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SÃO PAULO E MOBILIDADE ATIVA
Para falar sobre mobilidade ativa, é necessário pensar primeiro na cultura do carro na qual estamos inseridos e o que ela diz sobre nós mesmos. O automóvel surge como um produto que moldou parte do pensamento da sociedade e a forma como planejamos a urbanidade. Por muito tempo as cidades passaram a ser pensadas para os veículos motorizados e não para os pedestres, fato que passou a ser ainda mais contestado nos últimos anos.5 A mobilidade urbana ativa é uma forma de deslocamento não motorizado, baseado na propulsão humana. No Brasil, os meios de transporte ativos mais utilizados são a caminhada, bicicleta, triciclos, patins, skates, patinetes não elétricos.
Qual a importância de incentivar a adoção da mobilidade ativa na sociedade?
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Os transportes motorizados movidos à queima de combustível fóssil no mundo são responsáveis por quase um quarto da emissão de gases poluentes que reflete diretamente no efeito estufa, além da poluição do ar urbano. Mesmo com a tecnologia avançando e trazendo alternativas de carros movidos à energia elétrica com uso de baterias, são recursos que ainda não são acessíveis para toda população, além da falta de infraestrutura adequada na cidade para receber essa tecnologia. Considerando também nosso contexto atual de 2021, completado mais de um ano de pandemia, e o questionamento dos transportes públicos lotados, que facilitam a propagação do vírus SARS-CoV-2 (COVID-19), e mesmo fora desse contexto, os transportes públicos sofrem com a falta de qualidade e superlotação. Tendo em vista isso, uma alternativa mais sustentável, de baixo impacto e mais acessível para a população é a mobilidade ativa (caminhar,andar de bicicleta, patinetes e etc). Mas como incentivar a adoção desse meio, se a cidade é hostil para os mais vulneráveis e minoria?
De acordo com um levantamento feito pelo orgão mobilidadeativa.org.com, com dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego)6, foi elaborado um mapa por regiões da cidade de São Paulo que concentra informações sobre os acidentes de trânsito envolvendo pedestres e ciclistas. O mapa ao lado retrata a zona oeste de São Paulo, na região da Lapa. Podemos identificar as regiões mais perigosas e os locais dos acidentes ocorridos entre 2016 e 2018. Além do fluxo e quantidade de ciclistas e pedestres que acessam cada percurso.

No mapa apresentado, sendo a mesma região do projeto apresentado neste trabalho, destaco a média diária de cerca de 200 ciclistas que cruzam o rio, passando pela ponte do Jaguaré, porém a passagem de bicicletas e pedestres pela ponte é estreita, e traz um sentimento de insegurança e desconforto, tendo em vista que a ponte tem como prioridade hoje para os veículos motorizados. Muitos ciclistas se arriscam em cruzar a ponte pela via de carros (vide imagem anterior) por conta do estreitamento existente na via destinado para as bicicletas e pedestres, considerando que a passagem tem cerca de 1,5 metro de largura, e é dividida para o fluxo dos dois sentidos.
Foto 2 - passagem bicicleta e pedestres na ponte do Jaguaré fonte: acervo do autor
