Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil | NOVEMBRO- 2017 | ANO LXIV • No 11 |
DIA MUNDIAL DOS POBRES 19 de novembro
A pobreza tem o rosto de mulheres, homens e crianças explorados para vis interesses, espezinhados pelas lógicas perversas do poder e do dinheiro. Como é impiedoso e nunca completo o elenco que se é constrangido a elaborar à vista da pobreza, fruto da injustiça social, da miséria moral, da avidez de poucos e da indiferença generalizada!
PAPA FRANCISCO
xxx Sumário MENSAGEM DO DEFINITÓRIO Provincial
“Convocação para o Dia Mundial dos Pobres”............................................................................ 671
FORMAÇÃO PERMANENTE
Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial dos Pobres.................................... 672 “Dia dos Fiéis Defuntos”, texto de Frei Luiz Iakovacz............................................................... 676 Curso: O cuidado da Criação na Visão franciscana.................................................................. 677 “A lição que fica da Amazônia” - Experiência Under Ten...................................................... 678
FORMAÇÃO E ESTUDOS
Ordenação Presbiteral: D. Orani pede a Frei Alan testemunho e serviço............... 682 Depoimento: “Percebi que o maior preso ali era eu”.............................................................. 690 Agradecimento às FAVs de 2017 .......................................................................................................... 692
Alverne: Juventude Marcada por Francisco!................................................................................. 694 Vocacionados se encontram no Convento Santo Antônio do Rio............................. 696 1º Acampamento Franciscano da Juventude............................................................................. 697
SAV
FRATERNIDADES
Sorocaba ganha a sua Porciúncula...................................................................................................... 698 Frei Anselmo antecipa a celebração dos 100 anos de Luzerna..................................... 704 Penha: Devotos podem adquirir telhas usadas do Convento........................................ 706 Frei Clarêncio lança livro sobre os 50 anos do Santuário do Divino Espírito Santo.............................................................................................. 707 54ª Romaria da Salette em Concórdia............................................................................................... 708 Sagrado: Acolitato e Festa de Nossa Senhora Aparecida................................................... 709 Retiro do Regional do Vale do Itajaí..................................................................................................... 710 Vale do Paraíba: Encontro na Fazenda da Esperança............................................................. 711 ESPECIAL: São Francisco é celebrado na Província.............................................................. 712 2º Encontro de Ex-Seminaristas Franciscanos em Xaxim................................................... 724 Festa de Nossa Senhora Aparecida em Blumenau................................................................. 726 Aspirantes fazem encontro em Malange........................................................................................ 732
EVANGELIZAÇÃO
USF reinaugura Laboratório de Habilidades Médicas ......................................................... 733 Frente da Educação se reúne em Bragança Paulista.............................................................. 734
CFFB
Famílias Franciscanas se reúnem em Retiro no Alverne...................................................... 736 Novo governo dos Conventuais da Província São Francisco de Assis...................... 736 OFS do Pari festeja 90 anos de fundação........................................................................................ 737 OFS Nilópolis: Alegria e gratidão marcam o Jubileu de Ouro......................................... 737 Novo governo na Custódia das Sete Alegrias de Nossa Senhora................................ 738 800 anos dos Franciscanos na Terra Santa..................................................................................... 738
DEFINITÓRIO PROVINCIAL
Reunião na Sede Provincial de 17 a 19 de outubro................................................................ 739
FALECIMENTO
Frei Nelson Rabelo............................................................................................................................................ 744
Agenda ............................................................................................................................................................. 748 Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil Rua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | São Paulo - SP | www.franciscanos.org.br ofmimac@franciscanos.org.br
Mensagem Convocação às fraternidades e frentes
Dia Mundial dos Pobres
Nestes dois mil anos, quantas páginas de história foram escritas por cristãos que, com toda a simplicidade e humildade, serviram os seus irmãos mais pobres, animados por uma generosa fantasia da caridade! Dentre todos, destaca-se o exemplo de Francisco de Assis, que foi seguido por tantos outros homens e mulheres santos, ao longo dos séculos. Não se contentou em abraçar e dar esmola aos leprosos, mas decidiu ir a Gúbio para estar junto com eles. Ele mesmo identificou neste encontro a viragem da sua conversão: «Quando estava nos meus pecados, parecia-me deveras insuportável ver os leprosos. E o próprio Senhor levou-me para o meio deles e usei de misericórdia para com eles. E, ao afastar-me deles, aquilo que antes me parecia amargo converteu-se para mim em doçura da alma e do corpo» (Test 1-3: FF 110). Este testemunho mostra a força transformadora da caridade e o estilo de vida dos cristãos. Papa Francisco
Dia Mundial dos Pobres, previsto para o 33º Domingo do Tempo Comum - neste ano no dia 19 de novembro -, foi instituído pelo Papa Francisco. A carta que oficializa este dia traz a data da Festa de Santo Antônio, 13 de junho, e evoca com destaque o exemplo e a vida de São Francisco de Assis. Atendendo ao apelo do Papa e tendo em vista os compromissos próprios da Espiritualidade que livremente abraçamos, o Definitório recomenda vivamente que todas as Fraternidades e Frentes de Evangelização da Província promovam iniciativas concretas que possam marcar esta data. Algumas sugestões são apresentadas pelo próprio Santo Padre em sua mensagem, que segue como texto para Formação Permanente nesta Edição das Comunicações. No espírito de partilha e mútua animação, as ações realizadas podem ser documentadas, e o material enviado à equipe de Comunicação da Província a fim de ser preparado um número especial das Comunicações sobre o Dia Mundial dos Pobres. O Definitório Provincial conta com a participação de todas as Fraternidades e Frentes de Evangelização. Definitório Provincial Novembro / 2017 [Comunicações]
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Formação Permanente
MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCo
I DIA MUNDIAL DOS POBRES 19 DE NOVEMBRO DE 2017
Não amemos com palavras, mas com obras 1. “Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade” (1 Jo 3, 18). Estas palavras do apóstolo João exprimem um imperativo de que nenhum cristão pode prescindir. A importância do mandamento de Jesus, transmitido pelo “discípulo amado” até aos nossos dias, aparece ainda mais acentuada ao contrapor as palavras vazias, que frequentemente se encontram na nossa boca, às obras concretas, as únicas capazes de medir verdadeiramente o que valemos. O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus amou,
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deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres. Aliás, é bem conhecida a forma de amar do Filho de Deus, e João recorda-a com clareza. Assenta sobre duas colunas mestras: o primeiro a amar foi Deus (cf. 1 Jo 4, 10.19); e amou dando-Se totalmente, incluindo a própria vida (cf. 1 Jo 3, 16).Um amor assim não pode ficar sem resposta. Apesar de ser dado de maneira unilateral, isto é, sem pedir nada em troca, ele abrasa de tal forma o coração, que toda e qualquer pessoa se sente levada a retribuí-lo não obstante as suas limitações e pecados. Isto é possível, se a graça de Deus, a sua caridade misericordiosa, for acolhida no nosso coração a ponto de mover a nossa vontade e os nossos afetos para o amor ao próprio Deus e ao próximo.
Deste modo a misericórdia, que brota por assim dizer do coração da Trindade, pode chegar a pôr em movimento a nossa vida e gerar compaixão e obras de misericórdia em prol dos irmãos e irmãs que se encontram em necessidade. 2. “Quando um pobre invoca o Senhor, Ele atende-o” (Sl 34/33, 7). A Igreja compreendeu, desde sempre, a importância de tal invocação. Possuímos um grande testemunho já nas primeiras páginas do Atos dos Apóstolos, quando Pedro pede para se escolherem sete homens “cheios do Espírito e de sabedoria” (6, 3), que assumam o serviço de assistência aos pobres. Este é, sem dúvida, um dos primeiros sinais com que a comunidade cristã se apresentou no palco do mundo: o serviço aos mais pobres. Tudo isto foi possível, por ela ter com-
Formação Permanente preendido que a vida dos discípulos de Jesus se devia exprimir numa fraternidade e numa solidariedade tais, que correspondesse ao ensinamento principal do Mestre que tinha proclamado os pobres bem-aventurados e herdeiros do Reino dos céus (cf. Mt 5, 3). “Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um” (At 2, 45). Esta frase mostra, com clareza, como estava viva nos primeiros cristãos tal preocupação. O evangelista Lucas – o autor sagrado que deu mais espaço à misericórdia do que qualquer outro – não está a fazer retórica, quando descreve a prática da partilha na primeira comunidade. Antes pelo contrário, com a sua narração, pretende falar aos fiéis de todas as gerações (e, por conseguinte, também à nossa), procurando sustentá-los no seu testemunho e incentivá-los à ação concreta a favor dos mais necessitados. E o mesmo ensinamento é dado, com igual convicção, pelo apóstolo Tiago, usando expressões fortes e incisivas na sua Carta: “Ouvi, meus amados irmãos: porventura não escolheu Deus os pobres segundo o mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que O amam? Mas vós desonrais o pobre. Porventura não são os ricos que vos oprimem e vos arrastam aos tribunais? (…) De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta” (2, 5-6.14-17). 3. Contudo, houve momentos em que os cristãos não escutaram profundamente este apelo, deixando-se contagiar pela mentalidade mundana. Mas o Espírito
Santo não deixou de os chamar a manterem o olhar fixo no essencial. Com efeito, fez surgir homens e mulheres que, de vários modos, ofereceram a sua vida ao serviço dos pobres. Nestes dois mil anos, quantas páginas de história foram escritas por cristãos que, com toda a simplicidade e humildade, serviram os seus irmãos mais pobres, animados por uma generosa fantasia da caridade! Dentre todos, destaca-se o exemplo de Francisco de Assis, que foi seguido por tantos outros homens e mulheres santos,
ao longo dos séculos. Não se contentou com abraçar e dar esmola aos leprosos, mas decidiu ir a Gúbio para estar junto com eles. Ele mesmo identificou neste encontro a viragem da sua conversão: “Quando estava nos meus pecados, parecia-me deveras insuportável ver os leprosos. E o próprio Senhor levou-me para o meio deles e usei de misericórdia para com eles. E, ao afastar-me deles, aquilo que antes me parecia amargo converteu-se para mim em doçura da alma e do corpo” (Test 1-3: FF 110). Este testemunho mostra a força transformadora da caridade e o estilo de vida dos cristãos. Não pensemos nos pobres apenas como destinatários duma boa obra de voluntariado, que se pratica uma vez por
semana, ou, menos ainda, de gestos improvisados de boa vontade para pôr a consciência em paz. Estas experiências, embora válidas e úteis a fim de sensibilizar para as necessidades de tantos irmãos e para as injustiças que frequentemente são a sua causa, deveriam abrir a um verdadeiro encontro com os pobres e dar lugar a uma partilha que se torne estilo de vida. Na verdade, a oração, o caminho do discipulado e a conversão encontram, na caridade que se torna partilha, a prova da sua autenticidade evangélica. E deste modo de viver derivam alegria e serenidade de espírito, porque se toca com as mãos a carne de Cristo. Se realmente queremos encontrar Cristo, é preciso que toquemos o seu corpo no corpo chagado dos pobres, como resposta à comunhão sacramental recebida na Eucaristia. O Corpo de Cristo, partido na sagrada liturgia, deixa-se encontrar pela caridade partilhada no rosto e na pessoa dos irmãos e irmãs mais frágeis. Continuam a ressoar de grande atualidade estas palavras do santo bispo Crisóstomo: “Queres honrar o corpo de Cristo? Não permitas que seja desprezado nos seus membros, isto é, nos pobres que não têm que vestir, nem O honres aqui no tempo com vestes de seda, enquanto lá fora O abandonas ao frio e à nudez” (Hom. in Matthaeum, 50, 3: PG 58). Portanto, somos chamados a estender a mão aos pobres, a encontrá-los, fixá-los nos olhos, abraçá-los, para lhes fazer sentir o calor do amor que rompe o círculo da solidão. A sua mão estendida para nós é também um convite a sairmos das nossas certezas e comodidades e a reconhecermos o valor que a pobreza encerra em si mesma. 4. Não esqueçamos que, para os discípulos de Cristo, a pobreza é, antes de tudo, uma vocação a seguir Jesus pobre. É um caminho atrás d’Ele e com Ele: um Novembro / 2017 [Comunicações]
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caminho que conduz à bem-aventurança do Reino dos céus (cf. Mt 5, 3; Lc 6, 20). Pobreza significa um coração humilde, que sabe acolher a sua condição de criatura limitada e pecadora, vencendo a tentação de onipotência que cria em nós a ilusão de ser imortal. A pobreza é uma atitude do coração que impede de conceber como objetivo de vida e condição para a felicidade o dinheiro, a carreira e o luxo. Mais, é a pobreza que cria as condições para assumir livremente as responsabilidades pessoais e sociais, não obstante as próprias limitações, confiando na proximidade de Deus e vivendo apoiados pela sua graça. Assim entendida, a pobreza é o metro que permite avaliar o uso correto dos bens materiais e também viver de modo não egoísta nem possessivo os laços e os afetos (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 25-45). Assumamos, pois, o exemplo de São Francisco, testemunha da pobreza genuína. Ele, precisamente por ter os olhos fixos em Cristo, soube reconhecê-Lo e servi-Lo nos pobres. Por conseguinte, se deseja-
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mos dar o nosso contributo eficaz para a mudança da história, gerando verdadeiro desenvolvimento, é necessário escutar o grito dos pobres e comprometermo-nos a erguê-los do seu estado de marginalização. Ao mesmo tempo recordo, aos pobres que vivem nas nossas cidades e nas nossas comunidades, para não perderem o sentido da pobreza evangélica que trazem impresso na sua vida. 5. Conhecemos a grande dificuldade que há, no mundo contemporâneo, de poder identificar claramente a pobreza. E todavia esta interpela-nos todos os dias com os seus inúmeros rostos marcados pelo sofrimento, pela marginalização, pela opressão, pela violência, pelas torturas e a prisão, pela guerra, pela privação da liberdade e da dignidade, pela ignorância e pelo analfabetismo, pela emergência sanitária e pela falta de trabalho, pelo tráfico de pessoas e pela escravidão, pelo exílio e a miséria, pela migração forçada. A pobreza tem o rosto de mulheres, homens e crianças explorados para vis interesses, espezinhados pelas lógicas perversas do
poder e do dinheiro. Como é impiedoso e nunca completo o elenco que se é constrangido a elaborar à vista da pobreza, fruto da injustiça social, da miséria moral, da avidez de poucos e da indiferença generalizada! Infelizmente, nos nossos dias, enquanto sobressai cada vez mais a riqueza descarada que se acumula nas mãos de poucos privilegiados, frequentemente acompanhada pela ilegalidade e a exploração ofensiva da dignidade humana, causa escândalo a extensão da pobreza a grandes setores da sociedade no mundo inteiro. Perante este cenário, não se pode permanecer inerte e, menos ainda, resignado. À pobreza que inibe o espírito de iniciativa de tantos jovens, impedindo-os de encontrar um trabalho, à pobreza que anestesia o sentido de responsabilidade, induzindo a preferir a abdicação e a busca de favoritismos, à pobreza que envenena os poços da participação e restringe os espaços do profissionalismo, humilhando assim o mérito de quem trabalha e produz: a tudo isso é preciso responder com uma nova visão da vida e da sociedade. Todos estes pobres – como gostava de dizer o Beato Paulo VI – pertencem à Igreja por “direito evangélico” (Discurso de aberturana II Sessão do Concílio Ecuménico Vaticano II, 29/IX/1963) e obrigam à opção fundamental por eles. Por isso, benditas as mãos que se abrem para acolher os pobres e socorrê-los: são mãos que levam esperança. Benditas as mãos que superam toda a barreira de cultura, religião e nacionalidade, derramando óleo de consolação nas chagas da humanidade. Benditas as mãos que se abrem sem pedir nada em troca, sem “se” nem “mas”, nem “talvez”: são mãos que fazem descer sobre os irmãos a bênção de Deus. 6. No termo do Jubileu da Misericórdia, quis oferecer à Igreja o Dia Mundial dos Pobres, para que as comunidades cristãs se tornem, em todo o mundo, cada vez mais e melhor sinal concreto da caridade de Cristo pelos últimos e os mais caren-
Formação Permanente ciados. Quero que, aos outros Dias Mundiais instituídos pelos meus Predecessores e sendo já tradição na vida das nossas comunidades, se acrescente este, que completa o conjunto de tais Dias com um elemento requintadamente evangélico, isto é, a predileção de Jesus pelos pobres. Convido a Igreja inteira e os homens e mulheres de boa vontade a fixar o olhar, neste dia, em todos aqueles que estendem as suas mãos invocando ajuda e pedindo a nossa solidariedade. São nossos irmãos e irmãs, criados e amados pelo único Pai celeste. Este Dia pretende estimular, em primeiro lugar, os que creem, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro. Ao mesmo tempo, o convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram
Eucaristia deste domingo, de modo que, no domingo seguinte, a celebração da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo resulte ainda mais autêntica. Na verdade, a realeza de Cristo aparece em todo o seu significado precisamente no Gólgota, quando o Inocente, pregado na cruz, pobre, nu e privado de tudo, encarna e revela a plenitude do amor de Deus. O seu completo abandono ao Pai, ao mesmo tempo que exprime a sua pobreza total, torna evidente a força deste Amor, que O ressuscita para uma vida nova no dia de Páscoa. Neste domingo, se viverem no nosso bairro pobres que buscam proteção e ajuda, aproximemo-nos deles: será um momento propício para encontrar o Deus que buscamos. Como ensina a Sagrada Escritura (cf. Gn 18, 3-5; Heb 13, 2), aco-
riedade da existência e a falta do necessário. Aos discípulos que Lhe pediam para os ensinar a rezar, Jesus respondeu com as palavras dos pobres que se dirigem ao único Pai, em quem todos se reconhecem como irmãos. O Pai Nosso é uma oração que se exprime no plural: o pão que se pede é “nosso”, e isto implica partilha, coparticipação e responsabilidade comum. Nesta oração, todos reconhecemos a exigência de superar qualquer forma de egoísmo, para termos acesso à alegria do acolhimento recíproco. 9. Aos irmãos bispos, aos sacerdotes, aos diáconos – que, por vocação, têm a missão de apoiar os pobres –, às pessoas consagradas, às associações, aos movimentos e ao vasto mundo do voluntariado, peço que se comprometam para que, com este Dia Mundial dos Pobres, se ins-
à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade. Deus criou o céu e a terra para todos; foram os homens que, infelizmente, ergueram fronteiras, muros e recintos, traindo o dom originário destinado à humanidade sem qualquer exclusão. 7. Desejo que, na semana anterior ao Dia Mundial dos Pobres – que neste ano será no dia 19 de novembro, XXXIII domingo do Tempo Comum –, as comunidades cristãs se empenhem na criação de muitos momentos de encontro e amizade, de solidariedade e ajuda concreta. Poderão ainda convidar os pobres e os voluntários para participarem, juntos, na
lhamo-los como hóspedes privilegiados à nossa mesa; poderão ser mestres, que nos ajudam a viver de maneira mais coerente a fé. Com a sua confiança e a disponibilidade para aceitar ajuda, mostram-nos, de forma sóbria e muitas vezes feliz, como é decisivo vivermos do essencial e abandonarmo-nos à providência do Pai. 8. Na base das múltiplas iniciativas concretas que se poderão realizar neste Dia, esteja sempre a oração. Não esqueçamos que o Pai Nosso é a oração dos pobres. De fato, o pedido do pão exprime o abandono a Deus nas necessidades primárias da nossa vida. Tudo o que Jesus nos ensinou com esta oração exprime e recolhe o grito de quem sofre pela preca-
taure uma tradição que seja contribuição concreta para a evangelização no mundo contemporâneo. Que este novo Dia Mundial se torne, pois, um forte apelo à nossa consciência crente, para ficarmos cada vez mais convictos de que partilhar com os pobres permite-nos compreender o Evangelho na sua verdade mais profunda. Os pobres não são um problema: são um recurso de que lançar mão para acolher e viver a essência do Evangelho. Vaticano, Memória de Santo Antônio de Lisboa, 13 de junho de 2017. Franciscus Novembro / 2017 [Comunicações]
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Dia dos Fiéis Defuntos
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palavra sufrágio significa “fazer uma prece em favor dos defuntos”. O Catecismo da Igreja Católica diz: “Os que morrem na graça de Deus, mas não estão completamente purificados, passam, após a morte, por uma purificação a fim de obterem a perfeita santidade e, assim, participarem do Céu. Esta purificação chama-se Purgatório” (nº 1030/1031). Ensina, também, que, pela Comunhão dos Santos, há uma união entre a Igreja Triunfante (céu), Padecente (purgatório) e Militante (os vivos): “A oração pelos falecidos pode não somente ajudá-los, mas, também, tornar eficaz a sua intercessão por nós” (nº 958). A Bíblia nos mostra o exemplo de um pai que oferecia orações e sacrifícios pela purificação dos filhos: “Quando terminava os dias de festa, Jó os chamava a fim de purificá-los. E levantando-se bem cedo, oferecia um holocausto em favor de cada um deles, dizendo: talvez meus filhos tenham cometido pecado, desprezando a Deus em seu coração” (Jó 1,5). Os dois livros de Macabeus descrevem o período de guerra contra o helenismo que queria implantar a cultura grega em todos os países, a qualquer custo. Esta revolta é chefiada pela família Macabeus. Numa das batalhas, morrem soldados que traziam, debaixo das roupas, objetos idolátricos. Ao sepultá-los, todos oraram por eles e Judas Macabeus mandou recolher ofertas a serem enviadas ao Templo de Jerusalém, pedindo orações em
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sufrágio dos que morreram. Fez isso porque “acreditava na ressurreição” e porque “é bom orar pelos mortos para que sejam livres do pecado” (cf. 2 Mc 12,38-45). Nas Catacumbas romanas – lugar subterrâneo onde eram enterrados os cristãos martirizados – há alusões de preces nas quais os falecidos pedem orações aos irmãos que ainda vivem. Em todas as Missas, faz-se uma oração própria para os vivos e falecidos. Porém, o costume de se ter um dia dedicado, exclusivamente, aos que morreram começou pelo ano 1000. No entardecer de 1º de novembro, Dia de todos os Santos, os monges do Mosteiro Cluny da França começaram a rezar o “Ofício pelos Defuntos” porque eles, também, fazem parte da Comunhão dos Santos. Percebendo que a inciativa poderia ser salutar para toda a Igreja, o abade Odilon recomendou aos demais
mosteiros beneditinos que fizessem o mesmo. Daí em diante, começou o costume de dedicar o dia 2 de novembro como dia de oração pelos Fiéis Defuntos, e permanece até hoje. Esse dia não é de luto nem de tristeza, mas de saudosa recordação, na certeza de que a nossa relação com os falecidos não está interrompida com a morte. Ela não é uma desgraça ou o fim de tudo. A morte faz parte do seguimento de Jesus Cristo que, também, morreu, foi sepultado e ressuscitou. O apóstolo Paulo, ao escrever aos Tessalonicenses, diz: “Se cremos que Cristo morreu e ressuscitou, cremos, também, que Deus levará consigo os que adormeceram em Jesus” (Ts 4,14). O próprio Cristo, na ressurreição de Lázaro, compara a morte como um sono e que “acordar é ressuscitar” (cf. Jo 1,11-14). Só que ele tornou a morrer, enquanto Cristo Ressuscitado vive para sempre. O Prefácio da Missa dos Fiéis Defuntos enfatiza que “aos que creem em Deus, a vida não tirada, mas transformada e, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, os céus, um corpo imperecível”. Vivamos, intensamente, a vida presente, sem nunca perder de vista aquela que nos aguarda, pois “o que nenhum olho jamais viu, nenhum ouvido jamais ouviu e nem sequer passou pelo coração do homem, é isso que Deus preparou para os que O amam” (1 Cor 2,9). Frei Luiz Iakovacz
Formação Permanente Curso de Franciscanismo
O cuidado da Criação na visão franciscana
O
