Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
santo antônio
SUPLEMENTO ESPECIAL
na província
[ Especial - santo antônio 2016 ]
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| especial santo antônio | junho de 2016 |
4 Florianópolis celebra 50 anos da Paróquia com a Festa do Padroeiro
6 O Largo São Francisco é de Santo Antônio 13 Valongo: 376 anos de devoção 14 Niterói: Festa da comunidade 15 Rio: Devotos comemoram volta do “frade casamenteiro”
16 Sorocabanos fazem a 60ª Festa
17 Bolo de Santo Antôno gigante em Bauru 18 Pari: O Santo Antônio de São Paulo 27 Almanaque Santo Antônio faz 40 anos 28 A experiência dos postulantes no Pari 29 Paróquia da Vila celebra Santo Antônio 30 A devoção em Curitiba e Angola 31 Pádua celebra o Trânsito de Santo Antônio
Editorial
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Expediente Suplemento Especial “Comunicações”
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
Ministro Provincial:
Frei Fidêncio Vanboemmel
Vigário Provincial:
Frei Evaristo Spengler
Secretário:
Frei Walter de Carvalho Júnior
Coordenador da Frente de Comunicação: Frei Gustavo Medella
omo foi enfatizado durante as celebrações, Santo Antônio é o único Santo da Igreja Católica a ganhar uma Trezena. A preparação para o dia da festa não é com um tríduo e muito menos uma novena. Mas durante 13 dias o povo se preparara para celebrá-lo. Em muitas festas da Província, a celebração festiva ainda continua durante o mês. O santo franciscano, o mais querido e amado na Igreja, é lembrado com alegria e muita devoção na Ordem Franciscana. Em muitos Conventos e Paróquias da Província, ele é o Padroeiro e as festas costumam ser grandiosas, como a Paróquia Santo Antônio de Florianópolis, que celebrou 50 anos de fundação. Acolhidos pela Igreja Mãe da Arquidiocese de Florianópolis, fundada em 1908, os frades franciscanos se estabeleceram na ilha neste mesmo ano. E moravam nas dependências da Igreja de São Francisco, da Ordem Terceira, hoje denominada Ordem Franciscana Secular. Depois é que os frades se mudaram para a rua Pe. Schuler, onde instalaram uma capela provisória. A igreja atual aqui foi inaugurada em 1921. A Paróquia Santo Antônio do Pari sofre com as transformações do bairro em um grande shopping a céu aberto, mas no dia de Santo Antônio, o povo vem de todos os cantos da Grande São Paulo para fazer a sua devoção, principalmente os antigos paroquianos que se mudaram do bairro. Neste ano, as pregações das Trezenas tiveram a feliz ideia de falar da misericórdia em Santo Antônio, aproveitando o rico momento que vive a Igreja com a convocação do Ano Santo pelo Papa Francisco. Neste Suplemento Especial, reunimos um pouco do que foram as festividades de Santo Antônio na Província.
Florianópolis
Comunidade celebra 50 anos da Paróquia na festa do Padroeiro
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radicionalmente realizadas a cada ano, a Trezena e a Festa de Santo Antônio deste ano celebraram os 50 anos de fundação da Paróquia dedicada ao santo no Centro de Florianópolis, desde o início conduzida pelos frades franciscanos. O tema escolhido – “Se me amas, apascenta” (Jo 21) – foi baseado no Evangelho e também no Sermão de Santo Antônio por ocasião da Festa da Cátedra de São Pedro. Segundo o pregador da trezena, Frei Gustavo Medella, “apascentar” não se trata de um encargo aceito por obrigação, mas uma missão assumida com amor. Significa levar até o pasto, conduzir o rebanho até onde ele possa saciar a sua fome. Eis aí a missão de Pedro, eis aí a razão de ser da Igreja. Ela não existe para si mesma, mas para levar seus filhos e filhas a Jesus, o Pão da Vida que ali-
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menta e dá sentido à nossa existência. Esta é a missão pela qual nossa paróquia existe, apresentar a todos os que aqui chegam o verdadeiro sentido da vida humana, o absurdo amor de Deus pelas pessoas a ponto de se encarnar em Cristo Jesus”. Junto ao início da Trezena, a comunidade também celebrou a chegada de Frei Gentil de Lima Branco,
vigário paroquial recém-transferido da Paróquia de Angelina. Frei Gentil foi acolhido com um abraço fraterno do pároco, Frei Vanderley Grassi, e recebeu um forte aplauso da comunidade. Além de Frei Vanderley e Frei Gentil, também faz parte da fraternidade de Florianópolis Frei Eliseu Tambosi. Cada dia da trezena lembrou um
aspecto da história da paróquia e do compromisso evangelizador que aquela comunidade de fé mantém até hoje na atuação compartilhada entre frades e leigos. O lema inspiracional era sempre um trecho do sermão de Santo Antônio para a Festa da Cátedra de São Pedro. No encerramento, a missa campal atraiu muitos fiéis. Apesar do frio, todo espaço em frente à igreja ficou tomado por devotos e paroquianos que vieram mais uma vez celebrar o santo mais popular do Brasil. A missa foi presidida pelo pregador da trezena deste ano, Frei Gustavo Medella e concelebraram o pároco, Frei Vanderley Grassi, além de Frei Gentil de Lima Branco e Frei Eliseu Tambosi, que também fazem parte da fraternidade localizada na capital catarinense. Vieram ainda Frei Daniel Dellandrea e Frei José Boeing, ambos da fraternidade franciscana de Santo Amaro da Imperatriz, SC. Na homilia, Frei Gustavo destacou o desapego de Santo Antônio em relação aos bens materiais. “Santo Antônio desapegou-se de tudo para se apegar a Deus. Preferiu a sabedoria a qualquer outro bem. Este é o convite que ele nos faz e este é o verdadeiro caminho da realização pessoal. Graças a
Deus, nestes 50 anos de história, nossa paróquia nunca teve a chance de acumular muitos bens, tudo foi construído à base do empenho, da colaboração e do sacrifício. Isto é uma graça”, ressaltou, recordando o Jubileu de Ouro da Paróquia Santo Antônio, celebrado neste ano. Logo após a missa, todos partiram numa procissão luminosa pelas ruas do entorno da igreja. A grande massa com velas acesas, acompanhando o andor de Santo Antônio, chamou a atenção de muitos moradores dos prédios da região, que foram até as janelas para observar este ato de fé e devoção. Logo após a procissão, houve a bênção e a
distribuição dos pães, seguida pela bênção de Santo Antônio e a aspersão da água benta. Nas palavras de agradecimento, o pároco, Frei Vanderley Grassi, lembrou de todos os que contribuíram para a realização da trezena e da festa, como lideranças da paróquia, colaboradores e padrinhos da trezena, parceiros, e poder público. Foram ao todo 14 dias de festa, sempre marcados por um espírito de partilha e colaboração. Terminada a missa, os presentes se reuniram nas dependências do salão paroquial para participar da tradicional quermesse, realizada também durante todos os dias da Trezena.
