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boletim informativo

O Senhor te dê a Paz!

Paróquia São Francisco de Assis – Vila Clementino – SP Ano 13 – Fevereiro / Março 2017 – nº 79 - www.paroquiavila.com.br

O sonho de Paz em tempos de violência

A

inda no início do ano, é conveniente lembrarmos que a construção da paz é algo “artesanal”. A sociedade, infelizmente, tem optado pelo caminho do conflito. Cada vez mais, acredita-se que as controvérsias não se resolvem pela negociação, diálogo baseado no direito, na justiça, equidade, mas apenas pelas vias dissuasivas e devastadoras (cf. Mensagem do Papa Francisco para o 50º Dia Mundial da Paz). O Papa Francisco escreve isso a partir do que Paulo VI anteriormente havia escrito, dirigindo-se a todos os povos, “que a paz é a única e verdadeira linha do progresso humano (não as tensões de nacionalismos ambiciosos, nem as conquistas violentas, nem as repressões geradoras duma falsa ordem civil”. O que de melhor o ser humano consegue produzir, isto é, a paz, possibilitadora da convivência entre os povos e as diferentes comunidades. Vivemos hoje “uma terrível guerra mundial aos pedaços”, disse o Papa na referida carta. Não sabemos avaliar se hoje somos mais ou menos violentos do que ontem. Vivemos num tempo de guerras pulverizadas: pode ser a guerra que devastou Aleppo, na Síria; os diversos atentados terroristas pela Europa; quantas mortes no presídio da Amazônia; os assassinatos no interior de São Paulo quando da festa de fim de ano; a crise na segurança pública em nossos Estados; nosso trânsito não mata menos que guerras sangrentas... A violência em “fragmentos”, gera sofrimentos e o pior, não alcança objetivo de valor humano durável algum. Já ouvimos dizer que violência gera violência. Só a paz pode quebrar a lógica da violência. Francisco lembra que “quando sabem resistir à tentação da

violência, as vítimas da violência podem ser os protagonistas mais credíveis de processos não violentos de construção da paz”. Francisco lembra o Papa Emérito Bento XVI: “a não-violência para os cristãos não é um mero comportamento tático, mas um modo de ser da pessoa, uma atitude de quem está tão convicto do amor de Deus e do seu poder que não tem medo de enfrentar o mal somente com as armas do amor e da verdade. O amor ao inimigo constitui o núcleo da ‘revolução cristã’”. Ao menos por duas vezes na sua carta, Francisco nos lembra que a origem da violência é o coração humano. Portanto, se a origem da violência é o coração, então é necessário que se comece a fazer o caminho inverso: “treinar” o coração para o exercício da paz. O lugar desse “treino” é a família, o primeiro lugar de nossa vida onde nos deparamos com o outro, que é o pai, a mãe e irmãos. Ali se aprende a comunicar e a cuidar uns dos outros de forma desinteressada e onde os conflitos, mesmo aqueles mais banais do dia a dia, podem ser superados através do diálogo, da misericórdia, do perdão. Mediante nossas dificuldades e reais esforços na vivência da paz, podemos sempre rezar: “Senhor, fazei de mim, um instrumento de vossa Paz! Frei Valdecir Schwambach, ofm


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