marco_2014_baixa

Comunicações PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL MARÇO 2014 • ANO LXI • Nº 03

Comunicações . Março de 2014

cf 2014

101

SUMÁRIO ________________________________________

Mensagem do Ministro Provincial - A “Grande Quaresma”.........................................................................................................................................................................................................................103 FORMAÇÃO PERMANENTE - “Os cenários de nossa família e a atual mudança de época”, segundo artigo de Frei Nilo Agostini...................................................................................104 - Mensagem do Papa para o Tempo da Quaresma.........................................................................................................................................................................107 Formação e Estudos - “Na alegria de servir”, ordenação diaconal de Frei Marcos Prado dos Santos..............................................................................................................109 - Início das atividades no Seminário de Ituporanga.....................................................................................................................................................................112 - Bem-vindos ao Noviciado de Rodeio.................................................................................................................................................................................................113 - Abertura do Ano Acadêmico no ITF.................................................................................................................................................................................................114 - ITF oferece curso de especialização Lato Sensu em Mística e Espiritualidade Franciscanas................................................................................................116 FRATERNIDADES - “Por que Deus, nem sempre, atende nossos pedidos?”, artigo de Frei Luiz Iakovacz............................................................................................................117 - Especial: Celebração dos 100 anos da Paróquia Santo Antônio do Pari..................................................................................................................................118 - “Frei Bruno - Tudo para Todos”, a biografia do Servo de Deus escrita por Frei Clarêncio Neotti..........................................................................................129 - Romaria Penitencial Frei Bruno acontece no dia 16..................................................................................................................................................................129 - Notícias de Rodeio: Reformas e a despedida de Valiria...........................................................................................................................................................130 - Paróquia Santo Antônio de Florianópolis: reestabelecendo laços.....................................................................................................................................130 - Frei Hans Stapel é nomeado consultor do Conselho para Leigos....................................................................................................................................130 - Convento Santo Antônio: oásis no centro da Cidade Maravilhosa........................................................................................................................................131 SAV - Dias intensos na Semana Missionária de Curitibanos.............................................................................................................................................................132 - Missões Franciscanas reúnem jovens do PR e SC em Ituporanga............................................................................................................................................133 DEFINITÓRIO PROVINCIAL - Notícias da reunião de 18 a 20 de fevereiro............................................................................................................................................................................134

Comunicações . Março de 2014

EVANGELIZAÇÃO - Identidade Franciscana é destaque na USF..................................................................................................................................................................................137 - JPIC: Justiça e Paz aos povos indígenas..........................................................................................................................................................................................138 - FIMDA: Está nascendo a OFS de Malange........................................................................................................................................................................................139 - FIMDA: O Papel da OFS na nova Angola.................................................................................................................................................................................139 - FIMDA: Frei Clóvis e Frei José Raimundo escrevem sobre o estágio.......................................................................................................................................140 - FIMDA: Seminário Monte Alverne acolhe 60 jovens..............................................................................................................................................................141 - Missões na Amazônia..............................................................................................................................................................................................................142 - USF acolhe o 1º encontro do ano na Frente de Comunicação...............................................................................................................................................146

102

OFM - Definitório anuncia lema do Capítulo Geral de 2015..............................................................................................................................................................148 - Carta do Ministro Geral sobre o Capítulo Geral 2015.................................................................................................................................................148 - Carta do Ministro Geral aos Irmãos da CFMB................................................................................................................................................................149 FALECIMENTOS - Frei Jurandir Cristofolini...........................................................................................................................................................................................................150 - O Adeus a Frei Jura............................................................................................................................................................................................................152 - Celebração em Laurentino por Frei Jurandir................................................................................................................................................................154 - Falece a primeira vocação da antiga Missão da Província no Chile............................................................................................................................155 AGENDA......................................................................................................................................................................................................156

Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil Rua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br | ofmimac@franciscanos.org.br

mensagem ________________________________________

Caríssimos Irmãos e irmãs, O Senhor vos dê a Paz e todo o Bem! No próximo dia 05 de março iniciamos o tempo litúrgico da Quaresma, tempo forte na vida da Igreja, mediante o qual ela traça a todos os fiéis um itinerário espiritual de preparação à festa maior: a Páscoa da Ressurreição do Senhor!

Neste itinerário espiritual, a comunidade cristã é particularmente convidada a exercitar-se espiritualmente em vista da sua própria conversão e renovação, seja pela imposição das cinzas, como pelo convite que lhe é feito para viver com maior intensidade a vida de oração, a caridade (esmola) e o jejum. E quem nos dá a tonalidade e determina o ritmo deste itinerário espiritual é, sem sombra de dúvida, a própria Palavra de Deus, enriquecida pelas orações da Igreja e a sabedoria dos Santos Padres. Todos os exercícios quaresmais querem levar o cristão a uma aproximação responsável do mistério maior que dá sentido à Quaresma. Por que jejuar? Por viver uma vida de oração mais intensa? Por que somos incitados a uma caridade real e mais transparente? Creio que a resposta pode vir das palavras de São João Crisóstomo, quando fala, por exemplo, do jejum: “Se alguém te pergunta por que jejuas, não digas que é pela Páscoa, nem sequer que é pela cruz. De fato, não jejuamos nem pela Páscoa nem pela cruz, mas por causa dos nossos pecados, pois vamos aproximar-nos dos sagrados mistérios. Ademais, a Páscoa não é motivo de jejum ou de luto, mas de alegria e de júbilo”.

O nosso Seráfico Pai São Francisco, nas suas quaresmas, sejam elas as facultativas ou a obrigatoriedade da ‘grande quaresma’ da Igreja “que vai até a Ressurreição do Senhor” (RB 3, 7), tinha em mente um único objetivo: a mortificação para a conformidade com Cristo e ser merecedor da festa maior. Francisco de Assis deseja que a Fraternidade dos Irmãos Menores, em sintonia com a disciplina penitencial da Igreja, encarne a vida de total conformidade com Cristo, isto é, “a oferecermos em holocausto os nossos corpos e carregar a sua santa cruz, observando até o fim a sua santa lei” (Oficio da Paixão, 7,8) e, em comunhão com todos os povos da terra, “bater palmas de aplauso e aclamar a Deus com vozes de alegria, pelas maravilhas que Ele operou” (Ofício da Paixão 9,1).

Neste ano de 2014, para sermos fieis à grande quaresma da Igreja, com todos os enfoques batismais próprios da liturgia do Ano A, recebemos o convite do Papa Francisco para refletir e focar o olhar do nosso coração no seguinte versículo de São Paulo: “Fez-se pobre para nos enriquecer com a sua pobreza” (2Cor 8,9).

Este versículo é o título da mensagem do Papa Francisco para a

Quaresma deste ano. Segundo o Papa, “não se trata dum jogo de palavras, duma frase sensacional. Pelo contrário, é uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a lógica da Encarnação e da Cruz”.

E como resposta do testemunho cristão a esta lógica do amor que passa pelo mistério da Encarnação e da Cruz de Cristo, “somos chamados a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar concretamente para aliviá-las”. E quais seriam essas misérias? O Papa elenca três: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual. Misérias que desencadeiam a falência de todos os valores daquilo que o ser humano possui de mais sagrado e nobre: “partilhar com Ele o seu Espírito Filial e fraterno, a tornar-nos filhos no Filho, irmãos no Irmão primogênito”. E franciscanamente o Papa nos adverte: “Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói”.

A CNBB, por sua vez, na Campanha da Fraternidade da grande Quaresma deste ano, põe o dedo na ferida de uma das muitas misérias graves da humanidade e que tudo tem a ver com os três tipos de misérias elencados pelo Papa Francisco. A Campanha da Fraternidade fala da triste realidade do tráfico humano em suas várias formas e deseja, como atitude profética, denunciá-lo como violação da dignidade e da liberdade humana. E como exercício quaresmal/penitencial, deseja mobilizar cristãos e a sociedade brasileira para erradicar esse mal, com vista ao resgate da dignidade dos filhos e filhas de Deus, (Cf. Objetivo Geral da CF/2014) enriquecidos, sim, pela pobreza de Cristo. Fortalecer a defesa da dignidade do ser humano e esclarecer sobre a grave violação que o trafico humano representa, exige que sejamos como o bom samaritano. É preciso resistir “à cultura do bem estar que leva à globalização da indiferença” denunciada pelo Papa Francisco em Lampedusa/Itália.

Caríssimos irmãos e irmãs, a caminhada quaresmal deste ano nos oferece ricos elementos na busca da conversão e da conformidade pessoal com este Cristo que por nós “fez-se pobre para nos enriquecer com a sua pobreza”. A grande ceia da festa pascal, a festa dos comprometidos com as exigências batismais (vida nova), exige que estejamos dignamente revestidos da riqueza maior que só Ele nos ofereceu no mistério da Encarnação e da Cruz: a lógica da plenitude do amor.

Desejo uma santa caminhada quaresmal e que o Senhor nos guarde no seu amor!

Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM Ministro Provincial

Comunicações . Março de 2014

A “Grande Quaresma”

103

formação permanente ________________________________________

A FAMÍLIA NUM TEMPO DE MUDANÇAS

Frei Nilo Agostini

Os cenários de nossa família e a atual mudança de época

Comunicações . Março de 2014

Vivemos, hoje, em meio a uma “mudança de época”1. Ela é portadora de chances e desafios. Está emergindo um novo modelo de sociedade, fundado numa cultura que se refaz constantemente. A família não passa incólume.

Para entender o cenário atual, começaremos por analisar o período pré-moderno no Brasil. Ele lançou as bases da sociedade tradicional e influenciou muito a família brasileira. Mesmo se a nossa República tenha sido proclamada em 1889, seguindo os ideais da modernidade, esta, por sua vez, só conseguiu penetrar na população brasileira muito tardiamente, ou seja, a partir de meados do século XX, quando a população se concentrou mais nas cidades. As ressonâncias na família se fizeram sentir fortemente.

104

O pré-moderno O pré-moderno, no Brasil, teve por base, inicialmente, um conjunto heterogêneo de grupamentos isolados, numa vida eminentemente rural, quando o desafio era ainda a ocupação do interior do País. Organizou-se aqui uma sociedade tradicional.

Praticamente durante três séculos ou mais, foram sendo amalgamadas as bases que sustentaram a vida dos povos de nossas terras, num quadro pré-moderno.

Sociedades tradicionais possuíam, em geral, características como a estabilidade institucional, a força da tradição e a forte presença da Igreja. As mudanças aconteciam muito lentamente.

Tudo tinha seu lugar pré-estabelecido. Cabia a cada pessoa se encaixar no esquema de vida já estabelecido, seguindo os valores, os papéis e os ritos próprios da Cristandade. Os papéis

que cada um devia desempenhar, bem como os símbolos e a religião tinham de antemão o seu lugar; ai de quem ousasse questionar! É o que chamamos de “heteronomia”. Era uma sociedade marcada fortemente pela figura paterna. Igreja e família buscavam contribuir para a coesão social. Impunha-se uma visão “teocêntrica”, pela qual tudo devia conduzir para Deus. Os padrões eram uniformes e unânimes. O quadro era estático. A família organizava-se dentro deste cenário, tendo por base o modelo patriarcal.

A Idade Moderna A modernidade2 deslocou, por sua vez, a visão “teocêntrica” para uma visão “antropocêntrica”, centrada no “homem”. Esta começou a existir há uns 500 anos em terras europeias. No Brasil, o contato real da população com o “espírito moderno” deu-se com a migração do campo para a cidade3. Esta migração provocou um “desenraizamento” que fragilizou enormemente

formação permanente ________________________________________

A proposta pós-moderna Mal havíamos chegado à modernidade, eis que já sopram os ventos da pós-modernidade. Época de mudanças ou mudança de época? Muitos são os indicadores de que nos encontramos hoje numa mudança de época. Esta afeta as bases mais profundas de sustentação da vida humana; muda o modo como tecemos as relações fundamentais com nós mesmos, com os outros, com a natureza e com Deus. Disseminam-se facilmente visões fragmentadas e, por isso, parciais e/ou reducionistas, numa “miniaturização do processo de personificação”5. Perde-se, assim, a visão integral do ser humano.

Se a razão triunfou na sociedade industrial e moderna, hoje emerge com força a esfera emotiva e subjetiva. Está em crise a sociedade focada exclusivamente no trabalho, no mercado e

na competitividade. Como alternativa, um modelo centrado em outras premissas está em gestação. Nestes tempos pósmodernos, redimensionam-se os valores vitais e os eixos básicos da vida humana. O novo irrompe por todos os lados. Já não é mais possível encobrir seus “sinais”, nem passar ao largo, num “faz de conta” que não vimos.

Nesta mudança de época, “surge com grande força uma sobrevalorização da subjetividade individual”6. Damo-nos conta de que “o individualismo enfraquece os vínculos comunitários e propõe uma radical transformação do tempo e do espaço, dando papel primordial à imaginação [...]. Deixa-se de lado a preocupação pelo bem comum para dar lugar à realização imediata dos desejos dos indivíduos, à criação de novos e muitas vezes arbitrários direitos individuais, aos problemas da sexualidade, da família, das enfermidades e da morte7. O impacto deste cenário na família é imediato. O documento de Aparecida afirma: “As mudanças culturais alteraram os papéis tradicionais de homens e mulheres, que procuram desenvolver novas atitudes e estilos de suas respectivas identidades, potencializando todas as suas dimensões humanas na convivência cotidiana, na família e na sociedade, às vezes por vias equivocadas” (n. 49).

Devido à fragilidade do indivíduo na pós-modernidade, nos perguntamos se estamos preparados para alguns dos grandes desafios de nossos tempos, tais como: os fundamentalismos, inclusive dentro da Igreja Católica; os nacionalismos exasperados, apesar da globalização; a ambiguidade na compreensão da liberdade religiosa; a solidão das pessoas, apesar da sofisticada tecnologia de comunicação; a superficialidade do virtual na atual cultura da imagem, num distanciamento do real e descompromisso com a história de nossos povos; a fácil aceitação do consumismo selvagem, sem atitude crítica; o desemprego e a inquietação diante das persistentes desigualdades e má distribuição dos recursos; o desrespeito da natureza, da justiça e da paz.

Comunicações . Março de 2014

esta população que chegou nas cidades; esta “ajusta-se” para sobreviver, dispersando-se nas metrópoles, sem ter a clareza da direção para prosseguir e reorganizar a vida. É neste contexto que entra em contato com o mundo moderno das metrópoles ou do mundo urbano em geral.

A cidade alicerçou sua visão do mundo e do humano na modernidade. Esta, calcada na multiplicidade das ciências, privilegiando a razão e a produção, influiu e influi de maneira especial sobre o quadro da pessoa, com ressonância direta sobre a família. Fundada na revolução da pessoa consciente, esta dotada de razão, capaz de produção, a modernidade pensou ter chegado enfim à afirmação do ser humano autônomo, sujeito de si e da história. Grandes, é claro, foram as conquistas, sobretudo ao lançar as bases da ordem democrática, bem como ao proclamar os direitos da pessoa humana.

Com o advento da razão, o ser humano buscou conhecer e transformar a natureza e a sociedade, extraindo delas o máximo de benefícios para si. As ciências lhe deram o saber de que necessitava e as técnicas lhe ofereceram os instrumentos, fixando a partir daí as bases de legitimação e validade de tudo o que viria a compor a sua vida. A utilidade e a eficiência transformaram-se logo em critérios por excelência.

Tudo isso interferiu enormemente na estabilidade do núcleo familiar. Até os anos cinquenta do século XX, era claro que o filho/a deixava a casa para casar-se, seguindose o nascimento dos filhos, a educação dos mesmos, o envelhecimento e a viuvez. Após os anos cinquenta, a tendência se tornou progressivamente cada vez menos uniforme, com os filhos saindo de casa não necessariamente para se casar, talvez para trabalhar, ou estudar, ou coabitar... e assim sucessivamente.

A família deixa de ser uma instituição forte, como no mundo pré-moderno, fazendo com que a nucleação familiar não seja mais uniforme e estável4.

105

formação permanente ________________________________________ Chances e oportunidades Quantas vezes reagimos com lamúrias e desesperançados ante o novo que está emergindo. No entanto, a sintonia com o Espírito do Senhor, a ausculta de seus apelos nos sempre novos sinais dos tempos nos levam a uma vigilância constante e a uma esperança sem limites. Sentimos ser parte de nosso modo de ser “desejar o Espírito do Senhor e o seu santo modo de operar”8, abrindo-nos, assim, “às sugestões interiores do Espírito... Ele chama a vida consagrada a elaborar novas respostas para os problemas novos do mundo atual. São solicitações divinas, que só almas habituadas a procurar em tudo a vontade de Deus conseguem captar fielmente e, depois, traduzi-las corajosamente em opções coerentes seja com o carisma originário, seja com as exigências da situação história concreta”9.

Comunicações . Março de 2014

Lidos os sinais dos tempos, queremos responder com novos projetos de evangelização, apropriados às novas situações atuais10. Alimentamos a certeza, na fé, de que “o Espírito sabe dar as respostas apropriadas mesmo às questões mais difíceis”11.

Alimentado por esta certeza, apresentei no Seminário “Cultura pós-moderna, ética cordial e caminho franciscano”, realizado em Roma, em janeiro de 2013, preparado pela Comissão que estuda a “Situação da Ordem”, da qual faço parte, a seguinte percepção do momento presente:

106

É hora de saber reconhecer o que é bom, encorajar o que constrói a vida, aliando novas tecnologias, disposição de dialogar e de escutar, com o componente experiencial, superando o estritamente teórico. Hoje, quer-se provar, saborear mais do que teorizar e acumular saberes.

Em meio a isso, surge o desafio de promover uma cultura que de novo dê sentido à vida e à história, buscando a humanização, sem perder o dinamismo e a criatividade. Há algumas décadas, vem se impondo o ideal da qualidade de vida, que não é tanto “ter mais”; carregado de um novo ideal de vida, esta prima pelo qualitativo, estético, emocional e cultural. Há uma busca de estetização do mundo. A alta tecnologia vem, cada vez mais, recebendo um toque estético. Importa criar ambientes agradáveis, belos de se viver, mais conviviais e hospitaleiros, numa cultura do bem-estar e da estética.

Cultivar a imaginação, viver na diversidade, cuidar do meio ambiente, buscando civilizar a cultura-mundo: eis o desafio! Precisamos engenhosamente aliar tecnociência e política em vista de uma solidariedade global. “Tratase de investir de forma maciça nas tecnologias limpas, economizar energia, taxar cada vez mais pesadamente as indústrias poluentes, modificar os hábitos de

consumo, criar um ecodesenvolvimento”12. Assistimos, em nossos dias, ao crescimento da solidariedade, à busca por intercâmbios, à aspiração por uma cultura da paz.

Apresenta-se o desafio de edificar uma sociedade aberta e multicultural, com justiça social12.

Notas 1 V CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO-AMERICANO E DO CARIBE. Documento de Aparecida. 7ª edição, Brasília; São Paulo: CNBB; Paulus; Paulinas, 2008, n° 44.

2 Trata-se da época chamada de Idade Moderna que sucedeu ao longo período da Idade Média. Mesmo que alguns digam que o seu começo possa ser buscado num passado muito distante, o certo é que a modernidade, ou a Idade Moderna, surgiu mesmo com as descobertas do astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543) e sua explicação da estrutura do universo, com a física do astrônomo e físico italiano Galileu Galilei (1564-1642), com a “filosofia prática” de franciscano inglês Francis Bacon (1561-1626), com a valorização da “razão” pelo movimento chamado Iluminismo e com a importância dada à produção pela Revolução Industrial (estes dois últimos são dos séculos XVIII e XIX).

3 A migração campo-cidade acelerou-se em meados do século XX. É bom notar que até o recenseamento de 1970, registrava-se ainda uma taxa de crescimento da população rural. O recenseamento de 1980 mostrou, por sua vez, a inversão dessa tendência. Mesmo assim, em 1970, já se constatava uma população mais numerosa nas cidades, que abrigavam 52 milhões de habitantes contra 41 milhões nas zonas rurais. Se em 1970, 55,9% da população brasileira morava nas cidades, esta taxa subiu para 67,6% em 1980 e 75% em 1991. Em 2000, a população urbana era de 81,2%, ou seja, 132 milhões de pessoas. O censo de 2010 apontou uma população formada por 190.732.694 pessoas, das quais 160.925.792 moravam na cidades (84%), sendo que pouco menos de 30 milhões no campo (16%).

4 Cf. AGOSTINI, Nilo. A família no Brasil hoje Contornos e raízes de uma situação. In: Teologia Moral: Entre o pessoal e o social. Petrópolis: Vozes, 1995, p. 65-77.

5 LIPOVETSKY, Gilles. A era do vazio: Ensaio sobre o individualismo contemporâneo. Lisboa: Relógio D’Água Editorial, 1983, p. 13.

6 V CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO-AMERICANO E DO CARIBE. Op. cit., n° 44.

7 Ibidem, n° 44.

8 Cf. RegB 10,9.

9 JOÃO PAULO II. Exortação apostólica Vita Consecrata.

L’Osservatore Romano, 30 de março de 1996, nº 73.

10 Cf. ibidem.

11 Cf. ibidem.

12 LIPOVETSKY, G.; SERROY, J. A cultura-mundo: Reposta a uma sociedade desorientada. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 185.

formação permanente ________________________________________

Mensagem do Papa para o Tempo da Quaresma Queridos irmãos e irmãs!

A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor

Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos algumas reflexões

torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias.

com a esperança de que possam servir para o caminho pessoal e

Foi o que Deus fez conosco. Na realidade, Jesus «trabalhou com

comunitário de conversão. Como motivo inspirador, tomei a seguinte

mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com

frase de São Paulo: «Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus

uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da

Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por vós, para vos enriquecer com

Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a

a sua pobreza» (2 Cor8, 9). O Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto

nós em tudo, exceto no pecado» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. past.

encorajando-os a serem generosos na ajuda aos fiéis de Jerusalém

Gaudium et spes, 22).

que passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas

A finalidade de Jesus se fazer pobre não foi a pobreza em si

palavras de São Paulo? Que nos diz, hoje, a nós, o convite à pobreza,

mesma, mas – como diz São Paulo – «para vos enriquecer com a sua

a uma vida pobre em sentido evangélico?

pobreza». Não se trata dum jogo de palavras, duma frase sensacional.

