Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
MAIO de 2018 • ANO LXVI • N o 05
2018
OS JOVENS E A EXPERIÊNCIA do
RESSUSCITADO
Mensagem do ministro provincial
“Santidade”........................................................................................................................................................... 287
FORMAÇÃO PERMANENTE
“Leigos e leigas: chamados à santidade num tempo de ameaça à democracia”, de Mauro Lopes............................................................................... 290 Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais....................................................................................................................... 292
FORMAÇÃO E ESTUDOS
O maior Novinter dos últimos dez anos........................................................................................ 296 Semana Santa no Convento São Boaventura........................................................................... 298 Frei Roberto Aparecido é ordenado diácono em Ituporanga...................................... 300 Três novos diáconos para a Missão de Angola......................................................................... 302 ITF: Cantar é uma terapia........................................................................................................................... 305
SAV
CFJ 2018: Jovens fazem a experiência do Ressuscitado.................................................... 306
FRATERNIDADES
No “front da Rocinha”.................................................................................................................................... 316 Livro: “Dom Paulo - Testemunhos e memórias sobre o Cardeal dos Pobres”......... 319 Pedidos de Paz na Missa de 7º Dia por Marielle e Anderson......................................... 320 PVF: Tempo de agradecer.......................................................................................................................... 322 “Espírito Santo e Maria - Um místico casamento”, de Frei Luiz Iakovacz............... 323 Notícias de Angola: OFS em Malange............................................................................................. 324
EVANGELIZAÇÃO
Trote solidário na FAE.................................................................................................................................... 325 Jovens vão à luta e Educafro chega à Ferraria........................................................................... 326 Canarinhos: Vida longa ao canto coral............................................................................................ 328 Instituto Canarinhos ganha prêmio Guerra-Peixe.................................................................. 329 Sefras: CRAI participa do Colóquio Internacional de Pesquisas e Estudos Migratórios................................................................................................................................... 330 Frei Gilberto é condecorado com o mérito ABMES da Educação Superior...... 331
DEFINITÓRIO PROVINCIAL
Notícias da Assembleia de 12 a 13 de abril em Agudos................................................... 333
FALECIMENTO
Tristeza na Missão de Angola: Morre postulante vítima de afogamento............ 340
NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES
Duque de Caxias: Pia União de Santo Antônio celebra 80 anos................................. 341 D. Sevilha nomeado para a Diocese de Bauru.......................................................................... 341 “Madalena, o filme e a prostituta”, de Frei Jacir de Freitas Faria.................................... 342
Agenda ....................................................................................................................................................... 344 Foto da capa: J ovem carrega cruz com os nomes dos 23 participantes da Rocinha. No ano que vem, a Rocinha estará no programa das Missões Franciscanas da Juventude. Foto de Frei Augusto Luiz Gabriel.
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil Rua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | São Paulo - SP | www.franciscanos.org.br ofmimac@franciscanos.org.br
Mensagem
SANTIDADE... Caríssimos irmãos e irmãs, Que o senhor vos dê a Paz e todo o Bem!
N
o último dia 9 de abril de 2018 foi apresentado pelo Vaticano a terceira Exortação Apostólica do Papa Francisco com o título “Gaudete et Exsultate” (“Alegrai-vos e Exultai”), com o objetivo de fazer um convite à comunidade católica a refletir sobre sua vocação à santidade no mundo atual, inspirado nas exigências das Bem-aventuranças (Mt 5,12). Esta Exortação Apostólica é um documento pastoral que se soma às outras duas: Evangelii Gaudium e Amoris Laetitia. O Papa, de forma direta e de diálogo pessoal com o leitor - pois usa o tratamento na segunda pessoa do singular –, dirige-se a cada pessoa para falar ao coração que “o Senhor pede tudo e, em troca, oferece a vida verdadeira, a felicidade para a qual fomos criados. Quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa”. Assim, em cinco pequenos capítulos, a começar pelo chamado comum à santidade, o Papa Francisco deseja orientar cada pessoa a focar-se nos modos de viver a santidade, tendo como chave de leitura as Bem-aventuranças do Evangelho. Ressalta a importância das virtudes humanas como elementos essenciais da vocação à santidade. E quando fala dos perigos (“demônios”) que emperram a verdadeira santidade no
mundo de hoje, o Papa mostrase profundo conhecedor daquilo que acontece na vida eclesial. Por isso, ele nos encaminha ao Mestre Jesus, isto é, ao Evangelho das Bem-aventuranças (o “Grande Protocolo”) como caminho às periferias existenciais, lugar
da verdadeira santidade e, sem poupar palavras, fala das ideologias nocivas que muitas vezes pairam entre cristãos acerca da verdadeira compreensão da santidade (n. 100 e 101). Para nos medirmos melhor, o Papa nos propõe algumas características Comunicações Maio de 2018
287
Mensagem indispensáveis para a caminhada rumo à santidade e nos motiva ao permanente combate: “A vida cristã é um combate permanente. Se requer força e valentia para resistir às tentações do demônio e anunciar o Evangelho. Esta luta é muito bela, porque nos permite celebrar cada vez que o Senhor vence em nossa vida” (n. 158). Se a santidade não é um caminho exclusivo para pessoas muito especiais, mas é um itinerário que se caracteriza pelo serviço que todos os cristãos prestam à Igreja, vale a pena deixar-nos
estimular por esta Exortação Apostólica. São Francisco empreendeu este caminho de uma forma simples, mas começou por uma decisão radical do vencer-se a si mesmo no encontro com o leproso e todos os pobres como resposta concreta que ele deu ao Evangelho do despojamento total: “É isso que eu quero”! E, na medida em que foi percorrendo este itinerário, principalmente no desdobramento da contemplação da Encarnação, da Cruz, da Eucaristia e da Criação, Francisco de Assis compreendeu que
a vocação à santidade deve necessariamente convergir ao “Pai Santo”, ao “Santíssimo, Altíssimo e Sumo Deus” a que ele, de forma direta e clara, assim reza: “Tu és o Santo, Senhor e Deus único, que operais maravilhas” (LDA 1-2). Ao apresentarmos mais um número das nossas Comunicações, gostaria de dizer que o itinerário de diferentes caminhos de mulheres e homens aqui narrados e ilustrados, são retratos daquilo que é a busca por uma vocação à santidade. Destaco especialmente:
a santidade da vocação dos leigos e das leigas na Igreja de hoje (o Ano É do Laicato na reflexão de Mauro Lopes) e na vocação dos leigos da Ordem Franciscana Secular; É o chamado do Papa Francisco a fazermos dos Meios de Comunicação canais de comunhão e santidade; É o chamado vocacional de cada cristão para exercer santamente o seu ministério a serviço do Reino de Deus, cada um com a diaconia de Jesus Cristo; É a santidade buscada e sofrida na realidade de extrema violência nos nossos dias, onde a Rocinha é apelo profético de paz; É a santidade buscada por milhares de romeiros que peregrinam na Oitava da Páscoa para junto da Virgem da Penha, a Mãe da Alegria, pois ela, segundo o Papa, “viveu como ninguém as bem-aventuranças de Jesus. É Aquela que estremecia de júbilo na presença de Deus, Aquela que conservava tudo no seu coração e Se deixou atravessar pela espada. É a mais abençoada dos santos entre os santos, Aquela que nos mostra o caminho da santidade e nos acompanha”; É a santidade procurada pelos jovens em mais uma edição da “Caminhada Franciscana da Juventude” pelas Serras da Mantiqueira, sabedores de que a santidade significa “reconstruir vidas e construir sonhos”, e deixar-se interpelar pelo mestre (“o Senhor te chama”) para percorrer o caminho das bemaventuranças; É a santidade dos profetas e das profetizas martirizados nos nossos dias, pessoas que acreditam e doam suas vidas pelas justas causas sociais. Por isso, defender os pobres não é comunismo; Que o Senhor nos encoraje e nos abençoe na comum vocação à santidade! Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM Ministro Provincial
288
Comunicações Maio de 2018
TREZE
DE MAIO Treze de Maio e Nossa Mãe Maria Dentro de nós acende mais fervor, No coração mais forte luz de amor, Ela é a Causa de Nossa Alegria. De Portugal se espalhou pelo mundo, Sua mensagem – Rezar pela Paz! Pra por fim a todas as guerras, traz Como instrumento o Terço, amor profundo. Pra soerguer esse mundo assim tombado, E devolvê-lo belo ao pai Amado, Maio resulta pra nós numa Missão. E aos sons de acordes de uma linda Canção, Cônscios de nosso dever, vocação, Com alegria à Nossa Mãe respondemos.
Frei Walter Hugo de Almeida
Formação Permanente
Leigos e leigas: chamados à santidade num tempo de ameaça à democracia Resolvi pedir ajuda a um franciscano e a um jesuíta para responder à pergunta proposta para este artigo: “O que se espera dos cristãos leigos diante das ameaças à democracia?”.
B
Mauro Lopes*
em, para começar, é preciso dizer: que boa combinação essa de franciscanos (e franciscanas) com jesuítas. Resultou num Papa jesuíta que adotou o nome de Francisco! E o que este Francisco nos diz sobre leigos e leigas num tempo marcado por tantas ameaças à democracia, golpes, expulsões, ódio, campanhas de difamação e calúnia, prisões injustas e mortes desejadas e executadas? O Papa convida-nos a atender à “chamada à santidade” – a convocação de Jesus aos que são “perseguidos ou humilhados por causa d’Ele”. Estas são palavras logo na abertura da Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate (Alegrai-vos e exultai) que nos acaba de ser presenteada, no dia da solenidade de São José em 2018. Sermos santos e santas diante do sistema de morte, do poder do dinheiro – é o convite de Jesus que o Papa agora ecoa. “À luz do mestre” - escreveu-nos Francisco, há um roteiro, um “plano de voo” para buscar a santidade: as bem-aventuranças (cf. Mt 5, 3-12; Lc 6, 20-23): “Estas são como que
290
Comunicações Maio de 2018
Formação Permanente
o bilhete de identidade do cristão.” (63) Sim, as bem-aventuranças são uma convocação. Pronunciado em aramaico, o discurso sobre a montanha (em Mateus) ou na planície (Lucas) não foi algo congratulatório. Jesus não felicitava seus ouvintes por sua condição de vida, tão dura, áspera e injusta. Não. Dirigindo-se à assembleia em aramaico ou em hebraico, o Mestre provavelmente usou a palavra ashréi, que quer dizer “andar”, “caminhar”, “marchar”. Diante de uma multidão de pobres, famélicos, doentes, excluídos da sociedade de sua época, Jesus convocou: “Coloquem-se em marcha a caminho do Reino!” Ora, o cristianismo é uma religião reinocêntrica. Cristãos e cristãs devem atender ao apelo de Jesus e buscar o Reino onde não haverá mais fome, injustiça, egoísmo, prisões ou exclusões. No cotidiano do Brasil esta caminhada implica uma decidida e corajosa defesa da de-
mocracia estraçalhada. Pois o regime da destruição dos direitos, das prisões, da fome que se espalha, do ódio e da violência é em si mesmo “anti-reino”. O que se espera dos cristãos e cristãs leigos diante das ameaças à democracia é que atendam à convocação de seu Mestre e marchem corajosamente a anunciar o Reino. É uma jornada de santificação, pois implica riscos, perigos e, eventualmente, sacrifícios, como testemunham tantos homens e mulheres do povo, verdadeiros mártires. Esta era a compreensão de santidade que tinham as primeiras comunidades cristãs. Todos os seus membros, que caminhavam no seguimento do Mestre rumo ao do Reino sob ameaças e perseguições, chamavam-se entre si de “santos” e “santas”. Ser “santo” ou “santa” não é ser perfeito: é colocar-se a caminho. Pois bem. Se me socorri de um jesuíta de nome Francisco para escrever brevemente sobre o que fazer,
peço agora a ajuda de um franciscano, Dom Severino Clasen, bispo de Caçador e presidente da Comissão do Laicato da CNBB, para uma breve anotação sobre os leigos e as leigas que estão na provocação deste artigo. Em entrevista em 13 de abril, durante a 56ª Assembleia Geral da CNBB, Dom Clasen afirmou que “os leigos não só pertencem à Igreja, mas são Igreja”. Mais ainda, indicou que, a partir do Batismo, não existem categorias superior e inferior de cristãos, mas todos são “Igreja povo de Deus”. É preciso coragem para afirmar que não existem superiores e inferiores numa Igreja marcada pelo clericalismo e pelo espírito monárquico. Dom Clasen, inspirado pelos Evangelhos e pela Lumen Gentium, ilumina uma questão essencial: o chamado à santidade está dirigido a todos aqueles e aquelas que desejam seguir o Mestre, pois eles todos são a Igreja, comunidade dos crentes. Não é uma convocação especial às pessoas ordenadas. Elas não têm um “dom especial” nem capacidades ou qualidades distintivas para o seguimento do Mestre e o caminho de santidade. É para todos, todas. Lembramos sempre do santo que, tenho certeza, aquece o coração de toda pessoa que lê este texto. Ele era leigo. Francisco. Que seu espírito nos encoraje a testemunhar o Mestre e seu Reino neste tempo de trevas. *Mauro Lopes é jornalista. Foi missionário na Pastoral do Povo da Rua de São Paulo, ministro da Eucaristia e da Palavra na Paróquia São José (na favela de Paraisópolis em São Paulo), teve dois anos de experiência de vida monástica e hoje vive a vida escrevendo e rezando. É autor do blog Caminho Pra Casa. Comunicações Maio de 2018
291
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
52º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS – 13 de maio Tema: «“A verdade vos tornará livres” (Jo 8, 32). Fake news e jornalismo de paz» Queridos irmãos e irmãs!
N
o projeto de Deus, a comunicação humana é uma modalidade essencial para viver a comunhão. Imagem e semelhança do Criador, o ser humano é capaz de expressar
292
Comunicações Maio de 2018
e compartilhar o verdadeiro, o bom e o belo. É capaz de narrar a sua própria experiência e o mundo, construindo assim a memória e a compreensão dos acontecimentos. Mas, se orgulhosamente seguir o seu egoísmo, o homem pode usar de modo distorcido a própria faculdade de comunicar, como o atestam, já nos primórdios, os episódios bíblicos dos irmãos Caim e Abel e da Torre de Babel (cf. Gn 4, 1-16; 11, 1-9). Sintoma típico de tal distorção é a alteração da verdade, tanto no plano individual como no coletivo. Se, pelo
contrário, se mantiver fiel ao projeto de Deus, a comunicação torna-se lugar para exprimir a própria responsabilidade na busca da verdade e na construção do bem. Hoje, no contexto de uma comunicação cada vez mais rápida e dentro de um sistema digital, assistimos ao fenômeno das «notícias falsas», as chamadas fake news: Isto convida-nos a refletir, sugerindo-me dedicar esta Mensagem ao tema da verdade, como aliás já mais vezes o fizeram os meus predecessores a começar por Paulo VI (cf. Mensagem de
Formação Permanente 1972: «Os instrumentos de comunicação social ao serviço da Verdade»). Gostaria, assim, de contribuir para o esforço comum de prevenir a difusão das notícias falsas e para redescobrir o valor da profissão jornalística e a responsabilidade pessoal de cada um na comunicação da verdade.
1. Que há de falso nas «notícias falsas»?
A expressão fake news é objeto de discussão e debate. Geralmente diz respeito à desinformação transmitida on-line ou nos massmedia tradicionais. Assim, a referida expressão alude a informações infundadas, baseadas em dados inexistentes ou distorcidos, tendentes a enganar e até manipular o destinatário. A sua divulgação pode visar objetivos prefixados, influenciar opções políticas e favorecer lucros econômicos. A eficácia das fake news fica-se a dever, em primeiro lugar, à sua natureza mimética, ou seja, à capacidade de se apresentar como plausíveis. Falsas mas verossímeis, tais notícias são capciosas, no sentido que se mostram hábeis a capturar a atenção dos destinatários, apoiando-se sobre estereótipos e preconceitos generalizados no seio de um certo tecido social, explorando emoções imediatas e fáceis de suscitar como a ansiedade, o desprezo, a ira e a frustração. A sua difusão pode contar com um uso manipulador das redes sociais e das lógicas que subjazem ao seu funcionamento: assim os conteúdos, embora desprovidos de fundamento, ganham tal visibilidade que os próprios desmentidos categorizados dificilmente conseguem circunscrever os seus danos. A dificuldade em desvendar e erra-
dicar as fake news é devida também ao fato de as pessoas interagirem muitas vezes dentro de ambientes digitais homogêneos e impermeáveis a perspectivas e opiniões divergentes. Esta lógica da desinformação tem êxito, porque, em vez de haver um confronto sadio com outras fontes de informação (que poderia colocar positivamente em discussão os preconceitos e abrir para um diálogo construtivo), corre-se o risco de se tornar atores involuntários na difusão de opiniões tendenciosas e infundadas. O drama da desinformação
são louváveis as iniciativas educativas que permitem apreender como ler e avaliar o contexto comunicativo, ensinando a não ser divulgadores inconscientes de desinformação, mas atores do seu desvendamento. Igualmente louváveis são as iniciativas institucionais e jurídicas empenhadas na definição de normativas que visam circunscrever o fenômeno, e ainda iniciativas, como as empreendidas pelas tech e media company, idôneas para definir novos critérios capazes de verificar as identidades pessoais que
é o descrédito do outro, a sua representação como inimigo, chegando-se a uma demonização que pode fomentar conflitos. Deste modo, as notícias falsas revelam a presença de atitudes simultaneamente intolerantes e hipersensíveis, cujo único resultado é o risco de se dilatar a arrogância e o ódio. É a isto que leva, em última análise, a falsidade.
se escondem por detrás de milhões de perfis digitais. Mas a prevenção e identificação dos mecanismos da desinformação requerem também um discernimento profundo e cuidadoso. Com efeito, é preciso desmascarar uma lógica, que se poderia definir como a «lógica da serpente», capaz de se camuflar e morder em qualquer lugar. Trata-se da estratégia utilizada pela serpente – «o mais astuto de todos os animais», como diz o livro do Gênesis (cf. 3, 1-15) – a qual se tornou, nos primórdios da humanidade, artífice da primeira fake news, que levou às trágicas consequências do pecado, concretizadas depois no primeiro fratricídio (cf. Gn 4) e em inúmeras outras formas de mal contra Deus, o próximo, a
2. Como podemos reconhecê-las?
Nenhum de nós se pode eximir da responsabilidade de contrastar estas falsidades. Não é tarefa fácil, porque a desinformação se baseia muitas vezes sobre discursos variegados, deliberadamente evasivos e sutilmente enganadores, valendo-se por vezes de mecanismos refinados. Por isso,
Comunicações Maio de 2018
293
Formação Permanente bre a avidez insaciável que facilmente se acende no ser humano. As próprias motivações econômicas e oportunistas da desinformação têm a sua raiz na sede de poder, ter e gozar, que, em última instância, nos torna vítimas de um embuste muito mais trágico do que cada uma das suas manifestações: o embuste do mal, que se move de falsidade em falsidade para nos roubar a liberdade do coração. Por isso mesmo, educar para a verdade significa ensinar a discernir, a avaliar e ponderar os desejos e as inclinações que se movem dentro de nós, para não nos encontrarmos despojados do bem «mordendo a isca» em cada tentação.
sociedade e a criação. A estratégia deste habilidoso «pai da mentira» (Jo 8, 44) é precisamente a mimese, uma rastejante e perigosa sedução que abre caminho no coração do homem com argumentações falsas e aliciantes. De fato, na narração do pecado original, o tentador aproxima-se da mulher, fingindo ser seu amigo e interessar-se pelo seu bem. Começa o diálogo com uma afirmação verdadeira, mas só em parte: «É verdade ter-vos Deus proibido comer o fruto de alguma árvore do jardim?» (Gn 3, 1). Na realidade, o que Deus dissera a Adão não foi que não comesse de nenhuma árvore, mas apenas de uma árvore: «Não comas o [fruto] da árvore do conhecimento do bem e do mal» (Gn 2, 17). Retorquindo, a mulher explica isso mesmo à serpente, mas deixa-se atrair pela sua provocação: «Podemos comer o fruto das árvores do jardim; mas, quanto ao fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: “Nunca o deveis comer nem sequer tocar nele, pois, se o fizerdes, morrereis”» (Gn3, 2-3). Esta resposta tem sabor a legalismo e pessimismo: dando crédito ao falsário e deixando-se atrair pela sua apresentação dos fatos, a mulher extravia-se.
