Lautriv Mitelob - BV045

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Faça um um Faça

de felicidades. Depende de você! Esperança/PB

Sarau Inaugural da AAQM em parceria com o FIC

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Leia nas páginas 02 a 06

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TURAL

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Fundado em Junho de 2013 | Banabuyê de Esperança - Parahyba - Brasil | Nº 045 - OUT/NOV16 | Editores: Evaldo Brasil e Rau Ferreira | | A Arte, a Cultura e a História da Nossa Gente |

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2017

QUERO MAIS

SeloãoUnicef

ESPERANÇA - PARAÍBA - BRASIL

Sarau Inaugural

ã ç a c u & Sementes d E Esperança em Vitória da Frutos Conquista, pág. 09 POR ANA DÉBORA MASCARENHAS

FOTOS: Evaldo Brasil

991.036.829

APOIO CULTURAL

Pastoril Esperancense Suas origens, anteontem e ontem, pág. 08 POR RAU FERREIRA


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Cultura | Sarau Inaugural | Parceria FIC/AAQM reúne em sede prórpia

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FOTO: Thallys Araújo

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ista de presença do Sarau Inaugural, realizado pela parceria FIC/AAQM, na inauguração da sede própria da Associação Afro-cultural Quero Mais, aos 20 de novembro de 2016. Fórum Independente de Cultura. Após a úl ma das assinaturas, faremos o devido registro. (Ass) Pelas 15h30, como agendado, fez-se fo to g rafi a re g i st ra n d o a s p r i m e i ra s presenças, destacando a fachada da sede própria da Associação Afro-cultural Quero Mais/AAQM. O livro de atas circulou, coletando as assinaturas dos presentes. Evaldo Brasil e Antonio Marcos Viturino de Souza, pelo FIC e pela AAQM, respec vamente, montaram e anunciaram o roteiro da tarde. Evaldo Brasil, atuando como mestre de (sem) cerimônia fez a fala inicial, explicando o funcionamento do Sarau; Marquinho Pintor fez pequeno histórico da Quero Mais e convidou a todos a serem parceiros nessa empreitada, informando do início das oficinas de confecção de Ala-ursas, a par r de dezembro, considerando a iminência do Carnaval, um dos momentos mais intensos da en dade. A primeira apresentação se deu pelas meninas do grupo de dança da AAQM, que fizeram dois números, incluindo

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Sarau Inaugural da Quero Mais

Professora Enilda Marcelino

Thalya E. G. Costa, aluna do Dom Palmeira

Marquinho dá boas vindas e as meninas abrem o certame... Pai Fernando de Logum Edé, Candomblé

Mãe Ana da Oxum, Candomblé


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Mariett Delon, representante LGBT Subgrupo As Patricinhas

Beilza Pessoa, educadora, parabeniza iniciativa

Subgrupo As Campeletes

Severino do Ramo, percussionista, parceiro

Subgrupo As Princesinhas

“Paraíba, Joia Rara”, de Ton Olivieira; Evaldo Brasil apresentou seu primeiro cordel (C49001) “Se essa rua fosse minha”. Enquanto isso, a professora Enilda Marcelino e alunas da EMEF Dom Manoel Palmeira, finalizavam e apresentaram uma reflexão e o poema “Consciência Negra” através de Thalya Eslene Guedes Costa (6º Ano). Delas ficaram trabalhos em mosaico, expostos junto ao acervo da Quero Mais. Brasil convoca os que não assinaram a Lista de Presença/Livro de Ata para fazê-lo, lembrando que fazer as coisas sem documentar é o mesmo que não fazer; dizendo em seguida um poema “Afrodesejo” do esperancense Egberto Vital (Sinestesia, AgBook, 2011). Pai Fernando de Logun Edé, representante do Candomblé, é convidado e fala sobre intolerância religiosa, historiando a sua tradição, dis nguindo de assemelhados, a exemplo da Jurema e da Umbanda; desmis ficando expressões e atribuições que refletem um quadro de ignorância que vem diminuindo, mas ainda existe. Brasil, enquanto se definia a próxima fala, apresenta Silvino Olavo, com o poema “Alegria Interior”; convoca Mãe Ana da Oxum, representante local do Candomblé, que tratou dos momentos de preconceito e discriminação que já sofrera. Porém, como 3