Curso de Franciscanismo, ministrado na Fraternidade Franciscana São Boaventura, teve mais uma edição este ano, de 9 a 13 de outubro. Seguindo o movimento ecológico e cristão da Igreja e da Encíclica Laudato Si’, o tema abordou: “O Cuidado da Criação na Visão Franciscana”. A semana de encontros contou com a presença de religiosos, religiosas e leigos da Conferência da Família Franciscana do Brasil e simpatizantes do carisma. O primeiro dia foi assessorado por Frei Fábio César Gomes, professor do Instituto Teológico Franciscano (ITF) de Petrópolis. Ele falou sobre a “espiritualidade ecológica de São Francisco de Assis a partir de seus Escritos”, dando ênfase especial ao Cântico das Criaturas. “Também os Escritos do próprio Francisco não nascem primariamente de uma preocupação cultural, literária, social ou ecológica, mas de uma exigência interior e são, antes de tudo, um transbordamento da sua experiência espiritual e, portanto, têm um caráter exclusivamente teológico”, disse Frei Fábio. No decorrer de sua explanação, apresentou todas as orações de São Francisco, de modo muito especial o “Cântico das Criaturas”. O segundo dia de curso ficou sobre a responsabilidade do Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, que abordou o tema: “O cuidado de Francisco de Assis pelas criaturas. “São Francisco instaura uma nova relação com a criação; não possuir ou dominar as criaturas, mas as respeitava até chamando-as pelo nome,
convidando-as a dar graças e louvores a Deus” (EP113, 1 Cel 80, EP 118119). O palestrante fez duras críticas às grandes empresas que se apossam dos bens como se fossem seus. “Como nos diz o Papa, deve sair do próprio homem uma conversão pura e de coração”, afirmou. O terceiro dia de curso foi ministrado por Frei João Mannes, professor do Instituto de Filosofia São Boaventura e Presidente da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus. O tema de sua palestra foi a “origem e finalidade da criação na visão de São Boaventura e João Duns Scotus”. “A criação é a manifestação ‘ad extra’ da potência, sabedoria, bondade, amor e beleza do criador”, explicou Frei Mannes. “Para Boaventura, Deus cria o universo porque pode criar, porque conhece as coisas variáveis e porque livremente quer criar”, completou. Neste mesmo dia, na parte da tarde, as palestras ficaram a cargo de
Frei Jairo Ferrandin, Professor de Filosofia e Coordenador do Instituto de Filosofia São Boaventura. Sua fala teve como tema: “Psicologia profunda e Ecologia integral”. Ele usou como base os pensamentos do psicólogo Jung e seu conceito de “self”. Diz ele: “O humano não basta nascer, mas deve conferir um sentido para a vida, adquirir um sentido individual, aí sim poderá integrar a criação”. Durante todos os dias de curso, o espírito que motivou a todos foi o da fraternidade, e todos formaram uma grande família. Todos participaram expondo suas ideias, conhecimentos e pensamentos, o que fez do encontro uma troca de conhecimentos entre palestrantes e os presentes no curso, mostrando que na mística franciscana ninguém é mais do que ninguém, mas que, como criaturas e filhos de um mesmo Pai, somos todos irmãos. Frei Matheus Borsoi Novembro / 2017 [Comunicações]
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Experiência Missionária Under Ten
A LIÇÃO QUE FICA DA AMAZônia
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ssim como a tinta de jenipapo utilizada para pintar nossos corpos ficou impregnada por mais de duas semanas, sinto que os efeitos da Missão na Amazônia ainda continuam reverberando e dando frutos, pois tudo aquilo que vivenciamos enquanto fraternidade deixou marcas profundas na alma e no coração. Promovida pela Conferência dos Frades Menores do Brasil, a experiência missionária na Amazônia aconteceu de 12 a 26 de setembro na Custódia São Benedito, junto aos índios Munduruku, do Rio Cururu, no estado do Pará. Destinada para os frades de até dez anos de profissão solene, mais conhecida como Under Ten, a Missão contou com a participação de oito frades, a saber: Da Província da Imacula-
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da - Freis Diego A. de Melo, Jeâ Paulo Andrade, João Lopes da Silva; Da Província da Santa Cruz – Freis Irwin Couto e João Ricardo; Da Custódia das Sete Alegrias – Frei Jorge Vasconcelos; Da Província de Santo Antônio – Frei Ricardo Gomes; Da Província da Assunção – Frei Cristóvão Jackson. Ao longo de duas semanas vivenciamos e partilhamos muitas coisas, ouvimos muitas histórias, experimentamos novos sabores, partilhamos novos costumes, expressões, língua e cultura diferentes. Adaptar-se a dormir na rede, acostumar-se com uma modesta alimentação feita praticamente de peixe, suportar as 36 horas de viagem pelos rios Tapajós e Cururu, enfrentar os desafios e riscos de uma viagem pela transamazônica e partilhar um pouco do quotidiano e do ritmo de vida dos
índios foi, talvez, a grande riqueza dessa Missão. Assim, embora receoso de escrever qualquer coisa sobre os índios Munduruku, tendo em vista o tão pouco que ficamos entre eles, sinto-me no dever de partilhar um pouco daquilo que vivenciamos bem como algumas singelas impressões, de modo que essa experiência possa ser transformadora para os outros, assim como o foi para nós. Não se trata de análise de um antropólogo, cientista social ou algum entendido da área. É, na verdade, apenas uma reflexão baseada no desejo de descobrir as sementes do Verbo presentes em todos os lugares. Afinal, como franciscanos, sempre descobrimos a presença secreta e misteriosa de Deus nos mais diferentes lugares e culturas. Pois bem, a primeira conclusão e
Formação Permanente aprendizado que tiro é sobre o conceito de civilização. Muitas vezes ouvimos expressões de que o índio não é civilizado, de que pelo fato de viverem no meio da mata e por muitas vezes não terem acesso ao computador, à TV ou outras tecnologias são menos civilizados do que aqueles que vivem nas cidades. Nosso etnocentrismo branco ocidental os julga como primitivos ou atrasados, colocando-os em um grau de inferioridade. Convivendo esses poucos dias com eles, fico me perguntando se não seria muito mais civilizado aquele que é capaz de conviver harmonicamente com a natureza, respeitando seus ciclos e tempos, do que nossa sociedade capitalista neoliberal que só vive a partir da lógica do consumo e da destruição. Para o índio, não existe essa lógica do acúmulo, da ganância e do lucro. A cada dia eles saem para pescar e cultivar a sua pequena roça, pois a natureza lhes garante o necessário para viver. Quando um grande peixe é pescado ou a caça de um grande animal é feita, o alimento é automaticamente partilhado com toda a aldeia. Além disso, seu espírito de comunhão os faz partilhar todas as manhãs o café da manhã, quando também aproveitam a reunião para conversar, dialogar e tentar resolver coletivamente alguma dificuldade. Diante disso tudo, só posso concluir que selvagem não é o índio que vive na floresta e no meio da mata, mas somos nós, que muitas vezes vivendo em grandes cidades em um ritmo alucinante e degradante, estamos adoecendo coletivamente e destruindo nossa própria casa, a mãe Terra. Outro ponto que gostaria de destacar é sobre a nossa consciência moral e os nossos padrões de comportamento ligados ao corpo, realidade sobre a qual acredito que os índios estejam muito mais evoluídos do que nós. Nossa falsa moralidade erotiza demasiadamente o corpo humano,
explora e lucra com a pornografia e ao mesmo tempo condena o nu e suas expressões. Será que nós, brancos e ‘não indígenas’, temos realmente uma equilibrada consciência moral, quando um seio exposto é sinal de vulgaridade, quando um corpo um pouco mais descoberto é um convite ao sexo e uma justificativa para o estupro, quando é preciso criar uma lei para que uma mãe possa amamentar seu filho publicamente? Nesses dias de missão vimos muitas índias com os seios de fora, meninos e meninas nuas brincando e tomando banho no rio sem nenhum
problema e com a maior naturalidade. Crianças e jovens participando das celebrações litúrgicas com suas roupas típicas, deixando seus corpos naturalmente expostos. Diante disso tudo, concluo que a sua maneira de ser e se relacionar ainda estão muito mais próximos da lógica paradisíaca em que o homem e a mulher, criados à imagem e semelhança de Deus, andavam livremente e sem nenhuma maldade do que nós, ‘civilizados’. Mais uma vez, nossa pretensa moralidade ainda tem muito que aprender com aqueles que julgamos ‘atrasados’. Outro aspecto que muito me marcou foi o profundo espírito religioso dos índios Munduruku. A sua cosmovisão e a maneira como veem relacionadas todas as coisas criadas são uma verdadeira catequese para nós. Não obstante os equívocos que os missionários possam ter cometido ao longo dos séculos de Evangelização, que algumas vezes pode ter sido reduzida à simples doutrinação, percebi que há uma boa integração entre as suas crenças e tradições com o nosso catolicismo tradicional. Nossos freis estão nessa missão há 106 anos. Doaram e continuam doando suas vidas pelos índios Mundurukus, que encontram na figura dos Novembro / 2017 [Comunicações]
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Formação Permanente
“Esses dias de Missão me ensinaram que devo ser mais simples. Que é possível ser feliz vivendo com pouco.”
(Frei Ricardo Gomes)
“Os índios e os Frades foram um verdadeiro exemplo de humanização.” (Frei João Ricardo)
“Levo dessa experiência o desejo de entregar-me mais. Doar-me mais pela fraternidade, pelo povo e pela missão.” (Frei Jorge Vasconcelos)
“Consegui reavivar a alegria gratuita pelas coisas simples e o meu espírito lúdico. Foi uma rica experiência. Volto mais feliz.”
(Frei João Lopes da Silva)
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Pains (freis) um sinal da presença de Deus, respeito, proteção e defesa dos seus direitos e da sua cultura. A alegria com que nos recebiam nas aldeias é impossível de ser expressa em palavras. Só quem viu a emoção dos caciques, crianças e adultos com a presença missionária pode entender essas palavras. Como nos disse um dos caciques: “A vinda de vocês à nossa aldeia é sinal de que Deus não se esqueceu de nós.” Expressões como essa serviam como força para continuarmos enfrentando as longas horas de viagem na desconfortável voadeira. Seu respeito pelas coisas sagradas é exemplar e inspirador, pois assim como eles adentram em uma igreja com toda a reverência, beijam a mão do Paim pedindo a bênção, também pedem licença ao rio para pescarem o seu alimento e à floresta antes de iniciar uma caça. Assim como fazem da Celebração Eucarística um momento de encontro com Deus e da partilha do corpo de Cristo, também são capazes de partilhar o alimento material que a mãe natureza lhes proporciona. Interessante também é a sua concepção de pecado e as suas consequências. Dentro da sua cultura e tradição religiosa, os grandes pecados são a maldade, a falta de partilha, o desrespeito pela natureza e para com a pessoa, de modo
que quem morre em pecado torna-se um animal selvagem. Assim, ser pecador é deixar de ser humano e tornar-se um animal irracional. Ser santo significa dominar a sua selvageria e tornar-se cada vez mais humano. Não poderia deixar de mencionar que os índios, como qualquer outro grupo humano, também precisam aprimorar outros aspectos de sua cultura. Reconhecer suas grandezas não significa idealizá-los cegamente como se fossem perfeitos ou imunes ao erro, mas é sinônimo de que podemos e devemos aprender uns com os outros e que é preciso quebrar nossos preconceitos e barreiras. Diante de todo esse aprendizado e partilha, somente podemos agradecer a Deus por essa experiência missionária tão singular e marcante em nossas vidas. De ora em diante, a Amazônia não será uma realidade somente feita de árvores e rios, pois será sinônimo de muitas vidas, histórias, sonhos e lutas daqueles povos indígenas que, não obstante os mais de cinco séculos de dominação, invasão e depreciação da sua vida e costumes, continuam resistindo com determinação e sagrada teimosia. Paz e bem! Frei Diego Atalino de Melo
Cheiro de peixe Era dia 17 de setembro de 2017, festa das Chagas de nosso Pai São Francisco de Assis. Estávamos viajando de voadeira (uma espécie de barco a motor) há mais de seis horas, quando tínhamos partido da aldeia Restinga, onde havíamos celebrado batizados e Primeira Comunhão de alguns jovens. Nossa previsão de chegada à próxima comunidade era para as 13h. Estavam todos nos aguardando para o almoço. No entanto, tendo em vista que o Rio estava muito baixo, nosso barco teve que ir mais devagar e chegamos somente depois das 16h. No meio da grande floresta e da imensidão de água, nossa fraternidade itinerante seguia sua viagem. A fome, o cansaço, o sono, o sol e calor escaldantes me faziam refletir sobre muitas coisas. Algumas partilhadas com os confrades, outras silenciadas no coração e na oração. Mas o que me levou a escrever esse texto foi uma brincadeira feita no barco e que talvez esteja tão carregada de verdade e ensinamento. Pois bem, em uma das paradas ganhamos algumas bananas e um peixe assado. Partilhamos imediatamente o alimento, pois a fome já apertava. Embora em número diferente, também aconteceu o mesmo milagre da partilha promovido pelos dois pães e cinco peixes do Evangelho. Depois de ter comido o peixe, Frei Cristóvão comentou que mesmo tendo lavado suas mãos, elas continuavam com o cheiro forte desse alimento tão essencial para esse povo. Diante da sua constatação, Frei Erlison replicou, dizendo: ‘Frei, lembre-se que o Papa Francisco disse que devemos ter o cheiro das ovelhas. Esse é o cheiro das suas ovelhas daqui da Amazônia.’ Diante disso, imediatamente cheirei meus dedos e percebi que aquele era o mesmo cheiro que havia sentido no meu primeiro dia de missão ao abraçar e beijar as primeiras crianças das aldeias. Confesso que ao beijá-las, aquele cheiro me pareceu estranho e, de certa forma, desagradável.
Naquele momento, ao cheirar meus dedos que tinham acabado de pegar o peixe, percebi que o cheiro das crianças e dos índios era exatamente o mesmo cheiro que estavam em minhas mãos e meus dedos. Disso tudo, concluo que se não tivesse partilhado do alimento deles, jamais entenderia o seu cheiro, ou seja, para realmente entender as pessoas que estão à nossa volta é preciso tempo, partilha, proximidade e abertura. Assim, fiquei pensando que o pedido do Papa para termos o cheiro das ovelhas é muito mais exigente do que imaginamos. Acredito que muitas vezes não entendemos nossas ovelhas nem tampouco as acolhemos pelo fato de não estarmos próximos a elas. Não partilhamos do quotidiano de suas vidas, suas lutas e suas alegrias. Como pastores, muitas vezes estamos distantes do povo que nos é confiado. Fechados em nossas secretarias paroquiais, nossos conventos, nossas leis, nossos programas, nossas estruturas e nossas seguranças, vamos esquecendo o modo de vida das pessoas. No entanto, acredito que esse pedido do Papa não serve somente para nós, frades ou padres, mas é possível estender essa reflexão também àqueles que são cuidadores ou pastores de outros. Penso nos pais que no frenesi da vida se distanciaram de seus filhos. Nos professores que não são capazes de entender a realidade de onde seus alunos provêm. Nos casais que mesmo partilhando do mesmo teto
e da mesma cama, vivem separados em seus corações e sentimentos. Dessa distância nasce o estranhamento, a incompreensão, o julgamento, as exigências inadequadas e, por fim, a falsa ideia de que nosso povo, ou seja, o outro, tem um ‘cheiro ruim e desagradável’, quando, na verdade, somos nós que desconhecemos o verdadeiro cheiro das pessoas que nos são confiadas ou estão à nossa volta. Assim, diante desses e de tantos outros exemplos, só posso concluir o quanto é necessário ouvirmos o apelo do Papa para termos o cheiro das ovelhas, ou seja, criarmos mais proximidade entre nós. É preciso diminuir as distâncias, aprofundar a comunicação, dedicar tempo e interessar-se mais pela realidade do outro. Ter cheiro das ovelhas significa construir verdadeiras relações capazes de entender as inquietações, angústias, sonhos e alegrias daqueles que estão ao nosso lado. Por fim, voltando à grande experiência da missão, espero não mais estranhar o cheiro das minhas mãos, pois agora entendi que era o cheiro sagrado daqueles que não só pescam o peixe, mas sabem dividi-lo com todos os que estão à sua volta, até mesmo com os ‘Pains’ (freis), homens brancos, que não sabem sua língua, não são da sua aldeia, mas que mesmo assim são acolhidos como sendo da sua própria família. Frei Diego Atalino de Melo frei.diego@hotmail.com
Formação e Estudos ordenação presbiteral
D. Orani pede a Frei Alan testemunho e serviço
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Comunidade Paroquial São Judas Tadeu de Bangu, reforçada com a presença de dois ônibus de fiéis – um de Nilópolis e outro da Rocinha – fez uma linda celebração para marcar o início do Ministério Sacerdotal de Frei Alan Maia de França Victor, que foi ordenado presbítero no sábado (30/9), às 17 horas, pelo Cardeal Orani João Tempesta. O clima no bairro de Bangu, que é conhecido pelas altas temperaturas no verão, ficou ameno com a chuva que chegou e deixou a festa ainda mais bonita. Além do Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, confrades de Frei Alan de toda a Província da Imaculada participaram da celebração, assim como sacerdotes e seminaristas da Arquidiocese do Rio. A Igreja ficou pequena para essa grande demonstração de carinho pelo ordenando, que levou o pároco Pe. Jorge Luiz a instalar um telão no Salão Paroquial. Frei Alan teve ao seu lado, na procissão de entrada, o pai Marinaldo e a mãe Anita Maria de França Victor, que permaneceram com ele até ser chamado para se aproximar do Arcebispo, depois da liturgia da Palavra, quando teve início o rito da ordenação. Frei Fidêncio apresentou Frei Alan e deu seu testemunho, em nome da Província da Imaculada e do povo de Deus, que ele “era considerado digno” para o ministério sacerdotal. Na homilia, Dom Orani exortou o neo-sacerdote a ser testemunha e anunciador do amor
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de Deus. “Escolhemos esse nosso irmão para Ordem do Presbiterato. Pode parecer uma frase do ritual da ordenação, mas é do Evangelho: ‘Não fostes vós que Me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi’”, disse D. Orani. Segundo ele, é um mistério o chamado de Deus em meio a toda essa confusão do mundo de hoje, de gente perseguida, de cristãos sendo martirizados, de cidades em caos, não só por questões políticas, mas questões éticas, sociais etc. O ordenado deve levar a todos a experiência da vida divina e isto
lhe dá a graça necessária para cumprir diversas tarefas relacionadas ao ministério sacerdotal. “Entre tantas más notícias, o ordenado foi escolhido para levar a grande boa notícia do amor de Deus, do compromisso pela pessoa”, acrescentou D. Orani. Dom Orani lembrou que a ordenação de Frei Alan acontece às vésperas da festa de São Francisco de Assis. “Frei Alan deixou a sua família, a sua Paróquia para poder servir o carisma franciscano. Pois como bem nos exorta São Francisco de Assis: ‘Pregue o Evangelho
em todo tempo. Se necessário use palavras’. Essa é a essência de todo religioso e cristão: ser testemunha do Deus ao qual Ele serve”, lembrou, enfatizando o testemunho do presbítero por toda a vida. Segundo D. Orani, viver a sua consagração religiosa tornando-se presbítero é uma grande missão e serviço. “É muito importante lembrar a sociedade hoje do Transcendente, lembrar os valores de Deus, lembrar as pessoas que podem ser melhores e fazer o bem. Ser chamado por Deus para esta missão é assumir todas as dores, dificuldades Novembro / 2017 [Comunicações]
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Formação e Estudos e alegrias que o ministério traz”, disse. “É uma grande alegria se doar pelo Reino de Deus na comunicação do Evangelho”, completou. Após a homilia, o rito continuou com o propósito do eleito. Em seguida, foi cantada a Ladainha de todos os Santos, quando o eleito prostrou-se, como sinal de sua total entrega a Deus. Em seguida, o momento central da ordenação com a imposição das mãos e a Prece de Ordenação. Na sequência, a última parte do rito: unção das mãos e a veste do eleito com a casula e a estola. Dois momentos são sempre muito emocionantes: a unção das mãos, que são amarradas pelo bispo e depois são desamarradas pelos pais, que recebem a primeira bênção do novo presbítero. Outro momento marcante foi a vestição, quando o neo-sacerdote, auxiliado pelo pároco Pe. Jorge Luiz, vestiu os paramentos próprios do presbítero, trazidos pela família em procissão.
AGRADECIMENTOS
Pe. Jorge Luiz fez os agradecimentos em nome da Paróquia e confessou a Frei Diego Melo, coordenador do Serviço de Animação Vocacional da Província, que “já estão sentindo saudades” depois de uma semana em missões em preparação para a ordenação de Frei Alan. Pe. Jorge Luiz também enfatizou muito a colaboração dos paroquianos nesta celebração. “O padre, sozinho, não pode fazer nada. Mas quando o padre conta com a comunidade, e a comunidade abraça a proposta, nós sabemos que o resultado é fantástico”, disse, agradecendo muito aos paroquianos. Frei Fidêncio, em nome de toda a Fraternidade Provincial, agrade-
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Formação e Estudos ceu a D. Orani por aceitar ordenar Frei Alan. “Agradeço mais uma vez por esta proximidade de irmão e pai, cuidador dos nossos irmãos, especialmente dos que vivem sua vida penitencial aqui no Rio de Janeiro. Quero agradecer ao Pe. Jorge Luiz porque o Frei Diego nos dizia hoje que foram, desde o primeiro momento, muito bem acolhidos. A esta Comunidade Paroquial, o nosso muito, muito, obrigado”, destacou, agradecendo à família de Frei Alan. “Eu sempre falo que vocês nos deram um companheiro, um amigo fiel, um irmão necessário para viver conosco a nossa vocação franciscana nesse projeto evangélico de São Francisco de Assis”, disse, dirigindo-se a Frei Alan: “Conte sempre com a gente na nossa Fraternidade Provincial. Muito obrigado a você e à Comunidade da Rocinha onde você atua”. Frei Alan é o filho mais velho do casal Marinaldo e Anita Maria de França Victor. Tem uma irmã, que se chama Aline, quatro anos mais nova. Atualmente ele compõe a Fraternidade Franciscana Nossa Senhora da Boa Viagem, na Rocinha. Nos agradecimentos, Frei Alan, emocionado, louvou a Deus pelo dom da vida e da vocação, agradeceu à família, à Província Franciscana e à Igreja, que acabara de acolhê-lo na Ordem dos Presbíteros. A Dom Orani demonstrou a sua gratidão e de sua família pedindo que sua mãe lhe entregasse uma orquídea como lembrança. Agradeceu ao Pe. Tiago, que há dez anos deu a carta de recomendação para entrar na Ordem dos Frades Menores: “Meu muito obrigado pelos conselhos e pela acolhida”, disse. Não poupou agradecimentos ao pároco Pe. Jorge Luiz, que abriu as portas da Paróquia e de sua casa Novembro / 2017 [Comunicações]
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para receber os missionários durante a semana preparatória para a ordenação. “Sempre que o procurei para falar da ordenação, ele me dizia: ‘Não se preocupe, está tudo certo!’”. Frei Alan agradeceu ao povo de Deus de sua Paróquia, de Nilópolis, onde passou dois anos fazendo pastoral quando era estudante de Teologia, e da Rocinha, onde vive atualmente. “Nos momentos de dificuldades, sempre repito nas celebrações, que sejamos instrumentos de paz naquela comunidade”, disse, muito aplaudido. A Rocinha viveu dias de angústia e medo nas últimas semanas. No final, Frei Alan surpreendeu e emocionou a todos ao pedir licença a D. Orani, a Frei Fidêncio e ao pároco Pe. Jorge para se dirigir ao povo. “A presença de vocês aqui nesta noite é meu maior presente. Mas eu queria um segundo presente”, disse, ajoelhando-se e pedindo a todos que estendessem a mão e rezassem um Pai Nosso e uma Ave Maria pelo serviço que naquele dia estava abraçando. “Que eu seja sinal e sacramento de Deus na vida do povo de Deus. Me ajudem e, quando necessário, corrijam-me também!”.
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Frei Alan Maia inicia seu Ministério Presbiteral O sacerdote – como está escrito em Hebreus 5 – é “um homem tirado por Deus do meio do povo e colocado a serviço desse mesmo povo nas coisas de Deus”. É em tudo e em primeiro lugar um homem de Deus, alguém que foi escolhido por Ele para ser o sinal visível da Sua presença no meio do mundo, como dizia o Cardeal Orani João Tempesta. Pois foi com muita alegria e solenidade que a Paróquia São Judas Tadeu, em Bangu, se reuniu no domingo, 1º de outubro, às 9h30, para agradecer a Deus pelo início do Ministério Presbiteral de Frei Alan Maia.
O envolvimento da Comunidade Paroquial que se viu durante a ordenação, começou cedo no domingo de sol e céu azul. A comunidade corria
pra lá e pra cá, todos preocupados com os detalhes da liturgia, das homenagens, do som. Não menos felizes estavam as crianças nas primeiras filas de um lado da igreja e, de outro, os familiares de Frei Alan: o pai Marinaldo e a mãe Anita Maria de França Victor; a irmã Aline e seu esposo Rodrigo. Frei Alan presidiu a celebração tendo como concelebrantes o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, o pároco Pe. Jorge Luiz, Frei Diego Melo, Frei Alexandre Magno e Frei Paulo Santana. Seus Novembro / 2017 [Comunicações]
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confrades, diáconos, seminaristas, religiosos também vieram celebrar com ele esta nova etapa em sua vida religiosa. A liturgia da Palavra teve início com a entrada da Bíblia trazida pelo seu confrade Frei Camilo, que fez a primeira leitura e Frei José Raimundo fez a segunda. O diácono Frei Vanderlei Silva Neves, que reside em Xaxim, leu o Evangelho. Ele será o próximo frade desta Província a ser ordenado sacerdote. Frei Gabriel Dellandrea fez a animação da Missa e explicou que é costume na Província da Imaculada que, na Primeira Missa, o neo-sacerdote convide outro irmão para fazer a pregação. Frei Alan escolheu Frei Alexandre Magno, que é pároco e guardião em Curitiba, porque ele fez parte de seu processo de discernimento vocacional e também participou da equipe formativa na etapa da Filosofia.
