Mari e as coisas da vida
Tradução Cristiano Zwiesele do Amaral
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Texto Tine Mo rtier Ilustraçþes Kaa tje Verm eire
Mari e as coisas da vida
pulo do gato
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Mari nasceu em uma cadeira de palha, debaixo de uma cerejeira. Sua mãe estava lendo. Um livro muito emocionante. Tão emocionante que ela nem percebeu que o bebê estava a caminho. Foi algo como quando você está com muita vontade de fazer xixi e pensa: “eu ainda posso segurar mais um pouquinho”.
Consegue me segurar mais um pouquinho, é? Isso é o que você pensa! De paciência, Mari não tem nem um tiquinho.
Deixe-me sair! Neste mesmo segundo! Fez força e empurrou e esperneou até que, de repente, lá estava ela.
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Mari foi crescendo depressa, só vendo. Com seis meses de idade, já corria pelo jardim. Ia da cerejeira ao portão, depois dava uma volta em torno do laguinho, depois retornava ao ponto de partida. E, depois, tudo de novo.
Viu como sou rápida? Deu para ver, não deu? Tão rápida assim, só mesmo eu!
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Alguns meses depois, falou sua primeira palavra. Não foi “papai” nem “mamãe”, mas “bolacha”. Mari vivia com fome.
“Bolacha”, dizia. E É PRA JÁ! Ela as devorava. Não sobrava na lata nem uma migalha para contar a história.
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