RBS Magazine ED. 09

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Ano II - Edição nº 09 - Mar/Abr

Geração com Energias Renováveis aumenta sua participação na matriz energética

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ÍNDICE 10

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Força da geração com energia solar poderia ser melhor aproveitada

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Considerações sobre o avanço da energia solar no Brasil

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SICES Brasil é destaque no apoio e incentivo ao setor no Brasil

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Implicações do acordo da COP21 em Paris no setor Eólico Brasileiro

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Artigo

“CHURN” SE APLICA AO MERCADO CATIVO (ACR)? Você sabe o que é Churn rate?

Carlos A. F. Evangelista

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ntes de entrarmos no assunto é importante esclarecer o que é “Churn rate”. Não tem relação com eletrônica, nem engenharia, não é um termo regulatório e nem um índice financeiro. Trata-se de um termo de marketing, muito utilizado pelas empresas que possuem milhares de clientes e necessitam das ferramentas de marketing para conquistar novos clientes, superar a concorrência e se manter no mercado. Antes de tudo, podemos de forma simples definir marketing como “conjunto de técnicas e métodos destinados ao desenvolvimento das vendas, mediante manipulação racional e coordenada de quatro elementos: preço, produto, promoção e ponto de venda. (Também conhecido com os 4 P’s). Já Churn Rate é uma métrica que avalia a quantidade de clientes que deixam de fazer parte da base de uma empresa em um determinado período, ou de maneira menos formal, taxa de rotatividade de clientes ou evasão de clientes. 4

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Before we get into the subject it is important to clarify what is "Churn rate". This is not related to electronics or engineering, it is not a regulatory term and not a financial index. This is a marketing term, often used by companies that have thousands of clients and require the marketing tools to win new customers, beat the competition and stay in the market. First of all, we can simply define marketing as "a set of techniques and methods for the development of sales by rational manipulation and coordination of four elements: price, product, promotion and sale’s point. (Also known as the 4 P's). Already Churn Rate is a metric that measures the amount of customers who are no longer part of the base of a company in a given period, or less formal way, customer turnover rate, or customer evasion. Is this concept applicable in our energy market?



Podemos aplicar esse conceito em nosso mercado cativo de energia? Todos nós já ouvimos em diversas ocasiões o famoso comentário de que é muito mais fácil e menos custoso manter um cliente do que ganhar um novo. No entanto, a maioria das empresas destinam grandes quantias de recursos financeiros para atrair novos clientes, deixando como segunda ou terceira prioridades manter ou “tratar bem” os clientes que já possuem. Outras empresas, com uma visão menos nebulosa do mercado, investem seus recursos para manter e atender cada vez melhor os seus clientes. De vez em quando, nas acaloradas discussões de marketing, alguém cita a famosa proporção de que custa de 5 a 7 vezes mais para atrair um novo cliente do que para manter o cliente que já temos. Evidentemente, ninguém explica como isso foi calculado, no entanto, aceitamos passi-

...através de modelos matemáticos que captam e analisam informações de bases de dados distintas, todas relacionadas com nossos clientes... vamente esses números os clientes a desejar trocar por uma razão bem obvia: de fornecedor, assim como é quase intuitivo. existem diversos motivos que impedem que esses Claro que a intuição mesmos clientes façam a pode às vezes nos trazer troca, desde impedimentos surpresas bem desagradá- regulatórios (caso do merveis. Ela faz com que este- cado cativo de energia), jamos seguros em relação motivos tecnológicos ou a nossa base de clientes mesmo financeiros, alguns quando na verdade essa destes criados pelo próprio base está desesperada- fornecedor. mente aflita para nos deixar, sendo impedida apenas Muito bem, podem pelas barreiras técnicas ou concluir alguns, para isso operacionais, que muitas existem as pesquisas de Savezes impomos proposita- tisfação de Clientes. Acondamente para evitar que tece que essas pesquisas, nossos clientes troquem de mesmo considerando que fornecedor e procurem a elas realmente represenconcorrência. Existem inú- tem nossa base de clienmeros motivos que levam tes e tenham considerado

todos os segmentos relevantes dessa base, são na verdade apenas uma fotografia estática de uma percepção dinâmica que muda a todo instante. Para realmente conseguir medir, ou melhor, prever o comportamento de nossos clientes, é necessário o uso de metodologias e ferramentas mais complexas e avançadas do que simplesmente fundamentar-se em pesquisas de opinião de clientes. Digo clientes, pois entendo que são para eles que devemos focar nossos maiores esforços, são eles que desejamos manter em nossa base ao invés de direcionar todos nossos recursos angariando expansão de mercado. Pois bem, através de modelos matemáticos que captam e analisam informações de bases de dados distintas, todas relacionadas com nossos clientes, é possível saber, fundamentado em estatística, que determinados clientes tem uma probabilidade muito maior de nos deixar do que outros. É realmente para esses clientes que devemos fazer uma ação direta de Marketing de Retenção, podendo interferir para evitar que eles transponham as barreiras que existem para deixar nossa empresa. Podemos e devemos focar melhor na utilização de nossos recursos e assim conseguir uma eficiência e eficácia maiores revertendo essa tendência de troca (Churn), quando ela existir e a tempo de obter resultados concretos. No setor de Prestação de Serviços em Telecomunicações, por exemplo,

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essa taxa chega a ser de até 25% em mercados extremamente competitivos. Com informações oriundas do Sistema de Billing, horário das ligações, quantidade de chamadas, informações do Call-Center, tipo de handset do cliente, idade, escolaridade, podendo perfazer mais de 200 variáveis diferentes, é possível “ranquear” os clientes, classificando-os percentualmente em relação a chances de trocar de operadora. Em outras palavras, baseado no histórico, juntamente com modelos matemáticos bem estruturados é possível, por exemplo, prever que um cliente de 30 a 35 anos, que ligou mais de 3 vezes p/ o Call-Center no último mês, diminuiu em mais de 35% as chamadas e atrasou em mais de 5 dias a conta, está com 80% de chances de trocar de Operadora. É exatamente para esse usuário que direcionaremos uma campanha de Marketing de Retenção, que seja mais adequada ao perfil ou ao segmento desse cliente. Claro que isso não significa que teremos 100%

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de sucesso em retê-lo mas com certeza estaremos trabalhando no campo da prevenção, muitas vezes menos custosa e mais eficiente do que a correção. Isso traz ganhos bem significativos e mensuráveis para uma Operadora de Telecomunicação e esse exemplo pode ser facilmente transposto para qualquer empresa de Prestação de Serviços (como as distribuidoras de energia). Mais adiante comentarei porque esse conceito de marketing não se aplica às distribuidoras de energia. Evidentemente, não estou dizendo para abandonarmos as ações e campanhas para captar novos clientes, apenas estou considerando que em um ambiente de maior competitividade, para onde caminhamos, é necessária a utilização de ferramentas e

mercado, ou seja, são obrigados a ter como fornecedor uma única distribuidora de energia. Não interessa se a luz pisca todo dia, se a conta vem sempre errada, se há oscilações ou se a distribuidora demora 6 meses para fazer uma ligação de Geração Distribuída, você é obrigado a todo os meses, faça sol ou faça chuva, pagar pelos serviços prestados, setécnicas mais profissionais e adequadas para man- jam estes satisfatórios ou ter-se em um mercado de comparáveis aos serviços Prestação de Serviços mas- prestados por uma distribuidora recém criada em sificados. plena guerra. Uma vez que se sabe Você não pode escoquanto e porque os clientes estão deixando a sua base, lher, portanto, o Churn ou em linguagem mais po- Rate pode estar super alto pular, porque estão cor- e mesmo assim a distrirendo para a concorrência, buidora nem precisará firesta analisar e combater car preocupada. O cliente os motivos, além de obvia- pode espernear, pode chomente captar mais clien- rar, gritar com a atendentes. Também não adianta te, escrever cartas e mais captar qualquer cliente!! cartas à ouvidoria, chorar As empresas necessitam junto a ANEEL, mesmo asde “clientes de qualidade”, sim ele não poderá trocar os rentáveis. Mas isso já é de distribuidora de eneroutra história, para outra gia. No Brasil você trocar de operadora de celular, análise... de carro, de provedora de Agora, como análise Internet, de plano de saúde conceito, vamos ten- de, de escola, de governo e tar adequar o conceito de até de cônjuge, mas distriChurn Rate para o merca- buidora de energia, esta é do cativo de energia, onde para sempre. os usuários não tem opção Está na hora de falarde escolher devido a regulamentação e regras de mos de portabilidade!! ▪


