"Comunicações" Setembro de 2022

BRASIL

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setembro de 2022

MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL

“Francisco de Assis, um hino de louvor”, de Frei Paulo R. Pereira

FORMAÇÃO PERMANENTE

Em nome de Deus e para o bem da humanidade: empenhai-vos pela paz, não pelos armamentos!

Artigo: O Esvaziamento do Pensamento Crítico na Sociedade: Repetidores de Ideias Desprovidas de Ideais

Frades com até 10 anos de profissão solene se reúnem em encontro

FORMAÇÃO E ESTUDOS

Frei Paulo aos professos solenes: “Identificar-se com Jesus Crucificado”

FRATERNIDADES

Criação e Bênção da Fraternidade Franciscana Dom Paulo Evaristo Arns

Arquidiocese de São Paulo conclui comemorações do centenário de Dom Paulo Evaristo Arns

Jubileus em Rodeio: Celebrar o dom da perseverança

Famílias lotam Campinho do Convento da Penha no encerramento da Semana da Família

ENTREVISTA: Frei Ivair Bueno de Carvalho

Frei Cássio celebra 101 anos de vida Convento São Francisco: o “Monte Alverne” de 375 anos no centro de São Paulo

Paróquia Santo Antônio participa das Missões Populares na Diocese da Barrra

Festa de Frei Galvão 2022 recorda os 200 anos de morte do primeiro Santo brasileiro Celebração Eucarística marca os 15 anos de Dedicação da Igreja do Sagrado

Encontro Regional dos Frades: oportunidade de encontrar, escutar e discernir Regional Leste Catarinense e Vale do Itajaí

EVANGELIZAÇÃO

Grupo Educacional Bom Jesus lança o MindHub: um dos principais ecossistemas de inovação de Curitiba

Veja como foi a 10ª Caminhada Franciscana das Juventudes

Primeiro encontro presencial da Comissão de JPIC da Conferência Brasil e Cone Sul Emoção e gratidão marcam os 80 anos do Coral em evento com os ‘Canarinhos de sempre’ 100 anos de Rádio no Brasil

Fundação Frei Rogério é homenageada pelos 100 anos do Rádio no Brasil

OFS

OFS do Brasil realiza Capítulo Eletivo e renova seu Conselho Nacional

CFByCS

Conferência do Brasil e Cone Sul estreita laços

OFM

Ministro Geral: o pobre e crucificado nos chama a viver hoje o Evangelho

DEFINITÓRIO PROVINCIAL

Reunião de 30 de agosto a 1º de setembro de 2022

FALECIMENTOS

Frei Henrique Ireno Dell Olivo Frei Fabiano Kessin

AGENDA

“No céu Francisco fulgura, cheio de glória e de luz, trazendo em seu corpo as chagas, sinais de Cristo e da Cruz.

Seguindo o Cristo na terra, pobre de Cristo se faz, na cruz com Cristo pregado, torna-se arauto da paz.

Pelo martírio ansiando, tomou a cruz do Senhor: do que beijou no leproso contempla agora o esplendor.

Despindo as vestes na praça, seu pai na terra esqueceu; reza melhor o Pai-nosso, junta tesouros no céu.

Tendo de Cristo a pureza, mais do que o sol reluzia, e, como o sol à irmã lua, Clara em seu rastro atraía.

Ao Pai e ao Espírito glória e ao que nasceu em Belém. Deus trino a todos conceda os dons da cruz: Paz e Bem”.

(Liturgia das Horas)

Francisco de Assis, um hino de louvor

Aabertura da Liturgia das Horas na Festa de São Francisco, carregada de poesia e pieda de, condensa a experiência do santo de Assis.

Francisco fez de sua vida o mais excelente hino de louvor ao Criador. O primeiro verso dá destaque às chagas impressas no corpo de Francisco dois anos antes de sua morte.

Os estigmas se convertem em resposta do céu aos clamores daquele que, na instabilidade e fragili dade terrenas, implorava um sinal que pudesse confirmar a fecundidade da opção que fizera. As chagas testemu nham a inseparável conjunção entre o Cristo e a Cruz. O sacramento do Alverne integra Belém e o Gólgota e faz cintilar as escolhas e opções do Poverello. A partir desta inspiração, muitas mulheres e homens, em diferentes tempos e circunstâncias, se propõem a testemunhar a decisão amorosa do Senhor que assume a carne humana e oferece ao crente a graça da salvação.

O caminho da cruz ocupa lugar central na espiritualida de franciscana, por isso o hino da festa o menciona noutros versos. O texto aponta a busca do martírio como intuição originária que moveu o Pobrezinho de Assis: como Cristo na cruz, entregar a própria vida; não reter para si aquilo que não lhe pertence; obedecer, antes de fazer sua própria von tade; devolver ao doador o puro dom. Só assim, continua o hino, o amargor do encontro com o leproso se converterá em doçura e esplendor do céu.

PROVINCIAL

O hino também exalta o desprendimento de Francisco. Tendo a praça da sua cidade como teste munha, ele despreza os bens que passam e começa a juntar no céu tesouros protegidos das traças. Sua liberdade é de tal forma eloquente que ilumina a decisão de outros, entre os quais a mais lúcida, Clara. Em pouco tempo, os que antes se assentavam entre os maiores e com eles partilhavam usos e costumes, movidos pelo desejo da mais autêntica liberdade, passam a viver de um jeito novo.

Novidade estampada até mesmo no modo de vestir. Um escritor, contemporâneo de Francisco, ressalta sua decisão pela cruz na configuração do hábito que identificava os primeiros companheiros: “O hábito era para ele uma veste adequada uma vez que ela corres pondia à sua sede de pobreza; e o santo nos dá desta forma uma certeza de que o mistério da cruz encontra nele sua plena realização: assim como a sua alma tinha revestido o Senhor Crucificado, da mesma forma seu corpo revestia a cruz”.

Ao final do hino a cruz de Cristo é novamente mencionada. Reconhecidamente fecunda, a “Árvore da Vida” repara os danos causados pelo fruto apresentado pela serpente no Paraíso e oferece a todos Paz e Bem. Portanto, as mulheres e os homens que com essas palavras se saúdam, ou aqueles identificados por esta saudação, serão portadores do verdadeiro bem e da paz que nunca passa, na medida em que mergulharem na profundidade do mistério da cruz de Nosso Senhor.

Festa no “Tempo da Criação”

Das representações artísticas de São Francisco, certamente, a que mais se repete coloca-o rodeado de pássaros. Ao primeiro olhar, é fácil associar esta imagem à ideia de cuidador da natureza que, ao longo do tem po, foi configurando-se como parte significativa da sua identidade. Tal associação não é de todo equivocada e pode, dada às emergências do nosso tempo, se con verter em paradigma da missão franciscana. Inclusive, São Francisco de Assis é inspiração para o “Tempo da Criação”. O dia da sua festa foi escolhido para marcar o término de um período que se inicia ainda em setem bro, dia primeiro, Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. Neste intervalo a Igreja Católica, em diálogo ecumênico, oferece à humanidade a oportunidade de renovação da relação com o Criador e com sua criação por meio da oração, celebração, conversão e compro misso.

O “Tempo da Criação” tem raízes na iniciativa do

Patriarcado de Constantinopla que, há tempos, susten ta a reflexão acerca da importância de se promover a cultura do cuidado com a criação. Criação cada dia mais ameaçada pelo “complexo de onipotência” do “homem -deus” contemporâneo. O Papa Francisco tem promovi do a inserção da Igreja Católica neste movimento. Em bora seja preciso considerar que antes dele a necessária “conversão ecológica”, talvez com palavras diferentes, já figurava entre as precauções do Magistério Católico.

Aos filhos e filhas de São Francisco cabe compre ender que a celebração anual do “Tempo da Criação” não se restringe a atividades pontuais no período de um mês. Nossa festa maior, antes de pôr termo ao “Tempo da Criação” se converte em instante convite para escutar a voz da criação. Hoje, mais que nunca, a voz da criação pode ser “um canto doce que louva o nosso amado Criador” e, ao mesmo tempo, “um grito amargo que se lamenta dos maus-tratos humanos”.

A escuta reverente aos gritos da nossa irmã, a Mãe Terra, fará com que nossos relacionamentos tenham a marca da ternura, do desprendimento e da confiança.

A percepção de que “tudo está interligado” nos abrirá à cultura da fraternidade e nos fará solidários. Ao compreendermo-nos um com a Criação passaremos a fazer escolhas mais sóbrias, não nos deixaremos iludir pelos apelos do consumismo que se alimenta da des truição do vigor das criaturas e dos ecossistemas.

Desta maneira, celebrar a festa de São Francisco no “Tempo da Criação” põe em relevo dimensão da Justiça e da Paz e nos faz mais comprometidos com a promo ção da integridade da criação.

A missão de anunciar a cruz entre os crucificados

Quisera voltar ao tema dos pássaros e da missão dos irmãos e irmãs de São Francisco de Assis. A tradição franciscana assim relata: “Finalmente, terminada a prega ção (aos passarinhos), São Francisco fez sobre eles o sinal -da-cruz e deu-lhes licença de partir; e então todas aquelas aves em bando se levantaram no ar com maravilhosos cantos; e depois, seguindo a cruz que São Francisco fizera, dividiram-se em quatro grupos: um voou para o oriente e outro para o ocidente, o terceiro para o meio-dia, o quarto para o aquilão (norte), e cada bando cantava maravilho samente; significando que como por São Francisco, arauto da cruz de Cristo, lhes fora pregado e sobre eles feito o sinal da-Cruz, segundo o qual se dividiram, cantando pelas qua tro partes do mundo; assim a pregação da cruz de Cristo, renovada por São Francisco, devia ser levada por ele e por

seus irmãos a todo o mundo: os frades, como os pássaros, nada de próprio possuindo neste mundo, confiam a vida unicamente à providência de Deus” (Fior 16).

A festa do “Irmão Universal” se dá no mês matizado pelo apelo missionário. A missão está no cerne e dá sentido à vida da Igreja. O convite do Evangelho nos torna missionários. A urgência do tempo atual exige de nós disponibilidade, compromisso e coragem. Como pássaros, livres e inteiramente entregues ao cuidado e à inspiração do Senhor, os francisca nos e franciscanas são enviados aos quatro cantos do univer so para testemunhar a cruz de Jesus Cristo; profeticamente, testemunhar as razões que levaram o Filho de Deus à ignomi niosa condenação. Como gostava de repetir nosso saudoso Frei Fabiano Kessin, falecido há poucos dias, “Jesus Cristo não morreu de pneumonia num leito de hospital”. A ganância e a injustiça, a truculência e a incompreensão, a conivência com os poderosos, a interpretação dos preceitos religiosos em favor dos próprios interesses, entre outras motivações que deram formas à sentença que condenou o Mestre de Nazaré, conti nuam a condenar a tantos que ousam afrontar os poderosos e seus asseclas. Colocar-se ao lado dos crucificados, antes até, não temer as consequências das evangélicas opções fará luzir, como cidade sobre o monte, a missão franciscana no mundo.

O testemunho da cruz de Nosso Senhor também se define por contornos alvissareiros. Vale a lembrança do Apóstolo: “A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina” (1Cor 1,18). Olhos cheios de esperança, animados pelo vigor que vem do alto, celebremos a Festa de São Francisco na expectativa de ver novamente surgir um tempo novo. Como os pássaros da Legenda, almejamos fazer soar os cantos de liberdade e res peito, de dignidade resgatada e de cuidado atento. Confiantes, já vemos dissipadas as nuvens da ignorância e do medo e sabemos, em breve, bem ali na nossa frente brilhará radioso o sol de um Domingo sem fim.

Paz e Bem!

DO MINISTRO PROVINCIAL

Boas festas!

Frei Paulo Roberto Pereira MINISTRO PROVINCIAL

formação permanente

Em nome de Deus e para o bem da humanidade: empenhai-vos pela paz, não pelos armamentos!

Caros confrades, Paz e Bem!

Como animador da Formação Permanente, aqui partilho o discurso final do Papa Francis co na sua recente viagem ao Cazaquistão (13-15 de setem bro), no Congresso de Líderes das Religiões Mundiais. Sem dúvida, a mensagem é mais que opor tuna para os nossos dias e merece nossa reflexão pessoal, fraterna e comunitária.

Levando em consideração o mo mento histórico que atravessamos, seja

em nível mundial como em nível de Brasil, esta mensagem toca a cada um de nós e toda sociedade neste momento tão acirrado pelo ódio e agressividade, desunião e medo, radica lismo e hostilidade. Em comunhão com o Papa Francisco e os verdadeiros líderes religiosos, sonhamos por melhores dias de diálogo e de paz.

Que este momento político também seja de “escolhas” por olhares convergentes para o ser humano, para as crian ças e os jovens e o seu futuro, para os idosos e sua sabedoria e para as verdadeiras famílias, “ninhos da alma e do amor”.

Que a urgência da paz esteja presente, que as mulheres participem ativamente no cuidado pela vida e que os nossos jovens possam ser verdadeiros mensageiros da paz!

Frei Fidêncio Vanboemmel

Amados Irmãos e irmãs!

Caminhamos juntos. Obrigado por terem vindo de diversas partes do mundo, trazendo aqui a riqueza das vossas crenças e das vossas culturas. Obrigado por terdes vivido intensamente estes dias de partilha, trabalho e em penho sob o signo do diálogo, ainda mais precioso neste período tão difícil sobre o qual grava, para além da pande mia, a loucura insensata da guerra. Há demasiados ódios e divisões, demasiada falta de diálogo e compreensão do outro: isto, no mundo globalizado, é ainda mais perigoso e escandaloso. Não podemos avançar assim, ora unidos ora separados, ora interligados ora dilacerados por dema siadas desigualdades. Obrigado, pois, pelos esforços que visam a paz e a unidade. Obrigado às autoridades locais, que nos acolheram, preparando e organizando com gran de cuidado este Congresso, e à população do Cazaquis tão, amiga e corajosa, capaz de abraçar as outras culturas preservando a sua nobre história e as suas preciosas tra dições. Kiop raqmet! Bolshoe spasibo! Thank you very much!

A minha visita, que está agora terminando, teve como lema Mensageiros de paz e de unidade. Está no plural, por que o caminho é comum. E este sétimo Congresso, que o Altíssimo nos deu a graça de viver, marcou uma etapa importante. Desde o seu nascimento em 2003, o evento teve como modelo o Dia de Oração pela Paz no Mundo, convocado no ano de 2002 por João Paulo II, em Assis, a fim de reafirmar a contribuição positiva das tradições re ligiosas para o diálogo e a concórdia entre os povos. De pois do que sucedeu em 11 de setembro de 2001, era ne cessário reagir, e reagir juntos, ao clima incendiário a que a violência terrorista queria incitar e que se arriscava a fazer da religião um fator de conflito. Entretanto, o terrorismo de matriz pseudo-religiosa, o extremismo, o radicalismo, o nacionalismo amantado de sacralidade ainda fomentam medos e preocupações a respeito da religião. Assim foi providencial reencontrarmo-nos nestes dias e reafirmar mos a sua essência verdadeira e irrenunciável.

A propósito, a Declaração do nosso Congresso afirma que o extremismo, o radicalismo, o terrorismo e qualquer outro incentivo ao ódio, à hostilidade, à violência e à guerra – seja qual for a motivação ou objetivo que se proponham – nada têm a ver com o autêntico espírito religioso e de vem ser rejeitados nos termos mais decididos que for pos sível (cf. n. 5); condenados, sem “se” nem “mas”. Além disso, com base no fato de que o Onipotente criou todas as pes soas iguais, independentemente da sua pertença religiosa, étnica ou social, concordamos em afirmar que o respeito mútuo e a compreensão devem ser considerados essen ciais e imprescindíveis no ensinamento religioso (cf. n. 13).

O Cazaquistão, no coração deste grande e decisivo

continente asiático, proporcionou-nos o local natural para nos encontrarmos. A sua bandeira lembrou-nos a neces sidade de preservar uma saudável relação entre política e religião. De fato, se a águia dourada, presente no estan darte, evoca a autoridade terrena, lembrando antigos im périos, o fundo azul evoca a cor do céu, a transcendência. Há, portanto, uma ligação saudável entre política e trans cendência, uma sã coexistência que mantém distintos os dois âmbitos. Distinção, não confusão nem separação. “Não” à confusão, para bem do ser humano que precisa, como a águia, de um céu livre para voar, de um espaço livre e aberto para o infinito que não seja limitado pelo poder terreno. Uma transcendência que, entretanto, não deve ceder à tentação de se transformar em poder; caso contrário, o céu precipitaria sobre a terra, o Além divino ficaria preso no hoje terrestre, e o amor ao próximo em es colhas de parte. Por isso, “não” à confusão; mas “não” tam bém à separação entre política e transcendência, pois as mais altas aspirações humanas não podem ser excluídas da vida pública e relegadas para o âmbito meramente pri vado. Por isso, há de ser sempre e em toda parte tutelado quem deseja exprimir, de modo legítimo, o próprio credo. Contudo, ainda hoje quantas pessoas são perseguidas e discriminadas pela sua fé! Pedimos veementemente aos governos e às competentes organizações internacionais que assistam os grupos religiosos e as comunidades étni cas que sofreram violações dos seus direitos humanos e liberdades fundamentais, e violências da parte de extre mistas e terroristas, inclusive em consequência de guerras e conflitos militares (cf. n. 6). É preciso, sobretudo, empe nhar-se para que a liberdade religiosa seja, não um con ceito abstrato, mas um direito concreto. Defendamos para todos o direito à religião, à esperança, à beleza… ao Céu. Pois não só o Cazaquistão – como proclama o seu hino – é um “sol dourado no céu”, mas também cada ser humano: cada homem e mulher, na sua irrepetível unicidade, se es tiver em contato com o divino, é capaz de irradiar uma luz particular sobre a terra.

Por isso, a Igreja Católica, que não se cansa de anunciar a dignidade inviolável de cada pessoa, criada “à imagem de Deus” (cf. Gn 1,26), crê também na unidade da família humana. Crê que “os homens constituem todos uma só co munidade; todos têm a mesma origem, pois foi Deus quem fez habitar em toda a terra o inteiro gênero humano” (Conc. Ecum. Vat. II, Decl. Nostra aetate, 1). Por este motivo, desde o início do presente Congresso, a Santa Sé, especialmente através do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso, partici pou ativamente nele. E quer continuar assim: o caminho do diálogo inter-religioso é um caminho comum de paz e para a paz, e, como tal, é necessário e sem retorno. O diálogo inter-religioso já não é apenas uma oportunidade, mas um

formação permanente

serviço urgente e insubstituível à humanidade, para louvor e glória do Criador de todos.

Irmãos, irmãs, pensando neste caminho comum, per gunto-me: Qual é o nosso ponto de convergência? João Paulo II, que visitou o Cazaquistão há vinte e um anos, nes te mesmo mês, tinha afirmado que “todos os caminhos da Igreja levam ao homem” e que o homem é “o caminho da Igreja” (Carta enc. Redemptor hominis, 14). Hoje quero afirmar que o homem é também o caminho de todas as religiões. Sim, o ser humano concreto, debilitado pela pan demia, prostrado pela guerra, ferido pela indiferença! O ho mem, criatura frágil e maravilhosa, que, “sem o Criador, se obscurece” (Conc. Ecum. Vat. II, Const. past Gaudium et spes, 36) e, sem os outros, não subsiste! Antes de tomar decisões importantes, olhe-se mais para o bem do ser humano do que para os objetivos estratégicos e econômicos, para os interesses nacionais, energéticos e militares. Para se fazer escolhas que sejam verdadeiramente grandes, olhe-se para as crianças, os jovens e o seu futuro, para os idosos e a sua sabedoria, para a gente comum e as suas reais necessida des. E nós ergamos a voz para gritar que a pessoa humana não se reduz ao que produz e ganha; que deve ser acolhida e nunca descartada; que a família – em língua cazaque, “ni nho da alma e do amor” – é o álveo natural e insubstituível que deve ser protegido e promovido para que cresçam e maturem os homens e as mulheres de amanhã.

As grandes sabedorias e religiões são chamadas a tes temunhar, a todos os seres humanos, a existência de um patrimônio espiritual e moral comum, que assenta sobre dois pilares: a transcendência e a fraternidade. A transcen dência, o Além, a adoração. É belo pensar que, todos os dias, milhões e milhões de homens e mulheres, de várias idades, culturas e condições sociais, se reúnem para rezar em inúmeros locais de culto. É a força escondida que faz avançar o mundo. E, depois, a fraternidade, o outro, a pro ximidade: pois não pode professar verdadeira adesão ao Criador quem não ama as suas criaturas. Este é o espírito que permeia a Declaração do nosso Congresso, da qual –para concluir – gostaria de destacar três palavras.

A primeira é a síntese de tudo, a expressão de um grito do coração, o sonho e a meta do nosso caminho: a paz! Beybitşilik, mir, peace! A paz é urgente, porque hoje qual quer conflito militar ou foco de tensão e confronto não pode deixar de provocar um nefasto “efeito dominó”, com prometendo seriamente o sistema de relações internacio nais (cf. n. 4). Mas a paz “não é ausência de guerra, nem se reduz ao estabelecimento do equilíbrio entre as forças adversas; nem resulta de uma dominação despótica”, mas é “obra da justiça” (Gaudium et spes, 78). Brota, pois, da fra ternidade, cresce através da luta contra a injustiça e as desigualdades, constrói-se estendendo a mão aos outros.

Nós, que cremos no Criador de todos, devemos estar na vanguarda da difusão da convivência pacífica. Devemos testemunhá-la, pregá-la, implorá-la. Por isso, a Declaração exorta os líderes mundiais a cessarem em toda parte os conflitos e derramamentos de sangue e a abandonarem retóricas agressivas e destrutivas (cf. n. 7). Pedimo-vos, em nome de Deus e para bem da humanidade: empenhai -vos pela paz, não pelos armamentos! Só servindo a paz é que permanecerá grande na história o vosso nome.

Se falta a paz, é porque falta atenção, ternura e capaci dade de gerar vida. Consequentemente, aquela deve ser procurada envolvendo mais – e é a segunda palavra – a mu lher. Porque a mulher presta cuidados e dá vida ao mundo: é caminho para a paz. Por isso defendemos a necessidade de proteger a sua dignidade e melhorar a sua condição social, enquanto membro de igual direito na família e na sociedade (cf. n. 23). Às mulheres devem também ser confiadas funções e responsabilidades maiores. Quantas opções de morte se riam evitadas se estivessem precisamente as mulheres no centro das decisões! Empenhemo-nos para que sejam mais respeitadas, reconhecidas e envolvidas.

