Lautriv Mitelob - BV031

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Direção e Redação: Evaldo Brasil e Rau Ferreira Contato: kaquim@gmail.com Conteúdo: de blogs, sites; e inédito. A serviço do Ins tuto Histórico e Geográfico de Esperança/IHGE

De como o bicho-preguiça fez o caminho do burro

C49-107 Um burro brabo se emancipou do patrão E na fuga fez caminho mata a dentro Entre árvores robustas e arbustos fez rebento Legando sua história à nova geração Seus perseguidores seguiram sua trilha Em ziguezague zeram mais de milha E ampliaram aquela rota com razão. II Em respeito ao acaso e à natureza Caçadores mantiveram mesma rota Caravanas não mexeram na marmota Pra muita gente o vai-e-vem era beleza E um estrangeiro depois de muito tempo Notou outros caminhos em contratempo Rotas paralelas inndáveis de leveza. III Por que, então, esse estranho roteiro Destoando da paisagem que se vê? Por que, então, nada se viu a fazer Para mudar esse caminho primeiro? Os mais velhos lhe contaram a história Pelo que ainda guardavam na memória Do burro brabo que deu o tom derradeiro. (...)

Banabuye de Esperança - Parahyba - Brasil Arte, Cultura e a História da Nossa Gente. Fundado em Junho de 2013 - Nº 031 - JUN15 A serviço do Fórum Independente de Cultura/FIC

FIC - SARAU - ATA - CHARAU - SEEE: Ata do Sarau do FIC (Fórum Independente de Cultura), Edição 2015.6. Após a úl ma das assinaturas lavraremos esta. Esperança, aos 28 de junho, na Sociedade de Estudos Espíritas/SEEE. (Assinaturas)

O evento inicia pelas 19h45, quando Evaldo Brasil dá as boas vindas, dizendo que a “casa de esperança e luz” se faz “casa das artes”; compõe uma mesa com Odaildo Taveira e Adelson Moreno, mais an go e mais recente

frequentador da SEEE, respec vamente, dentre os presentes, e o representante do Megafone Soluções Culturais, Clêrton Moura. Brasil explica das dificuldades para manter a agenda mensal do FIC; do uso e manuseio da Biblioteca I nerante e, em seguida passa a palavra aos membros da mesa. Taveira diz da sa sfação e Moura reconhece as dificuldades para fazer cultura, não admi ndo desis r da luta apesar disso. Iniciando as apresentações conforme acordado entre os presentes, Brasil convida os Megafônicos a se apresentarem. Moura na voz e violão, interpreta Doralice (Dorival Caymmi/Antonio Almeida), contando antes a história da música. Sendo acompanhado por Helton Meireles (percussão com colheres). Fabrício Dantas, também de Campina Grande, estreando no evento, apresenta seus poemas “Destransformação” e “Se meu coração planasse”.

LEIA MAIS EM: http://evaldobrasil.blogspot.com.br/2012/10/de-como-o-bicho-preguica-fez-o-caminho.html


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Último da temporada mensal Edson Fernandes apresentou Chico Pedrosa (Guerreiro do Pajeú), u lizando o celular, a exemplo de Brasil que lê seu poema Uma Casa de Esperança e Luz (cordel 49-026). Taveira apresentou diversos poetas, dizendo preferir os mortos, consagrados pelo público e registrado em livro (Lourival, Dimas e Otacílio Ba sta; João Pa ra i b a n o ) , a l é m d e c o n t a r c a u s o s d e Esperança/PB a par r de foto do América Futebol Clube, onde atuou como goleiro, e de ingresso plas ficado do an go Cine São Francisco, de Ti co Celes no. Fabrício Dantas retoma o palco, dizendo sua prosa “Ciência e Religião, feliz matrimônio”. Yordan Alcar também canta suas músicas “A Busca” e “Deus está presente”, acompanhado da percussão de Severino Farias, interpreta Benito di Paula (Proteção às Borboletas), diz e canta Accioly Neto (A Natureza das Cosias -Se avexe não) versejando de improviso entre elas. Na segunda rodada, após um chazinho, formou-se uma roda de conversas. Fabrício Dantas se despede com um poema dedicado à dança e “Clichês do dia a dia”. Moura e Medeiros voltam, interpretando V. Morais/A. Maria (Quando tu passas por mim). E. Fernandes diz Lourival Ba sta, no mote desafio “Que

