"Comunicações" Janeiro de 2020

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//revista JANEIRO DE 2020 ANO LXVIII • N o 01

PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL

Xaxim abraça a juventude da Província


//sumário MENSAGEM DO GOVERNO PROVINCIAL Feliz 2020......................................................................................................................

FORMAÇÃO PERMANENTE

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Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz................................... 6 Oração do Papa Francisco à Imaculada Conceição........................... 9 Carta de Clara e Francisco - Direto do Brasil para o Encontro Mundial em Assis............................................................ 10 Entrevista: O novo desafio de Frei Jeâ.................................................... 13 Jubileus da Província e Renovação dos votos: Júbilo no encontro de duas gerações de frades.............................. 14 Jubileus da Província em Bragança Paulista........................................ 20

FORMAÇÃO E ESTUDOS

XAXIM ABRAÇA A JUVENTUDE DA PROVÍNCIA

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Antes da renovação, frades do tempo da Teologia fazem retiro.................................................................................. 24 Professos temporários de Angola renovam os votos................... 25 Festa da Imaculada Conceição e renovação dos votos em Rondinha.................................................................................. 26 SÉRIE NOSSOS FRADES: Frei Gabriel Vargas Dias Alves será ordenado no dia 11 de janeiro......................................................... 28 Noviços fazem a Primeira Profissão em Rodeio............................... 31 Rodeio: Sete postulantes recebem o hábito franciscano em 2020.................................................................... 32 Primeira Profissão e Admissão dos Noviços em Angola............. 34

SAV

Alverne: Espiritualidade franciscana como caminho.................... 36 ESPECIAL MFJ: Xaxim abraça a juventude da Província........... 38

FRATERNIDADES

PVF: Formação e encontro com os benfeitores em Niterói...... 45 Frei Clemente: Sou missionário na Terra Santa............................... 46 Encontro Recreativo do Regional Vale do Itajaí................................ 48 Frei Clarêncio lança “Ministério da Palavra” Ano A........................... 48 Dom Leonardo Steiner é o novo arcebispo de Manaus.............. 49 ESPECIAL: “Admirável Sinal”: Carta Apostólica do Papa sobre o Presépio................................................................................ 50 Exposições de Presépios na Província..................................................... 54

EVANGELIZAÇÃO

PAPA VISITA GRECCIO E LANÇA CARTA APOSTÓLICA

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PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL Rua Borges Lagoa, 1209 CEP 04038-033 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br ofmimac@franciscanos.org.br

Câmpus Bragança Paulista da USF inaugura Serviço Escola de Psicologia.......................................................................... 61 “Diálogo e paz” é tema de encontro inter-religioso em São Paulo......................................................................... 62 USF : Pastoral Universitária promove Sacramento do Crisma no Câmpus Bragança Paulista.............................................. 63 Aberto o Ano Jubilar em Xaxim.................................................................. 63 Aluna do Colégio Bom Jesus conquista 1.º lugar geral da Acafe..................................................................................... 64 Colégio Bom Jesus é homenageado pelo Sinepe-PR................... 64 Bom Jesus brilha na Olimpíada Paranaense de Matemática.... 65 FAE lança curso inédito no Brasil em Negócios Digitais.............. 65 ESPECIAL: 3º Dia Mundial dos Pobres Fecomércio-PR premia jornalistas da Rede Celinauta................... 71

OFS

OFS de Quissamã celebra 117 anos......................................................... 72

OFM

Mensagem do Ministro Geral por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a Aids..................................................... 74

Agenda..........................................................................................................76


//mensagem

Feliz

A

expressão do título desta mensagem de nossas Comunicações do ano que se inicia pode ser compreendida como um desejo e um convite. O desejo é que, de fato, 2020 seja um ano repleto de bênçãos e graças de Deus; o convite é para que, abençoados e agraciados, saibamos repartir os generosos dons que o Senhor nos confia. Temos um caminho longo pela frente, com muitos motivos pelos quais queremos nos alegrar enquanto Fraternidade Provincial. Logo no início do mês, nos dias 06 e 11 de janeiro, celebramos a Primeira Profissão de nossos noviços de 2019: dois no Brasil (dia 06), que completaram o noviciado em Rodeio, SC; e 11, em Angola (dia 11), da primeira turma a realizar o ano da graça em solo angolano, na Fraternidade de Quibala. Também será tempo de acolhida dos novi-

ços de 2020: 07 em Rodeio e 27 em Angola, que terão sua vestição nos dias 08 e 11 de janeiro, respectivamente. Ao final de janeiro e início de fevereiro, teremos a 7ª edição das Missões Franciscanas da Juventude, quando mais de 700 jovens provenientes do território provincial vão se reunir na Paróquia São Luiz Gonzaga, em Xaxim, SC, entre 29 de janeiro e 2 de fevereiro. O lema desta edição será “E Deus viu que tudo era muito bom: guardiões das relações com Deus, com o próximo e com a Casa Comum”. Junto às Missões, também será realizada a 3ª edição da Serata Laudato Si’, um evento da Ordem promovido pelo Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação. Estará entre nós nestes dias Frei Jaime Campos, animador do Serviço JPIC na Ordem. Além destas datas próximas e


//mensagem pontuais, temos também algumas celebrações emblemáticas em nossa vida provincial no ano que está começando. Destacamos três delas: - 30ª Caminhada Penitencial Frei Bruno – Realizada todos os anos em Joaçaba, reúne milhares de devotos e ocorre sempre no 2º Domingo da Quaresma, este ano dia 8 de março. Desta vez, a ideia é que haja participação mais intensa e efetiva de nossas presenças em Santa Catarina e no Paraná. Para tanto, nossas paróquias, com o Secretariado para a Evangelização, estão se empenhando na campanha “Frei Bruno vem a nós e nós vamos a Frei Bruno”. As expectativas são de uma expressiva participação. - 450ª Festa da Penha – É a terceira festa mariana do Brasil e a maior manifestação religiosa do Estado do Espírito Santo. Em 2020 chega à sua edição de número 450, com o lema “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada!” (Lc 1,48). O canto profético de Maria no Magnificat prefigura o imenso carinho e devoção pela Virgem que marcou e marca todos aqueles que a celebraram nestes 450 anos de tradição. Aí estão implícitos dois sentidos: tantos séculos de devoção a Maria e a perseverança do povo capixaba e dos frades que atuaram e atuam no Convento, cultivando esta devoção que perpassa muitas gerações. Nossa presença enquanto Fraternidade Provincial será muito importante. - 30º aniversário da Missão em Angola – É grande motivo de alegria para nossa Província perceber que a semente plantada produziu muitos frutos. A proposta é que tenhamos uma programação que envolva a Província no Brasil e em Angola para celebrarmos com alegria, no espírito da simplicidade

franciscana, todo bem que o Senhor tem realizado através desta iniciativa missionária. Também deixamos o apelo para seguirmos com espírito de acolhida e confiança diante das propostas que nascem do compromisso do redimensionamento da Província, apelo reforçado no último Capítulo. A colaboração e a criatividade de cada irmão são elementos fundamentais para que façamos os encaminhamentos de maneira exitosa, apesar dos desafios que eles trazem em si. Também pedimos que a Fraternidade Provincial abrace com empenho a proposta de reorganização dos Regionais, que agora são seis, e que participem ativamente das atividades que serão propostas. Conscientes de que nossa vida é um constante recomeço, terminamos esta breve exortação da mesma maneira que a iniciamos. Feliz 2020!

Frei César Külkamp

Frei Gustavo Medella

Ministro Provincial

Vigário Provincial

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COMUNICAÇÕES

J A N EIRO D E 2020

30ª Caminhada Penitencial Frei Bruno JOAÇABA – 8 DE MARÇO DE 2020


O Ano Novo está por vir, urgente é sonhar, Sonho de dias bem melhores que o ano findo, Sonhar também eu vou e um belo ano eu proponho, Vamos sonhar com esse ano bom, alegre e lindo. Dois mil e Vinte de esperança, uma canção! Quem dera que Jesus aqui nesse Brasil Nascesse, e assim peço a Ele uma certa exceção, Pra resolver nesse país problemas mil.. Jesus, em nós, nasce e nos dês uma Luz, Cristal, Teu Pai está na origem dessa Terra Santa.. Uma Cruz foi plantada no Monte Pascal. Vem, Jesus, dá-nos força para irmos a ti, Essa Lição ouvi de minha catequista: Tu já vieste um dia até nós, e eu aprendi.

Frei Walter Hugo de Almeida


//formação permanente

Mensagem do Santo Padre Francisco para a celebração do Dia Mundial da Paz 1º de janeiro de 2020 “A PAZ COMO CAMINHO DE ESPERANÇA: DIÁLOGO, RECONCILIAÇÃO E CONVERSÃO ECOLÓGICA”

1. A paz, caminho de esperança face

aos obstáculos e provações A paz é um bem precioso, objeto da nossa esperança; por ela aspira toda a humanidade. Depor esperança na paz é um comportamento humano que alberga uma tal tensão existencial, que o momento presente, às vezes até custoso, “pode ser vivido e aceito, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros dessa meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho”[1]. Assim, a esperança é a virtude que nos coloca a caminho, dá asas para continuar, mesmo quando os obstáculos parecem intransponíveis. A nossa comunidade humana traz, na memória e na carne, os sinais das guerras e conflitos que têm vindo a suceder-se, com crescente capacidade destruidora, afetando especialmente os mais pobres e frágeis. Há nações inteiras que não conseguem libertar-se das cadeias de exploração e corrupção que alimentam ódios e violências. A muitos homens e mulheres, crianças e idosos, ainda hoje se nega a dignidade, a integridade física, a liberdade – incluindo a liberdade religiosa –, a solidariedade comunitária, a esperança no futuro. Inúmeras vítimas inocentes carregam sobre si o tormento da humilhação e da exclusão, do luto e da injustiça, se não mesmo os traumas resultantes da opressão sistemática contra o seu povo e os seus entes queridos.

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COMUNICAÇÕES

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As terríveis provações dos conflitos civis e dos conflitos internacionais, agravadas muitas vezes por violências desalmadas, marcam prolongadamente o corpo e a alma da humanidade. Na realidade, toda a guerra se revela um fratricídio que destrói o próprio projeto de fraternidade, inscrito na vocação da família humana. Sabemos que, muitas vezes, a guerra começa pelo fato de não se suportar a diversidade do outro, que fomenta o desejo de posse e a vontade de domínio. Nasce, no coração do homem, a partir do egoísmo e do orgulho, do ódio que induz a destruir, a dar uma imagem negativa do outro, a excluí-lo e cancelá-lo. A guerra nutre-se com a perversão das relações, com as ambições hegemônicas, os abusos de poder, com o medo do outro e a diferença vista como obstáculo; e simultaneamente alimenta tudo isso. Como fiz notar durante a recente viagem ao Japão, é paradoxal que “o nosso mundo viva a dicotomia perversa de querer defender e garantir a estabilidade e a paz com base numa falsa segurança sustentada por uma mentalidade de medo e desconfiança, que acaba por envenenar as relações entre os povos e impedir a possibilidade de qualquer diálogo. A paz e a estabilidade internacional são incompatíveis com qualquer tentativa de as construir sobre o medo de mútua destruição ou sobre uma ameaça de aniquilação total. São possíveis só a partir de uma ética global de solidariedade e cooperação ao serviço de um futuro modelado pela interdependência e a corresponsabilidade na família humana inteira de hoje e de amanhã”[2]. Toda a situação de ameaça alimenta

a desconfiança e a retirada para dentro da própria condição. Desconfiança e medo aumentam a fragilidade das relações e o risco de violência, num círculo vicioso que nunca poderá levar a uma relação de paz. Neste sentido, a própria dissuasão nuclear só pode criar uma segurança ilusória. Por isso, não podemos pretender manter a estabilidade no mundo através do medo da aniquilação, num equilíbrio muito instável, pendente sobre o abismo nuclear e fechado dentro dos muros da indiferença, onde se tomam decisões socioeconômicas que abrem a estrada para os dramas do descarte do homem e da criação, em vez de nos guardarmos uns aos outros[3]. Então, como construir um caminho de paz e mútuo reconhecimento? Como romper a lógica morbosa da ameaça e do medo? Como quebrar a dinâmica de desconfiança atualmente prevalecente? Devemos procurar uma fraternidade real, baseada na origem comum de Deus e vivida no diálogo e na confiança mútua. O desejo de paz está profundamente inscrito no coração do homem e não devemos resignar-nos com nada de menos.

2. A paz, caminho de escuta baseado

na memória, solidariedade e fraternidade Os sobreviventes aos bombardeamentos atômicos de Hiroshima e Nagasáqui – denominados os hibakusha – contam-se entre aqueles que, hoje, mantêm viva a chama da consciência coletiva, testemunhando às sucessivas gerações o horror daquilo que aconteceu em agosto de 1945 e os sofrimentos indescritíveis que se seguiram até aos


formação permanente// dias de hoje. Assim, o seu testemunho aviva e preserva a memória das vítimas, para que a consciência humana se torne cada vez mais forte contra toda a vontade de domínio e destruição. “Não podemos permitir que as atuais e as novas gerações percam a memória do que aconteceu, aquela memória que é garantia e estímulo para construir um futuro mais justo e fraterno”[4]. Como eles, há muitos, em todas as partes do mundo, que oferecem às gerações futuras o serviço imprescindível da memória, que deve ser preservada não apenas para evitar que se voltem a cometer os mesmos erros ou se reproponham os esquemas ilusórios do passado, mas também para que a memória, fruto da experiência, constitua a raiz e sugira a vereda para as opções de paz presentes e futuras. Mais ainda, a memória é o horizonte da esperança: muitas vezes, na escuridão das guerras e dos conflitos, a lembrança mesmo de um pequeno gesto de solidariedade recebida pode inspirar opções corajosas e até heroicas, pode colocar em movimento novas energias e reacender nova esperança nos indivíduos e nas comunidades. Abrir e traçar um caminho de paz é um desafio muito complexo, pois os interesses em jogo, nas relações entre pessoas, comunidades e nações, são múltiplos e contraditórios. É preciso, antes de mais nada, fazer apelo à consciência moral e à vontade pessoal e política. Com efeito, a paz alcança-se no mais fundo do coração humano, e a vontade política deve ser incessantemente revigorada para abrir novos processos que reconciliem e unam pessoas e comunidades. O mundo não precisa de palavras vazias, mas de testemunhas convictas, artesãos da paz abertos ao diálogo sem exclusões nem manipulações. De fato, só se pode chegar verdadeiramente à paz quando houver um convicto diálogo de homens e mulheres que buscam a verdade mais além das ideologias e das diferentes opiniões. A paz é uma

construção que “deve estar constantemente a ser edificada”[5], um caminho que percorremos juntos procurando sempre o bem comum e comprometendo-nos a manter a palavra dada e a respeitar o direito. Na escuta mútua, podem crescer também o conhecimento e a estima do outro, até ao ponto de reconhecer no inimigo o rosto de um irmão. Por conseguinte, o processo de paz é um empenho que se prolonga no tempo. É um trabalho paciente de busca da verdade e da justiça, que honra a memória das vítimas e abre, passo a passo, para uma esperança comum, mais forte que a vingança. Num Estado de direito, a democracia pode ser um paradigma significativo deste processo, se estiver baseada na justiça e no compromisso de tutelar os direitos de cada um, especialmente se vulnerável ou marginalizado, na busca contínua da verdade[6]. Trata-se de uma construção social em contínua elaboração, para a qual cada um presta responsavelmente a própria contribuição, a todos os níveis da comunidade local, nacional e mundial. Como assinalava o Papa São Paulo VI, “a dupla aspiração – à igualdade e à participação – procura promover um tipo de sociedade democrática. (...). Isto, de per si, já diz bem qual a importância de uma educação para a vida em sociedade, em que, para além da informação sobre os direitos de cada um, seja recordado também o seu necessário correlativo: o reconhecimento dos deveres de cada um em relação aos outros. O sentido e a prática do dever são, por sua vez, condicionados pelo domínio de si mesmo, pela aceitação das responsabilidades e das limitações impostas ao exercício da liberdade do indivíduo ou do grupo”[7]. Pelo contrário, a fratura entre os membros de uma sociedade, o aumento das desigualdades sociais e a recusa de empregar os meios para um desenvolvimento humano integral colocam em perigo a prossecução do bem comum. Inversamente, o trabalho paciente, baseado na força da palavra e da verdade, pode despertar nas pessoas a capacida-

de de compaixão e solidariedade criativa. Na nossa experiência cristã, fazemos constantemente memória de Cristo, que deu a sua vida pela nossa reconciliação (cf. Rm 5, 6-11). A Igreja participa plenamente na busca de uma ordem justa, continuando a servir o bem comum e a alimentar a esperança da paz, através da transmissão dos valores cristãos, do ensinamento moral e das obras sociais e educacionais.

3. A paz, caminho de reconciliação na

comunhão fraterna A Bíblia, particularmente através da palavra dos profetas, chama as consciências e os povos à aliança de Deus com a humanidade. Trata-se de abandonar o desejo de dominar os outros e aprender a olhar-se mutuamente como pessoas, como filhos de Deus, como irmãos. O outro nunca há de ser circunscrito àquilo que pôde ter dito ou feito, mas deve ser considerado pela promessa que traz em si mesmo. Somente escolhendo a senda do respeito é que será possível romper a espiral da vingança e empreender o caminho da esperança. Guia-nos a passagem do Evangelho que reproduz o seguinte diálogo entre Pedro e Jesus: “Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?” Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete’” (Mt 18, 21-22). Este caminho de reconciliação convida-nos a encontrar no mais fundo do nosso coração a força do perdão e a capacidade de nos reconhecermos como irmãos e irmãs. Aprender a viver no perdão aumenta a nossa capacidade de nos tornarmos mulheres e homens de paz. O que é verdade em relação à paz na esfera social, é verdadeiro também no campo político e econômico, pois a questão da paz permeia todas as dimensões da vida comunitária: nunca haverá paz verdadeira, se não formos capazes de construir um sistema econômico mais justo. Como escreveu Bento XVI, “a vitória sobre o subdesenvolvimento exige que se atue não só sobre a meCOMUNICAÇÕES

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//formação permanente lhoria das transações fundadas sobre o intercâmbio, nem apenas sobre as transferências das estruturas assistenciais de natureza pública, mas sobretudo sobre a progressiva abertura, em contexto mundial, para formas de atividade econômica caraterizadas por quotas de gratuidade e de comunhão”[8].

4. A paz, caminho de conversão eco-

tro com o outro e à recepção do dom da criação, que reflete a beleza e a sabedoria do seu Artífice. De modo particular brotam daqui motivações profundas e um novo modo de habitar na casa comum, de convivermos uns e outros com as próprias diversidades, de celebrar e respeitar a vida recebida e partilhada, de nos preocuparmos com condições e modelos de sociedade que favoreçam o desabrochar e a permanência da vida no futuro, de desenvolver o bem comum de toda a família humana. Por conseguinte a conversão ecológica, a que apelamos, leva-nos a uma nova perspectiva sobre a vida, considerando a generosidade do Criador que nos deu a Terra e nos chama à jubilosa sobriedade da partilha. Esta conversão deve ser entendida de maneira integral, como uma transformação das relações que mantemos com as nossas irmãs e irmãos, com os outros seres vivos, com a criação na sua riquíssima variedade, com o Criador que é origem de toda a vida. Para o cristão, uma tal conversão exige “deixar emergir, nas relações com o mundo que o rodeia, todas as consequências do encontro com Jesus”[10].

lógica “Se às vezes uma má compreensão dos nossos princípios nos levou a justificar o abuso da natureza, ou o domínio despótico do ser humano sobre a criação, ou as guerras, a injustiça e a violência, nós, crentes, podemos reconhecer que então fomos infiéis ao tesouro de sabedoria que devíamos guardar”[9]. Vendo as consequências da nossa hostilidade contra os outros, da falta de respeito pela casa comum e da exploração abusiva dos recursos naturais – considerados como instrumentos úteis apenas para o lucro de hoje, sem respeito pelas comunidades locais, pelo bem comum e pela natureza –, precisamos de uma conversão ecológica. O Sínodo recente sobre a Amazônia impele-nos a dirigir, de forma renovada, o apelo em prol de uma relação pacífica entre as comunidades e a terra, entre o presente e a memória, entre as experiências e as esperanças. Este caminho de reconciliação inclui também escuta e contemplação do mundo que nos foi dado por Deus, para fazermos dele a nossa casa comum. De fato, os recursos naturais, as numerosas formas de vida e a própria Terra foram-nos confiados para ser “cultivados e guardados” (cf. Gn 2, 15) também para as gerações futuras, com a participação responsável e diligente de cada um. Além disso, temos necessidade de uma mudança nas convicções e na perspetiva, que nos abra mais ao encon-

ra O caminho da reconciliação requer paciência e confiança. Não se obtém a paz, se não a esperamos. Trata-se, antes de mais nada, de acreditar na possibilidade da paz, de crer que o outro tem a mesma necessidade de paz que nós. Nisto, pode-nos inspirar o amor de Deus por cada um de nós, amor libertador, ilimitado, gratuito, incansável. O medo é, frequentemente, fonte de conflito. Por isso, é importante ir além dos nossos temores humanos, reconhecendo-nos filhos necessitados diante

[1] Bento XVI, Carta enc. Spe salvi, 30 de novembro de 2007, 1. [2] Discurso sobre as armas nucleares, Nagasáqui – Parque “Atomic Bomb Hypocenter”, 24 de novembro de 2019. [3] Cf. Francisco, Homilia em Lampedusa, 8 de julho de 2013.

[4] Francisco, Discurso sobre a Paz, Hiroxima – Memorial da Paz, 24 de novembro de 2019. [5] C onc. Ecum. Vat. II, Const. past. Gaudium et spes, 78. [6] Cf. Bento XVI, Discurso aos dirigentes e membros das Associações Cristãs dos Trabalhadores Italianos (ACLI), 27 de janeiro de 2006.

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COMUNICAÇÕES

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5. O btém-se

tanto quanto se espe-

[11]

d’Aquele que nos ama e espera por nós, como o Pai do filho pródigo (cf. Lc 15, 11-24). A cultura do encontro entre irmãos e irmãs rompe com a cultura da ameaça. Torna cada encontro uma possibilidade e um dom do amor generoso de Deus. Faz-nos de guia para ultrapassarmos os limites dos nossos horizontes estreitos, procurando sempre viver a fraternidade universal, como filhos do único Pai celeste. Para os discípulos de Cristo, este caminho é apoiado também pelo sacramento da Reconciliação, concedido pelo Senhor para a remissão dos pecados dos batizados. Este sacramento da Igreja, que renova as pessoas e as comunidades, convida a manter o olhar fixo em Jesus, que reconciliou “todas as coisas, pacificando pelo sangue da sua cruz, tanto as que estão na terra como as que estão no céu” (Col 1, 20); e pede para depor toda a violência nos pensamentos, nas palavras e nas obras quer para com o próximo quer para com a criação. A graça de Deus Pai oferece-se como amor sem condições. Recebido o seu perdão, em Cristo, podemos colocar-nos a caminho para ir oferecê-lo aos homens e mulheres do nosso tempo. Dia após dia, o Espírito Santo sugere-nos atitudes e palavras para nos tornarmos artesãos de justiça e de paz. Que o Deus da paz nos abençoe e venha em nossa ajuda. Que Maria, Mãe do Príncipe da paz e Mãe de todos os povos da terra, nos acompanhe e apoie, passo a passo, no caminho da reconciliação. E que toda a pessoa que vem a este mundo possa conhecer uma existência de paz e desenvolver plenamente a promessa de amor e vida que traz em si. Vaticano, 8 de dezembro de 2019.

Franciscus [7] Carta ap. Octogesima adveniens, 14 de maio de 1971, 24. [8] Carta enc. Caritas in veritate, 29 de junho de 2009, 39. [9] Francisco, Carta enc. Laudato si’, 24 de maio de 2015, 200. [10] Ibid., 217. [11] Cf. São João da Cruz, Noite Escura, II, 21, 8.


formação permanente//

ORAÇÃO DO PAPA FRANCISCO À IMACULADA CONCEIÇÃO (aos pés do monumento a ela dedicado, situado na Praça de Espanha, no centro de Roma) Maria Imaculada, Reunimo-nos em torno a ti mais uma vez. Quanto mais caminhamos na vida aumenta cada vez mais a nossa gratidão a Deus por ter-nos dado como mãe a nós, que somos pecadores, Tu és Imaculada. Entre todos os seres humanos, tu és a única preservada do pecado, como mãe de Jesus Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Mas esse teu privilégio único foi dado a ti para o bem de todos nós, seus filhos. De fato, olhando para ti, vemos a vitória de Cristo, a vitória do amor de Deus sobre o mal: onde abundava o pecado, ou seja, no coração humano, a graça transbordou, pelo poder manso do sangue de Jesus. Tu, Mãe, nos lembra que, sim, somos pecadores, mas não somos mais escravos do pecado! O teu filho, com seu sacrifício, quebrou o domínio do mal, venceu o mundo. O teu coração narra a isso a todas as gerações tão claro quanto o céu onde o vento dissolveu todas as nuvens. E então tu nos lembra que não é a mesma coisa ser pecador e ser corrupto: é bem diferente. Uma coisa é cair, mas depois, arrependido, confessar-se e levantar-se com a ajuda da misericórdia de Deus. Outra coisa é a conivência hipócrita com o mal, a corrupção do coração, que é impecável por fora, mas por dentro está cheio de más intenções e egoísmos mesquinhos. A tua pureza límpida nos chama à sinceridade, à transparência, à simplicidade. Quanto precisamos ser libertados da corrupção do coração, que é o perigo mais grave! Isso nos parece impossível, estamos tão acostumados, e em vez disso está ao nosso alcance. Basta olhar para o teu sorriso de mãe, para a tua beleza incontaminada, sentir novamente que não fomos feitos para o mal, mas para o bem, para o amor, para Deus! Por isso, ó Virgem Maria, hoje eu confio a ti todos aqueles que nesta cidade e em todo o mundo, são oprimidos pela desconfiança, pelo desânimo por causa do pecado; aqueles que pensam que para eles não há mais esperança, que suas culpas são muitas e grandes demais, e que Deus não tem tempo a perder com eles.

Confio todos a ti, porque tu não és apenas mãe e, como tal, nunca deixa de amar teus filhos, mas tu és também a Imaculada, cheia de graça, e podes refletir dentro da escuridão mais profunda um raio da luz do Cristo ressuscitado. Ele, e somente Ele, quebra as correntes do mal, Liberta dos vícios mais implacáveis, Dissolve os laços mais criminosos, amolece os corações mais endurecidos. E se isso acontece dentro das pessoas, como a face da cidade muda! Nos pequenos gestos e nas grandes escolhas, os círculos viciosos tornam-se virtuosos pouco a pouco, a qualidade de vida se torna melhor e o clima social mais respirável. Obrigado, Mãe Imaculada, por nos lembrar que, pelo amor de Jesus Cristo, não somos mais escravos do pecado, mas livres, livres para amar, de nos querer bem, de nos ajudar como irmãos, mesmo que diferentes de nós. Obrigado porque, com a tua candura, nos encoraja a não ter vergonha do bem, mas do mal; nos ajuda a manter o maligno longe de nós, que com engano nos atrai para si, nos espirais da morte; nos dê a doce lembrança de que somos filhos de Deus, Pai de imensa bondade, fonte eterna de vida, beleza e amor. Amém.

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//formação permanente

Articulação Brasileira para a Economia de Francisco proposta do Papa Francisco de um encontro global para uma nova economia recebeu o nome de Economia de Francisco, que irá ocorrer de 26 a 28 de março de 2020, em Assis, Itália. O Papa Francisco convida jovens, economistas, empresários e transformadores a irem para Assis, para firmar um compromisso no espírito de São Francisco, com o objetivo de fazer a economia de hoje e amanhã justa, sustentável e inclusiva, sem deixar ninguém para trás. A Articulação Brasileira para a Economia de Francisco reunirá representantes no encontro em Assis, Itália, onde também será encaminhada uma carta firmando os apontamentos do Brasil para a Economia de Francisco.