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Marquinho premia as vencedoras

FOTO: Beatriz dos Santos Silva

resume sua prá ca religiosa enquanto um culto ao Amor, sendo muito feliz por isso, recomenda que todos persigam a felicidade, cultuando o amor, independente da religião que professem. Marriet Delon, também ligada ao candomblé, se colocou como representante do movimento LGBT. Homenageando Elsa Soares, em sua caracterização, apontou que o preconceito mata mais que qualquer doença. E convocou as meninas, a par r da organização dela na Quero Mais, a par ciparem de futuro concurso Garota Quero Mais. B e i l za Pe s s o a , p o r s u a vez , fa z depoimento quanto à importância do espaço que se abre para a comunidade com a inauguração da AAQM, es mula as meninas do grupo de dança ao parabeniza-las e remete às escolhas, evitando a exposição do corpo e es mulo precoce da sexualidade. 4

Severino do Ramo, percussionista, se despede por ter que estar em Campina Grande ainda na noite do domingo, sugerindo agendar na UEPB cursos de dança e instrumentos de sopro, cujas inscrições estão abertas até dezembro, e que a inicia va local será acolhida pela universidade gratuitamente. Thallys Araújo (foto à direita), membro da inicia va Quero Mais, apresenta material sobre a primeira juíza negra do Brasil, Luislinda Valois, Thallys Araújo, parceiro como exemplo para ele. Ela resolveu ser juíza quando recomendaram que fosse ser oficial (abaixo), fixando a presença dos que cozinheira, pra preparar feijoada pra branco. assim quiseram. Nada mais havendo a registrar, Ele, que hoje trabalha para um escritório de eu Evaldo Pedro da Costa Brasil, finalizo esta. advocacia, quer seguir a carreira dos patrões e Esperança/PB, em 20 de novembro de 2016. estuda para isso. Em seguida, cantou uma FOTOGRAFIA: Evaldo Brasil. ladainha de capoeira. Para encerrar o sarau, as meninas da Quero Mais se dividiram em três subgrupos e fizeram apresentações compe vas: Patricinhas, Campeletes e Princesinhas, ganhando este úl mo, sob o julgamento de sete jurados, por voto simples da que acharam melhor (foto à esquerda). Pelas 17h30, como previsto, foi dado por encerrado o Sarau Inaugural, quando fora feita uma segunda foto Registro nal com parte dos presentes


E hoje temos consciência Que mesmo sendo Negro, branco... e daí? O que importa é ser feliz.

E seus pés nus no chão Seus cabelos pintados pelo tempo E o macio que percebo em sua genitália Quando olho o ápice suas lindas penas Eu gosto da pele negra Gosto de ver corpos despidos E essa mulher que evoca o meu gozo Essas pernas tão cheias de formas Suas formas de mulher amazônica E os seios de mulher matriarca O seu olhar curioso me segue Esse corpo de mulher africana Eu gosto da pele negra E imagino essa mulher Em minha cama.

QUERO MAIS Sarau Inaugural

Verás, então como tu nunca viste, Teu nobre coração, quanto ele encerra Desse esplendor divino que lhe assiste! Repara como agora se descerra Dentro em tua alma a luz de uma alegria Que não supunhas existir na Terra... A todo ser humano Deus cona Uma missão de amor, segundo a qual Cada um, a seu modo, a culpa expia. Enche-a, pois (enche-a do óleo essencial Da tua dor) e, em mística oferenda, Acende a tua lâmpada imortal! A sombra é larga? A treva anula a senda Do teu peregrinar? –Arde sempre... Arde, Para que outra lâmpada se acenda...

