Tetro Complexo de Acolhimento

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TETRo COMPLEXO DE ACOLHIMENTO

2022



FACULDADE PITÁGORAS UBERLÂNDIA

TETRO

COMPLEXO DE ACOLHIMENTO

Ranieslley Medeiros Rosa Monografia apresentada pelo aluno Ranieslley Medeiros Rosa como requesito parcial para a conclusão do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo, na Faculdade Pitágoras de Uberândia-MG

UBERLÂNDIA - MG 2022



AGRADECIMENTOS:

Agradeço a Deus pela vida que Ele me concedeu. Agradeço aos meus pais Adailton Medeiros e Maria Edina Rosa, por todo o esforço investido na minha educação. Aos meu irmão Marco Antônio Medeiros pela amizade e atenção dedicadas quando sempre precisei. Agradeço à minha namorada Alice Polaro, que sempre esteve ao meu lado durante o meu percurso acadêmico. Sou grato pela confiança depositada na minha proposta de projeto pelo meu professor e orientador Diego Alvarenga. Obrigado por me manter motivado durante todo o processo. Finalizo, agradecendo também a todo corpo docente da Faculdadade Pitágoras de Uberlândia, que acompanharam durante minha jornada.

Ranieslley Medeiros Rosa


SUMÁRIO

1. 1.1. 1.2. 1.3.

LISTAS Lista de figuras Lista de tabelas Lista de siglas

8 8 9 9

2.

INTRODUÇÃO

11

3. 1.4. 1.5. 1.6. 1.7. 1.8.

FUNDAMENTAÇÃO A adoção e o surgimento dos primeiros abrigos no mundo. Sistema de adoção no Brasil. Perfil da juventude em vulnerabilidade no Brasil. Juventude em vulnerabilidade em Minas Gerais e Uberlândia. O acolhimento como forma de transformação na arquitetura.

11 13 17 19 20 24

4.

CRONOGRAMA DE TRABALHO

25

5. 1.9. 1.10. 1.11.

ESTUDOS DE CASO Campus Busajo Centro Infantil Econef Centro Comunitário Infantil The Playscape

26 26 30 37

6. 1.12. 1.13.

PROGRAMA DE PROJETO Perfil do usuário Programa de necessidade

44 44 45

7.

LIMITAÇÕES LEGAIS DE PROJETO

51

8. 1.14. 1.15.

CONTEXTUALIZAÇÃO DO LOCAL Município de Uberlândia-MG Bairro Jardim Europa

53 53 54

9. 1.16. 1.17. 1.18.

ANALISE DO LOCAL DO PROJETO Implantação do local de projeto Topografia Condicionantes climáticas

55 55 58 59


10. 1.19. 1.20. 1.21.

ANALISE DO ENTORNO Uso e ocupação Sistema viário Cheios e vazios

62 62 63 64

11. 1.22. 1.23. 1.24.

CONCEPÇÃO PROJETUAL Conceito Concepção Solução corte e aterro

65 65 66 67

12. 1.25. 1.26. 1.27. 1.28. 1.29.

PLANTAS Implantação Setor adminstrativo Setor dormitórios Setor educacional Setor público e lazer

68 68 69 70 71 72

13.

CONCLUSÃO DO PROJETO

73

14.

BIBLIOGRAFIA E REFÊRENCIAS

74


1.

LISTAS

1.1.

Lista de figuras

Figura 1: Fotografia da fachada Museo Degli Innocenti. Figura 2: Hospital Spedale Degli Innocenti (1419). Figura 3: Hospital Spedale Degli Innocenti, “janela de ferro”. Figura 4: Roda dos expostos na Igreja e Santa Casa de Misericórdia, Salvador, Bahia. Figura 5: Gráfico de homicídios de infantil (2007-2017). Figura 6: Mapa de Vulnerabilidade da população de Uberlândia -MG (2010). Figura 7: Fachada do edifício - Campus Busajo. Figura 8: Fotografia do trabalho de cultivo de hortaliça desenvolvido no projeto- Campus Busajo. Figura 9: Planta de Implantação - Campus Busajo. Figura 10: Fotografia de destalhe do sistema de brises - Campus Busajo. Figura 11: Fotografia de campo aberto - Campus Busajo. Figura 12: Fotografia da Arquitetura - Centro Infantil Econef. Figura 13: Planta de implantação - Centro Infantil Econef. Figura 14: Planta baixa contendo a localização das caixas d’águas - Centro Infantil Econef. Figura 15: Fachada da edificação - Centro Infantil Econef. Figura 16: Foto do pátio interno - Centro Infantil Econef. Figura 17: Foto das estruturas e os materiais do telhado, madeira+sisal- Centro Infantil Econef. Figura 18: Foto dos tijolos de barro feitos de forma artesanal - Centro Infantil Econef. Figura 19: Detalhe da arquitetura contendo elementos vazados feitos com os tijolos de barro - Centro Infantil Econef. Figura 20: Fotografia do projeto - Centro Comunitário Infantil The Playscape. Figura 21: Detalhe da circulação através dos escorregadores e a presença do conceito de montanhas - Centro Comunitário. Figura 22: Detalhe de escorregadores, ponte e escadas no projeto - Centro Comunitário Infantil The Playscape. Figura 23: Fotografia das conexões através das passagens elevadas - Centro Comunitário Infantil The Playscape. Figura 24: Diagrama de setorização - Centro Comunitário Infantil The Playscape. Figura 25: Quantidade e perfil de usuários para o projeto. Figura 26: Mapas de localização. Figura 27: Mapa de setorização da cidade de Uberlândia. Figura 28: Implantação do terreno. Figura 29: Fachada Rua Esparta. Figura 30: Fachada Rua Pedro Amâncio. Figura 31: Fachada Rua Vaticano. Figura 32: Fachada Rua Córdoba. Figura 33: Mapa topográfico do terreno e entorno. Figura 34: Mapa de analise climática. Figura 35: Analise solar das fachadas do terreno. Figura 36: Mapa de uso e ocupação do solo. Figura 37: Mapa de analise viária. Figura 38: Mapa de cheios e vazios.

8


1.2.Lista de tabelas Tabela 1: Tabela de distribuição dos principais motivos de encaminhamento para instituições de abrigo no estado de Minas Gerais (2009). Tabela 2: Tabela de entidades com preceito o acolhimento em regime provisório em Uberlândia-MG. Tabela 3: Cronograma de Desenvolvimento do trabalho. Tabela 4:Programa de necessidades por setorização Tabela 5: Setorização dos ambientes Tabela 6: Pré-dimensionamento

1.3.

21 23 25 46 48 49

Lista de siglas

SIGLAS

SIGNIFICADO

PIB

Produto Interno Bruto

DATASUS

Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

IBGE

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MG

Minas Gerais

UNICEF

Fundo das nações unidas para a infância

ECA

Estatuto da Criança e do Adolescente

AsBEA

Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura

CAU

Conselho de Arquitetura e Urbanismo

ONG

Organização não governamental.

9


10


2.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo, a realização de um exercício projetual de um complexo de acolhimento infanto juvenil na cidade de Uberlândia-MG. Apresentando uma reflexão crítica baseada nos aspectos sociais, estruturais e históricos a qual ocorre o processo de acolhimento institucionalizado. A proposta arquitetônica baseada no desenho universal, que de acordo com Okamoto (2002), o ambiente construído deve oferecer condições para o usuário participar e interagir em sociedade. Onde através do espaço e da relação dele com o usuário, é possível trabalhar e desenvolver novas competências cognitivas e sociais. Tendo como preceito principal, a importante tarefa de estimular conceitos de cidadania e convívio social. Okamoto (2002). De acordo com a UNICEF considera-se crianças em situação de risco, aquelas que não possuem acesso a um ambiente que as proteja contra violência, abuso e exploração, ou quando não tem acesso a alguns serviços ou bens essenciais, sendo nesses casos, ameaçados os direitos da criança quanto a possibilidade de participar plenamente da sociedade no seu futuro. No Brasil os direitos fundamentais e de proteção, são garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente ECA (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. A aplicabilidade dos instrumentos jurídicos de proteção, são os meios previstos pela legislação para que os direitos nela expressos sejam garantidos, ou então para evitar que sejam violados. Conforme previsto na Constituição Federal de 1988, é fixado um imenso feixe de direitos relativos à criança e ao adolescente. Constituição Federal (1988). Desta forma, a família e o espaço de convívio, têm um importante papel de constituir como instância primária de acolhimento e de socialização. Devendo essa estrutura possuir as competências essenciais para proteger os sujeitos em situação de vulnerabilidade. Estatuto da criança e do adolescente (1990). Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. (ECA - Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990).

11


Segundo o guia sustentabilidade na arquitetura da AsBEA, a cidade é um organismo vivo e se encontra em constante metamorfose, sendo a transformação dos espaços, meios capazes de influenciar positivamente seu entorno se fomentar o exercício da cidadania e da igualdade. Assim a proposta desse trabalho, apresenta como fundamentos a percepção ambiental a partir de conceitos baseados na psicologia ambiental. Que de acordo com (Sylvia Cavalcante 2011). O ambiente é um conceito multidimensional, compreendendo o meio físico concreto em que se vive, o qual é indissociável do que existe nele, sendo a interação entre esses dois elementos, uma relação de forma intrínseca, o qual se influenciam diretamente. Sendo assim, a proposta baseia-se em compor o espaço integrando-o, a percepção do invidio com ambiente e ao mesmo tempo, como ele está sendo influenciado por esse mesmo espaço. Sylvia Cavalcante (2011). Sendo assim, o papel do arquiteto como autor de proposta de intervenções espaciais, se torna fundamental no processo de transformação dos indivíduos e do espaço. Propondo através da arquitetura, sensações e conceitos que são capazes de reescrever trajetórias, e servir de refúgio e apoio familiar, social e educacional. Código de Ética e Disciplina para Arquitetos e Urbanistas CAU/BR (2015). O arquiteto e urbanista deve defender o direito à Arquitetura e Urbanismo, às políticas urbanas e ao desenvolvimento urbano, à promoção da justiça e inclusão social nas cidades, à solução de conflitos fundiários, à moradia, à mobilidade, à paisagem, ao ambiente sadio, à memória arquitetônica e urbanística e à identidade cultural. (CAU/BR RESOLUÇÃO N° 52, DE 6 DE SETEMBRO DE 2013).

