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Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

| MAIO - 2016 | ANO LXIII • No 05 |


Sumário

MENSAGEM

“Misericordiosos como a Mãe”, Frei Fidêncio Vanboemmel............................................. 231

Formação permanente

“Ilustre Mãe da Misericórdia Divina”, artigo de Lina Boff....................................................... 232 “Maria: Mãe de Jesus, Mãe da Misericórdia”, artigo de Andreia Serrato................... 235

Formação e estudos

Rondinha: Visita da pastoral universitária ao Pequeno Cotolengo ............................. 237 Novinter 2016 : encontro de noviços reúne culturas de cinco países ..................... 238

Fraternidades

Encontro do Regional do Contestado.............................................................................................. 239 Entrevista Frei Ademir Sanquetti: .......................................................................................................... 240 Peregrinação da Paróquia São Pedro Apóstolo à Porta Santa......................................... 242 Gaspar: Missa do Lava-pés com a catequese............................................................................... 242 Gaspar: Missa da misericórdia e virada radical da juventude.......................................... 243 Posse do novo pároco da Paróquia São Pedro Apóstolo de Gaspar.......................... 244 Posse de Frei José Idair na Paróquia Nossa Senhora do Rosário.................................... 245 Frei Florival reúne amigos para cantar a “Perfeita alegria”.................................................... 246 Encontro do Regional do Curitiba........................................................................................................ 247 Posse de Frei Germano na Paróquia Santo Antônio do Pari............................................. 248 Frei Alvaci toma posse no Santuário e Paróquia São Francisco...................................... 250 Frei Valdecir na Vila Clementino: “De coração aberto”........................................................... 252 Posse de Frei César Külkamp no Sagrado........................................................................................ 254 Posse do Pároco e Vigário em Agudos.............................................................................................. 256 Frei Filipinho é “imortal” agora................................................................................................................... 257 Retiro celebra os 30 anos do pvf........................................................................................................... 258 Encontro do Regional São Paulo............................................................................................................ 262 Encontro do Regional do Vale do Itajaí.............................................................................................. 262 Paróquia de São Sebastião recebe Frei João e se despede de Frei Paulo............... 263

Sav

Caminhada franciscana em Bauru: “Fé e superação”............................................................... 264

Evangelização

Os novos missionários de Angola........................................................................................................ 268 Rede Celinauta: campanha em prol do hospital do câncer de Pato Branco....... 270 Usf: “quebrando os mistérios do Imposto de Renda”............................................................ 270 Bragança Paulista: Caminhada ao Santuário de Pedra Bela............................................... 271 Encontro Provincial dos Secretariados para a Evangelização e a Formação e Estudos................................................................................................................................. 272 Sefras: Chá do Padre reabre no dia 2................................................................................................... 274 Bom Jesus: Páscoa e ações solidárias.................................................................................................. 276 Curso de Franciscanismo.............................................................................................................................. 277

Cfmb

Conferência tem nova presidência....................................................................................................... 278

Capítulo Provincial

Carta do Ministro Geral pós-Capítulo................................................................................................. 280

Falecimento

Frei Antônio Rosolém...................................................................................................................................... 282

Agenda ........................................................................................................................................................... 284 Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil Rua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br | ofmimac@franciscanos.org.br


Editorial

Misericordiosos como a Mãe

M

isericordiosos como o Pai”, diz o lema do Ano da Misericórdia. Sendo filhos de Deus que é Pai e Mãe, conforme afirmou o Papa João Paulo I, neste mês de maio, tradicionalmente dedicado à recordação da Virgem, podemos, como irmãos e menores que buscamos ser, fazer coro ao Seráfico Pai: “Ave, Senhora, Rainha santa, Santa Maria Mãe de Deus, virgem feita igreja e que do céu foste escolhida pelo santíssimo Pai, a quem ele consagrou com o seu santíssimo e dileto Filho e com o Espírito Santo Paráclito, e em quem esteve e e está toda a plenitude da graça e todo o bem” (Saudação à Bem-aventurada Virgem Maria, 1-3). Certos de que na Mãe encontraremos a misericórdia do Pai, como subsídio para a Formação Permanente, oferecemos a contribuição feminina das Professoras Lina Boff e Andreia Cristina Serrato, nos artigos Ilustre Mãe da Misericórdia Divina e Maria: Mãe de Jesus, Mãe da Misericórdia. Excelente material para leitura e reflexão. Cientes de que Maria é Mãe dos Caminhantes e conosco caminha, apresentamos um vasto noticiário de nossa caminhada provincial, com as posses de diversos confrades como párocos – salientando que se trata sempre de um serviço assumido em fraternidade –, os encontros regionais, os 30 anos do Pró-Vocações e Missões Franciscanas, a Caminhada Franciscana da Juventude entre Bauru e Agu-

dos, a partida dos novos missionários para Angola e muitas outras notícias de nossas cinco Frentes de Evangelização. Peço especial atenção da Fraternidade Provincial nos desdobramentos de nosso Encontro Provincial dos Secretariados para a Evangelização e para a Formação e os Estudos. Nos dias 12 e 13 de abril, no Convento São Boaventura, frades ligados às nossas cinco Frentes, à Formação Inicial e Permanente e ao Serviço de Animação Vocacional estivemos reunidos para definir alguns passos em comum e marcar as datas dos principais encontros. Depois de passado o Capítulo Provincial e o Congresso Capitular, após a aprovação de nosso Plano de Evangelização, este encontro foi uma espécie de “pontapé inicial” para nossa vida e missão nos próximos três anos. Recomendando a Deus a vida de nosso irmão, Frei Antônio Rosolém, restituída ao seio misericordioso do Pai no último dia 09 de abril, pedindo perseverantes orações pelos confrades que suportam o calvário da doença, aqui da cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, onde participo da Reunião da UCLAF, deixo minha fraterna saudação a todos. Paz e Bem! Frei Fidêncio Vanboemmel Santa Cruz de la Sierra, 26 de abril de 2016

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ILUSTRE MÃE DA MISERICÓRDIA DIVINA Irmã Lina Boff O modo de agir de Deus Pai

N

a História da salvação da humanidade destacam-se personagens que tiveram uma missão de grande alcance. No Cristianismo foram de grande significado a figura dos patriarcas, seus descendentes e das matriarcas com sua discreta e nem sempre reconhecida participação originária e original na construção dessa História salvífica.


Formação Permanente Xx

Na linhagem das matriarcas irrompe a figura de uma mulher dentro do plano divino que é revelado em Cristo Jesus: Deus reserva um lugar singular a esta mulher, aquela que foi a Mãe de Jesus, o Filho do Pai e o Salvador misericordioso do mundo. O Tratado da teologia mariana atribui à pessoa de Maria de Nazaré uma missão específica no âmbito de todos os acontecimentos da História do Povo de Israel. Ela desempenha uma função intimamente ligada ao mistério misericordioso de salvação realizado por Cristo Jesus. O Apóstolo afirma que Deus nos escolheu antes da criação do mundo para sermos santos e imaculados aos seus olhos (cf. Ef 1,4) pela graça misericordiosa trazida por seu Filho que doou sua vida por todos; todas as pessoas, portanto, são chamadas a serem santas e imaculadas.

A misericórdia é maior que o pecado

Seguindo o ensinamento da Exortação Pontifícia do Papa Francisco, mais conhecida como Bula do Ano Santo da Misericórdia, Maria é invocada como a Mãe da Misericórdia porque participa da misericórdia de Deus que envia seu Filho Jesus para que Ele tenha misericórdia para com toda a humanidade. Jesus se inclinou sobre a nossa miséria, teve compaixão, solidarizou-se conosco para que fôssemos fiéis à sua Aliança. Mas não só. A misericórdia e a clemência do Filho de Deus quis que sua Mãe, Maria de Nazaré, participasse com Ele desse serviço divino. Por isso Maria é invocada como a Mãe da misericórdia, porque participa da misericórdia que Jesus tem para com toda a humanidade. No parágrafo 3 da Bula, o papa nos comunica que ele escolheu a festa da Imaculada Conceição, que se celebra

em dia 8 de dezembro, para abrir a Porta Santa do Ano da Misericórdia porque Maria foi a primeira pessoa que recebeu de Deus a graça misericordiosa de ser isenta de pecado. A festa da Imaculada guarda um simbolismo que a nossa percepção nem sempre alcança. Primeiro, porque a festa da Imaculada, como Mulher bíblica, abre o tempo do Advento, o tempo litúrgico mariano forte da nossa Liturgia. Segundo, porque a figura de Maria é símbolo e também epifania simbólica, isto é, Maria é invocada e cultuada a partir de um conjunto de símbolos que tecem a tradição cristã e religiosa do nosso povo. Além disso situa o povo para além de si mesmo e o leva a viver e a desejar um mundo diferente daquele que vive. Esta simbólica é um dos fatores mais poderosos da inserção da fé popular na realidade definitiva em que acredita e alimenta uma esperança que faz a história desse povo. A experiência devocional simbólica acrescenta à fé mariana popular uma dimensão de relação com uma Maria extra-racional, imaginativa ou até mesmo fantasiosa, mas cheia de fé e de esperança. Tal relação se dá entre a pessoa de fé, a comunidade que acredita e o mundo cósmico. Diante de tal fato, a reflexão nos leva a criar uma nova antropologia continental, a qual se inscreve dentro de um reconhecimento capaz de criar no povo a consciência de que é ele que deve construir a sua história, criar sua cultura e construir sua identidade cristã e religiosa. A espécie humana, tratada como não-pessoa, dá lugar à virada antropológica humana inclusiva e libertadora pois, não há mais lugar para a submissão e o domínio. Faltando esta intuição de cada ser humano na interpretação dos elementos simbólicos marianos, vistos à luz da fé, nada é percebido em Maria como epifania simbólica.

Com Maria toda a humanidade deixa de estar sujeita ao bel prazer do mal. Como se vê, Deus quis precisar de Maria para nos mostrar que a misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa, nos ensina o Papa. Maria, portanto, eleva a humanidade ao seu lugar mais alto da criação. A humanidade toda está em busca de sua perfeita identidade e de sua plena realização como ser humano e como pessoa chamada por Deus à santidade, através do batismo, vivendo em Comunidade de fé. Todos nós vivemos o profundo desejo de paz, fraternidade, solidariedade e justiça. Com isso queremos superar a violência, a morte prematura, a corrupção que nos envergonha e a miséria que nos tira a dignidade de filhos e filhas de Deus, que usa de sua benevolência de Pai e Mãe das misericórdias. Entretanto, a humanidade faz a experiência do fracasso, da amarga contradição das coisas da vida, dos mecanismos de ódio, divisão e destruição, todos golpes que tentam diminuir a nossa alegria e a vontade de viver uma vida plena e feliz. Nem por isso morre a esperança que alimentamos por um mundo mais humano e reconciliado com toda a criação. O povo de Israel, mais do que outros povos, viveu a dimensão da esperança. Para ele o futuro guarda o segredo da humanidade nova. Nós estamos caminhando nesta direção, somos um povo cheio de esperança e guardamos dentro do mistério humano-divino que foi plasmado pelo Criador, aquela esperança trazida pela graça misericordiosa que Jesus Cristo que nos doou com sua vida.

Maria, a Mulher profética e misericordiosa

A Carta Pontifícia de Francisco nos ensina ainda que a fé vê em MAIO / 2016 [coMUNICAÇÕES]

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Formação Permanente

Maria concebida sem pecado, a História dessa misericórdia de Cristo, cheia de esperança, e a realização da nossa busca de vida plena. No parágrafo 24 da Bula proclamada para o Ano da Misericórdia, nosso Papa Francisco continua apresentando Maria como a Mulher profética que canta as maravilhas da misericórdia divina que se estende de geração em geração sobre as pessoas que temem o Senhor da misericórdia (cf. Lc 1,50). Nós somos esta geração que, como pessoas batizadas, temos a missão de continuar estendendo esta misericórdia divina da qual Nossa Senhora da Conceição Imaculada participa e com ela se aproxima de todos os povos. “Maria atesta que a misericórdia do Filho de Deus não conhece limites e alcança a todos, sem excluir ninguém”. Como Mãe da misericórdia divina, Maria ao pé da cruz, junto com o discípulo que Jesus ama, entra na profundidade do mistério de Deus. Jesus revela este mistério do Pai derramando a misericórdia do perdão e da clemência sobre toda carne (cf. Joel 2, 17). As dores de Maria ao pé dessa cruz, na sua função de Mãe da misericórdia, chegam a assumir dimensões universais (Cf. Marialis cultus, 37). Não é sem motivo que a Carta Pontifícia atesta que tudo na vida de Maria foi plasmado pela presença da misericórdia feita carne. Ao pé da cruz, Maria, juntamente com o discípulo amado, “é testemunha das palavras de perdão que saem dos lábios de Jesus”. O perdão supremo oferecido ao bom ladrão mostra-nos até onde pode chegar a misericórdia de Deus, ou seja, a todos os que O crucificaram: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. O soldado que ajudou na crucificação de Jesus,

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quando este expirou, glorificava ao Deus da misericórdia com estas palavras: “Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus” (cf. Mc 15,39). Ninguém, como Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem. A Mãe do Crucificado Ressuscitado entrou no santuário da misericórdia divina porque participou, intimamente, do mistério do amor de seu filho Jesus. A própria palavra misericórdia evoca um comportamento de ternura e o termo em hebraico, usado na Bíblia, significa entranhas, palavra que remete ao amor visceral materno. Maria mostra-se grande e paciente ao dar o primeiro passo em nossa direção. A sua gratuidade não espera de cada pessoa necessitada que tenha lá seus méritos. Mas avança devagar de acordo com o compasso de Deus que vai se revelando ao seu Filho. É nesse sentido que Maria, como Mãe da misericórdia divina, se torna discípula de Jesus antes que ser sua Mãe. Todas as pessoas, neste Ano da Misericórdia, são convocadas a terem entranhas de misericórdia para com todos os refugiados de tantas guerras. Dizemos tantas porque nem todas são comunicadas pela grande mídia. Somos pessoas convocadas a ter entranhas de misericórdia ficando ao pé das infinitas cruzes da humanidade, como Maria ainda aí está, sobretudo junto às crianças e às mulheres que nada têm a ver com tanto sangue derramado e nem com tantas doenças e epidemias que assolam os povos esquecidos por tantos Continentes.

Concluindo

A História da salvação é tecida no terreno da fé e no gesto de misericórdia que os nossos pais e mães tiveram para com seu povo ao longo

dos milênios de espera pelo Messias e através dos séculos marcados pela profecia e pela audácia das matriarcas que se colocaram do lado do povo para salvá-lo da ira do mal encarnado. Esta fé e este gesto de misericórdia toma sua expressão na histórica Mulher, Maria de Nazaré, cultuada pela fé do nosso povo como a Imaculada Conceição, festa litúrgica que indica ser Maria a primeira criatura, filha de Adão e Eva como nós, a abrir-se à graça da redenção. Destaca-se a força da simbólica popular que leva a fazer uma experiência da graça divina quando o povo invoca aquela que foi a Mãe de Deus e a discípula-mãe de seu filho Jesus, o Filho de Deus. Em Maria concebida sem pecado o povo lê, na fé, a História da misericórdia divina. Nesse contexto, Maria, a Mulher profética do Magnificat, canta as maravilhas da misericórdia divina que se estende de geração em geração. Do Magnificat ao pé da cruz, a participação de Maria na misericórdia de seu filho chega a assumir dimensões universais. A Mãe do Crucificado Ressuscitado entrou no santuário da misericórdia divina porque participou, intimamente, no mistério do seu amor. Salve, ilustre mãe da misericórdia divina, volva a nós a ternura dos seus olhos e, como Arca da Aliança, nunca se canse de nos fazer pessoas dignas de contemplar o rosto da misericórdia do seu filho Jesus! Por isso te dirigimos a oração antiga e sempre nova da Salve Rainha! Irmã Lina Boff

Professora emérita da PUC-Rio Professora do Centro Loyola de Cultura e Fé Pastoralista na sua Paróquia Professora visitante da Pontificia Facoltà Antonianum di Roma Conferencista e escritora


Formação Permanente

Andreia Cristina Serrato

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esus, o rosto da misericórdia. O Papa Francisco nos mostra o Deus da misericórdia na Misericordiae Vultus. Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. A missão que Jesus recebeu do Pai foi a de revelar o mistério do amor divino na sua plenitude. “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Os sinais que realiza, sobretudo para com os pecadores, os pobres e marginalizados, os doentes, são a manifestação da misericórdia. Nele tudo fala de misericórdia e Jesus revela a natureza de Deus como um Pai que nunca se dá por vencido enquanto não estiver dissolvido o pecado e superada a recusa com a compaixão e a misericórdia. A parábola do filho pródigo apresenta o coração de Deus. O filho decide voltar para casa e o Pai o espera livre, acolhe, nada cobra e comemora o retorno do filho que estava perdido e retornou. Maria, mãe da misericórdia. Mas isso só foi possível porque o Verbo se fez carne e nasceu de Maria. Se Jesus é o rosto da misericórdia, Maria é a Mãe da Misericórdia: “O pensamento volta-se agora para a Mãe da Misericórdia. A doçura do seu olhar nos acompanhe neste ano santo, para podermos todos nós redescobrir a alegria da ternura de Deus. Ninguém, como Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem. Na sua vida, tudo foi plasmado pela presença da misericórdia feita carne. A mãe do Crucificado Ressuscitado entrou no santuário da misericórdia divina, porque participou intimamente no mistério do seu amor” . Isso fez dela participante íntima da misericórdia divina. A Mãe do Filho de Deus guardou, no seu coração, a misericórdia divina em perfeita sintonia com seu Filho. Ao pé da cruz, junto com João, o discípulo do amor, é testemunha das palavras de perdão que saem dos

