Lautriv Mitelob - BV013

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Direito fundamental

Esperança: 300 anos de Banabuyê Representação natalina de Inacinha

88 Esperança Fé Esperança ee Fé

Progresivo”

Banabuyê

300 300 “O Soldado Azul”

www.casadainfancia.spaceblog.com.br

“Tarde”

“Regresivo

Sobre árvore de Natal da Casa da Infância Rossana Rodrigues

CULTURA:

Magazine Cultural de Esperança

“Encontro” Probidade

Frávojuzé, um nêgo forro (Forró, segundo Biliu)

lautriv.mitelob

“Foi” Furdunço

Promoção loucura de Natal

Moça-velha quer casar

Lajedo Grande Poemas da Sociedade dos Poetas Esperancenses


Extra

Para nos lembrar dos aniversariantes Enquanto a Sociedade de Estudos Espíritas Esperancense/SEEE planejava, divulgava e teve que alterar a data de oferecer “Um presente para Esperança”, Protestantes e Católicos se associam ao Poder Execu vo Municipal e a cidade ganha o “Esperança e Fé”, como forma de comemorar o aniversário de Emancipação Polí ca. A par r deste aniversário de 88 anos, espera‐se seja a tônica. No segundo fim‐de‐semana, nova edição do Esperanfolia, carnaval fora de época. Para nos lembrar do aniversariante do mês, a SEEE realiza, na Câmara Municipal, sob o tema “Jesus na Atualidade” encontro regional de espíritas e simpa zantes, com o publicitário, médium e escritor Frederico Menezes, em 21 de dezembro, às 19h, após o lançamento do 4º CD do Grupo Vo ca l E s p í r i ta S e m e a r te , en tulado “Semeadores da Paz”, às 18h.

Para lembrar

o aniversariante do mês

“Jesus na Atualidade”

Lança 4º CD “Semeadores da Paz”

Palestrante: Frederico Menezes

21/12/2013 Às 18h, na Câmara Municipal de Esperança/PB Realização:

Sociedade de Estudos Espíritas Esperancense Rua Manoel Henriques, 104 - Centro - Esperança/PB


Direção e Redação: Evaldo Brasil e Rau Ferreira Contato: kaquim@gmail.com Conteúdo: De blogs, sites; e inédito.

Magazine Cultural de Esperança

Esperança ‐ Parahyba ‐ Brasil Dedicado especialmente à arte, à cultura e à história da nossa gente. Nº 013 ‐ 15 de Dezembro de 2013

Rau Ferreira

Uma moça pronta pra casá Toma d'uma image a imborcá Com muita fé e devoção... Como reza a tradição: "Prá moça‐velha se acompanhá Sant'Antoin se deve virar". Manda o Santo lhe prepará Duas velas, c'os nomis num curá, E u'a novena de amarração Pra mode esse nó vê desatá Pois moça‐velha quer casá. Assim o tá moço aparecerá Mais dia ou menos dia, quiçá!! Pr'essa moça se incher de emoção... De cavalo, burrico ou alazão, Seja branco, amarelo ou ção ‐ tanto faz ‐, a moça escolherá Já que moça‐velha quer casá!! Pass'anu ela a espreitar N'aquela janela argum siná E no mês do seu Santo bão... Vai dá vivas a S. João, Pulá fogueira no arraiá, Tomá quentão e soltá fogos pelo ar. E s'o rapaz não incontrá O Santo virado vai ficá Até a próxima estação... E a moça sem distração Mais um ano vai tornar A imborcá o Santo‐filão. (S. Miguel, Esperança 11/11/2013.)

Acima: Bandeira Viva e Deixe Viver Abaixo: Hasenclever Ferreira

1918 - 2013 Em h p://guardianlv.com/2013/10/nelson‐mandelas‐top‐five‐contribu ons‐to‐humanity/ e “Nelson Mandela by Eli Weinberg (1961): h p://www.pordentrodaafrica.com/mandela/galeria