um é, porém não parece, outro parece e não é”, ins gando Severino Farias a também desfilar versos. Neste clima, nas despedidas de Ana Paula e Adelson Moreno, Brasil acompanhado de Meireles (Pandeiro) canta Jackson do Pandeiro (Forró na Gafieira). Anselmo Nascimento interpreta Roberto Carlos (Como é grande o meu amor por você). Seguiram numa empolgante conversa sobre Jackson, Biliu de Campina, Genival Lacerda e outros expoentes da música popular nordes na e brasileira. Sem mais para o momento, eu, Evaldo Brasil, secretário ad hoc lavro a presente ata do sarau 2015.6. Esperança, aos 28 de junho de 2015, véspera de São Pedro. FOTOS: Helton Meireles, Megafone Soluções Culturais

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Fabrício Cordeiro Dantas Se meu coração planasse, Iria buscar em ti o pouso, Para que jamais deixasse De a mim gerares o gozo... Se minh'alma te atingisse, Em um tiro bem certeiro, Talvez teu ser me ouvisse E entenderias meu apelo... Se meu corpo congelasse, Mantendo esta juventude, Talvez, o tempo alcançasse Modo de que isto te mude... Se meu sonho se realizasse, O mundo se abriria a mim, E toda alegria te aplacasse As dores se deres teu “sim”... Se esta saudade se acabasse, Do vivenciado ou só ansiado,

Quem sabe ruborizasse a face De teu rosto em mim colado... Se, pois, minha vida durasse Mais do que mereço no feito, Talvez, todo mundo mudasse Ao ver o que amar faz ao sujeito... Se o “se” “quando” se tornasse, Poesia desta feita seria distinta; Tudo sairia do apenas “casse” E tua luz faria que paz eu sinta... Pois, só, assim, se te sinalizasse: O amor que sinto não é rebeldia, Nem carência ou algo que passe Do “logo” a um “já foi”, heresia... E sim o rimar desta necessidade Com a ânsia de felicidade terrena Ou seja, vai além da vã vontade, É poesia, prosa, música em cena!

Vê-se um sujeito ladrão De um porte muito bonito Vê-se um sujeito esquisito Que tem um bom coração Vê-se um padre no sermão Pregando Deus sem ter fé E um bebo no cabaré A Jesus fazendo prece Que um é, porém não parece, Outro parece e não é Edson Fernandes, dizendo Lourival Ba sta,

Que um é, porém não parece, outro parece e não é

Se meu coração planasse

Recolhida no perl do face

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Manoel Xudú e

Vê-se um homem de riqueza Mas que deve a todo mundo Vê-se um pobre moribundo Pagador sem esperteza Vê-se um rico com avareza Que nega até um café E um pobre no seu chalé Tudo que tem oferece Que um é, porém não parece, Outro parece e não é

Vê-se um sujeito bem grosso Bem metido a ser machista Mas longe da nossa vista É viado até o osso Enquanto vê-se outro moço Gentil que não botam fé Mas que quando vê mulher Ele é quem mais comparece Que um é, porém não parece, Outro parece e não é

Vê-se um poeta metido Com versos fracos demais Se achando muito sagaz Mas de dom bem reduzido Enquanto um vate contido Simples da cabeça ao pé Faz versos feito um Dedé E quem ouve nunca esquece Que um é, porém não parece, Outro parece e não é

Antes de julgar alguém Conheça bem a pessoa Pois nem sempre gente boa Boa aparência mantém E o preconceito é o trem Que leva o homem de ré Não fale qualquer Zé Se você não o conhece Que um é, porém não parece, Outro parece e não é. 3


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N

a nossa história dois Coelhos tem se confundido. Não obstante ambos são pr ofessor es, com incursão na administração pública, atuando como auxiliares do governo estadual. Afora essas coincidências, também os nomes se lhe identicam: José Coelho. A separar-lhe os episódios de suas épocas e a distinção familiar. Um coelho é um coelho, outro coelho é outro coelho. O primeiro a gurar na linha da história é José Gomes Coelho (1898/1954). Diplomado pela Escola Normal da Parahyba, formado em Direito no Recife/PE, além de professor foi diretor do Liceu Paraibano, nomeado por João Pessoa em 1928. O seu intelecto invulgar produziu o livro “Escorço de Coreograa da Paraíba”, lançado em 1919. Esteve presente, ao lado de Silvino Olavo, na inauguração da luz elétrica a motor, em Esperança, participando do conclave que eclodiu