A graça de Cristo

Pelo contrário, é uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a

Tais palavras dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo de

lógica da Encarnação e da Cruz. Deus não fez cair do alto a salvação

Deus. Deus não se revela através dos meios do poder e da riqueza

sobre nós, como a esmola de quem dá parte do próprio supérfluo com

do mundo, mas com os da fragilidade e da pobreza: «sendo rico, se

piedade filantrópica. Não é assim o amor de Cristo! Quando Jesus

fez pobre por vós». Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em

desce às águas do Jordão e pede a João Batista para o batizar, não o

poder e glória, fez-se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-se

faz porque tem necessidade de penitência, de conversão; mas fá-lo

de cada um de nós; despojou-se, «esvaziou-se», para se tornar em

para se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de

tudo semelhante a nós (cf. Fil 2, 7; Heb 4, 15). A encarnação de Deus

nós pecadores, e carregar sobre si o peso dos nossos pecados. Este

é um grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino:

foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar da

um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não

nossa miséria. Causa impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos

hesitando em doar-se e sacrificar-se pelas suas amadas criaturas.

libertados, não por meio da riqueza de Cristo, mas por meio da sua

Comunicações . Março de 2014

Fez-se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9)

107

Comunicações . Março de 2014

formação permanente ________________________________________

108

pobreza. E, todavia, São Paulo conhece bem a «insondável riqueza

necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à

de Cristo» (Ef 3, 8), «herdeiro de todas as coisas» (Heb 1, 2).

sobriedade e à partilha.

Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos

Não menos preocupante é a miséria moral, que consiste em

liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo de nos amar, o seu

tornar-se escravo do vício e do pecado. Quantas famílias vivem

aproximar-se de nós como fez o Bom Samaritano com o homem

na angústia, porque algum dos seus membros – frequentemente

abandonado meio morto à beira da estrada (cf. Lc 10, 25-37). Aquilo

jovem – se deixou subjugar pelo álcool, pela droga, pelo jogo, pela

que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira

pornografia! Quantas pessoas perderam o sentido da vida; sem

felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura e de partilha. A

perspectivas de futuro, perderam a esperança! E quantas pessoas

pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-se carne, tomar

se veem constrangidas a tal miséria por condições sociais injustas,

sobre si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando-nos a

por falta de trabalho que as priva da dignidade de poderem trazer

misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza:

o pão para casa, por falta de igualdade nos direitos à educação e à

Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-se a Ele

saúde. Nestes casos, a miséria moral pode-se justamente chamar um

em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e

suicídio incipiente. Esta forma de miséria, que é causa também de

a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente amada e ama

ruína econômica, anda sempre associada com a miséria espiritual,

os seus pais, não duvidando um momento sequer do seu amor e da

que nos atinge quando nos afastamos de Deus e recusamos o seu

sua ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser o Filho: a sua relação única

amor. Se julgamos não ter necessidade de Deus, que em Cristo nos dá

com o Pai é a prerrogativa soberana deste Messias pobre. Quando

a mão, porque nos consideramos autossuficientes, vamos a caminho

Jesus nos convida a tomar sobre nós o seu «jugo suave» (cf. Mt 11, 30),

da falência. O único que verdadeiramente salva e liberta é Deus.

convida-nos a enriquecer-nos com esta sua «rica pobreza» e «pobre

O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual: o

riqueza», a partilhar com Ele o seu Espírito filial e fraterno, a tornar-

cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador

nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogênito (cf. Rm 8, 29).

de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o

Foi dito que a única verdadeira tristeza é não ser santos (Léon

nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que fomos feitos

Bloy); poder-se-ia dizer também que só há uma verdadeira miséria:

para a comunhão e a vida eterna. O Senhor convida-nos a sermos

é não viver como filhos de Deus e irmãos de Cristo.

jubilosos anunciadores desta mensagem de misericórdia e esperança.

O nosso testemunho

É bom experimentar a alegria de difundir esta boa nova, partilhar o

Poderíamos pensar que este «caminho» da pobreza fora o de

tesouro que nos foi confiado para consolar os corações dilacerados

Jesus, mas não o nosso: nós, que viemos depois d’Ele, podemos salvar

e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na escuridão. Trata-

o mundo com meios humanos adequados. Isto não é verdade. Em

se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos

cada época e lugar, Deus continua a salvar os homens e o mundo

pecadores como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio

por meio da pobreza de Cristo, que se faz pobre nos Sacramentos,

de amor. Unidos a Ele, podemos corajosamente abrir novas vias de

na Palavra e na sua Igreja, que é um povo de pobres. A riqueza

evangelização e promoção humana.

de Deus não pode passar através da nossa riqueza, mas sempre e

Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo de Quaresma

apenas através da nossa pobreza, pessoal e comunitária, animada

encontrar a Igreja inteira pronta e solícita para testemunhar, a quantos

pelo Espírito de Cristo.

vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica,

À imitação do nosso Mestre, nós, cristãos, somos chamados

que se resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a

a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a

abraçar em Cristo toda a pessoa. E poderemos fazê-lo na medida

trabalhar concretamente para as aliviar. A miséria não coincide com

em que estivermos configurados com Cristo, que se fez pobre e nos

a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade,

enriqueceu com a sua pobreza. A Quaresma é um tempo propício

sem esperança. Podemos distinguir três tipos de miséria: a miséria

para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que

material, a miséria moral e a miséria espiritual. A miséria material é

nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa

a que habitualmente designamos por pobreza e atinge todos aqueles

pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria

que vivem numa condição indigna da pessoa humana: privados dos

válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio

direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade como o

da esmola que não custa nem dói.

alimento, a água, as condições higiênicas, o trabalho, a possibilidade

Pedimos a graça do Espírito Santo que nos permita ser «tidos

de progresso e de crescimento cultural. Perante esta miséria, a

por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no

Igreja oferece o seu serviço, a sua diakonia, para ir ao encontro

entanto, tudo possuindo» (2 Cor 6, 10). Que Ele sustente estes nossos

das necessidades e curar estas chagas que deturpam o rosto da

propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana,

humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo;

para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia. Com

amando e ajudando os pobres, amamos e servimos Cristo. O nosso

estes votos, asseguro a minha oração para que cada crente e cada

compromisso orienta-se também para fazer com que cessem no

comunidade eclesial percorra frutuosamente o itinerário quaresmal,

mundo as violações da dignidade humana, as discriminações e os

e peço-vos que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa

abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria. Quando

Senhora vos guarde!

o poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se antepor

Vaticano, 26 de Dezembro de 2013

à exigência duma distribuição equitativa das riquezas. Portanto, é

Festa de Santo Estêvão, diácono e protomártir

formação e estudos ________________________________________ Ordenação diaconal de frei marcos Prado dos santos

FREI CLAUZEMIR MAKXIMOVITZ Fotos Ricardo Henrique

Nosso carisma franciscano já é de serviço ao Senhor em todas as criaturas.

Serviço gratuito, reflexo do reconhecer Deus, reconhecer seu Amor criador e salvador na criação toda, e a ela servir como irmão. O diaconado distingue-se dos demais graus do Sacramento da Ordem justamente por serem impostas as mãos no ordenando “não para o sacerdócio, mas para o serviço” (LG 29). Frei Marcos Prado dos Santos, portanto, é configurado de modo especial ao Cristo-Servo. “Fortalecido com o dom do Espírito Santo, deverá ele ajudar o bispo e seu presbitério no serviço da Palavra, do altar e da caridade, mostrando-se servos de todos”. Trata-se de seguimento. De regrar sua vida não só no serviço, mas na alegria de servir.

Até o clima colaborou e amenizou o calor para a celebração da ordenação diaconal, neste sábado, 15 de fevereiro, na Igreja Matriz de Santo Amaro da Im-

peratriz, em Santa Catarina. Frei Diego acolhe a todos com alegria, e a procissão de entrada segue ao som do canto solene. Frei Daniel Dellandrea acolhe, em nome da Paróquia e da Fraternidade, a Dom Wilson Tadeu Jönck, SCJ, arcebispo de Florianópolis, que presidirá a celebração.

Frei Marcos aguarda ansioso ser chamado para o rito da eleição, no qual, em nome da Província Franciscana da Imaculada e do povo de Deus, o Definidor Frei Germano Guesser pede ao bispo que ordene Frei Marcos para o serviço diaconal. O povo reunido celebra como verdadeira família, que o acolhe e à qual ele quer continuar servindo, agora com a força do Espírito Santo, ordenado para tal.

Com boa participação dos confrades e de um grupo de nossos seminaristas do ensino médio, em Ituporanga, o tom franciscano da celebração marcou a devoção e a alegria em todos os momentos. A Paróquia também é particularmente agraciada com um bom nú-

mero de diáconos permanentes, que contribuíram para visualizar ainda mais a beleza da vocação a ser assumida por Frei Marcos.

Dom Wilson, na homilia, ressaltou que o modo de ser e de organização da Igreja e do Povo de Deus, é o modo do próprio Deus: de doação e serviço. Destacou na missão diaconal a escuta e ensino da Palavra, o serviço à comunidade, pela celebração, liturgia e oração, e, no cerne do propósito de ser do diácono, o serviço aos necessitados e a caridade. E quantos são os necessitados de hoje! Os idosos merecem cuidado especial da parte da Igreja, e, como diácono, Frei Marcos deve se dedicar a isso. Cada vez mais pessoas são fragilizadas e marginalizadas. Em busca desses, a vocação diaconal deve ser atuante. Jovens, adultos, de todas as idades, os vícios e dependências cada vez mais são um desafio a ser enfrentado. Comentando ainda o Evangelho da celebração, o bispo lembrou a Frei Marcos, como conselho

Comunicações . Março de 2014

na alegria de servir

109

formação e estudos ________________________________________

Comunicações . Março de 2014

pessoal, que nunca se esquecesse que o diácono, como também o sacerdote, precisa deixar que Jesus lave seus pés… Precisa deixar que Jesus conduza seus passos e cuide dele… E ao mesmo tempo, precisa assumir para si essa atitude de servir.

Para marcar a comunhão com todos aqueles que trilharam esse caminho de discipulado antes de nós e com todos os que ainda virão, e em participação mística com o Corpo de Cristo,

110

que é sua Igreja, o canto da Ladainha de Todos os Santos intercede por aquele que será ordenado. Ao final, o bispo reza: Senhor nosso Deus, ouvi as nossas preces e acompanhai com a vossa graça o que por nosso ministério se vai realizar.

Dignai-Vos abençoar e santificar este vosso servo, que julgamos dever apresentar

para exercer as funções sagradas.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Pela imposição das mãos do bispo e pela prece de ordenação (confira um trecho a seguir), Frei Marcos Prado é ordenado para o serviço diaconal! Demos graças a Deus! Frei Marcos é então revestido com as vestes próprias do diácono: estola e dalmática, e recebe o livro

formação e estudos ________________________________________

sacerdotes e diáconos presentes, a alegria da celebração é comum a todos.

Pela primeira vez como diácono, Frei Marcos Prado serve o altar para o banquete e sacrifício eucarístico. Dom Wilson preside a Eucaristia, celebrada com todos os presentes em ação de graças por tanto que Deus nos concede e tanto que irá realizar na e através da vida e vocação de Frei Marcos. Nos agradecimentos, Frei Marcos lembrou-se especialmente de todos os que colaboraram para a bonita celebração, e de sua família, que não pode estar presente, mas que certamente celebrava em comunhão conosco. A bênção final sobre o neodiácono reflete bem o desejo de todos os presentes: Deus todo-poderoso, que te chamou para o serviço

dos homens na sua Igreja, te dê um grande cuidado por todos, particularmente pelos pobres e aflitos.

Ele, que te confiou o ministério de pregar o Evangelho de Cristo, te ajude a viver segundo a sua palavra, e a ser sua testemunha corajosa e sincera.

Ele, que te fez dispensador dos seus mistérios, te leve a imitar o seu Filho Jesus Cristo e a ser, no mundo, ministro da unidade e da paz.

“Dei-vos o exemplo para que façais o mesmo que eu vos fiz”. (Jo 13,15)

Comunicações . Março de 2014

dos Evangelhos, que irá proclamar nas celebrações, e, mais importante, irá assumir em sua vida.

Enviai sobre ele, Senhor, nós Vos pedimos, o Espírito Santo, que o fortaleça com os sete dons da vossa graça, a fim de exercer com fidelidade o seu ministério.

Brilhem nele as virtudes evangélicas: a caridade verdadeira, a solicitude pelos doentes e pelos pobres, a autoridade modesta, a retidão perfeita e a docilidade à disciplina espiritual.

No cumprimento dos confrades,

111

formação e estudos ________________________________________

INÍCIO DAS ATIVIDADES NO SEMINÁRIO DE ITUPORANGA

Comunicações . Março de 2014

FREI RODRIGO SANTOS

112

O Seminário São Francisco de Assis, em Ituporanga, já iniciou suas atividades de formação para a vida franciscana e acadêmica neste ano.

Nossa Província tem a graça de acolher 29 vocações para o Ensino Médio, além de 4 jovens da Custódia Nossa Sra. das Sete Alegrias que foram enviados para fazerem seus estudos em nossa Província. Assim, iniciamos o ano com 33 seminaristas!

Os primeiros dias foram momentos fortes de integração, de conhecimento das realidades de onde cada um veio, com jogos, recreios e convívio fraterno. Mas as aulas já começaram! Que eles tenham um bom ano de amadurecimento de sua vocação e de formação acadêmica! Que nosso Santo Padroeiro esteja com seus olhos voltados para eles, intercedendo a Deus pelas vocações que nos foram confiadas!

SEMANA FRATERNA COM O 3º ANO Entre os dias 31/01 e 03/02, a turma do 3º ano, também pertencente ao grupo dos aspirantes, passou por uma experiência de encontro fraterno e revisão de vida, chamada de Semana Fraterna, no Eremitério Frei Egídio, em Rodeio.

Como se sabe, os seminaristas do 3º ano estão para concluir seu período letivo do Ensino Médio e, para nós do Seminário, isso significa que é a fase em que os alunos devem decidir entre prosseguir em sua formação franciscana, indo para Guaratinguetá, para a etapa do Postulantado, ou voltar para sua cidade natal para seguir por outros caminhos.

A Semana Fraterna serve, por-

tanto, para iniciar este processo de amadurecimento da decisão, bem como calcar os pés em sólidas bases que lhes servirão por todo o ano, já que agora estes cinco seminaristas são aqueles que devem “puxar” o grupo, dar uma identidade àqueles que integram a nossa fraternidade.

Foi uma rica experiência, marcada e exaltada pelos próprios seminaristas como um momento de forte integração, que eles pretendem manter por este ano de 2014. Boa caminhada a cada um deles!

formação e estudos ________________________________________

Frei Raoni Freitas A nossa turma é a 113ª do noviciado de nossa Província da Imaculada e acredito que poucas coisas tenham mudado ao longo dos anos... É de arrepiar saber que inúmeros frades - que fizeram e fazem a história da nossa Ordem - também passaram por aqui. Saber que um deles pode ter usado a cela que hoje nós ocupamos. Na vida do noviço tudo fala, a começar por pequeninas coisas; são gestos, palavras, olhares, silêncio... Ah! E como o silêncio fala! Mexe com nossos alicerces, desarma nossas estruturas, revira o interior e retira lá de dentro um novo homem. Descobrimos, assim, aos

poucos, o ser religioso. Deus nos chama para sermos Dele. Assim, respondendo a esse chamado, viemos a ser homens de Deus, comprometidos com o Evangelho, semeadores da paz e do bem, consagrados ao serviço do Reino.

O dia a dia aqui é dinâmico, fala por si. Iniciamos o dia com a Santa Missa, recebendo desde cedo Aquele que se humilha, todos os dias, e se esconde na modesta aparência do pão. Após o café, iniciamos as atividades: trabalho ou estudo, o convívio é realizado na famosa e centenária mangueira, regado a chimarrão e tererê. Logo depois de celebrar a hora média, almoçar e um breve descanso, voltamos às atividades: estudo ou tra-

balho. A meditação da tarde é precedida das vésperas. Depois jantar, ensaio de cantos, ofício das leituras e completas, e o repouso. Alegrias e choros, acertos e erros, glórias e imperfeições, tudo é partilhado, tudo é ofertado . Deus nos surpreende a cada dia, a cada instante... No badalar dos sinos, na lenha queimando no fogão, no som do órgão, na água caindo constantemente na fonte, nas frutas do pomar, nas verduras da horta, nas velas esculpidas, no aroma do pão assando, no roçar da grama... Ser frade menor é perceber que não estamos sós, que existe um infinito de seres que dão vida a tudo isso. Àqueles que sentem saudades, bem-vindos ao Noviciado!

Comunicações . Março de 2014

BEM-VINDOS AO NOVICIADO

113

formação e estudos ________________________________________

ABERTURA DO ANO ACADÊMICO NO INSTITUTO TEOLÓGICO FRANCISCANO lada Conceição do Brasil”, Frei Fi-

resumido e publicado pela revista Ci-

dêncio escreveu que, “se nós, Frades

viltà Cattolica no dia 03 de janeiro de

Menores, afirmamos que ‘a educação

2014, tinha afirmado que “há quatro

No dia 17 de fevereiro, às 8h00,

é considerada pela Igreja e pela Or-

pilares da formação: o espiritual, o

o Instituto Teológico Franciscano

dem como plataforma privilegiada de

intelectual, o comunitário e o apostó-

deu início ao ano acadêmico-2014.

evangelização e, também, como meio

lico...”, pilares, que, segundo o Papa,

As perspectivas deste início rece-

imprescindível para garantir, dentro

“precisam ser interativos”. E, com re-

beram inspiração dos recentes pro-

do pluralismo cultural, a presença do

lação ao educativo, afirmou que os

nunciamentos do Papa Francisco e

pensamento cristão’ (cf. Mensagem

pilares são: “transmitir conhecimen-

de Frei Fidêncio Vanboemmel, Mi-

de 05 de março de 2013), as três pi-

to, transmitir modos de fazer as coi-

nistro Provincial da Província Fran-

lastras indicadas pelo Papa Francisco

sas, transmitir valores. Através destes

ciscana da Imaculada Conceição do

[transmitir conhecimento, transmitir

transmite-se a fé”. E tinha concluído,

Brasil.

modos de fazer as coisas, transmitir

insistindo que “a educação, hoje, é a

Em carta de 20.01.2014, dirigi-

valores] devem nortear a tarefa edu-

missão central, central, central!”

da aos “Reitores, Pró-reitores, Dire-

cativa, seja nas instituições de ensino

Comentando estas palavras e

tores, Coordenadores, Professores,

da Província como nas outras frentes

orientando, Frei Fidêncio pontuou

Colaboradores e Confrades das ins-

de evangelização abraçadas pelos fra-

que, para além de estatísticas, “... a

tituições de ensino superior (FAE,

des no último Capítulo Provincial”.

magnanimidade da educação nas

Comunicações . Março de 2014

FREI ANTÔNIO E. MARINHO E FREI ELÓI D. PIVA

114

USF, ITF), da Associação Francis-

Por sua vez, o Papa Francisco,

nossas instituições ... tenha o coração

cana de Ensino Senhor Bom Jesus e

em encontro com 120 Superiores reli-

e o espírito focados nos valores hu-

do Seminário São Francisco de Assis

giosos de todo o mundo, no dia 23 de

manos, franciscanos, religiosos e cul-

da Província Franciscana da Imacu-

novembro de 2013, cujo diálogo fora

turais inspirados na compreensão de

formação e estudos ________________________________________ Deus, do homem e do mundo criado,

Da apresentação resulta que o

a partir de Francisco de Assis. Sim,

quadro do Curso de Graduação em

Em seguida, foram apresen-

esta deve ser a excelência específica

Teologia é composto por estudan-

tados os Cursos de Pós-graduação:

da nossa educação franciscana”.

tes da Custódia das Sete Alegrias de

Master em Evangelização – Inter-

Com este incentivo e atualiza-

Nossa Senhora (MS), da Custódia de

pelações e Perspectivas, e Mística

ção da insistência tradicional da Igre-

São Benedito da Amazônia (AM), da

e Espiritualidade Franciscana, bem

ja e da Ordem, a abertura do ano aca-

Província de Nossa Senhora dos An-

como os Cursos de Extensão de Mú-

dêmico consistiu em um momento

jos – Frades capuchinhos (RJ), de es-

sica Litúrgica, e de Espiritualidade

de oração, numa apresentação insti-

tudantes da Ordem dos Agostinianos

dos Salmos, além das novidades

tucional, na acolhida aos estudantes,

Descalços (RJ), de seminaristas da

eletrônicas da Secretaria e da Biblio-

professores, mestres, amigos e fun-

diocese de Nova Iguaçu (RJ), de Du-

teca e seu uso. Prosseguindo, Frei

cionários, e numa confraternização.

que de Caxias (RJ), de Barra do Piraí/

Antônio Everaldo acentuou: “Ne-

Frei Vitório Mazzuco e equipe

Volta Redonda (RJ), da Congregação

cessitamos uns dos outros; todos

conduziram meia hora de oração,

de Nossa Senhora do Amparo (Pe-

juntos aprimoraremos o ensino teo-

centrada no convite à escuta da Pala-

trópolis), da Província Franciscana

lógico; todos juntos promoveremos

vra de Deus. Frei Elói Dionísio Piva,

da Imaculada Conceição do Brasil, e

abertura ao diálogo com os vários

através da apresentação de slides,

por estudantes leigos. Em números, o

setores da sociedade e buscaremos

afirmou que o ITF, em sua história,

quadro do Bacharelado em Teologia é

novas e criativas formas para bem

é uma materialização da diretriz da

composto por 77 estudantes.

corresponder aos atuais anseios da

e Saúde.

Ordem e da Província enunciada no

Além dos estudantes, Frei An-

binômio santidade de vida e ciência;

tônio Everaldo apresentou os novos

Com agradecimentos e a evo-

e convidou os presentes a continua-

professores: o Pe. Pedro Paulo, da

cação da busca de “excelência espe-

rem protagonistas da evangelização

Diocese de Petrópolis e Reitor da

cífica” no âmbito humano, religioso

de si mesmos e de todos, em espíri-

UCP – da área de Direito Canônico;

e acadêmico inspirada na tradição

to de diálogo. Frei Antônio Everaldo

as Professoras Maria Suzana F.A. Ma-

da Igreja e em Francisco de Assis,

Palubiack Marinho, como Reitor, deu

cedo, da área de Ciências da Religião;

Frei Antônio Everaldo deu por en-

boas vindas aos estudantes, professo-

Magaly Oberlaender, da área de Mu-

cerrada a abertura do ano acadê-

res, mestres, funcionários e amigos

seus, História e Crítica da Arte; e Vir-

mico-2014 e convidou a todos para

do Instituto, apresentando-os a todos.

gínia Ferreira, da área de Psicologia

uma confraternização.

