RBS Magazine ED. 27

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Vol. 04 - Nº 27 - MAR/ABR 2019

www.revistabrasilsolar.com

REGIÃO SUL

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QUALIDADE, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

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TEMAS ABORDADOS

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academia@phb.com.br


ÍNDICE

04 Considerações sobre a

geração distribuída no estado de Minas Gerais

10 Contagem regressiva para a nova REN 482

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Programação Fórum GD Sul

26 Energia solar fotovoltaica e o mercado livre de energia

EDIÇÃO

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Empresas do setor de energia solar fotovoltaica, geração distribuída e energias renováveis, sustentabilidade, câmaras e federações de comércio e indústria, universidades, assinantes, centros de pesquisas, além de ser distribuído em grande quantidade nas principais feiras e eventos do setor de energia solar, energias renováveis, construção sustentável e meio ambiente.

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Marina M. Falcão, Carlos A. F. Evangelista, Bárbara Rubim, Maria de Fátima N. C. Rosolem, Raul F. Beck, Fabio Cammarota, Marcel Haratz, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk, Ildo Bet, Rogério V. Pereira, Renato Fiore, Eduardo J. Lopes, Adalberto Maluf, Rafael Rodrigues

Os artigos e matérias assinados por colunistas e ou colaboradores, não correspondem a opinião do RBS Magazine - Revista Brasil Solar, sendo de inteira responsabilidade do autor.

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Artigo

ENERGIA RENOVÁVEL NO ESTADO DE MINAS GERAIS E A GERAÇÃO DISTRIBUÍDA Marina Meyer Falcão, Carlos A. F. Evangelista

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Estado de Minas Gerais, antes conhecido por ser a caixa d’água do Brasil vem diversificando sua matriz energética mineira, em especial com a inserção da energia solar fotovoltaica que apresenta um efetivo crescimento mundial nos últimos anos, em grande parte devido à implantação ou intensificação de programas de governo que estimulam tanto o uso quanto o desenvolvimento tecnológico e industrial dos equipamentos necessários para o seu aproveitamento. Desde a publicação da Resolução Normativa da ANEEL nº 482/2012 (alterada pela Resolução Normativa ANEEL nº

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687/2015), o consumidor brasileiro passou a poder gerar a sua própria energia e a consumi-la, em um modelo introduzido pela geração distribuída que é a figura do “prossumidor” (gerador e consumidor) de energia elétrica, que pode ser feita a partir da fonte solar, eólica, hídrica, biomassa ou cogeração qualificada. Surgiu, assim, o sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE) que funciona como uma troca ou compensação de energia gerada com a energia elétrica injetada na rede da Distribuidora local e compensada posteriormente. No Brasil o sistema legal para este modelo é o sistema por “medição líquida”.


Artigo

taque, uma vez que são criadas por meio da reunião de vários consumidores diferentes – por meio da geração compartilhada de energia – que se operacionaliza por meio de um consórcio ou uma cooperativa, dentro da mesma área de concessão ou permissão, composta por pessoa física ou jurídica, que possua unidade consumidora com microgeração ou minigeração distribuída em local di“Minas Gerais, tradicional- ferente das unidades consumidoras mente exportador de eletricida- nas quais a energia excedente será de, importou mais energia que compensada. (REN 482/2012). exportou durante os anos 2001 Novas Tecnologias e 2002, em consequência da crise energética do período. Após um equilíbrio das importações líquidas nos anos 2003 e 2004, Minas Gerais recuperou, a partir de 2005 a condição de grande exportador de eletricidade, que foi mantido até o ano de 2012, quando o estado teve um saldo de 542 mil tep (6.300 GW.h). Nos últimos três anos, a importação de eletricidade superou as exportações, devido principalmente à queda na produção de energia hidráulica. Em 2015, houve importação líquida de eletricidade de 2.402 mil tep (26.930 GW.h)”. O armazenamento de energia por baterias (energy storage), sem A geração distribuída poderá mu- dúvidas irá revolucionar não apenas dar este cenário e complementar a a matriz energética mineira, mas matriz energética de todo o país, as- também a brasileira, pois é uma das sim coma matriz energética mineira. tecnologias mais inovadoras e versáNos últimos dois anos, as “fazendas teis disponíveis no mercado. Com o solares” ganharam importante des- Armazenamento de Energia, é posO último Balanço Energético do Estado de Minas Gerais (publicado em 2016, porém com dados de 2015), retratou todas as fontes energéticas de Minas, e não apenas a energia elétrica, mas com um dado alarmante: Minas é um grande importador de Energia Elétrica – a produção no ano de 2015 foi de 33.014 GW.h e a importação foi de 26.930 GW.h.

sível realizar diversas aplicações que tornam o sistema elétrico mais robusto e confiável, proporcionando um fornecimento de energia elétrica de alta qualidade. Destaca-se ainda na matriz energética de Minas Gerais a realidade de tornar-se um grande Gerador de Energia Solar e de Biomassa (cerca de 10% da produção nacional de Etanol vem de MG). E, no caso da energia solar, o Estado já dispõe de uma legislação específica e avançada neste sentido, sendo pioneira em termos regulatórios e tributários. Recentemente, no primeiro Fórum de Geração Distribuída na região Sudeste realizado em fevereiro de 2019, no Estado de Minas, mais de três mil pessoas presentes dentre os principais players de geração distribuída do país, o qual também abordou as novas tendências mundiais em termos de revolução energética. O Relatório Bloomberg New Energy Finance – BNEF New Energy Outlook NEO 2017 apresenta 10 mensagens-chave no nível mundial para energia em 2017- 2040; as palavras de ordem são descarbonização, distribuição e digitalização (3D): • A Geração de energia solar e eólica dominarão o futuro da produção de eletricidade no mundo:

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• O desafio da geração de energia solar será maior que o da energia eólica; • Os custos da geração eólica em terra cairão muito rápido, e no mar (offshore) cairão ainda mais; • China e Índia serão oportunidades de USD 4.00 trilhões para o setor de energia; • Baterias e novas alternativas que reduzam as intermitências nos sistemas elétricos reforçarão a penetração das fontes renováveis;

A FONTE SOLAR

DEVERÁ TER UM

INVESTIMENTO EM

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Como está caminhando a Geração Distribuída e a ABGD?

TORNO DE

US$ 2,8 TRILHÕES

E A FONTE EÓLICA DE US$ 3,3 TRILHÕES

• A aceitação da energia solar junto aos novos consumidores crescerá assustadora- desacoplada do PIB; espera-se que a intensidade do consumo de eletricimente; dade por unidade de PIB caia em 27% • Os veículos elétricos refor- em relação a 2016-40 e que US $ 10,2 çarão o uso de eletricidade e trilhões sejam investidos em novas ajudarão a equilibrar a rede instalações de geração de energia em todo o mundo até 2040. Destes elétrica; investimentos, 72% serão para as • Geração de energia elétrica a fontes renováveis, ou seja: US $ 7,4 partir de carvão entrará em trilhões. colapso na Europa e nos EUA A fonte Solar deverá ter um invese atingirá o pico globalmente timento em torno de US $ 2,8 trilhões até 2026; e a fonte Eólica de US $ 3,3 trilhões. • O gás será um combustível de O investimento em energia renovável aumentará para cerca de US $ 400 bitransição; lhões por ano até 2040, um aumento • As emissões (de gases de anual médio de 2-3%. Porém, a previefeito estufa – GEE) do setor são da Bloomberg New Energy Finande energia global atingirão o ce – BNEF é que o investimento em maior pico em pouco mais de eólicas crescerá mais rápido do que dez anos e depois entrarão o solar – a eólica aumentará 3,4% e a fonte solar 2,3% ao ano em média. em declínio. De fato os dados demonstram que a demanda global de energia crescerá em 58% até 2040, ou seja: 2% ao ano. O crescimento da demanda de energia se dará cada vez mais

Logo, o Brasil que queremos e almejamos é o país das energias renováveis, em especial a fonte solar!

As energias eólicas e solar somarão 48% da capacidade instalada e 34% da geração de eletricidade em todo o mundo até 2040, comparado com apenas 12% e 5% hoje, respectivamente. A capacidade da energia solar instalada aumentará 14 vezes e a capacidade eólica em quatro vezes até 2040. E a geração solar distribuída (autoprodução em consumidores) tornar-se-á uma parte significativa do setor de energia. Até 2040, a geração solar PV em telhados representará até 24% da geração de eletricidade na Austrália, 20% no Brasil, 15% na Alemanha, 12% no Japão e 5% nos EUA e na Índia.

Atualmente a ABGD caminha para ter quase 600 empresas associadas, dos mais diversos portes e atuando em diferentes segmentos. Há desde empresas pequenas com poucos funcionários, até corporações multinacionais com milhares de funcionários. recursos, equipamentos e capital aberto na BM&F. São empresas Integradoras, EPC´s, Fabricantes, Distribuidores, Instaladoras, Comercializadoras de Energia, Consultores, Centros de treinamento, Escritórios jurídicos, etc. Visando alavancar o crescimento do setor de Geração Distribuída do país, a ABGD desenvolve um trabalho de suporte e assessoria junto as empresas associadas, ajudando a se inserirem no mercado, fornecendo informações a respeito da regulação do setor elétrico, posicionamento comercial, assessoria jurídica, informações de mercado, capacitação técnica, contato com fornecedores, e principalmente, abrindo oportunidades de negócios. Isso é um trabalho quase personalizado, feito empresa por empresa. Por outro lado, de uma maneira mais abrangente, a ABGD tem trabalhado fortemente com ações que atinjam todo o mercado de GD, visando a sustentabilidade do setor a longo prazo. Inclusive, propondo um trabalho conciso, bem fundamentado, alinhado com a legislação e que atende de forma isonômica todas as necessidades desse mercado em termos de remuneração do fio. Essa proposta, elaborada e aperfeiçoada por diversos profissionais e especialistas do setor, foi chamada de GD para Todos. Foi apresentado oficialmente à ANEEL e ao MME e


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seus principais pilares apresentados na CP010/2018 (Revisão da REN482). A expectativa do futuro para o setor é a melhor possível, segundo a BNEF (Bloomberg New Energy Finance), em 2040, 32% da matriz elétrica brasileira será de fonte solar fotovoltaica, das quais 75% serão produzidas no modelo de geração distribuída. O mercado continua crescendo a taxas altíssimas, apesar da conjuntura econômica do país. Há mais de 67.000 conexões em GD, esse é um número animador comparado com 2012, no entanto, pífio comparado com outros países. Considerando que há mais de 83 milhões de UC´s (unidades consumidoras) onde é possível ter produção própria de energia conciliado com o consumo, se percebe que ainda há muito espaço para crescer. Para maximizar os resultados, atingindo um valor de equilíbrio e colocando o Brasil a frente desse setor serão necessárias várias ações, a médio e longo prazo, visando influenciar positivamente toda a cadeia produtiva ligada a geração distribuída. Nesse sentido, é sempre importante destacar quatro pontos: estabilidade regulatória, financiamento facilitado, difusão do conhecimento e desburocratização dos procedimentos de conexão.

Marina Meyer Falcão é advogada especialista em Energia e Diretora Jurídica da ABGD. Membro representante do Estado de Minas Gerais na missão Energias Renováveis na Alemanha (Baviera) em junho de 2018 e nos Estados Unidos em 2016, Co- Autora de 3 Livros em Direito de Energia, com MBA em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Pós-graduada em Gestão Ambiental pelo Instituto de Educação Tecnológica - IETEC. Graduada pela Universidade FUMEC. Membro da Comissão de Energia da OAB-MG; Membro da Câmara de Energia da FIEMG; Ex-Superintendente de Política Energética do Estado de Minas Gerais (2009 a 2014); Ex-Conselheira do Conselho de Política Ambiental – COPAM do Estado de Minas Gerais (2009 a 2014); Ex-Secretária Executiva do Comitê Mineiro de Petróleo e Gás.

