Pró-Vocações e Missões Franciscanas
boletim informativo
PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL
SÃO PAULO | Nº 154 - 2015 | E-mail: pvf@franciscanos.org.br
“E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós” (Jo 1, 4)
|2| editorial
Debaixo do céu há tempo para tudo (Eclesiastes 3,1)
Meus caros amigos, benfeitores, colaboradores: Paz e Bem! hegamos a última edição do Boletim de 2015. É meus caros benfeitores, mais um ano se passou. Quantas histórias construímos, quantas coisas grandiosas fizemos juntos, tantas conquistas e tantas derrotas, acertos e desacertos, alegrias e tristezas. Enfim, debaixo do céu sempre haverá tempo para tudo e o fim de mais um ano é a certeza de um novo recomeço. Que bom poder falar com você mais uma vez através do nosso boletim Pró-Vocações, nesta que é a ultima edição deste ano e que já abre as portas para a festa dos 30 anos deste trabalho franciscano em prol das vocações e missões. Isso mesmo, em 2016 o Pró-Vocações completa três décadas de trabalho e dedicação a favor daqueles que sonham um mundo de Paz e Bem. Sem dúvida, temos juntos muitas histórias para contar e você, querido amigo, faz parte desta rede de amigos e destas lembranças construídas a muitas mãos. Durante todo o próximo ano iremos relembrar juntos tudo o que construímos até aqui e tudo o que temos ainda a construir. Queremos recordar também que é tempo de Natal, por isso, tiramos dos escritos de São Francisco a narrativa da criação do primeiro presépio, obra prima da criatividade e amor que tinha pelo menino dos palhas, o jovem apaixonado de Assis. Relembrar o primeiro presépio é voltar os olhos para aquele que envolto em faixas nos abraça a todos. Nas páginas centrais, destacamos a ordenação sacerdotal de Frei Douglas Machado, frade catarinense, que no último dia 26 de setembro abraçou o ministério do serviço, para toda a vida em prol da Igreja de Cristo. Ao nosso irmão agradecemos pelo seu sim e pela entrega pelo Reino de Deus.
Na sequência, Frei Alexandre (Xandão) agradece ao povo querido de Deus da cidade de Rancho Queimado, pela missão realizada naquela cidade. Muitas foram as cidades que nos receberam neste ano, muitas foram as casas que abriram suas portas, muitas foram as graças e bênçãos recebidas de Deus. A todo o povo da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Angelina, na pessoa de Frei Gentil de Lima Branco, o nosso muito obrigado. Enfim, como já estamos em clima de festa e agradecimento por um ano que se encerra e por um ano jubilar que se inicia, terminamos esta edição com uma entrevista especial, feita a uma de nossas tantas benfeitoras espalhadas por este imenso Brasil. Trata-se de dona Julieta Ferreira Dias, uma senhora simpática que no alto de seus 103 anos nos dá um testemunho bonito do que é serviço, engajamento e empenho a favor dos outros. Ela, talvez seja, uma das benfeitoras mais idosas do Pró-Vocações e foi por isso que a escolhemos para esta edição especial do boletim PVF. Conte você também sua história com o Pró-Vocações, entre em contato conosco. Queremos saber como você nos conheceu e o que o motiva a nos ajudar. Faça como dona Julieta, conte para nós a sua história. No mais, quero como sempre, agradecer por todo o carinho de cada um, costumamos dizer aqui que a palavra “Obrigado” dita muitas e muitas vezes, seria pouco para expressar o que você representa para nós. Juntos, passo a passo, devagar, pois afinal de contas “há sempre tempo para tudo”, vamos construindo o Reino que começa aqui e termina na eternidade. Muito obrigado por tudo e que venha 2016 com seus sonhos e conquistas. Que São Francisco, Santa Clara e a Imaculada Conceição te proteja sempre. Um grande abraço de toda a equipe Pró-Vocações e Missões Franciscanas.