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Artigo

ENERGIA SOLAR: existe fonte de energia mais potente que o sol? Energia solar é um termo que se refere à energia proveniente da luz e do calor do Sol

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Terra recebe uma oferta incrível de energia solar. O sol, uma estrela média, é um reator de fusão que tem “queimado” por mais de 4 bilhões de anos. Ele fornece energia suficiente, em apenas um minuto, para suprir as necessidades energéticas do mundo por um ano. Em um dia, ele fornece mais energia do que a nossa população atual consumiria em 27 anos. Na verdade, “a quantidade de radiação solar que golpeia a terra ao longo de um período de três dias é equivalente à energia armazenada em todas as fontes de energia fóssil.” A energia solar é livre, recurso inesgotável, mas aproveitá-la é uma ideia relativamente nova. A capacidade de utilizar a energia solar para o calor foi a primeira descoberta. Um cientista suíço, Horace de Saussure, construiu o primeiro aquecimento solar em 1767 que mais tarde foi usado para aquecer água e cozinhar alimentos. A primeira patente comercial de um aquecedor solar de água 10 RBS Magazine

foi para Clarence Kemp nos EUA em 1891. Este sistema foi comprado por dois executivos da Califórnia e instalado em um terço das casas de Pasadena em 1897. Produção de eletricidade a partir de energia solar foi a segunda descoberta. Em 1839, um físico francês chamado Edmund Becquerel percebeu que a energia do sol poderia produzir o “efeito fotovoltaico” (foto = luz, voltaica = potencial elétrico). Na década de 1880, células fotovoltaicas (PV) de selênio foram desenvolvidas, e podiam converter luz em eletricidade com 1 a 2% de eficiência (“a eficiência de uma célula solar é a percentagem de luz solar disponível, convertido pela célula fotovoltaica em eletricidade”), mas como essa conversão acontecia não era ainda compreendido. Da energia fotovoltaica, portanto, “permaneceu uma curiosidade por muitos anos, já que era muito ineficiente converter luz solar em eletricidade.” Isso ocorria até Albert Einstein propor uma expli-

cação para o “efeito fotoelétrico” no início de 1900, pelo qual ganhou um Prêmio Nobel, a partir disso que as pessoas começaram a compreender um outro fenômeno, chamado o efeito fotovoltaico. “A tecnologia solar avançou para seu design atual em 1908, quando William J. Bailey da Carnegie Steel Company inventou um coletor com uma caixa e de cobre isolados com bobinas.” Em meados dos anos 1950, Bell Telephone Labs tinha atingido 4% de eficiência e mais tarde a eficiência de 11% com células fotovoltaicas de silício. A partir de então, o interesse na energia solar se intensificou. Durante o final dos anos 1950 e 1960, o programa espacial teve um papel ativo no desenvolvimento da energia fotovoltaica. “As células foram fontes perfeitas de energia elétrica para satélites porque eram robustas, leves e poderiam satisfazer os requisitos de baixa energia de forma confiável.” Infelizmente, as células não eram práticas para o uso em terra devido ao


elevado custo de fazê-las eficientes e leves, de modo que mais investigações foram necessárias.

ou especiais, há uma gama enorme de soluções para a indústria, comercio e residências. Os maiores saltos energia solar foram novamente na eficiência vieram “com o A energia solar pode ter advento da tecnologia de setido um grande potencial, micondutores, os transistopesquisadas durante a mas foi deixado em segundo res e seus similares” O custo plano sempre que os comde produção caiu para cerca bustíveis fósseis eram mais de 1/300 do que era durante 1ª. Guerra do Golfo, em 1990 acessíveis e disponíveis. “Soo programa espacial em memente nas últimas décadas, ados do século passado e o quando a crescente demanda aceleração no desenvolvimento de custo de aquisição foi de US$ de energia, aumentando os proble- módulos FV ocorreu.” Melhorias na 200 por watt em 1950 a algo em tormas ambientais e redução dos re- utilização de energia solar foram no- no de apenas US$ 1 por watt hoje. A cursos de combustíveis fósseis, nos vamente pesquisadas durante a 1ª. eficiência aumentou drasticamente fez olhar para opções alternativas de Guerra do Golfo, em 1990. para 40,8%, o setor detém um novo energia focando nossa atenção em recorde mundial no Laboratório Narealmente explorar este recurso de Considerando-se que “as primei- cional de Energia Renovável a partir grande importância.” Por exemplo, ras células solares “práticas” foram de agosto de 2008. o Departamento de Energia dos Es- feitas há menos de 30 anos atrás”, tados Unidos financiou a instalação temos visto proliferar ao longo da soContinuamos a usar energia soe testes de mais de 3.000 sistemas ciedade, diversos sistemas de energia lar nas mesmas duas formas, térmifotovoltaicos durante o embargo do solar profissionais, com concepções cos e fotovoltaicos. A primeira conpetróleo em 1973/1974. No final de únicas e especiais para consumidores centra a luz solar e a converte em 1970, as empresas de energia e agên- individuais. Isso significa que existem calor aplicando o vapor resultante cias governamentais tinham investido soluções para o usuário final e não é em um gerador ou uma turbina acona indústria de PV e “uma tremenda mais restrito a aplicações espaciais plada a um motor. A segunda forma

Melhorias na utilização de

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de energia solar produz eletricidade diretamente, sem partes móveis. Sistema fotovoltaico de hoje é composto de células de silício, o segundo elemento mais abundante na crosta terrestre. “A alimentação é produzida quando a luz solar atinja o material semicondutor e cria uma corrente elétrica.” A menor unidade de sistema é uma célula. As células com fios em conjunto formam um módulo, e módulos ligados em conjunto, formam um painel. Um grupo de painéis é chamado de uma matriz, e diversas matrizes são unidas para formar um campo de matrizes.

terra e seu funcionamento é seguro e tranquilo. “Como as comunidades sempre crescem, mais capacidade de energia solar deve ser adicionada”, permitindo assim a geração de energia para se manter em sintonia com as crescentes necessidades sem ter que superdimensionar a capacidade de geração como é frequentemente feito nos sistemas de energia convencionais grandes.” Comparando essas características às de carvão, petróleo,

Existem várias vantagens da energia solar fotovoltaica que a tornam “uma das fontes de energia renováveis mais promissoras do mundo.” É não poluente, não tem partes móveis que poderiam quebrar, requer pouca manutenção e nenhuma supervisão, e tem uma vida de 20-30 anos com baixos custos. É especialmente única porque nenhuma instalação em grande escala é necessária. As áreas remotas podem facilmente produzir seu próprio fornecimento de energia elétrica através da construção de pequenos ou grandes sistemas, conforme necessário. Geradores de energia solar são simplesmente distribuídos para casas, escolas ou empresas, onde a sua montagem não requer o desenvolvimento extra ou grande área de

suficiente para produzir

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“Uma casa média tem área de telhado energia solar para suprir todas as suas necessidades de energia gás ou energia nuclear, a escolha é fácil. Tecnologias de energia solar oferecem uma fonte de energia limpa e renovável também para uso doméstico. A energia fotovoltaica ainda tem vantagens sobre outras fontes como a energia eólica, hídrica e

energia solar térmica. Os três últimos exigem turbinas, peças que são barulhentos e requerem manutenção especial devido ao constante movimento. A energia solar é mais procurada atualmente em países em desenvolvimento, onde o segmento de energias renováveis, especificamente energia solar fotovoltaica, tem se desenvolvido mais rapidamente. “Os governos estão encontrando seu modelo, descentralizando a produção de energia e estendendo o benefício da geração descentralizada para milhares de consumidores.” É muito mais prático do que a extensão das caras linhas de energia em áreas remotas, onde as pessoas não têm dinheiro para pagar a eletricidade convencional. A energia solar é tão prática em áreas povoadas, conectadas à rede elétrica local, como é em áreas remotas. “Uma casa média tem área de telhado suficiente para produzir energia solar para suprir todas as suas necessidades de energia. Com um inversor, que converte energia de corrente contínua (CC) a partir das células solares, para corrente alternada (AC), que é o formato que os eletrodomésticos utilizam, de maneira que uma casa com fonte solar FV pode operar de maneira quase igual a uma casa que está conectada a uma linha de energia”.