Comunicações . Março de 2014

sociedade”.

115

formação e estudos ________________________________________

ITF OFERECE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU EM MÍSTICA E ESPIRITUALIDADE FRANCISCANAS Frei Sandro Roberto da Costa

com um seminário inter-disciplinar intitu-

O Instituto Teológico Franciscano

paradigmas: juventude, questão de gênero,

de Petrópolis manteve, por vários anos,

mundo urbano, novas tecnologias, ecolo-

em parceria com a Família Franciscana

gia, justiça e paz. Especialistas nestas áreas

do Brasil, um curso de extensão em Es-

vão expor seus temas, e depois será aberto

piritualidade Franciscana. Este curso fun-

o debate com os estudantes.

lado: Espiritualidade franciscana e novos

cionava junto ao antigo Centro Francisca-

Para a obtenção do título de Espe-

no de Petrópolis, conhecido por muitos

cialista, será necessário a elaboração de um

irmãos e irmãs, que ali puderam passar

Trabalho de Conclusão de Curso, (TCC),

bons e inesquecíveis momentos de for-

sobre um tema de interesse pessoal do aluno. Durante o curso será oferecida também

mação e fraternidade. Desde a mudança do Centro Franciscano para Brasília os

das aqui as 40 horas dedicadas ao Trabalho

uma disciplina sobre a Metodologia do

professores do ITF pensavam em retomar

de Conclusão do Curso (TCC). Candida-

Trabalho Científico.

este curso. Assim, o ITF organizou e ago-

tos que quiserem frequentar o curso, mes-

O Instituto Teológico Franciscano é

ra oferece à Família Franciscana do Brasil,

mo sem ter o diploma de curso superior,

uma instituição de ensino com mais de 100

aos simpatizantes do franciscanismo e in-

também poderão fazê-lo, desde que se sub-

anos de existência e de dedicação ao estudo

teressados em conhecer e aprofundar seus

metam a todas as exigências acadêmicas.

da Teologia e do pensamento franciscano.

conhecimentos e sua vivência da mística

No fim do curso obterão o certificado de

Reconhecida pelo MEC, e também afiliada

e da espiritualidade do Poverello, o curso

Curso de Extensão.

à Pontifícia Universidade Antonianum, de

de especialização lato sensu em Mística e

Comunicações . Março de 2014

Roma, possui uma biblioteca com mais de

curso tem uma primeira parte dedicada

120 mil volumes, totalmente à disposição

O objetivo do curso é oferecer aos

ao aprofundamento dos elementos básicos

dos seus alunos. As publicações e seus inú-

participantes condições de aprofundar

para um bom conhecimento do carisma

meros periódicos nacionais e estrangeiros,

seus conhecimentos e compreensão do

franciscano: a parte histórica, o aprofun-

muitos deles na área do franciscanismo,

pensamento, da mística e da espiritua-

damento do conhecimento das fontes e da

merecem destaque. A equipe de coordena-

lidade franciscanas, através do estudo

mística franciscana, além dos elementos te-

ção deste curso não pretende, e está ciente

sistemático dos vários elementos que

óricos que pertencem ao patrimônio fran-

de que nem pode, esgotar todos os assuntos

compõem aquilo que chamamos de “pa-

ciscano, como sua escola teológica e filosó-

relacionados à espiritualidade franciscana.

trimônio franciscano”. Além disso, o

fica, a pedagogia franciscana, a cristologia

O carisma franciscano, tão atual, tão rico

curso se propõe a evidenciar a evolução

e a antropologia franciscana. A segunda

e com nuanças sempre novas e a serem re-

do pensamento e carisma franciscanos

parte curso será dedicada ao diálogo do

descobertas, e a cada tempo redefinidas e

através dos tempos, sua perene atualida-

franciscanismo com as grandes questões

repropostas, não se deixa encastelar num

de, bem como sua contribuição para os

que se colocam ao ser humano contempo-

curso acadêmico, por mais sério que seja.

prementes debates envolvendo o humano

râneo. Especialistas das mais variadas áreas

Mas, ao reunir um corpo privilegiado de

contemporâneo e sua constante busca de

irão trabalhar questões como os desafios

especialistas na área do pensamento fran-

resposta e de sentido. O curso propõe-se

e as possibilidades que a pós-modernida-

ciscano, na sua maioria doutores, para

também a ser um instrumento útil para

de apresenta ao franciscanismo, o modo

oferecer este curso de Mística e Espiritua-

todos aqueles e aquelas que, no seu dia a

franciscano de evangelizar, a opção pelos

lidade, o ITF espera somar-se aos esforços

dia, por opção de vida, por missão e voca-

pobres na perspectiva franciscana, francis-

de todos os franciscanos e franciscanas do

ção, têm a ver com a formação, educação

canismo e diálogo inter-religioso. Na carga

Brasil que, de um modo ou de outro, contri-

e evangelização pautadas pelos valores

horária optou-se por dedicar um tempo

buem para aprofundar e fazer mais conhe-

vivenciados e pregados por Francisco e

maior às questões ligadas aos desafios eco-

cido e vivenciado o carisma do Poverello de

Clara de Assis.

Espiritualidade Franciscanas.

116

Impostado sobre dois alicerces, o

-ambientais. Assim, um especialista traba-

Assis. Espera, ao mesmo tempo, através do

Dividido em três etapas, o curso

lhará com as grandes questões ambientais

debate acadêmico e sistemático, contribuir

funcionará nas férias de julho, de 2014 a

do século XXI, enquanto outro trabalhará

para a atualização criativa do imenso e sig-

2016, três semanas em cada mês de julho.

a contribuição do franciscanismo ao deba-

nificativo patrimônio espiritual, cultural e

A primeira etapa terá início no dia 1º de

te ecológico. Uma disciplina será dedicada

humano vivenciado e experimentado por

julho de 2014. As três etapas do curso so-

ao tema da arte e estética franciscana: o

Francisco de Assis e seus seguidores atra-

marão um total de 425 horas/aula, soma-

caminho da beleza. O curso será concluído

vés dos séculos.

fraternidades ________________________________________

POR QUE DEUS, NEM SEMPRE, ATENDE NOSSOS PEDIDOS? procura, acha; e a quem

Frei Luiz Iakovacz

bate, se abrirá a porta”

Durante a Quaresma, a

(cf. Mt 7,7-8). A mãe

Igreja nos apresenta o jejum,

dos apóstolos Tiago e

a esmola e a oração como

João, fez este pedido:

meios eficazes de conversão.

Jesus, que meus dois

Jesus, porém, nos alerta que,

filhos se sentem um à

se forem praticados, somente,

direita e outro à esquer-

com a intenção de nos mos-

da, quando estiveres no

trarmos justos diante dos

teu Reino. Ao que Jesus

outros, ou como fiéis obser-

respondeu: Vocês não

vantes da lei mosaica, - então,

sabem o que pedem (Mc

já recebemos a recompensa

10,38).

que é o aplauso dos homens;

Então, o que pe-

e em nada contribui para uma

dir?!

verdadeira conversão (cf. Mt

Jesus faz esta com-

6,1-18).

paração: “Será que al-

No cotidiano da vida,

guém de vocês que é pai,

seguidamente, escutamos

se o filho lhe pede um

a frase: “... eu rezo tanto, e

peixe, lhe dará uma co-

Deus não me atende”! Por

bra? Ou se pede um ovo,

que será?!

lhe dará um escorpião?

Em si, nem precisaría-

Se vocês, que são maus,

mos pedir porque Ele já “sabe de tudo,

o direito, não se socorre o oprimido e não

sabem dar coisas boas aos filhos, quanto

antes mesmo de pedirmos” (Mt 6,8).

se faz justiça ao órfão e à viúva” (Is 1,17).

mais o Pai do céu dará o Espírito Santo

Mas.... o que é que Deus quer mesmo?!

Por isso, “quando erguerem as mãos para

àqueles que o pedirem” (Lc 11,10-13).

No Código da Aliança (Ex 19,1 -

mim, Eu desviarei o olhar; ainda que

Aqui, talvez, esteja a chave para

24,18), que é um verdadeiro compêndio

multipliquem orações, Eu não escutarei

nossas preces: pedir o Espírito Santo!

de normas religiosas e sociais, Deus diz

porque as mãos de vocês estão cheias de

Ele é força, advogado e não nos deixa

claramente que quando o imigrante é

sangue” (Is 1,15).

órfãos (cf. Jo 14, 15-21). Ele reza em nós

O autor do livro dos Provérbios

porque “vem em auxílio de nossa fra-

tratados e ao faminto é negado o pão,

tem a ousadia de dizer: “Quem fecha seus

queza, pois não sabemos o que convém

“quando clamarem por mim, Eu não os

ouvidos à Lei, até mesmo sua oração é de-

pedir; mas o próprio Espírito intercede

escutarei (cf. Ex 22,20-24). Ao contrário,

testada” (Pv 28,9). Jesus, também, não se

por nós com gemidos inefáveis” (Rm

“se os praticar, sua luz brilhará como au-

intimida diante das lideranças religiosas

8,26). Continuemos orando e pedindo,

rora, suas feridas vão sarar rapidamente

e, firmemente, os alerta: “Ai de vós dou-

mas peçamos bem. Principalmente e

(...) e, se clamarem por mim, Eu respon-

tores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês

em primeiro lugar, convertamo-nos

derei e se chamarem por socorro, Eu direi

exploram as viúvas e roubam suas casas e,

a Deus num total serviço aos irmãos,

`aqui estou´! (cf. Is 58,7-9).

para disfarçar, fazem longas orações. Por

especialmente, os mais simples e hu-

isso, vocês vão receber uma condenação

mildes. Neste sentido, a Campanha da

mais severa” (Mt 23,14).

Fraternidade, com seus temas sociais,

“está farto de holocaustos e gordura de

Mas... Jesus mesmo nos mandou

se torna um instrumento valioso que

Comunicações . Março de 2014

explorado, as viúvas e os órfãos são mal-

novilhos” (Is 1,11) porque “não se busca

pedir, pois “quem pede, recebe; quem

nos faz rezar melhor, unindo fé e vida.

117

O mesmo profeta Isaías, numa linguagem direta, enfatiza que Deus

Com esperança, Pari celebra

Comunicações . Março de 2014

100 anos

ES PE CIAL

118

especial ________________________________________

M

Além de D. Tarcísio, Frei Fidêncio e Frei Adriano, a paroquiana Érika Augusto falou em nome da comunidade

ais do que gratidão, a Missa de Ação

e se emocionou ao lembrar do incêndio que quase destruiu

de Graças pelos 100 anos da criação da

a igreja do Pari em 2006. Érika falou que poderia ter sido o

Paróquia Santo Antônio do Pari e da

fim naquele momento da comunidade, mas o povo se uniu

presença franciscana naquele bairro,

e buscou forças para reconstruir o templo. Essa mesma

no domingo (2 de fevereiro), às 18 horas, focou no tema da

força deve ser buscada para continuar a construção do

esperança para uma comunidade que está mais viva do que

templo espiritual.

nunca, apesar das mudanças que, a cada dia, tornam o bair-

Nessa linha, D. Tarcísio disse que era motivo de ale-

ro comercial. A bela igreja lotou numa demonstração desse

gria e orgulho fazer parte da celebração de 100 anos. “Cem

amor e força para começar a escrever mais um centenário.

anos de caminhada e nós fazemos parte desta história!

Dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar da arquidio-

Além de celebrar é tempo de renovação da nossa fé, do

cese e vigário episcopal da Região Sé, presidiu a celebração,

compromisso missionário evangelizador”, disse o bispo,

tendo como concelebrantes o Ministro Provincial, Frei Fi-

lembrando que a festa litúrgica do dia celebrava o encon-

dêncio Vanboemmel, e o pároco Frei Adriano Freixo Pinto.

tro de Deus com a humanidade. “Vocês perceberam que

Também marcaram presença frades de toda a Província,

o Papa Francisco fala muito de encontro. Quando esteve

entre eles o Definidor Frei José Francisco dos Santos, e

aqui, na Jornada Mundial da Juventude, falou de encontro.

religiosos de São Paulo.

Ele disse que a Igreja precisa ser casa de encontro, precisa

As celebrações pelo centenário começaram com um Tríduo, no dia 30 de janeiro, e continuaram durante todo

sair ao encontro das pessoas e que a Igreja tem a missão de criar comunhão, comunidade”, explicou.

o domingo. Na missa das 10 horas foi inaugurado um novo

Segundo o bispo, durante 100 anos a Paróquia criou

altar para Nossa Senhora de Copacabana, e a entronização

comunhão entre os fiéis e preparou o caminho para o

de sua imagem, e de Nossa Senhora de Urkupiña, ambas

Senhor. “Certamente sem esta Paróquia este bairro seria

devoções muito fortes da cultura boliviana.

diferente. Quantas famílias esta Paróquia defendeu, ani-

Comunicações . Março de 2014

MOACIR BEGGO

119

Comunicações . Março de 2014

especial ________________________________________

120

mou, sustentou, ajudou. Quantas pessoas não passaram

“Neste dia jubilar o olhar de todos nós é, sem dú-

por esta comunidade e se encontraram nesta casa do

vida alguma, um olhar retrospectivo, cheio de gratidão!

Senhor. Essa comunidade é uma casa de iniciação cristã.

Afinal, são 100 anos de uma comunidade paroquial, ou

E continua realizando e alimentando esse encontro com

seja, a história de uma Igreja-Comunidade-de-Fé que

Senhor. A missão da nossa Paróquia é ser, como dizia

começou muito pobre, e que hoje pulsa jubilosa nesta

Malaquias, o anjo do Senhor enviado para preparar os

grande cidade de São Paulo. São 100 anos de uma Co-

seus caminhos. A Paróquia tem que fazer isso: preparar

munidade de Fé que, em comunhão com os frades (Frei

o caminho para o Senhor para que as pessoas possam

Filipe Niggemeier, Frei Olivério Kraemer e Frei Paulo

encontrá-Lo”, disse D. Tarcísio.

Luig) foi se solidificando e, ao mesmo tempo, vivendo

Um momento muito bonito da celebração foi quan-

todas as vicissitudes desta grande metrópole chamada

do todos os fiéis acenderam as velas, já que liturgicamente

São Paulo. Portanto, nossa gratidão a todas as pessoas,

neste dia 2 celebra-se a Festa da Apresentação do Senhor,

homens e mulheres, que tornaram bela esta nossa his-

dia de Nossa Senhora da Candelária ou Candeias. Frei

tória, tendo como braço forte desta construção o nosso

Carlos Lúcio Corrêa, ou Frei Carlinhos, fez os comentá-

intercessor maior: Santo Antônio!”, disse Frei Fidêncio.

rios da Missa e viu o povo cantar o “Hino do Centenário”,

Mas o Ministro Provincial enfatizou que a celebra-

composição e letra que fez para a festa.

ção do primeiro centenário lança um novo desafio. “Não

Gratidão e esperança

queremos olhar apenas no retrovisor da nossa história

Frei Fidêncio, que aos poucos retorna às atividades

e viver de saudosismos dos heróis da fé desta comuni-

depois de passar por duas delicadas cirurgias no rosto,

dade paroquial. O centenário é uma provocação para

disse que era um momento de render graças e proclamar

assumirmos a nossa missão profética neste mundo em

como São Francisco: “Altíssimo, onipotente, bom Senhor,

transformação dentro do qual vivemos. E como Francis-

teus são o louvor, a glória, a honra e toda bênção” e “louvai

co de Assis devemos nos perguntar: ‘Senhor, que queres

e bendizei ao meu Senhor e rendei-lhe graças e servi-o

que eu faça? Senhor, que queres que nós façamos?’

com grande humildade”.

E o Papa Francisco certamente nos dirá o que disse

especial ________________________________________

aos jovens na JMJ: ‘Ide, sem medo, para servir!’ Mas a quem

O “choro de alegria”

servir? Como servir? De que forma servir? Esta é a Igreja

Érika Augusto falou pela comunidade e disse que

de Jesus Cristo que nós, protagonistas da história presente,

era um privilégio viver este dia “histórico para todos nós”.

Segundo a paroquiana, durante o Tríduo, pôde-se

Frei Fidêncio, então, convidou a olhar com esperança

reviver e contar um pouco da história desses cem anos,

para este novo centenário que se inicia e agradeceu, em

e o momento agora é de muita responsabilidade. “Com

nome da Província da Imaculada, à Arquidiocese de São

poucos recursos e infraestrutura, a comunidade se uniu

Paulo, aos frades, a todos os fiéis da comunidade. “Parabéns

e construiu essa bela igreja. Até crianças ajudaram na sua

a toda Paróquia!”, gritou, ovacionado pelo povo.

construção! Em 1924, nossa igreja estava pronta para a

Frei Adriano, o pároco e guardião da Fraternidade

comunidade”, lembrou.

do Pari, frisou que o momento era de gratidão. “Agrade-

“Sabemos que esse passado é importante, mas não é

cemos tantas vidas doadas, frades incansáveis no serviço,

fundamental. Num passado recente, no dia 14 de julho de

pessoas generosas, conhecidas e anônimas, somos gratos

2006, um grande incêndio quase destruiu a nossa igreja”,

pelo crescimento, pelas crises, derrotas e vitórias, ano a

disse, parando para conter a emoção. “Muitos duvidavam

ano, semeadas nesta comunidade de fé”, disse, observando

que iríamos reconstruir essa igreja. Desde então, quatro

que agora o passado caminha conosco como herança e

párocos - Frei Cid Tadeu Passos, que está aqui hoje, Frei

memória, mas não podemos viver nele. “Deus não é Deus

Gilberto Piscitelli, Frei Gilmar José e agora Frei Adriano -

do passado, mas do presente. A partir desta presença do

revezaram-se na reconstrução deste templo. Agradecemos

passado, olhamos o hoje, o presente, com fé”.

a cada um pelo empenho em reconstruir o nosso templo.

A esperança não pode morrer nos corações dos fiéis.

“Se isso acontecer, nossas vidas se tornarão desertos. Nada

Aos poucos fomos recuperando a beleza de nossa casa”, comemorou.

de desertos! Esperança sempre de um mundo melhor, de

Mas Érika lembra que isso não é o suficiente. “O

uma Igreja como casa de acolhimento; de uma sociedade

templo foi recuperado, sinal visível de que nossa comuni-

mais justa, menos desigual; de um ser humano redimido”.

dade está aqui, nova e viva. Nosso coração, nosso templo

Comunicações . Março de 2014

somos chamados a reconstruir”, acrescentou.

121

especial ________________________________________

espiritual, o corpo místico como dizia D. Tarcísio, como está enquanto comunidade?”, questionou. A paroquiana não perde a esperança: “Construir essa Paróquia só foi possível graças ao empenho de cada um. Juntos, formamos uma grande e ativa comunidade e é isso que precisamos recuperar. Muitos se queixam de cansaço, das mudanças ocorridas no bairro, mas essa é nossa realidade. Nós formamos essa comunidade, e temos a responsabilidade de dar continuidade a tantos e tantas que nos precederam”. Érika convocou a todos: “Os franciscanos podem contar com o nosso apoio e nosso trabalho. Juntos chegamos até aqui e juntos vamos continuar esse caminho.

Comunicações . Março de 2014

Que São Francisco e Santo Antônio nos

122

ajudem a sermos o Evangelho vivo, e possamos testemunhar com nossas vidas o motivo de estarmos aqui e formarmos a comunidade de Santo Antônio do Pari!”

A celebração terminou com o descerramento da placa comemorativa do jubileu em frente à Igreja e uma grande queima de fogos. Em seguida, os fiéis participaram de uma confraternização no Salão de Festas.

Refundição e recolocação dos sinos marcarão ano do centenário No ano de 2006, após o incêndio que destruiu a torre e parte da nave direita da Paróquia Santo Antônio do Pari, foi necessária a retirada dos 4 sinos e da estrutura dos relógios, que ficavam na torre danificada pelo incêndio. Alguns sinos racharam e foram destruídos pelas chamas.

Na época, não havia possibilidade real de recolocá-los, e a Paróquia tinha necessidades maiores, como a adequação da estrutura para continuar realizando as celebrações.

Quase 8 anos depois do incêndio, a comunidade receberá um presente por ocasião do ano do centenário. Aprovado pelo Conselho Administrativo e Conselho de Pastoral, será dado início ao processo de refundição e recolocação dos sinos. Também será refeita toda a estrutura de funcionamento dos relógios nas torres.

Serão feitos 2 novos sinos, com o bronze dos sinos originais, que serão refundidos, um com 1050kg e outro com 750kg. O sino menor, de 310kg, que está exposto no memorial, dentro da torre direita, será reaproveitado. Os sinos serão do mesmo peso e tamanho dos sinos originais, inaugurados em 1928.

Para o atual pároco, Frei Adriano Freixo Pinto, a recolocação dos sinos será um feito muito importante para a comunidade e para o bairro. “O ano do centenário merece ser encerrado com esta reinauguração”, afirma.

especial ________________________________________

ÉRIKA AUGUSTO Domingo, dia 2 de fevereiro, às 10 horas, aconteceu a primeira parte das comemorações do Centenário da Paróquia Santo Antônio do Pari. A missa foi dedicada a toda comunidade boliviana do bairro. A celebração foi marcada pela inauguração do novo altar e a entronização das imagens de Nossa Senhora de Copacabana e Urkupiña, padroeiras da Bolívia.

A missa foi presidida pelo pároco, Frei Adriano Freixo Pinto, e concelebrada pelo vigário paroquial Frei Carlos Nunes, e contou com a presença de Frei Brayan Felipe.

Na procissão de entrada, diversos imigrantes e descendentes bolivianos entraram com as imagens das Virgens, ícones e outros objetos, além das bandeiras do Brasil e da Bolívia. Alguns deles usavam trajes típicos, de cholas e tinkús, tradições do país vizinho.

No início da celebração, Frei Adriano falou a respeito da importância deste dia e o que ele representava para a comunidade e para os imigrantes bolivianos. O pároco também rezou por uma vida mais digna para todos aqueles que chegam em nosso país. Em seguida, foi feita a bênção das imagens.

