| OUTUBRo - 2015 | ANO LXII • No 10 |
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
Boas Festas de São Francisco de Assis!
Sumário
Mensagem do Ministro Provincial
FORMAÇÃO PERMANENTE
FORMAÇÃO E ESTUDOS
“Render graças e arregaçar as mangas”.........................................................................................................................511 “Somos chamados a estar com os pobres”, entrevista com o Ministro Geral Frei Michael Perry...................................................................................................................................512 “Enfim, o que é partir em missão?”, de Frei Estêvão Ottenbreit..................................................................514 Profissão solene de Frei Leandro, Frei Marx e Frei Gabriel..............................................................................516 Ordenação presbiteral de Frei Douglas Paulo Machado.................................................................................520 Guaratinguetá: terceira etapa do Postulinter............................................................................................................524 Rondinha: Visita canônica no Convento São Boaventura...............................................................................525 Frei Nestor conversa com estudantes do ITF............................................................................................................526
SAV
Rodeio: Jovens fazem o 1º Retiro no Eremitério Frei Egídio..........................................................................527 Caminhada Franciscana de Curitiba................................................................................................................................528 Retiro dos Vocacionados de Sorocaba..........................................................................................................................532 SAV-Rio - Encontro Vocacional em Petrópolis..........................................................................................................532
FRATERNIDADES
FIMDA
Provincial parabeniza D. Paulo pelo aniversário de 94 anos.........................................................................533 Nossa Senhora do Rosário, Padroeira de Vila Velha..............................................................................................534 Vila Velha: Curso para músicos no Santuário ...........................................................................................................535 Mangueirinha se mobiliza no clima da Laudato Sí..............................................................................................536 PVF: Benfeitores se reúnem em São Paulo.................................................................................................................537 Frei Pedro celebra Jubileu de 60 anos de Vida Religiosa.................................................................................538 Encontro do Regional do Vale do Paraíba...................................................................................................................539 Fundação Frei Rogério promove noite de gala em Curitibanos...............................................................539 Encontro do Regional de Agudos.....................................................................................................................................540 “Frei Xandão” conclui curso de pós-graduação......................................................................................................540 Entrevista: Frei Antônio Moser convocado para o Sínodo.............................................................................541 Celebração: Com a Imaculada Mãe de Deus exultamos de alegria no Senhor!...........................542 Jufra de Angola celebra 25 anos de fundação........................................................................................................544
CAPÍTULO PROVINCIAL
Carta da Comissão Preparatória do Capítulo às Fraternidades..................................................................545 Ata da Apuração das indicações aos ofícios de Ministro Provincial, Vigário e Definidores.....................................................................................................................546 A logomarca do Capítulo.........................................................................................................................................................548
EVANGELIZAÇÃO
USF: Campus de Itatiba reinaugura capela................................................................................................................549 USF: Atendimento gratuito à comunidade de Valinhos e Bragança.................................................... 549 “Perdão e Prudência”, tema do Projeto Tempo Franciscano no Colégio Bom Jesus..................550
CFFB
1º Encontro Nacional de Irmãos Leigos: “Todos vós sois irmãos”..............................................................552 Documento final do Encontro Nacional de Irmãos Leigos...........................................................................556
Falecimento
Frei Edgar A. F. Weist....................................................................................................................................................................558
AGENDA ......................................................................................................................................................................................... 560 Capa: Desenho já aprovado para ser logomarca do Capítulo Provincial 2016
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil Rua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br | ofmimac@franciscanos.org.br
Mensagem
RENDER GRAÇAS E ARREGAÇAR AS MANGAS epois de um mês de setembro povoado pelas “alegrias no Senhor” (Cf. Fl 4,4), adentramos outubro desde já repletos de motivos para render graças Àquele que nos chamou e é fiel (Cf. 1Ts 5,24). A presença de nosso Visitador, recebida com alegria e gratidão em cada fraternidade, os encontros regionais realizados recentemente, as profissões solenes, no Brasil e em Angola, onde completamos 25 anos de presença franciscana, a ordenação presbiteral de Frei Douglas Paulo Machado, as festividades de São Francisco em nossas fraternidades, tudo isso manifestando o esforço que nossa Província tem realizado para atualizar o carisma que fomos chamados a viver. Tais alegrias, no entanto, não devem nos acomodar. Na qualidade de homens da penitência, precisamos cada dia olhar também para os limites que temos de superar. Neste sentido, a entrevista concedida recentemente a Ricardo Benotti por nosso Ministro Geral, Frei Michael Perry, serve como oportuna e fundamental provocação. À medida que se aproxima nosso Capítulo Provincial, à luz das palavras de nosso irmão Ministro, queremos nos debruçar com coragem sobre temas fundamentais, como a qualidade de nossas relações fraternas, os riscos de aburguesamento, o clericalismo, o fechamento no “paroquialismo”, a falta de abertura aos leigos, a coragem de irmos ao encontro dos pobres. Certos da presença do Senhor, como Aquele que inspira e ilumina nossa caminhada, queremos nos empenhar em oração e em cuidados efetivos a todos os nossos irmãos que atravessam momentos de di-
ficuldades, especialmente aqueles que passam pelo calvário da doença. Por eles, nossas preces e nossa saudação especial em Francisco e em Cristo. Sem medo, vamos arregaçar as mangas e colocar a mão na massa, atendendo aos apelos que nascem de Cristo, brotam no coração de Francisco e se atualizam nas provocações de nosso Ministro Geral.
De coração, desejo a todos
Boa Festas de São Francisco! Com minha saudação de irmão e ministro, Frei Fidêncio Vanboemmel Ministro Provincial
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Formação Permanente
Entrevista
Frei Michael PerrY
SOMOS CHAMADOS A ESTAR COM OS POBRES nquanto aguardamos o documento final do último Capítulo Geral, o Ministro Geral, Frei Michael Perry, confirmado no cargo até 2021, explica o período de profunda renovação que estão vivendo os Frades Menores: “O Papa indicou claramente o que espera: uma Igreja pobre com os pobres. Temos muitas estruturas e riquezas, mas devemos ser pobres com os pobres para criar uma nova relação com eles”. E tam-
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bém devemos abandonar certo fechamento “paroquial”. Acompanhe a entrevista concedida a Riccardo Benotti, no site da Cúria Geral. Como se pode estar ao lado dos pobres? Frei Michael - A pobreza não é algo que se dê valor, mas os pobres existem. No Evangelho de Marcos está
escrito: “Pobres sempre os tereis no meio de vós”. Penso que se Jesus tivesse tempo para acrescentar algo, talvez teria dito: “Por que vocês não querem mudar seu estilo de vida?” Para ser irmãos menores temos que mudar nosso comportamento. O Papa Francisco está recuperando as ideias do cristianismo das origens. A Igreja não deve ser uma presença poderosa, mas humilde. “E sua conduta é um exemplo para todos nós”.
Formação Permanente
Viver em uma tranquilidade burguesa é um perigo para a vida dos irmãos... Frei Michael - É um risco percebido pelos próprios irmãos, que põem em crise a própria identidade de nossa vocação. Somos chamados a concretizar a misericórdia de Deus através de atos de justiça e caridade. Existem pelo menos dois remédios para tratar esta enfermidade. O primeiro é estar com os pobres, vivendo entre os que sofrem. Os pobres não são uma entidade abstrata, mas têm nome, provêm de uma família, têm filhos, buscam trabalhar todos os dias para melhorar a qualidade de suas vidas. E nós devemos estar ali. Se nos deixarmos acompanhar pelos pobres, redescobriremos a beleza da vocação franciscana. E o segundo remédio? Frei Michael – Abrirmo-nos à Palavra de Deus que não se encontra somente na Bíblia, mas também na Eucaristia da vida das pessoas que conhecemos todos os dias. Precisamos abrir as portas para acolher o mundo. Temos que estar na escuta e em diálogo com a Igreja e com as pessoas. As paróquias e santuários são lugares em que se concentra a atividade pastoral dos irmãos. Por quê? Frei Michael - Os irmãos respondem aos pedidos das Igrejas locais. Hoje, no entanto, é o momento de mudar. Através dos anos assumimos uma lógica “paroquial” que devemos romper. O pedido do Papa para sair é o mesmo dirigido por Francisco de Assis a seus irmãos. É difícil sermos peregrinos quando temos estas responsabilidades, ainda que sejam im-
portantes. Mas também, nas mesmas paróquias e nos santuários, devemos repensar a presença envolvendo os leigos e permitindo a eles serem verdadeiros promotores do Evangelho. Por exemplo, eu não entendo por que nós temos que ter as chaves da igreja quando ela pertence ao povo... Então é preciso valorizar os leigos? Frei Michael - Para nós, Frades Menores, e para toda a Igreja, é fundamental repensar o papel dos leigos.
Nas comunidades franciscanas dos santuários e das paróquias temos que preparar os leigos, cuja importância é decisiva para a Igreja. São Francisco costumava levar consigo também os leigos - homens e mulheres - que, com a permissão do bispo, catequizavam e pregavam. Não via obstáculos para permitir que as mulheres de pregassem, tendo uma sensibilidade e perspectiva diferentes. Há risco para os leigos e a vida fraterna que vem do clericalismo... Frei Michael - O clericalismo fere a dignidade da vocação dos leigos na Igreja e no plano de Deus.
Também nós somos chamados a uma conversão nesse sentido. A Igreja nos pede para assumirmos muitas responsabilidades. Às vezes, no entanto, temos levado a cabo a pastoral de maneira caótica com consequências negativas para a vida fraterna. É importante, então, redescobrir a qualidade da vida fraterna de modo que possa ser oferecida aos leigos. O mundo necessita de fraternidade, basta ver os conflitos nas famílias ou na política. E temos a missão de ser testemunhas de Francisco de Assis. Seria um presente para o mundo de hoje. É difícil guiar um grande número de irmãos em 110 países? Frei Michael - Não me é fácil, mas é uma alegria conhecer a vida dos irmãos, a maioria dos quais vive o Evangelho profundamente. Recentemente estive em Hong Kong, onde os frades desenvolvem atividades pastorais com 4 mil cristãos chineses que participam cada semana da vida comunitária. Eles têm medo do que poderá acontecer depois das eleições de 2017, mas mantêm uma fé forte. Em Taiwan, no entanto, os frades chineses estão a serviço dos pobres nas paróquias, onde os sacerdotes diocesanos não querem ir. Estes são os testemunhos de que necessitamos. Como Ministro Geral, quero lavar os pés dos irmãos para que eles lavem os pés dos demais. Creio que é a melhor maneira de viver o discipulado de Cristo. Eu sou um pecador, com tantas limitações, mas é uma graça estar a serviço dos irmãos. Sou humano e por isso me sinto bem entre meus irmãos, porque eles também são humanos. | Comunicações | Outubro 2015 |
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Formação Permanente
enfim, o que é partir em missão? “Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso eu.” frei estevão ottenbreit
om estas palavras começa um poema de Dom Helder Câmara enfocando o ser missionário. Dom Helder expressou assim muito acertadamente o fundamento de qualquer sentido que se queira dar à palavra e ao conceito “missão”. É também o que algumas Fraternidades expressaram na forma de uma crítica construtiva ao “anteprojeto” da Frente das Missões. Sugeri-
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ram incluir no texto uma clara referência a este fundamento, dizendo: • Destacar o acento missionário da nossa presença nos lugares em que estamos; • O que se diz a respeito da nossa presença missionária em Angola, se aplica também às outras presenças missionárias da Fraternidade Provincial; • Não falar de “missão” a partir de Angola, mas a partir do conjunto da Frente de Evangelização para as missões; • Não só fazer o mínimo. Há uma postura não-missionária. Há frades acomodados; • É necessário uma atitude missionária de todos os frades. Acolher bem, por exemplo, é ser missionário. Sou muito grato por estas e outras
observações porque realmente constituem a base do nosso ser missionário. Sem “partir, deixar, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso eu” não haverá missão. Estas observações importantes serão inseridos no texto do “anteprojeto” da Frente das Missões. Mas, inserir estas referências será o suficiente? Resolverá a questão? Como lidar no dia-a-dia com os diversos significados que se atribuem à palavra e ao conceito “missão”? A partir destes dois questionamentos, gostaria de provocar hoje uma reflexão que talvez nos possa conduzir a uma compreensão mais profunda da missão. Não falo dos fundamentos teológicos e da espiritualidade franciscana. Tudo isso nós
Formação Permanente
sabemos perfeitamente e, se esquecermos, temos tantos belos documentos da Igreja e da Ordem para refrescar a nossa memória. Minha abordagem provocativa quer ser mais de ordem prática e vivencial. Uma certa confusão – talvez até fuga do verdadeiro significado – começa no uso diversificado da palavra “missão”. O termo “missão” ora é usado no sentido amplo de tarefa evangelizadora da Igreja, e outras vezes no sentido de “partir e ir ao encontro dos outros”, num concreto projeto “missionário”. Creio que devamos distinguir formalmente “espírito missionário” e “projetos missionários”. E desde já pergunto: Pode haver “projetos missionários” (por exemplo: Angola, Amazônia, Terra Santa, etc.) sem “espírito missionário” (quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso eu)? E pode haver presença nossa nas paróquias, santuários, meios de comunicação, escolas, obras sociais... sem este espírito missionário? Creio que aí está o pivô da questão. E o meu questionamento continua: Pode haver evangelização sem espírito missionário? O espírito missionário não é a base de toda evangelização? É verdade que se faz um tremendo esforço para distinguir uma coisa da outra. Confesso que nenhuma explicação dada até hoje me pareceu convincente. Serve de exemplo a dificuldade da nossa Ordem: Quando cheguei à Cúria Geral em 1997, havia apenas a “Secretaria de Formação e Estudos” como grande articuladora da nossa vida e ação de frades menores (e que agia não poucas vezes como “eminência parda” na animação da vida franciscana). Havia, sim, também, um “ufficio” das Missões que acompanhava tradicionalmente os projetos missionários da Ordem.
Na medida, porém, que a Ordem se conscientizava de que “nossa missão é evangelizar”, vimos que seria necessário ter também uma “Secretaria da Evangelização” que animasse justamente os frades menores na “missão de evangelizar”. Vocês não imaginam como foi difícil para os não-latino-americanos admitir a possibilidade de ter tal Secretaria. O Capítulo Geral de 2003 conseguiu uma conquista parcial. Foi criada a Secretaria, mas com o título: Evangelização e Missão. E a discussão – e confusão ao meu ver – continuou a ponto de o Capítulo Geral seguinte adotar o nome: Secretaria das Missões e Evangelização. Assim está nos nossos Estatutos Gerais atuais. Na nossa Província, felizmente, adotamos o nome de “Secretaria de Evangelização” na qual são contemplados também os nossos projetos missionários e onde se procura cultivar o espírito missionário em todas as Frentes, inclusive na Formação. Concordo com os confrades que observaram que “partir em missão” não significa – na linguagem de Dom Helder – “devorar quilômetros”. Infelizmente se cravou na nossa mente esta ideia: partir em missão é partir para longe... Não! O que se faz em Xaxim é diferente do que se faz em Malange? O que se faz em Luanda é diferente do que se faz em Curitiba? O que se faz em Istambul é diferente do que se faz no Rio de Janeiro? Devemos mudar de mentalidade e de comportamento (há quem chame isto de conversão do coração): devemos ser missionários lá onde estamos: na paróquia, no santuário, no colégio, na obra social, nos meios de comunicação, no projeto missionário. Nas Diretrizes Gerais da CNBB (2011 – 2015) podemos ler:
“Trata-se, portanto, de suscitar, em cada batizado e em cada forma de organização eclesial, uma forte consciência missionária, sem a qual os discípulos missionários não contribuirão efetivamente para o novo que haverá de surgir na história. A atual consciência missionária interpela o discípulo missionário a `sair ao encontro das pessoas, das famílias, das comunidades e dos povos para lhes comunicar e compartilhar o dom do encontro com Cristo` (Doc. Aparecida 548).” O grande desafio que fica para todos nós é: como suscitar e alimentar o espírito missionário (nossas atitudes, nossos comportamentos, nossa desinstalação) lá onde vivemos e servimos, integrando-nos na única missão da Igreja? Daqui a pouco teremos o Capítulo Provincial e, em seguida, o Congresso Capitular. A aceitação daquilo que nos espera pode ser um termômetro do nosso espírito missionário! O resto é conversa. “Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso eu. É parar de dar volta ao redor de nós mesmos como se fôssemos o centro do mundo e da vida. É não nos deixarmos bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos: A humanidade é maior. Missão é sempre partir, mas não devorar quilômetros. É sobretudo abrir-nos aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los. E, se para descobri-los e amá-los é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então missão é partir até os confins do mundo.” | Comunicações | Outubro 2015 |
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PROFISSÃO SOLENE
DEUS BASTA PARA TRÊS professos MOACIR BEGGO
Vigário Provincial, Frei Estêvão Ottenbreit, traduziu com simplicidade e profundidade a profissão solene de Frei Gabriel Vargas Dias Alves, Frei Leandro Costa Santos e Frei Marx Rodrigues dos Reis: “O que vocês hoje prometem será uma solene declaração de que Deus é capaz de preencher o seu coração e fazê-los felizes”. Esse momento celebrativo foi realizado no sábado
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(19 de setembro), às 16h15, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ), que lotou para ver os neoprofessos da Província Franciscana da Imaculada Conceição. Além dos concelebrantes, Frei César Külkamp, guardião da Fraternidade do Sagrado; de Frei Jorge Schiavini, guardião da Fraternidade de Duque de Caxias, Frei José Ariovaldo e o Pe. Márcio José Horácio, da Paróquia Santíssima Trindade, de Nilópolis, o presbitério ficou lotado
de frades que vieram de toda a Província, dos Frades Capuchinhos e Agostianianos. O rito da profissão solene começou depois da leitura do Evangelho. O mestre Frei Marcos Andrade chamou cada um dos professandos pelo nome. Em pé, diante do Vigário Provincial, eles responderam: “Aqui estou!”. O mestre, então, fez um breve resumo da vida de cada professando. Depois, juntos, eles fizeram o pedido para serem admitidos definitiva-
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mente na Ordem dos Frades Menores. “Creio, realmente, que Francisco de Assis continua a entusiasmar e a atrair jovens para esta causa. A presença de vocês três nesta tarde nos dá prova disso”, disse o Vigário Provincial na sua homilia. “A eles queremos dizer também uma palavra de agradecimento por acolher esta vocação a ponto de querer hoje assumi-la por toda a vida”, disse. Segundo Frei Estêvão, por uma feliz coincidência, Frei Leandro, Frei Marx e Frei Gabriel fazem a profissão solene no ano que o Papa Francisco dedicou à vida consagrada. “Em primeiro lugar, ele certamente nos quer dizer que conta com os consagrados na tarefa de evangelizar. O Papa alimenta algumas expectativas bem concretas. Expectativas que se tornam muito significativas para o momento que estamos celebrando”, explicou. Segundo ele, a primeira expectativa é que os consagrados sejam profetas. “Até diz que o ‘ser profeta’ deverá ser a nota característica de quem se consagra. Em outras palavras: os consagrados seguem o Senhor de uma maneira especial, de modo profético: como pessoas que testemunham Jesus nesta terra. E esta maneira de viver, de ser e agir deverá ‘despertar’ o mundo, despertar as pessoas para a mensagem de Deus e para a construção do mundo e da sociedade conforme o Pla| Comunicações | Outubro 2015 |
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no de Deus. Na escuta de Deus, o profeta recebe a capacidade de perscrutar o mundo e a sociedade em que vive. Identificará os grandes desafios e será capaz de ajudar a discernir e, se necessário for, a denunciar os problemas e apontar alternativas”, acrescentou. Outra expectativa do Papa é que os consagrados sejam “peritos em comunhão”. “O Papa Francisco pede que os consagrados sejam de vanguarda, sejam peritos, especialistas, desta comunhão, e que a Igreja na qual nos consagramos a Deus seja ‘casa e escola de comunhão’. Queremos começar na própria casa: viver em fraternidade”, observou o celebrante. Por último, Frei Estêvão lembrou que o Papa pede alegria aos religiosos e não um seguimento triste. “É verdade. Quem se consagra a Deus, como vocês, faz renúncias. Vocês prometerão colocar a vontade própria em segundo lugar para poder abraçar prioritariamente a vontade de Deus. Vocês prometerão viver sem nada de próprio para estarem livres de qualquer amarra que os impeça de dar-se de corpo e alma na construção do Reino de Deus. Vocês prometerão viver em castidade, de não unir-se a uma só pessoa e eventualmente constituir família, para viver em Fraternidade que se abre e se coloca a serviço de todos os irmãos e irmãs”, detalhou, referindo-se aos votos. Para Frei Estêvão, é uma renúncia bem-aventurada: “Uma renúncia que imita a Jesus a quem queremos seguir: obediente ao Pai, colocando-se em último lugar e dando a sua vida para todos”.