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Fazendo referência ao Evangelho do dia (Mt 21,28-32), Frei Alexandre explicou que o filho mais novo, que diz sim ao pai mas acaba não cumprindo a tarefa, lembra muito os sumo-sacerdotes que diziam sim à lei antiga, mas eram incapazes de dizer sim ao seguimento do Senhor. Segundo Frei Alexandre, a história se repete hoje. “Existe uma divisão entre o que celebramos e o que vivemos. E o que conta para nosso Deus é, sobretudo, uma vivência no dia a dia do seguimento. E o pior é que, muitas vezes, por pertencemos ao grupo daqueles que celebram o Senhor, chegamos a julgar aqueles irmãos que estão distantes. Para o Senhor é fundamental uma vida coerente”, disse Frei Alexandre. Segundo o pregador, o Papa Francisco nos chama a atenção que é tarefa da Igreja levar o Evangelho além das portas da igreja. “Esses dias, durante as Missões, ficou muito claro: a
realidade do culto tem que ser transformada em missão. Tudo que nós celebramos aqui diante do Senhor deverá ser levado para o dia a dia de nossas vidas. É o comprometimento com a vida do irmão”, insistiu. Ele lembrou que o Papa Francisco prefere uma Igreja acidentada, sofrida, por ter saído para anunciar Jesus a outras pessoas do que uma Igreja que ficou sempre em torno de si mesma. “É preferível o risco daqueles que saem”, acrescentou. Falando para Frei Alan, disse que hoje ele é o agente da comunidade que sai em nome de Jesus. E deu algumas orientações para iluminar a caminhada de Frei Alan. Como primeiro ponto, indicou “a capacidade de dialogar com a realidade que nos cerca”. “E essa realidade hoje clama a centralidade da Palavra. É um processo longo e podemos dizer que Francisco tinha isso muito presente: o retorno ao Evangelho”, explicou. Depois, como segundo ponto, disse que a Igreja vive a partir da ministerialidade. “A Igreja do Senhor é uma Igreja ministerial. Aí vemos São Francisco que respeita e valoriza os diversos dons e virtudes dos irmãos na fraternidade”. “Também o Concílio Vaticano II coloca a necessidade de uma Igreja ministerial. O Vaticano II chega a dizer que é tarefa urgente dos presbíteros despertar nas comunidades novas lideranças e ministros que ofereçam abundantemente o alimento da Palavra. Será tarefa sua, Frei Alan, lá onde estiver, ajudar o povo a Deus a se envolver no compromisso com a Palavra”, pediu, recordando que no próximo ano a Igreja do Brasil celebrará o Ano do Laicato. Em terceiro lugar, lembrou que celebramos um mês missionário e franciscano. “Então temos a necessidade de uma Igreja em saída para realidades distantes. Uma Igreja que
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Frei Alan abraça o garoto João Miguel que lhe fez uma bela homenagem.
se compromete, mais e mais, com as periferias existenciais. Ser capaz de anunciar Jesus lá onde Ele não é anunciado”, indicou, destacando, porém, o trabalho evangelizador dos frades hoje na Rocinha, como instrumentos de paz. O pregador também ressaltou a importância do diálogo, que é próprio do carisma franciscano. “Aquele que é realmente discípulo, tem a capacidade de acreditar na Palavra e, como missionário, lá onde estiver, será um homem do diálogo, também para com aqueles que pensam diferente. Francisco fez isso quando visitou o sultão. A Igreja ia com armas defender os lugares santos e Francisco ia só com a sua túnica. Graças a esse respeito, a Igreja e os franciscanos até hoje cuidam dos Lugares Santos”, recordou. Frei Alexandre encerrou falando da importância do Sínodo dos Jovens, convocado pelo Papa Francisco, com o tema “O jovem, a fé e o discernimento vocacional”. Para se preparar, tendo em vista esse grande momento da Igreja, pediu para a Comunidade falar das vocações, rezar pelas voca-
ções e convidar nossos jovens e leigos para as missões. Do começo ao fim, Frei Alan conduziu a celebração com tanta segurança, tranquilidade, que nem parecia um neo-sacerdote. Apenas segurou a voz embargada em alguns momentos fortes da Eucaristia, como a consagração. No final, depois do rito da Comunhão, a comunidade prestou muitas homenagens a Frei Alan, demonstrando o carinho que tem pelo novo sacerdote. Pe. Jorge voltou a agrade-
cer aos paroquianos e aos frades, assim como a Frei Alan, que recebeu homenagens e presentes da Comunidade, através do garotinho João Miguel, de Dª. Adélia, e da família, através de sua tia Sílvia. Ainda deu uma bênção especial à sua irmã Aline que está grávida e espera um menino que se chamará Afonso. No mesmo domingo, às 18 horas, Frei Alan celebrou na sua Comunidade da Rocinha. Moacir Beggo Novembro / 2017 [Comunicações]
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“Percebi que o maior preso ali era eu” Depoimento de Frei Gabriel Dellandrea a propósito da visita ao Complexo Penitenciário na cidade do Rio de Janeiro, em Bangu
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esus nos deixa claro que o servimos quando estamos amparando alguém que sofre. Dar de beber a quem tem sede, dar de comer a quem tem fome, vestir os nus, acolher os estrangeiros, visitar os doentes (Mt 25, 31-40), não é só fazer o bem a alguém, mas, nos diz o Mestre: “Todas a vezes que vocês fizerem isso a um desses meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizeram” (Mt 25, 40). Ambas ações são arriscadas e exigem uma ruptura de si mesmo, a fim de estar diretamente em contato com o outro. Uma das ações descritas por Jesus no Evangelho acima citado não coloquei propositalmente: visitar os presos (Mt 25, 36). Para mim, esta realidade era amedrontadora. Na minha cabeça, achava que bandido bom era de fato aquele que estivesse bem longe de mim, talvez até morto. Eu não queria nem pensar em estar numa cadeia, pois na minha liberdade de jovem não caberia a possibilidade de me pensar dentro de um lugar tão obscuro. Mas, aos poucos, essa realidade me bateu à porta e me fez um convite. Jesus parecia me pedir: “Venha me visitar”. “Não sei se sou capaz”, pensava. Mas fui. Tive a oportunidade de ir visitá-lo no Complexo Penitenciário na cidade do Rio de Janeiro, em Bangu, numa sexta-feira à tarde, durante a missão vocacional em preparação para a ordenação presbiteral de Frei Alan Maia de França Victor. Aos poucos, via nas ruas daquele
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lugar Jesus por vários ângulos. O ângulo do Padre Roberto, organizador da Pastoral Carcerária, que os chamava de irmãos e lhes dava conselhos bons para que eles tivessem boa conduta. Outro olhar era o de alguns inspetores carcerários, que chamavam os presos de vagabundos. Outro olhar latente era o da mídia que os identificava como “bandido bom é bandido morto”. Eu ainda não sabia qual era a minha perspectiva.
Confesso que o barulho das grades e dos cadeados batendo confirmavam a angústia em mim. Mas era chegada a hora. Estava eu e mais dois confrades no meio de um grande campo com mais ou menos 500 homens em estado de prisão semiaberta para conversar. Coincidência ou não, o lixão da cidade maravilhosa é do lado do presídio. O padre Roberto chegou a mencionar, apontando para o aterro sanitário: “Lá
Formação e Estudos fica o lixo material que a sociedade descarta, aqui fica o lixo humano que a sociedade isola”. Mas não foi tão assustador assim. Eu esperava ser ridicularizado, ou até nem ter o que conversar. Entretanto, Jesus sorriu para mim. Ele tinha tatuagem na pele, ele tinha brilho nos olhos, ele tinha dentes quebrados, ele tinha cabelo curto ou comprido, cortado ou não. Jesus estava ali com pele escura, negra. Ele estava jogando bola, assistindo à missa ou conversando. E quando menos percebi, estava conversando com Jesus. Um Cristo estava desenhando pessoas com um talento sem igual. Ali eu vi o Jesus que desenhava um rosto numa folha enquanto em minha mente se desenhava um novo rosto de Cristo: o rosto dele no cárcere. Em mim se desenhou aquela imagem bonita e sofrida de homens que deveriam me causar medo, mas na verdade só me geravam desejo de conversar e ouvir suas alegrias e tristezas. Aos poucos, o meu preconceito foi sendo apagado com uma borracha que se chama contato físico e pessoal. Não sei explicar, só sei que me sentia muito feliz. O confrade Frei Leandro Costa levou o seu violino. Começou a tocar e começamos a cantar a Oração atribuída a São Francisco de Assis. O som daquele instrumento delicado mostrava a sensibilidade de homens que logo se aglomeraram ao nosso redor pedindo mais músicas ou desejando tocar no instrumento. Um deles até tirou uma música de ouvido com um talento sem igual. E conversa vai, conversa vem, eu me esqueci de onde estava e pensei estar no céu. Uma alegria indizível tomou conta de mim, principalmente por ver que muitos deles não eram nada parecidos com aqueles que sempre
imaginei que fossem os encarcerados. Aos poucos, o tempo foi acabando e eles foram se despedindo. É claro que nem todos vieram conversar, mas muitos trocaram uma ideia comigo e com os outros freis. Era muito legal responder às perguntas deles sobre São Francisco e sobre o nosso estilo de vida. Rezamos e ouvimos a história de alguns deles. Outro, com um chapéu de palha até partilhou seus sonhos comigo. Mas ele sabia que mesmo desejando ter um emprego, ele teria o “carimbo” de ser um ex-presidiário. Na despedida, um deles me abraçou e disse: “Você é muito especial para mim!”. E eu fiquei até sem resposta. O rosto de Cristo estava desenhado dentro de mim. Por fim, pedi a um deles que escrevesse na minha Bíblia uma frase que ele tinha numa folha de anotações: “Só quem passou pelo frio das grades valoriza o calor da liberdade”. Eu não fazia ideia do que aqueles caras tinham feito para estarem ali. Se eram isso ou aquilo. Mas eu só
conseguia ver humanos, eu só conseguia ver Cristo. Sei dos limites do nosso país na questão prisional, mas sei também dos meus limites enquanto Gabriel e o meu preconceito. Sei que lá dentro das grades, quando eu saí, não estavam santos, mas pelo menos eu, pecador que sou, me encontrei com outros irmãos pecadores, e juntos ouvimos um bom som de violino e pudemos conversar como irmãos. Assim, eu percebi que o maior preso ali era eu. Eu estava encarcerado nos meus preconceitos, nas minhas ideias de “homem de bem” que me sentia acima daqueles irmãos privados de sua liberdade. Percebi que o bandido ali era eu, que nas minhas ideias roubava deles a possibilidade de serem vistos como humanos, pois só os via como homens a serem descartados. Com certeza, não os tratei e não tratarei de uma hora para outra como deveriam ser tratados, pois sou humano e falho, mas um pequeno passo para uma conversão creio que pudemos fazer juntos. Novembro / 2017 [Comunicações]
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Da esquerda para a direita (em pé): Júlio, Willian, Mateus, Irven, Caio, João e Felipe; (agachados): Carlos, Rodolpho, Gabriel, Odirlei e Davi.
AGRADECIMENTOS ÀS FAVS DE 2017
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último Capítulo Provincial evidenciou a riqueza e a atualidade de nosso carisma. Para melhor comunicá-lo ao mundo, apontaram-se como prioridades em nosso Plano de Evangelização o cultivo da Vida Pessoal e Fraterna, a importância das cinco Frentes de Evangelização e o Cuidado Vocacional. Quanto ao Cuidado Vocacional, reafirmou-se a consciência de que cada Fraternidade é Fraternidade de Acolhimento Vocacional, daí brotou, fomentou-se e se concretizou a inspiração da modalidade das FAVs. Designou-se, ainda, a Fraternidade do Seminário São Francisco de Assis como Fraternidade referência pro-
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vincial no Acolhimento Vocacional. A acolhida vocacional benigna, de que nos fala o Seráfico Pai Francisco (RnB 2,1), passa pelo olhar que encontra no jovem de hoje a atualização do Carisma, despertado pelo Espírito. A acolhida benigna, ainda, permite ao jovem de hoje encontrar na Fraternidade um lugar próprio que lhe proporcione afirmar que o carisma é a sua própria identidade. Fazemos, de fato, parte de um Carisma que por si mesmo é expressão de acolhida vocacional. Neste ano, foram escolhidas cinco outras Fraternidades de nossa Província para serem Fraternidades de Acolhimento Vocacional (FAVs), nas quais os aspirantes puderam vivenciar
o carisma entre os meses de junho e setembro deste ano. Foram elas: Agudos, Concórdia, Forquilhinha, São Francisco (SP) e Vila Velha - Santuário. A Fraternidade de Acolhimento Vocacional do Seminário São Francisco de Assis, mais que agradecer às FAVs deste ano pela acolhida fraterna oferecida aos aspirantes, gostaria de celebrar, juntamente, a alegria da atualização do carisma franciscano através do acolhimento vocacional. Partilhamos, em seguida, o testemunho dos Aspirantes que foram acolhidos em cada uma das Fraternidades. Frei Robson Luiz Scudela
Agudos
Vila Velha
“Agradecemos à Fraternidade Santo Antônio pela oportunidade de vivenciar a experiência da FAV. Pudemos aprender muito nesses meses com o exemplo de cada frade, com a boa acolhida e a convivência fraterna, características do carisma franciscano, vivenciadas nas diferentes áreas de atuação de cada um. Aprendemos também com as formações e os conselhos de cada frade que levaremos para a vida, com a convivência com os funcionários e com as pessoas que frequentam e visitam o Seminário. Vivemos uma experiência muito rica com vocês que será de muito auxílio em toda a nossa caminhada”. Irven Gabriel e Felipe Granusso
Forquilhinha
ade do Sagrado Cora“A experiência na Fraternid a impactante, tanto para ção de Jesus foi sem dúvid uca experiência, quanto nós, aspirantes, com tão po m as portas de sua casa para os frades, que abrira ente, revelando a beleza e nos receberam benignam Pudemos experimentar da vida em fraternidade. prio do ser franciscano, de perto aquilo que é pró o onde pisamos, quebrar conhecendo melhor o sol , bem fixar os pés para certas idealizações e assim mação mais convictos darmos continuidade à for mos a cada frade que, da nossa vocação. Agradece nos deu o testemunho da com seu modo particular, alegria de ser franciscano”. pho A. Marinho Davi Gabriel Lutzke e Rodol
o, porém Todos vivem a Regra de São Francisc r frugera cada fraternidade tem sua forma de , mas sentos... não sendo a fraternidade perfeita adecemos Agr . quis s do a fraternidade que Deu idade de rtun opo desde já a Deus que nos deu a iados env participar dessa etapa. Fomos, assim, uma fraterao Espírito Santo, terra boa, e para xabas: o nidade que é muito querida pelos capi quia Paró da to, Santuário do Divino Espírito San o de pov o do Rosário. Foi uma experiência com fraternidaDeus e com os frades, sejam eles da Penha, da de onde residimos ou do Convento da as Irmãs e a atin Fraternidade Frei Galvão de Col Clarissas”.
Concórdia “Agradecemos à Fraternid ade Nossa Senhora do Rosário pela acolhi da e pela experiência. Aprendemos coisas novas com as formações que tivemos, com os conselho s de cada frade, com a convivência fraterna e exemplo de cada um, com a convivência com os funcionários da casa e da paróquia, com as pa storais e com os jovens e crianças que marcaram nosso período de FAV. Para nós, foi uma experi ência muito boa neste primeiro ano de formação ”. Caio Santos da Silva e Gabri el Ferreira Salinas
São Francisco
Ituporanga “Enche-nos de orgulho e alegria termos vivenciado essa experiência na Fraternidade São Fran cisco de Assis. Desde o início de nossa caminha da, enfrentamos várias dificuldades, mas com elas tornamos a trajetória de vida mais convicta e obje tiva: seguir a Cristo como nosso Seráfico Pai. Pudemo s crescer espiritual e intelectualmente com as form ações e orientações que recebemos. Gostaríamos de lembrar os nossos colaboradores que são, também , sempre muito generosos em contribuir com a noss a formação. Agradecemos de coração. E, por fim, pedimos que todos rezem por nós, para que poss amos seguir fielmente esse ideal de vida franciscana.” Mateus Oliveira e Odirlei Possa Fante
Júlio Comin e Willian Barborsa
meses fo“Durante aproximadamente quatro morar no mos agraciados com a possibilidade de na capital Convento e Santuário São Francisco, ciscana fran vida da paulista. Foi o aprendizado rito espí o , com os Frades, e, de maneira singular diso dind de uma comunidade, que, mesmo resi ntro com enco o cam bus tante do Santuário, ali cisco Fran São io Deus. O Convento e Santuár de casa de de Assis é, simplesmente, uma gran his: acol acolhida. E foi assim que nos sentimo nos deu io tuár San O s. todo dos e abraçados por que ali oas pess as uma grande riqueza que são ajados eng o trabalham e os voluntários que estã gad obri o a no serviço ao povo de Deus. Muito todos, frades e comunidade”. Carlos Castro Ramos e João Colombi Jr.
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Alverne: Juventude Marcada por Francisco!
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sonho do protagonismo da juventude na Igreja vai se tornando cada vez mais realidade. Uma prova disso é o encontro denominado “Alverne” que aconteceu em sua primeira edição neste último final de semana (13-15/10), na comunidade São Francisco de Assis que pertence à nossa paróquia franciscana em Santo Amaro da Imperatriz/SC, contando com 60 participantes. Esta iniciativa foi totalmente preparada por seis jovens que participaram das atividades promovidas pelo Serviço de Animação Vocacional, e que sentiam o desejo de conhecer mais a espiritualidade franciscana. Eles fizeram três retiros sobre os pilares do nosso carisma e sentiram a necessidade de compartilhar suas experiências de fé com os demais.
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Estes pioneiros chamam-se Willian Bressan, de Concórdia/SC, Laís Costa, de Águas Mornas/SC, Mariana Rogoski, de Curitiba/PR e Ângela Soares, Edson e Bianca Menezes, ambos de Balneário Camboriú/SC. Para ilustrar este desejo que partiu dos próprios jovens, é melhor ouvir deles o que os impulsionou a mergulhar em tal desafio: “Alverne! Um encontro que deixou marcas! Foi a realização de um sonho que começou 3 anos atrás, quando 6 jovens franciscanos começaram uma formação sobre os pilares do carisma de São Francisco de Assis (Encarnação, Cruz, e Eucaristia), no Eremitério Frei Egídio, em Rodeio. Tamanha foi a experiência, que nosso desejo de repassar a informação e multiplicar o conhecimento foi aumentando e o resultado foi esse: um grupo de 60 jo-
vens, riquíssimos de espírito e todos sedentos de conhecer mais do carisma, e acima de tudo, serem tocados pelo amor de Deus, da mesma forma que foi com Francisco. E assim fizemos o nosso Alverne, e esse lugar nos deixou marcas” (Mariana Rogoski, partilha postada no Facebook). O nome “Alverne” sugere o monte onde Francisco de Assis fez uma das suas mais profundas experiências de oração. Lá ele foi estigmatizado recebendo em si as marcas Daquele que tanto amou! Dessa forma, a ideia do encontro foi a de indicar aos participantes um caminho de experiência com Deus através dos três pilares da espiritualidade franciscana: o Presépio, a Eucaristia e a Cruz. O encontro não foi só uma formação para jovens, mas um momento de aprofundamento da fé,
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realizando a saudável união entre conhecimento e oração, teoria e vivência, palavra e prática. “Quem sois vós e quem sou eu?” foi a oração/interrogação de Francisco de Assis e também dos participantes do encontro. Por isso “Alverne” não é só substantivo próprio, lugar, mas também é verbo, é ação! “Alvernar” é encontrar-se com Deus através da mística franciscana! É conhecer sobre o mistério da encarnação e senti-lo próximo no coração! É poder observar a cruz à maneira do “amor não é amado” e sair tocando o violino de pobre, que, na poesia, soa a mais bela canção onde não existe nem instrumento! É refletir sobre o pão, misturar os ingredientes, amassá-lo, sentir o cheiro dele assando e vê-lo consagrado, nas próprias mãos! É viver o dom da fraternidade, onde a senha do Wi-Fi já não é o quesito
mais importante pois a conexão de corações torna-se o fundamental. Pensamento de William Shakespere no texto “O Menestrel”: “Quando não se sabe a direção, qualquer caminho serve!”. Mas, para os 60 participantes, para a equipe de organização e para tantos outros homens e mulheres de boa vontade, um só som ressoa: “Eu sou franciscano com muito orgulho e com muito amor!”. O itinerário é claro e objetivo: o encontro com Deus, com a fé encarnada no irmão que é oportunidade para eu evangelizar e que me evangeliza pela sua vida. Os que se encantam pelo carisma franciscano não andam em qualquer estrada: o amor a Deus e ao irmão é a via da Salvação! Para São Francisco, Alverne era sinônimo de montanha sagrada, encontro com Deus e experiência
de um amor que deixa marcas. Para os 60 jovens que estiveram reunidos nesse último final de semana, Alverne também significa encontro com o sagrado, aprofundamento do carisma franciscano, protagonismo juvenil e resgate daquilo que há de melhor dentro de si mesmos. Diante disso tudo, gratidão a Deus por nos ter chamado, aos jovens organizadores e participantes por terem aceito o convite, à Paróquia de Santo Amaro, nas pessoas de Frei Daniel Dellandrea e Frei Marcos Schwengber pela acolhida e ao Frei Vitório Mazzuco pelas profundas reflexões e celebrações. Que São Francisco de Assis continue sendo esse referencial de vida, humanidade e espiritualidade para toda a juventude de nossa Província. Frei Gabriel Dellandrea
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Vocacionados se encontram no Convento do Rio
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s vocacionados do Serviço de Animação do Rio de Janeiro tiveram, no começo de outubro, mais uma oportunidade de vivenciar a vida religiosa franciscana em dois momentos: missão, tríduo e ordenação sacerdotal de Frei Alan Maia, e no encontro mensal no Convento Santo Antônio. Frei Róger Brunorio e Frei Alan são os animadores vocacionais e este serviço promove atividades cujo objetivo é dar ao vocacionado a oportunidade de conhecer a vida religiosa franciscana. Sendo assim, o vocacionado, por meio da formação pessoal e comunitária, poderá fazer o seu discernimento vocacional, bem como experimentar a vida fraterna, conhecer a diversidade de atividades pastorais e os variados modos da presença dos Frades Menores na evangelização. O encontro teve a participação do missionário Frei Aloísio Paulo dos Santos, que falou da missão
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em Angola, de Frei José Pereira, que é o guardião do Convento do Rio, e Frei Antônio Otávio Pereira, ou Frei Tatá, frade do Convento. “A experiência que tive na ordenação do Frei Alan foi transcendental. De fato, seria impossível sair da Celebração Eucarística da mesma forma que cheguei. Como vocacionado franciscano não poderia ter tido outro sentimento senão o de confiança no Senhor que nos chama para o serviço”, disse o vocacionado Paulo André. Já Matheus, estudante de História e iniciando a sua caminhada vocacional, participou pela primeira vez do encontro: “Foi um momento de formação, partilha e oração, onde foram apresentadas as diversas formas de ser franciscano e a necessidade da fraternidade, humildade e serviço ao próximo no seguimento de Cristo, a exemplo de Francisco e Clara. Partilhamos textos que nos fazem refletir sobre a nossa vida e nossa vocação”. “Foi tocante ver a união dos frades ao celebrarem o ingresso de mais um frade à Ordem dos Presbíteros, tendo a presidência de D. Orani Tempesta, cardeal da cidade do Rio. A simplicidade da celebração desta grandeza espiritual e a humildade e despojamento de Frei Alan, que, já sendo sacerdote, pediu orações para
seu presbiterato e também correção, quando necessário, foram momentos que, além de marcarem profundamente, contribuíram ainda mais para a edificação da minha caminhada vocacional”, confessou Raphael. Para o Igor, a participação na missão que preparou a ordenação de Frei Alan é um divisor de águas “em meu caminho de discernimento, onde pude ter mais conhecimento da vivência em fraternidade e o seu modo de vida. Com essa participação, pude ter a sensibilidade de notar o quanto o nosso povo é necessitado de pessoas que levem até eles o evangelho, um abraço, um pequeno momento de conforto. Nos dias de visitas às casas, ficou nítida também a fé do povo, uma fé calorosa, uma fé que, apesar de todas as situações e limitações, não se deixa abalar, lembrando as igrejas primitivas, onde o povo se reunia em locais adversos para louvar e agradecer a Deus e cumprir a ordem que o Senhor nos deixou para irmos dois a dois e anunciarmos a todos a alegria do Evangelho”. O vocacionado Luan também revelou que foram dois momentos muito motivadores. “Na reflexão do encontro tivemos um texto provocativo – demolir os ídolos -, que nos ajuda a voltarmos o nosso olhar para aquilo que é sagrado”, completou. Os encontros são mensais e acontecem na Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, na Rocinha, e no Convento Santo Antônio, no Largo da Carioca. Equipe SAV do Rio
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1º ACAMPAMENTO FRANCISCANO
