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Você está com as vacinas em dia?

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Consideradas um dos maiores avanços da ciência, as vacinas são responsáveis por evitar, a cada ano, entre dois e três milhões de mortes por doenças preveníveis, de acordo com a Organização Mundial de Saúde

Texto Heloiza Helena C Zanzotti

IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO

Avacinação é a melhor forma de erradicar doenças e conter a propagação de micro-organismos nocivos à saúde. De acordo com o Instituto Butantan, quem se vacina diminui as chances de contrair enfermidades e ainda protege amigos e familiares, pois diversas doenças infecciosas são transmitidas por contato ou pelo ar. Pessoas com doenças crônicas têm maior risco de adquirir infecções que podem ser prevenidas pela imunização, de modo a evitar descompensação da doença de base.

Muitas doenças graves e sem cura estão hoje sob controle ou foram extintas depois que vacinas foram desenvolvidas para combatê-las. Como, por exemplo, a varíola, primeira doença a receber uma vacina como a entendemos hoje. Depois de matar quase 300 milhões de pessoas no século XX, ela foi extinta em 1984. Segundo o Instituto Butantan, calcula-se que, com as vacinas, são salvas 5 milhões de vidas a cada ano.

VACINAS SÃO SEGURAS

A maioria das vacinas confere proteção acima de 80%. Embora muitas pessoas ainda sejam resistentes a vacinar-se e apesar de tantas fake news sobre o assunto, as vacinas são muito seguras e passam por testes extensivos e rigorosos que garantem sua segurança antes de serem introduzidas em um país. São diversas etapas que revisam sua efi cácia e segurança, até que sejam aprovadas e introduzidas em um programa nacional de imunização.

Com relação a efeitos colaterais, estes são geralmente menores e temporários, como dor no braço ou febre baixa. Efeitos colaterais graves são extremamente raros. É importante lembrar que é mais provável que as pessoas morram por uma doença evitável por vacina, do que pela própria vacina.

REDES PÚBLICA E PARTICULAR

Tanto a rede pública quanto a rede particular têm vacinas que são extremamente efi cientes. O que acontece é que na rede particular estão disponíveis algumas vacinas que não são oferecidas através

do SUS, ou que são oferecidas apenas a uma determinada faixa etária ou para portadores de algumas doenças crônicas. Normalmente, são vacinas produzidas por laboratórios internacionais de referência mundial, algumas com menor incidência de reações adversas e outras com maior espectro de proteção.

De acordo com Dra Luísa Sajovic De Conti, médica infectologista e responsável técnica pela Clínica Jauense de Vacinação, vacinar-se em uma clínica particular oferece também outros benefícios como a disponibilidade de horário, menor aglomeração de pessoas, acesso a maior variedade de vacinas, vacinação em domicílio, orientação e o acompanhamento pré e pós vacina. Além disso, nem todas as vacinas estão indicadas para todas as pessoas, sendo importante a individualização para orientação vacinal adequada. De acordo com Dra Luísa, esse serviço está disponível na Clínica Jauense de Vacinação.

VACINAS DISPONÍVEIS EM REDE PRIVADA:

Algumas vacinas não são oferecidas na rede pública, ou são disponibilizas apenas para determinadas faixas etárias ou para portadores de algumas comorbidades, mas são de extrema importância para prevenir doenças graves. Confi ra.

Meningocócica B - essencial para prevenir meningite causada pela bactéria meningococo do sorogrupo B. É uma forma grave de meningite bacteriana que acomete principalmente crianças, mas pode acometer adolescentes e adultos. Doença altamente contagiosa, de rápida evolução e alto índice de óbito ou sequelas.

Meningocócica ACWY - previne meningites e doenças meningocócicas causadas pelas bactérias meningococo dos sorogrupos A C, W e Y. Doença grave, altamente contagiosa, de rápida evolução e com altas taxas de sequelas e letalidade, que pode acometer indivíduos de qualquer faixa etária. Nos postos de saúde está disponível meningococo C para menores de 5 anos e meningococo ACWY entre 11 e 12 anos e para alguns pacientes com determinadas comorbidades nos centros de imunobiológicos especiais.

Pneumo 13 valente - confere proteção contra infecções causadas por 13 sorotipos de pneumococos que representam 90% das doenças graves pneumocócicas como pneumonia, septicemia (infecção generalizada) e meningite. Nos postos está disponível a pneumo 10 valente para menores de 5 anos e pneumo 13 para alguns pacientes com determinadas comorbidades nos centros de imunobiológicos especiais.

Vacina Dengue - a imunização é importante para prevenir a infecção causada pelos quatro sorotipos de dengue: DEN1, DEN2, DEN3 e DEN4. É recomendada entre 9 e 45 anos de idade para quem já teve dengue.

Herpes zoster - Indicada a partir dos 60 anos, previne o Herpes Zoster, conhecido como cobreiro, uma doença causada pelo vírus varicela-zoster, o mesmo que causa a catapora; pode trazer diversas complicações como a neuropatia pós herpética que causa dor crônica prolongada e debilitante. Complicações oculares podem ocorrer quando acomete a divisão oftálmica do nervo trigêmeo.

