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BANABUYE DE ESPERANÇA ‐ PARAHYBA ‐ BRASIL A ARTE, A CULTURA E A HISTÓRIA DA NOSSA GENTE. FUNDADO EM JUN/2013 ‐ Nº 025, DEZ14/JAN15 A serviço do Fórum Independente de Cultura/FIC

DIREÇÃO E REDAÇÃO: EVALDO BRASIL E RAU FERREIRA CONTATO: KAQUIM@GMAIL.COM CONTEÚDO: DE BLOGS, SITES; E INÉDITO. A serviço do Ins tuto Histórico e Geográfico de Esperança/IHGE

Do Ano Novo que Chega

(Se o Ano Novo não chega não se pode refle r)

CORDEL 49-009

EVALDO PEDRO DA COSTA BRASIL

V Do ano novo que chega Para poder progredir É preciso olhar o velho Revisar, rever e seguir, Não se deixar enganar… Se o ano novo não chega Não se pode refle r.

I O ano velho assim termina E o novo já está por vir É o tal ciclo inevitável Que não se pode impedir Querer no tempo voltar… Se o ano novo não chega Não se pode refle r.

III Uma lei que não se nega Evolução que há de vir Pede pausa pra pensar Revendo o modo de agir E tentar‐se avaliar, que, Se o ano novo não chega Não se pode refle r.

VI Não chorar por leite frio Desse ato, de fato sorrir, Pela estrada, paro o Rio, Seguir em frente, par r, Tentar de novo e entender Se o ano novo não chega Não se pode refle r.

II Do ano novo que chega Não custa nada pedir Planejar mais que esperar Diante do incerto porvir E tentar recomeçar, pois, Se o ano novo não chega Não se pode refle r.

IV Então o novo não chega Para quem se despedir E no outro lado da vida Revendo o seu progredir Lamenta não aceitar que Se o ano novo não chega Não se pode refle r.

VII E esse modesto relato De ocasião, ao dividi‐lo, Já posso comemorar Por me ver a produzi‐lo, Consegui me convencer: Se o ano novo não chega Não se pode refle r.

O evento transformou‐se em sarau gospel páginas 02 e 03 SEU TATÁ

Um homem à frente do seu tempo, P07 ESPERANÇA

7 anos de obras para ter luz elétrica, P06 IHGE

Encontro com órgãos congêneres, P04

Leia também: Bonifácio Chuá-chuá (P05); A tradição das lapinhas (P08); Cultura & Consciência Negra (P09 e P10)


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«PARA AMPLIAR NOSSA ESPERANÇA E FÉ» EVALDO BRASIL Domingo, 21 de dezembro, na Câmara Municipal, a Sociedade de Estudos Espíritas Esperancense/SEEE reuniu em torno de uma centena de espíritas e simpa zantes para viver um verdadeiro sarau gospel. Encerrando as a vidades 2014, sob o lema “para ampliar nossa esperança fé” a ins tuição segue uma tradição que completa 20 anos, de reunir em sua confraternização palestra e atrações ar s cas.

da SEEE; Raquel Maia, palestrante; Merlânio Maia, poeta cantador; Joanice Carvalho Correia, da Coordenadoria do Brejo; Alberes Alves e Lilian Reis, do Grupo Espírita Chico Xavier; Djalma Filho, da Associação Espírita Leopoldo Machado; dentre outros, e os fundadores da SEEE Odaildo Taveira, Edna Pessoa e Hernani Vale. PALESTRA: Enquanto em 2013 o expoente Frederico Menezes tratou da atualidade de Jesus, este ano . . .

A palestra da noite foi precedida da formalização de uma mesa, ocupando todos a bancada da “Casa de Francisco Bezerra da Silva”, assim composta: Pedro Paulo da Costa Filho, presidente 2


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Sarau gospel no encerramento das atividades 2014 da SEEE Raquel Maia ampliou a abordagem, sob o tulo “Jesus e a atualidade”, dando conta da importância do exemplo do aniversariante, como modelo e guia para todos, em contraponto ao consumismo desenfreado que ocorre no período natalino. A expoente convidou a todos para refle r em torno das escolhas que fazemos neste momento de tanto apelo ao consumo. MÚSICA: Antes da formalização da mesa, com representantes de ins tuições espíritas de Campina Grande e outras cidades do Brejo paraibano, o Grupo Vocal Semearte fez 30 minutos de canções do seu 4º CD/DVD Semeadores da Paz, incluindo a “Oração de São

vinculado à FECL Fraternidade Espírita “A Caminho da Luz”. P O E S I A : A p ó s a p a l e st ra , Merlânio Maia apresentou durante 20 minutos, duas músicas e três poemas, estes de poetas paraibanos da es rpe de Amazan (Juvita), Chico Pedrosa (O causo do Caçador) e Daudeth Bandeira (Provocação de vizinha). Além de apresentar os poemas em sua importância e contextos, terminou com a prece‐canção “Faz o Bem”, que pode ser ouvida em h ps://www.youtub e.com/watch?v=qlQ dDkO8mFk .