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Segundo o celebrante, mais do que felizes, pela profissão, Deus os convida agora a partilhar de modo especial da sua alegria: a alegria de criar amando, de serem semeadores do amor, de serem irmãos e menores. Terminada a homilia, o rito recomeçou. Os pais dos professandos acenderam uma vela no Círio Pascal e entregaram a eles para recordar a vocação batismal que neles está se desabrochando como vocação religiosa franciscana. Depois, Frei Estêvão perguntou aos professandos pelas motivações que eles trouxeram ao pedir a admissão definitiva na Ordem dos Frades Menores. Em seguida, ele pediu a intercessão de todos os Santos da Ordem para os novos irmãos. Terminada a Ladainha de todos os Santos, os professandos se prostraram de joelhos diante do Vigário Provincial, colocaram as suas mãos nas mãos do Vigário, num gesto de entrega, de obediência, e leram a fórmula de profissão definitiva na Ordem dos Frades Menores Como professos eles assinam dois documentos: um de confirmação dos votos emitidos e o outro de renúncia a todos os bens, para se tornarem mais livres no seguimento, com a gratuidade de Jesus. Cada neoprofesso recebeu do Vigário a Regra de Vida e o rito terminou com o abraço caloroso dos confrades. A liturgia continuou solenemente até o final da comunhão. No momento de agradecimento, falou em nome do grupo Frei Leandro, ou melhor, ele cantou para falar da caminhada vocacional e agradeceu à Província, aos formadores, às famílias e a Deus pelo dom da vocação. | Comunicações | Outubro 2015 |
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Ordenação presbiteral de Frei Douglas Machado frei augusto l. gabriel e Moacir Beggo
apelo enfático foi do Arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, a Frei Douglas Paulo Machado, ordenado presbítero no sábado, 26 de setembro, às 18 horas, na Paró-
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quia Santa Cruz, em São José (SC). Entre os frades da Província estavam dois Definidores: Frei Germano Guesser, que representou o Ministro Provincial (Frei Fidêncio Vanboemmel), e Frei Evandro Balestrin. O pároco Kevin Konz acolheu a todos. Além de religiosos e religiosas, marcaram presença os
noviços e os aspirantes da Província. O povo lotou a igreja mesmo debaixo de muita chuva durante todo o dia. De Concórdia, onde Frei Douglas reside, vieram dois ônibus de fiéis para participar de sua ordenação. Logo depois da liturgia da Palavra, Frei Germano fez a apresen-
Formação e Estudos
tação do ordenando. O Arcebispo solicitou, além do depoimento de Frei Germano, um gesto da comunidade para sinalizar a aptidão de Frei Douglas para o sacerdócio. Com uma demorada salva de palmas, a comunidade reforçou o pedido do celebrante. Na sua homilia, D. Jaime explicou detalhadamente o rito da ordenação presbiteral. Segundo o celebrante, a teologia do Sacramento da Ordem é muito bonita. Mas D. Jaime lembrou que hoje falamos pouco da cruz. “Temos medo da cruz. Hoje, em alguns setores, se fala tanto do Cristo que cura, do Cristo que salva, mas do Cristo da Cruz ninguém quer falar. Do Cristo que sofre, do Cristo que morre, é difícil falar. Mas a vida do presbítero, do padre, ela deve se conformar com o Cristo Crucificado”, exortou. “O Espírito do Senhor está sobre ti, certamente. Como presbítero, tu assumes a missão do pastor. Por favor, Douglas, por favor, cuida dos pobres! Cuida dos pobres. O Papa fala dos restos, que ninguém que ver, mas que estão por aí pedindo ao menos o nosso olhar, a nossa atenção”, ressaltou, fazendo uma prece: “Cuida dos pobres, atende os fragilizados, acolhe os necessitados. São tantos! Que a tua vida, que as tuas palavras, que as tuas ações possam
“Por favor, Douglas! Por favor, cuida dos pobres!”
realmente aquecer o coração dos fragilizados! Que tu possas descer na noite escura das pessoas sem ser invadido pelas trevas e ali te perderes! Que tu sejas capaz de ouvir a ilusão de muitos sem te deixares iludir pelas ilusões! Que tu sejas capaz de acolher as desilusões sem desesperar-te, nem cair na amargura ou na depressão! Que tu sejas, Douglas, capaz de tocar a desintegração alheia sem te deixares dissolver e indispor tua própria identidade! Isso o Papa pedia para nós quando esteve no Rio de Janeiro.
Frei, que o Senhor te conduza pela mão para bem junto do povo. Bem junto. Perto do chão, especialmente o povo pobre, os fracos, os ignorados, os restos, os resíduos, que ninguém quer ver! Que tu possas reconhecer o Cristo ao teu lado sempre a te conduzir. Não podemos jamais esquecer aquele capítulo 26 do Evangelho de Mateus. Que possas por toda a parte, através do Ministério da Ordem, testemunhar e anunciar Jesus. Não outra coisa. Todos os dias de sua vida, porque ele se entregou por ti, ele se entregou por mim e por nós
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todos. E nós todos somos a Igreja que ele tanto amou! E se nalgum momento de sua vida surgir dificuldade maior, não se esqueça dos irmãos. Eles são a maior riqueza que nós temos. Que Deus te ajude!”, pediu. D. Jaime fez uma homilia partindo do texto do Evangelho da última ceia de Jesus. “Jesus mostra toda a sua disposição, todo o seu amor, amor que consiste em dar-se todo inteiro. Dar-se todo inteiro para que o Pai possa agir livremente. O cume desse doar-se é certamente a morte, ou melhor, o saber dar a vida por amor”. Segundo o Arcebispo, conhecendo este amor do Pai pelo Filho, nós permanecemos neste mesmo amor, nesta mesma intensidade de amor. “E o amor se torna a nossa casa, a nossa vida. Eu creio que Francisco de Assis entendeu isso como ninguém ao longo da história. Por isso, ele percorria praças e campos, chorando e gritando: o ‘amor não é amado’. Sim, sem a experiência desse amor, o ser hu-
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mano não se sente em casa. Sem a experiência do amor, ninguém se sente em casa e por isso vaga e divaga”, explicou. Segundo D. Jaime, hoje a nossa sociedade divaga, sem rumo, sem direção. “Nosso mundo hoje tudo consume. Consome inclusive amor. Consome, mas não arde e não queima. Muito diferente da nossa tradição originária de fé. Na sarça ardente. A sarça ardia, queimava, mas não consumia. Talvez essa experiência nós precisaríamos, de alguma forma, resgatar em nossas comunidades”, ensinou. “Permanecer no amor. Permanecer em Jesus implica em aceitar o seu Evangelho, acolher o seu amor, implica amá-lo com todas as forças. E todas não são algumas. Nós, enquanto Igreja, não somos adeptos de um credo, nós somos antes de tudo e, sobretudo, discípulos e discípulas de alguém que nos ensina a amar sem reservas”. D. Jaime também explicou o Ministério da Ordem: “Ai dele (Douglas) se achar que o ministério lhe
pertence, é propriedade dele. Jamais será. Eu creio - e por isso estamos aqui hoje - que Frei Douglas se dispôs a fazer um caminho, caminho marcado por um desejo de responder a uma convocação que não veio dele. Não veio de você, Douglas! E, agora, a comunidade pede para que ele seja lançado dentro de um ordenamento característico onde possa exercer o ministério do amor”, frisou. Terminada a homilia, o celebrante dirigiu-se, novamente, ao candidato, para confirmar sua intenção de abraçar o sacerdócio, com as disposições e renúncias necessárias. A cada pergunta, repetiu-se a resposta conclusiva: “Eu quero”. Seguiu-se a Ladainha e a Oração Consecratória. Frei Douglas revestiu-se dos paramentos sacerdotais: a alva; a estola e a casula. Frei Douglas teve a ajuda para se vestir do pároco Pe. Kevin. Depois teve as mãos ungidas e recebeu de D. Jaime o cálice e a patena e concelebrou pela primeira vez.
Formação e Estudos
AGRADECIMENTOS Em nome da Província, Frei Germano agradeceu a disponibilidade de D. Jaime, a acolhida do Pe. Kevin, os paroquianos, os familiares e, por último, parabenizou Frei Douglas pelo dom da vocação e pela ordenação realizada no Ano da Vida Consagrada. “Você também é ordenado presbítero num momento muito bonito da Igreja, do Pontificado do Papa Francisco. Dedicar atenção especial aos gestos e palavras do Papa Francisco será para nós de grande ajuda na busca por seguir Jesus como o fez Francisco de Assis, com a coragem de deixarmos o ‘manto’ da acomodação, da apatia e da indiferença, colocando-nos em pé, em atitude de prontidão e disponibilidade, como uma ‘Igreja em saída’”, completou Frei Germano. Frei Douglas também não se cansou de agradecer ao Arcebispo que aceitou prontamente o seu convite para ordená-lo, ao pároco e seu amigo, aos confrades, aos paroquianos e à sua família. E D. Jaime, no final, interveio pedindo calorosas palmas para o sr. Milton e Dilma Machado. “A gente aprende a ser gente no colo da mãe e no afago do pai. É ali que nós aprendemos as primeiras noções da fé. Parabéns!” Frei Douglas foi o primeiro confrade a ser ordenado pelo Arcebispo. A Frei Diego de Melo, promotor vocacional da Província, D. Jaime disse: “Diego, não esqueça: ‘Nós gostamos do que somos e amamos o que fazemos’. Aqui está a chave da promoção vocacional”, ensinou. PRIMÍCIAS A Primeira Missa do neopresbítero Frei Douglas Paulo Machado foi celebrada no domingo, 27 de setembro, com muita solenidade na Capela São Miguel e Santa Rita, em
São José (SC), onde reside sua família. A data coincidiu com a festa do Padroeiro São Miguel. A chuva, que cancelou a procissão pelas ruas com a imagem do Padroeiro, caiu por toda a manhã, mas o povo da Comunidade e os fiéis de Concórdia lotaram a igreja na bairro Areias, em São José. O pároco Frei Kelvin Konz acolheu os paroquianos, visitantes e frades que participaram da celebração. Frei Douglas escolheu para pregador da sua Primeira Missa o orientador do Seminário e Aspirantado de Ituporanga, Frei Alberto Eckel, que, em uma homilia curta, foi didático ao falar sobre os arcanjos e deixou a sua mensagem com clareza e sentimento ao neopresbítero. Ao neopresbítero, Frei Eckel lembrou que o lema escolhido por ele – “…como Cristo amou sua Igreja e se entregou por ela” (Ef 5,25) – orientará o seu ministério presbiteral. “Frei Douglas abraça toda a Igreja num ato de amor, assim como o Cristo o fez. É um amor
que aniquila-se a si mesmo, numa entrega incondicional e gratuita. É o amor e o serviço realizados no mistério da Cruz, testemunhados e anunciados por tantos homens e mulheres ao longo da história, verdadeiros anjos e profetas destemidos que também foram capazes de amar e morrer por sua Igreja, pelo povo de Deus, assim como o Cristo o fez”, exortou.
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Formação e Estudos
Guaratinguetá: TERCEIRA ETAPA DO POSTULINTER gosto foi um mês bastante atípico no Postulantado Frei Galvão, com muitos eventos e acontecimentos extraordinários. Dentre todas as atividades, aconteceu, nos dias 24, 25 e 26, a terceira etapa do Postulinter do Vale do Paraíba. Esta etapa foi marcada por um maior entrosamento entre os postulantes das diversas Congregações
e Ordens. Logo na acolhida era perceptível a alegria do reencontro, a emoção em poder partilhar as experiências vividas desde a última etapa e também a ansiedade pelo desenrolar deste encontro. Durante os três dias, a assessora Irmã Julia Irios abordou os temas da vida fraterna e da sexualidade, nos levando à reflexão através de dinâmicas e partilhas nos grupos de vida.
E como não podia faltar, nosso encontro também foi marcado pela diversão. Na noite da segunda-feira, 24, desfrutamos de deliciosos pastéis de queijo acompanhados de caldo de cana enquanto alguns se arriscavam em cantar no karaokê. Sem dúvida, chegamos ao fim desta etapa com uma grande expectativa para o próximo encontro, em outubro.