Finalmente, a terceira palavra: os jovens. São eles os mensageiros de paz e de unidade de hoje e de amanhã. São eles, mais do que quaisquer outros, que invocam a paz e o respeito pela casa comum da criação. Enquanto as lógicas de domínio e exploração, o açambarcamento de recursos, os nacionalismos, as guerras e as áreas de in fluência delineiam um mundo velho, os jovens rejeitam um mundo fechado aos seus sonhos e esperanças. E de igual modo se pode dizer que religiosidades rígidas e sufocantes não pertencem ao futuro, mas ao passado. A pensar nas novas gerações, afirmou-se aqui a importân cia da instrução, que reforça o recíproco acolhimento e a convivência respeitosa entre religiões e culturas (cf. n. 21). Na mão dos jovens coloquemos oportunidades de instru ção, não armas de destruição! E escutemo-los, sem medo de nos deixar interpelar por eles. Sobretudo, construamos um mundo pensando neles!

Irmãos, irmãs, a população do Cazaquistão, aberta ao amanhã e testemunha de tantos sofrimentos passados, oferece-nos, com a sua multirreligiosidade e multicultura lidade extraordinária, um exemplo de futuro. Convida-nos a construí-lo sem esquecer a transcendência e a fraterni dade, a adoração do Altíssimo e o acolhimento do outro. Avancemos assim, caminhando juntos na terra como fi lhos do Céu, tecedores de esperança e artesãos de con córdia, mensageiros de paz e de unidade!

DISCURSO DO SANTO PADRE

Palácio da Independência (Nur-Sultan)

Quinta-feira, 15 de setembro de 2022

O esvaziamento do pensamento crítico na sociedade: repetidores de ideias desprovidas de ideais

Estamos imersos em uma sociedade que, a cada instante, torna-se menos humanizada e mais controlada por seus ins tintos, como máquinas. O que parece dominar e ser nutrido a cada momento é um egocen trismo exacerbado, uma falta de fé em si mesmo e nos outros, que os tornam ca pazes de criar seu próprio mundo, seus próprios deuses e por eles, guerrearem contra si mesmo, até a morte. Não me refiro a uma morte física somente, mas de uma morte social, intelectual, moral e existencial. São como máquinas que repetem discursos vazios de sentido, mas inflamados de ódios e de egos que têm tudo, menos humanidade!

Tornamo-nos analfabetos funcionais, sociais, morais e ouso dizer também, humano/existenciais e, presos em nosso mundinho de ficção, deixamos de olhar a realidade gritante da sociedade brasileira e mundial. Criamos “Mitos” e os endeusamos, enquanto pisamos na Pátria amada, tornando-a uma “pátria armada” em nome de um patriotismo sem amor e sem convicção, enquanto matamos inocentes em nome da defesa dos “indefesos” e fragmentamo-nos para que o pior de nós mesmos seja solto diante da sociedade e do olhar apático para perceber a verdadeira realidade que se desdobra diante de nós.

Os homens estão doentes e tudo isso

simplesmente por uma sede de poder incontrolável. O erro da história se repete como mais veemência nos dias atuais, o homem lobo do próprio homem que, em busca de destaque e não tendo como controlar o todo, opta por colocar no poder aquele que lhe representa de alguma maneira, e que é seu reflexo e braços onde seus braços não podem chegar, com poder de destruir e con quistar, em nome do povo, em nome da pátria e em nome de Deus. Então nos questionamos: Por que grandes ditadores chegam ao poder? Simplesmente por que pessoas doentes pelo mesmo poder os colocam nesse patamar!

Em líderes desconexos e doentios percebemos nosso reflexo e nosso espelho e fazemos a transferência de nossos mais sórdidos desejos para um líder que possa os representar, na opressão e conquista, pisando nos mais vulneráveis e tirando deles, ainda mais, a vez e a voz. A história se repete quando a alcateia decide que seu representante é sua extensão no poder e o admira, o venera como deus, tirando muitas vezes, o próprio Deus de seu trono... Quantos cristãos que, em nome de Deus, não he sitam em matar Deus! Fariseus hipócritas que, defendendo seu cristianismo, ma tam a Cristo todo dia, continuamente, nos mais pobres e excluídos, os viventes sem vida à margem da sociedade.

O poder deu lugar ao humano, a

sede de ter e ser deu lugar ao senso de que tudo deveria ser em comum, assim como os primeiros cristãos. Uma socie dade sã e justa é uma sociedade que, pensando grande, deixa-se tocar pelos pequenos, que sai da pele dos pobres e deixa-se entranhar na carne deles, como bem se refere o Documento de Puebla (DP), de 28 de janeiro de 1979. Só se pode compreender e respeitar uma sociedade quando aprendemos a olhar com verdade e com os olhos huma nos. Deus não se cansa de falar pelos pobres e sofredores, mas presos em nós mesmos, inflamados de discursos vazios, olhamos o que nos faz bem, enquanto nossa sociedade e humanidade defi nham, em agonia de morte!

A luta justa, a defesa justa são aquelas que saem de si para olhar o outro. Enquanto disfarçando discursos e repetições, que a defesa dos valores cristãos e familiares são a base de nossa vida, percebemos nesses mesmos protagonistas um discurso desprovido de nexo, pois sua vivência concreta vai totalmente contra o que defende e acre dita. Tornando-se repetidores de frases, empoleirados nos ombros de piratas modernos, como papagaios, esquecem o pensamento crítico e social, acorrenta dos em uma letargia que os impede de escutar o que o mundo pede: Justiça!

O povo anseia e grita para que tenhamos pensamento crítico, que lembremos a história, que estudemos mais, aprendamos a ler mais, seja nos livros ou os sinais dos tempos, para sermos impregnados de intelectuali dade e alicerçados em uma base real, e não meros repetidores de uma filosofia sem filosofia e pensamento próprio, sem tocar o outro com a riqueza de conteúdo chamada verdade. O pen samento crítico constrói e edifica e o conhecimento sempre é arma capaz de derrubar opressores e mitos. Enquanto presos a um discurso animalesco e cheio de catástrofe humana, social e existen cial, nunca saberemos de verdade como ser humanos!

Frei Josielio da Silva Oliveira

Frades com até 10 anos de profissão solene se reúnem em encontro

Dos dias 5 a 8 de setem bro, em Guaratinguetá (SP), cerca de 19 frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, reuniram-se para o encontro Under Ten, período que compreende os reli giosos que possuem até 10 anos de profissão solene, realizando assim as suas primeiras transferências depois do período de formação inicial na Or dem dos Frades Menores. Os frades tiveram um momento de espirituali dade, formação, partilha e retiro.

No primeiro dia, o encontro iniciou com momento de oração

conduzido por Frei Fidêncio Vanbo emmel, Definidor e Moderador da Formação Permanente. O Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira,

fez algumas colocações a respeito da formação e da Província.

No segundo dia, Frei Fidêncio tomou como tema a necessidade de

retornar ao ponto original de nossa identidade franciscana, baseando-se no Testamento de São Francisco.

Este não é uma outra regra, mas uma recordação, uma admoestação e uma exortação sobre nossa vida evangélica. Alguns pontos impor tantes elencados pelo frade foram os seguintes: os irmãos serem vistos como um dom de Deus; sem proje to de vida e missão não consegui remos caminhar; a grande neces sidade de pregar a paz; deixar-se impressionar pelas coisas de Deus para poder impressionar as pessoas pelo anúncio do Reino.

Num segundo momento, tratou-se da essência da vocação franciscana que tem como ponto de partida as Sagradas Escrituras.

Deus Pai é nosso primeiro formador e São Francisco não era surdo ao Evangelho. E se no seguimento de Cristo na vida do frade acontecer algum momento da aridez espiritual, deve-se encará-la como um mo mento de formação, pois também nas crises somos formados por Deus. Neste caso, pode ser precioso o pensamento de que “um só é nosso Mestre e Ele exige coerência de

vida”. Por isso, o frade assegurou que “precisamos olhar o passado com gratidão, o presente com paixão e abraçar o futuro com esperança”. No período da noite, Frei Paulo, Frei Fidêncio e Frei Marcos Antonio de Andrade, Definidor e Secretário da Formação e Estudos, conversaram com os confrades de primeira trans ferência.

No terceiro dia, o tema refletido foi sobre a vida de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, homem da paz e da caridade. A partir disso e de ou tras colocações, algumas inquieta ções foram apontadas num momen to de partilha: assumir aquilo que é próprio do nosso carisma; fazer uma ponte entre passado e presente com perspectiva para um futuro de nossas ações de evangelização; proximidade com o povo, ser próxi mo; a proposta de vida franciscana deve ser assumida e difundida por todos os irmãos; ter a capacidade de articular com as diversas frentes e fraternidades ações conjuntas de evangelização e de qualidade de vida fraterna; é preciso trabalhar nossos símbolos e reassumi-los em nossa vida evangélica; não esquecer

que diálogo e anúncio são essen ciais para levar nosso carisma a todos, sem exceção.

No período da tarde, os frades fo ram visitar o Santuário de Frei Galvão e celebraram a Eucaristia, presidida pelo Definidor Frei Robson Luiz Scu dela, que destacou a necessidade de se trabalhar pela qualificação de nossas Fraternidades. “É muito bom termos santos, mas é importante termos Fraternidades santas” frisou o frade. Depois de um lanche partilha do após a missa, Frei Diego Atalino de Melo, reitor do Santuário de Frei Galvão, apresentou todas as instala ções e os projetos do Santuário.

No último dia do encontro, a proposta foi celebrar a festa da Natividade da Virgem Maria na Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

No período da tarde houve uma avaliação do encontro e formação de um grupo de irmãos para ajudar a preparar os próximos encontros dos frades “Sub-10”, como foi apeli dado o grupo. Depois de uma breve conversa, o Ministro Provincial deu a bênção e enviou os frades para suas diversas atividades evangelizadoras.

Frei Junior Mendes (texto) e Frei Roger Strapazzon (fotos)

formação e estudos

Frei Paulo aos professos solenes:

AIgreja do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis (RJ), transformou-se em um novo Monte Alverne no dia 17 de setembro, data em que a Família Franciscana do mundo todo celebra a Festa da Impressão das Chagas de São Francisco de Assis. Inspirados pelo modo apaixo nado da vida de São Francisco de Assis, por suas palavras e exemplo, os frades Danilo Santos Oliveira e João Manoel Zechinatto deixaram-se marcar, profunda e intensamente, por Cristo e afirmaram o seu “sim” definitivo na Ordem dos Frades Menores, em celebração presidida pelo Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira.

“A celebração de hoje, na Festa das

Chagas de São Francisco, é também a celebração agradecida pelo itinerário vocacional percorrido pelo Danilo e pelo João. É a festa da nossa Fraternidade. É importante para eles e é importante para a nossa Fraternidade”, disse Frei Paulo no início da homilia.

Esse momento reuniu frades de toda a Província Francis cana da Imaculada Conceição do Brasil, entre eles o Vigário Provincial, Frei Gustavo Wayand Medella, familiares e amigos dos professandos e os fiéis paroquianos da comunidade local, durante a Celebração Eucarística, às 16h15, na Igreja do Sagra do Coração de Jesus. Frei Paulo teve como concelebrantes o guardião e pároco Frei Jorge Paulo Schiavini e Frei Gustavo. A celebração também foi transmitida pelas plataformas digitais da Paróquia do Sagrado e pela TvFranciscanos e contou com a participação especial do Coral dos Canarinhos de Petrópolis, que neste ano completou 80 anos, sob regência do maestro Marco Aurélio Lischt.

Os paroquianos e familiares lotaram a centenária igreja do Sagrado para participar desta celebração franciscana que se repete em Petrópolis há décadas.

Após a liturgia da Palavra, deu-se início ao rito da pro

“Identificar-se com Jesus Crucificado”

fissão religiosa com a chamada nominal dos candidatos feita pelo mestre do Tempo da Teologia, Frei Marcos Antonio de Andrade. Eles se aproximaram do altar e responde ram: “Aqui estou”. Em seguida, Frei Marcos leu um breve relato sobre o itinerário vocacional de cada professo. Na sequência, eles mani festaram o pedido para pertence rem perpetuamente na Ordem dos Frades Menores, dizendo: “Com o auxílio de Deus, pude conhecer na vossa fraternidade o valor da vida consagrada. Agora, humildemente peço a ti, Frei Paulo Roberto Pereira e aos teus irmãos, ser admitido na Ordem dos Frades Menores, para o louvor de Deus e o serviço da Igreja”.

O Ministro Provincial desenvol

veu a sua reflexão manifestando a importância da celebração para a vida pessoal dos frades, bem como para toda a Fraternidade Provincial.

Antes, porém, Frei Paulo saudou o guardião Frei Jorge, o mestre Frei Marcos “e, ao saudá-los, saúdo todos os mestres, professores e confrades que colaboram e muito para a for mação inicial na nossaFraternidade Provincial”. Na pessoa do coordena dor do Regional do Rio de Janeiro, Frei Gilberto da Silva, acolheu tam bém os frades das Fraternidades da Baixada Fluminense, Petrópolis e do Rio de Janeiro.

“Quero saudar também os seus familiares consanguíneos, nós somos a família do Danilo e do João. Somos uma família ampliada

da qual definitivamente eles fazem parte. “Todos os que frequentam essa igreja, de alguma maneira, bebem do desejo de espalhar ao mundo a Paz e o Bem. Somos franciscanos, a família franciscana, e a nossa família da Província Francis cana quer se unir a vocês”.

Para Frei Paulo, com a Celebra ção das Chagas de São Francisco, motivos não faltam para agradecer a Deus, que continua a chamar jovens para o seguimento de Cristo na vida religiosa. “O vigor vocacional do João e do Danilo e de tantos frades jovens aqui nos estimula. É verdade que se estamos atravessando o inverno vocacional, porém, depois dele virão novas estações. Que o nosso cora ção esteja pronto a agradecer ao Deus da vida, que continua, insisten

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temente, a nos apontar o caminho da salvação, o caminho de Clara e de Francisco de Assis”, disse o presiden te da liturgia.

Segundo o Ministro Provincial, a Festa das Chagas é a festa onde nós celebramos a intimidade operosa, criativa e transformadora. “É a iden tificação de Francisco com a vida de Jesus Cristo”, frisou, e lembrou que Francisco recebeu e quis sentir no seu próprio corpo as dores da Paixão de Jesus Cristo.

Frei Paulo explicou ainda que São Francisco não recebeu este dom “de uma hora para outra”. “Ele recebeu este dom vivenciando com muita intensidade o desejo de asseme lhar-se a Jesus Cristo. Experimentar

a dor e o amor de Jesus. Ele buscou fazer isso durante muito tempo”, destacou.

Citou a devoção da Quaresma de São Miguel, bastante populari zada hoje pelos canais digitais e que era praticada também por São Francisco. “São 40 dias em que nós podemos então entender o desejo de Deus para cada um de nós. Como nós vamos entender? Cultivando a intimidade com o Senhor. Através do jejum, da oração, do silêncio, da caridade. Nós abrimos à moção do Senhor para saber o que o Senhor quer de mim”, evidenciou.

O ministro lembrou que o Santo de Assis tinha em sua devo ção muitas quaresmas, como a da

Páscoa, do Natal e a de São Miguel. “Foi numa dessas quaresmas de São Miguel, logo depois da Festa da Exal tação da Santa Cruz, que ele viveu um profundo momento de dor e de angústia por causa do “silêncio de Deus”. São Francisco dedicado à oração, buscando conhecer a Deus, querendo experimentar o seu amor, querendo sentir no seu próprio corpo as dores do Senhor, pedia um sinal. E qual foi esse sinal? Ele foi agraciado pela aparição do Serafim alado. Um anjo de seis asas apare ceu e imprimiu no corpo de São Francisco a marca da cruz de nosso Senhor”, explicou.

Segundo Frei Paulo, a estigma tização de São Francisco é fruto de

um intenso caminho. “Antes, ele já procurou cultivar em sua vida uma mansidão admirável, vida austera, humildade profunda, obediência pronta, pobreza sem igual, casti dade ilibada, piedade entranhada, ardor da contemplação, desejo do martírio, caridade perfeita. A vida de São Francisco inteira, plena, ela foi uma busca de identificação com o Senhor, por isso, hoje nós celebra mos o prêmio que ele conseguiu alcançar”, enfatizou.

“O Senhor que desce do céu, vem ser um de nós, assume nossa fragilidade, sofre perseguição e injustiça e se entrega no sacrifício da cruz. Cruz, signo da perfeita obediência; cruz do esvaziamento

VEJA O VÍDEO

Aproxime

de todas as paixões, cruz do despo jamento e da pobreza total. Cruz, síntese do desejo e do itinerário franciscano. Síntese da vida cristã de todos os tempos”, sublinhou.

Frei Paulo lembrou, então, que os franciscanos, na busca de viver com maior intensidade e fidelidade, vestem o hábito em forma de cruz. “O hábito era para Francisco uma veste adequada uma vez que ela correspondia à sua sede de pobreza; e o santo nos dá, desta forma, uma certeza de que o mistério da cruz encontra nele sua plena realiza ção: assim como a sua alma tinha revestido o Senhor Crucificado, da mesma forma seu corpo revestia a cruz...”, disse e acrescentou que: “Francisco de Assis escolheu uma roupa de uma única cor pois é uma identificação com os pobres que usavam roupa rústica”. Identificação também com Jesus Cristo Crucifica do, homem das chagas e identifica ção com a fidelidade que conduz à glória dos céus. “Francisco chega rico nos céus, pleno, completo”, ensinou.

Para Frei Paulo, esse é o itinerário de São Francisco. “Mas também, esse é o itinerário que vocês querem assumir definitivamente hoje, João e Danilo, querem assumir dizendo o seu sim, para incentivar a todos nós,

que já dissemos o nosso “sim” um dia, para que permaneçamos fiéis em nosso caminho. Muito obrigado pelo “sim” de vocês”, agradeceu.

GRANDES COISAS PROMETEMOS A DEUS

Ao falar sobre o lema da pro fissão, extraído do livro de Fioretti das Fontes Franciscanas, Frei Paulo explicou que essa frase foi extraída de um sermão que São Francisco fez em uma ocasião especial e interessante. “Logo no início da vida franciscana, São Francisco conse guiu encantar muita gente por sua criatividade, por sua fidelidade, por sua dedicação”, disse, lembrando que neste tempo muitas pessoas quiseram conhecer a sua vida e trilhar com ele o mesmo caminho.

“No início da Ordem Franciscana tínhamos muitos frades e houve um Capítulo. Contudo, não havia habita ção para todos e o povo fez peque nas cabanas para acolher os frades que vinham de todos os lugares. Essa ocasião ficou conhecida como Capítulo das Esteiras”, explicou.

“Neste Capítulo, São Francisco falou essa frase que o Frei Danilo e Frei João escolheram para iluminar a vida deles e é nesse contexto que São Francisco usa essas palavras. E

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aqui quero trazer algumas provo cações para serem a medida se de fato nós estamos correspondendo àquilo que nós prometemos”.

“No texto, exortando os frades à obediência, Francisco quer saber se nossa vida corresponde àquilo que nós prometemos. Por isso é tão ne cessário que vivamos a obediência, vivamos a reverência da santa mãe Igreja, a caridade fraterna, a paciên cia nas adversidades do mundo, a temperança na prosperidade, pureza e castidade evangélicap, a concórdia e a paz com Deus e com os homens e com a própria consciência e o amor e a observância da santíssima pobreza”, exortou.

“Grandes coisas prometemos a Deus mas muito maiores Deus nos prometeu. Se vivermos estas virtudes todas, esses compromissos todos, teremos uma caminhada frutuosa. Vocês, Danilo e João, nós

todos que fizemos a nossa profissão e o povo de Deus, que se identifica com a proposta da cruz de Nosso Senhor, trazemos em nosso corpo a marca da cruz de Nosso Senhor”, afirmou.

Concluiu sua homilia lembrando que daqui a 15 dias o Brasil viverá um momento importante, refe rindo-se às eleições presidenciais. “Quando a gente emite votos, a gente apresenta junto um compo nente de desejo e de compromisso. Hoje, vocês fazem votos de pobreza, de obediência e de castidade. É um grande desejo que vocês nutrem. É um grande desejo que move o dia a dia de vocês. É o grande desejo que faz vocês se juntarem a outros fra des. É o desejo e o compromisso. A poucos dias dessa eleição, todos nós manifestamos um grande desejo de vida, de vida plena, de verdade, de compromisso com uma vida digna

para todos. Estamos vivendo desejos tortos, tempos difíceis, mas, nós que cremos e temos o sinal da cruz, nós que somos impulsionados no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, devemos ter o desejo e o compromisso de tempos melhores, de tempos cheios de Paz e de Bem. Assim seja!”

FRANCISCANOS

POR TODA A VIDA

Terminada a homilia, os familia res se aproximaram do Círio Pascal, acenderam uma vela e entregaram aos professandos, lembrando a primeira consagração no Batismo e a chama da fé que foi sempre ali mentada no coração destes jovens. Na sequência, Frei Paulo dialogou com eles sobre os propósitos dos candidatos.

Em seguida, ele pediu a interces são de todos os Santos da Ordem

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para os novos irmãos, esse foi o momento quando eles se prostra ram ao chão, enquanto se entoou a Ladainha de Todos os Santos.

Terminada a Prece Litânica, Frei Paulo surpreendeu a todos ao cha mar para perto de si dois confrades que foram importantes no percurso vocacional dos professandos: Frei Lauro Formigoni e Frei Sérgio Pa gan. “Eles vão representar todos os frades. Frei Lauro representa todos os formadores e Frei Sérgio, conter râneo da família do João, batizou -o. Então os convido para que ao nosso lado acompanhem a fórmula da profissão”, disse Frei Paulo.

Frei Danilo e Frei João aproxima ram-se de Frei Paulo e, colocando as mãos entre as do Ministro, leram a fórmula da profissão, agora tornan do-se membros definitivos da Or dem dos Frades Menores. Este gesto manifesta obediência e doação completa de si a Deus e aos irmãos.

Na sequência, os neoprofessos, ajoelhados, recebem a bênção de Deus. Toda a assembleia, em pé, acompanhou atentamente esta so

lene bênção. Depois, todos os frades presentes os acolheram na Frater nidade Provincial com um abraço fraterno. Neste momento, o Coral dos Canarinhos entoou a conhecida música: “Salve, ó São Francisco”.

AÇÃO DE GRAÇAS

A celebração teve continuidade com a liturgia Eucarística. Após a comunhão, Frei Danilo proferiu os agradecimentos:

“Quero, em meu nome e de Frei João, externar a nossa imensa gratidão por este momento em nossas vidas. Primeiramente, nosso agradecimento ao Deus de bonda de que nos sustentou sempre, com suas bênçãos e graças e também a todos e todas que nos conduziram até este dia, dia do nosso ‘sim’ defi nitivo na Ordem dos Frades Meno res. Este dia, faz-nos lembrar do iní cio de nossa caminhada vocacional, quando deixamos nossas famílias, amigos e trabalho. Mas, na verdade, o muito não é o que ficou para trás, mas sim, o tudo dessa vida que abraçamos! E como esse caminho

foi nos moldando e nos transfor mando! E com a graça e a força de Deus, aqui estamos nessa entrega de toda a nossa vida, por desbra var a vocação dada pelo Altíssimo no seguimento dos caminhos do Seráfico Pai, São Francisco. Para o bom êxito dessa caminhada, Deus sempre coloca pessoas capacitadas para nos formar e nos guiar ao reto modo de vida evangélica, conforme prometemos na nossa regra de vida. [...] Muito obrigado a todos, que partilharam conosco, hoje, dessa grande festa em que dissemos o nosso ‘sim’ definitivo a Deus. E con tamos sempre com vossas orações, pela nossa fidelidade e perseveran ça, nessa caminhada tão bonita que é a vida religiosa Franciscana”.

