//revista NOVEMBRO DE 2020 ANO LXVIII • N o 11
PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL
//sumário MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL
“Um anseio mundial de fraternidade”, Frei César Külkamp ........... 655
FORMAÇÃO PERMANENTE “O modo franciscano de comunicar a partir de acenos da Encíclica Fratelli tutti”, texto de Frei Gustavo Medella ....................... 658 “Um Cristianismo sem Cristo”, texto de Frei Josielio da Silva Oliveira ..................................................................... 661
SAV
Estágios vocacionais reúnem 34 jovens .................................................... 663
FORMAÇÃO E ESTUDOS
SÉRIE NOSSOS FRADES: FREI PAULO CESAR FERREIRA DA SILVA
Profissão Solene em Petrópolis ....................................................................... 664 XXI Semana Teológico-Pastoral no ITF ....................................................... 666 Renovação dos votos de Frei Andrei e Frei Fábio ................................ 667 Frei Medella lembra aos novos acólitos o exemplo do bom samaritano ............................................................................................... 668 Seminário Frei Galvão celebra seu Padroeiro ......................................... 670 Dom Orlando: Frei Galvão merece ser nomeado co-padroeiro do Brasil .......................................................................................... 673
688
FRATERNIDADES
Paróquia de Colatina: 134 árvores no Dia de Finados .. ..................... 676 Celebração dos Jubileus da Província ........................................................ 677 Festa de Nossa Senhora Aparecida em Blumenau ............................. 678 Celebração de Finados em Petrópolis ........................................................ 680 Espírito de Assis na Paróquia Santa Clara de Imbariê ........................ 682 Falecimento de Valdomiro de Lima Maoski, ........................................... 683 Frei Walter Hugo lança “Santa Clara de Assis, uma maravilha de Deus” ...................................................................................... 684 “Novo Normal?”, novo livro de Frei Volney J. Berkenbrock ............. 685 Sorocaba: Paróquia Santo Antônio celebra 50 anos .......................... 686 Vila Velha: Fé, emoção e gratidão na festa do Rosário ...................... 688 SÉRIE NOSSOS FRADES: Frei Paulo Cesar Ferreira da Silva ............. 690
EVANGELIZAÇÃO FREI MEDELLA LEMBRA AOS NOVOS ACÓLITOS O EXEMPLO DO BOM SAMARITANO
668
PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL Rua Borges Lagoa, 1209 CEP 04038-033 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br ofmimac@franciscanos.org.br
Pe. Medoro: “O maior desafio é renovar-se constantemente sob impulso do Espírito Santo” ................................ 695 Sefras lança chamado nacional contra a fome ..................................... 700 Sefras recebe Medalha Menção Honrosa da Arquidiocese de São Paulo ......................................................................... 702 Veja a série “Fratelli Tutti” ...................................................................................... 703 Pastoral da FAE promove Missão Franciscana on-line ...................... 703 Ação de Graças marca “I Congresso On-line” da Federação dos Meninos Cantores do Brasil ..................................... 704 Notícias da FAE e do Colégio Bom Jesus .................................................. 706
DEFINITÓRIO PROVINCIAL
Notícias do encontro de 16 a 18 de novembro ................................... 708
AGENDA ............................................................................................................. 719
C
aros confrades e leitores de Comunicações, Paz e Bem!
O título desta mensagem inicial vem do número 8 da Introdução à mais nova Carta Encíclica do Papa Francisco, Fratelli Tutti, buscando mais uma vez a inspiração de São Francisco de Assis. Ele nos fala, como já o fez na Laudato Si’, da importância de nos compreendermos interligados enquanto seres humanos e em comunhão com todas as criaturas. O Santo Padre reforça este espírito: “Como é importante sonhar juntos! (...) Sozinho, corres o risco de ter miragens, vendo aquilo que não existe; é juntos que se constroem os sonhos. Sonhemos como uma única humanidade, como caminhantes da mesma carne humana, como filhos desta mesma terra que nos alberga a todos, cada qual com a riqueza da sua fé ou das suas convicções, cada qual com a própria voz, mas todos irmãos.1” É com este mesmo espírito de abertura e de proximidade que quero abrir mais esta edição das nossas Comunicações. Os tantos eventos da caminhada provincial na Formação, nas presenças de Evangelização e na Vida
de nossas fraternidades aparecem aqui em parte, naquilo que se consegue comunicar. O “Espírito de Assis” E o “IV Dia Mundial dos Pobres” acabaram tendo menos expressão que em outros anos. Isso devido às restrições sanitárias que persistem e se tornam mais necessárias nestes últimos tempos em que estamos assistindo a um novo crescimento da atual a pandemia da Covid-19.
Tenda Franciscana Em meio a este tempo de pandemia também pudemos assistir gestos concretos de resposta fraterna e universal em todas as nossas presenças. No final de outubro, a “Tenda Franciscana”, instalada em frente ao Convento São Francisco, em São Paulo, celebrou a entrega da refeição de número 1 milhão, ao mesmo tempo em que a Província, através do Sefras, abraçou o enfrentamento deste mal terrível, ainda presente em nossa sociedade, a fome. Com a pandemia, o que já era difícil tornou-se dramático. Milhares de pessoas em situação de rua, famílias de ocupações e cortiços, viram suas poucas possibilidades de subsistência desaparecer da noite para o dia. A fome passou
Reunião dos guardiães por vídeoconferência
//mensag gem
“Um anseio mundial de fraternidade”
//mensagem a ser uma ameaça tanto ou mais mortal do que o vírus. Foi este cenário de medo e miséria que pediu a urgência de que ali se acampasse a solidariedade. Graças a Deus, apesar dos desafios, jamais estivemos sozinhos neste passo de ousadia e coragem evangélicas. Inúmeros grupos e parceiros começaram a chegar: doadores e voluntários, jovens e religiosas franciscanos, igualmente ousados e pessoas de diferentes orientações sociais e religiosas. A “Tenda Franciscana” tornou-se, ao mesmo tempo que alimento diário para uma multidão de pessoas vulneráveis no centro de São Paulo, um claro sinal de fraternidade e de amor solidário. A Tenda Franciscana ampliou os seus limites para o Rio de Janeiro, junto ao Convento de Santo Antônio, no Largo da Carioca. Mais uma vez, a fraternidade universal se fez presente na mobilização de grande grupo de parceiros e voluntários, muitos ligados às nossas Paróquias da Rocinha e da Baixada. Diante de tantas bênçãos recebidas até aqui por este trabalho, é importante agradecer a todos que se lançaram nesta aventura evangélica arriscando a saúde, a vida e a própria vocação, colocadas à prova sem preparação prévia. A gratidão, certamente, veio do olhar e da expressão dos atendidos e atendidas, que puderam encontrar em nossas tendas, além do imprescindível prato de comida, o olhar carinhoso, o sorriso acolhedor, ainda que oferecido sob a máscara, a mão estendida e o ombro amigo que lhes permitiram perceber-se, ainda que por um instante, filhos e filhas amados (as) de Deus. Ao falar aqui da “Tenda Franciscana” quero incluir todos os esforços empreendidos em nossas fraternidades para socorrer os vulneráveis neste tempo de pandemia que ainda estamos vivendo. Sejam estas iniciativas, divulgadas ou não, estímulo para jamais abandonarmos aqueles que o Senhor nos apresenta como seus preferidos e com quem nosso Seráfico Pai desejou profundamente partilhar sua vida e vocação.
Reunião presencial do Definitório e Encontro virtual dos Guardiães Durante o último Definitório lembramos os dois anos do nosso último Capítulo Provincial e já começamos a fazer indicações para o próximo, daqui a um ano. Logo depois do Definitório, no dia 20, foi a vez do encontro virtual com os guardiães e coordenadores de todas as nossas fraternidades, no Brasil e em Angola. Este que é o encontro mais importante da Formação Permanente teve de ser diferente desta vez.
656 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
De fato, as restrições sanitárias mexeram muito com o calendário da Província, mas também trouxeram desafios para a vivência fraterna e para a missão evangelizadora. Vimos tantas pessoas e frades adoecerem por conta do novo coronavírus, e também em dores psíquicas como ansiedade, depressão e esmorecimento vocacional e de fé. Por outro lado, vimos que as fraternidades transformaram estes desafios em oportunidades: Na vida fraterna, houve crescimento, trabalho no Projeto de Vida Pessoal, capítulos celebrados com mais criatividade, momentos de oração sem pressa, mais tempo de recolhimento, de estudo e os retiros anuais celebrados como fraternidade. Na Evangelização também houve criatividade, mas de uma forma sóbria, para cultivar a proximidade dos que compartilham a nossa missão e do povo em geral. A Palavra, os Sacramentos, a Reflexão, a catequese, as aulas nos colégios e universidades, encontraram caminhos novos e boas adaptações. E isto em todas as nossas frentes. Ressalto a bela iniciativa, a partir de nossas Fraternidades, de levar alento aos que perderam entes queridos e não puderam se despedir de forma apropriada.
Atenção aos pedidos do Capítulo Provincial de 2018 O Capítulo reforçou as três prioridades já escolhidas em 2016 e que estão presentes em nosso Plano de Evangelização: Aprimorar o cultivo da qualidade de vida pessoal e fraterna; Reforçar ações em direção a uma Província “em saída” e articulada em suas cinco Frentes de Evangelização; Revigorar a Animação Vocacional. A primeira prioridade traz implícito o zelo pela comunhão fraterna a partir do Capítulo Local, no cultivo do espírito de oração e devoção, na ação evangelizadora e insistindo no Projeto Fraterno de Vida e Missão, bem como no Projeto de Vida Pessoal. Não são apenas documentos formais, mas que devem ser revisados e revisitados com frequência. Devem ser referenciais que nos ajudam na fidelidade e nas respostas, no cuidado dos bens que são sempre fraternos, na qualificação pessoal dos irmãos, no cuidado com a saúde e na harmonia de nossa vida e de nossas atividades. Este tempo de
mensagem// restrições favoreceu este cultivo e pediu atenção maior nestes fatores. A segunda prioridade recebeu boas respostas, já citadas, mas houve também a promoção de encontros dos frades e leigos de cada Frente de Evangelização, num esforço sempre maior de dar mais ênfase ao carisma franciscano em nossas atividades, mais expressão de nosso ser fraterno, mais protagonismo aos leigos, bem como de proximidade aos mais pobres. A Animação Vocacional também conseguiu dar continuidade e de forma criativa à promoção de vocacionados e ao mundo das juventudes na realização de encontros virtuais e estágios presenciais mais distribuídos. A resposta veio com um bom número de candidatos para o próximo ano. O que preocupa é que bem poucos lugares garantem estes números. Falta uma atuação mais efetiva na proposição local para as vocações. Precisamos mais esforço e atenção diante desta prioridade, que aponta para o nosso futuro e nos dá esperança. O Capítulo pediu redimensionamento de nossas presenças e atividades. Lugares foram indicados e o trabalho começou logo no início de 2019. Começamos entregando a Paróquia de Forquilhinha, ainda encaminhada no triênio anterior. Depois entregamos as paróquias de Santo Antônio em Agudos, de Santa Clara em Bauru, o histórico convento de São Sebastião, e as paróquias e residências de Amparo e Mangueirinha. Já estão com data marcada, até fins de janeiro, as entregas das paróquias de Angelina, Lages, de Santos, no Morro São Bento, e também do histórico convento do Valongo. É um processo de resistências, tensões, mas sobretudo de dores por deixar bons lugares, povo bom e atuante e, principalmente, com muita estima pelos frades. Mas, com tudo disto queremos qualificar nossas outras presenças, distribuir nossas forças humanas nas cinco Frentes de Evangelização e partir em missão.
O Capítulo Provincial 2021 E o tempo de preparar o próximo Capítulo já está começando. Ele traz grandes desafios, pois como rezam os nossos documentos, o Capítulo é uma instituição da maior importância na vida da Ordem e para uma Província. Cabe a ele avaliar e promover a vida e a missão dos irmãos. O encontro da Fraternidade Provincial, nos dias 24 e 25 de setembro, foi um primeiro passo nesta preparação. Os Conselhos de Evangelização e de Formação e Estudos já vão se ocupando deste tema, especialmente na busca de revisão de suas diretrizes que compõem o nosso Plano de Evangelização. O
Definitório montou a Comissão Preparatória e refletiu sobre as indicações vindas dos Conselhos. O Capítulo deve ser um momento forte para nos encontrarmos, nos escutarmos e juntos fazermos um discernimento para um bom recomeço em nossa vida e missão. Os secretariados vão ajudar para que a parte redacional do Plano e dos outros instrumentos não seja o foco. Neste sentido, será importante trabalhar uma boa metodologia a partir da Comissão Preparatória. É sempre importante que o Capítulo aponte as prioridades e que estas sejam indicadores efetivos do caminho da Província. O trabalho que está em curso nas Fraternidades, a partir dos subsídios “A Nossa Vocação entre abandonos e fidelidade” e das questões a partir do encontro da Fraternidade Provincial, trará boas indicações. A Comissão Preparatória também deverá pedir sugestões para que desde já o Capítulo Provincial seja bem celebrado e nos ajude a bem viver a nossa vocação e a nossa missão. Os nossos capítulos provinciais também procuraram se inspirar no Capítulo Geral e nas indicações mais recentes da Igreja. O Capítulo Geral está marcado para acontecer em julho de 2021, desta vez em Roma. O tema é: “Renovemos nossa visão. Abracemos nosso futuro.” Tem como inspiração a passagem da Carta aos Efésios 5,14: “Desperta... e te iluminará Cristo”. Há uma indicação de que o trabalho do CPO de Nairóbi será um instrumento de trabalho em torno de três eixos: a nossa vida fraterna e identidade carismática, o mundo dos jovens na perspectiva vocacional e o cuidado da casa comum. Da parte da Igreja temos a novidade da Carta Encíclica Fratelli Tutti. Destacamos no Definitório esta parte que deu título a esta mensagem, mas principalmente, o desejo ardente do Santo Padre em “fazer renascer, entre todos, um anseio mundial de fraternidade.” Que a nossa Fraternidade Provincial, vivida na realidade de cada Fraternidade Local, seja sustento para cada irmão em sua vocação e em sua vida de fé. Que a disposição para ser apoio e auxílio mútuo, evangelizando a partir de nossas Fraternidades, seja o nosso anúncio primeiro e o nosso testemunho mais verdadeiro. A Mãe Imaculada interceda por nós e o Senhor vos dê a Sua Paz! Abraço fraterno,
Frei César Külkamp, OFM Ministro Provincial
1 C arta Encíclica Fratelli Tutti do Santo Padre Francisco 8 COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
657
//formação permanente
O modo franciscano de comunicar a partir de acenos da Encíclica Fratelli tutti
F
ratelli Tutti, a mais recente Carta Encíclica do Papa Francisco, foi franciscanamente concebida, gerada e apresentada ao mundo pelo Sumo Pontífice. Desde o título, passando pela cerimônia simples e solene de sua assinatura sobre o túmulo do Poverello, às vésperas do Dia do Santo de Assis, e pelo tema apresentado e proposto (fraternidade e amizade social), o documento é um atestado da pertinência e da atualidade da vida e do testemunho de São Francisco como resposta e remédio a muitos questionamentos e doenças do tempo hodierno. Nesta breve reflexão, alguns acenos do “modo franciscano de comunicar” assumido e proposto pelo Santo Padre a partir de trechos da introdução e do primeiro capítulo da referida Encíclica. Num primeiro momento, uma breve contextualização em torno da expressão que dá o título do documento. Em seguida, o destaque de alguns aspectos do testemunho de São Francisco como iluminadores para uma prática comunicacional conforme aos valores evangélicos e, por fim, uma possível resposta franciscana a alguns desafios da comunicação atual.
tanto ama e respeita seu irmão quando [este] estiver longe dele quando estiver com ele; e não disser por trás dele aquilo que, com caridade, não pode dizer diante dele. A partir do conceito de proximidade e distância geográfica, o Papa destaca que o verdadeiro amor fraterno conhece fronteiras e deve se dirigir a pessoas próximas e/ou distantes, conhecidas e/ou desconhecidas. De acordo com a inspiração de São Francisco, o Santo Padre ensina que fraternidade é amar o outro de antemão porque ele é ser humano como eu sou, é filho de Deus como eu sou. Como esforço concreto na busca da construção da fraternidade, o Papa cita a coragem de São Francisco em ir até o Oriente para se encontrar pessoalmente com o Sultão Malik-al-Kamil (800 anos em 2019), num contexto de Cruzadas, de guerra santa e de muita animosidade. Isso porque, para o santo, “a fidelidade ao seu Senhor era proporcional ao amor que nutria por seus irmãos e irmãs” (Cf. FT 3), conforme se constata na instrução apresentada na Regra não Bulada: “Quando fordes entre os sarracenos e outros infiéis, não façais litígios nem contendas, mas sede submissos a toda a criatura humana por amor de Deus” (RnB 16).
Fratelli tutti
O modo franciscano de comunicar
O título do documento coincide com o vocativo do qual São Francisco lança mão em sua Sexta Admoestação (ADM 6), que tem como tema “A imitação de Cristo”. Importante ressaltar que as Admoestações têm sua origem na comunicação oral do santo com seus confrades, especialmente a partir da pregação nas assembleias capitulares ou em outros colóquios com os irmãos. O conteúdo é marcado predominantemente por um estilo orientativo e exortativo. O conjunto completo é composto por 28 admoestações que são introduzidas por citações bíblicas ou constituídas em torno de conceitos ou palavras da Sagrada Escritura. Uma outra admoestação a que o Santo Padre se refere, também no primeiro parágrafo da Encíclica, é a de número 25, continuação da anterior (24), que tem como tema “O verdadeiro amor”: XXIV – O amor desinteressado e gratuito: “Bem-aventurado o servo que tanto ama seu irmão quando este está doente e não pode satisfazê-lo, como quando está com saúde e pode satisfazê-lo”. XXV – O amor ao próximo e ao distante / evitar o pecado da detração: Bem-aventurado o servo que
658 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
Ainda no contexto da introdução, quando de certa maneira o Papa conclui a breve explicação para a escolha de São Francisco como inspirador da encíclica, o Papa Francisco apresenta, em um único parágrafo, as características que fundamentam o modo franciscano de comunicar: [Francisco] Não fazia guerra dialética impondo doutrinas, mas comunicava o amor de Deus; compreendera que “Deus é amor, e quem permanece no amor, permanece em Deus” (1 Jo 4, 16). Assim foi pai fecundo que suscitou o sonho de uma sociedade fraterna, pois “só o homem que aceita aproximar-se das outras pessoas com o seu próprio movimento, não para retê-las no que é seu, mas para ajudá-las a serem mais elas mesmas, é que se torna realmente pai”. Naquele mundo cheio de torreões de vigia e muralhas defensivas, as cidades viviam guerras sangrentas entre famílias poderosas, ao mesmo tempo que cresciam as áreas miseráveis das periferias excluídas. Lá, Francisco recebeu no seu íntimo a verdadeira paz, libertou-se de todo o desejo de domínio sobre os outros, fez-se um dos últimos e procurou viver em harmonia com todos. Foi ele que motivou estas páginas (FT 4).
formação permanente//
Pacífico (“Não fazia guerra dialética impondo doutrinas”) – O Santo de Assis não tinha preocupação em se apresentar como o “dono da razão” nem de impor o seu ponto de vista à custa da desqualificação daqueles que pensavam diferentes. Amoroso (“Comunicava o amor de Deus”) – Atribuindo toda boa obra ao Sumo Bem, dedicou sua vida à busca constante de comunicar o amor de Deus em palavras e obras, pelo testemunho e pela ação. Dialogal (“Aceita aproximar-se das outras pessoas com o seu próprio movimento, não para retê-las no que é seu, mas para ajudá-las a serem mais elas mesmas”) – A disposição para o diálogo pressupõe enxergar o outro como um dom de Deus que pode e deve ser valorizado em seus valores e opiniões. Periférico – “Lá [nas áreas miseráveis das periferias excluídas], Francisco recebeu no seu íntimo a verdadeira paz”) – O santo não tinha ambição em disputar os primeiros lugares, entre os grandes e poderosos, mas sentia-se feliz e em paz entre os últimos. A periferia foi o lugar que escolheu para comunicar a presença de um Deus amoroso e solidário que tomara conta de seu coração e de sua vida. Livre (“Libertou-se de todo o desejo de poder e domínio sobre os outros”) – Vencendo o desejo de posse e domínio, Francisco tem as mãos e o coração livres para abraçar, acolher e servir, comunicando dessa maneira a verdadeira liberdade dos filhos e filhas de Deus. Pontifical (“Fez-se um dos últimos e procurou viver em harmonia com todos”) – São Francisco muitas vezes destacou-se como verdadeiro construtor de pontes. Em sua vida dedicou-se à promoção da paz e do diálogo, como fez na intermediação do conflito entre o bispo e o prefeito de Assis e entre o lobo e a Comunidade de Gubbio, apenas citando dois exemplos mais conhecidos.
Desafios à comunicação e possíveis “remédios franciscanos”
Se na Introdução da Encíclica o Papa situa o leitor em relação à influência de São Francisco, na reflexão proposta pelo documento, no Primeiro Capítulo, denominado “As sombras de um mundo fechado”, o Santo Padre se ocupa em descrever uma série de ameaças e desafios que dificultam o desenvolvimento da fraternidade universal. A partir de alguns apontamentos de desafios que podem ser compreendidos a partir da ótica da comunicação, são propostas algumas provocações da espiritualidade franciscana que podem auxiliar na superação de tais obstáculos. No n.14, o Santo Padre denuncia o esvaziamento de sentido e a manipulação do que ele denomina “grandes” palavras, como democracia, liberdade e justiça. Na motivação desta ação destrutiva, o desejo de dissolver a consciência histórica e esvaziar o pensamento crítico. Aos termos descritos, podem se somar conceitos como o de família, ordem, paz, segurança etc. Como resposta franciscana a tal movimento, pode-se pensar na exortação que São Francisco apresenta na sétima admoestação, que tem como título “Que a boa operação siga a ciência”. O santo de Assis destaca a importância da sintonia entre pregação e testemunho, entre discurso e vida, entre palavra e ação. A proposta franciscana é, portanto, que os valores pronunciados gerem compromisso e conversão na vida de quem os pronuncia. Exasperar, exacerbar e polarizar são três verbos que o Papa apresenta no n.15. A exemplo do esvaziamento a que se refere o número anterior, a promoção destas três ações tem como objetivo semear o desânimo e despertar uma desconfiança constante. A resposta a esse perigoso artifício poderia vir da conhecida “Oração de São Francisco” que, embora não seja propriamente de sua autoria, traduz com fidelidade a postura que procurou em vida cultivar. “Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
659
//formação permanente houver discórdia, que eu leve a união. Onde houver dúvida, que eu leve a fé”. Ao n. 25, quando comenta sobre o medo gerado pelas guerras, atentados e perseguições, o Papa faz um alerta: “O que é verdade quando convém a uma pessoa poderosa, o deixa de ser quando já não a beneficia”. Ele chama atenção para o perigo de uma “verdade de conveniência”, manipulada de acordo com os interesses de quem pode mais. Recusar-se a ouvir a voz dos pequenos e marginalizados configura-se num gesto de violência e anulação do outro. A esta perigosa tentação, a humildade vivida por São Francisco e descrita por Frei Tomás de Celano pode ser iluminadora: “[Francisco] aprendera por revelação o sentido de muitas coisas; discutindo-as diante dos outros, antepunha [às suas] as opiniões dos outros. Acreditava que o parecer dos companheiros era mais seguro e que o modo de ver alheio era melhor que o próprio” (2Cel 140,12). Um ilusório cisma instalado entre indivíduo e comunidade é denunciado pelo Pontífice ao n.31. Ele nasce de um distanciamento entre “a obsessão pelo próprio bem-estar e a felicidade da humanidade partilhada” e gera uma cultura do confronto, baseada na lógica do “quem pode mais, chora menos”. São Francisco, por sua vez, reconhece que não existe esta contraposição e que o caminho da realização humana passa pela estrada do encontro fraterno. Em seu Testamento, ele mesmo associa a dádiva dos irmãos que vêm ao seu encontro com a revelação divina da forma de vida que ele e a fraternidade nascente deveriam abraçar. “E depois que o Senhor me deu irmãos, ninguém me mostrou o que deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu deveria viver segundo a forma do Santo Evangelho” (Test 14). Ao abordar o tema “A ilusão da Comunicação”, a encíclica faz uma crítica aos riscos que podem se potencializar num contexto de comunicação digital, dentre eles um possível perigo de substituição das relações mediadas pelas máquinas ao relacionamento direto e presencial entre as pessoas quando, segundo o documento, “faltam gestos físicos, expressões de rosto, silêncios, linguagem corpórea e até o perfume, o tremor das mãos, o rubor e a transpiração, porque tudo isso fala e faz parte da comunicação humana” (FT 43). Diante deste possível distanciamento, o gesto do abraço e do beijo ao leproso posto em prática por São Francisco aparece como paradigma de uma atitude determinada de abrir-se à acolhida e à proximidade, construindo uma comunicação completa e transformadora. Ainda dentro da mesma temática, outro aspecto preocupante é a contradição que aparece entre um crescente fechamento e a diminuição da distância, quando a proximidade passa a ser motivada por um espírito de mera curiosidade e descompromisso com outro. Neste contexto, a intimidade, agora passível de total exposição, passa a se tornar uma espécie de espetáculo. “Na comunicação digital, quer-se mostrar tudo, e cada indivíduo torna-se objeto de olhares que esquadrinham, desnudam e divulgam, muitas vezes anonimamente” (FT 42). Este comportamento produz também, com frequência, uma atitude
660 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
de descarte e exclusão: “Dilui-se o respeito pelo outro e, assim, ao mesmo tempo que o apago, ignoro e mantenho afastado, posso despudoradamente invadir até ao mais recôndito da sua vida” (Idem). Nesta mesma direção, aparece o risco de uma “agressividade despudorada” que, de acordo com o Papa “encontra um espaço de ampliação incomparável nos dispositivos móveis” (FT 44). Diante de tais perigos, mais uma vez se pode recorrer à Adm 25, citada já no início desta reflexão: “O amor ao próximo e ao distante”. A pergunta de base que cada um poderia fazer a si mesmo é: “Como eu agiria com esta pessoa (a quem ofendo, desprezo e excluo) se ela estivesse aqui, face a face, diante de mim?”. Caridade, respeito e empatia devem ser sempre a regra para toda e qualquer relação, seja ela on-line ou off-line (presencial).