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São Paulo - Centro
O “Largo” de Santo Antônio
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segunda-feira, 13 de junho, começou diferente no Largo São Francisco, centro de São Paulo. Apesar de não ser o Padroeiro da paróquia, a festa para Santo Antônio foi tão procurada quanto a de São Francisco. Logo nas primeiras horas de manhã os devotos formavam filas nas barracas. Entre as mais disputadas estavam as barracas do pão e do bolo de Santo Antônio. Numa destas filas estava Isabela Zarini, de 22 anos. A jovem conta que vem ao Largo São Francisco desde os 6 anos de idade, acompanhando a mãe. Neste ano a mãe não pode es-
tar presente, mas ela veio buscar o pão e o bolo. “Em casa temos um local para deixar os pães, e eles ficam lá todo ano”. Isabela afirma que veio também agradecer pelo namorado, mas que este não é o foco principal. “Toda minha família é muito católica, eu também sou, e sou muito devota de Santo Antônio. Todos os anos estamos aqui e têm dado certo”, afirma. A missa das 10h30 foi presidida por Frei Diego Melo, coordenador do SAV, que também foi o pregador da Trezena deste ano. Frei Diego falou brevemente da história de Santo Antônio e da importância do santo
paduano na vida do povo. “Santo Antônio continua lotando igrejas, arrastando multidões, porque as pessoas têm fome e sede de Deus. As pessoas sabem que, ao se aproximarem de Santo Antônio, conseguirão ver Jesus. As pessoas sabem que Santo Antônio é o santo mais santo porque é o humano mais humano”, afirmou. O frade animou os presentes a pedirem a intercessão de Santo Antônio, pedindo sobretudo, por aqueles que já desanimaram na fé. O frade destacou também a procura ao santo para as questões familiares, não apenas como o “santo ca-
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samenteiro”, mas como intercessor de toda a família. “Se você vem aqui hoje pedir pela sua família que está passando por dificuldades, desavenças, desunião, lembre-se de que Santo Antônio é conhecido como santo casamenteiro porque ele ama as famílias, porque ele acredita que Deus tem um plano especial para cada família. É de lá que precisamos dizer: eu também vejo Jesus aqui, no meio dos meus filhos, dos meus netos”, disse. Frei Diego falou ainda sobre o aspecto solidário do santo paduano, que em uma das passagens de sua vida ofertou aos pobres o pão que havia para consumo dos frades, e ao retornar à cozinha os pães haviam se multiplicado. “Santo Antônio é o santo dos pobres, da solidariedade. Ele é o santo diante do qual nós podemos apresentar todo e qualquer pedido, porque ele foi muito humano, e por isso tão santo. É isso que encanta em Santo Antônio: a sua humanidade”, ressaltou. “Hoje celebramos o dia em que ele deixou essa vida, entrou para a eternidade e de lá passou a habitar em todos os corações, atendendo não só os pedidos daqueles que lhe eram próximos, mas agora é capaz de atender até o pedido daqueles que estão longe de Deus e pelos quais vocês intercedem”, concluiu. O frade encerrou a homilia com uma prece dirigida ao santo paduano, entregando a ele todos os pedidos dos devotos. Ao longo de todo o dia houve bênção aos devotos no lado externo da igreja, distribuição do pão, venda do bolo, do lírio e de outros itens devocionais, além das barracas com comidas típicas. Uma apresentação musical encerrou o dia com muita alegria. Érika Augusto
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Procissão encerra a Trezena
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último dia da Trezena de Santo Antônio do Convento e Santuário São Francisco no Centro da cidade de São Paulo começou com uma procissão saindo da Igreja Santo Antônio da Praça do Patriarca. O gesto teve todo um simbolismo, pois foi nesta igreja que os franciscanos iniciaram o trabalho de evangelização quando chegaram a São Paulo, há 377 anos, como recorda o livreto sobre a história do Convento: “Partindo do Rio de Janeiro em 18 de dezembro de 1639, a caravana dos sete fundadores do Convento São Francisco de São Paulo, chegou ao
planalto no dia 5 de janeiro do ano seguinte, instalando-se numa casa defronte à ermida de Santo Antônio, onde hoje é a Praça do Patriarca. O local era totalmente impróprio para a construção do convento, pois além de faltar água ficava exposto aos ventos constantes que varriam o Vale do Anhangabaú”. A procissão pelas ruas do centro velho, tendo início às 9h30, esquentou a manhã fria e deu o tom solene à celebração que também marcou o Dia dos Namorados e preparou para a Festa desta segunda-feira, Dia do Santo mais querido no mundo. Frei Diego Melo presidiu a celebra-
ção porque foi o pregador da Trezena que teve como tema “Santo Antônio e as obras da Misericórdia”. O frade ficou encantado com a manifestação popular, de piedade e devoção durante este período. “Como é bonito ver a fé do povo”, disse explicando que encerrava a reflexão sobre as obras de misericórdia que transcorreram durante os treze dias. A Missa do encerramento, que começou às 10 horas, só terminou às 12 horas. Frei Diego fez uma bela homilia e, ao refletir sobre o último tema, “Acolher os peregrinos”, manifestou a sua indignação com os comentários xenofóbicos que inundam a internet [ Especial - santo antônio 2016 ]
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quando a humanidade vive um drama sem precedentes. “Queremos aprofundar exatamente uma obra de misericórdia corporal, que se chama “Acolher os peregrinos”. Acolher os forasteiros, e se a gente pudesse atualizar, acolher os imigrantes dos nossos dias de hoje”, disse. Na festa do santo casamenteiro, a cerimônia foi marcada por duas grandes comemorações: um noivado e o aniversário de 25 anos de casamento de Marlene e Edson. Os demais casais presentes também receberam uma bênção especial por conta do Dia dos Namorados. Frei Diego ficou surpreso ao se deparar nas mídias sociais com uma xenofobia que não pensava existir no país tão fortemente. “Estava procurando uma notícia de alguns dados sobre o número de imigrantes em São Paulo e, como gosto de ler os comentários que vêm abaixo, me deparei com uma triste realidade, que
