A INFLUENCIA DAS MIDIAS DIGITAIS NA CULTURA DO CANCELAMENTO EM REALITY SHOWS

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A INFLUENCIA DAS MIDIAS DIGITAIS NA CULTURA DO CANCELAMENTO EM REALITY SHOWS

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CURSO DE JORNALISMO

São2021Paulo

GABRIEL WALLACE DE LIMA

Projeto de Pesquisa desenvolvido como etapa de elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, sob orientação do Prof. Luiz Vicente de Lima Lazaro

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CURSO DE JORNALISMO

A INFLUÊNCIA DAS MIDIAS DIGITAIS NA CULTURA DO CANCELAMENTO EM REALITYS SHOWS

São2021Paulo

GABRIEL WALLACE DE LIMA

Por conta da praticidade da internet, hoje temos notícias em primeira mão instantaneamente, apenas com um clique podemos nos informar de todos os acontecimentos do dia em poucos minutos, mas a informação deve ser verídica e de qualidade, a importância de informar primeiro é primordial para qualquer portal de notícias, mas deve ser averiguada e deixar o público tirar suas próprias conclusões dos fatos apresentados. O Programa televisivo Big Brother Brasil é um reality televisionado 24 horas por dia no per pay view porém nem todas as pessoas tem condições ou querem pagar esse serviço então optam por se informar nos portais de notícias que narram os acontecimentos importantes que não vão para a televisão, o meu objetivo é analisar e identificar matérias com falas tiradas de contexto de participantes que não eram tão queridos pelo público geral nas edições 20 e 21 do BBB e se isso influencia na cultura do cancelamento que muitos participantes sofrem ao sair do confinamento

Gabriel Wallace de Lima Prof. Luiz Vicente de Lima Lazaro Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, SP

RESUMO

A influência das mídias digitais na cultura do cancelamento em reality shows

PALAVRAS CHAVE: Big Brother Brasil, Cultura do Cancelamento, Influencia

Sabe se que atualmente as redes sociais são essenciais para todos, aonde podemos jogar conversa fora conversar com pessoas de todos os cantos do Brasil, ficar informado de notícias instantaneamente e claro opinar, por conta do crescimento dos influenciadores digitais que incentivam indiretamenteas pessoasopinaremsobre tudo,sobreoquegostam eprincipalmente sobre o que não concordam, mas o problema é a linha tênue entre opinião e ataque virtual.

Tivemos como objetivo entender e estudar como as mídias digitais contribuem para a cultura do cancelamento e averiguar matérias feitas durante e após o reality com participantes não tão queridos pelo público em geral, e especificamente relatar como a vida dessas pessoas

INTRODUÇÃO

Desde 2016 com o estouro da ex bbb Ana Paula com os bordões memoráveis como "olha ela", é notório o crescimento dos comentaristas de BBB no twitter, hoje muitos jovens e adultos de diversas idades passam o dia todo conversando, debatendo, discutindo sobre o seu participante favorito ou sobre algum acontecimento do reality show, porém quem acompanha o programa sabe que a edição aborda de uma forma as vezes sutil ou bem escancarada que há os "mocinhos" e os "vilões", os mocinhos são amados pelo Brasil todo, fazem publicidade para diversas marcas famosas, ganham programas na emissora e etc. E os "vilões"? Eles devem enfrentar o purgatório virtual aonde recebem várias ofensas, ameaças, perdem emprego, amizades tudo isso por conta de um mal desempenho dentro do programa, mas o problema é quando a mídia digital que está em alta nesses últimos anos na questão de noticiar em primeira mão nas redes sociais o que tá rolando na casa começa a desfavorecer os participantes já "queimados" com títulos tendenciosos, "clickbaits", e fake News, isso que esse trabalho busca mostrar.Nesse trabalho analisei a cobertura nas mídias digitais do site UOLdo reality show mais famoso do Brasil que é o Big Brother Brasil da Rede Globo, focaremos nas edições de 2018 até 2021, pois foi a época aonde ocorreu a ascensão do twitter em acompanhar e comentar o reality, e por falar em Twitter utilizaremos ele para estudar o comportamento das notícias vinculadas e compartilhadas lá do site UOL e buscar entender o quão nocivo é a busca desenfreada por clicks e likes na vida de pessoas comuns

APRESENTAÇÃO

foram afetadas com essa perseguição e também visualizar como afeta os próprios internautas que acompanham e comentam o Reality e entender se essa toxidade virtual os afeta ou não.

