//revista MARÇO DE 2020 ANO LXVIII • N o 03
PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL
Frei Bruno
30 anos da caminhada penitencial
60 anos de seu falecimento
8 anos da Festa Frei Bruno em Xaxim
//sumário MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL
“Sonho para sonharmos juntos” ............................................................ 139
FORMAÇÃO PERMANENTE
Carta do Ministro Geral .............................................................................. 141 “Conversão e projeto pessoal”, artigo de Frei Fidêncio Vanboemmel ............................................................... 142
FORMAÇÃO E ESTUDOS Seminário São Francisco de Assis acolhe a turma de 2020.............................................................................. 144 Missão de Angola acolhe 21 postulantes........................................ 145 Postulantado de Guaratinguetá: tempo de deixar-se conduzir pela graça de Deus................................................................... 146 Frei Evaldo é convidado a ser “sal e luz” como presbítero...... 148
FRATERNIDADES POSTULANTADO (SP): TEMPO DE DEIXAR-SE CONDUZIR PELA GRAÇA DE DEUS
MISSÃO DE ANGOLA ACOLHE 21 POSTULANTES
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8ª Festa de Frei Bruno: “Vamos iluminar e temperar a vida de nossa Paróquia”, pede Frei Gilson.............. 154 A festa do Ano Jubilar da Paróquia de Xaxim................................ 160 30 Anos nas ruas por Frei Bruno............................................................ 162 Bênção das mochilas no início do ano letivo em Xaxim........ 164 Artigo - CF 2020: Reflexão sobre o olhar.......................................... 165 Balneário Camboriú: Festa da Padroeira resgata o valor do verdadeiro tesouro da fé.................................. 166 Exposição de fotos antigas vai homenagear os 450 anos da Festa da Penha............................................................... 167 Missa abre Jubileu na Paróquia Santo Antônio de Sorocaba........................................................................................................ 167 Gratidão e esperança marcam a despedida dos frades na Paróquia Santa Clara...................................................... 168 Jovens da Paróquia Santa Clara de Imbariê se reúnem para Luau.................................................................................... 170 Frei Gregório celebra 60 anos de sua vestição religiosa......... 171 Paróquia Santa Clara de Imbariê se encontra para formação sobre a CF 2020................................. 172 Encontro dos Ex-seminaristas celebra 40 anos............................ 173 NOSSOS FRADES: Frei Alcides Cella Uma vida na formação franciscana...................................................... 174
EVANGELIZAÇÃO
USF realiza Planejamento Pedagógico.............................................. 177 Cerimônia de Investidura acolhe novos integrantes do Coral dos Canarinhos................................................. 178 Pastoral do Bom Jesus participa do Congresso Catequistas Brasil 2020....................................................... 180 Franciscans International visita o Sefras.......................................... 182 FAE: Boas vindas aos calouros com Trote Solidário.................... 183
DEFINITÓRIO PROVINCIAL PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL Rua Borges Lagoa, 1209 CEP 04038-033 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br ofmimac@franciscanos.org.br
Notícias da reunião na Sede Provincial de 11 a 13 de fevereiro................................................................................ 184
FALECIMENTOS
Frei João Pereira da Silva............................................................................. 188 Frei Plínio Gande da Silva........................................................................... 189 Frei João Alves Filho....................................................................................... 190
AGENDA ............................................................................................... 192
a Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Querida Amazônia”, lançada recentemente, o Papa Francisco partilha com o “Povo de Deus e todas as pessoas de boa vontade” quatro grandes sonhos que a Região Amazônica lhe inspira: um sonho social, um sonho cultural, um sonho ecológico e um sonho eclesial. Provocados pela proposta do Papa Francisco, ousamos abraçar estes sonhos e repercuti-los em nossa Fraternidade Provincial, buscando reconhecer as muitas graças que o Senhor tem nos concedido e os muitos desafios que nossa caminhada tem nos apresentado.
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Um sonho social
Como evangelizadores franciscanos, temos a graça de concentrar nossas atividades em duas regiões (Sul e Sudeste) que reúnem 40% da população brasileira, cerca de 80 milhões de habitantes. São regiões repletas de belezas naturais, onde se localizam os dois maiores centros econômicos do país e que também ostentam desafios proporcionais à grandeza dos números que descrevem este pedaço de chão do Brasil. Como luzes, apresentam a diversidade, a alegria do povo, o espírito de acolhida e comunhão e o bem-querer manifestado a nós enquanto irmãos menores e discípulos de Jesus Cristo. Os desafios, diversos, gravitam em diferentes campos e saltam aos olhos nos altos índices de violência, nas gritantes desigualdades sociais, nas manifestações de intolerância, na corrupção, na destruição da natureza e de nossa Casa Comum. Também em Angola, na África, onde estamos presentes em três Províncias (Luanda, Malange e Kwanza Sul), lidamos diariamente com sombras e luzes semelhantes às que encontramos no Brasil.
Diante de cenários tão fascinantes, sentimos o chamado do Senhor para sermos sempre “Sal da terra e luz do mundo”, conforme ouvimos da boca do próprio Jesus no Evangelho do 5º Domingo do Tempo Comum (Mt 5,13-16). Tudo isto sem perdermos a humildade ou nos tornarmos presas fáceis de um espírito clericalista e autorreferencial que nos faz semelhantes a “bolhas de sabão”, conforme comparação do próprio Papa Francisco: “A cultura do bem-estar, que nos leva a pensar em nós mesmos, torna-nos insensíveis aos gritos dos outros, faz-nos viver como se fôssemos bolhas de sabão: estas são bonitas mas não são nada, são pura ilusão do fútil, do provisório” (PAPA FRANCISCO Homilia na Missa celebrada em Lampedusa, Itália, em 09 jul. 2013). Nosso sonho social, onde quer que estejamos, jamais pode estar desvinculado do “Espírito do Senhor e de seu santo modo de operar”, marcado pela postura de indignação e profecia diante das injustiças, da consciência de que somos homens da penitência e da conversão e do desejo de doarmos nossas melhores forças na transformação das realidades nas quais estamos inseridos. O alerta do Papa em relação à
//mensagem
Sonhos para sonharmos juntos
//mensagem Amazônia também serve para nós: “O nosso é o sonho de uma Amazônia que integre e promova todos os seus habitantes, para poderem consolidar o ‘bem viver’. Mas impõe-se um grito profético e um árduo empenho em prol dos mais pobres. Pois, apesar do desastre ecológico que a Amazônia está enfrentando, deve-se notar que ‘uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social, que deve integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres” (PAPA FRANCISCO. Querida Amazônia, n. 8).
Um sonho cultural
Além da representatividade social e econômica, nossa área de atuação é marcada por uma ampla variedade étnica e cultural, com raças, costumes, trajes, atividades e ritmos de muitas cores e sabores que, mais uma vez parafraseando o Papa Francisco ao descrever a Amazônia, formam “um todo plurinacional interligado”, transitando entre a moqueca capixaba, a feijoada, o cuscuz paulista, a paçoca de pinhão, a polenta e o churrasco, sem nos esquecermos do funge e da kizaca, atendo-nos apenas ao campo gastronômico. O mais belo é descobrir que, embora tão diversos, todos somos irmãos e formamos uma só família. Esta convivência rica e dialogal nos permite antever as maravilhas que Deus reserva para aqueles que O amam e nos dá a certeza de que, quando abrimos o nosso coração com generosidade e ousadia ao encontro com o outro, temos muito a contribuir para a construção do Reino.
Um sonho ecológico
O Papa Francisco insiste diversas vezes na Encíclica Laudato S’i, e volta a insistir na Exortação Querida Amazônia, que a preocupação social não pode ser dissociada da preocupação ecológica. Este sonho, dos mais desafiantes, deve ter expressões individuais e fraterno-comunitárias, passando pela conscientização pessoal para um consumo marcado pela sobriedade, a adoção de comportamentos e posturas que privilegiem a reciclagem dos resíduos e a defesa insistente do cuidado com os bens da natureza, desde as florestas, a água, o ar e os animais. A dimensão ecológica tem sido matéria constante de nossa reflexão, inclusive quando elaboramos o Projeto de Vida e Missão de nossas fraternidades, e também deve continuar nos acompanhando para dar o colorido e a tônica de nosso modo franciscano de viver e anunciar o Evangelho.
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Um sonho eclesial
Vivemos um contexto onde o espírito de divisão e intolerância tem se mostrado com muita força e destaque, também dentro da Igreja. Como filhos de São Francisco, nossa postura deve ser sempre a de fidelidade e obediência ao Papa e à Igreja. Sem perder o espírito de profecia, somos chamados a sermos promotores do diálogo e da concórdia nas Igrejas Particulares onde o Senhor nos deu a graça de exercermos o nosso Ministério. Queremos ser, conforme orienta nosso Plano de Evangelização, construtores de uma Província que seja expressão da Igreja em Saída sonhada e proposta pelo Papa Francisco. Ao assumir o nome de nosso Seráfico Pai, e com este nome um projeto de Igreja baseado na caridade e no serviço que emanam do Evangelho, o sucessor de Pedro tem sido para nós fonte caudalosa de inspirações e provocações. Que possamos continuar sonhando com e como o Papa Francisco. Rendemos graças a Deus pelo dom da vida de três irmãos que recentemente tiveram seu encontro definitivo com a Fonte de todos nossos sonhos e projetos. Manifestamos solidariedade aos familiares e às fraternidades de Frei João Pereira da Silva (+ 30 de janeiro, Bauru, SP), Frei Plínio Gande da Silva (+ 03 de fevereiro, São Paulo, SP) e Frei João Alves Filho (+ 16 de fevereiro, Bragança Paulista, SP). Que o Senhor da Vida os acolha no descanso eterno! Aproveitando o início do tempo Quaresmal, sigamos como “peregrinos sonhadores”, atentos e comprometidos com as urgências daqueles que com frequência encontrarmos necessitados nesta grande estrada de nosso carisma franciscano. De forma bem concreta, o Definitório e a Formação Permanente pedem que nos empenhemos na elaboração do Projeto Pessoal de Vida e Missão a partir do “olhar samaritano”, conforme nos recorda a Campanha da Fraternidade 2020. As ações do Bom Samaritano (ver – sentir compaixão e cuidar) são as ações de Jesus nos diversos encontros que teve durante sua vida. Quanto mais conseguirmos trazê-las para próximo de nós e praticá-las, mais conformes estaremos ao belo ideal que, um dia, livremente, abraçamos. Desejamos a todos um tempo quaresmal fecundo e repleto da graça da conversão. Com estima fraterna,
Frei César Külkamp
Frei Gustavo Medella
Ministro Provincial
Vigário Provincial
formação permanente//
Carta do Ministro Geral Caríssimos irmãos, O Senhor vos dê a paz! esejo confirmar as notícias de meu retorno à Cúria Geral. É muito bom voltar “à casa” e assumir novamente as tarefas que me foram confiadas pelo Senhor e por vós, meus irmãos. No período da reabilitação, senti fortemente a vossa presença, irmãos, que incessantemente estáveis rezando por mim. Muito obrigado aos irmãos da Cúria Geral e a todos que estiveram em contato comigo por e-mail, por carta, com uma visita fraterna. Temo não ter respondido a todos aqueles que me escreveram: queiram aceitar esta nota como sinal da minha gratidão pelo cuidado afetuoso que manifestaram diante de minhas lutas. Desejo também agradecer às Damas Pobres (Clarissas), às Concepcionistas e aos membros da Família Franciscana pelo apoio de suas orações. Deus abençoe a cada um de vós na vocação à qual fostes chamados. Uma palavra especial de gratidão dirijo a Frei Julio Bunader, Vigário Geral, que junto com o Definitório Geral assegurou a direção da Ordem durante a minha ausência. Deus abençoe a cada um de vós e reforce sempre a colaboração e comunhão entre nós que estamos a serviço da Ordem. Os médicos de Chicago fizeram um trabalho excelente colocando
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novamente juntos os pedaços de meus ossos. Agora caminho com uma bengala, mas só temporariamente. Já fui capaz de caminhar até três horas seguidas, exercitando e alongando os músculos da perna esquerda, que foi a mais danificada pelo impacto do acidente de bicicleta. Espero logo poder caminhar sem nenhum auxílio e, finalmente, reaprender a andar de bicicleta. Sim, ainda sou um pouco “louco”. O tempo da recuperação me possibilitou a ocasião para refletir sobre minha vida, minha vocação, sobre a vida dos frades da Ordem, da Igreja, do mundo e de perguntar-me para onde estamos caminhando como Frades Menores em tempos de mudança radical. Pude encontrar diversos
frades, um biblista e um teólogo, para começar a encaminhar um projeto do assim chamado “Relatório do Ministro Geral aos Frades da Ordem”. Minha esperança é que este relatório, que espero enviar à Ordem até o fim de novembro de 2020, provoque uma séria reflexão, análises, discussões, que faça emergir ideias e propostas concretas para ajudar a preparar e a acolher o futuro com inteligência, coragem, esperança e alegria no espírito da Laudato Si’. É claro que isto implica em uma visão ecológica integral, radicada na relação com Deus, com os irmãos, com toda a humanidade e com a criação. Para isto, peço a todos os frades da Ordem que continuem a estudar e a dialogar sobre o material contido nos vários documentos preparados nestes últimos cinco anos, sobretudo sobre o Documento Final do Conselho Plenário de 2018, em Nairóbi, no Quênia. Deus abençoe a cada um de vós, meus irmãos, que procurais cada dia viver em profunda amizade com Deus; que manifestais o vosso empenho nos valores da fraternidade e da missão em modo simples e concreto; e que, como nós, sonhais juntos o sonho que Deus tem para o futuro da Ordem dos Frades Menores. Roma, 27 de janeiro de 2020.
Frei Michael Perry, OFM Ministro Geral COMUNICAÇÕES
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//formação permanente
Conversão e projeto pessoal Tempo da Quaresma, que se inicia no dia 26 de fevereiro, constitui-se para todos os cristãos em tempo de preparação para a celebração dos mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. A liturgia da Igreja convida-nos insistentemente a cultivarmos nesse tempo a conversão e a penitência, intensificadas pelos exercícios ascéticos da oração, do jejum e da esmola (Mt 6, 1-18). Estes três exercícios, propostos por Jesus, foram acolhidos pela Igreja como práticas concretas de conversão e penitência para que o Senhor possa criar em nós um “coração que seja puro e um espírito decidido” (Sl 50,2).
lho: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15). São Francisco de Assis, segundo o relato das Fontes Biográficas, em diferentes momentos serve-se da cinza como ritual penitencial: impõe a cinza sobre a cabeça (1Cel 71; CA 80 e 104; EP 4,10), coloca cinzas no alimento ou come sentado sobre as cinzas (LM 5,1; 2Cel 61). Na lógica da Primeira Carta aos Fiéis, Francisco mesmo, ciente da brevidade da vida, admoestou para a prática da vida penitencial: “Fazei penitência, produzi dignos frutos de penitência, porque em breve morreremos” (RnB 21,3); ou “Considerai e vede, pois o dia da morte se aproxima” (Gv 2).
A conversão foi o apelo de Jesus Cristo no início da sua missão: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15). Já a vida penitencial, intensamente vivida na oração, no jejum e no amor partilhado, foi a permanente conduta do Ungido de Deus ao passar pelo mundo fazendo o bem a todos (cf. At 10, 38).
A conversão, movida pela fé, transforma o ser humano. Ela reconduz à “reta fé” para a intimidade mais profunda com Deus, reordena e harmoniza a desordem interior do coração por conta da desobediência e fortalece as relações fraternas com nossos irmãos e irmãs e com toda a criação (conversão ecológica, segundo os apelos da Encíclica Laudato Si’). A experiência espiritual da conversão procede da graça de Deus e também do querer humano que anseia pelo seguimento do caminho que leva ao Pai. Não existe conversão pela conversão! Conversão pela conversão seria como que entrar numa rotatória que encontramos nas ruas, sem a ousadia do risco por uma
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1. Converter-se ao Evangelho
A conversão proposta para o tempo da Quaresma começa pelo simbolismo litúrgico da imposição das cinzas. A cinza, como chamado à conversão, aponta-nos a finitude da vida terrena: “Lembra-te que és pó, e ao pó voltarás” (Gn 3,18). Depois, em segundo lugar, a cinza é convite à conversão ao Evange-
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das saídas. Para nós, a saída é o caminho proposto por Jesus Cristo no Evangelho, onde Ele mesmo se apresenta como “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14,6). A luta de São Francisco de Assis para sair da “rotatória” na qual se encontrava antes da conversão foi enorme. Ele experimentou algumas saídas, mas sem sucesso (o poder do dinheiro, a guerra, o sonho da cavalaria e da grandeza). Ele mesmo, no final da vida, por ocasião da elaboração do seu Testamento, assim nos relata: “Como eu estivesse em pecado, parecia-me sobremaneira amargo ver leprosos. E o próprio Senhor me conduziu entre eles...” (Test 1-2). A clareza da ‘saída’ lhe veio quando se converteu ao Evangelho: “E depois que o Senhor me deu irmãos, ninguém me mostrou o que deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu deveria viver segundo a forma do santo Evangelho” (Test 14; cf. também 1Cel 22; LM 3,1; LTC 25). Francisco teve uma única certeza: a sua conversão começou por graça e iniciativa divina: “Foi assim que o Senhor concedeu a mim, Frei Francisco, iniciar uma vida de penitência” (Test. 1). As diversas experiências neste processo de conversão foram determinantes para que ele pudesse sair da “rotatória” do seu ego. A conversão começou a acontecer quando o próprio Senhor o conduziu entre os leprosos (“como eu estivesse em pecados”) e ali, no confronto com a miserabilidade do leproso e a mesquinhez do seu olhar, teve de arriscar e sair: “Aquilo que me parecia amargo se me converteu em doçura” (Test 3). Assim, a interpretação do sonho de Espoleto, o encontro com os leprosos e os pobres, o despojamento no palácio episcopal, a fala do Crucifixo de São Damião, a restauração das igrejinhas, são narradas e interpretadas pelos biógrafos como uma gradativa ação da graça de Deus que o conduzira ao verdadeiro encontro com o Senhor que lhe falou por meio
formação permanente// do Evangelho: “É isto que eu quero, é isto que eu procuro, é isto que desejo fazer do íntimo do coração” (1Cel 22). E quando, no final da vida, se encontrava na mesma igrejinha da Porciúncula, Tomás de Celano coloca na boca de Francisco esta belíssima admoestação: “Fiz o que tinha que fazer. Que Cristo vos ensine o que cabe a vós” (2Cel 214);