Reflexão |3|
Francisco prepara um presépio no dia de Natal ua maior intenção, seu desejo principal e plano supremo era observar o Evangelho em tudo e por tudo, imitando com perfeição, atenção, esforço, dedicação e fervor os “passos de Nosso Senhor Jesus Cristo no seguimento de sua doutrina”. Estava sempre meditando em suas palavras e recordava seus atos com muita inteligência. Gostava tanto de lembrar a humildade de sua encarnação e o amor de sua paixão, que nem queria pensar em outras coisas. Precisamos recordar com todo respeito e admiração o que fez no dia de Natal, no povoado de Greccio, três anos antes de sua gloriosa morte. Havia nesse lugar um homem chamado João, de boa fama e vida ainda melhor, a quem São Francisco tinha especial amizade porque, sendo muito nobre e honrado em sua terra, desprezava a nobreza humana para seguir a nobreza de espírito. Uns quinze dias antes do Natal, São Francisco mandou chamá-lo, como costumava, e disse: “Se você quiser que nós celebremos o Natal de Greccio, é bom começar a preparar diligentemente e desde já o que vou dizer. Quero lembrar o menino que nasceu em Belém, os apertos que passou, como foi posto num presépio, e ver com os próprios olhos como ficou em cima da palha, entre o boi e o burro”. Ouvindo isso, o homem bom e fiel correu imediatamente e preparou o que o santo tinha dito, no lugar indicado. Aproximou-se o dia da alegria e chegou o tempo da exultação. De muitos lugares foram chamados os irmãos: homens e mulheres do lugar, de acordo com suas posses, prepararam cheios de alegria tochas e archotes para iluminar a noite que tinha iluminado todos os dias e anos com sua brilhante estrela. Por fim, chegou o santo e, vendo tudo preparado, ficou satisfeito. Fizeram um presépio, trouxeram palha, um boi e um burro. Greccio tornou-se uma nova Belém, honrando a simplicidade, louvando a pobreza e recomendando a humildade.
Frei Pedro Pinheiro - Exposição Franciscana de Presépios A noite ficou iluminada como o dia e estava deliciosa para os homens e para os animais. O povo foi chegando e se alegrou com o mistério renovado em sua alegria toda nova. O bosque ressoava com as vozes que ecoavam nos morros. Os frades cantavam, dando os devidos louvores ao Senhor e a noite inteira se rejubilava. O santo parou diante do presépio e suspirou, cheio de piedade e de alegria. A missa foi celebrada ali mesmo no presépio, e o sacerdote que a celebrou sentiu uma piedade que jamais experimentara até então. O santo vestiu dalmática, porque era diácono, e cantou com voz sonora o santo Evangelho. De fato, era “uma voz forte, doce, clara e sonora”, convidando a todos às alegrias eternas. Depois pregou ao povo presente, dizendo coisas maravilhosas sobre o nascimento do Rei pobre e sobre a pequena cidade de Belém. Muitas vezes,-quando queria chamar o Cristo* de Jesus, chamava-o
também com muito amor de “menino de Belém”, e pronunciava a palavra “Belém” como o balido de uma ovelha, enchendo a boca com a voz e mais ainda com a doce afeição. Também estalava a língua quando falava “menino de Belém” ou “Jesus”, saboreando a doçura dessas palavras. Multiplicaram-se nesse lugar os favores do Todo-Poderoso, e um homem de virtude teve uma visão admirável. Pareceu-lhe ver deitado no presépio um bebê dormindo, que acordou quando o santo chegou perto. E essa visão veio muito a propósito, porque o menino Jesus estava de fato dormindo no esquecimento de muitos corações, nos quais, por sua graça e por intermédio de São Francisco, ele ressuscitou e deixou a marca de sua lembrança. Quando terminou a vigília solene, todos voltaram contentes para casa. Tomás de Celano Fontes Franciscanas
|4| Vocacional