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A melhor maneira de reduzir o custo da energia solar é melhorar a eficiência das células, de acordo com Larry Kazmerski Fornecimento de energia doméstica é apenas um uso de energia solar. Na verdade, existem quatro grandes categorias que podem ser identificados para uso de energia solar: industrial, habitação rural, “grid-connected” e consumidor final. Usos industriais representam as maiores aplicações da energia solar nos últimos 30 anos. “As telecomunicações, empresas de petróleo e equipamentos de segurança nas estradas, todos contam com a energia solar para ter suprimento confiável de energia, pois parte de seus ativos está longe de quaisquer linhas de energia.” Caixas de chamada e repetidores de beira de estrada contam com a energia do sol, a fim de fornecer serviços confiáveis, sem conexões de cabos enterrados ou geradores a diesel. Sistemas de navegação, como boias marinhas e outras instalações não tripulados em áreas remotas também são aplicações ideais para a energia solar, porque “as demandas de carga são bem conhecidos e os requisitos para a energia confiável são os mais elevados.” Habitação rural inclui “cabines, casas, vilas, clínicas, escolas, fazendas, bem como a luz alimentada individualmente e pequenos aparelhos.” 14 RBS Magazine

Existem apenas duas desvantagens principais para usar a energia solar: quantidade de luz solar e custo do equipamento. A quantidade de luz solar que uma localização recebe “varia muito, dependendo da localização geográfica, hora do dia, estação e as nuvens. O sudoeste dos Estados Unidos é uma das melhores áreas do mundo para a luz solar. Globalmente, outras áreas que recebem muito altas intensidades solares incluem nações em desenvolvimento Ásia, África e América Latina.” Mas uma pessoa que vive na Sibéria não iria se beneficiar muito a partir deste recurso renovável. E enquanto “tecnologias de energia solar têm feito grandes melhorias tecnológicas e de custo, os sistemas são mais caros do que as fontes de energia tradicionais.” No entanto equipamentos de energia solar acabarão por se pagar em 2 a 5 anos, dependendo muito do sol incidente no local da instalação. Em seguida, o usuário terá uma fonte de energia praticamente livre até o fim da vida útil do equipamento. A melhor maneira de reduzir o custo da energia solar é melhorar a

eficiência das células, de acordo com Larry Kazmerski, diretor do Centro Nacional para Sistemas Fotovoltaicos do DOE. “À medida que os cientistas e pesquisadores da NCPV melhorarem o fator de eficiência de células solares, podemos começar a visualizar o dia em que a energia do sol irá contribuir com uma parcela significativa da demanda de energia elétrica do país.” Quaisquer melhorias e cortes de custos posteriores também serão vitais. O preço da energia solar tem reduzido bastante, já os combustíveis convencionais continuam oscilando entre o muito alto e o muito baixo (atualmente); a energia fotovoltaica tem mantido estabilidade e declínio consistente, e está para entrar numa nova era de crescimento internacional. Portanto, a energia solar “permanecerá uma opção de energia excelente, muito tempo depois que o modelo de combustível fóssil desaparecer como fumaça.” ▪ Artigo extraído de www.meioambienterio.com em 17/04/2016 – tradução de artigo americano


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Avanços da energia solar no Brasil Carlos Henrique Veloso de Carvalho Engenheiro eletricista da empresa SolarGrid e membro do Grupo Pró Energia Solar ES

Legislação moderna Apesar de não oferecer subsídios para a geração distribuída de energia solar fotovoltaica, o Brasil tem uma das legislações mais avançadas do mundo para uso dessa tecnologia. A recente Resolução Normativa 687/2015 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), atualização da 482/2012, estabeleceu regras importantes: •

Criação do Sistema de Compensação de Energia Elétrica, permitindo a ligação de micro e mini geradores de sistemas solares fotovoltaicos ou outras fontes ao SIN (Sistema Interligado Nacional), com compensação de créditos até 60 meses caso a energia gerada seja maior que a consumida.

Criação do Auto Consumo Remoto, permitindo que a energia gerada em um local seja usada pelo mesmo titular em outro (como entre matrizes e filiais de empresas), desde que na área da mesma distribuidora.

Permissão da Geração Compartilhada entre vizinhos (como condomínios residenciais e empresariais), com porcentagens definidas pelos consumidores.

Formulários nacionais padronizados com prazo má-

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Advanced Legislation Although not provide subsidies for the distributed generation of solar photovoltaic energy, Brazil has one of the most advanced legislation in the world to use this technology. The recent Normative Resolution 687/2015 of the National Electric Energy Agency (ANEEL), updated 482/2012, established important rules: • Creation of Electric Power Compensation System, allowing micro connection and mini generators of solar photovoltaic systems or other sources to the SIN (National Interconnected System) credit compensation up to 60 months if the energy generated is greater than the consumed. • Creating Auto Remote consumption, allowing the energy generated at a site to be used by the same holder in another site (such as between headquarters and branch offices of companies). • Permit Generation Shared between neighbors (as residential and business condominiums), with percentages set by consumers. • National standardized forms with a maximum term of 34 days for processing applications with the utilities to interconnect systems, with monitoring the Internet.


Os investimentos globais em energias renováveis bateram recorde e cresceram 5% em 2015 ximo de 34 dias para tramitação de pedidos junto às distribuidoras de energia para interligação dos sistemas à rede nacional, com acompanhamento pela internet. Grandes investimentos, grandes oportunidades

em fábricas dos produtos que compõem esses sistemas. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é importante incentivador, pois exige fabricação nacional para liberação de empréstimos.

Os investimentos globais em energias renováSão muitas as notícias veis bateram recorde e de investimentos por todo cresceram 5%, atingindo o Brasil, com grandes for- 285,9 bilhões de dólares necedores globais partici- em 2015, apesar da quepando de leilões de energia da vertiginosa dos preços fotovoltaica para montar de fontes não renováveis, usinas com milhares de como petróleo, carvão e painéis solares, e também gás natural. Segundo relaanunciando investimentos tório da Agência Interna-

cional de Energias Renováveis (Irena), da Organização das Nações Unidas (ONU), a energia solar recebeu a maior parte desse investimento, que exclui os projetos de usinas hidrelétricas, estimados em US$ 45 bilhões. Vantagens da Energia Solar A tecnologia fotovoltaica é a fonte de energia que mais gera empregos no mundo, além de gerar postos de trabalho de melhor valor agregado, tanto na instalação quanto na fabricação, vendas e distribui-

ção. Além disso, a maioria dos empregos são criados no próprio local de instalação dos sistemas, promovendo um desenvolvimento econômico e social mais homogêneo da região onde o sistema está instalado. Existem diversas outras grandes vantagens da geração fotovoltaica, dentre elas: • Diminuição do aquecimento global com menos Gases de Efeito Estufa. • Maior segurança energética e menos

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O Espírito Santo é único estado da região Sudeste que ainda tributa a energia que geramos e devolvemos para a rede pública!