Hoje para qualquer portal de notícias é totalmente rentável ter um espaço para falar sobre reality shows, a cada ano aumenta mais a audiência do programa, sempre se torna o assunto mais comentado das redes sociais e noticiar diariamente o que ocorre é vantajoso demais para conseguir acessos e engajamento as matérias e ao portal em si. Um dos motivos da realização dessa pesquisa é o fato de eu ser uma pessoa apaixonada por reality shows e sempre acompanhei pelas redes sociais o que acontecia e muitas vezes observava uma certa desinformação proposital nas manchetes que chegavam nas redes sociais, que é o famoso clickbait com as falas dos participantes do reality, induzindo o leitor a acreditar que fulano disse aquilo e ao entrar na matéria na integra é uma frase totalmente tirada de contexto, o problema é quando o público apenas lê a manchete e leva aquilo como verdade e compartilha disseminando uma coisa irreal que acaba prejudicando a si mesmo e algum participante do reality.

Mas o problema maior é quando essas desinformações atingem participantes que não são queridos pelo grande público, o Big Brother Brasil por exemplo é um reality aonde a própria edição cria uma narrativa de “Herói x Vilão” o que faz a audiência ficar do lado dos mocinhos e demonizarem alguém que apenas não concordou com o preferido do público, sabemos que engajamento é importante e analisando algumas matérias o clickbait é muito presente nas notícias de participantes que são odiados, aumentando ainda mais o cancelamento e os ataques em tal pessoa. Minha razão acadêmica ao realizar essa pesquisa é mostrar que o jornalismo de entretenimento deve ser levado tão a sério quanto os outros, que deve se apurar a notícia antes de ser postada, que deve existir imparcialidade, torcer para alguém é normal mas na hora que noticiamos devemos ser neutros e justos com o que estamos vendo e ouvindo para repassar e acredito que se os novos jornalistas entenderem isso eles tem tudo para crescer e enriquecer ainda mais a profissão, por isso essa é a razão acadêmica dessa pesquisa.

Por meio da minha pesquisa busquei conhecer o lado das pessoas que foram "canceladas" pelo público do reality e relatar suas histórias pós BBB e se houve algum tipo de distorção de falas por meio de notícias de portais e se sim, se houve algum tipo de retratação. E com meu projeto e informações que recolhi quero passar para os futuros jornalistas a importância de sempre averiguar a informação e ter a conduta jornalística. O objeto estudado foi o portal UOL e também as páginas das Rede sociais Twitter e Instagram chamadas: Gossip do dia, Rainha mattos e Hugo Gloss pois são grandes portais e páginas que noticiam tudo na época de reality

É fato que as redes sociais auxiliam muito o jornalismo digital, antigamente para as pessoas lerem a notícia do seu portal deveriam pesquisar no Google o nome dele e procurar nas abasdaseditoriasamatérianecessária,mashojecom aavalanchedasredessociaisbastaapenas você postar o link da sua matéria no Facebook ou Twitter por exemplo e te direcionará para a notícia instantaneamente. Porém hoje em dia a maioria das pessoas não param mais para ler a notícia na íntegra, e o uso de clickbait faz a pessoa parar e pensar "nossa aquilo mesmo foi dito?" e a faz entrar na matéria.

Essa pesquisa busca compreender o comportamento das mídias digitais e o impacto delas na sociedade atual. De acordo com o historiador Yuval Harari (2018) "uma mentira dita uma vez continua uma mentira, mas uma mentira dita mil vezes torna se verdade" ele demostra nesse trecho que ao proliferar uma mentira muitas vezes no ouvido de muitas pessoas torna se

REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO

Essa questão de clickbait também ocorre nas notícias sobre participantes do Big Brother Brasil, com todos sem exceção tem uma vez o outra uma frase tirada de contexto colocada como manchete nas redes sociais para atrair o público, porém isso acontece bem mais com participantes que não tem tanto apreço popular dos telespectadores, isso se dá por conta que é mais vantajoso para os portais seguirem a onda, o BBB é fundamentado da narrativa Herói x Vilão, que faz o público detestar o “vilão” e quer ter mais motivos para falar mal dessa pessoa e ao ver uma notícia na palma da sua mão com uma fala tirada de contexto se torna um prato cheio para quem quer odiar e para quem quer acessos e compartilham.