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Carlos A. F. Evangelista, presidente da ABGD – Associação Brasileira de Geração Distribuída, associação que congrega mais de 600 empresas que atuam em Geração Distribuída com fontes renováveis de energia, é graduado em Engenharia e Direito, pós graduado em Comunicação de Marketing e MBA em Marketing pela FEA/USP, atua no setor de Energia há mais de 15 anos, tendo trabalhado na direção de empresas globais como Ericsson Telco., Emerson Energy, Avaya, Leuze Electronic e VIS Technology, empresa especializada em projetos com fonte Solar Fotovoltaica. Desde 2009 participou de vários projetos de Geração Distribuída com fonte solar fotovoltaica, tendo contribuído para a divulgação do segmento e nacionalização do setor, sendo um dos responsáveis pelo startup da primeira indústria nacional de módulos fotovoltaicos, em 2010. No ano de 2012 coordenou o grupo consultivo da ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Eletro-Eletrônica) no trabalho publicado “Inserção da Energia Solar Fotovoltaica na Matriz Elétrica Brasileira”. Em 2013 desenvolveu e firmou parcerias com investidores internacionais, finalizando o primeiro contrato de investimento solar sob a Lei 8.666 em um município do Estado de São Paulo, utilizando o modelo de PPP. Em 2014 recebeu prêmio da FIESP (Federação das Indústrias de SP) com o melhor projeto na categoria construções sustentáveis. Em 2016 e 2018 foi escolhido pela “Full Energy” entre os 100 profissionais mais influentes do setor de Energia Elétrica.



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CONTAGEM REGRESSIVA PARA A NOVA REN 482:

O SETOR ESTÁ PREPARADO? Bárbara Rubim

geração distribuída passa pelo que há de ser o momento mais importante de sua história: desde maio de 2018, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) discute as alterações pelas quais passará a Resolução Normativa 482 (REN 482).

lo. Em cada uma delas, uma das componentes tarifárias trazidas na Figura 01 deixa de ser compensada, até o momento em que somente a componente “energia” da TE continuaria a sê-lo (alternativa 5).

Com alguns meses de atraso, a ANEEL deu início, no final de janeiro de 2019, à fase de Audiência Pública para discussão da AIR – o documento que pretende analisar todos os benefícios e impactos de cada uma das seis alternativas.

A segunda etapa do processo: Para realizar tal análise, a Agência audiência pública da Análise de Imoptou por utilizar as características da Na verdade, enquanto você lê pacto Regulatório (AIR) este artigo, caminhamos para a terceira e penúltima etapa deste processo. E, se nas duas anteriores já houve uma crescente participação do setor, nessa é necessário que essa participação seja maciça. A primeira etapa: consulta pública à sociedade O terceiro processo de revisão da REN 482 se iniciou com a abertura da Consulta Pública nº 10. Por meio dela, a ANEEL apresentou os principais pontos que, sob sua ótica, precisam ser revistos para trazer mais equilíbrio ao setor. O principal tema trazido refere-se à questão da alteração na forma de compensação de créditos. Isso porque o kWh (líquido de tributos) pago pelo consumidor de baixa-tensão possui o papel de remunerar diversos agentes do setor. Ao se realizar a sua compensação integral com o kWh injetado à rede pelo prosumidor, essa cadeia de remuneração fica comprometida. Para guiar o debate, que é deveras complexo, a ANEEL apresentou, na CP 10, seis alternativas – de 0 a 5 para o que poderia ser o novo mode10

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DE POSSE DAS CONTRIBUIÇÕES SETORIAIS, A ANEEL PASSA À REDAÇÃO DO RASCUNHO DA NOVA NORMA, AINDA EM CARÁTER PRELIMINAR

A importância desta fase se dá por duas razões. A primeira é que ela é a mais abrangente de todas, sendo nela que serão discutidas as outras possíveis alterações à REN 482. Questões como a forma de preservação do consumidor que já tenha aderido fonte solar fotovoltaica (responsável ao SCEE, o estabelecimento de critépor mais de 80% da capacidade insta- rios objetivos para definição do que lada hoje) e por separar a GD em dois é desmembramento e uma possível tipos: junto à carga e remota. Além redução da potência de 5 MW como disso, listou os itens que seriam inse- limite máximo para enquadramento ridos como inputs e premissas para a de projetos no SCEE, são exemplos modelagem econômico-financeira e de temas que precisam ser endereçados. de crescimento da GD. Tendo mensurado os itens acima em diversas variáveis, calculou o Valor Presente Líquido (VPL) que cada cenário traria à sociedade. Uma vez que, com as premissas da ANEEL, o VPL atingido no cenário 0 fica negativo, o impacto das demais alternativas (1 a 5) foi analisado. Nessa ótica, foram indicadas aquelas capazes de deixar o VPL positivo ou mais próximo de zero o possível, sem, contudo, impactar grandemente na continuidade do crescimento da geração distribuída no país. Como resultado dessas análises, os seguintes caminhos foram propostos, vide Tabela 01: Realizadas três audiências presenciais, o envio de contribuições à AIR chegou ao fim no dia 22/04/2019. A terceira etapa: a audiência pública do texto De posse das contribuições setoriais, a ANEEL passa à redação do rascunho da nova norma, ainda em caráter preliminar. Esse esboço é apresentado à sociedade por meio de nova rodada de audiência pública, também com contribuições virtuais (por escrito) e presenciais. 12

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casadas da realidade setorial e brasileira. O estabelecimento de regras de transição à resolução que virá. E, acima disso tudo, a realização de um debate amplo e profundo junto à sociedade – que transcenda em muito a amplitude das audiências setoriais da ANEEL – sobre o futuro do setor elétrico que queremos. Todos esses são temas para os quais o setor precisa demandar maior atenção e coerência por parte da Agência reguladora.

É inegável que uma alteração à REN 482 se faz necessária para permitir que o texto da norma tenha mais aderência à realidade e às necessidades do setor. Contudo, é preciso também que qualquer alteração fruto do momento de revisão atual seja operada com cautela, de modo a não criar desincentivo a um dos poucos setores que cresce de forma A revisão das premissas financei- constante, independente das instabiras e elétricas utilizadas no modelo lidades política e econômica vividas da AIR – visto que totalmente des- pelo país. A segunda razão é que essa é a última etapa na qual se faz possível debater os temas referentes à revisão com a ANEEL e, já com conhecimento prévio do texto sugerido, buscar modificações nos pontos que sejam críticos ao setor antes de a minuta ser levada à votação dos cinco diretores.

Bárbara Rubim é advogada e CEO da Bright Strategies, uma consultoria dedicada a auxiliar empresas e investidores no desenvolvimento de modelos de negócio e projetos em geração distribuída, sob a perspectiva jurídica e regulatória. Bárbara possui um MBA em Finanças e Estratégias Empresariais pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e trabalha no setor de energia há mais de sete anos, já tendo coordenado a área de estratégia e inovação da Alsol Energias Renováveis e estado à frente da campanha de energia do Greenpeace Brasil. Além disso, também atuou como Assessora Parlamentar na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, e desenvolveu projetos para a ONU-Habitat. Atualmente, ocupa também as posições de VicePresidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) e Vice-Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).


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Artigo - parte 1

BATERIAS DE LÍTIO para Veículos Elétricos e Híbridos Maria de Fátima N. C. Rosolem, Raul F. Beck Fundação CPqD

RESUMO

Desde a década de noventa a sociedade moderna está passando por grande revolução tecnológica iniciada com a introdução dos equipamentos eletrônicos portáteis, tais como telefones celulares, laptops, etc. O sucesso destes equipamentos foi possível devido à introdução comercial da célula de bateria de lítio-íon em 1991 pela Sony. A viabilização técnico-comercial das células de lítio-íon não foi alcançada do dia para a noite, é o resultado de décadas de pesquisa e contribuições de muitos cientistas, engenheiros e pesquisadores. Nos dias atuais, para atender a crescente demanda por armazenamento de energia, principalmente pela popularização dos veículos elétricos em países como China, Japão, Coréia, Estados Unidos, Alemanha, França, Holanda, Noruega, etc., muitos esforços vêm sendo realizados para melhorar o desempenho das baterias de lítio-íon, sendo necessário intensificar as pesquisas para desenvolver as novas gerações das células de lítio buscando aumentar significativamente sua densidade de energia, ciclabilidade, corrente de recarga, estabilidade e segurança. O aumento da densidade de energia das baterias pode ser alcançado através dos materiais do ânodo e cátodo, já a questão de segurança pode ser aumentada utilizando eletrólitos sólidos. Novos conceitos de células de bateria têm que ser desenvolvidos para que nos próximos anos seja possível viabilizar outras tecnologias, além da bateria de lítio-íon. Dentro desta estratégia a pesquisa tem se intensificado para viabilizar as baterias a base de lítio metálico, tais como lítio-enxofre, lítio-ar, e outras tecnologias como sódio-íon, manganês-íon, etc. A Parte 1 deste artigo apresenta os conceitos básicos de operação da bateria e os principais progressos, estudos e desenvolvimentos. As Partes 2 e 3 que se seguirão apresentarão os principais desenvolvimentos dos materiais constituintes das placas positivas (cátodos), negativas (ânodos), eletrólito e separadores, e as principais pesquisas e desenvolvimentos de outros tipos de baterias, denominadas na literatura internacional como "pós lítio-íon".

Introdução Bateria de lítio-íon é uma das mais avançadas baterias recarregáveis, que vêm atraindo muito a atenção nas últimas três décadas. É a tecnologia dominante nos equipamentos portáteis, tais como celulares, laptops, tabletes, etc., sendo parte fundamental destes equipamentos e que vêm contribuindo substancialmente para suas evoluções. Outro importante mercado para as baterias de lítio-íon é o de veículos elétricos e híbridos, que também necessitam de baterias com maiores densidades de energia e potência, elevada taxa de recarga, longa vida, maior segurança e baixo custo. A bateria de lítio-íon é o produto comercial dominante utilizado nos veículos elétricos e híbridos, no entanto este mercado necessita de baterias com maior autonomia (densidade de energia), mais segura e com menor custo, fatores que mundialmente tem impulsionado de modo contínuo a pesquisa e desenvolvimento das novas gerações de baterias de lítio-íon.

As baterias de lítio-íon apresentam algumas vantagens fundamentais sobre outras químicas - o lítio apresenta o mais baixo potencial de redução entre todos os elementos, permitindo que as baterias a base de lítio apresentem elevado potencial elétrico da célula. Também é o terceiro elemento mais leve e, além disso, é um dos elementos com menor raio iônico de qualquer íon com carga. Estes fatores permitem que as baterias de lítio apresentem elevada capacidade gravimétrica e volumétrica e, consequentemente, densidades de potência e energia elevadas.

são estável é essencial para as novas gerações de cátodo com elevado eletropotencial. Os materiais utilizados atualmente como cátodo são à base de óxido de cobalto, manganês e fosfato de ferro, e o ânodo mais utilizado é o grafite, devido a algumas excelentes propriedades, tais como potencial baixo e constante, custo reduzido e boa vida cíclica. No entanto, para a intercalação de um íon de lítio são necessários seis átomos de carbono, o que resulta numa capacidade de reversibilidade de 372 mAhg-1. Consequentemente, a taxa de difusão do íon de lítio dentro dos materiais de carbono é entre 10-12 e 10-6 cm2s-1, o que resulta em baterias com menor densidade de potência. Há, portanto, urgência em desenvolver outros materiais para o ânodo e cátodo, com maior capacidade e densidades de energia e potência, que tem sido o principal foco de pesquisas nos últimos anos.

