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Tecnologias Digitais em Educação LP
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A educação e as tecnologias digitais da
informação e comunicação Objetivos - Compreender o que é tecnologia, - Conhecer sua evolução histórica a partir da história da evolução humana, - Identificar os diferentes instrumentos tecnológicos e conhecer sua utilização e aplicabilidade enquanto recurso didático.
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Introdução: Caro aluno, a partir de agora iremos estudar sobre as Tecnologias em Educação e trocar experiências acerca desse assunto que entendemos ser muitíssimo importante para nós, educadores. Discutir esse tema se faz necessário no contexto educacional, pois quanto mais dominarmos as tecnologias no processo de ensino e aprendizagem, certamente garantiremos um ensino de qualidade aos nossos alunos. Comece lendo os tópicos que você encontrará a seguir. Anote as ideias e dúvidas que surgirem no momento da leitura e não esqueça de registrar todas as suas questões. Podemos começar?
O que é tecnologia educacional?
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http://www.scielo.org.ve/scielo.php?pid=S037818442002000200007&script=sci_arttext
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As novas tecnologias já anunciaram uma revolução na história contemporânea e na educação, inclusive. Nesse sentido, podemos partir da seguinte indagação: O que é mesmo tecnologia? Para que possamos responder à pergunta precisamos, primeiramente, retomar à história da humanidade. Sabemos que o homem buscou, durante toda a história, formas de vencer os obstáculos impostos pela natureza. Podemos dizer que desenvolvendo e inventando instrumentos tecnológicos ele conseguiu superar suas dificuldades e assim, através da sua inteligência, foi aperfeiçoando os meios de comunicação e criando, ao longo das diferentes épocas, instrumentos que serviram para que ele pudesse atender às suas necessidades e sua evolução. Hoje em dia, reconhecemos que são inegáveis os avanços tecnológicos e as possibilidades de novas formas de viver e de pensar que a tecnologia pode nos oferecer. Se você fizer uma volta ao tempo, poderá perceber o quanto a tecnologia esteve presente no seu dia-a-dia. Certamente muitas das tecnologias não fazem mais parte da vida de seus alunos e/ou de seus filhos, assim como outras foram surgindo nos últimos tempos. Vamos refletir sobre isso!.
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Entendemos que o homem é o único animal capaz de inventar instrumentos tecnológicos com o objetivo de facilitar suas dificuldades. Entre os mais atuais recursos inventados pelo homem, destacamos: - o telégrafo, o telefone, a máquina fotográfica, o rádio e a televisão. - os aparelhos eletrodomésticos, os computadores e os dispositivos móveis.
Definição de Tecnologia Educacional Segundo Tajra (2000), a tecnologia educacional é uma maneira sistemática de elaborar, levar a cabo e avaliar todo o processo de aprendizagem em termos objetivos específicos, baseados na investigação da aprendizagem e da comunicação humana, empregando uma combinação de recursos humanos e materiais para conseguir uma aprendizagem mais efetiva.
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Simões (2002) entende que as inovações tecnológicas têm produzido transformações na organização social, no trabalho, no cotidiano, atingindo assim toda a sociedade e introduzindo mudanças relevantes no conhecimento, na cultura e nas relações de poder, exigindo das pessoas, das instituições e da sociedade como um todo, a busca de formas de inserção e participação na nova realidade. As escolas também são tecnologias; são alternativas de solução para a educação e aprendizagem. Segundo afirma Mecklenburger (1990, p.106-107): “A escola é uma tecnologia da educação, no mesmo sentido em que os carros são uma tecnologia de transporte. Com a escolaridade maciça, as salas de aula são invenções tecnológicas criadas com a finalidade de realizarem uma tarefa educacional. É um meio de organizar uma grande quantidade de pessoas para que possam aprender determinadas coisas”. Em diferentes momentos da história da educação, constatamos que a tecnologia faz parte do fazer pedagógico. A presença da tecnologia vem tornando-se cada vez mais marcante à medida que o processo de escolarização vai atingindo um contingente cada vez maior de pessoas e institucionalizando-se. Como analisa Sancho (1998), “a tecnologia não é um simples meio, mas transformou-se em um ambiente e em uma forma de vida: é este o seu impacto substantivo” (p. 34). No espaço educacional, a tecnologia está presente em equipamentos que tanto podem ser um livro e um quadro de giz, quanto uma TV, um retro projetor, um laboratório de ciências ou, nestes últimos anos, um computador. Ao mesmo tempo, essa tecnologia está presente na mera necessidade de se falar em um currículo que enfatize a importância de uma educação escolar adequada à atual “era tecnológica”. Porém, não é só a presença da tecnologia na escola que resolverá a situação metodológica da mesma. Por esse motivo, Perrenoud (2000), também entra nessa discussão ao colocar como um ponto-chave a necessidade do educador aprender a utilizar as novas tecnologias no seu trabalho pedagógico. Para ele, a questão é como utilizar essas tecnologias e não mais a discussão sobre a necessidade de incorporação, o que já estaria definido pela própria velocidade e intensidade como essas tecnologias estão invadindo o cotidiano das pessoas. Nesse sentido, indaga: “Que espaço conceder às novas tecnologias quando não se visa a ensiná-las como tal”? São elas simplesmente recursos, instrumentos de trabalho como o quadro-negro? Espera-se de seu uso uma forma de familiarização, transferível a outros contextos? Ninguém pensa que, utilizando um quadro-negro em aula, prepara-se os alunos para usá-lo na vida. Com o computador é diferente. Não é um instrumento próprio da escola, bem ao contrário. Pode-se esperar que, ao utilizá-lo nesse âmbito, os alunos aprendam a fazê-lo em outros contextos. Será uma finalidade da escola, ou só um benefício secundário, ainda que valioso? Podem-se matar dois coelhos com uma só cajadada?” (p. 127) Tem-se a plena consciência da importância das tecnologias educacionais na formação do sujeito e do quanto elas estão se tornando responsáveis pela mudança da sociedade, de uma forma geral, assim como pela mudança do processo de aprender e ensinar.
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Algumas “falas” sobre as diferentes formas de entender a Tecnologia Educacional:
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Vale a pena fazer a leitura deste artigo! Acesse o endereço http://www.senac.br/informativo/BTS/272/ boltec272e.htm
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Marco Silva Sociólogo, doutor em educação, professor da UERJ, apresenta um artigo bastante enriquecedor sobre o tema, no qual comenta que “o essencial não é a tecnologia, mas um novo estilo de pedagogia sustentado por uma modalidade comunicacional que supõe interatividade, isto é, participação, cooperação, bidirecionalidade e multiplicidade de conexões entre informações e atores envolvidos. ” Pierre Lévy Filósofo francês, também apresenta um conceito inovador sobre tecnologia educacional. Em seu livro, As Tecnologias da Inteligência, ele afirma que "Novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo das telecomunicações e da informática.”
Para saber mais sobre as Tecnologias da Inteligência leia o artigo do autor. http://www.crmariocovas.sp.gov.br/esp_a. php?t=001
Evolução Histórica da Tecnologia
Desde o início dos tempos, em cada época da história da educação sistematizada, eram utilizadas diversas tecnologias educacionais. Atualmente, utilizamos a tecnologia do quadro branco ou da lousa digital no lugar dos quadros antigos, feitos de pedra; também utilizamos as tecnologias do livro didático, do vídeo, do projetor multimídia, entre outras. No início do século XXI, as tecnologias começam a ser vistas e utilizadas numa outra perspectiva no processo educativo. Deixam de ser encaradas como meras ferramentas que tornam mais eficientes e eficazes modelos de educação já sedimentados, passando a ser consideradas como elementos estruturantes de "novas" aprendizagens, com o objetivo de expressar a diversidade das culturas e dos processos pedagógicos. Nesse sentido, a televisão, o vídeo, o rádio, a internet e o material impresso possibilitam que se articulem novas linguagens e novas racionalidades na escola. Porém, vale ressaltar a importância de se identificar as ferramentas que realmente podem ser utilizadas como instrumentos educacionais e avaliar sua aplicação de modo a promover uma aprendizagem significativa, crítica e eficaz. “Pense nas diferentes tecnologias com as quais você já conviveu até os dias de hoje.” Neste ponto nos enriquecerá, primeiramente, conhecer e refletir sobre a etimologia da palavra Tecnologia: Tecnologia é o conhecimento prático expresso pelo conjunto de métodos, técnicas, utensílios e instrumentos construídos pelo homem ao longo da história para dominar e tirar proveito das forças e recursos da natureza. A tecnologia moderna é definida como ciência aplicada. Inclui o estudo sistemático e cientificamente orientado dos materiais, formas de energia, utensílios, ferramentas, máquinas e, também, dos processos, técnicas e organização do trabalho.
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Homo Sapiens: amplie seu conhecimento acessando o site http://www.avph.com.br/homosapiens.htm
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http://www.suapesquisa.com/historia/antiga/
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Leia mais sobre a idade média acessando o site http://www.suapesquisa.com/idademedia/
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Tecnologia tecn(o, do grego techno – de téchné ‘arte ou habilidade’, que se documenta em alguns compostos formados no próprio grego (como tecnologia) e em muitos outros introduzidos a partir do século XIX na linguagem erudita; logia - log(o) derivado do grego ‘palavra, estudo, tratado, conhecimento’.
