PANORAMA
ESTILO TIPOGRÁFICO INTERNACIONAL
EDIÇÃO ESPECIAL JULHO/2014
CONCEITO O Estilo Tipográfico Internacional, ou Estilo Suíço é um movimento que tenta expressar clareza em todo a sua manifestação artística. Surgiu num período pó-modernista,organizado, racionalizado, tornando a informação clara, perceptível e estética.
SOBRE Com o sucesso da tipografia e do design gráfico suíço do pós-guerra gerou-se um amplo movimento, conhecido como Escola Suíça ou Estilo Internacional, corrente determinante da estética e do bom gosto dos anos 50 e 60. A claridade objectiva deste movimento de design ganhou adeptos pelo mundo. Continou uma grande potência por mais de duas décadas, e a sua influência continua hoje em dia. As características visuais deste estilo incluem uma unidade do design atingida pela organização assimétrica dos elementos de design numa grelha construída matemáticamnete; fotografia objectiva e texto que apresentam informação visual e verbal numa maneira clara e factual, livre das grandes pretenções da propaganda e da publicidade comercial; e o uso de tipos não serifados num configuração de margens com alinhamento à esquerda não justificado.Os iniciadores deste movimento acreditavam que tipos sem serifas expressavam o espírito duma idade mais progressiva e que grelhas matemáticas são a maneira mais legível e harmoniosa de estruturar informação. Mais importante do que a aparência visual deste trabalho está a atitude desenvol-
vida pelos seus primeiros adeptos acerca da profissão deles. Estes “abre-caminhos” definiram o design como uma atividade importante e útil socioalmente. Expressão pessoal e soluções excêntricas eram rejeitadas, enquanto uma aproximação mais universal e científica à resolução de problemas de design foi adaptada. Neste paradigma, os designers definem os seus papeis não como artistas mas como veículos objectivos para espalhar informações através dos componentes da sociedade. Atingir claridade e ordem é o ideal.
COMO COMEÇOU o Estilo Tipográfico Internacional emergiu na Suíça, nos anos cinquenta, apoiado nos preceitos do funcionalismo (“a forma segue a função”), ascendendo, sensivelmente, até meados da década de noventa. No entanto, as influências do Estilo Suíço, como também é conhecido, não se ficam por aqui e este continua a ser uma referência inabalável no design gráfico atual. Importa compreender as suas raízes e os movimentos pelos quais terá ganho tantos entusiastas na procura incansável da perfeição intemporal das formas, para que possamos enquadrar este movimento e respectivas repercussões na história do design moderno.
A neutralidade da suíça face aos conflitos mundiais terá permitido ao país a ser o epicentro do desenvolvimento quase interrupto ao estilo, através do qual se viriam a despertar as consciências dos ciclos de design internacionais.Lars Muller considera, porém, que o movimento surge em vários lugares em simultâneo, como nos Estados Unidos, Holanda e Japão. Independetemente da origem e dos focos de aparecimento, o Estilo Internacional coloca particular ênfase na clareza, legibilidade e objectividade artísticas. Tudo o que fosse considerado acessório seria eliminado, privilegiando, ao invés, a padronização racional dos elementos visuais, que, por