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ara aprofundar o carisma franciscano nos anfitriões da próxima Missão Franciscana da Juventude em Agudos e Bauru (SP), que será em janeiro de 2018, no final de semana (06 a 08/10) aconteceu o primeiro Acampamento Franciscano da Juventude. O local escolhido foi uma chácara em Bauru, que acolheu os 40 jovens que disseram “sim” para a iniciativa. Além deles, lideranças das paróquias franciscanas das duas cidades ajudaram a preparar e conduzir o encontro que foi promovido pelo Serviço de Animação Vocacional. Para encantar ainda mais, marcaram presença também na organização e na condução das orações a Irmã Isabel Simeoni, da Congregação das Irmãs Franciscanas de Ingolstadt, e as noviças Joselma e Dani, das Irmãs Franciscanas da Terceira Ordem Seráfica. A temática abordada nas reflexões, e que também inspirou as atividades durante o acampamento, foi retirada do Testamento de São Francisco de Assis, quando relatando a sua experiência em encontrar-se com o leproso, exclamou dizendo que o “amargo converteu-se em doçura”. A mudança de perspectiva do santo inspirou os campistas a verem alguns valores a partir do olhar da fé, da superação, do encontro consigo mesmo, com a misericórdia de Deus e com o outro. Entretanto, maiores detalhes sobre o que foi vivido neste acampamento permanece no segredo da experiência do encontro com o Criador. O SAV – Serviço de Animação Vocacional agradece o apoio das paróquias envolvidas, dos jovens participantes e das lideranças que organizaram o
encontro. Abaixo há algumas partilhas feitas pelos jovens nas redes sociais. “A princípio meu maior medo era ter meu emocional um tanto abalado. E quando me fizeram enxergar que eu tinha que experimentar, participar, eu não tinha noção alguma de que este final de semana me faria amadurecer tanto. Não sabia que voltaria com minha fé tão renovada. E além de agora ter uma família de sangue, eu também estou tendo a oportunidade de ter uma família espiritual. Eu não tinha noção do quanto eu precisava estar neste acampamento este final de semana e agora eu realmente sei que Deus é muito maravilhoso e o quanto Seu tempo é certo. E hoje eu só rezo para que muitas outras pessoas possam ter essa inesquecível experiência” (Ana Carolina Leme). “Hoje acordei “moída”, ainda cansada, trazendo pelo corpo as marcas das picadas que levei, mas com o coração tomado de alegria após um final de semana maravilhoso. Todos que lá estavam puderam compartilhar do meu testemunho. Maiores do que as marcas que trago fisicamente são as que trago no meu coração. Agradeço imensamente a todos que se dedicaram com
amor para que o acampamento se realizasse. Por toda correria que fizeram e tudo mais. Citar nomes seria uma injustiça minha porque poderia esquecer alguém e cada um sabe o quão importante foi a sua parcela de contribuição. Aos mentores dessa iniciativa, Freis Diego e Gabriel e Irmã Isabel, minha eterna gratidão pelo convite para ser uma guardiã e por tudo o que vivi com meus filhos do coração. Essa experiência foi, com toda certeza, um divisor de águas na minha vida e o quanto o Senhor fez em mim também. Como disse ontem, eu não vivi a parte física das provas com eles, mas com toda certeza vivi intensamente toda a espiritualidade. Gratidão a todos. Deus abençoe a cada um!” (Jaqueline Cardoso). “Vou deixar que alguns jovens falem por mim… ‘Boa noite, seu Fernando, obrigada por tudo o que o senhor fez por nós nesse acampamento, e o que senhor faz pelo grupo de jovens, foi tudo maravilhoso, sai de lá outra pessoa, com uma nova perspectiva pra minha vida e com o espírito mais Franciscano! Obrigada de coração’”. Fernando Ferreira Novembro / 2017 [Comunicações]
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Fraternidades
PORCIÚNCULA DO BOM JESUS
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epois de um ano e dois meses de trabalho, a Fraternidade Franciscana Bom Jesus dos Aflitos inaugurou no domingo, 8 de outubro, a réplica da Porciúncula de Assis em Sorocaba. Coube ao pedreiro Aldevino da Silva o pri-
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vilégio de abrir as portas da igrejinha, construída no claustro do Convento, depois da Celebração Eucarística das 10 horas, que foi presidida pelo pároco Frei Benedito Gonçalves e concelebrada por Frei André Becker, Frei Gilberto Pisticelli e Frei Marcos An-
tônio de Andrade, mestre na etapa de Teologia em Petrópolis. Frei Gilberto fez a animação litúrgica e uma catequese sobre os símbolos que foram colocados nesta nova Porciúncula. Ele explicou que esta celebração não era uma sagra-
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ção, porque ela só pode ser feita pelo Arcebispo de Sorocaba, Dom Júlio Endi, que tinha crisma em Cerquilho. Frei Gilberto também informou que o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, não pôde presidir a Celebração devido ao falecimento de sua irmã. Marcaram presença grupos da OFS de Porto Feliz, Santos e Bauru. Em procissão, alguns símbolos foram apresentados na Missa: a chave Novembro / 2017 [Comunicações]
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Fraternidades da Capela, a relíquia de São Francisco, a chave do Sacrário, a imagem do Menino Jesus e as flores que ficarão no altar. Depois da Celebração Eucarística, foram levados em procissão até o Claustro. Frei Dito, responsável por toda a coordenação artística da obra, ainda no Ato Penitencial, lembrou que a Porciúncula é a porta do paraíso e nos deve lembrar o “amor e a misericórdia de Deus”. Na sua homilia, para explicar todo o significado histórico e espiritual da Porciúncula para a Ordem Franciscana, Frei Gilberto recordou passagens da vida de Francisco a partir de sua conversão, quando recebeu o chamado para restaurar a Igreja de Cristo em ruínas. “Num primeiro momento, Francisco restaura as igrejas de Assis, como São Damião, São Pedro, até encontrar Santa Maria dos Anjos. Ali ele se encantou de uma maneira profunda pela Porciúncula, porque já tinha um carinho muito grande pela Mãe de Deus, que trouxe ao mundo seu filho de Jesus”, recordou o Guardião da Fraternidade. Segundo Frei Gilberto, a nova vida de Francisco começa na Porciúncula, quando ali vai morar com alguns dos primeiros companheiros. “Em 1212 é Clara que começa ali uma nova vida e, em 1216, acontece o Perdão de Assis”. A Porciúncula se torna o lugar fontal dos frades. “No dia 3 de outubro de
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1126, ele morre na Porciúncula. Tinha que ser ali, onde tudo havia começado”, acrescentou o frade. Além de todo o significado histórico da Porciúncula, Frei Gilberto revelou que na Porciúncula de Sorocaba teve-se a preocupação em oferecer mais símbolos da mística franciscana. “Jamais vamos imitar a Porciúncula. Nós fizemos uma réplica, nas mesmas medidas 7×4 metros, tentando guardar muitas das características dessa igrejinha, mas oferecendo outros símbolos franciscanos que possam aumentar a nossa fé. Três colunas podem resumir a espiritualidade franciscana: a Encarnação, por isso nós teremos o Menino Jesus no altar, os vitrais de Maria e do Anjo, além da pedra do altar que lem-
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bra Greccio; a segunda coluna teológica é o Crucifixo de São Damião, que lembra a Paixão de Cristo. É o Cristo que a quem Francisco diz, ajoelhado e chorando: ‘Meu Deus e Meu tudo’; e a Eucaristia, o Cristo Ressuscitado”, explica Frei Gilberto. Não bastassem todos esses símbolos, a igrejinha terá no chão a relíquia de São Francisco. “Esta relíquia reproduz um hexágono e o piso é tal e qual da capela dos Estigmas do Monte Alverne. Foram quase mil peças de mármore e granito para serem ajeita-
das e buriladas para formar este piso”, acrescentou. “Nós queremos que essa Porciúncula não seja só uma construção, não seja um templo bonito, para que as pessoas digam: ‘Nossa, que coisa bonita que fizeram!”, mas algo que toque o nosso coração, que mude a nossa vida, que proporcione conversão, que proporcione a oração diante de Deus, para que mudemos o nosso modo de viver e aprofundemos o Santo Evangelho”, ressalvou o frade. “Nós esperamos que essa cape-
la comova muitos corações. Não falo simplesmente do choro externo, mas do choro de abertura do coração, que promova uma nova vida, uma nova atitude, que dê uma nova vida à nossa Paróquia, nossa região, nossa cidade. Que muitas pessoas possam voltar a esta capela do Santíssimo e serem acolhidas por Deus. Que aqui possam sentir o aconchego do amor de Deus”, desejou. Além de ser agora a Capela do Santíssimo, diariamente os frades farão a oração das Laudes às 8 horas com o povo.
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BÊNÇÃO DA NOVA PORCIÚNCULA Em procissão, o povo deixou a igreja pela rua lateral e se acomodou no claustro do Convento. Os frades abençoaram todos os símbolos, começando pela igreja, que foi aberta pelo pedreiro Aldevino da Silva e Frei Dito abençoou a imagem de São Francisco externa. “A Porciúncula foi construída desde o século VI. Por ali, diz a tradição, São Bento teria passado porque estava sob os cuidados dos monges beneditinos. A imagem externa, antes da construção da Basílica sobre a capelinha, tinha o significado de o santo abençoar Assis”, lembra Frei Gilberto. Depois cada um dos sím-
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bolos – chave do Sacrário, relíquia de São Francisco, cruz de São Damião, Menino Jesus – foram abençoados e colocados em seus devidos lugares. Frei Dito concebeu a capela se-
gundo os moldes da Porciúncula, que foram conseguidos por Frei José Antônio Cruz Duarte quando residia em Roma. Mas a torre é menos barroca e a fachada mantém o vitral da frente, assim como o vitral que fica acima do Sacrário, como era a construção mais antiga de Assis. Por volta de 1739 foi colocado um painel na frente da Porciúncula e fechou esse vitral. No centro, acima do altar, Frei Dito pintou uma grande imagem do Crucifixo de São Damião, que combina com os tijolos rústicos. Foi dele a ideia de construir a igrejinha no centro do Claustro. A Fraternidade abraçou o projeto e as duas Paróquias se envolveram nas campanhas para conseguir viabilizar a construção. “Um dos vitrais
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foi oferta da Ordem Franciscana Secular e as portas, em cedro, foram doadas pela Família de Frei André Becker. Além disso, o pedreiro foi uma doação da Paróquia Santo Antônio”, explicou Frei Gilberto, ponderando que o material mais custoso foi o piso, em granito e mármore. Na Celebração, Frei Gilberto
agradeceu a todos os frades – lembrou também do falecido Frei Antônio Lopes -, paroquianos e benfeitores que ajudaram a tornar realidade esse sonho em Sorocaba. Frei Dito, por sua vez, tomou a palavra e fez um agradecimento especial a Frei Gilberto, elogiando a sua capacidade de “construtor”.
Segundo Frei Gilberto, agora começa um trabalho de divulgação para conhecer a nova “joia” franciscana. “No próximo mês de novembro nosso clero vai fazer reunião aqui para conhecer essa capela”, adiantou. Moacir Beggo
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FREI ANSELMO München ANTECIPA A CELEBRAÇÃO DOS 100 ANOS DE LUZERNA
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om o lançamento do livro “Religiosos Franciscanos no Vale do Rio do Peixe - Luzerna”, Frei Anselmo München antecipa as comemorações dos 100 anos que Luzena comemorará em 2023. Com 289 páginas, Frei Anselmo conta que há muitos anos, o pároco de Luzerna lhe pediu para escrever algo sobre os cem anos da Comunidade de Luzerna. Frei Roque Saupp, o superior dos primeiros franciscanos em Luzerna, foi o autor dos primeiros escritos que estão no Livro do Tombo da Fraternidade e que serviram para as consultas de Frei Anselmo. “Fiz anotações que tirei do alemão gótico, com uma caligrafia feita há 100 anos, e abreviações daquele tempos”, explica Frei Anselmo. Já tinha 30 páginas prontas quando foi transferido de Ituporanga para Bragança Paulista, bastante doente. “Do meu velho computador consegui recuperar apenas cinco páginas. Tive de recomeçar tudo de novo”, contou. Segundo Frei Anselmo, o livro também nasceu porque complementa o lançamento do livro de Pato Branco, “Presença Franciscana em Terras Brasileiras”, publicado em 2015. “Nada consta ali dos franciscanos presentes em Luzerna, Joaçaba e Vale do Rio do Peixe. Tive que procurar outras fontes. Também não encontrei a crônica da Paróquia nem a história do Seminário São João Batista”, lamenta o frade, que é natural de Feliz, no Rio Grande do Sul. Frei Almir Guimarães faz
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Fraternidades a apresentação do livro: “Vale querido, esse do Rio do Peixe, terras de incontáveis frades menores que ali nasceram e honraram a vida franciscana no país. Vale do Rio do Peixe: espaço impregnado pelo perfume franciscano. Que frade da Província não se lembra de Luzerna e de seu Seminário? O que mais encanta no texto do Frei Anselmo é o desfilar dos nomes dos frades. Nós que já somos septuagenários ou octogenários encontramos no texto um sem número de nomes de frades que aprendemos a admirar, amar e respeitar.
Todos os nomes aventados nestas páginas certamente foram como que ressuscitados das páginas dos livros das crônicas de nossas casas,
dos alfarrábios de tombo das paróquias animadas pelos frades, da recordação de quantos tiveram ocasião de conviver com eles. Certamente esses nomes estão registrados na mais profunda da memória e do coração do autor do texto. Nós frades da Imaculada, temos a impressão de estar lendo o diário de nossa família e os nomes de frades citados, até mesmo de bispos, saltam das páginas e parece que estão vivos a dançar de júbilo diante de nós pela magia da memória e o orvalho da saudade.
TRECHO DO LIVRO – PÁGINAS 31 E 32 A religiosidade do povo que vinha chegando Desde o começo foi notória a religiosidade dos colonos, que vinham do Rio Grande do Sul. Dos antepassados haviam aprendido eles que é preciso estar revestido de uma fé firme e esclarecida, para enfrentar os problemas espirituais e materiais, que não eram poucos, e que tinham melhor solução, quando iluminados pela prática da fé. As orações em família, antes e depois das refeições, já eram praticadas pelas primeiras famílias das Linhas Nogueira e Germano, e em outras, desde o ano 1916, quando os Franciscanos ainda não se haviam fixado em Bom Retiro. Filhos destas famílias, foram encaminhados como seminaristas, quando Bom Retiro era apenas uma Capela da grande Paróquia de Porto União, que estava muito longe. Um dos filhos de Bom Retiro, Frei Frederico Vier (+1974), foi ordenado sacerdote, em 1934, e cantou sua Primeira Santa Missa, quando Bom Retiro ainda era Capela. Duas famílias da Linha Nogueira, Vier e München, criaram quatro Padres
Franciscanos, e outras duas, da Linha Germano, Stoffel e Scheidt, educaram outros cinco Padres, sendo dois deles ordenados Bispos, e um dos Bispos, é Cardeal da Santa Igreja. Três famílias desta região, Bazzoni, Graef e Stoffel, têm quatro filhas encaminhadas como Religiosas em Congregações, que se dedicam à educação da juventude. E esta realidade da prática religiosa, pelas orações em família, e na participação paroquial e Capelas, foi uma característica desde os primeiros anos do Bom Retiro da Limeira. Na Vila Kennedy morava a Família Marquez, com o filho Mário, que é Bispo de Joaçaba, Dom Mário Marquez. Nesta mesma Vila Kennedy nasceu um Padre Franciscano. Em Bom Retiro morava a família do Padre José Barea, que visitou seus pais, antes de ser ordenado Bispo de Caxias do Sul, RS, como relata o primeiro cronista de Bom Retiro, Frei Roque Saupp (+1964), comentando: “Am Anfang dieses Jahres, 1928, hatfen wir aIs Hospes, den Pater José Barea, der 14 Tage hier weilte, um seine Eltem zu besuchen! (03).
visitou seus pais, durante catorze dias”. Mais tarde, o Pároco Frei João Evangelista Reinert (+1948), completou a notícia, dizendo: “No dia 26 de outubro de 1935, honrou-nos com sua amável visita, D. José Barea, Bispo eleito de Caxias do Sul, RS”, de1931-1935. (04). Em Bom Retiro também mora a Família Pigatto, que tem dois filhos ordenados sacerdotes da Congregação Camiliana, e a Família Tonin, com um filho Padre Franciscano e uma filha integrando uma Congregação Religiosa. Em Bom Retiro mora a Família Bennemann, com dois filhos Padres. Mora também a Família Fiorin, com filho Padre. Na Linha do Triângulo vivem cinco Famílias, Mannes, Kremer, Gesser, Decker e Franzener, com os filhos ordenados Padres Franciscanos e um Padre Diocesano. E seis filhas de outras famílias são Religiosas de Congregações.
Assim, são quatro Senhores Bispos, e um deles Cardeal, mais de quarenta os religiosos e religiosas, que brotaram das famílias de colonos rio-grandenses, que No começo deste ano, 1928, tivemos povoaram as novas terras de Bom Retiro da/ 2017 Limeira, Luzerna, SC e arredores. como hóspede, o Padre José Barea, que Novembro [Comunicações] 705
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Penha: Devotos podem adquirir telhas usadas do Convento
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om a reforma do telhado do Convento da Penha, que engloba a substituição das telhas, os fiéis que quiserem ter uma recordação especial do Convento da Penha podem adquirir as telhas que cobriram o Santuário por longos anos. A troca das telhas por doações faz parte da segunda etapa da Campanha Telhado de Fé, que tem por objetivo arrecadar recursos para a ampla reforma do telhado, que devido à exposição ao sol, chuva e o tempo, necessita de substituição de madeira e telhas. Estima-se que cerca de três mil telhas serão trocadas por doações financeiras. Segundo Deoclecio Uliana, Presidente da Associação dos Amigos do Convento da Penha (AACP), não há um valor fixo para o objeto. “As pessoas podem levar por meio de uma doação mínima de R$ 10. Além de ser uma lembrança, essa telha é uma parte da história do Convento da Penha, que protegeu por muitos anos o Santuário e a Casa dos freis”, destaca. As telhas, que possuem certificação de originalidade emitida pelo Convento da Penha, podem ser encontradas no Campinho (durante a semana) e aos sábados e domingos, pró-
FESTA DA PENHA “Virgem da Penha, minha alegria”! Este é o tema da Festa da Penha 2018. A frase é parte do hino à Nossa Senhora da Penha, composto por Frei Alfredo Setaro e Pe. João Lírio Tagliarico há 60 anos e muito conhecido entre os capixabas. A festa, tradicional pelas suas romarias, acontecerá de 01 a 09 de abril do próximo ano e deve atrair mais do que os 1.600.000 fiéis que participaram da edição em 2017.
ximo à secretaria do Convento. Todo o valor arrecadado, estimado em R$ 300 mil, será revertido para a reforma do telhado, além de parte do sistema de segurança, comunicação e elétrica. Para o guardião do Convento, Frei Paulo Roberto Pereira, a troca do telhado é uma demanda urgente e ajudará na preservação do patrimônio. “É uma honra para nós, franciscanos, cuidarmos do Convento, mas sabemos que é um lugar que recebe a todos e que precisa ser cuidado. Com o tempo, muitas infiltrações apareceram e esta reforma nos ajudará na
conservação e por isso contamos com todos os devotos”, explica. Para contribuir com a reforma, os devotos podem colocar a doação no envelope da campanha Telhado da Fé, disponível no convento da Penha e depositar em uma das urnas localizadas na Igreja, na Secretaria e na Lanchonete, devidamente identificadas com a logomarca da Campanha. Outra forma de doação é através do depósito bancário na Conta Bancária “TELHADO DE FÉ”, no Banco do Brasil, Agência 4035-5, Conta Corrente nº 261.695-5.
Fraternidades
FREI CLARÊNCIO LANÇA LIVRO SOBRE OS 50 ANOS DO SANTUÁRIO DO DIVINO ESPÍRITO SANTO
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esde a festa de São Francisco de 2016 até a festa de São Francisco de 2017, a Comunidade do Santuário do Divino Espírito Santo em Vila Velha celebrou de diferentes maneiras os 50 anos de inauguração do templo em abril de 1967. Agora, Frei Clarêncio Neotti lançou um livro com a história do Santuário, desde a compra do terreno, passando por sua construção e diferentes restauros. Baseado no Tombo, na Crônica da Casa e nos muitos paroquianos que participaram em primeira pessoa da construção, Frei Clarêncio conseguiu montar a história da que hoje é a mais espaçosa igreja do Estado do Espírito Santo. “Embora concebido antes, o Santuário nasceu durante o Concílio Vaticano II (outubro de 1962 a dezembro de 1965) e foi inaugurado um ano e quase quatro meses depois de terminada a magna assembleia mundial no Vaticano”, explica Frei Clarêncio. Não é a história da comunidade que se desenvolveu no Santuário, mas a história do Santuário como construção, em estilo basilical moderno; o edifício que serve de sede funcional da paróquia do Rosário, criada em 1562, desmembrada da paróquia de Salvador da Bahia. Frei Clarêncio conseguiu fazer o elenco completo de todos
os Franciscanos que trabalharam no Santuário como párocos ou coadjutores e o período exato em que atuaram. O livro, de 150 páginas, é uma
coedição do Santuário e do Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha. Foi lançado no dia 10 de outubro, ao mesmo tempo em que uma das naves do Santuário mostrava uma exposição de fotografias da construção e do uso do Santuário. O título “Santuário” foi dado pelo povo, em contrabalanço a “Convento” que é o conjunto da Penha. Segundo Luiz Paulo Rangel, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha, o edifício do Santuário foi durante muito tempo um marco das grandes obras de arquitetura do Estado, juntamente com obras mais antigas, tais como o Convento da Penha, o Palácio Anchieta e o Colégio do Carmo, e com as contemporâneas a ele: o Colégio Marista e o Colégio Salesiano. Novembro / 2017 [Comunicações]
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Fraternidades
54ª ROMARIA DA SALETTE EM CONCÓRDIA
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último final de semana (16 e 17/9) foi especial para muitos devotos de Nossa Senhora da Salette, em Concórdia. Como de costume, aconteceu a Romaria em honra à Virgem Maria no terceiro domingo de setembro, próximo à data em que a festa da santa é celebrada em toda a Igreja, isto é, no dia 19 de setembro. A festa da Salette é esperada com ânsia pelos fiéis todos os anos. Neste ano, o tempo nublado colaborou dando um ar ameno para o romeiros. No domingo (17), a Romaria saiu
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às 8h30 de frente da igreja matriz rumo ao Santuário, onde ocorreu a Celebração Eucarística presidida pelo pároco e animada por Frei Bertolino Tholl, que esteve à frente da pregação do tríduo e da romaria. A festa contou com boa participação dos fiéis, aproximadamente 4 mil pessoas. O pregador, na homilia da Missa de domingo, lembrou os 54 anos de existência da Romaria na cidade de Concórdia, e alertou para o perigo das imagens criadas de Nossa Senhora que a distanciam de seu povo simples e pobre e a colocam sobre um pedestal quase inatingível. “A Virgem,
que não abandonou seu Filho na cruz, também não se afasta de nenhum de seus filhos adotivos que a ela acorrem. Assim como a aparição de Maria em La Salette, na França, chamava a atenção dos homens que se evadiam da presença de Cristo, pregado numa cruz como um ladrão, assim também hoje ela chama a atenção dos que furtivamente vão para longe do Senhor”, disse Frei Bertolino, que ainda admoestou os peregrinos, muitos dos quais têm medo de se posicionar a favor de Cristo e de sua Igreja. O pároco Frei José Idair, ao final da Missa, agradeceu ao frade pregador por tão inspiradas palavras durante todo o tríduo e a Romaria. Após a Celebração Eucarística, seguiu-se a festa com delicioso churrasco. Às 14h, os fiéis se reuniram na igreja para a oração do Santo Terço, à qual seguiu a Bênção do Santíssimo Sacramento. Para encerrar as festividades, Frei Bertolino soltou alguns balões nos quais se atou um terço feito de isopor.
Fraternidades Sagrado
FRADES ESTUDANTES RECEBEM MINISTÉRIO DO ACOLITATO
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a noite do dia 10 de outubro, dois frades estudantes do quarto ano do tempo da Teologia, Frei João Bunga e Frei Ermelindo Francisco, receberam o Ministério do Acolitato das mãos do guardião do Convento da
Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, Frei Jorge Paulo Schiavini. A Santa Missa foi concelebrada por Frei Marcos Andrade, Mestre dos frades estudantes e pelo Padre Fernando Palotino, pertencente à Diocese de Coroatá, no Maranhão.
FESTA DE NOSSA SENHORA APARECIDA
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urante toda a quinta-feira, 12, a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis/RJ esteve repleta de fiéis que se reuniram em comunidade para bem celebrar e festejar a Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Ao todo foram três Santas Missas na Matriz e várias outras celebrações, entre elas Missas, Motorromaria e Procissões, nas Comunidades das Duchas e do Osvaldo Cruz, consagradas à Padroeira do Brasil. Durante a Missa das 18h na Matriz, Frei Luiz Flávio ministrou bênção especial às crianças que foram convidadas a se reunirem em torno da imagem da Virgem Mãe Santíssima, que este ano completa seu tricentenário.
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Fraternidades
RETIRO do Regional do Vale do Itajaí
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Retiro do Regional do Vale do Itajaí realizou-se nos dias 16 e 17 de outubro, na Casa São José, Vila Itoupava, Blumenau. Fizeram-se presentes todas as quatro fraternidades do Regional.
O método escolhido foi reflexão e partilha a partir da Mensagem do Papa Francisco para o Primeiro Dia Mundial dos Pobres. Após cada momento de leitura e partilha, seguiu-se a reflexão individual.