MARIA: MÃE DE JESUS, MÃE DA MISERICÓRDIA

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Formação Permanente

lábios de Jesus, que mostra até onde pode chegar a misericórdia divina, perdoando quem o crucificou. Verificamos uma relação muito profunda entre Maria, Mãe de Jesus, o mistério da misericórdia divina e a vivência da misericórdia. O Papa João Paulo II na Encíclica “Dives in misericordia” destaca que “Maria é a pessoa que conhece mais a fundo o mistério da misericórdia divina” n. (9). Pois Maria é a mãe que gerou a misericórdia divina na Encarnação, disse seu sim para gestar em seu ventre a misericórdia. Assim justifica-se o título “Mãe da Misericórdia”, pois Maria é a mulher que experimentou de modo único a misericórdia de Deus, gestou-a e a envolveu em seus braços, viveu como discípula fiel e seguidora do Filho até o grande momento de sua Páscoa (paixão, morte, ressurreição, glorificação e Pentecostes). Com exclusividade, carregou em seu seio o Senhor da vida que se tornou sangue de seu sangue e carne de sua carne. Ela lhe ensinou os primeiros passos e as palavras humanas e, por sua parte, aprendeu Dele os caminhos da Boa Nova. Maria é a intercessora incansável do povo de Deus; não deixa de apresentar as necessidades dos fiéis ao seu Filho. Nas bodas de Caná mostra-nos uma atitude concreta de sua presença misericordiosa. Ela se compadece da situação dos noivos e pede ao seu Filho para realizar um primeiro sinal. Nessa atitude manifesta-se uma mãe aflita para a iniciação do filho. E esse, mesmo contrário à sua mãe nas palavras, não o foi na ação: “A mãe de Jesus lhe disse: Não tem mais vinho. Respondeu-lhe Jesus: O que queres de mim, mulher? Minha hora ainda não chegou. Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo o que eles vos disser. Havia ali seis talhas de pedra para a purificação dos judeus, cada uma contendo de duas a três medidas. Jesus lhes disse: Enchei as talhas de água. Eles as encheram até a borda.[...] Todo

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homem serve o primeiro o vinho bom e, quando os convidados já estão embriagados serve o inferior. Tu guardaste o vinho bom até agora!” (Jo 2, 1-10). Vê-se aqui a mulher Maria que se dirige aos seres humanos e pede que eles coloquem em prática as palavras de Jesus. Maria, a partir de então, assume uma função evangelizadora e missionária. Não somente crê, mas escuta e põe em prática a Palavra do Filho porque o amor de mãe a fez sinal visível da misericórdia divina. Mais. Ela suplica aos seres humanos que façam o mesmo. Vincula-se agora ao Filho não somente com laço biológico, mas pela fé, e procura que outros façam o mesmo. Ela reconhece que é chamada a orientar a humanidade para Cristo. Ou seja, Maria projeta-nos para fora dela mesma, para a transcendência de Deus, para o mistério insondável. Ela se encontra presente, num gesto de solidariedade que transcende e supera toda atividade. Maria fez-se presente nos momentos decisivos de seu filho, bem como se fez presente na vida das pessoas. Uma presença própria de uma mãe: solidária, marcada pela atenção, sensível, perseverante e que nunca abandona. Foi uma presença silenciosa nos lugares cotidianos e escondidos, firme e terna, viu e ouviu as inquietações que procedem desses lugares e guardou-as em seu coração. Soube entrar em sintonia com os sentimentos dos outros e construir vida em abundância. Isso tudo nos remete ao quanto uma mãe misericordiosa ama, perdoa, cuida, protege e está atenta aos sinais. Mas nada teria sentido se sua presença misericordiosa não revelasse um gesto profético de solidariedade e de anúncio que aponta para a presença de seu Filho, a verdadeira misericórdia visível. Maria nos convida a viver a Misericórdia. E ainda mais. A presença silenciosa e mobilizadora de Maria nos impulsiona para uma presença ins-

piradora que nos faz sair de nós mesmos para entrarmos em sintonia com a realidade e suas carências. Maria é o caminho e a ponte que nos levam a nos sensibilizarmos com as feridas da humanidade apontadas por seu Filho. Tal atitude misericordiosa nos mobiliza a sair de nosso meio e buscar um horizonte mais amplo: deixar-nos afetar pelo que está marginalizado e que sofre, acolher em nossa vida histórias, pessoas que estão na “periferia” da sociedade. Maria embarcou na história da humanidade para transformá-la para sempre, gestando em seu seio o amor. Assim, apresenta, representa, significa e encarna a mãe da misericórdia trazendo em seu bojo tantos outros rostos e histórias que se identificam com a mãe do sim, da coragem, do silêncio que perseverou junto com seu Filho. Ela própria não desejou que sua figura constituísse o centro da Igreja, nem exerceu algum tipo de magistério que tirasse a centralidade de Jesus. Ela foi o grão de trigo que morre, mas que depois de morto produz fruto. Andreia Cristina Serrato

É doutoranda na área de Teologia Corporeidade e Mística: Experiência, Ética e Práxis em Simone Weil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010). Graduação em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2005). Leciona Introdução à Teologia, Teologia da Espiritualidade, Mariologia e Cultura Religiosa na PUC-Paraná.

REFERÊNCIAS:

FRANCISCO. O nome de Deus é misericórdia. Uma conversa com Andrea Tronielli. São Paulo: Planeta, 2016, p. 135. FRANCISCO. MISERICORDIAE VULTUS. O rosto da misericórdia. Bula da proclamação do jubileu extraordinário da misericórdia. São Paulo: Paulinas, 2015. LACOSTE, Jean-Yves. Dicionário Crítico de teologia. São Paulo: Loyola/Paulinas, 2004. NOUWEN, Henri. O regresso do filho pródigo. Braga: Editorial, 1995. BOFF, Clodovis. Introdução à mariologia. Petrópolis: Vozes, 2004. PAREDES, José Cristo R. G. Mariologia. Síntese bíblica, histórica e sistemática. São Paulo: Ave Maria, 2011.


Formação e Estudos RONDINHA - FAE

VISITA DA PASTORAL UNIVERSITÁRIA AO PEQUENO COTOLENGO

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a bela tarde de sexta-feira (01/04), conhecido como dia da mentira, os alunos que fazem parte da Pastoral Universitária da FAE Centro Acadêmico realizaram uma atividade pra lá de verdadeira! Com o coração cheio de alegria e disponível para fazer o bem, os jovens se dirigiram à Casa de Acolhimento Pequeno Cotolengo, em Curitiba-PR. Este local é referência no acolhimento, saúde, educação e qualidade de vida para pessoas com deficiências múltiplas, abandonadas pelas famílias ou em situação de risco. Esta bela missão já acontece há 50 anos, e hoje atende 200 pessoas que moram no local e mais de 40 mil que precisam de atendimentos anuais em 13 especialidades na saúde. Assim, durante a visita, os jovens puderam trabalhar com aqueles que são atendidos pela casa de acolhimento, na confecção de peças artesanais para venda. Foi uma rica partilha de vida, onde puderam desfrutar de entusiasmadas conversas sobre passeios que os atendidos fizeram e souberam um

pouco mais de seus sonhos e alegrias. Numa outra dinâmica também, os jovens foram convidados a entrar nos espaços da casa e visitar aqueles que possuem mais dificuldades para se movimentar, muitas vezes fazendo uso das cadeiras de roda. Mas isso não foi impedimento para um bom passeio pelos jardins do local, regado de muita alegria e um clima fantástico para tal atividade, raro na capital pa-

ranaense. Houve até uma caixinha de som, e os mais “soltinhos”, por assim dizer, puderam dançar alegremente e se divertir de uma forma muito gostosa. Para saber em imagens como foi o dia, assista o nosso vídeo, preparado com muito carinho para você que nos acompanha! Paz e bem! Frei Augusto Luiz Gabriel e Frei Gabriel Dellandrea

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Formação e Estudos

novinter 2016

Encontro de noviços reúne culturas de cinco países

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oviços de quatro entidades religiosas - Ordem dos Frades Menores (OFM), Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (OFMCap), Irmãos Maristas e as irmãs da Divina Providência - se reuniram no dia 4 de abril, em Rodeio, Santa Catarina, no Noviciado São José para o primeiro Novinter do ano.

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Esse encontro reuniu 35 noviços dessas entidades, mas o curioso foi ver que neste grupo estavam cinco culturas diferentes, como Angola, Argentina, Brasil, Bolívia e Paraguai, e nove Estados brasileiros: RN, AM, CE, MG, RJ, SP, PR, SC, RS. Uma diversidade enriquecedora que tornou ainda mais agradável o encontro.

Um dos métodos utilizados foi o de formar grupos para as dinâmicas de trabalho, liturgia e animação. Neste ano refletiu-se sobre o autoconhecimento que cada noviço/a deve ter de si próprio, seus impulsos, sentimentos, emoções, desejos, projetos, paixões, necessidades, destacando-se que o candidato à vida religiosa é


Fraternidades

chamado a integrar toda essa energia humana. Deste modo, para buscar a perfeição no itinerário religioso, o principal risco é o de o candidato eliminar uma parte do ‘próprio eu’, considerada menos nobre, como sentimentos de inveja, ciúme, medo, entre outros, e assim negar ou rejeitar forças que continuam presentes nele. Neste modelo, toda sua energia não é mais uma força que a pessoa explora para poder viver, mas sim uma força bruta que continuamente entra em conflito com o seu próprio eu. Já outro modelo, que é da inte-

gração, não elimina nada, no entanto procura fazer com que todas as forças, impulsos, girem em torno do centro da vida. Deste modo, o esforço surge para equilibrar esses impulsos entre si. Assim, o(a) candidato(a) à vida religiosa terá de conhecer os seus sentimentos, temperamentos, necessidades e atitudes, de modo que levem ao crescimento humano e espiritual, confrontando e discernindo os valores que consideram positivos e negativos para se fortalecerem no seguimento de Jesus Cristo. Assim, trata-se da necessidade de se conhecer, assumir e responsabilizar-se por

tudo aquilo que é a busca para a vida religiosa. Analisando as atividades do Novinter, observou-se que as dinâmicas de animações, interação e exposição do tema foram bastante enriquecedoras para os noviços(as). O evento terminou no dia 8 deste mês no Eremitério Frei Egídio, e cada um pôde manifestar os conhecimentos que adquiriu durante os dias de reflexões, sem falar do momento sempre muito enriquecedor da confraternização, especialmente num ambiente tão rico culturalmente. Frei António da Silva Manuel

Encontro do Regional do Contestado

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rmãos na fé, na caminhada e na vida partilhada, paz e bem! Nos dias 11 e 12 de abril do ano de 2016, na casa do Regional, em Piratuba, SC, reuniu-se em seu primeiro encontro do ano, os frades do Regional do Contestado (Oeste Catarinense). Sendo o primeiro encontro do Regional, pós-Capítulo Provincial, o Definidor, Frei Gustavo W. Medella agradeceu a presença de todos e procedeu à eleição dos serviços de coordenador; vice-coordenador; secretário e vice-secretário do Regional. Após as orientações, procedeu-se à eleição. Foram eleitos: para o serviço de coordenador: Frei Alex Sandro Ciarnoscki (reeleito) e como vice-coordenador, Frei José Idair F. Augusto. Para o serviço de secretário foi eleito Frei Vitalino Piaia e como vice-secretário, Frei Antônio Mazzucco. Em seguida, o coordenador, Frei Alex, colocou os assuntos que seriam tratados no encontro. Iniciou-se com ausências: Frei Henrique

Dell Olivo, da Fraternidade de Concórdia, em tratamento de saúde; Frei Genildo Provin e Frei Dionísio Riceiri Morás, da fraternidade de Coronel Freitas, internados no Hospital da mesma cidade. Comunicados do Definidor Provincial: Pediu que as decisões do Capítulo Provincial sejam abraçadas por todos os frades e apresentou-nos, com mais ênfase, o “Projeto Fraterno de Vida e Missão”. Destacou: “A qualidade de vida não é só viver bem, mas é a qualidade de nossa vida fraterna, em nossas casas, e a qualidade dos serviços que prestamos à Igreja e à sociedade”. O Definidor, continuando, colocou os frades a par de algumas situações que a Província vive no momento, como, por exemplo, dos frades doentes e o novo plano de saúde. Na terça-feira, dia 12, reiniciou-se a reunião. Após a oração foi feita a “rodada” pelas fraternidades. Todas compartilharam suas alegrias, esperanças e desafios. Quanto à casa de

Piratuba, ficará sob a coordenação da fraternidade de Concórdia. Os guardiães e coordenadores das fraternidades serão os gestores da mesma. Quem desejar utilizá-la deverá entrar em contato com a fraternidade de Concórdia, mesmo confrades de outros regionais. A Paróquia de Coronel Freitas fez o convite aos frades para a Semana Vocacional, em preparação à Ordenação Sacerdotal de Frei Robson Luiz Scudela, agendada para o dia 29 de outubro de 2016, às 18h. Datas dos próximos encontros do Regional, em Piratuba: dias 4 e 5 de julho; 26 e 27 de setembro e 12 e 13 de dezembro. Eram 12 horas quando se concluiu a reunião. O ancião do Regional, Frei Alcides Cella, abençoou os frades. O almoço foi o momento final de confraternização. Em seguida, todos, antes de pôr o “pé na estrada”, de retorno às fraternidades, despediram-se na alegria franciscana. Frei Vitalino Piaia

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Fraternidades

Frei Ademir Sanquetti: “Até breve!”

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o domingo (27/3), Páscoa do Senhor, Frei Ademir Sanquetti celebrou sua última Missa como pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo. Depois de 12 anos de trabalho em Agudos, o franciscano partiu para missão na Paróquia Santo Antônio, em Bauru (SP). Em sua entrevista de “até breve”, o frade conta um pouco sobre os aprendizados, missões e deixa um recado para o povo agudense. PasCom - Qual é a diferença do Frei Ademir de hoje e o de 12 anos atrás? Frei Ademir - Mais velho, mais sábio e mais animado! Aprendi muito, fiz o curso de Psicologia e atendi vários pacientes. Enfim, foram muitas as experiências de vida e convivência. Tudo que falei nas homilias e sermões, em primeiro lugar foram para mim, aprendizagem e espiritualidade. Sempre me preparei, nunca deixei de celebrar nenhuma Missa e de preparar-me para celebração. Isto me ajudou a ter mais equilíbrio e harmonia espiritual. PasCom - Como o senhor classifica o trabalho missionário que foi desenvolvido à frente da Paróquia São Paulo Apóstolo?

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Frei Ademir - Quando estava em Nilópolis (RJ), eu vim a esta Paróquia para fazer missões no ano 2000. E enquanto Pároco, durante este tempo que estive aqui, consegui realizar as missões populares, que são as visitas e bênção nas casas, visita aos doentes. Consegui visitar todas as casas e famílias desta Paróquia. E também colocar um pouco deste espírito nos setores.

róquia, pois tudo que planejei fazer, os paroquianos me ajudaram. Foram muitas colaborações: consegui pintar as imagens na igreja, reformar a cozinha e o salão, a pintura da igreja, início da Igreja São Francisco e muitas outras reformas nas capelas. Sou muito grato a todos os membros da Igreja, dos conselhos, das comunidades do CPP e do CAP.

PasCom - Nestes 12 anos, o que mais marcou o senhor? Frei Ademir - O que ainda me marca é a bondade dos fiéis desta Pa-

PasCom - O que o senhor leva de aprendizado de tudo que viveu com os paroquianos? Frei Ademir - Que a vida passa e devemos aproveitar cada momento, cada celebração. Tudo é muito valioso! Devemos colocar tudo nas mãos de Deus. Não deixar de agradecer e rezar.

Mais!

Natural de Cabrália Paulista (SP), Frei Ademir Sanquetti ficou por 12 anos à frente da Paróquia São Paulo Apóstolo de Agudos, realizando importantes trabalhos missionários e evangelizadores. No dia de sua homenagem, muitos dos trabalhos implantados pelo franciscano foram destacados, como as turmas de catequeses de adultos para receber o sacramento da Crisma; a Pastoral da Comunicação; Mestres de Cerimônia; motivação para a Jornada Mundial da Juventude em 2013; Romaria à Aparecida; missões paroquiais; Pastoral da Acolhida e Grupo de Homens Católicos.

PasCom - Qual a mensagem que o senhor gostaria de deixar para todos os agudenses? Frei Ademir - Continuem sua caminhada enquanto paroquianos, lideranças. Não deixem de fazer parte desta Igreja mãe e cultivar todo bem e o amor que vêm de Deus. Que Deus abençoe a todos. Paz e bem! Até breve! Por Isabela Gaspar, PasCom


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Silêncio e oração marcaram a Sexta-feira Santa em Agudos Nesta sexta-feira (25/3), mais de 700 fiéis da Paróquia São Paulo Apóstolo de Agudos reuniram-se para a Celebração da Paixão de Jesus Cristo. Com a Igreja sem nenhum enfeite e as imagens dos santos cobertas por panos na cor roxa, os fiéis mostraram seu luto pelo sacrifício de Jesus Cristo. “A sexta-feira santa é um dia de jejum, e muita oração. Devemos, neste dia, permanecer em silêncio e refletir sobre o sofrimento de Jesus na cruz, fazendo uma analogia com tantos irmãos que estão pelo mundo passando fome, frio, sede e precisam de nossa ajuda”, refletiu o pároco Frei Ademir Sanquetti. Após a celebração, foi realizada a tradicional procissão do Senhor Morto pelas ruas de Agudos. Durante o trajeto, entre as imagens de Nossa Senhora das Dores e a de Jesus, as crian-

ças presentes carregavam uma cruz e o cartaz da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016, como lembrança

EU VI Eu vi um dia uma estrela que era guia, Era um sinal de minha mãe, na estrada, Era a presença segura, Maria, Era a certeza daquela jornada. Jornada para Jesus, Cristo amigo, Para sua noite de sua lida, E não pra perder quem se fez abrigo, Para lograr a glória da subida. A estrela que povoa a minha mente, Me traz o fogo que me queima todo, Registra o fato que me vem e sente. Aquela estrela vive em mim brilhando, Constante e não se apaga nunca mais, Por isso nunca me verão chorando... Frei Walter Hugo de Almeida

do compromisso assumido durante a quaresma: cuidar do meio ambiente, a Casa Comum.