(Silvino Olavo, Sombra Iluminada, 1927)

Hoje, negros, Tenham orgulho de sua história Orgulho de sua cor Porque nós somos miscigenados Um jardim cheio de or

Gosto da pele negra E imagino a essência voluptuosa Da libido dessa mulher

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Se és triste e te consagras à Beleza, Compreende a alegria de ser triste E ama serenamente essa tristeza...

ALEGRIA INTERIOR

Os brancos em expedições Os negros procurando civilizações Amontoados numa jaula Sem mínima razão

(Egberto Vital, Sinestesia, pág,10, Clube dos Autores AgBook, 2011)

(Thalya Eslene Guedes Costa, 6º Ano, EMEF Dom Manoel Palmeira, 2016)

Escravizados, infelizmente Negros unicamente Amarrados numa corrente Tratados rudemente

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ESPERANÇA - PARAÍBA - BRASIL

AFRO-DESEJO

CONSCIÊNCIA NEGRA

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Do Sarau Inaugural

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Faze da dor, perenemente acesa, A lâmpada encantada de Aladino...

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lautriv.mitelob Dedicado especialmente à arte, à cultura e à história da nossa genteNão Boledigas m Virtual nunca mal do teu destino... __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

E deixa que te chamem de covarde Os incapazes de car contigo! Não tenhas pressa... Nunca chegas tarde... Teu óbolo de luz, pobre mendigo, Por todo o tempo que a tua alma aguarde, O Senhor guardará sempre contigo!... 5


AFRO

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QUERO MAIS ESPERANÇA - PARAÍBA - BRASIL

Sarau Inaugural

(Na volta ao Jornal A Cidade, dia 24/11/16, apresentado por Isabelly Bela Roxa Rakel, pela Ban FM 87,9Mhz, para agradecer e prestar contas da inauguração da Associação Afro-cultural Quero Mais/AAQM e do Sarau Inaugural em parceria com o Fórum Independente de Cultura/FIC, incluímos comentário sobre a certicação do Selo Unicef Município Aprovado - Edição 2013-2016. As atrações artísticas e as falas em torno da Intolerância Religiosa e da Consciência Negra, com seus atores e os autores da poesia esperancense, foram lembrados. Mas, visto o arquivo em vídeo no Facebook, eis um reexo em poema.)

DO SARAU INAUGURAL

Primeiro cordel de Evaldo Brasil. Para ler, copie e cole um dos links abaixo em seu navegador, podendo também folhear a versão virtual ou assistir em vídeo. 1 No blog Reeditadas http://reeditadas.blogspot.com.br/2014/ 02/c49-001-essa-rua-fosse-minha.html 2 No Calameo (http://pt.calameo.com/books/0025746 1139d9de79a462) 3 No Youtube https://www.youtube.com/watch?v=FW Ff1MSF2_s 6

PÓS SARAU INAUGURAL

I Hoje em dia impera a lei Tudo junto e misturado Os conitos se acentuam Um bom tempo é chegado Para quem souber viver Para quem sobreviver Sem car desesperado... II Fui ao jornal de rádio Esqueci essa evolução Tinha câmera lmando Era outra transmissão Virou TV em rede social E eu, tranquilo, normal, Na moganga, inquietação... III Eu me via na telinha Dentro da repartição Mas nem aí para isso Nem me veio a função Com aquilo já era visto Do Himalaia ao Cristo Todo canto do mundão. IV Aproveitava o almoço No intervalo do trabalho Nem sequer me escovei Nem mudei de agasalho Mastigava um tira-gosto Coava a barba e o rosto Me expondo a todo malho.