Para a realização dessa pesquisa foi muito usada a teoria da agenda setting que se trata da mídia determinar o assunto que será discutido pelo público à medida que determinados temas são mais expostos enquanto outros são deixados de lado. Segundo Maxuell Mclombs a sociedade sofria muita influência da mídia por possuírem uma “necessidade de orientação”, o mesmo cita que: uma junção de duas variáveis: alto interesse e um alto nível de incerteza. Assim, o efeito de agendamento ocorre com pessoas que têm uma grande necessidade de obter informação sobre um assunto; devido a esta ‘necessidade de orientação’, estas pessoas expõem se mais aos media noticiosos, provocando maiores efeitos de agendamento.

Entendemos que a internet é muito importante não conseguimos mais viver sem ela, ainda mais por conta das diversas informações simultâneas que chegam em segundos na tela do Smartphone, nas redes sociais como Facebook e Twitter os portais de notícias linkam suas matérias para dar um certo gostinho ao leitor e o induzir o mesmo a clicar e ler na íntegra, utilizando se caça clicks ou mais conhecido como clickbait. É uma técnica sensacionalista que má intencionada, o problema é quando isso atinge alguém diretamente que é o que essa pesquisa vai tratar, sobre como essas manchetes sensacionalistas prejudicam os participantes do reality Big Brother Brasil, usaremos os livros Os olhos do Grande Irmão: uma etnografia dos fãs do Big Brother Brasil (2012)doDoutor em comunicaçãoBrunoCampanellaqueaborda sobre a etnografia midiática de quem acompanha o reality pela internet, por mais que seja um livro de 2012 explica e exemplifica bem o contexto atual do comportamento dos fãs do programa e de quem participa, e o livro Cultura da convergência (2006) de Henry Jenkins que é o livro crucial para a pesquisa, que está sendo realizada pois detalha bem o processo das novas mídias e relata importantes transformações culturais nas medidas que os meios de comunicação se convergem e é essencial para entender como funciona as mídias digitais atuais em relação ao tato com o público.

verdade, assim que a fake News age em nossa sociedade, seja em notícias de âmbito político, de âmbito ambiental e no âmbito do entretenimento que é o que iremos abordar aqui.

A Convergência das mídias é mais do que apenas uma mudançatecnológica. A convergência altera a relação entre tecnologias existentes, industrias, mercados, gêneros e públicos. A convergência altera a lógica pela qual a indústria midiática opera e pela qualos consumidores processama notícia e o entretenimento. Lembrem se disto: a convergência refere se a um processo, não a um ponto final (JENKINS, 2009, p. 43).

Por conta da magnitude midiática que o Big Brother Brasil atrai como altos picos de audiência e bastante engajamento nas redes sociais, dialogar e entender como o público que acompanha, comenta e vive aquilo é crucial nessa pesquisa e para o meu objeto, por isso foi abordada a pesquisa quantitativa pelo site eren para entender quantas vezes o público se deparou com uma manchete fora de contexto de algum participante e se isso influenciou na forma de julgamento sobre o mesmo e se ele sente que portais de notícias que noticiam diariamente o que acontece no Reality ajudam a proliferar o cancelamento em pessoas que estão sendo criticadas.

