mas também nos que estão ao nosso redor. Rogamos-te pelos cientistas e médicos, para que encontrem um definitivo remédio para a Aids. Guia-nos para que possamos dar teu conselho aos que necessitam de ajuda. Enche nossos corações de compaixão para que os enfermos de HIV-Aids tenham a certeza de que a Igreja os ajudará. Guia-nos para que saibamos como ajudar aos que têm necessidade. Tudo isso te pedimos porque tua misericórdia por nós é imensa. Senhor da Misericórdia, escuta nossa oração. Amém!

sas fraternidades, paróquias e centros de estudos em estruturas de acolhida humana e espiritual. Nosso compromisso deve estar orientado a devolver a esperança e a superar o estigma e a exclusão que, em muitas ocasiões, é consequência da ignorância frente à enfermidade. Alegramo-nos porque o centro de acolhida Santa Clara, na Tailândia, neste ano foi registrado e reconhecido pelo governo como Fundação “Pax e Bonum”. Recordemos que este centro nasceu no ano de 1993 como uma resposta franciscana de abraçar enfermos terminais da Aids. Os pacientes são homens e mulheres entre os 25 e 60 anos. O Centro Santa Clara oferece cuidado e um espaço limpo e digno. Igualmente, devemos apoiar os esforços de planejamento na luta contra o HIV-Aids, promovida pela comunidade internacional e que busca desenvolver novas estratégias de compromisso, especialmente para avançar na prevenção e tratamento das crianças; devemos procurar o bem-estar das gerações futuras, não só no âmbito dos serviços médicos, mas também como apoio espiritual, social e emocional. Desafia unirmo-nos à voz e ao compromisso das comunidades religiosas e organizações relacionadas com o cuidado da vida das crianças que vivem com HIV-Aids, de seus pais e suas famílias. Unimo-nos a eles para resistir contra o medo e as tendências do estigma e da discriminação. Unamo-nos a eles promovendo uma educação sexual que ajude na prevenção da transmissão da enfermidade em sintonia com a doutrina da Igreja Católica e os valores franciscanos. Fraternalmente, Frei Michael A. Perry

Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores Roma, 1º de dezembro de 2016

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Notícias e Informações

A TRAGÉDIA DA CHAPECOENSE

“mi casa es tu casa”

A

imagem do estádio Atanasio Girardot, lotado com 45.000 torcedores do Atlético Nacional na noite do dia 30 de novembro para celebrar a Chapecoense, ficará para sempre cravada na mente dos brasileiros. Diante do acidente aéreo que vitimou o clube catarinense, o evento, que se espalhou pelas ruas de Medellín, onde outros 100.000 se juntaram à homenagem (segundo dados da prefeitura da cidade), deixou de ser a final do campeonato Sul-Ame-

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[Comunicações] Janeiro / 2017

ricano de futebol para se transformar num momento de elo profundo entre Brasil e Colômbia. Colômbia – esse país próximo e distante, que a maioria de nós costuma associar a drogas, Pablo Escobar e, na melhor das hipóteses, café – é neste momento fonte abundante de irmandade. E inspira com a potência de uma tragédia, mas também da solidariedade, o sentimento de pertencimento à América Latina que o Brasil perdeu pelo caminho. É o que comprovam as várias mensagens

em redes sociais, rodas de conversa e ligações telefônicas dos últimos dois dias, em que nós, brasileiros, nos desmanchamos em elogios para eles e encontramos uma espécie de consolo combatendo a tristeza dos últimos dias. Essa relação tão pouco pan-americana é mais evidente entre os lados hispânico e lusófono, mas não se restringe ao Brasil. Entre latino-americanos, estamos mais acostumados a pensar com quem rivalizamos e menos com quem nos


MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL

Nesse momento de dor, venho em nome da Província Franciscana da Imaculada Conceição me solidarizar com o povo de Chapecó e todos os familiares da delegação da Chapecoense, jornalistas e tripulação do voo da LaMia. Profundamente ligados à caminhada evangelizadora do Oeste Catarinense, nós, franciscanos, sempre procuramos estar junto ao povo e, atualmente, estamos presentes na Diocese de Chapecó a partir das cidades de Coronel Freitas e Xaxim. A tragédia na Colômbia ceifou vidas e interrompeu sonhos dos atletas que iam em busca de uma conquista inédita. Por isso, expresso minha profunda tristeza e invoco a bênção divina de consolo e força para todos os que estão sofrendo com esta tragédia. Frei Fidêncio Vanboemmel, Ministro Provincial