Em sua homilia, o frade falou a respeito do primeiro con-

tato que teve com o sr. Jorge, que pediu que esta entronização fosse realizada, ainda no mês de agosto do ano passado. Pela falta de tempo para a reforma da capela, o pároco então sugeriu que esta cerimônia fosse realizada no dia 2 de fevereiro, dia do Centenário da Paróquia e dia de Nossa Senhora de Copacabana.

Frei Adriano ressaltou que este gesto representa a acolhida de todos os imigrantes do Pari e da cidade de São Paulo, significando suas culturas, lutas, alegrias e sofrimentos.

“Independente de cultura, costumes, santos e pecadores, queremos acolher a todos, pois é Deus quem acolhe todos nós”, acrescentou o pároco.

O frade falou ainda a respeito da origem das duas devoções. Copacabana significa lugar luminoso. A história desta devoção começa na Bolívia, com o jovem Francisco Tito Yupanqui. Ele esculpiu uma imagem de Nossa Senhora da Candelária para a capela de Nossa Senhora de Copacabana. A imagem não ficou perfeita, mas o padre local colocou a imagem num altar lateral da capela. Com a transferência deste padre, a imagem acabou sendo tirada do altar e foi levada para a sacristia, ficando escondida.

Francisco Yupanqui, humilhado com o acontecimento,

Comunicações . Março de 2014

Novo altar para as devoções bolivianas

123

especial ________________________________________ Urkupiña, devoção nascida na cidade de Quillacollo, no vale de Cochabamba. No final de 1700, uma família que criava ovelhas na região foi agraciada com a aparição da Virgem de Urkupiña, que no dialeto quechua significa “já está no morro”, que foi o local onde a Virgem apareceu para a filha dos criadores de ovelhas.

A missa também foi marcada pelo encerramento do curso de noivos, em que cinco casais receberam o certificado de participação.

No momento de ação de graças, o sr. Jorge pediu a palavra e agradeceu, em espanhol, pela acolhida de Frei Adriano e por ter seu pedido atendido.

O imigrante entregou ao pároco um quadro que registra este momento e agradeceu pelo gesto de acolhida. Após a fala do sr. Jorge, o grupo Jairas fez uma apresentação artística, com a dança típica Tinkú.

Ao final da celebração, as imagens e ícones foram levados em procissão para o capela, que fica ao lado direito da igreja, reformada e com novo altar em mármore. Frei Adriano fez a

Comunicações . Março de 2014

decidiu ir para Potosí, uma cidade que possuía muitos mestres na escultura de imagens sacras. Após este período de aprendizado, com muitas orações e jejuns, Francisco Tito Yupanqui conseguiu fazer uma imagem muito bonita, em madeira, de Nossa Senhora da Candelária. Porém, ao voltar para Copacabana, a população foi ao seu encontro e fez uma grande procissão até a capela. E imagem foi então entronizada no altar mor da capela, e recebeu o nome de Nossa Senhora da Candelária.

O pároco também falou brevemente sobre a Virgem de

124

bênção do novo altar e a entronização das imagens, momento que foi seguido por cantos em espanhol, dirigidos às duas devoções marianas.

Reforma das capelas laterais Após a reforma da capela e inauguração do novo altar para Nossa Senhora de Copacabana e Nossa Senhora de Urkupiña, agora é a vez da capela de Santa Clara passar por uma reforma.

Danificado pelo tempo e por muitas infiltrações, a capela está em manutenção.

especial ________________________________________

PARI E OS IMIGRANTES BOLIVIANOS Com a fundação da Paróquia de Santo Antônio, na praça Pe. Bento, o bairro tornou-se confluência de imigrantes italianos que, nos fins de semana, ocupavam a praça Padre Bento, também conhecida como Largo do Pari, para cantar e dançar a “tarantela”.

Praticamente um século depois, as residências de portugueses e italianos foram engolidas pelo comércio.

Mas a Praça Pe. Bento continuou sendo o ponto de referência, desta vez dos imigrantes bolivianos, que montavam suas barracas para dividir a própria cultura através da música folclórica e de sua comida picante.

Em 2002, a praça ficou pequena para as 40 barracas e o grande movimento. No ano seguinte foi fundada a Associação Gastronômica Cultural e Folclórica Boliviana “Padre Bento” e determinou-se um novo espaço entre as ruas Pedro Vicente, Carnot e das Olarias.

A praça foi batizada de “Kantuta” - o nome vem da flor que cresce no altiplano andino e que tem as cores verde, amarela e vermelha, as mesmas da bandeira da Bolívia. O evento dominical, das 11h às 19h, foi

Há fontes que chegam a mencionar

Comunicações . Março de 2014

legalizado e hoje são 90 barracas (em

um total de 200 mil.

125

dias de festa, até 3 mil comparecem).

Estimativas extraoficiais, como a citada em texto publicado pelos pesquisadores Renato Cymbalista e Iara Rolnik Xavier, falam de 100 mil bolivianos vivendo na cidade, em sua maioria jovens, de baixa escolaridade, empregados na indústria do vestuário.

especial ________________________________________

NO TRÍDUO, FREI AGOSTINHO RECORDA OS JUBILEUS DA PARÓQUIA

Comunicações . Março de 2014

ÉRIKA AUGUSTO

126

No sábado, dia 1° de fevereiro, aconteceu o último dia do Tríduo em preparação para o centenário. A Missa, como nos dias anteriores, foi presidida por Frei Agostinho Salvador Piccolo, e concelebrada pelo pároco, Frei Adriano Freixo Pinto.

Em sua homilia, Frei Agostinho ressaltou os fatos mais importantes que aconteceram na paróquia entre os jubileus de ouro e de diamante, respectivamente 50 e 75 anos de fundação da Paróquia.

Ele ressaltou os diversos acontecimentos da paróquia, como os festejos de Carnaval no bairro e o retiro espiritual das Filhas de Maria. Falou ainda da atuação da JAC, JEC, JIC, JOC e JUC, pertencentes à Ação Católica Brasileira, movimentos juvenis que atuavam em diversas frentes: Juventude Agrária Católica, Juventude Estudantil Católica, Juventude Independente Católica, Juventude Operária Católica, Juventude Universitária Católica.

Para encerrar o Tríduo, Frei Agostinho fez uma provocação tendo como base a exortação apostólica “A Alegria do Evangelho”, do Papa Francisco.

“O passado, quando vivido com amor, nos ilumina. Se o passado nos edificou e o presente nos agrada, o que nos desafia

para o futuro?”, questionou o frade. E provocou a assembleia sobre os próximos 100 anos: “O que faremos no dia 3 de fevereiro, dia em que iniciamos o 2° Centenário?”

A celebração também foi marcada pelo envio do Gabriel Cavalheiro Borges, que participa da Pastoral dos Coroinhas.

O jovem seguiu para o Seminário Franciscano em Ituporanga, Santa Catarina, onde fará o Ensino Médio e discernirá sobre sua vocação. Ele fez a Catequese de Primeira Eucaristia na paróquia e, em seguida, começou a ajudar nas celebrações como coroinha.

Zely ressaltou ainda o grande sentido de pertença comunitária do jovem.Após a Missa, outros coroinhas e jovens do “Eis-me aqui” participaram de uma pequena despedida para Gabriel. segundo dia do Tríduo No dia 31 de janeiro, sexta-feira, aconteceu o segundo dia do tríduo em preparação para o Centenário. O pregador, Frei Agostinho, falou a respeito das comemorações dos 25 anos da Paróquia, através dos registros da revista comemorativa de 1939.

O frade fez uma retomada histórica da igreja na época, desde o Papa Pio XII, passando pelos arcebispos de São Paulo e chegando aos frades que assumiram o trabalho na paróquia entre 1914 e 1939, sendo eles: Frei José Assumpção Rolim, OFM; Frei Felipe Niggemeier, OFM; Frei Boaventura Klemer, OFM;

especial ________________________________________

Abertura do Tríduo Na noite da quinta-feira, dia 30 de janeiro, a Paróquia Santo Antônio do Pari deu início ao seu Tríduo em preparação ao Centenário.

O pregador convidado para estes três dias de preparação é um antigo conhecido da Paróquia, Frei Agostinho Salvador Piccolo, chamado de “prata da casa” pelo atual pároco, Frei Adriano.

O frade foi criado no bairro do Pari, foi ordenado na Paróquia e trabalhou no bairro

Comunicações . Março de 2014

Frei Cyriaco Hilscher, OFM; Frei Olivério Kraemer, OFM; Frei Paulo Luig, OFM; Frei Alberto Preis, OFM. Para as comemorações, foi também nomeada uma comissão de leigos atuantes na paróquia, tendo como presidente o Dr. Miguel Paulo Capalbo, que hoje possui uma rua no bairro em sua homenagem. Outros membros da comissão eram: José Cabette, Carolino Fragata e mais 15 membros de famílias do bairro, sendo elas: Família Machado, Fidalgo, Fernandes, Ribeiro, Ferreira, Passos, Barbosa, Camargo, Curti, Assumpção, Motta, Colombini, Garcia, De Gruttola.

Frei Agostinho acrescentou que, por ocasião do jubileu de Prata, foi realizado um Congresso Antoniano, ocorrido nos dias 11, 12 e 13 de junho. O Congresso tratou de temas como: Criação e desenvolvimento da Paróquia Santo Antônio do Pari, Lições de um jubileu, o sentido humano da vocação de Santo Antônio, entre outros.

Para encerrar os festejos, houve uma missa pontifical e um procissão, com a participação de mais de 20 mil pessoas, que durou cerca de 3 horas, segundo relata o livro de Crônicas da Paróquia. Ao final da Missa, Frei Agostinho deu a bênção com a relíquia de Santo Antônio.

por muitos anos. Em 2007 celebrou também na Paróquia seu Jubileu de Prata pelos 50 anos de sua ordenação presbiteral.

No início da celebração, Frei Agostinho foi acolhido pelo pároco, Frei Adriano, que ressaltou a importância da presença do confrade neste momento de celebração. O dia também foi escolhido para a renovação dos votos de Ir. Juliana Rodrigues, missionária scalabriana, que trabalha junto aos migrantes no bairro.

Em sua homilia, Frei Agostinho apresentou a “trilogia de destaque”: centenário, Pari e Santo Antônio. Iniciou a trilogia com a reflexão sobre o centenário, de modo geral e de modo específico.

“Alegremo-nos com o nosso Centenário da Santo Antônio do Pari, a vida de nossa paróquia, nosso espaço religioso, nossa casa cristã, jovem de 100 anos, de fé e caridade abertas a outras denominações, e acolhedora doutros irmãos e irmãs a unir.”

Falou a seguir da origem do nome Pari, um pesqueiro, lugar cercado para pescar peixes, uma armadilha de pesca. Este instrumento era usado por indígenas para pescar no Rio Tietê e o nome deu origem ao bairro. E, para encerrar a trilogia, falou a respeito de Santo Antônio, o “padroeiro emérito” da Paróquia.

Ao final de sua homilia, Frei Agostinho leu o decreto de criação da Paróquia, datado do dia 2 de fevereiro de 1914.

O bispo da época, Dom Duarte Leopoldo e Silva, afirma que devido ao acréscimo de população no bairro e de sua extensão, ele estaria a partir de então desmembrando a Paróquia Bom Jesus do Brás e, através do decreto, estava erigida e canonicamente instituída uma nova paróquia, que se chamaria Santo Antônio do Pari. Ao final da missa, foi dada a bênção com a relíquia de Santo Antônio.

127

especial ________________________________________

MENSAGEM DE AGRADECIMENTO FrEI Adriano Freixo Pinto

Comunicações . Março de 2014

mar, com ânimo, com coragem, com alegria. Queremos ter

“Estimado D. Tarcísio, vigário episcopal da região Sé;

sempre, nós frágeis, esta estranha mania de ter fé na vida.

Fr. Fidêncio, nosso Ministro Provincial; confrades; paro-

Esta paróquia, esta Igreja, dão testemunho de que a fé é o

quianos; amigos e amigas.

motor de toda e qualquer reconstrução: do templo de pedra,

A celebração do jubileu dos 100 anos desta paróquia,

128

nosso dia a dia, com o peso próprio de cada dia, sem desani-

mas antes de tudo de pessoas.

da presença franciscana no Pari, é a celebração da troca de

E chega-nos o futuro. Sim, o futuro já começou. Sempre

três olhares: o olhar para o passado, o olhar do presente e

assim. E olhamos para ele, e o futuro olha para cada um de

aquele que se volta para o futuro. Olhamos o passado desta

nós, com esperança. Dizem que a esperança é a última que

história de 100 anos com gratidão. Agradecemos tantas

morre. Nossa tarefa é não deixá-la morrer. O que acontece

vidas doadas, frades incansáveis no serviço, pessoas genero-

com nossa vida, com nosso futuro, sem esperança? Tornam-

sas, conhecidas e anônimas. Somos gratos pelo crescimento,

-se desertos. Nada de desertos. Esperança sempre: de um

pelas crises, derrotas e vitórias ano a ano semeadas aqui

mundo melhor, de uma Igreja como casa do acolhimento,

nesta comunidade de fé. Agradecer. Como é bom dizer:

de uma sociedade mais justa e menos desigual, de um ser

muito obrigado! Sermos gratos, agradecidos acima de tudo.

humano redimido.

Sem ressentimentos, sem mágoas. Ao passado nosso muito

Gratidão, fé, esperança. Três olhares. Três atitudes.

obrigado. Ele segue conosco como memória, como saudade,

Olhares de Jesus. Atitudes de Jesus. Olhares e atitudes de São

recordação e presença. O que passou não passou, a não ser

Francisco, S. Clara. Nesta paróquia consagrada à proteção

que não tenha passado.

de S. Antônio, porção do povo de Deus nesta Arquidiocese de

Justamente porque o passado caminha conosco como

São Paulo, queremos olhar a vida com estes olhares. E sermos

herança e memória, não podemos viver nele, no passado.

sempre acolhidos pelo olhar de Jesus: com gratidão, com fé,

“Deus não é Deus do passado, mas do presente”. A partir

com esperança.

desta presença do passado, olhamos o hoje, o presente, com

Hoje, em gratidão ao passado, construímos o futuro!

fé. A gratidão chama à fé. É preciso fé na vida para levarmos

Obrigado.”

O jovem Gabriel Borges, da Pastoral dos Coroinhas, foi enviado ao Semináro São Francisco de Assis, em Ituporanga.

Frei Carlos, autor do Hino do Centenário, animou a celebração.

fraternidades ________________________________________

“FREI BRUNO – TUDO PARA TODOS” A biografia de Frei Bruno, escrita por Frei Clarêncio Neotti, será lançada durante a Romaria Penitencial no dia 16 de março

aprender com Frei Bruno. Não coisas ou comportamentos extraordinários. Mas o dia-a-dia vivido com Deus, por causa de Deus e para Deus. Isto é ser santo. O que nos faz santos não é o dom dos milagres, a facilidade de curar ou a capacidade de prever o dia de amanhã. Mas a caridade que nos leva a sermos, em todas as circunstâncias, TUDO PARA TODOS”.

Romaria acontece no dia 16 de março Com o processo de beatificação de Frei Bruno bastante adiantado, a expectativa é que cerca de 80 mil pessoas participem da 24ª edição da Romaria Penitencial Frei Bruno em Joaçaba, que acontecerá no dia 16 de março. O evento religioso que já se tornou tradição atrai grande público todos os anos em um trajeto de 3,5 km de peregrinação. “É uma caminhada de oração e devoção”,

resume Dona Alcione Weiss, que está à frente da organização juntamente com a Paróquia. A saída está marcada para as 8 horas na frente da Catedral Santa Terezinha rumo ao Cemitério Frei Edgar, onde se encontra o jazigo de Frei Bruno e será celebrada a Missa. Ao longo do trajeto será feita a sonorização e também a transmissão simultânea nas emissoras de rádio locais.

Comunicações . Março de 2014

Dom Mário Marquez, Bispo Diocesano de Joaçaba, escreve na apresentação do livro sobre a vida de Frei Bruno Linden: “Quando soube que o processo de beatificação exigia um levantamento minucioso dos documentos em torno da vida e dos treabalhos apostólicos de Frei Bruno, pedi a Frei Clarêncio Neotti incubir-se desta tarefa delicada e histórica.” Este livro que hoje é entregue pela gráfica pronto para o lançamento no próximo dia 16 de março em Joaçaba, “ é fruto desta pesquisa séria e ordenada. Os documentos comprovantes estão sendo catalogados, para depois, acompanhar o processo. Este livro está inteiramente baseado neles. Está escrito em estilo que todos os devotos de Frei Bruno podem entender.

Como bispo de Joaçaba e presidente do processo de beatificação, estou feliz com esta publicação e aconselho vivamente sua leitura. Não temos apenas uma biografia. Temos também dados importantes sobre a Igreja de seu tempo e da história eclesiástica do Estado de Santa Catarina. O processo de beatificação, aberto no dia 29 de outubro de 2013, tem agora seu caminho próprio.”

Frei Clarêncio escreve na introdução: “Temos muito a

129

fraternidades ________________________________________ Rodeio

florianópolis

Reestabelecendo os laços

Arrebenta tubo, ou melhor, arrebenta tudo

Comunicações . Março de 2014

São 113 anos de uma maravilhosa história do noviciado em Rodeio, mas o que poucos sabem é o quanto há que ser feito na conservação deste patrimônio. Desta vez foi a tubulação de esgoto, no trecho que vai de perto do portão da horta até a estrada geral, somando um total de 80m de comprimento. Estava tudo solapado pela vazão de água nas emendas dos tubos. A escavação foi feita em parte pela retroescavadeira, e, na maior parte por “musculoescavadores”, sob um “calor de Manaus” que bateu de cheio sobre Rodeio neste ano. Isto que é provação no ano de provação.

Esperamos que o nosso serviço dure até 2.214, e, então, terá valido a pena.

130

Despedida em grande estilo Despediu-se, hoje, 14/02/2014, do trabalho em nosso noviciado, a cozinheira Valiria de Castro. Ela trabalhou 23 anos conosco e, após a sua aposentadoria e também a viuvez de sua mãe, ela resolveu parar de trabalhar conosco. Com seu jeito alegre e disponível, ela marcou presença na casa do noviciado e muito contribuiu nesta casa de formação.

A ela os nossos profundos agradecimentos e que Deus a recompense por todo o bem que fez.

No dia 5 de fevereiro o Frei Vanderley Grassi, pároco da Paróquia Santo Antônio esteve presente na região de Colônia Santana, lugar que abriga a Creche Frei Antônio. As visitas que vêm ocorrendo desde setembro do ano passado, tem o intuito de retomar a ligação franciscana com todos os trabalhadores e cooperadores do local. O frade conversou com a equipe de educadores da creche sobre a importância das virtudes franciscanas e como praticá-las. Falou-se também da vida de São Francisco, cm base no texto “Encontro com Leproso” do Frei Vitório Mazzuco, que acabou por nortear toda a formação dos colaboradores presentes.

O objetivo de resgatar os laços franciscanos entre a Paróquia franciscana Santo Antônio e a instituição, sendo esta última fundada pelo Frei Antônio Frinken, OFM, inspirou-se na vida e carisma de São Francisco de Assis.

Papa nomeia Frei Hans consultor do Conselho para os Leigos Frei Hans Stapel, fundador e presidente da Associação Internacional dos Fiéis Fazenda da Esperança, foi nomeado, no dia 6/2 consultor do Conselho Pontifício para os Leigos pelo Papa Francisco. Outro consultor é o arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa. Do Brasil farão parte do Conselho, o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz, e o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, que se juntarão aos cardeais nomeados: o arcebispo de Viena (Áustria), Christoph Schoborn, o de Milão (Itália), Angelo Scola, o de Nairóbi (Quênia), John Njue, o de Munique (Alemanha), Reinhard Marx, o de Manila (Filipinas), Luis Antônio Tagle.

fraternidades ________________________________________ Convento Santo Antônio

OÁSIS NO CENTRO DA CIDADE MARAVILHOSA limpeza no canteiro da obra. Neste último

em meio aos arranha-céus do centro do

item, iniciamos no dia 6 de janeiro um

Rio. Por outro lado, conseguimos um

Com a paralisação das obras de

mutirão, envolvendo frades e funcionários

benfeitor que pagou à parte a instalação

restauro e revitalização do Complexo da

do Convento. Carregamos todo o lixo (em

de 36 aparelhos de ar condicionado. O ar é

Igreja e do Convento de Santo Antônio, no

meio a ratos e baratas), misturado com

canalizado para os 19 quartos reformados

Rio, os espaços ficaram como “canteiros

entulho, num total de onze caçambas pagas

e a maioria dos quartos ocupados pela

de obra pública a céu aberto”. Diante disso,

a preço de ouro.

fraternidade.

definimos algumas metas, em caráter emer-

Também empreendemos um serviço

Ainda não sabemos quando reini-

gencial, focadas nas infiltrações da Igreja,

doméstico para limpar os corredores do

ciaremos a obra. Porém, o atendimento

com o encaminhamento da conclusão do

Convento e o pavimento da Capela Mor,

continua do melhor jeito que podemos

telhado sobre o Arco Cruzeiro e as calhas;

onde havia muito madeirite, restos de en-

servir nossos fiéis. Além dos espaços que

prevenção do mobiliário do coro da Igreja

tulho, dentre outros detritos abandonados

ocupamos, temos os quartos reformados,

com a recolocação temporária dos vitrais do

pela obra.

com ar condicionado e pia, novos banhei-

século passado; prevenção contra incêndio

Após esta limpeza geral, a nossa fra-

ros sociais, dentre outros ambientes que fa-

com a recarga dos extintores, que estavam

ternidade respira um ar de serenidade. Os

vorecem uma boa acolhida e hospedagem

sob os cuidados da obra; retirada dos an-

frades idosos conseguem fazer suas rotinei-

para quem queira nos fazer uma visita.

daimes da fachada da igreja, porque ainda

ras caminhadas no claustro e nos corredores,

estavam alugados pela construtora; retirada

agora livres de entulhos e de armários.

Com isso, queremos externar a toda a Província que a fraternidade disponibili-

das placas de patrocínios já deterioradas e,

O bosque e horta, no topo da colina,

za os seus espaços para retiros e encontros

em grande parte, presas sobre andaimes e o

continuam lindos, graças ao zelo de Frei

que queira realizar no Convento de Santo

elevador alugado na fachada do convento; e

Tatá, que doa a sua vida em prol deste oásis

Antônio, com até 20 frades.