FRANCISCO É NORTE Tenho vergonha de ser filho de Francisco, Um Patrimônio do Milênio, do Evangelho, E no meu medo, eu me revelo, mas arrisco Ser filho dele, ainda jovem, até ser velho. Ele é um apelo pra seguir Jesus, na estrada, Para servir, nunca ser servido, e este é o norte... Ele apontou esse caminho, essa alvorada, E é um endereço para quem quer boa sorte. Francisco nunca engana, em sua santa vida, Francisco é norte e luz, estrela na subida, A que propomos pra ganhar a eternidade. Meu São Francisco, meu guru desde criança, Não me deixes nunca apagar minha esperança, Para eu louvar o seu bom Deus e meu Altíssimo. | Comunicações | Outubro 2015 |
Frei Walter Hugo de Almeida
Formação e Estudos
VISITA CANÔNICA NO CONVENTO SÃO BOAVENTURA Frei Eduardo Augusto Schiehl
Fraternidade São Boaventura acolheu, de 3 a 7 de setembro, o Visitador Geral Frei Nestor Inácio Schwerz, OFM, que está em visita às fraternidades da Província Franciscana da Imaculada Conceição em nome de nosso Ministro Geral, Frei Michael Perry, tendo em vista o Capítulo Provincial que será celebrado em janeiro de 2016. Assim prescrevem as Constituições Gerais da Ordem dos Frades Menores, no artigo 213, o ministério que Frei Nestor está exercendo:
“O Visitador Geral, eleito pelo Ministro Geral com seu Definitório, visita canonicamente as Províncias ou outras entidades e, segundo a Regra, admoesta, conforta e caridosamente corrige os irmãos em nome e com autoridade do Ministro Geral. Na visita, procurará conhecer as condições de vida dos irmãos, examinar suas iniciativas, fomentar suas atividades e, sobretudo, promover o espírito de fraternidade e a observância de nossa Regra e das Constituições”. Frei Nestor começou a visita na sexta-feira com a Celebração Eucarística, onde salientou que devemos estar abertos às novidades e às mudanças que o Espírito suscita na vida da Província, especialmente neste momento em que os frades se preparam para o Capítulo Provincial. Segundo o frade, o Capítulo é o momento de revigoramento, tempo de graça, de renovação e é propício para que o Espírito do Senhor possa agir em nós. Ainda na sexta-feira, Frei Nestor comemorava mais um ano de vida. Toda a fraternidade se rejubilou com o dom da vida e da vocação do nosso irmão menor. Os festejos se esten-
deram até o domingo com o recreio festivo e partilha do bolo. A missa de encerramento de sua visita coincidiu com o dia da Independência do Brasil. Frei Nestor aproveitou para pedir que todos nós vivamos imbuídos e iluminados pela Palavra, ajudando na promoção dos mais oprimidos e excluídos de nossa Nação que ainda hoje lutam pela sua independência. Fez um apelo muito significativo aos frades de profissão temporária, que se encontram na formação inicial, para que possam sempre estar disponíveis na construção de um país melhor e disponíveis aos apelos da Ordem e da Igreja. Após ter ouvido cada confrade, em conversa pessoal, Frei Nestor encerrou a sua visita com um pequeno capítulo, onde pôde admoestar cada frade bem como iluminou a caminhada fraterna e formativa. Nossa Fraternidade São Boaventura agradece pela disponibilidade, caridade e misericórdia com que Frei Nestor se apresentou a cada frade, não só na pessoa do Ministro Geral, mas na pessoa do nosso próprio Pai São Francisco. | Comunicações | Outubro 2015 |
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FREI NESTOR CONVERSA COM ESTUDANTES DO ITF FREI JULIANO F. FERNANDES
oi com muita alegria que no dia 31 de agosto o Instituto Teológico Franciscano recebeu a visita de Frei Nestor Inácio Schwerz, como parte da visita que estava realizando à Fraternidade São Francisco, junto ao Instituto. Frei Nestor fora nomeado pelo Ministro Geral, Frei Michael Perry, como visitador geral na Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, mantenedora do ITF. Ele pertence à Província Franciscana São Francisco de Assis, no Estado do Rio Grande do Sul. A visita de Frei Nestor a nosso Instituto foi em vista do Capítulo Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil que acontecerá em janeiro de 2016, na cidade de Agudos, SP. O trabalho de Frei Nestor é de suma importância para o futuro da realidade provincial. Até o final deste ano
ele visitará todas as fraternidades e trabalhos mantidos pela Província. Conversará com todos os frades e com as pessoas mais próximas a eles e que ajudam em iniciativas de evangelização. Por isto, os estudantes se reuniram com Frei Nestor no salão acadêmico e, numa conversa muito aberta e franca, foi exposta sua visão sobre a Faculdade e foram manifestadas alegrias, anseios e pers-
pectivas referentes ao patrimônio e ao ensino acadêmico, para, assim, melhorar cada vez mais os serviços prestados pelo Instituto Teológico Franciscano. Desejamos que o trabalho de Frei Nestor seja frutuoso e que ajude a todos os frades, funcionários e colaboradores a dar um rosto cada vez mais franciscano a todas as frentes de evangelização da Província da Imaculada Conceição do Brasil.
NOITE CULTURAL ABORDA 25 ANOS DO ECA No dia 26 de agosto, o Instituto Teológico Franciscano abriu as portas para uma Noite Cultural, conduzida pelo Sefras, Serviço Franciscano de Solidariedade, e acolheu Frei José Francisco de Cássia dos Santos, animador do Sefras no âmbito da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil; Ericka Gavinho, advogada, especialista em Direito Administrativo, que nos últimos anos tem-se destacado como defensora dos Direitos Humanos no Brasil, Camila Gibin, mestre em Serviço social pela PUC/SP, funcionária do Sefras e membro da associação de familiares de presos, em São Paulo, e Rosângela Pezoti, supervisora técnica do Sefras e doutora em Serviço Social pela PUC/SP. Discutiram-se os desafios e as perspectivas do ECA (Estatuto da| | Comunicações | Outubro 2015
Criança e do Adolescente), por ocasião de seus vinte e cinco anos de existência. Este mesmo evento também expressou satisfação, alegria, agradecimento pelos quinze anos de trabalho do Sefras, no território da Província. As facilitadoras apresentaram reflexões muito conscientes, pontualizando aspectos da atual conjuntura educativa no País, na perspectiva do ECA. Assim, foi abordada a questão da redução da maioridade penal, colocando justificativas para a não redução. A atual situação da educação e suas necessidades de inclusão, frente a uma sociedade onde uma pequena quantidade de pessoas usufrui de boa educação, enquanto a grande maioria não tem acesso à mesma por falta de recursos.
Houve também uma boa contribuição nas ponderações apresentadas, quando se abriu espaço para participação dos ouvintes. A família ITF se alegra com a participação de estudantes, professores, colaboradores e militantes do Sefras. É desejo que outras parcerias possam ser promovidas, para que se desenvolva nos participantes o senso de solidariedade em relação aos menos favorecidos e mais injustiçados.
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Rodeio
Jovens fazem 1º retiro no Eremitério Frei Egídio Cristy Azevedo
ntre os dias 05 e 07 de setembro, o Serviço de Animação Vocacional da Província Franciscana da Imaculada Conceição promoveu o primeiro retiro para jovens, no eremitério Frei Egídio, em Rodeio-SC. Ao chegar em Rodeio, na noite do dia 04 de setembro, o grupo de onze jovens foi acolhido no Noviciado São José, onde, na manhã seguinte, foram dados os primeiros passos para esta experiência de interiorização e de silêncio para encontrar “o caminho que leva ao lugar do coração”. Os instantes de contemplação da bela pintura do altar da igreja Matriz São Francisco de Assis, tão rica em símbolos da espiritualidade franciscana, foram apenas primícias daquilo que nos aguardava no topo da montanha, no eremitério. Após 12 km de caminhada até o Eremitério Frei Egídio, a primeira surpresa: a grandiosidade e, ao mesmo tempo, a singeleza e singularidade do lugar, a casa toda construída de pedras, cercada pela grande beleza da criação. As noites e dias que se seguiram foram marcados pela reflexão, silêncio, contemplação, oração e partilha. Tendo como base para reflexão o subsídio da Ordem dos Frades Menores para o cultivo do Espírito de Oração e Devoção: O caminho que leva ao “lugar do coração”, achegas para descobrir interioridade e silêncio na vida franciscana, os retirantes, motivados por Frei Alberto Eckel Junior, Frei Diego Melo e Ir. Isabel Simeoni, puderam, no silêncio e na partilha,
buscar o caminho interior para chegar a Deus, o caminho da abertura do coração para sentir a presença do Criador. Entre as trilhas e grutas, a proximidade com a natureza e as criaturas, favoreceram imensamente o aprofundamento na espiritualidade e carisma franciscano. Nosso grupo vivenciou nestes três dias uma grande experiência de fraternidade, motivada pelo silêncio, as falas objetivas, a alegria e a simplicidade vivida em conjunto. Para Elidia Viana, de Balneário Camboriú, “o retiro foi maravilhoso, pois tive uma experiência única em que pude silenciar o meu coração e minha mente para ouvir a voz de Deus. Nesses três dias pudemos viver em fraternidade, um ajudando o outro, num lugar de muita paz e que me trouxe muita alegria. Tudo foi muito marcante, mas destacaria o momento em que tivemos a oportunidade de fa-
zer, com nossas próprias mãos, o pão, que depois seria consagrado e repartido no momento da missa. Nunca vou esquecer desta experiência.” “Esse final de semana foi incrível. Nunca pensei que silenciar seria um momento tão forte e tão profundo. O silêncio fala mais forte e muito mais alto que uma pregação, mexeu comigo, me deu lições para a vida toda. Eu abri as portas do meu coração para Deus, para silenciar e contemplar. Isso nunca vou esquecer!” disse Adriano Alexandre, de Santo Amaro da Imperatriz-SC. Na tarde da segunda-feira, deixamos o Eremitério Frei Egídio, enviados, ungidos com bálsamo nas frontes e nas mãos, para levar e espalhar o perfume de Cristo, o perfume da experiência cristã e franciscana nas nossas vidas, nas nossas realidades e comunidades. Louvado sejas meu Senhor, por esta experiência!
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CAMINHADA FRANCISCANA DE CURITIBA
EXAGERADOS NA FÉ Frei Diego Atalino de Melo
enti que não era eu que estava caminhando, mas era Jesus quem me carregava...”, “esses são os melhores calos da minha vida...”, “conhecendo a história dos enfermos em Piraquara, percebi que a minha vida era muito bonita e que até então eu não dava tanto valor...”, “durante a caminhada vimos o amor do irmão para conosco, em simples gestos de repartir a água, em dividir a lanterna, em cantar, em rezar juntos...” “é tudo tão ótimo, tudo tão revigorante, que nos dá forças para continuar o dia-a-dia...”, “as dúvidas que eu tinha quanto a querer ser um frade menor foram todas reduzidas a pó, pois agora, mais do que nunca, quero abraçar este modo de vida maravilhoso”. Essas foram algumas das conclusões dos jovens que percorreram os 20 km da IV Caminhada Franciscana da Juven-
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tude, acontecida nos dias 19 e 20 de setembro, na região metropolitana de Curitiba. A homilia da missa, celebrada no sábado à noite na capela do Convento São Boaventura, em Campo Largo – PR, falava do testemunho de uma jovem ao concluir que a medida de Deus é o exagero, que Deus realmente é exagerado, abundante. Ao encerrar esta Caminhada Franciscana da Juventude e revendo como tudo aconteceu, nos damos conta de que de fato este último final de semana foi marcado pelo exagero de Deus: mais de 300 jovens participantes, mais de 36 horas sem dormir, calos nos pés, bolhas de sangue, dores nas pernas, cãibras, cansaço e sono, percorrendo um itinerário que passava por 3 cidades. Na organização, a dedicação incansável dos frades do Regional de Curitiba, com destaque aos frades estudantes de Filosofia, o envolvimento das Paróquias Bom Jesus da Ferraria e Bom Jesus dos Per-
dões, Convento São Boaventura, Colégio Bom Jesus e FAE, Hospital de Piraquara, Associação Beneficiente Dikaion, Comunidade São José, dos Frades Menores Conventuais, inúmeras pessoas e comunidades abrindo suas comunidades para nos acolher no meio da madrugada, lanches e refeições preparados com carinho e em grande abundância. Para o translado, 7 micro-ônibus, 3 ônibus, 3 vans e 2 carros de apoio. Motivados pela reflexão do Frei Samuel Ferreira de Lima acerca da afirmação de São Francisco “o Senhor me deu irmãos”, outra marca do exagero divino foi a maneira como se criou uma grande fraternidade, não só entre os jovens católicos, mas também com a alegria da presença e participação de jovens e voluntários evangélicos, espíritas e até mesmo agnósticos. O objetivo era experimentar que a fraternidade universal ultrapassa os limites dos credos ou religiões. Certamente para você que está
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lendo esta notícia tudo pode estar parecendo demasiado exagerado ou até mesmo uma loucura. E de fato também o foi para nós que participamos. No entanto, quando a fé é a razão e o fundamento daquilo que fazemos, não há limites para a doação e a entrega da própria vida. Conforme afirma São Paulo, a linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas,
para os que foram salvos, para nós, é uma força divina. (1 Cor 1,18). E essa força certamente nos veio da prova de amor de Cristo por nós, pois os jovens, carregando uma grande cruz de mais de 4 metros de altura, cujos nomes estavam inscritos nela, fizeram a profunda experiência de encontrar suas forças exatamente neste sinal do amor exagerado de Deus.
Por fim, em nome do Serviço de Animação Vocacional da Província, só tenho a agradecer a Deus pela sua abundante generosidade em nossas vidas e missão, pelo envolvimento de todos os que fizeram essa Caminhada se tornar realidade e acreditam que para o amor não existem limites ou meias medidas, pois, de fato, a medida de Deus é o exagero.
A medida de Deus é o “exagero”! Deus é realmente exagerado. O exagero é a medida que eu sempre procurei na minha vida e que nunca consegui alcançar... Eu procurava a eternidade no tempo, a totalidade no amor e o máximo em cada resultado. Mas tudo isto eu procurava no mundo e somente encontrava substitutos. Até mesmo Deus tinha aparências e medidas humanas. Cheguei na Caminhada com o desejo de deixar em casa as preocupações e tirar umas pequenas férias do mundo, da universidade e mesmo daqueles amigos mais próximos. Procurava um tempo livre para mim... Queria dar espaço para a minha procura de felicidade... Cheguei na Caminhada sem nenhuma expectativa e sem nenhum programa, o que era algo inédito
para mim. Forcei-me a desorganizar-me ao menos uma vez e me confiar aos outros. Arrumando minha mochila, na noite anterior à viagem, procurei estar atenta para carregar somente o mínimo necessário, mas parecia que mesmo assim ainda estava muito pesada. Ignorava que já há muito tempo eu trazia no coração tantos “enormes pedregulhos” e que na minha cabeça existiam montanhas de refugos que precisavam ser eliminados. Preocupei-me em esvaziar a minha bagagem material, mas me esqueci de dar uma trégua ao coração e à minha mente, que estavam precisando tanto de um pouco de oxigênio... Eu estava tão imersa os meus compromissos que evitava aos meus inúmeros questionamentos, e jus-
tamente por isso não queria deixar que o silêncio entrasse e preparasse um espaço dentro de mim para um encontro com Deus. Para a Caminhada eu cheguei desejosa de colocar tudo isto que estava dentro de mim em ordem, mas não sabia por onde começar e sem a coragem de fazê-lo realmente. Toda a coragem que hoje eu encontrei chegou até mim ao longo do caminho, encurtando a cada momento, passo a passo, a minha distância de Cristo. Em cada momento poderia ter parado, pedido ajuda, voltado atrás, desistido. Mas Deus estava sempre um centímetro mais próximo do que antes e eu queria realmente exagerar. Desta vez eu tinha prometido para mim mesma ir além, e colocar as minhas mãos nas suas feridas assim | Comunicações | Outubro 2015 |
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como fez Tomé. A minha determinação e a minha teimosia foram os instrumentos pelos quais mais agradeci na minha oração e dos quais Deus se serviu para firmar o meu passo em direção a Ele. Os momentos de silêncio foram os meus maiores sacrifícios. Eu não os queria, pois eles me obrigavam a escutar tudo aquilo que eu sempre tinha colocado em modo de espera. Além disso, o silêncio me sugeria criar um espaço para os projetos de Deus e eu não tinha intenção de deixar a minha vida nas mãos de nenhum outro, nem mesmo nas mãos de Deus. Mas os tempos de mudança estavam próximos e eu mesma me aproximava sem me dar conta. Descobri na Caminhada que Deus não é medíocre e que não sabe o que são meias medidas, as decisões tomadas pela metade e que ele não raciocina subtraindo ou dividindo. Deus somente multiplica e acrescenta. É preciso entregar a vida para nada menos do que a Eternidade... É preciso fazer escolhas que sejam para sempre... Esses convites são exagerados, provocantes e ao mesmo tempo me assustam. Para confiar-se em algo de terno é necessário coragem. E eu não tinha. Durante a Caminhada não sabia
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explicar a paz que eu respirava. Ali o tempo parecia ter parado. Olhava aquelas centenas de caminhantes que Deus tinha escolhido como companheiros de viagem para mim e não via nada de familiar neles, e mesmo assim me sentia em casa com eles. Deus sabia que há muito tempo eu procurava uma casa no coração das pessoas e que o meu desejo de encontrar esta casa teria me levado muito mais perto Dele mesmo do que eu pudesse imaginar. Percebi que Deus queria me surpreender e abaixar as minhas defesas... E ele conseguiu, sobretudo no segundo dia de Caminhada, quando começaram as cãibras. Foi quando eu descobri que eu não estava treinada, preparada ou pronta para aqueles quilômetros que eu achava que seriam fáceis para uma jovem esportista como eu. E foi por meio daquelas câibras que Deus estava me mostrando que não existe nenhuma preparação adequada para o seu encontro, pois a beleza de Deus está exatamente na imprevisibilidade e no não-cálculo. E mesmo assim eu tentava resolver as coisas por minha própria conta, evitando incomodar os outros, pedir ajudar ou mesmo parar, sem enten-
der que Deus estava tentando me comunicar que pedir ajuda, sentir-se fraco e ser carregado pelos outros pode ser uma bela experiência de misericórdia e humildade. Quando finalmente comecei a aceitar a ajuda dos outros, que também foram cuidando dos meus calos e feridas, pude apreciar a paciência de Deus e comecei a deixar a minha teimosia de lado. Foi quando, finalmente, experimentei a beleza de deixar-se amar por Deus por meio dos outros. Por fim, a partir da experiência da Caminhada, pude entender que o tempo que dedicamos a Deus e a nós mesmos tem perfume de eternidade. Caminhando com tanta gente, entendi que tenho amigos próximos que são extremamente distantes, e que agora tenho amigos tão distantes e que são extremamente próximos. Eu acreditava que era feliz. Agora sou feliz por crer. Pensava que poderia viver sozinha, mas agora me dei conta de que viver é conviver. Realmente naqueles dias tudo aquilo que eu acreditava que era impossível na minha vida se tornou possível e quotidiano. E tudo isso eu devo a Deus. Também agradeço aos irmãos e irmãs da Caminhada, aos frades e às irmãs que me levaram até Deus. Obrigado por vocês me ensinarem
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que doar-se e gastar-se pelos outros é amar a Deus. No momento da confissão me despi de todas as máscaras que eu havia sempre vestido. Se alguém me perguntasse que rosto tem a liberdade para mim hoje, eu responderia que a liberdade tem o rosto de um homem que morreu e ressuscitou
por mim, o rosto de alguém que me tirou para fora das trevas e me colocou novamente no mundo. A confissão, que para mim sempre foi um sacramento periférico, um acessório, se revelou ser a chave para as portas da vida eterna. Gastei 22 anos nos meus pecados acreditando que eu poderia me salvar por mim mesma. A descoberta daquela confissão me ensinou que eu não sou sem Deus e que sozinha não posso colher um campo de grãos sem também recolher as ervas daninhas. Descobri que para vencer o pecado eu tinha necessidade de Deus. No fundo, descobri que era Deus que eu procurava quando eu procurava a felicidade, ainda que por caminhos tortuosos. Por fim, quando voltei da Caminhada, percebi que nasceu no meu coração um desejo novo, nasceu o desejo de programar a minha vida a partir de Jesus Cristo. Pode parecer assustador ou mesmo algo meio dis-
CAMINHADA FRANCISCANA A caminhada franciscana É um imenso movimento da juventude. Mobiliza, empolga e envolve muita gente E traz paz, alegria e muita saúde. Alimenta a esperança pela fé Na ação engajada para que o mundo mude. Os jovens de muitos lugares De perto e de longe aqui vêm. Trazem no rosto o sorriso De quem ama e muito se quer bem. Lembram as caminhadas de Jesus E seus apóstolos de Nazaré para Jerusalém. Da mesma forma como os seguidores de Jesus Ouviam sua mensagem de amor, Cada jovem aqui presente traz Cravado em seu peito o franciscano fervor. Com devoção e profunda alegria querem Aprofundar o seguimento de Cristo Senhor. As comunidades demonstram notável Carinho e cuidado no acolhimento. Se organizam para providenciar Aconchegante hospedagem e nutritivo alimento. Expressam sua alegria e amizade Em cada gesto a todo momento. Frades e lideranças leigas com presteza
Se juntam neste grandioso mutirão. Outros colaboram espiritualmente Através de devota e profunda oração. Vamos construindo um mundo novo Marcado pela paz, justiça e comunhão. De nossas paróquia e comunidades Vieram tanto jovens diferentes. Foram mobilizados pelas redes sociais Porque vivem em constante comunicação. Todos tem pela frente grandes e nobres ideais E em Cristo buscam sempre sustentação. Lá vão eles mundo afora Buscando o sustento e realização. Aprofundam o conhecimento da Palavra de Deus pela leitura e meditação. Para os mais empobrecidos caridosamente Estendem os braços e abrem o coração. Quem participa da caminhada franciscana Deve estar sempre aberto à graça da conversão. Para viver com profundidade Sua humana e cristã vocação. Em sua família, na escola e na sociedade Ser capaz de testemunhar vida em comunhão. Saber escolher uma vocação para seguir Traz clareza e discernimento.
