Lautriv Mitelob - BV006

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006 ∙ Esperança/PB ∙ Dedicado especialmente à arte, à cultura e à história da nossa gente.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013 (formatado para encadernação)

P2/3 Em http://frasesabertas-frases.blogspot.com.br/:

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Pensei que fosse um lago tão longo, tão longo que se perderia no horizonte, mas, ele não passou de uma pequena curva na estrada. Meus versos sem rima... Meus, de nada meu! Agora crescem com o tempo, por ser apenas algo que existiu hoje, e amanhã será recordado...

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Não gostaria que esse fosse o último galho quebrado da minha vida. Realmente não gostaria...

Recordado em uma manhã muito distante, Numa distancia que nunca irei ouvir. Tão distante, quanto o horizonte... Tão distante, que escolhi não resistir ao tempo! (Bruno Rodrigues) (http://instantesb.blogspot.com.br/)


Boletim Virtual 006 ∙ Esperança/PB ∙ Dedicado especialmente à arte, à cultura e à história da nossa gente.

Eusébia de Carvalho Coutinho; sobrinho do Arcebispo de Alagoas D. Santino Maia, era também afilhado do Vigário Geral da Arquidiocese da Paraíba, Monsenhor Odilon. Benemérito da ação social em nosso Estado, ele fundou o Instituto São José e um hospital que leva seu nome, ambas as instituições de ajuda aos mais necessitados. Também era músico, escritor e professor. Devoto incondicional de Nossa Senhora do Carmo, participou da fundação do Jornal “O Lábaro” e da orquestra “Regina Pacis”, e criou uma espécie de cooperativa para ajudar os seminaristas pobres junto ao Seminário da Parahyba.

POR RAU FERREIRA Monsenhor José da Silva Coutinho – o Padre Zé – pode se tornar o primeiro paraibano a ser consagrado santo.

Nascido em Esperança, aos 18 dias do mês de novembro de 1897, filho do casal Júlio da Silva Coutinho e de

_______________________ “Não fossem meus males físicos e principalmente minha pobreza, eu iria à sua Festa. Mas, só viajo na boléia de uma camionete, com minha cadeira de rodas em cima, com quatro rapazes, que aqui no Instituto São José chamam de motoristas, para não ficar aí no meio da rua, sem poder me locomover para parte alguma” (Em 27/11/1972) _______________________ 2


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Em carta dirigida ao Monsenhor Palmeira, vigário de sua terra natal, relata a sua condição de pobreza (trecho na página anterior). Bastante caridoso, nunca se descuidou de seu rebanho e fazia de um tudo para angariar fundos para as suas obras assistenciais. Quem é que não se lembra de suas investidas pelas ruas da capital parahybana, em sua cadeira de rodas, cutucando um e outro transeunte por uma contribuição? Foi nesse afã de recolher doações que passou mal e foi internado, vindo a falecer no dia 5 de novembro de 1973. O procedimento de beatificação é longo e tem muitas exigências. Para tanto, é necessário coletar dados acerca de sua vivência e virtude, aliado ao relato de pessoas que

alcançaram alguma graça, trabalho que vem sendo realizado pela Arquidiocese da Paraíba. Mas no quesito milagre o monsenhor ganha de goleada. Pelo menos três são apontados como sendo obra do padre esperancense. O certo é que antes de concedida a beatificação pelo Sumo Pontífice da Igreja, o processo tem que ser enviado para o Tribunal Eclesiástico de Olinda e Recife, para criteriosa análise de seu conteúdo e, somente após, ser remetida a Roma. Cidadão benemérito de mais de 40 municípios, o Padre Zé está sepultado no Cemitério da Boa Sentença em João Pessoa. Saiba mais: (http://www.arquidiocesepb.org.br/index.php?arqui=pages/noticia&cod_not icia=179) (http://mgcbn.blogspot.com.br/2011/04/beatificacao-domonsenhor-jose-da-silva.html) (http://www.ihgp.net/rau_ferreira/padre_ze.htm) (http://historiaesperancense.blogspot.com.br/)

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contar aqui pra ninguém sair fazendo por aí (rs). Todavia, é um livro apaixonante. E nessas voltas que o mundo dá, entender e se encontrar com as necessidades diferenciadas, as adversidades que a natureza às vezes impõe, e achar poesia e felicidade, só mesmo as mulheres para conseguir tal feito.

POR ANA DÉBORA MASCARENHAS Acabei de reler o livro da Anita que conta as histórias das mulheres e a tenda vermelha onde elas ficavam quando estavam “naqueles dias”. A história conta a versão feminina das mulheres da Bíblia, desde Labão até Jacó, e sua trajetória no mundo hebreu. A forma como a Anita retrata essas mulheres, em seus desafios e religiosidade, é fascinante. Assim como o amor de Jacó por Raquel. A tenda vermelha, como o nome sugere, é o lugar onde reverenciavam as suas necessidades e praticavam rituais da menarca. Onde entoavam canções, recolhiam o sangue e entregavam a mãe terra. Entre outros rituais que não vou