2. Projeto Pessoal de Vida e Missão: conversão ao santo Evangelho.
No texto da Sagrada Aliança (Sacrum Commercium) nós encontramos a motivadora proposição colocada na boca de São Francisco, antes da fraternidade iniciar a escalada da montanha sobre a qual habitava a Senhora Pobreza (Jesus Cristo): “Vinde, subamos à montanha do Senhor e à casa do Senhor e à casa da Senhora Pobreza, para que ela nos ensine seus caminhos e suas veredas... Confortai-vos no Senhor e no poder de sua força, pois tudo o que é difícil será fácil para vós. Deponde a carga da vontade própria, lançai fora o peso dos pecados e cingi-vos como homens fortes” (SC 3,5). Sair da “rotatória” é sempre um desafio e nem pode ser indicada pela fala mecânica de um “Waze”. É preciso, como no Sacrum Commercium, consultar os anciãos (SC 1,14) que justamente representam a Sagrada Escritura, com todas as exigências: “Se tu queres chegar até ela, despe-te de teus trajes do bem-estar e depõe todo o peso e o pecado que te envolve, porque, se não te desnudares, não poderás subir até ela, que se recolheu em tão grande altitude... Toma contigo companheiros fiéis para que na subida da montanha aproveites o conselho deles e sejas sustentado pelo auxílio, porque ai do solitário! Se cair, não terá quem o levante; se um cair, será apoiado pelo outro” (SC 2,10). Gostaria de associar esta alegoria do Sacrum Commercium à necessidade da nossa permanente conversão ao Evangelho, tão próprio da nossa vida penitencial franciscana. A nossa Regra e Vida é: “Observar o Santo Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo” (RB 1). Observar o Santo Evangelho requer a deposição da “carga da vontade própria”: “Se queres ser perfeito, vai vende tudo o que tens...”, ou, “quem quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo...”, e ainda, “nada leveis pelo caminho” (cf. AP 11). A conversão ao Evangelho é o último apelo da Regra Bulada: “para que observemos a pobreza e a humildade e o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo” (RB 12,5). Neste processo da permanente conversão ao Evangelho, trabalhamos em fraternidades o Projeto Fraterno de Vida e Missão. Assim como no Sacrum Commercium, também nos aproximamos dos anciãos que ali estavam sentados a nos orientar: a Sagrada Escritura, a nossa Regra e Vida,
nidade (provincial e local) me oferece, sem o brilho e o encantamento pelo Evangelho. Por que sair se já conquistei as minhas “garantias”? Contudo, os mesmos “anciãos” provocam-me a sair da autorreferencialidade, comodismo e individualismo: “Se tu queres chegar até ela (aquela Pobreza que um dia me encantou!), despe-te dos teus trajes do bem-estar, porque se não te desnudares, não poderás subir até ela...” (SC 2,10). Que na elaboração do meu Projeto Pessoal de Vida e Missão eu seja movido pelo espírito de conversão e penitência, ungido pela oração, pelo jejum e pela caridade. Que neste processo de conversão eu possa volver um olhar sereno e audacioso sobre mim mesmo, um olhar crítico e maduro para a minha fé e vocação, um olhar sincero
as Constituições e Estatutos Gerais, o nosso Estatuto Particular, o nosso Plano de Evangelização. Queríamos, como Fraternidade, encontrar a saída segura para evitar o risco de girarmos pela rotatória do “sempre foi assim”, sem o comum encantamento pela vida de oração, vida fraterna, missão evangelizadora e o cuidado da Casa Comum. Na Quaresma deste ano fomos convidados a dar mais um passo pessoal e audacioso no processo de conversão pessoal: elaborar até a Páscoa da Ressurreição o Projeto Pessoal de Vida e Missão, e apresentá-lo à Fraternidade Local. Também eu, no meu individualismo, posso estar viciado a girar e a girar pela “rotatória” cômoda que a Frater-
e transparente para o meu viver na fraternidade e, finalmente, um olhar generoso e esperançoso para a missão que o Evangelho me confiou. Que, no dia da Páscoa, a Senhora Pobreza possa ordenar a minha fraternidade (provincial e local) a se sentarem juntos, com o dever cumprido! Que Ela possa falar-nos as mesmas palavras de vida: “Bendito sois vós, filhos, pelo Senhor Deus que fez o céu e a terra, vós que me acolhestes em vossa casa com tão grande plenitude de caridade, de modo que estar hoje convosco me pareceu como estar no paraíso de Deus” (SC 30,1-2). Comecemos, Irmãos! Paz e Bem
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Seminário São Francisco de Assis acolhe a turma de 2020
Seminário São Francisco de Assis, em Ituporanga (SC), iniciou a etapa formativa de 2020 no dia 31 de janeiro, com a chegada de 30 seminaristas, sendo 17 aspirantes e 13 do Ensino Médio, procedentes dos cinco estados onde a Província se encontra. O Seminário acolhe duas etapas distintas de formação. Parte do grupo ainda cursa o Ensino Médio em uma das escolas da cidade e tem, além disso, os reforços necessários em casa, bem como a formação humana, cristã e franciscana que lhes ajudarão em seu discernimento vocacional. Outra parte do grupo já concluiu o Ensino Médio, alguns já possuindo Curso Superior, e, tendo sentido o chamado à vida franciscana, vêm ao Seminário para
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sua primeira etapa de formação: o Aspirantado. Através dos momentos de convívio fraterno, oração, trabalho, estudo e esporte, todos poderão vivenciar o carisma franciscano e experimentar em seus corações o chamado da vida em fraternidade dedicada a Deus seguindo o modo de vida de São Francisco de Assis. “Espero amadurecer melhor a minha vocação, ter em mente os objetivos e buscar alcançá-los, criando boas amizades, me desenvolver tanto na parte acadêmica, como na religiosa e humana”, diz o seminarista Gabriel Sperança Goschel. “Espero trilhar os caminhos da santidade, seguindo a vontade de Jesus Cristo, buscando um discernimento mais profundo, através das
orações e vivência da vida franciscana em fraternidade. Tudo é aprendizado e através dos estudos e vida fraterna, quero obter mais conhecimento para o cotidiano na vida religiosa. Seguir os passos do Santo de Assis para, assim como ele, buscar o sentido das coisas em Deus”, acredita o aspirante Higor Augusto dos Santos Almeida. Que este seja um ano de forte experiência vocacional a cada um deles. Que conservem sempre seu coração aberto aos apelos do Senhor e descubram em si mesmos a capacidade e a força para moldar sua vida à vontade de Deus para cada um deles!
Gabriel Sperança Goschel, Jonathan da Silva Lourenço e Samuel Cavalcanti do Amaral Aspirantes
formação e estudos//
Missão de Angola acolhe 21 postulantes a manhã do dia 12 de fevereiro de 2020, às 9 horas (horário de Angola), a Fraternidade Nossa Senhora dos Anjos da Porciúncula, em Viana, na capital Luanda, acolheu 21 jovens para a etapa do Postulantado durante a Celebração Eucarística na Capela da mesma Fraternidade, conduzida pelo presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA), Frei António Boaventura Zovo Baza, e concelebrada pelo guardião da Fraternidade e mestre dos postulantes, Frei Laurindo Lauro da Silva Júnior. Foram admitidos a esta etapa de formação na Província da Imaculada Conceição os candidatos: Adriano Samatemba Jacob Teodoro, Benedito Cassoma, Benjamim Njele Songa, Bernardino Quessongo, Castro Domingos
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Gaspar, Custódio Sikaleta, Dâmaso Tchembeka Muhepe, David Avelino Damião Vicente, Domingos Pedro Uquete, Domingos Sapata Matias, Francisco Fernando Kanhanga Tchingandu, Francisco Mulimba Lino Tomás, José Cambanda Catimba, José Gregório Severino, Levi Lubaki Joaquim Afonso, Luís Domingos Katchilonda Sopite, Manuel mbuta Chicunho, Manuel Sabino Anapaz Kassindula, Miguel Armindo Caquarta, Pio Cutopa Chongolola e Valter Muhongo Kimbundo. A expectativa era grande dos candidatos e, para aumentar a alegria de todos, Frei António Baza anunciou, no início da celebração, que o pedido de Frei José Morais Cambolo para a ordenação sacerdotal havia sido aceito pelo Governo Provincial. Após a aclamação do Santo Evangelho pelo
mestre, o celebrante dividiu a sua reflexão em duas partes: a primeira fazendo referência às leituras e a segunda admoestando os postulantes, esclarecendo-lhes o significado e a importância desta etapa. Os candidatos à vida religiosa franciscana foram apresentados pelo mestre Frei Laurindo ao presidente da FIMDA que, depois de serem acolhidos, receberam das mãos do presidente o Tau, a Cruz que São Francisco escolheu para si e seus frades como sinal de recordação do amor de Cristo. Preste a terminar a celebração, os postulantes e o presidente fizeram a assinatura dos documentos, confirmando, assim, a admissão oficial à esta etapa formativa.
Frei Eduardo José Cavita Camunha
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Postulantado: tempo de deixar-se conduzir pela graça de Deus a manhã do dia 29 de janeiro, a Fraternidade Franciscana São José, que reside no Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP), acolheu com alegria treze jovens, que foram admitidos ao Postulantado durante a oração das Laudes, que aconteceu às 7h30 na capela. Neste ano, foi o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, que fez a Admissão dos novos postulantes. O Ministro Provincial, Frei César Külkamp, estava em Roma, na Cúria da Ordem dos Frades Menores, participando do encontro do Ministro Geral com os Ministros Provinciais. Também estavam presentes na celebração Frei João Francisco da Silva, Definidor provincial e guardião da Fraternidade, e Frei Walter de Carvalho Jr., que neste ano assume a função de mestre desta etapa da formação, após 20 anos como secretário provincial. Em sua fala, o Vigário Provincial afirmou que o maior desafio destes jovens é deixar-se conduzir pelo Senhor. “A formação do frade menor é um
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processo gradual e contínuo conduzido pela graça de Deus”, assegurou. Ele iniciou sua fala citando um trecho da Mensagem do Papa Francisco para o 54º Dia Mundial das Comunicações Sociais, onde o Pontífice destaca a importância da narração e do resgate da memória da história pessoal e coletiva, valorizando sempre o que há de positivo no ser humano. Frei Gustavo convidou os jovens a refletirem sobre sua caminhada: “Quais foram as histórias verdadeiras e boas que me fizeram chegar até aqui, nesta estrada desafiante da vida religiosa
franciscana que eu resolvi de livre e espontânea vontade trilhar?”, questionou. Para ele, apesar de histórias de vida e caminhos traçados de formas diferentes por cada um, existem semelhanças, como a determinação em viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo seguindo as pegadas de Francisco de Assis. Em seguida, ele apontou algumas indicações para trilhar o caminho do encontro pessoal com Cristo. “Busque cada dia encontrá-Lo nas variadas formas em que Ele se nos apresenta: na Palavra, na Eucaristia, na oração e devoção, nos
momentos de formação, na convivência com os irmãos, com a equipe formadora, com a fraternidade local, com o povo de Deus, especialmente na figura dos pobres e desassistidos, no trabalho manual, nas atividades pastorais, nas horas de lazer e de descanso”, aconselhou Frei Gustavo. Em sua história, Francisco de Assis encontrou na pobreza um meio de “costurar” seu caminho com os passos do Filho de Deus encarnado. Por isso, o Vigário Provincial afirmou que o desprendimento, a generosidade, a ousadia, a coragem e a transparência são características que farão com que este período da formação seja mais feliz e realizado. Em seguida, Frei Gustavo aconselhou os postulantes a deixarem-se guiar pelos pilares da vida franciscana: “A vida de oração e devoção, a fraternidade, a minoridade e a missão evangelizadora”. Para o frade, estes pilares configuram o modo de ser Igreja conforme São Francisco. Para ele, não são conteúdos aprendidos em sala de aula, mas vividos, assimilados e desenvolvidos no cotidiano, através da oração e da vida em fraternidade. Segundo o frade, é a partir dos referenciais franciscanos que estes jovens buscarão responder às inúmeras inquietações que surgem no coração de todo ser humano. Para respondê-las, não há necessidade de ter pressa ou ansiedade, pois devem ser respondidas na leveza do dia a dia. “Embora a resposta seja pessoal, em nenhum momento vocês devem se sentir numa busca solitária, afinal vocês têm Deus caminhando o tempo todo com vocês, têm a fraternidade e a equipe formadora que o Senhor disponibilizou nesta etapa de sua vida e vocação. Não tenham medo! Confiem em Deus, confiem em seus irmãos”, aconselhou. Concluindo, Frei Gustavo afirmou que o próprio São Francisco experimentou dores e contradições em sua caminhada, mas encontrou consolação a partir do seu propósito: “É isso que eu quero, é isso que eu procuro,
é isso que eu desejo fazer de todo o coração”. “É na valentia de entregar a vida à esta certeza que vocês conseguirão oferecer respostas construtivas e transformadoras às dificuldades que encontrarem dentro de si, nos irmãos e na própria instituição. Dores e lutas são parte inerente da limitação humana e nos acompanham onde quer que estejamos”, assegurou.
A simplicidade que caracteriza o rito
O rito de Admissão dos postulantes é marcado pela simplicidade e sobriedade. Durante a oração das Laudes, após a leitura breve, o guardião da Fraternidade, Frei João Francisco da Silva, apresentou ao Vigário Provincial os 13 jovens que desejam ser admitidos à etapa do Postulantado. Os candidatos então afirmaram: “Comprometo-me a envidar os melhores esforços para complementar minha formação humana, para adquirir o sentido mais profundo da vida cristã e para assimilar cada vez mais o espírito da vida fraterna, segundo a espiritualidade franciscana”. Após serem acolhidos pelo Vigário Provincial, os jovens rezaram a oração de São Francisco diante do crucifixo e recebem o Tau, como sinal concreto deste compromisso. Na bênção, o Vigário rezou: “Concedei a eles, que nos procuram, a generosidade de responder ao vosso chamado de amor. Concedei-lhes testemunhar uma vida generosamente dedicada a vós, no convívio com nossos irmãos e irmãs”. Os jovens acolhidos no Postulantado este ano são: Artur V. F. Ferreira; Caio Santos da Silva; Felipe Luiz Mendonça; João Pedro Paes Puglia; Matheus Fernando Teixeira Porcatt; Pedro Henrique Barbosa Pinheiro; Raphael de Faria Costa; Ruan Ramiro Martins; Samuel Correa Ribeiro; Sandro Francisco Bedim da Silva; Thiago de Carvalho Pereira; Victor Coelho Santos Apparício.
Érika Augusto
A acolhida do novo mestre do Postulantado A celebração marcou não somente a chegada da nova turma dos postulantes deste ano, mas também o início da caminhada do novo mestre desta etapa da formação inicial. Após 20 anos residindo em São Paulo, a serviço da Secretaria Provincial, Frei Walter de Carvalho Jr. assume no Seminário Frei Galvão a tarefa de ser mestre destes treze postulantes. Para o novo mestre, estes jovens enfrentam os desafios comuns de uma sociedade que vive a cultura do descarte. “Eles precisam perseverar, ter como critério os princípios que não passam. Hoje, tudo é muito passageiro, as coisas passam muito rápido. São apelos constantes de coisas que vêm e passam. Na vida religiosa isto é um desafio, porque nossa vida se baseia em princípios, numa regularidade e também numa rotina. Não há novidade todos os dias, mas, ao mesmo tempo, diariamente temos que nos renovar”, afirma. Para ele, o período em que atuou como Secretário pode ajudá-lo a transmitir aos jovens uma visão panorâmica da Província, da vida das Fraternidades e das mudanças que surgem. Segundo o mestre, algumas coisas devem estar sempre presentes no horizonte daqueles que querem servir à Igreja ao modo de Francisco: “Não pode faltar alegria, entusiasmo e, sobretudo, este encanto – que vem do fundo do coração – por esse ideal de São Francisco. É uma alegria que envolve, com disposição, vontade e garra. Isto é que pode fazer a diferença para um jovem que quer COMUNICAÇÕES MARÇO D EWalter. 2 0 2 0 147 ser frade”, aconselha Frei
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ORDENAÇÃO PRESBITERAL
Frei Evaldo é convidado a ser “sal e luz” como presbítero
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formação e estudos// s qualidades do verdadeiro discípulo, descritas nos símbolos do sal e luz, esteve no centro da mensagem do bispo diocesano de Chapecó, Dom Odelir José Magri, MCCJ, ao novo presbítero da Província Franciscana da Imaculada Conceição, Frei Evaldo Ludwig. Tendo como lema – “Vós
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sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo” – Frei Evaldo foi ordenado presbítero no dia 15 de fevereiro, às 19 horas, na Matriz São Luiz Gonzaga de Xaxim (SC), no Oeste Catarinense. “Ser sal e ser luz. Isso que queremos continuar celebrando agora com a ordenação de Frei Evaldo, que já foi luz e sal, mas hoje, como presbítero, fazendo com que esse ser sal e ser luz seja mais forte, significativo e firme na sua vida pessoal e daquelas pessoas que fizerem parte de sua caminhada”, pediu Dom Odelir. A Matriz lotou para ver esse momento histórico na vida de Frei Evaldo. A celebração teve como testemunhas paroquianos, familiares (Evandro e Maristela, irmãos), e amigos. Além do Definidor Provincial, Frei Alexandre Magno, representando o Governo Provincial, a Fraternidade local e confrades de diversos Regionais da Província marcaram presença. Também vieram partilhar da alegria de Frei Evaldo diferentes comunidades da região, como os paroquianos de Lages, Curitibanos e Gaspar, onde Frei Evaldo residiu antes. “Motivado pelo desejo de fazer da sua própria vida um testemunho que seja motivo de louvor e glória a Deus, Frei Evaldo assume seu ministério presbiteral com o desejo de ser verdadeiro sal da terra e luz do mundo, assim como o foi Frei Bruno Linden, modelo de vida e santidade para todos nós”, anunciou o comentarista da celebração, Frei Diego Melo, coordenador do Serviço de Animação Vocacional da Província. Frei Evaldo, que é natural de Gaspar, preferiu ser ordenado em Xaxim, já que sua família reside em São Lourenço, cidade próxima a Xaxim. Ele aproveitou os grandes momentos celebrativos do Ano Jubilar da Paróquia São Luiz Gonzaga para partilhar sua ordenação. Tanto que ela fez parte do último dia do Tríduo preparatório para a 8ª Festa de Frei Bruno, que se encer-
rou no domingo, às 10 horas, quando celebrou a sua Primeira Missa.