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Os antepassados humanos começaram a se diferenciar dos outros animais ao produzirem os primeiros instrumentos. Quando a espécie humana, o Homo sapiens, surge no planeta há aproximadamente 200 mil anos, seus ancestrais já dominam o fogo e produzem vários tipos de instrumentos e utensílios. Segundo Giovanni Di Pasquale (2002), os primeiros instrumentos dos antepassados humanos foram as pedras, usadas principalmente para quebrar alimentos. Ferramentas de pedra são produzidas por hominídeos africanos há 2,5 milhões de anos. Artefatos mais diversificados, como machados e outros instrumentos de corte, encontrados no sítio arqueológico do Vale da Fenda (Rift Valley), na África Oriental, têm cerca de 1,5 milhão de anos. O primeiro grande salto tecnológico da humanidade começa há cerca de 10 mil anos, na Pré-história, com o surgimento da agricultura e com a domesticação de animais. São consequências desse fenômeno a invenção da roda e as primeiras técnicas de irrigação e adubagem. Começa o uso extensivo da cerâmica e da pedra polida. Antiguidade Na antiguidade, as primeiras tecnologias foram desenvolvidas através de técnicas especificamente urbanas: produção de tijolos cozidos, ladrilhos, a arte da vidraria, da metalurgia, do cobre e do bronze. O crescimento comercial estimulou a pilhagem, as técnicas de guerra e de navegação, a construção de barcos a vela. Para prever épocas de cheias dos rios, de plantio e de colheita, surgem a astronomia, as matemáticas e os calendários. Na Idade Média A produção tecnológica não para de florescer. A produção de alimentos multiplica-se pelo aperfeiçoamento do moinho de água, do arado pesado, do arreio e da ferradura. Nos feudos, surgem técnicas de cultivo sofisticadas, como a de rotação de terrenos para a pastagem e plantações. As organizações urbanas detêm o monopólio do exercício de determinadas profissões – ferreiros, marceneiros, pedreiros, alfaiates, vidraceiros – e das tecnologias a elas associadas. A transmissão dos conhecimentos técnicos é feita pelos mestres aos aprendizes no interior dessas associações. O aperfeiçoamento do arreio, da ferradura, do estribo e da metalurgia permite o surgimento da cavalaria na Europa e o desenvolvimento das técnicas de guerra. Idade Moderna Com a revolução científica, por volta dos séculos XVI e XVII a ciência rompe com a tradição escolástica medieval e surge a ciência experimental. Seus principais expoentes são Galileu Galilei, Francis Bacon (1561-1626) e René Descartes. Os primeiros grandes inventos que marcam a modernidade são
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Revolução científica- Saiba mais sobre o assunto acessando o site http://www.dmm.im.ufrj.br/projeto/diversos/exp61.html
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instrumentos de medida e os primeiros grandes inventores são fabricantes de relógios, óculos e mecânicos de oficina. Desse modo, novos instrumentos e máquinas foram inventados pelo homem e, a partir dos séculos XVIII e XIX, a tecnologia vai adquirindo seu caráter moderno de ciência aplicada. As descobertas e invenções encontram rapidamente aplicação prática na indústria e no desenvolvimento da ciência. O aperfeiçoamento dos motores, das máquinas e as novas formas de energia, como a eletricidade, dominam o panorama tecnológico de meados do século XIX até a Segunda Guerra Mundial. Com descoberta e comercialização do petróleo, os motores a vapor são substituídos pelos de combustão interna. No final do século XIX, o automóvel é inventado simultaneamente por Henry Ford, nos Estados Unidos, e Carl Benz, na Alemanha.
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Mais tarde, à invenção do telégrafo, segue-se a do telefone, do rádio e da televisão, e generalizam-se os aparelhos elétricos de uso doméstico. O avião e as bombas voadoras abrem caminho para os foguetes lançadores de satélites e as viagens espaciais. A era da eletricidade e do petróleo dá lugar à da eletrônica e da energia nuclear, que começam a dominar o panorama tecnológico a partir da metade do século XX. A biotecnologia revoluciona a produção de alimentos. Hoje em dia, podemos listar outras tecnologias inventadas pelo homem, incorporadas pela sociedade, porém muitas vezes subutilizadas devido à falta de informação e conhecimento técnico específico sobre as suas finalidades.Podemos afirmar que uma tecnologia, em geral, conduz a soluções mais próximas possíveis daquilo que se entende por ideal para a resolução de determinado problema. Portanto, ao longo da história até os dias atuais, não se conheceu uma tecnologia definitiva, mas tecnologias que cada vez mais se aproximam do ideal.
A informática no Brasil - um pouco da história
Agora, nos dedicaremos a analisar as possibilidades da informática aplicada à educação no Brasil. É comum dizer que existe informática em todos os lugares. Felizmente, esta afirmativa é falsa (Dufoyer,1991, p.15). O termo “informática” é proveniente da contração de duas palavras: informação automática. A expressão “informática em todos os lugares” talvez seja consequência de uma generalização exagerada, mas é verdade que a informática, de forma mais ou menos manifesta, tem aumentado consideravelmente a presença em nossa vida. O fenômeno informático tem uma breve história, mas é tão impossível deter-se em todos os seus detalhes, quanto nos fascina acompanhar a sua rápida evolução (Sancho, 1998, p.157). Os principais momentos da política de informática no Brasil aconteceram de 1965 até o momento atual. Vale ressaltar que em 1984 a informática no Brasil já se colocava entre a dos países que mais cresciam no âmbito mundial. Entre 1984 e 1987 o Brasil apresentava a maior taxa de crescimento mundial nessa área e, em 1987, tornou-se o maior mercado de microcomputadores, superando a Itália e a Suécia. Em 1995, surge um projeto que visa à formação de NTEs (Núcleos de Tecnologias Educacionais) em todos os estados do país. A partir de então, a informática aplicada à educação veio se desenvolvendo em grande escala.
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Porém nem sempre o sucesso é garantindo; a escola paga caro e, em muitos casos, não consegue capacitar os professores de modo a produzir resultados satisfatórios. "A escola precisa deixar de ser meramente uma agência transmissora de informação e transformar-se num lugar de análises críticas e produção de informação, onde o conhecimento possibilita a atribuição de significado à informação. (...)a escola precisa articular sua capacidade de receber e interpretar informação com a de produzi-la, a partir do aluno como sujeito do seu próprio conhecimento." ( Libâneo, 1998 p.41) Nesse sentido, a introdução de computadores na escola deve ser criteriosa. A presença do computador por si só não basta, não significa uma melhor qualidade no ensino. Há a necessidade de um conhecimento específico voltado à sua utilização, o que implica que os profissionais da educação conheçam o seu potencial. As tecnologias na educação apoiaram-se em 3 eixos sociais: a comunicação, a psicologia da aprendizagem e a teoria sistêmica. Nessa linha, formulou-se um corpo de “propostas tecnológicas” apoiadas na análise e na modificação da conduta, utilização dos meios e controle do sistema transmissor entre professor e alunos. (COLOM, 1986 in SANCHO.J.p.57)
A Tecnologia no contexto atual
Hoje em dia, os aparatos tecnológicos são vistos como bens necessários dentro dos lares e saber operá-los constitui-se em condição de empregabilidade e domínio da cultura, contrariando um passado em que se acreditava que o usuário de um computador deveria ser um especialista técnico. Herrera (1993) salienta que a tecnologia não é um produto independente da sociedade. Pelo contrário: "embora exista um paradigma tecnológico, há um número muito grande de possíveis trajetórias tecnológicas, e isso depende da sociedade em que estamos” (HERRERA, 1993, p. 16).
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Ultimamente, o governo tem investido na inclusão digital das classes menos favorecidas da sociedade. Ainda não estamos em um patamar satisfatório de inclusão digital, mas já há um grande número de escolas públicas que utiliza esse aparato tecnológico. Em uma sociedade com características tão profundas de desigualdade, a escola pública torna-se a única fonte de acesso de uma criança da classe trabalhadora às informações e recursos tecnológicos. Pretto afirma que: “Em sociedades com desigualdades sociais como a brasileira, a escola deve passar a ter, também, a função de facilitar o acesso das comunidades carentes às novas tecnologias”. (Pretto, 1999:104) O mesmo autor aduz ainda que: Num país onde a escola ainda assume o papel de assistente social e perde de vista sua função de produzir e “reproduzir” o conhecimento, faz-se necessário resgatar sua função primordial de formar o cidadão para a sociedade atual, onde o próprio trabalho assume uma nova conceituação, como “ trabalho informatizado, automatizado, escritórios virtuais em tempos, de menos deslocamentos e mais interação.” (Pretto, 1999: 105)
Concluindo Como já estudamos nos primeiros tópicos, a tecnologia existe há muito tempo. Em geral, a tecnologia foi utilizada em todos os sistemas educacionais. Todos utilizam tecnologia em suas aulas. Os professores ou os teóricos da educação que parecem estar dispostos a utilizarem e considerarem apenas as tecnologias que conhecem, dominam e em que se sentem minimamente seguros, não prestando atenção a aquelas produzidas e utilizadas na contemporaneidade, estão, no mínimo, dificultando aos seus alunos a compreensão da cultura do seu tempo e o desenvolvimento do juízo crítico sobre ela. Tudo entendido até aqui? Vamos para a próxima Unidade.
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A Evolução do Conceito de Mídias Objetivos - Conhecer os métodos e técnicas de utilização dos recursos da tecnológicos em educação aplicados na sala de aula, - Informar sobre o histórico da informática na educação no mundo e no Brasil, - Identificar as características tecnológicas das diferentes épocas.
os alunos se tornam cada vez mais críticos no consumo de informações
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Introdução: A tecnologia se apresenta de forma cada vez mais dinâmica na sociedade pós-moderna, onde técnicas e linguagens de programação são aplicadas a recursos midiáticos diversos, objetivando facilitar a comunicação entre as pessoas, desenvolver sistemas corporativos mais produtivos, criar aplicativos para o dia a dia, proporcionar entretenimento para crianças, jovens e adultos no mundo dos jogos, entre outros. A velocidade com que essas transformações vêm acontecendo, nos faz ter a certeza de que não cabe apenas capacitarmos as pessoas a utilizarem cada uma dessas novas tecnologias que surgem, mas sim incentivar o protagonismo, a criticidade e o empoderamento para autonomia. Desse modo, os alunos se tornam cada vez mais críticos no consumo de informações, favorecendo a construção de um conhecimento significativo para o exercício pleno da cidadania. Segundo Castells, em entrevista ao portal Fronteiras do pensamento em maio de 2015, “Existem sete bilhões de números de telefones celulares no mundo e 50% da população adulta do planeta tem um smartphone. O percentual será de 75% em 2020. Consequentemente, a rede é uma realidade generalizada para a vida cotidiana, as empresas, o trabalho, a cultura, a política e os meios de comunicação. Entramos plenamente numa sociedade digital (não o futuro, mas o presente) e teremos que reexaminar tudo o que sabíamos sobre a sociedade industrial, porque estamos em outro contexto.”
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As tecnologias digitais da informação e comunicação na sala de aula O Vídeo O vídeo é uma tecnologia formada principalmente de três elementos: o videoteipe, a câmera e a televisão ou monitor. A câmera eletrônica é o instrumento capaz de captar imagens com movimentos e sons e transformá-los em sinais eletromagnéticos. O vídeo deverá ser utilizado para a projeção de filmes para um público de até 30 pessoas. É especialmente indicado para uso em sala de aula pela sua capacidade de transmitir informações audiovisuais, mais especificamente, informações do tipo audiovisual-cinético. É uma tecnologia bastante flexível e versátil e tem a vantagem de poder ser usada com luz na sala de aula quando utilizada em aparelhos de televisão/ DVD. As limitações de uso são provenientes de dois fatores alheios à tecnologia: a qualidade dos programas e a preparação do professor para usar os mesmos de forma criativa, participativa e enriquecedora.