Comunicações . Março de 2014

FREI IVO MÜLLER

131

Sav ________________________________________

Dias intensos na Semana Missionária de Curitibanos Frei Alvaci Mendes da Luz

Comunicações . Março de 2014

O Pró-Vocações e Missões Franciscanas e o Serviço de Animação Vocacional realizaram, de 3 a 8 de fevereiro, uma Semana Missionária Franciscana na cidade de Curitibanos, em Santa Catarina. Foram dias intensos de visitas, bênçãos aos doentes e idosos, celebrações e partilha de fé com a comunidade local. A ideia de se realizar este tipo de missão paroquial visa a valorizar o contato mais próximo com o povo de Deus em nossas paróquias franciscanas, incentivar os benfeitores já existentes nestas cidades e lançar sempre de novo um olhar vocacional para estes lugares onde nossa presença já é consolidada

132

e significativa. O objetivo primeiro destes dois serviços provinciais juntos foi o de intensificar, por alguns dias, o trabalho que nossos confrades já vêm fazendo em nossas paróquias e conventos.

A experiência em Curitibanos, por se tratar da primeira neste modelo feita pelo PVF e SAV em conjunto, foi gratificante. A acolhida dos confrades, do povo e das comunidades, acentuada por uma preparação feita semanas antes nas rádios Coroado AM e Movimento FM, deu um toque especial à programação que contava com visitas, bênçãos e celebrações temáticas na matriz no final de cada dia.

O povo participou maciçamente todos os dias, principalmente das celebrações eucarísticas nas capelas e na matriz, merecendo destaque a Missa dos Doentes com distribuição das Pílulas de Frei Galvão e a Missa de encerramento no sábado à noite.

Emocionantes também foram

as visitas ao hospital, ao asilo, à casa de detenção e ao centro de acolhida de menores abandonados. O último dia das missões foi marcado por um grande encontro de jovens da Paróquia Imaculada Conceição, que contou com a presença de três grupos da comunidade paroquial: JUCE, Força Jovem e Kairós. Este encontro foi a oportunidade de falar aos jovens do jovem apaixonado pelo Evangelho: Francisco de Assis, bem como lançar o convite vocacional aos presentes.

Aos confrades, na pessoa de Frei Neuri Reinisch, e ao povo curitibanense, o nosso muito obrigado pela acolhida e pelos fortes momentos de fé que vivemos juntos nestes dias. Que o bom Deus, nossa mãe Maria e o nosso querido Francisco de Assis, os recompense por todos os gestos de carinho que recebemos.

Sav ________________________________________

FREI DIEGO MELO Eis-me aqui, envia-me! (Is 4,8) Motivados por esse lema e pelo apelo do Papa Francisco, que ao final da JMJ Rio 2013 enviou os jovens, pedindo: “Ide, sem medo, para servir”, aproximadamente 100 jovens responderam com coragem a esse apelo e se dirigiram a Ituporanga, cidade que acolheu os jovens para essa experiência de missão juvenil.

Contando com representantes das fraternidades de SC e PR, a missão, organizada pelo Serviço de Animação Vocacional da Província, foi um verdadeiro sucesso, não só pelo número, mas principalmente pela empolgação contagiante da juventude que foi ao encontro das pessoas, das famílias e dos jovens.

Acolhidos no Seminário São Francisco de Assis, cada jovem, ao chegar, já deixava a marca de seus pés em um grande cartaz intitulado “Benditos os pés que evangelizam”.

Assim, a quinta (20/2) e a sexta-feira (21/2) foram dedicadas para a acolhida, integração e formação dos jovens missionários. Momento marcante aconteceu na noite de quinta-feira, quando Frei Florival, juntamente com os jovens Huan

e Ariana, apresentaram suas belas canções do CD Perfeita Alegria. Momento de profunda espiritualidade franciscana!

Na sexta-feira pela manhã, os jovens puderam conhecer a realidade da Diocese de Rio do Sul, assessorados pelo Padre Osmar Debatin, coordenador da Pastoral Diocesana. Frei João Pereira Lopes, Pároco da Paróquia Santo Estevão, também nos falou sobre a Paróquia e deu as boas vindas a todos. Em seguida, iluminados pelas palavras do Papa Francisco, divididos em grupos, os jovens estudaram e partilharam a “A Alegria do Evangelho”, documento iluminador e inspirador para nossas missões. À tarde, após um momento de esportes e gincanas, todos foram divididos e enviados para as comunidades, que ansiosamente os esperavam.

Se na sexta-feira à tarde o Seminário São Francisco ficou vazio e silencioso, as seis comunidades da Paróquia que receberam os jovens se encheram de alegria, entusiasmo e jovialidade dos missionários, que ao longo do sábado visitaram inúmeras famílias.

Na noite de sábado (22/2), cada comunidade pôde realizar uma celebração, contando com a criatividade e presença dos jovens missionários. Uma muda de

árvore foi plantada em cada comunidade, marcando aquele momento histórico e despertando para a importância do cultivo desse espírito missionário.

No domingo (23/2), nem o tempo fechado e a chuva foram capazes de tirar a alegria dessa juventude missionária, que novamente se reunia para celebrar com toda a paróquia o encerramento das missões. Trazidos pelas famílias que os acolheram, os jovens retornavam das comunidades trazendo nas suas bagagens muitas histórias, amizades e experiências.

Em torno do altar, não faltaram motivos para a nossa Ação de Graças: Jesus, nosso exemplo e mestre na missão; nossos missionários, o rosto jovem da nossa Igreja; as famílias e comunidades que nos acolheram, exemplo de acolhida e fraternidade; o povo de Ituporanga, exemplo de generosidade e partilha; os freis, exemplo de fraternidade e dedicação. Enfim, muitos foram os motivos para se celebrar.

Por fim, São Francisco deixou-nos novamente sua mensagem, apresentada pelo grupo de teatro do Frei Pascoal Fusinato, que veio de Blumenau especialmente para estar conosco.

Comunicações . Março de 2014

MISSÕES FRANCISCANAS REÚNEM JUVENTUDE EM ITUPORANGA

133

Definitório Provincial ________________________________________

Notícias do Definitório Provincial São Paulo, 18 a 20 de fevereiro de 2014

Comunicações . Março de 2014

Após a celebração eucarística, às 8h00, na capela da Fraternidade Imaculada Conceição, em que se assinalava que “todo dom precioso e toda dádiva perfeita vêm do Pai das luzes”, no qual somos chamados a depositar nossa confiança para suportar toda provação e adversidade, Frei Fidêncio deu início à primeira reunião do Definitório Provincial em 2014, às 9h00 do dia 18 de fevereiro, na Sede Provincial, em São Paulo, acolhendo a todos e convidando à invocação ao Espírito Santo.

134

1) Reunião dos guardiães e coordenadores - preparação Os Definidores começaram a programar a reunião dos guardiães e coordenadores das fraternidades, que acontecerá nos dias 29 e 30 de abril, em Agudos, e, entre outras coisas, decidiram que o texto-base para a parte de formação será a fala do Papa Francisco no encontro com os superiores gerais das ordens e congregações religiosas, no final do ano passado.

2) Capítulo das Esteiras 2014 – comissão preparatória O Definitório nomeou uma comissão encarregada de preparar o Capítulo das Esteiras deste ano, de 23 a 25 de setembro, em Agudos, durante o qual serão celebrados os jubileus e as profissões solenes. Estará presente o Ministro Geral. A

ser acompanhada por Frei Fidêncio e Frei Estêvão, a comissão é composta por Frei Antônio Michels, Frei Diego Atalino de Melo, Frei Gustavo W. Medella (coordenador) e Frei Marcos A. Andrade.

3) Encontros Regionais 2014 – 1º subsídio Seguindo o que fora combinado na reunião do Definitório com os secretários dos Secretariados, com os animadores das Frentes de Evangelização e dos Serviços, e com os coordenadores regionais, ocorrida no dia 11 de dezembro de 2013, no Convento São Francisco, em São Paulo, Frei Estêvão apresentou ao Definitório o 1º subsídio para os encontros regionais do ano. A temática de fundo continua sendo a urgente e inevitável necessidade de redimensionamento, levando em conta a qualidade de vida fraterna e evangelizadora dos frades e o vasto território em que a Fraternidade Provincial se encontra, com significativas mudanças culturais e eclesiais. Assim, o 1º subsídio procura levar a “ver” a situação em que nos encontramos, ou seja, busca um olhar mais analítico. Vivemos um tempo de crise, e toda crise tem dois lados. Um representa a limitação. O outro, a chance, ou, numa visão de fé, a graça de Deus para renovarmos as forças, as convicções, o entusiasmo pela vocação que Deus nos confiou. Os próprios Definidores farão a distribuição do subsídio.

4) Retiros Provinciais – animadores e datas Frei Estêvão está ultimando as tratativas com os possíveis animadores dos retiros provinciais de 2014, que serão realizados no Eremitério Frei Egídio, de Rodeio, e, com Frei Valdir Laurentino, guardião, está “fechando” as datas. Provavelmente haverá dois retiros em maio, e um em agosto, outubro e novembro. Nos próximos dias, assim que estiver decidido o que falta, serão enviadas as fichas de inscrição aos confrades. Uma das possibilidades de textos inspiradores para o retiro é a exortação apostólica Evangelii Gaudium do Papa Francisco, divulgada no dia 26 de novembro passado.

5) Frei Renato A. Pezenti – estudo de Língua Inglesa Atendendo às exigências do Pontifício Instituto Bíblico, de Roma, que, além do conhecimento das línguas antigas (grego, hebraico, aramaico, latim), requer também dos seus alunos conhecimento de ao menos duas línguas modernas, além da língua materna, Frei Renato Pezenti fará curso de Inglês durante os meses de julho, agosto e setembro deste ano, nos Estados Unidos.

6) Frei Clauzemir Makximovitz – mestrado em Teologia O Definitório aprovou que Frei Clauzemir, que pertence à Fra-

Definitório Provincial ________________________________________

7) Transferências – modo de efetuá-las Sente-se a necessidade de superar dificuldades relativas às transferências. Falta por parte de alguns frades transferidos contato e combinação seja com o guardião da fraternidade que se deixa, seja com o guardião da fraternidade para onde se parte.

8) Convento Santo Antônio: um oásis no centro da Cidade Maravilhosa O Definitório apreciou o texto de Frei Ivo Müller sobre a situação do restauro do Convento Santo Antônio, no Rio de Janeiro, e sobre a disponibilização de espaços para retiros e encontros com até 20 frades. O texto se encontra publicado nestas Comunicações. O Definitório já se inscreve para lá realizar seu retiro anual, de 11 a 15 de agosto.

9) Sorocaba – possibilidade de “entrega” de paróquia Possivelmente, nos próximos dias, iniciam-se tratativas para “entrega” de uma das paróquias de Sorocaba. O bispo, que já chegou a entrar em contato com a fraternidade local, mostra-se aberto ao diálogo, diante da necessidade da Província.

10) Frei Atílio Battistuz – missões e férias Os Definidores apreciaram o e-mail de Frei Atílio Battistuz, de 15 de fevereiro, sobre as missões na região amazônica que aconteceram há pouco. No total participaram 26 missionários, entre frades, irmãs, leigos(as), do Peru, Brasil e Argentina. Foram visitados 30 “pueblos”. De nossa Província, além de Frei Atílio, que vive em Requena, participou Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira, frade estudante de Petrópolis. Escreveram artigo sobre a experiência, para estas Comunicações. Confira! Frei Atílio fará férias em setembro, e participará do Capítulo das Esteiras, com a celebração dos Jubileus. Dispõe-se também para encontros de formação, palestras ou seminários sobre ecologia, temas relativos à crise ambiental de hoje, teoria de Gaia, Amazônia e missão.

11) Master em Evangelização Em e-mail de 20 de fevereiro, Frei Elói Piva informa que o Master em Evangelização de 2014 será inaugurado no dia 17 de março. Até o momento, conta-se com 18 inscritos. São 8 de outros países latino-americanos (México, Colômbia, Peru e Chile) e 10 são brasileiros.

12) Transferências 1. Frei Carlos Pierezan – foi revogada sua transferência para a Fraternidade São Francisco, em São Paulo. Frei Carlos permanecerá em Bragança Paulista, como guardião da fraternidade; 2. Frei Guido M. Scheidt – mantida sua transferência para a Fraternidade São Francisco, de Bragança Paulista, foi revogada

sua nomeação de guardião da fraternidade; 3. Frei Valdir Nunes Ribeiro – transferido da Fraternidade da Porciúncula, de Viana, Angola, para a Fraternidade São Francisco Solano, de Curitibanos, como vigário paroquial e a serviço da Comunicação; 4. Frei Jhônatha Gerber – não se efetuou sua transferência para Curitibanos. Embora não tenha escrito ainda oficialmente seu pedido, Frei Jhônatha pretende abandonar a vida religiosa e sacerdotal.

13) Nomeações Frei Alvaci Mendes da Luz e Frei Gustavo W. Medella foram nomeados vigários paroquiais da Paróquia São Francisco, no Largo São Francisco, em São Paulo.

14) Frei Antônio Rosolém – tratamento Frei Antônio, que teve alta no dia 31 de janeiro, após longo período de internação no Hospital Bandeirantes, em São Paulo, foi encaminhado para a Fraternidade São Francisco, em Bragança Paulista, para continuação de tratamento de saúde.

15) FIMDA – pessoa de referência para questões operacionais no Brasil O Sr. Adávio, da OFS, que por vários anos foi missionário voluntário em Angola e atualmente trabalha na Sede Provincial, será a pessoa de referência, juntamente com Frei Estêvão, para questões operacionais relacionadas a necessidades da missão e dos missionários quando estiverem aqui no Brasil.

16) Missionários em férias na Sede Provincial Nos últimos dois meses, foi grande a alegria dos frades da Sede Provincial em receber a visita de vários confrades da missão que vieram ao Brasil para as suas férias, bem como de Frei Ermelindo F. Bambi, neo-professo, que fará os estudos de Teologia em Petrópolis, e aguardava o início das aulas.

17) Frei Gilberto da Silva – peregrinação e curso Frei Gilberto recebeu autorização para acompanhar grupo de paroquianos de Ituporanga em peregrinação à Terra Santa, em julho deste ano. Antes, porém, em Florença, fará curso de língua italiana por um mês.

18) Frei Jurandir Cristofolini – agradecimento da família Frei Estêvão, que em 31 de janeiro, dia do falecimento de Frei Jurandir, em Bragança Paulista, estava junto às Irmãs Catequistas Franciscanas e à própria mãe do confrade, em Laurentino, SC, transmitiu durante o Definitório os agradecimentos da família por todo o devotado cuidado para com ele, nos vários anos de convalescência.

19) OFS – Bragança Paulista - assistente Frei Thiago A. Hayakawa foi nomeado assistente espiritual da

Comunicações . Março de 2014

ternidade N. Sra. da Boa Viagem, na Rocinha, no Rio de Janeiro, faça o mestrado em Teologia junto à PUC-Rio, iniciando o processo neste ano. Frei Clauzemir conciliará os trabalhos pastorais com os estudos na PUC, que fica próximo da Rocinha.

135

Definitório Provincial ________________________________________ Fraternidade OFS Santa Maria dos Anjos, de Bragança Paulista.

20) Frei César Külkamp - assistente Atendendo ao pedido das Irmãs Franciscanas do Sagrado Coração de Jesus, que têm a casa geral em Jacarepaguá, no Rio, e o noviciado em Petrópolis, o Definitório autorizou que Frei César dê assessoria ao Capítulo Geral da congregação em julho próximo.

21) São Paulo – Largo São Francisco – redimensionamento de espaços Após trabalho de comissão nomeada para pensar o redimensionamento dos espaços dos conventos da cidade de São Paulo, e de conversa com a fraternidade local, decidiu-se que o Convento São Francisco será uma das casas de encontro da Província e para grupos interessados de fora. Será necessária uma readequação dos espaços para a fraternidade local, para a parte dos encontros e para os outros serviços que ocupam as dependências do convento. Estes, inclusive, deverão participar do rateio das despesas ordinárias de manutenção, e da própria adequação e reformas.

Comunicações . Março de 2014

22) Orçamento 2014 da Província - aprovação No dia 20 de fevereiro, às 9h15, estiveram na sessão do Definitório Frei Raimundo Castro e os funcionários da Sede Provincial Adriel, Bruno e Cristiane, para apresentação da proposta orçamentária da Província para 2014, que, ao final, foi aprovada, não sem algumas preocupações, pois a reserva financeira da Província ainda é frágil e gera certa insegurança, considerando o número de frades e as demandas diversas que se apresentam, muitas vezes, de surpresa. Foi lembrado o ditado: “Não dá para comer da panela, sem repor na despensa”. Ressaltou-se o bom retorno do investimento em imóveis comerciais alugados. Alguns itens serão retomados na reunião dos guardiães e coordenadores, de abril próximo.

Foi elogiado e foi motivo de agradecimento por parte dos Definidores o trabalho sério, transparente, atento e minucioso de Frei Raimundo e equipe.

136

23) Restauro da igreja e complexo de Santos Frei André Becker e Frei Rozântimo Costa, juntamente com Érica Gaudeoso e Gisela Monteiro, da empresa Visão Social Consultoria, e com Evandro Guardia e Ricardo Andalaft, arquitetos, fizeram-se presentes na sessão do Definitório do dia 20 de fevereiro, às 10h30, para uma primeira conversa sobre a viabilidade de elaboração de um projeto arquitetônico de restauro e adaptações para o complexo do Valongo, a princípio a ser custeado integralmente pela Petrobras. Foram verificadas certas pendências jurídicas e patrimoniais a serem solucionadas antes de se dar qualquer passo.

24) Missionszentrale – seminários sobre projetos A pedido da Missionszentrale, Frei Estêvão propôs que se realizem dois seminários, um mais ao norte e outro mais ao sul do país, para esclarecimentos e incentivo de produção de

projetos sociais, financiados pela própria Missionszentrale Der Franziskaner, da Alemanha. Os seminários seriam programados em parceria com o Sefras. Convidados a tomar parte: representantes da Família Franciscana envolvidos com serviços sociais.

25) Agenda 2014 – acréscimos e alterações Confira na última página destas Comunicações.

26) Capítulo Geral 2015 – carta do Ministro Geral O Definitório apreciou a carta do Ministro Geral, de 26 de janeiro, através da qual informa: 1) A data e local do Capítulo Geral de 2015: 10 de maio a 7 de junho, em Assis; 2) O tema: “Irmãos e menores no nosso tempo”. Frei Michael pede que sugestões quanto a possíveis mudanças nos Estatutos Gerais sejam encaminhadas até junho deste ano à secretaria geral do Capítulo. Pede também que nos sites provinciais haja espaço para informar os frades sobre a preparação do Capítulo, em vista de uma maior interação e participação de todos. Pede, por fim, orações pelo Capítulo.

27) Lidomar Baggio – dispensa Em carta de 9 de dezembro de 2013, assinada por D. Antonio Neri, subsecretário da Congregação para os Clérigos, Lidomar Baggio recebe do Papa Francisco a dispensa do celibato e das outras obrigações referentes às Ordenações sacras e do estado clerical.

28) Frei Milton Fideles da Silva – incardinação Em carta de 12 de dezembro de 2013, Dom Luciano Bergamin, bispo de Nova Iguaçu, após ter consultado o conselho presbiteral, acolhe o Frei Milton Fidelis da Silva para incardinação imediata na referida diocese, após três anos de experiência, período em que este foi pároco da Paróquia do Bom Pastor, em Belford Roxo, RJ. 29) Autorizações de viagem Por motivos diversos, receberam autorização para viajar ao Exterior: Frei Gilberto da Silva, Frei Nilo Agostini, Frei Marcos Hollmann, Frei Gustavo Medella, Frei Antônio Michels e Frei Estêvão Ottenbreit.

30) Agradecimentos No dia 20 de fevereiro, ao final da última sessão do Definitório Provincial, às 12h30, Frei Fidêncio agradeceu o trabalho dos definidores e os incentivou a interagirem e se comunicarem através do mailing próprio do Definitório. Agradeceu também as orações de todos pelo êxito das cirurgias a que foi submetido. Informou que a médica está muitíssimo satisfeita com os resultados. Deus seja louvado!

Frei Walter de Carvalho Júnior Secretário

EVANGELIZAÇÃO ________________________________________

A Universidade São Francisco (USF) iniciou as atividades acadêmicas de 2014 com destaque para a sua “identidade franciscana”. Foram dois os momentos fortes para esta reflexão: na Semana de Planejamento para os Docentes e na Semana de Acolhida aos Calouros. Coube a Frei Nilo Agostini, coordenador do Núcleo de Pastoral Universitária e Professor, a explanação sobre a identidade franciscana da Instituição. Nos dias 27 e 28 de janeiro, a reflexão foi feita com todos os docentes e, entre os dias 2 a 10 de fevereiro, foi a vez dos calouros de todos os campi da USF conhecerem o perfil franciscano da Universidade na qual estavam ingressando. Na semana da acolhida, eram 2555 os novos alunos. Desde então, este número vem aumentando, com novas inscrições.

zadora é a razão de ser da Ordem dos Frades Menores” (Papa João Paulo II, Capítulo de San Diego, 1991). Professores e alunos captaram a riqueza que isto significa, sobretudo no fato de nos referirmos a São Francisco de Assis. Eles são parte desta “graça de ter irmãos” que tanto inspirou São Francisco na forma de vida escolhida, segundo a inspiração divina. Fazem parte de um “projeto comunitário”, sendo que nele queremos crescer juntos. Participam conosco da edificação de uma sociedade justa, fraterna e pacífica, bem como da salvaguarda da criação em sua integridade e equilíbrio ecológicos. Ficou claro que o diferencial desta Universidade é que ela é Franciscana. Podemos afirmar, sim, que a educação constitui para nós franciscanos “uma plataforma fundamental e privilegiada de evangelização” (OFM, Ide e ensinai).

Uma Universidade Franciscana Soou forte que somos uma Universidade Franciscana, destacando sua vinculação à Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. A Universidade integra, assim, a Frente de Evangelização da Educação desta Província que, com toda a Ordem, tem consciência de que “a missão evangeli-

Pastoral Universitária Existe na Universidade o Núcleo de Pastoral Universitária. Este atua em toda a Universidade, ou seja, nos 4 campi (Bragança Paulista, Itatiba, Campinas e São Paulo), sendo um trabalho diretamente vinculado à Chancelaria (Ministro Provincial). Desenvolve uma presença franciscana contínua e atividades, atento aos apelos da Igreja, da Ordem

FREI NILO AGOSTINI

dos Frades Menores e da nossa Província Franciscana que abraçou, no último Capítulo/Assembleia Provincial, a Educação como uma das cinco frentes da missão evangelizadora. Como pastoral, este Núcleo é motivador constante do diferencial “franciscano” desta Instituição de Ensino. O Núcleo é composto por um Coordenador, designado pela Chancelaria, e membros encarregados das atividades ordinárias do setor em cada campus.