No final da celebração, Frei Paulo convidou todos os frades e postu lantes para se dirigirem até o pres bitério para a solene bênção. Após a missa todos os convidados foram recepcionados no antigo colégio dos Canarinhos para um coquetel.

Frei Augusto Luiz Gabriel

O pedido à Fraternidade

Frei Danilo e Frei João fizeram o pedido à Fraternidade do Sagrado Coração para serem incorporados efinitivamente na Ordem dos Frades Menores durante a oração do almoço no mesmo dia da pro fissão solene. Eless já tinham sido aprovados para a Profissão Solene pelo Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, pelos membros do Governo Provincial e pela equipe de formação do Tempo de Teologia, mas faz parte do ritual esse pedido à Fraternidade, que também é sua formadora, entre eles o mestre do Tempo da Teologia, Frei Marcos Antonio de Andrade, que os acompanha mais de perto.

fraternidades

Criação e Bênção da Fraternidade

Franciscana Dom Paulo Evaristo Arns

No dia 13 de setembro, véspera da Festa da Exaltação da Santa Cruz, foi efetivada a ereção canônica de mais uma Fraternidade da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil na cidade de São Paulo (SP): a Fraternidade Franciscana Dom Paulo Evaristo Arns, e, no mesmo dia, foi feita a bênção da nova Casa Religiosa pelo Arcebispo de São Paulo, o Cardeal Dom Odilo Pedro Sche rer, com a presença do Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, alguns frades das demais Fraternidades da capital paulista e do Definidor do Regional, Frei João Francisco da Silva.

O patrono da nova Fraternidade foi escolhido em momento significati vo para a história da Igreja em São Paulo. Em 2022, a Arquidiocese celebrou o Centenário de Dom Paulo, que, se estivesse vivo, teria completado 100 anos em 2021. Além de fazer memória de um de seus Pastores, o Centenário assumiu como proposta ser celebração dos esforços de Dom Paulo de tornar esta Igreja Local próxima à realidade dos menores e excluídos da maior cidade brasileira, a ponto de ter sido chamado de Cardeal das Periferias. Dom Paulo, frade fran

ciscano de nossa Província, certamente entenderia a disposição de abrir esta nova Fraternidade afinada com sua visão de Igreja e projeto evangelizador, pois ela é fruto da opção do último Capítulo Provincial, em 2021, de assumir a Paróquia Santa Cruz, no bairro do Jardim Peri Alto, periferia da capital, marcada por profundas fraturas sociais.

Uma nova Casa Religiosa é erigida com a intenção de ser um local onde a vida de homens e mulheres consagrados a Deus possa se dar através da busca pelo aprofundamento da intimidade com o Pai e no forta lecimento dos laços fraternos de respeito e partilha de vida. Frei Carlos Nunes Corrêa e Frei João Lopes da Silva, frades que integram a nova Fraternidade, assumem o compromisso de serem luminares ao povo que vive naquela região de que é possível ser alguém consagra do a Deus e inteiramente entregue à promoção do seu Reino, especificamente na atenção pastoral à Paróquia Santa Cruz e às ações evangelizadoras nas casas das comunidades que dela fazem parte.

O dia de bênção não se restringiu à ereção canôni ca, mas foi concluído com a Celebração Eucarística na igreja matriz da Paróquia, que celebrava o terceiro dia do tríduo em preparação à Festa Patronal da Exaltação da Santa Cruz, também presidida pelo Cardeal Dom Odilo. O bispo, com fraterno espírito de cuidado e pas toreio, ofereceu palavras que ajudavam a compreender o sentido de se celebrar a Cruz, verdadeira memória do reinado de amor e oblação instaurado por Cristo. Ele também ressaltou a confiança de que a espiritualidade

franciscana tem muito a contribuir e enriquecer aquela paróquia e o povo, através da fidelidade à voca ção abraçada, do ensinamento das palavras e vida de São Francisco de Assis e da compaixão e proximidade com a realidade e vida do povo.

Frei Paulo Pereira também ressal tou que, mesmo com os esforços do redimensionamento que têm levado a Província a entregar diversas de suas presenças, algumas delas centenárias, devido à diminuição do número de frades e vocações, isso não impediu a ela de, movida pelo Espírito de Deus, assumir corajosa e profeticamente esta nova Paró quia, criar uma nova Fraternidade e partilhar desta pobreza numérica na certeza de que era o Senhor que

nos chamava a estar ali. “Se esta escolha irá refletir na acolhida de novas vocações, Deus seja louvado, mas se não, certamente irá resultar no fortalecimento vocacional dos

irmãos que da Província e da Ordem já fazem parte”, concluiu o Ministro Provincial.

Frei Rodrigo da Silva Santos

LADAINHA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

(Em redondinha maior – paráfrase)

REFRÃO:

Roga por nós, Filho de Assis!

Santa Virgem Imaculada, Templo Santo do Senhor, Deus que fez em ti a glória, De Francisco fez louvor!

São Francisco do Evangelho, São Francisco da Oração, São Francisco do Trabalho, São Francisco, nosso Irmão!

São Francisco Pobrezinho, Santo e sábio no viver, Pai dos pobres deserdados, Vem teus filhos proteger.

São Francisco dos leprosos, Da Pobreza de Jesus, Da Pobreza de Maria, Da Paixão da Santa Cruz!

5. São Francisco apaixonado Pelo Filho de Maria, Reverente ao Sacerdote, Pelo Dom da Eucaristia!

6. São Francisco nos ensina, Pelo verbo, pelo exemplo, Que ao andarmos pelo mundo, Nosso corpo é nosso templo!

7. São Francisco ao Senhor Papa Quer servir filialmente, Do Menor, Norma na Igreja Como pobre obediente.

8. São Francisco que a este mundo Deste seu justo valor, Vem louvar a Deus conosco, Pela Cruz e pelo Amor!

9. São Francisco, nossa Escola, Paraíso Matinal, Pela graça transformado, Novo Adão Universal!

Frei Walter Hugo de Almeida

Arquidiocese de São Paulo conclui comemorações do centenário de Dom Paulo Evaristo Arns

Na quarta-feira, 14, Festa da Exaltação da Santa Cruz, a Arquidiocese de São Paulo concluiu com uma Missa as comemorações do cen tenário do Cardeal Paulo Evaristo Arns, 5º Arcebispo Metropolitano, falecido em 2016.

A Eucaristia foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arce bispo de São Paulo, e concelebrada por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese, e Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo de Mogi das Cruzes (SP) e Presidente do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Também estiveram presentes diver sos padres, muitos deles, ordenados pelo Cardeal Arns. Frei Paulo Rober to Pereira, Ministro Provincial; Frei Fidêncio Vanboemmel, definidor e Frei Mário Tagliari, pároco e reitor do Santuário São Francisco.

Desde setembro de 2021, foi realizada uma série de iniciativas religiosas, culturais e acadêmicas, para celebrar um século de vida de Dom Paulo, que esteve à frente da Arquidiocese de São Paulo por quase 30 anos.

Entre essas iniciativas, destaca ram-se uma exposição fotográfica que percorreu igrejas e outros es

paços públicos da cidade; eventos acadêmicos e inter-religiosos que recordaram o legado de Dom Paulo na defesa da dignidade humana; além da publicação de um livro que aborda suas realizações como Arcebispo de São Paulo na missão de ensinar, santificar e governar a Igreja naquela que, na época de seu pastoreio, era a maior arquidiocese do mundo.

Pastor na cidade

Na homilia, Dom Odilo enfatizou a festa litúrgica da data, recordando que a Igreja tem na cruz de Cristo o seu sinal distintivo. “Somos os discí

pulos daquele que morreu crucifica do e se entregou à morte por amor à humanidade e de cada um de nós”, afirmou.

O Cardeal Scherer destacou, ain da, que, ao fazer memória da figura de Dom Paulo, “como arcebispo e pastor desta imensa porção da Igreja de Cristo, que ele amou profunda mente e à qual dedicou o melhor de suas energias humanas e pastorais”, a Arquidiocese de São Paulo rende graças a Deus pelo dom da sua vida e ministério.

“Após o Concílio Vaticano II, ele [Dom Paulo] procurou traduzir as di retrizes conciliares em novas práticas de vida eclesial, de organização pas toral. Esteve atento à presença e ao testemunho da Igreja nas imensas periferias da cidade e no meio do povo mais desassistido, não apenas religiosamente, mas também so cialmente”, acrescentou Dom Odilo, ressaltando que, no longo período do seu pastoreio diante da Arquidio cese de São Paulo, seu predecessor se preocupou para que houvesse sacerdotes em todas as paróquias e comunidades, criou e visitou muitas paróquias, incentivou a formação dos leigos e sua participação na

vida da Igreja e na vida social e nas responsabilidades públicas.

“Dom Paulo esteve atento às situ ações sociais, econômicas, culturais e políticas do seu tempo, procu rando levar o fermento e a luz do Evangelho a todos esses ambientes do convívio social, para a edificação da vida social no respeito à digni dade de cada pessoa, da justiça e da solidariedade. Dom Paulo uniu sua voz à de tantos que clamavam pelo retorno à normalidade da vida democrática no Brasil”, enfatizou o Cardeal Scherer.

Legado

Dom Odilo salientou que o Cardeal Arns e o legado por ele dei xado, “pertencem agora à história e ficarão como referência para aqueles que, como ele, também têm fé e esperança, amam o povo, servem o Evangelho na Igreja de Cristo”.

“A missão da Igreja em nossa Arquidiocese continua diante de novos desafios. Clérigos, religiosos e leigos somos chamados a estarmos atentos à voz do Espírito de Deus, que nos fala de muitos modos e a sermos as testemunhas fiéis de Deus na cidade”, disse o Arcebispo.

Recordando o lema episcopal de Dom Paulo, “De esperança em esperança”, Dom Odilo concluiu: “Animados pela grande esperan ça, que não desilude (cf Rm 5,5), continuemos a nos empenhar no dia a dia, com coragem e paciência, na edificação deste mundo. Como pessoas de fé, somos também cida dãos e temos o dever de participar da edificação da ‘cidade terrena’ na concórdia, na justiça e na paz. Deus habita esta Cidade. Somos suas testemunhas. ‘Coragem!’, diria Dom Paulo.

No início da celebração, Maria Angela Borsoi, leiga consagrada que foi secretária de Dom Paulo por quatro décadas, fez um breve relato da vida do Cardeal Arns. “Foram 40 anos completos em que a graça de Deus me proporcionou aprendizado e experiências inesperadas, muitas vezes desafiadoras, mas sempre marcantes, a ponto de eu ousar re sumir hoje: conheci de perto e servi a um santo em vida!”, afirmou.

Texto: Fernando Geronazzo (ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO)

Fotos: Luciney Martins O SÃO PAULO

comunicações SETEMBRO 2022 JUBILEUS EM RODEIO

Na manhã do dia 4 de setem bro, às 10h, na Comunidade São Vigílio, em Rodeio (SC), aconteceu a Celebração Eucarística em ação de graças pela vida religiosa de três frades franciscanos e sete Irmãs Catequistas Franciscanas. Com pletando 70 anos de vida religiosa: Irmã Lídia Mondini, Irmã Cecília Venturi, Irmã Olga Ferreira, Irmã Clementina Fusinato e Irmã Martha Fiamoncini; 65 anos de vida religiosa: Frei José Bertoldi; 60 anos de vida religiosa: Irmã Armide Tomelin e Irmã Lúcia Tambosi; 50 anos de vida religiosa: Frei Claudino Dal’Mago; e 25 anos de vida religiosa: Frei João Miguel

Não faltaram motivos para se alegrar! Irmã Ivonete Gardini, Provincial das Irmãs Ca tequistas Franciscanas, recebeu a renovação dos votos das irmãs que mais uma vez recorda ram a sua missão de estarem entre os mais pobres, inseridas em comunidades, levando a Palavra e a instrução. Enquanto elas pediam

a renovação dos votos, elas portavam velas que foram acesas no Círio Pascal, representando a chama do Espírito que carregam.

Em seguida, o Ministro da Província da Imaculada Conceição, Frei Paulo Roberto Pereira, recebeu a renovação dos votos de Frei José, Frei Claudino e Frei João Miguel. Eles pediram o auxílio do Altíssimo para perseverarem até o fim no santo propósito que firmaram ao abraçar a Vida e a Regra dos Frades Menores.

Em sua homilia, Frei Paulo ressaltou o caráter da presença das Irmãs Cate quistas, que nasceram em Rodeio: “O povo daqui costuma chamar as religio

Celebrar o dom da perseverança Silva da Cruz.

sas de monjas, no dialeto trentino, mas a vocês, irmãs, reservaram outro título, o título de mestras”. Ele ressaltou ainda a importância da presença delas nas comunidades mais distantes, promo vendo a educação.

Depois se voltou aos frades e lembrou que os três possuem algo em comum, todos passaram pela Terra Santa. Lá o termo jubileu se aplica às trombetas que anunciavam o ano da graça: “O ano da graça é proclamar e viver o Reino de Deus já aqui e, hoje, infelizmente, estamos longe disso”.

Em latim, no entanto, jubileu vem de júbilo, alegria. “E qual o motivo da nossa alegria? Servir e seguir a Jesus Cristo,

desde noviço, desde noviça, desde batiza dos!”

Ao final da celebra ção, depois das home nagens, os religiosos fo ram conduzidos diante da imagem da Virgem Maria, modelo de Igreja e vida consagrada, e pediram a sua interces são para que eles vivam sempre no ardor do Espírito que os levou por esse caminho.

Semana missionária

Por ocasião dos jubileus dos confrades Frei João Miguel, Frei Claudino e Frei José, que com pletam, respectivamente, 25, 50 e 65 anos de vida religiosa, e das Irmãs Catequistas Franciscanas, o Serviço de Animação Vocacional dProvincial pro moveu uma Semana Missionária para percorrer as comunidades da cidade de Rodeio, testemunhan do e agradecendo ao Senhor pelo testemunho de vida que esses irmãos nos dão, pela sua perse verança e fidelidade ao compromisso abraçado nessa cidade.

Na noite de terça-feira, 30, foi celebrada a Missa de envio dos missionários na Paróquia São Francisco de Assis. As equipes foram compostas pelos frades, pelas Irmãs Catequistas Franciscanas, pelos vocacionados e pelos leigos da região, estes últimos responsáveis por guiar os demais. Ao todo mais de 20 missionários estiveram, diariamente, percorrendo as ruas da cidade, propagando a devoção a Frei Bruno Linden e anunciando a Boa -Nova do Reino em cada casa em que entravam.

As visitas às famílias aconteceram durante três dias, pela manhã e à tarde, e contemplaram as 16 comunidades que fazem parte do município. Na quarta-feira, as equipes percorreram as estradas nas comunidades do Kaspereit, do Bairro dos La gos, da Divisa, do Rodeio 12, do Rodeio 32 e do Rio Belo. Na quinta-feira, foi a vez de visitar o Rodeio 50, a Gávea, o Pico, o Ipiranga e o Centro. Por fim, na sexta-feira, visitou-se a Glória, a Nova Brasília, o São Pedrinho, o Diamante e o Rio Morto.

Nessas visitas realizadas nos lares priorizou-se os enfermos, os idosos e as pessoas afastadas das comunidades, a fim de reanimá-los na fé, apontan do a nossa proximidade fraterna e compromisso com os mais fragilizados.

Em cada uma das comunidades foi realizada

uma celebração vocacional encerrando as atividades do dia com as crianças da catequese. Elas puderam conhecer melhor os noviços, a vida religiosa consagrada, a história de São Francisco de Assis, e meditar sobre a sua própria vocação.

A gratidão foi expressa tanto pelas famílias visitadas, quanto pelos missionários que partilharam de inúmeras realidades.

Seguindo os passos de Frei Bruno

Na manhã do dia 03, sábado, a comunidade rodeense se reuniu antes do nascer do sol, às 6h, sob uma leve chuva para participar da caminhada de Frei Bruno, com destino à Comunidade do Bairro Diamante, a uma distância de aproxi madamente 9 km.

Além da participação ativa dos devotos de Frei Bruno na caminhada, o próprio guarda-chuva que o servo de Deus usou em suas peregrinações acompanhou o povo pelos morros de Rodeio.

Durante as paradas, os peregrinos meditaram sobre a graça da perseverança. O relevo do município, com os morros e as subidas íngremes, lembrou as dificuldades que cada um enfrenta na sua história pessoal. Nesse sentido, o testemunho dos confrades e das religiosas Catequistas Franciscanas é sinal de perseverança na caminhada.

A caminhada seguiu, morro abaixo, até a chegada na Comu nidade do Diamante e, diante do oratório do Frei Bruno Linden, rendeu-se graças a Deus pela vocação dos jubilandos e pela vida e exemplo de Frei Bruno, missionário marcado por estar sempre com seu guarda-chuva, andando pelas comunidades.

Frei Gabriel Dellandrea conduziu a reflexão sobre os guar da-chuvas. Segundo o frade, os guarda-chuvas eram um sinal visível de amparo, do cuidado de Deus com cada um. Nos dias mais claros, protege do sol e nos dias de chuva, impede que se fique encharcado. No cotidiano, também acontecem dias assim e, nesses dias, é preciso lembrar da presença de Deus que nos ampara.

E com um gesto muito simbólico, todos colocaram o seu guarda-chuva sobre o de Frei Bruno, pedindo a sua intercessão para seguir a caminhada da vida sob a proteção divina.

Frei Gilberto Silveira da Costa Junior

Famílias lotam Campinho do Convento da Penha no encerramento da Semana da Família

Milhares de pessoas subiram ao Campinho do Convento da Penha, em Vila Velha (ES), no dia 20/08 para o Encer ramento da Semana Nacional da Família. A tradicional Romaria das Famílias teve início na Praça Duque de Caxias, no centro de Vila Velha. Na sequência, os fiéis caminharam até o Santuário de Nossa Senhora da Penha, depois de dois anos de pandemia.

A Semana da Família foi marcada por celebrações, orações e reflexões sobre as famílias. A casa é a extensão da Igreja, ou seja, a família é a “Igreja

Doméstica” - como pri meiro chamou o Papa João Paulo II -, onde é ensinado o caminho de santidade e são cultivados os valores humanos.

A Missa de Encer ramento foi presidida pelo Arcebispo Emérito de Mariana (MG), Dom Geraldo Lyrio Rocha, com participação do

Padre Abel Andrade (coordenador de Pastoral da Área de Vila Velha) e de Frei Alessandro Dias do Nasci mento, representando a Fraternida de Franciscana do Convento.

Na homilia, Dom Geraldo desta cou que a Igreja celebra a realização plena do Mistério Pascal de Cristo na Santíssima Virgem. Sendo ela a “cheia de graça”, o Pai quis associá-la definitivamente à ressurreição de seu Filho Jesus.

“A leitura, tirada do primeiro livro das Crônicas, fala da Arca da Aliança como sinal da presença de Deus no meio do povo de Israel. A liturgia aplica esse texto a Maria, pois

ela pode ser considerada a ‘Arca da Nova Aliança’, pois acolheu, em seu seio virginal, o Verbo encarnado. As sim como a arca da antiga aliança foi transportada para Jerusalém, Maria, arca da nova aliança, em sua Assun ção, é transportada para a glória do céu”, disse Dom Geraldo Lyrio.

Semana da Família em Paróquia de Aracruz

Ainda motivados pela proposta da CNBB de celebrar o amor da famí lia como um caminho de santidade e vocação, a Paróquia São João Batista, de Aracruz, região norte do Espírito Santo (Diocese de Colatina), realizou

a primeira edição da “Romaria das Famílias de Aracruz ao Conven to da Penha”. A Missa das 9h, no dia 21/8, foi presidida pelo Padre Antônio Luiz Pazolini Pandolfi e concelebrada pelo guardião e reitor do Convento, Frei Djalmo Fuck.

Cristian Oliveira

Testemunha dos novos tempos da Ordem Franciscana em Angola

Durante décadas, alguns ramos da Ordem Francis cana trabalharam para restabelecer o sentido original de fraternidade na Ordem. Em um rescrito, pu blicado no dia 18 de maio de 2022, o Papa Francisco respondeu aos apelos por maior igualdade entre membros ordenados e não ordenados de instituições religiosas clericais. Frei Ivair Bueno de Carvalho, ao ser eleito presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, em julho último, é o primeiro irmão leigo a assu mir um cargo superior na Fundação desde a publicação do rescrito. Para o Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli, a mudança “nos ajudará a reconhecer melhor o fato de que somos realmente uma fraternidade de pessoas iguais entre si e o que nos une é seguir a Regra franciscana.

Este rescrito altera o cânon 588, §2, do Código Canônico, permitindo, em casos individuais, que membros não -ordenados sejam eleitos ou nomeados superiores locais ou superiores maiores de Instituto religioso.

Frei Ivair Bueno de Carvalho é natural de Sorocaba (SP). Nasceu em 31 de janeiro de 1973. Filho de Aparecido Benedito Bueno e de The rezinha de Carvalho Bueno, entrou na Ordem dos Frades Menores através da Província da Imaculada Concei ção do Brasil, em 1993. Fez a Primeira

Profissão religiosa em Rodeio (SC), no dia 9 de janeiro de 1998, e Profissão Solene no dia 30 de julho de 2005. Estudou Filosofia no Instituto São Bo aventura, em Curitiba (PR), e Teologia no Instituto Teológico Franciscano, em Petrópolis (RJ).

Em 2001 foi enviado como mis sionário em terras angolanas, traba lhando em Luanda, Malanje e Kibala. Retornou ao Brasil por um tempo e regressou a Angola em 2009. Antes de ser eleito presidente da FIMDA neste ano, ele foi guardião da Fraternidade

Santo Antônio, Noviciado São José, em Kibala (Cuanza Sul).

Comunicações - Como você recebeu esta indicação dos irmãos para ser presidente da FIMDA?

Frei Ivair - Primeiramente gosta ria de agradecer a Deus pelo dom da vida e da vocação, o Pai das miseri córdias que derrama suas bênçãos sobre cada um de seus filhos e filhas. Sempre que somos convidados e convocados pela vocação que nos é dada e confiada, de maneira especial

como Frade Menor, irmão da Peni tência, nos cololacamos à disposição da Ordem, da Igreja e dos irmãos. Há três anos, no Capítulo anterior, havia pedido para ficar apenas mais um triênio na missão, pois minha mãe está bem doente, devido à idade e o “bendito Alzheimer”. Por isso, gostaria de ficar um pouco mais próximo dela e da família para acompanhar mais de perto esse final da vida de quem me deu a vida e me despertou à fé em Deus, Pai todo amoroso e misericoridioso. Mas, como ela mesma diz: “Com Deus

não se brinca e depois que se coloca a mão no arado não se deve olhar para trás”. Com isso se percebe as mãos de Deus conduzindo a história.