294
Comunicações Maio de 2018
Em primeiro lugar, dá ouvidos à sua réplica tranquilizadora: «Não, não morrereis»(3, 4). Depois a argumentação do tentador assume uma aparência credível: «Deus sabe que, no dia em que comerdes [desse fruto], abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como Deus, ficareis a conhecer o bem e o mal» (3, 5). Enfim, ela chega a desconfiar da recomendação paterna de Deus, que tinha em vista o seu bem, para seguir o aliciamento sedutor do inimigo: «Vendo a mulher que o fruto devia ser bom para comer, pois era de atraente aspeto (…) agarrou do fruto, comeu»(3, 6). Este episódio bíblico revela assim um fato essencial para o nosso tema: nenhuma desinformação é inofensiva; antes pelo contrário, fiarse daquilo que é falso produz consequências nefastas. Mesmo uma distorção da verdade aparentemente leve pode ter efeitos perigosos. De fato, está em jogo a nossa avidez. As fake news tornam-se frequentemente virais, ou seja, propagam-se com grande rapidez e de forma dificilmente controlável, não tanto pela lógica de partilha que caracteriza os meios de comunicação social como sobretudo pelo fascínio que detêm so-
3. «A verdade vos tornará livres» (Jo 8, 32)
De fato, a contaminação contínua por uma linguagem enganadora acaba por ofuscar o íntimo da pessoa. Dostoiévski deixou escrito algo de notável neste sentido: «Quem mente a si mesmo e escuta as próprias mentiras, chega a pontos de já não poder distinguir a verdade dentro de si mesmo nem ao seu redor, e assim começa a deixar de ter estima de si mesmo e dos outros. Depois, dado que já não tem estima de ninguém, cessa também de amar, e então na falta de amor, para se sentir ocupado e distrair, abandona-se às paixões e aos prazeres triviais e, por culpa dos seus vícios, torna-se como uma besta; e tudo isso deriva do mentir contínuo aos outros e a si mesmo» (Os irmãos Karamazov, II, 2). E então como defender-nos? O antídoto mais radical ao vírus da falsidade é deixar-se purificar pela verdade. Na visão cristã, a verdade não é uma realidade apenas conceitual, que diz respeito ao juízo sobre as coisas, definindo-as verdadeiras ou falsas. A verdade não é apenas trazer à luz coisas obscuras, «desvendar a realidade», como faz pensar o termo que a designa em grego: aletheia, de a-lethès, «não escondido». A verdade tem a ver com
Formação Permanente a vida inteira. Na Bíblia, reúne os significados de apoio, solidez, confiança, como sugere a raiz ‘aman (daqui provém o próprio Amém litúrgico). A verdade é aquilo sobre o qual nos podemos apoiar para não cair. Neste sentido relacional, o único verdadeiramente fiável e digno de confiança sobre o qual se pode contar, ou seja, o único «verdadeiro» é o Deus vivo. Eis a afirmação de Jesus: «Eu sou a verdade» (Jo 14, 6). Sendo assim, o homem descobre sempre mais a verdade, quando a experimenta em si mesmo como fidelidade e fiabilidade de quem o ama. Só isto liberta o homem: «A verdade vos tornará livres»(Jo 8, 32). Libertação da falsidade e busca do relacionamento: eis aqui os dois ingredientes que não podem faltar, para que as nossas palavras e os nossos gestos sejam verdadeiros, autênticos e fiáveis. Para discernir a verdade, é preciso examinar aquilo que favorece a comunhão e promove o bem e aquilo que, ao invés, tende a isolar, dividir e contrapor. Por isso, a verdade não se alcança autenticamente quando é imposta como algo de extrínseco e impessoal; mas brota de relações livres entre as pessoas, na escuta recíproca. Além disso, não se acaba jamais de procurar a verdade, porque algo de falso sempre se pode insinuar, mesmo ao dizer coisas verdadeiras. De fato, uma argumentação impecável pode basear-se em fatos inegáveis, mas, se for usada para ferir o outro e desacreditá-lo à vista alheia, por mais justa que apareça, não é habitada pela verdade. A partir dos frutos, podemos distinguir a verdade dos vários enunciados: se suscitam polêmica, fomentam divisões, infundem resignação ou se, em vez disso, levam a uma reflexão consciente e madura, ao diálogo construtivo, a uma profícua atividade.
4. A paz é a verdadeira notícia
O melhor antídoto contra as falsidades não são as estratégias,
mas as pessoas: pessoas que, livres da ambição, estão prontas a ouvir e, através da fadiga de um diálogo sincero, deixam emergir a verdade; pessoas que, atraídas pelo bem, se mostram responsáveis no uso da linguagem. Se a via de saída da difusão da desinformação é a responsabilidade, particularmente envolvido está quem, por profissão, é obrigado a ser responsável ao informar, ou seja, o jornalista, guardião das notícias. No mundo atual, ele não desempenha apenas uma profissão, mas uma verdadeira e própria missão. No meio do frenesi das notícias e na voragem dos scoop, tem o dever de lembrar que, no centro da notícia, não estão a velocidade em comunicá -la nem o impacto sobre a audience, mas as pessoas. Informar é formar, é lidar com a vida das pessoas. Por isso, a precisão das fontes e a custódia da comunicação são verdadeiros e próprios processos de desenvolvimento do bem, que geram confiança e abrem vias de comunhão e de paz.
Por isso desejo convidar a que se promova um jornalismo de paz, sem entender, com esta expressão, um jornalismo «bonzinho», que negue a existência de problemas graves e assuma tons melífluos. Pelo contrário, penso num jornalismo sem fingimentos, hostil às falsidades, a slogans sensacionais e a declarações bombásticas; um jornalismo feito por pessoas para as pessoas e considerado como serviço a todas as pessoas, especialmente àquelas – e no mundo, são a maioria – que não têm voz; um jornalismo que não se limite a queimar notícias, mas se comprometa na busca das causas reais dos conflitos, para favorecer a sua compreensão das raízes e a sua superação através do aviamento de processos virtuosos; um jornalismo empenhado a indicar soluções alternativas às escalation do clamor e da violência verbal. Por isso, inspirando-nos numa conhecida oração franciscana, poderemos dirigir-nos, à Verdade em pessoa, nestes termos:
Senhor, fazei de nós instrumentos da vossa paz. Fazei-nos reconhecer o mal que se insinua em uma comunicação que não cria comunhão. Tornai-nos capazes de tirar o veneno dos nossos juízos. Ajudai-nos a falar dos outros como de irmãos e irmãs. Vós sois fiel e digno de confiança; fazei que as nossas palavras sejam sementes de bem para o mundo: onde houver rumor, fazei que pratiquemos a escuta; onde houver confusão, fazei que inspiremos harmonia; onde houver ambiguidade, fazei que levemos clareza; onde houver exclusão, fazei que levemos partilha; onde houver sensacionalismo, fazei que usemos sobriedade; onde houver superficialidade, fazei que ponhamos interrogativos verdadeiros; onde houver preconceitos, fazei que despertemos confiança; onde houver agressividade, fazei que levemos respeito; onde houver falsidade, fazei que levemos verdade. Amém. Vaticano, 24 de janeiro – Memória de São Francisco de Sales – do ano de 2018. Franciscus Comunicações Maio de 2018
295
Formação e Estudos
O MAIOR NOVINTER DOS ÚLTIMOS DEZ ANOS
O
Noviciado São José de Rodeio e a Fraternidade acolheram, no dia 2 de abril, o Novinter. Foram praticamente cinco dias de formação intensiva, com temas que estão relacionados com a pessoa humana e a fé cristã, como autoconhecimento e cultivo pessoal, a humanidade de Cristo, etc. Esse Novinter contou com a presença de noviços das seguintes congregações e ordens: Ordem dos Frades Menores, Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, Dehonianos, Irmãs Carmelitas, Irmãs Catequistas Franciscanas, e além dos noviços, estiveram presen-
296
Comunicações Maio de 2018
tes os mestres e mestras. E a moderação do encontro ficou para o irmão marista Otalívio Sarturi. É de ressaltar que este Novinter foi o que mais contou com a presença de noviços. Eram 45 noviços e 3 noviças, um total de 48, sem contar os 5 mestres. No decorrer do encontro foram montados grupos de estudo, onde, além de debaterem os temas do dia, os noviços tiveram a oportunidade de conhecer uns aos outros, a sua proveniência, a sua congregação ou ordem. Os participantes eram de várias nacionalidades, como argentinos, chilenos, brasileiros, angolanos, paraguaio e boliviano. Foi um
Novinter bastante formativo, onde a sequência lógica do pensamento de cada um enriqueceu ainda mais o conhecimento de cada participante. Foi um encontro, portanto, bastante proveitoso. Além do período formativo, outros momentos enriqueceram o encontro, como a Noite Cultural e momento esportivo. O Novinter terminou com um retiro no Eremitério Frei Egídio. O próximo encontro do Novinter será realizado em junho deste mesmo ano. Frei Luís António Gungo, noviço
Formação e Estudos
Comunicações Maio de 2018
297
Formação e Estudos
O
SEMANA SANTA NO CONVENTO SÃO BOAVENTURA
Convento São Boaventura, de Campo Largo-PR, viveu intensamente a Semana Santa. Frades estudantes de Filosofia, acompanhados da fraternidade permanente, puderam, de novo, recordar a dolorosa trajetória final do Filho de Deus entre os homens. Foram dias de profunda reflexão e de imersão na mística própria deste tempo forte da Igreja. Iniciando no Domingo de Ramos, Frei Rodrigo da Silva Santos presidiu a celebração da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, sob aclamações de “Hosana ao Filho de Davi!”. O Tríduo Pascal, iniciou-se na quinta-feira (29/03) com a celebração da Ceia do Senhor, dia da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. Jesus faz-se o menor, o servidor e seu gesto de amor e humildade é recordado no rito do “Lava pés”. A celebração foi presidida por Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira e participaram deste rito membros da comunidade local, e também as famílias Bittar, Al Hosh e Wagass, oriundas das cidades de Daraa e Damasco, na Síria. Em seguida, as famílias sírias também participaram da Celebração do Ágape, na qual servem-se pães ázimos, cordeiro, ervas amargas e vinho num antigo costume de festejar o amor doação, o amor sem limites de Deus por nós. A sexta-feira (30/03) reservou-nos a celebração da Paixão do Senhor, momento singular onde o Deus feito homem chega
298
Comunicações Maio de 2018
Formação e Estudos ao ápice de sua doação, oferecendo a própria vida. A solenidade foi presidida por Frei Ary Pintarelli que recordou o real significado da cruz, elemento banalizado em nossos dias, que se tornou um adorno, uma joia, uma estampa na camiseta, e que em nada remete ao seu real significado, o de evidenciar o sacrifício de Cristo, Cordeiro imolado por nossos pecados. Este dia encerrou-se com a procissão da Via Sacra, perfazendo a área externa do convento. Cada uma das estações fez menção aos sofrimentos de Cristo, relacionando-os ao sofrimento dos excluídos de nossa sociedade. No Sábado Santo, Frei Valdir Laurentino celebrou a Vigília Pascal. Nela, nossa dor já transformada em espera confiante, tornou-se então a “noite de alegria verdadeira, que uniu de novo o céu e a terra inteira”. A morte fez-se vida, o desespero tornouse viva esperança, a escuridão desfez-se diante de tão brilhante luz. Jesus Ressuscitou! Aleluia! Aleluia! Por fim, no Domingo de Páscoa, Frei Rodrigo da Silva Santos celebrou a Missa da Ressurreição de Jesus, exortando-nos a irmos ao encontro do Cristo ressuscitado, presente no rosto de nossos irmãos necessitados. Encerrando o período da Quaresma e adentrando agora o Tempo Pascal, também nós devemos deixar-nos tocar por este Cristo, renovando a esperança de melhores dias e fortalecendo nossa fé para sermos no mundo presença viva do Cristo ressuscitado. Frei Matheus José Borsoi e Frei Rodrigo José Silva Comunicações Maio de 2018
299
Formação e Estudos
Ordenação Diaconal DE Frei Roberto Aparecido Pereira
A
UM DIÁCONO PARA SERVIR
nimados pela ordenação diaconal de Frei Roberto, nós cantamos: “Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom; eterna é sua misericórdia!”. Com essas palavras, Dom Onécimo Alberton, bispo de Rio do Sul – SC, introduziu a celebração de ordenação diaconal de Frei Roberto Aparecido Pereira, que ocorreu na Igreja Matriz Santo Estêvão de Ituporanga, às 10 horas, em um clima de festa e amizade. Natural de Lençóis Paulista (SP), Frei Roberto Aparecido Pereira nasceu no dia 1º de agosto de 1987 e ingressou no Seminário Franciscano São Francisco de Assis de Ituporanga no ano de 2008. Hoje, após dez anos, ele recebe o primeiro grau da Ordem, com a sua ordenação diaconal, no mesmo lugar em que deu os seus primeiros passos na Vida Religiosa Franciscana. Se outrora Itu-
300
Comunicações Maio de 2018
poranga foi o lugar para onde Deus o enviou para iniciar o caminho de frade menor, hoje essa terra é o lugar onde ele dará os seus primeiros passos como
Diácono da Igreja e do povo de Deus. Estiveram presentes nessa celebração os pais, a sua irmã, Luana Maria Leite Pereira, os confrades das Fraternidade local e vizinhas, os seminaristas e aspirantes franciscanos e os seminaristas diocesanos. A Igreja de Santo Estêvão ficou cheia de fiéis provenientes dos municípios que compõe a Paróquia. Dom Onécimo iniciou a sua homilia saudando a todos os presentes e aos pais de Frei Roberto, com as seguintes palavras: “Aos pais de Frei Roberto nossa gratidão, por tão grande dom dado a igreja”. O bispo afirmou que a ordenação diaconal de Frei Roberto nos une e nos faz externar: “Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom; eterna é sua misericórdia! Pois a vocação do diácono lembra-nos que a fé cristã é uma vocação para servir. Convida-nos, portanto, a
Formação e Estudos viver o nosso cristianismo em atitude de serviço. Como Cristo se fez servo, também nós, seus discípulos somos chamados para servir: servir o Evangelho, servir os pobres, servir a Deus e todas as pessoas”. O bispo ordenante ainda complementou afirmando que “o Evangelho de hoje nos apresenta o Ressuscitado que entrou e mostrou os sinais da paixão [...] Em nossa missão evangelizadora, como Igreja, diante de tantos desafios, já não temos o direito de continuar a dormir, presos à mentalidade de séculos passados e de permanecermos reféns de medos e trancados em falsas seguranças [...] hoje é preciso manifestar as marcas da paixão”.