gostaria de partilhar com vocês. Praticamente 80% das pessoas se manifestaram contrárias à acolhida dos imigrantes. Isso é preocupante. Isso mudou completamente o rumo da homilia que estava preparando. Eu imaginava, até então, que era comum, aceitável, afinal nós sabemos pela nossa fé que somos um povo peregrino. O povo de Israel peregrinou 40 anos no deserto; o próprio Jesus teve de sair de sua terra com Maria e José, fugiram para o Egito para salvar o Menino Jesus; Santo Antônio, que nós estamos celebrando, também foi um imigrante. Ele saiu do seu país natal, Portugal, e foi acolhido na Itália, França e Marrocos. Imaginem vocês se os italianos tivessem fechado as portas para aquele imigrante chamado Frei Antônio. Hoje estariam tristes por terem fechado as portas a um grande santo. Assusta ver hoje o pensamento xenofóbico, preconceituoso, que diz assim: “Não são bem-
-vindos em nosso país””, lamentou o frade, lembrando a insistência com que o Papa Francisco aborda o tema e pede soluções urgentes para essa drama humanitário. “A gente precisa entender que migrar não é delito, não é um erro. Quem é imigrante no nosso país não está contra a lei. Portanto, é um direito humano migrar. Nós sonhamos com um mundo que não tenha mais cercas nem barreiras. E cada vez mais parece que a gente vai se isolando e se fechando, e aquele que tem um outro modo de ser, uma cultura, uma outra maneira de se relacionar e pensar, parece que não é bem-vindo. E o pior de tudo é quando a gente fecha as portas para aqueles que estão fugindo da guerra, do ódio, da perseguição, da destruição. Portanto, não é cristão aquele que se fecha ou tem uma mentalidade como aquelas que eu vi nos sites”, protestou o frade. [ Especial - santo antônio 2016 ]
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Igreja do Patriarca: o início da presença franciscana em SP A população total dos imigrantes é menos de 1% da população do Brasil. “Esse fechamento que a gente vê em certos setores da sociedade, inclusive político, assusta e vai contra essa obra de misericórdia e vai completamente contra o Evangelho”, acrescentou Frei Diego. “Então, irmão e irmã, que a gente não tenha medo de assumir como nos pede essa obra de misericórdia: acolhermos de fato o estrangeiro. De integrá-los e criar condições para que se sintam bem entre nós. Independentemente da cor, da língua, da religião, nós temos um sangue que corre nas nossas veias que é universal e é o mesmo. E mais do que isso. Nós temos um sangue que foi derramado não só por nós, mas por todos, que é o sangue de Jesus, que foi derramado por todas as pessoas. Acolher os peregrinos e essa obra de misericórdia ela pode e tem que ser praticada no dia a dia. Seja ao imigrante ou alguém que está ao nosso lado. E foi justamente o que fez Jesus no Evangelho de hoje ao acolher aquela mulher pecadora pública”, enfatizou, pedindo compaixão. Moacir Beggo
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Partindo do Rio de Janeiro em 18 de dezembro de 1639, a caravana de sete fundadores do Convento São Francisco de São Paulo chegou ao planalto no dia 5 de janeiro do ano seguinte, instalando-se numa casa defronte à ermida de Santo Antônio, onde hoje é a Praça do Patriarca. Mas o local era impróprio para a construção do Convento e, com o apoio das autoridades e da população, conseguiram outro terreno, onde hoje é o Largo São Francisco.
Valongo: 376 anos de devoção
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om 376 anos de tradição, a Festa de Santo Antônio do Valongo é uma das principais demonstrações de fé na cidade Santos. A cada ano, o evento ganha mais atrativos com a quermesse repleta de comidas e bebidas típicas e atrações culturais após as missas. No entanto, além das inovações, da alegria e do sabor, o segredo que garante o sucesso da festa em todas as suas edições está em sua essência: a devoção a Santo Antônio. O fato dos fiéis reconhecerem em Santo Antônio a figura de grande intercessor a Deus por seus pedidos e graças é o que mantém viva a festa. Por isso, há 376 anos o Santuário está de portas abertas para acolher a cada um que vem abastecer seu coração de fé e construir comunida-
de a partir da vivência nas missas e pastorais do Valongo. Nesta edição, a festa teve como tema “Com Santo Antônio, sejamos sinais e instrumentos de misericórdia” e o lema “A misericórdia do Pai é preciosa”. O evento conta com apoio da Prefeitura de Santos, patrocinadores, voluntários e amigos que fazem a popular Trezena se tornar realidade. As celebrações tiveram início a partir das 18h30 e a missa do dia 31 foi realizada pela Paróquia Nossa Senhora da Assunção, a qual o Santuário do Valongo pertence, sendo a celebração presidida pelo pároco e reitor da Assunção e do Valongo, Frei João Pereira Lopes. Nesta data, a liturgia traz o tema “Maria, a mãe da misericórdia” e será feita a coroação de Nossa Senhora, encerrando
as atividades litúrgicas de Maio, Mês de Maria. Durante a Trezena, uma atração para os devotos do Padroeiro foi a mostra de imagens de Santo Antônio, do acervo do Santuário e parceiros. 13 de junho – No Dia de Santo Antônio, 13 de junho, milhares de fiéis vieram até o Valongo demonstrar sua fé no Padroeiro do Santuário durante as sete missas durante o dia, tendo o encerramento com a procissão às 18 horas e missa campal às 19 horas. A missa do meio-dia foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Tarcísio Scaramussa. Já a missa campal foi presidida pelos frades franciscanos do Valongo: Frei João Pereira Lopes, Frei Rozântimo Antunes Costa, Frei Hipólito Martendal e Frei Valdevino Negherbon.
