Revista Nosso Setor Ceará - Edição 35

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ANO 8. Nº 35 - SETEMBRO/OUTUBRO 2015 - www.portalredebrasil.com.br

CEARÁ

PIB do Ceará maior do que do Brasil, mas economia se mantém estável

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CONSUMO

Classe C irá consumir

R$ 1,35 tri durante o período de crise

O

presidente do instituto de pesquisa Data Popular, Renato Meirelles, disseque a classe C irá continuar consumindo durante a crise e gastará, nesse período, cerca de R$ 1,35 trilhão. A afirmação foi feita na primeira edição do Brasilshop, na capital mineira, promovida pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). Segundo ele, como a Classe C emergiu de uma situação de crise, ela sabe transformar crises em momentos de oportunidades. Conforme o executivo, levantamentos recentes indicam que 92% da Classe C já estão fazendo economia no seu dia-a-dia; 81% estão comparando mais os preços, 65% estão se preparando para conseguir renda externa e 45% já possuem essa renda externa.

“Há uma percepção pessimista da Classe C com relação à situação econômica, mas eles se dizem otimistas com a vida pessoal. Porque eles têm a consciência de que a economia depende dos políticos, já a vida dele depende só dele e só trabalhando ele consegue reverter a situação”, declarou. Além disso, conforme o instituto percebeu, a Classe C, nesse período de maior aperto, tem adquirido mais dinheiro e/ ou cartão de crédito emprestado, comprando mais fiado, escolhendo as marcas e priorizando os gastos. Nova Classe A e B Meirelles também ressaltou que nos próximos anos, haverá uma mudança do perfil da Classe A e B. “Essas classes vão crescer mais do que a C. São pessoas que têm bolso de Classe A e B, mas cabeça de C. Serão mais exigentes e mais resistentes à crise”, declarou. Dados do Insti-

tuto Data Popular mostram que, em 2014, 23% da população era de classe alta; 56% média e 21% baixa. Os percentuais passarão para 34% alta; 58% média e 8% baixa. Aumento no Ceará De todas as classes sociais brasileiras, a única que gasta mais do que ganha é a C. Praticamente todo mundo está gastando o que ganha, porque esses 4% da classe DE significam muito pouco. De acordo com Christine, a classe C representa 41% da população brasileira, e seu endividamento colabora para a recente desaceleração do consumo. A classe C reforça o grupo de 52% das famílias que gasta mais do que ganha. No Estado do Ceará, dentro do número que gasta mais do que ganha, 27% estão “enforcados” e 25% se mantêm relativamente equilibrados - gastando pouco a mais do que ganham.

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INFLAÇÃO

Carne e tomate são os vilões do momento dizem as donas de casa

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carne bovina, juntamente com o tomate e a cebola, está entre os itens que mais vem pesando na cesta básica do consumidor. Apesar de apresentar oscilações de preço que podem ser consideradas leves, quando comparadas às intensas variações dos hortifrútis, o alimento vem saindo até 18,67% mais caro em supermercados de Fortaleza, no comparativo entre janeiro e julho deste ano. Essa variação foi a constatada para o quilo do coxão mole, item que está entre os 20 pesquisados todos os meses pelo Diário do Nordeste, na série Dança dos Preços. A reportagem foi novamente a três estabelecimentos situados em diferentes bairros da Capital, no último dia 30 de julho, e comparou os valores obtidos com os que já haviam sido coletados nas últimas semanas dos meses de janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho e julho. Variação A variação de 18,67% foi verificada no supermercado A. Em janeiro, o quilo da carne custava R$ 21,90, valor que se repetiu nas pesquisas realizadas

em fevereiro, março e abril. Em maio, subiu para R$ 25,99 e em junho recuou para R$ 24,90, mantendo-se com o mesmo preço na última semana do mês de julho. A carne também está mais cara no supermercado C. Entre janeiro e abril, o quilo do coxão oscilou entre R$ 21,90 e R$ 22,99. Em junho, o alimento entrou em oferta e foi vendido por R$ 17,99, mas no último mês de julho alcançou o maior valor dentre todas as pesquisas já realizadas, atingindo R$ 23,49. O único local onde o alimento esteve mais barato foi no supermercado B, onde era vendido em julho pelo preço promocional de R$ 17,99. A alcatra também ficou 4,05% mais cara no

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supermercado A, no comparativo entre janeiro e julho, indo de R$ 26,90 para R$ 27,99, mas se manteve estável em um dos estabelecimentos e teve leve queda (-3,19%) no outro. Com a valorização do dólar, grande parte dos produtores estão encontrando mercados mais atrativos fora do País, o que tem diminuído a oferta nacional e impactado no aumento dos preços, afirma Gilvan Farias, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “Eles estão preferindo exportar a produção de carne. Colocando boa parte da produção para fora e deixando pouca quantidade aqui”, explica Farias.


Frango O frango ainda sai bem mais barato que a carne bovina, mas já ficou até mais caro 8,34%, de janeiro a julho. Essa variação foi constatada no supermercado B, para o quilo do frango resfriado da marca Regina. Em janeiro o produto custava R$ 5,99 e em julho, de acordo com o preço coletado pela reportagem, era vendido em oferta por R$ 6,49, o quilo. Tomate Dentre os hortifrútis, o tomate, mais uma vez, registrou a maior variação de preços. O fruto teve aumento de preço de até 302,01% no comparativo entre

janeiro e julho. Outra hortaliça que vem se destacando como vilã é a cebola, que atingiu os maiores preços já constatados pela reportagem neste ano, nos supermercados B e C na última pesquisa, realizada em julho. No estabelecimento C, a variação encontrada entre os dois meses foi de 133,33%. No local, o quilo da hortaliça custava R$ 3,15, no primeiro mês deste ano. Após diversas oscilações, atingiu o valor de R$ 7,35 no final do mês de julho. A nova vilã A alta da cebola vem sendo ocasionada, dentre outros motivos, pela queda na oferta e na

colheita do alimento na região do Vale do São Francisco, principal produtora do Nordeste. Isso vem fazendo com que as importações de países como Argentina e Espanha se intensifiquem, o que acaba deixando o preço final mais caro para o consumidor. “Em agosto, pode dar uma resfriada, mas expectativa para o mês de setembro ainda é de preço alto. Só começa a aliviar mesmo em outubro, quando chega uma safra maior do Rio Grande do Sul”, prevê o analista de mercado das Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa-CE). Com informações Diário do Nordeste

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ENTRE LINHAS

Supermercadistas encontram-se para não abrir aos domingos em 2016

Os supermercadistas têm procurado discutir um tema de grande impacto entre o empresariado, quando o tema é não abrir os supermercados aos domingos. Em sua grande maioria, concordam com o sistema, mas alegam que as grandes lojas não irão compactuar e fortalecer com a ideia. As centrais de negócios têm colocado em pauta e discutido os benefícios e os contras, em casa não abram aos domingos. O grupo de empresários, em julho, estiveram no Sebrae e abordaram o assunto e terão consultoria e acompanhamento após colocar em prática e analisar os impactos diretamente na sociedade.

Hermeto de Paula comemora mais data natalícia. Em um clima de comemorações, os amigos do saudoso Hermeto de Paula, prestigiaram-no por seus 59 anos classistas. O presidente da FCDL do Ceará, Francisco Freitas Cordeiro, saudou o homenageado. Coube ao presidente da FIEC, Beto Studart, entregar uma placa de prata em nome dos amigos e admiradores do consagrado colunista social Lúcio Brasileiro. Foi servido um fino coquetel, seguido de jantar aos convidados, que compareceram em grande número. A animação ficou por conta do conjunto Brasas Seis, sob o comando do José Maria Damasceno. “Por oportuno, homenageei o Jornalista Lúcio Brasileiro, que está completando 60 anos com sua coluna diária”, disse Hermeto

Aniversário Rede Parceria 12 Anos

A Rede de Supermercados completa mais de uma década e lança a campanha 12 Anos de Parceria fazendo economia. No período de 1 de outubro a 12 de janeiro, os mais de 16 associados e 30 lojas irão oferecer produtos com mais descontos e ofertas irresistíveis. Confira algumas fotos do evento de lançamento.

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CAPA CEARÁ

PIB do Ceará maior do que do Brasil, mas economia se mantém estável

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rise em português, distinção, decisão, sentença, juízo, separação. É um conceito utilizado na sociologia, na política, na economia, na medicina, na psicopatologia, entre outras áreas de conhecimento. ... “Pois, sem cenário doutrinário de Governo não existe econometria, como sem guerra e combate não existe a batalha, como sem rumo não existe a navegação”. (Filósofo - professor e Doutor em Econometria Mario Henrique Simonsen). De uma simples leitura de seu significado, para muitos não existe, mas para maioria da população do país é o maior temor dos tempos.

Globalização, tecnologia, inovação, educação, investimentos, todos os substantivos utilizados para ir de encontro à Crise serão insuficientes para dizer que não está ou nunca esteve em uma turbulência econômica. Quando falamos da economia do Brasil. No primeiro trimestre já era possível ouvir bater à porta as palavras: demissão, recesso, fechado, vende-se. Mas, em contramão, o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará apresentou avanço de 1,05% no primeiro trimestre de 2015 na comparação com o mesmo período de 2014. O desempenho do Estado ocorre em um cenário nacional de retração, no qual a economia do Brasil registrou

queda de 1,6%. No acumulado dos quatro últimos trimestres, o Estado aponta outro número positivo: 3,10% de alta. Para o fechamento de 2015, a previsão é de crescimento de 2% do PIB. A tendência de expansão acima da média nacional está mantida e reforçada na primeira estimativa de PIB do Governo do Estado, Camilo Santana. Os números foram divulgados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Estado do Ceará (Ipece). Segundo o diretor geral do Ipece, Flávio Ataliba, o resultado decorre principalmente da expansão das atividades relacionadas ao setor de turismo e servi-

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CAPA CEARÁ

ços públicos governamentais (3,29%). Setores como comércio e indústria de transformação tiveram retração. O Ceará conseguiu segurar a queda da atividade econômica no Estado, diferentemente do que aconteceu em outros estados e no país. Isto se deu como resultado da dinâmica de setores relacionados ao turismo, especialmente ‘transporte’ (0,93%) e alimentação e alojamento (3,03%), além dos serviços da administração pública. Quanto às perspectivas do Estado para este ano, o coordenador das Contas Regionais do Ipece, economista doutor Nicolino Trompieri Neto, acredita que, mesmo num ambiente de incertezas da economia brasileira, o Ceará deverá ter um saldo em torno de 2%. O cenário macroeconômico nacional não é dos melhores. Setores apresentam retração ou sinais de estagnação. No

Ceará há resistência. Segmentos como imóveis, automóveis e varejo têm puxado o crescimento se comparado com o País. Os números de vendas caem pelo Brasil, mas no Estado a redução é menor. Questões ligadas aos hábitos de consumo, fé na retomada do crescimento e ao tipo de economia que predomina no Ceará, como o setor de serviços, alimentação e varejo impulsionam um cenário menos adverso em relação ao quadro nacional.

demitindo que contratando, o setor supermercadista, que até então vinha na contramão, agora começa a ser impactado. Atividade forte com representatividade de 14,4% tem sustentado, pelos menos nos últimos quatro anos, a economia cearense. Deverá continuar a crescer, mas a um ritmo menor. Muito ligado à conjuntura econômica do País, diz a economista, Eloisa Furtado, especialista do IPECE.