Agradecimentos
Frei Roberto agradeceu à Província Franciscana e de modo especial à sua Fraternidade, que segundo ele, lhe ensina a cada dia a ser franciscano e amar os pobres em uma atitude de serviço e gratidão. Agradeceu também ao bispo Dom Onécimo por ser um pastor zeloso para com o povo de Deus e por sua amizade. “Eu me surpreendi quando conheci o senhor, por ser uma pessoa tão simples e depois me surpreendi com sua amizade. Quando o convidei para presidir essa celebração, o senhor nem hesitou, mas prontamente se colocou disponível para presidir essa celebração e inclusive os três dias do tríduo”. Frei Roberto fez uma homenagem aos freis de Ituporanga, a Frei Alberto
e Frei Robson, que se colocaram à disposição dessa ordenação desde o dia em que foi marcada e, nesses últimos dias, apresentaram como se serve ao Senhor Ressuscitado: “No primeiro dia do tríduo, Frei Robson disse que se torna visível o serviço ao Senhor nas coisas concretas da vida, quando somos capazes de trocar as fraldas de nossa mãe quando ela não lembra mais da gente, devido ao Alzheimer. E
hoje eles me apresentaram o Ressuscitado no cuidado fraterno, quando Frei Alberto precisa de atenção”. Por fim, ele concluiu os seus agradecimentos pedindo para o povo rezar pela saúde de Frei Alberto e pelos pobres que necessitam da misericórdia divina. Frei Marx Reis (texto) e Seminaristas do Seminário São Francisco (fotos)
Comunicações Maio de 2018
301
Formação e Estudos
A
TRÊs NOVOS DIÁCONOS PARA A MISSÃO DE ANGOLA
Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, a partir do domingo, 15 de abril, passou a contar com a colaboração de três diáconos. Frei Ermelindo Francisco Bambi, Frei João Alberto Bunga e Frei João Baptista Chilunda Canjenjenga deram mais um passo em
302
Comunicações Maio de 2018
direção ao sacerdócio e receberam, pelas mãos do bispo diocesano de Viana, Dom Joaquim Ferreira Lopes, o primeiro grau do Sacramento da Ordem. A celebração aconteceu na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, bairro Mulenvos, em Viana. Estavam presentes os confrades de Malange juntamente com alguns se-
minaristas. Também vieram os confrades de Kibala com os postulantes e os confrades do Palanka. Muita gente de outras paróquias, principalmente da Paróquia São Lucas, do Palanka, Luanda, e da Paróquia Santos Mártires de Uganda, de Malange. Também um grande número de religiosos e religiosas, como também os
Formação e Estudos familiares dos confrades ordenandos. Dom Joaquim iniciou a celebração acolhendo a todos e relembrando que é uma grande festa para a Diocese e, principalmente para a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, que recebe tal celebração, pois são as primeiras ordenações que ali aconteciam. Num um espírito de alegria próprio do Tempo Pascal, a celebração,
animada pelo coral com batuques e danças, foi conduzida com tranquilidade, propiciando oportunidade de oração e reflexão em torno da temática do serviço, na ótica cristã. Como lema da ordenação diaconal, os confrades ordenandos escolheram a passagem do Evangelista João que diz: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Em sua homilia, Dom Joaquim, que pertence a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, disse que o sacramento da Ordem é sempre uma manifestação concreta do amor de Deus. E frisou que nós, franciscanos, temos que, através do testemunho de vida, levar ao mundo a alegria que foi Comunicações Maio de 2018
303
Formação e Estudos
tão pregada e vivida por São Francisco de Assis. Hoje, mais do que nunca, Angola e o mundo precisam de mais alegria. Depois de transcorrido o rito de imposição das mãos, momento central da celebração, Frei Ermelindo, Frei João Alberto e Frei João Baptista foram revestidos com a estola e a dalmática, vestes próprias do diácono. Em seguida, receberam das mãos do bispo o Evangeliário, manifestando
304
Comunicações Maio de 2018
seus compromissos com a Palavra de Deus. Em seus agradecimentos, o neodiácono Frei Ermelindo, em nome dos ordenandos, não escondeu a alegria e a satisfação em assumir mais esta missão que o Senhor lhe confia e agradeceu ao bispo e a Frei José Antônio, presidente da Fundação, aos familiares, religiosos e religiosas e a todo o povo que ali estava. Frei Ermelindo continuará traba-
lhando na Fraternidade Monte Alverne, em Malange, como orientador no Seminário. Frei João Alberto estará na Fraternidade São Francisco de Assis, como vice-mestre dos professos temporários e a serviço dos projetos sociais. Frei João Baptista exercerá seu ministério junto à Fraternidade Nossa Senhora dos Anjos, como ecônomo e a serviço dos projetos sociais. Frei Aloísio Paulo A. dos Santos
Formação e Estudos ITF
CANTAR É UMA TERAPIA
T
eve início no dia 03 de abril o curso de História do Canto Gregoriano, ministrado pelo professor Frei Ademir José Peixer. A primeira aula foi dedicada à apresentação do programa do curso, que compreenderá doze encontros. O objetivo é levar os participantes a revisitarem a origem e a fonte da música sacra. Na ocasião, algumas definições e terminologias como: música tradicional, música polifônica, canto gregoriano, canto romano e cantochão foram explicadas. Ao longo das aulas, os participantes aprenderão sobre a origem e evolução do canto gregoriano; sua notação musical e fixação escrita; modos eclesiásticos e salmodia; e a Liturgia na vida da Igreja, uma vez que o canto
gregoriano é a sua música tradicional. De acordo com Frei Ademir Peixer, “o canto gregoriano é um tesouro escondido na história. Um verdadeiro itinerário de beleza e harmonia, além de ser um grande veículo pastoral. Sua intenção é ‘tocar o coração’ de quem o ouve e canta, criando um espaço interior para a acolhida da Palavra de Deus”. Também no dia 05 de abril, o Instituto Teológico Franciscano deu início ao curso de Prática de Canto Gregoriano. Orientadas por Frei Ademir José Peixer, as aulas práticas compreenderão a leitura do tetragrama gregoriano; a prática do solfejo modal; o ensaio de peças de canto gregoriano; e a prática dos tons eclesiásticos e salmodia. O professor ressaltou que “cantar
é uma terapia, pois ajuda a colocar em ordem a nossa estrutura psíquica”. Esta é uma das grandes motivações para a participação no curso de Prática de Canto Gregoriano. Para os apreciadores desse canto, os cursos vieram em boa hora, uma vez que podem auxiliar na formação pessoal e pastoral. Uma ótima opção para quem gosta de história e música e quer conhecer a teoria e a prática do canto próprio da liturgia romana. Os cursos iniciados ocorrerão semanalmente de abril até o mês de junho.
FREI ALBERTO É HOMENAGEADO Uma cerimônia realizada na noite de terça-feira, 10 de abril, marcou a entrega do prêmio Maestro Guerra-Peixe de Cultura. A solenidade de entrega do prêmio, que está na sua nona edição, aconteceu no Theatro Dom Pedro, em Petrópolis, RJ. Um dos momentos mais emocionantes foi a homenagem prestada aos agentes culturais falecidos no ano de 2017. Frei Alberto BeckhäuserComunicações foi um dos homenaMaio de 2018 305 geados.
xxx
Jovens fazem a Experiência do Ressuscitado 306
Comunicações Maio de 2018
xxx
Comunicações Maio de 2018
307
xxx
A
7ª Caminhada Francis- simples que exigem respostas profun- gues dos Reis, frades que trabalham cana da Juventude termi- das. “Mas escuta aqui, no caminho de diretamente no Serviço de Animação nou no domingo, 15 de vocês, o que havia? O que vocês expe- Vocacional (SAV) da Província Franabril, com a mensagem rimentaram ao fazer este caminhar?”, ciscana da Imaculada Conceição, na do Ministro Provincial, Frei Fidên- perguntou o Ministro Provincial, Frei cidade de Sapucaí-Mirim (MG). Ainda nem era dia e os primeiros cio Vanboemmel, incentivando os Fidêncio Vanboemmel, que presidiu 800 jovens que invadiram Campos a Celebração Eucarística às 4 horas ônibus chegavam lotados de jovens do Jordão, neste final de semana (14 da madrugada do domingo na Igreja alegres e dispostos a enfrentarem noe 15/4), para continuarem “construin- Santa Teresinha, no centro da cidade. vos desafios. Curiosidade importante desta edição da caminhada foi a de do sonhos”, mas sem se esquecer de que quase metade dos participantes uma escolha simples: “Não podemos ALEGRIA DO REENCONTRO sonhar se o Ressuscitado não estiver Provenientes dos estados de SC, nunca havia participado de nenhum do nosso lado”. PR, SP, RJ e MG, os jovens foram evento assim, o que gerou mais ex“Coragem, levanta-te, Jesus te cha- acolhidos com muita animação por pectativa ainda. Depois de um reforçado café da ma”, extraído do evangelho de Mc (10, Frei Diego Melo e Frei Marx Rodrimanhã e também tendo 49), foi o lema escolhido realizado o credenciapelos organizadores do evento. Neste sentido, mento, os jovens iniciatendo como fundamenram a caminhada logo no começo do dia. Anto a Palavra de Deus, os jovens puderam refletir tes, porém, os jovens de e acompanhar durante Campos do Jordão concada parada, pequenas duziram um momento de encenações, neste ano oração e reflexão a parchamada de “meditatir da 1ª meditação, que trouxe como questionações”, ou seja, momentos de parada e de reflexão mento a seguinte pergunMascote da CFJ, José participa desde os 3 anos dos eventos do SAV sobre questionamentos ta: “Quem sou eu?”.
308
Comunicações Maio de 2018
SAV Pela estrada José Teotônio Silva, os jovens franciscanos seguiram até o Sítio e Pousada do Robertinho, local onde foi servido gentilmente um delicioso almoço para todos os jovens e voluntários. No mesmo local cada jovem recebeu um coração para que durante o caminho depositasse nele todos os seus pedidos e desafios que enfrentaria durante a caminhada. Neste primeiro dia, o itinerário foi mais longo, por isso era necessário reabastecer as garrafinhas e com o ‘pé na estrada e fé no coração’, como canta o hino da CFJ, seguir adiante. Ninguém imaginava as surpresas que Deus havia preparado após o almoço. Durante um percurso de 6 km e 400 metros, que contou apenas com subidas íngremes, os jovens puderam apreciar a obra de Deus manifestada na bela natureza. O cansaço era notável, porém, foi uma oportunidade de superar os limites, de ajudar o próximo, e de muita oração e confiança de que Deus caminhava com aqueles jovens ousados. Richard Ferrari, de Rodeio (SC), cidade que acolheu a última edição da caminhada, destacou: “Para quem
gos. Gostou tanto que ainda lançou o convite: “Participem, pois vale a pena”.
TEMPO DE CELEBRAR O JUBILEU
já participou e ajudou na organização de um evento como este, é muito gratificante estar novamente envolvido como participante. É uma alegria imensa”, afirmou o jovem rodeense. A jovem Maria Clara, da cidade de Agudos (SP), declarou que não imaginava conseguir completar o caminho íngreme todo, “mas Deus coloca alguns anjos que ajudam a gente a superar as dificuldades e isso nos motiva a chegar até o final”, enfatizou ela. Os jovens da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem da Rocinha (RJ) também marcaram presença. Para eles, foi inovador participarem da caminhada. João Pedro contou que estava afastado da Igreja e que foi para a caminhada por insistência dos ami-
Ao contrário dos eventos anteriores, a Caminhada deste ano foi realizada em uma cidade e paróquia que não é mais assistida pelos frades da Província da Imaculada. “Embora a nossa Província tenha entregue a Paróquia Santa Teresinha há mais de 27 anos, percebemos o quanto o povo ainda alimenta um grande carinho pelos frades, com destaque para a figura de Frei Orestes Girardi, que tanto se doou pelas crianças e famílias pobres de Campos do Jordão, bem como garantiu a continuidade de sua obra através da fundação da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora de Fátima. Assim, esta VII edição da CFJ contou com o envolvimento de uma grande equipe na preparação, formada por leigos e leigas, irmãos e irmãs da Ordem Franciscana Secular, ex-jufristas, Padres Diocesanos e Padres da Sociedade dos Joseleitos de Cristo, bem como as Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora de Fátima, que nos convidaram
Comunicações Maio de 2018
309
xxx
para realizar essa caminhada também como forma de celebração pelos seus 50 anos de congregação”, explicou Frei Diego. Na Sociedade de Educação Frei Orestes (SEA), os jovens finalizaram a caminhada do primeiro dia, após 24 km. Antes, foram recebidos no Mosteiro São João, das Irmãs Beneditinas, com hinos e cânticos. Ali, os jovens confiaram às irmãs o coração que
310
Comunicações Maio de 2018
ganharam no início da caminhada, cheio de pedidos e agradecimentos. “Nosso coração exulta porque olhando para vocês, neste século onde muitos jovens estão divididos e sem sonhos, vocês optaram por Cristo, por ter um ideal. Recebam essa luz de Cristo que deve iluminar a caminhada de vocês. Cada vez que tiverem uma dificuldade, seja ela qual for, se lembrem de que Jesus está adiante e
mostra o caminho. Francisco foi um jovem que sonhou e teve um ideal e até hoje esse ideal dá muitos frutos em todo o mundo. Sejam como Francisco, sonhem, tenham um ideal. De preferência sonhem o sonho que Deus Pai tem para vocês, e confiem em Maria, colocando os seus corações no coração dela”, pediu a irmã Myriam de Castro, do Mosteiro São João.
SAV
Apesar do frio e da chuva que os jovens enfrentaram neste primeiro dia, eles foram acalentados pelo calor não só de um casaco de moletom da cor franciscana, mas também pelo calor da acolhida das irmãs de Nossa Senhora de Fátima, como também das famílias e do povo da região. No SEA, antes de serem enviados para as famílias, os jovens prestigiaram algumas apresentações preparadas impecavelmente pelas irmãs e jovens. Também puderam conhecer um pouco mais da congregação que neste ano completa 50 anos. E, por fim, participaram do túnel do amor, formado por religiosos e religiosas, onde cada jovem recebeu um abraço e ouviu palavras de ânimo e entusiasmo.
A igreja esteve lotada de jovens e fiéis que deixaram de lado o sono para juntos entregarem a Deus mais um dia intenso de caminhada que teriam pela frente. Em sua homilia, Frei Fidêncio afirmou que estamos vivendo um tempo muito bonito, que é o tempo pascal. “Em todo esse tempo pascal o que nós podemos perceber é o grupo de pessoas em movimento, um grupo de pessoas em caminhada. Nós ouvimos há pouco, no Evangelho, que dois discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho e como eles
reconheceram o Ressuscitado ao fazer o caminho”, disse. Todos caminham, segundo o Ministro Provincial: Pedro e João, as mulheres e os discípulos. “De certa forma, no primeiro momento, há um caminhar dispersivo. A morte de Jesus assustou a todos. A morte de Jesus, a tragédia da Cruz, espantou a todos, como nós nos espantamos quando algo trágico acontece. Mas a partir da ressurreição de Jesus, há um caminhar novo, há um caminhar diferente, há um caminhar de alegria, há um caminhar das pessoas que vão ao encontro
A EXPERIÊNCIA DO RESSUSCITADO
Ainda era 4h da madrugada quando os jovens se reuniram na Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus em Campos do Jordão-SP para juntos celebrarem a Eucaristia. O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, foi o presidente da Celebração. Comunicações Maio de 2018
311
SAV de Jesus Ressuscitado. E a partir deste novo caminhar, as pessoas se encontram. A Igreja começa a nascer, as pessoas começam a narrar tudo aquilo que foi a experiência pessoal com o Senhor Ressuscitado”, destacou. “Meus queridos jovens, vocês, ontem, fizeram uma caminhada fantástica, difícil, uma caminhada que teve seus momentos de dor, e parecia que nunca chegava. Mas escuta aqui, no caminho de vocês, o que havia? O que vocês experimentaram ao fazer este caminhar?”, perguntou. “Creio que cada um de vocês, no fundo do coração, também dizem como Maria: ‘Eu vi o Cristo Ressuscitado! Eu experimentei o Cristo Ressuscitado’. O Cristo Ressuscitado estava no irmão, na irmã que me sorriu, que reclamou, que chorou, que estendeu seu braço, que alargou seu coração. Sim, vocês, no caminhar, fizeram a experiência do Cristo Ressuscitado”, ensinou o Ministro. “Nada mais bonito do que reconstruir vidas (tema da Caminhada) a partir da experiência que cada um fez lá no fundo do seu coração, com o Ressuscitado que silenciosamente caminhava com vocês como caminhou com os discípulos de Emaús”, ilustrou. Segundo Frei Fidêncio, se desse aos jovens o microfone, eles certamente contariam e partilhariam da experiência da ressurreição do Senhor, da experiência do Cristo ressuscitado. “Os apóstolos disseram que nós experimentamos muito de perto o Ressuscitado no momento da partilha. Sim, é na partilha da vida, na experiência de comunhão, quando nós deixamos este Cristo peregrino entrar na nossa casa, entrar na nossa vida. Sim, no meu caminho, no teu caminho, no nosso caminho, cada um experimentou a alegria do Ressuscitado”, observou.
CONSTRUIR SONHOS
Mas segundo Frei Fidêncio, essa experiência com o Ressuscitado, se-
312
Comunicações Maio de 2018
gundo o Evangelho, dá uma missão a todos: vós sereis testemunhas de tudo isso. “Vós sereis as testemunhas do Ressuscitado, portanto o Ressuscitado confere a todos nós esta missão e, a partir Dele, queremos construir sonhos. Não apenas reconstruir vidas. Nós queremos construir sonhos! E não podemos sonhar se o Ressuscitado não estiver do nosso lado. Frei Fidêncio exortou os jovens a não terem medo de anunciar o Ressuscitado: “Coragem! O Senhor nos chama. Coragem! O Senhor estende a sua mão, ele nos provoca para a missão, para o testemunho, para o alegre anúncio e nós vivemos hoje em um
mundo muito dividido. É tão triste a destruição da Síria, onde as bombas caíram ceifando vidas. “Não precisamos ir longe. Também experimentamos na nossa realidade, no nosso país, nas nossas cidades, nos nossos estados, de onde a gente vem, que vivemos um mundo dividido. O Ressuscitado congrega. O Ressuscitado forma comunidade e nós queremos, então, queridos jovens, continuar a nossa caminhada. Coragem!”, pediu. E completou: “Vocês depois, certamente, terão muitas histórias a contar: o que viram pelo caminho, o que construíram neste caminhar, o que o Ressuscitado, sobretudo, falou ao coração de cada um de vocês. Coragem! O Senhor te chama. Coragem, para contar as maravilhas que vocês experimentaram neste caminhar, coragem para serem profetas e profetizas, testemunhas do Ressuscitado no nosso tempo, na nossa história de hoje”. No final da celebração, o pároco Beto Luna dirigiu palavras de agradecimento a todos os jovens e, em especial, às famílias que não mediram esforços para acolherem os jovens. “Nós nos alegramos com a presença de vocês. O grande número nos surpreendeu. Lembro-me que no domingo passado (08/04) faltavam
ainda 250 lugares para hospedarmos vocês e, de repente, as famílias se multiplicaram e faltaram jovens. Viessem mil jovens teríamos famílias e pessoas generosas para acolher a todos”, disse. Ao Frei Fidêncio convidou: “Que os freis possam voltar e frequentar mais nossa cidade e Paróquia! Voltem sempre, a casa continua sendo de vocês!”.