O aumento da densidade de energia das baterias de lítio pode ser alcançado utilizando materiais para o cátodo (placa positiva) com elevado eletropotencial ou pelo desenvolvimento de materiais para o ânodo (placa negativa) e cátodo com elevada capacidade. Um dos maiores obstáculos para o desenvolvimento de cátodos com elevado potencial é a decomposição do eletrólito, que ocorre na tensão Outros componentes, incluinde 4,2 V vs Li/Li+. O desenvolvimento do separadores, selantes, empacotade eletrólitos com maior faixa de ten- mento e eletrólito, também estão em RBS Magazine

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Artigo - parte 1

evolução. Em outras palavras, para se alcançar um aumento expressivo de densidade de energia é necessária uma nova química redox de lítio, para promover de maneira mais eficiente o transporte dos íons, bem como outros materiais que são utilizados como hospedeiros da reação, além dos materiais convencionais que permitem o mecanismo de reação de intercalação durante a recarga e descarga da bateria. Os materiais de intercalação têm quantidade relativamente pequena de espaços cristalográficos para estocar os íons com cargas positivas (Li+), limitando assim a densidade de energia. Por esta razão, os eletrodos que operam com reações em estado sólido (tais como “alloying“ e conversão), ou que utilizam reagentes na fase gasosa, têm conquistado o interesse das pesquisas, devido à probabilidade destes materiais apresentarem maior densidade de energia em relação aos eletrodos de intercalação. Conceitos Básicos A bateria de lítio-íon é construída pela interligação de células de lítio-íon em paralelo (para aumentar a corrente e capacidade) e/ou em série (para aumentar a tensão). Múltiplas células podem ser integradas dentro de um módulo. Múltiplos módulos podem ser integrados dentro de um pack. Tipicamente uma célula básica de lítio-íon consiste em um ânodo (eletrodo negativo) e um cátodo (eletrodo positivo) que são conectados por um eletrólito que contém íons de lítio. Os eletrodos são isolados eletricamente um do outro por um separador tipicamente constituído por uma membrana polimérica, que permite a troca dos íons de lítio entre os dois eletrodos. Adicionalmente, eletrólitos líquidos, poliméricos, gel e cerâmicos vêm sendo explorados para uso em baterias de lítio-íon. A Figura 1 ilustra a operação básica de uma típica célula da bateria de lítio-íon.

lados durante sua fabricação. No processo de recarga os dois eletrodos são conectados externamente por uma fonte de corrente elétrica que força os elétrons a deixar o cátodo e mover-se externamente para o ânodo. Simultaneamente os íons de lítio Figura 1: Representação esquemática da bateria de lítio-íon com processo de movem-se na intercalação mesma direção (do cátodo para o ânodo), mas inter- bateria, enquanto a capacidade específica (Ah/kg) expressa a capacidade namente, através do eletrólito. por unidade de massa, estando diretaDesta forma a energia aplicada mente relacionada com o número de externamente é armazenada eletro- elétrons liberados das reações eletroquimicamente na bateria, na forma químicas e com o peso atômico dos de energia química, através dos mate- materiais dos eletrodos. riais formados no cátodo e ânodo, que A ciclabilidade mede a reversibipossuem diferentes potenciais eletroquímicos. O oposto ocorre durante o lidade do processo de inserção e exprocesso de descarga: os elétrons se tração dos íons de lítio, em termos de movem do ânodo para o cátodo atra- número de ciclos de recarga e descarvés do circuito externo, fazendo com ga até a bateria apresentar determinaque os íons de lítio se movam do âno- da redução de sua energia, ou quando do para o cátodo no eletrólito. Este não conseguir mais manter energia processo é conhecido como meca- suficiente para operação do disposinismo de intercalação (shuttle chair), tivo ou equipamento que está assoonde os íons de lítio se movem entre ciada. Praticamente o ciclo de vida o ânodo e cátodo durante os ciclos de das baterias de lítio-íon é afetado pela profundidade de descarga (DoD recarga e descarga. Depth of Discharge) e o estado de carO desempenho da bateria de lí- ga (SoC - State of Charge) durante seu tio-íon pode ser avaliado por diversos uso, bem como com a temperatura parâmetros, tais como energia especí- de operação adicionada a química da fica, energia volumétrica, capacidade, bateria. A vida cíclica aumenta com a capacidade específica, vida útil, segu- diminuição da profundidade de desrança, tolerância a abuso e número de carga (DoD) e tem influência menor ciclos de recarga/descarga (ciclabili- com o estado de carga (SoC), evitando temperatura elevada. dade).

Densidade de energia (Wh/kg) mede a quantidade de energia que pode ser armazenada e disponibilizada por unidade de massa da bateria, sendo obtida multiplicando a capacidade específica (Ah/kg) com a tensão As células comerciais são tipica- de operação da bateria (V). mente fabricadas no estado de desA capacidade (C), expressa em carga. Os materiais descarregados do 2 4 cátodo (ex. LiCoO , LiFePO ) e ânodo Ah, de modo simplificado represen(ex. carbono) são estáveis na atmos- ta a quantidade de energia que pode fera e podem ser facilmente manipu- ser armazenada reversivelmente na 18

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Requisitos de segurança são extremamente importantes para baterias de lítio-íon, principalmente no uso de múltiplas células. Formação de dendritos no ânodo de grafite pode ocorrer em temperatura baixa, pois nesta condição a bateria pode estar em baixo estado de carga, podendo levar a célula a uma condição de curto-circuito interno. Sistemas de gestão da bateria (BMS - Battery Management System) são utilizados nas cé-


Artigo - parte 1

lulas, packs e módulos para prevenir qualquer possibilidade de avalanche térmica. Por exemplo, no caso de falha de uma célula dentro de um pack, o BMS deverá detectar e isolar a célula com problema. Requisitos de tolerância a abuso são críticos para a aplicação prática das baterias de lítio-íon, especialmente nos veículos elétricos. Tipicamente, ensaios de abusos mecânicos, térmicos e elétricos são requeridos para avaliar se os protótipos atendem os requisitos necessários para determinada aplicação. A avaliação a abusos mecânicos geralmente inclui choque e queda, penetração e imersão em água. Abuso térmico inclui estabilidade térmica, sobreaquecimento e testes em temperaturas baixas. O abuso elétrico inclui curto-circuito, sobrecarga, sobredescarga e testes com corrente elevada. Estes testes são muito importantes, principalmente para a aplicação da bateria de lítio-íon em veículos elétricos. A taxa de carga e descarga, que determina a velocidade que a bateria poderá ser recarregada ou descarregada, é chamada de C-rate e representada por xC ou Cx, sendo “x” um número inteiro. Em 1C, a bateria é totalmente descarregada no tempo de 1 hora. Geralmente as baterias com ânodos a base de carbono e utilizadas em dispositivos eletrônicos se recarregam entre 1 a 4 horas (C1 a C4). Baterias de lítio-íon utilizadas em veículos elétricos podem ser recarregadas em regimes de recarga lento (durante uma noite, p.ex. em regime de C12), ou rápido (dezena de minutos, p.ex. em regime de 6C) depende da capacidade do dispositivo disponível para realizar esta recarga (eletroposto). Uma das linhas de pesquisas visa aumentar o desempenho da taxa de recarga, de maneira a diminuir o tempo de recarga, que é um dos fatos cruciais para aumentar a aceitação da mobilidade elétrica no mercado. A capacidade teórica dos materiais ativos dos eletrodos pode ser estimada baseada nas reações eletroquímicas. Na prática a avaliação da capacidade específica de uma bateria de lítio-íon não pode considerar somente a integração dos materiais dos ânodos e cátodos, mas também outros

componentes essenciais, tais como os selantes, separadores, eletrólitos, coletores de correntes, conexões e o próprio BMS. Desta forma, a densidade de energia prática é sempre menor do que o valor teórico baseado somente nas reações eletroquímicas.

lares, notebooks, etc., bem como, nos últimos anos, pela inserção dos veículos elétricos em vários países, como China, EUA, Noruega, Alemanha, etc.

Embora esta bateria seja um sucesso comercial, ela apresenta algumas desvantagens tais como custo Na primeira geração de baterias elevado (embora o preço esteja dimide lítio-íon, que continuam disponí- nuindo, devido ao ganho de escala), veis comercialmente, tanto o ânodo diminuição de seu desempenho com como o cátodo são compostos por o aumento da temperatura e, ao mesmateriais de intercalação que pos- mo tempo, há problemas relacionados suem estruturas cristalinas com es- com segurança quando a bateria é paços vazios para possibilitar a inter- submetida a recargas rápidas em temcalação dos íons durante do processo peraturas muito baixas (formação de de recarga e descarga da bateria. Na dendritos). bateria de lítio, o íon de lítio é inserido na estrutura cristalina e removido Contudo os circuitos de protede modo reversível. A rede cristalina ção, conhecidos como BMS (Battery é constituída por metais calcogenetos, Management System), entre outras óxidos metálicos de transição e com- funcionalidades, são utilizados para postos poliânions. proteger a sobrecarga, sobredescarga, avalanche térmica, etc., no entanto Na bateria de lítio-íon, o íon de estes circuitos aumentam peso e dilítio (Li+) migra através do eletróli- minuem a densidade de energia da to entre o ânodo e cátodo - durante bateria. a recarga os íons de lítio migram do Outra possível desvantagem é em cátodo (placa positiva) para o ânodo (placa negativa) e durante a descarga caso de impacto mecânico na bateria, ocorre o processo inverso. Destaca- principalmente pensando no seu uso -se que nesse processo o íon de lítio em veículo elétrico, pois ela poderá permanece na forma iônica tanto na sofrer vazamento e pegar fogo. Assim recarga como na descarga. O processo a segurança é um elemento crítico de oxidação e redução ocorre com o nesta aplicação. material que constitui o ânodo (carAs atuais pesquisas continuam bono) e o cátodo (metais e ligas metáabordando todos os aspectos da balicas de transição). teria, desde ânodo, cátodo, separador, Progressos da bateria de eletrólito, segurança, controle térmico, construção da célula e BMS. Os lítio-íon materiais selecionados para os eletroDesde a comercialização das bate- dos são críticos para o desempenho rias de lítio-íon pela Sony, estas vêm das baterias de lítio-íon - geralmenatraindo muito a atenção de vários setores do mundo. A produção global das baterias de lítio-íon continua aumentando nas duas últimas décadas, especialmente pela popularização dos equipamentos móveis pessoais como Figura 2: Capacidade em função do potencial para vários materiais telefones celu- de ânodo e cátodos RBS Magazine

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te são eles que determinam a tensão da célula, capacidade e ciclabilidade. Há vários potenciais candidatos para substituir o carbono no ânodo e os óxidos baseados em cobalto no cátodo (Figura 2). Ligas compostas de silício (Si), estanho (Sn) e materiais de óxidos metálicos 3D apresentam maior capacidade específica do que o grafite para o ânodo, contudo eles apresentam elevada expansão de volume durante o processo de litiação, provocando a fratura da estrutura original do ânodo e acarretando mau contato elétrico entre o material ativo e o coletor de corrente, com consequente baixo desempenho cíclico. Vários grupos de pesquisas vêm estudando alternativas para contornar estes problemas. O lítio metálico tem problema de formação de dendrito, que pode provocar curto-circuito interno na célula, não sendo um material seguro para o ânodo - no entanto, a elevada capacidade do lítio metálico como ânodo encoraja pesquisas futuras com foco na eliminação da formação de dendritos e viabilização desta tecnologia. Em termos do material do cátodo, um número grande de materiais com estrutura cristalina em camadas e espinel, baseados em óxidos metálicos de Cobalto (Co), Manganês (Mn) e Níquel (Ni), vem sendo pesquisados, como pode ser observado na parte superior esquerda da Figura 2.