12


3.

FUNDAMENTAÇÃO:

1.4.

A adoção e o surgimento dos primeiros abrigos no mundo.

O ato da adoção tem registros de práticas desde a antiguidade, onde praticamente em todos os povos, no decorrer da história houveram registros de acolhimento de crianças como parte familiar. Um dos exemplos mais antigos, é retratado na bíblia cristã, com a adoção de Moises pela filha do faraó no antigo Egito. Posteriormente, o ato do acolhimento veio a ser considerada uma prática relativamente comum, principalmente entre a classe política Romana. Onde a necessidade de um herdeiro, tinha como contrapartida as despesas para o sustento e educação dos filhos, o que levava as famílias da classe alta a evitarem a prole exagerada. Além disso, o ato também serviu como uma forma de sucessão planejado do trono, já que o imperador poderia optar pela escolha do sucessor, ao assumir o herdeiro com como filho adoptivo, o que evitava eventuais conflitos e desgastes políticos. Romano Rogério (2017). A forma com que se dava a estrutura familiar antiga, também influenciava de maneira direta na relação afetiva e social das crianças dentro do ciclo de convivência. Onde a visão soberana sobre a imagem paterna, era algo comum para época, sendo o pai visto como protagonista absoluto, cabendo a sua imagem todas as cerimonias e decisões. A religião também exerceu um papel de grande influência nas casas. Estabelecendo de forma incisiva e presente, padrões e moldes a serem seguidos, sendo a família antiga mais uma associação religiosa que uma associação natural. COULANGES (2006). Essa ausência de laços afetivos presentes nas famílias da antiguidade, tornavam o ato do abando algo comum e recorrente na época. Onde é possível perceber, que as crianças não tinham distinção entre a vida adulta e a infantil, o que as privavam de se desenvolver plenamente, com liberdade e dignidade. A ausência desses direitos fundamentas infantis, também traziam precocemente a vida adulta para dentro das famílias, fazendo com que as crianças ingressassem precocemente no trabalham, no momento que deveriam estar se desenvolvendo, decorrência da cultura patriarcal, onde o direito e dever eram designados pela figura central da família. COULANGES (2006). A igreja católica teve um papel fundamental no surgimento dos primeiros abrigos, devido ao aumento do número de crianças abandonadas e abastardas na Europa. Surge-se então, a criação dos monastérios e orfanatos, onde o papel de tutela por essas crianças era transferido aos padres e freiras, também responsáveis pela educação e criação em tempo integral. Então à medida que o número de crianças abandonas cresciam na Europa, também era expandido e aperfeiçoando esse modelo de instituição de acolhimento. MORAES (2004). 13


Uma importante construção para o contexto históricos dos antigos orfanatos, foi o hospital Spedale Degli Innocenti, sendo nos dias atuais o Museo Degli Innocenti. Fundando no ano de 1419, o hospital foi o primeiro orfanato europeu e a primeira obra arquitetônica do renascimento, realizada por Filippo Brunelleschi, o melhor arquiteto da época, autor da cúpula da Catedral Santa Maria del Fiore , ambos localizados na cidade de Florença, Itália. Grazieate (2020).

Figura 1: Fotografia da fachada Museo Degli Innocenti.

Fonte: Grazieate (2020). 14


A criação do instituto, se deu graças a uma doação por parte de Francesco Datini, empresário rico e comerciante que havia ficado órfão quando criança. O patrocino da construção se deu com o intuito de criar um grande hospital que servisse de abrigo para crianças órfãs e abandonada. Sendo o projeto criando e construído entre 1419 e 1444. Desde sua criação a intuição presta assistência a crianças órfãs. Sendo um local de acolhimento de muitos bebês que foram abandonados e deixados no hospital na época do Renascimento. Os registros da instituição guardam informações sobre a primeira criança acolhida: Agata Esmeralda, foi deixada no local, no dia 5 de fevereiro de 1445. Foi chamada assim porque dia 5 de fevereiro é dia de Santa Agata. Grazieate (2020). Na edificação ainda existe o local onde eram deixados os alimentos e onde os bebês eram colocados no ato do abandono, através de um tipo de janela de ferro, onde as mães apoiavam os filhos, antes de tocar a cabaninha, um sinal de que havia sido deixado no local mais um filho. Após o abando, as crianças deixadas, ficavam sobre os cuidados das enfermeiras e depois eram encaminhadas para famílias do interior da Toscana, que eram remuneradas para criar e educar, até que completassem de 5 a 6 anos devido a necessidade de amamentação e cuidados maternos. Grazieate (2020). Figura 2: Hospital Spedale Degli Innocenti (1419).

Fonte: Post-italy (2020) 15


Estima-se que passaram pela instituição cerca de 500 mil crianças, sendo as últimas deixadas em 1875, mesmo ano que foi acabado o abandono anônimo. Um fato curioso, é que as crianças após completarem a maioridade, deixavam o instituído e recebiam os sobrenomes, Innocenti, o mesmo presente no nome da instituição, sendo esse também o segundo sobrenome mais presente na Toscana. Atualmente, além do museu, o local abriga 2 outros núcleos de apoio, sendo 2 creches para crianças de 0 a 6 anos, e uma segunda ala destinada a casa de apoio a família, que acolhem cerca de 14 mães e filhos em situação de vulnerabilidade socioeconômica, além de um escritório da Unicef para Estudos Internacionais relacionados à infância. Sanchez, Anelise (2020). Figura 3: Hospital Spedale Degli Innocenti, “janela de ferro”.

Fonte: Grazieate (2020) 16


1.5.

Sistema de adoção no Brasil.

No Brasil até o século XX, o sistema de adoção não era regulamentado por leis. Onde a prática era permitida apenas entre casais, que não possuíam filhos biológicos. Era costume também existir um sistema presente na arquitetura dos abrigos, onde era feito o abandono das crianças na época. Chamada de roda dos expostos, o dispositivo era uma roda de madeira, que ficava fixada nos muros dos conventos e das santas casas de misericórdias, onde na roda havia uma capacidade de comportar crianças de até 7 anos de idade. A roda funcionava como uma roleta, que era girada e conduzia a criança deixada para parte de dentro da edificação, tornando o ato de quem abandonava, secreto e sem possibilidade de contato. Kozesinski (2016). Figura 4: Roda dos expostos na Igreja e Santa Casa de Misericórdia, Salvador, Bahia.

Fonte: Roda dos expostos (reprodução), Igreja e Santa Casa de Misericórdia, Salvador, Bahia, via Wikimedia Commons (2019). 17


A ausência dos direitos legais no sistema de adoção brasileiro, prejudicava também, diretamente os casais e as crianças que conseguiam ser adotados, já que, devido à falta de segurança jurídica e leis de garantia e proteção, as crianças não tinham acesso a um amparo e resguardo junto a nova família. Como por exemplo, no direito de heranças de seus pais adotivos, onde o mesmo não poderia ser adquirido, a não ser que a família recorresse ao judiciário, em audiência, para que o juiz confirmasse o interesse da família em estrar concedendo o direito ao adotado. Kozesinski (2016). Entre o século XIX e início XX, começam a ser formalizado as políticas voltadas para a proteção das crianças. Onde nesse período também foi instituído a primeira lei voltada as tratativas da adoção no Brasil, a lei 3.071 de 1916, presente no código Civil brasileiro, fazendo parte agora do direto da família. A lei foi um importante instrumento para o início da regulamentação legal da adoção no país, porém mesmo assim, ainda existiam dificuldades para execução do processo até a guarda ou tutela do adotado. Um exemplo claro desse atraso jurídico, era a necessidade uma idade mínima de 50 anos para os adotantes, e a necessidade de não haver filhos biológicos entre os adotantes, restringindo assim a adoção para casais sem laços paternos estabelecidos. Kozesinski (2016). Então com o passar o tempo, a legislação foi se aperfeiçoando e passando por revisões e adequações de maneira a tornar o processo de adoção mais seguro e protetivo. Ocorrendo em 1988, com a constituição federal, uma importante mudança no sistema jurídico, ao assegurar a igualdade entre os filhos biológico e os adotivos, passando agora a ter os mesmos diretos de maneira igualitária. Kozesinski (2016). Na atualidade o conceito por traz da adoção no país, ainda continua sendo visto com um certo tabu social, sendo o ato compreendido através do arranjo de uma família substituta a algum necessitado ou desprovido, trazendo assim uma certa noção de excepcionalidade e paradigma, que é reforçado ainda mais quando se trada da adoção feita por casais com orientações sexuais diversificadas. Kozesinski (2016). Essa situação reforça ainda mais, a necessidade do acolhimento institucionalizado, como forma de garantia dos direitos da criança e do adolescente. Devendo as mesmas, passarem por um processo de proteção que visa o amparo e o devido cuidado com o direito legal e democrático de se ter uma família, assegurando a criança um de futuro socialmente saudável, seja com retorno a família biológica, ou o encaminhamento para a colocação em uma família adotiva. Kozesinski (2016).

