RE V IS TA
PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL
OUTUBRO DE 2021 | ANO LXIX | Nº 10
#PartiuAgudos!
SUMÁRIO
ESPECIAL SÃO FRANCISCO 586 MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL nos espera...”, 575 “Agudos de Frei Fidêncio Vanboemmel
FORMAÇÃO PERMANENTE ensagem para o Dia Mundial dos Pobres, Papa 578 MFrancisco
FORMAÇÃO E ESTUDOS
da Solenidade de Nossa Senhora 612 Celebrações Aparecida em Petrópolis festeja a Padroeira Nossa Senhora 614 Nilópolis Aparecida no Convento abre campanha Outubro Rosa 615 Missa no Espírito Santo 616 Festa de Nossa Senhora do Rosário de Vila Velha
DEFINITÓRIO PROVINCIAL
622 Reunião de 27 a 29 de setembro 639 CAPÍTULO PROVINCIAL EVANGELIZAÇÃO
Sínodo é colocar-se no mesmo caminho do 631 “Fazer Verbo feito homem” 632 USF celebra 45 anos de presença franciscana 634 USF chega aos 45 de olho no futuro 635 Ações pastorais do Grupo Bom Jesus
elebração Eucarística abre Ano Letivo na Missão de 582 CAngola CFFB Postulantes fazem doação de sangue 583 Irmãs Franciscanas Seráficas celebram 636 Jubileu de 100 anos Sete jovens frades farão a Profissão Solene em 584 Petrópolis 638 OFS: Nasce a Fraternidade de Campo Largo Frei Hugo é o novo Ministro Provincial FRATERNIDADES 640 dos Conventuais ESPECIAL SÃO FRANCISCO 586 FALECIMENTO Nossa Senhora Aparecida é celebrada em 610 Blumenau 641 Frei Eliseu Tambosi
Artigo PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL Rua Borges Lagoa, 1209 CEP 04038-033 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br ofmimac@franciscanos.org.br
de todos os Fiéis Defundos”, de Frei 642 “Comemoração Luiz Iakovacz
643 AGENDA
Agudos nos espera... Caríssimos confrades, irmãos e irmãs! Que o Senhor nos dê a paz! A nossa Fraternidade Provincial inicia este penúltimo mês de 2021 orando ao altíssimo e glorioso Deus e aprendendo a “esperançar” pelo evento maior que estamos por celebrar no Seminário Santo Antônio, Agudos, SP, entre os dias 22 a 30 de novembro: o nosso Capítulo Provincial. O nosso Capítulo Provincial, inicialmente previsto e planejado para ser um Capítulo in-
termediário, necessariamente transformou-se em Capítulo eletivo segundo as leis da Igreja e da Ordem. Isso por força maior, depois que o Ministro Provincial, Frei César Külkamp, foi eleito Definidor Geral da Ordem. Sem dúvida, tudo isso nos inquietou e obrigou-nos a colocar mais “coração” nos preparativos finais, particularmente no processo das indicações eletivas. Contudo, mesmo com essa surpresa no processo da condução do Capítulo, a Comissão Preparatória não alterou e nem perdeu de vista o foco maior quanto ao tema e lema, inspira-
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MENSAGEM
dos na Encíclica Fratelli Tutti n.8 e nos Documentos da Ordem: “Juntos que se constroem os sonhos” e “Fraternidade contemplativa em Missão: nossa regra é o Evangelho, nosso claustro é o mundo”, presentes na arte de Frei Gabriel Dellandrea, ilustrando a capa desta edição das Comunicações, e por ele elucidado na página ao lado (577). Agudos nos espera! Espera a presença da Fraternidade Provincial para este “Pentecostes” que congrega irmãos na sua mais rica diversidade, assim como Francisco de Assis, segundo a linguagem de São Boaventura, aguardava ansiosamente os irmãos “no eremitério de Santa Maria da Porciúncula, a fim de distribuir a cada um deles a porção da obediência, segundo a medida da distribuição divina na terra da pobreza” (LM 5,10.1). Agudos nos espera! Espera com o cuidado que se faz necessário no que diz respeito aos protocolos sanitários básicos para um encontro desta natureza, ainda em tempo de cuidados por conta da Covid-19. Por essa razão, a Comissão Preparatória do Capítulo orientou o procedimento a cada frade capitular e, em parceria com o SEFRAS, gerou um protocolo sanitário preventivo, feito com base na Fiocruz, que serve como prevenção e cuidados recíprocos a serem observados no desenvolver do Capítulo. Agudos nos espera! Espera para rever irmãos que há tempos não se viam e nem se encontravam por conta das necessárias precauções exigidas em tempos de pandemia. Que o Capítulo seja expressão da minoridade, da fraternidade e da mútua pertença, assim descrita por Frei Tomás de Celano: “Quando se reuniam em algum lugar, ou quando se encontravam em viagem, reacendia-se o fogo do amor espiritual, espargindo suas sementes de amizade verdadeira sobre todo o amor [...] Reuniam-se com prazer e gostavam de estar juntos: para eles era pesado estarem separados, o afastamento era amargo e doloroso estarem desunidos” (1Cel 38-39). Agudos nos espera! Espera por uma fraternidade de irmãos que, juntos, desejam construir
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os sonhos de novos castelos e brasões assinalados pelo mistério da cruz, isto é, de “irmãos que procuram orientar sua vontade pela vontade de Deus” (cf. 1Cel 5-6). Espera por irmãos que sonham juntos! Espera por irmãos que fogem das ilusões e das miragens” do grande senhor da Apúlia” (LM 1,3) para “reinterpretar os divinos mistérios” no retorno à originalidade de Assis, mesmo se este retorno, como o de Francisco, exige o “vencer-se a si mesmo” para ser, na realidade de hoje, novos cavaleiros de Cristo (cf. LM 1,5), dispostos a descer do cavalo da comodidade, despidos da armadura do individualismo e da autorreferencialidade, para abraçar com alegria e audácia os novos leprosos excluídos pela “globalização da indiferença”. Agudos nos espera! Espera a chegada de irmãos dispostos a “tratar da maneira como melhor observar a Regra” (LTC 57,2). Irmãos dispostos a acolher o diagnóstico da nossa realidade Provincial que será apresentado pelo Visitador Geral, Frei César Külkamp, com suas forças e oportunidades, fraquezas e ameaças, e juntos traçarmos um caminho “de acordo com o conselho de Deus” (LTC 57,3), no sonho de sermos uma “Fraternidade contemplativa em missão”. Que a partir de Agudos o Senhor nos abençoe pela intercessão de São Francisco e de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão: “Terminado o Capítulo, abençoava todos os irmãos...” (LTC 59,9). E “concedia a licença e a obediência de pregar àqueles que dentre eles tinham o espírito de Deus e eloquência para pregar, tanto clérigos quanto leigos. Eles, de sua parte, recebiam a sua bênção com grande alegria no Senhor Jesus Cristo” (LP 40). Abençoados e enviados como “fraternidade contemplativa em missão”, neste “claustro que tem as dimensões do mundo” (JV), tendo como regra o Evangelho. Bem-vindos a Agudos... bem-vindos ao Capítulo Provincial! Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM MINISTRO PROVINCIAL
A
arte que identificará o Capítulo Provincial de 2021 nasceu numa reunião da Comissão Preparatória. Enquanto se apresentava o tema e o lema do Capítulo, eu comecei a rabiscar algumas intuições livres. Assim, eu comecei a fazer alguns traços, e diferentes dos traços costumeiros, eles começaram a me fazer mais sentido. Mas, dobrei o papel e deixei de lado. Numa outra ocasião, com mais tempo, resolvi transformar o desenho agora numa disposição digital, e com isso fui acrescentando os elementos que o completam, mesmo que com bastante simplicidade. Não sou desenhista como outros confrades que possuem anos de técnica. Eu me utilizo de traços simples pois não sei ser mais técnico e rebuscado. Mas, os elementos que procurei representar foram os seguintes: Num primeiro plano, uma fraternidade se abraça, plastificando o lema do capítulo: “Juntos que se constroem os sonhos”. A imagem do abraço, do caminhar juntos, de todos unidos, simboliza
o evangelizar como fraternidade. Além disso, a ideia de representar um abraço surge da ausência deste gesto de afeto por conta da pandemia. Entretanto, apesar de distantes, estamos abraçados no ideal. Por fim, o abraço também foi inspirado na interpretação teológica de que o Espírito Santo é o que une as diferenças na Igreja, por isso ele é um “abraço” entre a Trindade e a humanidade. É esse mesmo Espírito que abraça, que une a vida fraterna. Os personagens representados são coloridos para representar que somos todos diferentes, mas abraçados; estamos unidos em nossa diversidade. Na ponta, o Cristo que abraça a fraternidade, na cor vermelha, lembra o martírio, o amor ao Reino. Seus traços são inspirados no Cristo da Cruz de São Damião, símbolo forte de nossa espiritualidade, que também aparece dando base à fraternidade no desenho. Ao lado de Jesus está Francisco, chagado, que une a fraternidade ao Cristo, sendo modelo para o frade
evangelizador. Por fim, os dois frades que completam os personagens representam cada um de nós, com nossos anseios e perspectivas. A fraternidade está abraçada, mas no seu abraço “sempre cabe mais um”. É um abraço aberto, identificando que temos espaço para mais irmãos que quiserem se inserir em nossa família. Como base de tudo está o mundo, na intuição de que o “nosso claustro é o mundo”. Assim, o ideal fraterno cabe nas mais diversas realidades. Contemplamos, desse modo, as nossas presenças espalhadas por todo o globo terrestre, como no Brasil, em Angola, bem como os frades que desempenham suas atividades e missões em outros países. Mas mais do que isso, estamos abertos ao “mundo”, em contato com ele, para ouvir as suas intuições e interrogações para nós, a fim de que com o nosso carisma lhe ofereçamos uma resposta. Frei Gabriel Dellandrea OUTUBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 577
FORMAÇÃO PERMANENTE
MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA O V DIA MUNDIAL DOS POBRES (XXXIII Domingo do Tempo Comum – 14 de novembro de 2021)
“Sempre tereis pobres entre vós”
(Mc 14, 7)
1. «Sempre tereis pobres entre vós» (Mc 14, 7): estas palavras foram pronunciadas por Jesus, alguns dias antes da Páscoa, por ocasião de uma refeição em Betânia na casa de Simão chamado «o leproso». Como narra o evangelista, entrou lá uma mulher com um vaso de alabastro cheio de perfume muito precioso e derramou-o sobre a cabeça de Jesus. Este gesto suscitou grande estupefação e deu origem a duas interpretações diversas.
am o ensinamento de Jesus e não podem ser seus discípulos. Recordemos, a este propósito, as palavras fortes de Orígenes: «Judas, aparentemente, estava preocupado com os pobres. (…) Se, agora, ainda houver alguém que tem a bolsa da Igreja e fala a favor dos pobres como Judas, mas depois tira o que metem lá dentro, então tenha parte juntamente com Judas» (Comentário ao Evangelho de Mateus 11, 9).
A primeira delas é a indignação de alguns dos presentes, incluindo os discípulos, que, ao considerar o valor do perfume (cerca de 300 denários, equivalente ao salário anual de um trabalhador), pensam que teria sido melhor vendê-lo e dar o produto aos pobres. Segundo o Evangelho de João, é Judas que se faz intérprete desta posição: «Por que é que não se vendeu este perfume por trezentos denários, para os dar aos pobres?». E o evangelista observa: «Ele, porém, disse isto, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, como tinha a bolsa do dinheiro, tirava o que nela se deitava» (Jo 12, 5-6). Não é por acaso que esta crítica dura sai da boca do traidor: é a prova de que, quantos não reconhecem os pobres, atraiço-
A segunda interpretação é dada pelo próprio Jesus e permite individuar o sentido profundo do gesto realizado pela mulher. Diz Ele: «Deixai-a. Porque estais a atormentá-la? Praticou em Mim uma boa ação» (Mc 14, 6). Jesus sabe que está próxima a sua morte e vê, naquele gesto, a antecipação da unção do seu corpo sem vida antes de ser colocado no sepulcro. Esta visão ultrapassa todas as expetativas dos convivas. Jesus recorda-lhes que Ele é o primeiro pobre, o mais pobre entre os pobres, porque os representa a todos. E é também em nome dos pobres, das pessoas abandonadas, marginalizadas e discriminadas que o Filho de Deus aceita o gesto daquela mulher. Esta, com a sua sensibilidade feminina, demonstra ser a única
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FORMAÇÃO PERMANENTE
que compreendeu o estado de espírito do Senhor. Esta mulher anônima – talvez por isso destinada a representar todo o universo feminino que, no decurso dos séculos, não terá voz e sofrerá violências –, inaugura a significativa presença de mulheres que participam no momento culminante da vida de Cristo: a sua crucificação, morte e sepultura e a sua aparição como Ressuscitado. As mulheres, tantas vezes discriminadas e mantidas ao largo dos postos de responsabilidade, nas páginas do Evangelho são, pelo contrário, protagonistas na história da revelação. E é eloquente a frase conclusiva de Jesus, que associa esta mulher à grande missão evangelizadora: «Em verdade vos digo: em qualquer parte do mundo onde for proclamado o Evangelho, há de contar-se também, em sua memória, o que ela fez» (Mc 14, 9). 2. Esta forte «empatia» entre Jesus e a mulher e o modo como Ele interpreta a sua unção, em contraste com a visão escandalizada de Judas e de outros, inauguram um fecundo caminho de reflexão sobre o laço indivisível que existe entre Jesus, os pobres e o anúncio do Evangelho. Com efeito, o rosto de Deus que Ele revela é o de um Pai para os pobres e próximo dos pobres. Toda a obra de Jesus afirma que a pobreza não é fruto de uma fatalidade, mas sinal concreto da sua presença no nosso meio. Não O encontramos quando e onde queremos, mas reconhecemo-Lo na vida dos pobres, na sua tribulação e indigência, nas condições por vezes desumanas em que são obrigados a viver. Não me canso de repetir que os pobres são verdadeiros evangelizadores, porque foram os primeiros a ser evangelizados e chamados a partilhar a bem-aventurança do Senhor e o seu Reino (cf. Mt 5, 3). Os pobres de qualquer condição e latitude evangelizam-nos, porque permitem descobrir de modo sempre novo os traços mais genuínos do rosto do Pai. Eles «têm muito para nos ensinar. Além de participar do sensus fidei, nas suas próprias dores conhecem Cristo sofredor. É necessário que todos nos deixemos evangelizar por eles. A nova evangelização é um convite a reconhecer a força salvífica das suas vidas, e a colocá-los no centro do caminho da Igreja. Somos chamados a descobrir Cristo neles: não só a emprestar-lhes a nossa voz nas suas causas, mas também a ser seus amigos, a escutá-los, a compreendê-los e a acolher a misteriosa sabedoria que Deus nos quer comunicar através deles. O nosso compromisso não consiste exclusivamente em ações ou em programas de promoção e assistência; aquilo que o Espírito põe em movimento não é um excesso de ativismo, mas primariamente uma atenção prestada ao outro, considerando-o como um só consigo mesmo. Esta atenção ami-
ga é o início de uma verdadeira preocupação pela sua pessoa e, a partir dela, desejo de procurar efetivamente o seu bem» (Papa Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 198-199). 3. Jesus não só está do lado dos pobres, mas também partilha com eles a mesma sorte. Isto constitui também um forte ensinamento para os seus discípulos de todos os tempos. As suas palavras – «sempre tereis pobres entre vós» – pretendem indicar também isto: a sua presença no meio de nós é constante, mas não deve induzir àquela habituação que se torna indiferença, mas empenhar numa partilha de vida que não prevê delegações. Os pobres não são pessoas «externas» à comunidade, mas irmãos e irmãs cujo sofrimento se partilha, para abrandar o seu mal e a marginalização, a fim de lhes ser devolvida a dignidade perdida e garantida a necessária inclusão social. Aliás, sabe-se que um gesto de beneficência pressupõe um benfeitor e um beneficiado, enquanto a partilha gera fraternidade. A esmola é ocasional, ao passo que a partilha é duradoura. A primeira corre o risco de gratificar quem a dá e humilhar quem a recebe, enquanto a segunda reforça a solidariedade e cria as premissas necessárias para se alcançar a justiça. Enfim os crentes, quando querem ver Jesus em pessoa e tocá-Lo com a mão, sabem aonde dirigir-se: os pobres são sacramento de Cristo, representam a sua pessoa e apontam para Ele. Temos muitos exemplos de Santos e Santas que fizeram da partilha com os pobres o seu projeto de vida. Penso, entre outros, no Padre Damião de Veuster, Santo apóstolo dos leprosos. Com grande generosidade, respondeu à vocação de ir para a ilha de Molokai – tinha-se tornado um gueto acessível apenas aos leprosos –, a fim de viver e morrer com eles. Lançando-se ao trabalho, tudo fez para tornar digna de ser vivida a existência daqueles pobres doentes e marginalizados, reduzidos à degradação extrema. Fez-se médico e enfermeiro, sem se preocupar com os riscos que corria, levando a luz do amor àquela “colônia de morte”, como era designada a ilha. A lepra atingiu-o também a ele, sinal de uma partilha total com os irmãos e irmãs pelos quais dera a vida. O seu testemunho é muito atual nestes nossos dias, marcados pela pandemia de coronavírus: com certeza a graça de Deus está em ação no coração de muitas pessoas que, sem dar nas vistas, se gastam concretamente partilhando a sorte dos mais pobres. 4. Por isso precisamos aderir com plena convicção ao convite do Senhor: «Convertei-vos e acreditai no Evangelho» (Mc 1, 15). Esta conversão consiste, primeiro, em abrir o nosso coração para reconhecer as múltiplas expressões de pobreza e, depois, em manifestar o Reino de Deus através de um estilo de vida coeOUTUBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 579
FORMAÇÃO PERMANENTE
rente com a fé que professamos. Com frequência, os pobres são considerados como pessoas à parte, como uma categoria que requer um serviço caritativo especial. Seguir Jesus comporta uma mudança de mentalidade a esse propósito, ou seja, acolher o desafio da partilha e da cooparticipação. Tornar-se seu discípulo implica a opção de não acumular tesouros na terra, que dão a ilusão de uma segurança em realidade frágil e efêmera; ao contrário, requer disponibilidade para se libertar de todos os vínculos que impedem de alcançar a verdadeira felicidade e bem-aventurança, para reconhecer aquilo que é duradouro e que nada e ninguém pode destruir (cf. Mt 6, 19-20). Mas o ensinamento de Jesus aparece na contracorrente também neste caso, porque promete aquilo que só os olhos da fé podem ver e experimentar com certeza absoluta: «Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna» (Mt 19, 29). Se não se optar por tornar-se pobre de riquezas efêmeras, poder mundano e vanglória, nunca se será capaz de dar a vida por amor; viver-se-á uma existência fragmentária, cheia de bons propósitos mas ineficaz para transformar o mundo. Trata-se, portanto, de abrir-se decididamente à graça de Cristo, que pode tornar-nos testemunhas da sua caridade sem limites e restituir credibilidade à nossa presença no mundo. 5. O Evangelho de Cristo impele a ter uma atenção muito particular para com os pobres e requer que se reconheça as múltiplas, demasiadas, formas de desordem moral e social que sempre geram novas formas de pobreza. Parece ganhar terreno a concepção segundo a qual os pobres não só são responsáveis pela sua condição, mas constituem também um peso intolerável para um sistema econômico que coloca no centro o interesse de algumas categorias privilegiadas. Um mercado que ignora ou discrimina os princípios éticos cria condições desumanas que se abatem sobre pessoas que já vivem em condições precárias. Deste modo, assiste-se à criação incessante de armadilhas novas da miséria e da exclusão, produzidas por agentes econômicos e financeiros sem escrúpulos, desprovidos de sentido humanitário e responsabilidade social. Além disso, no ano passado, veio juntar-se outra praga que multiplicou ainda mais o número dos pobres: a pandemia. Esta continua a bater à porta de milhões de pessoas e, mesmo quando não traz consigo o sofrimento e a morte, todavia é portadora de pobreza. Os pobres têm aumentado desmesuradamente e o mesmo, infelizmente, continuará a verificar-se ainda nos próximos meses. Alguns países estão sofrendo gravíssimas
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consequências devido à pandemia, a ponto de as pessoas mais vulneráveis se encontrarem privadas de bens de primeira necessidade. As longas filas diante das cantinas para os pobres são o sinal palpável deste agravamento. Um olhar atento requer que se encontrem as soluções mais idôneas para combater o vírus em nível mundial, sem olhar a interesses de parte. De modo particular, é urgente dar respostas concretas a quantos sofrem com o desemprego, que atinge de maneira dramática tantos pais de família, mulheres e jovens. A solidariedade social e a generosidade de que muitos, graças a Deus, são capazes, juntamente com projetos clarividentes de promoção humana, estão dando e darão a contribuição muito importante nesta conjuntura. 6. Entretanto permanece de pé uma questão, nada óbvia: Como se pode dar uma resposta palpável aos milhões de pobres que tantas vezes, como resposta, só encontram a indiferença, quando não a aversão? Qual caminho de justiça é necessário percorrer para que as desigualdades sociais possam ser superadas e seja restituída a dignidade humana tão frequentemente espezinhada? Um estilo de vida individualista é cúmplice na geração da pobreza e, muitas vezes, descarrega sobre os pobres toda a responsabilidade da sua condição. Mas a pobreza não é fruto do destino; é consequência do egoísmo. Portanto é decisivo dar vida a processos de desenvolvimento onde se valorizem as capacidades de todos, para que a complementaridade das competências e a diversidade das funções conduzam a um recurso comum de participação. Há muitas pobrezas dos «ricos» que poderiam ser curadas pela riqueza dos «pobres», bastando para isso encontrarem-se e conhecerem-se. Ninguém é tão pobre que não possa dar algo de si na reciprocidade. Os pobres não podem ser aqueles que apenas recebem; devem ser colocados em condição de poder dar, porque sabem bem como corresponder. Quantos exemplos de partilha diante dos nossos olhos! Os pobres ensinam-nos frequentemente a solidariedade e a partilha. É verdade que são pessoas a quem falta algo e por vezes até muito, se não mesmo o necessário; mas não falta tudo, porque conservam a dignidade de filhos de Deus que nada e ninguém lhes pode tirar. 7. Impõe-se, pois, uma abordagem diferente da pobreza. É um desafio que os governos e as instituições mundiais precisam de perfilhar, com um modelo social clarividente, capaz de enfrentar as novas formas de pobreza que invadem o mundo e marcarão de maneira decisiva as próximas décadas. Se os pobres são colocados à margem, como se fossem os culpados da sua condição, então o próprio conceito de democracia é posto em crise e fracassa toda e qualquer política social. Com grande humildade, temos de confessar que muitas vezes não pas-
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samos de incompetentes a respeito dos pobres: fala-se deles em abstrato, fica-se pelas estatísticas e pensa-se sensibilizar com qualquer documentário. Ao contrário, a pobreza deveria incitar a uma projetação criativa, que permita fazer aumentar a liberdade efetiva de conseguir realizar a existência com as capacidades próprias de cada pessoa. Pensar que a posse de dinheiro consinta e aumente a liberdade é uma ilusão de que devemos afastar-nos. Servir eficazmente os pobres incita à ação e permite encontrar as formas mais adequadas para levantar e promover esta parte da humanidade, demasiadas vezes anônima e sem voz, mas que em si mesma traz impresso o rosto do Salvador que pede ajuda. 8. «Sempre tereis pobres entre vós» (Mc 14, 7), é um convite a não perder jamais de vista a oportunidade que se nos oferece para fazer o bem. Como pano de fundo, pode-se vislumbrar o antigo mandamento bíblico: «Se houver junto de ti um indigente entre os teus irmãos (…), não endurecerás o teu coração e não fecharás a tua mão ao irmão necessitado. Abre-lhe a tua mão, empresta-lhe sob penhor, de acordo com a sua necessidade, aquilo que lhe faltar. (…) Deves dar-lhe, sem que o teu coração fique pesaroso; porque, em recompensa disso, o Senhor, teu Deus, te abençoará em todas as empresas das tuas mãos. Sem dúvida, nunca faltarão pobres na terra» (Dt 15, 7-8.10-11). E no mesmo cumprimento de onda se coloca o apóstolo Paulo, quando exorta os cristãos das suas comunidades a socorrer os pobres da primeira comunidade de Jerusalém e a fazê-lo «sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria» (2 Cor 9, 7). Não se trata de serenar a nossa consciência dando qualquer esmola, mas antes contrastar a cultura da indiferença e da injustiça com que se olha os pobres. Neste ponto, faz-nos bem recordar as palavras de São João Crisóstomo: «Quem é generoso não deve pedir contas do comportamento, mas somente melhorar a condição de pobreza e satisfazer a necessidade. O pobre só tem uma defesa: a sua pobreza e a condição de necessidade em que se encontra. Não lhe peças mais nada; mesmo que fosse o homem mais malvado do mundo, se lhe vier a faltar o alimento necessário, libertemo-lo da fome. (…) O homem misericordioso é um porto para quem está em necessidade: o porto acolhe e liberta do perigo todos os náufragos, sejam eles malfeitores, bons ou como forem. Aos que se encontram em perigo, o porto acolhe-os, coloca-os em segurança dentro da sua enseada. Também tu, portanto, quando vês por terra um homem que sofreu o naufrágio da pobreza, não o julgues, nem lhe peças conta do seu comportamento, mas liberta-o da desventura» (Discursos sobre o pobre Lázaro, II, 5).
9. É decisivo aumentar a sensibilidade para se compreender as exigências dos pobres, sempre em mutação por força das condições de vida. Com efeito, nas áreas economicamente mais desenvolvidas do mundo, está-se menos predisposto hoje que no passado a confrontar-se com a pobreza. O estado de relativo bem-estar ao qual se habituaram torna mais difícil aceitar sacrifícios e privações. Está-se pronto a tudo só para não ficar privado daquilo que foi fruto de fácil conquista. Deste modo, cai-se em formas de rancor, nervosismo espasmódico, reivindicações que levam ao medo, à angústia e, em alguns casos, à violência. Este não é o critério sobre o qual construir o futuro; também estas são formas de pobreza, para as quais não se pode deixar de olhar. Devemos estar abertos a ler os sinais dos tempos que exprimem novas modalidades de ser evangelizadores no mundo contemporâneo. A assistência imediata para acorrer às necessidades dos pobres não deve impedir de ser clarividente para atuar novos sinais do amor e da caridade cristã como resposta às novas pobrezas que experimenta a humanidade de hoje. Faço votos de que o Dia Mundial dos Pobres, na sua quinta celebração, possa radicar-se cada vez mais nas nossas Igrejas locais e abrir-se a um movimento de evangelização que, em primeira instância, encontre os pobres lá onde estão. Não podemos ficar à espera que batam à nossa porta; é urgente ir ter com eles às suas casas, aos hospitais e casas de assistência, à estrada e aos cantos escuros onde, por vezes, se escondem, aos centros de refúgio e de acolhimento… É importante compreender como se sentem, o que estão passando e quais os desejos que têm no coração. Façamos nossas as palavras inflamadas do Padre Primo Mazzolari: «Gostaria de pedir-vos para não me perguntardes se existem pobres, quem são e quantos são, porque tenho receio que tais perguntas representem uma distração ou o pretexto para escapar de uma específica indicação da consciência e do coração. (…) Os pobres, eu nunca os contei, porque não se podem contar: os pobres abraçam-se, não se contam» (Revista «Adesso», n.º 7, 15 de abril de 1949). Os pobres estão no meio de nós. Como seria evangélico, se pudéssemos dizer com toda a verdade: também nós somos pobres, porque só assim conseguiríamos realmente reconhecê-los e fazê-los tornar-se parte da nossa vida e instrumento de salvação.
