Lautriv Mitelob - BV023

Page 1

Banabuye de Esperança ‐ Parahyba ‐ Brasil A arte, a cultura e a história da nossa gente. Nº 023 ‐ 31 de Outubro de 2014

Direção e Redação: Evaldo Brasil e Rau Ferreira Contato: kaquim@gmail.com Conteúdo: De blogs, sites; e inédito.

SARAU FIC 10

N

Uma noite poé ca

o sábado (18/10) realizamos mais um encontro cultural com a par cipação de dois representantes da Poebras – Casa do Poeta de Brasileiro, Campina Grande – e considerável público que compareceu à Câmara Municipal. A novidade da noite ficou por conta de quatro alunas da EMEF Dom Palmeira, que estrearam no sarau lendo as suas composições premiadas na Olimpíada de Língua Portuguesa/OLP, etapa municipal, e recitando versos de consagrados poetas brasileiros, dentre os quais Manuel Bandeira e Vinícius de Moraes. Rau Ferreira fez a abertura dos trabalhos, saudando os visitantes e ressaltando a importância do sarau para os

nossos jovens que carecem de uma alterna va de lazer e entretenimento, fazendo a leitura do cordel O lugar que

Em seguida, subiram ao tablado as alunas estreantes, apresentadas pelas professoras Maria José Leão e Maria Lucimar Dias. Poliana Correia Lima (em destaque) leu a sua redação Uma parte de minha vida, sendo ela semifinalista da etapa estadual da OLP.

01 02

vivi. Evaldo Brasil comentou o formato do evento, com livros para troca/leitura e apresentações espontâneas de todos que assim quisessem. Ele recitou o poema Soneto de Esperança, do e‐book O Ser Agora em “A” e outros sonetos. 1

Na sequência o professor Carlos Fernandes (01) Karl Fern, da Poebras, recitou os poemas Cordões pingentes e Topada, recebendo os aplausos da plateia, o amigo Francisco Metri (02) Chicão de Bodocongó fez um retrospecto de seus primeiros escritos, valendo‐se de uma encadernação dos anos 90, trazendo para nós as poesias Mau humor e Final de festa.


Bole m Virtual Dedicado especialmente à arte, à cultura e à história da nossa gente lautriv.mitelob __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

fic10, uma noite poé ca A jovem Maria Dayse Gonçalves Amâncio (01), da EEEF Dom Palmeira, emocionou a todos com o seu texto Eterna Madrinha vivenciada por ela, cuja narra va ilustra a passagem de uma pessoa muito querida em seu seio familiar. Em seguida, Chicão de Bodocongó (07) volta a recitar, desta 01 vez o poema Pássara que para ele é o perfil de uma bela mulher. Nas alternâncias tanto Rau Ferreira (04) como Evaldo Brasil (06), em breve apresentação dos par cipantes, aproveitaram as oportunidades para fazer suas leituras daquele momento, abrilhantando o evento com os seus versos e 09 de outros, a exemplo dos esperancenses Silvino Olavo (Poema em claro e escuro) e Geovanni Gurgel Aciole (3x4 e Confissão), respec vamente. Em sucessivo, assumiu a posição de destaque a aluna do 6º Ano do “Paroquial” Patrícia Santos 2

02

Cunha (09), que declamou Cartas do meu avô, (Manuel Bandeira) enquanto que o acadêmico de História Ismael Felipe (05) se fez presente com Soneto de Fidelidade (Vinícius de Moraes), também recitada por Mª Eduarda C. da Silva (02), também do 6º Ano. Apesar da coincidência, a garota conseguiu

03

08

07

ca var a todos com uma leitura alegre e ritmada. Retornando ao palco, Rau Ferreira (04) atendendo a provocação de Evaldo Brasil (06) para que mostrasse algum de seus versos abriu a sua agenda e, encontrando alguns rabiscos an gos, recitou Um coração poeta. Hauane Maria (03), filha dele, fez a leitura de três poemas para crianças (Um mais um, Sorte grande e Maria, João e Jocão). Sucedida por Iordan Alves Carneiro que (08), pegando a deixa de Rau Ferreira no mesmo tema, improvisou sobre o mote Coração de poeta.


lautriv.mitelob Dedicado especialmente à arte, à cultura e à história da nossa gente Bole m Virtual __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

fic10, uma noite poé ca Ato con nuo, Chicão de Bodocongó, convidou a todos a visitar o site dedicado à poesia O Muro e a enviar sua contribuição e, como que ainda no clima do Dia das Crianças, fez a citação dos poemas Meu Caminho e Qual’é o chulé?, este ul mo da série O Pequeno, dedicado às crianças. 04

improvisados; e Chicão de Bodocongó que recitou O fim do barco, dedicado a um colega de trabalho após falecimento. Em comum acordo, foi designada a data de 29/11 para o nosso próximo encontro, tendo Rau Ferreira encerrado a noite com 05 os versos Dia de Sábo de autoria de José Adailton Moreno. Nada mais havendo a registrar, finalizamos esta ata a quatro mãos. Rau Ferreira. Evaldo Brasil.