Para os supermercadistas, isso se deve ao planejamento. Os supermercados atrelados às Redes de Negócios mantêém a estabilidade de compra e venda, mesmo no período de recessão e de menor fluxo nas lojas. Mas, alguns especialistas dizem que as vendas são decorrentes da execução de orçamentos do ano passado. Em um cenário de crise econômica em que os setores estão mais

A produção industrial cearense teve o pior desempenho entre 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A redução do ritmo observada entre março e abril de 2015 foi de 7,9% no estado. Além do Ceará, caíram também Bahia (-5,1%), Amazonas (-5,1%) e Pernambuco (-4,6%).

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Queda na indústria


Segundo o IBGE, se comparado ao mesmo período de 2014, o Ceará também apresentou um dos piores desempenhos com uma retração de 14,7%. O estado ficou atrás apenas do Amazonas (-19,9%), mas o Nordeste, como um todo, apresentou queda em todas as comparações apontadas pela pesquisa do IBGE. Serviços se consolidam O setor de agropecuária foi o que apresentou maior crescimento (20,31%), cinco vezes superior ao crescimento nacional (4%). Em seguida, aparece o setor de serviços com índice de 0,73%. Por representar a maior fatia da economia cearense, o setor de Serviços se mantém como principal alavancador do PIB do Estado. Segundo dados do Ipece, o setor representa 73,8% da economia cearense, seguido de indústria (22,8%) e agropecuária 3,4%. “O caminho será pelo lado do investimento e não pelo consumo, pois as famílias estão no nível máximo de endividamento. Se você tem uma política de ajuste fiscal em nível nacional, isso influencia”, explicou Alexsandre Cavalcante, técnico responsável pelo setor de serviços do Ipece. Turismo, Varejo e Transporte são os principais responsáveis pelo índice positivo. Com relação à indústria, que registrou decréscimo (2,5%), mas ainda se manteve superior à nacional (-3%), Witalo Paiva,

técnico responsável pelo setor no Ipece, aponta como perspectiva de crescimento a disposição do Governo do Estado em estimular o setor privado a investir. “Com as possíveis concessões públicas, podemos mudar os rumos para um ambiente favorável”, avaliou. Nova queda O (PIB) brasileiro, soma de tudo o que é produzido no país, recuou 1,9% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre deste ano,

informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o segundo trimestre de 2014, o PIB recuou 2,6% no segundo trimestre deste ano. O resultado ficou dentro das estimativas dos analistas de 39 casas, que previam desde queda de 3,10% até baixa de 1,10%, com mediana de -2%. Recessão O País entra em recessão técnica oficialmente ao encolher mais do que o esperado no se-

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CAPA CEARÁ

gundo trimestre, com diminuição da atividade da indústria, serviços e agricultura, além de queda dos investimentos. Pela pesquisa semanal Focus do Banco Central, a projeção é de que o PIB encolherá 2,06% este ano e 0,24% em 2016. Se a previsão for confirmada o resultado de 2015 será a pior recessão do país desde 1990. Fortaleza: a 5ª maior do País Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicado no “Diário Oficial da União” aponta que o Ceará tem 8.904.459 habitantes. Fortaleza, segundo o instituto, tem 2.591.191 habitantes, o número torna a capital cearense a quinta mais populosa do País, ficando atrás apenas de São Paulo (11.967.829), Rio de Janeiro (6.476.631), Salvador e Brasília. Brasil Os dados se referem a julho de 2015; de acordo com o IBGE, atualmente o Brasil tem 204.450.649 habitantes. Em 2014, o instituto havia estimado a população em 202 milhões. O estado mais populoso, segundo o levantamento, é São Paulo, com 44.396.484 pessoas. Roraima é onde vivem menos habitantes, 505,6 mil. O segundo estado de maior população é Minas Gerais, com 20.869.101. Depois vem o Rio de Janeiro, com 16.550.024.

O que pensam “O Ceará tem um enorme potencial de crescimento; mesmo representando apenas 2% do PIB Brasileiro, o PIB Cearense tem sido melhor que o do Brasil por sete anos consecutivos. Em 2014, o Ceará cresceu 4,36% e o Brasil 0,1%. O setor de serviços é responsável por mais de 70% da economia local. Acredito na criatividade e no otimismo do empresariado cearense, que está investindo na qualificação de seus colaboradores e na divulgação de novos produtos. É assim que se vencem a crise, criando soluções, criando novos produtos, novos mercados e divulgando, conseqüentemente vendendo mais, gerando mais empregos, mais impostos, mais qualidade de vida aos cearenses”.

“Em regiões como o Nordeste, o crescimento dos agentes de distribuição ocorre em ritmo duas vezes maior do que nos grandes centros, o que reforça a tendência, já identificada em anos anteriores, que aponta as cidades médias como os principais motores do desenvolvimento. Isso significa que a região vem mantendo seu ritmo de crescimento, apesar da crise que atravessa o país, e analistas avaliam que uma mudança de cenário é improvável para 2015”.

Linconl Nogueira, Diretor da Azul Comunicação

José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD) e diretor da Jotujé Distribuidora.

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PERGUNTAS & RESPOSTAS para Futuros Empreendedores

Se você está pensando em empreender, reserve um tempo para responder a alguns questionamentos levantados pelo “The Wall Street Journal” em um guia para futuros empreendedores 1. Qual meu nível de entusiasmo 3. Tenho capacidade para tomar decisões? com o projeto? A fase de start-up é estressante. Sua animação em relação ao negócio é frequentemente a diferença que conquista os clientes e os investidores e favorece a conclusão de negócios. Não será prudente você iniciar a carreira de empreendedor se não tiver um zelo que lhe permita enfrentar os momentos difíceis e o mantenha interessado bem depois que o entusiasmo inicial tiver desaparecido.

Ninguém poderá tomá-las por você. Importante lembrar: a tendência é que a tomada de decisões fique ainda mais difícil com o passar do tempo, com mais funcionários e clientes dependendo de você. O sucesso ou fracasso de sua empresa vai depender de suas escolhas.

2. Qual é a minha tolerância ao risco? 4. Estou disposto a assumir muitas responsabilidades? Começar um negócio, absolutamente, não é para quem tem o coração fraco. Mesmo que se tenha paixão suficiente, inúmeras circunstâncias podem acelerar o seu fracasso: uma localização que não se revele ideal, um problema com a prefeitura sobre o zoneamento ou um obstáculo na cadeia de suprimentos. Não há garantia de sucesso. Se você tem aversão ao risco, é provável que um negócio próprio não seja o melhor caminho para você.

Enquanto o funcionário de uma empresa se preocupa em cumprir uma função específica na empresa, o dono tem de estar atento a todos os aspectos do seu negócio. É preciso colocar a mão na massa, ter noção de finanças, de marketing, de contabilidade. Se você é avesso a esses malabarismos, é provável que seja avesso a empreender.

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MELHORES EMPRESAS

Seis empresas locais entre as

melhores para trabalhar no País

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articipação de companhias cearenses na lista nacional de melhores empresas para trabalhar se reflete diretamente no mercado local

cionamento do cliente. A gente fica orgulhoso, mas o que nos move é o retorno que vem da nossa equipe pra gente. Nossa meta é manter a confiança na gente”, analisa.

Seis empresas cearenses foram contempladas na lista nacional do prêmio Melhores Empresas para Trabalhar (Mept). Trata-se de uma realização do Great Place to Work (GPTW). No Ceará, conta com parceria do Grupo de Comunicação O POVO, com o apoio do Instituto FA7. Ficaram na lista Café 3 Corações, Mercadinhos São Luiz, B&Q Energia, Ibyte, Ceneged e DAG - J.SLEIMAN.

A Ceneged, que presta serviço no setor energético no Ceará, Piauí e Pernambuco, participou na categoria de empresa até 999 funcionários. Ficou em 8º lugar na lista nacional. Layla Colares, analista de Recursos Humanos da empresa, lembra que é a quarta vez que está entre as melhores do País.

Severino Ramalho Neto, presidente dos Mercadinhos São Luiz, ressalta que tem sido um grande aprendizado participar desta seleção. “É um feedback sensacional. Começamos a melhorar a cada dia. Também se traduz em melhora do rela-

‘Trabalhamos de forma voltada à valorização das pessoas, proximidades dos gestores da empresa junto aos colaboradores. A gente se preocupa muito “como” a gente vai fazer, não só o que a gente faz. A gestão de pessoas é sempre de proximidade, de dar ideias, compartilhar tudo. O cotidiano da empresa é que constrói esse

equilíbrio entre a vida pessoal e profissional”, ressalta. O Ceará ganha visibilidade com essas conquistas das empresas. É o que destaca a diretora da regional Ceará do GPTW, Mariza Quinderé. Para ela, é uma mostra que a nossa economia está buscando melhoras no ambiente de trabalho, consequentemente, empresas têm melhores resultados. “As 50 melhores empresas para trabalhar no Ceará juntas faturaram mais de R$ 14 bilhões em 2013. O crescimento foi em média de 14%, sobre o ano anterior. A gente tem uma certeza que os bons resultados são diretamente influenciados pelo investimento na gestão de pessoas”. O coordenador do GPTW no Ceará, Raimundo Padilha, ressalta a importância de empresas cearenses estarem no ranking nacional. “Não basta só aderir. O importante é que um número maior atingiu pontuação para ser listada. Dentro dos critérios internacionais concebidos pelo GPTW, cresceram de importância. Nossas empresas tem conseguido competir nacionalmente”. Para Cliff Villar, coordenador de projetos especiais do O POVO, o desempenho das empresas cearenses se reflete diretamente no mercado. “Tudo isso significa o amadurecimento do empresariado local”.