Roma, São João de Latrão, na Memória de Santo Antônio, 13 de junho de 2021. Francisco OUTUBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 581
FORMAÇÃO E ESTUDOS
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Celebração Eucarística abre Ano Letivo na Missão de Angola
Fraternidade São Francisco de Assis, em Palanca, casa onde residem os frades de profissão temporária do tempo de Filosofia, deu início no dia 5 de outubro ao ano formativo e acadêmico, com a Celebração Eucarística às 18h30. A mesma foi presidida pelo presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, Frei António Boaventura Zovo Baza, e concelebrada pelo mestre, Frei João Albero Bunga, na qual participaram os 24 frades de profissão temporária. Na homilia, o presidente da celebração saudou o mestre e todos os frades estudan-
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tes e lembrou aos presentes que “o mais importante na vida do cristão é colocar-se na mão de Deus e ouvir aquilo que o Pai quer de nós”. E continuou: “Deus fala-nos de muitas maneiras: fala por intermédio do irmão, da natureza que nos rodeia e de muitas outras formas”, disse. Frei António aproveitou para recordar aos frades estudantes a preocupação de não se esquecerem da vida de oração, trabalho e estudo. E evitar, sobretudo, cair no ativismo, e levar sempre em conta o horário pessoal e da fraternidade, sem esquecer de cultivar a vida de estudo, seja o acadê-
mico,assim como o religioso-franciscano e o espírito de oração e devoção. Ter sempre, segundo ele, em conta as exigências desta etapa de formação, como reservar também tempo de meditação pessoal, sem esquecer a ajuda mútua, a fim de superarem as dificuldades. Frei Bunga agradeceu a presença de Frei António, bem como a presença do guardião Frei José Cambolo. Um recreio fraterno com todos membros da Fraternidade encerrou esta data. Frei Abel Ndala Sahuma Nganji
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Postulantes fazem doação de sangue
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m grupo de postulantes do Seminário Franciscano Frei Galvão foi a Taubaté para fazer um gesto importante nesses tempos de pandemia: doação de sangue no hemocentro de Taubaté, ligado ao Hemocentro da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto. A ideia surgiu, primeiramente, para que fosse um gesto concreto na Quaresma, mas, devido à pandemia de Covid-19 teve de ser adiada até que a situação sanitária pudesse permitir tal saída, o que aconteceu no último dia 13. O idealizador do ato, o postulante Yure de Oliveira Telles, foi o responsável para se informar sobre os detalhes da doação
e divulgar para a turma, que prontamente aderiu à campanha. Ao chegar ao hemocentro, os postulantes passaram por uma triagem onde foi solicitado os dados cadastrais e verificado o peso, altura, pressão arterial, pulso e temperatura. Em seguida, passaram pela entrevista clínica, onde foram perguntados sobre diversos assuntos de ordem pessoal e, por fim, foram até a sala de coleta onde foi doado cerca de 400ml a 450ml de sangue. Geralmente são 8ml/Kg para mulher e 9ml/Kg para homem, além de amostras para teste de doenças contagiosas e verificação do tipo sanguíneo. Após a doação, todos foram encaminha-
dos para o lanche, que é acompanhado por líquidos, para repor o volume retirado na doação. Nesse período de tantas dificuldades na saúde de nosso país, doar sangue é uma forma de retribuir todas as graças, doações e preces vocacionais que os postulantes recebem dos benfeitores, família e amigos. Fica aqui o convite também a você para que faça esse gesto, buscando um hemocentro mais perto de sua casa. Uma bolsa de sangue é capaz de ajudar a salvar até 3 vidas. Doe Sangue, doe vida! Samuel Cavalcanti do Amaral POSTULANTE
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Sete jovens frades farão a Profissão Solene em Petrópolis
Fundação Imaculada Mãe de Deus e a Província da Imaculada Conceição celebrarão, no dia 13 de novembro, o ingresso definitivo na Ordem dos Frades Menores de sete frades professos temporários: os jovens angolanos Frei André dos Santos Sungo Mingas, Frei Honorato Salvador Gaspar Gabriel, Frei José João Ganga e Frei Miguel Tchiteculo Tchindjombo Filipe, e os brasileiros Frei Felipe Medeiros Carretta, Frei Jonas Ribeiro da Silva e Frei Thiago da Silva Soares. Esse momento importante na vida do religioso franciscano será feito na Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ), durante a solene Celebração Eucarística às 16h15. O ‘sim’ definitivo será dado nas mãos do Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel. Como tema, escolheram
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uma frase do Testamento de São Francisco: “E depois que o Senhor me deu irmãos ninguém me mostrou que eu deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu devia viver segundo a forma do Santo Evangelho” (Test 4,14). Cada um dos frades fará a profissão pela qual se compromete a seguir Jesus Cristo observando os conselhos evangélicos: “Para louvor e glória da Santíssima Trindade, eu, frei… tendo o Senhor me dado a graça de seguir mais de perto o Evangelho e os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo, em tuas mãos, Frei Fidêncio Vanboemmel, com firme fé e vontade, faço voto a Deus, Pai santo e todo-poderoso, de viver por todo o tempo de minha vida, em obediência, sem nada de próprio e em castidade. Ao mesmo tempo, professo a vida e a Regra dos Frades Menores, confirmada
pelo Papa Honório, e prometo observá-la fielmente segundo as Constituições da Ordem dos Frades Menores. Entrego-me, pois, de todo o coração a esta Fraternidade, para que, pela ação eficaz do Espírito Santo, guiado pelo exemplo de Maria Imaculada, por intercessão de nosso Pai São Francisco e de todos os santos, e com a ajuda fraterna de todos, eu possa tender constantemente para a perfeita caridade, no serviço a Deus, à Igreja e aos homens”. O rito da profissão perpétua celebra-se dentro da Missa, com a devida solenidade e a participação da comunidade. Depois da leitura do evangelho, começa-se o rito na seguinte ordem: chamado do professando; apresentação de sua trajetória vocacional; diálogo com o celebrante; homilia; prostração e Ladainha de Todos os Santos; profissão dos votos e bênção aos professandos.
OS FRADES QUE FARÃO A PROFISSÃO SOLENE
Frei André dos Santos Sungo Mingas
Frei Felipe Medeiros Carretta
Frei Honorato Salvador Gaspar Gabriel
Frei Jonas Ribeiro da Silva
Natural de Cabinda, Angola, nasceu no dia 2 de janeiro de 1986. Vestiu o hábito franciscano no dia 15 de janeiro de 2015 e fez sua primeira profissão no dia 5 de janeiro de 2016 em Rodeio (SC). Atualmente, Frei André cursa o 2º ano de Teologia no Instituto Teológico Franciscano.
Natural de Vila Velha (ES), nasceu no dia 02 de julho de 1993. Vestiu o hábito franciscano no dia 15 de janeiro de 2015 e fez sua primeira profissão no dia 5 de janeiro de 2016 em Rodeio (SC). Atualmente, Frei Felipe cursa o 2º ano de Teologia no Instituto Teológico Franciscano.
Natural de Malange, Angola, nasceu no dia 26 de novembro de 1990. Vestiu o hábito franciscano no dia 12 de janeiro de 2014 e fez sua primeira profissão no dia 5 de janeiro de 2015 em Rodeio (SC). Atualmente, Frei Honorato cursa o 3º ano de Teologia no Instituto Teológico Franciscano.
Natural de Cruzeiro (SP), nasceu no dia 19 de janeiro de 1981. Vestiu o hábito franciscano no dia 15 de janeiro de 2016 e fez sua primeira profissão no dia 05 de janeiro de 2017 em Rodeio (SC). Atualmente, Frei Jonas cursa o 2º ano de Teologia no Instituto Teológico Franciscano.
Frei José João Ganga
Frei Miguel Tchiteculo Tchindjombo Filipe
Frei Thiago da Silva Soares
Natural de Huíla, Angola, nasceu no dia 13 de novembro de 1990. Vestiu o hábito franciscano no dia 15 de janeiro de 2015 e fez sua primeira profissão no dia 05 de janeiro de 2016 em Rodeio (SC). Atualmente, Frei José cursa o 2º ano de Teologia no Instituto Teológico Franciscano.
Natural de Lobito, Angola, nasceu no dia 13 de janeiro de 1990. Vestiu o hábito franciscano no dia 15 de janeiro de 2015 e fez sua primeira profissão no dia 05 de janeiro de 2016 em Rodeio (SC). Atualmente, Frei Miguel cursa o 2º ano de Teologia no Instituto Teológico Franciscano.
Natural de Vinhedo (SP), nasceu no dia 10 de dezembro de 1985. Vestiu o hábito franciscano no dia 15 de janeiro de 2015 e fez sua primeira profissão no dia 05 de janeiro de 2016 em Rodeio (SC). Atualmente, Frei Thiago cursa o 2º ano de Teologia no Instituto Teológico Franciscano.
Especial
Glorioso São Francisco
Especial SÃO PAULO – CONVENTO SÃO FRANCISCO
Frei Fidêncio ensina como Francisco fez o grande encontro com Deus
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dia nublado e chuvoso em São Paulo não segurou os devotos de São Francisco de Assis em casa, especialmente nas duas paróquias da Província da Imaculada Conceição em que o Santo de Assis é o Padroeiro: Convento São Francisco, no centro de São Paulo; e Paróquia São Francisco de Assis, na Vila
Clementino. Nas Missas e bênçãos, o Padroeiro e fundador da Ordem Franciscana levou um grande número de fiéis, apesar das normas sanitárias ainda em vigor. No tradicional Convento São Francisco, no Centro de São Paulo, que neste ano completou 374 anos, a Festa do Padroeiro começou com uma novena no dia 25 e, neste dia 4, as Missas
começaram às 7h30 e a última foi celebrada às 18h30. O Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer celebrou na Igreja das Chagas às 9 horas, enquanto o Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel presidiu a Missa das 10 horas no Convento. O reitor Frei Mário Tagliari presidiu a Missa do meio-dia, que foi transmitida ao vivo pela rede de TV Canção Nova. Frei Fidêncio fez sua reflexão a partir do tema da Novena e Festa de São Francisco: “Francisco, o homem do encontro”. Segundo ele, nesses dias foram rezados, meditados e partilhados diferentes encontros. “Ontem (3/10) celebramos o encontro de São Francisco com a irmã morte, vivido intensamente no entardecer nesta igreja, às 18 horas, com a celebração do Trânsito. E hoje creio que podemos dizer que nós celebramos esses encontros com aquele encontro definitivo de São Francisco na glória. O Francisco glorificado, Francisco canonizado, aquele que em vida incansavelmente buscou se encontrar com Deus”, disse o Ministro Provincial. Para o celebrante, podemos dizer hoje: “São Francisco, que estais ao lado da Virgem Maria junto ao Filho Dileto do céu, rogai por nós! Rogai pela nossa vida, rogai pela nossa história, para que nós, nos diferentes encontros, possamos preparar o nosso encontro definitivo com Deus e um dia nos encontrarmos com Francisco, gloriosos na pátria eterna”, acrescentou Segundo Frei Fidêncio, se quisermos como São Francisco chegar à glória do céu, também temos que restaurar, como diz a leitura, a casa enquanto Deus nos dá a graça de viver neste mundo. “Infelizmente, a criatura humana é a criatura mais destruidora da terra. Não é o leopardo, não é o leão. Esses são animais inocentes. Mas é a criatura humana, a que menos cuida da casa, a que menos restaura a casa. Nós precisamos restaurar a GLORIOSO SÃO FRANCISCO | COMUNICAÇÕES | 587
Especial casa, a grande casa comum, se quisermos um dia participar da comunhão dos santos”, explicou Frei Fidêncio, A segunda indicação para esse encontro com Deus, Frei Fidêncio tira do Evangelho: “Eu te louvo, Pai e Senhor da terra, porque ocultastes essas coisas aos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos! Que bonita esta expressão, irmãos e irmãs! Não somos diferentes de São Francisco de Assis. Somos tão humanos quanto humano foi Francisco. Nós somos tão pequenos como pequeno foi o Poverello de Assis. Mas também somos tão santos, tão grandiosos de alma e de espírito como foi Francisco de Assis. Que nós possamos ser pessoas que estejam sempre no agrado de Deus. Não o agrado pessoal. Isso é vaidade e não leva a lugar nenhum. Mas que Deus nos encontre sempre fazendo a sua vontade, como Francisco fez”. A terceira e última indicação da Palavra de Deus é forte e marcante na vida de São Francisco para chegar na glória de Deus: É preciso, diz Frei Fidêncio, deixar-se assinalar pelo mistério da cruz do Senhor. “Por isso essa carta de São Paulo aos Gálatas: ‘Irmãos, quanto a mim, não pretendo jamais gloriar a não ser na cruz do Senhor. Porque o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo’. Foi esse o itinerário de Francisco de Assis. A cruz do sonho, lá do castelo de Spoleto, passa pela cruz de São Damião e pela cruz do Monte Alverne quando Francisco se deixa assinalar, de verdade, sentindo nas
próprias mãos, nos pés e peito as marcas da Cruz. E as marcas da cruz estão repletas de dor. As marcas da cruz estão também repletas de amor. Dor e amor se entrecruzam. Dor e amor se complementam. É assim a nossa história; é assim a nossa vida. É o nosso itinerário para chegar a esse grande encontro com o Senhor. Itinerário de toda a Igreja para chegar à glorificação”, explicou o celebrante. “Vamos pedir hoje a intercessão do nosso Seráfico Pai São Francisco, a partir deste centro histórico de São Paulo, para que olhe por toda a Igreja de Deus, por essa humanidade ferida, essa humanidade que está a caminho da felicidade. Não existe felicidade maior do que a prometida por Deus. Que ele nos interceda por nós, nos ajude e nos dê coragem. Não desanimemos. Se a cruz é pesada, vinde a mim. Tomai sobre vós o meu jugo. Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, diz Nosso Senhor Jesus Cristo”, exortou Frei Fidêncio.
No final da Missa, Frei Fidêncio deu a bênção com a relíquia de São Francisco e os devotos puderam seguir em fila até a histórica imagem do altar principal da igreja. O reitor e pároco Frei Mário Tagliari deu os avisos e lembrou que a macarronada de São Francisco, presencial e em sistema de drive-thru, está fazendo sucesso na festa, assim como o bolo de São Francisco e o Pão do Convento.
Especial COM OS ANIMAIS DO ZOOLÓGICO Louvado sejas, meu Senhor, por todas as suas criaturas! No dia 1º de outubro, o encontro dos frades foi com o Zoológico de São Paulo! Funcionários, animais e toda a natureza receberam as bênçãos dos frades franciscanos.
A NOVA MISSÃO DA PROVÍNCIA Dom Carlos Silva, OFMCap, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Vigário Episcopal da Região Brasilândia, presidiu a Missa do oitavo dia da Novena. Em sua homilia, ele nos lembrou que somos chamados a ser missionários na Igreja. Em um momento emocionante, o Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel, anunciou que a Província da Imaculada Conceição, atendendo a um pedido e desejo de Dom Carlos, irá assumir uma Paróquia na região da Brasilândia. Em agradecimento, o bispo beijou os pés de Frei Fidêncio. A nova Fraternidade será composta depois do Congresso Capitular, em dezembro.
ENCONTRO DAS TRÊS ORDENS
CELEBRAÇÃO DO TRÃNSITO DE SÃO FRANCISCO Os jovens do Santuário São Francisco encenaram o trânsito do Seráfico Pai. O coro dos Frades cantou o “Salmo 121”. Antes de fazer sua Páscoa definitiva, São Francisco imitou os gestos de Jesus na última Ceia, escutando a palavra e repartindo o pão. Desta forma, Francisco celebrava o mistério pascal de Cristo em sua vida.
Frades Menores, Frades Menores Capuchinhos e Frades Menores Conventuais. Os três ramos da Ordem Franciscana se encontraram no último dia da Novena em honra a São Francisco: o Ministro Provincial da Provincia São Francisco de Assis, Frei José Hugo da Silva Santos, OFMConv; o Vigário Provincial dos Capuchinhos da Provincia do Estado de São Paulo, Frei Alonso Aparecido, OFMCap; e o Ministro Provincial da Terceira Ordem Regular de São Francisco, Frei Agostinho Odorizzi. Presidiu a celebração o Ministro Provincial da Provincia da Imaculada Conceição, Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM com a presença do pároco e reitor do Santuário São Francisco, Frei Mário Luiz Tagliari. GLORIOSO SÃO FRANCISCO | COMUNICAÇÕES | 589
Especial
SÃO PAULO – VILA CLEMENTINO
Igreja aberta para todo mundo
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Paróquia São Francisco de Assis lotou de fiéis e, com eles, como já é tradição na Vila Clementino, uma turma de pets e outros animais. O pároco Frei Valdecir Schwambach, na Missa do meio-dia, brincou dizendo que esta é a “Missa em Latim”, por causa dos latidos. Grandes filas se formaram durante todo o dia para a bênção dos animais. “Temos a alegria de celebrar o nosso Padroeiro. Fazemos na Paróquia uma festa em que cabe todo mundo, uma festa em que ninguém pode ficar de fora”, celebrou Frei Valdecir, destacando que esse acolhimento é próprio da Paróquia nos 365 dias do ano, como pede o Papa Francisco ao dizer que a Igreja não deve fazer acepção de pessoas, seja por classe social, por qualquer tipo de preferência, por qualquer tipo de opção. “O Papa Francisco diz que a Igreja deve ser como um hospital de campanha, para acolher quem se julga necessitado de Deus”, disse. E hoje, acolhendo aqui os pets, os mais variados - hoje de manhã abençoei um furão, nunca tinha visto -, acredito que de uma forma simbólica, mas muito concreta, nós estamos dizendo que a Igreja é lugar para todo mundo. Igreja é a casa do pai, a casa da mãe onde sempre tem espaço para mais um filho entrar. Igreja é uma mesa onde não deve faltar lugar para
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nenhum de nós sentarmos, para nenhum de nós buscarmos alimento. Nós alimentamos pelos ouvidos. Ouvimos a Palavra de Deus pelos ouvidos, mas ela deve chegar ao coração, deve aquecer o coração. Mas é uma mesa também onde alimentamos o nosso espírito, o sentido da nossa fé, o sentimento de pertença, porque na mesa todos nos sentimos irmãos e irmãs”, exortou o pároco. Segundo o frade, São Francisco é amado por todas religiões e não só o catolicismo. “Porque ele simboliza o ser humano na sua plenitude, o ser humano integrado, o ser humano que, dia após dia, tem o desafio de se restaurar, de tornar-se inteiro, de integrar os negativos e os positivos da vida, juntar os fragmentos da vida e seguir em frente”, observou. “E nós encontramos no Evangelho um Jesus que louva
porque Deus não se manifesta àqueles que se consideram grandes, arrogantes, poderosos, pessoas que sobem na vida às custas das outras pessoas, mas aqueles que se fazem pequenos para que Deus possa parecer em cada ser humano”, ensinou. Frei Valdecir destacou vários trechos da Fratelli tutti (Todos somos irmãos), em que o Papa Francisco fez uma convocação a vivermos unidos em uma grande comunidade global. “O cristianismo é a religião da comunidade. Cuidar do mundo que nos rodeia significa cuidar de nós mesmos. Precisamos nos constituir de um ‘nós’ que habita a casa comum”, disse. “Eu desejo que o espírito franciscano da leveza, da pobreza, da pureza, da limpidez esteja no nosso coração”, completou.
Especial ANGOLA
Frei António: “Precisamos de outro Francisco para restaurar nossas vidas”
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Mosteiro Sagrado Coração de Jesus, das Irmãs Clarissas, acolheu na manhã do dia 4 de Outubro, às 6h30, a Missa solene de São Francisco de Assis. A mesma foi presidida pelo Presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, Frei António Boaventura Zovo Baza e concelebrada pelo capelão do mosteiro, Frei João Alberto Bunga. E contou com presença de diversas irmãs consagradas que residem adjacentes ao mosteiro, membros da OFS e distintos fiéis como é habitual naquela igreja. Os diversos ministérios foram animados e partilhados entre os frades estudantes e as irmãs. O presidente da celebração, durante a homilia, convidou os fiéis a restaurarem o mundo de hoje. “Francisco se fez pedreiro, porque procurou reconstruir a igreja, mas depois percebeu que não era apenas as quatro paredes que estavam rachadas e que Deus pedia que ele restaurasse, mas, sim, a sua Igreja, a vida da própria Igreja que estava em ruínas”. E, continuou: “Se olharmos o nosso mundo, a nossa cidade ou nosso país, vamos perceber que ainda precisamos de outro Francisco para restaurar nossas vidas. Francisco não precisou de muito dinheiro, Francisco não precisou do auxílio de muitos para restaurar a casa do Senhor quando começa com este caminhar nesta entrega total a Deus. Alguns irmãos sentiram-se apaixonados pelo carisma, com a vida que levava aquele homem de Assis e também se entregaram à mesma obra”, disse.
“Hoje é a cada um de nós que a cruz quer falar; é a cada um de nós que esta cruz quer interpelar. Como é que nós, ao entrarmos na casa de Deus olhamos a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo? O que é que sentimos ao vermos a imagem do Filho de Deus que se entregou inteiramente para nossa salvação?”, questionou. “Francisco não exigiu muito dos homens que queriam esta vida a não ser viver o Evangelho de Cristo. Este Evangelho do Senhor não se vive apenas com a Bíblia na mão, ou quando estivermos perante o santo povo de Deus, mas esse Evangelho se vive no dia a dia, nos gestos da nossa vida, na entrega total a Deus, ao serviço dos nossos irmãos. Quando nos propomos viver o Evangelho é sinal de que nós queremos, ao longo de todo nosso peregrinar, não viver-
mos apenas para nós, mas, sim, viver para os outros, para os irmãos”, disse. Na noite anterior, 3 de outubro, celebrou-se o Trânsito de São Francisco de Assis, momento em que a família franciscana meditou a morte, a páscoa do santo. E os frades cantaram e encenaram os últimos momentos da vida do seu fundador. A festa foi precedida pela Novena que teve o seu início no dia 24 de setembro, às 17h, e foi orientada pelos frades da Fraternidade São Francisco de Assis e das Irmãs Clarissas. Período este que se meditou diariamente a vida do santo tendo em conta as mais diversas facetas de sua vida. Frei Abel Ndala Sahuma Nganji
Especial DUQUE DE CAXIAS (RJ)
Paróquia celebra Padroeiro com uma Semana Franciscana
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e 28 setembro a 4 de outubro, a Paróquia São Francisco de Assis, em Campos Elíseos, Duque de Caxias (RJ), celebrou o seu Padroeiro com a tradicional Semana Franciscana. O evento foi motivado com o tema: “São Francisco e a Fraternidade Universal”. O tríduo foi celebrado nas áreas pastorais de Campos Elíseos, Saracuruna e Jardim Primavera, que tiveram a representação de irmãos e irmãs das comunidades da Paróquia, OFS e Jufra. No dia 1º/10, a Comunidade Santa Teresinha, localizada no Parque Império, em Campos Elíseos, celebrou o dia de sua Padroeira entre as comemorações da Semana Franciscana. No sábado (02/10) foi celebrado o Trânsito de São Francisco, com os devidos protocolos de higienização e distanciamento social que ainda se faz necessário. No domingo 03/10, todas as comunidades da Paróquia em suas celebrações, tiveram como intenção na véspera a Festa de São Francisco de Assis. Concluindo a Semana Franciscana no dia 04/10, foi realizado a Missa Solene de São Francisco de Assis na Comunidade São Francisco, no bairro Cangulo, área pastoral de Saracuruna. Pascom da Paróquia São Francisco
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Especial
SOROCABA (SP)
Festa em Honra e Louvor a São Francisco de Assis
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o primeiro final de semana do mês de outubro, aconteceu na Paróquia Santo Antônio, em Sorocaba, a Festa em honra e louvor a São Francisco de Assis, tendo como tema principal: “Bem-Aventuranças Franciscanas: Luzes no caminho para a construção da Paz”. Nos dias 1º, 2 e 3 de outubro foi realizado o Tríduo de São Francisco de Assis. As missas foram celebradas pelo pároco Frei Gilberto M. S. Piscitelli e pelo vigário Frei Rozântimo A. Costa.
Durante o Tríduo, os celebrantes fizeram a reflexão dos seguintes temas: “A Bem-Aventurança da Humildade: Rainha das Virtudes”, “A Bem-Aventurança da Paciência: Capacidade de esperar, aceitar e confiar” e “A Bem-Aventurança da Compaixão: Fazer ao outro o que gostaríamos que nos fosse feito”. Também no dia 3 de outubro, domingo, após a missa das 10h, o pároco deu a bênção dos animais. Foram abençoados aproximadamente 100 animais e a bênção aconteceu em frente à imagem de São Francisco na Matriz.
Já no dia 4 de Outubro, a Festa de São Francisco foi celebrada com a missa às 19h, presidida pelo pároco Frei Gilberto M. S. Piscitelli, que trouxe uma breve reflexão sobre o tema principal. Todas as missas aconteceram de forma presencial, seguindo todos os protocolos de segurança, e também foram transmitidas pelo canal do YouTube”. Pascom da Paróquia Bom Jesus dos Aflitos
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Especial
GUARATINGUETÁ (SP)
Postulantado realiza primeiro Trânsito de São Francisco no Santuário Frei Galvão
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o último dia 3 de outubro, aconteceu no santuário Frei Galvão o primeiro Trânsito de São Francisco desde a posse, nesse ano, dos frades da Província da Imaculada Conceição do Brasil. Com a igreja cheia e com muita curiosidade por parte do povo, tendo em vista que era o primeiro contato de muitos com essa liturgia, os postulantes com o suporte dos frades do Seminário Frei Galvão e da fraternidade local encenaram e cantaram os últimos momentos de vida do Pai Seráfico São Francisco de Assis. Foram cerca de 2 meses de ensaios quase diários para aprender a cantar o Transitus e montar o teatro. O processo de montagem considerou o encontro de Francisco com o crucificado, no qual Francisco se colocava de joelhos diante da cruz, o encontro das pessoas com Francisco, em que durante a poesia “E se?”, do poeta Bráulio Bessa, convidava, assim como Francisco, cada um dos participantes a
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refletir os “Ses” que nos impedem de abraçar a graça do encontro com Jesus e, finalmente, o encontro definitivo de São Francisco com seu amado ao abraçar com coragem e acolher com carinho a visita da irmã morte corporal. A parte musical ficou a cargo do Frei Leandro Costa e do postulante Erick Eduardo dos Santos, que fizeram um belo dueto instrumental ao final da apresentação. A regência do coral ficou ao cargo do professor de música Marcelo Henrique.
Após a apresentação, inúmeras expressões de carinho e reconhecimento deram a certeza de que a missão fora cumprida e que essa foi apenas a primeira de muitas apresentações nas festas em honra de São Francisco no Santuário Frei Galvão. Em tempo, a equipe organizadora do Trânsito agradece a oportunidade e saúda afetuosamente o povo e a fraternidade local por permitirem que tudo pudesse ter acontecido da melhor forma possível.