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Niterói: Festa da comunidade
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tradicional festa de Santo Antônio, realizada pela Paróquia da Porciúncula de Sant’Ana, em Icaraí, começou com a Trezena de Santo Antônio no dia 31 de maio. Frei Salésio Hillesheim, que presidiu a celebração solene do Dia de Santo Antônio, disse que o grande objetivo da festa é a confraternização e o encontro da comunidade. “Esse é momento de comunhão e alegria, é a oportunidade que temos de celebrar um dos nossos santos mais queridos e sustentar a vocação solidária da nossa comunidade” afirma. O frade disse que o
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dia de maior movimento deve ser na segunda-feira. “Esse, de fato, é o Dia de Santo Antônio. Então tem muita gente que gosta de vir nesse dia especial, porque, além da festa, ainda temos a procissão que começa as 18 horas”, lembra o Frei. A funcionária pública Silvia Roza revelou que é frequentadora assídua da festa. “É ótimo para encontrar os amigos e tem gente que eu só vejo aqui, uma vez por ano. O ambiente é familiar e muito agradável, a organização está de parabéns”, elogiou. A estudante Juliana de Moura teve um motivo especial para participar da
festa. “Aqui tem uma barraca que tem um bolinho de bacalhau incrível. A fila é enorme e eu chego cedo”, contou. A festa externa se concentrou na Rua Miguel Couto, onde ficaram as barracas de comidas típicas, bazar e brincadeiras para crianças. Sorteios - Foram sorteadas uma imagem de Santo Antônio e uma bicicleta elétrica cujos resultados se destinam aos serviços sociais da Porciúncula. Também foi sorteada uma TV Samsung 48 polegadas, tela curva, cujos resultados se destinam à construção da Nova Catedral. Os sorteios foram realizados na missa de 19 horas do dia 13.
Rio de Janeiro
Devotos comemoram volta do “frade casamenteiro”
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ara 2017, não há vagas. Já são “27 ou 30” casamentos marcados. Em 2018, ainda há chances. Apenas cinco casais já garantiram a voz do reitor do Convento de Santo Antônio, já conhecido como Frei Casamenteiro, para celebrar suas uniões. Considerado pé-quente por sua devoção ao santo padroeiro dos apaixonados, o Frei José Pereira voltou ao santuário após 12 anos de trabalho em paróquias da Baixada Fluminense. Um retorno comemorado pelos cerca de cem mil fiéis que todos os anos partem em romaria ao Largo da Carioca, no dia 13 de junho, para a tradicional festa de Santo Antônio. “Sou um frade menor e pecador. Não sou um frei casamenteiro. Isso é intriga da oposição — brinca o homem que carrega sobre os ombros a responsabilidade de reger o convento de 408 anos, que nasceu no alto do Morro de Santo Antônio, quando os frades ainda moravam na então Praia de Santa Luzia, onde hoje está localizada a rua com o nome da santa. Nascido na cidade de Indaial, em Santa Catarina, filho de agriculto-
res, Frei José entrou para o Seminário Santo Antônio aos 12 anos, para completar o então ginásio. Concluiu três anos de estudos em Filosofia, quatro de Teologia, e foi ordenado em 1968. Depois disso, ainda se formou em Sociologia pela PUC-Rio. “O apoio da minha vida foi a fé e a simplicidade da minha mãe, muito devota e discreta”, conta o religioso, que dentro da tradição franciscana assinou um termo declarando que não pode ter imóveis: “E nos sobra tanto. Tenho doado de 30 a 50 camisas porque as pessoas não deixam de nos presentear. Vivemos para a fraternidade. Mas andamos de carro, por exemplo, porque São Francisco não queria os frades no convento, mas levando a mensagem ao povo. Sua voz, que ecoa em um dos monumentos mais antigos do Rio, está sintonizada com o futuro. Frei José usa celular (“fui um dos primeiros”, orgulha-se) e computador, e acompanha temas que estão na boca do povo, como o feminismo. “É um desafio para o machismo. A igualdade vem de Deus. Como filhos seus, todos nós somos iguais”,
prega o frade, que deixa uma mensagem aos apaixonados: — Casamento é um pacto de amor, que deve ser alimentado todo dia. É um encontro. A fragilidade humana nos atropela, mas é preciso priorizar a estima sagrada que nos leva a esse passo. Matéria publicada no jornal Extra
Voluntárias trabalham nas barracas de artigos religiosos: há peças que vieram da cidade italiana de Assis [ Especial - santo antônio 2016 ]
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Sorocaba
Fiéis devotos fazem a 60ª festa
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tema da misericórdia, como era de se esperar, prevaleceu nas temáticas da Festa de Santo Antônio na Província. Na 60ª Festa de Santo Antônio, na Paróquia dedicada ao santo franciscano em Sorocaba, o tema escolhido foi “Santo Antônio, arauto da Misericórdia Divina”. O pároco Frei Gilberto Piscitelli convidou a cada dia da Trezena um pregador. Os temas diários renderam boas catequeses. No primeiro dia, a reflexão teve como tema “Salve Maria, Mãe de Misericórdia”; no segundo dia, “Ressurreição: revelação da misericórdia do Pai”; no terceiro, “Santo Antônio, verdadeiro amor ao próximo”; no quarto, “Meu Jesus Misericórdia”, no quinto, “O coração de Mãe é misericordioso com seus filhos”; no sexto, “Este é o nosso Deus: Misericórdia e bondade sempre”; no sétimo, “Bem-aventurados os misericordiosos”; no oitavo, “Sejamos sal da terra e luz do mundo para alcançarmos a misericórdia”; no nono, “As leis de Deus são a expressão da misericórdia divina”; no décimo, “Reconciliação: Sacramento da Divina Misericórdia”; no décimo primeiro, “Tenhamos um coração puro e misericordioso ao olharmos o outro”; no 12º “anunciar a palavra, praticar a caridade, eis
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a nossa missão”; e 13º, “Família, a casa da misericórdia”. No dia 7, às 19 horas, a Trezena também teve procissão pelas ruas do bairro e a quermesse, no Centro Pastoral Frei Achilles, teve vinho, caldo verde e quentão para suportar o frio e o tradicional Bolo de Santo Antônio com medalhinhas.
“Quando eu pedi a Sto Antônio para mandar uma mulher especial ele mandou muito mais que isso. Então hoje estou aqui para agradecer e comemorar o dia dele!” (Perseu Cazarim e Thais)
Bauru
76ª Quermesse de Santo Antônio
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m Bauru, o tradicional bolo em homenagem a Santo Antônio começou a ser cortado às 6 horas na Paróquia que leva o nome dele, situada no Jardim Bela Vista. A novidade neste ano é que o bolo foi ‘recheado’ até com um par de alianças de ouro, além das medalhas com imagens de santo. O pároco Frei Ademir Sanquetti abriu a festa com uma queima de fogos. “São três toneladas do doce, distribuídas em dois salões da igreja. Também faremos bolos separados, de três quilos cada”, explicou. Uma equipe de quase 30 voluntários finalizou o Bolo de Santo Antônio ainda no domingo. Além do bolo, os fiéis puderam aproveitar o pastel, espetinho, cachorro-quente, frango assado e diversas outras delícias. Durante todo o dia o povo pode fazer a sua devoção a Santo Antônio nas Missas das 7h, 9h, 12h, 15h, 17h e 19h30, que foi celebrada por Dom Caetano Ferrari, bispo de Bauru.