Frei Douglas Machado é ordenado p apelo enfático foi do Arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, a Frei Douglas Paulo Machado, ordenado presbítero neste sábado, 26 de setembro, às 18 horas, na Paróquia Santa Cruz, em São José, cidade vizinha de Florianópolis (SC). Muito à vontade ao ordenar o seu primeiro confrade, D. Jaime deixou a celebração mais leve e, num tom informal, falou diretamente ao ordenando várias vezes e aos frades da Província da Imaculada Conceição, recordando com saudades do seu tempo de vida fraterna, que deixou para ser bispo em 2011. Entre os frades da Província estavam dois Definidores: Frei Germano Guesser, que representou o Ministro Provincial (Frei Fidêncio Vanboemmel), e Frei Evandro Balestrin. O pároco Kevin Konz acolheu a todos. Além de religiosos e religiosas, marcaram presença os noviços e os aspirantes da Província. O povo lotou a igreja mesmo debaixo de muita chuva durante todo o dia. De Concórdia, onde Frei Douglas reside, vieram dois ônibus de fiéis para participar de sua ordenação. Logo depois da liturgia da Palavra, Frei Germano fez a apresentação do ordenando, que, num gesto muito belo e simbólico, despediu-se de seus pais (Milton e Dilma Machado) e saiu do meio do povo para apresentar-se ao bispo ordenante, no presbitério, dizendo: “Aqui estou”. O Arcebispo solicitou, além do depoimento de Frei Germano, um gesto da comunidade para sinalizar a aptidão de Frei Douglas para o sacerdócio. Com uma demorada salva de palmas, a comunidade reforçou o pedido do celebrante. Na sua homilia, D. Jaime explicou detalhadamente o rito da ordenação presbiteral. Segundo o celebrante, a teologia do Sacramento da Ordem é muito bonita. Mas D. Jaime lembrou que hoje falamos pouco da cruz. “Temos medo da cruz. Hoje, em alguns setores, se fala tanto do Cristo que cura, do Cristo que salva, de tantas coisas, mas do Cristo da Cruz ninguém quer falar. Do Cristo que sofre, do Cristo que morre, é difícil falar. Mas a vida do presbítero, do padre, ela deve se conformar com o Cristo Crucificado”, exortou o Arcebispo de Porto Alegre. “O Espírito do Senhor está sobre ti,
certamente. Como presbítero, tu assumes a missão do pastor. Por favor, Douglas, por favor, cuida dos pobres! Cuida dos pobres. O Papa fala dos restos, dos resíduos, que ninguém quer ver, mas que estão por aí pedindo ao menos o nosso olhar, a nossa atenção”, ressaltou. Dom Jaime fez uma homilia partindo do texto do Evangelho em que situa o contexto da última ceia de Jesus com seus apóstolos, onde lava os pés dos discípulos. “Jesus mostra toda a sua disposição, todo o seu amor, amor que consiste em dar-se todo inteiro. Dar-se todo inteiro para que o Pai possa agir livremente. O cume desse doar-se é certamente a morte, ou
melhor, o saber dar a vida por amor”. Segundo o Arcebispo, conhecendo este amor do Pai pelo Filho, nós permanecemos neste mesmo amor, nesta mesma intensidade de amor. “E o amor se torna a nossa casa, a nossa vida. Eu creio que Francisco de Assis entendeu isso como ninguém ao longo da história. Por isso, ele percorria praças e campos, chorando e gritando: o ‘amor não é amado’. Sim, sem a experiência desse amor, o ser humano não se sente em casa. Sem a experiência do amor, ninguém se sente em casa e por isso vaga e divaga”, explicou. Segundo D. Jaime, hoje a nossa sociedade divaga, sem rumo, sem direção. “Nosso mundo hoje
Vocacional encontro |5|
presbítero em São José (SC)
tudo consume. Consome inclusive amor. Consome, mas não arde e não queima. Muito diferente da nossa tradição originária de fé. Na sarça ardente. A sarça ardia, queimava, mas não consumia. Talvez essa experiência nós precisaríamos, de alguma forma, resgatar em nossas comunidades”, ensinou. “Permanecer no amor. Permanecer em Jesus implica em aceitar o seu Evangelho, acolher o seu amor, implica amá-lo com todas as forças. E todas não são algumas. Nós, enquanto Igreja, não somos adeptos de um credo, nós somos antes de tudo e, sobretudo, discípulos e discípulas de alguém que nos ensina a amar sem reservas”.