Especial Ficha Técnica: Teatro: Postulantes Almiro Luna Xavier, Filipo Carpi Girão, Paulo Vitor da Silva, Felipe Zaros Granusso e Felipe Miguel Fiamoncini Direção e Roteiro: Postulante Samuel Cavalcanti do Amaral Coral: Frei Roberto Ishara, Lucas Alfredo Teston, Samuel Cavalcanti do Amaral, Yure de Oliveira Telles Souza, Francisco Barbosa Mouzinho Júnior, Vilmar José Bittencourt Júnior, Evandro Siqueira, Frei Leandro Costa, Frei Walter de Carvalho Júnior, Lucas Moreira, Frei Alexandre Rohling ofm, Frei Claudino Dal’Mago e Frei Alisson Luíz Zanetti Regência: Marcelo Henrique Orgão: Postulante Erick Eduardo dos Santos Violino: Frei Leandro Costa Apoio: WebTv Frei Galvão, Santuário Arquidiocesano de Frei Galvão e Seminário Franciscano Frei Galvão. Samuel Cavalcanti do Amaral POSTULANTE
CHOPINZINHO (PR)
Francisco, um modelo de vida
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Paróquia São Francisco de Assis, em Chopinzinho (PR), celebrou o Padroeiro com o Tríduo e a Missa Solene às 9 horas, presidida pelo pároco Frei Olivo Marafon e concelebrada pelos confrades desta Fraternidade. Na sua homilia, Frei Olivo ressaltou o texto de Mateus, capítulo 11, em que Jesus já está no seu ministério: “Eu te louvo, Pai, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos”. “Então, celebrando São Francisco de Assis, vemos que esta Palavra de Jesus é verdadeira na pessoa do santo de Assis. Ele deixou tudo, se fez pobre, desapegado de tudo, mas foi acolhido e enriquecido pela graça de Deus”, disse o pároco. “Uma segunda parte cabe a nós. ‘Vinde a Mim, vós todos que estais aflitos e sobrecarregados sob o peso do fardo, e Eu vos aliviarei’. O que está cansando tanto na vida? Quais são pesos que nos acabrunham e dos quais Deus nos quer aliviar? Nesse sentido
nós temos em São Francisco um exemplo. Eu diria até mais: um modelo de vida, partindo do Evangelho. E São Francisco é a realização da Palavra de Deus no fazer-se todo em Deus. Nós queremos olhar para São Francisco e entender a grandeza de sua vida para repetirmos em nós”, disse. GLORIOSO SÃO FRANCISCO | COMUNICAÇÕES | 595
Especial
PETRÓPOLIS (RJ)
Francisco de Assis não morreu, ele vive entre nós!
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s festividades e celebrações de São Francisco na Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ) foram ricas em significado, espiritualidade e devoção. Desde o dia 27 de setembro, o Convento e a Paróquia promoveram a Semana Franciscana com uma programação que comtemplou lives formativas, reflexões diárias sobre o franciscanismo, Tríduo e Trânsito de São Francisco. Dias intensos de orações, reflexões e celebrações que terminaram no dia 4 de outubro, com a Celebração Eucarística das 10 horas, onde os frades celebraram com solenidade a liturgia de fazer memória da vida do Santo de Assis.
DIA DE SÃO FRANCISCO O guardião e pároco Frei Jorge Paulo Schiavini presidiu a Santa Missa, contando com a participação dos frades, religiosas franciscanas, membros da Ordem Franciscana Secular (OFS), fiéis, devotos e simpatizantes do Santo de Assis. O atendente conventual, Frei Abílio
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Antunes do Amaral foi o concelebrante. O coral dos Frades do Tempo da Teologia, sob regência do mestre, Frei Marcos Antonio de Andrade, animou toda a solene celebração com a Igreja lotada, cumprindo as ordens de segurança e distanciamento. Como de costume, a Santa Missa foi transmitida ao vivo pelas plataformas digitais da Paróquia do Sagrado. Frei Jorge fez memória da visita do Papa Francisco a Assis, no ano que foi eleito e repetiu a mesma pergunta que o Sumo Pontífice fez na ocasião: “O que São Francisco testemunha para nós hoje?”. Para Frei Jorge, a primeira coisa que
Francisco lhe diz é a de ser um bom cristão, mantendo uma relação vital com a Pessoa de Jesus, revestindo-se Dele. Segundo Frei Jorge, o caminho de Francisco rumo a Cristo parte do olhar de Jesus na cruz. “Deixar-se olhar por Ele no momento em que doa a vida por nós e nos atrai para Ele. Francisco fez esta experiência de modo particular na pequena Igreja de São Damião, rezando diante do crucifixo. Naquele crucifixo, Jesus não aparece morto, mas vivo! O sangue escorre das feridas das mãos, dos pés e dos lados, mas aquele sangue exprime vida. Jesus não tem os olhos fechados,
Especial mas abertos, grandes: um olhar que fala ao coração. E o crucifixo não nos fala de derrota, de fracasso; paradoxalmente nos fala de uma morte que é vida, que gera vida, porque fala de amor, porque é Amor de Deus encarnado, e o Amor não morre, antes, vence o mal e a morte. Quem se deixa olhar por Jesus crucificado é recriado, transforma-se uma nova criatura”, ressaltou. O pároco, destacou um segundo testemunho, a partir da vivência franciscana. Para ele, quem segue Jesus, recebe a verdadeira paz, aquela que só Ele, e não o mundo, pode nos dar. “São Francisco é associado por muitos à paz, e é justo, mas poucos seguem em profundidade”, lamentou. “A paz franciscana não é um sentimento ‘piegas’. Este São Francisco não existe! E nem é uma espécie de harmonia panteísta com as energias do cosmo. Também isto não é franciscano! A paz de São Francisco é aquela de Cristo”, frisou, lembrando que só se anuncia a paz com humildade de coração.
TRÂNSITO DE SÃO FRANCISCO “Aquele que durante a vida viveu a fraternidade com todas as criaturas, especialmente as mais pobres, no final de sua vida acolheu a própria morte como uma companheira amigável que o conduziria à plenitude de tudo o que experimentara nesta terra. Assim como cantou o amor de Deus pelos caminhos do mundo, se entrega a Deus, entoando o louvor ao Senhor”. Foi com essa motivação que o guardião, Frei Jorge, presidiu a tradicional Celebração do Trânsito de São Francisco, no dia 3 de outubro, às 19h30. Ao seu lado, estiveram presentes o mestre, Frei Marcos, e o vigário paroquial, Frei Ivo Müller. O Coral dos Canarinhos de Petrópolis, uniu sua voz com o coro dos Frades do Tempo da Teologia para em “alta voz”, celebrar com alegria e devoção os últimos momentos da vida de São Francisco, sob a regência do maestro Marco Aurélio Lischt. Através da oração das Vésperas, do
cântico dos salmos e da meditação da Palavra de Deus, a Páscoa de Francisco foi celebrada com a certeza de que Francisco continua vivo!
FORMAÇÃO FRANCISCANA No dia 28 de setembro, Frei José Ariovaldo da Silva conduziu a primeira formação franciscana ao vivo, pelo Facebook e YouTube da Paróquia, sobre São Francisco e a Eucaristia. Para ele, o Verbo eterno e criador do universo rebaixa-se à condição da matéria do pão e do vinho, para ser consumido, assimilado por nós. “Corpo que se entrega, gratuitamente se doa. Sangue derramado! Sangue que gratuitamente se esparge. Totalmente obediente a nós: Como um Cordeirinho, não reclama de nada! Se pisado ou esmagado por algum louco qualquer, ele não reclama, fica em silêncio! É muita humildade! Espantosa humildade! E aqui vemos então o que Francisco sente e diz sobre a Eucaristia”, explicou o palestrante.
CONVERSÃO ECÓLOGICA Já no dia 29 de setembro, Frei Fábio César Gomes, recentemente transferido para a Cúria Geral da Ordem dos Frades Menores, refletiu sobre a proposta ecológica de São Francisco,
a partir das Fontes Franciscanas. Segundo Frei Fábio, os textos das Fontes Franciscanas apresentam um Francisco cuja experiência espiritual abarca todas as dimensões da existência humana: a pessoal, a social e a cósmico-universal. “Tal experiência foi determinada sobretudo por uma série de encontros que aconteceram nos primeiros quatro ou cinco anos do seu processo de conversão e que, consequentemente, marcaram a espiritualidade que dele derivou”, disse.
TRÍDUO DE SÃO FRANCISCO Entre o dia 30 de setembro e 2 de outubro, a programação da Semana Franciscana também contemplou celebrações do Tríduo de São Francisco. No 1º dia, o frade conventual, Frei Paulo Roberto Gomes, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Quitandinha, foi o presidente da Santa Missa e falou sobre “São Francisco e o Evangelho”. No 2º dia do Tríduo, com o tema: “São Francisco e a Humildade”, a presidência ficou a cargo de Frei Luis Henrique Nascimento Lima, tendo como concelebrante Frei Willian Gomes, conventuais. Por fim, no 3º dia, o vigário paroquial, Frei Volney José Berkenbrock, foi o celebrante e ressaltou aspectos de “São Francisco e a Simplicidade”. Francisco de Assis não morreu, ele vive entre nós! Frei Augusto Luiz Gabriel GLORIOSO SÃO FRANCISCO | COMUNICAÇÕES | 597
Especial
XAXIM (SC)
Festa de São Francisco de Assis na Paróquia São Luiz Gonzaga
Especial
A
s comemorações a São Francisco de Assis na Paróquia São Luiz Gonzaga, em Xaxim (SC), tiveram início no sábado (02/10), às 8h30 e 10h30, com a bênção dos animais. Frei Jacir Zolet e Frei Alan Maia realizaram a bênção em frente ao estacionamento da secretaria paroquial durante a manhã. Cachorros, gatos, passarinhos, jabuti foram abençoados pelos freis. Neste ano, o sábado à noite ficou marcado pela missa italiana. Com início às 19h, a celebração foi presidida por Frei Genildo Provin e concelebrada por Frei Gilson Kammer. O coral italiano Della Aurora foi o responsável pelos cantos. A santa missa foi toda rezada em italiano. Frei Genildo, destacou a alegria de estar presidindo a celebração em italiano
e de lembrar sua descendência e o dialeto usado pelos seus pais, avós e por ele ao longo desses anos. Um pequeno cenário com objetos antigos como o tacho, a colher da polenta, o rádio, o trigo, o vinho e objetos pessoais de famílias italianas foi montado ao lado do altar. No domingo na missa das 19h, os fiéis puderam assistir à encenação do Trânsito de São Francisco. A celebração teve a presença do pároco Frei Gilson Kammer, do guardião Frei Vanderlei da Silva Neves e do vigário paroquial Frei Jacir Antônio Zolet. A Pastoral da Juventude foi responsável por apresentar aos que estavam na igreja, aos que acompanhavam pelas redes sociais da Paróquia a história da morte de São Francisco de Assis. Durante 45 minutos de encena-
ção, o povo de Deus pôde acompanhar os últimos momentos de vida de Francisco, a sua doença, a estigmatização, a partilha com os pobres e a preocupação com o próximo. Para o pároco Frei Gilson Kammer, este momento faz com que possamos enxergar a nossa vida e seguir o exemplo de São Francisco. “Que possamos seguir os passos de São Francisco de Assis, desde o momento de sua conversão que foi representada aqui pelo encontro com o leproso e no encontro com o crucifixo de São Damião. O encontro com a cruz, a eucaristia”, disse o Frei. Conforme o sacerdote, a mensagem do Trânsito de São Francisco é de que tenhamos uma vida de fé, na comunidade, na paróquia e com nós mesmos. “Que possamos viver como São Francisco com simplicidade e humildade, mas principalmente com muita fé”, afirmou o pároco. No dia de São Francisco de Assis, a Paróquia celebrou com a bênção dos animais, às 17h, e Santa Missa às 19h. Após a celebração, os fiéis foram convidados a levar um prato de doce ou salgado para partilharem juntos no salão paroquial. Pascom da Paróquia São Luiz Gonzaga GLORIOSO SÃO FRANCISCO | COMUNICAÇÕES | 599
2021
Seis dias de lives para celebrar São Francisco
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m comemoração ao Dia de São Francisco de Assis, a Província Franciscana da Imaculada Conceição, a Conferência da Família Franciscana do Brasil, o Instituto Teológico Franciscano e a Editora Vozes realizaram a 2ª edição da Semana Franciscana entre os dias 4 e 9 de outubro. As transmissões ao vivo foram sempre às 20h pelos canais da TV Franciscanos, CFFB, ITF e Editora Vozes no YouTube e pelas páginas da Província Franciscana, CFFB e ITF no Facebook. Todos os eventos foram gratuitos e estão disponíveis nos respectivos canais. Além do Dia de São Francisco – grande homenageado do evento – foram celebrados os 800 anos da Regra Franciscana,
os 50 anos da Juventude Franciscana no Brasil e o lançamento do novo livro de Frei João Mannes, entre outros temas. Representando os organizadores, o Vigário Provincial Frei Gustavo Medella fez uma bênção especial no primeiro dia do evento e apresentou três lives. Irmã Cleusa Neves, CFA, presidenta da CFFB, comandou a live de 800 anos da Regra da OFS, com a participação de Frei Almir Ribeiro Guimarães. Para a conversa sobre a a Fratelli Tutti, Frei James Girardi, professor de Teologia do ITF. O encerramento foi feito pelo frades do Santuário Frei Galvão em um momento celebrativo tendo à frente o cantor e compositor Frei Florival Mariano.
1º DIA
Frei João Mannes abre a Semana Franciscana e indica “a Aurora de uma nova civilização”
O
título do novo livro do presidente do Grupo Educacional Bom Jesus e professor de Filosofia na FAE, Frei João Mannes – “Experiência e Pensamento Franciscano: Aurora de uma nova civilização” – abriu a 2ª Semana Franciscana no dia de São Francisco. O Coral Canarinhos de Petrópolis deu início a esta noite, que foi acolhida pelo Vigário Provin-
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cial, Frei Gustavo Medella. Ele escolheu o capítulo 7 das Admoestações de São Francisco como inspiração para esta semana de formação e informação. Frei Medella tomou o texto “que a inteligência deve seguir a boa ação”. Segundo o Seráfico Pai, “são mortos pela letra os que tão-somente querem saber as palavras, a fim de parecer mais sábios que os outros e poder adquirir grandes riquezas e dá-las aos parentes
e amigos; são ainda mortos pela letra aqueles religiosos que não querem seguir o espírito das Sagradas Escrituras, mas só se esforçam por saber as palavras e interpretá-las aos outros”, mas são vivificados pelo espírito das Sagradas Escrituras aqueles que tratam de penetrar mais a fundo em cada letra que conhecem, nem atribuem o seu saber ao próprio eu, mas pela palavra e pelo exemplo o restituem a Deus, seu
Especial
supremo Senhor, ao qual todo bem pertence. Natália França, gerente de Marketing da Editora Vozes, conduziu a palestra e apresentou Frei João Mannes. “Primeiramente, gostaria de agradecer à Editora Vozes pela publicação deste livro. Também agradeço a oportunidade de, nesta noite, ainda em clima de festa de São Francisco, partilhar com vocês algumas ideias dessa obra”, disse Frei João, contextualizando a relevância desse texto na atualidade ao destacar o horizonte cultural do mundo em que vivemos, marcado pelas contínuas inovações tecnológicas, pelo progresso científico, pelo fenômeno da globalização nas esferas econômica e cultural e pelo vertiginoso desenvolvimento das tecnologias da comunicação. De fato, vivemos um momento histórico de rápidas e profundas mudanças e de mudança de época, mudanças agora aceleradas pela Covid-19”, explicou Frei João. Segundo ele, vivemos numa sociedade marcada por paradoxos: de um lado salta aos olhos o individualismo exacerbado, a arbitrariedade subjetiva, enquanto de outro, existe pluralidade cultural, étnica, política, econômica e religiosa. “Trata-se de um paradoxo porque não temos de um lado o individualismo e de outro a diversidade, mas na pluralidade temos uma diversidade de individualismos, ou uma confederação de autonomias. Vivemos numa sociedade marcada por incertezas, ambiguidades, catástrofes sociais e ambientais, indiferença globalizada, xenofobia, intolerância religiosa e polarizações ideológicas. Por isso, na atualidade são imensos os desafios para estabelecer uma convivência harmoniosa entre todos”, acres-
centou o frade. Para Frei João, a crise provocada pela Covid-19 acelerou e potencializou esses desafios e precisamos, urgentemente, “de um Sol que nos aponte o caminho para superar os desafios que decorrem de uma exacerbada autorreferencialidade, rumo a uma nova civilização de convivência harmoniosa e de fraternidade universal”. Esse Sol, segundo o frade, é Francisco de Assis, que, no discipulado de Jesus Cristo pobre, humilde e crucificado, inaugurou uma maneira peculiar de ser, pensar, viver, conviver e agir. “Esse Sol que nasce na aurora de uma nova civilização é a experiência dos primeiros companheiros de Francisco de Assis no seguimento de Jesus Cristo. Enfim, esperança e aurora de uma nova civilização é a experiência vivida e considerada pelos pensadores da Escola Franciscana Medieval”, anotou. Para Frei João Mannes, Éloi Leclerc, em sua magnífica obra ‘O sol nasce em Assis’, refere-se a São Francisco como um daqueles homens que, apesar de toda a desumanidade existente no mundo, não nos deixa desacreditar do ser humano. No período em que esteve preso no campo de concentração, encontrou no espírito de Francisco de Assis uma luz da qual precisamos atrozmente. “Francisco revelou-lhe o segredo de uma verdadeira fraternidade”, destacou. “Parafraseando Elói Leclerc, se um dia desejarmos reencontrar o caminho que nos leva à maturidade humana e espiritual e à concretização do sonho de uma nova civilização, será no caminho do Pobre de Assis. Já o escritor e poeta Dante Alighieri, em ‘A divina comédia’ (Paraíso, Canto XI), considerou a pessoa de Francisco de
Assis um dos luminares de que a humanidade, então, precisava para reencontrar a via da verdadeira humanização. Por isso, referindo-se ao natalício de Francisco de Assis, Dante escreveu: ‘Nasceu para o mundo um sol’”, reforçou o frade nas suas considerações introdutórias. O livro tem sete capítulos. No primeiro capítulo, destaca-se a experiência originária do pensamento franciscano; no segundo capítulo, destaca-se “a contemplação de Deus no Itinerarium mentis in Deum, de São Boaventura”. No terceiro capítulo, ilustra alguns aspectos fundamentais a respeito da criação do universo, ou mais especificamente, sobre a origem e a finalidade da criação na visão de Boaventura e de João Duns Escoto; No quarto capítulo, aborda a antropologia franciscana, com especial ênfase à dimensão relacional do ser humano na perspectiva de Boaventura, Duns Escoto e Guilherme de Ockham; no quinto, a antropologia relacional franciscana tem também suas implicações na concepção franciscana de educação; No sexto capítulo, aborda um dos grandes desafios da atualidade, que é o exercício da liderança; e, no sétimo capítulo, apresenta a situação generalizada de crise de fundamentos e de rumos que vive a humanidade hoje.
Conclusão Por fim, nas considerações conclusivas reiteramos que a pessoa de Francisco de Assis continua sendo inspiração para todos os tempos, porque encontrou a verdade que habita no mais íntimo do seu coração. Verdade esta, cuja essência é a liberdade, o desapego das coisas e do próprio ego, o desprendimento total e a disponibilidade plena para acolher, amar e respeitar a alteridade do outro (analfabetos e letrados; sadios e doentes; ricos e pobres; plebeus e nobres; leigos e clérigos; jovens e velhos; cidadãos e estrangeiros). Francisco de Assis é o pobre que no deserto no silêncio, na solidão, reconectou-se com o Espírito divino, que paira sobre todas as coisas e que foi, de maneira muito especial, insuflado por Deus no mais íntimo dos nossos corações. Francisco de Assis continua sendo inspiraGLORIOSO SÃO FRANCISCO | COMUNICAÇÕES | 601
Especial ção para nós ainda hoje, porque descobriu que na origem de todas as criaturas encontra-se a vontade livre e amorosa do Criador. Isso significa que todas as criaturas estão relacionadas e entrelaçadas pelo amor de Deus. Todos os seres do universo são diferentes doações do Amor divino e, assim, formam um corpo orgânico, no qual cada ser, sem perder a sua individualidade, alimenta e realimenta-se do todo em que está inserido. É inegável que hoje sentimos um mal-estar físico, mental e psicológico provocado pelas crises contemporâneas (ética, ecológica e antropológica) e que suscita a construção de uma nova civilização. Esta implica reconexão com o Espírito do amor de Deus, intimamente presente no coração do mundo.
Somente à medida que o ser humano retorna ao seu ethos originário e reconecta-se com a centelha do divino que habita em seu interior, aumenta a sua consciência de que formamos, com todos os seres do universo, uma maravilhosa fraternidade universal. Somente à medida que cultivamos a atitude de amor por meio de ações concretas de cuidado à vida, de respeito, diálogo, humildade e empatia, geramos uma nova civilização: a fraternidade humana e cósmica. Parafraseando Mahatma Gandhi, devemos ser as mudanças que queremos ver no mundo, recolocando a alteridade no centro e zelando pelas melhores condições de vida integral no presente e no futuro. Em suma, para realizar o sonho de uma
nova civilização, é preciso que habitemos a casa da liberdade, do amor, da solidariedade e da responsabilidade socioambiental, e atuemos corajosamente para humanizar o ser humano, para humanizar a educação, humanizar a liderança e as estruturas que alienam o ser humano e atentam contra a dignidade da vida. Assim, efetivamente, o Sol de Assis é aurora de uma nova civilização. Por fim, reitero que a experiência e o pensamento (experiência-pensamento) são sempre atuais e proféticos, porque quanto mais a pessoa humana sai de si mesma, sob o Sol de Assis, para viver em comunhão amorosa com a alteridade do outro e do grande Outro, mais realiza o seu propósito de existir no mundo.
2º DIA
O antídoto do cuidado contra a pandemia
O
s três ramos da Ordem Franciscana - os Frades Menores, as Irmãs Clarissas e os leigos da Terceira Ordem - estiveram juntos para “uma conversa em família”, como disse o Vigário Provincial Frei Gustavo Medella, ao acolher a Irmã Maria Karolyne de Jesus Crucificado, Clarissa do Mosteiro Santa Clara, de Belo Horizonte, MG, e Hugo Leonardo Pereira Borba, Ministro da Fraternidade Santo Antônio dos Pobres da Ordem Franciscana Secular, em Volta Redonda, RJ, no encontro do segundo dia da Semana Franciscana. O tema deste encontro foi “Francisco, Clara e a Ecologia Integral: as respostas franciscanas para a Pandemia”. Para começar, Frei Gustavo trouxe dois parágrafos (91 e 92) da carta encíclica Laudato Si’ (Louvas sejas) do Papa Francisco: “Tudo está relacionado, e todos nós, seres humanos, caminhamos juntos como irmãos e irmãs numa peregrinação maravilhosa, entrelaçados pelo amor que Deus tem a cada uma das suas criaturas e que nos une também, com terna afeição, ao irmão sol, à irmã lua, ao irmão rio e à
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mãe terra”, destacou Frei Medella do documento do Papa. À pergunta de Frei Medella - quais são as grandes doenças da humanidade que a pandemia fez escancarar e quais são os remédios que a nossa espiritualidade pode oferecer para esta doença? -, para Hugo a maior doença desta pandemia, talvez, é o vírus da falta do amor, como o próprio Papa Francisco afirmou. “O Papa vem relembrar que o maior vírus é o da indiferença,
do egoísmo, da insensibilidade. E talvez o antídoto contra isso, como a irmã colocou muito bem, relembrando Santa Clara, é a essência do cuidado. A criação urge por cuidado, o ser humano urge por cuidado e nós, como seres relacionais, precisamos estabelecer isso”, acredita o franciscano secular Hugo. Segundo ele, o cuidado e a abertura fraterna como ensinou o Pobrezinho de Assis. “Precisamos sair, verdadeiramente, desse processo renovados e fazer desse momento um
Especial ato penitencial para se reconciliar com o Deusa e entender o real valor da vida”, disse. Para Ir. Karolyne, o cuidado é a palavra-chave neste momento. “Pensando no contexto familiar de Clara, uma jovem rica e nobre, imagino que ela tinha a companhia de amas para cuidar dela em tudo. Mas ela faz o contrário e sai de si para cuidar das irmãs. Então, eu penso que ela é esse espelho do cuidado com o outro. Cuidado no sentido da escuta, da acolhida, cuidado até mesmo pela oração. Então, a gente pode ter uma atitude de ficar no negativo da pandemia, mas também a gente pode iluminar todas essas realidades com a luz do Evangelho. Quando a gente se depara com as limitações e vê a força de Deus que nos faz superar nossas limitações, que obra maravilhosa! Quando a gente olha para Francisco e vê aquele homem amante de Jesus, quanta riqueza a gente pode transpor nesse tempo! Então, precisamos ir além e acho que a nossa espiritualidade, que é espiritualidade de esperança, nos ajuda a olhar com outros olhos”, ensinou a irmã. Frei Medella perguntou ao Ministro da OFS de que maneira a espiritualidade franciscana tem sido importante para ele e para sua família nesse tempo de pandemia. Para Hugo, os franciscanos e franciscanas miram no exemplo de São Francisco e enxergam com a ternura de Deus este momento. “O nosso carisma nos proporciona a fazer a experiência de entender através da dor, das perdas, do exercício da nossa solidariedade de encontrar esse Deus que se revela na dor e que se revela nesse momento tão difícil da história da humanidade. E a nossa espiritualidade franciscana é uma bússola que vai nos ajudando a navegar nesse mar tão turbulento. Claro, com Jesus ao mastro. E Francisco vai nos mostrando o caminho e as respostas no cotidiano da vida”, acredita Hugo, contando que ele, a esposa e a sogra foram infectados pelo coronavírus. “Não foi um momento fácil, mas o amor que nos une ajudou a enfrentar esse momento”, explicou. Para Ir. Karolyne, as irmãs se espelham em Santa Clara quando ela exorta Inês a ser colaboradora dos ‘membros fracos’. “A gente está aqui para sustentar a humanidade através da nossa
oração. No caso da pandemia, quando nós ‘nos guardamos’, vemos isso como uma responsabilidade maior. Quando Deus nos poupa dessa experiência da doença, de enfermidade, a gente sente uma responsabilidade maior de interceder, de rezar, pelas pessoas. Isso também fortalece a nossa vocação enquanto missão de intercessoras”, explicou Ir. Karolyne. Outro ponto que Frei Medella tocou foi a crueldade desta doença até na hora da partida dos entes queridos. “Que palavras pautadas na esperança cristã poderíamos dizer àqueles que perderam seus entes queridos e nem sequer tiveram a chance de fazer uma celebração de despedida?”, perguntou Frei Medella. Para Ir. Karolyne, é preciso não deixar para depois certas atitudes que a gente gostaria de fazer ou dizer seja para os nossos amigos ou para nossos familiares. “Acredito que é muito consolador quando se perde alguém e se tem um sentimento de gratidão por ter vivido plenamente com ele. Acho que essa pandemia nos fez refletir sobre o momento presente e viver com intensidade no amor. Fazer tudo e dizer tudo como se só tivesse o agora. E olhando a irmã morte com esperança, porque é para a vida eterna que vamos, para o convívio com Deus. Então, a gente não pode perder de vista a união e o aconchego do coração do Pai que nos espera. Às pessoas que perderam os entes queridos, não percam a esperança. Deus é maior e nos sustenta”, consolou a Irmã Clarissa. Como professor de Humanas, para Hugo a adaptação aos meios tecnológicos nesta pandemia foi desafiante e paradoxal. “Eu, por exemplo, sou da área de Humanas e tive certas dificuldades com os meios tecnológicos. O início foi muito desgastante para fazer essa relação com o nosso público, que no nosso caso eram os estudantes. Nós percebíamos e percebemos até hoje grandes dificuldades em acessibilidade, deixando evidente as desigualdades: uns com muitos recursos e outros, das periferias e das escolas públicas, com menos recursos e até demonstrando uma relação angustiante. Nas nossas fraternidades tínhamos irmãos com algumas facilidades de acessar esses meios e
criar proximidades. Outros tinham dificuldades e se isolaram mais. Então, tivemos de exercer a sensibilidade para buscar outras formas de contato, como uma ligação de telefone. A gente só fica trocando mensagens e isso vai levando a um esgotamento e deixando uma relação fria. Essa pandemia nos trouxe proximidade, como agora, - eu que moro em Volta Redonda, estou com a irmã em Belo Horizonte e o frei em São Paulo - mas também vivemos os desafios das desigualdades. Os meios tecnológicos, às vezes, parecem democráticos, mas nem todo mundo tem a mesma acessibilidade e essa mesma oportunidade de desfrutar dessa tecnologia. Vivemos então essa relação paradoxal”, lamentou o professor. Segundo o texto de nº 4 das Admoestações, São Francisco diz que “os que estão constituídos sobre os outros não se vangloriem dessa superioridade mais do que se estivessem encarregados de lavar os pés aos irmãos”. E Frei Medella perguntou ao franciscano secular Hugo: Que lições podem tirar os políticos desses ensinamentos de São Francisco, especialmente neste tempo de pandemia? “São muitas as lições. Infelizmente, o cenário que nós temos percebido e analisado não vai muito ao encontro desta grande pedagogia que o nosso Pai oferece nesta reflexão”, lamentou Hugo, citando São João Paulo VI, que afirmou para cristãos e católicos do mundo inteiro que a política é um exercício supremo da caridade. A política como possibilidade do bem comum, como cuidado, como zelo pela casa comum. “Infelizmente, temos observado um cenário difícil de falta de compromisso com a integridade da pessoa humana, sobretudo nesses tempos difíceis em nosso país. É preciso que nós estejamos atentos e vigilantes no sentido de reconstruir esse processo, a partir de encontros, de diálogos verdadeiros. Colocar no centro a pessoa humana, sobretudo os mais fragilizados, os mais desprovidos de nossa sociedade. Nós estamos diante de situações gritantes e cabe a nós, responsáveis por tudo isso, mudar esse cenário conjuntural. Esta semana esteve estampada nos jornais uma foto mostrando GLORIOSO SÃO FRANCISCO | COMUNICAÇÕES | 603
Especial uma fila imensa de pessoas em busca de ossos para se alimentar e alimentar seus filhos. As revelações desta pandemia têm apresentado um Brasil esfacelado, um Brasil destruído, que precisa se reerguer e colocar no centro o pobre, aqueles e aquelas que são os mais desprovidos de seus direitos”, enfatizou o professor.