Agudos: 94ª Festa de Santo Antônio
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trações culturais, comidas típicas, barracas e shows gratuitos animaram os finais de semana na 94ª Festa de Santo Antônio em Agudos, a tradicional Quermesse de Santo Antônio. O evento aconteceu na praça da Paróquia, sempre aos sábados e domingos no final da tarde. No sábado, dia 4, foi a vez do grupo Amigos S/A animar o público. Já no domingo, 5, quem subiu
ao palco foi o pagodeiro Giva do Cavaco. A festa, que teve início no dia 14 de maio, seguiu até o dia 19 de junho com atrações como Jurandir e Zé Paulo (11/06), Grupo Ponto com (12/06), Banda Viva Vida (18/06) e Rosana Taveira (19/06). O encerramento da quermesse aconteceu no dia 19 de junho, às 10 horas, com leilão de gado e o tradicional almoço. [ Especial - santo antônio 2016 ]
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Pari
O Santo Antônio de São Paulo
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bairro do Pari já não é o mesmo. Os prédios comerciais há muito tomaram conta das ruas e quarteirões deste tradicional reduto de portugueses, onde há 102 anos nasceu a Paróquia dedicada ao santo português, que hoje é do mundo inteiro. Mas nesta segunda-feira, 13 de junho, Santo Antônio reinou absoluto. Ele mexeu até com o trânsito para que tivesse mais espaço para acolher o povo devoto que veio de todos os cantos da Grande São Paulo. Muitas pessoas de outros estados que estavam fazendo compras também reservaram um tempinho para visitar o santo querido. E foi assim durante todo o dia: igreja lotada, filas e filas para as barracas do Pãozinho de Santo Antônio e do Bolo de Santo Antônio, as preferidas. Santo Antônio abriu a sua casa como sempre abriu o seu
coração gigante e acolheu a todos até a última homenagem: uma procissão pelas ruas do bairro com os seus fiéis devotos. Fiel devoto resume e define bem quem ficou até a procissão, pois o frio era intenso na capital paulista. Santo Antônio fez um percurso pequeno e voltou para sua casa, deixando em todos uma certeza: ele toma conta do bairro e povo paulistano! Frei Germano Guesser, que volta ao Pari como pároco, coordenou a primeira festa do Padroeiro e não poupou elogios aos voluntários e às pessoas que se dedicaram para o sucesso desta 102ª edição da festa. Ele presidiu a celebração solene, às 19h30, tendo como concelebrantes Frei Jeâ Paulo Andrade, mestre dos postulantes em Guaratinguetá, e Frei José Francisco de Cássia dos Santos, Definidor da Província e coordenador do Sefras. A igreja do Pari
lotou completamente neste encerramento da festa. “É admirável como, após mais de oito séculos, celebramos Santo Antônio, o invocamos e o sentimos vivo e presente entre nós”, disse o pároco. Frei Germano explicou que neste ano a Paróquia escolheu o tema da Misericórdia para a festa por causa do Ano Santo proclamado pelo Papa Francisco. “Ele é o Santo da Misericórdia! Senão vejamos: da lista das sete obras de misericórdia corporais e as sete obras espirituais, em todas se destaca Santo Antônio”, observou. Frei Germano lembrou que em um de seus Sermões, ele escreve que: “Quem é misericordioso para com os outros terá para ele a misericórdia de Deus”. Em outro sermão, dizia: “Como o rei Davi, deverás ter sempre a misericórdia diante dos teus olhos”. Santo Antônio é um exemplo para
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nós. “Amar os pobres, dedicar-se aos abandonados, ser uma Igreja pobre e a serviço dos pobres, como pede hoje o Papa Francisco, é uma marca da necessidade e atualidade de Santo Antônio, nosso padroeiro. As angústias, os medos, as dúvidas e as dívidas, os conflitos e injustiças não ficavam sem uma resposta carinhosa de Santo Antônio, com bom senso e equilíbrio, com respeito e atenção. Sofria com os que sofriam, alegrava-se com os alegres, rezava e agradecia com todos. Usava a linguagem do amor que era compreendida por todos”, disse. Frei Germano lembrou, no entanto, que a verdadeira devoção leva à imitação. “Como devotos, sentimo-nos também interpelados com o exemplo da sua vida, com a sua santidade e pelos seus escritos, onde sobressai o vigor e a beleza do Evangelho e onde ele nos recorda as grandes verdades da fé e da salvação”, completou. Durante o ofertório, um momento bonito com a oferta em dois grandes cestos das intenções recolhidas durante toda a Trezena. Foi também ofertada pela vereadora Edir Sales uma placa comemorativa com a inserção da Festa de Santo Antônio do Pari no Calendário oficial da cidade. Edir é autora da Lei 16.314/15, que estará valendo para a próxima edição da Festa.
AGRADECIMENTOS
Frei Germano se apresentou ao povo e explicou que participava da primeira festa de Santo Antônio como pároco. “Recebi a transferência para esta Paróquia no mês de fevereiro deste ano. Confesso que estou aprendendo ainda, afinal esta Festa é tão grandiosa como o Padroeiro é tão querido”, disse.
