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Oftalmologia
Oftalmologia
Por Dr Jorge de Moraes Prado Neto
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Formado pela Faculdade de Medicina de Jundiaí - Especialização em Oftalmologia e Fellow em Retina pelo Instituto Cema - São Paulo - Chefe do setor de Retina da Santa de Jaú - Titular pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia - Membro da academia Americana de Oftalmologia
As injeções intraoculares
Algumas doenças representam as principais causas de cegueira em nossa comunidade
ARetinopatia Diabética é uma doença ocular que afeta a retina causando o aparecimento de sangramentos e a liberação de gorduras que borram a visão, e a Degeneração Macular Relacionada à Idade é uma doença ocular que acomete a parte central do fundo do olho, a Mácula, causada pela deterioração senil desta região.
Essas doenças são de etiologias distintas, e ambas acometem a retina, camada de neurônios que compõem a camada interna do olho, tendo como função transmitir para o cérebro os estímulos visuais. Assim, qualquer tipo de alteração na retina pode levar à perda parcial ou total da visão. É importante salientar que não há como recuperar esta região do olho com transplante ou qualquer outro tipo de procedimento. A presença de cicatrizes e a morte celular nesta área tão nobre do olho poder levar à total disfuncionalidade da região, causando a cegueira total ou parcial.
A Retinopatia Diabética, usualmente chamada de “Olho Diabético”, ocorre em decorrência do diabetes mal controlado ao longo de anos. Essa doença no Brasil é a principal causa de cegueira entre pessoas de 20 a 60 anos, razão pela qual representa um grande impacto socioeconômico em nossa sociedade. Os pacientes acometidos dessa enfermidade se tornam muitas vezes inválidos para as funções laborais antes costumeiramente exercidas.
Além disso, a Retinopatia pode gerar transtornos e disfunções na estrutura familiar do paciente, pois do dia para a noite se faz necessário conviver com a cegueira de um familiar, o que demanda a reestruturação do ambiente e total assistência pessoal. Esses pacientes costumam, ainda, apresentar deterioração da microcirculação sistêmica com sofrimento, e a piora da função renal, além de trombose nas extremidades. Comumente, acabam dependendo de hemodiálise e sofrendo amputações de membros. Esse cenário pode vir a impossibilitar ou limitar sobremaneira a capacidade produtiva do paciente e suas funções do dia a dia, muitas vezes em uma idade precoce. Trata-se, portanto, de doença grave, que demanda prevenção e tratamento.
A outra doença que afeta a retina, chamada Degeneração Macular, costuma aparecer apenas em pessoas geneticamente predispostas, com histórico familiar, e associada algumas vezes ao tabagismo. Acomete quase exclusivamente pessoas com mais de 50 anos de idade, sendo muito mais comum após 65 ou 70 anos, e nessa faixa etária é considerada a principal causa de cegueira não recuperável. O dano visual, nesse caso, acomete principalmente habilidades como leitura, assistir televisão e manipular smartphones, afetando muito a qualidade de vida de uma faixa etária já habituada com outras prováveis limitações. A Degeneração Macular representa, inclusive, um papel importante nos casos de depressão.
Felizmente, temos uma importante e até recente novidade no tratamento dessas doenças: a aplicação de injeções intraoculares (anti-VEGFs) que podem, na maioria dos casos, principalmente nos mais precoces, melhorar e abrandar a evolução da doença, evitando a cegueira.
Portanto, as pessoas que tiverem algum sintoma ou diagnóstico de doenças de retina devem procurar um oftalmologista o quanto antes. Os sintomas precoces mais relatados são: piora dos óculos, manchas no campo de visão, difi culdade para leitura que não melhora com correção correta pelos óculos, borramentos, imagens e linhas tortas. É importante que o paciente busque um profi ssional rapidamente, para garantir o sucesso do tratamento e uma melhora substancial em sua qualidade de vida.