sua vez, contribuiram para a unificação do design. Na prática, estas ideias refletem-se na aplicação de fontes não serifadas, na preferência pelo uso de fotografia a preto e branco em detrimento da ilustração e na aplicação de grelhas matemáticas para auxiliar à estruturação harmoniosa da informação. O desenvolvimento do Estilo Tipográfico Internacional aconteceu principalmente nas cidades de Basel e Zurique, em duas escolas de design. Em Basel, numa escola liderada por Amin Hofmann e Emil Ruder, e em Zurique numa outra escola sob a liderança de Josef Muller-Brockmann. Os três tinham estudado com Ernst Keller na Escola
de Design de Zurique, antes da segunda guerra mundial, onde eram ensinados os princípios da Bauhaus e da Nova Tipografia de Jan Tschibold. O estilo Tipográfico Internacional é um interessantíssimo fenômeno de ascenção no universo do design gráfico: perante o isolamento provocado por um conflito armado mundial, uma geração de designers, arquitetos e tipografos teve a capacidade de antever o pós-guerra, e construir sozinha aquele que viria a ser o estilo gráfico com maior projeção mundial de sempre. Impossibilitado de saltar as limitações geográficas do seu país de origem, o Estilo Internacional cresceu longe dos olhares forasteiros e, como uma garrafa de refrigerante gasoso que se agita, foi ganhando conscistência para lá da superficie, até que a explosão fosse inevitável. Na década de 50, essa explosão foi assombrosa e, com o aproximar dos anos 60, o movimento inundou por completo toda a produção gráfica mundial, quase sem excepção para confirmar a regra. A Helvetica era então uma fonte recém-nascida (pelo menos aos olhos das massas), mas a sua eficácia era tão esmagadora que, um pouco por todo o mundo, se alinhou com naturalidade na formação do Estilo Suíço. Previsivel-
mente, o excesso de uso, e o seu uso pouco cuidado, acabariam por denegrir a imagem construída ao londo dos vinte anos pelas figuras centrais do Estilo. Subitamente deixou de se conseguir perceber a fina linha que distiguia os bons dos maus praticantes, e popalorizou-se a expressão “se não sabes o que usar, usa Helvetica”. De fato dava a sensação de que até mesmo alguém sem a mínima cultura visual ou capacidade de estruturação gráfica de informação teria grandes dificuldades em compor algo com a Helvética e não conseguir pelo menos algum valor gráfico. Ainda assim, e apesar da extensa lista de detratores do movimento que desde os anos 60 se tem vindo a formar, o Estilo Internacional é um período incontornável da história do design gráfico mundial e um dos mais importantes contributos ao seu desenvolvimento do século passado.
AS CARACTERÍSTICAS DESTE ESTILO
Baseados nos princípios da Bauhaus, e nos experimentos tipográficos de Jan Tschichold e Ernst Keller, as escolas suíças Basel School of Design e Zurich School of Design desenvolveram uma tipografia universalmente neutra, compreensível e funcional. As fontes sem serifas visualmente simples e harmoniosas como a Helvetica criada por Max Miedinger e a Univers, de Adrian Frutiger, eram as mais famosas e são usadas até hoje. Outras características era o alinhamento dos blocos de texto à esquerda e não mais justificado como pregava a Bauhaus; uso de sistema de grid; clareza e ordem; Organização assimétrica dos elementos e uso de grids bem calculados; fotografia objetiva; informações verbais e visuais apresentadas
de forma limpa; livre de exageros da propaganda; alinhamento à esquerda; tipografia sem serifa; expressões pessoais rejeitadas, soluções pessoais rejeitadas; soluções excêntricas rejeitadas; abordagem cientifica e universal de design; designers não são artistas: são um meio de propagar informação entre os componentes da sociedade; objetivo essencial: fazer do espaço em branco um fator de design; discrição; uso de cinza.