Dom Jaime também explicou o Ministério da Ordem: “Ai dele (Douglas) se achar que o ministério lhe pertence, é propriedade dele. Jamais será. Eu creio – e por isso estamos aqui hoje – que Frei Douglas se dispôs a fazer um caminho, caminho marcado por um desejo de responder a uma convocação que não veio dele. Não veio de você, Douglas! E, agora, a comunidade pede para que ele seja lançado dentro de um ordenamento característico onde possa exercer o ministério do amor”, frisou. Texto: Moacir Beggo Fotos: Frei Augusto Luiz Gabriel
Recordar e agradecer Queremos com muita estima e gratidão recordar e trazer novamente ao nosso coração, os dias que estivemos presentes na cidade de Rancho Queimado em Santa Catarina, de 8 a 13 de setembro. Nesta viagem estivemos com o colaborador do Pró-Vocações e Missões Franciscanas, Lucas Vieira. Chegando lá encontramos o Frei Diego Melo a um grupo de aspirantes franciscanos. Também participaram conosco Ir. Isabel Simeoni e a aspirante Elídia, das Franciscanas de Ingolstadt. Foram dias intensos de visitas às famílias, lindas e bem preparadas celebrações. Um momento marcante foi a caminhada orante que realizamos na manhã do dia 11, onde nos dividimos em dois grupos, que saíram de determinados pontos da cidade e se encontraram na Capela da Comunidade. Já perto do final motivamos para que as mães carregassem juntas, uma cruz que nos acompanhou na caminhada. Ao final das missas eram escolhidas pessoas, que ficavam com uma vela da missão e que deveriam mantê-la acesa. E pelos desígnios de Deus ela foi entregue à famílias que realmente necessitavam desta luz, para iluminar suas vidas. Dentro deste tema destacamos a entrega da semente no último dia, onde cada um era convidado a plantá-la neste terreno fértil da fé que a semana missionária preparou. E não somente isto. Mais regá-la e cuidar para que ela floresça e dê muitos e abundantes frutos. Queremos carinhosamente agradecer a todos os que se inscreveram para nos ajudar na manutenção e casas de formação. Bem como os que contribuíram com sabonetes e creme dental que foram doados aos seminaristas e aspirantes do Seminário São Francisco de Assis em Ituporanga (SC). Deus abençoe a todo povo de Rancho Queimado pelo carinho e a fraterna acolhida. Nosso agradecimento especial a Frei Gentil de Lima Branco, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Angelina (SC). Frei Alexandre Rohling
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Jubileu
30 anos do PVF: uma história construída a muitas mãos tões e mensagens, que foram publicados num livro pela Editora Vozes. Na época, segundo o próprio Frei Floriano Surian, mais de 7 mil cartas foram escritas aos colaboradores. Até então não existia o Pró-Vocações como uma organização da Província. Ao encerrar a campanha, o fichário que contabilizava as ajudas contava com 1200 benfeitores ativos e mais 3000 fichas de benfeitores que já haviam ajudado no decorrer da campanha. O Pró-Vocações nasceu desta iniciativa e em 1986 passou a existir como um organismo dentro da Província Franciscana, tendo como sede o Convento São Fran-
1ª Festa de Santa Clara no Largo São Francisco
e fôssemos contabilizar desde a primeira ação que deu início ao que hoje chamamos de Pró-Vocações, estaríamos celebrando 40 anos. A ideia surgiu em 1976, com Frei Floriano Surian e Dona Maria Arieta, no Convento Santo Antônio, no Rio de Janeiro. A ideia era arrecadar fundos para os seminaristas mais pobres. Os dois então passaram a criar cartões de diversas datas comemorativas que eram vendidos aos fiéis. Em menos de 1 ano, entregaram à Província cerca de 20 mil cruzeiros. Com esta ação, passaram a unir pessoas com o mesmo ideal, recebiam doações de diversos lugares. A ajuda não era apenas material, os participantes passavam também a rezar pelas vocações. Assim eles foram tocando o projeto. Em 1983 fizeram uma coletânea com os car-
Érika Augusto
Cartão enviado por Frei Floriano Surian à Província Franciscana, após arrecadação com os primeiros benfeitores, em 1988
EXPEDIENTE
INTENÇÕES DE MISSA
Nome:_________________________ Data: _
cisco, no centro de São Paulo. Por aqui passaram diversos frades e leigos, que ajudaram a animar o trabalho nestes 30 anos de existência. Ao longo de todo ano você poderá acompanhar através do nosso boletim várias histórias dos personagens que fizeram parte desta história. Sinta-se a vontade para partilhar conosco sua história com o PVF. Demos graças a Deus por todo o bem realizado e por todos os dons partilhados em prol das Vocações e Missões Franciscanas.