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Peregrinação da Paróquia São Pedro Apóstolo à Porta Santa

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tendendo ao apelo do Papa Francisco, para viver o Ano Santo da Misericórdia e continuando a nossa caminhada de preparação rumo à Páscoa, a Paróquia São Pedro Apóstolo de Gaspar, no dia 13 de março, teve a graça de viver um momento forte de conversão, fazendo sua Peregrinação à Porta Santa da Paróquia São Pio X, de Ilhota. Numa reflexão pautada no relato da mulher adúltera, descrita no Evangelho de João 8,1-11, fomos conduzidos para o sacramento da Reconciliação, esperançosos da misericórdia de um Deus que é Pai e que não condena, mas oferece libertação. Ele nos perdoa antes mesmo de pedirmos perdão, confiante que o perdão gera vida nova. Preparados para o sacramento da Reconciliação, deixamos o interior do Templo para adentrar pela porta principal, a Porta Santa da Misericórdia. Acompanhados de cânticos e orações, os fiéis, em grande número,

acorriam aos sacerdotes para confessar-se individualmente. Tendo recebido o perdão dos pecados, através do sacramento da Reconciliação e com profundo desejo de conversão, participamos da Celebração Eucarística. Desse modo, recebemos as indulgências plenárias, concedidas pela Igreja, no Ano Santo

da Misericórdia. Que a experiência vivida, neste dia, fortaleça cada vez mais a nossa fé e nos impulsione a viver nossa caminhada espiritual embasados nas palavras de Jesus: “Sede misericordiosos como o Pai” (Lc 6,36). Leonor Darós

MISSA DO LAVA-PÉS COM A CATEQUESE O Tríduo Pascal iniciou-se como em todos os anos com a missa da Instituição da Eucaristia e do Lava-Pés com nossos catequizandos e comunidade em geral. Após as leituras e pregação feita pelo pároco, Frei Paulijacson Pessoa de Moura, sentado entre as crianças, iniciou-se o ritu-

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al do Lava-pés onde todos puderam acompanhar e cantar a canção “Jesus erguendo-se da Ceia”. Após o ritual, a missa prosseguiu como de costume até que, na distribuição da Eucaristia, os catequistas distribuíram aos que não fizeram a Primeira Comunhão os pãezinhos ázimos, enquanto os

demais foram recebendo a Sagrada Comunhão. Antes de terminar a Celebração, como sendo o dia da Instituição da Eucaristia, Frei Paulo percorreu o interior da Matriz com a Hóstia Consagrada no ostensório abençoando a todos. Luiz Otávio Bastiani


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MISSA DA MISERICÓRDIA E VIRADA RADICAL DA JUVENTUDE A Paróquia São Pedro Apóstolo esteve em festa no último fim de semana, com mais uma edição da Virada Radical 2016, organizada pelo Ministério Jovem da RCC (Renovação Carismática Católica). Em torno de 200 jovens e adultos se reuniram no evento para momentos de louvor, adoração e pregações. O evento teve início com a Santa Missa presidida pelo Pároco Frei Paulijacson. Logo após os encontristas se concentraram no Salão Cristo Rei para as demais atividades. O encontro tinha como tema: “Envolvidos pela Misericórdia”. O tema e o dia escolhidos não poderiam ser outros, já que no Segundo Domingo da Páscoa é celebrado o dia da Misericórdia Divina, instituído por São João Paulo II, seguindo o pedido que Jesus insistentemen-

te fez a Santa Faustina Kowalska. A animação ficou por conta do Ministério de Música Vida Plena da Comunidade Betânia. Só temos a agradecer pela colaboração de todos

os envolvidos na solenidade, aos pregadores, à equipe de liturgia e ao Frei Paulijacson pela acolhida. João Vitor Costa

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POSSE DO NOVO PÁROCO DA PARÓQUIA SÃO PEDRO APÓSTOLO

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a Celebração Eucarística de terça-feira, 15 de março, Frei Paulijacson Pessoa de Moura, Frei Paulo como é chamado carinhosamente pelos fiéis, tomou posse como Pároco na Paróquia São Pedro Apóstolo de Gaspar. Com a transferência para São Paulo de Frei Germano Guesser, que trabalhou em nossa Paróquia por 12 anos, dos quais 6 anos como Pároco, o Governo Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil nomeou Frei Paulo como o novo Pároco. Ele trabalhava em Gaspar como Vigário Paroquial desde fevereiro de 2015. A missa foi presidida pelo Bispo Diocesano Dom Rafael Biernaski, concelebrada por Frei Paulo, Frei Carlos Ignácia, Frei Lindolfo Jasper e Padre Wilmar, Pároco da Paróquia vizinha, Nossa Senhora do Rosário do Barracão. Frei Paulo jurou fidelidade ao serviço assumido e recebeu das mãos de Dom Rafael alguns símbolos: a estola, a chave da Igreja, a chave do sacrário, o óleo do Batismo e a cruz. A Igreja Matriz estava superlotada com representantes de todos os movimentos, pastorais e de todas as Comunidades da Paróquia. Frei Paulo estava

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feliz e agradeceu pela participação do povo nesse momento importante de sua vida, assumindo um trabalho de grande responsabilidade. Disse estar confiante, pois considera um chamado de Deus. Se Deus confiou e o Governo Provincial o nomeou, ele acredita poder corresponder ao máximo às expectativas, mas trabalhando sempre em sintonia com o Conselho Paroquial e com todas as lideranças da Paróquia. Frei Lindolfo Jasper, que no ano de 1992 havia trabalhado em nossa Paróquia, foi transferido para trabalhar novamente em Gaspar. Dom Rafael também o confirmou como

Vigário Paroquial. O povo gasparense lhe deseja um excelente trabalho e o recebe com muito carinho. Por intercessão de São Pedro, São Francisco e Santa Clara, pedimos a Deus que derrame suas bênçãos sobre Frei Paulo, e que dê a ele forças, coragem, discernimento e perseverança, para, juntamente com Frei Carlos e Frei Lindolfo conduzirem a Paróquia São Pedro Apóstolo a ser uma igreja missionária, como nos pede o Papa Francisco. Gertrudes Crescência Spengler Fotos: Jornal Metas


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Posse de Frei José Idair No dia 03 de abril, Dom Frei Mário Marquez, OFMCap, bispo diocesano de Joaçaba, celebrou a Santa Missa na Igreja Matriz, durante a qual foi empossado o novo Pároco, Frei José Idair Ferreira Augusto. O rito de posse compreende a entrega da chave da igreja, da chave do Tabernáculo, da Fonte Batismal e do Confessionário. Rezemos pelo bom desempenho ministerial de Frei José Idair.

Frei José Ariovaldo da Silva, OFM

Site Paróquia do Rosário

Eu, Ariovaldo. Tu, formiguinha. Entre tu e eu: o vácuo. Ponho-me neste, não mais me vejo, sinto-me apenas Ariovaldo. Tu, formiguinha, não mais te vejo, apenas te contemplo. Já sem rótulos, nem nome, tão somente somos, completos, satisfeitos na perfeita Unidade colhidos: pacificamente irmãos.


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Frei Florival reúne amigos para cantar a “Perfeita Alegria”

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campanha da fraternidade de 2016 alerta a sociedade para o cuidado para com a Terra, nossa “Casa Comum”. O primeiro show da turnê “Perfeita Alegria”, do Frei Florival Mariano, que tem como tema central as “Águas”, levou para um público de mais de mil pessoas um repertório variado que transitou entre o popular e o erudito, com músicas religiosas como as contidas no CD “Perfeita Alegria” e outras como “Ave Maria Sertaneja”, “Águas de Março” e “Chega de Mágoa”. O Show de abertura da turnê “Perfeita Alegria” envolveu o público com uma energia de amor, compaixão e

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muita alegria. O tema “Águas” levou os presentes à reflexão sobre a importância de se adotar uma vida pautada na sustentabilidade e no amor, - pelos animais, pelas pessoas, do respeito por toda a vida -, como apregoou São Francisco e Santa Clara de Assis. O espetáculo “Perfeita Alegria”, que também buscou valorizar a cultura capixaba, contou com a participação de Padre Anderson, Frei Paulo César, da poetisa Renata Bomfim, do Grupo Moxuara e da cantora Elaine Vieira. Os arranjos musicais foram preparados especialmente para o show, que ficou sob a regência do maestro Eduardo Santa Clara.

Segundo a produtora artística Jeanine Pacheco (Humanizarte), “o espetáculo musical buscou dialogar com variadas linguagens da arte, como a poesia e o teatro, no intuito de criar uma atmosfera lúdica que levasse o público à interiorização e à vivência da espiritualidade”. O público se emocionou, especialmente com a aparição de Nossa Senhora da Penha, representada pela atriz Lílian Casotti. Frei Florival Mariano disse estar muito feliz, pois, segundo ele, o show foi empolgante, envolvente e atingiu seus objetivos ao divulgar os valores franciscanos, a cultura capixaba e os valores sustentáveis para a construção de um mundo melhor: “Não foi apenas um espetáculo em que alguém brilha sozinho. As pessoas entenderam sua participação e se sentiram envolvidas em um clima de comunhão e fraternidade”, disse Frei Florival. Após o show houve um momento de autógrafos dos CDs do Frei Florival Mariano, “Perfeita Alegria”, do Grupo Moxuara e do livro “Colóquio das árvores”, da escritora Renata Bomfim. Ednéa Flegler


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Encontro do REGIONAL de CURITIBA

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Regional Curitiba realizou seu primeiro encontro em 2016 no dia 18/04, na fraternidade Bom Jesus dos Perdões, com início às 9h30. Estiveram presentes praticamente todos os frades, incluindo os confrades das três turmas de Filosofia. Coordenou este primeiro encontro do ano o definidor da região, Frei João Mannes. A pauta sugerida e seguida foi a seguinte: 1) Acolhida dos novos confrades que chegam ao Regional após as transferências; 2) Eleições para os serviços de coordenador e secretário do Regional; 3) Indicação de nome para represente do Ministro Provincial junto à CRB; 4) Projeto Fraterno de Vida e Missão; 5) Partilha da vida nas fraternidades. Feitas as devidas votações, foi eleito para coordenador do Regional

Frei Valdir Laurentino, tendo como vice-coordenador o Frei Vagner Sassi. Para secretário, foi eleito Frei Adriano Freixo Pinto e como vice-secretário Frei Antônio Joaquim Pinto. Quanto ao representante junto à CRB, foi indicado por aclamação da maioria Frei Adriano Freixo. Após breve pausa, Frei João Mannes retomou os assuntos tratando do Projeto Fraterno de Vida e Missão, lembrando sua importância e que “não se trata de elaborar mais um documento, mas que cada fraternidade partilhe sua vida e missão e construa seu projeto”. Nas palavras do Frei João Mannes: “O mais importante é sermos levados a um autêntico processo de conversão”. Juntos fizemos a leitura e partilha do primeiro objetivo (“Espírito de Oração e Devoção”), nº 1-4. Após o

momento fraterno do almoço, muito bem preparado pela fraternidade anfitriã, partilhamos a vida e a caminhada de cada fraternidade na parte da tarde. Percebe-se um ambiente fraterno favorável neste começo de triênio, após as recomposições em cada fraternidade. Há empenho e disposição diante dos diversos trabalhos solicitados. Frei João Mannes incentivou a permanecermos assim durante todo o triênio. As datas escolhidas para os próximos encontros de nosso Regional são as seguintes: 20/06 (Aldeia); 12/09 (Rondinha) e 05/12 (Caiobá – recreativo). Às 14h35 encerramos este primeiro encontro do ano com a oração do Pai Nosso. Frei Adriano Freixo Pinto MAIO / 2016 [coMUNICAÇÕES]

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POSSE DE FREI GERMANO NO PARI

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a Celebração Eucarística deste domingo do Bom Pastor (17 de abril), Frei Germano Guesser não só recebeu as chaves da Paróquia Santo Antônio e as chaves do Sacrário, mas também as “chaves do coração”, nas palavras do paroquiano Gerson Pedro, que representou a Comunidade na posse do novo pároco. A Missa do rito de posse de Frei Germano foi presidida por Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar de São Paulo e Vigário Episcopal da Região Sé da Arquidiocese de São Paulo, às 18 horas. No início da celebração, o diácono Frei Edvaldo Batista Soares leu o documento de nomeação e provisão de pároco, atendendo ao pedido feito pelo Ministro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição, Frei Fidêncio Vanboemmel, à Arquidiocese de São Paulo. Representando o Ministro Provincial nesta celebração estava o Vigário Provincial, Frei Evaristo Spengler.

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Antes da posse, contudo, Frei Germano fez a profissão de fé na presença do bispo: “Eu, Frei Germano Guesser, creio firmemente e professo todas e cada uma das verdades ...”, disse, para depois receber do bispo o Evangelho: “Recebe o Evangelho de Cristo, do qual foste constituído mensageiro. Transforma em fé viva o que lês, ensina aquilo que crês e procura realizar o que ensinas”, exortou o bispo. Na sua homilia, Dom Eduardo lembrou que Frei Germano assumia uma grande responsabilidade. “Mas é uma responsabilidade compartilhada com seus confrades e com o bispo, com cada irmão e irmã”, encorajou, pedindo ao novo pároco que exerça sua missão com alegria. “O pároco assume essa missão com alegria, com entusiasmo, com expectativas. Cada pároco tem expectativas de ser correspondido no seu ofício”, lembrou. “Hoje nós rezamos pelas vocações, para que o Senhor envie operários para sua messe,


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mas não podemos cruzar os braços. É preciso que cada um de nós faça a sua parte, é preciso que cada um de nós dê testemunho do Evangelho com alegria”, acrescentou, frisando que não se deve deixar todo o trabalho nas mãos do pároco. Em seguida, Dom Eduardo explicou o simbolismo da entrega das chaves e dos instrumentos do Batismo, assim como da estola roxa. “Eu conclamo a todos para que se unam a Frei Germano a fim de que seu trabalho possa ser profícuo, possa produzir muitos frutos”, completou. Se depender dos paroquianos, Frei Germano não estará sozinho. “Em nome de toda a Paróquia, gostaríamos de dizer que estamos muito felizes de tê-lo aqui conosco. E o sr. recebeu hoje as chaves da Igreja e do Sacrário. De modo muito simbólico, receba também as chaves da nossa Paróquia, das nossas Pastorais, das nossas casas, do nosso coração”, disse pedindo que o casal - Paulinho e Francisca - representasse a comunidade ao dar um abraço em Frei Germano. “Este abraço simboliza que estamos juntos, unidos, e vamos fazer juntos uma comunidade de amor,

de caridade e de serviço”, emendou. Frei Germano agradeceu a presença de seus confrades, especialmente do Convento São Francisco, que veio em grande maioria, e recordou o lema do Bom Pastor, escolhido para a sua ordenação sacerdotal e que neste 4º domingo da Páscoa foi lido no Evangelho. “A exemplo do bom pastor, que é Jesus Cristo, o pároco deve ser um servidor. Alguém que chega para servir, cuidar e dar proteção ao rebanho”, disse. “No sentido religioso, tomada de posse não tem nada a ver com a tomada de posse no sentido civil, quando envolve uma propriedade particular. O padre não se autoconvoca ou se candidata para estar à frente de uma responsabilidade como esta, mas responde a um chamado, a uma solicitação que, como no meu caso, veio da Ordem dos Frades Menores, onde um dia eu fiz o voto de obediência diante do meu superior, e disse: ‘Eis-me aqui’. Agora, nesse chamado novamente, eu digo: ‘Eis-me aqui’”, explicou, ressaltando a sua escolha por uma Igreja em saída, como pede o Papa Francisco. Moacir Beggo MAIO / 2016 [coMUNICAÇÕES]

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Frei Alvaci:

“É a comunidade que toma posse”

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novo pároco do Convento e Santuário São Francisco, Frei Alvaci Mendes da Luz, tomou posse lembrando que o trabalho não será feito apenas por ele, mas pela Fraternidade e pela Comunidade. “Se tem uma coisa que aprendi na vida franciscana é que a gente não é ninguém sozinho”, disse Frei Alvaci, chamando seus confrades à frente do altar, entre eles o novo Vigário Paroquial, Frei Guido Moacir Scheidt. “É esta Fraternidade que toma posse. Ou melhor, a comunidade toma posse desta Fraternidade. Vocês que vão se servir da gente. Estamos aqui para trabalhar por esta comunidade”, garantiu o novo pároco durante a Celebração Eucarística no dia 24/4, às 10h30. A Missa do rito de posse de Frei Alvaci foi presidida Pe. Aparecido Silva, Vigário Adjunto da Região Sé da Arquidiocese de São Paulo, que representou o bispo auxiliar de São Paulo Dom Eduardo Vieira dos San-

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tos, tendo como concelebrantes o Vigário Provincial Frei Evaristo Spengler e Frei Alvaci. Além do pároco do Pari, Frei Germano Guesser, dos frades do Convento, participaram deste momento os beneditinos do Mosteiro São Bento. No início da celebração, Frei Evaristo leu o documento de nomeação e provisão de pároco, atendendo ao pedido feito pelo Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel, à Arquidiocese de São Paulo. Antes da posse, contudo, Frei Alvaci fez a profissão de fé e, em seguida, recebeu de Pe. Aparecido o Evangelho: “Recebe o Evangelho de Cristo, do qual foste constituído mensageiro. Transforma em fé viva o que lês, ensina aquilo que crês e procura realizar o que ensinas”, exortou o representante do Bispo, que é também pároco da Paróquia do Santíssimo Sacramento. Na sua homilia, depois da leitura do Evangelho feita por Frei Alvaci, Pe. Aparecido lembrou que a Co-


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munidade Franciscana do Largo São Francisco é referência para a Igreja e para o povo de Deus. “Nós estamos admirados que esta comunidade continue sendo assim, que o amor possa transcender todas as dificuldades que ocorrem no dia a dia, que é uma coisa normal. É o amor que transcende e que faz com que superemos as dificuldades para que sejamos sempre a presença de um mundo novo, de uma nova Jerusalém, de uma nova terra”, disse. “É esse amor verdadeiro, amor ágape, que dá sentido à vida de uma comunidade religiosa, que a fortalece e traz entusiasmo e alegria para continuar a missão que Deus confiou de viver o carisma franciscano”, reforçou. Pe. Aparecido também falou da “beleza do ofício de ser pároco”. “Aqui, Frei Alvaci vai agir ‘in persona Christi’, em nome de Jesus Cristo. Ele vai ser a voz do Bom Pastor, ele vai ser as mãos de Jesus Cristo para suavizar, animar, para presidir esta comunidade. Então, Frei Alvaci, que você possa compreender a beleza de sua missão”, exortou. Mas lembrou ao novo pároco que esta missão não será fácil. “Quantas periferias existenciais neste centro de São Paulo?”, perguntou.