Senti no coração um aperto bem grande com as eleições acontecendo, mas ao mesmo tempo sentia a mão de Deus e a força do Espíri to Santo na confiança que os irmãos depositaram em mim. Percebe-se nitidamente como o Senhor nos conduz e o como nos deixamos guiar por Ele; não fazemos a nossa própria vontade, mas a vonta de d’Aquele que servimos de coração e mente pura. Com certeza todo esse ministério assumi do como irmãos concorrerá para o bem daqueles que amam a Deus.

Comunicações - Hoje, como pre sidente da Fundação, quais os principais desafios da missão?

Frei Ivair - Primeiro desafio é sermos realmente franciscanos, Ir mãos e Menores, vivendo com maior radicalidade a nossa opção batismal como consagrados a Deus, no servi ço fraterno aos irmãos na Igreja e no mundo. O segundo desafio é a nossa autossustenção. Temos que, cada vez mais, voltarmos às nossas origens e viver do trabalho de nossas próprias

mãos, como nos pede São Francisco. Abraçar de maneira clara e exemplar a pobreza de Espírito e de fato. O ter ceiro desafio é o cuidado com a boa formação humana, cristã e francisca na dos irmãos que o Senhor nos tem dado por inspiração divina.

Comunicações - A Fundação vive um bom momento vocacional. Fale sobre esse celeiro vocacional na missão?

Frei Ivair - Sempre acreditei que o carisma franciscano já se encon trava e se encontra em todos os

John Vaughn, e enviou os primeiros confrades para cá.

Na atualidade temos vocação de quase todas as províncias de Angola e de quase todas as etnias que este país contém. Isso, cada vez mais, vai nos revelando que o Espírito continua a dissipar “‘as cinzas de muitos corações” de irmãos angolanos, os quais deixam se conduzir inflamados por este modo de vida. Ser Franciscano vale a pena.

Comunicações - Como você rece beu o rescrito do Papa Francisco que autoriza irmãos leigos serem

superiores?

lugares do mundo, pois ser francis cano é uma opção de vida, livre e espontânea. É como se fosse um carvão aceso coberto de cinzas. Num primeiro momento parece que está tudo apagado, mas com um sopro volta a acender o nosso carisma, aqui em Angola, bastou um sopro do Espírito do Senhor e seu Santo modo de operar para que as vocações começassem a eclodir. O Espírito deSão Francisco já se encontrava nas terras de Angola, faltava o sopro do testemunho dos irmãos. E aqui tenho que agradecer de maneira especial a Província que aceitou o convite “África nos chama”, do Ministro geral

Frei Ivair - Creio que o Papa Francisco é um ser humano inspirado e tem sempre a preocupação de voltar às origens. A origem de nossa Ordem como nos mostra o artigo primeiro das Constituições Gerais: “A Ordem dos Frades Menores, fundada por São Francisco de Assis, é uma fraternidade na qual os irmãos, … pela profissão, dedicam-se total mente a Deus”. Ou seja, nossa Ordem é uma fraternidade de irmãos. A Igreja é que nos inclui como um instituto clerical, como nos diz o artigo terceiro parágrafo segundo da mes ma Constituição. Com o rescrito do Papa, temos a possibilidade de voltar mos às nossas origens. Os ministérios que exercemos segue nos dando a graça de continuarmos sendo Irmãos e Menores.

Comunicações - A Fundação cami nha para se tornar uma Custódia?

Frei Ivair - Desde que o Espírito Santo continue a despertar boas e santas vocações franciscanas, acredi tamos que a tendência é se expandir e aquecer novos corações para o seguimento de Cristo ao modo de Francisco. Com isso, o sonho de se tor

fraternidades

nar uma Custódia pode vir a se realizar. Com certeza temos que ir amadure cendo. Quanto mais vivermos com fidelidade o nosso carisma, com o tempo e ao tempo de Deus, com a nossa ajuda e empenho, a Custódia virá. Deus está conosco depende de nós.

Comunicações - Como se deu o seu discernimento vocacional. Por que escolheu ser franciscano e missionário?

Frei Ivair - Tive a graça de nascer em uma família do interior, onde a fé cristã é transmitida de maneira oral. Minha avó, Ana Ferraz (vó Dalina), que se alfabetizou depois dos 60 anos de idade só para ler a Sagrada Escritura, um dia me falou de São Francisco, que era pobre e vivia andando pelo mun do como missionário, a exemplo de Jesus Cristo. Esse São Francisco foi crescendo e se desenvolvendo dentro de minha vida, até que, por graça e inspiração divina, percebi que deveria colocar-me à disposição do Senhor e entrei no seminário para me consagrar como irmão na Ordem dos Frades Menores, com o intuito de ser um pouco parecido com São Francisco. Por isso, desde o início sempre quis partir em missão, de maneira especial na África. Com o passar dos anos na formação, a graça divina foi me conduzindo até que, em 2001, tive a oportunidade de vir para cá. De início, o que me chamou a atenção foi que, apesar da guerra, a fé, a alegria, a celebração eram sempre muito vivas e partici pativas. O desejo do Sagrado esteve e está sempre latente nos trabalhos apostólico-missionários, tanto da parte dos missionários quanto do povo.

O testemunho de inspiração divina dado pelos confrades foi ganhando raízes e rostos; fomos ganhando pais, mães e irmãos e o

espírito franciscano começou a florir com os nossos irmãos angolanos. A implantação da Ordem começou a frutificar.

Hoje, o que continua a inspirar, não só a mim, mas a todos os irmãos, é a entrega total a Deus no segui mento de Nosso Senhor Jesus Cristo, partilhando a nossa espiritualidade franciscana na vida fraterna, na vida de oração e devoção, no trabalho, na alegria e na esperança. O Francisco, pobre e missionário, seguidor de Jesus Cristo, que minha avó me ensinou, está cada vez mais vivo e presente em todos os seres e afazeres em terras angolanas e em todo mundo.

Comunicações - Fale um pouco de sua vida e sua família?

Frei Ivair - É meio complicado falar de si mesmo. Prefiro que os que conviveram comigo, vivem comigo, falem sobre mim. Uma coisa é certa: procuro ser um Frade Menor de nome e de fato.

Meu pai se chamava Aparecido Benedito Bueno. Chamou-se Apa recido porque minha avó perdeu o primeiro filho. O seguinte, meu pai, foi consagrado a Nossa Senho ra Aparecida, daí vem o nome de Aparecido Benedito. Minha mãe se chama Therezinha de Carvalho Bue no. Nascemos no Bairro Mato Dentro, um lugar a uns 20 km distante de Sorocab. Toda a nossa infância foi no sítio. A casa onde nascemos era de pau a pique barreada. Atrás de casa passava um córrego onde lavávamos roupa, tomávamos banho, pegáva mos água etc. Lembro-me que com právamos poucas coisas na cidade, pois produzíamos quase tudo, arroz, milho, feijão, verduras etc. Somos sete irmãos, 3 homens e 4 mulheres. Eu sou o quarto. Hoje, todos os meus irmãos vivem na cidade. Minha mãe está bem debilitada de saúde. Minhas irmãs cuidam dela, de maneira espe cial a irmã mais velha.

Comunicações - Como o religioso

Frei Ivair se define?

Frei Ivair - Servo inútil. Comunicações - Qual a importância dos missionários nesse trabalho evangelizador?

Frei Ivair - O nosso próprio nome, Frades Menores, já dá uma qualificação ao nosso modo de Evan gelizar, ou seja, como irmãos e meno res. Isto revela o modo franciscano de entender e vivenciar o Cristo Pobre, Humilde, Crucificado e Ressuscitado. Este Cristo se manifesta, de maneira especial, na pessoa dos mais desfavo recidos, pobres, marginalizados e em toda a criação. Como dizia São Fran cisco na Regra não Bulada: “Todos os frades preguem com as obras”. Isto implica que estejamos sempre em conformidade com o Cristo da nossa fé e de nossa práxis ao pregar a Paz e o Bem, como nos pede Francisco, e zelando pela justiça. O frade menor está na dinâmica do “evangelizar-se para evangelizar”.

Comunicações - O que você diria para os frades leigos que querem se tornar missionários em Angola?

Frei Ivair - Deus nos deu a graça da vocação franciscana e, por conseguinte, de sermos missionários. Aos que aqui quiserem vir para esta missão, sejam bem-vindos, pois po dem partilhar a vida cristã e a fé com aqueles que se encontram conosco e nos dá a certeza de que estamos no caminho certo. Nos caminhos da vida, a Vida se faz Caminho conosco e o Reino de Deus vai acontecendo nos pequenos gestos diários da Fra ternidade onde vivemos e ao povo a que servimos. Os irmãos que vierem, clérigos ou não, sejam bem-vindos.

Que o Senhor permaneça conos co e que nós permaneçamos com Ele. Estamos juntos e Paz e Bem!

Entrevista a Moacir Beggo

Frei Cássio celebra 101 anos de vida

Frei Cássio Vieira de Lima com pletou no dia 22 de agosto, 101 anos de vida, sendo o único frade centenário na Pro víncia da Imaculada Conceição do Brasil. Este momento histó rico foi celebrado, às 18 horas, durante a Missa de Ação de Graças na Paróquia Bom Jesus dos Perdões, em Curitiba (PR). Frei Cássio concelebrou ao lado do presidente da celebração, Frei José Idair Ferreira Augusto, guardião da Fraternidade, do Definidor Provincial, Frei Daniel Dellandrea, e seus confrades das Fraternidades de Campo Largo (PR).

Frei Cássio nasceu em 22 de agosto de 1921, em Japurá (SP). Proveniente de uma família simples e muito pobre é o mais velho de cinco irmãos. Seu pai se chamava Olímpio de Paula Vieira e sua mãe Rita de Paula Vieira. Ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de dezembro de 1941 e fez a profis são solene no dia 21 de dezembro de 1945. Foi ordenado presbítero no dia 16 de julho de 1949.

O aniversariante fez a reflexão da celebração e escolheu a Mensagem do Papa Francisco para o II Dia Mundial dos Avós e Idosos, com o título. “Dão fruto mesmo na velhice” (Sl 92, 15). “Gravem no coração estas palavras para meditar em casa”, sugeriu.

“Uma vida longa – ensina a Sagrada Escritura – é uma bênção, e os idosos não são proscritos de quem se deve estar à margem, mas sinais vivos da benevolência de Deus que efunde a vida em abundância. Bendita a casa que guarda um ancião! Bendita a famí lia que honra os seus avós!”, diz o Papa Francisco, destacando Frei Cássio.

No final, Frei José fez a seguinte homenagem antes de cantar os Parabéns: “Saber viver. Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem

sentido se não tocamos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo

que sacia, amor que promove. Isso não é coisa do outro mundo, é o que dá sentido à vida, é o que faz com que ela não seja nem curta nem longa de mais! Mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar”.

Convento São Francisco: o “Monte Alverne” de 375 anos no centro de São Paulo

Aliturgia da festa da Impressão das Chagas de São Francisco de Assis deixou ainda mais bela a Missa de Ação de Graças pelos 375 anos de fundação do Convento São Francisco, em São Paulo (SP) celebrada no sábado (17/9), às 12 ho ras, na Igreja que compõe, com outras construções, o principal conjunto de arquitetura barroca da capital paulista na. Na saudação inicial, o guardião do Convento São Francisco, Frei Mário Luiz Tagliari, destacou o significado histórico deste patrimônio cultural e religioso para o Estado e para o país e recordou um dos momentos mais belos da vida do Povorello de Assis. Segundo ele, o Monte Alverne é o cume de toda uma vida, de uma busca incessante de São Francisco em “seguir as pegadas de Jesus Cristo”.

O Definidor Provincial, Frei João Francisco da Silva, presidiu a Cele bração Eucarística, representando o Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto

Pereira, que neste sábado acolheu os novos professos solenes da Província da Imaculada, em Petrópolis (RJ). Para ele, alegria e gratidão eram senti mentos desta celebração de ação de graças. “São 375 anos de evangeliza ção e presença franciscana difundindo o carisma franciscano nesta cidade de São Paulo. Os primeiros frades foram inspirados por Deus a iniciar aqui uma história duradoura de cumplicidade e fé, oferecendo a todos a fonte do caris ma franciscano que é viver o Evan gelho de Nosso Senhor Jesus Cristo”, disse Frei João.

Para o presidente da celebração, são quase quatro séculos de história e comunhão com o povo de Deus que habita esta cidade. “Essa história paulatinamente vai consolidando aquele desejo ardente que o próprio São Francisco nutria quando buscava um lugar ainda mais ‘solitário e secreto’ no qual pudesse mais reservadamente fazer uma profunda experiência de oração. Ele encontra no Monte Alverne,

local da impressão das Chagas do Cru cificado, o lugar ideal para a experiência profunda de fé, pois, como dizem os biógrafos, ‘ele já carregava a cruz enrai zada em seu coração’”, refletiu o frade.

“Creio que este Convento é o Monte Alverne, o ‘lugar solitário e secreto’ que, na agitação característica da cidade, oferece às pessoas além do espaço religioso e cultural, também o acolhimento para momentos de ora ção e encontro com Deus no interior da igreja, nas salas de confissão e nos demais ambientes propícios ao encon tro com o transcendente”, comparou o celebrante.

Segundo ele, através de sua missão evangelizadora, o Convento propicia aos fiéis momentos celebrativos que favorecem a intimidade e o encontro com o Sagrado sem abandonar o olhar pelos pobres através da sua missão social. “Por dia, mais de mil pessoas são atendidas pelos frades e leigos na parte térrea do Convento, onde funciona o Serviço Franciscano de Solidariedade

(Sefras), oferecendo as refeições diárias, suporte social e jurídico, atividades socioeducativas, políticas, culturais e de incentivo à participação de cons trução de políticas públicas e fóruns de discussão à população em situação de rua”, observou Frei João.

“Portanto, os frades não estão alheios aos dramas e à vida da população da cidade, pelo contrário procuram estar atentos aos clamores da população e busca de soluções para os diversos dramas que chegam diariamente nas portas do Convento. Assim, a presença franciscana no cen tro de São Paulo é uma opção para compartilhar as alegrias e esperanças na construção de uma sociedade igualitária e, também, é um modo de participar e compreender as dificul dades e os sofrimentos que rodeiam a vida do povo. Neste sentido, nos

dias terríveis que vivemos, queremos, a partir de nossa identidade francis cana, reafirmar o propósito da fideli dade aos valores cristãos e humanos, fidelidade aos direitos humanos, à dignidade humana, à liberdade humana e à defesa da vida como fez São Francisco em seu tempo e, tam bém, muitos franciscanos que aqui viveram e anonimamente agiram em favor da vida e da dignidade huma na”, exortou o frade.

Frei João destacou dois frades que viveram e assumiram esse protago nismo neste Convento: “Frei Galvão, o primeiro Santo que nasceu em território brasileiro e que viveu aproxi madamente 60 anos neste Convento, aqui exerceu o ofício de pregador, confessor e porteiro. Aqui, ele se consa grou como filho e escravo perpétuo da Virgem Imaculada e é dessa devoção

à Virgem Imaculada que surgem as pílulas de Frei Galvão, sacramentais de fé e devoção do povo de Deus, que procurava o santo para obter alívio em suas enfermidades”, recordou. O Convento celebra 200 anos da morte de Frei Galvão neste ano.

“Outro ilustre franciscano é o Cardeal Dom Frei Paulo Evaristo Arns, ex-arcebispo de São Paulo, falecido em 2016. Este ano estamos encerrando as atividades comemorativas do cente nário de nascimento deste franciscano que, frequentemente, vinha a este Convento e que exerceu papel funda mental na defesa dos direitos humanos na cidade de São Paulo. Trabalhou in cansavelmente pelas populações mais vulneráveis”, disse. Em 1997, D. Paulo declarou que o Convento passaria a ser também “Santuário São Francisco”, pois em sua missão evangelizadora já se ocupava em acolher e atender os fiéis advindos de todas as regiões da cidade e que encontravam aqui conforto espiritual.

“São Francisco, Frei Galvão, Dom Frei Paulo Evaristo, todos os frades entendem que seguir Nosso Senhor Jesus Cristo abarca algumas exigências. Implica renúncia de si mesmo, desa pego dos bens deste mundo, humil dade e mansidão como condição de abertura ao transcendente a partir dos pobres e do cuidado com a natureza. Estas são qualidades de quem quer seguir o Mestre Jesus. Portanto, tomar a cruz é tomar para si uma vida que se

assemelha à vida do Mestre porque Ele não nos livra da cruz, do sofrimento, mas abraça-nos na cruz, salva-nos na cruz”, ensinou o frade.

“Dizem os biógrafos que São Francisco frequentemente chorava a Paixão de Jesus, numa compreensão da entrega total do Salvador. Neste sentido, a cruz indica aos discípulos que a escolha feita tem como conse quência dar a vida pelo Evangelho. Ainda hoje muitos mártires que se atrevem no compromisso pela paz, pela justiça, pelo amor, pagam com o próprio sangue essa ousadia, como o Mestre. Porém, São Francisco nos convida a não abandonar o Cristo pobre, humilde e crucificado, mas a caminharmos com Ele e adotá-lo como caminho, verdade e vida.

Quer que passemos de anônimos na multidão que percorrem as ruas da cidade a discípulos; mudança que requer decisão, prudência, renúncia e entrega da própria vida”, emendou o celebrante.

“Está bem claro: discípulo é quem caminha com Jesus Cristo, tendo-o como senhor, mestre e salvador; anônimo na multidão é quem ainda está só olhando de longe, à distância, com curiosidade e admiração. Precisa mos assumir a identidade franciscana porque seguir Jesus no caminho do esvaziamento significa entrar numa nova vida: a vida do Espírito do próprio Jesus. Por isso, vamos abraçar a pe quenez e renunciar à exaltação como fez São Francisco de Assis e ‘desejar o Espírito do Senhor e seu santo modo de operar’”, pediu.

“Que essa celebração, na qual recordamos que a presença franciscana é significativa e duradoura, e a recor dação dos Estigmas de São Francisco nos ajude a compreender que o amor deixa as suas marcas nas alegrias e nas cruzes do cotidiano. Que essa celebra ção nos inspire a recomeçar sempre com São Francisco de Assis!”, convidou Frei João.

UM POUCO DE HISTÓRIA

O Convento São Francisco, junto com o Convento Santo Antônio do Rio de Janeiro e o Convento da Penha, em Vila Velha (ES), são as casas mais antigas da Província da Imaculada Conceição do Brasil desde a sua criação (1675).

O prédio do estilo barroco luso-brasi leiro, inaugurado em 17 de setembro de 1647, na antiga Vila de São Paulo, durante o período do Brasil colonial, era feito de taipa, com fundações de 3 metros de profundidade e com paredes que chegavam a 2 metros de espessura em alguns pontos.

A igreja conventual foi muito mo dificada a partir de meados do século XVIII, o que lhe conferiu a atual forma barroca. Destacam-se as “estalas” do coro e os móveis da sacristia talhados em madeira de jacarandá. O sino mais antigo é o que “Caetano Pais de Abreu fez no ano de 1776”, como está gravado no bronze. Os outros - um da “Premiada Fundição de Sinos Angelo Angeli” e outro, menor, que traz a inscrição em latim ‘Soli Deo Gloria’ (Só a Deus a glória) - são do século 19. Apesar do incêndio nos finais do século XIX (1880), que danificou a igreja e convento anexo, muitos móveis como esses foram salvos, assim como a imagem de São Francisco, considerada uma das mais belas dos conventos franciscanos do Brasil, e a imagem da Imaculada Con

ceição, que está no altar esquerdo.

Durante a grande restauração em 2007, a fachada voltou a exibir a cor amarelo-creme, com detalhes em azul-anil, após a remoção de camadas de tintas que, ao longo de três séculos, cobriram em sucessivas e improvisadas reformas as cores originais. No interior do templo, também os altares, o coro e o teto passaram por restauração, com suas imagens e pinturas, como a do Pai Eterno com seu esplendor de raios dourados e de dois anjos grandes que o adoram.

O Convento de São Francisco abri gou a Faculdade de Direito da USP a partir de 1827. Em 1930 o prédio foi de molido e deu lugar a um projeto maior, em estilo neocolonial, concluído em 1934.Ao lado do Santuário está a Igreja de São Francisco das Chagas, em festa neste dia 17 pelo Padroeiro. Erguida pela Ordem Terceira de São Francisco, foi tombada como patrimônio histórico de São Paulo em 1982 e é considerada uma das mais importantes obras do sé culo XVIII. A construção original foi feita em estilo barroco-rococó. Durante sete anos passou por restauro e foi reaberta em 2014.

Em um dia frio e chuvoso, as festivi dades no claustro do Convento ficaram por conta de uma deliciosa feijoada.

Moacir Beggo

Paróquia Santo Antônio participa das Missões Populares na Diocese da Barrra

AArquidiocese de Florianópolis, a partir de 1982, assumiu a Diocese da Barra (BA) como Igreja irmã, e nestes anos todos manteve um padre em uma paróquia daquela Diocese. Lá, também, a Comunidade Divino Oleiro assumiu uma paróquia por alguns anos, como também vários missionários leigos se fizeram presentes.

A partir de 2000, o Conselho Mis sionário Diocesano da Arquidiocese, por inspiração do grande missionário do PIME (Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras), Padre Paulo de Coppi, elaborou um projeto de Missões Populares para a Diocese da Barra. Isso porque essa Diocese tem a extensão de quase o Estado de Santa Catarina. Naquela época, a Diocese contava com apenas doze paróquias, com muitas comunidades distantes 60, 70 ou mais quilômetros de sua paróquia.

As Missões Populares seriam uma maneira de contribuir com os trabalhos de evangelização, uma vez que muitas comunidades recebiam a visita do padre uma ou nenhuma vez por ano.

A primeira missão aconteceu em 2000, e foi realizada na cidade da Barra, quando um grupo de padres, diáconos e leigos se desloco de Florianópolis até lá, e se doou neste trabalho de missão. As Missões Populares na Diocese da Barra acontecem sempre no mês de julho, e muitos missionários aprovei tam para tirar férias nessa época para poderem se deslocarem para lá. Em cada ano, as Missões acontecem numa paróquia. Em 2013, começou um novo rodízio pela Paróquia da Barra. Então, desde aquela época, só não acontece ram as Missões em quatro anos. Dois anos por causa de uma grande seca que assolou os Estados do Nordeste, e os dois últimos por causa da pandemia

do Covid-19. Conforme o número e ta manho das comunidades da paróquia onde ocorrerá a Missão, algumas com 40 e até 60 comunidades, são enviados de 40 a 80 missionários.

A Paróquia Santo Antônio de Florianópolis se fez presente no início só com um ou dois missionários, depois três e neste ano tivemos a graça de enviar quatro missionários, tendo entre eles o pároco Frei Paulo Cesar Magalhães Borges, que fez a diferença, porque a presença de um padre nesse tempo de missão é muito importante para aquele povo de muita fé e devoção e extremamente carente de pastores em seu meio, conduzindo as celebrações, visitando os doentes e administrando os sacramentos.

