Lautriv Mitelob - BV042

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BV042

Boletim Virtual - lautriV miteloB Fundado em Junho de 2013 | Banabuyê de Esperança | Parahyba | Brazil Dedicado à Arte, à Cultura e à História da Nossa Gente | Nº 42 | Jun16

ssa é a terceira vez, talvez, que editamos este BV através de um editor de texto e não, de um apropriado para publicações imprimíveis, ajustado para layouts, específico para design e tratamento de imagens. As ferramentas que utilizamos ao longo da história são nossas libertadoras (à medida que facilita nossas vidas) e ao mesmo tempo nos escraviza (à medida que nos tornamos dependentes delas). Vez por outra é preciso recuar. Quando das faltas de energia até meados dos anos 90, a vibração era intensa. Quando a luz voltava tinha torcida vibrando. Mas o que se dava naquele momento livre da televisão não se pagava. Momento de reaproximação por medida de segurança, quando se contavam estórias de Trancoso e mal assombro, quando se dormia mais sedo, quando se tinha a oportunidade de renovar afetos.

JUN16

Resistimos às mudanças, as incorporamos e, depois, ficamos limitados por não ter algo que, até bem pouco tempo, sequer existia (Entenda-se!). Aqui ali parece oportuna a quebra da rotina para nos (re)colocar no caminho. Da simplicidade, esperamos. Para não passar em branco, enquanto não recuperamos a condição de usuários de determinadas ferramentas, nos adaptamos às circunstâncias. Houve um sábio que sabia o que dizia e quem não sabemos (lembramos quem) que disse “o homem propõe e as circunstâncias impõem”. Então o BV nos chega, como registro prismático, transformando o branco em multicores. _______________________________ Evaldo Brasil


Sarau do FIC 2016.3 | casal Alexandra e Vanderlam Venâncio distribuiu pipoca aos presentes.

Foto oficial 1

Ata do Sarau do FIC (Fórum Independente de Cultura), Edição 2016.3, em 22 de maio de 2016, denominado “Sarau 13 de Maio”, realizado em parceria na sede da Associação Afro-cultural Quero Mais/AAQM. Após a última das assinaturas dos presentes, lavraremos o devido registro. (Ass). Pelas 14h já se encontravam na AAQM, o coordenador Marquinho Pintor e alguns associados. Enquanto se aguardava a chegada de mais alguns frequentadores dos saraus do FIC, os presentes refletiam em torno da questão racial, temática do encontro, dentre outros relacionados à cultura. O fim do Ministério da Cultura, a pouca valorização das coisas da nossa terra, a manipulação das identidades regionais, os sotaques, as relações de poder e opressão, o papel da escola, os avanços e retrocessos das políticas públicas, a conjuntura política no Brasil. O consumo dos super-heróis estrangeiros e a desvalorização dos personagens históricos da nossa gente. Nesse meio tempo, o

Sarah Kay & Tolba Phanem

Por volta das 15h Evaldo Brasil dava as boas vindas, falando da iniciativa, da parceria FIC/AAQM, considerando a chegada de um dos proponentes do sarau, Severino do Ramo Farias. Brasil apresentou um “poema falado” de Sarah Kay, sugerindo aos presentes a busca dos cursos/palestras da iniciativa TED, no youtube, e/ou em plataforma própria, onde encontrarão a poetisa estadunidense, filha de pais de origem judia e japonesa (mãe). Severino do Ramo apresentou considerações acerca do Dia 13 de Maio, Lei Áurea, a terminologia “afro-brasileiro”, considerando discordar desta e temer o alimentar rancor e ódio, quando “todos somos negros”. Thales Araújo (berimbau) entoou uma “ladainha” de capoeira, acompanhado por Marquinho Pintor (pandeiro) e Severino do Ramo (ganzá),

| Esperança/PB finalizando com comentário a respeito da importância histórica dos mestres criadores da capoeira. O professor Alexandro de Almeida apresentou estatísticas da mortalidade de negros no Brasil, da presença massiva nas escolas públicas, da constatação dos benefícios das políticas de afirmação e da política de cotas, dentre outras. O professor Júlio César reforçou os dados; a novela “Velho Chico” foi questionada entre obra de arte e pasteurização da imagem do nordestino. Feito registro das presenças em fotografia, Evaldo Brasil apresentou o texto “Canção dos Homens”, da poetisa africana Tolba Phanem, encerrando o encontro. Nada mais havendo a registrar eu, Evaldo Pedro da Costa (Brasil) lavro esta ata. Esperança/PB, em 24 de abril de 2016. Foto oficial 2