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A ABEF, Articulação Brasileira para a Economia de Francisco, atendendo ao chamamento do Papa Francisco, está empenhada em reunir as forças dos movimentos sociais, atualmente desarticuladas, para o enfrentamento da atual conjuntura sócio-político-econômica. A proposta é conectar as várias experiências existentes no Brasil, que têm mostrado sucesso em geração de renda e produção sustentável e que podem ser a alternativa bastante viável para o combate da desigualdade cada vez mais acirrada. No mês de novembro último, de 18 a 19 de novembro, foi realizado um Encontro Nacional Para a Economia de Francisco, na PUC-SP.

Carta de Clara e Francisco - Direto do Brasil para o Encontro Mundial em Assis Um ponto de partida. Uma ponte, como as pontes que Santa Clara de Assis desejava construir. Direto do Brasil, em Encontro Nacional, iniciamos nossa Carta pelo significado do feminino para a mudança de paradigmas na economia. A Economia, substantivo feminino. Inspirados em Clara e Francisco, expressamos o desejo por uma profunda mudança no enfoque até então estabelecido para as relações econômicas. Olhar a economia do ponto de vista puramente material e produtivista só distorceu o sentido do bem-estar social, produzindo iniquidade e infelicidade. Queremos novos paradigmas: da competição para a colaboração; da exploração para a sus-

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COMUNICAÇÕES

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tentabilidade; da acumulação para a distribuição; do desequilíbrio nas relações entre pessoas e países para o comércio justo; do consumo desenfreado ao consumo consciente. Vivemos em uma época de profundas transformações. A começar pelas mudanças climáticas. E o tempo para reverter essas mudanças está se esgotando. Daí, a necessidade da noção de emergência histórica para alcançarmos esses novos paradigmas. A continuar com uma economia baseada no uso intensivo de carbono, caminharemos para o suicídio ecológico. “Há que mudar essa atitude perversa” de negacionismo sobre os efeitos das mudanças climáticas na vida do planeta, como bem aponta papa Francisco. Nossa proposta, de uma economia baseada no

feminino, na acolhida, no cuidado e no afeto, pressupõe uma transição radical nas formas de produção de energia, expressão de um profundo compromisso ético com as gerações que estão por vir. Como nos alerta Francisco: “As gerações futuras vão herdar um mundo grandemente deteriorado. Nossos filhos e netos não tem de pagar o preço da irresponsabilidade de nossa geração”. Pelos jovens, pelas crianças, pelo futuro dos animais e todos os seres que habitam o planeta, a Economia de Francisco só terá sentido se incorporar firmemente a decisão de manter os combustíveis fósseis no subsolo, reduzindo sua extração até serem plenamente substituídos. A natureza levou milhões de anos para transformar formas vivas em petróleo, capturando carbono e colocando-o no fundo


formação permanente// da terra; é ilógico, e criminoso, expeli-lo em menos de duzentos anos, quase que de uma só vez, em termos de tempo geológico. Essa desfaçatez está afetando irremediavelmente o equilíbrio do planeta. Resta apenas uma década para contermos o aquecimento global, aponta relatório da ONU, avalizado por toda a comunidade científica. Se ultrapassarmos o limite de 1,5 grau centígrado no aquecimento global, os efeitos serão catastróficos. Já estão sendo! As secas, as enchentes, as tormentas e os tornados. A tenebrosa tarde que se fez noite na cidade de São Paulo. O óleo betuminoso a tomar conta de nossas praias; da costa do Maranhão à foz do rio Doce, no norte do Espírito Santo, já adentrando pelo litoral sudeste do país. Rio Doce, o rio duplamente assassinado. Primeiro com lama da ganância das mineradoras. Agora com o óleo que vem do mar. Óleo que encarde praias, que mata peixes, tartarugas e mariscos. Óleo que impregna arrecifes e manguezais. Será que não basta para darmos um basta? Que tormentas mais estamos a esperar? Novos rios mortos? Novas barragens a interromper a vida? Mais água encardida despejada pelas chuvas? Mais fuligem a adentrar em nossas narinas? Mais cólera, asma, bronquite e febre amarela? E quando os rios secarem e os mares virarem deserto? E quando o ar arder ao entrar por nossas narinas? O que diremos aos nossos netos? O que os nossos netos dirão sobre nós? Nossa feminina Economia de Clara e Francisco tem como ponto de partida a produção de energias limpas, renováveis e distribuídas. A energia do sol, a energia dos ventos, e todas as energias boas que se pode descobrir a partir da ciência de boa ética. Queremos praticar o nosso Teko Porã, o “modo bom de viver na Casa” dos povos Guarani, nossos irmãos, que tanto tem a nos ensinar no cuidado de nossa morada e nossa mãe, a Mãe Terra, nossa dádiva.

Mas não basta apenas produzir energia limpa e renovável, há que produzir de nova forma, descentralizada, distribuindo conhecimento e permitindo que todos acessem aos avanços tecnológicos. Placas solares ou cataventos produzidos nas comunidades, pelas comunidades, iluminando e aquecendo casas, ruas, escolas e parques. A produção na escala da vida, produzida com justiça e equilíbrio. A lógica é a mesma para a produção de alimentos saudáveis, sem veneno, colhidos pela agricultura familiar ou em hortas urbanas. Ou a atividade industrial descentralizada e ecológica, sem resíduos, em cadeias curtas, aproximando produção de consumo. Essas formas colaborativas de produzir nos remetem a novas formas de economia. Economias no plural. A circular, a do cuidado, a camponesa, a familiar, a das mulheres, a da festa comunitária, a economia da comunhão. As economias digitais, do trabalho e dos conhecimentos livres. Economias solidárias e populares, criativas, colaborativas. Assim entendemos que têm que ser a base para a Economia de Clara e Francisco. Do coletivo, do comum. Daquilo que é de todos e que tem que ser repartido entre todos. Na Economia de Francisco não há lugar para a ganância, nem para acumulação infinita. Nem para bilionários. Sim, um mundo sem bilionários e megafortunas; porque, para acumular bilhões (de dinheiros) é necessário deixar outros bilhões (de vidas) sem nada. Quem for bilionário neste momento já poderia começar a repartir, por iniciativa própria, por consciência. Economia de Clara e Francisco pressupõe defender imposto sobre Grandes Fortunas, artigos de luxo e supérfluos. Os Estados deveriam começar cobrando quatro centavos a cada real que superarem riquezas absurdamente altas, em que o dinheiro, de tanto, é indiferente para a qualidade de vida de uma família, por mais luxos que deseje ter. Cinquenta milhões de reais seria um patamar mínimo razoável para começar a cobrança do imposto sobre grandes fortunas. Cobra-se tanto dos que têm tão pouco, daqueles que perderam tudo; quatro por cento sobre fortunas excessivas é até bem pouco para quem tem tanto. Mas que permi-

tirá um significativo aporte de recursos para uma vida mais humana. E taxações sobre lucros e dividendos, sobre o capital improdutivo, sobre o fluxo internacional das movimentações financeiras e paraísos fiscais. Uma taxa sobre os trilhões de ganâncias. Pensar novas formas de tributação, pensar em um mundo menos desigual é Economia de Francisco. Por isso compreendemos que ir da microeconomia à macroeconomia. E isso implica fortalecimento dos Estados e estruturas comunitárias, colaborativas, confederativas e multilaterais para a elaboração e aplicação de políticas públicas. Políticas públicas de qualidade, inventivas, universais. Todas as pessoas merecem, estejam em que canto do mundo for. A boa educação, a boa morada, a saúde integral, o tempo para o lazer, a cultura, o esporte, o direito à comunicação honesta, verdadeira e respeitosa. A livre circulação e mobilidade, o ar limpo, a boa água. O direito à dignidade, enfim. Dos humanos e dos nossos irmãos animais. As florestas também têm esse direito à dignidade, assim como as flores e todas plantas. E esse ambiente digno só poderá ser conquistado com democracia real. Do Brasil, reafirmamos a importância e necessidade de consolidação de propostas e experiências iniciadas por aqui, como o Orçamento Participativo e a Renda Básica da Cidadania, primeiro como Bolsa Família, mas que precisa avançar como Renda Universal. Também a educação dos jovens para a Ação Comunitária e Cidadã, com Agentes Jovens da Comunidade, algo que ainda não teve escala necessária, mas que já foi experimentado com bons resultados, como um aprendizado-serviço junto a organizações comunitárias. Há tantas, centenas de milhares de boas organizações comunitárias no Brasil; no mundo, milhões. Vamos valorizá-las transformando-as em potentes espaços de acolhida, aprendizado e experimentação para os jovens da Economia de Francisco. A Economia de Francisco começa fazendo o necessário; depois, o que é possível; até que, de repente, estaremos fazendo o impossível. Esse é o principal ensinamento de São Francisco de Assis: fazer o impossível a partir das coisas simples. COMUNICAÇÕES

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//formação permanente Partimos das ações simples, do real, de experiências bem-sucedidas, idealizadas e construídas no seio das comunidades brasileiras, de norte a sul do país, de leste a oeste, das montanhas às florestas, das favelas aos pequenos municípios, do litoral ao sertão, das grandes cidades às pequenas vilas e aldeias.

Em meio à escassez brotam as saídas e nasce a esperança

As moedas sociais, incentivando que as comunidades apliquem seus recursos nos negócios gerados na própria comunidade. Os bancos comunitários, a fiança solidária, potencializando pequenos empreendimentos na base da confiança, as compras coletivas. A experiência com a instalação de um milhão de cisternas no semiárido, melhorando a qualidade de vida das famílias em convívio com a seca. A agricultura familiar e camponesa, agroecológica, as agroflorestas. As cooperativas de produção, o cotrabalho, a revalorização dos ofícios e saberes tradicionais, atualizados nas formas contemporâneas possibilitadas pela cultura digital. Os pontos de Cultura, os coletivos de artistas, de jovens, de mulheres, de negras e negros, dos LGBT. A cultura quilombola, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais. A troca entre gerações. O ensaio de novos modelos de política e autogestão. Queremos que esses saberes e experiências, nascidos nas franjas, nas bordas do sistema hegemônico, deixem de ser considerados ações periféricas e passem para o centro do debate sobre economia e desenvolvimento. Joseph Stiglitz, no lançamento do chamado para o Congresso Economia de Francisco, em Assis, Itália, aponta que “o problema de certas formas de economia de mercado é que não colocam os mercados a serviço dos povos, mas, ao contrário, os povos a serviço dos mercados, e exacerbam o comportamento individualista”. Essa ideologia de mercado, agravada pelo neoliberalismo, está levando a humanidade ao suicídio. A caminho de Assis, entendemos que o maior sentido de nossa ação será “realmar a economia”, conforme palavras do papa Francisco. Queremos pensar e praticar a economia desde o

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comum, desde a cotidianidade da vida. Uma “economia com alma”, comunga as pessoas com todos os seres viventes na Terra, nossa Mãe. Medo, frustração e sofrimento, é o que uma economia sem alma, a economia consumista, tem imposto ao nosso tempo. Individualismo, consumismo, desprezo ao próximo, egoísmo, vulgaridade e superficialidade levarão o mundo à ruína e destruição. Timóteo, entre os primitivos cristãos, já apontava: “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”. O modelo econômico capitalista e produtivista, tal qual se apresenta em nossos tempos, se contrapõe ao cuidado da Casa Comum. As dimensões de nossa Casa são conhecidas e os recursos esgotáveis. É ilógico e incompatível a prevalência de um modelo econômico que prega a acumulação sem limites e a exploração infinita. É inaceitável um modelo econômico que pretende transformar a última gota de água limpa em líquido pútrido, transfazendo o humano em coisa. No caminho, nos somamos por Pacto Educativo. Compreendemos que é “fundamental trabalhar a partir da educação em sistemas alternativos que não tenham como premissa a ideia de idolatrar o dinheiro. Temos que buscar desenvolver programas e estudos em torno do conceito da economia circular, que contribuam para uma educação consciente da sustentabilidade ambiental, que requer devolver ao meio ambiente o que lhe é retirado” (Joseph Stiglitz). Afirmando nosso compromisso por uma Transformação Global, em uma Ecologia Integral, que tem por base cinco palavras, iniciadas em português pela letra E: Ética; Economia; Ecologia; Educação; Estética. Nossa ideia para o surgimento de um novo modelo para o mundo leva em conta de que não mais será “um ou outro”, mas “um e outro”. Um mundo em que caibam outros mundos. Em que a beleza sensível seja uma constante em nossas ações, harmonizando formas e cores, por uma educação transformadora, ecológica, nos orientando a novos modos de obtenção e utilização dos recursos necessá-

rios ao bem comum. Esse fluxo, para nós será a síntese ética para a Economia de Francisco. Uma economia que deve ser realizada com beleza e alegria, com arte e cultura. Uma economia com justiça e felicidade para todas e todos. Propugnamos por mudanças nos currículos dos cursos de economia, mas também pela mudança nos currículos de todos os cursos. Da educação infantil ao ensino superior, passando pela educação do trabalho. Realmar a Economia é alcançar uma educação integral para uma ecologia integral. É trocar os números frios do Produto Interno Bruto para os indicadores quentes da Felicidade Interna Bruta. “A alegria é a prova dos nove!”, disse o poeta brasileiro Oswald de Andrade. A Economia de Francisco, para dar certo, precisará ter como principal indicador: a alegria que ela irá proporcionar aos viventes desta abençoada província do universo. Somos muitos, apenas ainda não nos conhecemos e não nos unimos da forma necessária. Não há mais tempo a perder. Seremos milhões pela Economia de Francisco. Bela e radiante, Louvada sejas, com todas as suas criaturas. A Economia do irmão Sol e da irmã Lua com as estrelas Louvada sejas, pelo irmão vento, pelo ar ou nublado. Serena, às tuas criaturas dará sustento. Útil e humilde, saciará nossa sede. Os frutos diversos, as coloridas flores e ervas, Todos somos filhos de nossa mãe Terra. Louvai e bendizei a meu Senhor, E dai-lhe graças! A Economia de Francisco, inspirada no Cântico das Criaturas, está chegando e nos unimos a ela! São Paulo, 19 de novembro de 2019 Teatro de Arena (Tucarena) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) Subscrevem: I Encontro Nacional pela Economia de Francisco Articulação Brasileira pela Economia de Francisco


formação permanente// ENTREVISTA

O novo desafio de Frei Jeâ m 2020, invertem-se os papéis na Sede Provincial e no Postulantado Frei Galvão. Frei Jeâ Paulo Andrade, que foi mestre dos postulantes desde 2016, assumirá a Secretaria Provincial, no lugar de Frei Walter de Carvalho Júnior, que por sua vez, assume a função de mestre dos postulantes. Para Frei Jeâ, aos 33 anos, será desafiador a nova missão, “mas a desestruturação daquilo que já é conhecido e cômodo só faz bem”. Catarinense de Imbuia, Frei Jeâ nasceu no dia 21 de julho de 1986 e vestiu o hábito franciscano no dia 8 de janeiro de 2005. Fez a profissão solene na Ordem dos Frades Menores em 2 de outubro de 2010 e foi ordenado presbítero no dia 6 de julho de 2013.

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Comunicações - Quais suas expectativas para esta nova missão de secretário provincial? Frei Jeâ - Tenho pensado bastante nos desafios que esse novo serviço vai exigir. Ainda durante o Capítulo Provincial de 2018 fui consultado sobre a possibilidade de assumir a secretaria. Embora na época achasse que o natural seria permanecer mais um triênio trabalhando na formação, disse na hora que sim. Penso que esse ano de transição foi importante para amadurecer melhor a ideia e preparar o caminho. O contato ao longo do ano com alguns trabalhos na Sede ajudou a assumir agora com mais segurança. Será desafiador, mas a desestruturação daquilo que já é conhecido e cômodo só faz bem. Comunicações - Qual é o papel do secretário para você? Frei Jeâ - Parece meio óbvio, mais vou continuar sendo frade. E isso é o mais importante. Tendo consciência de que se é religioso, não muda muito o trabalho que se exerce. A consagração vai estar sempre em primeiro lugar. Às

vezes o trabalho/função tem mais relevância que a profissão religiosa. Muitos conflitos na instituição derivam do esquecimento de que antes de tudo se é frade. Consciente disso, trabalhar na missão em Angola, numa paróquia do interior ou num escritório em São Paulo não muda nada. Importa o espírito com que se realiza o serviço. Acho que de um secretário provincial se espera senso prático pra encaminhar situações com agilidade, boa organização pra não se perder no meio dos muitos documentos e arquivos e discrição no trato de assuntos particulares.

Comunicações - Como foi sua experiência como formador? Frei Jeâ - Ao menos pra mim foi muito boa. Foi um período de muito autoconhecimento. O contato diário e próximo com os formandos ajuda nisso. Você pensa bastante nas suas próprias motivações, por conta da caminhada e confronto com eles. Me deixei tocar pela experiência de vida de cada postulante. Cada ano que se encerra e cada turma que se despede é um vazio que fica e um novo recomeço que precisa ser feito. Me sinto feliz pela convivência próxima com cada um. É difícil lidar com problemas fraternos das turmas e precisar ajudar a resolver conflitos nem sempre é simples; corrigir ou despedir alguém, nem se fala. Vinha sofrendo menos com isso nos últimos tempos. Mas faz parte do serviço assumido. Aprendi a gostar de estudar nesse tempo na formação também. Você se auto impõe a necessidade de se atualizar. Li muito sobre psicologia, filosofia e espiritualidade. Diria que agora que me sinto preparado para assumir a missão de formador, sigo em frente. Comunicações - Desde que professou solenemente na

Ordem Franciscana, qual foi sua caminhada como frade? Frei Jeâ - Já tive ricas experiências de paróquia, pastoral, atendimento conventual e como formador. Em menos de dez anos de profissão solene eu tenho a graça de uma quarta transferência. As fraternidades e frades com quem convivi sempre foram muito bons. Lembro de um conselho do Frei Dionísio Morás, em Concórdia, de que não deveria me cobrar demais porque não iria salvar o mundo sozinho. No início você acha que pode fazer tudo e quer resolver todas as situações. Assume até compromissos demais. Com o tempo você vai aprendendo a priorizar mais a vida de oração e a vida fraterna. Atualmente posso dizer que me sinto plenamente realizado com a vida que me foi dada. Acho que sou privilegiado, sem merecer.

Comunicações - Que conselhos daria para o novo mestre de postulantes? Frei Jeâ - Aprendi com a experiência que o voluntarismo não é o suficiente; o preparo cotidiano, o estudo pessoal, a escuta de experiências passadas, o seguimento das diretrizes são fundamentais para manter o equilíbrio e o bom andamento da caminhada formativa. Exceto em questões de foro íntimo, a transparência completa, com os formandos e a equipe formativa, é uma forma de segurança para si e garantia de estabilidade para todos. Penso que o fundamental é estar junto, conviver. COMUNICAÇÕES

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Jubil eu s

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Júbilo no encontro de centenária Igreja do Sagrado, em Petrópolis (RJ), reuniu no dia 6 de dezembro) duas gerações de frades da Província da Imaculada Conceição durante a Eucaristia de Ação de Graças, às 10 horas. De um lado, os frades que celebram seus jubileus de vida religiosa e sacerdotal. Alguns fazem o primeiro jubileu de 25 anos e outros já têm uma longa caminhada com mais de 60 anos. A outra geração de jovens frades renovou os votos como professos temporários no tempo da Teologia. Júbilo foi a palavra mais empregada pelo Ministro Provincial, Frei César Küllkamp, que presidiu a Eucaristia tendo como concelebrantes o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, e o

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guardião Frei Jorge Paulo Schiavini. Esta celebração encerrou o encontro dos jubilandos, que começou no dia 4 com os frades presentes de vida religiosa de 65, 60, 50 e 25 anos e frades de 60, 50 e 25 anos no sacerdócio. Uma Celebração especial foi realizada no dia 9 de dezembro, na Fraternidade São Francisco de Assis de Bragança Paulista (SP) para os frades mais idosos. Outros frades idosos, enfermos e que moram distante não puderam estar presentes em Petrópolis e celebrarão com suas comunidades. Segundo o Ministro Provincial, a palavra júbilo vem do hebraico yovel e sua primeira referência é ao chifre de carneiro que servia como instrumento sonoro para anunciar o início de um

tempo especial, tempo de alegria. “Jubilar-se é alegrar-se em Deus, louvando-O com entusiasmo e gratidão”, disse. A alegria jubilar brota, segundo o Ministro Provincial, de uma autêntica proximidade com o Senhor em quem, conforme nos garante o profeta Isaías, “os humildes aumentarão sua alegria e os mais pobres dos homens se rejubilarão” (Is 29,19). “Humildade e pobreza: eis aqui duas virtudes que se complementam como fundamento da autêntica alegria”, acrescentou. “A primeira é caminho que Francisco se dispõe a percorrer quando se descobre um pecador infinitamente amado por Deus. É a consciência que adquire em torno da centralidade


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Renovação

dos

Votos

duas gerações de frades do Sumo Bem em sua vida. É a graça de encontrar no despojamento da Encarnação do Filho um gesto de proximidade e doação da parte do Pai. E, por isso, o Seráfico Pai não cessa de exaltá-lo, como o faz no texto dos Louvores a Deus Altíssimo: ‘Vós sois a Humildade’”, explicou. Segundo o celebrante, graças a esta humildade sublime, os dois cegos de quem o Evangelho de hoje fala tiveram a ousadia de se aproximar de Jesus com seu grito de socorro: “Tem piedade de nós, Filho de Davi!” (Cf. Mt 9, 27b). “Sabiam que jamais seriam ignorados e, pela fé, tinham a certeza de que poderiam contar com a compaixão do Senhor”, acrescentou.

“Estimados irmãos, também nós podemos ser ousados para nos aproximar de Jesus. A humildade de Deus é para nós segurança de que Ele está disposto a nos livrar de todas as cegueiras que podem nos acometer, desde o desencantamento e o desânimo, passando pelo orgulho, pelo egoísmo e pela prepotência. Por outro lado, livres destes condicionamentos, ao abraçarmos com entusiasmo a humildade que o Senhor nos ensina, seremos também fonte de confiança e inspiração para aqueles que de nós se aproximam pedindo um abraço, uma palavra amiga, um minuto de atenção, uma ajuda material. A medida de nossa verdadeira humildade será a medida da confiança e da credibilidaCOMUNICAÇÕES

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de que o Povo de Deus depositará em nós”, destacou. A segunda virtude, a pobreza, foi abraçada por Francisco como caminho da vida evangélica. “A instrução que Jesus apresenta aos apóstolos, que não levassem nada pelo caminho e que vivessem do necessário, Francisco abraça para si e depois prescreve para seus frades como modo mais inteligente e viável de viver na fidelidade o seguimento a Jesus Cristo. Contemplando na Oração o Filho de Deus que se fez pobre e sua Mãe pobrezinha, o Pobre de Assis não teve dúvidas de que esta era a via que devia assumir como seu ‘casamento dos sonhos’: a coragem de desposar a ‘Dama Pobreza’”, recordou Frei César. “De Francisco, estimados irmãos, devemos herdar este propósito fundante de nossa forma de vida. Não se trata de romantizar a miséria e a carência que são causadas pela ganância humana e pela acumulação de muito nas mãos de poucos. Ao contrário: significa adotar um estilo

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de vida sóbrio, simples e solidário que possua eloquência profética contra toda idolatria aos bens e os rastros de morte e sofrimento que esta idolatria tem produzido. Na qualidade de penitentes, precisamos também reconhecer a força de sedução que os bens exercem em nossa sociedade e o quanto também nós podemos ser seduzidos por estas ilusões efêmeras. Para vencê-las, o caminho deve ser o da fidelidade criativa aos bens que decidimos abraçar e que Francisco nos apresenta como tesouro valoroso a ser protegido, conforme aparece na Regra não Bulada: ‘Guardemos a pobreza, a humildade e o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo’ (Cf. RnB 12,3)”, comentou. Segundo Frei César, alegria, ousadia, confiança e gratidão são os sentimentos que, hoje ‘pela graça de Deus’, os confrades jubilandos e os que renovam os votos despertam em seus irmãos da Província e de todos os que fazem parte das suas histórias. “Muito obrigado pelo seu ‘Sim’ generoso!”, enfatizou.