18


1.6.

Perfil da juventude em vulnerabilidade no Brasil.

O Brasil possui uma população de 210,1 milhões de pessoas, dos quais 53.759.457 têm menos de 18 anos de idade (Estimativa IBGE para 2019). Sendo a metade desse número, composto por crianças afro desentendes. Analisando os dados, são milhares de crianças e jovens que possuem seus diretos e deveres assegurados por lei, e que necessitam do apoio e de condições que as permitam se desenvolver com plenitude de todo o seu potencial. Apesar dos grandes avanços que já foram alcançados pelo país nos últimos anos na luta pelos direitos humanos e infantis. Os dados revelam que esses avanços não comtemplaram da mesma maneira, as crianças e todos os adolescentes brasileiros. Datasus (2018) Segundo a UNICEF, a face mais trágica das violações de direitos que afetam meninos e meninas no Brasil, são os homicídios de adolescentes: onde a cada hora, alguém entre 10 e 19 anos de idade é assassinado no País, estimativa da UNICEF baseada em dados do Datasus (2018). A pesquisa também revela um perfil em comum entre as vítimas, sendo quase todos meninos, negros, moradores de favelas. Demonstrando assim, o quanto os jovens ainda são vulneráveis à pobreza, reflexo de uma desigualdade estrutural, com carência de políticas públicas capazes de combater e superar os abismos dessa parcialidade geográfica, social e étnica Figura 5: Gráfico de homicídios de infantil (2007-2017).

Fonte: DataSUS. Elaboração- Unicef (2020). 19


Segundo números levantados pela FGV, entre agosto de 2020 e fevereiro de 2021, cerca de 17,7 milhões de pessoas retornaram à linha da pobreza no país, mesmo com o retorno do programa de auxílio financeiro social Bolsa Família. Em agosto (2020), o número da população em situação de pobreza era cerca de 9,5 milhões, o que representava cerca de 4,52% do total de brasileiros. Em fevereiro (2021), esse número passou para um total de 27,2 milhões: cerca de 12,83% do total de brasileiros, ou seja, durante esse período o país sofreu com um aumento de cerca de 8,31% da população em situação de pobreza. Fundação Getúlio Vargas (2021). Segundo relatório da UNESCO, para cada ano adicional de escolaridade inserido dentro da formação das crianças e jovens no país, ocorre um aumento da média anual do PIB em 0,37%. Esse dado também se demonstra no aumento da taxa de emprego e do consumo do país, o que se traduz em mais impostos coletados pelo governo, o que resulta em tese, em melhorias sociais e de infraestrutura para todo o país, gerando assim um círculo virtuoso e prospero. Open Brasil (2021). 1.7.

Juventude em vulnerabilidade em Minas Gerais e Uberlândia.

Conforme já levantado, as causas para o abando de crianças e a retirada do seu núcleo familiar são variadas, tendo como consequência de fato, a necessidade de se ter um sistema que ofereçam amparo e ajuda para quem passam por essa trágica realidade. Sendo o estado, um importante agente no cumprimento com as práticas de políticas públicas e de proteção. Essa atuação dever ser feita em conjunto com as casas de acolhimento, tendo essas um papel fundamental de receber e reintegrar junto a sociedade novos futuros. Ferreira Frederico (2014). Conforme pesquisa feita pela Fundação João Pinheiro em 2009, foi identificado, quais eram as maiores causas de abando de menores no estado de Minas Gerais. Ondo os dados levantados, revelam que entre as principais causas para o acolhimento institucionalizado no estado, estão em primeiro lugar a negligencia familiar, em segundo o abandono e em terceiro a prática de maus tratos e violência domiciliar. (FJP, 2009). Esses dados também mostram a quantidade de abrigos existentes no estado, entre os anos de 2009 e 2010, que prestam algum tipo de serviço de acolhimento para crianças com a faixa etária até os 18 anos de idade incompletos. Foram considerados na pesquisa apenas abrigos que que oferecem acolhimento contínuo, ou seja, para crianças e adolescentes com ausência familiar. Sendo levantado, no estado de Minas Gerais havia aproximadamente 2.101 crianças sobre a tutelo de abrigos em 352 instituições, sendo entre as cidades a capital Belo Horizonte a maior representante desse número. (FJP, 2009). 20


É importante observar que, na grande maioria dos casos, os motivos que demandam o encaminhamento para um abrigo não ocorrem de maneira isolada. Por exemplo, o abandono, ou a negligência, muitas vezes vem acompanhado de um histórico familiar com outros tipos de problemas. (Ferreira Frederico, 2014,

Tabela 1: Tabela de distribuição dos principais motivos de encaminhamento para instituições de abrigo no estado de Minas Gerais (2009).

Fonte: Censo Demográfico do IBGE de (2010) 21


Conforme indicies levantados pelo IBGE, é possível identificar os setores da cidade de Uberlândia-MG, onde existem os maiores índices de vulnerabilidade. Conforme mapa da figura 6, é possível perceber que a região central é seguramente a região com os índices mais baixos de vulnerabilidade social, onde cerca de 90% da sua população vive em situação de baixíssima ou baixa vulnerabilidade, não havendo nenhum setor censitário classificado como alta ou altíssima vulnerabilidade. Também é possível identificar que na região leste, é onde se encontra a situação de vulnerabilidade mais alarmante dentro do município, visto que aproximadamente 18% dos setores censitários na região encontra-se em situação de alta ou altíssima vulnerabilidade, além de ser a única região com a presença de setores censitários considerados de altíssima vulnerabilidade. IBGE (2010). Figura 6: Mapa de Vulnerabilidade da população de Uberlândia -MG (2010).

Fonte: IBGE (2010). 22


Atualmente no município de Uberlândia, encontram-se registrado cinco entidades que prestam serviços voltados ao acolhimento institucionalizado para crianças e adolescentes. Essas instituições atuam, atendendo a famílias e acolhendo jovens, que se encontram em situação de abandono, ameaça ou que possuem seus direitos de proteção infantil violados. As entidades atuam tendo como preceito o acolhimento em regime provisório, ou seja, acolhendo crianças e adolescentes fora do seu núcleo familiar. PMU (2021). Tabela 2: Tabela de entidades com preceito o acolhimento em regime provisório em Uberlândia-MG.

Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia (2021). O acolhimento provisório e excepcional para crianças e adolescentes em Uberlândia, atende jovens de ambos os sexos, incluindo crianças e adolescentes com algum tipo deficiência, sob medida de proteção (Art. 98 ECA) e em situação de risco pessoal e social. A medida tem o intuído de prestar assistência a indivíduos cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção, até que seja viabilizado o retorno do convívio com a família de origem. Na impossibilidade do retorno, para a família as mesmas crianças são devidamente encaminhadas pela Vara da Infância e da Juventude, e excepcionalmente pelos Conselhos Tutelares. PMU (2021).

23


1.8.

O acolhimento como forma de transformação na arquitetura.

A atmosfera de um ambiente é uma das características mais complexas presente nos espaços de uma instituição, podendo ser definida como um conjunto de elementos, que são identificados e que dão sentido e significados a um determinado local. Essas características, podem ser representadas de variadas maneiras, como pelos elementos físicos que compõem uma arquitetura, ou pelos psíquicos, aqueles cuja sua atuação está presente na sensação ou na atmosfera sensorial, que o espaço pode transmitir ao usuário. Auro Danny Lescher, Graziela Bedoian (2007). Através da arquitetura, pode-se sentir e conhecer variadas atmosferas e sensações psicológicas. Esse fenômeno pode ser compreendido, fazendo uma analogia com as impressões provocadas por uma obra de arte nas pessoas, ou seja, da mesma maneira que as impressões são provocadas no individuo ao visualizar uma pintura, o espaço pode também atuar na mente humana, formulando sensações e as influenciando sobre os indivíduos de variadas maneiras. Auro Danny Lescher, Graziela Bedoian (2007). Na arquitetura, essas sensações podem serem bem exploradas através de boas estratégias de intervenção no espaço, influenciando o usuário no seu comportamento e na forma com que ele utiliza e ocupa o local. Mais para que isso seja possível em uma instituição de acolhimento, é preciso uma relação recíproca entre a forma que é feito o tratamento dos acolhidos, junto a maneira através da qual os locais são preparados para recebe-los. Sendo assim, os ambientes de uma instituição de acolhimento, devem ser criados em função do cuidado e da proteção das crianças e jovens que serão atendidos. Auro Danny Lescher, Graziela Bedoian (2007). O acolhimento determina - e é determinado pelo - ambiente. Os encontros, as possibilidades do contato e a formulação de diferentes demandas acontecem em função das possibilidades do ambiente e das condições do acolhimento. (Auro Danny Lescher, Graziela Bedoian, 2007, Pag.51).

Como o perfil dos problemas dos jovens em situação de vulnerabilidade é variado, o programa do projeto, deve prever ambientes para serem pensados em função de suprimir esse cuido com o individual e o coletivo. Para isso, as instituições devem possuir ambientes variados e variáveis no tempo e no espaço, afim de atender os usuários em horários flexíveis e em condições mais fluídas e de instabilidade. Auro Danny Lescher, Graziela Bedoian (2007). 24


4.

CRONOGRAMA DE TRABALHO

Tabela 3: Cronograma de Desenvolvimento do trabalho.

