Lautriv Mitelob - BV009

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BV009 Esperança/PB Dedicado especialmente à arte, à cultura e à história da nossa gente. Direção e Redação: Evaldo Brasil e Rau Ferreira Contato: kaquim@gmail.com Conteúdo: Publicações de blogs e sites; e material inédito.

Boletim Virtual lautriv.mitelob 12 de Setembro de 2013

«O Homem que veio do Céu» P02

Lima Duarte, ao longo do tempo, em h p://veja.abril.com.br/blog/gps/tag/lima‐ No Caso Especial, fez os episódios "Duelo" (1973), "O Capote" (1973), "O Crime de Zé Bigorna" (1974) e "O Homem que Veio do Céu" (1978) (h p://pt.wikipedia.org/wiki/Lima_Duarte), este do esperancense, com Fernando Benini (h p://www.sbt.com.br/home/) abaixo em Carrosel/SBT. O Homem Que Veio do Céu (1978); TV Movie ‐ Drama ‐ 29 November 1978 (Brazil); Director: Lima Duarte; Writers: Salathiel Coelho (story), Walter George Durst; Stars: Azulão, Lima Duarte, Bibi Ferreira: h p://www.imdb.com/ tle/ 0458743/. duarte/.

Eserancense escreveu peças teatrais, como “O Homem que veio do Céu” e “Macação” encenadas por Bibi Ferreira, Lima Duarte, Armando Bogus e Maria Luiza Castelli. http://www.museudatv.com.br/biografias/Salathiel%20Coelho.htm Aqui, é capa de LP (http://produto.mercadolivre.com.br)

P06 Pe. Palmeira em três fases P05 O sumiço do Lobisomem que era um bode mascarado

P04: W

Da Zona Rural para a liderança polí ca P03 W e o Inédito: Dentro e Fora do Ódio 1


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Salathiel Coelho, dos céus de Esperança para terras gerais

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uem escuta hoje as trilhas sonoras das novelas brasileiras não faz a menor ideia de que o som que embala atores e coadjuvantes passa pelas mãos brilhantes de um esperancense. Pois bem. O sonoplasta Salathiel Coelho não só criou essa forma espetacular de dar vida às cenas e personagens, como também escreveu vários temas para a televisão. Salathiel nasceu em Esperança, aos 17 de dezembro de 1931. Iniciou sua carreira ainda adolescente como locutor, quando foi descoberto por Assis Chateaubriand, casualmente, na cidade de Campina Grande. Na ocasião, o magnata das comunicações havia perdido um documento e pediu‐lhe que anunciasse o fato nos alto‐falantes. Sa sfeito com a sua apresentação, o velho Chatô percebeu logo o grande potencial do jovem. Transferiu‐se para o eixo Rio ‐ São Paulo no ano de 1948, onde a sua atuação se fez mais presente. Mas o primeiro álbum só veio em 1964/65, quando inovou registrando em LP a trilha sonora das novelas exibidas pela ex nta TV Tupi (“O Sorriso de Helena”,

*Por Rau Ferreira, em h p://historiaesperancense.blogspot.com.br/)

“Tereza”, “O Direito de Nascer”, “Se o Mar Contasse”, “O Cara Suja”, “Quando o Amor é Mais Forte” e “Alma Cigana”).

Referências: NetSaber, Biografias*. Disponível em <h p://www.netsaber.com.br/> InterFilmes, Site*. Disponível em <h p://www.interfilmes.com/> Museu da TV, site*. Disponível em <h p://museudatv.com.br/> Sites acessados em 02/09/2013. 2

No sul do país trabalhou ainda em rádio (Tamoio, Pira ninga, Tupi e Cultura), TV (Tupi, Cultura, Globo e Bandeirantes), e gravadoras (RCA Victor, Philips, Odeon, Copacabana e Con nental). Foi ainda consultor do Projeto SACI (Satélite Avançado de Comunicações Interdisciplinares), produtor musical da Tupperware do Brasil, e gerente ar s co e de repertório da Chantecler e RGE. Produziu dublagens e argumento cinematográfico; escreveu peças teatrais (O Homem que veio do Céu e Macação) e uma novela (Ama de Sangue). No período de 1988 a 1999, esteve fora do Brasil. Por essa época, dirigiu musicais de novelas da Marte Television, de Caracas; da italiana Telelíbera Rete A, de Milão; e da portuguesa NBP, de Lisboa. Em sua carreira foi agraciado com vários prêmios, com destaque para os troféus Imprensa, Roquete Pinto e Chico Viola. Muitos ar stas devem o seu ingresso televisivo ao cria vo Salathiel, que hoje reside no interior mineiro e tem uma vida pacata longe dos holofotes.