Principais desigeners do Estilo Internacional Tipográfico Max Bill O mais aclamado protagonista do Estilo Suíço foi Max Bill. Artista plástico, escultor, arquitecto, designer gráfico e de interiores,Bill estudou na Bauhaus em Dessau, e foi mais tarde docente na hochschule für gestaltung, a Escola Superior de Design em Ulm, vocacionada para continuar o legado da Bauhaus. O seu trabalho foi uma tentativa constante de equilibrar o acto de criar arte livremente com a arte utilitária, aplicada a fins funcionais. O seu esforço foi equilibrar as formas severas do produto industrial com as formas fluídas da obra de arte. Bill preocupou-se pelo pensamento filosófico e pela aplicação prática. A sua obra gráfica é caracterizada por um purismo muitas vezes platónico e estéril. No desenho gráfico e editorial, Max Bill foi um dos primeiros a aplicar o conceito de organização racional dos espaços com o auxílio de uma grelha. Em 1947, Bill fundou o seu institut für progressive cultur. Em 1951, junto com Otl Aicher, foi co-fundador da hochschule für gestaltung em Ulm, Alemanha, escola que tentou retomar e continuar o legado da Bauhaus depois da Segunda Guerra Mundial. A partir de 1952, foi reitor e director do Departamento Architektur und Produktform da hfg. Max Bill escreveu numerosos artigos e ensaios; foi distinguido com numerosos prémios e honras internacionais. No ano lectivo 1944-1945 leccionou a disciplina «Formlehre»: na já famosa Kunstgewerbeschule Zürich. Em 1947, Bill fundou o seu institut für progressive cultur. A partir de 1952, foi reitor e director do Departamento Architektur und Produktform da hfg. Max Bill escreveu numerosos artigos e ensaios; foi distinguido com numerosos prémios e honras internacionais.
A obra gráfica de Max Bill é caracterizada por um purismo muitas vezes platónico e estéril. No desenho gráfico e editorial, Max Bill foi um dos primeiros a aplicar o conceito de organização racional dos espaços com o auxílio de uma grelha.
Josef Müller-Brockmann
Simplicidade. Redução. Lirismo, por vezes. Josef Müller-Brockmann foi um pioneiro do design suíço, com uma actividade que abrangeu grande parte do século xx. Müller-Brockmann, designer gráfico e professor universitário de origem suíça. foi o mais influente teórico da Escola Suíça e do Estilo Internacional. O suíço Josef Müller-Brockmann quis alcançar o ideal de uma expressão absoluta e universal no design gráfico através de concepções supostamente objectivas e impessoais. Na realidade, Müller-Brockmann forçou um estilo de austeridade e de rigidez bem típico da mentalidade calvinista que ainda é frequente observar na Suíça. Na sua renúncia à exteriorização de sentimentos pessoais e subjectivos, ou às técnicas propagandísticas de persuasão da publicidade comercial, Müller-Brockmann alinhou pela vereda da despersonalização do design – uma orientação que convinha à expansão do capitalismo na etapa imediata ao pós-guerra. Contudo, Josef Müller-Brockmann não deixou de exprimir lirismo em alguns trabalhos gráficos. Os seus trabalhos dos anos 50 continuam a linha da Bauhaus: funcionalidade e clareza. Alguns posters baseados em fotografias suas brilham pela poesia, outros pelo formalismo, por exemplo pela disposição diagonal dos temas enquadrados. JMB estudou em profundidade arquitectura, design e história da arte, primeiro na Universidade e depois na Kunstgewerbeschule, em Zurique. Depois de uma aprendizagem profissional num atelier gráfico, Josef Müller-Brockmann abriu em 1936 o seu próprio atelier em Zurique, especializando-se em trabalhos gráficos, concepção e desenho de exposições, e fo-
tografia. A partir de 1951, Josef Müller-Brockmann produziu cartazes para os programas do Centro de Audições e Concertos Tonhalle em Zurique. A partir de 1966, foi consultor para o European Design da IBM. Depois de ter leccionado três anos na Kunstgewerbeschule Zürich, em 1963 foi docente na hochschule für gestaltung, em Ulm. Müller-Brockmann recebeu numerosas distinções e prémios.