Veja agora algumas orientações para a utilização do vídeo na sala de aula: Vídeo como Sensibilização É o uso mais importante na escola. Um bom vídeo é interessantíssimo para introduzir um novo assunto e para despertar a curiosidade e a motivação para novos temas. Isso facilitará o desejo de pesquisa nos alunos para aprofundar o assunto do vídeo e da matéria. Vídeo como Ilustração O vídeo, muitas vezes, ajuda a mostrar o que se fala em aula, a compor cenários ainda desconhecidos dos alunos. Por exemplo, um vídeo que exemplifica como eram os cidadãos romanos na época de Júlio Cesar, mesmo que não seja totalmente fiel, ajuda a situar os alunos no tempo histórico. Um vídeo traz para a sala de aula realidades distantes dos alunos como, por exemplo, a Amazônia ou a África. A vida se aproxima da escola através do vídeo. Vídeo como Simulação É uma ilustração mais sofisticada. O vídeo pode simular experiências de química que seriam perigosas em laboratório ou que exigiriam muito tempo e recursos. Um vídeo pode mostrar, por exemplo, o crescimento acelerado de uma árvore - da semente até a maturidade - em poucos segundos. Vídeo como Conteúdo de Ensino Trata-se do vídeo que mostra determinado assunto de forma direta ou indireta. De forma direta, quando informa sobre um tema específico orientando a sua interpretação. De forma indireta, quando mostra um tema, permitindo abordagens múltiplas, interdisciplinares. E então, de que forma você utiliza o vídeo em suas aulas? Pense nisso.
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TV LCD Podemos afirmar que o desenvolvimento dos satélites é a grande contribuição da tecnologia para a televisão desde a década de 90. Atualmente com a TV Digital, o acesso aos diferentes canais de informação está multiplicando as possibilidades da utilização da TV na sala de aula.
Projetor Multimídia Instrumento adequado para a projeção de imagens didáticas para um público maior de 30 pessoas. Esse recurso poderá ser adaptado à televisão, ao computador e a dispositivos móveis (laptop, tablet, Smartphone). O projetor multimídia poderá ser utilizado para: apresentações criadas em programas como PowerPoint, Prezi ou similares que compartilham animação computadorizada, simulações ou vídeos para demonstrações diversas.
Lousa Digital A lousa digital é como uma grande tela de um computador, porém mais inteligente, pois é sensível ao toque. Portanto, tudo o que se pensar em termos de recursos de um computador, de multimídia, simulação de imagens e navegação na internet é possível com ela. Ou seja, funciona como um computador, mas com uma tela melhor e maior. O professor pode preparar apresentações em programas comuns de computador, como o Power Point, por exemplo, e complementar com links de sites. Durante a aula, é possível navegar na internet com os estudantes enquanto se apresenta o conteúdo programado.
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Tecnologias Móveis Os dispositivos móveis vêm sendo utilizados nas mais diversas áreas. Essa utilização tem se expandido, uma vez que, por conta de uma natural evolução social, as gerações anteriores tem se apropriado cada vez mais destas tecnologias e as novas gerações, dos agora considerados “nativos digitais”, já incorporam dispositivos como uma extensão do lar ou de seu próprio corpo.
Metodologia e utilização dos meios tecnológicos Pois bem, uma vez estabelecidos os fins e concretizados em objetivos, é necessário dar início a ações que se encaminhem para eles.
http://www.vdl.ufc.br/solar/aula_link/llpt/A_a_H/didatica_I/aula_04/imagens/04/imagem05.gif
A decisão didática sobre os meios a serem utilizados não deve ser feita em função da sua modernidade ou provável eficiência, mas sim da adequação às metas educacionais previstas. O valor instrumental não está nos próprios meios, nas na maneira como se integram na atividade didática. Os meios que atualmente nos são proporcionados pelas tecnologias da informação exercem uma enorme pressão de conformação das práticas sociais e, para moderar o potencial dos meios a fim de situá-los no nível de ferramenta didática, exige reforçar o papel do método nas decisões relativas às situações e às atividades de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, podemos afirmar que qualquer tipo de ensino, mesmo que pareça passivo, se sustenta sobre alguma forma de atividade, seja física ou mental, individual ou coletiva, planejada ou improvisada. Podemos afirmar que a atividade é uma unidade complexa que permite estudar como um todo (não de forma fragmentada como havia sido feito até o momento) a relação do indivíduo com o seu meio ambiente e a interação dos seres humanos entre si e com seu meio social e cultural. Por intermédio dos sistemas de atividades, o sujeito vincula-se ao seu meio ambiente e aos demais membros da espécie por meio de uma relação interativa de transformação dialética. Os instrumentos são tão importantes nos sistemas de atividades como o resto dos elementos que constituem o sistema. Pichon Riveiere (1984, p.35) sustenta que as ferramentas, os utensílios, são tão necessários para a construção da consciência como de qualquer artefato humano.
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Riveiere - Conheça melhor sobre a Teoria do Vínculo de Pichon Riveiere, acessando o site http://www.psicopedagogia.com.br/new1_artigo. asp?entrID=1448#.Vnd5Q_krLcs
No que se refere ao ensino, sua prática sempre esteve influenciada por instrumentos como o ábaco, o giz e a maquete, mas também pelo texto impresso, pela ilustração gráfica, pelo vídeo, entre outros, todos eles envolvidos numa relação comunicativa, mais ou menos dialogal, entre o professor e aluno, assim como entre os alunos. Todos são instrumentos, ferramentas que de uma maneira ou de outra intervêm na atividade de ensino marcando presença entre professores, alunos e outros elementos presentes na situação de ensino.
O avanço das tecnologias e as redes de conhecimento A partir de agora, pretendemos estudar a história da informática educativa, a inserção dos computadores na escola e o fazer pedagógico do professor na sociedade atual (da era da informação). Também estudaremos sobre os diferentes recursos oferecidos pelos ambientes informatizados. Dando continuidade aos estudos, poderíamos concluir, através da leitura do texto acima de Lévy, que é por meio da história da construção da humanidade que acontece a descoberta de um novo conhecimento. Poderíamos então afirmar que um dos grandes enfoques da educação gira em torno dos sistemas produtivos.
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aprofundando
Antes de mais nada, é importante que você leia o texto “Pierre Lévy, o defensor da Inteligência Coletiva” para que possamos avançar. Você pode acessá-lo pelo link abaixo. Vamos lá? http://www.crmariocovas.sp.gov.br/esp_a.php?t=001
Antigamente, as pessoas eram educadas em ambientes práticos, e os estudantes aprendiam tudo de acordo com as necessidades de mercado. Hoje, esse paradigma mudou, a produção passou a ser massificada e em grande escala, criando-se um êxodo rural em busca de oportunidades na zona urbana. Antigamente, as pessoas exerciam suas tarefas como se fossem robôs, eram programadas para exercerem somente determinada tarefa. No mundo atual, a visão de produtividade está associada à qualidade e não necessariamente à quantidade. O mundo está conectado, proporcionando um fluxo de informações mais acelerado; as evoluções científicas foram também favorecidas pela informática, aprimorando os processos de produção e pesquisas. Segundo alguns autores, a escola deverá ter como objetivo formar indivíduos para essa nova realidade, visando projetar melhor o futuro para garantir o perfil de um novo profissional, mais integrado com as mudanças ocorridas na sociedade. Também se buscará possibilidades de prepará-lo para ser motivado e estimulado para ações proativas, dinâmicas de comunicações abrangentes. É notório que a detenção do conhecimento das áreas tecnológicas é determinante para o domínio do poder. Quem detém conhecimento detém poder. Quem detém conhecimento tecnológico detém mais poder.
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Mais tarde, com a evolução tecnológica, o computador concreto é constituído por uma infinidade de dispositivos materiais e camadas de programas que se recobrem e criam interfaces que as conectam umas às outras. Grande número de inovações importantes no domínio da informática provém de outras técnicas (eletrônica, telecomunicações) e outras ciências (matemática, lógica, psicologia cognitiva, neurobiologia). Gradativamente, o computador tornou-se um aparelho de uso comum em nosso meio social e, aos poucos, vamos aprendendo a conviver com ele em nossa vida pessoal e profissional. Nessa época, também a psicologia da aprendizagem vai sendo incorporada nos currículos de TDE e algumas mudanças foram fundamentais nesse processo, vindo a influenciar no desenvolvimento da TDE como disciplina dos currículos pedagógicos. Na década de 60, os meios de comunicação em massa exerceram uma grande influência social, a chamada "revolução eletrônica", o que ocasionou mudanças no marketing, no jornalismo e também na educação. Nos anos 70, consolidou-se a utilização dos computadores com finalidades educacionais (Fernández,1977). Com esta nova ferramenta tornou-se viável o ensino individualizado. No entanto, "a primeira geração" de programas com um enfoque do apoio lógico-educativo baseou-se no modelo associacionista, que recupera os conceitos de ensino programado e das máquinas de ensinar. Chegam aos anos 80, sob a denominação de "novas tecnologias da informação e da comunicação", gerando grandes opções apoiadas no desenvolvimento de máquinas e dispositivos projetados para armazenar, processar e transmitir, de modo flexível, grandes quantidades de informações. Ainda nessa mesma década, os países do primeiro mundo transformaram a inclusão dos computadores na área educacional, o que gerou um problema nacional. Nos Estados Unidos, em 1983, 53% já se utilizavam computadores apoiados nas empresas privadas que atuavam nesta área. Na Espanha, através do Projeto Atenea, o computador era utilizado com o objetivo de estimular a formação professores, entres outras iniciativas. Sancho J. em seu livro Tecnologias Educacionais (p.164) apresenta o que Taylor entre outros autores estabeleceu em torno das possibilidades do computador em contexto de ensino e aprendizagem.
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Os instrumentos tecnológicos de nosso tempo As propostas de reforma de ensino que estão sendo conduzidas em diversos países contemplam a necessidade de responder às exigências dos novos sistemas de produção e da mudança tecnológica e à necessidade de se planejar um currículo que garanta uma formação básica de qualidade para todos. O ritmo acelerado de inovações tecnológicas exige um sistema educacional capaz de estimular nos estudantes o interesse pela aprendizagem, com vista em que esse interesse diante de novos conhecimentos e técnicas seja mantido ao longo de sua vida profissional, que tenderá a se realizar em diversas áreas cada vez mais sujeitas ao impacto das novas tecnologias (SANCHO,J. 1998,p.41). Percebemos que o mundo está em transformação. Novas descobertas surgindo e encurtando a distância entre o presente e o futuro. Nesse momento, com a chegada do computador nas escolas, toda inovação educativa deve perguntar-se sobre como situar sua contribuição no horizonte de uma educação comprometida com a construção do conhecimento e a formação de cidadãos capazes de contribuírem para a transformação social. Essas diferentes tecnologias digitais permitem aos alunos o contato com novas linguagens, e aproximam o conteúdo de ensino das novas gerações, os nativos digitais, que desde pequenos tem naturalidade e domínio sobre os recursos tecnológicos. Podemos dizer que, atualmente, as crianças e os adolescentes são os indivíduos mais afetados pela “febre das novas tecnologias”. Os smatphones, tablets, os jogos virtuais da internet, enfim, uma quantidade infinita de solicitações que envolvem a criança na relação “eu e os brinquedos tecnológicos”. Nesse contexto contemporâneo, as crianças estão diante de uma infinidade de informações e recursos tecnológicos que as possibilitam desenvolver-se de forma autônoma e participativa. Na escola, trazem uma bagagem de conhecimentos prévios que devem ser considerados, são os nativos digitais por estarem em um ambiente no qual as mídias estão presentes na vivencia em sociedade. Nessa direção, “[...] os sujeitos que nasceram imersos no mundo digital interagem, simultaneamente, com as diferentes mídias” (ALVES, 2008, p.06 e 07).