V Mas em compensação Falava da Quero Mais Do sarau de inauguração De gente boa que faz A diferença diante Da indiferença reinante Nessa omissão satanás! VI Foi no Jornal A Cidade Da minha amiga Belinha Roxa que vai ao “feice” E não é criação minha... Joseilton Belarmino Lá no céu está sorrin'o De toda essa ladainha... VII Marriet Delon estava lá Marquinho Pintor também Muito ouvinte interagindo De preferência no bem Velando o que une, sara, Não o que nos separa, Na guerra do que convém. Extra Me dedicava com zelo Falava da reconquista Junto ao UNICEF, do selo, Nesse tempo equilibrista... A criança e o adolescente Não é futuro, é presente! Vai passando, em revista!

Evaldo Pedro da Costa Brasil, em 25 de novembro de 2016.

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Cordel 49-196: Da Radionetevisão (Joseilton Belarmino lá no céu está sorrindo)

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Siga Sites, Blogs e Grupos de Esperancenses na internet Revivendo Esperança-PB Grupos no Facebook revivendoesperancapb.blogspot.com.br/ POR JOÃO DE PATRÍCIO

O mundo e suas voltas asvoltasqueomundodar.blogspot.com.br/ POR ANA DÉBORA MASCARENHAS

Chão de Sonhos chaodesonhos.tumblr.com/ POR FLÁVIA FERREIRA

HISTÓRIA ESPERANCENSE

Esperança-PB Terra Mãe! Grupo Fechado Adm. Cida Galdino

historiaesperancense.blogspot.com.br/ POR RAU FERREIRA

RDUARTE fotoamadorismo rduartefotoamadorismo.blogspot.com.br/ POR SÉRGIO RICARDO DUARTE DE LIMA

reeditadas

Esperancenses pelo Mundo!!! Grupo público Adm. Socorrro Rocha

reeditadas.blogspot.com.br/ POR EVALDO BRASIL

Esperança de Ouro. Uma Volta ao Passado. esperancadeouro.blogspot.com.br/ POR JAILSON ANDRADE Esperança Esportes esperancaesporte.blogspot.com.br/

POR FÁBIO JEAN

conversando conversando123.blogspot.com.br/ POR ANGELO ROCK

GRUPO CULTURA DE RUA Grupo público Adm. Bastinho Presley 7


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Pastoril Esperancense, POR RAU FERREIRA

Suas origens, anteontem e ontem...

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arrecadar dinheiro para os trabalhos paroquianos. Em alguns momentos os partidários chamavam uma em particular e alnetavam dinheiro em sua bandeira. Quando não, a pastora visava um dos espectadores, descia do palco e lhe entregava uma or, à espera da oferenda. Ao nal o produto da arrecadação era entregue ao patrimônio da paróquia. ANTEONTEM De tempos em tempos, a encenação é desmontada, permanecendo desativada, mas nunca esquecida. Passado alguns anos, alguém resolve remontar, com nova roupagem e direção. Temos notícia do pastoril comandado em diversos momentos da nossa história por Dedita e Corina Cabugá, em frente à Loja Ideal de Manuel Rodrigues; Adélia Neves, Hilda Batista, Vitória Régia Coêlho e Fátima Costa. Acerca da participação de Vitória, transcrevo a seguir uma nota de jornal que ela guarda com carinho: “O Pastoril Nossa Senhora do Bom Conselho é composto por vinte garotas e dirigido de forma harmoniosa e habilidosa, pela sua criadora e patrona, a grande esperancense VITÓRIA RÉGIA COÊLHO, nossa ativista cultura e símbolo de expansiva inteligência e cooperativismo. As apresentações do pastoril são de forma espontânea e natural, e têm como palco principal a Rua Manuel Rodrigues de Oliveira. Ali, estas encantadoras meninas dão um toque de alegria e harmonia aos esperancenses e todos os presentes, nas festas de Nossa Senhora do Bom Conselho, devoção do Pastoril”.