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POESIA E LIVRO

Espaço poético

Soneto O SERTANEJO

Como admiro o sertanejo que consegue a seca sobreviver tirar seu sustento da terra e ver em seus sonhos muito verdejo Aqueles que a terra abandona em busca de novas pastagens há de fazer muitas viagens numa empreitada insana O mais importante porém é a sua vontade de viver bem e ver a sua família amparada Por isso passa a vida lutando e com muita garra vai conquistando e pouco a pouco, ganha a parada. R C BANDEIRA ANINHA E SUAS PEDRAS Não te deixes destruir ajuntando novas pedras e construindo novos poemas Recria tua vida, sempre, sempre. remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça Faz da tua vida mesquinha um poema e viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir. Esta fonte é para uso de todos os sedentos toma tua parte vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede. CORA CORALINA.

Dica de livro Gostaríamos de indicar o poeta Augusto dos Anjos, que escreveu um único livro em vida, “EU”, após sua morte, foi publicado EU E OUTRAS POESIAS. Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no Engenho Pau d’Arco, Paraíba, em 20 de abril de 1884 e faleceu em 12 de novembro de 1914, em Leopoldina, Minas Gerais. Augusto dos Anjos foi um dos precursores da poesia moderna, muitas vezes apontado como simbolista ou parnasiano. Muito lido e admirado no meio literário, sua poesia é motivo de estudo até os dias de hoje. Este é um de seus poemas mais conhecidos: VERSOS ÍNTIMOS Vês! ninguém assistiu ao formidável enterro de tua última quimera somente a ingratidão - esta pantera foi tua companheira inseparável Acostuma-te à lama que te espera! o homem que nesta terra miserável mora, entre feras, sente inevitável necessidade de também ser fera Toma um fósforo, acende teu cigarro o beijo, amigo, é a véspera do escarro a mão que afaga é a mesma que apedreja Se a alguém causa pena a tua chaga apedreja esta mão que te afaga escarra nesta boca que te beija. AUGUSTO DOS ANJOS POEMA DOS BECOS E ESTÓRIAS DE GOIÁS. Cora Coralina era o pseudônimo usado por ANA LIMA DOS GUIMARÃES PEIXOTO BRETAS, nascida em 20 de agosto de 1889 e falecida em 10 de abril de 1985. Poetisa e contista, considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras, uma leitura leve e sempre ressaltando as coisas da sua terra e do nosso Brasil.

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SÃO JOÃO DA REDE

Rede Uniforça comemora

arraiá com associados

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Rede de Supermercados Uniforça promoveu o Arraiá de São João para os associados, que tem em sua visão consolidar a liderança no mercado cearense e estar entre as melhores distribuidoras do Brasil, sendo socialmente responsável e contribuir com o desenvolvimento da região. A Rede soma 32 associados e 48 lojas em todo o Estado. Em clima junino, os clientes foram recebidos com muitos brindes, pescaria, quentão, comidas típicas, apresentação de quadrilha junina e muito arrasta-pé. Já faz algum tempo que o Supermercado realiza este divertidíssimo atendimento que chama a atenção dos associados e que faz ele se sentir cada vez mais satisfeito em meio a animação e comemorações. Em todo o ano, a rede proporciona momento de lazer, principalmente datas comemorativas. Tradicionalmente esta alusão ao cenário caipira e festivo de junho fez toda a diferença, apresentando, desta forma, um crescimento significativo no setor, encorajando o consumidor a investir animadamente nos produtos juninos, mesmo em época de crise; afinal, este é o resgate que os Supermercados da Rede Uniforça fazem para também comemorar o suces-

so dos negócios e a ampliação do mercado, estendendo até as principais cidades do interior. O presidente da Rede, Nidovando Pereira, destacou a forte atuação da rede e os novos caminhos a trilhar no decorrer do ano. Em um breve parêntese, abordou os fatores da crise econômica, mas que estão criando mecanismos e campanhas para que não sejam pegos de surpresa no futuro. “O momento é de descontração, mas precisamos citar alguns pontos que discutimos em nossa rede. Nossas comemorações são sempre em família, nos unem e fortalecem os laços. Este é o propósito”, diz.

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MACIÇO DE BATURITÉ

Supermercadistas debatem atuação na região de Baturité.

C

om o objetivo de formar um grupo de empresários supermercadistas para o desenvolvimento de um modelo de gestão moderna e eficiente na região do Maciço de Baturité, o SEBRAE Baturité promoveu o encontrou e proporcionou maior visibilidade de mercado, negócios e gestão através de palestras e cursos de capacitação, visando a construção de empreendimentos sustentáveis, utilizando ferramentas eficientes para a gestão, comercialização, marketing, qualidade, produtividade e competitividade dos bens e serviços nos diversos segmentos da economia. Para o empresário Antônio Alves da Costa, o momento é propício para ampliar as arti-

culações da região com demais cidades e Capital, além da troca de informações entre os varejistas e aplicação de boas práticas do setor de tecnologia aos negócios. Na pauta, temas como “Sistemas de Gestão: Vantagens e uso da informatização”, apresentado pelo palestrante, Rudi Appio; “Processos para supermercados: A importância dos processos no dia-a-dia das empresas”, com o palestrante e Wagner Cesar; “Redução de perdas para aumento da competitividade das empresas”, pelo palestrante Haroldo Ribeiro, e “O novo cenário nas Redes de Supermercados a Gestão Empresarial nas Centrais de Negócios”, ministrada pelo diretor da Revista Nosso Setor, Antônio Vieira.

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Segundo Vieira, os encontros devem virar rotina e discutir pontos de melhoria e expansão dos negócios na região. “Entre umas das mais importantes regiões e próximo da Capital, o maciço sempre foi destaque pelo seu desempenho nos negócios e inovações dos empresários. Existem grandes visionários com o propósito de ampliar seus negócios e oferecer qualidade e inovação. O que já acontece nos bairros em Fortaleza”, disse. O evento contou com um ciclo de palestras e uma exposição de equipamentos de inovação tecnológica, realizados nas instalações do CDL local. Além desse momento, os que aderiram ao Programa terão horas de consultoria personalizada em suas empresas e acompanhamento


dos indicadores de desempenho pela equipe do Sebrae. Haroldo Ribeiro, consultor do SEBRAE que foi contratado para conduzir o programa, ressaltou que a receptividade foi muito positiva e se surpreendeu com a presença de quase 100% dos convidados. “Na fase seguinte do Programa, vamos estar junto com cada uma das empresas participantes, discutindo oportunidades e avanço de seus negócios”. Em sua tese, o palestrante e consultor do Sebrae, Haroldo Ribeiro, argumenta: “Quando temos um problema devemos sempre pensar “como seria a condição ideal?”, ou seja, como seria se não tivéssemos o problema. A lógica é a seguinte: Você resolveu um problema. Você desenvolveu um conhecimento. Logo, você deve fazer

uma replicação horizontal. O que você vai fazer com o resultado é muito mais importante do que o valor do resultado. Quando fazemos alguma melhoria, sempre achamos que estamos “crescendo”, quando muitas vezes estamos somente “voltando à condição inicial” Ninguém melhor que o próprio operador para fazer o primeiro diagnóstico de falha e apropriar adequadamente as perdas”.

úna, Mulungu, Ocara, Pacoti, Palmácia e Redenção.

“O crescimento foi percebido e está sendo trabalhado pelos nossos analistas; tanto que o número de inscritos para este encontro superou nossas expectativas”, afirma o empresário Carlos Alberto. A região do Maciço de Baturité é formada pelos municípios de Acarape, Aracoiaba, Aratuba, Barreira, Baturité, Capistrano, Caridade, Guaiúba, Guaramiranga, Itapi-

Para Cleudo Uchôa do Mercadinho Boa Vista, “O material apresentado nas palestras foi muito bom e discutiu a realidade do nosso negócio. Acima de tudo, foi motivador para que a gente continue melhorando”.

Para o Francisco Edson do Mercantil Avenida, “Achei o evento muito proveitoso e esclarecedor de nossas dúvidas. Ao longo das palestras, podemos identificar erros que cometemos no dia-a-dia que não conseguimos enxergar. Quando a gente sai de dentro da operação consegue ver muito melhor”.

Um novo encontro será agendado para dar sequência à atuação do Grupo e quais ações devem ser colocadas em prática.

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SEBRAE IGUATU

Maior fortalecimento nas Centrais de Negócios é tema no

2º Encontro de Supermercados e Mercadinhos de Iguatu

C

om o objetivo de fomentar o associativismo e as possibilidades de buscar ferramentas em comum que possam assegurar a expansão do varejo na região Centro-Sul, o Sebrae Iguatu realizouo II Encontro de Supermercados e Mercadinhos. Como um dos pólos de destaque em negócios e indústria, o município concentra a maior parte do comércio e volume de negócios e empregos gerados. O encontro através das palestras mostrou as tendências de gestão empresarial nas centrais de negócios fazendo um paralelo entre o ontem, hoje e amanhã na administração das redes.Representantes das Redes Amig (Associação dos Mercadinhos Iguatuenses), da Super Rede Icoense e também da Rede Uniprobel estão à frente da ampliação do mercado e na

busca de mais benefícios para a categoria, como o fortalecimento das redes de negócios. O encontro, que foi organizado pelo Escritório Regional do Sebrae, ali representado pela analista Lenilde Chaves, teve como ponto alto a apresentação do Modelo Minimercado Conceito, anteriormente apresentado na feira da ABAD (Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores) 2015, sendo também explanado para os demais ouvintes. O palestrante William Bezerra, gerente comercial da Rede Brasil de Negócios, apresentouo Projeto da Rádio Interna AP3 para supermercados.Na seqüência, o Sr. Antônio Vieira, diretor da Revista Nosso Setor, apresentou a palestra com o tema “O Novo Cenário nas Redes de Supermercados – A Gestão Empresarial nas Centrais de Negócios”.

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Segundo Antônio Vieira, o perfil da empresa sustentável com inovação e criação, reação diante do novo cenário de crise econômica, criatividade no atendimento ao cliente, inovação na arte de vender e como alcançar sucesso e bons resultados com novas estratégias são pontos que devem ser colocados em prática pensando na melhoria do atendimento e na qualidade do serviço. Para o Sebrae, é importante estimular a cultura da cooperação, que tem provado ser de vital importância para o fortalecimento dos pequenos empreendimentos. Basicamente, o associativismo reúne empresários que se unem para poderem tornar seus negócios mais competitivos e terem condições de reagir, com eficiência, a uma tendência de concentração de mercado. O tema do fortalecimento das


centrais de negócios tem sido debatido incansavelmente pelos empresários, visto o maior benefício ser a realização de compras em conjunto e o prazo de pagamento aos fornecedores. “Tem sido o maior

gargalo para os comerciantes locais. Precisamos manter um estoque muito grande de produtos, porque não temos prazo suficiente e dentro da realidade da região”, completa Augusto Gutemberg.