Francisco”. Quem chegou às 19h, início do encontro espírita, pode apreciar toda a qualidade das composições, letras e arranjos que marcam a trajetória do grupo

L I N KS: A S E E E também pode ser encontrada na internet:

s e s p e r a n c e n s e @ g m a i l . c o m , h ps://www.youtube.com/channel/UCG9x0uxFcAC0Fi2qrFC1YEg canal, e no facebook seee2013. Acompanhe o Semearte em: h p://semearteespirita.blogspot.com.br blog; e h ps://www.youtube.com/channel/UCJIHpXi1XTFp3i3hLbTMYXQ canal; Merlânio Maia em h p://merlaniopoeta.blogspot.com.br blog; e h ps://www.youtube.com/user/merlanio canal.

Ao lado, Merlânio Maia; acima: Grupo Vocal Semearte FECL; centro: platéia. 3


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IHGE participa de encontro com entidades congêneres DA ATA PARTICIPATIVA Sábado, 13 de dezembro es vemos presentes à nona reunião do Ins tuto Histórico e Geográfico de Campina Grande/IHGC, presidida pelo ilustre Daniel Duarte. Na ocasião, representando o Ins tuto Histórico e Geográfico de Esperança/IHGE, Rau Ferreira e Evaldo Brasil. Uma excelente oportunidade para troca de ideias e vivência com este ins tuto e o de Pocinhos/PB, na pessoa do Dr. Bismarck Mar ns de Oliveira. Assis mos a posse de Erick de Brito, filho de Vanderley de Brito, novo presidente da Sociedade Parahybana de Arqueologia/SPA, que recebeu o cargo do também consórcio Thomas Bruno Oliveira. Sendo a data comemora va de nascimento de Luiz «Lua» Gonzaga, ouvimos duas palestras sobre o Rei do Baião, proferidas por Xico Nóbrega, que entoou alguns refrões, e por Zé Nobre, criador do Museu dedicado ao homenageado. n

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Vivenciamos ainda um momento com os jovens boavistenses que produziram um documentário premiado em Portugal e Espanha. Tudo isso respirando o ar caririzeiro que tanto nos orgulha e enobrece, hoje sabedores que somos de integrarmos não Go e Luiz d r a l a f e r ob N é Z apenas a Banabuyé histórica como também a Villa ós ap o Real de São João do Cariry. Vanderley de Brito generosamente nos presenteou com alguns de seus trabalhos, acrescendo às nossas coleções, ao passo que incen vou a produção local e lembrou o lançamento do livro Banaboé Cariá ‐previsto para o início do ano vindouro‐ e que conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Esperança, nas pessoas do gestor Anderson Monteiro e do Secretário de Educação e Cultural João Delfino Neto. Ao final, eu, Rau Ferreira, acertei com o professor Daniel uma visita ao túmulo de Irineu Joffily, nosso patrono, convidando‐o a par cipar das ações culturais em Esperança. E para constar, lavrei esta ata de par cipação para registro no Forum Independente de Cultura/FIC e IHGE. za g

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ms eu t rab a ara ap re sen t

a, op r u Os meninos de Boa Vista, premiados na E

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u Ferreira apresentar o IHGE/Esperança.