O RITO
Frei Evaldo teve ao seu lado, na procissão de entrada, o pai Arno Inácio Ludwig e a mãe Doralina Rodrigues Ludwig, que permaneceram com ele até ser chamado para se aproximar do bispo. Teve início, então, o rito da ordenação, que obedeceu a seguinte ordem: a eleição do candidato; homilia, propósito do eleito; ladainha; imposição das mãos e prece de ordenação; unção das mãos e entrega da patena e do cálice. Frei Alexandre Magno, Definidor Provincial, apresentou Frei Evaldo a Dom Odelir e deu o testemunho, em nome da Província Franciscana da Imaculada Conceição, e a senhora Nilza Conradi, liderança da Paróquia Nossa Aparecida, de Lages, deu o seu testemunho em nome do povo de Deus, que ele “era considerado digno” para o ministério sacerdotal. Na homilia, Dom Odelir disse que a mensagem maior desse momento é ver esse jovem que poderia ter escolhido outros caminhos, mas fez esse discernimento e hoje se consagra de modo definitivo no ministério presbiteral. Confessou sua alegria por estar ordenando um filho da terra de Campo Erê (SC), onde é natural. Falando com os pais de Frei Evaldo, Dom Odelir destacou que a vocação nasce na família. “E o Papa Francisco tem aquela mensagem bonita que fala que a vocação nasce na família e cresce na comunidade”. Segundo o bispo, aquilo que Frei Evaldo está fazendo hoje é um passo mais radical. “Ele assume o seu batismo de um modo mais radical, no carisma franciscano e no seguimento de Jesus Cristo”, disse. Dom Odelir também fez referência às Missões Franciscanas da Juventude, dizendo que era uma alegria celebrar a ordenação na Paróquia que nos últimos dias teve um movimento missionário. “E depois vieram outros COMUNICAÇÕES
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momentos de celebração, como a Festa de Frei Bruno”, ressaltou, perguntando quem conhecia Frei Bruno. Um bom número de pessoas levantou a mão. “O tema da festa que escolheram, ‘Oração e Caridade’, resume esse testemunho bonito do frade que vai em saída, que visita as famílias, os doentes e se encaixa na mensagem do Papa Francisco de uma Igreja Missionária que vai ao encontro dos mais necessitados. Tudo isso inspira muitos vocacionados (as)”, destacou. Como é uma característica sua, o bispo pediu ao ordenando para explicar por que ele escolheu esse lema: “Vós sois o sal da terra – vós sois a luz do mundo”. “Eu escolhi ser um simples presbítero por cumprir o meu batismo e o que Jesus pede a todos nós que sejamos ‘sal da terra’ para dar gosto à vida. E quem dá gosto à vida das pes-
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soas, torna-se luz automaticamente”, explicou Frei Evaldo. Dom Odelir lembrou que, ao longo da história, tantas pessoas foram dando sabor, sendo sal. “São Francisco do seu jeito, Frei Bruno do seu jeito. E assim por diante, cada um de nós, do nosso jeito”, disse, pedindo: “Seja um sacerdote com o coração de Jesus”. No propósito do eleito, diante da Igreja e no diálogo com o bispo, Frei Evaldo manifestou seu consentimento a respeito de seu chamado ao ministério presbiteral, suas funções e seu modo de vida. Em seguida, foi cantada a Ladainha de todos os Santos, quando o eleito se prostrou, como sinal de sua total entrega a Deus. Veio, então, o momento central da ordenação com a imposição das mãos, um gesto de tradição bíblica e apostólica, e a prece da ordenação. O bispo e todos os
presbíteros impuseram as mãos sobre Frei Evaldo, a fim de que o Espírito Santo possa iluminar e renovar o seu coração no serviço a Deus em favor de todo o povo de Deus. Terminada a oração consecratória, os pais trouxeram a estola e a casula, vestes que representam o trabalho assumido pelo neo-sacerdote. Pela Fraternidade, Frei Vanderlei Neves e Frei Jacir Zolet, ajudaram Frei Evaldo a se vestir com os paramentos e, na sequência, pôs-se de joelhos diante do bispo para que este ungisse suas mãos com o Óleo do Crisma e as atasse com uma fita que foi desamarrada pelo pais Arno Inácio e Doralina. Eles tiveram a graça de receber a primeira bênção do filho agora presbítero, num momento de sempre muita emoção. As oferendas do Pão e do Vinho foram trazidas pelo casal Leonor e
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UNÇÃO E BÊNÇÃO
Suzana Cuprinski, amigos de Frei Evaldo e membros da Comunidade Ary Lunardi. Dom Odelir as entregou a Frei Evaldo como sinal da oferenda do povo que, de agora em diante, ele irá apresentar em cada Eucaristia: “Recebe a oferenda do povo para apresentá-la a Deus. Toma consciência do que vais fazer e põe em prática o que vais celebrar, conformando tua vida ao mistério da cruz do Senhor”, rezou. Num gesto de comunhão fraterna, representando a acolhida do neo-sacerdote entre os presbíteros, Frei Evaldo recebeu o abraço da paz de Dom Odelir, de seus confrades e dos sacerdotes presentes. Ordenado, Frei Evaldo concelebrou no altar: “Inicia-se, agora, a Liturgia Eucarística. As oferendas do Pão e Vinho, que já estão sobre o altar, são apresentadas juntamente com a oferenda da vida e vocação de Frei Evaldo, que celebra pela primeira vez como presbítero”, explicou Frei Diego.
AGRADECIMENTOS
A duas turmas de Frei Evaldo (a do noviciado e a de Teologia), entregaram um presente ao novo presbítero e deram um afetuoso abraço coletivo. “Saiba que você não está sozinho, estamos contigo neste serviço! Seja feliz e seja fecundo no seu ministério”, disse Frei Leandro Costa. O Definidor Provincial, Frei Alexandre Magno, em nome da Província da Imaculada, agradeceu a Frei Evaldo pela sua perseverança e a todo o povo de Xaxim, especialmente pela acolhida dos frades e dos jovens nas Missões Franciscanas da Juventude. Agradeceu a Dom Odelir: “Obrigado pelo carinho para conosco e por esse apoio sempre constante, nos lembrando essa vocação primordial de estarmos sempre obedientes ao seu pastor”, disse. “A vocês, povo de Deus, um pedido para continuarem rezando pelos frades, rezando pelas famílias e abrindo as COMUNICAÇÕES
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//formação e estudos portas para que as vocações possam nascer na casa de vocês. Essa Paróquia tem uma longa tradição franciscana. A gente respira o clima franciscano nesta cidade”, observou. O pároco Frei Gilson Kammer agradeceu, em nome da Paróquia São Luiz Gonzaga, a Frei Evaldo por permitir participar de sua vida nesta ordenação. “Obrigado pela presença de cada um de vocês e obrigado Dom Odelir por aceitar presidir esta celebração. Que Deus abençoe nossas famílias e que a gente possa ser sal e luz na vida de nossos filhos e de tantas pessoas”, enfatizou. Frei Evaldo começou seus agradecimentos lembrando o título de uma matéria de Dom Odelir no Jornal Diocesano: “Se o coração não arder, os pés não andam”. Segundo ele, durante toda a sua caminhada procurou cultivar esse ardor por onde passou. Agradeceu a Dom Odelir, a todos seus familiares e amigos que se juntaram nesta família. “A vocês os meus mais sinceros agradecimentos”, disse, lembrando também as duas turmas que teve na etapa formativa. Muito obrigado pela presença de todos os confrades que vieram de longe”. “Ainda estamos anestesiados com as Missões Franciscanas da Juventude”, disse, pedindo a todos os jovens para se aproximarem do presbitério. “Sem
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formação e estudos// dúvida nenhuma, as Missões não marcaram nosso coração, mas continuam marcando. Eu disse numa entrevista que essas Missões foram o momento mais forte da minha vida franciscana. As missões desafiam a ter coragem, desafiam a sair do nosso conforto”, enfatizou. Os jovens, contudo, não esqueceram de agradecer e homenagear às comunidades que acolheram os jovens nas Missões, levantando cartazes com os dizeres “Obrigado, Comunidades!”. Segundo eles, as missões não poderiam ter acontecido sem as comunidades. “Somos eternamente gratos por cada um de vocês que ajudaram a realizar esse sonho de muitos jovens. Que São Francisco esteja sempre intercedendo por vocês junto a Deus!”, pediram. Os jovens terminaram fazendo uma homenagem emocionante a Frei Evaldo e dando um abraço coletivo. Ao término da celebração, Frei Evaldo deu sua primeira bênção ao povo e Dom Odelir estendeu suas mãos sobre o ordenado, dizendo: “Deus, pastor e guia da Igreja, te guarde constantemente com sua graça para cumprir com fidelidade os deveres de presbítero”.
Moacir Beggo
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8ª FESTA DE FREI BRUNO
“Vamos iluminar e temperar Paróquia”, pede Frei Gilson
Missa de encerramento da Festa de Frei Bruno, que foram também as Primícias de Frei Evaldo Ludwig, ganharam um colorido especial no domingo, 16 de fevereiro, na Matriz de São Luiz Gonzaga, quando os 110 coroinhas, chamados de “Francisquinhos e Clarinhas”, foram acolhidos pelo pároco Frei Gilson Kammer para o serviço ao altar nas 24 comunidades das 60 existentes na Paróquia. Para receber tanta gente nesse dia festivo, a Paróquia instalou um telão na parte externa da Matriz ligada ao
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fraternidades//
a vida de nossa
Salão Paroquial. Além do povo, familiares e confrades que vieram para a ordenação presbiteral de Frei Evaldo, participaram das suas Primícias. “Ser sal da terra e luz do mundo é o convite de Cristo para cada um de nós podermos viver a nossa fé”, anunciou a comentarista Andressa. Frei Evaldo explicou ao povo que é uma tradição na Província da Imaculada a homilia da Primeira Missa ser feita por um convidado do novo presbítero. E, no seu caso, ele convidou o pároco e confrade da Fraternidade, Frei Gilson. “Desde já, agradeço a Frei Evaldo
por poder fazer parte de nossa vida, e deixar que a nossa Paróquia e cada um de nós faça parte da vida dele a partir desse ministério sacerdotal”, agradeceu. Frei Gilson destacou a importância da família e da fraternidade na vida das pessoas e dos religiosos, como havia feito o bispo diocesano de Chapecó, Dom Odelir José Magri, MCCJ, na ordenação presbiteral no dia anterior. Para ele, a base desta vivência está no lema tirado do Evangelho: “Ser sal da terra e luz do mundo”. “Se a gente perder a capacidade de temperar a
nossa vida, como vamos temperar a vida de outras pessoas? Se nós perdemos a capacidade de iluminar a nossa vida, como vamos iluminar e conduzir outras pessoas por esse mesmo caminho?”, questionou. Segundo o pároco, para que não se perca a essência de salgar, de iluminar a todos, é necessário que se retome novamente a capacidade de ouvir, de amar, de perdoar. Ou seja, de viver a caridade. “E para conseguir isso, a gente tem o exemplo de tantas pessoas. O primeiro deles que podemos destacar hoje é a vida de santi-
dade de Frei Bruno, que celebramos na nossa Paróquia com a oitava festa e logo mais com a 30ª Caminhada Penitencial em Joaçaba. Muitos o conheceram pessoalmente e muitos de nós ouvimos com muita alegria, com muita esperança, aquilo que vocês contam da maneira como ele viveu, da maneira como ele foi sal e luz. Frei Bruno, então, torna-se um modelo dessa vivência caridosa na nossa comunidade, na nossa família”, exaltou. Outro modelo, segundo Frei Gilson, é Frei Evaldo ao abraçar com convicção a sua vocação. “Por isso, então, ao viver e celebrar com ele a sua ordenação e hoje concelebrar a sua Primeira Missa, ele também se torna expressão de como podemos, COMUNICAÇÕES
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//fraternidades
sim, viver melhor a nossa vocação, seja religiosa, sacerdotal, mas principalmente familiar”, ressaltou. Convidou os coroinhas para ficarem de pé e disse que eles eram o último exemplo de ser sal e luz. “Vocês, crianças e jovens, tornam-se não somente a partir de hoje sal e luz na sua família, mas se tornam ainda mais sal e luz para as suas comunidades. Vocês se tornam, a exemplo de Frei Bruno, de Frei Evaldo, modelos de como ser sal e ser luz. Por isso, não percam aquilo que é essencial na nossa vida. Por isso, logo mais, com aquele ‘sim’ bem forte, vocês vão prometer continuar nesse serviço para olhar com cuidado para Deus, para a comunidade, e assim também vão se fortalecer
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nessa mesma fé, nessa esperança, na caridade. Que vocês, crianças e jovens nesse ministério, possam também se tornar para todos nós causa de alegria, causa de contentamento, para que a gente possa cada vez mais superar os pesos de nossa vida”, animou. “Vamos iluminar e temperar a vida de nossa Paróquia e de nossas comunidades”, pediu. O rito de acolhimento dos coroinhas começou logo depois da homilia, quando a coordenadora Paroquial da Pastoral dos Coroinhas, Fabíola Preihs, chamou-os por comunidade, num total de 24 (Alvorada, Anita Garibaldi, Ari Lunardi, Bela Vista, Cachoeirinha São José, Despraiado, Entre Rios, Ervalzinho São José, Flor, Frei Bruno, Golfo
São Roque, Guarani, Igreja Matriz, Lajeado Grande, Limeira, Marema, Monte Belo, Pilão de Pedra, Primavera, Santa Lúcia, Santa Teresinha, Uvarana, Vila Aparecida, Vila Tigre). Frei Gilson perguntou a Fabíola se essas crianças estavam preparadas para exercer este ministério e ela afirmou e deu o testemunho que todos estavam preparados para exercer este serviço litúrgico. Em seguida, Frei Gilson perguntou às crianças e recebeu o sim delas. “Estimadas crianças e jovens. Vocês escolheram livremente e com exemplar generosidade servir a comunidade em todos os momentos de oração a Deus. Vocês foram preparados e formados para este serviço, portanto, sejais fiéis
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e perseverantes no compromisso assumido. E eu, em nome da Igreja aqui reunida, acolho a cada um de vocês como coroinha desta paróquia São Luiz Gonzaga. Deus que vos inspirou este bom propósito, vos conceda a graça da perseverança e vos una mais perfeitamente a Cristo através do serviço à sua comunidade. Frei Gilson, então, pediu que Frei Evaldo desse a bênção às vestes que
imitam o hábito franciscano. “Ó Deus de bondade, que ornais a vossa Igreja com os ministérios e carismas e a conduzis com amor e misericórdia, dignai-vos abençoar estas vestes usadas por estes vossos filhos e filhas que desejam servir fielmente o vosso altar. Fortalecendo a oração do vosso povo e permanecendo na vossa presença, possam eles serem confortados pelas virtudes dos sacramentos e cami-
nhar sem tropeço rumo ao banquete celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém”, rezou Frei Evaldo, aspergindo água benta nas crianças. O rito não acabou. Em novo diálogo com os padrinhos, Frei Gilson declarou: “Queridos padrinhos e madrinhas, vocês foram escolhidos por estas crianças e jovens para os acompanhar neste serviço que eles
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//fraternidades acabam de assumir. Esta é uma missão bonita que exige amor e respeito pela decisão deles em convidar a cada um de vocês. Por isso, pergunto: Vocês se comprometem, acompanhar, ajudar e caminhar com estes coroinhas em seu ministério na comunidade?”, disse, e diante da afirmação positiva, ele propôs: “Como símbolo deste compromisso assumido por vocês, convido a cada um vir aqui à frente com seu afilhado e lhe entregar o Tau franciscano que por ele será usado como sinal deste compromisso assumido por vocês”. Os padrinhos e os coroinhas vieram um a um e pegaram o Tau, colocando no afilhado, enquanto a assembleia cantou a “Oração de São Francisco”. Para terminar, uma jovem coroinha leu a “Oração dos Coroinhas”: Deus nosso Pai, que amais os pequeninos e a eles prometestes o Vosso Reino, neste dia em que nos consagramos ao Vosso serviço, pedimos que a Vossa graça sempre nos acompanhe para que possamos servir esta comunidade com dedicação e zelo. Que os nossos irmãos e irmãs na fé nos ajudem a cumprir esta missão, rezando por nós e nos apoiando. Igualmente, pedimos a Vossa proteção sobre a nossa vida, nossa família e nossa paróquia. Que a exemplo dos santos Anjos e dos nossos Santos padroeiros sempre vos possamos melhor servir e amar. Que, igualmente, em cada celebração eucarística, possamos ajudar nossos irmãos e irmãs a melhor rezar e vos encontrar. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
fraternidades// HOMENAGENS
A irmã Maristela fez uma homenagem emocionante a seu irmão. “Nós precisaremos todo dia do seu sacerdócio. Há um povo, uma Paróquia, um redil de vidas que dependerão do seu sim cotidiano e da fadiga do seu ministério. Que o teu amor seja sal, seja a marca da tua caminhada”, disse. “Conte sempre conosco. Saiba que o amamos e assim será para sempre!”, disse, trazendo toda a família para dar um abraço coletivo a Frei Evaldo. O Definidor Frei Alexandre Magno, em nome da Província, fez os agradecimentos à Fraternidade, aos confrades, à Comunidade Paroquial, aos familiares, aos padrinhos dos coroinhas e a Frei Evaldo. E para os coroinhas deixou uma mensagem: “Existe um espaço que os catequistas não conseguem chegar, mas vocês conseguem. Existe amiguinhos e amiguinhas de vocês que só vão poder ouvir falar de Jesus através de vocês”, pediu. Cláudio Orso, em nome da comissão organizadora, fez os agradecimentos aos paroquianos, às comunidades, pastorais, equipes litúrgicas e patrocinadores da Festa. Pediu para todos continuarem participando celebrações a Frei Bruno, para que seja beatificado em breve. A novena de Frei Bruno começa dia 17 e vai até o dia 25 de fevereiro, o dia de seu falecimento. Faz 60 anos que Frei Bruno faleceu.
Moacir Beggo
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A festa do Ano Jubilar da Paróquia de Xaxim m Xaxim, cidade do Oeste Catarinense, um frade franciscano deixou sua marca de santidade. Por isso é muito comum encontrar seu nome na praça, no hospital, no comércio e no bairro. Na praça da Matriz São Luiz Gonzaga, seu busto está num cantinho muito procurado, assim como a imagem do lado da igreja. Frei Bruno Linden é esse frade venerado, um missionário alemão que chegou ao Brasil em 1894 e que hoje também ganhou a principal festa religiosa em sua memória. “Hoje é a maior festa religiosa da Paróquia”, explica o pároco Frei Gilson Kammer, lembrando que no ano outras duas festas são realizadas: a do Padroeiro e de Nossa Senhora da Saúde. Neste ano, os paroquianos e os
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frades se desdobraram para garantir as festividades que começaram com as Missões Franciscanas da Juventude, no início de fevereiro, e continuaram com a Festa de Frei Bruno e com a
ordenação presbiteral de Frei Evaldo Ludwig, de 13 a 16 de fevereiro na Matriz São Luiz Gonzaga. “A festa e todas as grandes ações de evangelização deste ano estão no contexto do ano jubilar, nesse espírito de júbilo e gratidão, mas também de celebração e perspectiva de continuidade da evangelização na caminhada”, diz Frei Gilson, recordando que a Paróquia São Luiz Gonzaga celebra 80 anos de sua criação. Segundo o pároco, a oitava edição da festa de Frei Bruno também vem a ser um acontecimento importante neste jubileu para rememorar e partilhar esse carinho que todo o povo tem por Frei Bruno. “É muito comum a gente ouvir as famílias, principalmente as pessoas de mais idade, dizendo que
fraternidades// fizeram a primeira Eucaristia, foram batizadas ou foram casadas por Frei Bruno. Além da grande festa social, vamos dizer assim, um dos objetivos da equipe organizadora é o de dar um enfoque à parte religiosa. Então, quando a parte religiosa é bem celebrada, a social e a financeira vêm como consequência disso”, avalia o frade. Frei Gilson lembra também que este ano a memória de Frei Bruno terá dupla celebração: Os 60 anos da morte de Frei Bruno (ele faleceu no dia 25 de fevereiro de 1960) e os 30 anos da Caminhada Penitencial de Frei Bruno, em Joaçaba, onde foi sepultado o Servo de Deus. “Aqui, o Frei Bruno é lembrado pelas famílias como homem de oração, como homem que levou o Evangelho, viveu o Evangelho na sua própria vida e se tornou modelo para as famílias, para os paroquianos. As pessoas ainda guardam com muito carinho essa recordação. Falam de sua presença com muita gratidão. Nessa sintonia com Frei Bruno, a gente recorda todo o trabalho, toda a missão de tantos frades que passaram nesses oitenta anos da Paróquia. Com Frei Bruno e Frei Plácido, talvez os personagens principais dessa história, e que iniciaram essa caminhada, tantos frades vieram atrás. Então, queremos com esta festa lembrar isso e, para os mais novos, apresentar aquilo que talvez os seus pais e avós vivenciaram e continuam animando a vida de fé dessas pessoas”, acredita Frei Gilson.