Finalizando
Com a simplicidade e lucidez que lhe são próprias, o Papa Francisco adianta, logo nas primeiras linhas de sua reflexão, que a Encíclica Fratelli Tutti, é apresentada “como humilde contribuição para a reflexão, a fim de que, perante as várias formas atuais de eliminar ou ignorar os outros, sejamos capazes de reagir com um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite a palavras” (FT 6). A reflexão aqui apresentada, por sua vez deseja, de modo muito modesto, despertar o interesse em torno deste rico documento que o Santo Padre oferece à humanidade. O olhar escolhido foi o da comunicação. Muitas outras perspectivas podem ser adotadas. Mais importante é construir um processo que leve à sociedade da reflexão à ação, da tomada de consciência à conversão.
Frei Gustavo Wayand Medella, OFM
Imagem feita pelos Bombeiros
formação permanente//
O crucifixo de madeira ficou de pé após a explosão igreja de Castellare, em San Giovanni alla Vena, na Itália.
Um Cristianismo sem Cristo ivemos um cristianismo sem Cristo... Estacionamos em nossas verdades egocêntricas e, em nome de nosso “bem-estar espiritual”, executamos uma guerra sentados no cômodo sofá de nossas casas. Destilamos ódios, julgamos a Igreja e seus representantes, pregamos conversão para os outros, enquanto tirando Deus de seu trono e de sua glória, usurpamos seu lugar e, como deuses, ditamos as normas para que os outros sejam bons cristãos! Satanás, em seu orgulho, também quis usurpar o lugar que pertencia exclusivamente a Deus! Pergunto, então, a cada um de nós e a mim
V
mesmo, em que somos melhores que ele e digo que, ele sendo um Anjo de Luz, sentiu-se no direito de ditar os desígnios de seu Criador e ser maior que Ele; e nós, sendo apenas homens, falhos e limitados, já queremos ditar tantas verdades que criamos em nossa autoafirmação, verdades essas que acreditamos ser em nome de um Deus que nada mais é do que um eco de nossas próprias vontades e ações! O Deus de um cristão sem cristianismo está morto. Foi assassinado por esses para que deixasse de “ser fraco”, pois pregava o amor e isso era um risco para os “cristãos”. Oprimimos o nosso semelhante, o matamos, seja espiritual ou existen-
cialmente, tirando-lhe a dignidade de humanos e amados, não nos abrimos à acolhida daqueles que nos cercam e ainda nos apresentamos como cristãos! Esquecemos que o Deus que servimos (ou que deveríamos servir!) é um Deus-conosco, sofredor e humilde e que, querendo caminhar com seu povo, nasceu em uma gruta, tendo por testemunhas os animais que ali se abrigavam, a Virgem Mãe e seu esposo José, homem justo e temente a Deus e que teve como trono de glória uma rude cruz. O Filho de Deus foi crucificado por caminhar guiado pela misericórdia, o cuidado aos mais sofredores e tendo como alicerce para seus atos, a Lei do Amor, COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
661
//formação permanente ditada pelo Pai celestial. Deus assim nos mostra que seguir seus passos é deixar-se dominar pelo Amor, porque Ele mesmo é Amor! O resto é apenas nosso desejo de poder, de reconhecimento por alguma obra ou ato meramente humano e para conseguir a glória aqui na terra, para conseguir reconhecimento diante dos homens, tenha que guerrear contra Deus, em nome d’Ele... Que contradição macabra estamos vivendo! Imersos em nosso egocentrismo, nos tornamos rasos e incapazes de absorver a dor do outro em nós ou de servi-lo com a solicitude de Cristo, na opção pelos pobres de nosso tempo. O que está diante de nossos olhos, o externo não mais nos afeta, e isso porque o nosso olhar e nosso foco está voltado para nosso próprio umbigo. Se exercer um ato de amor dói, não pode ser bom; se exige esforço e luta também não pode ser bom! Uma fé vivida no conforto de nosso egoísmo
662 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
é uma ofensa ao modo de tantos cristãos e santos que testemunharam Cristo em nossa Igreja! Com o pretexto de que os tempos mudaram e a Igreja tem de se adaptar a essa mudança, vamos colocando o que é do mundo dentro de uma experiência de fé que ultrapassa nossa limitada humanidade, pois nasce do lado aberto de Jesus em uma cruz! Francisco de Assis, na Regra e Forma de vida dos Frades Menores (e porque não dizer, a forma de vida para todos os cristãos?), exorta e nos explica o caminho a seguir, e começa seu pedido “Em Nome do Senhor”: “A Regra e vida dos Frades Menores é esta: observar o Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em obediência, sem propriedade e em castidade. Frei Francisco promete obediência e reverencia ao Senhor Papa Honório e seus sucessores canonicamente eleitos e à Igreja Romana. E os demais irmãos estejam obrigados a
obedecer a Frei Francisco e seus sucessores”. (RB 1, 1-4) Assim, imbuídos do Espírito do Senhor e seu santo modo de operar, avaliemos nossas posturas, nossas vontades rebeldes e, diante de nosso compromisso, busquemos imitar a Cristo nas pegadas de Francisco, vivendo a plenitude do que prometemos a Deus, diante de nossos votos e diante do povo; sejamos testemunhos, sal da terra e luz do mundo. Não erramos quando estamos em obediência à Santa Igreja e ao sucessor legítimo de Pedro, o nosso querido Papa Francisco. Que o Bom Deus nos dê forças para professarmos, como nunca antes visto, a nossa fé e a nossa dignidade de cristãos pautados em Cristo e não nas fraquezas e enganos do mundo. Sejamos cristãos em obras, palavras e testemunho e não repetidores de uma religião que vive o cristianismo sem Cristo!
Frei Josielio da Silva Oliveira, OFM
sav//
Estágios vocacionais reúnem 34 jovens esmo em tempos de pandemia e isolamento social, o chamado Vocacional e para a vida Franciscana em fraternidade continuou sendo uma opção para tantos jovens. Como de costume, a Província Franciscana da Imaculada Conceição realizou seus estágios vocacionais para ajudar nossos jovens a discernirem melhor a sua vocação. Com o objetivo de evitar viagens, aglomeração e grandes deslocamentos dos jovens vocacionados, o Serviço de Animação Vocacional da Província realizou 4 estágios vocacionais pelo território provincial entre os meses de outubro e novembro.
M
Começamos pelo Rio de Janeiro, quando 6 vocacionados foram acolhidos no Convento Santo Antônio, no Largo da Carioca, para conhecerem melhor nossa proposta de vida e também o trabalho voluntário na Tenda Franciscana. Ainda em outubro, também houve a acolhida de mais 6 jovens para um encontro em Bauru, junto à Paróquia de Santo Antônio. No início de novembro, foi a vez dos 15 vocacionados da Grande São Paulo, Sorocaba e do Vale do Paraiba se reunirem na Fraternidade Santo Antônio do Pari, quando também tiveram a possibilidade de conhecer melhor o Sefras e o trabalho junto à
população em situação de rua. Por fim, de 13 a 15 de novembro, estiveram presentes 7 vocacionados de Santa Catarina e Paraná no seminário São Francisco, em Ituporanga - SC. Foram dias de convivência, partilha e conhecimento mútuo. Ao todo foram 34 jovens que, depois de um tempo de acompanhamento Vocacional local, realizado principalmente através de encontros on-line e à distância, realizaram o seu estágio para ingressarem em nossas casas de formação no próximo ano. Rezemos pela perseverança Vocacional de todos.
Frei Diego Atalino de Melo
COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
663
//formação e estudos
Profissão Solene em Petrópolis ais uma vez, como tradicionalmente acontece há mais de cem anos, a igreja do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ) vai ser testemunha da profissão solene de seis frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, no dia 5 de dezembro, às 10h00. A profissão solene, o último degrau para um frade ingressar definitivamente na vida religiosa, será feita pelos jovens Frei Augusto Luiz Gabriel, Frei David Belinelli, Frei Heberti Senra Inácio, Frei Leandro Ferreira Silva, Frei Marcos Schwengber e Frei Tiago Gomes Elias. O Ministro Provincial Frei César Külkamp é quem vai receber os votos desses jovens que escolheram como tema uma estrofe do Cântico do Irmão Sol (veja ao lado). Cada um dos seis frades farão a profissão onde se comprometem a seguir Jesus Cristo observando os conselhos evangélicos: “Para louvor e glória da Santíssima Trindade, eu, frei… tendo o Senhor me dado a graça de seguir mais de perto o Evangelho e os
M
664 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
passos de Nosso Senhor Jesus Cristo, em tuas mãos, Frei César Külkamp, com firme fé e vontade, faço voto a Deus, Pai santo e todo-poderoso, de viver por todo o tempo de minha vida, em obediência, sem nada de próprio e em castidade. Ao mesmo tempo, professo a vida e a Regra dos Frades Menores, confirmada pelo Papa Honório, e prometo observá-la fielmente segundo as Constituições da Ordem dos Frades Menores. Entrego-me, pois, de todo o coração a esta Fraternidade, para que, pela ação eficaz do Espírito Santo, guiado pelo exemplo de Maria Imaculada, por intercessão de nosso Pai São Francisco e de todos os santos, e com a ajuda fraterna de todos, eu possa tender constantemente para a perfeita caridade, no serviço a Deus, à Igreja e aos homens”. “Na verdade, é uma profissão pública, de um compromisso de buscar seguir mais de perto a Jesus Cristo, observando os conselhos evangélicos, de viver por todo o tempo da vida sem nada de próprio, em obediência
e em castidade. E isso se dá após um percurso de vida que começa com a consagração batismal, passando pelo discernimento vocacional, as etapas da formação inicial na Ordem (postulantado, noviciado e profissão temporária) até o frade, de livre e espontânea vontade, com gestos visíveis, se entregar definitivamente à fraternidade provincial”, explica o mestre Frei Marcos Antônio de Andrade. O rito da profissão perpétua celebra-se dentro da Missa, com a devida solenidade e a participação da comunidade. Depois da leitura do evangelho, começa-se o rito na seguinte ordem: chamado do professando; apresentação de sua trajetória vocacional; diálogo com o celebrante; homilia; prostração e Ladainha de Todos os Santos; profissão dos votos e bênção aos professandos. A Profissão Solene éo ponto culminante de uma caminhada formativa amadurecida na fé, no discernimento e na resposta generosa que se dá a uma proposta de inspiração divina.
formação e estudos//
Os cinco frades professandos
FREI AUGUSTO LUIZ GABRIEL
FREI DAVID BELINELI
FREI LEANDRO FERREIRA SILVA
FREI HEBERTI SENRA INÁCIO
FREI TIAGO GOMES ELIAS
2º ano de Teologia (6º Ano de Profissão Temporária), residente na Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis. Natural de Xaxim (SC), onde nasceu no dia 9 de julho de 1994, vestiu o hábito franciscano no dia 12 de janeiro de 2013.
2º ano de Teologia (6º Ano de Profissão Temporária), residente na Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis. Natural de São Bernardo do Campo (SP), onde nasceu no dia 20 de agosto de 1982, vestiu o hábito franciscano no dia 12 de janeiro de 2014.
2º ano de Teologia (6º Ano de Profissão Temporária), residente na Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis. Natural de São Paulo (SP), onde nasceu no dia 25 de fevereiro de 1981, vestiu o hábito franciscano no dia 12 de janeiro de 2014.
2º ano de Teologia (6º Ano de Profissão Temporária), residente na Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis. Natural de Volta Redonda (RJ), onde nasceu no dia 22 de março de 1984, vestiu o hábito franciscano no dia 12 de janeiro de 2014.
2º ano de Teologia (5º Ano de Profissão Temporária), residente na Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis. Natural de Niterói (RJ), onde nasceu no dia 9 de setembro de 1987, vestiu o hábito franciscano no dia 15 de janeiro de 2015.
COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
665
//formação e estudos
XXI Semana Teológico-Pastoral no ITF o dia 20 de outubro teve início a 21ª edição da Semana Teológico-Pastoral. Em virtude da pandemia, pela primeira vez o evento foi totalmente on-line, traduzindo-se em uma vantagem para quem precisou se deslocar para participar. Nas palavras de Frei Ivo Müller, diretor do Instituto Teológico Franciscano, “em tempos de pandemia, não temos fronteiras”. A palestra inicial foi proferida por Frei Volney Berkenbrock, tomando como plataforma de reflexão cinco compreensões gregas sobre o tempo: cronológico; kairológico; aiônico; sintópico ou distópico e mítico. Frei Volney fez várias provocações sobre a questão do tempo no âmbito da eclesialidade e ressaltou a importância de a Igreja aproveitar as oportunidades surgidas nesse tempo de pandemia. O tema da palestra, “Nós e o Tempo. Confortos e confrontos para cristãos e comunidades em época de pandemia”, faz parte do livro ‘O novo normal”.’
M
666 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
Na sequência, o professor Paulo Fernando Carneiro de Andrade discorreu sobre o tema: “Papa Francisco e uma hermenêutica teológica da pandemia”. A palestra recordou ações e pronunciamentos do Papa frente ao difícil quadro instalado durante a pandemia. De acordo com Fernando Andrade, a intuição do Papa Francisco está correta: a pandemia mostra a interdependência de todos. A hermenêutica do Papa demonstra que a pandemia não é resultado de um castigo de Deus sobre a humanidade, mas é um evento dramático que expõe um mundo doente com estruturas que precisam ser mudadas. Segundo o palestrante, estamos todos no mesmo barco, mas como no Titanic, em classes diferentes; enfrentando o mesmo desafio de formas distintas.
Discipulado para a ação
A palestra de Frei João Fernandes Reinert abriu o segundo dia da XXI Semana Teológica. Em sua fala, transpareceu a necessidade de se repensar o
modelo pastoral ao qual estamos acostumados. De acordo com o conferencista, a pandemia acelerou o processo de um novo olhar sobre o mundo virtual, propiciando uma presença profética nesse âmbito. Pandemia ou pandemias? Frei Reinert afirmou que nós vivemos, hoje, num conjunto de pandemias e discorreu sobre algumas delas: pandemia sanitária, político-social, institucional, ambiental, religiosa, econômica e antropológica. Para ele, todas essas pandemias nos mostram que não é apenas a Covid-19 que está matando. Muitas vidas poderiam ter sido poupadas se elas não fossem uma triste realidade. Destacou também a necessidade de se despertar o discipulado para a ação social, pois muitas pessoas consideram que a ação social não é algo constitutivo da fé cristã. Na segunda conferência da manhã, o professor Pe. André Luiz Rodrigues da Silva discorreu sobre as “Formas ministeriais nos primeiros séculos do cristianismo”. Em sua rica explanação, sobretudo
formação e estudos// iconográfica, o expositor revelou a importância da arte e dos textos antigos para a compreensão dos ministérios no início do cristianismo. Partindo de uma relação entre a Live photo e o mosaico da igreja de santa Praxedes, em Roma, o palestrante abordou a organização dos ministérios na Antiguidade, particularmente, o papel exercido pelas mulheres nesse período da história da Igreja. No referido mosaico, observa-se que os homens (apóstolos Pedro e Paulo) dão passagem para as virgens (Praxedes e Prudenciana) se aproximarem de Cristo. Padre André Luiz encerrou sua apresentação com uma breve explanação sobre os fossários, que cuidavam dos cemitérios e sobre os parabolanos, irmandades de leigos responsáveis pelo tratamento dos doentes, que originaram o serviço dos enfermeiros.
“Olhar do pastor”
O último dia da XXI Semana Teo-
lógico-Pastoral foi dedicado ao “olhar do pastor”, o cuidado pastoral que decorre do discipulado de Jesus Cristo. Na primeira palestra do dia, padre Antonio Luiz Catelan Ferreira abordou a centralidade do querigma no atual magistério papal. De acordo com o palestrante, o querigma é o coração do Evangelho e o centro da ação evangelizadora do Papa Francisco. Partindo da compreensão da teologia do querigma e de seu desdobramento ao longo do século XX, Pe. Antonio Catelan aprofundou o tema da ação evangelizadora e encerrou sua fala abordando a renovação eclesial. Interagindo com os participantes, esclareceu que a teologia é um carisma a serviço da Palavra; a aproximação entre teologia e pastoral se dá pela vida eclesial do teólogo. Padre Leomar Nascimento de Jesus, da diocese de Santo Amaro – SP, proferiu a segunda palestra da manhã: “Papa Francisco: um sinal de contradição?
Oposições ao seu paradigma pastoral”. A exposição se baseou na aproximação e melhor acolhida aos grupos LGBT materializada nas palavras e gestos do Papa Francisco. Tema polêmico e muito oportuno, especialmente em decorrência das afirmações do Papa em um documentário recente. O conferencista ressaltou que, tal como Cristo, o atual bispo de Roma tem incomodado muitas estruturas instituídas no mundo atual, buscando não se esquivar de temas polêmicos. As palavras e os gestos do Papa surpreendem e são sinal de esperança e de abertura para as comunidades LGBT que habitam as “periferias existenciais”. Ao término do evento, Pe. Waldecir Gonzaga agradeceu a todos que tornaram possível essa Semana desafiadora, em uma nova versão “mais leve”, on-line. A parceria entre a PUC-Rio e o ITF de Petrópolis, mais uma vez, foi bem-sucedida.
Renovação dos votos de Frei Andrei e Frei Fábio no Convento do Sagrado Às 8 horas do dia 7 de novembro, Frei Andrei Nascimento dos Anjos e Frei Fábio Melo Vasconcelos, da Custódia Franciscana São Benedito da Amazônia, renovaram os votos de obediência, sem nada de próprio e em castidade na Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ). O guardião, Frei Jorge Paulo Schiavini, delegado do Custódio, Frei Edilson Rocha da Silva, acolheu a renovação dos frades do Tempo da Teologia e rendeu graças a Deus pela vocação à vida religiosa franciscana. “Vocês, Frei Fábio e Frei Andrei, já há algum tempo na Ordem, são chamados ao seguimento de Jesus Cristo para viver aquilo que escutamos ao longo desses anos: viver a penitência na humildade e anunciar a paz”, disse Frei Jorge. Lembrou que os jovens frades têm suas raízes na região Norte do Brasil, em terras amazônicas, mas que agora residem na Fraternidade do Sagrado para aprofundar a fé por meio do estudo da Teologia. Segundo Frei Jorge, ambos continuam sendo missionários, anunciando o Evangelho com humildade, alegria e em fraternidade, através dos serviços, seja na portaria, liturgia ou através da arte. No rito de renovação dos votos temporários, chamados pelo mestre Frei Marcos de Andrade, os religiosos se aproximaram do altar e manifestaram o desejo de viver por mais um ano os votos religiosos. O celebrante, então, os convidou para renovarem os votos de obediência, castidade e pobreza. Toda fraternidade do Sagrado esteve presente e testemunhou este momento.
Frei Augusto Luiz Gabriel
//formação e estudos
Frei Medella lembra aos novos acólitos o exemplo do bom samaritano Vigário Provincial Frei Gustavo Wayand Medella instituiu ao Ministério do Acolitado dez jovens frades que estão no Tempo da Teologia em Petrópolis (RJ), durante a Celebração Eucarística do dia 17 de outubro, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus. O pároco Frei Jorge Paulo Schiavini e Frei Cláudio César de Siqueira, da Fraternidade São Francisco de Duque de Caxias (RJ), foram concelebrantes. Os familiares, confrades e amigos puderam acompanhar a celebração ao vivo pelo Facebook da Paróquia do Sagrado. Os jovens Frei Alfredo Epalanga Prego, Frei Canga Manoel Mazoa, Frei Gabriel Dellandrea, Frei Hugo Câmara dos Santos, Frei Jorge Henrique Lisot Camargo, Frei Marcos Schwengber, Frei Mário Sampaio Pelu, Frei Pedro Renato Pereira da Silva, Frei Raoul Antônio Azevedo Bentes e Frei Santana Sebastião Cafunda receberam do Vi-
O
668 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
gário Provincial a aprovação para este serviço. Os ministérios instituídos não ordenados remontam a uma antiga tradição da Igreja e são necessários para aqueles que se colocam no processo formativo em vista dos ministérios ordenados, ou seja, da ordenação diaconal e presbiteral. Após a proclamação do Evangelho, o rito de Instituição do Acolitado teve início com a chamada feita pelo mestre Frei Marcos Antônio de Andrade, que apresentou os frades candidatos a receberem o ministério. Na sua homilia, lembrando de uma passagem da Legenda Perusina que apresenta o respeito e a devoção de São Francisco para com o Corpo de Cristo, Frei Medella disse. “Por isso, quis que se escrevesse na Regra que os frades, nos lugares em que se encontrassem, promovessem o seu culto e recomendassem aos clérigos e sacerdotes que
colocassem o Corpo de Cristo em lugares dignos e honrosos; se eles o não fizessem, os frades que tomassem a iniciativa”. (LP 80) Para ele, todo frade menor é chamado a ser acólito. “Se não o é por instituição, conforme hoje estamos instituindo estes nossos irmãos, certamente o deve ser por amor e reverência à Eucaristia, presença viva e real de Cristo em nós e entre nós”, ressaltou. Frei Gustavo disse que cuidar com carinho dos vasos sagrados, manuseá-los com estima e reverência, distribuir a Santa Comunhão de forma simples e solene são expressões visíveis de um amor invisível que amou a todos por primeiro e diante do qual se deseja manifestar toda gratidão. “Um ministério simples, mas profundamente fecundo. Um modo de pregar sem palavras e de tocar os corações mais aflitos e desejosos de um encontro íntimo com o Senhor. O
formação e estudos// acólito, meus estimados irmãos e irmãs, é um construtor de pontes, um facilitador do encontro entre Deus e as pessoas”, ensinou.
VASOS SAGRADOS E AÇÕES CONCRETAS
Segundo ele, este encontro é celebrado no presépio, na cruz e atualizado sobre altar, quando Jesus cumpre a promessa apresentada no Evangelho de João: ‘Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede’ (Jo 6,35). “Sentindo-nos amados e alimentados, também nos tornamos fortes para sairmos em missão”, refletiu. Frei Medella recordou as palavras do Papa Francisco proferidas na homilia da Missa de Corpus Christi deste ano: “A Eucaristia apaga em nós a fome de coisas e acende o desejo de servir. Levanta-nos do nosso estilo cômodo e sedentário de vida, lembra-nos que não somos apenas boca a saciar, mas também as mãos d’Ele para saciar o próximo. Agora é urgente cuidar de quem tem fome de alimento e dignidade, de quem não trabalha e tem dificuldade em seguir adiante. E fazê-lo de modo concreto, como concreto é o Pão que Jesus nos dá. É preciso uma proximidade real; são necessárias verdadeiras correntes de solidariedade. Na Eucaristia, Jesus Se aproxima de nós: não o deixemos sozinho!”
“Diante desta provocação do Santo Padre e da orientação de nosso Seráfico Pai, percebemos com clareza que todo o cuidado dispensado com os vasos sagrados, com as alfaias, com os escritos que contém à Palavra de Deus, com o Santíssimo Sacramento necessariamente deve se desdobrar em ações concretas e imediatas de cuidado e carinho para nossos irmãos e irmãs que vivem toda sorte de carências e dificuldades”, observou.
JAMAIS PERCAM JESUS DE VISTA
E sobre este compromisso com os últimos, mais uma vez citou ao Papa Francisco: “Há tantas pessoas privadas de um lugar decente para viver e do alimento para comer! Todos nós conhecemos pessoas sozinhas, atribuladas,
necessitadas: são sacrários abandonados”. E, acrescentou: “Também a eles Francisco nos ensina o cuidado reverente e atencioso. O bom samaritano agiu como verdadeiro acólito, defendendo e cuidando da dignidade daquele sacrário humano que ele encontrou ferido, abandonado e quase morto à beira do caminho”, destacou. “Este ministério que hoje vocês abraçam os leve a renovar no íntimo de seus corações o desejo de se conformarem cada vez mais a Jesus Cristo, a quem vocês estão se dispondo a servir no altar da liturgia e da vida. Jamais O percam de vista em sua caminhada ministerial. Tenham sempre a certeza de que o único e necessário poder que o Senhor confere a seus discípulos é o de se colocar verdadeiramente a serviço. Deus os abençoe”, concluiu. Frei Gustavo invocou as bênçãos de Deus sobre os candidatos, que se dirigiram até o presbitério para receberem a patena, símbolo do Corpo e Sangue de Cristo e do amor e reverência à mesa do Senhor e a Igreja. Já instituídos acólitos, durante o ofertório, Frei Canga e Frei Santana representando todos os demais, prepararam o altar do Senhor. Enquanto isso, a assembleia entoou o canto ‘Vou te oferecer a vida”. Após a comunhão, em nome de toda Província, Frei Gustavo agradeceu às Fraternidades do Brasil e de Angola, em especial a do Sagrado e da Baixada Fluminense, que são casas de formação. “Obrigado por tudo que fazem! Continuemos alegres, animando-nos mutuamente e dando força uns aos outros. Obrigado a vocês acólitos pela disponibilidade em abraçar este Ministério do Acolitado e sigamos juntos, com a graça de Deus e, alimentados pelo próprio Cristo Jesus”, completou, com solene bênção final.