Para ele, não dá mais para observar a política como um desserviço à humanidade. “Como você, frei, colocou muito bem, a política tem que ser uma arte de serviço. Nossos representantes, nossos políticos, têm reponsabilidades e foram delegados para isso. É preciso que tenhamos maturidade para re-
construir esse processo, com a nossa vigilância, com a nossa participação. Nós, leigos e leigas, temos essa responsabilidade de atuar nesse mundo e contribuir para que ele seja a edificação dos louvores da glória de Deus pelo ser humano, pela vida na sua totalidade”, completou.
3º DIA
“Jufra do Brasil: 50 anos de braços com a vida em missão na história”
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ufra do Brasil: 50 anos de braços com a vida em missão na história” é o tema escolhido para celebrar os 50 anos da Juventude Franciscana no Brasil. A Secretária Nacional de Formação da JUFRA do Brasil, Gabriela Consolaro Nabozny, foi a convidada do terceiro dia da 2ª Semana Franciscana para falar sobre essa data jubilar. Gabriela, esbanjando simpatia, avisou logo de cara que não se deve chamar esta entidade de ‘grupo’, mas de ‘fraternidade’. “A Jufra é uma opção de vida, é um estilo de vida, é um jeito de viver, é uma lente que a gente coloca quando escolhe viver a fé católica para trilhar esse caminho de um jeito mais próximo de Francisco e Clara de Assis”, explicou. Historicamente, até 1950, os jovens faziam parte da Ordem Franciscana Secular, mas no Congresso Internacional, em Roma, eles manifestaram o desejo de se organizarem e caminharem juntos, de acordo com suas aspirações e modos de ser, respondendo às exigências dos tempos. Foi assim que, em 1950, nasceu a Juventude Franciscana mundialmente. No Brasil, a Jufra foi reconhecida oficialmente em janeiro de 1971, na Assembleia Nacional da OFS, em Recife (PE), portanto há 50 anos. Para Gabriela, desde o tempo de Francisco e Clara os jovens fazem parte deste movimento franciscano, apenas não estavam organizados. “Francisco e Clara eram jovens e se a Jufra existis-
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se em sua época seriam jufristas”, disse. “A Jufra nada é mais é do que uma grande fraternidade. Então, comungar da magnitude desse chamado que atravessa fronteiras, décadas, séculos, nos enche de alegria e do sentimento de pertença. Nós fazemos parte de um movimento que perpetua uma história e que começou com Francisco e Clara”, observou Gabriela, que é catarinense. Segundo ela, o jovem que ingressa na Jufra é despertado para o compromisso com a vida, inserido nas realidades presentes no contexto da Igreja Católica no Brasil e na América Latina. “O cuidado com a nossa casa comum faz parte do nosso ideal franciscano de vida, pois temos como dever cuidar do que é frágil, ser menor entre os menores, viver cada passo com a intensidade de Francisco e Clara. Amar e buscar a igualdade, lutando pela nossa fraternidade uni-
versal”, explicou. A idade mínima para ingressar na Jufra é 15 anos e é feita na Fraternidade Local. “Não tem como escolher uma opção de vida franciscana sem construir uma relação mais próxima com a casa comum”, enfatizou Gabriela. Para ela, integridade da criação é uma preocupação constante em todos níveis do movimento. “Anualmente, a gente promove uma jornada nacional de direitos humanos”, recordou. Gabriela lembrou que o Papa Francisco é a melhor incentivador do carisma franciscano. “Ele reafirma todos os nossos ideais e não para de falar de Francisco de Assis, como vimos na Laudato Si’, no Sínodo da Amazônia e na Fratelli tutti. O Papa Francisco abrilhanta a vida e existência não só da Jufra, mas de toda a Igreja. Para mim, é um privilégio ter o Papa Francisco neste
Especial momento de um mundo polarizado, dividido e cheio de transformações. Mesmo diante de tantos problemas que vive a humanidade, ele é essa força que nos levanta e essa mão que nos puxa para frente”, disse Gabriela. Ela contou que a Jufra também teve se reinventar durante a pandemia, ainda que os jovens tenham facilidade de usar os meios tecnológicos. “Foi um redescobrimento para a Ju-
fra. Esse ‘re’ tem um significado especial”, disse a jovem, recordando a frase de Francisco no leito de morte. “Recomecemos meus irmãos, por que a até agora pouco ou nada fizemos”. Ela recebeu com alegria a notícia que a Editora Vozes vai destinar parte da venda da Folhinha do Sagrado Coração de Jesus para a Jufra. “É uma ajuda muito importante nessa hora difícil que estamos vivendo”, garantiu a jovem. Ela
pediu que as outras Ordens olhem com carinho para a Jufra, que é um celeiro vocacional. “Somos jovens comprometidos a propagar o carisma franciscano”, frisou. Para Gabriela, o tema escolhido para celebrar 50 anos, quer olhar com gratidão o passado, admirando o caminho o percorrido, com amor e serviço, ao mesmo tempo que se enche de esperança para continuar a caminhada.
4º DIA
Frei Almir e Jeferson deixam questionamentos à OFS
O
s 800 anos da primeira Regra de Vida escrita por São Francisco de Assis para a Ordem Franciscana Secular, a Memoriale Propositi, foi o tema do quarto dia da 2ª Semana Franciscana. A presidente da Conferência da Família Franciscana, Ir. Cleuza Neves, fez a acolhida e Natália Franca, da Editora Vozes, conduziu este encontro com Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM, que durante muitos anos foi assistente nacional da OFS, e Jeferson Machado, OFS, professo da Fraternidade Nossa Senhora Aparecida, doutor em História pela Universidade do Rio de Janeiro e criador do coletivo ecumênico “Diálogos da Esperança”. A Memoriale Propositi, aprovada pelo Papa Honório III e considerada a primeira Regra na Igreja direcionada aos grupos de penitentes leigos que nasciam na Igreja, dentre eles os penitentes franciscanos, celebrou 800 anos no último dia 20 de maio. Hoje, a Ordem Franciscana Secular segue a Regra Renovada de Paulo VI, que celebrou, no último dia 24 de junho, 43 anos de sua aprovação. Frei Almir fez um resgate da vida de São Francisco e do nascimento da espiritualidade franciscana. Ele foi enfático: “Esse Francisco não perdeu a validade. Tem validade para sempre. Ele é extremamente necessário para o mundo de hoje e para a Igreja. Ficamos muito felizes que o
Papa Francisco tenha escolhido esse nome. Colocando a modéstia de lado, não existiu na história do cristianismo ninguém maior do que Francisco de Assis. Ele é outro Cristo, ele é o homem do século futuro, ele é o homem que, em 2021, parece que ainda passeia pelas estradas de Assis, enchendo o coração daqueles que têm sede. Não se trata de uma fantasia, mas Francisco é o enamorado do Cristo, que fica fascinado com a capacidade de um Deus ser pobre, de se tornar homem. Francisco dizia que não é possível outra coisa no mundo senão viver esta pobreza do Filho de Deus, que se tornou um mendigo. Nós temos que passar a viver esta pobreza, que não é miséria, mas é despojamento”, disse o frade.
Além de seus companheiros que fundaram a Primeira Ordem e depois as Irmãs Pobres de São Damião, homens e mulheres casados, pais de família, pessoas solteiras de várias categorias e extratos sociais, quiseram, na qualidade de penitentes, viver uma existência inspirada no jeito de viver de Francisco. “Não era possível fazer voto de pobreza, obediência e castidade e viver dentro de conventos. Essas pessoas sentiram um estado de conversão. Um caminho de penitência”, pontuou Frei Almir. Segundo ele, fala-se hoje em laicato franciscano. “Eu estou falando em termos de Ordem Franciscana Secular. Não acredito no amanhã da OFS sem que ela seja efetivamente um espaço GLORIOSO SÃO FRANCISCO | COMUNICAÇÕES | 605
Especial de formação, de vivência, de um laicato maduro. Homens, mulheres, famílias, delegados, deputados, vereadores, garis, enfermeiros, padeiros, professores, pedreiros, enfim seres humanos, que têm uma vontade muito grande de ser de Cristo. Não ser apenas católico apostólico romano, de festa de abraços e beijos, mas pessoas que têm por dentro um carinho pelo Cristo do Presépio e pelo Cristo do Calvário”, disse. “Eu insisto: Nós somos criaturas cristãs e vocês, no caso da OFS, leigos e leigas, não queremos mais pensar num laicato que fica em volta dos altares da igreja. Não podemos desvirtuar esse laicato. Os leigos da Ordem Franciscana Secular são cristãos batizados, ungidos pelo Espírito Santo e vivem no mundo. Vivem essa espiritualidade marcada pela desobstrução interior que é a pobreza e vivem a fraternidade. Eu sonho com leigos que, de fato, tenham esse espírito de pobreza, de restituir a Deus tudo que Dele recebemos, pessoas sem os narizes arrebitados, pessoas que tenham uma bacia e uma toalha na mão. Uma fraternidade intra e ad extra, mostrando ao mundo que o Evangelho pode ser reescrito na vida das pessoas”, ressaltou o frade. “Francisco, portanto, cativou essas pessoas leigas. Ser um leigo não é afastar-se do mundo. É viver no mundo, é batalhar pela Ordem, pela justiça, pelo respeito à criação, pelo bem comum, pela paz. Tudo aquilo que eu imagino que está sendo estudado muito nos tempos modernos. Nós vivemos no mundo, mas não somos do mundo”, acrescentou Frei Almir. “Eu sonho que a Ordem Franciscana não seja apenas um rótulo, um lugar de encontrinhos, de compadres e comadres, mas que seja de fato uma célula do Evangelho e que todo mundo, ao ver a Fraternidade X ou Y, diga: ‘Ali, sim, vale a pena. Ali tem o cheiro, o perfume do Evangelho e de Jesus Cristo”, emendou. Frei Almir insistiu para que a formação dos leigos franciscanos não seja somente “livresca”, mas que atinja “o nó da pessoa”. “Eu sonho com pessoas que visitem o seu interior, que visitem as alamedas que são traçadas dentro da gente. Nós precisamos, realmente, visitar o nosso interior. Às vezes eu penso que na profissão dos re-
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ligiosos, na profissão dos nossos irmãos e irmãs leigos, falta alguma coisa que nasce do meu interior. É preciso que o nosso interior corresponda ao nosso exterior”, disse. Frei Almir alertou, contudo, para a vida de hoje marcada pelas correrias que não passam de uma “gloriosa fuga”. Buscar esse interior não se trata de uma introspecção narcisista, mas é preciso reservar tempo para uma “ociosidade necessária”. “Eu tenho receio que, aos 60 e 70 anos, a gente vai dizer: ‘que pena que não aproveitei o tempo para encontrar o meu Deus que é mais íntimo a mim mesmo do que eu sou’. E que não está alhures, nos faniquitos. Ele está lá dentro de mim, para eu dizer: ‘eu te adoro’. Sem esse período de interiorização que se prolonga ao longo da vida, as coisas caem, desmoronam. Não há a verdade. E só a verdade nos liberta”, completou.
RESGATE HISTÓRICO Jeferson apresentou um resgate histórico dos primeiros movimentos penitenciais até chegar na primeira Regra dada pela Igreja aos Penitentes. “Vamos falar um pouco dos 800 anos de uma espiritualidade do fazer. Uma espiritualidade abraçada pelos penitentes e pelos grupos da Ordem da Penitência, que depois vai se transformar na Ordem Terceira Franciscana”, explicou o historiador. Segundo ele, essa espiritualidade dos penitentes está ligada a um revigoramento que vai acontecer nos ideais evangélicos apostólicos, que são: pobreza, itinerância, pregação, comunidade e trabalho. “Entre os séculos 11 e 12, entre os leigos, havia uma grande quantidade de movimentos de diversos e variados tipos. Vários grupos vivem uma vida cristã a partir de um revigoramento da sua espiritualidade, que seriam, por exemplo, os Conversos, os Humilhados, os Beguinos etc, até alguns grupos que foram considerados contestadores e hereges”, explicou Jeferson. Para ele, não tem como falar da Idade Média sem falar do Movimento Penitencial. “Primeiro, é preciso entender o termo penitência. De um lado, o pecador que confessa o pecado e de
certa forma tenta extirpar esse pecado a partir da prestação do sacrifício de alguma forma. Por outro lado, a penitência tem um sentido forte de qualidade evangélica: converter, mudar o estilo de vida, assumir um estado de vida religiosa convertida. Tornar-se uma pessoa diferente. Na Idade Média, tem o penitente que vai fazer essas obrigações, digamos assim, para expiar os pecados. E o outro grupo que vai surgir, e que depois é chamado de Ordem da Penitência, que é formado por aqueles que vão sair do mundo. Como assim? Apesar de mudar o seu estilo de vida, eles vão continuar vivendo na sociedade. Apesar de viverem de forma diferente na sociedade, terem valores diferenciados daqueles que vivem no mundo, eles estão no mundo mas não são do mundo. Eles abandonam essa vida mundana. São leigos com condições sociais diversas, mas que adquirem a dignidade religiosa, porque eles vão ter uma regra e vão gozar de privilégios eclesiais”, explicou Jeferson. Jeferson disse que a Regra Memoriale Propositi é um documento de caráter jurídico, com 39 capítulos, que foi escrita em 1228, mas que teve como base outra versão feita em 1221. “Essa Regra vai ser um grupo de normativas, leis comportamentais, que vão tentar transformar a vida e trazer essa conversão para essa pessoa que se coloca como penitente”, observou. A Memoriale vai ser a norma de vida dos penitentes, que é um grupo anterior inclusive a Francisco de Assis. “Francisco vai ser um penitente porque já existia um grupo de penitentes e eles se encaixavam dentro da organização da Igreja. E aí vai se tornar penitente porque num primeiro momento ele não vai criar uma Ordem. Inicialmente, ele vai se juntar a esses grupos. Em 1221, vai ser criada essa Regra, e que tem toda uma discussão histórica sobre a participação de Francisco na confecção dela”, contou. Segundo Jeferson, essa Regra tem três eixos fundamentais: 1ª) A santificação individual; 2ª) o controle da vida social; e 3ª) a organização das fraternidades. “A santificação individual é tratar das vestimentas, tendo a obrigação de usar uma roupa simples, com cores que não eram usadas pelos
Especial ricos e com preço acessível. Também proíbe de participar de espetáculos e danças e tudo aquilo que poderia levar esse grupo a abandonar o caminho dele. Outra norma é a obrigação de se fazer só duas refeições diárias, para manter a abstinência. A sexta-feira é dedicada para fazer o jejum e assim muitas outras iniciativas para a conversão individual”, detalhou o historiador. “Na questão social era obrigatório o pagamento de dízimo, os penitentes não podiam ter dívidas, tinham que restituir aquilo que foi retirado de forma indevida, obrigar os familiares a servir a Deus, exortar a todos a fazer penitência e denunciar os irmãos que faziam escândalos. Outro ponto importante é a proibição de portar armas. Essa proibição está no cerne da nossa espiritualidade desde os tempos primordiais. Por quê? Era um momento muito bélico, onde as cidades se guerreavam umas contra as outras. Os reis e imperadores guerreavam contra o Papa e para que não houvesse irmãos da Ordem Terceira lutando contra o Papa, era proibido o uso de armas”, lembrou Jeferson. Para ele, a Regra não tem, contudo, nenhu-
ma ligação direta com a questão da caridade. A não ser da esmola. “Esse movimento vai ter uma grande importância na sociedade medieval, tanto da alta como baixa Idade Média, porque eles vão se lançar ao que se pode chamar de espiritualidade de obras de misericórdia, especialmente nos hospitais. Aí o termo ‘espiritualidade do fazer’. Esses homens e mulheres penitentes vão ser pessoas que vão estar administrando e ajudando em obras sociais da sociedade. Saem de um protagonismo religioso para uma conversão muito maior. Eles também se identificavam com o Cristo pobre e sofredor. Vão abraçar o Evangelho de forma diferenciada. Eles estão preocupados em servir e fazer o bem comum”, observou. Conclusão disso, acrescenta o historiador, é que surge uma grande quantidade de santos e santas penitentes. “Nessa hagiografia vai surgir um novo modelo de santo, que é o santo penitente, que vai estar imerso na caridade e no trabalho diário. Eram santos trabalhadores. Era santos que não eram monges, clérigos, papas. Estavam no dia a dia, no meio do povo. Esse é o caminho que temos que fazer”, acredita.
“Esses penitentes são descritos como cristãos de ação. Eram pessoas que participavam de uma luta pelo bem comum e por uma sociedade igualitária”, ressaltou. Para ele, a penitência exige efetiva mudança do homem interior e requer expressões externas e visíveis, que são a consequência natural e o sinal da verdadeira conversão: “Só vamos mudar a partir de quando nossas ações exteriores refletirem essas mudanças internas”. Jeferson deixou o seguinte questionamento: Será que ainda somos herdeiros desses homens e mulheres e fraternidades, que antenados com as condições sociais e políticas de seu tempo, colocaram-se a serviço de suas comunidades, sendo por vezes o sinal da presença de Deus em uma sociedade que era injusta e esquecia dos mais vulneráveis? E nesse momento histórico que vivemos, qual deve ser o nosso papel: queremos apenas uma vida contemplativa devocional, fator importante de nossa vida secular, ou nos colocaremos a serviço do bem comum como aqueles que nos precederam?
5º DIA
“É diante do caído que decidiremos se somos pessoas de diálogo”
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caminho para construir a fraternidade: uma conversa sobre a Fratelli Tutti” foi o tema da 2ª Semana Franciscana, na sexta-feira (8/10), às 20 horas. “Estamos no quinto dia desse encontro virtual, onde Clara e Francisco de Assis nos atualizam e também nos dão pistas para vivermos os nossos dias de hoje”, disse Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, que acolheu o palestrante desta noite Frei James Girardi, OFM, professor do Instituto Teológico Franciscano (ITF) em Petrópolis. Frei James, então, explicou que sua reflexão partiu de um seminário que foi promovido no ITF, durante todo um semestre: “É uma encíclica atuGLORIOSO SÃO FRANCISCO | COMUNICAÇÕES | 607
Especial al, profética, um caminho seguro onde a gente pode firmar o nosso pé dentro da espiritualidade franciscana, da fé cristã e também no diálogo com todas as religiões que apostam na vida”. Para Frei James, essa encíclica nos provoca e, cada vez que fazemos a leitura dela, aparecem novas ideias, novas provocações para agirmos melhor, para viver melhor no sentido daquilo que o Papa intuiu: tornar a vida no mundo mais fraterna. O frade explicou que sua reflexão se baseou em dois momentos: primeiro, sobre as inspirações do Papa para escrever esta encíclica: De onde ele se inspira, qual é a fonte? E, no segundo, concentrou-se em dois capítulos: o de número 2 (“Um estranho no caminho”) e o capítulo 6 (“Diálogo e amizade social”. “Eu quis limitar um pouco, porque ela é muito ampla. Nós poderíamos abordá-la em diferentes temas. Inclusive, neste último ano houve uma profusão de lives e estudos sobre a encíclica. Tem muita gente aprofundando e estudando esta encíclica, que para mim é uma encíclica profética”, explicou o frade, concentrando no tema do diálogo. “Talvez nós tenhamos ainda na memória o dia que o Papa Francisco iniciou o seu Pontificado. Ele inclinou a cabeça diante da multidão e expressou esse desejo: “Rezemos sempre por nós, uns pelos outros, rezemos por todo o mundo para haja uma grande fraternidade’. Esse querer faz parte da vida do Papa Francisco. Ele mesmo diz na encíclica que é uma questão vital”, recordou. Segundo ele, logo na introdução na encíclica, o Papa se refere a Francisco de Assis como a sua primeira inspiração: “Este Santo do amor fraterno, da simplicidade e da alegria, que me inspirou a escrever a encíclica Laudato si’, volta a inspirar-me para dedicar esta nova encíclica à fraternidade e à amizade social”. “O Papa Francisco vai descrevendo com alegria atitudes vividas pelo Poverello. Ele diz amar a todos independente de sua proximidade, lembra também o amor do santo a toda a criação e traz em destaque o amor pelos seus semelhantes. Ele recorda um fato na vida de Francisco, que foi ao encontro do Sultão, em plena Idade Média. É quase como decretar uma sentença
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de morte. Claro que Francisco sabia das consequências do perigo. E esse encontro exigiu dele um grande esforço devido à sua pobreza, aos poucos recursos, à distância, à diferença de língua, cultura e religião”, lembrou o frade, citando o seguinte texto: “No contexto de então, era um pedido extraordinário. É impressionante que, há oitocentos anos, Francisco recomende evitar toda a forma de agressão ou contenda e também viver uma ‘submissão’ humilde e fraterna, mesmo com quem não partilhasse a sua fé”. “Nós sabemos que desse encontro houve um diálogo. Um percebeu no outro os valores. O sultão percebeu em Francisco um homem bom e puro, e Francisco percebe também no sultão um homem bom, religioso, homem de fé. Ali que nesse encontro há uma ponte, como diz o Papa Francisco. Havia, sim, um muro enorme, mas Francisco consegue romper esse muro e constrói essa ponte entre ele e o sultão. Sai dali feliz”, acrescentou Frei James. Segundo o frade, a atitude de Francisco ensina que para construir uma fraternidade universal é preciso dialogar de forma permanente com as diferenças. “Porque dialogar com quem pensa igual, e tem a mesma fé, cultiva os mesmos valores, ainda que às vezes seja difícil, torna-se um diálogo mais interno. O desafio do diálogo está em dialogar sempre com alguém diferente”. “Cultivar essa cultura do encontro, construir pontes, proximidade, hospitalidade. O diálogo é a possibilidade dessas aspirações serem concretizadas. Então, o Papa Francisco ainda afirma que as questões relacionadas à fraternidade e amizade social sempre estiveram em suas preocupações. Francisco é essa fonte primeira de inspiração para o Papa dedicar uma encíclica que trate desse tema”, acrescentou. Para o frade, outra fonte importante e que o Papa destaca para essa inspiração fundamental foi o encontro com o Grande Imã Ahmad Al-Tayyeb, em Abu Dhabi, em 2019, quando nasceu um documento sobre a Fraternidade Humana. Segundo o Papa, como escreve na encíclica, “não se tratou de mero ato diplomático, mas de uma reflexão feita em diálogo e de um compro-
misso conjunto. Esta encíclica reúne e desenvolve grandes temas expostos naquele documento que assinamos juntos”. No primeiro capítulo - “As sombras do mundo fechado” - da encíclica, Frei James destacou algumas tendências que dificultam o desenvolvimento dessa fraternidade proposta pelo Papa. Segundo ele, a história dá sinais de regressão, ressurgem nacionalismos fechados, exacerbados, ressentidos e agressivos. Isso não só no Brasil, mas em todo o mundo. Diz o Papa na encíclica: “Nesta luta de interesses que nos coloca a todos contra todos, onde vencer se torna sinônimo de destruir, como se pode levantar a cabeça para reconhecer o vizinho ou ficar ao lado de quem está caído na estrada?” Mas, como lembra o Papa, há esperança: “A esperança é ousada, sabe olhar para além das comodidades pessoais, das pequenas seguranças e compensações que reduzem o horizonte, para se abrir aos grandes ideais que tornam a vida mais bela e digna. Caminhemos na esperança!”