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A criança é considerada um ser histórico e social, que participa de forma coletiva e age ativamente na sociedade na qual se encontra. Nessa perspectiva, ela não pode ser vista como um indivíduo uniforme, pois faz parte de classes sociais, etnias, raças, gênero e regiões diversas, o que propicia uma maneira de ver e sentir o mundo de forma diferente das demais. Por conta disso, cada espaço estrutural e cultural tende a adotar uma concepção própria de infância. Vale esclarecer que as tecnologias não são apenas equipamentos e aparelhos. Elas correspondem a um universo de elementos criados pelo cérebro humano em diferentes épocas, maneiras de uso e aplicabilidade. Portanto, o homem utiliza muitas tecnologias que, necessariamente, não estão relacionadas a equipamentos, como a linguagem, enquanto construção criada pela inteligência humana e propiciadora de comunicação entre os membros de uma sociedade, originando os diversos idiomas que formam a identidade dos povos e de suas culturas. (KENSKI, 2007). Já as tecnologias digitais relacionam-se com conhecimentos provenientes da eletrônica, da microeletrônica e das telecomunicações. Elas estão em constante transformação e não são materializadas em máquinas e equipamentos, uma vez que se encontram no plano virtual, com apoio na informação. “Tem suas próprias lógicas, suas linguagens e maneiras particulares de comunicar-se com as capacidades perceptivas, emocionais, cognitivas, intuitivas e comunicativas das pessoas” (KENSKI, 2007, p.38). Nas últimas décadas, houve grandes avanços tecnológicos que possibilitaram variadas formas de utilização das tecnologias da comunicação e informação, como possibilidade de produção e propagação de informações, interação e comunicação, de maneira instantânea. Como em toda geração, o comportamento social jamais é desenvolvido no vazio, tendo em vista que grande parte de nosso comportamento é influenciado pelo contexto social no qual estamos inseridos. Assim, crianças fazem e pensam aquilo que é resultado do processo interativo do mundo exterior. É preciso que a escola crie mecanismos para receber esse sujeito que não pode ser visto como um aluno desatento, desinteressado. Na verdade, como nativo digital, desenvolveu a capacidade de realizar várias atividades ao mesmo tempo, daí o principal motivo da suposta desatenção e desinteresse, pois eles não estão acostumados a desenvolver apenas uma atividade de cada vez, mas diversas ao mesmo tempo. (ALVES, 2008, p08 -10).
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Concluindo... Faz-se necessário, salientar que o trabalho pedagógico com as TDICs na Educação, sobretudo na Educação Infantil, possibilita uma aprendizagem autônoma, sendo o aluno agente de sua aprendizagem; tornando-a mais significativa e propiciando ampliar as habilidades do pensar. Portanto, equipar escolas com tecnologias de última geração não é o suficiente para que o desenvolvimento das crianças aconteça de fato, é preciso também criar mecanismos para que o professor esteja preparado para desenvolver um trabalho em conjunto com as tecnologias digitais. É necessário unir os objetivos didáticos às tecnologias a fim de desenvolver novas aprendizagens. Tudo entendido até aqui?
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Redimensionando o ensinar e o aprender com o uso das tecnologias Objetivos -Compreender a importância do uso da informática na escola, -Conhecer as diferentes concepções pedagógicas, - Compreender os aspectos relacionados ao uso das tecnologias digitais, - Utilizar as tecnologias na sala de aula.
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Introdução
Atualmente, mesmo com a inserção de novos recursos tecnológicos, os sistemas educacionais precisam ter uma melhor avaliação sobre qual o papel da tecnologia em salas de aula, pois às vezes ainda se trabalha muito com recursos tradicionais que não têm apelo ao desenvolvimento das competências nos jovens e crianças. Não há mais espaço na pedagogia atual para debater se o uso de tecnologia na educação deve ser articulado ou não. Hoje deve ser ponderado quais melhores metodologias educacionais devem ser utilizadas. O grande desafio atual é fazer com que alunos imersos em uma sociedade da informação sejam capazes de realizarem uma boa gestão do conhecimento durante toda a sua vida. Planejar e desenvolver atividades que envolvam uso de alguma tecnologia em sala de aula faz aumentar ainda mais o desafio educacional do docente, pois para que cada atividade proposta seja efetiva, em qualquer área de estudo, o fator subjetividade precisa ser priorizado. O uso de tecnologias em sala de aula (seja através de vídeos, computadores, celulares, tablets ou lousa interativa) precisa necessariamente considerar de forma mais intensa a experiência de cada aluno e a potencialidade de pesquisa de cada uma dessas tecnologias, uma vez que o centro do processo de aprendizagem não é mais a quantidade de informação, mas sim a construção do conhecimento. Os que defendem o uso da tecnologia na educação sustentam que é preciso mudar profundamente os métodos de ensino para reservar ao cérebro humano o que lhe é peculiar, a capacidade de pensar, em vez de apenas desenvolver a memória. Para eles, a função da escola será, cada vez mais, a de ensinar a pensar criticamente. Para isso é preciso dominar mais metodologias e linguagens, inclusive a linguagem eletrônica.
TECNOLOGIAS
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O papel da tecnologia da informação e comunicação na sala de aula A tecnologia da informação e comunicação no contexto escolar tem um papel de relação comunicativa entre os professores e alunos, entre estes consigo próprios e com seus professores. Todos são instrumentos, ferramentas que de uma maneira ou de outra intervêm na atividade pedagógica, marcando presença entre todos os elementos presentes na situação de ensino. “Compreender o lugar fundamental das tecnologias da comunicação e da informação na história cultural nos leva a olhar de nova maneira a razão, a verdade, e a história, ameaçadas de perder sua preeminência na civilização da televisão e do Computador.” (LEVY,1994,p.87) Antes do século XXI, as tecnologias atuavam com aplicação de técnicas para a solução de problemas educativos, onde se procurava controlar o sistema de ensino-aprendizagem como aspecto central, junto com a garantia de qualidade, preocupando-se com as adequações às necessidades e à realidade dos educandos. No início do século XXI as tecnologias começam a ser vistas e usadas numa outra perspectiva no processo educativo. Deixam de ser encaradas como meras ferramentas que tornam mais eficientes e eficazes os modelos de educação já sedimentados, passando a ser consideradas como elementos estruturantes de “novas” aprendizagens, com o objetivo de expressar a diversidade das culturas e dos processos pedagógicos. Segundo Ladislau Dowbor (1998:259), a escola deixará de ser "lecionadora" para ser "gestora do conhecimento". Segundo o autor, "pela primeira vez a educação tem a possibilidade de ser determinante sobre o desenvolvimento". A educação tornou-se estratégica para o desenvolvimento, mas, para isso, não basta "modernizá-la", como querem alguns. Será preciso transformá-la profundamente. A escola enfrenta desafios que não existiam há 25 anos atrás. Papert (1985) profetizava: “O computador não vai mudar a escola. Ele vai obrigar a escola a se modificar.” E a escola vem se modificando, mesmo que a própria escola e o professor não percebam. A história da tecnologia educacional contém muitos exemplos de inovação conservadora, de ênfase no meio e não no conteúdo. Devido ao efeito dramático e sedutor da mídia, em certos casos a atenção era concentrada na aparência da aula, tomando-se como algo “dado” o conteúdo veiculado, seja na sala de aula por apresentação de imagens ou filmes, seja pela difusão ampla de conteúdos, através da TV, do rádio ou mesmo de livros-texto repletos de figuras, cores, desenhos e fotos.
a escola deixará de ser "lecionadora" para ser "gestora do conhecimento" 24
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As disciplinas de fundamentação também não contribuíam, ao preconizarem princípios e leis gerais de aprendizagem e de ensino sem focar a aplicação de tais conhecimentos em conceitos específicos e sem uma pesquisa sobre o ensino de tais conceitos: uma pesquisa que oferecesse ao professor indicadores da eficácia dos novos meios e modos de apresentar o conteúdo. Assim, à primeira vista, impressionava o uso de aulas impecáveis, projetadas em tela de tamanho considerável, com recursos que podiam distrair o aluno espectador, principalmente quando o aprendiz não entendia ou não gostava do conteúdo. Atualmente a inovação conservadora mais interessante é o uso de programas de projeção de tela de computadores, notadamente o PowerPoint ou o Prezi, com os quais o espetáculo visual e auditivo pode tornar-se um elemento de divagação, enquanto o professor solitário na frente da sala recita sua lição com ajuda de efeitos especiais, mostrando objetos que se movimentam, fórmulas, generalizações e imagens que podem ter pouco sentido para a maioria de um grupo de aprendizes.
A inatividade (física e mental) do aprendiz é reforçada pelo ambiente da sala, geralmente à meia luz e com ar-condicionado. Como veremos mais adiante, tais tecnologias amplificam a capacidade expositiva do professor, reduzindo a parte relativa ao aluno na situação de aprendizagem. Pois bem, antes de introduzirmos a tecnologia de forma bem sucedida em nossas escolas, precisamos dar um passo inicial: trabalhar a formação de professores e convencê-los – por mais difícil que isso possa ser em alguns casos – a abandonarem a postura de palestrar, como detentores do saber de forma unilateral, e a começarem a permitir que seus alunos aprendam por si mesmos, descubram e ultrapassem seus limites, ampliando a eficácia dos processos de aprendizagem. Se conseguirmos concordar que o papel da tecnologia nas nossas salas de aula é o de apoiar a nova pedagogia, a partir da qual os alunos ensinam a si mesmos com a orientação do professor, então poderemos nos movimentar muito mais rapidamente pela estrada que leva à obtenção dessa meta. No entanto, se cada pessoa continuar a falar sobre o papel da tecnologia de forma diferente, isso levará muito mais tempo para acontecer.