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O novo pároco agradeceu exaustivamente às pessoas que ajudaram na realização da festa. “Quero deixar aqui os meus mais sinceros agradecimentos, especialmente à Comissão da Festa, às pastorais, aos movimentos, às equipes de liturgia, aos voluntários, aos colaboradores, aos doadores, aos meios de comunicação que divulgaram esta festa, ao Poder Público municipal, à vereadora Edir Sales, aos confrades que nos ajudaram na Trezena e especialmente ao Frei Jêa, que veio de Guaratinguetá com os postulantes para nos ajudar. Quero agradecer a todos, a todos mesmo! Não citarei todos os nomes para não cometer a indelicadeza de esquecer alguns. Por último, quero agradecer ao povo fiel devoto de Santo Antônio, que veio de todos os cantos da Grande São Paulo. Santo Antônio faz a multiplicação dos fiéis aqui nesta festa. Todos os fiéis de São Paulo vêm aqui”, enfatizou. Segundo o frade, a festa do Padroeiro deve ser um tempo de paz, de confraternização, de encontro com Deus e com os irmãos e irmãs de caminhada. “Podemos dizer que a festa de Santo Antônio 2016, ano em que comemoramos 102 anos da criação da Paróquia, foi exatamente assim”, comemorou. “Obrigado, povo de São Paulo! Obrigado, queridos visitantes, amigos de nossa cidade! O sucesso dessa festa, abaixo de Deus, deve-se a vocês!”, completou pedindo a intercessão de Santo Antônio por todos nós junto a Deus Nosso Pai, Jesus Cristo e Maria! A Festa de Santo Antônio terminou com uma grande queima de fogos às 21h47 desta segunda-feira. Moacir Beggo [ Especial - santo antônio 2016 ]
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O frio castiga mas o santo é mais forte
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egundo os meteorologistas, São Paulo não via uma onda de frio com tanta intensidade há mais de 22 anos. Mesmo assim, os fiéis devotos de Santo Antônio já estavam na manhã desta quarta-feira, dia 13 de junho, na primeira missa das dez celebradas durante toda a Festa de Santo Antônio Pari. O Pari se torna o centro da fé. O pároco Frei Germano Guesser contou com a ajuda dos postulantes do Seminário Frei Galvão e uma grande equipe de voluntá-
rios e voluntárias para esta festa. Segundo ele, nem deu tempo para descansar dos trabalhos da véspera. Às 6 horas, ele dava entrevista ao vivo para a Rede Globo chamando os fiéis para prestarem homenagem ao Santo Padroeiro do Pari. Enquanto isso, Frei Roger Strapazzon ficou ao lado da barraca de pães de Santo Antônio e para dar conta das bênçãos, aspergiu água benta generosamente, como gosta o fiel devoto. Neste ano, o tema da festa,
que chega à 102ª edição, é “Santo Antônio e a Misericórdia”. Na celebração das 7h30, o presidente Frei Anacleto Gapski falou do significado de misericórdia e disse que a vida toda do santo franciscano foi pautada por atos misericordiosos. “Santo Antônio me fez corrigir o meu conceito de misericórdia. Ele diz assim: misericórdia é compaixão pela miséria humana. Ele reza assim: Senhor, se me tiras a misericórdia, caio na miséria eterna”.
Experiência de vida na gratuidade
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rei José Francisco presidiu a Missa das 10h30. Segundo o Definidor e coordenador do Sefras, Santo Antônio tem muito o que ensinar à humanidade hoje. “Dois mil anos depois é preciso convocar um Ano da Misericórdia para chamar a atenção
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que Deus é amor, compaixão, misericórdia. Que Deus, como diz São Paulo, não se apegou à sua grandiosidade divina e veio morar entre nós. E veio ensinar que nós devemos nos tornar irmãos uns dos outros. E nós, como devotos de Santo Antônio, não
podemos nos furtar de fazer essa experiência maravilhosa, de permitir chegar ao coração daquele que carece de nossa presença, da nossa palavra, do nosso carinho, do nosso cuidado. Façamos isso gratuitamente”, completou o frade
Devotos vêm de todos os cantos
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om frio ou sem, os devotos vieram render graças ao santo franciscano, como Valentim Ulanetto, que veio de Itaquera, na Zona Leste para fazer um agradecimento a Santo Antônio que repete há 40 anos. “Eu estava desempregado e resolvi entrar nesta igreja e pedir a graça de um emprego ao santo. No dia seguinte estava empregado e, desde então, não deixei mais de vir aqui agradecer por essa graça que
marcou a minha vida”, confessou Valentim, aos 72 anos. Outro exemplo de fiéis peregrinos são as três amigas: Neide Maria Loucatelli, Marlene Precaro Monzano e Maria Augusta de Júlio Costa, que vieram do bairro Jaçanã para pedir e agradecer ao Santo. Neide e Maria Augusta vieram pela primeira vez. Marlene já conhecia a festa. “Meu marido foi coroinha aqui”, revelou. Já Maria Augusta aproveitou
para pedir um bom partido para a filha. Neide é devota do Santo e reza todo dia para ele. As três têm em comum a fé, o que na opinião delas está em falta hoje na humanidade. “Há muita ingratidão, ódio, e falta de Deus”, diz Augusta. Mas elas também criticaram os governantes que não fazem o necessário para que o povo seja atendido materialmente no que é dever do Estado. “Infelizmente, só pensam neles”, lamentaram.
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Misericórdia é tema da 102ª trezena
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102º Trezenário da Festa de Santo Antônio do Pari foi marcado pela devoção popular dos fiéis, que todo ano louvam a Deus pelas maravilhas alcançadas pela intercessão do Santo. Este ano a trezena teve como tema “Santo Antônio e a Misericórdia”, iluminando os treze dias nos quais traziam temáticas próprias para reflexão.
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A abertura da trezena foi presidida por Frei Germano Guesser, Guardião e Pároco do Convento Santo Antônio do Pari, na Festa da visitação de Nossa Senhora, tendo como lema “Santo Antônio e a Rainha da Misericórdia”, retratando a forma como o Santo a chamava: “Maria é chamada a mãe de misericórdia: é misericordiosa para os miseráveis, é esperança para os desesperados”.
