Lautriv Mitelob - BV041

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Sarau comemora segundo ano ativo Fundado em Junho de 2013 | Banabuyê de Esperança - Parahyba - Brasil Arte, Cultura e a História da Nossa Gente | Nº 041 - MAI16 Editores: Evaldo Brasil e Rau Ferreira | Conteúdo: Blogs, Sites; e inédito. no palco da Escola Paroquial

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Banaboé Cariá Marco dos 90 anos de Esperança vem à lume Noite concorrida de lançamento na Câmara Municipal

Numa sessão especial na noite de quinta (28/04), a Câmara Municipal foi palco para o lançamento do livro “Banaboé Cariá: Recortes da Historiografia do Município de Esperança”, do escritor Rau Ferreira. Com a presença de autoridades dos três poderes, visitantes e da sociedade esperancense, a “Casa de Francisco Bezerra da Silva” ficou lotada, na expecta va de conhecer o trabalho que conta a história da cidade nos mais diversos aspectos. Na tribuna, todos destacaram a importância do momento e quanto é valorosa a inicia va do autor em registrar a história do município com dedicação e competência. Dentre os oradores, se alternaram, os vereadores Adailton dos Santos, Cris ana Almeida, Joelmir Ribeiro e José Adeilton; Arnaldo Monteiro (deputado), Antônio de Pádua Torres (procurador), Fracilene Lucena (juíza) e a presidenta do IHCG (Ins tuto Histórico de Campina Grande) Maria Ida Steinmuller. Ainda apresentando o escritor e representando a comissão de revisão do livro composta por Evaldo Brasil e Carlos Almeida, o secretário de esportes e cultura João Delfino Neto. CONTINUA NA PÁGINA 2

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Ata do Sarau do Fórum Independente de Cultura (FIC), Edição 2016.2, em 24 de abril de 2016, denominado “De segundo aniversário”, na EMEF Dom Manoel Palmeira da Rocha. Após a úl ma das assinaturas dos presentes, lavraremos o devido registro. (Ass).

Registro (oficial) das presenças.

Pelas 14h já se encontravam na Escola Paroquial, além da diretora Maria Lucimar Dias, o amigo da escola Felipe Nascimento, quem montava a infraestrutura. A chegada de Evaldo Brasil e Fernando Virtuosi serviria para os úl mos retoques, garan ndo os ajustes no palco do auditório e nos equipamentos de áudio e vídeo. Integrantes da Associação Afro-cultural Quero Mais/AAQM, alunos da escola e do Educandário Nossa Senhora Aparecida/ENSA, de Remígio/PB, chegavam para montagem dos seus espaços e equipamentos. CONTINUA NA PÁGINA 3


FOTO: Evaldo Brasil

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Aspecto da formação da mesa solene durante a fala de Adailton dos Santos

F&M: Evaldo Brasil

Ao final, Anderson Monteiro, prefeito, responsável pelo prefácio e pelo patrocínio do livro, se mostrou orgulhoso com a eficiência e talentosa do trabalho e por se tornar importante fonte de informação e preservação da história esperancense. Agradecido pelo incen vo e pela produção de mais um trabalho, o escritor e historiador* Rau Ferreira destacou o apoio do Execu vo e a colaboração de todos na construção do livro. Quanto ao tulo, “Banaboé Cariá”, matou a curiosidade de todos dizendo ser uma expressão na língua cariri (kipeá) pertencente aos índios que primeiro habitaram nossa terra sendo, por sua vez, Banaboé: “tanque grande” e Cariá: uma referência ao “homem branco”. O autor completou a noite com uma sessão de autógrafos, dedicando exemplares a todos os presentes. Além dos que fizeram uso da palavra, a sessão foi composta ainda pelos vereadores Adijailson Costa Tité e Josinaldo Ferreira. _________ *Rau Ferreira, o autor, tem formação jurídica, sendo atualmente servidor da Jus ça, assessorando no Fórum Samuel Duarte.