(Por João de Patrício) No início da década de 70 a fábrica Olivetti lançou a máquina de escrever portátil, cor verde acompanhada do estojo de proteção em baquelita. Foi a máquina dos meus sonhos. Era estudante dos que gostavam de escrever. O meu ideal era comprar uma máquina para escrever as redações do meu dia a dia. Passei no vestibular em janeiro de 1970, quando só existia em Campina Grande a antiga Fundação Universidade Regional do Nordeste, uma idealização do campinense Edvaldo do Ó. Fui estudar direito naquela universidade, universidade essa que mais tarde seria a Universidade Estadual da Paraíba. Pois bem, consegui comprar a máquina de escrever que iria me acompanhar por toda a vinha vida estudantil universitária, que me serviu de instrumento para preparar as aulas e provas do Colégio Estadual Monsenhor José da Silva Coutinho, na condição de professor de Educação Moral e Cívica e OSPB (Organização Social e Política Brasileira). A máquina dos meus sonhos me acompanhou ativamente em todos os dias da minha vida profissional, inclusive como advogado. Nela, elaborei centenas de petições, as mais diversas, inclusive, recursos para o TJPB, Nela escrevi dezenas de cartas, quando ainda era praxe escrever cartas para alguém. Escrevi dezenas de mensagens natalinas, até cartas de amor, quando algum amigo não sabia como se expressar para pedir a mão em casamento ou por fim ao namoro. Hoje, ela me acompanha apenas como testemunha instrumental do meu passado estudantil e profissional. Conservo-a carinhosamente, como um bem precioso e histórico. In: Revivendo Esperança, blog.


NOTAS?! (Por Rau Ferreira) O município de Esperança teve várias denominações: Banabuyê (1757), Boa Esperança (1872) e finalmente Esperança (1908). Narra a história que Frei Herculano haveria mudado o topônimo de Banabuyé, enquanto uma outra versão atribui o feito ao Padre Ibiapina. Coriolando de Medeiros, por sua vez, afirma que tal desiderato coube ao Frei Venâncio. Estas narrativas guardam, porém, certa conexão com os fatos e mantém íntima relação com a religiosidade local. Segundo consta, a primeira missa foi realizada por Frei Herculano, nas proximidades do Tanque do Araçá. Por sua vez, o Padre Ibiapina atuou nesta região e inclusive há a informação de que tenha construído o cemitério local em 1862. Enquanto o Frei Venâncio fundou e erigiu a Capela do Bom Conselho em 1860. Mas a vila de Boa Esperança ficou conhecida e reverenciada pelos antigos. Ferino de Góis em carta a Romano anterior a 1891, é quem cita os versos: Cheguei em Boa Esperança / Encontrei o Campo Alegre, / Esse me disse: - Seu mal, / Estou com medo que me pegue, / Se você já vem mordido, / Por caridade não negue... Anote-se a observação do autor: “Deve ter sido equívoco de Ferino – a cidade é Esperança/PB, e não Boa Esperança” (ALMEIDA, p. 56). Um outro registro nos vem da Revista do IHGP, do início do Século passado, que menciona às fls. 358 o lugar “Boa Esperança” no brejo paraibano. Mas o fato é que quando o Padre Francisco Almeida assumiu a recém-criada paróquia, em 1908, havíamos definitivamente adotado o gentílico nome de “Esperança”. Essa anotação encontra-se no Livro Tombo da Paróquia. Por fim, na concepção do historiador Irineu Joffily “devia-se ter conservado o nome indígena de Banabuyé, e não ter mudado para o de Esperança sem motivo plausível e por mais auspicioso que fosse”. In: História Esperancense, blog.

(Por Ana Débora Mascarenhas) Ontem uma amiga disse uma expressão errada "Mundo cão". Quem dera o mundo fosse caninizado, não teríamos as barbaridades que presenciamos todos os dias. Essa semana uma boate nos EUA foi o palco de 49 mortes de gays; ontem dois professores da rede pública de ensino, no Sertão baiano, foram encontrados mortos e seus corpos carbonizados, pelo simples fato de serem homossexuais. São atrocidades de um mundo habitado por pessoas doentes, pois quando um indivíduo é capaz de matar outro por ser diferente, aquela pessoa é doente, má e outras coisas que nem sei como nomeá-las. Freud dizia que “quando uma pessoa se incomoda com quem a outra dorme ou convive, precisa de cuidados”. Ah, Freud precisam ser tratados com urgência. A sociedade precisa se mobilizar para evitar danos maiores como esses. Ultimamente são notícias de estupros coletivos pipocando aqui e acolá, pessoas matando outras pela sua sexualidade, mulheres brutalmente violentadas todos os dias; a elite morando em condomínios fechados como fortalezas medievais e a plebe rude passando fome e sendo hostilizada... Será que saímos mesmo da Idade das Trevas? E nas voltas que o mundo dá, todo dia uma notícia deixa a gente um pouco triste. Precisamos de mais amor e, como diz uma frase escrita no muro perto da faculdade onde trabalho, eu replico cá: “Quem goza gostoso não tem tempo para odiar e matar, diga não à violência”. E eu completo: que tenhamos um mundo cão, como os cães amáveis e não um “mundo louco” que mata. In: As Voltas do Mundo, blog. ...


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