A tarefa básica deste Núcleo é fomentar a Pastoral em toda a Universidade, criando o rosto de uma Universidade em Pastoral, segundo o modo franciscano de ser. Cultiva-se a relação entre fé e vida, levando a uma prática educativa que leve em conta os valores que brotam do Evangelho, fundados sempre numa visão integral do ser humano, no modo franciscano de ser. Em 2014, o Núcleo de Pastoral atende a Universidade nos seguintes serviços: ● Atendimento semanal aos 4 campi: celebrações, visita aos setores e horários para atendimento pessoal; ● Organização, em cada campus, do espaço franciscano de convivência, como espaços de acolhida, partilha, busca de ajuda, contato com a mensagem franciscana etc;

Comunicações . Março de 2014

IDENTIDADE FRANCISCANA É DESTAQUE NA USF

137

Comunicações . Março de 2014

EVANGELIZAÇÃO ________________________________________

138

● Recepção aos calouros; ● Formação humana/franciscana para docentes e funcionários; ● Visita aos departamentos; ● Presença nas formaturas; ● Disciplina de EHC (Estudo do Homem Contemporâneo), comum a todos os alunos da USF. Estamos trabalhando na formatação de um conteúdo novo como parte do projeto da Frente de Evangelização da Educação, cujo primeiro texto servirá a todo o alunado da USF bem como da FAE/ Centro Universitário. ● Preparação de subsídios aos professores de EHC, com encontros de estudo e aprofundamento de conteúdos; ● Participação nas Jornadas dos Cursos; ● Preparação e oferecimento de cursos EAD (inicialmente de extensão) pela USF: Bioética, Ética, Espiritualidade, Carisma Franciscano etc; ● Reuniões e formação com a Equipe da Pastoral Universitária; ● Programação conjunta USF/ Diocese de Bragança Paulista, com formação nas Foranias; ● Indicação de matérias para o site da USF – link da Pastoral; ● Preparação das mensagens e respectivas ações nas datas em que a Pastoral costuma fazer-se presente na Universidade, num trabalho conjunto com o Marketing.

Tudo isso nos leva a semear uma “cultura do encontro” e uma “visão integral do ser humano”, superando visões individualistas, fragmentadas e miniaturizadas, oriundas da modernidade e da pós-modernidade. É igualmente o momento de construir, sabendo reconhecer o que é bom e encorajando o que constrói a vida; importa aliar novas tecnologias e a disposição de dialogar e de escutar, abertos ao componente experiencial, superando o estritamente teórico.

“Não há nada como o sonho para construir o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã” (Vitor Hugo).

Justiça e paz aos povos indígenas FREI WILSON SIMÃO Estamos vendo mobilizações sociais pipocarem pelo mundo todo e, no Brasil, não é diferente. Como Franciscanos, precisamos estar atentos aos anúncios de uma cultura de paz como fruto da justiça. Nos noticiários de TV, jornais impressos e portais da internet, essas mobilizações têm sido pauta constante, ainda que os movimentos sociais cobrem mais transparências e menos manipulações. A causa indígena é um exemplo disso. As políticas de demarcações dos territórios indígenas têm garantido a resistência cultural e até mesmo a sobrevivência dos índios no Brasil. Desde o início da nossa história, os indígenas foram relegados ao esquecimento, principalmente a partir do processo de colonização do século XV até as políticas do século XX e XXI. O pouco direito garantido pode se perder diante do poder econômico no Brasil.

Exemplo disso é o das etnias que ficam próximas da construção da hidrelétrica de Belo Monte. A luta deles só teve repercussão no Brasil depois que a imprensa internacional chamou a atenção para o problema. O grupo “Xingu Vivo”, organização formada por moradores ribeirinhos, contribuiu para ampliar este caso. (Mais informações acesse: http://www.xinguvivo.org.br).

O Filme “Belo Monte, Anúncio de Uma Guerra”, também apresenta outras óticas desse contexto. Mas, chamo a atenção para o conflito entre índios e moradores de Humaitá, que começou no dia 16 de dezembro, quando três homens - o técnico da Eletrobrás Amazonas Aldeney Ribeiro Salvador, o professor Stef Pinheiro e o comerciante Luciano Ferreira Freire - desapareceram ao cruzar a reserva pela rodovia Transamazônica. A informação na cidade é de que teriam sido mortos

JPIC

pelos índios para vingar a morte do cacique Ivan Tenharim.

No início deste ano, notícias alarmantes da Bahia até o Mato Grosso do Sul vêm nos afligindo. No Sul da Bahia, a etnia Tupinambá que há tempos luta pela sua demarcação de terra agora novamente corre o risco de ser desapropriada. A região foi decretada como território de exceção, no qual o exército passa a ter o poder de polícia assim como era na ditadura militar.

O Mato Grosso do Sul, região de constantes conflitos, envolve as demarcações das terras de Apukaí. Necessitamos de um processo político e social que dê conta dessa demanda, tão complexa e ampla. Faz-se necessário a construção com os índios não apenas para os índios como tem sido feita a maioria das políticas até agora. Como Franciscanos, defensores e anunciadores de uma fraternidade universal e expressão da paz e do bem comum e da justiça, é nosso dever não apoiar a barbárie histórica no nosso país. E se em 1500, quando os portugueses chegaram, os índios já tivessem inventado o cartório para documentar suas terras, como seria o Brasil hoje?

Referências: Belo Monte Anuncio de uma Guerra http://www.youtube.com/ watch?v=091GM9g2jGk Conflito na cidade de Humaitá http://cptrondonia.blogspot.com. br/2013/12/nota-do-cimi-sobre-o-conflitoindigena.html Reportagem Carta Capital http://www.cartacapital.com.br/blogs/ blog-do-milanez/dilma-decreta-estado-deexcecao-e-envia-exercito-para-conflito-nosul-da-bahia-6583.html Campanha Demarcação de terras Apukaí http://campanhaguarani.org/ CIMI - Conselho Indigenista Missionário. http://www.cimi.org.br/site/pt-br/ Sinfrajupe- Serviço Inter-Franciscano de Justiça Paz e Ecologia http://sinfrajupe.wordpress.com/

EVANGELIZAÇÃO ________________________________________ FIMDA

FIMDA: ESTÁ NASCENDO A OFS DE MALANGE

O papel da OFS na nova Angola Há 43 anos a Ordem Franciscana Secular se faz presente em Angola, sendo testemunho de paz e de bem com e do jeito do povo angolano. O irmão Domingos António da Silva é ministro nacional e conselheiro na OFS internacional por Angola.

Segundo o irmão Domingos, “a história da OFS em Angola começou através da presença da Ordem do Frades Menores Capuchinhos, que está há bastante tempo em Angola, e também de uma das comunidades instaladas na Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, na capital. “Através dos documentos encontrados, deixados pelos antigos franciscanos, sabe-se que tudo começou no ano de 1971. Porém, devido à guerra civil que durou 30 anos, deu-se uma interrupção e as atividades recomeçaram com grande vigor na década de 80.

Começou em Luanda, nas províncias de Benguela, M’Banza Congo e Uije. O nosso Regional era constituído por cinco fraternidades. Fomos trabalhando. O bispo atual de Viana, que já foi um dos nossos assistentes nacionais, Dom Joa-

quim Ferreira Lopes OFMCap, muito fez para que a Ordem Franciscana Secular conhecesse a sua própria identidade na Igreja e na sociedade. Dom Joaquim incentivava-nos bastante a conhecer devidamente os documentos, a nossa realidade franciscana no mundo de hoje. Lembro também de Dom Anastácio Kahango, OFMCap, que foi um dos nossos assistentes e muito trabalhou para os frutos desta mesma Ordem que temos hoje”, explica o ministro da OFS. Angola é composta por 18 províncias (estados) e os franciscanos seculares, atualmente, estão em 80% delas. Só na capital do país (Luanda) há 6 fraternidades. Hoje há mais de 800 irmãos no país.

Segundo o Irmão Domingos, o papel do franciscano secular é muito importante na reconstrução de Angola, especialmente do seu povo. “O franciscano é aquele que não teme e consigo leva o respeito, a humildade e a simplicidade. Tanto mais, sabemos que o maior testemunho do franciscano secular é mesmo no mundo secular”.

O grupo de São Francisco da Paróquia da Missão de Katepa vem se reunindo todo último domingo de cada mês, a partir das 9h30, para conhecer mais o carisma franciscano.

O último encontro de 2013, no dia 29 de dezembro, foi especial para esse grupo de leigos porque se reuniu nas imediações da Paróquia (Missão) da Katepa, com o Ministro Nacional da Ordem Franciscana Secular (OFS) de Angola, Domingos Antônio Da Silva.

No mesmo encontro fez-se presente o secretário nacional da OFS, Domingos Kalussumi.

Desde o primeiro encontro senti no grupo um grande interesse em conhecer alguém da OFS. Então, após transmitir o interesse do grupo ao Ministro Nacional, ele, de pronto, manifestou o desejo de fazer-se presente numa das nossas reuniões. E assim aconteceu. Todos os membros do grupo se sentiram muito à vontade para ouvir e partilhar os seus conhecimentos e inquietações com o ministro e o secretário. Conforme orientação do próprio ministro, o grupo seguirá o curso normal de formação. A saber: após o ano do aspirantado (primeira fase de formação), o grupo fará um ano de noviciado.

O grupo de São Francisco, assim denominado desde o primeiro encontro, sente-se muito animado. Há um grande interesse da parte de todos em conhecer, cada vez mais, o modo de vida e a fonte de inspiração de Francisco e Clara de Assis e de muitos homens e mulheres do passado e do presente, que é o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Comunicações . Março de 2014

FREI MIGUEL DA CRUZ

139

EVANGELIZAÇÃO ________________________________________

ANGOLA: UMA AVENTURA PARA A VIDA

Comunicações . Março de 2014

FREI CLÓVIS PASINATO E FREI JOSÉ RAIMUNDO

140

É difícil selecionar uma história que tenha marcado profundamente a experiência em Angola. Diariamente aconteciam coisas novas que nos impactavam de modos diferentes: algumas boas, como o entusiasmo do povo angolano, a forma de celebrar a vida e a felicidade de dançar a liturgia, ou, como ele mesmo dizia: dançar para Deus. Aliás, a expressão religiosa do povo angolano é algo absolutamente contagiante e envolvente. Convivemos com pessoas que protagonizam histórias dignas de serem relatadas num livro, crianças a sorrir e a saudar, pessoas simples, mas de uma espiritualidade rica. Conhecemos ambientes fantásticos, paisagens maravilhosas, que somente a mão de Deus poderia ter moldado. Por outro lado, por se tratar de um país que há pouco saiu de uma guerra armada, há algumas situações não tão boas, como a violência, (principalmente no trânsito),

a falta de saneamento básico, a pobreza de muitas pessoas, não somente pobreza material ou espiritual, mas a pobreza do abandono, principalmente dos mais indefesos.

Angola é um país extenso e cheio de coisas interessantes, com riquezas variadas e com elementos que não nos são familiares, de modo que o segredo para a

adaptação ou não a este ambiente está na capacidade individual de manter coração e mente abertos para o diferente; entrar na dinâmica, viver a cada dia como se fosse o último, como o angolano que se entrega totalmente ao momento.

A vida em Angola é bem diferente da vida no Brasil e, assim, o modo de ser e a visão perante várias coisas vão se

EVANGELIZAÇÃO ________________________________________

Seminário Monte Alverne acolhe sessenta jovens FREI ALOÍSIO PAULO DOS SANTOS

Mas um ano se iniciou no Seminário Monte Alverne, em Malange, Angola. Com a graça de Deus estamos sendo abençoados com 60 jovens, sendo 20 iniciantes provindos de todos os cantos de Angola e também de São Tomé.

No dia 1º de fevereiro aconteceu a chegada de todos os novos seminaristas, com olhares perdidos, assustados, mas com um coração cheio de entusiasmo em assumir a nova vida na caminhada franciscana. Outros na alegria do reencontro com os irmãos de caminhada e cheios de saudades de casa, pois é preciso continuar a percorrer o caminho.

A primeira semana foi para colocar a casa em ordem, pois o mato estava crescido e a poeira estava assentada; mas com tanta jovialidade junto, tudo foi feito de forma bastante rápida. Os

novos seminaristas também receberam formação introdutória.

Durante os dias 07 e 08, tiveram um retiro pregado por Frei Miguel, que com seu jeito sereno, apontou direções para trilharem a vida franciscana.

E no domingo, dia 9, numa tarde fria, porém cheia de entusiasmo, foram admitidos os 20 novos seminaristas, que depositam todo o seu amor em Cristo e aspiram ao ideal do nosso Pai Seráfico São Francisco de Assis. É uma alegria enorme estar em terras estrangeiras e ver que o ideal franciscano ainda contagia e empolga muitos jovens que sentem o chamado para trilhar esse ideal. Se em algumas partes do mundo as vocações estão em crise, podemos glorificar a Deus pelas bênçãos que Ele tem proporcionado à Ordem aqui em terras angolanas.

Comunicações . Março de 2014

moldando no dia-a-dia e no convívio com os angolanos. A perspectiva sobre as pessoas, os bens, a riqueza, a pobreza, a natureza, o desenvolvimento e os ideais é bem diferente da nossa; isto faz com que as pessoas que passam pela experiência em Angola, abrindo-se a esse novo, aprendam muito acerca da vida.

Em muitos momentos temos aquela sensação inexplicável que, mesmo em situações de desconforto ou desagrado, mais cedo ou mais tarde, vamos tirar algo importante dessa situação e que levaremos para o resto de nossa vida, recordando com saudade.

Dessa forma, pudemos tocar um outro mundo que nos possibilitou ampliar o nosso. Viver essa experiência, e talvez essa tenha sido a principal contribuição, nos ajudou a rever algumas de nossas dificuldades, a perceber que há aspectos a serem desenvolvidos, medos a serem superados, de modo que nossa vocação religiosa e missionária seja entre o povo de Deus um verdadeiro dom.

Tivemos a graça de viver um momento profundamente enriquecedor que nos marcou para a vida. Por isso, queremos agradecer, de coração, essa possibilidade que nos foi dada pelo nosso Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, pelo Frei Estêvão Ottenbreit e por todos os confrades que nos auxiliaram nos encaminhamentos necessários. Nossa gratidão aos confrades que vivem em Angola, brasileiros e angolanos, pois nos acolheram com cordialidade franciscana. Vimos por lá exemplos de verdadeira entrega pela causa da missão, muito trabalho, desgaste físico, mas também mental e psicológico provocado pelos enormes desafios encontrados no trabalho de evangelização. Por essas e outras razões reverenciamos nossos irmãos que no dia-a-dia demonstram convicção, firmeza na opção religiosa e missionária.

A todos esses confrades, nomeados ou não, nossa gratidão. Desejamos a vocês muita Paz e todo Bem!

141

EVANGELIZAÇÃO ________________________________________

MISSÕES NA AMAZÔNIA

Comunicações . Março de 2014

FREI ATÍLIO BATTISTUZ

142

De 20 de janeiro a 13 de fevereiro, 26 missionários realizaram missões populares na Paróquia de Aucayo, às margens do Rio Amazonas, próximo a Iquitos, Loreto-Peru (o mesmo rio que no Peru se chama Amazonas, quando passa a fronteira com o Brasil, se chama Solimões, e receberá outra vez o nome de Amazonas depois que se junta com o rio Negro). Dentre os missionários, provenientes do Peru, Argentina e Brasil, 12 eram frades (9 vindos do Brasil, sendo um da Província da Imaculada, dois da São Benedito, três da Santa Cruz e três do Santíssimo Nome e os três da fraternidade do Projeto Amazônia), duas religiosas franciscanas e 12 leigos e leigas, num total de 16 homens e 10 mulheres. Inicialmente estava previsto e tudo estava organizado para ser na Paróquia de São Paulo de Loreto, próximo à fronteira com o Brasil, onde estão os frades, mas devido a ameaças a um frade pelos “cocaleiros”, os próprios animadores das comunidades ficaram preocupados e não acharam oportuno ir para lá com uma turma tão grande. Aucayo também é uma paróquia franciscana. Isto é, desde o início – há uns 60 anos – até

um ano atrás foi dos frades. O padre diocesano que está lá chegou há menos de um ano. Como estava tudo programado, os missionários, todos com passagem confirmada, uma semana antes fizemos consulta ao pároco de Aucayo, e ele aceitou a proposta. Penso que ele não imaginava o que seria, quando disse sim.

As missões tiveram dois blocos de objetivos. O primeiro é mais pastoral: (1) anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo de que o Reino está próximo; (2) animar a vida cristã nas comunidades; (3) detectar novas lideranças comunitárias. O segundo bloco de objetivos é de caráter mais vocacional: (1) Oferecer a irmãos e irmãs (consagrados e seculares) a possibilidade de uma experiência missionária na Amazônia e um discernimento missionário; (2) sensibilizar os irmãos da Ordem da necessidade de continuar e fortalecer a presença franciscana na Amazônia, com novos missionários e novas fraternidades.

A programação foi pensada em três momentos: 1) acolhida, ambientação, entrosamento, formação das fraternidades e preparação próxima, em Iquitos; 2) a missão propriamente dita, na paróquia; e 3) avaliação, confraternização final, também em Iquitos.

O que fizemos? A presença na

paróquia foi de 23 de janeiro a 09 de fevereiro, com celebração de abertura no dia 24 de janeiro e celebração de encerramento no dia 09 de fevereiro.

A paróquia foi nucleada em áreas, por critério geográfico para facilitar os deslocamentos, e os missionários, organizados em cinco fraternidades com cinco missionários cada uma (uma de seis).

Cada fraternidade ficou responsável por uma zona, tendo estabilidade em uma comunidade maior, e daí deslocando-se para as outras. A programação foi bem livre e cada fraternidade pode fazer a sua programação. Isto, em primeiro lugar, porque a paróquia, devido ao imprevisto já citado, não nos esperava e não tinha nada programado, e depois, porque os “pueblos” ou casarios são muito diferentes uns dos outros, alguns com mais de cem famílias e outros com apenas seis famílias, alguns com vários animadores (ministros), outros sem animadores, alguns tem capela, a maioria não tem (algumas apodreceram, outras o rio levou com a enchente), em alguns são todos católicos, em outros a maioria é evangélica, alguns com estrutura para hospedagem, outros com mais dificuldades, embora a realidade social e econômica seja a mesma. Na verdade a programação era visitar as comunidades, partilhar

EVANGELIZAÇÃO ________________________________________ sato” (bebida feita de mandioca, que se toma em processo de fermentação), ou mesmo um “bocadito” de peixe assado na grelha com mandioca, uma “humita” de milho verde (pamonha), e até mesmo um almoço.

Muitas coisas chamaram atenção e preocuparam os missionários: - As dificuldades próprias da vida diária: a ameaça e a insegurança constante das enchentes, a dificuldade de comunicação e transporte, o próprio cultivo e cuidado das roças que, pela humidade e calor, o mato cresce rapidíssimo e toma conta de tudo.

- A fragilidade da Igreja: pouca presença e pouca visita do padre, que faz duas visitas por ano e dois encontros de formação na sede paroquial (em muitas paróquias sequer se faz uma visita anual a todos os casarios); poucos animadores e alguns já idosos; poucos lugares de culto (capelas), e muitos já não fazem a celebração dominical; poucos catequistas e quase não há catequese.

- A ausência de jovens: há muitas crianças e adultos ou idosos e pouquíssimos jovens. Os jovens se vão para as cidades para estudar, para procurar um

Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira esteve nas Missões (o segundo da dir. para a esq.)

trabalho (diferente), ou para as duas coisas, e já não voltam. Seguramente que vão também atraídos pelos encantos da cidade.

- O processo migratório muito forte: ocasionado principalmente pelas últimas enchentes (2011 e 2012), que foram maiores do que o normal.

- A destruição da mata e poluição: nesta região já não há mais madeira, está há dias de distância; o lixo está em toda parte.

- Projetos econômicos de grandes empresas, principalmente estrangeiras, de monoculturas e outros, que contam com o apoio do governo. Pouca gente tem consciência disso e de suas consequências, porque vêm acompanhados de um discurso atraente e de presentes.

- Um povo esquecido, pelo governo, pela sociedade, pela Igreja.

Diante de tudo isso fica uma pergunta: qual será o futuro da Amazônia e de sua gente?

Deixamos algumas sugestões para o pároco, bem como para as Comunidades, simples e elementares, tais como: marcar mais presença nas comunidades, visitar mais vezes e

Comunicações . Março de 2014

a vida e conviver com o povo, com o tema “O Reino de Deus está próximo”.

Tínhamos perfeita clareza de que nossa presença deveria ser para motivar, para animar, para levar esperança, anunciar a alegria de ser cristão e de pertencer ao Reino de Deus e não nos preocupar com doutrina, com exigências morais, nem de impor condições ou fazer exigências, muito menos de julgar ou condenar. No total visitamos 30 “pueblos”, permanecendo em cada um tempos diferentes, conforme as circunstâncias. Entramos em todas as casas, visitamos todas as famílias (existem mais famílias que casas – encontramos até quatro famílias numa casa), fizemos estudos bíblicos, encontros com crianças, celebramos a eucaristia, uns participaram de trabalho comunitário, outros tiveram a oportunidade de participar de uma assembleia.

Onde nos pediram, fizemos batizados. A acolhida e a recepção foi encantadora. É um povo silencioso, de poucas palavras, sem nada para esconder nem para mostrar e decididamente sem pressa, mas a palavra que mais ouvimos foi “passe” (entre). Não faltou convite para uma “chicha” (refresco de milho), um “mas-

143

EVANGELIZAÇÃO ________________________________________

Comunicações . Março de 2014

com mais tempo – as comunidades estão sedentas da presença da Igreja; ter mais animadores e mais formação; necessidade de garantir a celebração dominical; importância da capela como identidade e lugar de culto.

Sabemos do custo que significa viajar pelos rios, e da falta de recursos, mas as comunidades podem colaborar! É difícil avaliar o efeito das missões, ou quantificar um resultado atingido. Até mesmo porque se fazem missões pela mística do Reino de Deus, e não pelos resultados e muito menos se pode avaliar pelo critério capitalista da relação “custo-benefício”.