De fato, isso se encaixa e diz muito sobre o público atual de reality shows, embora muitos se interessem e gostam de acompanhar o programa, nem todos podem acompanhar 24 horas por dia, sendo assim mais fácil dos veículos publicarem apenas o que convém e seja algo concreto ou distorcido que faz uma mentira se tornar uma grande verdade entre os fãs do programa.Outro

Para essa pesquisa considerei como fundamental entrevistar pelo menos 1 pessoa que já esteve no BBB, para entender como foi o processo de saída e perceber que boa parte dos brasileiros que assistiram o programa nutriam uma certa raiva por coisas ocorridas em um estúdio e claro

fator determinante sobre o agenda setting que foi referência nesse projeto é o framing que foi um conceito desenvolvido pelo Maxuell Mclombs e Donald Shaw, que é basicamente a forma de apresentar o conteúdo com o objetivo de orientar o pensamento do receptor. E a pesquisa levantada durante esse processo comprova muito essa tese, pois parte da mídia ao relatar algum acontecimento do reality tentava sutilmente mudar o pensamento do leitor sobre certo participante, fazendo o mesmo obter um favoritismo ou abaixar a reputação. Na edição desse ano do Big Brother Brasil foi denunciado que alguns veículos de notícias eram pagos pelas assessorias de participantes para apenas publicar coisas boas e aumentar o engajamento dentro do aplicativo Instagram, é uma boa amostra do que se trata o Framing. Os estudos sobre são fundamentais nesse trabalho pois embora a comunicação face to face ainda exista, é difícil que um grande número de pessoas fique sabendo de um acontecimento somente através das conversas fazendo se assim os meios de comunicação terem um papel importante na disseminação de notícias em massa em relação ao reality.

RESULTADOS

Durante o processo de pesquisa do trabalho, pude perceber que muitos portais de notícias sim influenciam ao falar de reality, moldando o pensamento do público em relação a um participante, principalmente quando há um “favorito”, sendo que os portais deveriam agir com imparcialidade, pois independentemente do tamanho da torcida de um dos participantes, todos estão concorrendo pelo prêmio, e devem ser respeitados igualmente.

televisionado e disseminado por diversos portais. Tive a oportunidade de entrevistar a participante do Big Brother Brasil 18, Ana Paula Costa conhecida como “Bruxinha” pelo fato dela amar a cultura e saber imitar uma risada de bruxa, na época do programa ela foi cancelada e teve que sumir da internet pelas ameaças que sofreu e infelizmente sofre até hoje. Foi um papo leve tranquilo que mostra uma visão diferente na qual as pessoas imaginam que depois que acaba o reality as pessoas se esquecem e infelizmente não foi assim com a Ana Paula, em um trecho da entrevista ela afirma:

Mas a culpa não é totalmente da mídia quando se trata de cancelamento, infelizmente muita das vezes eles são apenas o reflexo do público, como trata a teoria do espelho, logo noticiando apenas aquilo o que vai dar audiência, que muitas das vezes é o “apedrejamento virtual” daquela pessoa não querida pelo público. A ex BBB Ana Paula também analisou a visão dela sobre os telespectadores atuais do programa:

Mostra que não é um processo fácil ser cancelado hoje em dia na internet, ainda mais quando não se há um amparo da mídia em relação ao “linchamento” virtual que ela mesma ajudou a ter, em outro trecho da matéria ela afirma:

“Tive que sumir da internet, até hoje tenho hate, fiz uma postagem recente que viralizou, uma homenagem para Luísa Sonza, e foi uma chuva de hate. Sou atriz há 10 anos, e fui ridicularizada, falando que eu não era atriz, que estavam com vergonha alheia. Ainda bem que hoje não me afeto mais. Então tive que desaparecer pra ter paz. É complicado esse linear, por que sou uma atriz e não consigo nem fazer a profissão que eu escolhi, bem antes do BBB, por que tudo que faço é visto como errado. O cancelamento proporciona um caminho sem volta. Todos ficam só esperando um deslize, para poderem te apedrejar. Nada mudou na verdade, antigamente realmente eram pedras, hoje são comentários. Que posso afirmar, doem tanto quanto pedras.”

“Na época não fui amparada em nada, só diminuiu e teve um pouco de empatia, quando saiu uma notícia que eu tinha tentado suicídio. Que era apenas uma fake News, mas se tornou verdade, pois ninguém fez questão de perguntar a verdade para mim.”