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O computador e a produção do conhecimento escolar: o interacionismo de Vygotsky A integração de novas tecnologias nas escolas precisa enfatizar a importância do contexto sóciohistórico-cultural em que os alunos vivem e dos aspectos afetivos que suas linguagens representam. O uso de computadores como um meio de interação social, onde o conflito cognitivo, os riscos e desafios e o apoio recíproco entre pares está presente, é um meio de desenvolver culturalmente a linguagem e propiciar que a criança construa seu próprio conhecimento. Segundo RICHTER (2000), as crianças precisam correr riscos e desafios para serem bem sucedidas em seu processo de ensinoaprendizagem, produzindo e interpretando a linguagem que está além das certezas que já tem sobre a língua. Pag. 136. Vygotsky valoriza o trabalho coletivo, cooperativo, ao contrário de Piaget, que considera a criança como construtora de seu conhecimento de forma individual. O ambiente computacional proporciona mudanças qualitativas na zona de desenvolvimento proximal do aluno que não acontecem com muita frequência em salas de aula “tradicionais”. A colaboração entre crianças pressupõe um trabalho de parceria conjunta para produzir algo que não poderiam produzir individualmente. A zona de desenvolvimento proximal, comentada anteriormente, possibilita a interação entre sujeitos, permeada pela linguagem humana e pela linguagem da máquina, força o desempenho intelectual porque faz os sujeitos reconhecerem e coordenarem os conflitos gerados por uma situação-problema, construindo um conhecimento novo a partir de seu nível de competência que se desenvolve sob a influência de um determinado contexto sóciohistórico-cultural. Wallon também acredita que o processo de construção do conhecimento passa por conflitos, momentos de crises e rupturas.
ZDP
saber atual
Zona de desenvolvimento real
Zona de desenvolvimento potencial
Mediação - ZDP
Zona de desenvolvimento proximal
saber a ser alcançado
Zona de desenvolvimento Proximal
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Pierry Levy- http://www.caosmose.net/pierrelevy/
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aprofundando
No site acima sugerido, você poderá encontrar muitos textos que trazem uma abordagem bastante diversificada sobre as tecnologias da inteligência e outros temas discutidos por este filósofo e sociólogo francês. O texto EDUCAÇÃO E CIBERCULTURA apresenta uma nova relação com o saber. Vale a pena conferir.
A colaboração em um ambiente computacional torna-se visível e constante, vinda do ambiente livre e aberto ao diálogo, da troca de ideias, onde a fala tem papel fundamental na aplicação dos conteúdos. A interação com o parceiro sentado ao lado, com o computador, com os conhecimentos, com os professores que seguem o percurso da construção do conhecimento e, até mesmo, com os outros colegas que, apesar de estarem envolvidos com a procura, pesquisa e navegação, prestam atenção ao que acontece à sua volta, resulta numa grande equipe que busca a produção do conhecimento constantemente. Através disso tudo a criança ganhará mais confiança para produzir algo, criar mais livremente, sem medo dos erros que possa cometer, aumentando sua autoconfiança, sua autoestima, aprendendo a aceitar críticas em meio às discussões acerca de um trabalho feito pelos seus próprios pares. Entre outros estudiosos das tecnologias da informação e comunicação, Pierry Lévy fomenta a teoria da “inteligência coletiva” a partir da interação com as TCI’s. O “motor” da sua teoria são as redes computacionais de informação – o que ele batizou, desde cedo, como sendo a base para a cibercultura, um novo patamar de relacionamento humano, num espaço virtualizado, mediatizado pela internet.
Faça a leitura do artigo, acessando o site: http://www.caosmose.net/pierrelevy/educaecyber.html
“Observemos o comportamento de uma multidão. Uma multidão é menos inteligente do que um indivíduo dessa multidão. O fato de diversos indivíduos estarem reunidos não ajuda muito. Se observarmos uma administração muito burocrática, centralizadora, com uma hierarquia rígida, vamos dizer que essa administração é provavelmente mais inteligente do que uma multidão porque ela pode fazer muitas operações e chegar a um certo resultado, mas ela não equivale à multiplicação de todas as inteligências das pessoas que participam dessa hierarquia burocrática. Provavelmente essa hierarquia burocrática é menos inteligente do que o grupo de dirigentes.”
A Teoria da aprendizagem da era digital O Behaviorismo, o cognitivismo e o construtivismo são as três grandes teorias da aprendizagem mais frequentemente usadas na criação de ambientes instrucionais. Essas teorias, contudo, foram desenvolvidas em um tempo em que a aprendizagem não sofria o impacto da tecnologia. Através dos últimos vinte anos, a tecnologia reorganizou o modo como vivemos, como nos comunicamos e como aprendemos. As necessidades de aprendizagem e teorias que descrevem os princípios e processos de aprendizagem, devem refletir o ambiente social vigente.
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Vaill enfatiza que “a aprendizagem deve ser um modo de ser - um conjunto usual de atitudes e ações que pessoas e grupos empregam para tentar se manter a par dos eventos surpreendentes, novos, confusos, perturbadores que aparecem sempre...” (1996. pag 42). Nesse sentido a Teoria do Conectivismo, responde às perguntas do nosso tempo.
Diversidaddes de opniões Processo da conexão de nós especializados ou fontes de informação Tomar a decisão de aprender, o que aprender e verificar o que vai alterar com a informação obtida Aplicativos não humanos
Conectivismo Atualização a principal intenção da teoria
Capacidade de conhecer mais
Capacidade de identificar conexões
Conexões são necessárias para facilitar a aprendizagem contínua
Inovações e práticas a partir das tecnologias Há algum tempo atrás, poderíamos afirmar que a finalidade última da utilização das tecnologias no processo de ensino e aprendizagem era o de “aprender informática“. Para que os alunos pudessem sentir-se confortáveis diante de uma nova ciência, a ciência da informática, e diante de outra cultura, a cultura do computador, era necessário conhecer o computador, aprender seu funcionamento, como está estruturado internamente, para que serve e quais são as suas implicações sociais, isto é, adquirir um vocabulário básico de um novo alfabeto informático.
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Com a pressão que a sociedade exerceu sobre as instituições educacionais, tornou-se necessário que aos futuros cidadãos fosse ensinada uma nova cultura e oferecida uma formação de acordo com as exigências do momento, evitando assim as dificuldades vivenciadas por um considerável número de pessoas das gerações anteriores que, no seu momento, não receberam essa formação que lhes possibilitaria agir como usuários da informática. “Atualmente, parece ter sido superada a confusão que dominou a década de 80 em termos do ‘usuário’ da informática e o programador informático. A aprendizagem da programação pode ser considerada a partir de dois pontos de vista: a programação como um fim ou a programação como um meio.” Skinner, a partir da publicação de sua obra Máquinas de Ensinar (1958), já afirmava que “a análise experimental do comportamento produziu, senão uma arte, pelo menos uma tecnologia do ensino pela qual é possível deduzir programas, planos e métodos de ensino”. (1973, p.73) Mais tarde, com uma fundamentação em conceitos tomados da psicologia da aprendizagem, foram concretizadas ações como a especificação dos objetivos em função da aprendizagem e a individualização do ensino, gerando assim a psicologia cognitiva. Mais adiante, voltaremos a conversar sobre esse assunto. Sabemos que um dos objetivos das TDIC´s aplicados à educação é propiciar a construção do conhecimento, como etapa fundamental do processo de aprendizagem, por meio da inserção das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação na prática pedagógica, assim como apoiar as atividades de sala de aula, criar novas estratégias pedagógicas e desenvolver projetos. Podemos afirmar que a mudança tecnológica é mais rápida que a mudança social ou institucional. Apesar das diferentes velocidades, é possível detectar uma evolução nos projetos que utilizam tecnologia para uso nos contextos de ensino. Nesse contexto, surge um outro aspecto carente de discussão, que é a questão dos elos: não se moderniza rompendo com tudo o que veio antes, ou seja, reformas radicais levam à desestruturação. Como estudamos anteriormente, o uso de TDIC´s na educação passou por uma evolução em 5 gerações: a primeira geração, a da fase da alfabetização em Informática; a segunda geração, com a criação de software específico para Educação; a terceira geração, que culminou com o uso de multimídia; a quarta geração, com o trabalho interativo, a cooperação, o acesso e a disseminação de conteúdo através da internet e a quinta geração, que consolidou o uso da Informática na Educação com o uso combinado de multimídia e hipermídia, internet e softwares educacionais, culminando com os objetos de aprendizagem.
a mudança tecnológica é mais rápida que a mudança social ou institucional 29
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Geração X, Y e Z Geração X, Y e Z são conceitos sociológicos que caracterizam pessoas que nasceram em diferentes momentos. A Geração X consiste em pessoas que nasceram no final dos anos 60 até o início dos anos 70; a geração Y é composta por pessoas que nasceram nos anos 80 (apesar de alguns autores incluírem nesta geração pessoas que nasceram no final da década de 70); a geração Z é representada por pessoas que nasceram na década de 90.
A Geração Y: Na década de 2000, quando o mérito do assunto é tecnologia, fica difícil acompanhar a Geração Y, que já se acostumou à adaptabilidade que as inovações (criadas em ritmo exponencial) exigem, deixando as gerações anteriores para trás. O crescimento da internet, em termos de número de usuários no mundo, fez com que observássemos que em 2009 a Geração Y representava 30% dos usuários da internet. O mundo, pela internet, pode se unir em prol de causas universais independentemente da distância geográfica. Agora a juventude global também compartilha música, moda, filmes, livros ou qualquer outro tipo de conteúdo. Já na questão do tempo, essa geração quer cada vez mais suas demandas atendidas imediatamente (devido aos aplicativos de mensagens instantâneas como MSN, Gtalk, What’s App e à velocidade atual dos downloads de filmes e músicas). Para a Geração Y, a unidade de tempo é bem menor que às anteriores. Isso também influencia em sua característica multitarefa, que consegue ao mesmo tempo realizar dezenas de atividades (ouvir música, ver televisão, conversar no MSN, ler seu Twitter, fazer o dever de casa e checar as atualizações do Facebook, por exemplo).
Geração Z Eles não conheceram o mundo sem internet, não diferenciam a vida online da off-line e querem tudo para agora. São críticos, dinâmicos, exigentes, sabem o que querem, são autodidatas, não gostam das hierarquias, nem de horários poucos flexíveis. Cada geração é influenciada por diversos fatores que influenciam a cultura da sua época (como a tecnologia, desenvolvimento econômico atual do país em questão, etc) e por isso têm formas distintas de viver e pensar.
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Convivemos com mais telefones celulares e tablets do que pessoas no planeta O acesso aos recursos tecnológicos é de fundamental importância na formação de nossas crianças, jovens e adultos diante do crescente desenvolvimento digital em que vivemos. Cada vez mais os aparelhos digitais móveis estão presentes em nosso cotidiano destacando-se os smartphones e tablets. A tecnologia está na palma da mão, utilizá-la para uma comunicação mais eficaz, para acessar informações, conectar-se a outras pessoas e como um recurso facilitador da aprendizagem em combinação com outras tecnologias (TIC) nos permite acesso ao conhecimento a qualquer hora, rompendo as barreiras geográficas.