ATIVIDADE

DATA DE ÍNICIO

PREVISÃO DE TÉRMINO

OBSERVAÇÕES

Definição do tema

22/08/2021

29/08/2021

Escolha do local de trabalho, contextualização e análise do tema

Justificativa da Proposta

29/08/2021

26/09/2021

Descrição da relevância do tema com objetivo de atingir e impactar o público com a realidade dos fatos.

Fundamentação Teórica

26/09/2021

08/10/2021

A adoção e o surgimento dos primeiros abrigos no mundo, Sistema de adoção no Brasil, Perfil da juventude em vulnerabilidade no Brasil, Juventude em vulnerabilidade em Minas Gerais e Uberlândia, O acolhimento como forma de transformação na arquitetura

Estudo de Caso

08/10/2021

20/10/2021

Escolha dos projetos que seguiram a linha da temática de trabalho.

Programa de Projeto

20/10/2021

31/10/2021

Definição do perfil dos usuários, Limitações de projeto.

Ajustes finais de formatação

01/11/2021

30/11/2021

Ajustes nas listas de figuras, siglas, tabelas, sumário e numeração de páginas.

Fonte: Autoria própria (2021). 25


5.

ESTUDOS DE CASO

1.9.

Campus Busajo

FICHA TÉCNICA: Arquitetos responsável: StudioBenaim Área: 4300 m² Ano: 2020 Localização: Sodo– Etiópia

“O principal desafio cultural do projeto foi criar um espaço que pudesse ser aceito como familiar pelas crianças locais”, disse StudioBenaim. O Campus Busajo, é um projeto educacional que foi concebido com objetivo de atender a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social extrema. Onde a instalação tem como função principal a reabilitação, prevenção e reintegração de crianças que necessitam de ajuda para reconstrução de suas vidas. Todas as crianças envolvidas no programa, também participam paralelamente de parcerias entre as escolas da cidade. Sendo as atividades desenvolvidas no Campos Busajo, voltadas a recuperação da dignidade infantil, formação educacional complementar, e a assistência médica e psicológica. Archdaily Brasil (2021). Figura 7: Fachada do edifício - Campus Busajo.

Fonte: Archdaily Brasil (2021). 26


Localizado na cidade de Sodo na Etiópia, o projeto oferece duas maneiras de acesso, sendo elas dividas entre os usuários residenciais ou semi-residenciais. Sendo oferecido para todas as crianças o acesso a alimentação, acomodação, cursos complementares profissionalizantes e assistência médica quando necessário. Além disso o projeto também conta com um grande espaço dedicado a práticas esportivas e a oficinas de capacitação, onde são ofertadas oficinas de produção de sabão, processamento de bambu, padaria, tecelagem e alfaiataria. Archdaily Brasil (2021). Figura 8: Fotografia do trabalho de cultivo de hortaliça desenvolvido no projeto- Campus Busajo.

Fonte: Archdaily Brasil (2021). 27


Projetado pelo escritório de arquitetura italiano StudioBenaim, o projeto contam com um total de 10 edifícios, onde são distribuídos em formato de vila, sendo dispostos em uma única área de total de 33.500 m². Espalhado nessa grande área o projeto oferece, diversas funções. Archdaily Brasil (2021). Figura 9: Planta de Implantação - Campus Busajo.

Fonte: Archdaily Brasil (2021). Como citado pelo próprio escritório responsável pela elaboração do projeto, a linguagem arquitetônica teve um importante papel no conceito da arquitetura. Sendo utilizado para a produção da obra, elementos construtivos já presentes na região, porém com uma aplicação de maneira a se distinguir do caos presente no subúrbio do local. Essa estratégia, tornou o projeto algo natural e espontâneo, o que facilitou na sua aceitação junto à comunidade e as crianças que seriam acolhidas. Archdaily Brasil (2021).

28


O clima do local, também influenciou de maneira direta na composição do projeto, sendo a região caracterizada por altas temperaturas, e um período de chuvas extensos ao longo do ano. Para isso forma desenvolvidos elementos de proteção em todas as fachadas do edifício, citados como “espaço-filtro”. Esses dispositivos criados funcionam como alpendres, que se projetavam de maneira avançada na edificação, protegendo-a das intempéries e permitindo com que às crianças continuem as suas atividades ao ar livre, mesmo durante as chuvas. Archdaily Brasil (2021). Figura 10: Fotografia de destalhe do sistema de brises - Campus Busajo

Fonte: Archdaily Brasil (2021). A integração social dos usuários é algo a se destacar no projeto, sendo criados pátios mediterrâneos nos edifícios principais, com o intuído de garantir o encontro entre a comunidade de maneira protegida do exterior. Os pátios são espaços internos importantes para as crianças, já que eles são importantes meios de fomentar o encontro, aprendizado e a brincadeira, isso dentro de um ambiente protegido e seguro. O campus também é baseado no princípio da máxima autossuficiência, contendo espaços dedicados ao plantio de hortas e a pratica da pecuária. Além de ter um sistema de poço autônomo, que através da captação da água da chuva, fornece água potável também para a comunidade fora do campus. Archdaily Brasil (2021). 29


Figura 11: Fotografia de campo aberto - Campus Busajo.

Fonte: Archdaily Brasil (2021).

1.10. Centro Infantil Econef FICHA TÉCNICA: Arquitetos responsáveis: Asante Architecture, Lönnqvist & Vanamo Architects Área: 650 m² Ano: 2018 Localização: Jua-kali– Tanzânia

“Nosso objetivo é criar um ambiente seguro, funcional e sustentável; proporcionar espaços para as necessidades, desejos e sonhos; levando em consideração o clima local, recursos, técnicas de construção e materiais” – Carolina Wilkstorm, cofundadora da Asante. 30


Figura 12: Fotografia da Arquitetura - Centro Infantil Econef.

Fonte: Archdaily Brasil (2021). O centro Infantil Econef é uma instituição não governamental, que possui hoje financiamento entre multidões sueco-tanzaniana. Seu propósito visa trazer melhorias no padrão de vida dos órfãos na área de Arusha. A arquitetura vem somar esforços com a comunidade, passando a ter um espaço mais amplo do que o antigo e abrigando ao todo 25 crianças. As novas infraestruturas tornam a instituição mais independente e capaz de amenizar a necessidade constante de doações privadas, pois internamento já se tem os princípios de autossuficiência proporcionadas pela Arquitetura Sustentável. Archdaily Brasil (2021). A sede se localiza na região Norte da Tanzânia, levando em consideração a localização e o modo de construções locais foram elaborados métodos construtivos exaltando os conhecimentos locais, visando sempre o sombreamento e ventilação cruzada do ar nos ambientes internos. Ao se começar os estudos por sua climatologia, a instituição foi implantada no ponto mais elevado da grande planície do terreno da ONG, e mais abaixo um pouco temos os aloja31


mentos infantis para abrigar as 25 crianças moradoras do local. O design do centro foi pensado na melhor forma para otimizar também os custos da construção, assim os conhecimentos de construção local baseados nos tijolos de argila, uso do sisal e madeira facilitou a integração social e fortaleceu o senso de comunidade local/família. Entre as residências e a escola foram implantados, pontos estratégicos de cultivos de alimentos, safras e a pecuária para se tornarem autossuficientes a longo prazo. Na figura 13, o destaque em vermelho para a escola e amarelo os alojamentos residenciais. Archdaily Brasil (2021).

Figura 13: Planta de implantação - Centro Infantil Econef.

Fonte: Archdaily Brasil (2021). 32


A Econef, implantou sua própria geração energia solar dos painéis sobrepostos nos telhados. Ao se analisar a climatologia da Tanzânia, país de clima tropical que constantemente sofre com altas temperaturas e chuvas intensas em determinadas épocas do ano, trouxe aos arquitetos a visão da necessidade de sistemas de captação de água. A inspiração provém da árvore de baobá, a árvore da vida local que retém cerca de 120.000 L em períodos de estiagem e seca. A tecnologia verde implementada na instituição é coletada pela “coluna vertebral” do telhado, que é armazenada nas caixas de águas e alimenta chuveiros, lavanderias e banheiros. E já com as águas “cinzas” são remanejadas para um futuro reuso após seus devidos tratamentos. Os resíduos gerados no local são convertidos em gás de cozinha canalizado por um tanque de biogás de baixa tecnologia. Em amarelo na figura 14 abaixo vemos onde se localiza as caixas d’aguas. Archdaily Brasil (2021). Figura 14: Planta baixa contendo a localização das caixas d’águas - Centro Infantil Econef.

Fonte: Archdaily Brasil (2021). 33


A comunidade colaborou com as construções da edificação do centro infantil, foi a partir dos conhecimentos e tradições locais que se adotou métodos construtivos da arquitetura vernacular, tipologia construtivista simplória do uso dos materiais locais. Os telhados amadeirados, e seus vão no teto dos ambientes internos são utilizados para gerar bolsões de fluxos da ventilação superior e são cobertos por estacas de sisal para evitar a entrada de pássaros internamente. Além disso, as aberturas no teto servem para não só para sistematizar a ventilação natural cruzada nos ambientes, mas foram integradas à parte estrutural da edificação e ainda tornou possível receber a iluminação natural nos espaços. Archdaily Brasil (2021). Figura 15: Fachada da edificação - Centro Infantil Econef.