O segundo dia, também presidido por Frei Germano, foi a Missa de Entrega da festa. Paroquianos e festeiros se fizeram presentes. O Frade tratou da forma com que Santo Antônio pregava sobre o perdão, lembrando que “a misericórdia de Deus é maior do que toda a malícia do pecador”. Nos dias posteriores foram lembradas a pregação do santo em relação ao Mistério da Trindade,
o Coração Misericordioso de Jesus, o Evangelho, a Fé, a Caridade, o Mistério da Cruz, a Fraternidade e a Eucaristia. Os três últimos dias tiveram maior participação popular. Era nítida a necessidade dos fiéis de aquecer o coração para o Grande dia de Santo Antônio. No 11º dia a temática tratava do Mistério da Encarnação, cuja frase “No dia de Natal, uma fonte – Cristo – brota do útero da Santíssima Virgem para irrigar e purificar a nossa miséria”, cintilou a pregação. O penúltimo dia tratou do lema “Santo Antônio e a Oração”, lembrando que, segundo o Santo franciscano, na oração não podemos dividir o espírito entre o que sai da boca e o que está no coração, pois um espírito dividido é incapaz de pedir. O último dia da Trezena foi presidido pelo Frei Mário Tagliari, guardião do Convento São Francisco, no Centro de São Paulo, cuja temática tratava da relação entre Santo Antônio e a Solidariedade. Diz o Santo que “todas as nossas obras são inúteis para a vida eterna, se não são condimentadas com o bálsamo da caridade”. Segundo o frade, “ser solidário significa comprometer-se e se colocar ao lado, ajudando concretamente aquele que está numa situação de miséria”. Aproveitando o dia dos namorados, Frei Mário encerrou este último dia da trezena convidando todos os casais presentes para receberem as bênçãos de Deus pela intercessão de Santo Antônio. Frei Josemberg Aranha (texto) e Roger Strapazzon (fotos). [ Especial - santo antônio 2016 ]
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O milagre da multiplicação dos pãezinhos
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sucesso de um evento do tamanho da Festa de Santo Antônio do Pari só é possível quando os paroquianos “põem a mão na massa”. E no Pari não faltam voluntários, dedicados e eternamente agradecidos ao santo franciscano. Sorte do pároco Frei Germano Guesser, que pode contar com um grupo forte de colaboradores. Um exemplo dessa dedicação vem dos Vicentinos, que fazem o trabalho da barraca mais procurada da festa: a do Pãozinho de Santo Antônio. Uma equipe de setenta pessoas reserva antecipadamente o dia 13 de junho exclusivamente para Santo Antônio e, das 6 horas até o último pãozinho, revezam-se no atendimento sob a coordenação de Mercedes de Meo, que há quarenta anos faz esse trabalho, com amor e dedicação como gosta de ressaltar. “Antes era meu pai, também vicentino, que fazia este trabalho. Eu o acompanhava de perto desde pequena. Com o seu falecimento, assumi a coordenação”, conta Marlene, incansável aos 76 anos. Para
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fazer parte de sua equipe, não é preciso muito especialização. “Basta trabalhar com alegria. Não tem senDona Severina (lado esquerdo) diz a dona tido ficar aqui de cara Mercedes que coloca pãezinhos bentos em todas vasilhas de alimentos feia. Então, oriento todos a transmitirem alegria, paz e fraternidade”, explica. messas e pagam com a doação “As pessoas vêm em busca não só de pãezinhos”, adianta, citando o de um pão, mas de um alimento es- exemplo de um devoto que fez a promessa de doar 20 mil pãezinhos. piritual”, acrescenta. No dia 13, à tarde, Marlene não Algumas padarias também fazem escondia sua alegria. “Eu vim de ma- doações, como a Tricanas Pães e nhã preocupada. Temia que não con- Doces da Vila Gustavo, que doou seguiríamos os pãezinhos necessá- 1.500 pãezinhos. rios para atender a todos os devotos Nesse tempo, Marlene conheceu que vêm aqui neste dia. Mas o mila- muita gente e muitas histórias de fé gre da multiplicação foi acontecendo no Santo Padroeiro. “Se eu contar e os pãezinhos foram aparecendo, tudo o que vi, dá um livro”, diz Marlecomo sempre acontece todos os ne, que colocou à venda sua casa na anos”, revela Mercedes. Segundo a rua Canindé, no bairro. “Nasci, cresvicentina, no ano passado foram 120 ci, casei e vivo aqui. Nessa altura da mil pãezinhos distribuídos e neste vida sair daqui é muito triste, mas o ano, com crise e muito frio, acredita bairro mudou e hoje vive para o comércio”, constata. Mas ela garante que o número chegue a 100 mil. Segundo a coordenadora, esse que não vai deixar de frequentar a milagre da distribuição é feito com igreja, assim como fazem muitos padoações. “As pessoas fazem pro- roquianos que mudaram do bairro.
Almanaque Santo Antônio faz 40 anos
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rei Edrian Josué Pasini fez o lançamento do Almanaque Santo Antônio, edição 2017, na Festa de Santo Antônio no Largo São Francisco e no Pari. No fim de cada celebração o frade destacou os 40 anos do Almanaque, que foi criado por Frei Almir Ribeiro Guimarães e o funcionário Francisco de Assis Pereira em 1978, quando lançaram a primeira edição. Rico em sabedoria científica e popular, o Almanaque é uma publicação que, além de calendário, curiosidades e humor, também apresenta dados literários e informativos. Com 224 páginas, sua abordagem é mais livre, própria para o público de “almanaque” e indicado para quem aprecia uma literatura leve. No Almanaque Santo Antônio “há uma cultura útil, para o dia a dia, que diverte, informa e dá formação hu-
mana ao leitor”, explica Frei Edrian. Na Igreja de Santo Antônio do Pari, o editor dos produtos sazonais da Editora Vozes, aproveitou para apresentar a Folhinha do Sagrado Coração de Jesus. Fonte de evangelização e cultura, a Folhinha já é uma tradição em milhares de lares brasileiros. São 78 anos de existência! É, portanto, a mais antiga publicação nesse gênero no Brasil. Jorge Conrado Deister, funcionário da editora na época, foi quem primeiro redigiu o textos da Folhinha de 1940.
“Trazendo na estampa a invocação ‘Sagrado Coração de Jesus, abençoai este lar!’, a Folhinha possui um bloco com calendário anual e suas páginas podem ser destacadas diariamente. Em breves textos e com linguagem simples, visa o público religioso que busca uma espiritualidade sadia e outros temas que informem e sirvam-lhe de entretenimento”. Desde 1996 a Folhinha é também impressa no modelo Calendário de mesa, possuindo espaço para anotações. Quem não a quer pendurada na parede, pode usar a versão para mesa ou levar consigo a Agenda do Sagrado Coração de Jesus, com espiral, outro modelo da Folhinha. O Almanaque e a Folhinha podem ser adquiridos pelo telefone da Editora Vozes (24) 2233-9042 ou 2233-9029, pelo site www. vozes.com.br ou pelo e-mail vendas@vozes.com.br. [ Especial - santo antônio 2016 ]
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Guaratinguetá
A experiência dos postulantes no Pari
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á muitos anos o Postulantado celebra a festa de Santo Antônio ajudando a Paróquia
Santo Antônio do Pari e o Convento São Francisco em São Paulo. Já no domingo à tarde, dia 12, dirigimo-
-nos para a capital a fim de colocarmo-nos a serviço dessas paróquias que recebem milhares de pessoas no dia do Santo. Dividimo-nos em dois grupos, um permaneceu no Pari com o mestre Frei Jeâ e outro foi para o Convento São Francisco com o vice-mestre Frei Claudino. Foi uma rica experiência de contato com o povo que acorre às nossas Igrejas e também com os frades que denotam um verdadeiro espírito franciscano de acolher e celebrar. João Manuel Zechinato, postulante
Gaspar: A festa é na Comunidade de Gasparinho
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a Paróquia de São Pedro, em Gaspar, o franciscano Santo Antônio é comemorado com uma grande festa em Gasparinho, onde é o santo Padroeiro. E os catarinenses, que sabem como ninguém fazer festa, reservaram para Santo Antônio três dias de celebrações e festividades: 10,11 e 12 de junho. Na quinta-feira, 09,
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foi realizada uma confraternização com os patrocinadores da festa, onde mais de mil participantes estiveram prestigiando o encontro. Na sexta-feira,10, Dom Rafael Biernaski, bispo de Blumenau, presidiu a celebração dando início às festividades. O bispo aproveitou para abençoar a Capela que foi reformada pela comunidade, assim como o segundo piso do salão de festa, que foi preparado para dar maior comodidade aos participantes. No domingo, 12, último dia de festa, as comemorações iniciam às 09h30, com a tradicional missa dos Festeiros, celebrada pelo pároco da Igreja Matriz, Frei Paulo Moura. Logo após iniciam os festejos externos com completo serviço de bar e cozinha, churrasco, bufett, bebidas. A festa terminou com sorteio de prêmios.