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uma cajadada! com a emancipação do nosso Município. O segundo, José Coelho da Nóbrega (foto), professor de português, agrimensor, orador e poeta, possuidor de uma “memória de anjo”, autor de peças como “Aritmética” e “Mãe”, além dos gloriosos hinos do América (Mequinha) e do Município de Areial, progenitor da também poetisa Vitória Régia, lecionou por muitos anos no Colégio “Irineu Jofly”; fundou em Esperança os jornais “Gillete” e “A Navalha”; esteve presente em diversos momentos históricos, inaugurações e ocasiões políticas, participando ativamente da vida esperancense. Com isso, encerramos a dúvida, e esclarecemos a divergência entre os dois Coelhos, com apenas uma cajadada: quando nos referimos à criação do município, estamos mencionando o José Gomes; nas participações da política local, nos idos de 40/50, é o José Nóbrega que se apresenta. Com isso, encerramos a dúvida, e esclarecemos a divergência entre os dois Coelhos, com apenas uma cajadada: quando nos referimos à criação do município, estamos mencionando o Coelho Gomes; nas participações da política local, nos idos de 40/50, é o Coelho Nóbrega que se apresenta.

RAU FERREIRA, EM http://www.historiaesperancense.blogspot.com.br/ 4


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Negócio desmantelado: A mulher paciente

sperança é povoada de “causos”, contos e narrativas populares que são passados de geração em geração com certa parcimônia. Não obstante, cada cidadão tem uma estória para contar. Esta que ora se apresenta foi recolhida em nosso município por Altimar Pimentel em 27 de novembro de 1979. Está no livro “Contos populares: - Você vendeu a vaca? Paraíba”, escrito em co-autoria com Osvaldo Meira Trigueiro (Editora - Maria vendi não! Troquei a vaca por um carneiro, que tu achas? Massangana: 1996), que passo a adaptar para melhor compreensão do leitor, - Ora, marido. Melhor assim, porque o carneiro agente vende a carne, mantendo incógnito o nome das personagens: tira o couro e manda curtir; assim terei um “courinho” pra sentar quando for Um esperancense comparecendo a feira fez uma troca desmantelada, fazer minhas rendas! Mas cadê o carneiro? trocou uma vaca num galo, e o galo por um pão. Um camarada que acompanhara - Ora, pois. Troquei o carneiro num porco! aquela empreitada deu azo a que sua esposa sabendo desse negócio, contrariada - Ah meu lho, que bom. O porco agente fez o toucinho, come a carne que iria lhe dar uma sova. é coisa boa. E onde tá o porco, que eu quero por para cevar? No que respondeu o companheiro: - Querida, troquei o porco num galo! - Que nada, minha mulher nunca brigou comigo e não será dessa vez. - Vixe, e onde tá o galo?! - Olha Fulano, que hoje Maria vai te dar uma surra. - Mulher, eu não te conto. Nessa viagem parei na casa de uma mulher - Minha esposa é paciente, vai entender. Olha, faço até uma aposta que bem pobrezinha, que me deu um prato de feijão. O feijão me ofendeu, foi quando tudo terminará na melhor forma possível. ela disse que iria me dar um purgante, mas não podia porque não tinha carne para - Pois bem – respondeu o amigo – quero é mesmo ver! fazer um caldo. Pegamos então o galo, que ela matou e depois com a carne fez o - Vou para casa, e você ca escondido ouvindo a conversa. Se perder a caldo foi quando quei bom. aposta, perco a minha casa prá você. Ouvindo aquele relato, condoída com a situação do seu consorte, a Apertou as mãos como sinal de conança, fechando aquele trato. mulher se abraçou ao marido, nalizando: O fulano chegou em casa, foi bem recebido pela mulher que armando a - Meu amor, mas vale a sua saúde do que o galo! rede lhe pôs para deitar, sorvendo-lhe um beijo amoroso. O compadre se Parafraseando Chicó em “O Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna, escondera na varanda atento a tudo que se passara. Nesse momento, a mulher termino essa minha narrativa dizendo que não sei, não sei se foi verdade, apenas perguntou-lhe “Fez bom negócio, marido?”. sei que foi assim... - Fiz sim, mulher. Muito bom negócio. RAU FERREIRA, EM http://www.historiaesperancense.blogspot.com.br/ 5