Banabuyê 300

Rau Ferreira, by e‐Brasil

Moça-velha quer casar

lautriv.mitelob

Comentário antecipado à publicação inédita de Rau Ferreira

O mundo e suas voltas Taquigrafando

p03

Ana Débora Mascarenhas

El Angelus, (detalhe) acrílico sobre mdf, de Sául Sánches

Por Evaldo Brasil ‐ Feliz retomada do mote em mim despertado quando da publicação do Jornal Novo Tempo, edição Especial dos 70 Anos de Esperança, quando outro historiador‐por‐opção relatava das suas pesquisas sobre Banabuyê/Esperança. Dr. João de Deus Melo, sob o pseudônimo Jodeme em suas publicações, foi quem nos apontou este pequeno grande detalhe sobre a nossa terra. Teria ele encontrado os primeiros documentos nos arquivos de Laranjeiras/Alagoa Nova, de quem nos emancipamos, dando conta de 1713 como o ano do registro mais an go já encontrado a citar nosso rincão. Passei a apontar para que os mais sensíveis a isto pudessem engrossar a corrente em prol da nossa memória, assim como o fiz quanto aos 80 anos do Irineu Joffily, em meu blog... Con nua na pág. 02


Comentário antecipado à publicação inédita de Rau Ferreira

...Rau Ferreira então mostrou‐se baluarte destas causas e certamente produziu mais sobre a Escola da infância de Esperança do que aqueles que a fazem nos úl mos 30 anos... Era 80 anos de Esperança e nós, mais uma vez envolvidos em oferecer para o consumo cole vo este produto chamado memória, fomos curador do museu temporário comemora vo, nada mais que uma coleta, tratamento e exposição de registros materiais, simbólicos e imagé cos do nosso povo, afinal a história do lugar é feita por sua gente. Na ocasião, uma produtora foi contratada e fez documento‐memória oficial em vídeo com Luiz Mar ns. Até hoje não sei quantas cópias, sei que alguns cinco anos depois alguém mo repassa em pendrive! Nós, uma série de Cartões Postais com 08 e um extra, especialmente dedicado ao Presépio de Inacinha Celes no. Então nos 81 anos, produzimos o documentário "de Deus, de Esperança", tendo o fato do aniversariante João de Deus Melo ser a espinha merecedora dorsal dele. Vieram dar carne a este trabalho os não menos conhecedores Nino Pereira, Vicente Simão e Luiz Mar ns e as senhoras Professora Lelê Diniz, Vitoriarégia Coelho e Inacinha Celes no. Foram 40 cópias oficiais e outras tantas até hoje reproduzidas por Valdy Lins aos interessados. Todos esses trabalhos merecem uma publicação específica a respeito, mas fica o registro do apoio encontrado no comércio local, sempre acatando os bons argumentos de Mércio Esperança Araújo Silva. Jacinto Barbosa, jornalista de saudosa memória, Inácio Gonçalves e o próprio Rau Ferreira nos brindariam com trabalhos sobre Esperança, sua gente e suas ins tuições, com e sem apoio oficial. Eu, com as barbas de molho, passei a assis r de camarote e a insis r de pé de ouvido.

Lajedo Grande Por Rau Ferreira - Uma das vertentes para o vocá bulo Banaboié seria “lajedo grande”, fato constatado nã o apenas pela a loraçã o de pedras do Araçá , como també m em todo o territó rio do municıp ́ io a qualquer escavaçã o. Neste sentido també m escreve Irineu Jó f ily quando menciona o surgimento da Fazenda que lhe deu origem, acrescentando que a povoaçã o estava situada sobre uma “grande pedra” (Jó f ily: 1892). Acerca do assunto, encontramos nos anais do Congresso um texto acerca da mineralogia da regiã o, a seguir transcrito: “(...) um ilã o de calcáreo que, partindo de Pocinhos (municıp ́ io de Campina Grande), penetra no municıp ́ io de Areia e se manifesta no de Esperança. Jazidas considerá veis repontam nas fazendas Cardeiro, Gravatá , Sapo, Cabeço, Poço do Novilho, Sıt́io Novo, Jandaıŕa, Serra Preta e outras. Existem poucas ilhas ou deltas no leito do rio, mas há muitos derrames de solos ubé rrimos em cereais e algodã o mocó , segundo assinala o trabalho. Cita o Padre Santiago as bem desenvolvidas atividades agropastoris do Curimataú , e, relativamente ao clima, divide-o em dois tipos: o da serra, sôbre o lombo da Borborema, e o de alé m serra. Descreve a vegetaçã o local como “minguada” (Anais do Congresso Brasileiro de Geogra ia: 1949). Nã o é demais lembrar as diversas formaçõ es rochosas, seja em Lagoa de Pedra ou Caldeirõ es. E no Sıt́io Boa Vista, sã o retiradas pedras calcá rias. Nã o obstante, em muitos pontos pode-se ver trabalhadores manipulando a pedra bruta para fazer retilın ́ eos paralelepıp ́ edos que servem, entre outros, para a pavimentaçã o das ruas.