tante. Mas não quero correr o risco de não aceitáa-lo e por isso quero fazer o Bem. Desta Caminhada trago para casa a verdade, a beleza e a certeza de que a medida de Deus é o exagero. E que no fundo era este exagero de Deus que eu sempre procurei para a minha vida. Tudo aquilo que na minha vida era acaso se tornou providência, todo o passado se tornou misericórdia e todo o presente se tornou possibilidade. Enfim, bem que me disseram que a Caminhada seria uma oportunidade privilegiada de fazer uma experiência de Deus... E assim o foi! Me deixei surpreender por Deus.... Porque quem se surpreende, se enche de luz. E quem olha para Ele, se tornará radiante... Paz e bem!
Beatriz
Exige espírito de doação e sacrifício Par ser fiel no seu constante cumprimento. Com certeza traz plena realização humana Pois é de Cristo Jesus o primeiro mandamento. “Ide pelo mundo, fazei discípulos meus”: Eis o nosso ideal. Inspirados por Francisco de Assis construamos a fraternidade universal. Caminhando lado a lado com tantos Movimentos que defendem uma sociedade mais igual. De Deus a graça recebemos De participar de grupos e comunidades. Convivendo em ambientes adversos à fé cristã Testemunhemos corajosamente ao Evangelho a fidelidade. Cristo Jesus nos inspire e conduza Um dia à pátria celeste na feliz eternidade. Encerro estes meus versos rimados Invocando as divinas bênçãos do além. Deus proteja e acompanhe a todos, Seus familiares e amigos e a mim também. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Frei Angelo Vanazzi Curitiba, 20 de setembro de 2015. “Dia do gaúcho” | Comunicações | Outubro 2015 |
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RETIRO DOS VOCACIONADOS DE SOROCABA este ano, o retiro dos vocacionados de Sorocaba aconteceu nos dias 12 e 13 de setembro, no Seminário de Agudos. O retiro foi preparado pelo representante do Serviço de Animação Vocacional local e pela Equipe da Pastoral Vocacional da Paróquia Bom Jesus dos Afli-
tos, que também participou junto com os jovens. Foram seis os vocacionados que se fizeram presentes: Jonathan Alamino Castanho, Igor Chefer Machado, Gabriel Martins, Francisco Teixeira Júnior, Irineu Fernandes e Guilherme Santos, procedentes de São Miguel Arcanjo e Sorocaba.
O retiro teve início no sábado, encerrando no domingo com o almoço, após uma caminhada franciscana até a fazenda, onde foi celebrada uma Missa vocacional. Frei Silvio T. Werlingue Pastoral Vocacional da Paróquia Bom Jesus
SAV-RIO - Encontro Vocacional em Petrópolis Os vocacionados do convento de Santo Antonio do Largo da Carioca se reuniram nos dias 19 e 20 de setembro, ocasião em que puderam participar da profissão solene de Frei Gabriel Vargas Dias Alves, Frei Leandro Costa Santos e Frei Marx Rodrigues dos Reis em Petrópolis. Os trabalhos de animação estiveram a cargo do Frei Nazareno José Lüdtke. Os jovens vocacionados partiram do Rio de Janeiro no dia 18 (sexta-feira) e foram acolhidos com muito carinho e atenção pelo guardião da
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fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, Frei César Külkamp. Na manhã do dia seguinte, sábado, puderam conhecer alguns pontos tu-
rísticos de Petrópolis. Pela tarde, às 16h15, participaram da celebração Eucarística, presididas por Frei Estêvão Ottenbreit.
Fraternidades
PROVINCIAL PARABENIZA D. PAULO PELO ANIVERSÁRIO DE 94 ANOS Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel, em nome da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, parabenizou na segunda-feira, 14 de setembro, o seu confrade, o Cardeal Paulo Evaristo Arns, pelo aniversário de 94 anos. “Nos alegramos e saudamos Dom Paulo pelo dom da vida, principalmente neste dia em que estou de partida para a Missão de Angola. Que o seu testemunho de vida profética no Brasil seja também nosso testemunho profético missionário em Angola”, desejou o Ministro Provincial, que vai celebrar solenetemente o Jubileu de 25 anos da Missão de Angola no dia 27 de setembro. Dom Paulo participou da Celebração Eucarística na manhã do domingo, 13, na Catedral da Sé, e agradeceu o dom de sua vida. A missa, presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, contou com a presença de três dos bispos auxiliares que colaboraram com Dom Paulo no tempo em que ele esteve à frente da Arquidiocese – Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), Dom Antônio Gaspar, bispo emérito de Barretos (SP), Dom Fernando Penteado, bispo emérito de Jacarezinho (PR), além de Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes (SP) ordenado sacerdote pelo Cardeal Arns. “No aniversário de 94 anos, gostaria de resumir a minha vida em poucas palavras, porque eu vivo para vocês e vocês vivem comigo para Deus”, disse Dom Paulo, em sua mensagem de agradecimento feita no início da celebração. O Cardeal Arns afirmou, ainda, que seus 94 anos foram “dados com amor, com alegria e com uma grande aceitação”. “Me obrigo a pedir perdão por tanta coisa que podia ter sido feita e não aconteceu porque a graça nos deu o tanto que deu, mas nós falhamos no tanto que recebemos. Vamos, então, agradecer uns aos outros, de modo especial, todos os que estão presentes, para lembrar os 94 anos de vida que foram oferecidos por todo povo de São Paulo e por toda a nossa terra do Brasil. | Comunicações | Outubro 2015 |
Fraternidades
NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, PADROEIRA DE VILA VELHA Frei James F. Gomes Neto
o último dia 26 de agosto, foi votado e aprovado na Câmara Municipal de Vila Velha o Projeto de Lei, de autoria do Vereador Joel Rangel que declara “Nossa Senhora do Rosário” como Padroeira da Cidade de Vila Velha e também instituiu o dia 07 de outubro como o dia da Padroeira de Vila velha. Algumas justificativas para o Projeto: •A Igreja de Nossa Senhora do Rosário foi a primeira igreja construída no Espírito Santo e é uma das mais antigas do Brasil. Foi erguida em 1535, quando da chegada de Vasco Fernandes Coutinho – 1º Donatário da Capitania do Espírito Santo. Mais tarde, em 1551, foi feita a ampliação em sua estrutura; • O Estado do Espírito Santo, portanto, nasceu sob a proteção de Nossa Senhora do Rosário; • A Igreja do Rosário faz parte do sítio histórico da Prainha. É quase unânime a opinião dos historiadores de que a nossa Igreja do Rosário é a mais antiga igreja em função do Brasil. Razão de orgulho, de responsabilidade e de cultivo da memória histórica; • Durante anos, ininterruptamente, a cidade de Vila Velha celebrou a festa de Nossa Senhora do Rosário – dia 07 de outubro - como sua padroeira. Esta tradição se perdeu ao longo do tempo e atualmente temos somente uma festa religiosa no município de Vila Velha: a Festa de Nossa Senhora da Penha, que em 2015 reuniu milhões de fiéis no município, o que confirma as observações de especialistas sobre o
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crescimento do turismo religioso; • Para a comunidade católica a imagem de Nossa Senhora representa força e fé inabalável no Amor Divino, na figura materna que consola e intercede por todos nós; • Nada mais oportuno que reiterar a importância da oração e da participação de toda a família nas comunidades através de um evento que reúne pessoas de idades e culturas diversas em um mesmo lugar, com um mesmo objetivo: louvar, pedir e agradecer; Com a aprovação da Nova Lei, será possível: • Resgatar uma antiga tradição do município de Vila Velha: a festa em homenagem a Nossa Senhora do Rosário; • Destacar a importância histórica desta igreja para o Estado do Espírito Santo; • Contribuir para o desenvolvimento do turismo no município; • Convocar a comunidade de Vila Ve-
lha a se reunir numa festa cristã, de louvor a Deus e ao amor fraterno, reunindo moradores antigos da Prainha e atual Associação de Moradores. Participaram da Sessão de aprovação do Projeto de Lei na Câmara Municipal de Vila Velha, os Frades Franciscanos a serviço na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, um grande número de fiéis da Comunidade Nossa Senhora do Rosário da Prainha e representantes da Casa da Memória de Vila Velha. A iniciativa foi uma ação integrada entre os Religiosos Franciscanos, leigos da Comunidade e Casa da Memória de Vila Velha, contando para seu êxito com o apoio do Vereador Joel Rangel. • Temos agora, além da grande Festa da Penha que extrapola os limites municipais e estaduais, mais uma data para a comunidade católica render homenagens a Nossa Senhora por sua força e fé inabalável no Amor Divino.
Fraternidades
Vila Velha
Curso para Músicos no santuário ntre as pastorais desenvolvidas pela Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Vila Velha está o trabalho com os músicos das comunidades, incluindo os cantores, violonistas e tecladistas. O curso ministrado pela Professora Rosilene Santos, que faz parte da equipe de músicos do Santuário, é aberto às crianças, jovens e adultos e busca não só o ensino dos instrumentos, mas o aperfeiçoamento nas técnicas de execução. Para os cantores são oferecidos treinamentos para o melhor uso da voz. O objetivo desta pastoral é “des-
cobrir” novos talentos nas comunidades e dar suporte técnico aos que já se dedicam à liturgia. O número de interessados superou as expectativas e os frutos já são visíveis nas celebrações pelas comunidades. Neste dia 15 de setembro, todo o
grupo se reuniu para uma celebração eucarística com toda a liturgia aos cuidados dos alunos, primeiramente uma apresentação interna para o grupo, amigos e familiares, um treinamento para uma posterior celebração no Santuário para toda a Comunidade.
EXPOSIÇÃO: MÊS DA BÍBLIA Foi aberta, no último dia 12 de setembro, após a missa das 17h, no Santuário Divino Espírito Santo de Vila Velha, uma Exposição de 25 livros dos séculos 17, 18 e 19. A exposição é uma homenagem ao Mês da Bíblia. O livro mais velho é de 1608. Não são bíblias, mas missais populares e catecismos. A Exposição foi organizada pela Casa da Memória de Vila Velha, com o apoio da Fraternidade Franciscana do Santuário, e ficará aberta no Presbitério do Santuário até dia 21.
Fraternidades
MANGUEIRINHA SE MOBILIZA NO CLIMA DA LAUDATO SÍ Frei Valdevino Negherbon
m junho último, o Papa Francisco lançou a Encíclica Laudato Si’ e também declarou a data de 1º de setembro como “Dia Mundial de Prece pela Criação”, ou seja, o Dia de Cuidado com a Natureza. Esta data tem um sentido ecumênico. Nós, da Paróquia Imaculada Conceição, em Mangueirinha (PR), resolvemos marcar este dia junto às escolas e a comunidade em geral. No dia 31 de agosto, antecedendo a data de 1º de setembro, todos os alunos das escolas de nosso município participaram de uma caminhada para celebrar o Dia Mundial de Prece pela Criação, nos períodos da manhã e tarde. Com faixas e cartazes, fizeram o plantio de árvores nativas na praça central da cidade. À noite tivemos uma palestra no
centro de eventos ministrada pela Faculdade Unilagos, onde foram distribuídas mais de 500 mudas de árvores nativas. As escolas do Interior também celebraram este dia. A Paróquia enviou um cartaz e duas mudas de araucária para cada escola. Entre a caminhada e a palestra, ti-
FESTA FRANCISCANA EM XAXIM
vemos uma participação de cerca de 2 mil alunos. Para a realização deste evento nos reunimos anteriormente com professores e diretores das escolas e da Faculdade, além da Secretaria Municipal de Educação, onde foram combinadas as atividades. Foi visitado todo o comércio pedindo a participação na caminhada. Foi confeccionado um cartaz com ideias simples e conhecidas, mostrando assim para todos que pequenas atitudes nossas podem fazer com que o planeta e o meio ambiente onde vivemos possam ser melhores: - Apagar a luz quando eu sair da sala, quarto e demais cômodos da casa; - Desligar aparelhos elétricos que não estejam sendo utilizados (rádio, televisão, etc); - Economizar água na hora do banho, higiene pessoal, limpeza…- Usar menos o carro, andar a pé ou de bicicleta que faz bem à saúde e não polui o meio ambiente (ir de carona para o trabalho, escola, etc);- Usar menos papel, sacolas de plástico; - Respeitar toda a natureza: plantas, animais, água… - Produzir menos lixo;- Não deixar ou jogar lixo na natureza; - Reciclar o lixo.
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PVF: BENFEITORES SE REÚNEM EM SÃO PAULO
ÉRIKA AUGUSTO
a manhã do último domingo, 23 de agosto, benfeitores do Pró-Vocações e Missões Franciscanas se reuniram em São Paulo, para um momento de reencontro e oração. Quase 100 pessoas estiveram presentes, de diversas regiões de São Paulo e até mesmo de Santos. O Encontro Regional de benfeitores é um momento muito aguardado por todos, como afirmou Frei Alvaci Mendes da Luz. “Nós sabemos de vocês, recebemos sua contribuição, e muitas vezes nosso único meio de comunicação é o boletim, que não substitui este encontro pessoal e fraterno”, afirmou. O encontro teve início às 9h, com a Celebração Eucarística, celebrada no Santuário e Convento São Francisco de Assis, na região central. A missa foi presidida por Frei Alvaci e contou ainda com a presença de Frei Alexandre Rohling, o Frei Xandão, nos cantos. Em sua homilia, Frei Alvaci agradeceu aos benfeitores pela resposta positiva ao convite para o encontro de benfeitores, e destacou a importância da presença de cada um. O frade falou ainda sobre o papel dos leigos na Igreja, que celebra no 4º domingo de agosto a vocação laical. “A nossa Igreja depende de cada um, na sua particularidade, no seu jeito. Quem não tem condições de fazer nada na Igreja, ajuda de outra forma, sendo benfeitor, por exemplo”, explicou
Frei Alvaci. O frade falou ainda sobre os leigos que colaboram nas paróquias e comunidades, e afirmou que se não fosse a vocação leiga, a vocação religiosa não teria sentido, pois sem os leigos a Igreja não se sustentaria. Ao final da missa, Frei Alvaci agradeceu de modo especial aos leigos que se dedicam na catequese de Primeira Eucaristia, já que a missa das 9h é celebrada com as crianças e catequistas. O frade agradeceu pela dedicação destes jovens e adultos que dispõem parte do seu tempo na evangelização das crianças da região. Os catequistas receberam das mãos de Frei Alvaci e Frei Odorico uma lembrança. Ordem Franciscana Secular recebe os benfeitores Após a missa, o encontro teve continuidade na igreja vizinha, dedicada a São Francisco das Chagas, que é administrada pela OFS – Ordem Franciscana Secular. Os benfeitores puderam ouvir de Maria Nascimento Silva, ministra da Fraternidade de São Francisco das Chagas, alguns detalhes sobre a igreja, que passou por um processo de restauro que durou 7 anos e foi reaberta em maio de 2014. A ministra falou ainda sobre a frater-
nidade, que atualmente conta com 92 irmãos. Visita às dependências da igreja Após a fala da ministra, os presentes puderam conhecer as dependências da igreja, que foi concluída em 1736. O passeio incluiu visitas ao memorial e ao mausoléu, onde estão enterrados irmãos da OFS, entre eles Rafael Tobias de Aguiar, um dos fundadores da Polícia Militar do Estado de São Paulo, e nomeado em 1831 como presidente da Província de São Paulo, um cargo semelhante a governador. Tobias de Aguiar pertencia à OFS. Os benfeitores puderam também conhecer a sacristia e o acervo de documentos, imagens e paramentos litúrgicos que a igreja de São Francisco das Chagas possui. Para a benfeitora Anna Maria, o encontro foi emocionante. É o terceiro encontro em que ela está presente. Ela afirmou que faz parte de uma paróquia que vive a espiritualidade carmelita, mas que o encontro despertou nela o desejo de conhecer mais de perto da Ordem Franciscana Secular. Anna Maria também destacou o trabalho de restauração da igreja das Chagas.