Fonte: Archdaily Brasil (2021). 34


As telhas metálicas foram instaladas utilizando um impermeabilizante local que consolida a funcionalidade nas coberturas, que formam além de tudo uma rede de proteção contra insetos e mosquitos, montadas atrás dos montantes de sisal nas terças. As vigas possuem formato anular e são finamente polidas que se conecta com toda a estética linear da edificação e proporciona estabilidade em casos de terremotos na região. Ao se priorizar os materiais locais, evitam-se não somente os gastos excessivos com transporte de carga como também de gastos com importação de conhecimento em construções de alvenaria ou obras mais caras. Na figura 16, é possível verificar parcialmente as estruturas e os materiais do telhado, madeira+sisal. Archdaily Brasil (2021). Figura 17: Foto das estruturas e os materiais do telhado, madeira+sisalCentro Infantil Econef.

Figura 16: Foto do pátio interno Centro Infantil Econef.

Fonte: Archdaily Brasil (2021). 35


Figura 18: Foto dos tijolos de barro feitos de forma artesanal Centro Infantil Econef.

Fonte: Archdaily Brasil (2021).

O centro Econef, foi inteiramente erguido sobre os tijolos de barro que fizeram aos alunos, moradores e voluntariados desfrutarem uma sensação térmica mais amena em seu interior e nas áreas comuns, os protegem dos raios solares. Os tijolos em disposição nas fachadas e laterais do centro acarretam em estética visual, sentimentalismo cultural, ludicidade entre as crianças e funcionalidade. Entre seus cheios e vazios, uma espécie de segunda pele tipo brises se forma protegendo ainda mais as crianças ali residentes. Na imagem 19, podemos entender este elemento em toda a peça arquitetônica analisada. Archdaily Brasil (2021).

36


Figura 19: Detalhe da arquitetura contendo elementos vazados feitos com os tijolos de barro - Centro Infantil Econef.

Fonte: Archdaily Brasil (2021). 1.11.

Centro Comunitário Infantil The Playscape

FICHA TÉCNICA: Arquitetos responsáveis: WAA (We Architech Anonymous) Área: 2657 m² Ano: 2021 Localização: Pequim – China

“O equilíbrio é invisível até que seja perdido” – Equipe responsável pelo projeto

37


O Playscape é um centro comunitário realizado sobre as antigas estruturas do complexo industrial de armazenamento de grãos da região norte da cidade de Pequim, que contou até meados dos anos 1970 com também uma instalação de transporte. O cliente inicial do projeto era um grande provedor da área da saúde, que se empenha em estar sempre apoiando o desenvolvimento infantil correlacionando com os movimentos atuais entre as gerações. Archdaily Brasil (2021).

Figura 20: Fotografia do projeto - Centro Comunitário Infantil The Playscape

Fonte: Archdaily Brasil (2021). 38


O conceito do projeto se baseia em retornar com os antigos fragmentos das práticas infantis se ocorriam no bairro, entre brincadeiras, cultura popular, interação pais e filhos e desvincularem do excesso de uso das telas e aparelhos tecnológicos. A proposta de trazer ao espaço uma imersão “de volta ao bairro”, como sendo uma permanência nostálgica ao espaço, que auxilia no desenvolvimento infantil em meio a um bairro funcional. Por ser um projeto de ressignificação do antigo armazém, implantado em um novo bairro, o Playscape teve de incorporar alguns traços: 1. Interação em grupo – esconde-esconde: O livre-arbítrio é vital para envolver a imaginação de uma criança e promover essa interação dentro de um grupo. 2. Perigos – parque de aventuras: o equilíbrio é invisível até que o perdemos, as crianças decidem que nível de risco se sentem confortáveis para experimentar. 3. Proporção corporal – espaço: os espaços são projetados para crianças com recantos para explorar e compreender a ergonomia. 4. Descobertas – labirinto: lugares fora de vista precisam ser explorados para se revelarem, a rota mais eficiente ou direta nem sempre é a mais agradável. 5. Imaginação – fantasias: A paisagem é abstraída removendo iconografia e permitindo flexibilidade em cenários baseados no pensamento. Ao tomarmos nota por estes traços que guiaram o programa de necessidades, entendemos a ludicidade penetrante do projeto, uma mistura de real X imaginário, cidade X fantasia, novo X antigo, e como a paisagem montanhosas realmente se desprende de toda aquela explosão tecnológica do mundo chinês. A busca pelo equilíbrio é o ponto enfatizam-te que o cliente inicial, gostaria que as crianças passassem em seu crescimento, as ferramentas que o local promove de criação e consciência corporal geram respostas emocionais em consequência as atividades ali desenvolvidas e também as experiências ali convividas. Archdaily Brasil (2021).

39


Figura 21: Detalhe da circulação através dos escorregadores e a presença do conceito de montanhas - Centro Comunitário

Fonte: Archdaily Brasil (2021). A consciência corporal, conhecida também como propriocepção, se organiza espacialmente pelas diversas conexões entre pontes, escorregadores e escadas dispostas no local como pelas topografias dançantes, que podem ser utilizadas por diferentes fases de vida de acordo com os diâmetros. Na imagem 22, visualizamos exemplares de escorregadores, pontes e escadas.

40


Figura 22: Detalhe de escorregadores, ponte e escadas no projeto - Centro Comunitário Infantil The Playscape

Fonte: Archdaily Brasil (2021).

O antigo complexo de armazenamento de grãos é formado por um aglomerado de edificações circundando um grande pátio. Uma via pública no edifício da zona sul do centro, é limitado ao uso direto, para que seu acesso somente se torne possível pelas pontes áreas que conectam os terraços à cobertura. Este mesmo acesso, torna possível um acesso privado para um jardim de infância adjacente ao Playscape. Archdaily Brasil (2021).

41


Figura 23: Fotografia das conexões através das passagens elevadas - Centro Comunitário Infantil The Playscape

Fonte: Archdaily Brasil (2021). Para segmentar as idades, e focar os desenvolvimentos corporais necessários, se dividiu o Playscape em 3 unidades. O Playscape 1, com volume menor, topografia flexível e nível baixo para as crianças de 2 à 4 anos, e flexibilidade aos bebês que contam com apoio de um restaurante e biblioteca interna. O Playscape 2, é direcionado para uma aprendizagem interativa e educativa para maiores de 4 anos, que contam com espaço de escalada e salas de aula multiuso. O Playscape 3, é espaço com o sistema desenvolvido para brincadeiras ao ar livre, o grande pátio interno que se comunica com todas as edificações. Ao pensar em parte do edifício Sul, os arquitetos tomaram como ponto de apoio de banheiros, vestiários, anfiteatro e apoio institucional, com as interações espaciais do playspace 2. Archdaily Brasil (2021).

42


Figura 24: Diagrama de setorização - Centro Comunitário Infantil The Playscape

Fonte: Archdaily Brasil (2021).

Para seguridade das crianças e supervisão dos pais todas as coberturas dos edifícios, são terraços contínuos que se interligam e dão visão aos espaços outdoor e parcialmente ao indoor. O maior desafio dos arquitetos foi em recriar uma iconografia espacial, em que as atividades e os movimentos fossem em torno do grau de risco de cada etapa, além disso incitaram a criatividade, a imaginação e os sentidos corporais ao se tornarem independentes das suas próprias aventuras. O foco projetual foi muito além de abordar os elementos urbanos para cada idade, trouxeram a este espaço público a capacidade de distorcer as escalas e manipular as sequências de movimentos afim de construir ideias do aprendizado sensorial. Archdaily Brasil (2021).

43


6.

PROGRAMA DE PROJETO

1.12. Perfil do usuário O perfil a ser atendido no presente projeto, tem como público alvo jovens de 13 a 18 anos incompletos, sendo essa a faixa etária também considerada a menor idade no Brasil. Com o intuito principal de acolher os adolescentes que estão em situação de vulnerabilidade ou risco social na cidade de Uberlândia-MG. A proposta conta com a participação direta da comunidade, sendo o projeto dedicado ao apoio e ao recebimento de crianças e adolescentes que poderão estar participando do programa em regime residencial ou semi-residencial. A proposta é receber jovens que necessitam de serem retirados das suas famílias temporariamente ou órfãos que estão sob a tutela do juizado de menores. O espaço terá um caráter híbrido, onde deverá servir para o acolhimento em regime de permanência ou de acompanhamento e assistência. Para a prestação de assistência, o projeto deverá funcionar como um centro de apoio para crianças que possuem suas famílias e moradia, porém enfrentam problemas de vulnerabilidade socioeconômica. Para ambos os casos, será oferecido acesso a atividades extracurriculares, lazer, atendimentos médico e psicológico, além de preparação e capacitação voltada ao mercado de trabalho e ao acesso ao ensino superior. Conforme levantado pelo ECA, o período de permanecia máximo recomentado para que as crianças e jovens, permanecem no serviço institucionalização é de cerca de 2 anos. O levantamento do Conselho Nacional do Ministérios Público, também mostra que percentual de jovens que permanecem durante essa média, é de cerca de 50% dos atendidos, sendo que para os que ficam até os 6 meses, representam cerca de 35% dos acolhidos. (CNMP, 2013). Conforme recomendado pelo ECA, também é necessário que as crianças e jovens atendidas, não permaneçam sem receber visitas de seus familiares ou entes próximos. Essa constância do contato com a família do acolhido, visa manter os vínculos familiares preservados, já que o foco principal do serviço é o trabalho de proteção, reinserção e amparo social. Porém conforme levantamento do CNMP, cerca de 75% das instituições, possuem acolhidos que não recebem visitas dos familiares com constância, permanecendo essas crianças e jovens por períodos superiores a 2 meses sem o contato de seus familiares. (CNMP, 2013). Diante dos dados levantados, o projeto terá como objetivo, oferecer através do espaço e do serviço de assistência desenvolvido nele, um amparo físico e psíquico, com o intuito de trabalhar, preparar e reintegrar as crianças e jovens, assistidos pelo centro de acolhimento. Oferecendo abrigos temporários e inclusivos, que servirão de lar, até que os usuários possam ser reintegrados em suas famílias. Para isso o intuito de trazer a comunidade e os familiares 44


para dentro do projeto, é algo fundamental nesse trabalho. A ideia é que o centro de acolhimento, possa ser entendido, como um espaço de amparo social, educacional e de recomeço para novas oportunidades.