“Que o Sumo Bem por quem Francisco doou a sua vida os mantenha perseverantes no caminho da humildade e da pobreza e que o testemunho de vocês seja o Evangelho vivo a tocar os corações daqueles que o Senhor os confiar. Jamais deixem de agradecer ao Altíssimo pelos bens que diariamente Ele realiza em suas vidas e, com toda confiança, façam seus os desejos expressos pelo Salmo proclamado na liturgia de hoje: ‘Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isso que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo’. (Sl 26). Deus os abençoe!”, completou. Logo depois da homilia, Frei César começou o rito da renovação dos votos como religiosos franciscanos dizendo: “Vocês, em espírito de alegria e agradecimento, celebram hoje 25, 50 e 60 e até mais anos de vida consagrada a Deus. Ele tem sido generoso para com vocês. É graça sobre graça que vocês recebem. Por isso, com ale-


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gria renovada, são chamados a bendizer o Deus da misericórdia que fez de vocês seus eleitos e consagrados e lhes deu da abundância de seu coração. E para que suas vidas sejam cada vez mais incorporadas à vida Daquele que foi e é a razão de nossos passos, convido-os a depositarem-se a si próprios nas mãos Daquele em quem sempre confiaram, e a renovarem,

assim, os seus votos, com o apoio de nossas orações e nosso amor fraterno”. Todos responderam pedindo a Deus a graça da perseverança até o fim e dos irmãos a ajuda necessária para acolher com alegria. O compromisso sacerdotal foi pedido para ser renovado por Frei César na disposição de fidelidade e de entrega. Os frades responderam: “Senhor, na alegria do sacerdócio, quero prometer de novo, com o mesmo ardor de todos os dias, imbuir-me do espírito do vosso amor e da vossa bondade”. Frei Geraldo Hagedorn é o ‘sênior’ dessa turma e celebrou aqui 65 anos de vida religiosa e 60 de sacerdócio. Nos 60 anos de profissão, renderam graças a Deus pela vocação Frei Almir Guimarães, Frei Ludovico Garmus, Frei Ary Pintarelli e Frei José Ariovaldo da Silva. Nos 50 anos, Frei Luiz Iakovacs; e, fazendo o primeiro jubileu: Frei Fábio César Gomes e Frei Paulo César Borges. Nos jubileus de sacerdócio, Frei Estêvão Ottenbreit veio de Roma para celebrar com seu confrade de turma, Frei Marcos Hollmann, 50 anos de

serviço ministerial e Frei Walter Ferreira Jr. renovou seu compromisso de vida sacerdotal depois de 25 anos. Frei César, em seguida, acolheu a renovação dos votos de nove frades professos temporários do tempo de Teologia e rendeu graças a Deus pelo encerramento das atividades acadêmicas no ano. O mestre dos frades estudantes de Teologia, Frei Marcos Andrade, chamou a cada um pelo nome - Frei Augusto Luiz Gabriel; Frei Crisóstomo Pinto Ngala (FIMDA); Frei David Belinelli; Frei Douglas da Silva; Frei Heberti Senra Inácio; Frei Honorato Salvador Gaspar Gabriel (FIMDA); Frei Leandro Ferreira Silva; Frei Tiago Gomes Elias e Frei Marcos Schwengber - para se aproximarem do altar diante do Ministro Provincial e renovarem os votos de pobreza, obediência e castidade. No final, Frei César agradeceu a Fraternidade do Sagrado, que “sempre acolhe muito bem a todos”, aos fiéis e amigos que vieram da Baixada Fluminense, aos religiosos e religiosas presentes e à Ordem Franciscana Secular. COMUNICAÇÕES

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Canarinhos cantam e encantam os jubilandos o dia 5, os jubilandos ganharam um belo presente: um Concerto Especial no Instituto Meninos Cantores de Petrópolis, reunindo os Corais dos Meninos e das Meninas dos Canarinhos. O Ministro Provincial, Frei César Külkamp, explicou para os alunos do Instituto dos Canarinhos quem eram esses frades. “Uma alegria grande para nós, frades, estarmos aqui, porque essa instituição nasceu dentro da casa dos frades e permaneceu para sempre no coração dos frades até os dias de hoje. Talvez não se veja tantos frades, mas essa convivência é sempre muita intensa. Nós, frades, estamos aqui esses dias celebrando tempos de vida franciscana, que nós chamamos de jubileus. Alguns frades estão fazendo 25 anos de vida franciscana, outros 50, outros 60, alguns 25, 50 de vida sacerdotal etc. Nós costumamos, a cada ano, celebrarmos juntos como frades. É uma das formas de agradecimento a Deus pelo dom da vida, da vocação e do serviço”, explicou Frei César, que junto com o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, estão

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acompanhando e conduzindo este encontro. Segundo Frei César, também a cada ano a Província escolhe um lugar diferente para celebrar este momento. “Desta vez celebramos em Petrópolis, porque todos os frades passaram por Petrópolis (onde está o Instituto Franciscano de Teologia) e vários deles foram também cantores dos Canarinhos”, acrescentou, lembrando que no passado as vozes de tenor e baixo eram feitas pelos frades. “Alguns deles fizeram parte do coral e alguns estudaram um pouco mais de música no Instituto. Frei Medella foi canarinho desde criança e vários outros de nós participamos por um tempo do Coral. Eu tive a alegria e a graça de ficar aqui por nove anos, participar também do trabalho do Colégio e depois, morando novamente aqui, estar também ligado ao Coral e à Escola de Música como presidente da instituição por mais de 3 anos”, contou o Provincial. Ele pediu a cada frade que se apresentasse para os alunos e falasse do seu jubileu. Frei Ary Pintarelli, celebrando 60 anos de vida religiosa, contou

que se dedicou quatro anos aos estudos de canto gregoriano e, quando estava se formando, o canto gregoriano foi abolido da liturgia. Já Frei Almir Guimarães, também de 60 anos de profissão, apresentou-se como filho da bela Petrópolis e ganhou a simpatia da garotada. Ele explicou como se faz a profissão religiosa. Frei César agradeceu a todos e lembrou o quanto os frades têm de estima e proximidade por este trabalho dos Meninos Cantores. Frei Marcos Andrade, diretor do IMCP, fez um resumo do trabalho que é feito no Instituto. “São 60 meninos e 55 meninas e ainda temos 24 alunos aprendizes que estão se preparando para entrarem nos dois corais no próximo ano. Além dos dois prédios do Instituto, ainda temos um Conservatório de Música com 106 alunos. E de todos esses alunos dos corais, 45% vêm de escolas públicas. Não estudam aqui no Colégio Bom Jesus. Neste trabalho social, todos eles que estudam aqui e fazem parte dos corais têm estudo gratuito de música, formação musical, formação humana e formação franciscana”, explicou de Frei Marcos, que


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Frei Jorge e Frei Alan

é também o mestre dos estudantes do Tempo de Teologia na Fraternidade do Sagrado. “Somos em três frades: Eu, Frei Alan Leal de Mattos e Frei Jorge Lisot; Marco Aurélio Lischt é o diretor artístico e maestro do Coral dos Meninos, e Marcelo Vizani, o regente do Coral das Meninas. Rose Melo Vogel Lischt dos Santos é a diretora administrativa. “Penso que para os frades não preciso contar a história dessa instituição que tem 77 anos”, disse Frei Marcos, apresentando um vídeo com peças dos concertos realizados nos dois últimos anos. Segundo Frei Marcos, as atividades desses corais é cantar a Missa das 10 horas, aos domingos, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, levar evangelização através da música e também realizar concertos no país e no exterior. “Neste ano fizemos uma série de concertos espirituais com temáticas como a Quaresma, Mês da Bíblia, Mês de Maria, São Francisco, Concerto de Finados - é o quarto ano que estamos realizando - e Concerto de Natal, para citar alguns”, contou o frade. O ex-Ministro Provincial e hoje guardião da Fraternidade do Antonianum de Roma, Frei Estêvão Ottenbreit, veio ao Brasil para participar do encontro e se encantou com a apresentação dos corais. “A gente constata hoje em dia, cada vez mais, uma indiferença quando o assunto é religioso. Eu acho

que justamente essa via da Pulchritudinis, a via da beleza, do canto, da arte, é que ainda é capaz de atingir o coração humano e transmitir uma mensagem religiosa. A esse respeito, eu acho muito importante o cultivo da arte justamente como vínculo da evangelização. Em muitas situações é o único caminho para ainda ser ouvido e ainda poder transmitir uma mensagem. E Deus é belo. Não é só verdade, não é só bondade. É beleza!”, definiu. Depois da visita ao Instituto, os frades foram conhecer as instalações do Instituto Teológico Franciscano, fundado em 1899, entre elas a menina dos olhos da instituição: a biblioteca, uma das melhores do gênero na América Latina, contando atualmente com mais de 76.100 volumes e 542 periódicos impressos. Durante esses dias, os frades receberam três perguntas para partilhar um pouco de sua vida nesses jubileus: Que experiência de profecia, proximidade e esperança você gostaria de partilhar por ocasião de seu jubileu? De que maneira podemos nos manter proféticos, próximos e esperançosos com o passar dos anos? Elenque três razões principais pelas quais você gostaria de maneira especial render graças a Deus por ocasião de seu jubileu?

Frei Roger Strapazzon (fotos) Moacir Beggo (textos) COMUNICAÇÕES

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Regional e Jubileus

“A luminosidade de vocês nos festa dos Jubileus dos frades da Província da Imaculada Conceição, que começou na Fraternidade do Sagrado em Petrópolis (RJ), no dia 4 de dezembro, estendeu-se para a Fraternidade São Francisco de Assis, em Bragança Paulista no dia 9 de dezembro, onde os frades idosos e enfermos celebraram seus jubileus de vida religiosa e sacerdotal durante Celebração Eucarística realizada em um salão mais espaçoso da residência para acolher todos os frades, já que este dia marcou o encerramento festivo das atividades dos Regionais de São Paulo da Província da Imaculada Conceição. Frei Carlos José Körber, o guardião

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da Fraternidade, acolheu a todos às 10 horas e falou da alegria de reuni-los na celebração e no almoço festivo encerrando as atividades deste Regional. O Ministro Provincial, Frei César Külkamp, presidiu a Santa Missa nesta Casa que acolhe todos os idosos e enfermos da Província, tendo como concelebrantes, além de Frei Carlos, o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella; e o Definidor do Regional, Frei Mário Tagliari. Entre os frades presentes, o ex-Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, agora moderador da Formação Permanente, o Reitor da Universidade São Francisco (USF), Frei Gilberto Garcia; Frei Hans Stappel, da Fazenda Esperança


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em Bragança

enche de esperança e alegria” e colaboradores da Universidade e da Fraternidade. Um total de 69 frades estiveram presentes. Liturgicamente, foi tomada a Missa da Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, Padroeira da Província, celebrada no dia anterior. Ao redor dos celebrantes estavam os jubilandos: Frei Olavo Seifert, 78 anos de vida religiosa; Frei Ciríaco Tokarski, 75 anos; Frei Juvenal Sansão, 71 anos; Frei Floriano Surian, 70 anos. Frei Olavo, que em agosto passado completou 100 anos de vida, celebrou 73 anos de ministério sacerdotal. Foi ele que fez a proclamação do Evangelho, com extrema lucidez e clareza. Frei Juvenal Sansão celebrou

65 anos; Frei Marcos Hollmann, 50 anos; e Frei Adalim Uber, 25 anos. Na sua homilia, Frei César partiu do ‘sim’ de Maria ao projeto de Deus (Lc 1,26-38) para traçar paralelos com a vida consagrada nesta celebração dos jubileus. Segundo Frei César, Maria se entrega a esse projeto mesmo que ele seja desconhecido, seja assustador. “Essa atitude nasce da fé, de acreditar, de se colocar nos braços Daquele que lhe faz essa companhia”, observou. O Ministro Provincial lembrou que o Concílio Vaticano II já apresentava Maria como modelo de Igreja. “Nós hoje, que estamos celebrando em Fraternidade e com júbilo a alegria

da vida consagrada, da vida entregue através dos diversos serviços - também o serviço ministerial ordenado -, buscamos em Maria um modelo da própria consagração. Queremos também encontrar nela esse modelo de consagração: aquela que se consagra a ser mãe, a ser filha de Deus e a ser esposa do Espírito Santo. Por isso, habita essa plenitude, essa grandeza de Deus, que se faz misericórdia tão abundante”, explicou. “E que nós sejamos esses consagrados, esses cristãos, de corações e braços abertos a todos aqueles que chegam até cada um de nós. Sejamos consagrados, sejamos Igreja que COMUNICAÇÕES

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proclama a grandeza e a misericórdia de Deus também nas nossas vidas, nas nossas ações, sendo sinal também de esperança a todos aqueles que padecem, que sofrem com todas as consequências da maldade presente no mundo. Consagrados e cristãos que sabem dizer ‘sim’ ao projeto de Deus, àquilo que nós professamos como obediência, uma obediência criativa a esse plano de amor. Nós não temos respostas para tudo, não somos perfeitos no conhecimento de todas as coisas e, por isso, somos também à imagem de Maria, convidados a uma atitude de diálogo, a buscar

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conhecer o que é o bem. E o bem está naquilo que é diferente de nós, das nossas opções. É o que Maria também nos ensina ao saber tudo o que iria acontecer com ela. Ela se abre ao diálogo com o anjo enviado por Deus”, acrescentou. “Queremos a humildade de quem escuta, de quem aprende tudo do Senhor, para que possamos então, com nossa vida, feita instrumento, comunicar essa graça de Deus, esse mesmo Evangelho, tornando-nos, acima de tudo, instrumentos carnais dessa graça de Deus”, exortou. Frei César convidou os frades a serem “Igreja contemplativa em missão”


formação permanente// - expressão muito usada nos fóruns da Ordem Franciscana - porque hoje “celebramos esse mistério tão grande da obra-prima realizada em Maria e da obra magnífica de Deus”, realizada na vida de cada irmão, de cada irmã, da nossa fraternidade humana. “Nós contemplamos esse mistério e, ao contemplar esse mistério, nós também participamos dele. Assumimos como nosso ideal, nossa vida, aquilo que conduz, que configura a nossa própria existência e a nossa própria consagração. E queremos que isso se torne também elemento muito forte no nosso serviço, no nosso modo de servir e de estar presente nesse mundo com sinais de maldade, mas procurando fazer brilhar aquela luz, que já lá do Gênesis, brilhou na esperança dessa mulher que vivia para superar o mal. E ao contemplar o mistério desse imenso privilégio na vida de Maria, que se torne um pouco mais realidade para que a nossa vida, a nossa consagração, seja também um sinal luminoso de esperança no mundo em que nós vivemos”, salientou. Frei César lembrou as celebrações dos jubileus em Petrópolis como um momento muito rico de ações de graças, onde durante três dias foram feitas partilhas de vida, de conhecimentos, de experiências e que continuaram aqui também na vida, nos serviços de nossos irmãos “até um pouco mais à nossa frente”. “Não é Frei Olavo? 78 anos de vida franciscana! 73 anos de sacerdócio! Não dá para a gente imaginar todo esse tempo”, disse, dirigindo-se ao frade mais idoso da Província. “Gostaria, então, de em nome de todos os confrades de nossa Província, de todas aquelas pessoas que participam de nossa missão, de agradecer a cada um de vocês que hoje celebram o seu jubileu. Agradecer pelo ‘sim’ generoso, à imagem do ‘sim’ de Maria, que se entregou também à missão que Deus lhe ofereceu. Assim também, cada um de vocês soube dar um ‘sim’ uma vez, mas que foi continuado ao longo da vida. Muito obrigado pela presença de vocês, que também são um ponto de muita luminosidade e enchem a vida de todos nós que estamos caminhando atrás, de muita esperança, de muita alegria de que Deus também realiza as suas maravilhas, a sua salvação, na vida de cada um de nós. Muito obrigado. Deus abençoe a todos”, concluiu. No almoço de confraternização, Frei Vitorio Mazzuco, chamou os aniversariantes do mês, especialmente Frei Leonir Ansolin, que fez aniversário neste dia. Lembrou que ele e Frei Aladim Uber são símbolos de resistência. “Eles mostram para nós que saúde não é ausência de sintoma e que saúde não é contrário de doença. Saúde é fazer o que o corpo e o coração pedem. A vida de nossos frades é uma história e um arquétipo para nós. Isso é muito importante”, disse, numa referência à luta que os dois travam para superar problemas de saúde.

Moacir Beggo COMUNICAÇÕES

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Antes da renovação, frades do tempo da Teologia fazem retiro e 1º a 4 de dezembro, os frades do tempo da Teologia, que residem e estudam em Petrópolis (RJ), estiveram reunidos para a realização do retiro anual. O pregador, Frei João Carlos Karling, atual secretário da Província São Francisco de Assis, do Rio Grande do Sul (RS), conduziu com leveza este tempo de recolhimento, aprendizado, oração e ação de graças pelo término de mais um ano formativo e letivo. Esse encontro terminou no dia 4 de dezembro, às Frei João Carlos Karling 18 horas, com a Santa Missa, presidida pelo Vigário Provincial, Frei Gustavo No 4º, a semente feita oferta; No 5º, Medella, que abriu também as Celea semente restituída e, no 6º passo, a semente sempre concebida. Ao final brações dos Jubileus da Província. de cada reflexão, Frei João apresentou A dinâmica utilizada por Frei João textos do Sumo Pontífice, lançando Carlos foi feita através de dois enconsempre a pergunta: “E nós, com o tros diários, com explanações a partir Papa Francisco?”. Questionamento de textos previamente preparados que fez referência ao compromisso por ele, e também de momentos de e desafio de estar em todo tempo oração, confraternização e convivênem comunhão com a Igreja, Ordem cia. O pregador utilizou uma metoFranciscana e Província. dologia a partir de seis passos. Todos Desta forma, cada encontro em torno da temática da semente. contou com a concretização de um Sendo assim, no 1º passo, os frades passo. Por várias vezes, Frei João estudantes refletiram sobre a semenincentivou que, nos momentos inte no campo; No 2º, sobre a semente no caminho; No 3º, semente e vida; tensos de oração, os frades partilhas-

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sem a quem gostariam de rezar, fazendo referência à importância de sair de uma consciência isolada. Para ele, é necessário aceitar perder tempo com o Senhor e ser campo de experiência do Espírito Santo. “A Palavra de Deus está no centro de nosso retiro, como protagonista do mesmo. Não somos nós os protagonistas, com os nossos esforços e as nossas boas ou medíocres disposições, mas sim ‘o Espírito do Senhor e a sua santa operação’ (RB V). A nós, cabe tornar-nos abertos e dóceis à sua ação. O retiro é sempre um evento do Espírito”, ensinou o pregador. Já na Celebração Eucarística, Frei Gustavo disse que a esperança tem sentido quando nós sabemos a direção para a qual caminhamos e com quem caminhamos. “Por isso, com toda razão e justiça, nós podemos, devemos e queremos manter firmes a nossa esperança em Cristo. Caminhando como Ele e para a construção do seu Reino. Tendo esse sentido na base para a nossa vida”, completou.

Frei Augusto Luiz Gabriel


formação e estudos//

Professos temporários de Angola renovam os votos a solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, Padroeira da Ordem Franciscana, da Província e da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, os frades de profissão temporária das quatro turmas de Filosofia e, junto com Frei Jonas Ribeiro da Silva, que está no ano missionário/franciscano, renovaram o seu “sim” a Deus e aos irmãos, a exemplo de Maria, nas mãos de Frei António Boaventura Zovo Baza, delegado do Ministro Provincial, Frei César Külkamp, e de toda a Fraternidade, de viverem por mais um ano os conselhos evangélicos. A cerimônia, às 12h30, ocorreu na capela do Convento São Francisco de Assis, no bairro de Palanca. Contou com a presença de confrades das Fraternidades adjacentes, irmãs de diferentes congregações religiosas que vivem no território da Paróquia São Lucas e as mamãs da Paróquia. Presidiu a celebração Frei António Baza, presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola,

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tendo como concelebrantes Frei João Baptista Chilunda Canjenjenga, guardião da Fraternidade, e Frei João Alberto Bunga, mestre dos professos temporários. O retiro preparatório foi realizado de 29 a 1º dezembro na casa dos Pobres Servos da Divina Providência-Calabrianos, com a orientação do mestre dos noviços, Frei Marco Antônio dos Santos. Cerca de 27 frades de diferentes anos de profissão, se reuniram para refletir o tema:

“Fraternidade em Missão num mundo que muda”, texto do ex-Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Giacomo Bini.

Frei Abel Nganji e Frei Evaristo S. Joaquim

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IMACULADA CONCEIÇÃO

Frei César aos professos temporários: Firmeza, compaixão e perseverança o dia 8 de dezembro, dia em que a Igreja celebra a Imaculada Conceição de Maria, 14 frades estudantes do tempo da Filosofia renovaram os seus votos de viver por mais um ano o projeto de Deus, seguindo os passos de São Francisco de Assis. O sol iluminou desde cedo o Convento Franciscano São Boaventura, onde na Missa das 9h30 os frades estudantes renovaram seu desejo de viver com vigor e alegria por mais um ano a vida Franciscana. São eles: Frei Odilon Voss e Frei Lucas de Moura J. Souza (3º ano); Frei Bruno Gonçalves Cezário, Frei João Manoel Zechinatto e Frei Ruan Felipe Sguissardi (2º ano); Frei Daniel Maciel, Frei Franklin Matheus da Costa, Frei Ga-

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briel Nogueira Alves, Frei Guilherme Plotegher Neto, Frei Josielio da Silva Oliveira, Frei Lucas Moreira Almeida, Frei Marcelo Tadeu da Silva Cardoso, Frei Roberto Rocha da Silva e Frei Sérgio Hide Honna (1º ano). Após o ano de estudo, trabalho, oração, vivência fraterna e cuidado, esses frades fizeram o seu retiro anual, que foi conduzido por Frei Fidêncio Vamboemmel, e se prepararam para este grande momento. No início da celebração, Frei José Antônio da Cruz Duarte, guardião da Fraternidade, acolheu os frades que iriam fazer a renovação, o Ministro Províncial e presidente da celebração, Frei César Külkamp, o mestre Frei Samuel Ferreira de Lima, Frei Mario Jose Knapik, Frei Claudino Gilz e

todos os fiéis presentes na capela do Convento. Frei César acolheu aos frades, a Fraternidade de Rondinha, o povo de Deus e iniciou a sua homilia com o Salmo do dia ”Cantai ao Senhor Deus um canto novo”, conduzindo assim uma analogia entre a liturgia da Palavra e a beleza da música. “A música tem o poder de proporcionar o encontro entre as almas. O salmista convida o fiel a Cantar ao Senhor porque tem a certeza de que o Senhor, por sua vez, jamais deixa de cantar aos seus filhos e filhas”. Falando da Anunciação do anjo a Maria, Frei César disse que ela compôs a orquestra de Deus com o seu ‘sim’, ao citar Santo Antônio de Pádua. Aos frades estudantes e à toda a assembleia reunida, Frei César deixou três palavras:


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firmeza, compaixão e perseverança. “É justamente sobre estas três posturas decorrentes da justiça e que observarmos com tanta clareza em Maria Santíssima, que gostaria de tratar com vocês hoje, queridos confrades, que renovam seus votos neste dia tão especial para a nossa Província, consagrada à Imaculada Conceição da Mãe de Deus”. “Sejam sempre, queridos confrades, homens de firmeza, da compaixão e da perseverança. Que o sacramento

da palavra proferida publicamente por vocês na fórmula de Profissão seja música de profecia e entusiasmo para todos nós, seus irmãos ‘mais velhos’, na caminhada da vida religiosa Franciscana. Seja também melodia suave e confortante para esta comunidade de fé aqui reunida, sinal da Igreja “Povo de Deus”, “Corpo de Cristo” espalhada em todo o mundo e que espera de vocês um testemunho vivo e vivificante do Evangelho”, concluiu o Ministro Provincial.

A emoção tomou conta de todos na hora de fazerem o pedido para renovar a promessa de viver em obediência, sem nada de próprio e em castidade. Cada frade publicamente se apresentou e pediu para viver por mais um ano na vida Franciscana, por meio da fórmula presente nas Constituições Gerais da Ordem dos Frades Menores, no artigo 5. Ao final da celebração, Frei César agradeceu aos frades, à comunidade, à Fraternidade e ao guardião Frei José Antônio, que cumpriu a sua missão em Rondinha e agora vai ter uma nova missão em Bragança Paulista. Que Maria Imaculada rogue a Deus pelos frades. Que o seu exemplo de dedicação e serviço os motive para que estejam sempre disponíveis e prontos para seguir mais de perto os passos de seu Filho e lhes dê a perseverança no caminho do evangelho.

Frei Franklin Matheus e Frei Marcelo Tadeu COMUNICAÇÕES

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SÉRIE Frei Gabriel Vargas Dias Alves

“Espero viver à altura das expectativas que Deus tem a meu respeito”

com esse pensamento que Frei Gabriel Vargas Dias Alves, natural do Rio de Janeiro, onde nasceu no dia 14 de outubro de 1985, será ordenado presbítero no dia 11 de janeiro de 2020, na Paróquia São Pedro Apóstolo, em Pato Branco (PR). O bispo da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão (PR), Dom Edgar Xaxier Ertl, fará a imposição das mãos durante a Celebração Eucarística, às 18 horas. Sua primeira Missa será no dia seguinte, às 9h30, no mesmo local da ordenação. Para este momento importante de sua vida, Frei Gabriel escolheu como lema: “A água que eu lhe der será nele uma fonte que

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jorra para a vida eterna” (Jo 4,14). Seu ingresso na Ordem dos Frades Menores se deu em 2009, quando vestiu o hábito franciscano em Rodeio. Em seguida, cursou Filosofia e Teologia. Para ele, as experiências missionárias em Angola, na Amazônia e na Rocinha marcaram sua vida. Foi ordenado diácono em 2018 e foi transferido para prestar serviço na Frente de Educação da Província, residindo na Fraternidade Bom Jesus da Aldeia. Reside atualmente na Fraternidade São Pedro Apóstolo de Pato Branco. Conheça mais um pouco o novo presbitero da Província nesta entrevista a Moacir Beggo.


formação e estudos// Comunicações - Frei Gabriel, por

favor, fale um pouco de sua vida e de sua família. Frei Gabriel - Eu venho de uma família cujo núcleo familiar mais próximo é pequeno se comparado com outras famílias. O meu pai só tem uma irmã, a minha mãe só tem um irmão e eu, para não fugir à regra, tenho só uma irmã, três anos mais velha do que eu. Meu pai nasceu em Minhas Gerais mas foi morar no Rio ainda bebê, por isso consideramos que a família vem toda da zona oeste do Rio Janeiro. Estamos inseridos dentro de um núcleo maior, porque a “bisa” por parte de mãe teve 13 filhos. Então são muitos tios-avós e primos de 2° e 3° graus. Os meus pais são católicos, juntamente com alguns poucos tios e tios-avós, mas a grande parte da família é batista. Temos 5 ou 6 pastores na família, talvez mais agora... Nos marcou desde cedo a necessidade da tolerância ao diferente, de modo especial a tolerância religiosa, nem sempre fácil, mas fundamental. Isso fez com que se construísse laços e amizades com pessoas de várias tradições, uma riqueza muito grande nessa diversidade. Da família trago a fé, o respeito, e um grande traço de franqueza. A família é extremamente sincera, fala tudo que pensa, luta pelo que acredita e eu acho que trago um pouco disso.

Comunicações - Como se deu o seu discernimento vocacional? Frei Gabriel - A esse tipo de pergunta sempre temos a versão resumida, pois nem sempre dá para explicar as coisas e a versão estendida (risos). Contextualizando, venho de uma família que podemos dizer ser imagem da vivência religiosa heterogênea, que marca grande parte das famílias hoje. O núcleo católico da minha fa-

mília é bem pequeno e esse convive com uma grande parcela evangélica de confissão batista, alguns kardecistas e umbandistas. Desse modo crescemos numa certa liberdade religiosa, onde cada um escolhia o seu caminho. Mesmo tendo pai e mãe católicos, desde bem pequeno frequentava a Igreja Batista com a mi-

sempre ficava intrigado: Como podiam ser tão alegres o tempo todo? O que viviam dentro do convento que as fazia tão felizes? Algumas irmãs brincaram comigo ser uma pena elas não possuírem um ramo masculino, porque sintonizava muito com o carisma da anunciação que era o delas. Isso caiu em mim como uma semente de inquietação que reacendeu questões a respeito de ‘com o que valeria a pena consumir a minha vida que é finita e única...’ Dirigi-me às irmãs em busca de auxílio e disse que pensava em ser religioso, que não sabia onde, mas o pouco que conhecia de São Francisco me atraía. Por carta, a Madre me aconselhou a procurar o Convento Santo Antônio que não o conhecia.

Comunicações - Por que

Ser presbítero franciscano é ser transparência, apenas uma visibilidade do Cristo sacerdote.

nha avó materna e outros familiares e desse modo continuei até por volta dos treze anos, quando decidi que algo faltava naquele espaço e então deveria me encontrar em outro lugar. Passei uns dois anos conhecendo diferentes experiências religiosas sozinho até aumentar minha frequência na missa e, aos 16 anos, decidi buscar a primeira Eucaristia e o sacramento da Crisma. Isso foi seguido de uma série de experiências muito intensas, grupos de jovens, vivências pastorais e uma grande convivência com a Congregação da Irmãs de Nossa Senhora de Belém. Observando as irmãs

escolheu a vida religiosa franciscana? Frei Gabriel - Mais ou menos na mesma época, uma tia queria se confessar, mas disse que não poderia ser com qualquer padre; tinha que ser com o Frei Anselmo Fracasso, que ela, na época, o ouvia no rádio e me pediu companhia para ir até o Convento. Depois desse dia retornei em busca de informações sobre o discernimento e, com alguma espera devido a troca de animadores, conheci Frei Hermenegildo Pereira, que se tornou um grande amigo e fez com que me apaixonasse pela vida franciscana. No fundo é quase como se a vida franciscana tivesse me captado, não cheguei a cogitar de conhecer outros carismas.

Comunicações - Como você define a Ordem do Presbiterado? Frei Gabriel - Muitas coisas nós vivemos ou buscamos sem tentar isolar ou definir. Mas diante da sua pergunta, penso que o presbítero encerre algumas coisas em si que podem COMUNICAÇÕES

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//formação e estudos nos ajudar a esboçar uma resposta. Fazer parte da Ordem do presbiterado não é fazer parte de um grupo seleto de pessoas, dotadas de qualidades, experiências ou mesmo conhecimentos especiais. Não é ser melhor, muito menos superior. É assumir um lugar específico dentro do imenso corpo que é chamado a amar e a servir, onde o Cristo vive em todos nós, batizados. Logo, o presbítero é sinal do Cristo-cabeça, desse imenso corpo que pulsa, vibra e que age em unidade e pela unidade. Por isso, como sinal da cabeça deve buscar sempre o bem do corpo, servindo incansavelmente à sua integralidade que busca abraçar a criação inteira. Hoje, muitos se julgam detentores da mensagem ou mesmo da autoridade de cristo a ponto de se auto-intitularem conservadores, quando na verdade mutilam e instrumentalizam os membros desse corpo sagrado. Então, cada vez mais, eu penso que o presbítero alimentado pela Eucaristia é um sacramental da unidade.