A blogueira: “Sou mãe de dois seres fantásticos. Já percorri grandes distâncias, criei meu mundo, sonhei meus sonhos e realizei outros tantos. Formada em Agronomia, licenciada em Biologia, especialista em Educação Ambiental. E foi estudando os seres vivos que me deparei com as especialidades e surpresas que os humanos podem proporcionar e com eles descobrindo as voltas que o mundo dá”. Do perfil, em www.deboramascarenhas.blogspot.com.br, ao que Rau Ferreira acrescenta: “Desde os tempos de Colégio tem participação nas artes dramáticas e na literatura, contribuindo para o engrandecimento da cultura esperancense”. 4


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Capela que guarda a virgem Do credo popular

Enquanto sai a fumaça do cigarro Estou aqui Transfigurando-me em cinzas Vendo infinitas pedras Nesta paisagem agreste Tomada pelo caos cosmopolita Dessa cidade urbana Por entre antenas de celulares E para-raios Uma capela branca

O som confortável do vento O sol refletindo minha sombra A pequena poça d’água Que abriga o cururu ancestral

...não posso esquecer... Do urubu que pousou [em minha sorte Nem daquela mosca Que pousou em minha sopa

Das marcas e lodo nas pedras Das pedras que me lembram a lua Da lua cheia que paira [no meu telhado Do cheiro das bostas de gato

Tudo é tão singular nesse lugar As vozes

prefácio Sinestesia, livro de estreia do jovem poeta paraibano Egberto Vital, nos traz uma nova visão da sexualidade masculina. Focando a beleza do ato sexual e fugindo dos pressupostos de que o sexo é pecado. Sua obra exibe, numa linguagem contemporânea, as experiências de sujeitos que vivem suas “fantasias” eróticas. Abordando assuntos que vão desde a masturbação ao sexo comprado, Egberto Vital ousa e muitas vezes até arrisca chocar o público com poemas como “Libido, satisfação e culpa”, no qual relata uma cena de puríssima intimidade de uma freira que se sente atraída pela figura masculina alocada em um crucifixo. Em algumas ocasiões, aproxima o ato sexual à prática religiosa, o tendo como uma dádiva divina, o que aproxima a poesia de Egberto Vital à poesia de Adélia Prado, corroborando a visão de George Bataille, que associa o encontro dos corpos ao encontro com o sagrado. A genitália feminina é descrita como um “fruto que deve ser saboreado de todas as formas” para que se possa sentir todos os sabores que podem proporcionar o encontro de corpos. Descrevendo as mulheres (e porque não pensar em homens também?) com que o sujeito poético se relaciona, numa perspectiva nada idealista, Egberto Vital faz com que o leitor se transponha para dentro de sua poesia e sinta as sensações descritas, daí o nome Sinestesia. (Antônio de Pádua Dias da Silva) (http://egbertovital.blogspot.com.br/2011/04/publicacao-do-meu-primeiro-livro.html) 5

As cores O preto e o branco O vermelho da abóbada A orquestra de sapos e jias No himeneu musical Que toca em toda noite de chuva A música ruim do rádio A música boa do [CD que eu coloco Tudo, enfim É melhor que Pasárgada Perdoe-me, Bandeira, Posso falar, pois já estive lá As mulheres daqui Não expõem suas partes Mas também não escondem Tudo aqui é só meu Tudo nesse mundo Da capela branca Ao quarto em que durmo. (Egberto Vital)


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POR D’ALMA

POR JOÃO DE PATRÍCIO

Era um período que compreendia o final da década de 50 e meados da década de 60. Momentos em que a juventude de Esperança vivia a agradável e saudável vida social, sem violência social e moral, sem a perturbação originada pelo uso de drogas. No seio da juventude esperancense, existia uma plêiade de rapazes e moças com talento musical, tanto como músicos, tanto como cantores, o que ainda persiste no nosso meio, essa sublime vocação. Dona Hilda tinha o dom de reconhecer em cada jovem o seu talento musical ou artístico e convocava-o para o grupo de sua escola de cantos. Vale salientar que a Escola Cantorum tinha a primazia de aprimorar cantos religiosos, fazendo suas vezes no coral da Igreja. Dona Hilda deixou a sua marca, como organizadora de festas sociais e de grupos de jovens. Fica aqui o registro, como resgate de um fato inesquecível da nossa sociedade. Em http://revivendoesperancapb.blogspot.com.br/

Rola a bola e toca o meio-fio A marca se faz em risco raso, largo Primeiro eu, primeiro eu, primeiro eu! Eu, primeiro, acerto um teco, atinjo o alvo Palmo a palmo, teco a teco, ponto a ponto Aponto, lanço bolas, triângulos desfeitos: pontos! Recolho, embolso bolas de gude, uma por uma Escuto, alegre, o encanto daquele tilintar. Traço um risco, arrisco, lanço, atinjo as marcas Primeiro eu, primeiro eu, primeiro eu! Em meio à algazarra passeio pela geometria Buracos percorridos palmo a palmo, teco a teco Joelhos e mãos sujas na terra úmida e alma lavada De volta ao buraco primeiro, primeiro eu! Recolho, reconto, embolso Joelhos, mãos, alma lavada Volto para casa Hora de banhar. 6


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