São Paulo
Paróquia da Vila celebra Santo Antônio
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dia 13 de junho, data em que se celebra Santo Antônio, é sempre dia festivo nas paróquias franciscanas, mesmo aquelas que não são dedicadas ao santo paduano. É o caso da Paróquia São Francisco, na Vila Clementino. A segunda-feira teve movimento intenso ao longo de todo o dia. Barracas foram colocadas no lado externo da igreja, para venda do bolo e de itens religiosos e distribuição do pão de Santo Antônio, além das bênçãos distribuídas aos fiéis. A missa das 15h foi presidida pelo pároco, Frei Valdecir Schwambach. A igreja estava repleta de devotos, muitos que estavam saindo do trabalho, outros dos hospitais que ficam na região da paróquia e muitas famílias. É o caso da Mara e da sua mãe Maria Lucia. A família estava com o pequeno Ângelo, que irá completar 2 anos em breve. O menino vestia um hábito marrom. Maria Lucia explicou que ela fez uma promessa a Santo Antônio após sua filha perder um filho. Quando Mara ficou grávida, a avó prometeu que traria o neto vestido de Santo Antônio por 3 anos, e participaria da missa no dia do santo. Este é o segundo ano que a família vem agradecer pela graça
alcançada, através da intercessão de Santo Antônio. Em sua homilia Frei Valdecir falou sobre a importância do caminho na vida do cristão, que é repleto de sucessos e fracassos.
O frade motivou aos presentes para que procurem sempre realizar seus propósitos com fé e esperança, mesmo diante das dificuldades. “Não desanimem porque até mesmo os grandes santos também se sentiram muitas vezes frustrados em sua caminhada existencial e espiritual. O problema é que muitas vezes queremos começar onde o santo terminou”, concluiu. Ao final da missa foi dada a bênção aos pães, que foram distribuídos. Érika Augusto
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Luanda
A devoção na Missão de Angola
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om devoção e admiração pelo exemplo de vida evangélica e franciscana realizamos o Tríduo em preparação à Festa de Santo Antônio. No primeiro dia, refletimos sobre Santo Antônio e o Evan-
gelho. Já no segundo dia meditamos sobre o tema: Santo Antônio e o pão dos pobres. E no último dia, a refle-
xão centrou-se no confronto entre a nossa vida e o fervor franciscano de Santo Antônio. A Fraternidade São Francisco de Assis, em Luanda/Palanca, celebrou com júbilo esta festa popular em comunhão com todos os devotos do Santo e, sobretudo, com a Fraternidade de Kibala, casa de Postulantado, cujo padroeiro é o Santo Taumaturgo. Na missa, Frei José Antônio dos Santos, presidente da FIMDA, em poucas palavras, lembrou a importância espiritual da devoção a Santo Antônio na vida de qualquer um que queira ser bom seguidor e discípulo de Jesus, em dez pensamentos do Santo casamenteiro.
Curitiba: Bênçãos e bolo de Santo Antônio
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Paróquia Bom Jesus dos Perdões de Curitiba-PR já é movimentada por natureza, mas em época de festa de Santo Antônio o movimento aumenta e muito. Movidos pela fé, muitos fiéis de inúmeros lugares foram até a paróquia fazer um agradecimento, pedir uma bênção dos freis e comprar o famoso bolo, e reza a tradição que quem encontrar Santo Antônio no bolo vai ter sorte no amor. A imagem é bem pequena, mas a fé é enorme.... Só na Paróquia Bom Jesus dos Perdões foram preparados mais de 15 toneladas de bolos com 20 mil santinhos espalhados... Cada um do seu jeito fez os seus pedidos, as suas orações e agradecimentos... Que pela intercessão de Santo Antônio, sejamos curados de todas as enfermidades, protegidos de todos os perigos, libertos de todos os vícios e conduzidos no caminho da paz e do bem. Assim seja. Amém! Frei Augusto Luiz Gabriel, ofm
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Pádua celebra o Trânsito de Santo Antônio
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tradicional representação do Trânsito de Santo Antônio em Pádua, que faz parte das comemorações do Mês de Junho Antoniano, realizou-se no domingo, 12 junho, para recordar os últimos momentos do santo no percurso em um carro de boi de Arcella a Pádua antes de sua morte. Em 1229, Frei Antônio foi morar com os seus irmãos franciscanos perto de Pádua, no convento de Arcella, em Camposampiero. Antônio, contudo, estava muito doente. Após as pregações da Quaresma de 1231, sentiu-se cansado e esgotado. Precisava de repouso. Os frades, então, decidiram então levá-lo a Pádua. Agasalharam-no e o colocaram em um carro puxado por bois. A viagem era longa. Antônio foi
piorando. Pararam em um povoado em que havia um convento franciscano, mas o santo só piorava. Precisava ficar sentado, pois sofria de falta de ar. Recebeu os sacramentos e se despediu de todos e ainda cantou o bendito: “Ó Virgem gloriosa que estais acima das estrelas…” Depois ergueu os olhos para o céu e disse: “Estou vendo o Senhor”. Pouco depois morreu. Era dia 13 de junho de 1231. Frei Antônio tinha 36 anos de idade. Imediatamente as crianças de Pádua saíram espontaneamente pelas ruas gritando: “O santo morreu! O santo morreu!”. A procissão no bairro de Pádua contou com 150 figurantes, que durante o percurso representaram cinco cenas dos últimos momentos de sua vida. [ Especial - santo antônio 2016 ]
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