Ao voltarmos para o momento seguinte, era feita novamente a partilha. O Retiro transcorreu em clima muito fraterno e proveitoso. Os momentos de oração em comum foram muito bons. A fraternidade de Blumenau nos acolheu muito bem. Era como uma mãe acolhendo os filhos. A Casa São José está muito bem conservada e se prestou muito bem para o exercício espiritual a que estávamos nos propondo. Foi bom estamos juntos em oração e convivência fraterna. “Louvado sejas, meu Senhor”, por esses dias. Frei Ladí Antoniazzi
JAMAIS MORREU Hoje é Finados e pensamos nós na morte, De quem viveu conosco e seu lugar trocou; Certo é que quem tem Fé em Jesus, tem a sorte, De que jamais morreu, apenas se mudou... Para nós a morte é uma mentira lavada, A condição é crer em Jesus, e viver, Levar o amor aos Irmãos, essa é a Lei Sagrada, Para ganharmos a vida, e jamais morrer. Quem vive e crê em mim, disse nosso Senhor, Vai viver para sempre lá no céu comigo, Fruto de quem viveu no mundo só de amor... Daí, Finados, pra nós é só alegria, Convite pra um ofertório no Altar de Deus, O Bem que o nosso Irmão viveu no dia a dia. Frei Walter Hugo de Almeida
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Fraternidades
VALE DO PARAÍBA: ENCONTRO na Fazenda da Esperança
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Grito da Terra – Viver novo estilo de vida”. O Regional refletiu sobre esse texto que pede mudanças no modo de pensar e agir, e que deverá repercutir, necessariamente, e de modo prático, no “Projeto Fraterno de Vida e Missão”, lido e comentado, neste Encontro Regional. Entre outros assuntos, o Regional deu grande destaque ao conteúdo dos temas acima propostos. Os bens materiais e recursos naturais exigem mudança de hábitos quanto à sua utilização, tanto em âmbito individual, quanto coletivo, ou em relação ao planeta terra. Água e energia, quando consumidas indiscriminadamente, sem critérios, fechar uma torneira, ou não abri-la tanto, apagar uma lâmpada que está acesa sem finalidade, ou outra pequenina e significativa ação, são valores que deverão fazer parte da conscientização dos usuários. Da mesma forma, o lixo sendo destinado e tratado de qualquer maneira, ou uma folha de papel nem sempre utilizada frente e verso, enchem lixeiras e chamam a atenção de quem não tem nem lixeira nem papel. E quando se fala de alimentação, quanto desperdício!
O Regional se questionou seriamente sobre essa realidade de injustiças e clamores de tantos excluídos desses bens, e que vivem ao nosso redor ou até mesmo dentro dos círculos de vivência fraterna. O “Projeto Fraterno de Vida e Missão” propõe dar ênfase e impulso à Formação, mormente franciscana, quanto à conscientização frente aos cuidados em relação ao modo de usar os bens materiais, que podem se efetuar por palavras, gestos concretos e atitudes. Frei Hans Stapel apresentou a dimensão prática do “Projeto Fraterno” dos recuperandos da Fazenda da Esperança, um novo estilo de vida. Quando lhes é dada essa oportunidade de trabalhar, eles descobrem a vocação de vida saudável, uma necessidade de convivência. Em meio a crises, que são humanas, esses jovens descobrem a providência divina. Na Polônia, a Fazenda da Esperança ganhou um gigantesco Convento Franciscano, aberto aos recuperandos. Os franciscanos frades continuam morando ali e trabalham no Projeto. No mundo, há 131 Fazendas da Esperança funcionando; outras 70 estão sendo prepara-
das para bem acolher esse público. Os membros-líderes formados e atuantes atualmente, em todo o mundo, somam 1000. A Formação faz a diferença e exige muita dedicação; quando critérios são avaliados ultrapassados, são mudados. Frei Claudino Dal’Mago
ENCONTRO DOS EX-SEMINARISTAS FRANCISCANOS 2018
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e dois em dois anos, os ex-seminaristas franciscanos, principalmente aqueles que viveram no Seminário Santo Antônio, se reúnem em Agudos (SP). O novo encontro está programado para janeiro de 2018 De 25 a 27 de janeiro, todos os ex-seminaristas que passaram por um dos seminários da Província da Imaculada Conceição estão convidados para este momento de confraternização.
PROGRAMAÇÃO:
Dia 25/ jan. (5ª-feira): Chegada
durante o dia em horário livre, acolhida, hospedagem, apresentação e Missa Franciscana (18h00). Dia 26 (6ª-feira): Oração da Manhã, partilha, torneios, visita ao Museu, Terço na Gruta, Noite dos Talentos e Confraternização. Dia 27 (sábado): Convivência, caminhada até a Fazenda, atividades em geral, Missa de Encerramento (18h) e Jantar de Despedida.
Para mais informações sobre hospedagem, entre em contato com o coordenador Ubiratan Gomes, o Bira, no número (41) 3324-9845 – 30236758 ou (41) 99236-0762. E-mail: biraverde@olimpusturismo.com.br Novembro / 2017 [Comunicações]
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SÁO PAULO – Sede Provincial e Vila
Ministro Provincial: “Todos somos chamados a restaurar a casa de Deus”
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Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, encerrou as festividades do dia de São Francisco, na Paróquia São Francisco de Assis, na Vila Clementino, presidindo a Celebração Eucarística das 19h30. Frei Fidêncio teve como concelebrantes o Vigário
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Provincial, Frei César Külkamp, o pároco Frei Valdecir Schwambach e Frei Raimundo Castro. Em sua homilia, Frei Fidêncio ressaltou que o ser humano deveria ser o exemplo para as criaturas e o responsável pela construção de uma fraternidade universal. Ele recordou que a sociedade da qual Francisco de Assis fazia parte não era
muito diferente de hoje, com guerras, violência, ganância, mas que o jovem foi chamado a olhar para esta realidade com o olhar de Deus. “Quem foi São Francisco de Assis no seu tempo? Foi apenas um grãozinho de areia neste mundo, mas que soube fazer brilhar, através de sua vida a justiça de Deus, a paz do Senhor, anunciou a re-
conciliação, construiu a fraternidade e sobretudo ensinou a termos um olhar diferente para a nossa Casa Comum”, afirmou. O frade concluiu afirmando que todos são chamados, assim como São Francisco, a restaurar a casa de Deus. “Somos chamados a recriar a grande fraternidade universal, não apenas entre nós, criaturas humanas, mas reconstruir a casa de Deus onde nós possamos, de coração puro e transparente, convidar todas as criaturas a louvar o Criador e podemos assim dizer: Deus construiu as coisas boas. Se existem rupturas, é por causa da ganância humana. Nós somos reNovembro / 2017 [Comunicações]
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convocados a restaurar a Casa do Senhor”, concluiu.
Dia intenso na Vila Clementino
Na Missa do meio-dia, presidida pelo pároco Frei Valdecir Schwambach, a igreja, que é muito grande, lotou. Frei Valdecir lembrou que no Tríduo de São Francisco, preparatório para este dia, refletiu-se sobre três aspectos: cuidar do coração, cuidar do irmão e cuidar da Casa Comum. “São Francisco de Assis é o santo que nos ensina o cuidado”, enfatizou o pároco, lembrando que ao longo da história da fé, da história humana, separou-se muito as coisas de Deus das nossas realidades. “A nossa fé, a nossa devoção é perfeita quando nós nos envolvemos com aquele que está ao nosso lado. Não existe uma ligação com Deus se a gente se esquecer daquele que está à nossa volta”, observou. Frei Valdecir chamou a atenção, citando o Papa Francisco na Laudato Si’, que a crise de hoje é uma crise de falta de cuidado. “E talvez a raça que mais esteja ameaçada é a humana, porque não estamos nos cuidando uns dos outros. É só olhar, por exemplo, o que está acontecendo no mundo: as tragédias, a violência, o terrorismo etc”, destacou.
Os três “fradinhos” da Vila
Para os irmãos Luiz Henrique, 4 anos, e Guilherme, 6, e o primo Ruan, 8, o dia de São Francisco foi reservado para pagar promessa. E a caráter. “Fiz promessa a São Francisco de Assis porque os três têm asma. Graças a Deus, eles estão praticamente curados e falta pouco para deixarem os remédios”, contou Aurenita Souza Costa, a avó de Luiz e Guilherme e tia de Ruan. Para Dª Aurenita, não há como viver sem fé. “Se não tiver fé, a gente perde a noção de vida. É ela que nos ajuda a lutar, porque as provações estão aí”, disse, completando: “Eu estou muito feliz pagando esta promessa!”
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CONVENTO SÃO FRANCISCO
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A FESTA DOS 370 ANOS
Convento São Francisco, no Centro de São Paulo, celebrou o seu Padroeiro e também os 370 anos de sua fundação. Nas Celebrações Eucarísticas do dia 4, os frades foram enfáticos em citar o Papa Francisco e seu pedido de socorro pela Mãe Terra. Frei Gustavo Medella, Definidor Provincial, presidiu a Missa das 10h30 no Convento São Francisco, que neste 2017 também está celebrando 370 anos de fundação. Frei Medella fez sua homilia a partir do canto de
entrada, a conhecida oração “Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz”. “Onde houver ódio, que eu leve amor... É um propósito bonito, muito
conforme à espiritualidade cristã. Só que nenhum desses propósitos que aparecem nessa oração, pela qual temos tanto carinho, podem ser cumpridos se faltar o pedido introdutório que contém esta oração, que é: ‘Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz’. Porque Francisco sabia que, sem Deus, nada podemos fazer. Dizia Francisco que se de nós for tirada a graça de Deus, só sobram os vícios e os pecados. ‘Ah, mas Francisco tinha uma visão muito negativa do ser humano!’, pode alguém dizer. Não tinha, não! Ele tinha uma visão realista e sabia que Novembro / 2017 [Comunicações]
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era limitado, cheio de pecados e dificuldades, mas profundamente amado por Deus. Quando estamos abertos a esta graça, podemos ser, sim, instrumento de paz, de amor e de todo o bem”, explicou o frade. Segundo o frade, a espiritualidade franciscana, mesmo sendo espiritualidade cristã, católica, nos lança para esse espírito de diálogo, tão procurado e propagado pelo Papa Francisco. “E a Fraternidade Franciscana se estende à Fraternidade Universal com todos os bens criados. E é por isso que hoje é dia de trazer os nossos animais para receber as bênçãos, de pedir também bênçãos sobre nós, sobre as situações difíceis que estamos vivendo, mostrando que todos seres humanos, seres criados, brotamos da mesma matriz amorosa que é o coração de Deus, aquele que nos criou”, lembrou. No total, foram celebradas oito Missas. A celebração das 15 horas foi presidida por Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidio-
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cese de São Paulo. A Missa de encerramento, às 18 h, foi presidida por Padre Zezinho, que emocionou os presentes com suas canções e palavras.
Jovens encenam o Trânsito
O Trânsito de São Francisco é uma celebração que faz memória dos últimos momentos do santo na terra através de uma piedosa encenação. No Convento São Francisco foi celebrado no dia 3/10, às 18 horas. Frei Diego Melo fez a pregação e
chamou a atenção que esta data, 3 de outubro de 1226, pode ser celebrada como uma simples recordação dos últimos momentos de vida de São Francisco, ou seja, um fato acontecido há mais de oito séculos, “que em nada toca a nossa vida concreta, servindo apenas para uma rápida e passageira emoção e, de certa forma, como um tranquilizante de nossas consciências”. Mas Frei Diego fez a seguinte provocação: “Há outra forma de memória, que é uma recordação mais desa-
fiadora e até mesmo desconfortante. Trata-se da recordação do passado da qual surgem novas e desafiadoras perspectivas para o presente e para o futuro. Essa segunda maneira de fazermos memória desse trânsito de São Francisco, em que procuramos tirar lições para a nossa atualidade, talvez esteja
mais próxima daquilo que Francisco mesmo nos pediu e advertiu, quando na sua Sexta Admoestação lembrava que seria ‘uma grande vergonha para nós, servos de Deus, terem os santos praticado obras dignas de serem exaltadas e nós querermos receber honra e glória somente por contar e pregar
o que eles fizeram’ (Adm 6)”, disse. Participaram desta celebração os frades das três Fraternidades da Província em São Paulo, religiosos (as), a OFS, Jufra, jovens vocacionados e paroquianos. Érika Augusto e Moacir Beggo
RODEIO
DIA SOLENE NO NOVICIADO “Onde a pobreza se une à alegria, não há cobiça nem avareza”
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(São Francisco)
om muita intensidade, a Fraternidade de Rodeio, casa do Noviciado, onde todos nós passamos e aprendemos a seguir Jesus Cristo nos passos do “autêntico ‘gigante’ da santidade, que continua fascinando muitíssimas pessoas de todas as idades e religiões”. Vivemos uma semana de preparativos e ensaios, todos envolvidos com entusiasmo, inclusive a Paróquia que o tem como Padroeiro.
Nas vésperas, no final da tarde, acolhemos a Fraternidade de Blumenau. À noite, iniciamos a Missa com a igreja lotada. A grande expectativa era o cântico do Salmo 141, celebração do ‘Trânsito’ de São Francisco, que foi regido por Frei Pascoal Fusinato, e, no órgão, Frei Pedro da Silva. Podemos imaginar a obra de arte das vozes que subiam aos céus saldando o “modelo dos menores”. Após as orações e emoções, Frei José Antônio convidou todo o povo de Deus para se confraternizar no claustro. No dia 4, ao toque dos sinos,
Laudes cantada, parecia domingo de Páscoa, Natal, Ano Novo... E a festa continuou no café, muito bem preparado. Teve até sorteio de uma imagem de São Francisco. Ao meio-dia, no convívio com as Irmãs Catequistas, tivemos um delicioso churrasco preparado pelo Frei Rafael Spricigo. Para fechar com chave de ouro, após a Missa solene, os noviços, com muita criatividade, prepararam um jantar em torno do chafariz no claustro. Sentimo-nos animados e unidos no mesmo ideal. Encerramos com canções de orações de gratidão por tudo que vivemos simplesmente na “perfeita alegria” de ser frade menor! Há muito tempo que eu não celebrava com tanta intensidade a festa de São Francisco. Frei Rozântimo Costa Novembro / 2017 [Comunicações]
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ANGOLA
KIMBO CELEBRA O PADROEIRO
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ste ano, a festa de São Francisco de Assis na Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA) foi celebrada pela Fraternidade do Palanca no Santuário do Kimbo, que tem como Padroeiro São Francisco. Frades, Irmãs Clarissas e o povo participaram da Semana Franciscana em Luanda, que começou com o Tríduo em preparação à Solenidade do Seráfico Pai, no 1º domingo do mês de outubro, tendo como tema a “Experiência da Oração”. Neste dia, os frades refletiram sobre a nossa dimensão humana e divina, tendo como inspiração Francisco, o homem-oração. No segundo dia, a reflexão abordou o tema do amor e da solidariedade e, no último dia, foi a vez de refletir sobre o abraço às criaturas. No dia 3 de outubro, a Família Franciscana de Angola se reuniu no Mosteiro Sagrado Coração de Jesus, das Irmãs Clarissas, para celebrar o Transitus de São Francisco de Assis.
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O presidente da FIMDA, Frei José Antônio, presidiu a Celebração e a animação coube às Irmãs Clarissas e aos frades estudantes, que cantaram o Salmo 141, em latim, e o Salve Sancte Pater. No decorrer do Transitus, Frei José Antônio explicou o significado da celebração, dizendo que trânsito significa passagem. “Francisco morreu num sábado, com apenas 44 anos, cantando”, disse. Em seguida, o sacerdote recordou a passagem do cortejo fúnebre em São Damião, para Francisco dispedir-se de Clara, e fa-
lou da lição que se pode tirar daquele último encontro. Neste dia, os frades jantaram com os meninos do Projeto Nossos Miúdos, ocasião em que se comemorou o aniversário do Frei Fábio Gomes. A Missa da Solenidade de nosso Pai Seráfico São Francisco de Assis foi rezada também no Mosteiro das Irmãs Clarissas, no bairro Palanca, no período da manhã do dia 4. O presidente da Celebração, Frei José Antônio, destacou a alegria franciscana e explicou que ela perpassa o carisma franciscano, pois seu suporte é
o Evangelho. Depois da Missa, como de costume, os frades participaram de uma confraternização com as Irmãs Clarissas. O encerramento das festividades aconteceu no Kimbo São Francisco, no dia 5, com a Missa dos Peregrinos do Kimbo, também presidida por Frei José Antônio, tendo a participação dos frades da Fraternidade Nossa Senhora dos Anjos da Porciúncula de Viana, membros da OFS, Jufra, colaboradores e fiéis que frequentam o
Kimbo às terças e quintas-feiras, e o almoço comunitário. Frei José explicou o itinerário de São Francisco desde o nascimento até à sua canonização. Relatou um pouco as ambições de Francisco enquanto jovem, sua conversão e sua opção radical por difundir o bem que gera a paz. O celebrante desafiou os presentes a serem embaixadores da paz e do bem e a verem em Francisco o paradigma do cuidado, sobretudo do cuidado da criação e dos mais fragilizados.
Após Missa de encerramento, animada pelo Coro São Frincisco do Kimbo, foram apresentados os dois padres dos Sacramentinos de Nossa Senhora, residentes no Moxico e que participaram em todos os momentos das celebrações. A eles e aos que têm colaborado nas atividades do Kimbo, Frei José exprimiu sua gratidão. A festa terminou com o almoço no Kimbo. Frei Crisóstomo Pinto Ñgala
CHOPINZINHO
PAVÕES TAMBÉM QUEREM A BÊNÇÃO DO PADROEIRO
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Paróquia São Francisco de Assis, em Chopinzinho (PR), realizou a Semana Franciscana, de 3 a 7 de outubro, para comemorar o Padroeiro. A Missa de encerramento da Semana foi realizada 19 horas no dia 7, com os catequizandos, seus familiares e comunidade em geral. A animação ficou por conta do Coral da Catequese. A Feira Franciscana movimentou os paroquianos na quadra do Centro Comunitário. No dia de São Francisco, a bênção dos animais não se limitou aos animais de estimação. Pavões, papagaios, ovelhas também apareceram na festa. Novembro / 2017 [Comunicações]
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FORQUILHINHA
CAMINHADA, MISSA E BÊNÇÃOS
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porção do povo de Deus, presente em Forquilhinha, SC, foi motivada pelos frades que a servem desde 1942, a celebrar o seu santo protetor no dia 1º de outubro. A escolha da data teve a finalidade de congregar todos os fiéis da Paróquia numa única celebração, que aconte-
ceu no domingo. A celebração aconteceu em três momentos distintos. Às 8 horas, a Caminhada pela Vida e pela Paz, com saída das comunidades em direção ao Parque São Francisco; às 9 horas, aconteceu a celebração da Missa de São Francisco, diante da estátua do Santo; e às 11 horas, a bênção dos animais em frente à Igreja Matriz.
A caminhada pela Vida e pela Paz, que teve seu encerramento com a Missa, contou com a presença de inúmeros fiéis, com destaque às crianças, adolescentes e jovens, orquestrados pela coordenação da catequese. Também o prefeito e alguns vereadores da cidade marcaram presença no evento.
GASPAR
A DEVOÇÃO DE FRANCISCO A MARIA
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om alegria, a Família Franciscana de Gaspar celebrou São Francisco de Assis com um Tríduo na Paróquia São Pedro Apóstolo. No Ano Mariano e relembrando o grande amor e devoção que Francisco dedicava à mãe de Jesus, o tema escolhido para esta festa foi: “Maria de todas as horas”. Para cada dia do Trí-
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duo foi escolhido um subtema. No primeiro dia, “Maria, Mãe de Deus, clamamos a vós!” e, no segundo dia, “Maria, Mãe de Deus e nossa mãe!”. Neste dia ingressaram na Ordem Franciscana Secular (OFS), onde vão iniciar o período de formação, o casal José e Marlene Jenning. No terceiro dia, quando se refletiu sobre “Maria, companheira de nossas ale-
grias e nossas dores!”, houve também a encenação do trânsito de São Francisco pelos jufristas e, na sequência, uma confraternização da Família Franciscana. No dia 4, dia de São Francisco, a Missa solene foi celebrada na capela das Irmãs Franciscanas. Eliana Schmitt, Ministra da OFS
PETRÓPOLIS
ALEGRIA E DEVOÇÃO NO SAGRADO
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a noite do dia 3, a Comunidade de fé da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, localizada em Petrópolis, Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, uniu-se aos frades da Fraternidade do Sagrado para celebrar o Trânsito de nosso Pai Seráfico, São Francisco de Assis. A celebração foi presidida pelo Guardião do Convento, Frei Jorge Paulo Schiavini, e concelebrada pelo Pároco, Frei James Luiz Girardi, e pelo Vigário Paroquial, Frei José Ariovaldo da Silva. Com a presença de parte do Coral dos Meninos dos Canarinhos, sob a regência do Maestro Marco Aurélio Lischt, todos os presentes puderam rememorar os últimos momentos da vida de São Francisco, o Santo da Paz e do Bem. Um dos momentos mais emocionantes da noite ficou por conta do salmo 141, o mesmo proclamado por Francisco em seu leito de morte, entoado pelo coral em conjunto com alguns frades. Durante a pequena exortação proferida por Frei Jorge, Frei Ariovaldo declamou uma bonita poesia, intitulada “Visita Sonhada”, e que fora recebida com aplausos pela assembleia presente. Ao término da Celebração, todos se dirigiram para o Salão da Ordem Franciscana Secular
(OFS) para uma fraterna confraternização. No dia 04, dia em que festejamos a vida de nosso irmão menor, Francisco de Assis, aconteceu na Igreja do Sagrado Coração de Jesus a tradicional bênção aos animais. Vários foram os fiéis que trouxeram seus cachorros e gatos para o tradicional momento franciscano de louvor à criação! Enquanto isso, na cantina paroquial, os fiéis puderam saborear deliciosos bolos preparados com amor e carinho pela equipe de Eventos da Comunidade. No fim da tarde, os frades se reuniram em comunidade para rezar a oração das Vésperas. Em seguida à oração, foi celebrada Missa Solene, desta vez presidida pelo pároco Frei James e concelebrada por diversos sacerdotes, entre eles, Frei Jorge Paulo; Frei Almir Ribeiro Guimarães; Frei Félix Jurado; e Frei José Ariovaldo. Em sua homilia, Frei James salientou a alegria que Francisco propagou ao longo da vida, seja com palavras ou com seu modelo de vida, hoje seguido por tantos que se deixam apaixonar pelo Poverello de Assis. Que São Francisco siga a inspirar nossos jovens ao chamado de evangelizar o mundo pela promoção da Paz e do Bem!
DUQUE DE CAXIAS - RJ A Paróquia São Francisco de Assis celebrou seu Padroeiro desde o dia 30 de setembro, quando um Ato Profético pelo Brasil que queremos abriu os festejos. No dia 8, uma Caminhada Franciscana encerrou as celebrações. Pascom do Sagrado Novembro / 2017 [Comunicações]
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POSTULANTADO
Frei César preside celebração nas Pedrinhas
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Tríduo de São Francisco deste ano iniciou-se com o pedido de paz na Caminhada Franciscana pela Paz, que aconteceu dia 1º de outubro nas ruas de Guaratinguetá, e a bênção dos animais no Seminário Franciscano Frei Galvão. Na Missa de abertura do Tríduo, cujo tema era “Meu Deus e meu Tudo”, Frei João Francisco da Silva, guardião da Fraternidade, fez a reflexão do Evangelho de domingo e falou da relação de São Francisco com Deus. No segundo dia, a Missa foi presidida por Frei Claudino Dal’Mago, com o tema
“São Francisco semeador da paz”. Por fim, no dia de São Francisco de Assis, a Fraternidade foi até a unidade das Pedrinhas da Fazenda da Esperança para a Missa presidida por Frei Cesar Külkamp, Vigário Provincial, que falou da importância do santo, que foi considerado o homem mais importante do milênio passado. Fiel ao seguimento de Cristo, Francisco nos ensina a viver uma vida simples, a vencer o egoísmo que está dentro de nós e a ver Deus em todas as criaturas, como uma fraternidade universal. Equipe do Postulantado
CURITIBA
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Família Franciscana de Curitiba celebrou São Francisco com um Tríduo e na Paróquia Bom Jesus dos Perdões, além das Missas, houve bênção dos animais durante todo o dia.