dependência de hi- você estiver no trabalho e drelétricas e térmi- os filhos na escola, exatacas. mente quando o sol estará gerando o máximo de • Menos perdas e fa- energia. Se o seu sistema lhas na transmissão gerar mais energia do que a e distribuição, com o consumida, o excesso será consumo de energia injetado na rede pública, próximo ao lugar da gerando créditos que pogeração. derão ser usados em até 60 meses, à noite ou em outra • Resposta mais rápida época do ano. Por outro ao crescimento da lado, caso o consumo seja demanda energética, maior será cobrada apenas com menor pressão a diferença, pois sua conta por fontes não reno- mostrará tanto a energia váveis e poluidoras. gerada quanto a consumida. A desvantagem ainda é o custo, mas a energia fotoA distorção acontece voltaica já é viável em pro- quando os impostos são jeções de médio prazo (até cobrados não só da difesete anos). Apesar de não rença realmente utilizada, existir subsídio no Brasil, os mas também da energia preços estão caindo rapida- gerada e devolvida para a mente e os financiamentos rede. Isso deveria ser ilegal, ficando cada vez mais aces- de tão absurdo e imoral! síveis. O governo federal, Distorção Tributária através do Conselho Nacional de Política FazendáImagine um sistema ria (Confaz), corrigiu logo de energia solar em sua essa distorção e isentou os residência. Durante o dia impostos federais sobre a provavelmente o consumo energia gerada, como PIS/ energético será menor, se PASEP e COFINS. A maio18 RBS Magazine

ria dos estados também já reconhecem o absurdo e aderiram à resolução do Confaz, retirando a cobrança do ICMS. Os poucos estados retardatários representam menos de 25% da população brasileira.

a Política Estadual de Incentivo ao Aprimoramento da Energia Solar e Eólica, alegando inconstitucionalidade do poder legislativo ao atribuir obrigações ao executivo. Ou seja: além de não tomar atitude, o poder executivo ainda não valoriO ES Sombra za nem apresenta alternativas às boas iniciativas do O Espírito Santo é úni- legislativo! co estado da região Sudeste que ainda tributa Precisamos acordar a energia que geramos e o Espírito Santo e mudar devolvemos para a rede imediatamente esse quapública! Infelizmente o dro, aproveitando nosso governo do Espírito San- enorme potencial solar to não toma medidas para e aumentando nossa intornar o Estado viável para dependência energética, os investidores, prova disso principalmente com a crise foi o veto à Lei 7057/2002, hídrica e com hidrelétricas criada pelo governo ante- causando cada vez mais rior, que autorizava a con- impactos ambientais, e tracessão de incentivos aos zendo para cáboa parte dos investidores na pesquisa cerca de 1,2 milhão de unie geração de energia de dades consumidoras que, fontes renováveis solar, eó- segundo a ANEEL, passalica e biomassa, o que di- rão a produzir sua própria ficultou, em seu embrião, energia até 2024 no Brasil, a formação de grupos de um grande crescimento pesquisa e investimento, quando comparado com as que evidentemente foram 1.731 instalações até 2015. para outros estados. Ve- Serão 4,5 GW de potência tou também o Projeto de instalada contra os atuais Lei 100/2014 que instituía 16,5 MW de capacidade. ▪



Empresa SICES se destaca por apoio a pesquisas do setor e projetos sociais Entre os projetos apoiados pela empresa se destacam o apoio a Equipe Solar UFRJ Patrocinada pela Sices Brasil, a Equipe Solar UFRJ venceu a competição nacional na edição de 2015, em Búzios, e agora segue para as competições internacionais patrocinadas Sices Brasil.

"A Equipe Solar Brasil da UFRJ, patrocinada pela Sices Brasil, é a grande campeã do DSB 2015, a competição nacional de embarcações movidas à energia solar. O evento contou com a participação de 16 equipes de todo o país. O barco, o ESB Minerva, fez o melhor tempo acumulado de 3 horas e 44 minutos, exatamente 33 minutos a menos do que o segundo colocado, quebrando o recorde da competição. Nossa equipe, com um catamarã, conseguiu desbancar todas as outras embarcações, em ambas as categorias. Pela primeira vez em todas as edições do evento, um catamarã atingiu um tempo melhor do que todos os monocascos.

Apoio SICES ao CINE SOLAR O Cinesolar, estação móvel de arte, sustentabilidade e cinema, é um projeto brasileiro que leva sessões gratuitas de cinema para cidades do país. O grande diferencial dessa iniciativa pioneira no Brasil é que ela utiliza energia solar fotovoltaica para fazer as exibições dos filmes.

Desde 2014 na estrada, o cinema sustentável, já atingiu um público espectador superior de 40 mil pessoas, em 130 municípios visitados. E a Sices Brasil é a nova patrocinadora solar do projeto, que estará presente na estrutura da nova estação solar. Além dos filmes que tratam de temas sobre o meio ambiente e a sociedade, o Cinesolar se preocupa com o conhecimento. A equipe multidisciplinar também promove oficinas de sustentabilidade com foco na conscientização ambiental, além de um laboratório E ainda ganharam o PRÊMIO de BARCO MAIS BONI- de introdução audiovisual. E, por si só, o Cinesolar é uma TO.” verdadeira sala de aula ao ar livre. O surpreendente é que 20 RBS Magazine


...a ação da Solcial será muito importante para que eles consigam reduzir os gastos com energia... Diz Wanderson Lima

de social da SICES. “Nossa maior motivação é saber que estaremos gerando impacto positivo na vida de tantas pessoas e por tantos anos, por isso optamos por participar da ação”, disse Chirollo. De acordo com Marcos Pinheiro, Gerente de Projetos do Instituto PHI, esse é um tipo de investimento social altamente sustentável, pois apenas uma doação é necessária para que a Casa possa economizar por muitos anos. “É como se estivéssemos, por meio do sol, enviando recursos todos os meses para o projeto”, comenta. CINE AUTORAMA

o projeto pode ocupar qualquer espaço, desde praças a O Cine Autorama é um projeto de cinema ao ar livre escolas. No interior do furgão, a equipe carrega todos os que retoma o modelo de exibição dos charmosos DRIVEequipamentos de som e projeção, além de cadeiras para -INS das décadas de 40 e 50 – exibições ao ar livre, onde o público e também a tela de cinema. as pessoas assistiam aos filmes no conforto dos seus carros. O evento CINEAUTORAMA é realizado em grandes Solcial levará energia solar para a Casa de Apoio à áreas para acomodar até 300 carros estacionados. Criança com Câncer no Rio de Janeiro O local é ambientado com portais de entradas de carCom o apoio do Instituto PHI e da SICES Brasil, o pro- ros, estandes de informação, totens infláveis e tela inflájeto ajudará a Casa a economizar 540 mil reais em conta vel gigante de 14 metros. Carros estacionados: é dada a de luz ao longo dos próximos 30 anos. O valor economi- largada para a projeção! No CINEAUTORAMA são exibidos zado será integralmente investido em melhoria no serviço curtas e longas-metragens através de um projetor de alta de hospedagem oferecido pela instituição. definição. O projeto ainda conta com um diferencial: o áudio dos filmes chega diretamente aos rádios dos carros A Casa de Apoio à Criança com Câncer São Vicente através de transmissão FM. Em 2016, com o apoio da Side Paulo, organização não governamental com 15 anos ces Brasil, o projeto circulará em 20 cidades do estado de de existência, oferece hospedagem para crianças que re- São Paulo, realizando 40 sessões ao estilo drive in entre sidam em outras cidades, ou até mesmo em outros esta- os meses de maio e agosto. dos e que necessitem de apoio no período de tratamento médico realizado nos hospitais especializados do Rio de INICIATIVAS Sices BRASIL E COMPROMISSO COM Janeiro. MERCADO A instituição conta com 30 leitos e já hospedou mais Em Setembro 2015, durante a InterSolar South Améde 4 mil pessoas, crianças e seus acompanhantes, que ricas, a Sices Brasil liderou junto à outras 13 empresas não teriam condição de pagar pelos altos custos de hos- a fundação da ABGD – Associação Brasileira de Geração pedagem na cidade. Distribuída. Além disso, o COO – Diretor de Operações — da Sices Brasil atua como o Presidente do Conselho da Para Wanderson Lima, administrador da Casa, a ação Associação. ▪ da Solcial será muito importante para que eles consigam reduzir os gastos com energia. “Os recentes aumentos da conta de luz impactam o nosso orçamento e limitam a nossa capacidade de melhorar o serviço de hospedagem”, afirma. “No total serão instalados 28 painéis solares que ajudarão a instituição, ao longo dos próximos 30 anos, a economizar até 540 mil reais em energia elétrica. Além disso, por se tratar de uma energia limpa, o meio ambiente também agradece. Neste mesmo período, serão evitadas 70 toneladas de CO2 na atmosfera”. Comenta Marcos Vilela, fundador da Solcial. Segundo Jackson Chirollo, diretor da SICES Brasil, o projeto está alinhado com as práticas de responsabilidaRBS Magazine

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GERAÇÃO DISTRIBUÍDA ganha força no Brasil

Geração Distribuída tem crescimento acentuado nos primeiros meses de 2016

C

ada vez mais os brasileiros têm investindo na própria geração de energia.