on. Geralmente o tamanho e formato te electrolytes”, Nature Materials, voajustáveis dos materiais ativos de lítio lume 2, 2017 em nanoescala podem proporcionar parâmetros adicionais que venham a Contatos contribuir na otimização do desempenho eletroquímico destes materiais. Maria de Fátima N. C. Rosolem – As excelentes propriedades relacioe-mail: mfatima@cpqd.com.br nadas com tamanho e formato dos nanomateriais vêm proporcionando Raul F. Beck – novas oportunidades para o avanço e e-mail: raul@cpqd.com.br desenvolvimento das novas gerações de materiais para as baterias de lítio-íon. No entanto, nanomateriais trazem também outros desafios no desenvolAgradecimentos vimento de novas células. O CPqD agradece ao BNDES e a seus parceiros PHB Eletrônica e MagReferências neti Marelli pelo apoio e financiamento de projetos de desenvolvimento de 1. Da Deng, ”Li-ion batteries: basics, baterias de lítio-íon, que vem possiprogress, and challenges- REVIEW”, bilitando estudos e aprofundamento Energy Science & Engineering, 2015 nestas tecnologias. 2. S. Abada, G. Marlair, A. Lecocq, M. Petit, V. Sauvant-Moynot, F. Huet, ”Safety focused modeling of lithium-ion batteries: A review”, Journal of Power Sources 306 (2016) 178 e 192 3. Bruce Dunn, Haresh Kamath, Jean-Marie Tarascon, “Electrical Energy Storage for the Grid: A Battery of Choices”, Science, Volume 334, 2011 4.https://www.researchgate.net/post/ what_is_alloying_conversion_and_ displacement_mechanisms_in_lithium_battery_anodes

5. Naoki Nitta, Feixiang Wu, Jung Ta e LeeandGlebYushin, “Li-ion battery Recentemente muitos esforços materials: present and future”, Matevêm sendo focados nos compostos rials Today, Volume 18, Number 5, poliânions, tais como LiFePO4 e LiM- Junho 2015 nPO4. O principal requisito para o material do cátodo é este apresentar 6. Subrahmanyam Goriparti, Ermanelevada energia livre da reação com o no Miele, Francesco De Angelis, Enzo lítio, com capacidade para incorporar Di Fabrizio, Remo ProiettiZaccaria, grande quantidade de lítio e ser in- Claudio Capiglia, “Review on recent solúvel no eletrólito. Embora vários progress of nanostructured anode materiais dos eletrodos se apresentam materials for Li-ion batteries”, Journal como candidatos promissores, a baixa of Power Sources 257 (2014) 421e443 difusão do íon de lítio, baixa condutividade eletrônica e elevado custo são 7. Jang Wook Choie Doron Aurbach, fatores limitantes nas aplicações prá- “Promise and reality of post-lithium-ion batteries with high energy densiticas. ties REVIEW”, Nature Materials, voPara abordar as questões levanta- lume 1, Abril 2016 das com os materiais alternativos para os eletrodos, esforços recentes estão 8. ArumugamManthiram, Xingwen sendo empregados em nanoestrutura Yu and ShaofeiWang, ”Lithium batde materiais para baterias de lítio-í- tery chemistries enabled by solid-sta20

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Definições/Abreviaturas Bateria de lítio-íon

Li-B

Bateria de zinco-ar

Zn-O2

Bateria de lítio-ar

Li-O2

Bateria de lítio-enxofre

Li-S

BMS

Sistema de gestão da bateria

C

Capacidade (Ah) ou corrente (A)

Ce

Césio

C-rate

Taxa de descarga

Cobalto

Co

DoD

Profundidade de descarga

Gás oxigênio

O2

HF

Ácido fluorídrico

Li+

Íon de lítio

LCO

Cobaltato de lítio

LMO

Óxido de manganês

LCP

Cobalto fosfato de lítio

LFP

Ferro fosfato de lítio

LFSF

Ferro flúor sulfato de lítio

LTS

Sulfeto de titânio e lítio

Mg

Manganês

Na

Sódio

Ni

Níquel

NMC

Óxido de níquel-cobalto-manganês

NCA

Óxido de níquel-cobalto-alumínio

PE

Polietileno

PP

Polipropileno

Si

Silício

SiOx

Óxido de silício

Sn

Estanho

SoC

Estado de carga

SEI

Camada sólida do eletrólito

S

Enxofre


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Programação do FórumGD 1° DIA 05 DE JUNHO - QUARTA-FEIRA AUDITÓRIO SANTA CATARINA

• 08:00 CREDENCIAMENTO • 08:30 ABERTURA FIESC GOVERNO SC/PR/RS Carlos Evangelista / Walter Abreu • 09:20 PALESTRA ESPECIAL Mauro Wedekin - Jornalista • 09:40 MESA REDONDA COM DISTRIBUIDORES GD/FV NO BRASIL MODERADOR AURÉLIO SOUZA Leonardo Diniz - SICES SOLAR Ildo Bet - PHB Harry Schemelzer Neto - WEG • 10:40 COFFEE BREAK • 11:00 POLÍTICAS PÚBLICAS MODERADOR: BÁRBARA RUBIM • 11:00 Walter Abreu - Secretário do Desenvolvimento Econômico de Janaúba (MG) • 11:30 Dep Gil Pereira - ALMG • 12:00 PERGUNTAS • 12:20 ALMOÇO PROGRAMAÇÃO À TARDE

• 14:00 INVERSORES MODERADOR: RUBERVAL BALDINI • 14:00 Adolfo Cestari Jr - FRONIUS • 14:20 Isaque Guanabara - SUNGROW • 14:40 Rogerio Pereira - PHB - Desmistificando os inversores FV conectados a rede • 15:00 Tomer Koren - SOLAREDGE • 15:20 PERGUNTAS • 15:40 PAINÉIS MODERADOR: TIAGO FRAGA • 15:40 Marinete Vlasits - JA SOLAR • 16:00 Adaberto Maluf - BYD • 16:20 Gabriel Gonçalves - JINKO SOLAR • 16:40 PERGUNTAS • 17:00 COFFEE BREAK • 17:20 ARMAZENAMENTO DE ENERGIA MODERADOR: RAUL FERNANDO BECK • 17:20 Raul Fernando Beck - CPQD Armazenamento de energia na GD com fontes renováveis • 17:40 Maria de Fátima Rosolem - CPQD • 18:00 Gustavo Malagoli - ALSOL • 18:20 Markus Vlasits - TAYOENERGIA • 18:40 PERGUNTAS E ENCERRAMENTO

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1° DIA 05 DE JUNHO - QUARTA-FEIRA AUDITÓRIO FLORIANÓPOLIS

• 08:00 CREDENCIAMENTO • 08:30 ABERTURA FIESC / GOVERNO SC/PR/RS Carlos Evangelista / Walter Abreu • 09:20 PALESTRA ESPECIAL Mauro Wedekin - Jornalista • 09:40 GD COM FONTES RENOVÁVEIS MODERADOR: LEONARDO AMORIM • 09:40 Paulo Sivieri Arbex - ABRAPCH • 10:00 William Barbassa - WÓRTICE • 10:20 PERGUNTAS • 10:40 COFFEE BREAK • 11:00 POLÍTICAS PÚBLICAS MODERADOR: WALTER ABREU • 11:00 Domingos Romeu Andreatta - MME • 11:30 Dep. Nereu Crispim - Comissão de Minas e Energia • 12:00 PERGUNTAS • 12:20 ALMOÇO PROGRAMAÇÃO À TARDE

• 14:00 CONSIDERAÇÕES SOBRE A GD NO BRASIL MODERADOR: FREDERICO BOSCHIN • 14:00 Ricardo Ruther - UFSC - Considerações sobre a GD em SC • 14:20 Wagner Queiroz - QUEIROZ ADC - Considera- ções sobre a GD no PR • 14:40 Rodrigo Corrêa - AGESOLAR - Considerações sobre a GD no RS • 15:00 PERGUNTAS • 15:20 TECNOLOGIAS PARA FV MODERADOR: LEONARDO AMORIM • 15:20 Hans Rauschmayer - SOLARIZE - O software PV* SOL agiliza venda e projetos • 15:40 Pietro Di Bernardo - PREMIUM SOLAR • 16:00 Rogerio Duarte - SWISSNSO • 16:20 Guilherme Chrispim FORTLEV ENERGIA SOLAR • 16:40 PERGUNTAS • 17:00 COFFEE BREAK • 17:20 CERTIFICAÇÃO MODERADOR: CARLOS FELIPE CAFÉ • 17:20 Carlos Felipe "CAFÉ" - AEVOSOLAR • 17:40 Vinicius Ayrão - Consultor • 18:00 Roberto Valer - USP • 18:20 Flavio Wacholski - CREA SC • 18:40 PERGUNTAS E ENCERRAMENTO


Programação do FórumGD 2° DIA 06 DE JUNHO - QUINTA-FEIRA AUDITÓRIO SANTA CATARINA

• 08:00 CREDENCIAMENTO • 09:00 ESTRUTURAS & MONITORAMENTO FV MODERADOR • 09:00 Carlos Bebiano - SSM SOLAR DO BRASIL • 09:20 Vitor Tavernari - POLITEC • 09:40 Rafael Goes de Souza - PRO AUTO • 10:00 Tiago Gomes - CLAMPER • 10:20 PERGUNTAS • 10:40 COFFEE BREAK • 11:00 LINHAS DE FINANCIAMENTO MODERADOR: CARLOS EVANGELISTA • 11:00 Felipe Castro do Couto - BRDE • 11:20 SANTANDER • 11:40 Gabriel Puntel - SICREDI • 12:00 Rodrigo Bacellar - BNDES • 12:20 PERGUNTAS • 12:40 ALMOÇO PROGRAMAÇÃO À TARDE

• 14:00 NOVOS NEGÓCIOS EM GD MODERADOR: AURÉLIO SOUZA • 14:00 Jean Diniz - SOLAR VIEW • 14:20 Harry Schmelzer Neto - WEG • 14:40 FABIANA AVELLAR - CPFL • 15:00 Leonardo Diniz - SICES SOLAR • 15:20 PERGUNTAS • 15:40 CADEIA PRODUTIVA DO SETOR GD MODERADOR: WALTER ABREU • 15:40 Ricardo Saraiva - SICES SOLAR • 16:00 Thiago Bongiovanni - INOXPAR PARAFUSOS • 16:20 Jackson Ferreira D. Comuni CISER PARAFUSOS E PORCAS • 16:40 PERGUNTAS • 17:00 REVISÃO DA 482: PROPOSTAS E O QUE ESPERAR MODERADOR: MARINA MEYER FALCÃO • 17:00 Mariana M. Falcão - Diretoria Jurídica - ABGD • 17:20 Einar Tribuci - TRIBUCI ADVOGADOS • 17:40 Rodrigo Leite - LEITE, ROSTON, CHAVES & SACIOTTO ADVOGADOS • 18:00 Barbara Rubim - Vice Presidente - ABGD • 18:20 Frederico Boschin - SBSP - Considerações sobre GD no RS • 18:40 PERGUNTAS E ENCERRAMENTO