OS “FRANCISQUINHOS”
Segundo o pároco, os coroinhas entram nessa dinâmica de motivação e inserção da história da presença franciscana em Xaxim. “As crianças também evangelizam a partir do seu trabalho na catequese. Então, não é uma pastoral nova ou uma pastoral que a gente está inventando do nada, mas é algo que vai contribuir para o crescimento humano des-
sas pessoas. Aquilo que elas vivenciam na catequese, poderão colocar em prática, principalmente, no serviço do altar, da Palavra, e da comunidade em si”, explica Frei Gilson. “Com toda certeza, estamos ainda repletos das lágrimas de emoção, de alegria e de contentamento pelos 800 jovens que estiveram aqui com a gente, com tantas outras famílias e jovens que se engajaram nas Missões Franciscanas da Juventude. Tudo isso mostra que dentro da festa temos condições de ser Igreja viva com as crianças, com os jovens, com os adultos. Ou seja, todo mundo forma a Igreja viva, a Igreja que está presente em todos os lugares, mesmo os mais distantes e com poucas famílias”, acrescentou o frade. Segundo o pároco, há muitos anos não havia formação para novos coroi-
nhas. “Então, no ano passado, a gente conversou entre nós, frades, e conversamos com algumas lideranças sobre a possibilidade de ativar essa Pastoral. Todo mundo aprovou. Com os dois aspirantes que fizeram o estágio aqui e que agora são postulantes, o Felipe Luiz Mendonça e Samuel Correa Ribeiro, demos início à formação em todas as comunidades, oferecendo informações básicas de como servir. Fizeram também um livreto como guia e entregaram para cada família. Várias comunidades ficaram felizes com esta ação evangelizadora que movimentou a criançada”, avaliou Frei Gilson. Por ser uma paróquia franciscana, que está vivendo esse ano jubilar na Festa de Frei Bruno, os coroinhas usarão as vestes de São Francisco e de Santa Clara. “E aqui também, dentro dos 80 anos, é uma maneira de representar e mostrar o carisma franciscano. O hábito, diz o ditado, não faz o monge, mas mostra esse espírito com que Frei Bruno e tantos outros frades caminharam por essas terras. Essas crianças nos lembram isso a partir da veste”, esclareceu.
Moacir Beggo COMUNICAÇÕES
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30 Anos nas ruas por Frei Bruno ela 30ª vez, os devotos de Frei Bruno sairão às ruas de Joaçaba para a Caminhada Penitencial Frei Bruno, numa demonstração de fé e penitência no 2º domingo da Quaresma, como já se tornou tradição nesta cidade. A concentração do povo começa logo cedo e, às 8 horas, tem início a Caminhada, que percorre 3,5 quilômetros até o Cemitério Frei Edgar, onde está o túmulo de Frei Bruno Linden. Este ano é um momento forte de Ação de Graças: 30 anos da Caminhada, 60 anos da morte de Frei Bruno e a aprovação dos documentos da Cau-
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sa de Frei Bruno pela Congregação para as Causas dos Santos, presidida atualmente por Dom Giovanni Angelo Becciu. Devido a essas datas comemorativas, espera uma das maiores concentrações de peregrinos nesta Caminhada Penitencial.
TESTEMUNHOS
O sr. Adelino Zanchet rezava diante da imagem de Frei Bruno na praça da Matriz de Xaxim no sábado de manhã (08/2). Aos 96 anos, lúcido, seu Adelino tem dificuldades de locomoção e a filha Ivete o trouxe. Ele gosta de rezar para aquele que já
é “santo”, por tudo o que fez para as pessoas e para a Igreja de Xaxim. Ele lembra que Frei Bruno era incansável na visita às famílias, não importasse os rincões rurais do município. Sr. Adelino gosta de ilustrar essa santidade de Frei Bruno com histórias, que correm de geração em geração. Segundo ele, antes de se casar, Frei Bruno curou uma jovem que estava possuída por um espírito mau. “Ela não deixava ele abençoá-la. Derrubava os bancos da igreja e não parava. Frei Bruno, então, foi para a sacristia, pediu que deixassem ela olhando para o sacrário e ele saiu da igreja para entrar por trás e chegar
fraternidades//
O sr. Adelino conheceu Frei Bruno e, sempre que pode, vem rezar diante da imagem na praça. perto dela, podendo dar a bênção. A menina, que era de Rio Grande, ficou curada, casou-se e teve filhos”, recordou. “Lembro sempre dele. Algumas vezes ele ia a cavalo, mas preferia mesmo caminhar”, recordou sr. Adelino. Segundo ele, uma vez, Frei Bruno precisava atravessar o rio para ir a uma comunidade e passou por um campo de futebol. “A ‘piazada’ disse para ele não chegar perto do rio porque estava cheio. Ele respondeu: ‘Eu vou ver se dá para passar, senão eu volto’. Ele foi lá e quando a ‘piazada’ olhou, ele estava do outro lado e nem tinha o sapato molhado”. Seu Adelino contou também que dois jagunços assaltaram Frei Bruno em uma de suas viagens. Ele pediu que não fizessem nada e que pegaria o dinheiro. Pegou um crucifixo do bolso e mostrou para os assaltantes, que saíram correndo”, disse com alegria. Frei Bruno casou seu Adelino, que viveu com sua esposa por 72 anos. Ela faleceu há sete meses, aos 94 anos. Para ele, o Vaticano vai “santificá-lo porque ele é santo”. E não tem dúvida. No último dia 17 de dezembro, o Vaticano divulgou um comunicado assinado pelo Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Dom
Giovanni Angelo Becciu, informando que a documentação enviada para processo diocesano da Causa de Frei Bruno Linden foi aprovada. Em breve Frei Bruno será declarado Venerável. A aprovação do Vaticano para a abertura do processo foi dada no dia 7 de maio de 2013. No dia 30 de outubro de 2013, o bispo diocesano de Joaçaba, D. Mário Marquez, nomeou e instalou o Tribunal Eclesiástico. Desde então, o Tribunal trabalhou na elaboração do processo, do qual constam os documentos oficiais necessários para a sua abertura: 33 depoimentos de pessoas que conheceram e conviveram com Frei Bruno; uma biografia completa, acompanhada de documentos históricos; os escritos de Frei Bruno, acompanhados de uma avaliação teológica. No total, foram anexadas 5.000 folhas aos autos do processo, que foi enviado à Congregação para as Causas dos Santos no dia 25 de fevereiro de 2018. “A partir de agora, um encarregado vai ler e julgar se realmente esses depoimentos justificam que Frei Bruno tenha vivido as virtudes em grau heroico. Terminado isso, que vai levar certamente alguns meses, Frei Bruno será praticamente declarado Venerável, como espera o
povo”, explicou o vice-postulador Frei Estêvão Ottenbreit. O passo seguinte é fazer a Positio, um resumo de todo o processo diocesano em forma de livro. “Outro resumo será feito para os cardeais julgarem a causa. Tendo o reconhecimento de um milagre, o próximo passo será a beatificação”, diz Frei Estêvão. Esse encontro de Frei Bruno com Xaxim começa em 1945, quando foi transferido para Esteves Junior. No final do mesmo ano, veio para Xaxim, onde, por 6 anos, foi superior e pároco. Ficou em Xaxim por mais 3 anos como coadjutor. Quando completou 80 anos, foi transferido para Joaçaba. Era o ano de 1956. O trabalho sem descanso, as longas caminhadas marcaram o velho frade e lhe deixaram sua saúde mais fragilizada. Por recomendação do provincial, foi para Luzerna para um repouso forçado. Jamais Frei Bruno pensou em descansar, estava sempre em busca de oportunidades de fazer o bem. Sentindo-se bem melhor, Frei Bruno retornou a Joaçaba, onde ficou seus últimos 4 anos de vida. Morreu com fama de santidade no dia 25 de fevereiro de 1960.
Moacir Beggo COMUNICAÇÕES
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Bênção das mochilas no início do ano letivo em Xaxim início do ano escolar em Xaxim começou com muita alegria na Paróquia São Luiz Gonzaga, ao acolher no dia 11 de fevereiro, às 18h30, crianças, jovens, professores e familiares para receberem, com muita fé, a bênção das mochilas. O guardião e vigário paroquial, Frei Vanderlei da Silva Neves, presidiu a Celebração Eucarística, invocando as bênçãos de Deus para o ano letivo que se inicia. Pela primeira vez na Paróquia, as crianças foram convidadas a levarem até a igreja suas mochilas e os materiais escolares. A comentarista fez a seguinte pergunta antes de iniciar a celebração: “O que eu carrego na mochila?”. Segundo ela, além dos materiais escolares, a criança carrega os valores que farão parte de seu dia a dia. Com a igreja lotada – terça também é dia da devoção a Santo Antônio e da bênção dos pãezinhos –, o celebrante interagiu várias vezes com as crianças. Antes de iniciar a
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homilia, constatou o grande número de professores e crianças presentes. “Vocês, crianças, receberão a bênção das mochilas. Essa bênção, vocês têm que guardar no coração! E todas as vezes que vocês acharem que está difícil estudar, ou que às vezes a matéria que estão estudando não é muito fácil, peçam ajuda para Deus”, recomendou. “Deus, com certeza, ouvirá a oração de vocês, crianças e jovens! Deus é bom e ama a cada um de vocês”, ensinou. Frei Vanderlei também falou com os professores e familiares para despertar nas crianças o gosto pelas coisas sagradas. “Para as crianças terem esse gosto pelas coisas sagradas, não depende só da catequista, do frei, mas de cada um de vocês, pai, mãe, avô, avó ou responsável pela criança”, pediu. Para o celebrante, é importante falar de fé, de espiritualidade cristã para as crianças. “Nunca devemos vê-la como um peso a ser carregado.
Jamais. A espiritualidade cristã ajuda as pessoas a vencerem os obstáculos da vida. Ela nos ajuda a nos aproximar das coisas boas”, disse. O celebrante pediu para ter Deus antes de tudo na vida, através da oração, da contemplação, mas acima de tudo na prática, com o modo de ser e de agir. “Quando eu falo prática, não estou dizendo ‘coisas extraordinárias’. Nós não somos capazes de fazer isso, mas podemos fazer aquele pouco que faz grande diferença em nossas vidas. Com certeza, se assim fizermos, seremos pessoas mais pacíficas, conseguiremos alcançar a paz interior e nos tornaremos modelos de vida eficazes para essas crianças”, ensinou. Frei Vanderlei chamou todas as crianças para junto dele no altar durante a oração do Pai Nosso e depois, no final da celebração, pediu que viessem com as mochilas para dar a bênção final.
Moacir Beggo
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CF 2020: Reflexão sobre o olhar ormalmente, enquanto a criança é amamentada, o olhar dela procura o da mãe e, ambas, entre murmúrios e sons indecifráveis, falam a linguagem do amor, só entendida pelo coração. Jesus diz que o “olho é a lâmpada do corpo. Se o olho for puro, todo o corpo ficará iluminado” (Mt 6,22). No transcorrer dos 56 anos de atividade, a Campanha da Fraternidade continua refletindo questões internas e externas da Igreja (ver), iluminando-as com a Bíblia (julgar) e sugerindo pistas de ação (agir). Sem excluir este paradigma, a CF/2020 debruça-se nas perguntas “Quem é meu próximo” e “Que devo fazer”?! (Texto-base p. 12, 3-4). O pano de fundo é a Parábola do Bom Samaritano (Lc 10,25-37). A Lei Mosaica (Toráh) está diluída nos cinco livros do Pentateuco e nos 613 preceitos, acrescidos pela tradição. É um campo imenso. Os fariseus e doutores da Lei aplicavam-se em conhecê-los e se tornaram zelosos defensores e propagadores dos mesmos. Mesmo que a pergunta, dirigida a Jesus, era para “pô-lo à prova” (v. 25), faz sentido a questão colocada pelo interlocutor: Qual é a essência de tudo isso?! Ele já o sabia, pois ele mesmo a responde (v. 27). Mas, querendo justificar-se, pergunta: “Quem é meu próximo”?! Como resposta, Jesus conta a parábola cujo ensinamento vai além da Toráh e tradições: o próximo ultrapassa os conceitos de sangue, nacionalidade e religião. “Próximo é todo aquele que se aproxima do outro e se compromete com ele” (Texto-base p. 13). O sacerdote e o levita poderiam ter seus motivos para não socorrer aquele que fora assaltado. Talvez, porque “tinham compromissos”... o primeiro era responsável pelos holocaustos e, o outro, pela animação litúrgica e pela funcionalidade do Templo. Pode ser, também, que não o socorreram porque poderiam contaminar-se (Lv 21,11), ou porque não queriam interromper a viagem.
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O samaritano, inimigo dos judeus, viu, aproximou-se, compadeceu-se, prestou os primeiros socorros, levou-o à hospedaria, cuidou dele, pagou as despesas e, ao retornar da viagem, tornaria a vê-lo (vv. 33-34). Todo esse processo aconteceu porque “encheu-se de compaixão”. A etimologia desta palavra grega é “sofrer com – padecer com” o outro; significa, também, entranhas, vísceras. É diferente do “ter dó”. Este é um sentimento ocasional como, por exemplo, andando pela rua, alguém vê um necessitado, dá-lhe uma esmola e segue seu caminho. Essa compaixão não cria vínculos que comprometa as “entranhas”. Ao contrário, Jesus quando “viu a multidão faminta” (Mc 8,2) sentiu compaixão; o mesmo sucede quando a viu “abatida como ovelhas sem pastor” (Mt 9,36). É como se tirasse uma foto e fosse impressa em suas entranhas/coração. Impossível esquecê-la porque começou a fazer parte de sua vida... é algo estrutural! Quem tem esta postura de vida, ao ver o enterro do filho único de uma viúva, se aproxima dela e diz “não chore” (Lc 17,11-17). São palavras comprometedoras e solidárias e não simples jargão que o vento leva. O mesmo acontece no caminho do Calvário: as mulheres, ao vê-lo em tão lastimável estado, choram. Ele, esquecendo-se de si próprio, as consola dizendo que chorem por elas e seus filhos (Lc 23,27-28). O Evangelho, por duas vezes, diz que Jesus chorou. A primeira foi diante do túmulo de seu amigo Lázaro. Ao ver as irmãs Marta e Maria chorando e, com elas o povo – Ele também chorou
(Jo 11,35). É um amor, não expresso em “palavras, mas em atos e na verdade” (1 Jo 3,18). A outra foi quando viu a cidade de Jerusalém. Chorou por causa de sua maldade e ingratidão: “Ah! Jerusalém que matas os profetas (...) quantas vezes quis reunir teus filhos como uma galinha reúne seus pintinhos e tu não quisestes” (Mt 23,34-35). Há, também, o olhar de indignação. Certa ocasião, Jesus estava na sinagoga. Os fariseus o observavam se iria curar alguém, em dia de sábado, a fim de
acusá-lo. “Jesus lançou sobre eles um olhar de indignação e tristeza” (Mc 3,5). Seria, mais ou menos, dizer-lhes: “Não me conformo que vocês valorizem as tradições sabáticas mais do que quando o Criador o instituiu... para vocês, são mais importantes que a vida”! Este novo olhar da CF compromete a todos. Quem o assume, torna-se mais samaritano. Caso contrário, corre-se o risco da indiferença, como aconteceu com o sacerdote e o levita. Em 2013, ao visitar Lampedusa para ver de perto a situação dos refugiados, o Papa Francisco exortou a todos para vencerem a “globalização da indiferença. (...) Se não somos capazes de perceber a desumana dor que existe ao nosso redor, também nós nos tornamos desumanos”.
Frei Luiz Iakovacz COMUNICAÇÕES
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Festa da Padroeira resgata o valor do verdadeiro tesouro da fé
“Hoje é natal de Santa Inês Virgem a Cristo dedicada Que hoje ao céu entrega o espírito No próprio sangue consagrada Santa Inês de nós lembrai Intercedei por nós junto a Deus Pai” oi com as vozes da comunidade soando como uma só, que o hino de Santa Inês ressoou pelas paredes da igreja da Paróquia Santa Inês, em Balneário Camboriú, no dia 21 de janeiro, iniciando assim, a celebração em honra a nossa Padroeira. Uma jovem que deu a vida pelo amor a Cristo e que nos inspira diariamente por sua entrega e dedicação. Na companhia do diácono, dos outros três freis da Paróquia e de Frei Pedro da Silva, que atualmente trabalha no Seminário de Ituporanga, mas que já fez parte de nossa comunidade
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em 1999, o pároco Frei Daniel Dellandrea saudou a todos os moradores e visitantes, compartilhando com os presentes a história da Padroeira. Inês era muito jovem quando teve sua experiência com Deus e decidiu abrir mão de tudo para viver intensamente seu amor por Ele. Por ser dona de uma beleza pura, chamou a atenção do filho do prefeito e este lhe ofereceu uma vida de riquezas. Mas sua resposta era sempre a mesma: “Sou comprometida com outro tesouro.” O rapaz não sabia de sua consagração a Jesus Cristo e, portanto, insistia muito na possibilidade de um romance entre os dois. A família de Inês pedia para que ela abrisse mão da fé pelos valores do mundo terreno. E nem mesmo os incansáveis apelos foram capazes de fazê-la abandonar sua fidelidade e obediência a Deus. F oi
esta mesma fidelidade e obediência que a levou ao martírio. Durante a homilia, Frei Daniel relembrou uma belíssima citação de Santo Ambrósio sobre Santa Inês, onde ele diz: “Ainda não preparada para o sofrimento e já madura para a vitória”. A jovem de 13 anos abriu mão de tudo pelo grande tesouro que é o amor incondicional a Jesus Cristo. Como disse Frei Daniel, “talvez seja estranho para quem olha com olhares deste mundo, mas quem vive esta experiência de Jesus, entende que a maior riqueza é Ele”. E Santa Inês, para nós, assim como todos os outros santos, é um modelo de vida a ser seguido; verdadeira inspiração que nos mostra que Jesus é o caminho para alcançarmos o céu. Ela nos ensina a amar a Deus até o fim. E assim como ela fez, devemos procurar conhecer melhor este Pai que tanto nos ama e nos protege. Por fim, Frei Daniel levantou um questionamento e depois fez um pedido para a comunidade: “A quem precisamos renunciar? Somos capazes de perder a vida; de derramar nosso sangue por Jesus Cristo, como fez Santa Inês? Ah, se todos nós fôssemos corajosos como ela foi! Lutem contra vocês mesmos, contra quem mais tentar desanimá-los na caminhada. Mantenham sempre acesa a luz da fé”.
Pascom Santa Inês
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Exposição de fotos antigas vai homenagear os 450 anos da Festa da Penha brindo as homenagens aos 450 anos da maior festa religiosa do Espírito Santo, a Festa da Penha, o Convento da Penha em parceria com o Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha-IHGVV, vai realizar a Exposição “Imagens da Fé – Festa da Penha 450 anos – Fé, amor e devoção”. A abertura foi feita no dia 25 de janeiro, na Sala de Exposições do Convento. Trata-se de uma mostra de fotografias antigas, pinturas clássicas e street art (grafite), sobre o Convento da Penha. Estão previstas, na exposição, cerca de 30 fotografias históricas do Convento, a partir dos anos 1920;
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15 pinturas de artistas capixabas, fazendo um releitura de grandes mestres como Benedito Calixto, Levino Fanzeres, Homero Massena e outros; peças pertencentes ao acervo privado do IHGVV, do Convento da Penha e de particulares. A iniciativa atende ao convite do guardião do Convento, Frei Paulo Roberto Pereira, que pensou em uma forma de já iniciar as comemorações pelos quatro séculos e meio da festa mariana mais antiga do Brasil. A exposição registra o Convento da Penha, em uma linha do tempo, o seu passado com fotos históricas, as diversas obras de mestres pintores que o retrataram, finalizando com o mo-
derno da street art, do artista mestre do grafite, o jovem capixaba Claudio Tripa, que tem participação especial na mostra. Tripa irá pintar, em uma parede da galeria de exposições, um grande painel com sua consagrada leitura do convento, espalhada pela nossa cidade. Existe a possibilidade dele pintar um dos muros da subida do Convento. O grande convidado da mostra “Imagens da Fé” é o mestre pintor Kleber Galveas, amigo de Homero Massena, que estará expondo uma de suas mais importantes obras sobre o Convento, do seu acervo pessoal e que não estará a venda.