Comunicações - O que é para você ser presbítero franciscano? Frei Gabriel - Para mim, ser presbítero franciscano é ser transparência, apenas uma visibilidade do Cristo sacerdote. Acho que alguns dos elementos mais característicos de Francisco são o seguimento de Cristo e o fato de ele não se apossar de nada. Por isso, ser presbítero franciscano significa ter sempre em mente que o único verdadeiro ministro da Igreja é o próprio Cristo. Na medida em que Ele se torna o modelo de ministério e a busca do presbítero é unicamente torná-lo sacramentalmente presente, ele é verdadeiramente pobre como o Cristo da cruz buscado por Francisco. Assim, ele pode servir a tantos crucificados e crucificadas do nosso tempo. 30

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Não porque esteja cheio de algo, mas ao contrário, porque está vazio.

Comunicações - Quais suas expectativas para esta nova missão? Frei Gabriel - Há algum tempo que busco não criar grandes expecta-

Há algum tempo que busco não criar grandes expectativas a respeito de nada. Acho que a nossa mente é sempre muito pequena para supor os pensamentos de Deus.

tivas a respeito de nada. Acho que a nossa mente é sempre muito pequena para supor os pensamentos de Deus ou o que trará o nosso bem e o dos outros. Na minha pequenez imaginei muitas coisas que o amor de Deus me mostrou não serem o melhor. E assim, como todos nós, eu me reinventei muitas vezes pelo caminho para descobrir que é melhor acolher do que projetar quando se trata de algumas dimensões da vida. Apesar das minhas limitações, eu espero viver à altura das expectativas que Deus tem a meu respeito. Que eu possa estar sempre atento à sua voz, para que como no

lema escolhido tudo que eu faça seja fruição que conduz à eternidade da vida para a qual Ele nos criou.

Comunicações - O que é ser presbítero na Pontificado do Papa Francisco? Frei Gabriel - Com palavras e sobretudo com ações, o Papa Francisco tem demonstrado que ser presbítero significa ter coragem de dar a vida pelo Senhor e pelo seu povo. Alguém cujo mesmo óleo que lhe ungiu as mãos escorra até os pés para que possa ir ao encontro de todos, de modo especial, os mais excluídos e mais abandonados. Num espírito de doação cotidiana, simples, sem alarde, sem dar-se ares de importância. Fazer o que é necessário fazer pelo Reino de Deus. O próprio Papa se coloca como irmão. Desde o princípio, ele se confiou às orações do povo, vendo-se como parte dele, não acima. Tudo sempre de forma muito concreta, avesso ao culto das aparências. Comunicações - Que

mensagem deixaria para um jovem que quer ser sacerdote? Frei Gabriel - Eu diria que se ele quer ser sacerdote franciscano, antes de tudo seja frade, seja irmão. Na entrega e mútuo serviço cotidiano, que se dá no dia a dia da fraternidade, vamos nos percebendo falhos, inacabados. Pela admiração da graça de Cristo que se mostra no irmão, posso intuir os passos que devo dar, as bagagens que devo deixar. Deus vai nos provocando e nós vamos respondendo, nos abrindo ou fechando, fazendo barulho ou aprendendo a silenciar. E, aos poucos, Ele vai nos conduzindo pelo caminho. Não se preocupe com que você terá de fazer, pois não será você a fazer nada. Só permita que Ele faça através de você.


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Noviços fazem a Primeira Profissão em Rodeio

Gabriel Ferreira Salinas Nascimento: 09/09/1994 Naturalidade: Várzea Paulista/SP

Irven Gabriel de Jesus dos Santos Nascimento: 23/11/1997 Naturalidade: Cariacica/ES

epois de viverem um tempo de graça e provação, como é chamado o Noviciado na formação franciscana - Frei Gabriel Ferreira Salinas e Frei Irven Gabriel de Jesus dos Santos receberam a aprovação do Definitório Provincial para fazerem a Profissão Temporária na Ordem dos Frades Menores. Esse momento será realizado durante a Celebração Eucarística no dia 6 de janeiro, presidida pelo Ministro Provincial Frei César Külkamp, às 19 horas, na Igreja São Francisco de Assis, em Rodeio, SC. O lema escolhido pelos noviços é: “Vede, irmãos, que humildade a de Deus! Derramai ante Ele os vossos corações! Humilhai-vos para que Ele vos exalte!” (Ord 28). Segundo a Ordem dos Frades Menores, o tempo da Profissão Temporária é o “período durante o qual se completa a formação para viver de modo mais pleno a vida própria da Ordem e melhor cumprir sua missão”. Na Ordem Franciscana, os votos dos professos temporários são renovados anualmente até o momento da Profissão Solene.

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Esta é a 118ª turma do Noviciado e a primeira do mestre Frei Rodrigo da Silva Santos, que foi indicado para esta missão no último Capítulo Provincial, celebrado no final do ano passado. “Pessoalmente, trago boas recordações desta etapa quando a vivi e alimentava a esperança de poder, na missão de acompanhar e fazer esta caminhada com os 5 noviços que nossa Província acolhera neste ano, ajudá-los a viver este tempo como verdadeira graça de descoberta da beleza de nosso carisma e identidade, enquanto se permitiam

ser provados quanto sua real capacidade e desejo de serem fiéis e realizados nesta empreitada”, revela Frei Rodrigo. Segundo o mestre dos noviços, embora pequena, a turma revelou um grande desejo de viver bem esta etapa, de corresponder às orientações que lhes eram dadas para que pudessem, por si mesmos, melhor responder à vontade de Deus: “Individualmente, dotados de boa vontade e responsabilidade com sua vocação, fraternalmente dispostos a se entreajudarem nas responsabilidades para que ninguém se visse sobrecarregado (uma das vantagens que uma turma pequena permite cultivar)”. “Que Deus continue a abençoar a vida destes dois noviços que confirmaram o desejo de serem Frades Menores e que, considerados à luz de nosso carisma, foram aprovados pelos formadores e pelo Ministro Provincial em seu propósito. Que nosso Seráfico Pai São Francisco os acolha em nossa fraternidade e lhes inspire sempre mais o desejo de seguir os passos do Cristo Pobre e Crucificado com alegria e disposição!”, deseja Frei Rodrigo. COMUNICAÇÕES

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//formação e estudos

Sete postulantes serão admitidos ao Noviciado em 2020 turma do Noviciado de 2020 da Província da Imaculada Conceição do Brasil será formada por sete postulantes, que serão acolhidos na quarta-feira, dia 8 de janeiro, pelo Ministro Provincial Frei César Külkamp durante a oração das Laudes, às 6h30, no Noviciado São José, em Rodeio (SC). São eles: Bruno Almeida de Mello, Bruno Dias de Deus, Fábio Charleaux Luzia dos Santos, Fernando Góis da Costa, Gabriel Paz de Oliveira Silva, Gilberto Silveira da Costa Junior e Vinícius de Oliveira Betim. Segundo o mestre dos postulantes em 2019, Frei Jeâ Paulo Andrade, que em 2020 vai assumir uma nova missão como secretário do Governo Provincial, a turma que fez o Postulantado este ano tem uma faixa etária bem baixa. “O espírito de animação esteve bastante presente. O ano correu sem grandes dificuldades. Vários gostam de contar histórias. As experiências de FAVs e encontros casuais com os frades e Fraternidades da Província quase

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sempre rendem alguma anedota”, lembrou Frei Jeâ. Outra característica que Frei Jeâ ressalta da futura turma de noviços é o gosto geral e boa disposição para as atividades pastorais. “Este ano, os círculos bíblicos nas comunidades vizinhas ao Seminário, recorrentes desde os anos 80, ganharam um apoio importante. Dom Orlando Brandes está implantando em toda a Arquidiocese de Aparecida como uma prioridade pastoral. Os postulantes participaram desse processo junto com os coordenadores leigos da Paróquia. O carinho do povo pelos postulantes se evidenciou ainda mais”, salientou. Para ele, a expectativa pelo noviciado chamou atenção nas últimas semanas. “Há uma boa empolgação. O retiro de conclusão do ano e preparação para a etapa seguinte ajudou a serenar o espírito. Enfim, a maioria fez uma boa caminhada de postulantado; os egressos ocorridos durante a etapa ajudaram a amadu-

recer o processo vocacional dos que permaneceram. O questionamento em relação às suas próprias motivações pela vida consagrada foi posto às claras”, avaliou Frei Jeâ. Um dos momentos mais simbólicos e emocionantes da admissão dos noviços é a vestição do hábito franciscano, que o candidato recebe das mãos do Ministro Provincial e do mestre Frei Rodrigo da Silva Santos. Ali mesmo, durante a celebração, ele se veste e passa a ser chamado de Frei. Durante o ano de Noviciado, este hábito é provisório, já que o definitivo o noviço receberá quando fizer a Primeira Profissão, no término deste ano de provação. Durante o ano, os noviços intensificam a vida em comum, entre eles e com a Fraternidade Formadora da casa, e participam também de algumas atividades na própria comunidade eclesial e de celebrações das outras casas franciscanas da região.

Moacir Beggo


Noviços 2020 Gabriel Paz de Oliveira Silva Nascimento 18/02/1997 Naturalidade São Paulo -SP

Fernando Góis da Costa Nascimento 30/01/1998 Naturalidade Chopinzinho-PR

Bruno Dias de Deus Nascimento 31/07/2000 Naturalidade Taboão da Serra-SP

Bruno Almeida de Mello Nascimento 08/05/1999 Naturalidade Presidente Getúlio-SC

Vinícius de Oliveira Betim Nascimento 30/03/2000 Naturalidade Amparo-SP

Gilberto Silveira da Costa Junior Nascimento 27/07/1999 Naturalidade Agudos-SP Fábio Charleaux Luzia dos Santos Nascimento 11/03/1997 Naturalidade Taubaté-SP

Retiro do postulantado 2019 “Passamos pelas coisas sem as habitar, falamos com os outros sem os ouvir, juntamos informações que nunca chegamos a aprofundar.” José T. Mendonça Do dia 25 a 28 de novembro, no Seminário Franciscano Frei Galvão, o retiro dos sete postulantes teve como pregador o mestre dos postulantes de 2020, Frei Walter de Carvalho Júnior, em vista do ingresso no Noviciado no próximo ano.

As temáticas abordadas nesses dias pelo frade foram: A única vocação (laical) do frade menor, o mal do clericalismo, a fraternidade e a minoridade e a vida de oração e devoção. Durante todo o retiro, em clima de oração e de silêncio favorecido pela casa e pela Fraternidade, os postulantes puderam fazer momentos de deserto para interiorizar o conteúdo e esclarecer melhor sua visão do que

é ser religioso franciscano e avaliar a caminhada que vinham traçando até o momento. Ao final, os postulantes, revigorados no carisma e desejosos de seguir, como São Francisco de Assis, os passos do Cristo Pobre e Crucificado, celebraram a Missa votiva em memória de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão.

Vinicius Betim Postulante COMUNICAÇÕES

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//formação e estudos Primeira Profissão e Admissão dos Noviços em Angola

Postulantes que ingressam no Noviciado 2020

Semana intensa e plena de alegria franciscana Fraternidade Santo Antônio, Noviciado São José, em Quibala, aos poucos já estamos chegando ao fim do primeiro ano de Noviciado na Fundação Imaculada Mãe de Deus, que neste ano celebra 30 anos de fundação. Nesta perspectiva, dos dias 9 a 13 de dezembro, os noviços estiveram em retiro e fizeram uma experiência de deserto (despojamento de si, encontro pessoal com Deus), firmando desse modo o propósito que os conduziu no decorrer deste ano e, consolidando este tempo do Noviciado como um desígnio que deverá nortear o todo de sua vida como frade menor, ao colocarem-se nas mãos de Deus, isto é, “Senhor, que queres que eu faça?”. E, nesta esperança, tendo passado as festas natalinas, no dia 5 de janeiro os postulantes estarão chegando à nossa Fraternidade do Noviciado. E, com eles, no dia 8 estarão também chegando os familiares dos nossos confrades novi-

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ços. Será uma semana intensa e plena de alegria franciscana. Enquanto os postulantes se integram e se preparam para a sua admissão ao Noviciado, com os familiares dos noviços teremos, nos dias 9 e 10, um tempo de convivência e partilha do nosso modo de vida, onde buscaremos integrá-los mais à nossa Fraternidade da FIMDA e, como família, torná-los coparticipantes de nossa caminhada franciscana. Movidos por este espírito, teremos então no dia 11 de janeiro a grande festa / celebração de Ação de Graças, onde, nas Laudes, 27 Postulantes serão acolhidos por nosso Ministro Provincial, Frei César Külkamp, ao ano do Noviciado e, em seguida, por volta das 10 horas, teremos a Celebração Eucarística, onde 11 noviços, nas mãos de Frei César, farão a sua Primeira Profissão na Ordem dos Frades Menores. Para este dia de festa e ação de graças, bendizemos a Deus pelo dom da vida dos irmãos que nos confiou. E, assim sendo, além dos familiares

dos noviços, estarão também conosco os confrades da FIMDA, padres, religiosas, irmãos e irmãs da Família Franciscana e o povo de Deus, de modo particular a comunidade de fé aqui da nossa Quibala. Outro que, para a organização da Fraternidade e apoio no acolhimento, teremos a ajuda da Equipe Missionária. E, para a preparação dos alimentos nesta semana, teremos apoio de algumas mães aqui da nossa Missão. Por tudo só podemos ser gratos a Deus! Por fim, queremos manifestar a nossa gratidão a Deus, à Provincia, à FIMDA e a todos quantos nos ajudaram e apoiaram, para que pudéssemos viver no decorrer deste primeiro ano de Noviciado em terras angolanas, uma abençoada e iluminada experiência de Deus. O fato de ter tido como primeira turma de noviços os que já haviam feito conosco o ano de Postulantado nesta Fraternidade, foi também gratificante, pois, juntos pudemos discernir e percorrer um itinerário de vida e formação onde o


formação e estudos// aprendizado / discipulado de Nosso Senhor Jesus Cristo, a exemplo de nosso pai São Francisco de Assis, deu-se com simplicidade e abertura de coração, com diálogo e corresponsabilidade nas experiências vividas, transparecendo deste modo, não somente as nossas fragilidades, como também, a contínua necessidade que temos de mudar a nossa vida para Deus. Em Quibala, temos uma Fraternidade propícia para o Ano do Noviciado, onde a natureza e as pedras que contornam a nossa casa, por si só, nos oferecem uma experiência eremítica. Outra coisa, a Missão da qual fazemos parte nos propicia também uma forte experiência de apostolado junto ao

nossa vocação de frades menores. A nossa Fraternidade se alegra em poder partilhar esta experiência de vida e de fé, e de coração aberto agradece a Deus por todo o bem que Ele nos concedeu e, no mesmo espírito, agradece a todos os confrades, irmãos e irmãs que conosco percorreram este caminho em comunhão de oração! O vosso apoio e ajuda nos foi fundamental! Pela intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Francisco, Santa Clara e Santo Antonio, Deus vos abençoe e vos guarde! Paz e Bem!

nosso povo, comungando de suas alegrias e fragilidades. De modo que integramos nesta etapa a experiência de vida eremítica-apostólica, estar com Deus para ir com Deus, firmando deste jeito o propositum vitae de

Frei Marco Antonio dos Santos Mestre dos Noviços de Angola

Primeira Profissão

Daniel Carlos Teresa Nascimento 19/04/1991 Naturalidade Soyo

Adriano Fernando Sumbelelo

João Pedro Pessoa Lima Nascimento 20/09/1991 Naturalidade Catete

Nascimento 17/01/1995 Naturalidade Benguela

Fernando José Dange Venâncio Canombelo Candundo

Inácio Filipe Puto Nascimento 23/07/2000 Naturalidade Ganda

Jerónimo Cheia Mário

Nascimento 09/01/1997 Naturalidade Negage

Nascimento 01/05/1996 Naturalidade Catchiungo

Nascimento 05/01/1996 Naturalidade Catchiungo

Hilário Kapiñgala Ngundja

Nascimento 30/09/1997 Naturalidade Dombe Grande

Herculano José Nungulo Nascimento 25/12/1995 Naturalidade Luvemba

Silvano Kessongo Pinto Leitura Nascimento 02/09/1989 Naturalidade Lobito

Francisco Luís Lupasso Nascimento 16/06/1993 Naturalidade Cangola


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Alverne

Espiritualidade franciscana como caminho ntre os dias 15 e 17 de novembro, o Estado do Rio de Janeiro, pela primeira vez, acolheu o Alverne – Encontro de Formação e Aprofundamento da Espiritualidade Franciscana – na cidade de Tanguá. Mais de 60 jovens do Espírito Santo e do Rio de Janeiro se reuniram para a formação franciscana, sob assessoria de Frei Vitório Mazzuco, mestre em espiritualidade franciscana. Frei César Külkamp, Ministro Provincial, estando a caminho de Quissamã, RJ, para um encontro da OFS, aproveitou o ensejo e se fez presente no encontro. O Encontro teve início em Santa Catarina e faz parte do Itinerário Franciscano criado pelo Conselho Provincial de Juventudes, da Província. Devido à grande participação em outros eventos provinciais voltados aos jovens, que tomaram proporções cada vez maiores, foi organizado pelo Con-

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selho as atividades com as juventudes, surgindo assim o Itinerário. Desta forma, o Alverne está inserido nesse caminho de trabalho com as juventudes, com o objetivo de aprofundar-se no carisma franciscano, sendo um encontro de formação realizado por regiões da Província. Frei Vitório Mazzuco, coordenador de Pastoral da Universidade São Francisco (USF), em Bragança Paulista, durante a formação que teve como tema “A Espiritualidade Franciscana como Caminho”, provocou a juventude: Não seria este o caminho? Em sua fala, Frei Vitório afirmou que ter fé significa ter uma trilha de certezas e que na verdade não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, e sim seres espirituais vivendo uma experiência humana. A juventude ficou muito envolvida durante a formação e saiu esperançosa em manter-se fiel ao

carisma, “transmitindo ao outro aquilo que realmente é”. No sábado, 16, durante a formação, o Ministro Provincial, Frei César Külkamp, dirigiu algumas palavras aos jovens e também visitou a cidade de Quissamã, no Rio de Janeiro, cuja a Fraternidade da Ordem Franciscana Secular está presente há 120 anos, marcada com a forte atuação dos franciscanos na região, celebrando a gratidão pelo tempo que os frades estiveram presentes e pela continuação do carisma franciscano e também, o diálogo do encontro com o Sultão – temática refletida pela Ordem Franciscana durante o ano de 2019. Frei César também lembrou aos jovens que o Alverne é um momento de profundo encontro entre Francisco e Jesus crucificado, marcado pela renovação espiritual, fraternidade e encontro com o outro. Frei Gabriel Dellandrea também esteve presente.


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A jovem Andressa da Fonseca Luiz, de 24 anos, da Paróquia São João Batista, em São João de Meriti (RJ), contou que quando soube que haveria o Alverne no Rio de Janeiro ficou muito entusiasmada e feliz, pois, foi a primeira vez que a formação seria realizada na Região Sudeste. Nesta edição, além de participar, Andressa foi convidada para coordenar o encontro. “Fiquei como coordenadora geral e as preocupações de estar sempre fazendo com que os outros amigos da coordenação pudessem encaminhar suas funções contando com o meu auxílio, eram enormes, mas graças a Deus creio que tenha conseguido colaborar na função”, comemorou a jovem. “Vou carregar para sempre comigo essa experiência, esse encontro e todas as pessoas envolvidas. Mas

um momento que que me marcou demais, pois eu não imaginava que tomaria uma proporção tão grande e significativa, foi a encenação realizada junto aos meus amigos da Paróquia, onde eu interpretava uma usuária de drogas que era rejeitada ao buscar ajuda. Dentre tantas rejeições, recebia um olhar e esse olhar se multiplicava em outros olhares e, por fim, abraços. Houve uma interação de todos os participantes, a emoção tomou conta, chorei, senti-me abraçada, abracei e foi aí que mais uma vez percebi que devemos ser seres, devemos ser franciscanos, entregar-nos, doar-nos pelo nosso irmão, principalmente o mais marginalizado, que às vezes só precisa de um olhar!”, acredita Andressa. Para Izabela Pellegrini, 27 anos, da

Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Vila Velha (ES), “mais um passo nesse caminho e ir ao Alverne, era preciso sair do comodismo e do óbvio! Mas Francisco não quer de nós o fácil, ele quer o que nos transforma, o que nos inquieta! Então eu fui!”, disse Já para Shayana Baptista, da Comunidade Santa Rita de Cássia, que pertence a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Nilópolis (RJ), o Alverne foi uma experiência que permitiu conhecer um pouco mais do carisma franciscano: “Quanto mais eu conheço, mais quero conhecer. Precisamos subir a montanha, buscar novos horizontes, enxergar a beleza da vida, tirar as sandálias, ir ao encontro dos irmãos. São Francisco tinha opções claras e fortes. Ele nos ensina a importância de mergulhar no mistério, na sacralidade do encontro.” Animados com tudo que viveram no Alverne, os jovens seguiram para suas comunidades com a missão de compartilhar todo o conhecimento adquirido com suas pastorais e movimentos. Seguindo o itinerário, a preparação dos jovens agora é para as Missões Franciscanas da Juventude 2020, em Xaxim/SC.

Equipe de Comunicação do Alverne COMUNICAÇÕES

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//sav MISSÕES FRANCISCANAS DA JUVENTUDE

Xaxim abraça a juventude da Província a cidade com o nome de uma das espécies vegetais que leva até 100 anos para atingir a idade adulta, a juventude da Província Franciscana da Imaculada Conceição vai se encontrar em casa. De 29 de janeiro a 2 de fevereiro, Xaxim sediará a sétima edição das Missões Franciscanas da Juventude, um evento que se tornou internacional ao sediar conjuntamente a Serata Laudato Si’, evento cultural da Ordem dos Frades Menores que promove a mensagem da Encíclica Laudato Si’ sobre o cuidado da Casa Comum, escrita pelo Papa Francisco. Não bastasse isso para uma introdução, o evento também ficará ainda mais grandioso com as festividades do Ano Jubilar da Paróquia São Luiz Gonzaga, a anfitriã que foi criada há 80 anos. Mais de 700 jovens, oriundos de todo o território da Província (de Santa Catarina ao Espírito Santo), viverão grandes emoções neste evento evangelizador, formativo e celebrativo. Inúmeras oficinas abordarão questões relativas ao serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação, de modo que estas Missões serão fortemente marcadas pelas questões da ecologia, da justiça, da

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migração, do respeito à natureza, do bem viver e da simplicidade, valores tão próprios do carisma franciscano e tão urgentes e necessários para os nossos tempos. Esse evento reúne dois momentos marcantes do Pontificado do Papa

Francisco: a Igreja em saída e o cuidado da Casa Comum. Por isso, o tema e o lema serão: “E Deus viu que tudo era muito bom” e “Guardiões das relações com Deus, com o próximo e com a casa comum”. Para o coordenador do Serviço de Animação Vocacional da Província, Frei Diego Melo, que também é responsável pelo serviço provincial de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC), uma das grandes expectativas é quanto à temática e o aprofundamento da Encíclica Laudato Si’. “Nossos jovens já estão se aprofundando, através da leitura e estudo em

grupos desse documento, de modo que a Missão será a coroação de uma caminhada feita ao longo desse semestre nas bases e nos grupos de jovens”, adianta o frade. A juventude da região Oeste de Santa Catarina promete fazer um evento à altura do que aconteceu no Rio de Janeiro e que superou todas as expectativas nos últimos anos. De uma coisa os jovens não poderão reclamar: terão uma formação franciscana e ecológica de melhor qualidade. A primeira palestra terá o Coordenador do Justiça, Paz e Integridade da Criação da Ordem Frades Menores, Frei Jaime Campos, que virá de Roma para ajudar nossa juventude a entender a importância desse serviço para a nossa Igreja e sociedade. A segunda palestra é de ninguém menos do que a antropóloga e leiga franciscana, Moema Miranda, que acabou de retornar do Sínodo em Roma. Ela vai abordar o tema Laudato Si’ para os nossos dias, bem como as suas consequências práticas em nossas vidas. A terceira palestra, já no dia seguinte (30/01), terá Igor Bastos, que é o coordenador no Brasil do Movimento Católico Global pelo Clima e também é da Jufra (Juventude Franciscana), para falar sobre a importância de os jovens assumirem o protagonismo na evangelização.


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“Nossos assessores (palestrantes) são nomes de referência nacional e internacional, o que qualificará ainda mais a profundidade das discussões e reflexões”, comemora Frei Diego. “Assim, a grande novidade dessa Missão é exatamente colocarmos em pauta, de modo mais enfático, a discussão sobre essa dimensão evangelizadora de nossa fé e que nem sempre é tão valorizada em nossas igrejas e comunidades. Evidentemente que, por se tratar de uma Missão Juvenil, essas temáticas também serão abordadas através da música, da dança, do teatro, das místicas e de tantas outras atividades, de modo que tudo seja transmitido de modo atrativo, interativo e jovial. E aqui se insere a Serata Laudato Si’, que é um evento promovido pela Cúria Geral da Ordem dos Frades Menores”, explica Frei Diego. O autor e diretor do musical “Francisco de Assis”, Ciro Barcelos, conhecido nacional e internacionalmente, vai apresentar em Xaxim o “Auto de São Francisco”. Nessa peça, ele retomará e adaptará partes do seu musical “Francisco de Assis” e do “Eco-Show”.

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“Creio que a presença do Ciro Barcelos na MFJ, além de ser o coroamento da Serata Laudato Si’, mostrará aos jovens que é possível, a partir das diferentes profissões e caminhos, viver e divulgar o carisma franciscano. Certamente, será um bonito testemunho do trabalho de evangelização realizado com qualidade e profissionalismo”, acredita Frei Diego. Segundo Frei Diego, sediar esse evento internacional, mostrará aos nossos jovens e à nossa Província que estamos em sintonia com um grupo muito grande de pessoas de todo o mundo que acreditam e lutam pelos mesmos valores. “Em tempos de divisões e polarizações, reafirmar a unidade e a parceria torna-se um ato profético e necessário”, ressalta o frade.

SERATA LAUDATO SI’

A “Serata Laudato Si’”, a que Frei Diego se refere, é um evento cultural que promove a mensagem da Encíclica Laudato Si’, sobre o cuidado da Casa Comum, escrita pelo Papa Francisco. Ela irá acontecer pela terceira vez depois do lançamento da Encílica Laudato Si’. A primeira foi em Roma e a segunda na Cidade do Panamá. O

objetivo é conscientizar sobre a crise climática, através da arte, da cultura e da música, bem como proporcionar um espaço de conversão ecológica em favor das gerações futuras. A terceira edição da “Serata Laudato Si’” será organizada conjuntamente com as Missões Franciscanas da Juventude e o departamento de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) da Ordem dos Frades Menores. A promoção e a vivência dos valores da Encíclica Laudato Si’ é o que tem fortalecido essas organizações em um trabalho conjunto para organizar essa nova versão da “Serata Laudato Si’”. As Missões Franciscanas da Juventude é um evento promovido pela Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, voltado para jovens que desejam vivenciar um tempo forte de oração, reflexão e missão de solidariedade e encontro com as mais variadas periferias geográficas e existenciais. A Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) é um departamento da Ordem dos Frades Menores que se empenha para que estes valores mencionados sejam parte da vida e missão dos franciscanos. Por meio


da opção pelo cuidado da criação, promovem diversas ações e contribuições com subsídios para a Família Franciscana, para Igreja e para a sociedade civil. É possível necessitar de pouco e viver muito, sobretudo quando se é capaz de dar espaço a outros prazeres, encontrando satisfação nos encontros fraternos, no serviço, na frutificação dos próprios carismas, na música e na arte, no contato com a natureza, na oração. A felicidade exige saber limitar algumas necessidades que nos entorpecem, permanecendo assim disponíveis para as múltiplas possibilidades que a vida oferece”. (LS 223)

PRONTOS PARA A ACOLHIDA

Os catarinenses prometem uma acolhida calorosa aos jovens. O pároco Frei Gilson Kammer, da Paróquia São Luiz Gonzaga, o Patrono da Juventude, conta que desde julho, quando foi anunciada a cidade de Xaxim, a expectativa sobre o evento só cresceu. “A importância da nossa Paróquia estar acolhendo tantos jovens para as Missões Franciscanas da Juventude, no início deste ano de 2020 e ainda mais dentro do Ano Jubilar da nossa Paróquia, que celebra 80 anos da criação, é motivo de júbilo e alegria para todas as pessoas dos quatro municípios que formam a nossa Paróquia São Luiz Gonzaga”, explica Frei Gilson. Para ele, é extremamente impor-

tante mostrar novamente à juventude, às famílias, às comunidades esse rosto jovem da Igreja que o Papa Francisco tanto nos pede. “É alegria enorme podermos acolher essas Missões”, revela o pároco. Para Suzana Cuprinski, da equipe de Coordenação das Missões, a expectativa é que tudo ocorra dentro do que está sendo planejado. “Que nossos missionários se sintam à vontade e bem acolhidos pelas nossas comunidades e que, ao final, dessa missão possam dizer: ‘Que bom que eu vim participar, valeu a pena cada segundo!’. E que São Luiz Gonzaga, Padroeiro da Juventude e de nossa Paróquia, nos ilumine!” Cleci Sorgatto Mendo, que também é da coordenação, espera que essas missões renovem a juventude espiritualmente. “Que esse evento ajude a surgir pessoas mais engajadas na fé e no compromisso com nossa Igreja e com o Reino de Deus. E que todos que aqui vierem saiam renovados como aconteceu nas outras missões. Ansiosos aguardamos muitos jovens, pois estamos nos preparando para bem acolher a todos”, garante. Para Leonor Cuprinski, o sentimento é de felicidade. “Temos a certeza que os jovens virão para trazer um novo ânimo para todos nós. E a caminhada está bonita. Cada evento que fazemos em prol da organização das Missões temos tido uma ótima participação da comunidade. O desejo é que todos que vierem a Xaxim, e também todas as pessoas de nossa comunidade, sintam-se muito bem durante as Missões e que possam ao final delas saírem renovados e com o espírito alegre para continuar a caminhada”, deseja.