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“E a fonte a cantar, chuá, chuá; E a água acorrer, Chuê, chuê... Bonifácio, com seu violão, vinha à frente do cortejo tocando, cantando e animando os seresteiros. Numa paralela à rua principal, já dobrando para sair na Igreja Matriz, vê-se os faróis acesos, de um automóvel parado. Incandescidos pela luz forte nenhum dos seresteiros imagina do que se tratara. Descem do carro o prefeito e seus seguranças rumando em direção ao som do violão. O cantor, entusiasmado, pensa ser mais um a engrossar o cortejo. Então Bonifácio aumenta o volume e segue na direção da luz incandesceste. Ouve-se um grito na multidão, agora sem a entonação dantes, e sem o coro do chuá-chuá. A multidão se dispersa na escuridão da noite, mas ao luar dá para ver um vulto estranho correndo com algo dependurado ao pescoço. Conta Vicente Simão, conhecedor amiúde das acontecências de seis décadas na cidade de Esperança, que aquele vulto esquisito era Bonifácio, cujo pescoço trazia um violão despedaçado e um emaranhado de cordas presas às partes de madeira que compunham o instrumento. Aquele episódio deu fim a um violão, mas serviu de batismo a um grande seresteiro: Bonifácio, o Chuá-chuá!

http://muitospensamaocontrario.blogspot.com.br

CARLOS ALMEIDA Lá pelos idos de 1950, postes de madeira fixados e fiação instalada era chegada a hora da população festejar o advento da iluminação pública com energia movida por um motor de 40 cavalos de força, apelidado de "Usina de Luz". Seu Jaime, o encarregado da manutenção do motor, ao acioná-lo, vê seu intento fracassado. Volta a acionar e nada. Mais uma tentativa: Chuá-chuá-chuá... Era o barulho que se ouvia e frustrava a multidão ansiosa. A inauguração deu n'água e o “vexame” se espalha mundo afora. Para azar do prefeito e infortúnio de Bonifácio Batista, o seresteiro da cidade, as rádios tocavam o grande sucesso do momento “Chuá-chuá”, na voz de Vicente Celestino. Naquela noite enluarada e sem a luz prometida, um coro, talvez por capricho da oposição, chama a atenção de Manuel Rodrigues, o prefeito, que junta seus “cabras” e parte para acabar com a farra.

FONTE: www.esperancadeouro.blogspot.com.br

Bonifácio Chuá-chuá

Ao contrário do que muitos pensam...

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Esperança, 7 anos de obras para ter luz elétrica RAU FERREIRA O serviço de iluminação pública no início do Século XIX era bastante precário. A princípio a luz era produzida a par r de óleos e azeites, depois a base de gás. As dificuldades para a sua instalação eram muitas, oscilando em sua luminosidade. Na Parahyba, a luz elétrica surgiu nos idos de 1912. Esperança era iluminada por lampiões que ficavam dependurados nas esquinas. Eram quadrados, feitos a par r de ferro e envidraçados. Queimavam o querosene e permaneciam acesos até às 22 horas, quando então Alfredo Leite (funcionário da subprefeitura) apagava as chamas. O comércio ‐ desejoso de funcionar até mais tarde ‐ ressen a a falta de luz, enquanto os enamorados aproveitavam a escuridão latente. A penumbra também favorecia os boêmios, e fomentavam as estórias de “porcas” e lobisomens. Narra João Thomaz Pereira, que por inicia va de Manoel Rodrigues de Oliveira, a florescente vila de Banabuyé resolveu aderir à modernidade: “Os homens contratados para tratar do posteamento, já estavam em plena a vidade. E a criançada da época, desesperava‐se para sair logo da escola, almoçar às pressas e acompanhar os trabalhos. Essa curiosidade infan l preocupava os encarregados da obra” (Memórias de uma infância nordes na. Assis/SP: 2000).

Demorou sete anos para que o projeto fosse realizado, incluindo a compra de um gerador e instalação de postes. O motor funcionava a óleo, e Tranquilino fora o eletricista responsável por estender os fios e isoladores, além das ligações domiciliares. No dia 22 de maio de 1925, ao ser inaugurado o serviço de luz elétrica em Esperança, o presidente João Suassuna, que estava presente àquela solenidade, em declaração pública prometeu ao povo de Esperança que a “futurosa povoação de seu Banabuyé” seria elevada à dignidade municipal dentro do seu governo. Informa‐nos José de Cerqueira Rocha, em seu texto para o Anuário da Parahyba (1934), que a cidade com a chegada da energia experimentou um grande avanço: “Há uma visível transformação. Os postes de iluminação pública são re rados porque afeiam as ruas, e os fios ficam embu dos nas pla bandas das residências”. A luz elétrica deu novo impulso a essas paragens, fomentando ainda mais o seu comércio, e propiciando o progresso. Em pouco tempo, seria instalado o Ideal Cinema, de Ignácio Rodrigues e outros empreendimentos teriam lugar.