1.13. Programa de necessidade O programa de necessidades para o projeto, foi fundamentado no documento de Orientações Técnicas Serviço de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (2009). No documento é orientado e estabelecidos os pré-requisitos para a concepção de um abrigo institucional, trazendo diretrizes baseadas do Estatuto da Criança e do adolescente. Também foram levados em consideração, os estudos de caso desenvolvidos no presente trabalho, baseando-se nas boas soluções aplicadas e as traduzindo para o desenvolvimento do projeto. Conforme o estudo desenvolvido para o projeto, o espaço contará com uma capacidade total de abrigar 24 jovens em regime residencial, ou seja, com apoio de alojamentos e a prestação de serviços de moradia temporária, além de também fazerem parte das atividades complementares do complexo. O espaço também atenderá outras 88 adolecentes, em regime de apoio extracurricular e semi residencial, sendo ofertado em ambos os regimes, os serviços de educação, práticas esportivas, alimentação e de assistência psicológica e médica. Figura 25: Quantidade e perfil de usuários para o projeto

ACOLHIDOS RESIDENTES

ACOLHIDOS NÃO RESIDENTES

PROFESSORES

APOIO E FUNCIONÁRIOS

VOLUNTÁRIOS

24

88

12

20

4

Fonte: Autoria própria 45


A faixa etária a ser atendida no projeto, será destinada ao atendimento de jovens de 13 a 18 anos de idade, devendo os espaços serem dividas de maneira a priorizar as necessidades particulares de caixa faixa de idade e sexo. Para isso, a proposta de setorização para os espaços, foi pensada de maneira a valorizar a interação social dos acolhidos, explorando os ambientes de educação em conjunto com uso dos espaços abertos para práticas de lazer e recreação. Os setores também serão locados de maneira a extrair o melhor desempenho funcional e climático da edificação. Na tabela abaixo, é apresentado o esquema do programa de necessidades para o projeto. A divisão partindo de 6 setores, na qual foram dispostos os ambientes a partir do uso e da funcionalidade dentro de cada espaço. Seguindo a setorização proposta, foi desenvolvido também o pré-dimensionamento das áreas e a construção do fluxograma que ligará os ambientes e seus respectivos setores. Tabela 4: Programa de necessidades por setorização

ÍNTIMO

SOCIAL

LAZER

ADM

SERVIÇO

Dormitórios femininos

Auditório

Horta

Recepção e secretaria

Salas de estudos

DML

Dormitórios masculinos

Banheiros

Quadras esportivas

de assistência a

Salas de cursos

Cozinha

Dormitórios voluntários M

Vestiário Feminino

comunidade

Banheiro M

Refeitório

Dormitórios voluntários F

Vestiário masculino

Sala da Diretoria

Banheiro F

Dispensa de

Redário

Depósito esportivo

Sala de coordenação

Sala para oficinas

alimentos

Espaço recreativo aberto

Banheiro funcionários

práticas

Dep.lixo

Pátio jardim

Sala psíquico pedagogo

Biblioteca

Lavanderia

Sala de apoio Psicólogo

Recepção

Banheiro

Sala Assistente Social

Comércio local

Sala assistência médica Sala dos professores Copa Pátio

Fonte: Autoria própria 46

EDUCACIONAL


Após estabelecido o programa de necessidades para o projeto, foi realizado o estudo de setorização dos ambientes, a qual o objetivo é estabelecer através dos setores os primeiros estudos de fluxos para o projeto. O estudo teve como fundamento, a proposta de interação e de apoio social que o projeto quer trazer junto à comunidade do entorno. Para isso, o aceso principal da edificação será por meio do setor administrativo, no qual estarão disponíveis os serviços de apoio e de secretaria ao usuário. A mesma ideia foi aplicada ao setor de lazer, onde ficaram os equipamentos de esporte e de convívio ao ar livre, a ideia é que esses espaços possam atender uma quantidade maior de pessoas. Para os acolhidos, o setor educacional será um espaço de aprendizado e de muita diversão, através de salas que consigam atender uma demanda multidisciplinar, oferecendo durante o período que os alunos não estrão na escola, atividades profissionais, educacionais e artísticas. No setor de serviço, estará toda a parte de manutenção, cozinha e refeição do projeto, para isso o fluxo deverá atender a todo o projeto, facilitando aos funcionários nas tarefas de cuidado diário com o edifício e na alimentação dos usuários. Como a educação é um dos pilares para o projeto, o setor social contará um auditório e um grande pátio para o convivo dos acolhidos nos momentos de intervalos e de atividades em conjunto. A proposta, é que o auditório seja de uso comunitário, atendo as apresentações dos alunos, e também servindo de espaço para o desenvolvimento de projetos junto à comunidade, sendo um local que leve conhecimento e cultura para a população. Para os acolhidos em regime residencial, o setor íntimo será o local de morada e aconchego, sendo um setor mais reservado no projeto, onde estarão os refúgios particulares dos acolhidos e dos voluntários na assistência e proteção a criança.

47


Tabela 5: Setorização dos ambientes

EDUCACIONAL

ADM SERVIÇO

ÍNTIMO

LAZER

SOCIAL

EDUCACIONAL

Fonte: Autoria própria

Com base no levantamento do programa de necessidades para o projeto, também foi estabelecido o pré-dimensionamento dos ambientes da proposta. Para isso, foi levantado as necessidades de uso de cada espaço, junto a capacidade total que o mesmo deverá atender, prezando sempre pelo conforto do usuário, junto a melhor modulação que atenda ao edifício como um todo. Com base no livro Manual do Arquiteto, e os estudos de casos feitos para o projeto, foram feitos os cálculos das dimensões de maneira a também incluir as diretrizes estabelecidas nas normas de acessibilidades NBR9050. O objetivo é tornar os ambientes espaços inclusivos e confortáveis, de maneira a democratizar o acesso e o uso das pessoas na edificação.

48


Tabela 6: Pré-dimensionamento

AMBIENTES

MOBILIÁRIO

USUÁRIOS QNT

ÁREA ESTIMADA

ÍNTIMO Dormitórios F + banho + convivência

camas, armários, mesa de estudos

12

6

297,82

Dormitórios M + banho + convivência

camas, armários, mesa de estudos

12

6

297,82

Dormitórios voluntários + banho + convivência

camas, armários e mesa de apoio

4

2

74,09

Pátios

bancos

15

3

161,55 831,28

EDUCACIONAL Sala desenvolvedores e tecnologia

cadeiras, mesas, quadro, armários

20

1

46,40

Sala reforço escolar

cadeiras, mesas, quadro, armários

9

1

24,82

Sala de curso vestibular

cadeiras, mesas, quadro, armários

9

1

24,82

Sala marketing e redes sociais

cadeiras, mesas, quadro, armários, noteboks e tv

8

1

24,78

Sala adm e empreendedorismo

cadeiras, mesas, quadro, armários

9

1

24,82

Recepção

cadeira, mesa e armários

1

1

5,77

Banheiro M

sanitários, pias e chuveiros

5

1

20,46

Banheiro F

sanitários, pias e chuveiros

5

1

20,46

Comércio local

mesas, cadeira e prateleiras

5

1

50,80

Sala barbearia

poltronas, mesas e armários

6

1

29,05

Sala estética

poltronas, mesas, armários e prateleiras

6

1

30,80

Sala costura e moda

máquinas, mesas, prateleiras e armários

8

1

62,40

Sala manutenção eletrônica

máquinas, mesas, prateleiras e armários

10

1

64,40

49


Biblioteca

mesas, puff’s, armários, prateleiras, poltronas

10

1

68,51 498,29

ADMINTRATIVO Recepção e secretaria de assistência a comunidade

mesas, cadeiras, armários, computadores

2

1

17,37

Pátio

bancos

6

1

18,63

Sala da Diretoria

mesa, armário, cadeiras, computador

1

1

17,31

Sala de coordenação

mesa, armário, cadeiras, computador

2

1

13,16

Banheiro funcionários + armários

sanitários, pias e chuveiros

1

1

12,60

Sala psíquico pedagogo

mesa, poltronas, cadeiras e armários

2

1

14,00

Sala de apoio Psicólogo

mesa, poltronas, cadeiras e armários

2

1

12,25

Sala Assistente Social

mesa, poltronas, cadeiras e armários

2

1

10,50

Enfermagem e assistência médica

cama, mesa, cadeira, armário

2

1

10,50

Sala dos professores

sofá, puff’s, poltronas, cadeiras, mesas, tv, computadores

9

1

23,50

Copa

mesa, cadeiras, eletrodomésticos

4

1

8,47 158,29

LAZER Pátio jardim

Bancos, hortaliças e árvores

30

1

226,14

Quadra esportiva multiuso

quadras de esporte

50

1

974,00

Vestiário Feminino

sanitários, pias, chuveiros e armários

5

1

18,69

Vestiário masculino

sanitários, pias, chuveiros e armários

5

1

18,69

Depósito de equipamentos recreativos

armários

1

1

8,94

Pavilhão praça pública

bancos e árvores

80

1

693,00 1939,46

50


SOCIAL Auditório da família

cadeiras, palco, projetor

56

1

125,76

Sala de estar

sofás, mesa, poltronas

15

1

54,34 180,10

SERVIÇO DML

armários

1

1

09,89

Cozinha

fogão, geladeira, bancada de preparo, forno, micro-ondas, exaustor, armários, prateleiras, mesa

3

1

48,03

Dispensa de alimentos

armários, freezer, geladeiras

1

1

12,04

Lavanderia

máquinas de lavar, armários, bancada

1

1

21,27

Refeitório

mesas, cadeiras, bancadas de descarte de lixo

50

1

150,37

Banheiro

sanitários e pia

1

1

4,63

Dep.lixo

Lixeiras

1

1

9,03 255,26

TOTAL ÁREA DE PROJETO

3862,68

Fonte: Autoria própria

7.

