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O que o cativeiro ensinou aos judeus? No Pentateuco, precisamente em Êxodo 20:3-5, Deus, por intermédio de Moisés, disse: “Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem”. Os
mandamentos
acima
foram
descumpridos pelos israelitas em muitos momentos.
Praticaram
a
idolatria,
se
envolveram com a tradição imoral dos cananeus e, consequentemente, sofreram a ira Estátua de bronze de Baal, no Museu do Louvre, na França. A obra foi encontrada em Ras Shamra – antiga Ugarite – próximo à costa da Fenícia, e é datada dos séculos XIV-XII a. C.
do Senhor. Pecaram, mas não por falta de aviso. Em Deuteronômio 6:4 está alicerçado o pilar do monoteísmo: “Ouve, Israel, o Senhor,
nosso Deus, é o único Senhor”. Com a escravidão, o cativeiro e a separação forçada de Jerusalém, podemos ver, entretanto, o quanto as situações adversas forjaram o caráter religioso dos judeus. Como disse Enéas Tognini, “o cativeiro babilônico curou para sempre os judeus do pecado da idolatria” (2009, p. 72). O autor pontua alguns exemplos: Daniel e seus companheiros, o heroísmo macabeu e o apóstolo Paulo, que afirma: “[...] sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só Deus” (1 Coríntios 8:4). Além de cessarem as adorações a ídolos, o exílio também serviu como termômetro para os judeus. Perceberam, enfim, o quanto estavam longe da Lei de Deus. Quando se viram escravos, “queriam obedecer ao Senhor em tudo. Assim, a Lei teve um lugar todo especial no coração e na vida dos israelitas” (TOGNINI, 2009, p. 75). Com esse