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h p://revivendoesperancapb.blogspot.com.br/ Antonio Dias Presidente da Câmara Municipal por três biênios. No CAOBE, em 1980: 1. Padre Palmeira; 2. Mons. João Honório de Melo (homenageado); 3. Odaildo Taveira (Prefeito); 4. Antonio Dias (Presidente da Câmara, destaque acima); 5. Nino Pereira (Vice‐prefeito).

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Da Zona Rural para a liderança polí ca Não bastou apenas isso, a convite do líder polí co da época, Luiz Mar ns de Oliveira, com quem desfrutou grande amizade, ingressou na vida polí ca, passando a ser eleito, por duas vezes, vereador e presidente da Câmara Municipal por três mandatos. Foi oficial de jus ça por vários anos, até a sua aposentadoria. Hoje recebe homenagem do poder judiciário com o seu nome em uma das salas do Fórum local. Casado com Dona Edleusa Bandeira, de cuja união matrimonial surgiram 11 filhos, todos educados sob o prisma do trabalho, da hones dade, do respeito ao próximo e de uma vida social a va, par cipa va e de méritos reconhecidos pela sociedade esperancense. Antonio Dias do Nascimento faleceu no dia 18 de fevereiro de 1993, há 20 anos.

ntonio Dias do Nascimento estaria, hoje, com 84 anos de idade. Era uma pessoa dotada de simplicidade, trazendo dentro de si um espírito de liderança que veio do berço. Nascido no Si o Mula nha, no dia 05 de setembro de 1929. Ao chegar à Zona Urbana do nosso município, começou a par cipar a vamente da vida social. Envolveu‐se, de imediato, no comércio de bata nha, quando Esperança despontava como município produtor e exportador daquele produto com sede agrícola. Foi co‐fundador da APROBAPA (Associação dos Produtores de Bata nha da Paraíba), em Esperança. Foi um dos lutadores, junto aos poderes competentes, para a implantação do Frigorífico de Bata nha, ainda hoje existente nesta cidade. 3


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Por Ana Débora Mascarenhas (Em h p://deboramascarenhas.blogspot.com.br)

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oje acordei com o coração mergulhado em alegria. Há exatos dezesseis anos eu chorei pela primeira vez de alegria (até então não compreendia como alguém chora se não de tristeza) ao ouvir seu choro, quando os pulmões se encheram de ar, quando olhei nos olhos de jabu caba olhando para os meus. São sensações que só quem passa pode de fato conhecer. E meu mundo se transformou, ficou bom, colorido, com inúmeras nuances. O chuveiro se transformou na cascata encantada que ra sujeira e tristeza, as paredes da casa se tornaram galerias de obra de arte. Todo dia uma pintura diferente. O cajueiro do quintal se tornou a árvore sagrada e a mais alta do mundo pra ser escalada, a mangueira se transformou na fonte de água mágica que transforma nossas hortaliças e temperos fabulosos para que as refeições fossem porções mágicas. E o tempo logo passou, se encarregou de mostrar novos desafios: a escola, os colegas, o estudo das línguas; e agora a primeira paixão parece estar desabrochando. Às vezes queria que o tempo nem corresse tanto, mas que graça teria? E nas

INÉDITO DENTRO E FORA DO ÓDIO Dentro do ódio Há dor e o descaso com a razão O apego à má vontade Discórdia, desunião Oportunidades soltas e distorção da verdade Construção do sofrimento Menos luz, desigualdade. Fora do ódio Amor, união, caridade e humildade Boa fé, plantação, simplicidade Ponto de vista do outro Diálogo nas distorções Oração, felicidade Par lha de corações.

Mateus lendo Um gato de rua chamado Bob

voltas que o mundo dá, quero estar sempre perto, ao alcance da sua mão, e como diz o Bel do Chiclete: “Se me chamar eu vou, ao som de furta cor...” onde você es ver. Parabéns ao meu primogênito Pedro. Por quê? Wonderful world.