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Confira as Diretrizes de Políticas para a aprendizagem Móvel da UNESCO, acessando: h t t p : / / u n e s d o c . u n e s c o . o r g / i m a g e s / 0 0 2 2 / 0 0 2 2 7 7 / 2 2 7 7 7 0 p o r. p d f
No relatório Diretrizes de políticas da UNESCO para a aprendizagem móvel, aparelhos móveis são definidos “reconhecendo simplesmente que são digitais, facilmente portáteis, de propriedade e controle de um indivíduo e não de uma instituição, com capacidade de acesso à internet e aspectos multimídia, e podem facilitar um grande número de tarefas, particularmente aquelas relacionadas à comunicação”. (2013:08) A aprendizagem personalizada é assegurada na era digital a partir da portabilidade, principal característica da tecnologia móvel que agrega informação em tempo real e atualização de recursos, favorecendo estilos de aprendizagens diferentes. O relatório apresenta os benefícios da aprendizagem móvel em diálogo com a aprendizagem formal e não formal. Fornece apoio à formação docente e indica estratégias para acesso igualitário a aprendizagem a partir de um “roteiro e uma exposição de motivos para formuladores de políticas e outras pessoas que buscam transformar os aparelhos móveis, cada vez mais presentes em todos os lugares, em ferramentas da educação”. (UNESCO, 2013:44)
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Neurociência e a Tecnologia Com o uso de tecnologias na educação uma nova área de estudos se debruça sobre as novas práticas educativas que se estabelecem: a neurociência, que entre os muitos aspectos estudados define que a capacidade de desenvolver plasticidade cerebral, garante que estímulos multissensoriais são capazes de fazer uma mesma pessoa se colocar em diferentes situações, proporcionando experiências ricas de afetividade e empatia, podendo desenvolver habilidades até então desconhecidas e permitindo, ainda, considerar o erro e avaliação como janelas de aprendizagem, principalmente nos anos iniciais.
Assim como o smartphone, viemos com algumas “configurações de fábrica”, trata-se do nosso sistema neurológico. Ele, porém, envolve modificações anatômicas e funcionais que precisam da experiência do sujeito no meio para se completar (Riesgo, 2007). Conheça o que Doherty (1997 apud Bartoszeck 2007), destaca como exemplos de janelas de aprendizagem:
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JANELAS DE OPORTUNIDADES - Períodos mais propícios ao desenvolvimento de habilidades Funções
Faixa ótima de desenvolvimento
Visão
0-6 anos
Controle emocional
9 meses-6anos
Formas comuns de reação
6 meses-6 anos
Símbolos
18 meses-6anos
Linguagem
9 meses-8 anos
Habilidades sociais
4 anos-8 anos
Quantidades relativas
5 anos-8 anos
Música
4 anos-11 anos
Segundo idioma
18 meses-11anos Fonte: Doherty (1997 apud Bartoszeck 2007)
Com isso entende-se que, quando estimulado pelas tecnologias, os seres humanos, principalmente as crianças, são capazes de desenvolver a plasticidade cerebral necessária para alcançar estruturas do saber muito além da compreensão atual. Um universo de possibilidades se abre para que elas sejam desenvolvidas, permitindo que a ação pedagógica compreenda que os desdobramentos do sistema nervoso central se tornem o centro do processo de aprendizagem.
O amplo acesso e o uso das novas tecnologias condicionam a reorganização dos currículos
O papel do professor na sociedade da informação Um novo tempo, um novo espaço e outras maneiras de pensar e fazer educação são exigidos na sociedade da informação. O amplo acesso e o uso das novas tecnologias condicionam a reorganização dos currículos, dos modos de gestão e das metodologias ativas utilizadas pelo professor na prática educacional. A necessidade de organização do que vai ser desenvolvido durante a aula, reorienta o planejamento didático da disciplina no qual participam, cooperativamente, professores e alunos. As novas atividades didáticas realizadas em ambientes virtuais, atividades em grupos nos fóruns, as inúmeras formas de interação e colaboração entre professores e alunos, exigem conhecimentos tecnológicos e habilidades específicas de professores, instrutores e aprendizes. Nesse sentido, o ponto fundamental da nova lógica e de ensinar utilizando as tecnologias digitais da informação e comunicação é a redefinição do papel do professor.
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A nova lógica da sociedade da informação traz o professor para o meio do grupo de aprendentes. O professor passa a encarar a si mesmo e a seus alunos como uma “equipe de trabalho”, com desafios novos e diferenciados a vencer e com responsabilidades individuais e coletivas a cumprir. (KENSKI, 2012 , p. 93) Nessas últimas décadas muitas foram as alterações que fizemos na nossa prática como professores e pesquisadores. Utilizamos vários programas de computadores, pesquisamos nas redes, utilizamos nossas webcans para fazer vídeos, integramos equipes para construção de blogs e home pages, participamos de fóruns e listas de discussão, chats, videoconferências... aprendemos a não temer as máquinas, a não achar que elas podem nos substituir em nossas funções. Neste contexto, surgem novos tipos de estruturas grupais de ensino: grupos de estudos, equipes de trabalho, estudos de caso e comunidades de aprendizagem. Todos esses agrupamentos são formados por pessoas (professores e alunos) que partilham interesses e opiniões sobre os mesmos temas. Muitas vezes esses grupos se originam de turmas tradicionais, formadas por alunos e professores que participam de uma mesma disciplina e que querem continuar juntos, aprofundando seus conhecimentos no assunto.
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Segundo KENSKI (2102), a partir do domínio do conhecimento tecnológico básico, e de sua aplicação às atividades de ensino, novos desafios e preocupações nos assaltam. Saímos do excessivo otimismo pedagógico que, em alguns casos beira o “delírio tecnológico”, e caímos na realidade das especificidades das tecnologias e nos seus limites , suas deficiências e precariedades. Há séculos se debate sobre qual o papel do professor no contexto pedagógico. Porém, com o crescimento da educação à distância, o papel desse profissional tende a fortalecer a ideia de que cabe a esse docente do século XXI o papel de mediador que deve tutorar o aluno num mundo onde é mais importante administrar e desdobrar uma informação do que a apropriação dela. É bem conhecido que nossos problemas educacionais são de difícil solução. Somam-se a eles, na perspectiva da educação tecnológica, alguns novos impasses. A sociedade contemporânea, por sua vez, enfatiza a relevância da educação permanente e de qualidade para todos. O atual momento da sociedade da informação apresenta para o ensino na atualidade algumas novas questões e desafios. A atuação de qualidade do professor na sociedade da informação vai depender de toda uma reorganização estrutural do sistema educacional, da valorização profissional da carreira docente e da melhoria significativa da sua formação, adaptando-se às novas exigências sociais e oferecendo-lhe condições de permanente aperfeiçoamento e constante atualização. Vamos para a próxima unidade!
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Internet na Educação Objetivos - Conhecer a importância da utilização da internet na educação, - Identificar o potencial da internet no que se refere aos meios telemáticos de comunicação, - Conhecer seus serviços e sua aplicabilidade no processo de ensino aprendizagem.
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Introdução Estamos chegando ao final do curso! Até aqui, aprendemos muitos assuntos importantes para que você esteja preparado para organizar um projeto de informática aplicada à educação em sua sala de aula. Vimos, nas primeiras unidades, o que é a tecnologia e como, aos poucos, fomos evoluindo a partir da sua utilização e transformações. Agora, na unidade 4, discutiremos a internet na educação e Educação a Distância. Temos a certeza de que, por meio dessa rede mundial de comunicação, construiremos muitos novos saberes juntos.
A Internet e sua trajetória na educação Desde os anos 90, a internet tem avançado em todas as esferas organizacionais da sociedade e, agora, na escola. Nesse cenário, cada um de nós, educadores, membros da sociedade e críticos do novo, buscamos respostas para crer que a internet possa ser um produtivo canal interativo que possibilite construir coletivamente novos conceitos e nos faça pensar sobre como vamos utilizar esse novo objeto de conhecimento na educação. Podemos afirmar que a internet não é o objeto que vem solucionar a questão, mas é a ferramenta que elimina o modelo centralizado no professor, permitindo a conexão com o mundo a partir de um computador.
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E pra você, para que serve a internet? Pense, reflita, tente responder a pergunta e depois, continue a leitura desta unidade
Pela evolução das redes, nota-se o interesse acadêmico em seu desenvolvimento porque os fatores de cooperação, pesquisa, ensino, armazenamento e disseminação não seriam mais centralizados em universidades, mas sim globalizados em grandes grupos de pesquisa formados por professores, alunos e outros pesquisadores geograficamente distantes. Para que serve a internet? Faz sentido nos perguntarmos para que serve essa imensa rede. Segundo Carlos Nader (2000) in Magdalena B. (2003,) a internet serve: “Para interligar ou para enredar? Para nos cercar ou para nos acercar? Para transportar diversidade cultural ou para intoxicar de informação? Para tentar intermediar o contato imediato ou para romper de uma vez a barreira da distância entre os homens? Para limitar a individualidade da expressão ou para ampliar como nunca os limites da expressão da individualidade? São infinitas as perguntas. E as respostas contêm o paradoxo do livre arbítrio. ” (p.13-14)
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Possibilidades da utilização da Internet Na era da Informação, a internet pode ser uma grande alternativa para democratizar o ensino e enfatizar a prática da educação permanente. A internet nos permite romper as fronteiras da sala de aula e ao mesmo tempo trazer novas possibilidades para dentro dela. Nesse sentido, na atuação do professor, será fundamental estimular e mobilizar sua exploração. Porém, é muito mais importante ensinar aos alunos a gerenciar as informações obtidas na rede, transformando-as em conhecimento. Vamos conhecer algumas possibilidades do uso da internet na sala de aula:
Uso pedagógico da internet Pois bem, segundo Dall Igna (1996), o computador pode ser empregado em duas abordagens distintas, uma como um transmissor de informações previamente selecionadas pelo professor, outra como uma ferramenta auxiliar na construção de conhecimento pelo próprio aluno. Como transmissor, pode armazenar grandes quantidades de informação, podendo o aluno acessá-las em qualquer parte do mundo. Mas informação não é conhecimento! Informação sem uma mente que a analise, que a compreenda e que a use corretamente, é inútil, não importando o quanto seja rica ou o quanto seja abundante.
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O computador, como auxiliar na construção do conhecimento, desenvolve o pensar, a cooperação e o espírito crítico, à medida em que há troca de ideias, informações e conhecimentos com outras pessoas com visões, conhecimentos, formas de vida diferentes. Nesse ponto, há a necessidade do professor agir não apenas como transmissor, mas como guia na construção do conhecimento individual e globalizado, à medida que estimula a descoberta e a formação do raciocínio, através de um diferencial motivador, que é a internet.