NITERÓI
CARINHO PELOS ANIMAIS
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ão Francisco de Assis foi celebrado durante todo dia nas Missas - às 08h00, 11h00, 15h00 e 17h00 - da Paróquia Porciúncula de Sant’Ana, em Niterói (RJ), e durante as bênçãos dos animais, sempre muito procurada. Segundo Frei Sérgio Pagan, atualmente muitas paróquias da cidade também celebram São Francisco com as bênçãos dos animais por causa do carinho que o povo tem pelo santo franciscano. “Apesar de entender que atualmente existem alguns excessos em relação ao trato com os animais, também é importante que a instituição católica possa ter um olhar mais carinhoso e mais caridoso com os pequenos. Eles não são vistos apenas como meros animais, mas sim como parte das famílias”, destacou Pagan. Fonte: Jornal “O Fluminense”
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petrópolis – ITF
É PRECISO TER FARO ESPIRITUAL
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o dia 30 de setembro, nem mesmo a irmã chuva desanimou os participantes do retiro promovido pelo Instituto Teológico Franciscano, em preparação à Festa de São Francisco. Cerca de cinquenta pessoas estiveram reunidas para meditar, sob a orientação do Frei Vitório Mazzuco Filho. O grupo viveu intensos momentos de oração e reflexão aprofundando o tema: “A mística de São Francisco de Assis”. A manhã de recolhimento, que começou com um saboroso café de boas-vindas, foi uma ocasião de encontro, partilha, experiência de fé e interação. Uma bela forma de se predispor para o mês particularmente franciscano, rico em sentido e repleto de comemorações. Partindo da Eucaristia – passando pela fraternidade universal, presépio, encontro com o leproso, até chegar à cruz – todos percorreram um itinerário dinâmico e participativo, cuidadosamente perparado por membros da Ordem Franciscana Secular (OFS). A OFS, Fraternidade Nossa Senhora dos Anjos, sempre realiza os seus retiros junto ao ITF. Nesta ocasião, Aldo Luciano Corrêa de Lima e Juliana Caroline Gonçalves Almeida orientaram um percurso muito significativo para o Poverello, bem como para todos os cristãos. Depois desse roteiro inicial, Frei Vitorio introduziu o tema proposto
para o evento. Ele ressaltou que “Estamos vivendo um grande momento de visualização da proclamação da sede do divino.” Trata-se de um tempo impregnado por uma “onda mística” refletindo forte dose compensatória de carência existencial. Durante a primeira palestra, salientou que a mística não é uma experiência espiritual pertencente a uma elite, mas é “uma experiência aplicável à toda humanidade no seu dia a dia”. Tanto o Santo de Assis, no século XII, quanto nós, no século XXI, temos necessidade de buscar incessantemente o mistério divino em todos os detalhes da existência. “É preciso ter o faro espiritual para sentir o cheiro do Deus que passa”. Ao longo da manhã, o pregador aprofundou o tema explicando o significado de “mística” e suas características na fluência dos séculos XII e XX. A palestra matinal teve uma pausa
para um momento de reflexão e oração individual precedendo o almoço. O silêncio e a introspecção também foram observados antes da segunda parte do dia. “Quando o conhecimento e a vontade se unem ao Ser, chega-se à experiência do Amor”. Dando continuidade à sua exposição, Frei Vitorio abordou o conceito de amor como unidade e vontade e esclareceu o que vem a ser a mística franciscana. De acordo com ele, “é como se a Mística Franciscana nos dissesse: ‘se você quer falar de Deus, fale sobre o amor!’”. E salientou que a célebre frase “O amor não é amado”, atribuída a São Francisco, na realidade é de autoria de místicos franciscanos. No entanto, recordou uma passagem, narrada por Tomás de Celano, quando São Francisco teria dito: “Muito deve ser amado o amor daquele que muito nos amou” (2Cel 196, 3-9). Ao término da palestra, todos se encaminharam para o refeitório, onde foi servido o café da tarde – ocasião para organização da parte final do encontro. O retiro foi encerrado com a Celebração Eucarística. Neuci L. Silva Pela Equipe do ITF Novembro / 2017 [Comunicações]
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ITUPORANGA – SEMINÁRIO SÃO FRANCISCO
D. ONÉCIMO PRESIDE MISSA NO DIA DO PADROEIRO
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o dia 2 de outubro de 2017, a Fraternidade de Acolhimento Vocacional do Seminário São Francisco de Assis teve o retorno dos aspirantes que estavam na experiência de FAV’s, nas diversas realidades de Evangelização da Província. Assim, a Fraternidade novamente completa participou das ce-
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lebrações de seu Seráfico Pai São Francisco de Assis. No dia 3, na véspera da solenidade, as Fraternidades Franciscanas São Francisco de Assis e Santo Estêvão reuniram-se na Igreja Matriz de Ituporanga, com a Ordem Franciscana Secular (OFS) e com as Irmãs Franciscanas de São José, para celebrar o Transitus de São Francisco na Missa presidida por Frei Marcos Prado dos Santos. Em sua homilia, Frei Marcos destacou a importância desta celebração na história franciscana, sendo o Transitus uma tradição deixada pelos primeiros frades e que reúne, ainda hoje, em todo o mundo, a Família Franciscana. Mantendo esta espiritualidade, os frades, juntamente com o coral da Paróquia Santo Estêvão, cantaram o Transitus, transmitindo aos presentes um pouco da beleza do carisma franciscano. Ao término da Missa, a Família Franciscana, movida pelo
espírito fraterno, reuniu-se no salão da Paróquia para a partilha da mesa. No dia 04, Solenidade de São Francisco, a Família Franciscana se reuniu no Seminário São Francisco, para um almoço festivo preparado pelos aspirantes. No fim da tarde, ocorreu a celebração da Missa Solene de São Francisco, presidida por Dom Onécimo Alberton, Bispo da Diocese de Rio do Sul, juntamente com a comunidade de Ituporanga. Dom Onécimo agradeceu a presença franciscana na Diocese de Rio do Sul e destacou o grande exemplo de vida deixado por São Francisco de Assis, vivendo o seguimento de Cristo em pobreza e humildade. Ele também recordou o Papa Francisco e sua grande proximidade com a espiritualidade franciscana. Ao término da Missa, a Família Franciscana, acompanhada de Dom Onécimo e o Padre Sérgio da diocese de Rio do Sul, participaram de uma confraternização realizada na área externa do Seminário. Felipe Zaros Granusso e Julio Comin de Melo Aspirantes
Fraternidades
EX-SEMINARISTAS FRANCISCANOS
segundo ENCONTRO EM XAXIM
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s frades e a Paróquia São Luiz Gonzaga acolheram, no dia 7 de outubro, os participantes do 2º Encontro de Ex-Seminaristas Franciscanos da OFM dos Estados do Paraná e Santa Catarina. O primeiro compromisso foi com Deus na Igreja Matriz, às 10h30, na Celebração Eucarística presidida pelo Vigário Provincial da Província da Imaculada, Frei César Kulkamp, e concelebrada pelo Pároco de Xaxim, Frei Alex Sandro Ciarnoscki, e o Vigário Paroquial, Frei Vanderlei da Silva Neves. A celebração foi animada por um grupo de ex-seminaristas de Xaxim, com cantos franciscanos. Ao meio-dia, o grupo foi recep-
cionado na Sede Recreativa Ser Aurora, gentilmente cedida pela Associação de funcionários da empresa Aurora, de Xaxim. Após um delicioso almoço festivo, o espírito de celebração, amizade, companheirismo, diversão, alegria se estendeu e prolongou pela tarde. O objetivo do encontro é esse mesmo: sem nenhuma pretensão maior, busca-se trazer novamente ao pensamento e ao coração os momentos de convivência, celebração, diversão, estudo, enfim, de vida vivida e partilhada ao longo dos anos trilhados no caminho formativo franciscano. A palavra saudade, certamente, estava ainda mais viva e presente nos corações dos que participaram desse
encontro. Afinal, esse também foi um encontro de despedida. Da cidade de Concórdia, o ex-seminarista e ex-frade franciscano, Claudomiro Lopes, se fez presente. Alegre, sorridente, celebrou a fé e a vida conosco durante todo aquele dia. E no dia seguinte (domingo), foi acometido de um AVC e não resistiu. Dele nossa eterna saudade e preces pelo seu descanso em paz. A fé no Ressuscitado nos faz prosseguir! E seguindo as pegadas do Cristo pobre, humilde e crucificado de Francisco, foi escolhida a cidade de Luzerna (SC) para sediar o próximo encontro dos Ex-Seminaristas Franciscanos em 2018. Valnei Brunetto
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Fraternidades
BLUMENAU
PEDIDOS À PADROEIRA PELO BRASIL
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Santuário Nossa Senhora Aparecida, em Blumenau, fez uma das maiores manifestações de fé dos catarinenses à Padroeira do Brasil no dia 12 de outubro. O sol apareceu de manhã, ainda que timidamente, quando a Imagem Peregrina da Mãe de Deus deixou a Catedral de São Paulo Apóstolo nas mãos do bispo diocesano, Dom Rafael Biernaski, e do pároco da Catedral, Padre João Bachmann, em carreata até o Santuário. Às 8h45, o pároco e reitor do Santuário, Frei Nélson José Hillesheim, acolhia Dom Rafael, Pe. João e a Imagem Peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que terminou sua peregrinação na Diocese como parte das celebrações pelos 300 anos da
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aparição da Imagem no rio Paraíba. A Imagem foi saudada com fogos quando chegou perto do Santuário e um cordão formado por crianças recepcionou Dom Rafael. Às 8h30, já não se podia mais caminhar com tranquilidade no entorno do Santuário. A igreja ficou tomada. Um telão e caixas de som transmitiram a Missa Solene para os fiéis do lado de fora. Às 9 horas foi aberto um corredor no centro da igreja para a procissão de entrada. Apoiado por uma grande equipe de músicos e cantos, o povo catarinense mostrou toda a sua fé na Padroeira e cantou a pleno pulmões durante toda a Celebração. Difícil não se emocionar. Frei Nélson saudou Dom Rafael, os celebrantes, o povo e pediu para que Nossa Senhora olhasse pelo
povo brasileiro e por nossa Pátria, que vive momentos de crises e grandes dificuldades. Entre as autoridades presentes, o prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes Neto, que participou durante toda a Celebração no meio do povo. Ele foi um dos alunos de Frei Nélson no Colégio Bom Jesus de Blumenau. Dom Rafael pediu para que todos dirigissem os pensamentos a Aparecida, onde está a imagem original de Nossa Senhora. “300 anos de Aparecida! É um fato único na história. E aqui nós nos unimos a este acontecimento especial na história do Brasil”, disse. “Dali partem todas as graças, todas as bênçãos ao povo brasileiro. E definitivamente esta graça da Mãe Aparecida, dali, estende-se hoje para todos nós”,
Fraternidades acrescentou, preparando o povo para esta grande celebração de Ação de Graças. Comentando o Evangelho das Bodas de Caná, D. Rafael disse que com a água e com o vinho, a nossa vida pode ser alegre, pedindo em favor do povo brasileiro. “Quando temos o Espírito de Deus, quando temos o seu amor, a nossa vida se transforma, fervilha de alegria. Podemos ter saúde ou enfermidade, estarmos nascendo ou morrendo, passando por grandes necessidades, quando temos a presença de Deus entre nós, estabelece-se a verdadeira alegria, o reino da presença da comunidade”, observou o bispo. “Esse Deus quer nos transformar nesta vida nova. E ela, neste momento, quer transformar o Brasil, quando o egoísmo e o mal ameaçam devorar a nossa Pátria, devorar nossas famílias, devorar nossa Nação. Façamos como Ester, peçamos a Maria para que intervenha junto a Deus para que de novo se estabeleça no coração dos homens o bem”, pediu, recordando que foi assim que fez Jesus no coração de Zaqueu, homem perverso e corrupto. “Deus vai ao coração de Zaqueu e o transforma, entra na sua vida e ele se torna generoso, bom e santo. É esta a esperança que nossas famílias, nossos corações, nosso Brasil, podemos ter na festa de Aparecida”, completou, encerrando sua homilia com uma prece de agradecimento a Maria por 300 anos de graças. No final da Missa, Dom Rafael, com a imagem de Nossa Senhora, Frei Nélson e Padre João sobrevoaram de helicóptero o Santuário, despejando pétalas de rosa sobre a multidão. Pe João jogou também seis mantos de Nossa Senhora. As pessoas que conseguiram os mantos poderão retirar depois a imagem de Nossa Senhora na Catedral. Segundo o pároco e reitor, Frei Novembro / 2017 [Comunicações]
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Fraternidades Nélson, cerca de 10 mil pessoas passaram pelo Santuário. As pessoas formavam filas diante da imagem de Nossa Senhora. Uma tradição dos catarinenses neste Santuário é trazer flores para Nossa Senhora. O presbitério se tornou um grande jardim em homenagem à Mãe de Deus. Frei José Bertoldi celebrou às 15 horas, também com a igreja lotada. Destaque para os franciscanos seculares do Regional da OFS Sul 2, que saíram em peregrinação para estarem no Santuário às 15 horas. Frei Bertoldi fez um paralelo dos dois milagres que aconteceram por intercessão de Nossa Senhora. O primeiro, há 300 anos, com a pesca milagrosa no rio Paraíba e o segundo, conforme o Evangelho do dia, Maria intervém quando falta vinho no casamento. E Jesus realiza o seu primeiro milagre. Segundo o frade, Maria pede para fazer tudo o que Ele pedir. “Se nós fizermos tudo o que Ele pedir, seremos felizes no reino de Deus. São Francisco de Assis soube sempre ouvir a Jesus, tanto que foi chamado pelo Papa de outro Cristo”, disse Frei José.
ENCERRAMENTO
Frei Pascoal Fusinato presidiu, às 19 horas, a última celebração do dia e também comentou a realidade que vive o país hoje, partindo do texto do Apocalipse (12). “Essa leitura representa a mulher vitoriosa, a mulher vestida de sol e coroada de estrelas, e o dragão querendo abocanhar o filho ao qual iria dar à luz. Vamos aplicar isso para a nossa Pátria. Nossa Senhora, Padroeira do Brasil, vê seus filhos sendo abocanhados por um dragão. O sistema político e econômico que nós vivemos é como que um dragão. Engole seus filhos mais necessitados. Os mais fortes se esquivam, se protegem e escapam. E Nossa Senhora, Mãe dos Brasilei-
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Fraternidades ros, vê seus filhos sofrendo e nós, às vezes, até torcemos para o dragão, porque o dragão nos interessa. E os filhos brasileiros desta Mãe que nos foi dada por Jesus na cruz – ‘eis aí seus filhos’ -, Nossa Senhora vê tantos e tantos filhos sendo abocanhados”, lamentou o frade. Ao comentar a primeira leitura, lembrou que o povo hebreu também estava sendo massacrado, estava sendo espoliado, no tempo de Ester. “O que pede Ester ao rei? Pede pela sua vida e pela vida do seu povo”, assim como Maria pede para seus filhos e para o povo brasileiro. “Essas leituras aplicadas à nossa realidade mexem com a gente. Mexeram comigo e tenho certeza que mexem com vocês também”, disse o frade.
HISTÓRIAS DE VIDA
A celebração foi belamente animada pelas vozes da equipe de músicos e cantores. Dois deles, pai e filho, fizeram uma homenagem a Nossa Senhora após a comunhão, emocionando a todos. O pai Édson Luís da Silva e o filho Lucas Felipe de Souza e Silva, contudo, já nasceram com o dom da música. Tanto que Édson tem uma produtora de áudio, estão acostumados a produzir jingles, mas os dois não deixam de emprestar suas vozes para Deus em missas em várias paróquias da cidade. “É uma forma de agradecer a Deus este dom que recebemos”, confessa Édson, que é autor do hino da Diocese de Blumenau e um vencedor de festivais de música, entre eles faturou duas vezes o conhecido Festival de Música de Tatuí (SP). Édson conhece bem Frei Pascoal. Ele e seus cinco irmãos foram alunos do frade no Colégio Santo Antônio de Blumenau. Além deles, a esposa Lenita e os pais, que são Ministros da Eucaristia, participaram da Celebração Eucarística. Novembro / 2017 [Comunicações]
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Fraternidades
Já Daniele Carneiro, junto com seu esposo Marcelo, veio agradecer a Nossa Senhora pelas graças alcançadas e também pedir por sua família. “Sou muito devota porque ela derramou muitas graças e bênçãos em nossas vidas. E aqui eu estou especialmente para agradecer a Nossa Senhora por ter conseguido re- Conilda Krüger alizar o sonho da casa própria”, contou Daniele, que veio quando se faz necessária a união há oito anos com seu marido do Pa- de todos para a realização de uma raná para Blumenau. “Foi um tempo grande festa, que reúne milhares difícil e de muita luta para conseguir de pessoas. Segundo o pároco, Frei a nossa casa, mas conseguimos com Nélson Hillesheim, para que tudo a ajuda de Nossa Mãe”, disse. Assim funcione bem, mais de 350 pessocomo Daniele, o povo fez filas para as deixam seus afazeres, suas casas, visitar o altar de Nossa Senhora. suas famílias durante os festejos da Padroeira. Para Conilda, esse serviço coGRATUIDADE A dona de casa Conilda Krüger munitário enobrece a alma e é reé um exemplo de amor e dedicação compensador. “Não sei viver sem no serviço à Igreja, especialmente isso. Pode tirar tudo de mim, mas
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não me tire a Igreja. A vida sem Deus não é nada. Essa fé é que faz com que a gente se doe”, revela Conilda, que pontualmente se dedica à liturgia na Paróquia. “Antes de Blumenau ser Diocese, eu era coordenadora diocesana de liturgia e sempre ia para Joinville, onde estava a Cúria”, diz Conilda, lembrando que seu envolvimento com a comunidade vem bem antes de ela ser Paróquia, há mais de 40 anos. “A comunidade ficava num galpão do outro lado da rua. Me lembro que meu filho nasceu em 65, quando ela virou Paróquia”, contou. A Paróquia foi criada aos 8 de maio de 1965 e, no dia 12 de outubro de 1997, foi criado e instalado o Santuário Nossa Senhora Aparecida. “Já estou com 70 anos, a gente está envelhecendo, mas enquanto puder vou continuar trabalhando”,
Fraternidades
netas, 1 neto e 2 bisnegarante Conilda. “Mitas. “Procuro sempre nha vida sempre foi orientar meus netos e muito difícil. Me separei bisnetos, mostrando o com 20 anos de casaque é certo e o que é mento e quando tinha errado”, diz apontando quatro filhos. Criei topara a neta Gabriela, dos eles na Igreja, no cade 17 anos, que está minho do bem. Encontrabalhando na festa. trei forças em Jesus e na Conilda trabalha na comunidade”, revelou. barraca do café, tortas, Para ela, todo o crisbolos e doces. tão tem o compromisso Os festejos popude dar esse testemulares continuaram dunho de fé. “As pessoas se espelham muito no Devoção à Mãe de Deus durante todo o dia. Todos queriam tocar a rante todo o dia e só terminaram por volta testemunho. Então, o imagem de Nossa Senhora. das 22 horas do ferianosso evangelizar deve ser através do testemunho. Procuro tualidade que vamos ter condições do. Nas barracas, o mais pedido foi ser coerente na minha vida estando de reconhecer que somos pequenos o churrasco, e os 4.500 terminaram na Igreja, na minha casa ou me do- e que precisamos sempre ter uma bem antes do final do dia. Até São Pedro ajudou. Não choando a quem precisa de uma ajuda, atitude de gratidão a Deus. “Infelizmaterial ou espiritual”, diz Conilda, mente, hoje o mundo está carente de veu durante os dias da festa e no dia ressalvando: “O que faço aqui é um Deus e o que vemos é uma grande 12, mas às 22 hs em ponto, choveu grãozinho de areia perto do que re- falta de valores na sociedade. O ser muito. Os voluntários pararam para humano está em decadência. Não rezar um Pai Nosso em agradecicebo de Deus”. Conilda lamenta que hoje há um sei o que vai ser das futuras gera- mento a Deus pelo bom andamento esvaziamento da prática religiosa e o ções”, teme Conilda, que perdeu um da festa. mundo sente falta de espiritualida- filho há 30 anos num acidente de de. Para ela só resgatando a espiri- moto. Ela tem dois casais de filhos, 2 Moacir Beggo Novembro / 2017 [Comunicações]
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Aspirantes fazem encontro em Malange
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s dois grupos que fazem aspirantado na Fundação Imaculada Mãe de Deus em Angola realizaram um encontro fraterno no Seminário Monte Alverne, em Malange, entre os dias 13 e 15 de outubro. Os aspirantes estão divididos em dois grupos, um com 15 jovens que frequentam a 12ª Classe do Ensino Médio, e residem no próprio semi-
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nário, e outro com 5 aspirantes que já concluíram o Ensino Médio, e residem na Fraternidade Santo Antônio, em Kibala. O encontro, mediado por Frei Ivair Bueno de Carvalho, teve como objetivo esclarecer aos jovens aspirantes o que é o tempo do Postulantado, próxima etapa do itinerário formativo. O encontro foi orientado pelo Plano de Evan-
gelização da FIMDA, que aponta de maneira peculiar os aspectos próprio da formação religiosa e franciscana que são desejados para etapa do Postulantado. O encontro também fortaleceu os laços fraternos entre os dois grupos através do convívio fraterno. No sábado à tarde, os aspirantes tiveram a oportunidade de realizarem uma atividade pastoral junto aos catequizandos das aldeias Quissol e Candumbo. No domingo, além de participarem da Missa na Paróquia Santos Mártires de Uganda, na Katepa, os aspirantes prestigiaram um amistoso de futebol que ocorreu entre os seminaristas franciscanos e os postulantes espiritanos. Agradecemos o empenho das fraternidades que proporcionaram a realização deste encontro que fortalece nossa busca no ideal franciscano. Adriano Sumbelelo, Daniel Teresa e José Capita
Evangelização
USF reinaugura Laboratório de Habilidades Médicas para cursos da área da saúde
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Campus Bragança Paulista da Universidade São Francisco (USF) reinaugurou na quinta-feira, dia 5, o Laboratório de Habilidades Médicas, que funcionará como espaço para atividades práticas de todos os cursos da área da saúde da USF. O evento contou com a participação de representantes da USF, professores, alunos e autoridades locais. Entre os participantes estavam o Ministro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e Chanceler da USF, Frei Fidêncio Vanboemmel, o Diretor Presidente da CNSP-ASF, Frei Thiago Alexandre Hayakawa, o Diretor Vice-presidente, Frei Vitorio Mazzuco Filho, OFM, o Diretor-Administrativo, Frei Mário Luiz Tagliari, OFM, o Diretor Secretário, Frei Nilo Agostini, OFM, o reitor da FAE e administrador geral, Jorge Apóstolos Siarcos, o reitor da USF, professor Joel Alves de Sousa Júnior, a Pró-Reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão, professora Iara Andrea Alvares Fernandes, o Pró-Reitor de Administração e Planejamento, Adriel de Moura Cabral, a diretora do Campus Bragança Paulista, professora Márcia Aparecida Antônio, o diretor do Campus Itatiba, professor Carlos Eduardo Pizzolatto, além de representantes do HUSF, o vice-prefeito, Amauri Sodré, a representante do Deputado Edmir Chedid, Gislene Bueno, além de vereadores. O evento teve como mestre de ceri-
mônia a professora Márcia Aparecida Antônio, que destaca a importância dos novos espaços para os alunos. “Formamos um profissional comprometido com a promoção, proteção e recuperação da saúde do paciente. Um espaço como esse potencializa o desenvolvimento das competências e habilidades requeridas para a atuação na área da saúde, através da simulação de experiências da vida real, com vistas a garantir a segurança no processo de assistência ao paciente”, afirmou a diretora do Campus. Para Frei Fidêncio, o novo espaço é fundamental para a qualificação de alunos e professores da área da saúde da USF. “O Laboratório é importante para nossos estudantes e professores, mas sobretudo para as vidas que serão cuidadas em nossa Universidade. Nós sabemos o quanto a saúde está fragilizada, seja do homem ou da nossa mãe terra”, disse Frei Fidêncio. Antes do contato com pacientes em ambientes hospitalares, o aluno terá um espaço controlado para desenvolver atividades simuladas com robôs de baixa, média e alta fidelidade. O novo complexo apresenta cerca de 3 mil m² de área construída, com salas de aula, salas de treinamento de habilidades práticas e comportamentais, contando ainda com salas para desenvolvimento de habilidades práticas específicas como o Centro Obstétrico e Cirúrgico e Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal e Pediátrica
e Adulto, além de enfermaria simulada, com capacidade para 180 alunos. Todos os cenários são preparados para o aluno sentir-se dentro de um ambiente hospitalar e simular atuações ambulatoriais e de emergência, assim como tomada de decisão rápida e efetiva para o bem-estar do paciente. Para o reitor da USF, o Laboratório de Habilidades também é importante para a comunidade bragantina. “Como uma universidade confessional franciscana auxiliamos a comunidade. Este projeto envolve ações humanas”, afirmou o professor Joel. Na sequência, foi apresentado um vídeo que traz um panorama das atividades que serão desenvolvidas no Laboratório de Habilidades Médicas. A professora Juliana Seraphin Piera, responsável pelo desenvolvimento do projeto apresentou as principais potencialidades do projeto. Em seguida, os convidados visitaram o novo espaço e fizeram um tour guiado pelo prédio. Com o Laboratório de Habilidades Médicas, a USF passa a ser referência para formação dos profissionais da saúde em nossa rede regional de atenção à saúde, que abrange as cidades de Bragança Paulista, Atibaia, Socorro, Pedra Bela, Pinhalzinho, Tuiuti, Vargem, Joanópolis, Piracaia, Bom Jesus dos Perdões e Nazaré Paulista. Ana Paula M. de Souza, da USF Novembro / 2017 [Comunicações]
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Evangelização
FRENTE DA EDUCAÇÃO SE REÚNE EM BRAGANÇA
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Universidade São Francisco (USF) sediou nos dias 26 e 27 de setembro o Encontro Ampliado da Frente de Evangelização da Educação da Província, no Campus Bragança Paulista. O evento provincial reuniu frades e leigos da USF, FAE, Colégio Bom Jesus, Educafro, Instituto Teológico Franciscano (ITF), Sefras e Meninos Cantores de Petrópolis. O encontrou contou com a presença do Ministro Provincial e Chanceler da USF, Frei Fidêncio Vanboemmel, que explicou a importância da Frente de Educação para a Província. “Vale aqui a palavra do Papa Francisco pronunciada no dia 10 de maio de 2014: ‘Nós estamos aqui porque amamos a escola. Digo ‘nós’ porque eu amei a escola como aluno, como estudante, como professor, E depois como Bispo’. Se nós amamos a escola, amamos todas as grandes causas que envolvem a Educação. Este trabalho na Educa-
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ção é o ganha-pão de muita gente! Mas vai para além da materialidade de um salário. Acreditamos no projeto Franciscano da Educação, isto é, educar com os princípios e com a ética de São Francisco de Assis. Com um olhar no retrovisor da nossa história, trabalhamos o presente da nossa história, mas também perspectiva da construção de um futuro solidificado na paz e na justiça. ‘É preciso, desde a infância, ir preparando o futuro’, nos diz o Poeta”, disse o Ministro, referindo ao poema
“O Trabalho”, de Olavo Bilac, que declamou. “Quando criança, eu declamei parte de um poema, com três colegas da sala de aula. A mim coube declamar a última estrofe que, felizmente, nunca mais esqueci. Esse poema tem a ver com toda a nossa missão: ‘se hoje sou venturoso, devo ao trabalho o que sou’. Passaram-se muitos anos e fui redescobrir todo o poema e encantei-me com seu sentido” (veja texto ao lado). Frei Fidêncio agradeceu a todos pelo Encontro. “Em primeiro lugar quero agradecer a Frei César Külkamp, Vigário Provincial e Secretário Provincial para a Evangelização, pelo trabalho que esta realizando na animação e dinamização das assembleias ampliadas de cada uma das nossas Frentes de Evangelização. Em segundo lugar, agradeço a Frei João Mannes, coordenador provincial da Frente de Evangelização na Educação, por tão bem conduzir estes dois dias desta assembleia. E com ele, todos os
Evangelização
“O Trabalho”, de Olavo Bilac Tal como a chuva caída Fecunda a terra, no estio, Para fecundar a vida O trabalho se inventou. Feliz quem pode, orgulhoso, Dizer: “Nunca fui vadio: E, se hoje sou venturoso, Devo ao trabalho o que sou!” É preciso, desde a infância, Ir preparando o futuro; Para chegar à abundância, É preciso trabalhar. Não nasce a planta perfeita, Não nasce o fruto maduro; E, para ter a colheita, É preciso semear... Confrades envolvidos nesta evangelização mais específica. Em terceiro lugar agradeço a todos os leigos e as leigas, os nossos verdadeiros parceiros e parceiras, na missão evangelizadora neste grande universo da educação. Fico feliz ao sentir que vocês abraçaram de todo o coração o Documento da Ordem “Ide e Ensinai” e o “Plano de Evangelização” da nossa Província. Vocês nos ajudam a sermos uma “Província em saída” e, talvez melhor do que nós, sabem a importância de uma evangelização articulada em todas as nossas cinco Frentes de Evangelização”.
