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5.2. AUDIODESCRIÇÃO

Em 2019, segundo os dados da APA, divulgados no site “Publishing Perspectives”, o gênero mais popular de Audiobook é mistério, terror e thriller. Seguido por biografia, história, memórias e humor/comédia. Em 2020, em um artigo intitulado “Audiobook listening remains strong in 2020 as publishers report ninth straight year of double-digit growth: Listening Shifted from Car to Home During the Pandemic” revela que o gênero mais popular de audiobook continua sendo mistério, terror, thriller; entretanto houve um forte aumento na busca de audiobooks nos gêneros: romance, autoajuda e livros sobre negócios - parte profissional/financeira.

5.2. AUDIODESCRIÇÃO

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O que faremos no nosso livro sonoro é a adaptação de texto para som, entretanto ainda no livro “O Misterioso Caso de Styles” há um elemento além do texto: a imagem. Há no decorrer do livro imagens que foram anexadas e que completam a narrativa, possibilitando o leitor ter recursos para imergir na história e oferecendo também à quem está lendo a possibilidade de analisar as provas do mistério. Com isso, percebemos que não poderíamos adaptar somente o texto para o som, como também deveríamos adaptar a imagem/desenho utilizando elementos sonoros também, desta forma necessitamos de uma audiodescrição nestes casos onde aparecem imagens anexadas, já que elas são muito importantes para a composição e andamento da história. A audiodescrição é um recurso sonoro utilizado geralmente em alguns meios audiovisuais. É, em poucas palavras, a transposição de conteúdo visual para o conteúdo sonoro, dessa forma a audiodescrição “é reconhecida como uma modalidade de tradução audiovisual intersemiótica com vistas à acessibilidade” (COSTA E FROTA, 2011, p. 6).

A audiodescrição é a transformação de imagem em texto, transformação essa que primeiramente se dá como escrita de um texto denominado “roteiro” , o qual, posteriormente, passará pelo processo conhecido como “narração” , isto é, a leitura do roteiro para o público-alvo. A AD é realizada em produtos audiovisuais como peças teatrais, cinema e televisão, e em produtos só visuais, como por exemplo quadros e esculturas expostos em museus. O principal objetivo da AD é tornar esses eventos culturais acessíveis aos deficientes visuais — conceito que abrange pessoas cegas e com baixa visão, congênita ou adquirida. (COSTA E FROTA, 2011. p. 3).

Segundo Costa e Frota (2011) a audiodescrição é um recurso voltado para inclusão e acessibilidade. Se iniciou nos Estados Unidos, por volta dos anos 1970 com Gregory Frazier, na época tal recurso era seu objeto de estudo para sua dissertação de mestrado. Na década seguinte, em 1980, as iniciativas com relação à audiodescrição nos EUA se espalharam (COSTA, FROTA, 2011). Por volta de 1981, a audiodescrição já estava presente no terreno do teatro (CINTAS, 2007, tradução nossa8). Monte (2016) define o objetivo da audiodescrição como:

Esta é a proposta básica da audiodescrição (AD): por meio da linguagem, ao transformar imagens em palavras, permitir que a pessoa com deficiência visual “veja” com os olhos de outra pessoa e, assim, incluí-la de forma plena e autônoma na sociedade, fazendo com que se sinta respeitada em seus direitos como cidadão, consumidor e espectador dos mais diversos eventos culturais. (MONTE, 2016. p. 92)

Embora seja a AD, como é comumente conhecida, é destinada como um recurso de acessibilidade para pessoas cegas e de baixa visão, ela pode ser usada em outros contextos, beneficiando diferentes públicos:

A ad (audiodescrição) também beneficia à pessoas com problemas perceptivos cognitivos e, em certas ocasiões, à pessoas que, ainda sem problemas de visão, podem desfrutar da ad en situações em que não se dispõe de informação visual: audioguias, filmes audiodescritos para «ver» enquanto se dirige, livros em formato áudio, etc (CINTAS, 2007. p. 5, tradução nossa)9

Cintas (2007, p.6) em seu artigo intitulado “Por una preparación de calidad en accesibilidad audiovisual”, separa os tipos de audiodescrição em três, seriam eles: audiodescrição gravada para a tela (quando tem imagem em movimento, como cinema, séries televisivas, documentários,etc); audiodescrição gravada para audioguias (locais, como museu, igrejas, exposições, etc., lugares culturais, definidas como “obras estéticas” pelo autor) e audiodescrição ao vivo ou em partes ao vivo, como peças de teatro, balé, óperas, etc - nessa categoria o autor inclui

8 No original: A nivel internacional, la ad se originó en Estados Unidos en 1981, en el terreno del teatro. 9 No original: La ad también beneficia a personas con problemas perceptivos cognitivos y, en ciertas ocasiones, a personas que, aún sin problemas de visión, pueden disfrutar de la ad en situaciones en que no se dispone de información visual: audioguías, películas audiodescritas para «ver» mientras se conduce, libros en formato audio, etc

congressos e manifestações públicas como atos públicos10). Assim a audiodescrição pode ser dividida em ao vivo e gravada, em ambos os casos há a necessidade de um roteiro. No nosso caso, a descrição será gravada e utilizada nos capítulos em que hajam imagens anexadas.

10 No original: AD grabada para la pantalla; Ad grabada para audioguías; AD en directo o semi-directo.

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