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C

Celebridades

arecia de um bom motivo para essa retomada. Havia alguns dias sem uma linha sequer neste espaço, não por falta de motivação, mas tinha que ser algo realmente marcante. Eis

Fernando é esse cara que chegou o momento propício e um dos assuntos é Flávio José, ladeado por Jerimum, Flávio José, Sandra Belê intérprete dos maiores da rica música popular nordestina e e Xiquexique brasileira. Aquele tipo introspectivo, meio arredio, faz de Flávio um

artista de rara peculiaridade, reconhecido que é, dentre tantos astros nacionais, carregando uma simplicidade do tamanho de sua arte. Tive a sorte de trabalhar e encontrar muitos deles em minha caminhada cultural, poucos se juntam a Flávio quando o assunto é desprendimento dessa aura investida pela fama. Pra falar dos mais próximos, sito o saudoso Dominguinhos. Biliu de Campina, Santana (O Cantador) e Capilé que encontram a gente na rua e jogam conversa fora sem a tal aura de famosos.

Ontem Flávio José esteve pela primeira vez no Arraial da TV Itararé, lá no Garden Hotel. Sandra Belê, Jerimum e Xiquexique foram os antriões. Uma grande festa foi no que resultou esse encontro. Flávio, de quebra, nos brindou ainda com a presença de Marcelo Mimoso (seu convidado), um carioca que faz o papel de ninguém menos que Luiz Gonzaga no espetáculo GONZAGÃO A LENDA que encanta plateias brasis afora. Carioca, com raízes paraibanas, Marcelo inspira-se em seu pai o remigense Fidélis do Acordeom. Fernando Virtuosi, ao contrário do que ele e muitos pensam, é outro assunto nessa retomada. Acordo, hoje, com seu telefonema e empolgação pelo fato de haver nos visto numa foto fazendo a apresentação de Flávio José. Vou dizer por aí que sou seu amigo pelo fato de você estar no âmbito desses artistas do naipe de Flávio, dizia Fernando me provocando risos. Saiba você, Fernando, que só não o coloco no mesmo patamar desses artistas no que concerne ao canto. Mas o coloco como músico teórico e instrumentista. Poucos, neste âmbito ao qual você se refere, conhecem teoria musical e executam instrumentos com a mesma habilidade que você, respondi. Para mim todos são celebridades: E m de papo!

CARLOS ALMEIDA, EM http://www.muitospensamaocontrario.blogspot.com.br/ 6


by Sérgio Ricardo

Badiva

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Espumas do mar Vogando a espuma, De instante a instante Morre uma a uma Na vaga errante... Buscando a praia A espuma vem: Chega e desmaia; Ressurge além... Meu sonho é assim: vagueia Sem nunca cessar... Se se desfez na areia, Renasce, após, no mar... João da Retreta Musa Fútil, 12 de Junho de 1925.

Olha, o “óiá” Óia, óia... Chegou a primavéra... O sol bateno na serra As ave a cantá...

Luz na lua cheia

Óia, óia... A beleza dessa terra Que belezura encerra... C'um o pratiado da lua, o luá! Porque é primavéra As ave todas vêm dançá, As rosa a desbrochá e O arco-íris a briá! Óia, óia! Lá vem a prima, Vamos primaveriá!... Hauane Maria Rau Ferreira

O que do ar o céu gorjeia A tua luz na lua cheia Não dissimula, não titubeia O calor que apela, a pela anseia. No mar da luz o céu passeia E a tua luz, na lua cheia Vai vagar na rua d'Areia O que das mãos, a tua mão tateia. Assim a quimera incendeia Eu de volta, e volta e meia A cair nos braços de sereia Com o teu canto, que me bruxeia.