Max Miedinger Teria passado despercebido na história da tipografia se a sua Helvetica não fosse hoje intensamente utilizada pelo mundo fora. Miedinger nasceu e faleceu em Zurique. Fez uma aprendizagem como compositor de 1926 a 1930 e continuou a sua formação com cursos pós-laborais na Kunstgewerbe schule Zürich. De 1936 a 1946, Miedinger trabalhou como tipógrafo no Departamento de publicidade dos Armazéns Globus. Nos dez anos que se seguiram, trabalhou no atendimento a clientes e como representante da Fundição Haas’sche Schriftgiesserei, sedeada em Münchenstein, perto de Basel. Já com 46 anos,Miedinger deixou o cargo na Haas e passou a trabalhar como freelancer para a empresa. Esse foi o início de uma nova fase em sua vida. Nesse período, Eduard Hoffmann, tipógrafo e diretor da Haas, encomendou à Miedinger a modernização de uma fonte sem serifa de propriedade da firma, a Haas Grotesk.
A partir daí, Miedinger trabalhou nessa empreitada e a primeira versão da fonte foi feita ainda em 1956, sendo chamada de Neue Haas Grotesk, mas apresentada como Helvetia, na Feira Graphic 57. Ele que já tinha trabalhado como vendedor, sabia o que realmente as pessoas queriam. Isso o ajudou a desenhar uma fonte ideal para a procura comercial, que foi colocada no mercado juntamente com a famosa Univers de Adrian Frutiger. De 1957 a 1961, a fonte foi comercializada com o título original, Neue Hass Grotesk. Logo depois, a Fundição alemã D. Stempel AG comprou os direitos da Helvetia, adicionou vários pesos e graus de condensação, e a relançou ainda em 1961, com o nome de Helvetica. A Helvetica não foi desenvolvida com um conceito estrutural assim como Adrian Frutiger fez com a Univers, inventando uma sistemática numérica para calibrar os pesos e graus de condensação/expansão. A ausência dessa sistemática deixou a fonte com uma estética pobre, fazendo-se necessário um redesign, e assim foi novamente lançada e com o nome de Neue Helvetica, em 1980. Apesar dessa pobreza estética da Helvetica, ela foi a fonte de maior sucesso nos anos 60 e 70.
Emil Ruder Tipógrafo e designer gráfico suíço que, junto com Armin Hofmann, fundou a Schule für Gestaltung Basel e ajudou a criar o «Estilo Suíço». Ruder editou e escreveu para a revista Typografische Monatsblätter. A sua contribuição mais conhecido é o seu manual de design gráfico, Typographie. Foi uma obra que ajudou a disseminar o estilo suiço, e se tornou um texto básico em cursos de tipografia nos Estados Unidos e na Europa. Este designer gráfico suíço é um docente conhecido por muitos estudantes de design pelo manual de desenho editorial Typographie, que publicou em 1967. Ruder foi um dos “type gurus” dos anos 50 e 60. Ensinou na Kunstgewerbeschule Basel, e fundou o International Center for the Typographic Arts em New York, 1962. Sistemas de grelha A sua obra Typographie – uma verdadeira bíblia dos sistemas de grelha – contribuiu substancialmente para a divulgação e para o prestígio da Escola Suíça do pós-guerra. O tema essencial deste manual é a utilização de uma grelha estruturante, considerada essencial para o desenho editorial a a paginação. Emil Ruder enfatizava a importância WWdos ritmos gráficos e a função dos espaços brancos na composição gráfica de uma página. O rigor das suas opiniões contribuiu para definir o funcionalismo racional, mas também a esterilidade emocional do Estilo Internacional do pós-guerra. Na Schule für Gestaltung Basel, Hofmann leccionou 40 anos seguidos – até 1986. Para uns foi uma figura de culto incontornável, para outros um déspota pretensioso. Possivelmente mais bem conhecido em Tóquio ou Nova Iorque do que em casa, Hofmann recebeu numerosos prémios internacionais.