Participar de uma Central de Negócios possibilita ao pequeno empresário: 4

Redução de custos.

4

Obtenção de melhores preços.

4

Contratação de serviços em conjunto.

4

Aumento do poder de negociação.

4

Acesso à mídia/propaganda.

4

Exportação e compra em conjunto.

4

Criação de uma rede com identidade própria.

4

Acesso a informações.

4

Planejamento de ações de venda.

4

Capacitação de equipes.

4

Planejamento de marketing conjunto.

4

Centralização da distribuição.

4

Formatação de lojas.

4

Padronização da marca.

4

Obtenção de melhores condições para linhas de crédito.

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ARTIGO

A pessoa compra

menos porque teme o dia de amanhã

T

odos os gráficos que eu olho não mostram queda do amor dos filhos às mães. O problema é que faltou dinheiro mesmo na hora de comprar o presente. O amor não está diminuindo, mas o dinheiro no bolso, sim. E esse é que é o problema.

tram carros, motos, material de construção – deu 10,5%. São muito ruins.

Na verdade, quando comparamos com 2001 – que foi o ano do apagão –, a economia vinha muito bem em 2000, em 2001 com o apagão caiu a economia e foi para níveis recessivos. Desde então nunca houve queda de maio em relação a abril tão grande. Normalmente em maio cresce por causa do Dia das Mães – que é o segundo melhor mês de vendas.

A crise está pegando a economia como um todo. Mas, especificamente no comércio, o que mais afetou para se chegar a esse resultado tão ruim? É a ponta que sente o efeito de tudo isso que está acontecendo com a gente. É um círculo vicioso.

Os dados do IBGE mostram o varejo simples e o varejo ampliado. E o varejo normal, o comércio varejista teve uma queda de 4,5% em relação a maio do ano passado. Mas o varejo ampliado – em que en-

E a expectativa é que esse ano continue negativo, mesmo melhorando algum mês, que o ano termine com vendas no varejo menores do que no ano passado.

A inflação subiu, comeu um pouco da renda. Teve um tarifaço de energia, parte da renda foi comprometida com o pagamento dessa conta. Aí os juros subiram, então ficou mais difícil refinanciar a dívida, você gastou mais com a dívida. Então, isso tudo tornou a renda disponível – um conceito que os eco-

nomistas usam para compras em geral que o consumidor pode escolher ou adiar – ficou menor com tudo isso. E, além disso, o desemprego – mesmo que não afete diretamente aquela família – ele paira sobre a economia como um medo de que ele pode ser o próximo. Então, a pessoa compra menos porque teme o dia de amanhã. Então, tudo isso vai bater exatamente no varejo.

Miriam Leitão, Economista, Comentarista e Palestrante

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EMPREENDEDORISMO

Gelato italiano nas mãos tipicamente cearenses

U

m pedaço do sabor italiano no Ceará. Todo o ambiente foi criado para emocionar e transformar a degustação dos sorvetes em momentos especiais. Eles são criativos e preparados com os cuidados necessários para a saúde, como a exclusão do leite para aqueles que têm intolerância, assim como a retirada dos corantes para os que não podem provar por terem alergias. E a elaboração sem gorduras pensando nos diets. Mas, com isso, o gelato servido na capital cearense ganha com sabores diversos, frescor e cremosidade. Sorvetes incrivelmente mais refinados e delicadamente palatáveis. Um dos empreendedores no ramo do gelato é o casal Andrea Bellucci e Afra Coledette Alencar, com a loja Bellucci L’Artigiano del Gelato. Ele é italiano e ela é cearense, do Cra-

to. Ela tinha um sonho. Queria ser estilista porque já havia descoberto as habilidades necessárias. Foi aprofundá-las na Anhembi Morumbi, São Paulo. Logo que concluiu o curso partiu para Firenze, Itália, para fazer a Academy Italiana. Mas queria ampliar seus conhecimentos de inglês e partiu para a Irlanda. No avião conheceu Andrea, que viajava de volta para seu trabalho na Irlanda, onde era consultor em Matemática Financeira. No avião se apaixonaram perdidamente. Moraram juntos por um ano. Os dois deixaram o que vinham realizando profissionalmente. Foram para a Itália, onde o gelateiro concluiu seu curso na Universidad do Gelato. Na universidade conheceu Paulo Zanettoni, que está no Bellucci com o casal, na elaboração dos sorvetes. Outra novidade na capital, a gelateria Barney’s Ice Dream oferece um produto típico da

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Itália, o gelato. “Essa ideia do sorvete veio antes do hambúrguer, mas acabamos abrindo a lanchonete antes”, conta um dos sócios da casa, Marcelo Pimentel. O empresário também detém a marca Barney’s Burger. Agora, depois de amadurecer, a casa abre, segundo Marcelo, com um projeto mais trabalhado. A decoração é baseada nas sorveterias europeias da década de 1950, pincelada de elementos norte-americanos. “Quem teve a experiência de degustar o gelato na Europa vai ter a mesma sensação aqui”, garante o proprietário. O conhecimento acerca da fabricação de sorvetes foi adquirido durante os anos em que Marcelo abastecia as sorveterias da cidade com os principais insumos do produto, como o cacau. “Foi daí que tive a ideia de abrir uma sorveteria diferente, com inspiração nas italianas”.


EMPREENDEDORISMO

Paletas mexicanas e os novos

empreendedores cearenses

A

s paletas mexicanas caíram no gosto e se tornaram a nova “febre” gastronômica de Fortaleza, cidade de clima quente e propício para o consumo de sorvetes e picolés o ano inteiro. Depois de se consolidar nos mercados do Sudeste e Sul, os cearenses resolveram investir no gelado que é bem maior do que um picolé normal e à base de frutas. Depois de uma viagem de lazer para o México e de provar a paleta original, o casal Leonardo Melo e Priscilla Coelho teve a ideia de produzir o picolé em Fortaleza. “Lá é muito tradicional, é uma coisa até familiar. Achamos aquilo incrível”. A “El Mustache” se caracteriza como a legítima paleta mexicana. Isso devido às pesquisas de via-

gens ao México que os sócios fizeram. Segundo Leonardo, a ideia é fazer a legítima paleta utilizando sabores da tropicalidade. A procura e aceitação surpreendeu os empresários, que já pensam em novos sabores para o próximo verão. Segundo Leonardo, algumas matérias-primas são importadas para que os sabores fiquem como o da receita legítima. Além da diferença no tamanho, as paletas podem ser frutadas, quando levam pedaços de frutas, cremosas, com creme de leite, ou recheadas, com brigadeiro, leite condensado, doce de leite ou calda de morango, por exemplo. As paleterias também oferecem opções alcóolicas do gelado, geralmente, com limão e tequila.

Expansão De olho na movimentação do mercado cearense e do crescimento de paleterias na cidade, a marca El Paleto faz parte do grupo empresarial que também detém dos direitos da Frutbiss. A proposta é levar novos sabores, unindo o sofisticado ao regional. A marca ganha força e segue para estados vizinhos, como Paraíba e Rio Grande do Norte. Os mais procurados são o de Chocolate Belga, Doce de Leite, Morango com leite condensado, Coco, Pistache, Iogurte com Frutas Vermelhas, Castanha, Kiwi, Morango e Abacaxi.

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INOVAÇÃO

Crise econômica

aumenta as chances de superendividamento

E

les chegam a ter até dez cartões de crédito. Usam o rotativo de cada um deles, como se fosse um complemento da renda, sem pensar nos juros. Também não se importam em ultrapassar o limite do cheque especial quando o orçamento aperta, sobra mês, e falta salário. Alguns têm dívidas que equivalem a 100% do salário, o que faz com que percam a capacidade de se sustentar. Os especialistas em finanças classificam esse grupo como superendividados. Em momentos de crise da economia, como o atual, com perda de renda, juros e inflação em alta, mais gente corre o risco de entrar para essa turma, alertam especialistas. E isso não depende da classe social, mas sim do comportamento em relação às finanças. - Sempre aparece mais gente com problemas de superendividamento em momentos de conjuntura econômica adversa. Este ano, temos recebido mais jovens, gente que acabou de entrar no mercado de trabalho, recebeu oferta maior de crédito e acabou utilizando sem nenhum critério - diz Ivete Maria Ribeiro, diretora executiva do Procon de

São Paulo, que mantém um Núcleo de Superendividados. ROTATIVO É UM DOS VILÕES O especialista em investimentos do banco Ourinvest, Mauro Calil, alerta que a principal porta de entrada para o superendividamento é o uso indiscriminado do rotativo do cartão de crédito e do limite do cheque especial. Quem utiliza essas modalidades de crédito pré-aprovado como complemento da renda tem mais chances de se tornar um superendividado. Não por acaso, são as linhas que cobram as maiores taxas de juro do mercado. Uma simulação feita pelo diretor de estudos e pesquisas econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, mostra que um cliente de banco que usa o limite de R$ 1 mil do cheque especial durante um ano vê sua dívida se transformar em R$ 3.321,17. Os juros anuais equivalem a 232%. Para quem utiliza os mesmos R$ 1 mil no rotativo do cartão de crédito, sem fazer nem o pagamento mínimo, o estrago é ainda maior. Em três anos, a dívida se transforma em impressionantes R$ 97.609,15, o bastante para comprar um carro de luxo.