O Convento da Penha iluminado nas cores da Chapecoense

damos bem. O Brasil compete com a Argentina (e não só no futebol), a Argentina tem questões com o Chile, o Chile se enfrenta há séculos por disputas de terra com a Bolívia e assim por diante – basta seguir as fronteiras. Sem mencionar que a própria Colômbia, com os estigmas que carrega, está acostumada a enxergar que em geral é mal vista na região – exceto no Paraguai, ao lado da qual os colombianos se posicionaram durante a Guerra da Tríplice Aliança, e onde os colombianos são queridos. Agora, também eles apreciam essa nova amizade. Durante o tributo da quarta-

Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

-feira (30/11), a Filarmônica de Medellín tocou os hinos do Brasil e da Colômbia, enquanto no centro do campo havia uma coroa de flores entre escudos da Chapecoense e do Nacional desenhados em preto, em memória da tragédia. O ministro das relações exteriores do Brasil, José Serra, fez um discurso em espanhol, agradecendo a homenagem – e chorou, puxando as lágrimas de muitos na arquibancada (e as manchetes do dia nos jornais colombianos). Na rua, vendedores ambulantes vendiam camisetas produzidas de última hora com os escudos dos times enlaçados. Na página do Atlé-

Rondinha, 29 de novembro de 2016

tico Nacional no Facebook, brasileiros agradeciam o apoio recebido e declaravam-se torcedores do time. No post com o vídeo da homenagem, houve quem pusesse a própria casa à disposição de desconhecidos. Foi assim que Medellín, a cidade que ganhou fama com o cartel de Escobar, virou a cidade do Nacional. E também como colombianos e brasileiros se viram e descobriram que têm muito o que compartilhar. Vida eterna a esse belo e autêntico “mi casa es tu casa”. Camila Moraes

publicada no jornal “El País”

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Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (*) As alterações e acréscimos estão destacados

janeiro

julho

05 14 19 a 22

04 a 05

Primeira Profissão dos Noviços Vestição dos Noviços Missão Franciscana da Juventude (Curitiba)

FEVEREIRO 01 14 a 16 21 e 22

Admissão ao Postulantado; Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); Reunião do Conselho do Secretariado de Evangelização (Vila Clementino)

10

AGOSTO 03 a 06

Março

14 a 18 22 a 25

06

28

06 a 11

13 13 13 e 14 20 20 27 27 27 27 a 29 27 a 31 28

Encontro do Regional do Espírito Santo (V. Velha – Santuário) SIFEM: Encontro de párocos e reitores de santuários e centros de acolhimento (Belo Horizonte); Encontro do Regional de Pato Branco (Chopinzinho); Encontro do Regional do Vale do Paraíba (Guaratinguetá – Seminário) Encontro do Regional do Leste Catarinense Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Rodeio); Encontro do Regional São Paulo (Santos); Encontro do Regional de Agudos (Agudos) Conselho da Formação Inicial; Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (S. Antônio); Reunião do Conselho e Assembleia do SAV (Rondinha); CFMB: Assembleia (Recife/Ipojuca); Conselho da Formação e Estudos;

ABRIL 25 e 26 27 e 28

Reunião dos guardiães e coordenadores das Fraternidades; Reunião do Definitório Provincial;

MAIO 01 a 05 03 29

Reunião do CAD e SIFEM (Campo Grande); Último dia para a Inscrição no Capítulo das Esteiras da CFFB; Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (S. João de Meriti);

Reunião do Conselho do Secretariado de Evangelização (Vila Clementino) Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Balneário Camboriú);

Capítulo das Esteiras da CFFB: por ocasião dos 800 anos do Perdão de Assis, 50 anos da Criação da Conferência da Família Franciscana do Brasil – CFFB; Retiro e reunião do Definitório Provincial; CFMB: encontro de ecônomos (Caldas Novas – GO); Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Rocinha);

SETEMBRO 01 01 a 09 02 e 03 03 a 10 04 07 a 10 11 a 13 18 a 22 25

Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação; Encontro Continental JPIC (Anápolis); Coleta anual pela evangelização na Amazônia; Congresso Continental para a Formação e os Estudos (São Paulo); Dia da Amazônia; Encontro Interobediencial do Irmãos Leigos Franciscanos (Vila Velha) Reunião da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento (Agudos); CFMB: assembleia (São Luís – MA); Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Gaspar);

OUTUBRO 09 a 13 17 a 19

Curso de Franciscanismo (Rondinha); Reunião do Definitório Provincial;

NOVEMBRO 13 20 28 a 30 21 e 22 29

Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Niterói); Encontro do Regional do Vale do Itajaí - recreativo (Vila Itoupava); Reunião do Definitório Provincial; Reunião do Conselho do Secretariado de Evangelização (Vila Clementino) Reunião do Definitório com os coordenadores dos Regionais;

DEZEMBRO

JUNHO

01 e 02

20 a 22 21

JULHO 2018

Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); Reunião do Definitório com os coordenadores dos Regionais (São Paulo);

12 a 15

Celebração dos Jubileus;

Encontro Nacional de Juventude (Vila Velha).


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