*Bacharel em Direito, servidor da Jus ça, pesquisador e escritor. Seu trabalho pode ser encontrado em h p://www.historiaesperancense.blogspot.com.br/

Ilustração: Evaldo Brasil, com foto do por‐do‐sol no Bairro Portal.

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Seu Tatá

O mundo e suas voltas

Um homem à frente do seu tempo ANA DÉBORA MASCARENHAS O deus grego Zeus de vez em quando vinha a terra ter com as humanas e gerar semideuses que nham poderes especiais. O Manuel de Barros certa vez escreveu: "Os ar stas são erros da natureza. Beethoven foi um erro perfeito". Há pessoas que são agraciadas por Deus. Não creio muito naquele an go ditado que diz que quem cedo madruga Deus ajuda. Tem tanta gente que cedo madruga e não sai do lugar. Mas com ele foi diferente: negro, nordes no, analfabeto e pobre. Tinha tudo pra não ser nada na vida. Todavia, aprendeu a ler sozinho, contava história sem ser historiador, escrevia poemas sem ser poeta, se tornou um grande empresário, teve 18 filhos em dois casamentos. Era filantropo e, até h o j e p e l a s redondezas, há sempre alguém que lembra alguma história de

vida dele. Tem até uma rua na minha cidade com seu nome. Par u ainda jovem com apenas 57 anos depois de uma grande decepção, e o coração já doente não suportou. Meus irmãos e irmãs mais velhos puderam conviver com ele, que muitas vezes mostrava a constelação de Órion para eles, dizia o nome das estrelas, se interessava por astronomia e até descobriu o kardecismo cedo. Um homem como dizem por aí, a frente do seu tempo. E não importa quão cedo eu levante, nunca serei a empresária que ele foi, nunca terei a inteligência que ele nha, sou apenas sua filha, e isso pra mim já basta. Porque acredito que quando o criador cria pessoas assim, são naqueles dias em que o mesmo está apaixonado e esperançoso que humanos mudem pra melhor. E nas voltas que o mundo dá, fico feliz quando encontro pessoas que escreveram sobre ele, gosto de ler as poesias que ele fez, gosto de ver suas fotos, preto e branco, mesmo com o cigarro na boca ou entre os dedos. E mesmo não tendo convivido com ele, não queria ter sido filha de outra pessoa se não dele, e, sobretudo dela, que foram os dois "erros da natureza". E os mortos con nuam vivos e passeando por aqui. SAIBA MAIS: asvoltasqueomundodar.blogspot.com.br e revivendoesperanca.blogspot.com.br em texto de Maria Selma. 7


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A tradição das lapinhas em Esperança h p://revivendoesperancapb.blogspot.com.br

Série Fatos e Fotos que Fizeram a História de Esperança

Inacinha Celestino e Sua Lapinha Tradicional

JOÃO DE PATRÍCIO As tradições natalinas persistem em nossa cidade, apesar das inovações da tecnologia, com o aparecimento de meios eletrônicos que dispersam e fazem afugentar as mais remotas tradições, como sejam, o Cartão de Natal, as confraternizações das famílias em suas residências, os presentes de Natal e, principalmente, a figura da mais an ga tradição, o Papai Noel. Várias famílias esperancenses, através de suas religiosas e zelosas donas de casa faziam questão de dar 8

um tom aconchegante dentro de suas casas, com ornamentações picamente natalinas, comidas por demais saborosas regadas a vinho nto, os perus cevados nos seus quintais, sem se falar no ornamento mais caprichado e bonito, a árvore natalina iluminada, cheia de bolas coloridas que perduravam até o final de fes vidades de fim de ano. Faço questão de mencionar, também, a tradicional ceia de Natal, após a Santa Missa, à meia‐ noite, logo após a Missa do Galo. Era uma festa que rolava até pela madrugada. Dentre as famílias de Esperança que faziam questão de expor a sua Lapinha, posso mencionar a família Duarte Meira, na pessoa de Dona Maria Duarte, a própria Inacinha Celes no, como se vê na foto acima, Dona Julia San ago, Dona Teté Rodrigues e tantas outras que cumpriam a tradição, a cada ano, religiosamente, sem esquecer que a Paróquia de Nossa Senhora do Bom Conselho também expunha uma Lapinha gigante, dentro da Igreja, para a visita de todos os católicos. Com a modernidade, as tradições fes vas estão perdendo o brilho, quase sendo esquecidas, relevadas a segundo plano, subs tuídas por fantasias diferentes que não têm muita ligação com a tradição do Natal. Resta‐nos relembrar, fazer o registro em páginas eletrônicas.