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- Parece óbvio, mas muita gente não faz o básico: poupar uma parte do salário para emergências, como uma doença ou perda de emprego, e gastar menos do que ganha - diz Calil. Um funcionário público de 52 anos, que prefere não se identificar, nem se lembra de quando começou a utilizar o limite do cheque especial como complemento da renda. Ele conta que chegou a dever para dez bancos. Quitava parte da dívida com uma instituição, mas se enrolava com outra. Chegou a um ponto em que perdeu o controle. Entrou em depressão e foi afastado do trabalho. Hoje, nem sabe exatamente quanto deve, mas passa de R$ 300 mil. Na semana passada, ele estava em busca de ajuda no Núcleo de Superendividados do Procon-SP e até ganhou diploma de participação na palestra Dúvidas e Dívidas. - Fiquei endividado e recolhido. Agora resolvi procurar ajuda diz o funcionário público. O bom senso recomenda que as pessoas não tenham dívidas acima de 30% de sua renda, dizem os especialistas. Também é essencial ter uma poupança que fique, no mínimo, entre seis meses e um ano do salário, diz Patrícia Cotti, coordenadora da


Academia do Varejo, do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar). O montante permite quitar dívidas e manter o sustento, em caso de desemprego, sem usar o cheque especial. Segundo ela, o ideal é que a pessoa guarde todo mês entre 10% e 15% do salário para chegar a essa reserva. - Quem faz planejamento financeiro tem risco menor de se tornar superendividado - diz Patrícia. Uma pesquisa da SPC Brasil, empresa que acompanha operações de crédito realizadas por empresas, e do portal Meu Bolso Feliz, mostrou que existe outro caminho para o superendividamento. O levantamento, feito em todo o país, apontou que

79% dos entrevistados fazem compras usando crediário das lojas, mas nem sempre sabem quanto pagam de juros. - O que importa é se o valor da parcela cabe no bolso, não o valor final do produto. Com isso, muita gente perde a noção dos gastos, compra por impulso e acaba no superendividamento diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. MUDANÇA DE COMPORTAMENTO Para ela, quem chega a essa situação precisa de uma mudança radical de comportamento. Parar de consumir acima de sua capacidade e até vender coisas, como o carro, para quitar dívidas com juros altos, antes que estas virem uma bola

de neve. Quem não consegue quebrar esse ciclo pode buscar ajuda de especialistas. No Rio de Janeiro, a Comissão de Tratamento e Prevenção ao Superendividamento, que faz parte do Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública, presta atendimento a superendividados. Em São Paulo, o Procon ajuda até a negociar as dívidas com os credores. No segundo semestre, esse atendimento será feito também pela internet. - Nossa expectativa é que a procura triplique - diz Diógenes Donizete, coordenador do Núcleo de Tratamento do Superendividamento Fonte: O Globo

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CAFÉ COM CONVIDADO

Rainha do Pão de Queijo:

Uma história de paixão e negócios As marcas Delícia Mineira e Gosto Mineiro são líderes no Nordeste e receberão novos investimentos. Polvilho doce, leite, ovos e queijo. Esses são os principais ingredientes de uma receita muito conhecida dos mineiros, o pão de queijo, que ganha adeptos pelo país. É verdade que cada família tem a sua receita, mas a fama e a tradição do quitute são reconhecidas nacionalmente. Consumido a quase qualquer hora do dia, o pão de queijo virou tema para novos negócios. Há 19 anos, a vendedora Elen Brito Maia, 47 anos, durante um chá da tarde com suas amigas em casa, apresentou sua iguaria e recebeu aprovação unânime. Aos poucos a produção foi chegando aos vizinhos, aos amigos, à cantina da escola, à lanchonete

da esquina e aos prédios comerciais em volta da sua residência. A proporção foi aumentando e a necessidade de investir também. Assim, ampliou sua área da cozinha e sua produção devido à crescente demanda. Com uma receita “secreta”, a conhecida Rainha do Pão de Queijo no Ceará continua emitindo o mesmo carisma, determinação e visão de crescimento, para que os negócios cheguem a outros estados fora do Nordeste. “Me preocupo em garantir que a re-

“Começamos do zero e na cozinha de casa. Eu fazia, eu degustava, eu vendia, eu comprava matéria-prima”.

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ceita não se altere. Estou todos os dias na linha de frente da fábrica e faço questão de experimentar os pães de queijo”, conta Elen Brito. Com atuação nos estados de Ceará, Paraíba, Piauí, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas, as marcas Delícia Mineira e Gosto Mineiro, produzidas pela empresária Elen Brito, a levam para a liderança no segmento e geram cerca de 100 empregos diretos e 300 empregos indiretos. Neste ano, uma sede foi aberta em Recife para contribuir com a logística de distribuição para estados vizinhos e assim diminuir o tempo de transporte do produto. No início da produção ela fazia cerca de 20 quilos de pão de queijo por semana e atendia apenas aos pedidos. Com a indi-


cação das amigas os pedidos aumentaram e foi o que mais pesou no quesito clientela. “Um comprava, gostava e indicava para os demais. Coloquei o nome de “Pão de Queijo Delícia Mineira”, por ser feito em casa de maneira artesanal”, relembrou. A empresária, vendedora, gestora e mãe conta como concilia a rotina dos negócios e a família. Elen Brito fala ainda da abrangência de mercado, as possibilidades de novos negócios e investimentos para os próximos anos. Confira a entrevista durante o Café com Convidado, que tem o apoio do Hotel Meridional e Pomar da Polpa. Revista Nosso Setor: Como surgiu a ideia de montar um negócio que até então era uma receita caseira e logo depois se tornou o carro-chefe da família e dos negócios? Elen Brito: Na época era apenas uma vendedora na área de varejo. Sempre recebi amigos em casa e persuasiva em mostrar meus dotes culinários. Em uma tarde, durante um chá, servi pão de queijo caseiro, após aprender durante minha estada em Minas Gerais, o qual sou grata por conhecer um Estado tão rico e merecedor de tantas histórias. Acompanhando meu marido,

que é mineiro e me presenciou em todas as manhãs, debaixo de um alpendre, sentada cortando e ralando quilos de queijo e depois colocando a mão na massa, literalmente, e com o seu apoio fui comercializar o pão de queijo na escola onde meu filho estudava, aos vizinhos e nas portarias dos prédios no centro de Fortaleza. A priori era apenas um café e passou a ser um negócio e estou no ramo alimentício há 19 anos. Antes era somente eu envolvida neste sonho, mas depois veio o marido e os filhos. O negócio foi tomando proporção que continuei na linha de frente, diretamente com os fornecedores e clientes, e meu marido responsável pela administração da fábrica. Revista Nosso Setor: Como foi atender o perfil do pequeno varejo (“varejinho”)? Elen Brito: Por ter um conhecimento de abordagem e atuação no mercado de varejo, já tinha uma carta de clientes bem recheada e todos me conheciam por minha insistência e boa publicidade dos produtos que vendia. Quando iniciei a trajetória com o meu próprio produto, levei até muitos donos de mercadinhos como degustação, como também aos supermercados. Até hoje, é uma das

estratégias que mais tem retorno e aprovação do consumidor, quando fazemos a degustação de nossos produtos nas lojas. Atualmente, devido a uma grande massa concorrente e preços variáveis, muitos comerciantes preferem o lucro à qualidade, mas conseguimos manter o nosso equilíbrio e oferecer preço, qualidade e bom relacionamento. O varejo pequeno de médio porte é quem mais consome nossos produtos. Revista Nosso Setor: Com a oscilação econômica do país a empresa se mantém estável e quais os mecanismos e dribles para enfrentar a alta das cargas tributárias e, principalmente, os dois maiores vilões, a energia e a gasolina? Elen Brito: Uma variação que preocupa a cada mudança de governo e a cada aumento de taxas. Em 2015, já presenciamos o fechamento de empresas e indústrias devido à queda do consumo. Em quase duas décadas, tivemos altos e baixos, ao ponto de nos preocuparmos e até diminuir a produção fabril. Mas, uma crise não é gerada em um mês ou um ano. As especulações são muitas e neste ano fizemos diferente. Quando todos falam de crise, queda, perdas e falência, nós estamos inovando e entregando ao mercado um novo produto. A massa fresca de tapioca da Gosto Mineiro já chega aos supermercados com a aprovação dos consumidores por ser um produto diferenciado, podendo ser mantido em refrigeração ou em ambiente natural. Temos, sim, nos preocupado com o aumento da gasolina e da energia, mas fizemos um novo cronograma de ações, ampliamos o nosso marketing

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de guerrilha e visitação nas lojas de conveniências e supermercados, para pelo menos manter as vendas estáveis.

rios (e, por sinal, me apelidam de “leoa”), continuei no atendimento e fazendo o que mais gosto, network. Ele desempenha muito bem seu papel de administrador interno e orquestra toda a logística e distribuição. Enquanto isso, vou tocando os negócios e as vendas externas. Hoje, a minha linguagem e perfil são marcas registradas de Delícia Mineira e Gosto Mineiro. A troca de papéis não altera os valores. Ele até ajuda a manter e apóia a minha decisão de estar à frente dos negócios lá fora.

Revista Nosso Setor: Além das taxas, despesas, recursos humanos e outros custos, como funciona a logística da matéria-prima? Elen Brito: Em muitos momentos achamos que chegamos ao final do ciclo e que não haverá inovação, mas o mercado é volátil e, a cada peça do jogo alterada, um novo jogo nasce. Dessa forma, ? o que fazemos para trazer a matéria-prima de todos os produtos das duas marcas, Delícia Mineira e Gosto Mineiro. Por exemplo, nosso fornecedor de fécula vem de Santa Catarina e o queijo de Minas Gerais. Já temos grandes produtores de leite e queijo no estado, mas ainda transportamos de tão longe para manter a qualidade e originalidade do produto. Em meados de 2010, estava muito mais difícil transportar a farinha devido às cargas de transportes e ao alto índice de roubo de cargas, além das taxas que só oneram o preço final. Revista Nosso Setor: Em muitos casos, o homem administra o negócio externo e a esposa o administrativo da empresa. No seu caso é o contrário. Como funciona a troca de papéis?

“Nunca desista, vá à luta, pode começar do zero, pode crescer e conseguir o que quer. Se tem planos de buscar, tenha planos de como encontrá-lo”. Elen Brito: Quando iniciamos a Delícia Mineira, ele administrava o próprio negócio. Eu atuava como vendedora em outra empresa e, depois de iniciar a produção caseira e expandir o atendimento no varejinho, escolas e no comércio no centro, precisei da ajuda do meu marido para administrar a área interna e a produção. Por estar diariamente com comerciantes e empresá-

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Revista Nosso Setor: Com a atuação da Delícia Mineira e a compra da Gosto Mineiro, tornaram-se líderes no segmento nos estados do Nordeste. Quais são os futuros investimentos das marcas para os próximos anos? Elen Brito: Com atuação em 7 capitais do Nordeste e nos preparando para entrar no Estado da Bahia, o nosso propósito é estar entre as três melhores empresas do segmento no país. Será um desafio para empresa durante os quase 20 anos de existência. Sou braço forte e sempre vou preparada para disputar o mercado com um propósito de ser a melhor no que faço. Com a aquisição da Gosto Mineira, antes apenas com pão de queijo, já oferecemos outros produtos da linha, como a goma fresca,


enquanto a Delícia Mineira tem os agregados de pão de batata, esfiha e minipizza.

como fez para obter sucesso e liderar um dos ramos mais competitivos, o alimentício?

Revista Nosso Setor: Qual a projeção das marcas Delícia e Gosto mineiro para os próximos anos? O que vem de novidade?