SER TESTEMUNHAS NA HUMILDADE Os jovens, então, continuaram em peregrinação pela cidade de Campos do Jordão, passando por alguns pontos turísticos e também por bairros da periferia, muitas vezes ignorados e esquecidos. Muitas famílias e pessoas que moram nos locais por onde a caminhada
passou saíram às ruas para ver esta “invasão franciscana” que, com toda a certeza, deixou marcas. Já na Paróquia São Benedito, do Bairro Capivari, os jovens viveram um momento forte de adoração ao Santíssimo. Refletindo a última meditação “como realmente seguirei Jesus”, os jovens puderam coroar esta caminhada: “Vai, a tua fé te curou” (Mc 10,52). Ainda faltavam apenas 4 km para
que todo o trajeto se cumprisse. Porém, isso não foi motivo de tristeza nem de desânimo; pelo contrário, a cada novo passo, a chegada ficava mais próxima. Entoando cantos, rezando e louvando ao Senhor, os jovens pararam literalmente a cidade, com a ajuda da Defesa Civil. Finalmente, quando chegaram ao destino, na casa das Irmãs de Nossa Senhora de Fátima, foram surpreendidos pelo rito do lava-pés, onde religiosos e religiosas estavam a postos, com bacias e jarros na mão, para lavar os pés daqueles jovens que viveram a experiência do Ressuscitado neste último final de semana. Os jovens partiram em missão para suas comunidades com a lição de servir. Frei Augusto Luiz Gabriel Comunicações Maio de 2018
313
314
Comunicações Maio de 2018
20
018
Comunicações Maio de 2018
315
No “front da Rocinha”
C
omo pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem da Rocinha, tenho recebido, de amigos e confrades, muitas perguntas sobre como vai a situação da comunidade de fé, a participação dos fiéis, as celebrações. Já escrevi sobre a realidade geral da Comunidade, a situação social, política, etc., que só piorou desde então. Agora escrevo sobre a realidade da Paróquia. Estamos sobrevivendo na medida do possível. A situação de guerra continua cada vez pior. A famigerada Intervenção Federal, como já sabíamos, até agora não serviu para nada, ao menos na Rocinha. Aumentaram muito os confrontos entre os policiais (Bope e Choque) e os traficantes. Oficialmente, desde 17 de setembro, contabilizam-se 53 mortos e 19 “desaparecidos”. Os relatos dos moradores, que presenciam as barbaridades de ambos os lados, dizem que o número é muito maior. Isso tem afetado muito a vida das pessoas, e, consequentemente, as atividades pastorais. As pessoas têm medo de sair de casa. Seja por causa dos confrontos que acontecem a qualquer hora do dia e da noite, seja pelo medo de terem suas casas invadidas pelos grupos em fuga ou pela polícia à caça de bandidos. Desde setembro do ano passado, muitas crianças abandonaram a catequese. Encerramos a turma do terceiro ano este ano com cerca de 180 crianças fazendo a primeira comunhão. Poderíamos ter tido mais do que o dobro disso. Em vários do-
316
mingos, durante os encontros, as crianças e catequistas tiveram que se atirar debaixo das carteiras, para se proteger dos tiros. Os mais novos ficavam visivelmente traumatizados. Mães e pais vinham desesperados buscar seus filhos. O mesmo aconteceu com o catecumenato. Tínhamos cerca de 190 inscritos. A muito custo conseguimos segurar os pouco mais de 100 que serão crismados em maio. Muitas famílias não inscreveram seus filhos na catequese neste ano, e alguns disseram explicitamente que o motivo é terem medo de sair de casa domingo de manhã com suas crianças. As reuniões das pastorais e formação também foram afetadas. A Paróquia está localizada numa área relativamente segura, mas o povo que a frequenta mora em meio aos becos e vielas escuras, dominadas pelos grupos armados, e a qualquer hora pode estourar um tiroteio. Os relatos dos moradores, principalmente em confissão, são os mais terríveis possíveis. Criamos, no início do ano, o Grupo das Mães que Rezam por seus Filhos. Entre 40 e 50 mulheres (alguns homens) se reúnem, para rezar por seus filhos e parentes, aos domingos à tarde. Várias perderam seus filhos, netos, sobrinhos, nos confrontos. Muitas outras têm seus filhos envolvidos com o tráfico, e sofrem desesperadamente com isso. Na Quinta-feira Santa lavamos os pés de 12 dessas mães. A vida pastoral nas “capelas” (comunidades), também foi profundamente afetada. As
Fraternidades celebrações semanais da Palavra, dirigidas pelos ministros, ou a missa, uma vez por mês, nem sempre podem ser realizadas. Há vários relatos de ministros que tiveram que se esconder para escapar do confronto armado. Eu já fiquei algumas vezes em meio ao fogo cruzado, indo celebrar a Missa, ou indo visitar doentes. Frei Douglas da Silva, há cerca de um mês, ao terminar a celebração na Rua Um, foi abordado por um rapaz armado, que lhe pediu que esperasse um pouco para descer, pois os “alemães” (policiais do Bope), estavam subindo. Enquanto o espaço em frente à igreja se enchia de homens fortemente armados, ele e duas senhoras tentavam desesperadamente fechar o cadeado da igreja. Depois de mais de uma hora refugiado na casa de uma moradora, o mesmo rapaz foi gentilmente avisar ao frei que podia descer. Algumas capelas localizadas em locais mais críticos, além da dificuldade de se manterem as celebrações com regularidade, estão perdendo moradores no entorno. Isso é um fenômeno geral na Rocinha. Quem morava de aluguel nesses lugares, mudou-se. Quem é proprietário, se tem condições, também vai embora. E as casas ficam vazias, vulneráveis a uma invasão. Nos tiroteios, as caixas d’água e os canos se rompem, os envolvidos atiram nos transformadores para cortar a energia elétrica, e a população fica dias e semanas sem água e sem luz, sem internet, sem geladeira, sem televisão. As empresas responsáveis pela manutenção não se arriscam a entrar nos becos. Por causa dessa situação, perdemos várias importantes lideranças, que foram embora da Rocinha. O local onde está situada a capela São Francisco está sendo chamado de “Faixa de Gaza”, por causa dos constantes confrontos, e pela destruição e abandono. O pior é que não podemos fazer a manutenção dessas capelas, consertar vidraças atingidas por tiros,
restabelecer a energia elétrica, a água, pois nenhum pedreiro se atreve a trabalhar nestes lugares. Na igreja matriz conseguimos manter as celebrações. Padre Luís Corrêa, jesuíta, professor da PUC, é uma ajuda valiosa nos domingos. Contamos também com o auxílio de dois estudantes que vêm de Petrópolis no sábado à tarde e domingo de manhã, Frei Cristiano e Frei André, ambos da Província das Sete Alegrias, do Mato Grosso. Quando tem tiroteio, durante a semana ou nos finais de semana, as missas ficam vazias. Quando o tiroteio é muito intenso durante a celebração, fechamos as portas e os
chegaram assustados, relatando o risco que correram de ser atingidos por uma bala perdida. Logo chegou a notícia da morte de um trabalhador que estava na varanda de sua casa com seu filhinho de seis meses no colo. Foi atingido no coração, enquanto a criança caía de costas no chão. Fomos visitar a família, a mãe, a esposa e os três irmãos, e levar um pouco de alento e consolo para tanta dor. A situação que estamos vivendo afetou também os projetos sociais que funcionavam na paróquia. O Projeto Fibra, que mantinha, em parceria com a paróquia, aula de reforço todos as tardes para cerca de 60 ado-
portões (o que não resolve muito). O mais triste é que, quando há um movimento maior nas missas, é porque temos alguma celebração de sétimo dia por alguma vítima dos confrontos. Os familiares vêm todos com uma camiseta com uma foto do falecido, geralmente jovem e negro. Depois algumas famílias ainda fazem uma foto, todos juntos, nas escadarias da igreja. Conseguimos, apreensivos e esperançosos, realizar todas as celebrações da Semana Santa, com grande participação dos fiéis. Na Quinta-feira Santa, dez minutos antes de iniciar a missa do Lava-Pés, houve um intenso tiroteio na Vila Verde. Vários fiéis
lescentes, fechou as portas em novembro. Os professores não vinham, com medo, e os alunos também não. O Projeto Afim, que funcionava todos os sábados dando cursos de promoção humana para mulheres de baixa renda, também deixou de funcionar, por medo dos tiros. As visitas que o Grupo de Jovens fazia às famílias mais pobres da comunidade, também teve que cessar. Nem é preciso dizer que as arrecadações também caíram muito, como as coletas, o bazar, a cantina. Aliás, a questão da queda de arrecadação afetou todos os setores da Rocinha, como um efeito cascata. Aqueles que viviam de Comunicações Maio de 2018
317
Fraternidades aluguéis, estão com as casas vazias. Turistas não aparecem, o comércio, em geral, também está bem fraco. Vários comerciantes que pagavam pelo estacionamento da Paróquia, tiraram seus carros. Programamos alguns eventos para arrecadar alguma coisa, mas sempre na incerteza de conseguirmos realizá-los. Se houver tiroteio, pode ser um fracasso. No momento estamos vivendo numa incógnita. Ninguém sabe o que poderá acontecer nos próximos dias ou horas. Sexta-feira passada, dia 6, foi noticiada uma tentativa de invasão no Vidigal, que teria a ver com a Rocinha. Depois de um escarcéu, com intenso tiroteio, fechamento da Avenida Niemeyer, etc., não se falou mais nada. Já faz uns cinco dias que houve uma trégua nos confrontos. Mesmo assim, os boatos aumentam a apreensão e alimentam a tensão. Os fogos, que avisam a chegada dos policiais, continuam. O Bope e a Tropa de Choque estão todos os dias a postos na entrada da Comunidade. Fica-se sempre na espreita de um confronto iminente. Como Paróquia, fazemos o possível para manter o astral dos fiéis em alta. Muita coisa não pode ser feita, e temos que cuidar muito com o que falamos (e com quem). Só para se ter uma ideia dos riscos, durante um mutirão de confissões numa paróquia na Vila Kenedy, na Semana Santa, onde estava acontecendo a Intervenção Militar, um grupo armado entrou na igreja e roubou todos os fiéis e os padres. Dizem que foi uma retaliação ao pároco. Apesar de tudo, há muita esperança e coragem. E sobretudo, muita fé. Eu e Frei Douglas estamos muito bem, graças a Deus. Cuidamos de nossa saúde, e nenhum dos dois tem vocação para herói ou mártir. Com cuidado e prudência, não deixamos de atender onde somos chamados, principalmente os doentes, as bên-
318
Comunicações Maio de 2018
çãos e visitas de casas. Mas o próprio povo cuida muito bem de nós, nos avisando quando podemos ir ou não. Claro que imprevistos existem. Trabalho não falta, e, franciscanamente, fazemos tudo o que é possível, com muito carinho e respeito pelo povo da Rocinha, que é muito bom, fraterno, e bem franciscano. Entre um tiroteio e outro, as atividades acontecem e a vida segue em frente. Neste fim de semana, entre 13 e 15 de abril, enviamos 24 jovens para a Caminhada Franciscana em Campos do Jordão. Também estamos nos preparando para celebrar os 80 anos da primeira Missa na igreja, construída pelos franciscanos, inaugurada dia 1º de maio de 1938. O cardeal Dom Orani estará conosco. Pediu pessoalmente que mudássemos o horário por que fazia questão de presidir a celebração.
Aliás, ele tem sido uma presença fraterna, sempre telefonando quando a situação fica mais tensa, mandando mensagens de apoio. Vamos disponibilizar nos próximos dias o convite a toda a Província. Esperamos que os confrades apareçam, principalmente aqueles que já trabalharam por aqui. Por enquanto é só. Paz e Bem! Frei Sandro Roberto da Costa Frei Douglas Monteiro da Silva Frei Sandro Roberto da Costa
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, coordenador da Fraternidade e professor do Instituto Teológico Franciscano
Frei Douglas Monteiro da Silva
Frade de profissão temporária no tempo do Ano Missionário. É animador do Serviço Vocacional local.
Fraternidades
“Dom Paulo - Testemunhos e memórias sobre o Cardeal dos Pobres”
C
oncluindo a seção biográfica, uma biografia, quase completa e exaustiva, feita por um confrade de Dom Paulo, Frei Clarêncio Neotti, que recolhe uma grande quantidade de dados preciosos de uma vida quase secular”. É assim que Agenor Brighenti apresenta o texto de Frei Clarêncio no livro “Dom Paulo - Testemunhos e memórias sobre o Cardeal dos Pobres”, publicado pelas Paulinas. Este livro reúne, um “time” de escritores e intelectuais à altura da biografia de Dom Paulo. A ideia de criar o livro, segundo Agenor, foi do teólogo espanhol Juan José Tamayo. “De início, compor este livro parecia tarefa fácil. Bastaria recolher e ordenar pronunciamentos veiculados na grande imprensa, por ocasião da morte de Dom Paulo. Mas a dificuldade apresentou-se diante da necessidade de selecionar textos, dentre a grande quantidade encontrada. Também seria necessário que algum familiar de Dom Paulo participasse da obra, seus bispos auxiliares, confrades, colaboradores e colaboradoras. Sem falar nos critérios de agrupação de textos. Optou-se por estruturar o livro em quatro seções”, explica Agenor. Com isso, o primeiro bloco reúne pronunciamentos de bispos auxiliares de Dom Paulo e teólogos que põem em relevo, particularmente, seu ministério espiscopal; o segundo bloco reúne pronunciamentos de intelectuais e militantes cristãos; o terceiro reúne ecos da grande imprensa e a quarta seção do livro traz dados da biografia de Dom Paulo,
com testemunhos de pessoas que conviveram com ele, conhecendo-o no cotidiano, com o Frei Clarêncio. “Ninguém foi modelo mais evidente de líder, quase diria de profeta, num tempo (que a história lamentará) de destruição das lideranças nascentes dentro da Igreja e dentro dos países latino-americanos”, escreve Frei Clarêncio. Segundo o frade, a figura de Dom Paulo se torna ainda maior, gigantesca, num momento de escassez de balizas em todos os países do mundo e também no seio da mãe Igreja. É admirável a nossos olhos que já na segunda geração da Província restaurada tivemos figuras como Dom Paulo Evaristo e Frei Constantino Koser (+2000)”, celebra Frei Clarêncio, que foi aluno de Dom Paulo em Agudos, professor e mestre em Petrópolis, na virada do Concílio. Além de Frei Clarêncio, Agenor e Juan José, estão no livro Ana Flora Anderson, Antônio Manzatto, Camila Moraes, Clóvis Rossi, Dom Angélico S. Bernardino, Dom Mauro Morelli, Eduardo de la Serna, Fábio Konder Comparato, Fernando Altemeyer Junior, Frei Betto, João Décio Passos, Júlio Lancellotti, Leonardo Boff, Luís Miguel Modino, Márcia Carmo, Maria Ângela Borsoi, Mauro Lopes, Otília Arns, Pedro Del Picchia. “Se a história da independência
do Brasil não pode ignorar Tiradentes, nem o movimento ecológico de Chico Mendes, a resistência à ditadura que nos governou 21 anos deve muito à figura de Dom Paulo. O mesmo cuidado amoroso que São Francisco dedicava aos pobres e à natureza, Dom Paulo estendeu às vítimas da repressão”, escreve Frei Betto. “Morrer não é morrer. É atender a um chamado de Deus. Deus o chamou e o senhor foi contente ao seu encontro. Lá encontrará, estou seguro, os milhares de pobres, refugiados, torturados e assassinados que o senhor defendeu, protegeu e por eles arriscou sua própria vida”, escreveu Leonardo Boff. O livro, editado pelas Paulinas, tem 318 páginas. Comunicações Maio de 2018
319
Fraternidades
Pedidos de paz na Missa de 7º Dia por Marielle e Anderson
S
ete dias depois aqui estamos, teimosamente animados pela força do Ressuscitado, a professar mais uma vez nossa fé perseverante em um Deus que se faz vida, e vida em plenitude para todos”. Foi com essas palavras de acolhida que teve início, ao meio-dia da terça-feira (20/3), a Missa de 7º Dia pela memória de Marielle Franco e de Anderson Gomes, que tiveram suas vidas ceifadas no centro do Rio de janeiro, no último dia 14 de março. O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, presidiu a Celebração Eucarística no Convento São Francisco, no Centro de São Paulo, tendo como concelebrantes o Vigário da Pastoral do Povo da Rua em São Paulo, Pe. Júlio Lancelotti; o Vigário Provincial, Frei César Külkamp; e os frades da Fraternidade do Convento. Frei Fidêncio iniciou a sua homilia fazendo um pedido de paz tendo como base a tradicional ‘Oração da Paz’, atribuída a São Francisco de Assis. Disse que não ‘estávamos ali para canonizar pessoas’, referindo-se a Marielle e Anderson. “Aqui nos reunimos para orar por eles e por todas as vítimas da
320
Comunicações Maio de 2018
violência. Marielle e Anderson devem ser lidos no plural. Ou seja, no plural de todos os que lutam pela vida, no plural de todos quantos perdem suas vidas de forma brutal, vítimas da mesma violência que a humanidade ainda não conseguiu superar”, destacou Frei Fidêncio, lembrando que a Palavra de Deus era muito sugestiva para esta Celebração Eucarística. “Em primeiro lugar, o Livro dos Números (1ª leitura) descreve uma situação crucial na qual se encontra o povo de Israel na sua travessia pelo deserto. O povo passava por provações. Ele perdeu de vista o projeto divino de libertação (o projeto da Terra Prometida). Revoltou-se contra Moisés, contra Deus, com saudades do ‘comodismo’, mesmo sendo escravo de Faraó. E o mais grave é que, em meio a esta revolta, o povo começa a ficar desorientado, desconfia da liderança profética de Moisés… O povo se fragiliza e abre a sua retaguarda, dando espaços aos ataques das serpentes venenosas. Elas aí estão, na espreita, para ferir, envenenar e matar”, denunciou o Ministro Provincial. “Aqui nos reunimos para orar e rezar pela vida, aquela vida prometi-
da por Jesus: ‘Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância’. Mas necessitamos estar atentos às serpentes camufladas… Por isso, suplicamos ao Deus da Vida para que nos livre do veneno das serpentes do egoísmo humano que geram tanta miséria; nos livre do veneno das serpentes que exploram o ser humano, tirando-lhes a liberdade de filhos de Deus; nos livre do veneno das serpentes portadoras das malditas armas de fogo que ferem e matam; nos livre do veneno das serpentes da corrupção em todos os níveis; nos livre do veneno das serpentes da intolerância religiosa; nos livre do veneno das serpentes do enriquecimento ilícito que tira da mesa dos pobres o pão de cada dia; nos livre das serpentes venenosas que ferem e tiram os direitos da saúde, do lazer, da educação, do salário digno, da justa pensão, enfim de tudo o que significa vida digna para todos”, pediu. “Também Jesus, no Evangelho, provoca as pessoas a pensarem de uma forma diferente. ‘Vós sois daqui debaixo… vós sois deste mundo’. Ser deste mundo, como veremos daqui a pouco na Semana Santa, é assumir os papéis
Fraternidades dos autores da flagelação Daquele que ‘passou por este mundo fazendo o bem’. Ser deste mundo é deixar-se embriagar pela avidez de Judas, pelo medo de Anás e Caifás, pela covardia de Pilatos que se omite na sua responsabilidade, preferindo lavar as mãos, ou mesmo pelo clamor irracional do povo que prefere gritar pela liberdade de Barrabás. Jesus nos diz: ‘Eu não sou deste mundo…’ e continua: vai chegar a hora em que ‘tiverdes levantado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou’. Jesus convida-nos a pensar a vida a partir da lógica da doutrina da cruz: que significa dar a vida! Convida-nos a pensar na lógica da harmonia da criação, onde o próprio Deus viu que tudo era bom”, explicou. Frei Fidêncio voltou a levantar o tom e lamentou que a casa de Deus está desarrumada… “O fratricídio de Caim e Abel se repete, a arrogância dos que pretendiam construir a Torre de Babel se renova… Consequentemente, a nossa linguagem é confusa, a nossa comunicação é dispersiva… Enquanto a humanidade não converge aos valores essenciais da paz, do amor, do perdão, da união, da fé, da verdade, da gratuidade, da esperança, da alegria e da luz, que são antídotos contra o veneno das serpentes da atualidade, é claro que diariamente tantas outras guerras que ferem e matam se repetem entre nós”, lamentou. O Ministro ainda leu um trecho da mensagem que divulgou por ocasião dos assassinatos de Marielle e Anderson: “Que estas barbáries, sinais de uma sociedade doente e cega por conta de interesses egoístas e anti-evangélicos, nos ajudem a renovar nosso compromisso cristão e franciscano no engajamento firme e comprometido pela superação da violência. Que o Senhor da Vida nos livre de toda tentação ao revanchismo e ao combate da violência com mais violência: malditas
as armas que ferem e matam, maldito o dinheiro que oprime ao invés de servir, malditas estruturas que roubam a humanidade das pessoas e as transformam em objetos usados de acordo com a conveniência de quem domina”. Terminou citando a Mãe de Marielle, que disse: “Não queremos pagar o mal com o mal”, mas também não queremos que as coisas fiquem impu-
nes. “Que Deus ilumine nossos passos e inspire nossas ações, hoje e sempre!”, pediu. Dom Eduardo Vieira dos Santos, Vigário Episcopal da Região Sé, não pôde participar da Celebração mas enviou mensagem: “Nestes dias, unome àqueles e àquelas que, por amor à justiça e à paz, não se deixam calar pelo desrespeito e a violência. A sra. Marielle e Anderson tiveram suas vidas ceifadas, mas não seus sonhos de uma sociedade justa e fraterna. Tiveram seus dias abreviados entre nós, mas
não seus anseios de justiça e paz. Unome a vocês em preces e sentimentos, por uma sociedade livre da violêcia, da indiferência e da impunidade”, disse D. Eduardo. Pe. Júlio disse que Marielle estaria muito feliz pela oração na Igreja São Francisco. “A Marielle foi catequista, fez o caminho junto das nossas comunidades e se manifestou como uma grande força, uma grande voz de liderança na defesa dos pobres. Ela tinha um coração franciscano. No céu, ela está muito feliz ao lado de São Francisco, que lhe deu um abraço e disse: “Fique aqui pertinho de mim. Aqui, tudo vai ficar melhor, vamos ajudar esse povo a não desanimar, a não desistir, a continuar lutando”. A nossa luta não é com armas, a nossa luta é de resistência, de força e coragem. Embora nos ameacem, nos machuquem, nos façam mal, nós não vamos retribuir com as armas da violência, mas com a força da nossa palavra, da nossa presença, com a força da nossa coragem”, ensinou. No final da celebração, todas as mulheres negras foram convidadas a ficar perto do presidente da Celebração antes da bênção final. Frei Augusto Luiz Gabriel e Moacir Beggo Comunicações Maio de 2018
321
Fraternidades
D
PVF: TEMPO DE AGRADECER
urante o mês de março, o P r ó - Vo c a ções e Missões Franciscanas fez visitas às Fraternidades que nos acolhem, para convidar o povo a nos ajudar com sua generosidade e partilha. Entre os dias 06 a 11 de março estivemos na Fraternidade São Luiz Gonzaga de Xaxim/SC. Fomos acolhidos benignamente pelos confrades e o povo atendeu ao convite: seja um benfeitor franciscano. Nosso agradecimento aos freis, às lideranças e ao povo pela recepção sempre carinhosa nesta cidade, coração verde do Oeste Catarinense. Na semana seguinte, entre os dias 13 e 18 de março, nossa missão foi juntos aos confrades da cidade de Pato Branco/ PR. Naquele lugar, como de costume, o povo nos recebeu muito bem e fomos surpreendidos com uma bela aceitação dos munícipes e paroquianos de São Pedro, onde mais de cem inscrições foram realizadas e estes corações generosos vão nos ajudar para que naquela região as famílias sejam abençoadas com bênçãos de paz e bem. Dona Eolita Tonelli, que é benfeitora franciscana, me encontrou e disse: “Frei Xandão, somos felizes por ser benfeitores franciscanos, falamos para as pessoas que além de rezar pelas vocações, temos de ajudar financeiramente
322
Comunicações Maio de 2018
na manutenção dos seminários e casa de formação dos franciscanos. E completou: somos agradecidos pelos franciscanos de nossa Paróquia”. Nosso agradecimento aos frades e paroquianos por estes dias de convivência e aprendizado junto ao povo de Pato Branco.