2° DIA 06 DE JUNHO - QUINTA-FEIRA AUDITÓRIO FLORIANÓPOLIS

• 08:00 CREDENCIAMENTO • 09:00 MESA REDONDA INTEGRADORES MODERADOR: AURÉLIO SOUZA Mara Schwengber - SOLLED ENERGIA Gabriel Guimarães - ELEKTSOLAR Leticia Scarabelot - LENERGY Rodrigo Franke - SOLARIS ENERGIA Nelson Colaferro Jr - BLUESOL ENERGIA SOLAR • 10:40 COFFEE BREAK • 11:00 CONSÓRCIOS E LOCAÇÃO/ MODELOS DE NEGÓCIOS EM GD MODERADOR: FELIPE UZUM • 11:00 Aurélio Souza - USINAZUL • 11:20 Aloísio Pereira Neto ALOÍSIO NETO ADVOGADOS • 11:40 Luiz Alberto Wagner Pinto Jr. HCC ENGENHARIA • 12:00 Francisco Vieira - AMPHENOL • 12:20 PERGUNTAS • 12:40 ALMOÇO PROGRAMAÇÃO À TARDE

• 14:00 NOVOS PROJETOS EM GD MODERADOR: MAURO PASSOS • 14:00 Mauro Passos - INSTITUTO IDEAL • 14:20 Kathlen Schneidert - INSTITUTO IDEAL • 14:40 Taynara Reisner Miguelão - INSTITUTO IDEAL - O mercado Brasileiro de GD FV • 15:00 Lucas Nascimento - INSTITUTO IDEAL - Controle de qualidade e desempenho em instalações FV • 15:20 PERGUNTAS • 15:40 AÇÕES SOCIAIS E INOVAÇÕES NA GD MODERADOR: MARÍLIA QUEIROZ • 15:40 Marília Queiroz - Diretora Social - ABGD • 16:00 Alessandra Mathyas - Gerente - WWF • 16:20 Paula Manuel Scheidt - GIZ BRASIL • 16:40 Eduardo Lopes - INOXPAR • 16:50 Ricardo Honório - SOLAR TV • 17:00 PERGUNTAS • 17:20 MESA REDONDA ABEAMA MODERADOR: RUBERVAL BALDINI • 17:20 Ruberval Baldini - ABEAMA • 17:30 Cecília Maria Neder Castro - ABEAMA Integração da Arquitetura e do Urbanismo com a Geração Fotovoltaica • 17:50 Hamilton Moss - UNIVERSIDADE DE VASSOURAS - Inovação Tecnológica GD em pequenas cidades • 18:10 - Flávio A. Figueiredo Rosa - Engenheiro especialista - A complementaridade inova dora em GD com a energia eólica • 18:30 - PERGUNTAS E ENCERRAMENTO RBS Magazine

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Entrevista

A RBS Magazine traz uma entrevista com FABIO CAMMAROTA, Diretor-Presidente do TECPAR

RBS Magazine - Nos fale um pouco sobre a história do Tecpar Fabio Cammarota - O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), empresa pública do Governo do Estado fundada em 1940, tem como foco de seus negócios a saúde pública brasileira, o desenvolvimento tecnológico e o empreendedorismo inovador. Laboratório público fornecedor de insumos ao Ministério da Saúde, o Tecpar faz também, por meio da Agência de Inovação, a gestão de incubadoras e parques tecnológicos, apoiando o desenvolvimento tecnológico brasileiro com soluções em áreas estratégicas. As principais áreas de atuação do instituto são a saúde humana e animal, o agrotech, as energias renováveis, a certificação, as soluções tecnológicas em Saúde e Meio Ambiente, Medição e Validação e Tecnologia dos Materiais, e incubadora tecnológica e parques tecnológicos especializados em saúde e agronegócio. RBS Magazine - Quais são os objetivos para o Tecpar nos próximos anos? Recebemos a missão do governador Carlos Massa Ratinho Junior de tornar o Tecpar um braço

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do Governo do Estado na área de inovação e de energias renováveis. Nosso objetivo é colocar em prática esta missão, de tornar o Tecpar uma instituição que está alinhada às novas discussões na área e ainda liderar ações em áreas específicas, como o agrotech. Queremos fazer com que o instituto seja um dos principais apoiadores dos paranaenses na área de novas tecnologias em agronegócio, colocando a serviço da sociedade nossa incubadora tecnológica, nossos parques tecnológicos e os laboratórios do instituto. RBS Magazine - A nova diretoria do Tecpar tomou posse recentemente, quais são os principais desafios e objetivos para estes quatro anos que vem pela frente? O Tecpar completa 80 anos em 2020 e é uma instituição que participa ativamente na vida dos paranaenses, liderando discussões sobre energias renováveis – cujas soluções estão cada vez mais na casa das pessoas – ou ainda na análise de merenda escolar dos estudantes das escolas públicas do Paraná. Isso para ficar em exemplos pontuais. Um dos nossos principais desafios é fazer com que o Tecpar seja

cada vez mais reconhecido pela sociedade científica, empresarial e acadêmica como uma empresa que visa apoiar a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) nas áreas estratégicas para o Paraná. RBS Magazine - Aponte os principais projetos do Tecpar para o setor de energia de energias renováveis. Dois conceitos vão nortear nosso trabalho neste segmento: o Smart Farm e Energy Camp. A intenção é revitalizarmos os campi do Tecpar na CIC, em Jacarezinho e em Araucária, com esses novos conceitos, que são trabalhados pelas duas instituições. Queremos trabalhar com o living lab, para nossos campi serem laboratórios a céu aberto. A ideia é que o câmpus CIC passe a ter uma área para o Energy Camp, apoiando assim as atividades do Tecpar na área de energias renováveis. Já os campi de Jacarezinho e Araucária levariam à frente projetos do agrotech, para testar tecnologias inovadoras voltadas ao agronegócio.


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Artigo

Energia solar fotovoltaica: A PRÓXIMA ONDA DO MERCADO LIVRE DE ENERGIA Marcel Haratz – Diretor da Comerc ESCO Rodrigo Sauaia – Presidente Executivo da ABSOLAR Ronaldo Koloszuk – Presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR

Atualmente, o crescimento da energia solar fotovoltaica ainda está fortemente dependente de projetos desenvolvidos no Ambiente de Contratação Regulada (ACR)

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esde o início 2019, o mercado de energia solar fotovoltaica apresenta uma trajetória animadora tendo ultrapassado a energia nuclear e assumido a posição de sétima fonte mais representativa na matriz energética brasileira, superando a marca de 2.000 megawatts (MW) de potência operacional.

solar fotovoltaica tem a oferecer ao Brasil, país com um dos maiores potenciais de geração desta fonte renovável no mundo. Atualmente, o crescimento da energia solar fotovoltaica ainda está fortemente dependente de projetos desenvolvidos no Ambiente de Contratação Regulada (ACR), ou seja, no chamado “mercado cativo”, composto por leilões de energia elétrica organizados pelo Governo Federal, como os A-4 e A-6 que ocorrerão neste ano, bem como por projetos de geração distribuída atendendo os consumidores cativos na baixa e média tensão.

A estimativa é de que a fonte ultrapasse a marca de 3.000 MW ainda em 2019, atraindo ao Brasil mais de R$ 5,2 bilhões em novos investimentos privados, com a instalação de mais de 1.000 MW adicionais em sistemas de pequeno, médio e grande porte, segundo No entanto, há um outro uniprojeções da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (AB- verso ainda pouco explorado e de grande potencial de expansão SOLAR). para a fonte: o Ambiente de ConOs prognósticos são bons, mas tratação Livre (ACL), ou seja, o chaainda estão longe de representar o mado mercado livre de energia. A verdadeiro potencial que a energia fonte solar fotovoltaica oferece

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Artigo

preços cada vez mais competitivos e já inferiores aos de outras fontes renováveis, como CGHs, PCHs e biomassa, resultado da redução de preços de equipamentos e da acirrada competição entre empreendedores. Com isso, a energia solar fotovoltaica tem todas as características necessárias para se tornar a mola propulsora do próximo grande salto do dinâmico mercado livre de energia no curto, médio e longo prazos. Adicionalmente, as transformações em andamento no setor elétrico contribuirão de maneira positiva para um cenário promissor da fonte solar fotovoltaica. A primeira delas é a nova configuração dos patamares de carga do setor, que entrou em vigor neste ano, trazendo uma importante valorização do preço da fonte, dado o seu pico de geração nos momentos de patamar de carga pesada, que passará de 3 para 12 horas de vigência, do meio da manhã até o início da noite. Além disso, também há a previsão de entrada em vigor do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) ho-

Anúncio_AlfaReal_IMPRESSÃO.pdf 1 21/03/2019 14:01:04

rário, que será um avanço regulatório para o setor no Brasil. Atualmente, o País adota a formação do PLD semanal. Com a inovação, espera-se sinalizar ao mercado um preço de energia mais próximo da realidade operativa. Neste cenário a fonte solar fotovoltaica terá nova valorização significativa pois as simulações atuais de preços horários apontam que a fonte oferta a maior parte de sua geração em horários nos quais a energia elétrica é mais demandada e, consequentemente, mais valiosa e com preço mais elevado. Dessa forma, além de ajudar o sistema, a fonte proporcionará uma maior economia aos consumidores e rentabilidade aos investidores, quando comparada com fontes que têm a maior parte de sua geração nos horários da noite e madrugada. Ainda, representará um alívio a todo o sistema elétrico em horários de alta demanda diurna, como nos meses quentes de verão, e reduzirá a necessidade de despacho de termelétricas emergenciais, caras e poluentes, para suprir a demanda dos consumidores.

Desse modo, além de trazer maior competitividade para fonte solar fotovoltaica, essas evoluções contribuirão para um mercado de energia elétrica mais eficaz, eficiente, realista, transparente, sustentável e competitivo. Muito em breve, projetos de energia solar fotovoltaica no ACL representarão um novo mar de oportunidades e contribuirão para a competitividade de segmentos importantes da nossa economia, como shopping centers, supermercados, fábricas, entre outros. Isso será possível por meio da estruturação de produtos customizados, adequados especificamente às necessidades de consumidores com maior consumo de energia elétrica no período diurno, em horário comercial, quando a geração solar fotovoltaica mais se destaca. E a sua empresa, já está preparada para surfar esta nova onda do setor?

Somando talentos para fortalecer o mercado de energia solar A ALFA REAL Corretora se uniu à A FATOR Seguradora para oferecer produtos de seguros customizados para a cadeia de geração distribuída com ênfase na instalação e operação de sistemas fotovoltaicos de todos os portes.

Para a fase de instalação dos kits, o seguro de Riscos de Engenharia oferece um amplo painel de coberturas: Acidentes na obra decorrentes de erros de projeto ou de execução, defeitos de materiais e equipamentos e eventos naturais como vendaval e granizo; Acidentes ocorridos durante a fase de garantia técnica dos fornecedores, cuja causa tenha origem na instalação; Acidentes na obra que atinjam terceiros, inclusive o proprietário do imóvel – pessoas e bens; Podem ser adquiridas coberturas adicionais para tumultos, ferramentas de pequeno porte e despesas com desentulho, salvamento/contenção de sinistros e outras extraordinárias.

Para a fase de operação, o Seguro de Riscos Diversos para Equipamentos oferece as seguintes proteções: Acidentes de causas externas, como incêndio, raio, explosão, dano elétrico, vendaval, granizo, roubo ou furto qualificado e perda de aluguel; Acidentes com o sistema fotovoltaico que atinjam terceiros, inclusive o proprietário do imóvel – pessoas e bens.

As grandes usinas podem contar também com o Seguro Paramétrico, que cobre o défict de produção de energia caso a insolação fique abaixo da média histórica contratada com a seguradora. É um seguro para o fluxo de caixa mínimo projetado.

Vale a pena mitigar os riscos do seu empreendimento nas fases de instalação dos kits e de operação: a partir de R$ 300,00 para cada seguro.