A instalação dos equipamentos ainda é bastante cara devido aos impostos, mesmo assim especialistas afirmam que o investimento pode ser recuperado em até sete anos, fora a economia de energia que o consumidor ganha na conta de luz todos os meses.

Dados da concessionária de energia do estado do Rio de Janeiro, a Ampla, mostram que de 2015 para 2016 o número de residências que optaram pelos equipamentos de microgeração de energia aumentou Apesar do preço, já existem medidas sendo tomadas consideravelmente no país. para que a geração de energia limpa seja cada vez mais incentivada no país. Um exemplo é a cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, a qual subiu de duas residências em 2014 para 34 este Sobre a energia solar produzida pela geração distriano. buída, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já definiu regras para simplificar a regularização dos sisteA maioria dos sistemas utilizados pelos brasileiros é a mas. geração distribuída, a qual utilizada painéis solares para gerar energia elétrica. Em questão nacional é possível ver também um crescimento da geração distribuída como um todo. As instalaAlém de abastecer a residência, a sobra da energia ções aumentaram muito em 2016, especialistas ressaltam produzida pode ser encaminhada para a companhia elé- que entre o período de janeiro a março foram de 427 para trica da cidade, a qual em troca oferece descontos na con- 2607 conexões. ▪ ta de luz do consumidor. 22 RBS Magazine



IMPLICAÇÕES do Acordo de Paris no Setor Eólico Brasileiro Elbia Silva Gannoum

Presidente Executiva da ABEEólica - Associação Brasileira de Energia Eólica

E

m Dezembro de 2015 foi publicado pela ONU o acordo firmado entre 195 Nações e visa o estabelecimento de metas para manter o aumento da temperatura global a 1,5ºC, como combate às consequências ambientais das Mudanças Climáticas. Este tema é intensamente discutido e analisado por pesquisadores ha pelo menos 24 anos, quando foi realizada a primeira reunião entre líderes mundiais para esta finalidade, evento conhecido como Eco-92. Desde então, o que se observou foi um árduo debate internacional sobre a eficácia destes acordos e até mesmo da autenticidade das análises ambientalmente catastróficas provenientes das

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pesquisas relacionadas ao Clima. Dos acordos produzidos nestas duas décadas, apesar de haver opiniões contrárias, o de Paris parece ser o mais adequado para a finalidade em causa, além de ser um relevante produto da Diplomacia. A participação do Brasil foi destaque nesta conferência, muito embora as expectativas para a assinatura do documento estivessem voltadas para os grandes poluidores mundiais: China e Estados Unidos da América. Nosso País deve reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 43% até 2030, tendo como base os valores de 2005. De todas as metas apresentadas pelo Brasil, consideradas ambiciosas pelo Governo Federal, a redução do desmatamento é a

mais crítica e a mais questionada pelos especialistas, por classificarem que o desmatamento ilegal, por sua natureza, não deveria compor tal meta. Sob esta ótica, o agronegócio será o setor divisor de águas. Para o setor da energia, o Brasil apresentou como metas os seguintes pontos: alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030, incluindo a expansão do uso de fontes renováveis, além da energia hídrica, na matriz total de energia para uma participação de 28% a 33% até 2030; a expansão do uso doméstico de fontes de energia não fóssil, aumentando a parcela de energias renováveis (além da energia hídrica) no fornecimento de

energia elétrica para ao menos 23% até 2030, inclusive pelo aumento da participação de eólica, biomassa e solar. É consenso atualmente que, é urgente a necessidade em tomar uma medida de ação e controle ambiental mundial para salvaguardar as futuras gerações dos impactos nocivos das Mudanças Climáticas, mas considerando o histórico poluidor dos diferentes países, condições econômicas e a fragilidade ambiental em receber as alterações provenientes deste impacto, como é o caso das ilhas. Os principais pontos de crítica ao conteúdo final ficam a cargo da não previsão de verificação do cumprimento das metas, e também


O Brasil é um país tradicionalmente intensivo no uso das fontes renováveis impulsionado pelo uso histórico dos abundantes recursos hidroelétricos a possibilidade não haver financiamento suficiente para todas as iniciativas ambientais a serem planejadas. Contudo, a boa notícia é que o montante de 100 bilhões de dólares será destinado, anualmente, aos países em desenvolvimento para que possam desenvolver sem prejuízo todos os programas com vistas a atender as metas propostas no início da conferência.

O Brasil é um país tradicionalmente intensivo no uso das fontes renováveis impulsionado pelo uso histórico dos abundantes recursos hidroelétricos. Neste sentido, o país é destaque pela geração de energia elétrica limpa e renovável, preponderantemente, hídrica, onde a eólica é complementar. Em 2013, 41% da matriz energética era proveniente de fontes renováveis, con-

tra menos de 20% da média mundial em 2011. Adicionalmente, o País dispõe de diversas opções de geração de energia limpa e competitiva para sua expansão, incluindo a hidroeletricidade, a cogeração, a biomassa e a energia eólica. Sendo, por esta razão, uma das economias mais eficientes na geração de PIB por consumo energético. Neste cenário, a matriz elétrica brasileira vem mudando gradativamente, principalmente nos últimos dez anos, com destaque para os últimos cinco anos, devido à forte participação da fonte eólica nos leilões competitivos do Setor Elétrico. O Brasil começa a mudar a configuração tradicional de sua matriz hidro-térmica para renovável-térmica, a partir

da introdução de outras fontes renováveis como fonte complementar a tradicional hidrelétrica. Seja pelo natural e gradativo esgotamento dos recursos hidrelétricos economicamente e ambientalmente aproveitáveis, seja pela necessidade de garantir uma maior segurança do abastecimento do sistema. Neste processo, o PROINFA - Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, criado em 2002 no auge da crise de oferta de energia, e implementado a partir de 2004 contratou no total 3.300 MW de potência, dividida entre as fontes Eólica, PCH e Biomassa. A partir deste período, a configuração da matriz elétrica brasileira vem se modificando, com a importante introdução das então


Figura 1: Matriz elétrica nacional atual e para 2024.

chamadas fontes de energia renováveis complementares, com destaque para a fonte eólica conforme figura 1, com a configuração da matriz atual e matriz para 2024, conforme dados do Plano Decenal de Expansão de Energia – PDE da EPE. Muito recente no Brasil, a energia eólica já vem contribuindo em grande grau para o desenvolvimento do País, abastecendo nos dias de hoje cerca de 14 milhões de lares brasileiros, ou 40 milhões de habitantes, correspondendo, portanto por 6% da capacidade total instalada de energia elétrica no País. A título de comparação, a Europa, pioneira nos investimentos em fonte eólica, no final dos anos 70 durante a segunda grande crise do petróleo, percebeu a sua forte dependência energética na medida em que utilizava para a produção de energia elétrica o carvão e os derivados do petróleo, sendo esses insumos importados.