Em http://evaldobrasil.blogspot.com.br/2013/02/banabuye-300.html, postado por Evaldo Brasil, na segunda-feira, 04 de fevereiro de 2013. Veja também: Banabuyê de Esperança, em http://andradenoticias.blogspot.com.br/2010/09/banabuye-de-esperanca.html; Esperança celebra 88 anos de emancipação política neste domingo, em http://www.redeesperanca.com.br/portal/noticias.php?id=13887; Esperança completa 87 anos hoje http://belarminonoticias.com/?p=2228; http://alpb1.pb.gov.br:8082/sapl/sapl_documentos/materia/36545_texto_integral; e

Rau Ferreira

Evaldo Brasil

Banabuyê


O mundo e suas voltas

Regresivo Progresivo

Taquigrafando

Artes plás cas é um termo genérico que inclui da escultura ao desenho. A escrita, especialmente entre os orientais, se destaca como verdadeira arte, onde a beleza jus fica o termo “caligrafia”. No ocidente, a palavra escrita ou impressa está sempre presente, no mínimo no arranjo das assinatura do ar sta. Picasso, Disney, Ziraldo e Maurício de Souza,

La Madre del Artista El Angelus Las Damiselas de Avignon La viuda Fresca Una y Tres sillas 3 Músicos

Regressivo/Progressivo, acima. Três Músicos, detalhe, à esquerda. Técnica: Acrílico sobre mdf.

por exemplo veram e têm suas marcas consagradas, iden ficáveis a par r do traço da assinatura. Pesquisando sobre arte e taquigrafia, para jus ficar essa publicação, encontramos o colombiano Sául Sánches, que, d e n t r e s u a s o b ra s , r e g i s t ra

taquigraficamente tulos de pinturas famosas em um painel (destaques). Conheça‐o em Inglês e espanhol, ou visite seu blog e traduza automa camente, caso não compreenda os textos sinté cos que seguem: “ S a u l ’ s wo r k h a s b e e n focused on the study of space condi oning, both at a conceptual and formal level. Through projects developed from a pictorialist’s prac ce and its expansive

possibili es, he a empts to deepen his reflec ons on learning schemes, the crossing between the h e ge m o n i c a n d s u b o rd i n ate experiences, and universes inhabited by power and its meaning. Regresivo/Progesivo El proyecto consis ó en transcribir diferentes tulos de obras iconicas del arte al sistema taquigráfico Gregg. Luego de la transcripción, con las formas taquigráficas resultantes, produje una serie de pinturas sobre mdf calado. Saúl Sánchez ( C o l o m b i a 1 9 7 7 ) , holds a B FA from Academia Superior de Artes de Bogotá ASAB (2005). He currently lives and Works in Bogotá (Colombia).

Em http://saul-sanchez.blogspot.com.br/2011/01/regresivoprogresivo.html

Ana Débora Mascarenhas

A taquigrafia é a arte da escrita rápida, são símbolos que viram palavras. Tenho um amigo sabido que me presenteou com um taquigrama. Achei tão belo que até cogito a possibilidade de uma tatuagem. Gostei da junção dos nomes e a imagem formada me lembra violinos, e vejo flores, e ouço músicas.

E nas voltas que o mundo dá, receber de vez em quando um agrado assim, diferente, de gente do bem, é tão bom. Obrigada Evaldo Brasil, adorei a lembrança.