Missão que Deus nos confiou

“Desde que aqui cheguei, fiquei sabendo que alguns paroquianos, se uniam a essa missão arquidiocesana, logo me senti atraído e me uni a eles. Estar na Diocese de Barra, onde está nosso querido Frei Luís Flávio Cappio (Dom Luís), foi uma bênção e graça ao

mesmo tempo. Fiquei escalado com mais 3 leigos, para a nova Paróquia São José, comunidade Várzea Grande. A fé que encontrei do povo baiano, veio confirmar o desejo do Papa, de vivermos uma Igreja em saída. Enfim, é impossível não voltar mais lá, pois é um campo missionário e celeiro vocacional. Oxalá, possa junto a esses queridos paroquianos, voltar e dar continuidade a essa missão que Deus nos confiou. Paz e bem!”

Comunicação da Paróquia Santo Antônio

Festa de Frei Galvão 2022 recorda os 200 anos de morte do primeiro santo brasileiro

De 15 a 25 de outubro, o Santuário Arquidioce sano de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, em Guaratinguetá (SP), celebrará mais uma vez seu Padroeiro. A festa desse ano fará memória do bicente nário de morte de Frei Galvão (1822 - 2022), com 10 dias de intensa programação litúrgica e celebrações, acompanhadas de festa externa com shows e comidas típicas.

Ao celebrar os 200 anos de morte de Frei Galvão, o Santuário

tem por objetivo levar os fiéis a reafirmarem a sua fé na ressurreição. Para os católicos, com a ressurreição de Cristo, todos que Nele morreram também com Ele ressuscitarão, pois “se Cristo não tivesse ressuscitado, vã seria nossa fé”, nos lembra o Apósto lo Paulo em uma de suas cartas.

Nessa mesma concepção cristã se encontra São Francisco de Assis, que às vésperas da sua morte, com põe um belíssimo hino de louvor, “Cântico do Irmão Sol”, no qual assim conclui: “Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã a morte corporal, da

qual nenhum vivente pode escapar. Bendito aquele que se encontra na Tua santíssima vontade, ao qual o mal não fará mal”.

Assim, parafraseando esse texto de São Francisco, criou-se a oração pela paz, no ano de 1912, de onde foi retirado o lema para as festivida des do bicentenário de morte de Frei Galvão: “É morrendo que se vive para a vida eterna”. Vale destacar que com as comemorações desse bicen tenário de morte quer-se celebrar o aspecto de imortalidade de todo ser humano, pois a morte é apenas

uma passagem para a vida plena em Deus. Ao mesmo tempo, tem-se por objetivo denunciar todas as expres sões de morte, de violência e de abreviação da vida, que muitas vezes contradiz o projeto de Deus de que todos tenham vida em plenitude.

PROGRAMAÇÃO

Os festejos começarão no dia 15 de outubro com um “Pedal de Frei Galvão”, além de uma carreata que percorrerá vários bairros da cidade de Guaratinguetá convidando os devotos à grande festa do santo des sa terra. A tradicional “Corrida de Frei Galvão” irá acontecer no dia 16 de outubro, em parceria com a Secreta ria de Esportes da cidade.

A novena (nove dias de oração) terá seu início no dia 16 e término no dia 24 de outubro, um dia antes da Festa Solene de Frei Galvão. Em todos esses dias as celebrações se rão realizadas às 15h e 19h30, acom panhadas de festa externa com barraquinhas de comidas típicas, bolo de Frei Galvão e brinquedos para as crianças.

Além das celebrações realizadas no Santuário, haverá uma visita missionária dos frades, freiras e lei gos em diferentes instituições, tais como creche, escola, asilo, presídio e outros lugares concebidos como as novas periferias existenciais e geográficas. Trata-se de levar a presença de Frei Galvão até aquelas pessoas que não poderão vir ao Santuário.

No que diz respeito à programa ção cultural haverá apresentação de Congadas, apresentação do Coral dos Canarinhos de Petrópolis (RJ) e show com André Morais. Essas e tantas outras atrações serão pos sibilitadas ao público presente. Na antevéspera da Festa de Frei Galvão, no dia 23 de outubro, acontecerá uma exposição de carros antigos, além do sorteio do Fusca de Frei Galvão, uma ação entre amigos que está vendendo bilhetes no valor de R$ 10,00 (dez reais) e que podem ainda ser adquiridos pelo telefone (12) 99684-6350 ou diretamente no Santuário.

Para o dia 25 de outubro, feria

do na cidade de Guaratinguetá, haverá missas festivas ao longo do dia, procissão pelas imediações do Santuário, que se encerrará com a Missa Solene presidida pelo Arce bispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, às 18h.

Para a realização dessa Festa de Frei Galvão 2022, o Santuário está contando com as doações dos fiéis, o apoio da Prefeitura de Guaratinguetá, das Secretarias de Turismo e Cultura, além de alguns patrocínios de empresas privadas.

Cientes da importância desse evento não somente para os fiéis e devotos, mas também para toda a cidade de Guaratinguetá, os fra des, administradores do Santuário, reforçam o convite para que todos se envolvam na realização dessa grandiosa festa do Santo de nossa terra.

Celebremos o mais ilustre filho de Guaratinguetá, nosso Santo An tônio de Sant`Anna Galvão!

Frei Leandro Costa Santos

Celebração Eucarística marca os 15 anos de Dedicação da Igreja do Sagrado

Na Celebração Eucarística, às 18h, do dia 16 de setembro de 2022, os fiéis da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis (RJ), reuniram-se para celebrar o aniversário da dedicação da Igreja do Sagrado, que completou 15 anos. Na ocasião, a dedicação foi ministrada pelo então bispo diocesano, Dom Filippo Santoro.

E se as leituras dispostas no mo mento da Liturgia da Palavra evoca vam-nos à consagração de templos e mesmo de nossos corpos - enquanto templos vivos -, ao Senhor, não poderia ter sido diferente a mensagem que nos trouxe o presidente da celebração, Frei Almir Ribeiro Guimarães.

“Há um costume de consagrar as paredes de um edifício o qual cha mamos templo. Na Igreja, dedica-se este espaço para Deus, e desta forma consagra o movimento das pessoas, a paróquia que existe ligada a esta igreja. Há nos nossos templos um ambiente que deveria sempre nos

levar para um mistério. Os vitrais, a qualidade da luminosidade, a beleza dos ornamentos, nada deve ser descuidado, nada deveria deixar a desejar”, disse.

Para Frei Almir, Deus não mora só no templo. “O Senhor mora dentro de cada um de nós, nós somos templos de Deus”, frisou. “Há um lugar para a escuta da Palavra que chamamos de Ambão, o qual faz a Palavra ressoar dentro de nós, produzindo uma saudade de Deus. E quando a leitura é mal proferida, ou, quando não estamos a fim de ouvir não adianta muito, ela precisa ser bem proclama da e ao mesmo tempo, ela precisa encontrar nas pessoas a vontade de ser escutada”, ensinou.

Segundo o presidente da cele bração, o altar é sempre o centro. “As pessoas precisam compreender que aproximar-se do altar é um sinal de carinho para com Deus, a distância tinha sentido no auge da pandemia, hoje não. A nossa oração, não é a ‘mi nha’ oração num canto, mas é a nossa

oração, uns pertos dos outros à mesa”, ressaltou.

“A cruz está sempre aqui, ao lado da mesa do altar. Fazemos tantas vezes o sinal da cruz em nossas frontes, e até esquecemos disso, e quando a cruz, a sua sombra, desce sobre nós: fugimos. A contemplação da Cruz junto do Altar é renovação do sacrifício da Cruz”, acrescentou.

E encerrou: “O templo onde vivemos nossa fé é sagrado. Sei que carrego Deus no templo do coração, já o disse, mas o espaço que nós consa gramos para aos nossos atos litúrgicos, e quando eu tenho o coração pesado, e me ajoelho diante da imagem do Coração de Jesus, há um sentido lindo nisso. O coração de Jesus é um refúgio. Ninho em que me escondo. Janela por onde vejo o amor de Deus. E uma fonte, da qual estando diante, estendo as palmas das mãos para dela beber”.

Concluída a homilia, a celebração seguiu o rito como de costume.

Frei Bruno Gonçalves Cezário

Encontro do Regional do Espírito Santo: oportunidade de encontrar, escutar e discernir

Ainda inspirados pela Festa da Impressão das Chagas de São Francisco de Assis, os frades das três Frater nidades franciscanas do Espírito Santo, realizaram o segundo Encontro Regional deste triênio em Vila Velha, aos pés do Santuário de Nossa Senhora da Penha e contou com a participação do Minis tro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, Frei Paulo Roberto Pereira.

O Regional capixaba é o menor da Província, que está presente em 5 Estados do Brasil e na Fundação Ima culada Mãe de Deus de Angola, sen do organizada por 5 grandes Frentes de Evangelização. Ele é formado pela Fraternidades Santo Antônio de Santana Galvão, Divino Espírito Santo e Nossa Senhora da Penha.

Nesta ocasião, os freis apresenta ram as realidades de cada Casa e os principais acontecimentos das pre senças, depois refletiram a experiên cia que o Papa Francisco tem pedido da necessidade de três verbos para o caminho sinodal fraterno: encontrar, escutar, discernir.

Além das reflexões acerca do itinerário da fraternidade em direção à unidade com a Igreja, os frades ainda conversaram sobre o planeja mento das ações ao longo do triênio pautado no Plano de Evangelização da Província. “O Encontro regional é sempre um momento de encontro, de convivência, de oração e de forma ção permanente, onde partilhamos as atividades comuns, celebramos os eventos da vida franciscana, lemos melhor os documentos da Igreja e da Ordem; [e dos bispos regionais] e debatemos sobre os caminhos que vai

nos nortear”, explica Frei Djalmo Fuck, Guardião do Convento e coordenador do Regional.

Frei Paulo Roberto Pereira expli cou por que o Regional foi realizado próximo ao dia da Festa da Impressão das Chagas de São Francisco. “Nossa Fraternidade Provincial se reúne, sis tematicamente, em Regionais, distri buídos quase que pelos Estados onde nós estamos presentes, desde aqui o Espírito Santo até Santa Catarina. A cada reunião do Regional nós deba temos um tema. Na ocasião, estamos conversando sobre a qualidade da vida fraterna. Somos frades da Ordem dos Frades Menores, então ser irmão está na nossa identidade: irmãos e menores. A minoridade estampada na vida de São Francisco faz com que ele se iden tifique cada vez mais com Jesus Cristo; foi que celebramos no último dia 17, a estigmatização de São Francisco, ou seja, depois de um tempo intenso de procura, São Francisco recebe no seu próprio corpo a dor de Jesus Cristo e o amor que nos salva. Celebrarmos a

Festa dos Estigmas de São Francisco certamente dá mais qualidade para nossa vida fraterna”, explicou o Ministro Provincial.

“A forma de vida franciscana é a síntese daquilo que se busca na Igreja, a convite do Papa Francisco. Nós somos sinodais! A fraternidade evangelizadora é sinodal. A grande contribuição que nossa Fraternidade pode dar a este momento que o Papa nos convida é externar aquilo que somos. Nosso grande governo da Província é o Capítulo, é o Capítulo que governa a ordem, que governa a Fraternidade Provincial. A reunião dos Frades é onde todos podemos escutar, onde todos nos abrimos ao discernimento para aplicar na missão aquilo que nós escolhemos juntos ser. Nossa contribuição para o momento que a Igreja vive, o convite que ela nos faz é sermos essencialmente fiéis à nossa forma de vida fraterna francisca na”, enfatizou Frei Paulo Roberto.

Cristian Oliveira

Regional Leste Catarinense e Vale do Itajaí

Nos dias 19 e 20 de setembro, o Regional do Vale do Itajaí e Leste Catarinense celebrou seu encontro. No primeiro dia foi dedicado a um retiro, onde o Definidor Frei Daniel propôs como reflexão o texto bíblico da parábola sobre os odres velhos e novos.

A partir dessa perspectiva foram levantados alguns pontos. Para o período da tarde foi entregue para reflexão pessoal a última carta do Ministro Geral à Província datada de agosto do ano corrente. Por volta das 16h, retorna mos para um tempo de partilha. Terninada a partilha, fomos convidados a render graças a Deus na celebração da Santa Missa pelo encontro e pelo aniversário de Frei Gustavo Wayand Medella, nosso Vigário Provincial. Após a celebração continua mos a festa com o recreio. No dia seguinte começamos com a Santa Missa, às 6h30. A seguir o café e, a partir das 8h30, reuni mo-nos na sala de convocação para darmos continuidade ao encontro. Foi, então, nesse momento que os frades começa ram a partilha das Casas. A seguir, Frei Gustavo nos transmitiu alguns informes e destacou o Fórum da Evangelização que acontecerá em novembro. Logo após fomos para o almoço, quando finalizou o nosso Encontro Regional. Paz e bem!

Frei Jhones Lucas Martins

evangelização

Grupo Educacional Bom Jesus lança o MindHub

Um espaço colaborativo de inovação que conecta investidores, startups, empresas e pessoas. Essa é a principal definição para o MindHub, o novo ecossistema de inovação do Grupo Educacional Bom Jesus e que está localizado no 8.º andar do prédio FAE Business School. A nova unidade de negócios foi lançada no dia 12/09, no auditório da FAE, e já conta com 32 startups residentes.

O diretor-geral do Grupo Educacio nal Bom Jesus, Jorge Apóstolos Siarcos, destacou a importância de os agentes da educação participarem desses processos. “Por que um sistema de ino vação dentro da FAE? Porque estamos sempre muito próximos do mercado de trabalho, preparamos nossos alunos para a vida, por isso precisamos estar inseridos nesse processo”, respondeu ele, lembrando do histórico do espaço de inovação, que iniciou suas ativida des, em outro formato e com outro nome, no ano de 2017.

São Francisco “fundou uma startup”!

O evento contou com uma bênção do presidente do Grupo Educacional Bom Jesus, Frei João Mannes.

“Aqui no Grupo Educacional Bom Jesus temos o propósito de promover o desenvolvimento integral das pesso as e transformá-las em cidadãos que se coloquem amorosamente a serviço da comunidade.

Por isso, a formação integral e humanizada da FAE é movida pelos pilares do Saber, Fazer e Ser.

Falo também em nome da Ordem religiosa Franciscana fundada por São Francisco de Assis lá no século XIII.

E desde os primórdios da Ordem, especialmente aqui no Brasil, temos a

educação como uma de nossas principais frentes de atuação.

Então, eu pergunto para vocês, o que os assuntos tratados no lançamento do MindHub têm a ver com Francisco de Assis?

Em primeiro lugar, essa Ordem Franciscana, presente em todo o mundo, nasceu como uma startup. É isso mesmo. Vejam só.

O seu fundador, São Francisco de Assis, tinha três caracte rísticas em comum com os profissionais desse ecossistema: inovação, empreendedorismo e propósito.

Francisco foi inovador. De apenas uma ideia, uma intuição ou uma inspiração divina, ele rompeu com sua tradição familiar, divergiu de um modelo de Igreja e de sociedade reinante em seu tempo e, assim, livre de muitos condicionamentos, se colo cou a serviço das pessoas, especialmente dos pobres e doentes.

Francisco foi empreendedor. No mundo dos negócios e das startups estamos acostumados a ouvir: “não basta ter uma boa ideia, é preciso tirá-la do papel”.

E foi isso que Francisco fez. Ele sonhou que deveria recons truir a Igreja e a sociedade do seu tempo à luz dos valores do Evangelho de Jesus Cristo. Ele acreditou em sua intuição e, enfrentando muitas adversidades, deu início a um novo projeto de vida e de sociedade.

Além disso, Francisco tinha propósito. Pois, vida sem pro pósito é vida sem sentido. Ele tinha como propósito colocar a sua vida a serviço dos outros. Pois, compreendeu que quem não vive para amar, servir e cuidar empaticamente de todas as pessoas e da natureza, não serve para viver.

Vejam, então, que São Francisco de Assis, pode ser, sim, uma inspiração para qualquer empreendedor na atualidade.

Portanto, inspirados por São Francisco de Assis, acreditemos em nossos sonhos e ideais de contribuir na construção de uma sociedade melhor para todos e lutemos para realizá-los dentro dos nossos limites e possibilidades.

Por fim, nesse espírito de inovação e de empreendedorismo franciscano, desejo que todos os profissionais atuantes no Min dHub sejam bem-sucedidos e façam prosperar todo o nosso ecossistema.

Para isso, recebamos a bênção de São Francisco de Assis. Paz e Bem!”

Juliano Zemuner

10ª CFJ

RetomadaReencontro

Uma verdadeira marato na de quase 24 horas, com longos percursos de ônibus, quase vinte quilômetros a pé, atra vessando os Municípios de Aparecida e Guaratin guetá (SP), marcou o primeiro dia da X Caminhada Franciscana das Juventudes. Desde as quatro horas da manhã do sábado, dia 10 de setembro, as caravanas começaram a chegar no Porto de Itaguaçu, em Aparecida, lugar onde foi encontra da, em 1717, a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Os 360 cami nhantes vieram dos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro e foram acolhidos a

partir das 5h30, recebendo o kit para a caminhada e as primeiras orientações sobre o percurso e a dinâmica do evento. Puderam ainda saborear o lanche matinal, prepa rado com carinho pela equipe organizadora.

A oração de envio ocorreu às 7h, próximo à margem do Rio Paraíba, ao redor de um belo altar em forma de barco especialmente decorado em honra à Padroeira do Brasil, cuja imagem recordava a todos os participantes que eles não iriam caminhar a sós e podiam contar com o amparo da Mãe. O convite da prece de abertura, mo tivado a partir de uma grande rede de pesca decorada com peixinhos de cartolina, era de que os caminhantes franciscanos se deixassem conduzir pela mesma rede que trouxe para humildes pescadores o eloquente sinal da imagem de Aparecida. Dentre o grupo participante, mais da metade era de “pescadores” estreantes, ou seja, estavam participando da Caminhada pela primeira vez. Outros já tinham certa experiência, alguns participantes da I Edição, celebrada em 2014, também na Região do

Vale do Paraíba, com percurso de Taubaté a Guaratinguetá.

O clima de euforia, a alegria pelos novos participantes, o longo proces so de preparação e o envolvimento de um grande grupo para a organi zação revelavam quanta expectativa havia em torno do evento, marcado pelo espírito de retomada, reencon tro e revigoramento da animação da Juventude na Província Franciscana neste tempo de pós-pandemia. A volta a Guaratinguetá e a recorda ção dos 200 anos de partida para a eternidade do primeiro Santo Brasileiro levaram à escolha do tema da Caminhada: “De Frei Galvão a Frei Galvão”, com o lema, inspirado na Oração de São Francisco, “É morren do que se vive para a vida eterna”. E a caminhada começou, precedida por exercícios de alongamento.

QUEM TEM FÉ, VAI A PÉ

Com a companhia constante do sol e temperaturas de até 37 graus a partir da metade da manhã, a primeira parada foi no Santuário Na cional de Nossa Senhora Aparecida, onde os jovens tiveram um breve momento de prece e homenagem à Padroeira do Brasil, fazendo ecoar, a partir da porta para dentro da Ba sílica, o emocionado refrão: “Eu sou Franciscano, com muito orgulho, com muito amor”. Segue o percurso, a partir de então acompanhado pela guarda municipal e por uma ambulância, apoio oferecido pelas Prefeituras de Aparecida e Guaratin guetá. A segunda e rápida parada para foto foi no trevo onde está o letreiro “Eu amo Guaratinguetá”.

A partir do trevo, os jovens de ram uma “esticada” de 3,5 km até o Convento das Graças, no Centro de Guará, onde foram acolhidos pelas Irmãs Franciscanas Seráficas e pela equipe de apoio para um momento de breve descanso, lanche e oração. Para a Madre Provincial das Irmãs

Seráficas, Irmã Marta Lopes, que conduziu o momento orante, estar com os jovens da caminhada foi verdadeiro privilégio: “Esta convivên cia com a juventude nos ajuda a re vigorar nossa vida consagrada. Que todos eles possam levar no coração todas as graças que estão receben do nesta caminhada”, relatou. Muito obrigado às irmãs!

Já próximo à hora do almoço, o grupo partiu em direção à Frater nidade São José - o Postulantado Frei Galvão, onde a pausa foi mais prolongada. Ali tiveram um breve momento de espiritualidade Francis cana, com uma encenação prepara da pelos Postulantes que vivem no Seminário e também participaram da Caminhada. Refeição farta e revi gorante, muitas sombras oferecidas pelas árvores, descanso, bate-papo e partilha deram a tônica da hora do almoço e do início da tarde. Perto das 14h, o convite foi para que o grupo se dividisse em rodas de conversa sobre o tema da vocação, coordenados pelos frades e irmãs que participavam da caminhada: um verdadeiro encontro formativo. Gratidão à Fraternidade São José!

Novo alongamento, segue o percurso. Agora, já 15h30. Próxima parada no Mosteiro da Imaculada Conceição, das Irmãs Concepcio nistas. Conduzidos por Frei Diego Atalino de Melo, Reitor do Santuário Frei Galvão, os caminhantes pude ram conhecer um pouco da história da ligação entre o Primeiro Santo Brasileiro e as Irmãs Concepcionis tas, Ordem fundada pela espanhola Santa Beatriz da Silva. Frei Galvão foi quem coordenou e executou a construção do Mosteiro da Luz, na capital paulista. Além de receber a bênção cantada das irmãs, os jovens também foram convidados a parti cipar de uma dinâmica. Receberam da mão das religiosas 10 tijolos que deveriam ser conduzidos, passando

Misericórdia

por diferentes mãos, até a próxima e última parada da caminhada, no Santu ário Frei Galvão. “Nossa fé deve ser sólida e concreta. Enquanto cada um leva este tijolo, pode refletir sobre os fundamen tos da própria vida. E também podemos nos recordar de Frei Galvão, que se san tificou construindo, erguendo paredes”, provocou Frei Diego.

A última parte do trajeto do primeiro dia teve quatro quilômetros de exten são, e foi do Mosteiro até o Santuário Frei Galvão. Ali, o grupo foi recebido de forma festiva, com toque de sinos e aplausos por um grande grupo de voluntários. Participaram de um ato simbólico, depositando os tijolos para completar a inscrição “Paz e Bem”, co locada no piso ao pé da escada que dá acesso à Igreja. “Assim, a juventude deixa sua marca permanente neste santuário, e todos vocês se comprometem a serem jovens de paz e bem”, exortou Frei Diego. Na Igreja, assistiram à encenação da música “O Amor não é amado” e tive ram um momento de reflexão pessoal e silenciosa conduzido por Frei Gabriel Dellandrea, do Serviço de Animação Vocacional e também da Animação das Juventudes.

Ao término da celebração, um farto café de despedida, seguido pela distribuição dos caminhantes entre as famílias da região que generosamente se dispuseram a hospedá-los. Nas casas onde foram acolhidos, os jovens levaram a incumbência de dirigir um momento te prece junto às famílias, recordando o compromisso missionário para o qual a caminhada também deseja despertar a juventude. Hora de ir para a casa e descansar.