Comentando o Evangelho do domingo e lembrando o contexto da última Ceia de Jesus, frisou que Jesus deixou ali a recordação do seu amor para conosco. “O que distingue os seus discípulos é o mandamento do amor. E isso nós devemos trazer para a vida. Que nós sejamos, junto com Frei Alvaci, continuadores da missão de Jesus Cristo, trazendo para este centro, marcado por tantas contradições, esse amor de Jesus, esse amor que revela a ternura de Deus”, completou. Terminada a homilia, o novo pároco renovou as promessas que fez na sua ordenação e Frei Alvaci recebeu das mãos do Pe. Aparecido a chave da igreja, do Sacrário, os óleos do Batismo e a estola roxa. No final da celebração, Marlene Cavalcanti, coordenadora da Catequese e do CPP, falou em nome da comunidade. “Tenha a certeza de que nossos corações estão abertos como o coração de Jesus para recebê-lo como novo pároco”, garantiu Marlene, enquanto uma criança deu de presente para Frei Alvaci um vaso contendo a flor de girassol. Moacir Beggo MAIO / 2016 [coMUNICAÇÕES]

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FREI VALDECIR: “DE CORAÇÃO ABERTO”

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rei Valdecir Schwambach, depois de dez anos trabalhando no Santuário da Penha de Vila Velha (ES), tomou posse no domingo, 24 de abril, na Paróquia São Francisco de Assis, na Vila Clementino. A Missa do rito de posse de Frei Valdecir foi presidida por Dom José Roberto Fortes Palau, bispo Auxiliar de São Paulo da Região Ipiranga, tendo como concelebrantes o Vigário Provincial Frei Evaristo Spengler, os frades da Vila, do Convento São Francisco e da Paróquia do Pari. No início da celebração, Frei Evaristo leu o documento de nomeação e provisão de pároco, atendendo ao pedido feito pelo Ministro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição, Frei Fidêncio Vanboemmel, à Arquidiocese de São Paulo.

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No início da celebração, Frei Valdecir fez a profissão de fé e, em seguida, Dom José entregou o Evangelho ao novo pároco recomendando a “transformar em fé viva o que lês, ensinar aquilo que crês e procurar realizar o que ensinas”. Na sua homilia, Dom José Roberto fez uma reflexão detalhada sobre a palavra “novo” quando Jesus diz “novo mandamento”. “O novo cria expectativas. Vocês estão recebendo um novo pároco. Certamente, a vinda dele vai criar expectativas. Isso é bom. Também o Frei Valdecir está assumindo nova Paróquia. Está criando novas expectativas, novos sonhos. Isso faz bem”, disse. Dom José, referindo-se ao Evangelho deste domingo, lembrou que Cristo amou o próximo com pura


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benevolência, pura gratuidade. “Não por interesse. Amai-vos uns aos outros, inclusive aqueles que falam mal de você. Ah, mas é difícil! Eu sei disso. Só com as nossas próprias forças não conseguiríamos amar o outro. Nós precisamos da ajuda de Deus. Sem o Espírito Santo seria impossível amar como o Cristo amou”, destacou. Terminada a homilia, o novo pároco renovou as promessas que fez na sua ordenação. O rito de posse, então, ganhou em simbolismo. Primeiro, Frei Valdecir recebeu das mãos do bispo as chaves da igreja, depois a chave do Sacrário, a estola e os óleos do Batismo. Frei Valdecir, então, manifestou toda a sua gratidão ao se sentir acolhido pela Arquidiocese de São Paulo, na pessoa do bispo Dom José, acolhido pela Fraternidade Franciscana da Vila Clementino, e acolhido pelos fiéis paroquianos. “Vocês sabem que uma andorinha sozinha não faz verão. O novo pároco precisa da ajuda de todos

para caminharmos juntos. Vocês me receberam desde o dia que cheguei de coração aberto. Pois saibam que eu também estou de coração aberto para receber vocês, para caminhar com vocês. Conto com o apoio, sugestões, quero que caminhemos juntos”, pediu o novo pároco, lembrando a longa presença franciscana na Vila Clementino. “Que a Palavra de Deus seja semeada no coração de cada um de nós”, completou. O novo pároco terá a ajuda dos dois vigários paroquiais, Frei Carlos Lúcio Nunes Corrêa, que não participou da celebração devido ao falecimento de seu pai, e Frei Euclydes Pezzamiglio. A posse de Frei Valdecir completa as mudanças nas Paróquias de São Paulo que foram decididas durante o Capítulo Provincial e o Congresso Capitular, realizados em janeiro e fevereiro últimos, pelos Frades Menores da Província da Imaculada Conceição. Moacir Beggo MAIO / 2016 [coMUNICAÇÕES]

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Posse de Frei César NO SAGRADO

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a noite do dia 19 de abril, a Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis, esteve em festa. O motivo de alegria foi a posse do novo Pároco, Frei César Külkamp. Presidida por Dom Gregório Paixão, OSB, Bispo da Diocese de Petrópolis, a Santa Missa contou com a presença de diversos frades da Província, assim como Padres da Diocese e líderes dos diversos Movimentos e Pastorais do Sagrado. O rito de posse teve início com a leitura do decreto de nomeação pelo novo Vigário Paroquial, Frei Leonardo Aureliano, e com a Profissão de Fé feita por Frei César. A Celebração prosseguiu com o juramento de fidelidade. Frei César recebeu das mãos de Dom Gregório e de Frei Luiz Flávio Adami, também Vigário Paroquial, a estola e a casula. Já paramentado, o novo Pároco recebeu o Evangeliário e proclamou o Santo Evangelho diante

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da assembleia lotada, emocionada e atenta. Em sua homilia, Dom Gregório destacou as qualidades do Bom Pastor e pediu a Frei César que tivesse essa alcunha de Jesus como norte de seu pastoreio frente à Comunidade de fé do Sagrado. O Bispo atentou que o pároco é uma ovelha do único Bom Pastor, mas escolhido para ajudar no pastoreio do grande rebanho do Sagrado. Nesta missão, o bom pastor é aquele que se coloca a serviço e que, como Cristo, doa a própria vida para salvar a dos outros. E fez um pedido ao novo Pároco: “Frei César, eu sugiro que o seu pastoreio seja feito com o seu coração, com um coração franciscano que saiba amar a todos, em especial aos mais necessitados. Peço-te, meu irmão, que como Pároco desta paróquia, você multiplique sua atenção para conhecer tuas ovelhas e entender a personalidade de cada uma. Chama os paro-


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quianos para viver a beleza que tu escolheste para a tua vida. Assim, como pároco, vive plenamente a graça de ser alimentado por este altar, e alimentar os irmãos no corpo e na alma. Em teu corpo, tem tatuado o nome de cada irmão e de cada irmã dessa comunidade. Carrega o cheiro de cada uma de tuas ovelhas em teu corpo, como nos pede o Papa Francisco. Frei César, sê feliz, pois foi para isso que o Senhor nos criou.”, afirmou Dom Gregório. Dando sequência ao rito, Frei César renovou as promessas sacerdotais. O novo Pároco recebeu a chave da igreja, a chave do Sacrário; os instrumentos do Batismo; e a chave da Capela da Penitência. Durante o abraço da paz, cada comunidade da Paróquia e a Ordem Franciscana Secular presentearam o Pároco com uma imagem de seu (sua) padroeiro (a). O Sr. Julio Guedes, coordenador da Paróquia, fez uma saudação ao novo Pároco reafirmando a alegria de toda a Comunidade com sua posse: “Frei César, tenha certeza de que ainda temos desafios a serem superados, obstáculos a serem vencidos e combates a serem bem combatidos,

como nos afirma São Paulo. Mas temos a certeza de que com seu pastoreio tudo será mais fácil”. Em seguida, o novo Pároco dirigiu algumas palavras de agradecimento pela acolhida da comunidade. Disse que é a primeira vez que assume esta tarefa em seus 20 anos de padre. Quer, portanto, aprender com esta comunidade a ser pároco e conta com as orações e a participação de todos. Reafirmou que as atividades da paróquia devem seguir adiante. “A paróquia é dos paroquianos e, nós, os frades, passamos por ela procurando deixar a nossa contribuição a um projeto maior do que nossas vontades e projetos pessoais, como fez Frei Ângelo, que agora segue para a missão em Angola”. Frei César destacou os elementos franciscanos que devem estar presentes numa paróquia franciscana. Um deles é a fraternidade. “Embora um assuma a tarefa de pároco, há uma fraternidade evangelizadora aqui presente”. Neste instante, chamou todos os vigários paroquias e os demais frades empenhados nos trabalhos da Paróquia, os quais foram demoradamente aplaudidos. Michaell Victor Grillo MAIO / 2016 [coMUNICAÇÕES]

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POSSE DO PÁROCO E VIGÁRIO EM AGUDOS

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a noite de sexta-feira (22/4), foi realizada na Paróquia São Paulo Apóstolo, de Agudos, a Missa de Posse do novo pároco, Frei Sílvio Trindade Werlingue e do vigário paroquial, Frei Carlos Pierezan. A celebração foi presidida pelo Bispo Diocesano Dom Caetano Ferrari e concelebrada pelos freis Silvio, Carlos, José Martins, da Paróquia Santo Antônio, Paulo César Magalhães Borges, do Seminário Santo Antônio e Santiago, da cidade de Avaí. Contou também com a presença do Diácono Marcos Arantes. Logo no início da celebração, o Diácono realizou a leitura da Provisão, que nomeia e constitui pároco e vigário. A provisão é assinada por Dom Caetano Ferrari e pelo Chanceler Diocesano, Pe. Adnam Ronieri da Silva. Frei Sílvio e Frei Carlos também fizeram um juramento e declararam fidelidade à Igreja. Após este momento, durante a celebração da santa Missa, o Bispo Diocesano e os paroquianos entregaram alguns símbolos ao novo pároco e vigário, como o Missal; a chave do sacrário, para a celebração da Eucaristia; pasta com informações sobre os seis

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setores que compõem a Paróquia; e uma estola roxa. Durante sua homilia, Dom Caetano Ferrari disse aos presentes que ser pároco e vigário é missão que está no campo da santificação. “Eles são os responsáveis para que tudo seja feito conforme os ensinamentos da Igreja”, disse.

Somar forças!

Ao final da Missa de Posse, o vigário paroquial Frei Carlos agradeceu a todos os presentes pela alegria de poder trabalhar em uma Paróquia na cidade de Agudos. “Deus realizou o meu propósito de estar aqui em Agudos,

cidade de que tanto gosto”, comentou. Já o novo pároco Frei Sílvio fez questão de ressaltar o sentimento de gratidão em poder servir como padre o povo agudense que, segundo ele, é alegre, hospitaleiro e cristão. “Vim somar forças com os irmãos e irmãs desta paróquia”, completou. O pároco ainda contou com homenagens. 14 paroquianos da Paróquia Bom Jesus dos Aflitos, de Sorocaba (SP), sua antiga Paróquia, vieram até Agudos e deixaram uma mensagem de otimismo e agradecimento a ele. Isabela Gaspar


Fraternidades

FREI FeLIPINHO É “IMORTAL” AGORA

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Academia de Letras e Artes de Pato Branco (Alap) deu posse a mais onze acadêmicos, na noite da quarta-feira, dia 13 de abril, no Auditório do Centro de Eventos. Foram empossados pela presidente Neri França Fornari Bocchese: Baldoíno Rech, Cleci Maria Dartora, Denise Maria Bueno Ponzoni, Erlindo Rosa, Frei Felipe Gabriel Alves, Guido Brod, Ivo Expedito Martini, Leana Bittencourt Feron, Luciane Stadnik Mazutti, Luiz Marini e Rosemary de Ross. Frei Felipinho tem se destacado pelos seus livros sobre o Servo de Deus Pe. Alderígi Maria Torriani, de quem foi coroinha, dos seis aos onze anos. Destacou-se também pelas quase vinte novenas que escreveu (publicadas pela Editora Vozes, com sucesso em todo o Brasil) “não para esse ou aquele santo, mas, para se livrar desse ou daquele problema”, explica Frei Felipe. Segundo Neri França, uma das fundadoras da Alap, os ilustres patobranquenses foram escolhidos dentre as mais diferentes expressões artísticas e pelos trabalhos realizados na região. Em nome dos novos acadêmicos, falou a advogada Cleci Dartora. “A cadeira de honra que nós acadê-

micos empossados assumimos nesta sessão, todas têm o brilho de uma história que merece respeito e continuidade. Assumimos a responsabilidade de levar adiante a chama da imortalidade. Porém, a imortalidade deve ser da academia, porque todos nós somos mortais, efêmeros, transitórios”, disse. A Alap, segundo ela, é formada por literatos e artistas cujo objetivo é divulgar os trabalhos e estimular a continuidade de produção, pois de nada adianta o conhecimento se não multiplicarmos. De nada adianta a criação artística se não ocorrer a oportunidade de conhecer e admirar. O saber só tem valor se compartilhado. “A Academia não torna ninguém melhor artista ou melhor escritor. Nela devem estar pessoas que desejam superar suas próprias limitações. Como disse Hipócrates: ars longa, vita brevis. Agradecidos pela vigorosa recepção, sentimo-nos seguros em dizer, utilizando as palavras de Cícero, estadista e filósofo romano, que diz “onde se está bem, aí é a pátria”. Podemos afirmar que esta calorosa acolhida faz nos sentirmos em casa, fortalecidos e honrosos de pertencer a esta magnífica Academia de Letras e Artes de Pato

Branco. Podemos dizer: aqui é nossa casa, aqui é nossa pátria”, disse Cleci . “Repartimos nossa emoção e felicidade com nossos familiares, que, sem dúvida, são a base de sustentação, do desenvolvimento e crescimento de cada acadêmico. Razão da continuidade, inspiração, desejo de vida feliz e de acreditar que vale apena lutar, ser honesto e ético”, completou a acadêmica. MAIO / 2016 [coMUNICAÇÕES]

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Retiro celebra

30 anos do PVF

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Fraternidades

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Seminário Santo Antônio, em Agudos, acolheu entre os dias 14 e 17 de abril o Retiro de Benfeitores Franciscanos, organizado pelo Pró-Vocações e Missões Franciscanas (PVF). A manhã e tarde de quinta-feira (14), foram dedicadas para a acolhida dos benfeitores. Na noite de quinta eles tiveram o jantar, seguido de uma adoração ao Santíssimo, conduzida por Frei Alvaci Mendes da Luz, coordenador do PVF, Frei Alexandre Rohling, Frei Diego Melo, Frei Edvaldo Batista e pelo Pe. Francisco das Chagas, da Diocese de Santo Amaro. Na manhã de sexta-feira (15), os mais de 120 benfeitores, vindos de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina, participaram da oração de manhã, e, em seguida, da primeira palestra. Na abertura, Frei Alvaci agradeceu a presença dos benfeitores e falou a respeito do trabalho do PVF, que completa 30 anos em 2016. O frade destacou a importância da ajuda dos benfeitores para os frades em formação e para as vocações. Frei Diego e Frei Edvaldo se apresentaram e falaram um pouco do trabalho que realizam com a juventude e os vocacionados. O tema escolhido para este retiro

de 30 anos do PVF é a Misericórdia. Os participantes rezaram e refletiram sobre o Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Em sua primeira fala, Pe. Francisco, que conduziu as palestras, falou a respeito da origem do jubileu e do Ano Santo, e das motivações do Papa Francisco em propor este tema para a Igreja. O Pe. Chagas recordou o primeiro Angelus do Papa Francisco, onde ele afirmou: “O rosto de Deus é o rosto de um Pai misericordioso, que sempre tem paciência. Você já pensou na paciência que Deus tem com você?”, questionou.

Tempo de reflexão

Na tarde de sexta-feira (15), os benfeitores foram convidados a rezar sua própria vida, suas famílias e relações, numa oração dirigida por Frei Diego. Eles receberam um pequeno pratinho de barro, que simbolizava a vida de cada um. “Temos que cuidar deste prato como se fosse a nossa vida”, motivou o frade. Frei Diego ressaltou que muitos levam a vida de qualquer modo, descuidando do maior dom que recebemos de Deus: a vida. Em seguida os participantes foram convidados a pintar com

tinta guache os pratos, representando ali algum símbolo ou cores que tivessem relação com suas vidas. Um momento de estimular não só os dons artísticos, mas fazer isso de modo orante, em silêncio. Após uma pausa para o café, todos foram conduzidos à igreja, para a celebração penitencial, animada por Frei Alexandre e Pe. Francisco. Um tempo de rezar em comunidade e também um espaço para atendimento de confissões individuais para os que desejassem.

Franciscanismo como Projeto de Vida

Na manhã do sábado, Frei Alexandre conduziu uma oração comunitá-

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Fraternidades

ria, em ação de graças pelos 30 anos do PVF, fazendo memória dos frades que passaram por lá, de tantos benfeitores que hoje já estão na Casa do Pai, e que foram fundamentais para a continuidade do projeto. Um pequeno quebra-cabeças, com o logotipo dos 30 anos do PVF foi montado ao longo da oração. Frei Alvaci leu um bonito poema de Cora Coralina e agradeceu aos benfeitores e também aos frades que trabalham com ele, de modo especial ao Frei Xandão. “Pra dar certo temos que ser diferentes”, brincou. Pe. Francisco deu continuidade ao tema do retiro - O ano da misericórdia. O sacerdote afirmou que o caminho da misericórdia é difícil de ser vivenciado, e que somente com a graça de Deus podemos alcançá-lo. Pe. Chagas também afirmou que este amor misericordioso de Deus com a humanidade é um amor que jamais conseguiremos retribuir, estaremos sempre em dívida com o Senhor, pois é um amor infinito, que não mede consequências. O pregador colocou para os participantes uma proposta: buscar uma experiência de vida franciscana como

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Projeto de Vida, através da simplicidade, alegria e bondade. “É um carisma que não depende de laços institucionais, mas de disposição interior”, afirmou.