Adrian Frutiger Adrian Frutiger nasceu em 24 de Março de 1928, na Suíça, estudou na Zurich School of Arts and Crafts. Lá, produziu um trabalho acadêmico sobre a história da tipologia ocidental e foi premiado pelo ministro do interior. Em 1952, foi convidado por Charles Peignot para trabalhar na Debern & Peignot, onde permaneceu por 9 anos. Por volta de 1955, supervisionou a adaptação das famílias tipográficas da Debern & Peignot para o sistema de fotocomposição Lumitype e criou a família Merídien que se tornaria a primeira do sistema. Em 1957, apresentou ao público sua criação mais conhecida, a família Univers. Entre seus trabalhos estão as Tipologias: Univers; OCRB (Criada especialmente para ser reconhecida por computadores); President (1953), Phoebus (1953); Ondine (1954); Méridien (1955); Universe (1957); Opéra para a Sofratype (1959); Egyptienne (1960); Apollo para a Monotype (1962); Serifa para a Bauer (1967); OCR-B para a Monotype (1968); Iridium para a Linotype (1975); Glypha (1979); Frutiger/Roissy para a Linotype (1976); Icone para a Linotype (1980); Versailles para a Linotype (1982); Breughel para a Linotype (1982); Didot para a Linotype; Ornaments One e Ornaments Two (1991). A Univers é uma das grandes realizações tipográficas da segunda metade do século XX. A fonte tem uma variedade de pesos que transmitem estabilidade e homogeneidade. As formas claras e objetivas da Univers fazem desta uma fonte legível e adequada para quase toda necessidade tipográfica. A Univers foi criada na mesma época da Helvetica (1957). Enquanto a Helvetica, por exemplo, tem uma clareza geral, jovial, um efeito neutro sem nenhum evidente atributo (proporcionando a ela um grande sucesso), a Univers expressa uma elegância fatual e calma, uma competência racional. Em 1997, a Univers foi redesenhada em um projeto conjunto entre Adrian Frutiger e a Linotype. O resultado: Linotype Univers com 59 pesos diferentes.
Ernst Keller O desenho minimalista das imagens e o uso inteligente dos seus posters, concebidos nos anos 20 e 30 trouxe uma grande contrbuição para o mordenismo. É visto como o pai do Estilo Suíço. Foi designer gráfico, tipógrafo e professor. De 1918 ensinou na zurich Kunstegewerbeschule (Escola de Artes Aplicadas) onde desenvolveu um curso profissional em design e tipografia. Como professor foi a individualidade mais influente no desenvolvimento do Estilo Suíço. Ernst Keller fez parte da primeira geração de designers gráficos suíços que, a partir dos anos 30, começa a criar as condições necessárias ao aparecimento do Estilo Internacional. Foi professor na famosa Escola de Artes Aplicadas de Zurique entre os anos de 1918 e 1956, onde terá ajudado à formação de um espírito coletivo no design gráfico nacional. Enquanto designer, foi um dos primeiros defensores da disciplina e do rigor, e da imposição de regras bem definidas na aplicação do design gráfico. Defendia igualmente que o designer não deveria permitir, em momento algum, que as suas opiniões ou gostos pessoais tivessem influência nas suas composições. Como consequência disso, o seu trabalho à simplicidade e ao rigor, e no qual o uso da cor, do alto contraste e do texto claro e legível é notável.