Frei Augusto Luiz Gabriel COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
669
//formação e estudos
Frei Galvão em Guaratinguetá
670 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
formação e estudos//
Seminário Frei Galvão celebra seu Padroeiro Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá, onde estão os jovens postulantes que fazem um ano de preparação para o Noviciado na Província, celebrou o seu Padroeiro, com a Missa Solene, às 9h30 do dia 25 de outubro, presidida pelo Ministro Provincial, Frei César Külkamp, tendo como concelebrantes o guardião e Definidor Frei João Francisco da Silva e Frei Walter Hugo de Almeida. O povo pôde participar da celebração guardando o distanciamento exigido pelas normas sanitárias. Atualmente, esta Casa de Formação da Província é também um Centro de Acolhimento dos Devotos de Frei Galvão. O Seminário é um dos pontos de peregrinação de romeiros de todo o país que visitam Aparecida. Além do Seminário, os romeiros visitam a casa onde morou Frei Galvão e o seu Santuário, no Jardim do Vale.
O
Frei César lembrou que o santo brasileiro é simplesmente conhecido como Frei Galvão, natural de Guaratinguetá, onde nasceu no dia 13 de maio de 1739. Segundo o Ministro Provincial, como primeiro santo brasileiro, podemos perguntar a ele também o que significa para cada um de nós, hoje, ser brasileiro? “O que significa amar o nosso país, nos dias de hoje, no meio desta situação que estamos vivendo? Que sonhos temos o direito de sonhar enquanto brasileiros e brasileiras?”, questionou. “Nós estamos no meio de processos de eleição nos nossos municípios, então, formalmente, muitas boas intenções são manifestadas para nosso país e para nossas cidades. Mas, olhando para Frei Galvão, nós perguntamos: será que é demais sonharmos com um país onde todo mundo tenha a sua fome saciada,
tenha comida na mesa, tenha um teto para se abrigar, um trabalho para garantir as suas condições de vida digna. Seria demais sonharmos com um país onde as pessoas sejam respeitadas, onde as pessoas se amem, onde não haja espaço para a violência, para a dor, para o ódio, para injustiça, para toda a destruição do nosso meio ambiente?”, continuou. Frei César pediu: Não deixemos que ninguém tire de nós estes sonhos que Deus mesmo plantou nos nossos corações. E reforçou: Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, fiel filho do Brasil, fiel filho de Guaratinguetá, ajudai-nos hoje e sempre a sonharmos com um país e uma cidade melhores. Segundo o celebrante, se precisássemos definir em uma frase o que distingue um franciscano ou uma franciscana, poderíamos afir-
COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
671
//formação e estudos
mar sem medo: é alguém apaixonado por Nosso Senhor Jesus Cristo. “São Francisco busca todas essas virtudes vividas tão intensamente por Frei Galvão, não em outro lugar, senão na pessoa, senão no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. E, por isso, ele viveu essa paixão tão intensamente que chegou até a pedir e a receber essa graça de ter no próprio corpo as cinco chagas que Cristo recebeu na cruz. Queria experimentar as dores e os sentimentos de quem amou o mundo de uma forma tão intensa. De quem foi capaz de se entregar por toda a humanidade. Nas mãos e nos pés transpassados pelos cravos e no seu lado atingido pela lança”, assinalou Frei César. Para o Ministro Provincial, Santo Antônio de Sant’Ana Galvão viveu apaixonadamente pelo Cristo e entregou a ele sua vida sem reservas. “Que ele nos inspire a todos nós a sermos também apaixonados por este Deus que amou tanto a humanidade, amou tanto o mundo que se fez um de nós. E que continua junto
672 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
de nós, que vive no meio de nós, através de seu espírito, através dos sinais tão claros, como a Eucaristia, a sua Palavra, na comunidade aqui reunida e na pessoa do irmão que partilha esta caminhada de vida conosco. Santo Antônio Galvão, que por Jesus tinha paixão, ajudai-nos hoje e sempre a carregar Cristo no nosso coração”, pediu. Frei César destacou a devoção mariana e a vida fraternal de Frei Galvão. “É um santo irmão. Ele, que é conterrâneo de cada um de vocês, em Guaratinguetá, ele é nosso irmão franciscano, apaixonado por Jesus, devoto fervoroso de Maria”, disse. Frei César falou da importância do tema da fraternidade que, neste ano, na festa de São Francisco de Assis, o Papa foi a Assis, e sobre a sua sepultura assinou a sua mais nova encíclica, de inspiração bem franciscana: “Fratelli tutti” (Todos Irmãos), dedicada à fraternidade e à amizade social. “Frei Galvão foi um incansável em levar o socorro a quem mais precisava. Se eram doentes, pobres, pessoas angustia-
das, famílias em conflitos, lá ia ele, caminhando distâncias para chegar e levar amparo e socorro para quem precisava, observou, destacando que não perdia a oportunidade de oferecer o bem mais precioso: a Palavra de Deus. “Por todas as suas ações, de homem humilde e cheio de amor pelas pessoas, de sacerdote zeloso, ele foi chamado pelo Papa Bento XVI, na sua canonização, de ‘Apóstolo da Paz e da Caridade”. Depositemos hoje nossas preces nas mãos desse santo amigo, conterrâneo, irmão, confiante de que ele vai levá-las e depositá-las com tudo que temos no nosso coração no coração de Deus. Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, Frei Galvão, santo brasileiro, mariano e nosso irmão, rogai por nós!”, completou. A festa ficou completa com o lançamento do mais novo livro de Frei Walter Hugo de Almeida, sobre Santa Clara. Ele propiciou, com as devidas normas de segurança sanitária, uma sessão de autógrafos no pátio do Seminário.
formação e estudos//
Dom Orlando: Frei Galvão merece ser nomeado co-padroeiro do Brasil O arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, presidiu a Missa Solene da Festa de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, no Santuário de Guaratinguetá, no bairro Jardim do Vale, e arrancou aplausos ao sugerir que Frei Galvão seja declarado também Padroeiro do Brasil, título que, desde 1826, é do também franciscano São Pedro Alcântara. Como concelebrantes estavam
o Ministro Provincial, Frei César Külkamp, e o Reitor do Santuário, Pe. José Carlos de Melo, e sacerdotes da Arquidiocese e da Província da Imaculada, entre eles Frei Diego de Melo, que participou de toda a Novena de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão. O povo pôde participar dentro das normas sanitárias e D. Orlando chamou a atenção para o grande número de religiosas presentes na
celebração. Religiosos também estavam presentes, como Frei Walter de Carvalho Júnior, e os postulantes do Seminário Frei Galvão. Representando a cidade, o prefeito de Guaratinguetá, Marcus Soliva, participou da Missa solene. Na Missa do dia 25 de outubro, às 15 horas, Dom Orlando mostrou a sintonia que existe entre Frei Galvão e o Pontificado do Papa Francisco. COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
673
//formação e estudos Dom Orlando destacou o amor que tinha pelos pobres, a ponto de certa ocasião dar a um pobre uma toalha “preciosa” que tinha à sua frente. “Ele era o doutor dos pobres. Ele soube viver como pobre”, disse, acrescentando: “O que ele fez na vida foi cuidar desses irmãos – do órfão, da viúva, do estrangeiro, do pobre – que acabamos de ouvir na primeira leitura. O Papa Francisco anunciou no início do seu Pontificado que faria uma Igreja para os Pobres”. Mostrando um quadro no Santuário de Frei Galvão visitando uma mulher grávida, D. Orlando disse. “Gosto de Frei Galvão tendo esse carinho pelas grávidas, pela vida. E o Papa disse: eu quero uma Igreja
674 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
de campanha. E aí está Frei Galvão com esse hospital de campanha, que eram casas onde visitava, sempre caminhando a pé. Ele era a Igreja em saída do Papa Francisco”, acrescentou. Frei Galvão, segundo o arcebispo, era o irmão de todos, como pede a encíclica do Papa Francisco, “Fratelli tutti” (Irmão de todos). Dom Orlando também lembrou que Frei Galvão não se calou diante de injustiças, quando saiu em defesa de um soldado de nome Caetano José da Costa, ou Caetaninho, condenado anteriormente à prisão perpétua. O crime deste soldado consistira em ter ferido levemente o filho do governador Martim Lopes, que o havia esbofeteado, achando-
-se ambos embriagados. Por conta desta defesa, Frei Galvão foi expulso da cidade, mas o povo protestou e não deixou. Comentando o Evangelho da Missa, disse que aprendemos na escola de Frei Galvão colocar Deus em primeiro lugar e também nos descentralizarmo-nos de nós mesmos e concentrarmos no irmão. Focalizados, sintonizados, conectados com Deus e com o irmão, o nosso eu diminui. É o franciscanismo. Eu sou o menor dentre os menores. Ser o menor dos servos. E assim foi Frei Galvão a cada instante de sua vida”, disse, pedindo que todos rezassem com ele: “Na minha aflição, dai-me consolação, Santo Frei Galvão!”
formação e estudos//
FREI DIEGO ENCERRA A FESTA NO SANTUÁRIO A Festa de Frei Galvão, no Santuário dedicado ao primeiro santo brasileiro, em Guaratinguetá, terminou às 18 horas com a Celebração Eucarística presidida por Frei Diego Melo. O Ministro Provincial, Frei César Külkamp, e o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, estavam entre os frades concelebrantes da Província, além do Reitor do Santuário, Pe. José Carlos de Melo. Na sua homilia, Frei Diego disse que falar de Frei Galvão significa assumir a sua mesma postura. “Falar de Frei Galvão significa comprometer-se com o mesmo ideal que ele viveu. Frei Galvão entendeu muito bem que o amor a Deus estava profundamente relacionado com o amor ao próximo. As suas palavras, como eloquente pregador – função que lhe foi dada no Convento São Francisco
de São Paulo – eram para denunciar as expressões de morte. Sabemos muito bem que Frei Galvão não se calou diante da injustiça e daquela pena de morte imposta àquele soldado. A mesma palavra para anunciar o amor era a palavra usada para denunciar expressões de morte. Amor a Deus e amor ao próximo”, explicou Frei Diego. “As mesmas mãos que ofereciam o perdão, eram mãos calejadas de trabalhar na construção do Mosteiro da Luz. Eram mãos calejadas para levantar tijolo por tijolo para dar uma moradia digna para as irmãs”, lembrou o frade. “O mesmo Frei Galvão que era capaz de atos extraordinários, era o Frei Galvão da simplicidade, o Frei Galvão da portaria do Convento. O mesmo Frei Galvão que era inteligente, que
colocava sua inteligência para escrever belos poemas para elevar as almas até Deus, era o Frei Galvão que usava a sua inteligência e criatividade para fazer o bem ao próximo. A suas pílulas são a expressão máxima do quanto a caridade pode ser criativa. Não existe para aquele que faz uma experiência de Deus falta de tempo para ajudar o próximo. Para aquele que faz uma experiência profunda de Deus, não existe dia muito ocupado que impossibilite de ajudar o próximo, de levar a bênção para o doente”, destacou. Para o frade, Frei Galvão é clara expressão dessa relação de um amor profundo a Deus e de um amor que se concretiza na doação dos irmãos e irmãs.
Lucas Santos COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
675
//fraternidades
Paróquia de Colatina planta mais de 134 árvores no dia de Finados a manhã do dia 02 de novembro, no Projeto Centro de Educação Ambiental São Francisco de Assis (CEAF), localizado no Bairro São Judas Tadeu, no município de Colatina-ES, a Pastoral da Ecologia juntamente com os agentes pastorais e da Paróquia Santa Clara de Assis deram início ao plantio de mudas de árvores nativas em um terreno da Paróquia, atrás do Mosteiro Santíssima Trindade. O belo gesto de plantar as árvores foi uma resposta ao pedido da CNBB para que, no Dia de Finados, “os fiéis plantassem árvores em homenagem às vidas que partiram. A iniciativa da campanha “É tempo de cuidar da saudade e da Casa Comum” faz parte da Ação Solidária Emergencial da Igreja no Brasil “É Tempo de Cuidar”. A Ação Solidária, criada pela Conferência Nacional dos Bispos e pela Cáritas desde o início da pandemia da Covid-19, tem como objetivo estimular diversas iniciativas de cuidado com o próximo, desde a arrecadação e distribuição de doações até a ajuda nos campos religioso, humano e emocional. Para simbolizar a importância da ação e fazer memória dos falecidos pela Covid-19 (e de outras doenças) em Colatina, foram plantadas 200 mudas de árvores. Inicialmente houve o plantio de 134 mudas, ou seja, uma
N
676 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
muda para cada vida ceifada pela Covid-19 em Colatina. Além da importância de se preservar e contribuir com o planeta, o gesto teve objetivo de evitar as tradicionais aglomerações nos cemitérios. O trabalho do plantio foi coordenado por Frei João Lopes da Silva. Dentro dessa proposta de preservação ecológica e de perceber atitudes transformadoras em prol do meio ambiente, a Paróquia Santa Clara de Assis de Colatin participou do movimento global “Tempo da Criação”. A ideia é promover mais ações de reflorestamento de áreas desmatadas (ou desertificadas). Numa outra perspectiva, há coleta e separação adequada
do lixo e o trabalho de educação ambiental junto com inserção de jovens e adolescentes nos trabalhos de preservação da Casa Comum. Frei João lembra que as mudanças climáticas têm relação direta com a ausência de florestamento e vegetação em muitas áreas do município do Noroeste. Vale lembrar que Colatina é uma cidade com um dos climas mais quentes do Estado capixaba. Com essa importante ação, os franciscanos e o povo colatinense contribuem diretamente para a preservação da memória dos defuntos e realizam um gesto simbólico, mas carregado de significância. Quem planta uma árvore, planta uma vida.
fraternidades//
Celebração Provincial dos Jubileus de Vida Religiosa e de Vida Sacerdotal uma tradição da Província esta celebração de ação de graças pelo dom da vocação de nossos irmãos jubilandos. Neste ano, considerando a realidade da pandemia e os fatores de risco com a idade mais avançada de boa parte dos jubilandos, o Definitório e o Moderador da Formação Permanente fizeram a proposta para que as celebrações sejam realizadas a partir das Fraternidades ou com as Fraternidades mais próximas. Uma data significativa é a de 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, uma terça-feira – dia da semana já costumeiro de celebrações franciscanas em nossos lugares de presença. Mas, também pode ser em dia que as Fraternidades considerarem mais oportuno.
É
A PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL CELEBRA SOLENEMENTE OS JUBILEUS DE SEUS CONFRADES 79 ANOS DE VIDA RELIGIOSA
Frei Olavo Seifert
78 ANOS DE VIDA RELIGIOSA
Frei Cássio Vieira de Lima
76 ANOS DE VIDA RELIGIOSA
Frei Ciríaco Tokarski
73 ANOS DE VIDA RELIGIOSA
Frei Abel Schneider Frei Ervino Girardi Frei José Monteiro Carneiro
72 ANOS DE VIDA RELIGIOSA
Frei Juvenal Sansão
71 ANOS DE VIDA RELIGIOSA
Frei Eliseu Tambosi Frei Floriano Surian
65 ANOS DE VIDA RELIGIOSA
Frei Alcides Cella Frei Clarêncio Neotti Frei Gaudêncio Sens
60 ANOS DE VIDA RELIGIOSA
Frei Anselmo Fracasso Frei Hipólito Martendal Frei João Gualberto Spohn Frei José Boeing
50 ANOS DE VIDA RELIGIOSA
Frei Elói Dionísio Piva Frei Heitor Cela Frei Nolvi Dalla Costa
25 ANOS DE VIDA RELIGIOSA Frei Carlos Alberto B. Araújo Frei Carlos Alberto Guimarães Frei Carlos Ignacia Frei Florival M. de Toledo Frei Roberto Carlos Nunes Frei Róger Brunorio
60 ANOS DE SACERDÓCIO
Frei Alcides Cella Frei Gaudêncio Sens
50 ANOS DE SACERDÓCIO
Frei Benjamin Berticelli Dom Frei Caetano Ferrari Frei José Lino Lückmann Frei Pedro Caron
25 ANOS DE SACERDÓCIO
Frei César Külkamp Frei Ivo Müller Frei José Idair F.Augusto Frei Marcos A. de Andrade Frei Paulo Roberto Pereira Frei Pedro de O. Rodrigues Frei Rubens Luiz de Carvalho
74 ANOS DE SACERDÓCIO
Frei Olavo Seifert
71 ANOS DE SACERDÓCIO Frei Cássio Vieira de Lima 65 ANOS DE SACERDÓCIO
Frei Eliseu Tambosi Frei Floriano Surian
COMUNICAÇÕES(2Cor 9,15) NOVEMBRO DE 2020
677
//fraternidades
Festa de Nossa Senhora Aparecida em Blumenau Santuário Nossa Senhora Aparecida, em Blumenau, celebrou a festa da Padroeira neste ano de forma diferente. Os desafios da Covid exigiram seguir os protocolos e, por isso, não foi possível realizar toda a programação tradicional. Mesmo assim, os devotos não deixaram de participar e se emocionar nas celebrações. A liturgia e a pregação bem preparadas foi uma tônica da manifestação da comunidade como momento de fé e de gratidão a Deus por poderem estar na casa da Mãe. O tríduo aconteceu nos dias 09, 10 e 11/10 com expressiva participação da comunidade. No dia 12 não aconteceu a tradicional carreata, quando às 8 horas acontecia a saída da Catedral com a imagem de Nossa Senhora Aparecida levada pelo bispo diocesano até o Santuário. A preocupação referente à carreata, se a mesma fosse realizada, é que os devotos poderiam se aglomerar na chegada da imagem ao Santuário como acontece todos os anos. E isso precisaríamos evitar. Neste ano, para facilitar a participação dos devotos nas celebrações, foram realizadas quatro missas: 9, 11, 15 e 19 horas. A participação foi muito expressiva. Além do espaço da igreja, preparou-se um tenda na parte externa com telão para que os devotos pudessem participar. O bispo diocesano, Dom Rafael Biernaski, celebrou a Missa das 9 horas, permanecendo no Santuário até às 14 horas, almoçando com a Fraternidade local, o que é tradição na festa. Na homilia, o bispo destacou: o Amor de Deus passa pela Mãe de Jesus Cristo e nossa Mãe. Em Maria somos comunidade nova sobre o mistério
O
678 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
fraternidades//
do Amor. Deus pede a Maria para ser a mediadora de Deus e, dessa forma, Ele entra na história humana. No Brasil, Deus nos busca com carinho especial através de Aparecida. 303 anos de história já se passaram de manifestação de Maria aos pescadores que confiaram a ela a sua esperança e necessi-
dades. Deus restaura aqueles que O amam. Que a nossa vida seja uma festa profunda da providência divina. O Brasil ganha um Amor especial de Deus através da Mãe Aparecida. Maria pede aos servos da festa e a nós: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. O milagre da nossa vida está em Maria,
que transforma nossas preocupações em realização e na descoberta do Amor. A participação nas missas foi expressiva, além da expectativa. Durante todo o dia, a fila de devotos para passar em frente à imagem foi ininterrupta. As flores trazidas pelos devotos, como sinal de gratidão e reconhecimento pelas graças recebidas, sempre impressiona. Após a missa das 9 horas, também na tradição da festa, havia o voo de helicóptero com a imagem da Santa abençoando os devotos e uma chuva de pétalas de rosas, terços e mantos da imagem jogados ao povo. É um momento de muita emoção. O Santuário, a cada ano, ganha um maior número de devotos que acorrem durante o ano, nas celebrações e atividades de formação e evangelização bem como no dia da Santa. Neste ano não houve a festa popular externa. Somente churrasco drive thru, nos dias 10, 11 e 12. Mesmo assim, foi um sucesso. O churrasco do Santuário é tradicional e reconhecido como o melhor de Blumenau e região. A carne é escolhida, filé duplo e o tempero diferenciado: um churrasco de igreja que é conhecido e reconhecido como o melhor! Que Nossa Senhora Aparecida nos Ilumine no Amor a seu Filho e ao seu povo!
Frei Nelson José Hillesheim
COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
679
//fraternidades
Celebração de Finados em Petrópolis O
s frades da Fraternidade Franciscana do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ) aderiram ao pedido da Igreja do Brasil e plantaram uma árvore no dia 2 de novembro em memória das mais de 160 mil vítimas da Covid-19 e em prol do cuidado pela Casa Comum. Reunidos em frente ao mausoléu interno do convento, o dia começou às 8 horas com a oração do ofício das Laudes. Com velas acesas, os frades fizeram memória e rezaram por inúmeros frades, familiares e conhecidos que faleceram nestes últimos tempos. Além disso, a celebração recordou os frades que na Fraternidade do Sagrado residiram e estão sepultados no cemitério interno da casa, como o Frei Constantino Koser, Frei Fábio Panini, Frei Antônio Moser,
680 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
Frei Alberto Beckhäuser, Frei Joel Sgarbossa, Frei Luís Reinke e muitos outros. Já há muito tempo uma das missões dos religiosos na Paróquia do Sagrado é fazer a celebração diária das exéquias. Já no morro do convento, ao lado da quadra de esportes, os religiosos plantaram um ipê amarelo, planta característica da região. Frei Ivo Müller, Vigário Paroquial, conduziu este momento e ressaltou a importância do gesto e do cuidado da Criação. Segundo ele, este ipê representa o compromisso com a Casa Comum e a fé manifestada no Deus da vida. Outras duas mudas de ipê rosa e ipê roxo foram plantadas no terreno do convento. O Bispo da Diocese de Petrópolis (RJ), Dom Gregório Paixão, OSB,
escolheu a Igreja do Sagrado Coração de Jesus para celebrar o Dia de Finados. A Santa Missa, às 10 horas, contou com os fiéis obedecendo as normas sanitárias e o coral dos frades estudantes, sob regência do mestre do Tempo da Teologia, Frei Marcos Antônio de Andrade. O pároco Frei Jorge Paulo Schiavini concelebrou a Santa Missa. Tradicionalmente, esta celebração se realiza no Cemitério Municipal, mas neste ano foi cancelada para evitar aglomerações. “Hoje, nosso coração recorda daqueles irmãos e irmãs que partiram para a eternidade. Desejamos nos colocar diante do Senhor agradecendo por tantos irmãos e irmãs que caminharam conosco. Ao mesmo tempo, queremos colocar ao altar do Senhor as mais de 160 mil vítimas do
fraternidades//
coronavírus no Brasil, como também do mundo inteiro. Fazemos memória nesta manhã das intenções que cada um traz no seu coração, de modo especial, nossos parentes, amigos e benfeitores”, disse Dom Gregório.Em sua reflexão, o bispo diocesano dirigiu palavras de esperança aos presentes. Segundo Dom Gregório, quando experimentamos a morte na vida do outro, estamos aprendendo a sabedoria da vida. Para ele, tudo é passageiro e a vida é curta em comparação com a outra vida “que nós denominamos de eternidade”.
Refletindo sobre o Evangelho do dia (Jo 12, 23-28), Dom Gregório disse que Jesus apresenta uma proposta nova. Segundo ele, Cristo nos prepara para a beleza da existência futura, transformado esta realidade em vista da outra, sabendo que nada nos separará do amor de Cristo. “Deus sempre espera de nós uma resposta nova dentro desta vida tão limitada”, lembrou. “Olhar para os que partiram é olhar para nós! A nossa vida é frágil, porém, nós não podemos nos limitar a essa fragilidade, mas, na possibili-
dade de anteciparmos aqui na terra o paraíso que Deus nos deu e que nos pertence. E nós devemos realizá-lo desde já, enquanto caminhamos para o outro lado. Que a esperança seja a pedra de toque de nossa vida e de toda existência humana e que nós continuemos a nossa jornada, não mais com a limitação, mas com a vida que é definitiva para aqueles que buscaram e agora se encontram plenamente no Deus da vida”, concluiu. Após a comunhão, Frei Jorge agradeceu a presença de todos, especialmente de Dom Gregório. “O senhor nos ajudou a vivermos com profundidade o dia de hoje”, frisou. Dom Gregório também agradeceu. “A vocês, franciscanos, o meu muito obrigado, principalmente pelo ‘Apostolado da Esperança’, que diariamente realizam junto aos que partem para a vida eterna. Ao falar da vida e ressurreição vocês geram, no coração daqueles que choram a saudade de seus entes queridos, a esperança”, disse, encerrando a Celebração Eucarística com a solene bênção final.
