Lautriv Mitelob - BV034

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034 Bianca Duarte Bole m Virtual lautriV miteloB

DO INÍCIO

Apresentando... A escritora Bianca Duarte é sobrinha-neta de Samuel Duarte e cursa Letras na UEPB. Com uma sensibilidade impar, tem dado vazão ao seu sen mento publicando o livro “Embriaguez de poesia” na internet ( h ps : / / w w w.fa c e b o o k . co m / E m b r i a g u ez - D e - Po e s i a 453697454813080/ meline/). Em períodos curtos, orações diretas e frases abertas, a esperancense da rua JK expõe uma poesia moderna e atraente. Eis alguns de seus trabalhos, ou melhor, algumas páginas de sua obra:

No lugar da gente discu r Vamos nos amar bem muito! E, se por algum acaso, - que eu acho bem di cil A gente cansar de amar, A gente começa A se amar Do início.

Bianca Duarte

Editores Evaldo Brasil e Rau Ferreira Origem do Conteúdo Blogs, Sites; e inédito.

Banabuye de Esperança - Parahyba - Brasil Arte, Cultura e a História da Nossa Gente. Fundado em Junho de 2013 Nº 034 - SET/OUT15

Projeto da Estação Ferroviária de Esperança Obra abandonada na década de 1920

Perspec va da Estação de Esperança feita com o programa "Sketchup Make 2015", a par r de imagens cedidas por Rau Ferreira. Neste se pode observar a composição do prédio da estação, casa do agente e almoxarifado. A obra seria executada no início dos anos vinte, prolongando-se da Estação de Alagoa Grande, seguindo por Alagoa Nova (onde se construiria o túnel da Serra da Raiz, o maior do Estado com cerca de 200 metros de extensão), passando por Esperança e Pocinhos em direção ao Sertão até o ponto de encontro da Paraíba com o Ceará. Esse Ramal de Penetração, teve obras interrompidas entre 1923/24 por decreto do então Presidente da República Arthur Bernardes. FONTE: Jônatas Rodrigues Pereira


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No pé de manga cinquentenário do Ginásio Diocesano

revivendoesperancapb.blogspot.com.br

POR JOÃO DE PATRÍCIO - O pé de manga plantado na lateral direita do an go Ginásio Diocesano de Esperança, atual EMEF Dom Manoel Palmeira, foi testemunha de nossas brincadeiras, de nossas meninices, nos idos anos das décadas de 50 e 60. Estamos nas duas fotos aqui, eu, José Edison Rodrigues (Peinha), do meu lado direito e, do meu lado esquerdo, Eliomar Rodrigues, (Cem), ambos, filhos de seu Tutu. E s s e e n co nt ro fo i m a rca d o p o r te l efo n e , concre zado no mês de agosto próximo passado. Tivemos as maiores recordações das salas de aula, do campo de pelada, da can na, do salão nobre e do velho pé de manga, ainda resis ndo ao tempo. Fizemos questão de rar as duas fotos, em duas dimensões, com o intuito de visualizar melhor o pé de manga, que por sinal, está florando. Naqueles dias que não voltam nunca mais, aos domingos à ta rd e , co m í a m o s m a n ga q u e n t e e verde; a pelada era o dia inteiro, com bola de borracha, pés descalços. Uma pelada terminava e começava outra, de imediato. Não nha 2

descanso, nem brigava, nem havia violência. Ao término de cada pelada, "Seu Liga", vendedor de picolé caseiro, estava lá a tarde toda esperando os sedentos craques pra vender picolé de coco, abacaxi e maracujá. Não havia desigualdade, todos eram quase da mesma idade, 16, 17, 18 anos. os craques eram sempre os mesmos, eu, Tida de Pedro Taveira, Dudé, Cem, Edmilson do carteiro, Damião, João Cabelo de Fogo, e tantos outros que já não lembro mais. A pelada no Colégio e o ma nê do cinema de Ti co eram as únicas diversões domingueiras. Agora só recordações, nada mais.