PRINCIPAIS TIPOGRAFIAS DO ESTILO TIPOGRÁFICO INTERNACIONAL Helvetica Helvetica é uma fonte tipográfica sem-serifa considerada como uma das mais populares ao redor do mundo. Foi criada em 1957 pelos designers Max Miedinger e Eduard Hoffmann.Devido às preocupações que originaram seu desenho, é uma das fontes mais associadas ao modernismo no design gráfico. História Helvetica foi desenvolvida em 1957 por Max Miedinger e Eduard Hoffman no Haas’sche Schriftgiesserei em Münchenstein, Suíça. Miedinger quis desenvolver uma nova tipografia sem-serifa que pudesse competir com o aclamado Akzidenz-Grotesk no mercado Suíço. Originalmente batizado de Neue Haas Grotesk, seu design foi baseado no Schelter-Grotesk e Normal Grotesk da Haas. O objetivo do novo design foi de criar uma tipografia neutra, clara e sem significados intrínsecos na sua forma, além de poder ser usado em uma gama de sinais. Em 1960, o nome da tipografia foi alterada pela empresa alemã filiada da Haas’, Stempel, para Helvetica. A ideia inicial era que a fonte se chamasse Helvetia (nome da Suíça em latim). Entretanto, consideraram muita pretensão batizar uma fonte com o nome de uma nação. Dessa forma resolveram alterar o nome para Helvetica (de Confederatio Helvetica) para que tivesse um alcance maior no marketing internacional. Uso Entre as empresas mais famosas que usam Helvetica nas suas marcas incluem a 3M, American Airlines, a rede de jornalismo BBC News, Boeing, Jeep, linhas aéreas Lufthansa, Microsoft, Panasonic e muitas outras. A fonte está até impressa nos ônibus espacial da NASA, além de ter seu próprio filme.
Univers A Univers é uma família tipográfica sem-serifa bastante popular. Foi desenhada por Adrian Frutiger e publicada pela Deberny & Peignot em 1957. A fonte é conhecida por sua limpeza e legibilidade a longas distâncias. A Univers foi uma das primeiras famílias a serem desenhadas pensando-se em todas as suas variações e tamanhos. Frutiger criou um sistema próprio para a categorização dos tipos, usando um código de números ao invés de nomes (são 21 variações ao todo, incluindo as itálicas, negritos, estendidas, etc). A versão regular é reconhecida pelo código 55, as itálicas possuem números pares e as demais, ímpares. Histórico Adrian Frutiger criou a Univers como trabalho de conclusão do seu curso de Design e seus primeiros desenhos foram desenvolvidos em 1949. Devido à reconhecida qualidade da fonte, passou a ser produzida em tipos de metal e em fotocomposição entre 1954 e 1957. Quando foi adaptada para leitura em tela, revelou-se bastante ilegível. Por esse motivo, durante a década de 1990, a família foi redesenhada (otimizando a fonte mas mantendo a aparência original) e a nova versão é conhecida como Linotype Univers (já que é comercializada pela empresa Linotype). Uso A Univers é considerada um dos símbolos máximos do modernismo no design gráfico. Junto da Helvetica, foi uma das fontes mais utilizadas nos mais diversos trabalhos. A Univers é bastante similar à Helvetica (a maioria dos tipos são praticamente idênticos para a maioria das pessoas) embora a primeira seja mais dinâmica que a última (diz-se que existia uma discórdia entre partidários da Helvetica e da Univers). A letra a minúscula é a principal diferença entre as duas famílias. A Univers gozou de grande popularidade principalmente nas décadas de 1960 e 70, tornando-se, para muitos designers, a fonte sem-serifa, por excelência. Foi usada por diversas empresas, entre elas a Swiss International Air Lines e o Deutsche Bank, e para uso cotidiano ao redor de todo o mundo. A Apple Inc. costuma usar todas as variantes itálicas desta fonte nos teclados de seus computadores. O metrô de Paris também faz uso intenso da Univers. A Univers é a fonte utilizada no logotipo do IBGE e em parte de sua identidade visual.
Frutiger Adrian Frutiger foi chamado na década de 1970 para projectar o sistema de comunicação visual do Aeroporto Internacional Charles de Gaulle de Orly, Paris. A fonte que usou neste sistema foi totalmente projetada para a ocasião, embora tenha sido inspirada nos desenhos da Univers. A fonte resultante foi adaptada para a comercialização e passou a ser conhecida como Frutiger. Uma «interpretação totalmente nova» é a Frutiger Next, que Adrian Frutiger e a Linotype lançaram no mercado em 2000. O novo sistema integra 18 pesos, devidamente ajustados por critérios ópticos. As itálicas, que originalmente eram romanas inclinadas, foram transformadas em «true italics».