Entre os dias 19 a 26 do terceiro mês deste ano marcamos presença juntos aos frades e paroquianos da Paróquia São Francisco de Chopinzinho/PR. Esta semana em especial foi marcada por uma experiência diferente, onde não só realizamos as visitas para convidar o povo a ser benfeitor, mais a partir da dinâmica do cultivo da semente, refletimos com o povo sobre as vocações. A celebração era toda voltada para este tema, com leituras, preces dos fiéis, procissão das oferendas e orações próprias sobre vocação. E o tempo no campo era o da colheita dos grãos de soja. Então, tudo combinou para trazermos estes elementos também para a ação de graças que celebramos nestes dias. Nosso agradecimento especial a Frei Ângelo Vanazzi pela organização desta visita do Pró-Vocações à comunidade de Chopinzinho/PR. Nossas próximas atividades serão comunicadas em um novo boletim on-line. Todavia em maio visitaremos as cidades de Gaspar, Blumenau, Florianópolis e Ituporanga, no querido e acolhedor estado de Santa Catarina. Até a próxima e muito obrigado por tudo, meus amados irmãos e confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. Frei Alexandre Rohling
Fraternidades ARTIGO
N
Espírito Santo e Maria um místico casamento
o mês de maio, o Hemisfério Norte está em plena primavera e num exuberante renascer da natureza. É a mãe terra que, prodigamente, gera vida, após o rigor do frio e da neve. Segundo a mitologia romana e grega, as deusas “De Bona e Maya” são as genitoras do “mês de maio”. São símbolo da fertilidade, tanto humana como dos animais. Por isso, fazem sentido os corolários “mês das noivas”, “mês das mães”, “mês de Maria”. Mais ainda, se olharmos as datas comemorativas, podemos perceber sua relação com a vida: Dia do Sol (03), da Energia (14), da Diversidade Biológica (22), Dia Internacional do Trabalhador (01) e da Família (15), Dia da Cruz Vermelha (08) e do Enfermeiro (12), e outros. No campo religioso, além do cunho “Mês de Maria”, é em maio que, normalmente, se celebra Pentecostes, 50 dias após a Páscoa. Lendo as entrelinhas dos textos bíblicos, podemos ponderar que há um contínuo e místico casamento entre o Espírito Santo e Maria. Senão, vejamos! A Bíblia menciona Maria, pela primeira vez, na Anunciação (Lc 1,2638) e, a última vez, em Pentecostes (cf. At 1,12-15). Os dois textos citam, explicitamente, o Espírito Santo e Maria. Na Anunciação, ela fica em dúvida e pergunta: como pode acontecer que uma mulher seja mãe e virgem ao mesmo tempo (cf. Lc 1,34)?! O anjo lhe assegura “Não temas, Maria! O Espírito Santo virá sobre ti e a força do
Altíssimo te cobrirá com sua sombra” (Lc 1,35). Foi o Espírito Santo que gestou Jesus em Maria, diz o anjo a José (cf. Mt 1,20). Ambos acreditaram e, é por isso que Isabel, cheia do Espírito Santo, pôde exclamar “Bendita és tu que acreditaste” (cf. Lc 1,41-45). Se, de um lado a “fé remove montanhas”, de outro, não exclui as provações. Parafraseando o Cântico dos Cânticos que pergunta “Quem é esta que sobe do deserto, apoiada em seu amado” (Ct 8,5)? Podemos dizer que o Espírito Santo é o esposo que protege Maria com sua “sombra” e a ampara nas delicadas situações pelas quais passou. Foram uma verdadeira “via crucis”!
Deve ter sido angustiante a fuga para o Egito a fim de proteger o Filho das ameaças de morte, planejadas pelo sanguinário Herodes (Mt 2,1623)! Seu coração deve ter ficado inquieto quando o povo O abandonou e não andava mais com Ele (Jo 6,60-66) porque ensinava: “Eu sou o pão vivo descido do céu. O pão que darei é a minha carne para a vida do mundo” (Jo 6,51)! Deverá ter sofrido muito, ao acompanhar os últimos momentos da vida de seu Filho: perseguição -prisão-morte, sentenciadas pelas lideranças políticas e religiosas, juntamente, com desprezo, humilhações e provocações! Porém, foi uma mulher forte e corajosa que ficou, de pé, junto à cruz, solidarizando-se com seu Filho. É a “espada de dor” que o velho Simeão lhe profetizou (Lc 2,35)! Qual terá sido a maior felicidade de Maria?! Numa ocasião, enquanto Jesus pregava, uma mulher gritou do meio da multidão: “Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram”. Ele respondeu: “Antes, felizes os que ouvem a Palavra e a praticam” (Lc 11,27-28). Maria recebeu um duplo elogio: mãe e discípula! De fato, do começo ao fim, Maria fez-se mãe e discípula de Jesus, como também, do começo ao fim, fez-se atenta ao sopro do Espírito Santo que sopra onde, quando e como quer. Feliz quem O percebe e deixa-se guiar por Ele! É como um “místico casamento” que nada poderá romper. Frei Luiz Iakovacz Comunicações Maio de 2018
323
Fraternidades Notícias de angola
A OFS em Malange
S
egundo o Livro de Ata da OFS, o início aconteceu em agosto de 1994, sob a orientação de Frei Simão Laginski. As reuniões se sucederam até o final do ano, com a presença de aproximadamente trinta pessoas. De janeiro a maio de 1995, Frei Simão precisou ausentar-se para cuidar da saúde. Nesse período, o número decaiu, mas, em junho, quando retornou, começou a crescer. Nos meses de novembro e dezembro, Frei Alberto Beckhaüser, assistente Nacional da OFS no Brasil, apoiou e a implantou. Frei Valdir Nunes foi escolhido como assistente e elegeuse um conselho provisório para uma melhor organização. Em 1996, os encontros “eram habituais”, dizem as Atas, mas não citavam os temas, nem o número de membros. Em janeiro de 1997, regis-
324
Comunicações Maio de 2018
tra-se que oito estavam no “segundo ano de formação” e três, na inicial. Em 2000, há a retomada dos dois encontros mensais. Em setembro, a OFS era composta de “sete membros professos” e três na formação inicial.
Até 2014, nada é registrado em ata, mas, sem dúvida aconteceram os encontros. Além dos já citados assistentes, outros frades a acompanharam: Frei Hermenegildo Pereira, Frei Genildo Provin, Irmã Celeste (FMM). Neste mesmo ano, Frei Miguel da Cruz recompôs o grupo com dezesseis membros, mas não há registros em ata. Em 2015, com sua transferência para o Brasil, Frei Luiz Iakovacz assumiu a formação, mantendo os dois encontros mensais. As reflexões eram feitas a partir das datas biográficas de Francisco (cf. Escritos, p. 45 – 53), complementadas com as biografias. Em 1º de maio de 2016, com a presença do Ministro Nacional Nkanu Kiala, os dezesseis membros foram admitidos para o “Tempo de Formação”. Nele estudou-se a Regra, aprovada por Paulo VI em 1978. No dia 15 de abril de 2018, onze destes dezesseis membros, fizeram sua Primeira Profissão. Novamente, esteve presente o Ministro Nacional, Sr. Kiala, acompanhado de Frei Joaquim Ribeiro, assistente nacional da OFS e JUFRA, juntamente com dois membros do seu Conselho. A celebração foi expressiva, prolongando-se com um típico almoço angolano. Neste mesmo dia, quatro novos membros foram admitidos para a Formação Inicial. Como diz Tomás de Celano, que tudo seja “em louvor de Cristo, amém”.
Evangelização
C
TROTE SOLIDÁRIO NA FAE
alouros e veteranos atuaram na ação que ajudou muitas crianças atendidas por instituições de caridade e de ensino O Trote Solidário 2018 da FAE Centro Universitário bateu o recorde de arrecadação de donativos e contou com a participação de calouros de Curitiba e de São José dos Pinhais, no Paraná. A ação também teve grande participação dos veteranos e mostrou como o Trote Solidário já se tornou uma data bastante esperada e de muita integração entre os estudantes, promovendo solidariedade, união e alegria. Frei Gabriel Vargas Dias Alves, responsável pelas Pastorais do Grupo Educacional Bom Jesus, destacou “a consciência de equipe e o espírito franciscano presente nos jovens calouros, que se dedicaram a uma causa maior”. Em Curitiba, a iniciativa arrecadou mais de cinco mil chocolates e reuniu os alunos no anfiteatro da FAE para divulgar, parabenizar e
celebrar o resultado. Estiveram presentes a coordenadora e o representante da Pastoral da unidade, Rita de Cássia Marques Kleinke e Wellington Minoru Kihara, respectivamente. Nicole Bolfe, caloura do curso de Direito, foi uma das líderes da sua turma, campeã na arrecadação. Animada, ela conta que os alunos elaboraram uma rifa, montaram grupos em redes sociais e mobilizaram seus grupos de amigos para ajudar a conseguir a maior quantidade possível de chocolate. E deu certo: “no começo estávamos meio perdidos, mas os veteranos nos deram a dica de fazer uma rifa. Assim incentivamos amigos, colegas de classe e até familiares”, relata a aluna. Já em São José dos Pinhas, o Trote Solidário arrecadou mais de 500 caixas de chocolates e convidou os alunos a partilhar o espírito de fraternidade e doação revitalizando parte da Escola Municipal Jornalista Arnaldo Alves da Cruz e do CMEI da comunidade Vila Pantanal. O
responsável pela Pastoral na FAE São José dos Pinhais, Gilmar da Conceição José, coordenou a atividade. Os doces vão trazer mais alegria para a Páscoa de muitas crianças atendidas pelas seguintes instituições: Associação Padre João Ceconello; Associação Nossa Senhora do Monte Claro; ONG Minha Vida Mudou; Grupo Resgate; CMEI Vila Pantanal; Escola Municipal Jornalista Arnaldo Alves da Cruz; Casa de Repouso São José; CMEI Cidade Jardim Patronato; Escola Estadual Rosa Frederica Johnson; Pequeno Cotolengo; João Paulo II; Pastoral Familiar de Piraquara; Centro de Educação João Paulo II; Instituto Palazzolo e Irmãs dos Pobres. De acordo com o responsável pelo programa FAE Social, Frei Claudino Gilz, “o engajamento de calouros e de veteranos é motivo de alegria para a comunidade acadêmica, que observa a continuidade do trabalho educacional com base nos valores humanos”.
Comunicações Maio de 2018
325
Evangelização
Jovens vão à luta e Educafro chega à Ferraria
U
m post no Facebook anteontem, 2 de abril, mostrava a alegria de Mariana Rogoski com o início das atividades da Educafro (Educação e Cidadania de afrodescendentes e carentes) no bairro da Ferraria, periferia de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba (PR). “Hoje plantamos a semente!”, celebrava Mariana ao ver a sala com 31 alunos e já com uma lista de espera para alunos que serão chamados conforme abertura de vagas. “Sonho se realizando: fazer acontecer no meio da nossa realidade, 31 jovens de baixa renda tendo acesso à educação e com possibilidade de transformar a sua realidade! Minha gratidão a todos os envolvidos, em especial aos professores voluntários, eterna gratidão!”, dizia Mariana, uma liderança no trabalho com jovens e nos eventos ligados à juventude promovidos pela Província da Imaculada Conceição do Brasil.
326
Comunicações Maio de 2018
Esse “sonho” nasceu quando Mariana e Patrik Doka se hospedaram no Convento São Francisco durante passagem por São Paulo por ocasião do Curso de Verão do CESEEP (Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular), em janeiro de 2018. No Convento, no centro de São Paulo, conheceram Frei Davi Raimundo dos Santos, o fundador e representante da Educafro (Educação e Cidadania de afrodescendentes e carentes), rede de
Mariana Rogoski
cursinhos comunitários pré-vestibular, que tem por objetivo reunir pessoas voluntárias, solidárias e beneficiárias desta causa, que lutam pela inclusão de negros, em especial, e pobres, nas universidades públicas, prioritariamente, ou em uma universidade particular com bolsa de estudos. “Ficamos encantados com o projeto e o quanto estava alinhado com os princípios do Evangelho, na promoção dos mais necessitados e excluídos. Neste caso, por meio da Educação. Eu e o Patrik crescemos no bairro da Ferraria, periferia de Campo Largo, uma realidade pobre com difícil acesso à educação e com alto índice de criminalidade e mortalidade entre os jovens. Participamos de Grupo de Jovens da região e, desde 2014, participamos dos eventos ligados à juventude promovidos pela Província da Imaculada Conceição do Brasil, o que fez abrirmos os olhos e o pensamento para a realidade socio-
Evangelização
econômica do país, onde é necessária nossa atuação como protagonistas de uma nova realidade em nosso meio”, explicou Mariana, que junto com Frei Diego Atalino de Melo, embarcará no dia 15 de maio para Roma, onde vão participar e falar deste trabalho com a juventude brasileira, representando os ramos franciscanos no Encontro dos Superiores Gerais de todas as Ordens. Segundo Mariana, no bairro da Ferraria, poucos jovens procuravam as universidades após terminar o Ensino Médio, algumas vezes por ser um sonho muito distante da realidade deles, outras tantas por não possuírem condições financeiras. “Ao conhecer o modelo da Educafro, vislumbra-
mos a possibilidade de ajudar de alguma forma os jovens daquela região a realizarem seus sonhos, e com isso, passar por uma transformação social local”, contou. Depois de trocas de contatos com Frei Davi, a aproximação ficou mais fácil porque a Educafro estava vindo para Curitiba. “Neste momento das primeiras trocas de informação, o Doka foi o responsável por interagir com o Frei David e com a Suelen Queiroz, coordenadora da Educafro Paraná. Ele participou das primeiras reuniões e me chamou para ajudar na coordenação administrativa. Meu marido Maurício Bernz, participando também de todos esses momentos, topou ajudar na
coordenação pedagógica”, informou Mariana, que tiveram apoio do diretor do Colégio Estadual Prof. Edithe, Rafael Hauer, para usar as instalações da região na criação do primeiro núcleo do cursinho. “Frei Davi veio conhecer a sede e iniciamos de fato o projeto”, acrescentou Mariana. Através das redes sociais, conta Mariana, conseguiram os professores voluntários para todas as disciplinas. “Muita gente entrou em contato porque achou excelente o projeto e queria fazer parte de alguma forma. Conseguimos merenda para os alunos, material para cópia doados pelo colégio, além de uma sala de aula exclusiva para uso do cursinho. Em consonância com a estrutura do cursinho, o material de apoio usado pelos professores será o Sistema Poliedro de Ensino. Fizemos a divulgação em sala de aula para os alunos do terceirão e via rede social para a comunidade em geral. E o resultado foi positivo. Alunos não só de Ferraria, mas de outros bairros e de várias faixas etárias. Era um sinal de que as pessoas em geral acreditavam no sonho do Ensino Superior”, comemorou Mariana. “Senti que estou participando de algo grande, de um projeto que muda realidades. Muito feliz por estar envolvido”, completou Doka. Moacir Beggo
Comunicações Maio de 2018
327
Evangelização
Vida longa ao canto coral Cerimônia tradicional de investidura marca entrada de novas integrantes no Coral das Meninas dos Canarinhos de Petrópolis
D
ez meninas. Dez novas vozes. Dez famílias que se unem à família Canarinhos de Petrópolis para, mais uma vez, dar vida longa
328
Comunicações Maio de 2018
ao canto coral na cidade. O ingresso oficial das cantoras ao Coral das Meninas dos Canarinhos de Petrópolis ocorreu na tradicional cerimônia de investidura, realizada no domingo 8 de abril. A nova formação do grupo vocal passa a contar com 67 meninas no ano em que comemora três décadas de existência. O maestro Marcelo Vizani acredita na perpetuação do coro graças ao interesse das meninas de Petrópolis: “Este é um momento muito
importante, porque ter novas meninas entrando no coral é sinônimo de continuidade e longevidade do canto coral não só em Petrópolis como no Brasil. O fato da juventude buscar cada vez menos atividades culturais, sempre será uma preocupação. E aqui nós temos as bênçãos do céu de ter sempre meninas com disposição de estarem conosco fazendo o nosso canto na liturgia e os ensaios três vezes por semana”, avalia.