Frei Augusto Luiz Gabriel COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
681
//fraternidades
Espírito de Assis é celebrado na Paróquia Santa Clara de Imbariê
beleza na execução de uma música depende de vários fatores: harmonia, cadência correta, instrumentos adequados, boa preparação, afinação... Por isso, pode-se dizer que o Encontro sobre o Diálogo Inter-religioso “Espírito de Assis”, ocorrido no centro paroquial da Paróquia Santa Clara de Imbariê, no dia 27 de outubro, às 19h30, pode ser comparado a uma bela música! Este evento teve por inspiração o encontro realizado por João Paulo II, em Assis, no ano de 1986, onde foram reunidos líderes de diversas religiões para buscar um espírito de comunhão e paz. Um dos atributos que ajudou a tornar o encontro uma “bela canção”, entoada pelos acordes da paz, também foi o ensejo de preparar cada detalhe com carinho e simplicidade. Flores, velas, palavras coladas nas paredes indicavam que o encontro seria um momento de singular significado, onde a ornamentação simples deixava evidente o principal: a beleza dos corações generosos que queriam se abrir ao diálogo. Uma das notas mais afinadas da melodia que perpassou o encontro também foi a iniciativa, logo na chegada, onde cada pessoa recebia um bombom, representando a doçura do abraço que a Paróquia gostaria de dar a todos, mas que no momento fica guardado para o futuro
A
682 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
por causa da pandemia da Covid-19. A celebração iniciou com uma animada acolhida de cada líder religioso, com cantorias e palmas, bem animadas, como é próprio do modo de vivenciar a fé na Baixada Fluminense. Depois, a leitura de um trecho do Evangelho e do parágrafo 203 da Encíclica Fratelli Tutti do Papa Francisco ajudaram a dar um fundamento, uma base para o sentido do diálogo inter-religioso que se queria tratar. O ponto alto da celebração foi a partilha breve de cada líder religioso presente. Confira abaixo um pouco do que cada um falou. Regina Célia Martins Costa, representando o Centro Espírita Lar de José, da Ilha do Governador, que fez a leitura do Evangelho de Mt 5, 43-48, iniciou as reflexões dizendo: “A nossa vaidade, o nosso orgulho, ainda nos fazem pequenos neste mundo. Nós amamos aqueles que nos amam, mas o difícil e o mais importante é amar aqueles que não nos amam. Aqueles que se dizem nossos inimigos. Aí está a grande proposta de Jesus”. Ela ainda admoestou a todos com as seguintes palavras de encorajamento, explicando o mandamento de Jesus no que se refere ao amor ao próximo: “Este é o caminho que vai nos levar adiante. É para isso que ele [Jesus] veio aqui, é para isso que ele trouxe a sua palavra:
é para que nós possamos entender que amar o nosso próximo é a amar a humanidade como um todo!”. Padre Gabriel (José Luiz) da Paróquia Ortodoxa Antioquina São Cosme e São Damião, do Parque Paulista, em Duque de Caxias (RJ), continuou o momento do diálogo fraterno iniciando o seu momento de fala com uma música que, segundo ele, esteve em seu pensamento quando começou a pensar esta ocasião: “Palavra não foi feita para dividir ninguém, Palavra é a ponte onde o amor vai e vem”. Na sua reflexão ele ressaltou que é muito salutar trazer à tona hoje o espírito franciscano de compreender o outro, levantando uma mensagem de eternidade. Ele finalizou lembrando do grande legado franciscano sobre esse diálogo entre as diferenças dizendo: “São Francisco de Assis: seja eterna a sua memória!”. Roberto Almeida da Cruz, mais conhecido como Pai Roberto, representando as religiões afro-brasileiras, ressaltou que era um prazer estar novamente participando deste encontro, dizendo com que tal iniciativa ajuda na renovação no diálogo entre as religiões, constantemente necessária. FFinalizando a bonita “canção” que foi esse diálogo fraterno dos líderes religiosos, Frei João Reinert, da Paróquia Santa Clara de Imbariê, ressaltou que no diálogo inter-religioso é preciso valorizar e respeitar a experiência religiosa do outro: “O diálogo religioso, o Espírito de Assis é um momento de aprendizado”. Para ilustrar, ele apresentou diante da assembleia um objeto e recordou que cada pessoa, do lugar onde está, vê o objeto de um modo. É assim que cada um vê o mistério de Deus: a partir de cada ponto de vista é possível ver o mistério. E assim, no diálogo inter-religioso, o ser humano se abre na valorização da religião e da manifestação divina que
fraternidades// o outro vivencia. Por isso, momentos como a celebração em questão, para o frade, se tornam uma oportunidade onde: “eu vou aprender a ver o mistério de outra forma que eu não vejo do meu ponto de vista”. Depois do diálogo fraterno, a celebração continuou sendo uma canção bela e harmoniosa, reunindo a força da oração comunitária com a oração do Pai-Nosso na versão ecumênica. A bênção final foi um gesto de profunda espiritualidade: no silêncio, todos foram convidados a rezarem uns pelos outros, fazendo da ausência de sons a oportunidade de escutar a canção da voz de Deus que, com certeza, ressoou no coração de cada um com um sen-
timento: gratidão por este momento oportuno de partilha de vida. Por fim, Frei João agradeceu a presença de todos e os líderes religiosos foram
presenteados com flores, numa forma de gratidão pela presença.
Frei Gabriel Dellandrea
Falecimento de Valdomiro de Lima Maoski, pai de Frei Jorge Maoski Data de nascimento: 20/09/1932 Falecimento: 07/11/2020 No último dia 7 de novembro de 2020, a irmã morte visitou o sr. Valdomiro de Lima Maoski, pai de Frei Jorge Maoski, na cidade de São José dos Pinhais (PR). Valdomiro era o caçula de uma família de sete irmãos e, no dia 20 de setembro de 2020, completou 88 anos. Foi criado pelos irmãos, pois desde cedo, com cerca de 10 anos, perdeu seus avós e seus pais. Começou a trabalhar já como adolescente, ajudando seus irmãos e sentindo a dureza da vida. Sempre foi um homem de fé, e abraçou os desafios que a vida lhe deu desde criança. Viveu casado durante 62 anos com sua esposa Nair, até o dia 21 de dezembro de 2017, quando ela veio a falecer. Trabalhou no aeroporto de Curitiba, por alguns anos, e depois foi funcionário público da Prefeitura de Curitiba, até se aposentar. Criou com amor e sacrifício seus cinco filhos, acreditou e apoiou em tudo a caminhada vocacional de Frei Jorge, desde 1971, quando este entrou no seminário de Luzerna. De bicicleta, levando seu filho na
garupa, pedia ajuda para algumas pessoas para preparar o enxoval que ele deveria levar para o seminário. Acompanhou com carinho todas as etapas de formação de Frei Jorge e esteve presente em todos os lugares e cidades por onde seu filho estudou e trabalhou, exceto em Imbariê, por causa da sua idade avançada e doença. Gostava de dizer aos amigos e conhecidos que tinha orgulho em ter um filho padre franciscano. “Eu sou mais feliz por ter um filho padre franciscano, do que se tivesse um filho presidente da república”. Era muito responsável nos seus negócios e compromissos. Fazia questão
de pagar suas contas em dia, até com certa antecedência. Homem de coragem e fibra, que soube vencer a doença do alcoolismo e o tabagismo. Disso também se orgulhava, no adequado sentido da palavra. Era um torcedor apaixonado do “Coxa” (Coritiba Futebol Clube). Com o seu radinho de pilha acompanhava notícias e futebol, dormia sempre com radinho ligado. Nos últimos dois anos de vida, vinha lutando contra uma anemia grave. Esteve internado por várias vezes correndo até risco de morte. Sempre dizia que não queria morrer no hospital, nem sozinho. Deus ouviu o seu pedido e foi misericordioso com ele. Faleceu na madrugada do dia 07/11, em casa, junto dos seus familiares, apertando a mão da sua filha Rosângela, que dele cuidou nos últimos três anos, após sua viuvez. A causa da morte foi hemorragia digestiva, cardiopatia e anemia. Deus seja louvado pela bela vida de meu pai, pelos seus exemplos e ensinamentos. Que Deus o tenha no lugar merecido, amém! Paz e bem.
Frei Jorge Luiz Maoski.
//fraternidades
Frei Walter Hugo lança “Santa Clara de Assis, uma maravilha de Deus” escritor e poeta mineiro Frei Walter Hugo de Almeida lançou no dia 25 de outubro, festa de Frei Galvão, o seu mais novo livro: “Santa Clara de Assis, uma maravilha de Deus”. Frei Walter, que reside atualmente no Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá, conta que em suas incursões poéticas já há muito tempo sonhava em registrar em um livro as poesias alusivas a Santa Clara de Assis. “Numa cantata, em redondilha maior, traço toda a vida dessa Estrela de Assis, desde o berço até a morte. Clara luziu, e ainda hoje reluz, no mundo, apontando o caminho do céu”, explica o autor, que reúne nesta obra sonetos, onde em cada um, cristaliza aspectos de sua mensagem: humana, cristã, com sabor do carisma e espiritualidade franciscana. “Espero ter conseguido o que o Papa de sua canonização, Alexandre IV, passou para a história, em sua Bula: “Que poder essa luz e como reluz tão esplendor! Na realidade esta luz vivia
O
684 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
recolhida em sagrados interiores de um mosteiro, e esparzia raios fulgurantes. Permanecia reclusa e se difundia em todo mundo; comprimia-se por dentro do mosteiro e se manifestava para fora, para a cidade de Assis, para a Europa e para o mundo”. De família de artistas mineiros, sua paixão foi sempre os livros, mormente nas áreas das letras, no mundo da poesia, literatura em geral e pesquisa na área de história. Escreveu os livros “Joly, um cavalinho de Madeira”, “Retalhos da Vida”, “Rimas da Vida”, “Jardim
de Deus”, “Sementeira de Deus” e agora este sobre Santa Clara de Assis. Seu último trabalho foi o livro “Benê, um menino travesso”, que não é uma autobiografia, mas suas lembranças de infância serviram de inspiração. Para ele, escrever é quase uma necessidade biológica. Segundo ele, poesia não é coisa de quem vive na lua, mas assunto sério, concreto. “A realidade do poeta é a do espírito e não a da matéria”, lembra ele. Pedidos do livro pelo email: eventos_freigalvao@franciscanos.org.br
fraternidades// LANÇAMENTO
Novo Normal? Provocações sobre tempo, liderança, relacionamentos e o si-mesmo ala-se muito que este período longo de pandemia está gerando um “Novo Normal”. Outros estão esperando que “tudo volte ao normal”. Mas o que seria algo normal? Esta questão reuniu os autores da obra, para provocações e reflexões sobre quatro temas que nos ocupam e preocupam nesta época. Gustavo Barcellos (psicólogo) reflete sobre a temática do si-mesmo no impacto desta época; Luciano A. Meira (desenvolvimento humano e corporativo) apresenta a questão da liderança no contexto da pandemia; Luís Mauro S. Martino (comunicação e ciências sociais) coloca-se a pergunta sobre os relacionamentos sociais neste momento que estamos vivendo e Volney J. Berkenbrock (teólogo) reflete sobre este momento relacionado às cinco formas de sentir o tempo. Desde o mês de março de 2020 vivemos uma situação nunca dantes por nós experimentada – nem pessoal e socialmente. As medidas impostas pela pandemia mudaram as rotinas de praticamente toda a população e um dos elementos-chave nesta mudança foi a relação com o tempo. Todos tivemos que nos adaptar (não sem problemas) a novas formas de viver nosso tempo. Esta constatação levou a refletir sobre as cinco formas que temos de experimentar o tempo. Todas são simultâneas, mas geram em nós experiências, necessidades e reações diferentes. Há o tempo cronológico, aquele contado pelo calendário e pelo relógio, que no mais das vezes é experimentado como implacável e que não nos dá trégua. À luz do mito grego do deus Crono,
F
explora-se no livro detalhes diversos desta forma de sentir o tempo. Há também o tempo kairológico, o tempo das oportunidades, daquelas que vêm e passam rapidamente. Diz o mito grego de Kairós, que ele tem uma mecha de cabelo na testa, mas é careca na parte de trás da cabeça: a oportunidade precisa ser agarrada quando aparece; depois que ela passa, não há sentido querer agarrar pela careca. O tempo da pandemia também está sendo experimentado como Kairós: oportunidades que apareceram, oportunidades que não foram aproveitadas. A outra forma de experimentar o tempo, é a aiônica. Aíon seria na mitologia grega o filho mais novo de Zeus, um jovem que fica girando a roda do tempo e assim vai ficando velho e ao continuar a girar o tempo, rejuvenesce
novamente. O tempo aiônico é a experiência do tempo como espaço de renovação, que assume o passado, sem renega-lo, nem esquecê-lo, mas integrando-o dentro do momento presente e em vista do futuro. Concomitantemente, não vivemos sozinhos em nosso tempo. Mas, de quem somos contemporâneos? Há também uma forma cultural de experimentar o tempo: sentimos que somos contemporâneos de muitos, mas também sentimos não sermos contemporâneos de muitos outros. Estes nos parecem viver e defender ideias de outro tempo. Esta é a maneira sintópica ou distópica de percepção do tempo. Esta experiência de tempo nos tem trazido inclusive muito dissabores sociais, políticos, religiosos. E há ideais e convicções que não estão sujeitos ao passar do tempo, sobre os quais entendemos e sentimos serem atemporais, válidos em todos os tempos, que surgiram in illo tempore e irão perdurar per saecula saeculorum. É a experiência do tempo mítico. O capítulo sobre o tempo, na obra “Novo Normal?” reflete sobre estas cinco percepções de tempo, atualizando-as para este período de pandemia e sugerindo uma sabedoria específica para lidar com cada forma de sentir o tempo. Assim, para o tempo cronológico, a sabedoria racional; para o tempo kairológico, a sabedoria da sensibilidade; para o tempo aiônico, a sabedoria reflexiva; para o tempo sintópico/distópico, a sabedoria cultural; e para o tempo mítico, a sabedoria ancestral.
Frei Volney J. Berkenbrock COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
685
//fraternidades SOROCABA
Paróquia Santo Antônio celebra 50 anos presença dos franciscanos é um sinal luminoso para a nossa Arquidiocese”. Foi assim que se manifestou o Arcebispo Metropolitano de Sorocaba, D. Júlio Endi Akamine, na Missa de Ação de Graças no dia 11 de outubro último, marcando o Jubileu de 50 anos de fundação da Paróquia Santo Antônio, na praça Cel. Joaquim Estanislau de Arruda, no Além Ponte de uma das mais promissoras cidades do Estado de São Paulo. No início da Celebração, o pároco Frei Gilberto Piscitelli, leu o decreto que criou a Paróquia Santo Antônio no
A
686 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
dia 11 de outubro de 1970, segundo ofício de D. Melhado Campos, que na mesma ocasião deu posse ao seu primeiro pároco, Frei Achilles, que permaneceu até seu falecimento em 1986. No dia 11 de outubro de 1964 foi lançada a pedra fundamental e iniciada a construção da atual igreja matriz. A Missa teve as presenças do Ministro Provincial, Frei César Külkamp; do Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella; e dos frades que fazem parte da Fraternidade Bom Jesus dos Aflitos: Frei Benedito Gonçalves, Frei Florival Mariano de Toledo e Frei Rozântimo
Antunes Costa, além de Frei Gilberto. O Arcebispo disse que a paróquia é a expressão mais próxima da Igreja. “O que é uma paróquia? Qual a finalidade de uma paróquia? Por que a gente cria uma paróquia? Qual a importância disso para a vida da Igreja?”, disse D. Júlio, abrindo a sua homilia. Segundo ele, a paróquia não é somente a igreja-edifício, mesmo que às vezes se diga ‘ah, vou na Paróquia Santo Antônio’, pensando na igreja-construção. “Não é que a igreja não seja importante. O edifício tem sua importância, sim. Mas a Paróquia é, principalmente, formada pelas pessoas, pelos fiéis. Podemos
fraternidades// dizer que a Paróquia é uma porção do povo de Deus”, explicou, lembrando que porção não é parte. “Porção é uma quantidade menor de um todo”, acrescentou. “Quando falamos de paróquia estamos falando de uma porção da Igreja, não de uma parte. Estamos falando de uma porção da Arquidiocese particular de Sorocaba”, frisou. Para ele, a paróquia é a expressão mais concreta da Igreja. “Nossa alegria de sermos da Igreja de Jesus Cristo. Isso experimentemos na paróquia”, observou. “Não devemos esquecer também que ela está ligada muito aos franciscanos. O Papa Francisco escolheu esse nome não foi por acaso, mas escolheu como um projeto de Igreja para o seu Pontificado nos próximos anos. Eu vejo que a presença dos franciscanos é muito importante para a renovação da nossa Arquidiocese de Sorocaba. Assim como o Papa Francisco conduz a Igreja para uma renovação, de maior fidelidade a Jesus Cristo, inspirado em São Francisco de Assis, assim também a nossa Arquidiocese de Sorocaba é grata ao trabalho dos frades franciscanos. E continua contando com a presença deles. É um sinal luminoso para a nossa Arquidiocese”, disse. “Hoje agradeço ao nosso Arcebispo D. Júlio por permitir nossa presença aqui nas duas Paróquias, assistidas pela nossa Fraternidade. Quero agradecer de coração aos confrades Frei Gilberto e Frei Rozântimo, desta Paróquia, e Frei Dito e Frei Florival que estão na Paróquia Bom Jesus. Mas quero agradecer a vocês todos, que nos acolheram aqui e nos permitiram participar da missão eclesial e cristã ao longo desses 50 anos”, agradeceu o Ministro Provincial. “Nós estamos aqui como uma Paróquia, mas ela também tem um adjetivo que é ‘paróquia franciscana’, embora seja essencialmente cristã, seja a presença da Igreja da Arquidiocese. Ela nasceu franciscana e nós nascemos juntos com vocês. E por isso aqui tem também uma característica de santuário, dessa bonita e profunda devoção ao nosso glorioso Santo Antônio. Eu já pude estar aqui várias vezes e testemunhei a fé e a devoção desse povo a Santo Antônio e também as marcas do carisma franciscano que aqui estão gravadas, nas paredes, nas imagens, no chão, mas profundamente no coração de cada um de vocês”, disse Frei César. “Que Santo Antônio interceda por todas as famílias desta Paróquia! Que São Francisco de Assis, Santa Clara e todos os santos e nossa Mãe Imaculada estejam no coração de todos vocês! Deus seja louvado por esses 50 anos!”, pediu Frei César. COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
687
//fraternidades VILA VELHA
Fé, emoção e gratidão encerram a Solenidade de Nossa Senhora do Rosário s celebrações da Paróquia do Rosário, no domingo 11 de outubro, tiveram todo um caráter especial, pois todas as comunidades celebraram a solenidade da Padroeira da Paróquia e do munícipio de Vila Velha, Nossa Senhora do Rosário. Os festejos que começaram na quarta, tiveram o seu ápice na celebração das 19 horas, que, devido à pandemia, foi transferida da Igreja Matriz, o Santuário do Divino Espírito Santo. A Fraternidade “O Caminho”, de Vila Velha, conduziu antes da Santa Missa, o Ofício de Nossa Senhora. Com cânticos e salmos, louvaram a Santa Mãe de Deus, fazendo todos os presentes embarcarem nesta mística e devoção, que é o amor a Maria, mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo. Logo após esse momento ímpar de louvor à Virgem, ocorreu a Celebração com a Liturgia Solene de Nossa Senhora do Rosário, presidida pelo pároco Frei Djalmo Fuck e concelebrada pelos demais freis da Paróquia. Embalados pelo hino à Nossa Senhora do Rosário, deu-se a procissão de entrada com os coroinhas, ministros e freis, tendo à frente a cruz e o imponente estandarte de Nossa Senhora. A Liturgia da Palavra, leituras e homilia, giraram em torno da solenidade e do tema da festa: “Contemplar com Maria o rosto de Cristo” (Papa João Paulo II). Frei Djalmo, em sua reflexão, exortou os fiéis presentes a recordar a importância da história da Paróquia e de todas as Comunidades que, sob o manto dela, evangelizam e se fazem presentes na tradição capixaba. Para o celebrante, vivenciar a festa é viver a unidade e a caminhada das Comunidades, louvando à Deus pelo trabalho incansável dos leigos que fazem da sua vida uma completa doação à história dessa Paróquia.
A
688 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
fraternidades//
Seguindo o pensamento central das leituras, o pároco destacou os seguintes verbos: perseverar, confiar e servir. “Sem eles, tudo o que fazemos, por mais bonito e belo que seja, não tem alma, não tem espírito, não prospera, não perdura.” Terminando a exortação, à parcela do povo de Deus que na missa se fazia presente, desejou: “Que Nossa Senhora do Rosário, padroeira de nossa paróquia, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados, coragem e perseverança a quem constrói com alegria nossas comunidades!”. Após a Liturgia da Palavra, com o coração ardente em prece, os fiéis entoaram a Ladainha a Nossa Senhora, clamando à Mãe de Deus, que escute os pedidos de seus filhos. Ao final da celebração, como mais uma forma de carinho a Nossa
Senhora do Rosário, uma jovem da Paróquia entoou um cântico a Maria; neste mesmo tempo, os profissionais da saúde, pertencentes à Paróquia, vieram em procissão, trazendo em mãos o Santo Terço, a Coroa e Rosas. Neste momento de profunda emoção e sentido, Maria foi coroada. “Tu és Maria, a Mãe do nosso Senhor, tu és a Mãe do nosso Salvador! Que alegria proclamar essa certeza, de que és, também, a nossa Mãe e uma Mãe amorosa, intercessora e acolhedora. Aqui estamos nós, os teus filhos! Num gesto de gratidão queremos te coroar e trazemos presente os profissionais da saúde que representam todos da área da saúde que durante este ano, em especial, têm se doado incansavelmente. Em cada um destes profissionais contemplamos o seu “sim”, Maria. O sim do amor, o sim do cuidado, o sim de quem abdicou das próprias vontades para se dedicar
a tantos filhos de Deus nesta pandemia. Mãe, receba este nosso gesto de carinho!” A Virgem Mãe, que em seus braços teve o Cristo Morto, serviu de alento a esses heróis, que dedicaram e constantemente dedicam a sua vida para salvar outras. Muitas e muitas vezes, infelizmente eles fazem o papel de Maria, e mais uma vez carregam nos seus braços um outro Cristo morto. Durante o momento da Pandemia, são eles que junto a milhares de famílias enlutadas, carregam também a cruz, da luta para devolver a saúde a tantos. A Paróquia do Rosário agradece o vosso testemunho. A Festa teve um Tríduo preparatório para a solenidade. No primeiro dia, o tema foi “Fé e partilha”; no segundo dia, “A fé é unidade”; e no terceiro dia, “A fé é prática”.
Pascom Nossa Senhora do Rosário COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
689
//fraternidades SÉRIE
Frei Paulo Cesar Ferreira da Silva
“Cantar é o meu jeito de me expressar e de evangelizar”
F
rei Paulo Cesar Ferreira da Silva é assim mesmo: fica muito à vontade para se expressar e evangelizar quando canta. Tímido, de poucas palavras, o mineiro de Caxambu, no Sul de Minas Gerais, é dono de uma das vozes mais belas da Província. A beleza de sua voz já se destacava quando ingressou no Postulantado de Guaratinguetá. “Nas idas
690 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
à igreja, às procissões, nas etapas da formação fui tendo incentivo dos formadores, acompanhei os Canarinhos de Petrópolis por 3 anos, os cursos de canto pastoral, a participação nas gravações, nos eventos da Província e nas festas da Penha. Penso que é também uma questão vocacional”, diz o frade.
fraternidades// Frei Paulo herdou da mãe o dom de cantar. Teve bons mestres de canto, como Frei Leto Bienias e Frei José Luiz Prim, do Coral Meninos Cantores de Petrópolis (Canarinhos). Participou da gravação de CDs de canto litúrgico, entre eles, do CD Um Canto Novo – Volume I, com Frei Fabreti; do CD da Missa de Frei Galvão, junto com um grupo de frades; e do CD Hinos e Cantos a Nossa Senhora da Penha, gravado pelo Coral Palestrina, da regente Irmã Custódia Cardoso. Ele vestiu o hábito franciscano no dia 20 de janeiro de 1977 e professou na Ordem dos Frades Menores no dia 1º de agosto de 1981. Foi ordenado presbítero no dia 6 de agosto de 1983. Para ele, morar no alto do Morro da Penha, onde está o Santuário à Padroeira do Espírito Santo, é fascinante. Conheça mais Frei Paulo nesta entrevista a Moacir Beggo. As fotos foram feitas por Cristian Oliveira, assessor de imprensa do Convento da Penha.
O FRANCISCO DE ROMA TEM SIDO FIEL E DEDICADO COMO O FRANCISCO DE ASSIS NO RESTAURO DA IGREJA.
Comunicações - Fale um pouco
sobre sua família. Frei Paulo - O meu avô materno, João Diório, era filho de italiano. A minha avó materna, Sabina, era filha de escrava. Os meus avós paternos, Rita e Antônio Ferreira, eram descendentes de portugueses. O meu pai, Salvador Ferreira da Silva (já falecido) e minha mãe, Maria Diório, eram muito religiosos e trabalhadores. Minha mãe foi cozinheira em cozinha industrial e meu pai fazia de tudo: carpinteiro, comerciante e até motorista do 1º Bispo de São José dos Campos (SP), Dom Eusébio Oscar Scheid. Tinha quatro irmãs e dois irmãos, estes já falecidos. Eu sou o filho mais velho. A nossa cidade natal é Caxambu, Sul de Minas Gerais. Eu tinha 8 anos de idade quando nos mudamos para São José dos Campos. Em casa rezávamos o terço diariamente ao anoitecer. Meus pais foram fundadores e
zeladores da capela do bairro dedicada a São Francisco de Assis. Cuidavam de tudo, inclusive das refeições dos Padres que vinham celebrar. Meus irmãos e irmãs foram catequistas, atores nas encenações de natal e Semana Santa, secretária da paróquia. Bons tempos aqueles que no carnaval, no Natal e na passagem de ano ficávamos na pracinha batucando e cantando noite adentro!
Comunicações - Como você defi-
ne o Paulo Ferreira e o Frei Paulo Ferreira?
Frei Paulo - Acho que nasci para obedecer. Em casa eu ‘’obedecia’’ a vara. Não tinha conversa. Assim, aprendi a escutar mais e falar menos. Na vida religiosa pude conhecer a obediência de Cristo, com São Francisco.
Comunicações - Como se deu o seu despertar vocacional? Frei Paulo - Com a vivência religiosa e o testemunho de vida dos meus pais. Eram muito devotos, honestos e caridosos. Apesar das dificuldades financeiras, sempre os COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
691
//fraternidades
SENDO UMA BELA MÚSICA, COM UMA BOA LETRA, NÃO DÁ PARA RESISTIR. SÓ CANTANDO MESMO!