06 Após um breve intervalo, quando fizemos a foto oficial, foram retomados os trabalhos com Evaldo Brasil apresentando seu retrato, pelo ar sta mexicano La no, propondo aos desenhistas uma sessão de produção no sarau, provocando Vitório Lins, ausente; e disse O Traquina (poema dedicado ao Pinto Júnior). Iordan Alves fez novas observações e versos 3


Bole m Virtual Dedicado especialmente à arte, à cultura e à história da nossa gente lautriv.mitelob __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Do Sarau e dos arquivos

PARA ONDE? (Chicão de Bodocongó)

LÍRIO (Arthur Richardisson) CORAÇÃO POETA (Rau Ferrreira)

3X4 (Giovanni Gurgel Aciole)

Um coração poeta sempre se apaixona talvez seja a métrica ‐ com quem se relaciona ‐ talvez seja a esté ca (aquela sua "persona") não sei se a dialé ca Completaria a tal soma. Enfim, um coração poeta sempre se apaixona.

Três trastes tristes ‐ trágico! O palhaço sorriu e nós passamos. Éramos três: alegria felicidade êxtase! E somos quatro agora!

GESTO HUMANO (Karl Fern) Até num gesto se encontra A diferença da sorte Um enaltece a afronta Outro pressagia a morte

4

Agora quatro: quatro quadrantes, quadrados quietos. Quedamos inquietos (In)constante inquietude!

Oh! lírio dos meus olhos. Raízes da Minha história. A Deus sempre rogo, Para ver a tua glória. Paraíso da infância, Encontros da Juventude, Manoel que elegância, Areia, quanta a tude. Preciso talvez, sair daqui. Mas você não sai de mim. Te levarei nos meus traços, Nos meus leais passos. No sucesso, e no cansaço Lutarei por , assim."

Parado no trânsito Como um animal morto. Parado no momento errado Distraído no mundo agitado, Não consegue ir para frente E não consegue voltar. O seu olhar fixo Não determina para onde vai olhar, Não há escolha nos seus olhos E não previne O que está para fazer. Não reconhece o terreno onde pisa Confunde o sentir e não percebe O quanto percorreu e que ainda está pra percorrer Nesta luta para sobreviver entre os fortes.

DÍSTICO (Evaldo Brasil)

O meu casulo é o meu cafofo, castelim... mas até nele às vezes me vejo sem mim.


lautriv.mitelob Dedicado especialmente à arte, à cultura e à história da nossa gente Bole m Virtual __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Alameda Manoel Rodrigues vista em duas épocas Da série Fatos e Fotos que fizeram a história de Esperança

Por João de Patrício* ‐ Para quem viveu a Av. Manoel Rodrigues na década de 60, vale apena relembrá‐la através da foto acima, em preto e branco, no ano de 1963. Eu fui o autor da primeira foto, num dia de domingo, à tarde, eu estava sozinho, sentado nos batentes do an go Ginásio Diocesano.

Alameda: (ê). S. f. 1. Rua ou avenida marginada de álamos. 2. P. ext. Rua ou avenida marginada de quaisquer árvores. 3. Aleia* (2). 4. Plan o de álamos. [Pl.: alamedas (ê). Cf. alameda e alamedas, do v. alamedar.] *Aleia [Do fr. allée.] S. f. 1. Fileira ou renque de arbustos ou de árvores. 2. caminho (de jardim, parque etc.) ladeado de árvores ou de arbustos; alameda. 3. Passagem ou caminho ladeado de muros. (Dicionário Aurélio Século XXI)

A foto nos revela a avenida principal da cidade toda arborizada, com árvores em canteiros centrais, dividindo em mão e contra‐mão. O Prefeito era Arlindo Delgado, que quis dar nova feição ao centro da cidade, alegando que Esperança era pelada, sem as cores do verde. A juventude adorou a ideia e a inicia va. Era mais um mo vo para que pudéssemos rar fotos, aos domingos. Não exis a telefone celular, nem os recursos tecnológicos que temos hoje, porém, vivíamos o que a cidade nos oferecia. Nessa época, a opção era campo de Futebol, cinema e a sorveteria Alvorada, em frente ao cine São Francisco. Vê‐se, ainda, que não havia nenhum carro estacionado, nem circulando. O caminhão que o flagrante captou era de Seu Biu Rodrigues. Deixava‐o na ladeira para funcionar no primeiro arranco. A segunda foto, mais moderna, vinte anos após na década de 80. O Prefeito era Luiz Mar ns. Construiu a Praça da Cultura denominada por Chico Souto. O CAOBE já estava construído há bastante tempo. A cidade teve mais vida. Em contrapar da, eliminaram os canteiros e as árvores.