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FREI PEDRO CELEBRA JUBILEU DE 60 ANOS DE VIDA RELIGIOSA FREI JEÂ PAULO ANDRADE
o penúltimo final de semana de agosto, a Fraternidade do Convento da Penha teve a alegria de celebrar festivamente com o Frei Pedro Engel o seu Jubileu de 60 anos de vida religiosa consagrada. A motivação para celebrar foi grande, tanto que precisou ser dividida em momentos: um tríduo celebrativo. No sábado, dia 22, foi feita uma confraternização com os voluntários e amigos do Convento da Penha. A festa foi na “casa verde” com churrasco e música ao vivo. O coral da Penha, do qual participa o jubilado, cantou algumas canções para os presentes. No dia 23 tivemos o momento litúrgico com a concelebração de to-
dos os frades da casa. Frei Pedro fez a renovação dos votos. Esteve presente a OFS e os vocacionados do Convento. Nos agradecimentos, Frei Pedro falou da sua caminhada vocacional. Disse que por ter nascido no dia de São Bartolomeu sua mãe quis dar a
FESTA FRANCISCANA EM são paulo
ele o nome do Apóstolo, mas preferiu nomeá-lo com o nome de Pedro, por ser o chefe dos apóstolos. Segundo ele, vem daí a sua vontade pela chefia... No dia 24 foi o aniversário de vida de Frei Pedro, 79 anos. Celebramos com os confrades do Regional com um almoço festivo. Em todos os momentos estiveram junto com ele três de seus irmãos vindos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Um deles também é irmão religioso da Congregação do Sagrado Coração de Jesus. Enfim, foram dias de muita festividade e alegria pela vida e vocação do confrade. Nele é nítido o vigor físico, exemplar o espírito de oração e inspirador o testemunho fraterno.
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ENCONTRO DO REGIONAL DO VALE DO PARAÍBA FREI CLAUDINO DAL’MAGO
omo reflexão, Frei João Francisco da Silva, Coordenador, propôs o “Discurso do Papa Francisco aos Cardeais e Colaboradores da Cúria Romana. Catálogo das doenças da Cúria Romana”. Lido, na íntegra, o texto, algumas doenças ganharam destaque, entre elas: a da “rivalidade e da vanglória”; a da “afirmação do poder”; a das “pessoas que se acham imortais”. E, ainda, a “doença da fofoca” - talvez a mãe de todas elas. As doenças citadas pelo Papa, no seu conjunto, são bem atuais, aninhadas e espalhadas um pouco, ou muito, por toda parte, e não fazem muita distinção de pessoas. Não bastassem as tantas elencadas, registrem-se outras, as dos “hipocondríacos”. Fé e Amor foram sugeridos como possíveis remédios para um relacionamento saudável e equilibrado, que sobrepõem o “outro” ao “eu”. Feita a partilha da reflexão, as Fraternidades do Encontro mencionaram a boa experiência dos Postu-
lantes, no Sefras, em julho; a reforma da cozinha do Postulantado; a Festa Caipira, na praça do Seminário, dias 14, 15 e 16 de agosto (foto); o bom atendimento aos romeiros e confecção de velas por parte dos Postulantes; a visita canônica de Frei Nestor Shwerz, marcante pela mensagem e pelo seu acolhedor modo fraterno de tratar a todos. A Reunião do Definitório, pela primeira vez no Postulantado, ficou registrada como presença fraterna e incentivo vocacional aos formandos da Casa. Da Fraternidade de São Sebastião também vieram boas notícias,
como: a preparação comunitária dos 50 Anos da Paróquia, quando frades e leigos atuaram suas devidas atribuições; o projeto, já pronto, da exposição de presépios, sob orientação técnico-artística de Frei Roger Brunório, auxiliado por Frades Estagiários de Petrópolis, e com apoio de Parcerias e Patrocínio. Frei José Francisco, no final do Encontro, salientou o bom andamento da Preparação ao Capítulo Provincial, no empenho e desempenho da Comissão, e convocou-nos a “pegar firme a vida fraterna e oração”.
FUNDAÇÃO FREI ROGÉRIO PROMOVE NOITE DE GALA EM CURITIBANOS No dia 11 de setembro, a Fundação Frei Rogério viveu uma grande noite: um magnífico jantar para convidados e, ao final, sorteio de duas viagens com acompanhante, para as empresas que participaram do Plano de Mídia do Aniversário das Rádios. No evento compareceram empresários e/ou gerentes da cidade e da região, além dos colaboradores. Ao final do jantar o Diretor/Presidente Frei Neuri Reinisch apresentou o novo Plano de Mídia 2016 denominado “Mais Movimento”. Todavia, não é somente um Plano de Mídia, mas um estilo de fazer Rádio: mais informação, mais espiritualidade, mais música, mais interatividade, mais esporte, mais ações comunitárias, mais prêmios, etc. As viagens sorteadas foram para Fortaleza (CE) e Bonito (MS) | Comunicações | Outubro 2015 |
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ENCONTRO DO REGIONAL DE AGUDOS FREI JORGE L. MAOSKI
o dia 21 de setembro, o Regional de Agudos se reuniu na Paróquia Santo Antônio, em Sorocaba. Participaram do encontro 12 membros do Regional e tivemos a presença do Definidor Frei Mário Tagliari e de D. Caetano Ferrari, bispo de Bauru. A primeira parte da manhã dedicamos à leitu-
ra de um texto: “Vida Religiosa na Igreja de Francisco” (Victor Codina, SJ). Após a leitura fizemos comentários e partilha do texto, que é muito profundo e provocador. A partir dessa reflexão também procuramos dar nossa contribuição, respondendo à questão sobre qual deveria ser o grande objetivo da Província para o próximo sexênio. Na segunda parte da manhã
“Frei Xandão” conclui curso de pós-graduação Frei Alexandre Rohling concluiu o curso de pós-graduação lato-sensu: “Cultura e Meios de Comunicação - abordagem teórico prática” no SEPAC-Paulinas, na Vila Mariana, em São Paulo. Em sua pesquisa de conclusão, aprofundou o rádio enquanto veículo de evangelização e analisou a audiência do programa “Sala Franciscana” em São Paulo. Agora, “Frei Xandão” está no aguardo do| Comunicações diploma a ser emitido | Outubro 2015pela |
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Frei Alexandre agradece o apoio de todos e de modo especial lembra o confrade já falecido Frei Agostinho Piccolo. “Ele me incentivou desde o início a estudar e a me aprofundar no conhecimento dos meios de comunicação, a fim de anunciar a todos os cantos a Palavra de Deus”, revelou Frei Alexandre, feliz com o cumprimento de mais uma meta.
reservamos tempo para ouvir um pouco sobre o andamento da vida e missão das fraternidades do Regional e outros comunicados do Regional e da Província. Recordamos, por fim, que nosso encontro recreativo será dia 30 de novembro em Agudos e, à noite, teremos a Missa do Jubileu de Ouro de Vida Religiosa de D. Caetano, que será na Paróquia Santo Antônio, em Bauru, às 19h30
Fraternidades
Entrevista
Frei Antônio Moser convocado para o Sínodo cheio de interrogações e contradições. Em outras palavras, o Sínodo certamente trará uma luz muito mais diretamente teológica do que estritamente moral, no sentido casuístico. Iluminar os caminhos para animar as famílias na diversidade de situações será a preocupação central. Com certeza se falará mais de graça do que de pecado; mais de luzes do que de sombras. É a Igreja do “sim” de Maria que abre suas janelas mais do que nunca.
Moacir Beggo
Santa Sé divulgou na terça-feira (15/09), a lista dos participantes da XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que se realizará no Vaticano de 4 a 25 de outubro, sobre o tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. No total, os participantes brasileiros serão onze (2 cardeais, 4 bispos, 1 teólogo e 4 leigos), entre eles Frei Antônio Moser, frade desta Província da Imaculada Conceição do Brasil e professor de Teologia Moral e Ética no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis, convocado para fazer parte da Secretaria Especial. Comunicações - O sr. esperava esta convocação para o Sínodo? Frei Moser - Todos sabemos que os Sínodos não acontecem todos os dias e que se trata de um grande evento eclesial, para o qual comparecem numerosos bispos vindos de todo o mundo. No Sínodo extraordinário do ano passado estiveram presentes nada menos do que 250 pessoas entre bispos e assessores. Neste haverá um número parecido de participantes. Ora, sabendo que o Sínodo é algo tão importante para a Igreja e sabendo que do Brasil só vão 2 Cardeais e 4 bispos (além dos leigos), claro que o telefonema da Nunciatura inicialmente me assustou. Logo pensei tratar-se de algo ligado à Editora Vozes... Na realidade era a pergunta para saber se eu aceitava. Duas semanas depois veio oficialmente a convocação para ser “expert”. Imagino que esta convocação se deu devido aos meus escritos sobre sexualidade e família. Mas, de qualquer forma, de hábito franciscano nas sessões oficiais, em meio a tantas mitras, a gente só pode sentir-se pequeno. Comunicações - Pode o Sínodo dos bispos alterar a doutrina da Igreja em pontos doutrinários de teologia moral?
Frei Moser - Quando o então Papa João XXIII convocou o Concílio Vaticano II foi logo esclarecendo que não queria um Concílio de cunho doutrinário, mas pastoral. Ora, quando se tem presente a figura do Papa Francisco, ninguém iria esperar por algo que fosse diferente: trata-se de encontrar uma maneira mais adequada para animar a caminhada da Igreja e sobretudo, como diz o atual Instrumento de Trabalho, dar especial atenção às pessoas e famílias que se encontram em estado de fragilidade. A grande carta que este Papa traz na manga é a mesma de Jesus Cristo: abrir as cortinas para que as pessoas vislumbrem a beleza e se sintam fascinadas pelo Reino de Deus e sua causa. Comunicações - Espera-se alguma mudança em termos da moral sexual? Frei Moser - Claro que quando se fala em família, de uma maneira ou de outra nos defrontamos com questões morais. Todos estão antenados para ver o que o Sínodo vai dizer sobre os separados, recasados, e em união homoafetiva. A rigor, embora estas sejam questões que estão na ordem do dia, as preocupações pastorais vão muito além. O quadro de fundo é o do “mundo contemporâneo”,
Comunicações - Como conceituar, concretamente, a família face às várias formas como ela está se estruturando? Frei Moser - Boa pergunta. Houve tempos em que nós não nos dávamos conta da grande diversidade de situações, resultantes de coordenadas culturais e históricas. No Sínodo extraordinário do ano passado esta diversidade veio com frequência à tona. Haja vista culturas que convivem com a poligamia, outras que se defrontam com famílias resultantes de diversas separações e diversas uniões.... Hoje, em certos setores da sociedade se tende a considerar como família também uniões homoafetivas, que por vezes reivindicam a condição de “matrimônio”. Trata-se de acolher estas pessoas e uniões como elas são, como ponto de partida, e não como ponto de chegada. Em todas as situações o que importa é que as pessoas possam conhecer o amor de Deus através da compreensão e do amor concreto dos irmãos e irmãs. Há muitos anos já usei esta expressão: “pessoas homoafetivas são irmãos e irmãs que Deus nos deu”. Nem condenar, nem justificar, mas ajuizar cada situação oferecendo a mão para ajudar estas pessoas a se encontrarem, serem respeitadas, e encontrar o Criador de todos e de todas. Claro que adoção de crianças vai ser uma questão mais polêmica do que o eventual batismo destas crianças. Leia a íntegra da entrevista no site www.franciscanos.org.br | Comunicações | Outubro 2015 |
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FIMDA
Os três professos solenes da Missão: Frei António Zovo Baza, Frei João e Frei Afonso Quessongo
Com a Imaculada Mãe de Deus exultamos de alegria no Senhor! Frei SANTANA Kafunda
xultamos, pela vida de Nossa Jovem Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, que completou seus 25 anos de presença franciscana em terras de Ngola Kilwanje Kya Samba, Angola. É com profunda alegria que com aqueles nossos irmãos de primeira hora, Frei Plínio, Frei Pedro Caron, Frei Lotário, Frei Sansão, Frei José Zanchet e outros, nos juntamos à grande festa e dizemos como o anjo
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à Nossa Senhora: “sanguluka ni sangumuka” (alegrai-vos e rejubilai-vos no Senhor). Exultamos pelo sim definitivo de nosso irmão Frei João Baptista Chilunda Canjenjenga, que professou solenemente diante do santo povo de Deus, do Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, do Visitador Provincial, O abraço de Frei João ao seu irmão
FIMDA
Frei Nestor e do Presidente da Fundação, Frei José Antonio dos Santos. Frei João Canta: “Senhor, que queres que eu faça, no meio da ordem franciscana”? O Ministro Provincial fez ecoar a mensagem do Papa Francisco e do Ministro Geral, Frei Michael Antony Perry: “… Quero recordar-lhes os valores centrais de nossa vida. Primeiro, a nossa relação com Deus, que deve ser sempre cultivada com atenção e amor. Depois, a nossa relação fraterna: a pertença à fraternidade vem antes de qualquer coisa outra categoria de pertença e também a fraternidade precisa de dedicação total e de empenho evangélico absoluto; não se contentem nunca com uma qualidade de vida medíocre em fraternidade. Ainda, coloquem em prática a simplicidade de vida e sobriedade para dar um maior testemunho ao povo angolano. Enfim, como nos sugere também o Papa Francisco, cuidado para não caírem na armadilha do clericalismo, que
não tem nada a ver com a nossa identidade franciscana”. Força FIMDA, força Frei Canjenjenga! A lavra é grande e necessita não de braços cruzados, mas de braços abertos. Enfim, a festa foi também um verdadeiro ponto de encontro com aqueles que um dia foram formandos ou foram companheiros de caminhada em fase de formação inicial, de diversos institutos religiosos e diocesanos. Que possamos louvar sempre ao Criador, com sua mãe, a Virgem Maria, Mamã Muxima. Obrigado, Senhor!
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FIMDA
JUFRA DE ANGOLA CELEBRA 25 ANOS DE FUNDAÇÃO FREI SIRO LWAMBA
Juventude Franciscana (Jufra) de Angola celebrou um momento muito especial na sua caminhada seguindo os passos de nosso Pai Seráfico São Francisco de Assis: o primeiro jubileu da sua fundação. Foi o Frei Joaquim Ribeiro, OFMCap, que reuniu 28 jovens em Luanda no ano de 1990 para lhes apresentar o carisma franciscano, para falar do Francisco de Assis que decidiu imitar a Jesus pobre, casto e crucificado e que há mais de 800 anos encanta jovens, adultos e agora uma pessoa muito especial para nós, católicos, o Papa Francisco. A Jufra de Angola fechou este ano jubilar com o VI Acampamento Nacional, realizado de 17 a 23 de agosto, quando participaram 138 jovens dos regionais de Cabinda, SoYo, Úige, Malange, Luanda, Benguela, Huambo, além do presidente da Jufra de Cabo Verde. Participaram do acampamento pela Fundação Imaculada Mãe de Deus, Frei Siro Lwamba e Frei Mário Pelu. Outros confrades participaram das principais celebrações. Os jovens desta terra franciscana de Angola deram todo seu amor a Francisco de Assis e agora celebram 25 anos vivendo o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo nos
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Frei Joaquim Ribeiro, OFMCap, o fundador da Jufra
passos do Santo de Assis. E esses jovens rezaram assim: “Senhor Nosso Deus, neste ano em que nos é dado celebrar os 25 anos de presença da Juventude Franciscana nas terras de Angola, imploramos que renoves em nós o Espírito que infundiste no vosso servo Francisco de Assis, nosso irmão universal. Se nos nossos corações houver a mágoa de uma ofensa recebida, a dor de uma partida, o tédio dos dias de labor, semeando a paz e o bem, a solidão dos passos na longa caminhada para a eternidade; o peso da consciência de não praticar o bem que apregoa ao mundo […] Nós te pedimos, Senhor, que ao culminar este jubileu, possamos ser jovens novos […] apaixonados por Cristo, seguindo os passos de Francisco de Assis […] Abre, Senhor, a nossa inteligência para que possamos compreender as Sagradas Escrituras, como fizeste aos discípulos de Emaús.
Frei Benjamim Maiato, OFMCap: 92 anos
[…] Para que por intercessão de Maria, nossa Mama Muxima, no fim da jornada possamos dizer: «A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o santo de Deus. Amém!” Belas, simples e profundas palavras desta oração!