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BENDITO

Projeto da Estação Ferroviária de Esperança Obra abandonada na década de 1920

Bendito Deus Que criou palavras. Palavras que saem das bocas E das mãos dos homens. Ainda bem, ó meu Deus, Que Tu criastes palavras de amor. O que seria dessa humanidade Se só exis ssem palavras de pudor?!

Bianca Duarte

Outra perspectiva da Estação de Esperança Caso chegasse a se concre zar, essa estação teria um papel muito importante para a região, porém o governo desis u deste prolongamento, que somente seria retomado no final da década de 40, desta vez par ndo de Campina Grande até encostar com o ramal de Patos, concluído em 1958, unindo finalmente os Estados da Paraíba, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte, pela via férrea. FONTE: Jônatas Rodrigues Pereira 3


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Mais do mesmo historiaesperancense.blogspot.com.br

POR RAU FERREIRA - Esperança se tornou conhecida no passado não apenas por ser uma cidade verdejante, decantada pelo poeta, mas por ser um lugar onde se encontravam tanques, cacimbas, poços, riachos e lagos que captavam as precipitações das chuvas da invernada para os tempos das secas. Não é à toa que o nome de muitas de suas propriedades rurais começa com Lagoa: Comprida, da Marcela, de Cinza, de Pedra, do Sapo, dos Cavalos, Verde e Lagoinha das Pedras. A história também conta que os Índios Cariris quando aportaram nessas terras fizeram aldeamento nas proximidades do Tanque do Araçá, pois naquele lugar podiam se abastecer, e dessa forma garan r a própria sobrevivência, valendo-se ainda dos diversos animais que exis am à época, pois tudo aquilo era rodeado por matas. Por outro lado, não é de hoje que o Município enfrente o problema da escassez d'água. Nesse aspecto, lembremos que velhas prá cas de ontem são aplicadas hoje movidas pela mesma necessidade. As pessoas con nuam armazenando águas em baldes e bacias, reaproveitando o líquido precioso para dar descargas e lavar calçadas; e ainda compram galões e carros d'água como se fazia an gamente. 4

Já foi o tempo de Zé Burra Feia, que entregava água em lombo de jumento, Zé Marcolino (em galão), Cícero Birú (carrinho de mão), Carminha "Boi Bufo", sua filha "Lata d'Água na Cabeça", Maria Ciriaco (galão), Dona Peconha (lata d'água), Adauto Pichaco (galão), Pisa na Fulô (galão)... Hoje temos Amassadinho, João de Epitácio e muitos e muitos outros! Destruímos o nosso grande patrimônio mineral. O Açude Banabuyé que deu de comer e de beber a tanta gente; que propiciou o lucro das lavandeiras, o banho dos meninos, o abastecimento da cidade, o asfaltamento da BR-104 e o alargamento das vias públicas, encampado que fora pela doação de lotes quando este ainda era um manancial. Fato curioso desse tempo, é que algumas pessoas possuíam terrenos no meio do lamaçal ou em pleno espelho d'água do açude. Outros reservatórios veram maior sorte: o Tanque do Governo, construído em 1944, e o Chafariz da Rua São Vicente, que também fornece água para a população. Passados mais de cem anos, tudo parece igual, ou seja, nada mudou temos ainda mais do mesmo.


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PORTA ABERTA

Projeto da Estação Ferroviária de Esperança Obra abandonada na década de 1920

Eu não tenho medo de amar. Eu não tenho medo Quando o amor Bate na minha porta E me pede um aconchego. Para os que têm medo de amar, Digo-lhes com a maior sinceridade Que se amem! Porque eu, tu, nós, vós, eles/elas Precisam amar E serem amados. Bianca Duarte

SÉTIMA DA VIOLÊNCIA AMAR A violência que amedronta e assola Não é um caso fenomênico isolado Se apresenta dentro e fora da escola É uma coisa que se vê por todo lado. Está por fora, está dentro da pessoa, Está presente e faz tempo que ecoa, Dentro de casa, na TV, num baseado. Evaldo Brasil

Amar, só a pele, não Sua alma Ou o seu assunto De suma importância E os contrates fortes Nome sobre o nome R. Martins

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Outros Poemas LIGAÇÃO OCUPADA 'Tô ligando pra ti dizer amor Que eu ainda te amo, Não consigo te esquecer. Devo esta fazendo papel de tola, Mas eu não ligo. Só te quero ao meu lado a todo instante. Só quero teu sorriso junto ao meu, ao meu... Você deve estar ai nem ouvindo, Rejeitando minha chamada, Tapando os seus ouvidos E ngindo que não escuta nada, Mas me dá uma chance.