Missa em ação de graças

Na noite de sábado (16), os benfeitores se reuniram na igreja para a missa em ação de graças pelos 30 anos do PVF. A liturgia foi muito significativa, uma vez que era celebrado o 4º domingo da Páscoa, o domingo do

Bom Pastor. Em sua homilia, Pe. Chagas ressaltou a importância do pastor para o rebanho. “As ovelhas só reconhecem e seguem a voz do pastor, não de qualquer um”, afirmou. E animou os benfeitores a buscarem este seguimento a Jesus Cristo através da oração. O celebrante pediu aos presentes para rezar pelos padres e por todas as vocações religiosas – já que neste domingo se celebra o Dia Mundial de Oração pelas Vocações.


Fraternidades

A luz de Deus que nos anima

Após a homilia, Frei Diego convidou os presentes a pegar o prato de cerâmica que eles pintaram no dia anterior e uma vela, que eles ganharam na tarde de sábado. O frade disse então que este prato, que simbolizava a vida, a família, a história de cada um, só faria sentido se houvesse Deus nesta existência. E para simbolizar esta união, os frades acenderam suas velas no Círio Pascal e levaram aos presentes, para que cada um acendesse sua vela em seu prato. Após a oração do Creio, os benfeitores foram convidados a depositar aos pés do altar as velas, significando ali a oferta de cada um, de suas intenções particulares. Foi um momento muito emocionante. Muitos participantes, mesmo com dificuldade em se locomover, fizeram questão de subir no presbitério para deixar ali a sua vela e seu prato.

Ele recordou primeiramente todos os responsáveis pela realização do retiro, os funcionários do PVF e do Seminário Santo Antônio, em Agudos, e pela fraternidade local, na pessoa do Frei James. E agradeceu aos benfeitores que estiveram presentes no retiro e que acolheram com generosidade tudo o que foi proposto. Em seguida, Frei Alexandre agradeceu ao Pe. Chagas por ter aceitado

o convite de pregar o retiro, exaltando todo o franciscanismo do padre, que iniciou sua caminhada vocacional neste mesmo Seminário Santo Antônio, e entregou uma lembrança, um bonito tau em madeira, com uma imagem de São Francisco de Assis. O retiro terminou na noite de sábado com uma alegre festa nordestina, com música e comidas típicas. Érika Augusto

Agradecimentos

Após a comunhão, Frei Alvaci pediu a palavra para agradecer pela presença – não somente no retiro – mas na história do Pró-Vocações.

Padre Francisco das Chagas foi o pregador do Retiro dos Benfeitores MAIO / 2016 [coMUNICAÇÕES]

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Fraternidades

encontro do regional São paulo

No dia 18 de abril, as fraternidades que compõem o Regional de São Paulo se reuniram no primeiro encontro do ano. Frei José Francisco, definidor deste regional, animou o encontro.

Depois da acolhida, os guardiões partilharam a vida de cada fraternidade, apresentando os novos confrades que estão compondo o Regional. Seguiu-se a eleição para secretário e vice-

-secretário, sendo eleito Frei Hipólito Martendal e Frei Valdecir Schwambach, respectivamente. Em seguida, Frei Mário Tagliari falou da nova proposta de adesão ao plano de saúde e os Freis Fidêncio Vanboemmel e Evaristo Spengler socializaram as propostas do Encontro Provincial dos Secretariados para a Evangelização e a Formação e Estudos. Depois do lanche, Frei José Francisco convocou a eleição dos coordenadores. Frei Germano Guesser foi eleito coordenador e Frei Alvaci Mendes da Luz, vice-coordenador. Em seguida, o Regional leu e refletiu acerca do instrumento sobre o Projeto Fraterno de Vida e Missão, que será estudado pelas fraternidades para elaborarem o novo projeto a partir do Capítulo Provincial 2016. O Regional encerrou com o almoço, num clima fraterno e cordial entre os confrades. Frei Josemberg Cardozo Aranha

ENCONTRO DO REGIONAL DO VALE DO ITAJAÍ No dia 18 de abril, os Freis do Vale do Itajaí celebraram seu primeiro Encontro Regional do triênio, no Convento de Rodeio. Só um confrade não pode estar presente. O acolhimento foi bem franciscano. O guardião da fraternidade orientou a oração inicial. O Definidor Provincial Frei João Francisco da Silva presidiu a reunião. Os confrades novos que vieram recompor as fraternidades, cada um fez a sua apresentação. Em seguida, os que permaneceram no Regional. As eleições para os serviços conduziram Frei Nélson José Hillesheim e Frei Rafael Sprigico aos cargos de Coordenador e vice do Regional, respectivamente; Frei Pascoal Fusinato e Frei Paulijacson P. de Moura, a Secretário e vice. A atenção de todos debruçou-se sobre excertos do docu-

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mento Projeto Fraterno de Vida e Missão. O Definidor passou a palavra ao novo Coordenador que, então, marcou as datas e locais dos outros Encontros de 2016 e pediu que cada fraternidade relatasse algo dos primeiros meses da vida fraterna e das perspectivas dos novos trabalhos pastorais recém ini-

ciados. Foi-nos servido o almoço e, no momento da sobremesa, fomos brindados com duas belas melodias pelos doze noviços da Angola. Com a graça de Deus e as bênçãos francisclarianas, todos retornaram aos seus serviços. Frei Pascoal Fusinato


Fraternidades

PARÓQUIA DE SÃO SEBASTIÃO RECEBE FREI JOÃO E SE DESPEDE DE FREI PAULO SANTANA Caríssimo Frei Paulo Roberto dos Santos Santana, Muitas vezes somos surpreendidos por fatos que acontecem em nossas vidas independentes de nossa vontade ou desejo. Porém, quando temos uma missão a ser cumprida, devemos aceitá-la, pois faz parte dos desígnios de Deus. Durante três anos tivemos a graça da sua presença em nosso meio. E lhe somos profundamente gratos por isso. O senhor nos liderou e participou conosco em varias realizações de nossa paróquia, tais como: a realização de encontros da famílias e formações para agentes de pastoral, jornadas missionárias, acolhida de tantos irmãos e irmãs que aqui vieram em busca de Deus, exposição dos presépios, entre outras realizações, que foram grandes conquistas e motivo de alegria e júbilo para todos nós. Com seu festivo espírito nordestino realizamos inúmeras reuniões e encontros, como as festa comemorativas dos padroeiros das comunidades da nossa Paróquia, que além de serem momentos de congraçamento, estreitaram e reforçaram os laços entre as várias comunidades, os frades e os componentes da paróquia. Além disso, estes momentos inesquecíveis nos fizeram recordar o espírito de partilha, união, alegria e solidariedade que deve ser a marca dos cristãos, assim como era nas primeiras comunidades cristãs. Todas essas realizações, Frei Paulo, já seriam suficientes para

Caríssimo Frei João Pereira da Silva, Seja bem-vindo! Agora também faz parte da família Nossa Senhora do Amparo. Toda comunidade está ansiosa por conhecer o senhor. Desejamos que sinta-se bem entre nós, que faça parte das nossas vivências. Esperamos vivenciar uma experiência fraterna, de gravar eternamente o seu nome na história desta Paróquia. Porém estas não foram suas maiores conquistas. Sem sacerdotes, de fato, a Igreja não poderia viver aquela fundamental obediência que está no próprio coração da sua existência e da sua missão na história - a obediência à ordem de Jesus: «Ide, pois, ensinai todas as nações» (Mt 28, 19) e «Fazei isto em minha memória»(Lc 22, 19; cf. 1 Cor 11, 24), ou seja, a ordem de anunciar o Evangelho e de renovar todos os dias o sacrifício do seu Corpo entregue e do seu Sangue derramado pela vida do mundo. E o senhor Frei Paulo, foi durante estes três anos como nosso pároco, a personificação destas palavras do Evangelho, mesmo que nem todos tenham entendido seus propósitos. De uma forma bem especial recordou-nos como é difícil ser um cristão autêntico, nos dias atuais, e exortou-nos a conhecer, praticar e preservar os rituais e mandamentos da Igreja, em nossa vida cotidiana, e nos encorajou para que fôssemos missionários em nossos lares, locais de trabalho e em nossas comunidades. Frei Paulo, Deus coloca pessoas em nossas vidas que agem como an-

paz e de bem. Sinta-se muito bem acolhido. Hoje, nossas palavras são poucas, mas, ao longo do caminhar, iremos acrescentando mais e mais, por meio de nossa vivência, trabalho, gestos e missões. Deus o abençoe. Conte conosco! Conselho de Pastoral Paroquial

jos, mostrando o caminho que devemos percorrer. Saiba que para muitos desta paróquia que passaram por momentos difíceis, a sua presença foi como um anjo que trouxe paz, luz, conforto e esperança, para corações e espíritos feridos, abatidos, fracos e sem esperança. Frei, esta foi a sua mais importante realização. Promover o crescimento espiritual dos seus paroquianos, fortalecer-lhes a fé, dar-lhes um sentido de comunidade cristã e aproximá-los de DEUS é a maior missão que um sacerdote pode concretizar. Tenha a certeza da missão cumprida. Nossa comunidade sente que um de seus membros foi separado fisicamente, mas somos inseparáveis espiritualmente. Mesmo longe, sempre seremos e estaremos unidos. Pois as pessoas que passam por nossas vidas sempre deixam suas marcas. Saiba que a sua nunca se apagará. Não diremos adeus, mas um até breve, Frei Paulo. Deus o abençoe nesta nova missão. Que Nossa Senhora do Amparo o ampare a cada dia. Estaremos rezando por você. Obrigado por tudo! Paz e bem! Conselho de Pastoral Paroquial MAIO / 2016 [coMUNICAÇÕES]

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SAV

Caminhada Franciscana em Bauru

FÉ E SUPERAÇÃO

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feriado de 21 de abril amanheceu diferente em Bauru. Logo cedo, às 6h30, um ônibus vindo de São Paulo era o prenúncio de que a rotina da cidade mudaria pelos próximos dias. Assim foi a movimentação durante toda a manhã na Paróquia Santo Antônio. Ônibus vindos de São Paulo e Sorocaba (SP), Concórdia, Gaspar, Florianópolis, Santo Amaro da Imperatriz e Lages (SC), Nilópolis e Petrópolis (RJ), Curitiba e Chopinzinho (PR), frades e leigos da Custódia Franciscana do Sagrado Coração de Jesus (SP), além dos participantes de Bauru e Agudos. A animação ficou por conta dos jovens da paróquia, com muita música e brincadeiras, enquanto outros cuidavam da cozinha, para preparar café da manhã e almoço para as mais de 270 pessoas presentes. Frei Ademir Sanquetti, recém chegado na Paróquia, e Frei Guimarães deram as boas-vindas e deixaram todos muito à vontade. Após o almoço, todos se reuniram na igreja para as primeiras instruções

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sobre a caminhada. O tema escolhido para esta caminhada foi “Redescobrindo o rosto misericordioso do Pai”. Ir. Inês, Franciscana de Ingolstadt, deu algumas luzes para os jovens, falando da passagem evangélica do Pai misericordioso. A religiosa fez um apelo aos participantes para que pudessem olhar para o outro e perceber o que ele está necessitando – na família, no trabalho, e também nestes próximos dias de caminhada. No primeiro dia, o itinerário era curto, até a Paróquia Santa Clara, em Bauru. Os jovens percorreram 4,5 km até chegar ao destino final, onde foram recebidos com muita euforia, cantos de louvor e um lanche. Ali aconteceu a primeira missa, presidida pelo pároco, Frei Alessandro Dias do Nascimento e concelebrada por Frei Diego Melo e Frei Edvaldo Batista. Em sua homilia, Frei Alessandro falou a respeito da liberdade e do seguimento a Jesus Cristo. Os jovens, vindos de diversas realidades, foram questionados a respeito de sua deci-

são para participar da Caminhada. “Vivemos num mundo que valoriza o tempo de produção, o individualismo, não temos tempo para nós, para os amigos, para Deus”, dizendo que esta lógica atinge ainda mais os jovens que estão começando suas vidas de trabalho e estudo. E motivou os jovens a buscarem a verdadeira liberdade dos que se colocam a serviço de Deus. Em seguida, os jovens receberam das mãos dos acólitos corações com um Tau e a inscrição Paz e Bem. Frei Diego Melo agradeceu pela acolhida e pela dedicação da comunidade com este gesto carinhoso dos corações, que foram feitos a mão. “Deus também trabalha artesanalmente”, concluiu. Após o jantar, os jovens foram acolhidos nas casas dos paroquianos, onde puderam descansar para a continuação da Caminhada Franciscana.

De Bauru a Piratininga – 15 km rumo ao Mosteiro das Concepcionistas

A lua brilhava no céu quando os


SAV

primeiros jovens foram chegando à Paróquia Santa Clara. Às 4h30 a procissão luminosa saiu, rumo a Piratininga, a 15 km de distância. No caminho, muitos voluntários ajudando, oferecendo água, frutas, carro para apoio dos que precisassem. A cidade dormia enquanto os peregrinos passavam rezando o terço e cantando. Numa esquina, eles foram surpreendidos com uma casa iluminada, com os dizeres: “Quem tem fé vai a pé”, e as janelas abertas. Numa delas estava a Dona Maria José, acamada, ao lado de uma enfermeira. Ela acenava com alegria para os jovens, que emocionados, pararam em frente à sua casa para rezar e pedir a Deus por sua saúde. O sol já estava a pino quando os jovens chegaram ao Mosteiro Imaculada Conceição e São José, na cidade de Piratininga. Muitos jovens nunca tinham entrado num mosteiro, e foram impactados ao entrar na humilde e bela igreja ao som do canto das religiosas enclausuradas. A abadessa, Ir. Inês Maria, acolheu a todos com muita alegria. Apoiada em uma bengala, aos 63 anos, a religiosa brincou que a bengala era mais pelos problemas do corpo que pela idade, e disse da alegria que as irmãs estavam ao acolher tanta gente, feito inédito para elas. Frei Diego agradeceu e disse do grande significado de chegarem numa igreja que estava em construção, sobretudo para os que vivem a espiritualidade franciscana, que é o caso das irmãs e dos frades. Os peregrinos então foram surpreendidos com um bonito gesto: os religiosos e religiosas presentes iniciaram o lava-pés dos jovens. “Deixar-se cuidar é expressão do amor”, afirmou Frei Diego. Os pés sujos e cansados da longa caminhada receberam água fresca e um beijo, simbolizando o serviço ao próximo. Alguns jovens também se sentiram motivados a lavar os

pés dos companheiros, e em seguida dos religiosos.

Momento de escuta e partilha com Ir. Francisca Letícia

Após o almoço e um merecido descanso, os jovens puderam ouvir a partilha de Ir. Francisca Letícia sobre a vida monástica. A religiosa falou sobre Santa Beatriz da Silva, a fundadora da Ordem da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria e da ligação entre as religiosas e a Ordem dos Frades Menores. “O que os frades defendiam nos púlpitos, as Concepcionistas tornavam Projeto de Vida”, afirmou. A religiosa contou de sua história vocacional e de sua decisão de entrar no mosteiro. Os jovens fizeram muitas perguntas a respeito da vida dentro da clausura. No final da tarde, todos foram convidados para a Celebração Eucarística, animada pelas religiosas e pela equipe de liturgia que colabora no mosteiro. A homilia ficou por conta do frade recém-chegado ao SAV, o diácono Frei Edvaldo Batista. “Jesus desperta nos discípulos o amor que havia se apagado após a crucificação”. Após o jantar, outras famílias se dispuseram a acolher os jovens em suas casas. A hospedagem foi curta: às 2h da madrugada já estavam todos reunidos para o último percurso da Caminhada Franciscana: mais 25 km até o Seminário Santo Antônio, em Agudos. O relógio marcava 2h30 quando a oração começou. Não só os jovens e as famílias madrugaram, as irmãs também acordaram mais cedo que de costume, para partilhar com os jovens um pouco de sua rotina de oração. Todos rezaram a Liturgia das Horas, conduzida pelas religiosas, e assim buscaram forças para o início do terceiro dia de caminhada. Mais uma noite de procissão luminosa, dessa vez pela cidade de Piratininga. Orações e cantos espantaram MAIO / 2016 [coMUNICAÇÕES]

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o sono e o cansaço. Os voluntários acompanhavam atentamente, oferecendo ajuda, água e frutas para os peregrinos. O dia estava raiando quando os jovens fizeram a primeira parada. Uma pausa para tomar café, descansar, alongar e ir ao banheiro. Ainda faltava muito para o ponto de chegada, e o sol logo começaria a tornar o caminho mais difícil. Às 9h15 os jovens avistaram as torres da Paróquia São Paulo Apóstolo, em Agudos. Muita festa do lado de fora e de dentro da igreja. Frei Sílvio Trindade Werlingue, o pároco recém-chegado estava no presbitério, acolhendo os jovens que lotaram a igreja de amarelo – a cor predominante do colete usado pelos peregrinos. Uma banda animou a todos, que cantaram e louvaram, sem demonstrar sinais do cansaço que tomava conta de todos. Os paroquianos prepararam um café da manhã, que reabasteceu as energias. Um pouco mais adiante os jovens foram acolhidos com mais festa, na igreja matriz Santo Antônio. Já na chegada, do lado de fora, muita animação e cantos. No lado de dentro

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Frei José Martins falou a respeito da saudação Paz e Bem, e todos repetiram com ainda mais entusiasmo: Paz e Bem! E receberam a bênção de Santo Antônio e um pão bento na saída, para alimentar e abençoar os jovens para os últimos 5 km até o Seminário Santo Antônio. Um trio elétrico, com músicos, animou o trecho nas ruas da cidade. Os moradores e comerciantes saíam de suas casas para ver e saudar os peregrinos. Quase na reta final da caminhada, Frei Diego fez a motivação para que a partir daquele ponto, os jovens caminhassem em silêncio até a chegada no seminário. Apesar do calor, do cansaço e da euforia pelo término do trajeto, todos seguiram silenciosos. Os voluntários e frades que esperavam no seminário até estranharam todo aquele silêncio. Talvez esperassem gritos e comemoração, mas encontraram uma procissão silenciosa rumo ao seminário. Eram 11h50 quando o grupo chegou ao destino final da Caminhada. Antes de entrar na igreja todos tiraram os tênis, como sinal da sacralidade, de “tirar a sandália dos pés” para encontrar o Senhor. E Ele estava

esperando pelos peregrinos. No altar, o ostensório com Jesus Eucarístico esperava pelos jovens após os 45 km de Caminhada. No primeiro dia os jovens receberam um saquinho, e foram motivados a colocar dentro dele suas dúvidas e preocupações ao longo do trajeto. Dentro dele havia também incenso, que foi despejado aos pés do altar durante a oração. Frei James Ferreira Gomes Neto, guardião do Seminário, deu as boas-vindas e expressou sua alegria pela acolhida dos jovens.