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Use este espaço para solicitar aos Franciscanos que celebrem a Santa Missa nas suas intenções. Caso não queira recortar este Boletim, você também pode usar uma outra folha de papel, ou até mesmo fazer xerox deste formulário e enviar para: Caixa Postal 900 - 01031-970 - São Paulo - SP. Um meio mais rápido é fazer pela Internet, através do email: pvf@franciscanos.org.br
O Boletim do PVF é uma publicação bimestral do Pró-Vocações e Missões Franciscanas da Província da Imaculada Conceição do Brasil. Ministro Provincial: Frei Fidêncio Vanboemmel Equipe: Frei Alvaci Mendes da Luz (coordenador), Frei Alexandre Rohling, Frei Augusto Luiz Gabriel, Frei Walter de Carvalho Jr., Frei Odorico Decker e Moacir Beggo. (colaboradores); Érika Augusto (jornalista). Endereço: Largo São Francisco, 133, Centro, São Paulo (SP), CEP 01005-010. Telefone: (11) 3291-2416 Site: www.pvf.com.br Email: pvf@franciscanos.org.br
jubileu |7|
Dona Julieta:
103 anos de fé e esperança o ano de 2016, o Pró-Vocações e Missões Franciscanas completa 30 anos. Será um tempo de ação de graças, de celebrarmos com muita alegria estas 3 décadas de existência do PVF. Para iniciar esta comemoração, nada melhor que compartilharmos o testemunho de uma benfeitora, Dona Julieta Ferreira Dias, moradora do bairro de Santana, Zona Norte de São Paulo. Dona Julieta me recebeu no dia 6 de outubro em sua casa, para que pudesse contar um pouco de sua história. Sua família e os franciscanos tem uma trajetória de longa data. Uma de suas irmãs teve como padrinho de batismo Santo Antônio. Ela nasceu com problemas de saúde, e sua avó, com medo da criança falecer, realizou o batizado e colocou o santo de sua devoção como padrinho da criança. Um tempo depois, quando ela estava bem, foi realizado o batizado na igreja, mas sua irmã continuou com a devoção da avó, e ia toda terça-feira à igreja para rezar por Santo Antônio. Foi através de suas irmãs também que a relação com os franciscanos se estreitou. Suas duas irmãs eram amigas de Dom Paulo Evaristo Arns. Em maio de 1966 ele foi designado como bispo auxiliar de Dom Agnelo Rossi, em São Paulo, onde atuou como vigário episcopal da região Norte, no bairro de
Santana, e ali nasceu uma grande amizade. Elas foram apresentadas pelo pároco ao bispo, e passaram então a trabalhar com ele nos serviços das comunidades. Em outubro de 1970, ao ser nomeado como bispo da Arquidiocese de São Paulo, pediu ajuda das amigas de Santana, e então as irmãs de Dona Julieta foram ajudá-lo, trabalhando na Cúria Metropolitana. Dona Julieta conta que contribui com o Pró-Vocações há cerca de 20 anos, atendendo o desejo de sua irmã, que era benfeitora e pediu que ela continuasse colaborando com as Missões Franciscanas mesmo depois de sua morte. Dona de uma fé inspiradora, Dona Julieta conta com a ajuda de Ernesta, uma amiga que lhe ajuda nos serviços de casa e no cuidado da saúde. Aos 103
anos, Dona Julieta está muito bem, vê TV, acompanha o noticiário, reza o terço e acompanha as missas pelos canais de televisão católicos e acompanha o boletim do Pró-Vocações. Por causa de alguns problemas de saúde tem tido dificuldade em se locomover, mas isso não tira sua alegria e sua fé. Que o testemunho de vida de Dona Julieta possa lhe inspirar, caro benfeitor/a. Agradecemos de coração pela ajuda de pessoas como Dona Julieta, que aos 103 anos é um exemplo de uma vida bem vivida em prol do próximo. De coração, queremos rezar com você pelos 30 anos de existência do Pró-Vocações e Missões Franciscanas. Érika Augusto
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Uma linda criança A minha sensibilidade se fez presente em forma de lágrimas, chorei e não me envergonho disso, não quero mais em nenhuma circunstância sufocar a criança que há dentro de mim.
Não aprisionarei nem mais uma lágrima sequer, terá a liberdade quando quiser, caia dos meus olhos, regue a minha face e faça brotar em mim a humildade, a sensibilidade e a ingenuidade das crianças.
Não me interessa o que os “adultos” irão pensar a meu respeito, eu quero é lavar minha alma com lágrimas, sentir um rio correndo dentro de mim, levando todas as mágoas e dores, porque depois do pranto vem a meditação, a leveza do corpo e a paz de espírito.
Sou adulto e ajo como tal, minha casa está envelhecendo, mas dentro dela mora uma linda criança. Frei Odorico Decker