Leia também: http://deboramascarenhas.blogspot.com.br/2013/09/encontros.html http://deboramascarenhas.blogspot.com.br/2013/09/espera-supera-repara.html 4

Nosso des no é traçado Para prova e expiação Se o ódio nos apraz Nas lições da relação Fora dele construímos fontes Correntes do amor Dando chances a nós mesmos De nos conhecer, senhor Trabalhando nossa imagem Para a imagem da verdade Só assim somos guerreiros De nossas ambiguidades. Por Yordan Alcar


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Pe. Palmeira e as três fases de sua vida Sacerdotal

*Por Rau Ferreira, em h p://historiaesperancense.blogspot.com.br/)

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o auge de sua juventude, vigário da Paróquia de administra vo na nossa paróquia, inconfundível. Guarabira/PB, foi designado para servir na Paroquia de Doente, com mais de 80 anos de idade, ainda lúcido, fazia Esperança/PB. Cheio de Vigor, ideais, dinamismo. Bom questão de expor as suas ideias, os seus ideais religiosos. No final administrador paroquial, bom pregador, estudioso e dedicado à de sua vida, visitou Esperança por diversas vezes. Tinha uma sua missão de evangelizador. Empreendeu diversas inovações na especial atenção pela cidade de Areial/PB, onde implantou toda a nossa sociedade, onde teve intensa par cipação. Como e st r u t u ra re l i g i o s a Administrador, construiu diversas capelas nas zonas urbana e existente hoje. rural. Gozou de grande pres gio no seio do clero. Empreendeu durante a sua administração, a conclusão do prédio do an go ginásio diocesano, construiu a Maternidade São Francisco de Assis, entre tantas outras obras sociais no nosso município. B i s p o d e Pesqueira/PE, eleito no começo da década de 80. Essa foi a fase áurea de sua vida sacerdotal. Saiu da Paróquia de Esperança, com des no a Pesqueira/PE, nos idos a n o s 8 0 , s o b homenagens de toda a p o p u l a ç ã o esperancense. Deixou u m vá c u o n a n o s s a paróquia, pois Vigário da Paróquia de Esperança, no começo dos anos 50. Bispo de Pesqueira, eleito no Começo da década de 80. implantou um sistema E «aposentado», Bispo Emérito em Pesqueira/PE. 5


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O sumiço do Lobisomem que era um bode mascarado Cordel 49-011, 27/12/2007 I Sempre há de tudo um pouco Nas origens, em qualquer vila, Mitos de heróis desbravadores Mulher machona que virava gorila. Figuras pitorescas, desmioladas, Marias e Adélias, vidas frustradas, Até o uivo de um lobisomem sibila.

IV Mas nem todos deixavam pra lá Já que muitos tiravam proveito Para agir nas madrugadas de lua Era preciso no artista dar um jeito. Em tocaia pegaram o marginal Em sua porta deixaram um sinal Máscara presa à porta do sujeito.

V A povoação não tinha energia E o escuro da noite estimulava A tradição de contar Trancoso E as assombrações congelavam. À mesa, nas antessalas, sentados, Crianças e adultos tão admirados Pelos mistérios que se narravam. VI O uivo agudo já não se faz voraz Estão quase extintos até os guarás As lobas circulam por alguns reais A falta de luz já ficou bem pra trás. Pelos e unhas crescidos, enormes? Patas e orelhas humanas disformes? Na vida moderna não existem mais.

II Sob uma máscara de pele de bode Circulava nas noites sem energia Para seus encontros amorosos A dois, a três, em suruba ou orgia. Em sua atuação assustadora Atacava das negras às louras, Casadas e solteiras, quando agia. III Em suas ações de vadiagem Quando pelas partes combinado Gemidos, uivos e os assobios, Pra outros ficarem afastados. Tudo corria na mais santa paz Para jovens moças e pro rapaz Naquele animal transfigurado.

VII O lobisomem partiu depois da tocaia Não se sabe se voltou por aqui Evitou falatório, a polícia e a vaia. Fugiu pelos fundos, decidiu sumir. Assim, pelo mundo, ele se perdeu, Nada se sabe do que lhe sucedeu… Foi fazer companhia ao moleque Saci.

Detalhes de "O Lobisomem de Esperança", de Renato Rocha. 6

Por Evaldo Brasil


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