LIMITAÇÕES LEGAIS DE PROJETO

Conforme mapa de zoneamento e o plano direto da cidade de Uberlândia, o terreno está localizado dentro da zona residência 2 (ZR2), lei complementar 525/2011 que dispões sobre o uso e a ocupação do solo no município. Conforme pesquisa, o ordenamento territorial da cidade de Uberlândia, é estabelecido de acordo com o grau de urbanização e características de uso e ocupação do solo. No caso das ZR2 é a região da cidade que acomoda a função habitacional e permite atividades de pequeno e médio porte, compatíveis com este uso. Também conforme a lei complementar 525/2011, para edificação que serão construídas no terreno, estão estabelecidos os seguintes índices urbanísticos: taxa de ocupação máxima 51


de 60% e coeficiente de aproveitamento máximo de 2,5. Nos afastamentos a lei apresenta os recuos mínimo, sendo de 3,0 metros no frontal, e 1,5 metros para as fachadas laterais e de fundo. No caso de desmembramento ou criação de novos lotes, devem ser respeitados as medidas mínimas de 10 metros na testada, e uma área mínimo de 250 para os lotes novos incluídos. Ao analisar o quadro de adequação dos usos da lei complementar 525/211, na zona residencial 2 é permitido diversificados usos para o espaço, que variam de habitações unifamiliares, multifamiliar, comércio, serviços até indústrias de pequeno porte ou usos mistos. Conforme pesquisa feita, foi verificado que para o projeto, o item que será seguido se enquadrara como o item 4 - EQUIPAMENTOS SOCIAIS E COMUNITÁRIOS – E, anexo 4.1 - EQUIPAMENTOS DE ÂMBITO LOCAL - E1. Sendo nessa seção, citados os orfanatos e as casas de apoio e de educação, seguindo a proposta do projeto para o espaço. O uso do solo para o complexo de acolhimento, classificado pela lei como equipamento socais e comunitários, seguirá as diretrizes construtivas da lei complementar 524 de 2011, sendo esse o código de obras do município de Uberlândia e seus distritos. Estabelecendo as seguintes restrições para a edificação: I - Os pés-direitos não poderão ser inferiores a 2,40m em compartimentos sem permanência e compartimentos de permanência transitória; II - 2,60m para os demais compartimentos. Parágrafo Único - Considera-se pé-direito, a altura compreendida entre o piso e o forro acabados. Com relação aos elementos construtivos, para o contexto desse estudo destaca-se os artigos abaixo dessa lei complementa: Art. 43 - As coberturas e as paredes externas, bem como as que separam unidades autônomas de uma edificação deverão atender às condições mínimas quanto ao isolamento térmico, isolamento e condicionamento acústico e impermeabilidade. Art. 49 - Os espaços internos descobertos, a que se referem o artigo anterior, deverão ter áreas mínimas assim dimensionadas: I - 6,00m² (seis metros quadrados) para compartimentos de permanência prolongada; II - 4,00m² (quatro metros quadrados) para compartimentos de permanência transitória. Art. 53 - A área das aberturas destinadas à insolação e iluminação dos compartimentos deverá corresponder, no mínimo a: I - 1/6 (um sexto) da área do compartimento, se de permanência prolongada; II - 1/8 (um oitavo) da área do compartimento, se de permanência transitória. Art. 54. A área de ventilação dos compartimentos deverá ser de, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) da área de iluminação exigida. 52


Art. 55 - É facultada a subdivisão de compartimentos em ambientes, desde que cada um ofereça, proporcionalmente, as 42 condições mínimas de iluminação, ventilação e dimensionamento. Conforme o artigo 72, os compartimentos não poderão ter áreas e dimensões inferiores as diretrizes a seguir: I - Salas: 7,00m² (sete metros quadrados) de área e 2,00m (dois metros) de dimensão mínima; II - Dormitórios: 7,00m² (sete metros quadrados) de área e 2,00m (dois metros) de dimensão mínima; a) quando houver mais de um dormitório, os demais poderão ter área mínima de 6,00m² (seis metros quadrados); III - cozinhas: 5,00m² de área com 1,80m de dimensão mínima; IV - Banheiro com vaso sanitário, chuveiro e lavatório em um único compartimento com área mínima de 1,80m², com dimensão mínima de 1,00m ou área de 1,20m², com o mínimo de 1,00m, quando o lavatório for externo ou quando houver mais de um banheiro; V - Espaço destinado à lavagem de roupa e serviços de limpeza com área mínima de 1,50m². Parágrafo Único - A dimensão mínima é sempre o diâmetro de um círculo inscrito no plano horizontal do compartimento 8.

CONTEXTUALIZAÇÃO DO LOCAL

1.14. Município de Uberlândia-MG O municio de Uberlândia localiza-se na microrregião do Triângulo Mineiro, na região oeste do estado de Minas Gerais. Segundo estimativas do IBGE realizadas em 2021, a cidade conta com uma população total de cerca de 706.597 habitantes, na qual se soma uma área total de 4.115,206km com uma densidade demográfica de 146,78 habitantes por km², sendo o segundo mais populoso município do estado, ficando atrás apenas da capital Belo Horizonte. IBGE (2021). Conforme figura 26 abaixo é possível identificar a localização da cidade, dentro no estado.

53


Figura 26: Mapas de localização

Fonte: Autoria própria 1.15. Bairro Jardim Europa O terreno escolhido para o projeto está localizado no bairro Jardim Europa, situado a cerca de 8km do centro, na região oeste da cidade de Uberlândia. O bairro possui como características, a predominância do uso residencial, e uma boa densidade de ocupação urbana já estabelecida, tendo a disposição da população uma infraestrutura de serviços e equipamentos públicos, como, meios de transporte, água potável, sistema de esgoto, iluminação pública e asfaltamento. A região foi escolhida devido ao alto potencial para implantação do projeto, decorrência do histórico de formação do bairro, que foi incialmente voltado a ocupação de habitações de interesse social. PMU (2021). Segundo dados da PMU/IBGE 2010, a região oeste da cidade de Uberlândia conta com um total de 16 bairros, no qual somam cerca de 140.539 moradores. No bairro Jardim Europa, esse número de moradores é representado por 4.675 pessoas, onde é possível destacar a faixa etária predominante, como sendo de 05 a 39 anos de idade. IBGE (2010). Como o projeto possui um apelo social muito presente, a prestação dos serviços de assistência voltado a juventude e a população, será de grande valia para os moradores. Oferecendo através dos espaços criados, um meio da população conseguir ter acesso à educação extracurricular, assistência médica e social, o que tornando centro de acolhimento, um espaço de refúgio e de apoio também para a região do entorno do bairro.

54


Figura 27: Mapa de setorização da cidade de Uberlândia

Fonte: IBGE 2010. 9.

ANALISE DO LOCAL DO PROJETO

1.16. Implantação do local de projeto Como apresentado em análises anteriores, o terreno escolhido para a implantação do projeto, está situado dentro do bairro Jardim Europa, zona oeste da cidade de Uberlândia. O terreno possui uma área total de 19.340 m², onde sua localização é de fácil acesso, estando locado no coração do bairro de predominância residencial. O local possui uma grande área livre e aberta, não havendo muitas barreiras físicas ou edificações altas no entorno. Isso pode ser percebido nos registros fotográficos feitos durante a visita de campo, onde foi verificado que as quatro fachadas do lote não possuem vizinhos ou edificações existentes, sendo o entorno do lote composto por uma grande quantidade de residências unifamiliares. O terreno tem um total de 4 vias de acesso, sendo elas: Rua Esparta, Rua Córdoba, Rua Vaticano e a Rua Pedro Amâncio Moraes. Todas as vias são classificadas segundo mapa viário da Prefeitura Municipal de Uberlândia, como vias locais, o que influencia diretamente na legislação e nas restrições urbanísticas do lote. 55


Figura 28: Implantação do terreno

+5,00

RUA VATI

CANO +4,50

N

4

ORAES ÂNCIO M

RUA CÓRDOBA

TERRENO 15.540,67 m2

RUA PE

DRO AM

3

2

1

+1,50

RUA

0,00

RTA

ESPA

Fonte: Autoria própria 56

GSPublisherVersion 0.85.100.100


Figura 29: Fachada Rua Esparta

Figura 30: Fachada Rua Pedro Amâncio

Figura 32: Fachada Rua Córdoba

Figura 31: Fachada Rua Vaticano

Fonte das imagens: Autoria própria 57


1.17.

- Topografia

Conforme analise topográfico feita na figura abaixo, foi possível identificar que a topografia do local não é muito acidentada, podendo ser considerada como uma área relativamente plana. É possível avaliar através do mapa desenvolvido, que dentro da região do lote, transpassam um total de 4 curvas de nível, o que representando um desnível médio de 4 metros no sentido da Rua Esparta. Como o lote possui uma grande área de extensão, esse desnível acontece de forma suave e sucinta, o que foi perceptível durante a visita de campo realizada no local. Também foi identificado que no terreno existem poucos obstáculos presentes, sendo o espaço caraterizado em grande parte, por uma área de gramado aberto sem grandes deformidades topográficas.