PALESTRA
O encontro teve como assessor o professor Breno Herrera da Silva Coelho, que falou sobre o tema “Ecologia, espiritualidade e educação para o bem viver”. O professor iniciou a discussão apresentando as atuais correntes dentro da ecologia, baseado na obra do escritor Joan Martinez Alier, autor do livro “O ecologismo dos pobres”. O docente destacou a importância de estimular as crianças a participarem desde cedo de discussões ambientais e não apenas vivenciar
uma questão lúdica. Durante a palestra foi abordada também a relevância da Nova Encíclica do Papa Francisco, Laudato Si’ –, que aborda a preservação do meio ambiente. “Francisco de Assis, como o irmão dos pobres e irmão da Terra, foi a inspiração do Papa Francisco nesta Encíclica, que representa o que há de mais avançado no debate acadêmico sobre o tema. É um documento muito bem desenhado e que explica que são inseparáveis a preocupação com a natureza, a justiça com os pobres e o empenho da sociedade com a paz interior”, afirmou Herrera. Após a palestra foi iniciado um debate sobre o tema. “Precisamos repensar essa visão equivocada que o ser humano tem de si mesmo, que não se compreende como pessoa. É preciso compreender sua relação com a natureza e com os outros. Viver em comunhão e não ser superior ao outro. Precisamos da visão franciscana do mundo, que fazemos parte de um todo”, ressaltou o Coordenador da Frente da Educação, Frei João Mannes. No período da tarde foi apresentado o regimento da Frente da Educação, o plano operacional do Bom Jesus. O plano operacional da USF foi apresentado pelo Diretor Presidente da CNSP-ASF, Frei Thiago Alexandre Hayakawa, e pela Pró-Reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão, professora Iara Andrea Alvares Fernandes. Entre
os objetivos específicos do plano operacional está estimular uma cultura institucional de fraternidade, a serviço da dignidade da vida de todos, à luz do Evangelho e dos valores franciscanos.
SEGUNDO DIA
O segundo dia de encontro teve início com a apresentação das atividades desenvolvidas pelo Núcleo de Extensão Universitária (NEXT) da USF. A professora Débora Reis Garcia apresentou os principais projetos desenvolvidos no ano de 2016 e o público beneficiado. Na sequência, representantes do Instituto Meninos Cantores de Petrópolis apresentaram o Plano Operacional e um vídeo institucional. O ITF apresentou os objetivos específicos. “Estimular uma cultura institucional de fraternidade e em saída, a serviço da dignidade da vida de todos, à luz do Evangelho e dos valores franciscanos”, afirmou Frei Elói Dionísio Piva. O Educafro, que participou pela primeira vez do encontro, trouxe depoimentos de representantes que mostraram a importância das cotas nas instituições de ensino públicas e privadas do país. Também foi abordada a importância de se desenvolverem ações de celebração do 1º dia Mundial dos Pobres, que será no dia 19 de novembro. Ana Paula Moreira de Souza Novembro / 2017 [Comunicações]
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OFS do Pari festeja 90 anos de fundação
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Ordem Franciscana Secular da Paróquia Santo Antônio do Pari comemorou com alegria franciscana, no dia 15 de outubro, seus 90 anos de fundação. A fundação foi em 27 de julho de 1927. A Fraternidade, que leva o nome do padroeiro da paróquia, louvou e agradeceu a Deus pela espiritualidade e vivência franciscana que perduram por todo esse tempo. A missa, presidida pelo pároco Frei Germano Guesser, congregou irmãos de OFS de várias outras Fraternidades e paroquianos para celebrar a Graça de Cristo, presente, em Paz e
Bem, na vida de Francisco e na vida de todos os que seguem o Evangelho, como aprendizes seus. A Fraternidade Santo Antônio ofereceu um delicioso café de confraternização para todos, reunindo cerca de 130 pessoas, entre paroquianos e membros da OFS. Foi encenada uma peça teatral, dirigida pelo próprio autor, o irmão Rafael Marques, mostrando, com seriedade e bom humor, como alguns fatos da vida de São Francisco tocaram o coração e mudaram a vida dos personagens. Um texto genial e tocante, que uniu, na apresentação, irmãos
da Fraternidade local e paroquianos. Dessa manhã cheia de bênçãos, todos saíram felizes e agradecidos ao Conselho da Fraternidade Santo Antônio do Pari (Maria Helena Marques da Silva, Luis Gonzaga Garcia, Celina Creusa da Silva, Martinha da Silva, Fábio Pinto da Silva) que, muito carinhosamente, a promoveu, com a ajuda fraterna de algumas irmãs e voluntárias da paróquia. Foi uma verdadeira festa de irmãos! Louvado seja o Senhor! Paz e Bem! Lourdes Bona
OFS NILÓPOLIS: Alegria e gratidão marcam o Jubileu de Ouro
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domingo (1/10) foi de Ação de Graças e de muita festa para celebrar o Jubileu de Ouro da Fraternidade Franciscana Secular Nossa Senhora Aparecida, de Nilópolis (RJ). Antes da homilia, Frei Walter Ferreira Júnior, convidou o irmão Jefferson Machado dos Santos para testemunhar um pouco da sua vida em fraternidade na Fraternidade Nossa Senhora Aparecida, em especial nesse ano jubilar em que a fraternidade comemora 50 anos de vida fraterna. Para o irmão Jefferson, a presença fraterna e simples dos franciscanos seculares junto ao povo e nas famílias revela o frescor e o vigor do carisma franciscano que anima a grande Família Franciscana a seguir e testemunhar o Santo Evangelho a exemplo de Francisco e Clara de Assis. Frei Walter destacou por último que o testemunho de Francisco era alegre, simples, vibrante e que por isso, todos desejavam segui-lo. São Francisco inspirou as famílias a seguirem seu exemplo de vida evangélica na simplicidade, na paz, na caridade e na piedade cristã, o que motivou o santo a criar a Ordem Franciscana Secular. Cláudio Santos
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Famílias Franciscanas se reúnem em Retiro
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e 4 a 8 de outubro, no Santuário Franciscano de La Verna, reuniram-se para os Exercícios Espirituais os Ministros Gerais da Primeira Ordem, Frei Michael Perry, OFM, Frei Mauro Jöhri, OFMCap, Frei Marcos Tasca, OFMConv, e Frei Nicolás Polichnowski, da TOR, juntamente com os frades dos Definitórios Gerais das quatro famílias. Já faz alguns anos, os Definidores das quatro Famílias Franciscanas têm vivido juntos um tempo similar: um tempo de graça, de escuta da Palavra de Deus e de oração. Os exercícios deste ano também foram pensados como um dos elementos da preparação para o aniversário do encontro de São Francisco com o Sultão (em 2019 se comemorará o 800º aniversário deste evento). Por esta razão, as reflexões
propostas pelos relatores foram relacionadas aos temas de diálogo, diversidade, alteridade e amizade. Os frades tiveram como assessor nos primeiros dias o bispo Jean Paul Vesco, OP, de Oran, Argélia. D. Vesco abordou os temas do diálogo e da amizade. A palestra no último dia dos exercícios foi dada pela professora Shahrzad Houshmand Zadeh, teóloga muçulma-
na, que explicou algumas questões relativas ao diálogo entre cristãos e muçulmanos, detendo-se largamente sobre as questões dogmáticas e espirituais. Os Definidores partiram do Santuário la Verna mudados de certa forma e impactados pelas ideias compartilhadas, mas também pela cordial hospitalidade oferecida pelos irmãos que trabalham e vivem no Santuário de La Verna.
NOVO GOVERNO DOS CONVENTUAIS DE SP
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11º Capítulo Provincial da Província São Francisco de Assis dos Frades Menores Conventuais, realizado de 18 a 22 de setembro, elegeu como novo Ministro Provincial Frei Aloísio Antônio de Oliveira. Com ele formará o governo para os próximos quatro anos Frei Antônio Molisani Telles, o novo Vigário Provincial, e os Definidores Frei José Hugo da Silva Santos, Frei Nestor Marin e Frei Sergio Malacarne. Frei José Hugo também será o ecônomo. A eleição ocorreu na Casa de Retiros São Francisco de Assis, em Campo Largo (PR). Este Capítulo teve como tema “ …Corriam juntos!” (Jo 20,4) e a presença especial do Ministro Geral, Frei Marco Tasca, que presidiu o Capítulo até o encerramento. Mineiro, natural da cidade de
Mantena, Frei Aloísio tem 58 anos e há 42 anos ingressou na Ordem Franciscana Conventual, no seminário Santo Antônio em Ibema-PR, e vestiu pela primeira vez o hábito de São Francisco de Assis no dia 4 de fevereiro de 1983 na igreja São Benedito, em Caçapava (SP). Professou solenemente na Ordem dos Frades Menores Conventuais no dia 14 de agosto de 1987 e foi ordenado presbítero no dia 8 de dezembro de 1990, em Guaíra (PR), por Dom Lucio Ignácio Baumgaetner. É Licenciado em Filosofia e Bacharel em Teologia; especialista em Teologia Bíblica pela Universida-
de Gregoriana de Roma. Nos últimos quatro anos foi mestre de noviços. “Ser Ministro Provincial é, sobretudo, uma grande responsabilidade de servir a Deus e aos irmãos. Agora, como coordenador da fraternidade provincial da Província São Francisco de Assis, vou coordenar os trabalhos dos irmãos, encorajando-os e os ajudando no que for preciso”, declarou o novo Provincial. Novembro / 2017 [Comunicações]
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NOVO GOVERNO NA CUSTÓDIA DAS SETE ALEGRIAS DE NOSSA SENHORA
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Custódia das Sete Alegrias de Nossa Senhora da Ordem dos Frades Menores, presente nos estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, elegeu um novo governo. A eleição foi realizada no Capítulo Custodial, que reuniu os frades de 16 a 20 de outubro de 2017, no Convento São Francisco de Assis, em Campo Grande (MS). Desta forma, terão a missão de governar no triênio 2018 a 2020 o se-
guinte Conselho: Frei Rogério Viterbo de Sousa, Custódio; Frei Aluísio Alves Pereira Júnior, Vigário Custodial; Frei João Francisco Neto, Frei Valdemilson Santos da Silva, Frei José Sergio dos Santo de Oliveira e Frei Jorge Vasconcelos dos Santos, Conselheiros. A Custódia das Sete Alegrias tem sua história construíada a partir de janeiro de 1937, quando esta Província da Imaculada Conceição do Brasil ce-
deu a área dos atuais Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul como terra de missão à Província Franciscana de Santa Isabel da Turíngia, em Fulda. O Ministro Provincial da Turíngia, Frei Vicenz Rock, com seu Definitório, aceitou no dia 2 de março de 1937 a oferta e o antigo estado do Mato Grosso foi escolhido como novo campo de atividade missionária. Aos 29 de junho de 1937 aconteceu o solene envio dos quatro primeiros missionários para a nova terra de Missão, que eram os Freis Eucário Schmitt, Antônio Schwenger, Wolfram Passmann e Francisco Brugger, todos sacerdotes. Atualmente, a Custódia ocupa uma área total de 1.264.965,6 Km² para uma população de cerca de 5 milhões de pessoas. A sede da Custódia fica em Campo Grande.
800 ANOS DOS FRANCISCANOS NA TERRA SANTA
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s frades da Custódia da Terra Santa celebraram, de 16 a 18 de outubro, o início do Jubileu de 800 anos de presença franciscana na Terra Santa. Para esse momento histórico na Custódia missionária franciscana, esteve presente o Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Michael Perry, e o Vigário Geral Frei Julio César Bunader. Eles foram acolhidos pelo Custódio da Terra Santa, Frei Francesco Patton. “Este ano jubilar é uma bela ocasião para lembrar a presença de Cristo, sua misericórdia, seu amor nesta terra e em todas as partes do mundo. Se alguém me perguntar qual o significado da nossa presença aqui, como frades franciscanos da Ordem dos Frades Menores, eu responderei que é preci-
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samente isso: acompanhar todos os cristãos e as pessoas que passam, para comunicar esse amor, essa misericórdia, essa alegria da vida em Cristo e em Deus. Nossa presença é um evento não só para todos os cristãos, mas também para toda a humanidade. Sim, nossa presença é para toda a humanidade. Esta foi também a visão de Francisco de Assis, que queria visitar a Terra Santa, chegando a Damietta, numa situação de desumanização. Há hoje também esses movimentos desumanizadores. A visão da Custódia é promover o diálogo e a harmonia entre as pesso-
as e promover um desenvolvimento integral da humanidade”, disse Frei Michael, que presidiu no dia 16 a Celebração Eucarística na Igreja de San Salvador, iniciando os festejos. Serão três anos de celebrações, que culminarão em 2019, ano da visita de São Francisco em Damietta.
NOTÍCIAS DA REUNIÃO DO DEFINITÓRIO PROVINCIAL
São Paulo, 17 a 19 de outubro de 2017
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s 9 horas da manhã do dia 17 de outubro, na Sede Provincial, em São Paulo, Frei Fidêncio abriu a reunião ordinária do Definitório Provincial, dando as boas-vindas aos Definidores. O moderador das sessões foi Frei Paulo Pereira, que, de início, apresentou a Frei Fidêncio, em nome do grupo, as condolências pelo passamento de sua irmã Maria de Fátima, de 59 anos, ocorrido no dia 7 de outubro. Ela lutava há quase dois anos contra um câncer de abdômen, e Frei Fidêncio ainda pôde encontrá-la lúcida, embora já sem fala, na véspera do falecimento. Frei Gustavo tomou parte do Definitório até o final do dia 17, quando fomos surpreendidos pela morte do confrade Nelson Rabelo, a quem recomendamos ao Senhor em prece e ação de graças pela vocação e bem realizado entre nós e na Igreja, sobretudo como comunicador da Palavra. Grande parte dos assuntos tratados nas sessões do Definitório segue abaixo.
1) Visitador Geral – Frei Miguel Kleinhans
Conforme já anunciado em e-mail de 29 de setembro, o Definitório Geral nomeou a Frei Miguel
Kleinhans Visitador Geral para a nossa Província, em vista do Capítulo Provincial a ser celebrado de 12 a 21 de novembro do próximo ano. Ele faz parte da Província Nossa Senhora da Assunção, com sede em Bacabal, MA, e será acolhido pelos nossos Definidores em sua próxima reunião nos dias 28 a 30 de novembro. De 12 a 19 de novembro, no entanto, ele participará do curso para os novos Visitadores, na Cúria Geral, em Roma. Desde já as nossas boas-vindas a Frei Miguel, e os agradecimentos por ter assumido esse serviço fraterno para o bem de toda a Província!
2) Projeto Fraterno de Vida e Missão - revisão
Os Definidores entregarão ao guardião de cada fraternidade dos respectivos Regionais uma apreciação geral do Projeto Fraterno de cada uma e, a partir das observações e também diante da realidade em que cada uma está inserida, deverá ser feita uma revisão do Projeto Fraterno, com partilha do resultado deste trabalho no primeiro encontro regional de 2018. No último Definitório deste ano, no final de novembro, o Projeto Fraterno de Vida e Missão de cada fraternidade será entregue ao Visitador Geral.
3) Reunião dos Definidores com os Coordenadores Regionais - preparação
No dia 29 de novembro, os Definidores reunirse-ão com os Coordenadores dos Regionais, no Convento São Francisco, em São Paulo. Em vista disso, os Definidores pensaram em pontos importantes para compor a pauta do encontro. Entre eles: avaliação dos retiros por Regionais; organização da visita canônica; temática para o próximo Capítulo Provincial e ano de preparação; revisão do Projeto Fraterno de Vida e Missão; desafios dos Regionais.
4) Frades estudantes argentinos - ITF
Os Definidores apreciaram a consulta de Frei Daniel Fleitas e de Frei Pablo Azqueta, respectiNovembro / 2017 [Comunicações]
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Definitório Provincial vamente, Ministro Provincial e Secretário para a Formação e Estudos da Província São Francisco Solano, da Argentina, em vista de possível acolhida de frades estudantes da referida Entidade para estudos de Teologia no ITF, em Petrópolis, a partir de 2020. Acentuam três aspectos importantes do projeto formativo: 1. A fraternidade formadora: pretendem enviar professos solenes que acompanhem os frades estudantes; 2. A opção pela formação inicial em meios populares e de inserção; 3. A formação interprovincial: desejam “abrir” essa nova presença formativa em Petrópolis a outras províncias que queiram integrar-se ao projeto, seja enviando estudantes de Teologia para residir na nova moradia, seja enviando algum formador. O Definitório autoriza o Conselho de Formação e Estudos a continuar as tratativas.
5) Seminário de Ituporanga – Ensino Médio em escola particular
Há quase dois anos acontece uma nova experiência de acolhimento vocacional no Seminário de Ituporanga, com o fechamento da Escola de Ensino Médio e com a realização deste estudo na Escola Estadual Roberto Moritz. Os frades constatam que o ensino nela oferecido não tem atendido às necessidades. Faltam professores qualificados, há muitos horários vagos sem atividades complementares, as turmas são grandes e a ementa nem sempre atende às deficiências de nossos candidatos. A Fraternidade fez um levantamento de outras escolas da região e propõe que nossos vocacionados estudem no Colégio Galileu, escola particular, sem fins lucrativos, mantida por uma associação de pais e professores. Trata-se de escola bastante conceituada, com professores capacitados, turmas com 20 alunos, no máximo, e com seriedade bastante evidente. Ela tem suas raízes lançadas na década de 60 pelos frades e segue a metodologia de ensino Positivo. Após negociação, o valor da mensalidade apresentado pela Associação de Ensino Santo Estêvão, mantenedora do Colégio, é o seguinte: janeiro a setembro/2018: R$ 420,00 (incluído o material didático para o 2º, 3º e 4º bimestres); outubro a dezembro/2018: R$ 330,00. Atualmente há 7 alunos nossos de Ensino Médio. O Definitório aprovou que eles estudem no Colégio Galileu.
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6) Ano Missionário – frades indicados
No Definitório passado, foram apreciadas as indicações do coetus de Rondinha sobre a experiência do Ano Missionário a ser feita pelos confrades que concluem a Filosofia em 2017. Decidiu-se que Frei David Belineli, Frei Heberti Senra Inácio, Frei Samuel Santos Soares e Frei Tiago Gomes Elias farão o seu Ano Missionário em Angola. Já Frei Augusto Luiz Gabriel, Frei Douglas da Silva, Frei Erick de Araújo Lázaro, Frei Leandro Ferreira Silva o farão em fraternidades da Província. Todos, no entanto, receberão a transferência no Definitório de novembro próximo.
7) Estudos de Teologia – avaliação ao final do curso
Vinda do Conselho de Formação, o Definitório aprovou a indicação segundo a qual todos os frades estudantes de Petrópolis, ao final do curso de Teologia, devem ser avaliados pelo coetus formatorum em vista dos ministérios ordenados, havendo decisão pela ordenação próxima ou não. Isso deverá evitar a dificuldade de se avaliar um confrade que pede para ser ordenado e que tem pouco tempo de convivência e trabalho na fraternidade para a qual foi transferido após os estudos.
8) Curso de formadores, animadores SAV e guardiães – frades indicados
De 05 a 17 de março e de 02 a 13 de julho de 2018, em Petrópolis, acontecerá o Curso de formadores, animadores do SAV e guardiães, promovido para CFMB. Os confrades indicados pelo Conselho de Formação e que foram aprovados pelo Definitório para tomar parte no curso são: Frei Alberto Eckel Júnior, Frei Douglas Paulo Machado, Frei Edvaldo Batista Soares, Frei Elias Dalla Rosa, Frei Jorge Paulo Schiavini, Frei José Raimundo de Souza, Frei Marcos Vinícius M. Brugger, Frei Mário Stein, Frei Paulijacson Pessoa de Moura e Frei Vanderlei da Silva Neves.
9) Experiência missionária na Amazônia – Frei Jhones e Frei Marx
Foram aprovados para fazer a experiência missionária na Amazônia, de 7 a 31 de janeiro do próximo ano, Frei Jhones Lucas Martins, frade estudante do 1º ano de Teologia, membro da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Pe-
Definitório Provincial trópolis, e Frei Marx Rodrigues dos Reis, frade estudante do 4º ano de Teologia, membro da Fraternidade N. Sra. Mãe Terra, de Imbariê, Duque de Caxias.
10) Estudos de Liturgia – Frei Alberto Eckel
Seguindo indicação do Conselho de Formação, o Definitório aprovou que, no próximo triênio, Frei Alberto Eckel especialize-se em Liturgia, em Roma. No momento, Frei Alberto é formador no Seminário de Ituporanga.
11) Frei Gilberto da Silva – aprovado para doutorado
Após dois anos de estudos, Frei Gilberto está por defender sua tese de mestrado em Teologia Espiritual, com especialização em Franciscanismo, na Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma. O trabalho aborda a importância da contribuição de Frei Constantino Koser na evolução da Ordem no período pós-conciliar. Frei Gilberto pediu - e recebeu do Definitório - permissão para fazer o doutorado na mesma instituição, no intuito, inclusive, de aprofundar, na tese doutoral, o tema já abordado na de mestrado.
12) Frei Clauzemir Makximovitz – retorno e transferência
Após período de licença para morar fora da Fraternidade Provincial, Frei Clauzemir, no dia 28 de agosto, foi transferido para a Fraternidade do Patrocínio de São José, de Lages, como atendente conventual e vigário paroquial.
13) Novo Definidor - eleição
Depois de consulta à Cúria Geral, o Definitório decidiu não eleger novo Definidor, levando em consideração: 1) a proximidade do Capítulo Provincial e o início próximo da Visitação Canônica; 2) os art. 216 e 215 § 1º dos EEGG, este último determinando que o número de Definidores não seja inferior a 4.
14) Mateus M. de Souza - passagem para a Ordem
Mateus Malta de Souza, monge beneditino do Mosteiro São Bento, de São Paulo, professo solene, de 27 anos, pede para iniciar processo de passagem da Ordem Beneditina para a Ordem Franciscana, em nossa Província. Ele vem sendo
acompanhado por Frei Diego Melo desde 2013. No final deste ano, conclui a graduação em Teologia. Depois de ler o parecer de Frei Diego, o Definitório aprovou que o monge Mateus se integre à Fraternidade de Santo Amaro da Imperatriz por um ano. Os passos seguintes e os trâmites canônicos do processo de transferência entre Ordens serão acertados entre Frei Fidêncio e o abade Dom Matias.