O LOGOTIPO DA MFJ O logotipo destas Missões foi escolhido em concurso, tendo como vencedores o leigo franciscano Víctor Ferretti Cheffer, de 26 anos, que é arquiteto, urbanista e também desenhista, e Carlos Felipe Bezutti, de 23 anos, que é formado em Recursos Humanos, mas atualmente é designer. No logotipo, todos os elementos estão presentes na folha de xaxim, planta nativa e que dá nome à cidade sede das Missões, mostrando que o cuidado com o meio ambiente será reafirmado a partir dessa cidade que acolherá os futuros guardiães das relações com Deus, com o homem e com a Casa Comum. O Tau, que perpassa todo o desenho, evidencia o modo franciscano de abraçar essa missão. A folha de xaxim, que ultrapassa os limites do tau em direção ao alto, remete a Deus, de quem recebemos o sagrado encargo de sermos cuidadores e zeladores de toda a obra da criação. Suas folhas voltadas para o alto lembram o louvor e a gratidão pelo dom da criação e por perceber que tudo o que foi criado por Deus realmente é muito bom e belo. Na base está a Paróquia São Luiz Gonzaga, que abrange os municípios de Xaxim, Lageado Grande, Marema e Entre Rios, e a saudação franciscana de “Paz e Bem”. O Hino destas Missões Franciscanas da Juventude é do músico franciscano Frei Zilmar Augusto, frade da Custódia do Sagrado Coração de Jesus (SP).


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Xaxim, o coração verde do Oeste Conhecida como Coração Verde do Oeste, Xaxim preza pela preservação ambiental e a sadia qualidade de vida. Ruas arborizadas, praças e áreas verdes dão o sustento ao verde da esperança alicerçado na consciência de preservação propagada entre munícipes. Seu povo, com cerca de 30 mil habitantes, é hospitaleiro, alegre e entusiasta. O município possui uma área de 294,715 km². Quem chega na cidade surpreende-se com a majestosa Matriz São Luiz Gonzaga. O seu Padroeiro é festejado em junho, mas quem anda roubando a festa é um frade franciscano que nem chegou à glória dos céus segundo os cânones do Vaticano, mas que já ganhou os corações dos xaxienses e catarinenses: Frei Bruno Linden. Tanto que hoje a maior festa da Paróquia é de Frei Bruno, que neste ano será celebrada no dia 15 de fevereiro. Duas imagens de Frei Bruno - uma praça e outra na lateral externa da igreja são procuradas pelos fiéis para suas devoções. Neste ano, o povo fará uma grande festa para seu novo Padroeiro

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durante a 30º Romaria Frei Bruno, que acontece em Joaçaba, no segundo domingo da Quaresma. Em 1941, Frei Plácido lançou a ideia de construir uma igreja maior, de alvenaria. A planta foi feita pelo sr. Ticiano Betanin, de Guaporé (RS) e, no ano de 1947, com o lançamento da pedra fundamental se concretiza mais um ideal comunitário. Frei Bruno era o vigário da época, mas foi Frei Mário Kneipp quem coordenou a construção, realizada graças às doações e mutirões que os paroquianos fizeram. No dia 6 de janeiro de 1951, a igreja foi inaugurada, com a presença do bispo e crisma. Outro orgulho da cidade é a Sociedade Ecológica e do Meio Ambiente de Xaxim, Semax, organização não-governamental ambientalista e sem fins lucrativos fundada em maio de 1988 e que tem como objetivo a defesa do meio ambiente, promovendo atividades de preservação e recuperação dos recursos naturais. Criada e administrada por moradores do município, a Semax tem se destacado como uma das entidades ecológicas mais atuantes do Estado, integrando a rede de ONGs do Mercosul. Outro destaque da natureza são as

cinco grutas naturais em meio a mata nativa na propriedade da família Pavan. A Paróquia São Luiz Gonzaga abrange quatro municípios: Xaxim, Lageado Grande, Marema e Entre Rios. A Fraternidade Franciscana composta por quatro frades - Frei Vanderlei da Silva Neves, guardião; Frei Gilson Kammer, pároco; Frei Evaldo Ludwig, que será ordenado presbítero dia 16 de fevereiro; e Frei Jacir Antonio Zolet, vigário paroquial - atende a 64 comunidades. Outra marca deixada pelos franciscanos na evangelização é o Coral Arautos do Grande Rei, que foi criado por Frei Afonso Vogel.

O NOME

Ao longo do tempo, muitos nomes precederam “Xaxim”. “Chachi”, por ter sido ocupada demograficamente pelos Kaigangs que viviam do extrativismo vegetal; Bandas dos Xaxim, Passo do Xaxim, Pouso do Xaxim, devido à ocupação pelos caboclos que viviam do tropeirismo, extrativismo, agricultura e pecuária de subsistência. A origem do nome tem muitas hipóteses. Uns dizem que, no município existia grande quantida-


sav// de de árvores “xaxim” e os tropeiros chamavam de “bandas de xaxim”. Outros dizem que a palavra Xaxim tem origem da língua tupi-guarani. Perto do local do pouso dos tropeiros havia uma pequena queda d’água. Xá = pequena, Xim = queda d’água. Jun-

tando, ficou Xaxim. Há também uma versão de que um velho kaigang, ao passar por aqui, se deparou com o término do sal que possuía. Assim, ele disse em sua língua aos índios que o acompanhavam, “xá xi”, que significa pouco, pequeno, originando

assim, o nome Xaxim. Outra versão é a que conta sobre o negro africano chamado Josezinho Xaxim. Este lugar, em sua homenagem, teria ganhado o nome Xaxim.

Moacir Beggo

Oficinas e seus respectivos responsáveis 1. Experiências Missionárias na Angola e Amazônia:

Frei Atílio Battistuz e Frei Samuel Ferreira de Lima 2. Juventude e o Movimento Católico Global pelo clima - Igor Bastos 3. Pastoral Indigenista: Jackson Antônio L. Santana e Irmã Diva Nascimento Barbosa 4. Teatro como revolução cultural a serviço da Casa comum – Alejandro Abdala 5. Danças urbanas: a vida como expressão corporal na casa comum – Felipe Roveda Tavares 6. Juventudes nas paróquias - Mariana Rogoski 7. Masculinidade Tóxica: da fragilidade à estruturação do machismo. Thaís de Oliveira e Carlos Neto 8. Depressão, traumas e dramas psicológicos juvenis – Denise Barcelos da Silva 9. O ator e o movimento - despertando a energia corporal - Ciro Barcelos 10. Discernimento Vocacional - vida religiosa e sacerdotal – Frei Alisson Zanetti 11. Jufra - Juventude Franciscana – Gabriela Consolaro (Floripa)

12. Juventude e conflitos familiares – Ariane e Leandro Lucietto

13. Cultura e Danças gaúchas – Algacir Pagnoncelli e

Laurete Mella 14. Quais as propostas do Sínodo da Amazônia? Moema Miranda 15. Construindo um estilo de vida responsável e fraterno com a criação - Frei Jaime Campos 16. Fundamentos para um engajamento social franciscano - Rafael Correa 17. Plantas Medicinais, guardiãs das sementes crioulas e produção de alimentos orgânicos – Iraci Lopes 18. Cooperativismo e preservação ambiental – CooperAlfa – 19. Conhecendo a realidade dos imigrantes Haitianos – Lorenci Maria Guollo Zambenedetti 20. Ditadura da moda e da beleza: revendo o conceito de biotipo ideal e enfrentando os desafios e preconceitos. Tais Maximo Jasper


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Programação: Quarta-feira, 29 de janeiro 7h às 9h – Chegada 9h15 – Oração Inicial (Igreja) 10h – Abertura oficial 12h – Almoço 13h - Formação para os guardiães 13h30 – Animação 14h – Teatro (Concurso Serata Laudato Si’) 14h30 - 1ª palestra – Frei Jaime Campos – O compromisso franciscano com a Justiça, Paz e Integridade da Criação 15h45 – Cantos de Animação 16h30 - 2ª Palestra – (Ginásio) – Moema Miranda: Qual a importância da Laudato Si’ para os dias de hoje? Quais compromissos podemos assumir? 16h45 - Partilha em grupos 20h – Mística (Ginásio) Quinta-feira, 30 de janeiro 8h - Oração da Manhã 8h30 – Apresentação (Concurso Serata Laudato Si’)

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9h – 3ª palestra – Ginásio – Igor Bastos: Juventude e o Movimento Católico Global pelo clima 10h30 - Oficinas 14h – Orientações e encaminhamentos (Itinerário, Missão Angola, Caminhada Assis etc – Frei Diego) 15h30 – Missa de Envio - Igreja 18h30 – Apresentação teatral “O Auto de São Francisco”, de Ciro Barcelos 20h30 – Envio para as comunidades Sexta-feira e Sábado (30/01 e 1/2) Programação de cada comunidade: valorizar a integração com a rotina de cada família, acolhida, intercâmbio de cultura, missões, visitas aos doentes, trilha ecológica, cuidado com o meio-ambiente. Domingo, 02 de fevereiro 8h30 - Acolhida 9h – Missa de encerramento (Praça) 10h30 – Agradecimentos, testemunhos, anúncio da próxima MFJ 12h – Avaliação em grupos 15h - Encerramento

Ciro Barcelos, autor e diretor do musical “Francisco de Assis”, que esteve em cartaz por doze anos no Brasil, irá apresentar o “Auto de São Francisco”. Nessa peça, ele retomará e adaptará partes do seu musical “Francisco de Assis” e do “Eco-Show”.


fraternidades//

PVF: Formação e encontro com os benfeitores em Niterói o final de semana, 30 de novembro e 1º de dezembro, Frei Alexandre Rohling e Frei Leandro Costa Santos se reuniram com os benfeitores do Pró-Vocações e Missões Franciscanas na Paróquia Porciúncula de Sant’Ana, na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, e também divulgaram o trabalho para a captação de recursos, visando a formação religiosa da Província da Imaculada Conceição. À tarde de sábado, 30 de novembro, com a temática dos “800 anos do Encontro de Francisco com o Sultão”, os frades falaram deste jubileu e mo-

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tivaram os benfeitores a assumirem o compromisso de “promotores da Paz e do Bem”, a partir da espiritualidade franciscana. Cerca de 50 benfeitores estiveram presente nesse momento formativo. O Pró-Vocações é um serviço da Província da Imaculada e esse encontro foi uma forma de agradecimento por esta generosidade durante todo o ano: “Obrigado por acreditarem em nossa evangelização. Obrigado por contribuírem na formação e manutenção de nossas casas”, repetiram insistentemente Frei Leandro e Frei Alexandre. A contribuição também contempla as Missões em Angola que, neste ano, comemora os 30 anos de fundação. No dia seguinte, nas celebrações da Paróquia,

os frades iniciaram uma campanha para captação de novos benfeitores. “Reconhecemos, enquanto equipe do PVF, o quanto é importante esse tipo de contato com os nossos benfeitores e benfeitoras. Que neste Natal, sejam abençoados e recompensados!

Agradecimento

Nós, frades e colaboradores do Pró-Vocações e Missões Franciscanas, queremos agradecer a acolhida generosa de nossas fraternidades e o apoio recebido durante o ano de 2019 e já antecipar a agenda de 2020. De 08 a 12/01 – Ordenação Presbiteral Frei Gabriel Vargas Dias Alves – Pato Branco/PR. De 16 a 19/01 – Campanha PVF – Vila Velha/SC. (convento) De 23 a 26/01 – Campanha PVF – Balneário Camboriú/SC. De 29/01 a 01/02 – Encontro dos ex- seminaristas – Agudos/SP. COMUNICAÇÕES

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//fraternidades

Sou missionário na Terra Santa! á me encontro praticamente há cinco anos trabalhando na Terra Santa. Quando cheguei, minha primeira transferência foi para o Monte Tabor. Ali estive por quase dois anos. Atendia o santuário, recebendo e acolhendo os peregrinos que vinham para sua expressão de fé cristã. Éramos em três frades na comunidade, e revezávamos o plantão de atendimento aos grupos entre nós. O guardião, que era da Croácia, ficava mais à disposição de contatos externos, cuidava da administração, despesas da casa, atender hóspedes e visitas que vinham de todas as partes do mundo. Tínhamos nossos momentos de encontro: missa diariamente entre nós, ofício das Laudes e vésperas

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e momentos das refeições sempre em comum. Era uma vida bastante eremítica, especialmente quando, às 17 horas, fechávamos o Santuário, e aí não tinha mais ninguém. Só nós e Deus. Aproveitei muito à noite para ler, estudar, preparei vários retiros que preguei. Para os frades da Custódia, também aos candidatos ao diaconato, anualmente ia a Roma pregar retiro para as Irmãs Filhas de São Camilo, em Grottaferrata. Quando aconteceu o Capítulo Custodial de 2016, no qual participei como deputado eleito, veio minha transferência para Ain Karem, como guardião e reitor do Santuário onde nasceu São João Batista. Era uma comunidade de 24 frades, filósofos,

estudantes da Custódia, professos solenes e candidatos ao Diaconato. A Fraternidade era composta de 24 frades: 4 sacerdotes e os demais frades estudantes que iam todos os dias a Jerusalém para as aulas. Havia o mestre (também brasileiro de Anápolis) que era responsável pelos filósofos e professos simples, e eu, pelos professos solenes. Neste período fui o guardião da Fraternidade e reitor do santuário. Fiquei em Ain Karem por 3 anos, até o Capítulo de julho deste ano, quando vim transferido aqui para o Chipre, onde me encontro hoje num santuário-Paróquia chamado St. Mary of Grace - na cidade de Larnaca, cidade marítima. Nossa igreja fica um pouco mais na periferia.


fraternidades// É uma igreja que é um santuário, diferente dos da Terra Santa. É mais a presença do povo local (maioria imigrantes). O número dos cristãos-católicos é muito pequeno. Somos a única paróquia de rito Latino. A grande maioria dos cristãos cipriotas são ortodoxos. Estou aqui no Chipre há um mês e meio. Fiquei um mês noutra cidade (Limassol) para um período de adaptação. Sugestão e pedido do guardião local. Depois vim para cá. Chipre é uma ilha predominante de imigrantes e refugiados, muito forte a presença de filipinos, srilankêses, Afegãos, libaneses, sírios, russos e naturalmente um número muito alto de africanos. A ilha do Chipre, assim como Líbano, Síria, Jordânia, Egito, fazem parte da Igreja de Jerusalém e da Custódia Franciscana da Terra Santa. Não só o Custódio da Terra Santa é responsável pelas fraternidades, conventos e igrejas daqui, mas também o Bispo de Jerusalém e o Bispo da Ilha do Chipre. Aqui em Larnaca somos em três frades na Fraternidade: o superior é um frade africano de Gana, o outro é bastante comprometido com sua saúde (câncer em fase terminal) e eu. Nossa comunicação cotidiana é em italiano, ou, às vezes em inglês. As missas são todas em inglês, com pregação em inglês. E quando há um padre que fala a língua grega, faz-se em grego. Me propus que em dois anos quero estar falando o grego. As missas, acredito eu, que em dois meses, no máximo, já vou poder celebrar. Estou esperando uma professora para fazer exercícios de leitura do texto grego moderno, que diferencia um pouco do clássico. Para as homilias, aí só mais adiante, porque falar normalmente toma um pouco mais de tempo, e já é mais complicado. Temos outras duas comunidades

paróquias aqui no Chipre: Limassol e Nicosia, que é a capital da Ilha. No total, somos em 10 frades aqui nesta ilha. Mesmo o Patriarcado de Jerusalém não tem seus padres por aqui. Em Paphos, temos um padre diocesano de rito católico-melquita. Tanto o pároco como eu estamos nos inteirando da realidade. A

catequese das crianças está sob a responsabilidade das irmãs franciscanas do Sagrado Coração de Jesus, pois elas, como estão mais tempo, e uma delas é cipriota, falam bem o grego. E as crianças falam mais o grego que inglês. Mas na adolescência todo jovem já fala relativamente bem o inglês. No dia a dia, temos nossas orações em casa, de manhã e à noite, e no horário das refeições em comum. Graças a Deus, apesar de ser ainda um momento de adaptação, de tomada de conhecimento da realidade e do conhecimento do povo, estou muito contente e feliz. Em resumo, a Ilha possui o total de 860 mil habitantes, o dinheiro que circunda é o euro, ela é dependente de Atenas, e por isso faz parte da Comunidade Europeia. A língua oficial do país é o grego, embora a

mais falada é o inglês. O povo entre si fala, além dessas duas línguas, as suas línguas nativas: árabe, filipino, polaco, Srilankês, russo, língua de grupos africanos, etc. Assim sendo, aos grupos maiores damos a possibilidade de fazer a missa na língua deles. Por ex., para os filipinos, rezamos em inglês e eles respondem em filipino. Da mesma forma, as leituras dominicais eles fazem na língua deles, as orações dos fiéis, cantos próprios, etc. Depois da missa, esses grupos se reúnem nos salões da paróquia e fazem sua comida, seus encontros de família, de amigos, de interesses particulares. Vemos que temos que ajudá-los, especialmente os imigrantes, quando chegam sem documentos, sem referência nenhuma; é nesse momento que devemos entrar e ajudá-los. Se vê que temos muito a contribuir, mas temos que estar dentro do espírito deste último Sínodo da Amazônia para entender muita coisa. Acredito que a maior dificuldade somos nós, padres e religiosos/as ou Leigos tradicionalistas, que não estão com muita vontade de se adaptar. O ‘status quo’ é o suficiente. Mas não, temos que dar a nossa parcela e nossa contribuição. Importante é nós nos encorajarmos e não perder a esperança. Hoje fico por aqui. Vou me esforçar para enviar outras vezes notícias e impressões dessa experiência missionária. Meu abraço carinhoso a todos, e PAZ E BEM!

Frei José Clemente Muller Meu endereço: St. Mary of Grace. - Catholic Church Terra Santa Street, 01 P.0.B. 40037 6300 -LARNACA - CYPRUS Tel. 24 6428 58. Meu WhatsApp: + 357 99 744368. COMUNICAÇÕES

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//fraternidades

Encontro Recreativo do Regional Vale do Itajaí a primeira segunda-feira de dezembro, dia 02, o sol cumprimentou os frades do Regional que se encontraram em

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Gaspar para seu encontro recreativo. A Fraternidade São Pedro, de Gaspar, acolheu os frades no Fazzenda Park Hotel, lugar realmente belo e com

muitas atividades disponíveis. Um farto café da manhã já nos esperava quando, pelas 8h30, fomos chegando. Com muita tranquilidade, após o café nos reunimos para uma conversa, que acabou se tornando uma partilha das fraternidades. Alguns confrades haviam sido transferidos, e todos estavam com expectativa para a nova organização dos Regionais já para o próximo ano. Também nos alegramos pelos novos confrades que no próximo ano chegariam ao Regional. Sempre há tempo também para alguns assuntos práticos e ponderações sobre outros assuntos tratados no Definitório. Já perto do meio dia, todos seguiram para um aperitivo à beira da piscina, com os hóspedes. Perto das 13h almoçamos juntos.

Frei Clauzemir Makximovitz

Frei Clarêncio lança “Ministério da Palavra” Ano A Comunicação com o Secretário Provincial Caros confrades, Paz e bem! Com nossas boas-vindas a Frei Jeâ Paulo Andrade, informamos que, a partir de agora, a comunicação com a secretaria da Província passa a ser feita através dos e-mails: freijea@ franciscanos.org.br e ofmimac@franciscanos.org.br

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O “Ministério da Palavra” para o Ano Litúrgico A, que começou no primeiro domingo do Avento (1/12), já está disponível nas livrarias de todo o país. Frei Clarêncio Neotti, faz comentários aos Evangelhos dominicais e festivos. “Este não é um livro de homilias prontas para serem usadas. São comentários aos Evangelhos dos domingos e dias festivos, que podem ajudar na preparação das homilias. Ao escrevê-los, não tive em mente o sacerdote pregador, mas os grupos de casais, que se reúnem para lerem juntos e comentarem os Evangelhos dominicais. Muitas explicações dadas provêm de perguntas que me faziam os Equipistas de Nossa Senhora (Equipes 8 e 16), de Petrópolis”, explica Frei Clarêncio. “Com este ‘Ministério da Palavra’, Frei Clarêncio Neotti oferece-nos um texto que

pretende ser ajuda e auxílio para uma maior compreensão da Palavra de Deus. “Frei Clarêncio optou por debruçar-se preferencialmente sobre o texto do Evangelho. O Autor é perito na arte da comunicação. Seus esmerados comentários colocam-nos diante da beleza, das exigências e da profundidade da Palavra de Deus. Ao longo do ano, Frei Clarêncio vai dando rica e substanciosa catequese eclesial. Faço votos de que esta obra tenha ampla divulgação. Recomendo os três volumes (Anos A, B e C) aos sacerdotes, aos diáconos, aos ministros da Palavra, aos animadores da Liturgia. Recomendo-os às comunidades, aos grupos de reflexão, aos círculos bíblicos, aos encontros familiares. E não nos falte a bênção fecunda do Senhor”, incentiva o seu confrade, Dom Caetano Ferrari, OFM, bispo emérito de Bauru, na apresentação do livro.


Dom Leonardo Steiner é o novo arcebispo de Manaus Papa Francisco acolheu, na quarta-feira, 27 de novembro, o pedido de renúncia apresentado por Dom Sérgio Eduardo Castriani ao governo pastoral da arquidiocese de Manaus (AM) e nomeou como novo arcebispo Dom Leonardo Ulrich Steiner, transferindo-o da sede titular de “Tisiduo” e do ofício de auxiliar da Arquidiocese de Brasília (DF). Um pouco depois do Sínodo, a Amazônia agora tem quatro franciscanos: Dom Leonardo, Dom Bernardo Johannes Bahlmann, bispo de Óbidos; Dom Evaristo Spengler, bispo da Prelazia de Marajó; e Dom João Muniz Alves, primeiro bispo da Diocese de Xingu-Altamira. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou agradecimento a Dom Sérgio Castriani e saudação a dom Leonardo Steiner. Dom Leonardo Ulrich Steiner nasceu no dia 6 de novembro de 1950 em Forquilhinha (SC). Ingressou na Ordem dos Frades Menores (OFM) no dia 20 de janeiro de 1972, quando foi admitido no Noviciado desta Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. Cursou Filosofia e Teologia em Petrópolis (RJ), de 1973 a 1978, quando os dois cursos eram integrados. Foi ordenado padre pelas mãos do cardeal Paulo Evaristo Arns, seu primo, no dia 21 de janeiro de 1978, em sua cidade natal. Por sua formação pedagógica, assumiu trabalhos na área da educação, compondo os quadros de professores das suas casas de formação. De 1981 a 1982, concluiu o curso de Pedagogia, e de 1987 a 1994 tornou-se “mestre de noviços”. A partir de 1995, Dom Leonardo se transferiu para o Pontifício Ateneu Antoniano, em Roma, onde fez mestrado e doutorado em Filosofia. De 1999 a 2003 exerceu a função de secretário geral do Pontifício Ateneu An-

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toniano. De volta ao Brasil, Dom Leonardo foi nomeado vigário da Paróquia do Senhor Bom Jesus, Curitiba (PR), onde também passou a lecionar na Faculdade de Filosofia São Boaventura. Dom Leonardo Steiner foi nomeado bispo em 2 de fevereiro de 2005 pelo Papa João Paulo II para a Prelazia de São Félix do Araguaia (MG), sucedendo a Dom Pedro Casaldáliga. Foi ordenado bispo no dia 16 de abril do mesmo ano, em Blumenau (SC), pelo cardeal Paulo Evaristo Arns, adotando como lema episcopal “Verbum Caro Factum”, que quer dizer “Verbo feito carne”. De 2007 a 2011, foi membro da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e vice-presidente do Regional Oeste 2 da entidade, onde também foi bispo referencial para os presbíteros; para o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e para os jovens. No dia 10 de maio de 2011 foi eleito secretário-geral da CNBB, durante a 49ª Assembleia Geral. Em 21 de setembro daquele ano, o Papa Bento XVI o nomeou bispo auxiliar da arquidiocese de Brasília (DF). No dia 20 de abril de 2015, foi reeleito secretário-geral da CNBB. Ao lado do Cardeal Sergio da Rocha e de Dom Murilo Krieger, Dom Leonardo mobilizou toda a Igreja no Brasil para a reforma da sede nacional da CNBB, em Brasília. Seu mandato foi concluído no dia 10 de maio de 2019. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil saudou D. Leonardo. “O período

no qual o senhor esteve a serviço da CNBB como secretário-geral, entre 2011 e 2019, o qualifica para fazer frutificar a ação evangelizadora em solo amazônico, particularmente num período tão especial após o Sínodo dedicado à região, onde devemos acolher a realidade “como uma dádiva, habitando na criação, não como meio a ser explorado, mas como casa a ser guardada, confiando em Deus”, como ensinou o Papa Francisco na missa de encerramento do Sínodo para a Amazônia. É do Santo Padre que resgatamos uma frase que marca uma das iniciativas da CNBB que, com tanto carinho, o senhor colocou em prática, o Ano da Paz: “Trata-se de ser artesãos da paz, porque construir a paz é uma arte que requer serenidade, criatividade, sensibilidade e destreza”. Fazemos nossos votos de fecundo ministério confiando à proteção e intercessão de Nossa Senhora da Imaculada Conceição”, escreve em nota, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB; Dom Jaime Spengler, Dom Mário Antônio da Silva e Dom Joel Portella Amado. COMUNICAÇÕES

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Admirável sinal Carta Apostólica do Papa sobre o Presépio 50

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fraternidades//

CARTA APOSTÓLICA – “ADMIRABILE SIGNUM”

DO SANTO PADRE FRANCISCO SOBRE O SIGNIFICADO E VALOR DO PRESÉPIO 1. O SINAL ADMIRÁVEL do Presépio,

muito amado pelo povo cristão, não cessa de suscitar maravilha e enlevo. Representar o acontecimento da natividade de Jesus equivale a anunciar, com simplicidade e alegria, o mistério da encarnação do Filho de Deus. De fato, o Presépio é como um Evangelho vivo que transvaza das páginas da Sagrada Escritura. Ao mesmo tempo que contemplamos a representação do Natal, somos convidados a colocar-nos espiritualmente a caminho, atraídos pela humildade d’Aquele que Se fez homem a fim de Se encontrar com todo o homem, e a descobrirmos que nos ama tanto, que Se uniu a nós para podermos, também nós, unir-nos a Ele. Com esta Carta, quero apoiar a tradição bonita das nossas famílias prepararem o Presépio, nos dias que antecedem o Natal, e também o costume de o armarem nos lugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas praças… Trata-se verdadeiramente de um exercício de imaginação criativa, que recorre aos mais variados materiais para produzir, em miniatura, obras-primas de beleza. Aprende-se em criança, quando o pai e a mãe, juntamente com os avós, transmitem este gracioso costume, que encerra uma rica espiritualidade popular. Almejo que esta prática nunca desapareça; mais, espero que a mesma, onde porventura tenha caído em desuso, se possa redescobrir e revitalizar.