F&M: Evaldo Brasil

Rau Ferreira, autor, recebe convidados, autoridades e a população que pres giou o lançamento de seus Recortes da Historiografia do Município de Esperança

Registro dos penúl mos a receberem os exemplares do livro FOTOS & MONTAGENS: Evaldo Brasil; FONTES: Secom/PME, Cleude Lima, Secretário. h p://historiaesperancense.blogspot.com.br/2016/04/banaboe-caria-discurso-de-lancamento.html


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O Diabo Alagoano

Sarau na Escola Paroquial marca 2 anos de ações do FIC Às 14h30 Evaldo Brasil dava as boas vindas, Estando desocupado falando da inicia va, apresentando-se numa O grão duque satanás Teve uma ideia nociva adaptação de “O Diabo Alagoano” (autor Horripilante e mordaz: desconhecido), e convidando os respec vos Colocou numa caldeira coordenadores para montar a programação do Vinte pipas de aguardente encontro de ar stas, Dez mil cobras venenosas promotores de arte e E um diabo demente; apreciadores. Sublimado corrosivo Montado o roteiro que Sulfato de estricnina O coro de dez hienas se segue, Lucimar Dias deu as Dez quilos de cocaína; boas vindas, chamando as Rabuge de dez raposas meninas do “Nordeste Apetite de urubu Independente” (abaixo) para O espírito de Caim abrir o certame, quem disseram Vinte couros de timbú... Tudo isso colocado Numa caldeira a ferver Tomou a forma de gente Como o diabo quis fazer. (A confusão foi tão grande Que eu até perdi a rima, mas...) Satanás achando pouco Lambuzou merda de porco Chega escorreu o caldo E ao soltá-lo no mundo Batizou o vagabundo, N'é esse tal de Evaldo!

em forma de jogral a obra d e B r á u l i o Ta v a r e s e Ivanildo Vila Nova. Em seguida, Flávio Iuri Diniz Sales (à esquerda) apresentou-se, caracterizado, lendo “Festa da Taquara” (Fabiana Ferreira Lopes, Edições SM, 2012), acompanhado pela flauta de Fernando Virtuosi. Os meninos de “O Planeta Água tem Sede” (abaixo), cantaram à capela, acompanhados de palmas “No meu Cariri” (Rosil Cavalcan ) e versos em Exaltação ao Nordeste.

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Ato con nuo, considerando a presença dos visitantes de Re m í g i o, s o b a co o rd e n a çã o d o professor Danilo Dantas, o ENSA-Music (acima) apresentou um pot-pourri com o tema da série Auto da Compadecida, Asa Branca e Eu só quero um xodó (Luiz Gonzaga). “The lion sleeps tonight” (The Tokens), tema de Timão e Pumba, personagens do filme Rei Leão, da Disney; “Carinhoso” (Pixinguinha) e Happy (Pharrell Williams) fechando a apresentação cole va. Formando dupla (à esquerda) com APOIO CULTURAL o músico Gustavo Ribeiro (violão), Danilo Dantas, com sua escaleta fez o medley “Fly me to the moon/Wave (Frank Sinatra/Tom Jobim). 4

Aproveitando o intervalo para desmontar a bateria dos visitantes, registramos as presenças do prefeito de Esperança, Anderson Monteiro Costa e seu pai Arnaldo Monteiro, deputado, momento em que Rau Ferreira sorteava dois exemplares das suas biografias “Silvino Olavo” (2010) e “João Benedito, o Cantador de Esperança” (2011).


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Galeria

Registro final das presenças, por Felipe Nascimento.

Feita a foto oficial do sarau, Marquinho Pintor coordena um esquete sobre Zika, Dengue e Chikungunya (página à esquerda), a apresentação de versos diversos, seguidos de uma ciranda (acima, à direita). As meninas da AAQM dançaram sob a percussão dos músicos da associação e a flauta doce de Fernando Virtuosi, que interpretaram mais um potpourri (Garota de Ipanema/Eu só quero um xodó/Asa Branca/Farinhada – Jobim/Gonzaga). Depois de Evaldo Brasil dizer o seu “Noção Planetária”, Rau Ferreira encerrou a tertúlia, agradecendo as presenças e citando causos do poeta esperancense “João Benedito”. Nada mais havendo a registrar eu, Evaldo Pedro d a C o sta ( B ra s i l ) l av ro e sta ata . Esperança/PB, em 24 de abril de 2016. 5


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Eu gosto da pele negra Gosto de ver corpos despidos E essa mulher que evoca o meu gozo

Um resgate cultural abre as portas do curral Viva o meu Carnaval! Volta, oh boi genial! As culturas do mundo são pr’aquele que quer e diz Faz da gente um só povo, faz do mundo um país! S/Título A vida é uma burra louca dispersa no matagal afora à espreita de sua boca no apagar de todas as horas.