Capítulo Provincial
Carta da Comissão Preparatória do Capítulo às Fraternidades Caros confrades, Paz e bem! Nós da Comissão Preparatória do Capítulo Provincial 2016 estivemos reunidos no Convento São Francisco nos dias 7 e 8 de setembro. O ponto de partida desta nossa 3ª reunião de trabalho foram as respostas das Fraternidades ao “Instrumento de Consulta”. Agradecemos cordialmente às vinte e sete Fraternidades que enviaram contribuições. Juntamos essas contribuições em blocos temáticos, que em breve disponibilizaremos para vocês mediante este boletim. Fazendo o trabalho a nós confiado, procuramos identificar consensos e estamos elaborando o Instrumento de Trabalho do Capítulo, que planejamos fazer chegar à mão de vocês já no começo de dezembro. Entendemos que os Objetivos e Estratégias são o coração do Plano de Evangelização. Esta parte do Plano, mais do que qualquer outra, deve ser o resultado final de todo o processo de discernimento do Capítulo. No entanto, a Preparação é para chegarmos ao Capítulo já com indicações. Várias Fraternidades pleiteiam a continuidade de objetivos do Plano de Evangelização anterior, apenas com emendas às estratégias. Identificamos aí dois grandes objetivos: um na linha da animação e promoção vocacional, e outro no que se refere à qualidade de vida pessoal e fraterna. Estes são objetivos mais ad intra. Claro, precisamos ser evangelizados para evangelizar. Contudo, não deveríamos apontar objetivos (prioridades) na linha da nossa missão? Não é da missão que podem vir ventos para a renovação ad intra? Resolvemos, pois, desafiar as Fraternidades a fazer mais um esforço na construção do Capítulo, mas, desta vez, bem pontual e específico. Estamos enviando em anexo o artigo A Vida Religiosa na Igreja de Francisco, de Victor Codina. Sugerimos que seja lido e refletido em Fraternidade, como “aquecimento”, para então responder às questões: a) Na linha da missão, atendendo aos apelos do Papa para uma Província “em saída”, qual deve ser o grande objetivo (prioridade) da Fraternidade Provincial no próximo sexênio? b) Para atingir este objetivo, quais as linhas de ação a serem implementadas? As respostas sejam enviadas para freicesar@franciscanos.org.br até o dia 20 de outubro. O Senhor lhes dê a paz! São Paulo, 08 de setembro de 2015. Pela Comissão, Frei Cesar Külkamp, Secretário e Frei Antonio Michels, coordenador | Comunicações | Outubro 2015 |
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Capítulo Provincial
ATA DA APURAÇÃO DAS INDICAÇÕES AOS OFÍCIOS DE MINISTRO PROVINCIAL, VIGÁRIO PROVINCIAL E DEFINIDORES PROVINCIAIS Às 8h00 do dia 13 de setembro de 2015, na Sede Provincial, em São Paulo, SP, sob a presidência do Visitador Geral e Presidente do Capítulo Provincial Frei Nestor Schwerz, reuniram-se os escrutinadores por ele nomeados, a saber: Frei Djalmo Fuck, Frei Raimundo Justiniano de Oliveira Castro e Frei Walter de Carvalho Júnior, para procederem à apuração das indicações ao ofício de Ministro Provincial, Vigário Provincial e Definidores Provinciais, segundo o que rezam os artigos 61 e 64 dos Estatutos Particulares da Província. Para o ofício de Ministro Provincial, apuradas as 283 cédulas que retornaram ao Presidente do Capítulo Provincial, constatou-se o seguinte resultado (em número de indicações): Frei Evaristo P. Spengler Frei César Külkamp Frei Fidêncio Vanboemmel Frei Estêvão Ottenbreit Frei João Mannes Frei Angelo José Luiz Frei Guido Moacir Scheidt Frei Antônio Moser Frei Valdir Laurentino Frei Paulo Roberto Pereira
121 85 77 37 25 19 17 17 12 12
Recebeu 11 indicações: Frei Vitorio Mazzuco Filho; receberam 10 indicações: Frei José Francisco de Cássia dos Santos e Frei Mário Luiz Tagliari; recebeu 9 indicações: Frei Volney J. Berkenbrock; recebeu 8 indicações: Frei Ivo Müller; recebeu 7 indicações: Frei Olivo Marafon; recebeu 6 indicações: Frei Luiz Colossi; receberam 5 indicações: Frei Salésio L. Hillesheim, Frei Nelson José Hillesheim e Frei Samuel Ferreira de Lima; recebeu 4 indicações: Frei Raimundo Justiniano
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de Oliveira Castro; receberam 3 indicações: Frei Ladí Antoniazzi e Frei Alexandre Magno Cordeiro da Silva; receberam 2 indicações: Frei Gilberto M. S. Piscitelli, Frei João Francisco da Silva, Frei Germano Guesser, Frei Fernando de Araújo Lima, Frei José Idair Ferreira Augusto, Frei José Antônio dos Santos, Frei Nilo Agostini e Frei Gustavo W. Medella; receberam 1 indicação: Frei Tarcísio Theiss, Frei Evandro Balestrin, Frei Antônio Michels, Frei João Pereira da Silva, Frei James L. Girardi, Frei Nolvi Dalla Costa, Frei Ludovico Garmus, Frei José Pereira, Frei Antônio Nader, Frei Pascoal Fusinato, Frei João F. Reinert, Frei Claudino Dalmago, Frei Luiz Henrique Ferreira de Aquino, Frei Moacir Longo, Frei Valdecir Schwambach, Frei Sérgio Pagan, Frei José Antônio Cruz Duarte, Frei Carlos Pierezan, Frei Marcos Antônio de Andrade, Frei José Clemente Müller, Frei Fábio Cesar Gomes, Frei Angelo Cardoso da Silva e Frei Délcio F. Lorenzetti. Para o ofício de Vigário Provincial, apuradas as 283 cédulas que retornaram ao Presidente do Capítulo Provincial, constatou-se o seguinte resultado (em número de indicações): Frei Evaristo P. Spengler Frei Estêvão Ottenbreit Frei César Külkamp Frei João Mannes Frei Fidêncio Vanboemmel Frei Raimundo J. de Oliveira Castro Frei Angelo José Luiz Frei Mario Tagliari Frei José Francisco de C. dos Santos Frei Luiz Colossi Frei Guido Scheidt
48 32 23 17 12 11 10 10 09 08 07
Frei Ivo Müller Frei Salésio L. Hillesheim Frei Antônio Michels Frei Fernando de Araújo Lima Frei José Pereira Frei Alexandre M. Cordeiro da Silva Frei Marcos Antônio de Andrade Frei Vitorio Mazzuco Filho
07 06 05 05 05 05 04 04
Receberam 3 indicações: Frei Paulo R. Pereira, Frei Olivo Marafon, Frei Nolvi Dalla Costa e Frei Walter de Carvalho Júnior; receberam 2 indicações: Frei Daniel Dellandrea, Frei Valdir Laurentino, Frei Volney J. Berkenbrock, Frei Neylor J. Tonin, Frei Ladí Antoniazzi, Frei Fábio Cesar Gomes, Frei Pascoal Fusinato, Frei Nilo Agostini, Frei Valdecir Schwambach e Frei Moacir A. Longo; receberam 1 indicação: Frei Antônio Moser, Frei Gilberto G. Garcia, Frei Clauzemir Makximovitz, Frei Clarêncio Neotti, Frei Claudino Dalmago, Frei James Girardi, Frei Gustavo W. Medella, Frei Gaudêncio Sens, Frei Adriano Freixo Pinto, Frei Anacleto L. Gapski, Frei Mário Brunetta, Frei Jacir Zolet, Frei Luiz Henrique Ferreira de Aquino, Frei Rafael Spricigo, Frei João F. Reinert, Frei Vagner Sassi, e Frei Nilton Decker. Houve 1 indicação nula e 1 em branco. Para o ofício de Definidor Provincial, apuradas as 283 cédulas que retornaram ao Presidente do Capítulo Provincial, constatou-se o seguinte resultado (em número de indicações): Frei Gustavo W. Medella Frei João Mannes Frei José Francisco de
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Capítulo Provincial C. dos Santos Frei Valdecir Schwambach Frei Evandro Balestrin Frei João Francisco da Silva Frei Germano Guesser Frei Walter de Carvalho Júnior Frei Evaristo P. Spengler Frei Paulo Roberto Pereira Frei João Fernandes Reinert Frei Alexandre M. Cordeiro da Silva Frei Valdir Laurentino Frei Fábio Cesar Gomes Frei Ivo Müller Frei Nelson J. Hillesheim Frei Angelo José Luiz Frei Daniel Dellandrea Frei Raimundo J. de Oliveira Castro Frei Luiz Colossi Frei César Külkamp Frei Jorge Lázaro de Souza Frei Diego Atalino de Melo Frei Samuel Ferreira de Lima Frei Fernando de Araújo Lima Frei Gilmar José da Silva Frei Plínio Gande da Silva
75 60 55 54 53 45 42 42 36 34 30 29 27 27 25 24 24 23 22 19 18 18 17 17 17
Recebeu 16 indicações: Frei Vagner Sassi; receberam 15 indicações: Frei Adriano Freixo Pinto e Frei Antônio Michels; receberam 14 indicações: Frei James Luiz Girardi, Frei Leonir Ansolin e Frei Neuri F. Reinisch; receberam 13 indicações: Frei Antônio Moser e Frei Olivo Marafon; receberam 12 indicações: Frei Estêvão Ottenbreit, Frei José Idair Ferreira Augusto e Frei Mário Luiz Tagliari; receberam 11 indicações: Frei Gentil de Lima Branco, Frei José Pereira, Frei Ladí Antoniazzi, Frei Marcos Antônio de Andrade, Frei Salésio L. Hillesheim e Frei Volney J. Berkenbrock; receberam 10 indicações: Frei Nilton Decker e Frei Luiz Henrique Ferreira Aquino; receberam 9 indicações: Frei Alvaci Mendes da Luz, Frei Djalmo Fuck e Frei Roger Brunório; receberam 8 indicações: Frei Alex Sandro Ciarnoscki, Frei Anacleto L. Gapski,
Frei André Becker, Frei Nolvi Dalla Costa, Frei Regis G. Ribeiro Daher, Frei Sílvio T. Werlingue e Frei Vitorio Mazzuco Filho; receberam 7 indicações: Frei Ademir Sanquetti, Frei Claudino Dalmago, Frei Délcio F. Lorenzetti, Frei Guido M. Scheidt, Frei Jorge Paulo Schiavini, Frei Lindolfo Jasper, Frei Mário J. Knapik, Frei Paulo Roberto S. Santana, Frei Pedro da Silva, Frei Rafael Spricigo, Frei Thiago A. Hayakawa e Frei Valdir Nunes Ribeiro; receberam 6 indicações: Frei Antônio Joaquim Pinto, Frei Antônio Mazzucco, Frei Fidêncio Vanboemmel, Frei Vanderley Grassy e Frei Walter Ferreira Júnior; receberam 5 indicações: Frei Carlos Pierezan, Frei Claudino Gilz, Frei Elias Dalla Rosa, Frei Elói D. Piva, Frei João Pereira Lopes, Frei Joarez Foresti, Frei Ludovico Garmus, Frei Paulo César Ferreira da Silva e Frei Vilmar Alves da Silva; receberam 4 indicações: Frei Aldeci de A. Miranda, Frei Bertolino Tholl, Frei Carlos J. Körber, Frei David Raimundo Santos, Frei Jacir Antônio Zolet, Frei José Alamiro Andrade Silva, Frei Luiz Donizete Ribeiro; Frei Nelson Rabelo, Frei Neylor José Tonin, Frei Roberto Ishara e Frei Sandro Roberto da Costa; receberam 3 indicações: Frei Adriano Dias do Nascimento, Frei Benedito G. G. Gonçalves, Frei Edrian Josué Pasini, Frei Florival Mariano de Toledo, Frei Francisco Morás, Frei Gilson Kammer, Frei Heitor Cela, Frei Hipólito Martendal, Frei Jairo Ferrandin, Frei Jeâ Paulo Andrade, Frei Marcos Estevam de Melo, Frei Miguel da Cruz, Frei Moacir Antonio Longo, Frei Nilo Agostini, Frei Robson de Castro Guimarães, Frei Tarcísio G. Theiss, Frei José Antônio Cruz Duarte e Frei Alisson L. Zanetti; receberam 2 indicações: Frei Airton da Rosa Oliveira, Frei Alessandro Dias do Nascimento, Frei Almir Ribeiro Guimarães, Frei Angelo Cardoso da Silva, Frei
Antônio A. Nader, Frei Carlos L. Nunes Corrêa, Frei Dionísio R. Morás, Frei Gilberto M. S. Piscitelli, Frei André Gurzysnki, Frei Jorge L. Maoski, Frei José Henrique Rosa, Frei José Lino Lückmann, Frei Lauro Formigoni, Frei Luís Antônio Aliberti, Frei Paulijacson P. de Moura, Frei Pedro de Oliveira Rodrigues, Frei Rodrigo da Silva Santos, Frei Vanilton A. Leme, Frei Renato A. Pezenti, Frei José Antônio dos Santos; receberam 1 indicação: Frei Aladim Uber, Frei Alex Cesar Rodrigues, Frei Angelo Vanazzi, Frei Antônio Everaldo P. Marinho, Frei Benjamim Berticelli, Frei Carlos A. Branco Araújo, Frei Clarêncio Neotti, Frei Clauzemir Makximovitz, Frei Conrado Lindmeier, Frei Fabiano Kessin, Frei Gaudêncio Sens, Frei Genildo Provin, Frei Gilberto G. Garcia, Frei James Ferreira Gomes Neto, Frei Jean Carlos A. Oliveira, Frei João Antunes Filho, Frei José Boeing, Frei José Martins Coelho, Frei José Ulisses de Moraes, Frei Laerte de Farias dos Santos, Frei Léo Severino Schmidt, Frei Luiz Carlos Peloso, Frei Luiz Toigo, Frei Marcos Hollmann, Frei Mário Stein, Frei Nazareno J. Lüdtke, Frei Osmar Dalazen, Frei Osvaldo Lino Luiz, Frei Pedro do Nascimento Viana, Frei Pedro Engel, Frei Roberto Carlos Nunes, Frei Rozântimo Antunes Costa, Frei Sérgio de Souza, Frei Valdemiro Wastchuk, Frei Valdevino Negherbon, Frei Sebastião Kremer, Frei Marco Antônio dos Santos e Frei Leonardo Aureliano dos R. T. Santos. Houve 5 indicações em branco, e 1 nula. São Paulo, 13 de setembro de 2015. Frei Nestor Schwerz Frei Djalmo Fuck Frei Raimundo J. de Oliveira Castro Frei Walter de Carvalho Júnior | Comunicações | Outubro 2015 |
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Capítulo Provincial 1. Cristo lava-pés: esta silhueta representa o gesto de Cristo na
quinta-feira santa: “Dei-vos o exemplo para que façais como vos fiz” (Jo 13,15). Uma mão elevada, representa a missão confiada por Deus ao seu Filho. A segunda mão está perto do chão como realidade do projeto de Cristo no mundo. Há no mesmo desenho as marcas do Cristo (chagas nas mãos e no lado);
2. S. Francisco: ao mesmo tempo que esta silhueta nos remete ao
a LOGOmarca DO CAPÍTULO PROVINCIAL 2016
Cristo, recorda-nos a semelhança de Francisco ao próprio Cristo (alter Christus). O detalhe do capuz permite essa representação. Francisco que imita o Cristo e que também lava os pés do mais fragilizado. A mão está na altura do rosto do frade (a esquerda) como quem ensina ou recorda esse projeto (missão);
3. Água: os traços querem nos remeter à água. Símbolo do renasci-
mento, da vida nova, água do lava-pés. A água vem do alto, passa pelas mãos chagadas do próprio Cristo e de Francisco; passa na cabeça do frade e desemboca na bacia. Ela está lavando o próprio frade, e ao mesmo tempo o frade a usa para lavar os pés da pessoa representada;
4. Bacia: em traços simples representa a bacia do lava-pés. Simbolo
do serviço;
5. TAU: misturado aos outros traços, temos o tau como representação do carisma franciscano;
6. Água: este filete de água que sai da bacia, representa a realidade am-
O paulista Frei Leandro Costa, que acabou de professar solenemente no último dia 26 de setembro, é o autor do desenho escolhido pela Comissão Preparatória do Capítulo Provincial 2016. Veja as explicações de cada parte do desenho:
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pla da missão do lava-pés. Como se essa água se direcionasse a outros lugares, o mundo;
7. Homem: estes traços representam os homens e mulheres que devemos servir em nosso ministério de frades;
8. Frades humildes: os frades, da esquerda e da direita, os dois inclinados, representam a humildade necessária para o cumprimento desta missão. “Evangelizar como Irmãos e Menores”. Debruçados com reverência diante daqueles e daquelas que necessitam de nosso serviço;
9. Frades: a representação nos leva a compreender o caráter fraterno
na missão. Os dois frades lavam os pés. O frade abaixado está voltado com o rosto para as chagas, como se esta atitude recordasse o sentido da missão do lava-pés.
USF
Evangelização
Campus Itatiba reinaugura Capela oi reinaugurada, no dia 27 de agosto, a Capela Santo Frei Galvão, no Campus de Itatiba da Universidade São Francisco (USF). A Missa foi celebrada pelo Presidente da Casa Nossa Senhora da Paz (CNSP-ASF) Frei Raimundo J. de Oliveira Castro e concelebrada pelo Ministro Provincial e Chanceler da USF Frei Fidêncio Vanboemmel, e pelo Coordenador da Pastoral Universitária e da Extensão Universitária na USF, Frei Thiago Alexandre Hayakawa. A missa contou com a presença do Reitor da USF, professor Joel Alves de Sousa Júnior, dos Pró-Reitores, professora Iara Andrea Alvares Fernandes e Adriel de Moura Cabral, do Diretor do Campus de Itatiba, professor Carlos Eduardo Pizzolatto, além dos coordenadores de curso,
professores, funcionários técnico-administrativos e alunos do Campus de Itatiba. “Acho bonito ter uma capela na universidade, como referencial de um sinal sagrado, onde as pessoas de diferentes maneiras se prostram e louvam a Deus. Não apenas pensando em si mesmos. As pessoas vão até a capela de forma reverente, rezam,
meditam, oram a Deus, para também serem reverentes num mundo irreverente. Com tantas injustiças, o que mais falta é essa reverência do ser humano com seu semelhante e reverência para com Deus”, afirmou Frei Fidêncio. A Capela está localizada próxima ao prédio de Engenharia.
atendimento gratuito à comunidade de Valinhos e Bragança Paulista A Universidade São Francisco (USF) em parceria com o Conselho Regional de Farmácia (CRF) promoveu no dia 12 de setembro o evento “Farmacêuticos na Praça”. As atividades foram realizadas em Valinhos e em Bragança Paulista. Durante a atividade, alunos e docentes prestarão serviços gratuitos à comunidade, como aferição de pressão arterial, teste de glicemia,
orientações sobre dengue e sobre uso racional de medicamentos e Doenças Sexualmente Transmis-
PROFESSORES Por ocasião do “Ano da Vida Consagrada”, proclamado pelo Papa Francisco, a Fraternidade Franciscana São Boaventura, em Campo Largo, Rondinha (PR), oferece o Curso sobre A Vida Consagrada de São Francisco e Santa Clara de Assis e na Igreja hoje.
síveis (DST). Foram atendidas 248 pessoas em Valinhos e 461 em Bragança Paulista.