Fale com a gente: (11) 3807-8300 | comercial@alfareal.com.br Constituída em 1996, a ALFA REAL Corretora é especializada em produtos e serviços relativos a Garantias e Seguros Corporativos, com forte presença na área de Energia. | www.alfareal.com.br A Fator Seguradora iniciou suas atividades em 2008 com o objetivo de atender a clientes corporativos nos segmentos de Construção Civil, Concessões Rodoviárias, Siderurgia, Energia, Empreendimentos Imobiliários, Construção Naval, Óleo e Gás. | www.fatorseguradora.com.br RBS Magazine

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Mercado de energia solar necessita de uma política industrial competitiva para continuar crescendo e investindo Energia solar gera mais economia, empregos, tecnologia e inovação

São Bernardo, maio de 2019 – De acordo com dados divulgados, recentemente, pela ABSOLAR - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica - estão previstos R$ 21,3 bilhões em investimentos privados no segmento de energia fotovoltaica até 2022, referentes aos projetos já contratados em leilões de mercado regulado de energia elétrica. Atualmente o preço médio da fonte solar fotovoltaica no LEN A-4/18 (leilão de compra de energia proveniente de novos empreendimentos de geração) está em torno de R$ 118,07/ MWh, com valores menores do que os de biomassa. Mas o Brasil ainda necessita de uma política industrial competitiva e justa para o setor, reduzindo preços de componentes e equipamentos produzidos no país para gerar mais empregos, tecnologia e inovação. De acordo com a ABSOLAR e Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica – o segmento de energia solar já ocupa a sétima posição na Matriz Energética Brasileira, com 1,2% do mercado (2.056 MW). A fonte com maior fatia ainda é a hídrica com 60,8% de participação (104.343 MW) seguida de biomassa e eólica com 8,6% (cada uma). No ranking estadual de geração distribuída e instalada, Minas Gerais é responsável por 21,7% do mercado de energia solar instalada (137 MW), em segundo lugar está o Rio Grande do Sul com 101,9 MW (16,2%) e em terceiro São Paulo com 76,5 MW (12,1%). As demandas dos outros estados estão aumentando a cada ano à medida que há conscientização do uso da energia verde e dos benefícios oferecidos, principalmente, a redução de valores na conta de energia (veja mais abaixo). O Brasil é provido de sol o ano todo, encorajando ainda mais o investimento. Atualmente, há diversos financiamentos disponíveis no mercado tanto para pessoa física como jurídica. “A energia limpa

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Energia fotovoltaica é responsável 1,2% (2.056 MW) da matriz elétrica do Brasil

veio para ficar. Hoje a grande parte das instalações estão em residências, mas todos os setores, sem exceção, estão em busca de opções renováveis para reduzirem seus custos. Energia fotovoltaica pode ser aplicada no agronegócio (frigoríficos, usinas de açúcar e álcool, etc), indústrias, hospitais, hotéis, enfim, há uma infinidade de negócios que podem usufruir destes benefícios”, acrescenta Alexandre Borin, gerente da Unidade de Negócio de Energia Fotovoltaica da Fronius Estudos recentes realizados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) relatam que, só no Brasil, são mais de 50,7 milhões de residências que podem ser cobertas por placas fotovoltaicas. Imaginem os demais segmentos. É um mercado gigantesco! Os países que mais investiram em energia fotovoltaica em 2017, conforme dados fornecidos pela Snapshot Of Global PV Markets, IEA (Instituto de Economia Agrícola), divulgados em 2018, foram: China com 131 GW; EUA 51 GW, Japão 49GW, Alemanha 42 GW e Itália 19,7 GW. O Brasil ocupa a 10ª posição com 0,9 GW. Confira alguns benefícios de investir em energia renovável: redução de custos tanto para a população como para o governo; geração de empregos locais em torno de 25 a 30 vagas por MW/ ano; atração de investimentos externos; geração de eletricidade sem emissão de gases de efeito estufa; aumento da segurança no suprimento de energia elétrica, entre outros. Crescimento nas vendas da Fronius O mercado está em plena evolução, apesar de não estar na velocidade que o segmento gostaria. Mas os resultados para as fabricantes do sistema fotovol-

taico como um todo foi muito bom. A multinacional austríaca Fronius, uma das líderes em tecnologia e em soluções de energia solar, registrou aumento de mais de 100% em suas vendas em 2018 e continua investindo em sua atuação no território brasileiro. “Para 2019, a perspectiva é de dobrar novamente o faturamento”, afirma o gerente. A empresa com maior capilaridade em inversores fotovoltaicos é a Fronius, responsável por mais de 30% do market share brasileiro. “Somos uma empresa de vanguarda no mercado fotovoltaico, além de oferecermos suporte técnico e solidez com 20 anos de atuação no Brasil. Estamos sempre investindo em novos tecnologias para atender a demanda e a necessidade do consumidor”, ressalta Borin. Sobre a Fronius A Fronius está localizada em São Bernardo do Campo (SP). Com mais de 20 anos no Brasil, a Fronius é composta de três unidades de negócios: Energia Solar; Tecnologia de Soldagem e Carregadores de Baterias para todos os tipos de veículos e para centros de distribuição e por uma equipe de mais de 70 profissionais extremamente competentes para atender em todo o país, através de mais de 30 representantes e filiais em todo território nacional. Para mais informações LN Comunicação Lucia Nunes – diretora e jornalista responsável Natielly Santos – auxiliar de comunicação 11 3458.7741 / 7748 / 99968.4105 assessoriadeimprensa@lncomunicacao.com.br


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Por que a PHB foi eleita A MELHOR FABRICANTE DE INVERSORES FOTOVOLTAICOS? Ildo Bet Diretor técnico da PHB

A PHB Solar foi a empresa com maior número de premiações no 4º Prêmio Inovação e Tecnologia Brasil Solar de 2018. Nosso primeiro lugar como fabricante de Inversores fotovoltaicos é o reconhecimento a seriedade com que trabalhamos.

Rogério V. Pereira Engenheiro de Desenvolvimento da PHB

A engenharia da PHB, localizada no Brasil, oferece respostas rápidas que não dependem de uma consulta internacional, agilizando o atendimento técnico.

Entre as características de destaque nos nossos inversores estão:

A história da PHB Solar se caracteriza pela constante inovação e a qualidade dos seus produtos desde a sua fundação em 1984. Os inversores PHB são adequados para sistemas residenciais, comerciais, industriais e demais ambientes. Seu design moderno e inovador facilita a sua instalação e manuseio.

• Navegador com menu em português;

• Sistema de monitoramento WI-FI certificado pela ANATEL; • Assistência técnica localizada no Brasil.

Linha de inversores PHB-NS Os inversores monofásicos PHB1500-NS, PHB3000-NS e PHB5000D-NS foram projetados para atender as exigências dos consumidores residenciais. Toda esta linha possui uma ampla faixa de tensão c.c. de entrada

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Linha de inversores PHB-DT Os inversores trifásicos da linha DT: PHB14K-DT, PHB20K-DT e PHB25K-DT são adequados para sistemas comerciais e industriais. Todos os inversores desta linha possuem dois MPPTs permitindo flexibilidade no desenho dos projetos. O inversor PHB14K-DT tem saída trifásica 220/127V. e os inversores PHB20K-DT e PHB25K-DT saída 380/220V.

• Software para configuração da tensão c.a. de operação de modo fácil e rápido;

Além disso, a PHB possui um laboratório equipado com todos os instrumentos para desenvolvimento Linha de inversores PHB e testes de inversores e participa ativamente na criação das normas braAtualmente trabalhamos com sileiras para sistemas fotovoltaicos. três linhas de inversores:

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(a partir de 80V nos dois primeiros modelos) que possibilita a operação do inversor com apenas 3 módulos fotovoltaicos de 72 células.

Linha de inversores PHB-MT Os inversores trifásicos da linha MT atendem as necessidades de plantas fotovoltaicas de média e grande escala. Esta linha possui string box incorporado reduzindo o tempo e a área de instalação necessária.


A PHB Solar é uma empresa 100% nacional, com pioneirismo e competência tecnológica, desenvolvendo soluções para a Geração Distribuída como um todo

sidenciais de consumo reduzido com um custo muito competitivo em comparação a outras tecnologias como os microinversores. Outra grande vantagem é a facilidade de manutenção deste tipo de inversores já que reduzem a necessidade de trabalho no telhado além que centralizam todas as informações de funcionamento e falhas no LCD.

A nova linha PHB-XS (PHB780-XS e PHB1500-XS) combina a boa eficiência das outras linhas com um design moderno e compacto (tamanho de uma folha de papel A4 e peso de apenas 5 kg). Estes inversores podem trabalhar apenas com dois ou três módulos e já possuem sistema de monitoramento incorporado. Estas características o tornam ideal para atender sistemas re-

Já na linha DT recebeu os inversores PHB12KN-DT (220/127V) e PHB20KN-DT (380/220V). Estes inversores são mais compactos e leves em relação a outros modelos similares encontrados no mercado. Finalmente, os inversores trifásicos PHB 36K-MT (380/220V), PHB80K-MT (380/220V), PHB20K-MT (220/127V) e PHB50K-MT (220/127V) foram adicionados na linha MT para média e grande escala. Conclusões

LANÇAMENTOS PHB 2019 Linha de inversores PHB-XS

127V. Esta característica dispensa o uso de um transformador para trabalhar neste tipo de rede.

Novos membros das famílias NS, DT e MT A linha NS ganhou um novo membro o PHB8500-MS com três MPPTs para dar maior versatilidade aos projetos monofásicos de até 10 kWp. Outra novidade nesta família que vai agradar muito a nossos clientes é a chegada do inversor PHB3000D-NS projetado para trabalhar em redes monofásicas

A PHB Solar é uma empresa 100% nacional, com pioneirismo e competência tecnológica, desenvolvendo soluções para a Geração Distribuída como um todo. As constantes melhorias nos nossos produtos e a qualidade dos mesmos, nos posiciona como destaque no mercado nacional e mostra porque somos a melhor fabricante de inversores fotovoltaicos atualmente.

CONHEÇA OS PRODUTOS PHB SOLAR

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Entrevista

A Revista RBS Magazine traz uma entrevista com RENATO FIORE, Gerente Nacional de Vendas da empresa CISER. A CISER Parafusos e Porcas é a maior fabricante de fixadores da América Latina

RBS Magazine - Nos fale um pouco sobre a história e fundação da CISER? RENATO FIORE - Prestes a completar 60 anos, em outubro próximo, a Ciser é a maior fabricante de fixadores da América Latina e faz parte de um dos conglomerados empresariais mais importantes do Sul do País, o Grupo H. Carlos Schneider. A trajetória do Grupo teve início no século 19, com a vinda de Karl Schneider da Alemanha para a antiga Colônia Dona Francisca, e é marcada por muito trabalho. Batizada de Casa do Aço, a primeira loja inaugurada por Karl, em 1881, cresceu e se fortaleceu ao longo das décadas seguintes, para dar origem, mais tarde, ao Grupo H. Carlos Schneider. A loja contribuiu para o fortalecimento de duas tradições de Joinville, com a importação das primeiras bicicletas e de grandes volumes de sementes de flores. RBS Magazine - Comente um pouco sobre a estrutura da empresa e seus diferenciais para o mercado? A Ciser mantém unidades industriais em Araquari (SC) e Sarzedo

(MG), esta última dedicada ao mercado automotivo. Com 1.400 funcionários e capacidade produtiva de 6 mil toneladas/mês, seu portfólio de 27 mil produtos em 436 linhas atende a mais de 20 mil clientes em mais de 20 países. Um de seus pontos fortes é a inovação tecnológica. Hoje uma das maiores empresas de Santa Catarina, seus produtos cobrem diversos segmentos, como metal-mecânico, construção civil, estruturas metálicas, eletroferragens, agronegócio, automotivo, linhas branca e marrom, petróleo e gás, eletrônica, ferroviário, moveleiro, varejo e atacado. Um mercado crescente é o industrial, com o fornecimento de peças especiais e a oferta de soluções como engenharia simultânea de aplicação, treinamento técnico e serviços logísticos. Também integrando o Grupo H. Carlos Schneider, cabe mencionar a empresa RBE, que visa à formalização do negócio de gestão de energia, que compreende a prospecção e desenvolvimento de novas oportunidades, consultorias a clientes e fornecedores do grupo, formação de parcerias e gestão de empreendimentos de geração e

comercialização de energia. Com essa iniciativa, o Grupo busca contribuir para a construção de uma matriz energética renovável e para a utilização racional da energia no Brasil. RBS Magazine - Qual a importância do setor de Energia Solar Fotovoltaica para a CISER hoje? Não há a menor dúvida quanto ao caráter estratégico desse importante segmento. A energia solar fotovoltaica é, internacionalmente, uma fonte de energia em expansão, tornando-se cada vez mais eficiente e acessível, em um processo que exige toda a atenção por parte dos entes públicos e privados, diante da necessidade de diversificação da matriz energética. Vislumbramos um expressivo potencial de crescimento no setor já para os próximos anos, tanto é que estamos fazendo investimentos relevantes e produtos e serviços para acompanhar tais avanços e atender os clientes da melhor forma. RBS Magazine - Quais as linhas de produtos e serviços da empresa são específicas ao setor FV?