Missa abre Jubileu na Paróquia Santo Antônio de Sorocaba
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Paróquia Santo Antônio completará 50 anos em outubro e, para iniciar as comemorações, foi celebrada a Missa de abertura (31/01), que contou com a presença do Arcebispo de Sorocaba, Dom Júlio Endi Akamine, do pároco Frei Gilberto Piscitelli, do vigário Frei Rozantimo e do diácono Toninho. Também participaram desta comemoração Frei Benedito Gonçalves, o Frei Dito, responsável pelo desenho do novo logo, e o diácono Jair. Durante a celebração tivemos a apresentação dos símbolos das pastorais de nossa Paróquia. Ao final da Missa, nosso arcebispo deu a bênção e inaugurou o espelho d’água com a imagem de São Francisco.
O espelho d’água de São Francisco é uma homenagem à nossa Paróquia que é franciscana e marca os 50 anos de bênçãos.
Pascom Santo Antônio
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Gratidão e esperança marcam a despedida dos frades na Paróquia Santa Clara comunidade da Paróquia Santa Clara, em Bauru (SP), despediu-se dos franciscanos na noite de quinta-feira (23/01), durante Celebração de Ação de Graças, que marcou a entrega da Paróquia aos cuidados da Diocese. A Missa, presidida pelo bispo emérito de Bauru e frade desta Província, Dom Caetano Ferrari, começou com um clima melancólico, mas aos poucos a tristeza foi dando lugar à esperança e à gratidão. Frei Gustavo Medella, Vigário Provincial, concelebrou. Também estiveram presentes Frei Ademir Sanquetti, atual pároco, e Frei André Becker. Frei Gustavo agradeceu à Diocese
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de Bauru pela confiança e espírito de familiaridade e acolhida com que sempre os frades foram recebidos. “Aqui encontramos verdadeiros irmãos e parceiros na missão da evangelização”, testemunhou o Vigário Provincial. Dom Caetano recordou que, em 2001, ano de criação da Paróquia, ele era o Ministro Provincial e, por isso, acompanhou de perto os primeiros passos da comunidade que estava sendo desmembrada da Matriz Santo Antônio. Frei Benedito Gonçalves, o Frei Dito, foi lembrado com muito carinho pelos presentes. Ele foi o primeiro pároco local, entre 2001 e 2003, voltando novamente entre 2006 e 2009.
Em sua homilia, Dom Caetano destacou que a liturgia do dia ressalta três aspectos que também estão muito presentes na vida da comunidade: a amizade, a oração e a fé. “Esta paróquia tem uma história de muita amizade, carinho e amor. Ela nasceu e se desenvolveu com muita reza, por isso é fruto de muita oração. A fé está na base desta comunidade. A fé do povo, dos freis e das famílias, nos muitos momentos de oração celebrados nas casas”, declarou o bispo franciscano. Para ele, celebrar em ação de graças significa ter um coração grato pelo passado, sem medo de olhar com esperança para o futuro. “Em
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nome da Diocese de Bauru, temos um sentimento muito profundo de gratidão aos frades, mesmo com dor no coração. Entendemos o motivo da Província e aceitamos com humildade esta decisão. Nesta Paróquia, o franciscanismo tem raízes bem profundas e nossa promessa é que esta chama não irá se apagar”, assegurou Dom Caetano.
Não perder de vista o ponto de partida
Em nome do Conselho de Pastoral, Fátima Ferre dirigiu algumas palavras aos frades. Ela afirmou que, apesar da dor da despedida, a comunidade não perderá de vista o ponto de partida, recordando o ensinamento da Padroeira, Clara de Assis. “Lembranças não nos faltam. Ensinamentos, partilhas e vivências franciscanas cravaram nossa alma. O correto hoje seria dizer: ‘Vamos, pois nada ou quase nada fizemos’. Sem perdermos o nosso ponto de partida, continuaremos a nossa caminhada em busca da perfeita alegria. Hoje, o nosso coração se alegra por estas lembranças e é grande a nossa gratidão por tantos ensinamentos, realizações e conquistas em nossa Paróquia”, agradeceu a leiga. Frei Ademir relatou que em 2018, quando foi transferido como pároco das duas paróquias – Santo Antônio e Santa Clara – confessou que não conseguiria assumir tal responsabilidade. Mas, emocionado, testemunhou que a comunidade dividiu com ele o peso da função. Segundo o frade, o que se encerra neste momento é o compromisso dos frades como administrado-
res, e não como amigos, uma vez que os frades permanecem em Bauru, na Paróquia Santo Antônio. Frei André Becker aconselhou os presentes a voltarem sempre à fonte, ao primeiro amor. “O Papa Francisco tem nos recomendado voltar à fonte. Foi esta a grande busca de Francisco e Clara: retomar a fonte do Evangelho”, recordou o frade. Ele confessou que ainda estava “namorando” a comunidade, pois chegou há pouco mais de um ano, mas que lá encontrou muitas pessoas simples e de coração aberto. No final da celebração, Frei Gustavo agradeceu os frades presentes, representando todos os que passaram pela Paróquia Santa Clara. A comunidade apresentou um vídeo celebrativo, recordando os principais momentos da Paróquia em seus 18 anos de vida e nos 12 anos que precederam a criação da Matriz.
Entre os testemunhos, Frei Alessandro Dias do Nascimento, antigo pároco; além de Frei Diego Melo, coordenador do Serviço de Animação Vocacional, e Frei Gabriel Dellandrea, frade estudante do tempo de Teologia. Frei José Raimundo de Souza, que atualmente é vice-mestre da Filosofia no Convento São Boaventura, em Rondinha (PR), emocionou os presentes com seu testemunho. O Frei Zezinho, como é conhecido no local, é fruto da comunidade. Ali ele passou a infância e recebeu os sacramentos da iniciação cristã. Em 11 de janeiro de 2009, ele recebeu o hábito franciscano. Em 25 de agosto de 2018 ele foi ordenado presbítero na Paróquia Santo Antônio, em Bauru, e no dia 26 de agosto celebrou sua primeira Missa neste local, onde hoje os frades encerram sua missão como administradores.
Érika Augusto
Fátima Ferre, do Conselho de Pastoral COMUNICAÇÕES
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Jovens da Paróquia Santa Clara de Imbariê se reúnem para Luau ma prática que pode ser encontrada entre os jovens é a de “virar a noite” em festas. Há também quem realize tal gesto, por exemplo, para cuidar de doentes, aguardando voos em aeroportos, por causa de um trabalho ou enfermidade. No dia 15 de fevereiro, os jovens da Paróquia Santa Clara de Imbariê também repetiram tal atividade, mas desta vez com um luau na comunidade Imaculada Conceição. A inspiração para as atividades e reflexões foi o trecho do Evangelho: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20, 28), incitando o tema da missão de viver em comunidade. A iniciativa de tal evento, bem como os preparativos, começaram com o retorno das Missões Franciscanas da Juventude em Xaxim (SC), onde mais de 30 jovens da comunidade paro-
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quial estiveram presentes. Com isso, esse número se repetiu no luau, sendo acrescido com alguns jovens que não participaram do ocorrido em terras catarinenses. O luau começou com o final da tarde do sábado, com uma mística em forma de dança circular, recordando um mantra das Missões: “Tudo está interligado, como se fôssemos um. Tudo está interligado, nesta casa comum”. Em seguida, momentos de oração e animação, que foram repetidos ao longo da noite toda, foram dando a tônica do encontro. Pausas para refeições, preparadas com carinho pelas cozinheiras da comunidade, também chamadas carinhosamente de “tias”, foram necessárias para sustentar os jovens. Alguns momentos fortes também ocuparam a programação. Logo no
início frei Alfredo Epalanga Prego conduziu uma dinâmica de apresentação que animou a todos. Em seguida, os jovens da coordenação e membros da Pastoral da Juventude (PJ) da paróquia apresentaram a proposta do encontro e desta iniciativa paroquial específica. Frei Gabriel Dellandrea, recém-transferido para a comunidade local dos freis, apresentou-se a partir de imagens de São Francisco e símbolos importantes de sua vida, respondendo perguntas dos participantes. Em seguida, a prática da Lectio Divina foi explicada pela coordenação do encontro e vivida pelos participantes, que, no momento da partilha, impelidos pelo trecho do Evangelho do envio dos discípulos, recordaram situações que vivenciaram na comunidade paroquial de Imbariê ou na Missão em Xaxim. Um momento de
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adoração ao Santíssimo Sacramento também foi proposto aos jovens - com cânticos, orações, leitura da Palavra e uma breve explicação do Evangelho - e a juventude foi convidada a um gesto concreto: lavar os pés uns dos outros, sob a inspiração do tema para o encontro, tocando o sagrado corpo do outro, que é também a manifestação do Cristo. Em seguida, a jovem Bruna Maria, da PJ, conduziu uma pregação sobre o tema do encontro. No início, ela trouxe uma provocação, lembrando que as Missões em Xaxim terminaram, mas a vida paroquial está em pleno andamento, aguardando o
dom da vida e testemunho de cada um. Como prova de que é necessária uma missão local, a jovem fez uma pequena pesquisa e viu que muitos não conheciam ainda algumas comunidades da paróquia. Partindo da analogia de uma história envolvendo animais, a pregadora incitou a necessidade de contemplar a Paróquia e suas missões num todo, de modo orgânico, percebendo que não se pode pensar as atividades somente de modo setorizado. Assim, cada jovem foi provocado a se envolver em pastorais para exercerem sua missão. Em duplas, os jovens participantes fizeram uma dinâmica que buscou
demonstrar a importância da harmonia entre si e da proximidade. Com isso, numa partilha, eles manifestaram suas dificuldades e dramas, bem como os sonhos e anseios na sua caminhada de fé. Como conclusão, cada um foi convidado a compreender a outra pessoa, o outro, principalmente o sofredor, como o Cristo que se manifesta na vida do irmão e irmã. Na noite também teve espaço para apresentações artísticas, onde os jovens, motivados por alguns temas, fizeram encenações, poesias e canções sobre a caminhada eclesial. No final da noite, quando o sol já estava perdendo a sua força, cada qual foi se recolher na certeza de terem vivido como irmãos, partilhado a vida e provocados a exercer sua missão na Igreja. A gratidão pela boa realização do encontro se estende desde toda a comunidade paroquial que ajudou – partilha dos alimentos, divulgação do luau - e incentivou os jovens, bem como particularmente à equipe de organização do encontro e à acolhedora Comunidade Imaculada Conceição.
Frei Gabriel Dellandrea e Frei Alfredo Epalanga Prego
Frei Gregório celebra 60 anos de sua vestição religiosa Fraternidade do Convento São Boaventura se alegra pela vida e vocação de Frei Gregório Martins, que, no dia11/02, celebra 60 anos de sua vestição religiosa e, no dia 12 de fevereiro, 59 de sua Primeira profissão. Os festejos começaram com as celebrações litúrgicas das Laudes e da Missa de Ação de Graças presidida pelo guardião Frei Marcos Vinicius, que carinhosamente chamou à frente o festejado e pediu que toda a Fraternidade, de mãos estendidas, invocasse a intercessão de Nossa Senhora de Lourdes que hoje celebramos. Por fim, após a Oração do Meio-Dia
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foi cantado os Parabéns, agradecendo ao Senhor a vida e vocação de nosso confrade. Pedimos ainda que a proteção de Nossa Senhora de Lourdes e de nosso Seráfico Pai São Francisco possam recair sobre Frei Gregório para continuar louvando e bendizendo ao Senhor. Frei Gregório é natural de Santo Amaro da Imperatriz, Santa Catarina. Nasceu no dia 6 de junho de 1943 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 11 de fevereiro de 1960. Fez a profissão solene no dia 1º de agosto de 1968. Em nossa Fraternidade colabora no cuidado do jardim e dos serviços fraternos.
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Paróquia Santa Clara de Imbariê se encontra para formação sobre a CF2020 os dias 12, 13 e 14 de fevereiro, a Paróquia Santa Clara de Imbariê, em Duque de Caxias/ RJ, reuniu-se para uma formação sobre a Campanha da Fraternidade de 2020. Esta se baseia no tema: “Fraternidade e vida: dom e compromisso”, e tem como lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33 – 34), sendo este último inspirado no relato conhecido como “o bom samaritano”. Com uma média de 40 participantes das comunidades, os encontros aconteceram na Comunidade Jesus Crucificado. A proposta fez parte de um itinerário de formação que procura estabelecer encontros mensais a fim de aprofundar temas da teologia, da caminhada eclesial atual, dos eventos paroquiais e assuntos afins. Os organizadores do encontro foram Frei Jorge Maoski e Cristiane Aparecida
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da Silva, contando sempre com o apoio dos demais paroquianos. No primeiro dia, o encontro foi conduzido por Raquel e Raline do Centro de Defesa da Vida (CD Vida), entidade de prevenção e amparo diante da situação da violência doméstica com as mulheres. Elas apresentaram, entre outros temas, os seguintes pontos: a importância da realização da Campanha da Fraternidade; um histórico das demais campanhas; o material e reflexões produzidas para este ano; um panorama de situações de desigualdade social, racismo, violência, depressão e banalização do cuidado para com a natureza no Estado do Rio de Janeiro, apresentando realidades concretas que precisam de atenção e ações práticas visando o bem da população. No segundo dia, o diácono Sebastião
Bernardino, mais conhecido como Tiãozinho, trouxe um panorama bíblico do tema da referida campanha, fornecendo uma relação das leituras do Antigo e Novo Testamento com os temas centrais do tempo forte proposto para essa Quaresma. Além disso, o assessor sugeriu um diálogo dos textos bíblicos com as falas e posturas do Papa Francisco. No último dia de formação, Frei Jorge e Cristiane apresentaram modos de concretizar a temática explorada na campanha, apresentando vias para estabelecer um diálogo entre teoria e prática dentro da Paróquia. Os três dias tiveram como base de reflexão as impressões pessoais dos assessores, bem como os pontos apresentados no texto-base da Campanha da Fraternidade 2020.
Frei Gabriel Dellandrea
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Encontro dos ex-seminaristas celebra 40 anos oram momentos intensos de celebração, recordação, fé e partilha de vida o 40º Encontro de Ex-seminaristas, que aconteceu de 30 de janeiro a 1º de fevereiro, e que também celebrou os 70 anos de existência do seminário Santo Antônio, em Agudos (SP). Chegaram alguns ônibus de Santa Catarina, outros vieram de van, automóvel e motocicleta. Fomos presenteados com uma acolhida generosa dos freis e colaboradores do seminário. Uma comida caseira sempre
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saborosa e um ambiente com uma natureza verde e exuberante! Com apoio da comissão organizadora, Frei Nelson José Hillesheim ajudou na reflexão e fez alguns questionamentos: o que viemos trazer para cá? O que viemos recordar e também o que vamos levar? Voltamos transformados pela solidariedade, generosidade e ternura de Deus, com a certeza de que Francisco de Assis fala aos corações dos que participaram: a vida só tem sentido se
vivida intensamente e na integração plena com a criação! Foram intensos, com vibrantes momentos celebrativos, com lindas e bem cantadas celebrações ao som dos tubos do grande órgão da capela do Seminário. Deus abençoe todos os corações generosos que conosco ajudam a formar um frei franciscano e encher o mundo com bênçãos de paz e bem!
Frei Alexandre Rohling e Luiz Carlos Zimmermann (foto)
SACRÁRIO DIVO Pra mim Família, eixo sagrado que o Senhor Criou para ser o sonho feito verdade, Pra mim Família é Sacrário Divo do Amor, Onde começa a raiz da felicidade. Toda a paixão do meu viver pela Família, Vem do meu tronco, Lar de Fé, Religião, E em toda a minha vida, uma Estrela sempre brilha, Fruto de lá, que eu recebi como uma Lição. Se o mundo é mau, se o mundo é bom, sempre ele tem Direito à Lei de receber Educação, Base de um mundo bom, que da Família vem... Mundo bom é o Sonho, meta de nossa estrada, Dever de todos nós que aqui, hoje, vivemos Pra construir uma sociedade sagrada. Frei Walter Hugo de Almeida
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SÉRIE Frei Alcides Cella
Uma vida na formação franciscana 174 COMUNICAÇÕES MARÇO DE 2020
fraternidades// aúcho, aos 89 anos, Frei Alcides Cella passou a maior parte dos seus 75 anos de vida religiosa franciscana trabalhando com a formação. “Eu me sinto realizado na Ordem Franciscana, que tem espaço e abertura para todos!”, diz Frei Alcides, que reside na Paróquia São José de Coronel Freitas desde 2002, onde já foi guardião e vigário paroquial, sempre se dedicando ao “Boletim da Paróquia”. Nesta entrevista, ele traça um histórico de sua vida familiar e religiosa franciscana e já está na expectativa de celebrar 60 anos de vida sacerdotal no próximo mês de dezembro. Acompanhe!
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Comunicações – Frei, por favor, fale um pouco de sua família. Frei Alcides - Sou filho de Ângelo e Assumpta Zordan Cella, nascido no dia 13 de julho de 1931, em Guaporé, hoje Serafina Correa, no Rio Grande do Sul, Comunidade da Linha 14. Somos 10 irmãos (05 homens e 05 mulheres), todos, menos eu, casados e com filhos! Quando tinha meus 4 anos, a família veio de mudança para Aratiba, nas proximidades de Erechim (RS), Paróquia São Pedro de Sede Dourado, localidade de Rio Anta, onde frequentei a escola primária até 4ª série. A professora foi Zita Flach Hendges, por mim, muito estimada e que, anos depois, transferiu-se para Chapecó com a família, sendo professora e diretora numa escola do Bairro Passo dos Fortes. Vejam sua importância: Neste Bairro Passo dos Fortes, o município de Chapecó construiu uma Escola Modelo de Formação, com o nome de Zita Hendges, inaugurada em 2019. Em 1945, minha família mudou-se para a comunidade próxima, Linha Basso, que em seguida recebeu o nome da Padroeira, Santa Lúcia da União. Dois dias depois desta mudança, com a idade de 13 para 14 anos, com a orientação e exemplo do jovem padre Frei Artur Kleba, que muito me impulsionou, e que atendia em Três Arroios e Sede Dourado,
ingressei no Seminário Franciscano de Luzerna (SC). Na época, esta região do Noroeste do RS, era atendida pela Província da Imaculada. Menciono as paróquias: Gaurama, Três Arroios, Aratiba, Mariano Moro, Severiano de Almeida e “Não-me-Toque”!