Misericórdia –Empatia-Compaixão

Com temperatura bem mais bai xa do que na jornada do dia anterior (16 graus pela manhã), o domingo, 11 de setembro, começou cedo para os caminhantes, que foram recebidos por uma leve garoa e pelo “irmão vento” para

a missa das 5h30, celebrada na alameda junto à grande imagem de Frei Galvão. A celebração foi presidida pelo Vigário Provincial, Frei Gustavo Wayand Medella que, na homilia, brincou: “Hoje, em vez de falar sobre os textos bíblicos, vou aproveitar este momento para conversar sobre Matemática, tendo em vista que Frei Galvão provavelmente dominava bem esta matéria, afinal foi um grande construtor”. Frei Gustavo se referia ao Evangelho do 24º Domingo do Tempo Comum (Lc 15,1-32), no qual Jesus conta três parábolas para explicar sobre a Misericórdia de Deus: a ovelha perdida, a moeda perdida e o Filho Pródigo. “Temos neste Evangelho três porcentagens di ferentes: a ovelha perdida, uma em 100, era um por cento do rebanho; a moeda, uma em dez, representava dez por cento das economias da mulher; e o filho pró digo, um em dois, cinquenta por cento dos filhos daquele pai. Nos três casos, há festa e alegria pelo reencontro daquilo que estava perdido, ou seja, Deus se dedica cem por cento sempre a todos os seus filhos e filhas”, explicou Frei Gusta vo. Por fim, ao incentivar os jovens para que jamais desanimem de si mesmos e da bondade de Deus, o presidente da celebração exortou: “Cada um desta caminhada deve nos conduzir para o abraço amoroso do Pai, do qual nós que remos ser portadores e transmissores, entregando-nos por inteiro a Deus que inteiramente se entrega por nós”.

Na conclusão da Missa, os jovens receberam as pílulas de Frei Galvão, sacramental de fé criado pelo primeiro Santo Brasileiro, seguindo para o café e para os últimos preparativos em vista da caminhada que teriam pela frente.

O primeiro percurso, do Santuário Frei Galvão, até o centro de Guaratinguetá, teve a extensão de cinco quilômetros.

Com a temperatura mais amena, o cami nhar também foi mais fluente. A parada desta vez foi diante da casa onde Frei Galvão nasceu, bem no Centro Histórico.

As vielas estreitas foram “tingidas” pelo amarelo dos coletes dos caminhantes.

Em uma das janelas da casa, de estilo colonial a singeleza de uma pequena imagem artística de Frei Galvão sobre uma toalha branca de rendas e um vaso de flor, a beleza do simples. Na outra, o casal de idosos sorridentes, Tom e Thereza Maia, descendentes de Frei Galvão, que dirigiram à juventude palavras de simpatia e incentivo, sendo longa mente aplaudidos.

Segue o percurso, agora em dire ção à Fazenda da Esperança (Centro Masculino), comunidade terapêutica para dependentes químicos funda da em Guaratinguetá pelo francis cano Frei Hans Henrich Stapel, desta vez num total de 11 quilômetros, com uma parada prevista no meio do caminho, no Centro Feminino (Bairro São Manoel). O cansaço, as bolhas e dores do dia anterior começaram a pesar para alguns que contavam com o auxílio dos carros de apoio. Depois de quase cinco ho ras, entre caminhada e parada desde o centro, finalmente o grupo chega à Fazenda da Esperança.

Recebidos com festa no Centro Masculino, os caminhantes foram

convidados a se dividir em grupos e, sentados ao gramado, cada grupo contou com a presença de um jovem acolhido da comunidade terapêutica. Houve, então, ocasião de escuta e partilha, onde os participantes da ca minhada puderam fazer um exercício de empatia e compaixão, coroado com o ato simbólico do lava-pés, quando, com bacias e toalhas prepa radas com carinho pelos acolhidos, todos puderam se fazer uma só família, onde um estava a serviço do outro na expressão do cuidado.

Na sequência, os caminhantes se dirigiram à Capela da Fazenda, locali zada junto ao Mosteiro Mater Christi, das Irmãs Clarissas. Ali, tiveram a oportunidade de firmar um com promisso orante com as irmãs e de se recomendarem às orações delas, pessoalmente e também dedicando a prece por um(a) outro(a) compa nheiro(a) de caminhada. Os mesmos peixes de cartolina apresentados na oração de abertura do evento desta vez serviram para que os jovens es crevessem as intenções pelas quais queriam que as irmãs rezassem: a simplicidade do belo.

Encaminhando-se para o final da jornada, num saldo de mais de 35 trechos caminhados, 08 paradas, duas mil garrafas de água distribu ídas, o coroamento do encontro se deu no pátio diante do Mosteiro, onde as Irmãs Clarissas da comu nidade apareceram na sacada para suplicar sobre os jovens a solene Bênção de Santa Clara. Antes, Frei Gabriel Dellandrea, em nome da equipe organizadora e da Animação das Juventudes da Província, fez um amplo agradecimento a todos os participantes, voluntários, apoiado res e patrocinadores da Caminhada, destacando o quanto o testemunho de doação e compromisso de todos os envolvidos foi importante para o bom êxito da iniciativa. Após o almoço saboroso preparado pelos acolhidos da Fazenda, hora de voltar para a casa, com cansaço e belas experiências para partilhar. Saudade e gosto de “quero mais”. Gratidão, ampla e irrestrita a muita, muita gente!

Equipe de Comunicação da 10ª CFJ

Primeiro encontro presencial da Comissão de JPIC da Conferência Brasil e Cone Sul

Os animadores de JPIC da Con ferência do Brasil e Cone Sul estiveram reunidos nos dias 12 a 15 de setembro na cidade de Córdoba, Argentina, território da Província Franciscana de la Asunción de la Santísima Virgen del Río de La Plata, para a reunião presencial prevista na última Assembleia da Conferência em abril na cidade de São Paulo (SP), com o objetivo de discutirem a nova organização da conferência, partindo dos serviços desenvolvidos em cada realidade, conservando a particularida de de cada região, e por fim a constru ção dos EEPP desta nova organização, como consta no EEGG, no Artigo 43, §2: “Todas as Conferências e Províncias elaboram Estatutos que prevêem a integração da JPIC na vida e missão da Ordem, tanto durante a formação inicial como permanente, e também para aqueles que estão especificamen te ligados à JPIC”.

O serviço JPIC é uma organização da dita Conferência que anima, sensibiliza e promove ações nos campos da justiça, da paz e da integridade da criação. Este trabalho é realizado tanto na vida fraterna cotidiana como nas secretarias das Províncias e Custódias, organizado segundo pede o Artigo 45, parágrafo 2 dos EEGG: “Nomeia-se, se possível, um conselho ou comissão que ajude o Ministro Provincial, Custódios e anima dores de JPIC a promover a formação e a atividade de JPIC no âmbito da Província ou Custodia”. Portanto, a Comissão de JPIC está formada pelos animadores de cada Entidade da nova Conferência Brasil e Cone Sul.

O encontro presencial foi aberto com as palavras de Christian Rodriguez, leigo colombiando residente em Bue nos Aires, que levou os frades presentes a fazer um panorama na história da

Igreja latino-americana, partindo do Concílio Vaticano II, passando por cada Conferência Latino Americana e Caribe nha (CELAM), em que frisou a visão de Igreja como povo de Deus, onde somente Jesus Cristo é a cabeça, asso ciando os discursos dos clamores da igreja Latina com as falas proféticas do Papa Francisco, reafirmando também a opção da Igreja pela humanidade, na ação do seguimento de Jesus que se embasa na ampliação do conceito de pobres, ou seja, todo aquele que carece de uma vida digna, chegando, por fim, na construção de uma nova cultura cristã, como assim convida a Conferên cia de Santo Domingo, em 1992.

Nesses dias que se tornaram pou cos, os frades iniciaram a pauta, a saber: partilha dos trabalhos em comum, proposta de frentes e trabalhos que serão assumidos em nível de Confe rência, pauta para ser apresentada no Conselho Internacional de JPIC no Rio de Janeiro e construção dos EEPP.

Já no primeiro ponto, a discussão abrangeu todo o dia, uma vez que foram vistos e avaliados os servi

ços executados em cada Entidade, resguardando as ações de JPIC que não são de iniciativa da citada oficina, porém carrega a dinâmica e espiritu alidade da mesma, o que desafiou os frades a escolherem suas prioridades, no esforço de respeitar as particulari dades de cada país, conseguindo por fim elaborar uma proposta para ser levada à Conferência dos Provinciais.

Vendo o JPIC como necessário e sendo uma exigência dos EEGG da Ordem, como citado acima, os ani madores fizeram a leitura de EEPP das Conferências vizinhas, como também a da extinta Conferência do Cone Sul, a fim de encontrarem elementos que são de suma importância para a cons trução dos EEPP da nova Conferência do Brasil e Cone Sul. Chegando, assim, à elaboração dos mesmos.

Ainda nesse tempo, os frades animadores do JPIC puderam gozar da alegria do encontro com os irmãos da Província local, uma vez que na mesma casa estavam reunidos em definitório, o que possibilitou o convívio fraterno nas orações, refeições e momentos de recreios. Também fizeram uma visita à casa do Postulantado que fica próxima da hospedagem, onde encerraram o encontro com um momento de oração, meditação e espiritualidade conduzido pelos formandos desta etapa da formação franciscana.

Em sintonia com os frades e formandos desta Província, a Comissão do JPIC da Conferência faz votos de frutuosas vocações e que o Espírito de São Francisco de Assis seja o exemplo nas ações e decisões de cada frade nesta porção da Ordem Franciscana.

Frei João Paulo Gabriel, OFM SECRETÁRIO DA COMISSÃO DO JPIC BRASIL E CONE SUL

Emoção e gratidão marcam os 80 anos do Coral em evento com os ‘Canarinhos de sempre’

Canarinhos de sempre, Canarinhos da cruz, Canari nhos queridos e amados por Deus”. Foi com essa motiva ção que o Vigário Provincial e ex-Canarinho, Frei Gustavo wayand Medella, presidiu a Celebração Eucarística das 10 horas no domingo (4/09), na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis (RJ).

A celebração fez parte das comemo rações dos 80 anos do coro de meninos mais antigo do país, que teve início no dia 21 de agosto com a Solene Missa de abertura do Jubileu. O presbitério do Sagrado ficou lotado com a presen ça em peso dos ex-Canarinhos e dos atuais Meninos Cantores. O experiente maestro, Marco Aurélio Lischt, escolheu a Missa VIII, conhecida como De Angelis, para o coro cantar e emocionou uma igreja lotada para a ocasião.

No início da celebração, o presiden te do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis, Frei Marcos Antonio de Andrade, acolheu a todos os presentes e manifestou gratidão e emoção em estar celebrando, juntamente com seus contemporâneos, os 80 anos do Coral dos Canarinhos de Petrópolis. “A todos

os ex-Canarinhos desejo boas-vindas e que a gente possa render graças a Deus neste domingo em que celebra mos a nossa Páscoa semanal”, disse.

“Recebe esta cruz de madeira e car rega-a sobre o teu peito como um sinal pelo qual vencerás. Todo Canarinho ouviu isso no dia da sua Investidura, que é realizada dentro da celebração da missa, quando o frade, ou padrinho, ou madrinha, impunham sobre a cabe ça dele a cruz de madeira que nossos meninos usam até hoje. Carregar a cruz sobre o peito! Ali já havia algumas lições sobre o que significa ser um Ca narinho, um Canarinho da cruz”, disse Frei Gustavo no início de sua homilia.

Segundo ele, a mesma cruz usada pelos coralistas há 80 anos é a cruz sobre a qual Jesus fala no Evangelho. “O que aquela cruz que o menino cantor, que o Canarinho de sempre recebe

no dia de sua investidura significa?

Significa primeiro, que o caminho do seguimento de Jesus Cristo, o caminho do canto coral, o caminho de pertencer a um grupo como o grupo dos Cana rinhos é um caminho de humildade.

A cruz só entra naquela cabeça que se abaixa”, citou, inclinando-se.

“O frade já nos ensinava - os que seguiram carreira artística na música clássica ou popular, também aprende ram -, que diante dos aplausos e de toda louvação de uma plateia que gostou e que se impressionou com a sua apre sentação, a postura de todos era a de se inclinar juntos, em sinal de humildade. Não é para se achar melhor, para encher o próprio ego, mas é para mostrar: eu estou aqui a seu serviço e a serviço da arte, a serviço de Cristo”, explicou.

Outro significado é carregar no peito Jesus Cristo. “O peito é o lugar próximo do coração. Então esse Cristo que o Canarinho é chamado a carregar no coração penetra o profundo da sua alma e sai pela sua boca em forma de música bem executada que ajuda há 80 anos o povo de Deus que frequenta essa missa das 10h a se sentir mais próximo da bondade, do amor e da misericórdia de Deus”, acrescentou.

Frei Medella lembrou que a cruz é um instrumento originalmente de morte, de dor e de tortura. Destacou então que só faz sentido usá-la quando ela aponta para Cristo. “É por isso que Jesus pede que todos se coloquem atrás Dele. Não porque Ele quer se sentir o maioral, mas para que todos possamos olhar Ele cada dia e perce ber o sentido que faz também cada um carregar a sua cruz na sua vida. Um sinal pelo qual vencerás. Por quê?

Porque Cristo venceu a morte na cruz e ressuscitou, por isso também a cruz é este sinal que aparece com tanta elo quência no Evangelho de hoje. É o sinal também da entrega de cada Canarinho a esse bonito e nobre ofício de cantar para o louvor de Deus”, ensinou.

Para Frei Gustavo, a história de

80 anos do Coral dos Canarinhos de Petrópolis produziu uma série de sacramentais. “Sacramentais são sinais afetivos, às vezes muito simples”, dis se. Começou citando as duas sedes do Instituto, a antiga, aqui na rua Frei Luiz e a atual, na Rua Santos Dumont. Depois, mencionou a famosa kombi branca e vermelha, as malas enormes para levar terno e pastas de músicas. O pão com margarina e refresco de todo dia. As brincadeiras e os apelidos. As famílias de sangue e as famílias que foram sendo construídas juntos nesta grande família dos Cana rinhos: os pais, mães, filhos, padrinhos e madrinhas!

“Os frades também são um sacra mental inesquecível dos Canarinhos. Tanto os que regeram como os que cantaram. Aqui temos o Frei Marcos Andrade que é o presidente do Insti tuto e que também foi Canarinho. O Cardeal da Amazônia, Dom Leonardo Ulrich Steiner foi Canarinho quando frade aqui em Petrópolis. Os francis canos sempre de roupa marrom são outro sinal que também não conse guimos desassociar dos Canarinhos de Petrópolis”, sublinhou.

Para Frei Medella, ser Canarinho foi um grande diferencial na vida profissional. “Em um coro não adian ta um só brilhar, a voz tem que ser

harmoniosa. Tudo isso é uma herança que nós carregamos, junto com a cruz que foi colocada sobre o nosso peito e que permanece em nosso coração. Canarinhos de sempre, Canarinhos da cruz, Canarinhos queridos e amados por Deus. Viva os nossos Canarinhos de sempre!”, celebrou.

EMOÇÃO E GRATIDÃO

O sênior Nilton Hutter é da segun da turma do Coral dos Canarinhos, de 1943. Para ele, participar da celebração foi muito importante para sua vida. “Foi a maior emoção que eu tive”, disse emocionado.

O atual regente do Coral dos Canarinhos de Petrópolis, Marco Aurélio Lischt também descreveu o que sentiu ao ver tantos coralistas juntos. “O sentimento é de gratidão e é uma emoção muito forte estar com esse pessoal todo aqui, principalmente vendo os canarinhos da década de 40, de 50, sabendo que muitos já falece ram. É revigorante e é prazeroso estar com todo esse pessoal revivendo essa história do nosso coro que já completa 80 anos e graças a Deus estamos firmes e fortes”, ressaltou.

Dona Célia Medella é a mãe de dois ex-Canarinhos, Frei Gustavo e André Medella. Para ela, o coração bate mais forte nesses momentos. “É tão bonito

AGRADECIMENTOS

Após a comunhão, Frei Gustavo agradeceu a todos os presentes. Depois, lançou o convite para seguir as redes sociais dos Canarinhos de Petrópolis e ouvir o álbum comemora tivo “Para sempre Canarinhos”, lançado no dia 2 de setembro, por ocasião dos 80 anos do Coral. “Obrigado aos frades que hoje continuam essa história. Aos colaboradores, amigos e todos que contribuem”, disse, pedindo uma salva de palmas.

Na sequência, convidou os ex-Canarinhos das primeiras turmas e décadas e os coralistas mais novos para se dirigirem até a frente do altar para em nome de todos que já passaram pelo coro, serem homenageados.

Frei Augusto Luiz Gabriel

ver ele como padre e ao mesmo tem po cantando junto com os meninos. É emocionante”, disse.

100 anos de Rádio no Brasil

No dia 7 de setembro, Dia da Proclamação da Inde pendência, exatos 200 anos, celebramos o cen tenário do rádio no Brasil. Foi durante as festividades do Centenário da Inde pendência do Brasil que o presiden te Epitácio Pessoa, no Rio de Janeiro (RJ), então Capital da República, fez ecoar os primeiros sons transmitidos por equipamentos norte-america nos, locados para o evento, através de um sistema de auto-falantes. Conta a história que o som era tão ruim que não despertou muito inte resse naqueles que ouviram.

Com o passar dos anos, a melho ria do áudio e a presença de mais aparelhos de rádios nas casas, as pessoas começaram a perceber a maravilha daquela “caixa que falava” como descreveu o rádio o nosso querido Frei Policarpo Berri! O Rádio passou a ser o principal veículo de comunicação no país.

No desenrolar da sua história, sempre cumpriu a sua nobre missão de comunicar. E como nos descreveu Roquette Pinto, o pai do rádio brasileiro: “O rádio é o jornal dos que não sabem ler; o mestre de quem não pode ir à escola; é o divertimento gratuito do pobre, é o animador das novas espe ranças; o consolador dos enfermos, o guia dos sãos; desde que realizem com espírito altruísta e elevado”. Temos a plena certeza de que o rádio sempre prestou um excelente serviço para a nossa sociedade.

Os frades da Província Francisca na sempre acreditaram no potencial evangelizador do rádio, tanto é que foram adquiridas outorgas de emisso ras, que com o pioneirismo de vários frades foram sendo multiplicadas. Com duas emissoras em Pato Branco (PR), onde também temos a TV Sudoeste, e duas emissoras em Curitibanos (SC), formamos uma rede comunicando Paz e Bem! A estrutura da programação está baseada em 4 pilares: Informação,

música, esporte e espiritualidade.

E para marcar essa data e deixá-la escrita na história, a Rede Celinauta em conjunto com os professores e alunos de Publicidade e Propaganda da UNI DEP criaram e organizaram o Museu do Som e da Imagem carinhosamente de nominado Frei Policarpo (entusiasta da comunicação). O museu está localizado em anexo às Emissoras da Rede Celi nauta, e está aberto para a visitação, em horário comercial, de segunda-feira a sábado, e em breve, pode ser acessado através do Portal Celinauta. O objetivo é guardar a história do Rádio no Brasil e também trazer crianças, jovens e adultos para conhecerem o rádio de outrora e o rádio como funciona na atualidade, despertando interesse para as novas gerações.

Como parte das festividades do centenário do Rádio no Brasil, em Pato Branco, Frei Neuri, diretor da Rede Celia nuta, fez uso da palavra na Câmara de Vereadores, falando sobre o centenário e a força do rádio na Região Sudoestina do Paraná! A Sessão aconteceu no dia 5 de setembro.

Frei Neuri Francisco Reinisch

Fundação Frei Rogério é homenageada pelos 100 anos do Rádio no Brasil

As emissoras da Fundação Frei Rogério, Movimento FM e Coroado FM, foram homenageadas pela Câmara de Vereadores de Curitibanos (SC), no dia 19/9, com uma moção de congratulações pela comemoração dos 100 anos do Rádio no Brasil e pelos excelentes serviços prestados ao mu nicípio e região. A autora da matéria foi a vereadora Vilma Fontana Maciel, com apoio dos demais vereadores.

A história do rádio começa oficial

mente em 7 de setembro de 1922, com a transmissão da fala do presi dente da República Epitácio Pessoa, na comemoração do centenário da Independência do Brasil.

Ao longo dos anos, o Rádio prestou grande serviço na área social, na educa ção, na saúde, na indústria e comércio, no âmbito do esporte, no jornalismo, no entretenimento, na evangelização, dando voz e vez à sociedade.

Durante a sessão, o vice-presidente da Fundação Frei Rogério, Frei Alan Leal de Mattos, destacou a longa história de sucesso das emisso ras. Os primeiros passos aconteceram em 1952, por iniciativa de Osni Schwartz e Orocimbo Caetano da Silva, que fundaram a Rádio Coroado. Mais tarde, a emissora ganhou novos ru mos, quando Frei Edmun do Piechoczek, que era o pároco da Paróquia Imacu lada Conceição, acreditou no potencial formativo da Rádio e fez a aquisição. Para fins legais, a Coroado foi repassada para a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, com sede em São Paulo (SP), de quem são membros os

frades que atuam em Curitibanos. Em 1985 foi transformada em Fundação Frei Rogério. No ano de 1990 mais uma grande conquista: nascia no mês de junho a Rádio Movimento FM, ecoan do por toda grande região.

Passados 100 anos, o rádio con tinua sendo hoje o veículo de maior alcance em todo o território brasileiro, atingindo as regiões mais remotas do país e as mais diferentes classes sociais. Pesquisas indicam que mais de 80% da população ouve rádio. Além disso, é quem tem os maiores índices de credibilidade junto à população.

As inovações tecnológicas que vêm ocorrendo ao longo da história têm um papel fundamental nas formas de fazer e ouvir rádio. Hoje, a digitalização abre novas dimensões ao rádio em versatili dade, alcance, portabilidade e qualida de técnica das transmissões.

Segundo o gestor Fundação Frei Rogério, Frei Neuri Francisco Reinisch, as rádios Movimento FM e Coroado FM estão evoluindo e se reinventando diariamente, na sobriedade de suas ins talações, na modernidade tecnológica de seus equipamentos e na dedicação de seus profissionais, mostrando um complexo de comunicação sólido, competente e competitivo.

Claiton Bohnenberger

ofs

OFS do Brasil realiza Capítulo Eletivo e renova seu Conselho Nacional

APousada Convento da Conceição, na cidade de Olinda (PE), acolheu o Capítulo Eletivo da Ordem Franciscana Secu lar do Brasil, realizado entre os dias 18 e 21 de agosto. O Capítulo é momento profundo de espiritualidade, de alegria pelo encontro de irmãos e ocasião para avaliar a caminhada e escolher os irmãos que estarão a serviço na missão de conduzir a OFS, no espírito de conversão diária, crescimento fraterno e construção do Reino de Deus.