5


Bole m Virtual Dedicado especialmente à arte, à cultura e à história da nossa gente lautriv.mitelob __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Silvino Olavo e a Socialização Esté ca na Voz das Minorias SIMPÓSIO DE LITERATURA Resumo de palestra proferida em 26 de setembro de 2014, na EEeM Monsenhor José da Silva Cou nho seria a proteçã o aos juridicamente m a i s f r a c o s . A h u m a n i d a d e , c o m p o n d o - s e d e d u a s p a r t e s desiguais, que sã o os pratos da balança social, necessita de mecanismos para equilibrar as diversas classes. O espıŕito individualista da civilizaçã o se contrapõ e à consciê ncia de um espıŕito de coletividade. Na segunda etapa, trata o bacharelando da esté tica do direito compreendendo que “tudo ascende humanamente da terra para atingir o belo” (Op. Cit., 1924). A teoria silvinolaviana é posta em prá tica junto a Uniã o dos Operá rios em Fá bricas de Tecidos do Rio de Janeiro. Silvino Olavo

Por Rau Ferreira - Advogado, poeta, jornalista, orador e polıt́ico, “Silvino O l a v o e r a u m a i n t e l i g ê n c i a multiforme”¹. Dominava o portuguê s clá ssico, alé m do francê s, alemã o, inglê s, grego e latim. A sua inquietaçã o era patente nos seus mú ltiplos afazeres como també m em sua pró pria vida e obra. Aluno exemplar concluiu o seu bacharelado em Direito no ano de 1924, apresentando a tese “Estética e Socialização do Direito”, que foi vertida para a lın ́ gua inglesa e publicada em Nova York. A ideia principal era de que o direito – em que p e s e s e r u m a d i s c i p l i n a c r ı́ t i c a – s e r i a reconhecidamente literá rio e, nã o obstante a sua té cnica especı́ ica realizava um estudo da ordem social em seu campo doutriná rio, criando situaçõ es que se sujeitavam a regras artıśticas. A monogra ia é dividida assim e duas partes. Na primeira, trata do restabelecimento da harmonia das classes sociais, combatendo o individualismo. A socializaçã o

¹ PINTO, Luiz. Antologia da Paraıb ́ a, sé culos: XVII, XVIII, XIX e XX.: 1. parte: poesia, 2. parte: prosa. Ed. Minerva: 1951, p. 142.

*Bacharel em Direito, servidor da Jus ça, pesquisador e escritor. Seu trabalho pode ser encontrado em h p://www.historiaesperancense.blogspot.com.br/

6


lautriv.mitelob Dedicado especialmente à arte, à cultura e à história da nossa gente Bole m Virtual __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Outubro Rosa: O doente & A prevenção Doente Por Ana Débora Mascarenhas* ‐ O Manual Diagnós co e Esta s co (DSM) que a bíblia dos psiquiatras, agora ampliou os transtornos psiquiátricos a ponto de tornar patológico o normal. O resultado foi uma inflação diagnós ca que causa muito dano, especialmente na psiquiatria infan l. A OMS define a saúde como sendo um estado de bem estar sico, emocional e social, não somente a ausência de doenças como antes. Então se conclui que o mundo está muito doente. Porque se você esquece algo no meio do dia, tem demência em estágio preliminar, se come muito de vez em quando tem síndrome do comedor, se come pouco tem transtornos alimentares, se ficou triste por mais de uma semana pela morte de alguém tem depressão, se demora pra fazer uma a vidade, e é agitado ou muito feliz tem TDHA. Isso é preocupante. Não seria um engano ao público esses laboratórios que prometem curar todos os males? Muita medicação causa mais male cios. Já dizia o filosofo grego, a diferença entre o remédio e o veneno não é a substância, mas a dose. Um ditado popular diz que tudo demais é sobra, e completo o que se é sobra, é lixo. E nas voltas que o mundo dá, como afirmou Caetano “de perto ninguém é normal”. É preciso cautela na educação de todos, inclusive dos médicos que criam demandas para os laboratórios. Medicamentalização da sociedade é a criação de novas patologias.