2. A origem do Presépio fica-se a de-

ver, antes de mais nada, a alguns pormenores do nascimento de Jesus em Belém, referidos no Evangelho. O evangelista Lucas limita-se a dizer que, tendo-se completado os dias de Maria dar à luz, “teve o seu filho primogênito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria” (2, 7). Jesus é colocado numa manjedoura, que, em latim, se diz praesepium, donde vem a nossa palavra presépio. Ao entrar neste mundo, o Filho de Deus encontra lugar onde os animais

vão comer. A palha torna-se a primeira a enxergar para Aquele que Se há de revelar como “o pão vivo, o que desceu do céu” (Jo 6, 51). Uma simbologia, que já Santo Agostinho, como outros Padres da Igreja, tinha entrevisto quando escreveu: “Deitado numa manjedoura, torna-Se nosso alimento”.[1] Na realidade, o Presépio inclui vários mistérios da vida de Jesus, fazendo-os aparecer familiares à nossa vida diária. Passemos agora à origem do Presépio, tal como nós o entendemos. A mente leva-nos a Greccio, na planície de Rieti; aqui se deteve São Francisco, provavelmente quando vinha de Roma onde recebera, do Papa Honório III, a aprovação da sua Regra em 29 de novembro de 1223. Aquelas grutas, depois da sua viagem à Terra Santa, faziam-lhe lembrar de modo particular a paisagem de Belém. E é possível que, em Roma, o “Poverello” de Assis tenha ficado encantado com os mosaicos, na Basílica de Santa Maria Maior, que representam a natividade de Jesus e se encontram perto do lugar onde, segundo uma antiga tradição, se conservam precisamente as tábuas da manjedoura. As Fontes Franciscanas narram, de forma detalhada, o que aconteceu em Greccio. Quinze dias antes do Natal, Francisco chamou João, um homem daquela terra, para lhe pedir que o ajudasse a concretizar um desejo: “Quero representar o Menino nascido em Belém, para de algum modo ver com os olhos do corpo os incômodos que Ele padeceu pela falta das coisas necessárias a um recém-nascido, tendo sido reclinado na palha de uma manjedoura, entre o boi e o burro”. [2] Mal acabara de o ouvir, o fiel amigo foi preparar, no lugar designado, tudo o que era necessário segundo o desejo do Santo. No dia 25 de dezembro, chegaram a Greccio muitos frades, vindos de vários lados, e também homens e mulheres das casas da região, trazendo flores e tochas para iluminar aquela noite santa. Francisco, ao chegar, encontrou a manjedoura com palha, o boi e o burro. À vista da representação do Natal, as pessoas lá

reunidas manifestaram uma alegria indescritível, como nunca tinham sentido antes. Depois o sacerdote celebrou solenemente a Eucaristia sobre a manjedoura, mostrando também deste modo a ligação que existe entre a Encarnação do Filho de Deus e a Eucaristia. Em Greccio, naquela ocasião, não havia figuras: o Presépio foi formado e vivido pelos que estavam presentes.[3] Assim nasce a nossa tradição: todos à volta da gruta e repletos de alegria, sem qualquer distância entre o acontecimento que se realiza e as pessoas que participam no mistério. O primeiro biógrafo de São Francisco, Tomás de Celano, lembra que naquela noite, à simples e comovente representação se veio juntar o dom de uma visão maravilhosa: um dos presentes viu que jazia na manjedoura o próprio Menino Jesus. Daquele Presépio do Natal de 1223, “todos voltaram para suas casas cheios de inefável alegria”[4].

3.

Com a simplicidade daquele sinal, São Francisco realizou uma grande obra de evangelização. O seu ensinamento penetrou no coração dos cristãos, permanecendo até aos nossos dias como uma forma genuína de repropor, com simplicidade, a beleza da nossa fé. Aliás, o próprio lugar onde se realizou o primeiro Presépio sugere e suscita estes sentimentos. Greccio torna-se um refúgio para a alma que se esconde na rocha, deixando-se envolver pelo silêncio. Por que motivo suscita o Presépio tanto enlevo e nos comove? Antes de mais nada, porque manifesta a ternura de Deus. Ele, o Criador do universo, abaixa-Se até à nossa pequenez. O dom da vida, sempre misterioso para nós, fascina-nos ainda mais ao vermos que Aquele que nasceu de Maria é a fonte e o sustento de toda a vida. Em Jesus, o Pai deu-nos um irmão, que vem procurar-nos quando estamos desorientados e perdemos o rumo, e um amigo fiel, que está sempre ao nosso lado; deu-nos o seu Filho, que nos perdoa e levanta do pecado. COMUNICAÇÕES

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//especial presépios Armar o Presépio em nossas casas ajuda-nos a reviver a história sucedida em Belém. Naturalmente, os Evangelhos continuam a ser a fonte, que nos permite conhecer e meditar aquele Acontecimento; mas, a sua representação no Presépio ajuda a imaginar as várias cenas, estimula os afetos, convida a sentir-nos envolvidos na história da salvação, contemporâneos daquele evento que se torna vivo e atual nos mais variados contextos históricos e culturais. De modo particular, desde a sua origem franciscana, o Presépio é um convite a “sentir”, a “tocar” a pobreza que escolheu, para Si mesmo, o Filho de Deus na sua encarnação, tornando-se assim, implicitamente, um apelo para O seguirmos pelo caminho da humildade, da pobreza, do despojamento, que parte da manjedoura de Belém e leva até à Cruz, e um apelo ainda a encontrá-Lo e servi-Lo, com misericórdia, nos irmãos e irmãs mais necessitados (cf. Mt 25, 31-46).

4. Gostaria agora de repassar os vários sinais do Presépio para apreendermos o significado que encerram. Em primeiro lugar, representamos o céu estrelado na escuridão e no silêncio da noite. Fazemo-lo não apenas para ser fiéis às narrações do Evangelho, mas também pelo significado que possui. Pensemos nas vezes sem conta que a noite envolve a nossa vida. Pois bem, mesmo em tais momentos, Deus não nos deixa sozinhos, mas faz-Se presente para dar resposta às questões decisivas sobre o sentido da nossa existência: Quem sou eu? Donde venho? Por que nasci neste tempo? Por que amo? Por que sofro? Por que hei de morrer? Foi para dar uma resposta a estas questões que Deus Se fez homem. A sua proximidade traz luz onde há escuridão, e ilumina a quantos atravessam as trevas do sofrimento (cf. Lc 1, 79). Merecem também uma referência as paisagens que fazem parte do Presépio; muitas vezes aparecem representadas as ruínas de casas e palácios antigos que, nalguns casos, substituem a gruta de Belém tornando-se a habitação da Sagrada Família. Parece que estas ruínas se inspiram na Legenda Áurea, do domi52

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nicano Jacopo de Varazze (século XIII), onde se refere a crença pagã segundo a qual o templo da Paz, em Roma, iria desabar quando desse à luz uma Virgem. Aquelas ruínas são sinal visível sobretudo da humanidade decaída, de tudo aquilo que cai em ruína, que se corrompe e definha. Este cenário diz que Jesus é a novidade no meio de um mundo velho, e veio para curar e reconstruir, para reconduzir a nossa vida e o mundo ao seu esplendor originário.

5.

Uma grande emoção se deveria apoderar de nós, ao colocarmos no Presépio as montanhas, os riachos, as ovelhas e os pastores! Pois assim lembramos, como preanunciaram os profetas, que toda a criação participa na festa da vinda do Messias. Os anjos e a estrela-cometa são o sinal de que também nós somos chamados a pôr-nos a caminho para ir até à gruta adorar o Senhor. “Vamos a Belém ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer” (Lc 2, 15): assim falam os pastores, depois do anúncio que os anjos lhes fizeram. É um ensinamento muito belo, que nos é dado na simplicidade da descrição. Ao contrário de tanta gente ocupada a fazer muitas outras coisas, os pastores tornam-se as primeiras testemunhas do essencial, isto é, da salvação que nos é oferecida. São os mais humildes e os mais pobres que sabem acolher o acontecimento da Encarnação. A Deus, que vem ao nosso encontro no Menino Jesus, os pastores respondem, pondo-se a caminho rumo a Ele, para um encontro de amor e de grata admiração. É precisamente este encontro entre Deus e os seus filhos, graças a Jesus, que dá vida à nossa religião e constitui a sua beleza singular, que transparece de modo particular no Presépio.

6. Nos nossos Presépios, costumamos

colocar muitas figuras simbólicas. Em primeiro lugar, as de mendigos e pessoas que não conhecem outra abundância a não ser a do coração. Também estas figuras estão próximas do Menino Jesus de pleno direito, sem que ninguém possa expulsá-las ou afastá-las de um berço de tal modo improvisado

que os pobres, ao seu redor, não destoam absolutamente. Antes, os pobres são os privilegiados deste mistério e, muitas vezes, aqueles que melhor conseguem reconhecer a presença de Deus no meio de nós. No Presépio, os pobres e os simples lembram-nos que Deus Se faz homem para aqueles que mais sentem a necessidade do seu amor e pedem a sua proximidade. Jesus, “manso e humilde de coração” (Mt 11, 29), nasceu pobre, levou uma vida simples, para nos ensinar a identificar e a viver do essencial. Do Presépio surge, clara, a mensagem de que não podemos deixar-nos iludir pela riqueza e por tantas propostas efêmeras de felicidade. Como pano de fundo, aparece o palácio de Herodes, fechado, surdo ao jubiloso anúncio. Nascendo no Presépio, o próprio Deus dá início à única verdadeira revolução que dá esperança e dignidade aos deserdados, aos marginalizados: a revolução do amor, a revolução da ternura. Do Presépio, com meiga força, Jesus proclama o apelo à partilha com os últimos como estrada para um mundo mais humano e fraterno, onde ninguém seja excluído e marginalizado. Muitas vezes, as crianças (mas os adultos também!) gostam de acrescentar, no Presépio, outras figuras que parecem não ter qualquer relação com as narrações do Evangelho. Contudo esta imaginação pretende expressar que, neste mundo novo inaugurado por Jesus, há espaço para tudo o que é humano e para toda a criatura. Do pastor ao ferreiro, do padeiro aos músicos, das mulheres com a bilha de água ao ombro às crianças que brincam… tudo isso representa a santidade do dia a dia, a alegria de realizar de modo extraordinário as coisas de todos os dias, quando Jesus partilha conosco a sua vida divina.

7. Pouco a pouco, o Presépio leva-nos à

gruta, onde encontramos as figuras de Maria e de José. Maria é uma mãe que contempla o seu Menino e O mostra a quantos vêm visitá-Lo. A sua figura faz pensar no grande mistério que envolveu esta jovem, quando Deus bateu à porta do seu coração imaculado. Ao anúncio do anjo que Lhe pedia para Se tornar a mãe de Deus, Maria responde


fraternidades// com obediência plena e total. As suas palavras – “eis a serva do Senhor, faça-se em Mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38) – são, para todos nós, o testemunho do modo como abandonar-se, na fé, à vontade de Deus. Com aquele “sim”, Maria tornava-Se mãe do Filho de Deus, sem perder – antes, graças a Ele, consagrando – a sua virgindade. N’Ela, vemos a Mãe de Deus que não guarda o seu Filho só para Si mesma, mas pede a todos que obedeçam à palavra d’Ele e a ponham em prática (cf. Jo 2, 5). Ao lado de Maria, em atitude de quem protege o Menino e sua mãe, está São José. Geralmente, é representado com o bordão na mão e, por vezes, também segurando um lampião. São José desempenha um papel muito importante na vida de Jesus e Maria. É o guardião que nunca se cansa de proteger a sua família. Quando Deus o avisar da ameaça de Herodes, não hesitará a pôr-se em viagem emigrando para o Egito (cf. Mt 2, 13-15). E depois, passado o perigo, reconduzirá a família para Nazaré, onde será o primeiro educador de Jesus, na sua infância e adolescência. José trazia no coração o grande mistério que envolvia Maria, sua esposa, e Jesus; homem justo que era, sempre se entregou à vontade de Deus e pô-la em prática.

8.

O coração do Presépio começa a palpitar, quando colocamos lá, no Natal, a figura do Menino Jesus. Assim Se nos apresenta Deus, num menino, para fazer-Se acolher nos nossos braços. Naquela fraqueza e fragilidade, esconde o seu poder que tudo cria e transforma. Parece impossível, mas é assim: em Jesus, Deus foi criança e, nesta condição, quis revelar a grandeza do seu amor, que se manifesta num sorriso e nas suas mãos estendidas para quem quer que seja. O nascimento de uma criança suscita alegria e encanto, porque nos coloca perante o grande mistério da vida. Quando vemos brilhar os olhos dos jovens esposos diante do seu filho recém-nascido, compreendemos os sentimentos de Maria e José que, olhando o Menino Jesus, entreviam a presença de Deus na sua vida. “De fato, a vida manifestou-se” (1 Jo 1, 2): assim o apóstolo João resume o

mistério da Encarnação. O Presépio faz-nos ver, faz-nos tocar este acontecimento único e extraordinário que mudou o curso da história e a partir do qual também se contam os anos, antes e depois do nascimento de Cristo. O modo de agir de Deus quase cria vertigens, pois parece impossível que Ele renuncie à sua glória para Se fazer homem como nós. Que surpresa ver Deus adotar os nossos próprios comportamentos: dorme, mama ao peito da mãe, chora e brinca, como todas as crianças. Como sempre, Deus gera perplexidade, é imprevisível, aparece continuamente fora dos nossos esquemas. Assim o Presépio, ao mesmo tempo que nos mostra Deus tal como entrou no mundo, desafia-nos a imaginar a nossa vida inserida na de Deus; convida a tornar-nos seus discípulos, se quisermos alcançar o sentido último da vida.

9. Quando se aproxima a festa da Epi-

fania, colocam-se no Presépio as três figuras dos Reis Magos. Tendo observado a estrela, aqueles sábios e ricos senhores do Oriente puseram-se a caminho rumo a Belém para conhecer Jesus e oferecer-Lhe de presente ouro, incenso e mirra. Estes presentes têm também um significado alegórico: o ouro honra a realeza de Jesus; o incenso, a sua divindade; a mirra, a sua humanidade sagrada que experimentará a morte e a sepultura. Ao fixarmos esta cena no Presépio, somos chamados a refletir sobre a responsabilidade que cada cristão tem de ser evangelizador. Cada um de nós torna-se portador da Boa-Nova para as pessoas que encontra, testemunhando a alegria de ter conhecido Jesus e o seu amor; e fá-lo com ações concretas de misericórdia. Os Magos ensinam que se pode partir de muito longe para chegar a Cristo: são homens ricos, estrangeiros sábios, sedentos de infinito, que saem para uma viagem longa e perigosa e que os leva até Belém (cf. Mt 2, 1-12). À vista do Menino Rei, invade-os uma grande alegria. Não se deixam escandalizar pela pobreza do ambiente; não hesitam em pôr-se de joelhos e adorá-Lo. Diante d’Ele compreendem que Deus,

tal como regula com soberana sabedoria o curso dos astros, assim também guia o curso da história, derrubando os poderosos e exaltando os humildes. E de certeza, quando regressaram ao seu país, falaram deste encontro surpreendente com o Messias, inaugurando a viagem do Evangelho entre os gentios.

10. Diante do Presépio, a mente corre

de bom grado aos tempos em que se era criança e se esperava, com impaciência, o tempo para começar a construí-lo. Estas recordações induzem-nos a tomar consciência sempre de novo do grande dom que nos foi feito, transmitindo-nos a fé; e ao mesmo tempo, fazem-nos sentir o dever e a alegria de comunicar a mesma experiência aos filhos e netos. Não é importante a forma como se arma o Presépio; pode ser sempre igual ou modificá-la cada ano. O que conta, é que fale à nossa vida. Por todo o lado e na forma que for, o Presépio narra o amor de Deus, o Deus que Se fez menino para nos dizer quão próximo está de cada ser humano, independentemente da condição em que este se encontre. Queridos irmãos e irmãs, o Presépio faz parte do suave e exigente processo de transmissão da fé. A partir da infância e, depois, em cada idade da vida, educa-nos para contemplar Jesus, sentir o amor de Deus por nós, sentir e acreditar que Deus está connosco e nós estamos com Ele, todos filhos e irmãos graças àquele Menino Filho de Deus e da Virgem Maria. E educa para sentir que nisto está a felicidade. Na escola de São Francisco, abramos o coração a esta graça simples, deixemos que do encanto nasça uma prece humilde: o nosso “obrigado” a Deus, que tudo quis partilhar connosco para nunca nos deixar sozinhos. Dado em Greccio, no Santuário do Presépio, a 1º de dezembro de 2019, sétimo do meu pontificado.

[Franciscus] [1] Santo Agostinho, Sermão 189, 4. [2] Fontes Franciscanas, 468. [3] Cf. Tomás de Celano, Vita Prima, 85: Fontes Franciscanas, 469. [4] Ibid., 86: o. c., 470. COMUNICAÇÕES

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//especial presépios

Os encontros de Frei Róger com os presépios museólogo e coordenador do Departamento de Bens Patrimoniais da Província da Imaculada Conceição, Frei Róger Brunorio, pensa em presépios o ano inteiro e em todo final de ano intensifica esse pensamento, como virou rotina em sua vida há nove anos. Isso porque ele está à frente de duas mostras de presépios como curador: a Exposição de Longa Duração do Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá –SP; e a Exposição no Convento Santo Antônio, no Largo da Carioca (RJ). A exposição paulista está na sétima edição e foi renovada no final de outubro e a exposição carioca será aberta na segunda-feira, dia 9 de dezembro. A Fraternidade do Seminário Frei

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Galvão, dentro do espírito do Sínodo para a Amazônia, que estava no seu encerramento, e da Encíclica Laudato Si’, pediu para Frei Róger criar uma mostra com o tema “Nossa Casa Comum, santuário de Deus e dos homens, tendo em vista a grande quantidade de romeiros que passam pelo Centro de Acolhimento Frei Galvão. Para Frei Róger, o resultado foi melhor do que esperava. Criativo e provocador em suas mostras, o Sínodo deu elementos suficientes para colocar nos conjuntos que retratam o nascimento do Menino Deus os apelos do Sínodo e do Papa diante da ameaça da vida na Terra, especialmente na Amazônia. Frei Róger também não esconde a alegria pela Carta Apostólica sobre

o Presépio, “Admirável Sinal”, lançada pelo Papa Francisco no primeiro domingo do Advento. “Essa Carta, para mim, foi uma realização. Os textos que escrevi sobre presépios, durante anos, estão ali dentro. O que ele diz, a gente faz: ele fala dos marginalizados, dos pobres e dos oprimidos. Isso estava naquele presépio que representava excluídos da sociedade”, lembrou, referindo-se às críticas que recebeu de setores da Igreja por essa representação. Segundo o frade, é importante, sim, trabalhar, atualizar a vinda de Cristo, o nascimento de Jesus, com a reflexão atual. “A partir de 2016, quando fui atacado, as pessoas vinham a mim e diziam: ‘Qual é o presépio polêmico


fraternidades// deste ano?’ Eu digo: ‘O nascimento de Jesus é polêmico’. Senão, veja: Jesus nasceu na pobreza, no meio dos pobres, dos marginalizados, porque se Ele estivesse num castelo, talvez a gente precisasse dizer às pessoas mais simples para se achegarem. Mas a gruta é acessível a todos. O castelo não é acessível a todos. Ele tem uma muralha, proteção. Na gruta, não tem. Está aberta. Todas as pessoas simples conseguem perceber rápido isso”, explicou. Para ele, o presépio napolitano e o presépio barroco são lindíssimos enquanto arte, enquanto temática, mas eles não trazem uma reflexão que provoca em nós uma mudança de imediato. “Eles têm muito luxo nas roupas, nas indumentárias colocadas ali. Porque têm a ver com a época. Era a época da contrarreforma, da exploração do ouro, sobretudo na América. O presépio neste estilo é importante enquanto obra religiosa e obra de beleza. Mas ele não é provocativo para se levar a uma mudança. Eu tenho impressão que o presépio barroco, um presépio muito luxuoso, tem mais a ver com o panettone e os presentes. A festa de Natal reúne a família e pronto! Acabou. É lindo isso, mas quando a gente vê um presépio como esse aqui (da mostra de Guará), vestido com os trajes atuais, Deus se encarna na história de cada povo e na atualidade. Isso nos leva a uma provocação e o cenário é justamente para provocar uma situação que nos faça mudar e mudar para melhor”, acrescentou. Sobre esse processo criativo, o frade explica que pode fazer uma cenografia perfeita e não estar em sintonia com a peça. “Quando a gente faz uma exposição, ela tem um tema, que é o fio condutor para a reflexão”. Segundo ele, não se pode perder o foco, todo material usado na cenografia deve estar em harmonia com o presépio e tudo estar carregado de simbologia. “Esses blocos, do presépio boliviano em Guará (veja na página 56), passam

a ter um significado simbólico. Eles representam as edificações. As pedras representam a violência contra a cultura, os povos que migram de suas terras por causa da violência e sofrem mais violências em alguns países que chegam”, exemplificou mostrando o conjunto boliviano. Segundo ele, pelo menos seis países da região Pan-Amazôna estão representados nessa Mostra. O Papa Francisco, de certa forma, aborda isso nessa Carta, enfatiza o curador. “Cada personagem tem um significado. O que a ovelha representa? Em qual personagem eu me vejo no presépio? Se a gente pensar, nesses anos todos mostrando exposições, a gente vê a riqueza que são os presépios. Tem presépios que têm ratos. Sim, porque é uma estrebaria. Isso é genial porque a gente não dá conta desse contexto. Veja o presépio barroco, ele é carregado de informações e é fácil não perceber os detalhes da mensagem central. As indumentárias são riquíssimas, arquitetura monumental. O presépio, ao contrário, é totalmente despojamento. É estrebaria e pobreza. O menino Jesus estava envolto em um pano. Um tecido po-

bre e áspero”, acrescentou. Frei Roger explica que essa cenografia, feita para despertar em nós a reflexão, é feita nos dias atuais a partir dos Evangelhos de Lucas e Mateus, que narram a cena do nascimento de Jesus.

OS FRUTOS DA EXPOSIÇÃO PAULISTANA

Frei Roger explica que essa representação catequética começou na Mostra Franciscana do Convento São Francisco, em São Paulo, que neste ano completa 30 anos. “Nessas três décadas, a exposição de São Paulo floresceu. A semente foi plantada, germinada e hoje tem muitos frutos. Uma das primeiras exposições depois de São Paulo foi no Santuário do Valongo, em Santos. Deve estar na 26ª edição. E o Frei Pedro Pinheiro foi o curador em SP por 16 anos. A Mostra dele era maravilhosa, concorrida e dava grande visibilidade. Ele trabalhava o tema durante o ano todo. Além de ser o curador, Frei Pedro é artista da pintura, da escultura, do desenho e da gravura. É um artista completo. Além disso, tinha uma equipe que trabalhava com ele. Quando ele saiu, ficou o Frei Airton, COMUNICAÇÕES

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//especial presépios NAS FAMÍLIAS

o Soneca, depois veio o Frei Marcos Melo e antes de mim, Frei Donizete, frade da Província de Minas Gerais. Eu cheguei em 2010 e fiquei até 2015. Trouxe minha experiência de frade museólogo e artista visual. Para a museologia, trabalhar com menos é mais. A cenografia tem que estar em comunhão com a obra. Tanto o Frei Pedro, como eu, e outros frades, damos um caráter de catequese e evangelização. As nossas exposições diferem das que são feitas às vezes em museus, galerias e shoppings. Nós temos conteúdo, forma e espiritualidade. E por que chama Exposição Franciscana de Presépios? Porque franciscana é a nossa espiritualidade, é o nosso olhar a partir do mistério da Encarnação”, detalhou. Para o frade, uma pessoa também faz reflexão no museu. “O museu de Arte Sacra, se ele for administrado pela Igreja, tem um compromisso com a catequese e a evangelização. Ele tem um compromisso pastoral. Uma outra instituição que não é ligada à Igreja não tem esse compromisso com a pastoral. Então, nós, franciscanos, temos compromisso com a pastoral. Por isso, ela é franciscana. Claro que a cena da Natividade é a mesma para todos, mas tem um jeito próprio de apresentá-la. Como é que um franciscano aborda esse tema? Coloque o tema da Laudato Si’ para

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um franciscano, um beneditino e um carmelita. Cada um tem o seu modo de olhar, mas tudo vai para o mesmo encontro. Aqui vai aparecer completamente a espiritualidade franciscana. Essa também não é uma exposição internacional. Ela é internacional porque tem presépios de outros países. Mas não é o mais importante. Para nós, o mais importante da exposição, tanto eu como o Frei Pedro ou outros expositores, o ponto central é o nascimento, o mistério de Deus que se faz homem, que se despoja numa criança na manjedoura”, continuou. “Em todos os nossos conventos, tudo está apontando para o Menino. O próprio presépio, por si só, exige de nós atenção, com humildade e reflexão. Por que está ali? Por que tem essa pedra? É só para ficar bonitinho? ‘O frei colocou para o anjo ficar no alto’?. Nossa, tem galhos secos. São reflexões a partir da própria encarnação. Posso fazer outras leituras além do tema que foi apresentado. A vinda de Jesus veio para regenerar toda a vida. Inclusive a árvore seca. Ele a renova e faz brotar. As pedras, aquilo que era escuridão, ele veio trazer luz. Isso é espiritualidade, catequese e pastoral. Isso é um compromisso com a evangelização”, ensinou o frade.

TRADIÇÃO AMEAÇADA

Nesses dez anos de exposições, Frei Róger observa que a tradição de montar presépios nas famílias já não é a mesma e fica visível a diminuição desta devoção. Segundo ele, é comum encontrar pessoas nas exposições que comentam: “Ah, frei, eu montava presépios...” Algumas pessoas, lembrou, doaram presépios porque estavam encaixotados há anos. “São vários motivos: as famílias diminuíram, as famílias se mudaram para as grandes cidades e elas se diluem devido à escassez de tempo, as casas são menores, os apartamentos menores ainda e não têm espaços para colocar aquele número de peças. Nas exposições, incentivamos essa tradição fazendo o sorteio de um presépio. Todo visitante deixa o nome para o sorteio”, contou. Por outro lado, Frei Roger lembra que as lojas estão vendendo presépios. “Se tem venda, para onde vão esses presépios?”. Penso que pode até diminuído a tradição de se montar presépios nas casas, mas há uma chama acessa dessa linda tradição natalina. E que jamais deveria se apagar. Mesmo que o seu espaço é limitado há presépios de todos os tamanhos, gostos e até preços. Para ele, fazer uma exposição pode ser esse estímulo às pessoas. Tanto que nas exposições, eu e o Frei


fraternidades// Pedro sempre ficamos ali o tempo todo: “Não é porque somos os curadores, mas a gente quer ver o público, como ele se relaciona com cada presépio, para dar uma palavra pastoral e catequética”. “Nesses anos todos, o meu presente de Natal é a exposição. No ano passado, tinha um presépio russo. Entrou uma moça com os pais. Ela mora no Rio e os pais vieram visitá-la. Quando ela viu esse presépio, começou a gritar. Ela jamais esperava vir ao convento - veio para trazer os pais - e se deparar com um presépio do seu país. Isso é maravilhoso. Por isso, na exposição, a gente procura ter diversidade de obras. E assim muitos encontros acontecem na mostra. Então, presépio é encontro. Deus que vem se encontrar com a humanidade, que se encontra com o outro, que se encontra com Deus. A partir do presépio, a gente encontra outras pessoas, revê amigos. Toda exposição, mais dia ou menos dia, vai ter uma pessoa que diz: “Olha a fulana!” Pessoas que não se veem há tempos”, ensina.