Evangelização
Reconhecimento Instituto Canarinhos ganha Prêmio Guerra-Peixe O Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis (IMCP) foi um dos agraciados do Prêmio Guerra-Peixe, em cerimônia realizada na última terça-feira (10) em Petrópolis. A instituição foi premiada na categoria Música Erudita, com o Concerto “500 anos da Reforma Protestante”. Ao longo das nove edições do evento, o Coral dos Canarinhos foi premiado outras duas vezes, em 2010 e em 2017, com o oratório “A Paixão Segundo São João”, que contou com a participação também do Coral das Meninas dos Canarinhos de Petrópolis e da Orquestra Filarmônica de Petrópolis. O maestro Marco Aurélio Lischt, diretor artístico do IMCP, comemoEsse momento marca uma nova fase na vida das meninas, que estudaram durante um ano no Curso de Aprendizes antes de ingressarem no coro feminino. Durante a investidura, que começou com a celebração da missa, as meninas entraram acompanhadas por seus padrinhos e madrinhas, e receberam as pastas do grupo vocal para, assim, passar a ser oficialmente do coro. Para encerrar, todas cantaram juntas a primeira música com a nova formação. “A cerimônia de recepção é um momento de muita alegria, uma celebração coberta de simbolismo. É uma forma de dar continuidade a essa atividade, que rezamos para que seja ininterrupta. Toda essa ce-
rou a conquista e descreveu a importância de receber a premiação. “Este é um reconhecimento de um trabalho de longa data, em que procuramos sempre dar o melhor da nossa arte. Esperamos que a cultura, a música e as artes plásticas de Petrópolis só cresçam; que todas as formas de artes na cidade sejam bem administradas por todos e muito bem apresentadas, mostrando que Petrópolis é um berço de artistas e que vale a pena prestarmos atenção”. Na foto, Frei Marcos, a coordenadora do Instituto, Rose de Mello, e o maestro Marco Aurélio Lischt comemoram o prêmio.
rimônia também faz com que elas reflitam sobre seu papel cantando na liturgia e o bem que fazem para a comunidade”, declarou Vizani. O Coral das Meninas dos Canarinhos passa a contar com Ana Clara Rabah Bordalo Zanotto,Ana Julia Salerno Sampaio, Catarina Rodrigues França Ribeiro, Eliza Zanatta Manangão Correa Diniz, Gabrielle Schanuel Rabello Corrêa, Giovanna de Barros Aleixo, Leticia Colombo Ninhaus, Leticia Oliveira Hansen, Manuela Rocha Barbosa e Maria Eduarda Dutra de Paula Pinto. Mais informações: Facebook e site www.canarinhos.com.br. Assessoria de Imprensa do IMCP Comunicações Maio de 2018
329
Evangelização sefras
CRAI participa do Colóquio Internacional de Pesquisas e Estudos Migratórios
O
Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes (CRAI) participou entre os dias 12 e 14 de abril do Colóquio Internacional de Pesquisas e Estudos Migratórios, realizado na Universidade Estadual de Londrina (UEL). O encontro teve como objetivo discutir sobre “Imigração e Políticas Públicas: experiências de intervenção”. Durante a reunião, a assistente
social do CRAI, Elayne Sartori, falou institucionalmente sobre o trabalho desenvolvido pelo serviço. “Temos muitos desafios pela frente, porém já conseguimos diversos avanços na área de serviço social referente à migração e vamos continuar na luta para que mais direitos sejam conquistados”, frisou. O encontro é um espaço para promover a socialização dos estudos e pesquisas sobre os fluxos migratórios e migrações internacionais; ampliar
a discussão da temática no interior do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Política Social (UEL); consolidar a Linha de Pesquisa “Gestão de Políticas Sociais” do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Política Social (UEL); fortalecer a cooperação acadêmica entre Instituições de Ensino Superior Nacionais e Internacionais; propiciar diálogo com profissionais das políticas sociais de seguridade social acerca dos imigrantes enquanto público alvo dessas políticas; oportunizar aproximação entre pesquisadores e imigrantes. O Colóquio é uma iniciativa do Departamento de Serviço Social do CESA, em parceria com o Programa de Pós-graduação em Serviço Social e Política Social, com organização do Grupo de Pesquisa do CNPq “Serviço Social e Saúde: formação e exercício profissional” (UEL), da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) e Universidade Nova de Lisboa - Instituto de Higiene e Medicina Tropical (Lisboa).
comemorações pelo Dia Mundial da Saúde
O
dia 7 de abril é o Dia Mundial da Saúde. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) esta data tem como objetivo espalhar de forma global a consciência do cuidado pessoal com a saúde, mas, também, é dia de lembrar que “o mais alto padrão de saúde possível é um dos direitos fundamentais de qualquer ser humano, sem distinção de raça, religião, crença política, condição econômica ou social”. Para comemorar esta data, o Sefras promoveu em seus serviços diversas atividades de conscientização e promoção da saúde entre trabalhadores, participantes e comunidades. Alan Costa
330
Comunicações Maio de 2018
Evangelização
frei gilberto é condecorado com o mérito ABMES da educação superior
O
Reitor da Universidade São Francisco (USF), Frei Gilberto Garcia, recebeu no dia 10 de abril, em Brasília, a outorga do Mérito da Associação Brasileira de Mantenedora de Ensino Superior (ABMES). A Ordem do Mérito trata-se de uma honraria que tem como objetivo agraciar personalidades que se destacam no exercício de suas funções, demonstrando fortes valores, contribuindo para o desenvolvimento da educação e da sociedade como um todo. Além do reitor da USF, o diretor presidente da ABMES, Janguiê Diniz, Grão-Cruz da Ordem do Mérito ABMES da Educação Superior, também condecorou o Ministro da Educação, José Mendonça Bezerra Filho e o Secretário da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres/MEC), Henrique Sartori de Almeida Prado. Durante o pronunciamento, o Grão-mestre da Ordem do Mérito ABMES da Educação Superior e diretor presidente da Associação, Janguiê Diniz, ressaltou a honra e a responsabilidade conferidas pela condecoração. “Quero dizer-lhes que, assim como os elementos que compõem a medalha que os senhores receberão, desejo que suas vidas sigam sendo pautadas por aspectos como mente elevada, honra e luta por interesses coletivos. A ABMES e a sociedade brasileira contam com os senhores para que conquistemos uma nação mais educada, justa e promissora para todos os que aqui vivem”. Em seu pronunciamento, o reitor da USF e conselheiro do Conselho Nacional de Educação (CNE), Frei Gilberto Garcia, falou da honra por receber a comenda nesta que foi a primeira condecoração conferida pela Ordem do Mérito ABMES da Educação Superior. “É uma grande honra, para mim, ser merecedor dessa honraria”. Garcia ressaltou, ainda, o desafio de encontrar o equilíbrio entre os papeis de militante da educação e de agente da política pública quando se chega a um órgão como o CNE. “Eu não cheguei ao conselho sozinho, mas com muitos colaboradores que me acompanharam nessa trajetória. Poder participar do mais alto conselho da educação brasileira e colaborar com as políticas de educação era um grande desafio. A vontade de chegar a esse conselho, a paixão que está no miolo da discussão da política pública é algo muito gratificante”, afirmou. Comunicações Maio de 2018
331
A H EN P FESTA DA
8 1 0 2
332
Comunicações Maio de 2018
! l a i c e p s e o ã ç i d E
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil NOTÍCIAS DA REUNIÃO DO DEFINITÓRIO PROVINCIAL
A
Agudos, 12 e 13 de abril de 2018
reunião do Definitório Provincial, estritamente falando, deu-se nos dias 12 e 13 de abril. Porém, os Definidores se fizeram presentes em vários encontros que já no dia 10 aconteceram em Agudos.
1) Reunião dos guardiães e coordenadores das Fraternidades
Com a presença do Visitador Geral, Frei Miguel Kleinhans, às 8h00 do dia 10 de abril, na capela central do Seminário de Agudos, iniciou-se a reunião dos guardiães e coordenadores com a Celebração Eucarística, presidida por Frei Fidêncio, Ministro Provincial e Moderador da Formação Permanente. O Evangelho do encontro de Jesus com Nicodemos levou o celebrante, na homilia, a interpelar os guardiães a um novo “nascimento”, a uma nova vida, uma nova compreensão, um novo projeto, lembrando que só a partir do mistério da Cruz e da abertura ao Espírito do Senhor é que a imprescindível missão dos guardiães poderá trazer algo de novo na animação da vida das Fraternidades. Frei Fidêncio enfatizou que os guardiães são os formadores da Província por excelência. 1º dia: Formação Permanente Às 9h00, na sala capitular, Frei Fidêncio abordou dois textos por ele preparados para a reunião, presentes na pasta de cada participante. O primeiro tinha por tema: “Guardião: animador da Formação Permanente”. Passando pelas Constituições Gerais da Ordem, pelos Escritos de São Francisco e por outros textos das Fontes Franciscanas, Frei Fidêncio tratou não apenas das principais incumbências do guardião, mas sobretudo da sua tarefa primordial, na qual entra em jogo o verbo servir. Ou seja, a “autoridade” do guardião passa pelo exercício do lava-pés. O segundo texto tinha por título: “O que Deus está pedindo hoje para nós”. Nele Frei Fidêncio faz referência a várias admoestações feitas pelo Ministro Geral Frei Michael Perry no recente encontro do Definitório Geral com os Ministros e Custódios da Conferência Brasileira e do Cone Sul, em São Paulo. Fica evidente a necessidade de focarmos mais em nosso carisma, nos valores “não negociáveis” que potencializam a razão de ser de nossa vida franciscana na Igreja e no mundo de tantas relativizações. Foram apontados: sinais de renovação e desafios; necessidade de recuperar o sentido de pertença; importância da renovação de nossa identidade Comunicações Maio de 2018
333
Definitório Provincial carismática e evangélica, que hoje deve ser trinitária, “sacramental”, peregrina e libertadora. (Certamente os guardiães e coordenadores promoverão, junto às fraternidades, reflexão partilhada com base nos dois textos). Partilha Abrindo o período da tarde, às 14h30, alguns secretários expuseram, em plenário, o resultado da partilha realizada em grupos, no final da manhã, após as exposições de Frei Fidêncio. Recolhemos algumas colocações: 1. Estarmos juntos, em uma reunião como a dos guardiães, ajuda a alimentar o senso de pertença. 2. A dimensão trinitária de nossa vida deveria nos levar à superação de formas de individualismo. 3. Desafio que as fraternidades enfrentam: não limitar-se ao mínimo necessário; às vezes somos muito funcionais, e paramos nisso; falta algo mais. 4. É preciso apostar mais nos pilares que norteiam nossa vida. 5. O exercício de compor o Projeto Fraterno de Vida e Missão das fraternidades ajuda a levar a vida adiante, com mais qualidade. 6. O guardião, não obstante suas fragilidades, muitas vezes tem que desempenhar o papel de um “gestor de recursos humanos”, administrando inclusive tensões. 7. O guardião tem sempre a tarefa de buscar a harmonia na diversidade, valorizando as potencialidades dos confrades. 8. É essencial a nota de itinerância de nossa vida. Na época do Capítulo Provincial, por exemplo, é importante que sejam itinerantes tanto os que são transferidos como os que permanecem nas fraternidades. Esses últimos, no sentido de não “travarem” o sopro novo de fraternidade, apegados a usos passados ou a certos costumes do tipo “sempre foi assim”. Por outro lado, no caso de uma paróquia, por exemplo, é importante respeitar a caminhada eclesial, e não agir com truculência ou precipitação. 9. Fala-se muito que os guardiães cuidam dos confrades, e, segundo nossa espiritualidade, eles têm função maternal. Mas perguntou-se: E quem cuida dos guardiães? Eles também têm seus problemas e necessidades. Nesse sentido, não só o Ministro e seu Definitório deveriam cuidar dos guardiães, mas, de alguma forma, as próprias fraternidades, os confrades, e os guardiães eles mesmos, na medida em que se disponham a procurar ajuda. 10. O clericalismo é um problema que afeta a Ordem, assim como afeta toda a Igreja. Nossa vida e formação ainda é muito voltada para o ser padre, com resquícios fortes do passado recente. E, no acento ao ser padre, há ainda o acento ao ser pároco, ou a alguma outra função hierárquica, com o risco sempre presente de passar da
334
Comunicações Maio de 2018
ministerialidade para o centralismo e os benesses de poder. 11. Questionou-se como formar jovens confrades para uma vida de fé profunda e não para uma espécie de estética religiosa, exterior e inconsistente, muito em voga em certos meios eclesiais de hoje. 12. Comentou-se que nas fraternidades, em geral, os confrades “brigam”, discutem e reclamam de várias coisas, mas quase ninguém “briga” pelos valores essenciais do carisma: oração, leitura orante, entusiasmo apostólico, vida fraterna, modéstia no uso das coisas e do dinheiro, etc. 13. O guardião é o frade do realismo franciscano, no sentido de que ele tem que traduzir, e, de alguma forma, organizar plausivelmente na fraternidade aquilo que são os ideais que nos são propostos. 14. Há dificuldades relacionadas à questão da fé e da falta de uma decisão ou redecisão vocacional que comprometa, de fato, a vida e os melhores esforços. Decorre daí, não raro, descontentamentos, mágoas, “emperramentos” que parecem insuperáveis. 15. A experiência cristã de fundo (o seguimento do Cristo da kenosis) não é uma ideia, um saber, mas sim um modo de ser, que requer uma sempre renovada autodeterminação, uma decisão que ninguém “pode tomar no meu lugar”. É uma responsabilidade intransferível e inalienável. 16. Muitos guardiães sentem dificuldade de abordar confrades que não assumem o projeto da fraternidade. Faltam familiaridade e confiança. Sobra autonomia. 17. Não raro nosso trabalho e o nosso fazer nos define mais do que o nosso “ser frade”. Facilmente damos prioridade ao fazer e não ao conviver. Também a rotina nos envolve demais. A formação pessoal acaba ficando de lado. Frei Fidêncio, após o cafezinho, baseado no subsídio da Ordem “Administração Franciscana da Economia”, de 2014 (enviado já às fraternidades), expôs aos guardiães o tema “Como pensar franciscanamente a Economia”. Apresentou pressupostos evangélicos e franciscanos e também critérios para o uso transparente, solidário e ético dos nossos recursos econômicos, entre eles: transparência, rigor e legalidade. Frei Fidêncio ainda fez referência à Ratio Oeconomica da Província, aprovada no último Capítulo Provincial e publicada na mesma brochura em que foram publicados os Estatutos Particulares da Província, aprovados pelo mesmo Capítulo, em janeiro de 2016. 2º dia: reflexão e assuntos administrativos e financeiros Na primeira parte da manhã do dia 11, Frei Gustavo Medella trouxe aos presentes reflexão em torno das “Novas tecnologias:
Definitório Provincial potencialidades, riscos e prevenção”. Mostrou a evolução tecnológica das últimas décadas, a partir do advento da Internet. Apontou para as características da Rede (entre elas: velocidade, multifuncionalidade simultânea, tendência à superficialidade, dissolução de fronteiras em vários níveis, tensão entre o real e o virtual, entre o público e o privado). Chamou a atenção para os riscos pontencializados sobretudo pelas redes sociais: isolamento, promoção de contra-valores, empobrecimento da visão de mundo, fake news. Deu orientações sobre como fazer uso seguro dessas redes e, por fim, apontou para a potencialidade evangelizadora que deve ser valorizada e estar presente também no ambiente da Internet, em vista de se promover a cultura do encontro e do cuidado; de se construir comunhão; de chamar e conscientizar para o cuidado e respeito para com a Criação, etc. No uso das novas tecnologias não pode faltar o senso crítico e de discernimento. Após o cafezinho, Frei Alvaci Mendes da Luz falou aos guardiães sobre o Pró-Vocações, que já completa 32 anos de implantação na Província. Relembrou os objetivos desse órgão de captação de recursos para a manutenção das casas de formação. Mostrou que vem caindo o número de benfeitores (por uma série de motivos!), apresentou as dificuldades burocráticas e financeiras na emissão de boletos bancários, e pediu aos guardiães e coordenadores que ajudem num “mutirão”, em suas próprias realidades, para se conseguir o CPF dos atuais benfeitores, sem o qual não é mais possível emitir boleto. Frei Alvaci deixou claro também que faltam frades para o serviço, sobretudo para alavancar as campanhas nas fraternidades e paróquias da Província, no contato pessoal e mais próximo com os possíveis benfeitores. Balanço contábil da Província e plano de saúde Às 14h30, Frei Mário Tagliari e Adriel Moura apresentaram o balanço contábil e financeiro da Província do exercício 2017, destacando alguns pontos principais: 1) O balanço contempla a contabilidade de todos os meses do exercício passado, e de todas as fraternidades, o que não acontecia há vários anos; 2) Há dificuldade, no momento, de negociar melhores aplicações junto aos bancos; 3) Entre as maiores fontes de receita, protagonizam os aluguéis; 4) Foi destacado mais uma vez o perigo de se emitir cheque ou se fazer pagamento com cartão de crédito, sem a comprovação com documentos hábeis para a contabilidade. A não observância dessa obrigação colocaria a Província no risco de perder a imunidade tributária, o que seria muito desastroso. O balanço foi aprovado pelos presentes, por unanimidade. Frei Carlos J. Körber, em nome do Conselho Fiscal, leu o relatório da reunião em que foi apreciado o balanço da Província, no dia 5 de abril. Em um segundo momento da tarde, após o cafezinho, Frei Mário informou que a UNIMED Jaboticabal aceitou renovar o contrato de plano de saúde com a Província por mais um ano, o que será feito em maio. Vários guardiães mostraram-se satis-
feitos com o atendimento e cobertura da UNIMED. Há dificuldades, no entanto, em ao menos parte de Santa Catarina. Lá, até maio, algumas fraternidades deverão decidir incluir-se ou não no plano da UNIMED, pois, no momento, estão inscritas em outro Plano mais regionalizado. Às 17h30, Frei Fidêncio agradeceu ao guardião, Frei James Neto, pela prestimosa acolhida, e a todos os guardiães e coordenadores, salientando o “bom espírito” que se pôde perceber durante os dois dias de reunião. Após o canto Regina Coeli, Frei Fidêncio, encerrando o encontro, invocou a bênção de Deus sobre os confrades.