Inacinha Celestino mantém a tradição de seu Presépio de Natal há muito iniciado. A montagem que começou ainda quando seus pais eram vivosrepresenta o nascimento do menino Jesus, e tem um detalhe curioso: desde 1988 não é desmontado, permanecendo em exposição constante em sua residência na Rua Solon de Lucena. História: Corria o ano de 1945. A família havia ganho algumas peças e decidiram organizar a “Lapinha”, recebendo então as primeiras visitas. Com o tempo, foram acrescidas novas figuras ao acervo -hoje se encontra completo-, constituindo verdadeiro patrimônio cultural do Município. As suas imagens reproduzem animais e personagens bíblicos, como os Reis Magos. Algumas peças vieram da Bahia, e outras têm pintura italiana. O Presépio ocupa uma área de 16m2 da sala de estar, amparado por uma armação de aproximadamente um metro de altura. É composto em papel madeira, que forma a gruta e dá contornos as pedras, sendo ornamentado com plantas naturais cultivadas pela própria Inacinha e recebidas de colaboradoras. A representação natalina possui ainda um lago feito de espelho, tem iluminação própria e está delimitada por uma corrente, e durante o Natal recebe muitas visitas.

O mundo e suas voltas

A cidade está linda e pronta Probidade para o Natal. A Praça Tancredo Neves (foto) no centro se enfeitou para a tão aguardada fes vidade. Até mesmo as pessoas des tuídas de espírito natalino vão visitá‐la para averiguar sua beleza. Os comerciantes ávidos por lograr o aumento das vendas natalinas inves ram bem esse ano. A prefeitura promovendo o Natal da cidade, vai oferecer atrações como: Renato Braz e Nando Reis, Milton Nascimento e E r a s m o Praça Tancredo Neves Vitória da Conquista/BA Carlos entre outras celebridades. Uma grande celebração. O Mateus muito atento, logo disse que tem pena do Papai Noel. E eu pergunto o por quê. Ele responde prontamente: “nesse calor e o coitadinho ves do com roupas de frio do Pólo Norte em pleno Verão da Bahia”. E nas voltas que o mundo dá, a gente percebe que as crianças hoje s ã o m a i s o b s e r v a d o ra s , n ã o absorvem qualquer informação verbal ou não verbal sem antes ques onar.

Ana Débora Mascarenhas

Rau Ferreira

Representação natalina de Inacinha


Poetas, autores e narradores da nossa história

Chegamos ao Final‐de‐Ano. Nesta edição, poetas, autores e narradores da nossa história se manifestam, cada um a sua maneira. Rau Ferreira e Ana Débora Mascarenhas, pelo ritmo de produção, se destacam. Logo de capa “Moça‐velha quer casar” revela o poeta; na página 02, o historiador viaja pela e mologia de Banaboié em “Lajedo Grande”; na 04, pela “Representação natalina de Inacinha”; na 07, comenta o “Furdunço” de Aninha; na 08, a cultura como “Direito fundamental”. Aninha Débora Mascarenhas, por sua vez agradece em “Taquigrafando” (03); trata o Natal e o novo olhar da criança em “Probidade” (04); e o “Furdunço” no Dia de Finados (07). E, além dos novos poetas desta página, Erik Kleiver apresenta “Foi” (07). Evaldo Brasil, os cordéis “Promoção Loucura de Natal (09) e Esperança: 300 anos de Banabuyê (10); além de passear pelas comemorações dos 70, 80 e 81 anos da cidade Esperança em “Banabuyê 300” (capa e pág. 02); e apresenta “Frávujuzé: um nêgo forro” (05). Além do Extra “Aniversariantes”. Esperamos que façam boa leitura.

O Soldado Azul (S. B. Sousa)

Da Sociedade dos Poetas Esperancenses

(Thálles Raphael)

O Soldado Azul Encontro ortnocneseD Anne as paredes estã o mais curtas Anne cuidado; Anne por favor Anne aqui vamos; depressa Anne! Anne está dormindo... coberta de pequenas histó rias cercada de soldados

Inesperado (PJ Oliveira) o salto pro silêncio Anne que foi? os olhos Anne foi para o sul, nã o sabia? os quatro ela vive fora do horá rio de paris a história e seus quadros nã o sã o Picassos. Festa, á lcool, boemia. a dança De todas as coisas nosso segredo Anne recriou a má quina Que me libertam provisoriamente, passos já ensaiados e atirou em seu pai quando escrevia Eis algumas. no transe uma longa saudaçã o a kato. Mas nenhuma delas os paralisados Comparar-se-á com a mudos ou calados Anne recriou o Homem Liberdade que a liberdade e sua noite nã o queima a noite inteira quanta agonia sem intensão Me proporcionará agora passar somente nas quartas feiras. Pois só estamos libertos vendo sem olhar No dia de nossa morte. Anne por aqui vamos Anne depressa. adeus, sem falar Ainda catando besouros? como sempre foi Anne nã o sei te amarei sempre. e sempre será.