ESPÍRITO ABERTO E HUMILDE

Uma pessoa que quiser conhecer a exposição precisa vir aberta para que possa contemplar e ver o verdadeiro sentido do Natal. “Nas nossas exposições não vai entrar árvore de natal, não vai entrar Papai Noel. Não somos uma vitrine de loja e nem estamos num shopping. Aqui o único patrocinador é o próprio Deus. Aqui, o nosso compromisso é mostrar a verdade, o verdadeiro espírito de Natal. Longe dessa coisa comercial. Todo visitante é bem-vindo. Inclusive, nas nossas exposições há visitantes que não são católicos. Porque vem pela arte e ela é uma expressão do sagrado”, observou. O frade também pede para vir com humildade, porque se vier com arrogância, não vai entender uma cenografia. “Nossa, mas Jesus não usou toca’, podem dizer. A pessoa precisa compreender que aquele presépio é típico de

um país, de um povo andino, do Peru ou Bolívia. E ele precisa vir com espírito de reflexão. É um espírito de encontro. Vou me encontrar com Deus, comigo e com os outros”, completou.

VENHA VISITAR

A Exposição de longa duração no Seminário Frei Galvão, com o tema “Nossa Casa Comum, santuário de Deus e dos homens”, fica aberta até 12 de outubro de 2020, na Av. Integração, 151, em Guaratinguetá (SP). A Exposição do Convento Santo Antônio foi aberta no dia 9 de dezembro, tendo como tema “De graça rece-

bestes, de graça dai”. “Com esse tema, a gente quer trabalhar a gratuidade, a graça de Deus, que no seu infinito amor, na sua misericórdia e bondade imensa, vem se fazer presente em nós, vem se doar em nós. Não bastasse Ele nos criar, Ele traz o seu Filho para mostrar a visibilidade desse Deus que é amor. Isso é gratuidade, isso é graça”, explica Frei Róger. A Mostra no Convento estará na antiga sala do Capítulo, com seu belo forro pintado com estilo rococó e frases em latim em honra a Santa Ana.

Moacir Beggo

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//especial presépios 30ª MOSTRA FRANCISCANA DE PRESÉPIOS

Tudo começou no Convento São Francisco Mostra Franciscana de Presépios do Convento São Francisco é uma das mais tradicionais da cidade de São Paulo. Esta 30ª edição tem como tema “Diálogo de Deus através do presépio”, numa referência aos 800 anos do encontro de São Francisco de Assis com o Sultão Al-Malik Al-Kamil. Um total de 31 conjuntos, sendo 13 internacionais, foram apresentados ao público durante a bênção de abertura no dia 1º de dezembro. O destaque é um grande e tradicional oratório no centro do salão, com imagens e presépios, que chama a atenção do visitante logo na entrada. Outro presépio que atrai muito os visitantes vem do Chile, porque é feito todo de chifres de boi. Pelo quarto ano seguido, o curador da Mostra é Rafael Herrera. “Quando Frei Alvaci Mendes – o pároco anterior – me convidou, não tinha a menor ideia de como fazer. Tinha apenas boa vontade”, conta Rafael. “Mas foi uma experiência incrível. O

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salão que estamos aqui virou uma grande paleta de cores. Só que em vez de tinta, tinha materiais de todo tipo, desde areia de construção até coisas mais inusitadas. Foi aí que comecei a descobrir esse mundo novo da decoração. Para meu processo de trabalho, cada nicho desses é uma tela. Ali eu me preocupo com cor, com textura, com equilíbrio e com a mensagem. Mas o processo técnico de elaboração mesmo foi uma descoberta. Tenho mais de 30 anos de profissão como artista plástico e nunca havia me envolvido com decoração. Muito menos de presépio. Foi algo assim emocionante perceber a importância que tinha para mim mesmo, porque nesse processo entra a convicção religiosa, a fé, a história de meus antepassados que já faziam isso e que fica na nossa memória. Eu resgatei essas lembranças e foi muito gratificante”, explicou Rafael.

Sua esposa, Sueli Herrera, também é artista plástica e tem um presépio na Mostra. Além disso, ela pinta quadros sobre São Francisco e escreveu um livro sobre o Poverello. Essa admiração pelo santo de Assis teve início na Paróquia São Francisco de Assis, em São Miguel Paulista, onde o pároco diocesano incentivava os fiéis a cultivarem a leitura. Segundo Rafael, a grande maioria dos presépios é do Acervo da Província da Imaculada, que fica no Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá. Aproveitando todo tipo de materiais descartáveis, o curador procura manter a simplicidade e humildade dos presépios. “A gente não pode perder o foco desse carisma franciscano”, ensina. Esse trabalho, segundo o curador, exige muito respeito e sempre o emociona quando vê pessoas rezando diante dos presépios. “Não se trata de montar uma prateleira de sua casa com objetos bonitinhos. A beleza deve existir, o bom gosto até, mas não perder o foco do principal. O processo é quase solene. Os elementos não são colocados aleatoriamente, mas há todo direcionamento converge para o elemento central: o Menino. As imagens aqui colocadas são um link entre nós, fiéis, e Deus”, ensinou. Para ele, muito mais do que descobrir um talento, que não sabia se tinha, foi descobrir a importância de uma atividade como essa.

Moacir Beggo


fraternidades//

Concerto dos Canarinhos abre Exposição Franciscana de Presépios em Petrópolis a sexta-feira (06/12), a Paróquia e o Convento do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ), abriram a “Exposição Franciscana de Presépios”, com a apresentação do Coral dos Canarinhos de Petrópolis (RJ), que contou com a regência do experiente maestro Marco Aurélio Lischt, oferecendo ao público um repertório curto, mas, cheio de significado. Entre as canções apresentadas, a conhecida e tradicional música “Adeste Fidelis”, de John Francis Wade, com tradução portuguesa de Carl Thiel, encantou o público. As canções, “The Firts Nowell”, de Carol e David Willcocks, “Verbum caro factum este”, de Hans Leo Hassler, “Mariae Wiegenlied”, de Max Reger, também fizeram parte do repertório. A música “Transeamus”, de Joseph Schnabel”, encerrou com chave de ouro o Concerto, que arrancou uma longa salva de palmas. Durante a apresentação, como já é de costume, realizou-se a leitura de textos bíblicos e também das Fontes Franciscanas, como por exemplo, o relato do biógrafo de São Francisco de Assis, Tomás de Celano, sobre a representação do presépio vivo em Greccio, Itália. O pároco Frei Jorge Paulo Schiavini,

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em sua reflexão, apresentou aspectos da Carta do Papa Francisco, intitulada “Admirável sinal”, onde o Sumo Pontífice ressalta o significado e o valor do presépio. O texto é dirigido a todo o povo de Deus, sobretudo ao núcleo familiar, como uma forma de valorizar a transmissão da fé entre avós, pais, filhos e netos. Para Frei Jorge, a presença central do presépio é o símbolo do Menino Jesus. “O coração do Presépio começa a palpitar, quando colocamos lá, no Natal, a figura do Menino Jesus. Assim se nos apresenta Deus, num menino, para fazer-Se acolher nos nossos braços. Naquela fraqueza e fragilidade, esconde o seu poder que tudo cria e transforma. Parece impossível, mas é assim: em Jesus, Deus foi criança e, nesta condição, quis revelar a grandeza do seu amor, que se manifesta num sorriso e nas suas mãos estendidas para quem quer que seja”, disse. A centenária Igreja do Sagrado ficou novamente repleta de fiéis que puderam

também acompanhar a bênção do presépio montado no claustro do convento. Trabalho dedicado e impecável do senhor Antônio, Adilson e colaboradores. Este presépio conta com uma peça única e singular: a imagem de São Francisco de Assis e o irmão lobo, que fica exposta ao claustro o ano inteiro. Na Capela Frei Galvão, Frei Jorge abençoou também a “Exposição Franciscana de Presépios”, que conta com mais de 18 representações, de diversas cidades e países, do nascimento do Menino Deus. Frei Edrian Josué Pasini é o organizador da exposição neste ano e para ele é sempre um momento de evangelização através da arte. Segundo ele, uma parte da coleção de presépios é particular e a outra é do Seminário Frei Galvão de Guaratinguetá (SP). Os frades estudantes do tempo da Teologia auxiliaram na elaboração e confecção da exposição que contou com o apoio da Editora Vozes e do Convento e Paróquia do Sagrado. A Exposição ficará disponível para visita gratuita até o dia 5 de janeiro de 2020.

Frei Augusto Luiz Gabriel COMUNICAÇÕES

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//especial presépios

Com show de Frei Florival, Sorocaba abre Mostra Franciscana de Presépios Paróquia Bom Jesus dos Aflitos preparou uma noite muito especial para a abertura da Exposição Franciscana de Presépios, trazendo o real sentido do Natal para Sorocaba. Na quarta-feira (20), feriado estadual pelo Dia da Consciência Negra, às 19h30, o show de Frei Florival “Na manjedoura, o salvador” abriu oficialmente a exposição. A mostra apresenta mais de 80 presépios das mais variadas origens do mundo. Artistas locais, voluntários do litoral paulista e colaboradores internacionais confeccionaram os presépios

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com todo tipo de material. A ideia é representar a unidade na diversidade, promovendo a reflexão sobre o real significado do Natal. Entre os destaques da exposição há o presépio montado dentro de um terrário. Há ainda o presépio japonês e outro feito de azulejos. De acordo com o Frei Rozântimo Antunes Costa, vigário e organizador da exposição, a proposta é trazer a mensagem de conforto aos corações, com o nascimento do Menino Jesus, o real sentido do Natal. “Vivemos tempos difíceis, no qual o apelo comercial

do Natal, muitas vezes, acaba prevalecendo na sociedade. A exposição vem nos mostrar que o Menino Jesus nasce de forma humilde na manjedoura, que pode ser o nosso coração. O Natal traz esta mensagem, de amor incondicional à humanidade”, relata o sacerdote. Frei Rozântimo conta que a montagem de presépio é uma antiga tradição franciscana. O primeiro presépio vivo foi organizado por São Francisco de Assis, no século XII, para demonstrar a humildade, e também a força, da noite do nascimento do Menino Jesus.

MOSTRAS DE PRESÉPIOS NA PROVÍNCIA Convento e Santuário São Francisco 30ª Exposição Franciscana de Presépios De 1º de dezembro a 5 de janeiro Terça a sábado: das 9h às 17h Domingo: 8h às 13h Largo São Francisco, 133, Centro, São Paulo (SP) (11) 3291-2400 facebook.com/santuariosaofranciscosp/

Seminário Frei Galvão Exposição Permanente de Presépios Tema: “Nossa Casa Comum: santuário de Deus e dos homens” Até 12 de outubro de 2020. Av. Integração, 151 Guaratinguetá (SP) seminariofreigalvao.org.br

Paróquia Bom Jesus dos Aflitos Exposição Franciscana de Presépios De terça a sábado, das 8h30 às 19h Domingo, após a missa das 7h, 10h e 19h. Rua Péricles Pilar, 80 Vila Hortência, Sorocaba (SP) (15) 3232-2020 https://www.facebook.com/bomjesus1926

Seminário Santo Antônio

(Agudos – SP) | Exposição Permanente de Presépios Estrada de Piratininga, km 4 Acesso Frei Gregório Jonhscher Agudos (SP) (14) 3262-1215 | (14) 3262-1352 facebook.com/SeminarioSA/

Santuário Santo Antônio do Valongo

(Santos -SP) | Exposição Franciscana de Presépios De 15 de dezembro a 26 de janeiro de 2019. Largo Marquês de Monte Alegre, 13 – Centro - Tel. (13) 3219-1481 /3235-7360 Facebook: https://goo.gl/2VwK0K

Convento Santo Antônio

Endereço: Largo da Carioca, s/n Rio de Janeiro (RJ) – (21) 2262-0129 conventosantoantonio.org.br

Paróquia Sagrado Coração de Jesus

Exposição Franciscana de Presépios Rua Montecaseros, 95, Centro Petrópolis – RJ - (24) 2242-6915 facebook.com/paroquiadosagradopetropolis De 6 de dezembro a 5 de janeiro De segunda a sexta, das 16h às 19h30 Sábado, das 14h às 17h30 Domingo, das 8h às 11h30 e 17h às 20h

Paróquia Bom Jesus dos Perdões Exposição de Presépios Tema: “800 anos: Francisco e o Sultão” Lema: Franciscanos: construtores da Paz e do Bem Universal Diariamente, das 9h às 19h Praça Rui Barbosa, 149 – Centro Curitiba – PR Fone: (41) 3281-7700 www.facebook.com/ParoquiaBomJesusdosPerdoes/

Paróquia São Luiz Gonzaga Xaxim (SC) 80 anos de criação da Paróquia 2º Piso do Salão Paroquial 1º de dezembro a 4 de janeiro

Convento da Penha (Vila Velha – ES) | Exposição de Presépios do Convento Local: Sala de Exposições do Convento da Penha (ao lado da Sala dos Milagres) Diariamente, das 8h às 12h e das 12h30 às 16h30. Entrada gratuita https://conventodapenha.org.br/


evangelização//

Câmpus Bragança Paulista da USF inaugura Serviço Escola de Psicologia Universidade São Francisco (USF) inaugurou ba quarta-feira, dia 11, o Serviço Escola de Psicologia, no Câmpus Bragança Paulista. O novo espaço permitirá aos estudantes do Curso de Psicologia colocar na prática toda articulação teórica de aprendizado voltada para a saúde mental. Participaram da cerimônia de inauguração o reitor da USF, Frei Gilberto Gonçalves Garcia; o vice-reitor, Frei Thiago Alexandre Hayakawa; o Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão, professor Dilnei Lorenzi; o pró-reitor de Administração e Planejamento, professor Adriel de Moura Cabral; o administrador dos Câmpus, Rodrigo Ribeiro Paiva; a diretora do Câmpus Bragança Paulista, professora Patrícia Teixeira Costa; diretor do Câmpus Campinas - Unidades Swift e Cambuí; professor Geraldo Peres Caixeta; o diretor do Câmpus Itatiba, professor Volney Zamenhof de Oliveira Silva, além de autoridades locais, como Vasty Fernandes Olmo, representando o prefeito. O reitor da USF ressaltou que, com a inauguração, a Universidade completa o círculo formativo de estágio no câmpus, com uma infraestrutura moderna e atualizada. “Oferecemos um serviço à comunidade regional, ao aproximar a academia da comunidade. Todos sabemos que o sentido da vida hoje é pautado pela ordem econômica. Isso resulta em fragilidades e doenças do mundo psíquico. Estamos expostos a toda sorte de fragilidade espiritual e mental. Dentro do pensamento da espiritualidade franciscana, não existe distinção entre corpo e alma. Nos vale entender esse ensinamento de São Francisco. A espiritualidade franciscana não está apenas nas palavras poéticas, elas trazem uma profunda reflexão sobre o ser humano,

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o mundo e o próprio Deus”, destacou Frei Gilberto durante o evento. A apresentação do Serviço Escola foi realizada pela coordenadora do Curso de Psicologia, professora Anália Martins Cosac Quelho, que destacou a importância do novo espaço de aprendizagem. “A partir de 2020 realizaremos todo processo de avaliação psicológica e psicoterapia com crianças, jovens e adultos para a comunidade bragantina. Dessa forma, como coordenadora do Curso, fico à disposição de todos e desejo que essa data fique marcada na

história do curso e também na história da comunidade de Bragança Paulista”, disse a professora. O espaço recebeu a bênção do representante da Pastoral Universitária, Frei Frei Alvaci Mendes da Luz. O espaço conta com consultórios, espaços infantis, salas de reunião e de estudo. O atendimento à comunidade terá início em 2020. A USF conta ainda com o Centro de Estudos de Anatomia, Centro de Simulação Realística, Clínica de Odontologia e Clínica de Fisioterapia.

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//evangelização

“Diálogo e paz” é tema de encontro inter-religioso em São Paulo o sábado, dia 7 de Dezembro, às 19h30, no Centro Islâmico Fatima Azzahra (A.S), na Vila Esperança, Penha, São Paulo, aconteceu o último Encontro do ano, um Encontro Celebrativo dos 800 anos do diálogo de Francisco de Assis e o Sultão Al-Malek Al-Khamil (1219-2019). Uma iniciativa do Sheikh Rodrigo Jalloul, líder religioso desta comunidade islâmica, e que foi um dos expoentes de muitas celebrações religiosas e culturais que marcaram o ano do diálogo, cortesia, respeito e reverência. Com simplicidade, organização e espírito religioso, o Centro Islâmico ficou repleto de pessoas de várias religiões que ali estavam para ouvir palavras de sabedoria, lucidez crítica, espírito profético e a poderosa força da fé. O encontro teve início com a entoada leitura de trechos do Alcorão Sagrado sobre a Virgem Maria para mostrar como Deus se faz Palavra Encarnada. Em seguida o Sheikh Jalloul explicou o sentido do evento, compôs a mesa e chamou cada representante das religiões para que, por 10 minutos, discorressem sobre o tema “Diálogo e Paz”. A mesa foi composta pelo vereador Quito Formiga, importante líder político para o diálogo inter-religioso; Antônio Alberto Giannichi, coordenador da Comissão de Liberdade Religiosa; Seyed Bill Jomaa, líder da Convivência Cristã-Islâmica; Adriana de Nanã, da Matriz Africana; Pe. Júlio Lancelotti, cristianismo católico comprometido com os Sofredores de Rua; Rosana de Carlo, Kardecismo e Frei Vitorio Mazzuco OFM, representando a Província Franciscana da Imaculada Conceição. Tomaram a palavra também representantes do Hare Krishna, esoterismo e expressões do animismo africano. Frei Vitório Mazzuco fechou o Evento agradecendo a fraterna iniciativa de nossos Irmãos Islâmicos em celebrar e reverenciar Nosso Pai São Francisco e prestou uma homenagem ao Sheikh Jalloul em nome no Ministro Provincial Frei César Külkamp pela sua dedicação e presença neste ano histórico. A Pastoral Universitária da USF, presente no evento, entregou ao Sheikh bonecos representando o próprio Sheikh e o Sultão e São Francisco de Assis. Os bonecos, bastante apreciados, são obras da artesã Cristiane Carvalho, da OFS de São José dos Campos.

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evangelização//

Pastoral Universitária USF promove Sacramento do Crisma no Câmpus Bragança Paulista noite de segunda-feira, 9 de dezembro, foi especialmente marcada pela cerimônia litúrgica na qual, Dom Sérgio Aparecido Colombo, Bispo Diocesano de Bragança Paulista, conferiu o Sacramento do Crisma para sete jovens estudantes da Universidade São Francisco: Aline Petermann Choueiri Miskulin (Medicina), Christopher Zimeni Fagundes (Engenharia de Produção), Isabella Mendes Tavares (Odontologia), Letícia Ferreira Marques Da Silva (Medicina), Luana Brito De Carvalho Matui (Direito), Natália Cristina Cardoso Ferreira (Psicologia) e Rosana Galli Antunes (Medicina) A missa, presidida pelo bispo, teve como concelebrantes: Frei Thiago Alexandre Hayakawa, Vice-Reitor da USF; Frei Vitorio Mazzuco Filho, Coordenador da Pastoral Universitária, Frei Alvaci Mendes da Luz, da Pastoral Universitária, Frei Carlos José Körber e Frei Aladim Uber. Foi um evento histórico para a comunidade universitária, uma vez que essa foi a primeira turma a receber o Sacramento do Crisma na Universidade e na nova capela dedicada recentemente a São Francisco de Assis, que ficou repleta de familiares, padrinhos e amigos dos crismandos.

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Num ambiente afetuoso e fraterno, Dom Sérgio acolheu a todos e reforçou o papel do crismando enquanto pessoa madura na vivência da fé, marcada pelos dons do Espírito Santo e pela mensagem do Evangelho. A Pastoral Universitária da USF agradece a equipe de acólitos que

auxiliou na cerimônia, bem como ao catequista Charles José Silva dos Santos, aluno do Curso de Direito, que se dedicou generosamente durante diversas semanas na preparação dos candidatos ao sacramento.

Pastoral Universitária da USF

ABERTO O ANO JUBILAR EM XAXIM Na manhã do domingo, 17 de novembro, na celebração em honra a Nossa Senhora da Saúde, foi aberto o Jubileu de 80 anos da Paróquia São Luiz Gonzaga, quando foram apresentados o logotipo e o lema - “Paróquia São Luiz Gonzaga: 80 anos de vida e missão neste chão” -, que marcarão este ano até 21 de novembro de 2020. Celebrar um jubileu é elevar a Deus nossa gratidão em ação de Graças pelo modo como Ele age em nossa

vida a partir da criação da Paróquia. Esta presença se intensificou nas inúmeras pessoas que se envolveram com este projeto eclesial. Foram e continuam sendo envolvidos os frades e tantas pessoas que dedicaram e continuam dedicando sua vida em favor desta presença divina na vida humana. Com este jubileu queremos resgatar a história de nossos antepassados e, assim, todos continuarmos vivendo a missão neste chão.


//evangelização

Aluna do Colégio Bom Jesus conquista 1.º lugar geral da Acafe A Acafe (Associação Catarinense das Fundações Educacionais) promove um dos vestibulares mais concorridos do Brasil, reunindo 16 grandes faculdades de Santa Catarina. Mesmo com a forte concorrência, que neste processo seletivo contou com mais de 16 mil candidatos, a aluna do Colégio Bom Jesus de São Bento do Sul (SC), Luana Michel Vieira, conquistou o primeiro lugar geral desse vestibular. Ela foi aprovada para o curso de Relações Internacionais da Unisul, onde também fez o primeiro lugar no curso. Luana estuda na mesma Unidade do Colégio Bom Jesus desde a Educação Infantil. De acordo com a mãe da estudante, Jaqueline Michel, a boa relação que a família mantém com a escola é um dos diferenciais no desempenho da filha. “A Luana sempre foi muito dedicada e focada nos estudos, principalmente agora, nesta reta final para os vestibulares. Mesmo com toda essa tensão e responsabilidade sobre os ombros, contamos com muita ajuda dos professores, que souberam apoiá-la

e contribuir para que esse caminho fosse mais leve”, explica Jaqueline. Par a gestora do Colégio, Regisele Carvalho, o fato de Luana completar toda sua jornada escolar na mesma instituição de ensino pode ser entendido como um fator importante para o desempenho acadêmico. “Nossos alunos têm a oportunidade de desenvolver a aprendizagem com base em

uma proposta pedagógica coesa e, ao mesmo tempo, flexível, pois esta se adapta aos diferentes momentos de vida do aluno durante o progresso entre os segmentos de ensino, da Educação Infantil ao Ensino Médio. Além disso, entendemos que a dedicação da aluna e a boa relação entre a família e a escola fizeram toda a diferença”, comemora Regisele.

Colégio Bom Jesus é homenageado pelo Sinepe-PR Há 70 anos, era fundado o Sinepe-PR (Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná), em Curitiba (PR). Para comemorar essa data, a entidade realizou um evento festivo no final de novembro e homenageou o Colégio Bom Jesus, uma das instituições de ensino que participaram da sua fundação. Representaram o Bom Jesus no evento: Jorge Apóstolos Siarcos, diretor-geral do Grupo Educacional Bom Jesus, Marlene Kochinski, gestora do Colégio Sesc São José, e Cleide de Lourdes Barbosa Machado, gestora do Colégio Bom Jesus Lourdes. “Agradecemos novamente ao Sinepe a homenagem ao Colégio Bom Jesus e também parabenizamos a entidade por defender, há sete décadas, a qualidade dos serviços no segmento da educação no Paraná”, ressalta Jorge Siarcos.

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Bom Jesus brilha na Olimpíada Paranaense de Matemática

Estudantes do Colégio Bom Jesus se destacaram durante a cerimônia de premiação da Olimpíada Paranaense de Matemática (OPRM). Ao todo foram 34 alunos do Bom Jesus sendo reconhecidos por seu ótimo desempenho na competição que envolveu estudan-

tes de escolas públicas e privadas, do 6.º ao 9.º ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. No total, os estudantes conquistaram 4 medalhas de ouro, 6 de prata e 11 de bronze, além de dezenas de menções honrosas. O evento ocorreu no final do mês

de novembro, no Teatro Bom Jesus, pelo segundo ano consecutivo. A OPRM é organizada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e pela Olimpíada Brasileira de Matemática e conta com o apoio da Fundação Lemann.

FAE lança curso inédito no Brasil em Negócios Digitais A FAE Centro Universitário apresenta o curso de graduação em Negócios Digitais para o Vestibular de Verão 2020. Inédito no Brasil na modalidade bacharelado, o curso segue o conceito de inovação aberta, um modelo considerado novo para o meio acadêmico, e foi desenvolvido em parceria com empresas do ecossistema de inovação, muito bem posicionadas na era 4.0, sob a tutoria pedagógica da FAE. O objetivo desse curso é dar ao aluno a oportunidade de abraçar as múltiplas oportunidades que o mundo atual oferece, pois ele é um combinado de prática com expertise acadêmica. Negócios Digitais oferece dupla graduação: o aluno que optar por esse curso, além desse diploma, também receberá o de Administração.

A nova graduação é baseada nas tendências globais que visam à formação integral do estudante, competências técnicas e comportamentais, com o desenvolvimento de digital e soft skills, atendendo aos anseios do mercado e da própria geração, que é digital e hiperconectada, mas que ao mesmo tempo necessita de desenvoltura para lidar de maneira multidisciplinar e ágil, com inteligência emocional, com grande capacidade de

resolver problemas. “Nós temos certeza de que formaremos um profissional 4.0, pois Negócios Digitais atingiu um modelo ideal porque considerou todas as partes envolvidas em sua concepção: mercado, aluno, cenário global e academia. O aluno mudou, o mercado mudou, o mundo evoluiu e o Ensino Superior precisa acompanhar, se atualizar e estar atento para agir com responsabilidade e flexibilidade. Os alunos da FAE são globais e estão prontos para abraçar a sua escolha”, explica o pró-reitor acadêmico Everton Drohomeretski. Ele ressalta ainda que, “os alunos criarão uma empresa real e digital durante o curso. É empreendedorismo na prática, é multidisciplinaridade e alta capacidade de resolução de problemas”, completa. COMUNICAÇÕES

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// 3º Dia Mundial dos Pobres

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Papa: “Os pobres facilitam o acesso ao Céu” o doming, 17 de novembro, o Papa Francisco celebrou na Basílica de São Pedro a Missa comemorativa para o 3º Dia Mundial dos Pobres. Durante a homilia que tinha como tema a citação de Lucas na qual alguém elogiava a magnificência do templo de Jerusalém, e Jesus disse não ficará ‘pedra sobre pedra’ (Lc 21, 6), o Pontífice refletiu: “Por que profetiza que este ponto firme, nas certezas do povo de Deus, cairia?”. A partir desse ponto, o Papa disse: “Procuremos respostas nas palavras de Jesus. Ele nos diz que quase tudo passará: quase tudo, mas não tudo”. Segundo as palavras de Jesus “a desmoronar-se, a passar são as coisas penúltimas, não as últimas: o templo, não Deus; os reinos e as vicissitudes da humanidade, não o homem”. O Papa explica: “Resta o que não passará jamais: o Deus vivo, infinitamente maior do que qualquer templo que Lhe construamos, e o homem, o nosso próximo”. Em seguida, o Francisco fala sobre os enganos que nos fazem desviar de Jesus para não ficarmos nas “coisas penúltimas”, e afirma: “Mas esta pressa, este tudo e imediatamente não vêm de Deus. Se nos afadigarmos pelo imediatamente, esqueceremos o que permanece para sempre: seguimos as nuvens que passam, e perdemos de

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vista o céu”. Pois “atraídos pelo último alarido, deixamos de encontrar tempo para Deus e para o irmão que vive ao nosso lado”.