FOTO: Evaldo Brasil

pastoril é um folguedo popular exibido por mocinhas que defendem seus cordões encarnado e o azul, de Mouros e Cristãos, respectivamente. A temática gira em torno do nascimento de Cristo. A dramatização, através de canções que contam a aventura das pastoras, representa a visita delas à manjedoura, em Belém. É uma forma animada de se transmitir a história ao longo dos tempos. Em Esperança a encenação ganhou força na década de 50, mas a tradição é bem mais antiga, pelo que podemos ver. João Tomaz, revisitando as suas memórias, menciona esse folguedo que já era realizado em nosso município em data muito anterior. Naquele tempo, a apresentação acontecia durante os festejos da padroeira – N. S. do Bom Conselho – após os atos litúrgicos, segundo a fé cristã. Iniciava com um breve passeio pela avenida principal. As moças seguiam o condutor pela Rua Manuel Rodrigues, em direção à Matriz, que segurava um lampião de carbureto. À frente uma criança vestida de anjinho. Havia ainda as guras do pastorzinho e da cigana. Em la única ou dupla, dançavam balançando as saias com uma das mãos até chegar ao pátio da igreja, onde um mastro erguido no solo de terra batida aguardava o luzeiro. A penumbra do lampião fazia com que as pessoas se aglomerassem em torno do palco para assistir as pastoras. Começava a cantoria. Durante a exibição, cada uma delas deslava cantando, a m de 8

ONTEM A partir de 2009 a encenação voltou a se realizar nas ruas da cidade, organizada por Vitória Régia e Socorro Aparecida, então Diretora de Cultura do Município. Na apresentação, cerca de vinte moças disputavam a atenção dos esperancenses no largo da Igreja Matriz, próximo ao Calçadão. Em novembro de 2014, marcando a culminância do projeto “Mais Educação”, na Comunidade de Riacho Fundo, alunas da EMEF “Abel Barbosa de Souza”, remontaram o folguedo (foto).

FONTES: FERREIRA, Rau. Banaboé Cariá: Recortes da Historiograa do Município de Esperança. A União. Esperança/PB: 2016. PEREIRA, João Tomaz. Memórias de uma infância nordestina. Assis/SP: 2000. SEGUNDA FRENTE, Jornal. Ano I, nº 03. Festa da Padroeira, Janeiro. Esperança/PB: 1943. MEDEIROS, Jailton. História de Esperança. s/d. Trabalho escolar. Produção do corpo docente.


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Educação, POR ANA DÉBORA MASCARENHAS

Frutos & Sementes: Esperança em Vitória da Conquista

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itágoras armou: “Educai as crianças para que não seja preciso punir os homens”. A cidade de Vitória da Conquista/BA recebeu mais um selo da UNICEF. Outras premiações na área da infância e adolescência já foram recebidas pelo Governo Participativo, a exemplo dos prêmios Prefeito Criança (em 1999) e do Prefeito Amigo da Criança (em 2012). Fiquei sabendo que a minha cidade natal também foi agraciada com selo da UNICEF. É tão bom notícias boas pra começar o dia! E saber que lá na frente esses frutos serão colhidos com crianças amparadas é fazer o que Pitágoras falou há tanto tempo. E NAS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ, que venham outros selos pra todos os que se engajam nessa luta diária.

COMISSÃO DO SELO UNICEF 1º Plano: Eduardo Jorge (CMDCA), Anderson Monteiro (Prefeito), Adriana Alves (CT), Rosete Arcoverde (SMS) e Evaldo Brasil (Articulador); por trás: Alex Giuseppe (SEDUC), João Victor e Ellen Fabian (Adolescentes-NUCA)