2) Reunião com os coordenadores dos Regionais
Às 20h00 do dia 10, Frei Fidêncio acolheu, agradecido, os coordenadores regionais para a última reunião antes do Capítulo Provincial de novembro próximo. Boa parte deles já se encontrava em Agudos para a reunião dos guardiães e coordenadores das fraternidades. Assuntos discutidos: 1. Reconfiguração/redimensionamento dos Regionais. Voltou-se a comentar a viabilidade de uma reconfiguração dos Regionais. Alguns mostram-se enfraquecidos, com muito poucas fraternidades, às vezes geograficamente muito distantes. Propôs-se que ao invés de 3 encontros anuais (mais o recreativo), haja apenas um encontro no primeiro semestre e outro no segundo semestre, com duração mais prolongada, em vista de maior tempo de convivência e de reflexão. Atualmente já há Regionais que se juntam para fazer o retiro anual e mesmo para o encontro recreativo. Há Regionais que se entreajudam em questões pastorais. 2. Comentou-se que nos últimos anos tem havido uma linha comum de reflexão proposta aos Regionais, com base, sobretudo, nos documentos da Ordem, nos documentos e falas do Papa Francisco, nos documentos da própria Província. 3. Comentou-se também que tem sido positivo, em alguns Regionais, o envio prévio, aos participantes, da pauta e programação do encontro. Os coordenadores também deram sugestões sobre a organização dos retiros provinciais do ano corrente, tendo em vista, inclusive, que o Capítulo Provincial será iniciado com um ou dois dias de retiro. Como subsídio principal foi sugerido que se aborde a recentíssima Exortação Apostólica do Papa Francisco Gaudete et exsultate, sobre o chamado à santidade no mundo atual.
3) Capítulo Provincial 2018 – instrumento de consulta – alteração
Seguindo sugestão dos coordenadores dos Regionais, reunidos em Agudos, foi alterado, um pouco, o percurso de refleComunicações Maio de 2018
335
Definitório Provincial xão a partir do instrumento de consulta enviado às fraternidades e aos Regionais. 1) No 1º encontro regional de 2018, houve a apresentação da proposta para estudo e trabalho nas fraternidades. 2) Depois houve (ou está havendo) a reflexão das Fraternidades em Capítulo Local. A síntese dessa reflexão não deverá ser enviada à Comissão Preparatória. 3) No 2º Encontro Regional, o resultado dos trabalhos nas fraternidades será apresentado nos Regionais e a síntese desta partilha deverá ser enviada à Comissão Preparatória (rodrigoofm@franciscanos.org.br - endereço de Frei Rodrigo Silva Santos, secretário da Comissão Preparatória) como contribuição dos Regionais, até o dia 31 de maio. Obs.: Nos Regionais em que o próximo encontro estiver marcado para depois de 31 de maio, os guardiães das fraternidades que os compõem, deverão se reunir, antes de 31 de maio, para fazer a síntese juntamente com o secretário regional.
Noviciado: São 20 noviços: 13 da Província e 7 da FIMDA. Houve uma mudança no horário da quarta-feira à tarde a fim de que Frei Pedro da Silva possa desenvolver melhor a formação litúrgica e musical dos noviços. Pós-noviciado - Filosofia: São 19 frades estudantes. José Vitor deixou a etapa ainda nos primeiros dias. Os trabalhos pastorais, neste ano, foram reestruturados. Há 4 grupos: um trabalha no hospital, outro no Sefras, outro nas paróquias, e outro na pastoral universitária. Teologia: há 20 frades estudantes; destes 9 são da Província (brasileiros). No ITF, neste ano, haverá três cursos de extensão: língua latina, canto gregoriano, história do canto gregoriano. Frei Josemberg Aranha, representando os frades estudantes, destacou que nos próximos dois anos não haverá frades estudantes da Província (brasileiros) finalizando o tempo da Teologia. Na FIMDA, neste ano, há 14 aspirantes, 10 postulantes, 7 noviços (Rodeio), 22 estudam Filosofia (Luanda) e 5 estudam Teologia (Petrópolis); 2 fazem o Ano Missionário.
4) Retiro anual - modalidades
6) Encontro provincial dos Frades Estudantes – programação
Neste ano capitular, a Formação Permanente oferecerá um retiro apenas. Em Rondinha, de 9 (chegada) a 13 (até o meio-dia) de julho. No entanto, o Definitório orienta que, por Regionais, sejam organizados outros retiros, assim como no Eremitério, em combinação com o guardião de Rodeio. No caso dos retiros por Regionais, é importante que sejam divulgadas as datas a todos os frades da Província, pois há os que, sendo de uma região, optam por fazer o retiro em outros Regionais.
5) Conselho de Formação e Estudos - notícias
Frei João Francisco apresentou aos Definidores um relato da reunião do Conselho de Formação e Estudos, ocorrida no dia 15 de março, em Rodeio. Foi estudado o ponto 3.2 do documento da Ordem “Ite, nunciate - uma formação que nasce da vida. O texto provocou reflexão sobre as novas maneiras de se fazer formação. Foi destacada a importância de se buscar o novo no dia a dia e de realizar de maneira nova até mesmo aquilo que já se está habituado a fazer. E isso vale também para a Formação Permanente. Algumas informações sobre as etapas: Ituporanga - seminário: A Fraternidade de Acolhimento Vocacional do Seminário recebeu 13 jovens para o Ensino Médio. O diferencial deste ano é que os estudos estão sendo realizados no Colégio Galileu, particular. Destaque para o ensino de qualidade que o colégio oferece, bem como as aulas de reforço oferecidas. Aspirantado: São 18 aspirantes, e 3 que ainda realizam o 3º ano do Ensino Médio. Postulantado: O ano iniciou com 9 postulantes. 2 desistiram no início da etapa; portanto, no momento, são 7.
336
Comunicações Maio de 2018
Os Definidores apreciaram a programação do Encontro dos Frades Estudantes, a acontecer de 1º a 5 de agosto de 2018, no Seminário de Agudos. Em vista de maior sintonia, o tema e o lema escolhidos para nortear o encontro são os mesmos do Capítulo Provincial próximo: Minoridade franciscana – lugar de encontro e comunhão (“Sejam chamados irmãos menores” - RnB 6,3). A programação foi pensada para favorecer o entrosamento entre os frades de profissão temporária e os de profissão solene das etapas de formação da Filosofia e Teologia, com momentos de oração, de reflexão, de partilha de vida e lazer. Assessores serão Frei João Francisco e Frei Gustavo Medella. Frei César presidirá a missa de encerramento do encontro.
7) 5º Capítulo das Esteiras Under Ten – programação e participantes
Em carta de 2 de março, o Ministro Geral Frei Michael Perry informa que o 5º Capítulo das Esteiras Under Ten acontecerá em Taizé, na França, de 7 a 14 de julho de 2019. 1. P ede que sejam escolhidos os delegados a serem enviados ao Capítulo; 2. C ada Província poderá enviar de 1 a 3 frades; 3. O s participantes deverão ter conhecimento suficiente de uma das línguas da Ordem e ter boa capacidade de comunicação e de organização;
Definitório Provincial 4. O nome dos frades delegados (e-mail, celular) deverá ser enviado (até 31 de abril de 2018) à Secretaria do Capítulo (segreteria@undertenofm.org). 5. A lém dos frades delegados, o Ministro deseja envolver todos os frades under ten da Ordem neste tempo de graça; o trabalho capitular se articulará em três momentos: pré-capítulo, capítulo, pós-capítulo, estruturados segundo o modelo: ver, julgar, agir. Pré-capítulo Deverá haver um evento pré-capitular para todos os frades under ten da Entidade (entre maio de 2018 a maio de 2019); o moderador da Formação Permanente ou o responsável pelos under ten deverão organizá-lo e coordená-lo. No pré-capítulo os frades serão convidados a ver os sinais de diálogo na própria história, no próprio país e na própria Entidade. Capítulo Os delegados participarão do Capítulo em Taizé (7 a 14 de julho de 2019) e serão ajudados a colher os critérios para julgar a realidade do diálogo, aprofundando os fundamentos de uma reflexão cristã e franciscana. Além disso, terão tempo reservado para compartilhar o que foi vivido nas suas respectivas Entidades. Pós-Capítulo Entre agosto e dezembro de 2019, deverão ser reunidos os frades under ten das Entidades para realizarem um evento póscapitular. O moderador da Formação Permanente ou o responsável pelos under ten serão responsáveis pela organização do encontro. No pós-capítulo os delegados capitulares serão convidados a partilhar as experiências vividas em Taizé, mas, sobretudo, todos os frades under ten completarão o último passo da reflexão no qual deverão ser feitas escolhas concretas para “atualizar” o evento celebrado (agir). Foram indicados para participar do Capítulo: Frei Rodrigo da Silva Santos, Frei Alisson Luís Zanetti e Frei Gustavo W. Medella.
8) Ordenações – passos a serem observados
Os Definidores insistem na importância de os confrades que almejam os ministérios ordenados seguirem um “protocolo” bem definido: 1) Pedido ao Definitório; 2) Aprovação; 3) Definição de data em combinação com o Serviço de Animação Vocacional. Quanto ao Diaconato, mais particularmente, o Definitório pede que, sempre que possível, a ordenação seja realizada no tempo da Teologia, e em conjunto, no caso de mais de um ordenando.
9) FAVs – fraternidades designadas
Neste ano, as fraternidades que se dispuseram a ser FAV são as seguintes:
1. A gudos – 3 aspirantes – responsável: Frei Carlos Pierezan 2. C olatina – 2 aspirantes – responsável: Frei José Raimundo 3. G aspar – 2 aspirantes – responsável: Frei Paulijacson P. Moura 4. R io de Janeiro – Largo da Carioca – 3 aspirantes – responsável: Frei Róger Brunorio 5. S anto Amaro da Imperatriz – 2 aspirantes – responsável: Frei Nilton Decker 6. S ão Paulo - São Francisco - 3 aspirantes – responsável: Frei Vanilton A. Leme 7. S orocaba - 3 aspirantes – responsável: Frei Gilberto G. Piscitelli
10) Conselho de Evangelização - notícias
Frei César apresentou aos Definidores um relato sobre a reunião do Conselho de Evangelização da Província, que aconteceu no dia 20 de março, no Largo São Francisco, em São Paulo. Na abertura do encontro, às 9h00, Frei Fidêncio motivou: “Que no encontro de hoje tenhamos em mente a pergunta posta pela comissão preparatória do Capítulo Provincial: se nossas Frentes de Evangelização estão sendo testemunhas da fraternidade e da minoridade. E como as prioridades do sexênio têm animado nossas Frentes como “Igreja em saída”. A dimensão Social da Evangelização – Evangelii Gaudium Na ocasião do encontro dos Ministros e Custódios da Conferência Brasileira e do Cone Sul, ocorrida em fevereiro deste ano, o Ministro Geral Frei Michael Perry refletiu sobre a seguinte questão: “O que Deus está pedindo hoje para nós?” E deixou claro o seu pedido para que os frades busquem se empenhar na dimensão social da evangelização e que estudem os textos “muito franciscanos” do Documento de Aparecida e da Encíclica Evangelii Gaudium. A partir dessa sugestão, o Conselho fez a leitura de um trecho do capítulo IV da Evangelii Gaudium, do Papa Francisco: A dimensão Social da Evangelização. “A partir do coração do Evangelho, reconhecemos a conexão íntima que existe entre evangelização e promoção humana, que se deve necessariamente exprimir e desenvolver em toda a ação evangelizadora. Como é perigoso e prejudicial habituar-se a um estilo de vida onde não haja mais a maravilha, a fascinação, o entusiasmo de viver o Evangelho da fraternidade e da justiça. Esta dinâmica deverá nortear também nossa ação evangelizadora, superando o risco de compreender que a dimensão social seja apenas um serviço terceirizado e não uma confissão de fé”. O Papa exorta para que o nosso compromisso não consista exclusivamente em ações ou em programas de promoção e de assistência social, mas que haja uma clara opção preferencial pelos pobres, com uma aproximação real e cordial. “Em nossa Comunicações Maio de 2018
337
Definitório Provincial ação corremos o risco de entender que nossa evangelização social se restringe apenas às nossas instituições ou projetos de caridade. Somos convidados a redescobrir o amor pelos pobres, sobretudo, no cuidado espiritual, da convivência, da amizade, da bênção, da Palavra e da celebração dos Sacramentos”. Tais ações revelam uma dimensão transversal de nossa vida e missão que deve perpassar todas as Frentes. Prioridades do sexênio Conforme estabelecido no Regimento das Frentes, haverá, no primeiro semestre de cada ano, um encontro dos frades que nelas atuam. Conforme o que foi solicitado pela Comissão Preparatória, neste encontro se deverá avaliar como as três prioridades do sexênio estão sendo (ou não) vividas e implementadas, e também como as Frentes de Evangelização estão assumindo os objetivos e meios propostos pelo Plano de Evangelização. Plano Operacional A partir das indicações do Plano de Evangelização, cada Frente trabalhou na elaboração do seu Plano Operacional. A proposta deste Plano Operacional é apresentar um projeto claro que norteie as ações de cada Frente com alguns instrumentais que possam ser assumidos por todos. E isso será matéria do próximo Capítulo. Redimensionamento O Conselho refletiu sobre o redimensionamento e percebe que é necessário definir, em primeiro lugar, onde queremos fortalecer nossa presença e missão, a partir das provocações da Igreja e do nosso carisma. Pois, o redimensionamento pode ser ainda mais propositivo e não girar em torno simplesmente de encaminhamentos de “entrega”. Isso nos ajudaria a qualificar e ressignificar nosso serviço no mundo de hoje. Além disso, é preciso levar em consideração que, atualmente, em algumas Frentes, é muito reduzido o número de frades. Estágios dos frades estudantes Foi lembrada a importância de cada Frente apresentar um projeto de estágio pastoral para o período de férias acadêmicas dos frades estudantes. Cada frade estudante, no seu itinerário formativo, tem a possibilidade de realizar 12 desses estágios pastorais. O ideal seria que cada formando pudesse fazê-los passando por todas as Frentes. Ao mesmo tempo, poder-se-ia pensar em projetos, a partir das Frentes, para o Ano Missionário. Serviço de Animação Vocacional Frei Diego A. de Melo esteve em parte do Conselho e provocou as Frentes quanto à 3ª prioridade do Plano de Evangelização. A maior parte dos nossos candidatos não tem vindo dos lugares de nossa presença. A via pela qual a maioria dos jovens nos procura é a internet. E não podemos nos contentar com isso. Nossos documentos insistem que o ambiente para o cultivo vocacional seja a vida e a missão dos frades. É a partir desse testemunho que nossos valores estarão mais evidentes no discernimento vocacional desses jovens, como contrapon-
338
Comunicações Maio de 2018
to a cenários eclesiais não desejáveis. Assim, nenhuma Frente pode isentar-se da tarefa do anúncio vocacional, e deve, a partir de seu contexto, descobrir os melhores meios para tal anúncio.
11) Frei Daniel Dellandrea – conclusão de curso e agradecimento
Frei Daniel informa que concluiu a pós-graduação em Gestão Eclesial, pela Faculdade Católica de Santa Catarina. Ao final, escreveu trabalho sobre a gestão da festa do Divino Espírito Santo, da Paróquia de Santo Amaro. Ele agradece pela oportunidade que teve de estudar.
12) Frei Atilio Dalla Costa Battistuz – prelazia do Marajó
Atendendo ao pedido de Dom Evaristo Spengler e do próprio Frei Atílio, que está retornando da missão na Amazônia Peruana, o Definitório aprovou que ele desempenhe trabalho evangelizador e missionário junto à Prelazia de Marajó, PA, por ora, até o Congresso Capitular.
13) Transferências diversas
1. Frei José Alamiro Andrade Silva – da Fraternidade Santo Antônio, do Rio de Janeiro, para a Fraternidade Imaculada Conceição, de São Paulo, com possibilidade de fazer período sabático; 2. Frei Luiz Carlos Peloso – da Fraternidade Nossa Senhora da Conceição, de Mangueirinha, para a Fraternidade São Boaventura, de Rondinha;
14) Nomeações diversas
1. Frei Alan Leal de Mattos – membro do discretório da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis; 2. Frei Arcangelo Raimundo Buzzi – assistente espiritual das Irmãs Clarissas de Nova Iguaçu; 3. Frei Rubens Luiz de Carvalho – administrador paroquial da Paróquia Imaculada Conceição, de Mangueirinha, até o Congresso Capitular, contando com a ajuda fraterna dos confrades do Regional de Pato Branco; e assistente espiritual de núcleo incipiente da OFS, em Mangueirinha;
15) OFSs RJ e ES – encontro dos ministros provinciais
No dia 28 de fevereiro, na cidade do Rio de Janeiro, Frei Fidêncio encontrou-se com os Ministros Provinciais OFMCap e OFMConv do RJ e ES, para tratar de questões referentes às fraternidades OFS desses estados. Estiveram também presentes na reunião Frei Almir Ribeiro Guimarães e o Ministro Regio-
Definitório Provincial nal da OFS. O assunto principal do encontro foi a assistência espiritual às fraternidades, várias delas sem assistente. Comentou-se sobre a dificuldade de participação dos assistentes nos encontros nos finais de semana. O decréscimo no número de frades das Entidades também dificulta a nomeação de assistentes. E, ampliando a discussão, foi abordada, inclusive, a necessidade de uma renovação e redimensionamento das próprias fraternidades OFS.
16) Congresso Missionário na Guatemala participantes
Nos dias 22 a 27 de outubro deste ano, realizar-se-á o III Congresso Missionário OFM no âmbito das Américas, na Cidade da Guatemala. Pela Província, participarão: Frei César Külkamp, Frei Gustavo W. Medella, Frei José Francisco de Cássia dos Santos, Frei Atilio Dalla Costa Battistuz, Frei Vitorio Mazzuco e Rosângela Pezoti (assistente social do Sefras).
17) F rei Alberto Eckel – tratamento de saúde
Frei Alberto está fazendo tratamento de saúde em Balneário Camboriú, junto a seus familiares. Por isso, por ora, Frei Mário Stein, que reside em Guaratinguetá, prestará ajuda fraterna à Fraternidade do Seminário de Ituporanga.
18) F rei Fábio Cesar Gomes – reunião na PUA
Proximamente haverá a reunião dos institutos afiliados ao Antonianum, em Roma. Como está-se comemorando o oitavo centenário do nascimento de São Boaventura, junto com a reunião acontecerá também um Congresso sobre a teologia boaventuriana. Foi pedida a participação dos institutos afiliados nas reflexões. O conselho diretor do ITF indicou o Frei Fábio para participar do Congresso com uma reflexão que terá por tema: “O itinerário da mente para Deus de São Boaventura: uma proposta de espiritualidade ecológica”. Trata-se de um tema que ele está estudando com o grupo de Ecoteologia do ITF.