Perseverança e tentação do “eu”

Como fazer para evitar? “Como antídoto à pressa, Jesus propõe-nos hoje a cada um a perseverança”, e explica: “A perseverança é avançar dia

a dia com os olhos fixos naquilo que não passa: o Senhor e o próximo”. Um segundo engano que nos faz desviar de Jesus, diz o Papa “é a tentação do eu. Ora o cristão, dado que não procura o imediatamente mas o sempre, não é um discípulo do eu, mas do tu.” Porém, observa o Pontífice: E como se distingue a voz de Jesus? ‘Muitos virão em meu nome”’: diz o Senhor.

Mas não devemos segui-los”. Temos que encontrar os que falam a mesma linguagem de Jesus: “A linguagem do amor, a linguagem do tu. Não fala a linguagem de Jesus quem diz eu, mas quem sai do próprio eu. Todavia quantas vezes, mesmo ao fazer o bem, reina a hipocrisia do eu: faço o bem, mas para ser considerado virtuoso; dou, mas para receber em troca; ajudo, mas para ganhar a amizade daquela pessoa importante. Isto é falar a linguagem do eu”. Recordando a todos como servir, o Papa recorda: “Os pobres são preciosos aos olhos de Deus, porque não falam a linguagem do eu: não se aguentam sozinhos, com as próprias forças, precisam de quem os tome pela mão”. Então, o Papa convida: “Quando os ouvimos bater à nossa porta podemos receber o seu grito de ajuda como uma chamada para sair do nosso eu, aceitá-los com o mesmo olhar de amor que Deus tem por eles. Como seria bom se os pobres ocupassem no nosso coração o lugar que têm no coração de Deus!”. Francisco finalizou sua homilia recordando mais uma vez: “Os pobres facilitam-nos o acesso ao Céu: é por isso que o sentido da fé do povo de Deus os viu como os porteiros do Céu. Já desde agora, são o nosso tesouro, o tesouro da Igreja”. COMUNICAÇÕES

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// 3º Dia Mundial dos Pobres

Na Igreja e na comunicação, estar ao lado dos pobres é um compromisso mensagem do Papa Francisco para o 3º Dia Mundial dos Pobres, celebrado no dia 17 de novembro, foi o tema central do 6º encontro da Formação Permanente da Frente de Evangelização da Comunicação, ocorrido na quarta-feira (13). O Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, foi o assessor. Estiveram presentes, através de videoconferência, os colaboradores da

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Fundação Frei Rogério, de Curitibanos (SC); Grupo Educacional Bom Jesus, de Curitiba (PR); Rede Celinauta, de Pato Branco (PR); Convento da Penha, de Vila Velha (ES); Editora Vozes, de Petrópolis (RJ); Pró-Vocações e Missões Franciscanas (PVF), Serviço de Animação Vocacional (SAV) e Sede Provincial, em São Paulo (SP). Com o tema “A esperança dos pobres jamais se frustrará”, o Papa convoca os cristãos a assumirem o compromisso de não somente ajudar, mas estar ao lado dos pobres. “Requer-se uma mudança de mentalidade para redescobrir o essencial, para encarnar e tornar incisivo o anúncio do Reino de Deus”, aponta o Pontífice. “Se a escravidão não existe mais legal e historicamente, ela se faz pre-

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sente nos dias de hoje de modo muito disfarçado”, afirmou Frei Gustavo. Na mensagem, o Papa denuncia novas formas de escravidão e exploração, como o drama dos refugiados, os órfãos e os jovens que sofrem por causa de políticas econômicas excludentes. Segundo ele, os pobres são colocados como parte de uma lixeira humana, sem que isso cause culpa ou vergonha naqueles que são “cúmplices deste escândalo”. O assessor fez um testemunho pessoal, afirmando que o texto o tocou, por sentir muitas vezes, especialmente quando na fala a respeito da “lixeira humana”. “Esta constatação do Papa doeu na minha alma, porque eu, religioso franciscano, quantas vezes não acabei sentindo isso em relação aos pobres. Quando um pedinte que se aproxima, ou vemos alguém sentado na calçada, aquela cena causa julgamentos dentro de nós. É isso que o Papa diz, que são considerados ameaçadores, incapazes, parasitas. Aqueles discursos de que, com o Bolsa Família, ninguém quer mais trabalhar, são discursos muito rasos e que acabam impondo sobre os pobres uma culpa que, muitas vezes, ou na maioria absoluta das vezes, não é deles, mas fruto de um contexto”, relatou o frade. O Papa convoca todos os cristãos a assumirem um compromisso com os pobres, o que constitui o núcleo do Evangelho. “A fé cristã que ignora, que não extrai consequências, que desconsidera essa identificação de Deus com os mais fracos, está querendo enganar

o Evangelho e torná-lo água com açúcar, ou seja, que não faz diferença nenhuma. A proposta é o contrário, é não ter medo de se colocar a serviço daqueles que mais precisam”, destacou o Vigário Provincial. Por fim, o Pontífice aconselha a não se deter na primeira necessidade material dos pobres, mas colocar-se ao lado deles. “Os pobres não são números, são pessoas a quem devemos encontrar”, ressalta a mensagem. Esta convocação feita pelo Papa Francisco deve ser assumida pessoal e institucionalmente. Enquanto comunicadores, refletiu-se o compromisso de dar voz e visibilidade às causas dos menos favorecidos, respondendo ao apelo feito neste 3º Dia Mundial dos Pobres. “O sofrimento não faz parte do projeto de Deus. O desafio é termos uma postura profética em nossas instituições para ajudarmos a reverter este quadro. Não devemos esquecer a dimensão da solidariedade, não por desencargo de consciência, mas por convicção”, salientou o coordenador da Frente da Comunicação, Frei Neuri Francisco Reinisch. Na segunda parte do encontro, os participantes partilharam alguns encaminhamentos feitos no Encontro Provincial da Frente da Comunicação, realizado nos dias 17 e 18 de outubro, em Rondinha (PR). Frei Neuri destacou a importância do serviço em rede que tem sido realizado. Os participantes partilharam os trabalhos produzidos por ocasião do Advento e Natal e também as pautas importantes de 2020, como as Missões Franciscanas da Juventude, que acontecerão em janeiro na cidade de Xaxim (SC), e a Campanha da Fraternidade.

Érika Augusto


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Dia dos Pobres nas paróquias da Província 3º Dia Mundial dos Pobres, celebrado no domingo (17/11), foi marcado por diversas iniciativas nas diversas Paróquias da Província. Em Curitiba (PR), a equipe social da Paróquia Bom Jesus dos Perdões promoveu um almoço para 500 pessoas em situação de rua. De segunda a sexta-feira, a Paróquia já oferece o Chá Fraterno, que atende aproximadamente 130 pessoas. Neste Dia Mundial dos Pobres, além da refeição, a equipe encaminhou os atendidos para acompanhamento jurídico e/ou assistencial. Em seu início de Pontificado, o Papa Francisco deixou claro que ele gostaria de seguir e apresentar Jesus Cristo para toda a humanidade como fez o santo de Assis. “O papa chama toda a Igreja para esta sensibilização no contato com o pobre. Como toda nossa sociedade também a Igreja vive, às vezes, distante dos pobres e reproduz uma certa indiferença com os empobrecidos. E o Papa nos recorda este aproximar do pobre, de abracar o pobre, de ter cheiro de pobre. Só assim poderemos salvar nossa Igreja. Então, na véspera da celebração do Cristo Rei é necessário que abracemos o Cristo na pessoa do pobre”, conclui Frei Alexandre. Em carta enviada às Paróquias de toda a Arquidiocese, o bispo auxiliar de Curitiba, Dom Francisco Cota, ressalta “que o acolhimento da proposta do Papa não significa a realização de mais

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um evento em favor dos pobres, mas o planejamento e efetivação de ações que os libertem da situação de miséria e abandono em que se encontram”. Em Nilópolis (RJ), a Paróquia Nossa Senhora Aparecida realizou, através do grupo Gotas de Misericórdia, uma ação social que prestou diversos serviços à comunidade, como aferição de pressão e glicose, cabeleireiro, barbeiro, trancista, manicure, maquiagem, massoterapia, entre outros. Além disso, foi montado um espaço para a higiene pessoal com distribuição de kits com toalha, sabonete, pasta e escova de dente, podendo tomar banho e escovar os dentes no local, com distribuição de roupas e brindes ao final. Além destes atendimentos, todos

foram convidados para um almoço comunitário. As crianças também tiveram atendimento exclusivo com um cantinho da pintura e brinquedos e, na parte da tarde, brincadeiras e um cineminha com direito a pipoca e refrigerante. Em Florianópolis (SC), na celebração das 10h, Frei Germano Guesser lembrou que a mensagem do Papa Francisco é divulgada anualmente no dia 13 de junho, dia do padroeiro local, Santo Antônio. Segundo o celebrante, é fundamental nos perguntarmos que mundo estamos construindo, que mundo nós queremos. “Jesus ao falar do templo, não falava do mundo, mas falava do fim de um tempo do mundo. Ele falava desse mundo de injustiças que vai acabar”, explicou o frade. Segundo ele, não vai acabar o mundo de novas relações, de justiça, de solidariedade, de equidade, de vida para todos. “Esse não vai acabar. O mundo do poder, simbolizado no templo, isso acaba. Isso desmorona, como vimos cair impérios e poderosos. Mas Deus não passa. Tudo aquilo que significa o amor, perdão, respeito, vida, dignidaCOMUNICAÇÕES

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// 3º Dia Mundial dos Pobres de, solidariedade, caridade, a gratuidade, isso é eterno. Deus não passa”, disse, pedindo mais testemunhos de fé diante das dificuldades do dia a dia. A Celebração terminou com a bênção do Pão dos Pobres e das velas da campanha “10 Milhões de Estrelas”, projeto da Cáritas Brasileira lançado em 2014, onde a paz é o tema e compromisso permanente do projeto.

Outras iniciativas

A III Jornada Mundial dos Pobres na Diocese de Duque de Caxias, Baixada Fluminense (RJ), foi marcada por várias ações sociais que levaram o amor misericordioso de Deus aos pequenos e pobres. Em Duque de Caxias, Gaspar: Frei Paulo e os imigrantes haitianos o Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) da Na cidade vizinha de São João Fraternidade Santo Antônio, da de Meriti (RJ), o JPIC e a Pastoral do Ordem Franciscana Secular (OFS) e a Povo da Rua divulgaram no sábado Pia União de Santo Antônio oferece(16), a mensagem do Papa para a Dia Mundial dos Pobres, e na manhã de ram, na Catedral de Santo Antônio, domingo, ofereceram um café da um café da manhã para cerca de 50 manhã para os moradores de rua que moradores em situação de rua que residem na Praça da Matriz de São vivem no centro de Duque de Caxias. João de Meriti e no entorno. EncerranO café foi marcado por um momento de oração e de convivência fraterna do a jornada, as pastorais sociais da ao longo da manhã. Em todas as Paróquia São Mateus e o JPIC oferemissas do domingo, o JPIC distribuiu ceram um almoço para 400 assistidos a Mensagem do Papa para o III Jorpela paróquia e convidados. Na Paróquia São Pedro Apóstolo, nada Mundial dos Pobres.

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em Gaspar (SC), foram realizadas diversas iniciativas, como a doação de alimentos na Comunidade Santa Rita de Cássia, doação de cestas básicas para famílias carentes da Comunidade Santo Antônio, confraternização e doação de roupas para famílias necessitadas, realizada pela Conferência Vicentina, doação de alimentos para famílias carentes promovida pela OFS e momento de convivência, distribuição de bíblias e apoio na busca de empregos para os imigrantes haitianos.

Histórico

O Dia Mundial dos Pobres foi instituído pelo Papa Francisco na conclusão do Jubileu da Misericórdia, em 2016, e, anualmente, é celebrado no penúltimo domingo do Ano Litúrgico, que antecede a Festa de Cristo, Rei do Universo. O tema escolhido para a jornada deste ano foi “A esperança dos pobres jamais se frustrará” (Sl 9,19). O Dia Mundial dos Pobres é organizado pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização e a proposta da data é chamar toda a comunidade cristã a estender a mão aos pobres, homens e mulheres marginalizados cuja dignidade é aviltada de diferentes formas.


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Fecomércio-PR premia jornalistas da Rede Celinauta ornalistas da Rede Celinauta de Comunicação foram vencedores no 6º Prêmio Fecomércio PR de Jornalismo. Mantidas com recursos do empresariado do Estado, as Instituições que compõem o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR desafiam jornalistas a mostrar a importância do Sesc e do Senac e como programas e ações das duas entidades desempenham um papel crucial em prol da justiça social, da cidadania e da qualidade de vida dos paranaenses. A iniciativa premiou reportagens em quatro categorias: jornalismo impresso e webjornalismo, telejornalismo, radiojornalismo e fotojornalismo. O prêmio é direcionado exclusivamente para jornalistas e repórteres fotográficos profissionais que possuam registro profissional, expedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Foram distribuídos troféus e R$ 38.000,00 em prêmios no total, sendo R$ 4.000,00 para o primeiro colocado de cada categoria, R$ 3.000,00 para o segundo lugar e R$ 2.000,00 para a terceira posição. Os prêmios estão apresentados em valores líquidos, livres de Imposto de Renda. Os Jornalistas da Rede Celinauta de Comunicação Edson Honaiser e Tiago Tessaro, com apoio dos cinegrafistas Paulo Tessaro, Diego da Rocha e do Editor Fabiano Morangon foram classificados e ficaram com a segunda colocação na categoria Rádio e TV. Para o diretor presidente da Fundação Cultural Celinauta, Frei Neuri Reinisch, a conquista dos Prêmios em concurso estadual é um reflexo da qualidade do jornalismo e dos profissionais que atuam na Rede Celinauta. “Estamos orgulhosos pelo trabalho realizado por nossos profissionais, e acreditamos

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que é o reflexo do jornalismo dinâmico, imparcial e de qualidade produzido na casa”, destacou Frei Neuri. Além do mais, todos os anos os jornalistas da Rede Celinauta têm recebido prêmios, concorrendo com as grandes Redes de Comunicação do Estado, o que mostra a seriedade e a competência com que o Jornalismo é exercido.

Entrega do Prêmio em Matinhos

Durante a última reunião mensal de 2019, da diretoria da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), realizada em Matinhos, foram entregues a jornalistas de todo o Paraná troféus e certificados da sexta edição do Prêmio Fecomércio PR de Jornalismo. A premiação instigou a imprensa

do Estado a mostrar a importância do Sesc e do Senac e como programas e ações das duas entidades desempenham um papel crucial em prol da justiça social, da cidadania e da qualidade de vida dos paranaenses. Cinquenta trabalhos de fotojornalismo, telejornalismo, radiojornalismo e jornalismo impresso e webjornalismo, oriundos de 15 cidades do Estado, foram recebidos e avaliados pela fidelidade do tema, pertinência, conteúdo e estrutura do texto. Para o coordenador de jornalismo do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Ernani Buchmann, a comunicação vive uma crise sem precedentes com a entrada da mídia digital e faz-se necessário a reinvenção da profissão constantemente. “É preciso que todos nós nos reinventemos todos os dias, mas na nossa profissão, precisamos nos reinventar a cada 15 minutos. O Prêmio Fecomércio PR de Jornalismo foi constituído justamente para ser uma premiação ao trabalho que vocês fazem”, afirma.

Beto Rossatti COMUNICAÇÕES

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OFS de Quissamã celebra 117 anos o domingo em que a Igreja celebrou o Dia Mundial dos Pobres (17/11), a comunidade paroquial da cidade de Quissamã/ RJ também teve outro motivo para se alegrar: os 117 anos de fundação da Ordem Franciscana Secular neste local. A Paróquia desta cidade, outrora administrada e pastoralmente organizada pelos Frades Menores, foi entregue aos cuidados da Diocese de Nova Friburgo em 1996. Mas a presença franciscana se manteve fecunda, com muito entusiasmo e vigor, nos irmãos e irmãs professos da OFS. A missa das 8 horas, presidida pelo ministro provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, Frei César Külkamp, deu início à manhã de festividades. O pároco local, padre Mauro Nunes, agradeceu a presença de Frei César e do assis-

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tente Frei Gabriel Dellandrea, que acompanhou o grupo da OFS durante este ano. Estendeu sua gratidão também a todos os franciscanos que se dedicaram e se dedicam a evangelizar nestas terras. Lembrou, por isso, do grande legado que os frades deixa-

ram na paróquia e da continuidade deste carisma que a OFS mantém na comunidade. Na homilia, Frei César lembrou da profunda e oportuna reflexão sobre o Dia Mundial dos Pobres. Destacou que a misericórdia é a porta


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do cuidado para com os irmãos e irmãs que atravessam períodos de penúria. O frade lembrou que este dia não é o único momento de fazer caridade, mas que nesta data o Papa tem o desejo de que cada cristão esteja próximo dos mais necessitados. Isso significa, segundo Frei César, não só oferecer um donativo, mas estar com os mais pobres, ouvi-los, ir ao seu encontro com a presença e o carinho. Além disso, o Ministro Provincial lembrou do grande papel que a OFS pode oferecer nesse e outros âmbitos. Recordou que o carisma franciscano permanece vivo e eficaz

na vivência de irmãos e irmãs de boa vontade que se colocam no seguimento de Cristo segundo São Francisco de Assis. Agradeceu por todo o empenho de cada franciscano. Assim, após a profissão de fé, na missa, os professos da OFS renovaram o seu compromisso com o ideal franciscano, portando em suas mãos velas acesas significando a missão de cada cristão: “Ser luz do mundo” (Mt 5,13-16). Após a celebração, os irmãos e irmãs da OFS e frades, reunidos no Colégio Cenecista Nossa Senhora do Desterro, puderam conhecer um pouco mais sobre a comemoração

de toda a família franciscana deste ano: 800 anos do encontro de São Francisco com o Sultão. Frei César trouxe os principais elementos desse encontro e uma oportuna reflexão sobre a necessidade do diálogo, da compreensão. Além disso, salientou uma contundente provocação de como atualizar essa temática hoje. O momento de formação foi encerrado com um pequeno ensaio de cantos, agradecimentos, a oração do Ângelus e o almoço festivo. Que Deus conserve a perseverança e a alegria de nossos irmãos e irmãs que vivem o carisma franciscano com a Regra da OFS.

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Mensagem do Ministro Geral por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a Aids

Queridos irmãos da Ordem, que o Senhor lhes dê paz! odos os anos, desde 1988, a comunidade mundial faz uma pausa para refletir sobre a pandemia de HIV/Aids, aumentar a conscientização e o conhecimento, manifestar-se contra todas as formas de estigmatização, comprometer-se com um trabalho mais profundo e pedir uma resposta maior para avançar na erradicação da pandemia como uma ameaça à saúde pública. Esses objetivos podem ser alcançados, facilitando o acesso a diagnósticos e tratamentos precoces e acessíveis para todos aqueles que precisam, independentemente de sua situação social ou econômica. Atualmente, 38 milhões de irmãos e irmãs vivem com o vírus HIV, com mais de 1,7 milhão de novas infecções em 2018. Mais de 32 milhões de pessoas morreram como resultado de complicações da Aids desde que foram identificadas pela primeira vez. Graças a uma maior conscien-

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tização sobre o vírus e a um maior acesso a medicamentos que salvam vidas, novas infecções pelo HIV diminuíram aproximadamente 37% no período 2010-2018. As mortes relacionadas ao HIV foram reduzidas em 45%. Mais de 13,6 milhões de vidas foram salvas graças ao acesso a melhores terapias anti-retrovirais, e quase 23 milhões de pessoas aproveitaram esses tratamentos em 2018. Apesar desses avanços encorajadores, ainda existem regiões do mundo em que as infecções por HIV estão aumentando. Isto é especialmente verdade no Leste Europeu, Ásia Central, Oriente Médio e Norte da África. No Paquistão, foi relatado que foram descobertas cerca de 1.900 crianças infectadas com o vírus HIV em uma cidade de 200.000 habitantes, devido a práticas médicas perigosas. Isso deixa muito claro que não pode haver descuido no que se refere à pandemia de HIV/ Aids. O tema do Dia Mundial da Aids 2019 é: “Fim da epidemia do HIV/Aids: Comunidade por Comunidade”. A publicidade internacional sobre esta celebração menciona muitos tipos de comunidades envolvidas na resposta ao HIV/Aids, incluindo aquelas que vivem com ou são vulneráveis ​​à infecção pelo HIV. Contudo, há muito pouca menção ao ousado comprometimento e ação das comunidades religiosas - católicas, ecumênicas e inter-religiosas - na prevenção da propagação do HIV, na disponibilidade de programas locais de diagnóstico e tratamento e na criação de recursos para garantir o desenvolvimento integral e acompanhamento das pessoas vivendo com HIV e seus entes queridos. Seguindo o exemplo de São Francisco de Assis, unimo-nos a pessoas de fé e boa vontade em todos os lugares, na busca de pôr fim à a pandemia do HIV. Comprometemo-nos a lutar contra todas as formas de preconceito e incentivamos nossos governos e a comunidade inter-

nacional a manter seus compromissos políticos e financeiros para atender às necessidades de todos os que vivem ou são afetados pelo HIV/ Aids, e para ajudar a erradicar essa pandemia. Encorajamos e incentivamos a comunidade científica em seus esforços para entender o HIV e criar novas maneiras de suprimir seu progresso. Pedimos às empresas farmacêuticas que continuem a disponibilizar acessibilidade a medicamentos que salvam vidas, para todos, especialmente para os pobres e excluídos. Juntamos nossa oração a todos que vivem com HIV, especialmente a nossos próprios irmãos: para que experimentem misericórdia, aceitação e amor; que são qualidades e valores que São Francisco pede aos seus irmãos. E para que Deus fortaleça a determinação dos governos de todo o mundo em fazer todo o possível na promoção da dignidade humana, fornecendo fundos para avanços médicos, incentivando a mudança de comportamento e promovendo valores moralmente fundamentados para contribuir na luta contra a pandemia de HIV/Aids.

Oração franciscana pelo Dia Mundial da Aids 2019:

Deus, você que é a fonte de todas as bênçãos, escuta o grito de nossos irmãos e irmãs que vivem com ou são afetados pelo HIV/Aids. Em sua infinita bondade, transforme os corações humanos para que as pessoas ao redor do mundo possam tratar as pessoas que vivem com o HIV com dignidade, respeito e carinho. Que nossas comunidades se tornem lugares de acolhida, compaixão, amor e esperança para todos! Nós fazemos esta oração através de Cristo, nosso Senhor. Amém. 1º de dezembro de 2019

Fray Michael A. Perry, OFM Ministro Geral e Servo


Hiroshima foi uma verdadeira catequese humana sobre a crueldade. VIAGEM AO JAPÃO 26/Nov

A ‘Cultura do descarte e do ódio’ de governantes atuais lembra Hitler.

Reiterei a firme condenação das armas nucleares e da hipocrisia de falar de paz construindo e vendendo artilharia bélica.

A Igreja ou é em saída ou não é Igreja. ENTREVISTA DO LIVRO DE GIANNI VALENTE - 5/Nov

VIAGEM AO JAPÃO - 25/Nov

XX CONGRESSO MUNDIAL DA ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE DIREITO PENAL - 16/Nov

A recordação dos Santos leva-nos a erguer os olhos para o Céu: não para esquecer as realidades da terra, mas para enfrentálas com mais coragem e esperança.

ANGELUS - 1/Nov

A missão não é um projeto empresarial bem organizado. Nem mesmo um espetáculo organizado para saber quantas pessoas participam graças às nossas propagandas. O Espírito Santo age como quer, quando e onde quiser. ENTREVISTA DO LIVRO DE GIANNI VALENTE - 5/Nov

É necessário e urgente um sistema econômico justo, confiável e capaz de responder aos desafios mais radicais que a humanidade e o planeta devem enfrentar. L CONSELHO EM PRO DE UM CAPITALISMO INCLUSIVO - 11/Nov

O apostolado social deve resolver os problemas, sim, mas sobretudo deve promover processos e encorajar esperanças, processos que ajudem as pessoas a crescer, que os levem a ser conscientes dos seus próprios direitos, das suas capacidades de criar o próprio futuro. ENCONTRO DO SECRETARIADO DE JUSTIÇA SOCIAL E ECOLOGIA, DA COMPANHIA DE JESUS - 7/Nov

Os pobres são o nosso tesouro, o tesouro da Igreja. MISSA NO DIA MUNDIAL DOS POBRES - 17/Nov

Não existe coração humano em que Cristo não queira e não possa renascer. MISSA NA DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE SÃO JOÃO DE LATRÃO - 9/Nov

É mais fácil reprimir que educar - diria que é mais cômodo também -, negar a injustiça presente na sociedade e criar estes espaços para fechar no esquecimento os infratores, do que oferecer igualdade de oportunidades de desenvolvimento a todos os cidadãos. ENCONTRO SOBRE O DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL E A PASTORAL PENITENCIÁRIA CATÓLICA - 8/Nov


Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

agenda2020 As alterações e acréscimos estão destacados em laranja.

30 e 01

JANEIRO

Reunião do Definitório Provincial (Agudos);

06

Primeira Profissão dos noviços (Rodeio);

JUNHO

30 a 02

08

Reunião do Definitório Provincial;

Admissão dos noviços (Rodeio);

09 a 16

JULHO

Curso de Fé e Política do CESEEP (Espiritualidade nas cidades: religião e mídia) – São Paulo/SP

31 a 02

Caminhada Franciscana da Juventude (CFJ) – Vila Velha (ES)

AGOSTO

11

Primeira Profissão dos noviços angolanos e admissão dos noviços angolanos 2020 (Quibala);

17 a 21

11

Reunião do Definitório Provincial;

Encontro da CFMB (Salvador, BA);

SETEMBRO

01 a 03

Ordenação de Frei Gabriel Vargas Dias Alves - Pato Branco - PR;

20 a 30

Curso na Cúria Geral para novos Ministros Provinciais (Roma);

29

Admissão dos Postulantes (Guaratinguetá);

29 a 02

Missões Franciscanas da Juventude (JPIC) – Xaxim (SC)

31 a 01

Encontro de Ex-seminaristas (Agudos);

FEVEREIRO

11 a 13

Reunião do Definitório Provincial (Sede Provincial);

21 a 26 12

Encontro com os coordenadores atuais dos Regionais (São Paulo – S. Francisco);

16

Ordenação de Fre Evaldo Ludwig - Xaxim - SC;

MARÇO

08

30ª Romaria Frei Bruno (Joaçaba);

20 e 21

Encontro da Frente da Educação - frades (Bragança);

30 a 03

Encontro da CFMB (Franca, SP);

ABRIL

18 a 25

Missão da Solidariedade dos Jovens – Sefras – São Paulo – SP;

20

450ª Festa de N. Sra. da Penha (Vila Velha);

27 e 28

Encontro da Formação Inicial (Rondinha);

Assembleia da UCLAF (Divinópolis, MG);

OUTUBRO

15 a 18

Congresso de Evangelização da CFMB (São Paulo)

31 a 01

Alverne – Concórdia (SC)

NOVEMBRO

16 a 18

Reunião do Definitório Provincial;

28 e 29

Assembleia do SAV (Rondinha);

28 e 29

Reunião dos guardiães e coordenadores (Agudos);

MAIO

01 a 29

2021

Capítulo Geral da Ordem (Manila – Filipinas);


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