Trajetória da Internet no Brasil De acordo com Moran (1997), o Brasil possui incansáveis pesquisadores que elevam o país entre os mais desenvolvidos na área de utilização do computador no ensino. Nessa perspectiva, trabalha-se com a ideia de um grande sistema de rede aberto e instável, no qual são realizadas trocas de informações fundamentais para a construção e transformação coletiva de conhecimentos. A Escola do Futuro, por exemplo, é um grupo de pesquisa da Universidade de São Paulo, pioneiro na implantação de uso de redes eletrônicas no ensino fundamental e médio.
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Escola do futuro http://futuro.usp.br/portal/website.ef;jsessionid=4B 5E241720F2CAB13F626B0A5379AFB4
Temos países em rede buscando se fortificarem mutuamente; professores brasileiros em rede, em fóruns e listas de discussão; alunos em rede, trabalhando em projetos partilhados; escolas em rede discutindo formas mais democráticas de gestão. Todas essas redes têm sua tessitura facilitada pela tecnologia, principalmente pelas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TIC), das quais destacamos a internet.
Serviços da Internet no Ensino
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Amplie seus conhecimentos assistindo o vídeo sobre a História da internet https://www.youtube.com/watch?v=b3iZnC652Yo
Hoje não há dúvidas de que as tecnologias digitais da informação e comunicação fazem parte do processo de aprender na escola. Quando se discute a internet na educação, apresenta-se a necessidade de integrar a internet com as outras tecnologias. Não se pode pensar que a internet consegue mudar sozinha os paradigmas que requerem projetos educacionais e uma filosofia educacional condizentes com a formação do conhecimento para a realidade do século XXI, e não dos séculos passados, em que se frequentava a escola em um mundo tido como estável. A internet possui serviços que possibilitam criar ferramentas de ensino-aprendizagem para alunos e professores, tanto a nível básico como universitário. A possibilidade de descobrir lugares inesperados, de conteúdos de interesse, sites curiosos, programa úteis, pessoas divertidas e informações, aumenta a motivação ligada à curiosidade e à modernidade apresentada pela internet. Ao começar a interagir com textos, imagens, narrativas, formas coloquiais e formas elaboradas, espaços diferentes, culturas, tempos e ainda com pessoas próximas e distantes, de mesma idade e de idades diferentes, on-line ou off-line,
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os alunos desenvolvem a aprendizagem cooperativa, a pesquisa em grupo, a troca de resultados. A riqueza de interações promove o desenvolvimento da intuição, uma adaptação no ritmo de pesquisa de cada um, estabelece novas formas de comunicação, inclusive em outras línguas, mais abertas, conectadas, englobando sons, textos e imagens em movimento. Você já utilizou alguma atividade utilizando a internet como recurso didático em sua sala de aula?
Os serviços da internet Com a utilização dos serviços da internet, as fronteiras que dificultam a comunicação, a cooperação e a formação do conhecimento, tais como o tempo limite de aula, são quebradas e cria-se um grupo de alunos e professor mais unido, participativo, investigador e interessado, à medida que cada elemento sente-se parte integrante da formação do conhecimento do grupo. Nesse caso, a proposta metodológica se modifica, passando do ensinar para o “aprender a aprender”. Veremos, a seguir, alguns dos serviços da internet mais utilizados para dinamizar o processo de aprendizagem:
World Wide Web A teia mundial (www), fornece uma infinidade de assuntos que tanto podem ser banais como científicos dependendo do projeto de criação da home page. A função da Web é promover a publicação de algum conteúdo, tanto comercial, como pessoal, e científico. No que se refere ao ensino-aprendizagem, este serviço consegue interligar, através de links, conteúdos específicos de diversas áreas que estão fundamentadas em alguma forma de pesquisa. Daí tornar-se uma ferramenta que publica projetos e estudos, interligando-os com continuações localizadas em outras universidades dentro ou fora do país, facilitando uma linha de pesquisa. Ao se criar uma home page para uma disciplina, o professor consegue um "algo mais", porque deve elaborar não apenas uma página para a internet, mas um centro de busca do conhecimento, fundamentada nas conexões de conteúdos tanto locais como em outros centros, fazendo o acadêmico navegar no conhecimento.
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Correio Eletrônico (e-mail) O e-mail compreende uma forma prática e simples de comunicação com qualquer pessoa usuária da internet. Pelo fato de sua comunicação ser assíncrona, ou seja, não há necessidade de o destinatário estar conectado à internet para o remetente enviar uma mensagem, faz com que se crie um meio diferenciado de troca de informação fundamentado na rapidez e no núcleo do objeto, que é o assunto básico da mensagem.
A possibilidade de se publicar projetos pessoais acessíveis ao mundo, dá a noção do quanto a relação ensinoaprendizagem está globalizada
No ensino, o e-mail é visto como ferramenta para troca de conhecimento e um meio de se estar presente em grupos de pesquisa, emitindo conclusões, opiniões e experiências desenvolvidas em qualquer área do conhecimento, com pessoas de diferentes níveis de especialização, localizadas em qualquer centro de pesquisa e estudos no mundo. Isso abre novos caminhos de conhecimento, que até então eram inacessíveis por estarem geograficamente distantes ou pela falta de literatura técnica desses desenvolvimentos científicos. A possibilidade de se publicar projetos pessoais acessíveis ao mundo, dá a noção do quanto a relação ensinoaprendizagem está globalizada, podendo quebrar barreiras quanto às diferenças entre conhecimentos.
Fórum Fórum é um recurso interativo assíncrono. No fórum não é necessário que todos se comuniquem ao mesmo tempo em tempo real. Ele permite a construção, organização e registro dos comentários de autorias individuais ou dos grupos. Permite também que sejam disponibilizados documentos relativos ao tema em questão. Cada participante poderá acessar o fórum e registrar um comentário sobre o assunto ou tópico proposto pelo professor. Saiba que só é possível construir coletivamente o conhecimento quando dispomos da contribuição singular de cada participante.
Listas de discussão Esse serviço leva o usuário a participar de discussões sobre assuntos variados inscrevendo-se em uma lista de discussão. Para tal, é necessário apenas que o participante possua uma conta de e-mail e se cadastre em um assunto de sua especialidade. O funcionamento das listas de discussão está fundamentada na característica de existir um servidor de listas. Quando um participante emite uma conclusão, deve enviar ao servidor da lista que retransmite a todas as contas de e-mail, inscritas no assunto. Podem existir listas moderadas e não moderadas. Moderadas - As moderadas fornecem um serviço de filtragem dos conteúdos, liberando aqueles cujo teor seja relevante para o assunto, promovendo, assim, uma maior seriedade nas discussões. Não moderadas - Para as não moderadas as mensagens são enviadas imediatamente para os participantes.
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Esse recurso ainda possibilita ao aluno discutir assuntos de seu interesse com outros alunos de outras universidades, com professores ou com qualquer outra pessoa interessada no assunto. Assim, desenvolve-se não apenas o conhecimento, visto que há interação com novas experiências e novos conceitos, mas também a forma de se expressar uma opinião, exigindo um embasamento científico ou de raciocínio lógico da questão.
Chat Chat é um recurso síncrono que permite a conversação, em tempo real, de várias pessoas. Ao escolher uma sala (Chat), o usuário entra em um local de conversa, ou seja, todos na sala estão identificados com um nome ou apelido e pelo qual sabem quem está ali. Então, a conversa pode fluir escolhendo-se um nome para envio da mensagem de forma pública para toda a sala ou de forma reservada para o nome escolhido. Vale ressaltar que pelo fato de a conversação ser em tempo real, cria-se um dinamismo maior na troca de informações. Pode-se, por exemplo, criar uma sala de conversação sobre uma disciplina, onde alunos e professor, de forma controlada, questionam e esclarecem dúvidas. Vale lembrar que existe, nesse caso, a necessidade de uma organização em termos de assuntos e horários para a entrada na sala de bate-papo. Podemos afirmar que os serviços oferecidos pelo computador e pela internet podem se converter numa ferramenta de auxílio ao professor tanto de forma didática como pedagógica. Cabe, então, implementar experiência práticas com esses recursos, promovendo uma exploração maior de conhecimentos e abrindo as portas do mundo da sala de aula para o mundo globalizado.
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Aprenda sobre as expressões utilizadas na internet e seus conceitos acessando o Glossário da internet através dos endereços: http://www.netds.com.br/portug/glossario.htm http://teclec.psico.ufrgs.br/oea/riel.html
Ensino a Distância Agora discutiremos sobre a Educação a Distância – EaD, uma modalidade de ensino que vem ganhando espaço, devido ao grande aumento da população mundial na segunda metade deste século, além do fator democratizante da educação neste mesmo período. Outro fator importante, que vale a pena ser ressaltado, é que hoje a demanda por educação nos diferentes níveis de ensino e de especialização é muito maior do que há décadas. Para dar início ao assunto, propomos uma reflexão sobre questões que envolvem a Educação a Distância. Vamos lá?
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Primeiramente, vamos entender o que é Educação a Distância, pela leitura do texto disponível no endereço: http://www.feg.unesp.br/~saad/zip/ OqueeEducacaoaDistancia_Ivonio.htm
Partindo da leitura do texto, podemos afirmar que a primeira forma de Educação a Distância foram os cursos por correspondência na Europa. Este meio de educação a distância foi muito utilizado até meados deste século, quando o rádio e a televisão instrucionais tornaram-se populares. Podemos afirmar que o desenvolvimento da educação a distância (EaD) pode ser descrito basicamente em três gerações, que sempre acompanharam os avanços e recursos tecnológicos e de comunicação de cada época:
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Primeira Geração A primeira geração é caracterizada pelo material impresso iniciado no século XIX.
Segunda Geração A segunda geração usufruiu dos programas radiofônicos e televisivos, aulas expositivas, fitas de vídeo e material impresso. A comunicação síncrona predominou neste período. Nessa fase o Instituto Universal Brasileiro desempenhou um papel significativo em termos de ensino a distância no Brasil, estando há mais de 60 anos nessa modalidade educativa.
Terceira Geração A terceira geração eliminou o tempo fixo para o acesso à educação, a comunicação é assíncrona em tempos diferentes e as informações são armazenadas e acessadas em tempos diferentes sem perder a interatividade. As inovações da web possibilitaram avanços na educação a distância nessa geração do século XXI.
As diferentes modalidades da EAD A educação a distância é uma modalidade de ensino em que estudantes e professores não necessitam estar presentes num local específico durante o período de formação. Existem duas modalidades de ensino a Distância: semi-presencial e via internet. Como já estudamos anteriormente, no início do ensino a distância utilizou-se a correspondência postal para enviar material ao estudante. Mais tarde, surgiram outros meios instrucionais, como os materiais impressos, vídeo ou áudio e exercícios enviados via fax comentados depois de feitos pelo estudante. Além dessas alternativas didáticas de ensino, os estudantes também consultavam seus tutores por telefone ou visitando os pólos de atendimento presencial. Com a chegada da internet (com o e-mail e todos os outros recursos disponíveis na Rede Mundial de Comunicação – WWW) ela tornou-se largamente utilizada, ampliando o campo de abrangência da EAD.