UM ESTRANHO NO CAMINHO O Papa Francisco abre este capítulo com a parábola do Bom Samaritano. “Judeus e samaritanos não se entendiam. Os judeus rejeitavam os samaritanos, e estes estavam cada vez mais afastados das Leis de Deus. Jesus coloca em cena um sacerdote, um levita e um samaritano. Os dois primeiros são figuras ligadas ao culto do templo; o terceiro é um judeu cismático, considerado como um estrangeiro, pagão e impuro, isto é, o samaritano”, lembra Frei James. “A inclusão ou exclusão da pessoa que sofre na margem da estrada define todos os projetos econômicos, políticos, sociais e religiosos. Dia a dia enfrentamos a opção de ser bons samaritanos ou viandantes indiferentes que passam ao largo. E se estendermos o olhar à totalidade da nossa história e ao mundo no seu conjunto, reconheceremos que todos somos, ou fomos, como estes personagens: todos temos algo do ferido, do salteador, daqueles que passam ao largo e do bom samaritano”. Segundo Frei James, para não entrar nesse campo do fundamentalismo, é preciso
Especial abertura ao diferente. “É diante do caído que decidiremos se somos pessoas de diálogo. Acolher uma pessoa é também acolher a sua diferença”, disse. Para ele, diálogo deve ser construído por todas as partes envolvidas. “O diálogo deve evitar a anulação do outro. Dialogar com as diferenças é o grande desafio”. Frei James ilustrou com a seguinte citação da Fratelli tutti: “O diálogo social autêntico pressupõe a capacidade de respeitar o ponto de vista do outro, aceitando como possível que contenha convicções ou interesses legítimos. A partir da própria identidade, o outro tem algo para dar, e é desejável que aprofunde e exponha a sua posição para que o debate público seja ainda mais completo. Sem dúvida, quando uma pessoa ou um grupo é coerente com o que pensa, adere firmemente a valores e convicções e desenvolve um pensamento, isto irá de uma maneira ou outra beneficiar a sociedade; mas só se verifica realmente na medida em que o referido desenvolvimento se realizar em diálogo e na abertura aos outros. Com efeito, ‘num verdadeiro espírito de diálogo, nutre-se a capacidade de entender o sentido daquilo que o outro diz e faz, embora não se possa assumi-lo como uma convicção própria. Deste modo torna-se possível ser sincero, sem dissimular o que acreditamos, nem deixar de dialogar, pro-
curar pontos de contato e sobretudo trabalhar e lutar juntos’”. Frei James lembrou que o Papa Francisco cita o grande compositor brasileiro Vinicius de Moraes, na canção “Samba da Bênção” (1962), para falar da cultura do encontro. “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro na vida”, diz o compositor citado pelo Papa. “Já várias vezes convidei a fazer crescer uma cultura do encontro que supere as dialéticas que colocam um contra o outro”, diz o Papa. A imagem do poliedro também é usada para fundamentar a reflexão. O poliedro tem muitas faces, muitos lados, mas todos compõem uma unidade rica de matizes, porque “o todo é superior à parte”. O poliedro, lembra o Papa, representa uma sociedade onde as diferenças convivem integrando-se, enriquecendo-se e iluminando-se reciprocamente, embora isso envolva discussões e desconfianças. Na realidade, de todos se pode aprender alguma coisa, ninguém é inútil, ninguém é supérfluo. Isto implica incluir as periferias. Quem vive nelas tem outro ponto de vista, vê aspetos da realidade que não se descobrem a partir dos centros de poder onde se tomam as decisões mais determinantes. “Que nós possamos criar sensibilidades por esse estilo de vida que se aproxima, ouve, olha, conhece e tenta entender o diferente. E diante da realidade do eu e do tu, poder crescer para
o nós, fazendo nascer a fraternidade comum e a amizade social. O mundo aberto exige de nós irmos mais além. Mais além da própria família, mais além do grupo social que temos, da nossa teia de relações. Ir além para construir uma cultura do encontro, construindo pontes que nos levem de forma concreta a viver hoje e no futuro uma melhor fraternidade e amizade social”, completou, disse. Ele concluiu com a conclusão do Papa: “Neste espaço de reflexão sobre a fraternidade universal, senti-me motivado especialmente por São Francisco de Assis e também por outros irmãos que não são católicos: Martin Luther King, Desmond Tutu, Mahatma Mohandas Gandhi e muitos outros. Mas quero terminar lembrando uma outra pessoa de profunda fé, que, a partir da sua intensa experiência de Deus, realizou um caminho de transformação até se sentir irmão de todos. Refiro-me ao Beato Carlos de Foucauld. O seu ideal de uma entrega total a Deus encaminhou-o para uma identificação com os últimos, os mais abandonados no interior do deserto africano. Naquele contexto, afloravam os seus desejos de sentir todo o ser humano como um irmão, e pedia a um amigo: «Peça a Deus que eu seja realmente o irmão de todos». Enfim queria ser «o irmão universal». Mas somente identificando-se com os últimos é que chegou a ser irmão de todos. Que Deus inspire este ideal a cada um de nós. Amém”.
ENCERRAMENTO “Nos olhos dos pobres, no rosto do mundo/ Eu vejo Francisco perdido de amor/ É índio, operário, é negro, é latino/ Jovem, mulher, lavrador e menor”. Foi esta canção que abriu o momento celebrativo de encerramento da Semana franciscana, diretamente do Santuário Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP). Entre comentários e reflexões do reitor Frei Diego Melo e dos frades da Fraternidade, o músico Frei Floriano Mariano de Toledo abrilhantou com belas canções franciscanas esta noite festiva.
Frei Diego pediu um minuto de silêncio para as mais de 600 vidas que se foram na pandemia. “Francisco e Clara de Assis nos ajudam a levar a nossa vida adiante. A ter esperança”, disse. Ele lembrou do franciscano secular Hugo que enfrentou a pandemia. “Quem tem uma mística, uma vivência religiosa, conseguiu com muita mais força enfrentar esse momento”, disse Frei Diego. “Essa noite é uma noite para ressignificar”, garantiu. GLORIOSO SÃO FRANCISCO | COMUNICAÇÕES | 609
FRATERNIDADES
Nossa Senhora Aparecida é celebrada em Blumenau
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Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Blumenau (SC), celebrou a sua Padroeira com tríduo nos dias 9, 10 e 11 e, no dia 12, a Festa com intensa participação dos devotos. Apesar do dia chuvoso, os devotos não deixaram de ir ao Santuário para agradecer, louvar e pedir. “Uma festa sempre muito bem preparada liturgicamente, bem como toda a parte externa que envolve acolhida e alimentação”, observou o pároco Frei Nelson José Hillesheim. No dia 12, como tradicionalmente acontece, saindo da Catedral, às 8 horas, em carreata, com a Imagem de Nossa Senhora Aparecida, o bispo diocesano Dom Rafael Biernaski e o Pároco da Catedral, Pe. Marcelo Martendal, trouxeram a Imagem até o Santuário. “Assim que chega a Imagem, ela é introduzida na Igreja, quando os devotos a aclamam e se emocionam com a chegada da Mãe Aparecida”, explicou Frei Nelson. O bispo diocesano celebrou a Missa das 9 horas, concelebrada pelo Pároco e Reitor
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do Santuário, Frei Nelson José Hillesheim, o Pároco da Catedral e diáconos. Foram celebradas Missas nos seguintes horários também: 11h, 15h e 19h. A Missa das 15h foi dedicada às crianças. “Em todas as missas, a igreja lotou bem como as tendas colocadas na parte externa com telão e som para que todos pudessem participar”, disse o pároco. “Celebrando hoje a festa de Aparecida, Deus renova a nossa existência e quer colocar vinho novo de alegria em nossas vidas.
A nossa vida é muito preciosa para Deus, a nossa vida é muito preciosa para a Mãe de Deus. E o nosso Brasil e cada um de nós estamos sendo cuidados por Deus e por essa Mãe para que a passagem de nossa história se realize em modo pleno”, disse o bispo diocesano, referindo-se ao Evangelho do dia, que narra o primeiro milagre de Jesus no casamento de Caná da Galileia. Para o bispo, Deus quer realizar esse casamento, essa comunhão, em nossa vida e existência. “Ele deseja que a nossa vida seja unida e vivida com ele”, disse o bispo diocesano. “Por obra do Espírito Santo, Deus se encarna em Maria. E Jesus está presente na festa do casamento da nossa vida. O casamento tem esperança, o casamento tem amor, o casamento tem futuro, o casamento tem filhos, o casamento tem realização. Neste casamento, o vinho exprime a realização de nossa vida, o projeto de Deus, por intercessão de Maria, ela que é modelo e traz esse amor de Deus vivo na nossa existência. E Maria, então, chama os que estão servindo
FRATERNIDADES
e diz: ‘Fazei tudo o que ele vos disser’. O que nos pede Deus? O que é a Palavra de Deus senão que conheçamos o Deus-Pai? Jesus vem como Palavra: ‘Fazei tudo o que ele vos disser’. A Palavra de Deus diz: vocês têm um Deus que é Pai”, explicou Dom Rafael. Segundo o bispo, então, somos em Jesus filhos e filhas. “A Palavra nos constrói e, portanto, somos fraternos. Na nossa vida podemos não somente nos saciarmos do pão necessário e do azeite, mas falta o vinho: o vinho da alegria, o vinho da realização, o vinho da felicidade”, disse o celebrante. Para ele, as seis talhas de Caná representam os seis dias da criação da terra e do homem por Deus. “As seis talhas estão vazias. Jesus manda encher de água. Deus quer que a nossa necessidade primária da aspiração da busca, dos nossos desejos, seja preenchida em nossa vida. E Deus vai transformar essas aspirações em amor, em vinho, em vida, em festa. Onde está Deus? Jesus não está no templo, mas está no casamento, na festa, na relação entre nós. Ele quer que a nossa água
seja plena em nossos corações. Ele não quer dar só o alimento físico, mas agora transformar nossos desejos em sentimentos em amor, em vida, em serviço”, acrescentou Dom Rafael. “Como estão as nossas talhas no dia a dia? Talvez estejamos atarefados, preocupados em ganhar o pão, talvez em enriquecer, e esqueçamos do vinho. Que nesta festa neste Santuário, a Mãe renove nossos corações. Preencha os nossos corações com a água e transforme as nossas vidas”, pediu o bispo. Três homens buscavam o alimento para suas vidas no Rio Paraíba e não encontravam. Até que apareceu um sinal: Encontraram uma imagem com o corpo dividido. “Es-
ses pescadores reconstroem o sinal e começa a festa desses pescadores, começa a festa do povo brasileiro”, recordou. “Que na festa de hoje, de Nossa Senhora Aparecida, Deus transforme as nossas jarras cheias de aspirações, desejos de felicidades, desejos de servir. Que Deus transforme esses desejos em amor e vida em plenitude. Que Maria continue a nos pedir: ‘Façamos tudo aquilo que ele nos disser’!”, completou, homenageando as crianças pelo seu dia também. “Que ninguém tire o mistério da vida dessas crianças para que elas se realizem plenamente como filhos e filhas de Deus”, pediu. A cada ano, a participação dos fiéis tem crescido nesta Festa e o que impressiona é que o dia inteiro tem fila para passar em frente à imagem. As flores depositadas aos pés de nossa Senhora é um gesto belíssimo de gratidão pelas graças alcançadas. A festa externa contou com churrasco, galeto e pastel no sistema drive-thru. O churrasco da Igreja preparado no Santuário é tradicionalmente muito apreciado: foram vendidos aproximadamente quatro mil churrascos, informou o pároco. “Nossa Senhora Aparecida é fonte de inspiração e Mãe que acolhe as necessidades dos filhos (as) e, se torna para quem faz essa experiência de fé, a Mãe da esperança, da graça e da Vida. São muitos os testemunhos de Graças e bênçãos alcançadas! Viva Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, das famílias e Mãe de Jesus Cristo!”, completou Frei Nelson José Hillesheim. OUTUBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 611
FRATERNIDADES
Celebrações da Solenidade de Nossa Senhora Aparecida em Petrópolis
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em mesmo o frio e a chuva na serra petropolitana espantou os fiéis e devotos de Nossa Senhora Aparecida no dia 12 de outubro, no Convento e Paróquia do Sagrado de Petrópolis (RJ). As celebrações e devoções começaram logo pela manhã e chegaram a lotar a igreja, com gente acompanhando também pelas plataformas digitais da Paróquia. Logo no início do dia, os devotos da Padroeira do Brasil já batiam à porta da Igreja, que é histórica e centenária e que ficou aberta ao público durante todo o dia, com missas às 7h e 15h. A solene Celebração Eucarística foi presidida pelo vigário paroquial, Frei José Ariovaldo da Silva, às 18 horas, e contou com a presença do Coral dos frades do Tempo da Teologia, sob a regência do mes-
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tre e músico Frei Marcos Antônio de Andrade. Frei Ariovaldo explicou que o Evangelho fala de um casamento em Caná da Galileia (Jo 2,1-11). Lembrou que a figura de Maria aparece neste contexto como a ‘Senhora mãe’, como uma mulher que intercede pelo povo desprovido da alegria de viver e, ao mesmo tempo como a ‘mãe de Jesus’, que expressa um pedido: ‘Façam o que ele lhes disser para fazer’. “Remete-nos à rainha Ester, outra grande
mulher, lá do Antigo Testamento, como ouvimos na primeira leitura (Est 5,1b-2; 7,2b-3): junto ao rei Assuero encantado por sua beleza, ela intercede pelo povo fragilizado, sem vida; manifesta ao rei seu maior pedido e desejo: ‘Concede-me a vida... e a vida do meu povo’ (Est 7,3). Ester, uma nítida figura de Maria que, por sua vez, é figura da própria Igreja pela qual o divino Rei se encanta. Por isso, cantamos hoje o Salmo 44, cujo refrão soa assim: ‘Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: que o Rei se encante com vossa beleza!’”, introduziu o vigário paroquial. Para Frei Ariovaldo, é no céu que se vislumbra o grande sinal de uma mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. “Esta mulher é sem dúvida Maria Imaculada, mas unida a ela
FRATERNIDADES
também outra mulher, a saber, a jovem Igreja purificada no mistério pascal de Cristo e coroada com o martírio e testemunho dos doze apóstolos - doze estrelas -, da qual fazemos parte”, disse. Segundo ele, a Igreja e Maria têm a missão comum de gerar e levar o Salvador ao mundo e presenciar sua vitória. “Destacando a figura de Maria, a Igreja assume, até certo grau, o que foi
a obra de Maria. Isso vale também com relação à proteção da Pátria, que não é algo mágico, mas algo que se realiza mediante as nossas mãos, nosso empenho por uma Pátria melhor, mais justa, mais conforme a vontade de Deus”, ressaltou.
PADROEIRA DAS DUCHAS E OSWALDO CRUZ Os fiéis e devotos de Nossa Senhora Aparecida da comunidade de Duchas em Petrópolis (RJ), viveram um dia histórico e emocionante. A Igreja que vem sendo construída e que será dedicada à Padroeira do Brasil acolheu a primeira Celebração Eucarística, às 10 horas, neste dia 12 de outubro. A missa não estava prevista para acontecer no local, que desde o ano passado vem sendo construída e que nas últimas semanas ganhou a cobertura, mas por conta da chuva, o espaço que ainda não foi inaugurado, foi improvisado para a Santa Missa. O pároco Frei Jorge Paulo Schiavini foi o presidente da celebração e explicou que tal gesto não se caracteriza ainda como a inauguração da Igreja, mas que em um futuro muito próximo, assim será feito. No final da celebração, as crianças emocionaram novamente a comunidade com a realização da coroação de Nossa Senhora. Um dia rico em significado e esperança de dias melhores! Na comunidade Oswaldo Cruz, que também tem Nossa Senhora Aparecida como padroeira, as festividades começaram ainda no início do mês de outubro, com as celebrações
da novena. Nos últimos dias, bem como neste dia 12 de outubro, a comunidade promoveu a venda de comidas típicas com barracas montadas em frente da Igreja. A solene Celebração Eucarística foi presidida pelo vigário paroquial, Frei José Clemente Schafaschek, às 10 horas, no salão da capela.
FIÉIS HOMENAGEIAM NOSSA SENHORA EM “MOTO ROMARIA” Já é uma tradição na Igreja do Sagrado realizar a bênção dos motociclistas da “Moto Romaria”. E na manhã deste dia 12 de outubro, às 9h30, não foi diferente. Em frente à Igreja do Sagrado Coração de Jesus realizou-se a tradicional oração com direito a muita água benta, não só do asperge dos freis, mas também do céu. Com fé e devoção, Frei Felipe Medeiros Carretta e Frei Danilo Oliveira conduziram este momento de bênção e fizeram memória dos mais de 600 mil mortos pela Covid-19, doença que atingiu também os profissionais da área. O evento reuniu integrantes de moto clubes que, após receberem a bênção dos freis atravessaram o centro da cidade, ao som do ronco dos motores e buzinas, levando a imagem da santa até à Igreja de Nossa Senhora Aparecida, no Quitandinha. Já é a 21ª edição do evento que neste ano teve um motivo especial: uma campanha antecipada reuniu milhares de quilos de alimentos que serão doados para instituições beneficentes da cidade. Frei Augusto Luiz Gabriel OUTUBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 613
FRATERNIDADES
Nilópolis festeja a Padroeira Nossa Senhora Aparecida
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Padroeira de Nilópolis, Nossa Senhora Aparecida, foi celebrada com uma Novena, de 3 a 11 de outubro, e com grande festa no dia 12 de outubro. Durante o dia foram celebradas Missas nos seguintes horários: 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 15, 16, 17 e 18. Dom Luciano Bergamin, bispo emérito de Nova Iguaçu, presidiu a Missa Solene de encerramento da festa, às 18 hs. Ao meio-dia também houve uma carreata com a imagem da Padroeira pelas ruas da cidade. “A missão mais bonita de Maria é nos dar Jesus. E ao dar-nos Jesus, ela diz para ir atrás de Jesus. Fazei tudo o que Jesus mandar”, lembrou Dom Luciano. Ao descrever o milagre do encontro com a imagem de Aparecida no rio Paraíba, Dom
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Luciano recordou que primeiro os pescadores encontraram o corpo e depois a cabeça. “Isso nos lembra a Igreja, representada pelo corpo de Maria e a cabeça de Jesus. O apóstolo São Paulo descreve perfeitamente esta imagem. Não tem Jesus sem Igreja, não tem Igreja sem Jesus”, disse o bispo.
Segundo o celebrante, se os pescadores não levassem os peixes naquele dia para o banquete do governador, seriam punidos. “Nossa Senhora aparece aos negros, aos escravizados, para dizer que ela está do lado dessas pessoas e não concorda nem com a escravidão nem com qualquer outra discriminação. Porque todos somos filhos e filhas de Deus. Filhos de Deus, filhos de Maria”, disse D. Luciano. O pároco Frei Walter Ferreira Junior agradeceu pela ajuda de todos nesta festa e lamentou as mortes de fiéis durante o ano. “Nós viemos aqui hoje buscar essa esperança”, disse. Segundo Frei Walter, durante a pandemia, a Paróquia destribuiu 4 mil cestas básicas.
FRATERNIDADES
Missa no Convento abre campanha “Outubro Rosa” no Espírito Santo
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Convento da Penha realizou na manhã do dia 2 de outubro a Missa de Abertura da campanha Outubro Rosa no Espírito Santo. A celebração é uma parceria da Afecc (Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer) e da Prefeitura de Vila Velha com a Fraternidade Franciscana da Penha. O objetivo é alertar e conscientizar as famílias sobre a importância do diagnóstico precoce e da prevenção, além de enfatizar a necessidade da oração na perseverança. O evento contou com a participação de representantes da Afecc, do prefeito Arnaldinho Borgo e da secretária municipal de saúde, Cátia Lisboa. Ao longo do dia,
profissionais de saúde realizaram atendimentos como marcação de mamografia, verificação de glicemia, aferição de pressão, avaliação nutricional e vacinação contra influenza H1N1, além de orientações sobre o cuidado com a saúde da mulher. A Missa foi presidida por Frei Pedro de Oliveira, o frade capixaba que possui na
família histórico de câncer, já que sua irmã foi acometida com a enfermidade. Ele reafirmou que o Convento é um parceiro das mulheres e de todos aqueles que buscam na fé, a força e a esperança. “O Convento da Penha também é essa expressão do cuidado, do zelo. Maria é essa figura do feminino, cuidadora, e é por isso de grande importância ter a abertura da Campanha aqui. A fé nos leva a acreditar num amanhã melhor, a fé nos leva a olhar um pouco além de onde nosso olhar físico alcança, esse olhar sempre devemos ter, acreditar que não estamos sozinhos nessa caminhada. Ele estará sempre ao nosso lado”, comentou o Frei. OUTUBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 615
FRATERNIDADES
NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
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Frei Clarêncio abre o Tríduo da Padroeira de Vila Velha
eve início, no dia 7 de outubro, o Tríduo em honra à Padroeira da Paróquia do Rosário e do município de Vila Velha, no Espírito Santo. A Celebração Eucarística, às 19 horas, foi presidida pelos Freis Clarêncio Neotti e Djalmo Fuck. Uma nova imagem de Nossa Senhora do Rosário, acolhida e abençoada, entrou em procissão nos ombros de integrantes do Terço dos Homens, ao som dos sinos e com chuva de pétalas de rosas. “Maria: Saúde dos enfermos”, foi o tema desse primeiro dia. Uma família da Pastoral Familiar, que foi a responsável pela organização da celebração, trouxe um terço para ser ofertado a Nossa Senhora.
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Juntos, eles representavam todas aquelas pessoas que vêm sofrendo com as enfermidades, principalmente nestes quase dois anos de pandemia. Na sua homilia, Frei Clarêncio explicou que a palavra ‘enfermo’, ainda que não signifique necessariamente doente, nos fala de imediato do sofrimento humano. “E o sofrimento humano é mistério”, disse. “Nenhuma cultura, como a egípcia ou chinesa, conseguiu explicar a razão do sofrimento. Nenhuma religião, nem a de Moisés nem a de Cristo, conseguem nos explicar a razão da existência do sofrimento. O Antigo Testamento, em torno de Moisés, tem um verso do salmo 42 que diz bem: ‘Minhas lágrimas são o meu pão dia e
noite’. Ou seja, o meu sofrimento está comigo dia e noite. E todos os sábios do Antigo Testamento refletiram sobre a existência da dor, do sofrimento”, explicou Frei Clarêncio. Segundo ele, dessa reflexão nasceram duas linhas. “A primeira que o sofrimento é castigo de pecado. Dentro desta linha, do Antigo Testamento, tem muita gente que pensa assim ainda. Dentro dessa linha de pensamento se pensava que os cegos, os surdos, os mudos, os paralíticos eram amaldiçoados por algum pecado que alguém da família praticou. Há toda uma linha de reflexão e pensamento em torno disso. Há uma segunda linha no AT que o sofrimento seria uma provação da parte de Deus porque Deus
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castiga quem ama. Essa frase é da Bíblia. A expressão maior dessa linha de pensamento é o livro de Jó, uma novela para explicar a razão do sofrimento e Jó não tendo pecado, sendo um homem justo, passou por toda espécie de sofrimento. Portanto, quem de vocês pensa que o sofrimento é castigo e vem me perguntar: eu não fiz pecado, por que tenho câncer? Quem pensa assim, está morando lá no Antigo Testamento. Cristo não chegou até ele ainda. Quem pensa que Deus é um sádico, que me faz sofrer, também está no AT”, orientou. Para Frei Clarêncio, no Novo Testamento, a pessoa de Jesus vai por outras duas linhas. “A primeira está expressa no Evangelho de João, capítulo 9, versículo 3. O sofrimento existe para a glória de Deus, como a saúde existe para a glória de Deus, como as plantas existem para a glória de Deus, como os animais existem para a glória de Deus, como as águas existem para a glória de Deus. É uma explicação de Jesus. Ela pode não me convencer, mas difere muito do AT. Depois Jesus, por sua palavra e por seu exemplo, me dá um segundo caminho. O sofrimento é um caminho de santificação. E o grande símbolo que nós temos no NT desta linha do sofrimento como caminho santificação é a própria cruz do Senhor. Cruz, lugar
de vergonha e de glória ao mesmo tempo. Sofrimento cheio de dor, mas também de santidade”, explicou. “Cruz, lugar de morte, mas lugar de vida. Pode me levar até a morte, mas é um caminho de vida. Na Cruz, Cristo sem pecado, passa pelo sofrimento doloroso. Lembrem os espinhos cravados na cabeça, lembrem as chagas dos chicotes recebidos na casa das autoridades políticas. Cristo, no auge do sofrimento psíquico, vendo seus onze apóstolos fugirem, apenas um, o mais novo deles, estava ali. Jesus, no auge de um sofrimento espiritual, a ponto de dizer ‘Pai, por que me abandonaste?”, está aí na cruz, caminho de morte e, ao mesmo tempo, caminho de vida. Caminho de condenação, de dor, ao mesmo tempo caminho de glória”, ressaltou o celebrante. Maria, também enfrentou sua jornada de sofrimento, pela crucificação do Seu Filho. “E
aos pés da cruz, a Mãe dolorida, banhada em lágrimas, Mãe das Dores. Os pintores gostam de apresentá-la com o filho morto nos braços ou cravada com uma espada no seu coração”, ilustrou. “Daí esta força de Maria vem da força que ela tem de ser a saúde dos enfermos, a mãe do sofrimento. Não no sentido de que ela é médica física, que trabalha neste hospital chamado humanidade. Não é neste sentido. Mas no sentido de que ela, tendo passado por todas as dores possíveis, tornou-se exatamente no momento da dor, aos pés da cruz, a Mãe da humanidade. E ela, como Mãe da humanidade é como todas as mães que não querem ver seus filhos no sofrimento. Fazem de tudo para tirar o sofrimento do filho. Maria é esta mãe. Tiago, na Carta dele, escreve que a oração do justo tem grande poder. Se a oração do justo tem grande poder, quanto mais poder tem Maria, Mãe de Deus, de nos ajudar e de nos socorrer. Ela é, sim, consoladora dos aflitos; ela é, sim, mãe e saúde dos doentes; ela é, sim, esperança dos desesperados; ela é o vértice, o ponto mais alto de feridas incuráveis. Maria é porque ela experimentou o sofrimento, o mistério do sofrimento”, completou Frei Clarêncio. Ao final da celebração, Fábio Trindade, cantor da Paróquia, fez uma linda homenagem cantando uma música autoral, “Intercede Mãe“. OUTUBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 617
FRATERNIDADES
2º dia do Tríduo
Maria consola os aflitos Com o tema “Consoladora dos aflitos, rogai do nós”, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Vila Velha (ES), celebrou o segundo dia do Tríduo em preparação para a festa da Padroeira da cidade. A Celebração Eucarística foi presidida por Frei Adriano Dias do Nascimento e concelebrada pelo pároco Frei Djalmo Fuck. Coube à Catequese a responsabilidade pela liturgia do dia. Na sua homilia, Frei Adriano recordou que na Bíblia aparecem muitas vezes a palavra aflitos. “Ela faz parte da nossa vida”, observou. Segundo o celebrante, a aflição é um sentimento persistente de dor física ou moral, ânsia, agonia, angústia, fobia. “Muitas vezes ficamos aflitos até sem razão”, lembrou o frade. “A aflição é a sensação de não saber o que fazer e para onde ir. Muitas vezes sofremos por ignorância, por não saber o que está acontecendo”, acrescentou. “Nos tornamos aflitos quando esquecemos e perdemos algo importante. Os problemas da vida, uma situação de saúde, uma situação de contrariedade deixam aflitos. Também pelas pessoas que amamos, ficamos aflitos, ora por excesso de amor ora por falta”, exemplificou. Frei Adriano recordou que Maria e José viveram uma situação de aflição. Estando em Jerusalém para a festa da Páscoa, Maria e José viram que o Menino Jesus havia desaparecido. Por isso, aflitos, se puseram a procurar o Menino entre os seus parentes e amigos. Depois, voltaram a Jerusalém e finalmente encontraram Jesus no Templo, depois de três dias, ouvindo e interrogando os doutores da Lei, que pasmados admiravam as perguntas e respostas daquele Menino. “Maria viveu esta realidade e pode nos ajudar”, orientou o frade. Segundo o celebrante, uma vida de pecados, com a consciência pesada, também
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causa aflição. “Uma pessoa que não reconhece que precisa mudar, não é uma pessoa feliz”, constatou Frei Adriano. Para o frade existem meios para suportar as aflições. A oração é um dos principais, como fez Jesus no Horto das Oliveiras, diante da proximidade da Paixão, que ali desencadearia com a traição de Judas. “Neste mundo vocês terão aflições, mas tenham coragem; eu venci o mundo”, consola Jesus no evangelho de João 16, versículo 33. Os sacramentos e o consolo que vêm
dos amigos e familiares também ajudam nas aflições. “Cuidar da saúde também nos ajuda aliviar das aflições”, ensinou, frisando que a aflição faz parte da nossa natureza e até na hora da partida queremos ser consolados. Segundo o frade, é na aflição dos cristãos que está inserido o milagre de Nossa Senhora Rosário quando estavam diante dos otomanos (Império Turco), no início do século XIV. Em 1571, aconteceu a Batalha de Lepanto que teve um grande
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impacto espiritual para os católicos. O Papa São Pio V recebeu de Nossa Senhora a revelação de que os católicos venceriam a batalha contra os muçulmanos por meio da oração do Santo Rosário. Em honra pela vitória milagrosa, pois o número de muçulmanos era muito maior que o de católicos, o Santo Padre instituiu o dia 7 de outubro como a festa de Nossa Senho-
ra do Rosário. Frei Adriano concluiu pedindo a intercessão da Mãe amorosa, Maria, aquela que esteve aflita aos pés da cruz vendo cada gota de sangue do seu Filho ser derramado. “Maria é essa mãe que zela para aliviar as nossas dores”, concluiu. Na sequência, foi cantada a Ladainha de Nossa Senhora do Rosário, que inspira o tema da festa do ano.