Figura 33: Mapa topográfico do terreno e entorno

Fonte: Autoria própria 58


1.18. Condicionantes climáticas Analisando os mapas abaixo, é possível identificar que o terreno está relativamente alinhado na direção do norte, fazendo com as fachadas leste (Rua. Córdoba) e oeste (Rua Pedro A. Moraes), recebam de forma direta e bem definida a insolação do sol nascente e poente. Conforme estudos de insolação feitos através das cartas solares do municio de Uberlândia, também foi possível avaliar os horários da incidência solar em todas as fachadas. Sendo verificado que para o terreno, as direções com maior incidência solar são as fachadas norte e oeste, recebendo essas a insolação mais intensa e prejudicial em termos de conforto ambiental, durante os horários 8:00 às 18:00 horas. Conforme análise feita, também foi avaliado que a fachada leste (Rua Córdoba), receberá uma insolação nos horários as 5:00 as 12:00 horas. Diferentemente das fachadas oeste e norte, a insolação leste se dá no período da manhã, sendo um sol mais leve e com menor poder de transmitância térmica para a edificação. Já a fachada sul (Rua Vaticano), é a fachada com menor incidência de insolação do terreno, sendo essa fachada isenta de insolação direta durante boa parte do ano, recebendo insolação apenas durante os dias de solstício de verão das 05:00 as 18:00 horas. Figura 34: Mapa de analise climática

Fonte: Autoria própria 59


Conforme estatística levantada baseada em observações reais a partir da estação meteorológica de Uberlândia. Foi pesquisado que na cidade, apresenta-se como direção predominante de ventos no período da manhã e tarde, ventos vindos da direção nordeste, e no período da noite ventos com predominância leste. Essas direções de ventilação têm como objetivo para o projeto, prever mecanismos de aberturas que sejam capazes e realizar a trocar de ar dentro dos espaços. O que favorece o desempenho térmico de maneira a extrair o melhor da ventilação natural, evitando o uso desnecessário de mecanismos de refrigeração mecânica, o que torna o projeto mais sustentável e mais eficiente. A análise bioclimática do tereno é fundamental para a concepção projetual, já que através dela é possível verificar e avaliar os pontos positivos e negativos de cada fachada do lote. Durante a implantação do projeto no terreno, o estudo servirá de base para que se consiga atingir o melhor desempenho dos ambientes propostos no programa de necessidades. Para isso, a concepção do projeto seguirá desenvolvida de maneira a favorecer o conforto do usuário e o melhor aproveitamento da iluminação e da ventilação natural para o edifício.

60


Figura 35: Analise solar das fachadas do terreno

Fonte: Autoria própria 61


10.

ANALISE DO ENTORNO

1.19. - Uso e ocupação O mapa de uso e ocupação do solo, foi desenvolvido a fim de se levantar e classificar através de cores, os principais usos existentes no entorno da área de projeto. Conforme mapa feito, foi levantado que como predominância o entorno tem o uso residencial com a principal atividade, sendo representado no mapa pelo preenchimento em cor amarelo, seguido pelo uso misto na cor laranja, uso institucional na cor azul, comércio e serviço na cor vermelha e os espaços vazios em marrom. Figura 36: Mapa de uso e ocupação do solo

Fonte: Autoria própria 62


1.20. - Sistema viário Conforme mapa de perfil viário abaixo, é possível verificar que no entorno do projeto encontrasse como predominância a presença de vias locais. Também é possível destacar a via coletora que dá acesso ao inteiro do bairro, Rua Rio Solimões e a via arterial Av. Rio Mississipi, principal via de ligação para o bairro com o centro da cidade. Figura 37: Mapa de analise viária

Fonte: Autoria própria 63


1.21. - Cheios e vazios Também foi realizado a análise das áreas ocupadas e vazias no entorno do projeto, esse mapa de analise foi feito com o intuído de verificar o nível de densidade ocupacional na região do bairro. Conforme mapa realizado, é possível observar que no entorno da área do projeto existe uma boa densidade de lotes ocupados, sendo em sua grande maioria lotes menores, e ocupados por residências unifamiliares. Esse mapa também permite ter uma visão do impactado do projeto junto ao entorno, sendo observado que o entorno possui uma carência por áreas livres e verdes, o que poderia estar presente no projeto, e valorizar o microclima da região, e tornar o projeto ainda mais atrativo a comunidade. Figura 38: Mapa de cheios e vazios

Fonte: Autoria própria 64


11.

CONCEPÇÃO PROJETUAL

1.22. - Conceito Assim como o jogo de empilhamento de peças Tetris, o conceito do projeto parte de uma linguagem modular e de integração entre seus padrões. Os espaços desde o micro ao macro, são criados pretensiosamente para ressaltar a singularidade das peças, e quando as mesmas são reunidas ao todo, formam-se novas formas e perspectivas . O jogo de raciocino lógico, tem como objetivo “montar” figuras geométricas por meio de suas peças únicas que podem ser rotacionadas em seu próprio eixo para encaixes perfeitos, o meio de ligação entre elas são as colunas verticais que segmentam a interligação de sua montagem. Assim sendo, nasce a setorização do projeto, dividida em núcleos, que a partir da tipologia de uso, são girados para que se encaixem possuindo um sistema de fluxos lineares que realiza a conexão dos blocos e os usuários.

65


1.23.

Concepção

-Após a demarcação da área legal a ser ocupada, o projeto foi concebido de maneira segmentada, sendo dividido em 4 setores. -O primeiro é o INSTITUICONAL onde também está o acesso 1 da edificação, o setor admirativo seguido dos dormitórios que possuem um sistema de pátios internos que garante a privacidade dos quartos. -O segundo é o EDUCACIONAL, estando locado nas extremidades do lote sendo intermediado por um bloco de apoio, onde estão dispostos serviços e refeitório do projeto . -O último setor é o de lazer, onde tem a função de servir como ponto de ligação da comunidade junto ao projeto. Nesse setor estão locadas as quadras esportivas que se integram com a praça publica.

66


1.24.

Solução corte e aterro

Como o local do projeto possui um desnível de cerca de 5 metros do ponto mais alto ao mais baixo, fez-se necessário o trabalho de movimentação de terra no terreno. Para isso, foram criados dois platôs, que servem como pontos niveladores para a implantação da edificação e da praça pública. O primeiro platô está situado o projeto institucional, onde foi locado a cerca de 1 metro a cima do nível da rua, o que permitiu uma proteção natural quanto a intemperes climáticas, além de trazer um destaque ao projeto o elevando. O segundo platô foi criado afim de atender as necessidades da praça pública, sendo esse espaço elevado a cerca de 4 metro do nível 0,00 da rua. Para o desnível de 3 metros criado entre os dois platôs, foi desenvolvido um sistema de arquibancadas que além de quebrar com o impacto do corte no terreno, funciona como um sistema de ligação entre a praça pública e a área de quadras esportivas do projeto institucional.

67


12.

PLANTAS

1.25.

Implantação

68


1.26.

Setor administrativo

69


1.27.

70

Setor dormitórios


1.28.

Setor educacional

71


1.29.

72

Setor público e lazer


13.

CONCLUSÃO DO PROJETO

Concluindo o projeto, foi possível perceber que o mesmo cumpre o seu papel afim de ser um espaço multifuncional e ao mesmo tempo único a depender do público que será acolhido. Trazendo em sua composição espaços que possam servir como morada, lazer e educação. Essa preocupação sempre foi algo presente na concepção, afim de tornar o projeto um mecanismo de transformação e de recomeços. Por isso, a funcionalidade e o uso dos materiais naturais sempre fizeram parte da arquitetura, buscando apresentar um projeto que fosse simples em sua construção, sem deixar de lado a atemporalidade de um lar. Para isso, os elementos presentes também foram pensados de maneira a valorizar o senso de pertencimento dos usuários, sendo utilizados para isso materiais como a madeira e a taipa, que são fundamentais na sensação que o projeto traz ao usuário, tornando a atmosfera do projeto aconchegante e acolhedora. Outro importante ponto de destaque do projeto são os elementos da cobertura. Onde foi desenvolvido um sistema de estrutura em madeira que permitiu uma proteção leve e livre da edificação, facilitando com que a ventilação e a iluminação natural esteja presente em todos os ambientes do projeto, extraindo assim um maior potencial bioclimático, o que torna o projeto isento de elementos mecânicos e onerosos para que se consiga ter espaços confortáveis. O uso de elementos vazados como Cobogós, junto a integração de áreas de convívio abertas, também são uma estratégia de valorização dos ambientes, explorando o potencial natural do local, além de trazer a permeabilidade visual e o convivo com o verde. A solução busca melhorar a qualidade de vida dos usuários, trazendo o contato com um verde para dentro do projeto como uma forma de trabalhar a maneira com o espaço é percebido e sentido pelas pessoas. Aliado a tudo isso, o projeto valoriza a inserção social e o convivo junto a comunidade, sendo criados espaços de convivência como os pátios mediterrâneos, espaços jardins e as quadras esportivas que além de servirem como incentivo ao uso recreativo, potencializam a integração com a comunidade do entorno. Pensando nisso, foi desenvolvido um sistema de abertura que se integra a praça pública do projeto, fazendo um jogo de conexão entre a área pública e a área privada do projeto.

73


14.

BIBLIOGRAFIA E REFÊRENCIAS

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76



TETRO COMPLEXO DE ACOLHIMENTO

2022


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