Tarde

etroM

(https://www.facebook.com/groups/140799789391284/)


Evaldo Brasil

http://www.musicadaparaiba.blogspot.com.br

Discografia Disponível “Dom Cristalino” (2008) remete à linguagem e sonoridade dos discos mais significa vos de sua carreira. Neste 17º CD... (visite o blog, leia mais sobre o CD e o ar sta, e baixe para ouvir). Palavras ao Vento (2002), Me diz, amor (2001), Seu olhar não mente (2000), Sempre ‐Ao Vivo‐ (1999), Prá Todo Mundo (1999), A Poeira e A Estrada (1998), Sem ferrolho e sem tramela (1997), Filho do dono (1996), Tareco e Mariola (1995), Nordes no Lutador (1994).

Frávojuzé, um nêgo forro (Forró, segundo Biliu de Campina) Para mim, Flávio José é um negro forro e forró, é com ele. Se o internauta duvida, escute o rapaz.

H

á quem diga que forró veio das festas dos militares americanos no Brasil, II GG, na base do Rio Grande do Norte, ditas “For All” (For‐ól). Parece até que não sabem como eles “tratam” nós‐La nos. Há também quem diga que vem de Forrobodó, a origem do nome mais aceita. Por fim, conversando com o maior carrego que conheço, Biliu de Campina, ele me dava a sua versão: que vinha de alforria, da festa de negro forro, liberto, ou mais propriamente, que conquistou sua liberdade. Prefiro esta. Nada mais adequado que negro forro fazer

forró, a festa, e daí a denominação genérica para tanta coisa boa em música e dança: baião, xaxado, coco, xote, miudinho… Estas são, então, o norte deste comentário sobre este cabra do Nordeste chamado Flávio José, Frávojuzé, para alguns. Estamos nos tempos em que, vivendo a linha de montagem de nada pica do for‐ól, porém caracterís co da indústria cultural cujo Americano é mestre; mastruço, mel, rapadura, cebola e até franksteins a guiar a curiosidade de alguns e o bolso de uma maioria acabam agitando o mercado

fonográfico onde, felizmente, só quem é autên co se perpetua. Graças a Deus e ao bom senso. Nessa mistura, o caldo é grosso, mas o fino é do Forrobodó pra cá. E não me queiram forçar a engolir bandas de jolo ou comer mel com te r ra , p o i s s e r i a indigesto e, se der fé cá, ria se puder! Luiz, o Gonzaga, e seus pares de menor expressão e de mesma importância deram e dão o tom de auten cidade até hoje. Jackson, o do Pandeiro, apesar de e com o nome, se fez e faz escola até hoje. Flávio José, o Frávojuzé, nasceu e bebeu nas águas dessa fonte sendo ponte entre

gerações. Frávojuzé, o c a n t o r , c o m p o s i t o r, l e t r i s t a , instrumen sta, c i d a d ã o poli zado e sintonizado na razão sabe falar do social e do emocional sem concessões. Empresaria suas empreitadas do ponto de vista do cidadão do mundo, aberto às influências sem se imundizar. Limpo é o seu trabalho porque limpa é sua alma. Não que outros sejam sujos. Mas, perto dele, boa parte faz garatujas invés de letras, geram aversão às versões de clássicos que nada acrescentam.


Solto pelo cé u Como um saco plá stico De lixo

H

oje li um texto interessante O mundo e suas voltas de um amigo sabido da Furdunço terrinha. Nele, Rau (Ferreira) fala da semana dedicada aos que par ram, diz que “o Dia de Finados é mais uma comemoração para os vivos”. Na porta do cemitério tem um verdadeiro furdunço, do comércio de velas a lanches. Ah, Rau, sempre foi assim, e sempre será, uma comemoração para os vivos. Lembro que nos meses de novembro, todo fim de tarde, minha mãe, D. Lindalva, D. Terezinha, D. Peixoto, e outras mulheres sempre iam ao cemitério para rezar para as almas “esquecidas”. D. Terezinha sempre deixava uma daqueles colares que fazia com flores de plás co para os túmulos mais desprezados e esquecidos. Como quem dizia “lembrei de você”. Eu sempre ia junto, por que diziam que eu entoava bem os cân cos sacramentais. Com o tempo, essa tradição foi acabando e acho que hoje nem tem mais. E, nas voltas que o mundo dá, hoje não consigo entrar num cemitério ‐nem mesmo quando minha mãe se foi. Não gosto desse dia, nem de flores de plás co, nem da cor lilás. Nem sei bem onde ficam os cemitérios daqui, mas acho que lá na terrinha (Esperança) tudo con nua quase como antes, uma festa para os vivos: que lustram os túmulos, que conversam sobre os que já foram, que vendem seus produtos, e esquecem até mesmo de rezar; como no Natal, que as pessoas lembram de presentes, festas e comidas, mas esquecem do aniversariante.