Prevenção Por Ana Débora Mascarenhas* ‐ O inventor da bebida champanhe disse na hora de saborear o invento “venham todos! Depressa! estou bebendo as estrelas!” O Outubro Rosa é uma das inicia vas mais interessantes das campanhas de saúde. O Novembro Azul também. Quem já passou pelo susto de detecção de um câncer e se curou, sabe mais que o Dom francês que “bebeu as estrelas”. Campanha que deve ser realizada com esmero. Já se foram muitos conhecidos e familiares que a patologia levou, outros que ficaram depois de guerrear. Então, para o s s o b re v i ve nte s , b e b e r estrelas é uma metáfora por poder (com)seguir caminhando. E viver com intensidade não como se o mundo fosse acabar amanhã, mas porque cada dia é único, é uma das diversas formas de celebração da vida. E nas voltas que o mundo dá, é preciso cuidar do outro, cuidar de si, não esperar muito e viver escandalosamente feliz. *(Acesso em 18/10/14 ‐ h p://asvoltasqueomundodar.blogspot.com.br)

7


Dia da Criança, Dia Nosso! Por Hauane Maria* ‐ Finalmente nosso dia chegou pra ficar! Nosso domingo de festejar é um dia só para brincar. Vamos lá começar que o dia nosso vai chegar e logo acabar, se nós damos uma precisinha talvez chegue segunda cheia de alegria e para agente falar: ‐ domingo foi o melhor dia da minha vida de tanta alegria! Não preciso de centenas de presentes não! Só preciso a sua alegria junta com a minha. Pois, assim a semana fica até mais diver da cheia de alegria e aproveitar de ser criança, porque depois hein não dá. Não preciso de guloseimas e doces, pois seu sorriso é tão doce que me encho de doces. Tenho tudo o que preciso você, eu e tu juntos somos implicáveis de alegria

como sempre penso: diversão e maior do que qualquer dinheiro na vida maior do que trilhões de reis de tudo no universo ainda são poucos, pois todo dinheiro no mundo não chega a minha alegria, pois ela é infinita logo o dinheiro não! Ele é pouco e em um minuto se acaba. Os ricos às vezes... Não são ricos de verdade, tem uma família, filhos que estudam na melhor escola etc, mas não: tem amor e alegria. Então é pobre de todo jeito. Os pobres às vezes são alegres e não precisam de milhões reais para serem felizes. Entendeu o significado da alegria que não se compra, não dá e muito menos vende? Deixe‐ a sempre perto de você para você sempre ser feliz em toda a sua vida até quando ficar com cem anos faça aquele sorriso lindo.

*A autora tem 9 anos de idade e é aluna do 4ª Ano do Ensino Fundamental.

8

Um funcionário exemplar em Esperança

SEVERINO TÔRRES

Por João de Patrício* ‐ Severino Tôrres era o nome mais conhecido dentro do seio social, na historia da Paróquia de Esperança e na vida polí ca do nosso município. Era filho de Pedro Torres e Celecina de Farias Torres. Nasceu no dia 08 de agosto de 1913, natural de Brejo do Cruz‐PB. Casou com Dona Corina Coelho, irmã do ex‐prefeito de Esperança, Sr. Antonio Coelho Sobrinho. Do casamento com Dona Corina surgiram os seguintes filhos Tarcísio Tôrres, Salomé Tôrres, José Tôrres, Áurea Tôrres e Antônio de Pádua Tôrres. Dos cinco filhos, apenas dois estão ainda no nosso meio, o mais velho Tacísio Tôrres e o caçula, Antonio de Pádua Tôrres. Severino foi vereador na gestão Júlio Ribeiro na década de 40, exerceu o cargo de Secretario da Prefeitura, por mais de uma vez, sendo a úl ma vez, na primeira gestão do prefeito Luiz Mar ns de Oliveira, tendo subs tuído o prefeito municipal por mais de uma vez, ocupando interinamente o cargo de prefeito municipal. Severino Tôrres gozava de grande conceito social, além de exercer cargos públicos neste município, foi escrivão da Coletoria Estadual neste município até a sua aposentadoria, no governo de Pedro Gondim. Par cipava intensamente da vida religiosa da nossa cidade. Tinha uma inteligência admirável, era bom orador e sabia redigir corretamente. Faleceu no dia 23 de outubro de 1983, há 31 anos. (*14/10/14, da série Fatos e fotos que fizeram a história de Esperança).

h p://revivendoesperancapb.blogspot.com.br/2014/10/severino‐torres‐um‐funcionario‐exemplar.html

Bole m Virtual Dedicado especialmente à arte, à cultura e à história da nossa gente lautriv.mitelob __________________________________________________________________________________________________________________________________________________


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.