Vacina contra HPV (Papilomavírus humano) - Vírus comum que grande parte dos homens e mulheres poderão ser infectados por um ou mais dos seus inúmeros tipos. Causa verrugas genitais ou condilomas e também lesões precursoras de alguns tipos de câncer. Segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC), o HPV está relacionado a 99% dos cânceres de colo de útero, e ainda com cânceres de ânus, boca e pênis. Esta vacina é recomendada a meninas e mulheres de 9 a 45 anos de idade e meninos e jovens de 9 a 26 anos. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza a vacina para: meninas de 9 a 14 anos de idade, meninas de 15 anos que já tenham tomado uma dose e meninos de 11 a 14 anos. Pacientes convivendo com HIV/AIDS, pacientes oncológicos em quimio ou radioterapia, transplantados de órgãos sólidos ou de medula óssea ou que estejam em uso de imunodepressores podem ter acesso a vacinação pela rede pública.

Infl uenza (gripe) - trivalente ou tetravalente. Indicada a todas as pessoas a partir de 6 meses de vida. Nos postos de saúde disponibiliza-se a trivalente, na rede privada existe a opção da vacina tetravalente com maior cobertura.

Vacina contra Rotavírus monovalente ou pentavalente –

bebês de 6 semanas a 7 meses. Na rede pública disponibiliza-se a monovalente, na rede privada existe opção da pentavalente. Vacinas acelulares que têm menos reações adversas que as vacinas de célula inteira. Temos como exemplo a Hexavalente acelular (difteria, tétano, coqueluche, meningite por Haemophylus infl uenza tipo B, poliomielite inativada e hepatite B) que substitui as vacinas penta de células inteiras e pólio inativada dos postos de saúde. A Pentavalente acelular (difteria, tétano, coqueluche,

Haemophilus infl uenzae tipo b e poliomielite inativada) também difere da penta de células inteiras por conter a pólio inativada. E ainda: Pneumo 23 valente, tríplice viral (sarampo/caxumba e rubéola), varicela, hepatite A, febre amarela, tríplice bacteriana acelular (difteria, tétano e coqueluche), hepatite B, Poliomielite,

Haemophilus infl uenzae tipo B.

VACINAS PARA O VIAJANTE

Se você pretende viajar para fora do Brasil, é importante saber quais vacinas são exigidas para entrar no seu país de destino. A lista de vacinas obrigatórias ou recomendadas para os viajantes está em constante alteração e você pode obter informações em clínica especializada ou acessar o Portal CIVNET, da ANVISA - civnet.anvisa.gov. br/civnet/app/viajante - clicar em “Exigências de Viagem” e selecionar o país que vai visitar.

Lembrando que a vacina contra a Febre Amarela deve ser tomada com antecedência de, no mínimo, 10 dias antes da viagem, e o não cumprimento deste prazo pode impedir sua entrada em alguns países. O Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia - CIVP é um documento que comprova a vacinação contra doenças, conforme definido no Regulamento Sanitário Internacional, e sua emissão é realizada de forma presencial nas Unidades Públicas de Saúde e, de forma online, no Portal de Serviços do Governo Federal. A documentação necessária para emissão do CIVP é o cartão nacional de vacinação e documento de identidade original com foto e como tem validade vitalícia, se você já possui um CIVP não é necessário solicitar um novo.

Desnecessário dizer que a comprovação da imunização contra a Covid 19 é obrigatória em praticamente todos os países e como cada nação tem suas regras específicas, é fundamental informar-se, inclusive das regras do país onde realizará escala para chegar ao seu destino final.

MANTENHA O CARTÃO DE VACINAÇÃO EM DIA

Dra Luísa alerta para o fato de que, com a pandemia da Covid-19 e a desinformação da sociedade, muitas pessoas não estão atualizando seus cartões de vacinação. Desse modo, muitas crianças estão perdendo os esquemas vacinais da infância e ficarão vulneráveis ao risco de contrair doenças imunopreveníveis que, em alguns casos, podem até levar à morte. No ano de 2019, por exemplo, tivemos epidemia de uma doença anteriormente controlada no país, o sarampo, acendendo um alerta sobre o risco da baixa cobertura vacinal da população brasileira.

A mesma coisa pode acontecer com adolescentes, gestantes, adultos e idosos que deixarem de se vacinar. As vacinas pneumocócicas, que protegem contra pneumonia por pneumococo, são indicadas como rotina para pessoas com mais de 60 anos. No caso dos idosos, o risco de contrair pneumonia é ainda maior, assim como das complicações pela doença e até morte.

É muito importante tomar as doses certas e na época correta.

VACINAR É PROTEGER-SE E PROTEGER QUEM VOCÊ AMA

É inegável os efeitos positivos da vacinação no controle da pandemia da Covid-19. Segundo o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, houve queda de 90% no número de casos e óbitos pela Covid-19 com o avanço da maior campanha de vacinação da história do Brasil.

Com relação a informações falsas, a infectologista Dra Luísa chama a atenção para algo bastante frequente. “Muitas pessoas desconsideram as evidências científicas para acreditar em informações sem nenhuma base, questionando a necessidade das vacinas. Muitas, inclusive, mencionam que como muitas doenças desapareceram, não é preciso mais se vacinar. O que essas pessoas não levam em conta é que isso aconteceu justamente devido à segurança e eficácia das vacinas. Inúmeras doenças imunopreveníveis estão controladas devido ao elevado índice de imunização no Brasil. Por isso, é importante estar com a vacinação em dia”.

E você, está protegido? 

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