Os resultados só seriam percebidos a longo prazo, mas algumas reações do povo são significativas: “nunca recebe-

144

mos visitas de tão longe”; “pensávamos que estávamos esquecidos pela Igreja”; muitos ouviram a pergunta suplicante “quando vão voltar outra vez?”, ou “não se esqueçam da gente”. Nas despedidas não faltaram emoções e lágrimas.

Seguramente, o impacto maior das missões foi sobre os missionários. O segundo bloco de objetivos parece que foi mais atingido do que o primeiro. A experiência confirmou o que já sabíamos: “não é o missionário quem leva Deus, é Deus quem leva o missionário”.

Experiências de mergulhar em outra cultura e outra realidade, a insegurança e o medo diante do desconhecido, de depender de outros, de navegar pelos rios, de andar em pequenos botes, a dificuldade de equilibrar-se nas canoas

ou de andar sobre troncos, o banho de rio ou nas “quebradas” (igarapés), a falta de banheiro, a tempestade em plena viagem no meio do rio, a imponência da natureza, a dificuldade de transporte e de comunicação, o viver com pouco e com sobriedade, dormir na rede ou no chão, experimentar (sem alternativa) outros tipos de comida, adentrar-se na selva, a marca e as chagas dos mosquitos, o tremendo da escuridão, ouvir mitos e lendas em seu próprio ambiente, ... são experiências indescritíveis que cada um tem que fazer e passar por elas. E não só isso, o contato com o que a Amazônia tem de mais precioso, a sua gente, com suas histórias, suas experiências e conhecimentos, sua cultura, seus sofrimentos e esperanças, sua simplicidade,

sua alegria, seu sorriso, sua beleza, ... é algo muito pessoal.

Um dos momentos mais ricos e significativos foi a partilha dos missionários, das experiências e sentimentos pessoais. Transcrevemos alguns: “Levo uma lição de vida, percebi que outro modo de vida é possível, viver com o mínimo do mínimo e com felicidade”.

“Foi um presente muito grande da parte de Deus, uma experiência muito bonita”.

“A Amazônia é um mistério, foi uma experiência muito grata, saí da cidade e fui até o mais profundo da selva”. “Me considero uma mulher aventureira, porém, quando entrei na selva tremi, senti terror, me encontrei com sapos, quando me banhava no rio parecia ver serpentes, me faltava respiração. O maior medo foi da noite, da escuridão. Essa realidade me fortaleceu”. “Foi como um salto no nada, não estava convencida de que seria para mim, que iria modificar minha vida, fui confrontada com meus medos e pude sair do meu individualismo. O medo é sempre proporcional à experiência de Deus”. “Estou profundamente agradecida, me sinto um nova pessoa”.

“Encontrei-me muito nesta realidade, gosto de trabalhar com o povo. Senti-me desafiada a trabalhar a esperança e o desafio de fazer itinerância e seguir com

as comunidades ribeirinhas”. “Foi desafiante a ociosidade. Nos anos de frade foi o tempo em que fiquei mais quieto”.

“Amazônia é um mundo totalmente novo para mim. Foi um grande prêmio, um presente para mim e um desafio”.

“Houve dias em que estive desanimado, muitas dificuldades, não dormia, não ia ao banheiro, banho no rio... levo marcas de mosquitos em todo o corpo.

Agradeço toda a equipe que preparou...”

“Vim com a intensão de aprender e falar pouco. Fiz muito pouco pra eles, mas eles fizeram muito pra mim. Volto com outra visão de mundo. É possível viver com pouco, valorizar as coisas mais simples”. “A missão não foi pesada e não foi difícil devido ao meu grupo, à fraternidade”. “Essa missão contribuiu muito para minha formação pessoal.

Outros frades na formação podem fazer essa experiência. O que tivemos foi uma lição de vida”. “Antes de vir um confrade, olhou para mim e disse: o que você tem a oferecer para aquele povo? Tenho a levar mais do que trouxe, uma experiência que quero repassar aos confrades, aos jovens que acompanho no discernimento vocacional”. “Ficará a saudade, sentiremos falta dos irmãos, da acolhida, do abraço amigo que recebemos em cada casario, o dar valor às pequenas coisas”.

“O que mais me chamou a atenção foi a simplicidade das pessoas em receber os missionários, saio com uma experiência muito rica”. “Foi uma experiência riquíssima. Temos que agradecer a Deus o partilhar nas comunidades.

Recebemos mais do que oferecemos”.

“Pude fazer muito silêncio. O carinho das pessoas faz muito bem”. “Vim com muito material, com a inquietude de falar de Deus e de ensinar e quando cheguei vi que não servia para nada, era outra metodologia. Baixou meu ânimo, porque sentia que não fazia nada, depois entendi que isso faz parte, talvez me ensinou a ser mais humilde”.

“Esta missão me convida à conversão pessoal, existencial e pastoral”. “Vou muito satisfeito; sabia que a realidade é dura, mas fazer a experiência é mais provocante”.

Dois sentimentos foram praticamente unânimes: o de que recebemos mais do que oferecemos, “Sinto que recebi, recebi, recebi, e não fiz nada” se expressou alguém; e o sentimento de gratidão: “Obrigado à Ordem e a cada irmão por ter ajudado este frade menor a crescer na sua vocação”. “Agradeço à Ordem, aos frades, à Província a oportunidade de estar aqui” foi o testemunho mais repetido pelos frades.

Comunicações . Março de 2014

EVANGELIZAÇÃO ________________________________________

145

EVANGELIZAÇÃO ________________________________________

USF acolhe 1º encontro do ano da Frente de Comunicação Moacir Beggo O campus-caçula da Universidade São Francisco, no bairro Cambuí, em Campinas, acolheu no dia 20 de fevereiro, o 1º encontro do ano da Frente de Evangelização da Comunicação, criada no último Capítulo Provincial. Na verdade, foi a segunda vez que a USF recebeu esse encontro envolvendo os diferentes serviços realizados pela Província da Imaculada Conceição em São Paulo e Curitiba e, mais uma vez, o fez com calorosa recepção e alegria fraternal. “Para

gistério da Igreja sempre é mais prudente,

nós é uma grande satisfação recebê-los.

mas nessa área da comunicação podemos

Todo mundo fica numa grande expec-

dizer que estamos atrás”, acrescentou.

tativa quando os frades nos visitam, mas

Neste encontro também foram defi-

a gente fez questão de trazê-los para

nidas as ações conjuntas de vários serviços

conhecer esse novo projeto da Universi-

por ocasião da Campanha da Fraternidade,

dade. Sintam-se em sua casa”, convidou

que tem como tema “Fraternidade e Tráfico

o Reitor da USF, Prof. Héctor Edmundo

Humano”. O Sefras e a USF promoverão

Escobar, que desde a criação da Frente,

uma mesa redonda no dia 9 de abril e a USF

há um ano, não deixou de participar de

abordará o tema durante o Encontro de

todas as reuniões.

Iniciação Científica, em Bragança Paulista,

O Professor Héctor apresentou o

de 13 a 14 de maio. Uma série de entrevistas

novo campus - em Campinas há outra

e spots serão divulgados pela Frente de Co-

unidade no bairro Swift - e também

municação sobre vários aspectos do tema

lançou o novo vídeo institucional da

da CF deste ano. O próximo encontro será

Universidade São Francisco.

Frei Gustavo Medella, que é o coordenador da Frente de Comunicação, sugeriu como tema a ser refletido neste encontro a mensagem do Papa Francisco, que já foi divulgada para o 48º Comunicações . Março de 2014

Dia Mundial das Comunicações e tem como tema: “Comunicação a serviço de

146

testemunhar Cristo demanda necessa-

uma autêntica cultura do encontro”. Frei Gustavo lembrou que a Igreja escolheu como o Dia Mundial das Comunicações o domingo no tempo pascal que celebra a Ascensão do Senhor. “A Igreja recomenda olhar com carinho as comunicações sociais. Cristo sobe ao céu e pede aos apóstolos que sejam as suas testemunhas até os confins da terra. E, hoje em dia,

riamente testemunhá-lo também neste

realizado no dia 18 de março em São Pau-

novo ambiente dos meios de comunicação”,

lo. Já o 2º Encontro Provincial da Frente,

contextualizou Frei Gustavo.

reunindo todos os serviços da Província,

No seu comentário, Frei Gustavo lembrou que a Igreja vem amadurecendo

será realizado de 13 a 14 de outubro em Rondinha, no Paraná.

e crescendo a sua reflexão sobre os meios de comunicação. “Se nós olharmos os pri-

O projeto da USF

meiros documentos, vamos ver que havia

em Cambuí

muito temor e desconfiança com relação ao

A nova unidade do Campus de

cinema, ao rádio; até se pedia aos cristãos

Campinas da Universidade São Francisco,

que não buscassem muita aproximação.

no bairro de Cambuí, foi criada em 2012 e

Mas não demorou muito, a Igreja também

oferece os cursos de Administração, Direito

percebeu que os meios seriam uma fonte

e Gastronomia, como explica a Professora

importante de evangelização. Aí surgiram

Luciana Parada, que apresentou as moder-

as agências, a Rádio Vaticana...”, observou

nas instalações da unidade, especialmente

o frade. Segundo ele, por incrível que pos-

do curso de Gastronomia, o primeiro da

sa parecer, hoje, pastoralmente, estamos

cidade e hoje dando grande visibilidade

aquém daquilo que a Igreja pede. “O ma-

para a Universidade. Segundo o Professor

EVANGELIZAÇÃO ________________________________________ aproveitados na nova unidade. “Uma das

Outro lugar de destaque é o char-

características desse novo modelo de gestão

moso Espaço Gourmet, uma sala que foi

é trabalhar buscando formas de sustenta-

idealizada para receber chefs renomados

bilidade, como os patrocínios”, explica o

em aulas e eventos especiais. Foi neste es-

Reitor. Exemplo disso é a empresa Deloitte,

paço que os participantes do 1º encontro

uma multinacional de consultoria e gestão

da Frente de Comunicação foram acolhi-

de negócios, que patrocina uma sala da

dos com um delicioso café da manhã e,

unidade. O Curso de Gastronomia funcio-

no final do evento, um almoço que nem

na em três turnos: manhã, tarde e noite. A

parecia ter os dedos de aprendizes.

Hector, o novo espaço tem um valor sim-

cozinha possui estrutura individualizada,

bólico muito importante para ele, especial-

ou seja, cada aluno tem a sua bancada, pia e

mente, porque marca o início do processo

fogão, o que garante um aprendizado total.

em que a Província da Imaculada deixa a

Além disso, no alto, as TVs ajudam o aluno

Reitoria nas mãos dos professores leigos.

a acompanhar melhor o professor. Claro,

“É um novo momento para nós”, contou.

com isso, as turmas são limitadas em 36

Parte da estrutura e o corpo docente dos

alunos, mas isso faz o diferencial do curso

cursos de Nutrição e Hotelaria, que foram

da USF, que é coordenado pela professora

fechados em Bragança Paulista, foram

Andreia Pimentel.

Frei Sandro Roberto da Costa

ciências históricas. O DEHIF surgiu, assim,

Miatello, doutor em História Medieval

com a intenção de incentivar estes irmãos e

pela USP. Frei Sandro conduzirá todo

Caros irmãos e irmãs, atendendo

irmãs, a fornecer subsídios, criar um espaço

o encontro, assessorando o primeiro e

a um anseio da Família Franciscana do

para a troca de ideias, de experiências, etc.

o terceiro dia, com a troca de experiên-

Brasil, temos a alegria de comunicar que

Por isso estamos realizando este encontro

cias, além de trabalhar com os pressu-

estamos reativando o Departamento de

que marca a retomada das atividades do

postos teóricos do trabalho histórico.

História Franciscana. O DEHIF surgiu

DEHIF. Queremos deixar claro que não

Também trabalhará com historiografia

já há um bom tempo com o objetivo de

se trata de um encontro para especialistas

franciscana no Brasil. Professor André

apoiar, incentivar e orientar as institui-

em história. É um encontro destinado a

trabalhará no segundo dia, com o tema

ções franciscanas e aqueles e aquelas

todos os interessados, quer estejam já tra-

da Hagiografia e História, destacando

que se dedicam a preservar a memória

balhando, pesquisando, escrevendo, ou não,

as similaridades e diferenças entre

da instituição à qual pertencem. Uma

mas que estejam, sobretudo, interessados

estas duas categorias. O encontro é

instituição sem memória é uma insti-

em preservar a memória histórica de suas

realizado em parceria com o Instituto

tuição sem futuro, pois a existência e a

instituições. Pesquisadores e especialistas

Teológico Franciscano, de Petrópolis,

permanência desta na história depen-

serão bem vindos, mas o encontro é aberto

faculdade reconhecida pelo MEC e

dem, em grande parte, da consciência

a todos. O encontro vai iniciar-se na quinta-

afiliada à Pontifícia Universidade An-

que ela tem de suas origens. Trata-se, em

-feira à noite, e encerrar-se no domingo

tonianum, de Roma e com o Instituto

última análise, de resgatar a história para

com o almoço. A metodologia vai alternar

São Boaventura, de Brasília. Por isso,

mantermos a fidelidade ao Evangelho no

teoria e prática, dando oportunidade aos

aos participantes será concedido um

tempo presente. Acreditamos também

participantes de obterem orientação para

certificado de Curso de Extensão.

que através do resgate da história das

o início ou continuidade na produção

entidades em particular, possamos con-

de suas obras. Por isso pedimos aos par-

tribuir para o conhecimento e resgate

ticipantes que tragam o que porventura

da história e da memória franciscana

estejam trabalhando, ou obras já escritas

no Brasil como um todo. Sabemos que

de várias naturezas (opúsculos, revistas,

Início: dia 24 de abril às 18 horas

muitos são os irmãos e irmãs que se

livretos comemorativos, livros, etc), sobre

(jantar) - encerramento: dia 27 de abril

dedicam a este trabalho de preservação

a própria instituição. Os assessores serão

às 18 horas (jantar)

e atualização criativa da memória, mas,

o professor Frei Sandro Roberto da Costa,

Local: Instituto São Boaventura

apesar do interesse e boa vontade, care-

Coordenador do DEHIF, doutor em His-

Maiores informações e inscri-

cem de subsídios e meios para fazê-lo,

tória da Igreja pela Pontifícia Universidade

ção, acesse o site da FFB: http://www.

pois boa parte deles não são versados nas

Gregoriana, de Roma, e o professor André

ffb.org.br

Seguem-se algumas orientações práticas: Data: 24 de abril (quinta-feira) a 27 de abril (domingo) de 2014

Comunicações . Março de 2014

O DEHIF (Departamento de História Franciscana) retoma suas atividades

147

ofm ________________________________________

Definitório anuncia Tema do Capítulo Geral de 2015 Irmãos e Menores em nosso tempo.

Este é o tema do próximo Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores, a ser realizado em Santa Maria dos Anjos (Porciúncula), em Assis, Itália, entre os dias 10 de maio e 07 de junho de 2015. A escolha ocorreu na última reunião do Definitório Geral, realizada na segunda quinzena de janeiro. Em carta com informações sobre o capítulo a todos os Ministros Provinciais e Custódios, o Ministro Geral, Frei Michael Perry, escreve: “Ao mesmo tempo, peço-lhes também que, desde já, tenham um espaço em seus corações e suas orações para o próximo Capítulo Geral, para que o Espírito Santo nos guie e nos acompanhe sempre”.

O Capítulo Geral é a instância de maior importância para a vida e direção dos frades. Os frades podem participar desde já deste evento enviando sugestões para os Estatutos Gerais da Ordem. O último prazo é junho deste ano. Do Capítulo Geral participam os Ministros Provinciais, custódios, presidentes de Federações e representantes das Conferências. O último Capítulo Geral, que elegeu como Ministro Geral Frei Michael Perry, reuniu 156 representantes da Ordem em Assis.

A Fraternidade universal é estruturada em 99 Províncias; 8 Custódias Autônomas, 7 Entidades dependentes do Ministro Geral, 21 Custódias dependentes de Províncias, 14 Conferências de Ministros Provinciais e 3 Uniões de Conferências Comunicações . Março de 2014

(Ásia/Oceania: FCAO; América Latina:

148

UCLAF; Europa: UFME).

Além da escolha do tema, do local e da data do Capítulo, o Definitório Geral também acolheu, na última reunião, o novo Definidor, Frei Gabriel Matthias, da Índia, que vem substituir Frei Paskalis Bruno Syukur, eleito Bispo da Diocese de Bogor, na Indonésia, em novembro do ano passado. No encontro do Definitório, houve ainda a aprovação dos Estatutos Particulares de diferentes entidades da Ordem.

CARTA DO MINISTRO GERAL Roma, 26.01.2014 Queridos Irmãos Ministros e Custódios: O Senhor lhes dê a paz!

Em primeiro lugar, saúdo a todos fraternalmente e lhes desejo um Ano Novo cheio de bênçãos do Senhor.

Escrevo-lhes para dar algumas informações que considero importantes tendo em vista o Capítulo Geral de 2015. Durante o Tempo Forte do mês de janeiro de 2014, o Definitório Geral determinou que o Capítulo Geral 2015 se realize, de 10 de maio a 7 de junho de 2015. Peço-lhes, portanto, que agendem desde já estas datas em suas agendas.

Ao mesmo tempo, tendo em conta as decisões expressadas pelo Conselho Plenário da Ordem (CPO) em Cracóvia (Polônia), o Definitório Geral decidiu que o Capítulo Geral será realizado em Assis, Santa Maria dos Anjos. O tema principal do Capítulo será: “Irmãos e menores em nosso tempo” (Fratres et minores in nostra aetatae); junto a esta matéria também se abordarão os temas previstos de nossa legislação.

O Definitório Geral também pede sugestões a respeito de possíveis mudanças nos Estatutos Gerais. O prazo último para o envio dessas sugestões à Secretaria Geral do Capítulo é o próximo mês de junho de 2014, a fim de ter tempo suficiente para estudá-las e apresentá-

-las com a devida antecedência aos participantes do Capítulo, de maneira que possam ser tratadas posteriormente na sede capitular. As sugestões devem ser enviadas à Secretaria do Capítulo Geral, no seguinte endereço eletrônico: capgensec@ofm.org Peço-lhes que também reservem no site de suas Províncias um espaço adequado para informar continuamente a todos os irmãos sobre o andamento da preparação do Capítulo Geral 2015.

Tomamos esta decisão durante o Definitório Geral para garantir que os irmãos, devidamente informados, possam ter a maior influência possível neste evento vital da Ordem.

Ao mesmo tempo, peço-lhes também que, desde já, tenham um espaço em seus corações e suas orações para o próximo Capítulo Geral, para que o Espírito Santo nos guie e nos acompanhe sempre. Possa a Rainha da Ordem Seráfica interceder por todos nós, seguidores de São Francisco de Assis no mundo, de modo que nos convertamos em autênticos irmãos menores para o nosso tempo.

Com sentimentos de profunda gratidão por esse ministério que desempenham, saúdo-os através da intercessão de nosso Seráfico Pai. Fr. Michael Anthony Perry, OFM MINISTRO GERAL

Comunicações . Março de 2014

ofm ________________________________________

149

falecimento ________________________________________

FREI JURANDIR CRISTOFOLINI * 19/11/1953

Comunicações . Março de 2014

Frei Jurandir Cristofolini faleceu, às 20h15, do dia 31 de janeiro último, em Bragança Paulista.

Seu corpo foi velado na Fraternidade de Bragança Paulista e, no dia seguinte, por volta das 11h00, foi transladado para São Paulo, onde, às 14h00, no Cemitério do Santíssimo Sacramento, foi celebrada a Missa de Exéquias, antes do sepultamento.

Frei Régis Daher, em um boletim enviado aos frades, detalhou o estado de saúde antes de seu falecimento. “Nos últimos dias, Frei Jurandir estava bastante inquieto, sensível, devido ao calor intenso deste tórrido verão. Gemidos constantes e gritos chamaram a atenção da enfermagem e dos confrades. Na sexta-feira, dia 24, foi chamada a médica da casa Dra. Ângela Izzo.

Fez a ausculta e o pulmão estava limpo. Constatou, porém, uma distensão (inchaço) do abdômen. Solicitou uma lavagem intestinal que, no entanto, teve pouco resultado. Suspendeu o sulfato ferroso e pediu que ficasse em observação. Passado o final de semana sem melhora no quadro, na tarde da segunda-feira, dia 27, foi levado ao Hospital HUSF e foi avaliado pelo médico cirurgião Dr. Jacinto Soares Souza Lima Jr (gastro). Solicitou exame de sangue, de urina e RX. Constatou-se início de pneumonia. Ante o risco de contrair infecção hospitalar mais grave, retornou para casa com a prescrição de antibiótico. Na terça-feira não houve melhora, apresentando palidez e febre.

150 Na manhã da quarta-feira, novamente foi levado ao HUSF,

+ 31/01/2014

tendo sido atendido por Dr. Rodolfo Melari que solicitou novos exames (sangue, urina, RX, eletrocardiograma, ultrassom e tomografia). Os exames acusaram derrame pleural, hemoglobina baixa e hipotassemia (potássio baixo). A partir desses resultados o tratamento consistiu na reposição de potássio, transfusão sanguínea e novos antibióticos. Pela evolução do quadro, foi feita uma drenagem do tórax. O tratamento, contudo, não reverteu o quadro crítico de Frei Jurandir.

O FRADE MENOR FREI JURA Em carta de 1º de outubro de 1973, dirigida ao então Ministro Provincial Frei Walter Kempf, pedindo para receber o hábito franciscano, ao iniciar o Noviciado em Rodeio, Frei Jurandir, bem ao final, escreve: “Não tenho certeza absoluta que vou ser padre franciscano, mas, no momento, quero pedir ao senhor a permissão para me tornar um religioso franciscano.

Chegou a hora de dar um passo bastante importante. Entre a vida secular e religiosa eu optei por esta. Sei que não é um barco que está afundando - isso o senhor nos disse certa ocasião -, e assim eu peço para ajudar a remar”.

Hoje Frei Jura não rema mais no barco da Vida Franciscana entre nós. Mergulhou no mar infinito do amor de Deus.