Comunicações – A família sempre lhe apoiou? Frei Alcides - Quanto à família, sempre me senti apoiado pelos pais e ajudado também pelos irmãos(as), recordando com gratidão do ‘mano’ Claudino, que estudou até quase ao final da Teologia em Petrópolis e foi aconselhado a desistir pelo mestre Frei Marcelo Gomes. Ele cursou a USP, recebeu bolsa de estudo para um curso de linguística na França, onde se formou e defendeu a tese que a Universidade publicou em um livro. Eu possuo este volume de 600 páginas, ainda em folhas datilografadas: Académie de Nancy - Metz - Université de Metz- com o conteúdo da Tese: Étude Comparative- Système Verbal Français et Système Verbal PortugaisDoctorat 3e Cycle de linguistique- presenté par Claudino Cella- Anée 1978. Obs. A Universidade publicou esta tese em livro depois da morte do meu irmão e enviou para diversas universidades; eu não consegui mais um exemplar desta impressão oficial! Ele faleceu depois de cirurgia de coração que não deu certo. Sou grato também pela ajuda de minha irmã Ortencila, que reside em São Leopoldo (RS); de Letícia, que mora em São Paulo; trabalhou até se aposentar em companhias aéreas (ela me proporcionou viagens para a Europa, Terra Santa e Monte Sinai, que então pertencia a Israel, passando depois para o controle político do Egito). Comunicações – Como se deu a sua formação religiosa e franciscana? Frei Alcides - De 1947 a 1950 estudei no Seminário São Luís de Tolosa, em Rio Negro, no Paraná. De 1951 a 54, fiz o Segundo Grau em Agudos (SP). O Noviciado em Rodeio, em 1955, cujo
Mestre era Frei Hugolino Becker. Recebi o nome de Frei Benjamin! A Filosofia (dois anos) foi em Curitiba e a Teologia, em Petrópolis, de 1958 a 1960. Fui ordenado sacerdote no dia 14 de dezembro de 1960. Minha primeira missa solene se realizou em Sede Dourado, hoje Paróquia São Pedro, no dia 1° de janeiro de 1961; nos dias seguintes, na comunidade de Santa Lúcia da União; dia 6 de janeiro de 1961, na Colônia Cella, em Chapecó, que era atendida por Frei Helvico Meyer. Após a ordenação sacerdotal, nossa turma teve um ano de estágio
no Convento Santo Antônio, no Rio de Janeiro, sob a orientação de Frei Pascásio Retler, atendendo comunidades da região, sobretudo da Baixada Fluminense. A primeira transferência, de 19621965, foi para Duque de Caxias, atendida pelos franciscanos. Em 1966, fui transferido para São Paulo (Provincialado), liberado como coordenador provincial das vocações. Antes, porém de iniciar o trabalho vocacional, participei durante seis meses do ISPAV - Instituto Pastoral Vocacional, no Rio de Janeiro. Foi um curso também de adaptação às novas diretivas do Concílio Vaticano II. Depois de seis anos nesta atividade volante vocacional, com sede no Provincialado, trabalhei muitos anos em casas de formação, nesta sequência: 9 anos no Seminário São Francisco de Assis de Ituporanga (SC); 3 anos em Guaratinguetá (SP), no Seminário COMUNICAÇÕES
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de Vocações Adultas (Sevoa); 3 anos em Agudos, lecionando Português, História, Latim para o Colegial; 3 anos em Petrópolis, Convento do Sagrado, na função de ecônomo e guardião. A seguir, mais quatro anos, como diretor, ecônomo e professor no Seminário São Francisco de Assis de Ituporanga. Durante as férias, mormente, participei de Eventos e cursos de aperfeiçoamento: em 1971 - Complementação da Filosofia e Licenciado em Filosofia na Faculdade de Filosofia e Ciências e Letras de Ijuí (RS); em 1974 - Faculdade de orientação Educacional, em Passo Fundo. Participei igualmente do III Congresso Brasileiro de Orientação Educacional, em Porto Alegre, no período de 7 a 13 de julho/74; em 1975 - Conclusão e Licenciado em Orientação Educacional na Universidade de Passo Fundo (RS). Depois dessas atividades em Casas de Formação, atua em Paróquias: cinco anos em Porto União (SC); Balneário Camboriú (2 anos) e agora, nesta Paróquia de São José do Patrocínio de Coronel Freitas, desde do dia 10 de outubro 2002; primeiros três anos como guardião e a seguir na função de vigário paroquial até esta data.
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Comunicações – Já são dois jubi-
leus celebrados? Frei Alcides - Voltando atrás, lembro o Jubileu de 25 anos de sacerdócio, realizado em Guaratinguetá, no Sevoa, em 1985, com a participação de muitos sacerdotes e do sr. bispo de Aparecida. E na sequência, celebrei a missa jubilar na Comunidade de minha família, comunidade de Santa Lúcia, município de Aratiba. O outro jubileu é o de ouro de vida sacerdotal, celebrado em três locais: Matriz da Paróquia São Pedro de Sede Dourado, Aratiba, em 12/12/2010; Matriz de Cel. Freitas, dia 14/12/2010; e Colônia Cella, em Chapecó, dia 14/12/2010. Se Deus quiser, estarei celebrando 60 anos de sacerdócio, no dia 12 dezembro deste ano.
Comunicações – Que dois momentos marcaram esses 50 anos? Frei Alcides - Tive encontro com dois Ministros Gerais. Na primeira viagem à Europa, em Assis, me encontrei e pude conversar com Frei Constantino Koser (1965–1979), meu ex-professor de Teologia em Petrópolis; na segunda viagem, com Frei John Vaughn (1979–1991),em Roma, recém-eleito Ministro Geral.
Comunicações – O sr. sempre teve gosto pela comunicação? Frei Alcides - A iniciativa vem desde o Estudo de Filosofia, em Curitiba, onde iniciei com alguns colegas um Boletim interno, intitulado “A Pena”! Mais tarde, trabalhando na Paróquia de Balneário Camboriú, fui o responsável por um boletim paroquial. E chegando a Coronel Freitas, iniciei o “Boletim da Paróquia São José”, que é bimestral. O número 1 saiu em março/abril de 2003. Até novembro do ano passado foram feitas 102 edições. Foram encadernados os 50 primeiros num só conjunto; depois, os seguintes 25 e mais 25, que estão na Casa Paroquial; nos colégios e nas sedes dos 4 municípios da Paróquia de Coronel Freitas: Águas Frias, União do Oeste e Jardinópolis. Nestas edições, constam também os históricos de todas as Comunidades da Paróquia (mais de 50!). Comunicações – Como o sr. vê o Pontificado do Papa Francisco? Frei Alcides - Eu o considero muito carismático, corajoso, dinâmico, abrindo horizontes novos para a Igreja Católica! Comunicações – O que sr. diria
a um jovem que quer ser frade? Frei Alcides – Jovem, se você sentir um apelo para ser franciscano, siga o chamado de Deus! Vai se deparar com dificuldades, tentações para voltar atrás, mas Deus e São Francisco lhe darão forças para se purificar, santificar e ser um instrumento de evangelização no Reino deste Criador Supremo e misericordioso! Vá em frente, porque se Deus chama, também habilita! Eu me sinto realizado na Ordem Franciscana, que tem espaço e abertura para todos! Passei por fases difíceis e tentações para desistir! Sempre senti apoio por parte dos pais, de toda família humana e franciscana, com bons mestres, de vida edificante, atraente para prosseguir na caminhada!
Moacir Beggo
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USF realiza Planejamento Pedagógico Universidade São Francisco (USF) realizou de 3 a 7 de fevereiro o Planejamento Pedagógico 2020. O momento é de retorno dos docentes e de contínua melhoria da qualidade do ensino oferecido pela Universidade. A abertura oficial contou com a participação do Ministro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e Chanceler da USF, Frei César Külkamp. “Quero parabenizar todos por esse planejamento estratégico, envolvendo a missão, visão e valores dessa comunidade educativa, principalmente por terem construído tudo isso coletivamente. Onde aparece o diferencial de uma educação integral, transformadora, humanismo solidário e o respeito a diversidade. Valores necessários nesse nosso tempo”, comentou Frei César. O evento contou com a presença de docentes, coordenadores e diretores de câmpus, além do Diretor Presidente da CNSP-ASF e vice-reitor, Frei Thiago Alexandre Hayakawa, o reitor, Frei Gilberto Gonçalves Garcia, Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão, professor Dilnei Lorenzi e o Pró-Reitor de Administração e Planejamento (PROAP), professor Adriel de Moura Cabral. Durante a abertura oficial, foi apresentada a nova missão, visão e valores, além de todas as etapas da elaboração do Planejamento Estratégico, desenvolvido em 2019. O Planejamento Estratégico tem como principal preposição:
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“Trabalhar a Cultura Organizacional em prol da eficiência operacional e da construção de uma proposta de valor que gere percepção de qualidade. Unir os sujeitos, processos e recursos sob um mesmo objetivo de forma alinhada à nossa Missão, Visão e Valores”. O reitor da Universidade, além de desejar boas-vindas, apresentou as principais tendências do ensino brasileiro e perspectivas no ensino superior nacional. “Os melhores votos para que todo entusiasmo supere as adversidades possíveis que teremos neste ano. Continuemos a desempenhar o papel histórico da USF no cenário regional e nacional”, disse Frei Gilberto. O enceramento foi realizado por Frei Thiago, que destacou o trabalho coletivo. “O mais importante a ser destacado de todo esse trabalho do nosso planejamento estratégico foi a construção coletiva. Nós paramos e olhamos para nossa instituição e com isso construímos esse planejamento, que já tem pautado todo o nosso trabalho”.
Oficinas
Além da abertura oficial, ao longo de toda semana foram promovidas uma série de oficinas de capacitação que integram o Programa de Formação Continuada (CHAVE). Ocorreram Encontros com Docentes, Experiências Metodológicas Dinâmicas, Partilha de Experiências Exitosas, Aprofundamento, Referencial Teórico e Desenvolvimento de Competências. As oficinas estratégicas abordaram a Construção das Trilhas da Prática de Competências, Elaboração do Componente Curricular Prática Profissional, Atividades no Ambiente Moodle, Elaboração do Plano de Atividades e Registro no Diário Eletrônico e Gestão da Sala Virtual. Foram mais de 50 oficinas, com a participação de mais de 500 docentes em todos os câmpus
Ana Paula Moreira de Souza
Missão, visão e valores
Missão - Educar para a paz e o bem, com excelência acadêmica, pluralismo, inovação e sustentabilidade; Visão - Ser reconhecida nacionalmente pela excelência acadêmica, pela promoção da inovação sustentável, do desenvolvimento regional, da justiça e da paz; Valores - Educação integral Transformadora, Humanismo Solidário, Respeito à Diversidade e Inovação Sustentável.
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Cerimônia de Investidura acolhe novos integrantes do Coral dos Canarinhos o dia 16 de fevereiro, durante a Celebração Eucarística das 10 horas, o Coral dos Canarinhos de Petrópolis (RJ) recebeu oficialmente dez novos integrantes. A Cerimônia de Investidura foi celebrada pelo diretor do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis (IMCP), Frei Marcos de Andrade, na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, e contou com uma igreja lotada, especialmente pela presença dos pais e padrinhos dos novos integrantes. Depois de um ano no Curso de Aprendizes, esse momento marca a passagem para o coro principal do coral mais antigo do país e que desde 1942 canta na Missa das 10 horas. Logo no início da celebração, Frei Marcos saudou a todos e disse da alegria que é acolher novas crianças e adolescentes no coral dos Canarinhos.
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Lembrou que fazer parte deste projeto é assumir um serviço a Deus e a Igreja. O celebrante iniciou o rito de recepção dos meninos cantores logo depois da proclamação do Evangelho do 6º Domingo do Tempo Comum. Chamando cada um pelo nome, lembrou que quem faz este chamado por primeiro é o próprio Deus. Em sua reflexão, o celebrante disse que viver a lei pela lei, como o Evangelho narra, não significa nada. “Não
basta cumprir o preceito da missa dominical, Jesus quer mais. Quer uma mudança de vida, uma transformação. E todos nós sabemos que o aprimoramento da lei de Jesus se resume numa palavra só: o amor”, revelou. Segundo o frade, para viver essa lei do amor exige-se ações efetivas. “E nós sabemos como é difícil transformar o amor em gestos concretos. Exige de nós uma decisão de vida, que às vezes dói. Porém, o Senhor nos convida continuamente a rompermos com um modo de vida para assumirmos outro”, frisou. O celebrante explicou que a entrada dos novos meninos no coro significa que, através do canto, eles vão dirigir a Deus “nossas preces e pedidos”, que às vezes “nos nossos limites de adultos não conseguimos”. “Essas crianças que hoje disseram seu sim servem para nós como exemplo.
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É uma decisão, é isso que o Evangelho de hoje nos pede: decidirmos e renunciarmos tantas coisas para assumirmos um único projeto”, ensinou. “Que o Senhor nos ajude a cada vez mais fazermos a opção de vivermos o amor”, concluiu. Em seguida, deu-se continuidade ao rito da investidura dos novos participantes do coral. Frei Marcos interrogou-os e depois abençoou as vestes sacras, as cruzes, e os livros de cantos, que serão utilizados nas atividades do coral. Esse compromisso foi firmado perante Deus e toda a assembleia. Depois, com as vestes já abençoadas, os padrinhos os vestiram com as túnicas vermelhas e, das mãos do diretor do IMCP, receberam a cruz, o livro de canto e a veste branca. No final do rito, Frei Marcos abraçou cada novo menino cantor desejando a paz de Cristo. Todo povo reunido os saudou com uma longa salvas de palmas. Depois da comunhão, o regente Marcos Aurélio Lischt convidou os novos membros cantores a se juntarem ao coro, para juntos entoarem o canto de ação de graças “Magnificat”, de Hendrik Andriessen. A partir deste domingo, o Coral dos Canarinhos, que neste ano completa 78 anos de existência, passa a contar com Arthur de Vieira Sobral, Arthur dos Santos Faustino, Fábio Henrique de Paula Diniz, Gabriel Araújo de Castro Lomar, Igor dos Santos Moraes, João Victor Jaccoud Sevilla de Carvalho, Miguel Dardes Ramos Barbosa, Miguel Duarte Leitão, Nicolas Marques Viana de Paiva e Ravy Queiroz Pires.
Frei Augusto Luiz Gabriel COMUNICAÇÕES
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Pastoral do Bom Jesus participa do congresso Catequistas Brasil 2020 ntre os dias 7 e 9 de fevereiro, participaram da 2ª edição do Congresso Catequistas Brasil a coordenadora da Pastoral Escolar e Universitária, Rita Kleink, o vice-presidente do Grupo Educacional Bom Jesus, Frei Mário José Knapik, e mais treze catequistas do Grupo Bom Jesus. O evento aconteceu no Santuário de Aparecida (SP) e reuniu importantes nomes da catequese no Brasil. Realizado pela Revista Paróquias e promovido pela Promotoria Católica (Promocat), o Catequistas Brasil conta com o apoio da CNBB, da Arquidiocese de Aparecida, do Santuário Nacional de Aparecida e da Faculdade Dehoniana dos padres do Sagrado Coração de Jesus Tendo como tema “Venha e Veja”, o encontro teve como objetivo contribuir para formação e a evangelização dos catequistas. Inspiração, motivação e conhecimento foram as três
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palavras chave do evento, no qual os catequistas tiveram a oportunidade de participar de diferentes palestras, vivências, workshops e apresentações de músicas católicas, entre as mais de cinquenta atividades que aconteceram simultaneamente em diversos locais. Além dessas atrações, estações
dinâmicas foram apresentadas pelas principais editoras católicas do Brasil, entre elas a Editora Vozes. Entre as palestras, enfatizamos a do Padre Paulo Gil, membro da Comissão Regional da Animação Bíblico-catequética para a região Sul I da CNBB e assessor da Animação
evangelização// Bíblico-catequética da Arquidiocese de São Paulo, que abordou o tema “Catequese, família e comunidade: passos, laços e espaços”. Segundo ele, catequese, família e comunidade são lugares onde se constroem laços com gestos simples e atitudes cotidianas; são ambientes onde os vínculos e afetos produzem respeito e amor mútuo; são espaços onde o cultivo da oração e da espiritualidade propiciam o crescimento e o amadurecimento da fé cristã. Nesse sentido, a arte de construir relacionamentos familiares respeitosos e confiáveis exige de seus membros firmeza e flexibilidade, força e sensibilidade, disciplina e prudência. Em seguida, Pe. Jânison de Sá Santos, assessor nacional da Comissão Bíblico-Catequética da CNBB, refletiu sobre o “O anúncio querigmático no contexto da cultura urbana”. Na ótica do conferencista, os catequistas são chamados a escutar, admirar e compreender a cultura urbana. Marcada por um contexto de tolerância e intolerância, diferença e indiferença, nessa cultura os discípulos missionários são anunciadores do querigma a todas as pessoas que desejam acolher livremente a mensagem de Jesus Cristo. Na sequência, Moisés Sbardelotto, jornalista, professor e consultor em comunicação para diversos órgãos e instituições civis e religiosos, apresentou uma reflexão sobre o tema “Comunicar a fé: por quê? Para quê? Com quem? ”. Segundo o professor, no meio de tanta conectividade e midiatização, a comunicação convive com novas experiências e práticas de fé, sendo primordial aprofundar a reflexão sobre a cultura digital na perspectiva das inter-relações entre o ser humano, a tecnologia, o ambiente e o sagrado. A grande surpresa do evento foi a presença do Pe. Zezinho. Suas sábias palavras encantaram a todos. Segundo ele, o catequista precisa estudar e buscar novos meios para transmitir a mensagem da fé cristã no mundo
contemporâneo. “Talvez esse seja o grande sentido de estarmos aqui nesse encontro de formação, de estudo e reflexão sobre nossa missão catequética”, enfatizou Zezinho, segundo o qual “Não há como ser catequista apenas com o coração e a vocação. Para exercer seu ministério catequético, anunciar e testemunhar Jesus Cristo, o catequista precisa de formação continuada”. No último dia de formação, Frei Carlos Mesters, da Ordem Carmelita e doutor em Teologia Bíblica, abordou o tema “Jesus tão humano como só Deus pode ser humano”. Ao discorrer sobre a temática, acentuou que Jesus nasceu e cresceu como nós. Seus sentimentos, gestos e atitudes diante do povo revelam sua profunda humanidade. Com base no texto bíblico “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar vida como resgaste em favor de muitos” (Mc 10,45), destacou que Jesus veio para humanizar, servir e libertar o povo. O encerramento do congresso foi acompanhado da missa de envio presidida por Dom Joel Portella Amado, secretário-geral da CNBB, e concelebrada por todos os sacerdotes presentes no evento. Em sua mensagem aos catequistas, Dom Joel desta-
cou a importância do testemunho de cada catequista em sua comunidade. Segundo ele, “Jesus confiou em seus discípulos e continua confiando em nós, fazendo-nos participantes de sua missão salvífica”. A participação da Pastoral Escolar nesse evento demonstra a importância dada pelo Grupo Educacional Bom Jesus à formação de seus catequistas e à integração ao projeto de evangelização da CNBB, das Dioceses e Arquidioceses. Os catequistas do Grupo retornaram do evento renovados e fortalecidos pela formação recebida e têm agora a missão de serem multiplicadores dos momentos vivenciados no Catequistas Brasil. Aproveitamos para destacar a alegria dos nossos catequistas e a renovação do seu compromisso de serem testemunhas de Cristo e mensageiros do amor, da paz e do bem. No decorrer deste ano, o Grupo Bom Jesus, com o apoio da Coordenação Pastoral, realizará encontros de formação catequética para os demais catequistas da instituição. Por fim, informamos que a 3ª edição do Catequistas Brasil acontecerá de 5 a 7 de fevereiro de 2021 no Santuário Nacional de Aparecida.