Após a comunhão, crianças e adolescentes da Pastoral de Catequese fizeram uma linda homenagem ao som de “Mãezinha do Céu, eu não sei rezar…” Depois da celebração, o cantor Fábio Trindade fez uma belíssima apresentação de suas músicas autorais e diversas outras dando continuidade às homenagens.
3º Dia do Tríduo
Dom Dario: “Estamos precisando muito da Virgem do Rosário nos dias de hoje
O Arcebispo de Vitória, Dom Frei Dario Campos, OFM, presidiu a Celebração Eucarística que encerrou o Tríduo em preparação para a Festa de Nossa Senhora do Rosário, Padroeira de Vila Velha. Neste dia, o tema foi “Nossa Senhora, auxílio dos cristãos, rogai por nós!” e a liturgia foi preparada pela Juventude da Paróquia. O pároco Frei Djalmo Fuck fez a acolhida dos fiéis, dos seus confrades e falou da alegria de ter Dom Dario Campos como celebrante deste dia e disse que ele “é
sempre bem-vindo e estimado entre nós”. Do Dario apresentou também os frades de Minas Gerais e os três postulantes de Minas Gerais e seis formandos da Custódia de São Benedito da Amazônia que participaram da celebração. Dom Dario, na sua homilia, explicou que faria uma reflexão em dois pontos: um relacionado com o Evangelho do dia; e uma “pequena palavrinha” para nossos jovens, que hoje animaram a Celebração Eucarística da Paróquia Nossa Senhora do Rosário.
“Como é importante para nós sentir esse ambiente de festa no momento tão doloroso e sofrido no qual o país está passando e muitos de nós estamos vivendo. São mais de 600 mil irmãos já falecidos. Quantos entre nós já partiram para Casa do Pai. Já são mais de 130 mil jovens que hoje estão órfãos de seus pais. E assim as estatísticas vão mudando. E mesmo neste momento de dor, de perda, de sofrimento, a comunidade encontra um momento para louvar e agradecer, pedindo as graças pelo fim da pandemia e que já estamos vislumbrando. Só temos que agradecer a Deus e à Virgem Maria”, disse D. Dario na sua homilia. “Numa festividade em que nós honramos e queremos celebrar Nossa Senhora do Rosário, não podemos esquecer a sua prerrogativa fundamental, prerrogativa essa que vem de todas as outras. Ela é Mãe de Deus e, sendo Mãe de Deus, não podemos esquecer que ela está mais próxima da nossa realidade humana, como caminheiros nessa estrada da vida. Ela é nossa Mãe e não nos abandona. Dentro dessa dupla maternidade, se estabelece a glória de Maria, sua colaboração no mistério salvífico, sua atuação ativa na Igreja e a sua influência sobre cada um de nós, filhos e filhas de Deus. OUTUBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 619
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É aquela que cuida com carinho da nossa vida”, disse o celebrante. Dom Dario lembrou que muitas igrejas dedicadas a Nossa Senhora do Rosário surgiram no período colonial, “onde nossos irmãos negros não podiam participar das atividades religiosas juntos com nossos irmãos brancos”. Segundo ele, basta ver que em muitas cidades históricas, que têm uma igreja do Rosário, “porque era aí que esses irmãos negros podiam expressar a fé na mãe de Jesus, com seu canto, com sua dança, principalmente com seu congado vindo do Congo”, recordou. “Aqui, desde o início da descoberta do nosso Brasil, esta igreja traz uma história, Nossa Senhora do Rosário vem caminhan-
do com o povo capixaba, com cada um de nós desde 1500 e pouco até os dias de hoje, uma Igreja totalmente aberta e acolhedora para os seus filhos e filhas. Parece que andamos muito precisando da Virgem do Rosário nos dias de hoje. Que ela nos devolva a irmandade do seu filho contra todas forças do mal que ouvimos, principalmente na primeira leitura. Que Virgem do Rosário continue intercedendo por nós, abençoando esta cidade, abençoando nosso Estado, nessa dimensão da paz, do amor, da fraternidade!”, pediu. Dom Dario também deixou uma mensagem aos jovens, celebrando 35 anos da PJ no Estado do Espírito Santo. “Meus caros jovens nessa comunidade paroquial, como
Arcebispo desta Arquidiocese, afirmo que o lugar de todos vocês é no coração da Igreja desta comunidade eclesial, a fim de que sejam formados como verdadeiros discípulos de Jesus Cristo e enviados em missão e nunca se fechem num gueto, mas sejam jovens nessa dimensão de abertura, de acolhida, estando sempre pronto a contribuir para o crescimento da nossa comunidade cristã”, conclamou. “Queridos jovens, precisamos muito de vocês, mas queremos também jovens comprometidos com o Reino de Deus e que saibam viver a sua vocação batismal, a fim de que, por meio do testemunho de vocês, jovens, possam ser sinais de transformação dessa sociedade hoje, aqui e agora”, pediu.
DIA DA PADROEIRA
Frei Djalmo: “Nossa alegria não é otimismo estéril, mas é carregada de fé e esperança” Com a Missa Solene na Matriz da Prainha, às 18 horas, terminou no domingo, 10 de outubro, as festividades a Nossa Senhora do Rosário, Padroeira do município de Vila Velha (ES). O pároco Frei Djalmo Fuck presidiu a celebração, tendo Frei Clarêncio Neotti e Pe. Adelson Soares da Silva como concelebrantes. A procissão de entrada foi marcada pela acolhida às comunidades Santuário do Divino Espírito Santo, Cristo Rei, São Sebastião, São Benedito, São Marcos, Cristo Redentor, Sagrada Família, Santa Clara e Jesus Ressuscitado. A nova imagem de Nossa Senhora do Rosário foi trazida pelos Aprendizes de Marinheiros da EAMES. A leitura do evangelho relembrou a anunciação, quando o anjo diz à Maria: “Alegra-te! Encontraste graça diante de Deus”. Em sua homilia, Frei Djalmo saudou a todos. “Gostaria mais uma vez de aco-
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lher nossas queridas comunidades que compõem a Paróquia de Nossa Senhora do Rosário (nossas pastorais, movimentos, nossos conselhos pastorais, nossas crianças, jovens e idosos), também quem nos acompanha pelas redes sociais da Paróquia. Dizer da alegria de estarmos juntos, de juntos celebrarmos esta Eucaristia festiva de nossa Padroeira, depois de meses tão difíceis para todos nós, para nossas comunidades e nossas famílias”, saudou o celebrante. “Acabamos de ouvir o Evangelho da Anunciação, lido tantas e tantas vezes em nossas celebrações litúrgicas. Imaginemos o Anjo Gabriel falando conosco nesta noite. Nos coloquemos nesta cena sagrada que ouvimos, pois a história de Maria é também a nossa história, a minha história. Gostaria de destacar algumas palavras, expressões do Evangelho ouvido hoje e que devem também ressoar em nossos corações sempre de novo”, disse, enumerando: “Alegra-te”: Nossa alegria não é oti-
mismo estéril, infundado, vazio, mas é alegria carregada de fé e esperança. Deus está conosco, nos ajuda, nos defende, nos acompanha. “Não tenhas medo”: O que nós precisamos ouvir é justamente isso. O medo paralisa, não nos permite seguir adiante. Medo do futuro, medo de estar só. Medo de sofrer, medo da doença, medo da morte. O medo é algo profundamente humano, mas não pode nos paralisar, nos fazer perder o horizonte, sonhar com dias melhores. A fé, a fé verdadeira, nos faz superá-lo. “Encontraste graça”: Essa graça é o amor de Deus que nos sustenta e nos diz que em Cristo Jesus, Deus transforma as realidades trágicas, dramáticas da nossa vida em vitória e força de ressurreição. “Para Deus nada é impossível”: O Espírito Santo pode criar um mundo novo, governado pelo amor. Basta abrirmos nosso coração à sua vontade, assim como Maria. O Espírito Santo pode recriar um mundo onde haja mais justiça, mais amor, mais fraternidade. Mas isso vai depender de nós, do
nosso sim. Da nossa fé, do nosso coração aberto a Deus. “Faça-se em mim, segundo a Tua vontade”: Maria, portanto, nos convida como Igreja a estarmos em oração, humildes, atentos aos sinais de Deus. “Que nossa Paróquia possa cultivar a esperança em dias melhores. Que Nossa Senhora do Rosário, Padroeira de nossa Paróquia, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós, sobre nossas comunidades e famílias, sobre o nosso município de Vila Velha. Que ela dê, por intercessão do seu Filho Jesus, saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados e aflitos, coragem e perseverança aos que constroem com alegria e muito esforço um mundo melhor, mais cheio de paz. Amém!”, pediu o pároco. Ao final da Missa, crianças e adolescentes da Paróquia, juntamente com duas jovens coroaram Nossa Senhora, marcando assim o término dos festejos da Padroeira neste ano. Pascom da Paróquia do Rosário
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Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil NOTÍCIAS DA REUNIÃO DO DEFINITÓRIO PROVINCIAL São Paulo, 27 a 29 de setembro de 2021 O Definitório Provincial se reuniu entre os dias 27 e 29 de setembro de 2021, na modalidade remota, para a realização da última reunião ordinária do triênio. O encontro teve início às 9h do dia 27 e a foi concluído às 11h do dia 29 de setembro. O visitador geral, Frei César Külkamp, participou do primeiro dia. Os assuntos tratados e as resoluções seguem abaixo:
1) Eleição do Ministro Provincial – ratificação Em Decreto de 13 de setembro de 2021, o Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli, com seu Definitório, ratificou a eleição de Frei Fidêncio Vanboemmel, realizada no dia 04 de agosto de 2021, para o ofício de Ministro Provincial até o próximo Capítulo. O Definitório Provincial agradeceu a Frei Fidêncio pela disposição e generosidade com que respondeu à convocação.
2) Capítulo Provincial – Encontro com a Comissão Preparatória Na manhã da quarta-feira, dia 28, participaram virtualmente da reunião Frei Antônio Michels e Frei Rodrigo da Silva Santos, coordenador e secretário da Comissão Preparatória do Capítulo Provincial, a se realizar entre os dias 22 e 30 de novembro deste ano, em Agudos, SP. Os passos dados no processo de preparação, a dinâmica proposta, os principais assuntos e tarefas e também a apresentação dos nomes para serviços que dependem da aprovação do Definitório estiveram entre os assuntos abordados. Os definidores manifestaram preocupação no que diz respeito aos protocolos de cuidados sanitários necessários para um encontro desta natureza e pediram à comissão uma especial atenção neste particular. Constatou-se, no entanto, que tudo está sendo planejado para que o Capítulo ocorra num ambiente de segurança e tranquilidade e que a colaboração de cada confrade capitular será de fundamental importância. Em breve a Comissão Preparatória e o Presidente do Capítulo escreverão à Fraternidade Provincial com as devidas informações e instruções em vista da celebração do Capítulo.
3) Encontros Regionais Em relação aos Regionais, que foram remodelados na composição e na
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definitório provincial// modalidade neste triênio, algumas observações e avaliações foram realizadas da parte dos Definidores. O tempo de pandemia foi um obstáculo para que a nova modalidade e distribuição dos Regionais fossem experimentadas de forma mais intensa. Porém, notou-se uma boa acolhida e participação dos frades nos encontros de acordo com o que foi possível de se realizar. A nova configuração dos Regionais respondeu bem às mudanças pela qual a Província vem passando. Para o futuro, a expectativa é que sejam retomados os encontros presenciais, não excluindo também a possibilidade de realização de encontros on-line para momentos em que esta modalidade responder melhor às expectativas e objetivos.
4) Formação Inicial A partir de um caminho de encontros periódicos dos frades que atuam diretamente nesta etapa, algumas tarefas estão em andamento e serão abordadas de forma mais direta no Capítulo Provincial. São elas: 1) Reformulação das Diretrizes da Formação Inicial para o Plano de Evangelização; 2) Proposta da Formação Permanente para os formadores a ser implantada no próximo triênio; 3) Proposta de formação humana para ser incluída no processo formativo, baseada nos últimos estudos sobre a questão dos egressos.
5) Proposta de Noviciado comum Está em diálogo a proposta de um Noviciado comum a ser implantado nos próximos anos, envolvendo cinco entidades: Província da Imaculada, Província de São Francisco, RS, além de duas Províncias da Argentina e uma do Chile. Já houve uma primeira reunião, no dia 25 de agosto, para conhecimento da proposta por parte dos Provinciais e Secretários da Formação. A segunda reunião, entre os Secretários para a Formação, ocorreu em 17 de setembro. A ideia ainda está sendo amadurecida. A título de ajuda fraterna, para o próximo ano, em Rodeio, SC, serão acolhidos um noviço do Rio Grande do Sul e um da Argentina, somando-se ao grupo de noviços da Província.
6) Aprovação para Ordenação Presbiteral Após a análise dos pedidos e dos pareceres das fraternidades e das comunidades onde exercem o diaconato, foram aprovados para Ordenação Presbiteral os seguintes confrades: - Frei Jefferson Max Nunes Maciel, atualmente na Fra-
ternidade do Convento Santo Antônio, RJ, aguardando a possibilidade de se dirigir a Angola; - Frei Alan Leal de Mattos, da Fraternidade de Pato Branco, PR; - Frei Josemberg Cardozo Aranha, da Fraternidade de Rodeio, SC. - Frei Junior Mendes – Fraternidade de Chopinzinho, PR; - Frei Canga Manuel Mazoa – Fraternidade de Malanje, Seminário; - Frei Mario Sampaio Pelu – Fraternidade de Quibala; - Frei Santana Sebastião Cafunda – Fraternidade de Malange, Katepa; - Frei Jhones Lucas Martins – Fraternidade do Convento São Francisco, SP.
7) Ano Missionário O Definitório aprovou as indicações do Conselho de Formação para o Ano Missionário dos confrades que estão concluindo os estudos da Filosofia: - Frei Josiélio da Silva Oliveira – Colatina, ES; - Frei Sérgio Hide Honna – Rocinha, Rio de Janeiro, RJ; - Frei Gabriel Nogueira – Convento São Francisco, São Paulo, SP; - Frei Guilherme Plotegher – Seminário Frei Galvão, Guaratinguetá, SP; - Frei Franklin Matheus da Costa - Santo Antônio do Pari, São Paulo, SP, junto ao SEFRAS; - Frei Lucas Moreira – Angola.
8) Pedido de retorno Em carta de 10 de setembro, Frei Lucas de Moura Justino Souza, Professo Temporário que deixou a Formação Inicial no ano passado, pede retorno à Fraternidade. O caso vem sendo acompanhado pelo Secretário para a Formação, Frei João Francisco, e pelo Ministro Provincial, Frei Fidêncio. Diante do exposto, o Definitório acolheu o pedido e indica que Frei Lucas faça um caminho de gradual reintegração à fraternidade com o acompanhamento de Frei João Francisco.
9) Egressos - Postulantes (Guaratinguetá): Marco Antonio de Moraes – 09 de agosto; Higor Augusto dos Santos Almeida - 06 de setembro; - Tempo da Teologia (Petrópolis): Crisóstomo Pinto Ñgala (3º ano). OUTUBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 623
//definitório provincial 10) Frei Fábio César Gomes – Nomeação do Ministro Geral Em carta de 08 de setembro de 2021, o Ministro Geral Frei Massimo Fusarelli, nomeou Frei Fábio César Gomes para o serviço de Delegado Geral “Pro Monialibus”, devendo estar na Cúria Geral, em Roma, a partir do dia 15 de novembro de 2021. Frei Fábio passa a estar sob obediência do Ministro Geral. Com a nomeação do confrade, que era guardião da Fraternidade São Francisco (Petrópolis, RJ), o vigário da casa, Frei Sandro Roberto da Costa, passa a responder pelo serviço.
11) Cursos de extensão com temática franciscana O trabalho é fruto de uma comissão constituída pelo Definitório para trabalhar a oferta de conteúdos franciscanos a serem oferecidos on-line para frades e leigos que atuam nas Frentes de Evangelização e demais interessados. Um breve relatório sobre a adesão aos cursos que já estão sendo oferecidos e realizados pela USF e pelo ITF foi apresentado. O Definitório avaliou a iniciativa positivamente e destacou a importância de que as fraternidades acolham e promovam esta possibilidade de formação específica na temática do carisma franciscano. Além dos cursos de extensão, segue em construção a proposta da abertura de turmas para cursos de Especialização Lato Senso e também para o Master em Evangelização, todos na modalidade a distância. Fica o agradecimento aos confrades e leigos que têm se empenhado na concretização deste antigo sonho da Fraternidade Provincial.
12) Nova fraternidade na periferia de São Paulo Num primeiro contato pessoal, depois formalizado em carta, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e Vigário Episcopal para a Região Brasilândia, Dom Frei Carlos da Silva, OFMCap, apresentou à Província o convite para assumir a Paróquia de Santa Cruz, localizada no Peri Alto, periferia da Região Brasilândia, uma das mais carentes da Arquidiocese de São Paulo. A pedido do Definitório, Frei Gustavo Wayand Medella, pelo Secretariado para a Evangelização, Frei Mário Luiz Tagliari, definidor do Regional e Frei José Francisco de Cássia dos Santos, pelo Serviço Franciscano de Solidariedade, que já possui a presença num projeto localizado na região, fizeram, na companhia do bispo, do pároco e do coordenador de pastoral, uma visita ao local. A partir da visita e do diálogo, os confrades apresentaram à
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Comissão Preparatória e ao Definitório um relatório e o parecer favorável à abertura da nova fraternidade, também amplamente apoiada pelo Regional, tendo em vista que já era uma indicação clara do Plano de Evangelização desde 2016. Analisando a proposta detalhadamente e levando em consideração os argumentos apresentados, o Definitório aprovou a constituição da nova fraternidade a ser composta e erigida a partir do Congresso Capitular.
13) Encontro com o Economato Estiveram presentes ao Definitório Frei Robson Luiz Scudela e Frei Raimundo Justiniano de Oliveira Castro, Ecônomo Provincial e Vice. Trouxeram atualização sobre o processo de reforma dos elevadores do Convento Santo Antônio e outros ajustes de acessibilidade que estão sendo encaminhados pela Província. Apresentaram também o início dos trabalhos de organização administrativa, jurídica e patrimonial da Fundação Imaculada Mãe de Deus (FIMDA), de Angola, que ocorrerá com a assessoria de um escritório angolano especializado e com a coordenação da empresa AXIS, que está prestando serviços à Província. Na próxima semana, dia 05 de outubro, Frei Robson embarca para Angola onde, com o apoio de Frei Estêvão Ottenbreit, tratará destas e outras questões in loco. Ficou registrada ainda uma destacada palavra de gratidão a Frei Robson e Frei Raimundo pelo serviço sério e competente que têm prestado à Fraternidade Provincial.
14) Agenda – acréscimos e alterações Veja na penúltima página.
Agradecimentos A Reunião do Definitório encerrou-se na manhã do dia 29 de setembro. Sendo o último encontro ordinário, o Ministro Provincial, o Vigário e os Definidores fizeram uma breve avaliação do triênio, destacando como pontos positivos, a harmonia do grupo, a boa vontade com que cada um procurou exercer o ofício e a oportunidade de crescimento e aprendizado pessoal que esta experiência traz para quem dela toma parte. Também foi destacada uma palavra de especial agradecimento a Frei César Külkamp, pelo empenho e dedicação com que conduziu seu Ministério neste período. O encontro encerrou-se às 11h, com a Bênção de São Francisco. Frei Gustavo Wayand Medella
PELA SECRETARIA PROVINCIAL
CAPÍTULO PROVINCIAL
#Partiu Agudos!
C
Capítulo Provincial começa no dia 22 de novembro
om a Celebração Eucarística em honra do Divino Espírito Santo, “verdadeiro fundador e ministro da Ordem, porque somente Ele é fonte de todo o bem”, tem início no dia 22 de novembro, e se estende até o dia 30, o Capítulo Provincial Eletivo da Província Franciscana da Imaculada Conceição no Seminário Santo Antônio de Agudos (SP). Como tem acontecido em todos os capítulos, um pouco mais de 100 frades estarão reunidos em assembleia para celebrar e definir os rumos da vida e missão da Fraternidade Provincial no próximo triênio. Mas mais do que isso, os capitulares estarão em sintonia com a Fratelli tutti, conforme o tema tirado dela: “Junto que se constroem os sonhos”. Para o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, “o Capítulo Provincial nos provoca a sermos construtores de sonhos. Sonhos não de individualidades que se fecham nos seus universos, mas sonhos grandiosos, comuns e fraternos: ‘Juntos que se constroem os sonhos!” Sonho de uma ‘Fraternidade (Provincial) Contemplativa em Missão’, que tem como Regra o Evangelho e o mundo como seu claustro” - (“Claustro que tem as dimensões do mundo”, na linguagem de Jacques de Vitry, em Historia Occidentalis). Frei César, nomeado Visitador
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CAPÍTULO PROVINCIAL
pelo Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli, no começo de agosto depois que foi eleito Definidor Geral, vai presidir o Capítulo. Como Ministro Provincial, ele já vinha dando encaminhamentos através da visita canônica para o Capítulo. Para dar prosseguimento ao seu trabalho iniciado, ele continuou neste serviço. Frei César apresentará o seu Relatório tendo como base os serviços da Província e as cinco as Frentes de Evangelização. O seu relatório vai ser elaborado, sobretudo, a partir das visitas e dos seus contatos, conversas, com cada irmão nas fraternidades. Segundo o presidente do Capítulo, os capitulares poderão aprofundar os temas abordados em grupos e dar os encaminhamentos necessários. Na abertura do Capítulo, os frades estarão em retiro tendo como pregador Frei Luiz Carlos Susin, e como assessores da formação Nevio Fiorin, Frei James Girardi, Frei João Reinert e Frei Sandro Roberto da Costa.
GRATIDÃO
A Fraternidade Provincial agradece de coração a Frei Fidêncio Vanboemmel pelo “sim” generoso, pela solicitude fraterna e pela atenção paterna. Deus o conduza sempre. Paz e Bem!
O QUE É O CAPÍTULO O Capítulo é um acontecimento fraterno e que, pelos Estatutos Gerais, é uma assembleia que indica a direção da vida e da missão dos irmãos na Província, ou como dizem as Constituições Gerais, uma assembleia que tem o dever de analisar o estado atual da vida e da atividade dos irmãos da Província. Embora compete a Frei César presidir o Capítulo, é humanamente impossível para ele cuidar de tudo. Para isso, há a Comissão Preparatória, que pensou no tema, em todos os detalhes, na programação, na logística e na agenda que foi aprovada pelo Definitório Provincial, mas ainda será apresentada para o aval dos capitulares no início do Capítulo. A preparação para o Capítulo aconteceu em todas as Fraternidades da Província. Os frades estudaram os documentos da Igreja e da Ordem e uma Comissão sintetizou os resultados das discussões (Instrumentum Laboris). A
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assembleia capitular mesmo vai se iniciar com um retiro. Na sequência serão apresentados os relatórios avaliativos, o estudo do Instrumentum Laboris, a discussão sobre as prioridades da Província e as eleições para o futuro governo da Província.
AS ELEIÇÕES Um dos momentos mais importantes deste Capítulo será a eleição do Governo Geral e seu Definitório. Para esta eleição do Ministro Provincial, segue-se o seguinte ritual. Primeiro, há uma sondagem e, na sequência, um escrutínio, que aponta dez nomes para serem enviados à Cúria Geral em Roma. Destes, serão homologados, pelo Ministro Geral e seu Definitório, cinco nomes que constarão nas cédulas em Agudos. Para ser eleito, um dos nomes deverá receber maioria absoluta – metade mais um – dos votos de todos os frades com direito a vo-
tar. Caso contrário, será feita nova eleição segundo as orientações dos Estatutos da Província. O novo Ministro tomará posse logo em seguida conforme o rito deste serviço fraterno. Seguem, então, as eleições de Vigário Provincial e dos Definidores. A função de Ministro Provincial e Vigário é eletiva para seis anos (podem ser reeleitos para mais um triênio). Os Definidores, contudo, são eleitos para um triênio e podem ser reeleitos por dois triênios. Nos Estatutos da Província, todos os frades professos solenes são capitulares. Há aqueles frades que têm responsabilidades ou encargos, como os guardiães, os definidores etc, que, por dever de ofício, devem participar e os outros que se inscrevem livremente. Em si, todos os frades de profissão solene podem participar do Capítulo, mas a previsão é de pouco mais de 100.
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RESULTADO GERAL DA 1ª SONDAGEM PARA MINISTRO PROVINCIAL Frei Gustavo Wayand Medella
123
Frei Paulo Roberto Pereira
83
Frei Mário Luiz Tagliari
43
Frei João Francisco da Silva
34
Frei Fidêncio Vanboemmel
30
Frei Vitório Mazzuco Filho
22
Frei João Mannes
15
Frei Marcos Antonio de Andrade
15
Frei Guido Moacir Scheidt
10
Frei Alexandre Magno C. da Silva
10
Frei Daniel Dellandrea
09
Frei Walter de Carvalho Junior
06
Frei Samuel Ferreira de Lima
05
Frei Estêvão Ottenbreit
04
Frei José Idair Ferreira Augusto
04
Frei Jorge Paulo Schiavini
04
Frei Paulo César Ferreira da Silva
03
Frei Diego Atalino de Melo
03
Receberam 02 votos - Frei José Pereira, Frei Carlos Körber, Frei Olivo Marafon, Frei José Antônio Cruz Duarte, Frei Antônio Michels, Frei Angelo José Luiz, Frei Gilberto Garcia, Frei Sandro Roberto da Costa, Frei Raimundo Justiniano de Oliveira Castro e Frei João Fernandes Reinert. Receberam 01 voto – Frei Ludovico Garmus, Frei Salésio Lourenço Hillesheim, Frei Sebastião Agostinho Kremer, Frei Fernando de Araújo Lima, Frei Ivo Müller, Frei Valdir Laurentino, Frei Nelson José Hillesheim, Frei Germano Guesser, Frei Walter Ferreira Junior, Frei José Francisco Cássia dos Santos, Frei Thiago Alexandre Hayakawa e Frei Valdecir Schwambach. Votos nulos Votos em branco
02 09
Foram recebidas e apuradas 233 cédulas, totalizando 466 indicações.