O trabalho no geral me fez abrir os olhos com bastante coisa do meio virtual atual, a escolha do trabalho foi por conta de eu ser apaixonado por reality desde meus 9 anos, e claro já fui cancelador, já expus opiniões na internet nas quais poderiam ferir um participante caso leia, então para mim esse projeto foi muito importante e esclarecedor acerca do comportamento do público atual do reality, e principalmente sobre o comportamento da mídia ao noticiar os acontecimentos do reality. A mídia atual é extremamente necessária pois o Big Brother Brasil é um reality de renome nacional e internacional, então milhares de pessoas acompanham e infelizmente nem todas tem condições ou tempo para acompanhar um per pey view e assistir 24 horas por dia, e a mídia com seus portais postam coisas que acontecem que não passa na edição para atualizar o público nas redes sociais, porém é necessário tomar cuidado e sempre manter a ética jornalística, não podemos deixar ocorrer mais um “Escola base” deve se apurar bem os fatos e não agir de má fé. Muitos participantes foram cancelados e tiveram suas vidas parcialmente arruinadas e com sequelas psicológicas graves, é difícil sair de um confinamento, o papel da mídia nesse caso poderia ser de certa forma amenizar o hate, deixar a parcialidade de lado, tudo bem caso não goste de um participante, mas agir sempre com empatia e imparcialidade. Mas sabemos também que para sobreviver na era da internet, os portais de notícias necessitam de likes e engajamento e em minha pesquisa e análise de conteúdo pude ver que quando saiam materias de coisas positivas sobre alguém que não é aclamado pelo público possui poucas interações ou chuva de xingamentos, já as que apontam algum erro dos mesmos, é um sucesso atraindo mais hate para a pessoa em questão, é um processo lento, que infelizmente só ira piorar, hoje a internet é muita das vezes um lugar toxico e nocivo, mas cabe

“Eu peguei um período péssimo para ser participante de reality, por que essa relação com a rede social estava sendo construída. Nesta época se fez uma nova audiência, que veio da internet. Antigamente tinha apenas os telespectadores do “sofá” e do pay per view. E com isso, foi criado um contato direto com o participante de reality. É muito maluco você ver milhares de pessoas se apegarem a uma frase, que você nem lembra que tinha falado. Na vida, muitas vezes, não percebemos o nosso próprio comportamento. E à internet proporcionou esse contato direto e explícito á cada coisinha que alguém pensou de você. Lidar com isso é absurdo. Quando sabemos que uma pessoa não gosta da gente, não é nada agradável. Agora imagine uma multidão.” Disse ela.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

aos futuros jornalistas e pessoas de bomsenso mudarisso aos poucose deixar algo como reality que é pra ser divertido e puro entretenimento, algo leve e legal de se acompanhar como era antes desse novo tsunami que assola as redes sociais, o cancelamento.

BELLONI, MARIA LUIZA. A formação na sociedade do espetáculo: gênese e atualidade do conceito. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. 2003

REFERÊNCIAS

HARARI, YUVAL. 21 lições para o século 21. 1. ed. Companhia de letras, 2018. 432 p. CAMPANELLA, BRUNO. Os olhos do grande irmão: uma etnografia dos fãs do Big Brother Brasil. 1. ed. Editora Sulina, 2012. 295 p.

MERCURI, TANK KAREN; ESTEVES, RODRIGO. Discurso de ódio em mídias sociais como estratégia de persuasão popular. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, UNICAMP, CAMPINAS SÃO PAULO. 2020

FERNANDES, JULIANA DE BRUM. A Hipótese do Agenda Setting: Estudos e Perspectivas. UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DO SINOS, UNISINOS, SÃO LEOPOLDO RIO GRANDE DO SUL.

ROCHA, PAULA MELANI; SOUZA DE, CARLOS ALBERTO; MORALES, OFELIA ELISA TORRES. Mídias Digitais e suas potencialidades nos tempos contemporâneos: estudo de caso “Mídia Ninja. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. 2013

BRAZ, JOÃO PEDRO GINDRO; SANTOS, HIRAM GODOY; LOPES, GUILHERME ARAUJO; CHIARI, BRENO DA SILVA. A cultura do cancelamento, seus efeitos sociais negativos E injustiças. TOLEDO PRUDENTE CENTRO UNIVERSITARIO, PRESIDENTE PRUDENTE SÃO PAULO. 2020

JENKINS, HENRY. Cultura da convergência. 2. ed. Editora Aleph, 2009. 432 p. DEBORD, GUY. Sociedade do Espetáculo. 2. ed. Editora Contraponto, 2007. 238 p. MARTINO, L.M.S. Teoria das mídias digitais. 2.ed. Editora Vozes, 2014. 296 p. RONSON, JON. O Humilhado: como a era da internetmudou o julgamento público. 1. ed. Editora Best Seller, 2015. 304 p.