Mas o passo que ele deu ao ingressar no Noviciado foi de fato muito importante. Nestes anos todos, ele nos ajudou a remar o barco de nossa vida, como irmão, como amigo. Certamente,

o jovem Jurandir não poderia imaginar que as águas dos seus últimos 7 anos de vida seriam remadas numa cama de hospital, sem praticamente comunicação alguma, sem fala, sem gestos, porém, com muitos períodos de gritos, de dores e desconfortos.

Pensando no que São Paulo nos ensina ao afirmar que “completamos em nossa carne o que falta aos sofrimentos de Cristo” temos necessariamente que reconhecer o quanto Frei Jura participou desse sofrimento, e se a morte de Jesus foi vicária, o calvário de Frei Jura também o foi para nós.

Frei Jura caprichou bastante ao escrever o seu Curriculum Vitae, e fez o que não era muito de seu feitio: falar de si mesmo, mas o fez com precisão impressionante: “Não há muito a dizer de mim mesmo. Eu me sinto uma pessoa de poucas palavras, mas direto e sincero no que digo e faço. Gostaria que a vida e a convivência fosse a festa de todos

Dados pessoais, formação e atividades Nascimento: 19/11/1953 (60 anos de idade), em Rodeio; Admissão ao Noviciado: 20.01.1974, em Rodeio, SC; Primeira Profissão: 20.01.1975; Profissão Solene: 02.08.1978; Ordenação Presbiteral: 15.01.1980; 12.12.1980 – São Paulo – Pari – vigário cooperador; 29.08.1981 – Ituporanga – seminário – professor e orientador; 21.01.1989 – Rondinha – vice-mestre; 18.01.1992 – guardião e vice-reitor do Instituto de Filosofia; 10.01.1995 – Agudos – guardião; 21.09.1997 – eleito Definidor Provincial; 30.11.1997 – São Paulo – Provincialado – ecônomo, secretário do Secretariado da Administração dos Bens; 16.09.2000 – eleito Vigário Provincial; 20.09.2003 – reeleito Definidor Provincial; 07.11.2003 – São Paulo – Vila Clementino – guardião, ecônomo provincial e Secretário do Seabens; 04.08.2005 – Presidente da Casa Nossa Senhora da Paz; 28.09.2006 – sofreu parada cardíaca e AVC isquêmico, com graves sequelas; 25.11.2008 – Bragança Paulista – para cuidados constantes de enfermagem.

os dias, marcado pelas exigências e necessidades diárias e comuns, onde as pessoas fossem convivendo sem que fosse necessária a criação do artificial que nos desse a sensação de que somos irmãos. Gosto de ordem e evidência no que faço.

Sou um tanto metódico na maneira de trabalhar e organizar o meu dia. Não gosto, de maneira geral, do improviso. Em relação às pessoas, sou daqueles que me aproximo devagar, aos poucos. Da mesma forma como não permito que me invadam num primeiro encontro. Existe, sim, um bocado de timidez, certa insegurança. Demoro a me sentir em casa, quando longe da minha. Na verdade, acho que sou de uma casa só. Sempre gostei de estar em casa. Viajar é sempre um sofrimento”.

Aos quarenta e cinco anos de idade, referindo-se ao trabalho, Frei Jura afirma ter dificuldade em comentar sobre isso. “Olhando para trás, não vejo qualquer coisa a destacar como marcante. Terei vivido tão mediocramente que não sobre nada até aqui? Possivelmente minha vida seja marcada pela busca de todos os dias pelo que está por vir, pelo que está à frente, pelo que está por ser alcançado. O dia que passou, a conquista realizada, padecem da injustiça de serem passado. É evidente que hoje sou tudo o que consegui realizar até aqui.

Mas tudo de tal forma integrado que a luz recai sempre no que sou. E o que sou tem sempre presente o que posso vir a ser. (...) Dos trabalhos e atividades realizadas até aqui posso dizer que toda transferência, até agora, me fez sofrer muito. Sofri em todas elas por ter que deixar uma casa, confrades, trabalho e pessoas de quem eu gostava. É bom poder dizer que se têm saudades do Pari, de Ituporanga, de Rondinha e de Agudos”.

Embora tímido e geralmente reservado, Frei Jurandir revela o quanto era importante para ele a fraternidade, e o que dela esperava como ideal. “Para mim a vida religiosa franciscana deveria gerar irmãos com uma qualidade tal que o conviver viesse a se transformar na grande alegria dos confrades”.

Nos últimos anos, tivemos uma presença diferente de Frei Jurandir entre nós. Não aquela que estávamos acostumados a ter, e de que temos saudades: aquela de remar juntos na simplicidade do dia a dia, do trabalho e das alegrias corriqueiras. Mas, ela era eloquente, questionadora sobre a vida e seu sentido. Mergulhado em Deus, ele possa interceder pelo nosso barco e pelas forças de que precisamos para continuar remando. E que a plenitude do mar seja toda sua paz e alegria!

R.I.P. Frei Walter de Carvalho Júnior

Comunicações . Março de 2014

falecimento ________________________________________

151

falecimento ________________________________________

O adeus a Frei Jura Moacir Beggo Um dia de muito calor, poucas pessoas nas ruas da capital de São Paulo, sempre tão agitada, no horário das 14 horas.

Um silêncio bem-vindo para prestar a última homenagem a Frei Jurandir Cristofolini na Missa de Exéquias. Sem barulho e na paz do Cemitério do Santíssimo Sacramento, a música dava a dimensão do momento: “Te amarei, Senhor, te amarei, Senhor, eu só encontro a paz e alegria bem perto de ti...”.

Confrades, amigos e familiares se reuniram na Capela do cemitério para dar graças a Deus pela vida de Frei Jura e Comunicações . Março de 2014

celebrar seu encontro com a irmã morte.

152

O Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel presidiu a celebração e, em seguida, o corpo de Frei Jurandir foi sepultado no jazigo da Província da Imaculada Conceição, que fica bem ao lado da capela do Santíssimo Sacramento.

Bastante emocionado, Frei Fidêncio contou que conviveu e conheceu bem Frei Jura durante a formação para a vida religiosa e sacerdotal. “Eu conheci o Jura quando nós tínhamos 12 anos de idade. Convivi mais com ele do que com os próprios irmãos de família. Nós nos entramos no antigo Seminário de Rodeio, onde ali ficamos por quatro meses.

Depois inauguramos o Seminário de Ituporanga e, assim, fomos crescendo, estudando e vivendo nossa vida normal de seminaristas”, recordou.

Segundo Frei Fidêncio, nos estudos, Frei Jura era sempre o mais inteligente da turma. “De fato, ele foi. E sempre se destacou assim entre nós, colegas, como aquele moço discreto, mas por quem todos tinham um respeito muito grande. Falava pouco, mas quando falava, falava com autoridade. Quando

falecimento ________________________________________ terminamos o Ensino Médio em Agudos, em 1973, antes de

Frei Jura na sua simplicidade. Ele se contentava com muito

entrar para o Noviciado, fazemos um pedido por escrito para o

pouco. Tinha hábitos muito sóbrios. Não queria nada para si.

Ministro Provincial para ser admitido na Ordem Franciscana.

Sua rotina era sábia. Ele descobriu cedo essa modéstia, essa

E achamos ontem, no arquivo da Província, a carta dele. O

sobriedade, no comer, no vestir e no agir”, ressaltou.

Frei Walter selecionou com maestria, para preparar o Boletim

Para Frei Régis, sua timidez era entendida como profun-

das Comunicações, aquilo que na verdade foi a vida de Frei

didade. “Ele pensava muito antes de falar, o que falta muito

Jurandir. Por isso, fiz questão de colocar na liturgia de hoje o

hoje em dia. Talvez por isso as palavras de Frei Jura tinham

Evangelho dos discípulos atravessando a tempestade. “...Entre a

um peso muito grande quando ele abria a boca”.

vida secular e religiosa eu optei por esta. Sei que não é um barco

Os provinciais e frades com quem convivi diziam:

que está afundando - isso o senhor nos disse certa ocasião -,

‘Quando o Jura abre a boca é bom prestar bem atenção!’”,

e assim eu peço para ajudar a remar”.

disse Frei Régis. “Frei Jura não era de ficar levando lamúrias

Passada a fase de formação, os colegas de turma torna-

e problemas para os confrades. Isso teve um preço, princi-

ram-se formadores, como conta o Ministro Provincial. “Nos

palmente tendo em vista os problemas para quem tem uma

encontrávamos na liturgia, na formação, nas reuniões da Pro-

função administrativa”, observou Frei Régis, lembrando o

víncia. Muitas vezes, diante das nossas dificuldades humanas,

número de funcionários presentes na Missa de Exéquias para

ele tinha umas tiradas com muita sabedoria. Ele era muito

o último adeus a Frei Jura. Frei Agostinho Piccolo, também da

perspicaz. Dizia poucas palavras, mas nas poucas palavras ele

Fraternidade de Bragança, destacou a alegria, transparência

dizia tudo”, confessou Frei Fidêncio.

e entrega de Frei Jura.

Outra característica da vida de Frei Jura, o Ministro

Pela família, a irmã Ana Adair, que também é religiosa,

Provincial lembrou do tempo de Noviciado. “Terminando o

disse que Frei Jura viveu “com tanta intensidade a sua vida

retiro para a Primeira Profissão, Frei Basílio Prim, de saudosa

que ela se tornou mais curta. Ele deu tudo de si quando foi

memória, praticamente bateu na tecla durante todos os dias de

formador, em outros trabalhos e na última missão dele como

retiro: ‘É preciso aprender a fazer do cotidiano o extraordinário

ecônomo”, avaliou.

de cada dia’. Acho que esse retiro nos marcou e, muitas vezes,

“Essa intensidade brotou porque o coração dele era

lembrávamos desta frase de Frei Basílio. Acho que Frei Jura se

enorme. Ele viveu com amor, ele se dedicou a cada frade,

caracterizou exatamente por isso. Viver de uma forma simples

a cada irmão e a cada pessoa que trabalhou com ele”, emo-

o cotidiano da vida fraterna. Isso ele foi. Foi sempre caseiro. Até

cionou-se, agradecendo: “Quero deixar aqui o meu agrade-

demais, diria! Não gostava de viajar, dizia ele”, continua Frei

cimento a Frei Fidêncio e a todos os frades por tudo aquilo

Fidêncio, ressaltando que a vida fraterna era um ponto essencial

que vocês significaram para ele”.

para Frei Jura, que dizia: ‘Para mim, a vida religiosa franciscana viesse a se transformar na grande alegria dos confrades’.”

Segundo Frei Fidêncio, Frei Jura também não gostava de transferências. “Isso o fazia sofrer. Porque, com aquele jeito manso dele de se aproximar das pessoas, talvez, diríamos, mineiramente, se apegava de coração às pessoas com as quais convivia: frades, leigos, amigos, família”, observou, fechando o seu depoimento com emoção: “Ele não gostava de transferências e a última que estava preparada para Frei Jurandir foi demorada. Foi o caminho da cruz, caminho da dor, porque, creio eu, para o Jura, foi extremamente difícil dizer adeus.

Dizer adeus para nós frades, para a família, para os amigos.

Mas, certamente, neste tempo de provação Frei Jura aprendeu a aceitar definitivamente o que Deus tinha preparado para ele”, completou.

Frei Régis Daher, que reside na Fraternidade de Bragança Paulista, também deu seu depoimento e contou que conviveu com Frei Jura em três fraternidades: Rondinha, São Paulo e Bragança. “Nestas três situações diferentes, aprendi a admirar

FALECIMENTOS SALVADOR FERREIRA DA SILVA Comunico o falecimento do meu pai Salvador Ferreira da Silva, de 84 anos, no domingo, dia 09 de fevereiro, em São José dos Campos/SP. Aqui, ele foi um homem confiante e obediente à Palavra de Deus. No céu, é bendito para sempre!

Amém!

Frei Paulo César Ferreira MARIA MENDES RABELO Faleceu no dia 11 de fevereiro a mãe de Frei Nélson Rabelo. Seu sepultamento foi em Aparecida do Norte, SP, às 16 horas.

ERRATA Frei José Idair é o representante das Paróquias e Santuários pelo Regional de Pato Branco e não Frei Joarez Foresti como saiu na edição de “Irmãos e Fraternidades 2014”.

Comunicações . Março de 2014

deveria gerar irmãos com uma qualidade tal que o conviver

153

falecimento ________________________________________

Celebração EM LAURENTINO por Frei jura Irmã Gessy P. DoffSotta

Menores receberam agradecimentos pelos muitos cuidados dispensados a Frei Jurandir, especialmente nos últimos sete anos de sofrimento e doação, devido à grave enfermidade que enfrentou. Ele foi acolhido pelo Pai aos 60 anos de idade e 39 de vida franciscana. Lembrou-se a frase de João Paulo II: “Não importa o quanto tempo vivemos. O que mais importa é em quem acreditamos”.

Na procissão das ofertas, a família ofereceu uma flor e as Fontes Franciscanas, símbolos da oferta da vida de Frei Jurandir. Que ele interceda por nós, agora que está mergulhado em Deus e na plenitude da comunhão dos santos e santas, para que possamos continuar a missão que nos é confiada, como anunciadoras/ es da Paz e da Alegria do Evangelho.

Comunicações . Março de 2014

Um grupo de Irmãs Catequistas Franciscanas, reunidas em Laurentino, SC, para aprofundar aspectos vivenciados na Experiência Assis, feita em anos anteriores, e estudar a Exortação Apostólica do Papa Francisco “Evangelii Gaudium” com a assessoria de Frei Estêvão Ottenbreit, ao receber a notícia da Páscoa de Frei Jurandir Cristofolini, dedicaram um tempo especial para manifestar sua comunhão com a família e com os freis da Província Imaculada Conceição do Brasil. Nesse espírito, no dia 02 de fevereiro, às 16 horas, na capela da Casa Maria de Nazaré, em Laurentino, SC, foi celebrada a Eucaristia presidida por Frei Estêvão Ottenbreit. Estavam

presentes as irmãs que participavam do encontro e outras das fraternidades locais e vizinhas; a Sra. Etelvina Tomelin Cristofolini, mãe de Frei Jurandir; a mana Ana Adair Cristofolini e as tias Dália e Írma Tomelin, que são Irmãs Catequistas Franciscanas; o irmão Sr. Gilmar Cristofolini com sua esposa Lenise; funcionários da casa e outras pessoas amigas. A celebração iniciou-se com a motivação inspirada no Evangelho dia: Apresentação de Jesus no templo. Foi lembrado também o Dia Mundial da Vida Religiosa Consagrada.

O símbolo em destaque foi a luz. O hino do Glória foi partilhado, louvando pela vida e testemunho de Frei Jurandir, em sua família, na Ordem dos Frades Menores, no seio do Povo de Deus.

A família e a Ordem dos Frades

154

Da esq. para a dir.: Ana Adair, irmã catequista; a mãe Etelvina, as tias Dália e Írma; a cunhada Lenise e o irmão Gilmar.

notícias e informações ________________________________________

MORRE A PRIMEIRA VOCAÇÃO DA ANTIGA MISSÃO DA PROVÍNCIA NO CHILE FREI ANSELMO MÜNCHEN

Os primeiros missionários no Chile (da esq. para dir): Frei Mauro Andrietta, Frei Feliciano Greshake, Frei Genuíno Mazurana, Frei Anselmo München, Frei Mariano Tenfen. no prelo, para celebrar os cinquenta anos da Missão Chilena: “Foi enviado um convite para a ordenação sacerdotal de Frei Carlos Contreras a todas as Fraternidades e Paróquias da Custódia do Sagrado Coração de Jesus, bem como ao povo em geral, no dia 11 de dezembro de 1976, às 19h00, na Igreja Paroquial de Nossa Senhora de Lourdes, de Temuco.

Com visível satisfação, Dom Bernardino Piñera, Bispo de Temuco, ordenou o diácono Carlos Contreras sacerdote. A cerimônia foi de uma solenidade única e brilhante, pois nunca havia acontecido uma ordenação sacerdotal naquela igreja paroquial. O povo participou emocionado da cerimônia, porque o diácono Carlos Contreras estava brotando como sacerdote franciscano da juventude escoteira que fora fundada na Paróquia de Lourdes, em 1966. Pode-se imaginar a qualidade da atitude com que o povo todo recebeu a bênção do neo-sacerdote, algo que acontecia pela primeira vez na vida da maioria dos presentes. Frei Anselmo J. München, que participou da ordenação com um grupo de paroquianos da sua Paróquia

do Senhor Bom Jesus, de Curitiba, PR, saudou o neo-sacerdote, dizendo que ele estava dando um exemplo heróico, na sua decisão de servir a Deus e à comunidade, com sua consagração a Deus e ao apostolado sacerdotal. Que era de esperar que o povo dobrasse suas orações em favor de seus sacerdotes e da juventude escoteira vocacionada, pois já havia outros encaminhados.

Frei Anselmo acentuou que a ordenação de Frei Carlos e de outras que viriam eram uma resposta ao decepcionante acontecimento do fechamento do Seminário da Custódia, havia dez anos.

O nascimento de corações juvenis vocacionados era uma esperança no atendimento diferente da juventude de hoje”.

Frei Carlos Contreras foi considerado o primeiro fruto vocacional dos 20 anos de trabalhos missionários da Província no Chile. Frei Carlos trabalhou intensamente na sua Custódia do Sagrado Coração de Jesus de Castro, que no seu tempo se uniu à Província da Santíssima Trindade de Santiago. Que ele descanse em paz!

Comunicações . Março de 2014

Aconteceu o falecimento do Frei Carlos Contreras, OFM, do Chile, no dia 3 de fevereiro 2014, no Hospital de Santiago do Chile. Esteve internado durante alguns dias com problema cerebral, foi operado e faleceu. Uns 20 dias antes deste fato, ainda estivera em Temuco, com familiares e amigos, não demonstrando nenhum sinal de algum problema de saúde. Frei Carlos Contreras foi um confrade muito conhecido na época da nossa Missão no Chile, durante os anos 1965-1985, porque foi ele o primeiro fruto vocacional chileno daquele trabalho missionário.

Nossa Província aceitou a Missão Chilena a pedido do Ministro Geral da Ordem, a fim de restaurar a vida franciscana e missionária na Custódia Franciscana de Castro, no Chile, em 1965. O problema vocacional foi o primeiro que preocupou os confrades. Foi fechado um seminário, que era apenas uma pensão domiciliar, e fundou-se o Grupo Escoteiro São Francisco.

Frei Carlos Contreras, como chefe escoteiro, foi o primeiro jovem vocacionado, entre outros, que brotou deste Grupo Escoteiro, que hoje ainda está em atividades. Em 1970, Frei Carlos Contreras foi enviado ao Brasil, onde iniciou sua caminhada de formação em Guaratinguetá. O noviciado o completou durante o ano 1971 e seguiu a formação filosófica e teológica, em Petrópolis, durante os anos 1972-1976. A profissão solene ele a fez nas mãos do Ministro Geral Frei Constantino Koser, que passou por Agudos, SP. A ordenação sacerdotal de Frei Carlos Contreras, em Temuco, Chile, foi um fato especial que chamou a atenção de toda a Custódia e do sul do País, pois todos sabiam que o seminário da entidade fora fechado havia dez anos.

Lemos no Livro “Revitalização Franciscana no Sul do Chile”, que está

155

AGENDA 2014

Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (*) As alterações e acréscimos estão sublinhados

Março 03 e 04 07 e 08 10 10 10 e 11 10 e 14 10 a 21 11 e 12 16 17 17 17 18 e 19 24 24 24 e 25 24 a 27

Encontro de Formadores (Rondinha); Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense (Petrópolis – Sagrado); Encontro do Regional Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Nilópolis - Conceição); Encontro do Regional do Espírito Santo (Penha); Encontro do Regional do Leste Catarinense (S. Amaro da Imperatriz); Conselho de Articulação e Dinamização (SERFE) (Anápolis); Tempo Forte do Definitório Geral; Assembleia do SAV (Rondinha); Romaria Penitencial Frei Bruno (Joaçaba); Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Rodeio); Encontro do Regional de São Paulo (São Paulo – São Francisco); Encontro do Regional de Curitiba (Curitiba); Reunião do Conselho do Secretariado de Evangelização (São Paulo); Encontro do Regional de Pato Branco; Encontro do Regional de Agudos (Agudos); Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Lages); Reunião do SIFEM – CFMB (Anápolis);

abril 01 a 03 07 07 e 08

Comunicações . Março de 2014

29 e 30

maio 05 a 16 06 e 07 13 e 14 15 18

Reunião do Definitório Provincial; Encontro do Regional do Vale do Paraíba (Guaratinguetá); Encontro do Regional do Contestado (Piratuba); Reunião e Guardiães e Coordenadores (Agudos); Tempo Forte do Definitório Geral; Reunião do Conselho do Secretariado para a Formação e os Estudos (S. Francisco – S. Paulo); Reunião do Conselho de Evangelização; Reunião do Conselho Gestor da Província (Sede Provincial); Ordenação Diaconal de Frei Paulijacson Pessoa de Moura;

Junho

156 02 a 04

Reunião do Definitório Provincial (São Paulo);

16 30 e 01

Encontro do Regional de Pato Branco; Encontro do Regional do Contestado;

Julho 07 e 08 07 a 19 30 a 01

Conselho do SAV (São Paulo); Tempo Forte do Definitório Geral; Assembleia Anual do Sefras;

Agosto 11 a 15 25 a 29

Retiro e Reunião do Definitório Provincial (Rio de Janeiro); Reunião da CFMB (Cuiabá);

Setembro 01 01 e 02 02 e 03 08 08 a 19 23 a 25 23 a 25

Encontro de Formadores (Ituporanga); Encontro do Regional do Contestado; Reunião do Conselho do Secretariado para a Formação e os Estudos (Rodeio); Encontro do Regional de Pato Branco; Tempo Forte do Definitório Geral; Capítulo das Esteiras (Agudos); Jubileus (no Capítulo das Esteiras);

outubro 09 13 e 14 14 a 16 21 a 24

Reunião do Conselho Gestor da Província (Sede Provincial); Encontro Provincial da Frente de Evangelização da Comunicação (Rondinha); Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); Curso de Franciscanismo (Rondinha);

novembro 03 a 15 12 e 13 14 a 16 25 a 27

Tempo Forte do Definitório Geral; Encontro do Regional de Pato Branco (recreativo); Encontro dos Irmãos Leigos; Reunião do Definitório Provincial (São Paulo);

dezembro 01 e 02 15 a 19

Encontro do Regional do Contestado (recreativo); Tempo Forte do Definitório Geral;

2015 Maio

10 a 07

Capítulo Geral (Assis).