Largo da Carioca – Rio de Janeiro – Brasil – n. 146 – Novembro de 2019 Redator: Frei Neylor J. Tonin – Responsáveis: Frei José Pereira e Fraternidade
á 131 anos, o Brasil abolia oficialmente a escravidão negra em nosso país. Foi apenas um reconhecimento público de uma mancha inapagável em nossa história. Um pedido de perdão, externado pela Igreja Latino-americana, pode não ter sido suficiente. Há ainda mil outras escravidões a serem resgatadas. Sobre a escravidão negra, assim se expressou o Documento do CELAM em Santo Domingo: “Durante os quatro séculos passados, é indubitável que vários milhões de africanos negros foram transportados como escravos, violentamente arrancados de suas terras, separados de suas famílias e vendidos como mercadoria. O desumano tráfico escravista, a falta de respeito à vida, à identidade pessoal e familiar e às etnias são uma ofensa escandalosa para a história da humanidade”. Com o Santo Papa João Paulo II, a Igreja pede perdão a Deus por este holocausto desconhecido, da qual participaram batizados que não viveram sua fé. Neste contexto, vale lembrar as palavras imortais da Princesa Isabel (1846-1921) ao Barão de Cotegipe, quando este a alertava que poderia perder o trono se abolisse a escravidão: “Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os escravos do Brasil”.
PERDOAR É SINAL DE GRANDEZA “Ajuda-me a dizer a verdade diante dos fortes e a não dizer mentiras para ganhar o aplauso dos débeis. Se me dás fortuna, não me tires a razão. Se me dás êxito, não me tires a humildade. Se me dás humildade, não me tires a dignidade. Ajuda-me sempre a ver a outra face da medalha. Não me deixes culpar de traição a outrem por não pensar como eu. Ensina-me a querer os outros como a mim mesmo. Não me deixes cair no orgulho se triunfo, nem no desespero se fracasso.
Mas recorda-me que o fracasso é a experiência que precede o triunfo. Ensiname que perdoar é sinal de grandeza e que a vingança é sinal de baixeza. Se me tiras o êxito, deixa-me forças para aprender com o fracasso. Se ofender a alguém, dá-me energia para pedir desculpas e se alguém me ofender, dá-me energia para perdoar. Senhor, se eu me esquecer de Ti, nunca Te esqueças de mim”. (Mahatma Gandhi, líder pacifista indiano, 1869-1948)