Elen Brito: Sempre mantive o bom relacionamento, apresentei uma ideia verdadeira e de qualidade e determinação. Desde muito jovem busquei planejar minhas ações e o que quero atingir. Não posso dizer que sou a melhor gestora, mas sou disciplinada e tenho regras que devo cumprir. Tenho metas e preciso

Elen Brito: Estamos atuando nas lojas de conveniência, lanchonetes, supermercados, mercearias, cantinas em escolas e faculdades, food service, cafeteria e hotelaria. São inúmeros os segmentos que podemos atender e oferecer produtos de acordo com o perfil do cliente. Além das capitais, nossa logística está se preparando para atender melhor as grandes regiões no interior. Outro fator são os equipamentos de ponta com tecnologia internacional.

batê-las. O meu foco é estar comprometida com o sucesso do cliente. Se tenho a satisfação e um retorno positivo, é sinal de que alcancei meu objetivo do dia. E esta rotina diária é o que me torna uma mulher, mãe, empresária de pulso firme e de experiência. Assim posso passar aos meus filhos e herdeiros o que almejei durante todos esses anos: reconhecimento profissional por oferecer o melhor no que faço.

Revista Nosso Setor: Como pensa a empresário Elen Brito e

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GRUPO DE NEGÓCIOS

Encontro reúne empresários

através do Aplicativo WhatsApp

C

om o objetivo de gerar novos interesses de mercado entre empresários e gestores, o Grupo de Negócios Nosso Setor utiliza o aplicativo WhatsApp para ganhar novas projeções no mercado e tem gerado proporções positivas e inclusivas nas negociações com os usuários. Além da troca de experiências, divulgação de produtos e marcas, o grupo utiliza serviços e produtos das marcas do próprio grupo. O III encontro traz oportunidades de aproximar os gestores e conhecer melhor suas empresas. O idealizador, Antônio Vieira, iniciou o encontro com a abordagem de feedback e a importância da comunicação interna e externa. “Em tempos de crise econômica, empresários buscam novas saídas e estratégias para manter sua marca em evidência e como receber a opinião do cliente é fundamental para permanecer no páreo”, disse Vieira. E disse ainda: “Devemos observar que o feedback deve ser sempre educativo, jamais punitivo. Feedbacks podem e devem ser utilizados como ações de validação e parabenização frente a condutas e resultados positivos”. Você sabia que pesquisas indicam que as micro, pequenas e médias empresas que utilizam os grupos do WhatsApp para

fazer marketing aumentam em 20% o seu faturamento e, o melhor, sem gastar nenhum centavo? Usar os grupos do WhatsApp para fazer marketing é uma excelente opção para quem não dispõe de dinheiro suficiente para investir em campanhas de publicidade, como anúncios em TV, ou quem queira aumentar a segmentação de seu público. O consultor comercial William Bezerra falou da sua atuação no mercado de negócios e serviços e como a Revista Nosso Setor é importante para difundir a comunicação do segmento e atingir seu público-alvo. “Somos obrigados a nos manter atualizados devido à inclusão de novas tecnologias, novos perfis de profissionais mais competitivos e um mercado versátil. As marcas se adaptam ao novo consumidor que requer mais atenção e transparência dos produtos de consumo. A Revista tem criado momentos para divulgar as marcas dos associados e encontros que disseminam cultura e experiência ”, completa William. Os empresários que participam do Grupo de Negócios Nosso Setor, Rodrigues Júnior, representante da empresa 2D Representações, Vicente de Paiva, diretor do Hotel Meridional, e Eliane Gerzelj, representando a Câmara de Comércio Brasil

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Itália e o consórcio Mangiamo Italiano, apresentaram suas empresas e suas estratégias de marketing. O WhatsApp, o mais popular desses aplicativos com mais de 700 milhões de usuários ativos pelo mundo, é também o mais utilizado para vender itens. A ferramenta tem otimizado o trabalho de diversos segmentos e, por precisar apenas de dados de internet, acaba por propiciar economias em ligações e deslocamentos. Por sua ampla abrangência, desde os novos empreendedores até as grandes lojas estão aderindo à modalidade e oferecem serviços como agendar hora de atendimento, orçamentos e definição de valores. Os empreendedores que investem neste tipo de venda afirmam que a comunicação com o cliente é um dos pontos diferenciais desse comércio. A relação mais próxima permite entender melhor os gostos do consumidor e o contato mais instantâneo e disponível quase 24 horas por dia dá mais credibilidade aos negócios. Esse comércio realizado através de dispositivos móveis, tanto smartphone quanto tablet, representou, em 2014, 9,7% de todas as transações realizadas pela internet no Brasil. Os dados são da E­bit, que mostram


também que o comércio eletrônico brasileiro faturou R$ 35,8 bilhões em 2014, representando um crescimento nominal de 24%, já que em 2013 o resultado foi de R$ 28,8 bilhões. De acordo com E­bit, as categorias que mais geraram pedidos através de dispositivos móveis foram as de cosméticos e perfumaria/cuidados pessoais/saúde (16,2%), seguida por moda e acessórios (14,4%), eletrodomésticos (11,5%), casa e decoração (7,8%) e livros/assinaturas e revistas (7,7%). Dicas de utilização do WhatsApp 1. Divulgue seu número do WhatsApp do seu negócio nas redes sociais; 2. Estabeleça um canal de atendimento diferenciado; 3. Sempre que tiver alguma novidade antes de lançar para o público em geral, avise às pessoas pelo WhatsApp; 4. Faça perguntas para seus clientes sobre seu produto ou serviço para poder melhorar; 5. Abra um grupo VIP para atendimento personalizado; 6. Dê privilégios para esta lista VIP que nenhum outro cliente tem; 7. Faça as pessoas desejarem participar desta lista; 8. Promova encontros entre as pessoas da lista. SETEMBRO/OUTUBRO 2015 « www.portalredebrasil.com.br | 91


CDL - FCDL

Setores cobram

criação de ambiente favorável exauridas. Não temos mais de onde tirar. Queremos estímulos à produção para mantermos os empregos”. Já Carlos Prado, sócio-diretor da Itaueira, produtora e exportadora de gêneros agrícolas, diz que o momento é de reflexão para a iniciativa privada. “Que o investidor se sinta atraído para fazer seus investimentos e gerar emprego. Só a iniciativa privada tem essa musculatura para fazer com que se desenvolva. Não podemos ficar nessa situação de paralisia”. Sobre o encontro com a presidente, os empresários avaliam como positiva a iniciativa. José do Egito, presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) diz que é importante que a presidente se disponha a ouvir as demandas do setor produtivo.

O

s setores do comércio e da agricultura cobram do Governo um ambiente favorável para o crescimento econômico. Freitas Cordeiro, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL), avaliou como positiva

a reunião com a presidente. A demanda do setor, destaca, é que regulamentação do cartão de crédito. “Apresentamos uma proposta que visa ajudar comércio e consumidor. Não se pode pagar juros de quase 300%”. Ele critica o retorno da CPMF. “Não vamos apoiar essa iniciativa. As empresas estão

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Beto Studart, presidente da Fiec, diz que a presidente teve uma conversa realista com o setor. “Foi uma tentativa da presidente Dilma Rousseff de resgatar o prestígio dela. Precisamos confiar em quem é responsável pela política econômica. A presidente está tentando se apresentar como verdadeira como, efetivamente, ela se mostrou”. (Átila Varela e Nathália Bernardo)


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GO

Perboni Goiânia............Tel.: {62} 3522-9050 / Fax: 3522-9051 Perboni Tropical........................................Tel.: {62} 3522-9070 Perboni Reibom.........................................Tel.: {62} 3522-9055 Perboni Boni..............................................Tel.: {62} 3522-9320 Perboni Frutas Especiais.........................Tel.: {62} 3207-7494 Perboni Viver.............................................Tel.: {62} 3522-9295 Perboni Kalu..........................Tel.: {62} 3522-9292 / 3522-9211 Perboni Transporte...................................Tel.: {62} 3541-4369

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Perboni Juazeiro do Norte.......................Tel.: {88} 3532-2678 Perboni Fortaleza......................................Tel.: {85} 3299-1722 Perboni Juazeiro.......................................Tel.: {74}SETEMBRO/OUTUBRO 3611-6574 2015 « www.portalredebrasil.com.br | 93 w w w. p e r b o n i . c o m . b r


CAPACITAÇÃO

IBESTI capacita

profissionais para inserção no mercado de trabalho

O

desafio do primeiro emprego. Com a alta competitividade, ampliação de mercado e escassez de mão de obra técnica, o mercado busca incessantemente por perfis qualificados e com conhecimento técnico em áreas como logística, segurança no trabalho, informática, rede de computadores, engenharia, entre outras áreas. A busca por formações complementares tem sido um dos meios de conseguir um emprego mais rápido e seguro ao profissional. A falta de preparo do trabalhador brasileiro e o estigma associado aos cursos profissionalizantes - que faz com que muitos jovens ainda prefiram optar pela universidade em vez da escola técnica - criaram sérios problemas para as empresas brasileiras na busca por mão de obra. O Instituto Brasileiro de Empreendedorismo, Sustentabilidade, Tecnologia e Inovação (IBESTI) atua na área da pesquisa e do desenvolvimento de projetos de empreendedorismo e sustentabilidade. O papel do Instituto tem sido importante para a formação de novos perfis profissionais que

buscam melhores oportunidades de emprego e capacitação em Fortaleza. As empresas, as maiores prejudicadas neste processo, em sua maioria, inserem cursos in company para treinamento e formação de seus funcionários. Apesar da crise, ainda tem muito emprego no mercado de trabalho. Só que falta mão de obra qualificada e por isso o processo se-

letivo torna-se mais demorado, pelo fato de as empresas necessitarem de perfis mais aperfeiçoados. A Fundação Dom Cabral (FDC), em São Paulo, publicou uma pesquisa que diz que nove entre cada dez empresas brasileiras apresentam dificuldades em preencher seus quadros. As companhias citam a escassez de profissionais capacitados (83,23%) e a deficiência

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na formação básica (58,08%) como os principais entraves para assinar carteiras. O estudo foi realizado com base em dados fornecidos por 167 empresas de diferentes setores que, juntas, respondem por 23% do PIB. O Professor José Bastos, diretor presidente, carrega em seu currículo larga experiência na área de treinamento, em razão da sua longa vivência na academia e de sua estreita relação com o mundo produtivo. Essa experiência faz com que o IBESTI tenha em seu cerne a preocupação de oferecer produtos de qualidade, por meio de profissionais de notória competência técnica e pedagógica. O Instituto oferece cursos técnicos nas áreas de Gestão, Saúde, Jurídica, Técnica e In Company, como Técnico em Meio Ambiente, Técnico em Segurança do Trabalho, Técnico em Informática para Internet, Técnico em Manutenção e Suporte em Informática, Técnico em Logística, entre outros. Mais informações pelo site www.ibesti.org.br; o instituto está localizado na Rua Dr. José Victor, 85, no Bairro de Fátima, em Fortaleza.