No dia 20, a Celebração Eucarís tica abriu o Capítulo, realizada na

Catedral de São Salvador do Mundo ou Catedral Sé de Olinda e presidida por Pe. João Bosco, ex-Frade Menor, que hoje é membro da Ordem Franciscana Secular. Em seguida, o Ministro Geral, irmão Tibor Kauser, proferiu uma mensagem inicial aos presentes. Ele disse que era uma grande alegria estar no Brasil pela segunda vez e que há algum tempo nutria o desejo de estar com os irmãos e irmãs da OFS na América Latina, especialmente no Brasil. Tibor destacou a importância de observar de modo especial a presença do Espírito Santo nestes dias, pois é através da ação. Dele que o amor fraterno se torna visível em nossa vida em fraternidade. Desse modo, pediu a todos que estivessem no Capítulo de forma orante e buscando atender a vontade de Deus, não os interesses pessoais de cada um. Segundo ele, procedendo desta forma, Deus estará feliz e nós também estaremos. Por fim, Tibor estimulou os presentes a serem profetas da espe rança, que é uma face do amor de Deus.

Maria José Coelho, Ministra Nacional, falou sobre os avanços e desafios enfrentados pelo Conselho Nacional durante os últimos quatro anos e apresentou, de modo geral, um retrato da Ordem no Brasil. Du rante sua apresentação, Maria José relembrou a pandemia e a prorroga ção do mandato por mais um ano. Na ocasião também foi eleito o Conselho Fiscal, que ficou assim definido: Roseli Aparecida Consolaro Nabozny, Joseval Ferreira Ramos e Maria Izabel Barbosa como titulares e Helio da Costa Gouvêa, José Carlos Dionízio e Sandra Regina de Oliveira como suplentes.

Encerrados os trabalhos do dia, Tibor parabenizou os eleitos e a todos os que se colocaram à disposição para o serviço à OFS. Agradeceu aos escrutinadores, secretários, equipe técnica, tradu tores e destacou que a presença dos assistentes neste momento era um grande sinal de comunhão da Igreja com o momento vivido ali. Após isso todos participaram de uma animada confraternização realizada no Convento Santo An tônio, que teve blocos de música, comidas e danças típicas e muito mais.

Por fim foram eleitas as priorida des que nortearão os trabalhos do Conselho Nacional pelos próximos três anos:

Formação de novas lideran ças: como forma de promover a renovação dos conselhos e serviços, em todos os níveis, tendo em vista o fortalecimento do carisma e da identidade do Franciscano Secular, de forma contínua,

JPIC: sendo o serviço uma forma de expressão do cuidado com a Casa Comum, é importante que o trabalho seja implementado de for ma efetiva, particularmente em nível regional e local;

Promoção Vocacional: como

forma de revitalizar e revigorar as fra ternidades, por meio de dois eixos: Na criação e/ou fortalecimento da JUFRA e INAFRA; No despertar e acolhimento de novas vocações adultas; Serviço aos Enfermos e Idosos (SEI): fortalecimento do serviço

em todos os níveis como forma de ampliar a compreensão e o cuidado com os irmãos e irmãs.

Pela Coordenação Nacional de Comunicação da OFS do Brasil, Márcio Bernardo de Oliveira Ramos.

Em espírito de oração e através de uma organizada votação eletrônica, foram eleitas as irmãs e os irmãos que estarão à frente do Conselho Nacional da OFS do Brasil durante o triênio 2022-2025. São eles:

Ministra: Maria José Coelho (reeleita)

Vice-Ministro: Marco Antonio Dias Rodrigues (reeleito) Secretário. Emanuelson Matias de Lima Tesoureiro: Felipe Paiva Guedes (reeleito)

Coordenadora de Formação: Bernadete de Lourdes Franco Pereira Assessor Jurídico: Lourival Godinho da Silva Júnior

Animadora Fraterna para a JUFRA: Juliana Caroline Gonçalves Almeida

Coordenadora da Área Norte: Ailda Roberta Ouriques de Oliveira Gouveia

Coordenadora da Área Nordeste A: Iramar de Souza Franco

Coordenador da Área Nordeste B: Helmir José Soares Silva

Coordenadora da Centro-Oeste: Darilene Pereira da Silva

Coordenadora da Área Sudeste: Dirlene Heloísa Loiola Lima

Coordenadora da Área Sul: Célia Maria Plentz

Maria José Coelho, a Zezé, foi reeleita como Ministra Nacional da OFS do Brasil

CFB y CS

Conferência do Brasil e Cone Sul estreita laços

Anova Conferência do Brasil e Cone Sul da Ordem dos Frades Menores reuniu-se, presen cialmente, pela segunda vez este ano, de 24 a 27 de agosto de 2022, na capital Assunção, no Paraguai, já que a primeira reunião foi em março em São Paulo. A Entidade anfitriã foi a Província da Assun ção da Santíssima Virgem do Rio da Prata, com presença na Argentina e no Paraguai. Participaram desta Assembleia ordinária 12 Ministros e Custódios e o Definidor Geral para a América Latina, Frei César Külkamp. “Os Ministros e Custódios se reúnem duas vezes por ano para acompanhar todas as iniciativas comuns e os serviços que exis tem na Conferência para a formação, para a evangelização e missões e para Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC). Em março foi uma assembleia ampliada, mas agora,

foi só com os ministros para fazer com que as várias inicia tivas ligadas aos serviços aconteçam”, explicou Frei César.

Segundo ele, a avaliação do encontro foi muito positi va e “todos estavam muito contentes para falar das coisas boas e não tão boas das Entidades e a busca por cami nhos de colaboração”, disse o Definidor Geral.

Entre os temas propostos, no primeiro dia, Frei César falou dos desafios para a Ordem em nível de Conferência. Nesse primeiro dia, o Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli, participou virtualmente por uma hora e meia comentando os vários desafios apresen tados e respondendo perguntas. Ele deixou claro que tudo hoje é uma oportunidade para tornar nosso caris ma mais presente no mundo.

Um tema que tomou mais tempo, pela sua importân cia, foi a tutela de menores e adultos vulneráveis, para o qual fez uma apresentação o responsável desta área na Ordem, Frei Albert Smuky.

Para o presidente da Conferência, Frei Daniel Fleitas Zeni, foram trabalhados os temas propostos na assem bleia de março último. Segundo ele, foi um encontro

para “continuarmos estreitando nossos vínculos, conhe cendo-nos como províncias, como ministros e, juntos, podermos ajudar uns aos outros a descobrir que nossas Entidades têm muito a oferecer entre nós”. Para ele, também foi um momento importante para reconhecer as debilidades no caminho e “como podemos nos ajudar, como podemos nos fortalecer”, disse, enfatizando que é um momento de esperança para esse novo tempo na Ordem. “Não devemos desanimar diante das distintas dificuldades e confiar na força do Evangelho, na nossa vida e nossa vocação. Foi um encontro muito frutífero neste sentido de diálogo, de escuta, de discernimento tendo em vista as propostas concretas para o próximo ano”, disse Frei Daniel.

O encontro começou com um passeio por vários lugares do Paraguai: Altos, onde está a igreja dedicada a São Lourenço, a primeira redução franciscana; Yagua rón, com um templo que reflete a marca franciscana e o artesanato dos indígenas; e o Santuário dedicado a Nossa Senhora de Caacupé. Foi um dia muito valorizado por todos os frades visitantes, impressionados com a forte influência franciscana.

Estiveram presentes os seguintes frades da Conferência do Brasil e do Cone Sul (CFByCS):

Frei César Külkamp, Definidor Geral OFM – Roma

Frei Marino Pedro Rhoden, Província São Francisco de Assis – Brasil

Frei Paulo Roberto Pereira, Província da Imaculada Conceição – Brasil

Frei João Amilton dos Santos, Província de Santo Antônio – Brasil

Frei Hilton Farias da Souza, Província de Santa Cruz –Brasil

Frei Carlos Antônio da Silva, Província do Santíssimo Nome de Jesus – Brasil

Frei Antônio Pacheco Ramos, Província da Assunção –Brasil

Frei Carlos Paz, Província Santíssima Trindade – Chile

Frei Daniel Fleitas Zeni, Província São Francisco Solano –Argentina

Frei Emilio L. Andrada, Província da Assunção – Argentina

Frei Fernando Aparecido dos Santos, Custódia do Sagrado Coração de Jesus – Brasil

Frei Rogério Viterbo de Sousa, Custódia das Sete Alegrias de Nossa Senhora – Brasil

A logística do encontro ficou a cargo de Frei Arnal Aquino (Guardião da Fraternidade de Assunção e Respon sável da Casa de Lambaré), e Frei Freddy Vega.

Ministro Geral: o pobre e crucificado nos chama a viver hoje o Evangelho

Este ano, como é costume há muito tempo, o Ministro geral, Frei Massimo Fusarelli, foi ao Monte Alverne com o Vigário geral, Frei Ignacio Ceja Jiménez, os Definidores gerais, Frei Joaquín Echeverry e Frei César Külkamp, com o Secre tário Geral, Frei Antonio Iacona e o Vice-Procurador Geral, Frei Chryzos tom Fryc, para celebrar a Festa dos Estigmas de São Francisco. O Ministro foi recebido pelo Provincial da Provín cia Toscana São Francisco Estigmati zado, Frei Livio Crisci, e pelos Frades do Convento do Monte Alverne.

Ao chegar, na tarde de 16 de setem bro, Frei Massimo presidiu as Primeiras Vésperas solenes. Às 22h começou a Vigília de Oração com a celebração do Ofício das Leituras. Muitos jovens, guiados pelos frades da Província da Tos cana, subiram da Igreja do Alverne até a Montanha Sagrada, rezando e meditan do. Na chegada, a solene Celebração Eucarística começou às 23h.

Na sua homilia, o Ministro começou por dizer que: “Os estigmas são e conti nuam a ser um mistério” e “por isso (re ferindo-se aos jovens que caminhavam no escuro apenas à luz dos archotes) é necessário subir, atravessar a escuridão, buscar a luz e escutar o silêncio para não só recordar os Estigmas de São Francisco, mas também entrar no seu mistério”. Para isso é preciso “ouvir uma voz e fazê-la dialogar com as vozes que ressoam em nosso interior”.

A partir desta premissa desenvol veu o seu discurso, tendo como ponto de partida o lema escolhido este ano para o Tempo da Criação 2022, que se inspira na imagem bíblica da sarça

ardente em Êxodo 3,1-12, com as pala vras do Senhor: “Eu ouvi seus gritos… Conheço seus sofrimentos”. “Certa mente, Francisco subiu ao Alverne para ouvir mais profundamente a voz de seu Senhor… Desta forma, São Francisco nos lembra que a escuta nunca se dá por suposição, que deve sempre ser escolhida e colocada de volta no cen tro. Francisco escolheu um lugar tão bonito, rodeado pela própria criação, para ouvir a voz do Senhor”. Esta escuta da Criação não é “uma simples custódia meramente preventiva e defensiva dela; tampouco queremos divinizar a natureza... Francisco reconheceu na criação a presença de um sol maravi lhoso que é Cristo ressuscitado e ouviu

sua voz em todos os tons”.

Desta escuta nas florestas do Mon te Alverne, ressoaram mais gritos: “Entre os bosques do Alverne, ressoou o grito de Francisco pedindo ao Senhor para experimentar sua própria dor e amor... o grito de Francisco, que já não sabia para onde estava indo sua fraternidade”. Daí o convite a todo homem de fé: “O crente não tem medo de gritar, não tem medo de suas dúvidas e inter rogações, pelo contrário, aprende a ficar e habitar nelas. Mas ele sabe que este grito não cai em ouvidos surdos, porque o dirige ao Deus da vida, como fez Francisco”.

No final da homilia, o Ministro exortou a todos: “Ouçamos a voz da

criação e, por meio dela, a voz do Senhor; devolvamos a Deus o grito que se eleva a ele de nós, da criação da humanidade, e estejamos dispostos a ouvir-nos o seu grito, a converter-lhe os nossos corações vivos, a reconhecê-lo presente na nossa vida, no mundo e na boa criação”.

Depois da Santa Missa, a vigília durou toda a noite em oração com a possibilidade de aproximar-se do sacra mento da reconciliação, de contemplar a Sagrada Eucaristia na pequena Igreja de Santa Maria dos Anjos e a adoração da Cruz na Capela dos Estigmas. Na manhã seguinte, Frei Massimo presi diu a solene Celebração Eucarística às 11h00, na presença das autoridades civis e militares do território e do Muni cípio de Florença, ligado ao Alverne por tradição antiga.

O ministro começou em sua ho milia referindo-se à primeira leitura da liturgia, extraída da Epístola aos Gálatas, onde São Paulo afirma com profunda convicção que só se gloria na Cruz de Cristo. Da mesma convicção é São Fran cisco. “O Senhor nos chamou a viver o Evangelho caminhando nas pegadas d’Ele, pobre e crucificado. Se perder mos de vista este coração resplan decente de nossa vocação, não nos resta outra opção senão discutir regras, Casas, propriedades, influência na Igreja e no mundo […] O abraço que Cristo dá a Francisco com seus estigmas, e que Francisco volta plenamente com todo o seu amor, devolve-nos a este coração da nossa vocação, que para nós é urgente redescobrir, é urgente viver, é urgente amar, muito mais”, disse o Ministro.

A palavra do Santo Evangelho na liturgia dos Estigmas fala-nos das con tundentes afirmações de Jesus sobre o seu destino de Messias, como Servo sofredor que vai a Jerusalém dar a vida depois de ter feito aos discípulos, em Cesareia de Filipe, a pergunta sobre sua identidade. Este ensinamento e este destino é para aqueles que querem

segui-lo. “Este é o escândalo, a loucura da Cruz de que São Paulo se orgulha”, sublinhou Frei Massimo. “Estas palavras de Jesus, que marcam o apelo à fé radical no seguimento, assumem um significado profundo nesta celebração dos Estigmas de São Francisco”. Assim, “negar” como “recusar-se a defender-se no tribunal e concordar em não salvar a vida a todo custo” e “assumir a cruz”“é dizer que a condena”, são os dois cami nhos de Sequela Christi. “Os estigmas de Francisco nos lembram que o Poverello percorreu exatamente esse caminho”. Clara é a referência ao episódio dos Fio retti que narram a Verdadeira e Perfeita Alegria que “que Francisco parece ter ditado precisamente no contexto dos Estigmas, provavelmente imediata mente depois”.

Nesta página, sem dúvida autobio gráfica, Francisco envia uma clara men sagem aos seus irmãos: “Não tenho mais nada a dizer-lhes, porém, pelas ‘cicatrizes de Jesus’ os confirmo que viver o Evangelho como irmãos ‘sem nada do seu próprio’ e seguindo os passos de Jesus livre de coisas e afetos para anunciar o Evangelho ao mundo com vida e palavra, não é meu projeto, mas o que o Senhor me revelou”.

No final da homilia, Frei Massimo reiterou que “subir ao Alverne para comemorar os Estigmas significa […] não esquecer este coração resplande cente da nossa vocação. Não seremos julgados pelo número de casas que mantivemos, pelas obras que desenvol vemos, pela influência que pudemos exercer na Igreja e no mundo. Não! Seremos julgados pelo amor, recebido dos braços do Cristo crucificado e resti tuído a ele”. À tarde, o Vigário Geral, Frei Ignacio, presidiu a nona hora com uma procissão até a Capela dos Estigmas, levando como sempre a relíquia do sangue do Seráfico Pai e ao retornar abençoando o Vale do Casentino e o mundo inteiro.

Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

NOTÍCIAS DA REUNIÃO DO DEFINITÓRIO PROVINCIAL

São Paulo, 30 de agosto a 1º de setembro de 2022

Na Sede Provincial, em São Paulo (SP), no dia 30 de agosto, às 9h, teve início a 5ª reunião do Definitório Provincial do ano, com a missão de discutir e encaminhar diversos assuntos da vida da Província. Desta vez, a reunião esteve sob a moderação do Definidor Frei Fidêncio Vanboemmel. Este, ao dar início aos trabalhos, acolheu aos membros do Definitório e a Frei César Külkamp, Definidor Geral, que estava na Sede Provincial, retornando de um encontro da UCLAF, e aproveitou os primeiros momentos da reunião para transmitir ao Definitório as palavras do Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli, que escreveu uma carta à Província após a conclusão do Capítulo Provincial 2021 (o texto da carta será publicado nas Comunicações). Seguem os principais assuntos e encaminhamentos da reunião:

1. Congresso Internacional dos Irmãos Leigos 2025

Frei Walter de Carvalho Júnior foi nomeado membro da comissão de preparação do Congresso Internacional dos Irmãos Leigos da Ordem, que ocorrerá ano de 2025, como conclusão de uma série de encontros nas Provín cias/Custódias, Conferências e continentes nos anos an teriores. Frei Walter foi escolhido como representante da Conferência dos Ministros do Brasil e Cone Sul.

2. Visita do Ministro geral à Província no Brasil

Como já noticiado, o Ministro geral, Frei Massimo Fu sarelli, planeja visitar nossa Província entre os dias 30 de janeiro a 05 de fevereiro de 2023. Farão parte do roteiro da visita cinco encontros do Ministro com os frades, divi didos por Estado. Os encontros acontecerão:

Fraternidade Sagrado Coração de Jesus, de Petró polis (RJ), no dia 30/01;

Fraternidade Divino Espírito Santo, de Vila Velha (ES), no dia 31/01;

Fraternidade São Boaventura, de Campo Largo (PR), no dia 01/02;

Fraternidade São Francisco de Assis, de Rodeio (SC), no dia 02/02;

Fraternidade São Francisco, de São Paulo (SP), no dia 03/02;

Além dos encontros com os frades, o Ministro Geral terá a possibilidade de visitar algumas de nossas presen ças evangelizadoras. Os detalhes da programação da visi ta serão divulgados em Boletim On-line próprio.

3. Visita do Ministro Geral à FIMDA

O Ministro Geral também fará uma visita às Fraterni dades em Angola entre os dias 03 a 09 de dezembro deste ano. Ele terá a possibilidade de visitar todas as Fraternida des e Mosteiros de Clarissas aos quais nossa Província dá assistência, além de celebrar a renovação de votos e Pro fissão Solene de alguns de nossos confrades formandos, bem como ter um momento com os frades em tempo de Unter Ten que estão na FIMDA.

4. Estatutos Peculiares do Secretariado para a Formação e Estudos –Aprovação ad experimentum

O Definitório aprovou ad experimentum até o próximo Capítulo Provincial, a revisão dos Estatutos Peculiares do Secretariado para a Formação e Estudos que, entre outras alterações, inclui os Animadores Vocacionais Provinciais como membros da Coordenação da Formação Inicial; de fine a competência do Secretariado para indicar, avaliar e aprovar os pedidos de estudos, encaminhando-os ao De finitório Provincial; e esclarece a prerrogativa do Secretá rio da Formação e Estudos em acompanhar os frades em cursos de especialização com o auxílio do Moderador da Formação Permanente.

Notícias do Definitório Provincial

5. Retiros anuais

Foram aprovadas outras duas opções para os frades que ainda não se programaram para o Retiro anual. Os in teressados deverão entrar em contato com as respectivas Fraternidades:

1. Fraternidade Nossa Senhora do Rosário (Concórdia, SC)

Data: 17 a 20 de outubro

Assessor: Frei Délcio Francisco Lorenzetti

2. Fraternidade Sagrado Coração de Jesus (Petrópolis, RJ)

Data: 05 a 07 de dezembro

6. Fóruns da Evangelização 2022 e da Formação e Estudos 2023

As comissões formadas para encaminhar a prepara ção dos dois fóruns, nascidos dos mandatos do Capítulo Provincial 2021 têm se reunido e definido a metodologia e o trabalho prévio a ser realizado pelas Fraternidades Lo cais e Frentes de Evangelização, de modo a constituir o material a ser refletido e discutido nestas assembleias. Os detalhes de ambos os fóruns serão divulgados em Boletins On-line próprios.

7. Pedidos de Profissão SoleneAprovação

O Ministro Provincial avaliou os pedidos encaminha dos por frades formandos da FIMDA e, considerando a ampla consulta feita entre os confrades professos tempo rários e solenes das Fraternidades em Angola, os relatórios apresentados pelo coetus formatorum da Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda, o parecer do Conselho da FIMDA e do Definitório Provincial, aprovou os seguin tes confrades para que celebrem a Profissão Solene:

1. Frei Alberto Capingala Martinho Sambei;

2. Frei Domingos Macuva Paulo;

3. Frei Feliciano Afonso Manuel;

4. Frei Silverio Munga Cajonde.

8. Revista Comunicações – Percepção das Fraternidades

A pesquisa realizada com as Fraternidades a respeito da Revista Comunicações revelou uma expressiva aprova ção dos frades quanto a publicação, ressaltando a quali dade e profissionalismo de sua organização e diagrama ção, além de sua relevância para a Formação Permanente e o conhecimento da vida e atividade evangelizadora da Província. A maioria também prefere que seja mantida a periodicidade mensal e o formato físico.

Boas sugestões de conteúdo também foram ofereci das: notícias e artigos sobre a Igreja, a Vida Consagrada e o ministério ordenado, além de notícias e artigos sobre as Fraternidades, apresentando seu histórico e realidade atu ais, especialmente aquelas que estiverem em ano jubilar.

9. Frei Bruno Linden – Devoção e Santuário

Dom Mário Marquez, bispo da Diocese de Joaçaba (SC), tem manifestado a intenção de fomentar a devoção a Frei Bruno Linden nas paróquias da Diocese e de cons truir um santuário diocesano dedicado ao Servo de Deus. Ele manifesta interesse no apoio da Província neste pro cesso, incluindo o cuidado do futuro santuário.

10. Paróquia Nossa Senhora do Rosário

– Criação de novas paróquias

Até o início de 2023, o território da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, de Concórdia (SC) será dividido para a criação de duas novas paróquias na cidade. A paróquia sob os cuidados da Província passará a ser constituída por 20 comunidades, o que exigirá um significativo processo de reconfiguração pastoral. A intenção da atual Fraterni dade é aproveitar a ocasião para ressignificar sua presença evangelizadora franciscana na cidade.

11. Igreja São Francisco das Chagas –Atendimento pastoral

A Fraternidade Santo Antônio, de Florianópolis (SC), iniciou o atendimento pastoral à Igreja São Francisco das Chagas, pertencente à OFS, no dia 29 de agosto, num im portante movimento de reaproximação e retomada, em fraternidade, do cuidado pastoral desta igreja, que é uma das referências do franciscanismo na capital catarinense.

12. Orçamentos das Fraternidades –Devolução das Fraternidades

Muitas Fraternidades responderam ao pedido do Definitório Provincial e enviaram seu orçamento que, feito com a devida periodicidade, servirá ao exercício de prestação de contas das entradas e gastos fraternos aos frades. Algumas Fraternidades ainda não enviaram seu or çamento ao Economato Provincial, assim o Definitório in siste que o façam para dar início a esta prática que deverá se tornar o comum para todas as Casas da Província.

13. Redimensionamento das Obras –Nomeação de comissão

O Definitório Provincial tomou conhecimento das observações apresentadas pelas Diretorias das dez Obras

Notícias do Definitório Provincial

da Província a respeito das proposições de reestruturação da organização jurídica e administrativa feitas pela AXIS, empresa contratada pelo Província para tal análise.