Quem matou aos poetas? Aos saudosos Silvinos? Quem daqui não empresta malogrados destinos? A nação planetária sem noção panetária Tem nuance operária de nação solidária.

Essas pernas tão cheias de formas Suas formas de mulher amazônica EVALDO BRASIL E os seios de mulher matriarca (Em h p://profisabelaguiar.blogspot.com.br/2013/07/dia-internacional-da-mulher-negra.html) O seu olhar curioso me segue Esse corpo de mulher africana S/Título Admiram-se com teu enredo Com teu jeito de narrar Eu gosto da pele negra Com teu cenário Você é pura poesia! E imagino essa mulher Com teu discurso direto e indireto Teu corpo é poesia Em minha cama. Teu cheiro é poesia Você é daquele tipo de poesia que me afeta Teu olhar é poesia EGBERTO VITAL Teu sorriso é poesia. E me rega. 6

BIANCA DUARTE

E seus pés nus no chão Seus cabelos pintados pelo tempo E o macio que percebo em sua genitália Quando olho o ápice suas lindas penas

O que matou meu boi? O de João Marcolino Boi dos meus carnavais quando eu era menino.

RAU FERREIRA

Gosto da pele negra E imagino a essência voluptuosa Da libido dessa mulher

Sinestesia, pág,10, Clube dos Autores AgBook, 2011

AFRO-DESEJO

De esperança no mundo, cantando o que sempre quis: Voz da graça, do novo, voz de um mundo feliz.

(Em h p://evaldobrasil.blogspot.com.br/2008/02/noo-planetria.html)

Poemas

NOÇÃO PLANETÁRIA


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João Delfino

José Adeilton Amazan

Vereador

Prefeito Anderson Monteiro

Adailton Santos

Escritor

Presidenta (IHCG)

Antonio de Pádua

Vereador

Professor

Juiza Francilene Lucena

Promotor

Deputado

Vereadora

Arnaldo Monteiro

Cris ana Santos

Maria Ida Steinmuller

Rau Ferreira

FOTO: Emerson Santos

FONTES: www.facebook.com/cris anasantos.araujoalmeida e www.prefeituradeesperanca.pb.gov.br

Galeria 2 Banaboé Cariá

Aspecto geral do lançamento de Banaboé Cariá 7


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S.O.L. comenta “Religião” A doce paz da minha infância, o meu sen mento religioso, meu badoque e meu bisaco de balas, tudo isso este poema teve na sua simplicidade encantadora a força de evocar. Isto sim! Isto é poesia verdadeira!”

Não digas nunca mal do teu destino... Faze da dor, perenemente acesa, A lâmpada encantada de Aladino...

ALEGRIA INTERIOR

O

poeta Eudes Barros lançou em março de 1928 o seu tulo mais conhecido: Cân cos da Terra Jovem, que valeu inúmeros comentários da imprensa nacional, especialmente as referidas ao seu poema “Jesus Brasileiro”, divulgado no Rio pela voz de Maria Sabina em festejada conferência. Em ar go para o jornal A UNIÃO, o nosso poeta Silvino Olavo faz uma síntese crí ca da obra, ressaltando o poema “Religião”, que para ele, é a melhor produção do livro. Eis o cotejo do vate esperancense: “Religião” é para mim a melhor produção do livro: “- Ah! Se não fosse lavandeira! E o garoto põe na cintura [a baleeira e cruza os braços O passarinho de asas negras e peito alvo, Escolhe um grão [de areia à beira d'água e voa... Ninguém te mata lavandeira! Lavastes os paninhos de Nosso Senhor...” Há nesse poema de sete versos apenas mais poesia do que em todas aquelas páginas de fôlego que passam em revista a epopéia do Con nente. Nada mais nosso, mais caracterís co e ao mesmo tempo de mais ternura poé ca!