HOMEM DO TEMPO

A Quem deve criar a cultura

produtiva da empresa?

O

utro dia estava em uma reunião com empresários, compartilhando dores e soluções na vida empreendedora e uma questão interessante foi levantada. Um deles, sócio de uma empresa com pouco mais de vinte profissionais, insistia que precisaria de uma gestora de RH para criar uma cultura produtiva na empresa.

por que você seja o empreendedor e delegue isso para um profissional do comercial que você contratou e quer assumir isso. A empresa vai ter a cara de quem? Da pessoa do comercial, dos seus valores de vida, da sua visão de mundo etc. Isso até pode ser ótimo, mas talvez não seja a cara do empreendedor e, mais cedo ou mais tarde, ele deixará de seguir esses ideais ou perderá a paixão pelo negócio.

A discussão foi longe, mas muitos empresários tem a mesma visão: que o RH faz milagres! Claro que um RH é essencial para ajudar a empresa decolar, recrutar, criar políticas, aumentar a qualidade de vida, desenvolver e apoiar a liderança. Porém criar uma cultura produtiva não é papel do RH, do gerente, do diretor. É função do empreendedor! Do dono! Do acionista.

Claro que você pode ter uma consultoria para te ajudar nisso, de diretores, do RH, mas a decisão, a forma e as palavras devem ser suas. Cultura é a coisa mais importante que uma empresa pode ter, principalmente no começo. Não é o RH que faz a cultura. O RH ajuda. Gerente ajuda. Diretor ajuda. Dono faz.

O conceito de cultura é bem grande, mas podemos simplificar e dizer que a cultura é criada por meio da missão, visão e, principalmente, dos valores que a empresa pretende seguir. No entanto, quando falo isso, não tem relação nenhuma com aqueles quadros que todas as empresas têm na recepção, que no mínimo são inúteis. Tem a ver com atitude, tomada de decisões, princípios essenciais e com o tom que a empresa terá internamente e para o mercado. Delegar a criação da cultura é no mínimo estranho. Vamos su-

Isso precisa ser vivido no dia a dia. As pessoas precisam ser contratadas com base nisso, precisam ser recompensadas por isso, os projetos e as decisões tomadas precisam ser guiadas por esses princípios. Não é enfeite, quadro, marketing. É estratégia. Existem dois casos clássicos desse conceito. Na Zappos, empresa de sapatos adquirida pela Amazon, o dono, o Tony Hsieh, foi o responsável por criar essa cultura, ele escreveu e disseminou os valores. Já o time do Jorge Paulo Lemann, quando compra uma empresa, coloca um dos sócios para criar a cultura.

Aliás, pode ser que você não perceba, mas na sua casa é a mesma coisa. Os sócios da casa são os responsáveis pela criação da cultura. Aliás, se você não tem uma empresa, mas tem uma equipe, esse conceito vale do mesmo jeito. E, caso você não tenha uma equipe, isso também pode valer para a sua vida. Não espere o milagre do RH. Você tem que fazer acontecer e, quando o projeto começar a andar sozinho, pense em delegar! O principal conselho é: encontre tempo para o estratégico em vez de ficar só no operacional.

Christian Barbosa Especialista no Brasil em administração de tempo e produtividade. É fundador da Triad Consulting, empresa multinacional especializada em programas e consultoria na área de produtividade, colaboração e administração do tempo. Dá treinamento e palestras para as maiores empresas do país e da Fortune 100.

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CONSUMO

Norte e Nordeste conseguem evitar maior redução na frequência de lojas

E

m meio ao cenário de consumo retraído em todo o País, o varejo do Norte e Nordeste parece ter conseguido evitar perdas mais acentuadas que em outras regiões brasileiras. Melhores opções de entretenimento e espaços mais agradáveis para fazer frente às temperaturas altas, além de um forte apelo aspiracional pela classe média, são vistos como fatores decisivos. Enquanto no Sul a retração chegou a 6,5% no fluxo, em julho, o Nordeste contabilizou um recuo de apenas 0,5% e o Norte de 0,9% no número de pessoas nas lojas, tanto de shoppings quanto de ruas, como aponta uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). As lojas instaladas no Centro-Oeste tiveram uma redução de

4,7% no número de clientes e no Sudeste o percentual foi de 3,6%. A base de comparação refere-se ao mesmo período do ano passado, afirmou o presidente da SBVC, Eduardo Terra. “Esperávamos uma recuperação mais significativa, visto que em 2014 houve um tráfego muito pequeno nas lojas em função da Copa do Mundo”, analisou, lembrando que no semestre a queda foi de 6,6%, sendo o resultado 0,4% menor do que o visto nos sete primeiros meses do ano anterior. Para o coordenador de administração geral da AD Shopping, Tony Bonna, o fator determinante para a manutenção do fluxo de consumidores nas lojas no Norte e Nordeste é a grande concentração da chamada “nova classe média” brasileira nestas duas regiões. “É como um exército de pessoas, que na

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última década entrou com força no consumo”, ressaltou. O coordenador destaca ainda que no caso dos shopping centers, os empreendimentos começaram a implementar em seu mix as melhores opções de entretenimento dessas regiões. E que, para algumas cidades, principalmente do Norte, as temperaturas altas, aliadas às fortes chuvas, acabam por tornar os locais como as melhores opções de consumo e lazer. Diferenciação Grandes varejistas regionais e grupos locais que durante anos foram as principais opções de consumo em suas cidades e desenvolveram modelos de lojas de departamento diferenciadas também costumam ter clientes cativos em cidades do Norte e Nordeste. É o que disse o coordenador de adminis-


tração geral da AD Shopping. Segundo ele, tais lojas criaram fortes relações com os consumidores, através de cartões próprios e crediários. Diante do cenário, a AD Shopping - que tem patrimônio superior a R$ 5,2 bilhões, com 1,8 milhão de metros quadrados de área construída -, diz que planeja ter novos negócios no Norte e Nordeste. Prova disso é que a empresa vai inaugurar no ano que vem o Camará Shopping, em Camaragibe (PE), além de já gerenciar o Center Lapa, em Salvador (BA) e o Shopping Passeio, em São Luís (MA). No Norte, a companhia administra o Millennium Shopping, em Manaus (AM) e o Shopping Pátio Belém, em Belém (PA). “Também estamos desenvolvendo o projeto de expansão do IT Center na capital paraense e somos acionistas do Shopping Pátio Marabá, em Marabá [PA]”, disse Bonna. Outra empresa que também aposta no Nordeste é a Fantasia Store, rede especializada em produtos licenciados Disney, Marvel e Star Wars. A companhia acaba de inaugurar um quiosque no Shopping da Bahia, o mais antigo do estado, inaugurado em 1975. Trata-se da segunda unidade da bandeira em Salvador, apontou o gerente de marketing da Fantasia Store, Charles Pinho. O gerente ressaltou que Salvador tem três milhões de habitantes e é uma cidade estraté-

gica no Nordeste, já que é um local com grande potencial de crescimento para o setor de brinquedos e presentes. “A região apresenta um crescimento acelerado e esse ponto é fundamental para atingirmos as expectativas de alcançarmos 100 operações até o final de 2015”, afirmou. Cenário negativo Não é à toa que o cenário não está tão ruim para os comerciantes do Norte e Nordeste. Para o presidente da SBVC, Eduardo Terra, a diferença do resultado do fluxo de pessoas entre as regiões está relacionado também à sensação de confiança com relação à economia entre os consumidor. “Para entender o comércio nós temos de observar o tripé: renda, crédito e emprego. Nessas regiões como Norte e Nordeste percebemos que a imagem negativa desses fatores não é ainda tão forte.” Para ele, existe outro fator que também explica a situação atual. “O consumidor nesses locais está com mais confiança e não teme

tanto em perder o emprego”, destacou. Terra comentou ainda que de forma geral o resultado de queda no fluxo de pessoas nos estabelecimentos comerciais no Brasil surpreendeu de forma negativa. “O ideal seria o fluxo estar crescendo. Considerando o resultado negativo esperado para o Produto Interno Bruto [PIB], se ao menos o fluxo tivesse retraindo em 2% ou menos ainda seria aceitável. Mas não é o caso.” O assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Altamiro Carvalho, afirmou que a situação este ano está muito ruim para o comércio, apesar de o mês de julho ter registrado no País alta de 1,4% no fluxo ante a junho, conforme a pesquisa da SBVC junto com a Virtual Gate. “Está relacionado a efeitos sazonais. Julho tem um dia a mais e não tem feriado nacional. Fonte: Portal Abras / Jornal DCI

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FEIRA

22ª edição da Frutal

abre com o tema “Otimização do uso da água na produção agrícola”

A

22ª Semana Internacional da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria (Frutal) aconteceu com o tema “Otimização do Uso da Água na Produção Agrícola”, com debates acerca das melhores tecnologias para racionalização da água e projetos de convivência com a seca. Euvaldo Bringel, Secretário Adjunto de Agricultura e fundador do Instituto Frutal, falou sobre a importância do evento: “a Frutal acaba sendo um instrumento de auxílio para o Governo do Estado na transferência de tecnologia, além de atrair investimentos para o Ceará, ajudando a desenvolver o Estado”. Este ano, a abertura contou com a presença do Ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, que assinou um acordo para a elaboração do Plano Diretor de Irrigação do Estado do Ceará. O evento conta ainda com cursos técnicos, oficinas, palestras, seminários, mesas-redondas e painéis de discussão ministrados por professores e especialistas renomados. Haverá, também, encontros e reuniões com os Secretários Municipais de Agricultura do

Ceará, Secretários Estaduais de Agricultura do Nordeste e Secretários de Agricultura e Meio Ambiente do Ceará. Simultaneamente, na Feira de Negócios, o público presente conferiu os equipamentos de irrigação de alto investimento e o pavilhão com frutas e flores. Além de todas as atividades

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previstas, aconteceu a reunião do Programa Cooperativo para o Desenvolvimento Tecnológico Agroalimentar e Agroindustrial do Cone Sul (PROCISUR) e da Rede Internacional de Laboratórios de Irrigação; foram apresentados mais de 700 trabalhos científicos. A grande novidade desta edi-


ção foram os eventos paralelos. Entre os dias 31 de agosto e 3 de setembro, aconteceu o III INOVAGRI International Meeting, que teve a participação de diversos palestrantes nacionais e internacionais, como dos Estados Unidos, Bélgica, Itália e Portugal. Durante os quatro dias do evento, são apresentados 900 pôsteres aos mais de 800 inscritos. O III INOVAGRI International MEETING é uma realização do Instituto INOVAGRI e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Engenharia da Irrigação (INCT-EI). Outro evento paralelo de destaque é a Global G.A.P Tour 2015, cuja certificação garante padrões de segurança e sustentabilidade na produção agrícola a nível internacional. Foram apresentadas técnicas de gerenciamento de boas práticas e a nova versão do sistema da Global G.A.P.

