vida
Boa
Por João Baptista Andrade Diretor da Mentor Marketing e AMA Brasil
Comida e Praia 2, a missão Gente, o trem vicia. Impressionante como nós nos acostumamos com essa rotina caiçara de ser, de se exercitar e, mais importante para a nossa conversa, de cozinhar e comer na
corda-se muito cedo por aqui. Tem muita luz, muito sol, etc. Mas não se vai a parte alguma com pressa, muito ao contrário, tudo é feito com vagar. A rotina de despertar-se é preguiçosa aqui na praia. Apesar de já ter acordado por completo, via de regra eu tomo um copo bem cheio de água fresca (a gente traz a água lá da fazenda em Joaquim Egídio, em garrafões) e volto para a cama. Mais um cochilinho matinal não mata ninguém, não é mesmo? Se o tempo estiver bonito, vai-se caminhar na orla da praia. Na calçada mesmo. Menos de cinco minutos de caminhada e, eu já sem camisa por conta do calor, começamos a encontrar os (novos) conhecidos. O rapaz loiro que tem uma banquinha onde se vendem passeios de lancha é um dos primeiros, porque a banquinha dele fica bem perto da nossa rua, por onde desembocamos na praia. Depois vem o tiozinho que vende ostras, os demais caminhantes (vários ciclistas) matutinos, os guardas da GCM local e por aí afora. Volta-se para casa, come-se umas frutinhas picadas com mel e suco (laranja ou limão), e toca-se a pensar no que preparar para o almoço, que sempre é servido perto das 14h. Cozinha-se devagar por aqui. Bem devagar. Mas o aprendizado é rápido. A pressão arterial parece mais baixa aqui. Não a pressão arterial dos médicos, aquela que antigamente se media com um esfigmomanômetro e um estetoscópio. Sim, eu sei que viver ao nível do mar é bom para quem tem pressão alta, mas isso é assunto da Medicina, não de culinária. A sensação é que é importante. Sensação de menos pressão, entende? E agora, quando estou por aqui, eu tenho essa sensação de me cobrar menos, de me divertir mais. E de me arriscar muito mais nas receitas.... O prato da hora, quer dizer, o nosso queridinho do momento, é arroz de
Todas as novidades poderiam ser assim: DELICIOSAS
NOVA KOPENHAGEN CHEGANDO Venha conhecer a nova loja e todas as delícias, esperamos por vocês! 14
98118-4222
66 Revista Energia
@kopjaushopping
@kopjau
polvo. Em São Paulo ou Joaquim Egídio é mais complicado encontrar um bom fornecedor de polvo fresco. É claro que eles existem, mas são caros. Aqui, polvo é barato. E delicioso. Receita: Em uma panela de pressão, coloque uma cebola, uma cabeça de alho e uma cenoura. Tudo picado grosseiramente. Acrescente uma folha de louro e um ramo de tomilho frescos. Refogue. O polvo, já massageado com sal grosso (fica mais macio) e lavado para tirar o excesso, é levemente dourado sobre a cama de legumes e aromáticos e, depois de acrescentar água quente, cozido por 8 minutos na pressão. Findo o prazo, tira a pressão da panela e separa o polvo. Reserve o caldo. Em uma frigideira grande, de bordas altas, refogue uma cebola roxa e uma pimenta dedo de moça (sem sementes). Acrescente o polvo já cortado em rodelas e flambe. Eu uso uma cachaça branca de São Luiz de Paraitinga que é sensacional (a gente compra no caminho, quando vem para cá). Acrescente 400 ml de vinho tinto (recomendo um Syrah), o arroz e misture. Vá acrescentando o caldo que sobrou do cozimento do polvo e espere uns quinze minutos até o arroz cozinhar por completo. Pode acontecer de pegar um pouquinho no fundo da frigideira, mas isso não é ruim. Fica muito gostoso conseguir essa crocância extra. Eu ainda acrescento uns verdes (salsinha ou coentros, vai depender do freguês) e sirvo imediatamente. Não levo nem 45 minutos para servir uma refeição para quatro pessoas. Está vendo como é fácil acostumar-se? Na próxima coluna eu falo sobre como comprar pescados e frutos de mar, obtidos de maneira sustentável e correta. Vale lembrar que aqui ainda existe pesca artesanal. É, definitivamente, eu vou gostar deste negócio de morar na praia... Até a próxima.
*Imagens meramente ilustrativas*
A
praia. Em poucas semanas, eu e Tina viciamos. Simples assim.