Energia e disposição para confraternização e partilha

Mesmo depois de dias tão intensos e cansativos, os jovens ainda tiveram disposição para uma tarde agra-


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dável no seminário. Brincaram na piscina, jogaram bola, pebolim. No início da noite todos se reuniram na igreja para um momento de partilha em pequenos grupos. Alguns deram seu testemunho a respeito da Caminhada. Foi o caso do Vitor, de Chopinzinho. Fabiana, a idealizadora da Caminhada Franciscana em Bauru, também partilhou. Emocionada, a leiga contou do desejo de realizar uma atividade como esta, e de como foi possível tornar o sonho realidade. No final do dia os jovens ainda tiveram ânimo para uma confraternização na piscina, com comidas, dança e música.

A experiência divina da Caminhada

No decorrer de todo o trajeto Frei Diego afirmava que aquele gesto de caminhar 45 km em poucos dias não era humano, mas divino. Às 6h30 da manhã os participantes rezaram a oração da manhã, e fizeram uma dança circular. Às 8h todos estavam reunidos na igreja para a missa de encerramento. Em sua homilia, Frei Diego brincou com os jovens, perguntando qual celular eles preferiam, um modelo antigo ou um IPhone. Todos responderam que o segundo, por ser mais atual. “Jesus também nos oferece algo novo, atualizado”, afirmou o frade, falando a respeito do Evangelho deste 5º domingo da Páscoa. O frade disse também que nada daquilo que os jovens haviam experimentado era novidade: a acolhida nas casas, a ajuda dos voluntários, a oração. O que havia mudado nos jovens era o olhar. “Não há nada de novo nisso, mas nos toca pois redescobrimos o que é simples”, afirmou. “Vivenciamos nestes dias novo Céu e nova Terra, na alegria de redescobrir o rosto misericordioso do Pai”, disse Frei Diego, que exaltou o esforço

Jovens sírios fazem a experiência da Caminhada Além da imensa diversidade entre os estados, havia também na Caminhada Franciscana de Bauru alguns participantes estrangeiros. Claudia, da Nicarágua, e os irmãos Lara, Karin e Daoud Kauss, da Síria. Karin, de 19 anos e Daoud, de 23, moram em Petrópolis há 3 anos. Eles participam da Igreja do Sagrado Coração. Eles contam que na Síria participavam de grupo de jovens, mas que nunca tinham participado de um evento parecido. Para o jovem, o momento do lava-pés foi muito marcante. “Durante a caminhada todo mundo estava muito cansado, mas era necessário superar a dor e com força de vontade continuávamos. Achei que seria impossível, mas fiquei muito feliz quando cheguei ao seminário”, conta Karin. Sobre o país de origem, Daoud conta que antes da guerra a Síria era um país muito pacífico, com muita harmonia entre as diversas religiões. Com a chegada do Estado Islâmico, e os muçulmanos radicais, muitos cristãos morreram pelo fato de serem cristãos e não negarem a sua fé. “A Síria era uma panela de pressão, todo o dia tinha um bombardeio, um ataque”, afirma Karin. Os jovens contam de cada um e disse que todos cumpriram a meta, mesmo aqueles que não conseguiram caminhar os 45 km. “A meta era dar o máximo de si, e foi isso que vocês fizeram”, acrescentou. “Vocês saem daqui com a missão de serem anunciadores desta Boa Nova, mostrando através de atitudes que vocês encontraram este rosto misericordioso de Deus, sem esquecer que este rosto está também em cada ser humano”, concluiu.

que faltam os serviços básicos, como ir à escola. “Alguns dias ficávamos 5 dias sem energia elétrica”, afirma. Eles dizem que enquanto estavam lá, não conseguiam pensar no futuro, por causa da insegurança do que poderia acontecer. A jovem conta que ficava muito triste com os acontecimentos, porque o coração dos próprios sírios ficava insensível com tantas mortes. “A gente mudou depois da guerra. Quando eu cheguei no Brasil não conseguia sorrir mais”. Uma partilha tocou muito Karin, quando uma religiosa contou para eles na Caminhada que ela acordava de madrugada e rezava pelos sírios. “As pessoas querem saber da nossa história, mas rezar por isso para mim é muito importante, os meus mundos se encontram, a fé e minha origem”, afirma a estudante de engenharia civil.

Na Oração Eucarística Frei Diego fez questão de chamar no presbitério todos os religiosos, religiosas, vocacionados e vocacionadas, para rezarem juntos o Pai Nosso. O frade apresentou Frei Aristides, já idoso, que cuida da separação de resíduo reciclável na casa, e agradeceu por seu testemunho silencioso no cuidado com o outro e com o meio ambiente. Érika Augusto MAIO / 2016 [coMUNICAÇÕES]

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Evangelização

OS NOVOS MISSIONÁRIOS para

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Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, que está celebrando 25 anos de fundação, recebeu no dia 26 de abril mais quatro missionários para compor o quadro das Fraternidades neste triênio. Desses missionários, três são frades e um é leigo. Frei Angelo José Luiz está de volta a Angola e Frei Roberto Ishara e Frei André Luiz Henriques farão a sua primeira experiência em terras angolanas, assim como o leigo Bruno Schneeberger de Carvalho. No Brasil, desde que retornou da Missão, Frei Angelo trabalhou como pároco na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis. “Quando o Visitador (Nestor Inácio Schwerz) esteve em Petrópolis, eu me coloquei à disposição da Província e manifestei o meu interesse em voltar a Angola”, contou.

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Nos dez anos em que esteve na Missão, Frei Angelo foi durante dois períodos presidente da Fundação. Mas ele lembra que os tempos são outros, tanto no país como na Fundação. “Por isso, não crio expectativas. Vou com o espírito de ajudar naquilo que é possível colaborar com a missão e com a Fundação”, diz o frade, natural de Santa Catarina, reconhecendo que para ele é mais fácil essa adaptação em outro país do que para os novatos. “As mudanças são profundas lá. A realidade mudou muito, há mais frades, há mais vocações e há mais estrutura na Missão. As possibilidades, em termos pastorais, se abrem bastante dessa forma”, reconhece. Segundo o frade, enquanto morou em Petrópolis, pôde ver o quanto tem mais visibilidade a Missão hoje. “Não sei se é a presença dos angolanos em nosso meio, com os 12 novi-

ços e cinco estudantes de Teologia. Eu percebo, assim, uma integração maior. Se fala muito da Missão com mais tranquilidade e esperança. Antes, se presenciava os frutos através do nosso testemunho. Agora, os frutos estão aí presentes. Eles estão falando. Já começam a participar das reuniões da Província, dos Capítulos etc. Destaco também a convivência e o entrosamento que são muitos bons, tanto com os frades como com o povo, por exemplo na pastoral que fazem na Baixada Fluminense. Isso tem feito com que os frades vejam a Missão de outra forma. Os frades angolanos também são uma presença provocadora aos mais novos, convidando-os para saírem em missão”, avalia Frei Angelo. Para ele, a Província ainda terá de fazer um esforço para manter os frades brasileiros por uns dez anos ainda em Angola. “A partir de dez ou


Evangelização

“Uma vez estava conversando com o Frei Djalmo Fuck, o pároco anterior da Paróquia dos Franciscanos na Vila Clementino, e ele me falou da Missão de Angola e me mostrou fotos. De imediato disse: “Frei, tem como eu ir para Angola?”. Ele me encaminhou para o Frei Estêvão Ottenbreit (responsável pela Evangelização Missionária na Província), e não demorou muito para o processo andar e hoje já estou de partida”, contou Bruno, filho de Valéria e Francisco, que, segundo Bruno, estão em “estado de graça” por sua viagem. “Meu pai é devoto de São Francisco”, acrescentou. Bruno não alimenta expectativas e diz que parte com a finalidade de “ajudar e fazer o bem”. Quanto à viagem, garantiu estar tranquilo: “Estou na companhia de outros frades”.

ANGOLA quinze anos, poderemos respirar mais tranquilos”, acredita.

O SEGUNDO LEIGO NA MISSÃO

Aos 34 anos, Bruno Schneeberger de Carvalho é o segundo a leigo a viver na Missão de Angola. O primeiro leigo deste trabalho missionário da Província da Imaculada Conceição foi o cearense Adávio Afonso Ribeiro em 2008. Para Bruno, é um sonho que se concretiza. “Sempre quis fazer um trabalho voluntário fora do país, principalmente na África. Só que quando procurava as ONGs, assim como as agências de intercâmbio, esbarrava no alto custo e, além disso, havia preferência por voluntários na área de saúde”, explica o paulistano, que vai trabalhar no Seminário de Malange, como professor de informática e Educação Física.

A PRIMEIRA VIAGEM

O paulista André Luiz Henriques, natural de Ilha Solteira, faz a sua primeira viagem ao Exterior. “É a minha primeira experiência de sair do país, o primeiro contato com outra cultura, com outros povos”, revela o frade. “Mas estou tranquilo, pois Deus me acompanha, porque Ele é que me guia”, acrescenta. Segundo Frei André, a decisão de ir para lá não foi a partir de um desejo pessoal, mas de uma necessidade. “Quando o Visitador (Frei Nestor) passou pela Fraternidade de Florianópolis, onde morava, ele falou da necessidade de frades na Missão, e eu me coloquei à disposição dentro dessa necessidade da Província e da Igreja”, observou. “É claro que eu vou com uma grande vontade e uma abertura interna de participar, de dar a minha contribuição dentro daquilo que eu puder. O Kimbo (um grande santuário que existe na capital Luanda) é algo muito novo para mim. Mas já

ouvi muito falar desse espaço que congrega multidões. Também a assistência às Clarissas, que são vizinhas, vai ser uma novidade para mim. Tudo vai ser novo para mim”, disse Frei André, lembrando que no Noviciado e na Teologia não chegou a conviver com os frades angolanos.

O EXERCÍCIO DE MINORIDADE

No domingo (24/4), no final da celebração de posse do novo pároco da Vila Clementino, Frei Roberto Ishara ganhou uma calorosa ovação dos paroquianos. “Quero agradecer o carinho que recebi de vocês nesses quatro anos. Tive uma experiência muita grande de fé com vocês. Quero também agradecer porque foi com vocês que eu aprendi a ser franciscano, foi com vocês que eu aprendi a ser padre. Obrigado por tudo e rezem por nós!”, pediu o novo missionário em Angola. Frei Ishara ficou quatro anos na pastoral da saúde na Vila Clementino, região que reúne mais de dez hospitais muito próximos uns dos outros. Com seu jeito carismático, nesse tempo conquistou muitos amigos e admiradores. Mas era o momento de partir. “Ir para longe é um exercício da minoridade. É cômodo ficar na zona de conforto. Quando a gente vai para um lugar desconhecido, ajuda a exercer a minoridade como frade menor. Por isso, eu gosto de sair para um lugar diferente, novo”, revelou o frade paulistano, descendente de japoneses. “Meus pais estão tristes pelo filho que parte, mas felizes pela realização do frade”, contou, frisando que não esquecerá do povo que conheceu e fez parte de sua vida na primeira transferência como frade menor, já que foi ordenado diácono e presbítero na Paróquia São Francisco de Assis da Vila Clementino. Moacir Beggo MAIO / 2016 [coMUNICAÇÕES]

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Evangelização REDE CELINAUTA

CAMPANHA EM PROL DO HOSPITAL DO CÂNCER DE PATO BRANCO

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campanha Rede Esperança - O voo da águia - é coordenada pela Fundação Sudoestina de Combate ao Câncer, Fuscca, que administra o Hospital do Câncer em Pato Branco. O centro médico recebe pacientes de municípios do Sudoeste do Paraná e do Estado de Santa Catarina para tratamento gratuito do câncer com quimioterapia e radioterapia. Para melhorar as condições de atendimento no hospital, a Fuscca lançou a campanha com o apoio da Rede Celinauta de Comunicação (Rádio Celinauta Am, Movimento Fm e Tv Sudoeste) e parcerias com Rotary Club e Núcleo Regional de Educação.

O objetivo é adquirir três equipamentos importantes no diagnóstico e tratamento da doença: • Ultrassom – Usado para auxiliar no diagnóstico de casos suspeitos de câncer, avaliação do estagio do câncer, acompanhamento da resposta ao tratamento, biópsia, dirigidas em vários órgãos (principalmente tireoide, mama, fígado e próstata) e acompanhamento pós tratamento. • Equipamento de gastro e colonoscopia – Usado no diagnóstico de casos suspeitos com realização de biópsia, avaliação de resposta ao tratamento com químico e rádio (tumores esofágicos e retais), tratamento curativo de pólipos

colo retais, dilatações endoscópicas de estenoses esofágicas pós radioterapia, colocação endoscópica de sondas gástricas; acompanhamento de casos tratados para detecção recidiva. • Torre de Vídeo-cirurgia – Usada na realização de um grande número de cirurgias com técnica minimamente invasiva. Resulta em menos dor, internações mais curtas e menos risco de infecções. O custo dos equipamentos é de R$1,2 milhão. O dia 08 de abril, Dia Mundial de Combate ao Câncer, foi o dia D da campanha. Formou-se uma rede de voluntariado nas cidades onde há pacientes atendidos pelo Hospital do Câncer. Foram montadas centrais de arrecadação em dinheiro nas praças e também houve doações em conta-corrente. Neste dia foram arrecadados em torno de 50 mil reais. A campanha continua até o dia 15 de maio.

Contas para doações:

Caixa – agencia 0602 – operação 003 cc – 1704-0 Sicredi – agencia 0737 - cc – 53216-9

USF: “Quebrando os mistérios do Imposto de Renda” A Universidade São Francisco (USF) promoveu de 11 a 16 de abril o projeto “Quebrando os mistérios do Imposto de Renda”, para orientar e esclarecer dúvidas sobre a elaboração do Imposto de Renda 2016. O atendimento foi realizado de segunda a sexta-feira das 17h às 19h e aos sábados das 9h às 12h e das 13h às 16h no saguão do prédio central do Campus Bragança Paulista. O atendimento foi realizado pelos alunos e docentes dos Cursos de

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Administração, Ciências Contábeis, Tecnologias em Gestão, Processos Gerenciais, além do Direito. A importância do projeto é que o ganho não é

apenas para a população, que recebe uma assessoria gratuita, mas também para os alunos, que colocam na prática os ensinamentos de sala de aula. A atividade proporciona a aplicação prática do conhecimento. Além disso, temos o aprendizado em relação ao atendimento ao contribuinte, ou seja, um momento de relacionamento entre a comunidade e os acadêmicos”, afirmou a coordenadora do Curso de Ciências Contábeis, Aparecida Elisabete Pontes, responsável pelo projeto.


Evangelização

CAMINHADA AO SANTUÁRIO DE PEDRA BELA

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azer uma Romaria é perfazer um caminho diferenciado. Não é qualquer caminhada para testar os limites do corpo, mas perfazer um caminho espiritual. Andar na existência é entrar na graciosidade da vida e na convivência dos passos diferentes de tantas pessoas diferentes: jovens, velhos, adolescentes e crianças com um único objetivo: atravessar a noite vencendo os limites do corpo e chegar lá! Tudo na vida começa por um passo; é a mística de Santiago de Compostella e de todos os roteiros de peregrinação, inclusive desta tradicional Romaria ao Santuário da Pedra, a Casa da Mãe Divina, Nossa Senhora Aparecida, em Pedra Bela. O essencial do humano é ele pôr-se a caminho a procura de um sentido, para a sua vida. Este sentido é o espírito, o fôlego do caminho.