Plano Estratégico:

Desert Sun Midia

Descriçãodoproduto:Oprodutoéumarevistadigitalsobreculturapop atual,bastante moderna com temas sobre games, rock, reality shows e vários outros temas. A ideia desde início, era fazer aquilo que combinassem com todas editorias que fossem estar no produto, e com a ajuda do nosso orientador optamos por revista digital com recursos de interatividade. Por exemplo, a matéria de música, tem sons em cada página “conversando” com o texto da matéria. A matéria sobre videogames, tem o player de vídeo com o trailer do jogo citado. Por ser algo mais da cultura pop utilizaremos linguagens e palavras relacionada com a editorias presente na revista, isso pode ser termos daquele nicho daquele assunto, palavras em inglês ou em outra língua e até gírias. Para ler a revista pelos celulares android utilize o aplicativo Adobe Digital Edtion, no qual você pode acessá lo pelo Qr code:

PPIRES CARVALHO, VICTÓRIA CAROLINE DE. Gerenciando crises na era da cultura do cancelamento virtual: Estudo de caso da marca boca rosa beauty. UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA. 2020

RevistaAPÊNDICEdigital:

Orçamento: Ao todo foi gasto 0 Reais, por conta que a entrevista foi feita on line, produção tudo em casa pelos aplicativos disponíveis gratuitos citados anteriormente, logo não foi necessário gastos.

▪ Público a ser atingido: Nosso público alvo é para quem gosta de música, reality shows, videogames, cinema e série e tudo que envolver a cultura pop, além de sem ter uma faixa etária mínima ou máxima.

PAUTA NOME

Cronograma: A elaboração das perguntas e a entrevista em si durou cerca de 2 horas para serem realizadas, já a produção da materia, com as pesquisas, edição e revisão durou cerca de 3 até 4 horas por dia.

Caso possua IOS utilize o aplicativo ibooks

Função Individual: Nesse trabalho realizei a pauta, entrevista, materia, pesquisa, edição, revisão acerca da materia da revista sobre reality show e cancelamento, entrevistei a ex BBB Ana Paula Costa, elaborei as perguntas e fiz a entrevista via WhatsApp por conta da pandemia, realizei a produção do infográfico da minha materia e claro, auxiliei meus companheiros de grupo no que foi necessário para o andamento do trabalho em geral.

Documentação: DO VEÍCULO

Estratégias para a definição do produto: O número de páginas da revista é 22 páginas. Sendo que cada matéria principal, ou seja, que cada membro da equipe desenvolveu, é 4 a 5 páginas. E outras páginas seriam para completar com propagandas relacionadas ao tema da revista e notícias do mesmo. Além de índice e capa. A revista toda contém recursos de interatividade, sejam animações de fotos, ilustrações, títulos, linha fina, imagens até em gifs e infográficos. Além de ter botões onde aparece mais informações sobre aquilo está sendo mostrado na tela, e players de vídeo e música para ilustraraindamaisoque estásendodescritoemtela.Todosessesrecursosforamcriados com o Indesign e algumas vezes utilizando o Audacity para arrumar o som das músicas, além de programas para ajustar as imagens, fotos e ilustrações. Os infográficos presentes na revista foram feitos com o site Canvas.

A Cultura do Cancelamento é um termo moderno usado quando uma figura pública é expulsa de uma posição de influência devido a comportamentos questionáveis, sejaonlineou navidareal. “Culturado Cancelamento”foieleito como termodoanoem2019pelodicionárioMacquarie,quetodososanoselegeaspalavras eexpressõesquemaiscaracterizamocomportamentodoserhumanonoano.