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No início dos anos 90, com o objetivo de reduzir essa dependência e ter mais autonomia na produção de um insumo vital para qualquer economia, a energia elétrica, os países europeus fizeram grandes investimentos na produção de tecnologia das até então chamadas fontes alternativas. Tais fontes trariam naturalmente, por um lado, a independência desses países em term o s energéticos e , portant o , maior s e g u ra n ça nacional e, por outro, a possibilidade de produção de energia a partir de fontes limpas e renováveis contribuindo para a redução da emissão de CO2 e a consequente redução do aqueci-

mento global. Por possuir um drive diferente e um tempo diferente, destaque-se o papel das hidrelétricas, supramencionado, o Brasil iniciou fortes investimentos na fonte eólica a partir do final do ano de 2009, uma vez que a produção de energia do país sempre obedeceu ao quesito de independência energética e de baixa emissão CO2, dada a g ra n d e fatia d a prod u ç ã o d e energia elétrica do Brasil proveniente da hidroeletricidade. Em tempos que os grandes potenciais hidrelétricos estão se tornando cada vez mais escassos, nota-se a

necessidade de aumentar a oferta de energia para atender o mercado brasileiro, em trajetória de crescimento em termos de consumo de energia, o Brasil vem diversificando fortemente sua matriz elétrica, construindo um mix de geração de energia com forte predominância hidrelétrica e inserindo cada vez mais outras fontes renováveis. É neste cenário que a indústria de energia eólica brasileira vem ocupando cada vez mais espaço no País, sendo hoje a segunda fonte mais competitiva e também a segunda mais contratada. Foram contratados desde 2009, a partir do primeiro leilão competitivo com participação eólica, mais de 14 GW de capacidade eólica instalada, isto significa cerca de 50% do que foi contratado nos últimos 5 anos quando somamos todas as fontes: nuclear, hidrelétrica, carvão, biomassa e outras. A energia eólica hoje já instalada representa cerca de 6% do total de energia para



o sistema, atingindo picos de 10% em atendimento a carga brasileira, e vai crescer fortemente nos próximos anos chegando a 12% em 2020, e já alcançando a segunda posição na matriz em termos de capacidade instalada. Atualmente a hidrelétrica está na primeira posição em torno de 65%, seguida pela termelétrica a gás natural e biomassa com cerca 10% cada. Em termos de potencial, a possibilidade de produção de energia eólica no Brasil é quase infinita, temos potencias eólicos de altíssima qualidade no Nordeste e Sul do País, e, mais recentemente, os estudos eólicos têm apresentado potenciais em São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e outros estados que estiveram fora da rota da energia dos ventos no passado. A revolução tecnológica com destaque para a altura das torres e potência da máquina, do aerogerador, vem permitindo essa

De acordo com o “Climatescope 2014” da Bloomberg New Energy Finance, dos 22 bilhões de Reais investidos em fontes renováveis no Brasil, 18 bilhões de Reais foram para a fonte eólica configuração. Estima-se que o potencial eólico brasileiro está em torno de 500 GW, o que é cerca de três vezes a necessidade atual de energia do País. Fonte de energia que muito vem contribuindo para a geração de energia elétrica e, portanto, para a segurança do sistema; a eólica permitiu que o Brasil alcançasse patamares jamais experimentados por outras

economias em termos de competitividade de preços. Além disso, encerramos o ano de 2014, como um dos países que mais investem em energia eólica no mundo, fomos classificados, como o 4º País que mais instalou nova potência eólica, passamos agora a fazer parte do TOP TEN em capacidade instalada, sendo o décimo país atualmente, e ainda, fomos classificados como o 2º país mais atrativo para investi-

Figura 2: Desenvolvimento da Fonte Eólica no Brasil

Fonte: ABEEólica

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mentos em energia renovável, com destaque para a fonte eólica. De acordo com o “Climatescope 2014” da Bloomberg New Energy Finance, dos 22 bilhões de Reais investidos em fontes renováveis no Brasil, 18 bilhões de Reais foram para a fonte eólica. O Gráfico figura 2 mostra a trajetória virtuosa de crescimento da fonte. A despeito do virtuoso crescimento em termos de capacidade instalada, a fonte eólica, possui poucos projetos cadastrados no MDL, conforme dados do MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, figura 2. No entanto, a contribuição ambiental destes projetos para além dos conhecidos ganhos socioambientais, também pode ser medida pelas emissões anuais evitadas pela operação do parque gerador. Considerando a excepcional geração anual, conferida pelas



Figura 3: Evolução dos Projetos Eólicos Brasileiros cadastrados no MDL

Fonte: MCTI/ABEEólica

...cerca de 40% de sua matriz em fontes renováveis complementares, nesse cenário, a fonte eólica será, sem dúvida, a principal protagonista características dos ventos brasileiros que são as mais adequadas para a geração de eletricidade, proporcionando fatores de capacidade médios anuais de 41%, a Setor Eólico já evitou mais de 19 milhões de toneladas de CO2. No dia 02/11/2015, por exemplo, o parque gerador eólico foi responsável por atender 10% das necessidades elétricas do Sistema Interligado Nacional.

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Para a Conferência do Clima deste ano, foi apresentado pelo Brasil, um estudo realizado pelo MCTI, com o objetivo de reunir informações vinculadas ao Anexo II dos projetos de MDL em energia eólica e conhecer as iniciativas desenvolvidas pelas empresas e seus impactos positivos nas localidades no entorno dos parques, além disso, o estudo também contemplará as-

pectos de sustentabilidade nas iniciativas implementadas. O foco estratégico deste estudo é informar aos participantes da COP 21 os ganhos gerais de sustentabilidade dos empreendimentos eólicos instalados no Brasil, motivando condições mais adequadas para a incorporação destes projetos no MDL. Em uma análise geral, é possível afirmar que o Setor Eólico possui a atenção de um amplo mercado de Carbono por explorar. Esta é ainda uma nova possibilidade do Setor colocar, mais uma vez, o Brasil em um patamar único de sustentabilidade relacionado ao Setor Elétrico. Naturalmente, o desenvolvimento desta perspectiva depende dos desdobramentos internacionais sobre o comércio de Carbono e os dos rumos das políticas internacionais sobre sustentabilidade, que podem ser mo-

dificadas diante da manifestação de maior participação financeira dos países emergentes nestas questões, diferentemente do modelo político adotado até o momento. O Setor Eólico prossegue na expectativa dos melhores resultados das discussões de Paris para que os fatores econômicos acompanhem a sustentabilidade em prol da diplomacia e da boa organização internacional. O Brasil tem todas as condições para compor uma matriz elétrica limpa e renovável, que além das hidrelétricas, pode ter, de acordo com as declarações da Presidente na ONU, cerca de 40% de sua matriz em fontes renováveis complementares, nesse cenário, a fonte eólica será, sem dúvida, a principal protagonista. é ainda uma nova possibilidade do Setor colocar, mais uma vez, o Brasil em um patamar único de sustentabilidade relacionado ao Setor Elétrico. ▪



Segundo MME Energia solar fotovoltaica cresceu quase 30% no mundo em 2014 No Brasil, maior crescimento deverá vir com geração distribuída

O

mundo contabilizou, ao final de 2014, uma potência instalada de geração de energia solar fotovoltaica de 180 GW, 40,2 GW a mais que em 2013. Os dados constam do boletim “Energia Solar no Brasil e no Mundo – Ano de Referência – 2014”, publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), e apontam que, em dois anos, o Brasil deverá estar entre os 20 países com maior geração de energia solar no mundo. Os cinco primeiros países em potência instalada – Alemanha, China, Japão, Itália e EUA – respondem por 70% do total mundial nesta fonte. Em 2016, a China deverá alcançar o 1º lugar no ranking mundial de potência instalada. De acordo com o boletim, a Grécia tem o maior percentual de geração solar em relação à sua geração total (9,5%), seguida pela Itália (8,6%). De acordo com dados da Agência Internacional de Energia (IEA) a energia solar poderá responder por cerca de 11% da oferta mundial de energia elétrica em 2050 (5 mil TWh). A área coberta por painéis fotovoltaicos capaz de gerar essa energia é de 8 mil km², o equivalente a um quadrado de 90 km