UM COMENTÁRIO EVALDO BRASIL Fui ar culador municipal aqui em tua Esperança. Desde 2013, quando indicado pelo prefeito Anderson Monteiro, dediquei atenção às orientações do Selo UNICEF, a cei os confrades secretários e técnicos da gestão municipal para que cumprissem seu papel nessa história. Entre o ânimo e o desânimo provocado pela ro na e pela “lei do menor esforço” que impera sobre nós, estava preparado para a nãocer ficação. Só temia a caça às bruxas, possível, neste caso. Graças a Deus e aos esforços de figuras como Eduardo Jorge (CMDCA) João Delfino (início) e Alex Valen m (final) ambos pela SEDUC*, para citar apenas três, a cer ficação veio. Que Esperança faça bom uso desse tulo, uma vez que ele é fruto e semente ao mesmo tempo. *CMDCA: Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, presidido por Eduardo Jorge Dias Floren no; *SEDEC: Secretaria de Educação, Cultura e Desporto; João Delfino Neto e Alex Giuseppe Valen m, ambos foram secretários da pasta, o primeiro entre 2013 e 2015 e o segundo entre 2015 e 2016. 9


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Resenha, POR ANA FLÁVIA

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

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ançado em 2001, dirigido por Jean Pierre Jeunet e roteirizado por Guillaume Laurant, o filme conta com uma fotografia impecável, uma narração inusitada, uma excelente trilha sonora, um cenário incrível, ambientado em Paris e 122 minutos de um misto entre a fantasia, a realidade, o mistério e o humor. O Fabuloso Des no de Amélie Poulain traz a história de Amélie desde a sua fecundação até sua vida adulta, quando sai de casa e se muda para o bairro parisiense Montmartre, onde consegue um trabalho de garçonete e leva sua vida normal e sem graça. Até que encontra em seu banheiro uma caixinha com algumas lembranças da infância do an go morador de sua casa e decide procurar o dono da sua atual descoberta e entregar anonimamente a ele, fazendo um acordo consigo mesma: se ao lhe entregar a tal caixinha, ele se emocionar ao rever suas memórias, tentará mudar a vida de todos ao seu redor. Se isso não acontecer, apenas irá deixar de lado e seguir sua vida normal. Então, o dono, se emociona ao reencontrar suas lembranças e acontece uma reviravolta na vida de Amélie, ela adquire uma nova visão do mundo, espalhando pequenos atos de alegria pela vida de todos que cruzam seu caminho. 10

Assim, segue promovendo bem intencionadas intromissões na vida dos outros, mas ainda lhe falta algo, há um vazio quando se trata de sua própria existência. Em um diálogo com o personagem conhecido como “Homem de vidro”, Amélie começa a perceber que não pode negligenciar e ficar apenas ajudando os outros, eles conversam sobre a personagem do quadro que ele está pintando: “- Sabe a garota do copo de água? - Sei. - Parece distante, talvez seja porque está pensando em alguém. - Em alguém do quadro? - Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sen u que eram parecidos. - Em outros termos, prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes. - Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros. - E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem?” A personagem é daquelas que faz a gente se apaixonar e torcer por ela durante o filme todo, uma mulher que apesar da infância solitária, cresceu desenvolvendo uma grande compreensão pelo o outro, que vê a vida com

A personagem é daquelas que faz a gente se apaixonar e torcer por ela durante o lme todo.

delicadeza, simplicidade e até mesmo com ingenuidade. São os pequenos e simples acontecimentos, que a sustentam e impulsionam a amar a vida, que faz com que ela nos ensine a ver o mundo com os olhos da empa a, a enxergar a nossa existência de um jeito novo, principalmente na forma que lidamos com os acontecimentos diários. Um filme que nos ganha por seus detalhes, suas emoções, sensações e pela forma inesperada de desenvolver sua trama, defini vamente não é um daqueles filmes previsíveis. O Fabuloso Des no de Amélie Poulain nos permite uma reflexão sobre o nosso próprio eu, sobre a nossa forma de viver, agir e amar. É cômico, sonhador, intrigante, emocionante e nostálgico. É para aqueles que buscam num filme, o coelho branco que o leve para um mundo diferente de sua realidade co diana.


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