Frei Mário Knapik COMUNICAÇÕES
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Franciscans International visita o Sefras
Franciscans International
A voice at the United Nations
representante da Franciscans International para região das Américas, Alberto Ulises García, visitou de 20 a 24 de janeiro, os trabalhos desenvolvidos pelo Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), em especial os ligados à imigração. Além disso, veio com o objetivo de alinhar a gestão do Sefras às perspectivas de ações de advocacy (defesa e argumentação em prol de uma causa). A Franciscans International, com sede em Genebra (Suíça) e Nova York (EUA), é uma organização internacional não-governa-
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mental de direitos humanos, sem fins lucrativos, criada em 1989 pela Ordem Franciscana, de cunho interobediencial, com objetivo de promover e proteger os direitos humanos e a justiça ambiental na perspectiva franciscana. É interlocutora na Organização das Nações Unidas (ONU) das demandas da Família Franciscana oriundas dos cinco continentes. Em sua visita, Ulisses García conheceu os serviços: Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes (CRAI), Centro de Acolhida do Imigrante – Casa de Assis, e o projeto desenvolvido pela Rede de Promoção do Trabalho Decente. Segundo o coordenador, a imigração é importante no cenário político econômico mundial. “Vivemos num contexto de retrocessos quanto aos direitos humanos. Vemos políticas que violam esses direitos que, historicamente, já tinham avançado muito. Alguns governos estão adotando medidas de militarização que vão contra as comunidades marginalizadas. A situação atual é difícil,
//revista MARÇO DE 2020 EDIÇÃO ESPECIAL
PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL
Edição 2020 Especial das Missões Franciscanas da Juventude
mas vemos também que existem muitas organizações da sociedade civil preocupadas em visibilizar essas temáticas num contexto mais amplo de defesa”, acredita. Sobre a situação política social do Brasil, Ulisses acredita que o contexto é ainda mais preocupante. “As políticas não estão em conformidade com os direitos humanos, e algumas declarações do governo reforçam ainda mais esta ideia. Em partilha com os franciscanos que trabalham no país, percebemos que as lideranças dos povos indígenas vêm sofrendo ameaças e que a pauta da imigração no Brasil, também é internacionalmente destacada”. Em relação às perspectivas de ações de advocacy no Sefras, há um entendimento com as prioridades da FI para os próximos anos. A organização tem três grandes desafios: 1. A proteção do meio ambiente; 2.O desenvolvimento sustentável e a questão da imigração; e 3. E a proteção da dignidade humana. Para Frei José Francisco, a articulação com a entidade internacional é muito importante, pois “possibilita uma internacionalização das discussões, não só dando maior visibilidade às pautas, mas principalmente articulando junto à ONU as possibilidades de ações”. Segundo o frade, na atual conjuntura mundial, o alinhamento de agendas possibilita avançar mais. No ano em que o Sefras celebra 20 anos de atuação na defesa intransigente de grupos em situação de extrema vulnerabilidade, este tipo de articulação reforça o compromisso de acolher, cuidar e defender, além de mobilizar e inspirar cada vez mais pessoas numa atitude permanente de solidariedade com a Casa Comum.
Rafael Corrêa 182 COMUNICAÇÕES MARÇO DE 2020
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FAE: Boas vindas aos calouros com Trote Solidário o dia 12 de fevereiro, voluntários veteranos e frades estudantes se reuniram na Pastoral da FAE Centro Universitário para dar boas vindas aos calouros. Como forma de marcar o ingresso dos mesmos, foram convidados a participar do Trote Solidário, a gincana de arrecadação que neste semestre será de caixas de bombons e barras de chocolate! A gincana acontece até o dia 5 de março e no dia 7 serão divulgadas as turmas vencedoras. Um calouro do curso de Administração, que garantiu a primeira doação, abraçou a causa proposta pelo Trote Solidário e relatou que, com certeza, fará parte dessa ideia. No dia 14 de fevereiro foi realizado, nos períodos matutino e noturno, o Café com a Pastoral. Os calouros puderam ter um momento de integração com voluntários, frades estudantes e equipe para conhecer as atividades realizadas pela Pastoral Univesitária. Por meio da partilha do lanche, o café busca promover a partilha de uma vivência mais humana e fraterna entre os alunos. No dia 17 de fevereiro, a Pastoral
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esteve envolvida com as boas vindas aos calouros da instituição, no evento da aula inaugural, nos períodos da manhã e da noite. Voluntários e frades estudantes puderam recepcionar os alunos e divulgar as atividades da Pastoral no stand disponibilizado. Distribuíram atenção aos acolhidos e balas com mensagens sobre a virtude do mês: a “Gratidão”. A Pastoral explicou no evento o
que é o Trote Solidário, sendo representada por Wellington Kihara, que destacou a importância de envolver sentimento tanto na gincana solidária quanto nas ações do dia a dia, a fim de marcar o início da jornada acadêmica como um diferencial para a própria vida.
Thaynara Olba Pastoral Universitária
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Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil NOTÍCIAS DA REUNIÃO DO DEFINITÓRIO PROVINCIAL São Paulo, 11 e 13 de fevereiro de 2020 pós a Celebração Eucarística, às 8h00, na capela interna da Fraternidade Imaculada Conceição, os Definidores se reuniram na sala do Definitório, na Sede Provincial, às 9h00, para dar início à primeira sessão do ano. Frei César Külkamp, Ministro Provincial, acolhendo a todos, convidou-os para uma partilha sobre a caminhada da Província. Foram lembrados os muitos momentos vividos nos últimos meses. A ordenação de Frei Gabriel Vargas, as Missões Franciscanas da Juventude, as primeiras profissões, as ad-
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missões, a entrega das casas de Amparo, Mangueirinha e da Paróquia Santa Clara de Bauru, o falecimento dos dois confrades Frei João Pereira da Silva e Frei Plínio Gande da Silva. Pontuou-se o bom cuidado fraterno que as suas respectivas fraternidades e frades tiveram nesse tempo de enfermidade dos irmãos. Frei César deu as boas vindas oficialmente ao Frei Jeâ Paulo, novo secretário, às reuniões do Definitório. Em seguida, pediu a Frei Mário Tagliari que fosse o moderador das sessões do Definitório. Grande parte dos assuntos nelas tratados segue abaixo.
Projeto Pessoal de Vida e Missão - orientações
Frei Fidêncio, moderador da Formação Permamente, enviou no dia 23 de novembro de 2019, uma carta aos frades com orientações para elaboração do Projeto Pessoal em consonância com o Projeto Fraterno de Vida e Missão. Os Definidores apreciaram o texto e ressaltaram a importância de que cada frade assuma esse trabalho pessoal como um verdadeiro exercício penitencial. O amadurecimento e a elaboração do Projeto Pessoal devem acontecer em clima de recolhimento e/ou de retiro pessoal. O exercício deve
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partir da Fraternidade e em vista da Fraternidade. O capítulo local pode ser um momento para a partilha da reflexão pessoal que cada frade fez. Lembrou-se que o Conselho para a Formação e os Estudos estipulou a conclusão até a Páscoa deste ano.
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S AV, JPIC e Solidariedade – Relato de Frei Diego
Frei Diego Melo, que atualmente está diretamente vinculado aos trabalhos da frente da solidariedade, JPIC e SAV,
definitório provincial// apresentou um detalhado relatório das atividades desenvolvidas. Os Definidores apontaram o bom trabalho realizado, especialmente no campo das juventudes. Para o trabalho do SAV, a partir deste ano, chegaram Frei Alisson Zanetti e Frei Odilon Voss (Ano Missionário). Frei Diego destacou a alegria deste suporte. A questão vocacional, uma das prioridades apontadas pelos últimos capítulos provinciais, precisa encontrar novo ânimo em cada fraternidade e na vida e ação de cada frade. As etapas da formação sentem os efeitos desta situação. Os frades devem insistir mais no convite, na acolhida e no acompanhamento.
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Assembleia da FIMDA – 30 Anos
Uma Comissão nomeada pelo Definitório apresentou algumas propostas para a celebração dos 30 anos. Com relação às datas previstas houve modificações devido à participação do Definidor Geral para a África, Frei Nicodéme Kibuzehose, e do Definidor Geral para a América Latina e animador da Evangelização na Ordem, Frei Valmir Ramos, de 02 a 09 de julho de 2020. Quando da Profissão Simples e das Admissões em Angola, no mês de janeiro, Frei César conversou com os frades da FIMDA, especialmente Frei Antônio Boaventura, para firmar datas e assessorias. Como os Estatutos Peculiares pedem a realização da Assembleia Anual, a proposta, acolhida pelo Definitório, foi a de realizar a Assembleia Ordinária e dar a ela o tom celebrativo dos 30 anos. O tema das celebrações, sugerido pela Comissão, vem de um tradicional canto litúrgico angolano: “O Senhor me chamou para sua messe. Eu respondi: ‘Aqui estou, Senhor, envia-me”.
Segue a programação prevista: 29-06 – Chegada dos frades; 30-06 – Celebração de abertura (Frei César); – Tema: Fraternidade contemplativa em missão (Frei Estevão O.); 01-07 – Gratidão – resgate histórico da FIMDA (Frei José Cambolo e outros) – Paixão – relato do Presidente, Secretariados e Serviços 02-07 – Esperança – Indicações para o Futuro (Frei César) – Conclusões e Encaminhamentos desde o último Capítulo e da Assembleia 03-07 – OFM – palavra dos Definidores Gerais 04-07 – Visita ao Santuário de Mamá Muxima – retiro e celebração mariana 05-07 – 10h - Celebração festiva no Kimbo (Dom Filomeno Vieira Dias, arcebispo de Luanda, e convite aos demais bispos das presenças) 6 a 9-07 – Visita às fraternidades com os Definidores Gerais. Frei César e Frei Gustavo devem participar e mais um dos definidores. Em tempo, Frei Estêvão e Frei Robson estarão
em Angola no período de 05 a 13 de abril com o objetivo de continuar a proximidade com os frades da missão e os trabalhos lá realizados. Também será ocasião para retomar a questão do autossustento.
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Santuário Frei Galvão – encaminhamentos
A Arquidiocese de Aparecida já deu parecer favorável para que a Província assuma os cuidados pastorais e administrativos do Santuário a partir de julho de 2020 ou janeiro de 2021. Espera-se agora, da parte da Província, uma proposta de convênio que contemple as diferentes necessidades. No dia 20 de fevereiro, Frei César e Frei João Francisco conversarão com o Reitor e o Ecônomo do Santuário Nacional de N. Sra. Aparecida para conhecimento do Convênio e relações praticadas pelos redentoristas. No momento o governo considera a data de janeiro de 2021 como a mais viável para se assumir o Santuário.
5 Encontro do governo com os
coordenadores dos regionais
O encontro com os coordenadores dos Regionais começou às 9h00, do dia 12, no Convento São Francisco. Iniciou-se com a oração inicial com a invocação do Espírito Santo. Frei Fidêncio, moderador da formação permanente e moderador desta reunião, passou a palavra ao Ministro Provincial, Frei César, que destacou as alegrias e os desafios que a Província vive. Lembrou os 100 anos de Frei Olavo, as admissões e as primeiras profissões dos irmãos. Nesses 30 anos de missão em Angola, o grande número de vocações é uma bênção. Partilhou brevemente o encontro com os ministros provinciais em Roma. Destacou o pedido para se trabalhar as dimensões da autoridade e da obediência fraterna em nossa forma de vida, com a consciência de que todos são irmãos, sem personalismo e autoritarismo. Outros enfoques foram a necessidade de uma vida com mais acompanhamento por parte da fraternidade, do guardião e do ministro, o excesso de autonomias, perda do espírito missionário, diminuição vocacional e muitos outros. Os desdobramentos da Encíclica Laudato Si’, com a visão da Ecologia Integral, trazem uma visão da pessoa humana e de mundo a partir da inspiração franciscana e ganham destaque nas discussões da Ordem. Falou que a visita do Ministro Geral à Província foi remarcada para 19 a 23 de outubro. Por conta do Capítulo Geral em maio de 2021, a Província precisará pensar na adequação de data para o Capítulo Provincial. Destacou que o Governo provincial tem efetivado as indicações de redimensionamento provindas do último capítulo. 1. A nova modalidade: Frei Fidêncio apresentou a proposta da nova modalidade de encontro dos Regionais, reconfigurada ad experimentum até o Capítulo Provincial. Os coordenadores e definidores discutiram sobre a realidade dos COMUNICAÇÕES
MARÇO DE 2020
185
//definitório provincial seus Regionais. Foram apresentados pontos de dificuldade e pontos favoráveis percebidos. Destacou-se que a falta de motivação não deveria impedir a vivência da nova modalidade. Há atividades nas fraternidades que podem impedir a participação em mais tempo de encontro. Deve-se usar de criatividade para encaminhar os compromissos a fim de possibilitar a participação dos frades. Essa nova modalidade prevê o destaque para a formação e mais tempo de convivência. Uma nova mentalidade e cultura formativa precisam ser criadas. O primeiro encontro do ano, segundo os presentes, deve acontecer conforme a proposta apresentada e, após experiência, perceber se uma melhor adequação poderia acontecer. Uma carta motivacional para cada fraternidade ou frade deve ser enviada para expor a importância do encontro e o roteiro comum. 2. O Encontro: Para o primeiro encontro do ano, os atuais coordenadores, com o respectivo Definidor do Regional, irão preparar e cuidar da dinâmica do encontro. Espera-se para os dois dias de encontro momentos de convivência, de oração (devoção mariana, memória pelos frades falecidos no regional, celebração com a OFS, etc), de partilha mais qualificada entre as fraternidades e de estudo e reflexão do tema proposto pela Formação Permanente. A nova coordenação deve ser eleita nesse primeiro encontro.
3. Formação Permanente: Tema geral de 2020: “Qualificar mais a nossa vida fraterna e aprofundar a nossa Identidade Carismática”: 1. Estudo para o primeiro regional Documento CPO: “Quem tem ouvidos escute o que o Espírito diz... aos frades menores hoje”. pg. 60ss Carta do Ministro Geral à Província Documento OFM: “Nossa Vocação: entre Fidelidade e Abandonos” (parte dos fatores que dificultam a vida fraterna e provocam abandonos) Começar a “esquentar” e encaminhar questões para o Capítulo Provincial
186 COMUNICAÇÕES MARÇO DE 2020
a) Quais passos a Fraternidade Provincial deve dar na revisão do Plano de Evangelização, não apenas como documento, mas na caminhada evangelizadora em suas cinco frentes? b) Q ue revisão de nossa caminhada formativa, particularmente a Formação Permanente, em vista das Diretrizes para a Formação e os Estudos?
2. Para a reunião dos Guardiães: Trabalhar o subsídio da Ordem “Manual dos Guardiães”. 3. Para tarefa pessoal e capítulo local: “Projeto Pessoal de Vida e Missão” (orientações já encaminhadas por Boletim On-line). Frei Fidêncio salientou a importância de se conectar também aos temas ligados à Igreja e à Ordem: Sínodo para a Amazônia (Laudato Si’), Campanha da Fraternidade, Economia de Francisco, encontro do Papa com os Educadores, etc. 4. Retiros provinciais: a Formação Permanente vai propor datas de retiros provinciais em lugares centrais e com estrutura adequada para acolher os grupos. A Fraternidade de Rodeio vai acolher no eremitério grupos de frades para fazerem experiência de contemplação e retiro ao longo do ano. Se houver iniciativa de retiro em algum regional, poderia ser encaminhada. As datas serão disponibilizadas na agenda da Província. 5. Agenda dos regionais do 1º semestre: Inicia com o almoço do 1º dia e conclui com o almoço no último dia, sempre com a presença do Ministro Provincial ou do Vigário: a) São Paulo: 09 a 11/03 – Largo São Francisco, SP (Frei César). b) Planalto, Cont. e SO do PR: 09/03 a 11/03, Piratuba ou Curitibanos, SC (Frei Gustavo). c) Leste. Cat., Vale e Alto Vale do Itajaí: 16 a 18/03 – V. Itoupava, SC (Frei Gustavo). d) Curitiba: 16 a 18/03 – Rondinha, PR (Frei César). e) Rio de Janeiro: 23 a 25/03 – Sagrado, Petrópolis, RJ (Frei César). f) Espírito Santo: 23 a 25/03 – Vila Velha, ES (Frei Gustavo). 6. Agenda dos Regionais para 2º semestre: serão marcados no primeiro encontro do ano, uma vez que o Ministro Provincial e o Vigário também estarão presentes. 7. Reunião com os novos coordenadores de Regionais: 08 de julho, em São Paulo. 8. Agenda com o Ministro Geral: Ele chega no dia 19 de outubro e quer se encontrar e conversar com os frades. Nessa perspectiva, pensa-se em três encontros no
definitório provincial// território da Província em vista da maior participação possível de frades e formandos. As datas e locais previstos inicialmente são: 20/10: Convento São Francisco, São Paulo/SP 21/10: Convento São Boaventura, Rondinha/PR 22/10: C onvento do Sagrado Coração de Jesus, Petrópolis/RJ Qualquer possível alteração será comunicada em tempo.
6 Transferências
1. F rei Fidélio Gonçalves Ferreira – Após serviço prestado à Diocese de Barra-BA, retorna à Província e foi transferido para a Fraternidade Santo Antônio, de Agudos, para serviços fraternos. 2. J osé Clemente Müller – Após serviços prestados à Custódia da Terra Santa, retorna à Província e foi transferido para a Fraternidade Nossa Senhora Aparecida, de Nilópolis, como vigário paroquial. 3. F rei Nilo Agostini – Da Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista, para a Fraternidade Santo Antônio do Pari, São Paulo, como vigário paroquial.
7 Nomeações
1. F rei Mário Tagliari – Assistente espiritual da fraternidade OFS Santa Clara, de Vila Madalena - São Paulo. 2. F rei Vanilton Aparecido Leme – Assistente espiritual da fraternidade OFS São Francisco das Chagas, de Rodeio. 3. F rei José Moraes Cambolo – Vice-mestre dos postulantes em Viana. 4. F rei Jhones Lucas Martins – Membro do discretório da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis. 5. F rei Gabriel Vargas Dias – Vigário Paroquial da Paróquia São Pedro Apóstolo, de Pato Branco. 6. F rei Roberto Aparecido Pereira – Pároco da Paróquia Santa Clara, de Colatina. 7. F rei Marx Rodrigues dos Reis – Vice-animador da Frente de Evangelização da Solidariedade com os Empobrecidos. 8. A Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica renomeou Frei Estevão Ottenbreit, no dia 27 de janeiro, Assistente Religioso da Federação “Imaculada Conceição” dos Mosteiros da Ordem da Imaculada Conceição do Brasil (Irmãs Concepcionistas).
8
Ordenação Presbiteral
Após analisar o pedido e avaliação da fraternidade e do povo de Deus, o Definitório aprovou a Ordenação Presbiteral de Frei José Morais Cambolo.
9 Frei João Paulo G. M. de Moraes – Ano Missionário
João Paulo foi acolhido para o ano missionário no Sefras. Frei Marx Rodrigues dos Reis foi indicado seu Mestre.
10 Egressos
O Noviço Fernando Góis da Costa, de Chopinzinho-PR, 22 anos, saiu no dia 10/02/2020. O Postulante Leonardo Moreira Pacheco, natural de Volta Redonda–RJ, 24 anos, saiu no dia 08/02/2020.
11 Orçamento da Província - aprovação
Às 10h15 do dia 13, Frei Raimundo Castro, Frei Robson Scudela e equipe de colaboradores estiveram no Definitório para apresentar a proposta de orçamento da Província para o ano de 2020. Ao se acompanhar os estudos do orçamento, surgiram algumas preocupações por conta de um déficit mensal. Os definidores ponderaram que será necessário analisar a atual situação do patrimônio e das fraternidades em vista de otimizar as receitas. É necessário criar a cultura de que toda fraternidade é Província; por vezes há certa desconfiança no gerenciamento dos bens. Foi lembrado que a administração da Sede e as casas de formação já fizeram um esforço para redução de gastos. Outros setores da Província precisarão adequar-se conforme a previsão de receitas. Conversas serão feitas em vista de garantir a saúde financeira da Província. O orçamento foi aprovado, considerando que algumas adequações ainda devem ser encaminhadas.
12 Formação
A CRB – Nacional está promovendo o Seminário para a Vida Religiosa Consagrada em Aparecida, de 13 a 16 de maio de 2020. É um aprofundamento da mística profético-sapiencial à Luz do Sínodo para a Amazônia.