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Registro

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Professor Morcego dá aula-espetáculo

urante o encontro Cultura & Consciência Negra Evaldo Ba sta "Morcego", professor da Afro‐nagô, reviu a trajetória dos negros escravizados ao longo da história da diáspora até Brasil, o período escravista e pós‐abolição, defendendo a inclusão do tema no currículo escolar, em cumprimento a Lei 10.639, sem as idealizações roman zadas dos pintores europeus que a registraram. Apontou ainda a importância do resgate histórico que se dá a par r de programas sociais como o Bolsa Família e a lei das cotas em concurso público federal. Em sua fala, repercu u anúncio feito em Paris em 25/11, que a Capoeira fora reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade No momento de rar dúvidas do público par cipante, "Morcego" explicou que a questão da Consciência Negra não diz respeito apenas a cor de pele, mas de iden dade cultural, vez que o Brasil é uma nação negra por sua história e pelas esta s cas atuais que refletem a miscigenação. A professora Socorro Aparecida, quem por anos esteve a frente do projeto Britador em Ação, considerou que já trata a temá ca em sua sala de aula, mas lamentou não a ver ainda como conteúdo tratado por todos e pediu maior esforço neste sen do aos membros da equipe pedagógica presente da Seduc/PME presentes. Os presentes também tomaram conhecimento do sistema de graduação usado na capoeira, desde as cordas atribuídas às crianças até

a que só os mestres alcançam depois de toda uma vida dedicada à capoeira e suas nuances rítmicas, históricas, de canto, de dança e instrumentos; dúvida levantada pelas coordenadora pedagógicas Joselice Barbosa e Fabiana Marinho. Costurada de alusões àquela produção cultural, essencialmente negra e referências à miscigenação especialmente com a cultura indígena, a palestra foi seguida de apresentações ar s cas e como não poderia deixar de acontecer, uma roda de capoeira. A Escola Afro‐nagô/Tirinete de Coco apresentou números de maculelê, coco de roda e de resgate do cancioneiro popular referente à temá ca. Na roda de capoeira, apresentou os es los Regional e Angola e jogou‐dançou‐ gingou‐cantou com o Grupo Quero Mais. O auditória da E M E F Dom Manoel Palmeira esteva lotado de alunos da Rede Municipal de Ensino, do Mais Educação e seus monitores, atendendo ao previsto no Plano Municipal de Ação para defesa da criança e do adolescente, edição 2013‐2016 do Selo Unicef; em evento que só terminou às 17h da quinta‐feira, 27 de novembro de 2014. A vice‐prefeita Roxana Nóbrega, subsecretária de Educação Carmery Monteiro e o Secretário de Assistência Cizinho Dias compuseram a mesa do evento com Marquinhos Viturino e Evaldo Ba sta. CURTA E COMPARTILHE: h ps://pt‐br.facebook.com/escoladecapoeiraafroNago LEIA MAIS: h ps://evaldobrasil.blogspot.com.br


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Registro

CULTURA & CONSCIÊNCIA NEGRA

Escola Afro-nagô e Associação Afro-cultural Quero Mais em ação conjunta

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o dia 20 de novembro foi comemorado nacionalmente o Dia da Consciência Negra, data em que se registra a morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, símbolo maior de afirmação das raízes afro‐ brasileiras. Esperança, em cumprimento ao Plano Municipal de Ação do Selo Unicef (2013‐2016) realizou nesta quinta‐feira, 27, o Encontro Cultura & Consciência Negra. Na ocasião, a Associação Afro‐cultural Quero Mais (h p://grupo‐ queromais.blogspot.com.br/) foi anfitriã da inicia va da Escola Afro‐nagô de Capoeira, Campina Grande/PB (h p://afronagocg.blogspot.com.br/), quando o professor Evaldo Ba sta “Morcego” esteve tratando da implantação da Lei 10.639/03 nas escolas, sobre a História e Cultura africanas na grade curricular. (veja a página anterior). O evento aconteceu na EMEF Dom Manoel Palmeira, à tarde. Além da palestra, contou com uma grande roda de capoeira, precedida de Maculelê e Coco de Roda do grupo Tirinete de Coco.

Acima, logo da Associação Afro-cultural Quero Mais e detalhe da decoração, por Aroldo Xavier Abaixo, Tirinete de Côco apresenta o maculelê


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