Nem imagino o porquê. Enche tanto que já me irrito E por que vivo? Em ter que enfrentar tantos porquês. Por que morro? Por que nasço? Por que Choro? Sei lá! Por que Canto? Por que Danço? Por que escrevo isso? Porque quando você me ligava Sei explicar, não. Pedindo desculpas, eu atendia. Aceitava sua chamada, com muita educação Raimundo Viturino Pensava e depois lhe dizia “tudo bem...” Agora quando sou eu você rejeita! E no m... Eu sou a vilã da história. Você deve estar ai nem ouvindo, Rejeitando minha chamada, Tapando os seus ouvidos E ngindo que não escuta nada, Mas me dá uma chance. Desculpa, vai! Hauane Maria

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POR QUE ME INDAGO? Por que Choro? Por que isso Por que Canto? Por que aquilo Por que Danço? Isso enche.

ATEU Ateu: enfermo que sonha, Na ilusão em que persiste. Um lho que tem vergonha De dizer que o pai existe. Alberto Ferreira


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VOE, ANDORINHA

Primavera Voe, Andorinha, Não se prenda a mim Pois não deixo ninguém Querer ser preso ao meu eu. Pessoas têm que ser livres Amores têm que ser libertos De uma ro na ma nal Que esfrega na tua cara, Todos os dias, O preço de uma monotonia. Voe, seja livre! E pouse em mim Quando quiseres experimentar Duas liberdades Bianca Duarte em uma só.

POR ANA DÉBORA - Os orientais desenvolveram a teoria da não reação depois que um sábio observando a neve sobre o salgueiro caiu com seu próprio peso, a árvore não fez nada. Das árvores, a que mais admiro é o umbuzeiro, no inverno ela parece meditar, no outono ela deixa que todas as folhas desnecessárias a sua sobrevivência se vão, na primavera ela floresce para, no verão, oferecer frutos e sombra nos dias intermináveis de calor do sertão. Por onde andei esses dias vi a jaqueira. Ainda é primavera, que entrou pela porta agorinha mesmo, mas ela já está carregada pronta para o verão próximo. Também há flores de cores exuberantes que nos convidam a pensar como o sábio e o salgueiro. E nas voltas que o mundo dá, seja bem vinda primavera sua linda. Traga suas cores, cheiros e sabores para enfeitar nossas vidas e ensinar pra esse povo que apesar de tudo ainda vale muito a pena viver, te conhecer, te sen r e te cheirar. E se quiser pode ficar mais um tempo do que o previsto. 7


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Sonhar a vida

e escrever

os sonhos

GraÇas a Deus, POR FLÁVIA FERREIRA - Há dias em que é di cil aguentar a tudo é mistério. estadia das infinitas coisas que demoram em mim, em que é preciso sempre uma dose mínima de fé que olhe o vazio não E no fim a pelo que deixou de exis r, mas para o que ainda pode completágente esbarra lo. Voltar a acreditar naquele sen mento de confiança, de amor e de providência. Ir à luta, com a certeza de que sozinha nunca é em Deus. João Guimarães Rosa

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FIC atento!

sou e estou, e não posso. Mesmo que a latência de vida seja tamanha que e eu precise de um cessar temporário nos sen dos, e naquilo que aparentemente faz sen do. Eu tenho minhas áreas solitárias, sei o quanto preciso estar sozinha algumas vezes, mas a certeza que Deus é um amigo perfeito para mim, é vital e, me traz toda calma. Na presença Dele vou esvaindo-me, desfragmentando-me até que eu seja só essência e, só então, torno-me inteira novamente. Em h p://chaodesonhos.tumblr.com/ acessado em 29/09/15.


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