Frei Paulo no show “Noite Franciscana – Tributo Paz e Bem”, um evento na programação da Festa da Penha via confiantes, corajosos e engajados. Eu gostava muito de ir à igreja com eles, olhar o padre, as imagens, ouvir os cantos e participar das procissões. Como coroinha, tive certeza da minha vocação. Até esquecia de ir pra casa, minha mãe mandava meu irmão ir me buscar. Estávamos morando novamente em Caxambu. Em 1972, o pároco Pe. José de Castilho levou-me para o Seminário Diocesano Nossa Senhora das Dores, na cidade de Campanha, sede da Diocese. Lá permaneci por quatro anos.
Comunicações - Quando São Fran-
cisco de Assis entrou em sua vida? Frei Paulo - Foi no Seminário Diocesano que eu discerni a minha vocação à vida religiosa. Eu pensava que no seminário eu fosse encontrar aquele ambiente ‘’monástico’’ que eu tinha visto em um filme na TV. Os religiosos do filme trajavam o hábito Franciscano,
692 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
eu não conhecia os Franciscanos pessoalmente. Ansioso por conhecê-los perguntei à irmã Maria Xaverina, religiosa das irmãs de Nossa Senhora de Sion e nossa professora no seminário, quem tinha sido o fundador dos Franciscanos. Ela trouxe para eu ler o livro ‘’ Um homem chamado Francisco de Assis’’, de Léon Poirier, se eu não me engano. Lendo o livro, não tive dúvida: seria um Franciscano. Isso foi ao final do 1º ano (8ª série), permaneci ainda no seminário por três anos (colegial) em consideração ao Bispo Dom Othon Motta, que me aconselhou esperar mais, que não me precipitasse. Os padres sabiam da minha decisão, fiz contato com a Província da Imaculada e logo apareceram lá no seminário o Frei Claudius Guski e o Frei Ricardo Backes para me conhecerem e conversar com o reitor do seminário. Concluído o colegial, deixei o seminário Diocesano e ingressei no
SEVOA (Postulantado), Guaratinguetá, em 1976.
Comunicações - Como foi a sua
caminhada formativa na Província? Em que frentes da Província você esteve a serviço? Frei Paulo - No Postulantado eu me sentia em casa, bebendo das aulas de formação Franciscana. Para mim, era o que interessava: ser um cristão como São Francisco, ser um bom Frade Menor. Não tive maiores dificuldades, não. Sou da turma dos ‘’gafanhotos’’, acho que o mais retraído do grupo e o menos inteligente. Não sou muito dos ‘’tratados’’, sou mais da estrada! A minha ordenação Sacerdotal foi em agosto de 1983 e primeira transferência para a Porciúncula de Sant’Ana, Niterói, como vigário paroquial. Em 1986, fui transferido para o seminário Santo Antônio de Agudos, como orientador. Permaneci neste trabalho por duas décadas. Fui guardião do
fraternidades// Postulantado São Frei Galvão, por dois triênios e, atualmente, resido no Convento Santuário de Nossa Senhora da Penha, pela segunda vez.
Comunicações - Durante muitos
anos você trabalhou na formação. Como foi este serviço para você?
Frei Paulo - Foi bem estimulante e gratificante ao mesmo tempo. Cada turma era um desafio novo, um recomeçar sempre. Como era bom caminhar com os aspirantes, conhecê-los, crescer com eles, vê-los comprometidos no processo formativo. É um bom trabalho que exigia muita paciência, firmeza e consideração. O lado ruim era saber lidar com as ‘’patologias’’ que geravam divisão, desconfiança e medo entre eles e na convivência conosco.
Comunicações - Existe hoje uma
crise de vocações na vida religiosa? Frei Paulo - Vivemos tempos de crises generalizadas. Somos bombar-
deados de informações e de anúncios sedutores e enganosos. Vivemos um frenesi, não se reza mais como antigamente, “parar para descansar e refletir é perda de tempo”. A família virou pensionato, cada um pra si, ou educam seus filhos para seguir carreira profissional. Nos grupos ‘’religiosos’’, valoriza-se uma piedade intimista (individualista). É preciso mostrar serviço e mais ousadia! Como consagrados, será que não temos sido coerentes, convincentes?
Comunicações - Como você vê o
Pontificado do Papa Francisco? Frei Paulo - Assisti uma entrevista com Dom Pedro Casaldáliga, Santo Súbito, onde ele dizia: ‘’A igreja deveria conjugar Pedro e Francisco, a firmeza na fé e o testemunho dos Mártires’’. Penso que o Papa Francisco tem feito isso. Ele se faz notar pelas suas convicções, por sua simplicidade, pelos seus pronunciamentos, pela
sua coragem, por suas atitudes de pastor compassivo, de um coração aberto a todos, inclusive às religiões. O Francisco de Roma tem sido fiel e dedicado como o Francisco de Assis no restauro da Igreja.
Comunicações - Como nasceu a
paixão pela música? Pelo canto? Frei Paulo - Como se diz, tá no meu sangue Africano e Italiano. Quando criança eu ficava imitando a cantora lírica, nossa vizinha de muro. Acordava de manhã ouvindo a minha mãe cantando as canções do rádio. Nas idas à igreja, às procissões, nas etapas da formação fui tendo incentivo dos formadores, acompanhei os Canarinhos de Petrópolis por 3 anos, os cursos de canto pastoral, a participação nas gravações, nos eventos da Província e nas festas da Penha. Penso que é também uma questão vocacional. Cantar é o meu jeito de me expressar e de evangelizar.
SOU DA TURMA DOS ‘’GAFANHOTOS’’, ACHO QUE O MAIS RETRAÍDO DO GRUPO E O MENOS INTELIGENTE. NÃO SOU MUITO DOS ‘’TRATADOS’’, SOU MAIS DA ESTRADA!
COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
693
//fraternidades VIVER NA PENHA É FASCINANTE, PRECISA SER AFÁVEL, GOSTAR DO RECOLHIMENTO E TAMBÉM DE GENTE, TER CRIATIVIDADE E MUITA PACIÊNCIA.
Comunicações - Quais os estilos de
música que gosta? Frei Paulo - Praticamente de todos, menos Metal (Heavy Metal). Sendo uma bela música, com uma boa letra, não dá para resistir. Só cantando mesmo!
Comunicações - Como está a música sacra hoje? Frei Paulo - Consultando amigos da área, constatamos que a ‘’música sacra’’ está muito diversificada (RCC, Rock, Sertanejo, Pagode…). E muitos confundem música sacra e música litúrgica, pois toda música litúrgica é sacra, mas nem toda música sacra é litúrgica.
Comunicações - O Concílio pediu
aos compositores que façam músicas de acordo com o Espírito Cristão e Litúrgico e que primam pela participação ativa de toda a assembléia dos fiéis. Como está essa atividade na liturgia? Frei Paulo - ‘’Temos músicas bem elaboradas como as do Hinário da
694 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
CNBB, com letras muito boas, mas nem sempre acessíveis ao povo, ou seja, letras e melodias difíceis. Também o contrário, músicas bem acessíveis ao povo, que emocionam e são um show de participação, mas não são litúrgicas. E temos músicas que unem conteúdo e melodia, acessíveis ao povo, dos compositores: Frei Fabreti; Valdeci Farias; Cristiane e Marcos da Matta; Frei Luiz Turra e outros’’.
Comunicações - Há quanto tempo
está no Convento da Penha? Como é viver no alto desta montanha Sagrada? Frei Paulo - A primeira vez que morei no Convento da Penha, fiquei três anos. Depois de onze anos fora, retornei. Está segunda vez já passa de dois triênios. Viver na Penha é fascinante, precisa ser afável, gostar do recolhimento e também de gente, ter criatividade e muita paciência. Temos horários de cultivo pessoal, de convívio fraterno, de atendimento ao povo e as celebrações das missas. Em dias normais são
quatro missas, aos sábados cinco e, aos domingos, seis. A casa é muito simples, com vista panorâmica privilegiada. O povo vem a nós sedento da palavra, do conforto espiritual, da bênção, do conselho, dos sacramentos da Eucaristia e do perdão. Temos a associação dos Amigos do Convento da Penha e contamos com um bom grupo de voluntários para as diversas atividades ligadas aos eventos e às celebrações: temos também as transmissões on-line, através das plataformas digitais do Convento da Penha, Santuário do Perdão e da Graça.
Comunicações - O que Francisco
de Assis e Clara têm a dizer a este mundo? Frei Paulo - O que o Papa Francisco tem dito. Escutem o Papa, ajudem a Igreja em saída às praças, às ruas e encruzilhadas. Juntem-se aos mais necessitados e sejam humanos, fraternos e simples, como convém aos enviados de Jesus Cristo.
evangelização//
Pe. Medoro: “O maior desafio é renovar-se constantemente sob impulso do Espírito Santo” Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento realizou, em outubro, dois encontros ampliados. No primeiro, no dia 8 de outubro, reuniu frades, fiéis leigos e agentes de evangelização nos vários setores de pastorais das Paróquias e Santuários da Província para um momento formativo, sob a assessoria de Pe. Medoro de Oliveira, que é professor do Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis e pároco da Paróquia São José Operário de Três Rios (RJ). No dia 29 de outubro, o encontro reuniu novamente os participantes para um momento de diálogo, partilha e crescimento. O Ministro Provincial, Frei César Külkamp, falou de sua alegria em acolher todos os participantes desse encontro no modo virtual. Ele partiu de um pensamento do Papa Francisco na Evangelii Gaudium para falar justamente da evangelização, feita com alegria, vivida e transmitida como compromisso de todos os cristãos. “Ele fala nesse documento justamente da Paróquia, que ela é muito importante hoje, porque nela podemos assumir formas muito diferentes, criativas, de missionariedade, tanto dos seus animadores, sejam os párocos, vigários paroquiais e religiosos como também de todos os agentes de evangelização. Então, através de todas as atividades da nossa comunidade paroquial, da nossa comunidade de fé, podemos trabalhar e viver o diálogo com as diferentes manifestações, até mesmo com outras religiões, também o anúncio que é a nossa razão de ser como paróquia, também a caridade através da acolhida e através do nosso trabalho social, a adoração e a celebração. Então, a Paróquia é uma gama de muitas possibilidades criativas. É comunidade de comunidade. E o Papa Francisco chama a Paróquia, não só os nossos santuários, mas todas as nossas igrejas, todas as nossas comunidades
A
como santuários, onde os sedentos vão beber para continuarem a caminhar. E é o centro de contante envio e reenvio missionário”, frisou. Frei César lembrou que nas nossas várias reuniões e encontros já realizados, os próprios leigos, os agentes de evangelização, todos eles, fizeram várias indicações. “Uma delas é que a gente continuasse a trabalhar o espírito franciscano das nossas Paróquias, que a gente tivesse mais encontros juntos, com frades e fiéis leigos, agentes de evangelização nos vários setores de pastorais das nossas Paróquias, para que a gente pudesse crescer naquilo que é o específico de uma paróquia franciscana, de um santuário franciscano”, recordou. Segundo o Ministro Provincial, esse encontro é uma bela oportunidade de começar a reescrever esse Plano de Evangelização, agora querendo dar um passo adiante, principalmente naquilo que se refere às Paróquias. Ele lembrou que Frei Gustavo Medella abriu esse encontro com a oração da encíclica “Fratelli tutti”, do Papa Francisco. “A mais recente carta encíclica do Papa Francisco, que
tem uma matriz franciscana, parte de um texto de São Francisco e nos convida à fraternidade universal, a todos vivermos como irmãos, filhos do mesmo Pai e, principalmente, promovendo a dignidade de todos nossos irmãos e irmãs, sejam onde estiverem, na classe social, humana, seja na raça, no credo, na condição em que estiverem, todos são nossos irmãos”, destacou. “Talvez essa carta vai nos ajudar bastante nesse passo que a gente precisa dar adiante como comunidade de fé, com uma matriz franciscana”, sugeriu. Frei César acolheu com alegria também o assessor da noite, Pe. Medoro. “Foi meu professor também, professor de uma grande parcela dos nossos frades. É uma pessoa muito próxima da nossa fraternidade, do nosso carisma. Participa com muita alegria dos nossos momentos formativos entre os formandos franciscanos e também dos nossos encontros pastorais. Então, hoje, vai ser um momento bastante oportuno de formação e desde já, Pe. Medoro, quero agradecer de coração por aceitar este convite e COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
695
//evangelização de partilhar um pouco da sua caminhada, da sua experiência e do seu conhecimento”, disse Frei César. Frei Medella também foi cordial. “Nem preciso dizer para o sr., Pe. Medoro, sentir-se em casa, porque sei que o sr. já se sente, do modo que é querido e estimado por todos nós. Muito obrigado”, disse. Pe. Medoro dividiu sua palestra em três momentos. No primeiro momento, dedicou-se a recordar os últimos documentos eclesiais, especialmente o Documento de Aparecida. Depois fez uma reflexão da realidade “que aí está” e, no final, deixou um tempo livre para o diálogo: “Que vocês possam trazer também suas colaborações e eventuais questionamentos”, pediu.
ROTEIRO DA PALESTRA Renovação da paróquia: Conversão pastoral em Comunidade de Comunidades A. A renovação da Paróquia à luz dos documentos eclesia mais recentes: 1. Documento da 5ª Assembléia do CELAM (Aparecida - 2007) Paróquia: casas e escolas de comunhão, comunidade de comunidades. Tríplice missão da paróquia:
munidades encarnadas em vista da missão. 3. Papa Francisco (CELAM 2013) Paróquia: comunhão e participação em vista da missão. Fonte e motivação da missão: o encontro pessoal com Jesus Cristo. Abertura ao diálogo com o mundo atual.
a- Formação permanente de discípulos-missionários (DAp n. 306);
Igreja da Misericórdia: “Aparecida quer uma Igreja Esposa, Mãe, Servidora, mais facilitadora da fé que controladora da fé” (n.5).
b - Assumir os dois desafios pastorais: viver em estado de missão e assumir a opção preferencial pelos pobres (DAp. 362); e
Servir a pessoa na sua totalidade: proximidade, encontro e companhia.
c - Conversão Pastoral da Paróquia em Comunidade de Comunidades Missionárias (DAp. 366). 2. Diretrizes Gerais da CNBB (2011-2015): Comunidades de discípulos-missionários (n.57). Comunidades alicerçadas na Palavra, com pluralidade ministerial (que supere a dicotomia clero/laicato) e plurais (n. 61-64). Setorização da paróquia (= maior autonomia na comunhão entre as comunidades: n. 62). Comunidades que sejam escolas de diálogo na própria Igreja e com a cultura plural que aí está. (n. 64) Conversão das estruturas para termos co-
696 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
Ir às “periferias existenciais” Paróquia como “Pólo Missionário” de: acolhida misericordiosa; discipulado a partir do encontro com JesusCristo; e missão solidária. 4. CNBB – Doc. 104: Comunidade de comunidades: uma nova paróquia Urgência da renovação paroquial pela conversão pastoral capaz de enfrentar o problema da territorialidade e da manutenção de estruturas absoletas à evangelização (n 95 – 133). Introdução: Opção pela paróquia implica na conversão de uma pastoral de mera conservação ou manutenção para assumir uma pastoral de-
cididamente missionária (cf. DGAE n. 26 e 57 e DAp n. 170) Jesus e a comunidade de discípulos a serviço do Reino: referência primeira e última para a conversão da paróquia em comunidade de comunidades. Capitulo I: A comunidade cristã encontra sua inspiração nas comunidades Neo- testamentarias (n. 6). Paróquia como comunidade “caseira” ( n. 22). Características da “Paróquia” Neo-testamentária: ensinamento dos apóstolos, comunhão, fração do pão e orações (At 2,42).(n. 36) Capitulo II: Santíssima Trindade: realidade fundante da Igreja e seu modelo, a comunhão (n. 42). Da Igreja Doméstica, Igreja nas casas, passa-se pouco a pouco à Paróquia, em sentido de Comunidade territorial (Ano de 381). Crítica histórica: a paróquia tem resistido às tentativas de renovação, priorizando a dimensão religiosa, sacramental em destrimento ou descuido da sua constitutiva dimensão missionária, profética e diaconal (n. 54) O Concilio Vaticano II resgata a paróquia como comunidade de comunidades, em comunhão com as demais paróquias; valorizan-
evangelização// do a comunhão diocesana. A Diocese é porção do Povo de Deus e a Paróquia é parte da porção do Povo de Deus. (n.57). Isso implica: passagem do territorial para o comunitário; passagem da dicotomia pároco/leigos a uma comunidade toda ministerial; passagem da dimensão meramente cúltica para a totalidade das dimensões de comunhão e missão da Igreja a serviço do Reino no mundo (Reino de Deus = o mundo do jeito que Deus quer) (n. 64). Resistência à conversão pastoral: concentração prioritária e quase exclusiva na liturgia sacramental e nas devoções (n. 91)
exige-se que tenha a Palavra de Deus como fonte,
Assuntos Econômicos Paroquiais e o planejamento pastoral. (n.192);
que viva na unidade da Igreja em comunhão com os bispos,
Repensar a gestão da comunidade, nos âmbitos pastoral e econômico (n. 195–196); e
que celebre os sacramentos,
A paróquia deve buscar sempre a unidade diocesana pela oração e pelos vínculos de pertença na ação pastoral orgânica e de conjunto. (n. 197).
que manifeste seu compromisso evangelizador e missionário, principalmente com os afastados, que seja solidária com os mais pobres e seja espaço de iniciação á vida cristã (n.138139)
B. Aspectos básicos da renovação da Paróquia na eclesiologia atual:
Renovação Paroquial: comunhão orgânica e missionária, em rede de comunidades (SD n. 58), de discípulos e missionários (DAp 172), onde se vive a comunhão e a participação a partir da fé em Jesus Cristo, pelo Reino de Deus. (n. 67 e 70).
Setorização das paróquias (formar lideranças para isso) (n154);
Duas noções norteadoras para a renovação da paróquia:
Interação de comunidades, movimentos e grupos (n.159);
Paróquia como casa de acolhida (casa da Palavra, do Pão, da comunhão e da caridade/ justiça)
Resgate da fraternura comunitária (n.168)
1. Comunidade de comunidades: necessidade de formação de comunidades menores (n. 153):
2. Conversão pastoral (n.171-190)
Casa aonde se faz a experiência comunitária de seguir Jesus Cristo.
Quem acolhe a Boa Nova do Reino de Deus muda sua vida de acordo com os valores que Jesus viveu e ensinou. (n. 171;
Capitulo III: A cultura em mudança de época: valores são questionados, novos modos de relacionamentos na comunidade (n.89).
As conversões pessoal e pastoral dependem da conversão a Jesus Cristo (n. 173). Conversões pessoal e a pastoral andam juntas (n. 174)
A Paróquia, hoje: realidade fragmentada, influenciada pelo momento cultural (n. 93), com três desafios básicos:
-Conversão dos ministros da comunidade por uma Igreja toda ministerial e que seja expressão da sua própria existência sacerdotal (n. 175). A renovação paroquial requer novas atitudes dos párocos e padres que atuam nas comunidades (n. 178).
no âmbito da pessoa: intimismo religioso, mudanças na família; no âmbito da comunidade: nova territorialidade, estruturas obsoletas na pastoral, relativismo e o fundamentalismo; e no âmbito da sociedade pós-cristã: o pluralismo cultural. Capitulo IV: A renovação paroquial implica a valorização da vida comunitária, aonde o Senhor se deixa encontrar (n. 134-136 e DAp 170). Recuperar as bases da Comunidade Cristã (At 2,42): Palavra, fraternura, liturgia e caridade. Critérios para reconhecer uma comunidade seguidora de Jesus Cristo e pertencente à sua Igreja:
3. Protagonismo dos cristãos leigos (n. 187): A vida, a missão e a co-decisão dos leigos na Igreja derivam do batismo; e sem as quais o próprio apostolado dos pastores não pode conseguir, na maior parte das vezes, todo o seu efeito (AA. 10). 4. Transformar as estruturas (n. 191-199): Necessidade urgente, firme e imediata de se abandonar as estruturas ultrapassadas que não favorecem a transmissão da fé - cf. DAp 365 ; DGAE n. 34. (n.191); Valorização dos Conselhos Pastorais e de
5. Proposições para a transmissão da fé e novas linguagens (das homilias às redes sociais...) (n. 200-209): criatividade, pequenas comunidades, ministérios leigos, formação, catequese de iniciação à vida cristã, presença e atuação dos jovens, liturgia/piedade popular, caridade, perdão e acolhida (n.210-235)
C. Atitudes práticas para a conversão pastoral das paróquias: 1. Descentralização: as decisões não poderão estar centralizadas na matriz e no pároco, mas nos Conselhos de Pastoral e de Assuntos Econômicos que, liderados pelo padre regem a “rede” de comunidades da paróquia, com decisões colegiadas. 2. Corresponsabilidade: a partir do batismo, tanto na missão como na vida comunitária, é preciso integração, respeito e liberdade. Do nível de assistente o fiel deve passar para o nível de participante, integrante, celebrante. Cessa a dependência e se cria a intercomunhão, que possibilita o diálogo maduro. 3. Ministerialidade: comunidade formada para ser toda ela ministerial, na unidade e diversidade, vivenciando o conjunto (junto-com). Necessidade de promover uma boa formação, tanto dos ministérios ordenados como dos não ordenados. 4. Pertença, a partir da palavra e da Eucaristia: é o enraizamento da pessoa na comunidade, através de atitudes de presença responsável, frequência às atividades, compromisso com a manutenção da comunidade, partilha... 5. Poder-serviço (Mt 20,28): com base no diálogo, verdade na caridade. Sempre se perguntar: o que posso fazer por minha comunidade ao invés de somente perguntar o que a comunidade faz para mim? Passar do poder eclesiástico (clerical) para o poder eclesial (comunhão responsável dos minisCOMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
697
//evangelização térios). Passar do clericalismo/centralismo para promover a comunhão e participação, para a participação de todos na vida, missão e decisões da Igreja. 6. Missionariedade: a comunidade deve ser missionária em si mesma e para fora de si. Quando aumenta muito, deve fundar outra a fim de não perder a irmandade. Protagonismo dos leigos. 7. Transformação social: está ligada ao Reino de Deus (“que tenham vida plenamente” - Jo 10,10). A centralização exclui os mais pobres, as periferias; Exclui os pobres da evangelização que é também promoção do bem comum, da felicidade da justiça e da paz que brota da fé. Superar o in-
dividualismo espiritual. Em uma sociedade excludente a paróquia deve ser profética.
ativismo pastoral anteposto à atenção pessoal
8. O futuro da paróquia depende em grande parte de ela apresentar-se como comunidade de vocacionados à liberdade, pois assim escreveu Paulo: “para a liberdade Cristo nos libertou” (Gl 5,1); e não como comunidade de necessidade, de obrigatoriedade, de tradição e ritos. Para isso, são necessários cristãos dispostos a enfrentar desafios, e o maior desafio é renovar-se constantemente sob impulso do Espírito Santo.
centralização no padre (clericalismo), que muitas vezes atinge os leigos também, ao reproduzirem atitudes autoritárias
9.Trêsperigosquearruínamavidaparoquial: supervalorização do aspecto econômico, administrativo e institucional
10. Abertura evangelizadora no passado tinha olhos fixos na paróquia, hoje a evangelização deve olhar a cidade toda, na qual está a paróquia. Assim, a paróquia deve ser na cidade onde se situa, um “Polo missionário”: centro de vivência do Evangelho e irradiação missionária. (Roteiro elaborado com inspiração no esquema da CNBB-SUL1) Pe. Medoro de Oliveira - medoro@uol.com.br.