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de lado (quase uma vez e meia a área do DF). Em 2018, o Brasil deverá estar entre os 20 países com maior geração de energia solar, considerando-se a potência já contratada (2,6 GW) e a escala da expansão dos demais países. O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2024) estima que a capacidade instalada de geração solar chegue a 8.300 MW em 2024, sendo 7.000 MW

geração descentralizada e 1.300 MW distribuída. A proporção de geração solar deve chegar a 1% do total. Estudos para o planejamento do setor elétrico em 2050 estimam que 18% dos domicílios no Brasil contarão com geração fotovoltaica (8,6 TWh), ou 13% da demanda total de eletricidade residencial. Geração centralizada Em 2014, houve a primeira contratação de energia solar de geração

pública centralizada (890 MW). Em 2015, mais dois leilões foram realizados, totalizando 2.653 MW contratados, com início de suprimento em 2017 e 2018. Os leilões foram realizados na modalidade de energia de reserva, com o objetivo de promover o uso da energia solar fotovoltaica no Brasil, além de fomentar a sua indústria. O potencial brasileiro para energia solar é enorme. O Nordeste apresenta os maiores valores de irradiação solar global, com a maior média e a menor variabilidade anual, dentre todas as regiões geográficas. Os valores máximos de irradiação solar são observados na região central da Bahia e no noroeste de Minas Gerais. Incentivos O Ministério de Minas e Energia lançou no dia 15 de dezembro, o Programa de Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD). O objetivo é de estimular a geração de energia pelos próprios consumidores (residencial, comercial, industrial e rural) com base em fontes renováveis, em especial a fotovoltaica. Há potencial para a instalação de 23,5 GW até 2030. ▪


TRITEC Sistemas de Montagem e fixação dos Painéis Solares Os Sistemas de montagem TRITEC possuem 28 anos de experiência no setor de energia solar em mais de 30 Países. Os produtos TRI-STAND & TRI-VENT oferecem a solução ideal para cada tipo de Projeto.

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BNDES estimula produção de equipamentos para energia solar O total de equipamentos registrados chega a 20, e há ainda quatro fabricantes de painéis fotovoltaicos em processo de credenciamento

O

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já tem 20 equipamentos de energia solar credenciados na linha de Financiamento de máquinas e equipamentos (Finame), produzidos por 17 fabricantes. Com isso, o banco estimula a presença da fonte solar na matriz energética brasileira. Dos cinco fabricantes de painéis solares já credenciados, um tem capacidade para fornecer sistemas de grande porte Do total, cinco credenciamentos são para indústrias nacionais que produzem localmente painéis fotovoltaicos para geração solar. Outros sete credenciamentos envolvem fabricação de inversores. Outros dois estão voltados à fabricação de trackers (equipamentos que permitem direcionar o painel fotovoltaico de forma a acompanhar o movimento do sol e melhor aproveitar a irradiação solar). Há cinco credenciamentos para fornecedores de sistemas fotovoltaicos e um para a chamada stringbox (caixa de conexão central). No processo de credenciamento, o BNDES verifica se o fabricante cumpre as exigências de conteúdo nacional mínimo, pré-condição para que os equipamentos possam receber financiamento do banco. Dos cinco fabricantes de painéis solares já credenciados, um tem capacidade para fornecer sistemas de grande porte, voltados para atender à demanda dos leilões e de geração distribuída. Os outros quatro estão dedicados a siste-

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mas de pequeno porte, como placas solares para instalação em residências ou em estabelecimentos comerciais. Além disso, o BNDES está em processo de credenciamento de mais quatro fabricantes de painéis fotovoltaicos, sendo três empresas de origem estrangeira e uma brasileira. Uma vez instaladas suas unidades de produção, terão capacidade de produção de 1 gigawatt por ano, que é aproximadamente o que foi contratado em cada um dos leilões de energia solar já ocorridos no Brasil. Há ainda fornecedores credenciados no Cartão BNDES, tanto de módulos fotovoltaicos quanto de outros componentes, como estruturas fixas de sustentação e inversores. Já existem no banco projetos em fase de consulta e enquadramento, com estimativa de que esse fluxo aumente ao longo de 2016. A expectativa do BNDES é que a energia solar siga a mesma trajetória da eólica, que já tem participação de 6% na matriz elétrica brasileira. Os desembolsos do Banco para o setor eólico deverão atingir este ano cerca de R$ 8 bilhões, com aumento de 15% na comparação com os R$ 6 bilhões de 2015. Com informações do Portal Brasil, com informações do MME e do BNDES. ▪



A Chanceler Angela Merkel e o Presidente dos EUA Barack Obama visitam o stand da Weidmüller na Feira de Hannover A Chanceler Merkel e o Presidente Obama visitam a área sobre a Indústria 4.0 no stand da Weidmüller

N

a sua tradicional visita à Feira de Hannover, Angela Merkel esteve no stand da Weidmüller acompanhada de Barack Obama, Presidente dos EUA, país parceiro da Feira neste ano.

A simulação mostra a conexão de sistemas técnicos em rede integrados com soluções orientadas às necessidades dos clientes. As soluções da Indústria 4.0 foram apresentadas para aplicações em áreas da Indústria Analítica, Cloud Services, Gestão de Energia, Digitalização e Redes assim como Consistência de Dados.

Durante a visita, os dois políticos estiveram em diversos stands acompanhando as A Chanceler Angela Merkel e o Presidente dos EUA, Barack tendências das indústrias e Obama, visitam o stand da Weidmüller na Feira de Hannover. suas soluções diferenciadas. Dr Peter Köhler, Chief Executive Officer do Grupo Weidmüller mencionou: “Essa visita é uma “O tema de Redes especificamenhonra para nós e ao mesmo tempo um de exposição sobre a Indústria 4.0 no te, é extremamente interessante para grande reconhecimento que nossos stand da Weidmüller. Um exemplo de os EUA devido ao alto nível de comesforços e inovações com relação à In- aplicação demostrou como o controle petência em software que o país posdústria 4.0 não são apenas bem aceitos central de uma unidade de produção sui. Durante a visita os dois puderam pelos nossos clientes como também poderia ser vista no futuro, interligan- ter uma visão mais profunda de Redes pelo setor público”. do uma grande gama de soluções vol- Industriais em diversos stands e nós tadas à Indústria 4.0 implementadas estamos orgulhosos de ter contribuído Os dois chefes de estados mos- pela Weidmüller e combinadas em uma com a visita deles”, finalizou Dr. Peter traram grande interesse na bancada única solução. Köhler. ▪

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Empresas e Soluções

A utilização do sol para gerar energia elétrica Green Solar apresenta soluções para esgotamento das fontes de energia

A

Green Solar é pioneira no mercado solar do Rio de Janeiro e é a quarta maior corporação do Brasil no mercado de geração distribuída. A empresa oferece soluções sustentáveis e completas – projetos, equipamentos, instalação, homologação e ligação do sistema – para a geração de energia solar. A Green Solar é um braço da MT Projetos, empresa de engenharia com 20 anos de mercado. Energia inteligente A cada dia o assunto do esgotamento das fontes de combustíveis fósseis ganha mais força em relação à produção energética. A busca por fontes alternativas de obtenção de energia aparece como solução para tal problema. Após o investimento inicial ser recuperado – seja em grandes projetos, em empresas ou em residências -, a energia solar torna-se gratuita e se estenderá enquanto o sistema estiver ativo. Tendo uma durabilidade de até 35 anos. Depois da regulamentação da resolução 482 da ANEEL – que estabelece as condições gerais para o acesso de minigeração e microgeração – qualquer empresa ou pessoa pode gerar sua própria energia e gerar crédito direto na fatura de energia. A Green Solar trabalha com três modalidades: sistema solar elétrico (on grid), sistema solar, térmico (aquecimento) e sistema solar autônomo (postes). “Somos um mercado com potencial enorme em virtude do clima e da necessidade de mudança em nossa matriz

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energética, precisamos ter consumidores que gerem suas próprias energias diminuímos o consumo e a dependência das fontes já desgastadas”, afirma Maurício Ribeiro, diretor da Green Solar. Potencial Solar no Brasil O tempo de insolação no Brasil é de 2.200 horas. Santa Catarina – o estado com menor irradiação do país – emite 30% acima da média da irradiação da Alemanha, país este que conta com 1/3 da matriz enérgica vinda da geração solar. Segundo cálculos da ABRAVA - Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento – 1m2 de módulo solar substitui 215 quilos de lenha, 66 litros de diesel, 55 quilos de gás e evita 56m2 de área inundada.