A espiritualidade é o caminho da perfeição, uma dádiva na conquista de um projeto. Elaborar projetos é elaborar caminhos. É preciso enamorar-se do projeto para perceber o dom de caminhar. A Romaria Bragança – Pedra Bela nasceu de apaixonados pioneiros, e lá estavam eles Jayme e Teixeira. Há uma promessa a cumprir, um voto, uma determinação. Há um sonho reunindo mais de 750 pessoas que ali estavam. Nós da Universidade São Francisco nos fizemos presentes com carro de apoio e mais de uma dezena de alunos e professores. Estar ali, participar da força e da energia dos caminhantes, ser apoio no caminho para os que precisavam de cuidado. Foi maravilhoso sair entre cantos e preces. Rezar o terço, a prece tão simples de todos os caminhos. E depois pegar a estrada, o caminho alternativo

pelos campos e montanhas. Sair sábado às 21h30 e chegar na madrugada de domingo às 5h30. A noite do dia 12 e a madrugada do dia 13 de março acolheram os romeiros. Um café da manhã feito com carinho restabeleceu a força. Reflexões e preces. Reencontros e a celebração da Eucaristia! Assim foi nossa chegada à casa da Mãe! É sempre prazeiroso voltar à casa da Mãe Aparecida. Subir degraus para mostrar que a ascensão física corresponde à ascensão espiritual. Chegar lá no alto da pedra e vislumbrar aquela evocativa paisagem onde céu e terra se encontram, lugar transcendente de mística beleza! Um lugar esplendoroso com aquele santuário irradiando simplicidade. Olhar para a Mãe Aparecida e dizer: enfim cheguei! É um Caminho de Realização! Frei Vitório Mazzuco Filho

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Evangelização

Encontro Provincial dos Secretariados para a Evangelização e a Formação e Estudos

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urante os dias 12 e 13 de abril de 2016 estiveram reunidos na Fraternidade São Boaventura, em Rondinha, os frades que compõem os Secretariados para a Evangelização e para a Formação e os Estudos. O objetivo deste encontro foi o de pensar em conjunto formas de como colocar em prática o Plano de Evangelização para este sexênio (2016-2021), aprovado no último Capítulo Provincial. Ao abrir os trabalhos, o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboem-

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mel, afirmou: “O Capítulo Provincial 2016 aprovou o Plano de Evangelização de nossa Província. Agora é tempo de sentar, planejar e organizar a prática deste Plano. Este é um encontro importante para a Província”. Em seguida, Frei Fidêncio recordou as três grandes prioridades do sexênio: 1. Aprimorar o Cultivo da qualidade de vida pessoal e fraterna; 2. Reforçar ações em direção a uma Província “em saída” e articulada em suas cinco frentes de Evangelização; 3. Revigorar a Animação

Vocacional. “Prioridade é aquilo que vem por primeiro, o que tem primazia. Algo que antecede sem desmerecer as outras coisas. Quando nós elegemos algumas prioridades de nossa Província, foram eleitas dentro de uma comparação. Em nosso Plano de Evangelização tudo é importante, mas nós elegemos três grandes prioridades que antecedem a todas as outras, que devem estar presentes em todo o nosso trabalho”, explicou. Após a apresentação das Priori-


Evangelização

dades do Sexênio, o Secretário para a Formação e os Estudos, Frei João Francisco da Silva e o Secretário para a Evangelização, Frei Evaristo Pascoal Spengler, convidaram os frades a estudo em grupo para se aprofundarem no conteúdo do Plano de Evangelização, especificamente das partes que tratam sobre os Princípios (páginas 09-10), as Instâncias de Coordenação, Animação e Comunhão (p.11-12) e os Apelos da Realidade, da Igreja e da Ordem (p.13-27). A partir de duas questões que nortearam a reflexão, os grupos fi-

de reunir cada uma das cinco Frentes de Evangelização, a Formação e o Serviço de Animação Vocacional para que se reunissem separadamente, estudando as seções específicas do Plano de Evangelização, com a incumbência de definir um esboço de plano trienal, agendar as principais reuniões, elencar o que não poderia faltar no Encontro da Frente e organizar uma equipe para dinamização dos trabalhos. No período da tarde foi apresentado o retorno dos grupos das Frentes em um primeiro momento no Plenário dos Secretariados (Evan-

secretariados, solicitou aos frades uma partilha conclusiva sobre o encontro, onde foram destacados: A importância de pensar a Província como um todo, em contato direto com o Plano de Evangelização; A oportunidade de ter feito a leitura do Plano em conjunto com as cinco Frentes e a Formação; Se cada Frente tivesse feito o estudo separado não sentiríamos este espírito de comunhão; Gerou entusiasmo para dar passos concretos na leitura e conhecimento do Plano de Evangelização em nossas Fraternidades e a graça do encontro e da convi-

zeram observações relativas à importância da revisão do Projeto Fraterno de Vida e Missão das fraternidades, à necessidade de adotar uma postura de diálogo diante do pluralismo próprio dos tempos atuais, à superação do individualismo e do mau uso dos bens, ao cultivo do testemunho da comunhão através da integração entre as Frentes de Evangelização, à coragem exigida para que a Província dê o testemunho de uma Igreja em saída etc. A dinâmica do segundo dia foi

gelização e Formação) e em seguida em um Plenário Geral. Foram então aprovadas as datas para a realização dos Encontros das Frentes (veja em Agenda na última página). O Ministro Provincial Frei Fidêncio conduziu o final do encontro agradecendo os frades presentes e também a Fraternidade Franciscana São Boaventura na presença do guardião Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira pelo acolhimento e os serviços prestados. Para finalizar este primeiro encontro ampliado dos

vência entre os frades participantes. Com o bom êxito deste encontro queremos louvar ao bom Deus pelo Plano de Evangelização de nossa Província que chega a nossas mãos e por este primeiro encontro neste sexênio dos Secretariados da Evangelização e Formação e os Estudos . Agradecemos pelas orações dos irmãos de nossas fraternidades e pela disposição em servir. Mãos à obra. Frei Daniel Dellandrea e Frei Gustavo W. Medella MAIO / 2016 [coMUNICAÇÕES]

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Evangelização

CHÁ DO PADRE REABRE NO DIA 2

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o próximo dia 2 de maio, às 10 horas, acontece a reabertura do Chá do Padre no Convento São Francisco. Após passar por meses de reformas, o serviço agora ampliou suas possibilidades para se tornar um Núcleo de Convivência para os trabalhadores em situação de rua, que servirá 300 almoços por dia além de realizar 450 atendimentos de diversas ordens durante o já consolidado chá da tarde – que deu o cari-

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nhoso apelido de “Chá do Padre” para o serviço. No espaço haverá 15 chuveiros e espaço para lavagem de roupa e cuidados com higiene pessoal. O serviço é administrado pelo Sefras em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) de São Paulo. A cidade hoje conta com uma população de rua de aproximadamente 14 mil pessoas, das quais a metade vive na região da Sé, centro de São Paulo,

onde se situa o serviço que pode ser considerado o maior e mais completo do Estado de São Paulo no atendimento à população de rua. “O Sefras no ano passado participou de uma audiência pública com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social para o conveniamento do serviço. Esse convênio prevê a implantação na rua Riachuelo de um núcleo de convivência para a população de rua. O serviço vai ampliar o que já era oferecido. Além do lanche da tarde serão servidos diariamente 300 almoços, espaço para banho, lavagem de roupas e também atendimento social e de psicologia. O serviço agora terá uma dimensão maior e atenderá a mais pessoas”, comemorou Rosângela Pezoti, do setor técnico do Sefras. Rosângela Pezoti assegura que antigas parcerias do serviço, anteriores a esse remanejamento serão mantidas. “Continuarão as parcerias que o Sefras tinha anteriormente: com a Defensoria Pública da União, que atende duas vezes por semana, às terças e quintas no período da manhã; com a UBS República e com o consultório de rua também permanecem”, explica.


Evangelização

Formação no Sefras

Que mundo pretendemos deixar para as gerações vindouras? Foi pensando nessas questões que cerca de 30 trabalhadores dos mais diversos serviços e setores do Sefras se encontraram no dia 19 de abril no Sefras Reciclagem (Baixada do Glicério, centro de São Paulo) para uma manhã de formação sobre o meio ambiente e sua defesa. Após a visualização de materiais e vídeos e das conversas mais coletivas sobre o tema, os participantes se juntaram em grupo para debater a questão e organizar propostas tanto no que se refere à articulação política em defesa do meio ambiente, quanto sobre ações que possam ser tomadas internamente no Sefras e que minimizem danos ambientais. Ações como a abolição de copos descartáveis, com a introdução de canecas de porcelana e plástico reutilizáveis; a compra de alimentos orgânicos produzidos por pequenos agricultores para os serviços e uma forte campanha de reciclagem em todos os serviços do Sefras e nas comunidades onde estão inseridos se destacaram como propostas.

CURSO DE PORTUGUÊS

No dia 5 de abril começaram as aulas do segundo semestre do Curso de Português para Imigrantes do Sefras. Nesta aula inaugural, além da apresentação do curso para novos e velhos alunos, o Centro de Referência e Acolhida do Imigrante (CRAI) ainda realizou atendimento social. “Apresentamos o curso e paralelamente fizemos o atendimento para que as questões do serviço social não sejam levadas à professora e que nós mesmos possamos cuidar disto”, explicou o coordenador do CRAI Paulo Amâncio. Professora do curso desde seu início no semestre passado, Renata Taño avalia o primeiro módulo de forma positiva: “A proposta do curso foi de promover a inclusão por meio do ensino de cultura e língua e acho que eles se saíram muito bem”. O resultado pôde ser visto durante o café servido antes da aula, por volta das 17h, quando alunos do primeiro semestre já se comunicavam muito bem com os trabalhadores do Sefras presentes. A sala é muito heterogênea em muitos sentidos, tanto em formação escolar, quanto em língua materna.

Páscoa Petrópolis

A celebração da Páscoa no Sefras Criança Petrópolis aconteceu no dia 26 de março, a partir das 18 horas e contou com aproximadamente 100 crianças e adolescentes atendidos pelo Sefras em Petrópolis (RJ). Foram confeccionadas pelos trabalhadores e voluntárias do serviço mais de uma centena de lembrancinhas recheadas com chocolates. Este momento celebrativo foi composto por uma procissão com os símbolos pascais encenados pelas crianças e um filme do espetáculo de 2015, Cuidado da Casa Comum. Foi apresentado para todos como “Renovação, Vida Nova” que se constrói a cada dia neste trabalho junto com a comunidade. Algumas breves palavras da coordenação encerraram a parte celebrativa. Um delicioso bolo de chocolate doado pela nossa parceira Gisele foi distribuído, bem como as lembrancinhas da Páscoa. A celebração da Páscoa é um tempo oportuno para reforçar a transmissão dos valores que o Sefras busca cultivar o trabalho social. “a solidariedade, colaboração, união e compartilhamento ao repartir a ceia com todos”.

PÁSCOA NO SEFRAS

As celebrações de Páscoa começaram no Sefras no dia 23 de março, nos serviços. Houve festejos no Sefras Crianças do Jardim Peri Alto, no Recifran e no Dejupe, entre outros serviços. No dia seguinte, foi a vez dos trabalhadores do Sefras comparecerem ao Salão Paroquial da Igreja de Santo Antônio do Pari para celebrarem a Páscoa. Após fala da educadora social Aline Girelli, houve um momento de espiritualidade com elementos inerentes à Semana Santa e à Paixão de Cristo e questionamentos colocados pela Campanha da Fraternidade a partir da carta encíclica Laudato Sí. Terminada a mística, foi a vez do diretor presidente do Sefras, Frei José Francisco de Cássia dos Santos agradecer aos trabalhadores pelo esforços em manter um serviço de excelência no Sefras e desejar bons votos de Feliz Páscoa a todos. MAIO / 2016 [coMUNICAÇÕES]

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Evangelização bom jesus

PÁSCOA E AÇÕES SOLIDÁRIAS ênfase à ideia do Papa Francisco de que, juntos, é possível avançar no cuidado da natureza, razão pela qual incentivamos nossos alunos a estender esse sentimento aos familiares e amigos, principalmente às pessoas que mais precisam”, disse Frei Claudino, ao fazer referência às ações solidárias de Páscoa desenvolvidas recentemente pelos estudantes.

Responsabilidade com o próximo

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Colégio Bom Jesus, por meio da área de Ensino Religioso, desenvolve atividades pedagógicas com o objetivo de cultivar virtudes e atitudes, com a inspiração de São Francisco de Assis, entre os seus alunos. Em 2016, a Campanha da Fraternidade (CF) será um dos principais assuntos dessa disciplina a serem trabalhados em sala de aula, com base no tema geral da ação promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic): “Casa comum, nossa responsabilidade”. Exemplo disso são as ações sociais, culturais e pedagógicas que serão promovidas pelo Colégio Bom Jesus em todas as suas Unidades, em cin-

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co estados brasileiros, durante 2016. Na quinta-feira, dia 23, a Unidade Bom Jesus São José dos Pinhais, no Paraná, promoveu uma das primeiras atividades relacionadas ao tema. Alunos do 5.º ao 9.º ano do Ensino Fundamental (EF) conversaram sobre o significado do tema da CF 2016 com o coordenador de Ensino Religioso do Centro de Estudos e Pesquisas (CEP) do Bom Jesus, Frei Claudino Gilz, com o professor da disciplina Douglas Pletsch Puhl, e com a gestora da Unidade, Stela Wontroba. “Todos os alunos aprendem a compartilhar experiências e conhecimentos no Colégio. Então, formamos um grupo unido pelo cuidado para com a Casa Comum, que é o nosso planeta, onde vivemos e estudamos. Procura-se dar

Além do ensino e da aprendizagem sobre o tema da CF, os alunos de São José dos Pinhais se uniram em prol de ações voluntárias que consistiram na arrecadação de donativos para instituições de ensino e filantrópicas do município. As turmas da Educação Infantil ao 5.º ano do Ensino Fundamental arrecadaram cerca de cinco mil bombons, que foram acondicionados em kits de Páscoa, desenvolvidos pelos estudantes, e doados ao Centro de Amparo ao Menor e ao Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Árvore de Sapatos. Já os alunos do 6.º ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio arrecadaram leite, óleo de cozinha e farinha de trigo para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) da cidade. Ao final do encontro, os alunos colocaram cartazes de conscientização a respeito dos objetivos específicos da CF 2016, como a união das pessoas de diferentes expressões religiosas, o saneamento básico, o consumo responsável, entre outros, nas áreas de maior circulação de pessoas na Unidade. Nos próximos meses, outras atividades relacionadas ao tema da CF 2016, desenvolvidas nas demais Unidades do Bom Jesus, serão compartilhadas no site da Instituição.


Evangelização

Alunos do 1.º ano do Ensino Fundamental aprendem sobre a “casa comum” Os valores fundamentais envolvidos no cuidado com o planeta Terra, a nossa “casa comum”, como lembra o tema da Campanha da Fraternidade 2016 (“Casa comum, nossa responsabilidade”), têm pautado as aulas de Ensino Religioso no Colégio Bom Jesus. Nas Unidades Externato, em Pindamonhangaba (SP), e Vicente Pallotti, na capital paulista, os professores da disciplina desenvolveram atividades pedagógicas sobre essa temática com as turmas do 1.º ano do Ensino Fundamental (EF).

No Bom Jesus Externato, por exemplo, a professora Thalita Cristine Gonçalves Silva trabalhou em sala de aula a confecção de um painel do ciclo da água para que os educandos refletissem sobre o consumo consciente. “Conversamos também sobre a coleta seletiva do lixo na escola e em casa, sobre a alimentação saudável e o papel de cada um na nossa grande casa: o mundo”, explica. A reflexão sobre como as ações individuais podem influenciar em seus lares e no meio ambiente, que

é a casa de todos, também foi feita em família. Pais e alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I participaram de oficinas de reciclagem transformando “lixo” em objetos úteis. Garrafas PET foram transformadas em hortas suspensas; latas de molho, em porta-canetas; embalagens de xampu, em porta-celulares; e banners, em sacolas. O valor do diálogo e o cuidado com a natureza também foram destaque nas aulas do 1.º ano do EF na Unidade Vicente Pallotti.

CURSO DE FRANCISCANISMO O Rosto da Misericórdia em São Francisco e Santa Clara de Assis

De 11 a 14 de outubro de 2016 Rondinha – Campo Largo – PR Por ocasião do “Ano Santo da Misericórdia”, promulgado pelo Papa Francisco, a Fraternidade Franciscana São Boaventura - Rondinha – Campo Largo – PR, oferece um Curso sobre o Rosto da Misericórdia em São Francisco e Santa Clara de Assis. Em breve mais informações no site da Fraternidade São Boaventura: www.franciscanosrondinha. com.br Frei João Mannes


CFMB

CONFERÊNCIA TEM NOVA PRESIDÊNCIA

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primeira reunião ordinária da CFMB neste ano realizou-se em Porto Alegre, na sede da Província São Francisco de Assis, de 4 a 8 de abril de 2016. Estavam presentes: Frei Valmir Ramos, Definidor Geral, e os Ministros: Frei Bernardo de Sousa Brandão Neto, Frei Roberto Miguel do Nascimento, Frei Hilton Farias de Souza, Frei Francisco Paixão, Frei Inácio Dellazari, Frei João Amilton dos Santos, Frei Fidêncio Vanboemmel, Frei Flaerdi Valvasori e Frei Marco Aurélio da Cruz. Também esteve presente Frei Francisco Carvalho, para realizar prestação de contas da economia da CFMB e uma proposta de re-

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visão dos Estatutos da entidade. 1. Eleição da Presidência da CFMB. Foi eleita a nova presidência da CFMB, após a nomeação de Frei Carlos Alberto Breis para o episcopado: •

Presidente: Frei Inácio Dellazari – Província São Francisco de Assis

Vice Presidente: Frei Fidêncio Vanboemmel – Província Imaculada Conceição

Secretário: Frei Marco Aurélio da Cruz – Província do Santíssimo Nome de Jesus Tesoureiro: Frei Francisco

Carvalho Neto – Província Santa Cruz 2. Ministro referência para o SERFE. Foi eleito Fr. Hilton Farias de Souza - Província Santa Cruz. 3. Reviver o dom da vocação. Projeto Terra Santa e Assis acontecerá de 15 de maio a 16 de junho, com 17 participantes. Frei Jorge Hartmann acompanhará o grupo. 4. Master em Evangelização. Acontecerá em 2017. E o SIFEM deverá colaborar na divulgação, avaliação e preparação. 6. Roraima. A CFMB reafirmou que esta missão é importante para


CFMB

a Igreja particular de Roraima e também para a CFMB e a Ordem, pois é o único projeto de colaboração da CFMB e não deve ser encerrado. O Presidente da CFMB enviará uma carta motivacional às Províncias. 7. Canindé. A Fraternidade do Santuário tem acolhido professos temporários da CFMB para período de missão. Foi proposto que as entidades que tenham frades em estágio missionário em Canindé possam fazer visitas passando alguns dias para acompanhar os formandos e também colaborar e conhecer os trabalhos do Santuário. 8. Informes/Propostas do Definidor Geral. A) Uma Comissão Econômica foi constituída e já se reuniu para encontrar soluções sobre a situação econômica da Cúria Geral. B) Propõe criar uma comissão fixa para preparar, manter e acompanhar o Projeto Reviver o dom da vocação. C) Propõe que haja um melhor acompanhamento, por parte dos Ministros, aos estudantes no Antonianum. D) Propõe que haja um bom acompanhamento de frades que deixam uma entidade da Ordem e buscam outra, e também cuidado com os critérios para a Profissão Solene. E) Os pedidos para visitadores devem ser feitos ao menos 1 ano e meio antes. Pois deve-se considerar o tempo hábil de pedido, nomeação e realização do encontro de visitadores, que

acontece sempre em novembro e o tempo para a visitação antes do Capítulo. F) Propõe uma colaboração nas traduções e edições dos Documentos da Ordem em português para a Custódia de Moçambique, pois há uma dificuldade em traduzir e editar um pequeno número de edições. Assim, a CFMB poderia enviar à Moçambique uma média de 80 volumes para os seus membros, com reembolso do custo de edição e transporte. G) Haverá o Encontro dos Presidentes de Conferência na Cúria Geral em maio. H) O processo de criação da Universidade Franciscana está adiantado. Será uma Universidade Pontifícia, mas o local da sede não foi definido. I) Foram editadas as linhas guias para o triênio do Governo Geral. A CFMB não fará impressão gráfica, mas que cada entidade poderá ver a forma de divulgação. J) Encontro da CFMB com o Definitório Geral que deverá ser entre 01 a 18 de fevereiro de 2018. A CFMB deverá propor ser em conjunto com a ConeSul. Na UCLAF se deverá chegar num acordo para esta data e local. K) O Conselho Plenário da Ordem – CPO, acontecerá de 10 a 30 de junho, em Nairóbi. 09. Revisão do Estatuto. O Estatuto da CFMB foi revisado e aprovado por unanimidade.