Hoje uma das maiores empresas de Santa Catarina, seus produtos cobrem diversos segmentos... 32

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Entrevista

Participar em eventos como esse é uma ação estratégica de relacionamento da Ciser com o mercado Dispomos de uma completa linha de fixadores em inox, que são bastante utilizados para a fixação das estruturas dos módulos fotovoltaicos. Especificamente para estruturas de telhado, a Ciser fornece ao mercado o Conjunto Haste Solar, com padrão de qualidade europeu e certificado de performance de acordo com EN 14592 A1:2012. Nossos produtos para o segmento são de tecnologia europeia e seguem o padrões desse mercado, com exigências bastante criteriosas. Para aplicações que não utilizam o aço inox, oferecemos a nanotecnologia, que pode aumentar em mais de 20 vezes os revestimentos mais usuais no mercado. Isso garantirá uma vida útil mais elevada para materiais que utilizam como base em revestimentos eletrolíticos mais cobertura em nanotecnologia. RBS Magazine - Na sua opinião o setor de Energia Solar Fotovoltaica vai continuar crescendo de forma acentuada nos próximos anos?

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Com toda certeza, e essa perspectiva vem sendo atestada por diversos estudos. Exemplo recente é um estudo da Bloomberg New Energy Finance, agência de pesquisa do ramo de energia. Segundo a projeção, em 2050 a geração fotovoltaica corresponderá a 33% da matriz elétrica mundial. Assim, nos próximos anos, vemos que a geração distribuída crescerá de forma considerável. Por isso, como afirmei acima, a Ciser está se preparando para atender à demanda nos próximos anos, reforçando seu portfólio. Atualmente, os maiores investimentos estão nos parques solares, mas o crescimento da energia distribuída nos lares brasileiros (com a geração residencial) deverá até superar os parques solares. RBS Magazine - A CISER planeja algum lançamento ou novidade para 2019 no setor FV? Já realizamos, em março, uma expansão na linha dos fixadores em inox, com 86 novos itens, destacando a linha de parafusos pon-

ta broca. No segundo semestre, ampliaremos o mix dos fixadores para estruturas de telhado, com o lançamento de suportes e novas opções de bitola e comprimentos das linhas de haste e parafuso cabeça martelo. São soluções que nos aproximam mais do integrador, ampliando dessa forma nossa participação no mercado com novos canais de atuação. RBS Magazine - A CISER é Patrocinadora do Fórum GD Sul em Florianópolis. Qual a importância de eventos segmentados como o Fórum GD? Participar em eventos como esse é uma ação estratégica de relacionamento da Ciser com o mercado. Precisamos estar próximos de todas as empresas vinculadas à cadeia de processos nos quais operamos e procuramos mostrar que temos potencial para ser classificados como um fornecedor de alto nível de excelência, que poderá abastecer os clientes e sustentar o crescimento esperado para o setor.


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Entrevista

EDUARDO J. LOPES é o entrevistado da RBS Magazine nesta edição Desde 1986 no mercado de fixadores e componentes de aço inoxidável, a INOX-PAR – Indústria, Importadora e Exportadora sempre considerou o atendimento e a satisfação de seus clientes como o grande norteador de seu negócio

A INOXPAR é um dos grandes destaques do setor FV no Brasil RBS Magazine: Como você avalia a atual situação do setor de Geração Distribuída no Brasil? EDUARDO J. LOPES: Muito positiva, com crescimento exponencial, acima de uma situação normal de mercado. Necessária para o desenvolvimento do nosso país, com custo benefício. RBS Magazine: Nos fale um pouco sobre as parcerias estratégicas da INOXPAR e quem são estes parceiros? Somos aliados, muito mais do que parceiros. Estamos sempre prontos para atender toda e qualquer necessidade, da menor a maior escala e aos mais diversos projetos de forma técnica e sustentável. Por isso, nosso relacionamento é fidedigno com os maiores e melhores no segmento. RBS Magazine: A INOXPAR tem alguma novidade ou lançamento específico para 2019? Sim. Dentre eles: soluções em fi-

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xação para telha, terça e viga de concreto protendido e para as telhas: americana, calheta, colonial, francesa, italiana e romana. Além de fixações para diversos modelos de telha zipada. RBS Magazine: Sabemos que ações de sustentabilidade e sociais estão em seu DNA e também no DNA da empresa, comente sobre este lado humano da empresa? Falamos sempre em grandes projetos de geração de energia e as vezes não percebemos que temos uma grande usina dentro de cada um de nós, onde podemos gerar para tudo e todos, por onde formos e com quem estivermos. Nós da INOXPAR levamos a nossa luz, fazendo com que ela que é limpa e verdadeiramente sustentável, ilumine aqueles que precisam e sofrem com a ausência da mesma. Conheça o nosso 3º setor, onde entendemos que o pouco representa muito quando se diz respeito a prevenção e ajuda soli-

dária a toda e qualquer situação de agressão e violência aos seres vivos, respeitando a vida mineral, vegetal, animal, hominal e espiritual. Os nossos principais trabalhos de execução nas instituições de ensino e organizações corporativas, dizem respeito a prevenção do Buiing, drogas, educação no transito e reciclagem. Acesse: www.sh11.com.br - ONG SH11 – SUSTENTABILIDADE HUMANA. RBS Magazine: A INOXPAR está participando como Patrocinadora do Fórum GD Sul, na sua opinião qual a importância deste evento para fortalecimento do setor? Necessário para o nosso BRASIL. Este evento é com certeza um dos maiores responsáveis pelo desenvolvimento deste setor. Reunindo os maiores e melhores, para uma sinergia de crescimento tecnológico, humano e sustentável.


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Entrevista

A RBS MAGAZINE traz nesta edição uma entrevista com ADALBERTO MALUF, Diretor de Marketing, Sustentabilidade e Novos Negócios - BYD Brasil

A BYD é uma empresa de alta tecnologia dedicada à inovação para uma vida melhor. Gigante global especializada em energia limpa!!

RBS Magazine: Fale um pouco sobre a estrutura global da BYD. ADALBERTO MALUF: Atualmente a BYD é famosa mundialmente por ser a maior fabricante de baterias de lítio e de veículos elétricos do mundo. Entretanto nossa empresa representa muito mais do que isso. Somos uma empresa de inovação e realização de sonhos, que se propôs a criar soluções limpas para melhorar o mundo com nossos três sonhos verdes: Energia Solar, baterias e Mobilidade Elétrica. Nossa missão principal é ajudar empresas, governos e pessoas comuns a criarem um ciclo de emissão zero para ajudar o planeta e melhorar a qualidade de vida de todos. Não foi à toa que nosso fundador ganhou o prêmio Zayed Future Energy Prize, com apoio da ONU, como uma das vidas que mais contribuíram com o desenvolvimento das energias limpas no mundo. Sua missão de vida é criar soluções inovadoras para melhorar a vida das pessoas. RBS Magazine: Em quais setor a empresa atua no Brasil? Temos mais de trinta fábricas pelo mundo, produzindo desde celulares e computadores, à painéis solares, veículos elétricos e monotrilhos. No Brasil, nosso foco principal foi a fabricação painéis solares fotovoltaicos,

BYD Brazil PV Factory

tendo vendido mais de 850 MW para grandes projetos, ou cerca de 30% do mercado nacional entre 2017 e 2018. Temos, ainda, uma segunda fábrica de ônibus elétricos, tendo entregue os primeiros projetos de mobilidade elétrica pelo país, tanto de ônibus, quanto carros, vans e caminhões elétricos. No segundo semestre de 2019 inauguraremos nossa fábrica de baterias de lítio, que vai revolucionar esse setor no país. Por isso trouxemos, ainda, nossas empilhadeiras elétrica, incluindo nossa contrabalançada premiada como a melhor do mundo na

Temos mais de trinta fábricas pelo mundo, produzindo desde celulares e computadores, à painéis solares, veículos elétricos e monotrilhos 40

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Alemanha em 2017 (sendo a primeira vez que uma empilhadeira não europeia ganha esse prestigiado prêmio). Nosso próximo projeto será construir um monotrilho em Salvador, onde a BYD lidera um consórcio ganhador de uma PPP com o governo estadual. Acreditamos que esse projeto será muito importante para o desenvolvimento social e urbano da cidade. Nossa missão no Brasil é demonstrar a viabilidade das energias limpas e da mobilidade elétrica por aqui também. RBS Magazine: Quais os principais diferenciais dos produtos e serviços da BYD para o mercado Nacional? Somos líderes mundiais em quase todos os setores que atuamos. Na Chi-


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Entrevista

nicas e de qualidade entre os produtos para que o setor possa crescer com mais sustentabilidade. Temos painéis sem EVA que podem atingir cerca de 50 anos de vida útil. Produzimos um painel de qualidade muito superior à média do mercado, assim, nosso objetivo é conscientizar a todos os atores do setor que painéis solares não são todos 102MW - PROJETO FLORESTA - Areia Branca 2 iguais como pregam por ai. Nossa meta é na somos uma marca de veículos de fechar o ano brigando pela liderança alta qualidade, sendo líderes na ven- do mercado nacional também para da de carros elétricos nos últimos cin- a geração distribuída. E no tema da co anos na China (e também os maio- mobilidade urbana, nossa missão res fabricantes de carros elétricos do esse ano é simplesmente continumundo nos últimos quatro anos). Em ar a crescer, liderando e entregando ônibus elétricos, por exemplo, somos os principais projetos de mobilidade líderes de vendas em quase todos os elétrica pelo país, como já fizemos países da Ásia, como China, Japão e em 2017 e 2018. Índia, mas somos também líderes de vendas na Europa, EUA e na Austrá- RBS Magazine: A BYD é Patrocinadolia. Nosso diferencial sempre foi in- ra do Fórum GD Sul em Florianópolis. vestir em inovação e criar soluções Na sua opinião qual a importância de para melhorar a vida das pessoas. eventos deste porte para o desenvolviDos 240 mil funcionários espalhados mento do setor? pelas mais de 30 plantas pelo mundo, temos mais de 25 mil engenheiros Produzimos painéis solares de qualipesquisadores. A BYD já criou mais dade e custo superiores com foco de de 24 mil patentes globalmente, o vendas nos grandes clientes globais que nos posiciona como uma das em- que sabem diferenciar tecnologias presas mais inovadoras do mundo. A para os projetos de geração centraliFortune considera a BYD como uma zada. Agora que entramos com força das 15 empresas que estão mudando no mercado de GD, queremos mais o mundo para melhor (Change the participar dos fóruns do setor de GD World List), o que nos orgulha muito. para ajudar esse mercado a crescer de uma maneira sustentável. Nossa RBS Magazine: Quais os principais ob- missão é ajudar a todos os atores da jetivos e metas da empresa para este cadeia a entenderem as diferenças de produtos e tecnologias, sabendo ano de 2019? diferenciar os produApós consolidar nossa posição de li- tos pela sua vida útil, derança na produção e vendas de a menor degradação, a painéis solares para grandes usinas, capacidade financeira no final de 2018 começamos a vender das empresas em gapainéis solares pra o mercado de ge- rantir os produtos por ração distribuída. Em poucos meses mais de 30 anos, para subimos da 5° para a 2° posição no que assim o setor possa índice de capilaridade de vendas nas crescer de uma maneipesquisas da Greener. Nosso objeti- ra sustentável. No final vo, agora, é mostrar aos distribuido- de 2018, nós lançamos, res e instaladores de painéis solares ainda, novos produpelo Brasil que nesse setor também tos de baterias de lítio é preciso entender as diferenças téc- (B-Box) para uso com 42