Frei Fábio Cesar Gomes. Doutor em Teologia, com especialização em Espiritualidade Franciscana. Frei Fidêncio Vanboemmel. Mestre em Espiritualidade Franciscana. Frei João Mannes. Doutor em Filosofia, com especialização na Filosofia Mística de São Boaventura. | Comunicações | Outubro 2015 | 549
Evangelização
PERDÃO E PRUDÊNCIA Tema do Projeto do Tempo Franciscano nas Unidades do Colégio Bom Jesus
Onde há amor e sabedoria, não há medo nem ignorância. Onde há paciência e humildade, não há ira nem perturbação. Onde à pobreza se une a alegria, não há cobiça nem avareza. Onde há paz e meditação, não há nervosismo nem dissipação. Onde a reverência a Deus está guardando a casa (cf. Lc 11,21), o inimigo não encontra porta para entrar. Onde há misericórdia e prudência, não há desperdício nem dureza de coração.
(S. Francisco de Assis – Admoestação n. 27).
Frei Claudino Gilz
SÃO FRANCISCO DE ASSIS – UMA INSPIRAÇÃO AO PERDÃO E À PRUDÊNCIA esde a sua infância, Francisco mostrou-se alegre, brincalhão, amável, pródigo, cortês, generoso, desapegado de si, fiel a seus propósitos e dotado de uma inteligência sutil. Distinguia-se pela compaixão para com os pobres que encontrava pelo caminho, a ponto de dar-lhes abundantes esmolas. Longos dias foram o tempo que Francisco dedicou-se ao discernimento da vontade de Deus para com ele. Foi aos poucos aprendendo a viver em sintonia com a manifestação dos desígnios divinos para com ele, a perdoar, a ser prudente no caminho do Espírito... Por meio da docilidade ao Espírito Santo, Francisco deixou um legado humano e religioso não so-
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mente aos seus seguidores e à Igreja, mas a toda a humanidade que, por isso, iria admirá-lo para sempre. Admirá-lo por sua vida, suas virtudes. Admirá-lo por demonstrar perdão onde a ofensa tinha semeado sofrimento, por unir onde muitos difundiam a discórdia, por fazer da fé um tesouro inestimável e não um fardo e, enfim, por sorrir até mesmo quando inundado de dor, provocada pela insensibilidade alheia. Objetivo geral: – Estabelecer uma relação entre as trajetórias humana e religiosa de São Francisco de Assis e a proposta educacional da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus (AFESBJ). Objetivos específicos: – Identificar em São Francisco de Assis uma inspiração à convocação divina tanto para o discernimento do sentido da vida, quanto para a instauração de uma con-
vivência fraterna e respeitosa no cotidiano educacional. – Refletir sobre a importância do Perdão e da Prudência – ensinamentos de São Francisco de Assis – em meio às relações humanas, seja no âmbito familiar, seja no educacional, social e religioso. – Fazer do Tempo Franciscano (mês de outubro de 2015) um momento propício para aprender de São Francisco de Assis a amar a vida como a um dom de Deus, a amar a Mãe Natureza e todas as suas criaturas. – Prestar uma merecida homenagem aos professores da AFESBJ – pelo seu dia (15/10/2015) – cujas virtudes muito deixam transparecer de São Francisco de Assis em sala de aula junto aos alunos. JUSTIFICATIVA A intencionalidade do Projeto Tempo Franciscano (mês de outubro de 2015) decorre da própria missão da AFESBJ. “Perdão e Pru-
Evangelização dência” é o tema escolhido para o Tempo Franciscano de 2015. “Perdão e Prudência” foram – para São Francisco de Assis – mais do que duas virtudes. Foram como que a irradiação mais fiel dos dinamismos humano e religioso que o desinstalaram para o propósito de amar ao modo de Deus, de servir a todos indistintamente, de fazer-se próximo e solidário principalmente a quem mais necessitava. Por essas e outras razões, “Perdão e Prudência” podem também ser a todos nós – envolvidos com as atividades educacionais – o ponto de partida para inúmeras aprendizagens e reflexões, o objetivo por excelência do Tempo Franciscano de 2015. ALGUMAS DAS PROPOSTAS DE ATIVIDADES QUE SERÃO DESENVOLVIDAS 1. PARA ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL AO 4.º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL, INSPIRADAS NA ORAÇÃO DA PAZ 1.1 Como introdução, o Professor fará uma breve explicação aos alunos sobre quem foi São Francisco de Assis, as características de suas ações e a importância de sua história de vida para os nossos dias, especialmente em um ambiente escolar franciscano. 1.2 Irá refletir com eles sobre questões, tais como: o que é perdão e, até mesmo, quando se faz necessário pedir perdão? O que é mais fácil: perdoar ou pedir perdão? O que se pode aprender de São Francisco sobre a paz? O que é preciso fazer para que haja paz dentro da sala, no horário de recreio, fora da escola, na nossa família e em outros ambientes?...
2. PARA OS ALUNOS DO 5.º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL AO 3.º ANO DO ENSINO MÉDIO 2.1 - 1.ª semana do mês de setembro (31/08 – 04/09): o Professor irá, no início ou no fim da aula, apresentar aos alunos algumas perguntas que podem ser respondidas oralmente ou que fiquem para uma reflexão: O que é perdoar? Você já perdoou algo muito difícil de ser perdoado? Você já pediu perdão por algo que fez? O que é prudência? 2.2 - 2.ª semana do mês de setembro (07/09 – 11/09): o professor apresentará Francisco como um homem que perdoou e que pediu em sua oração: “Senhor, fazei que eu procure mais perdoar que ser perdoado”. Falará de alguns momentos da vida em que Francisco soube perdoar, tais como: a passagem em que Francisco se torna a ponte de perdão entre o lobo de Gúbio e as pessoas do povoado do referido lugar. 2.3 – 3.ª semana do mês de setembro (14/09 – 18/09): o professor fará menção, no início ou no fim da aula, ao momento em que o perdão é vivenciado quando Francisco viaja até a Síria, antes mesmo de ser recebido pelo Sultão, correndo o risco de perder a própria vida. Assim narra Tomás de Celano1: “Preso pelos guardas antes de chegar ao Sultão, não se assustou nem quando foi ofendido e açoitado...” 2.4 – 4.ª semana do mês de setembro (21/09 – 25/09): o professor irá comentar junto aos alunos que São Francisco, em seus ensinamentos, apresentou algumas ideias e pensamen-
tos sobre o perdão, tais como: O perdão encontra-se em Deus2. “Deus é Santo, justo, verdadeiro e reto. Só Ele é bom, inocente e puro. De Deus, por Ele e Nele é todo o perdão, toda a graça, toda a glória de todos os penitentes e justos.3”. 2.5 – 5.ª semana setembro/outubro (28/09 – 02/10): o professor irá convidar os alunos a refletirem a respeito de suas próprias vidas, seu relacionamento com a família e com a sociedade, com base em algumas perguntas: O que cada pessoa precisa perdoar para poder viver mais feliz, mais amável na família, na sociedade e na relação consigo mesmo? Preciso pedir perdão por algo que fiz e que tem atrapalhado meu relacionamento com os outros e comigo mesmo? De que modo posso ser mais ainda um sinal de perdão e prudência para as pessoas com quem convivo diariamente? 1. CELANO,
T. Francisco e o Sultão. In: SÃO FRANCISCO DE ASSIS. Escritos e biografias de São Francisco de Assis, crônicas e outros testemunhos do primeiro século franciscano. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1982. p. 220.
2. REGRA
NÃO BULADA. In: SÃO FRANCISCO DE ASSIS. Escritos e biografias de São Francisco de Assis, crônicas e outros testemunhos do primeiro século franciscano. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1982. p. 163.
3. REGRA
NÃO BULADA. In: SÃO FRANCISCO DE ASSIS. Escritos e biografias de São Francisco de Assis, crônicas e outros testemunhos do primeiro século franciscano. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1982. p. 163. | Comunicações | Outubro 2015 |
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1º encontro nacional de irmãos leigos
TODOS VÓS SOIS IRMÃOS Frei Vagner Sassi
s dependências do Seminário Santo Antônio de Agudos (SP) receberam, entre os dias 4 e 7 de setembro, cerca de 70 frades das quatro obediências franciscanas - Ordem dos Frades Menores (OFM), Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (OFMCap), Ordem dos Frades Menores Conventuais
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(OFMConv) e Terceira Ordem Regular (TOR) - e provenientes de 15 estados do Brasil, para o 1º Encontro Nacional de Irmãos Leigos, um momento único, histórico e memorável na história do franciscanismo. Na tarde da sexta-feira, dia 4 de setembro, a equipe de coordenação formada por Frei Walter de Carvalho Junior, OFM, Frei Jaime Batista, OFM, Frei Mateus Bento dos San-
tos, OFMCap, Frei Rubens Nunes da Mota, OFMCap, e Frei Tiago Santos, OFMCap, acolheu os presentes ressaltando o significado e a importância desta iniciativa em termos da unidade e da fraternidade dos que, não obstante as diferenças, se enamoraram pelo seguimento de Cristo a modo de Francisco de Assis. Representando as obediências, Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM,
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Frei Fidêncio Vanboemmel
Frei Carlos Silva
Frei Gilson Nunes
ministro provincial da Província da Imaculada Conceição; Frei Carlos Silva OFMCap, ministro provincial da Província Imaculada Conceição, de São Paulo; e Frei Liomar Pereira da Silva, OFMCap, presidente da Conferência Capuchinha do Brasil, dirigiram aos frades palavras de esperança e entusiasmo recordando a bênção e graça das origens. A partir do tema “A dimensão laical do frade franciscano”, o encontro se desdobrou em três momentos, a saber, “revendo a história”, “revendo a espiritualidade” e “perspectivas”,
intercalando momentos de conferência e partilha nos grupos. Para favorecer a integração, os frades presentes foram distribuídos por dez pequenas fraternidades: Rivotorto, Fonte Colombo, Alverne, Assis, Greccio, Irmão Sol, Irmã Lua, Mãe Terra e Irmã Água e Irmão Fogo. O momento de rever a história aconteceu na manhã do sábado, dia 5 de setembro. Coube a Frei Sandro Roberto da Costa, OFM, desenvolver o tema “Francisco e as origens leigas dos Menores: uma memória esquecida no tempo”. Bem fundamentado,
Frei Sandro apresentou com clareza a inspiração originária da Ordem Franciscana e o modo como se deu historicamente seu processo de clericalização. Após a conferência, a reflexão prosseguiu nas pequenas fraternidades a partir das seguintes questões: Enquanto franciscano, que sentimentos o que foi até aqui exposto desperta em mim? De que modo o conhecimento da história pode nos ajudar a todos, irmãos e clérigos, a sermos fiéis à inspiração original de Francisco? | Comunicações | Outubro 2015 |
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O momento de rever a espiritualidade ocupou a tarde do segundo dia do Encontro. Coube a Frei Bruno Scapolan, OFM, mestre de noviços em Catalão (GO), desenvolver o tema “Reviver a espiritualidade do irmão leigo”. A partir de um sólido embasamento bíblico, Frei Bruno apresentou o seguimento de Cristo como ponto de partida que ilumina e sustenta a vocação laical para a fraternidade e elencou algumas características do “ser irmão” na espiritualidade franciscana. Mais uma vez, as pequenas fraternidades foram o espaço onde se fez ressoar a fecundidade da reflexão e da partilha. Hoje, em nossas estruturas, conseguimos ter claro o sentido de “ser irmão” como testemunhas do caminho proposto por Cristo – a fraternidade – como meio concreto de construção do Reino de Deus? Como nelas transparecem a itinerância, o anúncio vivo do Evangelho, a consagração e a comunhão? O momento de lançar perspectivas aconteceu na manhã do
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domingo, dia 6 de setembro. Coube a Frei Rubens Nunes da Mota, OFMCap, desenvolver o tema “A vocação e o projeto de vida do irmão leigo”. A partir de considerações psicológicas e teologais, Frei Rubens ressaltou a importância de se ter um projeto de vida que possibilite ao frade tomar nas próprias mãos a responsabilidade por seu crescimento e maturação tanto humana quanto profissional. Em um breve momento de deserto, os frades puderem repensar tópicos importantes em termos de carisma franciscano, identidade e missão. Quais motivações primeiras me trouxeram aqui? Como tem sido minha vivência para ajudar na construção da vida fraterna? Como dou continuidade à minha experiência de Deus? Como está minha motivação para a missão? A quantas anda meu estado laical e como posso aprofundar minha opção? Na celebração eucarística reuniram-se os frades presentes e o povo de Agudos para dar graças a Deus pelo dom da vocação. Frei Gilson
Frei Sandro Roberto da Costa
Frei Bruno Scapolan
Frei Rubens Nunes da Mota
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Nunes, OFMConv, ministro provincial da Província São Francisco de Assis, recém-chegado para participar do Encontro, apresentou uma relíquia de São Francisco. “Esta relíquia, simbolicamente, traz Francisco mais perto de nós”. E todos os frades foram chamados para a bênção de São Francisco. Na tarde de domingo, dia 6 de
setembro, Frei Walter de Carvalho Júnior relatou a memória dos três encontros de irmãos leigos realizados em nível de CFMB, e Frei Tiago Santos, OFMCap, a memória dos quatro encontros de irmãos leigos promovidos pela Conferência dos Capuchinos do Brasil. Ressaltou-se a importância desses passos que culminaram no presente encontro
reunindo os irmãos das várias obediências franciscanas. Reunidos à noite no recreio fraterno oferecido pela fraternidade local, os frades puderam partilhar os “comes e bebes” trazidos das mais diferentes regiões do Brasil e participar de um sorteio de brindes. A música, que variou do estilo gauchesco até o nordestino, encheu de alegria a todos pela graça de se reunirem como verdadeiros irmãos, filhos de um mesmo pai, São Francisco. O encerramento do Encontro deu-se na manhã de segunda-feira, dia 7 de setembro. Foi aprovada uma carta a ser enviada aos Ministros Gerais e Provinciais das três obediências e da TOR, e ficou definido que os irmãos leigos voltarão a se encontrar em dois anos. Unânime foi a satisfação com o presente encontro na avaliação de todos, e uma nova equipe foi escolhida a fim de preparar o próximo. Logo após o almoço, retornaram os frades revigorados para suas fraternidades. Em louvor de Cristo. Amém! | Comunicações | Outubro 2015 |
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Documento final do encontro
“Vós sois todos irmãos”
(Mt 23,8)
Paz e bem! identidade é tarefa e exercício de criar-se e, continuamente, recriar-se. As pessoas têm de se explicar a partir das inspirações que, muitas vezes, lhes antecedem. Nisto, as pessoas se conquistam, concretizam-se em meio a relações humanas e sociais, deixando surgir ideais e projetos que são legados para as gerações posteriores como dom e horizonte, para também elas cumprirem a própria tarefa da identidade humana. Certamente, não foi diferente com Francisco de Assis. Desde a sua juventude, teve que se medir com os valores e as intuições fundamentais do Evangelho. No encontro com o Cristo pobre e ao longo da sua identificação cada vez mais radical com Ele, Francisco foi interpelado a empenhar-se criativa e fraternalmente na descoberta de um modo novo de viver o Evan-
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gelho. Um projeto que Francisco sempre reconheceu como revelação do Senhor, e que nos comunica no Testamento, quando afirma: “E depois que o Senhor me deu irmãos, ninguém me mostrou o que deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu deveria viver segundo a forma do santo Evangelho” (Test 14). Para o frade franciscano, a tarefa da identidade humana é tornar-se irmão menor. Nosso nome revela o projeto de vida que se realiza em fraternidade. Concretizamos, no tempo atual, a identidade franciscana nas relações interpessoais e fraternas. Para compreender melhor esta tarefa, partilhar as experiências que formam esta identidade, nós, irmãos leigos nos reunimos de 4 a 7 de setembro de 2015, em Agudos (SP), para o I Encontro Nacional de Irmãos Leigos Franciscanos. Pertencentes às diversas obediências da Família Franciscana (OFM, OFMCap, OFMConv e TOR), éramos 77 frades menores leigos, oriundos de 15 estados brasileiros. Também tivemos a presença dos ministros provinciais: Frei Fidêncio Vanboemmel (Conferência dos Frades Menores do Brasil), Frei Carlos Silva (OFMCap), Frei Liomar Pereira (Conferência dos Capuchinhos do Brasil) e Frei Gilson Nunes (União dos Conventuais do Brasil e CFFB). Trouxemos conosco diversas culturas e diferentes experiências formativas, mas unidos na mesma raiz carismática e empenhados na realização da única tarefa de tornarmo-nos frades menores. Por isso, sabíamos da importância histórica deste encontro, não somente pelo fato de que era a primeira vez em que os irmãos leigos das obediências franciscanas se