19) F raternidade do Pari – mudança de casa até final da reforma
Já foram publicadas nas notícias do Definitório de fevereiro, as decisões referentes ao complexo do Pari. E agora, para que as reformas no convento possam acontecer num prazo de cerca de três meses, a construtora precisa trabalhar com vários grupos e no espaço todo do convento. Por isso, os frades mudarão de residência até que se concluam as reformas.
20) Centros universitários da Província – encontro com Frei Gilberto e Frei Thiago
Às 10h30 do dia 12, Frei Gilberto Garcia e Frei Thiago Hayakawa se fizeram presentes na reunião do Definitório. Primeiramente,
informaram sobre encontros de frades e funcionários da USF (da área administrativa e acadêmica) com os frades do ITF, em torno da possibilidade de se transferir o ITF da mantenedora Província para a mantenedora Casa Nossa Senhora da Paz. A questão já vem sendo estudada há um bom tempo. O Definitório aprovou que se sigam os trâmites necessários para essa mudança de mantenedora. Num segundo momento, Frei Gilberto e Frei Thiago discutiram com o Definitório questões relacionadas à viabilidade de uma reestruturação das mantenedoras dos Centros Universitários da Província (Casa Nossa Senhora da Paz e Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus). A ideia é caminhar na direção de uma gestão mais unificada dos grupos educacionais, ou seja, uma governança corporativa. Isso certamente facilitaria a sonhada colegialidade na tomada de decisões, na escolha de estratégias e nos planejamentos futuros. O ideal seria chegar a um consórcio entre as mantenedoras. O fato é que já há uma parceria considerável entre a Casa e a Associação.
21) Ir. Jardelino Menegat – agradecimento pelo trabalho de Frei Gilberto Garcia
Em carta de 2 de março, Ir. Jardelino Menegat, presidente do Conselho das Associadas da UBEC (União Brasiliense de Educação e Cultura) agradece pela generosa doação de Frei Gilberto G. Garcia durante os anos em que esteve à frente da Universidade Católica de Brasília, exercendo a função de reitor. Afirma que Frei Gilberto realizou um belo trabalho, especialmente ao assumir a missão que lhe foi pedida em tempos muito difíceis, o que exigiu dele total dedicação e enfrentamento de grandes problemas.
22) Autorizações de viagem
Por motivos diversos, receberam autorização para viajar ao Exterior: Frei Ivo Müller, Frei Carlos Ignacia, Frei Pedro de Oliveira Rodrigues e Frei Fábio Cesar Gomes.
Encerramento
Às 11h00 do dia 13, Frei Fidêncio, ao agradecer o trabalho de todos os Definidores, lembrou as grandes potencialidades da Província, mas também se referiu ao sofrimento de lidar com vários entraves. Agradeceu a presença de Frei Miguel e seu apoio. E estendeu seu agradecimento à Fraternidade de Agudos pela acolhida e préstimos. Com ela, foi celebrada a Eucaristia nas manhãs do dia 12 e 13. Encerrando a última sessão do Definitório, Frei Fidêncio convidou os presentes à oração da Ave-Maria. Por fim, Frei Miguel, Visitador Geral, invocou a bênção de Deus sobre todos. Frei Walter de Carvalho Júnior secretário Comunicações Maio de 2018
339
Falecimento
Tristeza na Missão de Angola: morre postulante vítima de afogamento
A
os 29 anos, o postulante Bonifácio Kalende Daniel Muco, da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, faleceu no dia 27 de março, vítima de afogamento em uma das praias do Sumbe, capital da província do KwanzaSul. Segundo o mestre do Postulantado de Quibala, Frei Marco Antonio dos Santos, os postulantes foram para esta cidade acompanhados de Frei Alisson Luís Zanetti, de Frei Ivair Bueno de Carvalho e Frei David Belineli para participarem, na manhã, da Missa crismal na Catedral de Nossa Senhora da Conceição. “Após a Missa, como a catedral fica próxima ao mar, os postulantes foram lanchar e fazer um passeio na praia. Entraram na água e se divertiam... Tudo corria bem. Quando já se preparavam para retornar, viram que o Bonifácio se distanciava e começaram a chamá-lo. Foi quando ele deu sinal de que o mar o estava levando. Alguns nadaram para tentar socorrê-lo mas já não houve tempo de salvá -lo”, informou Frei Marco.
340
Comunicações Maio de 2018
Segundo o Mestre dos Postulantes, Frei Ivair e os demais retornaram para Quibala. Frei Alisson, com a ajuda dos Padres de Sumbe, cuidou dos encaminhamentos e antes das 20 horas o corpo de Bonifácio foi encontrado na praia. “Fizemos contato com seu pai, que vive na Província do Bié. O pai, mesmo triste, acolheu a notícia como a entrega que o filho fez a Deus, servindo-O como franciscano. Pediu-nos que seu corpo fosse levado para lá. Estamos abatidos e tristes, mas serenos e fortalecidos na fé. Era um grande irmão e continua agora, junto de Deus, olhando por nós e por seus familiares!”, adiantou Frei Marco. O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, enviou aos confrades da FIMDA, especialmente à Fraternidade de Quibala, uma mensagem de solidariedade. “Que o Deus da Paz os abençoe! Estou aqui pensando na angústia e no aperto do coração de cada um de vocês. Não é por menos! Não é fácil digerir essa fatalidade. É um “porquê” dolorido que necessita de tempo para ser compreendido e maturado com serenidade e na fé. Em nome da Fraternidade Provincial, manifesto a nossa solidariedade e a nossa comunhão com orações por todos vocês. Que vocês possam colocar a dor que sentem junto ao Mistério da Paixão do Senhor, sentirem no ágape da Ceia do Senhor a força da comunhão fraterna (tão importante nessa hora!) para vislumbrar na manhã da Páscoa a resposta ao “porquê” da dor”, escreveu Frei Fidêncio. “Hoje, pela manhã, quando celebramos a Missa dos Fiéis Defuntos e foi dito o nome dele, entramos na realidade do momento que estamos vivendo. Vários choraram, mas, juntos, compreendemos pela fé que ele hoje vive a sua Páscoa e, junto ao nosso irmão seminarista de Malange que faleceu em 2016, temos a graça e a bênção de termos por primeiro dois irmãos jovens e plenos de luz juntos de São Francisco e Santa Clara, no céu, louvando e glorificando a Deus!”, lamentou Frei Marco. Depois da liberação, o corpo de Bonifácio foi transladado para Bié. Junto aos confrades e postulantes acompanharam Pe. Abel e Pe. Giovani. Bonifácio Calende Daniel Moco nasceu no dia 28 de agosto de 1989 em Chinguar, Bié, e foi admitido ao Postulantando Santo Antônio de Quibala no último dia 7 de fevereiro.
Notícias e Informações duque de caxias
Pia União de Santo Antônio celebra de 80 anos Centenas de paroquianos e fiéis devotos de Santo Antônio participaram do jubileu de 80 anos da Pia União de Santo Antônio, celebrado na Catedral de Santo Antônio, de Duque de Caxias (RJ), na manhã do dia 4 de abril. A missa foi presidida pelo pároco da catedral, Pe. Renato Gentile, e concelebrada pelo Pe. Severino Aleccio e pelo diácono João Quirino. Em sua homilia, Pe. Renato destacou que a Pia União de Santo Antônio e a Ordem Franciscana Secular (OFS) são grupos que, com o seu apostolado, fazem memória das raízes franciscanas da Paróquia, pois levam a paz e o bem a todos, especialmente aos pobres e aos que perderam a esperança. De acordo com o sacerdote, os franciscanos deixaram na história de Duque de Caxias um legado de devoção a Santo Antônio e aos mais pobres. A herança franciscana que chegou aos nossos dias se deu, segundo ele, graças ao testemunho de movimentos leigos como a Pia União de Santo Antônio e a Ordem Franciscana Secular. Pe. Renato destacou ainda que celebrar o jubileu de 80 anos da Pia União de Santo Antônio revela o frescor e o vigor do carisma franciscano que produziu
muitos bons frutos ao longo de todas essas décadas. A Pia União de Santo Antônio foi fundada no ano de 1937, época em que a Ordem dos Frades Menores deu início ao seu apostolado no Centro de Duque de Caxias, onde nas décadas seguintes ergueram a catedral dedicada ao ‘Santo dos Pobres’, como Santo Antônio também é conhecido. A associação foi criada com a finalidade de propagar a devoção a Santo Antônio e realizar obras de caráter assistencial com a realização de diversas iniciativas de caridade cristã em prol dos mais pobres e desvalidos que sempre puderam contar com o socorro espiritual e material das zeladoras da irmandade. A irmandade também doa cestas básicas para famílias pobres cadastradas, além de promover gratuitamente diversas atividades como aula de dança, curso de artesanato, pintura em tela e tecido, mandarim básico, alongamento, fisioterapia,
ginástica aeróbica, massoterapia, Tai Chi Chuan e Yoga. A Pia União atende gestantes carentes e, anualmente, doa enxovais para os bebês e distribui cobertores, roupas e calçados para pessoas em situação de rua que, diariamente, pedem ajuda na Catedral de Santo Antônio. As reuniões da irmandade são realizadas no segundo domingo do mês, após a missa das 7 horas, na sala 208 do Centro Pastoral Frei Willy Gaërtner, prédio anexo à Catedral de Santo Antônio de Duque de Caxias. Cláudio Santos, OFS Especial para as Comunicações
D. Sevilha é nomeado para a Diocese de Bauru A Nunciatura Apostólica no Brasil comunicou no dia 28 de março a decisão do Papa Francisco em acolher o pedido de renúncia apresentado por Dom Caetano Ferrari, OFM, bispo de Bauru, no Estado de São Paulo, por motivo de idade. Com a decisão, o atual bispo auxiliar de Vitória, no Espírito Santo, Dom Ru-
bens Sevilha, foi nomeado e toma posse no dia 20 de maio. Nesta Diocese estão cinco presenças franciscanas da Província da Imaculada: Seminário Santo Antônio de Agudos, Paróquia São Paulo Apóstolo e Paróquia Santo Antônio, de Agudos, e Paróquia Santo Antônio e Paróquia Santa Clara, de Bauru.
NOTA DE FALECIMENTO Faleceu aos 89 anos, o sr. Bertolino Tenfen - na vida religiosa Frei Mariano Tenfen - na cidade de Cascavel (PR) no dia 17 de dezembro do ano passado. Frei Mariano nasceu em 20 de fevereiro de 1928, em Rio Fortuna, em Tubarão (SC). Vestiu o
hábito franciscano em 19 de dezembro de 1948 e professou na Ordem Franciscana no dia 20 de dezembro de 1952. Ordenando-se presbítero em 30 de junho de 1955. Tornou-se egresso Comunicações Maio de 2018 341 em 3 de abril de 1970.
Notícias e Informações
Madalena, o Filme e a Prostituta!
N
as telas do cinema, em vários continentes, na quaresma de 2018, está sendo projetado o filme Maria Madalena. Dirigido por Garth Davis, essa produção britânico-australiana procura resgatar o papel originário de Maria Madalena, a de apóstola. Madalena, o filme! Sim. Madalena, a prostituta! Não. Os cristãos acreditam no equívoco cometido pelo papa Gregório Magno (540-604) na catedral de Milão, interpretando Lc 7,36-50, que fala de uma prostituta que unge os pés de Jesus, e afirma que tal prostituta seria Madalena arrependida. Os milaneses pervertidos se converteram e a apóstola Madalena passou a ser aquilo que nunca foi, prostituta. A partir daí, o inconsciente coletivo guardou na memória a figura de Maria Madalena como mito de pecadora redimida. Nas sociedades patriarcais antigas, a mulher era identificada com o sexo e ocasião de pecado por excelência. Lc 8,2 cita nominalmente Maria Madalena e diz que dela “haviam saído sete demônios”. Ter demônios, segundo o pensamento judaico, era o mesmo que ser acometido de uma doença grave. No cristianismo, o demônio foi associado ao pecado. No caso da mulher, o pecado era sempre o sexual. Nesse sentido, a confusão parece lógica. Madalena, a apóstola de Jesus e líder entre os homens apóstolos.
342
Comunicações Maio de 2018
Testemunha da ressurreição. Mulher que esteve à frente de seu tempo. Não prostituta. Uma outra Madalena! E é isso que Garth Davis soube explorar bem em seu longa-metragem. O espírito mau que estava dentro dela era justamente o de não querer seguir os ditames da cultura judaica: toda mulher tinha que ter um marido e servi-lo, como queria o seu pai. Maria Madalena, protagonizada por Rooney Mara, decide seguir Jesus, que ao passar por Magdala, sua cidade, ganha uma apóstola. O filme vem em boa hora. Tempo de quaresma e de violência. Não por mera coincidência, Madalena de Magdala e Marielle do Rio de Janeiro são exemplos de lideranças que abrem
caminhos de liberdade e esperança. Faltou mencionar, no fim do filme, o pedido de perdão da Igreja a Madalena, em 1969, quando a Igreja retira de Madalena os atributos de penitente e pecadora (prostituta). No filme, Pedro não acredita em Madalena e tem ciúme de sua liderança, tema inspirado no evangelho apócrifo de Maria Madalena. Além disso, faltou explorar, também, a relação, não menos importante, de Madalena com Jesus. Relação de cumplicidade e de amor diferenciado. Essa temática poderia ter dado mais vivacidade ao filme, que em determinado momento chega a ser moroso. O grande mérito do filme é o de apresentar Madalena como liderança apostólica. Davis ultrapassa dezenas de filmes que apresentaram Madalena como prostituta, o que pode ser visto em A Paixão de Cristo e A última Tentação de Cristo. A Madalena do filme é a mulher redimida hipoteticamente pela história. Ela é a Apóstola dos Apóstolos, como ensinou a Igreja no início do cristianismo, mas feita prostituta pelo papa Gregório e resgatada como apóstola por outro papa, Francisco, em 2016. Frei Jacir de Freitas Faria, OFM Autor dos livros: As origens apócrifas do cristianismo: comentário aos evangelhos de Maria Madalena e Tomé (Paulinas) e O outro Pedro e a outra Madalena segundo os apócrifos (Vozes).
PROCURANDO
Frei Augu sto
SÓ NO PÉ
caprichou do alto
Frei Pedro “caiu no congo”...
ÂNGULO
do Conve nto da Pe nha...
TA ÁGUA BsEN .. tomavam banho.
frade Foi tanta que os
NÃO É FRIO...
no de Vila É sol forte mesmo no outo
FRADES SE Show de Ti SOLTAM ago Brado conq
VIOLÃO HO E UMsho UM BANQUIN w... al à vontade no seu Frei Floriv
FRENTE DA COMUNICAÇÃO
Velha
uistou os fr ades...
É muita informação....
TUDO TRANQUILO
O guardião da Penha era só sorrisos no final da Festa.
EXTRAVASA al
“Dominou ger Sacudiu a praça massa...” Venha que o som é
FRATRumGRAM é um neologismo que nasce da palavra Frades mais a rede social Instagram. A ideia é publicar fotos curiosas, informais e descontraídas dos frades e das Fraternidades! Se você fez uma foto legal, envie-nos para o email: comunicacao@franciscanos.org.br!
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (*) As alterações e acréscimos estão destacados
MAIO 08 e 09 09 10 e 11 14 e 15 14 a 17 21 23 e 24 28
Reunião da Frente das Missões (frades) (Curitiba); Encontro do Regional do Vale do Paraíba (São Sebastião); Encontro da Frente da Comunicação - Frades (São Paulo); Encontro Regional do Contestado (Piratuba); Encontro anual do SIFEM (Salvador); Encontro do Regional de Curitiba (Rondinha Aldeia); Reunião da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhim. (frades) – início dia 23, às 14h (Rondinha); Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Nilópolis);
JUNHO 04 8 a 10 04 11 e 12 15 a 17 18 19 a 21 22 a 24 25
Encontro do Regional de São Paulo (Largo São Francisco); Encontro Vocacional Regional - Seminário Frei Galvão - Guaratinguetá - SP Encontro Regional de Pato Branco (Pato Branco); Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Curitibanos); Encontro Vocacional Regional - Seminário São Francisco - Ituporanga - SC Reunião da comissão preparatória do Capítulo 2018; Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); Encontro Vocacional Regional - Convento do Sagrado - Petrópolis - RJ Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Balneário Camboriú);
JULHO 02 e 03 02 a 13 9 a 13 12 a 28 19 a 22 31 a 02
Encontro do Regional do Leste Catarinense (Santo Amaro da Imperatriz); II etapa do curso para Formadores, animadores do SAV e guardiães pela CFMB (Petrópolis); Retiro anual (Rondinha); Conselho Plenário da Ordem (Nairóbi no Quênia); Encontro Nacional da Juventude (Vila Velha ES); Assembleia do Sefras (Tanguá - RJ);
AGOSTO 01 a 05 13 13 14 a 16 21 e 22
Assembleia dos Frades Estudantes; Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Rocinha); Reunião da comissão preparatória do Capítulo 2018; Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); Encontro ampliado da Frente da Educação (Curitiba);
27 a 30 28 e 29
II Congresso de Educadores Franciscanos (Anápolis, GO); Reunião da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento, com leigos(as);
SETEMBRO 03 03 e 04 06 07 a 10 10 10 11 17 17 e 18 17 e 18 24 24 a 28 25
Encontro do Regional de São Paulo (Amparo); Encontro do Regional do Leste Catarinense (Florianópolis); Reunião do Conselho de Formação e Estudos (Guaratinguetá); Encontro dos Irmãos leigos da Província (Rondinha); Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Gaspar); Encontro Regional de Pato Branco (Mangueirinha); Frente das Missões (frades e leigos) (São Paulo - Sede); Encontro do Regional de Curitiba (Bom Jesus); Terceiro Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Lages); Encontro Regional do Contestado (Piratuba); Encontro do Regional do Vale do Paraíba (local a definir); Assembleia da CFMB (Santarém); Conselho de Evangelização (São Paulo Sede);
OUTUBRO 15 e 16 16 a 18 22 a 27 28 a 02
Reunião da comissão preparatória do Capítulo 2018; Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); III Congresso Franciscano para a AL (Guatemala); Reunião da UCLAF;
novembro 12 a 21 26 30 e 01
Capítulo Provincial; Encontro do Regional do Vale do Paraíba (São Sebastião); Celebração dos Jubileus;
DEZEMBRO 03 03 03 03 03 e 04 03 e 04 17 e 18
Encontro do Regional de São Paulo (Bragança Paulista); Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense – recreativo (Niterói); Encontro do Regional de Curitiba (Caiobá); Encontrodo Regional doValedo Itajaí (Blumenau); Encontro Regional de Pato Branco e Contestado (local a definir); Encontro recreativo do Regional Alto Vale do Itajaí e Planalto Catarinense (local a definir); Encontro do Regional do Leste Catarinense e, no dia 17, celebração de entrega da Paróquia à Diocese (Forquilhinha)