Se és triste e te consagras à Beleza, Compreende a alegria de ser triste E ama serenamente essa tristeza... Verás, então como tu nunca viste, Teu nobre coração, quanto ele encerra Desse esplendor divino que lhe assiste! Repara como agora se descerra Dentro em tua alma a luz de uma alegria Que não supunhas existir na Terra... A todo ser humano Deus cona Uma missão de amor, segundo a qual Cada um, a seu modo, a culpa expia.

Em outra passagem, comenta o menestrel: “O livro que Eudes Barros acaba de inscrever-se no páreo brasileiro, de renovação mental, é uma afirmação vitoriosa dessa energia criadora”. Posso assinar em baixo?!

Enche-a, pois (enche-a do óleo essencial Da tua dor) e, em mística oferenda, Acende a tua lâmpada imortal! A sombra é larga? A treva anula a senda Do teu peregrinar? –Arde sempre... Arde, Para que outra lâmpada se acenda... E deixa que te chamem de covarde Os incapazes de car contigo! Não tenhas pressa... Nunca chegas tarde... Teu óbolo de luz, pobre mendigo, Por todo o tempo que a tua alma aguarde, O Senhor guardará sempre contigo!... (Silvino Olavo, Sombra Iluminada, 1927)

RAU FERREIRA: historiaesperancense.blogspot.com.br

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Produção Literária alusiva à Esperança ou de Esperancense* Memoria do Carnaval de Esperança e mais duas publicações atualizam

Na gráfica União desde meados do ano passado, com o intuito de vir à publico em 1º de dezembro, pela passagem dos 90 anos de emancipação polí ca da cidade, só agora chega às mãos dos esperancenses Banaboé Cariá (FERREIRA, Rau. 2016). A úl ma publicação registrada no recémpublicado Banaboé Cariá foi Zazá, um homem ou um mito? do Bispo Bruno, filho do personagem (2015, saiba mais no BV033, Ago/Set15). Mesmo que não houvesse esse lapso temporal, o presente de Ferreira já estaria na lista de fato histórico. O que quer que encontrássemos de antes já não poderia ser incluído. *Assim é que três tulos ficaram de fora da obra, por novidades que foram para a pesquisa ou previstos para depois embora lançado antes (!). Neste caso, na sexta-feira véspera do Carnaval (capa) o Memorial de Inácio Gonçalves nos traz um pacote de narra vas, notas e registros fotográficos. Dividido em três partes a brochura apresenta textos em primeira pessoa, ora vivências ora de conhecimentos passados, geração a geração. Depois, se repetem algumas narra vas em pequenas notas a tulo de fatos curiosos ou pitorescos. Por fim, a iconografia apresenta-

se baseada principalmente no acervo par cular, do popular Pagão, Erivaldo de Araújo, dentre outros, do blog Esperança de Ouro e da série de cartões 80 anos de Esperança (masBrasil). De posse do livro prefaciado pela professora Marilda Coelho, o leitor encontrará 45 textos, a exemplo de Um patrimônio cultural de Esperança, Os grandes baluartes, O Coronel nas Ondas, Os bailes do Esperança Clube, Os destaques de ontem e de hoje, Personagens que se destacaram, A presença da mulher, O tradicional, O autên co remanescente, As peculiaridades do folião, Percurso da folia, Bom Porque Pode, O Carnaval de 1954, A Boneca do Léro, O Boi de João Marcolino, Úl ma Hora, Os Borós, O Carnaval de 1982, Os Taka-toxas. Dentro os 18 fatos pitorescos, A prisão de Léro, A Difusora de Pedoca e Os filhos de Juvenal. Outra obra, acima à esquerda, carece de pesquisas. Além da produção em cordel, não catalogada por Ferreira e das publicações de pequenas ragens, como Livro de Piadas dos alunos da EJA-Timbaúba e uma série infan l com exemplares únicos de alunos da escola municipal do Distrito do Pintado. E quanto ao terceiro? Banaboé Cariá: Recortes da Historiografia do Município de Esperança. 9


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