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sistemas solares ongrid e off-grid. Acreditamos muito no potencial desses setores no país. E com a inauguração de nossa fábrica de baterias de lítio no segundo semestre de 2019, acreditamos que esses produtos serão amplamente difundidos pelo Brasil nas mais diversas aplicações. RBS Magazine: A BYD liderou a venda de painéis solares para a geração centralizada no Brasil, porém na geração distribuída, o preço ainda é muito importante para a escolha dos produtos. Como a BYD planeja ganhar espaço nesse setor também? No Brasil, infelizmente, o INMETRO ainda não atualizou suas portarias para separar o joio do trigo em painéis solares fotovoltaicos. Por isso, a BYD fez um investimento de mais de R$ 5 milhões na criação do melhor laboratório de pesquisa e certificação em energia solar fotovoltaica do Brasil. Esse centro será inaugurado em julho de 2019 na UNICAMP. Com o laboratório em funcionamento, acreditamos que novos testes de desempenho, durabilidade e eficiência possam ajudar o mercado a entender mais sobre as diferentes tecnologias. Queremos que o INMETRO suba sua régua para que o setor tenha mais transparência e possa crescer de uma maneira mais sustentável. Precisamos empoderar nossos consumidores com mais informações e dados para que eles saibam diferenciar o que estão comprando. Em 10 ou 20 anos, queremos que os painéis instalados hoje estejam desempenhando como o prometido, por isso é crucial que os instaladores do Brasil possa aprender a comprar qualidade ao invés de preço, e assim, possamos garantir a sustentabilidade do setor no médio e longo prazo.


CURSOS

Líder em capacitação solar desde 2008 Plano de capacitação

Instalador de sistemas fotovoltaicos

Usinas fotovoltaicas de minigeração

Projeto de sistemas fotovoltaicos conectados à rede

Sistemas isolados, autônomos e híbridos

Estruturação de empresa e formação de preços

Financiamento de projetos fotovoltaicos

Aquecimento solar residencial e comercial

PV*SOL software de simulação

Carros elétricos e infraestrutura de carregamento

Proteção contra raios e surtos

Sistemas eólicos e hídricos de pequeno porte

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MOBILIDADE ELÉTRICA - Tecnologias limpas e sustentáveis Rafael Rodrigues Diretor de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR

O acelerado desenvolvimento tecnológico tem possibilitado uma constante redução de custos, em especial das baterias, componenteschave deste tipo de veículo 44

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1.Introdução Os veículos elétricos ultrapassaram a marca de 2 (dois) milhões de unidades comercializadas no mundo, com mais de 1.450.000 (um milhão, quatrocentos e cinquenta) pontos de recarga conectados à rede de distribuição. De acordo com a FGV Energia - dados da International Energy Agency (IEA) - o estoque mundial de carros elétricos até 2030 deve atingir 140 (cento e quarenta) milhões (10% da frota total de veículos leves de passageiros) e países como Noruega, Índia e Alemanha já têm meta de banir carros movidos a combustíveis fósseis nos próximos anos.

Mais do que uma tendência, os veículos elétricos têm se apresentado como a solução para redução das emissões e uma opção para os que buscam meios de transporte ambientalmente amigáveis. Isto porque, do ponto de vista tecnológico, são mais eficientes e emitem menos poluentes. O acelerado desenvolvimento tecnológico tem possibilitado uma constante redução de custos, em especial das baterias, componentes-chave deste tipo de veículo. Assim, mantido o ritmo de redução de custos observado até o momento, em alguns anos, os preços dos veículos elétricos tendem a se tornar


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comparáveis aos dos automóveis tradicionais. 2.Veículos elétricos no Brasil No Brasil, apenas em 2017, foram comercializados 3.296 (três mil, duzentos e noventa e seis) carros híbridos, movidos a energia elétrica e combustão. Este número refere-se a apenas 0,15% dos 2.239 (dois mil, duzentos e trinta e nove) milhões de veículos vendidos no país. Ou seja, apesar de as montadoras estarem fornecendo um número interessante de veículos híbridos, o consumidor final ainda não está disposto a investir neles. No Paraná, são 178 (cento e setenta e oito) carros puramente elétricos e 1.350 (um mil, trezentos e cinquenta) híbridos, de acordo com o Detran/PR. Os presentes números fazem com que grandes montadoras - como a Hyundai, por exemplo – tenham receio em investir neste tipo de tecnologia no Brasil. No entanto, outras - como a Volkswagen e a Nissan - estão animadas com as possibilidades de comercializar veículos que possuam menores índices poluentes e sejam então capazes de preservar o meio ambiente. Se o programa Rota-2030 - que prevê incentivo fiscal para os carros elétricos - contasse com definições mais claras sobre o assunto, provavelmente este cenário seria bem diferente nos dias de hoje. O primeiro investimento feito pelo Governo Federal através do programa foi a redução da alíquota do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado), que passou de 25% a 7%. Com esta redução, mais montadoras se sentiram aptas a investir nesta tecnologia produzindo - ou mesmo importando - carros elétricos. Nos próximos dois anos empresas como a Volvo, Chevrolet, Toyota e Renault pretendem investir mais no setor brasileiro. O crescimento deste setor é visível - apesar de lento - com tendência 46

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de se tornar cada vez maior e mais sensível e já existem medidas criadas para tornar esta realidade cada vez mais próxima. Impulsionando o mercado de carros elétricos no Brasil, o Governo Federal reduziu, em 2015, os impostos de importação de carr o s

tiva foi possível produzir, em parceria com a Fiat, o Palio Weekend em uma versão elétrica que possui capacidade de autonomia de 100 (cem) quilômetros e é capaz de atingir velocidade de até 110 km/h, com uma bateria que pode ser recarregada em 8 (oito) horas. 3. Mercado nacional e internacional dos carros elétricos

elétricos de 35% a 7%. Além disso, cumpre salientar, nos estados do Rio de Janeiro, Ceará, São Paulo e Rio Grande do Sul, os carros elétricos ganham isenção de IPVA. O programa Veículo Elétrico (criado em 2006) baseado em uma parceria entre as hidrelétricas Itaipu Binacional e KWO – Kraftwerke Oberhasli AG, responsável pelas empresas do setor na Suíça, surgiu para que novas pesquisas sobre carros elétricos sejam feitas, a fim de encontrar alternativas mais viáveis e econômicas de abastecimento, além de reduzir o impacto ambiental que energias como a gasolina e o etanol promovem. O projeto, até hoje, viabilizou o desenvolvimento de mais de 80 (oitenta) protótipos de carros elétricos através do seu centro de pesquisas instalado em Itaipu, o CPDM-VE – Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Montagem de Veículos Elétricos. Com esta inicia-

Os carros elétricos, infelizmente, ainda estão disponíveis no Brasil para uma pequena parte da população. Isto se deve ao seu alto custo de aquisição e às políticas energéticas que ainda dominam o setor. Na Europa, por exemplo, o quadro é outro. Devido ao forte interesse na preservação do meio ambiente, os governos estão investindo de maneira intensa em incentivos de produção dos carros elétricos. A França é um bom exemplo disso, onde o governo estabeleceu que a partir de 2040, não serão mais vendidos carros à gasolina e diesel, assim como já não são mais comercializados os veículos movidos a etanol. O Reino Unido e a China seguem pelo mesmo caminho. A Volkswagen, possui planos de dedicar mais de £50 (quinta) bilhões no desenvolvimento de carros elétricos. Assim como a Toyota tem a intenção de vender 5,5 milhões de unidades por ano até o ano de 2030. 3.1 Potencial do mercado brasileiro É inegável que o Brasil seja um país de imenso potencial no setor. De acordo com uma pesquisa feita pela FGV Energia, em parceria com a Accenture Strategy (empresa de consultoria), o país tem potencial para comercializar mais 150 (cento e cinquenta) mil veículos por ano. O grande problema que envolve o comércio


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desses veículos atualmente é o preço de venda, muito alto em relação aos veículos de combustão comum. O valor da bateria, por exemplo, chega a ser 50% do valor do veículo. A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) inaugurou, no mês de outubro de 2018, em Curitiba, o primeiro centro de formação profissional de veículos elétricos e híbridos, para disseminar a tecnologia e formar mão de obra, desde qualificações até pós-graduações no tema. 3.2 Estimativas globais para os carros elétricos De acordo com prospecções, estima-se que a frota de carros elétricos mundial alcance a marca de 13 (treze) milhões de unidades no ano de 2020. Um imenso salto em comparação com o ano de 2011, em que foram vendidas apenas 50 (cinquenta) unidades. A quantidade de postos de abastecimento para carros elétricos também deve aumentar. Além disso, nos próximos anos, os números deverão ser impulsionados graças às políticas que restringem o comércio de carros movidos à combustão em vários países. 4. Conclusão As crescentes iniciativas para a adoção de veículos elétricos no mundo serão consolidadas a medida em que as limitações hoje existentes sejam superadas, propiciando a 48

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redução de custos e melhorando a acessibilidade da população aos elétricos. Questões como a baixa autonomia; a emissão zero (a geração da energia será limpa?); a disponibilidade de lítio para a produção de baterias (o lítio é um recurso finito, e tem se tornado mais caro devido ao crescimento vertiginoso da demanda); problemas de logística (ainda não há uma cadeia logística eficiente para obtenção do lítio e dos metais raros, ou para a produção de baterias nas proximidades de cada fábrica) e a reciclagem de baterias e dos próprios veículos, precisam ser devidamente solucionadas. Ressalta-se que - em termos de logística - é essencial o conhecimento sobre que tipo de bateria será utilizada em larga escala no futuro. De íons de lítio? De grafeno? Célula de combustível? Ou alguma nova solução inovadora? E, por fim, deve-se ainda levar em conta que o uso massivo de carros elétricos vai aumentar a demanda por energia, exigindo grandes investimentos em infraestrutura na geração e distribuição. O Brasil leva vantagem neste ponto, pois a maior parte da energia elétrica gerada no país vem de hidrelétricas. Entretanto, o ideal é que esta demanda seja abastecida por fontes renováveis e não poluentes. Caso contrário, praticamente não haverá vantagem ambiental, apenas a troca da combustão pela eletrificação.

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