10. Conselho Internacional do JPIC. Acontecerá em Verona, Itália, de 26 de maio a 4 de junho. Frei Wilson, animador do JPIC da CFMB, participará. 11. Conselho Internacional de Missão e Evangelização. Acontecerá em Roma, de 18 a 22 de abril. Frei Vicente, Secretário do SIFEM, participará. 12. Assembléia 2016. O Presidente da CFMB, juntamente com os serviços de SIFEM, JPIC e SAV deverão preparar a Assembleia. Deverá ter uma reflexão sobre a estrutura dos serviços da CFMB para serem reassumidos. 13. Assuntos do SIFEM A) A Executiva do SIFEM visitará a Missão de Roraima de 29 de junho a 04 de julho. B) O SIFEM deverá enviar até o início de julho o material de divulgação da coleta da Amazônia. C) O Seminário da Amazônia não acontecerá este ano, mas terá a proposta apresentada à Assembleia de setembro. D) Frei Vicente participará do Conselho Internacional de Evangelização. 14. Encontro Nacional de Juventude. A Província da Imaculada Conceição sediará o próximo encontro Nacional de Juventude da CFMB e será em Vila Velha. 15. Noviciado interprovincial. Foi proposto o início de uma reflexão sobre a possibilidade de um noviciado interprovincial entre Santa Cruz, Assunção e São Benedito. As entidades deverão reunir-se para tratar do assunto. MAIO / 2016 [coMUNICAÇÕES]

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Capítulo Provincial

Roma, 21 de março de 2016. Frei Fidêncio Vanboemmel OFM Ministro Provincial Queridos Irmãos da Província da Imaculada Conceição do Brasil, quero animá-los através desta simples e breve carta neste período de pós Capítulo do ano 2016. Minha saudação fraterna ao atual Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanbommel, reeleito por outros três anos, e demais confrades do Definitório que têm a importante responsabilidade de encaminhar as decisões capitulares, além de animar e cuidar da Fraternidade provincial. Quero registrar minha gratidão e meu reconhecimento ao Frei Nestor Schwerz, Visitador Geral, pelo seu serviço de preparação, visitação e presidência do vosso Capítulo como meu Delegado. Ele que de bom grado não recusou o serviço de Visitador depois de finalizar doze anos de serviço à nossa Ordem na Cúria Geral. Em minha precedente comunicação ao Capítulo Provincial já mencionei algumas dimensões que me preocupam e foram abordadas pela assembleia capitular. Quero agora retomar a evidente necessidade de redimensionamento para manter a qualidade de vida consagrada franciscana. A Ordem está em processo de mudanças, o mundo está em contínua e acelerada mudança e foram mencionadas pelo Frei Nestor Schwerz: mudanças sociais, econômicas, culturais, religiosas, ambientais etc. Isto significa que precisamos de atitude de abertura diante das mudanças e acurado discernimento. Quero insistir para que todos os confrades continuem se empenhando na vida de oração comunitária e pessoal. Que os guardiães sejam promotores da leitura orante em cada fraternidade de modo que todos os confrades possam reunir-se em torno da Palavra de Deus e partilhar seus dons espirituais. A assembleia capitular aprovou as novas Diretrizes para a Formação e Estudos.

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Peço a todos os confrades que não meçam esforços para colocar em prática um plano que foi estudado, discutido e aprovado. Todos se sintam envolvidos, pois trata-se de uma dimensão fundamental para o futuro da Província que abrange a Formação Permanente, a Inicial e os Estudos e está vinculada ao Plano de Evangelização e Missão. Uma especial atenção todos nós precisamos ter com a acolhida dos vocacionados. Deus continua chamando muitos jovens que não respondem mais na tenra idade como antes. Todos sabemos que o primeiro momento de acolhida é fundamental na formação e, por isso, o vocacionado precisa mais do exemplo do que da teoria. Nossa Ordem está mudando de fisionomia. Talvez na Província vocês tenham percebido já há mais tempo. Estou observando o crescimento da Ordem no hemisfério Sul e seu decréscimo no Norte. A grande região onde está a Província tem muitos jovens e vejo isto como oportunidade de uma Animação Vocacional. Por isso, peço a vocês para que sejam animadores vocacionais com o exemplo de vida, com a pregação e com o convite explícito aos jovens para que respondam ao chamado de Deus consagrando-se a Ele em nossa Ordem. Aos confrades que devem iniciar um novo tempo em uma nova fraternidade local com um novo empenho evangelizador, quero animá-los a olhar com gratidão os benefícios que Deus lhes proporciona e encorajá-los a dispor de todos os dons no serviço que Ele lhes confiou. O Papa Francisco nos interpela através da Evangelium Gaudium e da Laudato Sí. Ele nos propõe um modo atual de evangelizar empenhados na defesa da vida e da casa comum. Peço a todos os confrades que não descuidem da dimensão da Justiça, Paz e Integridade da Criação. É preciso um compromisso de todos, pois como franciscanos, somos os primeiros chamados entre os cristãos a nos comprometermos com a construção

da paz, com a defesa da vida, dos direitos dos mais pobres e da integridade da criação. O Capítulo de 2015 nos convida a sairmos rumo às periferias, na direção dos que estão marginalizados (n.32). A Fraternidade provincial deve continuar seu empenho mais pobres, especialmente através das obras sociais que promovem uma oportunidade de desenvolvimento humano a estes nossos irmãos. Vi que o Capítulo e o Definitório deram uma devida atenção à presença missionária em Angola. De fato, é preciso reforçar aquela presença tendo em vista o futuro de nossos irmãos angolanos que entraram e daqueles que querem entrar em nossa Ordem. Peço aos missionários e aos confrades angolanos que não descuidem da vida de intensa oração e adesão ao Cristo, mesmo que a realidade os interpela a muitas ações e trabalhos, pois no encontro pessoal com Ele é que nos fortalecemos no caminho de fidelidade ao Evangelho. Particularmente sou muito grato à Província pela abertura em colaborar com os confrades da Conferência Brasileira (CFMB), especialmente no âmbito da Formação, destacando a acolhida dos confrades no Instituto Teológico Franciscano em Petrópolis. A primeira Ordem em seus três ramos (OFM, OFMCap e OFMConv) e a TOR tem feito um caminho de aproximação e de colaboração que nos faz vislumbrar um futuro de maior união. Neste sentido vejo que a Província pode continuar dando passos importantes em termos de colaboração e aproximação a esses nossos confrades. Podem surgir muitas oportunidades e nós podemos também buscar caminhos de colaboração. Suplicando todas as bênçãos de Deus pela intercessão de São Francisco e Santa Clara,



Falecimento

FREI ANTÔNIO ROSOLÉM 28/02/1928

+ 09/04/2016

A NOTÍCIA

Faleceu na noite do sábado, 9 de abril, em Bragança Paulista, Frei Antônio F. Rosolém. Dois dias antes, por informações dadas por Frei Carlos Körber, soubemos que Frei Antônio se encontrava internado, com edema pulmonar agudo e que a sua situação era muito grave. O corpo de Frei Antônio foi velado na Fraternidade de Bragança e, no domingo, 10 de abril, foi transladado para o cemitério do Santíssimo Sacramento, em São Paulo, onde houve Missa de Exéquias, às 16h00.

O FRADE MENOR

Natural de Pirassununga, onde nasceu no dia 28 de fevereiro de 1928, Frei Antônio era filho de José Narcizo Rosolem e Amalia Frioli. Ele era o caçula de sete irmãos (dois homens e cinco mulheres). A família de origem italiana, muito católica, vivia da agricultura e decidiu morar na capital em 1944, onde Frei Antônio aprendeu o ofício de tipografia. Aos 28 anos, contudo, Frei Antônio faria a maior mudança na sua vida, ao ingressar na vida religiosa franciscana. “Desejava dar um sentido à minha vida e via em São Fran-

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Falecimento

cisco um modelo a imitar”, dizia quando ingressou no Seminário de Rio Negro, em 1957. Era uma pessoa simples, alegre e generosa, mas muito tímido como revelam seus confrades. Segundo ele, a adaptação inicial à vida conventual foi o seu maior desafio. “Mas consegui superar essas dificuldades com a graça de Deus e ajuda de frades que realmente eram irmãos”, disse. Sua escolha para a vida religiosa estava fundamentada em quatro pilares: fé, esperança, generosidade e testemunho. Mesmo assim, a vida religiosa impunha certos desafios: “O espírito está pronto mas a carne é fraca, disse Jesus, por conseguinte a luta não está terminada”, confessava. Mas foi com esta base que ele viveu seu testemunho de vida como missionário no Norte do País. Na Diocese de Santarém, governada pelo seu confrade Dom Lino Vanboemmel, Frei Antônio fez a sua formação no tempo da Filosofia e

Teologia e foi ordenado presbítero no dia 26 de julho de 1986. Antes, havia trabalhado por quase 20 anos na portaria do Convento São Francisco, em São Paulo. A decisão de assumir o Ministério do Sacerdócio veio aos 58 anos. Em Santarém, Dom Lino concedia a ele esse ministério. “A celebração se revestiu de um caráter de grande simplicidade, excelente preparação e ótima participação. Muito rica em símbolos tirados da realidade atual e concreta do povo: o altar estava cercado de belos cartazes preparados pelas comunidades, lembrando os “sem-terra, a reforma agrária, o Pe. Josimo [Dia 10 de maio de 1986, dia das mães, padre Josimo foi assassinado covardemente enquanto subia as escadas do prédio da Mitra Diocesana de Imperatriz, MA, onde funcionava o escritório da CPT Araguaia-Tocantins], a organização dos sindicatos etc. A ordenação realçou também e, por assim dizer, esteve

DADOS PESSOAIS, FORMAÇÃO E ATIVIDADES Nascimento: 11.02.1928 (88 anos de idade), em Pirassununga – SP; Vestição na Ordem III: 03.05.1957; Profissão na Ordem III: 04.05.1958; (57 anos de Vida Franciscana); Admissão ao Noviciado: 06.05.1962, em Rodeio, SC; Primeira Profissão: 07.05.1963; Profissão Solene: 07.05.1966; Ordenação Presbiteral: 26.07.1986 (29 anos de Sacerdócio); 1957 - 1961 – Campos do Jordão; 1961 - 1962 – São Paulo – São Francisco; 1962 - 1963 – Rodeio; 1963 – São Paulo – S. Francisco; 14/12/1982 – Santarém – PA, a serviço do bispo diocesano; 1982 – 1986 – Curso de Filosofia e Teologia no Seminário Pio X, em Santarém -PA; julho a dezembro de 1986 – vigário paroquial em Caranasal, Santarém; 1987 a fevereiro de 1995 – pároco em Monte Alegre, diocese de Santarém; 1995 a março de 2005 – pároco da Paróquia N. Sra. Do Bom Remédio, na Prelazia de Itaituba – PA; 11.04.2005 – São Paulo – São Francisco – atendente conventual. 20.02.2014 – Bragança Paulista, para tratamento de saúde.

calcada sobre o recém-acontecido 6º Encontro das CEBs (Trindade, 2125 julho), cujo tema foi ‘CEBs, Povo de Deus em busca da Terra Prometida’”, registrava então Frei Anacleto Gapski, enviado do Governo Provincial à ordenação. Sua primeira missa foi celebrada na bela localidade de Alter do Chão, uma pequena vila de Santarém, que preparou a celebração com carinho e zelo. “Com Frei Antônio um pouco apreensivo e tímido, mas muito compenetrado e convicto, a Primeira Missa foi marcada também pela organização, participação e riqueza de gestos e símbolos”, contava Frei Anacleto. “Tudo tirado e muito próximo da vida do povo. Tudo feito com muita calma, sem pressa, por um povo que tira do rio o seu ritmo sereno e tranquilo, que aprende a conviver com a lentidão das barcaças e o marasmo dos iguapés”, dizia o cronista Frei Anacleto. Enquanto viveu em Santarém, Frei Antônio passou a pertencer à Custódia de São Benedito da Amazônia. Gostava do povo paraense e do trabalho pastoral, mas a saúde sempre cobrava. “Como choveu quase todos os dias desde janeiro até junho, o calor aqui este ano foi menor e por isso não tive problemas de saúde e com amebas etc. Agora já há 15 dias que não chove. Voltou a fazer muito calor, que por certo aumentará daqui para a frente”, dizia em julho de 1985. E foi por motivos de saúde que, em 2005, retornou para São Paulo. Recomendemos ao Senhor o nosso irmão que com simplicidade, alegria e generosidade viveu sua vocação franciscana entre nós e nos deixa marcante testemunho. Frei Antônio acolhia a todos com singelo sorriso. Ao seu lado, sentíamo-nos sempre bem. R.I.P. MAIO / 2016 [coMUNICAÇÕES]

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Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (*) As alterações e acréscimos estão destacados

30

Maio 03 a 06 04 e 05 17 a 29 20 e 21 26 a 29 26 a 06

Reunião do Definitório Provincial (Agudos) Reunião dos guardiães e coordenadores das Fraternidades (Agudos) Encontro dos Presidentes de Conferências OFM (Roma) Retiro de Jovens (São Paulo) Retiro de Jovens (Campo Largo) Conselho Internacional JPIC (Verona)

Junho 17 a 19 20 20 20 e 21

22 24 a 26

28 a 30 30

Encontro Vocacional Regional (Petrópolis) Encontro do Regional de Curitiba (Aldeia) Encontro do Regional de São Paulo (Pari) Encontro da Coordenação da Frente de Comunicação (Petrópolis) Encontro da Coordenação da Frente de Educação (Bragança Paulista) Encontro Vocacional Regional (Guaratinguetá) Reunião do Definitório Provincial (com os Coordenadores Regionais no dia 29) (São Paulo – S. Francisco) Encontro da Coordenação da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento (Balneário Camboriú)

Julho 01 a 03 04

04 e 05 08 a 22 18 a 21

Encontro Vocacional Regional (Ituporanga) Encontro do Regional de Agudos (Sorocaba) Encontro do Regional do Contestado (Piratuba) Retiro Provincial (Rondinha) Assembleia da FIMDA (Angola)

Agosto 01 a 03

Encontro Provincial da Frente de Comunicação (Rondinha) 02 Jubileu dos 800 anos do Perdão de Assis 09 e 10 Encontro Provincial do SAV 15 a 19 Retiro Provincial para frades de 1 a 10 anos de transferência, após os períodos em casas de formação (Vila Velha) 22 a 25 Reunião do Definitório Provincial 22 a 26 Encontro dos Ecônomos da CFMB (Porto Alegre) 28 a 31 Conselho da Formação inicial (Petrópolis)

31

Encontro Provincial da Frente das Missões (Petrópolis) Prazo para entrega do Projeto Fraterno de Vida e Missão das Fraternidades

Setembro 01 04 09 a 11 12 14 e 15 17 e 18 19 19 a 22 19 a 24 26 26 e 27 26 a 30

Dia Mundial de Oração pelo cuidado da Criação Dia da Amazônia: Coleta Anual pela Evangelização na Amazônia Encontro dos Irmãos Leigos da Província Encontro do Regional de Curitiba (Rondinha) Encontro Provincial da Frente de Educação (Rondinha) Encontro Provincial da Frente da Solidariedade Encontro do Regional de Agudos (Bauru) Retiro no Eremitério de Rodeio Assembleia ampliada da CFMB - SERFE e SIFEM (Rondinha) Encontro do Regional de São Paulo (Amparo) Encontro do Regional do Contestado (Piratuba) Retiro Provincial (Agudos)

Outubro 06 e 07 10 a 14 18 a 20 24 a 26 29

Conselho da Formação e Estudos (Vila Clementino) Curso de Franciscanismo (Rondinha) Reunião do Definitório Provincial Encontro Provincial da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento (Agudos) Ordenação presbiteral de Frei Robson Luiz Scudela (Coronel Freitas)

Novembro 08 12 a 15 28 29 a 01

Conselho do Secretariado da Evangelização (Vila Clementino) Estágio Vocacional (Guaratinguetá) Encontro do Regional de Agudos Reunião do Definitório Provincial

DEZembro 05 05 12 e 13

Encontro do Regional de Curitiba-recreativo (Caiobá) Encontro do Regional de São Paulo (Bragança) Encontro do Regional do Contestado (Piratuba)


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