SÍNTESE DAS RESPOSTAS DAS PARÓQUIAS Juntei tudo que vai na mesma linha, procurando ser fiel ao que os grupos disseram, embora juntar já seja uma forma de interpretar. 1ª QUESTÃO: O que sobretudo não pode faltar numa paróquia ou santuário franciscano? Note: Muitas vezes já aparece o como concretizar 1. Acolhimento: A paróquia ou santuário como casa de acolhida, com rosto humano, terno, misericordioso Acolhimento personalizado, com atenção à experiência de vida de cada pessoa e de toda criatura; Isso nasce de uma experiência de Deus semelhante a de Francisco que leva a considerar o mundo como nossa casa e acolher e servir a cada criatura como irmã; Leva ao perdão, abre caminho para a graça; Assim promover a pessoa, formar para o amor. 2. Compaixão/solidariedade para com os pobres: Uma paróquia samaritana, compassiva (resgate da opção preferencial pelos pobres). Isso se concretiza: Na assistência aos necessitados; Na proximidade com as “periferias existenciais” No dar espaço para os pobres serem Igreja; No compromisso com a justiça social; Os frades vivem a humildade, simplicida-
698 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
de, o “sine próprio” e são pobres com os pobres, positivos e felizes. 3. Fraternidade, diálogo, comunhão e participação : Uma paróquia ou santuário que se caracterize pelas relações fraternas, pela escuta, pelo respeito às diferenças, por ser uma comunidade das forças vivas que a compõe. Disso decorre: Missão baseada em todo o Povo de Deus e não centralizada nos frades; Os frades assumem o serviço pastoral como fraternidade; testemunho de bem querença entre os frades; Cultivo da sinodalidade (valorização das instâncias de participação e comunhão: assembleias, conselhos, coordenações); Comunhão corresponsável com toda a Igreja; Diálogo ecumênico e inter-religioso; O cuidado com todas as criaturas. 4. Espiritualidade franciscana: uma paróquia ou santuário que transpire o modo franciscano de viver o evangelho. É espiritualidade fundada na Palavra e que leva à missão. Os leigos têm sede de beber nesta fonte. Ajuda na motivação e renovação pastoral. Para tanto: Testemunho dos frades que cultivam sua espiritualidade; Calendário das celebrações franciscanas; Valorizar as concelebrações;
Homilias com temática franciscana; Resgatar as fontes franciscanas; Promover as devoções franciscanas; Oferecer outras formas de formação franciscana para os leigos. 5. Missionário : uma paróquia ou santuário com perspectiva missionária em todas as suas iniciativas 6. Cuidado com toda a criação: uma paróquia comprometida com a causa ecológica, motivada pela fé e espiritualidade franciscana Outros Formar bem e de forma madura os leigos para serem protagonistas da missão; Iniciação Cristã em estilo Catecumenal; Liturgia mais vivencial com centralidade na Palavra e Eucaristia; Fazer poucas coisas, mas bem feitas, com envolvimento, coragem e alegria; Dinamismo e uso de meios midiáticos para divulgação, formação e também nas celebrações. 2ª QUESTÃO: Que sugestões temos para que estes elementos se concretizem na vida e missão das paróquias e santuários? Note: Retomei os traços franciscanos que, segundo a questão anterior, devem estar presentes na paróquia ou santuário e listei
evangelização// as sugestões de concretização que lá ainda não tinham aparecido 1. Acolhimento: Valorizar o sacramento da penitência, o atendimento, a orientação espiritual; Promover a pastoral da acolhida; Acompanhar com carinho situações de pessoas, das famílias, das comunidades; Atenção às famílias enlutadas. 2. Compaixão/solidariedade para com os pobres: Fomentar em nossas paróquias um local de discussão, diálogo e questionamento da realidade; Participar da vida pública através dos conselhos municipais; Envolver mais gente da solidariedade com os pobres. Dar choque de realidade. 3. Fraternidade, diálogo, comunhão e participação: Aprimorar os capítulos das fraternidades e os conselhos pastorais onde ainda deixam a desejar; Administração pastoral e econômica de forma conjunta, fraterna e dialogal; Caminhar no sentido de uma pastoral de conjunto, superando o isolamento das pastorais e outras iniciativas; Fazer auto-crítica permanente tendo o Evangelho e a Regra como referência; Promover a integração entre os frades em formação e as fraternidades e sua missão. 4. Espiritualidade franciscana: Valorização dos símbolos franciscanos; Exposição de presépios; Ensaiar os cantos franciscanos; Apresentar aos paroquianos a vida de São Francisco e dos Santos(as) Franciscanos; Implementar encontros de formação franciscana. 5. Espírito missionário: Organizar missões populares com equipe composta de frades e leigos; “traduzir” os documentos da Igreja para o povo; Incentivar ou criar onde ainda não existe a PASCOM; Usar mais os meios midiáticos.
6. Cuidado com toda a criação: Promover atividades na linha da Laudato Si Observação geral: Que cada paróquia e santuário tenha um projeto pastoral e missionário com esses valores transversais, que devem estar presentes em todas as iniciativas. E são revistos nas instâncias de avaliação e discernimento. 3ª QUESTÃO: Como podemos promover a nossa comunhão, caminhando na direção de uma rede de paróquias e santuários e centros de acolhimento franciscanos? Antes de mais nada, foi lembrado que é preciso: - Participar ativamente das atividades já realizadas pela Frente; - Conhecer o plano de evangelização da Província, as diretrizes da Frente e relacioná-las com o plano diocesano e paroquial Mas apareceram muitas outras sugestões. Comecemos com as mais citadas: 1. Partilha das ações evangelizadoras nas diferentes áreas entre frades e leigos (enriquecem e ajudam a encontrar caminhos): garantir espaços para isso; escolher lugares e projetos evangelizadores significativos a serem partilhados; Rodas de conversas para renovar o ânimo, o entusiasmo, a maneira de agir; Aproveitar os encontros regionais para mais partilha; 2. Inter-ajuda: os membros de uma paróquia ou santuário esporadicamente ajudar em outro; Inter-ajuda nas formações específicas: liturgia, dízimo, retiro de lideranças etc; paróquias vizinhas podem promover visitas e intercâmbios periódicos (com palestras, testemunhos, celebrações, encontros festivos etc); 3. Ações evangelizadoras em conjunto (a exemplo das missões franciscanas da Juventude): missões; encontro da juventude, celebrações como a da Porciúncula ou espírito de Assis; 4. Formação em conjunto: formação de lideranças em nível provincial com encontros periódicos, que podem ser também de forma virtual; Semanas de formação (catequética, teológica, bíblica,
litúrgica; encontros de lideranças leigas com os freis, onde os frades sobretudo escutem; 5. Usar mais as possibilidades das novas mídias: mais encontros como este (custos menores e mais participação); Maior comunicação entre as paróquias para promoção do encontro. Sugestões: encontros de coordenadores de pastorais, reuniões de todos os conselhos pastorais, para que assim o caminhar de um seja inspiração para outros; Enviar para os encontros as pessoas que depois vão socializar o aprendizado; criar um link partilhado entre cada paróquia/santuário, com acesso livre, para partilhar a caminhada. Uma plataforma comum, com divisões por assuntos, temas. A ideia é ter um lugar na rede que reúna o que é vivido em cada lugar onde estamos, mas num formato aberto; Um arquivo compartilhado na nuvem com celebrações, cantos, daquilo que é produzido pelas paróquias e Santuários; Usar mais os meios de comunicação para divulgar as nossas coisas; interligar os meios de comunicação de nossas paróquias; Difundir os canais – links – franciscanos 6. Oportunizar (aos leigos) um contato mais direto (conhecimento) com a Espiritualidade/mística franciscana (encontros de oração, exercícios de espiritualidade); Outras sugestões: Promover mais eventos cuja organização tem diferentes lideranças, para compor um quadro plural: missas, celebrações especiais, festividades (pós-pandemia; Formar novos frades para o trabalho pastoral nas paróquias, qualificando melhor esta frente. Não improvisar! Ter pessoas formadas para nos assessorar; Banners conjuntos para postagens em massa (foi feito no mês vocacional); Intensificar a presença ministerial dos frades não ordenados; Caravanas para acompanhar ordenações e outros eventos em nível Regional; Priorizar a Igreja doméstica, descentralizando a paróquia ou santuário.
Frei Toni Michels COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
699
//evangelização
Sefras lança chamado nacional contra a fome epois de alimentar quase 5 mil pessoas por dia nas ruas do Rio de Janeiro e São Paulo por sete meses, os frades do Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) realizaram um ato para doar a refeição de número 1 milhão. O evento também foi palco do lançamento do relatório “A Fome Como Prato Principal”, que faz um retrato da fome durante a pandemia e aponta para uma agenda pública de seu combate. Este momento histórico em São Paulo teve a participação do Ministro Provincial da Província da Imaculada Conceição, Frei César Külkamp, do Vigário Provincial e Secretário para a Evangelização, Frei Gustavo Medella, e do Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua. Participaram autoridades, como a secretária Berenice Giannella, da Secretaria Municipal de Assistência Social – SMADS, a secretária Claudia Carletto, da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, e Silvia Salgado, representando todos parceiros, voluntários e doadores.
D
700 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
“No início do isolamento, decidimos não fechar nossas portas para acolher, cuidar e defender aqueles que mais precisavam, como a população em situação de rua e desempregada nas ruas de São Paulo e Rio de Janeiro. E nos deparamos com o cenário dramático da fome, que veio antes da febre da Covid-19”, lembra Frei José Francisco de Cássia, diretor-presidente Sefras. Segundo ele, a procura por alimento era tão grande que os frades
montaram emergencialmente uma tenda de doação de marmitas no Largo São Francisco, no centro de São Paulo. Foi o início de uma ação de enfrentamento à fome, que chegou a alimentar 6 mil pessoas diariamente e, no dia 27/10, completou 1 milhão de refeições distribuídas. Com 2 tendas franciscanas – uma segunda foi erguida no Largo da Carioca (centro do Rio de Janeiro) –, cinco cozinhas sociais e outros seis polos de distribuição de alimentos, que incluíram 22 mil cestas básicas e kits de higiene e proteção, a Ação Franciscana de Enfrentamento à Pandemia foi uma resposta à emergência social, que está na base do Serviço Franciscano de Solidariedade como organização humanitária. Embora fosse uma ação de emergência, os impactos duradouros da pandemia, em relação à desigualdade de renda e aumento da pobreza nos grupos já vulneráveis, demonstraram que a fome é um fator a ser combatido com ações de médio e longo prazo. “A alimentação passa, então, a ser o eixo principal de atuação dos franciscanos, em especial aos nosso públicos de atendimento: população em situação de rua, imigrantes e refugiados, idosos sozinhos e crianças de comunidades pobres e ocupações”, garante Frei José Francisco. Já no Largo da Carioca, centro da capital fluminense, o ato contou com a participação das chefs Flavia
evangelização//
Quaresma, uma das mais importantes do Brasil, e Anna Ribeiro, líder da cozinha do Gastromotiva (organização social parceira do Sefras), e dos chefs Frederic Monnier, representando a gastronomia e a comunidade francesa, e João Diamante, que também administra o projeto social “Diamantes na Cozinha”. “A solidariedade que presenciamos durante todos esses meses provam que um grande número de pessoas está disposto a acolher, a cuidar e defender dos mais desvalidos, dos mais invisíveis. É essa solidariedade que também nos move e que vale vidas”, considera o Frei José Francisco.
Relatório
Os sete meses de intenso trabalho e aprendizados deram origem ao relatório “A Fome Como Prato Principal - Um retrato do enfrentamento à fome durante a pandemia no Brasil”. “Mais do que um recorte sobre o trabalho franciscano no período, o documento é um chamado à ação, um compromisso que pode ser assumido por todos no combate à fome”, afirma Fabio Paes, coordenador de Desenvolvimento Institucional do Sefras. O relatório traz um Mapeamento de Boas Práticas na produção de alimentos e no acesso a estes ao longo
da pandemia, pesquisas recentes sobre o cenário da insegurança alimentar no Brasil e no mundo. Some-se a isso depoimentos de representantes de comunidades quilombolas e de pequenos agricultores no interior do Brasil, que mostram como a fome tem atingido esses grupos, e as análises da socióloga Regina Novaes, de Frei Betto, da historiadora Adriana Salay Leme e do coordenador do Movimento Fé e Política, Selvino Heck. Um dos grandes destaques da publicação, no entanto, é o lançamento da Frente Nacional de Erradicação da Fome, que será formada por diversos setores da sociedade, como movimentos sociais, chefs renomados, intelectuais, gestores públicos e organizações não governamentais. Tod os são bem-vindos na Frente e quem tiver interesse em fazer parte, basta acessar www. fomebr.org.br. Espera-se que esse grupo, liderado pelos franciscanos, contribuam para o Relatório Popular Alternativo sobre o Enfrentamento à Fome no Brasil, que fará um balanço anual sobre o tema no país a partir de 2021.
Comunicação do Sefras COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
701
//evangelização
Sefras recebe Medalha Menção Honrosa da Arquidiocese de São Paulo a noite do dia 11 de novembro, o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) recebeu das mãos do Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, a Medalha de Menção Honrosa São Paulo Apóstolo. A iniciativa acontece desde 2015 e tem como objetivo valorizar,
N
estimular e dinamizar a vida eclesial e pastoral da Arquidiocese. A premiação é concedida em sete categorias de pessoas e três categorias de instituições e entidades. O diretor-presidente do Sefras, Frei José Francisco de Cássia, representou a Província Franciscana da Imaculada Conceição, trabalhadores, voluntários,
parceiros e doadores ao receber a medalha de reconhecimento do trabalho social enquanto uma Igreja que extrapola os limites do templo e se faz presença evangelizadora no meio dos pobres e marginalizados. “Os tempos são desafiadores para atuação da Igreja enquanto presença evangelizadora. Tendo sempre como foco nosso compromisso de acolher, cuidar e defender, desenvolvemos um trabalho de impacto de combate à fome, que nas realidades mais difíceis sobrepôs as questões da saúde”, afirmou Frei José Francisco. Ao receber a medalha, Frei José estendeu o reconhecimento aos voluntários, que com a generosidade de milhares de doadores e parceiros ajudaram a extrapolar um milhão de refeições entregues desde março. “Antes da febre e do frio, fomos surpreendidos pela fome. A Tenda Franciscana se transformou num grande espaço de mobilização e articulação de pessoas que, independente do credo, uniram-se nesse compromisso de cuidado com a vida e que, enquanto Igreja, tornou-se expressão viva do Evangelho”, acrescentou. Por conta da pandemia da Covid-19, a cerimônia de entrega teve participação presencial reduzida, mas foi transmitida pela TV PUC no YouTube e no Facebook.
Comunicação do Sefras
Ah! Que coisa boa é essa tal de vida... Quando escalo uma montanha, eu avisto a vida, Quando caio nas águas do mar, eu mergulho na vida, Quando colho as flores amenas do jardim, sinto o perfume da vida, Quando abraço aquele amigo que está ao meu lado, emociono-me com a vida, E quando vejo a pequena criança que nasce, Ah! Sim... Eis o valor da vida... Que coisa boa essa tal de vida...
702 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
Frei Carlos Nunes Corrêa
evangelização//
Veja a série “Fratelli Tutti” o mês de outubro, “os olhos do mundo” voltaram-se para Assis, na Itália, berço da Ordem dos Frades Menores. Ao mesmo tempo em que a Família Franciscana celebrava o dia de seu fundador, São Francisco de Assis, a Igreja, na pessoa do Papa Francisco, lançava uma nova Encíclica inspirada no Santo de Assis, a já conhecida ‘Fratelli Tutti’, que quer dizer: ‘Somos todos irmãos’. Os frades franciscanos do Conven-
do também pensamentos e histórias do Santo de Assis. Além disso, cada episódio terminou com uma oração!
QR CODE
Escaneie o código do Qr Code e tenha acesso completo aos textos e vídeos da série!
N
to do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis lançaram a série “Fratelli Tutti”, uma reflexão sobre a Encíclica do Papa Francisco com enfoque franciscano. Em dez episódios, os vídeos apresentaram alguns pontos de toda a recente Encíclica do Sumo Pontífice, oferecen-
Pastoral da FAE promove Missão Franciscana on-line o dia 24/10, a Pastoral Universitária da FAE promoveu a Missão Franciscana FAE, na modalidade on-line. A ação teve dois momentos: de manhã, uma palestra formativa e um bate-papo com o Frei Gilberto da Silva, com o tema “Como a Espiritualidade Franciscana contribui com a nossa Formação Integral”. À tarde, um encontro missionário com funcionários e professores da FAE Centro Universitário, de Curitiba/PR. Participaram desses dois momentos, a equipe e voluntários da Pastoral Universitária da FAE, Frei Ruan Sguissardi e Frei Gabriel Nogueira, do Convento São Boaventura. Frei Gilberto abordou algumas possíveis definições sobre a espiritualidade, como por exemplo, uma transformação que a mística produz na pessoa. E, essa mística é o encontro com o Sagrado. Logo em seguida, explicou a função prática da espiritualidade, que ajuda o ser humano a fazer um caminho de reflexão,
N
discernimento e ressignificação. Frei Gilberto exemplificou, a partir da espiritualidade do Novo Testamento. Na sequência, discorreu sobre a espiritualidade de Francisco de Assis que nasce de uma crise humana e religiosa. A partir de então há uma busca por uma resposta e o encontro com o Evangelho, que levou a inúmeros gestos concretos. Frei Gilberto evidenciou alguns valores da espiritualidade franciscana e como podem contribuir para nossas relações com todas as criaturas, sobretudo para ressignificar determinados sentimentos. Nesse sentido, a espiritualidade franciscana contribui para uma formação integral, pois nos ajuda a compreender que não somos
seres acabados, mas seres em caminho e em relação. Assim, acontecimentos e experiências enriquecem a nossa vida. Essa percepção contribui para sermos apaixonados pela criação e para um processo de ressignificação de nossas atitudes, a partir do Sagrado. No período da tarde, um grupo de 9 voluntários e 2 frades realizaram um gesto concreto. Realizaram visitas on-line para 9 colaboradores da FAE Centro Universitário, entre funcionários e professores. Como dito na palestra do período da manhã, com o Frei Gilberto, a tecnologia pode dificultar ou facilitar a Formação Integral. A experiência realizada nessa tarde do dia 24 de outubro contribuiu para facilitar. Foi um momento de muita expectativa por estar sendo realizada pela primeira vez de forma totalmente on-line.
Frei Ruan Sguissardi, Frei Gabriel Nogueira e Wellington Kihara PELA PASTORAL UNIVERSITÁRIA FAE COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
703
//evangelização
Ação de Graças marca “I Congresso On-line” da Federação dos Meninos Cantores do Brasil ‘I Congresso Online Pueri Cantores’ é um evento realizado pela internet com objetivo de motivar, incentivar e dar esperança aos corais de meninos, meninas e de jovens de todo o Brasil e do mundo, que devido à pandemia estão com seus coralistas em casa e impedidos de continuar sua missão de evangelizar e de cantar os louvores a Deus através da música e do canto na liturgia”. Foi com essas palavras que o celebrante, Frei Marcos Antônio de Andrade, iniciou a Celebração Eucarística em Ação de Graças pela Federação dos Meninos Cantores do Brasil, no dia 11 de outubro.
O
704 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
No comentário inicial, o maestro do Instituto dos Canarinhos de Petrópolis (IMCP), Marco Aurélio Lischt, saudou todos os coros participantes do “I Congresso On-line Pueri Cantores” da Federação, são eles: Coral dos Canarinhos de Petrópolis (RJ), Coral de Pratápolis (MG), Coral Mater Verbi (MG), Coral Carpe Diem (SC), Coral Pequenos Cantores de Cássia (MG), Coral Pequenos Cantores de Passos (MG), Coral Canarinhos de Itabirito (MG), Meninos Cantores de Campinas (SP), Coral Arautos do Grande Rei (SC), Coral Meninos Cantores de Novo Hamburgo (RS), Coral Meninos Cantores de Nova Erechim (SC), Coral Mater Eclesiae (MG) e o Coral
Canarinhos de Campo Largo (PR). Acolheu especialmente a Delegação da República Democrática do Congo que também participou deste evento. A celebração foi transmitida pelas mídias sociais. O Coral dos Canarinhos de Petrópolis é o coro mais antigo do país e, desde 1942, canta na Missa das 10 horas na Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Neste ano, devido às restrições sanitárias, os frades do Tempo da Teologia do Convento Franciscano do Sagrado assumiram este compromisso e, sob a regência de Marco Aurélio, continuam evangelizando através da música. “Nestes tempos de pandemia, agradeço a disponibilidade dos frades
evangelização//
que estão nos ajudando a rezar e elevar nossos louvores a Deus”, destacou o celebrante. “Na pessoa do presidente Messias Donizete Faleiros, quero dizer a todos os coros dos meninos e das meninas para que continuem firmes. Estamos esperando vocês de volta para nos ajudarem a cantar e louvar o nosso Deus em nossas celebrações. Mantenham firmes a esperança e a fé porque tudo isso vai passar”, disse Frei Marcos. Sobre a liturgia do 28º Domingo do Tempo Comum, Frei Marcos refletiu sobre o banquete narrado no Evangelho de Mateus (22, 1-14). Para ele, o banquete significa o encontro fraterno, o ágape de irmãos e irmãs e o encontro do amor. “Isto
concretamente para nós é a eucaristia”, sublinhou. Após a comunhão, Frei Marcos fez memória dos fundadores da Federação Nacional, que foi criada em 1967 pelo Frei Leto Bienias e Pe. José Maria Wiesniesvsky. Destacou também a importância e condução por muitos anos do do franciscano e músico Frei
José Luiz Prim. Lembrou do regente Teodolino José de Souza, conhecido como Théo, do Coral dos Canarinhos de Campo Largo (PR), que neste ano faleceu vítima da Covid-19. “Que Maria nossa mãe interceda a Deus por cada um de nós, por todos os coros da Federação, nos concedendo esperança e força, para continuarmos nossa missão revestidos de Cristo”. Logo em seguida, convidou o coro dos frades a entoar um cântico em louvor a Maria. “Continuemos conectados pelo coração. Contem com nossa oração e apoio. Se Deus quiser, em breve estaremos novamente todos juntos”, disse o celebrante encerrando a celebração com a solene bênção final.
Frei Augusto Luiz Gabriel COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
705
//evangelização
Workatona 2020: alunos da FAE criam projetos de inovação para uma das maiores empresas do mundo ais de 400 estudantes estiveram conectados durante uma maratona acadêmica que durou 12 horas ininterruptas e que ocorreu no dia 17 de outubro, em Curitiba (PR). A Workatona, tradicional evento organizado pela FAE Centro Universitário e que está em sua 4.ª edição, teve que se adaptar ao atual momento e foi realizada totalmente on-line, reunindo virtualmente alunos de graduação, pós-graduação, ex-alunos da Instituição, professores e profissionais de diferentes áreas do mercado para enfrentar um desafio real proposto pela Mondelēz International. A multinacional, presente em mais de 150 países e tendo o Brasil como sua 4.ª maior operação no mundo e a maior fábrica de chocolates localizada em Curitiba (PR), surpreendeu os participantes da Workatona. Durante a abertura do evento, lideranças da empresa revelaram que um dos
M
706 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
produtos mais populares da companhia, o chiclete Trident, seria o centro das atenções dos competidores. Mais especificamente, o desafio foi sugerir um novo conceito de embalagem para o produto. De acordo com Paula Angeli, Open Innovation Sr Leader na Mondelēz International, o desafio proposto está diretamente relacionado com a agenda de sustentabilidade e inovação da empresa. “A Mondelēz Internacional busca inovar e renovar seu portfólio com opções que vão desde a indulgência ao bem-estar para atender às necessidades e anseios dos nossos consumidores. Então, contar com a participação e criatividade dos alunos da FAE, que representam uma importante faixa do nosso público, nesse processo é muito enriquecedor para a marca. Além disso, a postura desses alunos reflete o comprometimento e a seriedade da FAE como uma parceira de inovação da Mondelēz Interna-
cional no Brasil”, explica. Atualmente, a marca Trident representa para a Mondelēz 61% do market share em seu segmento.
Ensino na prática e desafios reais
Para o reitor da FAE, Jorge Apóstolos Siarcos, a quarta edição da Workatona somou duas situações reais que colocaram os estudantes em um cenário complexo, semelhante ao mercado de trabalho. “Primeiramente, temos o desafio proposto pela empresa parceira, ou seja, naquele momento os alunos fizeram parte do processo de criação de uma multinacional, mesmo de forma voluntária. Outro aspecto foi a adaptação do modelo presencial do evento para o ambiente on-line. Em resumo, a Workatona traduz na prática o conceito de aprendizagem em que a FAE acredita, que está diretamente ligado com o saber a teoria com profundidade, fazer com assertividade
evangelização// e atitude empreendedora e ser um profissional completo por meio de uma formação integral”, destaca. Ainda em relação ao formato digital do evento, o pró-reitor Administrativo da FAE, Eros Pacheco Neto, ressalta o suporte dado pela Instituição aos participantes. “Nossa equipe administrativa tem desenvolvido novas habilidades e obtido muitas experiências durante este momento temporário de ensino remoto. Dessa maneira, a estratégia dos times que atuam nos bastidores e que dão suporte à equipe acadêmica foi fundamental para o sucesso do evento, fazendo com que os nossos funcionários também parti-
cipassem ativamente desse desafio de 12 horas!”, complementa.
Inovação na educação
De acordo com o pró-reitor Acadêmico da FAE, Everton Drohomeretski, a Workatona pode ser considerada um dos maiores eventos de inovação da Brasil e uma das maiores salas invertidas do mundo. “São 12 horas de atividades, uma parceria entre academia e empresa multinacional, um problema real, centenas de alunos incomodados, dezenas de mentores prontos para inspirar as equipes e uma infraestrutura de apoio de excelência!”.
Próximos passos
Agora, as ideias e os insights provocados pelas centenas de participantes serão avaliados com mais detalhes pela Mondelēz International. As propostas mais viáveis e inovadoras poderão contribuir para a construção dos planos estratégicos da companhia e para o pipeline de inovação da marca.
Premiação
Quatro equipes foram premiadas na Workatona, incluindo primeiro, segundo e terceiro lugares na categoria Graduação e o primeiro lugar na categoria Pós-graduação e Ex-alunos.
Feira de Iniciação Científica revela os talentos do Colégio Bom Jesus 6.ª edição da Feira de Iniciação Científica do Ensino Médio (Ficem) e a 2.ª edição da Feira de Iniciação Científica do Ensino Fundamental (Ficef) foram desafiadoras e históricas! Neste ano, elas aconteceram por meio de videoconferências e contaram com a participação de mais de 200 alunos, de cinco estados. Entre os dias 15 de setembro e 15 de outubro, os jovens pesquisadores do Bom Jesus defenderam seus trabalhos para uma banca avaliadora, que leu as pesquisas de antemão e usou o tempo on-line para fazer comentários e questionamentos. Além de ser a distância, as feiras científicas de 2020 trouxeram outra novidade: uma premiação de voto popular que reuniu mais de 27 mil votos. De acordo com o organizador das feiras científicas do Bom Jesus, professor Adalberto Scortegagna, um dos grandes desafios para a realização do evento e a produção dos trabalhos científicos foi a atual pandemia. “Contudo, com planejamento e criatividade, transformamos os
A
“Geração de energia por meio de bactérias presentes no solo” foi o projeto vencedor de Jackelyne Ferreira Paredes. problemas em grandes oportunidades e possibilidades de superação e inovação. O resultado disso foi a inscrição de 132 pesquisas e a participação de mais de 230 alunos, todos eles envolvidos com temas atuais e que impactam diretamente a sociedade”. A cerimônia de premiação acon-
teceu no Youtube do Colégio Bom Jesus e abrangeu as categorias “Engenharias”, “Sociedade/Educação”, “Terra” e “Vida” na Ficef e “Engenharias”, “Sociedade”, “Educação”, “Terra” e “Vida” na Ficem.