Com 180 estandes confirmados, a Frutal 2015 movimentou cerca de R$ 12 milhões de reais em negócios e um público de 30.000 visitantes, incluindo pessoas de outros estados e de fora do país.

frutas e o Porto do Mucuripe o terceiro maior exportador. Entre as frutas mais exportadas, destaca-se o melão com mais de 90 milhões de dólares em exportação, além da banana, melancia, manga e mamão.

História

Supermercadistas

A Frutal foi criada em 1994, visando facilitar a vida do pequeno agroinvestidor, trazendo dicas de novas técnicas de plantio e manejo da terra, cursos de capacitação, encontros de negócios e feiras. Desde a sua criação, o Ceará, em especial, tem aumentado suas exportações de frutas de menos de 1 milhão de dólares, em 1994, para 114 milhões de dólares em 2014 e, assim, alcançou o status de terceiro maior exportador de frutas do País. Atualmente, o Porto do Pecém, localizado na Região Metropolitana de Fortaleza, é o líder nacional na exportação de

A participação efetiva dos empresários do segmento varejista e atacadista amplia a visão de consumo e conhecimento, visto o leque de opções, tecnologias e similaridades que são apresentados durante o evento. Com a venda direta de centrais de negócios do segmento de frutas, as redes de supermercados acompanham as inovações e investimentos na área agrícola por ser um dos maiores compradores de frutas, verduras e legumes.

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INAUGURAÇÃO

Cometa Supermercados inaugura em Messejana

O

empresário Otalibas Rocha, dono da Rede de Supermercados Cometa, é um cearense que deu certo. Sua cadeia de supermercados cresce na mesma velocidade que a economia cearense, acima da média brasileira. Otalibas inaugurou a mais nova loja da rede, localizada no bairro de Messejana, um dos maiores em população. O diferencial não é só a área, mas o formato de atendimento, desde o estilo de exposição dos produtos até a iluminação. É um supermercado que tem ainda tecnologia, acomodação e preço competitivo. A festa contou com muitas promoções que atraíram os clientes que foram conhecer a estrutura do novo empreendimento. Fornecedores e parceiros também participaram da ocasião e puderam conferir um espaço com ambientação moderna e climatizada, com mais de 2000 m² de área de vendas e 20 check-outs, além de uma área destinada a loja de departamentos, com um mix variado de produtos, como artigos para presente e decoração. A dona de casa Ana Paula Marques, 31, disse ter ficado surpresa e satisfeita com a estrutura da nova loja. “Eu moro muito pertinho daqui e fiquei feliz quando soube da inauguração. Esse espaço onde posso encontrar até lembrancinhas para presentear foi uma ideia ótima, pois nem

preciso mais ir ao centro procurar esses artigos”, disse. Para o presidente da rede, Otalibas Rocha, o momento de investimento traz oportunidades e geração de emprego a dezenas de famílias. “Com este novo empreendimento mais 50 famílias são assistidas, além de receberem uma capacitação profissional, para oferecer aos nossos clientes melhor preço e atendimento. Sem modéstia, somos conhecidos pela presteza no atendimento e qualidade de produtos e serviços. Unimos em um amplo espaço padaria, carnes e frios e artigos para presentes”, disse. “Mesmo com uma conjuntura econômica instável, o país passa por uma recessão, mas não podemos nos abater; podemos, sim, diminuir o ritmo, mas não deixar de fazer acontecer. Novos empreendimentos deverão surgir até 2016, aumentando, assim, a bandeira da economia e atendimento do Cometa Supermercados”, completa. Na inauguração da loja, empresários, gestores e promotores de venda estiveram presentes para oferecer mais descontos e ofertas, durante o mês de lançamento da nova loja. Para a empresária Elen Brito da Gosto Mineiro, “é importante estar presente para interagir com demais colegas do segmento, gerar novas prospecções e estar junto ao cliente/consumidor, para ouvir

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sugestões e críticas sobre nossos produtos. Sempre participo e acompanho o desenvolvimento da cadeia supermercadista em nosso Estado”, conclui Elen. Em um dos bairros de maior população, o Cometa Supermercados tem em suas proximidades os vizinhos Center Box e Pinheiro Supermercados. Para o próximo ano, o Grand Shopping Messejana deve abrir suas portas, dando maior visibilidade e movimento no perímetro urbano e dos negócios, valorizando o bairro e futuros investimentos. A Revista Nosso Setor compareceu e registrou alguns momentos do lançamento e da presença vip dos empresários. (matéria de duas páginas – uma de texto e uma foto e a outra somente sessão de fotos)


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CULINÁRIA CEARENSE

Receita de escondidinho de macaxeira com carne de sol

A culinária típica cearense é única e conquista o paladar de todos os que por aqui passam. Por isso, para você provar o melhor da legítima comida do Ceará, trouxemos a receita do delicioso escondidinho de macaxeira com carne de sol.

O escondidinho de macaxeira com carne de sol é um dos pratos mais populares do sertão, que ganhou as mesas do Brasil. O nome é explicado pela forma como é montado o prato: a carne de sol bem temperada fica escondida, sob uma camada de

purê de macaxeira. Esta é uma receita que parece complicada, mas não é muito difícil de fazer. O tempo de preparo é um pouco mais longo, cerca de 1h30min. Confira abaixo os ingredientes e o modo de preparo do prato.

Escondidinho de macaxeira com carne de sol Ingredientes

Modo de preparo

• 1kg de macaxeira crua e descascada

Antes de mais nada, faça o purê. Cozinhe a macaxeira na água, com um pouco de sal, por cerca de 40 minutos. As macaxeiras devem ser de boa qualidade, sem rachaduras.

• 700ml de leite • 1 copo de requeijão • 100g de queijo coalho • 500g de carne de sol • 1 cebola • 1 pimentão • Sal • Duas colheres de manteiga da terra

Misture o leite, o requeijão e a macaxeira no liquidificador até obter uma mistura uniforme e reserve. Em seguida, prepare a carne de sol, cozinhando-a na água para retirar o excesso de sal e, depois disso, passe a cozinhá-la no leite. Depois, frite a carne na manteiga da terra, já desfiada em tiras bem finas, com a cebola e o pimentão. Unte uma forma com margarina, coloque uma camada de purê e espalhe o recheio de carne de sol por cima. Depois ponha mais uma camada de purê até cobrir toda a carne. Jogue o queijo coalho ralado por cima e gratine no forno.

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TURISMO

Cachoeiras e Trilhas lhe esperam no Ceará

I

nspiradoras, relaxantes, ótimas para acabar com o estresse: não é à toa que as cachoeiras são atrações turísticas em vários destinos. Uma ótima pedida para quem gosta de aventura, curtir a natureza e depois se esbaldar em um delicioso banho de água doce. E aqui no Ceará, existem diversas cascatas espalhadas por todo o Estado, umas grandes, outras pequenas, algumas com águas claras ou mais escuras, cada uma com suas características. Cenários ideais para repor as energias e apreciar paisagens com as quais os cearenses estão pouco familiarizados, dada a preferência às praias. Neste ano, as temperaturas começam a cair por esses lugares e a água também já pode ser vis-

ta em abundância, tornando a experiência bastante agradável. Assim, que tal aproveitar o período para uns dias de descanso ou lazer por esse outro lado turístico do Ceará? Há muito o que ver e fazer. E foi pensando nisso que mostramos aonde se localizam esses verdadeiros oásis pelo Interior do Estado. Próximo a Fortaleza No Maciço de Baturité, a pouco mais de 100 km de Fortaleza, o excesso desce para abastecer os rios e, no caminho, forma belíssimas quedas­d’água. Nos municípios de Baturité e Guaramiranga, há opções tanto para quem quer apenas tomar um bom banho e apreciar a vista quanto para quem gosta de curtir a adrenalina em trilhas e esportes

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radicais, como o rapel na cachoeira. Mas o ideal é que os aventureiros de plantão procurem a orientação de um guia local para não haver qualquer risco. Chegando em Guaramiranga, por exemplo, não é difícil encontrar empresas especializadas em proporcionar esse tipo de emoção, com toda segurança. As mais famosas são as cachoeiras do Cipó, Poço das Veadas, Talita, do Perigo e a de São Paulo. Porém, quem vai com a família e deseja chegar às quedas­d’água sem muito esforço, uma boa opção são as que ficam dentro de hotéis e áreas de camping, como a Pousada Recanto das Cachoeiras e o Parque das Cachoeiras.


Na Serra Grande Já na região da Ibiapaba, a cidade de Ubajara, a 298 km da Capital, revela um roteiro surpreendente, que inclui o seu Parque Nacional. A três quilômetros do centro do município, com 563 hectares, abriga grutas, trilhas, cachoeiras e o famoso bondinho que transporta os visitantes a belezas subterrâneas. Para relaxar vale um banho nas cachoeiras do Cafundó, Gavião ou Murimbeca, com quedas de mais de 70 metros de altura. Tem ainda as cachoeiras do Frade e também do Boi Morto. Também por aqueles lados, bem no pé da Serra da Ibiapaba, a 295 km de Fortaleza, está a Bica do Ipu, eternizada pelo escritor José de Alencar. Em tupi, Ipu significa água que cai do alto. A

queda­d’água de 130 metros de altura é um dos locais mais privilegiados para a prática de rapel. Pelo Cariri Descendo para o Sul do Ceará, na região do Cariri, outro espetáculo da natureza espera o visitante. A Cachoeira de Missão Velha, cidade a cerca de 527 Km de Fortaleza, está com um grande volume de água, transformando o cenário que durante boa parte do ano permanece praticamente seco. Nos fins de semana, o local vira um grande balneário público, recebendo moradores e turistas. A queda­ d’água tem cerca de 12 metros. Formada pelo Rio Salgado, a cachoeira fica a três quilômetros do município, integrando o Geopark Araripe.

Já em Barbalha, município vizinho, embora não apresente cascatas, a estância hidromineral do Balneário do Caldas é também destino de milhares de turistas por ano. Além de fontes e piscinas naturais de água mineral, um hotel de serra (Hotel das Fontes) compõe o complexo turístico Termas do Caldas. A estrutura conta com duas fontes naturais, os buracos (Bom Jesus e João Coelho), bastante recomendadas para a prática da balneoterapia.

Com informações Diário do Nordeste

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