Foi

Sem lixo

Girando Ficou presa num galho da á rvore O vento bateu Mas só balançou Até que soltou-se de vez A á rvore cresceu No galho nasceu O saco Nunca mais se viu

Ana Débora Mascarenhas

Poesia do

(www.duracapa.blogspot.com.br/)

(Erik Kleiver)

(www.deboramascarenhas.blogspot.com.br/)

Foi Furdunço dia de inados

Um comentário:

Dissestes bem, Débora, é mais uma festa para os vivos. E que festa! As pessoas se encontram, relembram coisas passadas. Compram das mais variadas coisas, e no final de tudo, os entes queridos restam em seus túmulos insatisfeitos pois, apenas uma oração -por mais simples que fosse- lhes seria suficiente. No outro lado (creio), não se cuidam dessas coisas e, nas voltas que o mundo dá, os finados terminam o seu dia entristecidos pela materialidade humana.

Rau Ferreira


Rau Ferreira Em www.andradenoticias.com, acessado em 23/11/13, às 12:13

A

cultura hoje, é um dos d i r e i t o s fundamentais em maior evidência; e que pela sua importância merece destaque no cenário nacional. Está ligada a iden dade e estabelece a reafirmação da nossa origem. Na forma da cons tuição, o Estado deve garan r o pleno exercício e o acesso as mais variadas formas de cultura: populares, indígenas e afro‐brasileiras. Nesse contesto, fo ra m t o m b a d o s o s s í o s arqueológicos e aqueles remanescentes dos an gos quilombos. O patrimônio cultural b ra s ileiro s e co n s t u i n a s expressões, criações, objetos,

Direito fundamental lugares e documentos de valor histórico, paisagís co, paleontológico, ecológico ou cien fico de caráter material ou imaterial. Assim, não só as coisas concretas submetem‐se a proteção legal, como também as tradições e movimentos étnicos estão sujeitos aos programas de incen vo cultural. No plano municipal, igualmente, esta garan a encontra respaldo, seja através de polí cas de valorização mediante a implementação dos Conselhos e S e c reta r i a s M u n i c i p a i s d e Cultura, ou de associações privadas que se des nam a alcançar esses obje vos.

Em esperança – por exemplo – o Grupo Cultural “Quero‐mais” tem realizado um interessante trabalho de resgate e valorização que vem ganhando espaço e credibilidade na sociedade local, sendo um exemplo a ser seguido por outras ins tuições congêneres. Essa experiência surgida no bairro S. Francisco traduz‐se num grande exercício de cidadania popular. Carnaval, S. João, Dia das Mães e outras datas estão no calendário de comemorações da comunidade

com um bom desempenho. Há muito ainda a ser trilhado nos níveis estadual e municipal, como estabelecer programas de incen vo, catalogação e reafirmação das en dades até que alcancemos a exc e l ê n c i a d a va l o r i za ç ã o cultural. Mas acredito que estamos no caminho certo.

www.frasesabertas-frases.blogspot.com.br/

O amor é infinito, mas cabe em dois corações. Por Karl Marx Valen m Santos Visite e faça bom uso: musicadaparaiba.blogspot.com.br


I Em promoção natalina Respondi a uma pergunta Numa quadra cristalina: Mandaria demolir a casa Que acabei de reformar E construiria outra, Solta, em outro lugar. II Em que tempo nós estamos? Eu pergunto desde então A que ato, nos pegamos? Responder de supetão A uma pergunta voraz Elaborada em plantão Por uma mente sagaz! III Por que em pleno Natal Caberia uma loucura? Se neste momento a brandura É o que nos livra do mal? Se o exemplo do nascente, Apesar dos prepotentes, É o maior, é germinal?