Juliano Franco Zemuner
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil NOTÍCIAS DA REUNIÃO DO DEFINITÓRIO PROVINCIAL São Paulo, 16 a 18 de novembro de 2020 Definitório Provincial se reuniu nos dias 16 a 18 de novembro com todos os membros e, pela primeira vez desde o início da atual pandemia, de forma presencial. E foram três dias inteiros de trabalhos com uma pauta extensa, mas vencida com persistência e determinação. Cada dia foi iniciado com a Celebração Eucarística trazendo sempre as intenções de toda a Província. A primeira sessão, no dia 16 de novembro, foi aberta por Frei César Külkamp dando as boas vindas a todos que fizeram este sacrifício de vir para a reunião. Convidou os presentes a fazer memória de alguns acontecimentos marcantes da vida da Província desde o último encontro, no dia 03 de setembro. Foram lembrados os frades falecidos, Frei Gregório Martins (11/09) e Frei Policarpo Berri (04/10) e os confrades enfermos, Frei Vilmar Alves, Frei Fidêncio Vanboemmel e Frei Euclydes Pezzamiglio. Dos acontecimentos, o destaque foi para os 20 anos do SEFRAS (17/09), o Encontro virtual da Fraternidade Provincial (24 e 25/09), os 30 anos presença da Província em Angola (25/09), os 50 anos da Paróquia Santo Antônio, em Sorocaba (11/10), as celebrações do Santo Frei Galvão no Santuário, em Guaratinguetá (25/10), a cerimônia de entrega da refeição um milhão na Tenda Franciscana da Solidariedade (27/10) e os 80 anos da Paróquia São Luiz Gonzaga, de Xaxim que será em breve (21/11). Em tudo isso podemos colher belos testemunhos de simplicidade e disposição evangelizadora na vida e na missão da Província. Os definidores fizeram uma partilha sobre si mesmos, suas fraternidades de acompanhamento e da caminhada provincial nestes dois anos de Definitório. Destacou-se que a realidade da pandemia urgiu boa vontade das Fraternidades pelo impacto e desgaste provocado nas relações e nas condições de insegurança para o serviço evangelizador. Reconhece-se o esgotamento provocado pelo longo tempo de distanciamento social, mas também a confiança de que a vida fraterna e a fidelidade na vida de oração são dimensões importantes para a superação das dificuldades. Os gestos concretos de solidariedade, nos grandes centros e em cada lugar de nossa presença, foram proféticos e resgatam uma dimensão importante de nossa
O
708 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
identidade franciscana. A presença dos leigos no serviço das entidades coligadas e, principalmente, nas paróquias foi um sinal de protagonismo. Muitas atividades transmitidas pelas mídias só foram possíveis graças à colaboração de voluntários e agentes de pastoral. Isto desde a catequese, as celebrações, as aulas, os encontros formativos e tantas outras iniciativas de cada Frente de Evangelização como também dos serviços da Formação e do SAV. O Definitório procurou se fazer presente em algumas Fraternidades, mantendo o diálogo constante com os frades e mediando algumas situações de maior necessidade. Da mesma forma, os serviços da Sede Provincial. Houve consenso de que os desafios do ano foram muitos, mas a resposta dos frades e das Fraternidades merece reconhecimento pela criatividade na busca de proximidade com as pessoas e no esforço de adaptação dos nossos meios às exigências que foram surgindo. Depois da partilha, a moderação das sessões foi assumida por Frei Mário Tagliari. Grande parte dos assuntos nelas tratados segue abaixo.
1 Secretariado de Formação e Estudos
Frei João Francisco da Silva, Secretário para Formação e os Estudos, partilhou algumas impressões dos encontros do Secretariado, principalmente das indicações do Conselho de Formação. Disse que permanecem os desafios e oportunidades trazidos pela atual pandemia nas Fraternidades e nas Casas de Formação. Muitas Fraternidades já realizaram o retiro anual e outras o estão programando. O estudo do documento “Fidelidade e Abandonos” foi bem aproveitado individualmente e fraternalmente. É importante recordar que as conclusões dessas reflexões devem ser enviadas à Secretaria Provincial e partilhadas nos encontros regionais. O Encontro Formativo de toda a Fraternidade Provincial, com moderação de Frei Estêvão Ottenbreit, foi bem avaliado e trouxe bons questionamentos acerca das nossas dimensões fundamentais. A sugestão é que encontros como este tenham continuidade. A participação das Fraternidades em conjunto foi muito boa. As questões
definitório provincial//
que ficaram como tarefa para as Fraternidades também devem ser enviadas à Secretaria Provincial para que sejam consideradas nos trabalhos da Comissão Preparatória do próximo Capítulo Provincial. O Conselho de Formação indicou que, mesmo com as restrições sanitárias, é importante manter os estágios pastorais de fim de ano, no recesso acadêmico dos frades estudantes de Filosofia e de Teologia. O contato com diferentes realidades da Província ajuda no bom discernimento vocacional e no conhecimento das realidades da Província. O SAV conseguiu realizar os estágios vocacionais, mas de forma mais distribuída pela Província, a fim de evitar deslocamentos e aglomerações maiores. Ao todo, participaram 34 jovens. O Definitório refletiu sobre este Serviço e sua importância. Ele configura uma das prioridades da Província, mas ainda carece de um trabalho mais efetivo nas Fraternidades e iniciativas de Evangelização. Os quadros da Formação Inicial refletem esta realidade. Existem novas situações sociais, culturais e familiares, mas precisamos qualificar nossa acolhida e o nosso anúncio vocacional.
2 Postulantado 2021 - aprovação
O Definitório aprovou que ingressem no Postulantado de 2021, em Guaratinguetá, no dia 27 de janeiro e, em Viana, no dia 11 de fevereiro, os atuais aspirantes: No Brasil: 1. Almiro Luna Xavier 2. Claudemir da Silva Pereira 3. Erick Eduardo dos Santos 4. Felipe Miguel Fiamoncini
5, Felipe Zaros 6. Filipo Carpi Girão 7. Francisco Barbosa Mouzinho Junior 8. Higor Augusto dos Santos 9. Lucas Alfredo Teston 10. Luiz Felipe Gouveia Palandi 11. Marcos Paulo Pacheco 12. Matheus Andrade Galvani 13. Paulo Vitor da Silva 14. Samuel Cavalcanti do Amaral 15. Vilmar José Bittencourt Júnior 16. Yure de Oliveira Telles Souza Em Angola: 1. Daniel Bungwe Soma 2. Dionísio Katenque Chingui 3. Eduardo César Himi 4. Emanuel Francisco Franco Mununga 5. José Matias Victor Flaviano 6. Luís Manuel Mugiba 7. Pedro Caiombe Samuco 8. Pedro Luis Manuel Mgiba
3 Noviciado 2021 - aprovação
O Definitório aprovou que sejam admitidos ao Noviciado de 2021, em Rodeio, no dia 05 de janeiro, e, em Quibala, no dia 09 de janeiro, os atuais postulantes: No Brasil: 1. Caio Santos da Silva 2. Felipe Luiz Mendonça 3. Raphael de Faria Costa 4. Ruan Ramiro Martins COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
709
//definitório provincial 20. Frei Simão Albino Katenha Kaquinta 21. Frei Simeão Kapiñgala Jamba 22. Frei Tomás Gaspar Joaquim 23. Frei Vicente Chocolate Barros
5. Samuel Corrêa Ribeiro 6. Sandro Francisco Bedim da Silva 7. Thiago de Carvalho Pereira Em Angola: 1. Benedito Cassoma 2. Benjamim Njle Songa 3. Bernardino Quessongo 4. Castro Domingos Gaspar 5. Dâmaso Tchembeka Muhepe 6. David Avelino Damião Vicente 7. Francisco Fernando Kanhanga Tchingandu 8. Francisco Mulimba Lino Tomás 9. José Cambanda Catimba 10. José Gregório Severino 11. Levi Lubaki Joaquim Afonso 12. Manuel Mbuta Chicunho 13. Manuel Sabino Anapaz Kassindula 14. Miguel Armindo Caquarta 15. Pio Cutopa Chongolola 16. Valter Muhongo Quimbundo
5 Renovação dos Votos – aprovação
O Definitório aprovou que renovem os votos na Ordem os confrades professos temporários No Brasil: Do tempo da Filosofia em Rondinha, no dia 08 de dezembro
3º ano de Profissão Temporária 1. Frei Bruno Gonçalves Cezário 2. Frei Ruan Felipe Sguissardi
2º ano de Profissão Temporária 3. Frei Daniel Maciel 4. Frei Franklin Matheus da Costa 5. Frei Gabriel Nogueira Alves 6. Frei Guilherme Plotegher Neto 7. Frei Josiélio da Silva Oliveira 8. Frei Lucas Moreira Almeida 9. Frei Marcelo Tadeu da Silva Cardoso 10. Frei Roberto Rocha da Silva 11. Frei Sérgio Hide Honna
1º ano de Profissão Temporária 12. Frei Daniel Carlos Teresa (FIMDA) 13. Frei Herculano José Nuñgulo (FIMDA) 14. Frei Inácio Filipe Puto (FIMDA) 15 Frei Irven Gabriel de Jesus dos Santos 16. Frei Jerónimo Cheia Mário (FIMDA) 17. Frei Venâncio C. Candundo (FIMDA)
4 Primeira Profissão – aprovação
O Definitório aprovou que façam a Primeira Profissão na Ordem, em Rodeio no dia 29 de dezembro e, em Quibala, no dia 09 de janeiro, os atuais noviços: No Brasil: 1. Frei Bruno Almeida de Mello 2. Frei Bruno Dias de Deus 3. Frei Gilberto Silveira da Costa Junior 4. Frei Vinícius de Oliveira Betim Em Angola: 1. Frei Abel Ernesto Nené 2. Frei Alberto Joaquim Manuel Gamba 3. Frei Borracha Raimundo Eduardo 4. Frei Dionísio Kapitango Uyombo Muhele 5. Frei Escovalo Gabriel Domingos 6. Frei Fernando Camaxilo Victor 7. Frei Gualter Filipe João Pascoal 8. Frei Hilário Kaleka Gonçalves Barros 9. Frei Januário Mendonça Barreto de Carvalho 10. Frei José Kapundi Rodrigues 11. Frei Luís José Fernandes 12. Frei Manuel Coloi Armando Camongua 13. Frei Manuel Katchingangu Singue 14. Frei Mário Catimba Dumbo Baptista 15. Frei Paulino Salamba Candondo 16. Frei Paulo Camuanguina Alexandre 17. Frei Paulo Kapindali 18. Frei Paulo Ngungu Ngumbe Gabriel 19. Frei Silva Kawia Ngueve Tchimo
710 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
Do tempo da Teologia em Petrópolis, no dia 05 de dezembro
6º ano de Profissão Temporária 1. Frei Crisóstomo Pinto Ngala (FIMDA) 2. Frei Honorato S. Gaspar Gabriel (FIMDA)
5º ano de Profissão Temporária 3. Frei André dos S. S. Mingas (FIMDA) 4. Frei José João Ganga (FIMDA) 5. Frei Miguel T. T. Filipe (FIMDA) 6. Frei Danilo Santos Oliveira 7. Frei Felipe Medeiros Carretta 8. Frei Thiago da Silva Soares
4º ano de Profissão Temporária 9. Frei Jonas Ribeiro da Silva
definitório provincial// Em Angola: Do tempo da Filosofia no dia 08 de dezembro 4º ano de Profissão Temporária 1. Frei António da Silva Manuel 2. Frei Bernardo João Cassinda 3. Frei Daniel K. T. Tchikeva 4. Frei Domingos Cacanda Soma 5. Frei Elias Hebo Luís 6. Frei Evaristo Seque Joaquim 7. Frei Feliciano Afonso Manuel 8. Frei Pedro D. Caiungue Mugiba 3º ano de Profissão Temporária 9. Frei Alberto C. Martinho Sambei 10. Frei António Sacaputo Maimo 11. Frei Eduardo J. Cavita Camunha 12. Frei Inoc Joaquim João 13. Frei Silverio Munga Cajonde 2º ano de Profissão Temporária 14. Frei Abel Ndala Sahuma Nganji 15. Frei Clementino Samuel Miguel 16. Frei David V. da C. Gaeita 17. Frei Domingos Macuva Paulo 18. Frei Luís António Gungo 19. Frei Valódia J. M. B. Domingos 1º ano de Profissão Temporária 20. Frei Adriano F. Sumbelelo 21. Frei Fernando José Dange 22. Frei Francisco Luís Lupasso 23. Frei Hilário Kapiñgala Ngundja 24. Frei João Pedro Pessoa Lima 25. Frei Silvano Kessongo Pinto Leitura o Ano Missionário em Angola, no dia 08 de dezemD bro 1. Frei João Manoel Zechinatto
6 Fraternidades Formadoras no Tempo da Teologia em 2021
Fraternidade São Francisco - Campos Elíseos 1. Frei Hugo Câmara dos Santos 2. Frei Heberti Senra Inácio Fraternidade Nossa Senhora Mãe Terra - Imbariê 3. Frei Gabriel Dellandrea 4. Frei David Belineli Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus 5. Frei Alfredo Epalanga Prego 6. Frei André dos Santos Sungo Mingas (FIMDA)
7. Frei Andrei Nascimento dos Anjos (S. Benedito) 8. Frei António da Silva Manuel (FIMDA) 9. Frei Augusto Luiz Gabriel 10. Frei Bernardo João Cassinda (FIMDA) 11. Frei Crisóstomo Pinto Ñgala (FIMDA) 12. Frei Daniel K. T. Tchikeva (FIMDA) 13. Frei Danilo Santos Oliveira 14. Frei Domingos Cacanda Soma (FIMDA) 15. Frei Edson Roberto de Andrade (7 alegrias de N. S.) 16. Frei Elias Hebo Luís (FIMDA) 17. Frei Evaristo Seque Joaquim (FIMDA) 18. Frei Fábio Melo Vasconcelos (S. Benedito) 19. Frei Felipe Medeiros Carretta 20. Frei Honorato S. Gaspar Gabriel (FIMDA) 21. Frei João Manoel Zechinatto 22. Frei Jonas Ribeiro da Silva 23. Frei Jorge H. Lisot Camargo (7 Alegrias de N. S.) 24. Frei José João Ganga (FIMDA) 25. Frei Miguel Tchiteculo Tchindjombo Filipe (FIMDA) 26. Frei Pedro D. Caiungue Mugiba (FIMDA) 27. Frei Pedro Renato P. da Silva (7 Alegrias de N. S.) 28. Frei Thiago da Silva Soares
7 Frades estudantes de Teologia em 2021, por turmas 1º ano de Teologia 1. Frei António da Silva Manuel (FIMDA) 2. Frei Bernardo João Cassinda (FIMDA) 3. Frei Daniel K. T. Tchikeva (FIMDA) 4. Frei Domingos Cacanda Soma (FIMDA) 5. Frei Elias Hebo Luís (FIMDA) 6. Frei Evaristo Seque Joaquim (FIMDA) 7. Frei João Manoel Zechinatto 8. Frei Pedro D. Caiungue Mugiba (FIMDA)
2º ano de Teologia 1. Frei André dos S. S. Mingas (FIMDA) 2. Frei Andrei Nascimento dos Anjos (S. Benedito) 3. Frei Danilo Santos Oliveira 4. Frei Edson Roberto de Andrade (7 Alegrias N. S.) 5. Frei Fábio Melo Vasconcelos (S. Benedito) 6. Frei Felipe Medeiros Carretta 7. Frei Jonas Ribeiro da Silva 8. Frei José João Ganga (FIMDA) 9. Frei Miguel T. T. Filipe (FIMDA) 10. Frei Thiago da Silva Soares 3º ano de Teologia 1. Frei Augusto Luiz Gabriel 2. Frei Crisóstomo Pinto Ngala (FIMDA) 3. Frei David Belineli 4. Frei Heberti Senra Inácio 5. Frei Honorato S. Gaspar Gabriel (FIMDA) COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
711
//definitório provincial
4º ano de Teologia 1. Frei Gabriel Dellandrea 2. Frei Hugo Câmara dos Santos 3. Frei Jorge H. L. Camargo (7 Alegrias N. Sra.) 4. Frei Pedro R. P. da Silva (7 Alegrias N. Sra.)
8 Transferências dos confrades estudantes – no Brasil e em Angola
1. Frei Abel Ernesto Nené - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda, como estudante; 2. Frei Alberto Joaquim Manuel Gamba - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante; 3. Frei Alfredo Epalanga Prego – da Fraternidade Nossa Senhora Mãe Terra de Imbariê, Duque de Caxias, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, como estudante. 4. Frei António da Silva Manuel - da Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, como estudante 5. Frei Bernardo João Cassinda - da Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, como estudante 6. Frei Borracha Raimundo Eduardo - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda, como estudante; 7. Frei Bruno Almeida de Mello - da Fraternidade São Francisco de Assis, Noviciado São José, em Rodeio, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante; 8. Frei Bruno Dias de Deus - da Fraternidade São Francisco de Assis, Noviciado São José, em Rodeio, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante; 9. Frei Daniel K. T. Tchikeva - da Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, como estudante 10. Frei Davi Belineli – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, para a Fraternidade Nossa Senhora Mãe Terra de Imbariê, Duque de Caxias, como estudante. 11. Frei Dionísio Kapitango Uyombo Muhele - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante; 12. Frei Domingos Cacanda Soma - da Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, como estudante
712 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
13. Frei Elias Hebo Luís - da Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, como estudante 14. Frei Escovalo Gabriel Domingos - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante; 15. Frei Evaristo Seque Joaquim - da Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, como estudante 16. Frei Fernando Camaxilo Victor - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante; 17. Frei Gilberto Silveira da Costa Junior - da Fraternidade São Francisco de Assis, Noviciado São José, em Rodeio, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante; 18. Frei Gualter Filipe João Pascoal - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante; 19. Frei Heberti Senra Inácio – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, para a Fraternidade São Francisco de Campos Elíseos, Duque de Caxias, como estudante e animador SAV local; 20. Frei Hilário Kaleka Gonçalves Barros - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante; 21. Frei Januário Mendonça Barreto de Carvalho - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante; 22. Frei João Manoel Zechinatto - da Fraternidade da Porciúncula de Viana, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, como estudante; 23. Frei José Kapundi Rodrigues - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante; 24. Frei Luís José Fernandes - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda, como estudante; 25. Frei Manuel Coloi Armando Camongua - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda, como estudante; 26. Frei Manuel Katchingangu Singue - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante; 27. Frei Mário Catimba Dumbo Baptista - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda, como estudante; 28. Frei Paulino Salamba Candondo - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda, como estudante;
definitório provincial// 29. Frei Paulo Camuanguina Alexandre - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante; 30. Frei Paulo Kapindali - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, como estudante; 31. Frei Paulo Ngungu Ngumbe Gabriel - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante; 32. Frei Pedro D. Caiungue Mugiba - da Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, como estudante; 33. Frei Silva Kawia Ngueve Tchimo - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda, como estudante; 34. Frei Simão Albino Katenha Kaquinta - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante; 35. Frei Simeão Kapiñgala Jamba - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda, como estudante; 36. Frei Tomás Gaspar Joaquim - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda, como estudante; 37. Frei Vicente Chocolate Barros - da Fraternidade Santo Antônio de Quibala, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante; 38. Frei Vinícius de Oliveira Betim - da Fraternidade São Francisco de Assis, Noviciado São José, em Rodeio, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como estudante.
9 Ano Missionário - 2021
1. Frei Ruan Sguissardi – da fraternidade São Boaventura de Rondinha, para a Fraternidade São José, Postulantado Frei Galvão, de Guaratinguetá, para serviços fraternos. Frei João Francisco da Silva foi nomeado seu mestre 2. Frei Bruno Gonçalves Cezário – continuará na Fraternidade São Boaventura de Rondinha ainda um semestre para conclusão do estudo de Filosofia 3. Frei Gustavo Junior Andrade dos Reis, da Província Santa Cruz, de Minas Gerais, e Frei Carlos Alberto da Costa Júnior, da Província do Santíssimo Nome de Jesus, de Goiás e Tocantins, farão o Ano Missionário junto ao Sefras, na Fraternidade Santo Antônio do Pari, em São Paulo. Frei José Francisco C. dos Santos, guardião da Fraternidade, foi indicado como mestre.
10 Egressos
Noviço angolano 1. Frei João Garcia Isaac Lucoqui - 10/11
Professos temporários angolanos 2. Frei Helder J. Mateus Domingos (4º ano de Filosofia) 30/10 3. Frei Pedro Isaías Luisa Vitangui (4º ano de Filosofia) 30/10 4. Frei Simão Cassua Horácio (4º ano de Filosofia) 30/10 5. Frei João Baptista Culiaquita (3º ano de Filosofia) 05/11
Professos temporários brasileiros 6. Frei Marcos Schwengber (3º ano de Teologia) 06/11/2020 7. Frei Lucas de Moura Justino Souza (Ano Missionário) 8. Frei Odilon Voss (Ano Missionário)
11 Pedido de retorno – aprovação
F elipe Zaros, de 29 anos, de Limeira, SP. Havia deixado o Postulantado em 2018. Retornará para a etapa do postulantado em 2021.
12 Pedido de ingresso – aprovação
alder Celso Alves de Oliveira Junior, ex-frade capuchiV nho, saiu no 3º Ano de Teologia. Tem 30 anos e é natural de Jundiaí, SP. Após análise de pareceres diversos, o seu pedido de ingresso foi acolhido. Será encaminhado para um tempo de convivência em 2021 na Fraternidade Nossa Senhora da Boa Viagem, na Rocinha, RJ, tendo Frei Antônio Michels como formador.
13 Ordenação diaconal – aprovação
L idos os diversos pareceres, o Definitório aprovou que sejam ordenados diáconos, no dia 19 de dezembro, em Petrópolis, os confrades do tempo da Teologia: 1. Frei Alan Leal de Mattos 2. Frei Canga Manuel Mazoa (FIMDA) 3. Frei Jefferson Max Nunes Maciel 4. Frei Jhones Lucas Martins 5. Frei Josemberg Cardozo Aranha 6. Frei Junior Mendes 7. Frei Mário Sampaio Pelu (FIMDA) 8. Frei Santana Sebastião Cafunda (FIMDA)
14 Frei João Pereira Lopes – exclaustração
E m carta de 13 de setembro, endereçada ao Ministro Provincial, Frei João Pereira Lopes pediu o consentimento do Definitório para encaminhar o indulto de exclaustração por até três anos. Neste período pede para servir à Diocese de Santos. Em carta de 11 de setembro, Dom Tarcísio Scaramussa, SDB, Bispo de Santos, confirmou a disposição do Conselho Presbiteral em receber \ Frei João nesta experiência pastoral. O Definitório deu o seu consentimento. COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
713
//definitório provincial 15 Frei Alisson Luís Zanetti – dispensa
pós período de discernimento com o Ministro ProvinA cial e com outros confrades, no dia 11 de novembro Frei Alisson fez oficialmente o seu pedido de desligamento da Ordem dos Frades Menores e de dispensa das obrigações que derivam da Ordenação Sacerdotal.
16 Frades estudantes no exterior – partilha
F rei César fez uma partilha sobre os frades que fazem seus estudos de pós-graduação em Roma e em Jerusalém. Frei Jean Carlos Ajluni, por correio eletrônico, relatou um pouco da rotina de estudos no Bíblico de Jerusalém (de forma remota), de convivência na Fraternidade do Convento São Salvador e das atividades pastorais possíveis neste segundo lockdown. Ele vai conseguindo bom êxito nas várias disciplinas e, após o ano de propedêutico, iniciou o primeiro ano do Mestrado. Frei Gilberto da Silva, por telefone, também transmitiu as situações vividas na segunda onda da Covid-19, atingindo de forma mais forte a saúde dos frades em vários Conventos da Itália. A Fraternidade Santo Antônio ainda está preservada do contágio, mas o desafio é grande nestes conventos com muitos frades residentes. Sua pesquisa, no doutoramento, está bem adiantada. Sua dificuldade maior é o acesso aos lugares de pesquisa. Ele falou também de Frei José Antônio dos Santos, cumprindo o programa de Licença em Teologia Espiritual, que já está bem familiarizado com o idioma italiano, com a rotina da Fraternidade e com os estudos. Aos poucos vai delineando a sua pesquisa que deverá focar a Espiritualidade da Missão Franciscana, particularmente na experiência de Angola. Os frades em estudos procuram manter contato com Frei César e com outros confrades. Demonstram sentir a comunhão com a vida da Província nestes contatos e seguindo as notícias que chegam pelos vários meios, especialmente as Comunicações e o grupo provincial no aplicativo WhatsApp.