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RESULTADO DA APURAÇÃO Indicação para os Ofícios de Vigário Provincial e Definidor Aos 22 dias de outubro de 2021, na Sede Provincial, o Visitador Geral, Frei César Külkamp, OFM, juntamente com Frei Raimundo Justiniano de Oliveira Castro, OFM e Frei Robson Luiz Scudela, OFM, como escrutinadores, procederam a apuração e contagem dos votos dos confrades com a indicação para os Ofícios de Vigário Provincial e Definidor. Para o Ofício de Vigário Provincial, foram contadas 236 cédulas, sendo obtido o seguinte resultado, em ordem decrescente do número de votos: Frei Gustavo Wayand Medella Frei Paulo Roberto Pereira Frei João Francisco da Silva Frei Mário Luiz Tagliari Frei Vitório Mazzuco Filho Frei Alexandre Magno Cordeiro da Silva Frei Fidêncio Vanboemmel Frei Guido Moacir Scheidt Frei João Mannes Frei Marcos Antônio de Andrade Frei Antônio Michels Frei Daniel Dellandrea
56 votos 40 votos 37 votos 34 votos 19 votos 10 votos 09 votos 05 votos 05 votos 04 votos 02 votos 02 votos
Receberam 01 voto: Frei Estêvão Ottenbreit, Frei Salésio L. Hillesheim, Frei Angelo J. Luiz, Frei Volney J. Berkenbrock, Frei Ivo Müller, Frei Walter de Carvalho Júnior, Frei Germano Guesser, Frei José Idair F. Augusto, Frei Samuel F. de Lima, Frei Raimundo J. de O. Castro, Frei Diego A. de Melo e Frei Robson L. Scudela. Voto nulo:
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01 voto
Para o Ofício de Definidor Provincial, foram contadas 232 cédulas, sendo obtido o
seguinte resultado, em ordem decrescente do número de votos: Frei João Francisco da Silva Frei Paulo Roberto Pereira Frei Daniel Dellandrea Frei Robson Luiz Scudela Frei Marcos Antônio de Andrade Frei Vitório Mazzuco Filho Frei Walter de Carvalho Júnior Frei Mário Luiz Tagliari Frei Alexandre Magno Cordeiro da Silva Frei Jorge Paulo Schiavini Frei Fidêncio Vanboemmel Frei Guido Moacir Scheidt Frei Antônio Michels Frei João Fernandes Reinert Frei João Mannes Frei Samuel Ferreira de Lima Frei Gilberto Gonçalves Garcia Frei Volney José Berkenbrock Frei Gustavo Wayand Medella Frei Gilson Kammer Frei Diego Atalino de Melo Frei Evandro Balestrin Frei Alex Sandro Ciarnoscki Frei Djalmo Fuck Frei Edrian Josué Pasini Frei Angelo José Luiz Frei Valdir Laurentino Frei Germano Guesser Frei Valdecir Schwambach Frei Miguel da Cruz Frei Thiago Alexandre Hayakawa Frei Jeâ Paulo Andrade Frei Sandro Roberto da Costa Frei Claudino Gilz Frei José Idair Ferreira Augusto Frei James Luiz Girardi Frei Raimundo Justiniano de Oliveira Castro Frei Neuri Francisco Reinisch Receberam 07 votos: Frei Nelson J. Hillesheim, Frei Ademir Sanquetti e Frei Marx R. dos Reis.
91 80 75 68 67 55 55 52 51 51 48 45 39 30 28 25 20 19 19 17 16 14 14 13 12 11 10 10 10 10 10 10 09 09 08 08 08 08
votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos votos
Receberam 06 votos: Frei Olivo Marafon, Frei Jorge L. Maoski, Frei Walter Ferreira Junior, Frei Roberto C. Nunes, Frei Rafael Spricigo, Frei Mário J. Knapik e Frei Rodrigo da S. Santos. Receberam 05 votos: Frei Ladí Antoniazzi, Frei Moacir A. Longo, Frei Luiz Colossi, Frei Vagner Sassi, Frei Paulo Roberto S. Santana, Frei Sílvio T. Werlingue, Frei José Francisco de C. dos Santos, Frei Gilberto da Silva, Frei Douglas P. Machado e Frei José Raimundo de Souza. OUTUBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 629
2
Frei José Pereira, Frei Carlos J. Körber, Frei Róger Brunorio e Frei Alberto Eckel Junior. Frei Salésio L. Hillesheim, Frei Nilton Decker, Frei Gilberto M. S. Piscitelli, Frei José A. Cruz Receberam 03Pedro votos: Duarte, Frei da Silva, Frei Benedito G. G. Gonçalves, Frei Marcos E. de Melo, Frei Mário Frei Salésio Hillesheim, Frei Frei Nilton Decker, Frei Gilberto M. S. Piscitelli, José A. Cruz Stein, FreiL.Fábio C.votos: Gomes, Roberto Ishara, Frei Vanderley Grassi e Frei Vanderlei da S. Receberam 04 Duarte, Pedro da Silva, Frei Benedito G.Frei G. Gonçalves, Frei Marcos E. de Melo, Mário Neves. FreiFrei José Pereira, Frei Carlos J. Körber, Róger Brunorio e Frei Alberto Eckel Frei Junior. Stein, Frei Fábio C. Gomes, Frei Roberto Ishara, Frei Vanderley Grassi e Frei Vanderlei da S. Receberam 0203 votos: Receberam votos: Neves. FreiFrei Estêvão FreiFrei Anacleto L. Gapski, José M. Clemente Müller, SalésioOttenbreit, L. Hillesheim, Nilton Decker, Frei Frei Gilberto S. Piscitelli, Frei Frei José Lauro A. Cruz Receberam votos: Formigoni, Frei Cid T. da Passos, Frei Délcio F. Lorenzetti, Frei Genildo Duarte, 02 Frei Pedro Silva,Frei FreiFernando Benedito de G. A. G. Lima, Gonçalves, Frei Marcos E. de Melo, Frei Mário Frei Estêvão Ottenbreit, Frei Frei Anacleto L. Gapski, Frei José Clemente Müller, Frei Lauroda Provin, Luiz D. Ribeiro, Marco A. dos Santos, Frei Paulo C. Grassi M. Borges, Frei Florival M. S. Stein,Frei Frei Fábio C. Gomes, Frei Roberto Ishara, Frei Vanderley e Frei Vanderlei Formigoni, Frei Cid T. Passos, Frei Fernando de A. Lima, Frei Délcio F. Lorenzetti, Frei Genildo de Neves. Toledo, Frei Carlos Ignacia, Frei Carlos L. N. Corrêa, Frei Alisson L. Zanetti, Frei Leonardo P. Provin, Frei Luiz D. Alan Ribeiro, Frei dos Santos, PauloeC. M.Roger Borges, Frei Florival M. dos Santos, Frei M. de F. Marco Victor,A. Frei Gabriel V. Frei D. Alves Frei Strapazzon. Receberam 02 votos: de Toledo, Frei Carlos Ignacia, Frei Carlos L. N. Corrêa, Frei Alisson L. Zanetti, Frei Leonardo P. Receberam 01 voto: Frei Estêvão Ottenbreit, Frei Anacleto L. Gapski, Frei José Clemente Müller, Frei Lauro dos Santos, Frei Alan M. de F. Victor, Frei Gabriel V. D. Alves e Frei Roger Strapazzon. FreiFormigoni, Pedro Engel, Ludovico Frei João Antunes Filho, Frei F. Nolvi Dalla Costa, Frei Frei Frei Cid T. Passos,Garmus, Frei Fernando de A. Lima, Frei Délcio Lorenzetti, Frei Genildo Receberam 01 voto: Sebastião A. Luiz Kremer, Frei Frei Dionísio Morás, FreiFrei Sérgio S. M.Pagan, Ari do M. Provin, Frei D. Ribeiro, Marco R. A. dos Santos, Paulo C. Borges,Frei Frei Florival Frei Engel, Frei Ludovico Garmus, Frei D. João Antunes Filho, Frei Nolvi Costa, Frei A.Pedro Praxedes, Frei Osvaldo L. Luiz, Frei Atilio FreiAlisson Aldeci de A. Dalla Miranda, Pedro P. de Toledo, Frei Carlos Ignacia, Carlos L.C.N.Battistuz, Corrêa, Frei L. Zanetti, FreiFrei Leonardo Sebastião A. Kremer, Frei Morás, Frei Pagan, Frei Frei Ari Paulo do da dos S. Pinheiro, Frei Alan Regis R.F.Daher, Frei Sérgio Frei David R. Santos, Santos, Frei M.G. deDionísio Victor,R. Frei Gabrielde V.Souza, D.Sérgio Alves e S. Frei Roger Strapazzon. A. Cesar Praxedes, Frei Osvaldo L. Luiz, Frei Atilio D. C. Battistuz, Frei Aldeci de A. Miranda, Frei Pedro F. da Silva, Frei Elias Dalla Rosa, Frei Vilmar A. da Silva, Frei Ivo Müller, Frei Gentil de L. Receberam 01 voto: da Branco, S. Pinheiro, Frei Regis G. R. Daher, FreiLuiz Sérgio de Souza, DavidFrei R. Santos, Frei Paulo Frei James F. Gomes Neto, Frei Henrique F. deFrei Aquino, Osmar Dalazen, Frei Frei Pedro Engel, Frei Ludovico Garmus, Frei João Antunes Filho, Frei Nolvi Dalla Costa, Frei Cesar F. da Frei Elias Rosa,J.Frei Vilmar da Silva, Ivo Müller, Frei Gentil de L. Airton daSilva, R. Oliveira, FreiDalla Antônio Pinto, FreiA. Jorge L. deFrei Souza, Frei Fabiano Kessin, Frei Sebastião A. Kremer, Frei Dionísio R. Morás, Frei Sérgio S. Pagan, Frei Ari do Branco, Frei James F. Gomes Neto, Frei Luiz Henrique F. de Aquino, Frei Osmar Dalazen, Frei Carlos A. B. Araújo, Frei Laerte de F. Santos, Frei Adriano F. Pinto, Frei Nazareno J. Lüdtke, A. Praxedes, Frei Osvaldo L. Luiz, Frei Atilio D. C. Battistuz, Frei Aldeci de A. Miranda, Frei Pedro Airton da R. Oliveira, Frei Antônio Pinto, Frei JorgeFrei L. de Souza, Fabiano Kessin, Frei Frei Robson de C. Guimarães, FreiJ.Vanilton A. Leme, Adriano D.Frei do Nascimento, Frei Aloísio da S. Pinheiro, Frei Regis G. R. Daher, Frei Sérgio de Souza, Frei David R. Santos, Frei Paulo Carlos B. Santos, Araújo, Frei Frei Alvaci LaerteM. deda F. Luz, Santos, Adriano F. Pinto, Nazareno Lüdtke, P. A.A. dos Frei Frei Wilson B. Simão, Frei Frei Marcos P. dos J. Santos, Frei Cesar F. da Silva, Frei Elias Dalla Rosa, Frei Vilmar A. da Silva, Frei Ivo Müller, Frei Gentil de L. Frei Robson de C. Guimarães, Frei Vanilton A. Leme, Frei Adriano D. do Nascimento, Frei Aloísio Clauzemir Makximovitz, Frei André L. da R. Henriques, Frei Paulijacson P. de Moura, Frei Branco, Frei James F. Gomes Neto, Frei Luiz Henrique F. de Aquino, Frei Osmar Dalazen, Frei P. Alexandre A. dos Santos, Frei Frei Alvaci M. daLudwig, Luz, Frei Wilson B. Simão, Frei Marcos P. dos C. Santos, Frei Rohling, Evaldo Frei Roberto A. Pereira, Frei Leandro Santos, Frei Airton da R. Oliveira, Frei Antônio J. Pinto, Frei Jorge L. de Souza, Frei Fabiano Kessin, Frei Clauzemir Makximovitz, da R. Henriques, Frei Paulijacson P. de Moura, Frei Josemberg C. Aranha eFrei FreiAndré GabrielL.Dellandrea. Carlos A. B. Araújo, Frei Laerte de F. Santos, Frei Adriano F. Pinto, Frei Nazareno J. Lüdtke, Alexandre Rohling, Frei Evaldo Ludwig, Frei Roberto A. Pereira, Frei Leandro C. Santos, Frei Votos Frei Brancos: Robson de C. Guimarães, Frei Vanilton A. Leme, Frei Adriano D. do Nascimento, 14 Freivotos Aloísio Josemberg C. Aranha e Frei Gabriel Dellandrea. Votos nulos: 03 votos P. A. dos Santos, Frei Alvaci M. da Luz, Frei Wilson B. Simão, Frei Marcos P. dos Santos, Frei Votos Brancos:Makximovitz, Frei André L. da R. Henriques, Frei Paulijacson P. de14Moura, votos Frei Clauzemir Votos nulos: Rohling, Frei Evaldo Ludwig, Frei Roberto A. Pereira, Frei Leandro C.03 votos Frei Alexandre Santos, Josemberg C. Aranha e Frei Gabriel Dellandrea. Votos Brancos: Votos nulos:
Frei César Külkamp, OFM Visitador Geral Frei César Külkamp, OFM Visitador Geral
14 votos 03 votos
Frei Raimundo J. de Oliveira Castro, OFM Frei Robson Luiz Scudela, OFM Frei César Külkamp, OFM Escrutinador Escrutinador Visitador Frei Geral Frei Raimundo J. de Oliveira Castro, OFM Robson Luiz Scudela, OFM Escrutinador Escrutinador Frei Raimundo J. de Oliveira Castro, OFM Escrutinador
Frei Robson Luiz Scudela, OFM Escrutinador
3 3
3
630 | COMUNICAÇÕES | OUTUBRO | 2021
EVANGELIZAÇÃO
“FAZER SÍNODO É COLOCAR-SE NO MESMO CAMINHO DO VERBO FEITO HOMEM”
“E
ncontrar, escutar, discernir”: estes foram os verbos indicados pelo Papa Francisco na sua homilia de abertura do processo sinodal. O Pontífice presidiu à Santa Missa na Basílica Vaticana, com a participação de leigos, religiosos, sacerdotes, bispos e cardeais que participam deste processo que culminará em Roma, daqui dois anos, com o Sínodo dos Bispos sobre a tema da sinodalidade. Francisco se inspirou no Evangelho deste domingo, que apresenta um homem rico que foi ao encontro de Jesus enquanto o Mestre se punha a caminho. “Jesus não tinha pressa, não olhava o relógio para acabar rápido o encontro. Estava sempre a serviço da pessoa que encontrava, para ouvi-la.” “Deus não habita em lugares assépticos e pacatos, distantes da realidade, mas caminha conosco”, disse o Papa, que então pergunta: “Nós, comunidade cristã, encarnamos o estilo de Deus, que caminha na história e partilha as vicissitudes da humanidade?”
tro; peritos, não na organização de eventos”, mas “na reserva de um tempo para encontrar o Senhor e favorecer o encontro entre nós”. Deus muda tudo quando somos capazes de encontros verdadeiros com Ele e entre nós... “sem formalismos nem fingimentos, nem maquiagens”.
Peritos na arte do encontro
Discernir para mudar
O Evangelho começa narrando um encontro, ao qual Jesus não fica indiferente. “Também nós, que iniciamos este caminho, somos chamados a tornar-nos peritos na arte do encon-
Por fim, discernir. O encontro e a escuta recíproca, explicou Francisco, não são um fim em si mesmos, deixando as coisas como estão. Pelo contrário, quando entramos em diálo-
Escutar com o coração Depois do encontro, o passo sucessivo é escutar. E mais uma vez Francisco se dirige à assembleia: “Como estamos quanto à escuta? Como está «o ouvido» do nosso coração? Permitimos que as pessoas se expressem? “Fazer Sínodo é colocar-se no mesmo caminho do Verbo feito homem: é seguir as suas pisadas, escutando a sua Palavra juntamente com as palavras dos outros. É descobrir, maravilhados, que o Espírito Santo sopra de modo sempre surpreendente para sugerir percursos e linguagens novos.” “Não insonorizemos o coração, não nos blindemos nas nossas certezas. Escutemo-nos.”
go, no fim já não somos os mesmos de antes, mudamos, como indica o Evangelho de hoje. Jesus intui que o homem à sua frente é bom, mas quer conduzi-lo para além da simples observância dos preceitos - uma indicação preciosa também para nós: “O Sínodo é um caminho de discernimento espiritual, que se faz na adoração, na oração, em contato com a Palavra de Deus.” A Palavra guia o Sínodo, para que não seja uma “convenção” eclesial, um convênio de estudos ou um congresso político, mas um evento de graça, um processo de cura conduzido pelo Espírito Santo. Assim como fez com o homem rico do Evangelho, Jesus chama a Igreja a libertar-nos daquilo que é mundano e também dos fechamentos e dos modelos pastorais repetitivos, para interrogar-se a direção para onde Ele quer conduzir. “Queridos irmãos e irmãs, bom caminho em conjunto! Sejamos peregrinos enamorados do Evangelho, abertos às surpresas do Espírito Santo. Não percamos as ocasiões de graça do encontro, da escuta recíproca, do discernimento. Com a alegria de saber que, enquanto procuramos o Senhor, é Ele quem primeiro vem ao nosso encontro com o seu amor.” Vatican News OUTUBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 631
EVANGELIZAÇÃO
A
USF celebra 45 anos de presença franciscana
Universidade São Francisco (USF) promoveu no dia 4 de outubro, dia de seu patrono São Francisco de Assis, dois eventos para celebrar a data e comemorar seus 45 anos. No período da tarde foi realizada uma homenagem aos colaboradores mais antigos da Universidade. O evento contou com a presença do diretor presidente da CNSP-ASF
632 | COMUNICAÇÕES | OUTUBRO | 2021
e vice-reitor, Frei Thiago Alexandre Hayakawa, o diretor vice-presidente, Frei Vitorio Mazzuco Filho, o reitor, Frei Gilberto Gonçalves Garcia, o pró-reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão, professor Dilnei Lorenzi, o pró-reitor de Administração e Planejamento, professor Adriel de Moura Cabral, o administrador dos Câmpus, Rodrigo Ribeiro Paiva, a diretora do Câmpus de Bragan-
ça Paulista, professora Patrícia Teixeira Costa, o diretor do Câmpus Campinas - Unidades Swift e Cambuí, o professor Geraldo Peres Caixeta e o diretor de Câmpus Itatiba, professor Volney Zamenhof de Oliveira Silva. Durante a abertura, o reitor da Universidade, Frei Gilberto, destacou a trajetória da USF nesses 45 anos. “A USF trouxe um impacto inestimável para o desenvolvimento regional em todos os campos do conhecimento, com destaque para a saúde. Comunhão de todas essas forças construtivas, os dirigentes, professores, funcionários e sobretudo os estudantes. É por isso, que a missão franciscana pertence a todos. A obra propriamente dita pertence ao tempo. A obra é dinâmica, ela só existe enquanto nós estamos atuando, se ela deve pertencer a alguém, que seja para a sociedade, a quem ela serve, razão de sua natureza filantrópica. A USF precisa estar em constante transformação para manter e cumprir sua velha missão: educar para a paz e o bem”, disse o Reitor.
EVANGELIZAÇÃO
Foram homenageados os seguintes profissionais: Professora Claudette Maria Medeiros Vendramini (45 anos de Universidade) Professor Antonio Carlos Botta de Assis (41 anos de Universidade) Maria de Fátima Liza Gallo (35 anos da Universidade) Professor Eduardo José Gava (34 anos de Universidade) Rosemeire Santanna (33 anos de Universidade) Luis Sothe (30 anos de Universidade) Cristiane de Carvalho Rosa da Conceição (14 anos de Universidade) Para a professora Claudette, uma das homenageadas, o momento foi emocionante ao relembrar sua trajetória junto à Universidade: “Há 45 anos, quando as Faculdades Franciscanas se transformavam na Universidade São Francisco, eu iniciava a minha trajetória profissional na Universidade. Desde então, aprendi a admirar esta
casa, onde passei a maior parte da minha vida, mais tempo até que em minha própria casa. Na USF, se formaram muitos dos meus sobrinhos, genro e filha, todos exercendo atualmente, com sucesso, a profissão que escolheram e para a qual foram muito bem formados, inspirados pela visão franciscana da paz e do bem”, afirmou a docente. Ao fim da homenagem aos colaboradores, Frei Thiago, destacou a importância de eventos como esse. “A história da USF é a história de muitos sujeitos, os que trabalham e se dedicam a oferecer um ensino de qualidade. A USF cada vez mais chega a lugares distantes, com a implantação do nosso projeto de educação a distância. Nesse sentido, o convite dessa tarde é que cada um de nós faça esse exercício de pensar na sua trajetória pessoal. No período da noite, às 18h, foi realizada uma missa em solenidade ao dia de São Francisco de Assis. A celebração foi
realizada pelos Freis Vitorio Mazzuco Filho, Thiago Alexandre Hayakawa e Alvaci Mendes da Luz. Todos os eventos foram transmitidos no Canal da Universidade no YouTube. Ana Paula Moreira ANALISTA DE COMUNICAÇÃO
OUTUBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 633
EVANGELIZAÇÃO
USF chega aos 45 de olho no futuro
A
Universidade São Francisco celebra seus 45 anos, consolidando mais de 40 cursos em diversas áreas do conhecimento, dialogando diariamente com mais de 1.500 profissionais (docentes e técnico-administrativos) e mais de 18 mil estudantes. Atua, dessa forma, como agente de transformação social nas regiões em que está inserida, contribuindo de forma significativa com a comunidade local, através da Educação Superior, mobilizada pelo lema “Educação para a paz” e pela mística de São Francisco de Assis. A USF é um centro de referência na produção de conhecimento, da pesquisa e da promoção social, com mais de 80 mil estudantes que percorreram suas trajetórias de formação em nossas salas de aula, nos Câmpus de Bragança Paulista, Campinas e Itatiba no Estado de São Paulo, bem como através de suas unidades de Ensino a Distância. Com destaque aos programas de pós-graduação, mestrados e doutorados reconhecidos internacionalmente, que contribuem com a difusão da ciência nas diversas áreas do saber, da arte e da cultura. “Atravessada por uma gestão colegiada e participativa, a USF se consolida no cená-
634 | COMUNICAÇÕES | OUTUBRO | 2021
rio nacional da educação com excelentes conceitos institucionais avaliados pelo Ministério da Educação, tecendo conhecimentos com diversos saberes, comprometidos em sensibilizar e deslocar estudantes, professores e equipes técnico-administrativas e, consequentemente, fazer acontecer a transformação social. Celebramos a história da USF com a história de todos nós. Acredito que neste momento o mais importante é reafirmar o compromisso com a Educação, com a ciência e, principalmente, com o cuidado da saúde”, explicou o presidente da Mantenedora e vice-reitor, Frei Thiago Alexandre Hayakawa. Com foco na inovação, mesmo diante do enfrentamento global da pandemia da Covid-19, a USF lançou em 2020 o Ensino Dinâmico, modelo pedagógico que flexibiliza o espaço e o tempo de aprendizagem, respeitando o ritmo do estudante, valorizando o seu protagonismo e incentivando a sua autonomia, com acompanhamento personalizado, preparando-o para novos espaços de realização profissional e conquistas do seu projeto de vida. A USF, consciente dos desafios dos cenários futuros e norteada por seu planeja-
mento estratégico, reitera seu compromisso franciscano na construção de um mundo mais justo, fraterno, sustentável e ético, em defesa da vida, da ciência, do conhecimento transformador e da promoção humana.Para contribuir ainda mais com a democratização do ensino superior brasileiro, a USF ampliou a oferta do ensino a distância e avançou em novas áreas do conhecimento em um projeto ousado e pautado em seus princípios de excelência acadêmica, visando garantir condições de igualdade de oportunidades para os estudantes de diferentes características socioeconômicas. São ofertados mais de 20 cursos de graduação em diferentes áreas do conhecimento. Presente, com polos nas cidades de Amparo, Atibaia, Bragança Paulista, Campinas, Guaratinguetá, Cambuí (MG), Pouso Alegre (MG), Itajubá (MG), Itatiba, Jundiaí, Paulínia e Petrópolis (RJ), São Bernardo do Campo e São José dos Campos. Ao longo do ano, a USF realizou uma série de eventos e atividades comemorativas. Saiba mais em usf.edu.br/45anos. Ana Paula Moreira ANALISTA DE COMUNICAÇÃO
EVANGELIZAÇÃO
Ações pastorais do Grupo Bom Jesus
O
setor de pastoral do Grupo Bom Jesus, em comunhão com as diretrizes e orientações da arquidiocese ou diocese de nossas Unidades educacionais, desenvolve sua missão evangelizadora na educação básica e no ensino superior, à luz dos ensinamentos de Jesus Cristo e dos princípios e valores franciscanos. As ações evangelizadoras são desenvolvidas na dinâmica do servir, da escuta ativa, do diálogo ecumênico e inter-religioso, do respeito à diversidade sociocultural, do amor fraterno, do humanismo solidário e da cultura de paz. Inspirada em São Francisco de Assis, o setor de pastoral realiza sua ação evangelizadora com alunos, famílias, professores e colaboradores do Bom Jesus, possibilitando a todos uma profunda vivência da Boa Nova do Reino de Deus e das virtudes franciscanas. Com a pandemia da Covid-19, a pastoral necessitou se reorganizar para levar avante sua missão, adaptando-se às plataformas digitais. Entre as ações realizadas, destacamos os encontros de vivência cristã, a catequese em família, os momentos de espiritualidade, os encontros de formação com os catequistas, a celebração mensal da catequese com pais e familiares, os retiros em preparação ao sacramento da confissão, as diversas celebrações de primeira eucaristia e crisma, entre outras celebrações
com temática específica, envolvendo todos os alunos e colaboradores do Grupo. Além disso, salientamos o serviço de animação vocacional com os alunos do Bom Jesus, bem como as campanhas de arrecadação de alimentos, de livros infantis e outros gestos concretos de solidariedade ao próximo. Com relação à pastoral universitária, as ações são planejadas e executadas com base nos eixos: socioeducativo, formação e espiritualidade. Esses três pilares têm sua centralidade na pessoa e no projeto de Jesus, em favor da cultura do encontro, da inclusão, da pedagogia do amor, do diálogo, da fraternidade, da empatia e do cuidado com a vida. Desse modo, a pastoral acolhe, escuta, dialoga, promove integração, socialização, formação, reflexão, solidariedade, vivência e anúncio do carisma franciscano dentro e fora da Instituição. Frades e leigos desenvolvem diversas atividades evangelizadoras, produzindo artigos, reflexões, vídeos, mensagens e podcasts sobre as virtudes que são veiculadas em nossas rádios franciscanas; além disso, dinamizam o webinário com temas concernentes aos desafios potencializados pela pandemia a serem abordados e discutidos, sob a ótica franciscana, com voluntários e alunos. Há, ainda, a pastoral da escuta, na qual os alunos têm a oportunidade de dialogar pessoalmente com o frade e de realizar atividades com outras frentes de evangeli-
zação da Província, por exemplo, o trabalho missionário com algumas paróquias franciscanas e o Sefras, além da participação na Caminhada e Missão Franciscana da Juventude, promovidas pela Província. Destacamos os encontros de formação franciscana, vinculados ao Programa Servir com Amor e Alegria, conduzidos pelos frades estudantes que atuam na pastoral universitária com todos os colaboradores do Bom Jesus. Enfatizamos, ainda, o envolvimento da pastoral na acolhida dos calouros, a participação no trote solidário, com ações em prol das pessoas mais necessitadas, a participação no Integracalouro, em campanhas do agasalho e de alimentos não perecíveis, no projeto Drive-thru Solidário, para ajudar pessoas em situação de rua, carrinheiros e famílias carentes, como também no projeto Conexão de Boas Ações, possibilitando que outras pessoas ajudem famílias em vulnerabilidade social. Enfim, a missão evangelizadora assumida pelo setor de pastoral do Grupo Bom Jesus abrange todos os espaços da educação básica e do ensino superior, fortalece a identidade franciscana da Instituição, contribui para a formação integral do ser humano, a concretização do pacto educativo global e a construção de um mundo melhor para as gerações presentes e futuras. Frei Mário Knapik OUTUBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 635
CFFB
JUBILEU DO CENTENÁRIO DAS IRMÃS FRANCISCANAS SERÁFICAS
O
“Vivam este amor seráfico!”, pede Frei Fidêncio
arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, presidiu no domingo (17/10), no Santuário Nacional de Aparecida, a Celebração Eucarística de encerramento do 1º Centenário da presença das Irmãs Franciscanas da Terceira Ordem Seráfica no Brasil. “Queremos agradecer e depositar o nosso ‘pequeno rebanho’ sob o manto da Mãe Aparecida”, pediram as Irmãs. O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, representou a Província Franciscana da Imaculada Conceição e foi convidado por Dom Orlando a fazer a homilia. Frei Fidêncio saudou Dom Orlando, sacerdotes, confrades e as Irmãs Seráficas, que “neste dia, aqui na Casa da Mãe de Deus, vieram para agradecer, louvar e renovar o compromisso que há 100 anos fizeram a convite dos nossos Irmãos Redentoristas. Junto à Mãe de Deus, elas partiram em missão para o interior do de Goiás”, lembrou, saudando a todos presentes na celebração e aqueles que acompanhavam através das mídias sociais. Disse que a liturgia da Palavra deste 29º Domingo do Tempo Comum provoca-nos, como discípulos e missionários, a darmos a nossa resposta à própria Palavra de Deus que acabamos de ouvir. “Inclusive proclamamos o Salmo de Meditação: ‘Reta é a Palavra do Senhor e tudo o que ela faz merece fé’. E na primeira leitura, nos foi apresentada a figura do servo de Deus. Fala-nos do servo como aquele que oferece a sua própria
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vida para fazer acontecer em si e nos outros a vontade de Deus. É o que nossa Mãe Maria fez quando ela se apresentou diante do Senhor como serva. Eis aqui a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra”, disse. Para Frei Fidêncio, Francisco diz que fazer a vontade de Deus é em primeiro lugar, amar Deus, de todo coração, de toda a alma, de todo entendimento, buscando acima de tudo a honra de Deus e não a nossa. “Mas ele diz que fazer a vontade de Deus é amar o próximo como a nós mesmos. E amar o próximo significa amá-lo para querer bem essa pessoa para Deus”, explicou, acrescentando: “Amar a todos é nos colocarmos sempre de novo na grande proposta do Papa Francisco: Fratelli tutti. Todos irmãos e irmãs, porque fomos revestidos à imagem e semelhança do nosso próprio Deus”. O Ministro Provincial lembrou que este servo que faz a vontade de Deus, que faz acontecer a vontade de Deus, concretizou-se de uma forma plena na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo,
o servo que se compadece das nossas fraquezas. “O Sumo Sacerdote, nos diz São Francisco, que reina a partir do lenho da Cruz. Que a partir do lenho da Cruz se compadece da nossa fragilidade, da nossa pequenez, que nos perdoa sempre e nos ampara constantemente”, observou. “Somos convidados a contemplar este trono da graça. E este trono da graça é, sem dúvida alguma, o mistério da Cruz, para conseguirmos, como diz o apóstolo, alcançar misericórdia e graça de um auxílio oportuno. É a confiança do servo, a confiança do próprio Cristo”, disse. Frei Fidêncio contou que quando as Irmãs Franciscanas Seráficas chegaram aqui no Brasil, conforme relatos nas crônicas, uma das irmãs, diante de toda a provação - imaginem o Brasil há cem anos? -, depois de sair da Alemanha e chegar ao Porto de Santos, passando aqui por Aparecida e se embrenhando no interior de Goiás, chegou a esta constatação: ‘A coragem deve crescer com as dificuldades’. É o que elas trouxeram em procissão hoje. Para o bom Deus, continua ela, nenhum sacrifício é grande demais. Maravilhoso isso! É a provocação que elas assumiram para a celebração desse centenário, mas uma provocação também a todos nós, cristãos e cristãs, batizados e batizadas. A coragem deve crescer com as dificuldades e para o bom Deus nenhum sacrifício é grande demais”, ressaltou. Referindo-se ao Evangelho deste 29º Domingo do Tempo Comum, Jesus diz que o caminho que conduz a Jerusalém, o caminho que
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conduz ao trono da graça, passa por outros horizontes, não do poder, não da vanglória. “Mas Jesus diz que o caminho que conduz a Jerusalém passa pela contradição, passa pela traição, pelo sofrimento, pela cruz, passa pela morte, mas passa necessariamente pela ressurreição. E talvez a última palavra, ressurreição, em relação à morte e ao sofrimento, os discípulos não entenderam. Portanto, os discípulos não haviam entendido o caminho de Jerusalém. Jerusalém não significa caminho que levava a apropriação do templo. O caminho de Jerusalém não significa ir armado a Jerusalém para combater Pilatos ou Herodes. O caminho do servo de Deus passa necessariamente pelo serviço. Não vim para ser servido, mas para servir e dar a minha vida para a salvação de todos”, ensinou. “Queridos irmãos e irmãs, importa que estejamos sempre no caminho da cruz. E as Irmãs Franciscanas da Terceira Ordem Seráfica têm como tema ‘O amor Seráfico’. É o amor ao Cristo Crucificado. A cruz das Irmãs Franciscanas Seráficas é uma cruz em chamas, não para se transformar em cinzas, mas é a chama que leva a criatura humana a contemplar Deus. É a chama que as fortalecem no amor fraterno, é a chama que também deve arder no serviço aos mais pobres, aos mais excluídos, como elas fazem nas diferentes frentes de missão. Não temais pequeno rebanho! São poucas irmãs, mas a missão de
vocês é grandiosa. Não temais! Vivam este amor seráfico! E convido também a todos os cristãos a colocarem no coração uma cruz ardente, que não se transforma em cinzas, mas um amor que contempla Deus, um amor que significa vivência fraterna em profundidade, um amor que se transforma em serviço, em doação de amor”, concluiu o Ministro Provincial. No encerramento, Dom Orlando pediu mais vocações femininas para a Igreja e pediu a bênção para o Sínodo que se iniciou neste domingo, com o tema da Sinodalidade. “Que este Sínodo pode reconstruir a Igreja, como dizia São Francisco”, disse, pedindo para repetir com ele: “Vai Francisco, e reforma a minha Igreja. Restaura a minha Igreja!”. Desde 2013, numa parceria com a Província da Imaculada, as Irmãs Seráficas assumiram o Convento das Graças em Guaratinguetá. Na celebração de posse, Frei Fidêncio reforçou o compromisso dos Frades Menores na colaboração com a comunidade das Irmãs no atendimento dos fiéis e celebração da Eucaristia, exortando-as a serem novas “Anas” para o povo.