15) Frentes de Evangelização da Província – reuniões
Frei César e Frei João Mannes fizeram um apanhado geral das várias reuniões das Frentes de Evangelização que ocorreram recentemente (todas relatadas nas últimas Comunicações): 1. Das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento (12 e 13 de setembro, em Agudos); 2. Das Missões (19 de setembro, em São Paulo); 3. Da Educação (26 e 27 de setembro, em Bragança Paulista). Tratou-se também do Encontro Continental das Américas (ECA) do JPIC, ocorrido em Anápolis, de 1º a 6 de setembro. Em todas as reuniões, destacou-se a forte presença dos leigos(as) e o seu interesse em conhecer e atuar mais a partir do carisma franciscano e seus valores presentes (e a serem promovidos) nas várias áreas de evangelização. Ressaltou-se o interesse dos leigos(as) pelo Plano de Evangelização da Província, sobre o qual se falou com certa familiaridade, como no caso da Frente de Educação. Quanto à Frente das Paróquias e Santuários, destacou-se que todas as paróquias dos Regionais de Pato Branco e do Contestado se fizeram representar com frades e leigos. Os participantes foram em um ônibus fretado e avaliaram positivamente o encontro. Mas, por outro lado, causou estranheza a ausência de frades e leigos(as) de algumas outras paróquias e santuários da Província.
16) Casa N. Sra. da Paz – encontro com os Definidores
Na manhã do dia 19 de outubro, às 9h30, os Definidores se reuniram com Frei Thiago A. Hayakawa, Frei Vitorio Mazzuco Filho e Frei Nilo Agostini. O assunto principal abordado foi a interinidade do cargo de reitor da Universidade, atualmente ocupado pelo Prof. Joel Alves de Souza Júnior. Foi tratada também a necessidade de eleição de nova diretoria da Casa Nossa Senhora da Paz. Novembro / 2017 [Comunicações]
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Definitório Provincial 17) Casa N. Sra. da Paz – eleição de diretoria
Por decurso de prazo, o Definitório realizou eleição da diretoria da Casa Nossa Senhora da Paz, mantenedora da Universidade São Francisco, que ficou assim constituída: Diretor presidente – Frei Thiago A. Hayakawa, Diretor vice-presidente: Frei Vitorio Mazzuco Filho, Diretor tesoureiro: Frei Mário J. Knapik, Diretor secretário: Frei Mário L. Tagliari. Frei Gilberto G. Garcia foi incluído na diretoria, como membro convidado.
18) Congresso Missionário AL – preparação
No dia 21 de setembro, o Secretariado Geral para as Missões e a Evangelização convocou os delegados para a Evangelização das conferências da UCLAF para uma reunião extraordinária, na Guatemala, de 10 a 14 de dezembro deste ano, para planejamento do III Congresso Missionário Franciscanos para a América Latina. Frei César, delegado, participará de tal reunião preparatória.
19) FIMDA – questões abordadas
O Definitório apreciou questões apresentadas em e-mail de Frei José Antônio dos Santos, de 22 de agosto, em torno do Plano Operacional da Frente das Missões, da Campanha Missionária do mês de outubro, do término da casa dos professos temporários em Luanda, da sugestão de noviciado em Angola, da morosidade na obtenção de vistos e da readequação do projeto “Nossos Miúdos”. Os Definidores também apreciaram as notícias da última reunião do Conselho da Fundação. Seguem algumas: 1. Assembleia da Fundação: Acontecerá nos próximos dias 9 e 10 de novembro, em Luanda. Frei Fidêncio e Frei César tomarão parte. Além do caráter de encontro fraterno que a Assembleia da Fundação sempre tem, serão tratados e encaminhados o Plano de Evangelização e a Ratio Econômica da Fundação. O último Capítulo da Fundação encarregou a Assembleia de 2017 de aprovar, ad experimentum, esses dois documentos. 2. Aspirantes: Aqueles que já têm o nível médio concluído e os que estão cursando a 12ª Classe em Malange terão encontro de intercâmbio nos dias 14 e 15 de outubro. 3. Lojinha de Palanka: Encontra-se na fase final o encaminhamento do processo para a legali-
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zação da lojinha de Palanka junto aos órgãos públicos encarregados de dar as devidas autorizações que permitem o seu funcionamento. 4. Biblioteca do Seminário/Malange: Foram retomadas as obras para dar finalização à biblioteca do Seminário Monte Alverne. Com a sua conclusão, além da área reservada aos livros, o espaço contará ainda com uma sala de reuniões ou estudo em grupo, uma área para a leitura individual e local com computadores para pesquisa. 5. Retiro Anual: Será realizado nos dias 6, 7 e 8 de novembro, em Luanda. 6. Retiro para renovação dos votos: Está programado para os dias 1º, 2 e 3 de dezembro. 7. Clarissas em Quibala: As Irmãs Clarissas do Mosteiro de Lubango decidiram reabrir o antigo mosteiro de Quibala, abandonado no período da guerra civil. Enquanto não concluem as obras de reconstrução, pedem hospedagem na Fraternidade de Quibala nos momentos em que estiverem acompanhando as obras. 8. Próxima reunião do Conselho: 21 e 22 de novembro.
20) Nilópolis – Conceição – carta ao bispo
Frei Fidêncio e Frei César escreveram a Dom Luciano Bergamin, bispo de Nova Iguaçu, reiterando a intenção de devolver à Diocese o cuidado pastoral da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Nilópolis, em janeiro de 2018. “É um encaminhamento difícil e doloroso pelo tempo de vida e de missão na citada paróquia, tão tradicional ao bom povo cristão que nos foi confiado, e pela boa caminhada de unidade com a Igreja Local”.
21) Nilópolis – vigário da casa e animador do SAV
Frei Cid Tadeu Passos foi nomeado vigário da casa e animador do SAV local da Fraternidade Nossa Senhora Aparecida, de Nilópolis.
22) Assistente da Federação das I. Clarissas – Frei Raimundo
Em decreto de 31 de julho, Dom José Rodríguez Carballo, arcebispo-secretário da Congregação
Definitório Provincial para os Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica, renomeia Frei Raimundo Justiniano de Oliveira Castro assistente religioso da Federação Sagrada Família das Irmãs Clarissas.
23) Coordenador da Frente de Solidariedade – Frei Wilson
Frei Wilson Batista Simão foi nomeado coordenador da Frente de Solidariedade para com os Empobrecidos.
24) Colégio Carlos Démia – parceria com a Associação Bom Jesus
A pedido das Irmãs de São Carlos de Lyon, os Definidores aprovaram que se estabeleça uma parceria entre o Colégio Carlos Démia, de Maringá, PR, e o Grupo Educacional Bom Jesus. As Irmãs enfrentam dificuldades para levar adiante o projeto educacional. O Colégio tem ótima estrutura física, é bem localizado e oferece condições para abrigar, possivelmente, campus universitário da FAE naquela região centro-norte do Paraná.
25) Rádio Clube de Indaial - negociação
Está em negociação a compra da Rádio Clube de Indaial, SC. Há a possibilidade de toda a administração ser feita a partir da Fundação Celinauta, de Pato Branco.
26) Auditoria – Sede Provincial
Nesta semana, os Auditores estão trabalhando na Sede Provincial. Já analisaram as questões de RH. No momento, auditam as contas da Província. Até o próximo Definitório será feito o relatório de controles internos, em vista do balanço final, que será apresentado na assembleia dos guardiães e coordenadores das Fraternidades de abril do próximo ano. Os novos auditores mostram-se mais exigentes no que se refere às prestações de contas e documentações. Até o dia 10 de fevereiro de 2018, toda a contabilidade das Fraternidades deverá ser entregue na Sede Provincial.
27) Frades de Minas – estágio no Sefras
A pedido de Frei Hilton Farias de Souza, Ministro Provincial da Província Santa Cruz, de Minas Gerais, o Definitório aprovou que dois frades professos temporários da referida Província façam estágio de seis meses, no ano que vem, junto ao
Sefras, em São Paulo, residindo na Fraternidade Santo Antônio do Pari, sob o acompanhamento de Frei Germano Guesser.
28) Frei Alex Ferreira da Silva - licença
Frei Alex pediu – e recebeu – licença do Definitório para morar fora da Fraternidade Provincial por um ano. Ele é professo solene desde 2013, compõe a Fraternidade Santo Antônio do Pari, em São Paulo, estuda Serviço Social e trabalha no Sefras.
29) Frei Bertolino e Frei Tadeu – exclaustração em vista de incardinação
Frei Bertolino Tholl encaminhou pedido de exclaustração em vista de incardinação na Diocese de Rio de Sul, SC. O bispo Dom Onécimo Alberton escreveu carta acolhendo a Frei Bertolino para período “ad experimentum”. Frei Tadeu Luiz Fernandes encaminhou o mesmo pedido, porém em vista de incardinação na Diocese de Campanha, MG.
30) Olmiro Ferreira da Silva - dispensa
Em decreto de 7 de agosto de 2017, o Prefeito da Congregação para os Clérigos, Cardeal Beniamino Stella, dispensa Olmiro Ferreira da Silva do celibato e de todas as obrigações vinculadas à Ordenação.
31) Egressos – noviço e postulante
1. Paulo Ricardo Aparecido dos Santos Silva, noviço, em 16 de outubro; 2. Gabriel Barão, postulante, em dia 15 de outubro;
32) Agenda 2017 e 2018 – acréscimos e alterações
Confira na última página destas Comunicações.
Encerramento
Às 11h30 do dia 19 de outubro, Frei Fidêncio, encerrando a reunião do Definitório Provincial, agradeceu aos Definidores o empenho e dedicação e convidou-os à oração da Ave-Maria. Fez memória do confrade falecido Nelson Rabelo, recomendando-o à misericórdia do Senhor e pedindo que ele interceda por todos para que sejamos comunicadores dos bens do Reino. Frei Walter de Carvalho Júnior secretário Novembro / 2017 [Comunicações]
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Falecimento
Frei Nelson Rabelo
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osso confrade Frei Nelson Rabelo faleceu na tarde do dia 17 de outubro, às 17h50, na Policlínica, de Pato Branco. Frei Nelson já manifestava problemas de saúde no decorrer do ano passado. Em junho de 2016, teve um AVC isquêmico, sem sequelas. No final do mês de janeiro deste ano, começaram os lapsos de memória. Ressonância magnética realizada no dia 16 de fevereiro revelava um nódulo na parte de trás do cérebro, no hemisfério direito. Começava o calvário de Frei Nelson! No dia 06 de março, no Hospital São Lucas, de Pato Branco, ele foi submetido a cirurgia para remover o tumor. Passou 21 longos dias em tratamento na UTI. A partir do dia 03 de abril, com alta hospitalar, passou a ser cuidado em casa, com ajuda de profissionais e dos confrades. Na segunda semana de outubro, Frei Nelson Rabelo foi submetido a uma cirurgia para substituição da sonda nasal pela sonda gástrica. Deste procedimento decorreu uma hemorragia e, além desta complicação, por causa da suspensão dos medicamentos neurológicos em vista da intervenção, Frei Nelson apresentou um episódio de convulsão. Estas complicações o levaram para a UTI. A cirurgia foi refeita e correu bem. Frei Nelson retornou para o quarto, na expectativa de receber alta para casa. No entanto, na manhã do dia 17, o quadro voltou a se agravar, com complicações cardíacas e pulmonares. Frei Nelson foi novamente levado para a UTI da Policlínica, onde veio a falecer. Seu corpo foi velado na Igreja Matriz de São Pedro Apóstolo e sepultado no Mausoléu da Fraternidade no dia seguinte, depois da Missa de Exé-
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quias, que foi celebrada às 18 horas (veja texto à parte).
O frade menor
Frei Nelson foi um grande entusiasta da Comunicação. A ela dedicou grande parte de seu tempo e esforços. As únicas vezes que foi transferido de Pato Branco foi para estudar Comunicação na PUC de Porto Alegre, e depois, para trabalhar na Rádio Vaticana, em Roma. Este grande interesse ele o diz nas suas Memórias: “Já no seminário de Agudos cultivava o teatro, a música, o cinema e a produção literária. Naturalmente pendi para a área da Comunicação Social, que se tornou meu campo preferido de ação. Meu gosto é a produção e não tanto o gerenciamento dos meios”. Para Frei Nelson, cultivar a espiritualidade é “cultivar o Sol da proximidade de Deus, que nos dá calor Dados pessoais, e vida. Aquecidos e nuformação e atividades tridos pelo amor Dele Nascimento: 05.12.1940 (76 anos de idade) podemos levar calor e Natural de Paredes de Sapucaí, Cordislândia, MG. Vestição: 1961 – Rodeio vida aos demais”. Frei 1962 – 1963 – Curitiba – Estudos de Filosofia; Nelson confessa que um 1964 – Petrópolis – 1º ano de Teologia; dos conteúdos mais in final de 1964 – deixa a Ordem e trabalha na fluentes na sua formação Rádio Celinauta, de Pato Branco, PR. pessoal está no “Itinera final de 1965 – retorno à Ordem; Noviciado: 19.12.1966 – Rodeio; rium mentis in Deum”. Primeira Profissão: 20.12.1967 (49 anos de Vida Segundo ele, até o acuFranciscana) sativo latino “in” é todo Profissão Solene: 30.12.1969 significativo: o ir para Ordenação Presbiteral: 20.12.1969 (47 anos de Sacerdócio) dentro de Deus expressa 20.03.1971 – Pato Branco – vigário paroquial e um processo de superadiretor técnico e chefe do pessoal da Rádio; ção constante até poder Janeiro de 1972 – transfere-se para Porto Alegre mergulhar no Ser Maior. para cursar a Faculdade de Comunicação Social; Hoje Frei Nelson cum 1975 – Pato Branco – trabalho na Rádio; 05.12.1979 – guardião até 1988; atividades na priu seu “itinerarium”, Rádio e TV; sua superação final, seu 06.01.2002 – Roma – Itália – a serviço da Rádio mergulho no Amor InfiVaticana; nito. R.I.P. 01.10.2003 – retorno ao Brasil; 7.11.2003 – Pato Branco – vigário da casa, 0 vigário paroquial e a serviço da Comunicação;
Falecimento
A última ponte de Frei Nelson A Igreja Matriz São Pedro Apóstolo de Pato Branco lotou no dia 18 de outubro, às 18 horas, para a Missa de corpo presente de Frei Nelson Rabelo. Presidiu a celebração o Bispo da Diocese de Palmas/Francisco Beltrão, Dom Edgar Ertl, concelebrada pelo confrade de Frei Nelson e bispo de Caçador, Dom Severino Clasen, os confrades da Fraternidade local e região. O Definidor Frei
“Quando estava ainda no aeroporto, pensava no falecimento de Frei Nelson e de como estaria o clima ali no velório. Foi, então, que li um pequeno texto que saiu no site da Província de um relato do próprio Frei Nélson dizendo que ‘cultivar a espiritualidade é cultivar o Sol da proximidade de Deus, que nos dá calor e vida...’. E por coincidência – dizem que quem crê na Providência
em tantas áreas: na comunicação, na intelectualidade, na religiosidade, na promoção social. “Que qualificativo poderíamos utilizar para definir quem foi Frei Nelson Rabelo? Creio ter sido divina também a inspiração daqueles que intitularam o documentário, lançado no último dia 4 de outubro, em homenagem ao nosso querido confrade, de ‘Nelson Franciscano’. Simples assim, como
Gustavo Medella representou o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel. Frei Medella viajou às pressas no dia 17, deixando a reunião do Definitório Provincial para estar em Pato Branco, a fim de prestar as últimas homenagens ao seu confrade, de quem era muito próximo por ser o Coordenador da Frente de Evangelização da Comunicação. Frei Gustavo viaja todo mês para acompanhar os trabalhos da Rede Celinauta em Pato Branco. Frei Gustavo chegou às 2 horas da madrugada em Pato Branco.
não crê em coincidência -, quando coloquei os pés na entrada da igreja, vi alguns irmãos da Pastoral dos Jovens rezando os mistérios da Luz do Santo Rosário. Nelson queria estar próximo deste Sol e buscou em vida aqueles mistérios da Luz. Foi o primeiro alento que senti no profundo do coração, percebendo que, de fato, este que procurou lançar luzes durante a sua vida agora é acolhido como filho amado na Luz Eterna do amor do Pai”, acrescentou o frade. Segundo Frei Medella, também pensava como ele poderia qualificar este homem que se destacou
diz a juventude. E a consideração que gostaria de fazer é que o Nelson Franciscano, enquanto comunicador, frade, sacerdote, amigo, tio, irmão, primo, buscou com fidelidade aquilo que o Papa Francisco pede a todo cristão e de modo especial àqueles que trabalham e atuam no mundo da comunicação. Frei Nelson se distinguiu na sua vida como verdadeiro pontífice, como verdadeiro construtor de pontes”, enfatizou o frade. “É isso que Jesus espera de cada um de nós, é isso que os evangelistas empreenderam em suas vidas. Hoje, Novembro / 2017 [Comunicações]
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Falecimento celebramos São Lucas, construtor de pontes duas vezes: primeiro, entre a vida de Jesus e o conhecimento que ele nos trouxe através do Evangelho e, segundo, entre o ser humano e a saúde, pois diz a tradição que era médico. São Lucas pontífice, construtor de pontes. São Francisco Pontífice, Nelson Franciscano, construtor de pontes”, frisou. Frei Medella citou dois substantivos que o teólogo Leonardo Boff atribui a São Francisco de Assis ternura e vigor - e que ajudam a descrever o seu confrade falecido. “Frei Nelson era um homem reto e sabia o que queria, tinha seus valores sólidos. Era de uma voz imponente, mas essa voz nunca se levantou para ninguém. Sabia respeitar a diferença, sabia promover o diálogo e dialogar. Era sério quando necessitava ser sério e sabia brincar quando era necessário descontrair, tornar mais leves os relacionamentos tensos, próprios de toda e qualquer experiência de vida. Frei Nelson construtor de pontes, entre a ternura de quem ama, de quem acolhe, de quem recebe, e o vigor de quem sabe o que quer, de quem sabe que a força vem do Senhor e segue em frente”, destacou Frei Medella. “Frei Nelson construtor de pontes, entre o talento e a oportunidade. Vocês que aqui estão, profissionais da área de comunicação que fazem parte da Rede Celinauta, e muitos outros que estão para além dos limites da região Sudoeste, em outros lugares do Brasil, tiveram no olho clínico do Frei Nélson a oportunidade que tantos esperavam: ‘Rapaz, você leva jeito!’. ‘Moça, você não quer fazer um teste no rádio?’”, recordou Frei Gustavo. O pregador também lembrou que Frei Nelson foi construtor de pontes na promoção social como fundador do projeto Missão SOS Vida,
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[Comunicações] Novembro / 2017
que atende dependentes químicos. “Frei Nelson sabia ir em busca daqueles que queriam e podiam ajudar e promoveu essa ponte do bem. Tenho certeza de que esse trabalho vai seguir em frente, com a graça de Deus, porque ninguém aqui desta comunidade vai deixar esta obra terminar, esta obra abençoada de construção de pontes que Frei Nelson também empreendeu”, pediu. Segundo o frade, Frei Nelson era construtor de pontes entre o ser humano e a graça de Deus manifestadas nos sacramentos. Perguntou ao povo quem havia sido batizado, recebido comunhão, alguns dos sacramentos da mão de Frei Nélson, e a igreja toda confirmou que sim. Para Frei Medella, Frei Nelson foi construtor de pontes entre famílias. “Poucas vezes estive com os familiares de Frei Nelson, mas o pouco que pude estar, percebi a familiaridade que eles têm com os frades, fruto da postura do frade”, revelou. Frei Nelson era construtor de pontes entre casais que viveram crises matrimoniais, enumerou o pregador. Frei Nelson, ressaltou Frei Medella, foi ponte entre o que é sério, tenso, exigente e o que é leve, bem-humorado. “Frei Nelson sempre tinha uma piada, um ‘causo’ para descontrair algo que parecia tenso, difícil e complicado. Muitas outras pontes este nosso confrade construiu. E hoje ele não constrói, mas está passando pela última e definitiva, que é aquela que São Francisco chama de irmã morte corporal. Para nós, franciscanos, a morte é um novo nascimento e, hoje, Frei Nelson mergulhou em cheio naquele mistério que em vida ele procurou. Por isso, ele é querido por jovens, crianças, idosos, pessoas de outros credos, para além de qualquer fronteira, um homem respeitado e ad-
mirado em Pato Branco e em toda região”, disse, enfatizando que levava à Comunidade o abraço de toda a Província. No final, Frei Medella surpreendeu. Segundo ele, Frei Nelson diz também no documentário que ele gostava de palco, gostava de se apresentar às pessoas, e que quando ele estava em público parecia que se revestia de uma força extraordinária. “Certamente, ele gostava de aplausos. E, hoje, então, em homenagem a este confrade, a este homem de Deus, a este comunicador, a este pastor, nós não vamos fazer um minuto de silêncio mas vamos dar a Frei Nelson um minuto de calorosos aplausos”, pediu, sendo atendido com entusiasmo. Dom Edgar Ertl lamentou o falecimento e enalteceu o trabalho prestado por Frei Nelson Rabelo em toda região. “Queremos agradecer pela vida em sacerdócio de Frei Nelson em nossa Diocese. Também nossa gratidão a ele pelo trabalho de evangelização em nossa Diocese através da Igreja e dos meios de comunicação”. O prefeito de Pato Branco, Augustinho Zucchi, divulgou em nota que Frei Nelson foi um líder espiritual que deixa uma trajetória de fé e amor ao próximo na história da cidade. “Visionário, também contribuiu para consolidar o ramo da comunicação no Sudoeste do Paraná. Seu legado para as próximas gerações e sua memória permanecerão, para sempre, presentes na história das conquistas de Pato Branco e região”, disse, informando que decretou luto oficial durante três dias na cidade. Moacir Beggo Com informações da transmissão ao vivo da Santa Missa pela TV Sudoeste
FRATRES
Petrópolis em Bangu
DANÇANDO, DANÇANDO
CATEQUIZANDO
o... Frei Vitório e os jovens de Santo Amar
Frei Diego, nosso Anchieta moderno
AUTORIDADE Duplamente
PROTETOR DOS ANIMAIS “Tamo junto...!”
O AO MESTRE COM CARINH Nelson
O Prefeito de Blumenau foi aluno de Frei
PENSADORES...
Frei Gabriel e Frei Chiquinho
MAMMA MIA!
CISO NAVEGAR É PREônica s Under Ten nas águas amaz
o banquete A mãe de Frei Alan ajudou a preparar
FRATRumGRAM é um neologismo que nasce da palavra Frades mais a rede social Instagram. Novembroe / 2017 747 A ideia é publicar fotos curiosas, informais e descontraídas dos frades das [Comunicações] Fraternidades! Se você fez uma foto legal, envie-nos para o email: comunicacao@franciscanos.org.br!
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (*) As alterações e acréscimos estão destacados
NOVEMBRO
DEZEMBRO
02 a 04 02 a 05 06 a 09
01 e 02
13 15 20 20 21 e 22 23 e 24 28 a 30 29
Retiro do Regional de Curitiba (Rondinha); Estágio Vocacional (Guaratinguetá); Retiro dos Regionais do Estado de São Paulo (Agudos); Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Niterói); Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense – recreativo; Encontro do Regional do Vale do Itajaí recreativo (Vila Itoupava); Encontro do Regional do Vale do Paraíba recreativo (São Sebastião); Reunião do Conselho do Secretariado de Evangelização (Vila Clementino); (até o meio-dia) Reunião com os frades de 1ª transferência (São Paulo); Reunião do Definitório Provincial; Reunião do Definitório com os coordenadores dos Regionais (São Paulo - São Francisco);
2018
02 a 04 04 04 e 05 11 a 13 13 16 18 e 19
Celebração dos Jubileus (São Paulo - São Francisco); Encontro do Regional de Curitiba-Recreativo (Caiobá); Encontro do Regional São Paulo (Bragança Paulista); Encontro do Regional de Pato Branco; Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí – recreativo (Blumenau - SC); Encontro do Regional de Curitiba - recreativo (Caiobá); Ordenação Presbiteral do Frei Vanderlei da Silva Neves ( Largo São Francisco, - São Paulo - SP) Encontro Regional do Leste Catarinense recreativo (Santo Amaro da Imperatriz);
Janeiro
JUNHO
08 15 17 a 21
19 a 21
Primeira Profissão dos noviços (Rodeio, SC); Vestição dos noviços (Rodeio, SC); Missões Franciscanas da Juventude (Agudos e Bauru - SP);
FEVEREIRO 07 20 a 22
MARÇO 05
JULHO 02 a 13 19 a 22
Ingresso no Postulantado (Guaratinguetá, SP); Reunião do Definitório Provincial (São Paulo);
Encontro do Regional de Pato Branco I etapa do curso para Formadores, animadores do SAV e guardiães pela CFMB (Petrópolis);
14 a 16 28 e 29
10 e 11
Reunião dos guardiães e coordenadores das Fraternidades (Agudos);
12 a 13 17 a 19
Reunião dos Definitório Provincial (Agudos); Assembleia da CFMB (Brasília);
23 e 24
Reunião da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento;
Assembleia da CFMB (Santarém);
OUTUBRO 16 a 18 22 a 27 28 a 02
MAIO
Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); Reunião da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento, com leigos(as);
SETEMBRO 24 a 28
ABRIL
II etapa do curso para Formadores, animadores do SAV e guardiães pela CFMB (Petrópolis); Encontro Nacional da Juventude (Vila Velha ES);
AGOSTO
(Chopinzinho);
05 a 17
Reunião do Definitório Provincial (São Paulo);
Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); III Congresso Franciscano para a AL (Guatemala); Reunião da UCLAF;
novembro 12 a 21
Capítulo Provincial.