Brasil éum programa televisionadopela Rede Globo desde2001, possui21edições,aotodoorealityjáteve328participantesdediferentesregiõesdo BrasilcompetindopeloprêmioemdinheiroeclaroafamaqueoRealityproporciona.

Ana Paula Costa foi participante da 18° edição do Big Brother Brasil, ela foi eliminada com 89,85% dos votos, sendo a 5° participante com mais rejeição em 21 edições do programa. Ela foi cancelada e é atacada até hoje por conta da sua participaçãonoreality

BigHISTÓRICOBrother

DesertSunMidia

toEntretenimenEDITORIA VidaTEMA/ASSUNTOapósocancelamentonoBBB

FONTES

EDIÇÃO

oitavaediçãodoBigBrotherBrasil

*Mostraroefeitodaculturadocancelamentonasuavida

AnaPaula

Contato:1194471 4413

OBSERVAÇÃO

ALINHAMENTOEDITORIAL ENFOQUE/ANGULAÇÃO

* Compreender se as mídias digitais contribuíram ou amenizaram os ataques virtuais*

* Se ele teve algum tipo de suporte por parte dos seus companheiros de confinamentoquetiverammais“sucesso”eaceitaçãopelopúblico

Qualéasensaçãodeparticipardeumprogramadamagnitudemidiáticacomo oBBB

ParticipanteCostadadecima

É complicado falar desse linear criado pelas páginas. Por que realmente aquilo saiu da nossa boca, então depende muita da própria pessoa saber rever e avaliar se você realmente não fez aquilo. O reality é uma lupa em cima de você, ela revela tudo que tem em você. Por mais que você ache que não. São diferentes formas, de ver uma determinada situação. E na vida é assim, mas nem sempre conseguimos ter essa concepção. Imagine só, o seu chefe que é um fdp contigo, para você ele é horrível, contudo, se alguém perguntar para ele sobre você, provavelmente ele diga coisas que você discorda e ele se vê como um excelente chefe. Não tem uma câmera e milhares de pessoas pra ver quem que tá certo, e convenhamos que a gente

ataques apos rejeicao no bbb 18 nao saio de casa sozinha https://revistaquem.globo.com/QUEM22516792.htmlNews/noticia/2018/04/ana paula bruxinha do bbb18 se afastara das redes sociais para fugir de haters.html

2. Você acredita que de certa forma, as páginas de fofoca estimulam o "hate" com clickbaits, mensagens fora de contexto com participantes que não são queridos pelo público?

GabrielREPÓRTERWallace

GabrielWallace

Entrevista com a Ana Paula na integra:

1. Na época que você participou do Big Brother Brasil, o envolvimento público + redes sociais como o Instagram e o Twitter estava começando a crescer, qual foi sua reação ao ver/ler muita gente falando sobre sua participação?

PAUTEIRA(O)

Eu peguei um período péssimo para ser participante de reality, por que essa relação com a rede social estava sendo construída. Nesta época se fez uma nova audiência, que veio da internet. Antigamentetinha apenasostelespectadoresdo “sofá”edopayperview.E comisso,foi criado um contato direto com o participante de reality. É muito maluco você ver milhares de pessoas se apegarem a uma frase, que você nem lembra que tinha falado. Na vida, muitas vezes, não percebemos o nosso próprio comportamento. E à internet proporcionou esse contato direto e explícito á cada coisinha que alguém pensou de você. Lidar com isso é absurdo. Quando sabemos que uma pessoa não gosta da gente, não é nada agradável. Agora imagine uma multidão.

https://tvefamosos.uol.com.br/noticias/redacao/2019/10/31/bruxa do bbb ana-paula-diz-foi-hostilizada-acham-que-voo-de-vassoura.htmhttps://extra.globo.com/famosos/bruxinhaanapaularelata

Toda história tem dois lados. No jornalismo somos ensinados a sermos imparciais e dar voz a todos os lados. Porém como cobrar isso de uma página, que precisa que sua postagem, esteja sendo vista, para o algoritmo continuar mantendo seu conteúdo relevante. Não culpo eles, falta uma estruturação do próprio Instagram, que alimenta isso.

se acha o lado certo. E o reality proporciona um tapa na sua cara, que talvez você jamais veria, em toda sua vida, se não tivesse uma câmera te seguindo. Ter vidas como entretenimento tem suas consequências, porém esse tipo de conteúdo é entregue, por ser o que se mais consome. Então quem que tá errado? As páginas, os participantes ou os telespectadores?