E quando à meia-luz da lua cheia Uma nuvem a nós permeia Envolver-nos na luz sombreia Vou roubar-lhe queira ou não queiras. Rau Ferreira 7


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IHGE/Reeditadas

Casarão de Bento Torres Texto e imagens em parceria virtual

Galeria Histórica

1869: O Presidente da Província da Parahyba nomeia para a 4ª Companhia do 13º Batalhão da Guarda Nacional com sede em Alagoa Nova o Alferes Bento Olímpio Torres Brasil. Bento Torres era senhor das terras do Riacho Amarelo, sogro de Dr. Manuel Cabral e genitor de D. Lícia. Nasceu em 01/08/1851 e faleceu em 23/02/1942. Alçado ao posto de Capitão, Bento foi um dos 20 cidadãos agraciados com o mérito da igreja por ajudar na construção da Matriz de Campina Grande. O seu casarão construído há mais de cem anos atrás ainda hoje resiste ao tempo. http://ihge.blogspot.com.br/2015/06/casarao-bento-torres.html 8

http://reeditadas.blogspot.com.br/2015/06/arquitetura-casarao-de-bento-torres.html

Rau Ferreira & Evaldo Brasil


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de Junho

Fim

O

úl mo dia do mês chegou, é o dia de São Pedro. Muita chuva e frio, dias que as pessoas se mostram mais elegantes, com suas botas, cachecóis e casacos pesados. E começo o dia sem o canto dos passarinhos, estão com frio também. Então, fiquei sabendo que na Índia foi decretado que pássaros em gaiolas agora é crime e que na África a mu lação genital também foi proibida para as meninas. Duas no cias para começar bem esse resto de ano, afinal, “ano meiô, findô”.

Daqui a pouco é Natal, sem exageros. Já dizia o Quintana: “De repente já é sexta-feira, de repente já é Natal”.

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O meu Pedro já terminou o primeiro semestre da faculdade, o meu Mateus tem um novo amigo, o Zeus e está feliz, e me dou conta de que o tempo passa rápido mesmo, que Quintana nha razão.

de Junho

Fim

E nas voltas que o mundo dá, passa rápido o tempo porque a gente 'tá muito ocupado pra pensar nele, a gente 'tá vivendo e vendo pássaros livres, meninas sem cas gos desnecessários, o mundo em mutação, a vida boa sendo passada como um filme e a certeza de que algumas coisas não são perdas, mas livramentos. Que venha o resto do ano com novas alegrias, que o Inverno seja rico e aguacento e que a Primavera chegue com suas flores e perfumes. Porque as lembranças do mês de junho já estão guardadas nas gavetas para a posteridade. Como as de antes com cheiro de canjica e pamonha. Teve até queijo coalho, fogueira e muito forró com direito a cheiro no cangote.

ANA DÉBORA MASCARENHAS, EM: http://asvoltasqueomundodar.blogspot.com.br/ 9


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O cravo brigou com a rosa Debaixo de uma sacada Um casal brigar, até certo ponto, é normal. Ainda mais quando está em jogo, além de problemas corriqueiros na vida de um casal, o ego inerente ao ser. O cravo saiu ferido E a rosa despedaçada O que não podemos tolerar, é agressão sica, como é claramente descrito aqui, e ainda mais uma agressão de um cravo contra uma rosa. Já temos disposi vos na lei brasileira – Lei Maria da Penha – para coibir esse po de violência. O cravo ficou doente Parece-me que após a citada briga, o senhor cravo não se sen u bem, tendo que ser hospitalizado: A violência é sempre ruim, tanto para quem sofre, como para quem a executa. E a rosa foi visitar Demonstrando uma nobreza digna das grandes almas, a Rosa, mesmo agredida e ferida, foi visitar o Cravo. O cravo teve um desmaio E a rosa pôs-se a chorar Evidenciando alguma fraqueza orgânica, o Cravo teve um mal súbito e desmaiou. Com imensa compaixão, a Rosa chorou. A rosa fez serenata O cravo foi espiar E as flores fizeram festa Porque eles vão se casar Depois de todo o ocorrido, finalmente o casal se entendeu. Resolveram, então, oficializar a união, casando e promovendo uma festa, selando assim a união e o amor.

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O Cravo brigou com a Rosa

Desconstruindo as Canções Infantis 2

ANGELO ROCK, EM: http://conversando123.blogspot.com.br/


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