EAD
A Educação a distância é uma modalidade e não um método, pois método significa processo de técnica. Ela também não enquadra na categoria de metodologia. A EAD pode ser aplicada em diversas concepções e metodologias de Educação.
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Vejamos agora como se caracteriza a EAD. A EAD caracteriza-se pelo estabelecimento de uma comunicação de múltiplas vias, suas possibilidades ampliaram-se em meio às mudanças tecnológicas como uma modalidade alternativa para superar limites de tempo e espaço. Podemos dizer que os referenciais da Educação a Distância são fundamentados nos quatro pilares da Educação do Século XXI, publicados pela UNESCO, que são: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender ao longo da vida.
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Os 4 Pilares da Educação Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Atualmente, consideram-se quatro pilares da educação. São estes: Saber ser (Refere-se aos conhecimentos de si mesmo, nossa historicidade e cultura) Saber fazer (Refere-se à construção de habilidades) Saber conviver (Refere-se às habilidades sociais. Aprender a conviver em sociedade) Saber aprender (Refere-se às habilidades de aprender a aprender, de manter-se aprendendo) Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Pilares_da_ Educa%C3%A7%C3%A3o"
Educação a distância ou Ensino a distância? Como você definiria? Bem, já sabemos que educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente. Sabemos também que essa modalidade é mais adequada para a educação de adultos, principalmente para aqueles que já têm experiência consolidada de aprendizagem individual e de pesquisa, como acontece no ensino de graduação e no de pós-graduação. Segundo Moran (2002), na expressão "ensino a distância" a ênfase é dada ao papel do professor (como alguém que ensina a distância). Preferimos a palavra "educação" que é mais abrangente, embora nenhuma das expressões seja perfeitamente adequada. Hoje temos a educação presencial, a educação semipresencial (parte presencial/parte virtual ou a distância) e a educação a distância (virtual).
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Para que você conheça mais sobre as modalidades da EAD, leia o texto Educação inovadora presencial e a distância, de José Manoel Moram. Nesse texto, o autor apresenta as diferenças entre os cursos presenciais e a distância, assim como discute ainda sobre a Gestão de cursos a distância. Vale a pena conferir. Acesse: http://www.virtual.nuca.ie.ufrj.br/infoeducar/artigos/ moran4.htm
Presencial A educação presencial é a dos cursos regulares, em qualquer nível, onde professores e alunos se encontram sempre num local físico, chamado sala de aula. É o ensino convencional. Semi-presencial A educação semi-presencial acontece parte na sala de aula e parte a distância através de tecnologias. A educação a distância pode ter ou não momentos presenciais, mas acontece fundamentalmente com professores e alunos separados fisicamente no espaço e ou no tempo, porém podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação. Hibrido Esse formato, que mescla momentos presenciais e a distância, atualmente é conhecido como blended learning. Existe uma tendência crescente na educação que propõe misturar os momentos de apreensão de conteúdos e conceitos com outros momentos de debate, aplicabilidade de estudos de caso, materialização de questões mais abstratas, realização de exercícios e, principalmente, com a troca de experiências.
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A UNISUAM, assim como a maior parte das instituições, oferece cursos a distância e também no ensino presencial. Esse é o modelo atual predominante no Brasil. Há também instituições de educação a distância que só oferecem programas nessa modalidade, como a Open University da Inglaterra ou a Universidade Nacional a Distância da Espanha.
As Especificidades da EaD online Quando se discute as especificidades do ensino via internet, não podemos esquecer que elas se projetam para aprendizes historicamente situados, que vivem em uma realidade muito peculiar: o nosso país, com seus bolsões de miséria e "guetos" de riqueza. Não podemos, também, desconsiderar que a educação, seja ela presencial ou via internet, se realiza numa sociedade e que seu objetivo é o processo de construção do indivíduo e dessa sociedade (Lobo, 1991 p.72). Diante desse contexto, podemos abordar aqui alguns significados que devem ser atribuídos a essas especificidades. Sabemos que atualmente o grande objetivo da educação, presencial ou via internet, tem sido a autonomia do aluno. A Escola Nova muito destacou este objetivo, expresso em uma de suas proposições básicas que é o "aprender a aprender". Paulo Freire (2003) discutiu isso em seu livro, a "Pedagogia da Autonomia" e, embora seu enfoque tenha se dirigido especificamente à prática pedagógica, ele acaba, pela dialeticidade do ato de ensinar, tratando da autonomia do aprendiz. O sujeito autônomo é aquele que está aberto à mudança, capaz de refletir criticamente, contextualizando suas ações e se comprometendo com o bem estar coletivo.
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Neste sentido, se expressam e se entrecruzam dimensões: intelectuais, sociais e políticas que nos fazem pensar que promover a autonomia do aprendiz por meio do ensino online é, sobretudo, formar o cidadão. Porém, há alguns processos didáticos que podem contribuir decisivamente para melhor expressar essa autonomia: a interatividade, a aprendizagem colaborativa e a interdisciplinaridade. Poderíamos iniciar afirmando que a interatividade depende da aprendizagem colaborativa e vice-versa.
Vamos conhecer um pouco sobre estes processos didáticos? Interatividade Hoje, podemos encontrar a interatividade em algumas tecnologias síncronas, como os chats e a videoconferência. Os saberes e as informações passam, então, a serem dispostos de forma associativa na rede a qual pertencem, modificando a lógica de acesso aos mesmos. Assim, estaria sendo construída uma inteligência coletiva, entendida por Lévy (1994, p.38) "como uma inteligência globalmente distribuída, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que conduz uma mobilização efetiva das competências".
Aprendizagem colaborativa A aprendizagem colaborativa também é considerada um recurso didático que auxilia a expressão da autonomia. Para melhor compreendê-la, podemos nos amparar em pressupostos de Vygotsky, que vê a aprendizagem como processo essencialmente social, marcado pela interação do aluno com o professor e com os companheiros. Segundo Forcheri et al.(2000), a aprendizagem pode ser desenvolvida de duas maneiras: com base em atividades individuais e de grupos; essas últimas implicando necessariamente em colaboração.
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O termo é originário do substantivo interação que designa uma "ação que se exerce mutuamente entre duas pessoas ou mais coisas, ou duas ou mais pessoas; interagir, agir reciprocamente, de forma interativa". (Aurélio, Dicionário da Língua Portuguesa- Século XXI, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000). Significa, portanto, processo de comunicação que permite ao receptor interagir ativamente com o emissor.
Outro ponto extremamente interessante da aprendizagem colaborativa, além da troca de informação e experiência entre as pessoas, é o seu caráter potencialmente motivacional: quando um aprendiz é levado a interagir com outra pessoa, o processo se torna muito mais rico e estimulante, se comparado à interação que se realiza solitariamente com uma máquina. Entendemos, pois, que trabalhando com a aprendizagem colaborativa pode-se resgatar a sala de aula em um novo tempo e um novo espaço. Os alunos preservam a ideia de "turma", mas o tempo é outro - é assíncrono. E a sala está em um outro espaço: o ciberespaço, que permite coisas inimagináveis, diferentes das possíveis no ensino por correspondência, via rádio ou através da TV educativa; o ciberespaço possui inusitadas possibilidades de interação, envolvendo alunos e professores no contexto de uma comunidade virtual de aprendizagem colaborativa.
Interdisciplinaridade Para complementar, falemos da interdisciplinaridade, que consiste na articulação entre teorias, conceitos e ideias em constante diálogo entre si; ela "não é categoria de conhecimento, mas de ação[...] que nos conduz a
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um exercício de conhecimento: o perguntar e o duvidar". Tal forma de ação favorece a articulação horizontal entre as disciplinas, numa relação de reciprocidade, propiciando, ao mesmo tempo, o aprofundamento vertical de cada disciplina e a superação da fragmentação disciplinar. "Num processo interdisciplinar não se ensina e nem se aprende: vive-se, exercese" (FAZENDA,1994, p.28). "Na sociedade da informação, todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar; reaprendendo a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social" (MORAN et al, 2001).
Concluindo Ainda percorrendo caminhos relacionados às novas estruturas didáticas estabelecidas pelos atuais formatos de EAD, se faz importante repensarmos o papel físico da escola. Em que território ela se estabelece, quais são suas barreiras, limitações de saberes ou áreas de estudo? Qual o horário e o dia em que se deve ir para a escola? Onde deve estar meu professor neste momento? Me satisfazem mais as respostas rápidas e rasas num debate síncrono ou uma opinião amadurecida em uma atividade assíncrona? E o saber está centrado em quem? No aluno, no professor ou no coletivo? Esses são alguns dos questionamentos com que aluno e professores alimentam nos últimos anos, quando se deparam com as novas possibilidades de propostas educacionais a distância. O fato é que a sala de aula perdeu sua característica quadrilátera, enfileirada e centralizadora. Os espaços de aprendizagem podem acontecer em qualquer lugar. Isso caracteriza um novo processo que alguns autores passaram a chamar de desterritorialização da educação, onde para se aprender não existe território definido, os espaços físicos deixam de ser premissa básica para o aprendizado, a pessoalidade também. Porém nos momentos de ensino hibrido, essa relação pessoal pode ser restabelecida sem que haja problema no fato dessas trocas ocorrerem no trânsito entre real e virtual. Até a próxima!
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Conheça um pouco mais sobre o conceito de desterritorialização acesse www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/ML/ article/viewFile/1915/1917
a sala de aula perdeu sua característica quadrilátera, enfileirada e centralizadora 47
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Referências ALVES, Lynn. Relações entre jogos digitais e aprendizagem: delineando percurso. In: Educação, Formação & Tecnologias, vol.1(2); pp. 3-10, Novembro de 2008, disponível no URL: http://eft.educom.pt. ARAUJO, Sara. R, A Tecnologia invade o mundo das crianças. <disponível em https:// digartmedia.wordpress.com/2010/04/11/a-tecnologia-invade-o-mundo-das-criancas/> acesso em setembro 2105 GADOTTI, Moacir. Perspectivas Atuais da Educação. São Paulo em Perspectivas, 2000. KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: O novo ritmo da informação. Campinas SP: Papirus, 2007. __________________. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 9ª ed. Campinas SP: Papirus, 2012. PRETTO, Nelson de Luca. A educação num mundo de comunicação. In: Uma escola com/sem futuro. Campinas: Papirus, 1996. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico). pp. 97-120. RICHTER, M G. Ensino do português e interatividade. Santa Maria: Ed. UFSM, 2000.
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