Foi criado uma nova visibilidade pra o participante de reality. Inclusive acredito que foi uma das responsáveis de desmarginalizar o participante. Antes disso, ser um exbbb, era motivo até de piada, não é à toa, que muitas pessoas, que hoje seguem no ramo artístico, nem enfatizam muito isso. Agora se inscreve para um reality tá mais concorrido, que para o vestibular de medicina.

7. Em época de reality, a internet as vezes vira um campo minado e tóxico, como você busca fugir dessa onda de negatividade?

Ser vilão é melhor negócio para eles, é o que dá mais views. Porém, ser vilão em uma novela, quando ela acaba, tudo acaba junto. Quando é a sua vida, não tem fim. Eu vejo as mídias, fazendo o seu trabalho. Se o povo só consumisse o que eles mesmo julgam o certo, o conteúdo seria bem diferente.

Infelizmente nunca fui procurada, com o tempo, tive que aceitar que não posso mudar o que as pessoas estavam pensando de mim.

3. Você acredita que as páginas eram parciais em relação a postar sua fala ou alguma notícia sua, tanto durante e depois da experiência do BBB?

Tive que sumir da internet, até hoje tenho hate, fiz uma postagem recente que viralizou, uma homenagem para Luísa Sonza, e foi uma chuva de hate. Sou atriz há 10 anos, e fui ridicularizada, falando que eu não era atriz, que estavam com vergonha alheia. Ainda bem que hoje não me afeto mais. Então tive que desaparecer pra ter paz. É complicado esse linear, por que sou uma atriz e não consigo nem fazer a profissão que eu escolhi, bem antes do BBB, por que tudo que faço é visto como errado. O cancelamento proporciona um caminho sem volta. Todos ficam só esperando um deslize, para poderem te apedrejar. Nada mudou na verdade, antigamente realmente eram pedras, hoje são comentários. Que posso afirmar, doem tanto quanto pedras.

6. Como você vê a atuação das mídias digitais atualmente com os participantes que não são tão queridos pelo público?

4. Após 3 anos da sua participação, como você vê sua relação com o público em geral na internet?

5. É nítido o aumento do engajamento quando se fala de Reality nas redes sociais nesses últimos 2 anos, como você vê esse crescimento por parte do público

10. Se você pudesse dar um recado para o público de Reality atual, o que você falaria?

Só de apurar os dois lados da história, já ajudaria muito. Pelo menos para as pessoas conseguirem ter acesso a o outro lado da história. Pelo menos é o que eu sinto falta. Por que sua voz é retirada quando você é cancelado. Como conseguir sair disso, se ninguém quer te ouvir? É complicado esse ciclo que foi criado.

Participar de um reality não tem como descrever, mas criei uma boa comparação. Participar é como se você reencarnasse, em um outro mundo, com outras regras. Você nasce sem ninguém e com as memórias da vida passada. Lá você tem que viver uma nova vida. Ser eliminado é morrer. Se você teve uma vida exemplar, irá para o céu, senão irá para o inferno.

9. Como você acha que as páginas de fofoca e notícias sobre Reality podem melhorar para ajudar a buscar deixar um ambiente mais leve na internet?

Aceitei que não tem como fugir, tento manter a minha verdade clara na minha cabeça e manter meu coração calmo tranquilo. Infelizmente aceitei que não posso mudar milhares de pessoas, apenas a mim mesma.

8. Ao sair do BBB, você se sentiu "amparada" pelas páginas que noticiavam sobre o Reality? Havia algum tipo de empatia?

Na época não fui amparada em nada, só diminuiu e teve um pouco de empatia, quando saiu uma notícia que eu tinha tentado suicídio. Que era apenas uma fake News, mas se tornou verdade, pq ninguém fez questão de perguntar a verdade para mim.

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