Tendo a reunião dos pareceres, o Definitório no meou Frei Alex Sandro Ciarnoscki, Frei Mário Luiz Tagliari, Frei Robson Luiz Scudela, Luana Giosa e Jorge Apóstolos Siarcos para integrarem a Comissão de acompanhamento das Obras, que terá como objetivo dar encaminhamento à política de redimensionamento junto com cada uma das Entidades.

14. Testamentos – Alterações e ausências

O Definitório Provincial tomou conhecimento da lis ta dos frades que ainda não registraram testamento em cartório e insiste que a obediência a esta determinação seja retomada nos Capítulos Locais das Fraternidades onde ainda houver irmãos em falta com ela. Também se orienta que qualquer alteração ao modelo proposto pela equipe jurídica da Província seja submetida à aprovação do Definitório antes do testamento ser registrado.

15. Conselho da FIMDA – Ratificação

O Definitório ratificou a eleição do novo Conselho da FIMDA realizada na última Assembleia Capitular, nos dias 25 a 27 de julho:

Presidente: Frei Ivair Bueno de Carvalho.

Conselheiros: Frei Ermelindo Francisco Bambi, Frei José Morais Cambolo e Frei Marcos Antonio dos San tos (secretário).

16. Serviços da FIMDA – Ratificação

O Definitório Provincial ratificou as indicações feitas pelo Conselho da FIMDA no Congresso Capitular, realiza do no dia 28 de julho:

1. Moderador da Formação Permanente: Frei Ivair Bueno de Carvalho;

2. Secretário da Formação e Estudos: Frei Marco Antonio dos Santos;

3. Vice-secretário da Formação e Estudos: Frei Laurindo Lauro da Silva Júnior;

4. Secretário da Evangelização: Frei Santana Sebastião Cafunda;

5. Vice-secretário da Evangelização: Frei André Luiz da Rocha Henriques;

6. Ecônomo: Frei José Morais Cambolo;

7. Procurador: Frei João Alberto Bunga;

8. Vice-procurador: Frei André Luiz da Rocha Henriques;

9. Animador Vocacional: Frei Ermelindo Francisco Bambi;

10. Responsável pelo Kimbo: Frei Laerte de Farias dos Santos;

11. Animadores do JPIC: Frei João Alberto Bunga e Frei Laerte de Farias dos Santos;

12. Responsáveis pelo Projeto Bola da Paz: Frei Ermelindo Francisco Bambi e Frei Fabio José Gomes;

13. Mestre de Frei Pedro Isaías Luisa Vitangui: Frei Marco Antonio dos Santos;

14. Mestre de Frei João Pedro Pessoa Lima: Frei Canga Manuel Mazoa;

15. Mestre de Frei Lucas Moreira Almeida: Frei Santana Sebastião Cafunda;

16. Assistente das Clarissas (Palanka, Luanda): Frei Laerte de Farias dos Santos;

17. Assistente das Clarissas (Malanje): Frei Canga Manuel Mazoa;

18. Assistente da OFS (Panlanka, Luanda): Frei Laerte de Farias dos Santos;

19. Assistente da OFS (Katepa, Malange): Frei Hugo Câmara dos Santos.

17. Configuração das Fraternidades da FIMDA – Transferências e nomeações

O Definitório Provincial acolheu as indicações feitas pelo Conselho da FIMDA e, transferindo alguns confrades e nomeando-os para suas funções, confirmou esta nova configuração das Fraternidades em Angola:

1. Fraternidade Santo Antônio (Kibala)

Frei Ivair Bueno de Carvalho: presidente da FIM DA, moderador da Formação Permanente e vice -mestre;

Frei Marco Antonio dos Santos: conselheiro, se cretário da Formação e Estudos, vigário da Casa e mestre;

Frei Mário Sampaio Pelu: guardião, ecônomo e vice-mestre;

Frei Pedro Isaías Luisa Vitangui: a serviço da Fra ternidade.

2. Fraternidade São Francisco de Assis (Luanda)

Frei André Luiz da Rocha Henriques: vice-pro curador, vice-secretário da Evangelização, vice -mestre e pároco da São Lucas;

Frei José Morais Cambolo: conselheiro, ecônomo da FIMDA, guardião, ecônomo e vice-mestre;

Notícias do Definitório Provincial

Frei Laerte de Farias dos Santos: animador do JPIC, responsável pelo Kimbo, assistente das Cla rissas e OFS e vigário paroquial;

Frei Laurindo Lauro da Silva Júnior: vice-secretá rio da Formação e Estudos, vigário da Casa, mes tre e vigário paroquial.

3. Fraternidade do Seminário Monte Alverne (Malanje)

Frei Afonso Katchekele Quissongo: vigário da Casa, reitor, orientador e professor;

Frei Canga Manuel Mazoa: guardião, ecônomo, vice-orientador e assistente das Clarissas;

Frei João Baptista Chilunda Canjenjenga: pro fessor e vigário paroquial da Santos Mártires de Uganda;

Frei João Pedro Pessoa Lima: a serviço da Frater nidade.

4. Fraternidade São Damião (Malanje)

Frei António Boaventura Zovo Baza: vigário da Casa, professor, pároco da Santos Mártires de Uganda;

Frei Hugo Câmara dos Santos: a serviço da Frater nidade e da evangelização na Santa Teresinha e assistente da OFS;

Frei Santana Sebastião Cafunda: secretário da Evangelização, guardião, ecônomo e pároco da Santa Teresinha;

Frei Valdemiro Wastchuk: vigário paroquial da Santa Teresinha e cuidador do Zela;

Frei Lucas Moreira Almeida: ano missionário.

5. Fraternidade da Porciúncula (Viana)

Frei Ermelindo Francisco Bambi: conselheiro, ani mador do SAV, guardião, ecônomo, vice-mestre, responsável pelo projeto Bola da Paz e vigário pa roquial;

Frei Fabio José Gomes: vigário da Casa, vice-mes tre e responsável pelo projeto Bola da Paz;

Frei Jefferson Max Nunes Maciel: mestre;

Frei João Alberto Bunga: procurador da FIMDA, animador do JPIC e pároco.

18. Estatutos da FIMDA – Pedido de revogação

O Definitório Provincial, instado pela Assembleia Ca pitular da FIMDA, apresentará à Cúria Geral o pedido for mal de revogação dos atuais Estatutos da Fundação, para que seja elaborado um regimento adequado ao tamanho e realidade atual da Entidade, inclusive considerando o fato de que esta esteja se encaminhando à elevação ao status de Custódia dependente.

19. Permissões de estudo

1. Frei Daniel Dellandrea: Curso de Pós-Gradu ação em Desenvolvimento de Liderança e de Equipes, na FAE.

2. Frei Gabriel Vargas Dias Alves: Curso EAD de Pós-Graduação MBA de Produção Audiovisual para Web: do roteiro ao marketing digital, no Ins tituto Infnet;

3. Frei José Morais Cambolo: Faculdade de Con tabilidade, em instituição a ser definida junto ao Conselho da FIMDA.

20. Situações de Saúde

1. Frei Marcelo Tadeu da Silva Cardoso: o Definitó rio aprovou a realização de uma intervenção cirúr gica em seu tornozelo direito, com tempo previsto de recuperação de seis meses, exigindo readequa ções em seu processo formativo. Frei Marcelo en contra-se atualmente no Ano Missionário;

2. Frei Henrique Ireno Dell Olivo: O Definitório aprovou que Frei Henrique seja levado à Fraterni dade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista (SP) para tratar de um grave quadro de hipoglice mia que o tem levado a frequentes quedas e ao risco de parada cardíaca.

21. Nomeações Diversas

1. Frei Arlindo Oliveira Campos: assistente espiri tual da Fraternidade OFS São José do Patrocínio, de Lages (SC);

2. Frei Carlos Alberto Guimarães: assistente espi ritual da Fraternidade OFS Nossa Senhora Apare cida, de Nilópolis (RJ);

3. Frei Douglas Paulo Machado: assistente espiri tual da Fraternidade OFS São João Batista, de São João de Meriti (RJ);

4. Frei José Antônio Cruz Duarte: assistente es piritual da Fraternidade OFS Monte Alverne, de Tabiratiba (SP);

5. Frei José Luiz Alves: assistente espiritual da Fra ternidade OFS Imaculada Conceição da Bem-a venturada Virgem Maria, de Niterói (RJ);

6. Frei Sandro Roberto da Costa: ecônomo da Fraternidade São Francisco de Assis, de Petrópolis (RJ).

22. Transferências

1. Frei Adailton José Santiago: vivendo em ausên cia irregular da Província, foi transferido para a Fra ternidade Imaculada Conceição, de São Paulo (SP);

Notícias do Definitório Provincial

2. Frei Estêvão Ottenbreit: transferido da Fraterni dade do Colégio Internacional de Santo Antônio, de Roma, para a Fraternidade Santo Antônio, do Rio de Janeiro (RJ);

3. Frei Gilberto Silveira da Costa Junior: transferi do da Fraternidade do Seminário Santo Antônio, de Agudos (SP), para a Fraternidade São Boaven tura, de Campo Largo (PR), como frade estudante de Filosofia;

4. Frei Joarez Foresti: vivendo em ausência irregu lar da Província, foi transferido para a Fraternida de São Boaventura, de Campo Largo (PR);

5. Frei José Antonio dos Santos: transferido da Fraternidade do Colégio Internacional de Santo Antônio, de Roma, para a Fraternidade Santo An tônio de Sant’Anna Galvão, de Colatina (ES);

6. Frei Luiz Henrique Ferreira Aquino: por de cisão da Custódia da Terra Santa, foi transferido do Convento São Salvador, de Jerusalém, para o Convento da Agonia, no Getsêmani, também Je rusalém;

7. Frei Tadeu Luiz Fernandes: por decisão da Cus tódia da Terra Santa, foi transferido do Convento São Salvador, de Jerusalém, para o Convento do Santo Sepulcro, também em Jerusalém.

23. Frei Clauzemir Makximovitz –Pedido de Dispensa

Em carta enviada no dia 30 de agosto, Frei Clauzemir Makximovitz manifestou o desejo de receber o indulto de Dispensa dos vínculos derivados da ordenação presbiteral e profissão religiosa. Frei Clauzemir deixou a Fraternidade Nossa Senhora do Rosário, de Concórdia (SC), no dia 04 de agosto. O Definitório acolheu a intenção e, junto com este irmão, formalizará o pedido a ser feito ao Santo Padre.

24. Frei Marcos Vinícius Motta Brugger – Pedido de Exclaustração

Em carta datada em 04 de agosto, Frei Marcos Viní cius Motta Brugger escreveu ao Ministro Geral solicitando o indulto de Exclaustração com o uso de ordens para que possa continuar a viver a experiência como padre secular na Diocese de Blumenau (SC). O pedido foi aprovado pelo Definitório Provincial e será formalizado e entregue ao Ministro Geral.

25. Frei Honorato Salvador Gaspar Gabriel – Pedido de Dispensa

Frei Honorato Salvador Gaspar Gabriel deixou a Fra ternidade Nossa Senhora Mãe Terra, de Duque de Caxias

(RJ), no dia 25 de agosto e, no mesmo ato, o processo for mativo na Ordem. Ele entregou uma carta dirigida ao Mi nistro Geral, pedindo o indulto de Dispensa dos vínculos derivados da profissão religiosa que, acolhido pelo Defi nitório Provincial, será formalizado e entregue ao Ministro Geral.

26. Claudinei Jair Lopes – Demissão da Ordem

A Cúria Geral, em documento datado em 26 de ju lho, confirmou a demissão ipso facto de Claudinei Jair Lo pes da Ordem dos Frades Menores, por este ter contraído matrimônio.

27. Egressos da Formação Inicial

01/06 – Clemente da Costa Junior (postulante); 28/06 – Frei Almiro Luna Xavier (noviço);

01/07 – Pedro Gabriel Delgado Xavier (aspirante); 02/07 – Frei Bernardo João Cassinda (professo temporário).

28. Autorizações para Viagem

1. Frei Alessandro Dias do Nascimento: viagem em peregrinação à Terra Santa;

2. Frei Djalmo Fuck: viagem em peregrinação à Terra Santa;

3. Frei Genildo Provin: viagem em peregrinação à Terra Santa;

4. Frei Junior Mendes: viagem em peregrinação à Terra Santa.

29. Agenda Provincial

Veja agenda completa na penúltima página.

Encerramento

A reunião encerrou-se às 16h20, do dia 1º de setem bro, com o agradecimento do moderador Frei Fidêncio Vanboemmel, Definidor Provincial, que recordou o início do Tempo da Criação 2022, período que se estenderá até o dia 04 de outubro, dia da Festa de São Francisco de As sis, marcado pela oração e por atividades voltadas ao cui dado da Criação. A partir desta intenção tão própria de nossa espiritualidade franciscana, incluindo a prece pelo país e a vida e ação dos frades, colaboradores e leigos nas mais diversas presenças da Província, convidou a todos os membros do Definitório Provincial a rezarem à Virgem Mãe de Deus, confiando todos à sua proteção.

Frei Rodrigo da Silva Santos, OFM SECRETÁRIO PROVINCIAL

Frei Henrique Ireno Dell Olivo 23/03/1939 + 09/09/2022

sua vida religiosa na cidade de Con córdia (SC), junto à Fraternidade Nossa Senhora do Rosário. Sendo Irmão Leigo, viveu seu chamado à evangelização específico através das encomendações dos irmãos e irmãs falecidos da cidade e dos programas de rádio, motivando as pessoas à devoção do Santo Terço, serviço este que amou profundamente e com o qual se identificou e dedicou toda uma vida. Segundo as palavras de uma paroquiana, este serviço era marcado por traços de espiritualidade missionária, devoção à Nossa Senhora e de grande evangelização.

Dados pessoais, formação e atividades

Nascimento: 23 de março de 1939

Naturalidade: Lageado (RS)

Vestição na 3ª Ordem: 17 de maio de 1955

Profissão na 3ª Ordem: 18 de maio de 1956

Vestição na 1ª Ordem: 03 de maio de 1959

Faleceu no dia 9 de setembro de 2022, na Santa Casa de Mi sericórdia de Curitiba (PR), Frei Henrique Ireno Dell Olivo, aos 83 anos, após 12 dias de internação.

Frei Henrique vinha experimentando episódios de desmaios que levavam a perigosas quedas. Na manhã do dia 28 de agosto, tendo sido encontrado desacordado, foi prontamente levado à Santa Casa pelo SAMU, onde ficou internado na UTI. Desde então, seu quadro de saúde foi piorando, com parada cardíaca, requerendo cirurgia, e falência renal.

Na reunião do Definitório Provincial dos dias 30 de agosto a 1º de setembro, com a orientação da equipe médica

que o acompanhava, já havia sido de cidida sua ida para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista (SP), para que pudesse continuar a receber tratamento adequado. Frei Henrique veio a óbito antes da efetiva ção da transferência.

A Fraternidade Bom Jesus dos Perdões, de Curitiba, celebrou a Missa Exequial de Frei Henrique Ireno Dell Oli vo no dia 10 de setembro, às 9h, na Pa róquia Bom Jesus dos Perdões e, logo em seguida, seu corpo foi transladado até a Fraternidade São Boaventura, em Campo Largo (PR), onde foi sepultado.

Que o nosso confrade falecido descanse em paz!

Frei Henrique viveu grande parte de

Primeira Profissão: 04 de maio de 1960

Profissão Solene: 04 de maio de 1963

1966-1974 - Fraternidade Bom Jesus dos Perdões (Curitiba, PR).

1975-1982 - Fraternidade São Pedro Apóstolo (Pato Branco, PR), como assistente das rádios.

1983-1997 - Fraternidade Nossa Senhora do Rosário (Concórdia, SC), a serviço da evangelização.

1999-2000 - Fraternidade Nossa Senhora da Paz (Água Doce, SC), a serviço da evangelização.

2001-2018 - Fraternidade Nossa Senhora do Rosário (Concórdia, SC), a serviço da evangelização.

2019-2022 - Fraternidade Bom

Jesus dos Perdões (Curitiba, PR), para tratamento de saúde.

Frei Fabiano Kessin

Faleceu na madrugada do dia 18 de setembro, às 2h, nosso con frade Frei Fabiano Kessin por pa rada cardíaca respiratória aguda e infarto agudo do miocárdio. Frei Fabiano havia se inter nado na Santa Casa da Miseri córdia de Curitiba (PR) no dia 12, para uma cirurgia cardíaca que, apesar de conter riscos, transcorreu muito bem e ele pôde iniciar o processo de recupe ração. Na quinta-feira, ele saiu da UTI, mas ficou internado para a continuida de do processo de restabelecimento da saúde. Entretanto, um quadro de diarreia se estabeleceu e na sexta-feira ele já retornou à UTI para descobrirem suas causas. Foi detectada uma infec ção intestinal e iniciado o tratamento para contê-la.

No sábado, ele aparentava estar bem apesar da medicação. Estava sor ridente, falante, confiante de que logo voltaria à Fraternidade. Entretanto, na madrugada sofreu o infarto súbito que o levou a óbito.

A Missa exequial de Frei Fabiano Kessin foi celebrada às 15h, na Paróquia

Bom Jesus dos Perdões. Seu sepulta mento foi feito em seguida no Cemité rio Municipal São Francisco.

“Frei Fabiano foi um franciscano que amava os pobres e um sacerdote que amava incondicionalmente a pessoa de Jesus Cristo. Era um presbíte ro que não aceitava qualquer discurso a respeito de Jesus”, lembrou Frei José Idair Ferreira Augusto, guardião da Fraternidade Bom Jesus dos Perdões, durante a Missa de Exéquias. “Que esta Eucaristia nos alimente e nos conforte! Que a esperança da vida eterna deste nosso irmão alimente em nós também a esperança de fazer de Jesus o nosso único caminho, para um dia, com todos os santos, com Frei Fabiano, cele brarmos a grande festa no céu”, pediu Frei José Idair.

Frei Fabiano Kessin tinha uma personalidade marcante que o levava a se destacar por onde passasse. Extrovertido e acessível, mantinha as portas abertas para as pessoas dele se achegarem e, assim, criarem vínculos de boa convivência e amizade. Exerceu todo o tempo de seu ministério na

Dados pessoais, formação e atividades

Nascimento: 21 de setembro de 1959

Naturalidade: Canoinhas, SC

Seminário Menor (1º grau): 1986 –Fraternidade do Patrocínio de São José, de Lages (SC)

Seminário Menor (2º grau): 1Q9871990 – Fraternidade do Seminário Santo Antônio, de Agudos (SP)

Admissão ao Noviciado: 10 de janeiro de 1992

Primeira Profissão: 10 de janeiro de 1993 (29 anos de vida religiosa)

Profissão Solene: 1 de maio de 1999 Ordenação Presbiteral: 16 de agos to de 2003 (19 anos de ministério presbiteral)

2000-2002 – Diocese de Barra (BA), a serviço da evangelização.

2003-2004 – Fraternidade Nossa Senhora do Rosário (Concórdia, SC), como vigário da Casa e vigário paroquial.

2004 – Fraternidade de Porto União (SC), como vigário paroquial.

2005-2006 – Fraternidade Nossa Senhora da Conceição (Paty do Alferes, RJ), como vigário da Casa e vigário paroquial.

2007– Fraternidade São João Batista (Luzerna, SC), como vigário paroquial da Paróquia Nossa Se nhora da Paz, de Água Doce (SC).

2007-2010 – Fraternidade Nossa Senhora da Conceição (Manguei rinha, PR), como coordenador da Fraternidade e vigário paroquial.

2011 – Fraternidade São Boaventura (Campo Largo, PR) para tratamen to.

2012-2015 – Fraternidade Sagrado Coração de Jesus (Forquilhinha, SC), como vigário paroquial.

2016-2022 – Fraternidade Santo Estêvão (Ituporanga, SC), como vigário paroquial e assistente da OFS.

evangelização paroquial, frente na qual se encontrou e buscava, a partir de seus limites, oferecer o que de melhor tinha às pessoas das comunidades às quais era enviado.

Que o nosso confrade falecido descanse em paz!

Agenda

AS ALTERAÇÕES E ACRÉSCIMOS ESTÃO DESTACADOS EM VERMELHO

OUTUBRO

03 e 04

Encontro do Regional Curitiba

05 a 07

Semana Franciscana (on-line)

10

Reunião do Conselho de Formação e Estudos da FIMDA (Kibala)

11

Reunião do Guardiães da FIMDA (Kibala)

17 a 20

Retiro Anual (Concórdia, SC)

20 e 21 – Reunião da Coordenação da Formação Inicial (Guaratinguetá, SP)

22 a 25

Festa de Frei Galvão (Guaratinguetá, SP)

24

Reunião do Conselho de Evangelização da FIMDA (Viana)

NOVEMBRO

07 a 10

Fórum da Evangelização (Agudos, SP)

11 a 14

Reunião do Definitório Provincial (Agudos, SP)

15

Encontro Recreativo do Regional Rio de Janeiro (Duque de Caxias, RJ)

19 e 20

Encontro Recreativo do Regional Frei Bruno

DEZEMBRO

03 a 05

Encontro Recreativo do Regional Curitiba

03 a 09

Visita do Ministro Geral à FIMDA

05

Encontro Recreativo do Regional Vale do Itajaí e Leste Catarinense

05 a 07

Retiro Anual (Petrópolis, RJ)

08

Renovação dos Votos e Profissão Solene (Luanda)

08

Encontro Recreativo do Regional São Paulo e Celebração dos Jubileus (Bragança Paulista, SP)

08

Abertura do Ano Vocacional

JANEIRO 2023

10

Primeira Profissão dos Noviços (Rodeio, SC)

15

Admissão ao Noviciado (Rodeio, SC)

23 a 27

Reunião da UCLAF (São Paulo, SP)

30 a 05/02

Visita do Ministro Geral à Província no Brasil

SETEMBRO 2023

07 a 10

Fórum da Formação e Estudos

Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

Assis 2022:

Papa Francisco na arte urbana

aberta de 15 de setembro a 6 de novembro, é montada no pórtico da praça inferior da Basílica de São Francisco. As obras mais significativas do artista urbano Mauro Pallotta, dedicadas ao Magistério do Pontífice, fazem parte do amplo Economia de Francisco

(o Papa que joga e ganha com o símbolo da paz),

Papal Papal, Exemplum Omnibus, Eco Pope, Pope’s Golf e Via della Pace.

“Tenho seguido o magistério do Santo Padre com grande interesse desde o dia em que ele se tornou Papa”, disse Maupal, “meu objetivo é interpretar e divulgar seu caminho através de uma síntese gráfica com uma linguagem simples e adequada a todos, inclusive aos não-crentes”.

“O itinerário da exposição foi inaugurado com as criações artísticas mais relevantes por Maupal que desde 2014 trata de temas caros ao Papa Francisco: sustentabilidade, meio ambiente, acolhimento, paz”, disse Azzurra Pizzi.

FONTE: VATICAN NEWS