encontravam em nível nacional e, quiçá, mundial, mas também porque, por meio deste feito, demos juntos um passo significativo na obra de perfazer, em fraternidade, a nossa identidade comum. “A dimensão laical do frade franciscano: história, espiritualidade e perspectivas” foi o tema do encontro. No primeiro momento, o olhar voltou-se para a história da Ordem, ao longo da qual a institucionalização do movimento franciscano foi acompanhada, infelizmente, pela clericalização. Trata-se de um processo histórico que, desde os inícios, gerou dificuldades na compreensão da identidade, papel e testemunho do irmão leigo, bem como ainda hoje é responsável por ferir a igualdade efetiva e jurídica entre os frades. Contudo, a clericalização não fere apenas a condição dos irmãos leigos e prejudica as relações fraternas, mas, sobretudo, e de modo extremamente perigoso, desfigura a inspiração originária e, com isto, a identidade franciscana. É a experiência franciscana no seu núcleo que vem sendo comprometida. Neste sentido, a clericalização é um mal a ser superado tanto pelos irmãos leigos quanto pelos irmãos clérigos num esforço conjunto. Ela põe em perigo, pois, o nosso futuro de irmãos menores e arruína a base de nossa fraternidade minorítica. Para este risco nos alerta, profeticamente, a recente carta circular “O dom irrenunciável dos irmãos leigos para a nossa Ordem”, do atual Ministro Geral dos frades capuchinhos, Frei Mauro Jöhri: “Algumas vezes escutei afirmações do tipo: ‘Este jovem é muito capaz, homem intelectualmente e humanamente dotado, decidiu permanecer ou continuar apenas irmão’. Confesso que estas
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palavras me irritam seriamente! O verbo ‘permanecer’, neste caso, revela que, àquela pessoa, a quem se refere, falta alguma coisa, que a sua vocação, seu serviço é parcial e incompleto. É como dizer que a consagração religiosa não é suficiente para dar pleno sentido à existência de uma pessoa. Creio que esta concepção da vocação dos nossos irmãos leigos influencie não pouco na diminuição dos ‘irmãos’ na nossa Ordem e corre o risco de depreciar e enfraquecer o significado profundo e autêntico da vida consagrada”. Como “a vida consagrada, por sua natureza, não é laical nem clerical” (VC 60), consideramos de grande importância e louvável o diálogo dos Ministros Gerais Franciscanos junto à Santa Sé em vista de sermos reconhecidos como uma Ordem de irmãos, em que frades clérigos e leigos tenham igualdade efetiva e jurídica. No horizonte da espiritualidade, reconhecemos a urgência de reavivar esta dimensão fundamental e originária de nossa vocação franciscana, ou seja, de que somos todos irmãos. A centralidade da pessoa de Jesus Cristo, que se fez por nós irmão, faz ver que se fazer irmão não é um aspecto secundário e que possa ser suprimido da experiência da formação de nossa identidade. Francisco compreende o irmão como dom do Senhor e vincula esta doação com a descoberta do estilo de vida que queria para si e para os seus primeiros companheiros: a conformação progressiva e radical ao Evangelho. Por isso, sua conversão é frequentemente mediada pelo encontro com tantos irmãos, paradigmaticamente, aquele com os leprosos: “O próprio Senhor me conduziu entre eles e fiz misericórdia com eles” (Test 2). E outra coisa talvez não tenha
querido ser senão um irmão menor entre tantos e, os primeiros irmãos, independentemente de serem leigos ou clérigos, contentavam-se em ser submissos a todos. A vida de Francisco e da fraternidade primitiva, pode-se dizer, foi uma conversão crescente para serem irmãos. Na esteira desta inspiração, nós, como frades menores leigos, somos hoje chamados a ser “testemunho da caridade de Cristo para com todos, especialmente os mais pequeninos, os mais necessitados, e irmãos para uma maior fraternidade na Igreja” (VC 60). Eis o sinal em que a nossa vida religiosa franciscana pode se tornar! Recuperar a lógica do dom que cria a fraternidade e nos empenharmos para uma transformação das estruturas, de modo que elas favoreçam a conversão de nós mesmos em irmãos é missão de todos os frades. Urge superar as divisões que ainda estabelecemos, até mesmo entre as obediências, com coragem e confiança no Senhor. Nosso encontro nos motivou para esta conversão e, assim, despertou para a necessidade de mútua ajuda e maior aproximação entre as obediências, inclusive por meio de projetos comuns de vida e missão, para uma vida fraterna mais intensa e ampla entre os menores. Quanto às perspectivas dos irmãos leigos franciscanos, percebemos a grande oportunidade de sermos presença nos mais variados espaços eclesiais e sociais, muitas vezes onde a evangelização se faz ausente e a vida se encontra ameaçada. Nesse sentido, a animação vocacional pode apresentar as nossas variadas formas de presença e modos de viver como irmãos menores. Por outro lado, há o desafio de conferir especial atenção ao projeto de vida dos irmãos de opção lai-
cal, sobretudo em vista de que eles não permaneçam reféns dos projetos institucionais em vigor nas províncias, não poucas vezes pensados e consolidados segundo a compreensão prioritariamente clerical da vida franciscana, que nos leva, por exemplo, à redução da missão à manutenção das estruturas paroquiais. Neste sentido, acreditamos que se deve dar especial atenção à profissionalização dos irmãos de opção laical, sem descuido da sua formação teológica e espiritual. E é necessário repensar profundamente os processos formativos nas províncias que, historicamente, são estruturados em vista da formação de ministros ordenados, não reduzindo a formação inicial à formação seminarística. Trata-se de organizar uma formação que, antes de tudo, esteja direcionada para a constituição da identidade franciscana do irmão menor, que, neste sentido, constitui-se como meta da formação de cada um de nós. Por fim, manifestamos a grata certeza da riqueza que o Senhor nos doou em sua liberalidade. As partilhas e a convivência nestes dias nos mostraram que nos diferentes serviços realizados pelos irmãos em todo o Brasil e na multiplicidade de talentos e experiências dos irmãos presentes no encontro está manifesto um grande bem que o Senhor continua realizando em nossas fraternidades. Este bem é o dom do ser irmão leigo, que desde os primórdios enriquece a fraternidade minorítica e que precisa ser cuidado e promovido, como restituição ao Senhor, em todos os lugares onde vão e se encontram os irmãos menores. Seminário Santo Antônio, Agudos-SP, 07 de setembro de 2015. | Comunicações | Outubro 2015 |
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Falecimento
FREI EDGAR A. F. WEIST * 28/07/1934
+ 26/09/2015
aleceu às 19h20, do sábado, 26 de setembro, Frei Edgar Weist, no Hospital Santa Catarina, de Blumenau, onde estava internado desde o dia 25 à noite. Frei Edgar lutava contra um câncer no cérebro, diagnosticado no final de julho. O velório foi realizado no Santuário Nossa Senhora Aparecida. Na Missa de Exéquias, celebrada às 9 horas da segunda-feira, 28, o bispo diocesano de Blumenau, Dom Rafael Biernaski, convidou o Definidor da Província Franciscana da Imaculada Conceição, Frei Germano Guesser, para fazer a reflexão. Eis a íntegra desta reflexão: “Veremos a Deus face a face e seremos semelhantes a Ele” (1Jo 3,2) Soubemos do falecimento de Frei Edgar no sábado à noite, quando estávamos na ordenação presbiteral de um jovem frade franciscano: Frei Douglas Paulo Machado. Enquanto um confrade se encontrava com a Irmã Morte e se despedia de sua fraternidade, outro confrade era acolhido no presbiterato pelos seus confrades. Frei Edgar partiu também num outro momento histórico para nós, frades franciscanos. Há 25 anos, a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, como um gesto de gratidão aos missionários alemães pelos 100 anos de presença franciscana no Brasil, resolveu retribuir criando uma frente de missão em Angola, na África. Neste domingo, nós celebramos esse Jubileu de Prata da presença franciscana brasileira em Angola. Um gesto de gratidão, como disse. “Pagamos” os missionários alemães, que deixaram sua terra para se dedicarem de corpo e alma neste trabalho missionário no Brasil, nos dedicando aos irmãos africanos. Lá de Angola,
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o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, enviou-me a seguinte mensagem via celular: “Frei Germano, acordei nesta manhã lendo a notícia do falecimento de Frei Edgar. Nossa solidariedade e comunhão com a Fraternidade de Blumenau. Na nossa Missa de Ação de Graças pelos 25 anos da Missão e Profissão solene de Frei João Baptista Canjenjenga, incluiremos nossas orações pelo descanso eterno de Frei Edgar”. Por que eu falo isso? Porque Frei Edgar faz parte deste grupo de missionários que deixou sua casa, família, país, irmãos, para morar no Brasil. Ele entendeu o Evangelho de Marcos, capítulo 10, versículo 28: “Em verdade vos digo: todo aquele que deixa casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos e campos, por causa de mim e do evangelho, recebe cem vezes mais agora, durante esta vida – casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições –, e no mundo futuro, vida eterna”. Frei Edgar vem de uma família muito religiosa. Segundo ele conta, havia
um padre e duas religiosas. Mas o que mexeu com ele foi o testemunho dos franciscanos que visitaram a sua cidade quando ainda era jovem. “Eles me inspiraram”, contava. Frei Edgar era ainda um jovem quando deixou sua cidade Osnabrück, no Norte da Alemanha, a 100 quilômetros da cidade de Hamburgo, para ser missionário no Brasil. Em 19 de dezembro de 1957, ele era admitido no Noviciado de Rodeio, onde iria fazer a sua profissão temporária na Ordem Franciscana no dia 20 de dezembro de 1958, portanto, ele tinha 56 anos de vida franciscana. Com seu sotaque alemão, que nunca perdeu, Frei Edgar era um homem simples e muito trabalhador. Conheceu os horrores da guerra, pois era ainda adolescente durante a Segunda Guerra Mundial. Ele contava que sua cidade chegou a ser destruída pelos ingleses. “Vivíamos em abrigos”, recordava, mas não eram só os bombardeios que causavam medo. A Polícia de Hitler também, a famosa Gestapo. Ele gostava de contar uma passagem que marcou muito a sua
Falecimento
vida. Uma vez, a Polícia parou em frente a sua casa no momento que sua mãe estava fazendo pão. As famílias, naquela época, não podiam ter símbolos religiosos em suas casas. Quando eles chegaram, minha mãe viu a Bíblia aberta na mesa, pois tinha pego para ler um pouco para nós. Então, ela enrolou a Bíblia no pão e colocou no forno. Os policiais sentiram cheiro de pão e disseram que ficariam para comer, mas graças a Deus desistiram e até hoje minha irmã tem a Bíblia. “O pão da vida não é realmente só o que comemos. Essa Palavra de Cristo durante a guerra nos deu muito alento”. Esse sofrimento na guerra ensinou Frei Edgar a ser solidário, como ele conta. “A comida era limitada durante a guerra. Cada família tinha uma carteira que tinha os alimentos essenciais para viver. Se não andássemos na linha, eles tiravam a comida, ou seja, ameaçavam contra o maior bem nosso: a sobrevivência. Muitas vezes a gente se revoltava contra a Gestapo. Eles não respeitavam os limites familiares”, recordava.
Essa carência fazia com que as famílias trocassem alimentos, fossem solidárias. Foi assim que Frei Edgar se criou e entrou para a vida religiosa. De porte físico alto e forte, ele era um bom coração. Humano e muito trabalhador. É de todos muito conhecida a história do ladrão que ele regenerou em São Paulo. Um dia, voltando de um encontro com cursilhistas, quando era guardião do Convento São Francisco em São Paulo, viu a luz do coro acesa e uma pessoa lá. Tirou os sapatos para não fazer barulho e viu que era um ladrão tirando com arame e um chiclete na ponta as notas de um cofre que ficava nos pés da imagem de Santo Antônio. Segundo Frei Edgar conta, deu-lhe uns pontapés e levou vários cortes com um estilete. Chamou a polícia e o ladrão foi preso. Contou que roubava para pagar o aluguel. Mais tarde, com D. Paulo Evaristo Arns, um dia foi visitar os presos do Carandiru, a prisão que hoje não existe mais e que todos conhecem por causa da chacina que houve ali. Pois bem, nesta visita, Frei Edgar viu o ladrão que mandou prender. Quando ele o viu, jurou matá-lo, mas, seDados pessoais: formação, gundo Frei Edgar, não transferências, trabalhos se impressionou. Com o tempo, já cansado, • Nascimento – 28.07.1934 (81 anos de idade). • Natural de Osnabrück, Alemanha. o ladrão pediu ajuda • 19.12.1957 – Admissão ao Noviciado, em Rodeio, SC. e Frei Edgar procurou • 20.12.1958 – Primeira Profissão, em Rodeio, SC. (56 promotores, desemanos de Vida Franciscana); bargadores e como diz • 02.02.1962 – Profissão Solene; - moveu céus e terra • 15.12.1962 – Ordenação Diaconal; • 14.12.1963 – Ordenação Presbiteral; (51 anos de para tirá-lo da cadeia. E Sacerdócio); conseguiu. Mas quan• 1965 – Rio de Janeiro – Convento Santo Antônio, do o ladrão saiu, Frei estágio pastoral; Edgar se viu diante de • 09.05.1965 – Bauru – vigário paroquial e discreto; um problema. E agora, • 28.01.1968 – São Paulo – São Francisco – guardião e o que fazer? Foi então vigário paroquial; • 27.12.1976 – Bragança Paulista – diretor de que teve a ideia de pedesenvolvimento; gar um dinheiro que • 15.12.182 – Rio de Janeiro – Santo Antônio – guardião; recebeu de sua família • 10.01.1995 – Blumenau – pároco e vigário da casa; quando fez 25 anos de • 01.12.1997 – guardião; 07.11.2003 – pároco da padre. Comprou um Paróquia Imaculada Conceição, Vila Nova; 23.11.2007 – pároco da Paróquia São José Operário, Itoupava Central; Fusca para “o ladrão” 17.12.2009 – pároco da Paróquia e Santuário Nossa Senhora Aparecida.
trabalhar como taxista. Quando ia para São Paulo, ele me buscava onde quer que fosse. Ele se regenerou e depois comprou outro carro... Era uma pessoa boa. Frei Edgar deu seu sim definitivo à Ordem dos Frades Menores no dia 2 de fevereiro de 1962 e era ordenado presbítero em 14 de dezembro de 1963, portanto hoje com 51 anos de sacerdócio. O bispou que ordenou Frei Edgar foi D. Quirino Schmidt, bispo de Teófilo Otoni, também um confrade nosso alemão. Muito querido pelos frades e amado pelo povo. No seu livro “Pastor inquieto” ele conta o quanto Frei Edgar se dedicava como guardião. “Basta dizer que o guardião Frei Edgar foi praticamente meu enfermeiro. Já o conhecia, pois, havia trinta e seis anos eu o ordenara sacerdote em Petrópolis. Para celebrar, ele me levava de cadeira de rodas”, conta D. Quirino, quando teve de fazer uma cirurgia no Rio por causa de uma veia que estourou nas pernas e Frei Edgar era o guardião do Convento Santo Antônio. Depois de um estágio pastoral no Convento do Rio, quando foi ordenado, ele foi morar em Bauru, onde está a nossa Fraternidade Santo Antônio. Depois de três anos, foi nomeado guardião do Convento São Francisco em São Paulo, onde ficou por oito anos. Mas um novo desafio apareceu para ele: trabalhar na Universidade São Francisco em Bragança Paulista. Na época era Faculdade São Francisco. Ali passou seis anos até voltar para o Rio de Janeiro como guardião, onde ficou treze anos até ser transferido para Blumenau, em 1995, sua última morada. Frei Edgar confessava com gosto que adotou o Brasil por sua pátria. Dizia recentemente em entrevista à TV Blumenau: “Eu quero ser feliz e ajudar na felicidade do outro”. Frei Edgar, muito obrigado! Você ajudou e fez muita gente feliz! R.I.P. | Comunicações | Outubro 2015 |
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AGENDA 2015
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (*) As alterações e acréscimos estão destacadas
Outubro 20 a 22 26 a 30 26 a 30 30 a 02
Reunião do Definitório Provincial Curso de Franciscanismo (Rondinha) Retiro Provincial (Agudos) Estágio Vocacional (Guaratinguetá)
Novembro 05 a 08 09 a 11 09 a 10 11 e 12 16 18 e 19 20 23 23 23 e 24 26 e 27
Estágio Vocacional (Ituporanga) Encontro Provincial da Frente de Comunicação da Evangelização (Rondinha (PR) Encontro do Regional do Vale do Paraíba - (São Sebastião) Reunião do Conselho Gestor das Entidades da Província (Rondinha) Encontro do Regional do Espírito Santo recreativo - local a definir Encontro do Regional de Pato Branco (Recreativo) Encontro do Regional da Baixada e Serra Fluminense Encontro do Regional de São Paulo (Bragança Paulista) Encontro do Regional Rio-Baixada - Recreativo - local a definir Encontro do Regional do Leste Catarinense Recreativo (Florianópolis) Reunião da Comissão Preparatória do Capítulo Provincial
jubilandos 2015
Rondinha, 07 e 08 de dezembro
30 30 30 a 03
Encontro do Regional de Agudos - Recreativo - 50 anos de vida religiosa de Dom Caetano (Bauru) Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Blumenau) 1º Congresso de Educadores Franciscanos (Curitiba)
Dezembro 07 07 e 08 14 e 15 14 a 17
Encontro do Regional de Curitiba - Recreativo (Caiobá) Jubileus (Rondinha) Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Piratuba) Reunião do Definitório Provincial
2016
janeiro 05 14 a 17 15 18 a 26
Primeira Profissão dos Noviços (Rodeio) Missões de Férias da Juventude (Chopinzinho) Vestição dos Noviços (Rodeio) Capítulo Provincial
ABRIL 25 a 29
Reunião da UCLAF (Cochabamba, Bolívia)
julho 25 a 01
JMJ (Itália e Polônia)