13 Agenda 2020 – acréscimos e alterações Veja na última página.
14 Autorizações de viagem
Por motivos diversos, receberam autorização para viajar ao Exterior: Frei Conrado Lindmeier; Frei Ricardo Backes; Frei Neuri Reinisch; Frei Raimundo J. de Castro; Frei Gilberto Marcos S. Piscitelli; Frei Nilo Agostini e Frei Gilberto Garcia.
Encerramento
Às 15h00 do dia 13, Frei César agradeceu a Frei Mário pela moderação das sessões e a todos pela boa disposição. Disse que será bom manter uma presença fraterna junto às fraternidades e regionais e, por fim, pediu a intercessão de Maria a toda a Província.
Frei Jeâ Paulo Andrade, OFM SECRETÁRIO PROVINCIAL
Proveniente da Custódia Sagrado Coração de Jesus, Frei COMUNICAÇÕES
MARÇO DE 2020
187
Dados pessoais, formação e atividades:
Frei João Pereira da Silva 15.08.1944
+ 30.01.2020
de janeiro, às 9h, de onde o corpo de Frei João seguiu para o Seminário de Agudos, onde foi sepultado.
O frade menor
aleceu na tarde do dia 30 de janeiro, às 12h50, aos 75 anos, Frei João Pereira da Silva. Ele estava internado desde o dia 11 de dezembro em Bauru (SP), passando por momentos de agravamento e melhora no seu quadro clínico. No dia 17 de janeiro, o guardião, Frei Ademir Sanquetti foi chamado ao hospital pela equipe médica a fim de receber uma avaliação do estado de saúde de Frei João. Foi quando Dr. Ortega comunicou que o seu quadro era grave e irreversível. Um tratamento paliativo foi adotado. Enquanto o tempo se passava, era perceptível que suas forças diminuíam. Nos últimos dias, em decorrência de uma pneumonia, Frei João adquiriu uma infecção generalizada, ocasionando, aos poucos, a falência de órgãos vitais. No dia 30 de janeiro de 2020, às 12h50, foi constatado o seu falecimento. Seu velório foi na Igreja matriz da Paróquia Santo Antônio de Bauru. A Missa de Exéquias aconteceu no dia 31
F
188 COMUNICAÇÕES MARÇO DE 2020
Frei João é o sexto filho de sete irmãos do casal Osório Pereira da Silva e Olímpia Dândida Ribeiro. Seus pais eram de Minas de Gerais; em 1940 venderam um pequeno terreno que tinham e num espírito de aventura migraram para o Paraná. Como eram agricultores, especializaram-se no cultivo do café. Sua família era muito simples e humilde, mas unida e religiosa. Frei João cresceu rezando o terço em casa e na casa de seus vizinhos. Sua vocação surgiu por meio da participação ativa na vida eclesial da sua comunidade. Obteve informações dos frades franciscanos através da Folhinha do Sagrado Coração de Jesus, adquirida fielmente por seu pai todos os anos.
“O que diz de si...”
“Sou de temperamento calmo, humilde, paciente, dedicado e prestativo, compreensivo, não sei se posso dizer que sou alegre, mas também não sou triste, bastante calado sim, mas um silêncio ativo. Tenho a política da boa convivência”. “Na vida fraterna como guardião e pároco tive algumas dificuldades. Diante de comportamentos não condizentes com a fraternidade e com o trabalho pastoral, levei com paciência, mas também com firmeza”.
“O que dizem dele...”
“No tempo do personalismo, da tecnologia, da propaganda e do estrelato, um frade vindo do Paraná foi portador do dom unificador. Sem jamais usar uma palavra contra a harmonia, sem desejar convencer, brilhar, dominar e através do trabalho silencioso,
ascimento: 15.08.1944 (75 anos N de idade) Ribeirão Pinhal, PR. Vestição: 20.01.1977 – Rodeio Primeira Profissão: 20.01.1978 (41 anos de Vida Franciscana) Profissão Solene: 01.08.1981 O rdenação Presbiteral: 30.07.1983 (36 anos de Sacerdócio) 1978 – 1982 – Petrópolis – estudos de Filosofia e Teologia; 22.06.1983 – Porto União – vigário cooperador; 21.01.1986 – Concórdia – vigário paroquial; 30.11.1989 – Nilópolis-RJ/Conceição – guardião e pároco; 22.11.2000 – Amparo – guardião e pároco; 25.02.2016 – São Sebastião – guardião e pároco; 04.07.2019 – Bauru – vigário paroquial;
modesto e pertinaz, ao longo de dez anos, sem louvores, frei João transformou-se pela sua força moral em um grande benfeitor. Frei João é portador de dons do amor.” (Carta do povo de Nilópolis, por ocasião de sua transferência para Amparo no ano 2000). Para o povo e para os frades que conviveram com frei João, sempre foi marcante o seu jeito simples, fiel e correto de conduzir seu ministério. Seu silêncio conseguiu imprimir uma marca de carinho das pessoas para com ele e cuidado seu para com o povo. Na sua ficha autobiográfica diz que sempre gostou da pastoral paroquial e sentia-se realizado por ter sempre trabalhado naquilo que sonhava para si. Considerava um fato marcante fazer parte da “turma dos Gafanhotos” e sentia-se orgulhoso pelo título de Cidadão Amparense. Sobre a vida religiosa franciscana dizia que é uma das espiritualidades mais completa, mais rica, mais profunda e mais humana e, portanto, mais divina; dá alegria de vivê-la. R.I.P.
falecimentos//
Frei Plínio Gande da Silva 02.05.1940
+ 03.02.2020
presente às 12 horas. O sepultamento foi às 14 horas no Cemitério Santíssimo Sacramento, em São Paulo
O frade menor
esde a chegada de Frei Plínio Gande da Silva a São Paulo, na noite do dia 15 de janeiro, para iniciar os tratamentos contra o câncer no Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), o seu quadro só piorou. Em um dos boletins, Frei Fidêncio Vanboemmel, que acompanhou Frei Plínio, contou que depois de permanecer internado do dia 16 a 22 de janeiro, Frei Plínio recebeu alta para continuar o tratamento ambulatorial no Convento São Francisco. No dia 27 de janeiro, constatou-se uma infecção urinária e o estado de saúde era frágil. No dia 30 de janeiro, às 5h45, Frei Plínio retornou ao IBCC. Após novos exames de ressonância, o quadro clínico mostrou que o câncer já dominava o pâncreas e o fígado e apresentava nódulos no pulmão, infecção urinária e pneumonia. Assim, diante do quadro gravíssimo, Frei Plínio foi internado no IBCC. Desde sábado, dia 01/02, a equipe médica havia optado pela sedação a fim de evitar maiores sofrimentos. No fim da tarde do dia 03/02/2020, Frei Plínio veio a óbito. O corpo de Frei Plínio foi velado na Igreja do Convento São Francisco no período da manhã com a Missa de corpo
D
Frei Plínio nasceu em Divino-MG, mas foi em Volta Redonda-RJ que constituiu morada com sua família. Em 1961, por ocasião de seu ingresso na casa de Rio Negro, o Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Volta Redonda fez a seguinte apresentação de Frei Plínio ao frade superior que deveria acolhê-lo: “Apresento-vos este jovem Plínio Gande, paroquiano nosso, com 21 anos de idade, o qual deseja entrar na Vossa Ordem como irmão leigo. De uma família muito religiosa, sendo a senhora sua mãe, zeladora exemplar do Apostolado da Oração, parece-me que Plínio tem todos os requisitos de uma boa vocação religiosa”. Desde seu ingresso na Ordem era clara sua vocação para o ministério do serviço fraterno e cuidado para com os irmãos. Foi marcante na sua caminhada religiosa a sua disposição para o serviço missionário em Angola, constituindo a primeira fraternidade. Esteve na missão por oito anos. Na sua primeira carta ao Provincial, Frei Estêvão, disse o seguinte: “é com muita alegria, que cá de Huambo, posso te dar um sinal de vida. Depois de um ano e um mês sem comunicação; graças ao bom Deus posso me comunicar” (...) Na Kibala o povo está sofrendo muito: fome, doenças e todo tipo de privações e insegurança. Os catequistas têm nos ajudado muito, tanto moral, quanto material. O fungi nosso de cada dia não tem faltado (...) Sabemos que a Província inteira e a Ordem tem nos acompanhado com suas orações; isto nos conforta muito”. Dedicou anos de sua vida ao serviço simples e discreto na cafeteria e refeitório do Antonianum. Por ocasião de seu retor-
no à Província em 2005 o Ministro Geral, Frei José Rodríguez Carballo escreveu ao Provincial dizendo: “Pelo governo da Ordem os sinceros agradecimentos, pelo generoso serviço prestado nesses anos em nossa Fraternidade Internacional”. Em 2012, Frei Plínio celebrou solenemente na Rocinha o seu jubileu de ouro de vida franciscana. A missa foi presidida pelo amigo de longa data, Dom Leonardo, e a homilia foi feita por Frei Walter Hugo de Almeida, colega de turma, que destacou o seguinte sobre o seu irmão: “Frei Plínio inspira a grandeza do que é ser consagrado, seu abraço acolhe a todos que passam por sua vida. Seu amor se multiplica. Vive a pobreza e a caridade ensinadas por São Francisco, na liberdade de quem escolheu a vontade de Deus”. R.I.P
Dados pessoais, formação e atividades: 2.05.1940 – Nascimento (79 0 anos) 11.02.1963 – Vestição na Ordem III 01.05.1965 – Primeira Profissão 09.10.1966 - Guaratinguetá – Serviços Gerais 31.12.1969 - Convento São Francisco/SP – Cozinheiro 03.03.1975 – Petrópolis– CEFEPAL 26.12.1975 - Guaratinguetá – Estudante e Animador Vocacional 18.04.1978 – Lages – Porteiro e sacristão 05.12.1979 – São Paulo/Pari Porteiro 14.12.1982 – Petrópolis – Porteiro 08.12.1984 – Convento São Francisco/SP – Porteiro 30.11.1989 – Ipanema – Serviços Gerais 24.09.1990 – Angola – Missão 24.08.1998 – Rio de Janeiro – Serviços Gerais 23.08.1999 - Grottaferrata/Antonianum– Serviços Gerais/Refeitorário 01.06.2006 – São Paulo/Pari – Tratamento de saúde e serviços gerais 09.08.2007 – Rocinha – A serviço da evangelização 12.12.2012 – Nilópolis - A serviço da evangelização 20.10.2016 – Antonianum/Roma – Cafeteria 20.02.2019 – Nilópolis - A serviço COMUNICAÇÕES M A R Ç O D E 2 0 2 0 189 da evangelização
//falecimentos
Dados pessoais, formação e atividades:
Frei João Alves Filho 24.01.1940
+ 16.02.2020
que foi repetido no dia seguinte. A expectativa da equipe médica era que as sessões fossem favorecer a recuperação do confrade. No entanto, o efeito esperado não ocorreu. No domingo, 16, pelas 20h, Frei Carlos Körber e Frei Thiago Hayakawa estiveram no Hospital e perceberam o visível enfraquecimento de Frei João. Perto da meia-noite, Frei Carlos foi chamado ao HUSF onde recebeu a notícia de que o confrade falecera pelas 22h. A missa de corpo presente foi celebrada na capela do Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá, às 16 horas. O sepultamento foi logo em seguida no mausoléu dos frades.
O frade menor aleceu na noite do dia 16 de fevereiro de 2020, aos 80 anos, Frei João Alves Filho, no Hospital Universitário São Francisco na Providência de Deus (HUSF), em Bragança Paulista, SP. Segundo relato do guardião da Fraternidade, Frei Carlos Körber, Frei João Alves retornou de um período de férias com a família no sábado, dia 9 de fevereiro, já se queixando de dores no ombro. Diante da queixa, Frei Carlos marcou uma consulta para segunda, dia 11. No entanto, no domingo à tarde, os sintomas pioraram e Frei João passou a se queixar de “dores insuportáveis em todo o corpo”. Diante do agravamento da situação, foi conduzido por ambulância até o HUSF, onde foi diagnosticada uma pneumonia. Em seguida, o confrade foi encaminhado para a UTI e entubado. Na semana que se passou, Frei João esteve sempre em estado de inconsciência, embora apresentasse certa estabilidade no quadro geral. Na última sexta-feira, diante de alterações nos exames de sangue, passou por uma sessão de hemodiálise, procedimento
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190 COMUNICAÇÕES MARÇO DE 2020
Frei João nasceu na pequena cidade de Pratápolis-MG, em 1940. É o terceiro filho de uma família de oito irmãos. Vendo nos seus pais, João Alves Martins e Judite Lúcia de Oliveira, o testemunho de uma fé viva, manifestava desde cedo o desejo de ser padre. As condições financeiras, porém impediam. Por morar na zona rural, passou por muitas dificuldades para ingressar nos estudos. Seus pais chegaram a contratar um professor aposentado para ensinar os filhos. Antes de ingressar na formação franciscana, havia entrado em contato com os claretianos. A idade mais avançada, para a época, e a baixa escolaridade foram obstáculos superados. Além de Filosofia e Teologia, cursou administração de empresas, curso concluído em 1977. Publicou em 1991, um livro de 89 páginas. Um romance: “Entre dois Espelhos”. Um sonho que gostaria de ter realizado era o de cursar psicologia. Dizia querer ajudar os seres humanos e continuar seu processo de realização humana e cristã. No seu autorretrato, diz de si: “Sou filho de uma família simples; sou humilde, pobre, honesto, amo a vida e as pessoas, gosto do que faço, de tudo que faço com empenho e muito amor. Detesto a
ascimento: 24.01.1940 (80 anos N de idade) Pratápolis, MG. Vestição: 20.01.1970 – Rodeio Primeira Profissão: 21.01.1971 (49 anos de Vida Franciscana) Profissão Solene: 11.09.1976 O rdenação Presbiteral: 30.06.1984 (36 anos de Sacerdócio) 1977 – 1982 – Petrópolis – estudos de Filosofia e Teologia; 22.06.1983 – Blumenau – a serviço do Colégio Santo Antônio; 21.01.1986 – São Lourenço – vigário paroquial; 10.01.1995 – São Lourenço – vigário da casa; 07.03.2002 – São Lourenço – guardião e pároco; 07.11.2003 – Guaratinguetá/Graças – atendente conventual; 2 0.12.2006 – Guaratinguetá/Graças – coordenador da fraternidade 08.05.2008 – Amparo – vigário paroquial 17.12.2009 – Bragança Paulista – tratamento
mentira, a arrogância e a falsidade. Sou paciente e objetivo”. Grande parte de sua vida foi dedicada ao serviço à cidade de São Lourenço-MG. Lugar que sempre recordava com muita saudade. Por ocasião de sua despedida da cidade e da entrega da Paróquia à Diocese de Campanha, disse: “Se pudesse voltar atrás daria mais atenção aos excluídos e marginalizados sociais, aos carentes, política e espiritualmente. Aperfeiçoaria meu humanismo, seria mais profético, denunciando mais as injustiças”… Frei João Alves afirmava que os franciscanos deixavam, pelos lugares onde passavam, as raízes espirituais do modo de ser, de atender, de conscientizar, a simplicidade, a vocação para a fraternidade e a defesa da ecologia. Que o Bom Deus acolha esse nosso irmão, hoje, acolhido pela nossa irmã morte! R.I.P
Frei Jeâ Paulo Andrade
Viu, sentiu compaixão e cuidou dele... Quem pode, então, ser meu próximo? Perguntaram a Jesus, certa vez... E o mestre contou uma história De amor, compaixão, sensatez:
Tantos hoje que são desprezados As crianças que sofrem violência São os jovens no mundo das drogas Desvalidos que pedem clemência
Esta santa Quaresma convida: “Ver, cuidar e sentir compaixão” Não importa a quem encontremos Cada próximo é nosso irmão
“Eis que vinha um homem na estrada Espancado por alguns ladrões O deixaram ali, quase morto, E o porquê não se sabe as razões
São mulheres marginalizadas São idosos sem voz e sem vez São doentes em filas imensas E, quem sabe, atendidos talvez
A Palavra de Deus nos convida Ao exemplo do Cristo que amou E daquele bom samaritano Que do homem caído cuidou...
Vieram, então, sacerdote e levita Que o viram, sem nada fazer Mas também veio um samaritano Este quis ajudar com prazer
Tantos hoje são desempregados Que esperam salário ganhar Quantos são que na lama perderam Os seus bens, a família e o lar?
E do pobre sentiu compaixão A uma boa hospedagem o levou E pagou c’o dinheiro que tinha A bondade jamais lhe faltou”
E a mãe natureza ainda chora As florestas que estão a queimar Água escassa e o ar poluído Pouco a pouco, ela vai se acabar
Frei Carlos Nunes Corrêa Inspirada na Campanha da Fraternidade
agenda2020
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
As alterações e acréscimos estão destacados em laranja.
MARÇO
AGOSTO
02
17 a 21
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
Conselho de Formação e estudos – Sede
04
Assembleia da CFMB (Salvador, BA);
24 a 28
Diocese de Joaçaba - SC
Conselho de Evangelização – Sede Provincial - São Paulo, SP
Retiro no eremitério
SETEMBRO
08
01 a 03
30ª Romaria Frei Bruno (Joaçaba);
Reunião do Definitório Provincial;
09 a 11
Encontro do Regional de São Paulo – Largo São Francisco, SP
14 a 18
Retiro no eremitério
21 a 26
09 a 11
Encontro do Regional do Planalto e Oeste Catarinenses e Sudoeste do Paraná – Piratuba ou Curitibanos, SC
16 a 18
Encontro do Regional do Leste Catarinense e Vale do Itajaí – Vila Itoupava, SC.
16 a 18
Encontro do Regional de Curitiba – Rondinha, PR
16 a 20
Retiro no eremitério
20 e 21
Encontro da Frente da Educação ( frades) - Bragança, SP;
22 a 24
Encontro da Formação Inicial (Rondinha);
23 a 25
Encontro do Regional do Rio de Janeiro – Sagrado, Petrópolis, RJ
23 a 25
Encontro do Regional do Espírito Santo – Vila Velha, ES
30ª CAMINHADA PENITENCIAL FREI BRUNO Joaçaba - 8 de março de 2020
24 e 25
Assembleia do SAV (Rondinha);
29
Encontro regional da Frente das Paróquias – Xaxim
30 a 03
Encontro da CFMB (Franca, SP);
ABRIL
18
Ordenação de Frei José Morais Cambolo
20
450ª Festa de N. Sra. da Penha (Vila Velha);
28 e 29
Reunião dos guardiães e coordenadores (Agudos);
30 e 01
Reunião do Definitório Provincial (Agudos);
JUNHO
16 a 18
Definitório Provincial
29 a 05
Assembleia da FIMDA
30 a 02
Reunião do Definitório Provincial;
JULHO
06 a 10
Retiro no eremitério
08
Reunião dos coordenadores dos regionais
Assembleia da UCLAF (Divinópolis, MG);
OUTUBRO
11
50 anos da Paróquia Santo Antônio - Sorocaba, SP
15 a 18
Congresso de Evangelização da CFMB (São Paulo)
19 a 23
Visita do Ministro Geral à Província
31 a 01
Alverne – Concórdia (SC)
NOVEMBRO
16 a 18
Reunião do Definitório Provincial;
18 a 02
Experiência Under Ten (Ilha do Marajó)
31 a 02
Caminhada Franciscana da Juventude (CFJ) – Vila Velha (ES)
MAIO
01 a 29
2021
Capítulo Geral da Ordem (Manila – Filipinas);