Um pouco de história A Congregação das Irmãs Franciscanas da Terceira Ordem Seráfica foi fundada no dia 2 de maio de 1854. Foi neste dia que partiram do Convento das Irmãs Franciscanas na cidade de
Dillingen, na Alemanha, quatro Irmãs – Maria Ludovika Wille, Maria Adelheid Dollinger, Maria Pia Spar e Maria Hedwig Bader -, com destino a Au am Inn, na Baviera, Alemanha, a fim de fundarem a nova Congregação e uma escola de educação para meninas. Depois de escalarem altas montanhas, em meio a orações e medo, foram recebidas carinhosamente pelo pároco da pequena Cidade de Au, Monsenhor Joseph Rödle e diversas autoridades religiosas e civis, inclusive o representante do Rei Ludoviko, dando início à Congregação das Irmãs Franciscanas da Terceira Ordem Seráfica. Neste início, elas tiveram como residência o antigo Convento dos Agostinianos, que devido à guerra estava fechado por mais de 50 anos. A Congressão cresceu e, em 1921, enviava ao Brasil as primeiras missionárias: Ir. Benedicta Tafelmeier, Ir. Bonifatia Vordermayer, Ir. Ludmilla Schropp e Ir. Willibalda Mayer. A Congregação tem sede em Pindamonhangaba (SP) e estão presentes no Estado de São Paulo e no Nordeste. O atual Conselho Provincial é formado por: 1ª Vigária Provincial: Irmã Maria Sebastiana Santiago; 1ª conselheira: irmã Benedita de Fátima Oliveira; 2ª Conselheira: Irmã Roseana Maria da Silva; e 3ª Conselheira: Irmã Vera Maria de Campos. Moacir Beggo OUTUBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 637
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OFS: Nasce a Fraternidade de Campo Largo
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a manhã do dia 10 de outubro, na Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Campo Largo (PR), aconteceu a ereção canônica da Fraternidade Franciscana Secular Zilda Arns e a profissão dos seus primeiros membros. O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel delegou a Frei João Mannes a incumbência de presidir a Celebração Eucarística e erigir a nova fraternidade. Durante um bom tempo alguns admiradores do carisma franciscano tiveram momentos intensos de formação para ingressar na espiritualidade franciscana e assumir o carisma de Francisco de Assis por toda a sua vida. Durante esta etapa de formação, eles foram acompanhados por seu mestre que os orientou nesta caminhada vocacional para abraçar o
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Evangelho de Cristo como forma única de vida. Foi um grupo maior que iniciou a formação na Ordem Franciscana Secular, mas no dia profissão foram doze pessoas que disseram seu sim a Deus. Os membros desta nova fraternidade são: Almir Antônio Schneider; Daiane Fatima de Souza; Daniel Antônio Andreassa; Eliane do Rocio Bertoja; João Batista Delfino, João Carlos C. Pereira; João Carlos Mocelin Ferreira; Maria Risseto Delfino; Mariane Baroni Vidal Andreassa; Marli de Fátima da Silva; Marli do Rocio Netzel; Osmar Moreira dos Santos. Durante a homilia, Frei João Mannes ressaltou a importância da vivência Evangélica. Relacionou o Evangelho do dia, em que Jesus é questionado de como se faz para entrar no reino dos céus, com
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os votos que os irmãos professarão e a nova forma de vida que estão assumindo. Ainda na homilia, Frei João acentuou o cuidado que se deve ter com os bens materiais para não os idolatrarmos e deixarmos Deus de lado. Este é um cuidado que todo cristão deve ter. Após a homilia, os irmãos professaram seus votos assumindo de livre vontade a vida evangélica que se inspira no exemplo e nas palavras de São Francisco de Assis, conforme está na Regra da Ordem Franciscana Secular. Estes também, comprometeram-se em dar testemunho do Reino de Deus, na construção de um mundo fraterno e evangélico. Quem acolheu os votos dos novos membros da fraternidade foi o ministro Regional Valdir Pedroso de Oliveira. Logo em seguida o presidente da celebração abençoou o Tau e o Crucifixo de São Damião, símbolos franciscanos. Antes de serem entregues aos neo-professos, Frei João exortou-os que os símbolos deveriam ser mais que símbolos, mas que o Tau deve sempre remeter ao caminho de conversão evangélica. Este indica o caminho da Sabedoria no qual cada um é chamado a buscar. Já o Crucifixo de São
Damião lembra que seguir Jesus Cristo é um compromisso diário e exigente. Após esta exortação, o ministro entregou o Tau aos neo-professos e, em seguida, Frei João entregou o Crucifixo. Ao final do rito, o presidente destacou a alegria da família Francisca em acolher de forma definitiva os novos membros na Ordem Secular. Este os saudou com “Paz e Bem” e a comunidade reunida demostrou o seu carinho com uma calorosa salva de palmas. Após a comunhão, deu-se início a Ereção Canônica da Nova Fraternidade da Ordem Franciscana Secular intitulada Zilda Arns. Frei João Mannes, representando o Ministro Provincial, fez a leitura do documento de ereção. Em seguida, o documento foi assinado por quem de direito e assim com os membros que professaram nesta celebração foi fundada a nova fraternidade. Que esta nova fraternidade assuma de forma sincera o carisma franciscano levando em todos os lugares por onde passarem este espírito fraterno que o mundo tanto necessita! Frei Bruno Almeida OUTUBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 639
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-noviciado; em 2017, foi reeleito ao cargo de ecônomo e, desta vez, também foi eleito Secretário Provincial e Diretor do Colégio Franciscano Seibo, em Mogi das Cruzes-SP. Além disso, trabalhou diretamente na administração da Milícia da Imaculada. Participaram desta assembleia 47 frades, entre eles Frei Rogério Xavier (assistente geral da Federação dos Conventuais da América Latina-FALC), que presidiu às sessões, e três freis convidados: Frei Clevis Mafra dos Santos (MA), Frei Ronaldo Gomes da Silva (RJ) e Frei Gilberto de Jesus Rodrigues (DF). O tema escolhido para inspirar este Capítulo foi a Regra de vida dos Frades Menores, deixada por São Francisco de Assis: “Regra e a Vida destes irmãos é esta: viver em obediência, em castidade e sem nada de próprio e seguir a doutrina e as pegadas de Nosso Senhor Jesus Cristo” (RNB 1,1)
Frei José Hugo é eleito Ministro Provincial dos Conventuais
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Aos 40 anos, Frei José Hugo da Silva Santos é o novo Ministro Provincial da Província São Francisco de Assis, da Ordem dos Frades Menores Conventuais (OFMConv). O secretário Provincial foi eleito na sessão capitular que começou às 10h30 do dia 23 de setembro de 2021. Frei Hugo assume o serviço que foi de Frei Aloísio de Oliveira. Frei José Hugo é natural de São Paulo, onde nasceu no dia 3 de março de 1981. Ele ingressou na Ordem Franciscana em 16 de fevereiro de 1999, onde fez a sua profissão simples em 17 de fevereiro de 2003, tornando-se professo solene em 17 de fevereiro de 2007. Foi ordenado presbítero no dia 29 de março de 2008, na Igreja Senhor do Bonfim, por Dom Angélico Sândalo Bernardino, então bispo de Blumenau. O novo Ministro Provincial é graduado
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em Filosofia, Bacharel em Teologia e Administração de Empresas. Nos últimos oito anos ele foi escolhido para ser ecônomo provincial, onde realizou um trabalho extremamente positivo à Fraternidade Provincial. No Capítulo de 2013, Frei José Hugo foi eleito como ecônomo e formador do pós-
Conheça agora o novo Governo Provincial: Ministro Provincial: Frei José Hugo da Silva Santos Vigário Provincial: Frei Josemar Bertes Machado Secretário Provincial: Frei Alexandre Patucci de Lima Definidor Provincial: Frei André Luiz Ferreira Machado Definidor Provincial: Frei Wilmar Villalba Ortiz
FALECIMENTO
Frei Eliseu Tambosi 24.12.1926
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a Unção dos Enfermos. Mas ele não interagiu. O tempo todo ficou sem reação. Só se ouvia sua respiração”, contou Frei Germano, destacando que a equipe médica o acompanhou garantindo todos os cuidados. “Não está com dor, mas não apresenta reação!”, observou Frei Germano. A Missa de Exéquias foi celebrada às 14h30 na Paróquia Santo Antônio e, às 16h, foi feito o sepultamento no jazigo dos frades no Cemitério do Itacorubi. A Arquidiocese de Florianópolis manifestou pesar pelo falecimento de Frei Eliseu.
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os 96 anos, faleceu no dia 1º de outubro, em Florianópolis, Frei Eliseu Tambosi. Segundo o guardião Frei Germano Guesser, a causa-mortis foi um AVC e infecção urinária, que agravou um quadro que já vinha debilitando Frei Eliseu. “No dia 21 de setembro último, havia levado Frei Eliseu ao hospital da Unimed, como era seu desejo. A médica do Lar São Francisco, onde residia Frei Eliseu, também pediu alguns exames ao fazer o encaminhamento. Voltamos com ele para o Lar, pois não tinha nenhuma sequela da Covid e os exames não apresentaram novidades”, contou Frei Germano. Mas no Lar São Francisco, ele teve pequenos AVCs, o que, segundo os médicos, seria algo esperado, já que dias atrás ele já tivera um. “Aos poucos, ele foi ficando mais abatido, perdendo o apetite e oscilando entre pouca atenção e momentos de desorientação”, explicou Frei Germano. Na segunda-feira, dia 27 de setembro, chamou a enfermeira-chefe e disse que queria dar adeus! Ela, então, perguntou o que poderia fazer por ele. Frei Eliseu respondeu que não havia mais nada para fazer e que era momento do adeus. “No dia 29, eu e Frei José Lino fomos no quarto dele, rezamos, conversamos e administramos
O Frade Menor Frei Eliseu Tambosi nasceu em Rodeio, no dia 24 de dezembro de 1926. Era o oitavo filho de doze (9 homens e 3 mulheres) do casal Amália Manfrini e Antônio Tambosi, agricultores na localidade de São Vigílio e profundamente religiosos como dizia Frei Eliseu: “O interesse máximo de meus pais era formar os filhos no espírito cristão”. Essa religiosidade deu frutos na família: quando ingressou no seminário de Rio Negro (1938), tinha outros irmãos estudando, entre eles Frei Valentim e dois tios padres, além de uma irmã religiosa. No seu trabalho de evangelização, destaque para 35 anos de atividades em Curitibanos, alternando as funções de guardião, vigário e diretor da Fundação Frei Rogério com as Rádios AM e FM. Foi ele que fundou a Rádio FM. Uma das grandes obras de Frei Eliseu também foi o Centro Comunitário, tido como o maior do Planalto Catarinense e que atendia as diversas pastorais, encontros e retiros. Devoto de Nossa Senhora, Frei Eliseu procurou viver como franciscano a “lição de Francisco de Assis”: seguir Jesus Cristo e o Santo Evangelho e pregá-lo a todos os povos. O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, manifestou seu pesar em nome de toda a Província da Imaculada Conceição e agradeceu
à Fraternidade pelos cuidados a Frei Eliseu: “O nosso agradecimento particular aos Confrades da Fraternidade Santo Antônio de Florianópolis pelos cuidados dispensados em favor do Frei Eliseu Tambosi que, nos últimos anos, necessitou maior atenção. Este mesmo agradecimento se estende à OFS e a toda equipe do Lar São Francisco, de Florianópolis, que cuidou para que Frei Eliseu tivesse o calor humano e o necessário conforto para acolher nesta madrugada a visita da Irmã Morte”. R.I.P
Dados pessoais, formação e atividades 2 4/12/1926 – Nascimento em Rodeio, SC (96 anos) 19/12/1948 – Admissão na Ordem dos Frades Menores em Rodeio, SC (74 anos de Vida Religiosa) 20/12/1949 – Profissão simples na Ordem dos Frades Menores 20/12/1952 – Profissão Solene (70 anos) 30/06/1955 – Ordenação presbiteral (66 anos) 1950-1951 - Estudos de Filosofia (Curitiba) 1952-1956 - Estudos de Teologia (Petrópolis)
Atividades na Evangelização 3 0/11/1956 – Meleiros, SC, vigário cooperador 16/02/1957 – Curitiba, PR, professor no Colégio Bom Jesus 09/02/1959 – Rodeio, SC, vigário paroquial 06/08/1959 - Chapecó, SC, vigário paroquial 27/11/1961 - Luzerna, SC, vigário paroquial 15/01/1065 - Guaratinguetá, SP, guardião 28/01/1968 - Curitibanos, SC, vigário 27/01/1974 - Curitibanos, SC, guardião e pároco 17/01/1979 - Curitibanos, SC, guardião e pároco 09/01/2002 - Balneário Camboriú, SC, vigário paroquial 07/11/2004 - Florianópolis, SC, atendente conventual 14/12/2011 - Florianópolis, vigário paroquial 21/12/2019 OUTUBRO |-2021 Florianópolis, | COMUNICAÇÕES tratamento | 641
ARTIGO
Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos
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o dia 1.o de novembro, celebra-se a festa de Todos os Santos, canonizados ou não. É a recordação daquela “multidão que ninguém podia contar: gente de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam diante do trono do Cordeiro, com vestes brancas e palmas nas mãos” (Apoc 7,9). No dia 02, mais conhecido como Finados, a Igreja comemora Todos os Fiéis Defuntos – não como um fim (Finados), mas
lebração de Todos os Santos. Faz sentido esta aproximação de datas entre a Igreja padecente e triunfante. A partir do século XIII, este costume foi sendo assumido pela Igreja Católica. Se a Igreja Triunfante tem seu fundamento na Ressurreição de Cristo, amplamente, testificada no NT, o mesmo não acontece com os Fiéis Defuntos e seu sufrágio. Ou melhor, há um relato explícito no segun-
como uma reafirmação do “creio na Ressurreição da carne”. Em todas as Missas, as 14 Orações Eucarísticas fazem menção especial aos falecidos em geral e aos lembrados, nominalmente, por solicitação de pessoas vivas. Os cristãos de Roma costumavam reunir-se nas catacumbas e, diante dos túmulos dos mártires, rezavam e, às vezes, celebravam a Eucaristia, porque esta era feita, preferencialmente, nas casas (At 3,46). Porém, um dia próprio para lembrar “Todos os Fiéis Defuntos” e seu sufrágio, começou no século X, mais exatamente em 998, quando o abade Odilon, do Mosteiro de Cluny (França), pediu que os monges deste mosteiro, e aos demais a ele pertencentes, rezassem o Ofício dos Defuntos, no dia 02, um dia depois da ce-
do livro de Macabeus (2Mc 12,38-45). Os sete livros deutorocanônicos (Br, Jt, Tb, Eclo, Sb 1 e 2 Mc), considerados inspirados pela Igreja Católica, não o são para a Bíblia Hebraica e, consequentemente, aos evangélicos. São apócrifos. Independentemente desta questão, este texto faz bem aos que o meditam e nos une aos que já partiram. O seu contexto está relacionado com uma batalha onde morrem soldados judeus. Ao recolherem os corpos para dar-lhes sepultura junto “aos seus antepassados”, encontraram, debaixo das vestes, “objetos consagrados aos ídolos de Jamnia”. Ficou claro para todos que “este foi o motivo de sua morte”. Puseram-se em oração e pediram que o Senhor Deus “esquecesse esse pecado”. Além disso, Judas Macabeus fez uma coleta em dinheiro e
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enviou-a a Jerusalém para que se oferecesse holocaustos pelo pecado: “Obra bela e santa, inspirado pela crença da Ressurreição”, caso contrário seria “supérfluo e vão rezar pelos falecidos; é salutar rezar pelos mortos” (cf. 2 Mc 12,38-45). Por fim, o relato – se verídico ou não, pouco importa – dos três pedidos que o rei macedônio Alexandre Magno (365 – 323 aC) fez antes de morrer. Viveu, apenas, 42 anos, 22 deles como rei. Sempre teve sucesso nas muitas campanhas militares realizadas, formando um dos maiores impérios da antiguidade. Era tão “poderoso e carismático que chegou a ser considerado um sem-deus”. Teria sido discípulo de Aristóteles e o motivo de sua morte foi ou por malária ou envenenamento. Os três pedidos foram estes: que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos; que fossem espalhados os seus tesouros conquistados no percurso do velório até o túmulo; e que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão. Um de seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou quais a razões. Alexandre explicou: quero que os médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles não têm poder de cura perante a morte; quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanece; quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos. Assim diz um provérbio popular: “A morte é uma vitória com aparência de derrota”. O Prefácio da Missa dos Defuntos faz eco a estas palavras quando professa esta fé: “Os que creem em Deus a vida não é tirada, mas transformada e, desfeito nosso corpo mortal, nos é dado um corpo imortal”. Frei Luiz Iakovacz
Agenda 2021
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
AS ALTERAÇÕES E ACRÉSCIMOS ESTÃO DESTACADOS EM AZUL.
NOVEMBRO
DEZEMBRO
12 a 14
04
Estágio Vocacional (Ituporanga - SC)
13
Profissão Solene - Petrópolis
22 a 30
Capítulo Provincial em Agudos
Live Vocacional - Ituporanga (SC) e Rodeio (SC) / Ensino Médio, Aspirantado e Noviciado.
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Primeira Profissão, Rodeio, SC;
2022 JANEIRO
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Profissão e Admissão dos Noviços FIMDA, Quibala;
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Admissão dos Noviços, Rodeio, SC;
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Admissão dos Postulantes, Guaratinguetá, SP.
Papa João Paulo I, milagre reconhecido: será proclamado beato O Papa Francisco autorizou a Congregação para as Causas dos Santos, no dia 13 de outubro, a promulgar o decreto que reconhece um milagre atribuído à intercessão de João Paulo I. Trata-se da cura de uma menina de onze anos em Buenos Aires no dia 23 de julho de 2011, que sofria de “encefalopatia inflamatória aguda grave, doença epilética refratária maligna, choque séptico” e que estava em fim de vida. O quadro clínico era muito grave, caracterizado por numerosas crises epiléticas diárias e um estado séptico causado por broncopneumonia. A iniciativa de invocar o Papa Luciani foi tomada pelo pároco da paróquia à qual pertencia o hospital, ao qual ele era muito devoto. Assim, abre-se o caminho para a beatificação do Papa Albino Luciani e o próximo passo é apenas aguardar a data, que será fixada por Francisco. O Papa João Paulo faleceu repentinamente na noite de 28 de setembro de 1978. O Papa foi encontrado sem vida pela irmã que levava café para seu quarto todas as manhãs. Em apenas algumas semanas de seu pontificado, ele entrou no coração de milhões de pessoas, por sua simplicidade,
sua humildade, suas palavras em defesa dos pobres e por seu sorriso evangélico. Muitas teorias foram construídas em torno de sua morte súbita e inesperada, com supostas conspirações usadas para vender livros e produzir filmes. Uma pesquisa documentada sobre a morte, que encerra definitivamente o caso, foi assinada pela vice-postuladora do processo de beatificação, Stefania Falasca (Cronaca di una morte,
Libreria Editrice Vaticana). A fama de santidade de Albino Luciani se espalhou muito rapidamente. Muitas pessoas rezaram e rezam por ele. Muitas pessoas simples e até mesmo um episcopado inteiro - o do Brasil pediram a abertura do processo que agora, após um procedimento ponderado e bem pensado, chegou à sua conclusão. Vatican News
O PAPA VOLTA A ASSIS
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m abraço, uma oração, um momento de escuta com os pobres. Este é o centro da visita do Papa Francisco a Assis, em 12 de novembro próximo. Será um momento de preparação para a quinta edição do Dia Mundial dos Pobres, instituído por Francisco e programado para domingo, 14 de novembro, com o objetivo de despertar a consciência para o grito dos pobres e sofredores. O tema do Dia Mundial dos Pobres deste ano é “Vo-
cês terão sempre os pobres com vocês”. No comunicado sobre o evento, o Pontifício Conselho para Promoção da Nova Evangelização explica que o Papa fará uma visita particular a Assis e na Basílica de Santa Maria dos Anjos encontrará um grupo de 500 pobres de diferentes partes da Europa e passará um momento de escuta e oração com eles. Esta será a quinta visita de Francisco ao coração da cristandade franciscana após
DOR E FLOR
a primeira visita pastoral em 4 de outubro de 2013, e as sucessivas em 4 de agosto de 2016, no oitavo centenário do Perdão de Assis, em 20 de setembro do mesmo ano para o Dia Mundial de Oração pela Paz, e por fim, em 3 de outubro de 2020 para a assinatura da Encíclica Fratelli tutti. O Ministro Geral Massimo Fusarelli estará presente em Assis, assim como os Definidores Gerais, entre eles o brasileiro Frei César Külkamp.
Dentro de minha vida quero cantar O que o Senhor realiza em meu dia a dia; Não me contento em rezar e só amar, Quero expressar-me também em poesia. Eis a razão, em meus versos, dor e flor, Que ao mundo falam sempre da realidade; Esse binômio representa o amor, E esse é meu jeito de focar a verdade. Novembro marca o dia falso do “morrer”, Que na verdade, pela fé, mostra a vida, Nunca verá morte quem em Jesus crer. E no amanhã, é certo, virá a alegria, De quem amou e acreditou em Jesus, Viverá no céu junto a Jesus, Maria... Frei Walter Hugo de Almeida, ofm.