Lançamento do Selo “QuiloWatt do Bem” na EnerSolar+Brasil

A

principal feira de energias renováveis do setor, a EnerSolar + Brasil | Feira Internacional de Tecnologias para Energia Solar, que acontece de 10 a 12 de maio de 2016, no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center, na cidade de São Paulo, foi escolhida pela empresa SolarFX, empresa do Grupo FX Energias Renováveis, para o lançamento oficial do Selo “QuiloWatt do Bem”. A criação do Selo tem o objetivo de criar um banco de doação entre empresas participantes onde a cada 100KWp vendido em produtos ou serviços será doado 1KWp em equipamento. Uma lista de doações prioritárias, votadas através dos Membros do Conselho, definirá para onde a doação será feita. A empresa doadora poderá utilizar o Selo “QuiloWatt do Bem” em seu site, identificando também os doadores. Qualquer empresa, sendo do setor fotovoltaico ou não, poderá doar 1KWp do bem. Empresas, com atividade regular, poderão ser membro do conselho. Já o Selo de Parceiro é destinado apenas a empresas do setor fotovoltaico e estas poderão contribuir com prestação de serviços especializados. De acordo com Ricardo Honório, General Manager da SolarFX, a escolha da EnerSolar + Brasil para o lançamento do Selo, um projeto contínuo com intuito de ter alcance nacional, deu-se pois a feira torna possível a tro-

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ca de informação entre profissionais e a indústria, amplia a visão das ações da empresa, busca novos parceiros de negócio e fixa a marca no mercado. Sobre a EnerSolar + Brasil 2016 As mais recentes soluções e tecnologias voltadas para o segmento de geração distribuída, bem como para toda a indústria dos setores de GTDC (Geração, Transmissão, Distribuição e Comercialização) estarão na EnerSolar + Brasil | Feira Internacional de Tecnologias para Energia Solar. A 5ª edição do evento, realizada pela Cipa Fiera Milano, vai reunir 80 expositores dos segmentos de aquecedores solares, placas termo solares, painéis fotovoltaicos, aero geradores, inversores, máquinas para transporte e manuseio de biomassa, caldeiras e queimadores, entre outros, atraindo cerca de 12 mil profissionais do setor. Entre as atrações que acontecem simultaneamente à feira, a 6ª edição do Ecoenergy | Congresso de Tecnologias Limpas e Renováveis para a Geração de Energia, sob o tema central “Ações e políticas públicas, soluções para o financiamento, inovação tecnológica, venda de excedentes e novos negócios em energia solar”, apresentará uma programação de mesas-redondas e painéis promovendo importantes debates entre empresários, pesquisadores, representantes do governo, entidades e associações do setor.

*Informações EnerSolar+ Brasil: enersolarbrasil.com.br Informações Congresso Ecoenergy: enersolarbrasil.com.br/16/o-congresso-ecoenergy/

Serviço V EnerSolar + Brasil Feira Internacional de Tecnologias para Energia Solar Data: 10 a 12 de maio de 2016, das 13h às 20h * Evento gratuito para profissionais do setor Evento Simultâneo: VI Ecoenergy | Congresso de Tecnologias Limpas e Renováveis para a Geração de Energia Data: 10 a 12 de maio de 2016, das 9h às 18h Programação e Inscrições: http://enersolarbrasil.com.br/16/programacao-ecoenergy/ Local: São Paulo Expo Exhibition & Convention Center Endereço: Rodovia dos Imigrantes, KM 1,5 Água Funda, São Paulo – SP Transporte gratuito: Rua Nelson Fernandes, 450 Acesso pelo Terminal Rodoviário Jabaquara.



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Solar Group tropicaliza estruturas de fixação para telhados

A Solar Group do Brasil, localizada em Alphaville/SP, desenvolveu nos último meses, com a ajuda da engenharia de conceituadas empresas do mercado, como a Sices, Solar Energy e SunEdison, um projeto de estrutura de fixação para geração distribuída adaptada para os telhados brasileiros. A empresa, que nasceu como uma divisão da Alclean Extrusão de Metais fornecendo frames homologados pelo BNDES para módulos fotovoltaicos, a pedido da Globo Brasil, ganhou vida própria em 2016 e cresce aceleradamente pegando carona em um mercado pujante que cresceu 308% em 2015, ano em que o PIB teve déficit de cerca 4%.

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Segundo o diretor comercial da Solar Group, Ronaldo Koloszuk, foram realizados muitos estudos pelo departamento de P&D, visitas a obras e testes em laboratórios, para conseguir tropicalizar as estruturas de fixação para a realidade do nosso País. Os principais diferenciais das estruturas Solar Group são: •

Aterramento automático.

Sistema de fixação fácil de instalar.

Fixação por cola para triângulos e telhados comerciais e industriais.

Grampos de fácil aplicação em cima dos telhados.

Separação de pedidos por obras. “Pedidos customizados”.

Para Koloszuk, a Solar Group cresce aceleradamente porque a engenharia da organização ouve as dificuldades encontradas pelos instaladores e cria soluções para resolve-las. “A nossa vocação é trabalhar a quatro mãos com o mercado”, afirmou.



Notas

Primeiro LER de 2016 conta com muitos projetos de energia solar fotovoltaica O 1º Leilão de Energia de Reserva (LER) de 2016 previsto para 29 de julho já credenciou 428 projetos, sendo destes 295 somente de energia solar. De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), ao todo os projetos somam uma oferta de 10.195 megawatts de potência instalada. Além dos projetos de energia solar, outros empreendimentos também foram cadastrados como o setor das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e também Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs).

De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) a maioria dos projetos voltados para energia fotovoltaica são do estado da Bahia, o qual também lidera na produção de empreendimentos de energia eólica. Do total credenciado, 61 empreendimentos são na Bahia, somando 1.593 MW. O Estado do Piauí é o segundo maior em volume de energia solar ofertada, com 42 projetos e 1.430 MW; seguido de perto por São Paulo, com 44 projetos e 1.328 MW.

Microgeração de Energia Solar está crescendo aos poucos no Brasil

Para dar reforço à rede pública de energia elétrica, a Resolução Normativa 482/2012 foi criada para contribuir ainda mais com o desenvolvimento de fontes renováveis em sistemas de pequenas escalas no Brasil. A normativa regularizou os setores que utilizavam a produção de energia limpa e favoreceu o setor da microgeração, o qual permite que o próprio consumidor gere sua energia. Porém para aderir a um sistema de geração distribuída, o consumidor ainda precisa passar por algumas etapas, como aceitar o sistema de compensação de energia. A partir do momento que o consumidor instalada o sistema de geração distribuída, o excesso de energia produzido pelo equipamento pode ser vendido para a companhia elétrica da cidade, dando assim descontos na sua conta de

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energia elétrica. Com a ajuda de algumas políticas públicas, o país vem aumento a produção de energia solar e consequentemente fazendo com que os custos dos sistemas de geração distribuída fiquem mais barato, dando assim oportunidade para mais pessoas aderirem essa forma de produção de energia limpa. A produção de energia solar no Brasil possui a vantagem de que seus sistemas podem ser instalados de forma mais simples, sendo menos complexos. Para especialistas, a produção da energia através do sol mesmo assim ainda precisa de ajuda por parte dos governantes para deslanchar de vez no mercado brasileiro. Na opinião deles, a redução dos impostos já seria uma boa alternativa para favorecer o mercado de energia solar.




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