17 Capítulo Provincial 2021 e revisão do Plano de Evangelização
Definitório apreciou algumas indicações do ConseO lho de Evangelização como metodologia de revisão do Plano de Evangelização (2016-2021). Os Conselhos dos dois Secretariados já vão se ocupando deste tema e da revisão de suas diretrizes que compõem o nosso Plano de Evangelização. O Definitório refletiu sobre estas indicações e também sugere que o Capítulo deve ser um momento forte para nos encontrarmos, nos escutarmos e juntos fazermos um discernimento para um bom recomeço em nossa vida e missão. Os secretariados devem ajudar para que a parte redacional do Plano e dos outros instrumentos não seja o foco. Neste sentido, será importante trabalhar uma boa metodologia a partir da Comissão Preparatória. É sempre importante que o Capítulo
714 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
aponte as prioridades e que estas sejam indicadores efetivos do caminho da Província. O trabalho que está em curso nas fraternidades, a partir dos subsídios “A Nossa Vocação entre abandonos e fidelidade”, e das questõesr do encontro da Fraternidade Provincial, trará boas indicações. É importante que este trabalho seja bem feito e chegue à Secretaria Provincial. A Comissão Preparatória poderá também enviar questões e pedir sugestões para que, desde já, o Capítulo Provincial seja bem celebrado e nos ajude a bem viver a nossa vocação e a nossa missão. Outro elemento destacado é que o nosso Capítulo Provincial deve se inspirar no Capítulo Geral e nas indicações mais recentes da Igreja. O Capítulo Geral está marcado para acontecer em julho de 2021, desta vez em Roma. Pode ainda ser protelado para setembro. O tema é: “Renovemos nossa visão. Abracemos nosso futuro.” Tem como inspiração a passagem da Carta aos Efésios 5,14: “Desperta... e te iluminará Cristo”. Há uma indicação de que o trabalho do CPO de Nairóbi será um instrumento de trabalho em torno de três eixos: a nossa vida fraterna e identidade carismática, o mundo dos jovens na perspectiva vocacional e o cuidado da casa comum. Da parte da Igreja temos a recente Carta Encíclica Fratelli Tutti, Irmãos Todos. No Definitório destacou-se uma parte, o número 8, que define bem o espírito deste documento pontifício: “Desejo ardentemente que, neste tempo que nos cabe viver, reconhecendo a dignidade de cada pessoa humana, possamos fazer renascer, entre todos, um anseio mundial de fraternidade.” partir dos Estatutos Particulares da Província, os DefiA nidores viram os encaminhamentos necessários a serem feitos em vista Capítulo Provincial. No mês de janeiro de 2021, o Ministro Provincial, Frei César Külkamp, através de decreto, deverá abrir o processo de preparação e nomear a Comissão Preparatória.
18 Secretariado para a Evangelização
Frei Gustavo W. Medella, Secretário para a Evangelização, fez uma avaliação da caminhada do Secretariado no último ano. Ressaltou as iniciativas das Fraternidades no sentido de qualificar os meios de comunicação e o olhar atento para as necessidades sociais. Foi elogiada a iniciativa da Frente da Comunicação com o programa Madrugada Franciscana, envolvendo várias Frentes e Fraternidades da Província. A boa ideia de aproveitar as iniciativas que já existem e aperfeiçoar em comunhão é um caminho a ser seguido. A Frente da Educação conseguiu se adaptar bem à realidade de pandemia e qualificar o ensino, levando adiante o cuidado da evangelização através do Ensino. A pandemia não impediu os encontros de formação, de programação e revisão do Secretariado.
definitório provincial// 19 Frei Gustavo W. Medella - Conclusão de especialização
Frei Gustavo Wayand Medella comunicou a conclusão do Curso de Especialização em Comunicação Empresarial, oferecido em modalidade EaD, pelo SENAC-Centro Universitário, no dia 31 de outubro de 2020, com a aprovação de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Nesta atividade, Frei Gustavo elaborou uma proposta de Plano de Comunicação voltada ao Serviço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS). Depois de catalogado, o trabalho estará à disposição na Biblioteca do SENAC, acessível, inclusive, via internet. Frei Gustavo agradeceu ao Ministro Provincial e ao Definitório pela aprovação de seu pedido, apresentado no dia 18 de fevereiro de 2019. O Definitório o parabenizou pelo bom êxito no estudo.
20 Redimensionamento – entrega e previsões
O Definitório debruçou-se sobre o caminho de redimensionamento feito ao longo dos últimos dois anos, com relação à devolução do cuidado pastoral de diversas paróquias às respectivas dioceses. Até o fim de janeiro de 2021 esta parte das entregas será concluída, com a entrega de mais três paróquias: 1. Paróquia N. Sra da Assunção (Morro do São Bento) e o Convento Santo Antônio do Valongo, em Santos, SP - 19 e 20 de dezembro de 2020; 2. Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Lages, SC 30 de janeiro de 2021; 3. Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Angelina, SC - 31 de janeiro de 2021. Este é um processo de dores por deixar bons lugares, povo bom e atuante, com carisma franciscano e muita estima pelos frades. Foi necessário muito diálogo através das trocas de correspondências, visitas e encontros pessoais. Cada situação apresentou suas particularidades e algumas tensões, mas, de modo geral, houve compreensão dos bispos e do povo, que reagiu com gratidão e reconhecimento. É importante destacar a colaboração das Fraternidades locais nos encaminhamentos de cada processo, o que deu leveza e fluidez aos processos. Das indicações capitulares está pendente a constituição de uma fraternidade no Eremitério Frei Egídio, embora um estudo já esteja elaborado sobre a dimensão contemplativa do nosso carisma, a configuração do nosso eremitério e com indicações de funcionamento.
21 Fraternidade Frei Leão – Composição da Fraternidade
O Definitório de 03 de setembro aprovou a criação da Fraternidade Frei Leão, em Itatiba, SP, ligada à Frente da Educação. O Bispo de Bragança Paulista, Dom Sérgio A.
Colombo, em contato recente com Frei César, deu o aval para a ereção da nova Fraternidade, que ficará instalada em parte privativa do novo “Centro Experimental Agro-Veterinário Frei José Veloso, OFM”. A Fraternidade ficou assim constituída: 1. Frei Vitório Mazzuco Filho – guardião e a serviço da Educação 2. Frei Thiago a. Hayakawa – vigário da casa, ecônomo e a serviço da Educação 3. Frei Alvaci Mendes da Luz – animador vocacional local e a serviço da Educação 4. Frei Gilberto G. Garcia -- a serviço da Educação e da Comunicação 5. Frei Pedro da S. Pinheiro – a serv. artes
Endereço: Rua Branca Lucia Roncatti, nº 55 Bairro da Moenda 13252760 Itatiba-SP
22 Projeto Centro Franciscano - ITF
O Definitório apreciou o relato da reunião realizada virtualmente com os confrades professores de Petrópolis no dia 05 de novembro acerca das possibilidades de novas frentes de atividades junto ao Instituto Teológico Franciscano, acolhendo o projeto do Centro Franciscano da CNSP-ASF, como retomada das ações desenvolvidas pelo antigo IFAN. A proposta é que o ITF, além da dimensão do ensino da teologia, passe a acolher a pesquisa sobre o ser humano nos seus aspectos filosófico, teológico, histórico, antropológico e sociológico, mobilizado a partir da boa tradição e visão humanística franciscana. Para tanto, poderá promover os estudos e a divulgação do Franciscanismo e de suas Fontes; como aprofundamento e difusão do conhecimento de São Francisco de Assis, seu Carisma, suas ações, escritos e biografias e todo o seu legado. Desta forma, o ITF pode ser um espaço referencial de debates sobre questões sociais, culturais, patrimoniais, espirituais e teológicas de nosso tempo, sobretudo ligadas à justiça social, aspectos ambientais e educação para a paz. É possível a realização de colóquios, simpósios, seminários, congressos e semanas de estudos e outros eventos ligados à pesquisa franciscana, bem como publicações, produção teórico-acadêmica mediante a edição de livros, revistas, coleções e outros projetos editoriais na linha franciscana. Possíveis parcerias poderão ser viabilizadas com a CFFB, outros pesquisadores e Universidades, a PUA, os Centros acadêmicos franciscanos etc. Os definidores tomaram conhecimento dos estudos que foram iniciados e incentivam que continuem os diálogos para otimização dos recursos humanos e materiais do ITF, a ampliação da pesquisa acadêmica relacionada ao COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
715
//definitório provincial carisma franciscano e sua inspiração para a nossa missão evangelizadora.
23 CNSP - Revisão dos Estatutos e eleição da nova diretoria
O Definitório conferiu o trabalho de revisão e atualização dos Estatutos da CNSP (Casa Nossa Senhora da Paz) apreciado na reunião de sua Diretoria, no dia 21 de outubro, e indicado para a aprovação do Definitório. Este, tendo presente o parecer favorável também da Dr. Luana Giosa, advogada da Província, votou pela aprovação dos novos Estatutos. Composição da Nova Diretoria da CNSP - Diretor-Presidente: Frei Thiago Hayakawa - Diretor-Vice-Presidente: Frei Vitório Mazzuco - Diretor-Secretário: Frei Mário Tagliari - Diretor-Administrativo: Frei Alvaci Mendes da Luz - Conselheiros: Frei Robson Scudela, Frei Gilberto Garcia e Frei Volney Berkenbrok
24 Santuário Frei Galvão – encaminhamentos
Desde a reunião de 29 de setembro de Frei César, Frei João Francisco da Silva e Frei Diego Melo com o Arcebispo de Aparecida do Norte, Dom Orlando Brandes, ficou acertado que os frades podem começar a ter presença no Santuário Arquidiocesano de Santo Antônio de Santana Galvão. Ficou acertado que, a princípio, o reitor do Santuário será ainda um padre da Arquidiocese, mas os frades devem estar presentes para serem conhecidos pelo povo e pelos devotos de Frei Galvão. Frei Diego Atalino de Melo e Frei Roberto Ishara fazem parte da Fraternidade do Postulantado, mas estão a serviço do atendimento, da acolhida de romeiros, das celebrações e dos programas de televisão. Integram também as comissões pastorais, administrativas e de construção do novo Santuário. Uma proposta de contrato entre a Arquidiocese e a Província já está nas mãos do Arcebispo. No dia da festa de Frei Galvão, Dom Orlando presidiu a missa da tarde, às 15h, e muitos frades participaram, como também um grande grupo de Irmãs Franciscanas Seráficas, Clarissas, além de membros da OFS, jovens e voluntários franciscanos ligados à Tenda Franciscana da Solidariedade. Destacou-se que a família Franciscana na Arquidiocese é grande e poderá ser qualificada, ainda mais, a partir da presença no Santuário Frei Galvão. Segundo Dom Orlando a presença dos frades dará identidade ao Santuário. Aos poucos essa presença vai acontecendo e sendo conhecida. Os passos futuros vão depender mais de tudo isso do que das tratativas jurídicas.
25 Nome dos Regionais
Depois da remodelação dos Regionais, dois deles, suge-
716 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
riram a mudança da nomenclatura. As sugestões foram acolhidas pelo definitório. 1. Leste Catarinense (Florianópolis, Santo Amaro da Imperatriz, Balneário Camboriú, Gaspar, Blumenau, Rodeio, Ituporanga); passa a ser chamado Regional Vale do Itajaí e Leste Catarinense; 2. Planalto e Oeste Catarinenses e Sudoeste do Paraná (Lages, Curitibanos, Luzerna, Concórdia, Xaxim, Coronel Freitas, Pato Branco e Chopinzinho); passa a ser chamado Regional Frei Bruno.
26 Processo de Beatificação de Frei Bruno Linden
Os definidores tomaram conhecimento sobre o andamento do processo de beatificação de Frei Bruno Linden. Frei Estêvão Ottembreit informou que a pandemia está atrapalhando um pouco o andamento do processo de Frei Bruno. Segundo ele a peça-chave e a mais custosa é a “Positio” (resumo de todo o processo). Esta já está encaminhada e deverá ser impressa em breve. Frei Clarêncio Neotti está finalizando e, certamente, será uma peça literária excelente. Quando sair a aprovação do revisor que atualmente lê e avalia o processo, já poderemos apresentar a “Positio” que será um grande ganho de tempo. Esta “Positio” impressa vai para as mãos dos cardeais e, se tudo der certo, resulta na declaração de Frei Bruno como Venerável.
27 Transferências diversas
1. Frei Alan Leal de Mattos – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, para a Fraternidade São Pedro Apóstolo de Pato Branco a serviço da evangelização; 2. Frei Alan Maia de França Victor - após um período de licença na Arquidiocese do Rio de Janeiro, foi transferido para a Fraternidade São Luís Gonzaga de Xaxim como vigário paroquial; 3. Frei Alberto Eckel Junior – da Fraternidade São Francisco de Assis, de Rodeio, para a Fraternidade São Francisco de Assis de São Paulo, como atendente conventual; 4. Frei Alvaci Mendes da Luz – da Fraternidade São Francisco de Assis de Bragança Paulista, para a Fraternidade Frei Leão de Itatiba, SP, a serviço da Educação e animador do SAV local; 5. Frei Angelo Vanazzi – da Fraternidade São Francisco de Assis de Chopinzinho, para a Fraternidade São Francisco de Assis de Rodeio, como atendente conventual; 6. Frei Canga Manuel Mazoa – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis para a Fraternidade do Seminário Monte Alverne de Malange, como vice-orientador e a serviço da evangelização; 7. Frei Dionísio Ricieri Morás – da Fraternidade São
definitório provincial// José de Lages, para a Fraternidade do Seminário Santo Antônio de Agudos como atendente conventual; 8. Frei Evaldo Ludwig - da Fraternidade São Luís Gonzaga de Xaxim, para a Fraternidade Bom Jesus dos Perdões de Curitiba como atendente conventual; 9. Frei Florival Mariano de Toledo – da Fraternidade Bom Jesus dos Aflitos de Sorocaba, para a Fraternidade São Francisco de Assis de São Paulo, como atendente conventual; 10. Frei Gilberto G. Garcia – da Fraternidade São Francisco de Assis de Bragança Paulista, para a Fraternidade Frei Leão de Itatiba, SP, a serviço da Educação e Comunicação; 11. Frei Hipólito Martendal – da Fraternidade Santo Antônio do Valongo de Santos para a Fraternidade Santo Antônio do Pari, em São Paulo, como vigário paroquial; 12. Frei Jefferson Max Nunes Maciel – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, para a Fraternidade da Porciúncula de Viana, como vice-mestre, a serviço da evangelização e animador do SAV local; 13. Frei Jhones Lucas Martins – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, para a Fraternidade São Francisco de Assis de São Paulo, a serviço da evangelização e animador do SAV local; 14. Frei João Maria dos Santos – da Fraternidade Nossa Senhora da Conceição de Angelina, para a Fraternidade São José, Postulantado Frei Galvão, em Guaratinguetá, como atendente conventual; 15. Frei José Martins Coelho – da Fraternidade São Francisco de Assis, SP, para a Fraternidade São João Batista de São João do Meriti, como vigário paroquial; 16. Frei Josemberg Cardozo Aranha – da Fraternidade São Francisco de Assis de Campos Elíseos, Duque de Caxias, para a Fraternidade São Francisco de Assis de Rodeio, como vice-mestre e a serviço da evangelização; 17. Frei Junior Mendes – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, para a Fraternidade São Francisco de Assis de Chopinzinho, a serviço da evangelização e animador do SAV local; 18. Frei Leandro Ferreira Silva – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, para a Fraternidade São Francisco de Assis de Luanda a serviço dos projetos sociais; 19. Frei Mário Sampaio Pelu – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, para a Fraternidade Santo Antônio de Quibala como vice-mestre; 20. Frei Osvaldo Lino Luiz – da Fraternidade Nossa Se-
nhora da Conceição de Angelina, para a Fraternidade São Pedro Apóstolo de Pato Branco como vigário paroquial; 21. Frei Paulo Cesar M. Borges – da Fraternidade Nossa Senhora da Conceição de Angelina, para a Fraternidade do Convento Santo Antônio do Rio de Janeiro, como vigário da casa e atendente conventual; 22. Frei Pedro da S. Pinheiro – da Fraternidade Santo Antônio de Agudos, para a Fraternidade Frei Leão de Itatiba, SP, a serviço das Artes; 23. Frei Roger Strapazzon – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, para a Fraternidade São Boaventura de Rondinha, como vice-mestre; 24. Frei Santana Sebastião Cafunda – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, para a Fraternidade São Damião de Malange, a serviço da evangelização; 25. Frei Thiago A. Hayakawa – da Fraternidade São Francisco de Assis de Bragança Paulista, para a Fraternidade Frei Leão de Itatiba, SP, como vigário da casa, ecônomo e a serviço da Educação; 26. Frei Tiago Gomes Elias – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, para a Fraternidade Santo Antônio do Pari de São Paulo, a serviço do Sefras; 27. Frei Valdevino Negherbon – da Fraternidade Santo Antônio do Valongo de Santos, para a Fraternidade do Convento Santo Antônio do Rio de Janeiro, para serviços gerais; 28. Frei Vitório Mazzuco Filho – da Fraternidade São Francisco de Assis de Bragança Paulista, para a Fraternidade Frei Leão de Itatiba, SP, como guardião e a serviço da Educação;
28 Nomeações diversas
1. Frei Benedito G. Gonçalves – vigário da casa e anim. do SAV local da Fraternidade Bom Jesus dos Aflitos de Sorocaba; 2. Frei Diomedes Basi – vigário da casa da Fraternidade da São Francisco de Assis, em Chopinzinho; 3. Frei Fidêncio Vanboemmel – vigário paroquial da Paróquia São Francisco de Assis, do Largo São Francisco; 4. Frei João Baptista Canjenjenga – vigário da casa da Fraternidade da Porciúncula, em Viana; 5. Frei José Antônio da Cruz Duarte - animador do Sav local da Fraternidade São Francisco de Assis de Bragança Paulista; 6. Frei José Francisco C. dos Santos – vice-coordenador da Frente da Solidariedade para com os Empobrecidos; 7. Frei José Raimundo de Souza – assistente do regional da OFS do estado do Paraná; COMUNICAÇÕES
NOVEMBRO DE 2020
717
//definitório provincial 8. Frei Laurindo L. da Silva Jr. - mestre de Frei João Manoel Zechinatto, em ano missionário; 9. Frei Leandro Costa dos Santos – a serviço do SAV Provincial; 10. Frei Marx Rodrigues dos Reis – coordenador da Frente da Solidariedade para com os Empobrecidos e animador do Serviço Provincial do JPIC (Justiça, Paz e Integridade da Criação); 11. Frei Roberto Ishara – animador do SAV local da Fraternidade São José, Postulantado Frei Galvão, de Guaratinguetá; 12. Frei Rodrigo da Silva Santos – animador do SAV local da Fraternidade São Francisco de Assis, de Rodeio; 13. Frei Sandro Roberto da Costa – representante do Ministro Provincial na CFFB, no estado do Rio de Janeiro; 14. Frei Thiago da Silva Soares – animador do SAV local da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis;
venda da Fazenda do Seminário de Agudos. A Fraternidade local fez a indicação de venda já há mais tempo ao Ministro Provincial e indicou eventuais compradores. Já havia a preocupação com a manutenção do espaço não locado e de produção própria, dependendo de colaboradores. Os contratos atuais de locação de terras rendem um valor muito pequeno frente aos danos ambientais. O Economato encaminhou o processo, juntamente com os setores jurídico e de patrimônio, além de diversas assessorias técnicas. Avaliações de valor do terreno foram efetuadas e se chegou a uma proposta considerada vantajosa. O espaço do Seminário Santo Antônio e seus entornos foram desmembrados da Fazenda. Desde as primeiras conversas na Sede Provincial, na Fraternidade de Agudos e no Definitório, chegou-se a dois indicativos: preservar o espaço do Seminário como casa de encontros e transformar o valor das vendas em outros patrimônios que alcancem rentalibilidade maior. Esta é também uma exigência legal e sempre cobrada pela Auditoria. A empresa que demonstrou maior interesse e oferta de compra possui o selo verde internacional de cuidado do meio ambiente. A nossa fazenda já está com mais da metade de sua extensão como área de proteção permanente – APP. Depois da análise e proposta apresentada pelo Economato, o Definitório deu seu aval para o encaminhamento dos outros passos para a concretização desta venda, ou seja a aprovação da Assembleia (reunião de guardiães), da Ordem Franciscana e da Santa Sé. Estes passos são exigidos devido ao valor que extrapola o que se pode decidir localmente.
29 FIMDA – assuntos diversos
Os Definidores apreciaram a ata do Conselho da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola - FIMDA, ocorrido no dia 12 de novembro. No respectivo Conselho foram feitas as indicações para a aprovação pelo Definitório dos pedidos de Admissão, Profissão, Renovação dos Votos e de Ordenação Diaconal. Foram feitas as indicações de transferências dos frades angolanos que terminam o os estudos de Teologia e de mais dois novos missionários, de modo a reforçar todas as Fraternidades. O Conselho propõe também alguns encaminhamentos com relação à mudança do calendário letivo de Angola em vista da melhor organização das casas de formação. O Definitório avaliou positivamente a gestão econômica que está sendo feita e a preocupação com o equilíbrio no orçamento das casas. Em recente carta a Frei César, Dom Tirso Blanco, SDB, bispo de Lwena, Moxico, Angola, pede a presença de uma fraternidade missionária franciscana em sua Diocese, com extensão muito grande e escassez de clero. O Definitório ponderou que a possibilidade deve permanecer no horizonte da Província, uma vez que há crescimento vocacional e futuramente poderá haver expansão da FIMDA no território angolano, inclusive em Lubango. Por enquanto, porém, há necessidade de fortalecer as atuais Fraternidades e presenças.
30 Economato – venda da Fazenda do Seminário de Agudos
Seguindo a prática já consolidada, Frei Robson Scudela e Frei Raimundo Castro se reuniram com os Definidores às 10h00 da manhã do dia 18 de novembro. Foi apresentado o resultado de um longo e minucioso estudo da viabilidade de
718 COMUNICAÇÕES NOVEMBRO DE 2020
31 Agenda – acréscimos e alterações
Veja na penúltima página.
32 Autorizações de viagem
Recebeu autorização para viajar ao exterior Frei Marcos Hollmann
Agradecimentos
Às 17h30 do dia 18, Frei César manifestou sua gratidão aos Definidores pelo apoio e dedicação nas sessões do Definitório – algumas bastante exaustivas. O ano foi desafiador, por conta da pandemia, e exigiu muita sensibilidade da parte dos definidores para ser presença próxima e acolhedora junto aos frades e fraternidades nos Regionais. Agradeceu ao Economato, à Secretaria e aos colaboradores da Sede pelo serviço exercido com generosidade. Por fim, convidou à oração da Ave-Maria, invocando a intercessão materna de Maria Imaculada sobre as fraternidades da Província.
Frei Jeâ Paulo Andrade Secretário Provincial
ag genda2020
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
As alterações e acréscimos estão destacados em laranja.
NOVEMBRO
29
Celebração do Jubileu de 25 anos de Sacerdócio de Frei César Külkamp na Vila Clementino
DEZEMBRO
05
Profissão Solene em Petrópolis
05
Renovação dos Votos em Petrópolis
08
Celebração dos Jubileus em Rondinha
08
26
02 a 04
27
11
Celebração dos Jubileus em Vila Velha
29
1ª Profissão em Rodeio
2021 07 a 21
Renovação dos Votos em Angola
1ª Profissão e Admissão dos noviços – Quibala, Angola.
12
27
19 e 20
Reunião do Definitório Provincial
27 e 28
JUNHO
09
Entrega da Paróquia N. Sra. da Assunção e Convento Santo Antônio do Valongo, Santos, SP
ABRIL
26 a 29
Admissão dos noviços – Rodeio;
05
08
Ordenação diaconal em Petrópolis
Admissão dos Postulantes em Viana
JANEIRO
Renovação dos Votos em Rondinha
19
Reunião do Definitório Provincial
Reunião dos Guardiães e Coordenadores de Fraternidade (Agudos)
Visita Canônica de Frei César na FIMDA
Celebração do Jubileu de 60 anos de Sacerdócio de Frei Alcides Cella - Coronel Freitas
FEVEREIRO
Celebração dos Jubileus em Ituporanga
14 a 16
Reunião do Definitório Provincial
JULHO
03 a 18
Capítulo Geral da Ordem (Roma, Itália)
SETEMBRO
27-28
Admissão dos Postulantes em Guaratinguetá
Reunião do Definitório Provincial
30
OUTUBRO
Entrega da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, do Navio, Lages, SC
31
Entrega da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Angelina, SC
07 a 10
Congresso de Evangelização da CMPByCS (Casa Sagrada Família – São Paulo)
NOVEMBRO
03 a 11
Capítulo Provincial em Agudos
Rumo à JMJ Lisboa 2023: apresentado o logotipo Foi apresentado em outubro o logotipo da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023. O novo logotipo foi inspirado pelo tema escolhido pelo Papa Francisco para a edição da JMJ, que terá lugar em Lisboa («Maria levantou-se e partiu apressadamente», Lc 1, 39) e pelos traços da cultura e religiosidade portuguesas.
A autora é Beatriz Roque Antunes, jovem designer portuguesa de 24 anos. Estudou Design em Londres e atualmente trabalha numa agência de comunicação, em Lisboa. “Como nos diz a passagem que é o tema da JMJ Lisboa 2023, Maria não se acomoda e vai visitar a prima. É esse o convite aos jovens: que não se acomodem, que façam acontecer, que construam e não deixem o destino do mundo nas mãos dos outros. Preci-
samos todos que os jovens tomem o mundo nas suas mãos”, diz a vencedora do concurso. O elemento central do logotipo é a Cruz. Esta é atravessada por um caminho onde surge o Espírito Santo. Trata-se de um convite aos jovens para que não se acomodem e sejam protagonistas da construção de um mundo mais justo e fraterno. As cores (verde, vermelho e amarelo) evocam a bandeira portuguesa.
1992
1997
1990
a, Encontro de Turm Bragança Paulista
Convívio fraterno, Guaratinguetá
Lazer, Rodeio
2007
2008
Colação de Grau,
Petrópolis
Frei Joselino, Agudos
1998
os angolanos em
Primeiros formand
Rodeio
TBT é uma sigla para Throwback Thursday (quinta-feira do retorno). A hashtag #TBT é utilizada para relembrar situações do passado, geralmente com a publicação de uma foto no Instagram. Aqui, foi adaptada para a Revista.