P09

lautriv.mitelob

IV Certamente é essa ausência Nas mentes e corações Pela clausura da ciência Desgovernos e religiões. Vivemos presos ao mercado Estamos todos marcados Por desejos e ilusões. V Certamente é pouca crença Pouco siso, reza e oração, Fraquejando a consciência, Fortalecendo o ferrão. Dos fincados no deserto Dos presos aos desafetos Nesse mundo, em perdição. VI No entanto é bom que eu diga Que apesar de ser de paz, Não desprezo uma boa briga, E pelo bem sou perspicaz. Por isso eu estou lembrando Nesses versos desejando Que se pense o que se faz. VII Que o ser seja importante Que o ter, complementar, Que Jesus representante De Deus possa reinar Em toda vida da gente Para todo ser vivente Sobre tudo, em nosso lar.

I Vende‐se a qualquer preço Bastando negociar Um bebezinho de colo Ainda pra alimentar. Ele não chora demais Ele não pode jamais Ficar por este lugar. II Vende‐se a preço de banana Bastando logo acertar Um menininho sabido Disposto pra trabalhar. Ele vez por outra sai Não nos diz aonde vai Mas volta para o jantar. III Vende‐se ou se troca então Bastando a volta aprovar Um rapazinho fujão Que anda montanha e mar. Ele se faz aprendiz Certamente ele é feliz Mas retorna a perturbar. IV Vende‐se por trinta moedas Um puro filho de Deus Que apesar das tantas quedas Nunca deixará os seus. Pela lei do verbo amar Vem pra revolucionar Por a gente em apogeus.

Evaldo Brasil

CORDÉIS 49‐4/5

Promoção loucura de Natal

BV013

Boletim Virtual

V Ao que queira comprar Um irmão, filho, amigo, Professor, médico, par, Doutor, sábio, mendigo… Que leve deste lugar No coração pode guardar Que dê pão e dê abrigo… VI Papai Noel já está aqui Um outro rei já vai cantar Ainda bem que ele se lembra E vez por outra quer mostrar Nem só de pão vive o homem Nem só a carne mata a fome Pense bem no que comprar. VII Que o bebezinho nazareno Que o menininho inoportuno, Que o rapazinho tão sereno Que ensinou o melhor rumo, Seja presente a cada dia Seja luz branda que nos guia No espinheiro do consumo.


CORDEL 49‐51

(De acordo com Jodeme, João de Deus Melo, pesquisador da nossa história, os registros das origens da cidade, ainda enquanto sesmarias datam de 1713. Irineu Joffily chegou a registrar que preferia o nome indígena, sem desmerecer o “Esperança” teologal.)

Evaldo Brasil

300 Especial

(Recortes de uma história sem fim II*)

Esperança: 300 anos de Banabuyê

I Em mil setecentos e treze Já está bem registrada A sesmaria Banabuyê Em livro pú blico lavrada. O territó rio se formava A Lagoa de Pedra se atava Pra Esperança ser formada.

III Em mil novecentos e treze A paró quia comemora Cinco anos de idade Na Villa onde já mora. O poeta ainda menino Nosso querido Silvino Olavo já vai embora.

V Ao completar meio sé culo Tem miss, hino e brasã o Bandeira alvi-verdejante Festa em comemoraçã o. Shafmac e Grutames fazem O lazer do bem e aprazem Teatro de riso e emoçã o.

II Em mil oitocentos e treze O Brazil do Imperador Começava a respirar Os ares do inovador Movimento libertá rio Quase cé u de sagitá rio Num grito libertador

IV Mas doze anos depois O poeta está de volta E Bacharel em Direito E com Elıśio faz escolta Discursa por Esperança A cidade assim alcança Autonomia sem revolta.

VI Agora em dois mil e cinco Um museu foi temporá rio E icou só no desejo Como quem perde o horá rio Vê que nã o se pode mais Esperar pra ver quem faz O bem que vem necessá rio.

VII No ano dois mil e treze Banabuyê comemoraria 300 anos de idade Se fosse por teogonia: Mas nã o só vale o o icial Que aqui se torna legal O que um ın ́ dio diria.

* “Recortes de uma história sem fim” foi Sub tulo proposto por nós para o documentário “de Deus, de Esperança”, produzido pela passagem dos 81 anos de emancipação polí ca de Esperança/PB, em 2006.


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